angustia de socavones
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Cosmo on Line Boletim de informação rápida do Secretariado Geral de Comunicações Piazza San Marcello, 5 - 00187 Roma Tel.: +39-06-699301— [email protected] www.servidimaria.net Março 2013 NOSSOS SANTOS MARIA AO PÉ DA CRUZ Principalmente a partir do século XVII até cerca da metade do século XX, prevaleceu claramente na Ordem a devoção a Nossa Senhora das Dores, a tal ponto que, na Igreja, era considerada como nota característica, específica e originária da nossa vocação de Servos de Maria. Por volta de meados do século XX, nova tendência foi-se delineando com o intuito de recuperar o equilíbrio que, nos primórdios da Ordem, caracterizava a nossa espiritualidade mariana, colocando o rico tesouro da devoção a Virgem das Dores no contexto de outros aspectos referentes à vida e a missão de Santa Maria. Essa sábia obra de restauração, às vezes eivada de tensões vivazes, mas construtivas, foi codificada no texto atual das nossas Constituições. MIGALHAS DE HISTÓRIA «A sexta espada foi quando Maria viu o Filho privado de sua vida física. Já era a hora nova. E a mãe, contemplando o rosto do Filho, via-o morrer aos poucos e desfalecer na palidez da morte. Então, traspassada de dor mortal, respirou profundamente e disse ao Filho: Filho amado, chega a hora do teu passamento. Meu filho, tu foste obediente, bom, amável, doce e piedoso com tua mãe, mais do que todos os filhos. Nesta hora, pois, escuta tua mãe desolada. Meu filho, tu falas com o ladrão. Fala também com tua mãe que está sufocada de dor. Filho, tu sabes que nós somos um só amor, uma só carne, uma só vontade. Escuta, pois, minhas súplicas e faze-me morrer contigo. Onde estiver o teu espírito, lá esteja também o meu. Onde estiver o teu coração, lá esteja o meu também. Sejamos ambos conduzidos ao mesmo suplício, a mãe sofredora e o filho crucificado. Vejo-te a chorar e eu também choro. Vejo-te angustiado e eu também estou. Vejo-te morrer e eu também morro. Por isso, responde-me, filho meu, porque quero morrer contigo». NICCOLÒ DI AREZZO, Planctus Domine nostre (1395), in Fontes Histórico-Espirituais dos Servos de Maria. II. De 1349 al 1495, pp. 555-556. 1233 —2013 Ano 6 - N. 3 MENSAGEM DO PRIOR GERAL Irmãos e irmãs! Dia 11 de fevereiro, na memória de Nossa Senhora de Lourdes, recebemos a inesperada notícia da histórica e humilde declaração de renúncia do ministério de bispo de Roma e de sucessor de São Pedro, do Papa Bento XVI. Tal notícia nos entristeceu e, ao mesmo tempo, nos fez compreender a grandeza e a humildade do papa, ao qual agradecemos infinitamente por todo o bem que fez. Desde ontem, dia 28 de fevereiro, às 20h, a sé romana, a sé de São Pedro está vacante à espera do conclave que elegerá o novo Sumo Pontífice. Obrigado, Bento XVI! Dia 13 de março, seis meses antes do início do Capítulo, convocarei oficialmente o 213° Capítulo Geral da Ordem dos Servos de Maria, que terá início no dia 13 de setembro do corrente ano em nosso convento de Pietralba/Weißenstein, Bolzano, Itália. Com esse ato, iniciamos também o processo de eleição dos Delegados de todas as jurisdições da Ordem, que vão participar do Capítulo. Pedimos a todos que rezem para que Deus volte o seu olhar sobre nós e desperte nossa sensibilidade para escutar a voz do Espírito e acolher com fé a sua Palavra. Obrigado, irmãos! Dia 22 de março, nós Servos de Maria celebramos a festa da Virgem Maria ao pé da Cruz (Iuxta crucem). Essa festa é conhecida em muitos lugares como “Sexta-feira das Dores”, e o nosso povo a celebra em altares adrede preparados, tomando sucos de fruta e promovendo procissões com a imagem de Nossa Senhora das Dores. São os mais pobres que sentem mais esta festa, porque sabem que Ela foi pobre como eles, que sofreu muito, que foi paciente e humilde. Os pobres sofrem com Ela na crucifixão do Filho e se alegram com Ela na Ressurreição do Senhor. Isso o exprimia muito bem o romance A Planície em Chamas do grande escritor mexicano Juan Rufo, que colocava na boca do padre que falava ao povo estas palavras: “Nossa Virgem, nossa mãe, que não quis saber dos nossos pecados, que esquece a culpa dos nossos pecados, que gostaria de carregar-nos em seus braços para que nossa vida