Estudo de Viabilidade, Avaliação de Impacto Ambiental e

Transcrição

Estudo de Viabilidade, Avaliação de Impacto Ambiental e
Estudo de Viabilidade, Avaliação de Impacto
Ambiental e Social, Projecto Executivo e Supervisão
do Projecto de Reabilitação da Barragem de Nacala
CONCURSO N.º. QCBS-MCA-MOZ-4-08-025
CONTRATO N.º: P015
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL –
RELATÓRIO DE REQUISITOS DE CAUDAL
Anexo D
Julho de 2010
Submetido a:
MINISTÉRIO DO PLANO E DESENVOLVIMENTO
MILLENNIUM CHALLENGE ACCOUNT - MOÇAMBIQUE
Preparado por:
JEFFARES & GREEN (Pty) Ltd
Em associação com
CONSENG
e
LAMONT
Sumário Executivo
A Barragem de Nacala fica localizada no Rio Muecula, a 35 km da cidade de Nacala. A
Barragem constitui a fonte primária de abastecimento de água à cidade de Nacala e, por
conseguinte, ela assume uma importância estratégica para o desenvolvimento da cidade. Foi
recomendada a elevação do nível da barragem até quatro metros como parte da reparação da
infiltração de água que se verifica no paredão. Assim, a reparação e o aumento da altura do
paredão exigem um estudo de Requisitos de Caudal Ecológico (ERCE) (environmental water
requirements – EWR) no Rio Muecula.
As descargas da Barragem de Nacala, por razões ambientais constituem uma forma de
protecção do meio ambiente a jusante da mesma. O objectivo da avaliação ambiental do
caudal visa determinar o nível óptimo das descargas da barragem de modo a manter o estado
ecológico desejado, a jusante da mesma. A abordagem a ser usada neste estudo é baseada no
EcoStatus (no quadro da determinação da reserva ecológica). EcoStatus é definido como sendo
“a totalidade de aspectos e características do rio e sua bacia, capazes de suportar uma flora e
fauna adequadas, bem como a capacidade de prover uma diversidade de bens e serviços”
(Kleynhans & Louw, 2007). A abordagem EcoStatus pode ser realizada em vários níveis tendo,
para o presente projecto, sido decidido usar o nível III para determinação do EcoStatus.
A abordagem ERCE tem por objecto dar atribuir ao rio uma classe ecológica actual baseada nas
condições do lugar e dos dados de diversidade ecológica obtidos durante a visita de campo.
Estes dados colhidos durante a visita de campo referentes a peixes invertebrados aquáticos,
geomorfologia e vegetação aquática, são usados para classificar o estado ecológico presente
(PES). Os resultados do PES são usados para determinar a classe ecológica recomendada (REC)
para as descargas da Barragem de Nacala.
A hidrologia do ERCE é executada usando um modelo do sistema de suporte desktop (DSS) e o
REC. Neste caso, o Rio Muecula teve um PES de classe C e um REC final também da classe C. OI
REC da classe C foi usado no DSS para simular o ERCE. O ERCE da classe C foi simulado e o
resultado de 21,41% (1,355 Mm3) e se concluiu ser a média anual do caudal.
Os resultados da simulação do fluxo do caudal ERCE foram sobrepostos as características
hidráulicas do canal, determinadas no local durante a visita de campo para usar como
ferramenta pelos especialistas ecológicos, para determinar se a REC seria suficiente para
manter a saúde ecológica do Rio Muecula a jusante da Barragem.
O ERCE da classe C recomendado, implementado com as descargas correctas e atempadas foi
considerado suficiente e pode ajudar na:
•
Manutenção da variabilidade do fluxo natural;
•
Manutenção da diversidade, qualidade e disponibilidade da biodiversidade actual;
•
Manutenção da Integridade do habitat actual do rio;
•
Manutenção de refúgio de peixes
•
Manutenção da conectividade para efeitos de migração dos peixes;
•
Manutenção da biodiversidade aquática, peixes e invertebrados.
1. INTRODUÇÃO
1.1
Antecedentes
A Barragem de Nacala localiza-se no Rio Muecula a 35 km da cidade de Nacala. A Barragem é a
fonte primária de abastecimento de água a cidade de Nacala e por isso reveste-se de
importância estratégica para o desenvolvimento da cidade. Investigações iniciais indicaram
que a Barragem é insegura e precisa de ser reabilitada. Devido ao risco de falhas da Barragem,
o nível de água tem se mantido baixa, reduzindo significativamente o abastecimento de água a
cidade de Nacala. Também há aumentos significativos projectados para a demanda de água na
cidade devido ao crescimento populacional e outros desenvolvimentos planificados. Foi
recomendado que a capacidade de encaixe da Barragem de Nacala seja elevada em dois
metros. A reabilitação e a elevação da barragem requerem a avaliação ambiental do fluxo do
Rio Muecula. Presentemente não existem directivas para a avaliação das necessidades do fluxo
dos rios em Moçambique, por isso foi usado a abordagem Sul-africana de determinação da
reserva ecológica.
1.2. Objectivo do Estudo
Descargas da Barragem de Nacala para efeitos ambientais constituem parte integrante do
processo de protecção do ambiente a jusante da Barragem. O objectivo da avaliação ERCE é
determinar o nível óptimo de descargas da Barragem de modo a manter o estado desejado do
Rio, a jusante do ponto de vista ecológico.
1.3. Justificação
Os seguintes aspectos do Rio Muecula foram considerados nesta avaliação:
1. Hidrologia (Modelo Desktop – DSS)
2. Hidráulica
3. Habitat fluvial e ribeirinho (IHAS, IHI)
4. Macro-invertebrados (SASS5, MIRAI)
5. Peixe (FAII, FRAI)
6. Vegetação (VEGRAI)
7. Geomorfologia (GAI)
Procedimentos foram desenvolvidos para responder a estes aspectos os quais foram
combinados num processo actualmente designado por Determinação dos Requisitos de Caudal
Ecológico () ou Determinação da Reserva Ecológica como é comummente conhecida na África
do Sul. A abordagem que vai ser usada neste estudo é baseada no EcoStatus nos termos da
determinação da Reserva Ecológica. EcoStatus é definido como sendo “a totalidade de
aspectos e características do rio e sua bacia, capazes de suportar uma flora e fauna adequadas,
bem como a capacidade de prover uma diversidade de bens e serviços” (Kleynhans & Lauw,
2007). A abordagem EcoStatus pode ser usada a vários níveis de detalhe, dependendo entre
outros da dimensão e impactos previstos do projecto, da sensibilidade do ecossistema
aquático em questão bem como constrangimentos do tempo, informação e orçamento. Para
este projecto foi decidido usar o nível III para designação do EcoStatus (sendo o mais elevado o
nível IV). Uma vez que a metodologia EcoStatus é muito detalhada e complexa, apenas uma
breve referência da mesma (extraída directamente de Kleynhans & Lauw (2007) - Módulo A)
será apresentada (Secção 2). Mais detalhes podem ser encontrados na série de manuais
específicos de EcoStatus, nomeadamente Kleynhans (2007), Kleynhans et al (2007) e Thirion
(2007).
1.4. Escopo e Limitantes
Dados históricos eram escassos e incoerentes e pouco proveito deles se tirou. O acesso ao rio
foi bastante limitado, por isso foi difícil identificar lugares para amostragem. A falta de caudal
no rio durante a avaliação de campo foi igualmente um problema pois um local a montante do
rio tinha sido proposto para amostragem, mas durante o trabalho de campo esse local não
tinha corrente de água e por conseguinte não foi avaliado. Esta situação é comum, com o rio a
correr por períodos de tempo relativamente curtos principalmente durante os meses das
chuvas. Um local adicional a jusante foi visitado durante o trabalho de campo mas a equipa de
pesquisa concluiu ser inadequado para monitoria integrada visto ser charco e por isso sem
corrente.
1.5. Objectivos
Os objectivos primários deste estudo são os seguintes:
1. Determinar o estado ecológico presente (PES) do ecossistema aquático baseado nos
resultados do trabalho de campo através da aplicação da metodologia do EcoStatus de
nível III.
2. Determinar a categoria ecológica integrada (EC) ou o EcoStatus para o Rio Muecula
baseado nos resultados de modelação do EcoStatus de nível III.
3. Avaliar as estimativas de ERCE modeladas (Resultados de DSS) baseados no acima
mencionado EcoStatus Integrado.
4. Prover a classe de gestão ecológica recomendada para o Rio Muecula.
5. Avaliar o impacto do projecto proposto no PES do Rio Muecula.
6. Providenciar medidas de gestão e de mitigação para protecção e uso sustentável do
ecossistema aquático
2. ABORDAGEM
2.1. Método de Determinação da Reserva Ecológica
Um conjunto de métodos foi desenvolvido para determinar a reserva ecológica, dependendo
do nível de rigor confiança nos resultados pretendidos. Estes são apresentados no volume II da
publicação sobre Medidas Orientadas para os Recursos (RDM) (DWAF 1999), que consiste
numa série de abordagens sendo o primeiro nível o Método Rápido de Reserva Ecológica
(RERM), o segundo Método Intermédio de Reserva Ecológica (CERM). A Reserva Ecológica (ER)
pode ser definida como sendo a quantidade e a qualidade da água que deve ser reservada
para a saúde do ecossistema e necessidades humanas básicas. Embora a reserva não seja
concebida para proteger o ecossistema em si, ela visa manter a saúde do ecossistema aquático
de tal modo que continue a prover bens e serviços do ecossistema de que a sociedade
necessita.
2.2. Método Rápido de Reserva Ecológica
A determinação da componente quantidade da reserva (também denotado por ERCE ) de
maneira rápida é actualmente baseada dominantemente na avaliação Desktop de ERCE
produzida pelo Sistema de Suporte à Decisão de Hughes (DSS) (Hughes & Munster, 2000). O
Modelo DSS de Hughes fornece uma estimativa de ERCE de baixa confiança para um dado rio,
nas áreas de escoamento das torrentes. Os resultados de ERCE gerados pelo modelo DSS
podem também extrapolados para outros lugares de fluxo de águas pluviais ecologicamente
homogéneos. O modelo DSS é baseado nas relações existentes entre as características
hidrológicas do lugar de escoamento de águas pluviais em consideração; os ERCE s
desenvolvidos para os vários rios da África do Sul e os estados ecológicos seleccionados. Tais
estados podem ser PES ou REC. Os procedimentos no RERM permitem uma avaliação rápida da
categoria ecológica recomendada para o trecho do rio. O regime do fluxo recomendado pelo
modelo DSS, para esta categoria, é depois confirmado ou adaptado conforme as características
ecológicas específicas. Uma breve descrição do protocolo é apresentada a seguir:
1. Obter o ERCE do trecho do rio em consideração (pode ser baseado no ERCE do ponto
para o qual o modelo DSS foi desenvolvido) a partir do modelo DSS (DWAF 1999) para
prováveis categorias ecológicas (EC).
2. Avaliar a disponibilidade de dados relevantes à área de estudo com o objectivo de colher
toda a informação biofísica disponível antes da visita de campo, de modo a facilitar a
determinação o estado presente e referencial para as várias componentes biofísicas
investigadas.
3. Avaliar a adequação dos pontos escolhidos para ERCE em relação à diversidade de
habitats para a avaliação ecológica, bem como para a precisão das avaliações hidráulica e
da corrente.
4. Efectuar uma visita de campo ao rio em questão e realizar as seguintes pesquisas:
a.
Determinar a EC para o rio da seguinte maneira: (i) avaliação geomorfológica e da
integridade do habitat; (ii) Levantamento biofísico (peixe, invertebrados e
vegetação fluvial); (iii) avaliação da importância ecológica e sensibilidade (EIS) e
(iv) determinação da EC integrada.
b.
Efectuar as medições da corrente no local e das secções transversais e aplicar o
sistema hidráulico aos dados, para determinar as relações entre a corrente e a
profundidade.
c.
Correr o modelo DSS para a EC recomendada (como determinada acima) e
comparar os fluxos recomendados pelo modelo para uma dada EC para as
correntes medidas no rio durante a visita de campo. Isto permitirá aferir se as
estimativas DSS são aceitáveis ou deviam ser ajustadas.
d.
Motivar, usando os requisitos biofísicos e do habitat das várias componentes
bióticas, para o ajustamento das correntes conforme o modelo DSS de Hughes,
caso se considere necessário.
2.3. Método de EcoClassificação
A abordagem seguida para determinar a categoria ecológica (EC) de um rio diz-se
EcoClassificação1. O processo de EcoClassificação constitui parte integrante de qualquer
método ERCE . As condições das correntes e/ou qualidade de água não podem ser
recomendadas sem a informação sobre a previsão do estado resultante, ou da Categoria
Ecológica. O processo da EcoClassificação usado neste estudo é baseado na determinação do
EcoStatus do Nível III e comporta essencialmente os seguintes passos:
1. Determinação das condições referenciais para cada componente biofísica do
ecossistema aquático.
2. Determinação do PES para cada componente e também para o EcoStatus2.
3. Determinação da tendência (ie, aproximando-se ou se afastando da condição
referencial) para cada componente, bem como para o EcoStatus.
4. Determinação das causas do PES e se estas estão ou não relacionadas com a corrente.
5. Determinação do EIS das espécies biológicas e do habitat.
1
O termo usado para o processo de classificação ecológica que se refere à determinação e
categorização do Estado Ecológico Presente (PES; saúde ou integridade) dos vários atributos biofísicos
dos rios com relação à condição referencial natural ou próxima. O objectivo do processo da
ecoclassificação é de obter a essência sobre as possíveis razões do desvio do PES dos atributos biofísicos
relativamente à condição considerada referencial. Isto fornece a informação necessária para deduzir os
futuros propósitos desejáveis e exequíveis do rio.
2
O EcoStatus refere-se à integração das mudanças físicas por espécies biológicas denotado por
características biológicas. EcoStatus pode ser definido como: a totalidade de aspectos e características
do rio e sua bacia, capazes de suportar uma flora e fauna adequadas, bem como a capacidade de prover
uma diversidade de bens e serviços.
6. Sugestão do REC realista e exequível para cada componente e para o EcoStatus, tendo
em consideração o PES e o EIS.
2.4. Método de EcoStatus
Essencialmente, EcoStatus constitui um estado ecologicamente integrado comportando
propulsionadores (hidrológico, geomorfológico, físico-químico) e resultados (peixe, macroinvertebrados aquáticos e vegetação fluvial). O método EcoStatus é baseado no princípio de
que as manifestações biológicas resultam da alteração dos accionadores o que por sua vez tem
efeitos ecológicos. Índices são determinados para cada uma das componentes accionador e
reacção, usando uma abordagem de modelação baseada em regras. A abordagem de
modelação é baseada na avaliação do grau de mudança da escala natural de nível 0 (sem
mudança) até 5 (mudança relativa máxima) para as várias métricas. Cada métrica é igualmente
ponderada em termos da sua importância para determinar a EC em condições naturais para
cada secção do rio. Os modelos de índice que se seguem foram desenvolvidos seguindo a
Abordagem de Critério Múltiplo de Tomada de Decisão (MCDA):
1. Índice de Avaliação do Accionador Hidrológico (HAI);
2. Índice de Avaliação do Accionador Geomorfológico (GAI);
3. Índice de Avaliação do Accionador Físico-Químico (PAI);
4. Índice de Avaliação do Accionador Piscícola (FRAI);
5. Índice de Avaliação da Reacção dos Macro Invertebrados (MIRAI);
6. Índice de Avaliação da Reacção da Vegetação Ribeirinha (VEGRAI).
Cada um destes modelos resulta numa categoria ecológica (EC) expressa em termos de A a F,
sendo que A representa o estado mais próximo do natural, ao passo que F representa uma
condição criticamente modificada (Figura 1). As métricas são depois integradas de modo a
resultar uma EC para cada componente.
EC
% EC
Descrição
A
90-100
Intacta, natural
B
80-89
Maioritariamente natural, com poucas modificações. Uma ligeira
alteração nos habitats naturais e na vida animal e vegetal da zona
podem ocorrer mas as funções do ecossistema mantêm-se
inalteradas.
C
60-79
Moderadamente modificada. Perda e alteração do habitat natural e
da vida animal e vegetal do local ocorreram, mas as funções básicas
do ecossistema continuam predominantemente inalteradas.
D
40-59
Fortemente alterada. Uma perda enorme do habitat natural, da vida
animal e vegetal, e das funções básicas do ecossistema aconteceu.
E
20-39
Seriamente modificada. A perda do habitat natural, da vida das
espécies e das funções básicas do ecossistema é demasiado grande.
F
0-19
Criticamente/extremamente modificada. As alterações atingiram um
nível crítico e todo o sistema se encontra completamente
modificado, com uma perda quase total do habitat natural e da vida
das espécies vivas. Na pior das situações, as funções básicas do
ecossistema foram destruídas e as mudanças são irreversíveis.
Figura 1: Categorias Ecológicas da Classe A (natural/inalterada) até F (severamente
impactado/criticamente modificado
Devido a constrangimentos de tempo e dinheiro, vários níveis de Determinação ERCE podem
ser levados a cabo. O processo de EcoClassificação e especificamente o detalhe e o esforço
exigido para avaliar as métricas varia de acordo com os diferentes níveis. O processo para
determinar o EcoStatus também difere em função dos diferentes níveis de informação. Há
cinco níveis de EcoStatus e estes estão ligados aos diferentes níveis de Determinação da
Reserva Ecológica a saber:
1.
Método Desktop de Reserva/Nível de EcoStatus Desktop
2.
Método Rápido de Reserva Ecológica 1/EcoStatus de Nível 1
3.
Método Rápido de Reserva Ecológica 2/EcoStatus de Nível 2
4.
Método Rápido de Reserva Ecológica 3/EcoStatus de Nível 3
5.
Método de Reserva Intermédios e Extensivos/EcoStatus de Nível 4
Estes cinco níveis de determinação de EcoStatus estão associados a um aumento no nível de
detalhe exigido para os executar. A medida que os níveis EcoStatus se tornam menos
complexos, ferramentas menos complexas são usadas, tais como o Índice de Integridade do
Habitat (IHI), em vez dos índices accionadores (GAI, PAI e HAI). A avaliação do EcoStatus do
Nível 3 (Figura 2) foi usada no presente estudo. A avaliação do EcoStatus do Nível 3 inclui os
índices de resposta dos invertebrados (MIRAI), Peixe (FRAI), vegetação (VEGRAI)) e a
determinação dos índices de integridade do habitat (IHI) e da geomorfologia (GAI) como
índices condutores.
3. Metodologia
3.1. Selecção do local
A selecção do local adequado é orientada pela conveniência do canal do rio para uma
modelação hidráulica e avaliação da corrente precisa, bem como a presença de habitats que
são críticos para o funcionamento do ecossistema tais como riffles (para mais detalhes ver
tabela 5). Os locais são também seleccionados por serem representativos para uma dada
secção do rio de modo a permitirem a generalização dos resultados para outros pontos
relevantes na área de acumulação das águas, se necessário. Para os propósitos deste Projecto,
a selecção do local foi baseada numa visita de campo bem como os actuais e prováveis futuros
cenários para a Barragem de Nacala.
3.2. Classificação do Recurso
3.2.1. Levantamento de Campo
A equipa de especialistas conduziu um levantamento de campo no local ERCE de 22 a 26 de
Fevereiro de 2010 através da aplicação do Protocolo de Campo sumarizado na tabela 1.
Tabela 1: Sumário das abordagens usadas para avaliar as diferentes componentes do rio em
cada local ERCE
Componente
Métodos e Técnicas
Caracterização do local
As planilhas de campo de caracterização local
do programa da saúde do rio foram
preparadas para cada local que inclui uma
vista à montante e à jusante (fotografia) de
cada local bem como a fotografia da secção
transversal e de qualquer aspecto especial
observado (anexo 1).
Qualidade de água
As medições da qualidade de água feitas no
local incluindo a concentração do oxigénio
dissolvido, PH, temperatura, percentagem de
saturação de oxigénio, condutividade e sais
totais dissolvidos, são medidos e registados
na planilha de caracterização de cada local.
Hidráulica
O
especialista
de
hidráulica
faz
levantamentos do perfil da secção transversal
do canal do rio, em sítios seleccionados. Os
dados hidráulicos para efeitos de calibração,
são colhidos e o volume da corrente do rio
determinado com auxílio do dispositivo de
medição de corrente. Para cada local
avaliado, os dados observados são depois
usados para converter as correntes DSS de
Hughes recomendadas para as profundidades
e velocidades das correntes para o local. Isto
facilita a interpretação ecológica das
correntes
recomendadas
por
vários
especialistas aquáticos, os quais, avaliam os
impactos das correntes recomendadas na
disponibilidade do habitat e nas necessidades
do canal e da vida animal e vegetal em
termos de corrente aquática. Isto permite a
tomada de decisão para aquilatar se a
categoria ecológica recomendada pode ser
alcançada aceitando os DSS de Hughes, se as
correntes deveriam ser ajustadas (Anexo 2)
Peixe
O especialista de piscicultura colhe amostras
de peixe em todos os habitats aquáticos
convenientes (classes de corrente e
profundidade), nas proximidades do lugar
usando um choque eléctrico e/ou uma rede.
Espécies
de
peixe
apanhadas
são
identificadas e a sua saúde avaliada. Os dados
da diversidade e abundância de peixes são
registados na planilha de caracterização de
cada local. Quaisquer modificações do
habitat induzidas pelo homem com impacto
na fauna piscícola são também registadas.
Esta avaliação de campo é seguida pela
execução do FRAI de modo a avaliar o PES
(EC) da componente do peixe dos rios
avaliados (Anexo 3).
Invertebrados Aquáticos
Um especialista de invertebrados aquáticos
implementa o protocolo de SASS5 (South
African Scoring System Version 5 ou Sistema
Sul-Africano de Pontuação Versão 5) para
colher as taxas de macro-invertebrados em
cada local. O protocolo inclui a identificação
das taxas encontradas ao nível da família, o
registo das abundâncias relativas de cada
taxon e a avaliação de cada padrão de habitat
(disponibilidade e qualidade dos organismos
vivos). Os resultados de SASS5 são expressos
tanto como índice de pontuação (pontuação
SASS) e a pontuação média por taxon (ASPT).
A avaliação SASS é conjugada com a avaliação
do habitat do canal (IHAS: Mcmillan 1998). O
índice da avaliação de resposta dos macroinvertebrados é subsequentemente usado
para analisar os dados de campo. O MIRAI
fornece uma EC para cada local a qual na
determinação do PES (Anexo 4).
Vegetação Ribeirinha
Os dados foram introduzidos nas planilhas
padrão de dados que são fornecidas
juntamente com o manual para o modelo
VEGRAI (Kleynhans et al, 2007b). Os dados
foram colhidos aproximadamente a 250
metros à jusante do topo da Barragem de
Nacala. As espécies de plantas que não
puderam ser identificadas no local foram
fotografadas e identificadas na África do Sul.
Não foi colhido nenhum material vegetativo
uma vez que não se tinha permissão para
exportar qualquer material para fora de
Moçambique ou para sua entrada na África
do Sul (Anexo 5).
Geomorfologia
A geomorfologia foi conduzida usando a
avaliação
Desktop
bem
como
um
levantamento de campo. Durante o trabalho
de campo, os dados foram introduzidos na
planilha padrão fornecida juntamente com o
manual para o Modelo GAI. As planilhas são
organizadas no mesmo formato que as
planilhas GAI em Excel que são usadas para
calcular os valores de PES (Anexo 6).
Integridade do Habitat
A avaliação da integridade do habitat (HI)
(Kleynhans, 1996) usada para permitir uma
avaliação geral da integridade dos habitats do
canal e da zona ribeirinha é conduzida com a
ajuda do modelo baseado em Microsoft Excel
(Secção 0). O Modelo de Integridade do
Habitat (HI) (Kleynhans, 1996), avalia a
integridade do habitat para as componentes
do canal e da zona ribeirinha em cada local e
é baseado na avaliação qualitativa (alocação
da pontuação) para os vários critérios do
impacto nas zonas do canal e ribeirinha.
Categoria de importância e sensibilidade
ecológica
O Modelo EIS baseado em Microsoft Excel
desenvolvido por Kleynhans é usado para
avaliar a importância e a sensibilidade
ecológica em cada lugar. O EIS é
subsequentemente usado para determinação
da EC recomendada para cada local (Secção
0).
Status Ecológico Presente
Cada especialista determina a condição
referencial para a sua componente. Com base
nessas condições referenciais o PES é
deduzido usando o modelo EcoStatus FRAI
para os peixes, o modelo EcoStatus VEGRAI
para vegetação ribeirinha, modelo EcoStatus
MIRAI para os macro-invertebrados e o
modelo EcoStatus GAI para geomorfologia
(Anexo 7).
Determinação da Categoria Ecológica e
EcoStatus
A EC encontrada para cada disciplina é
determinada através da integração dos
resultados das avaliações de campo do rio e
das componentes reactivas num EcoStatus
integrado. Este processo inclui a avaliação da
integridade do habitat no canal e na zona
ribeirinha bem como a avaliação do EIS.
3.2.2.
3.2.2.1.
Condições Referenciais
Colecção de peixes
De modo a levar a cabo a avaliação do estado ecológico actual da comunidade de peixes desta
área, uma revisão do estado referencial destas comunidades é exigido pela metodologia FRAI.
Não existe nenhuma base de dados de informação histórica para este sistema ou área. O
estado referencial da comunidade de peixes no Rio Muecula foi determinado através da
opinião e juízo profissionais, e com uso de dados distribuídos baseados nos registos dos rios
costeiros da África Austral (Skelton, 1993). Esta metodologia, foi usada nesta avaliação para
permitir uma visão geral da distribuição história e possível frequência de ocorrência dos peixes
dentro da área de estudo em comparação com eco regiões similares. As espécies
seleccionadas (Tabela 2) são geral e moderadamente tolerantes às alterações da corrente,
preferindo no entanto habitats de águas tranquilas e fundamentalmente precisam de
movimentação entre secções de rio para fins migratórios. A enguia (Anguilla mossambica) é a
única espécie de peixe seleccionada com necessidades migratórias ao nível da bacia
hidrográfica. As enguias são contudo, conhecidas por transpor obstáculos quer naturais quer
artificiais tais como barragens (Skelton, 1993).
O Rio Muecula é um rio efémero e por isso alguns critérios foram usados na selecção das
espécies de peixe previstas, com possibilidade de ocorrência histórica na área, por exemplo:
•
Espécies de peixe tolerantes a condições sem corrente durante um certo período do
ano;
•
Espécies com preferência para águas mortas (represadas), pântanos, possas de água,
planícies, lagoas, cavidades no solo (Skelton, 1993), que servem de refúgio durante
períodos secos e,
•
Espécies de peixe de água doce com uma distribuição histórica em eco regiões
similares e com uma distribuição ao longo dos rios da costa oriental e estuários de
África (incluindo planícies litorais de Moçambique) (Skelton, 1993)
Espécies dependentes do habitat dos rios, com correntes permanentes, não foram
consideradas para este estudo. Algumas destas espécies seleccionadas porém, dependentes
das correntes em certos estágios da vida em termos de desovação e migração (enguia, peixe
gato, e pequenos peixes-ganchos).
A tabela 2 mostra as prováveis espécies a encontrar em condições ideais, com abreviação. Oito
espécies foram seleccionadas.
Tabela 2: Espécies prováveis em condições ideais
Espécies esperadas: referência
Nomes científicos
OMOS
OREOCHROMIS MOSSAMBICUS (PETERS, 1852)
TREN
TIAPIA RENDALLI (BOULENGER, 1896)
PPHI
PSEUDOCRENILABRUS PHILANDER (WEBER, 1897)
CGAR
CLARIAS GARIEPINUS (BURCHELL, 1822)
AMOS
ANGUILLA MOSSAMBICA (PETERS, 1852)
BVIV
BARBUS VIVIPARUS (WEBER, 1897)
BRAD
BARBUS RADIATUS (PETERS, 1853)
BTRI
BARBUS TRIMACULATUS (PETERS, 1852)
3.2.2.2.
Reunião dos invertebrados aquáticos
De forma a determinar as condições ideais dos invertebrados aquáticos para o sistema do rio,
informação de lugares similares de diferentes rios, bem como a informação histórica
disponível, além da experiência do especialista sobre as taxa esperadas em sistemas fluviais
semelhantes, foram usadas para deduzir uma lista referencial das taxas esperadas em
condições ideais. A informação desses locais referenciais foi usada para compilar uma lista
referencial das taxas para o Rio Muecula, para ser usada na avaliação do MIRAI.
3.2.2.3.
Vegetação Aquática
O manual de Kleynhans et al fornece directrizes claras sobre como reconstituir a condição ideal
e foi usado para determinar a condição referencial da vegetação aquática para o MEU 1.O
nível das alterações da vegetação aquática em cada zona é avaliado como resultado do
impacto da remoção da vegetação, mudança na qualidade e quantidade da água e ainda da
invasão exótica. Os impactos são avaliados para os diferentes aspectos da vegetação tais
como: cobertura, abundância, estrutura da população, recrutamento e composição das
espécies.
3.2.3.
Determinação do PES, da Categoria Ecológica e do EcoStatus
Integrado
Os resultados obtidos para cada componente biofísica (componentes de accionadores e
resposta) durante as avaliações de campo para as várias componentes de habitat e biótica, são
sujeitos a um exercício de modelação (FRAI, MIRAI, VEGRAI, GAI E IHI), de modo a determinar
o PES e por conseguinte, a EC de cada componente. Esta avaliação toma lugar num ambiente
laboratorial, com os inputs de todos os especialistas envolvidos. A fim de determinar o
EcoStatus integrado para cada local, o modelo EcoStatus baseado no MicroSoft Excel é
implementado. Este processo implica correr o índice de Integridade do Habitat do canal e da
zona ribeirinha, baseado no Microsoft Excel (Kleynhans, 1996) bem como o Modelo EIS
desenvolvido por Kleynhans.
3.2.3.1.
Integridade do Habitat
O Índice do Modelo de Integridade do Habitat (IHI) (Kleynhans, 1996), é usado para avaliar a
integridade do habitat das componentes ripária e do canal em cada local. Este modelo de
avaliação consiste na avaliação qualitativa (alocação das pontuações) para os vários critérios
de impacto no canal e nas zonas riparias.
3.2.3.2.
Importância e Sensibilidade Ecológica e EcoStatus
A importância ecológica de um rio é vista como sendo a expressão da sua capacidade para
manter a diversidade e o funcionamento ecológico a nível local e o mais abrangente possível. A
sensibilidade ecológica refere-se a capacidade do rio de se recompor depois das perturbações.
Finalmente, as avaliações do PES das diferentes componentes são integradas com base na
abordagem da Ecoclassificação (secção 2) e, usando o modelo EcoStatus baseado em Excel
desenvolvido por Kleynhans. Isto resulta numa EC combinada para a secção do rio em estudo
para aplicação no modelo hidrológico (Secção 0).
3.3.
Quantificação
moderadas
e
confirmação
das
correntes
ERCE
As correntes recomendadas pelo modelo DSS de Hughes (baseadas nas acima mencionadas
ECs), são convertidas para parâmetros hidráulicos (profundidade e velocidade) para cada local
ERCE de modo a facilitar a interpretação ecológica das correntes recomendadas.
A seguir à conversão das correntes modeladas para parâmetros hidráulicos (que pode ser
projectada no perfil de secção transversal de cada local ERCE ), os especialistas avaliam o
impacto dessas correntes nos organismos de modo a determinar se as ECs alocadas podiam
ser alcançadas mesmo aceitando os resultados do modelo DSS. Isto permite que os
ajustamentos dos valores sejam feitos de acordo com os requisitos ecológicos específicos de
cada lugar se necessário. Mantendo a metodologia de determinação RERM, a avaliação em
cada lugar ERCE focaliza apenas na manutenção da componente corrente para a EC alocada
que podem ser altas ou baixas correntes (freshets) e não inclui inundações. As inundações são
apenas avaliadas durante as determinações IERM e CERM.
4. Descrição da Área de Estudo
4.1
Localização do ponto ERCE
Um ponto ERCE à montante da Barragem de Nacala havia sido proposto mas durante o
trabalho de campo verificou-se que este ponto não tinha corrente e portanto não foi usado.
Um ponto ERCE (MUE1) à jusante da Barragem de Nacala foi seleccionado durante o estudo
de campo e todas as diferentes componentes do rio listadas na tabela 1 foram avaliadas. Um
ponto adicional MUE2 situado muito distante do MUE1 ainda à jusante da Barragem foi
inspeccionado mas concluiu-se não ser adequado para monitoria integrada visto que não tinha
corrente. No entanto, foram colhidas amostras de peixe neste local dado que havia espaços
com água represada profunda e planícies. A tabela 3 indica os códigos e as coordenadas dos
pontos seleccionados e a figura 3 mostra o mapa da área de estudo.
Tabela 3: Latitude, Longitude e código dos pontos de monitoria
Rio (Descrição)
Código do ponto
Ponto proposto a montante
Ponto ERCE no Rio Muecula, a jusante
MUE1
Ponto adicional de amostragem de peixe MUE2
no Rio Muecula
Latitude
Longitude
14o42’28.58”S
40o30’53.57”E
14o43’28.3”S
40o31’53.57”E
14o45’31.21”S
40o34’32.52”E
Inserir Figura
Figura 3 : Mapa da área do estudo mostrando a localização do ponto ERCE
4.2.
Descrição do Ponto
O ponto MUE1 (Figura 4 e Figura 5) localiza-se aproximadamente a 200 metros a jusante da
Barragem de Nacala. O canal nesta secção é dominantemente constituído por rochas com
alguns bancos de areia entre poças de água. Na secção mais baixa do ponto, o rio exibe um
leito constituído por areia grossa e cascalhos entremeados por caniço. De algum modo esta
composição rochosa e de cascalhos é destacada devido a remoção de material fino (areia e
lama) da parte a jusante da Barragem. A zona ripária no local é constituída por espécies de
árvores ripárias altas que até certo ponto eliminam caniço e baixa vegetação riparia. Há caniço
no canal, carriço e vegetação marginal em espaços abertos. Pode-se afirmar que a estabilidade
rochosa nesta parte do rio permitiu o estabelecimento de espécies de árvores existentes no
local. Descrição detalhada do ponto MUE1, inclui: i) informação geral do lugar, ii) condição da
zona ribeirinha e do uso da terra, iii) condição do canal, iv) morfologia do canal, v) informação
do ponto visitado, vi) dimensão do leito vii) composição do substrato, viii) biótopos
invertebrados e x)classes de profundidade para velocidade dos peixes é indicada no Anexo 1.
Inserir figura
Figura 4 : Vista a montante do ponto MUE1
Inserir figura
Figura 5 : Vista a jusante do ponto MUE1
5. Resultados e Discussão
5.1.
Selecção do ponto
O Rio Muecula a montante e a jusante da Barragem de Nacala constitui um rio costeiro, com
meandros no meio de um material aluvial e solos leves para zonas ripárias. Como resultado, o
rio é constituído por secções de canal alternadas com poças, estreitas e com caniço. Há poucas
rochas ou substrato geomorfologicamente duro senão apenas imediatamente a jusante da
Barragem de Nacala. Este estado de coisas provavelmente explica a localização da estrutura da
barragem numa zona dura. Portanto, a secção do rio imediatamente abaixo do paredão,
compreende um habitat único de rochas, bancos de areia e cascalhos, que não foram vistos
em nenhum outro local durante a visita. Este ponto (Figura 6 e 7), também exibia maior
potencial de habitat para fornecer uma ideia completa dos organismos existentes no rio. É de
notar que, o acesso ao rio foi bastante limitado embora a equipa tivesse tempo para explorar e
localizar pontos alternativos. Devido a natureza única e crítica do habitat abaixo da barragem
(Figura 7), este foi identificado como sendo o local mais adequado para o ponto ERCE . Foi
igualmente localizado abaixo da barragem para permitir monitorar impactos específicos da
barragem sobre o rio.
Inserir Figura
Figura 6 :Localização do ponto MUE1 no Rio Muecula
Inserir Figura
Figura 7 :Vista da amostra crítica do habitat (destacado) no ponto MUE1 no Rio Muecula
5.2.
Avaliação da disponibilidade de informação
Os especialistas foram solicitados a fornecer estimativa sobre disponibilidade de informação
para cada uma das componentes especializadas (Tabela 4). A disponibilidade de informação foi
categorizada de 0 a 4. A pontuação de 0 a 2 indica que o nível de informação é adequado para
um RERM, ao passo que a pontuação de 3 indica que é adequada para um IERM e a pontuação
de 4 que indica que é adequada para um CERM. Os níveis de confiança indicam a confiança
que os especialistas têm em relação a informação disponível. A confiança de categoria 4 é alta,
enquanto a pontuação de 0 indica a falta de confiança.
Tabela 4 : Avaliação da disponibilidade de informação para MUE1
Disponibilidade de
informação
Componente
ERCE
Nível de
Confiança
Hidrologia
2
Hidráulica
2
Geomorfologia
3
Peixe
1
Comentários
0
1
2
3
2
Disponibilidade de dados pluviométricos limitada,
junção de informação dispersa sobre pluviosidade para
gerar um ficheiro pluviométrico da bacia que foi
depois usado na modelação da pluviosidade. Não foi
possível ter outros dados sobre a corrente do rio para
permitir a calibração dos resultados
3
2
1
4
Uma boa secção transversal com um caudal regular
numa secção recta perto do ponto. A água porém,
corria muito lentamente, o que podia conduzir a
imprecisão nos registos da velocidade.
