express - Tambor Digital

Transcrição

express - Tambor Digital
Prévia digital com 23
páginas da revista
EGW nº 126
EXPRESS
DIABLO III
A lenda renasce depois de 11 anos!
E mais: Agenda de lançamentos, ranking dos jogos mais
vendidos do Brasil, games em 3D, brasileiros na GDC 2012,
reviews de Mass Effect 3, Angry Birds Space e Fibble
EGW XP: APOSTANDO NO F2P
Esta é a primeira edição da EGW Express, uma versão compacta
da edição que chega simultaneamente às bancas. Contém 23
páginas, das 100 páginas editoriais da EGW 126. E 8 das 23
páginas de publicidade. A EGW Express (ou XP, como já batizamos
internamente aqui) é e continuará sendo totalmente gratuita.
Nosso objetivo com a EGW XP é duplo. É um aperitivo
(substancioso) para a revista impressa do mês. E é uma
experiência com o formato digital.
Há muito tempo se faz revista eletrônica. Depois da chegada
dos tablets, praticamente toda editora fez sua versão.
Francamente, não acreditamos no modelo de venda de revistas
digitais. Os números nos dão razão. O número de vendas
e assinaturas em todo o mundo é minúsculo. O usuário de
internet já está acostumado com conteúdo jornalístico gratuito,
sustentado pela publicidade.
Preferimos seguir o modelo dos games: Free to Play. Uma versão
light grátis. Uma versão parruda, completa, e paga - e no nosso
caso, impressa. Já temos conteúdo GameWorld grátis faz tempo:
o próprio site, atualizado diariamente. Agora, lançamos a EGW
XP. Ainda simplezinha; com o tempo vamos experimentando
outras funcionalidades.
Para melhorar, precisamos de suas sugestões e críticas: andre.
[email protected]. Com o tempo esperamos que a
EGW XP seja uma experiência imersiva e sedutora, que se prove
atraente para você e indispensável para os anunciantes.
As notícias não param aí. A própria EGW ganha a partir deste
mês características mais, digamos, colecionáveis. A revista entra
agora no ano de comemoração de seus dez anos. Nascemos
EGM, unicamente revista, apostando na opinião, na análise, no
aprofundamento, na comunidade.
Celebraremos uma década redobrando nossa aposta, como uma
plataforma integrada de comunicação especializada em games.
Jornalismo impresso e digital, eventos, ad network, prestação de
serviços e em breve uma rede social.
Nos games, e no jornalismo de games, pode acreditar: o melhor
está por vir.
Aquele abraço!
a lâmina da espada de ryu abre caminho
para um dos melhores jogos do ano
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
Você já jogou com a tecnologia tridimensional? Testamos os principais
títulos com suporte a 3D estereoscópico e apontamos os melhores
> Lucas Patricio
Lançamento: 8/11/2010
Plataformas: PS3 e X360 (versão testada)
Qualidade do 3D:
O único Call of Duty com suporte a 3D, curiosamente, não
é o mais recente, e sim o último lançado pela Treyarch. O
método usado em Black Ops é o Side by Side, em que duas
imagens são projetadas paralelamente.
Na maioria dos nossos testes, a utilização desse recurso
obteve resultados inferiores aos conseguidos com o método
convencional dos televisores mais recentes. Em Black Ops,
temos bons efeitos – principalmente nos menus, mas ainda
longe do visto em Killzone 3.
A arma realmente ganha destaque com o 3D, mas os cenários não apresentam muitas mudanças. Pelo menos a perda
gráfica não é tão grande quanto em Gears of War 3, o que
permite que você jogue tranquilamente o singleplayer e o
multiplayer em 3D.
START
start
JOGOS EM 3D
CALL OF DUTY: BLACK OPS
AVATAR: THE GAME
Lançamento: 1/12/2009
Plataformas: PS3 e X360 (versão testada)
Qualidade do 3D:
Nós tínhamos dúvidas se o jogo do filme que é um
marco no cinema 3D faria bonito nos videogames, mas
ele não nos decepcionou – pelo menos nesse sentido. Jogar Avatar: The Game após três anos de seu
lançamento mostra que o jogo não era tão ruim quanto
parecia na época, principalmente por conta dos lindos
efeitos em 3D que ele é capaz de produzir. O planeta
Pandora ganha sentido quando a vegetação e os personagens se destacam em profundidade. O resultado final
é impressionante.
O jogo ainda tem o maior número de opções de ajustes
de 3D que vimos em todos os nossos testes, dando suporte para vários tipos de tecnologias diferentes. Pena
que, mesmo bonito, o jogo não seja lá essas coisas –
mas deu vontade de continuar jogando e explorando os
lindos cenários.
ASSASSIN’S CREED REVELATIONS
F
ilmes em 3D começaram a invadir as salas dos cinemas principalmente
após Avatar, do diretor James Cameron, estrear com enorme sucesso
em 2009. E nos jogos? Também foi em 2009 que os primeiros jogos com
suporte a 3D estereoscópico surgiram. Hoje, quase três anos depois, como será
que está esse mercado?
Os televisores 3D ganham cada vez mais as prateleiras das grandes magazines no Brasil e muita gente não esperou a Copa do Mundo para comprar uma.
Você acha ultrapassado jogar em 3D com óculos? Mas enquanto a tecnologia do
Nintendo 3DS não chega aos televisores, não temos muitas saídas. Mas podemos afirmar que, talvez pelo tamanho da tela, a experiência de estereoscopia na
TV é bem mais imersiva que na pequena tela do portátil da Nintendo.
Todos os jogos testados nessa matéria utilizaram um televisor com 3D passivo,
tecnologia muito semelhante dos cinemas. Confira nossas avaliações.
SPLINTER CELL TRILOGY
Lançamento: 6/8/2011
Plataformas: PS3
Qualidade do 3D:
Os efeitos variam de qualidade de acordo com o jogo: quanto
mais recente, melhores os resultados. Em Chaos Theory, os
efeitos em 3D ficaram OK, já que a conversão em HD foi a
melhor dos três episódios. Já o primeiro Splinter Cell e Pandora’s
Tomorrow sofreram um pouco mais. Conseguimos identificar os
efeitos, mas eles não se destacaram muito durante a ação. Eles
estão lá, só não fazem tanta diferença quanto gostaríamos.
SILENT HILL: DOWNPOUR
Lançamento: 8/11/2010
Plataformas: X360 e PS3 (versão testada)
Qualidade do 3D:
Survival horror é um gênero muito interessante de
se explorar o 3D. Quanto mais imersão, maior o
pulo da cadeira a cada susto. Em Silent Hill Downpour é quase assim que funciona. Os efeitos 3D
são visíveis - até demais. Em alguns momentos é
possível ver aquele efeito chato de “fantasma” que
acompanha alguns movimentos rápidos. No mais,
os efeitos tridimensionais agradam - principalmente
nas cenas não interativas, em que o posicionamento das câmeras ajuda bastante.
