UM disco Mais MadURo e hoMoGéneo

Transcrição

UM disco Mais MadURo e hoMoGéneo
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Bis
Rita Redshoes
em entRevista
fala sobre
lights & darks
Novembro e Dezembro de 2010
Boletim Bimensal
do Teatro Municipal da Guarda
“Um disco
mais maduro
e homogéneo”
Guarda: A república
À deux pas de là-haut
Moonspell - sombra
mais de 300 pessoas
em palco para
celebrar a república
e o aniversário
da guarda
novo circo
em destaque com
a nova criação
de joão paulo santos
entrevista
a fernando ribeiro
a propósito do novo
espectáculo acústico
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síntese - grupo de música contemporânea
Síntese - Ciclo de Música
Contemporânea da Guarda
Dias 4, 5 e 6 de Novembro a música contemporânea vai fazer-se ouvir na Guarda. Trata-se da (já) quinta edição do Síntese
– Ciclo de Música Contemporânea. Esta iniciativa, co-organizada pelo TMG e pelo grupo Síntese, parte em busca de novos
públicos, contando este ano com a participação de dois grupos estrangeiros, formações de referência no panorama da
música contemporânea europeia: Proxima Centauri, de França, e Smash Ensemble, de Espanha.
O desafio de organizar um festival de música contemporânea na Guarda começou em 2006. Partindo
de um convite do Teatro Municipal da Guarda, um
núcleo de músicos oriundos de diversas cidades
portuguesas que tinham em comum o facto de
leccionar no Conservatório de Música da Guarda
prepararam, nessa primavera, um conjunto de
concertos, repartido por várias semanas, com o
objectivo de dar a conhecer as várias correntes
estéticas da música do Séc. XX e do Séc. XXI.
Pela qualidade do trabalho realizado, pelo conceito
de fazer música contemporânea fora dos meios
mais convencionais (como Lisboa ou Porto), e
aproveitando as sinergias criadas, este grupo de
músicos levou para a frente a criação da associação Síntese, já em 2007, por forma a dar corpo às
várias ideias que iam surgindo, das quais a mais
significativa seria a criação do Síntese - Grupo de
Música Contemporânea (GMC), ensemble cujo
epicentro de actividade fosse a cidade da Guarda.
O seu reportório constitui-se então como porto de
abrigo das referências clássicas da contemporaneidade musical, e partiu à conquista de novos
universos sonoros, estimulando nos compositores
a criação de nova música.
O Síntese GMC tem-se afirmado como uma plataforma aberta e modulável, que vai do instrumento
solo à pequena orquestra de câmara, e onde todas
as hipóteses são possíveis. E tem sido dessa
forma, pouco ortodoxa, que tem trazido à Guarda
estreias nacionais de relevo, das quais se destaca
Quartett op. 22, de Webern, ou a recuperação de
obras contemporâneas portuguesas que se haviam
quedado pela estreia, de que é exemplo Double,
de Constança Capdeville.
Dando seguimento à ideia fundamental de criação
de nova música, o Síntese GMC tem tido a oportunidade de, em cada novo ciclo, realizar novas
estreias de obras encomendadas quer a compositores portugueses que dispensam apresentações,
como Christopher Bochmann, Eduardo Luis Patriar|2
ca e Amílcar Vasques-Dias, quer a compositores
da nova geração como José Carlos Sousa e Helder
Gonçalves. Graças a esta dinâmica a criação musical contemporânea na Guarda tem estado ao nível
do que melhor se faz noutros centros urbanos.
Este ano o V Ciclo de Música Contemporânea da
Guarda reveste-se de especial importância. A
internacionalização permitiu trazer ao público da
cidade dois grupos muito conceitados, que apresentam dois espectáculos de enorme qualidade.
De França chegam-nos o prestigiado Proxima
Centauri, de Bordéus, criado pela saxofonista
Marie-Bernardette Charrier e pelo compositor
Christophe Havel, em 1991. Este ensemble, que
se apresenta regularmente nos mais importantes
festivais de música contemporânea internacionais,
irá inaugurar o ciclo no dia 4 de Novembro com o
espectáculo Musique au Corps (Música no Corpo).
A música (arte dos sons) será apresentada como
arte do gesto, que dá origem ao som e ao objecto
sonoro. Entre novas abordagens, inclusivé a electroacústica, o ensemble desenvolve um repertório
original e inovador, interpretando criações de compositores deste século em alternância com obras
de grandes mestres do século XX. Um espectáculo
único em Portugal, onde está prometida uma
estreia mundial.
No dia seguinte, 5 de Novembro, actuarão os
espanhóis Smash Ensemble, que, à semelhança
do Síntese GMC, se afirma como um grupo que
desenvolve o seu trabalho no cruzamento das
sonoridades das obras que marcaram o Séc. XX,
com a música mais actual que possa existir, a
partir do impulso de novas criações, através de
nova música, em cooperação com os compositores.
Trazem-nos “España XX-XXI ¡...Si mi fue tornase
a es...!”, um espectáculo que reflecte sobre a
tradição musical da Espanha renascentista e da
situação musical actual, cinco séculos depois. Os
compositores interpretados pertencem a uma geração de criadores que circulam com a sua música
no mundo inteiro, com uma linguagem original e
culturas diversas tal como o ensemble, um grupo
espanhol que se enriquece com músicos de outros
países.
síntese - ciclo de música
contemporÂnea da guarda
No encerramento do festival, sábado dia 6 de
Novembro, poderemos ouvir o Síntese GMC, com
o novo espectáculo 2010, que, entre outras obras,
mais uma vez nos traz duas estreias absolutas: In
Aqua Veritas, de Domenico Ricci, e M(C)MX, de
Helder Gonçalves. Já não é a primeira vez que o
Síntese estreia uma obra de Domenico Ricci, pianista e compositor italiano radicado na Guarda. Já
em 2008, o público teve oportunidade de ouvir Ricercare, ficando, então, surpreendido com a abordagem pouco ortodoxa do compositor, que levou
(literalmente) o público para o palco, vivenciando a
música contemporânea num plano de proximidade.
