CADERNO DE RESUMOS XVI Simpósio de Citogenética e

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CADERNO DE RESUMOS XVI Simpósio de Citogenética e
CADERNO DE RESUMOS
XVI Simpósio de Citogenética e Genética de Peixes
ÓRGÃO FINANCIADOR:
PATROCÍNADORES:
REALIZAÇÃO:
2
COORDENAÇÃO GERAL
Prof. Dr. Paulo Cesar Venere
COMISSÃO ORGANIZADORA
Profª. Dra Daniela Cristina Ferreira
Prof. Dr. Liano Centofante
Profª. Dra. Sandra Mariotto
Prof. Dr. Dalci Maurício Miranda de Oliveira
Profª. Dra. Elisangela Bellafronte
Gisele S. F. Braga
Pábila S. de Souza
Thais Kelly S. Teixeira da Silva
Ricardo Firmino de Sousa
Maria Eduarda Maldaner
Carla de Andrade Vitorino
COMISSÃO CIENTÍFICA:
Prof. Dr. Cesar Martins (UNESP)
Profª. Dra. Ana Lúcia Dias (UEL)
Profª. Dra. Ana Luiza de Brito e Silva Portella (UEM)
Prof. Dr. Cláudio de Oliveira (UNESP)
Profª. Dra. Eliana Feldberg (INPA)
Prof. Dr. Diogo T. Hashimoto (UNESP)
Prof. Dr. Fabio Porto Foresti (UNESP).
Prof. Dr. Fausto Foresti (UNESP)
Prof. Dr. Jorge Dergam (UFV)
Prof. Dr. Jorge Ivan Rebelo Porto (INPA)
Profª. Dra. Lúcia Giuliano (UEL)
Prof. Dr. Luiz Antônio Carlos Bertollo (UFSCar)
Prof. Dr. Marcelo Vicari (UEPG)
Prof. Dr. Orlando Moreira-Filho (UFSCar)
Profª. Dra. Patrícia Parise Maltempi (UNESP)
Prof. Dr. Paulo Roberto Antunes de Mello Affonso (UESB)
Prof. Dr. Pedro Manoel Galetti Jr. (UFSCar)
Prof. Dr. Roberto Ferreira Artoni (UEPG)
Prof. Dr. Rodrigo Torres (UFPE)
Prof. Dr. Vladimir Pavan Margarido (UNIOESTE)
Prof. Dr. Wagner Molina (UFRN)
Cuiabá
Mato Grosso- Brasil - 2015
3
APRESENTAÇÃO
Entre os dias 25 e 28 de outubro de 2015, a Universidade Federal de Mato Grosso
or gani zou o XVI Simpósio de Citogenética e Genética de Peixes (XVI SCGP). Esse evento,
inicialmente denominado Simpósio de Citogenética de Peixes, é de caráter bianual, e tem por
finalidade congregar pesquisadores que atuam com citogenética e Genética de peixes
do Brasil e do exterior, resultando numa reunião já consagrada entre geneticistas, ictiólogos e
estudantes de graduação e de pós-graduação.
Após 29 anos de existência, essa foi a primeira vez que o evento ocorreu na região
Centro–Oeste, na capital do Estado de Mato Grosso, gerando assim grandes expectativas em torno
de sua realização. Na edição de 2013, a temática principal foi o uso de ferramentas moleculares
para o entendimento da biogeografia da América do Sul, com ênfase em peixes como organismoschave para construir o intricado cenário evolutivo da região que abriga a maior diversidade de
peixes de água doce do mundo. Neste ano de 2015, avançamos mais especificamente nos estudos
voltados para a utilização de marcadores cromossômicos e moleculares como ferramentas para a
conservação de espécies nativas e também na sua aplicação em piscicultura, uma vez que as
espécies nativas com potencial para cultivo vêm sendo intensamente utilizadas, e se torna
necessário, a cada dia mais, buscarmos ferramentas que permitam o monitoramento dos estoques
cultivados e de suas matrizes.
Além disso, a crescente construção de barragens para a produção de energia hidroelétrica
vem despertando a necessidade de se conhecer mais a fundo as questões voltadas para a
diversidade genética de estoques naturais no sentido de se garantir a preservação dessa imensa
diversidade ictiogenética presente nas bacias hidrográficas, notadamente da região centro-oeste
do Brasil.
Foram realizadas várias palestras, 03 mesas-redondas, 04 minicursos, comunicações orais
de trabalhos selecionados dentre os inscritos (de estudantes de graduação e de pós-graduação),
pôsteres de trabalhos submetidos e atividades de socialização.
A programação foi elaborada com o principal objetivo de abrir espaço entre os
participantes para uma maior integração entre a comunidade estudantil e de pesquisadores de
diferentes entidades de Mato Grosso com pesquisadores de outras localidades do Brasil e do
exterior. Assim, é nosso desejo de que esse importante objetivo tenha sido plenamente atingido!
Agradecemos a participação de todos desde já estamos nos preparando para o próximo!!
Atenciosamente,
Paulo Cesar Venere
Coordenador do XVI SCGP
4
SUMÁRIO
CITOGENÉTICA.............................................................................................................12
(Nº 001) ANÁLISE CROMOSSÔMICA E MORFOMÉTRICA DE Apareiodon affinis
(STEINDACHNER 1879) (CHARACIFORMES, PARODONTIDAE) COM POLIMORFISMO
ESTRUTURAL DA BACIA DO RIO URUGUAI ............................................................ 13
(Nº 002) ANÁLISE CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR DE Crenicichla johanna
(HECKEL 1840) COM A UTILIZAÇÃO DE MARCADORES DE DNA REPETITIVO ...... 14
(Nº 003) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE EXEMPLARES DE Apareiodon affinis
(CHARACIFORMES, PISCES) DAS LOCALIDADES DE POSADAS, LA PLATA E
CORRIENTES (ARGENTINA) ...................................................................................... 15
(Nº 004) ESTUDOS CITOGENETICOS DE ESPÉCIES EXÓTICAS CULTIVADAS EM
MISIONES, ARGENTINA (Cyprinus carpio L. E Ctenopharyngodon idella V.) .................. 16
(Nº 005) ENSAIO DE ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM Astyanax altiparanae
(PISCES: CHARACIDAE) SUBMETIDOS A EXPOSIÇÃO A CORANTES TÊXTEIS E SEUS
PRODUTOS DE REMEDIAÇÃO FÚNGICA .................................................................. 17
(Nº 006) DIVERSIDADE CARIOTÍPICA EM DUAS ESPÉCIES DE Astyanax
(CHARACIDAE) DE OCORRÊNCIA NO CÓRREGO ITIZ (BACIA DO RIO IVAÍ-PR) .... 18
(Nº 007) DESCRIÇÃO CITOGENÉTICA DE UM NOVO SISTEMA DE CROMOSSOMOS
SEXUAIS DO TIPO ZZ/ZW EM Ancistrus sp. (LORICARIIDAE: ANCISTRINI) ............... 19
(Nº 008) CARACTERIZAÇÃO DOS CROMOSSOMOS DE Hoplias malabaricus Bloch 1794
(CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) DA BACIA DO RIO SEPOTUBA, MUNICÍPIO DE
TANGARÁ DA SERRA – MATO GROSSO ................................................................... 20
(Nº 009) ANÁLISE CITOGENÉTICA DE Hoplias aimara Valenciennes 1847
(CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) DO RIO SUMIDOURO, MUNICÍPIO DE
DIAMANTINO – MATO GROSSO ................................................................................ 21
(Nº 010) DADOS CITOGENÉTICOS DE Geophagus parnaibae (Staeck & Schindler, 2006) DA
BACIA DO RIO PARNAÍBA, PI, BRASIL ..................................................................... 22
(Nº 011) DESCRIÇÃO DO NÚMERO DE CROMOSSOMOS E REGIÕES
ORGANIZADORAS DE NUCLÉOLO (NORs) EM PEIXES DO GÊNERO Leporinus, DA
POPULAÇÃO DO RIO IGARAÇU – DELTA DO PARNAÍBA (PI) .................................. 23
(Nº 012) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Pterygoplichthys ambrosetti
(LORICARIIDAE: HYPOSTOMINAE) DE SANTA HELENA, PARANÁ (BACIA DO RIO
PARANÁ).................................................................................................................... 24
(Nº 013) REDUCED KARYOTYPES DERIVED BY CENTRIC FUSIONS IN Dascyllus
(POMACENTRIDAE, PERCIFORMES) ......................................................................... 25
(Nº 014) ESTUDO CROMOSSÔMICO EM Astyanax pirapuan (CHARACIFORMES,
CHARACIDAE) DA SERRA DE SÃO VICENTE - MT ................................................... 26
5
(Nº 015) DESCRIÇÃO DE CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR EM Astyanax
asuncionenses (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA CHAPADA DOS GUIMARÃES,
MT .............................................................................................................................. 27
(Nº 016) ANÁLISE CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR EM Astyanax cf. paris E A.
laticeps (CHARACIDAE: INCERTAE SEDIS) PROVENIENTES DA BACIA DO ALTO RIO
URUGUAI, BRASIL ..................................................................................................... 28
(Nº 017) ESPÉCIES MORFOLOGICAMENTE CRÍPTICAS DE Astyanax BAIRD & GIRARD
1854 DIAGNOSTICADAS ATRAVÉS DE CARACTERES CITOGENÉTICOS ................. 29
(Nº 018) CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR EM SETE ESPÉCIES DE Pimelodus
Lacepède 1803 (PIMELODIDAE) DE TRÊS SISTEMAS HIDROGRÁFICOS BRASILEIROS.
................................................................................................................................... 30
(Nº 019) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR DE
Bryconamericus aff. iheringii (CHARACIDAE, incertae sedis) DO RIO IJUÍ, BACIA DO ALTO
RIO URUGUAI ............................................................................................................ 31
(Nº 020) NOVAS PERSPECTIVAS SOBRE A EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA DE
HYPOSTOMINAE (SILURIFORMES:LORICARIIDAE) ................................................. 32
(Nº 021) AVALIAÇÃO CITOGENÉTICA E GENOTÓXICA EM Astyanax altiparanae
(PISCES, CHARACIDAE) SUBMETIDOS AO AGROTÓXICO DORMEX ....................... 33
(Nº 022) CONSERVATION STATUS AND CYTOGENETIC OF ACARÁ Gymnogeophagus
setequedas Reis, Malabarba & Pavanelli 1992 (CICHLIDAE: GEOPHAGINAE), A POORLY
KNOWN SPECIES FROM NEOTROPICS ...................................................................... 34
(Nº 023) COMPARATIVE STUDIES BETWEEN Loricariichthys rostratus Reis & Pereira 2000
(SILURIFORMES, LORICARIIDAE, LORICARIINAE) POPULATIONS COLLECTED
DOWNSTREAM AND UPSTREAM FROM IGUAÇU FALLS: CYTOGENETICS AND
REPRODUCTIVE FEATURES ...................................................................................... 35
(Nº 024) POLIMORFISMO CROMOSSÔMICO NUMÉRICO E ESTRUTURAL em
Rineloricaria aff langei (LORICARIIDAE, LORICARIINAE) DO RIO IGUAÇU, BACIA DO
RIO IGUAÇU (PR). ...................................................................................................... 36
(Nº 025) ANÁLISE CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR EM Moenkhausia bonita
(CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA SUB-BACIA DO RIO IVAÍ, CIANORTE-PR. . 37
(Nº 026) CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR DE Parauchenipterus striatulus
Steindachner, 1877 (SILURIFORMES, AUCHENIPTERIDAE) DA BACIA DO RIO DOCE MG. ............................................................................................................................. 38
(Nº 027) EVIDÊNCIA DE AMPLIFICAÇÃO DE HETEROCROMATINA EM ESPÉCIMES
DE Hypostomus regani (Loricariidae, Hypostominae) DA BACIA DO RIO TAQUARI (COXIMMS) ............................................................................................................................. 39
(Nº 028) ANÁLISE CROMOSSÔMICA COMPARATIVA EM DUAS POPULAÇÕES DE
Pimelodus albofasciatus (SILURIFORMES, PIMELODIDAE) DA REGIÃO DE ALTA
FLORESTA – MT......................................................................................................... 40
(Nº 029) ANÁLISE CROMOSSÔMICA DE Parauchenipterus galeatus LINNAEUS, 1766 e
Trachelyopterus
coriaceus
VALENCIENNES,
1840
(SILURIFORMES,
AUCHENIPTERIDAE) PROVENIENTE DE DUAS BACIAS HIDROGRÁFICAS ............. 41
6
(Nº 030) ESTUDO CITOGENÉTICO DE PEIXES DA SUBFAMÍLIA SERRASALMINAE
(FAMÍLIA CHARACIDAE, ORDEM CHARACIFORME) NA REGIÃO DO TRIÂNGULO
MINEIRO – MINAS GERAIS. ....................................................................................... 42
(Nº 031) CARACTERIZAÇÃO DE POLIMORFISMO CROMOSSÔMICO NUMÉRICO E
ESTRUTURAL EM Rineloricaria zaina (LORICARIIDAE) DO RIO IJUÍ, BACIA DO ALTO
RIO URUGUAI. ........................................................................................................... 43
(Nº 032) CITOGENÉTICA DE PEIXES DA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO
SUL............................................................................................................................. 44
(Nº 033) CULTIVO DE CÉLULAS PARA OBTENÇÃO DE PREPARAÇÕES
CROMOSSÔMICAS EM Corydoras aeneus .................................................................... 45
(Nº 034) POLIMORFISMOS CROMOSSÔMICOS EM Rineloricaria wolfei (Siluriformes:
Loricariidae) DA BACIA DO IGARAPÉ SÃO FRANCISCO, RIO BRANCO, ACRE .......... 46
(Nº 035) CROSS-SPECIES PAINTING AND COMPARATIVE GENOMIC ...................... 47
HYBRIDIZATION CONFIRM THE COMMON ORIGIN OF THE ZZ/ZW SEX SYSTEM IN
Triportheus AND HIGHLIGHT THE DIFFERENTIATION OF THE W CHROMOSOME
BETWEEN SPECIES .................................................................................................... 47
(Nº 036) W CHROMOSOME DYNAMICS IN Triportheus SPECIES (CHARACIFORMES,
TRIPORTHEIDAE) - AN ONGOING PROCESS AFTER SPECIATION. .......................... 48
(Nº 037) CITOGENÉTICA DE POPULAÇÕES DE Prochilodus costatus Valenciennes, 1849
(CHARACIFORMES: PROCHILODONTIDAE) DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO,
MINAS GERAIS, BRASIL ............................................................................................ 49
(Nº 038) OCORRÊNCIA DE CROMOSSOMOS B EM Prochilodus costatus VALENCIENNES,
1849 (CHARACIFORMES: PROCHILODONTIDAE) E POSSÍVEL ORIGEM COMUM
DESTES ELEMENTOS NO GÊNERO ............................................................................ 50
(Nº 039) PAREAMENTO MEIÓTICO EM Astyanax xavante (CHARACIFORMES:
CHARACIDAE). .......................................................................................................... 51
(Nº 040) INTERAÇÃO ENTRE CROMOSSOMO B E SEXO ALTERA A EXPRESSÃO DE
TRDMT1 EM Astatotilapia latifasciata POR EFEITO DA EXPRESSÃO DIFERENCIAL DO
miR-181 ....................................................................................................................... 52
(Nº 041) ANÁLISE CITOGENÉTICA EM TRÊS POPULAÇÕES DE Ancistrus Kner 1854
(SILURIFORMES, LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO PARANÁ, PARANÁ. ............. 53
(Nº 042) GENOMIC ORGANIZATION OF REPETITIVE DNA ELEMENTS AND ITS
IMPLICATION FOR THE CHROMOSMAL EVOLUTION IN WALKING CATIFSHES OF
THE Clarias GENUS (SILURIFORMES, CLARIIDAE). .................................................. 54
(Nº 043) ESTUDOS CROMOSSÔMICOS E MOLECULARES NAS CINCO ESPÉCIES DE
PACU-PEVAS (CHARACIDAE: MYLEINAE) PROVENIENTES DO PANTANAL DE
MATO GROSSO, BRASIL ............................................................................................ 55
(Nº 044) CONSERVADORISMO CROMOSSÔMICO EM Hoplosternum litoralle
(SILURIFORMES: CALLICHTHYIDAE) DA BACIA DO RIO PARNAÍBA, DIVISA ENTRE
MARANHÃO E PIAUÍ. ................................................................................................ 56
7
(Nº 045) PRIMEIRA DESCRIÇÃO CITOGENÉTICA DE ESPÉCIES SIMPÁTRICAS DO
GÊNERO
HYPOSTOMUS
(SILURIFORMES,
LORICARIIDAE)
NA
BACIA
HIDROGRÁFICA DO PARAGUAÇU, ESTADO DA BAHIA .......................................... 57
(Nº 046) ANÁLISE CITOGENÉTICA COMPARADA EM DIFERENTES POPULAÇÕES DE
ASTYANAX (CHARACIDAE: INCERTAE SEDIS): A. paranae E A. elachylepis .................. 58
(Nº 047) TÉCNICAS CITOGENÉTICAS EVIDENCIAM A PRESENÇA DE CROMOSSOMOS
SEXUAIS EM UMA POPULAÇÃO DE Astyanax Baird and Girard 1854 ........................... 59
(Nº 048) ANÁLISE CROMOSSÔMICA DE Hypostomus isbrueckeri (SILURIFORMES:
LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO URUGUAI ......................................................... 60
(Nº 049) ANÁLISE CITOGENÉTICA EM Astyanax aff. fasciatus PROVENIENTE DO
RIBEIRÃO TRÊS BOCAS COM ÊNFASE NA LOCALIZAÇÃO DE DNAr 5S.................. 61
(Nº 050) MAPEAMENTO CROMOSSOMICO DE DNA REPETITIVOS EM Rhamdia quelen
(TELEOSTEI: HEPTAPTERIDAE) ................................................................................ 62
(Nº 051) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Trichomycterus sp. DO RIACHO DO
OURO, CHAPADA DIAMANTINA, BAHIA .................................................................. 63
(Nº 052) CARACTERIZAÇÃO, ANÁLISE EVOLUTIVA E DISTRIBUIÇÃO
CROMOSSÔMICA DO DNA REPETITIVO AM1, UM DNA SATÉLITE ALTAMENTE
DINÂMICO E COMPARTILHADO POR DIFERENTES ESPÉCIES DA FAMÍLIA
CHARACIDAE ............................................................................................................ 64
(Nº 053) ORIGEM DO CROMOSSOMO B NO PEIXE Characidium alipioi
(CHARACIFORMES, CHRENUCHIDAE) AVALIADA POR PINTURA CROMOSSÔMICA
CRUZADA. ................................................................................................................. 65
(Nº 054) CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MARCADARORES DE rDNAS 5S E 18S EM
REPRESENTANTES DAS SUBFAMÍLIAS CHARACINAE, CYNOPOTAMINAE E
ACESTRORHYNCHINAE. ........................................................................................... 66
(Nº 055) CARACTERIZAÇÃO CARIOTÍPICA DE PEIXES DO GÊNERO Synbranchus DA
REGIÃO NORTE DO PANTANAL MATO GROSSENSE ............................................... 67
(Nº 056) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Astyanax aff. bimaculatus ................ 68
(CHARACIFORMES, CHARACIDAE), DA BACIA DO RIO DE CONTAS, CHAPADA
DIAMANTINA, BAHIA................................................................................................ 68
(Nº 057) MAPEAMENTO DE GENES RIBOSSOMAIS NOS CROMOSSOMOS DE
ESPÉCIES DO GÊNERO ANCISTRUS (SILURIFORMES: LORICARIIDAE), DA BACIA DO
PARAGUAI, MATO GROSSO, BRASIL. ....................................................................... 69
(Nº 058) ORGANIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO CROMOSSÔMICA DO DNAr 5S DE
Hypostomus boulengeri (Eigenmann & Kennedy, 1903) .................................................... 70
(Nº 059) CARACTERIZAÇÃO CARIOTÍPICA DE Bergiaria westermanni Lutken, 1874
(SILURIFORMES,
PIMELODIDAE),
EVIDENCIANDO
A
PRESENÇA
DE
CROMOSSOMOS B ..................................................................................................... 71
(Nº 060) ANÁLISES DO NÚMERO DE NUCLÉOLOS EVIDENCIADOS PELA TÉCNICA DE
Ag-RON DEMONSTRARIAM ATIVIDADE DESSA REGIÃO NOS CROMOSSOMOS B DE
Bergiaria westermanni LUTKEN, 1874 (SILURIFORMES, PIMELODIDAE)? ................... 72
8
(Nº 061) MODELOS EVOLUTIVOS CONSTRASTANTES ENTRE ESPÉCIES
CONGENÉRICAS. UMA INVESTIGAÇÃO CROMOSSÔMICA NO GÊNERO Hoplias
(CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) ....................................................................... 73
(Nº 062) ANÁLISES CROMOSSÔMICAS DE DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO Apareiodon
Eigenmann, 1916 (CHARACIFORMES, PARODONTIDAE): ........................................... 74
A. argenteus Pavanelli & Britski, 2003 e A. davisi Fowler, 1941 ......................................... 74
(Nº 063) DIVERSIDADE CROMOSSÔMICA NO GÊNERO Loricaria spp. (SILURIFORMES,
LORICARIIDAE) ......................................................................................................... 75
(Nº 064) MAPEAMENTO CROMOSSÔMICO DE ELEMENTOS TRANSPONÍVEIS Rex1 e
Rex3 NO GENOMA DAS ESPÉCIES DA TRIBO Ancistrini (SILURIFORMES,
LORICARIIDAE) ......................................................................................................... 76
GENÉTICA .................................................................................................................. 77
(Nº 001) GENOTIPAGEM SEXUAL ATRAVÉS DO GENE DETERMINANTE DE SEXO SDY
EM ESTOQUES BRASILEIROS DE SALMONÍDEOS .................................................... 78
(Nº 002) IDENTIFICAÇÃO PESQUEIRA DE TUBARÕES NA COSTA DE SÃO PAULO
(PROVÍNCIA ARGENTINA) UTILIZANDO MARCADORES MOLECULARES.............. 79
(Nº 003) DICRIMINAÇÃO DE POPULAÇÕES DO GENÊRO Ancistrus KNER, 1854
(SILURIFORMES: LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO PARAGUAI ATRAVÉS DA
TÉCNICA DE DNA BARCODE .................................................................................... 80
(Nº 004) ANÁLISE DO TRANSCRIPTOMA DE CÉLULAS DA PELE DE Pimelodella
avanhandavae (TELEOSTEI: HEPTAPTERIDAE): GENES RELACIONADOS À
COLORAÇÃO CORPORAL .......................................................................................... 81
(Nº 005) VARIABILIDADE GENÉTICA DO PIRARUCU (Arapaima gigas) EM
PISCICULTURAS DA REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DE RONDÔNIA, USANDO
MARCADORES STR ................................................................................................... 82
(Nº 006) ISOLATION-BY-TIME EM POPULAÇÕES DE Salminus brasiliensis Cuvier 1816 . 83
(Nº 007) UNIDADES GENÉTICAS DE JUNDIÁ (Rhamdia quelen) DA REGIÃO
NEOTROPICAL IDENTIFICADAS POR MEIO DO DNA BARCODE .............................. 84
(Nº 008) CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA POR MEIO DO DNA BARCODE DO JUNDIÁ
Rhamdia quelen (SILURIFORMES: HEPTAPTERIDAE) ................................................. 85
COMERCIALIZADO PARA CULTIVO ......................................................................... 85
(Nº 009) ANÁLISE DE DIVERSIDADE GENÉTICA E ESTRUTURA POPULACIONAL DE
JUNDIÁS COMERCIALIZADOS E AMBIENTE NATURAL .......................................... 86
(Nº 0 10) “BARCODING” DE PEIXES DO GÊNERO Hypancistrus (SILURIFORMES,
LORICARIIDAE) ......................................................................................................... 87
(Nº 011) ECOLOGICAL OPPORTUNITY AND ADAPTIVE RADIATION IN THE
SUCKERMOUTH ARMORED CATFISH GENUS HYPOSTOMUS (SILURIFORMES:
HYPOSTOMINAE) ...................................................................................................... 88
(Nº 012) DESCRIPTION OF A NEW CATFISH GENUS (SILURIFORMES: LORICARIIDAE)
FROM THE RIO TOCANTINS IN CENTRAL BRASIL WITH COMMENTS ON ITS
HISTORICAL BIOGEOGRAPHY .................................................................................. 89
9
(Nº 013) CORRELAÇÃO ENTRE O TESTE DE MICRONÚCLEO E O PESOCOMPRIMENTO PARA MONITORAMENTO DO BEM ESTAR ANIMAL EM CRIAÇÃO
SEMI-INTENSIVA DE TAMBAQUI ............................................................................. 90
(Nº 014) ANÁLISES CITOGENÉTICAS E DE DNA BARCODE DE Hemiodontichthys
acipenserinus (SILURIFORMIS; LORICARIIDAE; LORICARIINAE) REVELAM A
EXISTÊNCIA DE UM GRANDE COMPLEXO DE ESPÉCIES. ....................................... 91
(Nº 015) VARIAÇÃO GENÉTICA EM Schizolecis guntheri (SILURIFORMES:
LORICARIIDAE) REVELA A EXISTÊNCIA DE PROVÁVEL COMPLEXO DE ESPÉCIES.
................................................................................................................................... 92
(Nº 016) DIVERSIDADE GENÉTICA E ESTRUTURA POPULACIONAL DE SALMINUS
FRANCISCANUS NOS SEGMENTOS ALTO E MÉDIO DA BACIA DO RIO SÃO
FRANCISCO REVELAM AMEAÇA OCULTA .............................................................. 93
(Nº 017) BACIA TURVO-GRANDE: UMA IMPORTANTE ÁREA PARA CONSERVAÇÃO
DA ESPÉCIE Leporinus friderici Bloch 1794 (ANOSTOMIDAE) ..................................... 94
(Nº 018) ESTRUTURAÇÃO GENÉTICA DE Salminus brasiliensis EM TRECHO
FRAGMENTADO DA BACIA DO ALTO RIO PARANÁ ................................................ 95
(Nº 019) ANÁLISE MOLECULAR DAS ESPÉCIES Rineloricaria kronei E R. langei
(Siluriformes: Loricariidae) AO LONGO DA MATA ATLÂNTICA. .................................. 96
(Nº 020) IDENFICAÇÃO DA COMUNIDADE ICTIOPLACTÔNICA DA BACIA DO MOGIGUAÇU UTILIZANDO UMA FERRAMENTA MOLECULAR (DNA BARCODING) ........ 97
(Nº 021) DNA BARCODING COMO FERRAMENTA PARA CONSERVAÇÃO DA
ICTIOFAUNA: RIO MOGI-GUAÇU .............................................................................. 98
(Nº 022) ANÁLISE GENÉTICA DE Brycon spp. NA SUB-BACIA DO ARINOS MATO
GROSSO ..................................................................................................................... 99
(Nº 023) SISTEMÁTICA MOLECULAR E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA ANOSTOMIDAE
(CHARACIFORMES) ................................................................................................... 99
(Nº 024) FILOGENÔMICA EM PEIXES NEOTROPICAIS: ESTUDOS FILOGENÉTICOS EM
CHARACIFORMES USANDO ELEMENTOS ULTRACONSERVADOS ....................... 101
(Nº 025) OCORRÊNCIA DE HÍBRIDOS AVANÇADOS EM ESTOQUES DE CULTIVO DE
ESPÉCIES DE PEIXES SERRASALMÍDEOS............................................................... 102
(Nº 026) DIVERSIDADE TAXONÔMICA E MOLECULAR (DNA BARCODING) DA
ICTIOFAUNA DE OITO IGARAPÉS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR-163, ENTRE OS
MUNICÍPIOS DE SANTARÉM E RURÓPOLIS, PARÁ ................................................ 103
(Nº 027) APLICAÇÃO DE SNPs PARA ANÁLISE DE PARENTESCO EM PACU (Piaractus
mesopotamicus) .......................................................................................................... 104
(Nº 028) PEIXES REOFÍLICOS COM ALTA CAPACIDADE DE MANUTENÇÃO DE SUAS
POPULAÇÕES SÃO CAPAZES DE MANTER SEU PADRÃO DE VARIABILIDADE
GENÉTICA FRENTE ÀS AÇÕES ANTRÓPICAS? ....................................................... 105
(Nº 029) ESTIMATING NUCLEAR DNA CONTENT OF THE SPOTTED CATFISH
Pimelodus maculatus BY FLOW CYTOMETRY............................................................ 106
(Nº 030) EVIDÊNCIA MOLECULAR DE DIVISÃO LESTE-OESTE DAS POPULAÇÕES DE
Prochilodus nigricans AGASSIZ, 1829 NA BACIA AMAZÔNICA ................................. 107
10
(Nº 031) ALTA ESTRUTURAÇÃO POPULACIONAL REGIONAL DE Atherinella brasiliensis
DA COSTA BRASILEIRA .......................................................................................... 108
(Nº 032) TESTANDO CENÁRIOS BIOGEOGRÁFICOS ATRAVÉS DA ABORDAGEM ABC:
O CASO PARA Salminus (CHARACIDAE) .................................................................. 109
(Nº 033) BIOGEOGRÁFIA HISTÓRICA DOS Leporinus (CHARACIFORMES:
ANOSTOMIDAE) COM CROMOSSOMOS SEXUAIS ZZ/ZW: CONTANDO A HISTÓRIA
DAS BACIAS SUL-AMERICANAS ............................................................................ 110
(Nº 034) DNA BARCODING DA ICTIOFAUNA DA BACIA DO RIO DOCE ................. 111
(Nº 035) RECONSTRUÇÃO GENÉTICA DA INTRODUÇÃO DA PIRAMBEBA (Serrasalmus
brandtii) NA BACIA DO JEQUITINHONHA ................................................................ 112
(Nº 036) FILOGENIA MOLECULAR DA FAMÍLIA CURIMATIDAE NA BACIA DO RIO
MADEIRA ................................................................................................................. 113
(Nº 037) DIVERSIDADE GENÉTICA E ESTRUTURA POPULACIONAL DE Arapaima gigas
NA BACIA ARAGUAIA-TOCANTINS ....................................................................... 114
(Nº 038) AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA GENÉTICA POPULACIONAL DO SURUBIM
(Pseudoplatystoma fasciatum) EM RIOS DO MARANHÃO ............................................ 115
(Nº 039) IDENTIFICAÇÃO POR DNA BARCODING SUGERE A OCORRÊNCIA DE
ESPÉCIES CRÍPTICAS EM PEIXES DE RIOS DO MARANHÃO ................................. 116
(Nº 040) DIVERSIDADE GENÉTICA EM Gymnotus Linnaeus, 1758 (GYMNOTIFORMES:
GYMNOTIDAE) DO PANTANAL DE MATO GROSSO, BRASIL ................................ 117
(Nº 041) DIVERSIDADE GENÉTICA DE ESTOQUES DE REPRODUTORES DE Colossoma
macropomum MEDIANTE O USO DE MARCADOR MICROSSATÉLITE...................... 118
(Nº 042) DNA BARCONDING COMO FERRAMENTA MOLECULAR PARA O ENSINO DE
GENÉTICA E IDENTIFICAÇÃO DE FRAUDES EM PESCADO ................................... 119
(Nº 043) DIVERSIDADE GENÉTICA E COMPORTAMENTO REPRODUTIVO DA ESPÉCIE
AMEAÇADA DO PEIXE PACAMÃ (Lophiosilurus alexandri) ....................................... 120
(Nº 044) A POSSIBLE CRYPTIC ECUADOREAN SPECIES OF Mugil (ACTINOPTERYGII:
MUGILIDAE) SUGGESTED BY CYTOGENETIC AND MOLECULAR DATA ............. 121
(Nº 045) INFERÊNCIAS CROMOSSÔMICAS E MOLECULARES EVIDENCIAM
DIVERGÊNCIA EVOLUTIVA RECENTE EM PEIXES DO GÊNERO Apareiodon Eigenmann,
1916 (CHARACIFORMES, PARODONTIDAE) ............................................................ 122
(Nº 046) CARIÓTIPO E DNA BARCODE INDICAM QUE DOIS MORFOTIPOS DE
Hypancistrus sp. "pão" (SILURIFORMES: LORICARIIDAE) DO RIO XINGU SÃO A MESMA
ESPÉCIE ................................................................................................................... 123
(Nº 047) DELIMITAÇÃO DE ESPÉCIES UTILIZANDO DNA BARCODE E ANÁLISES
CITOGENÉTICAS EM REPRESENTANTES DE Eigenmannia Jordan & Evermann, 1896
(GYMNOTIFORMES: STERNOPYGIDAE) ................................................................. 124
(Nº 048) DIVERSIDADE GENÉTICA EM Pygocentrus nattereri (PISCES:
CHARACIFORMES: SERRASALMINAE). .................................................................. 125
(Nº 049) CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA EM ESPÉCIES DE PIRANHAS (PISCES:
CHARACIFORMES: SERRASALMINAE) EM RIOS MATOGROSSENSES. ................. 126
11
(Nº 050) ORIGEM ADAPTATIVA RECENTE DO PEIXE CAVERNÍCOLA Ancistrus
cryptophthalmus.......................................................................................................... 127
(Nº 051) ENTENDENDO OS PROCESSOS EVOLUTIVOS DE ZUNGARO (SILURIFORMES:
PIMELODIDAE) ATRAVÉS DA ANÁLISE COMPARATIVA DO GENE MITOCONDRIAL
CITOCROMO OXIDASE I (COI) E DA REGIÃO CONTROLE D-Loop.......................... 128
(Nº 052) IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR (DNA BARCODING) DO PESCADO
COMERCIALIZADO COMO “CAÇÃO” NO SUDESTE DO BRASIL ............................ 129
(Nº 053) DANO GENÔMICO E O STATUS DE CONSERVAÇÃO DE Mugil curema
Valenciennes 1836 (ACTINOPTERYGII: MUGILIDAE) EM CINCO ESTUÁRIOS
PERNAMBUCANOS, REGIÃO NORDESTE DO BRASIL ............................................ 130
(Nº 054) TESTES DE PROTOCOLOS DE EXTRAÇÃO DE DNA E PCR (BARCODE) DA
ICTIOFAUNA ACOMPANHANTE NA PESCA DE CAMARÃO EM ITACARÉ (BA)..... 131
(Nº 055) PLASTICIDADE FENOTÍPICA EM SUBPOPULAÇÕES DE Astyanax goyacensis DA
BACIA DO RIO ARAGUAIA ...................................................................................... 132
12
CITOGENÉTICA
13
(Nº 001) ANÁLISE CROMOSSÔMICA E MORFOMÉTRICA DE Apareiodon
affinis (STEINDACHNER 1879) (CHARACIFORMES, PARODONTIDAE) COM
POLIMORFISMO ESTRUTURAL DA BACIA DO RIO URUGUAI
Gisele Gemi1, Mariane Gavazzoni1, Leonardo Marcel Paiz2, Lucas Baumgartner1
Simone Cristina Girardi2, Fagner de Souza2, Carla Simone Pavanelli2, Marcelo
Ricardo Vicari3, Vladimir Pavan Margarido1 & Roberto Laridondo Lui1
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Cascavel, PR; 2. Universidade
Estadual de Maringá, Campus Maringá-PR; 3. Universidade Estadual de Ponta Grossa,
Ponta Grossa-PR.
Parodontidae é uma pequena família de peixes neotropicais representada por 3 gêneros e 32
espécies: Apareiodon (15 espécies), Parodon (14 espécies) e Saccodon (3 espécies). Estudos
citogenéticos em Apareiodon affinis mostraram número diploide variando de 54 a 55
cromossomos com a presença de polimorfismo cromossômico estrutural, encontrado nas bacias
dos rios Paraná e Paraguai, e sistema múltiplo de cromossomos sexuais ZZ/ZW1W2 observado no
Alto rio Paraná. Este trabalho teve o objetivo de investigar a constituição cromossômica de uma
população da bacia do rio Uruguai, na qual foi detectado a presença de polimorfismo de número
de cromossomos acrocêntricos, e verificar se há alguma relação entre cada uma das formas
cromossômicas dessa população com a morfologia dos espécimes. Foram analisados através de
técnicas citogenéticas e morfometria 57 espécimes de A. affinis do rio Íjui, bacia do Alto rio
Uruguai, RS. As análises cromossômicas foram realizadas através da coloração por Giemsa,
impregnação pelo nitrato de prata, padrão de distribuição de heterocromatina e localização dos
cístrons de rDNA 5S e 18S. A análise morfológica foi realizada através de contagens, medidas
tradicionais e uma rede de treliça. Foi observado 2n=54 cromossomos em ambos os sexos e a
presença de polimorfismo estrutural intra-populacional caracterizando 4 citótipos, os quais variam
a fórmula cariotípica devido o número de cromossomos acrocêntricos: A) (48m/sm+4st+2a); B)
(47m/sm+4st+3a); C) (46m/sm+4st+4a); D) (45m/sm+4st+5a). As AgRONs foram localizadas
em posição terminal no braço longo de cromossomos submetacêntricos e subtelocêntricos
variando de 2 a 4 marcados, o que foi confirmado pela FISH com rDNA 18S, além de um outro
par de acrocêntricos na região terminal do braço longo. Heterocromatina foi evidenciada nas
regiões centromérica, pericentromérica e terminal da maioria dos cromossomos, coincidentes com
as AgRONs e associada aos sítios de rDNA 5S, os quais estão presentes no braço curto de um par
submetacêntrico. Em todas as formas cariotípicas foi observado blocos heterocromáticos nas
posições proximal e distal em um par acrocêntrico, além de bloco terminal em um cromossomo
acrocêntrico (citótipo B) e em um par acrocêntrico (citótipo C). A principal diferença entre os 4
citótipos é devido ao número de cromossomos acrocêntricos, os quais podem ter se originado a
partir de rearranjos cromossômicos, como inversões pericêntricas. A morfometria mostra que não
há divergências morfológicas, com sobreposição em todas medidas realizadas e apenas uma
pequena divergência na contagem nas escamas acima da linha lateral em um dos citótipos. A
sobreposição entre os citótipos decorrentes da análise de morfometria sugere que alterações na
organização genômica dos cromossomos não são suficientemente responsáveis por diferenças
significantes nas características morfológicas, apenas uma sútil divergência na contagem de
escamas, o que seria esperado pois todos os espécimes analisados fazem parte de uma mesma
população, sem restrição de fluxo gênico.
Órgão financiador: CNPq, CAPES, Unioeste.
14
(Nº 002) ANÁLISE CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR DE
Crenicichla johanna (HECKEL 1840) COM A UTILIZAÇÃO DE
MARCADORES DE DNA REPETITIVO
Luan Felipe da Silva Frade1, Bruno Rafael Ribeiro de Almeida1, Susana Suely
Rodrigues Milhomem Paixão2, Cleusa Yoshiko Nagamachi1, Julio Cezar
Pieczarka1, Renata Coelho Rodrigues Noronha1
1. Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Belém-PA
2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás-Valparaíso
Cichlidae é uma das famílias de peixes de água doce mais diversificadas do mundo,
constituída por mais de 1300 espécies e com distribuição geográfica abrangendo o
continente africano, Ásia meridional e Américas do Norte, Central e do Sul. Crenicichla
é o maior gênero de Cichlidae da América do Sul com 86 espécies válidas, distribuindose desde a cordilheira dos Andes até o rio Prata, na Argentina. O estudo de marcadores
citogenéticos ainda é pouco explorado neste gênero, apesar de serem fundamentais para
uma melhor compreensão das mudanças estruturais e evolutivas em seus genomas. No
presente estudo, foram analisados citogeneticamente 6 indivíduos de Crenicichla
johanna, provenientes do município de Abaetetuba, Pará, Brasil. As preparações
cromossômicas foram submetidas a técnicas de coloração convencional, bandeamento C,
AgNOR e Hibridização in situ fluorescente (FISH) com sondas telomérica (TTAGGG)n,
rDNAs 18S e 5S, transposon Mariner e retrotransposon Rex1; além disso, foi realizado
Fiber-FISH para verificar a disposição de sequências teloméricas e rDNA 18S. Todos os
indivíduos analisados apresentaram 2n=48, NF=56 e fórmula cariotípica com 8M/SM e
40ST/A. O bandeamento C revelou heterocromatina constitutiva nas regiões
pericentroméricas e terminais da maioria dos cromossomos. Grandes clusters de
rDNA18S foram registrados na região terminal de 3 a 6 cromossomos, dentre os quais,
somente o par 5q apresentou marcação NOR. Nestes cromossomos, se observou que
blocos de sequencias teloméricas são colocalizados a estes clusters (18S-TEL). O Fiber
FISH mostrou que as sequencias 18S-TEL estão dispostas de forma intercalada.
Adicionalmente, foi possível observar pequenas marcações de rDNA 18S na região distal
de outros pares do cariótipo. Os sítios de rDNA 5S são localizados intersticialmente em
um par acrocêntrico. Os elementos transponíveis Mariner e o Rex1 apresentaram
distribuição dispersa nos cariótipos, característica comum entre a maioria dos peixes
analisados. Os resultados obtidos corroboram a alta conservação do número diplóide com
48 cromossomos, observada em ciclídeos neotropicais. Provavelmente, a distribuição
dispersa das marcações de DNA18S pode ter ocorrido por recombinação ectópica e/ou
transposição. O significado da associação 18S-TEL ainda não é muito bem
compreendido, podendo esta colocalização ser resultado de crossing over desigual e/ou
estar relacionada à organização do nucléolo. Assim, o presente estudo mostra pela
primeira vez a distribuição de elementos transponíveis e evidencia diferenças na
organização e dinâmica de sequências gênicas repetitivas em C. johanna.
Órgão financiador: CAPES
15
(Nº 003) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE EXEMPLARES DE
Apareiodon affinis (CHARACIFORMES, PISCES) DAS LOCALIDADES DE
POSADAS, LA PLATA E CORRIENTES (ARGENTINA)
Pioli1 UO, Pastori MC1, Roncati HA1, Sánchez S2, Alves de Paula A3, Dias AL3,
Swarça A3, Fenocchio AS1
1
Laboratorio de Citogenética General y Monitoreo Ambiental, Facultad de Ciencias
Exactas, Químicas y Naturales, Instituto de Biología Subropical, Universidad Nacional
de Misiones. (IBS-UNaM-CONICET). 2 Instituto de Ictiología del Nordeste, Facultad de
Ciencias Veterinarias, Universidad Nacional del Nordeste. (FCV-UNNE). 3Laboratorio
de Citogenética Animal, Universidade Estadual de Londrina. (UEL)
[email protected]
Apareiodon affinis descritos cariotípicamente em diferentes localidades da bacia do rio
Paraná no Brasil possuem número diplóide 54 para machos e 55 para fêmeas devido a um
sistema de determinação sexual múltipla do tipo ZZ/ZW1W2. Estudos realizados
previamente em localidades pertencentes ao rio Paraná médio e alto (Argentina)
mostraram 2n=54 para machos e fêmeas e Número Fundamental (NF) num intervalo entre
103 e 108, evidenciando polimorfismos cromossômicos estruturais, com 0 a 5
cromossomos acrocêntricos e sem ocorrência de sistemas de determinação sexual. No
presente trabalho foi realizada uma revisão citogenética das populações provenientes das
localidades de Posadas e Corrientes, ampliando a área de amostragem até La Plata
(Província de Buenos Aires), sendo estudados ao todo 63 exemplares. Técnicas de
coloração convencional e de bandamento cromossômico permitiram identificar 7
citótipos para a localidade de Posadas, 5 para Corrientes e 2 para La Plata, com base no
número de cromossomos acrocêntricos e no padrão de bandas NOR. Da mesma forma,
foi observado polimorfismo das regiões organizadoras nucleolares, que mostraram de 1 a
3 cromossomos marcados, confirmado pelas técnicas de coloração fluorescente
CMA3/DAPI e FISH com sondas 18S e 5S. Em indivíduos de dois citótipos diferentes
pertencentes à população de Posadas, pode ser detectada a presença de um cromossomo
adicional portador duma região 18S positiva. Em conclusão, até o momento foram
achados polimorfismos cromossômicos estruturais em todas as populações estudadas ao
longo dos rios Paraná e de La Plata na Argentina. O presente trabalho representa uma
nova contribuição ao conhecimento citogenetico de Apareiodon affinis, pela primeira vez
foi caracterizada uma população pertencente ao rio de la Plata, a sua localidade tipo, sendo
sugerida também pela primeira vez a presença de cromossomos B nestas populações.
Estes achados, somados às descobertas realizadas no gênero Apareiodon e na família
Parodontidae na última década, reforçam a necessidade de realizar uma reinterpretação
taxonômica da espécie.
Agradecimentos: Instituto de Biología Subtropical (CONICET-UNaM). Secretaría
de Políticas Universitarias (SPU). SecIyP, FCEQyN. Universidad Nacional de Misiones
(UNaM). Universidade Estadual de Londrina, UEL.
16
(Nº 004) ESTUDOS CITOGENETICOS DE ESPÉCIES EXÓTICAS
CULTIVADAS EM MISIONES, ARGENTINA (Cyprinus carpio L. E
Ctenopharyngodon idella V.)
Sánchez, Kevin I.1; Pioli, Ulises O.1; Rau, Angemara I. 1; Cafetti, Jacqueline D. 1;
Fenocchio, Alberto S.1
1. Laboratorio de Citogenética General y Monitoreo Ambiental. Facultad de Ciencias
Exactas, Químicas y Naturales. Instituto de Biología Subtropical, Universidad Nacional
de Misiones (IBS-UNaM-CONICET). Félix de Azara 1552. (3300) Posadas, Misiones.
Argentina.
A carpa comum (Cyprinus carpio) e a carpa capim (Ctenopharyngodon idella) pertencem
à família Cyprinidae, considerada a mais numerosa quanto aos peixes de agua doce com
umas 3000 espécies descritas. As populações naturais de C. carpio se distribuem em lagos
e rios de Europa e Asia entanto as de C. idella se encontram da China a leste da Sibéria,
sendo estas espécies amplamente introduzidas no mundo todo, também na Argentina, com
finalidade comercial, ornamental, e de pesca esportiva. No presente trabalho foi realizada
a descrição cariotípica e a estimação das frequências basais de micronúcleos (MN) y
alterações nucleares (AN) de ambas as espécies provenientes da piscicultura da
Cooperativa CAUL, da cidade de 25 de Mayo, provincia de Misiones, Argentina. As
preparações cromossômicas foram obtidas mediante técnicas diretas a partir de células
renais e coradas com Giemsa e AgNO3 a fim de revelar os cromossomos portadores de
NORs. Para a análise dos MN e NA foram feitos esfregaços de sangue periférico obtidos
por punção da veia caudal e posterior coloração com Giemsa, sendo contabilizados 2000
eritrócitos por exemplar. Foram estudados 30 exemplares de C. carpio (18 machos, 11
fêmeas e um de sexo indeterminado) e 9 de C. idella (6 machos e 3 de sexo
indeterminado). Cyprinus carpio apresenta 2n=100 (NF=184) com fórmula cariotípica de
38M-SM+62ST-T, já C. idella mostra 2n=48 (NF=96) e cariótipo constituido por 38MSM+10ST, para machos e fêmeas. A coloração com prata revelou as NORs no braço curto
de um par de cromossomos submetacêntricos em C. carpio. As frequências de AN foram:
0,0019 em C. idella e 0,0032 em C. carpio. Os resultados obtidos para C. idella
mostraram valores próximos às freqüências basais disponíveis na literatura entanto para
C. carpio estes dados constituem o primeiro registro na região, contribuindo ao
conhecimento cariotipico de ambas as espécies e ao monitoramento da qualidade
ambiental das estações de piscicultura.
Agradecimentos: Instituto de Biología Subtropical (CONICET-UNaM). Secretaría de
Políticas Universitarias (SPU). SecIyP, FCEQyN. Universidad Nacional de Misiones
(UNaM). PICTO-UNaM (n° 0135). FONCYT-AGENCIA
17
(Nº 005) ENSAIO DE ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM Astyanax
altiparanae (PISCES: CHARACIDAE) SUBMETIDOS A EXPOSIÇÃO A
CORANTES TÊXTEIS E SEUS PRODUTOS DE REMEDIAÇÃO FÚNGICA
Vânia Aparecida Sacco, Luciana Andreia Borin-Carvalho, João Alencar Pamphile,
Ligia Magrinelli Barbosa, Ana Camila Prizon, Andrea Cius, Greicy Ellen de Brito,
Ana Luiza de Brito Portela Castro
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia
Celular, Maringá-PR.
