SOJA - AEAARP

Transcrição

SOJA - AEAARP
INSTITUTO AGRONÔMICO, CAMPINAS
SEMANA AGRONÔMICA “MARCOS VILELA” 2009 - AEAARP
III WORKSHOP DE AGROENERGIA: Matérias-primas
Soja como Fonte de Óleo para Biodiesel
Luciana Ap. Carlini-Garcia
CAPTA dos Grãos e Fibras
Ribeirão Preto
21 de Outubro de 2009
INTRODUÇÃO
Breve histórico
- Gênero Glycine foi estabelecido em 1753, por Lineu.
- Hoje, há 14 espécies no gênero, sendo todas elas perenes, exceto a soja.
- Glycine soja (sinonímia G. Ussuriensis): ancestral selvagem de G. max.
- Espécie provavelmente poliplóide (2n=40).
- Primeiro relato em 2.500 AC: China e Mandchúria.
- Centro de Origem Primário (nordeste da China)
- Centro de Origem Secundário (de diversificação): Mandchúria.
- Processo de domesticação: século XI, AC, no meio leste do norte da China;
provavelmente, ocorreu durante a dinastia Shang (1700 a 1100 AC).
- A maior parte dos acessos disponíveis é proveniente da China e do Japão.
- Hoje: Estados Unidos são o centro de produção da cultura, que se estabeleceu
nesse país no final do século XIX, início do século XX.
Fonte: http://go.hrw.com/atlas/norm_htm/china.htm
Fonte: http://go.hrw.com/atlas/norm_htm/world.htm
No Brasil:
- 1882 - primeiro relato de plantio de soja no Brasil, por Gustavo D´Utra, prof.
da Escola Agrícola da Bahia.
- 1891 - foi semeada em São Paulo (Dr. Franz Daffert, na Estação Agronômica
de Campinas).
- 1900 - 1901 - distribuição de sementes e semeadura da cultura em SP.
- 1917 - cultivada pela primeira vez em Santa Rosa, RS.
- Déc. de 50 - estabeleceu-se como cultura economicamente viável no RS.
Sucessão trigo-soja.
- Em princípio, era utilizada como forrageira.
- Hoje é usada para produção de óleo e de farelo de alta qualidade proteica
(grãos
com
40%
de
proteína
e
20%
de
óleo),
alimentação
humana,
biocombustível, etc.
–
A partir do anos 80: expansão para o Cerrado: melhoramento genético e
manejo ambiental.
–
ÁREA PLANTADA, PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE
Á r ea p la n ta d a , p r o d u ç ã o e p r o d u tivid a d e m u n d ia is d e s o ja
2 5 0 .0
2 0 0 .0
1 5 0 .0
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5 0 .0
0 .0
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A nos
Á rea (h a)
P ro d u ç ão (1 0 + 6 t)
P r o d u t i v i d a d e ( 1 0 - 1 t o n .h a - 1 )
Fonte: FAO (http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault.aspx?PageID=567#ancor)
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Á r e a c o lh i d a
3 5 .0
3 0 .0
2 0 .0
10
+ 6
ha
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B r a s il
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EU A
Fonte: FAO (http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault.aspx?PageID=567#ancor)
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P ro d u ç ão
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8 0 .0
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Fonte: FAO (http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault.aspx?PageID=567#ancor)
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P ro d u tivid ad e
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Previsão de que em 2012 o Brasil será o primeiro produtor mundial de soja
Fonte: IBGE (http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_200902_7.shtm)
Fonte: IBGE
(http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_200902comentarios.pdf)
Considerações sobre fotoperíodo
Efeitos do fotoperíodo:
- A duração da noite regula a época do florescimento da soja.
- Planta de dias curtos (noites longas)
- Com aumento da latitude, retardamento da floração de uma cultivar de soja.
- Cultivares das regiões de latitudes altas (noites curtas no verão) florescem
cedo quando cultivadas em regiões de baixa latitude (noites mais longas, dias mais
curtos).
