Manual do Apelo - Núcleo da Barra
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APELO PARA ASPIRANTES E NOVIÇOS MANUAL DO EXPEDIÇÃO65–AGRUP. 407OEIRAS-CNE manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS ÍNDICE APELO – Quero ser Explorador...................................................................................................... 3 1. QUANDO E COMO SURGIU O ESCUTISMO E O CNE? ................................................................ 4 2. COMO SE ORGANIZA O CNE ...................................................................................................... 7 3. QUEM FOI BADEN-POWELL ....................................................................................................... 8 4. A LEI, OS PRINCÍPIOS E A ORAÇÃO DO ESCUTA ...................................................................... 12 5. COMO SE ORGANIZAM OS EXPLORADORES ........................................................................... 16 6. QUAIS SÃO OS CARGOS EXISTENTES NAS PATRULHAS ........................................................... 18 7. QUAL O IMAGINÁRIO E MÍSTICA DOS EXPLORADORES? ........................................................ 20 8. CONHECES O PATRONO DOS EXPLORADORES? E DO CNE? .................................................... 22 9. TRABALHAR E VIVER EM PATRULHA ....................................................................................... 24 10. CONHECER AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO E OS TRILHOS QUE TERÁS DE ESCOLHER NA ETAPA DE ALIANÇA...................................................................................................................... 24 11. PARTICIPAR NUMA AVENTURA DA EXPEDIÇÃO .................................................................... 25 12. APLICAR CORRECTAMENTE DIFERENTES TIPOS DE NÓS ....................................................... 25 13. DESCREVER OS DISTINTIVOS DO UNIFORME ........................................................................ 27 Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 2 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS APELO – Quero ser Explorador Cumprido? QUANDO E COMO SURGIU O ESCUTISMO E O CNE COMO SE ORGANIZA O CNE QUEM FOI BADEN-POWELL A LEI, OS PRINCÍPIOS E A ORAÇÃO DO ESCUTA COMO SE ORGANIZAM OS EXPLORADORES QUAIS SÃO OS CARGOS EXISTENTES NAS PATRULHAS? QUAL O IMAGINÁRIO E MÍSTICA DOS EXPLORADORES? CONHECES O PATRONO DOS EXPLORADORES, E DO CNE? TRABALHAR E VIVER EM PATRULHA. CONHECER AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO E OS TRILHOS QUE TERÁS DE ESCOLHER NA ETAPA ALIANÇA PARTICIPAR NUMA AVENTURA DA EXPEDIÇÃO. APLICAR CORRECTAMENTE DIFERENTES TIPOS DE NÓS (Direito, Correr e Barqueiro) DESCREVER OS DISTINTIVOS DO UNIFORME. Nome: ________________________________ Patrulha: _______________________________ Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 3 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 1. QUANDO E COMO SURGIU O ESCUTISMO E O CNE? O Escutismo surgiu em Agosto de 1907, quando Baden-Powell organizou o primeiro acampamento escutista na Ilha de Brownsea, Inglaterra. Os rapazes foram divididos em quatro patrulhas: a Corvo, a Lobo, a Maçarico e a Touro. Foi tão bem sucedido que B.P. resolveu publicar todas as suas experiências. Em 1908, B.P. publica um versão do "Aids to scouting", especialmente dedicada aos jovens, com o nome: "Scouting for boys", ou “Escutismo para rapazes”. Este livro foi inicialmente publicado em fascículos quinzenais e teve tão grande aceitação que começaram a aparecer em Inglaterra grupos, ou patrulhas, de escuteiros. Aos poucos e poucos esses grupos foram surgindo noutros países, sendo que nos fins de 1908 havia cerca de 60.000 escuteiros. Actualmente existem mais de vinte milhões de escuteiros. Desde a fundação do escutismo já terão pertencido aos escuteiros mais de duzentos e cinquenta (250) milhões de pessoas. O movimento escutista nunca parou de crescer desde a sua fundação. Citando B.P.: "O nosso objectivo é criar cidadãos saudáveis, felizes, e úteis, de ambos os sexos, para erradicar o egoísmo - pessoal, político, partidário e nacional - e substituí-lo por um espírito mais aberto de sacrifício e serviço em prol do bem comum, e assim desenvolver a mútua compreensão e cooperação não só no próprio país, como no estrangeiro, entre todas as nações". Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 4 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS Em Portugal existem três associações ligadas ao movimento escutista mundial: A mais antiga é a AEP (Associação dos Escoteiros de Portugal) fundada em 1912. A AEP é uma associação não confessional, ou seja, os seus membros podem praticar qualquer religião e as cerimónias de animação da fé nas actividades são sempre ecuménicas. A segunda associação é o CNE (Corpo Nacional de Escutas). É um Movimento Católico estando portanto ligado à Igreja Católica. Também existe a AGP (Associação das Guias de Portugal). As Guias foram também criadas por Baden-Powell, e são a vertente feminina do Escutismo. O Guidismo surgiu pouco depois do aparecimento do Escutismo pois quando o Escutismo foi criado destinava-se apenas a rapazes. HISTÓRIA DO CNE O que é o CNE? O CNE é uma associação de juventude sem fins lucrativos, não política e não-governamental, destinada à formação integral de jovens, com base no método criado por Baden Powell e no voluntariado dos seus membros. O CNE é um movimento da Igreja Católica. O CNE está implementado em mais de 1.000 agrupamentos locais em todos os concelhos do território continental e regiões autónomas dos Açores e da Madeira, com cerca de 70000 Escuteiros. História O Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português, nasceu em Braga a 27 de Maio de 1923. Foram seus fundadores o Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos e Dr. Avelino