Lançamento: 15/11/2011
Plataformas: PS3 e X360 (versão testada)
Qualidade do 3D:
Assim como o Tintin, também da Ubisoft, Assassin’s Creed
Revelations possui efeitos em 3D muito sutis, quase imperceptíveis. Mesmo ajustando a intensidade do efeito no
máximo, são poucos os momentos em que conseguimos
perceber uma profundidade diferenciada entre os passeios
de Ezio pelos telhados.
Quanto mais alto você vai, aliás, mais fácil fica perceber o
3D. Do alto de grandes construções é possível ver com mais
clareza como o efeito separa o personagem do cenário.
Comparando com Uncharted 3, de um gênero parecido,
Revelations ainda deixa muito a desejar.
PRINCE OF PERSIA TRILOGY
Lançamento: 19/11/2010
Plataformas: PS3
Qualidade do 3D:
Foi mais fácil arrumar tempo para detonar a incrível trilogia
Prince of Persia de PlayStation 2 remasterizada e em HD
do que achar os efeitos 3D. Prince of Persia Trilogy tem
várias opções de ajuste da intensidade do 3D e até mesmo
da distância do televisor para calibrar bem os efeitos. Isso,
claro, se eles existissem: os efeitos em três dimensões da
coletânea em HD de Prince of Persia são imperceptíveis.
Fizemos o teste de ligar e desligar o efeito em diversos
momentos e foram poucas as vezes que nossos cérebros
nos avisaram que havia acontecido alguma mudança. Não
esperávamos algo muito diferente disso, já que implementar esses efeitos em coletâneas em HD não é a forma ideal
de se explorar todos os recursos.
START
Lançamento: 1/11/2011
Plataformas: PS3
Qualidade do 3D:
Uau! Se o enredo de Uncharted 3 engasga, ativar o 3D ajuda a
esquecer todas as inconsistências para observar um dos mais
incríveis ambientes já criados em um videogame. Quem jogou
Uncharted 3 sem efeito tridimensional vai ficar impressionado em
como o game mantém a mesma qualidade gráfica e adiciona efeitos muito interessantes com o 3D ligado.
Os cenários, muitas vezes à beira de desfiladeiros e com câmeras
verticais, favorecem os efeitos tridimensionais e convencem qualquer jogador que o 3D é muito mais que um adorno.
MOTORSTORM: APOCALYPSE
Lançamento: 16/3/2011
Plataformas: PS3
Qualidade do 3D:
A última versão de Motorstorm para PlayStation 3
não foi a melhor da série, mas trouxe novidades que
ajudaram muito os efeitos 3D. As corridas no meio do
apocalipse possuem pedras e vários outros objetos
voando em direção da tela.
Mas, após alguns minutos jogando, percebemos que
Apocalypse explora muito pouco os efeitos tridimensionais propriamente ditos. Os menus, por exemplo,
são estáticos e não se aproveitam do recurso. E a alta
velocidade das corridas esconde boa parte dos efeitos
usados, que aparecem somente quando você atinge
algum objeto ou luz e água refletem na tela de jogo.
Os carros apresentam bom destaque em relação ao
cenário, mas sentimos falta da profundidade na ambientação quando a velocidade aumenta. É difícil dizer, em
alguns momentos, se o 3D está ou não ligado.
HALO COMBAT EVOLVED: ANNIVERSARY
Lançamento: 15/11/2011
Plataformas: X360
Qualidade do 3D:
Chega a beirar o ridículo o que a 343 Industries fez no remake de Halo
lançado no final do ano passado e que chamam de “3D”. Não acredite
nos vídeos com depoimentos dos artistas dizendo que o 3D foi uma
das novidades mais surpreendentes adicionadas. Não, não é verdade.
O efeito utilizado em Halo Anniversary é único e exclusivo no Master
Chief. E se você conhece Halo o suficiente, sabe que em 99% do jogo
as únicas partes visíveis do protagonista são seus braços e arma. Pois
bem, é somente isso que ficará em 3D – ah, tudo bem, tem também
algumas informações da tela. O restante continua exatamente igual,
sem nenhuma mudança. Até entendemos que seria difícil fazer tudo
em 3D com material de 10 anos atrás, mas para fazer o que foi feito
não era preciso nem se dar ao trabalho...
START
UNCHARTED 3: DRAKE’S DECEPTION
GEARS OF WAR 3
Lançamento: 20/9/2011
Plataformas: X360
Qualidade do 3D:
O grande lançamento exclusivo para X360 em 2011 foi
um dos primeiros do console a vangloriar o recurso 3D,
que até então fazia parte apenas das estratégias da
Sony. Gears of War 3 tem um sistema primitivo de 3D, o
Side by Side, que tem efeitos fracos e deixa o jogo com
visuais capengas, com perda de qualidade nas imagens.
Nossa impressão é que a Microsoft viu que seria possível
fazer uma “gambiarra” para o 3D funcionar em Gears 3 e
mandou bala. Mas o resultado deixa a desejar.
KILLZONE 3
Lançamento: 22/2/2011
Plataformas: PS3
Qualidade do 3D:
Esse foi um jogo feito para rodar em 3D. Killzone 3 pode
não ser um muito original ou surpreendente na história, mas
tecnicamente é impecável. Além de gráficos lindos, o modo
3D impressiona principalmente quem tem esse contato pela
primeira vez. Tudo, absolutamente tudo ganha profundidade
nos cenários. Desde a arma do personagem até o mato que
balança ao fundo se destacam. A qualidade do 3D é impressionante por não apenas ser agradável visualmente, mas por ser
tão integrado ao design geral.
Além do singleplayer, é possível até mesmo arriscar algumas
partidas multiplayer com os óculos no rosto. O resultado é um
possível cansaço visual rápido, porém a mira dos rifles em 3D
compensa qualquer dor de cabeça.
BATMAN: ARKHAM CITY
Lançamento: 18/10/2011
Plataformas: X360 e PS3 (versão testada)
Qualidade do 3D:
Batman: Arkham City é um daqueles jogos que deveria ser obrigatório o uso do 3D. Com o efeito ligado, é possível sentir a cidade
de Arkham pulsando a cada beco. Basta um mergulho do HomemMorcego do alto de um prédio para se convencer que o 3D realmente
funciona.
Como os cenários são sempre muito repletos de informação, a
sutilidade dos efeitos é um acerto. Nos combates você vai perceber
que a profundidade ganha principalmente nas cenas de finalização.
Os passeios por Arkham também são muito mais agradáveis com a
profundidade gerada pelos visuais em 3D.
MORTAL KOMBAT
ADVENTURES OF TINTIN
Lançamento: 6/12/2011
Plataformas: PS3 e X360 (versão testada)
Qualidade do 3D:
O filme é bonito e chato. O jogo é pouco criativo e igualmente cansativo. Os efeitos
3D conseguem dar uma sobrevida ao game, mas não escondem a pressa na produção. Nos momentos em que o jogo se arrisca a ficar em 3D (no que diz respeito
ao tipo de jogabilidade), os efeitos são bem simples, quase imperceptíveis. Já nos
momentos em 2D, os efeitos ganham mais brilho graças a profundidade atingida.
