caderno de resumos - IV CONGRESSO BRASILEIRO DE
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caderno de resumos - IV CONGRESSO BRASILEIRO DE
CADERNO DE RESUMOS PUBLICAÇÃO PROVISÓRIA PARA ACOMPANHAR A PROGRAMAÇÃO, AS SESSÕES DE POSTERES E DE APRESENTAÇÕES ORAIS DO EVENTO Ribeirão Preto, 14 de Abril de 2016 Página |2 Mensagem da Presidente Os cursos de Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Odontologia do campi de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo têm a honra de promover o IV Congresso Brasileiro de Eletromiografia e Cinesiologia e a IV Jornada Nacional de Procedimentos Mioterápicos. Nos dias 14, 15 e 16 de abril de 2016 a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto será o ponto de encontro de pesquisadores, clínicos e estudantes em formação interessados no estudo do movimento humano. O evento tem o objetivo de nos atualizar em diferentes tópicos relativos a Cinesiologia e Biomecânica, indo do gesto esportivo à avaliação postural, do disfuncional ao são, da cabeça e pescoço até os dedos do pé. Para tanto, preparamos uma programação que incluiu palestrantes nacionais e estrangeiros que poderão ser vistos em minicursos pré evento, key-notes e mesas redondas. Além disso, o evento abre espaço para a produção recente na área, através da mostra de trabalhos e já tradicionais premiações. A estrutura de programação foi idealizada ainda pensando em criar oportunidades para que todos possam circular, conversar e estabelecer contatos profissionais. Esperamos poder receber bem a todos os congressistas em Ribeirão Preto no próximo Abril, para entregar pessoalmente um congresso com a excelência que distingue o nosso campi. À todos os congressistas, desejamos que seja um frutuoso momento acadêmico e pessoal. Sintam-se bem vindos! Dra. Anamaria Siriani de Oliveira Página |3 Comissão Organizadora do IV COBEC Claudia Maria de Felcio Daniela Cristina Carvalho de Abreu Débora Bevilaqua Grossi Luciana Vitaliano Voi Trawitzki Marisa Semprini Paulo Roberto Pereira Santiago Renato de Moraes Rinaldo Roberto de Jesus Guirro Selma Siéssere Simone Cecilio Hallak Regalo Thais Cristina Chaves Comissão Científica do IV COBEC Alexandre Wesley Carvalho Barbosa Ana Beatriz de Oliveira - Email Cristiane Rodrigues Pedroni Delaine Rodrigues Bigaton Edson Dozinetti Verri Fabiano Politti Gilmar Moraes Santos Heleodório Honorato dos Santos Helga Tatiana Tucci Matheus Machado Gomes Thais Cristina Chaves Página |4 Página |5 APRESENTAÇÕES ORAIS – SEXTA-FEIRA 15 DE ABRIL Pág. HORÁRIO Nome 13 16:45 Tatiane Totta 15 17:00 17 17:15 19 17:30 Fernanda Vincia Sidequersky Filipe Herlon Cabral de Freitas Natalia Miguel Martinho 21 17:45 Marina Mello Villalba 23 18:00 Mayara Thaysa de Abreu TÍTULO COORDENAÇÃO NEUROMUSCULAR DA MASTIGAÇÃO EM ADULTOS JOVENS COM FISSURA LABIOPALATINA E TIPO MASTIGATÓRIO BILATERAL ALTERNADO ANÁLISE DA CINEMÁTICA DA MASTIGAÇÃO NAS DEFORMIDADES DENTOFACIAIS E DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES DE MOMENTO DO MÉDIO-PÉ DE INDIVÍDUOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE PRONAÇÃO DURANTE A POSTURA ORTOSTÁTICA RELAXADA CORRELAÇÃO ENTRE PALPAÇÃO DIGITAL, ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA E PARÂMETROS BIOMÉTRICOS ULTRASSONOGRÁFICOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA PREDOMINANTEMENTE DE ESFORÇO: ESTUDO PRELIMINAR. ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DOS MÚSCULOS DO CORE POR MEIO DO TESTE DE PRANCHA LATERAL EM PRATICANTES DE DIFERENTES ATIVIDADES FÍSICAS COMPARAÇÃO DA ATIVAÇÃO MUSCULAR NO SUPINO COM HALTERES VERSUS SUPINO NA MÁQUINA SMITH APRESENTAÇÕES ORAIS – SÁBADO 16 DE ABRIL Pág.. HORÁRIO 25 11:15 27 11:30 29 11:45 31 12:00 33 12:15 35 12:30 Nome Mayerly Carolina Anaya Niño Rosangela Alice Batistela Rafael Reimann Baptista Frederico Balbino Lizardo Fabrício José Jassi Vinicius Alota Ignacio Pereira TÍTULO EFEITO DA CRIOTERAPIA SOBRE A ATIVIDADE EMG DO TIBIAL ANTERIOR E SÓLEO EM INDIVÍDUOS COM SPASTICIDADE PÓS- AVE O EFEITO DO TOQUE LEVE E DO SISTEMA ÂNCORA NO CONTROLE DA POSTURA EM ADULTOS JOVENS DURANTE A REALIZAÇÃO DA TAREFA DUPLA COGNITIVA ELECTROMYOGRAPHIC RESPONSES OF THE UPPER LIMBS TO THE T-27 AIRCRAFT FORCE SIMULATOR OF THE BRAZILIAN AIR FORCE 1ST TRAINING SQUADRON EXERCÍCIO PROPRIOCEPTIVO COM BOSU MAXIMIZA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS DO TORNOZELO EFEITOS DE DUAS FORMAS DE APLICAÇÃO DA BANDAGEM FUNCIONAL ELÁSTICA NO CONTROLE POSTURAL DE INDIVÍDUOS COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ESTUDO PILOTO EFEITO DA DOENÇA DE PARKINSON E DO MEDICAMENTO NOS PARAMETROS ESPAÇO TEMPORAIS DA MARCHA NO DESVIAR DO OBSTÁCULO APRESENTAÇÕES EM PÔSTERES – SEXTA-FEIRA 15 DE ABRIL 16:30 às 18:00h Pág. CÓDIGO NOME TÍTULO BCM.123 Ana Cristina Corrêa Cervi Ana Cristina Corrêa Cervi Carina Ferreira Pinheiro Gabriel Pádua da Silva 134 CMH.109 Bruno Ferreira CORRELAÇÃO DA FORÇA DE ABDUTORES DO QUADRIL E DO PICO DE VALGO: COMPARAÇÃO ENTRE DUAS TAREFAS FUNCIONAIS PARA AVALIAÇÃO DO VALGO DINÂMICO DE JOELHO COMPARAÇÃO DO ÂNGULO DE ROTAÇÃO DO JOELHO ENTRE AS TAREFAS DE SINGLE-LEG LANDING E STEP DOWN TEST AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA DA MUSCULATURA CERVICAL ANTAGONISTA DURANTE CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA VOLUNTÁRIA MÁXIMA EM PACIENTES COM MIGRÂNEA ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DE MEMBROS INFERIORES EM INDIVÍDUOS INFECTADOS COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA INFLUÊNCIA DA ATAXIA NA EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA 138 CMH.111 Carina Ferreira Pinheiro 146 CMH.115 148 CMH.116 150 CMH.117 Daiane Lazzeri de Medeiros Daiane Lazzeri de Medeiros Daiane Lazzeri de Medeiros 152 CMH.118 42 BCM.103 44 BCM.104 60 BCM.112 82 Daiane Lazzeri de Medeiros DIFERENÇAS NA RAZÃO FLEXÃO-RELAXAMENTO ENTER OS MÚSCULOS EXTENSORES CERVICAIS EM TRABALHADORES USUÁRIOS DE COMPUTADOR COM E SEM DOR CERVICAL CRÔNICA A INFLUÊNCIA DA VISÃO NO CONTROLE POSTURAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NA POSIÇÃO ORTOSTÁTICA ALTERAÇÕES DO COMPORTAMENTO MOTOR DA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA EM INDIVÍDUOS COM FISSURA LABIOPALATAL TRANSFORAME INCISIVO UNILATERAL CONTRIBUIÇÃO DA ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA EM UMA CRIANÇA COM PARALISIA OBSTÉTRICA DO PLEXO BRAQUIAL DURANTE O MOVIMENTO DE ELEVAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR - ESTUDO DE CASO ÍNDICES ELETROMIOGRÁFICOS DURANTE A MASTIGAÇÃO HABITUAL E PADRONIZADA DE MATERIAIS DE DIFERENTES CONSISTÊNCIAS EM MULHERES COM E SEM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Página |6 Pág. CÓDIGO NOME 154 CMH.119 172 CMH.128 Daiane Lazzeri de Medeiros Gabriel Pádua da Silva 174 CMH.129 176 CMH.130 182 CMH.133 184 CMH.134 192 CMH.138 Marcelo Palinkas 212 CMH.148 214 CMH.149 216 CMH.150 234 INS.105 250 INS.113 Thiele de Cássia Libardoni Thiele de Cássia Libardoni Thiele de Cássia Libardoni Ana Izabela Sobral de Oliveira Daiane Lazzeri de Medeiros 260 INS.118 262 INS.119 264 INS.120 268 INS.122 278 INS.127 280 INS.128 288 INS.132 290 INS.133 318 INT.114 Delaine Rodrigues Bigaton 324 INT.117 Gisele Harumi Hotta 326 INT.118 Gisele Harumi Hotta 368 INT.139 Thiele de Cássia Libardoni Gabriela Ferreira Carvalho Gabriela Ferreira Carvalho Lidiane Lima Florencio Lidiane Lima Florencio Isadora Orlando de Oliveira Isadora Orlando de Oliveira Lidiane Lima Florencio Marcela Mendes Bragatto Natanael Teixeira Alves de Sousa Natanael Teixeira Alves de Sousa Thiele de Cássia Libardoni Walter Ansanello Netto TÍTULO FENDA LABIOPALATAL E DISFUNÇÃO CERVICAL: INFLUENCIA NA ATIVIDADE ELÉTRICA DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS E CERVICAIS ANÁLISE DO PADRÃO FUNCIONAL DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO EM INDIVÍDUOS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA ALTERAÇÃO DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO EM SUPERFÍCIE ESTÁVEL E INSTÁVEL EM PACIENTES COM MIGRÂNEA AVALIAÇÃO DOS LIMITES DE ESTABILIDADE EM DIFERENTES SUBTIPOS DE PACIENTES COM MIGRÂNEA MULHERES COM MIGRÂNEA APRESENTAM ATIVIDADE ELÉTRICA AUMENTADA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO PESCOÇO DURANTE TESTE DE ESTABILIZADORES CERVICAIS PRESENÇA DE PONTO GATILHO MIOFASCIAL ATIVO NO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO DE MULHERES COM MIGRÂNEA ALTERA A ATIVIDADE ELÉTRICA DO MESMO DURANTE TESTE DE FLEXÃO CRANIOCERVICAL ANÁLISE DO SISTEMA ESTOMATOGÁTICO DE MULHERES COM ARTRITE REUMATOIDE COMPARAÇÃO DE ESCORE DE EQUILÍBRIO ENTRE OS SEXOS DE CRIANÇAS COM 8 A 12 ANOS COMPARAÇÃO DO ALINHAMENTO DA CABEÇA ENTRE DIFERENTES SEXOS E FAIXAS ETÁRIAS VALORES DE REFERÊNCIA PARA O ALINHAMENTO DA CABEÇA EM ADULTOS SAUDÁVEIS: DADOS PRELIMINARES CONFIABILIDADE DO FLEXION ROTATION TEST EM PACIENTES COM MIGRÂNEA E SAUDÁVEIS APLICAÇÃO DOS SISTEMAS DINÂMICOS NA ANÁLISE CINEMÁTICA DA ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA EM INDIVÍDUOS COM DOR NO OMBRO COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR AVALIAÇÃO FUNCIONAL LOMBOPÉLVICA: CONFIABILIDADE E MEDIDAS DE ERRO DE TESTES CLÍNICOS CONFIABILIDADE E VALIDADE DO DINAMÔMETRO MANUAL LAFAYETTE® EM TESTES DE QUADRIL PARA USO CLINICO NA FISIOTERAPIA CORRELAÇÃO ENTRE A ATIVIDADE ELÉTRICA DO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO DURANTE TESTE DE FLEXÃO CRANIOCERVICAL E A POSTURA DA CABEÇA DE MULHERES COM MIGRÂNEA CORRELAÇÃO DA FORÇA NOS MOVIMENTOS CERVICAIS E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS EM INDIVÍDUOS COM CERVICALGIA OS SALTO VERTICAL E HORIZONTAL SE CORRELACIONAM COM A DINAMÔMETRIA ISOCINÉTICA MUSCULAR EM ATLETAS DE BASQUETE DE ALTO RENDIMENTO A DINAMOMETRIA ISOCINÉTICA APRESENTA CORRELAÇÃO COM A ATIVIDADE ELETROMIGRÁFICA EM ATLETAS DE BASQUETE DE ALTO RENDIMENTO COMPARAÇÃO E PREDIÇÃO DO PICO DE TORQUE ENTRE CRIANÇAS DO SEXO FEMININO E MASCULINO CONFIABILIDADE INTRA-SESSÃO E INTER- EXAMINADOR DO INCLINÔMETRO NA MENSURAÇÃO DA AMPLITUDE DE MOVIMENTO DO OMBRO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DO IMPACTO SUBACROMIAL EFEITOS DA MANIPULAÇÃO CERVICAL ALTA SOBRE A ASSIMETRIA E TORQUE DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS EM MULHERES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR MIOGÊNICA ANÁLISE DOS SISTEMAS DINÂMICOS NA CINEMÁTICA DA ESCÁPULA DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DO IMPACTO SUBACROMIAL SUBMETIDOS AO TREINAMENTO COM BIOFEEDBACK DE POSIÇÃO EFEITOS DA TERAPIA DE LASER DE BAIXA POTÊNCIA SOBRE A ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO MASSETER EFEITO DA INSTRUÇÃO PARA ATIVAÇÃO CONSCIENTE DOS MÚSCULOS DO ABDÔMEN NA ATIVAÇÃO ESCAPULOTORÁCICOS EM EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS DE CADEIA CINÉTICA FECHADA APRESENTAÇÕES EM PÔSTERES – SÁBADO 16 DE ABRIL 11:00 às 12:30h Pág. CÓDIGO NOME 38 BCM.101 Amanda Gomes de Assis Couto 40 BCM.102 Ana Carolina Panhan TÍTULO DÉFICIT DE ROTAÇÃO INTERNA DA GLENOUMERAL E SUA CORRELAÇÃO COM A AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DISCINESE ESCAPULAR EM ATLETAS DE ESPORTES AQUÁTICOS: DADOS PARCIAIS FUNÇÃO DO MÚSCULO OCCIPITOFRONTAL: AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA Página |7 Pág. CÓDIGO BCM.105 46 BCM.106 48 BCM.107 50 BCM.108 NOME TÍTULO Ana Cristina Corrêa Cervi Ana Cristina Corrêa Cervi Ana Paula de Oliveira Carnevalli Ananda Cezarani CORRELAÇÃO ENTRE O PICO DE FLEXÃO DO JOELHO E O PICO DE VALGO DURANTE A REALIZAÇÃO DE DIFERENTES TAREFAS FUNCIONAIS PARA AVALIAÇÃO DO VALGO DINÂMICO ANÁLISE DO VALGO DINÂMICO DO JOELHO EM DIFERENTES ÂNGULOS DE FLEXÃO NAS TAREFAS FUNCIONAIS “SINGLE LEG STEP DONW” E “SINGLE LEG LANDING” CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA MUSCULAR E INCAPACIDADE DA COLUNA CERVICAL 52 BCM.109 BCM.117 Barbara de Lima Lucas Bárbara Gama da Silva Bruno Leonardo da Silva Grüninger Carlos Alberto Carranza López Caroline Baldini Prudencio Cyntia Rogean de Jesus Alves de Baptista Deborah Hebling Spinoso Denny Marcos Garcia BCM.118 Elisa Bizetti Pelai BCM.119 Felipe Marrese Bersotti Fernanda Grazielle da Silva Azevedo Nora Fernando Carvalheiro Reiser Franciele Voltarelli da Silva Dias Gabriel Paglioni Garcia Giovana Duarte Eltz 54 BCM.110 56 BCM.111 58 BCM.113 62 BCM.114 64 BCM.115 66 BCM.116 68 70 72 74 BCM.120 76 BCM.121 78 BCM.122 80 BCM.124 84 86 BCM.125 BCM.126 88 BCM.127 90 BCM.128 Giovanna Prado Conteçote Gislaine Aparecida Folha Guilherme Spagnol 92 BCM.129 94 BCM.130 96 BCM.131 98 BCM.132 100 BCM.133 Guilherme Thomaz de Aquino Nava Ivanize Mariana Masselli dos Reis Kizzy Silva Germano do Nascimento Laíse Angélica Mendes Rodrigues Larissa Sinhorim 102 BCM.134 104 BCM.135 Lianna Ramalho de Sena Rosa Lucas Resende Sousa 106 BCM.136 Maria Paula Martins Gomes BCM.137 Raffi Antunes Braga Bomtempo 108 110 ANÁLISE DA RAZÃO DA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA ENTRE FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO EM PACIENTES DEAMBULADORES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE ANÁLISE DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS AO IMPLANTE ZIGOMÁTICO ANÁLISE DA POTÊNCIA DE MEMBRO SUPERIOR EM ATLETAS DA SELEÇÃO PARALÍMPICA BRASILEIRA DE HALTEROFILISMO ANÁLISE CINEMÁTICA DOS MOVIMENTOS DA CABEÇA E DOR EM MULHERES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR, DISFUNÇÃO CERVICAL E ASSINTOMÁTICAS ESTUDO DA FUNÇÃO DO MÚSCULO TEMPORAL POR MEIO DA ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE EM DIFERENTES CLASSES ESQUELÉTICAS RECRUTAMENTO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO NO PÓS- PARTO VAGINAL E CESÁREA DE PRIMIPARAS ÂNGULO QUADRICIPITAL NÃO INFLUENCIA A VELOCIDADE DA MARCHA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS DURANTE A EXECUÇÃO DO TESTE DE CAMINHADA DOS 10 METROS FRAQUEZA MUSCULAR DE QUADRÍCEPS ESTA ASSOCIADA A DIMINUIÇÃO DA MOBILIDADE FUNCIONAL EM PACIENTES COM OSTEOARTRITE DE JOELHO ANÁLISE DA CINÉTICA DA PÁLPEBRA SUPERIOR E DO SUPERCÍLIO EM PACIENTES SUBMETIDOS À CORREÇÃO DE PTOSE PALPEBRAL E SUJEITOS NORMAIS FORÇA DO GRUPO MUSCULAR EXTENSOR DE JOELHO EM JOGADORES DE FUTEBOL CATEGORIA SUB-20 EFEITO DE UM PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE FADIGA APLICADO AO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL ESTUDO ELETROMIOGRÁFRICO DO CHUTE NO TAEKWONDO: UM ESTUDO PILOTO ELETROMIOGRAFIA E DESEMPENHO DOS MÚSCULOS FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS E DO EXTENSOR DOS DEDOS EM ARQUEIROS DE ELITE OROFACIAL CHARACTERISTICS OF SLEEP-RELATED BREATHING DISORDER PADRÃO DE ATIVAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS ESTABILIZADORES DE ESCÁPULA EM INDIVÍDUOS COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR ASSINTOMÁTICOS ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DO ARREMESSO DE JOGADORES DE BASQUETE TEMPO DE ENDURANCE DOS MÚSCULOS DO “CORE” EM ATLETAS ARREMESSADORES COM E SEM DISCINESIA ESCAPULAR ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS MASSETERES E TEMPORAIS EM PACIENTES COM APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO AVALIAÇÃO EMG, FORÇA DE MORDIDA E MOBILIDADE MANDIBULAR EM INDIVÍDUOS COM FRATURAS DE TERÇO MÉDIO E SUPERIOR DA FACE ANÁLISE DO RECRUTAMENTO MUSCULAR DURANTE A FLEXÃO E A EXTENSÃO DO TRONCO FRENTE AO AUMENTO GRADUAL DE PESO: RESULTADOS PRELIMINARES ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE EM MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS: REVISÃO SISTEMÁTICA ELETROMIOGRAFIA DE MUSCULATURA SUPRAHIOIDEA EM INDIVÍDUOS COM DEFORMIDADES DENTOFACIAIS CLASSE II E CLASSE III DURANTE PROVAS DE DEGLUTIÇÃO INFLUÊNCIA DO TORO MANDIBULAR NOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR EM ATIVIDADES FUNCIONAIS DURANTE FASES DO CICLO MENSTRUAL EM MULHERES USUÁRIAS E NÃO USUÁRIAS DE CONTRACEPTIVO ORAL TESTE DE FLEXÃO CRANIOCERVICAL: COMPARAÇÃO ENTRE MULHERES COM DISFUNÇÃO CERVICAL MUSCULOESQUELÉTICA, TEMPOROMADIBULAR E ASSINTOMÁTICAS VARIABILIDADE DE PARÂMETROS CINEMÁTICOS DE IDOSOS DE DIFERENTES DÉCADAS ETÁRIAS ANÁLISE BIOMECÂNICA DA PARTICIPAÇÃO DO MÚSCULO TRÍCEPS NA POSIÇÃO INTERMEDIÁRIA ENTRE ADUÇÃO E EXTENSÃO DE OMBRO NO EXERCÍCIO LAT PULL DOWN ATRAVES DA ELETROMIOGRAFIA ESTIMATIVA DO FLUXO DE ENERGIA NO RETROPÉ NO PLANO FRONTAL GERADO PELOS MOMENTOS INTERNOS DO TORNOZELO E DO COMPLEXO ARTICULAR DO MEDIOPÉ DURANTE A MARCHA Página |8 Pág. CÓDIGO NOME 112 BCM.138 Renan Alves Resende 114 BCM.139 116 BCM.140 118 CMH.101 120 CMH.102 122 CMH.103 124 CMH.104 126 CMH.105 Ricardo José Tecchio Serrão Valmir Marcos Baccaro Adriano Percival Calderaro Calvo Ana Claudia Mattiello Sverzut André Augusto Martines Teixeira Mendes André Macari Baptista Ângela Kazue Morita 128 CMH.106 Beatriz Mendes Tozim 130 CMH.107 132 CMH.108 136 CMH.110 140 CMH.112 142 CMH.113 144 CMH.114 156 CMH.120 158 CMH.121 160 CMH.122 162 CMH.123 164 CMH.124 166 CMH.125 168 CMH.126 Bruna Carvalho Cardoso BRUNA OLIVEIRA PLASSA Camila Roza Gonçalves Carolina de Almeida Silva Claudia Lucia Pimenta Ferreira Cyntia Rogean de Jesus Alves de Baptista Daniel Peteossi Rodrigues Santos Danilo Stefani Esposto Diego Eduardo Robles Cruz Emanuela Juvenal Martins Felipe Balistieri Santinelli Felipe Marrese Bersotti Fernando Max Lima 170 CMH.127 178 CMH.131 180 CMH.132 186 CMH.135 188 CMH.136 190 CMH.137 194 CMH.139 196 CMH.140 198 CMH.141 Lígia Maria Napolitano Gonçalves Mariana Barcellos Machado Marília Martins de Oliveira Pupim Mirian Nagae 200 CMH.142 Mirian Nagae Flávia Pessoni Faleiros Macedo Ricci Gabriella de Almeida Tolentino Guilherme Thomaz de Aquino Nava Liege Maria Di Bisceglie Ferreira Lígia Franco Oliveira TÍTULO MILD LEG LENGTH DISCREPANCY AFFECTS THE SAGITTAL PLANE BIOMECHANICS OF THE LOWER LIMBS OF KNEE OSTEOARTHRITIS INDIVIDUALS DURING WALKING ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTABILIZADORES DA ESCÁPULA EM INDIVÍDUOS COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR ASSINTOMÁTICOS ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS TIBIAL ANTERIOR E SÓLEO EM PACIENTES HEMIPARÉTICOS NOS AMBIENTES AQUÁTICO E TERRESTRE ADULTOS UTILIZAM RECURSOS SOMATOSSENSORIAIS NO EQUILÍBRIO UNIPODAL PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO PLANTAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS DE 6 A 16 ANOS EM FUNÇÃO DA FAIXA ETÁRIA E GÊNERO DOR LOMBAR INESPECIFICA INFLUENCIA NA FORÇA MUSCULAR E NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS ERETORES DA ESPINHA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL? EFEITO DA PREFERÊNCIA PEDAL E DO TIPO DE CHUTE NAS FASES INICIAIS DO CHUTE NO FUTSAL ATIVAÇÃO ANTAGONISTA DURANTE O TESTE DE BIERING-SORENSEN EM INDIVÍDUOS COM DOR LOMBAR RECORRENTE E PESSOAS SAUDÁVEIS CO-CONTRAÇÃO DOS MÚSCULOS DO TRONCO DURANTE A MARCHA EM JOVENS COM DOR LOMBAR ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS TEMPORAIS E ESPACIAIS DA MARCHA COM A OSCILAÇÃO DO CENTRO DE MASSA EM IDOSOS VIVENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS CINEMÁTICAS DA MARCHA DE IDOSOS VIVENTES NA COMUNIDADE E EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA EFEITOS DO DISPOSITIVO DE COMPRESSÃO TECIDUAL SUPERFICIAL NO CONTROLE DO TÔNUS MUSCULAR ESPÁSTICO TESTE DE CAMINHADA E CAMINHADA TANDEM EM PACIENTES COM MIGRÂNEA COM AURA E SEM AURA E MIGRÂNEA CRÔNICA AMPLITUDE E FREQUÊNCIA MEDIANA DO ESPECTRO DA POTÊNCIA DE SUJEITOS COM DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR TESTE DE CAMINHADA DOS 10 METROS EM CRIANÇAS SAUDÁVEIS: INFLUÊNCIA DA ACELERAÇÃO E DA DESACELERAÇÃO IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA PARA A PERCEPÇÃO AUDITIVA DO EFEITO DA BOLA NO TÊNIS DE MESA ANÁLISE FUNCIONAL DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS E CERVICAIS EM MULHERES SUBMETIDAS À MASTECTOMIA – ESTUDO PILOTO ELECTROMECHANICAL DELAY IN HEALTHY SUBJECTS VERSUS SUBJECTS WITH LUMBAR MUSCLE-SKELETAL SYMPTONS ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA MUSCULAR ISOCINÉTICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS E COM MIELOMENINGOCELE COMPARAÇÃO ENTRE O DESVIO DO OBSTÁCULO DURANTE O ANDAR PARA O LADO MAIS ACOMETIDO E MENOS ACOMETIDO PELA DOENÇA DE PARKINSON EFEITO DA FADIGA DO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL NO SENSO DE POSIÇÃO ARTICULAR DO JOELHO EXPERIMENTAL INDUCED PAIN INTENSITY DO NOT CORRELATE TO NEITHER FACIAL NOR NECK MUSCLE ACTIVITY ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DE TRAPÉZIO SUPERIOR E SERRÁTIL ANTERIOR DURANTE A EXECUÇÃO DE ALCANCE EM DIFERENTES ALTURAS EM INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS REDUÇÃO DO PICO DE FORÇA DOS MÚSCULOS EXTENSORES CERVICAIS EM MULHERES COM MIGRÂNEA AVALIAÇÃO DO RECRUTAMENTO MUSCULAR DURANTE O SENTAR E O LEVANTAR EM INDIVÍDUOS COM E SEM DOR LOMBAR CRÔNICA IDIOPÁTICA: RESULTADOS PRELIMINARES AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO OCLUSAL EM CASO DE DOR OROFACIAL ATRAVÉS DOS NÍVEIS DE CORTISOL E DHEA: RELATO DE CASO ANÁLISE DO LIMIAR DE FADIGA ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS MASSETERES E TEMPORAIS ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) E POSSÍVEIS ALTERAÇÕES NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO A DOR INFLUENCIA O PADRÃO DE ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR? ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA E AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA HIPERLACRIMEJAMENTO GUSTOLACRIMAL (SÍNDROME DAS LÁGRIMAS DE CROCODILO): RELATO DE CASO ATIVIDADE EXACERBADA DO MÚSCULO BUCINADOR EM SUJEITOS PROGNATAS Página |9 Pág. CÓDIGO NOME 202 CMH.143 204 CMH.144 Nayara Soares da Silva Nise Ribeiro Marques 206 CMH.145 Paola Errera Magnani 208 CMH.146 210 CMH.147 218 CMH.151 Roberto Negri Barbosa Saulo Cesar Vallin Fabrin Tiago Penedo 220 CMH.152 222 CMH.153 224 CMH.154 226 INS.101 228 INS.102 230 INS.103 232 INS.104 236 INS.106 238 INS.107 240 INS.108 Ana Paula Ferro 242 INS.109 244 INS.110 246 INS.111 Andrei Nakagawa Silva Andrei Nakagawa Silva Carlos Eduardo Girasol 248 INS.112 252 INS.114 254 INS.115 256 INS.116 258 INS.117 266 INS.121 270 INS.123 272 INS.124 274 INS.125 276 INS.126 282 INS.129 Veridiana Wanshi Arnoni Victor Rodrigues Nepomuceno Wanderley Jordão Junior Alessandro Ribeiro de Pádua Machado Amanda Medeiros de Freitas Amanda Medeiros de Freitas Amanda Medeiros de Freitas Ana Paula de Oliveira Carnevalli Ana Paula de Sousa Paixão Cyntia Rogean de Jesus Alves de Baptista Diana Carolina Reina Torres Flávia Medeiros Guilherme Gallo Costa Gomes Gustavo Moreira da Silva Lígia Maria Tezo Daloia Marcelo Rodrigues Barbosa da Silva Marila Rezende Azevedo Marília Artese Barros Marina Foresti dos Santos Rafael Cestaro de Souza TÍTULO EFEITOS DA BAIXA VISÃO E DA CEGUEIRA NO COMPLEXO POSTURAL IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS DISCRIMINATIVOS DE QUEDAS EM IDOSOS UTILIZANDO A CINEMÁTICA DA MARCHA COMPARAÇÃO DA ATIVAÇÃO MUSCULAR DE TRONCO ENTRE INDIVÍDUOS COM E SEM LESÃO MEDULAR IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO AUDITIVA PARA A IDENTIFICAÇÃO DO EFEITO DA BOLA NO TÊNIS DE MESA: COMPARAÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES INFLUÊNCIA DA ESCOLIOSE IDIOPÁTICA SEVERA NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO, COLUNA VERTEBRAL E FORÇA RESPIRATÓRIA AJUSTES ESPAÇO-TEMPORAIS DURANTE A FASE DE APROXIMAÇÃO PARA DESVIO DE UM OBSTÁCULO EM IDOSOS COM DOENÇA DE PARKINSON ANÁLISE DO LIMIAR DE FADIGA ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS EM INDIVÍDUOS COM OSTEOPOROSE IMPACTO DA SÍNDROME DA FIBROMIALGIA NA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA E CERVICAL FADIGA E DOR EM MULHERES COM E SEM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DURANTE A FORÇA DE MORDIDA MÁXIMA A METHOD TO QUANTIFY WRIST TREMOR AND ASSIST DEEP BRAIN STIMULATION CONFIGURATION ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO MUSCULAR POR MEIO DA ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE APLICAÇÃO DA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS EM SINAIS DE ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE ANÁLISE DA FREQUÊNCIA MÉDIA EM CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS UTILIZANDO ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE CONFIABILIDADE DA AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR VOLUNTÁRIA MÁXIMA DOS MUSCULOS CERVICAIS PELA DINAMOMETRIA MANUAL EM MULHERES SAUDÁVEIS CARACTERÍSTICAS DA FREQUÊNCIA, AMPLITUDE, ENTROPIA E VARIABILIDADE ESTIMADOS POR SENSORES INERCIAIS E ELETROMIOGRÁFICOS EM INDIVÍDUOS COM TREMOR DE PUNHO NA DOENÇA DE PARKINSON CONFIABILIDADE DA BIOMPEDANDIA ELETRICA NA AVALIAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR DE MULHERES SUBMETIDAS AO TRATAMENTO DO CANCER DE MAMA: ESTUDO PILOTO. FILTRAGEM DE SINAIS ELETROMIOGRÁFICOS UTILIZANDO EMPIRICAL MODE DECOMPOSITION DETECÇÃO DO ONSET NO SINAL EMG: INFLUÊNCIA DO GRAU DE SUAVIZAÇÃO DA ENVOLTÓRIA DO SINAL EMG NA DETECÇÃO POR USO DE LIMIAR SIMPLES CORRELAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA CUTÂNEA SOBRE PONTO GATILHO MIOFASCIAL NO MÚSCULO TRAPÉZIO SUPERIOR E ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA EM INDIVÍDUOS COM CERVICALGIA CRÔNICA EFEITO DA FAMILIARIZAÇÃO DO TESTE DE CAMINHADA DOS 10 METROS EM CRIANÇAS SAUDÁVEIS REPRODUTIBILIDADE INTRA AVALIADOR E NÍVEL DE ACORDO DAS VARIÁVEIS OBTIDAS EM DOIS PROTOCOLOS DE DINAMOMETRÍA EM HOMENS JÓVENS E SADIOS ANÁLISE DE MUDANÇAS NA CLASSIFICAÇÃO DO START BACK SCREENING TOOL PARA PREDIZER DESFECHOS CLÍNICOS EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA QUE RECEBEM TRATAMENTO FISIOTERÁPICO AVALIAÇÃO EM TEMPO REAL DO PROTÓTIPO ELETROGONIÔMETRO FLEX NA PRECISÃO DOS ÂNGULOS DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO METODOLOGIA DE ANÁLISE DA INTERFERÊNCIA CAUSADA PELA CONTRAÇÃO DO MÚSCULO FRONTAL NO ESCALPO CONFIABILIDADE INTEREXAMINADORES DA AVALIAÇÃO PELO DINAMÔMETRO HANDHELD EM ESCOLARES DE 6 A 14 ANOS A INFLUÊNCIA DO USO DE FAIXAS ESTABILIZADORAS NA CONFIABILIDADE DO DINAMÔMETRO MANUAL LAFAYETTE AVALIAÇÃO CLÍNICA DO BRUXISMO DO SONO EM JOVENS ADULTOS COM AUXÍLIO DE DISPOSITIVO DESCARTÁVEL DE EMG CORRELAÇÃO ENTRE A IMPEDÂNCIA ELÉTRICA DO TRONCO E O LIMIAR DE DOR À PRESSÃO SOBRE PONTO GATILHO MIOFASCIAL EM PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA CORRELAÇÃO ENTRE RAZÃO DE FLEXÃO RELAXAMENTO E INCAPACIDADE RELACIONADA À DOR CERVICAL CRÕNICA COMPARAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS CINÉTICAS E CINEMÁTICAS DO MEDIOPÉ ESTIMADAS POR TRÊS CONFIGURAÇÕES DE MARCAS DE RASTREAMENTO DOS MOVIMENTOS DO ANTEPÉ DURANTE A MARCHA P á g i n a | 10 Pág. CÓDIGO NOME TÍTULO INS.130 Rafaela de Melo Silva INS.131 Raphael Borges de Oliveira Gomes Adriana Arruda Piccini CORRELAÇÃO ENTRE A ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO DE NULIGESTAS COM OS MÉTODOS PALPAÇÃO DIGITAL, PRESSÃO DE CONTRAÇÃO E DINAMOMETRIA COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS CONFIGURAÇÕES DE RASTREAMENTO DOS MOVIMENTOS DO ANTEPÉ DURANTE A PRONAÇÃO E SUPINAÇÃO DO PÉ EM ORTOSTATISMO PROTOCOLO DE REEDUCAÇÃO DA POSTURA PÉLVICA E SEUS EFEITOS SOBRE OS MÚSCULOS DO ASSOALHO E A BASCULA - ESTUDO PILOTO EFICÁCIA DO MÉTODO MCKENZIE NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ANÁLISE PRELIMINAR DE UM ESTUDO PLACEBO CONTROLADO RANDOMIZADO COMPARAÇÃOATRAVÉS DA UNIDADE PRESSÓRICA DE BIOFEEDBACK E PALPAÇÃO CLÍNICA NOS RESULTADOS DE EXERCÍCIOS PARA ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA LOMBAR EM SUPERFÍCIE ESTÁVEL E PRANCHA DESLIZANTE O EFEITO IMEDIATO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA ASSOCIADA AO USO DA FES, SOBRE A ATIVIDADE ELÉTRICA DO MÚSCULO TA DE INDIVÍDUOS COM HEMIPARESIA DECORRENTE DE AVE: ESTUDO ALEATORIZADO, CONTROLADO E DUPLO CEGO EFEITO AGUDO DE EXERCÍCIOS DO MÉTODO PILATES NA ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS DO TRONCO DE PESSOAS COM E SEM DOR LOMBAR INESPECÍFICA EFEITO AGUDO DA CORRENTE DE ALTA VOLTAGEM SOBRE A DOR E FORÇA MUSCULAR EM MULHERES COM OSTEOARTRITE DE JOELHO DOZE SESSÕES DE TREINAMENTO COM O MÉTODO PILATES PROMOVEM MELHORA DA FLEXIBILIDADE DOS ISQUIOTIBIAIS E DA MOBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL EFEITO DO MÉTODO PILATES NA RESISTÊNCIA MUSCULAR E ELETROMIOGRAFIA DOS MÚSCULOS MULTÍFIDOS EM IDOSAS COM DOR LOMBAR CRÔNICA EFEITO DA BANDAGEM ELÁSTICA NA ATIVAÇÃO MUSCULAR DO QUADRÍCEPS E TORQUE ISOMÉTRICO DOS EXTENSORES DO JOELHO EM INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE EFEITO AGUDO DO TREINAMENTO COM HASTE OSCILATÓRIA NA ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTABILIZADORES DA ESCÁPULA EM INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR EFEITOS DA ACUPUNTURA SISTÊMICA NO SINAL ELETROMIOGRÁFICO DURANTE A CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA VOLUNTÁRIA MÁXIMA DO MÚSCULO TRAPÉZIO EFEITO DO USO NOTURNO DE ÓRTESE DE POSICIONAMENTO DE PUNHO NA FUNÇÃO E SINTOMAS DA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO: ESTUDO DE DOIS CASOS TREINAMENTO ABDOMINOPÉLVICOS PARA OS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO: COMPARAÇÃO DE PROTOCOLOS EFEITO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DE ALTA VOLTAGEM SOBRE A CO-CONTRAÇÃO E COEFICIENTE DE SOBREPOSIÇÃO DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIO NA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EFEITO DO FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA PÓSTEROLATERAL DO QUADRIL EM INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO EFEITO DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NO TORQUE E ATIVIDADE MIOELÉTRICA DO JOELHO E QUADRIL PRÉ E PÓS RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA): UM ESTUDO CONTROLADO ANÁLISE DA ATIVIDADE ELÉTRICA E DA FORÇA MUSCULAR GLOBAL EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) SUBMETIDOS A TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS FISIOTERAPÊUTICOS NA ESPASTICIDADE E FUNÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR DE SUJEITOS HEMIPARÉTICOS A INFLUÊNCIA DO FORTALECIMENTO DO QUADRIL EM PACIENTES COM SÍNDROME DA DOR FEMOROPATELAR: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA TREINAMENTO COM VIBRAÇÃO DO CORPO INTEIRO PODE FAVORECER A COATIVAÇÃO ENTRE OS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO E TRANSVERSO DO ABDOMEN/OBLÍQUO INTERNO? EFEITOS DA TERAPIA POR CONTENSÃO INDUZIDA EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM CURSO CRÔNICO INFLUÊNCIA DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA REDUÇÃO DA FADIGA ELETROMIOGRÁFICA DO MUSCULO BICEPS BRAQUIAL APÓS OITO SEMANAS DE TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA EFEITO IMEDIATO DE UMA SESSÃO DE TREINAMENTO DO MÉTODO PILATES SOBRE O PADRÃO DE CO-CONTRAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTABILIZADORES DO TRONCO EM INDIVÍDUOS COM E SEM DOR LOMBAR CRÔNICA INESPECÍFICA EFEITOS DO TRATAMENTO DE TRIGGER-POINTS MIOFACIAIS SOBRE A AMPLITUDE DE ABERTURA BUCAL EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE STRAIN-COUTERSTRAIN NO TRATAMENTO DA DOR OROFACIAL EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 284 286 INT.101 292 INT.102 Alessandra Narciso Garcia INT.103 Alethéa Gomes Nardini INT.104 Aline Marina Alves Fruhauf INT.105 Aline Prieto de Barros Silveira Amanda Gomes de Assis Couto Ariane Cristina Dias de Souza Beatriz Mendes Tozim 294 296 298 300 INT.106 302 INT.107 304 INT.108 306 INT.109 308 INT.110 Bruna Carvalho Cardoso Caio Giorgetto Leite 310 INT.111 312 INT.112 314 INT.113 316 INT.115 Cristhyano Pimenta Marques Danielle Soares Figueiredo Danielli Nunes Cristovam Elisa Bizetti Pelai 320 INT.116 322 INT.119 Felipe Marrese Bersotti Heleodório Honorato dos Santos 328 INT.120 Heleodório Honorato dos Santos INT.121 Heleodório Honorato dos Santos Inara Ribeiro Cunha 330 332 INT.122 334 INT.123 Isabela Garcia Carrilho Peres INT.124 João Carlos Comel INT.125 Kamila Verlene Soares Gomes Vieira INT.126 Laura Zanforlin Nagel INT.127 Leandro Ribeiro Reche de Souza Leandro Ribeiro Reche de Souza 336 338 340 342 344 INT.128 346 P á g i n a | 11 Pág. CÓDIGO NOME TÍTULO Liege Maria Di Bisceglie Ferreira Lucas Caetano Carlos AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO PRÉ E PÓS EQUILÍBRIO OCLUSAL ATRAVÉS DO AJUSTE OCLUSAL FUNCIONAL ATIVIDADE MUSCULAR DO CORE DURANTE UM PROTOCOLO DE FADIGA EM PRATICANTES DE DIFERENTES MODALIDADES DE TREINAMENTO EFEITO DE DOIS PROGRAMAS DE TREINAMENTO ABDOMINOPÉLVICO EM MULHERES JOVENS NULÍPARAS, CONTINENTES: ESTUDO CONTROLADO, RANDOMIZADO EFEITOS DO ULTRASSOM ESTÁTICO ASSOCIADO A TERAPIA MANUAL PARA O TRATAMENTO DE PONTOS GATILHOS MIOFASCIAIS EM INDIVÍDUOS COM CERVICALGIA: ESTUDO CLÍNICO PILOTO EFEITO DO TRATAMENTO DA DEFORMIDADE DENTOFACIAL NA POSTURA DE CABEÇA 348 INT.129 350 INT.130 352 INT.131 354 INT.132 356 INT.133 358 INT.134 360 INT.135 362 INT.136 Melissa Nara de Carvalho Picinato Pirola Natalia Akemi Yamada Terada Odinê Maria Rêgo Bechara Ricardo da Silva Alves 364 INT.137 Rodrigo Martin Oda 366 INT.138 370 INT.140 Saulo Cesar Vallin Fabrin Vanessa Veis Ribeiro 372 INT.141 374 INT.142 Marilia Fernandes Andrade Matheus Pereira Oliveira Vinicius Cobos Stefanelli Vinícius Cobos Stefanelli ANÁLISE DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO E BIOMECÂNICO DE FLEXO-EXTENSORES DE JOELHO EM DIABÉTICOS TIPO 2 APÓS TREINAMENTO SENSÓRIO MOTOR ANÁLISE DOS MUSCULOS CERVICAIS EM MULHERES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR TRATADAS COM ACUPUNTURA INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE EXERGAMES NA MELHORA DA FADIGA EM PACIENTES COM CÂNCER EFEITO DA MEDICAÇÃO DOPAMINÉRGICA SOBRE OS PARÂMETROS ESPAÇO-TEMPORAIS DO PASSO DE DESVIO DO OBSTÁCULO EM IDOSOSCOM DOENÇA DE PARKINSON ACUPUNTURA NA REABILITAÇÃO DA PARALISIA FACIAL DE BELL COM BASE NAS RAMIFICAÇÕES DO NERVO FACIAL EFEITO DO BIOFEEDBACK ELETROMIOGRÁFICO ASSOCIADO A TERAPIA VOCAL NA QUALIDADE VOCAL DE MULHERES DISFÔNICAS: RESULTADOS PRELIMINARES EFEITOS DA LIBERAÇÃO CICATRICIAL ABDOMINAL SOBRE A DOR E ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA LOMBAR DE PACIENTE COM DOR LOMBAR CRÔNICA ZUMBIDO NO OUVIDO CAUSADO POR CONTRAÇÕES ESPASMÓDICAS DO MÚSCULO SALPINGOFARÍNGEO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO OSTEOPÁTICO - RELATO DE CASO P á g i n a | 12 APRESENTAÇÕES ORAIS P á g i n a | 13 COORDENAÇÃO NEUROMUSCULAR DA MASTIGAÇÃO EM ADULTOS JOVENS COM FISSURA LABIOPALATINA E TIPO MASTIGATÓRIO BILATERAL ALTERNADO Tatiane Totta1; Giédre Berretin-Felix2; Cláudia Maria de Felício3; Katia Flores Genaro1,2 1 Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC-USP); 2 Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP); 3 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP – USP) Introdução: Indivíduos com fissura labiopalatina (FLP) podem apresentar deformidade dentofacial como efeito iatrogênico das cirurgias primárias, repercutindo na função mastigatória. Dentre os tipos mastigatórios, a mastigação bilateral alternada (BA) é considerada o padrão mais adequado1. Por meio do método “Differential Lissajous EMG Figure”, que verifica a coordenação entre os músculos masseter e temporal durante a mastigação, e analisa de forma diferencial e simultânea parâmetros eletromiográficos entre pares musculares contralaterais2, as autoras hipotetizaram que indivíduos com FLP, mesmo com mastigação BA, apresentariam parâmetros eletromiográficos distintos dos indivíduos sem fissura. Objetivo: Analisar se há diferença nos parâmetros eletromiográficos entre indivíduos com FLP, com mastigação BA, e indivíduos sem fissura. Métodos: Estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética do HRAC-USP (CAAE: 26648914.5.0000.5441), e parte integrante do projeto “Inter-relações Morfofuncionais no Complexo Craniofacial”, do Núcleo de Apoio a Pesquisa em Morfofisiologia do Complexo Craniofacial (processo nº 11.1.21626.01.7). Participaram 38 adultos jovens, ambos os gêneros, entre 18 anos e 28 anos de idade (média: 23±2,5), divididos em dois grupos. O grupo fissura (GF): 15 indivíduos com FLP unilateral operada, não sindrômica, todos com mordida cruzada posterior bilateral, e o grupo controle (GC): 23 indivíduos com boa saúde geral e oral (mínimo de 28 dentes, sem má oclusão), sem sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM)3. Foram fatores de inclusão do GC: ausência de histórico de distúrbios neurológicos centrais ou periféricos, fibromialgia, cirurgias ou traumas na região da cabeça e pescoço; uso crônico de analgésicos, antiinflamatórios ou psicotrópicos; além de reabilitação protética. A mastigação foi classificada por três avaliadoras experientes e considerada BA quando os ciclos mastigatórios ocorreram 50% em cada lado ou 40% de um lado e 60% do outro, conforme avaliação clínica da mastigação de biscoito4,5, registrada com câmera digital (Sony DSC-HX1 9.1MP) posicionada em tripé à frente do indivíduo, que estava sentado e com os pés apoiados no chão. A concordância (Kappa) de cada avaliadora com a opinião da maioria demonstrou concordância substancial para a avaliadora 1 e moderada para as demais. Para a avaliação eletromiográfica a pele na região dos músculos masseter e temporal anterior foi limpa com álcool 70% e eletrodos bipolares de superfície (AgCl) foram posicionados paralelos às fibras musculares5. A atividade eletromiográfica durante a mastigação unilateral de goma de mascar (15 segundos em cada lado)2,5 foi registrada por meio do Eletromiógrafo BTS FREEEMG 300, de oito canais (BTS Bioengineering®), e na análise utilizou-se os programas BTSDental Contact AnalyseeSmart Analyser-MatLab2011, seguido pelo“differential Lissajous EMG figure”. O sinal foi normalizado pela máxima contração voluntária (MCV) com rolos de algodão posicionados bilateralmente na região dos primeiros molares/segundo pré-molares2,5. Da MCV obtiveram-se os parâmetros: simetria entre pares musculares contralaterais (POC) e força de deslocamento lateral (TORQUE), enquanto da mastigação unilateral calculou-se os parâmetros: simetria do padrão muscular entre a mastigação direita e esquerda (SMI), bem como a frequência mastigatória, que corresponde ao quociente entre o número de ciclos mastigatórios e o tempo do teste. O Teste t de Student (p≤0,05) foi utilizado na análise. Resultados: Os resultados estão descritos na Tabela 1. P á g i n a | 14 Tabela 1: Média e desvio padrão dos valores de cada parâmetro eletromiográfico. Parâmetro POC (%) Temporal Masseter SMI (%) Torque (%) Frequência (Hz) lado direito lado esquerdo GF Grupos GC Valor de p 79,28±9,85 75,50±11,8 0 42,50±31,1 0 7,15±6,87 86,31±3,11 84,06±9,53 0,017* 0,027* 64,10±25,1 0 5,31±3,66 0,033* 1,279±0,25 2 1,316±0,19 0 1,347±0,16 1 1,387±0,16 9 0,360 0,352 0,246 *: Diferença significante no Teste-t. Discussão: A hipótese testada foi confirmada, pois, no GF, mesmo com padrão mastigatório fisiologicamente adequado1, as médias de POC entre os músculos contralaterais foram menores, assim como foi menor a simetria dos padrões mastigatórios entre as mastigações unilaterais. A deformidade dentofacial no GF pode ter afetado a coordenação muscular da mastigação, mas também a presença de mordida cruzada posterior unilateral, assim como verificado em jovens com a mesma má-oclusão, porém sem DDF6. Contudo, os valores de TORQUE foram compatíveis aos obtidos em jovens com oclusão normal7, o que demonstra que a deformidade ou a mordida cruzada não levaram à contração desequilibrada entre os músculos masseteres e temporais a ponto de ocasionar força de deslocamento lateral. Também não afetaram a frequência mastigatória, pois a velocidade mastigatória foi semelhante à verificada em indivíduos normoclusais sem DTM5. Conclusões: No presente estudo, os indivíduos com FLP e mastigação BA apresentaram menor simetria entre os lados direito e esquerdo, tanto no músculo masseter, quanto no temporal na MCV, e durante a mastigação, comparados ao grupo controle. Referências: 1- De Felício CM. Desenvolvimento normal das funções estomatognáticas. In: Fernandes FDM et al, organizador. Tratado de fonoaudiologia. Roca. 2009a. p.17-27. 2- Tartaglia GM et al. Clin Oral Implants Res. 2008 Oct;19(10):1081-8. doi: 10.1111/j.16000501.2008.01574.x. 3- Pereira Júnior F, Favilla EE, Dworkin S, Huggins K. Critérios de diagnóstico para pesquisa das disfunções temporomandibulares (RDC/TMD). Tradução oficial para a língua portuguesa. JBC J Bras Clin Odontol Integr. 2004;8(47):384-95. 4- De Felício CM et al. J Oral Rehabil. 2012 Oct;39(10):744-53. doi: 10.1111/j.13652842.2012.02336.x. 5- Ferreira CL et al. J Electromyogr Kinesiol. 2014 Aug;24(4):565-71. doi: 10.1016/j.jelekin.2014.04.005. 6- Ferrario VF et al. J Oral Rehabil. 1999;26(7):57581.doi: 10.1046/j.1365-2842.1999.00419.x 7- De Felício CM et al. J Oral Rehabil. 2009b Aug;36(8):577-83. doi: 10.1111/j.13652842.2009.01970.x. Fontes financiadoras: Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada: “Análise do padrão mastigatório em indivíduos com fissura labiopalatina”. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo. P á g i n a | 15 ANÁLISE DA CINEMÁTICA DA MASTIGAÇÃO NAS DEFORMIDADES DENTOFACIAIS E DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES Fernanda V Sidequersky1; Andrea Mapelli1,2; Lúcia D Giglio1; Denny M Garcia1; Francisco V Mello-Filho1; Cláudia M de Felício1; Luciana V V Trawitzki1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil 2 Università degli Studi di Milano, Milano, Italy Introdução: Os fatores causais desordem temporomandibular (DTM) não estão bem esclarecidos e papel de má oclusões na etiologia dessa disfunção têm sido debatido ao longo de vários anos. Contudo, indivíduos com deformidades dentofaciais (DDF) apresentam má oclusões graves, mas não necessariamente apresentam DTM. Uma questão que se coloca é se há diferenças entre eles na função mastigatória já que essa pode ser influenciada por diversos fatores. Objetivos: Verificar se pacientes com DDF e DTM apresentam características particulares na cinemática da mastigação que permitam distingui-los e se eles se diferenciam de indivíduos saudáveis (C). Métodos: Foram avaliados 99 voluntários jovens e adultos entre 18 e 40 anos, 39 deles portadores de DTM com deslocamento de disco com redução. Também foram selecionados 40 pacientes com DDF, sendo 13 classe II (DDF-CII) (caracterizada por retrognatismo mandibular e/ou por excesso de crescimento maxilar), e 27 classe III (DDF-CIII) (caracterizada por prognatismo mandibular e/ou por deficiência maxilar, tendo a mandíbula mais anteriorizada em relação à maxila). Para compor o grupo (C) foram selecionados 20 voluntários sem DTM conforme o Research Diagnostic Criteria for TMD (RDC-TMD)1 e sem distúrbios miofuncionais orofaciais. Os movimentos mandibulares foram registrados durante a tarefa funcional de mastigação unilateral (à direita e depois à esquerda), por 25s em média, de uma goma de mascar sem açúcar (1,5g; Trident®). A prova foi iniciada com os dentes em posição de intercuspidação (ICP). Para o registro foram empregadas oito câmeras de alta resolução (BTS SMART), compostas por sensores sensitivos aos raios infravermelhos (infrared, IR), acopladas a um vídeo processador com frequência de amostragem de 500 Hz, que fornecem a projeção tridimensional dos marcadores passivos. Três marcadores passivos e reflexivos (diâmetro, 5 mm), posicionados na glabela, e região frontotemporal à direita e à esquerda, definiram a referência do plano craniano e dois pontos de referência condilares (condylar reference points, CRPs) foram localizados por palpação e marcados enquanto o sujeito mantinha a boca fechada em ICP. Outros três marcadores passivos (diâmetro, 5 mm) foram posicionados nos vértices de um triângulo equilátero construído com fio ortodôntico (lados, 40 mm; peso, 2 g); este aparato (antena) fixado na gengiva na região anterior da mandíbula usando adesivo cirúrgico (Stomahesive; Convetec Inc., Deeside, United Kingdom), fornece o sistema de referência mandibular e descreve seu movimento relativo ao plano craniano.2, 3 Um marcador adicional (dental mandibular) posicionado na linha média da borda incisal (interincisal point, IP), foi usado como ponto de referência estática para identificar o marcador dental (oclusal) relativo à antena extraoral. Os parâmetros cinemáticos calculados durante a mastigação foram: área média frontal e sagital dos ciclos descritos pelo IP; porcentagem (%) da área frontal do lado de trabalho; porcentagem (%) da área sagital posterior; velocidade do IP nas fases de abertura/fechamento dos ciclos mastigatórios. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética local (HCRP- 14332/2011). Cálculos estatísticos: Estatística descritiva foi calculada para todas as variáveis. As médias dos grupos DTM, DDF-CII, DDF-CIII e C foram comparadas pelo teste 1-way ANOVA. O teste Kruskal-Wallis foi usado para verificar as diferenças entre os grupos. O nível de significância estabelecido foi de 5%. Resultados: Pacientes e indivíduos saudáveis não apresentaram diferenças estatisticamente significantes quanto à variável idade (1-way ANOVA, p≥0.05). Quanto às variáveis da cinemática da mastigação, foi descrito o valor médio entre os lados. Foi observado que os pacientes com a DDFCII apresentaram a porcentagem da área sagital posterior estatisticamente menor quanto comparado aos demais grupos durante a mastigação. P á g i n a | 16 Table 1: Parâmetros cinemáticos da mastigação, médiaDP. C (n=20) DDF CII CIII (n=13) (N=27) DTM (n=39) 25±4 26±7 26±8 31±10 32±15 28±6 33±17 26±12 9±4 14±7 11±5 10±5 78±9 72±14 68±10 75±14 Referências Bibliográficas: 1 Dworkin SF, LeResche L. J Craniomandib Disord. 1992 Fall;6(4):301-55. 2 Sforza C et al. J Craniomaxillofac Surg. 2009;37:27-33. doi: 10.1016/j.jcms.2009.01.002. 3 De Felício CM et al. J Electromyogr Kinesiol. 2013;23(3):627-33. doi: 10.1016/j.jelekin.2013.01.016. 