Os corantes são amplamente utilizados nas indústrias têxteis, contudo essas substâncias
podem ser tóxicas, mutagênicas e resistentes a muitos processos de degradação. Estima–se
que cerca de 15% dos corantes utilizados sejam perdidos durante o processo de tingimento e
lançados no ambiente, atingindo os corpos d’água. Um grupo de grande importância para
avaliação de toxicidade ambiental são os peixes, pois participam de diferentes níveis tróficos
da cadeia alimentar. Espécimes de Astyanax altiparanae foram analisados quanto ao
potencial mutagênico dos corantes têxteis Reactive Black 5 e Reactive Blue 19 e seus
produtos remediados por fungos endofíticos, linhagem Phlebias sp. Foram realizadas análises
cariotípicas para detectar possíveis alterações cromossômicas e variações no padrão da
heterocromatina através do bandeamento C. Exemplares de Astyanax altiparanae (3
indivíduos por aquário) foram submetidos a diferentes tratamentos: tratamento 1 controle
(aquário contendo somente água); tratamento 2 (aquário contendo solução de meio de cultura
BD - batata-dextrose); tratamento 3 (aquário contendo corante Reactive Blue 19); tratamento
4 (aquário contendo corante Black 5); tratamento 5 (aquário contendo meio de cultura após o
crescimento dos fungos); tratamento 6 (aquário contendo solução de produto remediado do
corante Reactive Blue) e tratamento 7 (aquário contendo solução de produto remediado pelo
fungo do corante Reactive Black 5). Todas as soluções de tratamentos foram feitas na
concentração de 0,01%/L durante 24h. Metáfases de A. altiparanae mostraram variações na
distribuição e quantidade de heterocromatina entre os diferentes tipos de tratamento. O padrão
da heterocromatina constitutiva nos indivíduos controle, revelou marcações frequentes em 7
pares de cromossomos. Nos indivíduos submetidos a solução contendo meio de cultura BD o
padrão de banda C foi igual ao dos indivíduos controle. Por outro lado, nos indivíduos
submetidos ao tratamento com corante Reactive Blue 19 houve um aumento do número de
cromossomos com marcações heterocromáticas, enquanto que nos exemplares tratados com
corante Reactive Black 5 observou-se o inverso onde houve uma diminuição do número de
cromossomos com marcações heterocromáticas. No tratamento dos peixes com o meio BD
após crescimento do fungo o número de pares cromossômicos marcados pela banda C
também aumentou. Nos indivíduos com os tratamentos 6 e 7 contendo a solução com o
produto remediado pelos fungos, o padrão de heterocromatina foi semelhante em relação ao
controle diferindo pela presença de dois pares de cromossomos os quais podem ser
considerados marcadores para presença dos fungos, conforme evidenciados nos tratamentos
5, 6 e 7. Além das alterações no padrão de distribuição da heterocromatina, quebras
cromossômicas foram vistas em algumas metáfases dos animais tratados com corantes
Reactive Black 5. Os corantes têxteis testados parecem exercer tanto efeito genotóxico devido
às quebras cromossômicas como efeito epigenético, devido a alteração na distribuição da
heterocromatina dos espécimes analisados.
Órgão Financiador: Universidade Estadual de Maringá, CAPES, CNPq.
18
(Nº 006) DIVERSIDADE CARIOTÍPICA EM DUAS ESPÉCIES DE Astyanax
(CHARACIDAE) DE OCORRÊNCIA NO CÓRREGO ITIZ (BACIA DO RIO
IVAÍ-PR)
Vania Aparecida Sacco, Layon Zafra Lemos, Leandro Ranucci Silva, Vera Lúcia
Lopes, Luciana Andréia Borin de Carvalho, Ana Luiza de Brito Portela-Castro
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia
Celular, Maringá-PR.
Astyanax é um dos gêneros mais especiosos do grupo Incertae sedis (Characidae),
compreendendo mais de 140 espécies válidas, porém, algumas de suas espécies são
complexas sob o ponto de vista taxonômico devido a grande similaridade morfológica
entre elas. A partir de dados morfológicos e citogenéticos, espécies como A. scabripinnis
e A. fasciatus foram consideradas “complexos de espécies” como o “complexo
scabripinnis” e complexo fasciatus”, respectivamente. Estima-se que o complexo A.
scabripinnis seja composto de 17 espécies, incluindo A. paranae. Portanto, o presente
estudo teve por objetivo caracterizar citogenéticamente duas espécies identificadas como
Astyanax aff paranae e Astyanax aff. fasciatus que ocorrem em simpatria no córrego Itiz,
localizado no município de Marialva (PR). Os exemplares de A. aff paranae apresentaram
duas formas cariotípicas; cariótipo A com 2n = 50 e fórmula cariotípica de
8m+22sm+6st+14a (NF= 86) e cariótipo B com 2n= 50 +1 sendo 12m+16sm+6st+16a
(NF=84) e um metacêntrico grande caracterizado como cromossomo B. Os cariótipos A
e B revelaram um sistema de NORs múltiplas (Ag-NORs e FISH 18S), contendo seis
cromossomos portadores dos sítios de DNAr, cujos pares não são equivalentes entre as
formas cariotípicas. FISH com sondas de DNAr 5S revelaram dois pares marcados no
cariótipo A e somente um par na forma cariotípica B. Espécimes do cariótipo A (2n=50)
apresentaram poucos blocos de heterocromatina constitutiva (banda C positiva)
distribuídos pelas regiões centroméricas, pericentroméricas e teloméricas dos
cromossomos, enquanto que no cariótipo B os blocos teloméricos e pericentroméricos
apresentaram-se mais fortemente corados na maioria dos cromossomos, destacando-se o
cromossomo B totalmente heterocromático. Astyanax. aff fasciatus apresentou 2n=48
sendo 8m+22sm+6st+12a (NF= 84) e Ag-NORs múltiplas (2 pares de submetacêntricos
e um par de subtelocêntricos). Nesta espécie os blocos heterocromáticos apresentaram-se
bem definidos e conspícuos nas regiões terminais de seis pares cromossômicos. As
diferenças cariotípicas intraespecíficas relatadas em A. aff paranae do córrego Itiz
sugerem que as mesmas possam representar duas possíveis espécies. Com relação a A aff.
fasciatus sua estrutura cariotípica é divergente de outras populações previamente
estudada, constituindo assim um novo dado para este complexo o qual deverá subsidiar
futuras revisões taxonômicas nesta espécie. Os dados obtidos no presente estudo
acrescentam informações importantes sobre a biodiversidade da ictiofauna ainda pouco
conhecida para pequenos rios, riachos e córregos da bacia do rio Ivaí nas proximidades
de Maringá.
Órgão Financiador: CAPES/CNPq/FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA-UEM
19
(Nº 007) DESCRIÇÃO CITOGENÉTICA DE UM NOVO SISTEMA DE
CROMOSSOMOS SEXUAIS DO TIPO ZZ/ZW EM Ancistrus sp.
(LORICARIIDAE: ANCISTRINI)
Franciele Tormes¹, Gabriela Zavan¹, Rafhael Machado Lopes¹, Karina Heberle¹ &
Vanessa Bueno¹
1. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Santa Helena-PR.
Loricariidae é a maior família da ordem dos Siluriformes, com cerca de 960 espécies. A
tribo Ancistrini teve grandes mudanças na sua filogenia, devido a análises moleculares
recentes. No presente trabalho foi analisada uma espécie: Ancistrus sp. (tribo Ancistrini,
duas fêmeas e dois machos, provenientes de um afluente do rio Paraná, Santa HelenaPR). Para a obtenção dos resultados, foram utilizadas três técnicas, coloração por Giemsa,
bandamento C e impregnação por nitrato de prata. Ancistrus sp. apresentou 2n=50
cromossomos, sendo 15m+12sm+5st+18a na fêmea, e 14m+12sm+4st+20a no macho.
Foram verificadas AgRONs simples, com marcações no braço curto de um cromossomo
submetacêntrico. As espécies de Ancistrus já analisadas até o momento apresentam
AgRONs simples. O material análisado possui pouca heterocromatina. A banda C
evidenciou regiões heterocromáticas em grande parte dos cêntromeros, e nas regiões
organizadoras de nucléolo. O número diplóide é igual em ambos os sexos, e pode-se
observar que a maior parte de cromossomos é do tipo acrocêntrico. Devido a algumas
mudanças na filogenia molecular de Loricariidae, a tribo Ancistrini foi dividida em vários
clados. Existe variação na fórmula cariotípica entre espécies com o mesmo número
diploide, inclusive entre populações da mesma espécie. Ancistrus sp. possui uma fórmula
cariotípica diferente entre os sexos analisados. A diferença está no cariótipo da fêmea,
que possui um par de cromossomos onde um dos cromossomos é metacêntrico e o outro
é subtelocêntrico, então podemos verificar um sistema de cromossomos sexuais do tipo
ZZ/ZW. Na espécie de Ancistrus analisada, o sistema sexual se originou a partir de uma
inversão pericêntrica em um dos cromossomos do par 1. De forma geral, a origem dos
sistemas do tipo ZZ/ZW está frequentemente relacionada à heterocromatina, o que se
diferencia de Ancistrus sp., que possui a inversão em um dos cromossomos do par. O
gênero Ancistrus possui uma grande variação na quantidade de cromossomos, que varia
de 2n=34 a 2n=54 cromossomos. O sistema de cromossomos sexuais ZZ/ZW já foi
descrito em algumas espécies de Ancistrus como Ancistrus ranunculus (2n=48
cromossomos), Ancistrus sp. 8 (2n=44 cromossomos), Ancistrus sp. Macoari (2n=46
cromossomos), Ancistrus sp. Piagaçu (2n=52 cromossomos). Ainda são necessários mais
estudos para identificar a origem e evolução deste sistema de cromossomos sexuais,
através da técnica de hibridização in situ com sondas feitas através da microdissecção do
cromossomo W.
20
(Nº 008) CARACTERIZAÇÃO DOS CROMOSSOMOS DE Hoplias malabaricus
Bloch 1794 (CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) DA BACIA DO RIO
SEPOTUBA, MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA – MATO GROSSO
Vanessa Melato da Silva¹, Cristiano Neves do Nascimento¹, Waldo Pinheiro Troy¹
1.Universidade do Estado de Mato Grosso -UNEMAT, Campus de Tangará da Serra,
Mato Grosso;
Hoplias malabaricus, popularmente conhecido como lobó ou traíra, é um peixe cujo o
corpo é alongado e possui manchas irregulares ou em forma de V, nadadeira dorsal com
12 a 15 raios, dentes caniniformes e língua áspera. Pertence à família Erythrinidae, que
tem em Hoplias o gênero que possui maior número de espécies, com ampla distribuição
em toda a América do Sul. Os dados citogenéticos disponíveis até o momento tem
colaborado para o entendimento da evolução cariotípica deste complexo de espécies que
possui uma grande diversidade cariotípica, com sete distintos citótipos (A, B, C, D, E, F
e G). O presente trabalho apresenta composições cromossômicas macroestruturais de
populações de três tributários da bacia hidrográfica do rio Sepotuba, localizados no
município de Tangará da Serra. Foram analisados um total de 23 espécimes sendo 12 do
rio Russo (2 machos e 10 fêmeas), 4 do rio Queima Pé (2 machos e 2 fêmeas) e 7 do rio
Macaco (5 machos e 2 fêmeas). Os peixes foram submetidos a procedimentos
convencionais de citogenética clássica. Foi observado o número diploide modal igual a
40 cromossomos organizados em metacêntricos e submetacêntricos, sem heteromorfismo
no cromossomo sexual para todas as populações analisadas, correspondendo dessa forma
ao citótipo C. Técnicas de detecção de heterocromatina constitutiva e Ag-NOR serão
realizadas com alguns ajustes em busca de melhor ilustrar a composição cariotípica das
populações, tendo em vista que análises comparativas de populações de mesmo citótipo
em diferentes locais mostraram que o genoma de H. malabaricus se encontra em contínua
evolução, mesmo com a existência de mecanismos evolutivos capazes de evitar grandes
mudanças.
Órgão Financiador: FAPEMAT
21
(Nº 009) ANÁLISE CITOGENÉTICA DE Hoplias aimara Valenciennes 1847
(CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) DO RIO SUMIDOURO, MUNICÍPIO
DE DIAMANTINO – MATO GROSSO
Vanessa Melato da Silva¹, Cristiano Neves do Nascimento¹, Waldo Pinheiro Troy¹,
Luiz Antônio Carlos Bertollo²
1. Universidade do Estado de Mato Grosso -UNEMAT, Campus de Tangará da Serra,
Mato Grosso; 2. Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, São Carlos, São Paulo
A família Erythrinidae reúne peixes carnívoros, predadores e de corpo grosso, cuja
nadadeira caudal é arredontada e nunca bifurcada. Além disso, são peixes caracterizados
pela ausência de fontanela e nadadeira adiposa e, por possuirem dentes caniniformes na
maxila superior e inferior. Esta família é composta por três gêneros: Hoplias,
Hoplerythrinus e Erythrinus, dentre eles, Hoplias contém o maior número de espécies.
Hoplias aimara, conhecida popularmente como trairão, pode ser diferenciada
morfologicamente por uma mancha escura bem visível localizada na porção mediana da
membrana do opérculo e as margens mandibulares convergentes possuem uma abertura
na sínfise enquanto que em Hoplias malabaricus estas margens se encontram formando
um V. Do ponto de vista citogenético, a grande diversidade cariomórfica apresentada pelo
complexo Hoplias malabaricus (cariomorfos A, B, C, D, E, F e G) vai de encontro com
os dados mostrados por H. aimara (2n=50 cromossomos) até o momento, tendo em vista
que esta espécie ainda é pouco estudada. Este trabalho apresenta a constituição
cromossômica de uma população de H. aimara de um dos afluentes do rio Arinos (bacia
amazônica). Foram analisados 7 exemplares (5 machos e 2 fêmeas) provenientes do rio
Sumidouro, localizado no município de Diamantino, Mato Grosso. Os resultados obtidos
para a população mostraram um número diploide de 50 cromossomos organizados em
metacêntricos e submetacêntricos, sem heteromorfismo cromossômico como já
observado para a espécie. A heterocromatina foi observada na região centromérica de
todos os cromossomos e as Regiões Organizadoras de Nucléolo na região proximal no
braço longo de apenas um par de cromossomos submetacêntricos. Estes dados são
similares ao já encontrados na literatura e contribuem para o melhor conhecimento sobre
os cromossomos da espécie H. aimara, auxiliando no entendimento da evolução
cromossômica deste grupo, que experimenta uma aparente estabilidade cariotípica ainda
não presenciada na família Erythrinidae. O aumento no conhecimento citogenético de um
maior número de populações desta espécie em diferentes locais/bacias poderá corroborar
tal hipótese ou, por outro lado, refuta-la.
Órgão Financiador: FAPEMAT
22
(Nº 010) DADOS CITOGENÉTICOS DE Geophagus parnaibae (Staeck &
Schindler, 2006) DA BACIA DO RIO PARNAÍBA, PI, BRASIL
Marília Cavalcante Araújo, Denize do Nascimento Menezes & Alessandra Ribeiro
Torres
Universidade Estadual do Piauí, Campus Alexandre Alves de Oliveira, Parnaíba, PI
Email para contato: [email protected]
Geophagus parnaibae é um peixe da familia Cichlidae, endêmico da bacia do Rio
Parnaiba. Conhecidos popularmente como acará ou cará, habitam fundos arenosos em
córregos e pequenos rios. Alimentam-se de matéria vegetal (principalmente sementes) e
larvas de insetos aquáticos. Nos peixes os estudos citogenéticos podem ser usados como
excelente ferramenta para a associação com dados de morfologia, biogeografia,
comportamento e genética molecular, e com isso chegar o mais próximo de uma real
história evolutiva desses organismos. Estudos citogenéticos em Geophagus desta bacia
são inexistentes. Desta forma, objetivou-se com este trabalho determinar o número
diplóide e o sistema de NORs (Região Organizadora de Nucléolo) da população de
Geophagus parnaibae na Barragem de Piracuruca (PI). Foram utilizados 10 espécimes,
coletados na Barragem do Rio Piracuruca (bacia do Rio Parnaíba), para a obtenção de
cromossomos mitóticos. Utilizando a técnica convencional de coloração por Giemsa,
verificou-se um número diplóide de 48 cromossomos, condição esta, compartilhada com
outras espécies do gênero Geophagus, mostrando uma elevada estabilidade no número de
cromossomos na família Cichlidae. A impregnação dos núcleos com nitrato de Prata,
evidenciou mais de dois nucléolos em um grande número dos núcleos observados,
indicando a presença de mais de um par de cromossomos marcados, caracterizando assim,
NOR múltipla em contraste com as outras espécies deste gênero, que apresentam NOR
simples. O número cromossômico de Geophagus parnaibae é reportado pela primeira vez
neste trabalho. Esta espécie não mostrou variação cromossômica nos indivíduos
amostrados, porém diferiu das características da NOR e do NF, sugerindo com isso que a
espécie pode ser considerada mais atual.
Órgãos financiadores: UESPI, FAPEPI
23
(Nº 011) DESCRIÇÃO DO NÚMERO DE CROMOSSOMOS E REGIÕES
ORGANIZADORAS DE NUCLÉOLO (NORs) EM PEIXES DO GÊNERO
Leporinus, DA POPULAÇÃO DO RIO IGARAÇU – DELTA DO PARNAÍBA (PI)
Lucas Carvalho Mororó, Emilane Maria dos Reis Santana e Alessandra Ribeiro
Torres
Universidade Estadual do Piauí, Campus Alexandre Alves de Oliveira, Parnaíba,
PI
Email para contato: [email protected]
Apesar da diversidade de peixes que possuem na ictiofauna de água doce do planeta, as
descritas citogeneticamente são bastante escassas. Os estudos realizados nesta área, são
muito importantes, pois contribuem para o conhecimento da biologia, sistemática e
evolução dos peixes. A ordem dos Characiformes representa uma boa parte da diversidade
da ictiofauna neotropical do Brasil. Nela encontramos a família Anostomidae que possui
cerca de 12 gêneros e no mínimo 137 espécies, incluindo o gênero Leporinus que possuem
em média 60 espécies. A espécie Leporinus friderici é encontrada desde o sul da América
Central até o norte da Argentina. Esta espécie mostra pequena variação numérica e
estrutural dos cromossomos. Este trabalho tem como objetivo principal caracterizar
citogeneticamente a população de Leporinus friderici do Rio Igaraçu da cidade de
Parnaíba – Piauí. Foram utilizadas quatro fêmeas para obtenção dos cromossomos
mitóticos, no intuito de determinar o número de cromossomos e número fundamental
(NF). Para isso, aplicou-se a técnica de obtenção de cromossomos mitóticos, com
coloração convencional de Giemsa e impregnação por nitrato de Prata para localizar as
regiões organizadoras de nucléolos (AgNORs). O número diplóide observado foi de 54
cromossomos com a presença de cromossomos sexuais do sistema ZW, o número
fundamental foi igual a 108 e o sistema de AgNOR simples. Estes resultados quando
comparados com os dados de populações do gênero Leporinus de outras regiões do Brasil,
nos permitem revalidar a teoria de que citogenéticamente, este gênero é muito
conservado.
Órgãos financiadores: UESPI, FAPEPI
24
(Nº 012) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Pterygoplichthys ambrosetti
(LORICARIIDAE: HYPOSTOMINAE) DE SANTA HELENA, PARANÁ
(BACIA DO RIO PARANÁ)
Gabriela Zavan¹, Franciele Tormes¹, Rafhael Machado Lopes¹ Karina Heberle &
Vanessa Bueno¹
1. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Santa Helena-PR.
A subfamília Hypostominae, contida na família Loricariidae, sofreu algumas mudanças
em sua filogenia recentemente. O gênero Pterygoplichthys, que antes era o único gênero
alocado na tribo Pterygoplichthini, agora foi incluído na tribo Hypostomini, junto a
Hypostomus e Hemiancistrus. Vulgarmente conhecidos como cascudos, a maneira mais
prática para o reconhecimento do gênero é pelo número de raios na nadadeira dorsal, que
possui dez raios ou mais. No atual trabalho foi analisada a espécie Pterygoplichthys
ambrosetti (dois machos e seis fêmeas), coletada na região de Santa Helena, Paraná (bacia
do alto Paraná), utilizando as técnicas de coloração por Giemsa, impregnação por nitrato
de prata e bandamento C. Nas amostras, tanto de machos quanto de fêmeas, foram
observados 2n=52 cromossomos, com 28 metacêntricos, 12 submetacêntricos, 08
subtelocêntricos e 04 acrocêntricos. Por meio da impregnação por nitrato de prata foram
observadas RONs simples na região instersticial, com uma marcação maior em um dos
cromossomos. Vários cromossomos apresentaram heterocromatina na região terminal ou
subterminal, com diversos blocos conspícuos. Também foi observada heterocromatina na
região centromérica, porém os blocos nesta região apresentaram coloração mais pálida.
Há um par em particular que apresenta heterocromatina tanto na região terminal quanto
na região intersticial do cromossomo, provavelmente associado à presença de DNAr. Em
todas as espécies do gênero analisadas até o momento foi observado o número diplóide
de 52 cromossomos. Com a nova reorganização das espécies, os gêneros agrupados na
tribo Hypostomini apresentam, apesar de suas morfologias relativamente semelhantes,
uma diferença grande no número diploide, com uma variação de 2n=52 até 2n=84
cromossomos na tribo. O gênero Hypostomus apresenta, assim como Pterygoplichthys,
diferentes fórmulas cromossômicas para cada espécie, porém, enquanto não há variação
no número diploide em Pterygoplichthys, em Hypostomus há espécies com 2n=54 a
2n=84 cromossomos. Quanto ao gênero Hemiancistrus, não é possível fazer comparações
pois nenhuma espécie foi analisada citogeneticamente. Segundo alguns taxonomistas,
Liposarcus anisitsi e Pterygoplichthys anisitsi são sinônimos de P. ambrosetti, apesar
disso, há divergências na fórmula cromossômica entre as populações analisadas. Isso
pode ser decorrente de diferentes interpretações dos cariótipos ou da existência de
divergências entre as populações. Apesar do atual trabalho, ainda são necessários mais
estudos sobre Pterygoplichthys para maiores esclarecimentos sobre sua nova posição na
tribo Hypostomini.
Órgãos financiadores: CNPq
25
(Nº 013) REDUCED KARYOTYPES DERIVED BY CENTRIC FUSIONS IN
Dascyllus (POMACENTRIDAE, PERCIFORMES)
Nuntaporn Getlekha1; Wagner Franco Molina2; Marcelo de Bello Cioffi3; Cassia
Fernanda Yano3, Nuntiya Maneechot1; Luiz Antônio Carlos Bertollo3, &
Alongklod Tanomtong1
1 Department of Biology, Faculty of Science, Khon Kaen University, Muang, KhonKaen
40002, Thailand; 2. Departamento de Biologia Celular e Genética, Centro de
Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brazil; 3.
Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São CarlosSP, Brazil
Dascyllus genus has 11 species spread over vast regions of western Indo-Pacific. Together
with Chromis, these genera make up the Chrominae subfamily. Cytogenetic studies in
these fishes have revealed drastic reduction in the diploid number due to centric fusions’
events. We analyzed the karyotypes of D. trimaculatus and D. carneus from the Thailand
Gulf and D. melanurus and D. aruanus from the Andaman Sea by conventional
cytogenetic methods (Giemsa staining, C-banding and ag-NORs) and by fluorescence in
situ hybridization (FISH) of six repetitive DNA sequences, including 18S and 5S rDNAs,
(TTAGGG)n sequences and CA15, GA15 and CAA10 microsatellites. D. trimaculatus, D.
carneus and D. melanurus showed 2n = 48 chromosomes (2st + 46a), and D. aruanus
showed only 2n = 30 chromosomes (18m + 2st + 10a). The heterochromatic regions were
located in the centromeric regions of most chromosome pairs and also colocalized with
Ag-NORs. The 18S rDNA site was located in the short arms of the only subtelocentric
pair in all species. However, while the 5S rDNA site was highlighted in the short arms of
the acrocentric pair 18 in D. trimaculatus, D. carneus and D. melanurus, it was found in
the centromeric region of the large metacentric pair 9 in D. aruanus. In addition, the
chromosomal mapping of telomeric sequences in D. aruanus showed evident signals in
the centromeric region of four metacentric pairs, one of which with an additional
interstitial site on the long arms. The microsatellite sequences were preferentially
distributed along the chromosomes of all species. The comparative analyzes of the
karyotype structure of the four Dascyllus species, togheter with the distribution of
repetitive DNA markers on chromosomes, confirm that centric fusions have played a
major role in the karyotype evolution of this genus.
Financial Support: Development and Promotion of Science and Technology talents
project (DPST)
26
(Nº 014) ESTUDO CROMOSSÔMICO EM Astyanax pirapuan
(CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA SERRA DE SÃO VICENTE - MT
Thais Kelly Souza Teixeira da Silva¹, Sandra Mariotto² , Paulo Cesar Venere¹,
Daniela Cristina Ferreira¹ & Liano Centofante¹
1. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT
2. Instituto Federal de Mato Grosso – Campus Bela Vista – Cuiabá-M
Email: [email protected]
Os peixes, por se encontrarem na posição basal da filogenia dos vertebrados, constituem um
grupo propicio a estudos citogenéticos e evolutivos. Nos últimos anos a utilização de novas
técnicas para análise cromossômica tem possibilitado a citogenética contribuir mais
efetivamente não só para análises filogenéticas e taxonômicas, como para uma maior
compreensão da estrutura cromossômica. Dentre os membros da família Characidae os
representantes do gênero Astyanax ganham certo destaque por ser um dos mais especiosos
da região neotropical. Astyanax pirapuan foi descrito recentemente em 2011. Trata-se do
primeiro registro de um representante do complexo de “Astyanax scabripinnis” para a Bacia
do Paraguai. Com a finalidade de analisar citotaxonomicamente esta espécie, foi realizada
coleta no Córrego Arica na Serra de São Vicente – MT. Foram coletados 11 indivíduos (6
machos e 5 fêmeas). Para obtenção cromossômica foi utilizada a técnica de preparação direta
de air drying. O número diploide observado foi de 2n=50 cromossomos, sendo a fórmula
cariotípica constituída por 6m+14sm+12st+18a. As Região Organizadora de Nucléolos
(RON’s) evidenciaram um sistema de RON’s múltiplas observadas na região telomérica do
braço maior em um dos cromossomos homólogos do par 11 e na região telomérica do braço
menor no par 13 e em um dos cromossomos homólogos do par 19. As regiões de
heterocromatina constitutiva obtidas através de bandamento C foram evidenciadas em
regiões pericentromérica, intersticiais e telomérica com bloco mais conspícuo no braço
maior do par 11, coincidente com a RON. Os resultados obtidos irão contribuir para o
entendimento nas relações evolutivas dentro do grupo. O conhecimento das comunidades de
peixes de cabeceiras se faz necessário devido ao endemismo encontrado nessas regiões o
que pode estar contribuindo para o isolamento de populações e consequentemente
direcionando para eventos de especiação.
Órgão Financiador: FAPEMAT
27
(Nº 015) DESCRIÇÃO DE CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR EM
Astyanax asuncionenses (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA CHAPADA
DOS GUIMARÃES, MT
Thais Kelly Souza Teixeira da Silva¹, Paulo Cesar Venere¹, Daniela Cristina Ferreira¹
Sandra Mariotto² & Liano Centofante¹
1. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT
2. Instituto Federal de Mato Grosso – Campus Bela Vista – Cuiabá-MT
Email: [email protected]
O gênero Astyanax atualmente encontra-se inserido em Incertae Sedis pois não possuem
uma sistemática bem definida. Apesar de o gênero possuir uma grande quantidade de
espécies semelhantes morfologicamente entre si, é um grupo caracterizado pela grande
variabilidade cariotípica. Diante desta diversidade, estudos citotaxonômicos tem
apontado para “complexos de espécies” em Astyanax, o que torna o grupo propicio à
estudos evolutivos. Possui aproximadamente 140 espécies já conhecidas com ampla
distribuição geográfica entre a América Central e do Sul. Para a bacia do Paraguai são
descritas cinco espécies, entre elas Astyanax asuncionenses, que faz parte do complexo
“bimaculatus”. Riachos ou córregos formadores das grandes bacias hidrográficas tem
demonstrado um grande interesse científico pela diversidade ictiológica que tem sido
encontrada, onde na maioria dos casos tem sido evidenciado espécies novas. Com o
intuito de contribuir com informações citotaxonomicas em Astyanax, o presente trabalho
tem como objetivo caracterizar citogenéticamente A. asuncionenses provenientes do
Córrego do Soberbo, que é um dos afluentes da margem esquerda do rio Cuiabá. Para
isso, 24 indivíduos (6 machos e 18 fêmeas) foram submetidos a técnicas de citogenética
clássica e citogenética molecular. Esta população apresentou número diploide de 2n=50
cromossomos com fórmula cariotípica 6m+12sm+16st+16a. As Região Organizadora de
Nucléolos (RON’s) evidenciaram um sistema de RON’s simples, e seu posicionamento
está na região telomérica do braço menor do par 12. As regiões de heterocromatina
constitutiva obtidas através de bandamento C foram evidenciadas em regiões
pericentromérica, intersticiais e telomérica com bloco mais conspícuo no braço menor do
par 12, coincidente com a RON. A hibridação in situ evidenciou dois cistrons de rDNA
5S em região pericentromérica deu par submetacêntico e cistrons simples de rDNA 18S
no braço curto do par cromossomo 12. Estes resultados, quando comparados com os
disponíveis na literatura, mostra características específicas em relação a fórmula
cariotípica e localização dos sítios de DNAr 5s e 18S, bem como o padrão de distribuição
da heterocromatina constitutiva. Isto evidencia que eventos envolvendo rearranjos
cromossômicos não-robertsonianos estariam contribuindo para a diferenciação entre as
populações de A. asuncionenses.
Financiamento: FAPEMAT
28
(Nº 016) ANÁLISE CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR EM Astyanax cf.
paris E A. laticeps (CHARACIDAE: INCERTAE SEDIS) PROVENIENTES DA
BACIA DO ALTO RIO URUGUAI, BRASIL
Mariane Gavazzoni1, Gisele Gemi1, Simone Cristina Girardi2, Leonardo
Marcel Paiz2, Carlos Alexandre Miranda Oliveira3, Weferson Junio da Graça2,3 &
Vladimir Pavan Margarido1,2
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Cascavel-PR; 2. Universidade Estadual de Maringá, Pós-Graduação em Biologia
Comparada, Maringá- PR; 3. Universidade Estadual de Maringá, Núcleo de Pesquisas
em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupélia), Maringá-PR.
Astyanax compreende um grupo complexo com ampla distribuição geográfica e
diversidade de espécies, tornando-se um gênero interessante para estudos sistemáticos e
evolutivos. Apesar dos esforços embasados em análises morfológicas e moleculares,
atualmente Astyanax está alocado em incertae sedis devido à falta de monofiletismo,
formando dois novos ramos na filogenia de Characidae: “clado Astyanax” e “clado
Astyanax paris”. Análises citogenéticas básicas e moleculares foram realizadas em duas
espécies (Astyanax cf. paris e A. laticeps) coletadas no rio Ijuí, Bacia do Alto rio Uruguai.
Astyanax cf. paris apresentou 2n=50 cromossomos (6m+24sm+8st+12a), RONs
múltiplas (Ag- e 18S rDNA-FISH), blocos de heterocromatina conspícuos em
cromossomos acrocêntricos e pálidos em alguns cromossomos do complemento, e
cístrons múltiplos de 5S rDNA em posição centromérica nos pares 2 e 21 e intersticial
em um dos cromossomos do par 6. Astyanax laticeps apresentou 2n=50 cromossomos
(8m+24sm+6st+12a), RONs simples (Ag- e 18S rDNA-FISH), blocos de heterocromatina
conspícuos em cromossomos acrocêntricos e coincidentes com as RONs, e cístrons
múltiplos de 5S rDNA em posição centromérica nos pares 2 e 21. Os resultados (2n=50
e primeiro par de metacêntricos grandes) se assemelham aos registrados para a maioria
das espécies do gênero. Astyanax laticeps apresentou divergências quanto ao padrão de
distribuição de heterocromatina e cístrons de 18S rDNA quando comparado com outra
população do sistema da Laguna dos Patos, sendo estes os primeiros dados para 5S rDNA.
Cístrons múltiplos de 5S rDNA são comuns no complexo A. scabripinnis e em outras
espécies do gênero, e tem se mostrado uma importante ferramenta para diagnose de
espécies e para hipóteses de relações de parentesco dentro do grupo, bem como o padrão
de distribuição da heterocromatina e cístrons 18S rDNA. Astyanax paris não possui dados
cromossômicos e atualmente está alocada fora do “clado Astyanax” devido a diferenças
de alguns caracteres que são compartilhados por outras espécies do gênero, como a
ausência de ganchos ósseos na nadadeira anal de machos adultos e presença de vários
dentes superiores em A. paris, tendo sido proposto a retirada da espécie do gênero.
Entretanto, os dados citogenéticos do presente estudo evidenciam grande similaridade
cariotípica com outras espécies de Astyanax, principalmente com espécies do complexo
A. scabripinnis.
Órgão Financiador: CNPq; CAPES; Fundação Araucária; Fundação Parque Tecnológico
Itaipu - C&T+I; UNIOESTE; UEM.
29
(Nº 017) ESPÉCIES MORFOLOGICAMENTE CRÍPTICAS DE Astyanax BAIRD
& GIRARD 1854 DIAGNOSTICADAS ATRAVÉS DE CARACTERES
CITOGENÉTICOS
Mariane Gavazzoni1, Leonardo Marcel Paiz2, Carlos Alexandre Miranda
Simone Pavanelli2,3, Weferson Junio da Graça2,3 & Vladimir Pavan
Margarido1,2
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Cascavel-PR; 2. Universidade Estadual de Maringá, Pós-Graduação em Biologia
Comparada, Maringá- PR; 3. Universidade Estadual de Maringá, Núcleo de Pesquisas
em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupélia), Maringá-PR.
Oliveira3 Carla
Astyanax compreende um grupo de peixes de pequeno porte conhecidos popularmente
como “lambaris”, com aproximadamente 150 espécies que ocorrem do Sul dos Estados
Unidos até a região Central da Argentina. É considerado um taxon polifilético que
compreende espécies com formas bastante semelhantes e delimitações taxonômicas
pouco detalhadas, o que dificulta a identificação e o estabelecimento de relações
filogenéticas dentro do gênero. Também há a presença de espécies crípticas e alguns
complexos (grupos de espécies que compartilham características morfológicas em
comum), cujas filogenias nunca foram testadas. Análises citogenéticas básicas e
moleculares foram realizadas em quatro espécies de Astyanax pertencentes ao grupo A.
bimaculatus: Astyanax abramis e Astyanax asuncionensis coletadas no rio Iguaçu, jusante
às Cataratas do Iguaçu (Bacia do Médio-Baixo rio Paraná), Astyanax altiparanae coletada
no rio Paraná (Bacia do Alto rio Paraná) e Astyanax jacuhiensis coletada no rio Ijuí (bacia
do Alto-Médio rio Uruguai). Astyanax abramis apresentou número diplóide de 50
cromossomos (4m+30sm+8st+8a) e RONs simples (par 22), A. asuncionensis apresentou
2n = 50 cromossomos (8m+24sm+6st+12a) e RONs simples (par 20), A. altiparanae
exibiu 2n = 50 cromossomos (6m+28sm+4st+12a) e RONs simples (par 20), e A.
jacuhiensis exibiu 2n = 50 cromossomos (8m+28sm+6st+8a) e RONs simples (par 22).
FISH com sondas de 5S rDNA evidenciou cístrons simples para A. altiparanae e A.
asuncionensis, e múltiplos para A. abramis e A. jacuhiensis (4 cístrons), sendo este um
marcador espécie-específico. O padrão de distribuição da heterocromatina se mostrou
distinto para cada espécie, porém com predomínio de heterocromatina pálida
pericentromérica em A. altiparanae e A. jacuhiensis, e heterocromatina centromérica e
intersticial-proximal em A. abramis e A. asuncionensis, que também apresentaram o
primeiro par de cromossomos acrocêntricos com heterocromatina centromérica,
intersticial-proximal e telomérica no braço longo, que pode representar homeologia entre
A. abramis e A. asuncionensis. Os resultados mostraram que apesar de algumas
similaridades citogenéticas, as diferenças na macro e micro estrutura cariotípica permitem
a detecção de cariótipos espécie-específicos que podem servir para diferenciação das
espécies crípticas A. altiparanae e A. jacuhiensis, e A. abramis e A. asuncionensis, e
contribuir na identificação de grupos filogeneticamente próximos dentro do “clado
Astyanax”.
Órgão Financiador: CNPq; CAPES; Fundação Araucária, Fundação Parque Tecnológico
Itaipu - C&T+I; UNIOESTE, UEM.
30
(Nº 018) CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR EM SETE ESPÉCIES DE
Pimelodus Lacepède 1803 (PIMELODIDAE) DE TRÊS SISTEMAS
HIDROGRÁFICOS BRASILEIROS.
Anahiê Bortoncello Prestes1, Simone Cristina Girardi2, Leonardo Marcel Paiz2,
Gisele Gemi1, Mariane Gavazzoni1, Aline Nardelli1, Carla Simone Pavanelli2,3,
Vladimir Pavan Margarido1,2
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Cascavel, Paraná; 2. Universidade Estadual de Maringá, Pós-Graduação em Biologia
Comparada, Maringá- PR; 3. Universidade Estadual de Maringá, NUPELIA, Maringá,
Paraná.
Entre os gêneros de Pimelodidae, Pimelodus é o que possui o maior número de espécies
e o mais estudado citogeneticamente, embora menos da metade das espécies válidas
tenham sido cariotipadas. No presente estudo, P. britskii e P. ortmanni (rio Iguaçu, Bacia
do Baixo rio Iguaçu); P. mysteriosus (rio Iguaçu, Bacia do Médio rio Paraná - jusante às
Cataratas do Iguaçu); P. microstoma e P. paranaensis (rio Piquiri, Bacia do Alto rio
Paraná); P. absconditus e P. maculatus (rio Ijuí, Bacia do Alto rio Uruguai) foram
estudadas através das técnicas citogenéticas básicas (Giemsa, AgRONs e banda C) e
moleculares (5S e 18S rDNA-FISH). Todas as espécies apresentaram 2n=56
cromossomos, e as fórmulas cariotípicas observadas foram: 24m + 18sm + 8st + 6a em
P. absconditus, P. britskii, P. microstoma e P. ortmanni; 24m + 20sm + 10st + 2a em P.
maculatus; 28m + 10sm + 2st + 16a em P. mysteriosus e 22m + 22sm + 4st + 8a em P.
paranaensis. As RONs (Ag- e 18S rDNA-FISH) foram localizadas na região terminal do
braço longo de um par de cromossomos em todas as espécies estudadas, sendo que esta
condição é observada em todas as espécies de Pimelodidae e pode indicar um caracter
basal para a família. O padrão de distribuição de heterocromatina permitiu diferenciar a
maioria das espécies e pode ser um importante marcador, com exceção de P. absconditus
e P. microstoma que possuem padrão semelhante. Os sítios de 5S rDNA mostraram
variações quanto ao número e a posição. Em P. microstoma, P. ortmanni, P. maculatus e
P. absconditus esta sequência foi localizada em apenas um par de cromossomos, enquanto
P. britskii, P. mysteriosus e P. paranaensis apresentaram três pares de cromossomos
portadores destes sítios. Em Pimelodidae, a maioria das espécies possui apenas um par de
cromossomos portador de sítios de 5S rDNA; entretanto, para as espécies de Pimelodus
a prevalência é de sítios múltiplos, o que pode indicar a ocorrência de rearranjos
cromossômicos do tipo transposição/translocação durante o processo de especiação deste
grupo. Em P. britskii e P. maculatus os sítios de 5S e 18S rDNA foram localizados em
sintenia, o que pode indicar uma condição derivada, visto que são as únicas em
Pimelodidae que apresentam esta característica até o momento. Cromossomos B foram
evidenciados em P. ortmanni com variação intra e interindividual. Os resultados do
presente estudo fornecem informações que permitem estabelecer relações entre os grupos
taxonômicos de Pimelodidae, e auxiliam na compreensão da sistemática deste grupo de
peixes.
Órgão financiador: CAPES; CNPq; Fundação Araucária; Fundação Parque Tecnológico
Itaipu - C&T+I; UEM; UNIOESTE.
31
(Nº 019) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR DE
Bryconamericus aff. iheringii (CHARACIDAE, incertae sedis) DO RIO IJUÍ,
BACIA DO ALTO RIO URUGUAI
Anahiê Bortoncello Prestes1, Aline Nardelli1, Simone Poliana Bergmann1, Mariane
Gavazzoni1, Leonardo Marcel Paiz2, Jocicléia Thums Konerat1, Rafaela Maria
Moresco1, Roberto Laridondo Lui1 & Vladimir Pavan Margarido1,2
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Cascavel-PR; 2. Universidade Estadual de Maringá, Pós-Graduação em Biologia
Comparada, Maringá- PR.
Entre os gêneros de Characiformes, Bryconamericus é composto por um grande número
de espécies de pequeno porte cuja posição filogenética ainda é incerta. Estudos
citogenéticos são uma das ferramentas que auxiliam na elucidação destas lacunas,
entretanto, estudos com Bryconamericus são poucos e restringem-se à bacia do Alto rio
Paraná. No presente estudo estão contidos os primeiros dados citogenéticos para
Bryconamericus aff. iheringii da bacia do Alto rio Uruguai. Foram coletados 09
espécimes (04 machos e 05 fêmeas) no rio Ijuí, a partir dos quais foram feitas as
preparações para a obtenção dos cromossomos mitóticos, bem como técnicas para a
localização das regiões organizadoras de nucléolos, determinação do padrão de
distribuição da heterocromatina e mapeamento dos sítios de 5S rDNA e 18S rDNA. Foi
observado número de diplóide de 52 cromossomos, sendo: 10 cromossomos
metacêntricos, 16 cromossomos submetacêntricos, 14 cromossomos subtelocêntricos e
12 cromossomos acrocêntricos, sem a diferenciação de cromossomos sexuais. As RONs
(Ag- e 18S rDNA-FISH) foram localizadas no braço curto do par de cromossomos
acrocêntricos 26 e também no braço curto de um dos cromossomos do par acrocêntrico
25. Heterocromatina foi evidenciada na região centromérica de todos os cromossomos e
telomérica de alguns, corroborando os dados já descritos para outras populações. A 5S
rDNA-FISH evidenciou sítios na região proximal do braço curto do par de cromossomos
acrocêntricos 26, em sintenia com os sítios de 18S rDNA. Esta sintenia também foi
encontrada em outra população de Bryconamericus aff. iheringii, podendo representar um
marcador da espécie, uma vez que outras espécies do gênero (B. stramineus e B. turiuba)
não apresentam esta conformação. Embora o número diplóide e a distribuição de
heterocromatina sejam compartilhados por outras populações de B. iheringii, a fórmula
cariotípica e a localização das RONs mostram-se como importantes marcadores
populacionais.
Órgão financiador: CNPq; Fundação Araucária; Fundação Parque Tecnológico Itaipu C&T+I; UEM; UNIOESTE.
32
(Nº 020) NOVAS PERSPECTIVAS SOBRE A EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA
DE HYPOSTOMINAE (SILURIFORMES:LORICARIIDAE)
Vanessa Bueno da Silva¹, Jocicléia Thums Konerat², Daniel Rodrigues Blanco¹,
Cláudio Henrique Zawadzki³ & Vladimir Pavan Margarido²
1. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Santa Helena-PR; 2. Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Cascavel-PR;
3. Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biologia/Nupelia, Maringá-PR
Hypostominae é a maior subfamília de Loricariidae. Análises moleculares recentes
modificaram consideravelmente o entendimento sobre a evolução deste grupo de peixes,
permitindo novas inferências também sobre sua evolução cromossômica. No presente
trabalho foram analisadas duas espécies: Pterygoplichthys ambrosetti (tribo
Hypostomini, uma fêmea, proveniente do rio Paraná, Guaíra-PR) e Megalancistrus
parananus (clado Acanthicus, 2 machos, provenientes do rio Piquiri, Nova LaranjeirasPR). Pterygoplichthys ambrosetti apresentou 2n=52 cromossomos, com
16m+24sm+8st+4a. Megalancistrus parananus apresentou 2n=52 cromossomos com
18m+24sm+10st. Antes da publicação da filogenia molecular de Loricariidae,
Hypostominae era dividida nas tribos Corymbophanini, Rhinelepini, Hypostomini,
Pterygoplichthini e Ancistrini. Atualmente, Rhinelepini foi elevada a subfamília,
Pterygoplichthini foi incluída em Hypostomini e Ancistrini foi alocada em diversos
clados. A divisão da antiga tribo Ancistrini em diversos clados resolve a problemática
gerada pela existência de um grande número de espécies com 2n=52 cromossomos
anteriormente alocadas nesta tribo em contraste com a presença de algumas espécies com
2n=54 cromossomos, considerado basal para Loricariidae, o que poderia gerar
questionamentos sobre o número diploide basal para a tribo. Todas as espécies
previamente analisadas citogeneticamente que apresentam 2n=52 cromossomos foram
relocadas em novos clados, enquanto gêneros que apresentam espécies com 2n=54
cromossomos (i.e. Ancistrus e Lasiancistrus) permanecem em Ancistrini. Nesse contexto,
M. parananus destaca-se por ser a única espécie analisada do clado Acanthicus. Todos os
clados em posição mais derivada que o clado Acanthicus também apresentam espécies
com 2n=52 cromossomos, indicando fortemente que este grupo (clado Acanthicus, clado
Hemiancistrus, Hypostomini e clado Peckoltia) apresenta um ancestral comum com este
número diploide. Em contraste, Ancistrus e Lasiancistrus continuam na tribo Ancistrini,
em posição mais basal, apresentando algumas espécies com 2n=54 cromossomos,
considerado ancestral para Loricariidae. Pterygoplichthys ambrosetti está alocada em
Hypostomini. Nesse mesmo clado está alocado Hypostomus, com 2n=64 a 2n=84
cromossomos. A presença de Pterygoplichthys na tribo Hypostomini reforça a existência
de um ancestral comum com 2n=52 cromossomos para os clados supracitados, e indica
que os eventos que levaram ao aumento no número diploide em Hypostomus ocorreram
após a diversificação dos clados, dentro de Hypostomini, o que justifica os números
diploides peculiares observados nesse gênero. Ainda existem diversos clados de
Hypostominae que não apresentam nenhuma espécie analisada citogeneticamente, sendo
possível que ainda mais clados compartilhem um ancestral comum com 2n=52
cromossomos. Estudos posteriores são necessários para uma melhor compreensão da
evolução cromossômica deste complexo grupo de peixes.
Órgão Financiador: CAPES, CNPq
33
(Nº 021) AVALIAÇÃO CITOGENÉTICA E GENOTÓXICA EM Astyanax
altiparanae (PISCES, CHARACIDAE) SUBMETIDOS AO AGROTÓXICO
DORMEX
Layon Zafra Lemos, Vera Lucia Lopes, Luciana Andréia Borin Carvalho, Ana
Luiza de Brito Portela Castro
Universidade Estadual de Maringá-PR, Departamento de Biotecnologia, Genética
Biologia Celular e [email protected]
Estudos cromossômicos têm recebido especial atenção nos últimos anos para a avaliação
da genotoxicidade de substâncias lançadas no ambiente. Em peixes efeitos genotóxicos
em espécies expostas aos diversos tipos de poluentes têm revelado aberrações
cromossômicas como, quebras cromossômicas ou cromatídicas, fragmentos acêntricos,
gaps cromatídicos, etc. Assim, o presente estudo tem por objetivo avaliar
cromossômicamente, e por meio do teste de micronúcleos em hemácias, possíveis
alterações em espécimes de A. altiparanae quando expostos ao agrotóxico Dormex. Este
agrotóxico (Classe Cianamida) é utilizado em culturas de uva, pêssego e maçã, com o
objetivo de acelerar a quebra da dormência provocando uma brotação vigorosa e
uniforme. No entanto, várias recomendações são feitas no manuseio deste produto dado
a sua toxicidade para o ambiente e saúde humana. Os testes foram realizados em 40
espécimes (35 fêmeas e 5 indivíduos com sexo indeterminado) os quais, inicialmente,
foram acondicionados e mantidos em aquários com água, aeração e temperatura ambiente,
por aproximadamente 10 dias. Após esse período, os peixes foram distribuídos em 10
aquários (10 litros de água), sendo colocados 4 indivíduos em cada um. Um dos aquários
foi estabelecido como controle negativo contendo somente água. Nos demais aquários
(9) foram adicionadas soluções de Dormex com as concentrações de 0,05, 0,1 e 0,5 ml/L.
Os peixes receberam estes tratamentos durante 24h, 48h e 72h para cada concentração.
Análise dos cromossomos mitóticos de A. altiparanae (obtidos comercialmente) revelou
2n=50 cromossomos, sendo 8m+24sm+6st+12a NF=88, cuja estrutura é coincidente com
dados prévios para esta espécie. Dentre as 55 metáfases analisadas, no grupo controle
não foram encontradas alterações cromossômicas: contudo, nas concentrações de 0,05 e
0,5 ml/L nos períodos de 24 e 48h respectivamente, encontramos uma leve
descondensação da cromatina nos braços cromossômicos em duas metáfases (1,1%),
quebras cromossômicas e gaps cromatídicos correspondendo a 2,2%. Para análise do
micronúcleo considerou-se a contagem de 1000 células/indivíduo, totalizando 4000
células analisadas. Nos peixes mantidos como controle negativo observou-se após 24h 9
células contendo um micronúcleo/célula (0,225%). Nos peixes com tratamentos as
frequências de micronúcleo ocorreram da seguinte forma: em 48h foram observados
micronúcleos nas frequências de 0,075% (em 0,05ml/L), 0,2% (0,1ml/L) e 0,125%
(0,5ml/L); em 72h observou-se micronúcleos nas frequências de 0,025% (0,05ml/L), 0,05
% (0,1ml/L) e 0,05% (0,5ml/L). Além disso, foram encontradas alterações morfológicas
nos núcleos das hemácias dos peixes, em todas as concentrações e tempos expostos ao
agrotóxico. Os resultados demonstraram a toxicidade do Dormex ao nível cromossômico
e nuclear sugerindo que esta substância ao penetrar no organismo vivo e em pouco tempo
provoca danos genéticos significativos.