O Distrito de Nacala não dispõe de cartas topográficas
numa escala adequada.
Não existe nenhuma base de dados histórica para este
sistema. Por isso, foi usada uma opinião e julgamento
profissionais para determinar a ocorrência histórica de
espécies de peixes através da comparação com a
distribuição das espécies em Eco-Regiões similares, e
espécies de peixe listadas em Skelton (1993) que
ocorrem nos sistemas da Costa Oriental de África.
As
espécies
seleccionadas
são
em
geral
moderadamente tolerantes à modificações de
correntes com preferência para habitats de águas
tranquilas (poças, etc que podiam servir de refúgio
durante períodos sem caudal).
Invertebrados
aquáticos
2
1
Dados históricos limitados para este sistema ou de
outras fontes (base de dados sobre rios, estudos
anteriores, outros especialistas).
Por isso, foram usados opinião e
profissionais para determinação de
histórica das taxa de invertebrados
comparação da distribuição das taxa em
similares.
Vegetação
ribeirinha
4
3
Integridade do
habitat
2
1
5.3.
Pertinência do Ponto
julgamento
ocorrência
através da
Eco-Regiões
Conhecimento botânico especializado das espécies
típicas que ocorrem nesta região. Acesso a secção da
vegetação
da
avaliação
terrestre
ecológica
especializada, conduzida para a avaliação do impacto
ambiental para o Projecto da Barragem de Nacala
(Avaliação Ecológica Terrestre – Nacala Dam
Mozambique por Aves Consulting).
Dados históricos limitados para este sistema.
A informação usada para conduzir a avaliação da pertinência deste ponto, foi colhida como
parte da Avaliação do Local para o Programa da Saúde do Rio conduzida para o ponto ERCE
(ver anexo 1 para uma avaliação completa do ponto). Cada especialista graduou a sua
confiança da pertinência do ponto ERCE , para fornecer indicadores para a supra-mencionada
verificação dos resultados DSS de 0 (sem confiança) até 5 (alta confiança).
Tabela 5: Pertinência do ponto MUE1 para fornecer pistas durante a visita de campo
Componente
ERCE
Nível de
Confiança
Vantagens
Desvantagens
Hidrologia
2
Estudo detalhado realizado
Falta de dados da corrente para calibrar o
caudal simulado. Baixa qualidade de dados
pluviométricos
Hidráulica
2
Secção do rio recta.
Baixa velocidade da corrente
Corrente
turbulência
Geomorfologia
4
constante
sem
Visibilidade
para
os
dois
extremos da secção a partir do
ponto
localizado
aproximadamente a meio da
secção; existência, na secção
transversal que passa pelo
Rochas e poças rasas. Corrente não
facilmente perceptível devido a sua baixa
velocidade.
ponto, de poças, barras e bancos
capazes de acomodar diferentes
espécies de macro-invertebrados
e plantas.
3
Todas
as
classes
de
profundidades de correntes
existentes, excepto as velozes.
Substrato amplo (rochas) para
cobertura.
Habitat amplo (bancos-cursopoças) para as espécies semireofílicas e limno-reofílicas.
Poças profundas existentes para
cobertura e refúgio.
Requisitos de habitat (categorias
de profundidades das correntes
e cobertura) de todas as espécies
esperadas, bem representados
no local.
Água profunda corrente não existente
durante o trabalho de campo.
Margens cortadas e enchimento de raízes
não existentes.
Sistema efémero – caudal não mantido ao
longo do ano.
1
Moderada, classes de poças
correntes disponíveis
5
Fácil acesso ao ponto a partir da
estrada atravessando a barragem
de
Nacala.
Existência
de
diversidade
de
vegetação
ribeirinha em zonas distintas.
Classes de correntes rápidas não
disponíveis durante a visita de campo.
Adicionalmente, a corrente na secção do
rio abaixo da barragem é regulada pela
própria barragem, acontecendo assim que
a água na barragem atinja um determinado
nível e qualquer derrame activa os
descarregadores, libertando deste modo a
água para as secções mais baixas do rio.
Este nível crítico foi atingido uma quinzena
antes da realização do estudo
A proximidade do ponto das aldeias locais
aumenta a probabilidade de interferência
humana – apanha de lenha/pastagem.
Perda de água da Barragem de Nacala não
quantificada.
Peixe
Invertebrados
aquáticos
Vegetação
ribeirinha
A secção que se segue fornece detalhes sobre a disponibilidade do habitat dos peixes e
biótopos invertebrados, bem como a adequação do ponto MUE1 (Figura 8). Esta informação
foi usada para aquilatar a pertinência do ponto. Para descrições mais detalhadas do ponto, ver
o Anexo 1: Caracterização do Ponto.
Figura 8: Vista da secção transversal do ponto MUE1
Tabela 6: Disponibilidade e diversidade3 dos biótopos existentes no local MUE1
Biótopo SASS
Pedras
corrente
na
Pedras fora da
corrente
Classificaçã
o
3
Biótopo
Biótopo
Classificaçã
o
0
Queda
0
Cascata
0
Água
retida
Leito
rochos
o
Erva
Carriço
3
Água
branda
Caniço
2
Rápido
sobre
Calhau
Leito
rochoso
Poça
2
Arbustos
1
3
3
2
Erva
Carriço
2
3
Caniço
2
Arbustos
1
1
3
2
Rápido
BIÓTOPO ESPECÍFICO
Classificaçã
Biótopo
Classificaçã
o
o
3
Corrent
3
e
3
3
3
Vegetação
marginal
na
corrente
Vegetação
marginal fora
da corrente
Vegetação
aquática
3
2
Carriço
0
musgo
0
Areia Grossa
3
1
2
2
No canal
3
Silte/lama/argil
a
1
Água
branda
Água
branda
Água
branda
2
Areia
Água
retida
Água
retida
Água
retida
Algas
filamentosa
s
No canal
1
No canal
1
1
1
Tabela 7 : Abundância4 de cada classe de habitats de peixes de profundidade5 e tipo de
cobertura para MUE1
Profunda lenta
4
Rasa lenta
4
Profunda rápida
0
Rasa rápida
4
Vegetação
suspensa
3
Vegetação suspensa
3
Vegetação suspensa
0
Vegetação suspensa
2
Margens
cortadas
0
Enchimento
raízes
0
Enchimento de raízes
0
Enchimento de raízes
0
Substrato
4
Substrato
4
Substrato
0
Substrato
4
Macrófitos
aquáticos
3
Macrófitos
aquáticos
3
Macrófitos aquáticos
0
Macóofitos aquáticos
1
Coluna de água
4
Coluna de água
2
Coluna de água
0
Coluna de água
3
de
3
Classificação do habitat dos invertebrados: 0 – ausente, 1 – raro, 2 – disperso, 3 – comum, 4 –
abundante, 5 - inteiro
4
Classificação do habitat dos peixes : 0 – ausente, 1 – raro, 2 – disperso, 3 – comum, 4 – abundante, 5 –
muito abundante
5
Classe de peixes de correntes de profundidade: lenta (<0.3 m/s); profunda (>0.3 m); rápido (>0.3 m/s);
raso (<0.3 m).
5.4.
Condições Referenciais
As condições referenciais reflectem as melhores condições que podem ser esperadas em rios e
cursos de água numa determinada unidade de recurso.
5.4.1.
Peixe de condições referenciais
Espécies seleccionadas são em geral moderadamente tolerantes à tolerantes as modificações
de corrente com preferência para habitats de águas tranquilas (poças, etc que podem servir de
refúgio durante períodos sem corrente). As espécies seleccionadas requerem corrente
fundamentalmente durante algumas fases da vida, para movimentos migratórios entre
secções e para desova (Tabela 8).
Tabela 8: Espécies de peixe esperadas classificadas de acordo com preferências para
profundidade6 da e necessidades da corrente
Rheophillics – Prefere água correndo rapidamente
Grande
Nenhuma
Requisitos de corrente
Pequeno (<20 cm)
-
Requisitos de corrente
Nenhuma
-
Semi-Rheophillics-preferem ambientes de correntes moderadas
Grande
Requisitos de corrente
Pequeno (<20 cm)
Requisitos de corrente
Cgar
SD, SS. Espécies grandes que
necessitam de áreas inundadas
maiores para migração e desova –
Out–Nov; Jan–Fev. Necessidade de
inundação de vegetação marginal
Bviv
SS. Necessita de chuva para
desova - Oct-Nov; Jan-Fev.
Manter charcos e poças de
água
para
refúgio,
e
vegetação
marginal
e
aquática para desova.
Amos
FS, FD, SD. Precisa de inundação até
ao nível da bacia para migração –
Oct-Nov; Jan-Fev. Pode ultrapassar
barreiras artificiais.
Brad
SS, SD. Precisa de chuva para
desova – Oct-Nov; Jan-Fev.
Manter os charcos e poças
para
refúgio,
vegetação
marginal e aquática para
desova.
Btri
SS, SD. Migram para a
montante em avalanches
depois das chuvas para
efeitos de desova – Oct-Nov;
Jan-Fev,
necessidade
de
manutenção de vegetação
marginal e aquática para
habitat de desova
Limnophillics - Preferem poças
6
FD = Profunda rápida >0.3 m/s e >0.3 m; FS = Raso rápido >0.3 m/s e <0.3 m; SD = Profunda lenta <0.3
m/s e >0.3 m; SS = Rasa lenta <0.3 m/s e <0.3 m.
Grande
Requisitos de corrente
Pequena (<20cm)
Requisitos de corrente
Omos
SS, SD. Precisa de chuva para desova
– Oct-Nov; Jan-Fev. Manter charcos
e poças para refúgio.
Pphi
SS. Necessidades de chuva
para desova – Oct-Nov; JanFev. Necessita de cobertura
(por exemplo rochas) para
habitats.
Tren
SS, SD. Precisa de chuva para desova
– Oct-Nov; Jan-Fev. Manter charcos
e poças para refúgio e vegetação
marginal e aquática para habitat.
5.4.1.1. Alteração do Estado referencial dos peixes indígenas na área de
estudo
Um resumo das mudanças no estado referencial dos peixes indígenas na área de estudo é
apresentado na Tabela 9.
Tabela 9 : Frequência de Ocorrência de Peixe - Referência vs Observada
Abreviaturas:
referenciais
introduzidas
incluídas)
espécies
(espécies
não
Nomes
científicos:
espécies
referenciais (espécies introduzidas
não incluídas)
OMOS
OREOCHROMIS
(PETERS, 1852)
TREN
TILAPIA
1896)
PPHI
PSEUDOCRENILABRUS
(WEBER, 1897)
Frequência
referencial
ocorrência
de
PES:
Frequência
de
ocorrência observada e
deduzida
MOSSAMBICUS
4
4
(BOULONGER,
3
0
PHILANDER
3
0
CGAR
CLARIAS GARIEPINUS (BURCHELL,
1822)
3
3
AMOS
ANGUILLA MOSSAMBICA (PETERS,
1852)
3
3
BVIV
BARBUS VIVIPARUS (WEBER, 1897)
3
0
BRAD
BARBUS RADIATUS (PETERS, 1853)
3
0
BTRI
BARBUS TRIMACULATUS (PETERS,
1852)
3
0
RENDALLI
Oreochromis mossambicus (Tilápia de Moçambique): Espécies tolerantes são prováveis na
área. Tem preferência de habitat muito ampla, com a excepção das de habitats profundos. A
Frequência de Ocorrência (FROC) Observada é similar a Frequência de Ocorrência (FROC)
Referencial para esta espécie. Foram colhidas amostras em altas densidades.
Tilapia rendalli (Tilápia de peito vermelho): Uma espécie moderadamente tolerante que se
espera que ocorra no Rio Muecula. Não foi obtida nenhuma amostra no local
(dominantemente rochoso), mas espera-se que ocorra em poças de planícies e do rio onde
haja muita vegetação aquática com substrato de fundo leve/arenoso. Preferem águas
tranquilas com vegetação ao longo das margens dos rios, águas represadas e planícies.
Entretanto, ocorre na Barragem de Nacala. Pressão de pesca por locais pode afectar as
quantidades na área.
Pseudocrenilabrus philander ( Mouthbrooder Austral): Uma pequena espécie tolerante com
uma larga distribuição, e preferência de habitat. Não foi colhida nenhuma amostra. A
presença de peixe gato como predador pode afectar a sua quantidade.
Clarias gariepinus (Peixe gato): Uma grande espécie tolerante com uma preferência ampla de
habitat e larga distribuição. Não foi obtida nenhuma amostra.
Anguilla mossambica (Enguia Longfin): Uma espécie grande, moderadamente tolerante, com
um padrão especial de migração (ao nível da bacia hidrográfica). Capaz de transpor estruturas
artificiais tais como barragens (Skelton, 1993). Dá-se bem em barragens e poças profundas. Foi
colhida amostra desta espécie.
Barbus viviparus (Bowstrip barb), Barbus radiatus (Beira barb), Barbus trimaculatus
(Threespot barb): As três são pequenas espécies de farpa. A espécie B. vivíparous é
moderadamente tolerante e as restantes duas são mesmo tolerantes. A espécie B.
trimaculatus migra para a montante para efeitos da desova. As três espécies são associadas
com vegetação aquática, e dão-se bem em poças com vegetação e de planície. Todavia, não foi
colhida nenhuma amostra das três espécies. A presença de peixe gato, sendo predador, pode
afectar as suas quantidades.
5.4.1.2. Alteração das condições referenciais como resultado dos
impactos das espécies exóticas ou não endémicas
Espécies exóticas ou não endémicas não foram encontradas e, portanto, não foi observado
nenhum impacto.
5.4.2.
Condição referencial para invertebrados aquáticos
A condição ideal para um invertebrado foi constituída através da compilação da lista de taxa
que se espera que ocorram baseado no estudo de campo efectuado em Fevereiro de 2010. A
lista de taxon referencial deduzido (condição referencial dos invertebrados), é usada no
âmbito do protocolo MIRAI para permitir a comparação com as taxa registadas durante o
estudo de campo no ponto ERCE , de modo a determinar a EC para cada ponto. A lista de taxon
de referência (incluindo a abundância de referencia) para o Rio Muecula usada na avaliação
MIRAI para comparar a condição ecológica actual (observada) das populações dos
invertebrados aquáticos com a esperada em condições ideais, é apresentada na tabela 10. O
nível de confiança para condição de referencia é 3.
Tabela 10: Condição ideal dos invertebrados para o MUE1, incluindo as Taxa de referência
esperadas e observadas bem como a sua abundância
Taxa
Observada
Esperada (Referencial)
MUE1
ABUN
Oligochaeta
1
A
Potamonautidae
A
A
Hydracarina
A
Baetidae > 2spp
B
Caenidae
A
Heptageniidae
A
A
Leptophelbiidae
A
A
Coenagrioniidae
A
C
Gomphidae
A
Libellulidae
A
Gerridae
A
A
Notonectidae
1
A
Vellidae
A
B
Economidae
1
A
Hydropsychidae > 2spp
A
Hydroptilidae
1
Leptoceriidae
A
Dytiscidae
1
A
Gyrinidae
A
A
Ceratopogonidae
A
Chironomidae
A
A
Simuliidae
A
A
Tabanidae
1
Lymnaeidae
A
Physidae
B
Planorbinae
A
Para o Rio Muecula, a pontuação de referência total de SASS5 foi determinada como sendo de
165 e a de ASPT ideal como sendo 5.5. Na falta de um trabalho anterior sobre estes sistemas e
de rios facilmente acessíveis numa condição ideal, estes valores são baseados nas melhores
estimativas do especialista e as taxa de referência esperadas existentes neste ponto.
5.4.3.
Condição ideal para a vegetação ribeirinha
Cada margem foi avaliada como local independente, devido à variedade na vegetação nessas
margens. O resultado disso foi, portanto, a avaliação desses dois pontos (Margem Este (MUE1
– EB) e Margem Oeste (MUE1 – WB)). As condições referenciais que se seguem foram
determinadas para cada ponto (Tabela 11).
Tabela 11: Estado ideal da vegetação ripária no ponto MUE1 – Margens Este (MUE1 – EB) e
Oeste (MUE1 – WB)
Zonas
Zona
Marginal
Impactos
Remoção
da
vegetação
Vegetação exótica
Quantidade
da
água
Qualidade
da
água
Métricas
resposta
Cobertura
Abundância
Composição da
espécie
Restabelecimento
Estrutura
população
Zona
não
marginal
Remoção
da
vegetação
Vegetação exótica
Quantidade
da
água
Qualidade
da
água
Zona
marginal
Remoção
da
vegetação
Vegetação exótica
Quantidade
da
água
Qualidade
da
de
Cobertura
da
Descrição do Estado
Actual
Espécies Cyperus e
outras
espécies
herbáceas,
sem
árvores de grande
porte. Areia grossa
solta e substrato de
pedras
finas.
Propagação
de
plantas da forma de
agrião
Predominância
de
erva, sem árvores de
grande porte, apenas
Abundância
Composição da alguns arbustos. A
área pode ter sido
espécie
Restabelecimento perturbada quer por
fogos
ou
outros
que
Estrutura
da impactos
removeram
a
população
componente
de
vegetação lenhosa
MUE1 - WB
Cobertura
Margens
que
consistem
em
espécies herbáceas
Abundância
Composição da Cyperus e outras. A
cobertura não é
espécie
abundante
Restabelecimento muito
Descrição do Estado Ideal
Acredita-se que o estado actual
é o ideal. A perda que
actualmente se verifica na
Barragem de Nacala há quase
20
anos,
tem
causado
flutuações no caudal do rio,
que tem actuado como
corrente
ecológica.
Esta
corrente
persistente
tem
resultado numa situação onde
o estado referencial e o estado
presente se consideram nuito
similares.
Parece que a perturbação que
originou a predominância de
erva, teve lugar há bastante
tempo. Este facto permitiu a
recuperação da vegetação
substancialmente,
e
possivelmente se assemelha ao
estado ideal
Acredita-se que o estado actual
é o estado ideal. A fuga de água
existente na barragem há
aproximadamente 20 anos tem
provocado a flutuação no
caudal do rio, o que por sua vez
água
Estrutura
população
Zona
não
marginal
Remoção
da
vegetação
Vegetação exótica
Quantidade
da
água
Qualidade
da
água
Cobertura
Abundância
Composição da
espécie
Restabelecimento
Estrutura
população
5.5.
da
da
visto a superfície ser
muito rochosa e
constituída
por
pedregulhos e areia
grossa. Duas espécies
Ficus
Sycamorus
predominam na área
divisórias entre as
duas zonas.
As margens estão
descobertas
e
caracterizadas
por
grandes e pequenas
rochas entremeadas
por areia grossa.
Pequenas
espécies
herbáceas
e
rastejantes ocorrem,
incluindo
espécies
herbáceas sazonais
isoladas.
tem actuado como corrente
ecológica.
Esta
corrente
ecológica
persistente
tem
resultado numa situação em
que o estado ideal e o estado
presente são similares.
Acredita-se que o estado actual
é o estado ideal. A fuga de água
existente na barragem há
aproximadamente 20 anos tem
provocado a flutuação no
caudal do rio, o que por sua vez
tem actuado como corrente
ecológica.
Esta
corrente
ecológica
persistente
tem
resultado numa situação em
que o estado ideal e o estado
presente são similares.
Estado ecológico presente (PES)
O estado ecológico presente para as componentes de resposta (Peixe, Invertebrados aquáticos
e vegetação riparia) e as componentes condutoras (Geomorfologia, Integridade do habitat do
canal e Integridade do habitat ribeirinho) são obtidos através da implementação dos
respectivos modelos EcoStatus baseados em Excel (FRAI, MIRAI, VEGRAI, GAI e IHI) (Kleynhans
et al., 2007; Thirion, 2007).
A tabela 12 apresenta a categoria de PES para cada componente do ecossistema aquático para
o ponto MUE1. A tabela também destaca as causas mais prováveis para o PES e sobre se estas
estão ou não relacionadas com a corrente. Aos resultados é também atribuído o grau de
confiança entre 5 e 0, onde 5 indica alta confiança e 0 indica nenhuma confiança.
Tabela 12: Categoria do PES para as componentes biofísicas de MUE1 com as respectivas
razões
Componente
ERCE
Peixe
7
PES
D
Causas do PES
Fontes do PES
F/NF7
Grau de
confiança
Condições de corrente
modificadas – caudal
base
e
inundações
alterados.
Barragem de Nacala
F
Sedimento reduzido.
Barragem de Nacala
F
Perda
da
vegetação
riparia para desova
Barragem de Nacala
F
2
Sem habitat para FD
Barragem de Nacala
F
2
4
Causas de PES relacionadas ou não relacionadas com o caudal
Invertebrados
aquáticos
Vegetação
Ripária
C
C
Perda de classes de
profundidade de corrente
Sistema efémero
NF
2
Barreira para impedir a
migração de peixes entre
secções de rios
Barragem de Nacala
NF
4
Aumento da temperatura
e diminuição do nível de
oxigénio em período de
baixo ou sem caudal
Barragem de Nacala
NF
3
F
4
A causa principal para o
PES ser da classe C é a
ausência de taxa de
certos invertebrados que
podiam ser esperados
neste local. A sua
ausência
deve-se
fundamentalmente
ao
facto de a corrente nesta
secção do rio abaixo da
barragem,
sendo
regulada pela própria
barragem
apenas
descarregar quando a
barragem atinge um
certo nível em que o
derrame
activa
os
descarregadores
para
libertarem a água para a
parte mais baixa do rio.
Este nível crítico foi
atingido sensivelmente
uma quinzena antes do
estudo de reserva ser
efectuado, isto é nos
princípios de Fevereiro de
2010.
Uma
causa
adicional para o PES ser
da classe C, foi devida a
modificação/regulação do
caudal ocasionada pela
barragem e a não
existência
de
paleomonidae no local
(em comparação com a
condição de referência
esperada)
Regulação do caudal
pela barragem e
corrente
somente
iniciado
uma
quinzena antes da
amostragem.
MUE1-EB: Predominância
de espécies herbáceas
Possíveis queimadas
ou actividade agrícola
NF
MUE1-EB: Invasão
espécies exóticas
Estabelecida
como
parte de vegetação
pioneira
NF
de
4
Geomorfologia
D
A
Integridade do
habitat
ribeirinho
Integridade do
habitat do canal
B
MUE1-WB:
Falta
de
vegetação estabelecida
Características
Geomorfológicas
naturais
NF
MUE1-WB: Invasão de
espécies exóticas
Estabelecida
como
parte de vegetação
pioneira
NF
Balanço do sedimento do
troço do rio
O
balanço
do
sedimento da secção
mostra uma alteração
para um sistema de
transporte limitado
em
virtude
da
barragem
a
montante, causando
a redução da corrente
de água e, por
conseguinte,
transporte limitado
de sedimentos
F
Redução do caudal
expondo
grande
parte do canal, o que
por sua vez, reduz a
vegetação do leito,
habitat para muitos
invertebrados.
F
Sistema de conectividade
ligeira e negativamente
afectado
Existência
de
barragem
a
montante, a qual
controla as descargas
F
4
A integridade do habitat
ripário tem um PES de A,
uma vez que só tem um
pequeno impacto devido
à remoção da vegetação,
perda de água e alteração
do caudal
A
barragem
a
montante afecta a
corrente de água mas
isto tem um efeito
mínimo
no
que
concerne às actuais
condições da zona
ribeirinha
F
4
A integridade do habitat
do
canal
tem
basicamente
sido
impactada pela perda da
água,
alterações
da
corrente
bem
como
alterações do leito do rio.
A qualidade de água e as
modificações do canal
têm tido um impacto
reduzido.
A
barragem
a
montante afecta o
curso de água. A
alteração
da
composição do leito
(erosão
de
sedimentos finos e,
portanto, deixando
material rijo abaixo
da barragem) tem
reduzido a condição
actual do habitat do
F
4
Alteração morfológica
3
rio para a classe B.
5.5.1.
Tendência do PES (estado ecológico presente)
A tendência (direcção da mudança em relação à condição ideal) no PES é avaliada e aos
resultados é atribuído o grau de confiança a partir de 1 (baixa confiança) até 5 (alta confiança).
A análise da tendência do PES tem o propósito de destacar as possíveis áreas de risco para o
PES actual, se for negativo. Uma tendência estável (S) é indicativa de um ecossistema que não
está a cair nem a melhorar, enquanto uma tendência do PES positiva (P) denota um
ecossistema que está em processo de melhoramento. Por outro lado, uma tendência negativa
(N) do PES indica que o ecossistema está em declínio.
A tabela 14 apresenta as tendências alocadas a cada componente biofísica, bem como a
justificação dessa alocação. A tendência PES dá uma indicação da seriedade dos
melhoramentos ou declínios previstos a médio prazo (5 anos). Em casos em que a
percentagem (%) de EC é próxima do limite da maior ou menor categoria ou na parte superior
da escala (ver Tabela 13 para a variação das % de EC), a tendência do PES muda para a
categoria limite no primeiro cenário ou se mantém inalterada no último. O grau de mudança e,
por consequência, a tendência do PES, é altamente dependente do grau e grandeza das
mudanças negativas (ou positivas) afectando o estado ecológico presente (o EcoStatus
integrado) do rio.
Tabela 13: Variação das percentagens para Categorias Ecológicas (A-F) incluindo os
parâmetros
Categoria Ecológica
A
Descrição
Inalterada
A/B
Variação das percentagens
92% – 100%
88% – 92%
Ligeiramente modificada
B
82% – 88%
B/C
78% – 82%
Moderadamente modificada
C
62% – 78%
C/D
58% – 62%
Muito modificada
D
42% – 58%
D/E
38% – 42%
Seriamente modificada
E
E/F
22% – 38%
Criticamente modificada
18% – 22%
F
0% – 18%
Tabela 14: Tendência de PES para as componentes biofísicas do MUE1, incluindo as
respectivas razões
Comp. ERCE
PES
% de EC
Tendência
Tendência
de PES
Peixes
Invertebrados
aquáticos
D
C
54.7%
59.6
Estável
Estável
D
C/B
Nível de
confiança
2.5
2
Razões para a tendência
O Sistema do Rio Muecula é
efémero, e o habitat das poças e as
poças de planície estão patentes,
servindo para refugio das espécies
de peixes durante os períodos sem
corrente.
Enquanto a barragem funcionar e
continuar a regular o caudal
(particularmente nos princípios da
época e até a albufeira encher e
transbordar para níveis ambientais)
o sistema continuará com impacto
negativo.
Se o talude for aumentado, o
derrame no paredão estabelecido e
níveis de descarga ambientalmente
sãos fixados, então a tendência do
PES podia ser melhorado para a
classe B.
Vegetação
ripária
Geomorfologia
Habitat do
caudal
8
C
73.58
Para margem Este, espécies
arborizadas vão estabelecer-se
como pioneiras ao longo do tempo.
Estável
C
3.5
Para a margem Oeste, as condições
geomorfológicas
continuarão
inalteradas.
D
B
44.37
81
↓
Estável
↓
B
3.88
A redução da corrente devido a
barragem é compensada pela água
escorrida da bacia durante o tempo
chuvoso. Porém, a morfologia do
canal será provavelmente afectada
a médio e longo prazo.
4
A barragem terá provavelmente já
tido o seu maior impacto no leito e
no caudal do canal (endurecendo e
erodindo/removendo sedimentos
mais finos do canal). O sistema é
agora relativamente estável e até
que haja mudança na condição da
bacia (neste momento improvável
e regulada pela barragem) ou uma
modificação no regime da corrente
A percentagem de EC para margem Este do rio foi usada, uma vez que foi o valor mais conservador
entre as margens Este e Oeste, escaladas em separado.
a partir da barragem, não é
provável que a condição actual se
altere significativamente.
Habitat
ribeirinho
5.6.
A
95
Estável
B
3
A barragem terá provavelmente
tido o seu maior impacto na zona
ribeirinha
(endurecendo
e
erodindo/removendo sedimentos
mais finos do canal). A zona ripária
é neste momento relativamente
estável e até que haja mudança na
condição da bacia (neste momento
improvável e regulada pela
barragem) ou uma modificação no
regime da corrente a partir da
barragem, não é provável que a
condição actual da zona ribeirinha
se altere significativamente. A
única modificação chave que pode
ocorrer não está relacionada com a
corrente, mas relacionada com a
pressão nas árvores na zona
ribeirinha, pelas comunidades
locais por razões de lenha e carvão.
Integridade do habitat
O Modelo do Índice de Integridade do Habitat (IHI) (Kleynhans, 1996) é usado para avaliar a
integridade do habitat tanto para as componentes do rio como para as da zona ribeirinha em
cada local. Este modelo de avaliação é baseado na avaliação qualitativa (atribuição de
pontuação) para os vários critérios de impacto para o rio e zonas ribeirinhas. OOs detalhes das
pontuações atribuídas aos vários critérios de impacto são apresentados na tabela 15 e na
tabela 16.
Tabela 15: Resultados da avaliação da integridade9 do habitat do Rio para o ponto MUE1
Integridade do Habitat do Rio
Retirada da água (impacto 1 – 25)
10
Alteração da corrente (impacto 1 – 25)
11
Alteração do leito (impacto 1 – 25)
6
Alteração do canal (impacto 1 – 25)
1
Qualidade da água (impacto 1 – 25)
2
Inundação (impacto 1 – 25)
0
Total (de 150)
30
9
Critérios de avaliação: 0 = nenhum; 1- 5= pequeno; 6-10 = moderado; 11-15 = grande; 16-20 = sério; 21-25 = crítico
Secundária
Macrófitos exóticos (impacto 1 – 25)
0
Fauna exótica (impacto 1 – 25)
0
Deposição de lixo (impacto 1 – 25)
0
Total (de 75)
0
Pontuação da integridade do habitat do rio
81
Classe da integridade
B
Tabela 16: Resultados da avaliação da integridade10 do habitat da zona ripária
Integridade do Habitat do Rio
Remoção da vegetação (impacto 1 – 25)
3
Vegetação exótica (impacto 1 – 25)
0
Erosão das margens (impacto 1 – 25)
0
Alteração do canal (impacto 1 – 25)
0
Perda de água (impacto 1 – 25)
3
Inundação (impacto 1 – 25)
0
Alteração da corrente (impacto 1 – 25)
3
Qualidade da água (Impacto 1 – 25)
0
Total (de 200)
9
Pontuação da integridade do habitat da zona ripária
95
Classe da integridade
A
5.7.
Importância e sensibilidade ecológica (EIS)
A sensibilidade ecológica refere-se a capacidade do rio de recuperar depois de perturbações. O
modelo EIS baseado em Excel foi usado para avaliar a importância e a sensibilidade ecológica
nas condições actuais. A tabela 17 apresenta a pontuação, os graus de confiança e o resultado
da avaliação EIS do ponto MUE1.
10
Critérios de avaliação: 0 = nenhuma; 1-5 = pequena; 6-10 = moderada; 11-15 = grande; 16-20 = séria; 21-25 = crítica
Tabela 17: Resultados da avaliação EIS do ponto MUE1
Determinantes/métricas
Presente
Pontuação
Comentários
Confiança
(0 – 4)
VIDA ANIMAL E VEGETAL DO RIO E DA ZONA RIBEIRINHA
Raras e em perigo
0
2
Únicas (endémicas, isoladas, etc)
0
2
Intolerantes (qualidade de água
relacionada e não relacionada com
a corrente)
1
3
Riqueza das espécies/taxon
2
3
Aproximadamente 40 -050 diferentes espécies de
vegetação dentro da zona riparia, 3 espécies de
peixe e 14 de macro-invertebrados.
HABITAT DO RIO E DA ZONA RIBEIRINHA
Diversidade dos tipos
3
3
Poças no leito e na planície adjacente, cascatas,
vegetação riparia e macrófitos aquáticos,
substrato rochoso amplo.
Refúgio
3
4
Poças no leito e na planície adjacente, sistemas de
terra húmida com uma contribuição substancial de
corrente.
Sensibilidade as alterações da
corrente
2
2
Canal estreito e zonas de cascatas restritas
Sensibilidade as alterações
relacionadas com a qualidade de
água
1
2
Rota/corredor de migração (do rio
e zona ripária)
1
2
Importância da conservação e
áreas naturais
0
3
MÉDIA
1
AVALIAÇÃO DE EIS
5.8.
Amos pode transpor o talude da barragem
BAIXA
Categoria Ecológica Integrada (EcoStatus)
As avaliações do PES das várias componentes biofísicas são integradas numa classificação
ecológica geral ou pontuação EcoStatus. A EC de cada componente biofísica é determinada
através de modelos individuais baseados no Microsoft Excel (GAI, FRAI, VEGRAI e MIRAI),
desenvolvidos com base nos resultados da avaliação de campo das componentes biótica e do
habitat (Anexo 7).
A EcoStatus integrada é subsequentemente determinada usando o modelo EcoStatus de nível
4 baseado em Microsoft Excel (Kleynhans & Louw, 2007). O resultado da EcoStatus para MUE1
é dado na tabela 18. A pontuação do EcoStatus pode ser modificada pelas EIS para dar a REC
final, se necessário e exequível. Por exemplo, se o recurso estiver degradado (isto é com um
PES baixo) mas tem umas elevadas EIS, a EC devia ser elevada se for aplicável. A tabela 19
apresenta o resumo da avaliação do EcoStatus integrado para o ponto MUE1. A tendência da
REC de 5 e 10 anos, bem como a razão da tendência do PES é fornecida na tabela 20.
100
7
310
1
2
100
80
3
70
6
250
560
54.7
D
59.6
57.7
C
D
n/d
n/d
3
0.60
2
0.40
5
1.0
EC
Limite EC
32.82
33.85
56.67
D
n/d
VEGETAÇÃO RIPÁRIA
Peso
% de EC
Estrutura e diversidade da vegetação da zona marginal como indicador do
PES
Estrutura e diversidade da vegetação da zona mais baixa como indicador do
PES
Estrutura e diversidade da vegetação da zona mais alta como indicador do
PES
1
100
2
95
3
70
CATEGORIA ECOLÓGICA DO RIO
Limites de EC
1
Limite de EC
70
EC
2
EC
70
% de EC
Peso
2
Importância e
pontuação
Grau de confiança para informação piscícola
Grau de confiança para informação sobre macro-invertebrados
70
Pesos
modificados
CATEGORIA ECOLÓGICA DO RIO (com confiança)
2
Proporções
PEIXE
Qual é a diversidade natural das espécies de peixes, com exigências de
corrente
2. Qual é a diversidade natural das espécies de peixes, com preferência
para diferentes tipos de cobertura
3. Qual é a diversidade natural de espécies de peixe, com preferência
para diferentes classes de profundidade de caudal
4. Qual é a diversidade natural de espécies de peixe, com várias
tolerâncias a qualidade de água modificada
CATEGORIA ECOLOGIA DOS PEIXES
INVERTEBRADOS AQUÁTICOS
1. Qual é a diversidade natural dos biótipos invertebrados
2. Qual é a diversidade natural das taxa dos invertebrados com
diferentes necessidades de velocidade
3. Qual é a diversidade natural das taxa dos invertebrados com
diferentes tolerâncias a qualidade de água modificada
CATEGORIA ECOLÓGICA DOS INVERTEBRADOS AQUÁTICOS
CATEGORIA ECOLÓGICA DO CURSO DE ÁGUA (sem confiança)
1.
Grau
de
confiança
ORGANISMOS VIVOS NO RIO
Pontuação da
importância
Tabela 18: EcoStatus integrado do ponto MUE1
6
265
CATEGORIA ECOLÓGICA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA
2.5
0.56
2
0.44
4.5
1.00
EC
Limite de EC
ECOSTATUS
C
Pesos
modificados
Grau de confiança da informação biológica do rio
Grau de confiança da informação sobre a vegetação da zona ribeirinha
Proporções
ECOSTATUS COM CONFIANÇA
Pontuação de
confiança
73.5
31.48
32.67
64.15
C
Tabela 19: Resumo da avaliação do EcoStatus
Componente condutora
Componente de EC
Geomorfologia
D
Componente de resposta
Componente de EC
Peixes
D
Invertebrados
C
Rio
D
Vegetação
C
EcoStatus
C
Tabela 20: EcoStatus Integrado para MUE1, incluindo a tendência de PES, EIS e REC
EC
PES
% de EC
C
5.9.
5.9.1.
64.95
EIS
BAIXAS
TENDÊNCIA
5 anos
10 anos
ESTÁVEL
ESTÁVEL
REC
RAZÕES DA TENDÊNCIA NO PES
C
O proposto abastecimento de água a partir da
Barragem de Nacala continuará a ser insuficiente
para responder à demanda da Cidade de Nacala.
Não se vislumbra uma redução da demanda nem
o aumento do nível de abastecimento no futuro.
Portanto, não haverá mais água a ser libertada da
barragem para manutenção ambiental.
Quantificação do recurso (resultados de ERCE )
Estimativa das correntes de ERCE
O quadro hidrológico (SPATSIM) que é baseado no modelo DSS, de Hughes, é usado para
calcular as estimativas de ERCE para a categoria ecológica (EC) recomendada, determinada em
cada ponto ERCE , durante o processo de EcoClassificação acima mencionado. Os resultados de
SPATSIM obtidos do rio principal, onde deixa a bacia, foram ajustados para a Barragem de
Nacala, conforme as necessidades e, portanto, para o ponto selecionado ERCE , no Rio
Muecula. O resumo dos resultados de ERCE estimados para o ponto MUE1, são apresentados
na Tabela 21, abaixo.