Este ano a obra de Domenico Ricci, encomendada
pelo TMG com o apoio da Águas do Zêzere e Côa,
é subjugada ao tema da água e da sua importância
vital para a humanidade. Por outro lado, sendo
2010 o ano em que se assinalam os 100 anos da
República, Helder Gonçalves, numa encomenda da
Câmara Municipal da Guarda, faz-nos reflectir, em
M(C)MX, sobre os ideais da revolução republicana,
ideais vincados, como a música que compõe, que
se pauta pela originalidade, e que também já tivémos oportunidade de ouvir em 2007, interpretada
pelo trio Trivium.
quinta 4 DE novembro 21H30
2010 reveste-se de motivo de felicidade para o
Síntese GMC, por ser este, também, o nome do
seu primeiro trabalho discográfico que tem o seu
lançamento previsto no âmbito deste festival.
Três excelentes concertos, um ciclo de música com
muita qualidade, que fará da cidade da Guarda,
por estes dias, a capital da música contemporânea.
Helena Neves, Presidente da Direcção do
Síntese - Grupo de Música Contemporânea
proxima-centauri [frança]
smash ensemble [espanha]
sexta 5 DE novembro 21H30
síntese - grupo de música
contemporânea
sábado 6 DE novembro 21H30
“Outorga”
é poesia
e música
Miguel Torga é o pseudónimo de Adolfo Correia
Rocha. Nasceu em São Martinho de Anta, Sabrosa, a 12 de Agosto de 1907 e faleceu em Coimbra,
a 17 de Janeiro de 1995. É considerado um dos
mais importantes escritores portugueses do século
XX, tendo-se destacado, sobretudo, na poesia.
O escritor publicou o seu primeiro livro, “Ansiedade” (1928), no ano em que entrou para a Universidade de Coimbra para estudar Medicina, curso que
terminou em 1933, e a sua obra literária não mais
parou. Seguiram-se outros livros de poesia, prosa
e teatro. Colaborou com a revista “Presença”, da
qual foram fundadores José Régio, Gaspar Simões
e Branquinho da Fonseca. Recebeu vários prémios
e distinções pela sua obra literária, dos quais se
destaca, em 1989, o prémio Camões.
Em Novembro, no TMG, um colectivo de músicos
presta tributo a este autor português com o espectáculo “Outorga”. Trata-se de um projecto musical
desenvolvido por Isabel Martinho e João Mascarenhas desde 2007, ano em que se comemorou
o primeiro centenário do nascimento de Miguel
Torga. Do trabalho de composição sob dez poemas
de Torga resultou um conjunto de canções que se
apresenta em concerto. Acompanham a dupla em
palco David Estêvão, Paulo Coelho de Castro e,
como músico convidado, Rogério Pires.
RITA REDSHOES FALA DO SEU NOVO DISCO
UMA NOVA ERA PARA A
RAPARIGA DOS SAPATOS
VERMELHOS
“Golden Era” catapultou-a para os tops mas é com “Lights and Darks”, o seu
segundo disco, que Rita Redshoes mais se identifica. «É um disco mais maduro e
homógeneo», refere a artista acabada de chegar de uma digressão que a levou
ao norte da Europa e onde a recepção não poderia ter sido mais calorosa.
«Houve pessoas que viajaram cinco horas para ir ver o concerto ou que apareceram com poemas sobre “Red shoes”», conta. No TMG, a artista dos sapatos
vermelhos actua a 13 de Novembro
As rádios elegeram “Golden Era” como disco
revelação em 2008. Sentiu-se muito pressionada para compor “Lights and Darks”?
Sim, inicialmente senti alguma pressão, sobretudo
nas primeiras semanas quando ainda não sabia
bem em que direcção ir mas ao longo do processo
de composição esse peso foi passando, dando
lugar às canções e ao envolvimento com elas.
Quais as principais diferenças que aponta
entre o primeiro e o segundo trabalho?
Para além da própria sonoridade, visto este disco
ter instrumentos que nunca tinha usado, há
também diferenças em termos líricos e no geral
sinto-o um disco mais maduro e homogéneo do
que o “Golden Era”. É mais directo, menos filtrado
e mais fiel ao que sou e sinto actualmente.
Em Julho participou no festival “Peace &
Love” em Börlange, na Suécia, e em Outubro
regressou para mais algumas apresentações
ao vivo pelo norte da Europa. Como tem sido
a recepção do público estrangeiro ao novo
disco?
Outorga
Sexta 12 DE NOVEMBRO 21h30
A recepção tem sido maravilhosa, têm havido
aliás reacções inesperadas para mim. Pessoas que
viajaram cinco horas para ir ver o concerto ou que
aparecem com poemas sobre “Red Shoes”. Têm
geralmente agradecido a minha ida lá e a minha
música e isso para mim é dos maiores elogios que
alguém pode fazer em relação ao meu trabalho.
E o público português? Como tem reagido a
“Lights and Darks”?
Acho que há de tudo um pouco. Há quem se tenha
apegado imediatamente ao disco, há quem tenha
estranhado a sonoridade e há quem ainda quem
não o tenha descoberto por se manter muito
agarrado ao “Golden Era” ainda. Mas todas as
reacções têm sido positivas e sente-se isso sobretudo nos concertos.