não fosse ferida, está aqui conosco, aliviando nossa fadiga e as doenças da alma e do nosso corpo dilacerado, ferido e suplicante”. Obrigado, Santa Maria! Dia 31 de março celebramos a Páscoa da Ressurreição, a verdadeira festa da vida. Ao lado do mistério da cruz, a Ressurreição de Cristo é o fundamento e o centro da fé cristã. É a plenitude da nossa esperança, da esperança que nos exorta a renovar o nosso modo de viver. Isso porque não podemos dizer que acreditamos na Ressurreição se vivemos amargurados e pessimistas. Não podemos proclamar que Cristo está vivo e ficar indiferentes diante da cultura da morte. Cristo deu -nos a vida e no-la deu em abundância. Preparemonos, pois, para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, mediante o qual o amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história. Obrigado, Senhor! “A Luz de Cristo ressuscitado e glorioso dissipe as trevas do nosso coração e do nosso espírito. Cristo é a luz do mundo! Demos graças a Deus!” . jovens e para o aprofundamento de sua identidade como Servos de Maria”. Dia 20, o Prior Geral foi alvo de festa da comunidade, na missa e no jantar: nesse dia ele completava 31 anos de profissão solene . ROMA, PFT “MARIANUM” Em 9 de março, nas dependências da Pontifícia Faculdade Marianum, no contexto da cátedra “Mulher e Cristianismo”, será lançado o livro «Tantum aurora est». Donne e Concilio Vaticano II, que teve como organizadores Marinella Perroni, Alberto Melloni e Serena Noceti . Feliz Páscoa! Frei Ángel Em Jesus está o segredo de todo método e de toda eficácia: Ele, Jesus, é a luz verdadeira que vem ao mundo, é o Filho do Deus vivo, o Revelador do Deus invisível, o protótipo da humanidade, o centro da história e do mundo, a meta do nosso caminho, o companheiro de viagem, o amigo fiel, o arrimo surpreendente, o apoio confortante, a esperança que não decepciona. Ele é nossa alegria inefável”. Card. Angelo Bagnasco DO CONSELHO E DOS SECRETARIADOS GERAIS ROMA, SÃO MARCELO COMISSÃO PARA O INSTRUMENTUM LABORIS De 11 a 14 de março, a comissão composta dos freis Ermes M. Ronchi (VÊN), Paul M. Addison (ISL) e Hubert M. Moons (CAN/GEN) reúne-se com o Prior geral, frei Ángel M. Garnica, no convento romano de São Marcelo, para redigir o Instrumentum laboris do Capítulo Geral de 2013. DAS JURISDIÇÕES E CONVENTOS MANILA (FILIPINAS) - “CENTRO DE ESTUDOS SANTO ALEIXO” Junto com a festa dos Sete Santos Fundadores, o Centro de Estudos Santo Aleixo (SACS) de Manila celebrou também seu 15º aniversário de fundação, ocorrido dia 15 de fevereiro. A Eucaristia, presidida por frei Jesus M. Diaz, primeiro conselheiro do Vicariato, foi concelebrada pelos freis Michael Angelo M. Baco e Zacharias M. Tampus, e pelo pe. Ronaldo Bañas, superior local dos Servos dos Pobres, cujos seminaristas estudam no Centro. É a primeira vez que a instituição celebra o aniversário de sua fundação, ocorrida no mandato do então delegado provincial frei Rhett M. Sarabia. O Centro de Estudos mantém cursos de filosofia, ciências religiosas, mariologia, língua italiana e música sacra e é filiado ao “Laguna north-western College”, mas existe fundada esperança de tornar-se autônomo. ROVATO (ITÁLIA) – CELEBRAÇÕES QUARESMAIS ROMA, SÃO MARCELO – CURSO PARA FORMADORES Dia 15 de fevereiro chegou ao convento de São Marcelo, proveniente de Ruteng, Indonésia, frei Orlando M. Acosta Morales (MEX). Até o final de maio frequentará o curso para formadores promovido pela Pontifícia Universidade Salesiana, do qual participam cerca de cinquenta pessoas, entre religiosos e religiosas de várias congregações de todo o mundo . ROMA, COMUNIDADE DE FORMAÇÃO SANTO ALEIXO FALCONIERI – VISITA CANÔNICA De 18 a 20 de fevereiro, o Prior geral, frei Angel M. Ruiz Garnica, acompanhado do conselheiro geral, frei Eugene M. Smith, fez a visita canônica à comunidade internacional Santo Aleixo Falconieri. Atualmente a comunidade compõe-se de 31 frades: 5 professos solenes e 26 professos temporários. Note-se que este ano 8 professos terminam os estudos e voltam para suas províncias. Nos próximos meses, o professo solene frei Uvari Antony Savarimuthu (IND) defenderá a tese de doutorado na Pontifícia Universidade Urbaniana. Os professos relataram aos visitadores a importância da