Microgeração de eletricidade ainda é pouco

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Microgeração de eletricidade ainda é pouco
 www.elementos.com.br due diligence seleção de aerogeradores
inspeções de fábricas engenharia do proprietário projetos solares entre outros 05 de fevereiro de 2015 – Quinta-Feira - # 1.483
Microgeração de eletricidade ainda é pouco usada no Brasil
Jornal do Comércio – 05/02/2015
Burocracia e não adaptação de distribuidoras dificultam a implantação de projetos em escala
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Em tempos de crise no setor elétrico e ameaças de falta de abastecimento, a microgeração de energia poderia ser
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um alento para milhares de consumidores do País. A possibilidade de abastecer o consumo doméstico com o uso de
painéis solares ou microtorres eólicas e, além disso, repassar as sobras dessa energia para a linha da distribuidorao
teve suas regras definidas em abril de 2012. Até hoje, porém, essa alternativa ainda é tratada como tema para v
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excêntricos.
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Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que, passados mais de dois anos da
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regulamentação da microgeração, apenas 290 residências em todo o País tiveram seus painéis solares oficialmente
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plugados na rede de energia. Quanto à microgeração eólica, o número de residências registrado na agência não
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chega a 20.
O resultado pífio está ligado, basicamente, a dois problemas: preço caro e burocracia. Os fabricantes de
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equipamentos de microgeração reclamam ainda da falta de informação dos consumidores sobre os benefícios da e
tecnologia e da ausência de financiamento específico para estimular o interesse nos projetos.
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Atualmente, a instalação de um projeto solar desenhado para atender a uma família de cinco pessoas, por exemplo,
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não sai por menos de R$ 15 mil. Se a opção for pela geração eólica, a conta sobe em pelo menos 40%. A instalação
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desses projetos, que poderia ser feita em poucos dias, tem levado em média seis meses, por causa de
desentendimentos com as distribuidoras de energia.
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“Quem instala um projeto de microgeração fica feliz com o resultado. É algo que gera satisfação pessoal, além da
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economia na conta de luz. Mas realmente ainda enfrentamos algumas dificuldades”, reconhece Hans Rauschmayer,
diretor da Solarize, empresa especializada em consultoria para projetos de microgeração.
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Com sede no Rio de Janeiro, Rauschmayer experimentou a tecnologia na própria veia. Em um ano conectado à rede
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da Light, conseguiu reduzir sua conta de luz em mais da metade do valor, com economia de R$ 1.266,00. “Em 10
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anos, o projeto paga o investimento”, garante o especialista. Os ganhos ecológicos também são representativos:
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mais de 1,5 tonelada de gás carbônico deixou de ser lançada na atmosfera.
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Chegar a esse resultado, no entanto, às vezes, não é tão simples. Quatro meses atrás, o administrador aposentadoAresio Teixeira Peixoto conclui a instalação de um projeto solar para sua casa, em Brasília. Gastou R$ 25 mil. Com
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uma conta de luz mensal de cerca de R$ 350,00, Peixoto espera que seu custo caia para R$ 60,00 por mês.
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O problema é que seu sistema de geração ainda não foi reconhecido pela CEB, a distribuidora de energia de
Brasília. “Hoje, já consigo gerar a maior parte da energia consumida pela casa, mas a CEB não reconhece isso e r
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continua a fazer a cobrança integral da conta. Já reclamei várias vezes. Na última vez ouvi que o setor tributário da
distribuidora não consegue reconhecer a minha geração”, diz Peixoto.
Procurada, a CEB informou que “reconhece que houve um erro de procedimento na leitura da unidade
consumidora” e que “as faturas de setembro, outubro e novembro serão revistas e as diferenças compensadas nas
faturas posteriores”.
Não se trata de uma queixa isolada. Uma das principais reclamações de usuários do sistema, e até mesmo dos
fabricantes e instaladores de equipamentos, é a indiferença com que as concessionárias têm tratado o assunto.
“Algumas distribuidoras demonstram uma atitude mais aberta e amigável à geração distribuída, enquanto outras
ainda têm dificuldades para adaptar seus procedimentos e o atendimento ao cliente, seja antes ou após a
instalação”, conclui um estudo feito pelo Instituto Ideal, especializado em energias alternativas.