Órgão financiador: CAPES/ Fundação Araucária / Programa de Pós-Graduação em
Biotecnologia Ambiental
34
(Nº 022) CONSERVATION STATUS AND CYTOGENETIC OF ACARÁ
Gymnogeophagus setequedas Reis, Malabarba & Pavanelli 1992 (CICHLIDAE:
GEOPHAGINAE), A POORLY KNOWN SPECIES FROM NEOTROPICS
Stephan Pablo Belim Motter1, Leonardo Marcel Paiz2, Lucas Baumgärtner1,
Weferson Júnio da Graça3, Carla Simone Pavanelli3 & Vladimir Pavan
Margarido1,2
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
85819-110 Cascavel, Paraná, Brazil; 2. Universidade Estadual de Maringá, Programa
de Pós-Graduação em Biologia Comparada, 87020-900 Maringá, Paraná, Brazil; 3.
Universidade Estadual de Maringá, Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e
Aquicultura (Nupélia), 87020-900 Maringá, Paraná, Brazil.
Gymnogeophagus is a monophyletic genus comprising 11 valid species, distributed in
Parana, Paraguay and Uruguay river basins and in coastal basins of Southern Brazil and
Uruguay. Among them, known popularly as Acará, Gymnogeophagus setequedas is
included on the red list of endangered species in Brazil. Cytogenetics has been an
important tool in studies of Neotropical fishes when associated with other areas of
biology, contributing to the characterization of invasive species, in biogeographic aspects
and in works related to systematic and taxonomy in several groups. In Gymnogeophagus,
basic cytogenetic data are available for only G. balzanii, G. gymnogenys and G. labiatus.
We present the rediscovery of G. setequedas in Brazil, expand its distribution to the
Iguaçu River basin (region belonging to the Iguaçu National Park), describe the first basic
and molecular cytogenetic data and provide comments on its conservation status. For
cytogenetic analyzes, 16 individuals were used (eight females and eight males), 12 from
upstream and four from downstream the Iguaçu Falls. Diploid number of 48 chromosomes
(4sm + 28st + 16a) and heterochromatin present in centromeric and pericentromeric
regions found in G. setequedas indicate conserved characters in Geophagini. Multiple
nucleolar organizing regions (Ag-staining and 18S rDNA-FISH) observed in G.
setequedas are considered apomorphic characters in Geophagini, whereas the 5S rDNA
cistrons simple and located in interstitial position of the long arm of subtelocentric
chromosomes represent a plesiomorphic character in the tribe. Regarding conservation
status, even though large populations of this species have been sampled both upstream
and downstream from the Iguaçu Falls, its threatened category does not change according
to the IUCN criteria, and G. setequedas remains categorized as endangered (EN). We
considered that the reservoir severely fragmented the population leading it to a continued
decline; therefore we strongly recommend discouraging every intention to build any sort
of dams in the Iguaçu River basin downstream from the Salto Caxias Reservoir.
Órgão financiador: CAPES; CNPq; Fundação Araucária; Fundação Parque Tecnológico
Itaipu - C&T+I; UEM; UNIOESTE.
35
(Nº 023) COMPARATIVE STUDIES BETWEEN Loricariichthys rostratus Reis &
Pereira 2000 (SILURIFORMES, LORICARIIDAE, LORICARIINAE)
POPULATIONS COLLECTED DOWNSTREAM AND UPSTREAM FROM
IGUAÇU FALLS: CYTOGENETICS AND REPRODUCTIVE FEATURES
Stephan Pablo Belim Motter1, Leonardo Marcel Paiz2, Lucas Baumgärtner1,
Mírcea Laís Vessaro da Silva1, Rafaela Maria Moresco1 & Vladimir Pavan
Margarido1,2
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, 85819-110 Cascavel, Paraná, Brazil; 2. Universidade Estadual de Maringá,
Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada, 87020-900 Maringá, Paraná,
Brazil.
Loricariichthys is a catfish genus comprising 18 species widespread throughout South
America. Loricariichthys rostratus was collected for the first time and described from
Lower Parana river, but recently it was also captured on the Iguaçu river, above Iguaçu
Falls. This fact was curious because Iguaçu Falls was originated at least 22 million years
ago, creating an insurmountable geographic barrier. Therefore, it’s suggested two
hypotheses for dispersion of L. rostratus: (1) great periods of floods increasing the Iguaçu
river levels below the falls, thus allowing them to go up the falls and (2) eggs dispersion
by waterfowls. In the present study, 7 downstream animals and 7 upstream animals from
Iguaçu Falls were analyzed. Basic and molecular cytogenetics (Giemsa staining, Cbanding, AgNORs, FISH), and scanning electron microscope to visualize the eggs outer
layer structure were used. For individuals from both populations, it was observed 2n= 54
chromosomes (10m + 16sm + 2st + 26a, FN=82). The heterochromatin was detected in
centromeric position of the majority of the chromosomes. NORs (Ag-staining and 18S
rDNA-FISH) were located in long arm of the 19th pair and 5S rDNA was found in an
interstitial site in the long arm of the 15th chromosome pair. Through cytogenetic analyses
it was established that there was no difference among upstream and downstream
populations. The eggs adhesiveness was observed through light microscopy analyses and
follows the described pattern for sedentary with parental care animals. Scanning electron
microscope analyses confirmed the adhesiveness structures on eggs shell, reinforcing the
bird’s dispersion hypothesis. It’s known that numerous aquatic birds inhabit that region
with several water behaviors that could have carried the fish eggs, directly by its ingestion
or indirectly, by having the eggs attached to its feathers, beak or even paws. It’s well
known in informal knowledge, also documented for other species that birds could carry
seeds, eggs, and even other animals across regions, from one place to another, enabling
this species to conquer new habitats.
Órgão financiador: CAPES; CNPq; Fundação Araucária; Fundação Parque Tecnológico
Itaipu - C&T+I; UEM; UNIOESTE.
36
(Nº 024) POLIMORFISMO CROMOSSÔMICO NUMÉRICO E ESTRUTURAL
em Rineloricaria aff langei (LORICARIIDAE, LORICARIINAE) DO RIO
IGUAÇU, BACIA DO RIO IGUAÇU (PR).
Andréa Cius¹, Ana Camila Prizon¹, Ligia Magrinelli Barbosa, Greicy Ellen de
Brito Ferreira¹, Leandro Ranucci¹, Luciana Andréia Borin-Carvalho¹, Carla
Andréia Lorscheider², Ana Luiza Brito Portela Castro¹.
1.Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biotecnologia, Genética e
Biologia Celular, Maringá-PR.2. Universidade Estadual do Paraná, Campus de União
da Vitória, PR.
Rineloricaria é um gênero especioso dentre os Loricariinae compreendendo 65 espécies
válidas, contudo é muito variável cariotipicamente, com dados registrados até o momento
para oito espécies. Estes dados, por sua vez, revelam uma extensa variabilidade numérica
e estrutural com uma tendência a redução do número diplóide devido a ocorrência de
rearranjos Robertsonianos do tipo fusões cêntricas. Sendo assim, o objetivo do presente
estudo foi caracterizar citogenéticamente uma população Rineloricaria aff langei,
coletados no Rio Iguaçu, município de União da Vitória (PR). Cromossomos mitóticos
de 23 exemplares (9 machos, 11 fêmeas e 3 indivíduos com sexo imaturo) desta espécie
foram obtidos pela técnica do “air drying”, corados com Giemsa e submetidos aos
diferentes bandeamentos cromossômicos: Ag-NOR, FISH com sondas de DNAr 18S, 5S,
DNA telomérico e banda C. Os estudos em Rineloricaria aff langei revelaram variações
do número diploide de 2n=64 a 68 cromossomos, com diferentes fórmulas cariotípicas
entre indivíduos cujos valores NF (número fundamental) variaram de 73 a 78. Dessa
forma, foram identificados 8 formas cariotípicas (cariótipos A - H). Sítios Ag-NOR foram
identificados na porção terminal do braço curto do primeiro par de cromossomos
subtelocêntricos confirmados pelo FISH 18S em todos os indivíduos. Os sítios de DNAr
5S foram evidenciados em posição terminal dos braços curtos do par 8 (acrocêntrico) em
todas as formas cariotípicas. No entanto, sítios adicionais foram evidenciados envolvendo
cromossomos acrocêntricos, sendo o par 13 nos cariótipos D, G e H, e par 23 nos
cariótipos B e C, e na forma cariotípica com 2n=64 (cariótipo H) foram evidenciados
além do par 8,e 13, um sítio de DNAr 5S na região centromérica de um dos homólogos
do par 2 (metacêntrico). Blocos heterocromáticos foram localizados, preferencialmente
nas regiões centroméricas porém, destacou-se um extenso bloco coincidente com a região
Ag-NOR, sugerindo, portanto que esta heterocromatina esteja intercalada entre os sítios
ribossomais. Os resultados de FISH com sonda de DNA telomérico revelaram sítios
intersticiais teloméricos (ITS) em quatro cariótipos (B, D, E e F) sugerindo assim,
evidências de fusões cêntricas. Além disso, a manutenção deste polimorfismo está sendo
garantida pelos cruzamentos entre os indivíduos, com formação de gametas viáveis e que
se perpetuam na população dado as características comportamentais sedentárias desta
espécie.
Órgão financiador: CAPES/PBC/UEM
37
(Nº 025) ANÁLISE CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR EM
Moenkhausia bonita (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA SUB-BACIA DO
RIO IVAÍ, CIANORTE-PR.
Leandro Ranucci1, Ligia Magrinelli Barbosa1, Greicy Ellen de Brito
Ana Camila Prizon1, Andrea Cius1, Luciana Andreia Borin Carvalho1,
Isabel Cristina Martins dos Santos1, Ana Luiza de Brito Portela-Castro1
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biotecnologia,
Genética e Biologia Celular, Avenida Colombo, 5790, 87020-900 Maringá, Paraná,
Brasil.
Ferreira1,
O gênero Moenkhausia consta atualmente com 76 espécies descritas e ainda é um grupo
pouco estudado sob o ponto de vista citogenético. Moenkhausia bonita foi descrita a partir
de exemplares coletados no Rio Baía Bonita, Bacia do Rio Paraguai na cidade de Bonito
– MS, esta espécie tem sido encontrada também em rios da Bacia do Paraná (Paraná).
Portanto o presente trabalho teve por objetivo estudar citogeneticamente espécimes de
Moenkhausia bonita coletadas no rio dos Índios, Sub-bacia do Rio Ivaí, Bacia do Rio
Paraná, localizado no município de Cianorte-PR. A análise compreendeu a detecção do
número diploide, fórmula cariotípica, detecção dos sítios de Ag-NOR, padrão de banda
C e FISH com sondas de DNAr 18S e 5S. M. bonita apresentou um valor 2n=50
cromossomos com fórmula cariotípica constituída de 14m+24sm+8st+4a, NF=96. Além
disso, 56,92% das metáfases apresentaram 1 cromossomo extra pequeno do tipo
metacêntrico caracterizando o cromossomo B. A NOR foi evidenciada no par 4 (m), em
posição terminal do braço curto, cuja região mostrou-se fluorescente com o FISH 18S.
Os sítios de DNAr 5S foram visualizados em 4 pares cromosômicos: dois pares de
submetacêntricos (8, 14) e em dois pares de subtelocêntricos (20 e 22), localizados em
posição percientromérica estendendo-se por todo o braço curto em alguns casos. A banda
C revelou pouca heterocromatina no cariótipo de M. bonita com blocos discretos em
regiões teloméricas e pericentroméricas de alguns cromossomos, destacando-se o par 4
(Ag-NOR). M. bonita compartilha dados cromossômicos com outras espécies do gênero
como número diplóide (48-50), número fundamental elevado (88-100), NOR simples e
ocorrência de cromossomos supranumerários. Ainda são poucas as espécies de
Moenkhausia estudadas quanto ao número de distribuição de sítios de DNAr (18S e 5S).
Por exemplo, em Moenkhausia sanctaefilomenae foram identificados 12 sítios de DNAr
18S e ainda presença destes sítios em microcromossomos B. Com relação aos sítios de
DNAr 5S não há dados para este gênero. Este estudo representa uma importante
contribuição ao gênero adicionando informações citogenéticas completas e com dados
inéditos para M. bonita fornecendo subsídios para futuros estudos taxonômicos e
evolutivos em peixes neotropicais.
Órgão financiador: CAPES e Programa de Pós-Graduação em Genética e MelhoramentoUEM.
38
(Nº 026) CITOGENÉTICA BÁSICA E MOLECULAR DE Parauchenipterus
striatulus Steindachner, 1877 (SILURIFORMES, AUCHENIPTERIDAE) DA
BACIA DO RIO DOCE - MG.
Simone Poliana Bergmann¹, Vladimir Pavan Margarido¹, Roberto Laridondo Lui1,
Dayane Petik dos Santos1, Roberto Ricardo Kemfer1, Anahiê Bortoncello Prestes1,
Aline Nardelli1
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e Saúde,
Cascavel-PR.
Parauchenipterus striatulus é uma espécie da família Auchenipteridae, popularmente
conhecidos como bagres de médio porte. Esta família apresenta cerca de 110 espécies que
são restritas a região Neotropical e, no território brasileiro, 74 espécies já foram
registradas. Durante as últimas décadas, Parauchenipterus tem enfrentado problemas
referentes à sua validação, tendo em vista que por alguns autores este táxon é considerado
sinônimo de Trachelyopterus. Esta espécie é encontrada apenas nos sistemas costeiros da
região leste do Brasil, tendo como limite sul o rio Paraíba do Sul, e o limite norte,
aparentemente, o rio Paraguaçu. Neste estudo, 12 espécimes, sendo sete machos e cinco
fêmeas, foram coletados na Bacia rio Doce, que tem como formadores os rios Piranga e
Carmo, localizados no estado de Minas Gerais, região sudeste do Brasil, para serem
analisados através de metodologias citogenéticas. Foram realizadas preparações para a
obtenção da suspensão de cromossomos mitóticos metafásicos, com posterior análise por
Giemsa, determinação das regiões heterocromáticas, impregnação pelo nitrato de prata,
dupla coloração DAPI e CMA3, e hibridização in situ fluorescente (FISH) com sondas de
rDNA 5S e 18S. Observou-se, portanto, que Parauchenipterus striatulus apresenta
número diploide de 58 cromossomos, com a fórmula cariotípica contendo 18
cromossomos metacêntricos, 22 submetacêntricos, 10 subtelocêntricos e 8 acrocêntricos.
A heterocromatina foi encontrada na região terminal da maioria dos cromossomos e as
Ag-RONs foram localizadas na posição terminal do braço curto do par subtelocêntrico
23. A coloração por DAPI-CMA3 demonstrou marcação CMA3 positiva intercalar às
RONs. O rDNA 5S apresentou marcação em região intersticial no braço longo de um
cromossomo submetacêntrico e o sítio de rDNA 18S foi coincidente às Ag-RONs. A
análise cromossômica dessa espécie sugere que a organização genômica deste gênero é
pouco variante quando comparado a outra espécie estudada, P. galeatus, estando
relacionada apenas a fórmula cariotípica e número de sítios de rDNA 5S. Os dados
obtidos somado as outras espécies deste clado poderão auxiliar na problemática
taxonômica entre Parauchenipterus e Trachelyopterus.
Órgão financiador: CNPq, Unioeste.
39
(Nº 027) EVIDÊNCIA DE AMPLIFICAÇÃO DE HETEROCROMATINA EM
ESPÉCIMES DE Hypostomus regani (Loricariidae, Hypostominae) DA BACIA
DO RIO TAQUARI (COXIM-MS)
Ferreira GE B 1; Barbosa LM1; Gallo RB2; Borin-Carvalho LA1; Prizon AC1, Cius
A1; Rosa R2; Martins-Santos IC1; Portela-Castro ALB1
1
UEM, Dep. de Biotecnologia, Genética e Biol. Ce., 87020-900 Maringá, Paraná, Brazil.
2
UEL, Departamento de Biologia Geral, 86057-970 Londrina, Paraná, Brazil.
Hypostomus é um dos gêneros mais ricos em espécies dentre os Loricariidae compreendendo
130 espécies válidas. As espécies deste gênero apresentam uma grande variabilidade
cromossômica, envolvendo número diplóide e fórmulas cariotípicas distintas até mesmo
dentro de uma mesma espécie. Estudos citogenéticos prévios realizados em uma população de
Hypostomus regani coletada no Rio Taquari, afluente do Rio Paraguai (Coxim-MS) revelaram
um número diploide de 2n= 72 cromossomos e duas fórmulas cariotípicas: a primeira com
14m+18sm+12st+28a e a segunda com 12m+14sm+18st+28a ambas FN=116. Além disso, no
segundo cariótipo, observou-se um par heteromórfico composto de um cromossomo
metacêntrico grande (maior do complemento) e outro subtelocêntrico de tamanho médio. O
bandeamento C realizado neste cariótipo demonstrou um extenso bloco heterocromático no
braço superior do metacêntrico grande. Assim, com o objetivo de compreender a origem deste
heteromorfismo, uma análise mais detalhada foi realizada em 10 espécimes (6 machos e 4
fêmeas) de Hypostomus regani portadores deste par heteromórfico, utilizando diferentes tipos
de bandeamentos cromossômicos: Ag-NOR, banda C, coloração com fluorocromos base
específicos CMA3/DAPI, double FISH utilizando sondas de DNAr 18S, 5S, FISH com
sequências teloméricas e FISH utilizando como sonda uma sequência heterocromática
originada a partir da microdissecção do cromossomo metacêntrico do par heteromórfico. Os
sítios Ag-NOR foram identificados na posição terminal do braço curto do par de
submetacêntricos (nº 13), coincidentes com sinais identificados pelo FISH 18S e CMA3. Com
relação ao DNAr 5S foram observados 4 pares cromossômicos na posição intersticial e posição
terminal. Blocos heterocromáticos foram evidenciados nas regiões pericentroméricas,
terminais, intersticiais, flanqueando as regiões da NOR, e destacando-se o braço curto do
metacêntrico totalmente heterocromático. As regiões heterocromáticas terminais
apresentaram-se fluorescentes pela CMA3, incluindo o braço curto do metacêntrico grande. Por
outro lado, os blocos heterocromáticos intersticiais revelaram fluorescência com o DAPI.
FISH com sonda telomérica evidenciou somente marcações nos telômeros de todos os
cromossomos. A sonda feita a partir do metacêntrico grande microdissectado hibridizou no
braço curto do metacêntrico heteromórfico e no braço curto do seu homólogo subtelocêntrico.
Essa sonda aplicada aos espécimes de H. regani não portadores do par heteromórfico, também
hibridizou nos braços de dois cromossomos subtelocêntricos. Os dados aqui obtidos sugerem
que o cromossomo metacêntrico originou-se por amplificação de heterocromatina no braço
curto de um dos homólogos do par subtelocêntrico (par 22). Situação semelhante foi observada
em outra espécie de Hypostomus (Hypostomus sp B, atualmente identificada como H.
strigaticeps) sugerindo que eventos de amplificação de heterocromatina não são incomuns no
gênero. Tal evento juntamente com outros rearranjos cromossômicos estruturais podem estar
atuando na diferenciação cariotípica de H. regani quando se comparam diferentes populações
desta espécie previamente analisadas, as quais possuem um número diploide conservado
(2n=72) porém, distintas fórmulas cromossômicas.
Órgão financiador: CAPES e Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento
40
(Nº 028) ANÁLISE CROMOSSÔMICA COMPARATIVA EM DUAS
POPULAÇÕES DE Pimelodus albofasciatus (SILURIFORMES, PIMELODIDAE)
DA REGIÃO DE ALTA FLORESTA – MT
Ligia Magrinelli Barbosa1, Greicy Ellen de Brito Ferreira1, Ana Camila Prizon1,
Andrea Cius1, Leandro Ranucci1, Luciana Andreia Borin Carvalho1, Isabel
Cristina Martins dos Santos1, Ana Luiza de Brito Portela Castro1
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biotecnologia, Genética e
Biologia Celular, Avenida Colombo, 5790, 87020-900 Maringá, Paraná, Brasil.
Espécies de peixes da família Pimelodidae são endêmicas da região neotropical, porém
suas relações filogenéticas não estão bem estabelecidas. Entre os gêneros pertencentes à
esta família, Pimelodus é o mais especioso sendo representado por 24 espécies.
Considerando a ausência de informações citogenéticas do gênero Pimelodus da bacia
Amazônica, este estudo tem como objetivo realizar uma caracterização citogenética de
Pimelodus albofasciatus, a fim de contribuir com novos dados citogenéticos neste grupo
e comparar os dados obtidos com outros disponíveis para esta família. Duas populações
de P. albofasciatus foram coletadas na região de Alta Floresta, MT, sendo onze espécimes
(4 machos e 7 fêmeas) coletados no córrego Quatro Pontes e quatorze exemplares (7
machos e 7 fêmeas) no rio Teles Pires. Os exemplares foram submetidos às técnicas de
citogenética clássica (coloração com Giemsa, Ag-NOR, banda C e colorações com DAPI
e CMA3, para identificação das regiões heterocromáticas) e de citogenética molecular
através da técnica de hibridização in situ (FISH) com sonda DNAr 18S e 5S, obtidas de
Prochilodus e Imparfinis schubarti, respectivamente. P. albofasciatus apresentou 56
cromossomos, com um cariótipo composto por 26m+12sm+4st+14a e NF = 98, em ambas
as populações. Entretanto, uma variação numérica interindividual foi observada na
população do Teles Pires, devido à presença de um cromossomo B com tamanho
equivalente ao menor acrocêntrico do complemento, em baixa frequência. Nesta espécie
a região organizadora de nucléolo encontra-se em posição terminal do braço longo do par
21 (subtelocêntrico), coincidente com a marcação de FISH 18S e CMA3. O padrão de
heterocromatina constitutiva consistiu de bandas conspícuas em posição terminal e
centromérica em vários pares de cromossomos, sendo algumas dessas marcações também
evidenciadas pela coloração com CMA3. Os sítios de DNAr 5S foram localizados na
região centromérica de 2 cromossomos não homólogos, envolvendo os pares de
acrocêntricos 22 e 28. Esta característica pode ser devido a orientação dos cromossomos
durante a interfase meiótica (Orientação de Rabl), pois esta conformação permitiria a
transferência de regiões entre locais equidistantes de cromossomos não homólogos. As
duas populações analisadas foram cariotipicamente similares em relação ao número
diplóide, fórmula cariotípica, região organizadora de nucléolo, padrão de banda C e sítios
de 5S, porém uma particularidade na microestrutura foi encontrado na população do rio
Teles Pires. O presente estudo representa uma importante contribuição à citogenética do
gênero Pimelodus, uma vez que relata a primeira descrição citogenética da espécie P.
albofasciatus. Além disso, esses dados representam uma contribuição de interesse ao
descrever cariotipicamente espécies de peixes da região Amazônica até o momento pouco
estudadas, fornecendo subsídios para futuros estudos taxonômicos e evolutivos.
Órgão financiador: CAPES, UEM, PGM
41
(Nº 029) ANÁLISE CROMOSSÔMICA DE Parauchenipterus galeatus
LINNAEUS, 1766 e Trachelyopterus coriaceus VALENCIENNES, 1840
(SILURIFORMES, AUCHENIPTERIDAE) PROVENIENTE DE DUAS BACIAS
HIDROGRÁFICAS
Dayane Petik dos Santos¹, Roberto Ricardo Kemfer¹, Simone Poliana Bergmann¹,
Vladimir Pavan Margarido¹, Roberto Laridondo Lui¹
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Campus Cascavel, PR.
Trachelyopterus coriaceus e Parauchenipterus galeatus são peixes pertencentes à
Auchenipteridae, que é endêmica a região Neotropical, apresentando 23 gêneros e cerca
de 117 espécies. Os dados cromossômicos em Auchenipteridae estão relacionados apenas
a alguns gêneros, Ageneiosus, Auchenipterus, Glanidium, Parauchenipterus e Tatia.
Parauchenipterus está envolvido em uma intrigante problemática taxonômica, sendo que
alguns autores o consideram válido, enquanto outros o consideram sinônimo de
Trachelyopterus. Dados genéticos relacionados a este grupo de espécies poderão fornecer
informações que contribuam para a discussão envolvendo tais gêneros. Com o objetivo
de contribuir com tal problemática, foram coletadas duas espécies, uma de cada gênero:
11 espécimes (06 machos e 05 fêmeas) de T. coriaceus proveniente de uma Lagoa
Marginal ao Córrego do Medo (São Miguel do Araguaia - GO), afluente do rio Araguaia,
e 9 espécimes (03 machos e 06 fêmeas) de P. galeatus provenientes da Lagoa Arrombado,
bacia do rio Cuiabá (Poconé - MT). Análises citogenéticas foram realizadas através da
coloração convencional por Giemsa, detecção das heterocromatinas, impregnação por
nitrato de prata (Ag-RONs), e hibridização in situ fluorescente (FISH) com sondas de
rDNA 18S e 5S. Em T. coriaceus o número diplóide de 58 cromossomos foi organizado
em 22 metacêntricos, 16 submetacêntricos, 12 subtelocêntricos e 8 acrocêntricos. Em P.
galeatus, o 2n=58 foi igual a T. coriaceus, entretanto, com diferença na fórmula
cariotípica, apresentando 28 cromossomos metacêntricos, 16 submetacêntricos, 6
subtelocêntricos e 8 acrocêntricos. As Ag-RONs de ambas espécies são simples
observadas no braço curto de cromossomos subtelocêntricos. A heterocromatina de
ambas está presente em posição bi-terminal de cromossomos metacêntricos,
submetacêntricos e subtelocêntricos, além de na região pericentromérica de
acrocêntricos, através de blocos pálidos, como é comum em Auchenipteridae. O sítio de
rDNA 18S coincidiu com a marcação de Ag-RONs, enquanto a sonda rDNA 5S
evidenciou mais de um par marcado, sendo um par submetacêtrico no braço curto e um
par submetacêntrico no braço longo, em ambas espécies. As variações encontradas nas
fórmulas cariotípicas entre as duas espécies, devem ser decorrentes de rearranjos não
robertsonianos, como translocações e/ou inversões pericêntricas. As características aqui
apresentadas para T. coriaceus e P. galeatus, mostram grande semelhança cariotípica
entre as duas espécies, reforçando a proximidade filogenética entre os gêneros
Parauchenipterus e Trachelyopterus.
Órgão financiador: CNPq, Unioeste.
42
(Nº 030) ESTUDO CITOGENÉTICO DE PEIXES DA SUBFAMÍLIA
SERRASALMINAE (FAMÍLIA CHARACIDAE, ORDEM CHARACIFORME)
NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO – MINAS GERAIS.
Carine de Mendonça Francisco1, Bruna Mohn Terra Santos1 & Sandra Morelli1
1. Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Genética e Bioquímica, UberlândiaMG.
O número de espécies de peixes de água doce é de aproximadamente 12.500, devido a
essa diversidade o estudo genético dos peixes é de grande importância, visto que eles
estão na base da evolução dos vertebrados superiores e são considerados pouco estudados,
justificando a importância do entendimento de sua história evolutiva. Neste trabalho
foram analisadas duas espécies do gênero Serrasalmus na região do Triângulo MineiroMG, Serrasalmus maculatus e Serrasalmus marginatus, buscando verificar a partir de
associações bibliográficas se houveram mudanças cariotípicas decorrentes da evolução
deste clado. Para realizar esta investigação foi utilizada a técnica de obtenção de
cromossomos mitóticos adaptada por Bertollo et al. (1978), para estudos cromossômicos
em peixes, e foi feita a coloração com Giemsa convencional. Com a técnica descrita por
Howell e Black (1980) obteve-se a detecção das Regiões Organizadoras dos Nucléolos
(RONs), pela impregnação com nitrato de prata. A fim de localizar a Heterocromatina
Constitutiva (Banda C) foi aplicada a técnica de Summer (1972). Como resultado todas
as populações apresentaram número diploide (2n) igual a 60 cromossomos. Quanto ao
número fundamental (NF) e a fórmula cariotípica (FC) ambas espécies apresentaram
divergências quando comparadas com outras populações. As Ag-RONs encontradas
foram do tipo múltipla, localizadas no braço curto de cromossomos acrocêntricos e na
região pericentromérica de cromossomos subtelocêntricos. Em Serrasalmus maculatus o
bandeamento C foi evidente nas regiões pericentroméricas da maioria dos cromossomos.
Os resultados deste trabalho quando comparados com outras populações apresentaram
divergências na fórmula cariotípica, número fundamental podendo reforçar a hipótese de
que mecanismos de rearranjos cromossômicos estariam envolvidos na evolução
cariotípica do clado.
Órgão financiador: UFU, CNPQ, FAPEMIG, CAPES.
43
(Nº 031) CARACTERIZAÇÃO DE POLIMORFISMO CROMOSSÔMICO
NUMÉRICO E ESTRUTURAL EM Rineloricaria zaina (LORICARIIDAE) DO
RIO IJUÍ, BACIA DO ALTO RIO URUGUAI.
Aline Nardelli1, Anahiê Bortoncello Prestes1, Simone Poliana Bergmann1, Mariane
Gavazzoni1, Leonardo Marcel Paiz2, Jocicléia Thums Konerat1, Rafaela Maria
Moresco1, Roberto Laridondo Lui1 & Vladimir Pavan Margarido1,2
1. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Cascavel-PR; 2. Universidade Estadual de Maringá, Pós-Graduação em Biologia
Comparada, Maringá- PR.
Rineloricaria compreende um grupo de aproximadamente 70 espécies que apresentam
ampla distribuição geográfica e grande complexidade taxonômica. Tem destaque em
Loricariinae em razão de sua composição cariotípica, com grande variação no número
diploide, presença de polimorfismos cromossômicos numéricos e estruturais, e ainda
presença de cromossomos B. No presente estudo foram realizadas análises citogenéticas
básicas e moleculares em Rineloricaria zaina provenientes do rio Ijuí, bacia do Alto rio
Uruguai, onde foi observada variação no número diplóide de 55 a 58 cromossomos, com
três citótipos distintos: 2n=55 cromossomos (12m + 2sm +41a, NF=71), 2n=57
cromossomos (10m + 1sm + 46a, NF=68) e 2n=58 cromossomos (10m + 1sm + 47a,
NF=71). Variações similares ocorrem em populações de R. lima (66 a 70 cromossomos),
R. latirostris (36 a 47 cromossomos), R. lanceolata (46 a 48 cromossomos),
possivelmente devido a rearranjos cromossômicos como fusões, fissões e inversões. Em
R. zaina provavelmente ocorreu fusão entre 6 cromossomos acrocêntricos (3 de tamanho
médio e 3 de tamanho pequeno), resultando em um par de cromossomos metacêntricos
grande e um cromossomo submetacêntrico grande (2n=582n=55) gerando o
polimorfismo observado. As RONs (Ag e rDNA-FISH) foram localizadas no braço curto
do par de cromossomos acrocêntricos 15, com polimorfismo no tamanho das constrições,
as quais se mostraram também heterocromáticas. Na maioria dos cromossomos foram
observados blocos heterocromáticos na região centromérica, sendo este um carácter
compartilhado pelos Loricariinae. A 5S rDNA-FISH evidenciou cístrons múltiplos em
posição centromérica em um par de cromossomos metacêntricos médios e em um par de
cromossomos acrocênticos pequenos, cuja presença nesta região pode gerar instabilidade
no cromossomo e permitir rearranjos que levam ao aumento da variabilidade, e auxiliando
na ocorrência do polimorfismo observado. Em Rineloricaria, os eventos geradores de
polimorfismo parecem não comprometer a dinâmica intrapopulacional, uma vez que são
observados em diversas espécies do gênero, possivelmente devido à existência de
mecanismos seletivos que permitam esta condição. Os dados obtidos neste estudo, com a
ampliação da amostra, visam auxiliar na elucidação dos possíveis eventos de rearranjos
envolvidos na formação e manutenção do polimorfismo cromossômico observado, além
de colaborar com a taxonomia e sistemática do grupo.
Órgão financiador: CNPq; Fundação Araucária; Fundação Parque Tecnológico Itaipu C&T+I; UEM; UNIOESTE.
44
(Nº 032) CITOGENÉTICA DE PEIXES DA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO
GRANDE DO SUL
Giselle Xavier Perazzo1 & Adriana Gava1
1
Universidade Federal do Rio Grande, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de
Pós-Graduação em Biologia de Ambientes Aquáticos Continentais, Rio Grande, RS
Apesar do conhecimento citogenético sobre peixes estar em franco desenvolvimento na
Brasil, há escassez de dados cromossômicos das populações que habitam os ambientes
aquáticos do Rio Grande do Sul. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo
apresentar os dados citogenéticos obtidos para sete espécies habitantes da Planície
Costeira do Rio Grande do Sul: Geophagus brasiliensis (Cichlidae), Crenicichla lepidota
(Cichlidae), Australoheros facetus (Cichlidae), Hyphessobrycon luetkenii (Characidae),
Astyanax eignmanniorum (Characidae) e Jenynsia multidentata (Anablepidae). Os
animais foram coletados em ambientes aquáticos continentais ao longo da costa gaúcha,
sendo submetidos aos procedimentos de obtenção de metáfases mitóticas. Algumas
espécies já foram analisadas por meio de marcadores cromossômicos (Ag-NOR, Banda
C, DAPI/CMA3, FISH com sondas de rDNA 18S e 5S), estando as outras em processo de
análise. A maioria das espécies apresenta 2n=48 cromossomos, exceto H. luetkenii, cujo
número diploide é 50. Geophagus brasiliensis apresenta polimorfismo cromossômico,
com diferentes fórmulas cariotípicas tanto entre como dentro das populações, sendo
possível identificar três cariótipos (2SM+46ST/A, 4SM+44ST/A, 6SM+42ST/A, com
FN=50, 52 e 54, respectivamente). Os demais cariótipos são: C. lepidota
4M+4SM+40ST/A (FN=56), A. facetus 22SM+26ST/A (FN=70), H. luetkenii
4M+10SM+36ST/A (FN=64), A. eignamnniorum 4M+8SM+36ST/A (FN=60) e J.
multidentata 2M+6SM+40ST/A (FN=56). Bandas heterocromáticas foram observadas
principalmente nas regiões pericentroméricas de C. lepidota, A. facetus, J. multidentata e
G. brasiliensis, sendo observado para esta última espécie alta variabilidade tanto inter
como intrapopulacional para as bandas C. Os ciclídeos apresentaram um único locus para
a região organizadora de nucléolo, sendo variável a posição em G. brasiliensis. Para
nenhuma das espécies foi identificado heteromorfismo dos cromossomos sexuais. Os
resultados apontam características interessantes para as populações do litoral do Rio
Grande do Sul, com destaque para as populações de G. brasiliensis que apresentam
grande variabilidade cromossômica, indicando que este possa ser um caso de espécies
crípticas presentes nas populações de estudo. Além disso, dados inéditos sobre espécies
desconhecidas sob a perspectiva da citogenética são descritos, como é o caso de A. facetus
e de J. multidentata. Dessa forma, destaca-se a importância de ampliação dos estudos
citogenéticos nas comunidades de peixes desta região, os quais além de contribuir com o
conhecimento sobre aspectos relevantes da biologia destas espécies, também poderá
fornecer subsídios para manejo adequado de peixes desta região.
Órgão financiador: CNPq/CAPES
45
(Nº 033) CULTIVO DE CÉLULAS PARA OBTENÇÃO DE PREPARAÇÕES
CROMOSSÔMICAS EM Corydoras aeneus
Fabilene Gomes Paim1, Christianny Estela André Fiorato1, Viviani França de
Sene1, Silvana de Melo1, Fernanda da Cruz Landim Alvarenga2, Fausto Foresti1,
Leandro Maia2, Claudio Oliveira1
1Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, IBB, Departamento de
Morfologia, Laboratório de Biologia e Genética de Peixes, Botucatu, SP. 1Universidade
Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Botucatu, SP.
O cultivo de células representa uma alternativa importante para obtenção de preparações
cromossômicas, principalmente quando há necessidade de manter os indivíduos vivos, o
que pode ser uma importante alternativa para espécies utilizadas em aquicultura ou
ameaçadas de extinção, por exemplo. Nesse trabalho, testamos o método de digestão
enzimática para estabelecer cultivos primários de células fibroblastóides de Corydoras
aeneus com o objetivo de obtenção de cromossomos. Foram testados dois tempos de
digestão (2h e 3h) e duas concentrações da enzima colagenase (1mg/ml e 0,5 mg/ml)
utilizando fragmentos de tecido caudal. Os procedimentos resultaram em uma boa
digestão enzimática, nas duas concentrações testadas, e o melhor tempo de incubação foi
duas horas. As células do tecido caudal de C. aeneus provenientes da digestão enzimática
apresentaram aderência ao plástico entre 24 e 48 horas e começaram a adquirir morfologia
fibroblastóide com 4 dias de cultivo. Os cultivos com concentração de enzima 0,5mg/ml
apresentaram um melhor crescimento e entre 28 a 35 dias houve formação de
monocamadas. Os procedimentos descritos acima foram repetidos com 5 exemplares,
com resultados semelhantes. Os experimentos permitiram também realizar os
procedimentos de subcultivos, para testar a metodologia de obtenção de cromossomos
mitóticos, entretanto os resultados desses experimentos ainda não resultaram em dados
concretos, que devem ser obtidos em breve.
Órgão financiador: CAPES, CNPq, FAPESP.
46
(Nº 034) POLIMORFISMOS CROMOSSÔMICOS EM Rineloricaria wolfei
(Siluriformes: Loricariidae) DA BACIA DO IGARAPÉ SÃO FRANCISCO, RIO
BRANCO, ACRE
Fabilene Gomes Paim1, Margarida Lima Carvalho2, Viviani França de Sene1,
Guilherme J. Costa Silva1, Fausto Foresti1, Claudio Oliveira1
1Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, IBB, Departamento de
Morfologia, Laboratório de Biologia e Genética de Peixes, Botucatu, SP. 2Universidade
Federal do Acre – UFAC
Distribuído por quase toda região neotropical e com 65 espécies válidas, o gênero
Rineloricaria é o mais especioso dentro da subfamília Loricariinae. Esse gênero chama a
atenção pela complexidade taxonômica e pela ocorrência de grandes quantidades de
polimorfismos cromossômicos encontrados nas poucas espécies estudadas
citogeneticamente. Marcadores citogenéticos clássicos e moleculares foram utilizados
para caracterizar uma população de Rineloricaria wolfei da bacia do Igarapé São
Francisco, afluente do Rio Iquiri (Rio Branco, Acre). Analisamos 45 células mitóticas de
seis indivíduos de ambos os sexos R. wolfei que revelaram a ocorrência de um acentuado
polimorfismo cromossômico, com números diplóides variando de 2n=56 a 2n=59
cromossomos e fórmulas cariotípicas (2m+3sm+6st+47a; 3m+3sm+2st+49a;
3m+3sm+4st+49; 4m+1sm+6st+47a; 4m+4st+50a). Os blocos heterocromáticos estão
localizados preferencialmente na região pericentromérica e na região terminal de alguns
cromossomos. A coloração por nitrato de prata revelou a presença e localização de RONs
múltiplas (distribuídas em 2 pares cromossômicos), heterocromáticas, e coincidentes com
o mapeamento físico das sequências repetitivas de DNAr 18S. Os sítios de DNAr 5S estão
presentes em 1 par cromossômico e não são sintênicos com os sítios das RONs. Nossas
análises ampliam os dados citogenéticos para gênero e reforçam a hipótese de ocorrência
de uma grande quantidade de polimorfismos encontrados na evolução cariotípica do
grupo. Estudos adicionais com marcadores teloméricos poderão melhor esclarecer sobre
o processo de diferenciação cromossômica dentre grupo.
Órgão financiador: CAPES, CNPq, FAPESP.
47
(Nº 035) CROSS-SPECIES PAINTING AND COMPARATIVE GENOMIC
HYBRIDIZATION CONFIRM THE COMMON ORIGIN OF THE ZZ/ZW SEX
SYSTEM IN Triportheus AND HIGHLIGHT THE DIFFERENTIATION OF THE
W CHROMOSOME BETWEEN SPECIES
Cassia Fernanda Yano1,5, Luiz Antônio Carlos Bertollo1, Vladimir A. Trifonov2;
Alexandr Sember4, Thomas Liehr3 & Marcelo de Bello Cioffi 1
1.Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos-SP, Brazil; 2. Institute of Molecular and Cellular Biology, SB RAS, Novosibirsk,
Russia, 3. Jena University Hospital, Friedrich Schiller University, Institute of Human
Genetics, Jena, Germany; 4. Laboratory of Fish Genetics, Institute of Animal Physiology
and Genetics, Academy of Sciences of the Czech Republic, Liběchov; 5. CAPES
Foundation, Ministry of Education of Brazil, Brasília, DF, 70.040- 19 020, Brazil
In fishes, although most species do not show differentiated sex chromosomes, a variety
of sex systems is reported. In Triportheus (Characiformes, Triportheidae), all the species
cytogenetically studied so far show a ZZ/ZW sex chromosome system. The Z is a
metacentric chromosome and the largest one of the karyotype, while the W is always
smaller than the Z one, almost entirely heterochromatic and carrying an 18S rDNA site
on the long arms. In the present study, we performed reciprocal cross-species whole
chromosome painting (WCP), using the two sex-chromosome probes in eight species of
Triportheus, and comparative genomic hybridization (CGH) in one species, T. signatus.
It was aimed to improve the hypothesis of the common origin of the ZZ/ZW sex
chromosome system between Triportheus species, and the differentiation process of the
W chromosomes along the evolutionary process. For these purposes, the Z and W
chromosomes were microdissected from T. auritus and used as probes in the WCP
experiments. CGH was applied in the females’ chromosomes of T. signatus using total
genomic DNA (gDNA) probes from males and females. The Z-chromosome probe
painted the whole extension of the Z chromosome in all species, confirming the common
origin of the ZZ/ZW system. In turn, the W chromosomes showed fluorescent signals in
their short arms, but in different chromosomal regions depending on the species. The Wchromosome probe showed high level of homology to this chromosome between the
species, however with different hybridization patterns. Thus, despite the common origin,
the W chromosomes have undergone specific differentiation processes. In addition, CGH
demonstrated that sequences from males and females are shared by some W chromosomeregions, i.e., the short arms and proximal region of the long arms. However, the terminal
region of this chromosome has high concentration of specific sequences from females.
Thus, CGH experiments allowed a clear mapping of genomic sequences that are shared
by both sex chromosomes or only found in the sex specific one. The present findings
clarify the origin of the sex chromosome system in Triportheus, highlighting the dynamic
evolutionary differentiation of the W chromosomes after the speciation process.
Órgãos financiadores: CNPq, FAPESP, CAPES (Bolsista da CAPES – Proc. nº BEX
11744/13-8)
48
(Nº 036) W CHROMOSOME DYNAMICS IN Triportheus SPECIES
(CHARACIFORMES, TRIPORTHEIDAE) - AN ONGOING PROCESS AFTER
SPECIATION.
Cassia Fernanda Yano1,5, Luiz Antônio Carlos Bertollo1,4, Thomas Liehr2, Waldo
Pinheiro Troy3 & Marcelo de Bello Cioffi 1
1.Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos-SP, Brazil; 2. Jena University Hospital, Friedrich Schiller University, Institute of
Human Genetics, Jena, Germany; 3. Departamento de Ciências Biológicas,
Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará da Serra-MT, Brazil; 4. Professor
Sênior at Universidade Federal de São Carlos; 5. CAPES Foundation, Ministry of
Education of Brazil, Brasília, DF, 70.040- 19 020, Brazil
Relevant evolutionary information has been provided by repetitive DNAs analyses,
especially focusing on the origin and differentiation of sex chromosomes. Triportheus
fishes offer a useful model to analyze sex chromosomes evolution, since they represent a
particular genus in which all species share a ZZ/ZW sex chromosome system. Although
the role of the sex chromosomes to promote speciation was already put in evidence, what
is the fate of the newly evolved sex chromosomes after the speciation process? In this
study, we analyzed the distribution of 13 classes of repetitive DNA sequences, including
microsatellites, rDNAs and transposable elements in the sex chromosomes of six
Triportheus species using the fluorescence in situ hybridization method (FISH). Besides,
T. pantanensis and T. aff. rotundatus were cytogenetically analyzed for the first time and
they showed identical karyotype features of the other Triportheus species, i.e., 2n = 52
chromosomes in males and females, composed mainly by m/sm and some st
chromosomes, with a clear heteromorphic ZZ/ZW sex chromosome system. Several
repetitive DNAs showed a specific and preferential distribution on the W chromosomes
clearly associated with microsatellites accumulation, while no differential accumulation
was found for retrotransposons. Our studies emphasized how the sex chromosomes
evolution is a labile process, even between related species sharing a common sex
chromosome system. The unequal accumulation of repetitive DNAs on the W
chromosome of the distinct species highlights its distinct evolutionary dynamics and
particular ongoing process after the speciation.
Órgãos financiadores: CNPq, FAPESP, CAPES (Bolsista da CAPES – Proc. nº BEX
11744/13-8)
49
(Nº 037) CITOGENÉTICA DE POPULAÇÕES DE Prochilodus costatus
Valenciennes, 1849 (CHARACIFORMES: PROCHILODONTIDAE) DA BACIA
DO RIO SÃO FRANCISCO, MINAS GERAIS, BRASIL
Silvana de Melo1, Filipe Schitini Salgado2, Frederico Fernandes Ferreira2, Jorge
Abdala Dergam2, Claudio de Oliveira1 & Fausto Foresti1
1. Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual
Paulista, Distrito de Rubião Junior, Botucatu, SP; 2. Departamento de Biologia
Animal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
A família de peixes migratórios Prochilodontidae é constituída de 21 espécies distribuídas
em três gêneros, sendo o gênero Prochilodus o mais diverso, com 13 espécies de ampla
distribuição na América do Sul. Os estudos citogenéticos indicam que as espécies deste
gênero apresentam alta uniformidade macrocromossômica, com todas as espécies
partilhando o mesmo número diploide e a mesma fórmula cariotípica. Este estudo teve
como objetivo uma análise populacional para verificar o grau de variação cromossômica
entre populações de P. costatus isoladas pela barragem de Três Marias, construída no
final da década de 1950, utilizando técnicas de citogenética clássica (coloração
convencional, Banda C e Ag-NOR) e de citogenética molecular (hibridação in situ
fluorescente (FISH) com sondas de rDNA 5S e 18S, além de sequências de DNA
microssatélite (GA)15, (CA)15, (CAA)10 e (CAT)10). Trinta e cinco indivíduos analisados
apresentaram número diploide de 54 cromossomos, com fórmula cariotípica 40m+14sm.
Onze indivíduos capturados a montante e seis a jusante da represa apresentaram um
cromossomo B e um indivíduo a montante apresentou instabilidade mitótica, com células
variando de um a dois microcromossomos supranumerários. A técnica de bandamento C
revelou marcações pericentroméricas em todos os cromossomos e um bloco adicional na
região intersticial do braço maior do segundo par de cromossomos metacêntricos; o
cromossomo B mostrou-se inteiramente heterocromático. Utilizando a técnica de
impregnação por prata foi possível identificar regiões ativas de NOR no segundo par
cromossômico, porém, um indivíduo coletado a montante apresentou uma marcação
adicional na região terminal no braço maior de um homólogo do oitavo par
cromossômico. As sondas de rDNA 5S e 18S marcaram em sintenia no braço maior do
segundo par de cromossomos metacêntricos, sendo que a sonda 18S confirmou a variação
na NOR no indivíduo localizado a montante da barragem, além de uma marcação na
região terminal do braço menor de um dos homólogos do par 4. As sondas de DNA
microssatélite (GA)15 e (CA)15 apresentaram marcações predominantemente
subteloméricas e conspícuas em todos os cromossomos. Já as sondas (CAA)10 e (CAT)10
apresentaram padrão disperso de marcação. Os cromossomos supranumerários
apresentaram marcações com a sonda (CA)15 e a sonda (CAT)10 hibridizou em apenas um
dos supranumerários nas células de indivíduo portador de dois desses elementos. Os
resultados das análises de citogenética clássica corroboram estudos anteriores para o
gênero Prochilodus; porém, os polimorfismos cromossômicos encontrados nos
indivíduos capturados à montante e identificados pelas técnicas de citogenética molecular
sugerem que as populações de P. costatus analisadas não são citogeneticamente
homogêneas. As diferenças citogenéticas encontradas com o uso de marcadores
moleculares microssatélites para a espécie corroboram dados reportados na literatura em
relação à inexistência de uma unidade panmíctica no alto e médio São Francisco e
reforçam a citogenética como uma ferramenta importante para estudos populacionais.