comunidade internacional, que se confirma como “lugar singular e significativo para a formação dos Toda sexta-feira da Quaresma, a comunidade de Rovato organiza dois momentos culturais. O primeiro é a Leitura da Dei Verbum, dirigida por frei Francesco M. Geremia (VEN) (A verdade na Bíblia?; Leituras bíblicas. Lectio divina). O segundo momento é a Leitura do livro de Jó, dirigido pela Pastora da Igreja Batista, Lídia Maggi (Altíssimo, potentíssimo, tremendíssimo; Rezar no momento de desespero; Quando a teologia suprime a vida; Repleto de inquietações). SÃO PAULO - NUOVA CASA DE PROFESSADO JINJA (UGANDA) - NOVICIADO Em 7 de fevereiro último, em São Paulo, na nossa igreja paroquial Nossa Senhora das Dores foi celebrada uma solene eucaristia de abertura e recepção da comunidade formadora dos professos temporários . De 1º a 8 de fevereiro, frei Camille M. Jacques, secretário da Ordem, ministrou aula de liturgia servita aos nove noviços da comunidade de “St. Mary Source of Life”, em Jinja: 8 noviços são da Delegação da África do Leste e 1 é da Província Vêneta . ORURO (BOLÍVIA) – ESTÁTUA DA VIRGEM DO SOCAVÓN O grande desejo dos habitantes de Oruro, principalmente dos católicos, tornou-se realidade. Foi inaugurada uma estátua da Virgem do Socavón, em Oruro, no alto da colina Santa Bárbara, a 3.850 metros acima do nível do mar. Da base à ponta da coroa a estátua mede 45,40 m. É uma das mais altas do mundo dedicada à Virgem Maria. A idéia foi lançada em 1998. Do comitê organizador fazia parte também o então reitor do santuário, frei Alfonso M. Massignani (falecido em 2000). REGGIO EMILIA (ITÁLIA) - 7° CENTENÁRIO DOS SERVOS DE MARIA O sétimo centenário da chegada dos Servos de Maria a Reggio Emília teve o melhor início que se podia esperar. Na esplêndida basílica de Nossa Senhora da Ghiara, o bispo da cidade recém-chegado, dom Massimo Camisasca, quis honrar Nossa Senhora celebrando a santa missa solene. Na igreja lotada de fiéis, e na presença das autoridades locais e de muitos representantes da Família Servita (irmãs e leigos da OSSM somavam cerca de 70 pessoas), o bispo agradeceu a comunidade dos nossos frades pelos sete séculos de cura do santuário, pelo silencioso, humilde, fiel e constante serviço aos fiéis, e pela administração do sacramento da Penitência, dedicando boa parte do seu tempo para ouvir confissões. O evento prestou-se também para celebrar a memória dos Sete Santos Fundadores. Enzo Fontana INDONÉSIA – VISITA DOS FREIS MICHAEL M. GUIMON (USA) E DANIEL-ANDRÉ M. TROTTIER (CAN) Cumprindo a programação da conferência norteamericana (NAC), que abrange também os professos da fundação indonésia, recebemos estas notícias do frei Daniel-André M. Trottier: «Entre outras coisas, por uma semana, nas manhãs de segunda à sexta, ministrei aos noviços um curso de conversação em língua inglesa. Agora abordarei os temas das Constituições e da espiritualidade da Ordem. As irmãs Servas de Maria de Galeazza pediram-me para ministrar também às suas noviças quatro horas de aula sobre esses mesmos temas… Para mim, o desafio é ter que falar em italiano... Ainda bem que trouxe comigo uma cópia italiana das Constituições, com os comentários de frei Faustino M. Faustini». PROFISSÕES, ORDENAÇÕES E ANIVERSÁRIOS ♦ Parabéns aos freis Gabriele M. Paccanaro (VEN) e Venanzio M. Ramasso (PRG) que celebram 60 anos de profissão solene; aos freis Emilio M. Bedont, Luigi M. Lago, Benito M. Moresco (VEN), Giuseppe M. Scattolini (PRG) e Anselmo M. Vásquez Becker (SMA) che celebram 50 anos de ordenação presbiteral . DA FAMÍLIA SERVITA SERVAS DI MARIA DE CHIOGGIA - BURÚNDI De 27 de janeiro a 1° de fevereiro, frei Camille M. Jacques, secretário da Ordem, visitou a comunidade das Servas de Maria de Chioggia, composta das irmãs M. Antonella Zanini, M. Celeste, M. Patricia, M. Alejandra, M. Rocío, às quais ministrou um curso de can- to e sobre a Liturgia das horas, além de traduzir para o francês (nos momentos livres) as Constituições das Servas de Maria de Chioggia e uma breve biografia do seu fundador. Frei Camille encontrou-se também com três possíveis candidatos à Ordem e visitou o Núncio Apostólico em Burúndi, dom Franco Coppola, e o arcebispo de Gitega, dom Simon Ntamwana. O arcebispo de Gitega falou da