Gonçalves. Estes, em 1922 em Roma, assistiram a um desfile de 20.000 Escuteiros, por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional que esse ano se realizou na Cidade Eterna. Depois de bem documentados regressaram a Braga e rodearam-se de um grupo de 11 bracarenses corajosos e valentes. A 24 de Maio de 1923, faziam Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 5 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS a sua primeira reunião com o objectivo de criarem um grupo de Scouts Católicos em Portugal, nascendo o Corpo de Scouts Católicos Portugueses. D. Manuel Vieira de Matos Dr. Avelino Gonçalves Acampamentos Nacionais do CNE 1º-1926-AljubarrotaLeiria 7º-1946-Tomar 13º-1968-Portalegre 19º-1997-Valado de Frades 2º-1928-CaciaAveiro 3º-1930-Granja-Porto 4º-1932-Braga 5º-1934-BenficaLisboa 6º-1938-Leiria 8º-1948-Braga 9º-1952-Coimbra 10º-1956-Avintes-Porto 11º-1960-EstorilLisboa 12º-1964-Covilhã 16º-1983-Sesimbra 17º-1987-Vila do Conde 18º-1992Palheirão 14º-1973-Leiria 20º-2002-Santa Margarida 15º-1978-Ílhavo 21º-2007- Idanha-aNova 22º-2012- Idanha-a-Nova Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 6 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 2. COMO SE ORGANIZA O CNE A estrutura base do Corpo Nacional de Escutas (CNE) é o Agrupamento Local, a comunidade local, normalmente integrada numa paróquia, composta pelos diferentes grupos etários em que se repartem, quanto à idade e desenvolvimento, os jovens associados. O Agrupamento é liderado por um elemento eleito, o Chefe de Agrupamento, que constitui uma equipa executiva, a Direcção do Agrupamento, aprovando o seu plano e relatório anual em Conselho de Agrupamento, o órgão deliberativo do Agrupamento. Cada Agrupamento integra-se numa Região Escutista, com uma equipa de coordenação regional eleita, a Junta Regional, uma equipa de acompanhamento e fiscalização eleita, o Conselho Fiscal e Jurisdicional Regional, tendo como órgão deliberativo o Conselho Regional. Algumas regiões, pela sua dimensão, possuem ainda uma estrutura intermédia, o Núcleo, com Junta de Núcleo eleita e Conselho de Núcleo. A nível nacional, a função executiva é exercida por uma equipa eleita, a Junta Central, a função fiscalizadora pelo Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional, sendo o órgão deliberativo o Conselho Nacional (Plenário ou de Representantes). E cada Agrupamento, como é que se organiza? Designação da Secção Designação do Elemento Faixa etária Nome do pequeno Grupo Efectivo Alcateia Expedição Comunidade Clã Lobito Explorador Pioneiro Caminheiro 6 aos 10 anos 10 aos 14 anos 14 aos 18 anos 18 aos 22 anos Bando Patrulha Equipa Tribo 4 a 7 Lobitos 4 a 8 Exploradores 4 a 8 Pioneiros Uma de cinco cores: branco, cinzento, preto, castanho e ruivo Nome de animais Nome de Santo da igreja, ou um pioneiro da Humanidade ou herói nacional. Liderança Constituição da Unidade Local de Reunião Guia de Bando Guia de Patrulha Guia de Equipa 2 a 5 Bandos 2 a 5 Patrulhas 2 a 5 Equipas Covil Imaginário Livro da Selva Mística O Louvor ao Criador Base Explorador (o que descobre) A descoberta da Terra Prometida Abrigo Pioneiro (o que constrói) A Igreja em Construção Símbolos Cabeça de Lobo Flor-de-Lis, Vara, Chapéu, cantil, Estrela Rosa-dos-Ventos, Machada, Gota de Água, Icthus 4 a 8 Caminheiros Nome de Santo da igreja, ou um benemérito da Humanidade ou herói nacional. Guia de Tribo 10 a 32 Caminheiros Albergue Não tem imaginário formal A vida no Homem Novo Vara Bifurcada, Tenda, Mochila, Evangelho, Pão, Fogo Patrono São Francisco de Assis São Tiago Maior São Pedro Identidade São Paulo Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 7 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 3. QUEM FOI BADEN-POWELL Nome completo: Robert Stephenson Smith Baden-Powell Nascido em: Londres, Inglaterra Data nascimento 22 de Fevereiro de 1857 Cônjuge (desde 1912) Olave Saint-Clair Baden-Powell DADOS FAMILIARES Pai - George Baden-Powell, pastor anglicano e professor de Geografia na Universidade de Oxford (faleceu quando BP tinha 3 anos) Mãe - Henriqueta Smith Baden-Powell, que apesar de ter uma cultura considerável, era dona de casa e cuidava dos sete filhos. Irmãos - Cinco rapazes e uma rapariga. BP era o terceiro mais novo. Com os seus irmãos mais velhos e durante as férias escolares, andava muito de barco e fazia acampamentos e explorações. VIDA ESCOLAR Após concluir o ensino básico, entra para o Colégio Charterhouse, ou da Cartuxa* aos 13 anos. (* - O prédio da escola fora, durante séculos, um mosteiro dos Frades da Ordem da Cartuxa, daí o nome.) Embora não fosse um aluno de notas altas, suas qualidades artísticas (pintura, música e sobretudo teatro) deram-lhe muita popularidade na escola. Além disso, praticava futebol (como guarda-redes), era muito observador e passava muito tempo do seus tempos livres a explorar, com os colegas, a mata que circundava a escola. Depois de concluir o ensino secundário, tentou entrar para a Universidade de Oxford. Não conseguindo, inscreveu-se no concurso de admissão para o exército e classificou-se em segundo lugar na Cavalaria, entre mais de setecentos candidatos. VIDA MILITAR O Império Britânico, naquela altura, era a maior potência militar do mundo. As suas colónias, espalhadas pelos cinco continentes exigiam constantemente a intervenção do exército por motivos políticos e militares. Foi nesse contexto que BP iniciou a sua vida como militar. 