4 Ferrario VF et al. Cranio. 2006;24: 274-82. doi: 10.1179/crn.2006.043 94±6 *75±25 92±13 91±10 Agradecimento Velocidade do IP na fase de abertura [mm/s] 35±8 31±5 38±10 35±9 Velocidade do IP na fase de fechamento [mm/s] 46±13 35±7 48±14 45±14 Medidas [unidade] Idade [anos] Área média frontal do IP [mm2] Área média sagital do IP [mm2] Porcentagem da área frontal do lado de trabalho [%] Porcentagem da área sagital posterior [%] *Valor significativo de p * Teste Kruskal-Wallis (p> 0,05) DP= Desvio Padrão; NS, não significativo. Não foram observadas diferenças significativas no índice de velocidade do ponto IP durante a fase de abertura e fechamento mandibular na mastigação, porém observou-se uma diminuição do índice no grupo DDF-CII, principalmente durante o fechamento do ciclo. Discussão: Não foram observadas diferenças significativas que pudessem distinguir a mastigação entre os grupos com DDF e DTM. Quanto à ausência de diferenças entre os grupos, deve ser resssaltado que neste tipo de análise, quando diferentes indivíduos são agrupados, principalmente aqueles do grupo com alteração, características individuais altamente relevantes podem ser ocultadas. Nesse estudo utilizamos a goma de mascar para verificar possíveis características para diferenciar os grupos, entretanto, podemos ressaltar que a mastigação de uma goma de mascar é realizada facilmente sem quebrar ou selecionar partículas; e envolve um padrão simples de fechamento mandibular para o esmagamento do bolo. A goma de mascar foi usada para a padronização do bolo (volume e peso), pois segundo a literatura este alimento mantém as suas características durante toda a prova.4 Conclusão: Os resultados sugerem que é necessário o aprofundamento do cálculo dos índices da cinemática da mastigação para conseguir diferenciar os grupos de pacientes estudados. Núcleo de Apoio a Pesquisa em Morfofisiologia do Complexo Craniofacial (NAP-CF) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. (Processo USP 11.1.21626.01.7 - Programa de Incentivo à Pesquisa da Reitoria da Universidade de São Paulo). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (Bolsa Jovens Talentos). P á g i n a | 17 COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES DE MOMENTO DO MÉDIO-PÉ DE INDIVÍDUOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE PRONAÇÃO DURANTE A POSTURA ORTOSTÁTICA RELAXADA Letícia Silveira1; Karina Rocha1; Vanessa Araújo1; Fabrício Magalhães1; Thales Souza1; Filipe Herlon Cabral de Freitas1; Sérgio Fonseca1 1 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Introdução: O desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas tem sido associado a alterações na postura e no movimento de pronação e supinação do complexo tornozelo-pé, comumente mensurados pelo ângulo de eversão e inversão do retropé em relação a perna1. Diversos fatores podem contribuir para a quantidade de movimento de eversão e inversão do retropé em relação a perna, como o alinhamento do antepé e a rigidez passiva do quadril2. Entretanto, somente alguns desses fatores foram estabelecidos, sendo necessário investigar outros fatores que contribuem para o movimento angular da articulação retropé-perna no plano frontal2. O momento interno do complexo articular do médio-pé pode ser um possível fator contribuinte. Em indivíduos com maiores valores de eversão do retropé, o momento eversor do complexo articular do médio-pé, que é um momento inversor sobre o retropé, poderia resistir a essa posição. Portanto, a hipótese é que indivíduos com maiores valores angulares de eversão do complexo articular retropé-perna apresentarão menor momento eversor do complexo articular do médio-pé. Objetivos: O objetivo deste estudo foi comparar o momento interno eversor do complexo articular do médio-pé entre indivíduos com valores altos e baixos de eversão do complexo articular retropéperna durante a postura ortostática relaxada. Métodos: Este estudo foi conduzido com 18 indivíduos saudáveis (idade: 24,17 ± 3,97 anos; massa corporal: 62,54 ± 10,49 kg e altura: 169 ± 11 cm). Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFMG (CAAE 0427.0.203.000-11). Marcadores passivos reflexivos foram colocados no antepé, retropé e perna do membro inferior esquerdo e capturados por um sistema opto-eletrônico (8 câmeras ProReflex, Qualisys, Suíça) a 120Hz. As forças de reação do solo foram registradas por meio de duas plataformas de força em linha (AMTI, USA) a 1200Hz. Os participantes permaneceram em posição ortostática relaxada por cinco segundos com o retropé posicionado em uma das plataformas de força e o antepé na outra. Além disso, foram realizadas três coletas estáticas de cinco segundos com a articulação subtalar posicionada em neutro por um examinador experiente. O modelo biomecânico proposto por Bruening et al.3 foi implementado no software Visual 3D (C-motion Inc., USA). As marcas de rastreamento do antepé foram modificadas em relação ao modelo original, sendo utilizadas as cabeças do 2º e 4º metatarsos e a base do 2º metatarso. Os dados cinemáticos foram filtrados utilizando-se o filtro passa-baixa Butterworth com frequência de corte de 6 Hz, enquanto os dados cinéticos foram filtrados com frequência de corte de 10 Hz. Em sequência, calcularam-se as médias do ângulo retropé-perna (normalizado pela subtalar em neutro) e do momento interno do complexo articular do médiopé (normalizado pela massa corporal) no plano frontal durante a postura ortostática relaxada. A amostra foi dividida em dois grupos segundo o valor da mediana do ângulo retropé-perna. Indivíduos com valores do ângulo retropé-perna inferiores a -1,83º foram alocados no grupo 1 (n=9, média do ângulo: -5,83º) enquanto os demais foram alocados no grupo 2 (n=9, média do ângulo: 1,63º). Teste-t independente foi conduzido para comparar os valores médios do momento do complexo articular do médio-pé entre os dois grupos (α=0,05). Resultados: Os grupos apresentaram diferença significativa entre si (p=0,016). O momento do complexo articular do médio-pé foi inversor e apresentou-se menor nos indivíduos com maiores valores de eversão do retropé-perna (0,006 ± 0,005 P á g i n a | 18 Nm/kg) em relação àqueles com menores valores desse ângulo (0,015 ± 0,008 Nm/kg). Discussão: Ao contrário do esperado, o momento do complexo articular do médio-pé foi inversor e não eversor. Um menor momento inversor do complexo articular do médio-pé foi encontrado nos indivíduos com maiores valores de eversão de retropé-perna. Esse menor momento inversor do complexo do médio-pé constitui um menor momento eversor no retropé, o que é contrário ao maior ângulo de eversão do retropé observado. Portanto, o resultado do presente estudo contradiz o momento eversor esperado no complexo do médiopé, que resistiria à eversão do retropé na postura ortostática. Apesar de pesquisas prévias sugerirem a influência da mobilidade passiva do médio-pé na pronação do retropé2, o presente estudo não encontrou relação entre o momento interno (com componentes ativos e passivos) gerado no médio-pé e a postura de pronação do retropé. Estudos futuros são indicados para elucidar outros fatores que expliquem a pronação do retropé durante a postura ortostática. Conclusão: O momento interno inversor do complexo articular do médio-pé apresentou-se menor nos indivíduos com maiores valores de eversão do retropé-perna e, portanto, parece não ser um fator contribuinte para explicar a quantidade de eversão do complexo articular retropé-perna. Referências 1. Chuter VH et al. Gait Posture. 2012;36(1):7-15. doi: 10.1016/j.gaitpost.2012.02.001. 2. Souza TR et al. Man. Ther. 2014;19(5):379-85. doi: 10.1016/j.math.2013.10.003. 3. Bruening DA et al. Gait Posture. 2012;35(4):535-40. doi: 10.1016/j.gaitpost.2011.11.012 Fontes financiadoras: Esse trabalho é financiado pelas agências governamentais CNPq e CAPES. Fonte dos dados: Estes dados são parte do Projeto de Doutorado intitulado: Influência do alinhamento e rigidez do pé na cinemática e cinética dos membros inferiores durante a marcha, de Vanessa Lara de Araújo. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, UFMG. P á g i n a | 19 CORRELAÇÃO ENTRE PALPAÇÃO DIGITAL, ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA E PARÂMETROS BIOMÉTRICOS ULTRASSONOGRÁFICOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA PREDOMINANTEMENTE DE ESFORÇO: ESTUDO PRELIMINAR Natalia Martinho1; Simone Botelho1,2; Marília Andrade2; Anita Nagib1; Rodrigo Jales1; César Amorim3; Cássio Riccetto1. 1. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas/SP, Brasil. 2. Curso de Fisioterapia. Escola de Enfermagem. Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL, Alfenas/MG, Brasil. 3. Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo/SP, Brasil. Introdução: A avaliação dos músculos do assoalho pélvico feminino (MAP) tem sido recomendada pela International Continence Society (ICS) como parte da rotina de avaliação clínica dos sintomas do trato urinário inferior em mulheres, podendo ser realizada por diversos métodos1. A palpação digital é um dos métodos mais prático e amplamente utilizado para avaliação funcional do assoalho pélvico, devido sua simplicidade e baixo custo2. Este método já foi correlacionado com a eletromiografia de superfície, observando que ambos podem ser usados para validar os dados utilizados na pratica clínica e em pesquisa científica3. Um outro método que vem sendo descrito como confiável para avaliar parâmetros biométricos referentes ao assoalho pélvico é a ultrassonografia transperineal4. Entretanto, ainda não existem estudos que tenham realizado a correlação entre estes métodos. Assim, a partir deste estudo será possível compreender qual a relação entre força muscular, atividade elétrica e condição anatômica dos MAP em mulheres com sintomas predominantes de incontinência urinária de esforço (IUE). Objetivos: Investigar se a palpação digital e atividade eletromiográfica dos MAP correlacionam com a espessura do músculo pubo-retal em repouso e com a área do hiato genital durante a contração voluntária máxima (CVM) dos MAP em mulheres com sintomas predominantes de IUE. Métodos: Estudo clínico, transversal e controlado, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE:42456114.8.0000.5404). Inicialmente, foram recrutadas 39 mulheres e destas foram investigados se as mesmas preenchiam os critérios de elegibilidade do estudo e se apresentavam IUE predominante. Os sintomas de IUE foram investigados por meio de dois questionários validados internacionalmente International Consultation on Incontinence Questionnaire Urinary Incontinence – Short Form (ICIQ UI- SF)5 e International Consultation on Incontinence Questionnaire – Overactive bladder (ICIQ – OAB)6. Destas participantes, 8 não preenchiam os critérios de inclusão devido força dos MAP grau 0 ou 1 (n=3), presença de incontinência urinária de urgência predominante (n=1) e antecedente de cirurgia para tratamento de IUE e prolapso dos órgãos pélvicos (n=4). Dessa forma, a amostra final do estudo foi de 31 mulheres, as quais foram avaliadas quanto à força e atividade eletromiográfica dos MAP por meio de palpação digital7 e eletromiografia de superfície3, respectivamente; bem como foram submetidas ao exame de ultrassonografia transperineal 3D (GE Voluson) para análise da espessura do músculo puboretal em repouso e área do hiato genital durante a CVM dos MAP8. Para análise estatística foram utilizados os testes Kolmogorov-Smirnov, Pearson e Spearman, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados: Verificou-se correlação significativa direta entre a atividade eletromiográfica dos MAP e a espessura do músculo pubo-retal em repouso (p=0,009; r=0,45; 95%IC=0,12-0,69), bem como foi encontrada correlação significativa inversa entre a palpação digital e a área do hiato genital durante a CVM dos MAP (p=0,02; r=-0,39; 95%IC=-0,66- 0,04). Discussão: Sabendo-se que as desordens uroginecológicas podem ser desencadeadas por alterações anatômicas, biomecânicas e neuromusculares, faz-se importante utilizar métodos de avaliação que permitam compreender a condição dos MAP em sua totalidade, bem como investigar qual a relação entre os achados de cada método. Assim, apesar dos resultados do estudo ainda serem preliminares, já foi possível verificar que quanto maior a espessura do músculo pubo-retal em repouso, maior a atividade eletromiográfica dos MAP; bem como quanto menor a área do hiato genital durante a CVM dos MAP, maior a graduação da força dos MAP. Como limitações do estudo, pode-se citar o P á g i n a | 20 número reduzido de participantes, necessitando dar continuidade à pesquisa a fim de comprovar que tais métodos de avaliação se correlacionam e que podem ser usados como métodos de avaliação dos MAP complementares e válidos. Além disso, sugere-se a realização de novos estudos de correlação entre outros métodos comumente utilizados na avaliação dos MAP, tais como perineômetro e dinamômetro vaginal, e em diferentes grupos populacionais. Conclusões: Os resultados preliminares encontrados neste estudo indicam que a força e atividade eletromiográfica dos MAP correlacionam-se com os parâmetros biométricos ultrassonográficos do assoalho pélvico em mulheres com sintomas predominantes de IUE. Referências: 1 Abrams P et al. Neurourol Urodyn. 2010;29:213240. 2 Bø K; Sherburn M. Phys Ther. 2005;85:269-82. 3 Botelho S et al., Neurourol Urodyn. 2013;32:420423. 4 Ubukata H et al. J Phys Ther Sci. 2015;27(8):24957. 5 Tamanini JTN et al. Instrumentos de Avaliação (questionários). In: TRUZZI, J.C.; DAMBROS, M. editores. Bexiga Hiperativa - Aspectos Práticos. Nome da Rosa. 2004. 6 Pereira SB et al. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010;32(6):273-278. 7 Laycock J; Jerwood D. Physiother. 2001;87(12):631-642. 8 Dietz HP et al., Ultrasound Obstet Gynecol. 2005;25(6):580-585. Fonte financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Fonte dos dados: Os resultados preliminares apresentados fazem parte do conteúdo da tese de doutorado intitulada: “Análise da coativação entre os músculos abdominais e do assoalho pélvico e sua relação com os parâmetros biométricos ultrassonográficos do assoalho pélvico de mulheres com incontinência urinária predominantemente de esforço”. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Cirurgia da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. P á g i n a | 21 ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DOS MÚSCULOS DO CORE POR MEIO DO TESTE DE PRANCHA LATERAL EM PRATICANTES DE DIFERENTES ATIVIDADES FÍSICAS Marina Mello Villalba1; Lucas Caetano Carlos2; Giovana Duarte Eltz2; André Boava2; Caio Bellucio²; Adalgiso Coscrato Cardozo2; Mauro Gonçalves2. 1,2 Universidade Estadual Paulista, UNESP, Rio Claro- SP. Introdução: Umas das tendências mais estudadas nas ultimas décadas, no ambiente do treinamento físico, de acordo com American College of Sports Medicine (2010) é o treinamento do core. O core é uma estrutura musculoesquelética que inclui a coluna, quadril, pélvis e porção proximal dos membros inferiores, que trabalham em conjunto na estabilização da coluna vertebral, para realização de movimentos funcionais (AKUTHOTA et al., 2008). Alguns métodos de treinamento utilizam exercícios que focam essa musculatura, como exercícios de estabilidade, exercícios respiratórios específicos e exercícios com peso livre (WANG et al., 2012), dentre os principais, encontramos o Crossfit. Segundo McGill (2001), dentre as capacidades físicas relacionadas ao core, como flexibilidade, controle motor, força e resistência, a mais válida e confiável para avaliar esse complexo é a resistência (Waldhelm e Li, 2012) por ser importante na manutenção de uma postura neutra da coluna de uma forma funcional além de apresentar uma alta correlação com episódios de dor lombar crônica (Leetun et al., 2004). Um dos testes que tem sido amplamente utilizado por clínicos atualmente, é o teste de prancha lateral, proposto por McGill et al. (1999), no qual é realizado o apoio lateral para avaliar ou testar a musculatura do tronco, principalmente os músculos da região ânterolateral do tronco e o quadrado lombar. Desta maneira realiza-se o exercício bilateralmente e compara-se o equilíbrio muscular por meio da avaliação do tempo de manutenção. Este procedimento contribui para a análise do desequilíbrio de lateralidade que na literatura vem sendo demonstrado como um importante indicador de causa da dor lombar (EVANS et al., 2005). A hipótese deste estudo é que praticantes de modalidades específicas relacionadas ao treinamento do core apresentarão valores similares para ambos os lados no teste de prancha lateral. Objetivo: Comparar o efeito de diferentes atividades físicas nos valores de razão entre tempos obtidos durante o teste de prancha lateral dos lados Não Dominante/ Dominante (ND/D). Métodos: Participaram do presente estudo 15 homens e 9 mulheres, com idades entre 18 e 35 anos, sendo cinco homens e três mulheres praticantes das modalidades: Crossfit (CF), Musculação (M) e também aqueles considerados Sedentários (S). Esse trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), CAAE: 30539514.6.0000.5465. Como critérios de inclusão para o, CF e M, as participantes deveriam praticar suas modalidades por pelo menos seis meses no mínimo duas vezes por semana. Já para o grupo S, não poderiam ter realizado atividades regulares por pelo menos seis meses. Foram realizados os testes de prancha lateral nas participantes, apenas uma vez, bilateralmente. O teste era interrompido quando o participante não conseguia manter a posição e o quadril tocar o solo (MCGILL et al., 1999). Para diferença de lateralidade, seguiremos a equação proposta por McGill (1999) que consta da divisão do tempo obtido durante o teste do lado não dominante pelo lado dominante. Para uma comparação entre os grupos foi utilizado uma ANOVA one-way, com post-hoc de Bonferroni sendo adotado o nível de significância de p<0,05. Resultados: O grupo Crossfit teve idade média de 25,6±7,09; Musculação 22,8±3,68; Sedentários 21,6±2,66. A única diferença significativa encontrada foi na razão ND/D do grupo CF em relação ao grupo S (P=0,008) conforme apresentado na Figura 1. Figura 1. Comparação das razões de lateralidade entre os grupos S: sedentários; CF: Crossfit; M: Musculação. *P<0,05 Discussão: A análise do desequilíbrio de lateralidade é um importante indicador de causa da dor lombar (McGill (1999); EVANS et al., 2005). Neste sentido, P á g i n a | 22 o presente estudo demonstra que a prática específica de exercícios para o core, e em particular o Crossfit e a musculação, são alternativas para desenvolver um melhor equilíbrio de resistência dos músculos do tronco bilateralmente. Entretanto, quando comparadas as razões entre as modalidades Crossfit, Musculação com os indivíduos que não praticam atividade alguma verifica-se que os praticantes de Crossfit foram aqueles que realmente apresentaram um equilíbrio maior, o que não ocorreu entre aqueles que praticavam musculação e os sedentários. Este fato se deve ao grande número de exercícios que compõem o Crossfit exigindo assim uma ação mais simétrica dos músculos do tronco (GLASSMAN et al., 2009), e com isto, a realização dos movimentos com mais eficiência e segurança (MARTUSCELLO, 2013). Conclusão: Ao comparar o efeito de diferentes atividades físicas nos valores de razão entre tempos obtidos durante o teste de prancha lateral dos lados os indivíduos que praticam Crossfit apresentam melhor equilíbrio entre os lados. Referências: Thompson W. R. et al. ACSM's Health & Fitness Journal, 2016 AkuthotaKUTHOTA, V. et al. Current sports medicine reports, v. 7, n. 1, p. 39-44, 2008. Evans, K. et al. Physical Therapy in Sport, v. 6, n. 3, p. 122-130, 2005. Glassman, G. 2009 http:// www.cross fit.com/cfinfo/whatcrossfit.html. Acessado em Dezembro 1, 2013. Leetun, D. T. et al.Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 36, n. 6, p. 926-934, 2004. Martuscello J. M. Journal of Strength and Conditioning Research, 2013. McGill, S. et al. Archives of physical medicine and rehabilitation, v. 80, n. 8, p. 941-944, 1999. McGill, S. M. Exercise and sport sciences reviews, v. 29, n. 1, p. 26-31, 2001. Waldhelm, A. et al. Journal of Sport and Health Science, v. 1, n. 2, p. 121-128, 2012. Wang, X. Q. et al. PloS one, v. 7, n. 12, p. e52082, 2012. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: Análise de resistência dos músculos do core através do teste de prancha lateral em praticantes de diferentes modalidades de treinamento. O trabalho é desenvolvido junto ao Instituto de Biociências/ UNESP- RC. P á g i n a | 23 COMPARAÇÃO DA ATIVAÇÃO MUSCULAR NO SUPINO COM HALTERES VERSUS SUPINO NA MÁQUINA SMITH Mayara Thaysa de Abreu1; Juliana Landolfi Maia1; Sergio Luiz Ferreira Andrade1; Ricardo Martins de Souza1 1 Centro de Pesquisa em Atividade Física, Exercício e Esporte (CEPAFEE) do Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil) Introdução: O treinamento resistido (TR) é constantemente utilizado por profissionais da área da saúde para promover aumentos no tamanho e na força muscular (Gentil et Al., 2013). Buscando maior eficiência, a seleção dos exercícios é uma importante variável dos programas de treinamento, pois cada padrão de movimento apresenta características que podem influenciar diretamente na ativação dos músculos envolvidos (Calatayud et Al., 2015). Consequentemente, as adaptações neurais ao treinamento resistido são específicas aos movimentos treinados (Gabriel et Al., 2006). Estudos recentes demonstraram que exercícios multiarticulares produzem uma grande ativação de músculos considerados como acessórios, o que justifica a diminuição no número de exercícios uniarticulares, reduzindo assim o tempo total das sessões (Gentil et Al., 2015). Entretanto, não está completamente claro se diferentes exercícios multiarticulares, executados com diferentes implementos, produzem o mesmo padrão de ativação muscular. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi o de investigar a ativação muscular dos músculos peitoral maior (esternal [PM]), deltóide anterior (DEL) e do tríceps braquial (cabeças lateral [TLA] e longa [TLO]) no exercício de supino em dois tipos de equipamentos (máquina Smith[SM] e halteres [HAL]). Métodos: 12 homens (idade 22,64±4,92anos; estatura 1,75±0,07m; massa 83,30±8,68kg) com experiência em TR (mínimo 1 ano) foram recrutados e frequentaram o laboratório em 4 sessões. Todos os procedimentos foram aprovados pelo comitê de ética da instituição (48741215.5.0000.0095). Após a familiarização com os procedimentos (sessão 1) as sessões 2 e 3 foram realizadas para a determinação da carga máxima (1RM). Os exercícios foram realizados de forma alternada (sessão 1 - 1º SM e 2º HAL; sessão 2 - 1º HAL e 2º SM) e a 1RM definida a partir da equação de Brzyck (Nascimento et al., 2007) a partir da maior carga levantada. Na sessão 4 foi adquirido o sinal de eletromiografia (EMG). Após um aquecimento (50% 1RM), os eletrodos foram posicionados segundo SENIAM (2015). Inicialmente um teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) foi aplicado. Dez minutos após, uma única série do primeiro exercício foi executada até a falha concêntrica (70% 1RM, 2s:2s conc:exc). Vinte minutos após, o mesmo procedimento foi realizado com o segundo exercício. Os sujeitos foram divididos para que metade executasse o teste na ordem SMHAL e a outra metade na ordem HAL-SM. O teste de Kolmogorov-Smirnov foi usado para confirmar a normalidade dos dados. Uma ANOVA-two way foi aplicada para identificar diferenças entre as condições, com nível de significância de p≤0,05. O teste post-hoc de Tukey identificou onde as diferenças ocorreram. O tamanho do efeito foi calculado de acordo como método proposto por Cohen. Resultados: Foram encontradas maiores ativações médias (%CIVM ao longo de toda a série) do TLO (SM 57,72±16,49%; HAL 48,47±16,54%; -15,96%; p=0,014; d=0,77) e do DEL (SM 75,56±24,05%; HAL 59,60±15,80%; -9,25%; p=0,05; d=0,55) no exercício realizado na SM em comparação com HAL. Nenhuma outra diferença entre as condições foi identificada (p>0,05). Discussão: Os resultados sugerem que na SM a EMG é, em geral, maior dos que a obtida no HAL. Isso se deve a fato de que na SM o equipamento permite uma melhor ancoragem das mãos e, independentemente das ações musculares, o padrão do movimento realizado é limitado pelas características do equipamento. Deste modo, os músculos podem alcançar maiores níveis de ativação ao longo do exercício sem que este padrão sofra alterações. No HAL isso não é possível, pois neste exercício o equilíbrio dos halteres demanda uma coordenação intermuscular específica para que o movimento pretendido possa ser executado, devido ao fato que maiores graus de liberdade são possíveis. Isso é particularmente interessante quando se observa o %CIVM do TLO, a única porção biarticular avaliada. Músculos biarticulares tem dentre suas funções a capacidade de regular o movimento entre articulações adjacentes. Neste estudo é possível que uma menor magnitude de ativação do TLO durante a execução do P á g i n a | 24 HAL foi consequência da necessidade de regular o movimento com a finalidade de assegurar o equilíbrio dos halteres durante o padrão de movimento pretendido, evitando que a extensão do cotovelo ocorresse antes da adução horizontal do ombro, permitindo que o exercício fosse executado de forma satisfatória. Conclusões: Esses resultados podem ser importantes na definição dos exercícios tendo em vista que ganhos de força e até de hipertrofia são relativamente dependentes dos níveis de ativação musculares encontradas, e quanto maiores essas ativações maiores e mais rápidos são tais aumentos morfológicos e funcionais. Não descartamos aqui a execução de exercícios com HAL. Em geral, exercícios com maiores graus de liberdade geram maiores ativações em músculos estabilizadores do movimento, o que pode ser interessante em algumas condições. Referências: Calatayud, J et al. J Strength Cond Res. 2015;29(1):246-53.doi: 10.1519/JSC.0000000000000589 Gentil, P et al. Appl Physiol Nutr Metab. 2013;38(3):341-44. doi: 10.1139/apnm-2012-0176 Gentil, P et al. Asian J Sports Med. 2015;6(2):e24057. doi: 10.5812/asjsm.24057 Nascimento, MA et al. Rev Bras Med Esporte. 2007;13(1):47-50. doi: 10.1590/S151786922007000100011. Gabriel, D. A., Kamen, G., & Frost, G. (2006). Neural adaptations to resistive exercise.Sports Medicine, 36(2), 133-149. Hermens, HJ et al. Seniam. Disponível em: http://www.seniam.org/ Acesso em: 22 mar. 2015. Fonte dos dados: Os resultados aqui apresentados são parte de um projeto de iniciação científica desenvolvido no Centro Universitário Unibrasil, à qual os autores são vinculados. P á g i n a | 25 EFEITO DA CRIOTERAPIA SOBRE A ATIVIDADE EMG DO TIBIAL ANTERIOR E SÓLEO EM INDIVÍDUOS COM SPASTICIDADE PÓS- AVE Mayerly Carolina Anaya Niño; Villabona Esperanza1 Herrera 1 Escoela Fisioterapia da Universidade Industrial de Santander (UIS) . Introdução : A crioterapia é um método terapêutico frequentemente usado em situações clínicas para reduzir a espasticidade . No entanto, não tem sido claramente estabelecido seu efeito sobre o padrão de activação do músculo espástico e seus antagonistas. Objetivo: Avaliar os efeitos imediatos e tardios da bolsa de gelo (BG) sobre a atividade eletromiográfica do músculo sóleo espástico e seu antagonista, em pacientes pós-AVE. Métodos : Estudo experimental de medidas repetidas randomizados em dois grupos: BG (GBG, n=10) e controle (GC, n=5). O BG foi aplicado 20min em plantiflexores. As variáveis independentes: grupo experimental, tempos de medição (antes T0, T1 e T2, imediatamente após 30min após o resfriamiento) e tipo de contração isométrica voluntária submáxima (CISV em dorsiflexão e flexão plantar). Variáveis de saída : amplitude RMS e frequência média (Hz) . Os dados foram normalizados com base na medição em T0. Participantes: Quinze pacientes de ambos os sexos (11 homens) com hemiparesia espástica pós-AVE; com idade média de 60,7 ± 10,7años e tempo médio de progressão de 36 meses (RIC17-49). AVE isquêmica e valorização foi determinada na Escala Modificada de Ashworth grau 2 em 80% dos casos. Não houve diferenças significativas nas características basais dos participantes em ambos os grupos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética para as Ciências (CIENCI) UIS (Inscrição D13-16096). Análise estatística: As comparações entre T0 e T1 e T2 foram realizadas para cada grupo utilizando t de Student pareada para freqüência média (FM) e o teste de postos de Wilcoxon para RMS amplitude, após verificação da distribuição das variáveis por teste de Shapiro Wilk. Uma análise de covariância (ANCOVA) também foi realizado para cada um dos tempos da pós-intervenção, o ajuste para o grupo de medição e intervenção inicial. Nível de significância =0,05. Resultados: A Tabela 1 mostra os resultados e as comparações das variáveis obtidas em ambos os grupos e cada tempo de medição são apresentados. No GBG houve alteração na amplitude RMS dos músculos avaliados durante CISV dorsiflexão ( P > 0,05 ); FM tibial anterior diminuiu e sóleo aumento entre T0- T2 ( p <0,05) e T0- T1 ( p <0,001 ) registros , respectivamente. Durante CISV plantar houve aumento na amplitude RMS em ambos os músculos (p < 0,05 ) e reduziu a FM no sóleo , imediatamente e 30 minutos após o resfriamiento. O GC mostrou única diferença entre T0 e T1 RMS sóleo no CISV dorsiflexão. A ANCOVA demonstrou que imediatamente após o resfriamiento foi diminuída a FM no sóleo durante a CISV em flexão dorsal (19,5Hz p=0,01) e plantar (22,7Hz p=0,006 ). Discussão: Pesquisas anteriores mostraram resultados contraditórios sobre os efeitos da crioterapia na atividade EMG dos músculos espásticos e seus antagonistas. Martins et ai. não encontraram alterações nos valores RMS de tibial anterior após a aplicação de compressas de gelo por 30 minutos em plantiflexores. Enquanto isso, Da Silva et ai. descobriu que 20 minutos de compressas de gelo no RMS braço espástica aumenta em 20,9% no flexor do cotovelo e diminuiu 5,6% nos extensores. A literatura não relata a análise da FM, portanto essa variável foi registrada neste estudo, juntamente com a amplitude RMS durante CISV dorsiflexão e flexão plantar, imediatamente e trinta minutos após o resfriamento. O GC não estava envolvido com crioterapia, ou placebo, mas manteve condições experimentais semelhantes ao GBG. Embora nenhuma alteração foi testada na amplitude RMS durante a flexão dorsal, foi determinado um aumento na FM do músculo espástico e seu antagonista pós-crioterapia. Estes resultados sugerem um padrão de recrutamento melhor em que o antagonista para o padrão espástico. Também durante a flexão plantar houve um aumento no padrão de recrutamento de ambos os músculos, com o sóleo FM diminuiu, indicando uma melhor activação do antagonista para o músculo espástico, na flexão plantar padrão espástica. Estes resultados sugerem uma melhora no desempenho motor, algo que deve ser avaliado em futuras pesquisas. Os nossos resultados apoiam a utilização de P á g i n a | 26 crioterapia na espasticidade, o que poderia resultar da activação do termorreceptores, induzindo a inibição espinal músculo espástico, facilitando o seu antagonista, uma melhor activação do tono do músculo supra-espinhal de controlo, ou uma combinação destes mecanismos. Conclusões: Vinte minutos de aplicação de BG no músculo sóleo espástico melhora seu padrão de recrutamento de unidades motoras bem como do seu antagonista, durante a flexão dorsal e plantar CISV; estes efeitos são mantdos até 30min póscrioterapia, em repouso. Referências 1. Oksa J et al. Aviat Spac Envir Med. 2000;71(2):156-61. 2. Wolf S et al. Brain Res. 1975; 91:151-5. 3. Martins F et al. Rev Bras Fisioter. 2012;16:337-44. 4. Da Silva D et al. Braz J Biomed Eng. 2012;28:248-60. Fontes de financiamento. Grupos de Estudos da Dor . Escola de Fisioterapia. Universidade Industrial de Santander. Fontes de dados: Os dados apresentados fazem parte do projeto intitulado " Efeito imediato e noite da crioterapia na excitabilidade reflexas e atividade muscular em plantiflexores e seus antagonistas em pacientes espástica pós-AVE" , para se qualificar para o título mestrado em fisioterapia da Universidade industrial de Santander. Tabela 1. Parâmetros EMG antes (T0) imediatamente (T1) e 30 minutos após (T2) de cada um dos protocolos de intervenção GRUPO BOLSA DE GELO (n=10) T0 T1 CISV Dorsiflexión RMS TA 1,00 RMS SL 1,00 FM TA FM SL CISV Plantiflexión RMS TA 84,3 ± 17,9 117,7 ± 34 1,00 0,97 (0,74-1,6) 1,14 (0,92-1,32) 88,5 ± 24,4 102,7 ± 26,5b T2 T0 1,17 (0,44-1,99) 1,11 (0,77-2,14) 92,6 ± 20,5a 112,8 ± 36,8 1,00 1,00 91,6 ± 28.8 109,6 ± 29,4 GRUPO CONTROL (n=5) T1 T2 1,22 (1,02 – 1,22) 1,21 (1,20-1,29) 91,8 ± 22,2 115,7 ± 32,7 0,99 (0,94-1,84) 1,07 (0,92-1,10) 89,6 ± 25,8 115,7 ± 23,6 1,27 1,46 1,00 0,84 1,38 (1,02-1,37)a (1,37-1,69)a (0,82-1,36) (0,93-1,49) RMS SL 1,00 1,38 1,23 1,00 1,15 1,26 (1,19-1,54)b (1,06-2,09)a (1,03-1,29) (1,23-1,35) FM TA 93,7 ± 21,1 92,4 ± 17,6 95,3 ± 17,2 109,6 ± 29,4 115,7 ± 32,7 115,7 ± 23,6 FM SL 133,4 ± 25,1 112,4 ± 24,8b 124,6 ± 24,1a 141,1 ± 16,5 141,4 ± 14,8 141,5 ± 11,8 RMS de dados de amplitude correspondentes a mediana (intervalo interquartil) e da freqüência média (FM) para significar ± desvio padrão. CISV : contração isométrica submáxima Voluntário . TA: Tibial. SL: sóleo a p<0,05 b p<0,001 P á g i n a | 27 O EFEITO DO TOQUE LEVE E DO SISTEMA ÂNCORA NO CONTROLE DA POSTURA EM ADULTOS JOVENS DURANTE A REALIZAÇÃO DA TAREFA DUPLA COGNITIVA Rosangela A. Batistelal1; Renato Moraes2 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto Introdução: Os benefícios para o controle postural obtidos por meio da informação háptica adicional (IHA) com o uso do toque leve (TL) e do sistema âncora (SA) já foram evidenciados, especialmente em adultos jovens1,2,3. No entanto, ainda não se sabe se esses mesmos benefícios permaneceriam sob condição de tarefa dupla cognitiva (TDC). Dessa forma, quais seriam as alterações no controle postural diante dessas tarefas cognitivas e nessas condições de IHA? Objetivo: Identificar as alterações comportamentais que ocorrem no controle postural de adultos jovens perante situações de TDC com e sem o uso do SA e do TL. Métodos: Após consentimento e assinatura no termo de consentimento (CAAE 38716614.1.0000.5659), participaram desse estudo 20 adultos jovens (24±3 anos). A tarefa consistiu em ficar na postura ereta sobre uma plataforma de força (Bertec 4060-NC), com os olhos abertos, fixando o olhar para um alvo (diâmetro de 11,5 cm) a uma distância de 2 m. As condições posturais foram: 1) sem IHA; 2) com o SA (dois cabos flexíveis com cargas de 125 g nas extremidades, sendo seguro um em cada mão com os cabos esticados e as cargas apoiadas no chão)2,3; e 3) com o TL (toque do dedo indicador em uma superfície rígida fixada em um cabo maleável preso no teto e no chão)1. Para cada uma dessas tarefas posturais, as seguintes tarefas cognitivas secundárias foram realizadas: a) Tarefa Visual de Stroop (TVS projeção de 40 palavras/cores em uma TV de 29” com variações nos intervalos entre os estímulos de 600 a 1000 ms); b) Tarefa Auditiva de Monitoramento de Dígitos (TAMD - apresentação em áudio de 3 números alvos por meio de fones de ouvido, com intervalos de 500 a 1000 ms entre a sequência de números de 1 a 9). Inicialmente foram realizadas 3 tentativas controles na postura ereta com os cotovelos fletidos a aproximadamente 90°, olhando para o alvo com os pés afastados na largura dos ombros com base de apoio no chão. Após a realização da condição controle todas as outras 9 condições foram randomizadas e realizadas em cima de uma trave de equilíbrio (40 x 10 x 4 cm). Foram realizadas 3 tentativas por condição, com duração de 30 s cada. As variáveis do controle postural foram: amplitude e velocidade média de oscilação do centro de pressão (COP) nas direções anteroposterior (AMOap e VMOap) e mediolateral (AMOml e VMOml), respectivamente, distância percorrida pelo COP nas direções AP (DPap) e ML (DPml), frequência média da oscilação do COP nas direções AP (FMap) e ML (FMml) e área da elipse ajustada ao deslocamento do COP. Para as análises estatísticas nas condições (sem IHA, TL e SA) e nas tarefas (sem tarefa dupla [STD] e TVS/TAMD), ANOVA com medidas repetidas nos dois fatores e testes post-hoc foram realizados para localizar as diferenças (α<0,05). Resultados: Na TVS, a ANOVA apontou efeito de tarefa nas variáveis AMOap (F1,19=8,571; p=0,009) e AMOml (F1,19=6,737; p=0,018); VMOml (F1,19=5,737; p=0,027), área (F1,19=29,137; p<0,001), FMap (F1,19=10,524; p=0,004) e FMml (F1,19=6,971; p=0,016). Houve efeito de condição na distância percorrida (F2,38=18,368; p<0,001). A ANOVA também apontou efeito de tarefa na TAMD nas variáveis AMOap (F1,19=5,888; p=0,025) e AMOml (F1,19=6,520; p=0,019); área (F1,19=15,525; p=0,001) e FMml (F1,19=9,211; p=0,007). Houve efeito de condição para a distância percorrida (F2,38=10,919; p=0,003). As comparações pareadas mostraram que a tarefa STD apresentou maiores valores de AMO, VMO, área e FM quando analisada tanto na TVS quanto na TAMD. No entanto, a distância percorrida foi menor nas condições de TL e SA quando comparadas à condição controle sem IHA, tendo menores valores na condição de SA. Discussão: Estes resultados sugerem que independentemente da IHA, as tarefas cognitivas secundárias reduziram a oscilação postural, ou seja, desempenharam o papel de uma tarefa supra-postural (TSP). A TSP facilita o uso de um foco externo, o qual permite que o controle postural funcione num modo mais automático de controle, melhorando o desempenho na tarefa postural, através da integração funcional entre o controle postural e a TSP.4,5 Dessa forma, o sistema de controle postural reduz a oscilação postural a fim de facilitar o desempenho na tarefa cognitiva.4,5 Além disso, a redução na distância percorrida nas condições de TL e SA, também sugere que a IHA reduz a oscilação postural por meio das P á g i n a | 28 “dicas” sobre a posição do corpo em relação a superfície de suporte1. Conclusões: Assim conclui-se que alterações comportamentais ocorreram no controle postural de adultos jovens perante situações de TDC independentemente da adição ou não da informação háptica. Além disso, a IHA também contribuiu para reduzir a oscilação corporal. Referências 1. Vuillerme N et al. Exp Brain Res. 2006;169:232236. doi:10.1007/s00221-005-0142-7. 2. Mauerberg-DeCastro E. Motor Control. 2004;8:339-358. 3. Mauerberg-DeCastro E et al. Psychol Neurosci. 2014;7(3):301-318. doi: 10.3922/j.psns.2014.045 4. Wulf G et al. Q J Exp Psychol A. 2001;54(4):11431154. doi: 10.1080/713756012 5. Prado JM. Gerontology. 2007;53:274-281. doi: 10.1159/000102938 Fontes financiadoras: Bolsa CAPES Demanda Social Fonte dos dados: Esses dados são parte da Tese de Doutorado intitulada: “O efeito do toque leve e do sistema âncora no controle da postura em adultos jovens e em idosos (caidores e não caidores) durante a realização da tarefa dupla cognitiva”, desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 29 ELECTROMYOGRAPHIC RESPONSES OF THE UPPER LIMBS TO THE T-27 AIRCRAFT FORCE SIMULATOR OF THE BRAZILIAN AIR FORCE 1ST TRAINING SQUADRON Rafael Baptista1,2; Thiago Bezerra3; Michele Rosa2; Thais Russomano2,4. 1 PUCRS, School of Physical Education, Porto Alegre, RS, Brazil; 2 PUCRS, Microgravity Centre, Porto Alegre, RS, Brazil; 3 FAB, Magistério do Ensino Superior da Força Aérea Brasileira, SP, Brazil; 4 Centre of Human Aerospace and Physiological Sciences, KCL, UK Introduction: Brazilian Air Force Pilots are submitted to training using Flight Simulators. There are few evidences about the electromyographic responses of the pilots’ muscles during these simulations. Understand the electromyographic responses during flight simulations is very important for the physical conditioning of the pilots. Purpose: The study aimed to analyse the electromyographic responses of flight instructor pilots of the Brazilian Air Force Academy (BAFA), using a prototype Flight Simulator (SFAEMB312/T27). Methods: Twelve BAFA pilots (28.83±2.5 yr, 68.90±7.40 kg, 173±0.04 cm) were evaluated during a flight simulation and had their electromyographic responses analyzed using Root Mean Square (RMS) values. This study was approved by the Ethics Committee of the School of Medicine of the Ribeirão Preto University (protocol number 340.178/2013). Ten muscles (flexor carpi radialis, extensor carpi ulnaris, biceps brachii, triceps brachii, anterior deltoid, posterior deltoid, upper trapezius, pectoralis major, infraspinatus, latissimus dorsi) of the dominant upper limb using the joystick were included, during nose-up, nose-down and right/left roll manoeuvres over 60 seconds. The skin preparation and electrodes positioning were perfomed according to the Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive Assessment of Muscles (SENIAM). When not available at the Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive Assessment of Muscles the electrodes positioning were made according to the Konrad(1). SENIAM has developed recommendations for sensor locations on the following muscles: The electrodes were placed for the biceps brachii on the line between the medial acromion and the fossa cubit at 1/3 from the fossa cubit. For the triceps brachii at 50% on the line between the posterior crista of the acromion and the olecranon at 2 finger widths medial to the line. For the anterior deltoid at one finger width distal and anterior to the acromion. For the posterior deltoid in the area about two fingerbreaths behind the angle of the acromion. For the upper trapezius at 50% on the line from the acromion to the spine on vertebra C7. Data was analysed using one-way ANOVA with a 5% significance level using the GraphPad Instat software version 10.0. Results: The study demonstrated that the most active muscle in each of the flight movements to be: anterior deltoid muscle for nose-down (162.280±52.39mV; p=1.078); flexor carpi radialis for nose-up (123.349±39.65mV; p=0.7670); biceps brachii for internal rotation (440.263± 84.53mV; p=1.069); and posterior deltoid for external rotation (545.028±157.59mV; p=1.188). Data analysis of the mean values for maximal electromyographic responses of activation of the 10 studied muscles suggests greater muscle activation during the external rotation movements (3598.87±375.01mV; p=1.042), followed in decreasing order by the internal rotation movements (1598.96±110.90mV; p=0.693), nose-up (1371.47±121.37mV; p=0.884) and nose-down (993.86±110.38mV; p=1.110). Discussion: The data suggests that the deltoid muscles (anterior and posterior) provide a major contribution to movements during flight simulation, taking into consideration their function in stabilizing the glenohumeral joint. The greater electromyographic responses of activation found during lateral rotation of the shoulder also demonstrates the importance of this joint in the manoeuvres under study. Conclusion: Mean values for maximal electromyographic responses of activation of the 10 studied muscles suggests greater muscle activation during the external rotation movements, followed in decreasing order by the internal rotation movements, nose-up and nose-down. References 1. KONRAD, P. The ABC of EMG. Noraxon. 2006. Fontes financiadoras: Não houve financiamento. Fonte dos dados: Esses trabalho é um desdobramento da Dissertação de Mestrado intitulada: projeto e desenvolvimento de simulador de P á g i n a | 30 forças da aeronave EMB 312 T-27 tucano, defendida por Thiago Augusto Rochetti Bezerra. A dissertação foi desenvolvido junto ao Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, os dados foram re-analisados, interpretados e discutidos entre os autores no Laboratório de Biomecânica Aeroespacial do Centro de Microgravidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, gerando o presente trabalho. P á g i n a | 31 EXERCÍCIO PROPRIOCEPTIVO COM BOSU MAXIMIZA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS DO TORNOZELO Frederico Balbino Lizardo1; Gabriela Moreira Ronzani1; Gilmar da Cunha Sousa1; Daniela Cristina de Oliveira Silva1; Lázaro Antônio dos Santos1; Fausto Bérzin2; Delaine Rodrigues Bigaton3. 1- Laboratório de Eletromiografia Cinesiológica, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil. 2- Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas, Piracicaba, SP, Brasil. 3- Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil. Introdução: As entorses de tornozelo representam aproximadamente 15% de todas as lesões esportivas colegiais e cerca de 800.000 atendimentos por ano1. O treinamento proprioceptivo é recomendado para melhorar o equilíbrio e o controle neuromuscular do tornozelo e para restaurar as funções motoras dos membros inferiores2. O bosu é um instrumento de superfície instável que possui uma sólida plataforma de base com uma redoma de borracha inflável, semelhante a uma bola de ginástica partida ao meio, que tornou-se bastante popular nas academias de ginástica e clínicas de terapia física3. Muitos aparelhos proprioceptivos são difundidos tanto na prática clínica quanto no treinamento desportivo, entretanto, existem lacunas na literatura comparando o nível de atividade eletromiográfica dos músculos do tornozelo utilizando o bosu em relação a outros equipamentos tradicionais (balancinho, cama elástica e disco proprioceptivo). Objetivos:Analisar a atividade eletromiográfica dos músculos tibial anterior (TA), fibular longo (FL) e cabeça medial do gastrocnêmio (GM) durante o exercício proprioceptivo com bosu e comparar com diferentes aparelhos tradicionalmente utilizados (balancinho, cama elástica e disco proprioceptivo). Métodos: A amostra foi composta por 11 voluntários do gênero masculino com idade entre 23 + 2,14 anos, massa corporal 70,53 + 10,29 kg e estatura 176,3 + 6,88 cm, fisicamente ativos e sem histórico de distúrbios osteomioarticulares do membro inferior. Os voluntários não possuíam histórico de treinamento de equilíbrio e não utilizavam anti-inflamatórios, analgésicos ou mio-relaxantes que pudesse influenciar a atividade muscular. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (número 303.825) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) . O tamanho da amostra (n) foi determinado por meio do cálculo amostral com base na Raiz Quadrada da Média (Root Mean Square – RMS) do músculo TA, obtido em um estudo piloto com quatro voluntários, utilizando o aplicativo GPower 3.1, power de 80% e alpha = 0,05. Este cálculo forneceu uma amostra de tamanho mínimo de n = 10 para este estudo. A coleta de dados foi realizada utilizando-se eletrodos de superfície diferenciais simples com ganho de 20 vezes e razão de rejeição em modo comum de 92dB a 60Hz, e registrada por meio de um eletromiógrafo computadorizado projetado de acordo com normas internacionais (MyosystemBr1 P84 / DataHominis Tecnologia Ltda., Uberlândia, MG, Brasil), que apresenta impedância de entrada de 1015 Ohms, conversor analógico/digital com resolução de 16 bits, filtros Butterworth e bateria recarregável integrada para total portabilidade. O sinal eletromiográfico foi quantificado pelo RMS e normalizado (RMSn) pela Contração Isométrica Voluntária Máxima. Os sinais eletromiográficos foram submetidos a um filtro passa-alta de 20 Hz e passa-baixa de 500 Hz e a freqüência de amostragem utilizada foi de 2000 Hz por canal. Os eletrodos de superfície foram colocados nos músculos TA, FL e GM do antímero direito de acordo com as recomendações do SENIAM (Surface electromyography for the non-invasive assessment of muscles)4. O eletrodo de referência foi fixado sobre o processo estilóide da ulna2. Na coleta dos dados foram realizadas duas CIVM de 5 segundos com descanso de três minutos. Cada sujeito executou três repetições de 10 segundos em cada exercício proprioceptivo com tempo de repouso de 30 segundos entre as repetições e um minuto entre os diferentes exercícios. Na análise estatística utilizou-se o programa GraphPad Prism (versão 3.0 – Graphpad Software, Inc). O teste Shapiro Wilk foi aplicado para avaliar a normalidade dos dados e a análise de variância de medidas repetidas (ANOVA) foi utilizada para comparação dos valores RMSn do mesmo músculo em diferentes exercícios, em todas análises foi realizado o teste de comparações múltiplas de Bonferroni, com nível de significância em 5% (p<0,05). O tamanho do efeito (effect size / ES) foi calculado utilizando a descrição de Cohen's (ES = 0,2 pequeno; ES = 0,5 médio e ES = 0,8 grande). Resultados: A atividade dos músculos TA, FL e GM no bosu e bosu invertido foram significativamente maiores em relação ao balancinho (TA= p < 0.001; ES=1.72-1.53; FL= p < 0.001; ES=1.32-1.45; GM= p P á g i n a | 32 < 0.05; ES=0.95-1.37) e cama elástica (TA= p < 0.001; ES=2.12-1.74; FL= p < 0.001; ES=1.52-1.67; GM= p < 0.001; ES=1.29-1.91). O sinal eletromiográfico do músculo TA foi mais alto no bosu invertido em relação ao disco proprioceptivo (p<0.05; ES=0.83), além disso, a atividade dos músculos TA e GM no disco foram maiores em comparação com a cama elástica (p<0.05; ES=1.25). Discussão: No presente trabalho ficou demonstrado que o bosu proporcionou maior atividade eletromiográfica nos músculos da perna em relação a maioria dos aparelhos proprioceptivos. A inclusão de exercícios proprioceptivos no programa de prevenção e reabilitação não deve ser baseada em evidencias casuais sem uma compreensão dos mecanismos neuromusculares. Essa compreensão é necessária e de suma importância para os profissionais da medicina desportiva para otimização do programas de prevenção e reabilitação de atletas5. A utilização do bosu no treinamento de equilíbrio pode fornecer benefícios, entretanto, acredita-se que a utilização de estímulos variados (diferentes aparelhos) possa ser um fator importante para que possa ser respeitado dois princípios do treinamento, como a individualidade biológica e a sobrecarga progressiva. O primeiro preconiza que o treinamento deve ser elaborado de maneira individualizada, respeitando as limitações funcionais de cada sujeito, enquanto o segundo, defende a idéia do aumento progressivo da carga de trabalho para melhora constante da aptidão física6. A partir dos resultados do presente trabalho, seria interessante no treinamento proprioceptivo utilizado em um programa de prevenção ou reabilitação, que o indivíduo inicie com cama elástica, seguindo para o balancinho, avançando para o disco e, por último, utilizando o bosu que deve ser aproveitado primeiro com a plataforma em contato com o solo e posteriormente com a plataforma invertida (bosu invertido), devido à maior dificuldade observada na última situação. Nesta pesquisa foram avaliados indivíduos do gênero masculino, jovens, saudáveis, fisicamente ativos e sem lesão de tornozelo, portanto, os resultados devem ser aplicados com precauções para diferentes populações, pois indivíduos com instabilidade articular aguda e crônica podem apresentar outro padrão de recrutamento nos diferentes equipamentos, tornado-se um fator limitante deste trabalho. Conclusões: Conclui-se que o bosu é um equipamento que proporcionou maior atividade nos músculos do tornozelo em relação a maioria dos aparelhos proprioceptivos, devendo ser utilizado para diversificar um programa de prevenção ou reabilitação de lesões de membro inferior, preferencialmente em estágios avançados destes programas. Referências: 1- Needle AR et al. J Athl Train. 2013; 48(2): 192202. doi: 10.4085/1062-6050-48.1.09. 2- Oliveira DCS et al. Rev bras med esporte. 2012; 18(4): 261-6. dx.doi.org/10.1590/S151786922012000400009. 3- Behm D et al. Int J Sports Phys Ther. 2012; 7(2): 226-41. 4- Hermens HJ et al. The SENIAM cd-rom: European recommendations for surface electromyography. 1999. 5- Ferreira LAB et al. Fisioter. Mov. 2009; 22(2): 177-87. 6- Evangelista AL et al. Treinamento funcional e core training: exercícios práticos aplicados. Phorte. 2011. Fonte dos dados: Esses dados são parte de um trabalho original. P á g i n a | 33 EFEITOS DE DUAS FORMAS DE APLICAÇÃO DA BANDAGEM FUNCIONAL ELÁSTICA NO CONTROLE POSTURAL DE INDIVÍDUOS COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ESTUDO PILOTO Fabrício José Jassi1,2; Tiago Del Antônio1; Ana Beatriz Borges Lopes1; Rodrigo Benicio Pedroso Picalho1; Renato de Moraes2; Thais Cristina Chaves2 1 Universidade Estadual do Norte do Paraná; 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Introdução: Alterações no controle motor dos músculos profundos do tronco e alterações proprioceptivas na região lombossacral podem colaborar para mudanças no controle postural em indivíduos com dor lombar crônica (DLC)1. Em uma revisão sistemática, Mazaheri et al2 concluíram que a maioria dos estudos demonstram aumento da oscilação corporal ou nenhuma alteração em indivíduos com DLC. O uso de bandagem funcional elástica (BFE) tornou-se um método popular de tratamento para várias condições musculoesqueléticas e em indivíduos com DLC3. No entanto, revisões sistemáticas têm demonstrado a falta de evidência para melhora da dor e incapacidade em indivíduos com DLC3. A direção do posicionamento da BFE, assim como, a tensão aplicada podem estar relacionados a diferentes efeitos4. Entretanto, os efeitos dos diferentes tipos de aplicação ainda não foram adequadamente abordados na literatura. Assim, considerando-se a falta de evidência para utilização do BFE e a possível alteração no controle postural de indivíduos com DLC, torna-se relevante estudos que possam verificar o efeito da aplicação de diferentes tipos de BFE no controle postural de indivíduos com DLC. Objetivos: O objetivo do estudo foi verificar o efeito de duas formas de aplicação de BFE no controle postural de pacientes com DLC não específica. A hipótese desse estudo foi que ambos os posicionamentos da BFE resultariam em alterações positivas no controle postural de indivíduos com DLC. Métodos: A amostra foi composta por 16 indivíduos do gênero feminino com idade média 18,55±0,99 anos, estudantes universitárias. Os critérios de elegibilidade foram: presença de DLC não específica com intensidade de dor igual ou superior a três na escala numérica de dor. Os critérios de exclusão foram: red flags, doenças neurológicas, reumatológicas e cardíacas graves, histórico de cirurgias na coluna ou traumas na coluna, hérnias de disco, estenose lombar, deformidades da coluna, espondilolistese e gravidez. Os indivíduos foram subdivididos aleatoriamente em dois grupos: BFE Longitudinal (BFEL) (n=8) e BFE Estrela (BFEE) (n=8). O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (071/2015-CEP/CSEFMRP-USP). Para avaliação do controle postural estático foi utilizada a plataforma de força (Biomec 400, EMG system of Brasil Ltda®). A análise posturográfica do centro de pressão (COP) foi conduzida a partir de dois parâmetros do equilíbrio: (1) área (A-COP) e (2) velocidade média de deslocamento do COP nas direções anteroposterior (Vm-A/P) e mediolateral (Vm-M/L). A BFE foi aplicada na região lombar, no grupo BFEL a aplicação se deu na posição longitudinal (10-15% de tensão)3, e no grupo BFEE no formato estrela (25% de tensão)5 (Figura). Os procedimentos de coleta ocorreram em três momentos: (I) avaliação do controle postural pré aplicação da BFE; (II) avaliação do controle postural após três dias com BFE e (III) reavaliação do controle postural imediatamente após a retirada da BFE. Foram realizadas três avaliações de 40 segundos para cada momento (I, II e III) com indivíduo na posição bípede. Para análise estatística foi utilizada uma análise de variância multivariada para medidas repetidas e Post Hoc Sidak (p<0,05). Resultados: Os resultados do estudo estão descritos na tabela 1 e 2. Para o grupo BFEL observou-se diminuição significativa da Vm-A/P de deslocamento do COP entre os momentos I e III (p<0,05), enquanto, que para o grupo BFEE ocorreu um aumento significativo da Vm-M/L de deslocamento do COP entre os momentos II e III (p=0,006). Figura. Aplicação da BFE longitudinal e estrela. P á g i n a | 34 Tabela 1. Valores médios e desvio padrão dos parâmetros de controle postural nas três situações avaliadas no estudo para o grupo BFEL. BFEL I II III A-COP (cm2) Desv. Pad. Vm-A/P (cm/s) Desv. Pad. Vm-M/L (cm/s) Desv. Pad. 2,87 2,07 1,52 0,38 1,25 0,23 2,97 3,95 1,47 0,29 1,25 0,23 1,86 1,34 1,46 0,34 1,20 0,24 MANOVA ns I-III * ns Desv. Pad.: desvio padrão ns: não significativo Significativo (p<0,05). * Tabela 2. Valores médios e desvio padrão dos parâmetros de controle postural nas três situações avaliadas no estudo para o grupo BFEE. BFEE I A-COP (cm2) Desv. Pad. Vm-A/P (cm/s) Desv. Pad. Vm-M/L (cm/s) Desv. Pad. 1,63 0,90 1,45 0,31 1,26 0,31 II 1,97 1,26 1,47 0,23 1,27 0,26 III MANOVA 1,90 0,92 1,52 0,24 1,32 0,26 Desv. Pad.: desvio padrão ns: não significativo Significativo (p<0,05). ns ns II-III* * Discussão: Em ambos os grupos BFEL e BFEE ocorreram mudanças significativas nas Vm-A/P e Vm-M/L, respectivamente, em indivíduos com DLC não específica. No entanto, no grupo BFEE ocorreu aumento da velocidade (M/L) logo após a retirada da BFE, indicando efeito de redução da velocidade de oscilação postural durante aplicação da bandagem. Os resultados de Kang at al6 dão respaldo a nossos achados. Os autores avaliaram a influência do taping postural (três fitas verticais e duas longitudinais aplicadas na lombar) em indivíduos com DLC e verificaram mudanças na ativação da musculatura extensora e na cinemática lombopélvica durante tarefa específica. A aplicação em estrela parece ter efeitos imediatos no controle postural de indivíduos com DLC e, portanto, mais efetiva para esta finalidade. Não foram encontrados estudos que compararam os efeitos dos diferentes métodos de aplicação sobre o controle postural em indivíduos com DLC. Por outro lado nossos resultados ainda são preliminares. Conclusões: Ambas as formas de aplicação do KT podem modificar as estratégias de controle postural. Porém, a aplicação da BFE em estrela demonstrou alterações no controle postural durante sua aplicação, destacando os efeitos deste método de aplicação. Referências 1. Caffaro RR, França FJR, Burke TN, Magalhães MO, Ramos LAV, Marquez AP. Postural control in individuals with and without nos-specific chronic low back pain: a preliminary case-control study. Eur Spine J. 2014;23:807-813. 2. Mazaheri M, Coenen P, Parnianpour M, et al. Low back pain and postural sway during quiet standing with and without sensory manipulation: A systematic review. Gait Posture. 2013; 37:12-22. 3. Parreira PCS, Costa LCM, Takahashi R, Junior LCH, Junior MAL, Silva TM, Costa LOP. Kinesio Taping to generate skin convolutions is not better than sham taping for people with chronic nonspecific low back pain: a randomized trial. Journal of Physiotherapy. 2014;60:90-96. 4. Voglar M, Sarabon N. Kinesio taping in young healthy subjects does not affect postural reflex reactions and anticipatory postural adjustments of the trunk: a pilot study. J Sports Sci Med. 2014;13(3):673-9. 5. Castro-Sánchez AM, Lara-Palomo IC, Matarán-Peñarrocha GA, Fernández-Sánchez M, Sánchez-Labraca N, Arroyo-Morales M. Kinesio Taping reduces disability and pain slightly in chronic non-specific low back pain: a randomized trial. Journal of Physiotherapy. 2012;58: 89-95. 6. Kang MH, Choi SH, Oh JS. Postural taping applied to the low back influences kinematics and EMG activity during patient transfer in physical therapists with chronic low back pain. Journal of Electromyography and Kinesiology. 2013;23:787793. Fonte dos dados: Os resultados apresentados são de um estudo piloto do projeto de doutorado intitulado: Efeitos do kinesio taping sobre a intensidade de dor e controle postural estático e dinâmico nos subgrupos de pacientes com dor lombar crônica: um ensaio clínico randomizado aleatorizado duplo cego. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 35 EFEITO DA DOENÇA DE PARKINSON E DO MEDICAMENTO NOS PARAMETROS ESPAÇO TEMPORAIS DA MARCHA NO DESVIAR DO OBSTÁCULO Vinícius Alota Ignácio Pereira1; Lucas Simieli1; Pedro Henrique Alves de Paula1; Sergio Tosi Rodrigues1; Paula Fávaro Polastri Zago1; Fabio Augusto Barbieri1 1 Departamento de Educação Física - Univ. Estadual Paulista - Campus Bauru; Introdução: A doença de Parkinson (DP) é caracterizada pela morte e disfunção dos neurônios produtores da substância nigra localizado nos núcleos da base (TAKAKUSAKI et al., 2004). Dentre os sinais e sintomas da doença, estão as alterações nos padrões da marcha, principalmente na presença de obstáculos. A fase de ultrapassagem do obstáculo é um momento em que os idosos com DP apresentam dificuldade, tornando-s mais suscetíveis a quedas nessa condição (GRIMBERGEM et al., 2004). Como alternativa para amenizar os efeitos da doença, o tratamento farmacológico é utilizado. As respostas à medicação apresentam melhoras no padrão motor, principalmente na marcha (PIERUCCINI-FARIA et al., 2006). Objetivos: Analisar o passo de desvio de obstáculo de sujeitos com DP, com e sem o efeito do medicamento. Métodos: Participaram desse estudo dezesseis idosos, oito com DP (66.75±8.50anos/ 1.58±0.09metros/70.41±15.87Kg) diagnosticada por neurologistas e oito neurologicamente saudáveis, o grupo controle – GC (67.00±6.14anos/1.62±0.06metros/68.38±07.80Kg ) . Os idosos do grupo DP deveriam fazer uso do medicamento específico para a doença. Primeiramente, os participantes permitiram a participação no estudo através da assinatura do termo de consentimento aprovado pelo Comitê de Ética local (CAAE: 45435615.7.1001.5398). Todos os participantes passaram por uma avaliação cognitiva (Mini Exame do Estado Mental) e o grupo com DP por avaliação clínica específica para a doença (UPDRS). Para a análise da marcha, os participantes foram convidados a percorrer uma passarela de 10m de comprimento por 4,5m de largura. Os participantes foram instruídos a andar em velocidade preferida e desviar de um obstáculo (1m de altura e 40cm de diâmetro), localizado no meio da passarela (5m depois do início). Foram realizadas 10 tentativas do andar com desvio de obstáculo. Para coleta de dados tridimensionais foi utilizado o sistema de vídeo da ViconMotion System® com 8 câmeras (Bonita System Cameras) com frequência de coleta de 100 Hz. Os parâmetros analisados foram: comprimento do passo, largura do passo, duração do passo, velocidade do passo e porcentagem em duplo suporte.Para análise estatística, foi empregado uma ANOVAone-way com fator para grupo (GC, DP-on e DP-off) e foi mantido o nível de significância (p<0,05). Testes post hoc de Tukey foram utilizados quando necessário. Resultados: A ANOVA revelou efeito principal de grupo para as variáveis: comprimento do passo (p<0,05); duração do passo (p<0,05); velocidade (p<0,05) e porcentagem em duplo suporte (p<0,05). Para comprimento e duração, GC apresentou maiores valores que o grupo DP, tanto no estado ON quanto no estado OFF do medicamento. Já para velocidade, GC apresentou maior velocidade que DP no estado OFF. E para duplo suporte, GC permaneceu menos tempo em duplo suporte quando comparado com DP em estado ON. Tabela1: Média±desvio padrão das variáveis analisadas GC Comprimento(cm) Duração(s) DP ON DPOFF 59,60±10,42*# 46,99± 43,49± 10,07 10,17 0,77± 0,42*# 0,54± 0,09 0,55± 0,09 Velocidade(m/s) 94,51± 43,65# 89,28± 81,08± 22,53 22,90 Duplo Suporte(%) 32,98±14,29* 39,06± 35,44± 8,62 10,03 *:Diferença entre GC e DP-ON; #: Diferença entre GC e DP-OFF Discussão: Os resultados revelaram que sujeitos do GC apresentaram maior comprimento do passo que os DP, independente do efeito da medicação, indicando maior segurança durante o desviar do obstáculo. A maior duração do passo, do GC, indica a necessidade do grupo em absorver as informações do ambiente corretamente. Já o grupo DP, devido às complicações da doença, não utiliza as informações da maneira correta, diminuindo o tempo de duração do passo e realizando o desvio. Já para a velocidade do passo, o tratamento farmacológico com dopamina parece apresentar efeito positivo, melhorando o controle do movimento e facilitando-o, principalmente no momento do desvio do obstáculo. Conclusões: Com esses achados é possível notar os déficits causados pela doença de Parkinson nos padrões da marcha e ainda, que há sim influência do tratamento medicamentoso na marcha dos sujeitos com Parkinson. Referências: TAKAKUSAKI, K.; SAITOH, K.; HARADA, H.; KASHIWAYANAGI, M. Role of basal gangliabrainstem pathways in the control of motor behaviors. Neurosci Res, v. 50(2), p. 137-151, 2004. GRIMBERGEN, Y. A.; MUNNEKE, M.; BLOEM, B. R. Falls in Parkinson’s disease. CurrOpinNeurol, v. 17(4), p. 405-415, 2004. PIERUCCINI-FARIA, F.; MENUCHI, M. R. T. P.; VITÓRIO, R.; GOBBI, L. T. B.; STELLA, F.; GOBBI, S. P á g i n a | 36 Kinematic parameters for gait with obstacles among elderly patients with Parkinson’s disease, with and without levodopa: A pilot study. Brazilian J of Physical Theraphy, v. 10(2), p. 233-239, 2006. Fontes financiadoras: FAPESP 2014/20549-0) e (2015/15928-4) (processo Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do projeto regular aprovado pela FAPESP - Impacto de ajustes motores e da informação visual no desviar do obstáculo durante o andar em idosos com doença de Parkinson. E do projeto de mestrado aprovado pela FAPESP - Tarefa dupla cognitiva, desviar do obstáculo durante o andar e assimetria: efeitos nas estratégias motoras e visuais em idosos com doença de parkinson – desenvolvido junto ao departamento de Educação Física da UNESP – Câmpus Bauru. P á g i n a | 37 APRESENTAÇÕES DE PÔSTERES P á g i n a | 38 BCM.101. DÉFICIT DE ROTAÇÃO INTERNA DA GLENOUMERAL E SUA CORRELAÇÃO COM A AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DISCINESE ESCAPULAR EM ATLETAS DE ESPORTES AQUÁTICOS: DADOS PARCIAIS Fernanda de Miranda Fragoso1; Amanda Gomes de Assis Couto1 Anamaria Siriani de Oliveira1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Universidade de São Paulo Introdução: As lesões por “overuse” são as lesões músculo esqueléticas mais comum entre os atletas competitivos de esportes aquáticos, sendo o ombro a articulação mais acometida (1). Várias são as alterações que acometem a mecânica do ombro de atletas “overhead”, sendo o Déficit de Rotação Interna da Glenoumeral (GIRD) e a Discinese Escapular as mais frequentes (2,3). Entretanto, não há estudos na literatura que correlacionam os valores de amplitude de mvoimento de rotação interna e a avaliação clínica da discinese escapular em atletas competitivos de esportes aquáticos. Objetivos: O objetivo geral é verificar se há associação entre o déficit de rotação interna da glenoumeral (GIRD) e a discinese escapular em atletas competitivos de esportes aquáticos. Métodos: Esse é um estudo analítico de caráter observacional exploratório com corte transversal. O protocolo do estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da universidade (HCRP n° 12195/2015). A amostra foi composta por 44 atletas competitivos da natação e do polo aquático de ambos os sexos, com idades entre 12 e 18 anos. Para garantir o recrutamento de atletas competitivos, foram incluídos no estudo atletas que treinam pelo menos 5 vezes por semana, com treinos de pelo menos 3 horas por dia, que realize a prática esportiva há pelo menos 2 anos em média e que participe de competições periodicamente. Foi realizado a avaliação da amplitude de movimento de rotação interna com a goniometria e a avaliação clínica da dinâmica escapular com método de classificação de SIM/NÃO (4,5). Para verificar a associação entre o GIRD e a discinese escapular foi utilizado o teste quiquadrado. Resultados: Abaixo está a distribuição dos valores de amplitude de movimento de rotação interna do membro dominante em relação a classificação clínica da discinese escapular Para verificar se havia uma associação entre o déficit de rotação interna da glenoumeral e a classificação clínica da discines escapular, foi utilizado o teste quiquadrado. Podemos verificar que não houve associação significante entre os quartis dos valores da amplitude de movimento (ADM) da rotação interna do membro dominante e a classificação clínica da discines escapular, aceitando assim a hipótese nula do estudo, considerando que o GIRD e a discinese escapular não estão associados em atletas competitivos de esportes aquáticos. Os dados do teste qui-quadrado estão expostos na Tabela 1. P á g i n a | 39 Discussão: A análise estatística indicou que não há uma associação entre a amplitude de movimento de rotação interna do membro dominante e a classificação clínica da discinese escapular para a nossa amostra. Estudos realizado com atletas competitivos de beisebol demonstram que pode haver uma associação entre GIRD e discinese escapular, entretanto, essa associação depende do tempo de exposição à prática do esporte (6,7). Os estudos também demonstram que quanto menor os valores de GIRD maior é associação com alteração de movimento da escápula (6). Como a nossa amostra é composta por atletas juvenis esse pode ser uma justificativa para a nossa amostra não apresentar uma associação entre o GIRD e a classificação clínica da discinese escapular. Ao analisarmos os dados descritivos da amostra podemos perceber que metade da nossa amostra apresenta discinese escapular. Para os participantes que foram classificados como “SIM” os valores de amplitude de movimento de rotação interna do membro dominante variam entre 50° e 60°. Já para os participantes que foram classificados como “NÃO” a amplitude dos valores foi maior, entre 50° e 70°. Na literatura somente um estudo definiu os valores de ADM funcional para a glenoumeral, entretanto, não foi definido os valores de ADM de rotação interna (8). Assim, não podemos afirmar que a amplitude dos valores de ADM de rotação interna está reduzido nos participantes que foram classificados como “SIM”. Esses são os dados parciais do estudo, ainda não completamos as nossas coletas então o nosso resultado ainda pode sofrer alterações. Conclusões: Os resultados parciais e a análise descritiva dos dados deste estudo demonstram que metade da amostra apresenta discinese escapular e que não há uma associação entre o défict de rotação interna da glenoumeral e a avaliação clínica da discinese escapular em atletas competitivos de esportes aquáticos. Referências: 1. Mountjoy M, et al. Br J Sports Med. 2010 Jun;44(7):522–7. 2. Burkhart SS, et al. Arthrosc J Arthrosc Relat Surg Off Publ Arthrosc Assoc N Am Int Arthrosc Assoc. 2003 Apr;19(4):404–20. 3. Madsen PH, et al. Clin J Sport Med Off J Can Acad Sport Med. 2011 Mar;21(2):109–13. 4. Cools AM, et al. J Shoulder Elbow Surg. 2014 Oct;23(10):1454–61. 5. Uhl TL, et al. Arthrosc J Arthrosc Relat Surg Off Publ Arthrosc Assoc N Am Int Arthrosc Assoc. 2009 Nov;25(11):1240–8. 6. Thomas SJ, et al. Clin Orthop. 2010 Jun;468(6):1551–7. 7. Thomas SJ, et al. J Athl Train. 2010;45(1):44–50. 8. Namdari S, et al. J Shoulder Elbow Surg. 2012 Sep 1;21(9):1177–83. Fontes financiadoras: CNPq: bolsa PIBIC de iniciação científica e bola CAPES de mestrado. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do projeto de iniciação científica intitulado: Déficit de rotação interna da glenoumeral e sua correlação com a avaliação clínica da discinese escapular em atletas de esportes aquáticos. O trabalho é desenvolvido junto ao curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. P á g i n a | 40 BCM.102. Função do músculo occipitofrontal: avaliação eletromiográfica Ana Carolina Panhan1; Carlos Alberto Carranza Lopes2; Fausto Bérzin1 1 Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) Unicamp; 2 Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) Unicamp; Introdução: O músculo occipitofrontal é uma camada musculofibrosa composta por dois ventres que são unidos pela gálea aponeurótica (aponeurose epicraniana) (Gray, 1999; Cruz, 2004). O ventre occipital (VO) surge a partir de fibras tendíneas dos dois terços laterais da linha nucal superior e processo mastóide, se estende para frente e termina na aponeurose epicraniana (Gray, 1999). O ventre frontal (VF) não apresenta inserções ósseas, partindo de sua origem na gálea, termina na pele e nos músculos adjacentes da região da órbita (Cruz, 2004). Os trabalhos encontrados na literatura apresentam discordâncias em relação às funções desempenhadas por esse músculo. Para Bérzin (1989) os ventres frontal e occipital tem ação independente um do outro. Alguns autores afirmam que quando os dois ventres do músculo occipitofrontal atuam conjuntamente, elevam os supercílios e enrugam a fronte como numa expressão de surpresa (Cruz, 2004). Objetivos: Devido às divergências encontradas na literatura sobre a funcionalidade do músculo occipitofrontal, esse trabalho tem como objetivo avaliar a função dos dois ventres (VF e VO), pela eletromiografia de superfície durante o repouso (REP) e os movimentos de elevação do supercílio de forma rápida (ESR), elevação do supercílio de forma lenta (ESL) e também nos períodos que antecedem a contração. Métodos: Participaram do estudo seis voluntários do sexo masculino (idade: 27.33 anos +/- 4.13), saudáveis. Todos os procedimentos de pesquisa foram aprovados pelo comitê de Ética da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (parecer CEP/FOPUNICAMP nº 045/2015). Foi utilizado o equipamento ADS1200 Lynx, eletrodos de superfície bipolares com 20 mm de distância inter eletrodos e a pasta condutora da marca ELEFIX para a fixação do eletrodo em VF e VO. As coletas foram janeladas durante o intervalo entre o primeiro e o segundo movimento e durante a contração da segunda repetição de elevação do supercílio. Para testar a normalidade dos dados foi utilizado o teste Lilliefors. Para a comparação entre os VF e VO em REP, antes e durante a contração em ELS e ERS foram utilizados o teste T de Student o teste de MannWhitney. Para as análises estatísticas foi utilizado o programa Matlab e adotado um nível de significância ≤ 0,05. Resultados: A média dos valores de RMS (microvolts) dos seis voluntários durante as coletas de REP, ESL antes e durante a contração e ESR antes e durante a contração estão representados na tabela 1, bem como os desvios-padrão. Para a comparação dos valores de RMS entre o VF e VO durante as ESL e ESR foram encontradas diferenças significativas com p-valores < 0.002 e < 0.0022 respectivamente. Nas comparações entre os dois ventres antes da contração em ESL e ESR os valores de p encontrados foram de < 0.0149 e 0.0426. Não foram encontadas diferenças significativas durante o repouso (p < 0.4684) Tabela 1- Valores médios de RMS (microvolts) apresentados pelos dois ventres (VF e VO) do músculo occipitofrontal durante a coleta de REP, ESL e ESR dos seis voluntários Desvio-padrão: DP REP ESL antes da contração ESL durante a contração ESR antes da contração ESR durante a contração Músculo Média (DP) VF 0.552 ± 0.218 VO 0.492 ± 0.058 VF 1.031 ± 0.279 VO 0.534 ± 0.084 VF 10.178 ± 4.369 VO 0.779 ± 0.302 VF 1.176 ± 1.533 VO 0.527 ± 0.126 VF 16.323 ± 6.244 VO 0.881 ± 0.276 Discussão: Os resultados mostram que os valores de RMS apresentados pelo VF aumentaram durante a realização dos movimentos de ESL e ESR se comparados com o REP e também com o período que antecede a contração. Foi observado um aumento de RMS nas mesmas comparações de VO, mas com valores muito inferiores. A atividade muscular mostrou-se maior no VF do que no VO em ESL e ESR, podendo sugerir que a realização de elevação do supercílio ocorre através do trabalho do VF. O VO mostrou ter pouca atividade nesse movimento, sendo assim os achados P á g i n a | 41 eletromiográficos corroboram as afirmações de (Bérzin, 1989; Kushima, 2005), pois demonstram que VF e VO não executam a função de elevação do supercílio de forma conjugada. Conclusão: Os dados brutos obtidos da avaliação eletromiográfica do músculo occipitofrontal mostraram que o VF apresentou valores de RMS superiores aos apresentados por VO em ESL e ESR, mas é importante considerar que os dados não foram normalizados e que o número de voluntários é pequeno. Para estudos futuros sugere-se que um número maior de voluntários sejam avaliados. Referências 1. GRAY H Anatomia. 40. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 2. Cruz JRS, Cruz AAV. Arq Bras Oftalmol 2004; 67: 237-40. 3. Bérzin, F. Electromyogr Clin Neurophysiol 1989; 29: 355-358. 4. Kushima, H., Matsuo, K., Yuzuriha, S., Kitazawa, T., & Moriizumi, T. Brit J Plast Surg 2005 58(5):681-68. Fontes financiadoras: Não houve. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Análise eletromiográfica dos músculos da mímica facial”. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Buco Dental, da FOP-UNICAMP, sob o protocolo 045/2015. P á g i n a | 42 BCM.103. CORRELAÇÃO DA FORÇA DE ABDUTORES DO QUADRIL E DO PICO DE VALGO: COMPARAÇÃO ENTRE DUAS TAREFAS FUNCIONAIS PARA AVALIAÇÃO DO VALGO DINÂMICO DE JOELHO Ana Cristina Corrêa Cervi1; Diego José Argenton Telarolli1; Abel Chinaglia1; Marina Zazini1; Paulo Roberto Pereira Santiago2; Tenysson Will de Lemos3; Débora Bevilaqua Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de são Paulo (EEFERP), Ribeirão Preto, SP, Brasil 3 Especialista de Laboratório do Núcleo de Apoio a Pesquisa em Doenças Crônico Degenerativas da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil Introdução: Algumas patologias dos membros inferiores como a síndrome da dor femoropatelar, está intimamente ligada à presença de desequilíbrios musculares no quadril. A presença de estratégias compensatórias de joelho, adotadas na realização de diferentes tarefas funcionais tais como a single-leg landing e a single-leg step down, também pode ser um fator predisponente para lesões de membros inferiores. A incapacidade em manter um bom alinhamento entre os segmentos corporais é um dos fatores que podem contribuir para lesões na articulação do joelho e também servir de referência na avaliação funcional desses pacientes.1 Testes de mensuração de força bem como a análise cinética e cinemática postural são importantes na avaliação funcional do paciente. Esses testes proveem informações para detecção de disfunções dos sistemas, evolução no tratamento e retorno às atividades, sendo úteis para detectar desequilíbrios musculares e avaliar alinhamento corporal dinâmico.2 A diminuição da força muscular dos estabilizadores de quadril leva a um aumento da carga na articulação femoropatelar e um valgo dinâmico exacerbado o que predispõe lesões articulares no joelho.3 Objetivos: Correlacionar a força da musculatura abdutora de quadril com o pico do valgo dinâmico em duas diferentes tarefas funcionais de avaliação do valgo dinâmico de joelho em indivíduos saudáveis. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HC -FMRP/USP) de acordo com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) número 37381914.0.0000.5440. A pesquisa foi realizada no Laboratório da Análise da Postura e Movimento Humano (LAPOMH) e Laboratório de Cinemática da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (LABIOCOM). Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) conforme previsto na Resolução 466/12 do CNS. Foram recrutados 11 voluntários (5 homens e 6 mulheres com idade média de 23 ±3,9 anos, altura de 1.74 ±0,9 cm e massa 71,4 ±12 Kg). Foram realizados os testes para avaliação da força isométrica dos abdutores de quadril utilizando o dinamômetro isocinético (Biodex 3®, Biodex Medical Systems Inc., Shirley, NY, USA) e, após um intervalo de 03 a 07 dias, foi realizada a análise cinemática tridimensional do joelho pelo sistema de captura de imagem da Vicon durante duas tarefas funcionais para registrar o pico do valgo dinâmico do joelho. Para a correlação dos valores do pico de torque de abdutores de quadril e o pico de valgo dinâmico de joelho no membro inferior dominante nas duas tarefas funcionais de single-leg step down e single-leg landing foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson (r). Resultados: Foi considerada uma alta correlação valores r>0,7 moderada 0,6<r>0,4 e baixa r<0,3.5 Nossos resultados parciais não revelaram evidencia de correlação linear entre as variáveis, porém apresentam uma correlação negativa e moderada entre a força dos abdutores de quadril com o pico de valgo dinâmico na tarefa de single-leg landing (r = 0,41 ; p =0,20) e na a tarefa de single-leg step down (r = -0,40; p =,21), como pode ser visto na tabela 1. P á g i n a | 43 funcionais de single-leg step down e single-leg landing na amostra analisada. Discussão: A força muscular de estabilizadores de quadril reduzida pode levar a um aumento do valgo dinâmico de joelho e da carga na articulação femoropatelar. Sujeitos com força diminuída de abdutores de quadril tendem a demonstrar diminuição no controle neuromuscular do membro inferior como um todo, evidenciando que o valgo dinâmico de joelho pode também ser uma importante consequência dessa diminuição de força.4 A correlação encontrada na amostra concorda com a literatura, porém nossos dados não apresentam evidencia de que essa correlação se repete na população. Conclusões: Nossos dados parciais revelaram que a diminuição da força de abdutores de quadril está relacionada ao valgo dinâmico de joelho nas tarefas Referências: 1.Willson & Davis. Clinical Biomechanics. 2008; 23:203–211 2.Stark, T. et al. PM R., 3 (5): 472-479, 2011. 3. Hollman J.H. et al. Journal of Sport Rehabiitation(18):104–117, 2009. 4.Magalhães E. Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy 40: 641–647, 2010. 5. Hinkle D. 2nd ed. Boston: Houghton Mifflin, 1988. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Análise cinemática do tronco, quadril e joelho durante a realização de diferentes tarefas funcionais para avaliação do valgo dinâmico. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRPUSP. P á g i n a | 44 BCM.104. COMPARAÇÃO DO ÂNGULO DE ROTAÇÃO DO JOELHO ENTRE AS TAREFAS DE SINGLE-LEG LANDING E STEP DOWN TEST Ana Cristina Corrêa Cervi1; Diego José Argenton Telarolli1; Abel Chinaglia1; Marina Zazini1; Paulo Roberto Pereira Santiago2; Tenysson Will de Lemos3; Débora Bevilaqua Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de são Paulo (EEFERP), Ribeirão Preto, SP, Brasil 3 Especialista de Laboratório do Núcleo de Apoio a Pesquisa em Doenças Crônico Degenerativas da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil Introdução: Compreender a mecânica dos membros inferiores é muito importante para estabelecermos um diagnóstico cinético funcional.1 A incapacidade em manter um bom alinhamento entre os segmentos corporais é um dos fatores que podem contribuir para lesões na articulação do joelho.2 O movimento de rotação interna da tíbia tende a ser mais exacerbado em tarefas mais desafiadoras em virtude do pé fixo no solo e da alteração de controle proximal durante a realização de atividades em cadeia cinética fechada. Duas tarefas comuns utilizadas para avaliação do valgo dinâmico são a single-leg step down e a singleleg landing que apesar de serem tarefas comumente utilizadas na avaliação do valgo dinâmico ainda não está estabelecido o componente rotacional demandado sobre o joelho. Nossa hipótese é que indivíduos assintomáticos apresentam maior angulação de rotação do joelho na tarefa funcional single-leg landing. Objetivos: Comparar a angulação de rotação do joelho durante as tarefas funcionais single-leg landing e single-leg step down. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HC -FMRP/USP) de acordo com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) número 37381914.0.0000.5440. A pesquisa foi realizada pelo Laboratório da Análise da Postura e Movimento Humano (LAPOMH) e no Laboratório de Cinemática da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (LABIOCOM). Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) conforme previsto na Resolução 466/12 do CNS. Foram recrutados 11 voluntários (5 homens e 6 mulheres com idade média de 23 ±3,9 anos, altura de 1.74 ±0,9 cm e massa 71,4 ±12 Kg). A análise cinemática tridimensional do joelho foi realizada utilizando o sistema de captura de imagem da Vicon durante as tarefas single-leg landing e single-leg step down. Marcadores reflexivos foram posicionados em 11 pontos anatômicos da perna dominante do voluntário e foram avaliados os valores angulares de rotação do joelho no pico de flexão no membro inferior dominante durante a realização das tarefas funcionais. A normalidade dos dados foi confirmada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov com p=0.09 para a variável de rotação do joelho no pico de flexão na tarefa de single-leg landing e p=0.20 para a variável de rotação de joelho no pico de flexão na tarefa de single-leg step down. Para a comparação dos valores de ângulo de rotação nas duas tarefas funcionais de single-leg step down e single-leg landing foi realizado um teste t pareado com nível de significância em 95%. As análises foram realizadas através do software estatístico Statistical Package for Social Science for Windows – SPSS (SPSS Inc. Chicago USA). Resultados: Os resultados não apresentaram nenhuma diferença significativa quando comparadas as angulações de rotação no pico de flexão do joelho nos dois testes funcionais single-leg landing (M = 3,0°; DP =6,0°) e single-leg step down (M =7,0°; DP =7,9°), Tabela 1. Discussão: Um aumento do valgo dinâmico de joelho associado à rotação interna de tíbia podem estar diretamente relacionados ao aumento da incidência de lesões de joelho durante algumas tarefas funcionais.3 Durante a tarefa de single-leg landing esperava-se encontrar maiores valores angulares de rotação interna da tíbia, porém nossos dados não P á g i n a | 45 encontraram diferença estatística significante comparando com a tarefa de single-leg step down que é considerada menos desafiadora. Esses dados são ainda preliminares, mas revelam que independente da complexidade ou stress da tarefa o componente rotacional do joelho não sofre alterações. Conclusões: O ângulo de rotação de joelho no pico de flexão não sofreu alterações significativas durante a execução de diferentes tarefas funcionais para avaliação do valgo dinâmico do joelho. Referências 1. Pollard C.D. et al. Clinical Biomechanics, 25:142–146,2010. 2.Willson & Davis. Clinical Biomechanics, 23:203– 211, 2008 3 Lee S.P. and Powers C. J Orthop Sports Phys Ther, 43(6):392-7,2013 Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Análise cinemática do tronco, quadril e joelho durante a realização de diferentes tarefas funcionais para avaliação do valgo dinâmico. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRPUSP. P á g i n a | 46 BCM.105. Correlação entre o pico de flexão do joelho e o pico de valgo durante a realização de diferentes tarefas funcionais para avaliação do valgo dinâmico. Diego José Argenton Telarolli1; Ana Cristina Correa Cervi1; Maria Luiza Funari1; José Luiz Vieira1; Tenysson Will de Lemos2;Paulo Roberto Pereira Santiago3; Débora Bevilaqua Grossi1. ¹ Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil. 2 Especialista do Láboratorio do Núcleo de Apoio a Pesquisa em Doenças Crônicos Degenerativas da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil. ³ Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de são Paulo (EEFERP), Ribeirão Preto, SP, Brasil. Introdução: As estratégias motoras adotadas durante a realização dos testes funcionais para a avaliação do valgo dinâmico estão diretamente relacionadas ao desempenho de membros inferiores. Um mecanismo de acoplamento deficitário entre o membro inferior e o chão desenvolve uma cadeia compensatória em relação à articulação do joelho. Essa cadeia compensatória prejudica o alinhamento dos membros inferiores durante atividades em cadeia cinética fechada.¹ Valores de valgo dinâmico do joelho estão fortemente associados a um maior pico de rotação interna de tíbia e uma maior adução de quadril durante o movimento de flexão.² Maiores ângulos de flexão e adução de quadril durante tarefas em cadeia cinética fechada estão associadas a menores ângulos máximos de flexão do joelho, como forma de controlar e compensar o movimento.³ Apesar dessa associaçao, não está estabelecido se o pico do valgo dinâmico do joelho se correlaciona com o pico de flexão, especialmente em diferentes tarefas funcionais utilizadas para avaliação do valgo dinâmico. Objetivos: Investigar a correlação do pico de flexão do joelho com o pico de valgo dinâmico durante as tarefas funcionais “Single Leg Step Down” e “Single Leg Landing”. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HC -FMRP/USP), sob o numero de aprovação 1.313.666. A pesquisa foi realizada pelo Laboratório da Análise da Postura e Movimento Humano (LAPOMH) em parceria com o laboratório de cinemática da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP). Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) conforme previsto na Resolução 466/12 do CNS. Foram recrutados 11 voluntários assintomáticos e sem histórico de lesão em membros inferiores, sendo 5 homens e 6 mulheres com idade média de 23 (+/- 4) anos, altura média de 1.74 (+/- 9) metros, 71,400 (+/- 13) quilogramas e índice de massa corporal de 23,32 (+/-2,61). Para a avaliação do valgo dinâmico do joelho foram analisadas as tarefas do “Single Leg Step Down”, realizado sobre uma plataforma de 20 centímetros de altura, e o “Single Leg Landing”, executado em uma plataforma de 40 centímetros de altura. Marcadores reflexivos foram posicionados em 11 pontos anatômicos da perna dominante do voluntário. Foram avaliados os valores de pico de flexão do joelho e os picos de valgo de joelho utilizando avaliação cinemática, pelo Sistema VICON (Centennial, CO, EUA), composto de oito câmeras MX-T-40S com quatro megapixels de resolução espacial e 515 quadros por segundos de resolução temporal, para a obtenção das coordenadas tridimensionais dos marcadores anatômicos. Foi realizado um teste de correlação de Pearson entre os valores dos picos de flexão e do pico de valgo dinâmico durante as duas tarefas, com nível de significância em 95%. Sendo considerados valores de correlação, forte r>0,7, moderada 0,6<r>0,4 e fraca r<0,3.4 As análises foram realizadas através do software Statistical Package for Social Science for Windows –SPSS (SPSS Inc, Chicago,USA). Resultados: O pico de flexão e o pico de valgo dinâmico do joelho apresentaram uma fraca correlação tanto na tarefa de “Single Leg Landing” (r=0,01) e na tarefa “Single Leg Step Down” (r=0,04), Tabela 1. P á g i n a | 47 Discussão: A fraca correlação observada pode ser devido às estratégias de compensação das articulações de quadril e tornozelo, as quais contribuem diretamente para absorção de impacto em tarefas realizadas em cadeia cinética fechada. Estudos mostraram que o alto risco de lesões na articulação do joelho devido à presença de valgo dinâmico exacerbado, pode também ser resultado da diminuição do controle de movimento de articulações adjacentes ao invés de somente uma disfunção articular localizada.5 Menores angulações de flexão de tronco e dorsi-flexão durante a realização de uma tarefa de aterrissagem diminui a absorção de carga em articulações distais e proximais ao joelho. Consequentemente, aumentando a sobrecarga no joelho, podendo influenciar no movimento de valgo dinâmico.³,6 Conclusão: Os valores angulares dos picos do valgo dinâmico e de flexão do joelho nas duas tarefas realizadas não apresentaram evidência de correlação linear. Referências: 1. Tibério D. The Journal of Orthopaedicand Sports Physical Therapy Vol 9, Num 4, 1987. 