Porém é uma vergonha nenhuma das cenas de corte possuir efeitos em 3D.
WIPEOUT HD
Lançamento: 25/9/2008
Plataformas: PS3 (PSN)
Qualidade do 3D:
Talvez um dos jogos mais antigos da nossa lista
é também um dos que se saiu melhor nos testes. Wipeout HD utiliza o 3D de forma inteligente
e se aproveita de suas principais características
para tornar o efeito ainda mais impressionante.
As naves claramente ganham destaque, saltando para frente da tela – assim como todas as
informações do HUD. Prédios, faixas e demais
detalhes dos cenários compõe um ótimo plano
de fundo para o excelente efeito 3D.
Lançamento: 19/4/2011
Plataformas: X360 e PS3 (versão testada)
Qualidade do 3D:
Como um jogo de luta pode ter efeitos em
três dimensões? Da forma mais simples e
sutil possível. É assim que Mortal Kombat
responde a essa pergunta. Trazendo os
lutadores e barras de energia para frente,
ele consegue impressionar com o 3D ligado.
Os personagens ganham mais destaque e
os cenários uma profundidade perfeita para
um game de luta em 2D.
Como a câmera praticamente não se mexe,
a todo o momento é possível reparar nos
efeitos exibidos na tela, principalmente na
hora de assistir ao fatality - que escorre
sangue de uma forma única em 3D.
GDC
BRASILEIROS JÁ
CELEBRAM FORÇA DO
MERCADO NACIONAL
Convidamos seis empresas brasileiras presentes no Game Developers Conference
2012, nos Estados Unidos, a compartilharem suas impressões sobre o mercado
> Fernando Souza Filho
N
o início de março último, aconteceu na Califórnia a edição 2012
da Game Developers Conference,
mundialmente conhecida como GDC.
Foram cerca de 19 mil visitantes que
desembarcaram em San Francisco para
discutir, debater, assistir, jogar, ensinar,
aprender, palestrar, fazer networking e negócios no mundo
dos videogames, no Moscone
Center da cidade.
A EGW foi pela primeira vez
cobrir o evento (veja reporta-
gem completa na EGW nº 125, de março
de 2012) e muitos brasileiros marcaram
presença neste ano. Na volta da caravana
tupiniquim que foi às terras americanas,
procuramos seis empresas brasileiras que
estiveram na GDC: Mother Gaia (estúdio
especializado em advergames e mobile),
RightZero (consultoria especializada em
empresas estrangeiras de games que desejam entrar no Brasil), MangoLab (estúdio que desenvolve jogos casuais), Ilusis
Interactive (desenvolvedora de jogos para
mobiles e portáteis, como PSP), 2Mundos (especializada em games sociais) e
Aquiris (estúdio especializado
em Unity).
“Game é um negócio global
Cada uma delas tinha uma
e devemos atrair empresas
missão diferente na GDC.
de fora para o Brasil”
“Nosso principal objetivo
Rodrigo Mamão
nesses eventos é a busca
por tendências para o mercado mundial de
mobile games e também a procura de fortes
parcerias para o lançamento dos games que
estamos desenvolvendo”, disse Túlio Soria,
da Mother Gaia Studio.
“Fomos mesmo contatar empresas
estrangeiras que queriam entrar no Brasil”,
informou Carlos Estigarribia, da RightZero. A
opinião é compartilhada por Rodrigo Mamão,
da Ilusis Interactive: “Fomos fortalecer os
contatos com atuais parceiros e publishers,
além de apresentar novos
projetos.”
Israel Mendez, do estúdio
Aquiris, que fica localizado
no antigo estúdio da Ubisoft,
em Porto Alegre, vai um
pouco além desse objetivo:
“Estender o networking e
fechar trabalhos foi o principal, mas também queremos
ficar por dentro do que está
acontecendo em termos de
lançamentos de games e
tendências de mercado”.
“O objetivo maior é qualificar a equipe de desenvolvimento e de estratégia de
negócios com as palestras
e com o conhecimento que
uma conferência como a
GDC proporciona”, disse
Sabrina Carmona, do estúdio MangoLab. “O segundo
grande objetivo é conhecer pessoas que façam a
mesma coisa que você e
trocar experiências para
agregar valor para ambas as
empresas.”
Fechando essa turma,
a recém-criada 2Mundos,
com estúdio em Campinas
e escritório em São Paulo,
desembarcou nos EUA com sede de conhecimento: “É um mercado que muda cada vez
mais rápido, é preciso estar sempre atualizado”, defendeu Reinaldo Normand. “Conversar com possíveis investidores e parceiros
interessados no mercado brasileiro também
foi um de nossos maiores objetivos”.
BONS NEGÓCIOS BRASILEIROS
Mas, afinal, a GDC é realmente proveitosa
para os brasileiros que querem fazer negócios no mercado de games?
“Essa já é a segunda vez que marcamos
presença no GDC. Na primeira, ficamos
um pouco perdidos com
a quantidade de informação que normalmente é
oferecida em um evento
desse porte, principalmente para nós, brasileiros,
que estamos um pouco distantes dos polos
mundiais de criação de games. Mas mesmo
assim foi uma ótima experiência e acabamos
fechando um acordo de distribuição de nosso game City Rain com a Ovolo Games, do
Canadá”, lembra Túlio. “Já nesta segunda
vez, pudemos comparecer mais preparados
e fechamos negociações com várias empresas. Esperamos concluir bons negócios em
2012 com esses contatos.”
Já Rodrigo, pela segunda vez na conferência, também comemora os resultados.
“Essa foi nossa terceira Game Connection e
a segunda GDC. Temos dois contratos em
negociação com uma publisher dos Estados
Unidos, cujo contato inicial se deu em nossa
primeira Game Connection, em 2009, na
França”, disse.
“Esta é a nossa terceira participação e em
todas tivemos ótimas
oportunidades de negócios”, conta Isarel. “Em
2010 e 2011, a Aquiris
participou como convidada especial no estande
da Unity. Em 2012,
optamos por não participar como expositores
e promovemos reuniões paralelas. Por conta
disso, ficamos uma semana a mais na cidade após o evento, apenas para concretizar
negócios. Esta foi de longe a nossa melhor
participação na GDC.”
Mas o recordista de participação desta turma é Reinaldo, da 2Mundos: “Já viemos em
mais de 10 edições da GDC. Apesar de ser
um evento de desenvolvedores, com a decadência da E3 [feira que acontece em junho,
também na Califórnia], ele se transformou na
melhor ocasião para fazer negócios.”
O QUE FALTA PARA O BRASIL
Depois de ver o que está rolando no mercado americano, perguntamos para o sexteto:
o que falta para o Brasil ter um ambiente de
negócios mais favorável para empreendedores de games?