1876 – Devido ao brilhante resultado conseguido no concurso de admissão, BP ficou isento de cumprir dois anos de treinamento na academia militar, pelo que partiu para a Índia incorporado no 13º Regimento dos Hussardos, como alferes. Baden-Powell esteve no Exército Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 8 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS Britânico durante 34 anos (1876/1910). Nesse período, prestou serviço em vários países, onde pôs à prova todas as suas capacidades de astúcia, observação, inteligência e o saber ser e saber estar. Mas foi em África que a sua fama começou a crescer. Expedição Pretorius – Em 1888, BP (já Capitão), recebe uma missão: ir à Zululândia (África do Sul), libertar o cidadão britânico Mr.Pretorius, feito refém pelos Zulus e capturar o Chefe Dinizulú, líder da revolta. Apesar de os Zulus conhecerem melhor o terreno e após várias escaramuças e grandes combates, BP consegue em cerca de um mês, resgatar Mr.Pretorius, vencer os Zulus e capturar o Chefe Dinizulú, que foi deportado para a ilha-presídio de Santa Helena. Pelo feito, foi promovido a Major, a terceira promoção antes do tempo normal. O Chefe Dinizulú usava um enorme colar com centenas de contas. As réplicas das contas de madeira desse colar foram adoptadas no Escutismo sob o nome de Insígnia da Madeira. Os nativos deram-lhe o nome de "M´hala panzi", que significa o "homem que se deita para disparar", sinónimo que tinha cuidado ao apontar ou pensava antes de agir. Revolta dos Ashantis – Em 1895, o Major BP segue para a terra dos Ashantis (actual Gana), onde deveria pacificar aquela tribo e convencer o Rei Kumasi a firmar a paz com os britânicos. A missão foi muito difícil, devido a distância que teriam que desbravar até à capital do rei rebelde. Eram 130 km de floresta virgem, com todos os problemas que daí advém: um calor insuportável, humidade excessiva, mosquitos e ainda o facto de que o factor surpresa era fundamental. Após dois duros meses de campanha, muita paciência e astúcia, a paz foi firmada sem que qualquer batalha tivesse ocorrido. Por este êxito, Baden-Powell foi promovido a Tenente-Coronel. Foi com os Ashantis que BP aprendeu e adoptou ao Escutismo o aperto de mão à esquerda. Foi quando estava no Oeste Africano que ouviu o ditado: "Devagar devagarinho se apanha o macaquinho". Veio a ser o seu preferido. Usou-o muitas vezes quando os outros se precipitavam a fazer as coisas em vez de as fazerem tranquilamente e depois de as terem pensado bem. Pôs o chapéu de "cow-boy" pela primeira vez na terra dos Ashantis, e os nativos chamaram-lhe, por isso, "Kantankye", que significa "chapéu grande". Campanha dos Matabeles – Em 1896, a missão de BP era seguir para a Matabelelândia (actual Zimbabwe) pacificar os terríveis guerreiros Matabeles. BadenPowell classifica essa campanha como a “maior aventura da sua vida”. De facto, os Matabeles eram um inimigo poderoso, treinado e numericamente forte, peritos na colocação de armadilhas e num território espantosamente difícil, cheio de obstáculos naturais. Mas BP teve êxito novamente e pouco tempo depois era promovido a Coronel. Foi durante esta campanha que ficou conhecido como um grande explorador. Os Matabeles chamaram-lhe "Impisa", que dizer "O lobo que não dorme". Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 9 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS Cerco de Mafeking – Em 1899, BP parte para Mafeking (norte da África do Sul). Era uma cidade muito pequena, mas estrategicamente importante por se tratar de um entroncamento ferroviário. Mafeking estava prestes a ser invadida por um exército de mais de 6000 boers (colonos holandeses) e grandes adversários dos britânicos. BP dispunha de menos de 1000 soldados e poucos canhões para defender a cidade, facto que os boers desconheciam. BP então, com muita astúcia e criatividade, fez da ignorância dos boers um trunfo. Com frequência, abria fogo com os canhões, mudava-os de sítio e abria fogo novamente para os boers pensarem que havia muitos mais canhões. O mesmo fazia com pelotões de soldados que atiravam e deslocavam-se para outro lado. Além disso, para evitar o desperdício de soldados para tarefas de retaguarda, lançou mão do Corpo de Cadetes (jovens dos 9 aos 15 anos), dividiu-os em patrulhas e distribuiu missões a cada uma delas. As missões eram sobretudo levar mensagens e munições de armas ligeiras. Apesar de todas as dificuldades, BP conseguiu defender Mafeking durante 217 dias, até que chegaram reforços britânicos e os boers desistiram. BP foi considerado herói nacional e ao voltar para Inglaterra, foi recebido pela Rainha Vitória. Dias depois, foi promovido a General e, com 43 anos de idade, tornou-se o mais jovem General do Exército Britânico. Outras missões: Até 1910, ano que BP deixou definitivamente o exército para se dedicar totalmente ao Escutismo, ainda participou de várias campanhas militares. Ainda teve uma promoção na sua impecável carreira militar: a de General de Divisão. VIDA ESCUTISTA Foi em 1906, quando viu pelas ruas de Londres milhares de crianças e jovens, pálidos, magros, corcundas, miseráveis, fumando e pedindo esmolas, que tomou a opção decisiva que iria mudar a vida de milhões de jovens em todo o mundo. BP escrevera, anos antes, um livro chamado “Aids to Scouting”. Esse livro era um manual técnico para uso do exército. No entanto, desde que BP voltara de África, após Mafeking, que este livro estava a ser muito procurado por jovens estudantes. Decidido que estava a criar qualquer coisa educativa que atraísse a juventude, resolveu reescrever o livro de modo a que não fosse de uso militar. Deu-lhe o nome de “Escutismo para Rapazes”. No Verão de 1907, BP já tinha amadurecido a sua ideia de criar o Escutismo, mas precisava de uma experiência prática. Assim, durante uma semana em Agosto daquele ano, pediu a ajuda de amigos seus do exército para realizarem um acampamento com 20 rapazes, divididos em quatro patrulhas (Touro, Corvo, Maçarico e Lobo), na Ilha de Brownsea (Sul da Inglaterra). A experiência foi um êxito e daí para a frente considerar-se-á que o Escutismo nasceu nessa ilha. A partir de 1907 e mais ainda a partir de 1910, quando deixou o exército, a dedicação de BP ao Escutismo foi total. Durante as décadas seguintes, viajou por todo o