Tabela 21: Resumo dos resultados das estimativas de ERCE para MUE1
Variável
EC
Unidade
MUE1
5.9.2.
C
MAR natural
total
MCM
(% de MAR)
11.66 (100)
Região com
regra
dominante
E.Escarp
IFR Total
Correntes Fracas
Correntes fortes
MCM (% de MAR)
Manutenção
MCM (% de MAR)
Seca
MCM (% de MAR)
Manutenção
MCM (% de MAR)
2.496 (21.41)
1.355 (11.62)
0.657 (5.63)
1.141
Verificação das correntes de ERCE
Os dados modelados das correntes de ERCE foram convertidos para as condições hidráulicas
(profundidades e velocidades da corrente por medida de descarga em m3/s), usando os dados
colhidos durante o levantamento hidráulico realizado no terreno.
A tabela 22 resume as descargas, velocidade média e as profundidades, média e máxima para
as correntes modeladas em cada ponto. Os dados do caudal convertidos são depois
transpostos para perfis transversais criados para o ponto ERCE (Figura 7). Isto é feito para
facilitar a interpretação ecológica das correntes de ERCE , bem como a avaliação dos impactos
do caudal recomendado de ERCE sobre a disponibilidade crítica do habitat e dos requisitos de
velocidade da corrente para o rio e para a vida vegetal e animal. Isto permite a tomada de
decisão sobre se a EC recomendada para cada local podia ser mantida, com a aceitação dos
resultados modelados de ERCE , ou se essas correntes deviam ser ajustadas.
Chave para os gráficos
Caudal medido
Manutenção da época seca (Dezembro)
Estiagem da época seca (Dezembro)
Manutenção da época chuvosa (Abril)
Estiagem da época das chuvas (Abril)
Tabela 22: Condições hidráulicas em MUE1 baseadas nas correntes modeladas de ERCE –
Classe C
MUE1
Descarga (m3/s)
Profundidade do fluxo na secção
transversal
Profundidade
Profundidade
Velocidade
média (m/s)
.79)
máxima
Caudal medido
média
0.146
0.170
0.133
0.202
seca
0.018
0.086
0.049
0.126
seca
0.009
0.067
0.033
0.114
Manutenção da época chuvosa
(Abril)
0.067
0.140
0.102
0.182
Estiagem da época chuvosa (Abril)
0.032
0.107
0.069
0.142
Manutenção
(Dezembro)
da
Estiagem
da
(Dezembro)
época
época
Inserir gráfico
Figura 7: Correntes de ERCE para MUE1 convertidas para profundidades e velocidades por
descarga (m3/s)
5.9.2.1. Peixe
Os caudais são suficientes para as espécies de peixe existentes, desde que os habitats das
poças do leito e das planícies sejam mantidos para refúgio. As espécies de peixe esperadas e
observadas irão migrar entre vários segmentos do rio e de poça para poça. Os peixe gato e as
enguias estão especialmente adaptados e podem migrar em condições difíceis, e basicamente
só precisam de um ambiente de humidade(chuva para mantê-las húmidas) para migrar, uma
vez que podem rastejar na terra. A corrente de manutenção da época chuvosa irá também
facilitar a migração das barbs pequenas e da tilápia de Moçambique.
5.9.2.2. Macro-invertebrados
As correntes recomendadas são suficientes para responder as necessidades dos invertebrados
aquáticos. A retoma do regime do caudal mais natural (isto é a retoma do caudal do rio nos
primeiros meses do ano hidrológico, diferentemente do que actualmente acontece, que não é
mais do que o resultado da perda de água através das comportas) constituirá uma melhoria no
regime actual da corrente neste sistema. Actualmente o atraso das descargas abaixo do talude
da barragem atrasa também o início da actividade biológica e dando indicação aos
invertebrados aquáticos de que a época normal de altos caudais já começou. Isto foi
confirmado durante o estudo de campo como baixa abundância das taxa dos invertebrados
aquáticos jovens. Por conseguinte, o caudal de manutenção da época chuvosa recomendado
irá facilitar a indicação normal a estas espécies vivas de que a época chuvosa já começou. Caso
esse regime de corrente seja implementado, há muita probabilidade da melhoria do PES para
os invertebrados aquáticos.
5.9.2.3. Vegetação ripária
Os parâmetros hidráulicos indicados representam correntes que são suficientes para manter a
vegetação ripária no actual estado C. A vegetação ribeirinha está adaptada ao actual caudal,
causado pela perda da água da Barragem de Nacala. Se o caudal ambiental for libertado da
Barragem de Nacala reabilitada, como foi especificado para manter o ecossistema aquático a
jusante no estado C, então estas correntes serão suficientes para a manutenção da vegetação
riparia no estado C.
6.
6.1.
Conclusões
Condição geral do rio
O Rio Muecula pode ser considerado como estando numa condição moderadamente
modificada. A Barragem de Nacala foi construída nos princípios da década de 1970 sem
nenhum mecanismo de controlo ambiental das descargas. O rio a jusante da barragem, desde
a construção desta depende unicamente de descargas ocasionais das duas comportas da
barragem durante os meses chuvosos do ano (Janeiro a Julho). Porém, devido a uma das
portas do descarregador ter fugas significativas desde 2000, tem havido uma corrente
constante a jusante da barragem desde que haja água suficiente na albufeira. O nível da
corrente é directamente afectado pela quantidade de água retida na albufeira. O Rio Muecula
em si, parece ser periódico e só tem corrente durante períodos curtos de tempo.
6.2.
Comunidade de Peixes
A corrente monitorizada na altura do estudo parece ser adequada para a manutenção das
espécies de peixes de amostragem encontradas, mas as inundações e as cues das chuvas são
necessárias para a desovação e migração dos peixes entre secções do rio (Nov-Dez e Jan-Fev –
duas semanas). A manutenção das poças do rio e das zonas planícies ribeirinhas para o refúgio,
é extremamente importante para a sobrevivência dos peixes.
O Rio Muecula é um sistema sazonal, com espécies vivazes, que podem sobreviver em poças
durante períodos sem nenhuma corrente. Tilápias de peito vermelho e peixe-gato foram vistos
e fotografados na Barragenm de Nacala. Peixes-gato podem ter um impacto negativo na
diversidade e densidade das espécies devido a sua natureza predatória. Espécies de peixe
reofílico não são prováveis em virtude de o sistema ser efémero. As tilápias moçambicanas
estavam em período de desovação durante o estudo, o que indica que as condições ecológicas
e a corrente eram adequadas. Muitas amostras de fry e juveniles foram também colhidas. As
correntes /inundações devido às fugas do paredão da barragem podem ser rectificadas com o
melhoramento da barragem e gestão do regime das correntes.
6.3.
Comunidades de Macro-Invertebrados Aquáticos
A avaliação dos invertebrados, apresentada neste relatório, mostra um sistema fluvial numa
condição moderada (PES=C) e com uma baixa diversidade e abundância dos indivíduos e taxa
presentes no sistema. Este resultado é potencialmente enviesado e influenciado pelo facto de
a corrente ter retomado duas semanas antes da visita de campo (24 de Fevereiro de 2010).
Isto porque as correntes normais de verão precisariam de encher a albufeira até a um nível
crítico, no qual uma fuga no paredão/comportas se desencadearia, e assim a água abaixo da
barragem começaria a correr. Em condições naturais, o rio poderia ter começado a correr mais
cedo no ano e os invertebrados teriam respondido e recolonizado o sistema fluvial. Dados
disponíveis indicam que o rio é semi-perene (Relatório de Pesquisa Hidrológica da Barragem
de Nacala – No FS/2010/HI02) de tal modo que algumas espécies vivas se adaptam à
interrupção da corrente durante alguns períodos do ano. Todavia, o início tardio da corrente
do rio, uma vez que a albufeira enche no princípio do verão, indubitavelmente tem um
impacto negativo vida animal e vegetal do rio e na ecologia geral do Rio Muecula a jusante da
barragem. O crescimento de Benthic diatom nas rochas e em superfícies rígidas do rio abaixo
da barragem, foi também extensivo e indicativo da pastagem limitada por macroinvertebrados. Recomenda-se fortemente que o trabalho de aumentar o paredão da barragem
tome em consideração uma estratégia ambiental apropriada para descargas, de modo a
acomodar e imitar o seu regime normal (particularmente o tempo e a frequência das
correntes) para o rio. Isto permitirá que os organismos comecem a colonizar o rio a jusante da
barragem mais cedo durante o ano.
6.4.
Comunidades de Vegetação Ripária
A vegetação ripária ,nos pontos monitorizados, adaptou-se ao regime actual de libertação de
água da Barragem de Nacala, resultante das constantes fugas. A vegetação ribeirinha da
margem esquerda (ponto MUE1-WB) é representativa para as condições actuais da corrente,
como consequência da fuga da água da Barragem de Nacala, mas tem um PES de classe C,
devido à sua variância relativamente ao estado ideal. A variância entre o estado ideal e o
actual resulta da existência da Barragem de Nacala, a qual tem tido impacto no fluxo de
sedimentos no rio, o que por sua vez dá lugar à variação da vegetação ripária entre os estados
acima referidos.
A vegetação ribeirinha da margem este (ponto MUE1-EB) foi, no passado, perturbada
possivelmente pelas queimadas descontroladas ou raios ou ainda outras causas. Não há
informação conclusiva de que a perturbação da vegetação seja resultado do caudal do rio ou
grau de humidade resultante desse caudal. A vegetação pioneira que se estabeleceu no local
assemelha-se a vegetação pioneira principal que se espera que possa estabelecer-se no lugar
depois da perturbação. O PES neste ponto foi calculado como sendo de classe C.
6.5.
Geomorfologia
A avaliação geomorfológica foi levada a cabo através da aplicação da metodologia GAI, que
resultou num PES de classe C para a secção do rio. A secção relevante para este estudo é
constituída dominantemente por rochas e pedregulhos e deste modo não é provável que
mudanças significativas ocorram em termos de composição. Existem algumas barras e bancos
de areia que provavelmente poderão ficar submersos caso o nível de água suba. Relativamente
a outros impactos, a zona ribeirinha de Muecula não demonstra a ocorrência de actividades de
pastagem que poderiam provocar erosão; a agricultura é também limitada.
Recomenda-se a preservação das condições morfológicas do trecho do rio para que descargas
regulares e controladas sejam feitas da barragem. Presentemente a libertação de água é
resultado da fuga através das comportas. Aparentemente o mau funcionamento das
comportas constitui uma vantagem para a saúde do Rio Muecula pois, a corrente de água é
assegurada a jusante.
6.6.
Condição futura projectada da secção do Rio Muecula
A REC para a secção do Rio Muecula que foi avaliada é de classe C que é a mesma da sua EC
actual. Uma EC de classe C significa que o rio está moderadamente modificado e que a perda e
alteração do habitat natural e organismos ocorreu mas as funções básicas do ecossistema
mantêm-se predominantemente inalteradas (Kleynhans & Lauw, 2007). A REC foi baseada na
EIS (quão importante/desejável é a manutenção ou/melhoramento da condição da secção do
rio), e a tendência (a direcção da mudança de médio e longo termo na condição actual do
trecho do rio) (tabela 23). Presentemente, a Barragem de Nacala tem tido fugas persistentes
através do talude e das comportas que actuam como reguladores ambientais das descargas
para o sistema. Planos futuros para a Barragem de Nacala consistem na sua reabilitação e
elevação do paredão. Infelizmente, o abastecimento de água a partir da Barragem de Nacala
continuará a ser insuficiente para responder a demanda da água mesmo depois da elevação do
paredão. Não se espera que esta tendência mude nos próximos dez anos. Por conseguinte,
recomenda-se que descargas ambientalmente adequadas sejam feitas da barragem reabilitada
para manter a EC a jusante da secção do rio pelo menos ao nível da classe C. Igualmente
recomenda-se que uma estratégia de descargas ambientalmente adequadas seja
implementada para acomodar ou imitar o regime natural do caudal (particularmente
frequência e descargas para o mar) do rio. Isto permitirá que as espécies vegetais e animais
comecem a colonizar o rio a jusante da barragem nos primeiros meses do ano.
Tabela 23 : Sumário dos factores que determinam a categoria recomendada de gestão
ecológica
EC
C
7.
PES
%EC
64.95
EIS
Baixa
Tendência
5 anos
10 anos
Estável
Estável
REC
C
Razão para tendência no PES
O abastecimento de água proposto a partir da
reabilitada Barragem de Nacala, continuará a
ser insuficiente para satisfazer às necessidades
da Cidade de Nacala. Não se prevê que a
demanda da água baixe nem que o
abastecimento vá aumentar no futuro. Por isso,
não haverá água suficiente para ser libertada
da barragem, por razões ambientais.
Recomendações
Os objectivos gerais recomendados para a manutenção da EC actual para as diferentes
componentes do ecossistema aquático, entre outras, os invertebrados aquáticos e as
comunidades de peixes, são apresentados na Tabela 24.
Tabela 24: Objectivos da manutenção das Categorias Ecológicas (ECs)
Objectives
1.
Para manter a variação sazonal da corrente, particularmente a que ocorre no princípio da época
e as descargas normais através da barragem
4.
Para manter a diversidade, qualidade e disponibilidade das espécies biológicas
5.
Para manter a integridade do habitat actual do rio e zona ribeirinha
6.
Para manter a qualidade físico-química actual da água
7.
Para manter cues biológicos naturais a partir das inundações e descargas
8.
Para manter a conectividade para fins de migração dos peixes
9.
Para manter refúgio crítico de peixe endémico
10.
Para manter a biodiversidade actual para peixes, invertebrados e vegetação ripária
Aims
1.
Regime de correntes para a diversidade biotópica (por exemplo, libertando os sedimentos em
excesso e algas dos bancos e poças)
2.
Regime de correntes para manter as características do canal (e.g. características do leito e
margens)
3.
Regime das correntes para manter cues biológicos para peixes, manutenção do ciclo de vida
ripária e dos invertebrados (por exemplo, migrações de peixes para desova).
4.
Regime de correntes para manter o sistema de conectividade para a migração de peixes
endémicos durante períodos críticos de baixo caudal.
5.
Regime de correntes para manter refúgio crítico de peixes
6.
Regime de correntes para inibir a colonização por populações de pestes (por ex _______)
7.
Regime de correntes para manter a qualidade da água em boas condições (com relação às cargas
de sedimento e nutrientes)
8.
Regime de correntes para manter habitats críticos do canal e da zona ribeirinha (bancos, poças,
cobertura vegetal)
7.1.
Peixe
•
Não foram encontradas amostras de espécies de peixes endémicas, protegidas ou
raras.
•
Escadas de peixe não são recomendáveis na Barragem de Nacala para as espécies
existentes/encontradas no rio.
•
As espécies de enguias encontradas seriam capazes de escalar o paredão da Barragem
de Nacala. A migração de outras espécies de peixes é entre as secções do rio. A
conectividade entre poças é necessária durante a época chuvosa.
•
A manutenção de poças para refúgio de peixes é importante, bem como a vegetação
aquática ou marginal para a desova e cobertura de poças.
•
Cues das chuvas e das cheias são necessárias para a desova e migração de peixes entre
secções (Nov-Dez e Jan-Fev/ ou durante a época chuvosa – para durar duas semanas
de cada vez).
•
A vegetação marginal precisa de ficar submersa durante o período de desova.
7.2.
Macro-invertebrados
De modo a monitorizar e avaliar a conformidade com os objectivos de gestão, é importante
desenhar e implementar um programa de monitoria da saúde do rio, a longo prazo, que vá
para além de simples medição da qualidade de água. Isto assegurará que acções correctivas
sejam tomadas a tempo se os sistemas da categorização ecológica do Rio Muecula se
deteriorarem e atingirem níveis abaixo da categoria ecológica recomendada (REC). As
seguintes medidas gerais de gestão (aplicáveis a todos os sistemas de rios), devem ser
implementadas de modo a prevenir a degradação e/ou melhorar a condição ecológica do Rio
Muecula, bem como manter as EC recomendadas para a componente de macro-invertebrados
aquáticos:
•
Manter a disponibilidade da diversidade natural dos biótopos invertebrados
(cascalhos, vegetação, areia grossa e lama em águas correntes a baixas velocidades
rasas e profundas).
•
Manter a qualidade e quantidade dos biótopos invertebrados através da manutenção
de correntes persistentes que restauram a mobilidade do substrato, recuperam a
qualidade da água, inundam os habitats das águas represadas e limpam substratos de
sedimentos e algas excessivos.
•
Caudais adequados (0.3 - 0.6 m/s) devem ser permitidos durante períodos de caudais
altos de modo a assegurarem a manutenção dos habitats de bancos de areia de boa
qualidade para saúde e sobrevivência das taxa dependentes de corrente
(Heptageniidae, Gomphidae & Libellulidae).
•
Caudais adequados (0.1 – 0.3 m/s) e qualidade de água devem ser mantidos por pelo
menos 35% do tempo de modo a garantir a disponibilidade de habitats em cascalhos
de boa qualidade para a saúde e sobrevivência das taxa dependentes de cascalhos
((Heptageniidae & Libellulidae).
•
Volumes e profundidades adequados do caudal devem ser mantidos por pelo menos
35% do tempo de modo a assegurar a manutenção de um habitat em vegetação
marginal inundada de boa qualidade e quantidade, para a saúde e sobrevivência de
taxa dependente da vegetação (Nepidae & Atyidae).
•
Qualidade apropriada de água deve ser mantida para garantir a saúde e sobrevivência
de taxa sensíveis a qualidade de água (Baetidae>2spp e Heptageniidae).
•
A variabilidade sazonal natural das correntes deve ser permitida de modo a garantir
comportamentos notáveis de reprodução dos invertebrados (e.g. pôr ovos e rachálos).
•
Assegurar que nenhum grupo de invertebrados domina a fauna (amiúde com espécies
de pestes) através da manutenção da variação sazonal normal do caudal.
•
Manter o refúgio de invertebrados críticos para fins de recolonização para nos locais a
montante a jusante subsequente a períodos críticos de baixo caudal (meses de
estiagem do período seco) que não conseguem manter populações dependentes do
caudal e das taxa de invertebrados sensíveis a qualidade da água, através da mitigação
dos impactos nas áreas de escoamento de água pluvial.
•
Monitorizar a manutenção da condição ecológica presente dos invertebrados (PES) ao
nível das EC recomendadas para este rio através da aplicação do protocolo de
biomonitoria SASS5 e subsequente modelação MIRAI numa base anual (períodos de
caudais altos).
7.3.
8.
Vegetação Ripária
•
Monitorização da condição da vegetação ribeirinha através da realização de visitas de
campo e implementação do modelo VEGRAI, pelo menos de dois em dois anos.
•
Monitorização da presença de espécies invasoras estranhas e tomada das necessárias
medidas para as erradicar se necessário.
MEDIDAS DE GESTÃO E MITIGAÇÃO
Impactos potenciais, medidas de mitigação e objectivos específicos para a secção do Rio
Muecula estão indicados na tabela 25.
Tabela 25: Potenciais impactos, medidas de mitigação e objectivos específicos
Componentes ERCE
Impactos Chave11
Condição ecológica
Redução do actual
PES ou REC devido à
degradação da bacia
hidrográfica e baixa
qualidade de água
11
Medidas de gestão e
de mitigação
Procedimentos
apropriados
de
gestão da bacia
hidrográfica
para
serem aplicados na
agricultura
e
desenvolvimento
dentro da bacia
Objectivos
específicos
A pontuação SASS e
ASPT devem ser
mantidas acima de
100
e
5.0
respectivamente.
Alternativamente, as
amostras
da
diatomácea a serem
colhidas abaixo da
barragem
devem
responder
aos
Para detalhes da EC específica do rio bem como dos impactos potenciais e suas medidas de gestão,
ver o relatório especializado para cada componente: Anexo 3: Avaliação de peixe; Anexo 4: Avaliação de
invertebrados; Anexo 5: Avaliação da vegetação riparia; Anexo 6: Avaliação da geomorfologia.
Diversidade
e Gestão da bacia.
integridade
do Redução do stock
habitat reduzidas
para
permitir
a
recuperação
da
vegetação.
Erradicação
da
vegetação estranha.
Manutenção
das
poças,
vegetação
aquática e ripária
Habitat ripário e do Redução do habitat Restabelecer caudais
ripário e do canal, normais durante a
leito
devido às alterações época das chuvas,
da
corrente
ou para assegurar o
práticas
agrícolas restabelecimento da
nestes sistemas.
frequência
e
inundações para o
regime natural.
A inundação de áreas
cobertas
de
vegetação
é
necessária
para
garantir a desova dos
peixes
Decréscimo
da
cobertura, extensão
e diversidade dos
habitats húmidos na
vegetação ripária
critérios de qualidade
de água similares ou
equivalentes.
O PES actual para as
necessidades
de
peixe
deve
ser
mantido.
Manter a REC.
Vegetação aquática
necessária para a
desova, cobertura e
alimentação
dos
peixes.
Assegurar
que
correntes abaixo da
barragem
da
barragem imitam a
frequência natural a
partir da monitoria
das descargas da
montante
ou
estimativas
hidrológicas
modeladas.
Correntes
naturais
(inundações)
necessárias
para
permitir a desova e
migração dos peixes.
Assegurar
a
recuperação
da
cobertura vegetal na
bacia
hidrográfica
retirar o gado áreas
excessivamente
usadas
ou
susceptíveis
de
erosão na bacia
hidrográfica.
A
avaliação
VEGRAI
deve
ser
implementada
de
dois em dois anos
para monitorar o Manter a REC
estado ecológico do
rio. Para restabelecer
o regime decorrente
a
níveis
mais
Quantidade da água
Qualidade da água
9.
sustentáveis
com
poucas flutuações e
eventos pós-chuvas
mais
duradoiros,
especialmente
nas
partes mais secas da
bacia.
Manutenção
de
habitats
húmidos
necessários
a
manutenção
dos
peixes (desova e
refúgio).
Invasão de espécies Eliminação
de Manter a REC
de plantas exóticas e espécies de plantas
perda da diversidade exóticas.
indígena.
Perda da Barragem Assegurar que os Implementar
de Nacala (incluindo ERCE são atingidos biomonitoria
para
a sua área e volume na planificação da garantir medidas de
alargado) irá reduzir barragem em sua mitigação.
as
descargas
a política operacional
jusante da barragem. para descargas a
jusante.
.
A degradação da Princípios
Pontuações SASS e
bacia pode conduzir apropriados
da ASPT devem ser
a queda da qualidade gestão da bacia mantidas acima de
da água abaixo da devem ser aplicados 100
e
5.0
barragem.
para a agricultura e respectivamente.
desenvolvimento da Alternativamente
bacia
amostras
de
diátomos a serem
recolhidas abaixo da
barragem
devem
satisfazer
aos
critérios de qualidade
de água similares ou
equivalentes. O PES
actual
para
as
necessidades
do
peixe
deve
ser
mantido.
REFERÊNCIAS
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Department of Water Affairs and Forestry. 1999. Resource Directed Measures for Protection of
Water Resources. Volume 2: Integrated Manual, Version 1.0. Pretoria, South Africa.
Hughes, D.A. & Mϋster, F. 2000. Hydrological information and techniques to support the
determination of water quality component of the Ecological Reserve for rivers. Water Research
Commission Report No. TT 137/00. Pretoria, South Africa.
Kleynhans, C.J. 1996. An exploratory investigation of the In-stream biological integrity of the
Crocodile River, Mpumalanga, as based on the assessment of fish communities. DWAF, IWQS.
Internal Draft Report.
Kleynhans, C.J. 2007. Module D: Fish Response Assessment Index in River EcoClassification:
Manual for EcoStatus Determination (Version 2). Joint Water Research Commission and
Department of Water Affairs and Forestry Report. WRC Report No. TT 330/08.
Kleynhans, C.J. & Louw M.D. 2007. Module A: EcoClassification and EcoStatus Determination in
River EcoClassification: Manual for EcoStatus Determination (Version 2). Joint Water Research
Commission and Department of Water Affairs and Forestry Report. WRC Report No. TT 329/08.
Kleynhans, C.J., Mackenzie J., Louw M.D. 2007. Module F: Riparian Vegetation Response
Assessment Index in River EcoClassification: Manual for EcoStatus Determination (Version 2).
Joint Water Research Commission and Department of Water Affairs and Forestry Report. WRC
Report No. TT 333/08.
McMillan, P.H. 1998. An integrated habitat assessment system (IHAS version 2) for the rapid
biological assessment of rivers and streams. CSIR Research Report No. ENV-P-I 98132, Water
Resources Management Programme, Council for Scientific and Industrial Research, Pretoria,
44pp.
Skelton, P. 1993. A complete guide to the freshwater fishes of Southern Africa. Southern Book
Publishers, Halfway House, South Africa.
Thririon, C. 2007. Module E: Macro-invertebrate Response Assessment Index in River
EcoClassification: Manual for EcoStatus Determination (Version 2). Joint Water Research
Commission and Department of Water Affairs and Forestry Report. WRC Report No. TT 332/08.
10. Anexos
Anexo 1: Caracterização do Local
Anexo 2: Hidrologia e Hidráulica
Anexo 3: Avaliação dos Peixes
Anexo 4: Avaliação dos Invertebrados
Anexo 5: Avaliação da Vegetação Ribeirinha
Anexo 6: Avaliação da Geomorfologia
Anexo 7: Avaliação Estado Ecológico Actual
Anexo 1
Caracterização do local
Registo de campo – Descrição física e do habitat do local
SECÇÃO A: INFORMAÇÃO DO LOCAL (A SER PREENCHIDA ANTES E DURANTE A VISITA AO LOCAL)
1. INFORMAÇÃO GERAL DO LOCAL
Código do local: MUE1
Descrição do local: Rio Muecula a jusante da
Barragem de Nacala situada na estrada principal
Nacala/Nampula
Afluente de :
Bioregião:
Ecoregião: N/D
Código de Bacia secundária: N/D
Código da bacia do Quaternário: N/D
Zona
de Fonte
de
origem
montanha
Sub-região
Geomorfológica:
Planícies
ribeirinhas
Latitude Sul (o, ‘, “) : 14o43’28.23”
Cascata
rejuvenescida
Rio Muecula
Extensão do local (m): 200m
Mapa de Referência:
Área da bacia (km2): 46.32
Trecho do rio:
Rio da montanha
Leito do Leito do
sopé
sopé
composto composto
por
por areia
cascalho
grossa
Sopé
Planalto
Outras
rejuvenescido
ribeirinho
Longitude Este (o, ‘, “): 40o31’53.57”
Declive/gradiente: Muito raso – planície costeira
Tipo geológico: Rochas metamórficas localizadas imediatamente a seguir ao talude da barragem,
em depósitos de areia costeira sedimentar
Tipo de vegetação: Floresta ribeirinha costeira
Região pluviométrica:
Verão X
Inverno
Aseasonal Outra
Tipo hirdrológico: natural
Perene
Sazonal
Efémera
Outro
X
Tipo hirdrológico: actual
Perene
Sazonal
Efémera
Outro
X
Comentário: O rio, abaixo da barragem não está, neste momento a libertar água, até que a
albufeira encha e a água comece a verter (a aproximadamente ¾ da capacidade) – e assim a água
corre no rio, a jusante da barragem. Esta situação atrasa o padrão natural do caudal e
sazonalidade do rio.
DWAF
Sim/Não
Código:
Distância a Distância
Estação
de Não
montante: a jusante
medição
Sistemas
Pântanos: o rio corre para um Estuário: A jusante Outra
Distância
associados
grande sistema de pântano Sistema
do
ribeirinho,
associado
ao estuário
estuário a jusante, que acaba (aproximadamente
desaparecendo como sistema 17 kms, em linha
fluvial, nesses sistemas de recta, ou 23 km,
pântanos
ao longo do rio).
Comentários adicionais:
Este tipo de sistema fluvial é bastante comum na região, com larga rede de riachos costeiros
associados aos estuários, incluindo os de zonas pantanosas. A nível da região, parece estar ainda
em boas condições, com pouco impacto nos rios, proveniente do interior ou da montante, sendo a
pressão primária, a agricultura. Num contexto regional, este tipo de sistema está generalizado, e
impactos localizados a partir da Barragem de Nacala são, por isso menores e devidamente
regulados pelos processos ecológicos adjacentes.
Esboço do local:
2. CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS E FÍSICAS
Marque a presença das seguintes características
Forma de vale
Planície
Banco de erosão
Terraço
Margem de banco
X
Pedimento
Vale sem base
Mobilidade lateral Confinado
ou
entrincheiramento
Forma do canal
Padrão do canal
Tipo do canal
Moderadamente
confinado
Composto
(Existência de macro-canal)
X
Único fio:
Pouca
sinuosidade
X
Não confinado
Entrincheirado
Simples
(Não existência de macro-canal
Único fio:
Muita sinuosidade
estável-sinuoso
X
Único fio:
– Muita sinuosidade –
mobilidade lateral
Fios múltiplos:
Entrançado (instável)
Fios múltiplos:
Anastomosante/ anabranching
Rochoso
Misto rochoso e aluvial
X
Aluvial
com
dominante(s)
tipo(s)
Areia
X
Gravilha
X
Cascalho
X
Calhau
SECÇÃO B: CONDIÇÃO DA BACIA E USO DA TERRA (para ser confirmado em cada
visita de campo)
Nome do avaliador
Mark Graham
Organização
GroundTruth
Data
24 de Fevereiro de 2010
Hora
10:00 às 14:00
1. REGISTO FOTOGRÁFICO
Número da
Fotografia
Comentários
Montante
1,2
Fotografias da montante do
local abaixo da barragem
1 – Canal rochoso
2 – Forma do canal abaixo a
seguir à secção rochosa
Jusante
3,4
Anotado por fotografia abaixo
Margem para margem
5,6
Anotado por fotografia abaixo
Vegetação ripária
7,8
Anotado por fotografia abaixo
Características especiais 9,10
Anotado por fotografia abaixo
1 Pegos dominados fundo rochoso a jusante
da Barragem de Nacala
2 Saida do pego, abaixo do talude da
barragem
3 Vista a jusante da vegetação ripária
4 Vista a jusante da vegetação ripária no
pego à saída do local de estudo
7 Vegetação ripária típica no local do estudo
8 Vegetação ripária típica no local do estudo
9 Habitats e biótopos aquáticos no local de
estudo
10 Habitats e biótopos aquáticos no local de
estudo
2. CONDIÇÃO DO CANAL
Classifique os impactos numa escala de 0 a 4: 0= nenhum; 2- moderado; 3- grande; 4- total
Alterações do rio e das
margens
Ponte (regular)
Buldozer
Canalização
Pavimento/calçada
Vedação
Gabiões
Extracção de Gravilha,
cascalho, e areia
Margem reforçada
Estradas
Facilidade de
armazenamento de água –
grande (pex: barragem
grande)
Facilidade de
armazenamento de água –
Grau do
impacto
1
2
3
Montante
Distância do
impacto
200m
200m
200m
Grau do
Impacto
Jusante
Distância do
Impacto
pequena (pex: dique)
Açude (pex: para desvio)
Outra
Comentários:
A ponte e a barragem estão integradas. O paredão da barragem verte água, quando a albufeira
está com muita água. Doutra maneira, há um caudal limitado no rio, no início da época chuvosa. A
água começou a correr no rio, uma quinzena antes do trabalho de campo.
3. Indicadores geomorfológicos
Classifique os impactos numa escala deHigh terrace(rarely inundated
Indicadores geomorfológicos (explicação de acordo com o manual)
Erosão devido à acção do rio 1
Deposição devida à acção do rio
Erosão das margens
1
Barras de areia/gravilha
Erosão sub-aérea
Cobertura de silte
Deslocação do canal geral
Silte nas poças
Deslocação do canal activo
Vegetação invasora
1
1
1
Comentários: A Barragem de Nacala, a montante, tem até certo ponto, regulado o regime das
inundações locais. Tem havido a erosão de sedimentos abaixo do talude, doutro modo cheias
transbordam e os sedimentos móveis são retidos – estes, por sua vez regulam a vegetação
riparia – a maioria da qual constituída por árvores relativamente estáveis, na zona ripária
dominantemente formada por rochas.
4. MORFOLOGIA DO CANAL
Indicar as características da secção transversal existentes nas margens esquerda e direita (ver
o diagrama abaixo)
Característica da secção transversal
Terraço alto (raramente inundado)
Margem do macro canal
Terraço (poucas vezes inundado)
Banco inundável (atingido por
inundações anuais)
Margem do canal activo
Barra
Barra intra-canal
Planície de inundação (atingida por
inundações anuais)
Margem esquerda
X
X
X
X
X
X
X
Margem direita
X
X
X
X
X
X
X
Terraço alto (raramente inundado)
Terraço( não frequentlemente
inundado)
Banco de inundação (inundado por cheias
anuais)
Planície de inundação
(inundada por cheias
anuais)
Canal activo
Margem do
macro-canal
Barra
Barra no meio do canal
Margem do canal activo
Canais de baixo caudal
Canal de baixo caudal
SECÇÃO C: DADOS DE CAMPO PARA CADA VISITA
1. INFORMAÇÃO GERAL DA VISITA DE CAMPO
Nome do Avaliador
Organização
Data
Hora
Mark Graham
GroundTruth/jeffares & Green
24/02/10
10:00 às 14:00
Nível de água na altura da visita (assinale a categoria adequada)
Seco
Poças
Baixo caudal
Caudal
isoladas
X
moderado
Pluviosidade nos últimos 4 dias?
Sim
Não
X
Forte caudal
Inundação
Comentários:
Local a jusante da barragem seleccionado. Aparentemente, o nível
da água na albufeira, só permitiu descarga uma quinzena antes da
visita de campo.
Turvação da água (assinale a categoria adequada)
Clara
Colorida
Opaca
Siltosa
X
Comentário:
A Barragem a montante regulariza grande parte
da turvação da água e liberta água
relativamente límpida
2.
DIMENSÕES DO RIO (larguras, alturas e profundidades)
(m)
Comentários
Largura do macro-canal
20
Largura do canal activo
6
Largura da superfície de água
Vaiável 2 a 4
Altura da margem
LB: 3
Profundidade
(m)
Média
0.5
Biótopo físico de águas profundas
Mínimo
0.1
(p.ex. represas)
Máximo
1.0
Média
0.12
Biótopo físico de águas rasas (p. ex.
Mínimo
0.01
rápido)
Máximo
0.20
3. COMPOSIÇÃO DO SUBSTRATO
Material
% de Cobertura Leito
Rocha
30
matacão
5
Calhau
35
Cascalho
15
Areia grossa (gravilha)
10
Areia
5
Silte/lama/argila
Solo (ripário somente)
TOTAL %
100
Grau de incrustação (%)
0-25
RB: 2
Comentário (especificar o tipo
do biótopo)
Poças profundas abaixo do local
Poças rasas abaixo do local
Poça profunda abaixo do local
Rápido sobre cascalho
Rápido sobre cascalho
% de Cobertura Margem
35
5
10
15
15
15
5
% de Cobertura Ripária
30
10
10
5
5
10
10
20
100
26-50
X
51-75
76-100
4. BIÓTOPOS PRESENTES
Biótopo (SASS)
%
SIC
20
SOOC
Vegetação marg.
45
15
Vegetação aquat.
Gravilha
Areia
Silte/lama/barro
15
10
TOTAL
100
%
Rápido s/cascalho
Cascata
Água represada
Ervas
Carriço
Carriço
Água represada
Água represada
Água represada
80
75
60
20
85
80
%
Curso
Queda
Água lenta
Caniço
Outros
Isolepis
Água lenta
Água lenta
Água lenta
15
5
15
5
%
Rápido
s/ rocha
Outro
Poça
Arbusto
Outro
No canal
No canal
No canal
%
5
Queda
de agua
100
20
5
Outro
Palmiet
100
100
15
15
100
100
TOTAL
%
Anexo 2
Hidrologia e Hidráulica
Figura Anexo 2
Anexo 2
Título: Barragem de Nacala: Componente de Hidrologia e Hidráulica
Data
Estado do Relatório: Draft
EXECUTADO POR:
SOLICITADO POR:
Jeffars & Green (Pty) Ltd
Millennium Challenge Account – Mozambique
Caixa Postal 794
Av Ahmed Sekou Toure 2539
Hilton 3245
Maputo
Tel: + 27 11 343-6700
Moçambique
Fax: + 27 33 343-6701
Tel: + 258 21 333920
Fax: + 258 21 333921
AUTOR:
PESSOAS DE CONTACTO DO CLIENTE:
Ryan Gray
Sr. Luís Paulo Mandlate – MCA
Sr. Carlos Bonete – DNA-GOH
RESUMO:
Este relatório contém os resultados das Necessidades Ambientais de Água (ERCE ), componentes
hidrológica e hidráulica do Estudo da Barragem de Nacala.
PALAVRAS CHAVE:
Ecossistema Aquático, ERCE , Necessidades do Caudal do Rio (IFR), hidrologia, hidráulica, determinação da
reserva
PALAVRAS-CHAVE:
Ecossistema aquático, Necessidades ambientais de água, necessidades de caudal do rio, hidrologia,
hidráulica, determinação da reserva
Verificação da Qualidade
Este relatório foi preparado nos termos do controlo estabelecido pelo Sistema de Gestão de Qualidade que
o
responde aos requisitos da ISO9001: 2000 que foi conferido a Certificação DEKRA, com o certificado n
90906882.