“A indústria de games
no Brasil ainda não
germinou por completo:
existem poucas empresas
na área e pouquíssimos
casos de sucesso – o
“Empreendedores brasileiros deveriam circular mais
em eventos internacionais”
Carlos Estigarribia
que por sua vez deixa essa indústria de
produção em uma inércia que não favorece
ninguém. Algumas das possíveis soluções
poderiam ser a criação de incubadoras
especializadas em games, grandes centros
tecnológicos de incentivo, investimento público em editais dedicados para a produção
de games ou mesmo uma classificação tributária diferenciada para o setor. Isso tiraria
o mercado da inércia”, defende Túlio.
“Outro fator importante que deve ser
lembrado é que estamos longe do mercado global e o mercado local não é dos
melhores. Mas isso pode ser melhorado
com criação de frentes contra a pirataria,
baixa na tributação absurda que sofremos,
melhora na infraestrutura de internet e 3G.
Mas essa mudança no mercado global ainda
depende de variáveis socioeconômicas,
como a questão de existirem muito menos
“Precisamos trocar experiências para agregar valor
para as empresas”
Sabrina Carmona
smartphones aqui do que na Europa e nos
EUA. Além disso, o poder de consumo/
compra é bem menor. É um mercado para
corajosos”, completa ele.
Já Carlos prefere ir por outro caminho:
“Sem entrar no mérito das coisas que não
temos controle direto – impostos, educação
etc. – eu acredito que os empreendedores
deveriam circular mais nos eventos internacionais. Ainda são poucas as empresas
brasileiras que vêm aos eventos. Isso é
fundamental para fazer network”.
“Acho que o foco em negócios e marketing
ainda é recente no Brasil. Já se pode ver
uma importância sendo dada nesse quesito,
mas é muito recente comparado com o
mercado internacional”, diz Sabrina.
“Se a interpretação de dados dos
games e o investimento em marketing e
publicação for feito com foco, a margem
“Os consoles estão em
plena decadência. O futuro
está nos jogos gratuitos”
Reinaldo Normand
START
de sucesso é bem maior.”
Rodrigo vai além: “Game é um
negócio global e por isto acredito
que devemos atrair empresas de
fora para ver o que se tem feito aí
no Brasil. As empresas brasileiras
devem também ver de perto o que
está acontecendo lá fora afinal, ainda
somos muito jovens neste mercado.”
Reinaldo vai no simples e aponta
a necessidade básica do mercado:
“Desoneração da carga tributária em
toda a cadeia produtiva e também
nos salários”.
“Falta evoluir a mentalidade do governo e de todas as esferas públicas
em relação do valor do game como
próximo, em que todo mundo terá a
possibilidade de possuir um smartphone e, consequentemente, vai
gastar muito mais tempo nele do que
com computadores, videogames e
televisão.”
E quem vai perder terreno com
isso serão os frees. “O mercado está
ficando saturado de games gratuitos,
o que mostra uma nova tendência:
instalação free com suporte para
patrocínios e venda de conteúdo. A
fixação de preço é muito baixa – no
nosso caso zero, pois o free é a
opção praticada –, pois há muitos
compradores e muitos vendedores.
Nesse mercado, a diferenciação do
seu produto significa um fator crucial
“A indústria de games no
para o sucesso”,
Brasil ainda não germinou
completou ele.
por completo”
Sabrina também
Túlio Soria
concorda com a
força dos frees.
produto”, lamenta Israel. “Se isso
“A palavra chave é freemium. Foi o
ocorresse, mudaria toda a mentatópico mais comentado, seguido de
lidade da sociedade, haveria um
métricas e analytics na GDC. Esses
consumo cultural dos games. Talvez
são fatores de business que empreo setor precise se articular melhor,
sas como a MangoLab não podem
embora estejamos vivendo uma fase
ignorar para crescer e ter sucesso”,
de franca melhoria.”
garante ela.
Reinaldo radicaliza e acha que até
TENDÊNCIAS PARA ESTE ANO
os jogos de console vão desaparecer:
Após a GDC, as seis empresas
“Os consoles estão em plena decaenxergam algumas tendências bem
dência e o futuro está nos jogos granítidas para o mercado de games.
tuitos e sociais para as plataformas
web e mobile.”
Israel segue a
“Até grandes franquias
mesma linha de
estão portando seus títulos raciocínio: “Perpara versões free”
cebemos que até
Israel Mendez
grandes franquias
estão portando
“A área de games sociais vai cresseus títulos para versões free, com
cer mais ainda em 2012, com a enmonetização via microtransações. O
trada das grandes empresas da área
FPS [tiros em primeira pessoa] é um
no Brasil”, imagina Carlos. “Noto um
grande exemplo dessa mudança: até
grande interesses de empresas de
Battlefield e Team Fortress 2 tiveram
todas as áreas de jogos em explorar
versões adaptadas para o modelo
mais o mercado brasileiro, do ponto
freemium.”
de vista comercial.”
Essas foram as conclusões básicas
Já Túlio aposta nos mobiles:
do sexteto que respirou de perto os
“Temos visto um grande movimento
ares californianos do mundo dos
rumo aos mobile games, que é facilnegócios e do desenvolvimento de
mente explicado pelo forte crescigames da GDC 2012.
mento do mercado de smartphones
O futuro dirá se essas conclusões
no país. Uma maneira simples de
se concretizarão ou são apenas reflevisualizar isso é imaginar o futuro
xo do mercado atual.
GAMEWORLD em Números
GAMEWORLD BUSINESS: 2.245 PROFISSIONAIS
19.718
público total
3.549
TOTAL DE
Público
feminino
16.169 TOTAL DE
Público masculino
158 cosplays
Faixa etária
até 9 anos - 1.183
10 a 14 anos - 2.761
15 a 19 anos - 4.535
20 a 35 ano - 7.098
36 a 50 anos - 3.549
acima de 50 ANOS - 592
Textos de Paula Romano, Igor Andrade, Filipe Siqueira,
Renato Almeida, Pedro Sirna e André Forastieri
GAMEWORLD EXPO
Nintendo World Meetup: Liderado pelo chefe da “máfia” da Revista Oficial Nintendo World, o jornalista Igor Andrade encabeçou um
encontro entre fãs da Big N, que levaram seu 3DS, DS e Gameboy
para trocar itens e fazer amigos.
Nintendo, Microsoft e Sony: As três gigantes do mundo dos
games estiveram no evento com a seleção do que há de melhor
em seus produtos e consoles. Era possível experimentar o PS
Vita, jogar nas estações de PS3 com PS Move, e se divertir com
o Xbox 360 e o Kinect, além de agitar com o Nintendo Wii e com
o Nintendo 3DS.
Arena GameWorld: Na Arena GameWorld rolaram testes em
primeira mão dos jogos mais aguardados, em um espaço incrível onde o foco era jogar.
Sonic Celebration: Depois de décadas sem dar as caras em
eventos brasileiros, a Sega voltou e trouxe seu fiel mascote, Sonic, em um estande que levou novos e saudosos fãs às lágrimas.