mundo, participou de vários Jamborees (no de 1929 foi aclamado Chefe Escuteiro Mundial), foi recebido por reis, presidentes e governantes de inúmeros países. O êxito do Escutismo no mundo inteiro foi estrondoso. Na década de 20 recebeu o título de Lord, ao que BP acrescentou “of Gilwell”. Viveu intensamente o seu ideal e, quando sentiu que o peso da idade (mais de 70 anos) já se fazia sentir, escreveu uma mensagem de despedida a todos os escuteiros do mundo, que se Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 10 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS pode ler nas últimas versões do livro “Escutismo para Rapazes”. FIM DE PISTA BP quis passar o resto da sua vida com sua mulher em África, terra que sempre amou. Comprou uma pequena quinta nos arredores de Nairobi (Quénia) e aí faleceu em 8 de Janeiro de 1941, com quase 84 anos. Na sua campa vê-se o sinal de Fim de Pista, e os símbolos do Escutismo (flor-de-lis) e Guidismo (trevo). Sir Robert Stephenson Smyth Baden-Powell – Lord of Gilwell Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 11 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 4. A LEI, OS PRINCÍPIOS E A ORAÇÃO DO ESCUTA A lei do Escuta e os Princípios são regras que te ajudarão a ser um bom Escuteiro. Assim, deverás entender o que querem dizer e tentar cumpri-los na tua vida, no dia a dia. A LEI ESCUTISTA 1º - A honra do Escuta inspira confiança Isto quer dizer que, por seres Escuteiro, toda a gente está à espera que tu sejas uma boa pessoa: que não mintas, que sejas honesto, agradável, carinhoso, prestável... Ser Escuteiro acarreta essa grande responsabilidade! Os outros acreditarão que podem confiar em ti pois é essa a imagem que têm do “Escuteiro”... Por isso não os desiludas e não ajudes a sujar a “honra do Escuta”. 2º - O Escuta é Leal Ser leal é ser sincero e verdadeiro. Ser leal é também ser fiel e dedicado. Dedicar-te à Lei do Escuta: conhecê-la, entendê-la, e cumpri-la todos os dias e com todas as pessoas. Deves ser sincero e verdadeiro com todos e em especial contigo próprio para que possas sempre cumprir a tua palavra e todos possam confiar em ti. 3º - O Escuta é útil e pratica diariamente uma boa acção Quando olhamos para um escuteiro associamos-lhe as BA‘s - Boas Acções. Fazer boas acções não é só “Ajudar a velhinha a atravessar a rua”..fazer boas acções pode passar por algo muito mais simples e mais perto de nós: ajudar a mãe a arrumar a casa, fazer recados, ajudar um amigo (ou não!) a estudar, partilhar o nosso lanche com o colega que esqueceu o seu, ajudar irmão mais novo nas tarefas difíceis para ele...no fundo é tentar contribuir para a felicidade dos outros, com as nossas próprias atitudes e...não é UMA boa acção..são todas as que te for possível, OK?!? o 4º - O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas Deves tentar dar-te bem com toda a gente. Ser agradável, prestável (sempre pronto para ajudar!) e bem disposto para que não caias na tentação de “responder torto” ou ofender alguém. Devemos ser amigos independentemente da raça, da religião, do clube de futebol, do carro que tem ou dos presentes que te oferece (ou que não oferece!)... deves perceber que a verdadeira amizade está muito para além disso... Nos escuteiros deves ser ainda mais do que um amigo, deves ser irmão! Não temos um “Pai” comum? Não recebemos todos a mesma formação, orientação ou ensinamentos?!! Não somos também uma família?!? 5º - O Escuta é delicado e respeitador O escuteiro deve fazer um grande esforço para ser equilibrado: deve ser calmo, atento e preocupado evitando ser incorrecto. Assim, deverás tentar ser compreensivo, colocando-te no lugar do outro e respondendo sempre o que gostarias de ouvir (e não o que te apetece dizer!). Não te esqueças que só respeitando os outros receberás o seu respeito. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 12 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 6º - O Escuta protege as plantas e os animais Nunca deves destruir a Natureza mas há razões que o justificam e com as quais terás que lidar. Terás que matar as formigas que invadem o pote de mel e arrancar a hera que está a asfixiar o teu pinheiro não é? O que a Lei que dizer é que deves ter cuidados com eles, respeitando-os e condenando quem os maltrata. 7º - O Escuta é obediente Irás perceber que se fores obediente à Lei do Escuta nunca mais terás de ser “obrigado” a fazer mais nada! Começarás a perceber que a tua disponibilidade para agir (estar sempre pronto!) está ligada ao dever de cumprir, o que tornará a tua vida muito mais agradável. Assim não terás sempre os pais, os profs e chefes a obrigar-te a fazer as coisas...se conheces as regras e as cumpres não tens porque ser “repreendido” ou “obrigado”. Por outro lado deves ter noção que deves obedecer a pessoas em quem possas confiar e em todos os casos deves delicadamente mostrar o teu ponto de vista. 8º - O Escuta tem sempre boa disposição de espírito Não se trata de passar a vida a rir! Deves perceber que há momentos próprios para estarmos divertidos...no entanto podes ser conhecido por andar bem disposto. Sabendo dominar as reacções negativas, mesmo os momentos mais difíceis são aliviados e vencidos com mais coragem. Quando tudo parece ser difícil demais respira fundo, conta até 10 e começa tudo de novo. A tua alegria torna os outros mais felizes e ter gente feliz à nossa volta torna tudo mais simples. 