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O ENSINO DE CIENCIAS NATURAIS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
ALMEIDA ,Patrícia*
JESUS, Célia*
FIGUEIREDO, Lilia**
MORAES, Adelina*
RODRIGUES, Juliana*
RODRIGUES, Rosa Maria*
SILVA, Débora*
ZINI, Maria Sedenir*
RESUMO
O texto explicita a necessidade de uma boa formação do professor e de um
material extenso e variado que fará com que o aluno identifique-se com as situações
propostas e consiga compreender que estudar ciências é nada mais do que conhecer o
meio em que ele vive. Questões como: Qual é, afinal, a importância dos conhecimentos
científicos para a vida do aluno? Quais aspectos devem ser enfatizados ao se ensinar
Ciências Naturais? Quais as demandas da sociedade em decorrência do
desenvolvimento científico e tecnológico? Como as pessoas e as escolas deveriam agir
perante o amplo desenvolvimento da ciência e da técnica, são respondidas ao longo do
aprendizado que aluno e professor vão formulando e desenvolvendo.
Palavras chaves: Ciências Naturais, Ensino-aprendizagem, Aprendizagem significativa.
ABSTRACT
The text explains the need for good teacher training and an extensive and varied
material that will cause the student to identify with the situations proposed to study and
get to understand that science is nothing more than to know the environment in which
he lives. Questions like: What is, after all, the importance of scientific knowledge to the
student's life? What aspects should be emphasized when teaching Natural Sciences?
What are the demands of society as a result of scientific and technological
development? Like people and schools should act before the extensive development of
science and technology, are answered throughout the student and teacher learning that
will formulate and develop.
Keywords: Natural Science Teaching-learning, meaningful learning
______________
* Acadêmicas do Curso de Pedagogia 4º semestre 2011/2
**Professora Orientadora ICE. Mestre em Educação
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INTRODUÇÃO
A importância do ensino de Ciências é reconhecida por pesquisadores
da área, em todo o mundo e há uma concordância relativa à inclusão de temas
relacionados à Ciência e à Tecnologia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Apesar da convergência de opiniões e de sua incorporação pelas propostas curriculares
e planejamentos escolares, ainda, hoje em dia, o aluno sai da escola com conhecimentos
científicos insuficientes para compreender o mundo que a cerca.
Diante de tal fato, podem ser formuladas questões como: Qual é, afinal, a
importância dos conhecimentos científicos para a vida do aluno? Quais aspectos devem
ser enfatizados ao se ensinar Ciências Naturais? Quais as demandas da sociedade em
decorrência do desenvolvimento científico e tecnológico? Como as pessoas e as escolas
deveriam agir perante o amplo desenvolvimento da ciência e da técnica?
Considerando que a Ciência e a Tecnologia desempenham um papel
importante na escola elementar, em 1983, a UNESCO apresentou algumas justificativas
para a inclusão desses temas nos currículos escolares, sendo que algumas delas propõem
que o ensino de Ciências, pode ajudar o aluno a pensar de maneira lógica sobre os fatos
cotidianos e a resolver problemas práticos simples. As ciências e a tecnologia são
atividades socialmente úteis, que espera-se sejam familiares às crianças. Dado que o
mundo tende a orientar-se cada vez mais num sentido científico e tecnológico, desta
forma é importante que os futuros cidadãos se preparem para viver nele, conforme
apontou Harlen no ano de em um documento para a UNESCO.
Segundo Fracalanza (1986 pp. 26-27), O ensino de ciências nos anos
iniciais, entre outros aspectos, deve contribuir para o domínio das técnicas de leitura e
escrita; permitir o aprendizado dos conceitos básicos das ciências naturais e da
aplicação dos princípios aprendidos a situações práticas; possibilitar a compreensão das
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relações entre a ciência e a sociedade e dos mecanismos de produção e apropriação dos
conhecimentos científicos e tecnológicos; garantir a transmissão e a sistematização dos
saberes e da cultura regional e local. Ainda de acordo com Fracalanza (1986), O ensino
de Ciências nos Anos Iniciais deve propiciar a todos os alunos, futuros cidadãos, os
conhecimentos e oportunidades de desenvolvimento de capacidades necessárias para se
orientarem nesta sociedade complexa, compreendendo o que se passa a sua volta,
aprendendo a tomar posição diante das situações.