Fonte: http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/SojanoBrasil.htm
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.
Assessoria de Gestão estratégica - AGE
Coordenação Geral de Planejamento estratégico - CGPE
Projeções do Agronegócio - Brasil - 2008/09 a 2018/19
Produto
Unidade
Safras
2007/08
2008/09
2009/10
2018/19
Soja
mil toneladas
60072
63842
64024
60914
Farelo
mil toneladas
24498
25560
26348
33439
Óleo
mil toneladas
6156
6334
6541
8405
SOJA E BIODIESEL
BIOMASSA: matéria-prima que acumula energia solar na forma de energia química.
Quantidade expressa em medida de energia, ou em peso seco de MO.
BIOCOMBUSTÍVEIS: todo combustível originário de fontes biológicas renováveis
(biomassa), como álcool, biomassa e biodiesel. Ex.: álcool hidratado, álcool anidro,
biodiesel e diesel.
BIODIESEL: Combustível de origem animal (gordura), ou vegetal (óleo), usado em
veículos a diesel, em qualquer proporção (puro, ou em misturas). Vantagens:
biodegradáveis,
não
tóxicos,
livre
de
compostos
sulfurados
e
aromáticos
(combustível ecolológico). Reduz em 95% as emissões de CO2, 48% das emissões
de CO e em 47% as emissões de hidrocarbonetos BTEX em relação ao diesel.
Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005: BIODIESEL é um “ biocombustível
derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com
ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de
energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.
Substituto do DIESEL (origem mineral). Usado apenas em motores movidos a diesel.
BIOCOMBUSTÍVEIS E MATRIZ ENERGÉTICA:
-
13,6% da matriz energética mundial
-
43,8% da matriz energética brasileira;
-
6,0% da matriz energética dos países desenvolvidos.
(Fonte: Cartilha do Biodiesel 2004 - Biodiesel. O novo combustível do Brasil. PNPB).
NOMENCLATURA: BXX, onde XX representa a porcentagem de biodiesel na mistura
com diesel. As misturas mais comuns atualmente no mercado são: B2, B5, B20-30,
B100. Até B5, não há necessidade de adaptação nos motores.
PROCESSO DE TRANSESTERIFICAÇÃO:
Óleo vegetal, ou
Gordura
Catalisador
Biodiesel (éster)
+
Glicerina
+ co-produtos (farelo
torta, etc.)
CANDEIA et al. (2006): no Brasil, é melhor usar etanol na transesterificação:
Tempo
Rendimento
Conversão triglicerídeos
em ésteres
Economia
Toxicidade
Teor de insaturação
ETANOL
METANOL
25h 40min
96,0%
total
12h 50min
98,1%
total
Mais barato
Menos tóxico
86,00%
Mais caro
Mais tóxico
85,74%
PROGRAMA NACIONAL DE PRODUÇÃO E USO DE BIODIESEL (PNPB): “é um
programa interministerial do Governo Federal que objetiva a implementação de
forma sustentável, tanto técnica, como economicamente, a produção e uso do
Biodiesel, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, via
geração de emprego e renda. MME”
PRINCIPAIS DIRETRIZES DO PNPB:
1) Implantar um programa sustentável,
promovendo inclusão social;
2) Garantir preços competitivos, qualidade e
suprimento;
3) Produzir o biodiesel a partir de diferentes
fontes oleaginosas e em regiões diversas.