NC Games: A distribuidora ficou com seu estande abarrotado em
todos os dias do evento com demonstrações de Street Fighter x
Tekken, Just Dance, PES 2012 e Assassin’s Creed. Era comum
a formação de filas para visitar o estande.
Copag: Trazendo ao GameWorld o cardgame de Pokémon,
simplesmente o mais famoso do mundo, a Copag fez barulho com
uma etapa especial do Campeonato Brasileiro de Card Game de
Pokémon.
Acigames/Sebrae: Representando parte do mercado nacional,
Acigames e Sebrae serão as figuras de apoio ao mercado varejista, desenvolvedor e de todos os ramos do negócio de games
no país. Se você quer entender mais sobre o mercado de games
nacional, esta é uma boa oportunidade.
Level Up!/Saga: Com um estande badalado, a escola Saga fez
demonstrações de arte em 3D, estátuas em resina, biscuit e técnicas de animação. Já a Level Up! levou ao evento seus principais
jogos e lançamentos da temporada. O que não faltou foi público
amante de Perfect World e Ragnarök.
Gameloft: Com dois de seus sucessos absolutos, Asphalt 6 e
Modern Combat 3, a Gameloft ofereceu experimentação e competição aos participantes. Além de dois campeonatos que agitaram o
estande durante o sábado e o domingo.
Disney: A Rádio Disney foi a rádio oficial no evento, com programação direta e conectada com o evento durante os três dias.
O canal de TV, Disney XD, também esteve por lá distribuindo
inúmeros brindes.
Saraiva: A Saraiva, que vendeu títulos a preço reduzido em
conjunto com a campanha “Eu tô Legal”, da Acigames, também
promoveu demonstrações e campeonatos dos jogos mais requisitados pelo público: Mario Party 9, Fifa Street, UFC Undisputed
3, Mario Kart 7, F1 2011 e Skylanders.
NVidia: “A GPU mais rápida já desenvolvida”. Foi assim que
Richard Cameron, diretor-geral da NVidia do Brasil, definiu a
novíssima placa gráfica GTX 680 – que vem com a novíssima
tecnologia gráfica Kepler – durante um dos eventos da NVidia
no GameWorld 2012.
Confira a cobertura completa do
GameWorld na EGW 126 que está
nas bancas. E clique aqui para ver no
GameWorld entrevistas, galerias de
imagens e todos os detalhes do evento.
Desenvolvedora:
Bioware
Editora:
EA
Gênero:
Ação/RPG
Lançamento:
6/3/2012
Sinopse:
Os Reapers chegaram,
trazendo a destruição.
Shepard é chamado
para resolver a situação
Melhor:
Conseguir dar mais
densidade à história
Pior:
Loadings demorados e
ocasional crash
9,0
O
MASS EFFECT 3
s Reapers chegaram.
A Terra está em
guerra – e os fãs reclamam. Sim, queridos, Mass
Effect 3 finalmente chegou. E
depois de tantas notícias pré
e pós-lançamento, analisar
a mais recente entrada da
BioWare na franquia é, ao
mesmo tempo, uma crítica ao
jogo e ao comportamento tragicômico dos assim rotulados
“fãs” da série.
Aviso: spoilers leves seguem abaixo – especialmente
para quem baixou o DLC The
Arrival, de Mass Effect 2.
Seguindo os eventos vistos
em seu predecessor, Mass
Effect 3 começa justamente nas consequências do
DLC The Arrival: os Reapers chegaram, trazendo a
destruição universal sob a
justificativa da “limpeza” de
toda forma de vida orgânica
na galáxia. Shepard, um herói
de guerra destituído de sua
patente militar, é chamado de
volta à ação por uma Aliança
desesperada e sem conhecimento do que fazer diante
de tamanha ameaça. Pudera:
logo no primeiro instante do
jogo, as colossais “naves vivas” chegam à Terra, matando
inocentes aos montes em
questão de minutos.
Sua missão: levar Shepard
a todos os cantos da galáxia e
além, unificando raças outrora
em guerra contra um perigo
em comum, já que, sozinhas,
nenhuma delas pode fazer
frente ao poderio bélico dos
Reapers.
O ponto-chave aqui é jogado no colo do usuário a todo
momento: o poder de decisão
que você tem foi deveras
amplificado pela BioWare, e
uma simples conversa pode
resultar no apoio de uma raça
ou o total desprezo dela à sua
causa.
PODER DE DECISÃO
Destaque para o Geth, uma
inteligência artificial coletiva
que está sob controle dos
Reapers. Você pode ajudá-los
a se livrar desse controle, mas
fazendo isso, sacrificará toda
uma outra raça no processo. Tudo vai depender da
estratégia que você prefere
seguir: poderio tecnológico
ou supremacia em números?
Você prefere ser um diplomata
e dialogar ou pensar como um
general e disparar duas armas
contra qualquer obstáculo?
No que tange à jogabilidade, Mass Effect 3 conta com
o mesmo esquema de seus
predecessores: você corre,
encontra cobertura, e parte
para o combate de forma
ponderada, estratégica.
Se tem algo que a BioWare
não deu espaço aqui é o chamado “complexo de Rambo”
de alguns jogadores: se você
sair atirando em tudo o que
se move, sem direcionar seus
parceiros e bolar estratégias,
a aprimorada inteligência artificial de seus inimigos dará fim
à sua missão nos primeiros
minutos de jogo.
Uma adição interessante:
no combate corpo-a-corpo,
Shepard antes contava apenas com coronhadas de suas
armas. Agora, sua omni tool
também se projeta no opo-
CRESÇA E APAREÇA
O peso de suas decisões,
aliado à exploração do
jogo, aumenta mais e mais
seu percentual de “prontidão galáctica”, um tipo de
métrica que determina se
sua aliança pode encarar
os Reapers em igualdade,
ou se, apesar de todos os
seus esforços, seus novos
amigos ainda não podem
bater essa colossal ameaça.
E isso é determinante no
final do jogo: múltiplas pos-
sibilidades de dar um fim à
aventura, dando tudo muito
certo, muito errado, ou um
meio termo.
Aliás, é fato que a controvérsia gerada em cima do
final do jogo tem seu fundo
de verdade: em todas as
versões, o endgame é um
tanto cru frente ao desenrolar da trama até este ponto.
Porém, é um final que serve
muito bem à sua proposta.
Na boa, fãs que “obrigaram”
a BioWare a mudá-lo simplesmente porque não gostaram precisam crescer...
PARTIDAS ONLINE
Apesar de ser quase
totalmente focado em modo
Campanha, Mass Effect 3
também conta com partidas
multiplayer aos moldes do
Horde Mode, de Gears of
War. Puristas não precisam
se preocupar, porém, já
que o modo Campanha e o
modo Multiplayer, embora
conectados, são exclusivos:
você não precisa jogar os
dois para ter toda a experiência do jogo. Entretanto,
trophy whores e achievement whores deverão trilhar
ambos para coletar mais
conquistas em sua rede
online.