A Rita foi uma das artistas que colaborou
com Paulo Furtado em “Femina”e Tigerman
vai estar no TMG em Dezembro com esse trabalho). Em “Lights and Darks”, Paulo Furtado
é um dos seus convidados. Como surgiu esta
colaboração?
O ‘Filme do
desassosego’
de joão
botelHO
Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos
Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos
sonhos torna-se física, palpável, visível. O próprio
texto torna-se matéria na sua sonoridade musical.
E, diante dos nossos olhos, essa música sentida
nos ouvidos, no cérebro e no coração, espalha-se
pela rua onde vive, pela cidade que ele ama acima
de tudo e pelo mundo inteiro. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e
armadilhado, de uma fulgurância quase demente
mas de genial claridade. O momento solar de
criação de Fernando Pessoa. A solidão absoluta e
perfeita do EU, sideral e sem remédio. Deus sou
eu!, escreveu também Bernardo Soares, um dos
heterónimos de Pessoa, o mesmo que escreveu o
“Livro do desassossego”.
Eis a história do filme do desassossego, a última
aventura cinéfila do realizador português João Botelho que diz ter encontrado vários obstáculos para
realizar o filme. O cineasta referiu em entrevista
ao Diário de Notícias a 4 de Setembro que «se
podiam fazer cinco filmes, é um verdadeiro puzzle
com múltiplas interpretações. Mas esta é uma
oportunidade de divulgar o livro de Pessoa, que
está um pouco esquecido em Portugal”.
No TMG, o filme passa em duas sessões a 16 de
Novembro (14h30 e 21h30) e a iniciativa contará
com a presença do realizador. O “Filme do Desassossego” conta com as interpretações de Cláudio
da Silva, Alexandra Lencastre, Ana Moreira, André
Gomes, António Pedro Cerveira, Carlos Costa e
Catarina Wallenstein.
As colaborações musicais quando correm bem fazem sentido serem repetidas em outras circunstâncias. Foi o que acabou por acontecer com o Paulo
Furtado. Quando estava a gravar o meu disco, uma
das músicas chamava pela sonoridade do Paulo
e convidei-o. Ele aceitou e sei que a dita canção
ficou mais feliz por ter a guitarra dele.
RITA redshoes
sábado 13 DE NOVEMBRO 21H30
FILME DO DESASSOSEGO
TERÇA 16 DE NOVEMBRO 14H30 e 21h30
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Guarda: a república.
Um grande espectáculo
carlos fiolhais
comunitário no
a ciência é a sua vida aniversário da cidade
Carlos Fiolhais nasceu em Lisboa em 1956.
Licenciou-se em Física na Universidade de Coimbra
em 1978 e doutorou-se em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt/Main, Alemanha,
em 1982. É Professor Catedrático no Departamento
de Física da Universidade de Coimbra desde 2000.
Foi professor convidado em universidades de
Portugal, Brasil e Estados Unidos.
Publicou 35 livros: as obras de divulgação científica
“Física Divertida” (este um best-seller, com 18000
exemplares vendidos até agora, nas 6 edições),
“Computadores, Universo e Tudo o Resto”, “A
Coisa Mais Preciosa que Temos”, e “Curiosidade
Apaixonada”, na Gradiva; série de livros de ciência
infantil “Ciência a Brincar”, na Bizâncio; vários
manuais escolares de Física e Química desde o
8.o ao 12.o ano, na Texto Editora, na Gradiva, e
na Didáctica; “Roteiro de Ciência e Tecnologia”,
na Ulmeiro; o manual universitário “Fundamentos
de Termodinâmica do Equilíbrio”, na Gulbenkian;
etc. É autor de cem artigos científicos em revistas
internacionais (um dos quais com mais de 4000
citações) e de mais de 400 artigos pedagógicos
e de divulgação. Foi editor de 5 livros científicos,
traduziu 6 livros e fez a revisão científica de muitos
outros.
Dirige a revista “Gazeta de Física” da Sociedade
Portuguesa de Física e é membro da comissão
editorial das revistas “Europhysics News” e “European Journal of Physics”, da Sociedade Europeia
de Física, e “Física na Escola” e “Revista Brasileira
do Ensino da Física”, da Sociedade Brasileira de
Física. Foi Director do Centro de Informática da
Universidade de Coimbra e da Biblioteca do Departamento de Física da Universidade de Coimbra
(onde criou a Biblioteca Rómulo de Carvalho de
Cultura Científica). Foi Presidente do Conselho
de Investigação do Instituto Interdisciplinar da
Universidade de Coimbra, membro do Conselho
Científico da Fundação para a Ciência e Tecnologia e é membro dos corpos gerentes do Forum
Internacional dos Investigadores Portugueses. É
colaborador do jornal “O Primeiro de Janeiro” e
do semanário “Sol” e foi colaborador do jornais
“Público”. “Expresso”, “Visão”, etc. Foi consultor
do programa “Megaciência” para a televisão SIC.
É consultor do Museu de Ciência da Universidade
de Coimbra.
É actualmente Director da Biblioteca Geral da
Universidade de Coimbra, onde tem concretizado
vários projectos relativos ao livro e à cultura.
Ganhou em 1994 o Prémio União Latina / JNICT de
tradução científica, com a obra “Física Nuclear”,
publicada pela Gulbenkian. Ganhou o Globo de
Ouro de Mérito e Excelência em Ciência de 2004
atribuído pela SIC e pela “Caras” em 2005. Foi
agraciado pelo Presidente da República com a
Ordem do Infante D. Henrique em 2005. Recebeu
o Prémio Inovação do Forum III Milénio e o Prémio
Rómulo de Carvalho da Universidade de Évora em
2006.