Órgãos Financiadores: CAPES, CEMIG, FAPEMIG
50
(Nº 038) OCORRÊNCIA DE CROMOSSOMOS B EM Prochilodus costatus
VALENCIENNES, 1849 (CHARACIFORMES: PROCHILODONTIDAE) E
POSSÍVEL ORIGEM COMUM DESTES ELEMENTOS NO GÊNERO
Silvana de Melo1, Manolo Penitente2, Érica Alves Serrano1, Fabilene Gomes Paim1,
Viviani França de Sene1, Patrícia Elda Sobrinho-Scudeler1, Priscilla Cardim
Scacchetti1, Jorge Abdala Dergam3, Fábio Porto-Foresti2, Claudio de Oliveira1,
Fausto Foresti1
1. Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual
Paulista, Distrito de Rubião Junior, Botucatu, SP; 2. Faculdade de Ciências,
Universidade Estadual Paulista, Bauru, SP; 3. Departamento de Biologia Animal,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
Aproximadamente 5% das espécies de peixes da região Neotropical apresentam
cromossomos B em seu genoma, sendo o gênero Prochilodus uma referência em estudos
de distribuição e frequência desses elementos supranumerários. A técnica de
microdissecção cromossômica tem proporcionado avanços no conhecimento da estrutura
e composição destes elementos genômicos em um número significativo de organismos
portadores de cromossomos B. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de
descrever a ocorrência de cromossomos B em peixes da espécie P. costatus, analisar sua
frequência em populações coletadas no alto e médio São Francisco e investigar a origem
desses elementos nesta espécie e em espécies relacionadas, utilizando as técnicas de
microdissecção e pintura cromossômica. Para verificar a ocorrência dos cromossomos
supranumerários foram analisadas aproximadamente 620 metáfases de 35 indivíduos,
sendo 17 amostras coletadas à montante e 18 à jusante da barragem de Três Marias. A
sonda total específica do cromossomo B de P. costatus foi hibridizada em preparações
cromossômicas de dois indivíduos de P. costatus da população do Rio São Francisco; de
um indivíduo de P. argenteus, originário do cruzamento de matrizes coletadas no Rio São
Francisco; e de um indivíduo de P. lineatus proveniente da UHE Volta Grande. Foi
detectada a presença de cromossomos supranumerários metacêntricos em doze indivíduos
da amostra capturada à montante e de seis da amostra capturada à jusante, sendo que um
indivíduo da primeira amostra mostrou-se mitoticamente instável, com variação de um a
dois microcromossomos supranumerários nas suas células. A sonda do cromossomo B
revelou marcação parcial apenas nos cromossomos supranumerários das espécies de
Prochilodus analisadas, evidenciando que as sequências presentes nestes elementos não
são compartilhadas pelos elementos do complemento A. Os resultados sugerem que a
similaridade apresentada pelas sequências presentes nos cromossomos supranumerários
de P. costatus, P. argenteus e P. lineatus podem ser indicativas de origem a partir de um
evento comum nessas espécies relacionadas, como já sugerido ocorrer para outras
espécies do gênero.
Órgão financiador: CAPES, CEMIG, CNPq, FAPEMIG, FAPESP
51
(Nº 039) PAREAMENTO MEIÓTICO EM Astyanax xavante
(CHARACIFORMES: CHARACIDAE).
Augusto Luis Hencke¹; Paulo Cesar Venere2 & Vanessa Veltrini Abril¹
1. Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia,
Laboratório de Análises Cromossômicas (UFMT/CUA – LACroM), Pontal do Araguaia,
MT.
2. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Departamento de
Biologia e Zoologia, Cuiabá, MT.
Astyanax xavante é um peixe endêmico do córrego Avoadeira, no Parque Estadual da
Serra Azul (PESA), médio rio Araguaia. Apresenta número 2n=50 cromossomos
(8m+16sm+18st+8a), e número fundamental de braços cromossômicos (NF) igual a 92.
A espécie apresenta múltiplos sítios de regiões organizadoras de nucléolos detectadas
tanto por impregnação de nitrato de prata (Ag-RON) quanto por hibridização com sonda
ribossomal 18S, enquanto a sonda ribossomal 5S evidencia marcações somente no par 6.
A distribuição de heterocromatina é predominantemente telomérica, com um par
acrocêntrico (par 22) mostrando um grande bloco heterocromático ausente em outras
espécies. Não se tem informações sobre o comportamento cromossômico meiótico para
a espécie. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar o pareamento meiótico
nos cromossomos de A. xavante. Até o momento foram analisados 04 machos
provenientes do córrego da Avoadeira, dos quais os testículos foram processados para
obtenção dos cromossomos meióticos e os rins para obtenção dos cromossomos
mitóticos, sendo que ambas as preparações foram coradas com Giemsa. Todos os
espécimes analisados confirmaram o 2n=50 e NF=92. Entre as fases da meiose foram
observadas células em leptóteno/zigóteno, paquíteno, metáfase I, metáfase II, núcleos
interfásicos e metáfases espermatogoniais. Na fase de paquíteno não foi possível realizar
a contagem das bivalentes, pois as mesmas não apresentaram morfologia bem distendida.
Nas células em metáfase I foram encontradas 24 bivalentes e um pareamento em anel,
enquanto que as metáfases II evidenciaram 25 cromossomos. Estes são os primeiros dados
sobre pareamento meiótico para a espécie, sendo que as próximas etapas serão avaliar o
comportamento das regiões organizadoras do nucléolo e da heterocromatina durante a
meiose.
Órgão financiador: CNPq/PIBIC
52
(Nº 040) INTERAÇÃO ENTRE CROMOSSOMO B E SEXO ALTERA A
EXPRESSÃO DE TRDMT1 EM Astatotilapia latifasciata POR EFEITO DA
EXPRESSÃO DIFERENCIAL DO miR-181
Adauto Lima Cardoso1, Bruno Evaristo de Almeida Fantinatti1, Rogério Antonio
de Oliveira2, Cesar Martins1
1
Laboratório Genômica Integrativa, Departamento de Morfologia, Instituto de
Biociências, Universidade Estadual de Paulista, Botucatu, SP, Brasil; 2Departamento de
Bioestatística, Instituto de Biociências, Universidade Estadual de Paulista, Botucatu, SP,
Brasil
Cromossomos B são elementos dispensáveis encontrados no genoma de eucariotos, são
ricos em sequências repetitivas e possuem um padrão não mendeliano de transmissão. A
origem e estrutura desses elementos são relativamente bem conhecidos, mas sua função
e mecanismos de manutenção não são claros. Assim como no DNA, a metilação de
citosinas (5mC) é uma importante modificação epigenética e sua ocorrência em RNAs
transportadores (tRNA) está relacionada com a estabilidade da tradução. Em vertebrados
esta modificação é realizada pelas enzimas Trdmt1 e Nsun2. MicroRNAs (miRNA)
constituem uma classe de pequenos RNAs com importante papel na regulação gênica
através de interação com RNAs mensageiros (mRNA), principalmente na região 3’UTR.
Estudos genômicos prévios indicam possíveis efeitos da presença de cromossomos B no
sistema nervoso do ciclídeo africano Astatotilapia latifasciata. Visando explorar estes
efeitos na regulação de genes de metilação de tRNAs, foi realizada a predição de miRNAs
que regulam Trdmt1 e Nsun2 em cérebro usando os preditores PITA, miRanda e
RNAhybrid. Adicionalmente, foram avaliados os níveis de expressão destes genes por
RT-qPCR e dos miRNAs por métodos in silico. Foi identificada uma redução significativa
dos níves de expressão de Trdmt1 em fêmeas portadoras de cromossomo B. Isso está
correlacionado com a alta expressão do miR-181, o qual possui o mRNA de Trdmt1 como
alvo. A expressão do gene NSun2 não foi significamente diferente entre os grupos, apesar
de ser alvo do miR-449, que é mais expresso em fêmeas com cromossomos B. Nossos
dados indicam uma consistente interação entre Trdmt1 e o miR-181 em cérebro de A.
latifasciata e revela um efeito funcional da presença de cromossomos B. Apesar disso,
nenhum efeito negativo no desenvolvimento e/ou sobrevivência foi detectado. É possível
que isso seja compensado pelos níveis normais de expressão de NSun2. Uma vez que
níveis reduzidos de Trdmt1 afetam a fragmentação de tRNAs e a geração diferencial de
fragmentos de tRNA (tRF), que por sua vez consituem uma classe pouco compreendida
de elementos regulatórios, abordagems futuras devem ser conduzidas visando explorar
estes efeitos.
Órgão financiador: FAPESP, CNPq, CAPES e ProPe/UNESP
53
(Nº 041) ANÁLISE CITOGENÉTICA EM TRÊS POPULAÇÕES DE Ancistrus
Kner 1854 (SILURIFORMES, LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO PARANÁ,
PARANÁ.
Ana Camila Prizon, Luciana Andreia Borin-Carvalho, Ligia Magrinelli Barbosa,
Greicy de Brito Ferreira, Andréa Cius, Leandro Ranucci, Ana Luiza de Brito
Portela-Castro
UEM, Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular, Maringá-PR.
O gênero Ancistrus Kner, 1854 é um dos grupos mais especiosos da tribo Ancistrini e os
estudos citogenéticos têm demonstrado grande diversidade cromossômica, com valores
desde 2n=34 (Ancistrus cuiabae) a 54 cromossomos (Ancistrus claro), incluindo espécies
ainda não descritas, o que sugere uma biodiversidade subestimada neste grupo. Na bacia
do alto Paraná foi registrada somente uma espécie para o gênero Ancistrus, identificada
como Ancistrus cirrhosus, no entanto, espécimes de Ancistrus capturadas em diferentes
riachos da bacia do alto rio Paraná (PR) apresentaram variação nos padrões morfológicos
e de coloração dos exemplares, sugerindo a existência de espécies ainda não descritas
pela ciência. Portanto, uma abordagem integrativa da citogenética com dados
morfológicos é uma proposta em andamento envolvendo o estudo de diferentes
populações no estado do Paraná. Assim, no presente estudo apresentamos dados
cariotípicos de três populações de Ancistrus coletadas nos rios São Francisco Verdadeiro
(Toledo, PR), Ocoí (Medianeira, PR) e córrego 19 (Paraíso do Norte, PR). A análise
compreendeu a detecção do número diplóide, fórmula cariotípica, identificação dos sítios
Ag-NORs e FISH com sondas de DNAr 18S e 5S e padrão de banda C. Os espécimes das
três populações apresentaram 2n=50 mas, fórmulas cariotípicas distintas:
14m+16sm+14st+6a (NF=94) para Ancistrus sp. “rio São Francisco Verdadeiro”,
10m+18sm+16st+6a (NF=94) para Ancistrus sp. “rio Ocoí” e Ancistrus sp. “córrego 19”
revelou 13m+17sm+12st+8a para machos e 14m+16sm+12st+8a para fêmeas, (NF=92),
caracterizando um sistema cromossômico XX/XY. NOR simples (Ag-NOR e FISH 18S)
foi detectada nas três populações localizada no braço curto envolvendo os pares: 18 (st)
nas populações dos rios São Francisco Verdadeiro e Ocoí, e 12 (sm) na população do
córrego 19. Sítios de DNAr 5S foram detectados na região pericentromérica do par 1 e
nas regiões teloméricas do par 15 e 21 para Ancistrus sp. “rio São Francisco Verdadeiro”
e nas regiões teloméricas do par 21 e em apenas um dos homólogos do par 22 para
Ancistrus sp. “rio Ocoí”. Uma condição sintênica e co-localizada dos sítios ribossomais
18S e 5S foi observada nestas duas populações. Blocos heterocromáticos também foram
encontrados em regiões pericentroméricas e teloméricas de alguns cromossomos,
incluindo o par da NOR, para as três populações. Assim, a constatação de cariótipos
específicos, confirmados pela diferenciação na fórmula cariotípica das três populações,
incluindo um sistema sexual do tipo XX/XY em Ancistrus sp. “córrego 19” e ainda a
presença de múltiplos sítios de DNAr 5S distribuídos em diferentes pares cromossômicos
constituem maiores evidências do processo de transformação evolutiva neste grupo,
podendo ainda confirmar a presença de espécies diferentes entre as populações analisadas
e ainda subsidiar o diagnóstico de novas espécies.
Órgão financiador: Capes/Fundação Araucária, Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas (PBC) - UEM
54
(Nº 042) GENOMIC ORGANIZATION OF REPETITIVE DNA ELEMENTS
AND ITS IMPLICATION FOR THE CHROMOSMAL EVOLUTION IN
WALKING CATIFSHES OF THE Clarias GENUS (SILURIFORMES,
CLARIIDAE).
Nuntiya Maneechot1; Marcelo de Bello Cioffi2; Nuntaporn Getlekha1; Cassia
Fernanda Yano2, Luiz Antônio Carlos Bertollo2, & Alongklod Tanomtong1
1. Department of Biology, Faculty of Science, Khon Kaen University, Muang, KhonKaen
40002, Thailand; 2. Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos-SP, Brazil
Clarias genus contains 61 species naturally spread over vast regions in Asia India and the
Asia and Africa. However, they were introduced in many different countries, representing
the most widespread catfishes in the world. Specifically Clarias batrachus has been
nominated as among 100 of the "World's Worst" invaders. These fishes are also known
as “walking catfishes”, due to their ability to move over land. A large degree of
chromosomal variation has been found in this family, mainly through the use of
conventional cytogenetic investigations, with the diploid number ranging from 54 to 100.
In this study, we analyzed the karyotype structure and the distribution of 4 repetitive DNA
sequences (5S and 18S rDNA and (CA)15 and (GA)15 microssatelites) in four Clarias
species (named C. batrachus; C. gariepinus; C. macrocephalus and a natural hybrid
between the two later ones) from different Thailand river basins. The aim of this study
was to investigate the chromosomal differentiation among these species to improve upon
the knowledge of their biodiversity and evolutionary history. C. gariepinus and C.
macrocephalus presented 56 and 54 chromosomes, respectively, mainly formed by
metacentric and submetacentric chromosomes. Besides, they also differ in the number
and location of 5S and 18S rDNA and in the degree of microssatelites accumulation.
Concordantly, the natural hybrid presented the intermediate chromosomal pattern of both
parental species. Therefore, as the hybrid possesses a similar morphology, the
chromosomal data represent a powerful tool in its correct identification. C. batrachus
showed 2n = 104 chromosomes, mainly acrocentric ones, suggesting that multiple centric
fissions were involved in its karyotype evolution. Besides, this species presented 54 and
12 sites of 5S and 18S rDNA, respectively, together with a high accumulation and
differential distribution of both microsatellite repeats. The accumulation of these
sequences may have created unstable chromosomal regions and probable ‘hot spots’ for
chromosomal rearrangements related to this uncommon 2n increasing. The present data
highlight the remarkable evolutionary dynamism among walking catfishes, including
multiple chromosomal rearrangements and hybridization events. In this sense, both
conventional and molecular cytogenetic data were powerful tools to put in evidence the
C. gariepinus and C. macrocephalus hybridism.
Financial Support: The Royal Thai Government scholarship National Science and
Technology Development Agency (NSTDA)
55
(Nº 043) ESTUDOS CROMOSSÔMICOS E MOLECULARES NAS CINCO
ESPÉCIES DE PACU-PEVAS (CHARACIDAE: MYLEINAE) PROVENIENTES
DO PANTANAL DE MATO GROSSO, BRASIL
Sandra Mariotto1, Karine Cássia Gomes de Campos1, Livia Alice Mondin2, Paulo
César Vênere3, Daniela Cristina Ferreira3, Elisangela Bellafronte3, Ricardo
Firmino de Sousa³, Liano Centofante3
1. Instituto Federal do Mato Grosso, Campus Cuiabá-Bela Vista-MT; 2. Universidade
Estadual do Mato Grosso, Campus Tangará da Serra-MT; 3. Universidade Federal do
Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT.
Os peixes da subfamília Myleinae, conhecidos como pacu-pevas, possuem enorme
importância ecológica na dispersão de sementes, e econômica, exploradas no turismo de
pesca e também como espécies ornamentais. As espécies conhecidas na bacia do Alto
Paraguai são: Metynnis mola, Metynnis maculatus, Myloplus levis, Mylossoma
paraguayensis, Mylossoma orbignyanum. O presente trabalho teve por objetivo analisar
a variabilidade citogenética e molecular das cinco espécies de pacu-pevas de populações
nativas dos rios e baias da Bacia do Alto Paraguai, Mato Grosso. Foram coletados e
analisados sete espécimes por espécie dos municípios de Santo Antônio de Leverger e
Cáceres. Utilizou-se técnicas de citogénetica convencional e molecular para obter
cromossomos mitóticos, visualizar regiões heterocromáticas pela técnica de banda C e
regiões organizadoras de nucléolos (NORs) com impregnação de nitrato de prata,
hibridação por sondas 5S e 18S por FISH, extração do DNA para técnicas de PCR com
primers Fish1. Os resultados evidenciaram uma estreita relação cromossômica entre as
espécies do mesmo gênero (Metynnis com 2n=62 e Mylossoma com 2n=54
cromossomos). A espécie Mylopus levis é bem distinta a nível morfológico e
cromossômico, com 2n=58, a maioria acrocêntricos. O gênero Metynnis possui dois pares
de cromossomos portadores de rDNA 18s e um par com marcaçãoes da sonda de rDNA
5S. O gênero Mylossoma possui NOR múltipla, variando de seis a 16 marcações com
AgNa, e, até 32 cromossomos marcados com sonda rDNA 18S e um grande bloco de
rDNA 5S. Mylopus levis possui dois pares de rDNA 18S e um par com rDNA 5S. A
heterocromatina constitutiva, através da Banda C, apresentou blocos discretos
pericentroméricos de poucos cromossomos, sendo mais evidente nos cromossomos
portadores dos sítios de rDNAs. Para as análises das sequencias de COI os DNAs foram
amplificadas via PCR e geraram sequências de cerca de 700pb. Estas foram enviadas para
sequenciamento afim de melhor separar as espécies muito similares. Na sequência deste
trabalho, serão utilizados outros primers para auxiliar na filogenia desse importante grupo
de peixes do Pantanal.
Órgão financiador: FAPEMAT
56
(Nº 044) CONSERVADORISMO CROMOSSÔMICO EM Hoplosternum litoralle
(SILURIFORMES: CALLICHTHYIDAE) DA BACIA DO RIO PARNAÍBA,
DIVISA ENTRE MARANHÃO E PIAUÍ.
Sandra Mariotto2, Lívia Alice de Carvalho Mondin3, Paulo César Vênere1, Liano
Centofante1, Daniela Cristina Ferreira1, Jane Melo Lopes4, Nivaldo Magalhães
Piorski5, Luis Fernando Carvalho Costa5, Elisangela Bellafronte1
1. Universidade Federal do Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT; 2.
Instituto Federal do Mato Grosso, Campus Cuiabá-Bela Vista-MT; 3. Universidade
Estadual do Mato Grosso, Campus Tangará da Serra-MT; 4. Universidade Federal do
Maranhão, campus Chapadinha-MA; 5. Universidade Federal do Maranhão, campus
São Luis-MA
O rio Parnaíba é a maior bacia hidrográfica com seus limites inteiramente no interior do
Brasil. É um dos poucos rios perenes no nordeste brasileiro compreendendo parte
associado à caatinga na sua porção oriental e ao cerrado na sua porção ocidental. Por
possuir um alto grau de endemismo (por volta de 30%), o presente trabalho objetivou
analisar cromossômicamente a espécie Hoplosternum litoralle, conhecido popularmente
como carboja ou tamoatá, através das técnicas de coloração convencional por Giemsa,
impregnação por nitrato de Prata (AgRONs), bandamento C e hibridização in situ
fluorescente (FISH) com sondas de DNA ribossômico 18S e 5S. O número diploide
encontrado foi de 60 cromossomos (6m+2sm+52a) e NF=68. A região organizadora de
nucléolo está presente na região centromérica de apenas um par cromossômico
acrocêntrico (par 7) revelada pela AgRONs e pelo FISH com DNAr18S. A FISH com
DNAr 5S revelou marcações na região centromérica de dois pares acrocêntricos (pares
25 e 29). Estudos demonstram que H. litoralle apresenta um grande conservadorismo
cromossômico entre as distintas populações distribuídas pelas principais bacias
hidrográficas do Brasil, e no presente trabalho isto foi confirmado. Este conservadorismo
pode estar sendo determinado por um evento de radiação recente, dificultando a fixação
de rearranjos cromossômicos localmente adaptados; ou ainda, por ser uma espécie visada
comercialmente e utilizada na alimentação de grande parte da população ribeirinha,
principalmente no norte do Brasil, a transposição da espécie pode estar sendo facilitada
pela ação antrópica.
Órgão Financiador: FAPEMA, FAPEMAT, CNPq
57
(Nº 045) PRIMEIRA DESCRIÇÃO CITOGENÉTICA DE ESPÉCIES
SIMPÁTRICAS DO GÊNERO HYPOSTOMUS (SILURIFORMES,
LORICARIIDAE) NA BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAGUAÇU, ESTADO
DA BAHIA
Marcia da Silva Anjos; Alexandre Falcão Aderne; Jamille de Araújo Bitencourt;
Paulo Roberto Antunes de Mello Affonso
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Departamento de Ciências Biológicas
campus Jequié-BA
Os Loricariidae (Siluriformes) estão entre os grupos mais diversificados de peixes ósseos
do mundo. Ocupando o segundo lugar em número de espécies, a família apresenta cerca
de 860 consideradas válidas. Dentre elas, as do gênero Hypostomus, dominantes nos rios
brasileiros, são consideradas taxonomicamente complexas e diversificadas
citogeneticamente. Devido a ampla distribuição geográfica e variabilidade morfológica,
inúmeros impedimentos taxonômicos ainda dificultam a resolução de seu status.
Adicionalmente, números diploides variando de 2n=54 a 2n=84 e grande diversidade
estrutural já forma descritos, incluindo casos de cromossomos sexuais e supranumerários.
Nesse contexto, dados citogenéticos representam uma ferramenta valiosa na detecção de
caracteres diagnósticos que reforcem essa classificação. Sendo assim, o presente trabalho
teve por objetivo caracterizar citogeneticamente duas espécies simpátricas do gênero
Hypostomus, endêmicas da bacia hidrográfica do Paraguaçu (Bahia). Os espécimes de H.
jaguar (17) apresentaram 2n=76 e fórmula 32m/sm+44st/a (NF=108), enquanto em H.
chrysostiktus (14) o número modal foi de 2n=52 com fórmula 50m/sm+2st/a (NF=102).
Ambas as espécies apresentaram heterocromatina distribuída nas regiões terminais e
pericentroméricas da maioria dos cromossomos, assim como RONs simples localizadas
na região terminal, em um par submetacêntrico em H. jaguar e um acrocêntrico em H.
chrysostiktus. De fato, vários rearranjos Robertsonianos e inversões pericêntricas
conduziram a uma evolução cariotípica divergente em Loricariidae, o que pode ser
observado particularmente pelos distintos números diplóides e fórmulas cariotípicas
descritas em Hypostominae e no presente estudo. Considerando que o 2n=54 e a presença
de RONs simples representam a condição plesiomórfica da família, os dados ora obtidos
demonstram um cariótipo derivado em ambas as espécies e que além das fissões cêntricas,
comumente descritas em espécies do gênero, as fusões também desempenham um
importante papel no processo carioevolutivo do grupo, como evidenciado pelo 2n=52 e
presença de vários cromossomos metacêntricos em H. chrysostiktus. Vale ressaltar que
os resultados do presente estudo representam a primeira descrição citogenética de H.
jaguar e H. chrysostiktus e demonstram a eficiência dessa ferramenta para estudos
taxonômicos, sendo resolutivos em grupos com sistemática controversa como os
Hypostomus.
Órgão financiador: FAPESB, UESB e CAPES.
58
(Nº 046) ANÁLISE CITOGENÉTICA COMPARADA EM DIFERENTES
POPULAÇÕES DE ASTYANAX (CHARACIDAE: INCERTAE SEDIS): A.
paranae E A. elachylepis
Luana Pereira dos Santos1, Jonathan Pena Castro3, Carine Mendonça Francisco2,
Marcelo Ricardo Vicari3, Sandra Morelli2 & Roberto Ferreira Artoni3
1. Centro Universitário do Triângulo, UNITRI, Uberlândia-MG; 2. Instituto de Genética
e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG; 3. Departamento
de Biologia Estrutural, Molecular e Genética, Programa de Pós Graduaç ão em Biologia
Evolutiva, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa-PR
Várias espécies de Characiformes foram listadas como Incertae sedis devido a falta de
evidências consistentes de monofiletismo, dentre elas o gênero Astyanax. Com o
propósito de caracterizar o cariótipo de representantes deste gênero, duas espécies foram
estudadas: Astyanax paranae, região de Indianópolis-MG (córregos Lajeado e
Mandaguari), A. paranae, Distrito Federal (Lago Paranoá) e A. elachylepis, município de
Monte do Carmo -TO (Córrego Taboquinha). Análises citogenéticas convencionais
revelaram 2n = 50 cromossomos para as quatro populações. A população de A. paranae
do Ribeirão Mandaguari apresentou o cariótipo composto por 8m+16sm+12st+14a, o
Número Fundamental (NF) de 86. A análise das regiões heterocromáticas evidenciaram
blocos marcados na região centromérica e intersticial, além de blocos terminais. A AgRON mostrou-se múltipla com dois pares cromossômicos subtelocêntricos marcados,
confirmado pela FISH com sonda de rDNA 18S com cerca de 6 pares marcados. A
sequência de rDNA 5S foi localizada na região centromérica do par 3 metacêntrico que
também apresentou cístrons de rDNA 18S na sua região telomérica e no braço curto de
um par cromossômico acrocêntrico. A população de A. paranae do Córrego Lajeado
apresentou 10m+16sm+12st+12a e NF = 88. O bandamento C revelou blocos
heterocromáticos centroméricos em todos os cromossomos. A Ag-RON evidenciou ser
simples, confirmada pela FISH com rDNA 18S. A sonda de rDNA 5S marcaram o
centrômero do par 2 metacêntrico, um dos homólogos do par 8 apresentou sítios 5S junto
com 18S, e na região telomérica de um par acrocêntrico. A. paranae do Lago Paranoá
evidenciou 8m+24sm+6st+12a e NF = 88. Ag-RONs foram observadas na região terminal
do braço curto de um dos homólogos dos pares 11 e 18. Blocos de heterocromatina foram
evidentes nas regiões centroméricas e instersticiais e nos dois telômeros de um dos
homólogos do par subtelocêntrico também portador da sonda de rDNA 18S nos dois
telômeros. Além desta marca de rDNA 18S, mais 3 pares cromossômicos evidenciaram
cistrons com sonda de rDNA 18S. Os sítios de rDNA 5S foram localizados no centrômero
do par cromossômico 11. O cariótipo de A. elachylepis possui 12m+22sm+16st e NF =
100. Foram evidenciados blocos heterocromáticos na posição intersticial de todos os
cromossomos além de alguns blocos heterocromáticos. A FISH com sondas 18S
evidenciou cístrons de rDNA localizados em um par cromossômico na posição terminal
do braço curto e cístrons de rDNA 5S em um par cromossômico marcado na região
intersticial. Esses resultados confirmam a diversidade que este grupo representa,
sugerindo que marcadores cromossômicos podem ser relevantes para a citotaxonomia
deste grupo de peixes Neotropicais.
Órgão Financiador: Fapemig, UFU, CAPES, CNPq
59
(Nº 047) TÉCNICAS CITOGENÉTICAS EVIDENCIAM A PRESENÇA DE
CROMOSSOMOS SEXUAIS EM UMA POPULAÇÃO DE Astyanax Baird and
Girard 1854
Natália Coutinho-Sanches1, Jorge Abdala Dergam2, Claudio Oliveira1
1. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências,
Laboratório de Biologia e Genética de Peixes; 2. Universidade Federal de Viçosa,
Departamento de Biologia Animal, Laboratório de Sistemática Molecular
O gênero Astyanax possui cerca de 200 populações já cariotipadas e nenhuma
apresenta cromossomos sexuais. Dentro do gênero, um conjunto de formas
incompletamente definidas são consideradas como “complexos de espécies”, como
Astyanax scabripinnis, que se caracteriza por grandes variações morfológicas e
cariotípicas dentro e entre populações. Uma população de A. scabripinnis da bacia do rio
Santo Antônio, município de Ferros, Minas Gerais, Brasil, foi caracterizada
citogeneticamente através das técnicas de coloração convencional Giemsa, impregnação
da região organizadora de nucléolos por nitrato de prata, bandamento C e FISH com as
sondas (CA)15 e (GA)15. Os espécimes apresentaram número diplóide de 2n=50. O
cariótipo das fêmeas é composto por 6 metacêntricos, 13 submetacêntricos, 19
subtelocêntricos e 12 telocêntricos, enquanto que o dos machos apresenta 6
metacêntricos, 14 submetacêntricos, 18 subtelocêntricos e 12 telocêntricos. As regiões
organizadoras de nucléolos variaram de duas a 11 e estavam localizadas em cromossomos
submetacêntricos e subtelocêntricos e no cromossomo W. O bandamento C evidenciou
pouca heterocromatina, mostrando heteromorfismo em alguns pares cromossômicos. O
cromossomo W apresentou marcação única de heterocromatina, a qual foi centromérica,
pericentromérica e intersticial e terminal no braço maior. As sondas de microssatélites
hibridizaram nas regiões teloméricas da maioria dos cromossomos, além de algumas
regiões centroméricas e pericentroméricas. O cromossomo W apresentou marcações para
ambas as sondas, enquanto o cromossomo Z apresentou apenas marcação da sonda
(CA)15. A presença de um par heteromórfico e as diferentes marcações entre esses dois
cromossomos nas fêmeas sugere a existência de sistema de cromossomos sexuais do tipo
ZZ/ZW, encontrados pela primeira vez em Astyanax.
Órgão financiador: CAPES
60
(Nº 048) ANÁLISE CROMOSSÔMICA DE Hypostomus isbrueckeri
(SILURIFORMES: LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO URUGUAI
Rafhael Machado Lopes¹, Franciele Tormes¹, Gabriela Zavan¹, Karina Heberle¹,
Vladimir Pavan Margarido² & Vanessa Bueno¹
1. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Santa Helena-PR; 2. Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Cascavel-PR.
Hypostominae é a maior subfamília de Loricariidae. As análises moleculares atuais têm
permitido modificações no entendimento da evolução deste grupo e também dos
processos envolvidos em sua evolução cariotípica. Entre os gêneros de Hypostominae,
Hypostomus está distribuído por toda a região neotropical. A etimologia do nome do
gênero vem de hipo (sob) e stoma (boca). No atual trabalho foi analisada a espécie
Hypostomus isbrueckeri (uma fêmea e dois machos, provenientes do rio Ijuí, bacia do rio
Uruguai, Ijuí-RS). A metodologia utilizada foi a de coloração por Giemsa, impregnação
com nitrato de prata, e bandamento C. Hypostomus isbrueckeri apresentou 2n=76
cromossomos, com 24m-sm+52st-a. Através da impregnação por nitrato de prata,
utilizada para determinar Ag-RONs, foram verificadas AgRONs simples, em um par de
cromossomos acrocêntricos, em posição terminal do braço longo. Com o bandamento C
as regiões com heterocromatina constitutiva foram observadas. As regiões com a maior
quantidade de bandas foram as regiões centromérica e terminal, com uma marcação
intersticial em um par de cromossomos acrocêntricos. O gênero Hypostomus apresenta o
número de cromossomos entre 2n=62 a 2n=84 (desconsiderando a descrição de H.
plecostomus, com 2n=54 cromossomos, que pode se tratar uma identificação incorreta).
O resultado obtido para número cromossômico da espécie analisada (2n=76
cromossomos) está conforme o esperado para o gênero, sendo que as características
consideradas basais para o grupo são um único par portador de regiões organizadoras de
nucléolos (RONs), e um número diploide relativamente baixo. Hypostomus isbrueckeri
da bacia do rio Uruguai faz parte de um clado com Hypostomus uruguayensis,
Hypostomus aspilogaster e Hypostomus luteus. Atualmente não existem pesquisas
publicadas para o grupo de espécies de Hypostomus restrito ao rio Uruguai. As espécies
mais próximas deste clado que já foram citogeneticamente analisadas são Hypostomus
luetkeni e Hypostomus albopunctatus. As descrições existentes apontam 2n=74
cromossomos para H. albopunctatus, com uma população com AgRONs simples e uma
com AgRONS múltiplas; e 2n=76 cromossomos para H. luetkeni, com AgRONs simples.
Esses resultados evidenciam o aumento do número diploide no grupo e demonstram
similaridade com H. isbrueckeri, principalmente pela proximidade entre os números
diploides destas espécies. É necessário um estudo mais abrangente de clados completos
dentro de Hypostomus, afim de obter dados mais apurados sobre a evolução cariotípica
do grupo, contribuindo com o entendimento da evolução de Hypostominae.
Órgão financiador: CAPES, CNPq, Fundação Araucária
61
(Nº 049) ANÁLISE CITOGENÉTICA EM Astyanax aff. fasciatus PROVENIENTE
DO RIBEIRÃO TRÊS BOCAS COM ÊNFASE NA LOCALIZAÇÃO DE DNAr
5S
Ana Beatriz Goes Fernandes Monteiro12; Poliana Alves Sidol Wolf1; Lucia
Giuliano Caetano1
1
2
Universidade Estadual de Londrina /Centro de Ciências Biológicas, Londrina, PR
PROIC/ FUND. ARAUCÁRIA
O gênero Astyanax pertencente à família Characidae, constitui um grupo bastante
complexo do ponto de vista taxonômico compreendendo uma grande variedade de
espécies. As populações de Astyanax aff. fasciatus apresentam grande variação quanto ao
número diplóide de 2n=45 até 2n=50 cromossomos e também variação estrutural. Devido
à variedade de cariótipo do ribeirão Três Bocas, foram analisados exemplares de Astyanax
aff. fasciatus, com a finalidade de melhorar o entendimento da evolução cariotípica da
população. Foram utilizadas técnicas convencionais: usando a coloração com Giemsa,
banda C, localização das NORs por coloração de nitrato de prata e FISH utilizando sonda
de DNAr 5S. Todos os exemplares analisados apresentaram número diplóide constante
2n=46 e fórmulas cariotípicas: 10 metacêntricos(m)+16 submetacêntricos(sm)+20
subtelo-acrocêntrico(st-a); 10m+20sm+16st-a e 8m+16sm+22st-a. O bandamento C
evidenciou heterocromatina mais abundantemente distribuída na região terminal do braço
longo dos cromossomos sm e st-a e também na região intersticial de alguns cromossomos
com variações quanto aos pares envolvidos nos diferentes cariótipos. A coloração com
nitrato de prata evidenciou um sistema de NORs múltiplas. O DNAr 5S foi detectado na
região pericentromérica de um cromossomo e na região terminal do braço longo de outros
dois cromossomos. A existência de diferentes cariótipos ocorre devido a rearranjos do
tipo inversões pericêntricas, que provavelmente não impede o fluxo gênico
proporcionando uma grande variabilidade cariotípica devido aos cruzamentos entre
indivíduos portadores ou não de rearranjos cromossômicos. Nem todos os indivíduos
analisados do Ribeirão Três Bocas são residentes, o que faz com que alguns cariótipos
não sejam encontrados em diferentes períodos de estudo, caracterizando um sistema
dinâmico. Em relação ao rDNA existem poucos estudos utilizando a sonda de rDNA 5S
no gênero Astyanax e os resultados obtidos vêm contribuir para ampliação da
caracterização cromossômica em Astyanax.
Órgão financiador: Capes/Fundação Araucária
62
(Nº 050) MAPEAMENTO CROMOSSOMICO DE DNA REPETITIVOS EM
Rhamdia quelen (TELEOSTEI: HEPTAPTERIDAE)
Viviani França de Sene1, Mauro Nirchio2, José Carlos Pansonato-Alves1, Claudio
Oliveira1, Fausto Foresti1
1-Laboratório de Biologia e Genética de Peixes–Instítuto de Biociências de BotucatuUNESP, Brasil
2-Universidad Técnica de Machala, Ecuador
O gênero Rhamdia compreende um agrupamento monofilético de espécies de peixes com
distribuição desde o extremo Sul do México até o Sul da Argentina, englobando uma série
de espécies crípticas com fórmulas cariotípicas constantes de 2n=58 cromossomos, 18
m+18sm+16st+6a e NF=110. Este grupo de peixes, de modo geral, apresenta
cromossomos de tamanho pequeno o que contribui para a dificuldade na identificação de
sua morfologia e localização de marcadores. O objetivo do presente trabalho foi comparar
as fórmulas cromossômicas de exemplares do gênero Rhamdia, oriundos da bacia do rio
Tietê, da bacia do rio Grande e da bacia do rio Paranapanema. Foram realizadas análises
cromossômicas envolvendo coloração convencional por Giemsa, identificação das
regiões heterocromáticas por bandamento C, localização das Regiões Organizadoras de
Nucléolos (RONs) por nitrato de prata e hibridização fluorescente in situ (FISH) com
sondas para DNAr 5S e U2. Os dados cromossômicos confirmam a ocorrência de uma
grande variabilidade cariotípica, tanto intra- como interpopulacional, sugerindo a
existência de um complexo de espécies, uma vez que a presença de número ou
constituição cromossômica diferenciados pode funcionar como mecanismos de
isolamento reprodutivo. Considera-se, pois, que o mapeamento deste marcadores
citológicos em representantes do gênero Rhamdia resultaram em informações que
permitem estabelecer a trajetória evolutiva desses genes bem como esclarecer o processo
de especiação ocorrido.
Órgão financiador: CNPq, FAPESP, CAPES.
63
(Nº 051) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Trichomycterus sp. DO
RIACHO DO OURO, CHAPADA DIAMANTINA, BAHIA
Rayana Tiago Dutra1, Luciana Aguilar Aleixo1
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Departamento de Ciências Naturais,
Vitória da Conquista, BA.
A família Trichomycteridae é a segunda maior dentre os Loricarioidea e muitas espécies
vêm sendo descritas recentemente, o que demonstra que este grupo pode ser bem mais
especioso do que se presumia. Têm peculiar resistência e capacidade de ascensão em
corredeiras, o que explica sua presença em muitos cursos d’água em montanhas na
América do Sul. Esta família apresenta 218 espécies descritas, distribuídas em 44 gêneros.
No grupo dos Siluriformes houve uma tendência à manutenção do número diplóide de
56+/-2 cromossomos. Entretanto na família Tricomycteridae o número diplóide varia de
2n=50, em uma espécie de Trichomycterus, a 2n=64, em Vandellia cirrhosa, embora a
maioria das espécies da família mantenha o número diplóide em 2n=54 cromossomos. O
objetivo deste trabalho foi a caracterização citogenética de uma espécie da subfamília
Trichomycterinae. Foram analisados cinco exemplares de Trichomycterus sp.
provenientes do Riacho do Ouro, afluente do Rio de Contas no município de Livramento
de Nossa Senhora na Chapada Diamantina, BA. Em função da escassez de estudos sobre
a ictiofauna desta região, é provável que Trichomycterus sp. seja uma espécie nova que
carece de descrição, o que aumenta a relevância deste trabalho. A espécie estudada possui
cariótipo com 2n=54 cromossomos e NF= 108, com fórmula cariotípica 42m+12sm. A
ausência de cromossomos acrocêntricos é característica de muitas espécies de
Siluriformes. Dentre as espécies de Trichomycterus, cromossomos acrocêntricos só foram
detectados em populações de T. areolatus do Chile e de T. davisi do Paraná. O número
diplóide conservado de 54 cromossomos é comum à maioria das espécies de
Trichomycterus já caracterizadas, sendo possivelmente uma característica plesiomórfica
da família Trichomycteridae. O primeiro par de cromossomos metacêntricos é
consideravelmente maior que os demais, ocorrência comum dentre os tricomicterídeos.
Esta parece ser uma plesiomorfia, já que é compartilhada com a família Diplomystidae.
Resultados preliminares indicam a presença de pouca heterocromatina constitutiva,
restrita à região terminal de poucos pares de cromossomos, o que está de acordo com o
padrão observado nas demais espécies da família Trichomycteridae já caracterizadas
citogeneticamente. A realização de análises morfológicas, ecológicas e moleculares são
importantes para a melhor caracterização desta espécie, permitindo a confirmação de seu
status taxonômico.
Órgãos Financiadores: FAPESB e UESB.
64
(Nº 052) CARACTERIZAÇÃO, ANÁLISE EVOLUTIVA E DISTRIBUIÇÃO
CROMOSSÔMICA DO DNA REPETITIVO AM1, UM DNA SATÉLITE
ALTAMENTE DINÂMICO E COMPARTILHADO POR DIFERENTES
ESPÉCIES DA FAMÍLIA CHARACIDAE
Ricardo Utsunomia1, Duílio Mazoni Zerbinato de Andrade Silva1, Francisco J.
Ruiz Ruano2, Cristian Araya Jaime1, Maria Lígia Marques de Oliveira1, Priscilla
Cardim Scacchetti1, Fábio Porto Foresti3, Claudio Oliveira1, Fausto Foresti1
1. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Botucatu, Botucatu-SP
2. Universidad de Granada, Granada-Espanha
3. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências, Bauru-SP
DNAs satélites constituem uma fração não codificante do genoma e consistem em longos
arrays de sequências repetidas in tandem. De forma geral, estas sequências são espécie ou
gênero-específicas e estão localizadas preferencialmente na heterocromatina centromérica,
embora também possam ocorrer intersticialmente nos cromossomos. Até o presente, 1 único
DNA satélite, nomeado As51, foi descrito em representantes da família Characidae, sendo
restrito a apenas algumas espécies do gênero Astyanax, em estudos ainda escassos sobre estas
abundantes sequências. Desta forma, os objetivos do presente trabalho foram: i) isolar,
caracterizar e determinar a abundância e localização de DNAs satélites compartilhados entre
diferentes espécies da família Characidae; e ii) investigar a variação interespecífica do DNA
satélite nos níveis nucleotídico e cromossômico de organização. Para isso foi utilizada uma
combinação de técnicas de citogenética molecular, sequenciamento massivo e análises
nucleotídicas em 8 espécies desta família (Astyanax mexicanus, A. paranae, A. altiparanae,
A. bockmanni, A. fasciatus, Moenkhausia sanctaefilomenae, Hasemania kalunga e
Hyphessobrycon bifasciatus). Para identificação de novo de sequências de DNA satélite,
foram utilizados dados de corridas Illumina HiSeq2000 2x100PE disponíveis para as espécies
A. paranae, A. mexicanus e M. sanctaefilomenae. Assim, uma sub-amostragem de 300.000
reads de cada espécie foi realizada e selecionada para a etapa de clusterização no software
RepeatExplorer. Posteriormente, foram buscados gráficos que mostraram uma alta densidade
gráfica, típica característica de DNAs satélites, processados os contigs, visualizados os
gráficos dotplot, chegando-se aos monômeros de um único DNA satélite nomeado AM1
(166-186pb). Finalmente, foram desenhados primers divergentes, amplificados via PCR,
selecionadas as bandas que continham trímeros ou tetrâmeros do DNAsat que foram clonados
e sequenciados para cada uma das espécies, além de serem utilizados clones individuais como
sondas para FISH. As análises cariotípicas evidenciaram que esta sequência está sempre
localizada em posição centromérica. No entanto, uma extensa variação no número de
cromossomos marcados foi observada, sendo 2 em H. kalunga e A. bockmanni, 10 em A.
altiparanae e A. paranae, 18 em H. bifasciatus e A. mexicanus, 36 em M. sanctaefilomenae
e nenhum em A. fasciatus. Embora nenhuma marcação tenha sido observada em A. fasciatus,
amplificações do AM1 foram obtidas para todas as espécies. As análises filogenéticas
revelaram a diferenciação e evolução em concerto deste DNA satélite, principalmente ao
nível inter-genérico. Os resultados obtidos reforçam a adoção do modelo library de evolução,
que postula o compartilhamento de “biblioteca” comum de sequências de DNA satélite entre
espécies relacionadas. Assim, conforme as espécies se diferenciam, algumas famílias de
satélites podem ter seu numero de cópias reduzido e até mesmo desaparecer, enquanto outras
podem ser amplificadas e até mesmo novas variantes surgirem.
Órgão Financiador: CAPES, CNPq, FAPESP
65
(Nº 053) ORIGEM DO CROMOSSOMO B NO PEIXE Characidium alipioi
(CHARACIFORMES, CHRENUCHIDAE) AVALIADA POR PINTURA
CROMOSSÔMICA CRUZADA.
Érica Alves Serrano, Patricia Elda Sobrinho Scudeler, Cláudio de Oliveira &
Fausto Foresti.
Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista,
Distrito de Rubião Junior, s/n, 18618-970, Botucatu, SP, Brazil.
Cromossomos B são componentes aparentemente dispensáveis encontrados nos genomas
de inúmeras espécies, compostos basicamente de sequências repetitivas de DNA. Dentre
uma variedade de questões a respeito destes elementos, a busca pelo conhecimento de sua
origem tem sido amplamente estudada. Em peixes, a ocorrência destes cromossomos foi
relatada em cerca de 60 espécies, incluindo espécies do gênero Characidium, no qual
estes elementos aparentam não ter uma origem única. Com o objetivo de avaliar a origem
do cromossomo B na espécie Characidium alipioi, neste trabalho procedeu-se à análise
da distribuição de diversas sequências de DNA repetitivo (rDNA 18S e 5S, histona H3,
snRNA U2) utilizando a técnica de hibridação in situ fluorescente. Adicionalmente, foram
realizados experimentos de pintura cromossômica em níveis intra e interespecíficos, com
sondas para os cromossomos B de C. alipioi (CaB), C. gomesi (CgB) e C. oiticicai (CoB).
A hibridação evidenciou a presença das sequências repetitivas em apenas um par de
cromossomos do cariótipo, não sendo informativas para a avaliação da origem do
cromossomo supranumerário. Por outro lado, os experimentos de pintura cromossômica
demonstraram resultados interessantes que permitiram realizar algumas inferências.
Quando hibridada sobre o cariótipo da própria espécie, a sonda CaB apresentou
marcações sobre toda a extensão do cromossomo B e em dois pares de cromossomos do
complemento A, sugerindo uma origem intraespecífica para o supranumerário. Em
contrapartida, esta mesma sonda não apresentou marcações no cariótipo de C. gomesi e
C. oiticicai, indicando que os cromossomos destas espécies não compartilham sequências
similares de DNA. Este resultado foi confirmado pela hibridação da sonda CoB em C.
alipioi, uma vez que não foram observadas marcações. Por outro lado, a sonda CgB
apresentou sinais de hibridação sobre os cromossomos sexuais de C. alipioi, o que
confirma hipóteses anteriores sobre o envolvimento destes cromossomos no processo de
formação do cromossomos B de C. gomesi. Finalmente, apesar de revelarem uma origem
intraespecífica para o cromossomo B de C. alipioi, os dados obtidos permitem sugerir
que, de forma diferente aos resultados encontrados para o cromossomo B de C. gomesi, a
origem do supranumerário desta espécie não se deu a partir dos cromossomos sexuais,
uma vez que não foram observados sinais de hibridação nestes cromossomos das espécies
aqui utilizadas. Pode ser considerado, portanto, que o cromossomo B presente em C.
alipioi apresenta origem independente das outras duas espécies de Characidium, assim
reforçando a hipótese de que os supranumerários neste gênero não possuem uma origem
única, e possivelmente ocorreu após o processo de especiação. Estes resultados abrem
novas perspectivas de estudos dos cromossomos B em Characidium, e o caracteriza como
um modelo potencialmente interessante para estudos que busquem o conhecimento dos
mecanismos envolvidos na origem destes elementos genômicos em peixes neotropicais.
Órgão financiador: CAPES, CNPq e FAPESP.
66
(Nº 054) CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MARCADARORES DE rDNAS 5S E
18S EM REPRESENTANTES DAS SUBFAMÍLIAS CHARACINAE,
CYNOPOTAMINAE E ACESTRORHYNCHINAE.
Lívia Mondin3, Paulo César Vênere1, Liano Centofante1, Daniela Cristina
Ferreira1, Sandra Mariotto2, Elisangela Bellafronte1
1. Universidade Federal do Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT; 2.
Instituto Federal do Mato Grosso, Campus Cuiabá-Bela Vista-MT; 3. Universidade
Estadual do Mato Grosso, Campus Tangará da Serra-MT.
