Circuitos de Controle de uma Fresa para Confecção de Placas de
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Circuitos de Controle de uma Fresa para Confecção de Placas de
Circuitos de Controle de uma Fresa para Confecção de Placas de Circuito Impresso RODRIGUES, Eliane de Campos (1) LIMA, Stephani Belém de (2) SILVA, Tony Inácio da (3) (1) Depto. de eletro-eletrônica, CEFET-MT, Cuiabá – MT, [email protected] (2) Depto. de eletro-eletrônica, CEFET-MT, Cuiabá - MT, [email protected] (3) Departamento de Eletro-Eletrônica, CEFET - MT, Cuiabá - MT, [email protected] Resumo: O projeto se propõe a implementar uma fresa para placa de circuito impresso, baseada em um braço com movimentação nos 3 eixos, acionada por meio de motores de passo; interface de comunicação USB microcontrolada para a recepção de dados para corrosão de uma placa. Esses motores são controlados por meio de interface de controle, que interliga um processador aos enrolamentos. A interface utilizada é formada por transistores em configuração darlington. O MCU a ser utilizado possuirá uma rotina que interpretará os dados enviados pelo microcontrolador acionando os 3 motores, fazendo com que a fresadora alcance seu objetivo. Palavras chave: Motor de Passo, Configuração Darlington, Fresadora. 1. Introdução Este projeto se baseia na necessidade de confecção de placas de circuito impresso em nível de protótipo, poucas unidades, para pequenos projetos e pesquisa científica, de forma precisa e funcional, com aplicação ideal para a realidade do CEFET-MT. Após desenvolvimento do projeto de um equipamento eletroeletrônico existe a necessidade de se confeccionar protótipo das placas de circuito impresso para comprovar seu funcionamento, bem como para demais ajustes. Este projeto visa colocar à disposição dos discentes e professores do CEFET-MT, uma fresa de prototipagem rápida de Placas de Circuito Impresso. Um equipamento desta natureza no mercado possui valor em mais de U$ 6.000,00. Trata-se de um produto com alto valor agregado, alta tecnologia, modernidade e praticidade, o que resultará em precisão, rapidez e baixo custo na confecção de qualquer placa de circuito impresso face simples e dupla face metalizada em material fibra de vidro ou fenolite, disponível para todo o CEFET-MT. 1.1. Placas de Circuito Impresso A eletrônica passou por diversas fases, e uma delas foi a adoção da placa de circuito impresso como suporte a circuito eletro-eletrônicos. As vantagens de uma montagem numa placa de circuito impresso são: baixo peso e volume; simples; mecanicamente robusta; grande resistência à vibrações; baixo custo, etc. O circuito impresso refere-se ao circuito estampado na placa, que substitui a fiação na interligação de componentes ou circuitos, e é conhecido como lay-out da placa. Pista ou trilha é o que realmente corresponde ao fio de ligação, possui uma espessura de aproximadamente 0,035mm, e deve ser dimensionada de acordo com uma corrente do circuito. Este dimensionamento é realizado pelo projetista da placa, e seu desenho é realizado por softwares específicos, tais como CircuitMaker, OrCAD, Tango, etc. Manualmente, uma placa de circuito impresso passa por alguns passos para sua confecção, que, salvo pequenas variações, são: • corte da placa no tamanho específico; • limpeza da placa; • furação; • traçagem do circuito desejado; • corrosão • limpeza final Com exceção dos passos 1 e 6, o projeto proposto possibilitará a retirada dos demais passos, realizando o serviço com maior rapidez e precisão. Em alguns casos, traçar o circuito a ser utilizado na placa exige, dependendo do método adotado, xérox do circuito, carbono, papeis especiais (papel glossy por exemplo), caneta para retroprogetor, impressora laser, ferro de passar roupa ou pressa térmica, enfim, diversos equipamentos e métodos. Mas a origem de um bom circuito impresso é uma só: softwares de desenho específicos, como os já citados, mas repassar este desenho para a placa do circuito, com