Verificação
Capacidade
Nome
Autor
Hidrólogo
Y Gray
Verificado por
Ambientalista Sénior
M van Rooyen
Autorizado por
Associado
S. Johnson
Assinatura
Date
Indice
Indice das tabelas, figuras e gráficos
1. INTRODUÇÃO
A Barragem de Nacala localiza-se sobre o Rio Muecula, a 35 Km da Cidade de Nacala. A
barragem é fonte primária de abastecimento de água à Cidade de Nacala e assume, por isso,
uma importância estratégica para o desenvolvimento da cidade. Investigações preliminares
indicam que a Barragem de Nacala é insegura e precisa de ser reabilitada. Devido ao risco de
falhas, os níveis de água na albufeira são mantidos baixos, reduzindo significativamente a
garantia de abastecimento de água à Cidade. Em adição, há aumentos significativos
projectados para a demanda de água para a cidade, devido ao crescimento da população e aos
desenvolvimentos planificados. Foi recomendado que a Barragem de Nacala a sua capacidade
máxima de encaixe seja aumentada em dois metros. A reabilitação e aumento do paredão
requer uma avaliação ambiental necessidades ambientais da água do Rio Muecula. Este estudo
hidráulico constitui uma contribuição especializada para avaliação integradas das necessidades
ambientais de água (ERCE ).
O estado hidráulico de um sistema fluvial é importante na avaliação do habitat biótico crítico.
A hidráulica do rio é medida e diferentes opções de descargas (para várias classes ecológicas)
são sobrepostas a estes dados hidráulicos para certificar se haverá habitat suficiente para as
componentes ecossistémicas chave (tais como invertebrados, peixe e vegetação). Para
Determinação Rápida da Reserva Ecológica (RERD), o estado hidráulico do rio é calculado para
um dia específico. Isto é para dar indicações dos seguintes aspectos críticos para a hidrologia
do rio:
•
Descarga do rio,
•
Profundidade do caudal e,
•
Velocidade da corrente.
Com estas três características do rio calculadas, a Curva de Descarga pode ser gerada. A
velocidade da corrente é multiplicada pela área da secção transversal (média da profundidade
do caudal multiplicada pela largura do canal) para produzir a descarga. A descarga é
projectada contra a sua máxima profundidade para criar a curva de descarga. A partir desta
curva, descargas simuladas podem ser convertidas em correntes profundas por forma a
avaliar-se a disponibilidade do habitat do rio a uma descarga específica. A disponibilidade do
habitat a profundidade e velocidade variadas constituem informação crítica para os ecologistas
pois, possibilitam a determinação dos caudais críticos necessários para manter o rio num
estado ecológico satisfatório. Para este estudo, a manutenção de baixas correntes e secas
foram avaliados para várias classes ecológicas de modo a determinar se os resultados da
Desktop da Reserva para os rios são ambientalmente sustentáveis.
2 METODOLOGIA
Foi usada uma estação total para determinar a secção transversal do canal em cada local das
Necessidades Ambientais de Água (ERCE ). As secções transversais são apresentadas na secção
dos resultados, com a profundidade do caudal para as várias medições e os resultados da
simulação do caudal sobrepostos.
Usando o ponto de referencia como marca zero, a secção transversal para cada ponto foi
determinada usando a estação total. Velocidades das correntes foram registadas em cada
ponto de medição da secção transversal por forma a determinar a descarga.
Para o ponto ERCE seleccionado neste estudo, a secção transversal foi medida num ponto
razoável (o ponto foi considerado razoável uma vez que era direito e sem obstruções para
providenciar dados suficientemente precisos para gerar dados hidráulicos do rio). O local foi
escolhido perpendicularmente a parte recta da secção do rio próxima dum ponto com rápido o
qual tem algumas vantagens e desvantagens como abaixo se indica:
•
•
Vantagens
o
Velocidade exacta, medidas de profundidade e descarga perto do habitat
crítico para os invertebrados e peixes.
o
Níveis limitados de águas turbulentas aumentam a precisão dos cálculos.
o
Sem obstruções de fontes externas, tais como vegetação suspensa.
o
Todos os pontos estavam numa secção recta do trecho do rio.
Desvantagens
o
Águas cada vez mais rasas em direcção as margens aumentam a margem de
erro nas medições da profundidade do caudal.
o
A secção tinha águas de correntes lentas, o que pode conduzir a imprecisões
na medição da velocidade.
Analisando os detalhes dos pontos acima em termos de vantagens e desvantagens, as
desvantagens são importantes do ponto de vista hidráulico. Os resultados continuarão a ser
satisfatórios para o uso e a confiança nos resultados será moderada a alta devido ao facto de
as vantagens superarem as desvantagens. Uma vez as medições hidráulicas obtidas, o cálculo
da descarga pode começar. A descarga foi calculada multiplicando a área da secção transversal
pela velocidade da corrente. A velocidade da corrente foi medida usando um medidor do
ritmo do caudal (Sonda do Caudal Global Water FP101) tipo propulsor. O medidor de corrente
converte o número das revoluções do propulsor para a velocidade e a apresenta esta
velocidade para registo.
Para este tipo de pesquisa, foi assumido que a velocidade, média por sub-secção vertical de
toda a secção transversal (daqui em diante designada por vertical) é quatro décimas da
profundidade a partir do leito do rio para cima (0,4D onde D é profundidade). O método
preferido é fazer duas medições de velocidades por vertical, a 20 e 80% da profundidade total.
Estes valores são depois colocados numa equação para obter a velocidade média do rio para a
vertical. Com base na profundidade do rio em cada ponto de medição, quer 0.4D, quer 0.2D, e
quer ainda 0.8D foram medidos. 0.4D foi usado em águas rasas e podia resultar em medições
imprecisas tentando medir o 0.2D e 0.8D. As sub-secções para cada vertical foram
seleccionadas em locais com alterações naturais nos declives de tal maneira que a base para a
sub-secção seja tão uniforme quanto possível.
A área da secção transversal do perfil do canal foi calculada dividindo a secção transversal em
rectângulos menores baseado nos pontos onde a velocidade foi medida (verticais). Estes
verticais foram multiplicados pela sua velocidade correspondente para obter a descarga do
caudal em metros cúbicos por segundo. Todas as descargas individuais das subdivisões foram
adicionadas para resultar uma descarga total para o respectivo rio (Equação 1).
n
Equação 1:
Q = ∑WI DI VI
i =1
Onde:
Q = Volume de descarga (m3.s-1)
W = Largura da sub-secção (m)
D = Profundidade da vertical (m)
V = Velocidade média (m.s-1)
A descarga calculada é projectada face a profundidade máxima da corrente medida. Este é o
primeiro ponto necessário para criar a Curva de Descarga. Pelo menos outros dois pontos são
necessários, mas onde for possível, mais do que dois são usados. Os pontos adicionais são
determinados para produzir valores de descargas para diferentes profundidades usando
equação de Manning’s (Equção 2).
Equação 2:
Q = (1 / n) * A * R 2 / 3 * S 1 / 2
Onde:
n = Coeficiente de aspereza de Manning (medido durante a visita ao local)
R = Área/Perímetro humedecido (m)
S = Declive do canal (Rácio)
A = Área (m2)
Usando a Equação 2, descargas modeladas para uma determinada profundidade podem ser
produzidas através do coeficiente de aspereza de Manning. O coeficiente para cada ponto foi
obtido calculando o valor de Manning a partir da cifra da descarga inicial, área medida da
secção transversal e declive medido da secção do rio. Outras características são dependentes
da secção transversal, que varia com a profundidade (isto é, perímetro humedecido e área da
secção transversal). Os dados são já conhecidos a partir dos dados da secção transversal
determinados através da estação total. Assim, a Curva de Descarga deste ponto específico foi
desenvolvida para o Rio Muecula.
Neste estágio, valores da ERCE para diferentes classes ecológicas foram geradas através do
quadro SPATSIM usando o Modelo Desktop. Estas descargas foram convertidas para
profundidades para cada ponto ERCE . Estas profundidades são calculadas usando a Equação 3.
Equação 3: D = α * Q µ
A tabela 1 mostra o Coeficiente de Manning n e os coeficientes de regressão da Equação 3 (α,
µ) determinados a partir da curva de descarga a cada ponto ERCE .
Tabela 1 : Coeficientes de Regressão usados para calcular correntes profundas a partir de
medições de descarga
Ponto
Ponto Rio Muecula
α
µ
n
0.366
0.3759
0.03
As profundidades são projectadas no perfil da secção transversal para o ponto ERCE e usadas
pelos especialistas ambientais para determinar até que ponto existe habitat crítico suficiente
para a biota e o respectivo sistema do rio para manter o actual estado ecológico. A secção
seguinte lida com os resultados produzidos transpondo as profundidades calculadas das
diferentes descargas ambientais para a secção transversal do canal.
3 RESULTADOS
3.1
Selecção do local
As coordenadas do GPS para a secção transversal do Rio Muecula são mostradas na Tabela 2.
Tabela 2: Coordenadas da Secção transversal do ponto ERCE
Ponto
Ponto Rio Muecula
Código do local
MUE1
Latitude
Longitude
14o43’28,2’’S
40o31’53,6’’E
A secção transversal seleccionada para uso neste estudo ERCE foi suficiente para obter uma
descarga da corrente para o rio na altura da visita ao local. A secção do rio seleccionada
continha um ambiente de rápidos para a ecologia aquática e variedade suficiente de habitat
(rápidos, curso e poças) para o especialista de peixe. As medições hidráulicas foram levadas a
cabo na secção recta do trecho do rio onde quantidades limitadas de áreas turbulentas ou sem
corrente foram observadas. Correntes turbulentas e áreas sem corrente podem reduzir a
precisão dos cálculos hidráulicos.
3.1.1 Parte Alta do Rio Muecula (MEU1)
Inserir figura
Figura 1: Localização da Secção transversal hidráulica para MUE1
Inserir figura 2
Figura 2: Secção transversal hidráulica para MUE1
3.2
Avaliação da disponibilidade da informação
A disponibilidade da informação para as componentes hidrológica e hidráulica é classificada de
0 a 4 (Tabela 3). A pontuação de 0 a 2 indica que o nível de informação é adequada para a
Metodologia Rápida de Reserva Ecológica (RERM) enquanto a pontuação de 3 indica que é
adequada para uma Metodologia Intermédia de Reserva Ecológica (ERM) e a pontuação 4
indica que é adequada para uma Metodologia completa de Reserva Ecológica (CERM). Os
níveis de confiança indicam a confiança dos especialistas na informação disponível. A
classificação de confiança com pontuação 5 é alta enquanto que a pontuação de 0 indica
ausência de confiança.
Tabela 3: Avaliação da disponibilidade da informação
Componente
ERCE
Nível de
confiança
Disponibilidade
da informação
Comentários
0 1 2 3 4
Hidrologia
2
Hidráulica
2
3.3
X
Disponibilidade limitada de dados pluviométrico foi
usada para gerar um ficheiro pluiviométrico da bacia
para uso na modelação das águas pluviais. Não existe
disponibilidade de dados sobre caudal fluvial similar para
calibração dos resultados da modelação das águas
pluviais.
X
Uma boa secção transversal com um caudal firme numa
secção recta próxima do local do rápido. A água,
contudo, corre suavemente o que poderá culminar com
imprecisões nos registos de velocidade.
Avaliação da conveniência do local
A avaliação da conveniência dos locais relativamente a hidrologia e hidráulica é indicada na
Tabela 4.
Tabela 4: Avaliação do ponto ERCE em termos de conveniência para fornecer dicas durante a
verificação de campo
Ponto
Componente
ERCE
Hidrologia
Nível de
Confiança
2
Vantagens
•
Desvantagens
Estudos detalhados levados
a cabo
•
Falta de dados sobre o caudal
para calibrar o caudal a
simulado
•
Baixa qualidade
pluviométricos
•
Corrente de baixa velocidade
MEU 1
Hidráulica
2
•
Secção recta
•
Corrente
turbulenta
firme
não
de
dados
3.4
Curva da descarga de stage
A descarga calculada e profundidade máxima medida da secção transversal para cada ponto
está resumida na Tabela 5
3
Ponto
Descarga calculada m /s
Ponto a montante de Muecula
(MUE1)
0.146
Profundidade máxima medida (m)
0.170
A Curva da Descarga foi gerada para o ponto e é apresentada no Gráfico 1.
Inserir gráfico
Gráfico 1: Curva da Descarga para o Ponto a montante do Rio Muecula (MUE1)
3.5
Resultados da secção transversal
Os resultados do ponto ERCE são representados em forma gráfica e tabular para a secção
transversal em questão. Para o ponto ERCE , os meses com valores totais mais baixos e mais
altos foram projectados na secção transversal.
3.5.1 Rio Muecula
Correntes para o ponto MUE1 sobre o Rio Muecula simuladas foram consideradas adequadas
para a Classe Ecológica Recomendada (REC) de C. A tabela 6 mostra o resumo das descargas
medidas, simuladas e calculadas, velocidade média e profundidade média e máxima para
várias correntes simuladas. O Gráfico 2 é uma representação gráfica da profundidade da
corrente transposta ao longo da secção transversal do ponto Muecula.
Tabela 6: Ponto alto de Muecula (MUE1); REC = C
MUE1
Descarga
3
(m )/s
Profundidade da corrente no
ficheiro da secção transversal (m)
Profundidade
máxima
Velocidade média
(m/s)
Profundidade
média
Caudal medido
0.146
0.170
0.133
0.202
Manutenção da época seca - Dezembro
0.018
0.086
0.049
0.126
Estiagem de época seca - Dezembro
0.009
0.067
0.033
0.114
Manutenção da época das chuvas - Abril
0.067
0.140
0.102
0.182
Estiagem da época das chuvas - Abril
0.032
0.107
0.069
0.142
Inserir Gráfico
Gráfico 2: Secção transversal do Ponto alto do Rio Muecula (MUE1) com as profundidades da
corrente medidas e ambiental transposta
3.6
Resumo da estimativa ERCE
O sumário da estimativa ERCE para o ponto é apresentado na Tabela 7.
Tabela 7: Sumário da estimativa EWFR para os pontos
Inserir tabela
4 CONFIANÇA NA MODELÇÃO HIDRÁULICA
A confiança na modelação hidráulica feita neste estudo é moderada a alta. Os dados da
secção transversal incluindo as leituras de velocidades foram tomadas da secção recta do
trecho do rio com limitada turbulência de rápidos. Este ambiente, com água de corrente, irá
por conseguinte reduzir a precisão dos resultados dos valores finais das descargas. De um
modo geral, os dados remanescentes foram colectados e usados correctamente nos cálculos
conferido alguma confiança nos resultados apresentados neste documento, e assim o nível de
confiança final como sendo moderado a alta.
5 CONCLUSÕES
O levantamento hidráulico único do local sobre o Rio Muecula (MUE1) produziu uma
descarga de 0.146 m3/s com uma profundidade máxima de 0.170 m (profundidade de corrente
média de 0.133 m). Foi determinado que a velocidade média da corrente é de 0.202 m/s.
O especialista ecológico na equipa do projecto (peixe, micro-invertebrado e geomorfológico)
recomendou a Classe C da Categoria de Reserva Ecológica a ERCE potencial. A ERCE de Classe
C foi determinada usando o Modelo de Reserva Desktop. O resultado para ERCE de Classe C
recomenda um ERCE total anual de 2.496 Mm3 (21.41% MAR) dos 11.66 Mm3 simluado para o
ponto da Barragem de Nacala (Nacala Dam Hidrology Investigation Report, Report
No:FS/2010/HI02). O ERCE total anual pode ser classificado como de baixas e altas correntes
como indicado a seguir:
•
Caudais Baixos de Manutenção
1.355 Mm3 (11.625 MAR)
•
Baixas Correntes Secas
0.657 Mm3 (5.635 MAR)
•
Fortes Caudais de Manutenção
1.141 Mm3 (9.975 MAR)
Os resultados apresentados neste relatório são revistos por especialistas ambientais para
determinar até que ponto as necessidades ambientais de água são suficientes para o
funcionamento sustentável do ecossistema aquático.
Anexo 3
Avaliação de Peixe
BARRAGEM DE NACALA
COMPONENTE DE PEIXE
ANEXO 3
Para
Jeffares and Green
Por
Johan Koekemoer
Koekemoer Aquatic Services
Julho de 2010
Índice
1. INTRODUÇÃO
O objectivo do programa nacional de biomonitoria da África do Sul, o Programa Nacional de
Saúde dos Rios (RHP), é estabelecer a integridade ou saúde dos ecossistemas aquáticos. Este
RHP faz uso de vários índices biológicos (Roux, 1997) que são principalmente relacionados com
o estado ecológico actual das comunidades seleccionadas dos ecossistemas fluviais. Estes
índices incluem os invertebrados (Sistema de Classificação Sul Africano ou Índice de Avaliação
de Resposta dos Macro-Invertebrados), Vegetação Ribeirinha (Índice de Vegetação Ribeirinha
ou Índice de Avaliação de Resposta da Vegetação Ribeirinha) e Peixe (Índice de Integridade de
concentração dos peixes ou Índice de Avaliação de Resposta dos Peixes). Peixes são
indicadores muito úteis da saúde dos ecossistemas na medida em que reflectem a saúde do
sistema a longo termo (peixes tem relativamente longos anos de vida), eles são indicadores do
estado de várias secções dos sistemas (peixes tem mobilidade) e tem a habilidade de evitar
áreas de impacto, e são conhecidos por serem sensíveis e responderem diferentemente para
diferentes stresses. Finalmente, peixes tem um grande valor social, ecológico e económico e
são muito conhecidos pelas comunidades locais formais e informais que fazem uso do peixe na
avaliação do estado ecológico dos sistemas relevantes (www.csir.co.za/rhp/).
O uso dos atributos dos peixes na avaliação das condições ambientais dos ecossistemas é
largamente incorporado na gestão dos ecossistemas de água doce (Kleynhans, 1999; Kotze,
2002; Karr, 1981; Karr e tal.’ 1986; Fausch e tal., 1990; and Belpaire, e tal. 2000). No quadro do
RHP um índice usado para avaliar atributos biológicos das comunidades de peixes dentro da
África do Sul, o Índice de Avaliação da Integridade dos peixes (FAII), foi desenvolvido por
Kleynhans (1999). Este uso inicial dos atributos dos peixes para avaliar o estado ecológico dos
principais ecossistemas do rio, no âmbito RHP teve muitos benefícios. De acordo com
Kleynhans (1999) este benefícios incluem:
•
O índice foi capaz de reflectir a resposta das comunidades de peixes para os impactos
ambientais induzidos em humanos.
•
É útil dentro dos limites da informação disponível, trabalho, perícia e recursos
financeiros dos praticantes/especialistas de na África do Sul.
•
Está estruturada de maneira que permite uma fácil adaptação (isto é, recálculo dos
índices de valores históricos) quando informação sobre concentração dos peixes
melhora.
•
Fornece informação e respostas dentro do contexto e quadro da recente legislação
(1998) sobre Recursos de Hídricos da África do Sul.
•
O índice é suficientemente flexível para ser útil em todas as eco-regiões da África do
Sul.
•
O índice foi desenvolvido dentro de um quadro hierárquico.
Seguindo o desenvolvimento e uso do FAII, o Índice de Sensibilidade Ponderada dos Peixes da
Integridade Biótica (SIBI) (Kotze, 2002) e finalmente o Índice de Avaliação das Respostas dos
Peixes (FRA) foram desenvolvidos (Kleynhans, 2005). No âmbito do RHP, o FRAI é agora
considerado o Índice dos Atributos das Comunidades dos Peixes Preferidos e é amplamente
usado na África do Sul hoje. (Kleynhans, 2007).
2. OBJECTIVO DO ESTUDO
O objectivo do estudo é avaliar a integridade ecológica do ecossistema do Rio Muecula através
do uso de atributos e estrutura comunitária de peixes no sistema. Em adição, os resultados da
avaliação dos atributos dos peixes serão usados para sugerir a importância ecológica e
sensibilidade, caudais necessários (tempo e duração) para manter o estado ecológico actual
das comunidades de peixes no sistema e sugerir as implicações de alteração dos caudais
(modelados) para o estado actual das comunidades de peixes.
De forma a atingir este objectivo a metodologia de abordagem da EcoClassificação será
implementada para avaliar a estrutura comunitária dos peixes. O Índice de Avaliação de
Resposta dos Peixes ou modelo FRAI (Kleynhans, 2007) será implementado na avaliação do
impacto da alteração dos caudais, o qual será feito por meio de uma avaliação das potenciais
consequências destas alterações para as conhecida biologia das comunidades dos peixes que
se presume que ocorra na área de estudo.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste estudo, a avaliação dos peixes foi levada a cabo em dois pontos, de 23 a 25 de Fevereiro
de 2010. O Índice de Avaliação da Resposta dos Peixes foi usado para avaliar o estado
ecológico actual (PES) da componente de peixes (Kleynhans, 2007). Esta abordagem multimétrica para avaliar os atributos das comunidades de peixes incorpora informação a nível
individual, da população e comunitário num simples índice ecologicamente baseado,
reflectindo toda a condição do ecossistema aquático.
3.1. Selecção do local
Locais potenciais foram previamente identificados com recurso ao uso de mapas (a escala de
1:250 000) e Google Earth, enquanto que na área de estudo locais propícios foram visualmente
seleccionado de carro a pé também com o uso do GPS. O procedimento para a selecção do
local teve que tomar em conta certas dificuldades logísticas (isto é: distância, inacessibilidade
dos locais, e tempo). Dois locais foram previamente identificados como potenciais para
amostras por exemplo, o ponto a montante da barragem e o a jusante (local de impacto).
Ao tomar em conta as dificuldades logísticas, foi decidido que um representante da equipa de
pesquisa devia inspeccionar um ponto a montante, o que foi feito para eliminar desperdício de
tempo e mobilização desnecessária de equipamento pesado.
O ponto a montante (com coordenadas GPS 14o42’28.58” S e 40o30’43.17” E) foi concluído ser
impróprio para amostragem uma vez que não havia corrente na altura do levantamento. O
enfoque principal foi depois para o ponto aproximadamente 300 metros a jusante
(coordenadas GPS 14o43’28.20” S e 40o31’53.60 E) do paredão da Barragem de Nacala, o qual
satisfez aos requisitos estabelecidos pelos especialistas. Havia neste ponto uma corrente
adequada com várias classes de profundidade e diversidade de habitat que permitiram a
avaliação representativa de peixes para o sistema do Rio Muecula. A corrente na altura do
levantamento era uma corrente resultante da perda através do paredão da barragem.
Um ponto a vários quilómetros a jusante (com coordenadas GPS 14o45’31.21” S e 40o34’32.52”
E) foi igualmente reconhecido mas a equipa de especialistas concluiu ser inadequado para
monitoria integrada uma vez que não havia corrente. Contudo, encontrou-se peixe neste local
e há poças profundas também existiam neste local.
O PES para este local será avaliado através da implementação do FRAI e o ponto mais a jusante
será sucintamente discutido em termos de peixe e habitat existentes.
3.2.
Coleta de dados
Peixe foi encontrado no local a jusante da barragem (MUE1) usando um método eléctrico por
1.5 horas, concretamente o SAMUS-725G electro-fisher.
Peixes foram encontrados mais a jusante do ponto por meio de rede de lançamento (com 2.5
m de diâmetro e 20 mm de espaçamento). Aproximadamente 20 tentativas foram feitas.
Os nomes das espécies, length cohort, saúde externa, diversidade e densidade foram
registados para cada espécie de peixe encontrada neste local. Para o FRAI, classes de
profundidade das correntes e diversidade do habitar; composição e conveniência foram
anotados para o ponto 1. Fichas de dados de campo sobre peixes e planilhas de FRAI conforme
desenvolvidas por Kleynhans (2007) foram usadas para ajudar no registo de dados.
3.3. Condições referenciais
De modo a levar a cabo a avaliação do estado ecológico presente da comunidade de peixes
nesta área, a revisão do estado referencial destas comunidades é exigida pela metodologia
FRAI. Não há contudo nenhuma base de dados com informação histórica deste sistema ou
área. O estado referencial da comunidade de peixes do Rio MUecula foi determinado através
de opinião profissional e através do uso de dados distribuídos conforme os registos sobre rios
da Costa Oriental da África Austral (Skelton, 1993). Esta metodologia foi usada nesta avaliação
para estabelecer uma visão geral da distribuição histórica e possível expectativa da frequência
de ocorrência de peixes na área de estudo, em comparação com eco-regiões similares. As
espécies seleccionadas (Tabela 3.1) são geral e moderadamente tolerantes a tolerantes a
modificações do caudal com preferência para habitats de águas tranquilas, e
fundamentalmente precisam de movimento entre secções do rio para efeitos migratórios. A
enguia (Anguilla mossambica) é a única espécie de peixe seleccionada com necessidades de
migração ao nível da bacia, e ela ‘e conhecida por galgar obstáculos naturais e artificiais tais
como barragens (Skelton, 1993).
O Rio Muecula é um rio efémero, e certos critérios foram usados na selecção das espécies de
peixe esperadas possivelmente ocorrendo historicamente na área por exemplo:
•
Espécies de peixe com tolerância a condições sem corrente durante certos períodos do
ano;
•
Espécies de peixe com preferência para águas represadas, pântanos, poças, planícies,
lagoas que servem de refúgio durante períodos sem caudal,
•
Espécies de peixes de água doce com distribuição histórica em Eco-Regiões similares e
com distribuição ao longo dos rios da Costa Oriental e estuários de África (incluindo
planícies costeiras de Moçambique) (Skelton, 1993).
Espécies dependentes do habitat de rios com curso permanente não foram consideradas para
este estudo. Algumas das espécies de peixe seleccionadas são contudo dependentes de caudal
durante alguns estágios da vida em termos de desova e migração (enguias, peixe gato e
pequenos barbs).
A Tabela 3.1 indica de forma abreviada, as espécies esperadas em condições ideais. Oito
espécies foram seleccionadas.
Tabela 3.1. Espécies seleccionadas em condições ideais
ESPÉCIES ESPERADAS: REFERÊNCIA
(NÃO INTRODUZIDO SSP)
NOMES CIENTÍFICOS
OMOS
OREOCHROMIS MOSSAMBICUS (PETERS, 1852)
TREN
TILAPIA RENDALL (BOULENGER, 1896)
PPHI
PSEUDOCRENILABRUS PHILANDER (WEBER, 1897)
CGAR
CLARIAS GARIEPINUS (BURCHEL, 1822)
AMOS
ANGUILLA MOSSAMBICA (PETERS 1852)
BVIV
BARBUS VIVIPARUS (WEBER, 1897)
BRAD
BARBUS RADIATUS (PETERS, 1853)
BRTI
BARBUS TRIMACULATUS (PETERS, 1852)
3.4. Avaliação do Habitat
De acordo com a metodologia FRAI (Kleynhans, 2007) a avaliação do habitat para esta parte do
estudo refere-se a uma avaliação do potencial habitat dos peixes (isto é.; o potencial de que os
habitats fornecem condições propícias para as espécies viverem) num local em termos de
classes de profundidade de velocidade presente e da presença de vários tipos de cobertura em
cada uma dessas classes de profundidade de velocidade. Isto, fornece um quadro em cuja
presença, ausência ou frequência de ocorrência de espécies pode ser interpretada. A avaliação
do habitat inclui uma consideração geral dos impactos que podem influenciar a condição ou
integridade do habitat dos peixes no local.
3.5. Avaliação do Estado Ecológico Actual
Por forma a estabelecer o Estaco Ecológico Actual (PES) dos locais avaliados neste estudo, a
categoria ecológica das comunidades dos peixes foi determinada através da aplicação da
metodologia FRAI usando os dados colectados (estudo desktop e de campo). O procedimento
para correr o protocolo FRAI é como se segue (Kleynhans, 2007):
•
Planeamento/preparação (componente desktop):
•
•
o
Determinar as condições de referencia (abundância e diversidade) para as
comunidades dos peixes para ocorrerem em cada local/secção.
o
Rever a biologia geral dos peixes esperados para garantir que a metodologia
de amostragem implementada no campo vai permitir uma avaliação precisa da
abundância e diversidade dos peixes que se espera ocorram na área de
estudo.
Levar a cabo um levantamento da amostra
o
Considerar a disponibilidade do habitat para ocorrer no local/secção antes da
amostra para garantir que um argumento convincente relativamente a
abundância e diversidade dos peixes ocorrendo na área de estudo possa ser
feito. Preencher as fichas de avaliação.
o
Colher amostra da actual abundância e diversidade de peixes em cada
local/secção usando uma pré-estabelecida metodologia de amostragem e
esforço.
o
Colectar dados da abundância e diversidade de peixes observados.
Aplicação do modelo FRAI (componente desktop)
o
Preencher a informação da ocorrência de das espécies nas fichas de avaliação
FRAI e considerar os dados das preferências das espécies/intolerância para
ajudar a concretizar a avaliação métrica FRAI dos grupos.
o
Rever informação accionadora disponível e avaliação completa no campo
considerando a relação entre a componente accionadora e os grupos métricos
(Figura 1).
o
Categorizar, pesar e pontuar cada componente do grupo métrico.
o
Considerar o impacto das espécies exóticas introduzidas (incluindo espécies
não endémicas) na avaliação FRAI.
o
Pesar os grupos métricos para fornecer uma categoria ecológica dos peixes
para cada local/secção avaliada.
Condutores
Geomorfologia
GRUPOS MÉTRICOS
Métricas de velocidade-profundidade
Métricas de modificação do caudal
Hidrologia
Métricas de migração
PEIXES:
CATEGORIA
ECOLÓGICA
Métricas de cobertura
Físico-química
Métricas de saúde e condição
Determinantes modificadores
Espécies introduzidas
Figura 1: Representação esquemática do modelo FRAI indicando a relação entre os
componentes condutores, grupos métricos e o estabelecimento da categoria ecológica dos
peixes.
3.6. Interpretação dos impactos relacionados com correntes e
não correntes e trajectórias de mudança
Seguindo a avaliação do estado ecológico das comunidades dos peixes nesta área de estudo
usando a metodologia FRAI, a categoria ecológica específica de peixes (EC) é determinada
considerando as variáveis contribuindo para a composição da EC, que são, os grupos métricos
mais impactados resultando no estado ecológico desviado das condições naturais.
Desvendando a EC e os grupos métricos contribuindo para esta EC, uma avaliação é lavada a
cabo para estabelecer até que ponto as mudanças observadas na EC são devidas aos impactos
relacionados com as correntes e não correntes. A causa deste desvio na EC é ademais revelado
para determinar quais dos grupos métricos são responsáveis pela mudança. A partir daqui, é
então possível fazer recomendações relacionadas com a manutenção ou melhoria possível da
EC.
3.7. Avaliação da Importância e Sensibilidade Ecológica
Em adição da avaliação nuclear do estado ecológico das comunidades dos peixes na área de
estudo, a avaliação da importância e sensibilidade ecológica (EIS) de cala local/secção foi feita.
A EIS de cada local é determinada através de um processo que envolve o preenchimento e
análise do modelo EIS baseado em Excel que incorpora informação relacionada com peixes e
invertebrados para EIS potencial do habitat dos rios e vegetação ribeirinha do sistema. Os
resultados do modelo podem ser vistos no Anexo A deste relatório.
3.8. Verificação das estimativas modeladas de ERCE
Na sequência da conclusão do FRAI e EIS deste estudo, uma avaliação das estimativas
modelada das Necessidades Ambientais de Água (ERCE ) será levada a cabo para estabelecer
até que ponto ou não a provisão suficiente ‘e feita através das estimativas de ERCE para
manter a presente EC dos peixes, determinado pelo ficheiro da secção transversal deste
estudo.
Esta avaliação implica uma avaliação dos requisitos biológicos do caudal das espécies
seleccionadas que podem actuar como um indicador das espécies no estudo em relação a
disponibilidade de modelação hidrológica e hidráulica do ponto ERCE . Esta avaliação considera
a quantidade, qualidade e diversidade dos biótipos críticos em relação as condições das
alterações dos caudais.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta secção apresenta os resultados da avaliação dos peixes levada a cabo para indicar o
estado ecológico actual das comunidades dos peixes na área de estudo.
4.1.
Selecção do Local
Uma breve descrição do habitat dos peixes, disponibilidade e conveniência para os pontos
ERCE escolhidos do Rio Muecula é fornecida a seguir. O ponto 1 foi o único considerado
propício para o estudo e o uso do FRAI para determinar o PES, uma vez que outros pontos não
tinham correntes.
4.1.1. Rio Muecula (MUE1) – Abaixo do Talude da Barragem de Nacala
Este ponto tem uma variedade de classes de correntes profundas, contudo, não tem habitat
rápido e profundo. O Rio Muecula é um rio pequeno (largura média de 5-10m) e espera-se que
habitat rápido e profundo terá água durante a época chuvosa. Havia vegetação suspensa e
substrato consistindo em rochas, pedregulhos, pedras/cascalhos, e areia grossa. Havia alguma
gravilha fina e áreas arenosas nas margens de rios. Macrófitos aquáticos eram moderados em
locais de águas lentas e tranquilas. Colunas de pedra e água constituíram maioria da cobertura
neste local. Existem Poças profundas (5-20m (curso-poças) diâmetro), e poças consistem de
rápidos, curso, e deslizam para poças tranquilas. Não havia margens cortadas e raízes
descobertas.
Tabela 4.1: Abundância de classe de habitat de peixes de correntes profundas e tipo de
cobertura para MUE1
Lento, profundo
Vegetação suspensa
4
Lento, pouco fundo
4
3
Vegetação
suspensa
3
Rápido, fundo
Vegetação suspensa
0
0
Rápido, pouco fundo
Vegetação suspensa
4
2
Lento, profundo
4
Lento, pouco fundo
4
Rápido, fundo
0
Rápido, pouco fundo
4
Margens cortadas e
raízes descobertas
0
Margens cortadas e
raízes descobertas
0
Margens cortadas e
raízes descobertas
0
Margens cortadas e
raízes descobertas
0
Substrato
4
Substrato
4
Substrato
0
Substrato
4
Macrófitos
aquáticos
3
Macrófitos
aquáticos
3
Coluna de água
4
Coluna de água
2
Macrófitos aquáticos
Coluna de água
0
0
Macrófitos aquáticos
Coluna de água
1
3
4.1.2. Rio Muecula – Uma Sucinta discussão do local mais a jusante com
poças e poças de planícies
O local foi pesquisado com rede de lançamento considerada não adequada para uma avaliação
de ERCE . Não havia corrente nesse local e o habitat do rio consistia de poças profundas. O
substrato era areia e lama. Macrófitos aquáticos eram abundantes, assim como a vegetação
marginal e suspensa, fornecendo cobertura para peixes juntamente com a coluna de água da
poça. Não foram encontrados peixes nas poças, muitos provavelmente devido a actividade
humana exemplo, lavagem e ponto de travessia de rios para locais e pesca. A água estava
turva.
Amostras das águas turvas da poça da planície adjacente ao local também foram colhidas. O
substrato era lama, e macrófitos aquáticos eram abundantes. Foram tiradas amostras de
Sharptooth Catfish (Clarias gariepinus) nas poças de planícies. São espécies pesadas e
frequentemente as últimas espécies a permanecerem no habitat de poças devido a sua dureza
e tolerância para condições de habitat desfavoráveis. É igualmente um excelente predador o
que pode explicar a ausência de outras espécies de peixes na área. Pressão local de pesca pode
ter tido impacto para presença de peixe.
Poças e poças de planície existentes neste local quando mantidos, servem como áreas de
refúgio importantes (refúgio) para peixes. O caudal necessário para sustentar essas poças vai
estabelecer provavelmente o caudal mínimo necessário para um sistema efémero tal como o
Rio Muecula. Inundações poderão, ser necessárias durante a estação chuvosa para peixes
migrarem destas poças para repovoar o sistema.
4.1.3. Avaliação da conveniência do local
Informação usada para conduzir a avaliação da conveniência do local foi colectada como parte
do Programa de Saúde do Rio conduzido para cada ERCE (Ver Anexo 1 para a avaliação
completa do local para cada ponto). A confiança na pertinência do ponto ERCE para fornecer
indicadores para verificação dos resultados DSS de 0 (ausência de confiança) para 5 (alta
confiança). A tabela 4.2 fornece detalhes na disponibilidade e pertinência do habitat dos
peixes em cada ponto ERCE .
Componente
ERCE
Nível de
Confiança
Vantagens
Desvantagens
Todas as classes das correntes de
profundidade existem excepto as de
correntes rápidas
Substrato amplo (pedras) para cobertura
Água funda corrente ausente na altura
do estudo
Cortes nas margens e raízes
descobertas ausentes
MUE1
Peixe
Habitat amplo (rápidos-curso-poças) para
as esperadas espécies semi-reofílicas e
limnofílicas
Poças
profundas
abundantes
para
cobertura e refúgio
Requisitos de habitat (categorias e coberturas
de correntes de profundidade) de todas as
espécies esperadas bem representadas no
local.
3
Sistema efémero – caudal não mantido
ao longo do ano
4.2. Colecta de dados
4.2.1. Avaliação da disponibilidade da informação
A disponibilidade de informação para a componente de peixes é classificada de 0 a 4 (4.3). A
pontuação de 0 a 2 indica que o nível de informação é adequado para a RERM, enquanto que a
pontuação de 3 indica que é adequada para uma IERM e a pontuação de 4 que é adequada
para a CERM. O nível de confiança dos especialistas na informação disponível. A classificação
de confiança de 5 é alta enquanto que a classificação de 0 indica ausência de confiança.
Tabela 4.3: Avaliação da disponibilidade de informação para todos os locais estudados
Componente
ERCE
Nível de
confiança
Disponibilidade de
informação
0
1
2
3
Comentários
4
MUE 1
Não existe base de dados histórica de peixes
para este sistema.