A família Characidae é a maior em número de espécies dentro da ordem Characiformes,
e também a mais complexa. Entre seus representantes mais interessantes, destacam-se as
subfamílias Characinae, Cynopotaminae e Acestrorhynchinae, conhecidas popularmente
como peixes-cadela ou peixes-cachorra, cujas relações de parentesco têm sido discutidas
por muitos autores. Alguns incluem Galeocharax e Cynopotamus em Characinae,
enquanto outros agrupam Galeocharax e Cynopotamus em Cynopotaminae. Visto a
grande semelhança externa entre membros destas três subfamílias, o presente trabalho
teve por objetivo analisar citogeneticamente seus representantes e verificar suas relações
cromossômicas. Foram coletadas na baía do Arrombado (Alto Paraguai) as espécies
Acestrorhynchus pantaneiro (Acestrorhynchinae) e Cynopotamus argenteus
(Cynopotaminae) e no rio Cuiabá a espécie Galeocharax humeralis. Através das técnicas
coloração convencional por Giemsa, banda C, AgRONs, FISH com DNAr 18S e 5S foi
possível verificar que A. pantaneiro apresentou 2n=50 cromossomos (38m-sm+12st-a),
Cynopotamus argenteus 2n=52 cromossomos (28m-sm+24st-a) e Galeocharax humeralis
2n=52 cromossomos (30m-sm+30st-a); as técnicas de AgRONs e FISH com DNAr 18S
revelaram variação de quatro a seis marcações em A. pantaneiro (pares 22 e 23), quatro
marcações em G. humeralis (pares 7 e 17) e duas marcações em C. argenteus (par 4). O
padrão de heterocromatina para as três espécies se deu preferencialmente na região
centromérica na maioria dos cromossomos, algumas bandas teloméricas e grandes blocos
heterocromáticos coincidentes com as RONs. O FISH com DNAr 5S mostrou dois pares
marcados em A. pantaneiro e G. humeralis, (sendo que em A. pantaneiro os DNAs
ribossômicos 18S e 5S estão em sintenia), e C. argenteus apresentou cinco pares
marcados. Os dados cromossômicos para estas subfamílias ainda são escassos, porém
determinou-se que cada entidade morfologicamente bem definida é acompanhada de
características cromossômicas que as diferenciam.
Órgao financiador: FAPEMAT/CNPq
67
(Nº 055) CARACTERIZAÇÃO CARIOTÍPICA DE PEIXES DO GÊNERO
Synbranchus DA REGIÃO NORTE DO PANTANAL MATO GROSSENSE
Mamynne Correa da Costa Rodrigues¹, Lucélia Fernanda Leite¹, Debora Karla
Silvestre Marques, Daniela Cristina Ferreira & Paulo Cesar Vênere¹
1. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá – MT.
O gênero Synbranchus (Synbranchidae) é representado por três espécies S. marmoratus
Bloch, 1785, S. lampreia Favorito, Zanata & Assumpção, 2005 e S. madeirae Rosen &
Rumney, 1972, sendo S. marmoratus a única citada para o Pantanal de Mato Grosso. Essa
espécie tem uma grande importância comercial na região, pois é vendida como isca-viva
para pesca esportiva. Do ponto de vista citogenético, há uma grande diversidade
cromossômica para o gênero, com números diplóides que variam de 2n=42 a 46
cromossomos, sugerindo a existência de mais de uma espécie na região, que vem sendo
identificada como S. marmoratus. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é
caracterizar citogeneticamente exemplares procedentes de diferentes regiões do norte do
Pantanal de Mato Grosso, no sentido de se verificar quantas e quais espécies de
Synbranchus ocorrem na região e que são utilizadas pelos pescadores, no comércio de
iscas vivas. Foram coletadas 41 espécimes nas cidades de Poconé e Cáceres, que foram
submetidos aos procedimentos de citogenética clássica e detecção de Ag-NORs. Foram
observados três cariótipos distintos, ou seja, peixes com números diploides de 42
cromossomos (4 m-s + 38 st-a), peixes com 2n=44 cromossomos (6 m-sm + 38 st-a) e
peixes com 2n=46 cromossomos (8 m-sm + e 38 st-a). As AgRONs foram detectadas em
diferentes porções cromossômicas, nos três citótipos encontrados, nos exemplares com
2n=42, no braço curto de um par acrocêntrico, nos exemplares com 2n=44, foram
visualizadas no braço longo de um par acrocêntrico, e nos exemplares com 2n=46, no
braço curto de um par metacêntrico. Esses resultados, tomados em conjunto, permitem
inferir que existem pelo menos três unidades taxonômicas para o gênero Synbranchus na
região de estudo, as quais necessitam, ou serem descritas, ou serem corretamente
identificadas.
Órgão financiador: FAPEMAT, CNPq
68
(Nº 056) CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Astyanax aff. bimaculatus
(CHARACIFORMES, CHARACIDAE), DA BACIA DO RIO DE CONTAS,
CHAPADA DIAMANTINA, BAHIA.
Mariane Alves Brito Pinto¹, Rayana Tiago Dutra¹, Luciana Aguilar Aleixo¹
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Departamento de Ciências Naturais,
Vitória da Conquista, BA.
Os peixes do gênero Astyanax pertencem à família Characidae e são conhecidos
popularmente como piabas ou lambaris, amplamente distribuídos na região Neotropical.
Apresentam grande variedade cariotípica, podendo ser observado desde 2n= 36 até 2n=
50 cromossomos. O conjunto de espécies do gênero Astyanax que apresenta mancha
umeral ovalada horizontalmente e mancha negra estendida no pedúnculo caudal até a
extremidade dos raios medianos foi agrupado no complexo bimaculatus. Todos os
exemplares analisados no presente estudo apresentavam características morfológicas
condizentes com este complexo de espécies, sendo por isso tratados como Astyanax aff.
bimaculatus. Visando colaborar com dados citotaxônomicos que ajudem a esclarecer a
evolução cariotípica do grupo, esse estudo objetivou caracterizar citogeneticamente a
espécie A. aff. bimaculatus coletada na Ponte de Coronel, região do alto rio de Contas,
Chapada Diamantina, BA. Dez espécimes foram sacrificados e posteriormente
submetidos à técnica de preparação direta das células do rim cefálico. As lâminas
montadas foram submetidas às técnicas de coloração convencional com Giemsa e
bandamento C. As melhores metáfases foram fotografadas e utilizadas para a montagem
do cariótipo, que apresentou 2n=50 cromossomos e NF=98. A fórmula cariotípica
encontrada foi: 12m+30sm+6st+2a. O número diploide de cromossomos tem se mostrado
bastante conservado nas espécies do complexo bimaculatus já cariotipadas. Entretanto, o
número de cromossomos acrocêntricos varia de um único par, como no presente estudo,
até seis pares em uma população de A. altiparanae do rio Paraná. O número modal de
cromossomos metacêntricos observado em espécies deste complexo são seis pares, em
consonância com o observado neste trabalho. Um estudo realizado com Astyanax
bimaculatus do médio curso do rio de Contas foram encontrados 2n=50, NF=96 e fórmula
cariotípica: 4m+6sm+36st+4a, evidenciando grandes diferenças entre os cariótipos das
populações do alto e do médio rio de Contas. Portando ao se comparar a população do
alto curso do rio de Contas com outras populações, fica evidente alta diversidade
cariotípica, provavelmente devida a rearranjos do tipo inversão pericêntrica. O padrão de
distribuição da heterocromatina constitutiva revelado pelo bandamento C constituiu-se
em blocos intersticiais em alguns pares de cromossomos com dois braços. Este mesmo
padrão foi observado para muitas espécies do complexo bimaculatus, diferentemente do
que se encontra em espécies do complexo fasciatus, em que a heterocromatina
constitutiva se concentra nas regiões terminais dos cromossomos. Assim, este estudo é
uma importante contribuição para a compreensão da diversidade cariotípica deste grupo,
já que poucos estudos foram realizados na bacia do rio de Contas, concentrando-se
especialmente em seu médio curso.
Órgão financiador: UESB
69
(Nº 057) MAPEAMENTO DE GENES RIBOSSOMAIS NOS CROMOSSOMOS
DE ESPÉCIES DO GÊNERO ANCISTRUS (SILURIFORMES:
LORICARIIDAE), DA BACIA DO PARAGUAI, MATO GROSSO, BRASIL.
Flávia Marcorin de Oliveira¹, Rafael Splendore de Borba¹, Sandra Mariotto²,
Liano Centofante³, Patricia Pasquali Parise-Maltempi¹
¹Laboratório de Citogenética Animal – Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” Campus de Rio Claro – Av 24A, 1515 Jardim Bela Vista- 13600-000Rio Claro/SP, Brasil.
²Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil.
³ Instituto de Biociências, UFMT Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT,
Brasil.
Dentro da tribo Ancistrini, está inserido o gênero Ancistrus, sendo este um dos mais
diversificados desta tribo. O gênero Ancistrus é um modelo de estudo muito interessante
por possuir uma taxonomia bastante confusa, com muitas espécies ainda não descritas,
poucos trabalhos de filogenenia e poucas informações moleculares e citogenéticas. As
espécies estudadas até o momento mostraram grande diversidade cariotípica,
evidenciando uma possível evolução cromôssomica para este gênero. Há poucos
trabalhos na literatura envolvendo a localização física do DNAr 18S e 5S em espécies de
Ancistrus utilizando a técnica de Hibridação Fluorescente in situ (FISH), sendo este, então
o objetivo do presente trabalho. Foram estudadas uma espécie (espécie 1) proveniente do
córrego Cupim, pertencente a Serra de São Vicente/MT, e uma espécie (espécie 2)
proveniente do córrego Mutuca, pertencente a Chapada dos Guimarães/MT, ambos da
bacia do Paraguai. A espécie 1 apresentou número diplóide 2n=42 (Número Fundamental
(NF)=84), já a espécie 2 apresentou número diplóide 2n-54 (NF=90). A Hibridação
Fluorescente in situ utilizando a sonda de rDNA 18S, mostrou marcação em apenas um
par cromossômico em ambas as espécies, sendo localizada na região intersticial em um
par submetacêntrico da espécie 1, e na região terminal de um par submetacêntrico da
espécie 2. Estas marcações foram coincidentes com aquelas encontradas na técnica de
Ag-RON. Ademais constataou-se que além de localizações diferentes do DNAr 18S nas
espécies estudadas, ambas monstraram heteromorfismo de tamanho cromôssomico e
tamanho da marcação, onde um cromossomo apresentou marcação maior comparada com
seu par, nas duas espécies estudadas. Os resultados utilizando a sonda de DNAr 5S foram
diferentes nas espécies estudadas: a espécie 2 possui marcações exclusivamente
centroméricas em 3 pares de cromossomos, enquanto a espécie 1 mostrou marcações tanto
centroméricas quanto terminais em 4 pares de cromossomos. Essas variações em relação
ao DNAr 5S podem revelar importantes eventos evolutivos ocorridos no genoma dos
Ancistrus e serão agora estudadas em nível molecular. Já em relação ao DNAr 18S nossos
resultados sugerem que a diferença de tamanho nas espécies estudadas, pode ser explicada
por uma possível duplicação em tandem da sequência do DNAr 18S, sendo que esse
heteromorfismo não está relacionado ao sexo e ocorreu nos exemplares estudados dessas
espécies.
Órgão financiador: FAPESP
70
(Nº 058) ORGANIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO CROMOSSÔMICA DO DNAr 5S
DE Hypostomus boulengeri (Eigenmann & Kennedy, 1903)
Poliana Alves Sidol Wolf¹, Natália Bortholazzi Venturelli², Ivan Rodrigo Wolf¹,
Juceli Gonzalez Gouveia¹, Laurival Antônio Vilas-Boas¹, César Martins²,
Fernando Camargo Jerep¹ & Lucia Giuliano Caetano¹
1. Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Biologia Geral, LondrinaPR; 2. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de
Morfologia, Botucatu-SP.
Nos eucariotos superiores as repetições do DNAr 5S consistem de múltiplas cópias de
uma sequência codificante separadas umas das outras por espaçadores não transcritos
(NTS). Diferentes autores têm mostrado que a região codificante é conservada mesmo
entre espécies não relacionadas, entretanto, o NTS apresenta amplas variações de
tamanho e composição. Objetivando fornecer novas informações sobre a organização
e localização do DNAr 5S em peixes, foram utilizadas as técnicas de coloração,
bandamento-C, e hibridização in situ (FISH) em 7 exemplares de Hypostomus
boulengeri. A sonda isolada a partir do DNA de um destes exemplares foi obtida por
PCR e após a clonagem e sequenciamento, estratégias de bioinformática combinadas
foram utilizadas para análise das sequências. A FISH com a sonda de DNAr 5S nos
cromossomos mitóticos, revelou sinais intersticiais com heteromorfismo de tamanho
na região pericentromérica do braço curto do par 15 subtelocêntrico. Na meiose o sítio
simples intersticial também foi confirmado, sendo que na região adjacente, em
paquíteno, foram identificadas duas bandas pequenas DAPI+, que provavelmente
correspondem às bandas de heterocromatina identificadas no bandamento-C. As
diferentes estratégias de bioinformática aplicadas possibilitaram a identificação de 117
pb do gene de RNAr 5S e do NTS completo com 1069 pb. Além disso, com base nos
valores de score fornecidos pelos programas, foram identificados novos elementos
dentro do NTS, dentre estes: famílias de RNAs não codificantes (ncRNAs), repetições
simples (AATGn) e sequências repetitivas com similaridade à elementos transponíveis.
A presença do sítio DNAr 5S em um único par tem sido considerada uma característica
plesiomórfica para Loricariidae, uma vez que se repete no outgroup Tricomycteridae.
Ademais, a localização intersticial dos sítios concorda com resultados encontrados
para outros vertebrados, sugerindo que esteja conservada em diferentes genomas. As
comparações entre sequências de DNAr 5S de outras espécies com a de H. boulengeri
confirmam a conservação da região codificante e mostram que de fato o NTS pode
exibir polimorfismos extensivos. Mesmo sem validações para as sequências
compatíveis com ncRNAs identificadas pelo programa Infernal, este resultado pode
fornecer informações funcionais sobre o NTS, isso porque, esta predição leva em
consideração a probabilidade de formação de estruturas secundárias, que são
conhecidas por fornecem sítios de ligação para proteínas que interagem com o DNA
e/ou RNA. Desta forma, este primeiro relato para a família Loricariidae mostra que a
região espaçadora pode conter, além de elementos típicos, componentes que
auxiliariam na compreensão da origem e regulação desta família multigênica em
peixes.
Órgão financiador: CNPq
71
(Nº 059) CARACTERIZAÇÃO CARIOTÍPICA DE Bergiaria westermanni Lutken,
1874 (SILURIFORMES, PIMELODIDAE), EVIDENCIANDO A PRESENÇA DE
CROMOSSOMOS B
Geovana de Cassia Malimpensa1, Josiane Baccarin Traldi¹ & Orlando MoreiraFilho1
1
Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos-SP, Brasil
Bergiaria westermanni é uma espécie de pequeno porte, endêmica da bacia do rio São
Francisco, que apresenta como carácter morfológico diferencial a presença de lábios bem
desenvolvidos. Pertence a família Pimelodidae, a qual está alocada na ordem
Siluriformes, e inclui 109 espécies, muitas delas, economicamente importantes. Estudos
citogenéticos na família indicam que o grupo apresenta grande diversidade cariotípica,
com número cromossômico variando de 2n= 50, verificado em Callophysus macropterus,
a 2n= 58 cromossomos, observado em Pimelodus blochii, além de existirem relatos da
presença de sistemas de cromossomos sexuais e cromossomos B em algumas espécies.
Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi analisar através de técnicas
citogenéticas clássicas e moleculares 29 espécimes (26 fêmeas e 3 machos) de B.
westermani, coletadas no rio São Francisco, na cidade de Piumhi-MG. A coloração com
Giemsa revelou a existência de 56 cromossomos do complemento A
(28m+14sm+10st+4a e NF = 94), além de uma variação intra e interindividual de 0 até 4
cromossomos do complemento B. O bandamento C evidenciou blocos heterocromáticos
alocados nas regiões centroméricas e terminais dos cromossomos do complemento A, e
mostrou que os cromossomos B são totalmente heterocromáticos. O tratamento com
nitrato de prata revelou a existência de NORs simples localizada na região terminal do
braço longo do par cromossômico 27, as quais estão associadas a sítios heterocromáticos.
A hibridização in situ fluorescente evidenciou sítios de rDNA 18S coincidentes com as
NORs (par cromossômico 27) e também nos cromossomos B. Foi verificado que existem
sítios múltiplos de rDNA 5S, localizados nos pares 1 e 5 em posição intersticial. A
sequência (GATA)n apresentou-se bem dispersa pelo cariótipo de B. westermanni
alocando-se preferencialmente nas porções terminais dos cromossomos do complemento
padrão A, com sinal bem fraco nos cromossomos B. A sequência (TTAGGG)n está
alocada apenas nas porções terminais dos cromossomos do complemento A e dos
cromossomos B. A presença de cromossomos B na espécie, nos quais foram constatados
sítios de rDNA 18S, abre uma grande perspectiva sobre a função e origem destes
cromossomos. Apesar de muitas espécies de Pimelodidae apresentarem estudos
cromossômicos, B. westermani ainda carece de informações. Assim, com este trabalho,
espera-se contribuir com mais dados para a caracterização citogenética da espécie, além
de auxiliar no entendimento da evolução cromossômica na família Pimelodidae.
Órgão financiador: CAPES, CNPq, FAPESP
Apoio de coleta: ICMBio (licença nº 10538-1)
72
(Nº 060) ANÁLISES DO NÚMERO DE NUCLÉOLOS EVIDENCIADOS PELA
TÉCNICA DE Ag-RON DEMONSTRARIAM ATIVIDADE DESSA REGIÃO
NOS CROMOSSOMOS B DE Bergiaria westermanni LUTKEN, 1874
(SILURIFORMES, PIMELODIDAE)?
Geovana de Cassia Malimpensa1, Josiane Baccarin Traldi¹ & Orlando MoreiraFilho1
1
Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos-SP, Brasil
A impregnação com nitrato de prata é muito utilizada pelos citogeneticistas para
evidenciar as RONs, as quais são responsáveis pela formação do nucléolo e são
constituídas por DNAr, RNAr e proteínas, tendo papel na formação dos ribossomos. Esta
técnica é considerada como uma marcação indireta, já que o nitrato de prata marca as
proteínas associadas ao RNAr. Assim, nas RONs que não estiveram ativas na intérfase,
não serão observadas marcações de prata nos cromossomos. Neste trabalho foram
realizadas análises citogenéticas clássicas e moleculares em células de exemplares de
Bergiaria westermanni, enfatizando os estudos com os cromossomos B e o número de
nucléolos encontrados na espécie. A coloração com Giemsa revelou a existência de 56
cromossomos do complemento A (28m+14sm+10st+4a e NF = 94), e uma variação intra
e interindividual de 0 até 4 cromossomos B. As análises da freqüência dos B em 193
células de 15 indivíduos, todos com cromossomos supranumerários, revelaram que: 1,6%
das células não apresentavam nenhum B; 14,5% apresentavam um B; 20,7%, dois; 44,6%,
três e 18,6%, quatro. Através da hibridização in situ fluorescente encontramos sítios de
DNAr 18S localizados na região terminal do braço longo do par 27 e também nos B, nos
quais as marcações ficam dispersas ao longo do cromossomo, mas em metáfases com
quatro B, apenas três apresentam marcações referentes à sonda de DNAr 18S. A
impregnação com a prata revelou a existência de NORs simples coincidentes com os sítios
de DNAr 18S, porém, não foram encontradas marcações nos B nas metáfases analisadas.
Para tanto, analisamos o número de nucléolos com a técnica de Ag-RON em 783 núcleos
de 4 exemplares dessa espécie, evidenciando que: 53,2% dos núcleos analisados
apresentaram apenas um nucléolo; 38,7%, dois; 6,8%, três; 0,8%, quatro e 0,5%, cinco,
ou seja, evidenciamos um número de nucléolos maior que o número de cromossomos
marcados nas metáfases analisadas pela prata. Com esses dados obtidos nas análises desta
espécie, pairam as seguintes questões: 1) Os sítios de DNAr 18S evidenciado nos três
cromossomos B seriam pseudogenes?; 2) A aplicação da técnica de Ag-RON na análise
da freqüência dos nucléolos demonstrariam a atividade desta região nos cromossomos
B?; 3) O resíduo de proteínas inseridas nos B não seria suficiente para Ag-RON
evidenciá-las?; 4) Como iremos responder à essas questões? Os resultados parciais deste
trabalho demonstram a importância da aplicação das análises da técnica de Ag-RONs nos
nucléolos de peixes portadores de B.
Órgão financiador: CAPES, CNPq, FAPESP
Apoio de coleta: ICMBio (licença nº 10538-1)
73
(Nº 061) MODELOS EVOLUTIVOS CONSTRASTANTES ENTRE ESPÉCIES
CONGENÉRICAS. UMA INVESTIGAÇÃO CROMOSSÔMICA NO GÊNERO
Hoplias (CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE)
Ezequiel Aguiar de Oliveira1,2, Luiz Antônio Carlos Bertollo4, Cassia Fernanda
Yano2, Thomas Liehr3 & Marcelo de Bello Cioffi1
1. Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Genética e Evolução, São
Carlos, SP – Brazil, 2. Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso – SEDUCMT, Cuiabá, MT – Brazil, 3. Jena University Hospital, Friedrich Schiller University,
Institute of Human Genetics, Kollegiengasse 10, D-07743 Jena – Germany e 4. Professor
Sênior da Universidade Federal de São Carlos.
Erythrinidae é uma pequena família de peixes, com apenas três gêneros, Hoplias,
Erythrinus e Hoplerythrinus, amplamente distribuídos na região Neotropical. Esta
família é caracterizada por uma notável diversidade cromossômica, tanto numérica
como estrutural, com números diploides variando de 2n = 39 a 2n = 54 cromossomos e
incluindo a ocorrência de sistemas de cromossomas sexuais simples e múltiplos em
algumas espécies. No entanto, excluindo Hoplias malabaricus, pouca informação
citogenética está disponível para outras espécies do gênero Hoplias. Aqui nós
investigamos as características cromossômicas de quatro espécies pertencentes ao
gênero Hoplias - H. lacerdae, H. brasiliensis, H. intermedius e H. aimara - utilizando
diferentes procedimentos de análises, como o bandamento C, coloração pelo nitrato de
Prata (AgNORs) e CMA3, bem como experimentos de hibridização fluorescente in situ
(FISH), utilizando sequências de DNAs microssatélites e ribossomais como sondas. O
objetivo foi analisar diferentes modelos de evolução cariotípica dentro deste gênero. O
mapeamento citogenético das diferentes classes de DNAs repetitivos revelou algumas
diferenças interespecíficas entre as espécies. No entanto, todas as espécies
apresentaram uma grande homogeneidade na sua macroestrutura cariótipica, com 2n =
50 cromossomos meta- submetacêntricos, a ausência de cromossomos sexuais
heteromórficos, padrão semelhante de heterocromatina C-positiva e um único par
cromossômico idêntico, portador de AgNOR. Portanto, os mecanismos evolutivos não
foram seguidos por grandes mudanças em seus cariótipos. Entretanto, tal
conservadorismo cariotípico contrasta com a alta diversidade cromossômica
geralmente observada em outras espécies de Erythrinidae, particularmente na espécie
congenérica, H. malabaricus. Mas, o que impulsiona a ocorrência de modos distintos
de evolução cariotípica entre espécies estreitamente relacionadas? Diferenças nos
modos de vida, na estrutura populacional e em características moleculares intrínsecas
são fatores que podem estar provavelmente envolvidos em tais ocorrências.
Órgãos financiadores: FAPESP-SP, CAPES, CNPq e SEDUC-MT.
74
(Nº 062) ANÁLISES CROMOSSÔMICAS DE DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO
Apareiodon Eigenmann, 1916 (CHARACIFORMES, PARODONTIDAE):
A. argenteus Pavanelli & Britski, 2003 e A. davisi Fowler, 1941
Josiane Baccarin Traldi1, Marcelo Ricardo Vicari2, Juliana de Fátima Martinez3,
Daniel Rodrigues Blanco4, Roberto Laridondo Lui5, & Orlando Moreira Filho1
1. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP; 2. Universidade Estadual de
Ponta Grossa, Ponta Grossa-PR; 3. Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba-SP;
4. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Santa Helena-PR; 5. Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel-PR
A família Parodontidae é composta por três gêneros: Parodon Valenciennes, 1849;
Saccodon Kner, 1863 e Apareiodon Eigenmann, 1916. Do ponto de vista cromossômico,
as espécies dessa família exibem manutenção do número diploide igual a 54
cromossomos, variações nas fórmulas cariotípicas, presença de cromossomos sexuais,
variação no número e localização de rDNAs 18S e 5S e DNA satélite pPh2004 e
diferentes padrões de dispersão da fração repetitiva WAp. Com o intuito de contribuir
para o conhecimento da citogenética de Parodontidae, o presente trabalho analisou através
de técnicas citogenéticas duas espécies do gênero Apareiodon: A. argenteus (bacia do rio
Araguaia – GO) e A. davisi (bacia do rio Jaguaribe – CE), as quais não apresentam dados
citogenéticos disponíveis na literatura. Para ambas foi verificado número diploide igual a
54 cromossomos metacêntricos/submetacêntricos e a heterocromatina mostrou-se
alocada preferencialmente em porções centroméricas. Para A. argenteus, foram
verificadas regiões organizadoras de nucléolo (NORs) ativas apenas no par
cromossômico 2, enquanto que para A. davisi tais sítios foram evidenciados nos pares 4
e 9. Os genes ribossomais 18S e 5S mostraram-se alocados nos cromossomos dos pares
2 e 18, respectivamente, em A. argenteus, enquanto em A. davisi, polimorfismos
cromossômicos envolvendo as duas sequencias foram verificados. As sequências
(GATA)n e WAp mostraram-se dispersas e não foram evidenciados vestígios de sítios
teloméricos intersticias (ITS) nos cariótipos das duas espécies. O DNA satélite pPh2004
mostrou-se presente nos pares 7, 8, 10, 11 e 18 em A. argenteus e no par 24 em A. davisi.
Os resultados apresentados refletem a diversidade cromossômica neste grupo de peixes
estão contribuindo para uma melhor compreensão da evolução cromossômica na família
Parodontidae.
Órgãos financiadores: FAPESP, CAPES e CNPq
Apoio de coleta: ICM-Bio (licença No 10538-1)
75
(Nº 063) DIVERSIDADE CROMOSSÔMICA NO GÊNERO Loricaria spp.
(SILURIFORMES, LORICARIIDAE)
Renata Cristina Claudino de Oliveira, Carla Andrade Vitorino, Laura Sirqueira
Silva Gardinal, e Paulo César Venere
1.Universidade Federal de Mato Grosso – Departamento de Biologia e Zoologia/IB
Campus de Cuiabá.
A família Loricariidae compõe uma das maiores famílias de peixes do mundo, com
aproximadamente 690 espécies distribuídas em cerca de 70 gêneros na região
Neotropical. Embora seja uma família tão representativa, os estudos citogenéticos ainda
abrangem um número pequeno de espécies. Para Loricariinae, objeto do presente estudo,
os resultados disponíveis na literatura revelam ampla variabilidade cariotípica com
números cromossômicos variando de 2n=36 em Rineloricaria latirostris a 2n=74 para
Sturisoma cf. nigrirostrum. O gênero Loricaria apresenta grande complexidade
taxonômica e os estudos cromossômicos já realizados revelaram ampla variabilidade
cariotípica (2n=48 cromossomos em Loricaria parva a 2n=66 em Loricaria sp). Desta
forma, o presente trabalho teve por objetivo caracterizar citogeneticamente exemplares
de Loricaria sp. por meio das técnicas citogenéticas convencionais e moleculares com
sondas de DNAr 5S e 18S. Os espécimes foram coletados no rio Araguaia, nas corredeiras
de Aragarças, no estado de Goiás e também no córrego Taquaral na estrada que liga Barra
do Garças ao distrito de Toriqueje, MT. Os exemplares analisados apresentaram variação
quanto ao número diplóide de 2n=64 a 2n=66 cromossomos e também em relação às
fórmulas cariotípica, que permitiram a identificação de três cariomorfos distintos aqui
citados como grupo 1; grupo 2 e grupo 3. A técnica de impregnação com prata evidenciou
um sistema de AgRONs simples, com variação quanto à localização e tamanho dos sítios
observados. O bandeamento C destacou regiões variáveis de heterocromatina constitutiva
na maioria dos cromossomos nos três grupos identificados. A análise com CMA3 mostrou
um resultado muito interessante, pois o grupo 1 possui muitas regiões CMA3+ nas regiões
centroméricas e grandes blocos heterocromáticos na região pericentromérica em um par
de cromossomos submetacêntrico médio. O grupo 2 apresentou uma quantidade bastante
reduzida desses sítios e o grupo 3, apenas o par portador das regiões organizadoras de
nucléolos se mostra CMA3+. A hibridação in situ fluorescente destacou, nos grupos 1 e 2,
marcações em um par de cromossomos acrocêntricos médios. As marcações são grandes
e espalhadas pelo cromossomo. No grupo 3, os sítios evidenciados foram menores e
concentrados próximo ao centrômero de um par de cromossomos submetacêntricos
médios. A hibridação com sonda para DNAr 18S confirmou as regiões evidenciadas pelo
nitrato de prata, como um sistema de AgRONs-simples para os três grupos. Esses dados
cromossômicos são bastante informativos e permitem caracterizar as diferentes unidades
taxonômicas em estudo como unidades distintas.
Órgão financiador: FAPEMAT/CNPq
76
(Nº 064) MAPEAMENTO CROMOSSÔMICO DE ELEMENTOS
TRANSPONÍVEIS Rex1 e Rex3 NO GENOMA DAS ESPÉCIES DA TRIBO
Ancistrini (SILURIFORMES, LORICARIIDAE)
Mirella Meneguzzi1, Fernanda Pederiva1, Sandra Mariotto1, Renata Cristina
Claudino de Oliveira¹, Liano Centofante1, Paulo Cesar Venere1, Daniela C.
Ferreira1
1. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá.
e-mail: [email protected]
Dentre os Siluriformes, a família Loricariidae está amplamente distribuída pela América
do Sul, sendo a segunda maior família de peixes neotropicais. A tribo Ancistrini possui
cerda de 217 espécies distribuídas em 29 gêneros. Do ponto de vista citogenético,
caracteriza-se por apresentar uma ampla variação cariotípica, podendo encontrar espécies
com 2n=34 a 2n=54 cromossomos. Além disso, nesse grupo são encontrados distintos
sistemas de cromossomos sexuais, cromossomos sexuais múltiplos, polimorfismos de
cromossomos e de rDNA. Poucos trabalhos estão disponíveis para essa tribo,
principalmente no que diz respeito à porção repetitiva do genoma desse grupo.
Considerando-se ainda que os estudos sobre a natureza de elementos transponíveis são
escassos e limitados a poucas espécies de alguns grupos de peixes, o objetivo do presente
trabalho foi analisar a composição e a localização cromossômica dos elementos
transponíveis na referida tribo. Foram amplificados os elementos transponíveis Rex1 e
Rex3 em oito espécies: A. claro, A. cuiabae, A. cf dubius, Lasiancistrus cf schomburgkii,
Ancistrus sp 08, Ancistrus sp 12, A. tombado, Ancistrus sp., pertencentes a duas bacias
hidrográficas, Paraguai e Amazônica. O Rex1 apresentou fragmentos com 500pb e o Rex3
apresentou uma banda de 400pb. Hibridações in situ fluorescentes foram obtidas em cinco
espécies. Os resultados revelam que tanto o Rex1 quanto o Rex3 apresentaram um padrão
de dispersão similar, sendo que os dois elementos estão dispersos em todos os
cromossomos das espécies. Blocos conspícuos são notados em quase todas as amostras
analisadas. No caso de Ancistrus sp 08, tanto o Rex1 quanto o Rex3 estão dispersos ao
longo dos cromossomos, porém apresenta uma hibridação diferencial na região do braço
longo de um par cromossômico submetacêntrico em machos e fêmeas. Em Ancistrus cf
dubius, o Rex1 hibrida em todos os cromossomos, porém não hibrida na região
organizadora de nucléolo. Já, o Rex3 hibrida em todos os cromossomos e
preferencialmente na porção telomérica. Em Ancistrus sp o Rex1 esta organizado nas
regiões teloméricas e preferencialmente em um cromossomo acrocêntrico grande, já o
Rex3 esta disperso ao longo dos cromossomos. Esses dados são os primeiros registros dos
elementos transponíveis para a tribo Ancistrini, e trazem novas informações sobre a
distribuição de sequências repetitivas no genoma das espécies pertencentes a essa tribo,
fornecendo informações significativas acerca da organização e dinâmica evolutiva destes
elementos transponíveis.
Órgão financiador: FAPEMAT/CNPq
77
GENÉTICA
78
(Nº 001) GENOTIPAGEM SEXUAL ATRAVÉS DO GENE DETERMINANTE
DE SEXO SDY EM ESTOQUES BRASILEIROS DE SALMONÍDEOS
Ricardo Shohei Hattori1, Yara Aiko Tabata1, Neuza Sumico Takashi2, Ricardo
Yasuichi Tsukamoto3
1. UPD-Campos do Jordão APTA/SAA; 2. Instituto de Pesca APTA/SAA; 3. Bioconsult Puriaqua
Uma característica explorada em grande parte das espécies cultivadas de peixes de
interesse comercial é o sexo fenotípico. Isso se deve ao fato de muitas destas espécies
apresentarem dimorfismo sexual em relação às taxas de crescimento, qualidade da carne,
tamanho em que atingem a primeira maturação entre outros. A fim de produzir indivíduos
do sexo com maior interesse comercial, muitos larvicultores recorrem a técnicas de
manipulação hormonal, principalmente com esteróides sexuais, para produção de animais
sexo-revertidos. Como exemplo, quando se deseja produzir lotes 100% fêmeas em
animais cujo macho é o sexo heterogamético, indivíduos XX são masculinizados por
tratamento de andrógenos. Tais animais produzem gametas somente do tipo X e quando
usados em cruzamentos com fêmeas normais XX geram lotes 100% XX. Recentemente
o gene mestre determinante do sexo masculino sdY (sexually dimorphic on the Ychromosome) foi descoberto primeiro na truta arco-íris e posteriormente em outros 15
salmonídeos. Essa ferramenta molecular permite realizar a sexagem genotípica de forma
rápida e eficiente durante estágios iniciais do desenvolvimento larval, sem a necessidade
de testes de progênie. Neste estudo, o gene sdY foi examinado em 6 linhagens de truta
arco-íris Oncorhynchus mykiss (JJ, GG, AA, KK, SS e BB) e no salmão do atlântico
Salmo salar da variedade landlocked mantidos na Estação Experimental de
Salmonicultura de Campos do Jordão a fim de avaliar a aplicabilidade desse gene na
sexagem genotípica. Também foram analisados animais selvagens de truta arco-íris
obtidos no Rio Sapucaí-Mirim em Campos do Jordão. A sexagem genotípica no lote
cultivado de reprodutores demonstrou a presença e ausência do gene sdY em todos os
indivíduos machos e fêmeas, respectivamente, com exceção das linhagens KK e SS,
formadas apenas por indivíduos geneticamente fêmeas. Dentre os animais selvagens, foi
encontrado um animal geneticamente macho, mas com ovócitos na região cranial da
gônada. Estes resultados demonstram que o gene sdY pode ser usado como um marcador
do sexo genético nos estoques cultivados de salmonídeos para triagem de fêmeas
revertidas e também para estudos de monitoramento de populações selvagens em
ambientes com ação antrópica.
Órgão financiador: FAPESP
79
(Nº 002) IDENTIFICAÇÃO PESQUEIRA DE TUBARÕES NA COSTA DE SÃO
PAULO (PROVÍNCIA ARGENTINA) UTILIZANDO MARCADORES
MOLECULARES
Ana Carolina Souto1, Guilherme José da Costa Silva1, Fernando Yuldi Ashikaga1,
Luis Henrique Fregadolli Ussami1, Fausto Foresti1& Claudio Oliveira1
1. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Instituto de
Biociências de Botucatu-SP, Laboratório de Biologia e Genética de Peixes – LBGP
Os elasmobrânquios, um dos grupos de vertebrados com maior número de espécies
ameaçadas de extinção, possuem poucas diferenças morfológicas, mesmo entre grupos
filogeneticamente próximos. Somando-se a isso, a prática do finning (i.e. remoção de
partes como cabeça e nadadeiras durante a pesca) torna inviável a identificação
taxonômica na maioria dos desembarques pesqueiros. Nesse contexto, o objetivo do
presente estudo foi identificar as espécies de tubarões que estão sendo pescadas na costa
do Estado de São Paulo, província Argentina, por meios de identificação molecular, para
que assim, planos de manejo possam ser elaborados para a preservação dessa fauna. A
coleta do material biológico foi realizada nos principais entrepostos pesqueiros do litoral
paulista (i.e. Santos - S, Ubatuba - U e Cananéia - C) e a identificação molecular das
amostras, foi realizada por PCR-multiplex com primers espécie-específicos e DNA
barcoding, com análises de Barcode Índex Number (BIN) e o modelo General Mixed Yule
Coalescent (GMYC). Através de tais análises, identificou-se 1.971 amostras, totalizando
doze espécies, sendo elas Prionace glauca (presente em S-U-C), Sphyrna zygaena (S-UC), Sphyrna lewini (S-U-C), Rhizoprionodon lalandii (S-U-C), Rhizoprionodon porosus
(S-U-C), Isurus oxyrinchus (S-U-C), Carcharias taurus (S-U), Carcharhinus falciformes
(S-C), Galeocerdo cuvier (U-C), Isurus palcos (S), Carcharhinus signatus (S) e Mustelus
canis (S). As técnicas de identificação por BIN e GMYC comparada com PCR-multiplex
demonstraram resultados divergentes, principalmente entre espécies geneticamente muito
similares (i.e. baixa divergência genética) como R. lalandii e R. porosus. Tal divergência
entre os resultados pôde demonstrar que embora a técnica de PCR-multiplex seja
financeiramente mais viável, ela pode acarretar falhas na discriminação taxonômica.
Sobre as espécies identificadas, verificou-se que oito delas estão presentes na lista de
espécies ameaçadas de extinção do Estado de São Paulo (conforme Decreto:
60.133/2014), sendo S. zygaena, S. lewini, C. taurus e C. falciformes classificadas como
“espécies com necessidade de diretrizes de gestão e ordenamento pesqueiro para
conservação”. Já as espécies R. lalandii e R. porosus são classificadas como “espécies
quase ameaçadas de extinção”, e I. oxyrinchus e G. cuvier como “espécies que não
possuem informações suficientes para análises do seu grau de conservação”, reforçando
assim, a importância da identificação correta das espécies de tubarões provenientes da
costa do litoral paulista para realização de monitoramento da quantidade de espécies
pescadas e para o desenvolvimento de futuras políticas de conservação e preservação
dessas espécies.
Agradecimentos: CAPES/PNPD 2994/2010
80
(Nº 003) DICRIMINAÇÃO DE POPULAÇÕES DO GENÊRO Ancistrus KNER,
1854 (SILURIFORMES: LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO PARAGUAI
ATRAVÉS DA TÉCNICA DE DNA BARCODE
Rafael Splendore de Borba1, Sandra Mariotto2; Liano Centofante L3, Daniela
Ferreira3, Claudio Henrique Zawadzki4 Patrícia Pasquali Parise-Maltempi1
1
Instituto de Biociências, UNESP Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio
Claro, SP, Brasil.
2
Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil.
3
Instituto de Biociências, UFMT Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT,
Brasil.
4
Departamento de Biologia, NUPELIA, UEM, Maringá, PR.
A tribo Ancistrini é constituída por 217 espécies válidas distribuídas em 29 gêneros, e um total
de 78 espécies nominais. No Brasil são encontrados 21 gêneros, dentre eles o gênero Ancistrus
que é um dos mais diversificados da tribo, possuindo atualmente 59 espécies descritas. O grupo
pode ser diferenciado dos outros loricariideos pela presença de pequenos tentáculos carnudos e
odontódeos interoperculares bem desenvolvidos. Embora de taxonomia bastante duvidosa, não
existindo ainda uma chave precisa de identificação para estas espécies, diversas espécies do
gênero Ancistrus já foram descritas na região das bacias dos rios Amazonas e Paraguai nos estados
do Amazonas e Mato Grosso. Dados citogenéticos e moleculares como caracterização do número
diploide, diferentes padrões de bandamento C e análises de sequências mitocondriais tem ajudado
a discriminar e isolar as populações de Ancistrus da bacia do rio Paraguai, porém as relações entre
as espécies do gênero nesta região ainda permanecem obscuras. A ferramenta de DNA BARCODE
com o gene mitocondrial Citocromo Oxidase subunidade I (COI) tem se mostrado importante
como um sistema global de identificação para plantas e animais e vem sendo amplamente utilizada
em estudos de identificação e discriminação de espécies crípticas. Essas sequências são
interpretadas como um código de barras (barcode), de modo que as espécies são discriminadas
por uma sequência particular ou por um conjunto de sequências muito similares. Nesse sentido o
presente trabalho teve como objetivo estudar populações e espécies do gênero Ancistrus
utilizando o sistema DNA BARCODE também levando em consideração os dados citogenéticos
já descritos para estas populações. Foram analisadas 15 populações de Ancistrus distribuídas em
15 localidades ao longo da Bacia do Paraguai, relacionando esses resultados com dados
citogenéticos já existentes na literatura. Foi obtido um total de 70 sequências do gene COI, as
quais foram editadas no programa Bioedit. As análises de distância e a topologia foram
conduzidas no programa MEGA 5.0. O sequenciamento gerou um total de 646 pares de bases,
dos quais 433 são conservados e 213 são variáveis, sendo a composição média de nucleotídeos
obtida de 30,4 (T), 25,2 (C), 26,6 (A) e 17,8 (G). Na topologia gerada pelo método de NeighbourJoining foi possível observar 13 clados (A-M), nos quais é possível observar um claro isolamento
de algumas dessas populações, de modo que esse isolamento está relacionado com a localidade e
com o cariótipo. As distâncias genéticas entre os clados apresentaram valores sempre maiores do
que 7%, o que é indício de que cada clado poderia representar uma espécie diferente. Estes
resultados mostram a eficiência da técnica de DNA BARCODE e dos dados citogenéticos para a
discriminação das espécies de Ancistrus desta região, e também apontam um forte isolamento
geográfico desse grupo na região da Bacia do rio Paraguai.
Órgãos financiadores: FAPESP (2013/17826-9)
81
(Nº 004) ANÁLISE DO TRANSCRIPTOMA DE CÉLULAS DA PELE DE
Pimelodella avanhandavae (TELEOSTEI: HEPTAPTERIDAE): GENES
RELACIONADOS À COLORAÇÃO CORPORAL
Viviani França de Sene1, Riviane Garcez da Silva1, Martin Ian Taylor2, Fausto
Foresti1, Claudio Oliveira1
Laboratório de Biologia e Genética de Peixes – Instítuto de Biociências de Botucatu –
UNESP, Brasil
1
2
School of Biological Sciences, University of East Anglia, Norwich, England
Os padrões de coloração têm sido interpretados como resultado do processo evolutivo.
Esses genes desempenham um papel central na origem e manutenção de fenótipos
específicos durante o desenvolvimento dos organismos. O objetivo deste estudo foi
analisar o transcriptoma de células epiteliais de Pimelodella avanhandavae, buscando
identificar os genes relacionados ao padrão de coloração nesta espécie de peixe. Foi
extraído o RNA total de tecido epitelial de um espécime adulto e utilizado para construir
uma biblioteca de cDNA que foi sequenciado em um sequenciador Ilumina HiSeq. Foram
obtidos cerca de 34 milhões de sequências que foram utilizadas na construção de contigs
e comparados com 89 genes associados com pigmentação em Danio rerio (zebrafish). No
final foram identificados 43 genes associados com a pigmentação em P. avanhandavae,
com semelhanças entre 44,7-94,3% com os genes de zebrafish. Foi também encontrada
grande similaridade com os genes de mielina, proteína premelanosome, proteína
dystrobrevin entre outros, todos eles diretamente relacionadas com a formação de
pigmentação. A comparação desses dados com os de outras espécies da mesma família e
famílias relacionadas permitirá compreender a importância e o papel desses genes na
determinação do padrão de coloração em peixes.
Órgãos financiadores: CNPq, FAPESP, CAPES.
82
(Nº 005) VARIABILIDADE GENÉTICA DO PIRARUCU (Arapaima gigas) EM
PISCICULTURAS DA REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DE RONDÔNIA,
USANDO MARCADORES STR
Thalitta Silva Cota¹, Andonai Krauze de França², Valdineia de Oliveira Rocha¹,
Jucilene Cavali¹, Marlos Oliveira Porto¹ & Bruna Rafaela Caetano Nunes
Pazdiora¹
1.Universidade Federal de Rondônia, Campus de Presidente Médici, RO; 2.
Universidade Federal de Rondônia, Campus de Porto Velho, RO
O pirarucu (Arapaima gigas), espécie nativa da Bacia Amazônica, é considerada a mais
promissora para o desenvolvimento da criação de peixes em regime intensivo nesta
região. Entretanto, faltam estudos sobre a espécie que fundamentem um programa de
melhoramento genético eficiente, o que pode garantir sua sobrevivência a médio e longo
prazo. Para tanto, objetivou-se analisar o grau de variabilidade genética intrapopulacional do pirarucu em pisciculturas localizadas na região central do Estado de
Rondônia. Foram coletadas72 amostras de nadadeira caudal de pirarucu em pisciculturas
que comercializam alevinos na região. Foram analisados polimorfismos microssatélites
tipo STRs, em cinco loci (AgCAm2 AgCTm3, AgCTm5, AgCAm13 e AgCAm26). O
DNA foi extraído usando-se o protocolo do kit extração e purificação comercial e
quantificado por fluorometria. A genotipagem foi feita por PCR. A visualização dos
fragmentos amplificados foi feita em gel de poliacrilamida corado com nitrato de prata a
10%. Os cálculos das frequências gênicas e a aderência ao Equilíbrio de Hardy-Weinberg
(EHW) foram feitos com o uso dos programas GENEPOP. Foram identificados 21 alelos,
sendo que a variabilidade mínima detectada foi de dois alelos no locus AgCAm26 e
máxima de seis no locus AgCAm13. As frequências alélicas observadas foram menores
que às encontradas em estudos com espécimes nativas. A estimativa de valores p, pelo
método de cadeia de Markov, com base as frequências genotípicas, revelaram desvios
significativos em nível de 5% nos loci AgCAm2, AgCTm3 e AgCAm13 (p=0,0000 e
desvio padrão ± 0,0000), os demais estão de acordo com H-W. Quando aplicados testes
mais sensíveis para se verificar a deficiência (HD) e/ou excesso (HE) de heterozigotos,
observa-se uma deficiência de heterozigotos nos loci AgCTm3 e AgCAm13. Tal
deficiência de heterozigotos é a provável razão do desvio em relação às proporções
esperadas sob equilíbrio de Hardy-Weinberg. Já em relação ao locus AgCAm2, o desvio
previamente observado não se confirmou. Desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg
podem ser ocasionados pelo não cumprimento de diversas premissas estabelecidas pelo
modelo, entre elas estratificações populacionais, tamanho amostral, acasalamento não
aleatório, deriva genética, seleção ou endogamia. Com base nos dados analisados, sugerese que os desvios encontrados na amostra populacional estudada foram influenciados pelo
tamanho amostral e dada a história de formação dos plantéis de pirarucus para cultivo no
estado de Rondônia, provavelmente seleção e endogamia estão fortemente influenciando
a não aderência ao equilíbrio de Hardy-Weinberg.
Órgão financiador: PROPesq/ UNIR/ CNPq.
83
(Nº 006) ISOLATION-BY-TIME EM POPULAÇÕES DE Salminus brasiliensis
Cuvier 1816
Josiane Ribolli123, Evoy Zaniboni-Filho2, Patricia D. de Freitas3, Pedro M. Galetti
Jr.3
1 Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais. Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos – SP. 2 Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes
de Água Doce, Departamento de Aquicultura, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis- SC. 3 Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação,
Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos- SP.
Isolamento por distância é reconhecido como um modelo para descrever a distribuição
espacial das frequências dos genes na maioria das espécies. No entanto, outros modos de
estruturação podem ocorrer a partir de vários períodos de tempo discretos. O dourado,
Salminus brasiliensis está distribuído em diversas bacias hidrográficas da América do
Sul, é uma espécie topo de cadeia com grande importância ecológica, econômica e social.
Frente à necessidade de conservação biológica e a carência de informações sobre o modo
de estruturação das espécies de peixes migradores neotropicais, o objetivo do presente
estudo foi investigar a estrutura genética durante o período reprodutivo de S. brasiliensis,
em três pontos amostrais na região do Alto e Médio rio Uruguai. Indivíduos adultos foram
amostrados nos meses de Outubro/10, Novembro/10, Dezembro/10, Janeiro/10 e
Fevereiro/10. 321 espécimes foram analisados através de 11 locos polimórficos de
microssatélites. A análise Bayesiana obtida pelo programa Structure e os valores de FST
gerados pelo software Arlequin identificaram quatro populações estruturadas
temporalmente (1 - Outubro/10; 2 - Novembro e Dezembro/10; 3 - Janeiro/11; 4 Fevereiro/11), e ausência de diferenciação espacial. O modelo de estruturação “isolationby-time” identificado no presente estudo parece estar associado com aspectos evolutivos
e a estratégias reprodutivas de S. brasiliensis. Nossos resultados auxiliam a compreensão
da organização genética de populações S. brasiliensis durante a estação reprodutiva,
fornecendo subsídios para a gestão dessa espécie.
Órgão Financiador: Capes, CNPq, Fapesp, Sisbiota.
84
(Nº 007) UNIDADES GENÉTICAS DE JUNDIÁ (Rhamdia quelen) DA REGIÃO
NEOTROPICAL IDENTIFICADAS POR MEIO DO DNA BARCODE
Josiane Ribolli1, Bianca M. Scaranto1, Giuliano Maia Huergo1, Evoy Zaniboni
Filho1
1. Universidade Federal de Santa Catarina, Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de
Água Doce, Florianópolis-SC.