precisão e rapidez, é onde estão as maiores dificuldades técnicas. A parte do processo mais inconveniente, na maioria dos casos, é a corrosão, um processo químico, demorado, perigoso, com grandes chances de adulterar a espessura da trilha, comprometendo o calculo da corrente do circuito, entre outros problemas. Além destas dificuldades, existe um problema de armazenamento da solução de Cloreto Férrico (FeC1), mais conhecido como Percloreto de Ferro, pois é corrosivo, pode causar manchas em roupas e aos objetos utilizados em sua manipulação, e seu poder de corrosão diminui com o uso. Este processo manual de manufatura da placa de circuito impresso dificulta em muito a confecção de placas mais elaboradas, tais com as de dupla face, ou mesmo face simples, porém de dimensões maiores. • • • • • • protótipos de PCIs face-dupla; motor de 42 mil RPM; permite acoplar uma câmera opcional de reconhecimento fiducial; comunicação RS-232 padrão ou USB; programa LPKF CircuitCAM Lite; Preço - €6,990, na Alenhama [1]. 1.3. Projeto Proposto Este projeto se propõem a implementar uma fresa para placas de circuito impresso, baseada em um braço com movimentação em três eixos, acionado por meio de motores de passo; interface de comunicação USB microcontrolada, para recepção de dados para corrosão da placa de um microcomputador, e software a ser implementado para controle e comunicação de dados com o microcontrolador. Este tipo de equipamento já foi desenvolvido em diversos ambientes universitários, e como exemplo, cita-se o Projeto da USP, como mostra a Figura 1. 1.2. Prototipagem Rápida A prototipagem rápida possibilita confecção de placas de circuito impresso a partir de desenhos gerados em softwares voltados para esta finalidade. Através do desenho do lay-out da placa é gerado um pacote de arquivos GERBER, que são importados por um software CAM, e assim pode ser é transmitido diretamente para a máquina CNC - fresa. A máquina confecciona toda a placa, sem a necessidade da produção de fotolitos. Abaixo segue os passos para a confecção dos protótipos: • Análise e geração de arquivos GERBER e CAM; • Furação Automática: as máquinas comerciais possuem velocidade média 1 furo/segundo; • Fresa das Trilhas: este processo depende das trilhas, disposição e tamanho da placa. Uma máquina de última geração produzida especialmente para esta finalidade, tem as seguintes características: • Modelo: Prototipadora ProtoMat® S42; da LPKF Laser & Electronics; Figura 1 – Fotos da mini Fresa CNC construída pelos alunos de Engenharia Mecatrônica da USP, no ano de 2002 [2]. Para se obter sucesso na construção dessa fresadora teve-se a necessidade de montar circuitos, tais como: • Configuração Darlington; • Gravador do PIC 16F876A; 2. Fundamentação Teórica 2.1. Configuração Darlington Esta configuração é capaz de proporcionar alta impedância de entrada e alto ganho de corrente. Os coletores dos dois transistores ficam interligados, e o emissor do primeiro é conectado a base do segundo. O ganho total do Darlington é produto dos transistores individuais [3]. beta D = beta1 * beta2 A Figura 2 ilustra a configuração Darlington. Figura 4 – Estrutura interna de um motor de passo [5]. Figura 2 - Configuração Darlington. 2.3. Gravador de Microcontrolador 2.2. Motor de passo O motor de passo é um dispositivo mecânico eletromagnético que pode ser controlado digitalmente através de um hardware específico e software. Para essa operação neste projeto são fatores importantes o torque, a precisão e a velocidade com que o motor opera. Ele possui seis fios onde 02 são interligados, chamados de comum, esse são considerados o positivo do motor e os quatro demais indicam a rotação do mesmo, determinada a partir da seqüência única que deve ser observada em cada motor. Existem características importantes para se conseguir controlar o motor, além das descritas anteriormente que servem para sua operação, são elas a tensão de alimentação e a corrente que cada bobina suporta. A