“A Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, estabelece a obrigatoriedade da adição
de um percentual mínimo de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor,
em qualquer parte do território nacional. Esse percentual obrigatório será de 5% oito
anos após a publicação da referida lei, havendo um percentual obrigatório
intermediário de 2% três anos após a publicação da mesma.” (Cartilha do Biodiesel MME)
“Os benefícios tributários, em função do fornecedor de matéria-prima, serão
concedidos aos produtores industriais de biodiesel que tiverem o Selo Combustível
Social. Para receber o Selo, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), o produtor industrial terá que adquirir matéria-prima de agricultores
familiares, além de estabelecer contrato com especificação de renda e prazo e
garantir assistência e capacitação técnica. A obtenção de financiamentos também
está vinculada ao referido selo.” (Cartilha do Biodiesel - MME)
“É um reconhecimento da importância da produção de oleaginoas pela agricultura
familiar, especialmente da mamona e do dendê no N, NE e no Semi-Árido.” (Cartilha
do Biodiesel - MME)
Tem-se observado grande crescimento da produção de biodiesel no Brasil.
Em julho de 2009, início o uso da mistura B4.
Produção biodiesel: 108 milhões de litros em junho de 2009
153 milhões de litros em julho de 2009.
Em 2009, produção total deverá ser de 1,6 bilhão de litros.
Evolução da Produção Brasileira de Biodiesel
2006
2007
2008
2009
(estim.)
2010
(estim.)
Produção
0,07
0,4
1,17
1,6
2,4
(bilhões de litros)
Taxa de
478,00%
189,00%
37,00%
50,00%
crescimento (%)
Fonte: Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis Edição 20 – Ago/2009, do
MME, Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, DCR.
Fonte: Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis Edição 20 – Ago/2009, do MME,
Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, DCR.
Fonte: Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis Edição 20 – Ago/2009, do MME,
Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, DCR.
Fonte: Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis Edição 20 – Ago/2009, do MME,
Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, DCR.
Fonte: Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis Edição 20 – Ago/2009, do MME,
Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, DCR.
ESPÉCIES OLEAGINOSAS
Alguns fatores na escolha da espécie oleaginosa: teor de óleo, produtividade,
composição do óleo, ciclo da cultura, adaptação regional, custo, etc.
SOJA: teor de óleo de 15 a 25%; produtividade de 2 a 4 t ha-1; ciclo de 110 a 140
dias; adaptação ampla; cadeia de produção estabelecida.
Teor de óleo (%)
Produtividade (kg ha1
)
Rendimento de óleo
Amendoim
40-50
2500
1125
Canola
40-48
2200
968
Girassol
40-48
1700
748
Mamona
45-50
2000
950
Cultura
Pinhão manso
32-35
4000
1340
Fonte: COSTA A; YAMAOKA RS; COSTA MAT. “Matérias-primas para produção de
biodiesel”. Palestra apresentada no Seminário Regional sobre a Produção e Uso de
Biodiesel na Bacia do Paraná, III. Santa Helena, março de 2006.
Custo de produção varia com a cultura, com região, preço de insumos, de
sementes, etc.
Exemplo: custo de produção de soja será menor, porque o preço dos insumos
caiu.
Embora outras culturas tenham maior concentração de óleo que a soja, o óleo
de soja tem características adequadas para uso como biodiesel, o custo de produção
não é tão elevado, tem cadeia de produção estabelecida, entre outros.
Cerca de 80% do biodiesel no Brasil tem origem no óleo de soja.
Uma outra vantagem do cultivo de soja anterior ao cultivo de gramíneas como
cana-de-açúcar, milho e arroz, é que estas se beneficiam da fitomassa deixada na
camada arável do solo pelo plantio de soja, conduzindo a aumento de produtividade
(Nogueira et al., 1997).
Área de renovação de cana.
Fonte: Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis Edição 20 – Ago/2009, do MME,
Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, DCR.