Ademais, é no âmbito dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que a
criança aprimora, constrói e reconstrói seus conceitos e apreende de modo significativo
sobre o ambiente que a rodeia, através da apropriação e compreensão dos significados
apresentados no processo de ensino das Ciências Naturais.
Logo, o professor tem que trabalhar estas questões, respeitando a faixa
etária, o ritmo e o estilo de aprendizagem do aluno. Por isso é que no processo de
formação do professor, as práticas de estágio constituem o campo de conhecimento que
promovem a interação entre os cursos de formação profissional (estagiários da área de
pedagogia) e o campo social no qual serão desenvolvidas as práticas educativas (escolacampo).Deve-se ter como objetivo geral, despertar a motivação e interesse dos alunos,
acerca dos conteúdos e conhecimentos da disciplina de Ciências, mostrando a eles os
fenômenos naturais relacionados ao seu cotidiano, trabalhando a partir dos cinco
sentidos do Ser Humano. Quanto aos objetivos específicos, deve-se propor estimular a
criatividade, a construção do raciocínio lógico e a coordenação motora; proporcionando
aos alunos, através das atividades propostas, a oportunidade de perceberem a
importância da função de cada órgão dos sentidos, através dos fenômenos relacionados
ao corpo humano de forma efetiva, lúdica e significativa para a vida.
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A metodologia utilizada deve ser focada na realização de jogos, exercícios
práticos, atividades pedagógicas e lúdicas, que visam despertar nos alunos o interesse
pelas aulas de Ciências, favorecendo o processo de alfabetização e o desenvolvimento
dos alunos. Trabalhando os sentidos, contribuímos para o desenvolvimento da
percepção sobre o próprio corpo e sobre o que o aluno é capaz de reconhecer a partir
dos cinco elementos básicos que compõem esse sentir o mundo que nos cerca. Nas aulas
também devem ser trabalhadas a leitura, dramatização, produção de textos e vivências
para experimentações dos cinco sentidos (tato, olfato, paladar, audição e visão).
Como recursos didáticos, pode-se utilizar para trabalhar sobre a visão: o
caleidoscópio, e os livros de literatura infantil; Na abordagem sobre a audição: CD
(Reick), materiais diversos para confecção de chocalhos na latinha de refrigerante
(areia, pedras, moedas, etc.), papel de seda colorido para os alunos reproduzirem o som
de um carro de corrida, bem como em outras aulas o incenso, caixa de cheiros, contendo
saches com: erva – doce, café, canela, cravo, etc., para que os alunos percebam
diferentes tipos de cheiro, inclusive buscando sentir e identificar os cheiros, presentes na
sala de aula.
Pode também ser ministradas, posteriormente, mais aulas com os temas:
tato e paladar. Utilizando-se, como recurso didático, a caixa de sensações (com objetos
de diversas formas, tamanhos, espessuras e texturas) para trabalhar, de modo
interdisciplinar, as formas, tamanhos e quantidades. Utilizando, frutas variadas para
trabalhar os sabores tais como azedo, amargo, doce e salgado, etc., e também a partir
das frutas, explorar o cheiro, a textura, formato, peso. Esse trabalho todo pode ser feito
em forma de projeto avaliando-se os resultados a partir da observação dos alunos,
buscando atingir alguns objetivos como o de despertar o interesse, a motivação dos
alunos pelas aulas de Ciências, bem como fazer uma reflexão sobre os saberes e práticas
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pedagógicas no processo de ensino-aprendizagem de Ciências Naturais, discutindo
teorias que podem sustentá-las, melhorá-las, enriquecê-las, qualificá-las. Enfim, que nos
sirvam de parâmetros no ato de ensinar, no momento de escolher os conteúdos, definir
estratégias, organizar as aulas práticas. Desta forma, buscaremos meios que contribuam
para tornar a aprendizagem verdadeiramente significativa na vida dos alunos.
RESULTADOS DE EXPERIENCIAS DE PROFESSORES TRABALHANDO AS
CIÊNCIAS NATURAIS
De acordo com as professoras da Escola Municipal de Ensino Básico
Agostinho Simplício de Figueiredo é muito gratificante estudar ciências naturais com os
alunos, pois eles se interessam principalmente quando são realizadas provas práticas em
que as experiências são demonstradas a eles no momento em que elas acontecem.