2. Barton C.J. Clinical Biomechanics 27, 702–705, 2012. 3. Lee S.P. Clinical Biomechanics 28, 524–529, 2013. 4. Hinkle D. 2nd ed. Boston: Houghton Mifflin, 1988. 5. Hewett T.E. Exercise and Sport Sciences Revews; vol. 39, n. 4: pages 161-6; 2011. 6. Arai T. Clinical Biomechanics, 28, 642–648, 2013. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Análise cinética, cinemática e baropodométrica de tornozelo e pé durante diferentes tarefas funcionais para avaliação do valgo dinâmico.” O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 48 Análise do valgo dinâmico do joelho em diferentes ângulos de flexão nas tarefas funcionais “Single Leg Step Donw” e “Single Leg Landing” Diego José Argenton Telarolli1; Ana Cristina Correa Cervi1; Maria Luiza Funari1; José Luiz Vieira1; Tenysson Will de Lemos2;Paulo Roberto Pereira Santiago3; Débora Bevilaqua Grossi1. ¹ Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil. 2 Especialista do Láboratorio do Núcleo de Apoio a Pesquisa em Doenças Crônicos Degenerativas da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil. ³ Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de são Paulo (EEFERP), Ribeirão Preto, SP, Brasil. Introdução: O aumento da incidência e do risco de lesões em membros inferiores vem sendo associados às alterações nas estratégias funcionais para estabilidade postural, com uma maior variação e maiores angulações de valgo dinâmico de joelho.¹,² Durante a realização de algumas tarefas funcionais, o valgo dinâmico do joelho é exacerbado nas tarefas de saltos e agachamentos como o “Single Leg Landing” e “Single Leg Step Down”.³ O aumento dos valores de valgo dinâmico do joelho pode ser ocasionado pelo momento rotacional da tíbia em virtude do pé fixo no solo e por alterações na dinâmica do quadril, durante o movimento de flexão.³,4 Apesar de bem conhecida a sua dinâmica, os valores de valgo dinâmico ainda não estão bem estabelecidos durante a excursão nos diversos ângulos de flexão do joelho em diferentes tarefas funcionais. Objetivos: Analisar os valores do valgo dinâmico do joelho em diferentes angulações de flexão nas tarefas de Single Leg Landing e Single Leg Step Down em individuos saudáveis. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HC -FMRP/USP), sob o numero 1.313.666. A pesquisa foi realizada pelo Laboratório da Análise da Postura e Movimento Humano (LAPOMH) em parceria com o laboratório de cinemática da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP). Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) conforme previsto na Resolução 466/12 do CNS. Foram recrutados 11 voluntários assintomáticos e sem historico de lesão em membros inferiores, sendo 5 homens e 6 mulheres com idade média de 23 (+/- 4) anos, altura média de 1.74 (+/- 9) metros, 71,400 (+/- 13) quilogramas e indice de massa corporal de 23,32 (+/-2,61). Foram realizados dois testes funcionais para a avaliação do valgo dinâmico do joelho, o “Single Leg Step Down”, realizado sobre uma plataforma de 20 centímetros de altura, e o “Single Leg Landing”, executado de uma plataforma de 40 centímetros de altura. Marcadores reflexivos foram posicionados em 11 pontos anatômicos da perna dominante do voluntário. Foram avaliados os valores de valgo dinâmico da perna dominante do voluntário nas angulações de 15º, 30º e 45º de flexão do joelho, utilizando avaliação cinemática pelo Sistema VICON (Centennial, CO, EUA), composto de oito câmeras MX-T-40S com quatro megapixels de resolução espacial e 515 quadros por segundos de resolução temporal, para a obtenção das coordenadas tridimensionais dos marcadores anatômicos. Foi considerado valgo dinâmico o movimento de adução do joelho observado no plano frontal. Para comparação entre os valores de valgo dinâmico nas diferentes tarefas foi realizado um teste t pareado nas angulações de 15, 30 e 45 graus, com nível de significância em 95%. As análises foram realizadas usando o software Statistical Package for Social Science for Windows – SPSS (SPSS Inc, Chicago,USA). Resultados: Os valores de valgo dinâmico de joelho nas várias angulações de flexão e os valores de pico do valgo dinâmico do joelho entre as tarefas “Single Leg Step Down” e “Single Leg Landing” não apresentaram diferença significativa (p=0.15), Figura 1. P á g i n a | 49 Figura 2: Valores de valgo dinâmico nas angulações de 15, 30 e 45 graus de flexão de joelho em duas tarefas funcionais. Discussão: Na tarefa de “Single Leg Landing” já foram estabelecidos graus de normalidade para as angulações de valgo de joelho com valores entre 313º. Sabe-se também que os valores de valgo dinâmico do joelho durante a tarefa de “Single Leg Step Down” são similares ao “Single Leg Landing”, porém com maiores valores de flexão de joelho.5 Maiores valores de valgo dinâmico são associadas às maiores angulações de joelho quando em tarefas de aterrissagem, pois supõe-se que as angulações de joelho sofram influências das articulações distais e proximais, tais como limitações do ângulo de dorsiflexão em cadeia fechada e excursões de tronco ipsilaterais.³,4 Os dados mostraram que os voluntários atingiram maiores valores de valgo dinâmico de joelho e picos angulares de valgo em maiores ângulos de flexão do joelho. Os valores do valgo dinâmico do joelho não apresentaram diferenças entre as tarefas, independente das diferentes exigências funcionais das tarefas realizadas. Tal compração entre estas tarefas ainda não foram localizadas na literatura e portanto não podem ser contrastados. Conclusões: Os valores do valgo dinâmico do joelho de voluntários saudáveis não apresentaram diferença significativa quando comparados entre duas tarefas funcionais com demandas diferentes em diversas angulações de flexão do joelho. Referências: 1. Hugles G. Sports Biomechanics 10 September 2014, At: 09:44 2. Hole M. Research Papers, Paper 372, 2013. 3. Lee S.P. Clinical Biomechanics 28, 524–529, 2013. 4. Arai T. Clinical Biomechanics, 28, 642–648, 2013. 5. Herrington L. Phys Ther Sport. 2010 May;11(2):56-9. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Análise cinética, cinemática e baropodométrica de tornozelo e pé durante diferentes tarefas funcionais para avaliação do valgo dinâmico.” O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 50 BCM.107. CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA MUSCULAR E INCAPACIDADE DA COLUNA CERVICAL Ana Paula Carnevalli1; Lidiane Lima Florêncio1; Gabriella de Almeida Tolentino1; Fabíola Dach1; Débora Bevilaqua-Grossi1 1 Laboratório de Análise da Postura e do Movimento Humano/ Faculdade de Medicina de Ribeirão PretoUSP Introdução: A prevalência da dor cervical tem aumentado na população em geral. Sabe-se que uma das alternativas para o tratamento fisioterapeutico das disfunções cervicais é o fortalecimento dos músculos cervicais. No entanto, não está claro a correlação entre a força dos músculos cervicais e a incapacidade que a cervicalgia gera. Objetivos: Avaliar a correlação entre a força muscular e a incapacidade cervical medida pelo Neck Disability Index (NDI). Métodos: O estudo foi iniciado após aprovação do comitê de ética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, processo HCRP n° 16159/2014. A amostra foi composta por 40 mulheres, sendo a média da idade de 27,5 anos (DP= 9,14),semhistória de trauma ou cirurgia nopescoço e/ou face e hipertensão arterial sistêmica. Foi utilizado um dinamômetro manual (Lafayette Manual Muscle Testing System) customizado para quantificação da força dos músculos cervicais em flexão, extensão e inclinações laterais da coluna cervical.O voluntário foi estabilizado na maca por faixas de velcro®, para resistir e impedir compensações (FIGURA 1).O posicionamento adotado para cada movimento avaliado foi: • Músculos flexores: Decúbito dorsal com joelhos estendidos, cabeça e pescoço em posição neutra, braços ao lado do tronco e faixas de velcro® estabilizando os MMSS, e parte superior do tronco e MMII (Figura 1. A); • Músculos extensores: Decúbito ventral, com os braços ao lado do tronco e com faixas de velcro® estabilizando os MMII, a pelve e a parte superior do tronco (Figura 1. B); • Inclinadores laterais: Decúbito lateral, com um travesseiro sob a cabeça, braço ao lado do corpo e faixas de velcro® estabilizando o tronco e os MMSS e MMII (Figura 1. C); Figura 1. Posicionamento adotado em cada movimento avaliado A incapacidade relacionada à dor cervical foi verificada pelo Neck Disability Index (NDI)1, questionário de dez questões sobre a presença/intensidade da dor em atividades diárias, que pontua entre 0 e 50 e quanto maior sua pontuação final maior a incapacidade que o sujeito apresenta.A correlação entre a incapacidade e a força foi calculada pelo coeficiente de correlação de Pearson adotando um nível de significância de 0,05, e classificada como fraca (< 0,3), moderada (0,3 a 0,7) e forte ( > 0,7). Resultados: Foram demonstrados valores de correlação fracos entre a incapacidade e a flexão (r= - 16; IC95% - 0,45 a 16), extensão (r= -19; IC95% -0,47 a 0,13), inclinação à direita (r= -0,15; IC95% -0,45 a 0,16) e inclinação à esquerda (r= 0,11; IC 95% -0,41 a 0,21), sem evidência de correlação direta ou inversa entre as variáveis (p>0,05). Discussão: O estudo evidenciou que os mecanismos que levam a perda de força não semostraram diretamente relacionados com a incapacidade cervical medida pelo NDI, embora ambas ocorram nas disfunções cervicais não há correlação direta, inversa, proporcional ou temporal entre ambos. O que corrobora com os estudos de Stimpakos (2011)2 que encontrou resultados semelhantes. P á g i n a | 51 Conclusões: Embora a incapacidade cervical e a alteração da força dos músculos cervicais possam ocorrem na disfunção cervical, não há evidência de correlação entre estas variáveis, portanto, ambos aspectos devem ser considerados na avaliação dos pacientes. Referências: 1. Vernon H, Mior S. The Neck Disability Index: a study of reliability and validity. J Manipulative Physiol Ther. 1991 Sep; v.14(7): 409-415. 2. Stimpakos N. The assessment of the cervical spine. Part 2: Strength and endurance/fatigue. Journal of Bodywork & Movement Therapies.2011 Oct; 15(4):417- 430. Fontes financiadoras: FAPESP, n° processo 2015/15854-0. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Iniciação Científica intitulada: “Confiabilidade da avaliação da força voluntária máxima dos músculos cervicais pela dinamometria manual”. O trabalho é desenvolvido junto à graduação em fisioterapia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP P á g i n a | 52 BCM.108. ANÁLISE DA RAZÃO DA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA ENTRE FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO EM PACIENTES DEAMBULADORES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Ananda Cezarani¹; Joyce Aline Paganelli Nascimento²; Lígia Maria Tezo Daloia¹; Mariana Angélica de Souza³ Ana Cláudia Mattiello-Sverzut4 1 2 Graduandas em Fisioterapia; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional; 3Mestre em Ciências; 4Docente do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil Introdução: A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é causada pela deleção ou deficiência do gene que codifica a proteína distrofina. É caracterizada por fraqueza muscular progressiva, bilateral e simétrica1 com curso clínico não homogêneo. As atividades funcionais podem ser desempenhadas, mesmo que mais lentamente, até os 6 ou 7 anos. A partir dessa idade há um declínio rápido da força e função2,3. A redução de força muscular progressiva dos músculos extensores de quadril, extensores de joelho e dorsiflexores do tornozelo está associada à quedas frequentes e incapacidade de ficar em pé e pode indicar estágios finais de deambulação4,5,6. A progressão da fraqueza muscular está associada ao desenvolvimento de encurtamentos musculares, e ajustes biomecânicos compensatórios durante a deambulação7 como aumento do ângulo de extensão do joelho e de flexão do quadril e diminuição do ângulo de extensão do quadril8. A estabilidade articular e sua funcionalidade são dependentes da amplitude articular livre e do balanço entre forças musculares envolvidas no movimento9. A mensuração desse balanço de forças pode ser expressa pelo cálculo da razão entre agonistas e antagonistas10 e pode fornecer dados importantes que devem auxiliar o direcionamento terapêutico9. Objetivos: Verificar a razão de forças isométricas entre flexores e extensores do joelho de pacientes com DMD, de diversas faixas etárias, e comparar com dados de crianças saudáveis. Métodos: Dados de força muscular isométrica por meio do dinamômetro HandHeld Lafayette® forma obtidos de grupos voluntários: DMD: 39 pacientes, sexo masculino, idade entre 5 e 10 anos, acompanhados no Ambulatório de Miopatias Infantis do CER do HCFMRP-USP; saudáveis (S): 30 voluntários saudáveis do mesmo sexo e mesma faixa etária, obtidos em uma escola da rede de ensino de Ribeirão Preto. Foram realizadas três repetições de contrações de cada grupo muscular, a cada 20 segundos e registrada média das 3 medidas. Posteriormente, foi realizada uma análise exploratória e descritiva dos dados utilizando o cálculo da razão realizado por meio da divisão da média de força dos flexores do joelho pela média de força dos extensores de joelho para cada faixa etária. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do HCFMRP-USP sob processos nº 101876/2014 e 6017/2013. Todos os participantes e seus responsáveis assinaram o termo de assentimento e consentimento, respectivamente. Resultados: A Tabela 1 apresenta as características da amostra e os resultados da razão entre a força isométrica dos músculos flexores e extensores de joelho (F:E) para cada grupo em cada faixa etária (5 a 10 anos). A idade média do grupo DMD foi de 7,4 (DP=1,5) e do S foi de 7,5 (DP=1,7). Nesta, para voluntários saudáveis, pode ser observada simetria entre os lados direito e esquerdo, assim como, a razão da força agonista: antagonista mostrou-se praticamente constante para os voluntários saudáveis em todas as faixas etárias. Para voluntários do DMD, a partir dos 6 anos de idade, pode ser observado aumento da razão agonista:antagonista caracterizando desequilíbrio entre flexores e extensores do joelho. Aos 10 anos de idade, os voluntários do DMD apresentaram razão 4 vezes acima da observada para voluntários saudáveis (Tabela 1). Discussão: O presente estudo mostrou que crianças saudáveis apresentam simetria e razão constante entre agonistas:antagonistas no período de 5 a 10 anos de idade. Por outro lado, pacientes com DMD apresentam aumento crescente dessa razão, indicando fraqueza predominate do grupo extensor sobre o flexor. Esses achados corroboram com os de Stuberg e Metcalf (1988)8, que demonstraram que os pacientes com DMD possuem menores P á g i n a | 53 valores de força muscular isométrica de extensores de joelho, em relação à crianças saudáveis. Tabela 1: Descrição da razão de força isométrica obtida entre flexores e extensores joelho, direito e esquerdo dos voluntários DMD e saudáveis, em diferentes faixas etárias. Idade (anos) 5 6 7 8 9 10 DMD (n=4) 0,7 F:E Esq 0,6 Saudáveis (n=5) DMD (n=8) Saudáveis (n=5) DMD (n=8) Saudáveis (n=5) DMD (n=9) Saudáveis (n=5) DMD (n=6) Saudáveis (n=5) DMD (n=4) 0,7 0,9 0,7 1 0,7 1,4 0,7 1,7 0,8 2,8 0,8 0,9 0,7 1,1 0,7 1,55 0,7 1,99 0,7 2,5 Grupo F:EDir Saudáveis (n=5) 0,7 0,7 F:E Dir, Razão entre flexores:extensores de joelho direito; F:E Esq, Razão entre flexores:extensores de joelho esquerdo; DMD, Distrofia Muscular de Duchenne; n, Número de participantes. Alguns ajustes posturais e funcionais são observados nos pacientes com DMD, como a hiperextensão do joelho, induzida pela perda da força excêntrica de quadríceps, evitando a queda diante da posição ortostática e retardando a idade de perda da marcha4. Segundo Frezza et al (2005)11, exercícios resistidos podem ser uma opção de tratamento para preservar a força muscular, o equilíbrio e a coordenação, em pacientes com DMD. Por outro lado, outras estratégias terapêuticas devem ser exploradas com objetivo de proporcionar uma vantagem no tempo de deambulação como a indicação de órtese diurna e/ou noturna. Estas devem ser testadas para verificar se a intensidade deste desequilíbrio muscular é minimizada ao longo do tempo, favorecendo o prolongamento da deambulação nestes pacientes. Conclusões: Dados do presente estudo indicaram que, à partir dos 6 anos, crianças com DMD apresentam desequilíbrio crescente entre as forças isométricas agonistas e antagonistas do joelho, alcançando quatro vezes o valor da razão controle (obtida em crianças saudáveis). A médio prazo, o cálculo da razão entre flexores e extensores deve ser explorado sob diversos métodos de intervenção terapêutica, tendo como foco o prolongamento do tempo de deambulação nestes pacientes. Referências: 1 Baptista, C.R.J.A., Costa, A.A., Pizzato, T.M., Souza, F.B., Mattiello-Sverzut, A.C. Braz J Phys Ther, 2014; 18: 119-126. 2 Parsons, E.V.; Clarke, A. J.; Bradley, D.M. European Journal of Paediatric Neurology. 2004; 8:145–153. 3 Santos, N.M. et al. Revista Neurociências, 2006; 14: 15-22. 4 . Bakker JPJ, De Groot IJM, Beelen A. Am J Phys Med Rehabil. 2002; 81: 906-912. 5 . Hsu JD, Furumasu J. Clin Orthop Relat Res. 1993; 288: 122-125. 6 . Dubowitz V. Muscle disorders in childhood. 2nd. London: Saunders; 1995: p. 34-73. 7 Doglio, L. et al. European journal of physical and rehabilitation medicine,2001; 47: 587–94. 8 Stuberg, W. A; Metcalf, W. K. Physical therapy, 1988; 68: 977–982. 9 Américo, S.P.F; Souza, V.V; Guimarães, C.Q; Rolla, A.F.L. Rev Bras Med Esporte, 2001; 17. 10 Goulart, L. F. et al. Rev Bras Med Esporte, 2008; 14: 17–21. 11 Frezza, R. M.; Silva, S. R. N. DA; Fagundes, S. L. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, 2005; 18: 41–49. P á g i n a | 54 BCM.109. ANÁLISE DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS AO IMPLANTE ZIGOMÁTICO Bárbara de Lima Lucas1, Ligia Franco Oliveira1, Moara de Rossi1, Marcelo Palinkas1, Marisa Semprini1, Carla Moreto Santos1, Isabela Hallak Regalo1, Edmilson Bersani Oliveira1, Selma Siéssere1, Reginaldo Migliorança1, Simone Cecilio Hallak Regalo1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: Reabilitações implanto-suportadas são alternativas utilizadas como terapêutica na Odontologia com a finalidade de resgatar a função mastigatória (Migliorança et al., 2008; Mozzati et al., 2015). Embora tal técnica apresente resultados estéticos comprovados, não há muitos dados científicos sobre a ação desse tipo de reabilitação no sistema estomatognático, utilizando o implante ancorado em osso zigomático. Objetivo: Este estudo avaliou o sistema estomatognático de indivíduos com próteses totais fixas ancoradas sobre implante zigomático, por meio da atividade eletromiográfica dos músculos masseteres e temporais, nas condições posturais da mandíbula. Métodos: 54 indivíduos de 35 a 70 anos, de ambos os gêneros foram distribuídos em dois grupos: GIZ: com implante zigomático (n=27) e GC: controle saudável (n=27). Os Grupos foram pareados sujeito a sujeito por idade e índice de massa corporal. Todos os participantes do GIZ utilizavam overdenture inferior como padrão de reabilitação oral. O estudo foi aprovado pelo CÉP da Faculdade de Odontologia de Ribeirão preto da Universidade de São Paulo (processo n.2010/10289-0). A análise da atividade eletromiográfica dos músculos masseteres [direito (MD) e esquerdo (ME)] e temporais [direito (TD) e esquerdo (TE)], foi realizada durante a protrusão (10s); apertamento dental em contração voluntária máxima (4s); apertamento dental em contração voluntária máxima com Parafilm M® (Pechinery Plastic Packaging, Batavia, IL, USA) (18x17x4mm, 245 mg) (4s); lateralidade direita (10s), lateralidade esquerda (10s). Foi utilizado o eletromiógrafo Myosystem BR1 (Data Hominis Ltda, Uberlândia, MG, Brasil). Os valores EMG normalizados pelo apertamento dental em contração voluntária máxima com Parafilm M® foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 21.0; teste t independente; p ≤ 0,05). Resultados: Na atividade EMG normalizada dos músculos masseteres e temporais houve significância estatística na condição de protrusão: MD= [(GIZ = 0,44 ± 0,08), (GC=0,16 ± 0,02)], ME= [(GIZ = 0,49 ± 0,07), (GC=0,17 ± 0,02)], TD= [(GIZ = 0,21 ± 0,04), (GC=0,10 ± 0,01)], TE= [(GIZ = 0,17± 0,03), (GC=0,11 ± 0,01)]; lateralidade direita: MD= [(GIZ = 0,32 ± 0,05), (GC=0,09 ± 0,01)], ME= [(GIZ = 0,39 ± 0,05), (GC=0,14 ± 0,02)], TE= [(GIZ = 0,17± 0,03), (GC=0,09 ± 0,01)]; lateralidade esquerda: MD= [(GIZ = 0,44 ± 0,08), (GC=0,14 ± 0,03)], ME= [(GIZ = 0,28 ± 0,06), (GC=0,10 ± 0,01)], TD= [(GIZ = 0,16± 0,03), (GC=0,10 ± 0,01)]; apertamento dental em contração voluntária máxima: ME= [(GIZ = 0,86 ± 0,05), (GC=0,68 ± 0,05)]; TE= [(GIZ = 0,93± 0,17), (GC=0,77 ± 0,04)]. Discussão: Avanços nas pesquisas odontológicas proporcionam desenvolvimento de novas tecnologias, possibilitando a confecção de implantes com maior capacidade de osseointegração (Bränemark, 1987). A estabilização da oclusão gerada pelo uso de próteses suportadas por implantes osseointegrados pode evidenciar considerável modificação da atividade muscular (Davó ; Pons, 2015). Esta pesquisa mostrou por meio dos resultados EMG normalizados obtidos que o GIZ apresentou padrões posturais mastigatórios mais elevados quando comparados ao GC. Este tipo de função provavelmente se justificada, no nosso entendimento, pelos estímulos causados pela presença dos implantes e da própria base da prótese, apesar da ausência de impulsos nervosos periodontais. Sabe-se que os receptores periodontais desempenham papel significativo no sistema estomatognático, pois são responsáveis por levar informações desse ao sistema nervoso central, sendo uma forma de proteção do próprio sistema (Trulsson et al., 2010). Não há registros na literatura de estudos relacionados aos efeitos funcionais da técnica de implante discutida nesta pesquisa (implante zigomático), limitando, assim, a comparação direta dos nossos resultados. Novas pesquisas serão necessárias para observar o padrão de comportamento muscular mastigatório de P á g i n a | 55 indivíduos que foram submetidos ao tratamento com ancoragem de implante zigomático observando, por exemplo, o tempo de uso das próteses, adaptação e estabilidade. Conclusões: Com base nos resultados desta pesquisa, pode-se concluir a reabilitação oral com próteses implanto-suportadas (ancoragem no osso zigomático) promove hiperatividade na função dos músculos masseteres e temporais quando comparadas a musculatura de indivíduos saudáveis. Referências 1. Migliorança, RM. Ed Quintessence 2008. 2. Mozzati M, Mortellaro C, Arata V, Gallesio G, Previgliano V. J Craniofac Surg. 2015; 26(3):722-8. 3. Bränemark PI, Zarbo G.; Albrektsson T. Quintessence Publ. Co, 1987. 4. Davó R, Pons O. Eur J Oral Implantol. 2015; 8(2):169-74. 5. Trulsson M, Francis ST, Bowtell R, McGlone F. Neurophysiol 2010; 104:2257–2265. Agradecimento: FAPESP e CNPq Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. P á g i n a | 56 BCM.110. ANÁLISE DA POTÊNCIA DE MEMBRO SUPERIOR EM ATLETAS DA SELEÇÃO PARALÍMPICA BRASILEIRA DE HALTEROFILISMO Bárbara Silva1; Silvio Santos1; Isabela Miziara1; Lísia Rodrigues1; João Nunes1; Heitor Cunha1; 1 Universidade Federal de Uberlândia Introdução: O aperfeiçoamento das técnicas de treinamento para melhoria do desempenho depende da associação de métodos e técnicas de mensuração dos fatores que influenciam no desempenho esportivo. Apesar das diferenças existentes entre o treinamento de força e de potência máxima, as respostas a esses treinamentos mostram estar correlacionas (MCBRIDE et al., 2002; WILSON, NEWTON, MURPHY & HUMPHRIES, 1993). A escassez de trabalhos nessa área motiva esforços no sentido de compreender os mecanismos desta tarefa motora que constitui elevada relevância, não somente para o esporte paralímpico, mas também para o desenvolvimento de esportes que envolvam força e potência de membros superiores. Visto que o treinamento dos atletas da modalidade de supino paralímpico são caracterizados como de força (cargas entre 80-100% de 1RM) espera-se com esse estudo que seja verificado um aumento também na potencia máxima desses atletas. Objetivos: O presente trabalho teve como objetivo comparar a potência pico de membro superior em atletas da seleção paralímpica brasileira de halterofilismo no início do calendário de competições e três meses após o início. Métodos: Foram avaliados 6 indivíduos com idade entre 18 e 45 anos (±10,95) praticantes da modalidade de supino paralímpico integrantes da seleção brasileira de halterofilismo. O estudo foi realizado no laboratório de biomecânica da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia e teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da citada instituição (CEP/UFU 735.019). O teste realizado para obter a força máxima dos voluntários foi o de 1 RM (repetição máxima) no supino reto livre, utilizando banco, barra e anilhas com medidas oficiais de competição (Eleiko®, Suécia). Após um intervalo de 48 horas, o sujeito realizou o movimento de supino reto na máquina de Smith (Righetto, Brasil) com 55% da carga máxima. Os voluntários foram instruídos a arremessar a barra para cima e, para que não houvesse interferência do desgaste muscular causado na fase excêntrica, dois apoiadores posicionavam a barra no peito do voluntário, caracterizando assim um movimento puramente concêntrico. Foram realizadas três tentativas para cada atleta sendo validada a que apresentava maior valor dentre a potência pico. Foi respeitado um intervalo de 5 minutos entre as mesmas a fim de evitar quaisquer prejuízos devido a fadiga muscular. Para a análise estatística foi utilizado a estatística descritiva. A normalidade dos dados foi verificada através do teste de Shapiro-Wilk, e após a aplicação do mesmo foi verificado que a distribuição seguia padrão de normalidade. O teste t pareado foi utilizado para analisar se existia diferenças estatisticamente significativas entre os exercícios realizados no início do período de competições e três meses após. A significância das análises foi assumida quando P≤ 0,05. Para os cálculos estatísticos foi utilizado o programa Action Stat. Resultados: A Tabela 1 e o Gráfico 1 a seguir apresentam os resultados de cada voluntário no teste de potência no início e após três meses do início das competições. Tabela 1: Representação dos valores de potência pico no início da temporada de competições e três meses após o início por voluntário. Significativo (P <0,05) Atleta Gênero Potência Pico Potência Pico Máx 3 Máx Início (W) meses após (W) Atleta 1 M 670,05 800,29* Atleta 2 M 881,31 938,74* Atleta 3 F 491,91 530,83* Atleta 4 F 368,22 437,21* Atleta 5 M 1428,80 1504,17* Atleta 6 F 441,38 479,87* Média 713,61 781,85 D.P 57,23 37,82 Gráfico 1: Representação gráfica da potência pico no início da temporada de competições e três meses após o início por voluntário. P á g i n a | 57 Após a realização do teste t pareado, a fim de verificar possíveis diferenças entre as potências pré e pós início de temporada, foi apresentado um valor de P= 0,004 para análise mostrando que existe diferença estatisticamente significativa. Discussão: Para a realização deste estudo foi analisada a potência de membros superiores com a carga de 55% do 1RM de cada voluntário. Os dados foram coletados no início da temporada de competições e novamente três meses após a primeira coleta. Em trabalho apresentado por Baker et al. (2001) conclui-se através de testes de cargas distintas que o percentual de 55% de 1RM indica a melhor potência média, explicado pelo fato de que em uma intensidade menor da carga, o aumento da velocidade não compensa à diminuição da força; e em uma intensidade maior da carga, o aumento da força não compensa à diminuição da velocidade. O supino paralímpico é uma modalidade caracterizada essencialmente como de força. Na literatura existem evidências que sustentam a hipótese de que existem ganhos semelhantes em força máxima a partir do treinamento de potência (HARRIS et al., 2000; KYROLAINEN et al., 2005). O aumento verificado na potência pico corrobora com os resultados encontrados, pois a partir do início da temporada, os treinos de força máxima são intensificados visando as competições, em que o atleta deve levantar a carga máxima possível. Conclusões: A partir dos resultados encontrados é possível concluir que houve um aumento significativo da potência pico dos membros superiores dos atletas da seleção paralímpica de halterofilismo quando comparado do início do calendário de competições e três meses após o mesmo. Apesar da especificidade dos treinamentos de força máxima executados pelos atletas outros parâmetros demonstraram melhoras. O estudo veio a contribuir no aprofundamento da temática resultando em novos conhecimentos sobre os parâmetros avaliados no teste de força máxima no movimento de Supino Paralímpico. Porém sugere-se que outros estudos sejam realizados com a utilização de outros protocolos, visto que há uma escassez significativa na literatura de trabalhos que englobem essa população. Referências: BAKER, D.; NANCE, S.; MOORE, M. J. Strength Cond Res. 2001;15(1):92-7. Doi: 10.1519/15334287. HARRIS, G.R.; STONE, M.H.; O´BRYANT, H.S.; PROULX, C.M.; JOHNSON, R.L. 2000;14(1):1420. doi: 10.1519/1533-4287(2000)014<0014. KYROLAINEN, H.; AVELA, J.; McBRIDE, J.M.; KOSKINEN, S.; ANDERSEN, J.L.; SIPILA, S.; TAKALA, T.E.; KOMI, P.V. Med Sport Sci. 2005;15:58-64. doi: 10.1111/j.16000838.2004.00390. McBRIDE, J.M.; TRIPLETT-McBRIDE, T.; DAVIE, A.; NEWTON, R.U.; J Strength Cond Res. 2002;16:75‐82. doi: 10.1519/15334287(2002)016\0075. WILSON, G.J.M.; NEWTON, R.U.; MURPHY, A.J.; HUMPHRIES, B.J. Med Sport Sci. 1993;25(11):1279-86. doi: PMID: 8289617. Fontes financiadoras: Os autores agradecem a todos que cooperaram com essa pesquisa, em especial ao Comitê Paralímpico Brasileiro pela disponibilização dos atletas. Agradecem também ao CNPq, à CAPES e a FAPEMIG pelo apoio financeiro para esta pesquisa. Fonte dos dados: Esses dados são de trabalho original desenvolvido junto a Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia. P á g i n a | 58 BCM.111. ANÁLISE CINEMÁTICA DOS MOVIMENTOS DA CABEÇA E DOR EM MULHERES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR, DISFUNÇÃO CERVICAL E ASSINTOMÁTICAS Bruno Leonardo da Silva Grüninger1; Letícia Bojikian Calixtre1; Lianna Ramalho de Sena Rosa1; Mônica Ambiel¹; Marina Machado Cid¹; Ana Beatriz Oliveira1 1 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos. Introdução: A associação entre disfunções cervicais musculoesqueléticas (DCM) e disfunção temporomandibular (DTM) tem sido relatada na literatura(1). Estudos que investigam essa relação costumam enfatizar a investigação de sintomas, como dor auto-referida no pescoço ou na mandíbula e dor a palpação das mesmas estruturas(1). Parece haver uma estreita relação biomecânica entre a ATM e coluna cervical, uma vez que movimentos limitados da região cervical podem alteram a mecânica normal da ATM(3). Apesar das evidências apontarem a existência de associação entre os segmentos abordados, os estudos que objetivam investigar esta relação têm sido realizados a partir de medidas estáticas, como raio-x ou fotografias. Quando são realizadas ativamente, a avaliação da amplitude de movimento (ADM) da cervical é feita, normalmente, utilizando goniômetros ou inclinômetros, o que pode limitar a atividade a ser avaliada(3). Poucos estudos trazem informações relevantes no que diz respeito à análise mais robusta da ADM cervical. Objetivos: Comparar e correlacionar ADM cervical e dor de indivíduos com e sem DCM e DTM. A hipótese é de que indivíduos com DCM ou com DTM apresentam, além de maior índice de dor, ADM da coluna cervical diminuída, pois a capacidade funcional passa por um processamento central que pode ser alterado pela dor. Métodos: Para esse estudo transversal foram selecionadas trinta e seis mulheres (25,8±1,3 anos), divididas em três grupos que deveriam responder aos seguintes critérios de inclusão: Grupo DTM (GDTM - 25,2±3,93 anos), com diagnóstico de DTM a partir do RDC-TMD e dor maior que 4 na escala numérica de dor (1). Grupo DCM (GDCM 25,3±5 anos), diagnóstico de DCM(4), índice de disfunção de acordo com o NDI(5), dor na região cervical maior do que 4 na escala numérica de dor (1). Grupo assintomático (GA - 24,8±5 anos), que não apresentassem queixa de DCM ou de DTM. O GDTM não apresentava queixa relevante de dor cervical bem como o GDCC não poderia apresentar dor na ATM. Todas as voluntárias foram submetidas a uma avaliação cinemática realizada com o sistema Qualisys Motion Capture System. Marcadores reflexivos foram posicionados no tronco e na cabeça e, além do repouso, foram solicitadas as seguintes atividades: flexão, extensão, inclinação para a direita e esquerda, e rotação para a direita e para a esquerda. Sempre foi solicitada a ADM máxima, respeitando o limite de dor, se necessário. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSCar (CAAE: 41939615.6.0000.5504). Os movimentos 3D do tronco e cabeça foram reconstruídos a partir do software Visual 3D e os valores angulares da máxima amplitude referentes aos movimentos da cabeça nos três planos foram extraídos a partir de uma rotina em Matlab. Para análise estatística, as variáveis foram testadas quanto à normalidade (Shapiro-Wilk test), dados foram comparados entre os 3 grupos a partir da ANOVA one-way. Aplicou-se o teste de correlação de Pearson entre as variáveis cinemáticas, o nível de dor na ATM e na cervical dos sujeitos. Foi utilizado o SPSS (v.17.0) e considerado alpha de 5%. Resultados: Nenhuma variável cinemática (Tabela 1) apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos. A Tabela 2 apresenta os níveis de dor para cada grupo resultados estatísticos (P<0,05). A correlação entre as variáveis cinemáticas e o nível de dor na cervical e na ATM não foi significativa (P>0,05). Discussão: Os resultados não sustentaram a hipótese inicial, visto que não houve menor ADM cervical nos grupos (GDTM e GDCM) e as variáveis cinemáticas não foram correlacionadas com as variáveis de dor. Esses achados corroboram com estudos prévios que encontraram nenhuma ou fraca correlação entre mobilidade e dor (6)(7). Sendo assim, a capacidade funcional que poderia estar alterada pela dor, que é interpretada e sofre um processamento central, influenciando a ADM (9), não foi alterada. Uma possível causa é que pode existir um mecanismo adaptativo para realização dos movimentos. Isso pode ocorrer pela existência do excesso de ativação muscular e, consequentemente, movimentos intersegmentais anormais no nível P á g i n a | 59 (8) cervical . Além disso, a avaliação cinemática aborda o movimento total e não consegue identificar segmentos cervicais que estejam comprometidos exibindo, portanto, uma visão geral do movimento, sem acesso a possíveis compensações de um segmento ao outro(8). A tentativa de visualizar se havia alteração na combinação de movimentos de inclinação e rotação também não foi efetiva, visto que os três grupos se comportaram da mesma forma. Por fim, o tamanho da amostra pode ter sido insuficiente para que diferenças significativas fosse observada entre os grupos. Conclusões: Não há relação entre a dor na cervical ou na ATM e a diminuição da ADM cervical em indivíduos com DTM ou com DCM. Tabela 1. Valores médios (desvio-padrão) de ADM máxima para os movimentos do pescoço (em graus) e dor na ATM e cervical pela escala numérica de dor para grupos assintomáticos, DTM e DCM. GA GDTM GDCM 61,97 58,40 (9,8) Flexão do pescoço 63,36 (11,3) (9,6) 62,00 59,81 55,57 Extensão do (13,5) (9,5) (12,1) pescoço 39,37 39,19 41,01 (6,6) Inclinação E (7,5) (4,6) 39,38 39,09 40,31 (7,1) Inclinação D (7,3) (5,3) 72,31 66,69 66,10 (7,8) Rotação D (9,4) (11) 71,50 67,06 66,94 (6,9) Rotação E (8,5) (10,4) Variáveis descritas em média (desvio padrão). Legenda: GA=grupo assintomático; GDTM= grupo DTM; GDCM= grupo disfunção cervicais musculoesqueléticas; E= esquerda; D= direita Tabela 2. Valores médios (desvio-padrão) de dor na ATM e cervical pela escala numérica de dor para grupos assintomáticos, DTM e DCM. Média (DP) Anova (p-value) Post-hoc DOR Cervical GA (1) 0,92 (1,24) GDTM (2) 0,50 (1,00) GDCM (3) 6,92 (1,31) GA (1) 0,25 (0,45) GDTM (2) 5,92 (1,24) GDCM (3) 1,42 (1,38) 0,00 1 x2 0,67 2 x3 0,00 1 x3 0,00 1 x2 0,00 2 x3 0,00 DOR ATM 0,00 1 x 3 0,037 Variáveis descritas em média (desvio padrão). Legenda: GA=grupo assintomático; GDTM= grupo DTM; GDCM= grupo disfunção cervicais musculoesqueléticas; E= esquerda; D= direita Referências: 1. Olivo, Susan Armijo, J. Fuentes, P. W. Major, Warren, S. The association between neck disability and jaw disability. J Oral Rehabil. 2010;37(11):670. 2. Häggman-Henrikson B, Nordh E, Zafar H, Eriksson PO. Head immobilization can impair jaw function. J Dent Res. 2006;85(11):1001–5. 3. Cobian DG, Daehn NS, Anderson PA, Heiderscheit BC. Active Cervical and Lumbar Range of Motion Healthy Young Adults. 2013;38(20):1754–63. 4. Childs JD, Cleland J a, Elliott JM, Teyhen DS, Wainner RS, Whitman JM, et al. Neck pain: Clinical practice guidelines linked to the International Classification of Functioning, Disability, and Health from the Orthopedic Section of the American Physical Therapy Association. J Orthop Sports Phys Ther. 2008;38(9):A1–34. 5. Vernon H. The Neck Disability Index: State-of-theArt, 1991-2008. J Manipulative Physiol Ther. 2008;491– 502. 6. Chiu T et al. Correlations among physical impairments, pain, disability and patient satisfaction in patients With Chronic Neck Pain. Arch phys Med rehabil. 2005;86(March):534–40. 7. Johnston V, Hons B, Jull G, Souvlis T, Jimmieson NL. Neck Movement and Muscle Activity Characteristics in Female Office Workers With Neck Pain. Spine. 2008;33(5):555–63. 8. Sarig H, Tamar PL, Sprecher E, Krasovsky A. Do neck kinematics correlate with pain intensity, neck disability or with fear of motion ? Man Ther 2014;19(3):252–8. Fontes financiadoras: Não consta Fonte dos dados: Esses dados fazem parte da Dissertação de Mestrado intitulada: “Cinemática e controle motor da cabeça e mandíbula de indivíduos com e sem disfunção temporomandibular em atividades funcionais”. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFSCar. P á g i n a | 60 BCM.112. AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA DA MUSCULATURA CERVICAL ANTAGONISTA DURANTE CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA VOLUNTÁRIA MÁXIMA EM PACIENTES COM MIGRÂNEA Carina Ferreira Pinheiro1, Lidiane Lima Florêncio1, Gabriela Ferreira Carvalho1, Tenysson Will de Lemos1, Anamaria Siriani de Oliveira1, Fabiola Dach1, Débora Bevilaqua Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: A disfunção cervical é um aspecto mais comumente estudado na cefaleia tipo tensional e cervicogênica e menos na migranea1. No entanto, a cervicalgia atinge cerca de 76% dos migranosos 2 e sua prevalência aumenta conforme o aumento na frequência das crises de migrânea3. Há evidências de alterações no controle motor em indivíduos com cervicalgia aguda ou crônica4, no entanto, em indivíduos com migrânea, essas características do controle motor ainda não foram muito bem investigadas. A hipótese deste estudo é que indivíduos com migrânea apresentam diferença na atividade mioelétrica agonista/antagonista, quando comparados a indivíduos controle. Objetivos: Comparar a atividade antagonista da musculatura cervical durante a contração isométrica voluntária máxima (CIVM) entre pacientes com migrânea episódica, migrânea crônica e indivíduos controle, sem cefaleia. Métodos: Pacientes migranosos entre 18 e 55 anos de idade, diagnosticados1 por um neurologista experiente foram convidados a participar do estudo. Para evitar sobreposição dos grupos, pacientes com até 10 dias de dor de cabeça por mês foram incluídos no grupo migrânea episódica, e com mais de 15 dias de dor por mês foram incluídos no grupo migrânea crônica. O grupo controle foi formado por indivíduos sem relato de migrânea, pareados por idade conforme os demais grupos. Foram excluídos participantes com presença de outra cefaleia, abuso de analgésicos, histórico de trauma na cabeça e/ou pescoço, hérnia discal ou artrose cervical, bloqueio anestésico no último mês e gravidez. As medidas de CIVM foram coletadas por um examinador treinado, cego quanto ao grupo ao qual o participante pertencia, utilizando um dinamômetro manual customizado (Lafayette Instrument Company, Lafayette, IN, USA). Foram avaliadas as CIVM em flexão, extensão e inclinações laterais direita e esquerda com o indivíduo em decúbito dorsal, ventral, lateral esquerdo e lateral direito, respectivamente. Foram realizadas três repetições para cada movimento, e o valor máximo dentre as repetições foi utilizado para as análises propostas. A atividade elétrica da musculatura cervical foi avaliada durante a realização da CIVM. Eletrodos de superfície sem fio (Trigno Wireless System, Delsys Inc, Boston, MA, USA) foram fixados bilateralmente nos músculos 5 esternocleidomastoideo (ECM) ; escaleno anterior5 e esplênio da cabeça6. Os sinais foram amostrados a 4000Hz, com ganho de 300. O sinal bruto EMG foi filtrado entre 20-500Hz (Butterworth 4ª ordem) e o RMS foi calculado com janela de 2 segundos em cada repetição da CIVM. A atividade antagonista foi normalizada pelo RMS máximo obtido durante sua CIVM como agonista e expressa como %CIVM. Para a extensão foi utilizada a soma dos lados do ECM; para a flexão, a soma dos lados do esplênio da cabeça, e para as inclinações, a soma da atividade do escaleno e ECM contralaterais ao movimento. Este estudo obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital das Clínicas da FMRP-USP (Processo 16692/2012) Resultados: Foram avaliados 83 pacientes, sendo 31 do grupo migrânea episódica, 21 do grupo migrânea crônica e 31 do grupo controle. A análise de variância (ANOVA, post hoc Bonferroni) revelou que os grupos foram homogêneos quanto à idade (migrânea episódica 33 anos, IC95% 29-37; migrânea crônica 34 anos, IC95% 30-39; e controle 31 anos, IC95% 2734) e IMC (migrânea episódica 25,2 kg/cm², IC95% 23,2-27,2; migrânea crônica 25,6 kg/cm², IC95% 23,9-27,3; e controle 24,8 kg/cm², IC95% 23,1-26,5). Em relação à atividade EMG antagonista, a ANOVA revelou uma maior e significativa %CIVM do músculo esplênio da cabeça durante a flexão cervical em ambos os grupos de migrânea em relação ao grupo controle (Figura 1). Discussão: A alta co-ativação do músculo esplênio da cabeça durante a flexão cervical é um achado similar ao descrito previamente em pacientes com cefaleia do tipo tensional7. O aumento da atividade antagonista reflete uma reorganização da estratégia de controle motor, como mecanismo de proteção contra a dor, em consequência da sensibilização central observada na migrânea. É importante salientar que co-ativação muscular nem sempre é uma resposta negativa para coluna cervical. Esta mudança P á g i n a | 61 adaptativa do sistema neuromuscular devido a dor pode ser benéfica na presença de uma condição de dor aguda ou para fins de proteção para manter a resposta motora adequada8,9. No entanto, a longo prazo, a coativação muscular pode diminuir a função da coluna cervical, levando a uma maior compressão das articulações, alterando a distribuição de carga e, consequentemente, afetar a biomecânica da cabeça e do pescoço9,10. Conclusões: Pacientes com migrânea apresentam alteração no controle muscular cervical, com significativa ativação dos extensores cervicais durante a contração isométrica máxima em flexão. Referências 1. Headache Classification Committee of the International Headache Society. Cephalalgia. 2013;33 Suppl 9:629-808. doi: 10.1177/0333102413485658 2. Ashina S et al. Cephalalgia 2015; 35(3):211-219 doi: 10.1177/0333102414535110 3. Calhoun AH et al. Headache 2010;50(8):1273-7 doi: 10.1111/j.1526-4610.2009.01608.x 4. Falla D et al. Spine. 2004; 29(19):2108–14. 5. Falla D et al. Clin Neurophysiol. 2002;113:57-63. 6. Sommerich et al., J Electromyogr Kinesiol. 2000;10: 377-398. 7. Fernández-de-las-Peñas C et al. Cephalalgia. 2008;28:744-751. doi: 10.1111/j.14682982.2008.01584.x 8. O’Leary S et al. J Orthop Sports Phys Ther. 2009;39:324-333. doi: 10.2519/jospt.2009.2872 9. Tsang SMH et al. J Electromyogr Kinesiol. 2014;24:104-113.doi: 10.1016/j.jelekin.2013.10.011 10. Fernández-de-las-Peñas C et al. Cephalalgia. 2006;26:314-319. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Processo 2012/22245-2) Fonte dos dados: Esses dados são parte do projeto de Doutorado intitulado: Avaliação da força máxima e do controle motor da coluna cervical pela dinamometria e pela eletromiografia de superfície em mulheres com migrânea e migrânea crônica: estudo controlado. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. Figura 1 – Atividade agonista em relação à contração isométrica voluntária máxima (CIVM) durante o pico de força produzido nos movimentos cervicais de flexão, extensão, inclinação à direita e inclinação à esquerda dos indivíduos controle e pacientes com migrânea episódica e migrânea crônica.