Motivos pelos quais a soja responde pela maior parcela do óleo veg. brasileiro
(http://www.biodieselbr.com/colunistas/convidado/porque-fazemos-biodiesel-de-soja.htm):
1) A soja tem uma cadeia produtiva bem estruturada
2) A soja conta com tecnologias de produção bem definidas e modernas;
3) Existe uma ampla rede de pesquisa que assegura pronta solução de qualquer
novo problema que possa aparecer na cultura;
4) É um cultivo tradicional e adaptado para produzir com igual eficiência em todo o
território nacional;
5) Oferece rápido retorno do investimento: ciclo de 4 a 5 meses;
6) É dos produtos mais fáceis para vender, porque são poucos os produtores
mundiais (EUA, Brasil, Argentina, China, Índia e Paraguai), pouquíssimos os
exportadores (EUA, Brasil, Argentina e Paraguai), mas muitíssimos os compradores
(todos os países), resultando em garantia de comercialização a preços sempre
compensadores;
7) A soja pode ser armazenada por longos períodos, aguardando a melhor
oportunidade para comercialização;
8) O biodiesel feito com óleo de soja não apresenta qualquer restrição para
consumo em climas quentes ou frios, embora sua instabilidade oxidativa e seu alto
índice de iodo inibam sua comercialização na Europa;
9) É um dos óleos mais baratos: só é mais caro do que o óleo de algodão e da
gordura animal;
10) Seu óleo pode ser utilizado tanto para o consumo humano, quanto para produzir
biodiesel ou para usos na indústria química e;
11) A soja produz o farelo protéico mais utilizado na formulação de rações para
animais produtores de carne: responde por 69% e 94% do farelo consumido em
nível mundial e em nível nacional, respectivamente.
No entanto, incentivo do governo para que haja desenvolvimento tecnológico
visando diversificação do uso de espécies oleaginosas na produção de biodiesel
(PNPB).
Um dos problemas: excesso de farelo
Necessidade de processamento produto bruto antes de exportar: mais
empregos, desenvolvimento e divisas para o Brasil.
FATORES QUE AFETAM O TEOR DE ÓLEO DA SOJA
Variações em função da cultivar (genética) e de fatores edafoclimáticos.
HARTWIG (1973): nos EUA, em média, 40,5% de proteina e 21% de óleo.
MASCARENHAS (1990): 35% proteína e 24% óleo, no estado de SP (acidez solo)
HARTWIG (1972)
1) obtenção de cultivares produtivos, que tem maior teor de óleo
2) obtenção de cultivares produtivos, com elevado teor de proteína e baixo teor de
óleo
Correlação negativa entre produtividade e teor de proteína no grão:
1) cultivares com média de 3200 kg ha-1 e 38,8% proteína;
2)cultivares com média de 1250 kg ha-1 e 41,3% proteína.
3)
MASCARENHAS et al. (1982), GALLO et al. (1986) e NOGUEIRA et al. (1997):
Calagem
eleva níveis de N nas folhas (> fixação simbiótica)
eleva teor de
prot. nas sem.
MASCARENHAS et al. (1990):
Calagem
aumenta disponibilidade de Mb
componente da redutase de nitrato
aumenta absorção de Mb
maior formação de Aac
aumenta teor de
proteínas nas sementes.
As produtividades de óleo e proteína são mais importantes que os teores de óleo e
proteínas “per se”.
NOGUEIRA et al. (1997):
Calagem: aumento no teor de proteína; redução no teor de óleo do grão, que é
compensada pelo aumento de produtividade.
Potássio: resposta contrária à calagem.
HARTWIG e HINSON (1972):
ANAVA para produtividade de sementes, porcentagem de óleo e porcentagem de
proteína para linhagens de soja em Stoneville, Miss., 1970.
Quadrados médios
Linhagens
GL
produt. de
sementes
% óleo
% proteína
71
32,21
5,38**
5,81**
Grupos
2
30,22
145,54**
139,54**
Dentro de A
23
51,36
0,92**
1,24**
Dentro de B
23
28,05
2,30**
2,17**
Dentro de C
23
17,34
0,73**
2,38**
2
144,05
1,72**
16,95**
142
27,06
0,21
0,44
Repetições
Erro
Total
215
A (seleção para alto teor de óleo), B (seleção para teor de óleo intermediário), C (seleção
para baixo teor de óleo)
Médias de produtividade de sementes e composição química das linhagens
selecionadas para alto, intermediário e baixo teores de óleo e composição química
da linhagem mais produtiva dentro de cada grupo de linhagens avaliadas em
Stoneville, Miss., 1971.
