BOI-TATÁ (José Barros Vasconcellos) Boi

Transcrição

BOI-TATÁ (José Barros Vasconcellos) Boi
BOI-TATÁ
(José Barros Vasconcellos)
Boi-tatá saiu ao campo,
Sem rumo, à toa, zazando,
Foi brincar de pirilampo
E saiu esvoaçando.
Noite escura, céu nublado,
Sopra rijo, o vento norte
E boi-tatá alvoroçado
Anda a procura de sorte.
Ora assustando criança,
Ora seguindo viajante,
Boi-tatá nunca se cansa
Nessa procura constante.
Fosforecendo de noite
E misterioso de dia,
Boi-tatá finge de açoite
Na dança da fantasia.
Boi-tatá parou na estrada,
Escondeu-se no sem fim,
Fez ronda na madrugada
E o dia findou assim:
Triste, ensombreado, brumoso,
Sem esperança de sol,
E boi-tatá luminoso
Surgiu em novo arrebol.
Sem cor, sem forma, sem jeito,
Será mistério, será?
Duende ou fantasma perfeito
Que infunde tanto respeito
Mas que é sempre boi-tatá

Documentos relacionados

A duas flores

A duas flores A duas flores Castro Alves São duas flores unidas, São duas rosas nascidas Talvez no mesmo arrebol, Vivendo no mesmo galho, Da mesma gota de orvalho, Do mesmo raio de sol. Unidas, bem como as penas...

Leia mais