Opinião e julgamento foram usados na
determinação da histórica ocorrência de espécies
de peixes através da comparação com
distribuição das espécies em EcoRegiões
similares, e espécies de peixe listadas em
Skelton (1993) a ocorrer nos sistemas da Costa
Oriental de África.
Peixes
1
1
Espécies
seleccionadas
são
geralmente
moderadamente tolerantes a tolerantes a
modificações de corrente com preferência para
habitats de águas tranquilas (poças etc, que
poderão servir de refúgio durante períodos de
ausência de correntes).
Espécies seleccionadas principalmente requerem
movimentos migratórios entre secções do rio.
4.3. Condições referenciais e requisitos biológicos dos peixes na
área de estudo
Espécies seleccionadas são geralmente moderadamente tolerantes a tolerantes a
modificações de corrente com preferência para habitats de águas tranquilas (poças etc, que
poderão servir de refúgio durante períodos de ausência de correntes). Espécies seleccionadas
requerem principalmente correntes durante certos estágios de vida para movimentos
migratórios entre as secções do rio and spawning (Tabela 4.4).
Tabela 4.4: Espécies de peixes esperadas classificadas de acordo com preferências por
correntes profundas e necessidades de corrente (reofílica, semi-reofílica e limnofílica)
Reofílicas
Grande
Necessidades de corrente
Pequena (<20cm)
Nenhuma
Necessidades de corrente
Nenhuma
Semi-Reofílicas
Grande
Necessidades de corrente
Cgar
SD,SS. Grandes espécies que
necessitam de grandes cheias para
migração e desova – Oct-Nov; JanFev. Vegetação marginal precisa de
ser indundada.
Amos
FS, FD, SD. Precisam de grandes
cheias
escala
de migração
catchment – Oct-Nov; Jan-Fev.
Podem
transpor
barreiras
manmade
Pequena (<20cm)
Necessidades de corrente
Bviv
SS. Necessita de chuva que para
spawning – Oc-Nov; Jan-Fev.
Mantém marshes e poças para
refúgio, e vegetação marginal e
aquática para spawning.
Brad
SS, SD. Necessita de chuva que
para spawning – Oc-Nov; Jan-Fev.
Mantém marshes e poças para
refúgio, e vegetação marginal e
aquática para spawning.
Btri
SS, SD. Migram a montante em
spate depois das chuvas para
spawning – Oct-Nov; Jan-Fev.
Vegetação marginal e aquática
precisa
ser
mantida
para
spawning do habitat.
Limnofílicas
Grande
Necessidadess de corrente
Omos
SS, SD. Necessitam de chuva cue
for spawning – Oct-Nov; Jan-Fev.
Mantém marshes e poças para
refúgio.
Tren
SS, SD. Necessitam de chuva cue
for spawning – Oct-Nov; Jan-Fev.
Mantém marshes e poças para
refúgio e vegetação marginal e
aquatic para habitat.
Pequena (<20cm)
Necessidades de corrente
Pphi
SS. Necessitam de chuva cue para
spawning – Oct-Nov; Jan-Fev.
Necessitam
de
cobertura
(exemplo. Pedras) para o habitat.
FD = Profunda rápida > 0.3m/s e > 0.3m
FS = Profunda rasa >0.3m/s e <0.3m
SD = Profunda lenta <0.3m/s e >0.3m
SS = Lenta shallow <0.3m/s e <0.3m
4.3.1. Revisão das alterações no estado de referência dos peixes
indígenas na área de estudo
OREOCHROMIS MOSSAMBICUS (Tilapia de Moçambique):
Espécies tolerantes que se espera ocorram na área. Tem uma preferência por habitats amplos
com excepção de habitats profundos rápidos. A FROC observada é similar a FROC de referência
destas espécies. Foi observada em altas densidades.
TILAPIA RENDALL (Tilapia Redbreast):
Espécies moderadamente tolerantes que se espera ocorram no Rio Muecula. Não foram
observadas no ponto 1 (principalmente rochosa), mas espera-se que ocorram em poças de
planícies e poças no rio onde existe uma ampla vegetação aquática e leve/chão com substrato
arenoso. Contudo, ocorrem na Barragem de Nacala. Pressão na Pesca por locais podem afectar
estes números na área.
PSEUDOCRENILABRUS PHILANDER (Southern mourhbrooder):
Espécies pequenas e tolerantes com uma larga distribuição, e preferência de habitat. Não
foram observadas. A presença do peixe gato como predador pode afectar estes números.
CLARIAS GARIEPINUS (Peixe gato):
Espécies grandes e tolerantes com uma larga preferência de habitat e larga distribuição. Foi
observada como esperado.
ANGUILLA MOSSAMBICUS (Longfin eel):
Espécies moderadamente grandes, com migrações paternas especializadas (Catchment scale).
Capazes de ascender estruturas feitas por homens como barragens (Skelton, 1993). Sentem-se
bem em barragens e poças profundas. Foram observadas como esperado.
BARBUS VIVIPARUS (Bowstrip barb); BARBUS RADIATUS (Beira barb); e BARBUS
TRIMACULATUS (threespot barb):
As três são pequenas espécies com barba. B. viviparous é moderadamente tolerante e as duas
espécies remanescentes são tolerantes. B. trimaculatus migra a montante for spawning. Todas
as três espécies estão associadas com vegetação aquática, e sentem-se bem em poças
vegetadas e poças de planícies. Estas espécies não foram observadas. A presença de peixe gato
como predador pode afectar seus números.
Tabela 4.5: FISH FROC – Referência vs Observadas
ABREVIATURAS:
ESPÉCIES
DE
REFERENCIA
(ESPÉCIES
INTRODUZIDAS
EXCLUIDAS)
NOMES CIENTÍFICOS: ESPÉCIES DE REFERENCA
FREQUÊNCIA
E
OCORRÊNCIA
DE
REFERÊNCIA
PES:
OBSERVADA &
OCORRÊNCIA E
FREQUÊNCIA
DERIVADA DO
HABITAT
OMOS
OREOCHROMIS MOSSAMBICUS (PETERS, 1852)
4
4
TREN
TILAPIA RENDALL (BOULENGER, 1896)
3
0
PPHI
PSEUDOCRENILABRUS PHILANDER (WEBER, 1897)
3
0
CGAR
CLARIAS GARIEPINUS (BURCHELL, 1822)
3
3
AMOS
ANGUILLA MOSSAMBICA (PETERS, 1852)
3
3
BVIV
BARBUS VIVIPARUS (WEBER, 1897)
3
0
BRAD
BARBUS RADIATUS (PETERS, 1853)
3
0
BTRI
BARBUS TRIMACULATUS (PETERS, 1852)
3
0
4.3.2. Revisão das alterações nas condições de referência como
resultado dos impactos através das espécies exóticas e não
endémicas
Espécies exóticas e não endémicas não foram observadas e nenhuns impactos foram
observados.
4.4. Estado Ecológico Actual
As espécies de peixe usadas no estudo são geralmente moderadamente tolerantes a
tolerantes a modificações de correntes com uma preferência por habitats de águas tranquilas
(poças etc, que poderão servir de refúgio durante períodos de ausência de correntes).
Não existe uma base de dados histórica de peixes para este sistema. Opinião e julgamentos
profissionais foram usados para determinação da ocorrência histórica das espécies de peixes
através da comparação da distribuição das espécies em EcoRegiões similares, e espécies de
peixes listadas em Skelton (1993) a ocorrerem nos sistemas da Costa Oriental de África.
Classificação de confiança = 3
Tabela 4.6: Resultados PES baseados em FRAI
Resultados FRAI
FRAI (%)
54.7
EC: FRAI
D
Tabela 4.7: Descrição do PES para cada ponto ERCE baseado em resultados FRAI
Ponto
ERCE
PES
Métrico
Indicador
Narrativa
Nível
de
confiança
taxa/valores
Ponto 1
D (54.7%)
VelocidadeProfundidade
Espécies
observadas;
AMOS,
CGAR,
OMOS
Cobertura
Modificação
corrente
de
Físico-Químico
Mifração
Impacto
espécies
introduzidas
das
Espécies
moderadamente
tolerantes a tolerantes a
modificações de corrente
com uma preferência por
habitats de águas tranquilas
(incluindo espécies não
observadas). O Sistema de
Muecula é efémero e havia
habitats de poças e poças de
planícies durante a pesquisa,
as quais servirão como
refúgio para as espécies de
peixes no sistema durante
períodos de ausência de
correntes.
3
FRAI Score
Tabela 4.8: Categoria PES para componentes biofísicas do ponto 1 com razões para PES
Ponto
ERCE
Ponto 1
1
PES
F/NF1
Causas do PES
Fontes do PES
Nível de
confiança
Condições de corrente modificadas – base
alterada de correntes e cheias
Barragem de Nacala
F
4
Sedimentos reduzidos
Barragem de Nacala
F
4
Perda da vegetação ribeirinha for spawning
Barragem de Nacala
F
2
Ausência de habitat FD
Barragem de Nacala
F
2
Perda de classes de correntes profundas
Sistema efémero
NF
2
Barreiras na migração para movimentos das
espécies de peixes entre as secções do rio
Barragem de Nacala
NF
4
Aumento da temperatura e redução do nível
de oxigénio em períodos de baixa ou ausência
de correntes
Barragem de Nacala
NF
3
D
Flow or non flow relates causes of the PES
4.4.1. Tendências no PES
A tendência (direcção de mudança da condição de referência) no PES é avaliada e os
resultados indicam uma classificação de confiança de 1 (baixa confiança) a 5 (elevada
confiança).
Tendência é considerada sob as actuais condições terra e água em uso. Pretende avaliar até
que ponto os peixes se adaptaram aos impactos anrtopogênicos existentes ou até que ponto
alterações induzidas pelos homens/mudanças não naturais e ajustamentos nas comunidades
dos peixes continuam a acontecer (Tabela 4.9). As tendências das análises do PES pretendem
ademais realçar as possíveis áreas de risco para a actual PES se negativa. Uma tendência
estável é indicativa de um ecossistema não em declínio ou melhorando enquanto uma
tendência positiva significa que um ecossistema está em processo de melhoramento e uma
tendência negativa um em declínio. Tabela 4.9 apresenta as tendências alocadas para cada
ponto assim como as razões por detrás da alocação. A “tendência PES” dá uma indicação da
severidade de um antecipado melhoramento ou declínio (tendência) a médio termo (5 anos).
Tabela 4.9: Tendência do PES para a componente de peixes com razões para a tendência
Ponto
ERCE
PES
Ponto
1
D
%EC
Tendência
Tendência
do PES
Nível de
confiança
Estável
D
2.5
54.7
%
Razões para a tendência
O Sistema de Muecula é efémero e
existem poças de habitats e poças de
planície e servem de refúgio para
espécies de peixes no sistema
durante o período de ausência de
corrente.
4.4.2. Importância e sensibilidade ecológica
A sensibilidade ecológica refere-se a habilidade do rio de recuperar-se dos distúrbios. O
modelo EIS baseado em Excel (Kleynhans, 1999) foi usado para avaliar a importância e
sensibilidade ecológica sob condições actuais. A tabela 4.10 apresenta o resultado da
EcoStatus integrada assim como os resultados da avaliação do EIS para o Rio Muecula. A
pontuação, razoabilidade e nível de confiança são apresentados no anexo A.
Tabela 4.10: EIS (Peixes)
PRESENT
DETERMINANTES/MÉTRICOS
RATING
CONF
(0-4)
BIOTA (RIPÁRIA & INSTREAM)
Rara & endangered
0
3
Única (endémica, isolada, etc)
0
3
COMENTÁRIOS
Intolerante (corrente &
relacionada com corrente)
qualidade
de
água
1
3
1
3
Três espécies de peixes
Diversidade dos tipos
2.5
2
Poças e poças de planícies, cursos,
riffles, vegetação ribeirinha e
micrófitos aquáticos, substratos
rochosos amplos.
Refúgio
2.5
4
Poças e poças de planícies
Sensibilidade a alterações de corrente
2
2
Sensibilidade da corrente relativa a alterações da
qualidade da água
1
2
Narrow channel
Rota migratória/corredor (instream & riparia)
1
2
Amos pode transpor parede da
barragem
Importância da conservação & áreas naturais
0
3
Espécies/taxon richness
RIPÁRIA & INSTREAM HABITATS
MEDIANA
AVALIAÇÃO EIS
1
BAIXA
4.4.3. EcoStatus integrada
A avaliação do estado ecológico actual (PES) de várias componentes biofísicas está integrada
na classificação ecológica geral ou pontuação da EcoStatus usando o modelo EcoStatus de
nível III baseado em Excel (Kleynhans, 1999). A pontuação da EcoStatus pode ser modificada
pela avaliação da importância e sensibilidade ecológica (EIS) para fornecer a categoria
ecológica recomendada final (REC) se desejável ou viável. Exemplo, se o recurso é degradado
(isto é, tem um baixo PES) mas tem uma ELEVADA importância e sensibilidade ecológica (EIS),
a EC deverá ser idealmente upgraded se for potencialmente viável de se fazer. A tabela 4.11
apresenta os resultados da avaliação integrada da EcoStatus para cada ponto ERCE avaliado. A
pontuação, reasoning e nível de confiança são apresentados no Anexo A.
Tabela 4.11: EcoStatus integrada para todos os pontos, incluindo a tendência da PES, EIS e
REC
PES
TENDÊNCIA
REC
Razão TENDÊNCIA no PES
EIS
EC
%EC
C
5 anos
64.95
Baixo
Estável
10 anos
Estável
O proposto abastecimento de água da Barragem de
Nacala elevada continuará a ser suficiente para suprir a
demanda de água à Cidade de Nacala. Não foi previsto
que a demanda de água reduza ou que o abastecimento
de água vai aumentar no futuro, contudo, não mais água
estará disponível para ser libertada da barragem para
correntes ambientais.
C
4.5. Verificação das correntes modeladas dos Requisitos
Ambientais de Água
Esta avaliação involve a análise da adequabilidade da corrente ERCE estimada fornecida pelo
modelo DSS para cada REC em termos de sobrevivência da comunidade dos invertebrados
aquáticos. As estimativas da corrente ERCE são transformadas em parâmetros hidráulicos
(profundidade e velocidade) e transpostas nos ficheiros da secção transversal do rio.
A taxa indicadora identificada durante o processo FRAI é principalmente usado para avaliar até
que ponto ou não a estimativa ERCE fornecerá as correntes necessárias, condições do habitat
e qualidade de água para a manutenção do EC dos peixes determinado para cada ponto ERCE
.
A avaliação é ademais principalmente baseada na comparação entre a velocidade e
profundidades média atingida durante o presente dia de avaliação da EC (pesquisa de campo)
e os valores dos mesmos parâmetros calculados para o drought low flow da estimada ERCE ,
uma vez estes representarem o período mais crítico de correntes para os peixes.
i.
Rio Muecula a montante (MUE1)
A tabela 4.12: Representa os parâmetros hidráulicos para a parte alta de Muecula baseada nas
correntes estimadas ERCE para uma REC de C.
Tabela 4.12: Condições hidráulicas no MUE1 baseada nas correntes modeladas ERCE
MUE1
Descarga
(m3/s)
Profundidade da corrente no
ficheiro da secção transversal (m)
Profundidade
máxima
Velocidade
média
(m/s)
Profundidade
média
Corrente medida
0.146
0.170
0.133
0.202
Manutenção da corrente seca - Dezembro
0.018
0.086
0.049
0.126
Estiagem de época seca - Dezembro
0.009
0.067
0.033
0.114
Manutenção da época chuvosa - Abril
0.067
0.140
0.102
0.182
Estiagem da época chuvosa - Abril
0.032
0.107
0.069
0.142
4.6. Medidas de gestão comunitárias de recursos pesqueiros
Não foram encontradas espécies de peixes endémicas, protegidas ou raras.
Uma escadaria de peixes na Barragem de Nacala não é recomendada para espécies de peixes
presentes/encontradas no rio.
A espécie eel observada poderá ser capaz de transpor a parede da Barragem de Nacala.
Migração de outras espécies de peixes é entre as secções do rio. Necessária conectividade
entre as poças durante a época chuvosa.
Manutenção das poças para refúgio é importante, assim como vegetação marginal e aquática
for spawning habitat e cobertura nas poças.
Cheias e chuvas cues são necessárias for fish spawning e migração entre as secções do rio (OctNov e Jan-Fev/ ou durante a época chuvosa – para durar duas semanas de tempo).
Vegetação marginal precisa de ser submersa durante a spewning season.
5. Conclusões
A corrente monitorada na altura do estudo parece adequada para a manutenção das espécies
de peixes observadas.
Cheias e chuvas cues são necessárias for fish spawning e migração entre as secções do rio (OctNov e Jan-Fev – two weeks).
Manutenção das poças e poças de planície para refúgio são importantes para a sobrevivência
dos peixes.
O Rio Muecula é um sistema efémero e nele são esperadas espécies resistentes, que podem
sobrebiver em poças durante períodos de ausência de corrente.
A tilapia rebbreast e peixe gato foram fotografadas a partir da Barragem de Nacala.
Não são esperadas espécies riofílicas de peixes devido ao facto de o sistema ser efémero.
O peixe gato pode ter um impacto negativo na diversidade e densidade das espécies devido a
sua natureza predatora.
A tilapia moçambicana was spawning na altura da visita, o que indica que as condições e
correntes ecológicas eram adequadas. Several fry e juneviles foram também observados.
As últimas correntes do leak na parede da barragem podem ser rectificadas através do
upgrading da barragem e da gestão do regime da corrente.
Tabela 5.1: Possíveis impactos e medidas de mitigação associadas para a manutenção da saúde dos ecossistemas aquáticos do Rio Muecila
Actividade
Potencial impacto
Medida de mitigação recomendada
Extensão da
redução/enhancement
do impacto através da
medida de mitigação
Grau de
confiança
recomendado
Fase de construção
Construção de estrada alternativa
Erosão and point source of
discharge runoff
Construção da drenagem formal
Média
Médio
Estabelecimento do local de
construção
Erosão and point source of
discharge runoff
Não deve estar situada dentro da linha das cheias de 100 anos, a flood
plain ou slope greater than 1.3
Elevada
Elevado
Facilidades Ablution para
trabalhadores das obras
Poluição do rio
Casas de banho químicas temporárias a serem feitas para os
trabalhadores das obras mas não dentro de 50m do rio.
Elevada
Elevado
Elevada
Elevado
Média/Baixa
Médio
A construção de long drops deve ser proibida.
Áreas abertas ou matas ao redor não devem ser usados como casas de
banho.
Spillage e armazenamento de
hazardous wastes
Poluição das águas
estagnadas e rio
Armazenamento dos Hazardous e áreas de reabastecimento devem ser
bunded com uma linha impermeável para proteger a qualidade das águas
estagnadas.
Siillages que ocorrem na bunded áreas devem ser limpas, removidas e
guardadas seguramente da bunded área logo depois da detection as
possible.
Stripping of vegetation
Erosão causadora da
sedimentação do rio
O tempo em que a stripped área é deixado aberto deve ser minimizado
até o máximo possível.
Wind screening e controlo das water storm devem ser postos no lugar
para prevenir perda de solo do local.
Littering
Poluição do rio
Unmanaged storm water
Bins e skips devem ser fornecidas em intervalos convenientes for the
disposal of waste
Elevada
Elevado
Erosão causadora da
sedimentação do rio
Elevada
Médio
Manutenção e lavagem de veículos
Poluição da água
Elevada
Médio
Actividades de construção nas
zonas ribeirinhas
Efeito negativo na saúde
do ecossistema
Média/Baixa
Baixo
Média/Elevada
Médio
Actividades nas zonas ribeirinhas devem ser mantidas no mínimo.
Operação e conservação do equipamento dentro da zona ribeirinha
devem ser limitadas as far as possible
Stockpiles não devem ser conservados nas zonas ribeirinhas
Fase operacional
Runoff from the dam
Poluição da água
Gestão apropriada do storm water deve ser feita.
Todos os cursos devem ser tratados antes que sejam descarregados no
sistema do storm water
Turbulência
Erosão do substrato
O desenho da barragem deve ser capaz de minimizar a degradação do
ecossistema o quanto possível
Baixa
Baixo
Uso de fertilizantes inapropriados
nas zonas ribeirinhas
Poluição do rio
Fertilizantes apropriados devem ser usados.
Média
Baixo
Média
Médio
Usage amounts and frequency of use devem ser regulados
O enrocamento na vegetação
exótica na zona ribeirinha
Efeitos negativos da
manutenção da saúde dos
ecossistemas aquáticos
Plantas que sejam indígenas na área devem ser usadas para a reabilitação
da zona ribeirinha depois da fase de construção.
6. REFERÊNCIAS
Dallas H., Molteno A., Ewart-Smith J. and Janssens P. 2007. Rivers Database Version 3. The
Freshwater Consulting Group in association with Soft Craft Systems for the Department of
Water Affairs and Forestry, Pretoria
Shortt-Smith, K.E. (1963) Freshwater fish and fishing in Africa. Basutoland. Pp 55-71. Thomas
Nelson & Sons (Africa) (Pty.) Ltd., Johannesburg.
Jubb, R.A. (1966) Notes on the popular angling of yellowfishes and distribution outside their
natural ranges. Piscator, 68. Pp 120-125
Jubb, R.A. (1996) The fishes of the Orange Rivers. Civ. Engr S. Afr. 14 89-93
Kotze P J (2002) The Ecological Integrity of the Klip River (Gauteng) and the Development of
a Sensitivity-Weighted Fish Index of Biotic Integrity (SIB). Ph. D Thesis. Rand Afrikaans
University, Johannesburg.
Kleynhans C.J. (1995) The Development of a Fish Index to Assess the Biological Integrity of
South African Rivers. Water SA (25) 3: 265-278.
Kleynhans C.J. 2005. River EcoClassification. Manual for EcoStatus Determination (Version
2). MODULE D: Fish Response Assesssment Index (FRAI), KV 168/05. Department of Water
Affairs and Forestry, Pretoria.
Kleynhans C.J. 2007. Module D: Fish Response Assessment Index in River EcoClassification;
Manual for EcoStatus Determination (Version 2) Joint Water Research Commission and
Department of Water Affairs and Forestry report. WRC Report No. TT 330/08.
Kleynhans C.J., Louw MD, Moolman J. 2007. Reference frequency of occurrence of fish
species in South Africa. Report produced for the Department of Water Affairs and Forestry
(Resource Quality Services) and the Water Research Commission.
Scott L.E.P., Skelton P.H., Booth A.J., Verheust L., Harris R. and Dooley J. (2006) Atlas of
Southern African Freshwater Fishes. Monograph 2, Smithiana, South African Institute for
Aquatic Biodiversity, Gramstown
Skelton P.H. (1990) The Conservation and Status of threatened fishes in Southern Africa.
Journal of Fish Biology 37 (SA) pp 87-95.
Skelton P.H. (2001) A Complete Guide to the Freshwater Fishes of Southern Africa. Southern
Publishers (Pty) Ltd., Halfway House.
Weyl O.L.F. and Lewis H (2005). First record of predation by the alien invasive freshwater
fish Micropterus salmoides L. (Centrarchidae) on migrating esturine fishes in South Africa.
African Zoology. Pp. 294-296
www.csir.co.za/rhp (2008) The River Health Programme website. Hosted by the Council for
Scientific and Industrial Research (CSIR), Pretoria. Updated 31st October 2008.
Boundary
EC
EC
EC %
Peso
INSTREAM BIOTA
Impotância
da
pontuação
TABELA APPENDIX
PEIXE
1.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
diferentes necessidades de corrente
2
70
2.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
preferências por diferentes tipos de cobertura
2
70
3.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
preferências por diferentes classes de correntes profundas
2
70
4.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
variadas tolerâncias por qualidade de água modificada
1
100
7
310
CATEGORIA ECOLÓGICA DE PEIXES
54.7
D
59.6
C
n/a
57.7
D
n/a
INVERTEBRADOS AQUÁTICOS
1.
Qual é a diversidade natural dos invertebrados biótipos
1
100
2.
Qual é a diversidade natural da taxa dos invertebrados com
necessidades de velocidades diferentes.
2
80
3.
Qual é a diversidade natural da taxa dos invertebrados com
diferentes tolerâncias para qualidade de água modificada
3
70
6
250
CATEGORIA ECOLÓGICA DOS INVERTEBRADOS AQUÁTICOS
INSTREAM ECOLOGICAL CATEGORY (Ausência de Confiança)
Peso modificado
Classificação de confiança para informação sobre peixes
3
0.60
32.82
Classificação de confiança para informação sobre macroinvertebrados
2
0.40
23.85
5
1.00
56.67
CATEGORIA ECOLÓGICA INSTREAM COM CONFIANÇA
CATEGORIA ECOLÓGICA INSTREAM
Classificação de
confiança
Proporções
560
EC
Boundary EC
D
n/a
Estrutura & diversidade de zona de vegetação marginal como
indicador do PES
1
100
Estrutura & diversidade de zona de baixa vegetação como
indicador do PES
2
95
Estrutura & diversidade de zona de elevada vegetação como
indicador do PES
3
70
6
265
Pesos
modificado
s
2.5
0.56
31.48
2
0.44
33.47
4.5
1.00
64.95
Classificaçã
o de
confiança
ECOSTATUS COM CONFIANÇA
75.3
Proporções
CATEGORIA ECOLÓGICA DA VEGETAÃO RIPÁRIA
Classificação de confiança para informação biológica in-stream
Classificação de confiança para informação da zona de vegetação
ripária
EC
ECOSTATUS
EC Boundary
C
C
Boundary EC
EC
EC%
Peso
Importância
da pontuação
VEGETAÇÃO RIPÁRIA
Anexo 4
Avaliação dos Invertebrados
BARRAGEM DE NACALA
COMPONENTE DE INVERTEBRADOS AQUÁTICOS
Relatório compilado por:
GroundTruth CC
P O Box 2005
Hilton
3245
Tel : (033) 342-6399
Fax : 0866886297
Relatório compilado para Jeffares & Green
30 Agosto 2010
1.
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ IX
1.1.
1.2.
HABITAT DOS INVERTEBRADOS AQUÁTICOS ............................................................................... IX
INTERPRETAÇÃO DAS RESPOSTAS DOS INVERTEBRADOS AQUÁTICOS ÀS ALTERAÇÕES DO
HABITAT X
2.
OBJECTIVOS DO ESTUDO ............................................................................................................ X
3.
METODOLOGIA ............................................................................................................................... X
3.1.
3.2.
3.3.
3.4.
3.5.
3.6.
3.7.
SELECÇÃO DE LOCAL .................................................................................................................. XI
COLECTA DE DADOS.................................................................................................................... XI
CONDIÇÕES REFERENCIAIS......................................................................................................... XII
AVALIAÇÃO DO HABITAT ........................................................................................................... XII
AVALIAÇÃO DO ESTADO ECOLÓGICO PRESENTE ....................................................................... XII
AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA E SENSIBILIDADE ECOLÓGICAS................................................... XV
INTERPRETAÇÃO DOS IMPACTOS RELACIONADOS E NÃO REALCIONADOS COM O CAUDAL, E A
TENDÊNCIA DA MUDANÇA ........................................................................................................................ XV
3.8.
VERIFICAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DE EWR MODELADAS ............................................................ XV
3.9.
ESTABELECIMENTO DAS MEDIDAS DE GESTÃO E MITIGAÇÃO .................................................... XVI
4.
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... XVI
4.1.
ESCOLHA DO LOCAL.................................................................................................................. XVI
4.1.1. Rio Muecula ........................................................................................................................ xvii
4.2.
AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÃO ................................................................. XIX
4.3.
AVALIAÇÃO DA CONVENIÊNCIA DO PONTO ............................................................................... XIX
4.4.
CONDIÇÃO IDEAL DOS INVERTEBRADOS AQUÁTICOS ................................................................. XX
4.5.
AVALIAÇÃO DO ESTADO ECOLÓGICO PRESENTE .................................................................... XXIII
4.5.1. Resultados do MIRAI.......................................................................................................... xxiv
4.5.2. Razões do PES ................................................................................................................... xxvii
4.6.
TENDÊNCIA DO PES .............................................................................................................. XXVIII
4.7.
IMPORTÂNCIA E SENSIBILIDADE ECOLÓGICA ......................................................................... XXVIII
4.8.
ECOSTAUS INTEGRADO........................................................................................................... XXIX
4.9.
VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DE EWR PARA MANTER O PES DOS
INVERTEBRADOS ................................................................................................................................... XXIX
5.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................... XXX
6.
MEDIDAS DE GESTÃO E DE MITIGAÇÃO ......................................................................... XXXI
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. XXXIV
Lista das figuras
LISTA DOS ACRÓNIMOS
ASPT
Pontuação Média por Taxon
CERM
Metodologia Global da Reseva Ecológica
DSS
Sistema de Apoio Decisão
EC
Categoria Ecológica
EIS
Importância e Sensibilidade Ecológica
EWR
Requisitos de Caudal Ecológico
FRAI
Índice de Avaliação de Resposta de Peixes
GSM
Gravilha, Areia, Lama
IERM
Metodologia Intermédia da Reserva Ecológica
IHAS
Sistema de Avaliação do Habitat de Invertebrados
IHI
Índice de Integridade do Habitat
MIRAI
Índice de Avaliação da Resposta dos Macro-Invertebrados
MVIC
Vegetação Marginal na Corrente
MVOOC
Vegetação Marginal fora da Corrente
PES
Estado Ecológico Presente
REC
Categoria Ecológica Recomendada
RERM
Metodologia Rápida de Reserva Ecológica
RHP
Programa da Saúde Fluvial
SASS5
Sistema Sul-Africano de Pontuação (versão 5)
SIC
Pedras na Corrente
SOOC
Pedras fora Corrente
SPATSIM
Software de Modelação de Informação Espacial e Séries Temporais
VEGRAI
Índice de Avaliação de Resposta da Vegetação
1. INTRODUÇÃO
Os macroinvertebrados aquáticos condstituem o grupo mais comum dos organismos used
em todo o mundo, para avaliar a integridade biológica dos ecossistemas aquáticos. As
concentrações e comunidades dos invertebrados aquáticos propiciam um bom exemplo do
regime de correntes prevalecente e qualidade de água no rio. Além disso, elas fornecem
serviços essenciais de ecossistema em rios, através do processamento da matéria orgânica,
providenciando uma função de purificação da água e formando uma fonte valoros de
alimento para outros animais, ou mesmo para fora do sistema fluvial.
As quatro maiores componentes do ecossistema fluvial que determinam a saúde e a
distribuição dos invertebrados aquáticos, são o regime das correntes, a estrutura do habitat
físico (p.ex. a foma do canal e composição do substrato), a qualidade de água (p.ex.
temperatura, oxigénio dissolvido, pH, etc), e introdução de energia fóssil (p.ex. nutrientes e
matéria orgânica). A manutenção da estrutura (p.ex. composição das espécies) e função
(p.ex. comportamentos biológicos e serviços do ecossistema) das populações dos
invertebrados aquáticos, requer introdução regular de nutrientes e sedimentos, qualidade
adequada do habitat (sedimentos móveis e limpos) e diversidade (em termos de corrente e
tipo de substrato), bem como water corrente adequada (em termos de velocidade e
descarga).
Comunidades de invertebrados aquáticos estão adaptadas ao caudal, qualidade de água e
condições do habitat prevalecentes, numa dada secção do rio. Estas variáveis são
dominantemente controladas pela corrente. Uma baixa ou aumento do caudal conduzirá,
por conseguinte, a mudanças na estrutura e função da comunidade residente dos
invertebrados aquáticos. Esta relação entre condutores (corrente e trasporte de sedimento
relacionado, qualidade de água, entrada de nutrientes, qualidade e diversidade do habitat)
e as respostas (estrutura e função da comunidade dos invertebrados aquáticos) forma a
base do Índice de Avaliação de Resposta dos Macroinvertebrados (MIRAI), que foi usado na
presente avaliação dos invertebrados aquáticos do Rio Muecula.
1.1. Habitat dos invertebrados aquáticos
No contexto deste documento, habitat pode ser definido como sendo a combinação da
velocidade, profundidade, substrato (rocha, cascalhos, vegetação, areia, gravilha, lama),
características físico-químicas (tais como composição química, turbidade, cocentração de
oxigénio, temperatura) e aspectos biológicos (fonte de alimentos e predadores) que vão
satisfazer às necessidade dos invertebrados em cada estágio da vida, num dado período de
tempo e localização. Estes habitats poden ser agrupados em biótopos invertebrados
específicos nomeadamente, pedras na corrente (SIC), pedras fora da corrente (SOOC),
vegetação aquática (na corrente ou fora dela), vegetação marginal (na corrente ou fora
dela).
1.2. Interpretação das respostas dos invertebrados aquáticos
às alterações do habitat
Considerando que muitos invertebrados aquáticos têm necessidades específicas de habitat,
variações zasonais destes factores podem conduzir à variação sazonal na distribuição e
abundância destes macroinvertebrados. Variação na descarga por vezes implica diferenças
no perímetro húmido e condições hidráulicas (velocidade e profundidade) e a
disponibilidade concomitante do biótopo dos invertebrados. Além disso, ciclos de vida de
muitos invertebados aquáticos estão intimamente associados à temperatura e
possivelmente a outras variáveis de qualidade de água. Estas variáveis podem afectar o
índice de desenvolvimento, períodos reprodutivos, tempo de emergência e saúde geral
destes organismos. É, por isso, essencial que todos os aspectos do habitat são considerados,
quando avaliando a conveniência para os invertebrados aquáticos. A abordagem seguida na
avaliação da resposta dos invertebrados às características accionadoras, é baseada numa
combinação qualitativa da informação obtida do levantamento de campo, o habitat
disponível como resultado da condição dos accionadores, bem como o comportamento dos
invertebrados presentes.
2. OBJECTIVOS DO ESTUDO
Os objectivos da avaliação dos invertebrados aquáticos no contexto do processo de
determinação do requisito ambiental da água (ERCE ) são os seguintes:
1. Colher dados sobre as comunidades dos invertebrados aquáticos do Rio Muecula
(literatura e trabalho de campo);
2. Determinar o grau de confiança dos dados usados para a avaliação baseada na
disponibilidade e qualidade de informação;
3. Estabelecer a condição ideal para as populações de invertebrados aquáticos do Rio
Muecula;
4. Determinar o Estado Ecológico Presente das comunidades dos invertebrados
aquáticos do Rio Muecula;
5. Determinar as causas e origens do Estado Ecológico Presente bem como a tendência
de mudança no PES;
6. Determinar a importância e sensibilidade ecológica (EIS) do Rio Muecula;
7. Determinar se estimativas modeladas de ERCE serão ou não suficientes para
manter a categoria de PES determinada para o rio;
8. Providenciar recomendações e medidas de mitigação e de gestão para a
manutenção da classe recomendada de gestão ecológica baseada no PES dos
invertebrados aquáticos.
3. METODOLOGIA
Um conjunto de metodologias usadas na avaliação dos macroinvertebrados aquáticos
constitui parte da metodologia da determinação da EcoClassificação e EcoStatus do rio
(Kleynhans et al. 2007) e especificamente Módulo E: Indice de Avaliação de Resposta dos
Invertebrados (MIRAI). A secção seguinte é, pois, um excerto adaptado de “Thirion, C
(2007). Module E: Indice de Avaliação de Resposta dos Macroinvertebrados na
EcoClassificação do Rio: Manual para a determinação de EcoStatus (versão 2). Relatório
Conjunto da Comissão de Pesquisa de Água e do Departamento de Assuntos de Água e
Florestas. Relatório de WRC No. “
3.1. Selecção de local
Os pontos ERCE deviam ser represntativos da delineação do rio ou representar uma secção
crítica do rio (tal como a secção do rio que cessa de correr antes do resto do rio, amiude em
áreas de cascatas). Um local ideal de macroinvertebrados seria um local em que a maioria
de biótopos invertebrados (pedras na corrente, pedras fora da corrente, vegetação na
corrente, vegetação fora da corrente, areia, gravilha e lama) está presente. Além da
diversidade biotópica, os biótopos em si deviam ser de boa qualidade e quantidade.
Para os fins deste projecto, a selecção do local foi baseada no trabalho de campo, cenários
operacionais actual e futuro provável para a Barragem de Nacala. O Rio Muecula a
montante e a jusante da Barragem é um rio costeiro constituido por meandros, através de
material aluvial e de solos leves da zona ribeirinha. Como resultado, o rio compreende
secções alternadas de poças e canais estreitos com caniço. Existem algumas rochas ou
substrato geomorfologicamente consistente, diferentemente da área imediatamente abaixo
da Narragem de Nacala. Este aspecto, provavelmente justifica a localização da barragem
sobre um material duro. Como resultado, a secção do rio logo a seguir à Barragem
compreende habitat único de rochas, rárpidos e cascalhos, não visto em nenhuma outra
parte durante a visita ao local. Este local também tinha a maior variedade de habitat
potencial para permitir total manifestação da vida animal e vegetal existente no rio.
De notar que o acesso ao rio foi limitado pois não havia tempo no campo para explorar
lugares alternativos. Deviso à natureza única e crítica do habitat abaixo do talude da
barragem, este foi considerado o local ideal para o ERCE . O facto de estar imediatamente
abaixo da barragem, poderá permitir a monitoria de impactos específicos daquela, sobre o
rio.