É seguro dizer que Mass
Effect 3 é espetacular. Sua
história já era densa e a
adição de mais elementos
de RPG na interação entre
personagens coloca ainda
mais peso no resultado final
de sua aventura. Ao mesmo
tempo em que responde
muitas perguntas, o jogo
nos dá indícios de que
talvez a BioWare ainda não
tenha usado todos os seus
recursos na franquia.
É o típico gostinho de
“quero mais” que você tem
quando termina uma aventura bem construída.
> Rafael Arbulu
REVIEWS
REVIEWS
Cenas de Mass Effect
3: possibilidades são
quase infinitas
Plataforma:
PS3, X360
nente, no formato de uma
faca energética. Claro, é um
recurso emergencial, mas
serve muito bem tanto para
despachar inimigos mais
fracos sem gastar munição,
como para afastar adversários mais poderosos que
chegam perto demais.
Isso, aliado à exploração
dos cenários bem abertos e
à multitude de caminhos e
itens a serem descobertos,
torna o combate físico do
jogo uma verdadeira experiência de guerra.
Exploração essa, aliás,
que extrapola as zonas de
guerra e também se faz
presente ao pilotar sua
nave, a Normandy SII. Você
viaja por galáxias em busca
de recursos para ajudar na
guerra.
Com um botão, você
manda um tipo de pulso
que pode ou não identificar
sinais de material que você
pode coletar. Mas existe
uma contra-medida: a cada
pulso emitido, os Reapers
ficam mais e mais cientes
da sua presença no local.
Quando uma barra na
tela se encher, é hora de
correr. Reapers entrarão no
sistema estelar por diversos
cantos e, se um deles
te pegar, é Game Over.
Nessas horas, os recursos
encontrados que se danem:
volte para buscá-los depois.
REVIEWS
REVIEWS
ANGRY BIRDS SPACE
A
Plataforma:
PC, iOS, Android
Desenvolvedora:
Rovio Mobile
Editora:
Rovio Mobile
Gênero:
Puzzle
Lançamento:
22/3/2012
Sinopse:
Os pássaros raivosos
têm a missão de destruir
porcos ladrões de ovos
no espaço
Melhor:
A mecânica das gravidades
Pior:
Os detritos espaciais
corroem a paciência de
qualquer um
8,5
ngry Birds está
para os jogos
mobile da mesma
forma que Super Mario
Bros. está para o gênero
de plataforma. Não à
toa, Angry Birds Space,
o quarto título da série,
bateu o recorde de 10
milhões de downloads
em menos de três dias.
É um fenômeno
cultural que em breve
ganhará uma série animada, que tem previsão
de estreia para o último
trimestre do ano, com 52
episódios de dois a cinco
minutos por temporada
e distribuição digital nos
dispositivos mobile.
Os mais ousados já
apontam a marca – que
até loja própria possui –
como uma mostra do que
está por vir em termos
de games e conteúdo:
distribuição digital, sem
restrição de plataforma.
Quem jogou o Angry
Birds original deve ter
imaginado uma forma de
reinventar a mecânica
de sucesso que envolve
atirar pássaros de mau
humor em porcos ladrões
de ovos. Angry Birds Seasons e Angry Birds Rio
apostaram em mudanças
na ambientação e altas
doses de piadas para
se renovarem. Não
conseguiram.
A Rovio quebrou a
cabeça e decidiu levar
tudo para o espaço
neste quarto jogo, e
o resultado veio em
forma de jogabilidade
mais afinada e complexa,
um novo pássaro e muito
mais diversão. A trama
continua a mesma e
envolve porcos roubando ovos e pássaros
kamikazes em busca
de vingança, mas tudo
o mais é diferente, sem
mudar uma pena da
essência da série.
O modo como a Rovio
aprofundou os elementos do jogo é a grande
surpresa aqui. O objetivo
ainda é acertar os porcos
com o lançamento mais
perfeito possível, mas
tudo muda agora que
os porcos muitas vezes
estão dentro de planetas,
com força gravitacional
própria e detritos espa-
ciais para complicar tudo.
Com essas novidades, os tiros se tornam
muito mais variados.
Não existe mais o tiro
perfeito, existe o tiro bem
calculado. Um pássaro
às vezes viaja pela gravidade de três planetas
de forma arrojada antes
de atingir um porco.
Ou simula uma entrada
gravitacional e roda em
volta de um planeta até
acertar o alvo. Aprender
a lidar com a gravidade
– e ter paciência e sorte
nas fases cheias de lixo
espacial – é a chave da
vitória no jogo.
Existem ainda alguns
segredos que arrancarão
sorrisos dos jogadores
mais velhos. O
principal deles
são os eggsteroids, níveis
secretos com
uma ambientação própria. Um
deles recria o
mundo de Mario
Bros., enquanto outro referencia Space Invaders.
Genial.
Há muito mais para
se falar: seus 60 níveis,
o pássaro de gelo que
congela o que toca e os
gráficos lindíssimos. Mas
basta dizer que Angry
Birds Space tem porte de
clássico que será lembrado por décadas. Se
depender dele, o futuro
do mobile está garantido.
> Filipe Siqueira
FIBBLE
F
ibble é um jogo
para plataformas
mobile que tem
tudo para te surpreender.
A surpresa inicial sem
dúvida se dá no momento
em que sabemos que a
desenvolvedora do game
é ninguém menos que
a Crytek. Sim, a mesma
dos arrasa-quarteirões
Crysis. A segunda e ainda
mais agradável surpresa
vem ao darmos início à
jornada do pequeno e
simpático Fibble.
Após um acidente com
sua nave, Fibble e seus
amigos acabam caindo
no planeta Terra, mais
especificamente dentro de
uma casa. Agora, cabe ao
destemido alienzinho se
aventurar pelos ambientes dessa casa resgatando seus colegas para
partirem em paz.
Usando e abusando dos
recursos de acelerômetro
e da tela de toque das
plataformas, sua missão é
conduzir o pequeno alien
laranja por 30 níveis,
superando obstáculos
pelo caminho. São quatro
ambientes e, a cada novo
ambiente explorado, você
se reencontra com um de
seus amigos, tornando-os
aliados. A mecânica é intuitiva: com o dedo, basta
impulsionar Fibble dentro
do percurso planejado e
interagir com alguns itens
na tela.
É possível realizar a
tarefa de forma simples
(levando Fibble do ponto
A ao ponto B) ou de forma
complexa (coletando
tudo que aparecer no
caminho). Os amigos
são aquela mão na roda
no momento em que
obstáculos mais complexos aparecem, como
plataformas ou desvios.
Cada um deles tem uma
característica diferente, te
fazendo pensar na combinação estratégica para
cumprir cada percurso.
Plataforma:
iPod, iPhone, iPad
Desenvolvedora:
Crytek
Editora:
Crytek
Gênero:
Puzzle
Lançamento:
27/3/2012
Os controles amigáveis
se tornam receptivos a
qualquer tipo de jogador,
mas especialmente aos
que curtem uma jogatina
casual. É fácil pegar o
jeito e buscar maiores desafios, como por exemplo
no desbloqueável nível
expert.