Pelas regras da Aneel, as distribuidoras tinham até dezembro de 2012 para adaptarem seus sistemas e a rede elétrica
à microgeração. “Esse prazo foi claramente desrespeitado. Projetos que poderiam ser concluídos em dois meses
levam, em média, seis meses”, afirma Rauschmayer.
Com forte incidência de sol e vento, o Brasil é um dos países mais privilegiados para expansão da microgeração.
Estudos feitos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam que poderiam ser gerados 287 terawatts-hora
por ano no País, somente no ambiente residencial. Isso significa 2,3 vezes o consumo residencial de energia
verificado hoje em todo o País.
Preço dificulta a geração eólica doméstica
Na corrida da microgeração, a energia solar tem levado vantagem em relação às pequenas torres eólicas. Dois
fatores jogam contra a captação da energia captada a partir dos ventos, quando comparada àquela retirada dos
painéis fotovoltaicos.
O primeiro é de ordem física: as torres necessitam de locais que tenham boa presença de vento - em termos de
velocidade e de regularidade. O segundo diz respeito ao preço. Em média, um projeto eólico previsto para gerar a
mesma quantidade de energia de uma estrutura solar é até 40% mais caro. Esse valor deve-se não apenas ao uso de
equipamentos mais caros, mas também à complexidade de engenharia desses projetos.
Apesar de a energia solar ser mais democrática do que a eólica, estados do Nordeste e o Rio Grande do Sul são
privilegiados para esse tipo de projeto. A adoção de microtorres eólicas também tem se espalhado em operações
específicas de empresas.
Um exemplo são as antenas repetidoras de sinais de internet e de telefonia, normalmente instaladas em regiões
remotas e sem acesso à rede elétrica, mas com muita incidência de vento, por estarem no pico de montanhas. Para
enviar os seus sinais de frequência, essas antenas precisam de energia.
É onde entram os pequenos cataventos, com a oferta de carga para garantir essa comunicação. “Esse é um tipo de
aplicação que está crescendo muito”, diz Luiz Cezar Pereira, diretor executivo da Enersud, uma das poucas
companhias no País especializadas nessa tecnologia.
A geração eólica doméstica pode até ter dificuldades de se plugar nas redes das distribuidoras, mas seu uso
independente, apoiado em baterias, pode ser uma alternativa viável. “Hoje, temos cerca de 700 clientes espalhados
no País, praticamente todos eles ainda desplugados da rede pública de energia”, comenta Pereira.
Os números da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) são a prova de que os projetos eólicos em rede ainda
estão em fase de gestação. Até agora apenas 17 projetos de microeólicas plugadas em distribuidoras foram
cadastrados pela agência. “Temos o monopólio de um mercado que ainda não existe, mas um dia ele vai existir”,
afirma Pereira.
Os prédios residenciais devem ser o próximo mercado para a energia baseada em vento. Novos projetos baseados
em torres verticais devem chegar ao mercado brasileiro no início do próximo ano. “Estamos muito atrasados. Hoje,
há 806 mil pequenas turbinas de vento instaladas no mundo - 570 mil na China”, diz Mauro Passos, presidente do
Instituto Ideal, especializado em estudos de fontes renováveis de energia. “Isso só acontece em função de políticas
de Estado. Lá, o assunto é tratado como política pública”, garante o especialista.
Norma regula a produção e conexão às redes
A Resolução Normativa Aneel 482/2012, de 17 de abril de 2012, estabeleceu a regulamentação da geração de
energia elétrica pelo consumidor brasileiro. Ficou definindo que ela deve ter como característica a utilização de
fontes renováveis e ser para o próprio consumo e colocação do excedente na rede de distribuição.
2/6 Os estímulos a essa geração distribuída se justificam, segundo a norma da Aneel, pelos benefícios que a
modalidade pode proporcionar ao sistema elétrico. Entre eles, o adiamento de investimentos em expansão dos
sistemas de transmissão e distribuição, o baixo impacto ambiental, a redução no carregamento das redes, a
minimização das perdas e a diversificação da matriz energética brasileira.