O Jundiá Rhamdia quelen apresenta ampla distribuição geográfica nos mais diversos
ambientes aquáticos de água doce Sul brasileiras, o que juntamente com sua semelhança
morfológica, introduz uma incerteza taxonômica do gênero. O DNA barcode tem sido
usado como um sistema global de identificação, através da amplificação de um segmento
do gene mitocondrial Citocromo Oxidase subunidade I (COI). O presente trabalho teve
como objetivo analisar indivíduos de R. quelen de diferentes regiões através do uso do
DNA Barcode. Foram analisados quatro indivíduos da Lagoa do Peri, Florianópolis-SC
(LP); cinco do Alto rio Uruguai (ARU) e 29 sequências do Médio rio Uruguai (MRU).
Também utilizamos sequências obtidas no BOLD (http://www.boldsystems.org): seis
indivíduos da Bacia do rio São Francisco (BSF); cinco da Bacia do rio Paraíba do Sul
(BPS); três da Bacia do Alto rio Paraná (BAP); seis do pampa Argentino (PA). Nove
sequências de R. guatemalensis e uma de Rhamdella sp. foram utilizados como grupo
externo. As análises das sequencias foram feitas através do método de Neighbor-Joining
e Máxima Verossimilhança, com 10.000 réplicas, no programa MEGA 6.06. A distância
média entre R. quelen e R. guatemalensis foi de 9,4%. Os resultados sugerem a existência
de dois principais grupos de R. quelen: um formado por indivíduos oriundos da região
que sofreu incursões marinhas a aproximadamente 5-4 milhões de anos (LP, BPS e PA),
e outro grupo formado por indivíduos oriundos da região dos escudos e maciços (ARU,
MRU, BSF e BAP), com divergência genética de 3,4% entre eles. As divergências médias
entre os indivíduos da região dos Escudos Maciços foi 1,1%, e de 0,3% para indivíduos
da região das Incursões Marinhas. As maiores diferenciações genéticas foram
identificadas entre PAxMRU e PAxARU, com 4,3% de divergência. Os resultados
suportam a hipótese da existência de diferentes unidades genéticas, que muito
provavelmente se diferenciaram pelas incursões marinhas que ocorreram durante o
período do mioceno (há 5 a 4,2 milhões de anos), onde as variações do nível do mar
promoveram barreiras físicas de distribuição da fauna na América do Sul.
Órgão Financiador: CNPq, CAPES.
85
(Nº 008) CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA POR MEIO DO DNA BARCODE DO
JUNDIÁ Rhamdia quelen (SILURIFORMES: HEPTAPTERIDAE)
COMERCIALIZADO PARA CULTIVO
Bianca Maria Soares Scaranto1, Josiane Ribolli1, Giuliano Maia Huergo1 & Evoy
Zaniboni Filho1
1.Universidade Federal de Santa Catarina, Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes
de Água Doce, Florianópolis-SC.
O gênero Rhamdia é composto por espécies morfologicamente semelhantes, com ampla
distribuição geográfica e presença em várias bacias hidrográficas. O jundiá R. quelen
destaca-se entre elas, por ser uma espécie de grande importância para a piscicultura do
Sul do Brasil. Contudo, existe uma incerteza da identificação taxonômica da espécie, cuja
comercialização é feita normalmente com base no nome vulgar de jundiá. O DNA
barcode é uma técnica importante que possibilita a identificação precisa e pratica de
amostras, se aplica na caracterização de juvenis de peixes comercializados. A
identificação genética do jundiá é de grande importância para a conservação dos estoques
naturais, evitando a utilização de possíveis híbridos na formação de estoques genéticos,
além de possibilitar que o conhecimento prático e científico para a criação do jundiá esteja
concentrado em uma única espécie. Adicionalmente, ao identificar distintas unidades
genéticas, pode-se comparar o desempenho zootécnico dessas diferentes unidades. O
presente trabalho teve como objetivo utilizar o gene Mitocondrial Citocromo Oxidase I
(COI) para identificação de possíveis unidades genéticas de jundiá comercializadas em
algumas pisciculturas nos estados de Santa Catarina (SC) e Paraná (PR). Para acessar a
diversidade genética dos jundiás comercializados nestes estados, realizou-se o
sequenciamento do fragmento COI de 20 indivíduos agrupados em três grupos: Comercial
1-SC (C1SC), (n=5), Comercial 2-SC (C2SC), (n=7) e Comercial 3-PR (C3PR), (n=8).
Estimou-se as distâncias genéticas par-a-par com 10.000 réplicas (MEGA 6.06, K2P), das
sequências obtidas neste estudo e sequências obtidas no GenBank: uma de R.
guatemalensis (RG), uma de Rhamdella sp. (RD). As distâncias genéticas médias entre
os grupos foram: C1SCxC3PR= 2,4%; C2SCxC3PR= 2,4%; C1SCxRG e C2SCxRG=
9,4%; C3PRxRG= 10,1%. Dentro dos grupos comercializados, a maior diferenciação foi
de 4,7% (C3PR). Os resultados revelaram grande diferenciação entre os indivíduos
comercializados, sendo fundamentais os esforços para definir e separar as diferentes
unidades genéticas, tanto sob o aspecto da piscicultura quanto conservacionista.
Órgão financiador: CNPq, CAPES.
86
(Nº 009) ANÁLISE DE DIVERSIDADE GENÉTICA E ESTRUTURA
POPULACIONAL DE JUNDIÁS COMERCIALIZADOS E AMBIENTE
NATURAL
Bianca Maria Soares Scaranto1, Josiane Ribolli1, Jaiane da Silveira1, Giuliano
Maia Huergo1 & Evoy Zaniboni Filho1
1
Universidade Federal de Santa Catarina, Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes
de Água Doce, Florianópolis-SC.
O gênero Rhamdia é um grupo com grande diversidade, onde a grande maioria das
espécies é conhecida popularmente como jundiá. Dentre elas, destaca-se a espécie
Rhamdia quelen que é amplamente distribuída na América do Sul e apresenta importância
ecológica e relevância na piscicultura de água doce da região Sul do Brasil. O objetivo do
presente trabalho foi analisar a diversidade e a estrutura genética de jundiás de cultivo e
ambiente natural. As análises foram realizadas com sete lócus de microssatélites espécieespecíficos (Rhq2, Rhq7, Rhq13, Rhq15, Rhq20, Rhq26 e Rhq28), em 23 indivíduos
distribuídos em quatro grupos amostrais: seis indivíduos de cultivo comercial de Santa
Catarina (CSC), dez indivíduos selvagens do rio Uruguai (SRU), quatro indivíduos
selvagens da Lagoa do Peri (SLP), e três indivíduos selvagens de um tributário rio Iguaçu
(SRI). O DNA foi extraído através de protocolo salino e amplificado via PCR. A
genotipagem foi realizada em sequenciador automático ABI e as análises estatísticas
foram realizadas utilizando os programas GeneAlex, Arlequin e Genetix. Todos os locos
foram polimórficos, com número de alelos variando de quatro a 10. A heterozigosidade
esperada variou de 0,585 a 0,846 (SPL e SRU, respectivamente) e a heterozigosidade
observada variou de 0,643 a 0,905 (SLP e CSC, respectivamente). A AMOVA revelou
que 11,77% da variação genética total correspondem à variação entre os grupos amostrais,
e 88,22% à variação dentro deles. A estruturação genética par-a-par foi significativa entre
todos os grupos amostrais analisados. Os valores de Fst foram 7% (SRUxCSC, p=0,000;
SRUxSRI, p=0,017), 12% (CSCxSRI, p=0,012), 15% (SRUxSLP, p=0,000), 18%
(CSCxSLP, p= 0,004) e 21% (SLPxSRI, p=0,029). Esses resultados indicam
diferenciação genética moderada e alta entre os grupos amostrais analisados. A análise de
correspondência fatorial (FCA) corrobora com os resultados de Fst, revelando clara
separação entre os grupos amostrais de jundiá analisadas. Os resultados também sugerem
que novas investigações devem ser realizadas, ampliando o número de indivíduos e as
regiões amostrais, além do incremento de marcadores moleculares, visando o
entendimento da diversidade e distribuição R. quelen dos estoques naturais e
comercializados.
Órgão financiador: CNPq, CAPES, FAPESC.
87
(Nº 0 10) “BARCODING” DE PEIXES DO GÊNERO Hypancistrus
(SILURIFORMES, LORICARIIDAE)
Suellen Maria Gales Serrão¹, Hagi Lopescu Silva Carvalho¹, Renata Coelho
Rodrigues Noronha¹, Wilsea Maria Batista de Figueiredo-Ready¹ & Jonathan
Stuart Ready¹
1. Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Campo Belém, PA
As espécies do gênero Hypancistrus (Loricariidae, Ancistrini) são popularmente
conhecidas como “acaris” e possuem grande importância no comércio aquariofilista, com
uma distribuição restringida a América do Sul, Panamá e Costa Rica, sendo a Amazônia
uma das maiores exportadoras desses peixes ornamentais. A taxonomia do gênero
Hypancistrus é confusa devido a semelhança morfológica entre as espécies; além dos
estudos genéticos serem escassos, há muitas espécies sem descrição. O gênero possui
apenas 5 espécies descritas, dentre elas Hypancistrus sp. “pão” e Hypancistrus zebra. Este
estudo tem como objetivo conhecer e avaliar a diversidade molecular do gênero
Hypancistrus (Siluriformes: Loricariidae) em razão de sua importância no mercado de
peixes ornamentais, diferença no código “L” de identificação do mercado aquarístico de
espécimes morfologicamente parecidos, variações em análises citogenéticas e a falta de
pesquisas relacionadas. Com uma amostragem de 40 indivíduos e o uso do sistema de
código de barras de DNA que usa o gene COI (citocromo oxidase subunidade I) como
universal para discriminação das espécies, conseguimos sugerir uma filogenia de
agrupamento de vizinhos das amostras de Hypancistrus sp. “pão” e Hypancistrus zebra
com base nas sequências obtidas e informações do banco de dados do barcode, o BOLD.
Observamos que essas duas espécies forma um grupo monofilético, mas não foi possível
determinar se os Hypancistrus sp. “pão” que possuem diferenças cariotípicas e códigos
“L” são duas espécies distintas. Embora isso possa significar uma especiação recente ou
uma taxa de mutação lenta da COI nesse grupo, mais análises devem ser feitas utilizando
outros genes mitocôndrias ou nucleares para verificar possíveis alterações moleculares.
Órgão financiador: FAPESPA
88
(Nº 011) ECOLOGICAL OPPORTUNITY AND ADAPTIVE RADIATION IN
THE SUCKERMOUTH ARMORED CATFISH GENUS HYPOSTOMUS
(SILURIFORMES: HYPOSTOMINAE)
Gabriel de Souza da Costa e Silva¹, Fabio Fernandes Roxo¹, Nathan Lujan², Victor
Alberto Tagliacollo³, Claudio Henrique Zawadzki & Claudio Oliveira¹
1. Laboratório de Biologia e Genética de Peixes, Departamento de Morfologia, IB–UNESP,
Campus de Botucatu, Botucatu, São Paulo State, Brazil ;2. Center for Systematic Biology and
Evolution, Academy of Natural Sciences of Drexel University, Philadelphia, Pennsylvania,
USA;3. Department of Biology, University of Louisiana at Lafayette, Lafayette, Los Angeles,
USA; 4.Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biologia, Núcleo de Pesquisas em
Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupélia), Maringá, Paraná State, Brazil.
A central aim of evolutionary biology is to understand why species richness and
phenotypic diversity are unevenly distributed across the tree of life. Ecological
opportunity is frequently proposed as a driver of accelerated diversification, but evidence
has been largely derived from either contemporary island radiations or the fossil record.
Here, we investigate the influence of ecological opportunity on a trans-continental
radiation of South American freshwater fishes. We generate a species-dense, timecalibrated, molecular phylogeny for the suckermouth armored catfish subfamily
Hypostominae, with a focus on the species rich and geographically widespread genus
Hypostomus. We use the resulting chronogram to estimate ancestral geographic ranges,
infer historical rates of cladogenesis and diversification in body size and shape and
habitat, and test the hypothesis that ecological opportunity accelerated evolutionary
evolution and contributed to adaptive radiation. Both the subfamily Hypostominae and
the included genus Hypostomus originated in the Amazon/Orinoco Basin. Hypostomus
subsequently dispersed throughout tropical South America east of the Andes Mountains.
Consequent to invasion of the geographically remote, low-diversity Paraná River basin
in southeastern Brazil approximately 12.5 Mya, Paraná lineages of Hypostomus
experienced increased rates of diversification of species, body size and shape, and habitat.
Contemporary lineages of Paraná Hypostomus are much more morphologically diverse
and colorful than their congeners elsewhere. Increased speciation and morphological
diversification rates within a Paraná basin Hypostomus are consistent with adaptive
radiation. The geographical remoteness of the Paraná River basin, its recent history of
marine incursion, and its continuing absence of many species that are widespread in other
tropical South American rivers suggest that ecological opportunity played an important
role in facilitating the observed accelerations in diversification.
Órgão financiador: FAPESP
89
(Nº 012) DESCRIPTION OF A NEW CATFISH GENUS (SILURIFORMES:
LORICARIIDAE) FROM THE RIO TOCANTINS IN CENTRAL BRASIL
WITH COMMENTS ON ITS HISTORICAL BIOGEOGRAPHY
Gabriel de Souza da Costa e Silva¹, Fabio Fernandes Roxo¹, Luz Eneida Ochoa¹ &
Claudio Oliveira¹
1. Laboratório de Biologia e Genética de Peixes, Departamento de Morfologia, IB–UNESP,
Campus de Botucatu, Botucatu, São Paulo State, Brazil.
This present study deals with the description of a new genus of the subfamily
Neoplecostominae from the rio Tocantins basin. It can be distinguished from its
congeners by having three hypertrophied bicuspid-shaped odontodes on the lateral
portion of the body (character apparently present in mature males), a large area without
odontodes around the snout, the presence of a postdorsal ridge on caudal peduncle, by
absence of abdomen plates, the tooth series in dentary and premaxilla straight, absence of
hypertrophied odontodes on the lateral margins of the head in nuptial males, absence of
conspicuous series of enlarged papillae just posterior to the dentary teeth and a caudal
peduncle ellipsoid in cross section. Furthermore, we used maximum likelihood and
Bayesian methods to estimate a time-calibrated tree with 116 loricariid species from
previously publish data, using one nuclear and three mitochondrial genes, and used
parametric biogeographic analyses (DEC and DECj models) to estimate the ancestral
geographic ranges and to infer the colonization routs of the new genus and the members
of the subfamily Neoplecostominae through the rio Tocantins and through hydrographic
systems of southeastern Brazil. Our phylogenetic results suggested that the new genus
and species is sister group of all other members of Neoplecostominae and it has been
originated during the Eocene at 47.5 Mya (32.7–64.5 Mya 95% HPD). The present
distribution of the new genus and other members of Neoplecostominae is possibly a result
of historical connection between adjacent drainages of rio Paraguay, rio Paraná and the
Amazonian basins, mainly as a result of headwater captures.
Órgão financiador: FAPESP
90
(Nº 013) CORRELAÇÃO ENTRE O TESTE DE MICRONÚCLEO E O PESOCOMPRIMENTO PARA MONITORAMENTO DO BEM ESTAR ANIMAL EM
CRIAÇÃO SEMI-INTENSIVA DE TAMBAQUI
Fabiano Moreira Figueiredo¹, Mikelle Perboni Gutierrez ¹, Geovanna Lemos
Lima¹, Valdeir Teodoro de Farias Santos¹, Rute Bianchini Pontuschka¹ &
Fernanda Bay Hurtado¹
1. Universidade Federal de Rondônia – Departamento de Engenharia de Pesca,
Campus de Presidente Médici, RO
O teste de micronúcleo em peixes é um bioindicador de ambientes aquáticos e possibilita
a detecção de efeitos genotóxicos provocados por vários agentes químicos e físicos,
podendo ser utilizado para avaliação das condições ambientais e bem estar animal. Esta
pesquisa objetivou identificar anomalias celulares em eritrócitos periféricos de tambaqui
(Colossoma macropomum, Cuvier, 1818) em cultivo semi-intensivo por meio do teste de
micronúcleo e realizar a correlação com o fator peso-comprimento. Foram coletadas
amostras de sangue periférico de tambaquis, em quatro pisciculturas localizadas na área
rural do município de Presidente Médici – RO, através de punção do vaso caudal e
também foram realizadas suas biometrias. Em cada piscicultura foram utilizados
indivíduos (peixes) de dois tanques e em cada tanque foram amostrados 20 indivíduos.
Em todas as propriedades durante o ciclo de cultivo os peixes foram alimentados com
ração comercial 28 % de proteína bruta, e permaneceram em jejum 24 horas antes da
coleta de sangue, a qual antecedeu a despesca total dos tanques para sua posterior
comercialização. Foram confeccionadas três extensões sanguíneas por indivíduo e foram
analisadas 1.000 células por lâmina, totalizando 3.000 células por indivíduo. Os dados
foram analisados estatisticamente pelo teste Tukey (α = 0,05) e análise de variância com
um critério (ANOVA-ONE WAY) e a relação peso- comprimento através do Modelo
Clássico de Freundlich pelo programa Originpro versão 8.0 (Origin Lab). Com relação à
incidência média de micronúcleos a piscicultura que apresentou a maior frequência foi a
P3 com média de 25,58 ± 3,59 e a piscicultura P1 a menor frequência com média 4,87 ±
4,77. A relação peso-comprimento mostrou que os peixes não estavam em estado de bemestar animal, com exceção da P1, pois as pisciculturas P2, P3 e P4 apresentaram b < 3.
Verificou-se que a frequência média de micronúcleos em eritrócitos periféricos foi
significativamente maior nos peixes das pisciculturas P2 (12,87 ± 3,59), P3 (25,58
±12,63) e P4 (11,63 ± 8,52) o que coincidiu com o fator peso-comprimento b < 3
(alométrico negativo). A partir destes resultados, pode-se concluir que a alta frequência
de micronúcleos nos peixes das pisciculturas P2, P3 e P4 o teste de micronúcleo e a
relação peso-comprimento apresentaram correlação, o que pode ser útil para o
monitoramento do bem estar animal assim como do biomonitoramento de ambientes
contaminados.
Órgão financiador: PROPesq/UNIR e CNPq
91
(Nº 014) ANÁLISES CITOGENÉTICAS E DE DNA BARCODE DE
Hemiodontichthys acipenserinus (SILURIFORMIS; LORICARIIDAE;
LORICARIINAE) REVELAM A EXISTÊNCIA DE UM GRANDE COMPLEXO
DE ESPÉCIES.
Guilherme José da Costa Silva1, Ricardo Utsunomia1, Cristiane Kioko
Shimabukuro-Dias1, Renato Devidé1, Fausto Foresti1, Claudio Oliveira1,
Margarida Lima Carvalho2.
1. Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” UNESP Instituto de
Biociências de Botucatu-SP, Laboratório de Biologia e Genética de Peixes – LBP
2. Universidade Federal do Acre UFAC Laboratório de Citogenética e Genética
Molecular LABGENE.
Com o avanço das técnicas citogenéticas e moleculares e a associação destes dados à
sistemática e taxonomia há uma tendência mundial em analisar populações naturais sob
diferentes perspectivas. Neste contexto, o presente trabalho visou avaliar a variação
genética entre duas populações do gênero monotípico Hemiodontichthys Bleeker, 1862,
apresentando uma análise integrada de dados citogenéticos (clássicos e moleculares) e do
DNA Barcode da bacia do rio Purus no estado do Acre. Para isso, populações de H.
acipenserinus do igarapé Iquiri e do igarapé São Francisco foram analisadas. Para
realizarmos comparações mais abrangentes foram adicionadas às análises sequencias do
gene COI de populações de H. acipenserinus do rio Araguaia, rio Guamá e rio Madeira,
além de diferentes espécies e populações de outros 13 gêneros de Loricariinae
distribuídos por quase toda região Neotropical, o que totalizou uma matriz com 307
indivíduos e 560 caracteres. Os resultados obtidos revelam que a população do igarapé
Iquiri apresenta um número diploide cromossômico de 2n=58 e ausência de marcações
intersticiais pela sonda telomérica, enquanto a população do igarapé São Francisco
apresentou 2n=46 e 4 pares cromossômicos com marcações intersticiais teloméricas
(ITS), sendo que 2 deles apresentaram ITS duplas, indicando a ocorrência de fusões
cromossômicas recentes. Além disso, ao realizarmos análises de GMYC da matriz do
gene COI, pudemos notar que a variação genética entre as populações (2.7 - 6.2% de
distância-K2P) é superior à encontrada entre espécies distintas de outros gêneros da
subfamília, o que sugere a existência de prováveis quatro espécies crípticas: 1) rio
Madeira (localidade tipo), 2) rios Araguaia e Guamá, 3) Igarapés Iquirí e São Francisco,
4) aparentemente exclusiva do igarapé São Francisco. A identificação de indivíduos de
dois desses grupos no Igarapé São Francisco reforça a hipótese de existência de espécies
crípticas, uma vez que não havendo isolamento geográfico entre os haplogrupos, seria
necessário um isolamento reprodutivo entre os mesmos para que não houvesse
miscigenação e consequentemente homogeneização genética. A observação de simpatria
entre espécies crípticas acarreta uma série de questões taxonômicas, pois aumenta a
amplitude de variação morfológica das populações o que inviabiliza ou dificulta a
distinção de grupos morfológicos. Este parece ser o caso em H. acipenserinus, visto que
alguns autores já acreditavam na existência de subespécies no grupo devido à grande
variação morfológica. A identificação de um grande complexo de espécies no gênero,
juntamente com a constatação de simpatria entre as espécies crípticas, abre perspectivas
para uma extensiva revisão taxonômica do grupo com a participação indispensável de
analises filogeográficas.
Órgão financiador: CNPq, FAPESP, UFAC
92
(Nº 015) VARIAÇÃO GENÉTICA EM Schizolecis guntheri (SILURIFORMES:
LORICARIIDAE) REVELA A EXISTÊNCIA DE PROVÁVEL COMPLEXO DE
ESPÉCIES.
Guilherme José da Costa Silva, Camila da Silva Sousa, Claudio Oliveira
Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP
O gênero Schizolecis, membro da família Loricariidae, é representado por uma única
espécie Schizolecis guntheri. Esta encontra-se distribuída em diferentes bacias
hidrográficas costeiras independentes desde o norte do estado de Santa Catarina até o
norte do Rio de Janeiro. Estudos evidenciam que espécies encontradas em bacias
hidrográficas isoladas tendem a se diferenciar ao longo do tempo, devido à ausência do
fluxo gênico e diante disto, o trabalho teve como objetivo testar, através de identificação
molecular, a hipótese de que Schizolecis guntheri representa uma única unidade evolutiva
ou compreende um complexo de espécies crípticas. Para isso foram analisados sequencias
do gene mitocondrial COI de 101 exemplares de Schizolecis guntheri provenientes de
diferentes regiões desde as bacias do Paraíba do Sul no estado do Rio de Janeiro até os
rios litorâneos de Santa Catarina, assim como 345 sequencias de outros membros da
família Loricariidae. As sequencias foram editadas e alinhadas, obtendo-se uma matriz
com 848 caracteres, com essa matriz realizamos a análise com o modelo de General
Mixed Yule Coalescent (GMYC), possibilitando estimar um limite de variação interintraespecífica para a delimitação de espécie. Foram identificadas 67 entidades, sendo
quatro identificadas dentro de S. guntheri (G1- Rios costeiros do Paraná e Santa Catarina;
G2- Rios costeiros do sul do Rio de Janeiro, G3- Rios costeiros do estado de São Paulo,
G4- Paraíba do Sul/Litoral Norte do RJ). Onde os grupos apresentaram divergência
genética entre 2,1% e 12,3% e variação interna de 0% a 2,1%, evidenciando a alta
diferenciação genética entre as entidades. O estudo então demonstra que S. guntheri é
provavelmente um complexo de espécies, e que as espécies crípticas que a constituem
não se sobrepõem quanto às distribuições. Dessa forma toda essa diversificação pode ser
fruto de eventos vicariantes oriundos tanto de eventos geológicos como paleo-climáticos.
Análises de relógio molecular que se seguirão poderão identificar o período de tempo em
que ocorreu a diversificação entre e dentro dos grupos e com isso poderemos identificar
suas possíveis causas.
Órgãos financiadores: FAPESP e CNPq.
93
(Nº 016) DIVERSIDADE GENÉTICA E ESTRUTURA POPULACIONAL DE
SALMINUS FRANCISCANUS NOS SEGMENTOS ALTO E MÉDIO DA BACIA
DO RIO SÃO FRANCISCO REVELAM AMEAÇA OCULTA
Sarah Garcez Biondo¹, Daniel Cardoso de Carvalho¹; Naiara Guimarães Sales² &
Fábio Pereira Arantes¹.
¹Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; 2. University of Salford.
O dourado, Salminus franciscanus (LIMA & BRITSKI, 2007), é uma espécie de hábitos
migratórios endêmica da bacia hidrográfica do rio São Francisco. Possui grande
importância ecológica por ser um predador de topo de cadeia e econômica por ser o
principal alvo da pesca esportiva. O presente estudo analisou a diversidade genética e
estrutura populacional de Salminus franciscanus de algumas localidades dos segmentos
alto e médio da bacia do rio São Francisco. Utilizamos a região controle do DNA
mitocondrial para avaliar a diversidade genética e estrutura populacional entre alto (n=32)
e médio (n=15) São Francisco e entre montante (n=14) e jusante (n=33) da represa de
Três Marias. Haplótipos da região controle muito divergentes foram detectados entre
espécimes identificadas morfologicamente como Salminus franciscanus, portanto,
através da metodologia DNA barcoding (gene COI), realizamos a identificação molecular
dos mesmos. No total, foram verificados dezenove haplótipos e os valores de diversidade
haplotípica (Hd) e nucleotídica (Pi) foram de Hd=0,90524 e Pi=0,00617 para o segmento
alto da bacia e Hd=0,88571 e Pi=0,00622 para o segmento médio. Em relação à barragem
da usina hidrelétrica de Três Marias, os valores foram de Hd=0,95604 e Pi= 0,00620 para
o trecho a justante e Hd=0,90720 e Pi= 0,00658 para o trecho a montante. A análise de
estrutura populacional baseada no índice de fixação (Fst) evidenciou valores baixos e não
significativos, indicando ausência de estruturação entre alto e médio São Francisco e entre
jusante e montante da barragem de Três Marias. Além disso, as análises por DNA
barcoding dos indivíduos identificados morfologicamente como Salminus franciscanus,
mas com haplótipos da região controle muito divergentes, identificaram a ocorrência de
Salminus brasiliensis (CUVIER, 1816) na região do rio Abaeté. A introdução desta
espécie de dourado, proveniente da bacia do rio Paraná, representa uma ameaça oculta
para a espécie endêmica da bacia do rio São Francisco devido à possibilidade de
hibridização. Apesar das regiões do alto e médio São Francisco estarem atualmente
impactadas por fragmentação de habitat, poluição e sobrepesca, o dourado Salminus
franciscanus ainda apresenta elevada diversidade genética. Isso indica que a espécie
mantém potencial evolutivo também nos dois trechos relacionados à represa de Três
Marias e a elevada diversidade genética a montante pode ser resultado dos constantes
repovoamentos realizados para a espécie nesta região.
Órgão financiador: PIBIC/CNPq, concedida por FIP PUC Minas.
94
(Nº 017) BACIA TURVO-GRANDE: UMA IMPORTANTE ÁREA PARA
CONSERVAÇÃO DA ESPÉCIE Leporinus friderici Bloch 1794
(ANOSTOMIDAE)
Rosane Silva dos Santos¹ & Patrícia Domingues de Freitas¹
¹ Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Genética e Evolução,
Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação, São Carlos, SP
A Unidade de gerenciamento de recursos hídricos Turvo-Grande, presente no estado de
São Paulo, bacia do alto rio Paraná, abriga uma grande diversidade de espécies de peixes.
O rio Turvo, ao longo de seus 267 Km de extensão, recebe quatro principais afluentes e
sofre intensa pressão antrópica em seu entorno. A atividade pesqueira, o desmatamento
da mata ciliar e a poluição por esgotos domésticos são alguns dos fatores que podem levar
a perda da biodiversidade ictiofaunística na região. Além desses, a presença de
barramentos em cascata ao longo do rio Grande (foz do rio Turvo) pode promover
alterações na estrutura genética de espécies migradoras que necessitam deslocar-se por
grandes áreas para se reproduzirem com sucesso. Leporinus friderici é uma das espécies
de peixes migradores encontrada na bacia Turvo-Grande. Trata-se de um migrador de
médias distâncias com importância econômica como recurso pesqueiro e alimentar. O
presente trabalho objetivou analisar a diversidade genética de L. friderici da bacia TurvoGrande utilizando o marcador mitocondrial D-loop. Trinta indivíduos foram coletados em
três pontos ao longo da bacia, distantes entre si por mais de 80km. Fragmentos de 1046
pb da região controle foram sequenciados e analisados. O número de sítios polimórficos
e de haplótipos e os níveis de diversidade nucleotídica e haplotípica foram determinados
usando-se o software DnaSP. A análise de estruturação populacional foi feita a partir da
determinação do Fst pelo programa Arlequin. Um total de 28 sítios polimórficos e 18
haplótipos foi identificado. O número médio de diferenças nucleotídicas (K) foi 3,79, a
diversidade haplotípica (Hd) foi 0,95 e a diversidade nucleotídica (𝜋) foi 0,00362. Os
valores de Fst não foram significativos para nenhuma combinação entre todos pontos de
coleta, os quais mostraram compartilhamento de haplótipos. Esses resultados sugerem a
existência de uma única população de L. friderici na bacia Turvo-Grande e também
demonstram que essa população apresenta uma alta diversidade genética, apesar da forte
interferência antrópica presente na região. Dessa forma, a bacia do Turvo-Grande se
constitui numa área com condições adequadas à presença de L. friderici representando
um sistema importante para a conservação e manutenção dessa espécie.
Orgão financiador: CAPES
95
(Nº 018) ESTRUTURAÇÃO GENÉTICA DE Salminus brasiliensis EM TRECHO
FRAGMENTADO DA BACIA DO ALTO RIO PARANÁ
Danielly Veloso Blanck1, Adriana Kazue Takako2, Fernanda Simões de Almeida3,
Patrícia Domingues de Freitas1 & Pedro Manoel Galetti Junior1
1
Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Genética e Evolução, São
Carlos-SP; 2Universidade Federal de Tocantins, Araguaína-TO; 3Universidade
Estadual de Londrina, Departamento de Biologia Geral, Londrina-PR.
A construção de usinas hidrelétricas (UHE) tem fragmentado muitos rios que eram
previamente contínuos, levando à perda de populações de peixes neotropicais. A
fragmentação de habitat sujeita as populações à redução do tamanho populacional e
consequentemente aos efeitos mais acentuados da endogamia e deriva genética.
Avaliações de diversidade e estruturação genética de populações de peixes migradores
localizados à jusante e montante dos reservatórios destas usinas podem refletir seus
impactos sobre os rios e as espécies. Neste trabalho, as consequências genéticas de
construções hidrelétricas em um trecho da bacia do alto rio Paraná foram avaliadas em
um peixe migrador, o Salminus brasiliensis. O trecho compreende a um ponto no rio
Paraná (Porto Camargo-PR, Parque Nacional de Ilha Grande; denominado aqui como
ponto jusante à UHE dispostas em cascata), e dois pontos no rio Paranapanema (UHE de
Canoas I e Canoas II; denominado como amostragens a montante à sequência de UHE).
Entre os pontos amostrados existem as UHE de Rosana, Taquaraçu e Capivara. Estrutura
populacional, diversidade genética e gargalo recente foram avaliados por meio de 11
locos microssatélites. A região controle do DNA mitocondrial (d-loop) foi utilizada para
testar se uma possível estruturação genética existente se devia a eventos históricos. As
análises de estruturação genética (atribuição Bayesiana com software BAPS, Análise de
Correspondência Fatorial e FST) a partir dos locos microssatélites indicaram a existência
de dois grupos genéticos de S. brasiliensis, em que as duas populações amostrais
localizadas a montante podem ser consideradas como uma população única e a população
coletada a jusante no trecho, representa o outro grupo genético. Em contrapartida, a
análise de estruturação com o marcador d-loop (atribuição Bayesiana com software BAPS
e FST) indicou haver uma única população, levando-nos a rejeitar a hipótese de que estas
populações já se encontravam estruturadas antes da construção das UHEs no trecho
estudado. Desse modo, nós atribuímos a estruturação genética verificada com os
marcadores microssatélites à existência da UHE de Capivara, em operação há cerca de 40
anos (∼16 gerações para a espécie em questão). Os índices de diversidade genética
(riqueza alélica e heterozigosidade esperada), contudo, foram altos e não foram
significativamente diferentes entre os dois grupos genéticos de S. brasiliensis. O software
Bottleneck não foi capaz de identificar gargalo populacional recente, embora
pesquisadores e pescadores tenham relatado não encontrar mais exemplares desta espécie
na região estudada. Este estudo reforça os impactos que o represamento dos rios causa
sobre espécies migradoras de peixes, em especial o S. brasiliensis. Além disso, os dados
de diversidade genética podem ser usados em futuros estudos comparativos para
monitoramento do status genético e de gestão das populações desta espécie. Estudos desta
natureza serão fundamentais para a manutenção dessa espécie.
Órgãos financiadores: CAPES, CNPq e FAPESP.
96
(Nº 019) ANÁLISE MOLECULAR DAS ESPÉCIES Rineloricaria kronei E R.
langei (Siluriformes: Loricariidae) AO LONGO DA MATA ATLÂNTICA.
Camila da Silva de Souza, Guilherme José da Costa Silva, Fausto Foresti, Claudio
Oliveira
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Instituto de Biociências,
Botucatu-SP
O gênero Rineloricaria é um dos grupos de peixes de água doce mais complexos e
diversos morfologicamente da região neotropical. As espécies desse gênero possuem
adaptações morfológicas especializadas para habitats de areia como R. langei, R. cadeae
e R. longicauda e de rocha R. kronei, R. nigricauda e R. Jaraguensis, entre outras
espécies. Essa profunda diversificação morfológica nos leva a perguntar se ela é também
acompanhada de uma grande divergência genética. Nesse sentido o presente trabalho
propôs o uso da técnica de DNA barcoding, para testar essa hipótese utilizando amostras
de espécies que possuem adaptações morfológicas para diferentes habitats em especial as
espécies R. kronei e R. langei que possuem sobreposição quanto às suas distribuições
geográficas. Foram analisadas 306 sequências do gene mitocondrial COI de exemplares
do gênero de Rineloricaria sendo 14 de R. kronei e 30 de R. langei, as sequências foram
editadas e alinhadas, obtendo-se uma matriz com 534 caracteres. Com essa matriz
realizamos a análise de General Mixed Yule Coalescent model (GMYC), possibilitando
estimar um limite de variação inter-intraespecífica para a delimitação de espécie. Foram
identificadas 50 entidades, com intervalo de confiança entre 18-71, no entanto a técnica
não permitiu distinguir R. langei de R. kronei pois a divergência genética encontrada
dentro do grupo foi de apenas 0,1%, além disso, os morfótipos não apresentaram
monofiletismo reciproco. O padrão genético encontrado em R. langei e R. kronei poderia
ser resultado de uma introgressão mitocondrial, fruto de miscigenação das linhagens ou
devido a uma especiação extremamente recente, seguida de rápida modificação
morfológica. Para a confirmação dessas hipóteses são necessários mais estudos utilizando
outros marcadores moleculares, tais como genes nucleares.
Órgão financiador: Capes e CNPq
97
(Nº 020) IDENFICAÇÃO DA COMUNIDADE ICTIOPLACTÔNICA DA BACIA
DO MOGI-GUAÇU UTILIZANDO UMA FERRAMENTA MOLECULAR (DNA
BARCODING)
Diogo Freitas-Souza¹, Érica Alves Serrano Freitas¹, Guilherme Costa Silva¹, Felipe
Pontieri de Lima¹, Fausto Foresti¹, José Augusto Senhorini² & Claudio Oliveira¹
1. Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP – Instituto de
Biociências de Botucatu-SP, Laboratório de Biologia e Genética de Peixes – LBGP; 2.
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental –
CEPTA, ICMBio-MMA, Pirassununga-SP
O estudo da ecologia de ictioplâncton é uma das melhores ferramentas para delimitação
dos períodos e das áreas de reprodução dos peixes neotropicais. No entanto, a dificuldade
de identificação das larvas, até mesmo para especialistas, e o conhecimento quase nulo
na identificação de ovos, geram restrições na proposição de planos de conservação e
manejo de áreas críticas de espécie específicas para reprodução dos peixes. Neste sentido,
o objetivo do presente estudo é delimitar os períodos e áreas críticas para a reprodução
dos peixes da bacia do rio Mogi-Guaçu, utilizando a ferramenta molecular (DNA
barcoding) para identificação espécie específica dos ovos e larvas de peixes. Foram
realizadas duas campanhas amostrais na bacia do rio Mogi-Guaçu, a primeira na região
do Parque Estadual do Jataí (PEJ) em Luis Antônio-SP, no mês de novembro/2014 e a
segunda campanha na Cachoeira de Emas (CE), Pirassununga-SP, no mês de
fevereiro/2015. Como resultado, foram capturados 1179 organismos, sendo 567 ovos e
128 larvas na região do PEJ, e 321 ovos e 163 larvas na região da CE, evidenciando que
ambas as áreas atuam como locais de desova e de berçários naturais para peixes da bacia.
Do total, até o momento, 52 ovos e 30 larvas foram submetidos à amplificação e
sequenciamento do gene COI (640pb). As sequências foram analisadas contra
informações do banco de dados BOLDSystems para sua identificação. Foi possível
identificar ao nível de espécie 81 amostras e apenas uma ao nível de gênero, totalizando
11 táxons identificados. Dentre as amostras identificadas, a variação da distância
intraespecífica foi de 0,0% a 0,49%, com média de 0,14%. A amostra identificada ao
nível de gênero apresentou distância intraespecífica de 3,16%, já as distâncias dos grupos
interespecíficos a variação foi de 4,7% a 26,1%, com média de 21,8%. Verificou-se uma
segregação espacial na composição dos táxons, uma vez que Cyphorachax nagelli e
Pimelodus sp. foram registrados na região do PEJ e os táxons Prochilodus lineatus,
Leporinus elongatus, L. obtusidens, L. friderici, Leporellus vittatus, Pimelodus
maculatus, Pseudopimelodus mangurus, Characidium zebra e Parodon nasus foram
exclusivos da CE. A presença de espécies que realizam migrações de longa distância (P.
lineatus, L. elongatus e L. obtusidens) na CE, corrobora estudos realizados anteriormente
que caracterizaram essa área como local de desova de espécies migradoras. De acordo
com nossos dados, o PEJ também pode ser considerado área de desova, mas que
desempenha papel distinto da CE, atuando na manutenção da diversidade de espécies
sedentárias. Apesar deste estudo se apresentar em caráter inicial, os dados aqui
apresentados permitiram evidenciar a eficácia da utilização de ferramentas moleculares
na identificação de produtos reprodutivos, proporcionando o conhecimento das distintas
funções e importância ecológica para as duas áreas de estudo da bacia do rio Mogi-Guaçu.
Órgão financiador: FAPESP, CNPQ, CAPES e CEPTA-ICMBio-MMA
98
(Nº 021) DNA BARCODING COMO FERRAMENTA PARA CONSERVAÇÃO
DA ICTIOFAUNA: RIO MOGI-GUAÇU
Diogo Freitas-Souza¹, Érica Alves Serrano Freitas¹, Guilherme Costa Silva¹, André
Batista Nobile1; Fausto Foresti¹, José Augusto Senhorini² & Claudio Oliveira¹
1. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Instituto de
Biociências de Botucatu-SP, Laboratório de Biologia e Genética de Peixes – LBGP; 2.
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental –
CEPTA, ICMBio-MMA, Pirassununga-SP
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio-MMA), por meio de
políticas públicas, propôs os Planos de Ação Nacional (PAN) para Conservação de Espécies
Ameaçadas de Extinção. Os PAN’s tem por objetivo identificar e orientar ações prioritárias a fim
de proteger populações de espécies ameaçadas de extinção e seus ambientes naturais. Atualmente
o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Biodiversidade Aquática Continental (CEPTAICMBio-MMA) coordena o PAN-Mogi-Guaçu, Pardo, Sapucaí-Mirim e Grande (PAN-MogiGuaçu) visando elaborar ações para conservação de 14 espécies de peixes ameaçadas de extinção:
Brycon nattereri, B. orbignyanus, Piaractus mesopotamicus, Astyanax trierythropterus,
Steindachneridion scriptum, Zungaro jahu, Phallotorynus jucundus, Myleus tiete, Prochilodus
vimboides, Bunocephalus larai, Chasmocranus brachynema, Neoplecostomus paranensis,
Pseudopimelodus mangurus e Sternarchella curvioperculata. Para atingir seus objetivos o PANMogi-Guaçu elaborou seis metas, sendo que a quarta é proteger áreas prioritárias, como áreas de
berçários naturais, lagoas marginais e várzeas adjacentes; ambientes associados aos estágios
iniciais da vida dos peixes. Neste contexto, o CEPTA e o Instituto de Biociências de Botucatu-SP
(IBB-UNESP) estabeleceram uma colaboração para estudar a ecologia do ictioplâncton no rio
Mogi-Guaçu, com o intuito de delimitar períodos e áreas críticas para as espécies ameaçadas de
extinção previstas no PAN citado. Para solucionar a problemática da identificação de ovos e larvas
a nível de espécie, o presente estudo propôs a utilização da ferramenta molecular (DNAbarcoding), como alternativa altamente resolutiva no estudo da ecologia do ictioplâncton. A fim
de identificar estas áreas e períodos críticos, estão sendo amostrados três ciclos reprodutivos
(2014/2015-2015/2016-2016/2017), sendo que no primeiro ciclo foram realizadas duas
campanhas na bacia do rio Mogi-Guaçu, totalizando 14 amostras. Até o momento duas amostras
foram analisadas, uma do mês de novembro/2014, coletada próxima ao Parque Estadual do Jataí
(PEJ), em Luiz Antônio-SP onde o rio possui características meândricas, com lagoas marginais e
várzeas adjacentes, e a segunda coletada em ambiente com forte correnteza, onde o rio corre
encaixado, próximo a Cachoeira de Emas (CE), Pirassununga-SP no mês de fevereiro/2015.
Apesar do baixo número de amostras analisadas até o momento, foi possível identificar a presença
de uma espécie contemplada no PAN Mogi-Guaçu, Pseudopimelodus mangurus, conhecido como
jaú-sapo ou bagre-sapo, que possui status “vulnerável” de acordo com Decreto Estadual/SP n°
53.494/2008. Um dos prováveis locais de desova da espécie no rio Mogi-Guaçu é a calha
principal, com forte correnteza e oxigenação logo a jusante da CE, local onde o ovo foi capturado.
Com base nos resultados preliminares, pode-se inferir que a técnica molecular pode ser de extrema
valia para a conservação da ictiofauna, uma vez que identificou precisamente uma espécie
ameaçada. Espera-se que, com análise das demais amostras, outras espécies contempladas no
PAN-Mogi-Guaçu sejam registradas, auxiliando na precisa delimitação de áreas e períodos
prioritários à conservação da ictiofauna do PAN-Mogi-Guaçu. Agradecimento: FAPESP, CNPQ,
CAPES e CEPTA-ICMBio-MMA
Órgão financiador:
99
(Nº 022) ANÁLISE GENÉTICA DE Brycon spp. NA SUB-BACIA DO ARINOS
MATO GROSSO
Pábila Stephanie de Souza, Daniela Cristina Ferreira, Juliane Saldanha & Paulo
Cesar Venere
1. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT,
Laboratório de Genética Animal
O gênero Brycon (Characidae) é composto por mais de 40 espécies amplamente
distribuídas pelas bacias de águas doces neotropicais. São peixes migratórios, com desova
total, bastante sensíveis às mudanças de seus habitats naturais e, apesar da sua importância
ecológica e comercial, tem se observado um decréscimo de suas populações, devido às
modificações nos ambientes aquáticos, pelo assoreamento dos rios, poluição das águas,
construção de barragens para implementação de usinas hidrelétricas, ecoturismo mal
planejado, atividades agrícolas, dentre outros fatores. Um dos pontos centrais para o
planejamento de medidas de conservação da biodiversidade aquática é o entendimento da
estrutura populacional de uma determinada espécie para que se possam planejar
estratégias de manejo de suas populações naturais. Para isso estudos genéticopopulacionais em peixes utilizando o DNA mitocondrial vêm sendo amplamente
utilizados, em razão dessas sequencias apresentarem herança citoplasmática. Essa
herança possibilita esboçar uma genealogia materna ou mesmo uma filogenia materna,
que pode facilitar a compreensão do modo de dispersão de muitos organismos e os tipos
de acasalamentos, dentre outras características populacionais de interesse para a biologia
da conservação. Nesse contexto foram analisados 46 indivíduos do gênero Brycon, todos
provenientes do rio Arinos, coletados em diferentes pontos amostrais, tanto de jusante
quanto de montante da área planejada para a construção da futura UHE Castanheira. Nas
análises moleculares foi utilizado o gene mitocondrial Citocromo Oxidase Subunidade 1
(COI) para caracterização das populações de Brycon, uma vez que esse gênero abriga
várias espécies de difícil diagnose apenas pelas características externas. A sequência alvo
revelou 623 pares de bases que, pela análise de Neigbor Joining, sugeriu a presença de
quatro grupos distintos. Confirmado pela distância genética intraespecífica inferior a 2%,
e entre os grupos variou entre 10% a 20%. Todavia, esses resultados são preliminares e
necessitam de um aumento na amostragem com especial atenção aos exemplares
testemunhos, buscando-se assim a confirmação de quantas e quais são as unidades
taxonômicas pertencentes ao gênero Brycon presentes na região de estudo.
Órgão financiador: CNPq e Fapemat
(Nº 023) SISTEMÁTICA MOLECULAR E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA
ANOSTOMIDAE (CHARACIFORMES)
100
Bruno F. Melo1,2, Brian Sidlauskas2,3, Kendra Hoekzema3, Michael D. Burns3,
Benjamin W. Frable3, Mark H. Sabaj Pérez4, Richard P. Vari2, Claudio Oliveira1
1. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências,
Botucatu-SP, Brasil; 2. Smithsonian Institution, National Museum of Natural History,
Department of Vertebrate Zoology, Washington DC, EUA; 3. Oregon State University,
Department of Fisheries and Wildlife, Corvallis-OR, EUA; 4. The Academy of Natural
Sciences, Department of Ichthyology, Philadelphia-PA, EUA.
Dentro da hiperdiversa ordem Characiformes, Anostomidae representa uma das mais
diversas e especiosas famílias com aproximadamente 150 espécies distribuídas em 14
gêneros, a maioria delas dentro do parafilético Leporinus. Embora essas espécies sejam
prevalentes em todas as grandes bacias hidrográficas da América do Sul, suas relações
filogenéticas somente foram estabelecidas recentemente através de caracteres
morfológicos, principalmente osteológicos. Nenhum estudo abordou as relações
intrafamiliares utilizando dados moleculares com uma extensiva amostragem. Neste
trabalho, utilizamos uma matriz multilocus concatenada com três genes nucleares e três
mitocondriais contendo 62% das espécies conhecidas contemplando todos os 14 gêneros.
Foram conduzidas análises filogenéticas probabilísticas de máxima verossimilhança e
Bayesiana utilizando o registro fóssil disponível da superfamília Anostomoidea. Nossos
resultados corroboram a monofilia da família e indicam Anostomidae como irmã do clado
contendo Prochilodontidae, Chilodontidae e Curimatidae, tendo originado a
aproximadamente 55 milhões de anos atrás, durante o Eoceno tardio. Dentro de
Anostomidae, as relações intergenéricas concordam amplamente com hipóteses
morfológicas prévias mas difere na posição da subfamília Anostominae como irmã de
Leporellus, ao contrário de Laemolyta, indicando uma possível convergência evolutiva
da retenção ontogenética da boca superior nos dois clados. Nossos resultados também
apontam Anostomus como um grupo não-monofilético. Dentro do gênero parafilético
Leporinus, o qual estudos prévios mostraram ser insuficientes pra sua resolução, nós
encontramos forte suporte para vários clados que podem servir para uma futura
reestruturação da classificação de suas espécies em uma eventual revisão. A filogenia
suporta a monofilia do clado (Anostomoides (Laemolyta (Rhytiodus + Schizodon) e
evidencia Hypomasticus parafilético. Abramites se mostra irmão do clado composto pelo
grupo Leporinus obtusidens e grupo L. trifasciatus. Apresentamos diversos clados
monofiléticos e bem sustentados de Leporinus, como por exemplo os grupos L.
melanopleura, L. amazonicus, L. ortomaculatus, L. friderici, L. lacustris, L. fasciatus, L.
reticulatus e L. nigrotaeniatus. Além de propormos uma nova filogenia que pode servir
como base para classificação da família, nossos resultados irão subsidiar futuros estudos
evolutivos que envolvam pigmentação, osteologia, morfometria, dentição e variação
ecológica na família.