3.2. Colecta de dados
Antes da visita de campo e da própria colheita de amostras, é importante colectar todos os
dados disponíveis referentes aos invertebrados aquáticos do rio. A colecta de dados para
este estudo incluiu a obtenção de dados relevantes de biomonitoria, a partir de pesquisas
históricas que eventualemente tenham sido levadas a cabo na área, bem como a procura na
base de dados dos rios, ou ainda interacção com outros especialistas que já trabalharam
antes na área. Este procedimento provou ser infrutífero uma vez que parece não haver
estudos anteriores da área. Os poucos dados obtidos foram tirados de uma base de dados
sobre rios de ecoregião similar da Cintura costeira da Zululândia. A informação de base é
usada na determinacão das condições ideais e para aumentar o nível de confiança na
avaliação do Estado Ecológico Presente.
Subsequentemente à selecção e verificação do local, uma pesquisa de campo foi realizada
(24 de Fevereiro de 2010) no local ERCE do Rio Muecula. O protocolo de biomonitoria
SASS5, em conjunção com a avaliação detalhada do habitat (ver secção relevante abaixo) foi
conduzido em cada ponto.
3.3. Condições referenciais
De modo a estabelecer a condição ideal para o sistema fluvial, informação de locais
similares em diferentes rios, bem como a informação histórica existente, e experência dos
autores quanto às taxa esperadas em sistemas fluviais similares, foram usadas para deduzir
uma lista de referência das taxa esperadas em condições ideais. Informação destes locais de
referência foi usada para compilar uma lista referencial de taxa para o Rio Muecula a ser
usada na avaliação do MIRAI.
3.4. Avaliação do habitat
A avaliação dos habitats do rio e da zona ribeirinha é necessária para aquilatar o quadro
sobre o qual devem existir as respectivas populações de invertebrados. Os invertebrados
aquáticos irão ocorrer somente num local se houver um habitat favorável, e é essencial para
avaliar, não só a qualidade e quantidade do mas também da diversidade dos biótopos
existentes.
As condicões do habitat fluvial e da zona ripária, bem como as condições gerais da bacia,
foram avaliadas e registadas, através do preenchimento das fichas de campo sobre o
Programa da Saúde Fluvial (RHP) (Anexo 1) para cada ponto ERCE . Dois índices importantes
inclusos nas planilhas de campo sobre a RHP, são os índices de Integridade do Habitat para a
avaliação da integridade do habitat fluvial e da zona ribeirinha, bem como o Sistema
modificado (Dallas 2005) de Avaliação do Habitat dos Invertebrados (IHAS) desenvolvido por
McMillan (1998) para a avaliação dos biótopos invertebrados da amostra. A informação
obtida destes índices ajudam na interpretação dos resultados da comunidade dos
invertebrados.
3.5. Avaliação do Estado Ecológico Presente
O PES para o Rio Muecula foi determinado por meio da aplicação do protocolo do MIRAI
(Caixa 1 fornce uma visão geral dos conceitos por detrás da abordagem MIRAI) nos dados
colectados (desktop e de campo) para cada ponto ERCE . O procedimento gradual para
correr o protocolo MIRAI é o seguinte:
1. Determinação das condições ideais;
2. Introdução dos dados sobre as espécies nas planilhas;
3. Categorização e ponderação das métricas sobre a alteração do caudal;
4.
5.
6.
7.
8.
Ordenamento dos dados das espécies de acordo com o nível de velocidade >0.6m/s;
Comparação das taxa observadas (actuais) com as esperadas (de referência);
Categorização adequada das métricas, indicando as razões para a classificação;
Repetição do processo (3-6) para as outras métricas e grupo de métricas;
Categorização e ponderação dos grupos de métricas.
Caixa 1: Conceitos de suporte para a abordagem MIRAI
ABORDAGEM DA CATEGORIZAÇÃO
MIRAI compreende quatro grupos métricos diferentes que medem o desvio da actual (observado)
concentração dos invertebrados, da referência (esperada) em termos da alteração da
corrente, do habitat, da qualidade da água e sistema da conectividade e sazonalidade.
O primeiro passo na determinação do Estado Ecológico Presente (PES) dos invertebrados é
para preencher a folha de dados das espécies. Isto inclui a abundância e frequência de
ocorrência (se possível) das diferentes taxa dos invertebrados nas condições actuais. Para
este índice, o aumento na abundância e/ou frequência de ocorrência, bem como a redução
na abundância e/ou frequência de ocorrência, é vista como um impacto ou alteração, em
relação ao estado natural. O sistema de categorização dos seis pontos funciona da seguinte
maneira:
0= Sem alteração em relação à referência
1= Pequena alteração em relação à referência
2= Alteração moderada em relação à referência
3= Grande alteração em relação à referência
4= Alteração séria em relação à referência
5= Alteração extrema em relação à referência
Em adição à categorização das diferentes métricas, cada métrica (e grupo de métricas) é
também categorizada e ponderada de acordo com a sua importância na determinação da
Categoria Ecológica (EC) da reunião dos invertebrados.
Basicamente, cada métrica é hierarquizada em termos qual a métrica (se mudou para pior
melhor) poderia melhor indicar boa integridade relativamente ao grupo de métricas. Por
outras palavras, que métrica é a mais importante na determinação do estado actual dos
invertebrados.
O procedimento de hierarquização é somente usado para orientar a ponderação e não
usado em nenhum. A métrica de categoria 1 ( mais importante) tem ponderação de 100%.
As outras métricas são depois hierarquizadas como percentagem em relação às mais
importantes métricas. Todas as métricas com a mesma categoria têm o mesmo peso, e a
métrica de categoria mais baixa deve ser-lhe atribuida uma percentagem mais baixa que a
métrica de categoria mais alta.
ALTERAÇÃO DO CAUDAL
De modo a facilitar a avaliação do impacto das diferentes correntes na comunidade de invertebrados,
quatro diferentes categorias de velocidades foram definidas:
−
−
−
−
Água correndo à velocidade muito alta >0.6m/s
Água correndo à velocidade relativamente alta 0.3-0.6m/s
Água corrente a baixa velocidade 0.1-0.3m/s
Água a muito baixa velocidade/água estagnada <0.1m/s
A cada taxon invertebrado tem sido atribuido uma pontuação de velocidades de preferência (0-5).
Pontuações de velocidade de preferência foram atribuidas de acordo com o seguinte sistema:
0= Sem preferência
1= Preferência muito pouca
2=Pouca preferência
3= Preferência moderada
4= Muita preferência
5= Preferência muito alta
ALTERAÇÃO DO HABITAT
De forma a facilitar a avaliação do impacto das alterações do habitat na comunidade dos invertebrados,
cinco diferentes tipos de habitat foram definidos:
•
•
•
•
•
Rocha e matacões: substratos >256mm de tamanho, em corrente e fora da corrente;
Cascalhos e calhaus: substratos 16-256mm de tamanho, em corrente e fora da corrente;
Vegetação: vegetação circundante e aquática inundada, em corrente e fora da corrente;
Gravilha, areia e lama: substratos <16mm de tamanho, em corrente e fora da corrente;
Coluna de água: superfície total de água e coluna de água.
As pontuações do habitat preferencial são alocadas da mesma maneira que as de velocidade
preferencial. A avaliação usada para graduar o estado ecológico presente é igualmente usada para
graduar o grupo métrico das alterações do caudal.
ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUA
Para facilitar a avaliação das alterações na qualidade da água noa comunidade dos invertebrados,
quatro diferentes grupos foram identificados. These gruopos são baseados na pontuação SASS5.
-
Grande necessidade da qualidade de água não modificada: Pontuação SASS5=12-15
Necessidades moderadas de qualidade de água não modificada: Pontuação SASS5=7-11
Pouca necessidade de qualidade de água não modificada: Pontuação SASS5=4-6
Muito pouca necessidade de qualidade de água não modificada: Pontuação SASS5=1-3
Em complemento ao conjunto normal de métricas relacionadas com a presença / ausência e a
abundância e/ou frequência da ocorrência de taxa, duas métricas adicionais – a pontuação de SASS5 e
o valor de ASPT, - são usadas. Directrizes para a graduação das alterações de SASS5 e ASPT são as
seuintes:
Pontuações SASS como percentagem da pontuação SASS de referência;
>90% = 0
80-90% = 1
60-80% = 2
40-60% = 3
20-40% = 4
<20% = 5
As pontuações de ASPT como percentagens do valor de referência de ASPT
>95% = 0
90-95% = 1
85-90% = 2
80-85% = 3
75-80% = 4
<75% = 5
CONECTIVIDADE E SASONALIDADE DO SISTEMA
As métricas do sistema de conectividade são usadas apenas onde se espera que as taxa migratórias
(p.ex. Paleomonidae e Varuna) ocorram em condições referenciais. Estas métricas deviam ser também
usadas onde se espera alterações sazonais na distribuição dos invertebrados, normalmente ligadas às
mudanças do padrão do caudal.
CATEGORIA ECOLÓGICA (EC)
Os quarto grupos métricos avaliados são combinados para resultar em categoria ecológica (EC) dos
invertebrados aquáticos. O grupo métrico que melhor caracteriza a resposta dos invertebrados num
dado rio ou num local específico, é graduado em 1 com um peso sw 100%. O sistema de conectividade
e de sazonalidade nem sempre é relevante. Se não tiver sido incluida na avaliação, o grupo métrico
recebe o peso de 0%. O modelo calcula automaticamente a EC com base na percentagem de
referência.
3.6. Avaliação da importância e sensibilidade ecológicas
A EIS é determinada através de um processo que envolve modelo baseado em Excel que
incorpora informação biótica (peixes, invertebrados aquáticos, vegetação ribeirinha) bem
como informação abiótica nos habitats fluvial e ripário. Os resultados do modelo podem ser
vistos no Anexo 7 deste relatório.
3.7. Interpretação dos impactos relacionados e não
realcionados com o caudal, e a tendência da mudança
As razões para uma EC específica é determinada por interrogação à composição da EC, isto
é, qual o grupo métrico mais impactado. Analisando a EC e os grupos métricos, é possível
determinar se as alterações observadas na EC são devidas aos impactos relacionados ou não
com caudal. A maior razão para as alterações na EC é ainda mais examinada para
determinar quais das métricas as maiores responsáveis pela mudança. A partir disso, é
depois possível fazer recomendações relativas a manutenção ou possível aumento da EC dos
invertebrados, isto é, da direcção da mudança.
3.8. Verificação das estimativas de ERCE modeladas
De modo a determinar se as estimativas de ERCE modeladas serão ou não suficientes para
manter a categoria ecológica (EC) deterninada para cada rio, os perfis da secção transversal
e as tabelas hidráulicas contendo dados hidráulicos transformados em componentes
hidráulicas (profindidade e velocidade) para cada local ERCE , são avaliados em termos de
quantidade, qualidade e diversidade dos biótopos invertebrasos críticos. Esta avaliação é
fundamentalmente baseada em requisitos das taxa indicadoras.
3.9. Estabelecimento das medidas de gestão e mitigação
As recomendações e as medidas de gestão são providenciadas para a manutenção da classe
de gestão ecológica recomendada baseada no PES dos invertebrados aquáticos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Escolha do local
A Tabela 1 apresenta as coordenadas, e os códigos de cada local ERCE escolhido, com a área
de amostragem, conforme indicado na Figura 1.
Tabela 1: Variáveis do local ERCE
Ponto
Código do Ponto
Latitude
Longitude
Bacia do
Quaternário
Rio Muecula (jusante da Barragem de Nacala)
MUE1
-14.72566
40.53144
N/D
Figura 1: Estudo da Reserva da Barragem de Nacala, orientação do local e contexto
no panorama local
Para detalhes da descrição do local, favor de ver _________________________. Uma breve descrição
da qualidade, quantidade e diversidade do biótopo para os pontos ERCE selecionados no Rio Muecula,
é apresentada abaixo.
4.1.1. Rio Muecula
Este local é aproximadamente 200m a jusante da Barragem de Nacala. O canal nesta secção
é basicamente constituido por leito rochoso, com secções de rápidos entre uma série de
pegos. Na parte mais abaixo do trecho, o rio retorna a um material constituido por
gravilha/cascalho entre caniço. Até certo ponto, o material rochoso e de cascalhos é
destacado neste local devido ao endurecimento a montante da Barragem de Nacala, com a
remoção materiais finos (areia e lama) nesta parte do rio. Na zona ribeirinha deste local
predominam espécies de árvores ripárias altas que de algum modo, ensombram o caniço e
vegetação ripária mais baixa. Há caniço, carriço e vegetação marginal em espaços abertos
ao longo do canal. Aparentemente a estabilidade do leito rochoso neste ponto do rio tem
permitido o estabelecimento de espécies de árvores existentes neste local.
Em geral, o local propicia uma boa selecção de todos os biótopos necessários para levar a
cabo uma amostragem de SASS5 e portanto, deduzir MIRAI. Adicionalmente, todos os
biótopos estão presentes em qualidade e quantidade suficiente para efeitos de SASS5.
Figura 2: Vista da secção transversal do alto Muecula (MUE1)
12
Tabela 2: Disponibilidade e diversidade dos bótopos invertebrados existentes em MUE1
BIÓTOPO
SASS
Pedras na
corrente
BIÓTOPO ESPECÍFICO
Classifica
ção
3
Pedras fora da
corrente
2
Vegetação
marginal na
corrente
3
Marginal
2
12
Biótopo
Classifi
cação
Biótopo
Classifi
cação
Biótopo
Classifi
cação
Rápido
3
Curso
3
Rápido de
matacao
1
Queda
1
Cascata
1
Leito rochoso
3
Braço
Morto
3
Água lenta
2
Poça
3
Leito
rochoso
3
Erva
3
Caniço
2
Arbustos
1
Carriço
3
Erva
2
Caniço
2
Arbustos
1
Classificação dos habitats dos invertebrados: 0- ausente; 1-raro; 2; esparso; 3-comum; 4-abundante; 5-inteiro
BIÓTOPO ESPECÍFICO
BIÓTOPO
SASS
Classifica
ção
vegetation out of
current
Vegetação
aquática
3
Gravilha
3
Classifi
cação
Biótopo
Biótopo
Classifi
cação
Biótopo
Classifi
cação
Carriço
3
Carriço
2
Musgo
0
Algas
filamentosas
1
Braço
morto
1
Água lenta
2
No canal
3
Areia
2
Braço
morto
1
Água lenta
2
No canal
3
Silte/lama/argila
1
Braço
morto
1
Água lenta
1
No canal
1
4.2. Avaliação da disponibilidade de informação
A disponibilidade de informação sobre a componente dos invertebrados aquáticos é
pontuada de 0 a 4 (Tabela 3). A pontuação de 0 a 2 indica que o nível de informação é
adequado para o RERM, ao passo que a pontuação de 3 indica que é adequada para o IERM,
e de 4 indica ser adequada para um CERM. O grau de confiança denota a confiança dos
especialistas em relação à informação disponível. Uma graduação de 5 é alta, enquanto a de
0 indica ausência de confiança.
Tabela 3: Avaliação da disponibilidade de informação sobre MUE1
Ponto
ERCE
Grau de
Confiança
MUE1
2
Disponibilidade de
informação
0
1
X
2
3
Comentários
4
Dados históricos limitados sobre o sistema, ou sobre outras
fontes (Base de dados sobre rios, estudos anteriores, de
outros especialistas)
4.3. Avaliação da conveniência do ponto
A informação usada para levar a cabo a avaliação da adequação do local foi colectada como
parte da avaliação, no âmbito do Programa da Saúde do Rio, conduzido por cada local ERCE
(ver -------- para uma avaliação completa). Cada especialista graduou a sua confiança sobre a
adequação dos locais para fornecer indicadores para a verificação dos resultados de DSS, de
0 (sem confiança) a 5 (alta confiança). A tabela 4 fornece os detalhes sobre a disponibilidade
dos biótopos13 invertebrados aquáticos, bem como a sua disponibilidade em cada local ERCE
.
Tabela 4: Adequação do local MUE1 para fornecer pistas durante a verificação de campo de DSS
Local
ERCE
Nível de
confiança
MUE1
Vantagens
Desvantagens
Classes de corrente moderada e lenta e de
poças disponíveis
Classes de correntes rápidas não vistas durante
o trabalho de campo. Adicionalmente a corrente
nesta secção do rio a jusante é regulada pela
barragem em si, somente acontecendo quando
a água da albufeira atinge um certo nível e o
derrame activa os descarregadores, libertando
assim, mais água para a parte mais baixa do
rio.
Este
nível
crítico
foi
atingido
aproximadamente uma quinzena antes da visita
de campo.
1
4.4. Condição ideal dos invertebrados aquáticos
A Condição ideal dos invertebrados aquáticos foi criada compilando a lista das taxa cuja
ocorrência era esperada, baseado no trabalho de campo levado a cabo em Fevereiro de
2010. A lista de taxon resultante (condição de referência dos invertebrados) é usada no
quadro do protocolo MIRAI para estabelecer uma comparação com as taxa registadas
durante a pesquisa de campo em cada local ERCE , por forma a determinar a categoria
ecológica (EC) para o local. A lista de taxon de referência (incluindo a Frequência de
Ocorrência14 e Abundância referenciais) para o Rio Muecula usada na avaliação do MIRAI
para comparar a condição ecológica actual (observada) das populações dos invertebrados
aquáticos com a esperada em condições ideais, é apresentada na tabela 5. O nível de
confiança para a condição referencial é 3.
Tabela 5: Condição referencial dos invertebrados, incluindo as taxa de referência esperadas e
observadas, bem como sua abundância
Observadas
Esperadas (Referência)
MUE1
Abundância
Oligochaeta
1
A
Potamonautidae
A
A
Taxa
Turbellaria
13
14
Classes da corrente dos invertebrados
Uma decisão foi tomada de que taxa com FOOC<4% não fossem incluidas na condição referencial dos
invertebrados
Observadas
Esperadas (Referência)
MUE1
Abundância
Taxa
Hydracarina
A
Baetidae >2spp
B
Caenidae
A
Heptageniidae
Leptophlebiidae
A
A
A
A
A
C
Trichorythidae
Chlorocyphidae
Synlestidae
Coenagrioniidae
Platycnemidae
Aeshnidae
Gomphidae
A
Libellulidae
A
Crambidae
Belostomatidae
Corixidae
Gerridae
A
A
1
A
Veliidae
A
B
Ecnomidae
1
A
Naucoridae
Notonectidae
Pleidae
Hydropsychidae >2spp
A
Philopotamidae
Hydroptilidae
1
Leptoceriidae
A
Observadas
Esperadas (Referência)
MUE1
Abundância
1
A
A
A
Taxa
Dytiscidae
Elmidae
Gyrinidae
Hydrophilidae
Psepheniidae
Athericidae
Ceratopogonidae
Chironomidae
A
A
A
A
A
Culicidae
Dixidae
Muscidae
Psychodidae
Simuliidae
Tabanidae
1
Tipulidae
Ancylidae
Lymnaeidae
A
Physidae
B
Planorbinae
A
Sphaeriidae
Para o Rio Muecula, a pontuação total de SASS5 referencial foi determinada como sendo165
e o ASPT de referência como 5.5. Na falta de um trabalho anterior nestes sistemas,
conjugado com a falta de rios facilmente acessível em condição referencial, estes valores
são baseados nas melhores estimativas do autor e as taxa esperadas neste local.
4.5. Avaliação do Estado Ecológico Presente
O PES para o Rio Muecula é determinado através da aplicação do protocolo MIRAI aos dados
colectados durante o trabalho de campo (24 de Fevereiro de 2010) em relação ao local ERCE
. Em geral, a avaliação do MIRAI é baseada na comparação das taxa observadas (dados de
campo) com a lista das taxa esperadas (Tabela 5). Cada métrica (e grupo de métricas) é
graduada e ponderada de acordo com com a sua importância na determinação do estado
ecológico presente (PES) do conjunto de invertebrados. Os quatro grupos de métricas
avaliados neste estudo incluem as métricas do caudal, habitat e modificação da qualidade
de água. Sazonalidade e conectividade foram avaliadas, uma vez que o camarão de água
doce (Paleomonidae), as taxa migratórias eram esperadas em condições referenciais do rio.
Cada métrica é graduada em termos da importância na determinação do PES da
concentração dos invertebrados. O procedimento para a classificação é somente usado para
orientar a ponderação e não em cálculos. A métrica com a pontuação de 1 (a mais
importante) recebe o peso de 100%. As outras métricas são depois graduadas como
percentagem em relação às métricas mais importantes. Todas as métricas com o mesmo
ranking têm o mesmo peso, enquanto as de menor ranking recebem um peso menor. A
categoria ecológica (EC) final integrada é pontuada de A (inalterada) até F (criticamente
modificada), numa escala contínua com as categorias limite (de 2% abaixo ou acima nos
limites15 de EC) indicadas pelas alterações na cor, como ilustrado.
EC
% de EC
Descrição
A
90-100
Inalterada, natural
B
80-90
Dominantemente natural, com poucas modificações. Uma
pequena alteração nos habitats naturais e na vida animal e
vegetal pode ter ocorrido, mas as funções do ecossistema
mantêm-se inalteradas.
C
60-79
Moderadamente modificadas. Perda e alteração do habitat
natural e da vida animal e vegetal tiveram lugar, mas as funções
básicas do ecossistema continuam predominantemente
inalteradas.
D
40-59
Muito modificada. Uma perda assinalável do habitat natural,
organismos vivos e também alteração das funções básicas do
ecossistema.
E
20-39
Seriamente modificada. A perda do habitat natural, organismos
vivos e funções básicas do ecossistema é extensa.
F
0-19
Criticamente/extremamente modificada. Alterações atingiram
um nível crítico e o sistema foi completamente modificado, com
perda quase total do habitat natural e da vida animal e vegetal.
15
>89=A; 80-89=B; 60-79=C; 40-59=D; 20-39=E; <20=F
Nas piores situações, as funções básicas do ecossistema foram
destruidas e as mudanças são irreversíveis
4.5.1. Resultados do MIRAI
A secção que se segue apresentaos resultados do modelo do MIRAI (Thirion et al., 2007)
para os grupos métricos avaliados relativamente ao Rio Muecula. Os resultados são
apresentados para cada local ERCE , como se segue:
−
−
−
−
Métricas da alteração da corrente;
Métricas da alteração do habitat;
Métricas da modificação da qualidade da água;
Determinação da categoria ecológica
4.5.1.1.
Alto Muecula (MUE1)
COM RELAÇÃO ÀS PREFERÊNCIAS DE VELOCIDADE, QUAIS
SÃO AS ALTERAÇÕES ÀS SEGUINTES, OBSERVADAS OU
ESPERADAS?
% DE PESO
MÉTRICAS DA MODIFICAÇÃO DA CORRENTE.
MÉTRICAS DA
GRADUAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Tabela 6: Graduação e classificação das métricas da modificação da corrente
Presença das taxa, com preferência para água corrente rápida
2
2
90
Presença das taxa, com preferência para correntes moderadas
2
1
100
Presença das taxa, com preferência para baixas correntes
1
3
80
Presença das taxa, com preferência para água estagnada
3
4
70
Tabela 7: Graduação e Classificação das métricas das modificações no habitat em MUE1
% DE PESO
COM RELAÇÃO ÀS PREFERÊNCIAS DO HABITAT DOS INVERTEBRADOS, QUAIS
SÃO AS ALTERAÇÕES ÀS SEGUINTES, OBSERVADAS OU ESPERADAS?
MÉTRICAS DA
GRADUAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
MÉTRICAS DA MODIFICAÇÃO DO HABITAT.
Terá a abundância e/ou frequência de ocorrência de qualquer das taxa 1
com preferência ao leito rochoso/matacões, mudado?
2
80
Terá a abundância e/ou frequência de ocorrência de qualquer das taxa 2
com preferência a cascalhos soltos, mudado?
1
100
Terá a abundância e/ou frequência de ocorrência de qualquer das taxa 4
com preferência à vegetação, mudado?
2
80
Terá a abundância e/ou frequência de ocorrência de qualquer das taxa 2
com preferência à areia, gravilha ou lama, mudado relativamente ao
esperado?
3
70
Terá a abundância e/ou frequência de ocorrência de qualquer das taxa 0
com preferência à coluna/superfície de água, mudado?
4
60
COM RELAÇÃO AOS REQUISITOS DA QUALIDADE, QUAIS SÃO AS
ALTERAÇÕES ÀS SEGUINTES, OBSERVADAS OU ESPERADAS?
% DE PESO
CLASSIFICAÇÃO
MÉTRICAS DA QUALIDADE DA ÁGUA.
MÉTRICAS DA
GRADUAÇÃO
Tabela 9: Graduação e classificação das métricas da modificação da qualidade de água
Terá o número das taxa com grandes necessidades de condições físico- 3
químicas inalteradas, mudado?
3
80
Terá o número das taxa com necessidades moderadas de condições 3
físico-químicas inalteradas, mudado?
4
70
Terá o número das taxa com poucas necessidades de condições físico- 2
químicas inalteradas, mudado?
5
60
Terá o número das taxa com muito poucas necessidades de condições 2
físico-químicas inalteradas, mudado?
6
50
Até que ponto a pontuação total de SASS difere da esperada?
3
2
90
Até que ponto a pontuação total de ASPT difere da esperada?
2
1
100
Tabela 10: Graduação e classificação das métricas das modificações da conectividade e
sazonalidade em MUE1
Baseadas em dados observados e deduzidos, e com referência à migração e
sazonalidade, como o seguinte mudou?
Classificação
Métricas de
graduação
% de Peso
MÉTRICAS DA CONECTIVIDADE & SAZONALIDADE
Impacto da distribuição das taxa migratórias
2
1
100
Impacto da ocorrência das Taxa com distribuição sazonal
1
2
70
% DE PESO DO
GRUPO MÉTRICO
CLASSIFICAÇÃO DO
GRUPO MÉTRICO
DO
PONTUAÇÃO
PONDERADA
GRUPO
PONTUAÇÃO
CALCULADA
DOS
GRUPOS MÉTRICOS
Grupo métrico da EC dos invertebrados
PESOS CALCULADOS
Classificação e graduação dos gupos de métricas para determinação de EC em MUE1
MUDANÇA DA CORRENTE
FM
60.6
0.333
20.1961
1
100
HABITAT
H
62.1
0.267
16.547
2
80
QUALIDADE DA ÁGUA
WQ
49.3
0.233
11.5111
3
70
68.2
0.167
11.3725
4
50
CONECTIVIDADE & SAZONALIDADE
EC DOS INVERTEBRADOS
59.6267
EC DOS INVERTEBRADOS
300
C
A tabela 8 apresenta um resumo dos resultados do MIRAI, com descrições do PES no ERCE ,
focalizando nas taxa indicativas dentro de cada grupo métrico.
Tabela 8: Descrição do PES para cada local ERCE , baseado nos resultados do MIRAI
ERC
E
Site
PES
Métricas
Modificação da corrente
MUE1
C
Habitat
Taxa/valores
indicativos
Narrativa
Nível de
Conf.
Heptageniidade, Leptoceridae,
Libellulidae & não existe Gomphidae
no local
2
Heptageniidade,
Libellulidae,
Ceratopogonidae e em menor número a
Paleomonidae. Hydropsychids não
ERC
E
Site
PES
Métricas
Taxa/valores
indicativos
Quallidade da água
Nível de
Conf.
Narrativa
exsitente neste biótopo.
Baetids e Heptagenidae não existentes.
Conectividade e
sazonalidade
Paleomonidae esperada em condições
referenciais neste sistema, mas não
encontrada.
4.5.2. Razões do PES
A tabela apresenta a categoria do PES para os invertebrados aquáticos em cada ponto ERCE
. A tabela também destaca as causas mais prováveis para o PES e se estas são ou não
relacionadas com a corrente. Aos resultados é atribuida uma pontuação de confiança de
entre 5 e 0, sendo que 5 indica alta confiança, ao passo que 0 denota ausência de confiança.
Tabela 13: Categoria de PES para as componentes biofísicas de MUE1, com indicação das
respectivas causas
Local
ERCE
MUE1
PES
C
Causas do PES
A causa principal para o PES ser
da classe C, relaciona-se com a
ausência de certas taxa de
invertebrados que podiam ser
esperadas neste local. A sua
ausência deve-se
fundamentalmente ao caudal
nesta secção do rio a jusante da
barragem ser regulado pela
própria barragem, somente
correndo quando a barragem
atinge um certo nível e o derrame
activa os descarregadores para
libertarem a água para a parte
mais baixa do rio. Este nível
crítico foi apenas conseguido
aproximadamente uma quinzena
antes da visita de campo, isto é,
nos princípios de Fevereiro de
2010.
Uma causa adicional para o PES
ser da classe C, deve-se ao facto
da modificação/regulação do
caudal provocada pela barragem,
bem como a ausência de
Paleomonidae no local ( em
comparação com a condição
referencial esperada).
16
Causas do PES relacionadas ou não com o caudal
Razões
Regulação do caudal pea
barragem, e caudal do rio apenas
ocorreu 15 dias antes do estudo de
campo
16
F/NF
Nivel
de
Conf.
F
4
F
4.6. Tendência do PES
A tendência (direcção da mudança em relação à condição ideal) do Estado Ecológico
Presente (PES) é avaliada e aos resultados é atribuida uma classificação de confiança de 1
(pouca confiança) até 5 (muita confiança). A tendência é considerada nas condições actuais
do uso da terra e da água. Visa aquilatar se os invertebrados aquáticos ter-se-ão adaptado
aos impactos antropogénicos existentes ou as mudanças e os ajustamentos induzidos pelo
Homem às comunidades dos invertebrados tomaram lugar. A análise da tendência do PES
tem igualmente por objecto destacar possíveis áreas de risco para o PES actual, se for
negativo. Uma tendência estável é indicativa de ecossistema que está em processo de
melhoramento, enquanto uma tendência negativa denota um declínio. A tabela 9 apresenta
as tendências alocadas à componente dos invertebrados aquáticos, bem como as razões
para tal alocação. A tendência do PES dá uma ideia da dimensão dos melhoramentos ou
declínios previstos a médio prazo (5 anos).
Tabela 9: Tendência de PES para a componente dos invertebrados aquáticos com respectivas razões
Ponto
ERCE
1
PES
C
%
de
EC
59.6
Tendência
Estável
Tendência
do PES
C/B
Nivel
de
Conf.
2
Razões da tendência
Enquanto a barragem estiver no lugar e
continuar a regular o caudal (particularmente
nos princípios da época e até que encha e
derrame
para
libertar
água
para
necessidades
ambientais)
o
sistema
continuará com impacto negativo.
Se o talude for aumentado, o nível de derrame
determinado, bem como regime de descargas
ambientais instituidas, a tendência do PES
podia melhorar para a classe B
A variação da mudança, e assim a tendência do PES, é fortemente depedente do grau e
dimensão das mudannças negativas afectando o estado ecológico presente do rio em
consideração. A confiança nestas previsões é relativamente baixa (2), uma vez que não
existe informação histórica sobre as tendências ou esta é esparsa, para permitir qualquer
inferência.
4.7. Importância e sensibilidade ecológica
A sensibilidade ecológica refere-se à capacidade do rio de recuperar das perturbações. O
modelo EIS baseado em Excel (Kleynha]ns, 1999) foi usado para avaliar a importância e a
sensibilidade ecológica nas condições actuais. A tabela 105 apresenta os resultados do
EcoStatus integrado, bem como os resultados da avaliação de EIS do Rio Muecula. A
pontuação, as razões e os níveis de confiança são apresentados na/o __________.
4.8. EcoStaus Integrado
As avaliações do estado ecológico presente (PES) das várias componentes biofísicas estão
integradas na classificação ecológica geral ou pontuação de EcoStatus usando o modelo
mais recente de EcoStatus do nível 4, baseado em Excel (Kleynhans & Louw 2007). A
pontuação de EcoStatus pode ser modificada, se necessário e exequível, em função da
avaliação da importância e sensibilidade ecológica (EIS) para fornecer a recomendada
categoria ecológica (EC) final. Por exemplo, se o recurso estiver degradado (ie, tem um PES
baixo) mas tem uma alta importância e sensibilidade ecológica (EIS), a categoria ecológica
(EC) pode ser aumentada, caso seja potencialmente exequível. A descrição completa dos
resultados de EcoStatus é apresentada no relatório principal da determinação da reserva. A
tabela 10 apresenta os resultados da avaliação de EcoStatus integrado para cada local ERCE .
A pontuação, as razões e os níveis de confiança são apresentados no anexo 9.
Tabela 10: EcoStatus Integrado para todos os locais, incluindo a tendência do PES, EIS e REC
Estado Ecológico Presente
Local
MUE1
Tendência
EIS
EC
% de EC
C
64.95
Baixa
REC
5 anos
10 anos
Estável
Estável
C
4.9. Verificação da adequação das estimativas de ERCE para
manter o PES dos invertebrados
Esta avaliação envolve a análise da adequação das estimativas de corrente de ERCE
forncecidas pelo modelo SPATSIM para cada REC, em termos da sobrevivência da
comunidade dos invertebrados aquáticos. As estimativas das correntes de ERCE são
transformadas em parâmetros hidráulicos (profundidade e velocidade) e transpostos para
os perfis das secção transversal do rio.
As taxa indicativas identificadas durante o processo de MIRAI (invertebrados senvíveis ao
caudal) são fundamentalmente usadas para avaliar se as estimativas de ERCE respondem às
condições necessárias no que concerne ao caudal, habitat e qualidade de água, para a
manutenção da categoria ecológica (EC) dos invertebrados, determinada para cada local
ERCE . A avaliação é igualmente baseada na comparação entre a média das velocidades e
das profundidades obtidas durante a avaliação actual da EC (levantamento de campo) e os
valores dos mesmos parâmetros calculados para as estimativas de ERCE do caudal mais
baixo, uma vez que estas representam o período mais crítico para os invertebrados em
termos de corrente.
4.10.
Alto Muecula
A tabela 11 representa os parâmetros hidráulicos para o Alto Muecula, baseados nas
estimativas da corrente de ERCE para um EcoStatus integrado de classe C.
Tabela 11: Condições hidráulicas em MUE1 baseadas no caudal modelado de ERCE
Discharge
Profundidade do caudal no perfil da
secção transversal (m)
MUE1
Velocidade média (m/s)
(m3/s)
Profundidade
Máxima
Profundidade
Média
Caudal medido
0.146
0.170
0.133
0.202
Manutenção da época seca Dezembro
0.018
0.086
0.049
0.126
Estiagem de época seca Dezembro
0.009
0.067
0.033
0.114
Manutenção da época
chuvosa – Abril
0.067
0.140
0.102
0.182
Estiagem da época das
chuvas – Abril
0.032
0.107
0.069
0.142
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A avaliação dos invertebrados apresentada neste relatório indica sistema fluvial apenas
numa condição moderada (PES = C) e com pouca diversidade e abundância de indivíduos e
taxa no sistema. Este é potencialmente um resultado enviezado e influenciado pelo facto de
o sistema do rio apenas ter começado a correr somente 2 semanas antes do trabalho de
campo (24 de Fevereiro de 2010). Isto porque as descargas de verão só ocorrem depois de a
albufeira encher até ao ponto crítico, e o derrame activar os descarregadores para libertar
água para a parte mais baixa do rio. Em condições naturais, o rio teria começado a correr
mais cedo no ano e os invertebrados naturais teriam podido reagir e recolonizado o sistema
fluvial. Há indicações de que este rio é apenas perene (Relatório de Pesquisa Hidrológica No.
FS/2010/HI02) de tal maneira que os organismos vivos estão parcialmente adaptados às
condições de interrupção da corrente durante períodos do ano. Todavia, o início tardio da
corrente no rio, pelo facto de albufeira só encher no começo do verão, indubitavelmente
tem um impacto negativo nos organismos vivos, e em geral, na ecologia do Rio Muecula, a
jusante da barragem. O crescimento da diatomácea bêntica nas rochas e em superfícies
rígidas do rio a jusante da barragem, foi igualmente assinalável e indicativo do uso limitado
das actividades de pastagem por macroinvertebrados.
Recomenda-se fortemente que o trabalho de aumentar o paredão tome em devida
consideração, uma estratégia de caudais ambientais, de modo a acomodar e imitar o regime
natural de descargas (particularmente no que tange à temporização e frequência de
inundações) ao rio. Isto vai permitir a recolonização do rio a jusante da barragem, logo no
início do ano, pelos organismos vivos.
6. MEDIDAS DE GESTÃO E DE MITIGAÇÃO
A tabela 17 apresenta um resumo dos objectivos gerais recomendados para manter ou
melhorar a saúde das comunidades dos invertebrados aquáticos, presentes no Rio Muecula.
Tabela 17: Objectivos para a manutenção da saúde do Rio Muecula
Objectivos
1. Manter a variabilidade dos caudais sazonais naturais, particularmente o início das inundações
sazonais e descargas abaixo da Barragem de Nacala
2. Manter ou melhorar a diversidade, qualidade e disponibilidade dos biótopos actuais – isto vai ser
facilitado conatanto que o previsto no ponto 1 seja satisfeito
3. Manter ou melhorar a integridade do habitat actual do rio e da zona ribeirinha – isto é actualmente
razoável mas devia ser mantido.
4. Manter ou melhorar a qualidade físico-química actual da água – também razoável mas deve ser
mantido
5. Manter as inundações para reprodução biológica natural – ver comentário em 1
6. Manter a biodiversidade actual para os invertebrados aquáticos
7. Regime das correntes para manter a diversidade dos biótopos ( p.ex. limpeza dos sedimentos em
excesso dos rápidos e poças) – relacionado com ponto 1.