Com uma mecânica
simples e divertida, Fibble
ainda merece destaque
em seu visual rico em
cores e detalhes, mas
suficientemente claro
para não gerar confusão; além disso, o som
do game acompanha o
ritmo leve do jogo.
Pronto para receber novatos que curtam um bom
passatempo ou veteranos
– que poderão ter sua
memória afetiva acionada
graças ao clássico Toe
Jam & Earl – Fibble é
como o próprio protagonista do game: simpático
e divertido, uma grande
surpresa.
Sinopse:
Fibble e seus amigos caem
no planeta Terra e devem
se reunir para voltar para
casa
Melhor:
Visual bacana e quebracabeças na medida
Pior:
Os loadings um pouco
extensos
8,5
> Renato Almeida
Confira na EGW 126 que está nas
bancas outros reviews: Journey,
Silent Hill Downpour, Street Fighter
x Tekken, Fifa Street, Mario Party 9,
Binary Domain e muitos outros.
PRÓXIMOS LANÇAMENTOS
OS MAIS VENDIDOS NO BRASIL
MERCADO
PRINCIPAIS LANÇAMENTOS DE MAIO/2012
Data
Título
Plataforma
Editora
1
Tera
PC
EnMasse
3
Sniper Elite V2
X360, PS3
505 Games
1
Metro 2033
X360
8
Starhawk
PS3
Sony
2
The Sims 3: Showtime
PC
15
Test Drive: Ferrari Racing Legends
X360, PS3
Atari
15
Battleship
X360, PS3, Wii, 3DS
Activision
3
UFC Undisputed 3
PS3
15
Diablo III
X360, PS3, PC
Blizzard
4
Mortal Kombat Komplete Edition
PS3
15
Max Payne 3
X360, PS3, PC
Rockstar
5
Mario Party 9
Wii
15
Game of Thrones
X360, PS3, PC
Atlus
6
Batman: Arkham Asylum
PS3
16
Sonic the Hedgehog 4: Episode II
X360, PS3, PC
Sega
7
22
Sorcery
PS3
Sony
God of War III
PS3
22
Risen 2: Dark Waters
PS3
Deep Silver
8
Mass Effect 3
PS3
22
Dragon’s Dogma
X360, PS3
Capcom
9
Sonic Free Riders
X360
22
M.I.B. Men in Black: The Videogame
X360, PS3, Wii, 3DS
Activision
10
Grand Theft Auto 4
X360
22
Tom Clancy’s Ghost Recon: Future Soldier
X360, PS3, PC, DS
Ubisoft
29
Resistance: Burning Skies
PSV
Sony
30
Retro City Rampage
X360, PS3, Wii, PC, PSV
Vblank
•
Spellforce 2: Faith in Destiny
PC
Dreamcatcher
•
Damage Inc. Pacific Squadron WWII
X360
Mad Catz
PRINCIPAIS LANÇAMENTOS DE JUNHO/2012
UFC 3 Undisputed:
o destaque do mês
1
UFC Undisputed 3
PS3
1
UF Undisputed 3
PS3
1
Gears of War 3
X360
2
Dance Central 2
X360
2
Batman: Arkham Asylum
PS3
2
Kinect Sports
X360
3
Super Mario 3D Land
3DS
3
The Sims 3: Showtime
PC
3
Dance Central
X360
Data
Título
Plataforma
Editora
4
UFC Undisputed 3
X360
4
The Sims 3: Suítes de Luxo
PC
4
Kinect Joyride
X360
5
Inversion
X360, PS3
Namco Bandai
5
Just Dance 3
X360
5
Resident Evil 5
X360
5
Gears of War 2
X360
12
End of Nations
PC
Trion
6
Call of Duty: Modern Warfare 3
PS3
6
The Sims 3
PC
6
12
Lollipo Chainsaw
X360, PS3
Warner
Forza Motorsport 3
X360
15
Madagascar 3: The Video Game
X360, PS3, Wii, PSV, 3DS
D3
7
Batman: Arkham Asylum
PS3
7
Dance Central 2
X360
7
Kinectimals
X360
19
Steel Batallion: Heavy Armor
X360
Capcom
8
Call of Duty: Modern Warfare 3
X360
8
Kinect Sports Season 2
X360
8
God of War 3
PS3
19
Clan of Champions
X360, PS3
NIS
9
Kinect Sports Season 2
X360
9
World of Warcraft
PC
9
Killzone 2
PS3
19
Lego Batman 2: DC Super Heroes
X360, PS3, Wii, PSV, 3DS
Warner
10
World of Warcraft
PC
10
Final Fantasy XIII-2
PS3
10
Pro Evolution Soccer 2011
PC
26
Spec Ops: The Line
X360
2K
26
Darksiders II
X360, PS3, WiiU
THQ
26
Sniper: Ghost Warrior 2
X360, PS3
City Interactive
26
The Amazing Spider-Man
X360, PS3, Wii, 3DS
Activision
30
Combat Wings: The Great Battles of WWII
X360, PS3, Wii
City Interactive
1
Kinect Sports
X360
1
Gran Turismo 5
PS3
1
Gran Turismo 5
PS3
•
Dust 514
PS3
Sony
2
Gears of War 3
X360
2
Resident Evil 5
PS3
2
Resident Evil 5
X360
•
Magna Mundi
PC
Paradox Interactive
3
Uncharted 3: Drake’s Deception
PS3
3
Resident Evil 5
X360
3
Resident Evil 5
PS3
•
Phantom Breaker
X360
7sixty
4
Assassin’s Creed Revelations
PS3
4
God of War III
PS3
4
Pro Evolution Soccer 2011
PS3
•
Warlock: Master of Arcane
PC
Paradox Interactive
•
Tony Hawk’s Pro Skater HD
X360, PS3
Activision
5
Assassin’s Creed Revelations
X360
5
Pro Evolution Soccer 2011
PS3
5
God of War III
PS3
•
Sid Meier’s Civilization V: Gods & Kings
PC
2K
6
Forza 4
X360
6
Grand Theft Auto IV
PS3
6
Uncharted Dualpack
PS3
•
Jet Set Radio
X360, PS3, PC
Sega
7
Dance Central 2
X360
7
Uncharted Dualpack
PS3
7
Grand Theft Auto IV
X360
•
Brave: The Videogame
X360, PS3, PC, DS
Disney
8
Batman: Arkham City
PC
8
God of War Collection
PS3
8
Grand Theft Auto IV
PS3
•
Sly Cooper: Thieves in Time
PS3
Sony
9
Battlefield 3
PS3
9
Grand Theft Auto III
PS2
9
Pro Evolution Soccer 2012
X360
10
Need for Speed: The Run
PS3
10
Grand Theft Auto IV
X360
10
Uncharted 3: Drake’s Deception
PS3
(•) Dia exato não confirmado oficialmente. A agenda não contempla todos os lançamentos programados, apenas parte deles. Todas as datas indicadas
são do lançamento no exterior (que pode servir de referência para disponibilidade no Brasil). As datas de lançamento são informadas pelas próprias
publishers/editoras e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio. A EGW não tem responsabilidade sobre as mudanças de datas de lançamentos.