Figura 3 e 4 ilustram a estrutura interna de um motor de passo. O referido gravador é um circuito que ao ser conectado a um microcontrolador (por uma porta serial, paralela ou USB) organiza e converte sinais digitais de um computador fazendo com que as informações, codificadas em números hexadecimais e passadas na forma de impulsos elétricos. E assim, sejam armazenadas no microcontrolador. A Figura 5 ilustra o circuito utilizado. Através desse feito, o microcontrolador fará com que o motor de passo gire em qualquer um dos sentidos desejados e o motor girando fará com que a fresadora alcance seu objetivo traçando as trihas na placa desejada. Figura 5 – Ciruito do gravador de MCU utilizado [6]. 2.4. Turbo CNC Figura 3 – Estrutura interna de um motor de passo [4]. O turbo CNC é um programa dentre vários usados para controlar máquinas. Para controlar a máquina, é necessário que se use um programa no computador que vai mandar os comandos para a placa que controla os motores de passo da fresa, por esse motivo pelo fato do turbo CNC ser um programa leve e com possibilidade de manuseio em qualquer máquina seja ela obsoleta ou não substituiu-se o gravador de microcontrolador por ele. O turbo CNC interpreta linguagem G que dita as ações que a máquina deve executar, entretanto não é necessário dominar toda linguagem G para controlá-lo. Abaixo o desenho do esquema do circuito da configuração darlington e do motor de passo no trax maker. 3. Materiais e Métodos 3.1. Configuração Darlington Esta configuração foi utilizada para acionar o motor de passo, conforme é mostrado na Figura 6 e 07. Figura08–configuração darlington com os três motores 3.2. Motor de passo Figura 6 – Montagem do circuito com configuração Darlington para acionamento do Motor de passo. O motor de passo utilizado foi retirado de um impressora em desuso, e servirá para testes. Está ilustrado na Figura 6. 3.3. Gravador de Microcontrolador Para montagem do gravador foram utilizados os seguintes componentes, conforme Figura 5. • Protoboard; • Transistores; • Resistores; • Lead’s; • Capacitores; • CI 74LS04; • Microcontrolador. As experiências foram realizadas nos laboratórios 11 e 09, utilizando as bancadas e os aparelhos de fonte de tensão. Figura 07- Montagem do motor de passo com a configuração darlington. 3.4. Interface de Comunicação É uma placa que recebe os comandos do computador (turbo CNC) e que manda para os motores de passos da máquina para que este realize o movimento desejado. A Figura 7 ilustra o circuito parcial da interface a ser implementada. 20/12/2007. [2] http://www.vabsco.com/bardhp/, acessado em 20/12/2007. [3] http://www.demic.fee.unicamp.br/~elnatan/ ee640/20a%20Aula.pdf, acessado em 27/02/2008. [4] http://almhpg.com/apo_arquivos/ampop/ ampop.htm, acessado em 25/02/2008. [5] http://www.feiradeciencias.com.br, acessado em 20/05/2008. [6] http://www.pablin.com.ar/electron/circuito/ mc/ppp2/index.htm, acesso em 28/02/2008. [7] http://www.hobbys.com.br/fresacnc.htm acessado em 31 de julho às 16:20. [8] http://pt.wikipedia.org/wiki/Interface_paralela acessado em 01/08/2008 às 9:10. Figura 7 – Interface de comunicação. 4. Resultados e Discussões Os resultados obtidos até o momento foram satisfatórios, pois os objetivos estão sendo alcançados com sucesso, tais como: • Rotação do motor de passo e controle de sua posição. • Funcionamento do gravador do microcontrolador. 5. Conclusões O desenvolvimento da fresa está sendo realizada com sucesso a fim de atender à instituição de ensino, fazendo com a mesma se beneficie da comodidade proporcionada pela máquina através de um baixo custo e de uma conseqüente rapidez ofertada pela referida máquina. 6. Agradecimentos Agradecemos a FAPEMAT – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso, e ao CEFET-MT – Centro Federal de Educação Tecnológica pelo aporte financeiro a este trabalho. 7. Referências Bibliográficas [1] http://www.anacom.com.br/central/noticias/ noticia/?n=00000000068 , acessado em