Critério de
seleção
Médias dos grupos
Linhagem mais produtiva em
cada grupo
kg ha-1
% óleo
% proteína
kg ha-1
% óleo
% proteína
Alto
2200
22,1
40,7
2340
22,3
40,2
Interm.
2100
20,9
42,1
2300
20,4
41,1
Baixo
2000
19,5
44,0
2335
18,6
44,4
Alto
2400
22,3
40,4
2800
22,5
39,7
Interm.
2200
21,3
41,4
2700
20,8
41,8
BC1
BC2
Baixo
2300
19,7
43,3
2700
19,4
43,5
Bragg (produtiva com alto t. óleo) x D60-7965 (menos produtiva com alto t. proteína)
Estimativas de correlações obtidas para linhagens de soja dos retrocruzamentos RC1
e RC2 selecionadas para diferentes porcentagens de óleo.
Comparações
# de
comparações
Estimativas das correlações
% óleo (linha 1969) vs % óleo (1970-71)
72
+0,87**
% óleo (linha 1969) vs % prot. (1970-71)
72
-0,85**
% óleo (1970) vs % óleo (1971)
72
+0,92**
% proteína (1970) vs % proteína (1971)
72
+0,85**
% óleo (1970-71) vs % prot. (1970-71)
72
-0,91**
Produt. (1971) vs % óleo (1970-71)
72
+0,35**
Produt. (1971) vs % proteína (1970-71)
72
-0,41**
Produt. (1971 RC1) vs % óleo (1970-71)
36
+0,42**
Produt. (1971 RC1) vs % prot.(1970-71)
36
-0,48**
Produt. (1971 RC2) vs % óleo (1970-71)
36
+0,27ns
Produt. (1971 RC2) vs % prot.(1970-71)
36
+0,29ns
Possível selecionar alta proteína e alta produtividade em RC.
MASCARENHAS et al. (1990):
Teores de óleo e proteína em quatro cultivares de soja, com a aplicação de diferentes
níveis de calcário em Mococa e em Ribeirão Preto (entre parênteses), em 1986/87.
Calcário
aplicado
t ha-1
V no solo
%
IAC-FoscarinIAC-12
31 (precoce) (semi-precoce)
IAC-11
(médio)
Cristalina
(semi-tardio)
Média
----------------------------------------------------%--------------------------------------------------Teor de óleo
0
37 (19)
27,14 (25,12)
24,69 (23,66)
25,41 (23,45)
27,34 (23,38)
26,14 (23,90)
4
53 (51)
26,09 (24,42)
23,43 (22,59)
24,42 (22,55)
26,98 (22,45)
25,23 (23,00)
8
60 (75)
23,78 (23,78)
23,43 (22,42)
23,07 (22,21)
24,93 (22,37)
23,8 (22,79)
12
72 (83)
23,52 (23,72)
22,65 (21,78)
22,82 (21,86)
23,67 (22,27)
23,17 (22,40)
Média
23,13b (24,26a) 23,55c (22,61b) 23,93c (22,52b) 25,73a (22,62b)
24,59 (23,00)
CV(a)
2,17 (2,23)
CV(b)
3,45 (1,34)
Teor de proteína
0
37 (19)
34,22 (35,32)
35,35 (36,25)
33,72 (35,18)
34,5 (35,40)
35,45 (35,54)
4
53 (51)
36,29 (36,90)
38,34 (39,36)
38,79 (36,74)
36,38 (36,88)
37,45 (37,47)
8
60 (75)
39,14 (38,00)
40,94 (39,04)
40,1 (39,33)
39,95 (36,33)
40,03 (38,18)
12
72 (83)
40,19 (38,70)
41,94 (39,67)
42,66 (40,23)
42,03 (40,44)
41,71 (39,76)
38,22ab
(37,26b)
38,66 (37,74)
Média
37,46b (37,23b) 39,14a (38,58a) 38,82 (37,87ab)
CV(a)
4,36 (2,72)
CV(b)
3,5 (3,48)
Óleo vs Proteína
Correlação negativa, em torno de 80%.
