ser ou não ser, eis a questão

SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO
Esse livro faz parte de uma história em
animação que está lá no nananina.com.br
Ele traz o ponto-de-vista de outro
personagem. Afinal, existem muitas histórias
dentro de cada história! Você pode ler essa
versão, curtir a do video e se inspirar para
criar a sua, que tal? Use texto, desenho,
vídeo, stopmotion… o que vier na cabeça.
Depois, mande pra gente no e-mail
[email protected]. Quem
sabe sua criação não vai para nossa galeria
de talentos?
Onde tem história o NanaNina está.
História: Zeco
Projeto Gráfico: ElFaro Comunicação
Ilustrações: Mustafari Ilustrações
Rogerio Karam Salltori (Zeco)
Prefixo Editorial: 921190
Número ISBN: 978-85-921190-0-3
Título: Ser ou não ser, eis a questão
www.nananina.com.br
[email protected]
SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO.
”DUENDE, DUENDE, DUENDE. UM PRÍNCIPE DIFERENTE”, NA VERSÃO DO PRÓPRIO.
VEJA SÓ A VIDA DE DUENDE: ACORDAR CEDO, PÔR A TOUCA, ME
ESCONDER DOS ADULTOS, ALMOÇAR, TOCAR VIOLA, JANTAR E DORMIR.
ACORDAR CEDO, PÔR A TOUCA, ME ESCONDER DOS ADULTOS, ALMOÇAR,
TOCAR VIOLA, JANTAR E DORMIR. ACORDAR CEDO, PÔR A TOUCA...
AH, EU QUERIA SER OUTRA COISA!
MAS, O QUÊ É QUE EU PODIA SER?
PENSEI, PENSEI, PENSEI... PRÍNCIPE! BOA IDEIA! PRÍNCIPE É CHIQUE!
TEM UMA ESPADA, UMA COROA E AINDA NAMORA A PRINCESA!
PRONTO, VOU SER PRÍNCIPE! URRÚ!
E NÃO É QUE BEM NAQUELE DIA TINHA UMA FESTA NO CASTELO DO REI?
NÃO TIVE DÚVIDAS: PEGUEI UMA TOALHA E FIZ UMA CAPA.
PEGUEI UM BALDINHO DE PRAIA E FIZ UMA COROA.
PEGUEI UM GALHO DE SAMAMBAIA E FIZ UMA ESPADA.
PRONTO! COLOQUEI MINHA TOUCA NO BOLSO,
MINHA VIOLA NO SACO E ME MANDEI PRA FESTA.
DE LONGE EU VIA O CASTELO DO REI TODO ILUMINADO!
NOSSA, EU IA ARRASAR COMO PRÍNCIPE! URRÚ!
MAS, QUANDO ENTREIFUI
NOCHEGANDO
CASTELO, OCOM
REI PINTA
EDUARDO
ME MAS QUAND
DE GALÃ,
ESCULHAMBOU DE CARA: CASTELO,
“Ô, SEU DUENDE,
AQUI NÃO
É UMA REI ME ES
AQUELEISSO
BOBALHÃO
DAQUELE
FESTA CARA:
A FANTASIA,
Ô MEU!”
“- Ô SEU
DUENDE, ISSO AQUI NÃO É UMA FE
Ô MEU!”
FIQUEI TRISTE, TRISTE MESMO. IMAGINE UM DUENDE TRISTE. POIS É, ERA EU.
SENTEI NUM COGUMELO E FIQUEI ALI PENSANDO NA VIDA:
“SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO...”.
DE REPENTE, LEVEI UM SUSTO QUE QUASE ME DERRUBOU DO COGUMELO!
OUVI UMA VOZ NO MEU OUVIDO CANTANDO:
“VEM SER O QUE VOCÊ É, SER UM OUTRO NÃO DA PÉ...”.
QUE MALUCO! NÃO TINHA NINGUÉM ALI! EU, HEIN...?
“VEM SER O QUE VOCÊ É, SER UM OUTRO NÃO DA PÉ, VEM SER O QUE VOCÊ
É, SER UM OUTRO NÃO DA PÉ”…”. AQUILO NÃO SAÍA DA MINHA CABEÇA!
“O QUE É QUE EU SOU?”, PENSEI. “UM DUENDE COM UMA TOUCA NO BOLSO
E UMA VIOLA NA MÃO”, RESPONDI PRA MIM MESMO.
ENTÃO, COLOQUEI MINHA TOUCA NA CABEÇA,
TIREI MINHA VIOLA DO SACO E, COMO QUEM NÃO QUER NADA,
FUI LEVANDO UMA BALADINHA, UM SAMBA ROCK...
AOS POUCOS, FORAM CHEGANDO UNS ANIMAIZINHOS, UNS ANÕES,
UMA MOÇA TRISTE COM CARA DE NEVE, O SACI, O BICHO PAPÃO...
DE REPENTE TINHA UMA GALERA!
BRUXOS DANÇANDO COM FADAS! A RAINHA CANTANDO DESAFINADA!
PRINCESAS NA PISTA! ...URRÚ! A FESTA FICOU MUITO ANIMADA!
ESTAVA TUDO PERFEITO! TODO MUNDO ESTAVA FELIZ!
ATÉ QUE UM MACACO PIADISTA GRITOU LÁ DE TRÁS!
“DÁ-LHE, PEQUENO PRÍNCIPE!“
ENTÃO, O REI LEVANTOU DE SEU TRONO, SUBIU NA MESA, BATEU FORTE
O SEU CAJADO E GRITOU BEM ALTO:
“SILÊNCIO! SILÊNCIO! PODEM PARAR! PODEM PARAR! PAREM TUDO!…
NADA DISSO! QUE PRÍNCIPE, QUE NADA...!”
BEM, NESSA HORA EU JÁ TINHA DESCIDO DO COGUMELO
E ESTAVA ME ESCONDENDO ATRÁS DO CAULE...
MAS FOI AÍ QUE O REI ABRIU UM BELO SORRISO E TERMINOU A FRASE:
“O PRÍNCIPE ATÉ ENTENDE DE DANÇAS E ESPADAS…
MAS, DE ANIMAÇÃO DE FESTA,
NÃO SABE NADA PERTO DESSE NOBRE DUENDE!
KAAAAAKAKAKAKAKAKAAA... FOI UMA GARGALHADA GERAL!
TODOS FICARAM FELIZES E ALIVIADOS! ATÉ O PRÍNCIPE, MEIO SEM JEITO,
RIU DA PIADA DO REI... URRÚ!
AQUELE REI QUE PARECIA UM BOBALHÃO ERA UM GRANDE FANFARRÃO!
VOLTEI PARA CASA DE MADRUGADA, FELIZ DA VIDA, CANTAROLANDO UMA
MÚSICA QUE DUAS MENINAS DA FESTA FIZERAM PRA MIM:
“DUENDE, DUENDE, DUENDE, UM PRÍNCIPE DIFERENTE, QUE CAI NA FOLIA,
CAI NA MAGIA, CAI NA ARMADILHA DA IMAGINAÇÃO...”
É, a gente é o que se é!