Nome completo
Carlos Manuel Baptista Fiolhais
Profissão
Professor Catedrático da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Ano em que nasceu
1956
Signo
Gémeos
Os seus interesses científicos centram-se na Física
Computacional da Matéria Condensada e no Ensino e História das Ciências. Foi fundador e Director
do Centro de Física Computacional da Universidade
de Coimbra, onde procedeu à instalação do que é o
maior computador português para cálculo científico
(“Centopeia”, um sistema paralelo de cem máquinas, a que se seguiu a “Milipeia”, um supercomputador com 520 nós). Organizou numerosos
encontros e escolas, nacionais e internacionais.
Tem coordenado vários projectos de investigação
e supervisionado vários estudantes de mestrado e
doutoramento. Participou em numerosas acções,
conferências e colóquios promovendo a ciência e
a cultura científica. Criou o portal de ciência www.
mocho.pt.
Números
54
Idade de Carlos Fiolhais
35
Livros da sua autoria já publicados
2005
Ano em foi agraciado com a Ordem do Infante
D. Henrique
No ano em que se comemora o centenário da
República e em data de aniversário da cidade da
Guarda (811 anos de atribuição do foral), o TMG
em parceria com o Trigo Limpo Teatro ACERT e
numa encomenda para a Câmara Municipal da
Guarda apresenta “Guarda: A República”, um
espectáculo comunitário que contará, à semelhança de actividades como “Guarda: Paixão e Utopia”
e “Guarda: Rádio Memória”, com o envolvimento
de centenas de participantes das colectividades e
associações do concelho.
Nesta edição, a República é o tema central do espectáculo que tem por pano de fundo a cidade da
Guarda e mistura episódios reais, que aconteceram, com outros imaginados e que poderiam muito
bem ter acontecido. Rebeldino é o republicano que
protagoniza toda a história e o qual seguiremos no
espectáculo desde a infância à velhice.
“Guarda: A República” tem a coordenação geral de
Américo Rodrigues, guião de Américo Rodrigues,
José Tavares e Pompeu José, textos de António
Godinho, Hélder Sequeira e Norberto Gonçalves,
encenação de Américo Rodrigues e Pompeu José e
direcção musical de César Prata.
Guarda: a República,
ou a história de Rebeldino...
É a terceira vez que a Acert de Tondela colabora
com o Teatro Municipal da Guarda para a construção do espectáculo comemorativo da elevação
da Guarda a cidade. Se já nas duas realizações
anteriores (em 2006, Guarda: paixão e utopia,
e em 2008, Guarda: rádio memória) fez sentido
juntar centenas de pessoas de várias associações
e colectividades do concelho da Guarda para
celebrar comunitariamente, através do teatro,
uma visão particular da história da cidade, parece
que desta vez, em 2010, mais sentido faz ainda
este espectáculo comunitário, uma vez que se
comemora também o centenário da implantação
da República.
Numa narrativa que se baseia em factos reais mas
que os ficciona, tendo Rebeldino como personagem central, vão-se criando quadros que, de forma
singela, contam a história dessa criança cuja
existência é profundamente marcada pela época
em que viveu. Com uma forte componente musical
desenrolam-se simbolicamente vários momentos
que vão desde a fuga de Rebeldino da sua pequena aldeia natal para a grande cidade, aos debates
políticos que opuseram os ideais republicanos aos
da monarquia, à feitura dos jornais que defendiam
esses mesmos ideais, ao teatro que na época
criticava ironicamente o último rei, à sua morte,
à implantação da República, à visita de Afonso
Costa, etc. terminando com o último sonho que
Rebeldino, já velho, tem no final do espectáculo.
Tão ou mais importante que o resultado final
que vier a ser conseguido é todo o processo de
inventiva e construção do espectáculo com o
envolvimento e entusiasmo de todos os intervenientes num trabalho conjunto que celebra já em
si, e na prática, alguns dos valores de participação
e cidadania tão caros ao regime que se festeja.
Pompeu José, ACERT
GUARDA: a república
dois dedos de ciência
a ciência no mundo de hoje
QUINTA 11 DE NOVEMBRO 21H30
sexta a domingo 26 a 28 DE
NOVEMBRO
[sexta e sábado 21H30]
[domingo 16H00]
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Fernando Ribeiro, vocalista dos
Moonspell, em entrevista
joão paulo dos santos, especialista
em mastro chinês
o novo-circo sem ele não
seria a mesma coisa
Aos 14 anos disse aos pais que queria estudar
teatro. Residente num bairro problemático de Lisboa, João Paulo Pereira dos Santos acabou por se
inscrever numa série de ateliers que aí aconteciam
e nos quais descobriu a arte marcial da capoeira.
Foi o professor dessa disciplina que o levou para
a escola do Chapitô, onde João Paulo Santos
ingressou aos 16 anos. Queria estudar teatro,
mas o circo foi a sua verdadeira paixão ou, pelo
menos, a que falou mais alto. Ingressou em 1996
e aí permaneceu até 1999 e pelo meio (em 1998)
participou no espectáculo “Oceanos e Utopias”, dirigido por Philippe Genty para a Exposição Mundial
de Lisboa. Entregou-se ao novo-circo, tendo por
especialidade o mastro chinês.
Seguiram-se, entre 1999-2001, os estudos na
Ècole des Artes du Cirque de Rosny. Mais tarde
fez parte da Companhia le Cheptel Aleïkoum, que
reuniu os artistas da 15ª promoção da Ècole Nationale des Arts du Cirque de Châlons en Champagne
(2001 – 2003). Durante esse período participa no
espectáculo “Ring” (2002), com coreografia de Félix Ruckert. O especialista em mastro chinês acaba
por completar os seus estudos no Centre Nationale
des Arts du Cirque de Chalon.