De acordo com a resolução, os microgeradores são aqueles equipamentos com potência instalada menor ou igual a
100 quilowatts (kW), e os minigeradores, aqueles cujas centrais geradoras possuem de 101 kW a 1 megawatt
(MW). As fontes de geração precisam ter como base energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração
qualificada.
A norma simplifica as formas de conexão das pequenas centrais à rede das distribuidoras de energia elétrica, com o
excedente repassado para a rede, gerando um “crédito de energia” que será utilizado para abater do consumo.
Um exemplo é o da microgeração doméstica por fonte solar fotovoltaica: de dia, a “sobra” da energia elétrica
gerada pela central é repassada para a rede da distribuidora; à noite, a rede devolve a energia que recebeu para a
unidade consumidora. A rede funciona, portanto, como uma espécie de bateria, armazenando o excedente até o
momento em que a unidade consumidora necessite de energia proveniente da distribuidora.
O saldo positivo desse crédito de energia não pode ser revertido em dinheiro, mas pode ser utilizado para abater o
consumo em outro posto tarifário (ponta/fora ponta), quando aplicável, em outra unidade consumidora (desde que
as duas unidades estejam na mesma área de concessão e sejam do mesmo titular) ou na fatura do mês subsequente.
Os créditos de energia gerados são válidos por 36 meses.
A iniciativa de instalação de micro ou minigeração distribuída – a Aneel não estabelece o custo dos geradores e
tampouco eventuais condições de financiamento – é do consumidor.
É ele quem deve analisar a relação custo/benefício para instalação dos geradores, baseado nas diversas variáveis
que influem na produção de energia. As principais são o tipo da fonte de energia (painéis solares, turbinas eólicas,
geradores a biomassa etc), tecnologia dos equipamentos, porte da unidade consumidora e da central geradora,
localização (rural ou urbana), valor da tarifa à qual a unidade consumidora está submetida, condições de
pagamento/financiamento do projeto e existência de outras unidades consumidoras que possam usufruir dos
créditos do sistema de compensação de energia elétrica.
Para auxiliar os consumidores brasileiros que querem investir em microgeração, o Instituto Ideal lançou no final do
ano passado a cartilha Como faço para ter energia eólica em minha casa?. O trabalho, inédito, reuniu as
informações sobre os tipos de microgeradores eólicos e explicou em um passo a passo todos os procedimentos para
instalação e para conexão à rede de equipamentos instalados na residência. O objetivo da publicação é esclarecer e
incentivar o uso de geração eólica. Anteriormente, o instituto, com sede em Florianópolis (SC), já havia lançado
outras duas cartilhas, com foco na geração de energia solar fotovoltaica.
Esforço de fabricantes é para baratear os equipamentos
Para tentar driblar a barreira do custo, que ainda afasta muita gente da microgeração, fabricantes de equipamentos
têm trabalhado no desenvolvimento de produtos mais simples. A expectativa é de que, ao longo de 2015,
equipamentos de cerca de R$ 6 mil cheguem ao mercado. O problema é que, para viabilizar esse preço, as
máquinas dependem de um grande volume de instalações concentradas em um mesmo local.
“São produtos que precisam de mão de obra especializada para serem instalados. A esse preço, fica inviável enviar
equipes para todos os cantos do País, em locais distintos. Por isso, são projetos voltados para vendas no atacado”,
explica Hewerton Elias Martins, diretor-presidente da Solar Energy, empresa do Paraná que prepara o lançamento
desse tipo de equipamento.
No alvo dos fabricantes estão projetos de grande porte, como o Minha Casa Minha Vida, que hoje já trabalha com
tecnologia solar para aquecimento de água. Outro caminho são grandes condomínios de casas.
Um levantamento que acaba de ser concluído pelo Instituto Ideal, especializado em estudos sobre fontes
renováveis, aponta que o custo dos projetos de microgeração solar no Brasil chega a cerca de R$ 8,69 por watt
(pico) gerado, quando em países onde a tecnologia já está mais difundida, como a Alemanha, o preço está na caso
de R$ 5,28, se considerado um câmbio de R$ 3,00 por euro. Quanto maior o projeto, porém, a tendência é de que
esse preço caia.
