Textos Sobre Rabin Por: Iehonatan Gefen- 5/11/1995 Rabin
Transcrição
Textos Sobre Rabin Por: Iehonatan Gefen- 5/11/1995 Rabin
Textos Sobre Rabin Por: Iehonatan Gefen- 5/11/1995 Rabin foi o Primeiro Ministro que era um dos nossos. Alguém parecido conosco. Parecido conosco em sua valentia e em seu medo. Na sua forma de vida de lutador que se transformou em uma luta para conseguir paz verdadeira. Parecido conosco em sua linguagem e em sua forma de falar. Ele era, antes de tudo, um ser humano, de carne e osso, com virtudes e defeitos… Itzchak Rabin falava no idioma deste país, que é o idioma do corpo e do mar, e da língua mãe. O idioma dos meninos que nasceram aqui. O idioma dos meninos que morreram aquí. Rabin era nós mesmos. Nós mesmos, pessoas que nascemos na terra do leite e do mel, que devora seus habitantes. Rabin, antes de mais nada, era o primeiro líder que não narrava visão alguma, mas que falava como você e eu. Ele era como você. Ele era como eu. E é por isto que quando foi assassinado, algo em mim morreu, algo em ti se apagou. Discurso de Eitan Haber, Secretário da Casa Civil do Primeiro Ministro 6-11-95 Itzjak, este é o último discuso, não haverá mais. Por anos, mais de 35 anos, você foi meu moré (profesor). Foi meu madrich, foi meu manhig (líder), foi meu segundo pai. Cinco minutos antes que este energúmeno disparasse em você, você cantou ”Shir Lashalom”, a canção da paz, lendo um papel que lhe entregaram para que “você murmure as letras”, como sempre me dizia. Itzjak, você sabe, você tinha muitas virtudes, era grande, mas cantar não era seu forte. Você desafinou um pouco quando cantou no ato. Depois, como sempre, dobrou o papel em quatro partes exatamente iguais e, como sempre, guardou no bolso do seu paletó. No hospital, logo que os médicos e enfermeiros choraram por você, me entregaram este papel que encontraram em seu bolso. Sempre dobrado em quatro, como era seu costume. Agora quero ler umas palavras deste papel, mas não consigo. Teu sangue, Itzchak, teu sangue cobre as palabras impresas. Teu sangue sobre o “Shir Lashalom”. É o sangue que teu corpo derramou nos últimos minutos e que se impregnou no papel. Entre frases e palabras. Deste papel sangrento, de onde o sangue nos chama, quero ler umas palavras – como se tivessem sido escritas ontem mesmo, depois que você as cantou, depois que atiraram em você e atiraram na paz. “Deixem o sol subir, brilhar a manhã, a oração mais pura já não nos devolverá aquele cuja vela se apagou e que em cinzas foi enterrado, um pranto forte não o despertará e não o devolverá aquí Ninguém nos trará de volta De um poço profundo e escuro, Aquí não ajudarão Nem a Vitoria do triunfo Nem um Shir Halel. Por isso cantel o “Shir Lashalom“ e não sussurem uma prece É preferible que cantem o “Shir Lashalom” Em um grande grito. Itzchak, já sentimos sua falta. Discurso do Primeiro Ministro Ehud Barak na Cerimônia em Memoria de Yitzhak Rabin Oslo, Noruega – 2 de novembro de 1999 Rabin compreendia que a paz, como a guerra, começa e termina no coração dos seres humanos. Neste mesmo lugar, há cinco anos, Rabin disse, “Há somente um meio radical para santificar as vidas humanas; nem tanques, nem aviões: somente a paz.” Recordo o dia em que Rabin foi notificado sobre o Prêmio Nobel da Paz. Naquele mesmo dia, um soldado israelense, Nachshon Wachsman, foi morto por terroristas. Durante a tentativa de salvamento, um de nossos oficiais, Nir Poraz, filho de um piloto da força aérea morto, foi também assassinado. O pai de Wachsman e a mãe de Poraz estão aqui conosco hoje. O dia do Prêmio Nobel para Rabin, Peres e Arafat transformou em um dia horrível. Eu estava com Rabin durante esses momentos, e presenciei sua agonia. Não havia nada como aquilo para simbolizar toda a vida de Rabin – a batalha por liberdade e segurança e a luta pela paz. Choro ainda a morte de Itzhak, meu comandante e mentor. E digo a você, Itzhak, que você caiu morto, mas seu espírito e vontade estão mais fortes do que nunca. Assim, hoje, garanto a você, Itzhak, a todos nossos vizinhos e ao mundo todo – trilhar o caminho que você desenhou e terminar a jornada que você liderou em direção à segurança e à paz. Somente então, quando alcançarmos nosso destino, proclamaremos, como nas palavras de Walt Whitman, “Oh Capitão! Meu Capitão” Nossa jornada assustadora terminou; O navio resistiu à destruição, o prêmio que buscávamos foi ganho; Oh, Capitão! Meu Capitão! Levante-se e ouça os sinos; Levante-se – por você a bandeira está hasteada – por você a corneta soa.” E aqui agora trago para todos vocês a prece de que veremos em um futuro não tão distante a concretização da visão do salmo sobre Jerusalém, “Que a paz esteja entre seus muros, tranqüilidade entre seus palácios.” Esta é a nossa esperança. Esta é a nossa responsabilidade.