necessidade de formação mariológica para o clero e os fiéis e propôs que os Servos de Maria assumam uma paróquia no terreno extremante com as imãs Servas de Maria, numa área onde há uma presença significativa de seitas cristãs e de muçulmanos. CÁDIZ (SPAGNA) – OSSM DE NOSSA SENHORA DAS DORES Em 28 de janeiro último, dia da memória de São Tomás de Aquino, a assembleia plenária do Município de Cádiz, acolheu e aprovou definitivamente a proposta da Comissão de Honorificências e Condecorações e concedeu a Medalha de Ouro da cidade de Cádiz à imagem da Virgem das Dores, uma vez que há mais de dois séculos e meio a Virgem protege a Cidade. A proposta da Medalha foi lançada em 2011 por iniciativa da Confraria do “Nosso Pai Jesus dos Aflitos e de Maria Santíssima dos Angustiados” e recebeu impulso decisivo na coroação canônica da imagem da Virgem em 17 de setembro de 2011, da qual participou também o nosso Prior Geral. RENÚNCIA DE BENTO XVI AO MINISTÉRIO DE BISPO DE ROMA No consistório ordinário público para a canonização da alguns beatos, realizado às 11 horas do dia 11 de fevereiro de 2013, na memória de Nossa Senhora de Lourdes, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico do Vaticano, o Santo Padre Bento XVI proferiu as seguintes palavras perante os cardeais presentes : Caríssimos Irmãos, convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice. CAGLI (ITÁLIA) - ROTATÓRIA DEDICADA À B. CECÍLIA EUSEPI A câmara municipal de Cagli (PU) decidiu dedicar à Beata Cecília Eusepi uma rotatória da área urbana, situada no cruzamento da via Mameli com a via Giovanni Santi, isto é, na avenida que dá acesso ao polo escolástico. Quando criança, Cecília transcorreu algum tempo em Cagli, principalmente no povoado de Secchiano, na casa de uma tia, irmã do seu pai. Nesse povoado ainda moram alguns parentes dela e sua lembrança continua viva na memória e na devoção do povo. Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus. CARTA DO PRIOR GERAL AO SANTO PADRE Apenas conhecida a notícia da abdicação do Papa, o Prior geral frei Ángel M. Ruiz Garnica enviou a Bento XVI a seguinte carta: Santidade, não podemos negar que a Declaratio, com a qual comunicou ontem a renúncia ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, deixou-nos surpresos e entristecidos. Na oração e na reflexão logo compreendemos que esta nossa desorientação era causada pela falta de hábito de ver em ação um amor a Cristo e à Igreja tão grande, e de apreciar o espetáculo da “liberdade que temos em Cristo Jesus” (Gal 2,4). Obrigado, Santo Padre! Realmente nos sentimos confirmados na fé e na caridade. Em meu nome, do Conselho geral e de toda a Ordem dos Servos de Maria Lhe agradecemos por todas as palavras e gestos deste luminoso Pontificado e nos unimos à Sua oração confiando a Santa Igreja aos cuidados de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e por meio da iluminação do Espírito Santo – através da intercessão de Maria – pela eleição do Seu sucessor. A grandeza da Sua humildade, Santo Padre, não pode ofuscar a Sua pessoa, certamente imersa no sofrimento: por isso Lhe asseguramos a oração à santa Maria Nossa Senhora. In Domina nostra. ULTIMA AUDIÊNCIA GERAL DO (27 de fevereiro de 2013) PAPA Agradeço-vos por terdes vindo em tão grande número a esta minha última Audiência Geral. De coração, obrigado! Sinto-me verdadeiramente comovido e vejo a Igreja viva! E acho que devemos dizer obrigado também ao Criador pelo bom tempo que nos dá agora, ainda no Inverno. Como fez o Apóstolo Paulo no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto em meu coração que devo sobretudo agradecer a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu Povo. Neste momento, alarga-se o horizonte do meu espírito e abraça toda a Igreja espalhada pelo mundo; e dou graças a Deus pelas «notícias» que pude receber, nestes anos de ministério petrino, acerca da fé no Senhor Jesus Cristo, da caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e da esperança que nos abre e orienta para a vida em plenitude, para a pátria do Céu. Sinto que tenho a todos comigo na oração, num presente que é o de Deus, onde reúno cada encontro, cada viagem, cada visita pastoral. Reúno tudo e todos na oração, para os confiar ao Senhor, pedindo-Lhe