8. Regime das correntes para manter as características do canal (p.ex. características do leito e das
margens) – atngível tendo em conta que a barragem ( incluindo a capacidade aumentada) constitui
uma proporção relativamente pequena da zona de captação MAR.
9. Regime de correntes para prover condições para a manutenção do ciclo de vida dos invertebrados
(p.ex. pôr ovos e sair do ovo) – relacionado com o ponto 1
10. Regime de correntes para inibir a colonização por populações de pestes (p.ex. plantas infestantes) –
isto não devia ser tão problemático uma vez que a barragem (incluindo o aumento previsto) continuará
a ser uma pequena proporção da área de captação MAR e portanto, as correntes serão
suficientemente variáveis para regular as populações de pestes.
11. Regime de correntes para manter habitats críticos do rio (p.ex. rápidos e poças) – idem ponto 10
12. Regime de correntes para manter as velocidades actuais adequadas para as espécies indicativas
(p.ex. espécies reofílicas sensíveis) – relacionadas com os nrs 1 e 10
De modo a monitorizar e avaliar a conformidade com estes objectivos de gestão, é
importante para desenhar e implementar um programa17 de monitoria a longo prazo, da
saúde do rio que se vai para além de simples registo das medições da qualidade de água.
Isto irá garantir que acções correctivas sejam tomadas a tempo , se a Categoria Ecológica
dos sistemas do Rio Muecula se deteriorarem abaixo da categoria ecológica (EC)
recomendada. As seguintes medidas de gestão geral recomendadas (aplicável para todos os
sistemas fluviais) devem ser implementadas, de forma a prevenir a degradação e/ou
melhorar a condição do Rio Muecula; bem como manter as ECs recomendadas para a
componente dos macroinvertebrados aquáticos.
1. Manter a disponibilidade da diversidade dos biótopos invertebrados ocorrendo
naturalmente (cascalhos, vegetação, areia, gravilha e lama em corrente lenta de
água pouco funda ou funda).
2. Manter a qualidade e quantidade dos biótopos invertebrados, permitindo a
persistência das descargas e inundações ocorrendo naturalmente, que reatauram a
mobilidade do sunstrato, restabelecer a qualidade de água, inundar os habitats de
braços mortos, e limpar os substratos de sedimentos e algas excessivos.
3. Descargas apropriadas (0.3 – 0.6 m/s) devem ser permitidas durante períodos de
altos caudais, de modo a assegurar que a manutenção dos habitats de cascatas de
boa qualidade, para a saúde e sobrevivência das taxa indicativas dependentes do
caudal (Heptageniidae, Gomphidae e Libellulidae).
4. Descargas apropriadas (0.1 -0.6 m/s) e qualidade da água devem ser mantidas pelo
menos, por 35% do tempo, de modo a a garantir a disponibilidade de habitats
críticos de cascalhos de boa qualidade, para a saúde e sobrevivência das taxa
indicativas dependentes de cascalhos (Heptageniidae e Libellulidae).
5. Volumes e profunfidades adequados do caudal devem ser mantidos por, pelo
menos, 35% do tempo de modo a garantir a manutenção do habitat de boa
qualidade e quantidade de vegetação marginal inundada, para a saúde e
sobrevivência das taxa indicativas dependentes de vegetação (Nepidae e Atyidae).
6. Qualidade adequada de água deve ser mantida para assegurar a manutenção da
saúde e sobrevivência das taxa indicativas sensíveis à qualidade de água
(Baetidae>2spp e Heptageniidae).
7. A variabilidade do caudal sazonal natural deve ser permitido para estimular
comportamentos relevantes de reprodução dos invertebrados (p.ex. pôr ovos e sair
do ovo).
8. Assegurar que não haja nenhum grupo de invertebrados a dominar a fauna (muitas
vezes comum com espécies de pestes) para manter a variação sazonal natural do
caudal.
9. Manter o refúgio dos invertebrados para fins de recolonização dos locais a
montante e a jusante da barragem, após períodos críticos de baixo caudal (meses de
estiagem da época seca) que não conseguem manter populações das taxa dos
invertebrados dependentes do caudal e sensíveis à qualidade da água, através da
limitação dos impactos da bacia nestes rios.
10. Monitorizar a manutenção da condição ecológica actual (PES) dos invertebrados ao
nível recomendado da categoria ecológica (EC) do Rio através da aplicação do
17
Ver o Programa de Monitoria da Saúde Fluvial produzido como parte do Mega Projecto de Reserva de
Baviaanskloof.
protocolo de biomonitoria SASS5 e subsequente modelação de MIRAI numa base
anual (períodos de grande caudal).
A tabela 18 apresenta um resumo detalhado dos impactos potenciais na componente de
invertebrados aquáticos identificados para a área de estudo, bem como as medidas de
gestão e mitigação associadas. Os objectivos específicos para as comunidades dos macroinvertebrados aquáticos são igualmente indicados. Estes objectivos podem se usados como
base para o estabelecimento dos objectivos da Qualidade dos Recursos.
Tabela 18: Resumo dos impactos potenciais, medidas de mitigação e objectivos específicos
Componente de
ERCE
Impacto Potential
Medidas de
Mitigação
Objectivos
específicos
PONTO 1 - MUE1 – RIO MUECULA
Condição Ecológica
Um redução do PES ou
REC actual devido à
degradação da bacia e
baixa qualidade de água
Princípios de Gestão
adequada da bacia a
aplicar na agricultura e
desenvolvimento da bacia
Pontuações SASS e
ASPTdevem ser mantidos
mais altas que 100 e 5.0
respectivamente.
Alternativamente amostras
de diatomáceas devem ser
levadas abaixo da
barragem para responder
aos critérios similares ou
equivalentes da qualidade
de água.
Habitat Ripário & do Rio
Redução no habitat ripário e
do rio devido à modificação
do caudal ou práticas
agrícolas nestes sistemas
Restabelecer os caudais
base durante épocas
chuvosas e garantir que o
tempo de ocorrência e
inundções são
restabelecidos para o
regime natural
Garantir inundações e
descargas normais da
barragem que reproduzam
as condições naturais, com
base numa monitorização e
estimativas de modelação
hidrológica.
Quantidade de Água
Extracção da Barragem de
Nacala ( e sua área/volume
alargado) irá reduzir o
caudal a jusante da
barragem.
Adoptar biomonitoria para
assegurar que as medidas
de mitigação são aplicadas
Qualidade de Água
A degradação da bacia
(area de captação das água
pluviais) pode conduzir à
baixa/redução da qualidade
da água abaixo da
barragem.
Garantir que ERCE são
satisfeitos na planificação
da barragem, bem como a
sua política operacional
para os caudais abaixo da
mesma
Princípios adequados de
gestão devem ser
adoptados para agricultura
e desenvolvimento na bacia
Pontuações de SASS e
ASPT devem ser mantidas
acima de 100 e 5.0
respectivamente.
Alternativamente amostras
de diatomáceas devem ser
levadas abaixo da
barragem para responder
aos critérios similares ou
equivalentes da qualidade
de água.
REFERÊNCIAS
Baviaans Local Municipality. 2007. Final IDP. http://www.baviaans.gov.za/idp.htm .
Boshoff A.
2005. The Baviaanskloof Mega-Reserve: An environmentally, socially and
economically sustainable conservation and development initiative. Terrestrial
Ecology Research Unit. TERU Report No 52.
Coetzee, V. 2004. A macroinvertebrate biomonitoring investigation using the SASS5 index, in
the Gamtoos River (Eastern Cape), undertaken in the context of the River Health
Programme. Centre for Environmental Management, University of the Free State.
Dallas H., Molteno A., Ewart-Smith J. and Janssens P. 2007. Rivers Database Version 3. The
Freshwater Consulting Group in association with Soft Craft Systems for the
Department of Water Affairs and Forestry, Pretoria.
Department of Water Affairs and Forestry. 1999. Resource Directed Measures for Protection
of Water Resources. Volume 2: Integrated Manual, Version 1.0. Pretoria, South
Africa.
Department of Water Affairs and Forestry. 1999. Resource Directed Measures for Protection
of Water Resources. Volume 3: River Ecosystems, Version 1.0. Pretoria, South
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Department of Water Affairs and Forestry. 1999. Resource Directed Measures for Protection
of Water Resources. Volume 5: Comprehensive habitat integrity assessment.
Version 1.0. Pretoria, South Africa.
Department of Water Affairs and Forestry. 1999. Resource Directed Measures for Protection
of Water Resources. Volume 7: Assessment of ecological importance and
sensitivity. Version 1.0. Pretoria, South Africa.
Department of Water Affairs and Forestry, South Africa. 2002. Fish to Tsitsikamma Water Management
Area: Water Resources Situation Assessment. Main Report Volume 2: Appendices.
Prepared by Ninham Shand. DWAF Report no.P WMA 15000/00/0101.
Department of Water Affairs and Forestry, South Africa. 2004. Fish to Tsitsikamma Water
Management Area: Tsitsikamma to Coega Internal Strategic Perspective.
Prepared by Ninham Shand in association with Umvoto Africa, on behalf of the
Directorate National Water Resources Planning. DWAF Report no.P WMA
15/000/00/0304
Kleynhans CJ, Louw MD. 2007. Module A: EcoClassification and EcoStatus determination in
River EcoClassification: Manual for EcoStatus Determination (version 2). Joint
Water Research Commission and Department of Water Affairs and Forestry
report. WRC Report No TT 329/08.
Thirion, C. 2007. Module E: Macroinvertebrate Response Assessment Index in River
EcoClassification: Manual for EcoStatus Determination (version 2). Joint
Water Research Commission and Department of Water Affairs and
Forestry report. WRC Report No TT 332/08.
BARRAGEM DE NACALA
AVALIAÇÃO DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA
ANO 5
PO Box 794
Hilton
3245
Tel : (033) 343-6700
Fax : (033) 343-6701
e-mail : [email protected]
web : www.jgi.co.za
Compilado por:
Magnus van Rooyen
Form 403.1
ANO 5
Rev 10/06
TITULO : Barragem de Nacala : Componente de Vegetação Ripária
JGI NO. : 2454
DATA : 2010.08.30
ESTÁGIO DO RELATÓRIO : Draft
ELABORADO POR :
ENCOMENDADO POR :
Jeffares & Green (Pty) Ltd
P O Box 794
Hilton
3245
Millennium Challenge Account Mozambique
Av Ahmed Sekou Tore 2539
Maputo
Moçambique
Tel:
+258 21 333920
Fax:
+258 21 333921
Tel : +27 33 343-6700
Fax : +27 33 343-6701
PESSOA DE CONTACTO DO CLIENTE :
Mr Luis Paulo Mandlate – MCA
AUTOR :
Magnus van Rooyen
Mr Carlos Bonete – DNA-GOH
SINOPSE :
Este relatório contêm os resultados da componente da vegetação ribeirinha do estudo ERCE da Barragem
de Nacala.
PALAVRAS CHAVE
Ecossistema aquático, vegetação ripária, VEGRAI, determinação da reservs, ERCE
VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE
Este relatório foi preparado obedecendo ao controlo de qualidade nos
termos do sistema de gestão de qualidade que responde aos requisitos
de ISO9001: 2000, independentemente certificado pela Certificação
DEKRA ,com o número 90906882
Verificação
Capacidade
Nome
Autor
Ambientalista
M van Rooyen
Verificado por
Gestor do Projecto
R Gray
Autorizado por
Membro
S Johnson
Assinatura
Data
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
1.
INTRODUÇÃO 2
2.
ANTECEDENTES DA ÁREA DE ESTUDO
3.
OBJECTIVOS DO ESTUDO
4.
METODOLOGIA
3
4
4
4.1.
4.2.
4.3.
4.4.
4.5.
4.6.
4.7.
COLECTA DE DADOS ................................
................................................................................................
...................................................... 4
ADEQUABILIDADE DO LOC
LOCAL ................................................................................................
......................................... 4
DISPONIBILIDADE DA INFORMAÇÃO
FORMAÇÃO ...............................................................................................
............................... 5
CONDIÇÕES REFERENCIAI
REFERENCIAIS ................................................................................................
........................................... 5
AVALIAÇÃO DO ESTADO ECOLÓGICO ACTUAL................................................................
............................................. 6
AVALIAÇÃO DA IMPORTÂN
IMPORTÂNCIA E SENSIBILIDADE ECOLÓGICA .......................................................
....................... 6
INTERPRETAÇÃO DE IMPA
IMPACTOS RELACIONADOS OU NÃO COM CORRENTES & TRAJECTÓRIA DE
MUDANÇA ................................................................
................................................................................................
.................................................. 6
4.8. VERIFICAÇÃO DAS ESTIMATIVAS
MATIVAS MODELADAS DA EWR ..............................................................
.............................. 6
5.
RESULTADOS E DISCUSS
DISCUSSÃO 7
5.1. ADEQUABILIDADE DO LOCAL ................................................................................................
........................................ 7
5.2. DISPONIBILIDADE DA INFORMAÇÃO
FORMAÇÃO ...............................................................................................
............................... 7
5.3. CONDIÇÕES REFERENCIAI
REFERENCIAIS ................................................................................................
........................................... 8
5.4. AVALIAÇÃO DO ESTADO ECOLÓGICO PRESENTE................................................................
....................................... 11
a)
RIO MUECULA ABAIXO DA BARRAGEM DE NACALA (EB) .......................................
................................
12
b)
RIO MUECULA ABAIXO DA BARRAGEM DE NACALA (WB) ......................................
................................
15
5.4.1. Descrição do PES ................................................................................................
............................................ 19
5.4.2. Razões para o PES ................................................................................................
.......................................... 19
5.4.3. Tendência do PES ................................................................................................
........................................... 20
5.5. IMPORTÂNCIA E SENSIBI
SENSIBILIDADE ................................................................................................
................................... 21
5.6. MEDIDAS DE GESTÃO COM
COMUNITÁRIA DA VEGETAÇÃO ................................................................
................................. 22
6.
CONCLUSÕES E RECOMEN
RECOMENDAÇÕES 22
7.
MEDIDAS DE GESTÃO E MITIGAÇÃO
8.
REFERÊNCIAS
24
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FEVEREIRO DE 2010
Lista de Tabelas
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FEVEREIRO DE 2010
1. INTRODUÇÃO
A Avaliação do Índice de Resposta da Vegetação Ripária (VEGRAI) é o modelo de índice usado
para determinar a Categoria Ecológica para a componente da vegetação riparia dentro da
abordagem do EcoStatus. Foi dese
desenhado
nhado para fazer uma avaliação qualitativa da resposta da
vegetação riparia para impactos de modo a transformar a variação qualitativa em quantitativa e
resultados defensivos (Kleynhans et al,, 2007). A métrica entre o modelo VEGRAI descreve o
estado da vegetação
getação riparia no seu estado actual assim como no seu estado ideal e compara as
diferenças entre estes dois estados como uma medida de resposta da vegetação para um
regime de impacto (Kleynhans et al
al. 2007).
2. ANTECEDENTES DA ÁREA DE ESTUDO
A Barragem de Nacala localiza
localiza-se
se no Rio Muecula, aproximadamente a 35 km sudoeste da
Cidade de Nacala e a 150 km noroeste da Cidade de Nampula, Província de Nampula,
Moçambique. As coordenadas da barragem são 14o43’11,03” Sul e 40o31’43,28” Este.
A Barragem de Nacala é caracterizada como sendo uma barragem de paredão aterrado. A
referida barragem foi feita de areia compactada com distintas zonas de diferentes
materiais/solos. No caso da Barragem de Nacala, esta inclui zonas com misturas de clayey-sands
clayey
e sand-clay que são
o maioritariamente disponíveis localmente. A Barragem de Nacala é
considerada uma barragem de categoria média – o talude é de 17.4m de altura 3 307m de
comprimento. Os declives do talude a montante e a jusante estão na ordem de 1:2.4 e 1:2.7
respectivamente
te e compreendem material a prova de água.
Actualmente a Barragem de Nacala não tem saídas para descargas de água a jusante, e o
derrame (inundação) de água é gerido através dos descarregadores localizados no flanco Este
(esquerda) do talude. A água é ext
extraída
raída a partir de um tanque elevado que bombeia a água
através de um tubo de 300mm de diâmetro para estação de tratamento próxima. Albufeira ,
dependendo da volume se extende por aproximadamente 3km a partir da barragem e é
aproximadamente 400m no seu pon
ponto
to mais amplo. O volume de água armazenado na albufeira
varia com base nas práticas de gestão e chuvas. A capacidade de armazém da albufeira é
estimada em 4.04 milhões de metros cúbicos (mcm). A Estrada Nacional N12 corre ao longo do
talude por 340m com 9 m de largura bitumen surface road, e 1 km de largura by 0.3m thich
concrete walkway en cada ponto. A estrada permite tráfico nos dois sentidos ao longo da
talude.
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3. OBJECTIVOS DO ESTUDO
O objectivo do presente estudo é fazer uma avaliação da vegetação ripa
riparia
ria no Rio Muecula,
baseado na metodologia EcoStatus. Os seguintes objectivos foram identificados por forma a
completar a avaliação:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Colecta de dados sobre as comunidades da vegetação riparia do Rio Muecula
Fornecer dados sobre a adequabilidade da cada po
ponto ERCE
Estabelecer uma condição ideal para a vegetação riparia dos rios relevantes
Determinar o Estado Ecológico Actual da vegetação para os rios relevantes
Fornecer dados sobre a Análise da Importância e Sensibilidade Ecológica
Fornecer dados sobre a ava
avaliação das razões para o PES
Fornecer dados sobre a avaliação da trajectória de mudanças do PES
Fornecer dados sobre a verificação das estimativas da ERCE modeladas
Fornecer dados em termos das medidas de gestão e mitigação
4. METODOLOGIA
4.1. Colecta de dados
Ao dados foram colectados no campo entre os dias 22 e 26 de Fevereiro de 2010. Os dados
foram introduzidos em fichas no formato standard que são fornecidas com o manual para o
modelo VEGRAI (Kleynhans et al, 2007). Os dados foram colectados aproximadamente a 250m a
jusante do topo do paredão da Barragem de Nacala. Espécies de plantas que não puderam ser
identificadas no local foram fotografadas e identificadas na África do Sul. Não foram colhidas
amostras de plantas uma vez que não havia permissão para exporta
exportação
ção de qualquer material
para fora de Mozambique para África do Sul. Ademais, informação sobre colecta de dados pode
ser obtida no manual (Kleynhans et al, 2007).
4.2. Adequabilidade do local
Confiança na adequabilidade do local para cada ponto ERCE por fornecer
er dicas na verificação
das estimativas modeladas da ERCE é classificada de 0 (ausência de confiança) a 5 (alta
confiança). Resultados desta avaliação são também fornecidos no relatório principal.
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4.3. Disponibilidade da informação
A disponibilidade da informação
ão é classificada de 0 a 4. 0 a 2 indica que o nível de informação é
adequado para a Determinação Rápida da Reserva Ecológica (RERD), enquanto 3 indica que é
adequado para a Determinação Intermédia da Reserva Ecológica (IERD) e 4 é adequada para a
Determinação
ação Compreensiva da Reserva Ecológica (CERD). A classificação de confiança atribuída
indica o nível de confiança da informação disponível. A classificação de confiança de 5 é alta
enquanto a pontuação de 0 indica ausência de confiança. Resultados desta avaliação
av
são
também fornecidos no relatório principal.
4.4. Condições referenciais
As condições referenciais referem
referem-se
se ao estado da vegetação riparia antes dos distúrbios
induzidos pelo homem alterarem o rio e a vegetação riparia associada. Há muitas variáveis que
precisam ser consideradas na reconstrução do estado referencial como as condições da bacia,
uso da terra no passado e presente na bacia, informação histórica sobre secas e cheias na bacia.
Grandes rios com bacia mais baixa tem tendência de serem mais perturbados como resultado
da mudanças induzidas pelo homem na bacia que alteraram o volume e qualidade da água no
rio, e podem ter produzido impacto na vegetação riparia. É extremamente difícil reconstruir as
condições referenciais sem um conhecimento com
completo
pleto da história do uso da terra na área da
bacia acima de qualquer ponto particular do rio. Para complicar ainda mais, mudanças subtis
como mudanças climáticas e invasão de plantas exóticas na bacia devem ser consideradas.
Outro aspecto importante a cons
considerar
iderar na reconstrução das condições referenciais é o regime
de perturbação natural para o qual a vegetação riparia é adaptada. Assim, um precisa de
estimar a extensão na qual perturbações naturais no ponto do rio tem sido alterados pelas
actividades humanas
nas no local e na área da bacia.
O manual de Kleynhans et al (2007) fornece um guião claro sobre como reconstruir as condições
referenciais. Em resumo, a extensão na qual a vegetação riparia deve ter mudado em cada zona
é avaliada como resultado dos impact
impactos
os da remoção da vegetação, mudanças na qualidade e
quantidade da água e invasão exótica. Os impactos são avaliados para diferentes aspectos da
vegetação como cobertura, abundância, população, estrutura, recrutamento e composição das
espécies.
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FEVEREIRO DE 2010
4.5. Avaliação do Estado Ecológico Actual
O PES é determinando seguindo o manual de Kleynhans et al (2007). Em resumo, cada zona no
rio é avaliado para a mudança a partir do estado referencial na cobertura, abundância,
estrutura da população, recrutamento e composição da
dass espécies da vegetação riparia. Isto é
registado nas fichas de campo fornecidas com o manual (Kleynhans et al 2007).
4.6. Avaliação da importância e sensibilidade ecológica
A EIS é determinada por meio de um processo que envolve um modelo baseado em Excel o qual
q
incorpora peixe, invertebrado e informação a vegetação riparia para habitats fluviais.
Resultados desta avaliação são também fornecidos no relatório principal.
4.7. Interpretação de
e impactos relacionados ou não com correntes
& trajectória de mudança
Analisando
sando o EC e os grupos métricos é determinado até que ponto as mudanças observadas na
EC são devidas a impactos relacionados ou não com correntes. A maior razão para esta
mudança no EC é analisar para determinar qual dos métricos é mais responsável pela mudança.
mu
A partir daqui, é então possível fazer recomendações relativamente a manutenção ou possível
melhoramento do EC dos invertebrados, isto é, a trajectória da mudança. Resultados desta
avaliação são também fornecidos no relatório principal.
4.8. Verificação das estimativas modeladas da ERCE
De forma a determinar até que ponto ou não as estimativas modeladas da EC serão suficientes
para manter a Categoria do Estado Ecológico Actual determinado para cada rio, os ficheiros da
secção transversal e as tabelas hidr
hidráulicas
áulicas contendo dados hidrológicos transformados em
componentes hidráulicas (profundidade e velocidade) para cada ponto ERCE são avaliados. Esta
avaliação é principalmente baseada nos requisitos da taxa indicativa. Resultados desta avaliação
são apresentados
os no relatório principal.
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Adequabilidade do Local
Um simples ponto (MUE1) foi identificado a jusante da Barragem de Nacala. A adequabilidade
do local foi avaliada de acordo com as vantagens e desvantagens da cada ponto por fornecer
dicas na verificação das estimativas modeladas da ERCE . A confiança em cada uma destas
avaliações foi classificada de 0 (ausência de confiança) a 5 (elevada confiança). Uma avaliação
da adequabilidade do local para todos os pontos é fornecida a seguir 9Tab
9Tabela 1).
Tabela 1: Avaliação da adequabilidade do MUE1 em termos da vegetação riparia
Nível de confiança
Vantagens
Desvantagens
5
Acesso fácil ao local a partir da estrada
que atravessa a Barragem de Nacala.
Presença de diversa vegetação ripária em
distintas
tas zonas.
Proximidade do ponto a aldeias locais aumenta a
probabilidade de interferência humana – colecta
de lenha/pastagem. Retirada da água da
Barragem de Nacala “Sem hidrómetro”
5.2. Disponibilidade da informação
A disponibilidade da informação foi clas
classificada
sificada de 0 a 4. O nível de confiança atribuído indica o
nível de confiança da informação disponível. A classificação de confiança de 5 é elevada
enquanto a pontuação de 0 indica ausência de confiança (Table 2).
Table 2: Avaliação da disponibilidade da informação para MUE1
Nível de
confiança
Disponibilidade da
informação
0
4
1
2
3
3
Comentários
4
O conhecimento dos especialistas de botânica sobre espécies típicas que
ocorrem na região. Acesso a secção da vegetação da Avaliação Ecológica
Terrestre Especializada conduzida para a Avaliação do Impacto Ambiental do
Projecto da Barragem de Nacala (Terrestrial Ecological Assessment – Nacala
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Dam, Mozambique, by Aves Consulting, December 2009).
5.3. Condições referenciais
Cada banco foi avaliado como um ponto independente devido a variedade da vegetação em
cada banco. O resultado é de que dois pontos (Banco a Este (MUE1
(MUE1-EB)
EB) e Banco a Oeste (MUE1(MUE1
WB)) foram avaliados durante a visita conduzida de 22 a 26 de Fevereiro de 2010. As seguintes
condições referenciais foram determinadas para cada ponto (Tabela 3).
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FEVEREIRO DE 2010
Tabela 1:: Estado Referencial da Vegetação Ripária em MUE1 – Margens Este (MUE1-EB) e Oeste (MUE1-WB)
Zonas
Impactos
Métricas de Resposta
Descrição do Estado PRESENTE
Descrição do ESTADO
ES
DE REFERÊNCIA
MUE1-EB
Zona Marginal
Remoção da Vegetação
Cobertura
Vegetação Exótica
Abundância
Quantidade da Água
Composição das espé
espécies
Qualidade da Água
Recrutamento
Espécies Cyperus e outras espécies herbáceas,
sem árvores de grande porte. Areia grossa solta e
pequeno substrato de de pedras. Plantas tipo
agrião.
Acredita-se
se que o estado actual
actu seja o referencial. A fuga
existente na Barragem de Nacala há aproximadamente 20
anos tem causado uma variação no caudal do rio, o que tem
funcionado como como caudal ecológico.
ecol
Este caudal
ecológico persistente resultou numa situação em que o
Estado Referencial
eferencial e o Estado Actual se acredita serem
similares.
Predominância de erva; sem árvores de grande
porte e apenas alguns arbustos. A área pode ter
sido perturbada por queimadas ou outro impacto
que terá removido a componente da vegetação
arbórea.
Parece que os desequilíbrios que causaram a predominância
da erva aconteceram há
h bastante tempo. Este facto
contribuiu para a recuperação substancial da vegetação e
possivelmente se assemelha ao estado ideal.
ideal
Estrutura da População
Zona Não-Marginal
Remoção da Vegetação
Cobertura
Vegetação Exótica
Abundância
Quantidade da Água
Composição das espé
espécies
Qualidade da Água
Recrutamento
Estrutura da População
MUE1-WB
Remoção da Vegetação
Cobertura
Vegetação Exótica
Abundância
Zona Marginal
Prepared by Jeffares & Green (Pty) Ltd
Relatório de Requezitos de Caudal Ecologico (Anexo D).docx 8/30/2010
Margens constituidas por Cyperus individuais e
espécies herbáceas. A cobertura não é muito
abundante uma vez que a superfície é bastante
Acredita-se
se que o estado actual seja o referencial. A fuga
existente na Barragem de Nacala há aproximadamente 20
anos tem causado uma variação no caudal do rio, o que tem
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Quantidade da Água
Composição das espé
espécies
Qualidade da Água
Recrutamento
rochosa, compreendendo pedregulhos e gravilha.
Dois Ficus sycamorus encontram-se na divisória
entre as duas zonas.
funcionado como como caudal ecológico.
ecol
Este caudal
ecológico persistente resultou numa situação em que o
Estado Referencial e o Estado Actual se acredita serem
similares.
As margens são nuas e caracterizadas por
matacões e rochas pequenas em mistura com
gravilha. Pequenas espécies herbáceas rastejantes
ocorrem intermeadas por espécies herbáceas
anuais.
Acredita-se
se que o estado actual seja o referencial. A fuga
existente na Barragem de Nacala há aproximadamente 20
anos tem causado uma variação no caudal do rio, o que tem
funcionado como como caudal ecológico.
ecol
Este caudal
ecológico persistente resultou numa situação em que o
Estado Referencial e o Estado Actual se acredita serem
similares.
Estrutura da População
Zona Não-Marginal
Remoção da Vegetação
Cobertura
Vegetação Exótica
Abundância
Quantidade da Água
Composição das espé
espécies
Qualidade da Água
Recrutamento
Estruturaa da População
Prepared by Jeffares & Green (Pty) Ltd
Relatório de Requezitos de Caudal Ecologico (Anexo D).docx 8/30/2010
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
5.4. Avaliação do Estado Ecológico Presente
O PES do Rio Muecula é determinado pela aplicação do protocolo VEGRAI aos dados colectados
durante o trabalho de campo (Fevereiro de 2010) para cada local ERCE . A secção que se segue
apresenta os resultados
sultados do modelo VEGRAI (Kelynhans et al, 2007) para os diferentes grupos de
métricas avaliados em relação ao Rio Muecula. Os resultados são apresentados para cada local,
como se segue:
•
•
•
•
Métricas da zona marginal
Métricas da zona mais baiza
Métricas da zona
na mais alta
Determinação da Categoria Ecológica
Prepared by Jeffares & Green (Pty) Ltd
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Relatório de Requezitos de Caudal Ecologico (Anexo D).docx 8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
a) RIO MUECULA ABAIXO DA BARRAGEM DE NACALA (EB)
Table 2: Zona Marginal para MUE1-EB
Causas da alteração
REMOÇÃO
INVASÃO EXÓTICA
QUANTIDADE DE
ÁGUA
QUALIDADE DE
ÁGUA
MÉDIA
CLASSIFICAÇÃO DAS MODIFICAÇÕES
Intensidade
Extensão
0.0
0.0
2.0
1.5
1.5
Confiança
4.0
4.0
4.0
0.0
4.0
0.0
Observações (Indicar as razões para cada pontuação)
Sem ou pouca erosão ; ou pegadas
Espécies exóticas existentes, mas nenhuma invasora
Extracção da barragem de Nacala
4.0
CLASSIFICAÇÃO DAS MÉTRICAS DE RESPOSTA
CONSIDERAR?
PONTUAÇÃO
CONFIANÇA
(SIM/NÃO)
SIM
1.0
4.0
SIM
2.0
4.0
SIM
1.0
4.0
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
MÉTRICA DE
RESPOSTA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
NÃO LENHOSA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
SIM
SIM
1.3
1.0
1.0
4.0
4.0
4.0
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
SIM
1.0
4.0
1.0
2.7
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
NÃO LENHOSA
GRADUAÇÃO
PESO
CLASSIFICAÇÃ
O
S
S
2.0
1.0
10.0
100.0
1.3
1.0
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
Cobertura lenhosa limitada devido às características dos substratos (matacões, pedras pequenas e gravilha)
Abundância limitada de árvores devido às características dos substratos (matacões, pedras pequenas e gravilha)
Baixo impacto
Cobertura não lenhosa limitada devido às características dos substratos (matacões, pedras pequenas e gravilha)
Abundância não lenhosa limitada devido àss características dos substratos (matacões, pedras pequenas e
gravilha)
Baixo impacto
CONSIDERAR?
(S/N)
MODIFICAÇÃO (%) NA CONDIÇÃO DA ZONA MARGINAL
OBSERVAÇÕES: (Indicar as razões para cada pontuação)
CLASSIFICAÇÃO
PONDERADA
0.13
1.00
MÉDIA DA
CONFIANÇ
A
4.0
2.7
1.13
3.3
OBSERVAÇÕES: (Indicar as razões para cada
pontuação)
Quase inexistente no local
Vengetação não lenhosa mais importante na zona
marginal
20.6
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Tabela 5: Zona não marginal de MUE1-EB
Causas da alteração
REMOÇÃO
INVASÃO EXÓTICA
QUANTIDADE DE
ÁGUA
QUALIDADE DE
ÁGUA
MÉDIA
CLASSIFICAÇÃO DAS MODIFICAÇÕES
Intensidade
Extensão
2.0
2.0
2.5
1.5
1.5
1.0
4.0
Observações (Indicar as razões para cada pontuação)
Sem evidência clara de remoção, mas alguma forma de distúrbio (possivelmente queimada) ocorreu.
Ocorrência de invasão, mas ainda não activa. Espécies actuais de ervas, predominantes
Extracção da barragem de Nacala
Baixa ou sem expressão e intensidade, baixa turbidade
4.0
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
MÉTRICA DE
RESPOSTA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
NÃO LENHOSA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
NÃO LENHOSA
1.0
Confiança
4.0
4.0
4.0
CONSIDERAR?
(S/N)
S
S
CLASSIFICAÇÃO DAS MÉTRICAS DE RESPOSTA
CONSIDERAR?
PONTUAÇÃO
CONFIANÇA
(SIM/NÃO)
SIM
3.0
4.0
SIM
1.0
4.0
SIM
1.0
4.0
1.7
2.0
1.0
1.0
4.0
4.0
4.0
4.0
1.3
2.7
GRADUAÇÃO
PESO
CLASSIFICAÇÃO
2.0
1.0
30.0
100.0
1.7
1.3
SIM
SIM
SIM
MODIFICAÇÃO (%) NA CONDIÇÃO DA ZONA MARGINAL
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
OBSERVAÇÕES: (Indicar as
a razões para cada pontuação)
Cobertura lenhosa limitada devido a distúrbios anteriores e competição com erva
Abundância limitada de árvores devido às perturbações e competição com erva
Baixo impacto
Estabelecimento de espécies pioneiras, após possíveis distúrbios anteriores
Estabelecimento de espécies pioneiras, após possíveis distúrbios anteriores
an
Baixo impacto
CLASSIFICAÇÃO
PONDERADA
0.50
1.33
1.83
MÉDIA DA
CONFIANÇA
4.0
2.7
3.3
OBSERVAÇÕES: (Indicar as razões para
cada pontuação)
Presença limitada no local
Importante para estabilizar as margens
28.2
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Tabela 6: Categoria ecológica (EC) da zona ripária de MUE1
MUE1-EB
AVALIAÇÃO DE
NÍVEL 3
GRUPO
PONTUAÇÃO PONTUAÇÃO CONFIANÇA GRADUAÇÃO %
DE OBSERVAÇÕES:
(indique
MÉTRICO
CALCULADA PONDERADA
PESO
razões para cada avaliação)
MARGINAL
79.4
18.3
3.3
2.0
30.0
A zona marginal fornece
humidade
parra
o
estabelecimento
da
erva
pioneira
NÃO MARGINAL
71.8
55.2
3.3
1.0
100.0
Erva
.pioneira nesta zona
torna a reia solta /gravilha
num consistente e previne
qualquer erosão
2.0
130.0
VEGRAI DE NÍVEL 3 (%)
73.5
EC VEGRAI
C
MÉDIA DA CONFIANÇA
3.3
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
b)
RIO MUECULA ABAIXO DA BARRAGEM DE NACALA (WB)
Tabela 7: Zona marginal de MUE1-WB
Causas da alteração
REMOÇÃO
INVASÃO EXÓTICA
QUANTIDADE DE
ÁGUA
QUALIDADE DE
ÁGUA
MÉDIA
CLASSIFICAÇÃO 2DAS MODIFICAÇÕES
Intensidade
Extensão
0.0
0.0
3.0
1.0
0.0
1.0
4.0
Observações (Indicar as razões para cada pontuação)
Espécies exóticas existentes, mas não predominantes
Extracçãoda água da barragem de Nacala
Pouco impacto, pouco impacto na turbidade
4.0
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
MÉTRICA DE
RESPOSTA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
NÃO LENHOSA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
NÃO LENHOSA
0.0
Confiança
4.0
4.0
4.0
CONSIDERAR?
(S/N)
S
S
CLASSIFICAÇÃO DAS MÉTRICAS DE RESPOSTA
CONSIDERAR?
PONTUAÇÃO
CONFIANÇA
(SIM/NÃO)
SIM
1.0
4.0
SIM
2.0
4.0
SIM
1.0
4.0
1.3
1.0
1.0
1.0
4.0
4.0
4.0
4.0
1.0
2.7
GRADUAÇÃO
PESO
CLASSIFICAÇÃO
2.0
1.0
20.0
100.0
1.0
1.2
SIM
SIM
SIM
OBSERVAÇÕES: (Indicar as razões para cada pontuação)
Cobertura lenhosa limitada devido às características dos substratos (matacões, pedras e gravilha)
Abundância limitada de árvores devido às características dos substratos (matacões, pedras
ped e gravilha)
Baixo impacto
Cobertura não lenhosa limitada devido às características dos substratos (matacões, pedras e gravilha)
Abundância não lenhosa limitada devido às características dos substratos (matacões, pedras e gravilha)
Baixo impacto
CLASSIFICAÇÃO
PONDERADA
0.20
1.17
1.37
MODIFICAÇÃO (%) NA CONDIÇÃO DA ZONA MARGINAL
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
MÉDIA DA
CONFIANÇA
4.0
2.7
OBSERVAÇÕES: (Indicar as razões para
cada pontuação)
Quase inexistente no local
Vengetação não lenhosa mais importante na zona
marginal
3.3
22.8
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Tabela 8: Zona não marginal de MUE1-WB
Causas da alteração
REMOÇÃO
INVASÃO EXÓTICA
QUANTIDADE DE
ÁGUA
QUALIDADE DE
ÁGUA
MÉDIA
CLASSIFICAÇÃO DAS MODIFICAÇÕES
Intensidade
Extensão
1.0
1.0
2.0
1.0
1.0
Confiança
4.0
4.0
4.0
Observações (Indicar as razões para cada pontuação)
Limitada devido às características do substrato referencial
Espécies exóticas existentes, mas limitadas
Extracção da barragem de Nacala
1.0
4.0
Pouco impacto, pouco impacto na turbidade
4.0
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
MÉTRICA DE
RESPOSTA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
NÃO LENHOSA
COBERTURA
ABUNDÂNCIA
COMPOSIÇÃO
DAS ESPÉCIES
COMPONENTES DE
VEGETAÇÃO
LENHOSA
NÃO LENHOSA
1.0
CONSIDERAR?