“Temos visto um desempenho positivo. Sabemos que existem dificuldades, até mesmo culturais, e que precisam ser
melhoradas. Mas as coisas estão acontecendo”, afirma Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal. No Brasil, a
maior parte do custo desses equipamentos está atrelada aos painéis solares, os chamados módulos fotovoltaicos,
3/6 que representam quase metade do valor total cobrado para instalação de um sistema conectado à rede. Praticamente
todo o equipamento disponível hoje no País é importado da Ásia, seja em peças ou já montado.
Um levantamento feito pelo Instituto Ideal mapeou, até setembro do ano passado, 352 empresas atuando no
mercado fotovoltaico voltado para a microgeração no País. A localização dessas empresas e os contatos estão
disponíveis no site do instituto.
Audiência pública debate edital do Leilão de Fontes Alternativas
Portal Brasil – 04/02/2015
Leilão marcado para 27 de abril prevê oferta de energia a partir de fontes eólica e de termelétrica a biomassa
O edital do Leilão de Fontes Alternativas nº 02/2015 entra em audiência pública a partir desta quarta-feira (4). Os
interessados podem enviar contribuições para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até o dia 6 de março.
As propostas podem ser enviadas no período de 4/2/15 a 6/3/15 para o e-mail: [email protected], pelo fax
(61) 2192-8839 ou para o endereço da Agência (SGAN, Quadra 603, Módulo I, Térreo, Protocolo Geral, CEP:
70830-110), em Brasília-DF.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) registrou o cadastramento de 570 projetos de geração a partir de usinas
eólicas e termelétricas a biomassa, que serão examinados no processo de habilitação técnica que antecede à
realização do leilão. A previsão é que o certame seja realizado em 27 de abril.
O início do suprimento será em 1º de janeiro de 2016, para empreendimentos a biomassa, novos ou existentes e 1º
de julho de 2017, para novos empreendimentos de geração a biomassa e eólica.
A Bahia responde pelo maior número de projetos. São 162 no total, com um potencial de geração somado de 3.899
MW. O Rio Grande do Norte aparece na sequência com 110 projetos e uma capacidade de geração somada de
2.549 WM.
Energia eólica será a solução ?
Eline Menezes – Portal Nacional de Seguros – 04/02/2015
A energia eólica é uma opção de fonte limpa e renovável obtida por meio do vento e é uma opção para suprir a
demanda de energia em regiões extremas ou como complemento da matriz energética de um país. O Brasil, é um
dos países que apresenta maior potencial de energia eólica segundo o Global Wind Energy Council (grupo que
congrega associações de vários países) e pode usufruir economicamente desta vantagem natural devido à inserção
de energia eólica no sistema elétrico brasileiro (predominantemetne hidroelétrico). Isso contribuiria para a
economia de energia, acumulando água nos reservatórios das represas e aumentando a segurança do sistema. Para
se ter uma ideia da capacidade nacional, dados da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) mostram
que há 140 usinas instaladas no país que produzem um total de 3.399 MW [hoje, segundo dados da ABEEólica
registram 242 parques, com capacidade de 10.15 GW, nota do Diário dos Ventos]. Ao mesmo tempo, um estudo
da Associação Europeia de Energia Eólica presume que o diâmetro das hélices deverá aumentar para 252 metros e
seu poder será acima de 20 mil quilowatts até 2020.
Segundo Murilo Feltran, gerente de Especialidades Plásticas de Materiais de Performance da BASF para América
do Sul, a energia eólica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, principalmente
porque é renovável, ou seja, não se esgota nunca, é amplamente distribuída e, se utilizada para substituir fontes de
combustíveis fósseis, auxilia na redução do efeito estufa.
Em países como o Brasil, que possuem uma grande malha hidrográfica, a energia eólica pode se tornar essencial
nos dias atuais, pois ela não consome água, bem cada vez mais escasso. Além da questão ambiental, as turbinas
eólicas possuem a vantagem de que podem ser utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares
isolados, não sendo necessária a implementação de linhas de transmissão para alimentar certas regiões.