Órgãos financiadores: NSF-USA, FAPESP, CNPq.
101
(Nº 024) FILOGENÔMICA EM PEIXES NEOTROPICAIS: ESTUDOS
FILOGENÉTICOS EM CHARACIFORMES USANDO ELEMENTOS
ULTRACONSERVADOS
Bruno F. Melo1,2, Brian Sidlauskas2,3, Kendra Hoekzema3, Benjamin W. Frable3,
Michael D. Burns3, Brant C. Faircloth4, Michael E. Alfaro5, Richard P. Vari2, Claudio
Oliveira1
1. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências,
Botucatu-SP, Brasil; 2. Smithsonian Institution, National Museum of Natural History,
Department of Vertebrate Zoology, Washington DC, EUA; 3. Oregon State University,
Department of Fisheries and Wildlife, Corvallis-OR, EUA; 4. Louisiana State University,
Department of Biological Sciences, Baton Rouge-LA, EUA; 5. University of California Los
Angeles, Department of Ecology and Evolutionary Biology, Los Angeles-CA, EUA.
A grande diversificação de peixes da superordem Ostariophysi, composta pelas ordens
Characiformes, Cypriniformes, Gymnotiformes e Siluriformes, foi influenciada por um dos
grandes eventos de radiação dentro de Vertebrata. Entre elas, a ordem Characiformes representa
uma das maiores linhagens de peixes ósseos viventes com cerca de duas mil espécies distribuídas
em famílias africanas e americanas, tendo sido originada aproximadamente no período Cretáceo.
Cerca de 300 espécies da superfamiĺ ia Anostomoidea (Anostomidae, Chilodontidae, Curimatidae
e Prochilodontidae) representam um dos mais diversos e economicamente importantes grupos de
peixes Neotropicais da ordem Characiformes, mas ainda sem nenhuma compreensiva e robusta
filogenia molecular. Recentes filogenias moleculares em Characiformes têm revelado
incongruências em diferentes análises ou ainda baixos suportes estatísticos em clados
relativamente antigos tais como nas relações entre famílias. Neste trabalho, utilizamos uma nova
classe de marcadores moleculares chamada elementos ultraconservados (UCEs, ultraconserved
elements, Faircloth et al., 2012) contendo aproximadamente 1500 loci ortólogos (~750 mil pb)
com altos índices de polimorfismo, com base em uma nova biblioteca genômica específica para
Ostariophysi e obtidos através de sequenciamento de nova geração. Apresentamos uma filogenia
baseada em UCEs contendo 69 táxons no grupo interno e seis no grupo externo e discutimos suas
congruências/incongruências com as hipóteses morfológicas prévias, com destaque para a nova
relação encontrada (Anostomidae (Prochilodontidae (Chilodontidae + Curimatidae))).
Apresentamos também uma comparação entre as filogenias baseadas em UCEs e aquelas
tradicionais multilocus e mostramos que as primeiras se mostram mais robustas e sustentadas,
embora ambas possuam a mesma relação interfamiliar. Dentre as incongruências com hipóteses
prévias, a mais surpreendente envolve uma nova e bem suportada posição de Chilodontidae, o
que remete a uma substancial convergência ou reversaõ das caracteriś ticas osteológicas e
miológicas associadas com os arcos branquiais, aparato fariń geo, quadrado, hiomandibular e
vários ligamentos. A calibraçao
̃ do relógio molecular utilizando quatro fósseis revela um
surpreendente período recente na diversificação de Anostomidae, implicando assim em elevadas
taxas de especiação na família. Nossos resultados ilustram a capacidade dos elementos
ultraconservados em capturar milhares de loci ortólogos ao longo do genoma, e providenciar
estimativas robustas das relações filogenéticas que podem então revelar novas descobertas sobre
diversificaçao
̃ , ecomorfologia e evoluçaõ de caracteres. Este trabalho serve como base para
futuros estudos filogenômicos entre famílias de Characiformes, e posteriormente entre outros
grupos de peixes Neotropicais, abrindo precendente para esta nova classe de marcadores
moleculares para reconstrução filogenética.
Órgãos financiadores: NSF-USA, FAPESP, CNPq.
102
(Nº 025) OCORRÊNCIA DE HÍBRIDOS AVANÇADOS EM ESTOQUES DE
CULTIVO DE ESPÉCIES DE PEIXES SERRASALMÍDEOS
Diego Galetti Martins¹, Adriano Carvalho Costa2, Diogo Teruo Hashimoto3,
Fausto Foresti4, Fábio Porto-Foresti¹.
1. Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências, Universidade Estadual
Paulista (UNESP), Bauru, SP, Brasil. 2. Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Rio
Verde, GO, Brasil. 3. Centro de Aquicultura da Unesp (CAUNESP), Jaboticabal, SP,
Brasil.
4. Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Botucatu, SP, Brasil.
Atualmente observa-se um crescimento na piscicultura brasileira e com ele uma nova
gama de técnicas que visam o aumento da produtividade. Dentre os procedimentos
adotados destaca-se a hibridação interespecífica, que é realizada através do cruzamento
de espécies diferentes. Entretanto, o método pode acarretar riscos ao ambiente e ao cultivo
se executado descontroladamente e com a mistura de espécies e híbridos, evento este, que
torna-se comum principalmente pela similaridade morfológica quando esses indivíduos
ainda são alevinos. Atendendo essa necessidade, a genética molecular se torna uma
ferramenta eficaz na identificação de espécies e no manejo desses cultivos. No presente
trabalho objetivou-se a identificação um lote contendo 14 indivíduos utilizados como
reprodutores em uma piscicultura, a fim de certificar e fornecer informação para o manejo
adequado dos mesmos. Para a realização do trabalho foi utilizada a técnica de PCRmultiplex (Polymerase Chain Reaction) para os marcadores mitocondrial COI
(Cytochrome Oxydase subunit I) e SNPs (Single Nucleotide Polymorphism) nucleares
Zpi e Azin, além da aplicação do PCR-RFLP (Restriction Fragment Lenght
Polymorphism) para o gene mitocondrial CYTB (Cytochrome B). Os resultados
indicaram a existência de sete exemplares classificados como híbridos avançados pós F1
(indivíduos originados a partir do cruzamento de híbridos), quatro exemplares híbridos e
três caracterizados como puros. Estes dados corroboraram inicialmente com a fertilidade
do híbrido patinga (híbrido obtido pelo cruzamento entre uma fêmea Piaractus
mesopotamicus e um macho Piaractus brachypomus), devido a heterogenidade de bandas
eletroforéticas observada para os marcadores utilizados e pela existência do perfil
molecular de ambas as espécies nos indivíduos identificados como pós-F1, além de
evidenciar os problemas de identificação em estoques destes peixes. Desta forma, os
marcadores utilizados mostraram-se eficazes para o adequado manejo dos indivíduos
pertencentes a esta família, minimizando os possíveis impactos ao ambiente e ao mesmo
tempo maximizando o potencial produtivo destas culturas.
Órgão financiador: CNPq
103
(Nº 026) DIVERSIDADE TAXONÔMICA E MOLECULAR (DNA
BARCODING) DA ICTIOFAUNA DE OITO IGARAPÉS NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DA BR-163, ENTRE OS MUNICÍPIOS DE SANTARÉM E
RURÓPOLIS, PARÁ
Karen Larissa Auzier Guimarães¹, Frank Raynner Vasconcelos Ribeiro¹,
Jorge Ivan Rebelo Porto², Luís Reginaldo Ribeiro Rodrigues3
1. Universidade Federal do Oeste do Pará, Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas,
Santarém-PA. 2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus-AM. 3.
Universidade Federal do Oeste do Pará, Instituto de Ciências da Educação, SantarémPA.
A modificação da paisagem natural, decorrente de grandes projetos de infraestrutura
contribuem para a diminuição da riqueza de espécies nativas em regiões de grande
biodiversidade como a Amazônia. A região da BR-163 representa um polo de
desenvolvimento econômico tendo como fator preponderante o agronegócio. As
alterações ambientais decorrentes de atividades econômicas nesta região ameaçam
diversos ecossistemas aquáticos e sua rica biodiversidade. A ictiofauna presente nos
igarapés da região amazônica, constituída principalmente por peixes de pequeno porte, é
diversificada e diferenciada daquela que se encontra nos grandes rios. A descoberta rápida
de novas espécies e a catalogação taxonômica tem sido adotada por um sistema de
identificação molecular que utiliza um pequeno trecho de DNA do gene mitocondrial
Citocromo Oxidase subunidade I (COI). Esta ferramenta conhecida como DNA
barcoding (HEBERT et al. 2003a, 2013b; BLAXTER 2004), vem sendo útil no aumento
de conhecimento de espécies de diversos grupos de animais, inclusive de peixes. No
presente estudo analisamos DNA barcoding da ictiofauna de oito igarapés distribuídos ao
longo da BR-163 entre os municípios de Santarém e Rurópolis, Pa. Sequências de DNA
barcoding (COI) foram isoladas por PCR utilizando-se os primers FishF1 e FishR1.
Foram obtidas 156 sequências de DNA barcoding para 20 espécies. A maioria das
espécies formam grupos bem delimitados, os indivíduos dentro de cada grupo apresentam
pouca variação, no entanto, grupos como Bryconops giacopinii, Hyphessobrycon gr.
heterorhabdus, Knodus sp.1, Characidium aff. zebra e Apistogramma regani evidenciam
mais de uma linhagem visivelmente divergentes, com distância genética superior ao
limiar de 2% compatíveis com a delimitação das espécies. O DNA barcoding como
ferramenta de identificação mostrou-se eficiente na caracterização taxonômica da
ictiofauna dos igarapés estudados, pois houve consenso entre a identificação morfológica
e a molecular na maioria dos grupos.
Órgão Financiador:
104
(Nº 027) APLICAÇÃO DE SNPs PARA ANÁLISE DE PARENTESCO EM PACU
(Piaractus mesopotamicus)
Vito A. Mastrochirico-Filho1, Paulo H. Jorge1, Lucas S. Sato1, Milene E. Hata1,
Fábio Porto-Foresti2, Paulino Martínez3, Manuel R. Vera4 & Diogo T. Hashimoto1
1. Centro de Aquicultura da Unesp, Universidade Estadual Paulista, UNESP,
Jaboticabal, SP; 2. Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual
Paulista, UNESP, Bauru, SP; 3. Department of Genetics, University of Santiago de
Compostela, Lugo, Spain; 4. Departament of Biology, University of Girona, Girona,
Spain.
Pacu (Piaractus mesopotamicus) é um peixe de água doce amplamente distribuído em
rios da planície de inundação da bacia do rio Prata e uma das espécies nativas de maior
potencial para a aquicultura no Brasil. No entanto, estudos genéticos relacionados para
esta espécie ainda são insuficientes, tanto para medidas de conservação, quanto para
aplicação na aquicultura por meio de melhoramento genético. SNPs (Single Nucleotide
Polymorphisms) são polimorfismos pontuais muito abundantes no genoma e, atualmente,
o principal foco para o desenvolvimento de marcadores moleculares. Não há na literatura
qualquer dado de validação de SNPs para espécies nativas da aquicultura nacional. O
objetivo do estudo foi de realizar a validação de 50 SNPs em amostras de uma população
de 34 indivíduos de pacu coletados no ambiente natural (rio Paraná). Em seguida, estes
marcadores foram usados para análises de parentesco em 21 indivíduos reprodutores da
estação de piscicultura do Centro de Aquicultura da Unesp/CAUNESP. Os SNPs foram
identificados em sequências de transcriptoma obtidas por montagem de novo e
genotipados pela técnica Sequenom MassARRAY. Os resultados demonstraram a
validação de 32 SNPs polimórficos, cujos parâmetros de diversidade genética foram
estimados por meio dos programas CERVUS e GENEPOP. A heterozigosidade esperada
(He) variou de 0,058 (SNP_C271_399) à 0,507 (SNP_C348_245 e SNP_C585_507), com
um valor médio de 0,370 ± 0,130. Já a heterozigosidade observada (Ho), apresentou um
valor médio de 0,385 ± 0,171 e variou de 0,059 (SNP_C128_1801 e SNP_C271_399)
para 0,706 (SNP_C260_818). A frequência do alelo menos frequente (MAF) variou de
0,029 (SNP_C271_399) para 0,485 (SNP_C348_245 e SNP_C585_507), com um valor
médio de 0,275 ± 0,132. Quatro SNPs apresentaram desvios do equilíbrio de HardyWeinberg (EHW) (SNP_C128_1801, SNP_C1459_108, SNP_C260_818 e
SNP_C585_507). Entretanto, após a correção de Bonferroni (p = 0,0015), todos os SNPs
foram estabelecidos como em EHW. A análise global de todos os loci demonstrou que a
população estava em concordância com o EHW (0 = 0,2932). As estimativas de
parentesco pelo coeficiente r de Wang (programa SPAGeDI) mostraram que 61,0% dos
indivíduos não apresentaram parentesco, 13,3% foram considerados meios-irmãos e
25,7% como irmãos completos. Estudos direcionados à busca de um melhor entendimento
da variabilidade genética do pacu são fundamentais, pois fornecem subsídios para o
desenvolvimento de programas de manejo e de melhoramento genético desta espécie.
Órgão financiador: FAPESP (2014/12412-4 e 2014/03772-7), CNPq (446779/2014-8 e
130262/2014-5) e Prope/UNESP.
105
(Nº 028) PEIXES REOFÍLICOS COM ALTA CAPACIDADE DE
MANUTENÇÃO DE SUAS POPULAÇÕES SÃO CAPAZES DE MANTER SEU
PADRÃO DE VARIABILIDADE GENÉTICA FRENTE ÀS AÇÕES
ANTRÓPICAS?
Ivana Felipe da Rosa1, Daniela José de Oliveira1, Fernando Yuldi Ashikaga1, José
Augusto Senhorini2, Claudio de Oliveira1 & Fausto Foresti1
1. Laboratório de Biologia e Genética de Peixes, IBB/UNESP; 2. Centro Nacional
de Pesquisa e Conservação Biodiversidade Aquática Continental – ICMBio
O Curimbatá (Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836) é uma espécie de peixe migrador de
elevado valor econômico e oferece grandes vantagens à piscicultura. Está amplamente
distribuída na bacia do Rio Paraná, principalmente nos rios Grande, Pardo e Mogi-Guaçu,
envolvendo grande área no Estado de São Paulo. Entretanto, o aumento das ações antrópicas
sobre os ambientes ocupados por esta espécie pode levar a alterações do padrão genético de
suas populações. Espécies migradoras sofrem com as modificações ambientais, identificadas
principalmente por alterações nos regimes pluviais que podem interferir nas rotas migratórias
das espécies e que, por sua vez, podem determinar alterações também nos níveis de
variabilidade genética e reduzir sua capacidade de adaptação frente a mudanças evolutivas.
Dessa forma, o principal objetivo deste estudo foi realizar uma análise genética temporal em
populações de P. lineatus na região de Cachoeira de Emas (Rio Mogi Guaçu), amostradas
durante sua temporada reprodutiva dos anos 2003, 2005, 2006 e 2015. Para as análises
genéticas foram retiradas amostras de tecido da nadadeira adiposa de um total de 136
indivíduos coletados, das quais foi extraído e purificado o DNA genômico. Posteriormente,
as amostras de DNA foram submetidas à PCR e o fragmento correspondente a região
controladora do DNA mitocondrial (D-loop) foi amplificado e seqüenciado. Os resultados
obtidos mostraram valores elevados de variabilidade genética para todos os grupos
analisados, permitindo a caracterização de 56 haplótipos, dos quais 37 (66%) mostraram-se
exclusivos e 19 (34%) compartilhados, referentes às capturas efetuadas entre 2003/2005 e
2003/2015. Verificou-se um aumento dos haplótipos exclusivos entre 2003/2005, com a
concomitante diminuição dos haplótipos compartilhados. Em conformidade com os
resultados, a diversidade nucleotídica variou de 0.9973 a 0.9636 e a diversidade haplótipica
de 0.0138 a 0.1223. A análise de Variância Molecular (AMOVA) mostrou que a maior fonte
de variação está entre indivíduos (98.78%). Conseqüentemente, o índice de diferenciação
interpopulacional (FST) obtido foi baixo (0,0224), revelando valores de baixa diferenciação
populacional. Considera-se que a alta variabilidade e baixa diferenciação genética desta
espécie podem ser atribuídas ao grande tamanho da sua população, conseqüência de seu
sucesso reprodutivo e da capacidade de manutenção das populações. Entretanto, mesmo
apresentando tais características, foram observadas alterações em relação a haplótipos
compartilhados e exclusivos, provavelmente devido a ações antrópicas ocorridas no Rio
Mogi-Guaçu no ano de 2004, que resultaram em expressiva mortandade de peixes neste
ecossistema, modificando o padrão genético de suas populações. Os dados obtidos advertem,
contudo, sobre a existência de espécies sem esta capacidade, o que as torna mais propensas a
sofrerem redução populacional, que podem levá-las à extinção. Neste contexto, também se
fazem necessários estudos de dinâmica populacional com o uso de marcadores nucleares,
além da aplicação de técnicas adequadas de manejo ambiental que visem reduzir os impactos
de ações antrópicas sobre os estoques naturais, contribuindo, assim, para sua conservação.
Órgão Financiador: CNPq, CAPES, CEPTA/ICMBio.
106
(Nº 029) ESTIMATING NUCLEAR DNA CONTENT OF THE SPOTTED
CATFISH Pimelodus maculatus BY FLOW CYTOMETRY
George Shigueki Yasui1,5, Nivaldo Ferreira do Nascimento2, José Augusto
Senhorini3, Matheus Pareira-Santos2, Rafaela Manchin Bertolini1, Silvio Carlos
Alves dos Santos4
1. Universidade de São Paulo, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos,
Pirassununga-SP; 2. Centro de Aquicultura da Unesp, CAUNESP, Jaboticabal; 3.Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais – CEPTA; 4.Hidrelétrica
AES Tietê – AES, Promissão, SP; 5.Endereço atual: Unesp Bauru, Departamento de
Ciências Biológicas. E-mail: [email protected]
The DNA content is an interesting tool for taxonomic studies and detection of
interspecific hybridization in fish. In addition, polyploid fish such as triploids and
tetraploids may be confirmed by measuring DNA content by flow cytometry. The aim of
this study was to quantify the DNA content of the spotted catfish Pimelodus maculatus
for future application in chromosome-set manipulation studies. A small piece of fin (n =
6) was processed for flow cytometric analysis using a 2-step procedure with cell lysing
using detergent buffer followed by nuclear staining using 4´,6-diamidino-2-phenylindole
(DAPI). As a reference, we used a fin sample from the zebrafish Danio rerio, with known
DNA content of 3.5 pg, in order to obtain the relative DNA content using the median
peak. The nuclear DNA content of the spotted catfish was estimated 2.15 ± 0.04 pg of
DNA, lower than the zebrafish content. This result is applicable for future studies in flow
cytometric analysis because both zebrafish and spotted catfish may be used as a control
group in various flow cytometric analysis in fish and biomedicine.
Órgão financiador: AES Tietê
107
(Nº 030) EVIDÊNCIA MOLECULAR DE DIVISÃO LESTE-OESTE DAS
POPULAÇÕES DE Prochilodus nigricans AGASSIZ, 1829 NA BACIA
AMAZÔNICA
Ueslei Lopes1, Jorge Luis Ramirez1 & Patrícia Domingues de Freitas1
1. Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Genética e Evolução,
Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação, São Carlos, SP
O gênero Prochilodus é constituído por 13 espécies nominais válidas, das quais apenas
quatro (Prochilodus britskii Castro, 1993, Prochilodus mariae Eigenmann, 1922,
Prochilodus nigricans Agassis, 1829 e Prochilodus rubrotaeniatus Jardine, 1841) têm
registros para a bacia Amazônica. Dentre estas, P. nigricans é a espécie com a maior
distribuição na referida bacia. Por meio de coletas, empréstimos ou doação foram obtidas
93 amostras de P. nigricans, oriundas das sub-bacias Ucayali (Peru), Madeira, Xingu,
Tapajós, Tocantins-Araguaia e no rio Orteguaza, na Colômbia. Foram sequenciadas até o
momento 36 amostras de três diferentes sub-bacias: Ucayali, Madeira e TocantinsAraguaia para os marcadores mitocondriais COI e D-loop. As árvores foram construídas
a partir dos métodos de Máxima Verossimilhança, Bayesiana e Neighbor Joining, bem
como foram construídas redes de haplótipos utilizando o software PopART. Os resultados
encontrados evidenciam a formação de dois grandes grupos: um mais ao leste, constituído
pelas populações das sub-bacias do Tocantins-Araguaia, Xingu e Tapajós; e outro ao
oeste, formado pelas populações das sub-bacias do rio Madeira e Ucayali, as quais
formam clado único e bem suportado. Os resultados apresentados se assemelham a
estudos com outras espécies animais, e podem estar relacionados a aspectos da formação
da bacia Amazônica. Os dados sugerem que as sub-bacias do Tapajós, Xingu e TocantinsAraguaia podem representar uma área de endemismo diferente do restante da bacia
Amazônica. Visto que transformações geológicas podem atuar na separação de linhagens
e estruturação geográfica, amostras de outras localidades deverão ser acrescentadas às
analises e novas hipóteses de diversificação deverão ser postuladas visando elucidar o
padrão encontrado.
Órgãos financiadores: CAPES, CNPq e IDEA WILD
108
(Nº 031) ALTA ESTRUTURAÇÃO POPULACIONAL REGIONAL DE Atherinella
brasiliensis DA COSTA BRASILEIRA
Maria Cristina da Silva Cortinhas1, Ralf Kersanach1, Maíra Proietti1, Felipe
Cestari Dumont1, Fernando D’Incao1, Ana Luzia Lacerda1, Pedro Sanmartin
Prata1, Daniele Aparecida Matoso2, Rafael Bueno Noleto3, Wanessa Ramsdorf4,
Talge Aiex Boni5, Alberto José Prioli5 e Marta Margerete Cestari6
1. Universidade Federal do Rio Grande, Instituto de Oceanografia; 2. Universidade Federal
do Amazonas, Departamento de Genética; 3. Universidade Estadual do Paraná - Campus
União da Vitória, Departamento de Biologia; 4. Universidade Tecnológica Federal do
Paraná - Campus Curitiba, Departamento Acadêmico de Química e Biologia; 5.
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Biologia Celular e Genética; 6.
Universidade Federal do Paraná, Departamento de Genética.
A espécie Atherinella brasiliensis pertence à ordem Atheriniformes e família Atherinopsidae,
sendo um peixe residente, constante e abundante em ambientes estuarinos da costa brasileira.
Estas características fazem com que esta espécie seja utilizada como fonte complementar de
renda e alimento para os pescadores locais. A. brasiliensis não realiza migrações horizontais
visíveis sendo encontrada esporadicamente em regiões de arrebentação. Estudos recentes,
realizados com o marcador de RAPD em peixes de sete diferentes localidades da costa
brasileira, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, sugeriram a existência de quatro diferentes
populações. Para detectar a diferenciação genética e estruturação populacional e confirmar os
dados obtidos através do RAPD, foi realizado o sequenciamento da Região Controle (D-loop)
do DNA mitocondrial. Os resultados encontrados de Fst para ambos os marcadores
demonstraram um cenário de estruturação genética regional, com alta diferenciação entre
Itaparica (BA) e Carapebus (RJ), assim como entre estas duas populações e as demais
localidades da Região Sul (Paranaguá, Conceição, Camacho e Patos). A diversidade
haplotípica intrapopulacional foi alta e a nucleotídica baixa em todas as populações
analisadas, com exceção de Carapebus cuja diversidade haplotípica foi baixa. Itaparica e
Carapebus apresentaram haplótipos exclusivos. Quase todas as populações analisadas
apresentaram distribuição mismatch unimodal (indicando recente expansão demográfica);
somente a população de Carapebus exibiu distribuição mismatch multimodal (indicando
população estável). Itaparica apresentou o maior tempo de expansão populacional (32.500
anos atrás e h = 0,98), seguido de Carapebus (29.540 e h = 0,54) enquanto para a Região Sul
o maior tempo foi de Conceição (25.500 e h = 0,99) e o menor de Patos (9.700 e h = 0,75).
De modo geral é possível observar que o aumento da diversidade haplotípica das populações
analisadas foi diretamente proporcional ao tempo de expansão. Carapebus foi a exceção,
apresentando baixa diversidade apesar do alto tempo de expansão, possivelmente por ter
sofrido um efeito gargalo devido ao fato de ser uma lagoa fechada (durante a maior parte do
tempo), altamente influenciada por atividades antrópicas e variações ambientais
(pluviosidade e temperatura). A alta diferenciação e estruturação genética dos exemplares de
Itaparica e Carapebus em relação aos da Região Sul sugere um processo de especiação devido
ao isolamento por distância. Quanto às demais populações, a baixa e moderada estruturação
e curto tempo de expansão podem indicar que os eventos que formaram os estuários e lagoas
ocorreram mais recentemente e, que os efeitos de vicariância na diversidade e estruturação
genética podem ainda ser baixos e não detectáveis através dos marcadores utilizados.
Órgão financiador: CAPES
109
(Nº 032) TESTANDO CENÁRIOS BIOGEOGRÁFICOS ATRAVÉS DA
ABORDAGEM ABC: O CASO PARA Salminus (CHARACIDAE)
Carolina de Barros Machado da Silva & Pedro Manoel Galetti Junior
Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Genética e Evolução,
Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação, São Carlos –SP
Estudos filogeográficos da ictiofauna neotropical, em geral, envolvem estimativas de
tempos de divergências com a posterior correlação dos resultados com eventos
geoclimáticos conhecidos. Entretanto, inferências estatísticas para teste de hipóteses
sugeridas são ainda incomuns. Sabendo dessa deficiência, nosso objetivo foi avaliar a
utilidade da abordagem ABC para testar quais cenários biogeográficos (Paleográfico e
Hidrogeológico) moldaram a atual estrutura populacional de Salminus brasiliensis,
Salminus hilarii e Salminus sp. As análises foram implementadas no software DIYABC
2.0.4. Para a construção dos cenários foi levado em consideração as quebras
filogeográficas e tempos de divergência determinados pela árvore de Inferência
Bayesiana, baseada em três marcadores mitocondriais e dois nucleares, e calibrada com
o soerguimento da cadeia oriental dos Andes. Para S. brasiliensis duas linhagens foram
observadas: uma do Alto Paraná e outra com espécimes do Paraguai, Uruguai e Lagoa
dos Patos. S. sp também possuiu duas linhagens: uma com espécimes do TocantinsAraguaia e outra do Amazonas. S. hilarii apresentou três linhagens: duas do São Francisco
(formam um clado monofilético) e uma do Alto Paraná. Dois cenários foram testados
independentemente para cada espécie: vicariância e captura de cabeceiras. O cenário de
vicariância assume uma divergência a partir de população ancestral comum mais recente
no tempo t2, resultando em duas linhagens com tamanho efetivo menor. O cenário de
captura de cabeceira é caracterizado por um evento fundador em t2, momento em que
uma bacia hidrográfica captura parte da população proveniente da bacia-fonte, com a
consequente expansão populacional no tempo t1. Após as simulações, as análises
estatísticas avaliaram a qualidade do ajuste entre simulações e os dados observados. Os
cenários com maiores probabilidades posterior revelaram que as linhagens de S.
brasiliensis e S. sp diversificaram por evento de vicariância (Hipótese paleogeográfica)
enquanto para S. hilarii capturas de cabeceiras (Hipótese hidrogeológica) foram eventos
promotores de diversificação. O tempo de divergência e o tipo de cenário escolhido
revelaram correspondência com eventos históricos conhecidos. As duas linhagens S.
brasiliensis diversificaram 0.892 Ma (milhão de anos), idade próxima ao surgimento de
Sete Quedas (1 Ma); S. sp apresentou a diversificação de suas linhagens a 2.36 Ma,
coincidindo com a última descarga direta do Tocantins-Araguaia dentro do Amazonas
(2.588 – 1.806 Ma) com posterior isolamento das bacias. Os tempos obtidos para S. hilarii
(momento da captura de cabeceira por parte do Alto Paraná e divergência entre as
linhagens do São Francisco) coincidiram com as contínuas reativações tectônicas (durante
o Pleistoceno) que promoveram rearranjos e consequentes capturas entre essas bacias. A
aplicabilidade do método ABC deve ser considerada em futuros estudos filogeográficos,
uma vez que análise foi capaz de testar hipóteses alternativas sobre a história demográfica
das espécies, com base nas mudanças de tamanho populacional e diversificação
populacional ao longo do tempo evolutivo.
Órgão financiador: CAPES, CNPq e FAPESP
110
(Nº 033) BIOGEOGRÁFIA HISTÓRICA DOS Leporinus (CHARACIFORMES:
ANOSTOMIDAE) COM CROMOSSOMOS SEXUAIS ZZ/ZW: CONTANDO A
HISTÓRIA DAS BACIAS SUL-AMERICANAS
Jorge Luis Ramirez1 & Pedro Manoel Galetti Jr.1
1. Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação, Departamento de Genética
e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, SP
As espécies de Leporinus com cromossomos sexuais ZZ/ZW (ZW Leporinus) formam
um grupo monofilético e apresentam uma interessante distribuição, estando presentes
praticamente em todas as grandes bacias hidrográficas sul-americanas. Assim, o objetivo
do estudo foi avaliar o padrão de distribuição biogeográfica das espécies do grupo ZW
Leporinus. Foram amplificados dois genes mitocondriais (Citocromo B e Citocromo
oxidase I) e três nucleares (o gene de ativação da recombinação 1 e 2 e a cadeia pesada 6
da miosina, isoforma alfa do músculo cardíaco) para 15 linhagens (9 espécies nominais).
Foi construída uma árvore calibrada, pelo surgimento da Cordilheira Oriental há 12
Milhões de anos. Além disso, foi realizada uma análise estatística de dispersãovicariância (S-DIVA). A linhagem das espécies de Leporinus com cromossomos sexuais
ZZ/ZW possui uma história evolutiva complexa, onde o ancestral do grupo habitou as
paleo-bacias existentes há mais de 12 Ma. Duas grandes linhagens foram recuperadas no
grupo (Além de Leporinus muyscorum, que divergiu inicialmente pela separação da bacia
do Rio Magdalena), a linhagem do proto-Amazonas-Orinoco e a do leste do Escudo
Brasileiro. A especiação no proto-Amazonas-Orinoco foi dada principalmente por
processos paleogeográficos, como a formação das bacias do Orinoco e do Tocantins. No
entanto, o processo de diversificação no leste do Escudo Brasileiro foi
predominantemente hidrogeológico, com capturas de cabeceiras entre a bacia do Rio São
Francisco e as bacias costeiras, assim como entre as bacias do Rio São Francisco e do
Paraná. Outro processo importante para os rios do leste do Escudo Brasileiro foi a
dispersão por meio de paleo-bacias no período de baixo nível do mar.
Órgão financiador: FAPESP, CNPq, CAPES
111
(Nº 034) DNA BARCODING DA ICTIOFAUNA DA BACIA DO RIO DOCE
Laís Carvalho Gomes1, Naiara Guimarães Sales1,3, Tiago Casarim Pessali2,
Gilberto Nepomuceno Salvador2, Daniel Cardoso Carvalho1
1. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-graduação em
Zoologia de Vertebrados, Laboratório de Genética da Conservação, Belo Horizonte,
MG; 2. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Museu de Ciências Naturais,
Belo Horizonte, MG; 3. University of Salford, School of Environment and Life Sciences,
Salford, Manchester
Os rios neotropicais abrigam uma grande e diversa ictiofauna, entretanto, o conhecimento
acerca dessa biodiversidade ainda permanece escasso. A Bacia do rio Doce, localizada
em dois hotspots brasileiros (Mata Atlântica e Cerrado), possui 72 espécies de peixe de
água doce que estão atualmente ameaçadas por impactos ambientais como barragens,
introdução de espécies, poluição e assoreamento. O presente estudo teve como objetivo a
identificação molecular de espécies de peixes presentes nesta bacia. A identificação
molecular utilizando o método DNA Barcoding (650 pb do gene mitocondrial COI) foi
obtida para 70 espécies, correspondendo a aproximadamente 70% da diversidade já
descrita para a bacia. As espécies analisadas representam 41 gêneros, 19 famílias e cinco
ordens: Characiformes (42,1%), Siluriformes (40,4%), Perciformes (9,4%),
Gymnotiformes (4,7%) e Cyprinodontiformes (3,4%). Utilizando o modelo de distância
K2P implementado na plataforma on-line do BOLD foram obtidas as distâncias médias
entre espécies, gêneros e famílias, correspondendo respectivamente a 2,76%, 11,24% e
20,48%. Divergências intraespecíficas elevadas (>2%) foram encontradas para 24
espécies: Astyanax aff. fasciatus, Astyanax aff. bimaculatus, Astyanax cf. scabripinnis,
Astyanax sp., Astyanax cf. taeniatus, Characidium gr. timbuiense, Characidium sp.,
Crenicichla lacustris, Gymnotus sp., Harttia sp., Hoplias gr. malabaricus, Hypostomus
affinis, Knodus moenkhausii, Leporinus copelandii, Loricariichthys castaneus,
Neoplecostomus sp., Pareiorhaphis sp., Poecilia reticulata, Prochilodus costatus,
Rhamdia aff. quelen, Trachelyopterus striatulus, Trichomycterus aff. alternatus,
Trichomycterus aff. immaculatus, Trichomycterus sp. Essas espécies apresentaram
múltiplos clados no cladograma (Neighbor Joining), Barcode Index numbers (BINs)
distintos e assim representando possíveis exemplos de espécies crípticas ou equívocos na
identificação morfológica. A utilização do DNA Barcoding também demonstrou elevada
similaridade de espécies identificadas somente em nível de gênero com espécies já
descritas, como entre Brycon sp. e Brycon ferox; Imparfinis sp. e Imparfinis minutus;
Pimelodella sp. e Pimelodella lateristriga. A biblioteca de Barcodes de DNA representa
o primeiro trabalho utilizando uma abordagem integrativa para as espécies de peixe da
Bacia do rio Doce, contribuindo para a descrição correta de sua biodiversidade.
Órgãos financiadores: BrBol, CNPq, FAPEMIG, FIP PUC Minas.
112
(Nº 035) RECONSTRUÇÃO GENÉTICA DA INTRODUÇÃO DA PIRAMBEBA
(Serrasalmus brandtii) NA BACIA DO JEQUITINHONHA
Daniel Fonseca Teixeira¹, Adriana Heloísa Pereira¹, Francisco Andrade Neto2,
Daniel Cardoso Carvalho¹
1. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em
Biologia de Vertebrados, Laboratório de Genética da Conservação, Belo Horizonte,
MG; 2. Projeto Jequictio, Belo Horizonte, MG
Invasões biológicas representam uma das principais causas da redução da biodiversidade
global. Estima-se que os custos envolvendo danos causados por invasões biológicas
ultrapassem 46 bilhões de dólares, anualmente. Devido à irreversibilidade do processo de
invasão biológica, a maior parte dos esforços vem sendo aplicada no entendimento da
rota introdutória e sucesso de propagação de espécies invasoras, no intuito de evitar novas
introduções. Dessa forma, análises moleculares podem ser aplicadas na reconstrução da
introdução de uma espécie, elucidando sua origem, rota introdutória e número de
introduções (pressão de propágulo). A pirambeba (Serrasalmus brandtii), uma espécie
nativa do rio São Francisco, foi registrada na bacia do rio Jequitinhonha em 2008 e, desde
então, tem alterado a estrutura da comunidade de peixes, provocando grandes perdas na
pesca da região. O presente trabalho utilizou a região controle do DNA mitocondrial para
a determinação da rota introdutória e caracterização da diversidade genética da pirambeba
nas bacias do São Francisco e Jequitinhonha. A metodologia do DNA Barcoding (650 pb
do gene mitocondrial citocromo oxidase subunidade 1 - COI) foi utilizada para a
certificação da correta identificação taxonômica da espécie. Foram analisados 95
espécimes de S. brandtii provenientes do alto, médio e baixo São Francisco (população
nativa) e 38 espécimes do médio e baixo Jequitinhonha (população introduzida). O DNA
Barcoding identificou a pirambeba coletada na bacia do rio Jequitinhonha como S.
brandtii. A população invasora apresentou reduzida diversidade genética (Hd=0,643;
quatro haplótipos) quando comparada com a população nativa (Hd=0,873; 27 haplótipos).
Devido a haplótipos privados detectados à jusante do barramento da usina hidroelétrica
de Irapé, temos evidências para um ato introdutório distinto nessa localidade. A reduzida
diversidade genética nas populações invasoras sugere baixo número de propágulos e
possivelmente dois atos introdutórios: um acima da barragem de Irapé e outro
representando a população introduzida do médio e baixo Jequitinhonha, à jusante do
barramento. Além disso, o haplótipo mais representativo na população à montante de
Irapé, local do primeiro registro da pirambeba na bacia do Jequitinhonha, é compartilhado
por espécimes provenientes do rio Paraopeba, localizado no alto da bacia do São
Francisco, sendo este o provável ponto de origem da primeira introdução. A introdução
da pirambeba não pode ser revertida no rio Jequitinhonha. Entretanto, a reconstrução da
introdução dessa espécie invasora pode dar suporte para a priorização de pontos de
fiscalização, ajudando a prevenir novas introduções da S. brandtii em locais ainda não
afetados.
Órgãos financiadores: FIP PUC Minas, FAPEMIG, CEMIG (Peixe-Vivo)
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(Nº 036) FILOGENIA MOLECULAR DA FAMÍLIA CURIMATIDAE NA
BACIA DO RIO MADEIRA
Najila Nolie Catarine Dantas Cerqueira1, Bruna Soares2, Dayana Tamiris Brito
dos Santos1, Fernando Berton Zanchi 3, Carolina R. C. Doria1, Christian Andrias
Cramer4, Rubiani de Cassia Pagotto1
1. Universidade Federal de Rondônia, Departamento de Biologia, Porto Velho – RO; 2.
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia –INPA, Manaus - AM; 3. FIOCRUZ- RO,
Porto Velho – RO,4. Universitat Marburg- Alemanha.
A família Curimatidae é considerada um grupo com grande estabilidade cariotípica com
2n= 54 cromossomos divididos entre metacêntricos e submetacêntricos, o que sustenta a
hipótese de monofilia para o grupo. Analises moleculares com DNA mitocondrial
também caracterizam a família Curimatidae como um grupo monofilético, sendo grupo
irmão de Prochilodontidae. Porém, tanto estudos citogenéticos quanto moleculares
demonstram divergências entre alguns gêneros desta família. O presente trabalho teve por
objetivo realizar analise filogenética em algumas espécies da família Curimatidae com
base nas sequencias obtidas de parte do gene mitocondrial Citocromo c Oxidase
subunidade I COI. Foi obtido tecido muscular de 22 espécimes pertencentes a 7 espécies
(4 gêneros) coletados na Bacia do Rio Madeira, no estado de Rondônia. O DNA foi
extraído seguindo o protocolo de extração fenol/clorofórmico e as sequências parciais do
gene COI foram obtidas utilizando-se iniciadores descritos na literatura. Utilizou-se os
programas: GENEIOUS 6.0.6 para edição das sequências, o MEGA 6 para alinhamento,
BIOEDIT 7.0.9.0 para cálculo das distâncias genéticas e MRBAYES para a construção
da árvore filogenética. Dos 5 espécimes de Potamorhina altamazonica estudados, 4 foram
alocados junto com Psectrogaster essequibensis e um espécime, junto com o gênero
Curimata. Em 2 espécimes de P. altamazonica foram encontrados valores superiores a
3%, indicativo de diversidade interespecífica, sugerindo a necessidade de maiores estudos
relativos a P. altamazonica.
Órgão financiador: CNPq; Convênio Santo Antônio Energia/IEPAGRO – UNIR
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(Nº 037) DIVERSIDADE GENÉTICA E ESTRUTURA POPULACIONAL DE
Arapaima gigas NA BACIA ARAGUAIA-TOCANTINS
Carla de Andrade Vitorino1, Juliana Araripe2, Issakar Lima Souza3, Vladimir Pavan4
Margarido & Paulo Cesar Venere5
1. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da
Biodiversidade da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. 2. Universidade
Federal do Pará, Instituto de Estudos Costeiros de Bragança, Bragança-PA. 3. Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Cascavel, PR .4.
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Biologia Celular, Embriologia e
Genética, Florianópolis-SC. 5. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de
Biociências, Cuiabá-MT.
Arapaima gigas (pirarucu) é uma das poucas espécies de peixes listadas na Convenção sobre
o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de
Extinção, e tem apresentado diversos níveis de estruturação populacional em estudos
realizados na região amazônica. No entanto, não se tem conhecimento sobre os níveis de
diversidade genética e estruturação populacional para esta espécie na bacia AraguaiaTocantins. Diante disso, o presente trabalho objetivou avaliar a diversidade genética de
pirarucus procedentes desde lagos marginais do médio rio Araguaia, até um trecho do médio
rio Tocantins, no município de Itupiranga-PA. Um total de 149 indivíduos, de quatro
localidades, foi avaliado utilizando-se cinco primers para amplificação de sequências do tipo
ISSR, que produzem múltiplas bandas, gerando um padrão de “fingerprint” bastante útil para
estudos populacionais, enquanto 294 amostras de cinco localidades foram avaliadas com sete
marcadores SSR. Foram obtidos 168 loci, com os ISSR, com uma variação de 67 (39,9%) a
86 (51,2%) loci polimórficos. Com os marcadores SSR, 28 alelos foram identificados, com
uma frequência de 2 a 8 alelos por loco. A heterozigosidade esperada variou de 0,080 a 0,190
com os ISSR, e de 0,037 a 0,679 com os SSR, para as diferentes populações. A AMOVA
mostrou 52,63% de variação interpopulacional e 47,37% de variação intrapopulacional para
o marcador ISSR, enquanto que para os SSR a variação dentro das populações foi maior do
que entre as populações (40,08% e 59,92%, respectivamente). Os índices de FST par-a-par
variaram de 0,286 a 0,726 para o marcador ISSR, e de 0,050 a 0,600 para os SSR. Os valores
de FST obtidos, com ambos os marcadores, foram significantes para todos os pares de
populações (p<0,05). O teste de Mantel mostrou que a estruturação observada não é explicada
somente pela distância geográfica, tanto para os marcadores ISSR quanto para os
microssatélites. Os resultados obtidos, tanto com os marcadores ISSR, quanto com os SSR,
indicam que as populações da bacia Araguaia-Tocantins encontram-se estruturadas, ou seja,
existe pouco fluxo gênico entre elas, e apresentam baixa diversidade genética. Esse baixo
nível de variabilidade pode ser explicado tanto pela pesca predatória a que estas populações
vêm sofrendo ao longo dos anos, como também pode ser uma característica natural dessas
populações. Independentemente das causas da baixa diversidade genética detectada, é
importante destacar a fragilidade genética dessas populações, pois qualquer alteração
ambiental (natural ou não) pode reduzir ainda mais esses valores, colocando em risco a
existência das mesmas. Assim, os dados obtidos são importantes para o estabelecimento de
ações voltadas para o manejo e conservação dos estoques naturais de pirarucus no sistema
Araguaia-Tocantins.
Órgão financiador: FAPEMAT e CAPES
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(Nº 038) AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA GENÉTICA POPULACIONAL DO
SURUBIM (Pseudoplatystoma fasciatum) EM RIOS DO MARANHÃO
William Rodrigues de Lima¹, Deboranh Suellen Lobo Campos¹, Juniele Paulina
dos Santos¹, Lígia Tchaika2 & Luis Fernando Carvalho Costa¹
1. Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Biologia, São Luis-MA; 2.
Universidade Estadual do Maranhão, Departamento de Química e Biologia, São LuisMA
Bagres do gênero Pseudoplatystoma são reconhecidos por realizarem migrações durante
o período reprodutivo mais conhecido como piracema. O início da migração coincide com
o período chuvoso e o aumento no nível fluvial. Enquanto os peixes sobem os rios através
dos canais principais, ocorre a maturação reprodutiva, depois a desova e dispersão dos
zigotos até as zonas inundadas que oferecem refúgio e alimento para os indivíduos
imaturos. A migração é um evento cíclico que se repete todos os anos para espécies como
o Pseudoplatystoma fasciatum. Para esta espécie, é esperado encontrar uma população
panmítica ou estruturada, de acordo com seu potencial de dispersão, existência de
barreiras geográficas ou comportamento de homing. Estudos que objetivam responder
estas questões sobre a estruturação populacional fornecem informações importantes para
a conservação de espécies e podem auxiliar nas decisões para criação, manejo e
reestruturação de unidades de conservação. Estudos prévios remontam à incerteza da
panmixia em Pseudoplatystoma nos diversos sistemas hidrográficos onde as espécies
ocorrem. Assim, investigamos a existência de estruturação populacional em P. fasciatum
em duas bacias hidrográficas do Maranhão. Foi sequenciado um fragmento da região
controle (DNA mitocondrial) de 215 amostras coletadas no sistema hidrográfico PindaréMearim e rio Munim. Utilizamos o índice de fixação (FST) e AMOVA para avaliar a
estruturação populacional, e distâncias genéticas (distância p) para verificar a divergência
dentro e entre as populações amostradas. Os resultados evidenciam baixa estruturação
populacional quando consideradas apenas os seis pontos amostrais do Pindaré-Mearim.
Por outro lado, encontramos elevada estruturação genética quando comparamos as
populações do Pindaré-Mearim e Munim. A divergência genética foi estimada incluindo
sequências de P. fasciatum do GenBank de rios no Amazonas e do Suriname. P. fasciatum
do Pindaré-Mearim, divergiu 3,5 % de P. fasciatum do Suriname e 3,4 % do Amazonas.
A população do rio Munim teve divergência de 3,9 e 3,8% em relação ao Suriname e
Amazonas, respectivamente. A distância genética entre as populações do Pindaré-Mearim
e Munim foi de 1,1%. Diante disso, concluímos que as amostras de P. fasciatum do
Maranhão são bem diferenciadas geneticamente tanto entre si quanto em relação aos
peixes da bacia Amazônica e da região das Guianas, onde encontrou-se valores de
divergência genética similares aos encontrados para diferenças interespecíficas usando
este marcador. Essas informações devem ser consideradas nos projetos de conservação e
manejo de P. fasciatum nestes rios.
Órgão financiador: FAPEMA
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(Nº 039) IDENTIFICAÇÃO POR DNA BARCODING SUGERE A OCORRÊNCIA
DE ESPÉCIES CRÍPTICAS EM PEIXES DE RIOS DO MARANHÃO
Raimunda Alves Silva1, Keila Gardênia Oliveira Cruz1, Antonio Marcos Silva
Pereira1, Nivaldo Magalhães Piorski2, Jorge Luiz Silva Nunes2, Elmary da Costa
Fraga3 & Luis Fernando Carvalho Costa2
1.Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais,
Chapadinha-MA; 2. Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Biologia, São
Luis-MA; 3. Universidade Estadual do Maranhão, Centro de Estudos Superiores de
Caxias, Caxias-MA.
O Brasil possui uma megadiversidade de peixes de água doce. O Maranhão abriga uma
diversidade ictiológica em grande parte desconhecida pela comunidade científica.
Métodos que identifiquem espécies, de maneira correta e rápida, são cada vez mais úteis
e necessários. O DNA barcoding corresponde a um pequeno fragmento do gene
mitocondrial COI, que pretende tornar-se um identificador único e padrão de todas as
espécies animais. Assim, objetivou-se neste trabalho, fazer a identificação de peixes das
ordens Characiformes, Perciformes e Siluriformes de rios do Maranhão (Tocantins,
Pindaré, Parnaíba e Munim) usando o gene COI. O fragmento do gene foi sequenciado, e
as sequências alinhadas no programa Bioedit. As distâncias genéticas (Kimura-2Parâmetros) foram calculadas no Mega 6. Todas as sequências foram comparadas no
banco de dados BOLD SYSTEMS. Foram geradas 176 sequências para os Characiformes
(Anostomidade, Chilodontidae, Cynodontidae, Erythrinidae, Prochilodontidae e
Serrasalmidae), 29 sequências para os Perciformes (Cichlidae e Sciaenidae) e 39 para os
Siluriformes (Auchenipteridae, Doradidae, Loricariidae e Pimelodidae). Em
Characiformes, a média da divergência interespecífica (19,9%) foi 46 vezes maior do que
a intraespecífica (0,43%). Em Perciformes, a divergência intraespecífica foi de 0,5%,
sendo 24 vezes menor que a interespecífica (12,40%). Nos Siluriformes, a média de
divergência intraespecífica (0,04%) foi 485 vezes menor que a interespecífica (19,4%).
Para uma efetiva identificação de espécies, por meio do DNA barcoding, é necessário
que haja pouco polimorfismo intraespecífico quando comparado ao interespecífico. A
taxa de sucesso na identificação de Characiformes foi de 99,5%. Em Siluriformes, este
valor foi de apenas 48%, e em Perciformes foi de 65%. Esses dois últimos grupos
apresentaram casos de incompatibilidade entre a identificação molecular e a morfológica,
e muitos casos em que não houve sequências similares no BOLD, mas apenas no NCBI.