9º - O Escuta é sóbrio, económico e respeitador do bem alheio Ser sóbrio é ser simples e discreto nas atitudes e nas acções. Ser económico não é ser “forreta” - trata-se de não desperdiçar o dinheiro seguindo a corrente do consumismo! No fundo quer dizer que deves gastar dinheiro com moderação...bem gasto! Por fim, respeitar o bem alheio – todos os bens que pertencem “ao outro”. Cuidar bem de tudo o que nos emprestam; devolver o que não é nosso; cuidar de tudo o que é nosso também como o ambiente, riscar as paredes (riscar é diferente de desenhar ou embelezar), as florestas, etc... 10º - O Escuta é puro nos pensamentos, palavras e acções Ser puro é ser bom nas acções e está muito ligado ao 3º artigo da Lei. Para além disso deves pensar que só deves fazer aquilo que consideras ser uma boa acção de acordo com a Lei do Escuta e com os ensinamentos daqueles em quem confias (é claro que bater ou roubar não podem ser boas acções!!). Também é fácil perceber o que é ser puro nas palavras...é não só não dizer as palavras feias, como não deixar que esse dom que tens seja utilizado para magoar alguém. Por fim, o mais difícil: ser puro nos pensamentos, pois são eles que influenciam a nossa acção. Ter bons pensamentos e afastar os maus é a melhor forma de ser um bom escuteiro. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 13 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS OS TRÊS PRINCÍPIOS DA LEI 1 - O Escuta orgulha-se da sua Fé e por ela orienta toda a sua vida Ter fé é conhecer deus e acreditar que podemos confiar nele e que ele está sempre disponível para nos ajudar. Saber orações de cor ou ir à missa contar quantas “ estrelinhas” tem o tecto da Igreja de pouco vale para Ele... acredita que cumprir a Sua vontade e mostrar que és Seu amigo, deixá-Lo-á muito mais feliz... e neste caso, se cumprires a Lei do Escuta, estarás a orientar a tua vida, pois é nela que está expressa a Sua vontade. 2 - O Escuta é filho de Portugal e bom cidadão Ser filho de Portugal é ter orgulho no nosso país, é tratá-lo como devemos tratar os nossos pais, ou seja, o melhor que sabemos e podemos. Ser bom cidadão é a forma de demonstrar essa dedicação! Cuidar da limpeza e bem-estar na tua terra; respeitar as regras de funcionamento; proteger o ambiente...enfim, tudo o que puderes fazer para “deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste!”. 3 - O dever do Escuta começa em casa. É claro que não chegará ajudar a arrumar o quarto ou pôr a mesa! Isso é mesmo uma obrigação! Este princípio pede-te que sejas um bom Escuteiro, cumprindo a Lei do Escuta começando por casa, por aqueles que estão mais perto de ti. Só começando em casa, com quem mais te ama e a quem mais deves amar é que mais tarde poderás estender essa acção ao exterior. Na verdade, se não começares por ser bom em tua casa, toda a tua acção soará a falso... PROMESSA ESCUTISTA Prometo, Pela minha honra e com a graça de Deus, fazer todo o possível por: Cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a Pátria; Auxiliar os meus semelhantes em todas as circunstâncias; Obedecer à Lei do Escuta. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 14 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS ORAÇÃO DO ESCUTA Senhor Jesus, Ensinai-me A ser generoso A servir-vos como Vós o mereceis A dar-me sem medida A combater sem cuidar das feridas A trabalhar sem procurar descanso A gastar-me sem esperar outra recompensa, Senão saber que faço a Vossa vontade santa. O escuteiro dirige-se directamente a Cristo, num diálogo fraterno e respeitoso, abrindo o coração para O escutar. A prece que faz é um pedido de sabedoria. O escuteiro não pede uma acção directa de transformação fácil e automática, pede que lhe seja ensinado como proceder, ele próprio, a essa transformação. E segue-se a identificação das características dessa transformação: GENEROSIDADE -A generosidade é o dom daquele que dá, para satisfação da necessidade do próximo em detrimento da sua, e não porque lhe sobra. SERVIÇO A DEUS SERVIÇO AOS OUTROS – A missão PERSEVERANÇA – A perseverança é o dom daquele que não desanima na contrariedade e na dificuldade, conservando-se firme e continuando o seu projecto. ESFORÇO – O empenho é necessário a tudo o que se faz e só assim se pode ter bons resultados. CAPACIDADE DE ENTREGA – A capacidade de entrega é o dom daquele que serve o outro, humilde, dedicada e confiadamente, sem medo do que possa vir. E FÉ – Que nos impele a termos uma relação pessoal com Deus e assim crescer “Sê jogador na equipa de deus” (Baden-Powell) Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 15 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 5. COMO SE ORGANIZAM OS EXPLORADORES Sabes como se organizam os Exploradores? De certeza que sabes algumas noções... ou estás agora a aprendê-las, se és novo aqui. De qualquer maneira, aqui vão algumas luzes para se lembrarem de princípios e regras de que muitas vezes se esquecem! Todos vocês são Exploradores, usam o lenço de cor verde (debruado a branco), cor da esperança e da natureza, e o vosso patrono é São Tiago. Os exploradores estão divididos em grupos de 4 a 8 elementos, as patrulhas, sendo que cada Expedição tem de 2 a 5 patrulhas. E cada patrulha tem como identificação, um animal, o Totem. Por isso cada explorador usa na camisa um distintivo com o Totem da sua patrulha, com as cores e desenho associado ao animal que escolheram. Cada elemento de cada patrulha deve apresentar o uniforme quando assim lhe é pedido, sendo que a Lei e Princípios do Escuteiro devem andar sempre no vosso pensamento, bem como a Oração do Escuta e a Promessa do Escuteiro. Nas suas actividades, todas as patrulhas estão apoiadas pela Equipa de Animação, uma equipa formada somente por chefes, que organizam inúmeras actividades tendo em conta o vosso desenvolvimento e Progresso pessoal. Como patrulha, têm de funcionar como grupo. Significa que cada um de vocês terá de agir na mesma direcção, pois a integração num grupo, o espírito de entreajuda, o trabalho de equipa desinteressado e a importância de cada um de vocês para o sucesso do conjunto são valores constantemente presentes. Uma boa acção de cada um de vocês leva a patrulha para a frente, assim como uma má acção a afunda imediatamente... estão interdependentes, isto é, o sucesso ou insucesso de uma patrulha está dependente