(S/N)
S
S
CLASSIFICAÇÃO DAS MÉTRICAS DE RESPOSTA
CONSIDERAR?
PONTUAÇÃO
CONFIANÇA
(SIM/NÃO)
SIM
1.0
4.0
SIM
2.0
4.0
SIM
1.0
4.0
SIM
SIM
SIM
1.3
2.0
1.0
1.0
4.0
4.0
4.0
4.0
1.3
2.7
PESO
CLASSIFICAÇÃO
2.0
1.0
10.0
100.0
1.3
1.3
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
Cobertura
ura lenhosa limitada devido às características dos substratos (matacões, pedras e gravilha)
Abundância limitada de árvores devido às características dos substratos (matacões, pedras e gravilha)
Baixo impacto
Cobertura não lenhosa limitada devido às características dos substratos (matacões, pedras e gravilha)
Abundância não lenhosa limitada devido às características dos substratos
su
(matacões, pedras e gravilha)
Baixo impacto
GRADUAÇÃO
MODIFICAÇÃO (%) NA CONDIÇÃO DA ZONA MARGINAL
OBSERVAÇÕES: (Indicar as razões para cada pontuação)
CLASSIFICAÇÃO
PONDERADA
0.13
1.33
1.47
MÉDIA DA
CONFIANÇA
4.0
2.7
3.3
OBSERVAÇÕES: (Indicar as razões para
cada pontuação)
Inexistente no local
Existente e dominante
26.7
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Tabela 9: Categoria ecológica (EC) da zona ripária em WB
AVALIAÇÃO
DE
NÍVEL 3
GRUPO MÉTRICO
PONTUAÇ
ÃO
CALCULAD
A
MARGINAL
77.2
NÃO MARGINAL
73.3
PONTUA
ÇÃO
PONDER
ADA
17.8
CONFIAN
ÇA
GRADUAÇ
ÃO
3.3
2.0
30.0
56.4
3.3
1.0
100.0
2.0
VEGRAI DE NÍVEL 3 (%)
EC VEGRAI
MÉDIA DA CONFIANÇA
%
DE OBSERVAÇÕES: (indique razões para
PESO
cada avaliação)
A zona marginal é dominantemente
nua devido
ido à geomorfologia do local,
vegetação em área com gravilha
solta
Zona não marginal dominantemente
nua devido à geomorfologia do local
130.0
74.2
C
3.3
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
5.4.1. Descrição do PES
A tabela 10 apresenta um resumo dos resultados VEGRAI com descrição do PES em cada ponto
ERCE , focalizando na taxa indicativa em cada grupo métrico.
Tabela 10: Descrição do PES para cada banco do ponto MUE1 baseado em resultados VEGRAI
Ponto
ERCE
PES
ZONA
Marginal
MUE1-EB
C
Não
Marginal
taxa/valores Indicativos
Cyperus sexangularis / rotundus
Sorghum bicolor and Panicum
schinzii
Marginal
Cyperus sexangularis / rotundus,
rotu
MUE1WB
Não
Marginal
C
Ficus sycamorus, Albizia forbesii,
Cyperus sexangularis ./ rotundus
Narrativa
Nível de
confiança
A vegetação estava intacta com uma
diversidade relativamente
ativamente alta de
herbáceis/espécies não madeireiras.
Muito poucas ou sem cobertura arbórea
presente em ambas as zonas devido ao
impacto nas margens.
A vegetação em zonas não marginais é
muito esparsa devido as características
dos materiais da superfície consistindo de
bedrock, boulders, pequenas pedras e
gravilha. Estes substratos não fornecem
um crescimento médio propício. Duas
árvores (Ficus sycamorus)
ycamorus) estão presentes
na zona com outras espécies madeireiras
localizadas fora desta zona acima do
bedrock.
4
4
5.4.2. Razões para o PES
A tabela 11 apresenta a categoria PES
PES para a vegetação riparia em cada margem do ponto
MUE1. A tabela também realça as principais prováveis causas para o PES e até que ponto ou
não estes estão relacionados com correntes. Os resultados também dão a classificação de
confiança entre 5 e 0 onde 5 indica elevada confiança e 0 indica ausência de confiança.
Tabela 11: Categoria PES para componentes biofísicas do ponto ERCE com razões para PES
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Ponto
ERCE
MUE1EB
MUE1WB
Sources of the PES
F/NF18
Nível de
confiança
Espécies herbáceas dominantes
domin
Possíveis queimadas anteriores
ou agricultura
NF
4
Invasão de espécies exóticas
Estabeleceram-se como parte da
vegetação pioneira
NF
4
Ausência de vegetação
estabelecida
Caudal geomorfológico natural
NF
4
Invasão de espécies exóticas
Estabeleceram-se como parte da
vegetação pioneira
NF
4
PES
Causas do PES
C
C
5.4.3. Tendência do PES
A tendência (direcção de mudança da condição de referência) no Estado Ecológico Actual (PES)
é avaliada e os resultados indicam uma classificação de confiança de 1 (baixa confiança
confiança) a 5
(elevada confiança). As tendências das análises do PES pretendem realçar as possíveis áreas de
risco para o actual PES se negativa. Uma tendência estável é indicativa de um ecossistema não
em declínio ou melhorando enquanto uma tendência positiva significa
significa que um ecossistema
está em processo de melhoramento e uma tendência negativa um em declínio. Tabela 12
apresenta as tendências alocadas para cada componente biofísica assim como as razões por
detrás da alocação. A “tendência PES” dá uma indicação da severidade de um antecipado
melhoramento ou declínio (tendência) a médio termo (5 anos).
Tabela 12: Tendência do PES para a componente de peixes com razões para a tendência
Ponto
ERCE
PES
%EC
MUE1EB
C
MUE1WB
C
18
Tendência
do PES
Nível de
confiança
Razões para a tendência
73.5
C
3/4
Espécies lenhosas estabelecer-se-ão
ão como pioneiras
ao longo do tempo
74.2
C
3/4
As condições geomorfológicas continuarão inalteradas
Tendência
Causas do PES relacionadas ou não com o caudal
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
5.5. Importância e sensibilidade
A sensibilidade ecológica refere-se
refere
a habilidade do rio de recuperar-se
se dos distúrbios. O
modelo EIS baseado em Excel (Kleynhans, 1999) foi usado para avaliar a importância e
sensibilidade ecológica sob condições actuais. A tabela 13 apresenta o resultado da avaliação
da EIS para o Rio Muecula.
Tabelaa 13: Resultados da avaliação da EIS para o ponto MUE1
PRESENTE
DETERMINANTES/MÉTRICAS
PONTUAÇÃO
CONFIANÇA
COMMENTÁRIOS
(0-4)
BIOTA (RIPÁRO & FLUVIAL)
Rara & em perido
0
2
Única (endémica, isolada, etc)
0
2
Intolerante (corrente & qualidade de água
relacionada com corrente)
1
3
Espécies/taxon richness
3
Aproximadamente
40-50
40
diferentes espécies
pécies de vegetação
na zona ripária,
ria, 3 espécies de
peixes e 14 macro-invertebrados
macro
3
Pegos e poças
ças de planícies de
inundação,,
cursos,
riffles,
vegetação ribeirinha e micrófitos
aquáticos, substratos rochosos
amplos.
3
4
Poças, poças de planícies de
inundação e sistemas de terras
húmidas com uma contribuição
substancial do caudal de base.
2
2
Canal estreito e zona restrita de
2
HABITAT RIPÁRIO
RIPÁ
& FLUVIAL
Diversidade dos tipos
3
Refúgio
Sensibilidade a alterações de corrente
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
rápidos
Sensibilidade
da corrente relativa a
alterações da qualidade da água
1
2
Rota migratória/corredor
riparia)
1
2
0
3
(instream
&
Importância
ância da conservação & áreas naturais
MEDIANA
Amos pode transpor parede da
barragem
1
AVALIAÇÃO EIS
BAIXA
5.6. Medidas de gestão comunitária da vegetação
As comunidades de plantas riparias são dependentes das flutuações actuais no caudal e
consequentemente o gradiente de humidade que persiste como resultado dessas flutuações. A
zona riparia foi mantida intacta como resultado da persistente perda de água da parede da
barragem e o radial arm sluice gates actuando como um “libertador ambiental de corrente”
para o sistema. Este “libertador ambiental de corrente) mimics a corrente natural no sistema
do rio incorporando altos e baixos periodos assim como periodos sem correntes. A vegetação
riparia adaptou-se
se a este “libertador ambiental de corrente” e estabeleceu
estabeleceu-se como
relativamente pristine
e (classificação C de PES para ambos lados) dentro das variáveis causadas
pela presença da Barragem de Nacala.
Foi sugerido que baseado nas actuais descargas e correntes profundas existentes no local, as
necessidades ambientais de água do sistema devem closely
closely resemble a quantidade e tempo do
estado actual.
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Em resumo, deve ficar claro a partir deste estudo que a vegetação riparia nos locais
monitorados estabeleceu-se
se por sí de acordo com o actual “regime de descarga da água” da
Barragem
arragem de Nacala como resultado da persistente infiltração.
A vegetação riparia da margem Oeste (ponto MUE1-WB)
MUE1 WB) é representativa para a actual
condição do caudal como resultado da infiltração da Barragem de Nacala, mas tem uma
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
classificação C do PES devido
o a sua variância do que se acredita ser o estado de referência. A
variância entre o estado referencial e o estado actual é como resultado da presença da
Barragem de Nacala que teve impacto nos sedimentos do caudal no rio o qual resultou na
variação da vegetação
etação riparia entre o estado actual e o estado referencial.
A vegetação riparia da margem Este (ponto MUE1-EB)
MUE1 EB) foi no passado perturbado
(possivelmente pelas queimadas indiscriminadas ou outras causas). Acredita-se
Acredita
que a
perturbação da vegetação não seja resultado das correntes do rio ou níveis de humidade como
resultado dessas correntes. A vegetação pioneira que se estabeleceu neste ponto assemelha
assemelhase a vegetação pioneira virgem que pode ser esperada para estabelecer-se
estabelecer se no local depois de
um distúrbio. O PES neste local foi determinado como C.
7. MEDIDAS DE GESTÃO E MITIGAÇÃO
Impactos prováveis no ambiente estão associados com a extracção e descarga de água da
Barragem de Nacala. Estes impactos, juntos com as sugeridas medidas de gestão e mitigação
são apresentados
sentados na Tabela 17, por forma a garantir protecção adequada dos ecossistemas
aquáticos do Rio Muecula.
Tabela 14: Possíveis impactos resultantes da extracção e associadas medidas de mitigação
para a manutenção da saúde dos ecossistemas aquáticos do Rio Muecula.
Componente
ERCE
afectada
Potential impact
Mitigation measures
Specific
objectives
Gestão da bacia
Condição
ecológica
Reduçao da diversidade
integridade do habitat
e
Redução de stock para permitir recuperação
da vegetação
Erradicação da vegetação exótica
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8/30/2010
Manter a REC
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Componente
ERCE
afectada
Habitat
Ribeirinho &
fluvial
Potential impact
Mitigation measures
Cobertura reduzida, extensão e
diversidade do habitat de terras
húmidas na vegetação ripária
Permitir recuperação da cobertura da
vegetação na bacia e reduzir ou absorver
stock das áreas de sobrepastagem e de
erosão na bacia. Uma avaliação VEGRAI
deve ser implementada todo o segundo
ano para monitorar o estado ecológico do
rio. Para restaurar o regime do caudal para
níveis mais sustentáveis com menos
flutuação e águas pluviais que levam mais
tempo a escorrer especialmente em partes
secas da bacia.
Invasão
de
espécies
exóticas e perda de
diversidade indígena
Erradicação da vegetação exótica
Specific
objectives
8. REFERÊNCIAS
Euston-Brown,
Brown, D.I.W. 2006. Baviaanskloof Mega-reserve
Mega reserve project: Vegetation Mapping
Contract:Proposed classification and short descriptions of habitat units. 2 May 2006.
Report for Baviaanskloof Mega Reserve.
Kleynhans, C.J., MacKenzie, J. & Louw, M.D. 2007. Module F: Riparian Vegetation
Response Assessment Index in River EcoClassification: Manual for EcoStatus
Determination (version 2). Joint Water Research Commission and Department of
Water Affairs and Forestry report. WRC Report No. TT333/08.
Mucina L & Rutherford MC 2006. The Vegetation of South Africa, Lesotho and
Swaziland. Strelitzia 19
Vlok J.H.J. 1989. On the floristics and ecology of the flora of the Kouga-Baviaanskloof
Kouga Baviaanskloof
Complex. In: Kerley G.I.H & Els L.M. (editors) The Kouga-Baviaanskloof
Kouga Baviaanskloof Complex.
Conservation Status and Management Problems. Chief Directorate: Nature &
Environmental Conservation,
rvation, University of Port Elizabeth. October 1989.
Vlok J.H.J. and Euston-Brown
Brown D.I.W. 2002. The patterns within, and the ecological
processes that sustain, the tropical thicket vegetation in the planning domain for the
Subtropical Thicket Ecosystem Planning
Plan
(STEP) Project. TERU Report No. 40
40.
University of Port Elizabeth.
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FEVEREIRO DE 2010
ANEXO 6
AVALIAÇÃO DA GEOMORFOLOGIA
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FEVEREIRO DE 2010
BARRAGEM DE NACALA
COMPONENTE DE GEOMORFOLOGIA
Compilado por:
Simeão Cambaco
para
Jeffars & Green (Pty) Ltd
04 de Julho 2010
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FEVEREIRO DE 2010
Índice
1.
INTRODUTION ................................................................
................................
ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
2.
METODOLOGIA .............................................................................................................................
................................
............................. 29
3.
RESULTADOS ................................................................................................................................
................................
................................ 30
3.1.
SELECÇÃO DO LOCAL .................................................................................................................
................................
................. 30
3.1.1.
Parte Alta do Rio Muecula (UMU) ..................................................................................
.................. 30
3.1.2.
Parte Baixa do Rio Muecula (MUE1) ................................................................
.............................................. 30
3.2.
AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÃO ................................
................................................ 32
3.3.
ADEQUABILIDADE DO LOCAL ...........................................................................................
........................... 33
3.4.
CONECTIVIDADE DO SISTEMA ........................................................................................
........................ 35
3.5.
RESISTÊNCIA DO PERÍMETRO ........................................................................................
........................ 35
3.6.
MORFOLOGIA .......................................................................................................................
................................
....................... 36
3.7.
PES FINAL ..............................................................................................................................
................................
.............................. 38
3.7.1.
Razões para o PES ................................................................................................
....................................... 39
3.7.2.
Tendência no PES ................................................................................................
........................................ 40
4.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
RECOMEN
.....................................................................................
..................... 41
5.
MEDIDAS DE GESTÃO E MITIGAÇÃO .....................................................................................
..................... 41
6.
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................
................................
............................... 41
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FEVEREIRO DE 2010
Inserir Lista de Tabela
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FEVEREIRO DE 2010
1. INTRODUÇÃO
Os canais do rio são geomorfologicamente features formados por água e sedimentos que
transportam (Rowntree & Wadeson, 2000). O processo
processo geomorfológico determina a
morfologia do canal que por sua vez fornece o quadro físico para a biota aquática. A
geomorfologia fluvial tornou-se
se no entanto uma componente importante de muitas iniciativas
de gestão do rio incluindo a avaliação da saúde
saúde do rio. A geomorfologia constitui uma das
várias componentes usadas para avaliar as condições gerais das secções do rio. Mudanças na
biota do stream devam ser avaliados against a background das possíveis mudanças para
morfologia do canal e condição do canal,
canal, seja devido as causas naturais ou antroponénicas
(Rowntree & Wadeson, 2000).
2. METODOLOGIA
Para levar a cabo esta parte, o trabalho foi dividido em duas partes, nomeadamente trabalho
de gabinete e de campo. O trabalho de campo consistiu numa visita a parede
parede da barragem, e a
alguns trechos a montante e a jusante da barragem, para de perto examinar as condições
geomorfológicas do sistema do Rio Muecula. Foi feita uma caminhada de 300 metros ao longo
do rio, a jusante da barragem de modo a permitir a selecção
selecção dos melhores pontos possíveis,
que são os pontos que melhor podem representar a inteira secção do rio. Devido a alta
vegetação nas áreas do catchment, não foi possível caminhar ao longo do rio ou seus banks,
por isso, fomos de carro a Meculani, alguns 3 km a jusante da barragem.
Por outro lado, para termos uma ideia da geomorfologia do canal a montant a
correspondente zona de cheia, foi necessária uma caminhada ao longo da margem, mas por
causa da falta de picadas, exacerbada pela abundante cobertura da
da vegetação como resultado
das chuvas, apenas foi possível caminhar até 500 metros da parede da barragem. Por outras
palavras, foi possível seleccionar um ponto a montante e três a jusante, apenas para comparar
as características geomorfológicas básicas de ambos os lados da barragem. Contudo, no que
concerne a este assignment, o Ponto Baixo de Muecula 1 would suffice uma vez preencher os
requisitos de todos os aspectos para a Determinação do EcoStatus.
To ascertain as possíveis alterações nas pattern das secções
secções do rio, foram usadas fotografias
de 1992 à escala de 1:30000 e recentes mapa satéllites Google não georeferenciadas.
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FEVEREIRO DE 2010
3. RESULTADOS
3.1. Selecção do local
Os pontos designados Baixo Muecula 1 e Baixo Muecula 2 estão localizados em diferentes
secções do rio, também
ambém com características diferentes. Enquanto o canal freático e zona
inteira de cheias da secção do rio 1 são dominantemente constituídos por bedrock, cobbles e
boulders, a secção do rio 2 apresenta mais matope ou lama, gravel e areia. O canal e a zona de
cheia são cobertos de capim e outra vegetação aquática. A secção do rio 1 começa na parede
da barragem e se extende por cerca de 700 metros. O ponto seleccionado que preenche os
requisitos dos estudos de todos os especialistas foi designado por LMU1.
As coordenadas GPS para cada secção transversal são mostradas na Tabela 1.
Tabela 1: Coordenadas da secção transversal para a geomorfologia dos três pontos ERCE
(MUE1, é o integrado Ponto ERCE )
PONTO
CÓDIGO DO PONTO
LATITUDE
LONGITUDE
Alto Muecula
UMU
S 14o43’09,3”
E 40o31’52,1”
Baixo Muecula 1
MUE1
S 14o43’28,2”
E 40o31’53,6”
Baixo Muecula 2
LMU3
S 14o43’41,0”
E 40o32’08,7”
Uma breve descrição da localização da geomorfologia de cada secção do rio é dada a seguir:
3.1.1. Parte Alta do Rio Muecula (UMU)
A parte altaa da secção do Rio Muecula, é actualmente a bacia do Muecula onde o lençol
freático e banks são dominantemente compostos por matope e gravel agregados. Os banks e
respectivas zonas de cheia, para além de areia e gravel são também cobertos por pebbles e
cobbles.
bbles. A zona do catchment deve ser caracterizada como baixa cuja altiture varia, em média,
entre 60 a 95 metros, conforme indicado nos mapas topográficos.
3.1.2. Parte Baixa do Rio Muecula (MUE1)
A parte Baixa do Rio Muecula, para os propósitos deste estudo, compreende
compreende duas secções do
rio, uma se extendendo imediatamente a partir da parede da barragem por cerca de 700
metros e com uma geomorfologia do canal caracterizada por outcrop of ingeous, e rochas
metamórficas e a secção do rio, outra, a partir deste ponto e provavelmente se extendendo
até a Muecula ou de facto, para a boca do rio. Este gtrecho do river floor é dominantemente
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
aluvial com areia e sedimentos de areia fina. Existem nalguns pontos, poças profundas usadas
pelas comunidades locais para banho e lavagem.
lav
No que diz respeito as patterns ds secção do rio, a secção um é descrita como sendo simples,
com sinuosidade gentil. É igualmente flat bed, permite que a água apareça estacionária, mas
actualmente move-se
se lentamente.
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LM
UMUE1
1
%
LMU2
%
Figura 1: Localização da geomorfologia
ge
da secção do rio em MUE1
3.2.
AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÃO
A disponibilidade da informação para a componente geomorfológica é classificada de 0 a 4
(Tabela 2). Uma pontuação de 0 a 2 indica que o nível de informação é adequado para
qualquer RERM, enquanto uma pontuação de 3 indica que é adequado para qualquer IERM e
uma pontuação de 4 indica que é adequado para um CERM. O nível de confiança indica a
confiança dos especialistas sobre a informação disponível. Uma classificação de confi
confiança de 5
é alta enquanto a pontuação de 0 indica ausência de confiança.
Tabela 2: Avaliação da disponibilidade de informação para cada componente em estudo
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Componente
EFR
Nível de
confiança
Disponibilidade de
informação
0
Geomorfologia
3.3.
3
1
2
3
Comentários
4
X
O Distrito de Nacala tem falta de mapas topográficos
com uma adequada escala, sendo assim dada a
pontuação de 2.
ADEQUABILIDADE DO LOCAL
A avaliação da adequabilidade do local conforme determinado no modelo GAI é dada nas
Tabela 3 e 4. As vantagens
antagens e desvantagens para cada ponto no que diz respeito a
geomorfologia são fornecidas na Tabela 5.
Tabela 3: Resultado da Adequabilidade do local para MUE1 conforme obtido no modelo GAI
ADEQUABILIDADE DO LOCAL
BOM
MAU
NÃO SEI
PONTUAÇÃO
Como é que a morfologia do local se
apresenta nesta secção do rio?
5
1
2
4
Até que ponto o local inclui
características
geomorfológicas
features críticas na secção do rio?
5
1
2
5
Até que ponto as condições do local
são boas ou melhor do que as da
secção do rio?
5
1
2
4
Haverá boas clues morfológicas que
poderão ser relacionadas com o
nível de indundações?
5
1
2
3
TOTAL
3.8
Tabela 4:: Resultados da Adequabilidade do local para LMU3 conforme obtido no modelo GAI
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ADEQUABILIDADE DO LOCAL
BOM
MAU
NÃO SEI
PONTUAÇÃ
PONTUAÇÃO
Como é que a morfologia do local se
apresenta nesta secção do rio?
5
1
2
3
Até que ponto o local inclui
características
geomorfológicas
features críticas na secção do rio?
5
1
2
2
Até que ponto as condições do local
são boas ou melhor do que as da
secção do rio?
5
1
2
2
Haverá boas clues morfológicas que
poderão ser relacionadas com o
nível de inundações?
5
1
2
3
TOTAL
2
Tabela 5: Avaliação do ponto ERCE em termos de adequabilidade para fornecer clues
durante a verificação de campo
Ponto
Componente
ERCE
Nível de
confiança
Vantagens
Desvantagens
MUE1
Geomorfologia
4
A partir do ponto, há uma visibilidade
para o fim da secção do rio; é localizado
quase a meio da secção do rio; na
vicinity da secção transversal através do
ponto, há um misto de poças, bars e
riffles susceptíveis de acomodarem
diferentes
macro-invertebrados
e
espécies de plantas.
Bedrocks expostos e poças
rasas. As correntes não são
facilmente perceptíveis devido
cursos lentos.
LMU3
Geomorfologia
3
Canal lamacento e poças, ambiente
adequado
para
caniço
e
consequentemente para alimentação
dos peixes
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Quase que não há corrente
nesta secção
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3.4.
CONECTIVIDADE DO SISTEMA
Os resultados da conectividade do sistema para cada ponto, baseados no modelo GAI, são
fornecidos na Tabela 6.
Tabela 6: Resultados
tados da conectividade do sistema para MUE1 conforme obtido a partir do
modelo GAI
CONECTIVIDADE DO SISTEMA
GUIÃO DE PONTUAÇÃO
CONDUTORES DE GEOMORFOLOGIA
COMPONENTES
RANK
RELATIVE
WEIGHTING
(%)
CLASSIFICAÇÃO
PESO
Pontuação
pesada
Conectividade a
montante-a
jusante
1
100.00
5.00
0.67
3.33
Conectividade
canal-poças de
planície
2
Relativo a
corrente
(evento
hidrologia;
altas
correntes,
cheias)
CONFIANÇA
80
4.00
100
5.00
81.82
4.09
CONECTIVIDADE
DO SISTEMA
Pontuação
3.5.
50.00
1.00
150.00
0.33
1.00
0.33
3.67
RESISTÊNCIA DO PERÍMETRO
Os resultados para a resistência do perímetro para cada ponto, baseados no modelo GAI, são
fornecidos na Tabela 7.
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Tabela 7: Resultados da resistência do perímetro para MUE1 conforme obtido a partir
par do
modelo GAI
RESISTÊENCIA DO PERÍMETRO
CONDUTORES DE GEOMORFOLOGIA
COMPONENTES
RANK
RELATIVE
WEIGHTING
(%)
CLASSIFICAÇÃO
PESO
Pontuação
pesada
Relativo a
corrente
(evento
hidrologia;
altas
correntes,
cheias)
CONFIANÇA
MOBILIDADE
DAS BARRAS E
DO LEITO
1
70.00
1
0.70
0.70
100.00
5
INSTABILIDADE
DA ZONA DAS
CHEIAS
2
30.00
0
0.30
0.00
30.00
4
1.00
0.70
TOTAIS
100.00
Classificação da Resistência do perímetro
% RELACIONADA COM A CORRENTE
3.6.
0.70
100.00
5.00
MORFOLOGIA
Os resultados da morfologia para cada ponto, baseados no modelo GAI, são fornecidos na
Tabela 8.
Tabela 8: Resultados da morfologia para MUE1 obtidos a partir do modelo GAI
MUDANÇAS MORFOLÓGICAS
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CONDUTORES DE GEOMORFOLOGIA
COMPONENTES
MUDANÇAS
SUBSTRATO
RANK
RELATIVE
WEIGHTING
(%)
CLASSIFICAÇÃO
PESO
Pontuação
pesada
Relativo a
corrente
(evento
hidrologia;
altas
correntes,
cheias)
CONFIANÇA
1
100.00
0.50
0.244
0.12
60.00
3.00
2
30.00
3.00
0.073
0.22
80.00
4.00
DE
LEITO DO CANAL &
BARS
BANKS &
SEDIMENTOS
DAS
ZONAS
DE
INUNDAÇÃO
SUB-TOTAL
0.34
GEOMETRIA
HIDRÁULICA
PESO/PROFUNDIDADE
1
100.00
2.00
0.244
0.49
50.00
3.00
MUDANÇAS
SECUNDÁRIAS
2
80.00
3.00
0.195
0.59
60.00
4.00
4
40.00
0.50
0.098
0.05
100.00
5.00
3
60.
60.00
1.00
0.146
0.15
40.00
2.00
SINUOSIDADE
CANAIS
DOS
BARRAS E ILHAS
SUB-TOTAL
TOTAIS
1.27
410.00
10.00
Estado Condutor da Morfologia
1.00
1.61
1.61
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RELACCIONADA COM
A CORRENTE
3.7.
61.81
3.42
PES FINAL
O resultado final da geomorfologia PES para cada ponto, baseado
baseado no modelo GAI, é fornecido
na Tabela 9.
Tabela 9: Resultado final da geomorfologia PES para MUE1 conforme obtido a partir do modelo GAI
ESTADO FINAL DOS
CONDUTORES
GEOMÓRFICOS
Este modelo (GAI de nível III) é designado para uso pelos especialistas do rio
rio formados,
com o propósito de determinar o PES e os accionadores geomórficos para monitoria do
ponto. Contudo, os dados/informação condutora deste modelo irá ajudar nos estudos de
Reserva, em adição, dados ESSENCIAIS são necessários para determinação da
das correntes
CONDUTORES DE GEOMORFOLOGIA
COMPONENTES
RANK
RELATIVE
WEIGHTING
(%)
CLASSIFICAÇÃO
PESO
Pontuação
pesada
Relativo a
corrente
(evento
hidrologia;
altas
correntes,
cheias)
CONFIANÇA
do
1
100
3.67
0.25
0.92
81.82
4.09
Resíduos
dos
sedimentos da secção
2
100
2.00
0.25
0.50
80.00
3.00
Resistência
do
perímetro do canal
3
100
0.70
0.25
0.18
100.00
5.00
Mudanças
morfológicas
4
100
1.61
0.25
0.40
61.81
3.42
1.00
1.99
Conectividade
sistema
TOTAIS
Estado do
accionador
400.00
sistema
1.99
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Estado accionador: (%): >89=A; 80
80-89=B; 60-79=C;
40-59=D; 20-39=E; <20=F
60.12
CATEGORIA ACCIONADORA DO HABITAT
C
CORRENTE RELACCIONADA (%)
78.92
3.88
3.7.1. Razões para o PES
A Tabela 10 apresenta a categoria PES para a geomorfologia em cada ponto EFR. A tabela
também realça as principais prováveis causas para o PES e até que ponto ou não estão
relacionadas com as correntes. Aos resultados é também atribuída pontuação de confiança
entre 5 a 0 onde 5 indica alta confiança e 0 indica ausência
au
de confiança.
Tabela 10: Categoria do PES para componente biofísica de MUE1 & LMU3 com razões para PES
Ponto
PES
19
Causas do PES
Fontes do PES
F/NF
Nível de
confiança
Resíduos dos sedimentos da secção
Resíduos dos sedimentos da
secção mostram uma mudança
rumo a um sistema limitado de
transporte devido a montante da
barragem, causando uma redução
das correntes de água e assim
limitado
transporte
de
sedimentos.
F
3.00
Redução da corrente expondo
alguma extensão do canal, doutro
modo reduzindo a vegetação
bedrock, habitat de muitos
invertebrados
F
3.42
EFR
LM1
1.99
Mudanças da morfologia
Conectividade do sistema slightely
negativamente afectada
19
Causas do PES relacionadas ou não com o caudal
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
LM3
3.7.2. Tendência no PES
A tendência (direcção de mudança
dança da condição de referência) no PES é avaliada e aos
resultados é atribuída uma classificação de confiança de 1 (baixa confiança) a 5 (elevada
confiança). A análise da tendência do PES visa realçar as possíveis áreas de risco para a actual
PES quando negativa.
egativa. Uma tendência estável é indicativa de um ecossistema que não está em
declínio ou melhorando enquanto uma tendência positiva significa um ecossistema em
processo de melhoramento e uma tendência negativa que o ecossistema está em declínio. A
tabela 81 apresenta as tendências alocadas para cada ponto assim como as razões por detrás
da alocação. A tendência “PES” dá uma indicação da severidade do melhoramento ou declínios
antecipados (tendência) a médio termo (5 anos).
Tabela 81: Tendência do PES para a componente geomorfológica com as razões para a
tendência
Ponto
EFR
PES
%EC
Tendência
Tendência
do PES
Nível de
confiança
Razões para a tendência
LM1
1.99
60.12
neg
neg
3.88
A redução da corrente devido a barragem é
compensada pelo catchment run off dur
durante a
época chuvosa. Contudo, a morfologia do canal
irá provavelmente ser afectada a médio e longo
termo.
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O presente relatório fornece a avaliação geomorfológica que poderá ter impacto na saúde do
Rio Muecula, incluindo
o a respectiva fauna e flora. A avaliação foi feita aplicando o Índice de
Avaliação Geomorfológica, que é um modelo baseado em regras, resultando no Estado
Ecológico Actual (PES). Baseado neste modelo, condição do ecossistema geomorfológico da
classe C resultou,
ultou, significando que moderada modificação das condições naturais não tem
impacto significativo.
De forma a preservar a condição morfológica, é recomendado que descargas regulares e
controladas sejam feitas a partir da barragem. Actualmente, a libertação das águas é resultado
das fissuras das comportas. Aparentemente o mau funcionamento das comportas constitui
uma vantagem para a saúde do Rio Muecula, já que algumas correntes de águas são
garantidas a jusante.
5. MEDIDAS DE GESTÃO E MITIGAÇÃO
O facto de a secção
cção do rio relevante para este estudo ser dominantemente composto por
bedrock e boulders não é indicador de que possam ocorrer significantes mudanças em termos
de seus pattern. Contudo, boas práticas de gestão são essenciais para garantir de facto que a
corrente
orrente é limitada ao longo deste trecho do rio. Existem algumas bars expostas e riffles que
provavelmente ficam submersas quando o nível das águas aumenta.
Por outro lado, correntes de água a um certo nível são necessárias para restaurar a perenidade
do rio
io assim garantido a biota. Como é sabido, condições ecológicas a jusante de grandes
barragens normalmente mudam inversamente das condições de referência, por isso
precauções devem ser tomadas para mitigar o impacto resultante.
Felizmente, em Muecula catch
catchment
ment não há actividades de pastagem que podem causar
erosão; e a agricultura é também limitada.
6. REFERÊNCIAS
Rowntree, K. & Wadeson, R. 2000. Field manual for channel classification and condition
assessment.. NAEBP Report Series No. 13. Institute for Water Quality
Quality Studies, Department of
Water Affairs and Forestry, Pretoria, South Africa.
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
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BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
ANEXO 7
Avaliação do Estado Ecológico Actual
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BARRAGEM DE NACALA
Boundary
EC
EC
EC %
Impotância
da
pontuação
INSTREAM BIOTA
Peso
FEVEREIRO DE 2010
FISH
5.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
diferentes necessidades de corrente
2
70
6.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
preferências por diferentes tipos de cobertura
2
70
7.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
preferências por diferentes classes
lasses de correntes profundas
2
70
8.
Qual é a diversidade natural das especies de peixes com
variadas tolerâncias por qualidade de água modificada
1
100
7
310
CATEGORIA ECOLÓGICA DE PEIXES
54.7
D
59.6
C
n/a
57.7
D
n/a
INVERTEBRADOS AQUÁTICOS
4.
Qual é a diversidade natural dos invertebrados biótipos
1
100
5.
Qual é a diversidade natural da taxa dos invertebrados com
necessidades de velocidades diferentes.
2
80
6.
Qual é a diversidade natural da taxa dos invertebrados com
diferentes tolerâncias para qualidade de água modificada
3
70
6
250
CATEGORIA ECOLÓGICA DOS INVERTEBRADOS AQUÁTICOS
INSTREAM ECOLOGICAL CATEGORY (Ausência de Confiança)
Peso modificado
Classificação de confiança para informação sobre peixes
3
0.60
32.82
Classificação de confiança para informação sobre macro-
2
0.40
23.85
CATEGORIA ECOLÓGICA INSTREAM COM CONFIANÇA
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
Pag 43 DE 179
8/30/2010
Classificação de
confiança
Proporções
560
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
invertebrados
5
EC
D
Estrutura & diversidade de zona de vegetação marginal como
indicador do PES
1
100
Estrutura & diversidade de zona de baixa vegetação como
indicador do PES
2
95
Estrutura & diversidade de zona de elevada
elevad vegetação como
indicador do PES
3
70
6
265
2.5
0.56
31.48
2
0.44
33.47
4.5
1.00
64.95
Classificaçã
o de
confiança
Pesos
modificado
s
75.3
Proporções
CATEGORIA ECOLÓGICA DA VEGETAÃO RIPÁRIA
ECOSTATUS COM CONFIANÇA
Classificação de confiança para informação biológica in
in-stream
Classificação de confiança para informação da zona de vegetação
ripária
EC
ECOSTATUS
EC Boundary
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
Pag 44 DE 179
8/30/2010
C
C
Boundary EC
EC
Importância
da pontuação
n/a
Peso
Boundary EC
VEGETAÇÃO RIPÁRIA
56.67
EC%
CATEGORIA ECOLÓGICA INSTREAM
1.00
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
Rio: Ponto do Rio Muecula 1
Variação: 4 = Muito alto, 0 = nenhuma
PRESENT
DETERMINANTES/MÉTRICOS
RATING
CONF
COMENTÁRIOS
(0-4)
BIOTA (RIPÁRIA & INSTREAM)
Rara & endangered
0
2
Única (endémica, isolada, etc)
0
2
1
3
2
3
Aproximadamente 40--50 diferentes
espécies de vegetação dentro da
zona riparia, 3 espécies de peixes e
14 macro-invertebrados.
invertebrados.
Diversidade dos tipos
3
3
Poças e poças de planícies, cursos,
riffles, vegetação ribeirinha e
micrófitos aquáticos, substratos
rochosos amplos.
Refúgio
3
4
Poças, poças de planícies e sistemas
de pântanos com uma contribuição
substancial de caudal de base.
Sensibilidade a alterações de corrente
2
2
Sensibilidade da corrente relativa a alterações da
qualidade da água
1
2
Canal estreito
streito e zonas restritas de
rápidos
Rota migratória/corredor (instream & riparia)
1
2
Amos pode transpor parede da
barragem
Importância da conservação & áreas naturais
0
3
Intolerante (corrente &
relacionada com corrente)
qualidade
de
água
Espécies/taxon richness
RIPÁRIA & INSTREAM HABITATS
MEDIANA
1
Preparado para Jeffares & Green (Pty) Ltd
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8/30/2010
BARRAGEM DE NACALA
FEVEREIRO DE 2010
AVALIAÇÃO EIS
BAIXA
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