*Diferença significativa entre ambos os grupos de migrânea e o grupo controle (ANOVA, post hoc Bonferroni; F=3,679; p=0,03;) P á g i n a | 62 BCM.113. ESTUDO DA FUNÇÃO DO MÚSCULO TEMPORAL POR MEIO DA ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE EM DIFERENTES CLASSES ESQUELÉTICAS Carlos Alberto Carranza López1,2; Marcelo Correa Alves3; Wanderley Jordão Júnior1; Ana Carolina Panhan1; Fausto Bérzin1 1 FOP-UNICAMP; 2 Faculdades FAMA; 3 ESALQ-USP Introdução: Funções alteradas dos músculos da região orofacial são um dos maiores fatores etiológicos das maloclusões (Petrović et al. 2014). Kubota e Masegui (1977) determinaram que o M. Temporal apresenta um elevado número de fusos neuromusculares, sendo maior do que o dobro da totalidade dos fusos em uma hemiface. Sendo assim a hipótese deste estudo é comprovar que existem diferenças na atividade eletromiográfica do M. Temporal nas diferentes classes esqueléticas. Os resultados do presente estudo permitem entender melhor o padrão de contração muscular nas diferentes classes esqueléticas e também podem contribuir no avanço de tratamentos já existentes, nas terapias prévias as cirurgias ortognáticas ou aos tratamentos de ortodontia. amostragem de 2000 Hz, filtro passa banda de 20 a 1000 Hz e conversor A/D com 16-bits de resolução. Com os valores da amplitude do RMS (Root Mean Square) medida em μV, foi realizada a estatística aplicando a Análise de Variância (ANOVA) baseada em postos com o objetivo de comparar as médias dos grupos. O Nível de significância adotado foi α igual a 0,05. Resultados: Os resultados são apresentados nas Tabelas 1e 2 e nas Figuras 1 e 2. Tabela 1 - Valores do RMS (μV) das três porções do músculo temporal nos diferentes grupos durante a CVM. Letras diferentes indicam diferença significativa. I Métodos: Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da FOP-UNICAMP com número de protocolo 045/2015. Foram selecionados 15 voluntários de 18 a 36 anos, 11 homens e 4 mulheres (5 de cada classe esquelética) todos com suporte molar bilateral e sem DTM nem falhas dentárias. Em cada voluntário foram colocados oito eletrodos de superfície duplos de Ag/AgCl (da marca Hall com 20 mm de distância entre os polos) em cada porção do músculo temporal e nos músculos supra-hióideos de maneira bilateral. Foi utilizada a Pasta condutora para eletroencefalograma NIHON KOHDEN, da marca Elefix em todos os eletrodos, a qual favorece a condutância e permite uma fixação estável dos eletrodos no couro cabeludo e na pele. Foi avaliada a CVM e AMAX. Para diminuir a impedância, da pele e couro cabeludo, foi passada lã de aço e álcool de 700 em todos os lugares de colocação dos eletrodos. O equipamento utilizado foi o eletromiógrafo ADS1200 Lynx com oito canais, com frequência de III RMS (μv) Desvio RMS (μv) Desvio RMS (μv) Desvio (média) Padrão (média) Padrão (média) Padrão PTE 16.91 8.98 10.86 13.44 3.66 3.80 PTD 5.15 4.31 16.35 26.60 4.48 4.63 MTE 21.28 9.63 23.10 24.96 6.33 3.71 MTD 17.03 AB 10.96 34.72 A 26.93 4.56 B 1.19 ATE 18.93 AB 19.28 25.56 A 11.15 5.35 B 5.44 ATD 13.98 A 12.26 17.88 A 8.48 4.40 B 1.71 CVM Objetivo: Avaliar a função do M. Temporal por meio da eletromiografia (EMG) de superfície em voluntários com classe esquelética I, II e III, durante a contração voluntária máxima em máxima intercuspidação (CVM) e abertura máxima (AMAX). II Figura 1 - Comparação por classes (I, II e III) da Amplitude do sinal Eletromiográfico (RMS em μV) das três porções do músculo temporal na CVM. Tabela 2 - Valores do RMS (μv) das três porções do músculo temporal nos diferentes grupos durante a AMAX. Letras diferentes indicam diferença significativa. I II III RMS (μv) Desvio RMS (μv) Desvio RMS (μv) Desvio (média) Padrão (média) Padrão (média) Padrão PTE 1.25 0.66 1.63 1.50 1.11 0.94 PTD 0.54 0.13 3.99 5.38 0.88 0.85 MTE 0.56 B 0.17 2.37 A 2.77 0.86 B 0.89 MTD 0.54 B 0.24 2.91 A 2.33 0.72 B 0.63 ATE 1.2 AB 1.05 4.01 A 2.30 1.32 B 1.80 ATD 1.4 AB 1.42 3.94 A 4.25 0.84 B 0.37 AMAX P á g i n a | 63 Figura 2 - Comparação por grupos (I, II e III) da Amplitude do sinal Eletromiográfico (RMS em μv) das três porções do músculo temporal na AMAX. Discussão: Este trabalho é o primeiro em avaliar as três porções do M. Temporal nas diferentes classes esqueléticas por meio da EMG. Na CVM, observouse a existência de uma atividade decrescente dos músculos temporais médios de ambos os lados (grupo II > grupo I > grupo III) apresentando diferença significativa entre os grupos II e III no lado direito. Essa mesma atividade decrescente foi observada nos músculos temporais anteriores de ambos os lados, apresentando diferença significativa entre os grupos II e III. Avaliando-se essas amplitudes eletromiográficas, pode-se dizer que na CVM os músculos temporais médios e anteriores do grupo II apresentam maior atividade do que os outros dois grupos, podendo indicar maior necessidade de atividade muscular como consequência do menor braço de alavanca que vem desde a inserção do músculo temporal (processo coronóide) até o fulcro (ATM). Na AMAX, ambas as porções médias dos músculos temporais do grupo II foram mais ativas em comparação com os grupos I e III (p<0.05). Também ambas as porções anteriores dos músculos temporais do grupo II foram mais ativas (p<0.05) quando comparadas com o grupo III. Estes resultados poderiam indicar uma co-ativação dos músculos temporais médios e anteriores no grupo II junto com os Mm. abaixadores da mandíbula para, assim, evitar uma luxação mandibular durante a abertura máxima, sendo que nos voluntários do grupo II observou-se maior amplitude do sinal EMG provavelmente pelo menor braço de alavanca. Este resultado poderia explicar o baixo desenvolvimento mandibular em voluntários classe II devido à influência da tração póstero superior do músculo temporal, inibindo o centro de crescimento do côndilo mandibular. Conclusões: Dentro das limitações metodológicas como o número de voluntários e a falta de normalização, podemos manifestar as seguintes conclusões: Voluntários classe II apresentam maior atividade eletromiográfica em ambas as porções anteriores do músculo temporal na contração voluntária máxima quando comparados com voluntários classe III. Voluntários classe II apresentam maior atividade eletromiográfica em ambas as porções médias do músculo temporal na abertura máxima quando comparados com voluntários classe I. Voluntários classe II apresentam maior atividade eletromiográfica em ambas as porções médias e anteriores durante a abertura máxima quando comparados com voluntários classe III. Referências 1. Petrović D et al. Vojnosanit Pregl. 2014 71(12): 1116-1122. 2. Kubota K, et al. J Dent Res. 1977, 56(8): 901-909. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Fonte dos dados: Os dados deste trabalho são parte da Tese de Doutorado intitulada: “Estudo da função do Músculo Temporal e dos Músculos Suprahióideos por meio da eletromiografia de superfície em Diferentes classes esqueléticas” desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Biologia BucoDental (área de anatomia) da FOP-UNICAMP. P á g i n a | 64 BCM.114. RECRUTAMENTO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO NO PÓSPARTO VAGINAL E CESÁREA DE PRIMIPARAS Aline Anézio¹, Angélica M P Barbosa², Cristiane Pedroni², Caroline B Prudêncio¹, Gabriela Marini¹, Marilza V C Rudge¹ 1 Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp Botucatu ; 2 Faculdade de Filosofia e Ciências - Unesp Marília Introdução: As disfunções da região assoalho pélvico são problemas de saúde publica que impactam negativamente na qualidade vida da mulher. Um terço da população feminina poderá apresentar alguma disfunção durante sua vida. (1,2,3) A gestação é período da vida da mulher em que o corpo experimenta sobrecargas que irão desafiar o perfeito recrutamento dos músculos do AP (MAPs), posteriormente com o parto ainda há questões como a paridade e vias de parto que são apontados como fatores de risco para ocorrência de importantes disfunções do AP.(4-8) Porém ainda há informações controversas, incidências variadas de disfunções dos MAPs e das características clínicas e obstétricas que se relacionam com tais alterações. A avaliação da contração do AP é fundamental para traçar estratégias preventivas e terapêuticas. (3,6,9) Objetivos: Avaliar o recrutamento da contração muscular do assoalho pélvico pós-parto vaginal e cesárea de primíparas Métodos: Estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP campus Marília, sob parecer n°565/2012, conduzido nas unidades básicas do município de Marilia/SP. Após assinatura do TCLE, o estudo se compôs por 88 mulheres, sendo 35 nuligestas, 18 primíparas pós-parto vaginal (G-PV), 35 pós- parto cesárea (G-PC). O protocolo de avaliação foi aplicado entre 6 e 8 meses pós-parto. Inicialmente a paciente responderam à avaliação inicial, com questões sobre dados pessoais, antropométricos, clínicos e obstétricos. Após, a paciente foi orientada quanto à contração do assoalho pélvico por meio da execução do AFA. Ao entender sua execução o exame de eletromiografia foi executado. O eletromiografo foi devidamente calibrado e programado com filtro passa-banda de 20 a 500 Hz e amplificação do sinal com ganho de 1000 vezes. O preparo para a avaliação eletromiográfica consistiu em higienização da região subcostal com algodão umedecido em álcool 12 a 15 centímetros laterais a região umbilical para posicionamento do eletrodo duplo (Double Ag/Agcl) para captação de possível atividade simultânea da atividade do músculo oblíquo externo direito (10) com o objetivo de monitorar a utilização desta musculatura acessória durante a contração dos MAP, e eletrodo de referência (Ag/Agcl) no esterno. Em seguida, foi introduzida no canal vaginal sonda vaginal de 85 mm de comprimento por 27 mm de diâmetro. Foram solicitadas 3 contrações voluntárias máximas para posterior normalização e deu-se sequencia a execução do protocolo de eletromiografia composto por composto por 6 contrações dos MAP: 3 contrações tônicas, com proporção de trabalho/repouso 1:2; seguidas de intervalo de 2 minutos e 3 contrações fásicas com proporção de trabalho/repouso de 1:1, por até 6 segundos; dois minutos de intervalo entre os dois momentos. Para análise do sinal, foram considerados os valores da variável Root Mean Square (RMS), média e frequência mediana normalizados pela CVM, o filtro Notch foi aplicado apenas quando havia interferência em 60Hz no gráfico da Transformada rápida de Fourier (FFT). Cada contração foi janelada visualmente, considerando o início e fim da contração e pontos de maior estabilidade do sinal (11), e os valores das variáveis analisadas foram obtidos pela média das três contrações de cada momento. Resultados: P á g i n a | 65 Discussão: Ao comparar estudos de EMG pode- se observar relação entre período avaliado e valor RMS das contrações fásicas. Botelho et al (2010) (12), avaliou primíparas de parto vaginal (PV) e de parto cesárea (PC) 45 dias após o parto e encontrou que valores RMS de 31.14 μV para PV e de 38.55 μV para PC. Em estudo de Marques et al (2013) (13), foram avaliadas primíparas em torno de 60 dias pósparto, que apresentaram valor RMS de 27.42 μV no grupo parto vaginal e 34.03 μV no grupo parto cesárea. Enquanto nos grupos de estudo G-PV e GPC, que foram avaliados em torno de 6 meses após o parto, foi de 25.3μV e 32 μV, respectivamente. Dessa forma, podemos inferir que existe diminuição gradual da resposta eletromiográfica do AP em relação ao tempo após o parto. Os resultados significativos, mas divergentes da literatura, encontrados neste estudo podem ter ocorrido pela diferença na composição do grupo de primíparas pós-parto vaginal, por ter se tratado de amostra encontrada dentro de período determinado. Conclusões: Não houveram diferenças significativas no recrtuamento dos MAPs entre os grupos Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Desempenho da contração muscular do assoalho pélvico pós-parto vaginal e cesárea de primíparas. Desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, obstetrícia e mastologia, FMB-UNESP. Referências Messelink B, Benson T, Berghmans B, Bø K, Corcos J, Fowler C, et al. Standardization of terminology of pelvic floor muscle function and dysfunction: report from the pelvic floor clinical assessment group of the International Continence Society. Neurourol Urodyn. 2005; 24(4):374–80. Kim S, Harvey MA, Jhonston S. A review of the epidemiology and pathophysi- ology of pelvic floor dysfunction: do racial differences matter? J Obs Gynaecol. 2005;27(3):251–9. Torrisi G, Minini G, Bernasconi F, Perrone A, Trezza G, Guardabasso V, et al. A prospective study of pelvic floor dysfunctions related to delivery. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. Elsevier Ireland Ltd; 2012 Jan [cited 2014 Jun 14];160(1):110–5. Chaliha C, Digesu A, Hutchings A, Soligo MKV. Caesarean section is protective against stress urinary incontinence: an analysis of women with multiple deliveries. BJOG. 2004;111(7):754–5. Groutz A, Rimon E, Peled S, Gold R, Pauzner D, Lessing JB et al. Cesarean section: does it really prevent the development of postpartum stress urinary incontinence? A prospective study of 363 women one year after their first delivery. Neurourol Urodyn. 2004;23(1):2–6. Barbosa A, Dias A, Marini G, Calderon I, Witkin S, Rudge MVC. Urinary incontinence and vaginal squeeze pressure two years post-cesarean delivery in primiparous women with previous gestational diabetes mellitus. Clinics. 2011;66(8):1341–5. Eftekhar T, Hajibaratali B, Ramezanzadeh F, Shariat M. 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ÂNGULO QUADRICIPITAL NÃO INFLUENCIA A VELOCIDADE DA MARCHA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS DURANTE A EXECUÇÃO DO TESTE DE CAMINHADA DOS 10 METROS Mariana Angélica de Souzaˡ, Vanessa de Moraes Ramalho2, Cyntia Rogean de Jesus Alves de Baptista3, Taís Regina da Siva2, Elisângela Aparecida da Silva Lizzi4, Ana Claudia Mattiello- Sverzut5 1 2 Mestre em Ciências; Graduadas em Fisioterapia; 3 Doutoranda em Reabilitação e Desempenho Funcional; 4 Docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; 5Docente do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil Introdução: O alinhamento do joelho influencia a descarga de peso sobre pernas e pés e o desempenho dinâmico da marcha1. A velocidade da marcha, por sua vez, influencia a dinâmica da descarga de peso sobre os joelhos, a estabilidade dos tecidos moles e a ativação muscular1. O comprimento dos membros inferiores (CMII) e ângulo quadricipital (ângulo Q) modificam-se ao longo do crescimento da criança e, o último relaciona-se ao aumento do valgismo de joelho durante o movimento e ao risco de luxação patelar2,3. O teste dos 10 metros (T10) tem sido usado na prática clínica e em pesquisas para monitorar efeitos de algumas morbidades sobre a marcha. No entanto, a relação entre velocidade da marcha e dados estruturais como comprimento de membros inferiores e ângulo Q ainda não foram investigados em crianças e adolescentes. Objetivos: Investigar se o comprimento de membros inferiores e ângulo Q de crianças e adolescentes saudáveis se correlacionam com o desempenho da marcha, durante a execução do T10, desenvolvido em velocidade rápida e preferida. Métodos: Quarenta crianças saudáveis (n=40), idades entre 6 a 12 anos, foram avaliadas quanto ao peso, altura, comprimento real de membros inferiores (CMII), ângulo Q (Âng Q) e T10. Foram realizadas duas avaliações do T10, com intervalo de 7 dias entre elas. Em cada avaliação foi cronometrado o tempo da criança caminhar 10 m nas velocidades rápidas e preferida (sendo denominadas T10-R e T10-P, respectivamente). Análise estatística foi realizada por meio do Modelo Linear de Efeitos Mistos e teste de Correlação de Spearman (rs). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa do HCFMRP-USP (processo número 7275/2013). Resultados: Análise estatística inicial não indicou diferença entre os lados direito e esquerdo quanto ao CMII e Âng Q (p>0,05). Por essa razão, os dados aqui apresentados fazem referência ao lado direito. As características antropométricas dos voluntários e resultados do T10-P e T10-R estão apresentadas na Tabela 1 (anexo). Análise de correlação indicou que as variáveis peso, altura e CMII tiveram fraca correlação direta com a velocidade de T10-P (rs=0,32; 0,33 e 0,27; respectivamente) e T10-R (rs=0,43; 0,43 e 0,40; respectivamente). O ângulo Q não apresentou correlação com a velocidade de execução do teste (Tabela 2). Tabela 2: Correlação (rs) entre teste 10 metros (velocidade preferida e rápida) e peso, altura, comprimento de membros inferiores e ângulo quadricipital. Peso T10P T10R Altura CMII Âng Q 0.32 0.33 0.27 0.001 p=0.003 p=0.002 p=0.014 p=0.988 0.43 0.43 0.40 -0.05 p<0.0001 p<0.0001 p=0.0002 P=0.617 T10-P: teste 10 metros velocidade preferida; T10-R: teste 10 metros velocidade rápida; CMII: comprimento dos membros inferiores; Âng Q: ângulo quadricipital. Discussão: O teste dos 10 metros é comumente usado na prática clínica devido à sua simplicidade de resultados, que são baseados no tempo de execução. Anomalias ósseas estruturais do tipo torcionais como anteversão femoral, coxa valga e/ou torções tibiais afetam a qualidade da marcha e parâmetros espacotemporais. A anteversão femoral, por exemplo, modifica a função do glúteo médio de forma a alterar sua linha de força para P á g i n a | 67 medial na fase de apoio da marcha, assim como, gera deslocamento médio-lateral do joelho, tanto em situações estáticas de descarga de peso, quanto dinâmicas, na fase de propulsão4. Em 2011, Örtqvist et al.5 estabeleceram valores de referência para ângulo Q de crianças e adolescentes saudáveis (9 a 16 anos) e relataram simetria bilateral no ângulo Q, que apresentaram-se inferiores a 5º, entre as pernas, entre os grupos etários e sexo. Porém, tais resultados tornam-se limitados quando são analisadas crianças com idade inferior a 9 anos, que rotineiramente apresentam valgismo fisiológico. Apesar de tais potencialidades, os dados do presente estudo não indicaram relação entre o comprimento de membros inferiores e ângulo Q de crianças e adolescentes saudáveis com o desempenho do T10, executado em velocidade rápida ou preferida. Era esperada associação positiva e forte entre tais parâmetros. Esta indicaria necessidade de aferição do ângulo Q conjuntamente à execução do T10. não indicou associação com o comprimento dos membros inferiores e com ângulo Q. Referências: (1) Andriacchi TP. Orthop Clin North Am 1994; 25: 395-403. (2) Pantano KJ, White SC, Gilchrist LA, Leddy J. Clin Biomech 2005; 20: 966-972. doi: 10.1016/j.clinbiomech.2005.05.008. (3) Woodland LH, Francis RS. Am J Sports Med 1992; 20: 208-211. doi: 10.1177/036354659202000220 (4) Campbell S.K; Linden D.W.V; Palisano R.J. Physical Therapy for Children. Elsevier. 2006. (5) Örtqvist, M et al. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc 2011; 19: 2060-2066. doi: 10.1007/s00167011-1542-9 Fontes financiadoras: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Iniciação Científica intitulada: Confiabilidade e reprodutibilidade inter e intraavaliador do teste de caminhada dos 10 metros em crianças saudáveis entre 6 e 12 anos. Conclusões: Na execução do teste dos 10 metros, em crianças e adolescentes saudáveis, a velocidade da marcha Tabela 1: Características antropométricas dos voluntários e resultados do T10 (média e desvio padrão). 6 anos Peso (kg) Altura (m) CMII (m) Âng Q (°) T10-P (m/s) T10-R (m/s) 8 anos 10 anos 12 anos F (n=5) M (n=5) F (n=5) M (n=5) F (n=5) M (n=5) F (n=5) M (n=5) 22.4 (5.7) 1.2 (0.07) 0.6 (0.03) 11.4 (0.9) 0.96 (0.28) 1.91 (0.13) 27.2 (8.8) 1.2 (0.07) 0.6 (0.03) 11.6 (2.6) 1.28 (0.18) 1.89 (0.23) 25.8 (5.7) 1.3 (0.07) 0.7 (0.04) 11.2 (2.3) 1.22 (0.11) 1.98 (0.20) 31.8 (7.4) 1.3 (0.05) 0.7 (0.03) 10.8 (2.3) 1.15 (0.14) 2.14 (0.21) 44.4 (9.3) 1.5 (0.04)* 0.8 (0.03)* 12.8 (3.6) 1.16 (0.07) 2.12 (0.24) 37.8 (3.8) 1.3 (0.03) 0.7 (0.01) 12.8 (2.3) 1.19 (0.12) 2.11 (0.19) 59.0 (6.9) 1.5 (0.09) 0.8 (0.02) 12.8 (2.3) 1.23 (0.09) 4.66 (0.35) 59.0 (17.6) 1.5 (0.12) 0.8 (0.07) 13.6 (4.3) 1.61 (0.27) 2.37 (0.27) Média (desvio-padrão), F= feminino, M= masculino, n= número de participantes, CMII = comprimento membros inferiores, Âng Q = ângulo do quadriceps. T10–P = média da velocidade no teste de caminhada dos 10 metros na velocidade preferida, T10-R = média da velocidade no teste de caminhada dos 10 metros na velocidade rápida; *p<0.05 comparado aos meninos de mesma idade. P á g i n a | 68 BCM.117. FRAQUEZA MUSCULAR DE QUADRÍCEPS ESTA ASSOCIADA A DIMINUIÇÃO DA MOBILIDADE FUNCIONAL EM PACIENTES COM OSTEOARTRITE DE JOELHO Deborah Hebling Spinoso1,Natane Ceccatto Bellei²; Danielle Miyuki Nishimoto²; Nise Ribeiro Marques, Marcelo Tavella Navega2; 1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus Rio Claro; 2 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho, Campus Marilia Introdução: A osteoartrite (OA) é a doença reumática mais prevalente na população, sendo caracterizada por uma progressiva degeneração da cartilagem e tecido periarticular que resulta em incapacidade funcional1. Entre as articulações acometidas pela OA, a articulação do joelho (OAJ) é mais comumente afetada2. Em diversas atividades ocupacionais e de lazer, a articulação do joelho está exposta a elevadas cargas mecânicas, ocasionando altos índices de lesão e degeneração, o que contribui para maior incidência de OA nessa articulação3. De acordo com Hassan et al (2001), a OAJ está relacionada com uma redução de cerca de 50-60% do torque máximo do quadríceps, o que pode estar relacionado com a alta prevalência de incapacidades nessa população, uma vez que, esse grupo muscular possui importante papel para manutenção da mobilidade funcional4. A marcha é a atividade diária mais comumente realizada e a velocidade de execução dessa tarefa tem sido utilizada como ferramenta para identificação de déficits de mobilidade. Além disso, a fraqueza de membros inferiores tem sido considerada uma das principais causas da redução da velocidade de caminhada, ocasionando maior gasto energetico e consequentemente limitando a intensidade e duração dessa tarefa. A redução da capacidade de executar as tarefas diárias tem sido considerada uma das principais repercussões da OAJ1. Nesse sentido, a investigação da associação entre força muscular do quadríceps e mobilidade funcional pode auxiliar no direcionamento do tratamento desses pacientes afim de melhorar o prognóstico da doença, retardando ou prevenindo incapacidades. Objetivos: Comparar torque muscular dos extensores de joelho, velocidade de marcha e mobilidade funcional em indivíduos com OAJ e saudáveis; e verificar se há correlação entre as variáveis biomecânicas. Métodos: Participaram do estudo 18 voluntárias, do sexo feminino, divididos em dois grupos: grupo OAJ (n=10, 63.01± 7.3 anos) e grupo saudável (n=08, 62.12± 7.2 anos). O estudo foi aprovado no comitê de ética local (parecer 097707/2015). Os procedimentos de coleta de dados foram realizados em dois dias. No primeiro dia foi realizado avaliação da mobilidade funcional por meio da escala Short Physical Performance Battery (SPPB) e familiarização com o teste de força muscular. No segundo dia foi realizado o teste de força isométrica dos extensores de joelho e avaliação da velocidade de marcha. O protocolo de avaliação de força foi composto de 3 contrações isométricas voluntárias máximas para o movimento extensão da articulação do joelho, por um período de 5 segundos, com intervalo de 30 segundo entre cada contração5. A voluntária foi posicionada sentada na cadeira extensora com o joelho a 90º de flexão (0º extensão completa). Para a análise dos dados de torque muscular, foi utilizado um filtro Butterworth de 4ª ordem com frequência de corte de 15 Hz. Os dados de torque foram normalizados pela massa corporal das voluntárias. O pico de torque foi determinado pelo maior valor de torque obtido após o início da contração muscular. Para avaliação da velocidade de marcha as voluntárias foram instruídas a caminhar sobre uma passarela de 10 metros na mesma velocidade que realizam suas atividades diárias. Cada voluntária realizou o percurso três vezes e foi realizada a média média da velocidade de marcha de todas as tentativas. Para análise estatística foi utilizado o teste Anova One- Way e teste de correlação de Pearson. Resultados: Os resultados mostraram que houve diferença significativa entre os grupos para as variáveis torque muscular (p < 0.001, F= 46,826), velocidade de marcha (p = 0.005, F = 10.773) e mobilidade funcional (p = 0.015, F = 7.400) (Tabela 1). O torque muscular do quadríceps apresentou correlação positiva com velocidade (p = 0.05, r = 0.370) e com a escala SPPB (p = 0.046, r = 0.409). Discussão: A força muscular é considerada uma variável determinante para a realização de atividades funcionais de maneira independente6. Com o envelhecimento biológico, ocorre uma diminuição progressiva dos níveis de força chegando a um declínio de 15% na sexta década de vida e posteriormente atingindo uma perda de 30% por P á g i n a | 69 7 década . Na população com OAJ, essa perda de força se torna ainda mais significativa. Nesse estudo os participantes com OAJ apresentaram valores de força do quadríceps 53% inferior aos voluntários saudáveis, o que corrobora com os achados de Hassan et al. (2001) e Jorge et al. (2014) que identificaram a fraqueza desse grupo muscular como principal sintoma da doença, sendo responsável por 25% dos individuos com OAJ não conseguirem executar as principais tarefas habituais4,8. Nossos resultados também mostraram que a fraqueza do quadríceps esta associada a redução da mobilidade funcional, o que pode justificar o pior desempenho do grupo OAJ nos testes funcionais da SPPB. Além disso, de acordo com Know et al. (2001), o quadríceps também é um dos principais grupos musculares responsáveis pelo aumento da velocidade de marcha, o que corrobora com nossos achados no qual individuos com maiores valores de velocidade de marcha também apresentram melhor desempenho no teste de força muscular. Os voluntários do grupo OAJ apresentaram valores de velocidade de marcha inferior a 1.0 m/s, o que de acordo com Cesari et al. (2005), é considerado maior risco de déficits de mobilidade, hospitalização e propensão a quedas. Nesse sentido, observamos que pacientes com OAJ apresentam redução da mobilidade, seja por meio da avaliação da força muscular, velocidade de marcha ou aplicação de testes funcionais. Sendo assim, a identificação precoce de dificuldades na realização de tarefas básicas como sentar e levantar da cadeira ou caminhar, extensores de joelho deve ser prioridade na reabilitação desses pacientes. Conclusões: Nesta amostra, os indivíduos com OAJ apresentam diminuição da força muscular do quadríceps em relação a população saudável, o que está relacionado com maior comprometimento funcional durante a execução das tarefas diárias. Referências 1. Lim J et al. PM&R, 2010; 2: 723-731. 2. Wang T et al. J Clin Nurs, 2011; 20: 2609-22 3. Graham AA. Ortopedia e fraturas em medicina e reabilitação. Atheneu, 2002. 4. Hassan BS et al. Ann Rheum Dis, 2001; 60: 612-618. 5. Hartmann BS et al. Gerontol, 2009; 55: 259268. 6. LaRoche D et al. J Electromyogr Kinesiol, 2011; 21: 754-761. 7. Harries UJ et al. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, 1990; 60: 187-190. 8. Jorge RT et al. Clin Rheabil, 2014; 29: 23443. 9. Know IS et al. J Gerontol A Biol Sci Med Sci, 2001; 56: 187-190. 10. Cesari M et al. J Am Geriatr Soc, 2005; 56: 1675-80. Fontes financiadoras: CAPES Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada: Perspectivas biomecânicas de pacientes com OAJ e sua relação com a funcionalidade: estudo de coorte prospectivo. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias, UNESP. pode beneficiar a população com OAJ afim de que esta inicie o tratamento já nos sintomas iniciais da doença, com objetivo de prevenir ou retardar incapacidades. Além disso, o fortalecimento do Tabela 1: Comparação das variáveis SPPB, velocidade de marcha e torque muscular do quadríceps entre indivíduos com OAJ e saudáveis. SPPB Velocidade de Marcha (m/s) Torque Quadríceps (N/Kg -1) Grupo OAJ Grupo Saudável 8.60 ± 1.50* 0.95 ± 0.10* 0.66 ± 0.19* 10.37 ± 1.18 1.10 ± 0.18 1.40 ± 0.27 Valores de média ± desvio padrão. *denota diferença significativa entre os grupos (p<0.05) P á g i n a | 70 BCM.117. ANÁLISE DA CINÉTICA DA PÁLPEBRA SUPERIOR E DO SUPERCÍLIO EM PACIENTES SUBMETIDOS À CORREÇÃO DE PTOSE PALPEBRAL E SUJEITOS NORMAIS Denny Marcos Garcia1,2; Adriano Antonio Baccega1; Andrea Mapelli2; Cláudia Maria de Felício1,2; Antonio Agusto Velasco e Cruz1,2 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP; 2 Núcleo de Pesquisa em Morfofisiologia do Complexo Craniofacial - FMRPUSP Introdução: As blefaroptoses congênitas são decorrentes de alteração distrófica isolada do músculo elevador da pálpebra superior, na qual as fibras musculares são substituídas por tecido fibroso.1 Esse tipo de ptose palpebral tem alta frequência dentre as patologias palpebrais e em alguns casos implica em risco de ambliopia, além de trazer consequências psicossociais danosas durante a fase escolar.1,2 A correção da blefaroptose congênita é cirúrgica, e várias técnicas estão descritas na literatura médica, sendo que existem duas divisões básicas dessas técnicas: as que utilizam o próprio músculo elevador palpebral e outras que utilizam a ação do músculo frontal para fazer a abertura da pálpebra superior. O resultado cirúrgico ideal deve levar em consideração a estabilidade no decorrer do tempo, assim o paciente no pós-operatório imediato, em médio prazo e tardio deve apresentar poucas variações. A posição da pálpebra superior no pósoperatório deve mostrar altura e simetria satisfatórias, o contorno da pálpebra superior deve ser muito próximo ao contorno normal, o grau de exposição durante o piscar e quando ocluído não deve causar repercussões para a superfície ocular e a satisfação do paciente é um dado de fundamental importância para ser analisado como resultado cirúrgico. Objetivos: Analisar quantitativamente a cinética palpebral de pacientes submetidos à cirurgia de correção de ptose palpebral congênita pela técnica de suspensão frontal utilizando materiais autólogos (fáscia de músculo temporal ou fáscia lata). Métodos: Foram convidados 19 pacientes (GP) (68,4% sexo masculino), com idades variando entre 9 a 57 anos (média ± EP; 23,4 ± 2,5) que realizaram cirurgia de correção de blefaroptose congênita no Serviço de Oculoplástica do HCFMRP-USP, pela técnica de suspensão frontal utilizando fáscia lata ou fáscia temporal (Comitê de Ética, 627.814-HCRP). Dezessete voluntários foram selecionados como grupo controle (GC) (47,1% do sexo masculino), idade variando entre 14 e 54 anos (27,6 ± 2,7). Apenas uma pálpebra de cada indivíduo foi considerada, escolhida aleatoriamente. O sistema de análise optoeletrônica tridimensional do movimento (SMART-DX system, BTS S.p.a., Garbagnate Milanese, Italy), amostrado em 250 Hz, foi utilizado para o registro simultâneo do movimento vertical da pálpebra superior (PS) e a porção central do supercílio (SC). Os voluntários foram orientados a assistir ao filme (“O Auto da Compadecida”, Brasil, 2000) por 5 minutos. O sinal registrado foi suavizado (filtro passa baixa Butterworth de segunda ordem com frequência de corte de 30 Hz) e analisado usando um software escrito em Matlab 7.0 (MathWorks, Natick, MA, U.S.A.), descrito previamente.3 Foram calculadas as amplitudes (mm) e velocidades máximas (mm/s) da PS e SC nas fases descendentes e ascendentes do piscar espontâneo. Aplicou-se o teste t de Student para comparação entre os grupos. Todas as análises estatísticas foram realizadas pelo Software JMP (SAS Institute Inc., Cary, NC, U.S.A.). Resultados: Não houve diferença entre os grupos quanto ao sexo (qui-quadrado = 1,685; p = 0,1943) e idade (teste t = 1,173; p = 0,2489). Foram registrados 1874 movimentos de piscar espontâneo (GC = 1073; GP = 801). A Tabela 1 resume os dados de amplitude e velocidade máxima das fases descendente e ascendente dos dois grupos. Apenas a velocidade máxima da PS na fase ascendente não apresentou diferença estatística entre os grupos. A Figura 1 exemplifica o movimento simultâneo da pálpebra superior e a porção central do supercílio de um voluntário e de um paciente. P á g i n a | 71 Tabela 1. Média ± EP da amplitude (mm) e velocidade máxima (mm/s) da pálpebra superior e da porção central do supercílio, nas fases descendente e ascendente dos movimentos de piscar espontâneo. Amplitude (mm) PS SC Velocidade Máxima (mm/s) PS SC Fase descendente GC GP 5,9±0,6* 3,1±0,5 0,2±0,1* 0,9±0,2 124,2±15,6* 58,7±10,6 8,2± 1,1* 16,5±2,6 Fase ascendente GC GP 5,5±0,6* 2,9±0,5 0,2±0,1* 0,8±0,2 47,4±4,4NS 34,1±5,4 5,4±1,2* 11,7±2,1 Comparação entre os grupos GC vs GP. Teste t de Student: *p < 0,05; NS p > 0,05. PS = pálpebra superior; SC = porção central do supercílio. GC = Grupo Controle; GP = Grupo de Pacientes. Figura 1. Exemplo de traçado do movimento da pálpebra superior e da porção central do supercílio de um sujeito controle (A) e um paciente (B). Discussão: A amplitude do piscar espontâneo do GC apresentou valores semelhantes aos da literatura.3,4 Quanto ao GP, não há registros da cinemática palpebral para comparação com este estudo. A cirurgia de correção da ptose restringe o movimento da PS, explicando a menor amplitude encontrada no GP. Nos sujeitos do GC, o movimento associado entre PS e SC é pequeno, sendo na maioria dos casos imperceptível (Figura 1A). Nos pacientes esse comportamento é variável, uma vez que a abertura da PS depende da ação do músculo frontal, observado pelo movimento do supercilio. Em casos extremos a amplitude do SC é praticamente idêntica a da PS (Figura 1B). A velocidade máxima é proporcional à amplitude5 e, consequentemente, foi diferente entre os grupos, exceto para a PS na fase ascendente. Nessa fase do movimento do piscar espontâneo há a ação apenas do músculo elevador, que não é afetado pela correção cirúrgica. Conclusões: A análise optoeletrônica tridimensional do movimento permitiu avaliar o efeito da cirurgia de correção de ptose congênita pela técnica de suspensão frontal. Notou-se um acentuado movimento conjugado da porção central do supercílio e a pálpebra superior nos pacientes submetidos a essa técnica de correção cirúrgica. Fonte dos dados: Esses dados são parte da Tese de Doutorado (Adriano A. Baccega): “Cinemática palpebral e efeito suspensor após suspensão frontal com fáscia lata e temporal” do Programa de PósGraduação em Morfofisiologia de Estruturas Faciais, FMRP-USP. Financiamento: Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo. Referências: 1. Stewart WB, ed. Surgery of the Eyelid, Orbits and Lacrimal System. AMO, 1994. 2. Leibovitch I et al. Am J Ophthalmol. 2003;136:866-71. 3. Wambier SPF et al. Ophthal Plast Reconstr Surg. 2014;30(2):146-151. doi: 10.1097/IOP.0000000000000031. 4. Sforza C et al.. Ophthalmic and Physiological Optics. 2008;28(4):345-353. doi: 10.1111/j.14751313.2008.00577.x. 5. Garcia DM et al. Invest ophthalmol Vis Sci. 2013;54(2): 1434-1442. doi: 10.1167/ iovs.12-11452. P á g i n a | 72 BCM.118. FORÇA DO GRUPO MUSCULAR EXTENSOR DE JOELHO EM JOGADORES DE FUTEBOL CATEGORIA SUB-20 Pelai, EB1, Nogueira, WJ1, Oliveira, JJ1, Lopes, GCF1, Verlengia, R1, Pellegrinotti, IL1, Bigaton, DR1 1 Faculdade de Ciências da Saúde / Universidade Metodista de Piracicaba - FACIS/UNIMEP E-mail do apresentador: [email protected] INTRODUÇÃO O futebol, considerado um dos esportes mais conhecidos e praticados do mundo, é uma atividade que requer ações motoras que dependem da eficiência do sistema neuromuscular, particularmente das extremidades inferiores1. O aumento da força muscular das extremidades inferiores leva a otimização da aceleração e velocidade e apresenta um papel fundamental na prevenção e recuperação de determinadas lesões musculares agudas2. A força muscular, portanto, é uma importante variável que influencia o desempenho no futebol3. Os estudos que investigaram a força de jogadores de futebol têm encontrado resultados controversos, principalmente quando analisada a força em função do posicionamento tático dos jogadores. O estudo Souza, 1999 não observou diferença dos valores de força nas diferentes posições de jogo, porém Goulart, et al. 2007 notaram diferença significante. A hipótese do presente estudo é que haja diferenças nos valores de força máxima de extensores do joelho de jogadores de futebol categoria sub-20 considerando diferentes posições de jogo. O presente estudo objetivou verificar a força máxima de extensores do joelho de jogadores de futebol da categoria sub-20. n=14; meio campistas (volantes e meio campistas) (GM) n=9 e atacantes (GA) n=7. Para mensuração da variável força do grupo muscular extensor de joelho do membro inferior dominante, foi utilizada uma célula de carga modelo MM-100 (Kratos®, São Paulo, SP, Brasil). Os voluntários permaneceram sentados com apoio, de costas para a parede. A célula de carga teve uma de suas extremidades fixadas na parede por meio de um gancho e corrente metálica e a outra extremidade presa ao tornozelo do voluntário na altura dos maléolos por uma cinta de couro. Foi solicitado que os voluntários realizassem uma extensão voluntária máxima de joelho, a partir de 90°, nesse momento, a célula de carga foi tracionada e o sinal da força gerado foi captado, pelo software Aqdados (Lynx Tecnologia eletrônica LTDA), versão 7.02 para Windows. A análise das características gerais foi realizada por meio de estatística descritiva, com os dados expressos em média e desvio padrão. Para os valores de força máxima, a normalidade dos dados foi verificada por meio do teste Shapiro-Wilk. A comparação dos valores pré e pós foi testada por meio do teste ANOVA. O software utilizado foi o SPSS® (versão 19) com um nível de significância de 5%. MÉTODOS Trata-se de um estudo do tipo observacional transversal realizado na Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) – Piracicaba – SP. O estudo foi pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos local, com o protocolo 116/2015. Fizeram parte da amostra 30 voluntários, jogadores de futebol da categoria sub-20 do interior paulista. Todos os participantes, após lerem e concordarem assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As coletas foram realizadas no segundo semestre de 2015. Para análise dos dados, os jogadores foram agrupados de acordo com o posicionamento tático em: defensores (goleiros, zagueiros e laterais) (GD) RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 1 descreve as características gerais dos voluntários e a tabela 2 a comparação dos valores médios de força máxima do grupo extensor de joelho dos voluntários. Tabela 1: Descrição das características gerais dos voluntários (n=30). Idade (anos) MC (kg) Estatura (m) IMC (Kg/m2) %Gordura M magra (kg) M gorda (kg) Grupos GD (n=14) 17.57±0.85 75.24±8.80 1.79±0.08 23.47±1.99 8.39±3.75 69.32±6.61 GM (n=9) 17.80±0.84 68.7±7.07 1.72±0.05 23.32±1.43 8.14±2.53 63.06±4.74 GA (n=7) 17.71±0.76 66.87±6.38 1.73±0.05 22.35±1.53 8.00±2.48 62.86±5.81 6.14±3.01 5.64±2.56 5.44±2.41 Legenda: MC = Massa Corporal; M = massa. P á g i n a | 73 Tabela 2: Força máxima de extensores de joelho dos voluntários. (n=30), valores expressos em Kgf. Grupos GD (n=14) GM (n=9) GA (n=7) 65,80±10,00a 65,66±13,62a 66,73±14,84b Letras iguais indicam que não houve diferença significativa; letras diferentes indicam diferença significativa. Os presentes resultados divergem dos encontrados por Souza4, que investigou a força de jogadores de futebol das categorias mirim, infantil, juvenil e júnior. Os resultados encontrados neste estudo demonstraram que não existem diferenças entre as posições de jogo. Uma hipótese para a diferença é que a força muscular foi avaliada por meio de uma bateria de testes motores, tornando menos preciso os resultados5. Em contrapartida, outro estudo utilizando a avaliação isocinética, encontrou diferença nos valores entre as posições de jogo5. As posições de defesa (zagueiro, lateral e goleiro) apresentaram valores inferiores aos demais jogadores, porém não houve um maior valor de força muscular dos extensores de joelho nos atacantes como encontrado no presente estudo. CONCLUSÃO Os resultados do presente estudo indicaram diferenças na força máxima de extensores do joelho, entre os grupos GD e GM em relação ao GA. Essas informações sugerem que o posicionamento tático dos jogadores tem papel importante no desenvolvimento da força muscular de jogadores de futebol. Fonte dos dados: Dados da Dissertação de Mestrado "Desempenho físico de atletas de futebol submetidos a diferentes organizações de cargas de treinamento com capacidades concorrentes". Trabalho que está sendo desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano PPG-CMH FACIS/UNIMEP. Referências 1. ŚLIWOWSKI, R. et al. The Effects of Individualized Resistance Strength Programs on Knee Muscular Imbalances in Junior Elite Soccer Players.PloS one, v. 10, n. 12, p. e0144021, 2015. 2. SILVA, João R.; NASSIS, George P.; REBELO, Antonio. Strength training in soccer with a specific focus on highly trained players. Sports Medicine-Open, v. 2, n. 1, p. 1-27, 2015. 3. LEHNERT, Michal; XAVEROVÁ, Zuzana; CROIX, Mark De Ste. Changes in Muscle Strength in U19 Soccer Players During an Annual raining Cycle.Journal of human kinetics, v. 42, n. 1, p. 175-185, 2014. 4. Souza J. Variáveis antropométricas, metabólicas e neuromotoras de jogadores de futebol das categorias mirim, infantil, juvenil e júnior e em relação à posição de jogo: um estudo comparativo. Rev Treinamento Desportivo 1999;4(3):43-8. 5. GOULART, Luiz Fernando; DIAS, Raphael Mendes Ritti; ALTIMARI, Leandro Ricardo. Força isocinética de jogadores de futebol categoria sub-20: comparação entre diferentes posições de jogo. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, v. 9, n. 2, p. 165-169, 2007. P á g i n a | 74 BCM. 119. EFEITO DE UM PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE FADIGA APLICADO AO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL Felipe Marrese Bersotti 1,3; Tamiris Barbosa de Melo 1,2; Luis Mochizuki 3; Ulysses Fernandes Ervilha 3; Jerônimo Rafael Skau 1. 1 Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, Brasil 2 Universidade de São Paulo, Instituto de Ortopedia e Traumatologia HCFMUSP, São Paulo, Brasil 3 Universidade de São Paulo, Escola de Artes Ciências e Humanidades, São Paulo, Brasil Introdução: A fadiga muscular ocorre quando um grupo muscular não pode manter ou sustentar os níveis de contração durante um determinado período de tempo 1. As condições que podem levar à fadiga muscular, os métodos de recuperação e a forma de se evitar a fadiga muscular, são temas frequentemente abordados na literatura. Uma vez o músculo fadigado, o que ocorre com a variável pico de torque após 1 min de contrações isométricas intermitentes? Há recuperação da fadiga? erro padrão da média na condição pré-fadiga foi de 231,0±23.5 Nm e pós-fadiga 92,3±9,5 Nm (p<0,001). Objetivos: O objetivo do presente estudo foi demonstrar o efeito da aplicação de um protocolo de fadiga muscular para músculo quadríceps femoral. Métodos: Participaram do estudo 09 indivíduos (seis homens e três mulheres), 22,56±1,24 anos;,89±14,12 kg, 175,56±10,48 cm), ativos ou irregularmente ativos de acordo com o questionário internacional de atividade física IPAQ, de ambos os gêneros. O protocolo foi realizado no dinamômetro isocinético marca BIODEX, modelo system 3 e consistiu em ação concêntrica/concêntrica de flexão e extensão da articulação do joelho, com velocidade angular de 60º/s. A fadiga foi determinada quando houvesse um declíneo de 60% o pico de torque do m. quadríceps femoral durante o movimento isocinético de extensão do joelho. Após a determinação da fadiga muscular, foram realizadas contrações isométricas dos músculos flexores e extensores do joelho, de forma alternada, durante um minuto pós-fadiga. O teste t pareado foi utilizado para a comparação do pico de torque pré- e pós-fadiga, com nível de significância estabelecido em 5%. Este projeto foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade São Judas Tadeu e aprovado em 2014 (parecer n. 897.220). Resultados: A média do pico de torque na contração isotônica concêntrica do músculo quadríceps femoral no movimento isocinético de extensão do joelho e FIGURA 1 - Média do pico de torque concêntrico do m. quadríceps femoral pré e pós fadiga. *A redução do pico de torque pós-fadiga foi menor e estatisticamente significante (p<0,001). Discussão: O principal resultado do presente estudo foi o protocolo aplicado ser eficaz para fadigar o músculo quadríceps femoral. Além disso, verificamos que, não permitir o repouso muscular completo no primeiro minuto pós-fadiga, que foi feito por meio de contrações isométricas intermitentes da musculatura extensora e flexora do joelho foi suficiente para manter a fadiga do músculo quadríceps femoral. O pico de torque extensor do joelho foi mensurado novamente depois do intervalo de 01 minuto pós-fadiga, e verificamos que, em todos os participantes, não houve recuperação quando comparado à condição pré-fadiga, mantendo-se a redução de 50% do pico de torque comparado aos valores iniciais. Portanto, o protocolo manteve a fadiga do músculo quadríceps femoral com os parâmetros utilizados de velocidade angular de 60º/s, declínio de 60% e com contrações isométricas intermitentes de 10seg de contração para musculatura extensora e 05seg de contração para a musculatura flexora. Um estudo com homens adultos que foram submetidos a três protocolos diferentes de fadiga. O primeiro protocolo aplicado consistiu em induzir a P á g i n a | 75 fadiga por meio de três séries de dez contrações no modo concêntrico-concêntrico (contração concêntrica dos músculos extensores e flexores da articulação do joelho), com um intervalo de um minuto entre as séries. O segundo protocolo foi realizado com séries de dez extensões máximas, de contração concêntrica, com intervalo de um minuto entre cada séries, e o terceiro protocolo exigia 20 movimentos de flexão e extensão que foram realizados de maneira alternada com o máximo de forma concêntrica. Os pesquisadores verificaram que nos três protocolos aplicados houve a indução da fadiga usando os parâmetros de velocidade angular de 60º/s e 180º/s 2. Ao realizar testes de indução à fadiga no dinamômetro isocinético concluí-se que não foi possível observar o efeito de diferentes velocidades angulares, mas sim no número de repetições do movimento para maior redução do pico de torque da musculatura extensora (?) da articulação do joelho 3. O presente estudo considerou o declínio da força muscular e não o número de repetições de flexão e extensão da articulação do joelho que cada indivíduo precisou realizar para alcançar o declínio de 60% do pico de torque isotônico concêntrico voluntário máximo, valor que estabelecemos como parâmetro neste protocolo. Conclusões: Concluímos que o protocolo de fadiga muscular aplicado no presente estudo foi eficaz em levar à fadiga do músculo quadríceps femoral. A realização de contrações isométricas intermitentes realizadas no primeiro minuto pós-fadiga mantém o estado fadigado do músculo, não havendo, assim, recuperação da força muscular. Fontes financiadoras: Este trabalho tem como fonte financiadora seus autores. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Iniciação Científica, intitulado como: Efeito de um protocolo experimental de fadiga aplicado ao músculo quadríceps femoral. O trabalho é desenvolvido junto ao Centro de Pesquisa e o Laboratório de Biomecânica da Universidade São Judas Tadeu. Referências: 1. Enoka RM e Duchateau J J Physiol 2008 586.1 11–23 DOI:10.1113/jphysiol.2007.139477 2. Carregaro RL et al. J Sports Sci. 2011 29 (3) 271-8. doi: 10.1080/02640414.2010.529455. 3. Astorino TA et al. Med Sci Sports Exerc. 2010 42 (12) 2205-10. doi:10.1249/MSS.0b013e3181e3a11d. P á g i n a | 76 BCM. 120. ESTUDO ELETROMIOGRÁFICO DO CHUTE NO TAEKWONDO: UM ESTUDO PILOTO Fernanda G. da Silva Azevedo Nora1; Ivan Silveira de Avelar1; Célio Antônio de Paula Júnior1; Matias Noll1; Geruza Fabrícia Pinto Naves 2 1 Labioeng, Faculdade de Educação Física e Dança, Universidade Federal de Goiás; 2 CEAFI, PUC Introdução: No Taekwondo o trabalho de formação humana, a formação técnica do praticante também é encarada com muita seriedade, pois caso o praticante não queira ser competidor, mas apenas seguir treinando e disseminando o Taekwondo, ele pode se tornar um atleta de demonstração com foco em chutes com giros e saltos que requerem muito treino e objetividade. Sendo assim o corpo humano é analisado por várias perspectivas: antropológica, fisiológica, filosófica, física, entre outras. Estes estudos buscam entender o comportamento do corpo no âmbito social, biológico ou físico1. Sendo que no âmbito físico, podemos analisar o movimento humano utilizando os princípios mecânicos, tendo como base a dinâmica e estática2. Estas categorias são medidas por métodos que mostram, matematicamente, a análise do movimento, utilizando-se da cinemetria, dinamometria, antropometria, eletromiografia, entre outros métodos que, através dos números, evidenciam uma maior compreensão da mecânica do corpo humano2. Objetivos: Este estudo tem como objetivo utilizar a medição eletromiografica para identificar a atividade muscular do Tibial Anterior (TA), Gastrocnemio Medial (GM) e Gastrocnemio Lateral (GL). Estes músculos foram medidos eletromiograficamente antes durante e depois da execução dos movimentos técnicos da base de luta inicial, Tuit Kobi Sogui, e os chutes: Ap Tchagui e Yop Tchagui, considerados básicos para um praticante de Taekwondo. Métodos: O estudo foi realizado no Laboratório de Bioengenharia e Biomecânica (Labioeng) da Faculdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás. O presente estudo passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás e o mesmo foi aprovado sob parecer n 239/15 A coleta de dados deste estudo foi feita com um praticante de Taekwondo com idade de 24 anos do sexo masculino, registrado como faixa preta 3º DAN pela Liga Nacional de Taekwondo. Para captação do sinal eletromiográfico foi utilizado um eletetromiógrafo EMG 230 DL da marca EMGSystem do Brasil. A coleta dos dados eletromiográficos foi obtida através da fixação do eletrodo na musculatura do membro inferior ser estudada: tibial anterior, gastrocnemio lateral e medial, tanto do membro que executa o chute quanto do membro de apoio. Foi seguida a orientação do SENIAM para posicionamento do eletrodo na região de maior incidência dos disparos da musculatura escolhida. Os músculos foram selecionados de acordo com a participação durante o ciclo do movimento estudado e pela facilidade de capitar o sinal EMG. Através da Análise do sinal, foi analisado a frequência média (FMed) e frequência máxima (FM) ambas dadas em hertz (Hz), para assim inferir a análise da contração muscular durante os três chutes analisados que foram: Tuit Kubi Sogui, Ap Tchagui e Yop Tchagui. Resultados e Discussão: Observando a tabela 1, o Tuilt Kubi I apresenta no membro que efetua o chute maior valor no GL, posteriormente o TA, seguido do GM. Comparando a fmed. do membro de apoio, o GM apresenta maior atividade muscular durante toda a atividade, seguido pelo TA e GL respectivamente. Durante a execução do Ap Tchagui, o membro que chuta com maior FMed. é o Tibial Anterior, seguido de perto pelo Gastrocnemio Medial, e depois o Gastrocnemio Lateral. Já no membro que apoia, o GM tem maior atividade, enquanto o TA tem atividade maior que o GL. Durante a realização do Ap Tchagui é possível ver que a perna que executa o chute apresnta valores de frequencia media maior no músculo no Tibial Anterior, estes valores também são visulizados quando é estudado a movimentação técnica do chute descrito anteriormente, tendo em vista que para esta ação o pé do membro que efetua o chute fica em flexão dorsal. Assim o TA funciona como um músculo auxiliar para estabilizar a articulação do tornozelo3. P á g i n a | 77 No momento da realização do Ap Tchagui, diferentemente das outras técnicas analisadas, apresenta o membro de apoio com maior valor de fmáx no Gastrocnemio Lateral. O mesmo ocorre no membro que efetua o chute no Yop Tchagui. Tal fato ocorre devido ao posicionamento técnico da articulação do tornozelo em ambos os membros durante a tarefa realizada. Pois acontece uma transferência de peso característico do esporte4. Durante a análise da frequência média podemos perceber que, tanto no membro que chuta, quanto no que dá apoio, as medições feitas no Tuilt Kubi II e na execução do Yop Tchagui apresentam valores numericamente idênticos. Confirmando que tanto o membro que efetua o chute quando o que dá apoio tem papel fundamental na estabilização entre os músculos que efetuam a ação e os que controlam ambas as técnicas. Conclusão: Foi concluído que todos os músculos analisados apresentam atividade muscular durante toda a tarefa; foi constatada a grande sinergia entre os músculos analisados; todos os músculos analisados tem papel fundamental na estabilidade da articulação do tornozelo do membro de apoio e o que realiza o chute Referências 1.NORA, F. Introdução ao estudo do movimento humano. Goiânia: UFG, 2015. 2. HAMILL, J; KNUTZEN,K. M. Bases biomecânicas do movimento humano. Tradução: Fernando Gomes do Nascimento. 3 ed. Barueri,SP: Monele,2012. 3.SILVA, V. F. Análise biomecânica do chute AP bal AP dolio do taekwondo f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Educação Física, Departamento de Educação Física, USJT, São Paulo, 2009. 4. MACHADO, S. M. Estudo comparativo por meio da eletromiografia entre o tempo de treinamento de atletas de Taekwondo e de Kick Boxing f. Dissertação (Mestrado) Curso de Engenharia Biomédica, Departamento de PósGraduação em Engenharia Biomédica, Universidade Vale do Paraíba - UniVap, São José dos Campos, 2008. Fonte dos dados: os resultados apresentados no presente estudo são de um estudo piloto realizado durante a disciplina de graduação “Introdução ao Estudo da Biomecânica do Movimento Humano” da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás no ano de 2015. Tabela 1: Valores médios das variáveis analisadas durante chutes analisados (Hz) P á g i n a | 78 BCM.121. ELETROMIOGRAFIA E DESEMPENHO DOS MÚSCULOS FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS E DO EXTENSOR DOS DEDOS EM ARQUEIROS DE ELITE Fernando Carvalheiro Reiser1; Nadjila Tejo Machado1; Marcelo Saldanha Aoki1; Fernando Henrique Magalhães1; Luis Mochizuki1 1 Laboratório de Ciências da Atividade Física, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo Introdução: O tiro com arco requesita força e resistência de membros superiores e tronco. O atleta proeficiente atira um conjunto de flechas para o alvo em um curto intervalo com máxima acurácia e precisão1. Os músculos do antebraço tem sido estudados extensivamente nesta modalidade. Arqueiros habilidosos tem menor co-contração entre flexores e extensores do antebraço e menor tempo de reação1,2,3. Contudo, a relação entre o desempenho no tiro e atividade muscular é pouco conhecida. Objetivo: Verificar a atividade muscular dos flexores e extensores dos dedos em comparação ao desempenho obtido no tiro com arco. Métodos: Cinco arqueiros de elite (27,8 4,7 anos, tempo de experiência: 14,2 4,8 anos, pontuação FITA: 1317 19,6, máximo 1440) participaram neste estudo. Eletrodos bipolares (Ag/AfCl) foram posicionados no ventre muscular paralelo as fibras dos músculos; Flexor Superficial dos Dedos e Extensor dos Dedos. Foram analisadas 225 flechas dividas em 75 escores Oito, 75 escores Nove e 75 escores Dez. A atividade muscular foi gravado durante o periodo de 500ms antes e 500ms depois da queda do clicker. Os dados foram adquiridos por um eletromiográfo 1610C (EMG Systems Brasil®). O sinal de ativação muscular teve média removida, retificado e normalizado por meio de rotinas no MatLab 7.9.0 (R2009b) para o cálculo do valor integral do EMG. A análise estatística foi realizada no software SPSS 23.0, com analíse de variância (ANOVA) de um fator e teste Post hoc Tukey. O nível de significância foi p<0,05. Resultados: A ativação do músculo Flexor Superficial dos dedos não foi diferente entre os escores (p>0,05). A ativação do músculo Extensor dos dedos foi diferente entre os escores (p=0,02 F=3,8). Figura 1 - Intensidade de ativação do músculo flexor superficial dos dedos (FSD) nos escores 8, 9 e 10. Figura 2 - Intensidade de ativação do músculo extensor dos dedos (ED) nos escores 8, 9 e 10.. Discussão: O músculo Extensor dos Dedos apresentou diferença na atividade muscular entre os escores, com o menor recrutamento no escore Oito, e maior no escore Nove. A atividade muscular do escore Dez ficou entre os dois extremos, o que mostra que para obter melhores desempenhos é necessário um tiro com atividade moderada. Dois padrões diferentes de atividade dos músculos extensores dos dedos após a queda do clicker; tem sido mostrados na literatura1,2,3: relaxamento (silêncio) da musculatura e contração ativa1,2. Este estudo mostra que existe a atividade muscular moderada, entre o relaxamento e P á g i n a | 79 máxima ativação, está contemplada ao maior escore obtido. A variabilidade de atividade muscular entre os escores podem estar diretamente relacionadas com o desempenho em demais atividades esportivas, outros músculos e variáveis devem ser investigados para demonstrar este fenômeno efetivamente. 1 Ertan H. et al. Hum Mov; 2003: 22;1;37-45. doi:10.1016/S0167-9457(02)00176-8 2 Martin P. et al. J Sport Sci. 1990: 8;3; 215–221 doi:10.1080/02640419008732147 3 Solyu et al. Hum Mov Sci; 2006: 25;6; 764-777 doi: 10.1016/j.humov.2006.05.002 Conclusões: O nível da atividade muscular é diferenciado através dos diferentes desempenhos obtidos no tiro com arco, contudo isso só foi mostrado no músculo Extensor dos Dedos. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Utilização da eletromiografia na variabilidade entre blocos de combate em arqueiros de elite. O trabalho é desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Atividade Física, EACH-USP. Comitê de ética e pesquisa: 1.452.196 Referências P á g i n a | 80 BCM. 122. OROFACIAL CHARACTERISTICS OF SLEEP-RELATED BREATHING DISORDER Franciele Voltarelli da Silva Dias1,2, Gislaine Aparecida Folha1,2, Luciana Vitaliano Voi Trawitzki1,2, Wilma Therezinha Anselmo-Lima1,2, Denny Marcos Garcia1,2, Fabiana Cardoso Pereira Valera1,2, Claudia Maria de Felício1,2 (1) Department of Ophthalmology, Otorhinolaryngology and Head and Neck Surgery, School of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brazil. (2) Craniofacial Research Support Center, University of São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brazil. Introduction: Orofacial and pharyngeal muscles are involved in important functions including breathing, with the vital role of maintaining airflow. The most common consequence of upper airway obstruction is mouth breathing, a functional adaptation that may affect craniofacial growth and development during childhood1. Another possible consequence is obstructive sleep apnea (OSA), a sleep-related breathing disorder (SRBD) that affects 1-5% of the children population. Adenotonsillectomy (AT) is the first-line treatment for OSA during childhood, although the proportion of patients with postoperative residual OSA ranged from 13% to 29% in low-risk populations and reached 73% when obese children were included in the analysis2. Also, myofunctional disorders persist at sixth month after AT3. Some authors recommended that orofacial myofunctional therapy (OMT) should be included in the treatment of SRBD in children4,5. Although, it is lacking clarity regarding the principles of neuromuscular rehabilitation6 and the specificity of therapeutic targets and procedures7. Thus, the first step in an attempt to clarify these issues is to achieve a better understanding of the orofacial muscular profile of children with OSA. Objectives: to identify possible differences between children with OSA and PS and features associated with OSA. Methods: This study was approved by the local institutional ethics committee (process number 13214/2013). Participants were 39 children (mean age 8 ± 1.2 years) of which, 27 had a diagnosis of OSA and 12 had PS. All participants were examined by an otorhinolaryngologist and underwent overnight polysomnography (PSG), using a Biol-Logic® digital polygraph and the software SleepScan Vision®, version 2.03.05. The OSA group comprised subjects with apnea complaints, adenotonsillectomy indication (i.e. pharyngeal tonsil > 70% and palatine tonsils grade III or IV)1, obstructive apnea-hypopnea index (OAHI) > 1.0 event/hour during sleep, and a diagnosis of OSA in PSG according to the International Classification of Sleep Disorders – (ICSD-III, AASM, 2012)8. The PS group consisted of subjects with snoring complaints reported by parents and intermittent noise verified in PSG without indication for tonsillectomy (pharyngeal or palatine), without obstructive apnea or increased respiratory resistance during sleep recordings, and with an OAHI lower than 1.0 event/hour during sleep. Children with severe facial changes/malocclusion, neuromuscular diseases, body mass index (BMI) 2 SD above the reference values for age and sex of the World Health Organization (WHO), or history of any treatment for head and neck region were not included in the study. Orofacial characteristics were determined through a validated protocol of orofacial myofunctional evaluation with scores (OMES)9; surface electromyography of masticatory muscles was recorded using a wireless electromyographic system (FreeEMG, BTS S.p.A., Garbagnate Milanese, Italy) and for calculations, the SMART Analyzer software (BTS S.p.A.) was used, following procedures described elsewere 10,11 with standardized data; and measurements of maximal lip and tongue strength with the Iowa Oral Performance Instrument (IOPI), model 2.2. (IOPI MedicalLLC – Redmond, WA USA). Reference values in the OMES were included to quantify the standardized difference (effect size = ES) relative to the groups studied. Results: The OSA group had lower scores in breathing and deglutition, more unbalanced masticatory muscle activities than PS group (p < 0.05), but both groups had similar reductions in orofacial strength. OSA had a large ES (Cohen’s d > 0.8) in all analysed OMES scores, while PS group showed small and medium differences in breathing and mastication scores, respectively. Discussion: Most of the alterations observed are consistent with data from studies with children with mouth breathing1,3 and OSA4,5. The persistence of the problem results in a chain of events, including P á g i n a | 81 changes in sensory inputs from the face and mouth and in neuromuscular function that precede the adaptation of craniofacial morphology12. Conclusion: Children with tonsillar hypertrophy and OSA had increased impairments in orofacial functions and lesser muscular coordination than children without upper airway obstruction and PS. Referências 1.Valera FC. et al. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2003;67:761-70. 2.Marcus CL. et al. Pediatrics. 2012;130:576-84. doi: 10.1542/peds.2012-1671. 3.Bueno DA. et al. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2015;79:537-40. doi:10.1016/j.ijporl.2015.01.024. 4.Villa MP. Sleep Breath. 2015;19:281-9. doi: 10.1007/s11325-014-1011-z. 5.Lee SY. et al. Sleep Breath. 2015;19:1257-64. doi: 10.1007/s11325-015-1154-6. 6.Steele CM. Am J Respir Crit Care Med. 2009;179:858-9. doi:10.1164/rccm.200901-0016ED. 7.Folha GA. et al. Eur J Oral Sci. 2015;123:165-72. doi: 10.1111/eos.12180. 8.American Academy of Sleep Medicine. International classification of sleep disorders, Darien, IL, 2012. 9.Felício CM. et al. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2008;72:367-75. doi: 10.1016/j.ijporl.2007.11.012. 10.Ferrario VF. et al. J Oral Rehabil. 2000;27:33-40. 11.Naeije M. et al. J Oral Rehabil. 1989;16(1):6370. 12.Miller AJ. et al. Am J Orthod. 1984;85(5):38592. Fontes financiadoras: Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Características funcionais da musculatura orofacial em crianças com e sem apneia obstrutiva do sono. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, FMRP-USP. P á g i n a | 82 BCM.123. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DE MEMBROS INFERIORES EM INDIVÍDUOS INFECTADOS COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Gabriel Pádua da Silva2, Bruno Ferreira2, Veridiana Wanshi Arnoni1, Edson Donizetti Verri1, Camila Roza Gonçalves3, Paulo Batista Vasconcelos1, Maria Aparecida Carneiro Vasconcelos2, Selma Siéssere1, Isabela Hallak Regalo1, Marisa Semprini1, Alcyone Artioli Machado2, Simone Cecilio Hallak Regalo1. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo 3 Departamento de Engenharia Biomédica- Universidade Federal de Uberlândia 1 Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença crônica, incurável, transmitida pelo sangue, sêmen, leite materno e secreções vaginais de pacientes infectados (Wang; Lin; Liu, 2010). Atualmente busca-se investigar os fatores físicos, biológicos e psicossociais relevantes para o desenvolvimento de doenças músculo esqueléticas em pacientes com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), além de analisar a relação entre esses fatores e os sintomas da AIDS (Tedaldi; Minniti; Fischer, 2015). Objetivo: Analisar a atividade EMG dos músculos semitendinoso, reto femoral, glúteo médio e tensor da fáscia lata (bilaterais), durante as condições posturais estáticas e dinâmicas em indivíduos com HIV tipo 1. Métodos: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE n. 01222712.0.0000.5419). Participaram 60 indivíduos de ambos os gêneros, com idade entre 22 a 57 anos (média de 36,77 ± 9,33 anos) e foram distribuídos em dois grupos distintos: com HIV subtipo 1 (n=30; GHIV) e saudáveis (n=30; GC). Todos os indivíduos foram avaliados com base na atividade EMG dos músculos semitendinoso direito (STD) e esquerdo (STE), reto femoral direito (RFD) e esquerdo (RFE), glúteo médio direito (GMD) e esquerdo (GME) e tensor da fáscia lata direito (TFLD) e esquerdo (TFLE), durante os padrões posturais e funcionais de membros inferiores. Os padrões posturais (RMS) foram: repouso (RP-10s), agachamento em isometria (fator de normalização-10s) e apoio unipodal direito e esquerdo (AUD, AUE-10s). Os padrões funcionais (fenv) foram: subir degrau com a perna direito e esquerdo (SDPD, SDPE-10s), descer degrau com a perna direita e esquerda (DDPD, DDPE-10s), levantar da cadeira (LC-10s) e sentar na cadeira (SC-10s). O sinal EMG foi coletado utilizando o aparelho Myosystem® - Br1 e normalizados pelo valor pelo agachamento em isometria. Os dados foram tabulados e submetidos à análise estatística por meio do teste t (SPSS versão 21.0). Resultados: As atividades EMG normalizadas dos padrões posturais dos membros inferiores entre GC e GHIV estão demonstradas na Tabela 1. As atividades EMG normalizadas dos padrões funcionais dos membros inferiores entre GC e GHIV estão demonstradas na Tabela 2. Tabela 1. Atividades EMG normalizadas dos padrões funcionais dos membros inferiores entre controles (GC) e com HIV subtipo 1 (GHIV). Condição Clínica AUD Músculo STE STD STE AUE RFD GMD Grupo Média Desvio Padrão GHIV 2,10 ± 0,27 GC 3,55 ± 0,26 GHIV 3,75 ± 0,59 GC 2,21 ± 0,20 GHIV 6,25 ± 0,43 GC 1,92 ± 0,15 GHIV 0,88 ± 0,16 GC 0,49 ± 0,03 GHIV 3,16 ± 0,67 GC 0,99 apoio unipodal direito e esquerdo (AUD, AUE). Valor de p 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00 ± 0,05 Discussão: Na análise da atividade muscular de membros inferiores, foi visto que os indivíduos com HIV apresentaram alterações funcionais em membros inferiores. Segundo Heitmann, Ferns, Breakspear (2012), o controle biomecânico de membros inferiores é dependente do suporte neuromotor e da estabilidade articular. Na análise das atividades funcionais de membros inferiores, os indivíduos com HIV apresentaram um predomínio de ativação muscular para os músculos reto femoral esquerdo e glúteo médio esquerdo. Segundo Uccioli et al. (1997) o equilíbrio do corpo é um fator determinante da função de membros inferiores e depende da ativação sinérgica de músculos dos dois hemicorpos, sendo já existente evidências de que essa coordenação é controlada por circuitos medulares, que estão sob controle supra-segmentar. P á g i n a | 83 Tabela 2. Atividades EMG normalizadas dos padrões funcionais dos membros inferiores entre controles (GC) e com HIV subtipo 1 (GHIV). Condição Clínica Músculo RFD SDPE TFLD STD DDPD STE RFD RFD LC GME STD RFD SC GMD Grupo Média Desvio Padrão GHIV 0,54 ± 0,09 GC 0,24 ± 0,01 GHIV 1,76 ± 0,32 GC 0,56 ± 0,06 GHIV 1,48 ± 0,32 GC 0,69 ± 0,11 GHIV 1,49 ± 0,25 GC 0,96 ± 0,06 GHIV 1,15 ± 0,27 GC 0,29 ± 0,01 GHIV 0,34 ± 0,09 GC 0,52 ± 0,05 GHIV 2,37 ± 0,24 GC 0,51 ± 0,14 GHIV 2,35 ± 0,24 GC 0,50 ± 0,05 GHIV 0,62 ± 0,06 GC 0,39 ± 0,02 GHIV 0,80 ± 0,17 GC 0,32 ± 0,02 Valor de p 0,00 0,00 0,02 0,05 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 1,75 ± 0,30 0,04 GC 0,74 ± 0,18 subir degrau com a perna direito e esquerdo (SDPD, SDPE), descer degrau com a perna direita e esquerda (DDPD, DDPE-10s), levantar da cadeira (LC) e sentar na cadeira (SC) GME GHIV Conclusão: Os autores concluíram que indivíduos com HIV apresentaram alterações nos padrões posturais e funcionais baseados nos dados eletromiográficos dos músculos dos membros inferiores. Referências 1. Wang J, Lin HS, Liu MY, Li Y. Immune reconstitution of acquired immune deficiency syndrome. Chin J Integr Med. 2010 Dec;16(6):55764. 2. Tedaldi EM, Minniti NL, Fischer T. HIVassociated neurocognitive disorders: the relationship of HIV infection with physical and social comorbidities. Biomed Res Int. 2015;641913. 3. Heitmann S, Ferns N, Breakspear M. Muscle co-contraction modulates damping and joint stability in a three-link biomechanical limb. Front Neurorobot. 2012;11;5:5. 4. Uccioli L,et al. Contribution of central neuropathy to postural instability in IDDM patients with peripheral neuropathy. Diabetes Care. 1997;20: 6, 929-34. Fontes Financiadoras: Bolsa regular de mestrado (processo nº 2012/04630-6) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). 5. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da dissertação de Mestrado intitulado: Análise do padrão funcional do sistema estomatognático em indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência humana. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP- USP. P á g i n a | 84 BCM.214. PADRÃO DE ATIVAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS ESTABILIZADORES DE ESCÁPULA EM INDIVÍDUOS COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR ASSINTOMÁTICOS Gabriel Paglioni Garcia1; Ricardo José Tecchio Serrão1; Caio Leite Giorgetto2; Camilla Zamfolini Hallal1; Nise Ribeiro Marques2 1 Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho -Campus Marília Introdução: Discinese escapular é uma alteração do movimento da escápula, e pode ser causada por diversos fatores, entre eles, o padrão inadequado de ativação dos músculos estabilizadores dessa região1. Esse padrão de recrutamento muscular inadequado caracteriza-se pela menor ativação de serrátil anterior (SA) e das fibras inferiores do trapézio (TI). Além disso, ocorre, concomitantemente, um aumento da ativação das fibras superiores do trapézio (TS)2. Contudo, apesar de na literatura haver um consenso de que exista um padrão de ativação inadequado, caracterizado por uma razão desproporcional de ativação entre os mesmos, não há estudos de acordo com nosso conhecimento que avaliaram o comportamento do padrão de ativação eletromiográfica de indivíduos com e sem discinese escapular. Objetivos: Analisar o padrão de ativação eletromiográfica dos músculos estabilizadores da escápula em indivíduos assintomáticos com e sem discinese escapular. O presente estudo se justifica pois a discinese pode estar relacionada ao padrão de ativação e não somente ao desequilíbrio da razão entre os músculos estabilizadores, nos fornecendo dados que possibilitem uma intervenção mais eficaz. Métodos: Este estudo foi aprovado em Comitê de Ética local (processo número: 097704/2015). Participaram da pesquisa 26 indivíduos universitários, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 25 anos, divididos em dois grupos: grupo discinese com 16 indivíduos (GD) e sem discinese com 10 indivíduos (GC). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após anamnese dos participantes, foram realizados testes específicos para exclusão de possíveis patologias (Neer, Jobe e Speed) no ombro. Para a classificação dos participantes com e sem discinese foi realizada uma avaliação visual na qual o participante realizava o movimento de scaption por dez vezes, com angulação de 30º, 5% do peso corporal3 e com velocidade sincronizada por um metrônomo de freqüência de 23 bpm. A seguir foram realizadas três contrações isométricas voluntárias máximas (CIVM) de cinco segundos para cada um dos músculos avaliados, nas posições de testes muscular propostas por Kendall et al. (1995)4 para a normalização dos dados eletromiográficos. Os sinais de eletromiografia de superfície (EMG) foram coletados por um módulo de aquisição de sinais biológicos (Noraxon, Arizona, EUA) ajustado em uma frequencia de amostragem de 1000 Hz, razão de rejeição comum de 90dB, ganho total de 2000 vezes (100 no amplificador e 20 no pré-amplficador). Foram utilizados eletrodos bipolares circulares (10mm) de Al/AgCl, com distância inter-eletrodos de 20mm com limpeza da pele por álcool e posicionamento de TS e TI seguindo as normas do SENIAM e para SA de literatura pregressa3. Os sinais de EMG dos músculos TS, TI e SA foram coletados durante 10 movimentos de scaption, cinco destes movimentos foram utilizados para análise. Os dados foram processados em rotinas especificas através do software MATLAB. O sinal eletromiográfico foi filtrado por um filtro passa-banda de 20-500 Hz, retificado pelo método de onda inteira, suavizado por um filtro passa baixa Butterworth de 4ª ordem com freqüência de corte de 6 Hz e normalizado pela média de ativação nas contrações máximas, uma amostra dos sinais EMG foi adquirida a cada 5% do tempo do movimento para criação da curva representativa da ativação muscular durante o movimento (Figuras 1, 2 e 3). Para a análise estatística foi utilizado o teste de análise de variância multivariada (MANOVA) e teste post hoc de Bonferroni. Foi ajustado o nível de significância em p < 0,05. Resultados: Não houve diferença significativa para as características antropométricas entre os grupos com e sem discinese p > 0,05 (Tabela 1). Tabela 1: Dados Antropométricos P á g i n a | 85 Não houve diferença significativa para o padrão de ativação de TS, TI e SA quando comparados indivíduos com e sem discinese escapular (p>0,05, para todas as comparações). Figura 1. Comparação entre os grupos de Trapézio Superior. TS-GD (Trapézio Superior– Grupo Discinese), TS-GC (Trapézio SuperiorGrupo Controle), Eixo X (% tempo de exercicio) e Eixo Y (ativação normalizada - %max). Figura 2. Comparação entre os grupos de Trapézio Inferior. TI-GD (Trapézio Inferior– Grupo Discinese), TI-GC (Trapézio Inferior- Grupo Controle), Eixo X (% tempo de exercicio) e Eixo Y (ativação normalizada - %max) Discussão: Em estudo pregresso5 foram encontrados resultados que apontaram uma maior média de ativação para TS, acompanhado de uma menor média para ativação de TI e SA em indivíduos com discinese. Contudo, no presente estudo observamos que tanto indivíduos com discinese quanto aqueles sem discinese apresentaram o mesmo padrão de ativação, o que nos permite dizer que a possibilidade de desenvolver a discinese está mais relacionada com a razão de ativação entre os músculos estabilizadores de escapula do que em relação ao padrão de ativação dos mesmos músculos. Como limitação de estudo, podemos citar o número baixo de participantes. Conclusões: Os achados deste estudo nos permitem concluir que o padrão de ativação dos músculos estabilizadores da escápula não difere significativamente entre indivíduos com e sem discinese escapular assintomáticos. Referências: 1-Kibler WB, et al. J Orthop Sports Phys Ther. 2009;39 (11): A1-A13.doi: 10.2519/jospt.2009.0303 2-Kibler WB, et al. Br J Sports Med 2013;00:1–12. doi:10.1136/bjsports-2013-092425 3-PIRAUÁ ALT, et al. J Electromyogr Kinesiol. 2014;24(5):675-681. doi:10.1016/j.jelekin.2014.05.009 4-Kendall FP, McCreay EK, ProvancePG. Músculos: provas e funções. 4ª edição. Manole. 1995. 5-Cools A, et al. J Athl Train. 2005;40:104-110.doi: 10.1111/j.1600-0838.2006.00570.x Fontes financiadoras: Não se aplica. Figura 3. Comparação entre os grupos de Serrátil Anterior. SA-GD (Serrátil Anterior – Grupo Discinese), SA-GC (Serrátil Anterior- Grupo Controle), Eixo X (% tempo de exercicio) e Eixo Y (ativação normalizada - %max) Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Efeito do tratamento com haste oscilatória na ativação dos músculos estabilizadores de escápula e na cinemática da movimentação escapular em indivíduos assintomáticos com e sem discinese escapular. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Uberlândia. P á g i n a | 86 BCM.125. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DO ARREMESSO DE JOGADORES DE BASQUETE Giovana Duarte Eltz1; Marina Mello Villalba2; Lucas Caetano Carlos2; Ana Carolina Panhan²; Enaile Farias Moraes3; Mauro Gonçalves2 1,2 Universidade Estadual Paulista, UNESP, Rio Claro- SP 3 Centro Universitário Metodista do IPA, Porto Alegre - RS Introdução: O arremesso tem sido considerado o fundamento mais importante do basquetebol1. Em se tratando de basquete em cadeira de rodas (BCR), sabe-se que os atletas têm diferentes graus de limitação física, portanto, no intuito de garantir uma competição justa para os atletas, foi criada em 1982 a classificação funcional. Esse sistema baseia-se na observação dos movimentos dos atletas e suas habilidades durante apresentações na prática do esporte adaptado2. A classificação é feita por uma equipe habilitada, avaliando um conjunto de ações desempenhadas pelo atleta na sua cadeira de rodas. Quanto à cadeira de rodas apropriada a prática do basquete, existem algumas normas que são estabelecidas pela International Wheelchair Basketball Federation (IWBF). As medidas da quadra e as regras do basquete em cadeira de rodas seguem literalmente as regras do basquete convencional3. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a ativação eletromiográfica dos músculos peitoral maior porção clavicular (PM), deltóide anterior (DA) e tríceps braquial porção longa (TB) durante o arremesso, comparando a atividade dos músculos entre os atletas de basquete convencional (BC) e basquete em cadeira de rodas (BCR). Métodos: Foram incluídos neste estudo 10 indivíduos do sexo masculino, praticantes de basquete há no mínimo um ano, sendo cinco BC e cinco BCR. Os jogadores do grupo BCR eram amputados unilaterais, com classe funcional entre 3,5 e 4,5. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Metodista, do IPA sob o protocolo n° 264/09. O sinal eletromiográfico dos mm. PM, DA e TB foram coletados durante o movimento de arremesso de lance livre utilizando-se um eletromiógrafo (Miotool 400, Miotec®/Brasil) de quatro canais (resolução 14 bit, modo de rejeição comum 110db), com frequência de amostragem de 2000Hz por canal e pares de eletrodos (Ag/AgCl com diâmetro de 2,2cm (Meditrace, Canadá), em configuração bipolar, através do Software Miograph 2.0. Seguindo as orientações da International Society of Electrophysiology and Kinesiology (ISEK). Todos os eletrodos foram posicionados conforme as normas do projeto SENIAM. O eletrodo de referência foi fixado na tuberosidade anterior da tíbia homolateralmente ao membro avaliado. Inicialmente foi realizado aquecimento livre com bola, a seguir, os atletas realizaram os arremessos, sendo considerado para o estudo o segundo arremesso convertido e validado de cada atleta. Foi calculado o valor RMS (root mean square) para todos os músculos avaliados, sendo estes normalizados pela contração isométrica voluntária máxima de cada. Na análise estatística o teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade da distribuição dos dados. A ANOVA one-way foi utilizada para as comparações dos grupos. Foi utilizado o programa GraphPad Prism (versão 5.0) adotando-se nível de significância de p<0,05. Resultados: Na comparação entre a ativação elétrica dos músculos dentro do grupo BC, obteve-se diferença estatisticamente significativa entre eles, onde foi observada maior ativação do músculo DA em relação ao músculo PM (p<0,001) e em relação ao músculo TB (p<0,001) (figura 1). Já no grupo BCR, não houve diferença estatisticamente significativa entre os músculos avaliados. Discussão: A estatura do jogador influência no arremesso de basquete, estudo de Okazaki et al. (2008) relatam que durante o lance livre a flexão de joelho é indiferente devido à estatura dos jogadores de basquete, quanto mais alto, menor é a movimentação das pernas, ficando os membros superiores como motor principal para realização do movimento4. P á g i n a | 87 Conclusões: A partir dos resultados do presente estudo pode-se concluir que os atletas dos grupos BC e BCR apresentaram diferenças na ativação elétrica durante o movimento do arremesso. Figura1. BC - Basquete Convencional; BCR - Basquete em Cadeira de Rodas; PBC - Músculo Peitoral Maior do Basquete Convencional; DBC - Músculo Deltóide Basquete Convencional; TBC - Músculo Tríceps do Basquete Convencional; PBCR - Músculo Peitoral Maior do Basquete Cadeira de Rodas; DBCR - Músculo Deltóide do Basquete em Cadeira de Rodas; TBCR - Músculo Tríceps do Basquete em Cadeira de Rodas; * p<0,05. Em contrapartida estudo Okazaki et al. (2006) afirma que a impulsão através do movimento do membro inferior também é de grande importância para a melhora do arremesso, pois aumenta as alavancas do corpo e permite que a bola saia de uma altura maior em relação à cesta5. Estudos afirmam que a estatura e realizar impulso com os membros inferiores podem influenciar na execução do arremesso4,6, isso faz com que o grupo BCR, que possuem estatura reduzida, por estar em sedestação, e não pode realizar movimentos de impulsão, pelas regras da modalidade, possuam maior desvantagem em realizar o arremesso de lance livre em relação ao grupo BC. Nesta pesquisa observamos uma ativação muscular dos músculos DA, PM e TB no grupo BCR semelhante entre os músculos avaliados, provavelmente pela angulação do gesto desportivo ser mais elevada. Outro fato que contribui para esta ativação tão semelhante é o fato destes três músculos serem os motores primários da propulsão da cadeira de rodas 7 Referências 1- Oudejans RRD, Langenberg RWV, Hutter RI. Aiming at a far target under different viewing conditions: visual control in basketball jump shooting. Human Movement Science. 2002;(21):457480. 2- International Wheelchair Basketball Federation. Disponível em <http://www.iwbf.org> Acesso em 10 Jan. 2015. 3- Camargo NF, Gonzalez JS. Desporto adaptado a portadores de deficiência: basquete. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1996. 4- Okazaki VA, Teixeira LA, Rodacki AL. Arremesso tipo jump no basquetebol: comparação entre homens e mulheres Rev. Bras. Cienc. Esporte. 2008; 29(3):189-202. 5-Okazaki VHA, Rodacki ALF, Dezan VH, Sarraf TA. Coordenação do arremesso jump no basquetebol de crianças e adultos. Revista Brasileira de Biomecânica. 2006; 7(12):15-22. 6- Okazaki VA, Lamas L, Okazaki FA, Rodacki AL. Efeito da distância sobre o arremesso no basquetebol desempenhado por crianças. Motricidade. 2013; 9(2): 61-72. 7- Cooper RA. Wheelchair racing sports science: a review. J Rehabil Res Dev 1990; 27(3):295-312. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da trabalho de conclusão intitulada: Diferenças no arremesso de jogadores de basquete em cadeira de rodas e convencional. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de graduação em fisioterapia do Centro Universitário Metodista do IPA. P á g i n a | 88 BCM.126. TEMPO DE ENDURANCE DOS MÚSCULOS DO “CORE” EM ATLETAS ARREMESSADORES COM E SEM DISCINESIA ESCAPULAR 1 Giovanna Prado Conteçote1, Lívia Silveira Pogetti1, Paula Rezende Camargo1 Laboratório de Avaliação e Intervenção do Complexo do Ombro, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos – São Carlos, Brasil. Introdução: A discinesia escapular é uma alteração na biomecânica da escápula que pode impactar negativamente o desempenho esportivo e predispor o atleta à lesão de ombro.1 Essa alteração pode ser uma adaptação muscular na tentativa de restaurar a força para o arremesso, devido à deficiência na força e endurance dos músculos do “core”.1,2 No entanto, este assunto ainda é conflitante na literatura8, com poucos estudos avaliando a discinesia escapular e o desempenho dos músculos do “core” em atletas assintomáticos. A hipótese desse estudo é que atletas arremessadores com discinesia escapular apresentem menor tempo de endurance dos músculos do “core”. Objetivos: Avaliar o tempo de endurance dos músculos do “core” em atletas arremessadores assintomáticos, com e sem discinesia escapular. Métodos: Vinte e quatro atletas arremessadores assintomáticos foram avaliados e divididos em dois grupos: com (10 homens e 2 mulheres; 19,83 ± 2,76 anos; e tempo de prática 5,58 ± 3,82 anos) e sem discinesia escapular (10 homens e 2 mulheres; 21,42 ± 3,06 anos; e tempo de prática 6,58 ± 4,10 anos). Com discinesia, 10 atletas praticavam handebol, 1 beisebol e 1 softebol. Sem discinesia, 11 atletas praticavam handebol e 1 beisebol. A discinesia escapular foi determinada pela realização de 5 movimentos de flexão do braço no plano sagital e 5 de abdução no plano frontal, com e sem carga.3 Os atletas com discinesia deveriam apresentar no mínimo 3 movimentos com discinesia, em um dos planos de movimento. A avaliação do tempo de endurance foi randomizada e o tempo cronometrado em segundos nas posições de flexão, extensão, e flexão lateral sobre os lados ipsilateral e contralateral ao braço de arremesso. Nas posições de extensão e flexão lateral, os atletas foram posicionados com a pelve na borda da maca e os membros inferiores estabilizados por 2 faixas. Na flexão foi utilizada uma cunha com 60° de angulação para posicionar o tronco e os pés foram estabilizados por 2 faixas.4,5 Os atletas foram instruídos a permanecerem o máximo tempo nessas posições, sem qualquer apoio. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos da Universidade Federal de São Carlos, com o parecer n° 735.589. Para análise estatística foi utilizado o software SPSS (versão 17.0). A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para comparar o tempo de endurance dos músculos extensores e flexores laterais entre os grupos foi utilizado o teste t Student para medidas independentes. Para os músculos flexores foi utilizado o teste de Mann-Whitney. O nível de significância considerado foi de 5%. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas nos tempos de endurance dos músculos flexores (grupo com discinesia: 24,25 ± 23,93s; grupo sem discinesia: 24,42 ± 26,64s; p=0,99), extensores (grupo com discinesia: 64 ± 31,16s; grupo sem discinesia: 52,33 ± 26,47s; p=0,33), e flexores ipsilaterais (grupo com discinesia: 48,5 ± 19,70s; grupo sem discinesia: 43,42 ± 19,62s; p=0,53), e contralaterais de tronco (grupo com discinesia: 43,83 ± 17,13s; grupo sem discinesia: 35,75 ± 17,67s; p=0,27). Discussão: Os resultados mostraram que o tempo de endurance dos músculos flexores, extensores e flexores laterais de tronco foi semelhante entre os grupos. Este é o primeiro estudo a comparar o endurance do “core” em atletas assintomáticos com e sem discinesia escapular. A maioria comparou o endurance do “core” e a discinesia em atletas com e sem dor no ombro, não encontrando diferenças entre os grupos.9,11,12 Isto sugere que o endurance do “core” pode não ser um fator preditor para a discinesia escapular. O “core” tem a complexa função de obter o controle estático e dinâmico do corpo durante a atividade esportiva. Isto inclui a habilidade do sistema neuromuscular manter ou retornar o tronco na posição ereta e controlar seu movimento dinâmico.6 Um bom desempenho do sistema neuromuscular promove ótima informação sensorial sobre a posição, velocidade, força, endurance e potência para que ocorra o movimento desejado.6 Qualquer alteração neste sistema pode prejudicar o desempenho do atleta, sobrecarregando P á g i n a | 89 a musculatura do ombro e levar a lesão. Estudos têm demonstrado que o equilíbrio dinâmico está reduzido em atletas arremessadores com dor no ombro.7,8 Assim, a capacidade do atleta em resistir a perturbações externas e internas durante o arremesso parece exercer um papel importante na estabilidade do “core”, estando ligado a alterações no complexo do ombro. No entanto, mais estudos são necessários para comprovar esses achados. Este estudo teve como limitação o tamanho da amostra. Conclusões: O tempo de endurance dos músculos do “core” não é diferente entre atletas arremessadores sem dor no ombro com e sem discinesia escapular. the lifespan of competitive swimmers. J Athl Train, 2012. 47(2):149-58. 10. KIBLER, W.B.; Sciascia, A; Wilkes, Trevor. Scapular Dyskinesis and Its Relation to Shoulder Injury. J Am Acad Orthop Surg, 2012. 20: 364-372. 11.ENDO, Y.; Sakamoto, M. Correlation of Shoulder and Elbow Injuries with Muscle Tightness, Core Stability, and Balance by Longitudinal Measurements in Junior High School Baseball Players. J. Phys. Ther. Sci., 2014. 26: 689–693. 12.HARRINGTON, S.; Meisel C.; Tate A. A crosssectional study examining shoulder pain and disability in Division I female swimmers. J Sport Rehabil, 2014. 23(1):65-75. Referências 1. KIBLER, W.B. The Role of the Scapula in Athletic Shoulder Function. Am J Sports Med, 1998. 26(2): 325-337. 2. SCIASCIA, A.; Crowell, R. Kinetic Chain Rehabilitation: A theoretical framework. Rehabil Res Pract, 2012. 1-9. 3. MAGEE, D.J. Orthopedic physical assessment, ed. r. Edition1997, Philadelphia, PA: WB Saunders Co. 4. LEETUN, T.D.; Ireland, L.M.; Willson, D.J.; Ballantyne, T.B.; Davis, M.I. Core Stability Measures as Risk Factors for Lower Extremity Injury in Athletes. Med Scien Sports Exerc, 2004. 36(6): 926-34. 5. KIBLER, W.B.; Ludewig, P.M.; McClure, P.W.; Michener, L.A.; Klaus Bak, K.; Sciascia, A.D. Clinical implications of scapular dyskinesis in shoulder injury: the 2013 consensus statement from the ‘scapular summit’. Br J Sports Med, 2013. 47: 877–885. 6. SILFIES, S.P; Ebaugh, D.; Pontillo, M.; Butowicz, C.M. Critical review of the impact of core stability on upper extremity athletic injury and performance. Braz J Phys Ther, 2015. Sept-Oct; 19(5):360-368. 7. RADWAN, A; Francis J.G.A.; Kahl E.; Maciurzynski D.; Quartulli A. Is there a relation between shoulder dysfunction and core instability? Int J Sports Phys Ther, 2014. 9(1):8-13. 8. GARRISON, J.C.; Arnold A.; Macko M.J.; Conway, J.E. Baseball players diagnosed with ulnar collateral ligament tears demonstrate decreased balance compared to healthy controls. J Orthop Sports Phys Ther, 2013. 43(10):752-8. 9. TATE A.; Turner G.N.; Knab S.E.; Jorgensen C.; Strittmatter A.; Michener L.A. Risk factors associated with shoulder pain and disability across Fontes financiadoras: Agência FAPESP, processo número 2015/11070-5. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Iniciação Científica: “Análise da resistência do ‘core’ em atletas arremessadores com e sem discinesia escapular” do Programa de Graduação da Universidade Federal de São Carlos. P á g i n a | 90 BCM.127. ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS MASSETERES E TEMPORAIS EM PACIENTES COM APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO Gislaine Aparecida Folha1,2; Andrea Mapelli1,2; Fabiana Cardoso Pereira Valera1,2; Claudia Maria de Felício1,2 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2 Núcleo de Estudos Craniofaciais – Universidade de São Paulo Introdução: a terapia miofuncional orofacial tem sido indicada para melhorar a função das vias aéreas superiores na apneia obstrutiva do sono (AOS) e a abordagem inclui estratégias dirigidas aos músculos elevadores da mandíbula e à mastigação (Guimarães et al., 2009). Porém faltam informações sobre a real condição dessa musculatura em pacientes com AOS, que possam contribuir para o adequado planejamento terapêutico. Assim, a hipótese deste trabalho que é a musculatura elevadora da mandíbula estaria com atividade reduzida em pacientes com AOS. Objetivos: analisar os músculos temporais e masseteres em pacientes com AOS por meio de eletromiografia de superfície (sEMG). Métodos: trabalho aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do HCFMRPUSP (processo n°12634/2010). Participaram 47 sujeitos: 32 pacientes diagnosticados com AOS por polissonografia (AASM, 2005) que aguardavam início de tratamento (grupo AOS), subdivididos em AOS leve/moderada (n= 16) e grave (n= 16); e 15 sujeitos saudáveis sem sinais sugestivos de AOS (grupo C). Os grupos foram pareados por idade. Foram obtidos dados antropométricos e calculado o índice de massa corporal (IMC). Todos os sujeitos apresentavam condições oclusais mínimas para a realização do exame, assim, foram excluídos, ausência de dentes significantes (presença de no mínimo 26 dentes); dor de dente ou problemas periodontais; uso próteses dentárias; tratamento ortodôntico atual ou anterior. Eletrodos de superfície bipolares Ag/AgCl, descartáveis com gel foram posicionados paralelamente às fibras musculares dos músculos masseteres e temporais bilaterais (Hermens et al., 2000). Foi utilizado eletromiógrafo de oito canais com sistema wireless (FreeEMG, BTS S.p.A., Garbagnate Milanese, Itália). O sinal sEMG analógico foi amplificado e digitalizado (ganho 150, 16-bits de resolução, sensibilidade de 1 V, resolução temporal de 1ms) usando um amplificador diferencial com alta razão do modo comum de rejeição (CMRR>110 dB no intervalo de 0-50 Hz, impedância de entrada >10 GΩ). Foram solicitadas provas de máxima contração voluntária com roletes de algodão entre os dentes posteriores (MCVa: registro de normalização) e de MCV com os dentes em intercuspidação (MCVd). Os índices EMG normalizados, que avaliam simetria e equilíbrio de ativação, foram calculados de acordo com metodologia previamente descrita (Ferrario et al., 2012). Foi computada a Estatística descritiva e o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis foi empregado, devido à distribuição não normal dos dados ou à distribuição heterogênea da variância. O nível de significância foi estabelecido em P<0,05. Resultados: não houve diferença entre as idades dos grupos avaliados (P>0,05), mas sim em relação ao IMC (P=0,003), contudo os dados de cada sujeito foram normalizados. Os grupos não mostraram diferença na atividade total normalizada, tampouco nos índices EMG (P>0,05) (Tabela 1). Discussão: o colapso das vias aéreas superiores (VAS) leva à obstrução da passagem do ar durante o sono (AASM, 2007) e tem sido apontado que atividade reduzida dos músculos elevadores pode contribuir para isto (Hollowell e Suratt, 1991; Yoshida, 1998; Ma et al., 2013). Contudo, a presença predominante de sujeitos com sobrepeso e obesos entre esses pacientes, não permite a comparação de dados não normalizados obtidos por eletromiografia de superfície. Por isso, foram empregados índices normalizados que evitam o efeito de outras variáveis sobre o sinal sEMG (Ferrario et al., 2000). Com base nos resultados do presente estudo, a AOS não foi associada com redução no equilíbrio e coordenação dos músculos temporais e masseteres. Portanto, não necessitam de estratégias terapêuticas específicas. No entanto, os índices, especialmente assimetria entre músculos dos lados direito e esquerdo (AS) e a relação entre masseteres e temporais (AT) sugerem alguma tendência de piora com o aumento da gravidade da AOS. Portanto, futuros estudos com amostras maiores são necessários. P á g i n a | 91 Tabela 1. Comparação entre os grupos C, AOS leve/moderada e AOS grave para os índices eletromiográficos normalizados C LM G (n=15) (n=16) (n=16) POCt(%) Mediana 86,95 87,10 Percentil 25 84,10 68,8 78,45 Percentil 75 89,30 88,15 88,50 POCm(%) Mediana 88,2 87,4 87,01 86,50 Percentil 25 86,22 83,7 82,2 Percentil 75 89,03 89,13 87,94 91,00 Percentil 25 88,12 Percentil 75 92,40 90,33 89,30 90,54 88,06 92,05 91,55 Mediana 85,85 83,03 Percentil 25 81,4 63,86 64,35 Percentil 75 91,40 90,82 89,85 Mediana 2,20 2,94 2,05 Percentil 25 1,61 0,95 0,62 Percentil 75 7,27 6,50 12,30 Mediana 16,57 13,1 1,46 7,76 TORS(%) Mediana BAR(%) Asabs(%) Atabs(%) 88,84 9,78 Percentil 25 4,35 P 0,475 0,461 0,666 0,214 0,905 0,475 Percentil 75 17,72 36,15 35,55 C: grupo controle; LM: pacientes com apneia osbstrutiva do sono de grau leve a moderado; G: pacientes com apneia osbstrutiva do sono de grau grave; P: probabilidade segundo o teste de Kruskal-Wallis; n: número de sujeitos por grupo; POCt: coeficiente de porcentagem de sobreposição dos músculos temporais; POCm: coeficiente de porcentagem de sobreposição dos músculos masseteres; TORS: índice de torção; BAR: baricentro oclusal; Asabs: índice de assimetria absoluto; Atabs: índice de atividade absoluto. Conclusões: Os pacientes com AOS não apresentaram atividade eletromiográfica rebaixada, tampouco redução no equilíbrio e coordenação dos músculos temporais e masseteres avaliados por sEMG. Referências AASM. The AASM manual for the scoring of sleep and associated events: rules, terminology and technical specifications. American Academy of Sleep Medicine. 2007. Guimarães KC, et al. Am J Respir Crit Care Med 2009;15:962-6. Hermens HJ, et al. J Electromyogr Kinesiol 2000;10:361-74. Hollowell DE, et al. J Appl Physiol. 1991;71:22672273. Ma SYL, et al. J Orthod Dentofacial Orthop 2013;144:357-67. Yoshida K. J Oral Rehab 1998;25:603-609. Fontes financiadoras: Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo - Protocolo nº 11.1.21626.01.7, o primeiro autor recebeu bolsa de doutorado CAPES e o segundo autor recebeu bolsa de pós doutorado do CNPq. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado: “Avaliação Miofuncional Orofacial e Eletromiográfica de Pacientes com Apneia Obstrutiva do Sono.” do Programa de Pós-Graduação em Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, FMRP-USP. P á g i n a | 92 BCM.128. AVALIAÇÃO EMG, FORÇA DE MORDIDA E MOBILIDADE MANDIBULAR EM INDIVÍDUOS COM FRATURAS DE TERÇO MÉDIO E SUPERIOR DA FACE Guilherme Spagnol1, Marcelo Palinkas1, Simone Cecilio Hallak Regalo1, Paulo Batista de Vasconcelos1, Selma Siéssere1, Cassio Edvard Sverzut1, Alexandre Elias Trivellato1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Introdução: O trauma de face pode ser considerado um problema de saúde pública, principalmente pelo elevado número de indivíduos envolvidos em acidentes, que acabam fraturando os ossos da face (Gentile et al., 2013). O trauma e seu processo de reparo podem modificar a atividade dos músculos da face, a avaliação do impacto no sistema estomatognático é de grande importância para entender as mudanças causadas pelo trauma e seu tratamento (Koolstra et al., 1997; Ribeiro et al., 2011) Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar a atividade eletromiográfica (EMG), força de mordida e mobilidade mandibular em pacientes submetidos à cirurgia para tratamento de fraturas de face que necessitaram de acesso cirúrgico tipo coronal. Métodos: O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (FORP-USP) sob o número 2007.1.13.71.58.2. A amostra foi constituída por 10 indivíduos distribuídos em dois grupos distintos: GI – fraturas complexas de face tratadas cirurgicamente com acesso coronal com extensão pré-auricular (n=6); e GII – fraturas complexas de face tratadas cirurgicamente com acesso coronal (n=4) e GIII controle saudável, utilizado apenas como comparativo pareado pela idade e medidas antropométricas com os dois grupos do estudo. Foi avaliada a atividade EMG do músculo masseter direito (MD), masseter esquerdo (ME), temporal direito (TD) e temporal esquerdo (TE) utilizando o eletromiógrafo MyoSystem-Br1 nas condições de repouso, lateralidade direita e esquerda e protusão por 5 segundos e contração voluntaria máxima (CVM) por 4 segundos. A força de mordida molar máxima foi mensurada pelo dinamômetro digital e a mobilidade mandibular foi captada pelo paquímetro digital. Os períodos avaliados após tratamento cirúrgico do trauma de face foram de 1, 2, 3 e 6 meses. Os dados EMG, força de mordida e mobilidade mandibular foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 21.0, teste de medidas repetidas, p≤0,05), foi realizada avaliação ao longo do tempo dos grupos GI e GII separadamente. Resultados: Foi encontrada diferença estatística significante para atividade EMG ao longo do tempo de 1, 2, 3 e 6 meses, na condição repouso (GII-ME, P=0.00), e lateralidade esquerda (GI: TD, P=0.02; GII: TD, P=0.04), houve variação para menor atividade eletromiográfica ao longo do tempo. Na condição CVM houve variação para maior atividade eletromiográfica ao longo do tempo (GI: MD, P=0.04 e TD, P=0.04; GII-: MD, P=0.05; ME, P=0.00 e TE, P=0.04). Força de mordida molar maxima lado direito (GI, P=0.00 e GII, P=0.01) e força molar máxima esquerda (GII, P=0.01) houve melhora nos valores ao longo do tempo. (Tabela 1 e 2). Discussão: A atividade funcional do músculo masseter e temporal (bilateral), força de mordida molar máxima e a mobilidade mandibular, ao longo do tempo, apresentaram tendências de equiparação com o GIII no sexto mês de avaliação. Na literatura não encontramos estudos com o mesmo perfil deste, porém, podemos relacionar os achados com outras pesquisas que analisaram os músculos da mastigação em outras situações clínicas, como estudos relacionados à cirurgia ortognática, retornando a parâmetros pré-operatórios após um ano de acompanhamento. Outros estudos observaram alterações significativas em indivíduos com fraturas condilares até o sexto mês de avaliação (Koolstra et al., 1997; Ribeiro et al., 2011). A hipótese levantada para esse comportamento seria uma possível lesão direta ao músculo ou aos seus anexos, sendo inquestionavelmente um fator primário, associado aos efeitos da inflamação após o trauma cirúrgico, presentes no local, assim como das incisões realizadas próximo ou por meio dos músculos durante os procedimentos cirúrgicos. Esses fatores têm potencial para promover alterações da atividade EMG, as ações nocivas de certos mediadores inflamatórios também podem influenciar os resultados obtidos, assim como a dor P á g i n a | 93 presente no local Koolstra et al., 1997; Ribeiro et al., 2011; Pepato et al., 2014; Raustia et al., 1997). Conclusão: Os autores concluíram que os pacientes com fraturas de face que necessitaram de acesso cirúrgico tipo coronal para seu tratamento recuperaram a atividade EMG mastigatória, força de mordida molar máxima e a mobilidade mandibular ao longo do tempo avaliado, e a valores próximos de indivíduos saudáveis no sexto mês após a cirurgia. 4. Pepato AO, et al. J Craniofac Surg. 2014;25(5):1714–20 5.Raustia AM, et al. Int J Oral Maxillofac Surg.,1997; 26(4): 253–257. Fonte de financiadora: CNPq Fonte de Dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Avaliação eletromiográfica, força de mordida e mobilidade mandibular em indivíduos com fraturas de terço médio e superior da face”. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia (Periodontia), área de concentração: Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, FORP-USP. Referências 1. Gentile MA et al. Atlas Oral Maxillofac Surg Clin. Elsevier Inc; 2013;21(1):69–95. 2. Koolstra JH, et al. J Biomech. 1997;30(9):883– 9. 3. Ribeiro MC, et al. Oral Surgery, Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endodontology. Elsevier Inc.; 2011;111(4):e1–7. Tabela 1 Força de mordida máxima (Kgf) na região molar dos lados direito e esquerdo, ao longo do tempo de 1 mês (I), 2 meses (II), 3 meses (III) e 6 meses (IV) para GI. Tempos p-valor Controle Força de mordida I II III IV Molar direita 25,71 ± 4,53 30,61 ± 6,09 25,22 ± 4,27 32,44 ± 4,05 0,28 37,62 Molar esquerda 24,65 ± 6,20 27,12 ± 5,71 29,22 ± 3,36 39,60 ± 4,60 0,01 37,19 Tabela 2 Força de mordida máxima (Kgf) na região molar dos lados direito e esquerdo, ao longo do tempo de 1 mês (I), 2 meses (II), 3 meses (III) e 6 meses (IV) para G2. Tempos Força de mordida Molar direita Molar esquerda I 15,61 ± 6,65 16,95 ± 5,34 II 23,75 ± 7,66 24,27 ± 7,32 III 17,75 ± 5,35 20,90 ± 5,42 IV 45,53 ± 10,12 38,46 ± 8,50 p-valor Controle 0,00 0,01 37,62 37,19 P á g i n a | 94 BCM.129. ANÁLISE DO RECRUTAMENTO MUSCULAR DURANTE A FLEXÃO E A EXTENSÃO DO TRONCO FRENTE AO AUMENTO GRADUAL DE PESO: RESULTADOS PRELIMINARES Guilherme Thomaz de Aquino Nava1; Beatriz Mendes Tozim1; Marcelo Tavella Navega2 1 Instituto de Biociências / Universidade Estadual Paulista (UNESP / Rio Claro); 2 Faculdade de Filosofia e Ciências / Universidade Estadual Paulista (UNESP / Marília) INTRODUÇÃO: A dor lombar está entre as disfunções musculoesqueléticas mais prevalentes da atualidade e repercute diretamente nas atividades de vida diária (AVDs) (1). Relatos de dor durante AVDs são comuns(1). O movimento de flexão e extensão do tronco a partir da posição em pé é frequentemente utilizado e está relacionado com a independência dos indivíduos e é citado como movimento que reproduz dor lombar (DL)(1). A DL pode ser classificada em três diferentes estágios que depende do tempo exposição à dor (2), onde a dor lombar crônica (DLC) ocorre quando a presença da dor for superior a três meses(2). A DLC gera alteração no comportamento motor (3–5), podendo apresentar modificação nos mecanismos de recrutamento muscular e na amplitude dos músculos locais, multífido lombar (MU) e obliquo interno (OI), os músculos globais, reto abdominal (RA) e iliocostal lombar (IC) durante atividades voluntárias (6–8). Devido a estas alterações, surgiu a hipótese de que haverá aumento no recrutamento muscular da musculatura global em indivíduos com DLC principalmente com a adição de peso. OBJETIVO: Avaliar o recrutamento muscular durante a flexão e extensão do tronco com e sem a utilização de peso. MÉTODOS: Participaram do estudo 24 mulheres com idade entre 30 e 58 anos, sedentárias, sendo que o grupo com dor lombar (GDL) apresentou 17 voluntárias e o grupo sem dor lombar apresentou 7 voluntárias. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa (parecer nº 1.054.270) e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. - Teste de flexão e extensão do tronco: As participantes foram instruídas a se posicionarem em pé, descalças, com os pés afastados na largura dos quadris, mantendo o olhar à frente. Posteriormente deveriam flexionar o máximo do tronco com os braços relaxados e mãos entrelaçadas, sem que ocorresse o contato da mão ou do peso no solo. O ciclo de movimento de flexão e extensão foi realizado por três vezes, com o tempo de 6 segundos entre cada movimento e realizado após o estímulo de “abaixar” e “levantar”. No teste foi utilizada porcentagem de peso de acordo com o máximo de peso que cada participante foi capaz de levantar no teste com o dinamômetro lombar, sendo que no primeiro momento não foi utilizado carga e posteriormente adicionado 5% e 10% da carga máxima do dinamômetro(9,10). - Eletromiografia (EMG): Os eletrodos de superfície de Ag/AgCl (Data Hominis®) foram colocados em configuração bipolar, com área de captação de 1cm de diâmetro e distância entre os eletrodos de 2cm. Para a captação dos sinais eletromiográficos, foi utilizado módulo de aquisição de sinais biológicos Modelo ® MyosystemBr1_P84 (Data Hominis ) de 8 canais, software para coleta, visualização em tempo real, processamento e armazenamento de dados, com biofeedback visual, calibrado com frequência de amostragem de 2000 Hz, ganho total de 2000 vezes, filtro passa alta de 20 Hz e filtro passa baixa de 500 Hz. - Análise Estatística: Foi utilizado teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade e para análise dos dados ANOVA medidas repetidas two-way (grupo e carga) com post-hoc Gabriel. RESULTADOS: Na tabela 1 temos os resultados EMG na interação grupo/carga. Houve diferença significativa apenas para o músculo RA (p=0,012 e F=4,945). Tabela 1: P á g i n a | 95 GDL 0% 5% significativa com a carga de 5% (p<0,05); *apresentou diferença significativa entre os grupos (p<0,05). GSDL 10% 0% 5% 10% 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, O 3 1 3 1 3 1 3 1 3 3 11 1 I 6 1 9 3 9 4 8 2 6 2 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, M 2 0 3 0 3 1 0 2 2 1 08 09 U 3 8 2 9 4 8 7 2 6 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, R 2 1 2 1 2 1 2 1 1 08 11 2 c c A 7 7 8 6 6 8 6 2 8 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, I 1 0 2 0 2 0 0 1 1 1 07 07 C 7 8 1 7 5 8 3 5 8 Legenda: c apresentou diferença significativa no GSDL na carga de 0% (p<0,05); *apresentou diferença significativa entre os grupos (p<0,05). Na tabela 2 temos os resultados EMG para grupos e carga. Houve diferença significativa na interação carga para os músculos: MU (p<0,001 e F=19,513), RA (p=0,014 e F=4,705), IC (p<0,001 e F=38,216). Para a interação grupo foi significativo para os músculos MU (p=0,39 e F=4,807), IC (p=0,031 e F=5,347). Tabela 2: GRUPOS GDL GSDL CARGA 0% 5% DISCUSSÃO: O músculo RA apresentou maior ativação na interação grupo/carga no GSDL, em decorrência de melhor resposta muscular deste grupo(8), auxiliando na manutenção da pressão intra-abdominal, corroborando com achados onde este músculo aumenta sua ativação para manter a estabilidade da coluna(11). Na relação entre grupos houve aumento da ativação para MU e IC, que ocorre por alteração no recrutamento muscular no GDL, devido à dor e pelas modificações no controle motor, enquanto o mesmo estiver alterado (8,12) . Já na interação carga houve diferença significativa nos músculos MU, RA e IC, situação esperada, pela elevação da dificuldade das tarefas (8) . CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que o recrutamento muscular do GDL é maior nos músculos globais, demonstrando repertório motor ruim durante as tarefas. REFERÊNCIAS 1. Ivanova JI et al. Spine J. 2011;11(7):622–32. doi: 10.1016/j.spinee.2011.03.017 2. Powers CM et al. J Orthop Sports Phys Ther. 2012;42(6):A1–54. doi: 10.2519/jospt.2012.0301 3. Tsao H et al. Eur J Pain 2010;14(8):832–9. doi: 10.1016/j.ejpain.2010.01.001 4. Butler HL et al. J Electromyogr Kinesiol. 2013;23(2):369–77. doi: 10.1016/j.jelekin.2012.10.012 5. Sánchez-Zuriaga D et al. J Manipulative Physiol Ther. 2015;38(2):130–7. doi: 10.1016/j.jmpt.2014.11.002 6. Svendsen JH et al. J Electromyogr Kinesiol. 2013;23(1):159–65. doi: 10.1016/j.jelekin.2012.08.006 7. Kiesel KB et al. Man Ther. 2012;17(3):236–40. doi: 10.1016/j.math.2012.01.008 8. Hodges PW et al. Exp brain Res. 2003;151(2):262–71. doi: 10.1007/s00221-003-1457x 9. Barbosa FSS et al. Acta Ortopédica Bras. 2007;15(3):132–7. doi: 10.1590/S141378522007000300002 10. Gruther W et al. J Rehabil Med. 2009;41(8):613–9. doi: 10.2340/16501977-0391 11. IAF Stokes et al. Clin Biomech. 2012;26(8):797–803. doi: 10.1016/j.clinbiomech.2011.04.006.ABDOMINAL 12. Butler HL et al. Eur Spine J. 2010;19(9):1508–16. doi: 10.1007/s00586-010-1403-0 10% OI 0,38 0,13 0,35 0,11 0,37 0,11 0,38 0,12 0,37FONTE 0,13 DOS DADOS: Os dados apresentados são parte do conteúdo da dissertação de mestrado intitulada MU 0,3 0,10* 0,22 0,08 0,22 0,08 0,29 0,10a 0,31“Atividades 0,10a,b Funcionais, Flexibilidade e Recrutamento Muscular em Adultos com Dor Lombar Crônica”, do RA 0,27 0,17 0,21 0,1 0,27 0,15 0,25 0,15a 0,25Programa 0,16a de Pós-graduação em Desenvolvimento IC 0,21 0,08* 0,14 0,06 0,15 0,08 0,19 0,08a 0,23Humano 0,08a,be Tecnologias do Instituto de Biociências – UNESP Rio Claro. a Legenda: apresentou diferença significativa com a carga de 0% (p<0,05); b apresentou diferença P á g i n a | 96 BCM.130. ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE EM MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS: REVISÃO SISTEMÁTICA Ivanize Mariana Masselli dos Reis1; Daniela Gonçalves Ohara1; Letícia Bergamin Januário1; Ana Beatriz Oliveira1; Mauricio Jamami1 1 Universidade Federal de São Carlos Introdução: A eletromiografia (EMG) contribui para a avaliação de distúrbios e alterações pulmonares, uma vez que modificações no desempenho da musculatura respiratória podem estar presentes em diferentes doenças. Há ampla variedade de métodos e protocolos empregados na coleta e análise do sinal EMG de músculos respiratórios, demonstrando a inexistência de padronização. Objetivos: Identificar os procedimentos mais comumente empregados na avaliação EMG de superfície de músculos inspiratórios em indivíduos adultos. Métodos: Estudos publicados no período de Janeiro de 1995 até Março de 2014 foram localizados a partir das palavras-chave (breathing OR respiratory OR inspiratory) AND (electromyography OR EMG) AND (muscle activity OR muscular activity OR muscle activation OR muscular activation OR evaluation OR assessment OR effect) nas seguintes bases eletrônicas: Web of Science, PubMed, LILACS, EBSCO e Embase. O estudo foi conduzido seguindo os guidelines da Cochrane Collaboration e Prisma Statement. Foi realizado um levantamento sobre as formas de normalização e processamento dos dados, bem como da qualidade do relato dos itens considerados essenciais para serem citados quando do uso da EMG de superfície, por meio de um check-list adaptado segundo as recomendações da ISEK (International Society of Electrophysiology and Kinesiology)1. Tabela 1. Normalização dos dados. Normalização – Manobras Máximas Pressão Pressão Ventilação Inspiratória Inspiratória Voluntária Máxima Nasal Máxima Máxima (VVM) (PImáx) (Sniff) (n=1) (n=5) (n=1) Não citou qual PImáx + VVM + Sniff + manobra Capacidade Inspiratória (CI) (n=4) máxima (n=2) Normalização – Demais Manobras Valores de Própria repouso ou atividade Sem especificar basais avaliada a manobra (n=6) (n=8) (n=8) Descrição ausente do procedimento de normalização (n=29) Resultados: Foram identificados 5410 títulos dos quais 64 estudos foram incluídos. Os dados referentes à normalização do sinal EMG estão apresentados na Tabela 1. As Tabelas 2 e 3 contêm dados referentes ao processamento do sinal. Os itens do check-list foram divididos em duas partes: descrição dos eletrodos e detecção do sinal. Tabela 2. Análises no domínio do tempo. Análise no domínio do tempo N relatos Retificação Média móvel ao longo do tempo (MMT) n=2 Filtro passa-baixa Com relato do tamanho da janela utilizado Retificação (onda completa ou meia onda) MMT n=21 Com relato do tamanho da janela utilizado Retificação (onda completa ou meia onda) MMT n=2 Sem relato do tamanho da janela utilizado RMS: Sinal estacionário → 1 valor n=1 calculado RMS: Com relato do tamanho da janela n=6 RMS: Relato limitado n=9 Envelope Linear n=6 Seis estudos (9,4%) apresentaram relato de todos os itens sobre descrição dos eletrodos; apenas quinze estudos (23,4%) fizeram descrição completa em relação à amplificação e tamanho do ganho. Foi possível perceber que as informações sobre a detecção da EMG de superfície é frequentemente falha, exceto no que se refere ao relato do ganho e frequência de corte dos filtros, itens comumente presentes. Tabela 3. Outras análises. Análise no domínio da frequência Relato completo (n=10) Ausência método Informações incompletas Outras análises (n=3) (n=8) (n=05) A frequência de corte dos filtros e a frequência de amostragem não foram citadas em 11 estudos (17,2%) e 27 estudos (42,2%), respectivamente. Um único estudo contemplou a maior parte de itens e abrangeu apenas 76,5% dos itens (13 de um total de 16)2. P á g i n a | 97 Discussão: O sinal eletromiográfico é influenciado por muitos fatores técnicos, anatômicos e fisiológicos que podem interferir na magnitude do sinal. A normalização do sinal minimiza estas influências, reduzindo equívocos na interpretação de dados e possibilitando a comparação entre sujeitos. A escolha de métodos e posturas adequadas para obtenção do sinal de referência para a normalização é fundamental para garantir a qualidade do sinal e das comparações2,3,4,5. Normalizar o sinal a partir de uma manobra máxima já foi demonstrado ser um método reprodutível para os músculos diafragma e paraesternais6,7,8 e um método validado a partir da contração voluntária máxima9. Sabe-se que obter manobras máximas em pacientes em períodos de exacerbação e garantir contração verdadeiramente máxima são obstáculos a se enfrentar, dificultando a reprodutibilidade6. É possível observar que muitos estudos não relatam ou não realizam a normalização dos dados. Além disso, não há consenso sobre qual a melhor forma a ser utilizada e se um método seria útil para todas as musculaturas inspiratórias abordadas no mesmo estudo. Além da falta de padronização na normalização, há grande variedade de métodos aplicados no processamento do sinal. Considerando que o processamento é dependente dos objetivos de cada estudo, esta variedade torna-se parcialmente justificada. Sabe-se, por exemplo, que o tamanho da janela utilizada para integração do sinal, a sobreposição das janelas, as características do filtro digital e a própria frequência de amostragem são variáveis que interferem diretamente nos resultados obtidos. Assim, o cuidado na determinação e relato desses é de fundamental importância para comparação entre estudos. O estado da arte atual, de acordo com os resultados apresentados nesta revisão, compromete estas comparações. Conclusões: Os procedimentos mais comumente aplicados foram identificados e estudos metodológicos com comparações objetivas são fundamentais para o avanço na padronização, dada a impossibilidade de recomendações a partir dessa revisão. Há grande variabilidade nos métodos empregados, tanto no registro quanto no processamento e análise dos sinais, o que comprometeu a síntese de evidência prática que viabilize fornecer recomendações imediatas quanto à padronização do uso da EMG de superfície em músculos inspiratórios, além disso foram identificadas falhas na descrição dos procedimentos. Ainda, o relato adequado da metodologia utilizada nos estudos deve ser incentivado. Este último aspecto pode ser frequentemente comprometido frente à restrição de espaço imposta pelos periódicos no momento da publicação. Entretanto, o relato inadequado compromete a comparação dos resultados entre estudos e restringe a síntese de evidência. Referências 1. Merletti R. International Society of Electrophysiology and Kinesiology. 1999 2. De Andrade AD et al. J Electromyogr Kines. 2005 15(6):631-39 3. Chien MY et al. Muscle Nerve. 2013 48(2):212-8 4. Reilly CC et al. Exp Physiol. 2013 98(7):1190-98 5. Burden A. J Electromyogr Kines. 2010 20(6):1023-35 6. Reilly CC et al. Thorax. 2011 66(3):240-46 7. Murphy PB et al. Thorax. 2011 66(7): 602-8 8. Jolley CJ et al. Eur Respir J. 2009 33(2):289-97 9. Orozco-Levi M et al. Eur Respir J. 1995 8(3): 441-45 Fontes financiadoras: CAPES/DS. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Eletromiografia de superfície em músculos inspiratórios de indivíduos adultos e idosos: Revisão Sistemática”. Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFSCar. P á g i n a | 98 BCM.131. ELETROMIOGRAFIA DE MUSCULATURA SUPRAHIOIDEA EM INDIVÍDUOS COM DEFORMIDADES DENTOFACIAIS CLASSE II E CLASSE III DURANTE PROVAS DE DEGLUTIÇÃO Kizzy Silva Germano do Nascimento 1; Lúcia Dantas Giglio 1; Andrea Mapelli 1; Francisco Veríssimo de Mello-Filho 1; Cláudia Maria de Felício1; Luciana Vitaliano Voi Trawitzki1 1: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) / Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP Craniofacial USP). Introdução: As deformidades dentofaciais são caracterizadas por más oclusões acentuadas tanto esqueletais quanto dentoalveolares, acompanhadas de alterações nas funções orofaciais, como na função de deglutição 1,2, porém estudos eletromiográficos nessa população são escassos e poderão explicar o desempenho muscular durante essa função, em deformidades dentofaciais opostas no sentido anterioposterior, como a classe II e a classe III. Objetivos: analisar diferenças em variáveis eletromiográficas da musculatura suprahioidea, durante a deglutição, entre as deformidades dentofaciais classe II e classe III, comparativamente a sujeitos controles. Métodos: O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Instituição envolvida, processo número 12316/2013. Participaram do estudo 65 indivíduos, entre 18 e 44 anos de idade, sendo 19 Classe II (14 mulheres e 5 homens), 26 Classe III (16 mulheres e 10 homens) e 20 indivíduos controle (16 mulheres e 4 homens). A atividade eletromiográfica simultânea bilateral da musculatura suprahioidea (registrada via sistema wireless usando o Free EMG, BTS, Garbagnate Milanese, Italy) foi avaliada durante a deglutição espontânea de saliva e a deglutição voluntária de 10ml de água. Foram analisados os parâmetros: amplitude inicial e final do sinal eletromiográfico, amplitude do máximo pico, número de picos, máxima velocidade, tempo da deglutição e integral do sinal (área do sinal). Para avaliações de amplitude, a normalização de todos os sinais foi aplicada, considerando o máximo pico da amplitude da deglutição da saliva como valor de 100% (desse valor foi extraída a amplitude inicial, final e amplitude do máximo pico dos eventos para cada sinal normalizado). Na analise estatística foi aplicada Anova fatorial para verificar influência do gênero e ANOVA one-way para comparação entre os grupos, exceto para análise do número de picos, que foi usado o teste de Kruskal-Wallis, por meio do software STATISTICA 12 (StatSoft Inc., Tulsa, OK, USA). Resultados: Em ambas as provas (deglutição espontânea e de 10ml), o grupo controle apresentou um tempo menor de deglutição em relação aos grupos classe II e classe III (p<0,01). Em prova de deglutição de 10ml, na variável inicial, maiores valores foram vistos para o grupo controle comparados ao grupo classe III (p<0,01). Já em prova de deglutição espontânea, na variável integral, foram observados maiores valores para o grupo classe III, comparado ao grupo controle (p<0,01). Nas demais variáveis, não foram encontradas diferenças significantes entre os grupos (p>0,05), tanto em prova de deglutição espontânea quanto na deglutição de 10ml. Discussão: Sujeitos com deformidades dentofaciais apresentam alterações miofuncionais orofaciais inclusive na fase oral da deglutição1- 3, o que pode ter resultado em um aumento do tempo de transito oral, devido às compensações realizadas por estes indivíduos durante essa tarefa (tanto em sujeitos classe II, quanto classe III), visto pela maior contração da musculatura perioral para conter o volume na cavidade oral, exigindo menor esforço da língua3, e consequentemente obtendo menor sinal eletromiográfico no parâmetro amplitude inicial do sinal (que corresponde ao momento em que a língua é movida de modo a apertar o volume contra o palato duro4) em 10ml, neste caso, em resutados obtidos por sujeitos classe III. Entretanto, uma amostra maior poderia envidenciar também possíveis diferenças quanto ao grupo classe II. Tais alterações podem não ter repercutido na amplitude final do sinal eletromiográfico, que corresponde a quando os músculos relaxam e a sua tensão diminui, indicando o início da fase esofágica da deglutição4. Levando-se em consideração que os sujeitos classe III apresentaram sinal inicial maior do que os sujeitos controle, assim como maior tempo de duração de P á g i n a | 99 prova, pode se justificar que o sinal da integral (área do sinal) também seja maior para esses sujeitos. A máxima amplitude corresponde à fase faríngea da deglutição4. Mais uma vez os achados mostram que os sujeitos com deformidades dentofaciais apresentam alterações na fase oral da deglutição, sem refletir na fase faríngea, vista por esse parâmetro, assim como no parâmetro numero de picos e máxima velocidade do pico. No final da fase oral, a língua eleva rapidamente sua base, juntamente com a elevação do osso hioide, o que é realizado principalmente pelo músculo estiloglosso, que apresenta uma proporção significativamente mais baixa global de fibras musculares de contração lenta (48%) comparativamente aos outros músculos extrínsecos da língua5. Conclusões: Sujeitos com deformidades dentofaciais apresentam maior tempo do sinal eletromiográfico durante a deglutição (espontânea e 10 ml). Especificamente os sujeitos classe III obtiveram valores maiores da integral do sinal eletromiográfico em deglutição espontânea e menores valores de amplitude inicial em deglutição de volume maior (10 ml), sem evidências nesses aspectos no classe II. Referências 1. Pereira JB, Bianchini EMG. Caracterização das funções estomatognáticas e disfunções temporomandibulares pré e pós cirurgia ortognática e reabilitação fonoaudiológica da deformidade dentofacial classe II esquelética. Rev. CEFAC [Internet]. 2011 Dec [cited 2016 Feb 08] ; 13 (6): 1086-1094. 2. Mezzomo CL et al. As implicações da classe II de angle e da desproporção esquelética tipo classe II no aspecto miofuncional. Rev. CEFAC [Internet]. 2011 Aug [cited 2016 Feb 08] ; 13( 4 ): 728-734. 3. Nascimento KSG. Desempenho funcional da língua na deformidade dentofacial. Ribeirão Preto. Dissertassão [Mestrado em ciencias ] - Faculdade demedicina de Ribeirão Preto USP; 2015. 4. Vaiman M et al. Surface electromyographic studies of swallowing in normal subjects: a review of 440 adults. Report 1. Quantitative data: Timing measures. Otolaryngology–Head and Neck Surgery. 2004, 131(4): 548-55. 5. Sanders I et al. The human tongue slows down to speak: muscle fibers of the human tongue. The Anatomical Record: Advances in Integrative Anatomy and Evolutionary Biology. 2013; 296 (10): 1615–1627. Fontes financiadoras: Pró-Reitoria de Pesquisa processo nº 11.1.21626.01.7; CAPES (bolsa de Mestrado). Fonte dos dados: Resultados parciais da Dissertação de Mestrado intitulada "Desempenho funcional da língua na deformidade dentofacial". O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, área de concentração "Morfofisiologia de estruturas faciais" da FMRPUSP. P á g i n a | 100 BCM.132. INFLUÊNCIA DO TORO MANDIBULAR NOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS Laíse Angélica Mendes Rodrigues1, José Mendes da Silva², Cássia Pérola dos Anjos Braga Pires², Marcelo Palinkas1, Graziela de Luca Canto³, Paulo B Vasconcelos¹, Simone Cecilio Hallak Regalo1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 2Universidade Estadual de Montes Claros; ³Universidade Federal de Santa Catarina Introdução: Toro mandibular é uma protuberância óssea congênita, benigna e assintomática, sem conotação patológica (Morrison; Tamimi, 2012). É encontrado na superfície lingual da mandíbula, geralmente são bilaterais (Rodríguez-Vázquez et al., 2013). Apresentam etiologia multifatorial, atribuída a fatores genéticos, ambientais, hiperfunção mastigatória e possuem crescimento lento durante toda a vida (Platzek et al., 2014). Objetivo: Este estudo teve por objetivo avaliar a influência do toro mandibular no padrão funcional dos músculos masseter e temporal (bilateral), por meio da atividade eletromiográfica de superfície. Métodos: Participaram 40 indivíduos de ambos os gêneros, divididos em dois Grupos, sendo GT: com toro mandibular (n=20) e GC: sem toro mandibular (n=20). Os Grupos foram pareados sujeito a sujeito por idade e índice de massa corporal. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (parecer nº 226.704). Foi utilizado o eletromiógrafo Myosystem BR1, para analisar a atividade eletromiográfica dos músculos masseter direito (MD), esquerdo (ME), temporal direito (TD) e esquerdo (TE); durante o repouso (4s), protrusão (4s), lateralidade direita (10s), lateralidade esquerda (10s), apertamento dental em contração voluntária máxima (4s), apertamento dental com parafilme, mastigação com uva-passa (10s), mastigação com parafilme (10s) e mastigação de amendoins (10s). Os dados foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 19.0), utilizando teste t independente (p<0,05). Resultados: As análises mostraram uma atividade eletromiográfica mínima dos músculos mastigatórios durante o repouso em ambos os grupos, sem diferença entre eles. Verificou-se ainda que a atividade eletromiográfica nos músculos masseteres de indivíduos portadores de toro mandibular foi maior que a dos indivíduos sem toro na protrusão, contração voluntária máxima habitual e apertamento dental com parafilme (p<0,05). Na lateralidade direita e esquerda também houve atividade eletromiográfica maior por parte dos indivíduos com presença de Toro, sendo que essa diferença foi significativa (p<0,05) no masseter esquerdo durante a lateralidade direita e no masseter direito durante a lateralidade esquerda. Para a mastigação, constatou-se essa maior atividade eletromiográfica nos indivíduos com toro mandibular tanto nos masseteres, quanto nos temporais (p=0,00). Discussão: Assim como o presente estudo, outras pesquisas encontraram atividade elétrica mínima no repouso mandibular (Cecilio et al., 2010; de Oliveira et al.,2014). Uma alteração no equilíbrio do sistema estomatognático pode causar mudanças na tensão muscular (Landulpho et al., 2004) fato verificado nos resultados da presente investigação, em que a presença do Toro esteve associada a hiperatividade muscular do masseter nas condições posturais de protrusão, contração voluntária máxima, apertamento dental com parafilme e lateralidade direita e esquerda. A etiologia do toro mandibular é bastante complexa e pouco definida. Alguns estudos relacionam o desenvolvimento do toro com o aumento do estresse mandíbula (Çagirankaya et. al., 2005), durante a mastigação, constatou-se uma hiperatividade dos músculos masseteres e temporais por parte dos indivíduos com toro mandibular. O conhecimento destas avaliações específicas são importantes para o entendimento do complexo funcionamento do sistema estomatognático (Raadsheer et al., 1996), inclusive para o entendimento do aparecimento do toro mandibular. Conclusões: A partir dos resultados encontrados os autores concluíram que o toro mandibular está associado a alterações funcionais no sistema estomatognático. Referências 1. Morrison MD, et al. Oral Maxillofac Surg. 2013;71 (1):14-22. doi: 10.1016/j.joms.2012.08.005. 2. Rodríguez-Vázquez JF, et al. Clin Anat. 2013; 26 (8):944-52. 3. Platzek I, et al. Acta Radiol Short Rep. 2014; 25;3 (2):2047981614522790. doi: 10.1177/2047981614522790. P á g i n a | 101 4. Cecílio FA, et al. J Oral Rehabil 2010; 37(4): 248-55. doi: 10.1111/j.13652842.2010.02051. 5. de Oliveira RH, et al. J Oral Rehabil. 2014; 41(6): 399-408. doi: 10.1111/joor.12164. 6. Landulpho AB, et al. J. Oral Rehabil.2004; 31 (2):95-98. 7. Çagirankaya LB, et al. Hace Dishekimligi Fakultesi Dergisi Cilt. 2005; 29:15-7. 8. Raadsheer, MC. Arch Oral Biol, 1996; 41 (4): 323-332. Fonte dos Dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. P á g i n a | 102 BCM.133. ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR EM ATIVIDADES FUNCIONAIS DURANTE FASES DO CICLO MENSTRUAL EM MULHERES USUÁRIAS E NÃO USUÁRIAS DE CONTRACEPTIVO ORAL Larissa Sinhorim1; Nathália Tiepo Niza2; Carolina Buzzi Da Silveira2; Patrícia Parizotto2; Thiele De Cássia Libardoni2; Deyse Borges Koch2; Gilmar Moraes Santos1 1. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Introdução: O ciclo menstrual (CM) é parte integrante da fisiologia feminina. Investigações relacionadas às consequências físicas e emocionais das oscilações hormonais e do uso de contraceptivos orais (CO) vêm sendo realizadas1,2,4,10. O interesse em estudar fatores hormonais como predisponentes de alterações biomecânicas surgiu a partir da identificação de receptores de estrogênio e progesterona no ligamento cruzado anterior (LCA) em humanos3. Estudos sugerem que os níveis séricos dos esteroides sexuais no plasma sanguíneo ao longo das fases menstruais, assim como a utilização de CO, são capazes de influenciar respostas corporais 4,1, podendo levar a alterações nos tecidos moles5,6,7 e no controle neuromuscular8. No entanto, até a presente data não foram encontrados estudos que avaliaram a ação do CM e do uso de CO na distribuição de pressão plantar em diferentes atividades funcionais. Objetivos: Analisar a área de contato (AC) e o pico de pressão (PP), durante a realização das atividades funcionais caminhar, subir e descer degraus, em mulheres assintomáticas, usuárias e não usurárias de CO durante duas fases do CM. Métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UDESC - número: 560.116. Foram avaliadas 30 voluntárias, com idades entre 18 e 30 anos, divididas em dois grupos: GNCO (não usuárias de contraceptivo oral) e GCO (usuárias de contraceptivo oral). Foram realizadas duas avaliações, uma na fase folicular (FF) no 1º ou 2º dia e outra na fase lútea (FL) no 14º ou 15° dia. As avaliações cinéticas foram realizadas por meio do sistema Emed-AT® (Novel GmbH), máscara prc (divisão em 10 regiões plantares), durante a realização das atividades selecionadas (FIGURA I). Foi utilizado anova fatorial de medidas repetidas com correção de Bonferroni para análise dos dados. FIGURA I: Atividades funcionais de caminhar, subir e descer degraus. Resultados: Os resultados confirmaram parcialmente nossa hipótese. Foi encontrado efeito principal na variálvel PP, entre a FF e FL no GNCO durante a descida de degraus, nas regiões de M1 (retro pé medial), M2 (retro pé lateral) na FF e M7 (ante pé lateral) na FF e FL do membro inferior dominante (TABELA I, II) (FIGURA II), com o GCO apresentando sempre menores valores nessa variável quando comparado ao GNCO . Não foram observadas diferenças nas outras atividades realizadas, tanto entre as fases quanto entre os grupos. TABELA I: Média e desvio padrão do pico de pressão (%), entre os grupos GCO e GNCO na fase folicular na atividade funcional de descer escadas. GCO (n=15) GNCO (n=15) REGIÃO Média±Dp Média±Dp P 0,030* M1 207,13±46,81 272,27±99,43 M2 196,93±47,50 249,00±83,82 0,042* M7 246,20±64,14 318,27±108,03 0,035* M1: retro pé medial; M2: retro pé lateral; M7: ante pé lateral (terceiro a quinto metatarso) Dp: desvio padrão; p *Diferença estatisticamente significativa; p≤0,05. TABELA II: Média e desvio padrão do pico de pressão (%), entre os grupos GCO e GNCO na fase lútea na atividade funcional de descer escadas. GCO (n=15) GNCO (n=15) REGIÃO Média±Dp Média±Dp P M7 250,33±64,37 327,93±133,00 0,05* M7: ante pé lateral (terceiro a quinto metatarso) Dp: desvio padrão; p *Diferença estatisticamente significativa; p≤0,05. FIGURA II: Máscara plantar Emed-AT® com regiões onde houve aumento da variável pico de pressão na descida de degrau. Discussão: Os resultados mostraram que mulheres que não utilizam CO apresentam maior PP ao descer degraus. Na realização desta atividade o peso é P á g i n a | 103 transferido do ante pé para o retro pé ao longo da borda lateral, pois é um movimento com descarga de peso e frenagem, requer desaceleração corporal para conter o deslocamento anterior do centro de gravidade7,9. Acredita-se que o recrutamento muscular e a desaceleração do membro inferior, necessários durante a realização dessa atividade, possam ser responsáveis pela diferença encontrada. É possível que esses achados estejam relacionados à maior oscilação hormonal e maiores níveis de estrogênio circulante nas voluntárias que não utilizavam CO10,11, validando a hipótese de que os hormônios (oscilações fisiológicas ou CO) alterariam padrões biomecânicos nas mulheres . Além disso, Fouladi e colaboradores12 concluíram que em decorrência de maiores níveis de estrógenos circulantes no grupo que não utiliza CO, ocorre um efeito direto sobre a função muscular, metabolismo e comportamento do colágeno, modificando o padrão motor pela presença dos receptores para essas substâncias nos tecidos moles3. No entanto, nas outras duas atividades funcionais avaliadas, caminhar e subir degraus, não foram encontrados diferença nas variáveis cinéticas avaliadas, independente da fase do CM e da utilização de CO. Considerando nossos resultados e a escassez de estudos sobre analise de pressão plantar e níveis hormonais até a presente data, é possível que características de distribuição de pressão plantar sejam pequenas para quantificar por meio do protocolo utilizado. Conclusões: Nas condições experimentais utilizadas, os achados deste estudo evidenciaram maior PP em três regiões plantares na descida de degraus no GNCO. Entretanto, não há diferença nas variáveis AC e PP durante a realização das atividades funcionais caminhar e subir degraus, tanto entre as fases do CM quanto entre os grupos. Deste modo, a associação de fases do CM, CO e atividades funcionais requerem maior investigação. Referências 1. Bartold, S., et al. Clin Biomech.2010.03.002. doi: 10.1016/j. 2. Lima, R.C.O. et al. Análise da Força muscular de Preensão Manual durante e após o Ciclo Menstrual. Fisioterapia & Saúde Funcional, v.1, n.1, p.22-27, 2012. 3. Liu, S. H., et al. Journal of orthopaedic research. 1996; 14(4), 526-533. doi:10.1002/jor.1100140405 4. Dedrick, G. S., et al. J Electromyogr Kinesiol., 2008, v.18, n.1, p.68-78. doi: 10.1016/j.jelekin.2006.09.004 5. Chaudihari, A.M.W. et. al. doi: 10.1177/0363546506297537 6. Woodhouse, E. et al. Knee Surg Sports Traumatol Arthrose,2007, v.15, p453-460. doi:10.1007/s00167006-0237-0 7. Cesar, G. M., et al. The Knee. 2011; 18(4), 224230. doi: 10.1016/j.knee.2010.05.004. 