Ex: BRIM e BURTON (1979), após 5 ciclos de seleção recorrente:
−
Porcentagem de proteína das sementes subiu de 42,8 para 46,1.
−
Porcentagem de óleo nas sementes reduziu de 19,5 para 17,5.
BURTON (1987):
Estimativas das correlações genotípicas e fenotípicas (segundo valor) entre
produtividade de soja e outros caracteres.
Caráter
Johnson and
Bernard (1963)
Byth et al. (1969b)
Byth et al.
(1969a)
1 LM
1P
2 LM
2P
Simpson and Wilcox (1983)
3
4
5
6
Prot.
-0,2
0,35
0,22*
0,20
0,13
-0,55
-0,34**
-0,25
-0,17*
-0,23
-0,14
0,54
-0,74
-0,4
-0,2
Óleo
0,1
-0,03
-0,01
0,10
0,09
0,45
0,26*
0,07
0,08
0,11
0,07
-0,22
0,20
0,25
-0,27
OPENSHAW e HADLEY (1981):
- correlação pos. e signif. entre teor de óleo e porcentagem de açúcar nas
sementes;
- correlação neg. entre teor de proteina e porcentagem de açúcar nas sementes
BURTON et al. (1983):
- seleção para aumentar fração de ác. oleico leva à redução dos ácidos olênico
e linolênico.
FEHR WR (1987):
Nos EUA: cerca de 40% proteina e 20% óleo nos grãos.
Conteúdos podem ser alterados, mas havia pouca ênfase nesses caracteres no
melhoramento, pois o preço comercial da soja não era baseado na composição das
sementes.
Cultivar Vinton: 44,9% proteina
tofu
Melhoramento da qualidade do óleo: redução de ácido linolênico e eliminação de
atividades de lipoxigenase.
VIEIRA et al. (1999)
Composição química de cultivares de soja (base seca).
Cultivares
Óleo (%)
IAS-4
EMBRAPA-4
Davis
BR-16
Iguaçu
IAS-5
Média
QM
22,24ab
22,93ab
23,80a
22,87cd
23,33ab
22,24d
23,04
1,17
Proteína
(%)
39,30ab
41,95a
38,55bc
38,56c
38,57bc
40,17ab
39,52
5,66
Fibra (%)
Cinzas (%)
5,24d
5,90bc
5,47cd
5,85b
5,66bc
6,38a
5,75
0,37
5,34
5,31
5,57
5,24
5,56
5,43
5,41
0,08ns
Carboidr.
totais (%)
32,12
29,81
32,08
33,33
32,54
32,16
32,01
-
Teores médios de óleo e de proteína (entre parênteses) por grupo de cultivares e de
linhagens de soja cultivadas em três locais do RS em 1996/1997.
Grupos de genótipos
(lançamento)
Antes de 1970
Entre 1971 e 1980
Entre 1981 e 1990
Entre 1991 e 1996
Média
do
# de
genót.
2
4
4
6
16
Passo Fundo
Locais
Cruz Alta
Júlio de Castilhos
Média
19.70b (40.58a)
19.53b (40.64a)
19.12c (39.31ab)
19.49b (39.76a)
19.43c (39.97a)
Experimento de avaliação de cultivares
20.06ab (40.63a)
20.16a (40.85a)
19.82b (41.04a)
20.40a (40.28a)
19.62b (39.82a)
20.62a (38.81b)
20.60a (39.03a)
21.34a (38.15b)
20.34b (39.93a)
20.78a (39.19b)
19.97B
19.93B
19.79B
20.48A
20.18
(40.69A)
(40.66A)
(39.31B)
(38.96C)
(39.70)
19.54b (38.73c)
20.25a (37.02a)
19.29b (39.97b)
19.63b (38.77b)
Experimento de avaliação de linhagens
20.68a (39.90a)
20.63a (39.04b)
20.44a (37.93a)
20.86a (37.13a)
20.06a (40.46a)
19.79a (38.92a)
20.37a (39.60a)
20.36a (38.48b)
20.21A
20.52A
19.73B
20.12
(39.21A)
(37.31B)
(39.53A)
(38.83)
experimento
Antes de 1991
Entre 1996 e 1997
Linhagens experim.