Pensado nisso, a BASF desenvolve diversos produtos para a obtenção de energia eólica:
1.
Ultramid®
A resina de poliamida Ultramid® da BASF possibilita a produção de um filme de alta resistência térmica e à
perfuração, que é aplicado nos moldes utilizados no processo de infusão de resina assistida por vácuo, chamado
VARTM (Vaccum Assisted Resin Transfer Moulding). O Ultramid® é uma ótima opção por apresentar as
4/6 características e requisitos técnicos que atendem às exigências de resistência mecânica para suportar longos ciclos
do processo de VARTM e resistência térmica de até 225ºC. Atualmente, o filme desenvolvido no Brasil suporta até
175ºC, o que é suficiente para atingir uma grande gama de peças produzidas por esse processo.
2.
Tintas industriais à base de água e de solvente
Aplicadas na pintura de pás e torres das turbinas eólicas, as tintas da BASF são disponibilizadas ao mercado por
meio da unidade de negócio de tintas industriais. Os produtos do portfólio são tanto à base de água como de
solvente e, além de possuir as homologações técnicas globais e contar com a aprovação de empresas do ramo,
como GE, Gamesa e Acciona, apresentam ganhos em produtividade e eficiência da aplicação.
3.
Baxxodur®
O sistema Baxxodur® é um sistema composto pela resina epóxi Baxxores® e um agente endurecedor especial à
base de aminas Baxxodur®. Sua aplicação nesse segmento ocorre na fabricação de pás eólicas pelo processo de
infusão de resina assistida por vácuo (VARTM) e a sua principal vantagem é o aumento da produtividade que
ocorre devido à diminuição do ciclo de cura da peça durante o seu processamento. O produto está disponível no
mercado brasileiro e aprovado pelo órgão de qualificação referência do setor (GL – Germanischer Lloyd) e por
grandes montadores de rotor, como Enercon e GE.
4.
Kerdyn®
Kerdyn® é uma espuma PET (poli (tereftalato de etileno)) aplicada no núcleo da estrutura “sanduíche” da pá. O
produto é parte integrante do portfolio de especialidades plásticas da BASF e encontra-se em processo de
aprovação em diversos montadores de turbinas eólicas pelo mundo. A Kerdyn® apresenta uma ótima relação custobenefício quando comparada aos materiais convencionais devido à baixa densidade, elevadas propriedades
mecânicas e baixa absorção de resina epóxi, reduzindo o custo final do compósito.
5.
Solvermol® e Basonat®
O Solvermol® é um poliol, tipo de álcool, usado como matéria-prima para a produção de tintas de revestimento de
pás e torres de energia eólica. Seu diferencial é a característica sustentável, com base em óleos naturais e ausência
de solvente. Quando unido a algum produto da linha Basonat®, que é composta por agentes de cura do tipo
isocianato (ou seja, que tem ação reagente na fase de produção de tintas poliuretânicas), dá origem a um
revestimento especial também utilizado para pintura das pás e torres.
6.
Masterflow 9000
A divisão de químicos para construção da empresa possui, em seu portfólio, a linha de grautes Masterflow 9000
para ancoragem das torres eólicas. A estrutura de uma torre eólica é de grande porte e pode ser construída tanto em
terra firme como no mar. Como sofre ações do meio ambiente, é necessário uma ancoragem extremamente
resistente. Disponível para comercialização nos mercados brasileiro, chileno e peruano e certificada por órgãos
europeus, a solução Masterflow 9000 absorve os estresses causados pelas ações dos ventos, sol, mar e também da
carga cíclica gerada pela movimentação das pás, garantindo durabilidade da ancoragem.
Tempestade perfeita
Ranulfo Vidigal* - Monitor Digital – 04/02/2015
Em entrevista recente, o especialista em energia Daniel Yergin, economista e autor de livros consagrados, anunciou
que a revolução do xisto mudou a composição dos preços relativos do petróleo no mundo. De modo tal que os
Estados Unidos da América tendem a ocupar o papel de regulador de preços, que antes era tarefa dos países árabes
e da Rússia.