Actualmente João Paulo Santos tem 30 anos,
metade dos quais dedicados ao novo-circo, e é um
dos três portugueses já convidados para integrar o
prestigiado Festival de Avignon (França) e também
o fundador da Companhia O Último Momento,
sedeada em França.
Paralelamente à sua carreira de acrobata, João
Paulo Santos junta ao currículo a função de
realizador, tendo já realizado diversos trabalhos de
vídeo e algumas curtas-metragens.
Na nova criação de João Paulo Santos, intitulada
À deux pas de là-haut, dois homens partilham um
território, cada um com as suas próprias questões,
forças, fraquezas e habilidades físicas. A relação
deles é como num filme de Chaplin ou Buster
Keaton quase invisível, onde os actos de um têm
consequências no percurso do outro. É esta a
essência de À deux pas de là-haut, que procura ser
um espectáculo singular, especialmente por integrar uma técnica nova derivada do mastro chinês.
Com esta técnica, o mastro passa de estático a
móvel e manipulável, o que permite que o espectáculo decorra entre o possível e o impossível, com
o intuito de perturbar as ideias pré-concebidas do
público e confundindo as suas noções de espaço e
gravidade.
À deux pas de là-haut é uma produção da Companhia O Último Momento em co-produção com
o Teatro Municipal da Guarda e sobe ao palco do
Grande Auditório a 3 de Dezembro. O espectáculo
conta com dois acrobatas (João Paulo Santos e
Guillaume Amaro), um músico (Marek Hunhap),
um desenhador de luz (Nicolas Le Clézio) e um encenador (Olivier Antoine), baseia-se em princípios
teatrais e cruza o circo, a dança, a manipulação de
objectos, a música e o vídeo.
São uma das bandas portuguesas com maior sucesso lá fora. No curriculum
têm já uma dezena de discos, centenas de concertos e quase 20 anos de
carreira. Os Moonspell vão estar no TMG para apresentar o novo espectáculo
em acústico: “Sombra”. Fernando Ribeiro, o vocalista da banda de metal
portuguesa falou com o BIS e explicou que a linha que separa os estilos e os
públicos é cada vez mais ténue.
No espectáculo “Sombra”, os Moonspell
mostram a sua faceta acústica. É uma forma
de chegarem a outros públicos menos habituados à sonoridade do metal?
Nós já chegamos a muita gente através do Metal,
pelo que o “Sombra” é mais um desafio musical
do que uma estratégia. Em todo o caso, acústico
ou eléctrico, as portas estão abertas para receber
todo o público. Cada vez acredito menos nas
fronteiras entre estilos e públicos, acho que as
pessoas que nos ouvem vão pela qualidade e
pelo arrojo e encontram-no na música que ouvem,
seja Moonspell, Dead can Dance, Mussorgsky ou
qualquer outra banda. Somos pessoas de espírito
aberto e cultivamos a proximidade com quem nos
quer ver.
Para este espectáculo, os Moonspell vão
contar com outros convidados. Quem são?
Seremos 13 músicos em palco, um número que
nos dá sorte! Cinco são os Moonspell, mas
seremos acompanhados de um quarteto de cordas
mais percussão (os Opus Diabolicum, tributo de
violoncelo aos Moonspell, também encarregues
de fazer a nossa primeira parte) e as Crystal
Mountain Singers, um pequeno coro feminino de
três elementos.
O metal português está vivo e recomenda-se?
Apresentação no âmbito da rede
Co-financiada por
à deux pas de là-haut
companhia o último
momento
sexta 3 DE dezEMBRO 21H30
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«Cada vez acredito
menos nas fronteiras
entre estilos e públicos»
Sim. Quer dizer… existem imensos concertos,
as bandas estrangeiras visitam-nos com regularidade, é uma cena viva, mas precisa de melhores
argumentos para se tornar uma cena ao nível
Europeu. Espero que isso aconteça. Pelo menos os
Moonspell trabalham todos os dias para isso.
São uma das bandas nacionais com maior
visibilidade internacional e com uma vasta
legião de fãs. Qual é o segredo?
Mantermos o romantismo perante as razões pelas
quais fazemos música. Concentrar-nos no essencial que é a criatividade, o ousar fazer e saber, e
depois comunicar os nossos discos meritoriamente, sem incomodar as pessoas com marketing, mas
apelando à proximidade, ao gosto, ao sentimento
tribal. Ter entusiasmo em tudo o que fazemos,
ter confiança em saber que sendo portugueses
podemos atingir ainda mais lá fora por sermos
excepcionais, i.e., fora da regra anglo-saxónica e
escandinava.
Em quase 20 anos de carreira, centenas
de espectáculos e uma dezena de discos
editados haverá seguramente dezenas de
episódios insólitos. Pode contar-nos algum
que vos tenha marcado em particular?
Vários, claro. Mas penso que um dos mais caricatos de que me recordo ultimamente foi na estrada
entre a Bulgária e Macedónia, numa estação de
serviço onde parámos para comer hambúrgueres
e onde nos serviram pão, alface, tomate, tudo…
menos a carne!!! Ficou um mito entre nós, a nossa
equipa técnica e quem nos acompanhava nessa
viagem. O Mike, o nosso baterista, comeu espetadas de peru, livrando-se da maldição do hambúrger
sem hambúrger, mas depois viria a confessar que
lhe sabiam a peixe...