92 •
> RANKING
As informações sobre o ranking foram fornecidas pelas próprias empresas com base em suas vendas unitárias
dos dois últimos meses. A revista EGW não tem qualquer responsabilidade sobre os números informados.
MERCADO
> AGENDA
DIABLO III
Passados 11 anos, a Blizzard finalmente lança a continuação de Diablo II.
Assombrado pelo fantasma do seu incrível antecessor, Diablo III passou por diversas
modificações, adiamentos e reformulações para ser um episódio único. Descubra o
que há de novo no game que promete ser o mais incrível já lançado pela Blizzard
> Lucas Patricio
Plataforma:
PC
Desenvolvedora:
Blizzard
Editora:
Blizzard
Lançamento:
15/5/2012
Q
uanto tempo uma série precisa
para ser reinventada? Quanto
tempo é necessário para produzir
uma continuação de um dos mais aclamados e influentes jogos de todos os tempos? A Blizzard já está acostumada com a
pressão de, constantemente, desafiar a si
própria. Só que o desafio dessa vez talvez
seja o maior que a empresa já encarou:
superar o incrível Diablo II.
Por que Diablo III demorou tanto para
ser lançado? Essa é a principal pergunta
dos fãs e a primeira que fizemos para Kevin Martens, diretor de conteúdo e design
de Diablo III, que chega após um hiato de
mais de uma década sem lançamentos da
franquia.
“Não queríamos que o jogo se parecesse com uma expansão de Diablo II, por
isso começamos a produção do zero algumas vezes para garantir que esse fosse
um game único”, confessou-nos.
É muito clara a preocupação da Blizzard
em criar um jogo que fale por si próprio e
não viva nas sombras de seu antecessor.
Diablo III só não foi o mais longo projeto
da Blizzard porque a empresa já pegou o
costume de demorar anos em seus produtos – em compensação, sempre lança
verdadeiras obras de arte.
Diablo III foi mostrado pela primeira
vez em 2008 e, desde então, passou por
diversos adiamentos e problemas internos
de produção. Alguns membros do time
saíram e criaram polêmica dizendo que “a
Blizzard está destruindo a série”.
O que é verdade, o que é mito e o que
é Diablo III? É o que nós vamos conferir
juntos agora.
COLORIDO E OBSCURO
“Esse é o jogo mais bonito que já produzimos. Estamos muito orgulhosos!”,
disse Martens várias vezes durante nossa
entrevista.
A confiança do produtor tem motivo:
Diablo III esconde muitas surpresas por
trás das polêmicas imagens que rodaram
a internet e foram fortemente criticadas
pelo “excesso de cor”.
momento. Não é fácil criar um sucessor para
um jogo tão emblemático e que é guardado com
carinho nas saudosistas memórias dos jogadores, que hoje acreditam que nada pode superar
aquilo que jogaram quando eram 11 anos mais
novos e inexperientes.
Para entender o verdadeiro valor de Diablo III,
no entanto, é preciso ir além das memórias afetivas e compreender as mudanças do mercado
e dos jogos em geral. Com isso em mente, nos
aprofundamos no universo criado pela Blizzard.
Claro, ainda se trata de um legítimo Diablo.
Exploração de calabouços, caça de itens e visão
por cima da cabeça são características que
continuam exatamente da forma como a série
foi concebida, lá atrás em 1996. O principal
é que a motivação continua a mesma:
lutar com inimigos para descobrir
os mistérios de uma história
muito bem narrada e coletar os
melhores equipamentos possíveis.
É impressionante como,
mesmo após tantos anos, ainda
dá aquele frio na barriga quando
começamos a jogar Diablo!
Explorar os lugares
é tão legal quanto
os combates
Rei dos Esqueletos: um chefão
bem chato
Caçadora de Demônios: boa para combates à distância
“Os jogadores estão se preocupando
sem motivo”, disse Martens. “Avaliaram
um jogo inteiro baseados em poucas imagens e informações disponíveis. Diablo III
tem cenários muito obscuros, a variação é
incrível e eu tenho certeza que os jogadores vão esquecer disso quando colocarem
as mãos no jogo.”
A polêmica visual de Diablo III, de fato,
foi um exagero tremendo. Os cenários
presentes no período da versão beta já
mostravam uma ótima variação de localidades e estilos. O objetivo da Blizzard
é criar uma pintura em movimento e ver
Diablo III rodando nas configurações máximas prova que o objetivo foi alcançado.
Animações leves, cenário integrado com
o gameplay e um estilo único: o game
impressiona em todos os seus quesitos
técnicos.
Os jogadores mais novos, nesse ponto,
devem no momento estar estranhando o
foco nessas questões e não no jogo em
si. É importante ressaltar que o sucessor
de Diablo II foi e será testado a todo o
Confira a matéria
completa e a entrevista
com o produtor Kevin
Martens na EGW 126
que está nas bancas
Parece até um
Druída, mas não
é bem assim...
Você já viu o trailer
de Diablo III em em
português? Clique aqui e
veja, ora bolas!
Leia também na revista EGW nº 126:
GRÁTIS: POSTER STAR WARS KINECT
DIABLO III
Depois de 11 anos em desenvolvimento, jogo fica completamente novo e produtor
explica uma a uma das principais mudanças.
JOGOS EM 3D
Testamos os 15 melhores games em 3D e contamos as vantagens e desvantagens
de cada um deles.
GAMEWORLD 2012
Especial de 13 páginas cobre todos os detalhes da maior festa dos games do Brasil.
Fotos, números e entrevistas com tudo que rolou em São Paulo.
ARMAS DA CAPCOM
Resident Evil 6, Lost Planet 3, DmC - Devil May Cry e Street Fighter x Tekken:
fomos à Roma conferir de perto (e jogar!) as armas da Capcom para o resto deste
ano.
LEAGUE OF LEGENDS
MMO se prepara para desembarcar no Brasil contratando brasileiros para trabalhar
no projeto. Quer se candidatar?
PREVIEWS
SimCity, Medal of Honor: Warfighter, Sleeping Dogs, Borderlands 2.
REVIEWS
Journey, Mass Effect 3, Resident Evil: Operation Raccoon City, Silent Hill:
Downpour, Asura’s Wrath, Street Fighter x Tekken, Fifa Street, Binary Domain,
Angry Birds Space, Fibble, PES 2012 3DS.

SITE OFICIAL
FACEBOOK
TWITTER
Esta EGW Express é um aperitivo para o que você vai encontrar na edição deste
mês da revista EGW nº 126, que já está nas bancas: são 100 páginas com muita
informação, entrevistas e artigos bacanas sobre o mundo dos games.

Documentos relacionados