Média
do
5
4
6
15
experimento
Fonte:BONATO et al. (2000)
Composição do óleo
Composição do óleo de soja: 10% ácido palmítico (16:0), 4% de ácido esteárico
(18:0), 22% de ácido oléico (18:1), 54% ácido linoleico (18:2); 10% ácido linolênico
(18:3).
Anos 70:
crise combustível
uso de hidrogenação catalítica (óleo veg. com maior funcionalidade
e sabor estável)
soja: baixa concentração de 18:3, portanto, atendia a demanda.
Anos 90:
preocupação com a saúde
problema da ligação trans
óleo de soja com baixa concentração de 18:3 e 18:2
18:1 também é bom para produção de lubrificante e biodiesel
Composição em ácidos graxos de cultivares de soja.
Ácidos graxos
Cultivar
Mirístico
C14:1
0,06
0,03
0,08
0,07
0,04
0,07
Palmítico Palmitoléico
C16:0
9,40
9,27
11,84
10,49
9,62
8,06
IAS-4
Embrapa-4
Davis
BR-16
Iguaçu
IAS-5
Fonte: Vieira et al. (1999)
C16:1
0,14
0,14
0,06
0,06
0,04
0,12
Esteárico
Oléico
Linoléico
Linolênico
Total de
Total de
C18:0
3,82
2,87
3,39
4,52
3,87
3,65
C18:1
21,15
39,93
24,87
25,56
22,38
24,17
C18:2
57,19
42,46
53,08
53,57
56,54
55,47
C18:3
7,51
4,64
5,92
6,84
6,65
7,69
Satur.
13,28
12,17
15,31
15,08
13,53
11,78
Insatur.
85,99
87,17
83,93
84,03
85,61
87,45
Alto teor de ácido oléico: confere estabilidade oxidativa; não precisa passar por
processo de hidrogenização e, assim, evita-se a produção de ácidos graxos com
ligação trans. Bom para alimentação e para biodiesel.
HO (high oleic)
- mutação (problema: influência do ambiente)
- engenharia genética (DuPont)
Delta-12 denaturase
Ácido oléico
ácido linoléico
Gene FAD2-1 codifica Delta-12 denaturase
Redução da atividade de FAD2-1, aumenta para 80% teor de ácido oléico.
Redução da atividade do gene FatB, que codifica enzima que catalisa formação de
ácido palmítico, juntamente com a redução da atividade do FAD2-1, conteúdo de
ácido oléico passa a ser 90%.
Há QTL (quantitative trait loci) para teor de óleo, inclusive para ácido oléico.
Seleção assistida por marcadores moleculares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Biodiesel de soja tende a continuar dominando o mercado dos biocombustíveis
- Necessidade de processar produto antes de exportar
- Manejo ambiental é importante para aumentar teor de óleo
- Melhoramento genético é também muito importante, tanto para alterar teor de
óleo, quanto a composiçao do mesmo. Uso de cruzamentos, transgenia, seleção
assistida, entre outros.
Mercado internacional (Fonte: CEPEA)
Preços sobre contratos de out/2009 (embarque em outubro):
Soja em grãos: U$26,05 /saca de 60 kg
Farelo: U$420,23/t curta;
Óleo: U$771,27/t.
Bolsa referência: CBOT
Porto referência: Paranaguá
Fonte: CEPEA
Fonte USDA: Foreign Agricultural Service. Circular Series FOP 10-09 Oct-2009

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