MOONSPELL - Sombra
terça 7 DE dezEMBRO 21H30
SERVIÇO EDUCATIVO
DESTAQUES DE OUTUBRO
Oficina de Prática
Vocal
O Senhor de La
Fontaine em Lisboa
Nov SEX 19 [17h30 – 21h] SÁB 20 [10h –
12h30 e 15h – 18h] DOM 21 [15h – 18h]
NOVEMBRO Sábado 20 Pequeno
Auditório 16h00
Orientada por F. Pedro
Oliveira
Oficina 5€
Destinatários: Professores, educadoras, actores,
animadores, jornalistas, e outras profissões que
trabalhem com a voz
Utilizar correctamente a voz é hoje essencial para
qualquer profissão, mais ainda, para aquelas que
usam diariamente a voz como instrumento de
trabalho. Para uma saudável experiência vocal,
é necessário adquirir e aplicar conhecimentos e
técnicas práticas, como uma boa postura corporal,
descontracção, respiração, aquecimento vocal,
colocação vocal, etc. Esta oficina será orientada
por F. Pedro Oliveira, actor profissional e formador
com larga experiência.
de Abel Neves
Lua Cheia teatro para todos
Teatro de marionetas e máscaras 5€ 60M M/4
O Senhor de La Fontaine viaja até Lisboa, trazendo
a sua maleta onde guarda as fábulas que, também
ele, recriou, lá no seu século dezassete. Os
corvos – vindos da fábula e que fazem o emblema
da cidade – são os mestres de cerimónia desta
aventura inesperada. Apresentam-se nove fábulas:
A Raposa e o Corvo; A Raposa e o Galo; O Cão e
o Lobo; O Lobo e os Pastores; O Lobo e o Cabrito;
O Leão e o Mosquito; O Leão Velho; O Burro e o
Cavalo; O Corvo e a Águia.
PASSATEMPO
Dois Dedos de Ciência
O Fascinante Mundo
da Micro-Electrónica
com Elvira Fortunato
Dez QUI 9 CAFÉ CONCERTO 21H30
Entrada livre 90M M/6
Destinatários: escolas do 1º e 2º Ciclo Ensino Básico e
Secundário; público em geral.
Considerada uma das melhores investigadoras, a
nível mundial na área da electrónica transparente
(micro-electrónica), Elvira Fortunato tem recebido
numerosos prémios e distinções. No ano passado
recebeu aquele que é considerado uma espécie de
Nobel Europeu da área, no valor de 2,25 milhões
de Euros, e a 10 de Junho de 2010 foi condecorada
pelo Presidente da República. Uma equipa de
cientistas liderada por Elvira Fortunato conseguiu
produzir, pela primeira vez em todo o mundo,
transístores com uma camada de papel que são
tão competitivos como os melhores transístores de
filme fino. Os novos transístores poderão, assim,
ser usados em ecrãs de papel, etiquetas e pacotes
inteligentes, “chips” de identificação e aplicações
médicas.
Canções de Cordel - César Prata
Sete anos após a edição de Canções do Ceguinho, César
Prata apresenta um novo capítulo com canções de faca
e alguidar. Canções de Cordel é uma edição do TMG
com o apoio do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da Universidade Nova de Lisboa e será lançado
no Café Concerto a 16 de Dezembro. Um álbum com
antigas que encontram as suas raízes nas canções de
gesta medievais e nos romances. Mais tarde, no século
XIX, os cegos papelistas cantavam e vendiam histórias
impressas em folhetos de papel barato, com letra
miúda de má qualidade. Os versos eram simples e a
música também. Os temas garantiam o sucesso: crimes,
traições, mortes violentas, casos estranhos.
Cumeada - Campanula Hermini
Marcos Cavaleiro, Mário Costa, Pedro Lucas e Miguel
Cordeiro são os Campanula Herminii, grupo formado há
cerca de oito anos e que editou em 2004 o álbum Maçainhas, um disco no qual o grupo utilizou a sonoridade das
tradicionais campainhas de bronze daquela localidade
do concelho da Guarda. O grupo voltou agora a estúdio
para gravar o segundo trabalho, que contará com o selo
do TMG, e que volta a apoiar-se nos cenários pastoris e
na sonoridade de «uma série de instrumentos insuspeitos». Cumeada será apresentado no Pequeno Auditório
do TMG a 17 de Dezembro.
O TMG oferece um exemplar de cada CD aos 5 primeiros
leitores que responderem acertadamente às seguintes
questões:
Em que ano editou César Prata o disco Canções do
Ceguinho?
Em que se inspirou o grupo para o nome Campanula Herminii?
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NOVEMBRO
E DEZEMBRO
no TMG
NOVEMBRO
SÍNTESE – CICLO DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA DA GUARDA
Música no corpo PROXIMA-CENTAURI [França]
Quinta 4 Pequeno Auditório 21H30
org tmg e síntese - grupo de música contemporânea
Música 5€ 60M
“Femina”: o lendário homem
tigre entre as mulheres
Lucille não era uma mulher, mas uma guitarra que
BB King incendiava com os dedos quando os blues
queimavam. E Big Mama Thornton não era um
símbolo sexual, mas cantava «Hound Dog» com
mais brama do que Elvis. Mulheres e rock and roll.
História antiga. E eterna. Novo capítulo: Femina, o
último disco de Legendary Tigerman, assombrado
alter-ego de Paulo Furtado que desde 2002 explora
as margens dos blues electrificados.
O novo álbum de The Legendary Tigerman documenta muitos encontros; com Asia Argento, Maria
de Medeiros, Peaches, Becky Lee, Rita Redshoes,
Lisa Kekaula (The Bellrays), Cláudia Efe (Micro
Audio Waves), Phoebe Killdeer (Phoebe Killdeer &
The Short Straws), Mafalda Nascimento, Cibelle
e o Cais do Sodré Cabaret. Continua a ser uma
one-man band, mas com muitas mulheres por
companhia. «Foi há cerca de dois anos e meio»,
explica Paulo Furtado, «que esta ideia começou a
tomar forma. Falei quase ao mesmo tempo com a
Cibelle e com a Asia Argento e foi de certo modo
com elas que o projecto começou a tomar forma.