que tenhamos pleno conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, e possamos comportar-nos de maneira digna d’Ele, do seu amor, dando frutos em toda a boa obra (cf. Col 1, 9-10). Neste momento, reina em mim uma grande confiança, porque sei, sabemos todos nós, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e renova, dá frutos por todo o lado onde a comunidade dos fiéis o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria. Quando, no dia 19 de Abril de quase oito anos atrás, aceitei assumir o ministério petrino, uma certeza firme se apoderou de mim e sempre me acompanhou: esta certeza de que a Igreja vive da Palavra de Deus. Naquele momento, como já disse várias vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedis isto…, uma coisa imensa!? Este é um grande peso que me colocais sobre os ombros, mas se Vós mo pedis, à vossa palavra lançarei as redes, seguro de que me guiareis, mesmo com todas as minhas fraquezas. E, oito anos depois, posso dizer que o Senhor me guiou verdadeiramente, permaneceu junto de mim, pude diariamente notar a sua presença. Foi um pedaço de caminho da Igreja que teve momentos de alegria e luz, mas também momentos não fáceis; sentime como São Pedro com os Apóstolos na barca no lago da Galileia: o Senhor deu-nos muitos dias de sol e brisa suave, dias em que a pesca foi abundante; mas houve também momentos em que as águas estavam agitadas e o vento contrário – como, aliás, em toda a história da Igreja – e o Senhor parecia dormir. Contudo sempre soube que, naquela barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é d’Ele. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também por meio dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi e é uma certeza que nada pode ofuscar. E é por isso que, hoje, o meu coração transborda de gratidão a Deus, porque nunca deixou faltar a toda a Igreja e também a mim a sua consolação, a sua luz, o seu amor. Estamos no Ano da Fé, que desejei precisamente para reforçar a nossa fé em Deus, num contexto que parece colocá-Lo cada vez mais de lado. Queria convidar todos a renovarem a confiança firme no Senhor, a entregarem-se como crianças nos braços de Deus, seguros de que aqueles braços nos sustentam sempre e nos permitem caminhar todos os dias, mesmo no cansaço. Queria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que entregou o seu Filho por nós e nos mostrou o seu amor sem limites. Queria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. Numa bela oração, que se recita diariamente pela manhã, diz-se: «Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo com todo o coração. Agradeço-Vos por me terdes criado, feito cristão...». Sim! Estamos contentes pelo dom da fé; é o bem mais precioso, que ninguém nos pode tirar! Agradeçamos ao Senhor por isso mesmo todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus nos ama, mas espera que também nós O amemos! Mas não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora recaia sobre ele a primeira responsabilidade. Eu nunca me senti sozinho, ao carregar as alegrias e o peso do ministério petrino; o Senhor colocou junto de mim tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram e estiveram ao meu lado. E em primeiro lugar vós, amados Irmãos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de Estado que me acompanhou fielmente ao longo destes anos; a Secretaria de Estado e a Cúria Romana inteira, bem como todos aqueles que, nos mais variados sectores, prestam o seu serviço à Santa Sé: são muitos rostos que não sobressaem, permanecem na sombra, mas precisamente no silêncio, na dedicação quotidiana, com espírito de fé e humildade, foram para mim um apoio seguro e fiável. Um pensamento especial para a Igreja de Roma, a minha diocese! Não posso esquecer os Irmãos no Episcopado e no Presbiterado, as pessoas consagradas e todo o Povo de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre senti grande solicitude e profundo afecto; mas também eu amei a todos e cada um sem distinção, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Todos os dias tinha presente cada um de vós na oração, com o coração de pai. Depois, queria que a minha saudação e o meu agradecimento chegassem a todos: o coração de um Papa abraça o mundo