das acções de cada um! Estão organizados segundo a orientação de um guia e sub-guia. É importante que lhes dês ouvidos, porque regra geral são os elementos mais experientes da patrulha, e poderás aprender imenso com eles! Para o bom funcionamento da patrulha, terão de existir reuniões de patrulha, pois são nelas que vocês estabelecem objectivos e se organizam. As decisões tomadas na reunião deverão ser respeitadas por todos os Exploradores da Patrulha pois, de contrário, a reunião não faz sentido (resultado? A patrulha vai ao fundo...). Para o bom funcionamento da Expedição, existe o Conselho de Guias. É aqui que é marcada a posição de todas as Patrulhas, segundo o Guia e Sub-guia de cada uma, juntamente com toda Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 16 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS a equipa de animação. Não fosse o Conselho de Guias o elemento mais importante do Sistema de Patrulhas. É o órgão permanente que, sob a coordenação do Chefe, orienta a vida da Expedição, pois trata dos assuntos gerais da mesma. É nele que se elaboram os esboços dos Planos Anuais, a distribuição das missões da Patrulha, a escolha dos ateliês necessários para realizar o projecto e a nomeação dos responsáveis, a análise do progresso de cada elemento e o progresso das patrulhas, e o apreciar de assuntos disciplinares, distinções e prémios. Existe ainda o Conselho da Expedição, onde cada explorador tem assento e decide quais as aventuras a realizar por todos e como é que as realizamos e festejamos. Para o bom funcionamento da expedição e para resolver os problemas disciplinares que cada explorador pode provocar existe o conselho de Lei. É neste conselho, onde apenas têm assento os Guias de Patrulha e a Equipa de Animação que se decide qual a pena a pena ou prémio a aplicar a cada caso. Segundo esta organização, cabe a cada um de vocês desempenhar o seu papel, tendo em conta as suas responsabilidades para que a Expedição funcione como deve funcionar: sempre com bom senso e a superar obstáculos! Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 17 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 6. QUAIS SÃO OS CARGOS EXISTENTES NAS PATRULHAS CARGOS BÁSICOS Guia - Dirigir e animar a sua Patrulha, - Distribuir tarefas e cargos. - Transportar a bandeirola da Patrulha, - Representar a Patrulha nos Conselhos de Guias e de Aventura. - Nomear o Sub-Guia, ouvida a Patrulha. Sub-Guia - Auxiliar o Guia em todas as suas tarefas, acompanhando-o de forma próxima não apenas para apoiar, mas também para ir desenvolvendo as suas capacidades de chefia. - Como este cargo é subsidiário, o elemento que o desempenha pode acumulá-lo com outro cargo dentro da patrulha. Secretário - Cuidar e ilustrar o Livro de Ouro da Patrulha; - Redigir e expedir as convocatórias da Patrulha; - Arquivar os documentos da Patrulha; - Tratar de toda a correspondência da Patrulha. Tesoureiro - Escriturar o livro de quotas (ou folha de cálculo, se assim preferir) e demais receitas da Patrulha e recolha das mesmas; - Orçamentar as actividades da Patrulha, bem como o respectivo controlo orçamental; - Planificar as campanhas de angariação de fundos da Patrulha. Guarda de Material - Inventariar e catalogar o equipamento e material da Patrulha; - Cuidar do equipamento e material da Patrulha; - Controlar as saídas de equipamento e material da Patrulha bem como o seu estado de conservação; - Prever o equipamento e material necessário à Patrulha; - Requisitar o equipamento e material para as actividades de Patrulha. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 18 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS CARGOS COMPLEMENTARES Animador - Coordenar as cerimónias e rituais da Patrulha; - Preparar os novos elementos da Patrulha para estas cerimónias e rituais; - Transmitir o historial da Patrulha; - Coordenar a encenação das actividades da Patrulha; - Planificar e coordenar o protocolo da Patrulha. Socorrista - Equipar e cuidar da farmácia da Patrulha; - Tratar as pequenas feridas dos elementos da Patrulha, quando em actividade; - Zelar pela higiene e segurança física da Patrulha nas actividades. Intendente - Elaborar a lista dos produtos alimentares necessários para a alimentação da Patrulha, bem como a sua aquisição e/ou requisição à Unidade; - Cuidar e enriquecer o ficheiro gastronómico da Patrulha (ementas, receitas e riqueza nutritiva destas). Informático - Estabelecer contactos, nos mais diversos níveis com entidades exteriores; - Reunir informação relativa a locais de realização de actividades (informação histórica, cultural); - Manter informações sobre a Patrulha na Internet; (ex: Site da Patrulha, Blog, Facebook, Mailing List, Etc.) - Gerir todos os Ficheiros Informáticos usados na Patrulha (ex: Documentos, Imagens, Cartazes, Fotografias) Além destes cargos, em determinadas atividades podes exercer Funções específicas. Por exemplo: Secretário, Repórter, Relações Públicas, Tesoureiro, Guarda de Material, Animador, Saltimbanco, Socorrista, Ambientalista, Intendente, Encarregado de Construções, Informático, Cozinheiro, Treinador, Explorador, Descodificador, Navegador. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 19 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 7. QUAL O IMAGINÁRIO E MÍSTICA DOS EXPLORADORES? Mística dos Exploradores: «A descoberta da Terra Prometida». O Explorador aceita a Aliança que o conduz à descoberta da Terra Prometida. O Explorador reconhece Deus na sua Vida e aceita a aliança que este lhe propõe, pondo-se a caminho tal como o Povo do Antigo Testamento. É altura de novos caminhos, de novas formas de viver e de se dar aos outros que só Deus pode ajudar a encontrar. Pelo caminho, Deus revela-se aumentando a nossa fé, coragem e audácia. Jesus é o nosso maior e mais completo exemplo de vida. Os exploradores podem ainda ser chamados a seguir o exemplo de algumas figuras bíblicas e santos que serão, também para eles exemplos de vida: Abraão, Moisés, David, Santo António, Santa Isabel de Portugal, … No estabelecimento da aliança com o Seu Povo, Deus oferece a garantia da Sua protecção paternal e aponta-lhe o caminho da Terra Prometida. No caminho está Jesus Cristo, a figura com que o explorador mais se identifica. Jesus Cristo é um excelente exemplo a seguir, é sobretudo, fonte de inspiração: o Explorador quer ser como Cristo e descobrir a Terra Prometida. Jesus é aquele que indica a Terra Prometida, o exemplo máximo que o Explorador pode aspirar seguir. IMAGINÁRIO E SIMBOLOGIA DOS EXPLORADORES O imaginário da segunda secção gira todo à volta do Explorador, aquele que parte à descoberta do desconhecido. Como símbolos, a secção terá a Flor-de-Lis, a Vara, o Chapéu, o Cantil e a Estrela. A FLOR-DE-LIS – é o símbolo do escutismo de que o explorador é a imagem mais facilmente reconhecida (até pela tradução da palavra inglesa scout, por exemplo). Nas três folhas da flor de-lis reconhecemos os três princípios do escutismo, e os três compromissos assumidos na fórmula da promessa escutista. A florde- lis é, também, símbolo de rumo, indicando o norte nas cartas topográficas e de marear. É portanto um auxiliar básico de alguém que pretende descobrir o mundo. A VARA – é um símbolo facilmente associado ao imaginário do escuteiro dos primeiros anos da fundação e, por outro lado à simbologia de São Tiago, Maior, o peregrino. A Vara do escuteiro tem um conjunto alargado de utilidades, de onde se destaca o auxílio, à caminhada, à progressão da marcha, na navegação, no ultrapassar de obstáculos, em relação aos perigos e às adversidades. Simboliza assim a solidariedade e o progresso. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 20 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS O CHAPÉU – é símbolo da protecção. Protecção do sol, em primeira análise, mas também do frio, da chuva, etc. É ainda associado à imagem que temos do próprio B.P., que se preocupou em arranjar um chapéu para os escuteiros antes de mais nada. Também São Tiago é reconhecido pelo chapéu que caracteriza o traje do peregrino, especialmente no contexto dos caminhos de Santiago de Compostela. O CANTIL – é ao mesmo tempo símbolo da responsabilidade – andar sem água não é inteligente -, na sua vertente de depósito, mas é também símbolo de coerência, de estar preparado, como pedia B.P. Está associado também à sede de conhecimento, à sede de descoberta e de acção, característica do explorador. A cabaça, associada à imagem de São Tiago Maior é, também, ou, acima de tudo, um cantil. ESTRELA – é símbolo da orientação. A Estrela Polar e o Cruzeiro do Sul são referências de orientação, especialmente de noite, quando é mais difícil seguir um rumo. Todos os grandes exploradores recorreram a elas para concretizar os seus sonhos. São pilares na imensidão do céu, sinal da grandeza de Deus, que nos transmitem a segurança da fé, e a certeza do sucesso. Foi uma estrela, que segundo a lenda permitiu encontrar o túmulo do Apóstolo São Tiago e é lá, no Campo da Estrela – Campus stella, Compostela – que permanecem os seus restos mortais. A vieira, símbolo jacobeu, é, também, de certa forma, uma estrela. Além disso, do ponto de vista bíblico, a estrela evoca ainda a Aliança de Deus com Abraão, em que lhe promete uma descendência mais numerosa que as estrelas do céu, imagem do Povo que Deus escolheu para Si, do qual também nós somos parte. Os Exploradores podem ainda ser chamados a seguir o exemplo de grandes Exploradores como Fernão de Magalhães, Ernest Shakleton, Neil Armstrong, Gago Coutinho, Sacadura Cabral, Jacques Cousteau, Dian Fossey, Infante D.Henrique, Rosie Stanset, etc. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 21 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 8. CONHECES O PATRONO DOS EXPLORADORES? E DO CNE? São Tiago – Patrono dos Exploradores Neste processo, assume papel preponderante a figura do patrono da Segunda secção, S. Tiago Maior (Apóstolo). É um dos doze Apóstolos. Nasceu em Betsaida. Era filho de Zebedeu e de sua mulher Salomé. É irmão de João, também ele apóstolo, e evangelista, por ter escrito o quarto evangelho. Com o seu pai e seu irmão, era pescador no lago de Tiberíades. Jesus chamou-o e ele deixou tudo para o seguir. Consta que estes dois irmãos eram de carácter enérgico e também ambiciosos. S. Marcos conta que eles se aproximaram de Jesus e lhe disseram: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Os outros dez apóstolos ficaram indignados com esta ambição. Juntamente com Pedro, os dois irmãos formavam parte do grupo que Jesus queria ter junto de si nos momentos mais importantes. Juntamente com Pedro e João, foi testemunha da Transfiguração e da Agonia de Jesus. Tiago foi preso em Jerusalém, cerca do ano 42, por ordem de Herodes Agripa, sendo assim o primeiro apóstolo a derramar o sangue, em testemunho da sua fé. Segundo uma lenda, o seu sepulcro encontra-se em Santiago de Compostela, que é lugar de peregrinação desde a Idade Média. A peregrinação é uma forma de expressar esta certeza: a nossa vida é trânsito, é caminhada para Deus. Assim, S. Tiago foi um autêntico explorador, na medida em que aceitou pôr-se a caminho, guiado pela «estrela» da fé que o animava e fortalecido pelo desejo insaciável de a dar a conhecer. Mesmo sem saber que dificuldades iria encontrar, S. Tiago partiu com o intuito de apontar, também aos outros, o caminho para a «Terra Prometida». O caminho para Deus. Os Exploradores podem ainda ser chamados a seguir o exemplo de algumas figuras bíblicas e santos que serão também para eles modelos de vida: Abraão, Moisés, David, Sto. António, Sta. Isabel de Portugal. São Nuno de Santa Maria – Patrono do CNE Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360 no Castelo do Bonjardim. Na juventude integrou o séquito de D.Fernando, sendo armado Cavaleiro. Casa com D.Leonor de Alvim, de quem teve uma filha, por obediência a seu pai. Estando ameaçada a independência nacional, após a morte do Rei, Nuno abraça a causa do Mestre de Avis, nomeado pelo povo Regedor e Defensor do Reino, lutando contra Castela, encabeçando exércitos, sendo nomeado Condestável, e vencendo sucessivas batalhas até à consolidação da nova dinastia. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 22 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS Profundamente religioso, e devoto de Nossa Senhora, leva uma vida de profunda oração mesmo no campo de batalha, sendo audaz na contenção dos excessos usuais à época nos períodos pósbatalha. Ganha, assim, fama de santidade, fazendo que mesmo os inimigos o admirassem e procurassem conhecer nos períodos de tréguas. Em 1415 participou ainda na Tomada de Ceuta. Triunfador no campo de batalha e na construção política de uma nova dinastia que assegurava a independência de Portugal, acumula riquezas imensas, tornando-se na pessoa mais rica do Reino. Após enviuvar, dedica-se à construção do Convento do Carmo em Lisboa, onde em 1422 recolhe como frade, após partilhar todos os seus bens, tomando o nome de Nuno de Santa Maria e entregando-se fervorosamente à oração e à caridade, sendo visto pela cidade a pedir esmola e a acudir aos mais necessitados, seja na doença seja na subsistência. Morre em 1431, na sua pobre cela, rodeado pelo Rei e pelos Príncipes. -----Santa Maria é a mãe de todos os escutas. S. Jorge é o patrono mundial do escutismo. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 23 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 9. TRABALHAR E VIVER EM PATRULHA - Ter até à data da promessa 1 noite de campo na secção. - Estar integrado há pelos menos 3 meses na patrulha. 10. CONHECER AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO E OS TRILHOS QUE TERÁS DE ESCOLHER NA ETAPA DE ALIANÇA As etapas do progresso dos Exploradores chamam-se: 1ª Etapa – Aliança 2ª Etapa – Rumo 3ª Etapa – Descoberta A evolução em cada uma das etapas assenta em conhecimentos, competências e atitudes (CCA). Progredir, vai significar atingir determinados objectivos, propostos individualmente, por cada explorador. O que se pretende, é que cada explorador progrida e invista em áreas nas quais tem maior dificuldade, ou seja, que domina menos. Cada uma das 3 etapas será variável e compõem-se da seguinte forma: - Existem 6 áreas de desenvolvimento: Afectivo; Carácter; Espiritual; Físico; Intelectual; Social. - Cada área de desenvolvimento contém 3 trilhos educativos. - Cada trilho educativo contém 1 ou mais objectivos educativos. Cada Explorador constrói a sua etapa de progresso, seleccionando 1 trilho de cada uma das áreas de desenvolvimento. Tudo o que os Exploradores fazem dentro e fora dos escuteiros ajuda-os a alcançar os objectivos educativos da Secção, ou seja, a crescer nas 6 áreas de desenvolvimento. Os Exploradores podem ainda adquirir conhecimentos, competências e atitudes na sua vivência escolar, catequética, nos clubes a que pertencem, etc. Aliança: Até 1 trilho de cada área de desenvolvimento alcançada. Rumo: Entre 1 e 2 trilhos de cada área de desenvolvimento alcançada. Descoberta: Entre 2 e 3 trilhos de cada área de desenvolvimento alcançada. Toda a informação sobre o progresso será afixada na “Base”. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 24 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 11. PARTICIPAR NUMA AVENTURA DA EXPEDIÇÃO 12. APLICAR CORRECTAMENTE DIFERENTES TIPOS DE NÓS Utilizações - Unir duas espias da mesma bitola - Atar as pontas de um lenço Utilizações - Fixar rapidamente uma corda (a um troco, por exemplo) - Nó de correr para embrulhos, escadas de corda, etc. Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 25 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS Utilizações - Fixar a uma estaca, uma corda sujeita a uma tensão constante - Terminar ligações (botão em esquadria, cruz, peito de morte) Utilizações - Fixar a uma estaca, uma corda sujeita a uma tensão constante - Terminar ligações (botão em esquadria, cruz, peito de morte) Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 26 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS 13. DESCREVER OS DISTINTIVOS DO UNIFORME Patrulha – de forma triangular, com os cantos arredondados, contem o Totem da Patrulha. É dividido verticalmente com as cores da Patrulha. Portugal - O Distintivo "Portugal" pode ser usado por qualquer associado. O seu uso torna-se obrigatório quando em deslocações ao estrangeiro. Secção - Cada elemento usa apenas as insígnias das Secções de que tenha feito a Promessa. Agrupamento e Núcleo – É constituído por uma tira bordado a vermelho, contendo o número do Agrupamento e a localidade/ designação no núcleo a que pertences. Promessa – É composto por um rectângulo de fundo branco com a insígnia associativa. Função – Os guias da Expedição, Patrulha e Sub-Guia, usam respectivamente no bolso esquerdo, três, duas ou uma fita verde ao alto, passando por debaixo de Distintivo de Promessa. Noites de Campo – De forma quadrada possui no meio um círculo com uma tenda e quatro estrelas usada por cima do bolso direito. 25 Noites – castanho 50 Noites – branco 75 Noites – amarelo 100 Noites – verde 200 Noites – laranja Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 27 manual do APELO para ASPIRANTES e NOVIÇOS Regional – Em forma de escudo, tem as armas do concelho, sede do distrito e num listel por baixo a designação. Usa-se no vértice do lenço. Mundial – De forma circular tem no meio uma Flor-de-lis envolvida por uma corda com as pontas formando um nó direito e usa-se na boina do lado esquerdo. Onde se colocam? Expedição 65 – Agrup.407 Oeiras 28
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