Ao princípio sabia que queria gravar com mulheres, experimentar diferentes modos de escrever e
trabalhar os temas e foi com estes dois nomes que
a coisa definitivamente embalou. Curiosamente
a Asia foi a primeira pessoa com quem gravei
e a Cibelle a última». De certa maneira, Femina
é a concretização de uma série de fantasias
estéticas e Paulo Furtado escreveu não com uma
ideia difusa de mulher na cabeça, mas com alvos
muito concretos: «muitas das canções foram feitas
directamente para cada uma destas mulheres.
Não só com as vozes e o trabalho delas em mente,
mas também com aquilo que elas são e representam como mulheres». E nesse sentido, Femina é
também uma série de intensos diálogos e não de
simples retratos. «Eu acho que os homens não
conseguem cantar as mulheres», confessa Paulo
Furtado. «Acho que somente conseguem cantar
uma certa imagem da mulher». E por isso, Paulo
pediu-lhes que cantassem para ele. Com ideias
muito precisas em mente, Paulo Furtado entendeu
desde o início que Femina é um processo que
ultrapassa as canções deste disco e até o próprio
formato de canções. É o arranque de uma história
de que ele próprio desconhece ainda o desfecho.
As abordagens foram determinadas e determinantes: «A Asia foi pelo MySpace – enviei-lhe uma
mensagem e vim a descobrir que ela adorava o
meu trabalho. A Peaches foi por email que a contactei. Depois combinámos uma sessão de estúdio
e gravámos numa manhã a voz dela, tendo havido
depois várias alterações na estrutura da música
por sugestão dela.
Com a Rita Redshoes ela levou as pistas e gravou
as vozes em casa, sozinha, e só nos encontrámos
|8
em estúdio para gravar o piano ao vivo… Foram
processos muito diferentes e houve muita troca de
ideias à volta das músicas». Diálogos, portanto.
Femina irá existir em muitos suportes e dimensões: analógico e digital, em vinil e em dvd, uma
vez que além das canções há as curtas metragens
que Paulo Furtado criou para documentar cada um
destes encontros, cada um destes diálogos. E há
a música – uma espantosa colecção de canções
que arranham e acariciam, onde a guitarra é mais
uma voz que se junta à de Legendary Tigerman
e de cada uma das suas convidadas numa série
de 13 conversas intensas – mais duas de bónus
– tocadas pela chama intemporal dos blues, pelo
espírito abrasivo do rock and roll, por tonalidades
country e lounge, como se Paulo Furtado tivesse
viajado entre o Delta, as grandes planícies do
Texas e o Havai e todas as cidades onde caves
com fumo escondem palcos mal iluminados onde
estas canções podem existir. Femina é também
um disco apaixonado: pelo som – cuidadosamente
pensado por Nelson Carvalho, que assina um
excelente trabalho ao emoldurar estas canções
com a atmosfera certa – e pelas vozes que aqui
surgem como personagens em histórias de amor
e desamor, de encontros e desencontros. Há originais que resultam da colaboração de Legendary
Tiger Man e das suas convidadas e há igualmente
versões - «These Boots Are Made For Walking»,
original de Lee Hazlewood para Nancy Sinatra
que Maria de Medeiros interpreta na perfeição;
«Lonesome Town», cartão de visita para a dor de
alma já cantada por muitas grandes vozes e a que
Rita Redshoes dá a espessura perfeita; («Thirteen»
que Glenn Danzig, homem dos Misfits, gravou a
solo e a que Mafalda Nascimento se entrega e
«True Love Will Find You In The End», de Daniel
Johnston, aqui revista com a ajuda de Cibelle, são
os dois temas extra deste álbum). Depois de In
Cold Blues (2002), Fuck Christmas, I Got The Blues
(2003), Naked Blues (2004) e Masquerade (2006),
Femina é a nova afirmação do extraordinário
talento de Legendary Tigerman. E a história, como
já se explicou, ainda agora está no início. «Não sei
quando estará concluído este ciclo. Para já gravei
21 músicas. Fundamentalmente tenho que sentir
que o Femina está terminado e não é isso que eu
sinto agora. Talvez quando gravar com a Marianne
Faithfull». Quem sabe?
O lendário homem tigre vem apresentar “Femina”
ao TMG a 18 de Dezembro. O encontro está marcado para o Grande Auditório.
encontro
de coros
Com a crise instalada, o investimento que se faz
no processo cultural deve ser entendido como um
meio absolutamente válido de participação dos
cidadãos nas organizações reforçando o regime
democrático que vivemos, realçando e valorizando
a dignidade de um povo velhinho com mais de VIII
séculos de existência.
É talvez por isso que o Centro Cultural da Guarda e
o Teatro Municipal da Guarda levam a efeito mais
um Encontro de Coros, nesta nossa cidade, com o
objectivo de desenvolver a prática do canto, oferecendo à comunidade egitaniense grupos de qualidade, demonstrando assim a importância social,
lúdica e educativa do Encontro, ao mesmo tempo
que pretendem difundir o trabalho destes Coros,
excluindo, claro está, o carácter competitivo.
Quem é que fica indiferente quando vozes graves
e agudas se misturam conseguindo a harmonia
sonora necessária para executar múltiplas obras
de autores nossos conhecidos, estimulando a
criatividade, provocando a curiosidade, nessa troca
de ideias e experiências?