Na mesma direção, conforme muito bem explicitado pelo professor J. L. Fiori, da UFRJ: “O controle político da
moeda, do crédito e do preço do petróleo está sendo utilizado pelos EUA para impor sua vontade nos tabuleiros
geopolíticos do mundo”. Outro fator importante apontado pelo especialista em energia relaciona-se ao crescimento,
nas próximas décadas, das fontes renováveis, destacando-se a energia eólica.
O poder dos investimentos em inovação tecnológica e o acesso ao crédito barato estão agindo na descoberta de
novas formas de explorar combustíveis fósseis mudando a cena geopolítica. Nesse contexto, uma volta do preço
internacional do petróleo para a faixa dos US$ 100 é cada vez mais improvável – forçando todos a uma busca
incessante de produtividade e redução de custos na exploração de óleo e gás.
Entre 2001 e 2014, antes da pressão chinesa sobre a demanda de energia, os preços médios do petróleo superam a
cotação dos US$ 100 por barril em apenas três anos (2011,2012 e 2013). Por outro lado, já oscilou na faixa entre
US$ 20 e US$ 30 nos primeiros quatro anos do século XXI. Para 2015, as estimativas de preços para o primeiro
5/6 semestre são, em média, na faixa de US$ 50. Nesse contexto, a indústria de óleo e gás sofre uma forte pressão para
tornar-se mais eficiente e competitiva.
Estamos falando de um setor altamente lucrativo com presença de estatais importantes de diversos países (Brasil,
Rússia, Irã, Venezuela e países árabes), junto com grandes empresas privadas (Exxon Mobil, Total, Shell, BP,
Chevron, Conoco Philips) e firmas independentes com alta flexibilidade ganhando espaço nos anos mais recentes.
No Brasil, a indenização petrolífera já representa uma receita superior a 1% do PIB; o setor de óleo e gás responde
por 12% da atividade produtiva nacional e 20% da taxa dos investimentos totais na economia. Assim, o movimento
recente terá profundas implicações nas finanças de estados e municípios importantes, ao longo do país.
O governador do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, estima uma perda de recursos superior a R$ 2 bilhões e
ajusta seu Orçamento à nova realidade. Já as prefeituras produtoras viram o repasse de royalties definidos pela
ANP cair em janeiro de 2015 (mais de 25%), em comparação com o mesmo mês de 2014. Susto geral.
Indagado sobre as perspectivas da exploração brasileira já em franca aceleração, na camada pré-sal, o pesquisador
Yerguin considerou a necessidade de redução de custos e aumento da competitividade, de modo a encarar os novos
tempos. Referia-se, aparentemente, o especialista à regra fiscal de apropriação da “renda extra”, por parte do Estado
e às políticas de conteúdo nacional – centradas no fortalecimento da cadeia produtiva nacional de óleo e gás. Isso,
por si só, talvez nos auxilie a identificar o jogo duro e pesado desse setor estratégico na vida de qualquer nação.
O Brasil é um player importante no mercado mundial de óleo e gás. A Petrobras, cuja cotação na Bolsa de Valores
é hoje equivalente a apenas 1/3 de seu valor patrimonial contábil, possui 85 mil trabalhadores, uma tecnologia de
ponta na exploração de petróleo em águas profundas e um nível de reservas provadas em processo de expansão.
Pratica ainda um preço final acima de mercado exercendo seu poder de monopólio.
Apesar destes predicados presenciamos, todos atônitos, o processo de redução acelerada do valor de mercado de
nossa principal estatal, bem como o recente rebaixamento de seu rating de crédito – espelhando o grau de incerteza
que cerca todas as decisões anunciadas pela alta gerência da Petrobras.
Na mitologia grega a profetiza Cassandra foi uma personagem de destaque na guerra de Tróia. A maldição de
Cassandra não pode se instalar sobre nossa principal empresa de energia – responsável por uma cadeia produtiva
que envolve desde estaleiros até uma grande rede de distribuição plantada sobre o território nacional. Resta torcer!
* Ranulfo Vidigal é economista, mestre e doutorando do PPED/IE/UFRJ, membro do Grupo sobre Biodiversidade
e Governança de Áreas Protegidas e Inclusão Social – Gapis/Ufej/CNPQ.
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