Primeiro é trabalhado o conteúdo teórico em sala de aula, onde se formulam as questões
que serão respondidas nas experiências resolvidas no laboratório. Após a realização das
experiências realiza-se o debate em sala onde serão apresentadas as conclusões a que
cada grupo chegou. Tem também as aulas de campo, onde são realizados passeios
visando aprofundar um conhecimento maior dos alunos vivenciando parte das
experiências feitas na escola. O motivo principal pelo qual os alunos gostam muito das
aulas de ciências deve-se em grande parte pela forma diferenciada de se dar essas aulas.
Assim conclui as professoras que a motivação das aulas em geral gira em torno da
capacidade do professor de diferenciar as formas didáticas de se apresentar os conteúdos
seja de qualquer matéria dada.
Exemplo de aula teórica de ciências
A aula terá inicio com um bate papo entre a professora e os alunos. A
seguir vêm à apresentação de cartazes com seres vivos da natureza, em destaque as
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árvores, as flores, os animais como um boi e um beija-flor. Depois será apresentado no
mesmo cartaz os seres não vivos como as árvores queimadas transformadas em cinzas e
carcaças de animais. Serão apresentados dois filmes um dos primeiros tempos no
começo da formação da Terra, explorando, por exemplo, os dinossauros como eram as
árvores e os animais daquela época, outro nos tempos atuais mostrando a transformação
sofrida em decorrência da ação humana destacando o pantanal e sua fauna e flora. O
objetivo é abrir espaço para a discussão da diferença ocorrida no planeta e suas
conseqüências.
Em comemoração ao dia da árvore será feito um desenho bem grande no
papel pardo preenchendo a copa com os pés das crianças com tinta guache verde e o
caule com tinta guache marrom. Irá ser trabalhado junto aos alunos o incentivo ao
cultivo de flores através da plantação de mudas em um copo de café com pedaços de
isopor e as flores feitas de crepom de várias cores. “As crianças serão levadas a um
passeio em volta do pátio da escola com chapéus feitos com flores variadas e coloridas,
com a música de Vivaldi” a natureza.”. Para o encerramento do projeto será distribuído
pirulitos com flores e cada aluno levará a sua florzinha que plantou para casa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se procurarmos recolocar a questão da segurança do educador no ensino de
ciências no contexto de diferentes vertentes atualmente conhecidas, veremos que
algumas incongruências certamente surgirão. Correndo os olhos pelas diversas
propostas, pode-se constatar facilmente que nem para todas elas é necessária uma
formação super especializada numa área específica.
Por outro lado, para estudar a
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aproximação da criança com o conhecimento de fenômenos presentes no cotidiano,
seria necessário um profissional com uma boa formação geral para o magistério que
pudesse investigar e compreender os pensamentos da criança. Evidentemente a falta de
domínio profundo de conhecimentos específicos deveria ser suprida por profissionais
especializados.
Ocorre que, via de regra, deseja-se adotar uma perspectiva, mas, na
realidade, a força da tradição nos empurra em direção a outra.
Muito comumente encontramos educadores "construtivistas" desapontados com o fato
de seus alunos terem confundido os termos "massa" e "peso" em alguma prova. O fato é
que existem demandas sociais específicas em relação ao ensino de ciências. As
propostas metodológicas apresentadas devem encará-las e enfrentá-las, tendo em vista
que nem sempre será possível – na verdade quase nunca – conciliar demandas
tradicionais com práticas inovadoras.
Os cursos de formação de educadores para o ensino fundamental não podem
furtar-se a essa discussão. O estágio desses educadores em formação deve ser
acompanhado de uma discussão prévia sobre as práticas presentes em nosso cotidiano,
seus pressupostos, suas demandas e suas possíveis críticas. É necessário que se tenha
claro qual o papel do professor generalista numa aula de ciências antes do início do
estágio.
Portanto, seria interessante que todo o trabalho pedagógico envolvendo o
ensino de ciências para crianças fosse precedido de um esclarecimento dos objetivos
perseguidos, ao invés de aderir ao rótulo mais elegante (ou mais mercadológico)
disponível no momento. As expectativas de alunos, professores, estagiários, pais,
diretores, deverão confluir e enfrentar-se nesse debate. Decerto esse seria o palco ideal
para um estágio introdutório ao ensino de ciências.
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REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Ciências Naturais. Brasília, 1997.
DRIVER, R. Children’s ideas in science. Milton Keynes, Open University Press, 1985.
FRANCALANZA, Hilário. O Ensino de Ciências no Primeiro Grau. São Paulo: Atual,
1986.
HARLEN, W. Enseñanza y aprendizaje de las ciencias. Madri, MEC e Morata, 1989.

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