Pelo palco do Grande Auditório do Teatro Municipal da Guarda irão desfilar o Choral Poliphónico
de Coimbra que desde 1972 tem como reportório
música sacra e profana do século XVI e que se
estende até aos nossos dias. Igualmente, e com a
mesma data de fundação, iremos encontrar o Coral
da Senhora da Hora de Matosinhos, executando
peças de autores nacionais e estrangeiros, sem
esquecer o Coral Regina Angelorum de Grijota,
localidade da província de Palência, com interpretações que passam por peças de obras celebres de
Handel, Vivaldi, Haydn, Mozart, finalizando com a
presença do Coro anfitrião do Centro Cultural da
Guarda.
Termino expressando o desejo para que este
Encontro seja uma verdadeira troca de ideias e
experiências, realçando a importância da difusão
cultural, convidando as Mulheres e Homens
da cidade mais alta a participarem, a estarem
presentes, fazendo votos para que um Encontro
com estas características nos traga um momento
de paz, de elevação, de reflexão nestes tempos
conturbados de crise à vista.
SÍNTESE – CICLO DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA DA GUARDA
España XX-XXI ¡...Si mi fue tornase a es...!
SMASH ENSEMBLE [Espanha]
Sexta 5 Pequeno Auditório 21H30
org tmg e síntese - grupo de música contemporânea
Música 5€ 60M M/4
SÍNTESE – CICLO DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA DA GUARDA
2010 SÍNTESE – GRUPO DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA
Sábado 6 Pequeno Auditório 21H30
org tmg e síntese - grupo de música contemporânea
Música 5€ 60M M/4
Aparelho Voador a baixa altitude de Solveig Nordlund
Quarta 10 Pequeno AuditóriO 21H30
Org. Cineclube da Guarda Apoio TMG
Cinema 4€ [50% de desconto para sócios do Cineclube da Guarda]
80M M/12
OuTorga Um Tributo a Miguel Torga
Sexta 12 Pequeno Auditório 21H30
Música 5€ 75M M/6
O náufrago de Nuno Viegas
De 13 de novembro a 2 de janeiro Galeria de Arte
EXPOSIÇÃO TERÇA A SEXTA DAS 16H00 ÀS 19H00 E DAS 20H30 ÀS 23H00
SÁBADOS DAS 14H00 ÀS 19H00 E DAS 20H30 ÀS 23H00
DOMINGOS DAS 14H00 ÀS 19H00
ENTRADA LIVRE
Lights & Darks Rita Redshoes
Sábado 13 Grande Auditório 21H30
Música 10€ 60M M/4
Filme do Desassossego
de João Botelho
Terça 16 Pequeno Auditório 14H30 [escolas]
e 21H30 [público em geral]
Org. Ar de Filmes
Cinema 5€ [sessão da tarde] 6€ [sessão da noite] 120M M/12
Charanga
Quinta 18 Café Concerto 22H00
Música 4€ 60M M/4
O Senhor de La Fontaine em Lisboa
de Abel Neves | Lua Cheia teatro para todos
Sábado 20 Pequeno Auditório 16h00
Teatro de marionetas e máscaras 5€ 60M M/4
COMEMORAÇÕES DO 811º ANIVERSÁRIO DA CIDADE DA GUARDA
Guarda: a República
Sexta a Domingo 26 a 28 Grande Auditório 21H30 [sexta e sábado]
16H00 [DOMINGO]
Teatro 5€ 90M M/4
DEZEMBRO
Duas mulheres de João Mário Grilo
Quinta 2 Pequeno Auditório 21H30
Cinema 4€ (50% de desconto para sócios do Cineclube da Guarda)
99M M/16
à deux pas de là-haut
Companhia O Último Momento
Sexta 3 Grande Auditório 21H30
Novo Circo 7,5€ 45M M/4
Festival de Música Coral da Guarda
Sábado 4 Grande Auditório 16H00
Org TMG e Centro Cultural da Guarda
Música 2€ [sem descontos]
Sombra Moonspell [acústico]
Terça 7 Grande Auditório 21H30
ORG TMG e diferentes ritmos, Produtores Associados
Música 15€ [50% desconto aos amigos TMG Bravo
e Palco e 25% aos Amigos TMG Aplauso] 75m m/12
What I heard about the world Mala Voadora
Sexta 10 e Sábado 11 Pequeno Auditório 21H30
Teatro 5€ 60M M/12
Shirin de Abbas Kiarostami
Terça 14 Pequeno Auditório 21H3o
Videograma 2€ 92M M/12Q
Canções de Cordel César Prata
Quinta 16 Café Concerto 22H00
Edição: TMG Música/Apresentação de disco 4€ 60M M/4
CUMEADA CampAnula Herminii
Sexta 17 Pequeno Auditório 21H30
Edição: TMG Música/Apresentação de disco 5€
Femina The Legendary TigerMan
Sábado 18 Grande Auditório 21H30
Música 10€ 75m m/12
Há quartas assim alecria
Quarta 22 Café Concerto 22H00
Música 4€ 90M M/12
Albino Bárbara, Presidente da Direcção do
Centro Cultural da Guarda
festival de música coral
da guarda
sábado 4 DE dezembro 16H00
WWW.TMG.COM.PT
TEATROMUNICIPALDAGUARDA.BLOGSPOT.COM
WWW.TWITTER.COM/TEATROGUARDA
FICHA TÉCNICA
Bis | Boletim Bimensal do Teatro Municipal da Guarda | Nº 5 | Novembro e Dezembro de 2010
Redacção, Design e Paginação
Gabinete de Comunicação e Imagem do Teatro Municipal da Guarda
Colaborações: Albino Bárbara, Helena Neves, Pompeu José
the legendary tigerman
sábado 18 DE dezEMBRO 21H30
Culturguarda, Gestão da Sala de Espectáculos e Actividades Culturais, E.M.
Rua Batalha Reis, 12, 6300-559 GUARDA | Tel. 271 205 240 Fax 271 205 248 | [email protected]

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