inteiro. E queria expressar a minha gratidão ao Corpo Diplomático junto da Santa Sé, tornando presente a grande família das nações. Aqui penso também a todos aqueles que trabalham por uma boa comunicação, e agradeço-lhes o seu serviço importante. Neste momento, queria agradecer verdadeiramente do coração também às inúmeras pessoas, de todo o mundo, que nas últimas semanas me enviaram comoventes sinais de atenção, amizade e oração. Sim! O Papa nunca está sozinho, pude experimentá-lo agora mais uma vez e duma maneira tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos, e muitíssimas pessoas se sentem estreitamente unidas a ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo – dos Chefes de Estado, dos líderes religiosos, dos representantes do mundo da cultura, etc. –, mas recebo também muitíssimas cartas de pessoas simples que me escrevem simplesmente com o seu coração e me fazem sentir o seu afecto, que brota do facto de estarmos unidos com Jesus Cristo, na Igreja. Estas pessoas não me escrevem como se faz, por exemplo, a um príncipe ou a um grande que não se conhece; mas escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de um vínculo familiar muito afectuoso. Aqui pode-se tocar com a mão o que é a Igreja: não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Poder experimentar a Igreja deste modo e quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, num tempo em que muitos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja está viva hoje! Nestes últimos meses, senti que as minhas forças tinham diminuído, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja . Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos. Permiti-me, aqui, voltar mais uma vez àquele 19 de Abril de 2005. A gravidade da decisão esteve precisamente no facto de que, daquele momento em diante, me comprometera sempre e para sempre com o Senhor. Sempre: quem assume o ministério petrino deixa de ter qualquer vida privada. Pertence sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida fica, por assim dizer, totalmente despojada da dimensão privada. Pude experimentar, e estou a experimentá-lo precisamente agora, que um recebe a vida precisamente quando a dá. Eu disse, antes, que muitas pessoas que amam o Senhor, amam também o Sucessor de São Pedro e estão-lhe afeiçoadas; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs, filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa comunhão; é assim, porque deixou de se pertencer a si mesmo, pertence a todos e todos pertencem a ele. Mas o «sempre» é também um «para sempre»: não haverá mais um regresso à vida privada. E a minha decisão de renunciar ao exercício activo do ministério não revoga isto; não volto à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço de forma nova junto do Senhor Crucificado. Deixo de trazer a potestade do ofício em prol do governo da Igreja, mas no serviço da oração permaneço, por assim dizer, no recinto de São Pedro. Nisto, ser-me-á de grande exemplo São Bento, cujo nome adoptei como Papa. Ele mostrou-nos o caminho para uma vida, que, activa ou passiva, está votada totalmente à obra de Deus. Agradeço a todos e cada um ainda pelo respeito e compreensão com que acolhestes esta decisão tão importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, através da oração e da reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à sua Esposa que procurei diariamente viver até agora, e quero viver sempre. Peço que me recordeis diante de Deus, e sobretudo que rezeis pelos Cardeais, chamados a uma tarefa tão relevante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Que o Senhor o acompanhe com a luz e a força do seu Espírito! Invocamos a materna intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, pedindo-Lhe que acompanhe cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a Ela nos entregamos, com profunda confiança. Queridos amigos! Deus guia a sua Igreja; sempre a sustenta mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos esta visão de fé, que é a única visão verdadeira do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, habite sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós e nos envolve com o seu amor. Obrigado!
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