Houve casos sugestivos de ocorrência de espécies crípticas (ex. Hoplias malabaricus,
Sorubim lima, Cichlasoma orientale, Crenicichla sp., Crenicichla menezesi, Plagioscion
squamosissimus e Australoheros facetus), cujos valores de divergências
interpopulacionais foram maiores do que 2%. Assim, confirmamos a eficiência do DNA
barcoding para identificação de espécies de peixes Characiformes de rios maranhenses,
não ocorrendo o mesmo os bagres e Perciformes, que, apresentaram, em muitos casos,
valores de divergência muito altos, provavelmente, pelo fato de não haver sequências com
o mínimo de 98% de similaridade no BOLD SYSTEMS.
Órgão financiador: FAPEMA
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(Nº 040) DIVERSIDADE GENÉTICA EM Gymnotus Linnaeus, 1758
(GYMNOTIFORMES: GYMNOTIDAE) DO PANTANAL DE MATO GROSSO,
BRASIL
Gisele da Silva Ferreira Braga1, Lucélia Fernanda Leite1, Débora Karla Silvestre
Marques2, Daniela Cristina Ferreira1, Liano Centofante1 & Paulo Cesar Venere1
1.Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Laboratório de
Genética Animal, Cuiabá-MT. 2. Pesquisadora Embrapa-Pantanal.
A fauna de peixes é representada por um grupo de vertebrados bastante numeroso e
diversificado. Peixes da ordem Gymnotiformes são amplamente distribuídos, desde o Sul
da Argentina, à porção Norte do México. O gênero Gymnotus é o mais especioso da
família Gymnotidae, conhecidos popularmente como “peixes elétricos” ou “tuviras”.
Essas espécies são comumente exploradas como iscas vivas na região do Pantanal
matogrossense pelo seu alto valor comercial, sendo um recurso econômico importante
para a região. Espécies desse grupo apresentam características peculiares, em especial,
pelo seu corpo alongado, órgão de descarga elétrica e seu padrão de coloração que é uma
característica bastante utilizada para a identificação do grupo. No entanto, sua semelhança
morfológica dificulta a taxonomia precisa dessas espécies. O objetivo deste trabalho foi
de caracterizar geneticamente com base no DNA Barcoding espécies de tuviras
(Gymnotus spp.) do Pantanal matogrossense. Sendo, o DNA barcoding uma ferramenta
que vem revelando de maneira rápida e eficiente a identificação de diversas espécies
animais, utilizamos o gene mitocondrial Citocromo Oxidase subunidade I (COI) para a
identificação de espécies comercializadas como iscas vivas na região. Para isso, realizouse o sequenciamento do fragmento COI de 244 indivíduos, oriundos de três localidades
do Pantanal de Mato Grosso: Poconé, Barão de Melgaço e Cáceres e uma amostragem de
Corumbá (Mato Grosso do Sul). As sequencias foram analisadas utilizando o modelo
Kimura 2 parâmetros (K2P) e uma representação gráfica foi gerada com o algoritmo
Neighbor Joining. As análises revelaram três grupos distintos de Gymnotus para a região
de estudo: G. paraguensis, G. pantanal e G. sylvius. G. paraguensis foi o grupo mais
representativo (84,4%) e G. pantanal a espécie com o menor número de espécimes (7%).
Estimativas de divergência par a par de sequências entre os grupos foram: G. paraguensis
x G. sylvius= 5%; G. paraguensis x G. pantanal= 7,2%; G. sylvius x G. pantanal=7,7%.
Dentro dos grupos a distância genética não variou significativamente. Estes dados
contribuem para a melhor identificação de Gymnotus encontrados na região do Pantanal
de Mato Grosso que vem aumentando a comercialização destas iscas vivas que até pouco
tempo eram proibidas para coletas extrativistas. Além disso, esse conhecimento é valioso
para a preservação destas espécies que até então eram subestimadas no que refere às leis
que normatizam sua captura.
Órgão financiador: CNPq/FAPEMAT/CAPES.
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(Nº 041) DIVERSIDADE GENÉTICA DE ESTOQUES DE REPRODUTORES
DE Colossoma macropomum MEDIANTE O USO DE MARCADOR
MICROSSATÉLITE
Eric Costa Campos¹, Annaiza Braga Bignardi² Mariana Stucki Alves¹, Caroline
Michele Marinho Marciano¹, Pedro Aurélio Tataíra da Costa¹, Milene Rodrigues
Dias1, Denise Rocha Ayres2, Mário Luiz Santana Júnior2, Nelson Mauricio LoperaBarrero³, Jayme Aparecido Povh4
1. Graduando em Zootecnia – UFMT, Campus Universitário de Rondonópolis-MT,
GMAT (Grupo de Melhoramento Animal de Mato Grosso). Bolsistas PIBIC do CNPq; 2.
Professores do curso de Zootecnia – UFMT, Campus Universitário de RondonópolisMT, GMAT; 3. Departamento de Zootecnia – UEL, Londrina-PR; 4. Departamento de
Zootecnia – UFMS, Campo Grande-MS.
O Tambaqui (Colossoma macropomum) nativo da bacia Amazônica é o organismo
áquatico mais produzido no Mato Grosso. Um manejo genético-reprodutivo inadequado
pode acarretar a diminuição da variabilidade genética da espécie, assim, gerando
dificuldades de sobreviver no ambiente de cultivo. Foi avaliada a diversidade genética em
duas populações: Selecionada para Ganho de Peso (SGP) e uma população Não Seleção
(NS) utilizando os seguintes primers: Cm1A11, Cm1C8, Cm1D1, Cm1E3, Cm1E8,
Cm1H8, Cm1G7, Cm1F4, Cm1F5 e Cm1F7. Foi extraído DNA de 272 amostras de
nadadeira caudal. O DNA genômico foi amplificado em um volume de reação de 20 ul,
foram utilizados: tampão 1X Tris-KCl, 2,0 mM de MgCl2, 0,8 μM de cada primer, 0,2
mM de cada dNTP, uma unidade de Platinun Taq DNA Polimerase e 20 ng de DNAs, as
reações foram amplificadas em termociclador Bio-Rad. O DNA foi desnaturado a 94ºC
por 4 minutos e em seguida, realizados 30 ciclos, cada uma consistindo de: 30 segundos
de desnaturação a 94ºC, 30 segundos de anelamento a 56ºC e um minuto de extensão a
72Cº, após foi realizado uma extensão final a 72ºC por 10 minutos. As amostras
amplificadas foram submetidas à eletroforese em gel de poliacrilamida. Para a
visualização dos alelos microssatélite, foi utilizado à coloração com nitrato de prata. Para
as análises estatísticas, foram calculadas para cada locus usando o programa GENEPOP
4.2. Do total dos 10 loci utilizados, foi obtido um total de 42 alelos. Todos foram
polimórficos e os tamanhos estimados dos alelos variaram entre de 150 (Cm1E8) à 298pb
(Cm1H8). A população SGP teve a heterozigosidade observada nos loci Cm1A11,
Cm1C8, Cm1D1, Cm1E8, Cm1H8 e Cm1F5. A heterozigosidade observada média foi
ligeiramente superior (0,5138 ± 0,1913) na população SPG que na NS (0,4798 ± 0,2669)
(teste de Duncan, p <0,05). Os coeficientes positivos de endogamia (FIS) nos loci
Cm1A11 (SGP: FIS = 0,05 e NS: FIS = 0,14), Cm1C8 (SGP: FIS = 0,27 e NS: FIS =
0,13), Cm1E3 (SPG: FIS = 0,12), Cm1D1 (NS: FIS = 0,01), Cm1H8 (SPG: FIS = 0,56 e
NS: FIS = 0,82), Cm1G7 (SPG: FIS = 0,06), Cm1F7 (SPG: FIS = 0,79 e NS: FIS = 0,22),
Cm1F5 (SPG: FIS = 0,31 e NS: FIS =0,61), Cm1F4 (SGP: FIS = 0,22 e NS: FIS = 0,23)
indicam deficiência de heterozigotos. Em contraste, as estimativas de FIS negativas nos
loci Cm1E3 (NS: FIS = -0,22), Cm1D1 (SGP: FIS = -0,07), Cm1E8 (SGP: FIS = -0,06 e
NS: FIS = -0,16), Cm1G7 (NS: FIS = -0,40) indicam excesso de heterozigotos. Foi
observada uma variabilidade genética adequada na população SGP. O monitoramento
genético utilizando marcadores microssatélites na formação de reprodutores é
fundamental para manter variabilidade e evitar os seus efeitos indesejáveis na estrutura
das populações.
Órgão financiador: CNPq
119
(Nº 042) DNA BARCONDING COMO FERRAMENTA MOLECULAR PARA O
ENSINO DE GENÉTICA E IDENTIFICAÇÃO DE FRAUDES EM PESCADO
Núbia Cristina Ferreira Guimarães¹; Adriana Heloisa Pereira¹; Daniel Cardoso
Carvalho1
1. Laboratório de Genética da Conservação, Programa de Pós-Graduação em Biologia
de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
O aumento no comércio e consumo internacional de peixes e frutos do mar em diferentes
níveis de ofertas e demanda, têm levado a fraudes econômicas, com casos de substituições
de pescado de determinadas espécies. No setor comercial, a aplicação da taxonomia
molecular para autenticação de alimentos é destinada principalmente a proteger os
consumidores contra a fraude. Na comercialização do pescado nem sempre é possível a
caracterização morfológica do produto, onde na maior parte se apresentam congelados ou
processados. A genética forense utilizando a metodologia do DNA Barcoding foi
utilizada para identificação de pescado comercializado em Belo Horizonte e Região
Metropolitana utilizando como marcador, o gene mitocondrial (COI) por ser um
identificador genético universal. Cinquenta amostras comercializadas como atum (n=1),
bacalhau do porto (n=4), bacalhau (n=2), dourado do mar (n=2), kani (n=1), merluza
(n=3), peixe prego (n=1), pescadinha (n=4), salmão (n=18), sardinha (n=1) e surubim
(n=12) provenientes de mercados foram coletadas e analisadas por alunos da graduação
em ciências biológicas (PUC Minas) durante as aulas práticas da disciplina de genética,
entre os anos de 2013 e 2015. A taxa de substituições observada foi de 28.6%, incluindo
fraudes na comercialização de bacalhau, dourado do mar, merluza, peixe prego e surubim.
A mais alta taxa de substituição foi observada para amostras de surubim, sendo que das
12 amostras analisadas, 10 foram consideradas fraudes, com substituições por espécies
pertencentes a outros gêneros (Sciades couma, Zungaro zungaro, Brachyplatystoma
rousseauxii, Brachyplatystoma filamentosum e Ariopsis seemanni). A identificação de
pescado utilizando métodos moleculares é importante para detecção de fraudes
intencionais e para o ensino de genética. Os alunos envolvem-se com práticas de genética
forense, sendo estimulados a utilizar metodologias de extração, amplificação,
sequenciamento e análise de sequencias de DNA. Dessa forma, a aplicação prática de
genética forense se torna interessante do ponto de vista social, econômico e para a
conservação da ictiofauna neotropical.
Órgão Financiador:
120
(Nº 043) DIVERSIDADE GENÉTICA E COMPORTAMENTO REPRODUTIVO
DA ESPÉCIE AMEAÇADA DO PEIXE PACAMÃ (Lophiosilurus alexandri)
Adriana Heloísa Pereira¹, Ronald Kennedy Luz², Izabela Santos Mendes¹, Daniel
Cardoso de Carvalho²
1. Programa de Pós-Graduação em Biologia dos Vertebrados da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais- Laboratório de Genética da Conservação; 2. Universidade
Federal de Minas Gerais Escola de Veterinária, Departamento de Zootecnia,
Laboratório de Aquacultura
O pacamã (Lophiosilurus alexandri) é um peixe da ordem Siluriforme ameaçado de
extinção e endêmico da bacia do Rio São Francisco. Devido a sua carne sem espinhos
intramusculares e seu elevado valor de mercado nos anos de 2013 e 2014 foram
capturadas matrizes para o estabelecimento de uma população em cativeiro e o
desenvolvimento do pacote tecnológico para sua produção. No sentido de entender
melhor o comportamento reprodutivo do pacamã, vinte e uma matrizes foram marcadas
e suas desovas coletadas para posterior sequenciamento da região controle do DNA
mitocondrial, em um sistema de criação controlado. Quatro tanques contendo as seguintes
proporções de reprodutores foram estabelecidos: 4 fêmeas e 2 machos (Tanque 1), 4
fêmeas e 1 macho (Tanque 2), 3 fêmeas e 2 machos (Tanque 3) e 4 fêmeas e 2 machos
(Tanque 4). Quarenta e uma desovas foram coletadas em ninhos protegidos por machos
assim que detectadas por 2 anos. Além disso, foram analisadas 47 amostras de pacamã
coletadas no médio São Francisco para o estabelecimento da diversidade genética natural
para a espécie. Os resultados obtidos demonstram que não houve padrão reprodutivo entre
os tanques, já que em alguns tanques apenas uma fêmea efetuou todas as desovas (apenas
1 haplótipo detectado em todas as desovas – Tanque 2) em diferentes estações
reprodutivas e em outros todas as fêmeas participaram efetivamente das desovas ocorridas
(Tanque 3 e 4). No tanque 1, apenas duas fêmeas participaram das desovas. No tanque 2,
a média entre desovas de uma mesma fêmea foi de 10,66 dias, evidenciando capacidade
de desovas múltiplas. A diversidade genética no rio (Hd= 0.963) foi similar a diversidade
encontrada nos reprodutores (Hd=0.952). Entretanto, a diversidade genética na geração
F1 foi reduzida para 0.8585, já que apenas 66% das fêmeas procriaram. A perda da
diversidade genética devido a reprodução desigual de matrizes representa uma ameaça a
manutenção, a longo prazo, de populações em cativeiro e de sua utilização para programas
de repovoamento. Dessa forma, a utilização de ferramentas moleculares para a detecção
de matrizes não reprodutivas e seu correto manejo deve garantir a integridade genética do
plantel além de contribuir para a compreensão do comportamento reprodutivo da espécie.
Órgão Financiador:
121
(Nº 044) A POSSIBLE CRYPTIC ECUADOREAN SPECIES OF Mugil
(ACTINOPTERYGII: MUGILIDAE) SUGGESTED BY CYTOGENETIC AND
MOLECULAR DATA
Mauro Nirchio1,2, Claudio Oliveira3, Zoila Raquel Siccha-Ramirez3, Viviani
França Sene3, César Quezada Abad2, Omar Rogerio Sánchez Romero2, Patricio
Fredy Quizhpe Cordero2, Ricardo Britzke2,3, Anna Rita Rossi4, Valentina Milana4,
Luciana Sola4
1. Escuela de Ciencias Aplicadas del Mar, Universidad de Oriente, Isla de Margarita,
Venezuela; 2. Universidad Técnica de Machala, Ecuador; 3. Departamento de
Morfologia, Instituto de Biociências Universidade Estadual Paulista, 18618-970
Botucatu, SP, Brazil; 4. Dipartimento di Biologia e Biotecnologie “C. Darwin”,
Sapienza-Università di Roma, Via Alfonso Borelli 50, 00161 Roma, Italia
Mugilidae have a conservative 48 uniarmed karyotype, with the exception of the species
(M. curema and M. margaritae) of the Mugil curema species complex, that show
karyotypes mainly, or exclusively, composed of bi-armed chromosomes and a conserved
fundamental number of 48. The cytogenetic analysis of putative Mugil curema from
Puerto Hualtaco, Ecuador, revealed a karyotype characterized by 2n=46 and composed
by 2 metacentric, 2 submetacentric and 42 subtelocentric/acrocentric elements, FN=50.
The metacentric chromosome pair number one was clearly identifiable, whereas the
homologues belonging to the subtelocentric and acrocentric series could not be
unequivocally identified due to their uniformly decreasing size. C-banding revealed the
presence of heterochromatic blocks at the centromeres of most chromosomes and at the
telomeric regions of some of them. Ag-NORs showed the presence of black dots on the
telomeric region of a st/a chromosome pair. Dual FISH revealed that the 18S rDNA probe
yielded two hybridization signals on the same location of the Ag-positive signals; whereas
the 5S rDNA probes hybridized on one medium-sized chromosome acro/subtelocentric
pair and did not co-localize with the major rDNA clusters. Mapping of the (TTAGGG)n
telomeric repeats showed the expected telomeric signals on both telomeres of all
chromosomes and additional positive signals were not detecte. The alignment of the
Ecuadorean sequences of the mitochondrial cytochrome oxidase I (COI) gene with the
sequences of M. curema, M. margaritae and Mugil sp available in GenBank confirmed
that the putative M. curema from Ecuador belongs to a different and well supported
molecular lineage within the M. curema species complex. Both cytogenetic and molecular
data therefore suggest the existence of a cryptic species that requires to be further
investigated to be formally described as a new species.
Órgão Financiador:
122
(Nº 045) INFERÊNCIAS CROMOSSÔMICAS E MOLECULARES
EVIDENCIAM DIVERGÊNCIA EVOLUTIVA RECENTE EM PEIXES DO
GÊNERO Apareiodon Eigenmann, 1916 (CHARACIFORMES,
PARODONTIDAE)
Josiane Baccarin Traldi1, Marcelo Ricardo Vicari2, Juliana de Fátima Martinez3,
Daniel Rodrigues Blanco4, Roberto Laridondo Lui5, Cristiane Kioko Shimabukuro
Dias6, Roberto Ferreira Artoni2, Claudio de Oliveira6 & Orlando Moreira Filho1
1. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP; 2. Universidade Estadual de
Ponta Grossa, Ponta Grossa-PR; 3.Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba-SP;
4. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Santa Helena-PR; 5. Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel-PR; 6. Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Botucatu-SP
Historicamente, a descrição das espécies da família Parodontidae tem sido feita através
da taxonomia morfológica. Com o avanço das técnicas citogenéticas e moleculares, a
associação destes dados de diferentes naturezas tem produzido resultados robustos para a
sistemática e taxonomia do grupo. Esta associação mostra uma tendência mundial em
analisar populações naturais a partir de diferentes perspectivas. Neste contexto, o presente
trabalho visou contribuir para o conhecimento da diversidade genética existente na
família Parodontidae, apresentando uma análise integrada de dados citogenéticos
(clássicos e moleculares) e da sequência parcial do gene da citocromo C oxidase I (DNA
Barcode) de quatro espécies de Apareiodon da bacia do rio Tocantins, Brasil: A.
cavalcante, Apareiodon sp. 1, Apareiodon sp. 2 e A. machrisi. Apesar das quatro espécies
aqui estudadas compartilharem uma macroestrutura cariotípica conservada,
exclusividades evolutivas podem sugerir a ocorrência de três espécies: A. cavalcante,
Apareiodon sp. 2 e A. machrisi. Apareiodon sp. 1 não pôde ser diferenciada de A.
cavalcante, pois estas espécies compartilham os caracteres cromossômicos empregados.
Os dados moleculares, por sua vez, indicam a formação de três grupos: um grupo formado
pelos indivíduos de A. machrisi e Apareiodon sp.1; um grupo formado pelos indivíduos
de A. cavalcante; e um grupo formado pelos exemplares de Apareiodon sp. 2. Os
resultados obtidos indicaram que estes dois níveis de organização biológica
(cromossômico e molecular) possuem taxas evolutivas distintas nessas espécies, assim
como ocorre para outras espécies de peixes. Os marcadores utilizados indicam que estes
quatro conjuntos de indivíduos apresentam divergência recente, sendo A. cavalcante,
Apareiodon sp. 2 e A. machrisi espécies nominais. Portanto, Apareiodon sp. 2 representa
uma possível espécie nova a ser descrita. Os exemplares de Apareiodon sp. 1, por sua
vez, possivelmente constituem uma população de A. machrisi que reteve os caracteres
cromossômicos ancestrais.
Órgão financiador: FAPESP, CAPES e CNPq
Apoio de coleta: ICM-Bio (licença No 10538-1)
123
(Nº 046) CARIÓTIPO E DNA BARCODE INDICAM QUE DOIS MORFOTIPOS
DE Hypancistrus sp. "pão" (SILURIFORMES: LORICARIIDAE) DO RIO
XINGU SÃO A MESMA ESPÉCIE
Adauto Lima Cardoso1, Hagi Lopescu Silva Carvalho1, Thayse Cristine Melo
Benathar1, Suellen Maria Gales Serrão2, Cleusa Yoshiko Nagamachi1,4, Julio Cesar
Pieczarka1,4, Leandro Melo de Sousa3, Jonathan Stuart Ready2, Renata Coelho
Rodrigues Noronha1
1. Laboratório de Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal
do Pará, Belém, PA, Brasil; 2. Laboratório de Lepidopterologia e Ictiologia Integrada,
Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil; 3.
Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Campus de Altamira,
Altamira, PA, Brasil; 4. Pesquisador do CNPq
A família Loricariidae representa um importante componente da fauna íctica do Rio
Xingu, incluindo espécies endêmicas, mas a sua diversidade não é claramente
compreendida e é ameaçada por diversas atividades antrópicas nas últimas décadas. O
gênero Hypancistrus Isbrucker and Nijssen (1991) abriga seis espécies formalmente
descritas e várias não descritas. Dois morfotipos de Hypancistrus sp. “pão” ocorrem no
Rio Xingu e são denominados de “L66” e “L333” no comércio ornamental. Porém, a
identidade desses dois morfotipos como espécies independentes é questionável. Visando
resolver esta questão nós descrevemos seus cariótipos usando coloração convencional,
bandeamento C, impregnação das regiões organizadoras de nucléolo com AgNO3 e
hibridização in situ fluorescente com sondas de DNA ribossomal (rDNA) 5S e 18S. Além
disso, foi sequenciada parte do gene citocromo oxidase I (COI – DNA barcode). Todos
os indivíduos de Hypancistrus sp. “pão” possuem 52 cromossomos, sendo 40 metasubmetacêntricos e 12 subtelo-acrocêntricos. Heterocromatina constitutiva foi detectada
em região centromérica de todos os cromossomos, em grandes blocos nas regiões 2q, 3p,
4q e 5q e em pequenas bandas na região distal de vários pares cromossômicos. Sítios
ativos de rDNA 18S foram detectados na região distal de 2q e sítios inativos foram
identificados na região distal de 21q. rDNA 5S foi localizado na região intersticial de 1p
e na região distal de 4q. O par cromossômico 21 exibe um polimorfismo representado por
dois tipos de cromossomos: o tipo A é um submetacêntrico grande que possui uma banda
heterocromática na região distal do braço curto, além disso, possui sítios inativos de
rDNA 18S em região terminal, sendo adjacente a um bloco heterocromático no braço
longo; o tipo B é um cromossomo pequeno sem a presença do longo bloco de
heterocromatina e dos sítios inativos de rDNA 18S no braço longo. Dois tipos de
genótipos relacionados a este polimorfismo foram detectados: o homozigoto AA e o
heterozigoto AB. O homozigoto BB não foi identificado, provavelmente por ser raro ou
por representar uma condição deletéria. Nenhum heteromorfismo cromossômico
associado a sexo foi identificado. O alinhamento das sequências de COI revelaram clara
separação de Hypancistrus sp. “pão” do seu congênere H. zebra e de outros loricarídeos.
Além disso, todos os espécimes identificados como “L66” e “L333” foram agrupados
juntos, indicando que não existe divergência entre os dois morfotipos. Os presentes dados
indicam que Hypancistrus sp. “pão” é uma espécie válida e que os dois morfotipos
representam polimorfirmos intraespecíficos.
Órgão financiador: CNPq,CAPES, FAPESPA, Projeto Arapaima
124
(Nº 047) DELIMITAÇÃO DE ESPÉCIES UTILIZANDO DNA BARCODE E
ANÁLISES CITOGENÉTICAS EM REPRESENTANTES DE Eigenmannia
Jordan & Evermann, 1896 (GYMNOTIFORMES: STERNOPYGIDAE)
Nadayca Thayane Bonani Mateussi1, Cristian Andrés Araya Jaime1,2, Claudio
Oliveira1 & Fausto Foresti1
1. Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho campus Botucatu - SP; 2. Departamento de Ciencias del Mar, Universidad Catolica del
Norte, Coquimbo - Chile
A metodologia de DNA barcode consiste na utilização de um fragmento do gene
Citocromo c oxidase I (COI) na identificação e delimitação de espécies. Essa metodologia
tem se mostrado bastante eficiente no processo de delimitação de grupos taxonômicos,
fornecendo evidências sobre as Unidades Taxonômicas Operacionais (Operational
Taxonomy Units - OTU), através do reconhecimento de padrões genéticos dentro dos
grupos, e assim dando suporte para os estudos taxonômicos tradicionais. Eigenmannia
apresenta oito espécies consideradas válidas e esse gênero é reconhecido como
taxonomicamente confuso devido ao baixo nível de diferenciação morfológica entre suas
espécies, o que tem dificultado a descrição formal das mesmas. Este baixo nível de
diferenciação morfológica contrasta fortemente com a variabilidade da macroestrutura
cariotípica, com variação do número diploide de 28 a 40 cromossomos e dos sistemas
cromossômicos de determinação do sexo descritos para o gênero. Neste contexto,
analisamos 33 sequências de um fragmento parcial do gene COI de seis espécies de
Eigenmannia — E. microstoma, E. limbata, E. virescens, E. aff. trilineata, Eigenmannia
sp.1 e Eigenmannia sp.2 — com o objetivo de avaliar se os cariomorfos reconhecidos por
análises citogenéticas correspondem às espécies reconhecidas pela abordagem de DNA
barcode. Esta análise resultou no reconhecimento de seis agrupamentos (OTUs
independentes), com baixa variação intraespecífica e valores de divergência genética
(K2P) variando entre 2,5 e 17,5% entre os OTUs. As informações resultantes do presente
estudo contribuem para um melhor conhecimento da diversidade observada das espécies
de Eigenmannia, fornecendo evidências moleculares para o reconhecimento de novas
espécies. Sendo assim, concluímos que a utilização conjunta de análises citogenéticas e
de DNA barcode pode melhorar a identificação e delimitação das espécies/cariomorfos
em Eigenmannia, evidenciando o potencial destas abordagens para estudos taxonômicos
e filogenéticos.
Órgão financiador: Becas-Chile; Capes; CNPq; FAPESP.
125
(Nº 048) DIVERSIDADE GENÉTICA EM Pygocentrus nattereri (PISCES:
CHARACIFORMES: SERRASALMINAE).
Elisangela Bellafronte1, Thais Kelly Souza Teixeira da Silva1, Renata Claudino
Oliveira1, Sandra Mariotto2, Livia Mondin3, Waldo Troy3, Paulo César Venere1,
Liano Centofante1, Daniela Cristina Ferreira1.
1. Universidade Federal do Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT; 2.
Instituto Federal do Mato Grosso, Campus Cuiabá-Bela Vista-MT; 3. Universidade
Estadual do Mato Grosso, Campus Tangará da Serra-MT.
Pygocentrus nattereri popularmente conhecido como piranha cajú ou piranha vermelha,
é uma espécie de peixe de água doce da família Characidae. Prefere ambientes lênticos,
possui hábito alimentar onívoro consumindo invertebrados, insetos, material vegetal,
pássaros que estão na água e peixes, notadamente espécies de pequeno porte e os que
estão moribundos ou feridos, até mesmo àqueles pertencentes ao seu próprio cardume.
Estudos vêm revelando que populações de P. nattereri de diferentes bacias hidrográficas
possuem distintos cariomorfos. Portanto, o presente trabalho tem por objetivo analisar
geneticamente populações de piranha vermelha coletadas ao longo dos rios do estado do
Mato Grosso, pertencentes à bacia do Alto Paraguai em busca de diferenças populacionais
e inter-específicas relevantes. Foram realizadas coletas em vários pontos ao longo dos
rios Paraguai e Cuiabá, nas cidades de Santo Antônio de Leverger, Cáceres, Barra do
Bugres e Poconé e realizadas as preparações para obtenção de cromossomos mitóticos,
técnica de bandamento C, AgRONs, FISH com DNA ribossômico 5S e análise das
sequências de DNA barcode (citocromo oxidase I). Todas as populações apresentaram a
mesma constituição cariotípica. O número diploide obtido foi de 60 cromossomos
(24m+22sm+2st+12a), o bandamento C revelou bandas centroméricas em praticamente
todo os cromossomos do complemento, algumas poucas bandas teloméricas e uma banda
mais evidente coincidente com os sítios de DNAr 5S, localizados no braço longo do par
4, metacêntrico. A análise das sequencias de citocromo oxidase I revelaram homologia
com as sequências de P. nattereri depositadas no site BOLD (Barcode of Life Data
System). Apesar do mesmo número diploide, a população de piranha vermelha
caracterizada no presente estudo para a bacia do Paraguai revelou morfologia
cromossômica distinta das populações da bacia Amazônica (20m+28sm+2st+10a) e bacia
do Araguaia (14m+22sm+14st+10a). Estes resultados mostram que populações de P.
nattereri em distintas bacias hidrográficas brasileiras possuem consideráveis diferenças
cromossômicas, entretanto estas mesmas populações não possuem sequencias de COI
depositadas no site BOLD, que poderiam ser utilizadas para comparação. A utilização de
um maior número de marcadores citogenéticos e moleculares podem indicar que P.
nattereri pode ser considerada um complexo de espécies.
Órgao financiador: FAPEMAT/CNPq
126
(Nº 049) CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA EM ESPÉCIES DE PIRANHAS
(PISCES: CHARACIFORMES: SERRASALMINAE) EM RIOS
MATOGROSSENSES.
Elisangela Bellafronte1, Renata Claudino Oliveira1, Lívia Alice de Carvalho
Mondin3, Sandra Mariotto2, Waldo Troy3, Paulo Cesar Venere1, Liano
Centofante1, Daniela Cristina Ferreira1.
1. Universidade Federal do Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá-MT; 2.
Instituto Federal do Mato Grosso, Campus Cuiabá-Bela Vista-MT; 3. Universidade
Estadual do Mato Grosso, Campus Tangará da Serra-MT.
Os serrasalmíneos, pertencentes à família Characidae, são conhecidos popularmente
como piranhas e pacús. São peixes de água doce, estritamente Neotropicais, amplamente
distribuídos pela América do Sul, principalmente na bacia Amazônica, mas algumas
espécies podem ser encontradas ainda nas bacias do Paraná-Paraguai, Araguaia, São
Francisco e Orinoco. O presente trabalho objetivou analisar geneticamente espécies de
piranhas coletadas ao longo dos rios do estado do Mato Grosso, pertencentes à bacia do
Alto Paraguai, reunindo dados inéditos em uma região onde a sua ictiofauna ainda é pouco
explorada, em busca de diferenças populacionais e inter-específicas relevantes. Foram
realizadas coletas em vários pontos ao longo dos rios Paraguai e Cuiabá, nas cidades de
Santo Antônio de Leverger, Cáceres, Barra do Bugres e Poconé e realizadas as
preparações para obtenção de cromossomos mitóticos, técnica de detecção da distribuição
da heterocromatina constitutiva, AgRONs, FISH com DNA ribossômico 5S e análise das
sequencias de DNA barcode (citocromo oxidase I). Foram detectadas duas espécies do
gênero Serrasalmus: S. maculatus e S. marginatus, e embora apresentem o mesmo
número cromossômico (2n=60), exibiram marcadores espécie específicos. Serrasalmus
maculatus apresentou 24m+20sm+4st+12a, o bandamento C revelou várias bandas
heterocromáticas nas regiões centroméricas, teloméricas e intersticiais e uma banda mais
evidente coincidente com os sítios de DNAr 5S, presentes no braço longo do par 7,
metacêntrico. Serrasalmus marginatus apresentou 18m+26sm+4st+12a, o bandamento C
revelou poucas bandas heterocromáticas, presente principalmente nas regiões
centroméricas dos pares acrocêntricos e uma banda mais evidente coincidente com o
DNAr 5S, presentes no braço longo do par 12, submetacêntrico. As AgRONs revelaram
para as duas espécies marcações na região centromérica de até seis pares de cromossomos
acrocêntricos. A análise das sequencias de citocromo oxidase I de S. maculatus e S.
marginatus revelaram homologia com as sequencias do site BOLD (Barcode of Life Data
System) para estas mesmas espécies. Estas duas espécies de Serrasalmus já foram
caracterizadas citogeneticamente, para a bacia do rio Amazonas (S. maculatus) e para a
bacia do rio Paraguai (S. marginatus, citado como S. spilopleura), entretanto para esta
última foram apenas descritos o número e morfologia cromossômicos, AgRONS e
bandamento C. Segundo os dados do DNA barcode (BOLD), S. maculatus parece estar
distribuído pelas bacias do Amazonas, Paraná-Paraguai, Baixo Paraná (Argentina) e Alto
Paraná, enquanto S. marginatus apenas pelas bacias do Paraná-Paraguai e Alto Paraná.
Órgao financiador: FAPEMAT/CNPq
127
(Nº 050) ORIGEM ADAPTATIVA RECENTE DO PEIXE CAVERNÍCOLA
Ancistrus cryptophthalmus
Izabela Santos Mendes1, Alex Schomaker Bastos2, Francisco Prosdocimi2, Rodrigo
Lopes Ferreira3, Paulo dos Santos Pompeu4, Daniel Cardoso Carvalho1
1. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-graduação em
Biologia de Vertebrados, Laboratório de Genética da Conservação, Belo Horizonte, MG;
2. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de
Meis, Laboratório de Genômica e Biodiversidade, Rio de Janeiro, RJ; 3. Universidade
Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia Subterrânea,
Lavras, MG; 4. Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-graduação em
Ecologia Aplicada, Laboratório de Ecologia de Peixes, Lavras, MG
A fauna cavernícola abriga grande diversidade de espécies com adaptações evolutivas a
condições extremas. Estudos sobre essas espécies são importantes para o entendimento
de processos evolutivos e de adaptações ao ambiente cavernícola, com pouca luz e
recursos energéticos. Ancistrus cryptophthalmus Reis, 1987 é um peixe loricarídeo de
pequeno porte, encontrado no interior de cavernas e possui características troglomórficas
como disfunção dos olhos e despigmentação quando comparado à espécie de superfície
não descrita (Ancistrus sp.). Ancistrus cryptophthalmus e Ancistrus sp. foram
consideradas espécies distintas devido às características morfológicas, entretanto
utilizando a metodologia do DNA Barcoding nenhuma divergência genética foi
encontrada. A fim de investigar o status taxonômico de Ancistrus cryptophthalmus, foram
sequenciados os mitogenomas de um representante da população da caverna e um
representante da população de superfície (Ancistrus sp.), usando a metodologia de
sequenciamento de nova geração (NGS) (Illumina). Investigou-se também a estrutura
genética de duas populações cavernícolas de rios distintos e comparou-se à uma
população de superfície utilizando 570pb da região controle do DNA mitocondrial (Dloop), uma região hipervariável. Foram observados oito haplótipos utilizando a região
controle e uma estrutura genética entre as populações de caverna e de superfície, com
valores não significativos. O sequenciamento dos mitogenomas apresentaram uma
elevada similaridade genética entre as duas morfo-espécies. Os resultados obtidos
representam a primeira evidência molecular que a espécie cavernícola A. cryptophthalmus
possui uma origem adaptativa recente da morfo-espécie Ancistrus sp. Esse estudo
contribui para o entendimento do mecanismo evolutivo que conduz a formação de
espécies adaptadas a condições extremas como apresentadas pelos ambientes
cavernícolas.
Órgãos financiadores: FIP PUC Minas
128
(Nº 051) ENTENDENDO OS PROCESSOS EVOLUTIVOS DE ZUNGARO
(SILURIFORMES: PIMELODIDAE) ATRAVÉS DA ANÁLISE
COMPARATIVA DO GENE MITOCONDRIAL CITOCROMO OXIDASE I
(COI) E DA REGIÃO CONTROLE D-Loop.
Pires, Antonio1; Galetti Jr, Pedro1 Ramirez, Jorge1; Carillo-Avila, Maurício2; Troy,
Waldo3; Arenhart, Neusa4; Freitas, Patrícia1
1. Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação, Departamento de Genética e
Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil. 2. Facultad de
Ciencias Exactas y Naturales, Universidad Surcolombiana, Neiva, Colombia. 3. Universidade
do Estado do Mato-Grosso, Departamento de Ciências Biológicas, Tangará da Serra, MT,
Brasil. 4. Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Mato-Grosso. MT, Brasil.
O gênero Zungaro, Bleeker, 1858 (Siluriformes: Pimelodidae), pertence a um grupo de
peixes popularmente denominados jaús, composto por duas espécies válidas: Zungaro
jahu que ocorre na bacia dos rios Paraná-Paraguai e Zungaro zungaro encontrada na bacia
dos rios Amazonas e Orinoco. Este gênero é conhecido por compreender um dos maiores
bagres da américa do Sul podendo chegar à 1,30 metros e 150Kg. Na região do MatoGrosso, no rio Juruena, indivíduos de jaús adultos tem sido capturados por pescadores
com um tamanho menor do que o descrito na literatura e o permitido para pesca,
levantando incertezas sobre a classificação desta espécie nesta região. Neste sentido, o
presente trabalho se propôs a caracterizar geneticamente uma população de jaús coletada
no rio Juruena e populações de jaús provenientes de diferentes rios das bacias ParanáParaguai e Amazonas-Orinoco, utilizado os marcadores mitocondriais Citocromo
Oxidase I (COI), e D-Loop. As amostras das foram obtidas por colaboradores e
posteriormente e estocadas em álcool 70% acervo do banco de tecidos do Laboratório de
Biodiversidade Molecular e Conservação (LabBMC) de direntes localidades pertencentes
a Bacia Amazônica e Orinoco e Bacia Paraguai e Paraná. O DNA destas foram extraídas
segundo o protocolo de fenol/clorofórmio e foram amplificados através de PCR as
sequências Citocromo Oxidase I (COI) Citocromo B (Cytb) e D-Loop e posteriormente
submetidas ao sequenciamento na Macrogen®. As sequências foram comparadas nos
bancos de dados BOLD e NCBI identificadas como de Zungaro e foram editadas e
alinhadas por softweres de bioinformática e posteriormente criadas arvores de distância
genética em diferentes modelos e Redes Haplotípicas. Os Resultados obtidos sugerem à
existência de três espécies distintas para o gênero Zungaro: Z. zungaro, Z. jahu, e uma
possível nova espécie no rio Juruena. Devido o grande distanciamento genético com 2,4%
para oCitocromo Oxidase I (COI) e 5% para D-Loop segundo o modelo K2p. Este
distanciamento genético também foi refletido no gráfico de Barcoding gap o qual as
médias das distâncias intraespecíficas e interespecíficas não foram sobrepostas
evidenciando um “Gap”. Resultado o qual permite dizer que esta distância pode ser
utilizada para diferenciação espécie-especifico.
Órgão financiador: CAPES.
129
(Nº 052) IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR (DNA BARCODING) DO PESCADO
COMERCIALIZADO COMO “CAÇÃO” NO SUDESTE DO BRASIL
Julia Rocha Sousa1, Lorena Freitas Lima1, Daniel Cardoso Carvalho1
1. Laboratório de Genética da Conservação, Mestrado em Biologia dos Vertebrados,
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG.
A comercialização de pescado com nome comum de grande abrangência pode mascarar
a venda de espécies ameaçadas, com pesca proibida ou até mesmo fraudes. O nome
comum “cação”, por exemplo, refere-se a qualquer espécie de peixe da classe
Eslasmobranchii, englobando raias e tubarões. O reconhecimento molecular do pescado
por técnicas moleculares, como o DNA barcoding, tem evidenciado casos de fraudes no
comércio de peixes no Brasil. No presente trabalho, foram analisadas 31 amostras de
postas, filés e lombo rotuladas como “cação”, provenientes de 25 marcas/revendas que
são comercializadas na região sudeste do Brasil. Parte do gene COI foi amplificado
utilizando os primers Fish F1 e Fish R1 para o sequenciamento bi-direcional. As
sequências de DNA obtidas, com média de 592 pares de base, foram analisadas e
comparadas com o banco de dados GenBank e BOLD para sua identificação molecular.
A identificação por DNA barcoding revelou que todas as amostras de cação pertencem a
Prionace glauca (cação-azul), uma espécie de ampla distribuição oceânica, mas
considerada quase vulnerável pela Lista Vermelha da IUCN. Entretanto, apenas 6 marcas
indicaram no rótulo o nome científico Prionace glauca. Apesar da grande variação do
preço dos produtos comercializados como “cação” (14.70 a 53.89 reais/kg), apenas uma
espécie foi identificada em todas as amostras. Esse resultado indica elevada pressão de
pesca das principais marcas de pescados do Brasil em apenas uma espécie de
elasmobrânquio, já considerada quase vulnerável. A utilização de metodologias que
permitam uma detecção precisa de espécies comercializadas com nomes comuns de
grande abrangência é uma importante ferramenta para conservação de espécies com
relevância comercial.
Órgão financiador: CNPq, Br-Bol, FIP (PUC Minas)
130
(Nº 053) DANO GENÔMICO E O STATUS DE CONSERVAÇÃO DE Mugil
curema Valenciennes 1836 (ACTINOPTERYGII: MUGILIDAE) EM CINCO
ESTUÁRIOS PERNAMBUCANOS, REGIÃO NORDESTE DO BRASIL
Anderson Rodrigues Balbino de Lima¹, Mônica Lúcia Adam², Rodrigo Augusto
Torres¹ & Uedson Pereira Jacobina¹
1. Laboratório de Genômica Evolutiva & Ambiental, Universidade Federal de
Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Recife-PE; 2. Universidade Federal de
Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Vitória-PE
A perda da diversidade biológica pode ser um reflexo da degradação ambiental,
principalmente em locais com grandes contingentes demográficos. No Nordeste do
Brasil, a maioria das regiões metropolitanas estão concentradas em zonas costeiras,
ocasionando a liberação de uma grande quantidade de poluentes e ameaçando a
sobrevivência de inúmeras espécies, como os peixes. Neste estudo, tentamos avaliar
possíveis danos no DNA em um dos recursos pesqueiros mais consumidos pelas
comunidades ribeirinhas nesta região, a tainha (Mugil curema). Metodologias de Ensaio
Cometa (EC) e Teste do Micronúcleo (MN) foram utilizadas em populações desta
espécie, provenientes de cinco estuários Pernambucanos (rios Goiana e Jaguaribe no
litoral Norte), (rios Sirinhaém e Formoso no litoral Sul) e (rio Capibaribe na região
metropolitana). Para fins de comparação, uma amostra controle foi coletada no estuário
do Rio Una (local de preservação ambiental), litoral sul do estado de São Paulo. Nossos
resultados mostram que o estuário mais afastado da região metropolitana, o Rio Formoso,
quando comparado ao grupo controle, foi quem apresentou os menores níveis de
danificação genômica (P > 0,05). Já os demais estuários apresentaram níveis elevados de
danificação quando comparados ao controle (P < 0,05). Em especial, o estuário do rio
Capibaribe, localizado na capital Pernambucana, foi aquele que apresentou um dos
maiores níveis de dano genômico (P = 0,0001). Tais dados caracterizam-no como o mais
impactado entre os cinco avaliados. Estes dados também apontam para uma forte
associação entre níveis elevados de danificação genômica (macro e microlesões no DNA)
em locais próximos a grandes contingentes demográficos e industriais.
Consequentemente, este cenário de impactação pode também estar afetando a
comunidade biótica como um todo, incluindo as comunidades humanas ribeirinhas que
tem este recurso como forma de subsistência. Estes resultados demonstram a efetividade
do uso de metodologias de EC e MN como protocolos rápidos e precisos na avaliação de
ecossistemas marinhos, principalmente em regiões fortemente impactadas pelas
atividades antrópicas.
Órgãos financiadores: FACEPE, CNPq e CAPES
131
(Nº 054) TESTES DE PROTOCOLOS DE EXTRAÇÃO DE DNA E PCR
(BARCODE) DA ICTIOFAUNA ACOMPANHANTE NA PESCA DE CAMARÃO
EM ITACARÉ (BA)
Letícia Oliveira Barbosa¹, Somira Santana de Souza1, Débora Diniz Bezerra1 &
Ana Karina de Francisco1
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Jequié
A pesca de camarão é uma atividade comum em regiões litorâneas do Brasil, possuindo
importância econômica, histórica, social e cultural, sendo realizada em larga escala. Em
Itacaré (BA) essa pesca é realizada pela técnica de arrasto, onde se utiliza um barco do
tipo traineira, que lança uma rede de arrasto em alto mar. Esta rede age de forma
predatória, capturando além de camarões, outras espécies de organismos, sendo que os
peixes têm a maior incidência, e são denominados de ictiofauna acompanhante. Esses
organismos não são aproveitados para comercialização, e são descartados. Sua
identificação é de grande valia para auxiliar no controle da pesca. Esta identificação pode
ser realizada geneticamente utilizando a técnica de DNA Barcoding, que consiste na
utilização de pequenas sequências de genes padronizados como o gene mitocondrial
Citocromo C Oxidase subunidade I (COI). O objetivo deste trabalho foi testar protocolos
de extração de DNA e PCR (Polimerase Chain Reaction) com o intuito de identificar a
ictiofauna acompanhante oriunda da pesca de camarões em Itacaré. As coletas foram
realizadas em Itacaré-BA no período de Dezembro de 2014 e Julho de 2015 e os
indivíduos foram separados por identificação morfológica. Para a extração do DNA
genômico utilizou-se tecido muscular e nadadeiras. Foram testados os protocolos
Wizard® Genomic DNA Purification Kit (Promega), DNA salina, fenol clorofórmio
modificado e fenol clorofórmio adaptado. Para amplificação utilizou-se os primers
universais de barcode LCO1490 e HCO2198, e Lep-F1 e Lep-R1, os quais amplificam
um fragmento de 650 pb do gene COI. Foram realizadas modificações nas concentrações,
conjunto dos primers e ciclos no termociclador. As extrações e amplificações de DNA
em amostras da primeira coleta não apresentaram resultados pelo fato do armazenamento
errôneo do material (congelamento inapropriado e demora na retirada de tecido). Em
amostras da segunda coleta conseguiu-se sucesso na extração de DNA com o protocolo
fenol clorofórmio adaptado e amplificação do fragmento do gene COI utilizando os
primers Lep-F1 e Lep-R1. Este resultado pode ser devido ao fato do material ter sido
triado logo após a coleta. Os primers universais LCO 1490 e HCO 2198 não
demonstraram eficácia na amplificação da sequência barcode em nenhuma amostra.
Esses dados poderão auxiliar na identificação dos peixes marinhos capturados pela pesca
de arrasto de camarões em Itacaré, visando à conservação das espécies, além de produzir
novos dados sobre a ictiofauna acompanhante.
Órgão financiador: FAPESB
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(Nº 055) PLASTICIDADE FENOTÍPICA EM SUBPOPULAÇÕES DE Astyanax
goyacensis DA BACIA DO RIO ARAGUAIA
Renata Cristina Claudino de Oliveira1, Carla Andrade Vitorino1, Vladimir Pavan
Margarido2 e Paulo César Venere1
1.Universidade Federal de Mato Grosso – Departamento de Biologia e Zoologia/IB
Campus de Cuiabá. 2. Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Astyanax goyacensis se apresenta amplamente distribuída pelos córregos afluentes da
bacia do rio Araguaia. Geralmente habitam riachos, com grupos ocupando seus cursos
mais altos, muitos dos quais isolados, o que torna essa espécie interessante para estudos
populacionais, uma vez que mostram padrões corporais distintos nos diferentes ambientes
onde são observados. Nesse contexto, o uso de diferentes marcadores cromossômicos e
moleculares fornecem dados que podem ser decisivos na identificação desses indivíduos.
Dessa maneira, três lotes de Astyanax goyacensis, amostrados em diferentes córregos
afluentes dos rios Araguaia e Mortes, foram analisados por dados citogenéticos,
morfométricos, merísticos, padrões moleculares com base nos marcadores Citocromo
Oxidase I (COI), 16S e ISSR (Inter Simple Sequence Repeat). As análises morfométricas
mostraram que há diferença significativa entre as populações estudadas (p<0,0001) e a
análise de função discriminante (DFA) entre machos e fêmeas mostrou que não há
dimorfismo sexual na espécie. Os dados citogenéticos revelaram 2n=50 cromossomos
(6m+12sm+24st+8a), para todos os indivíduos estudados e as demais técnicas
citogenéticas (AgRONs, CMA3, DAPI, e FISH com sondas para 5S e 18S), revelaram
poucas diferenças entre os lotes estudados. A distância genética obtida pelo DNA barcode
(< 2%) revelou que os grupos de organismos amostrados pertencem à uma mesma
espécie. Para o marcador ribossomal 16S, a mesma situação foi evidenciada. Dos 131 loci
encontrados para o ISSR, 128 foram polimórficos, com altos valores para
heterozigosidade esperada. A análise de variância molecular (AMOVA) mostrou 31,71%
de variação intrapopulacional e 68,29% de variação interpopulacional. O FST foi alto entre
todas as populações (FST≥0,68). A dissimilaridade genética não teve correlação com a
distância geográfica com base no teste de Mantel. Esse estudo integrado em Astyanax
goyacensis demonstrou que a espécie se apresenta estruturada em sua distribuição, com
características particulares que devem estar associadas aos diferentes ambientes
amostrados. Os dados indicam que os grupos estudados representam uma única unidade
evolutiva dentro do gênero, reforçando a hipótese de que a plasticidade fenotípica é o
fenômeno responsável pelas diferenças observadas.
Órgão financiador: FAPEMAT/CNPq

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