8. Fridén, C., et al. Neuroendocrinology. 2005; 81(3), 150-157. doi:10.1159/000086592 9. Loy, D. J., et al. Biomechanics of stair walking and jumping. Journal of sports sciences. 1991; 9(2), 137-149. 10. Bell, D. R., et al. Clinical Journal of Sport Medicine. 2011; 21(6), 467-473. doi: 10.1097/JSM.0b013e318230f50a. 11. Hansen, M., et al. Journal of Applied Physiology. 2013; 114(8), 998-1008. doi: 10.1152/japplphysiol.01255.2012. 12. Fouladi, R. Sex Hormones and Neuromuscular Control System. 2012. Intech Open Access Publisher. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Análise da distribuição de pressão plantar em atividades funcionais durante o ciclo menstrual em mulheres usuárias e não usuárias de contraceptivo oral. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação Mestrado em Fisioterapia, UDESC-CEFID. P á g i n a | 104 BCM.134. TESTE DE FLEXÃO CRANIOCERVICAL: COMPARAÇÃO ENTRE MULHERES COM DISFUNÇÃO CERVICAL MUSCULOESQUELÉTICA, TEMPOROMADIBULAR E ASSINTOMÁTICAS Lianna Ramalho de Sena Rosa1; Letícia Bojikian Calixtre1, Bruno Leonardo da Silva Gruninger1, Roberta de Fátima Carreira Moreira1, Ana Beatriz Oliveira1 1 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos. Introdução: O teste de flexão craniocervical (TFCC) é um teste clínico para avaliar a ação da musculatura cervical profunda (mm. longo da cabeça e longo do pescoço), responsável por manter a lordose cervical e mobilidade do pescoço1. Estudos relacionados à dor no pescoço que utilizaram o TFCC e verificaram déficit muscular sugerem trabalho de reabilitação para o controle muscular cervical, realizado isoladamente ou associado a outros exercícios8,9. Estudos que avaliaram os músculos flexores cervicais profundos em sujeitos com diferentes tipos de disfunção temporomandibular (DTM) identificaram diferenças significativas em relação a sujeitos saudáveis, porém não identificaram associação entre disfunção cervical e DTM10,11. Também não há estudos comparando o desempenho de sujeitos com estas disfunções isoladamente, entre si e em relação a sujeitos assintomáticos no TFCC. A hipótese levantada é que as mulheres com DCM, DTM e DTM/DCM apresentem desempenho inferior no TFCC em comparação às assintomáticas, e aquelas com DTM/DCM apresentem desempenho inferior às que apresentam apenas DCM por apresentarem sinais e sintomas cervicais associados à DTM. Objetivos: Comparar o desempenho obtido no TFCC entre mulheres com DCM, DTM, DTM/DCM e mulheres assintomáticas. Métodos: Foram recrutadas cinquenta e duas mulheres de 18 a 55 anos de acordo com os seguintes critérios de inclusão: 1. Grupo DTM: presença de diagnóstico de DTM a partir do Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) e dor maior que 4 na Escala Visual Analógica (EVA); 2. Grupo DCM: presença de queixa de dor cervical maior que 4 na EVA, diagnóstico a partir do Clinical Pratice Guideline for Neck Pain – JOSPT6 e disfunção cervical por meio do Neck Disability Index (NDI)4,5,6; 3. Grupo DTM/DCM: presença de diagnóstico de DTM e DCM; 4. Grupo assintomático: ausência de sintomas cervicais e temporomandibulares. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFSCar (CAAE: 41939615.6.0000.5504). Os grupos foram compostos respectivamente por 12 (25,25±3,93 anos), 13 (29,46±9,46 anos), 13 (25,38±5,05 anos) e 14 (27,28±7,56 anos) mulheres, respectivamente. O TFCC foi conduzido por um avaliador cego a partir de um biofeedback de pressão (Stabilizer pressure biofeedback - Chattanooga Group Inc.) com 5 níveis de pressão que aumentam de 2 em 2mmHg. O teste foi iniciado com pressão de 20mmHg podendo chegar a 30mmHg. O procedimento foi avaliado a partir do nível de ativação da musculatura durante o teste e da resistência muscular dos músculos flexores profundos. Antes da avaliação os sujeitos foram familiarizados e orientados. Em seguida, o teste foi iniciado no primeiro nível e, assim que o sujeito completasse 10 contrações de 10 segundos, seguia-se para o nível seguinte. Para pontuação, foi calculado o índice de performance7, que pode variar de 0 a 300. As variáveis foram testadas quanto à normalidade em cada grupo (Shapiro-Wilk test) e os dados foram comparados entre os 4 grupos a partir da ANOVA one-way com post-hoc de Tukey (SPSS v20.0; alpha=5%). Resultados: Houve diferença significante entre os 4 grupos (P=0,027). O post-hoc indicou diferença na comparação entre mulheres com DTM/DCM e assintomáticas (Tabela 1). Discussão: Mulheres que apresentam DTM e DCM de forma combinada têm desempenho inferior à assintomáticas no TFCC. Embora sem diferença significante, mulheres com DCM também apresentam baixo desempenho no teste. Embora a DTM pareça não afetar o desempenho dos músculos flexores profundos, quando combinada à DCM, potencializa o comprometimento da estabilização cervical. As relações anatômica, neurológica e biomecânica entre as regiões cervical e orofacial12 fazem com que fosse esperada diferença entre os grupos no desempenho no TFCC, o que não foi comprovado por nossos resultados. É preciso destacar a escassez de estudos que quantifiquem o desempenho muscular no TFCC em sujeitos com as disfunções avaliadas neste estudo. Assim, não há disponível P á g i n a | 105 qualquer parâmetro clínico tanto para avaliação diagnóstica quanto para a evolução do desempenho para tratamentos que visem melhorar a força e o controle motor destes músculos. Estudos com amostras maiores podem contribuir na consolidação de dados de referência, bem como esclarecer alguns resultados limitados devido à amostra reduzida do presente estudo. Conclusões: Houve diferença no desempenho do TFCC apenas entre as mulheres com DTM/DCM em relação às assintomáticas. Este resultado sugere que os fisioterapeutas devem avaliar a musculatura cervical profunda em sujeitos com as disfunções associadas para realizar uma abordagem que vise melhorar a sua força e controle motor. Referências 1. Jull, GA et al. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics. 2008, 3(7): 525–533. 2. Schiffman, E et al. Journal of oral & facial pain and headache, 2014, 28: 6–27. 3. Howell, ER. The Journal of the Canadian Chiropractic Association, 2011, 55(3): 211–221. 4. Sarig Bahat, H et al. Manual Therapy, 2014, 20(2): 295–302. 5. Sarig Bahat, H et al. Manual Therapy, 2015, 20: 68–78. 6. Childs, JD et al. The Journal of orthopaedic and sports physical therapy, 2008, 38 (9): A1–A34. 7. Lange, B et al. Clin J Pain. 2013, 29:50-59. 8. Jull G et al. Spine, 2002, 27:1835-43. 9. Jull G et al. Pain, 2007, 129: 28-34. 10. Armijo-Olivo, S et al. Manual Therapy, 2010, 15: 586-592. 11. Armijo-Olivo, S et al. Arch Phys Med Rehabil, 2010, 91. 12. Armijo-Olivo, S et al. J Orofacial Pain. 2006, 20 (4): 271-287. 13. Chiu et al. The Journal of orthopaedic and sports physical therapy. 2005, 35 (9): 567-571. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada: Análise cinemática em indivíduos com disfunção cervical musculoesquelética: relação entre cabeça e mandíbula e influência do gênero. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFSCar. Tabela 2. Média e desvio padrão (DP) do índice de performance no TFCC para cada grupo avaliado, e valores de P dos testes estatísticos. Média (DP) ANOVA (P-valor) Post-hoc P-valor DTM 52,16 (31,3) DTM x DCM 0,891 DCM 41,23 (37,3) DTM x DTM/DCM 0,736 DTM x ASS 0,299 DTM/DCM 36,46 (23,1) 0,027 DCM x DTM/DCM 0,989 DCM x ASS 0,065 Assintomático 78,85 (52,8) DTM/DCM x ASS 0,030 P á g i n a | 106 BCM.135. VARIABILIDADE DE PARÂMETROS CINEMÁTICOS DE IDOSOS DE DIFERENTES DÉCADAS ETÁRIAS Lucas Resende Sousa1; Nise Ribeiro Marques2; Lucyana Teodoro de Oliveira1; Bárbara Crystian Rodrigues Martins1; Edgar Ramos Vieira3; Camilla Zamfolini Hallal1 1 Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Estadual Paulista; 3 Florida International University Introdução: A realização da marcha de forma segura é uma tarefa complexa e requer coordenação de músculos do tronco e membros, além de interações entre as funções sensoriais e motoras1-2. Na população idosa, que sofre o processo de deterioração da marcha, a variabilidade de parâmetros espaciais da marcha é uma importante variável preditiva de riscos, sendo que quanto menor a variabilidade, mais seguro e confortável é a realização desta tarefa 3-4.Objetivos: Comparar a variabilidade de parâmetros cinemáticos de idosos em diferentes décadas etárias durante a realização da marcha em velocidade de preferência. Métodos: O estudo foi realizado no Laboratório de Performance Humana de Fisioterapia da Universidade Internacional da Flórida, com a participação de 24 voluntários idosos, de ambos os gêneros, divididos pela década etária em dois grupos – Grupo 1: 65 a 74 anos (n=12) e Grupo 2: 75 a 84 anos (n=12). Após aprovação pelo comitê de ética (nº 9032/2013), foi realizada a familiarização e posteriormente, iniciada a avaliação da marcha no sistema GAITRite® com 7 metros de comprimento, sendo usados 10 ciclos de marcha. Na familiarização da marcha com velocidade de preferência, os participantes foram instruídos a caminhar na GAITRite® na velocidade em que exercem suas atividades diárias, que foi repetida 3 vezes. Os parâmetros de variabilidade utilizados foram: Variabilidade do tempo de passo, variabilidade do tempo de passada, variabilidade do tempo de balanço, variabilidade do tempo de apoio, variabilidade do tempo de apoio simples, variabilidade do tempo de duplo apoio5-6. Os dados foram normalizados utilizando as medidas de comprimento da perna e os dados cinemáticos foram processados usando o software GAITRite®. A análise estatística foi realizada utilizando o software PASW® Statistics 18.0 (SPSS) com o Teste MANOVA para comparação das variáveis entre os dois grupos. Resultados: Na situação de marcha em velocidade de preferência, houve diferença significativa em variáveis cinemáticas entre os grupos 1 e 2. No grupo 2, com idade de 75 a 84 anos, a variabilidade do tempo de balanço foi maior quando comparados ao grupo 1 (p=0,0003), com idade de 65 a 74 anos. Da mesma forma, a variabilidade do tempo de apoio simples no grupo 2 foi maior quando comparado ao grupo 1 (p=0002). As variáveis: Variabilidade do tempo de passo, variabilidade do tempo de passada, variabilidade do tempo de apoio, e variabilidade do tempo de duplo apoio não apresentaram diferenças estatísticas significativas na comparação entre os dois grupos (Tabela 1). Tabela 1: Comparação de variáveis cinemáticas por pares entre grupos de diferentes décadas etárias utilizando MANOVA. Variável dependente Var Tempo de Passo Var Tempo de Passada Var Tempo de Balanço Var Tempo de Apoio Var Tempo de Apoio simples Var Tempo de Duplo apoio G1 Média 0,021 DP 0,008 p valor.b 0,313 G2 0,025 0,007 0,313 G1 0,035 0,017 0,610 G2 0,032 0,014 0,610 G1 0,013 0,003 0,0003 G2 0,020 0,003 0,0003 G1 0,029 0,015 0,574 G2 0,026 0,009 0,574 G1 0,013 0,003 0,0002 G2 0,020 0,003 0,0002 G1 0,023 0,012 0,365 G2 0,047 0,087 0,365 b. Ajustes para comparações múltiplas: Bonferroni *. Diferença estatística significativa Discussão: Nossos resultados demonstraram diferenças nas variáveis cinemáticas quando comparadas duas décadas etárias. O grupo com maior década etária apresenta maiores valores de variabilidade durante a realização da marcha. Essas diferenças referem-se à flutuação nos valores dos parâmetros de marcha de uma passada para outra, e isso pode ser um indicativo de instabilidade, refletindo distúrbios no controle motor. Tal situação tem relação com déficits no sistema nervoso central e periférico ou pode ser apenas resultado de um ajuste P á g i n a | 107 7,8-9 inicial à uma condição de marcha . O presente estudo apresenta a limitação de não terem sidos avaliadas alterações cinemáticas nos membros superiores as quais podem constituir estratégias compensatórias e serem uteis para a adaptação da marcha10. Conclusões: Pode-se concluir que a década etária influencia nas variáveis cinemáticas durante a realização da marcha, sendo que quanto maior a idade, menos seguro e confortável é a realização desta tarefa. Referências: 1. Jahn K et al. Gait disturbances in old age. Deutsches Ärzteblatt International. 2010;107(17):306-16. 2. Lyons MM. Central pattern generation of locomotion: A review of the evidence. Physical Therapy. 2012;82:69-83. 3. Brach JS et al. Too much or too little step width variability is associated with a fall history in older persons who walk at or near normal gait speed. Neuroeng Rehabil. 2005;2:21. 4. Najafi B et al. Does walking strategy in older people change as a function of walking distance? Gait & Posture. 2009;29:261-6. 5. Donald AN. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2011. 6. Faloppa F et al. Ortopedia e Traumatologia. Barueri: Manole, 2008. 7. Callisaya ML, Blizzard L, Schmidt MD, Mcginley JL, Srikanth VK. Ageing and gait variability- a population-based study of older people. Age and Ageing. 2010;39:191-7. 8. Hausdorff JM. Gait dynamics, fractals and falls: finding meaning in the stride-tostride fluctuations of human walking. Human Movement Science. 2007;26:555-89 9. Beauchet O, Allali G, Annweiler C, Bridenbaugh S, Assal F, Kressig RW, Herrmann FR. Gait variability among healthy adults: low and high stride-to-stride variability are both a reflection of gait stability. Gerontology. 2009;55:702-6. 10. Carmo AA. Kinematic analysis of upper and lower limbs trunk and head motions during hemiparetic gait after stroke [Master’s thesis]. Campinas (SP): UNICAMP, 2009. Fontes financiadoras: FAPESP, FAPEMIG e CNPq Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de doutorado sanduiche intitulada: Biomechanical risks during simulated street crossing in older adults. O trabalho foi desenvolvido em parceria a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil e Florida International University. P á g i n a | 108 BCM.136. ANÁLISE BIOMECÂNICA DA PARTICIPAÇÃO DO MÚSCULO TRÍCEPS NA POSIÇÃO INTERMEDIÁRIA ENTRE ADUÇÃO E EXTENSÃO DE OMBRO NO EXERCÍCIO LAT PULL DOWN ATRAVES DA ELETROMIOGRAFIA Gomes MPM1, Pupim MMO2, Fabrin S3, Fioco EM4, Zanella, CAB5,Verri ED6 1 2 Centro Universitáro Claretiano de Batatais Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - FORP - USP Introdução: O exercício Lat Pull Down é um exercício multiarticular, envolve na sua execução os seguintes músculos: Trapézio Fibras Superiores (MTS), Deltóide Posterior (MDP), Tríceps Cabeça Lateral (MTCL), Triceps Cabeça Longa (MTCLO) e Latíssimo do Dorso (MLD), onde o principal movimento realizado na fase concêntrica é de adução do ombro. Foi observado que ocorre uma ativação do MTCLO no movimento de adução do ombro durante a fase inicial, intermediária e final de contração. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar biomecanicamente a participação do MTCLO na posição intermediária entre adução e extensão de ombro no exercício Lat Pull Down com execução pela frente através da eletromiografia. Métodos: A amostra foi composta por dez participantes do gênero feminino, com idades entre 20 a 25 anos, com um ano na prática de musculação, todas assinaram o TCLE antes da realização das coletas referentes ao nº de aprovação do comitê de Ética do Claretiano 072417/2013, as coletas foram realizadas em uma academia do município de Batatais. Foi utilizado para avaliar a atividade muscular o Eletromiógrafo MyoSystemBR-I. Os eletrodos foram posicionados sobre os músculos MTS, MDP, MTCL, MTCM e MLD. Resultados: Para a análise estatística foi utilizado o teste t, onde foi possivel observar que houve diferença significativa do MTCLO no movimento de adução do ombro na posição intermediária. Discussão: Segundo Lima e Pinto (2006), na execução do exercício Lat Pull Down pela frente, ocorre um movimento intermediário entre a adução e a extensão do ombro, onde os autores observaram através da análise EMG, a ativação da MTCLO devido a sua participação como músculo acessório na extensão do ombro. Em nosso estudo verificamos que o MTCLO teve uma maior ativação no ângulo final de adução do ombro. Segundo Lima & Pinto 2006, na execução do exercício Lat Pull Down, ocorre um movimento intermediário entre a adução e a extensão do ombro, no qual a MTCLO é ativada por sua participação como extensor do ombro. Dessa forma, a MTCLO participa na execução do movimento. Entretanto, o estudo de Signorile, Zink & Szwed (2002) mostraram que a MTCLO apresentara maior ação muscular durante o exercício de puxada pela frente, apesar dessa afirmação ser verdadeira, o MTCLO não pode ser considerado um bom adutor de ombro, mesmo apresentando valores de RMS significativos a sua ação no exercício Lat Pull Down pela frente. Kapandji (2000), afirma que a contração do MLD (adutor muito potente) tende a luxar a cabeça umeral para baixo na adução, assim a porção longa do tríceps, que é ligeiramente adutora, quando se contrai simultaneamente, eleva a cabeça do úmero se opondo a essa luxação, e que devido a sua origem superior no tubérculo infraglenoidal da escápula, ele também atua como extensor de ombro. Desta forma, parece que os estudos são inconclusivos quanto à participação efetiva da participação do tríceps principalmente a cabeça medial, pois não foi encontrado nenhum estudo que referencia a participação do mesmo na execução do exercício Lat Pull Down pela frente. Conclusões: Os resultados mostram que há um incremento da participação do MTCL assim que a adução é realizada e atingindo seu pico (maior valor de RMS) no final do movimento, , podemos concluir que o tríceps na sua porção lateral é responsável pela estabilização do ombro dentro da cavidade glenóide para que aconteça o movimento de adução no exercicio Lat Pull Down. Os diversos P á g i n a | 109 métodos utilizados na avaliação deste exercício em relação a análise da participação do tríceps se torna difícil a comparação, sugerindo novos estudos para ampliar e confirmar os resultados obtidos. Referências Campos, M.A. Biomecânica da musculação, 2006. Carpenter, C. S.; Novaes, J.; Batista, L.A. Comparação cinemática entre os exercícios de puxada por trás e pela frente, 2006. Delavier, F. Guia dos Movimentos de Musculação Abordagem Anatômica, 2002. Kapandji, A.I. Fisiologia articular, volume I: esquemas comentados de mecânica humana, 2000. Lima, C.S; Pinto, R.S. Cinesiologia e musculação, 2007. Marchetti, P.H. et al. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. 2010. Signorille JF, Zink AJ, Szewed SP. Et. Al. Journal of Strenght and Conditioning Research, 2002. Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do laboratório de Biomecânica do Movimento do Claretiano de Batatais-SP, Brasil. P á g i n a | 110 BCM.137. ESTIMATIVA DO FLUXO DE ENERGIA NO RETROPÉ NO PLANO FRONTAL GERADO PELOS MOMENTOS INTERNOS DO TORNOZELO E DO COMPLEXO ARTICULAR DO MEDIOPÉ DURANTE A MARCHA Raffi Antunes1; Thales Souza1; Vanessa Araújo1; Fabrício Magalhães1; Lilian Oliveira1; Carolina Andrade1; Sérgio Fonseca1 1 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Introdução: Movimentos alterados do retropé no plano frontal durante a marcha têm sido associados a disfunções do sistema musculoesquelético1. A inversão do retropé no final da fase de apoio da marcha tem sido foco de estudo, uma vez que esse movimento é parte da supinação do pé, a qual é necessária para uma impulsão adequada. Durante o final da fase de apoio marcha, são estimados no tornozelo momentos internos eversores para remover energia cinética do retropé no plano frontal e desacelerar o movimento de inversão. Assim, faz-se necessário investigar as fontes internas de energia distais ao retropé que possam auxiliar a entender a sua inversão na fase de apoio terminal da marcha. O momento interno do complexo articular do mediopé pode gerar um fluxo positivo de energia para o retropé e contribuir para sua inversão no final da fase de apoio. Evidências recentes mostraram que a mobilidade articular passiva promovida pelos tecidos moles do mediopé está associada com a cinemática do retropé no plano frontal2, sugerindo que os momentos internos do mediopé também podem influenciar nos movimentos de inversão-eversão do retropé. A hipótese deste estudo é que o momento interno do mediopé pode contribuir para a inversão do retropé no final da fase de apoio da marcha. Objetivos: O presente estudo propõe fazer uma estimativa do fluxo de energia no retropé gerado pelos momentos internos do tornozelo e do complexo articular do mediopé no plano frontal. Assim, este estudo contribui para ampliar o entendimento sobre a cinética e a cinemática do complexo tornozelo-pé. Métodos: Seis homens e seis mulheres saudáveis (idade 29,7±6,5 anos, altura 1,7±0,07 m e massa corporal 70,3±13,4 kg; valores em média ± desvio padrão) participaram do estudo. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFMG (CAAE 0427.0.203.000-11). A coleta dos dados e o processamento ocorreram de acordo com o protocolo proposto por Bruening et al. (2012)3 para estimar a cinemática dos segmentos antepé, retropé e perna; e também para estimar os momentos internos dos complexos articulares do tornozelo e do mediopé, durante a fase de apoio da marcha. Por meio de marcadores passivos fixados na perna, no retropé e no antepé esquerdo dos participantes3, o movimento do complexo tornozelo-pé durante a caminhada em velocidade auto-selecionada sobre uma passarela de madeira de 10m foi capturado por um sistema opto-eletrônico (8 câmeras Qualisys ProReflex, Suécia, 120Hz) e por duas plataformas de força posicionadas em linha (AMTI, EUA, 1200Hz) para registrar a força de reação ao solo. Os dados cinemáticos e cinéticos foram filtrados com um filtro Butterworth passa-baixa a 6 Hz e 10 Hz, respectivamente. Todo o processamento foi realizado no software Visual3D (C-motion, EUA). Foram consideradas de quatro a seis fases de apoio para cada participante. As potências no retropé geradas pelos momentos do tornozelo e do complexo articular do mediopé no plano frontal foram calculadas como o produto de cada momento multiplicado pela velocidade angular do retropé4 e normalizadas pela massa do voluntário. Resultados: Ao analisar os ângulos do segmento retropé (FIGURA 1A) e as potências geradas no retropé pelos complexos articulares do mediopé (FIGURA 1B) e do tornozelo (FIGURA 1C), durante a fase de apoio da marcha, verifica-se que o momento do mediopé adiciona energia ao retropé no final da fase de apoio, contribuindo para sua inversão. Já o momento do tornozelo remove energia do retropé, desacelerando sua inversão no final da fase de apoio. P á g i n a | 111 entre tornozelo e complexo articular do mediopé poderão ser alcançados por meio da inclusão de indivíduos com lesão e que não realizem a supinação ao final da fase de apoio. Além disso, os autores sugerem futuras pesquisas para identificar quais tecidos biológicos são fontes modificáveis dos momentos do mediopé no plano frontal, no intuito de estabelecer programas eficazes de intervenção. Conclusões: Conclui-se, portanto, que o momento interno do complexo articular do mediopé no plano frontal contribui para a inversão do retropé na fase de apoio terminal durante a marcha, auxiliando desta forma a supinação do pé. Assim, programas de avaliações e de intervenções para disfunções em membros inferiores durante a marcha devem contemplar o complexo articular do mediopé. Figura 1: Valores médios no plano frontal de: (A) Ângulo do retropé (graus). (B) Potência do complexo articular do mediopé para o retropé (Watts/Kg). (C) Potência do tornozelo para o retropé (Watts/Kg). Abs.: absorção de potência. Gen.: geração de potência, Discussão: Este estudo preliminar é pioneiro na tentativa de identificar o fluxo energético no retropé devido a momentos exercidos por articulações adjacentes, proximal e distal. No presente caso, consideramos a influência dos momentos internos de dois complexos articulares. Como hipotetizado, o complexo articular do mediopé contribui para inversão do retropé, possuindo um importante papel na supinação do pé. Este estudo foi realizado com participantes saudáveis. Maiores esclarecimentos sobre as relações cinéticas Referências 1. Chuter VH et al. Gait Posture. 2012;36(1):7-15. doi: 10.1186/s13047-014-0055-4. 2. Souza TR et al. Man Ther. 2014;19(5):379-85. doi: 10.1016/j.math.2013.10.003. 3. Bruening DA et al. Gait Posture. 2012;35(4):53540. doi: 10.1016/j.gaitpost.2011.11.012. 4. Robertson DG et al. J Biomech. 1980;13(10):84554. Fontes financiadoras: CNPq, FAPEMIG e CAPES. Fonte dos dados: Esses dados são parte do Projeto de Doutorado de Vanessa Lara de Araújo intitulado: Influência do alinhamento e rigidez do pé na cinemática e cinética dos membros inferiores durante a marcha. P á g i n a | 112 BCM.138. MILD LEG LENGTH DISCREPANCY AFFECTS THE SAGITTAL PLANE BIOMECHANICS OF THE LOWER LIMBS OF KNEE OSTEOARTHRITIS INDIVIDUALS DURING WALKING Renan Alves Resende1; Renata Noce Kirkwood2 Jocasta Poliana Ribeiro Moreira3 Kevin Deluzio4 Sérgio Teixeira Fonseca1 1 Universidade Federal de Minas; 2 Wilfrid Laurier University; 3 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 4 Queen’s University Introduction: Leg length discrepancy occurs in up to 70% of the population (1). Discrepancy greater than 1 cm increases the chances of having knee osteoarthritis in the shorter limb. In addition, discrepancy greater than 1 cm increases odds of progressive osteoarthritis in the shorter limb (2). Understanding the effects of leg length discrepancy on the biomechanics of the lower limbs of individuals with knee osteoarthritis during gait may help to understand the mechanisms by which discrepancy contributes to knee osteoarthritis development and progression Purposes: To investigate the effects of mild leg length discrepancy on the biomechanics of the lower limbs during the stance phase of gait of individuals with knee osteoarthritis. Methods: Fifteen individuals diagnosed with unilateral or bilateral knee osteoarthritis and without leg length discrepancy greater than 0.5 cm participated in this study. The participants answered the WOMAC and the Lower Extremity Activity Scale (LEAS). Gait data were collected using a 12-camera motion capture system (Oqus 4, Qualisys) synchronized with six force plates (AMTI). Angular displacement and internal moments of ankle, knee, hip and pelvis were collected while the participants walked in two different conditions, wearing a combination of flat sandals: 1) control condition: thick sandals bilaterally; 2) short limb condition: thin sandal on osteoarthritis limb and thick sandal on the other limb. The short limb condition simulated a mean leg length discrepancy of 1.45 cm. Only the knee osteoarthritis limb data were analyzed for both conditions. Waveform principal component analysis was implemented for the dependent variables of this study following a criterion of 90% of the original variance explained in order to define the number of principal components to retain for hypothesis testing analysis. The scores of the principal components extracted and retained for analysis were then compared between conditions using Student’s t-test repeated measures for the scores with normal distribution and repeated measures Wilcoxon signed- rank test for the scores without normal distribution using α=0.05. The university’s Ethics Research Committee approved this study under the number 6007495. Results: The participants had a total WOMAC and LEAS score of 35 and 10.8, respectively. The score 11 in the LEAS means: “I am up and about at my will in my house and outside. I also work outside the house in a moderately active job.” The short limb condition had smaller rearfoot plantarflexion during the loading response phase and increased rearfoot plantarflexion during late stance (p <0.001; effect size=0.91); increased ankle plantarflexion moment between 20 and 80% of the stance phase (p = 0.003; effect size=0.54); increased knee flexion during the loading response phase and delayed knee flexion during late stance (p = 0.001; effect size=0.71); increased knee extension moment during the loading response phase and increased knee flexion moment during mid and terminal stance phases (p = 0.023; effect size=0.56); reduced hip extension moment during early stance and reduced hip flexion moment during late stance (p <0.001; effect size=0.77). Discussion: The increased rearfoot plantarflexion angle during late stance, the increased ankle plantarflexion moment between 20 and 80% of stance and the delayed knee flexion and reduced hip flexion moment during late stance on the short limb suggest that, similar to healthy individuals, knee osteoarthritis individuals try to functionally lengthen the short limb, probably to reduce the vertical displacement of the body center of mass. However, contrary to healthy young individuals (3), knee osteoarthritis individuals had increased knee flexion during the loading response phase and increased knee flexion moment during mid and terminal stance phases, which do not functionally lengthen the short limb. It is possible that due to the pain, knee osteoarthritis individuals were not able to increase knee extension during the loading response phase, since this would probably contribute to less eccentric contraction of quadriceps and consequently to more loading on the degenerate knee joint tissues (4), possible increasing pain. The P á g i n a | 113 increased knee extension moment during the loading response phase on the short limb may help to explain why leg length discrepancy contributes to knee osteoarthritis development and progression, since increased knee extension moment is associated with knee cartilage thinning (5). Conclusions: Individuals with knee osteoarthritis implement some strategies to functionally lengthen the short limb during the stance phase of gait, such as increased rearfoot plantarflexion and delayed knee flexion angle. In addition, mild leg length discrepancy increases knee flexion and extension moment, which may explain why leg length discrepancy contributes to the development and progression of knee osteoarthritis. References 1. RUSH WA, et al. A study of lower extremity length inequality. Am J Roentgenol Radium Ther. 1946;56:616–23. 2. Harvey WF, et al. Association of leg-length inequality with knee osteoarthritis: a cohort study. Ann Intern Med. 2010;152(5):287–95. doi: 10.7326/0003-4819-152-5-201003020-00006. 3. Resende RA, et al. Gait Posture. 2016; in press. 4. Palmieri-Smith RM, et al. Exerc Sport Sci Rev. 2009;37(3):147–53. doi: 10.1097/JES.0b013e3181aa6669 5. Chehab EF, et al. Osteoarthritis Cartilage. 2014;22(11):1833–9. doi: 0.1016/j.joca.2014.08.009 Funding: CAPES, FAPEMIG e CNPQ. Data source: These data are from an original study. P á g i n a | 114 BCM.139. ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTABILIZADORES DA ESCÁPULA EM INDIVÍDUOS COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR ASSINTOMÁTICOS Ricardo José Tecchio Serrãol1; Gabriel Paglioni Garcia1; Caio Leite Giorgetto2; Camilla Zamfolini Hallal1; Nise Ribeiro Marques2 1 Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Estadual Paulista Introdução: O padrão inadequado de ativação dos músculos estabilizadores da escápula, caracterizado por baixa ativação de trapézio inferior (TI) e serrátil anterior (SA) e maior ativação de trapézio superior (TS)1 é considerado um dos principais fatores que levam a ocorrência da discinese escapular. Esta disfunção está associada a cerca de 68 a 100% das difunções nos ombros2. Estudos pregressos avaliaram a ativação dos musculos supracitados em individos com ou sem síndrome do impacto4. Porém, desconhecemos investigações que tenham comparado a ativação dos músculos estabilizadores da escápula em indivíduos com e sem discinese assintomáticos. Objetivos: Analisar a ativação eletromiográfica dos músculos estabilizadores da escápula em indivíduos com e sem discinese escapular assintomáticos. O presente estudo se justifica tendo em vista que a discinese pode não ser apenas uma consequência da síndrome do impacto e sim um dos fatores responsáveis por ela1. Assim, a comparação da ativação de tais músculos em indivíduos assintomáticos pode proporcionar melhor entendimento a respeito da etiologia dessa disfunção e, com isso, nortear um atendimento fisioterapêutico preventivo. Métodos: Este estudo foi provado em Comitê de Ética (processo número: 097704/2015). Participaram do estudo 26 jovens universitários (7 homens e 19 mulheres). Foram considerados como critérios de elegibilidade: ter entre 18 e 25 anos, não estar engajado em tratamento para disfunções do ombro, não ter realizado cirurgia e não apresentar lesões no complexo articular do ombro nos últimos 3 meses. Inicialmente, foi realizada a avaliação dos voluntários para obtenção dos dados antropométricos (Tabela 1) e exclusão de possíveis lesões através de testes ortopédicos específicos (Speed, Neer e Jobe). Tabela 1: Dados antropométricos Idade Estatura Peso IMC GD GSD 19.88 ±1,59 1.68 ±0,05 20.4 ± 1.17 62,38 ± 10,01 22.15 ±2,59 65,92 ± 12,61 23.44 ±2,46 1.67 ±0,12 P 0,377 0,885 0,436 0,218 Os voluntários foram divididos em dois grupos: Grupo Discinese (GD, n=16) e Grupo sem Discinese (GSD, n=10). Foram realizadas três contrações isométricas voluntárias máximas (CIVM) de cinco segundos para cada um dos músculos avaliados, nas posições de testes muscular propostas pela literatura3 para a normalização dos dados eletromiográficos. Os sinais de eletromiografia de superfície (EMG) foram coletados por um módulo de aquisição de sinais biológicos (Noraxon, Arizona, EUA), calibrado com 1000Hz de frequência de amostragem, razão de rejeição de modo comum de 90dB e ganho total de 2000 vezes (100 no amplificador e 20 nopréamplficador). Os sinais de EMG dos músculos TS, TI e SA foram coletados durante 10 movimentos de scaption com carga de 5% do peso corporal4. As repetições de scaption foram padronizadas por um metrônomo com frequência de 23 bpm. Foram utilizados eletrodos bipolares circulares (10mm) de Al/AgCl, com distância intereletrodos de 20 mm, posicionados segundo orientações da SENIAM para TS e TI e para o SA foi utilizado o posicionamento proposto em estudo pregresso5, com limpeza da área por álcool. Foi realizada a filmagem do voluntário para que, posteriormente, a classificação de presença ou não de discinese fosse confirmada por outro fisioterapeuta. Os dados foram processados em rotinas especificas através do software MATLAB. O sinal eletromiográfico foi filtrado por um filtro passabanda de 20-500 Hz, retificado pelo método de onda inteira, suavizado por um filtro passa baixa Butterworth de 4ª ordem com frequência de corte de 6 Hz e normalizado pela média de ativação nas contrações máximas. Para a análise estatística foi utilizado o pacote estatístico PASW 18.0 (SPSS inc), sendo utilizados os testes Shapiro-Wilk para verificação da P á g i n a | 115 normalidade e, em seguida o teste t-Student pareado. Foi ajustado o nível de significância em p < 0,05. Resultados: A ativação do músculo TS foi 119% maior no GD comparado ao GSD (p=0,017, Tabela 2). Para os demais músculos não houve diferença entre os grupos. Tabela 2: Ativação Eletromiográfica dos músculos estabilizadores da escápula. GSD 64.04 ±38.90 P TS GD 140.24 ± 88.12 TI 27.45 ± 12.64 30.63 ±11.34 0.522 SA 67.73 ± 31.93 66.95 ±40.99 0.957 0.017* *p<0,05 Discussão: O principal achado do presente estudo foi que indivíduos com discinese assintomático apresentam maior ativação de TS no movimento de scaption quando comparados a indivíduos assintomáticos sem discinese. Este achado indica que mesmo antes do aparecimento de lesões já existe uma alteração de controle neuromuscular. Dessa forma, nosso achado sugere que a discinese pode não ser apenas consequência de patologias do complexo articular do ombro, mas sim um dos fatores de causa. Outro ponto interessante a ser destacado é que indivíduos com síndrome do impacto além de apresentarem maior ativação de TS, apresentaram menor ativação de SA quando comparados ao grupo controle4. Tal característica não foi encontrada nos voluntários do presente estudo, o que pode sugerir que a menor ativação de SA se apresente com a progressão da disfunção, acarretando em disfunções músculo-esqueléticas e que o responsável inicial pela discinese pode ser o TS. Conclusões: Por meio dos resultados obtidos, é possível concluir que indivíduos assintomáticos com discinese escapular apresentam maior ativação de TS quando comparado a indivíduos assintomáticos sem discinese. Referências: 1-Kibler W.B. British Journal of Sports Medicine 2013;47:877-885 p. bjsports-2013-092425, 2013. doi:10.1136/bjsports-2013-092425 2-Warner JJ, Micheli LJ, Arslanian LE, Kennedy J, Kennedy R.. Scapulothoracic Motion in Normal Shoulders and Shoulders With Glenohumeral Instability and Impingement Syndrome A Study Using Moire Topographic Analysis. Clinical Orthopaedics and Related Research 1992;285:1919. 3- Kendall FP, McCreay EK, Provance PG. Músculos: provas e funções, 4ª edição. São Paulo: Manole; 1995. 4- Ludewig PM, Cook TM. Alterations in shoulder kinematics and associated muscle activity in people with symptoms of shoulder impingement. Physical Therapy 2000;80(3):276-91. 5-Pirauá ALT. Journal of Electromyography and Kinesiology 2014;24(5):675-81. doi:10.1016/j.jelekin.2014.05.009 Fontes financiadoras: Não se aplica Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Efeito do tratamento com haste oscilatória na ativação dos músculos estabilizadores de escápula e na cinemática da movimentação escapular em indivíduos assintomáticos com e sem discinese escapular. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Uberlândia. P á g i n a | 116 BCM.140. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS TIBIAL ANTERIOR E SÓLEO EM PACIENTES HEMIPARÉTICOS NOS AMBIENTES AQUÁTICO E TERRESTRE Valmir M. Baccaro, Mariana Armando Lourenço, Luize Bueno, Bruna Paulenas Batista, Mirna S. Kanashiro, Cristiane D. A. Souza, Douglas M. Braga Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) Introdução: As lesões encefálicas adquiridas estão entre as principais causas de incapacidade, com diferentes manifestações - motoras, sensoriais, perceptuais e cognitivas. A hemiparesia é sequela mais comum, com alterações de tônus e força muscular em um hemicorpo, e comprometimento no controle dos movimentos e limitações nas atividades funcionais. Objetivo: Verificar a ativação dos músculos tibial anterior (TA) e sóleo (So) em hemiparéticos e indivíduos hígidos no ambiente aquático em comparação ao solo; e correlacionar esses dados com medidas funcionais. Método: Estudo transversal desenvolvido no Setor de Fisioterapia Aquática da AACD Central. O grupo de estudo (GE) seguiu os seguintes critérios de inclusão: hemiparesia pós Lesão Encefálica Adquiria; idade entre 18 e 60 anos; máximo 5 anos de lesão; clinicamente estáveis; capazes de permanecer em ortostatismo independente; sem procedimento cirúrgico no último ano e/ou bloqueios periféricos nos últimos 6 meses, sem deformidades nos membros inferiores. O grupo controle (GC) foi formado por voluntários hígidos, sem déficits motores. Para ambos os grupos foram adotados os seguintes critérios de exclusão: indivíduos não colaborativos; incapazes de compreender atividades propostas. O grupo de estudo foi avaliado pelo Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e Medida da Independência Funcional (MIF). Os dois grupos realizaram eletromiografia de superfície (EMG) de tibial anterior e sóleo, nos ambientes terrestre e aquático (neste, em dois níveis de imersão: processo xifóide e espinha ilíaca ântero superior), nas posturas: ortostatismo com menor base possível, pé frente ao outro (lado hemiparético atrás ou lado direito para indivíduos hígidos) e agachamento. Análise estatística foi realizada com teste de Wilcoxon, Fisher e correlação de Spearman (nível de significância p<0,05). Protocolo de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa: 1.148.311. Resultados: Amostra homogênea, composta de 6 indivíduos do grupo controle (média de idade de 40±12,4 anos, 50% do sexo masculino) e 6 no grupo de estudo (média de idade de 40,3±12,9, 50% do sexo masculino). O grupo de estudo obteve pontuação média de 24±6,7 no Mini-Exame do Estado Mental, 80,8±2,7 na Medida de independência Funcional, 48,5±7,1 na Escala de Equilíbrio de Berg. Na eletromiografia de superfície verifica-se maior ativação muscular dos músculos tibial anterior e sóleo para o grupo de estudo em todas as posturas realizadas no solo, assim como em todas as posturas na água, nos dois níveis de imersão estudados. Houve menor ativação muscular na água comparado ao solo para o grupo de estudo em todas as posturas, bem como na maioria das posturas para o grupo controle. Observou-se correlação inversamente proporcional entre a eletromiografia de superfície e a EEB no grupo de estudo. Conclusão: O comportamento dos músculos tibial anterior e sóleo de hemiparéticos difere no ambiente aquático comparado ao solo. Estes resultados possibilitam melhor entendimento do músculo hemiparético e contribuem para intervenção mais adequada no ambiente aquático. Referências: DUNCAN, P.W.; ZOROWITZ, R.; BATES, B.; CHOI, J.Y.; GLASBERG, J.J. Management of Adult Stroke Rehabilitation Care: A Clinical Practice Guideline. Stroke. v.36, p.100-43, 2005. ALLEN, K.; HAZELETT, S.; JARJOURA, D.; HUA, K.; WRIGHT, K.; WEINHARDT, J.; KROPP, D. A Randomized Trial Testing the Superiority of a Postdischarge Care Management Model for Stroke Survivors. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases. v.18, n.6, p.443-452, 2009. DOBKIN, B.H. Strategies for stroke rehabilitation. Lancet Neurol. v.3, p.528-36, 2004. MEHRHOLZ, J.; KUGLER, J.; POHL, M. Waterbased exercises for improving activities of daily P á g i n a | 117 living after stroke. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library. Issue 2, Art. No. C D008186. 2011. MIYAMOTO, S.T.; LOMBARDI, J.; BERG, K.O.; RAMOS, L.R.; NATOUR, J. Brazilian version of the Berg balance scale. Braz J Med Biol Res. v.37, n.9, p.1411-21, 2004. CHENG, P.T.; CHEN, C.L.; WANG, C.M.; HONG, W.H. Leg muscle activation patterns of sit-to-stand movement in stroke patients. Am J Phys Med Rehabil. v.83, p.10-16, 2004. CHOW, J.W.; YABLON, S.A.; STOKIC, D.S. Coactivation of ankle muscles during stance phase of gait in patients with lower limb hypertonia after acquired brain injury. Clinical Neurophysiology. v.123, p.1599–1605, 2012.CARREGARO, R.L.; TOLEDO, A.M. Efeitos fisiológicos e evidências científicas da eficácia da fisioterapia aquática. Revista Movimenta. v.1, n.1, p.23-27, 2008. CANDELORO, J.M; CAROMANO, F.A. Discussão crítica sobre o uso da água como facilitação, resistência ou suporte na hidrocinesioterapia. Acta Fisiatr. v.13, n.1, p.7-11, 2006. Fontes financiadoras: A própria Instituição. Fonte dos dados: Dados do trabalho original. P á g i n a | 118 CMH.101. ADULTOS UTILIZAM RECURSOS SOMATOSSENSORIAIS NO EQUILÍBRIO UNIPODAL 1,3 Adriano Percival Calderaro Calvo, 2Ágata Yoko Yassue Hamanaka & 1Mauro Hugo Mathias 1. Laboratório de Biomecânica, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, SP, Brasil 2. Faculdade Integradas de Botucatu, Botucati, SP, Brasil 3. Núcleo de Atividade Física, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde (NAFIMES), Faculdade de Educação Física, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil E-mail: [email protected] Introdução: O uso de informação somatossensorial adicional (i.e. tátil) favorece o controle postural estático e dinâmico. Uma palmilha com 40 semiesferas de 5mm de diâmetro sobre sua superfície foi desenvolvida para potencializar informações sensoriais táteis das solas dos pés e, consequentemente, proporcionar melhora no controle postural ortostático de indivíduos idosos e idosos vivendo com a Doença de Parkinson1. Entretanto, estes efeitos não são norteadores para a compreensão da abundância da informação somatossensorial sobre o controle postural humano em virtude da amostra estudada apresentar os efeitos deletérios do envelhecimento conjugado (ou não) à doença degenerativa do SNC e em função da tarefa motora ser estática. Objetivos: Portanto, o objetivo é verificar os efeitos da palmilha proprioceptiva [X] nas características do Centro de Pressão (CoP) de adultos sadios na tarefa de sentar-se na cadeira. Métodos: O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (16809913.4.0000.0077). Doze homens adultos jovens, declaradamente saudáveis, participaram do estudo de maneira voluntariada e formalizada por meio de consentimento documentado. Uma cadeira (ajustada à altura dos participantes) foi posicionada sobre uma passarela, a sua frente foi posicionada uma plataforma de equilíbrio (100Hz – Butterworth; 5Hz; 4ª ordem; passa-baixa). As superfícies da passarela e da plataforma de equilíbrio foram nivelados. Sobre a plataforma de equilíbrio foram colocadas as palmilhas. Foi pedido para os participantes posicionarem-se na postura ortostática, com os pés descalços, sobre as palmilhas. Ao sinal do experimentador, os participantes sentaram na cadeira, permanecendo sentados ao finalizar a tentativa. Foram realizadas três tentativas válidas por condição palmilha: convencional [S] e proprioceptiva [P]. Teste t-Student, ou Wilcoxon, (p<0,05) e Tamanho do Efeito foram realizadas entre condições. Foram analisadas seis variáveis espaciais e seis espaços- temporais nas direções ântero-posterior (AP) e médio-lateral (ML); e três variáveis cinéticas (Força de Reação do Solo – FRS). Em todas as análises foram realizadas testes de Tamanho do Efeito (ES). Resultados: Houve diferenças estatisticamente significativas entre uso de palmilhas [S] e [X] em (i) Oscilação Relativa Máxima ML ([S] 2.4 ± 0.8mm/m; [X] 2.8 ± 1.3mm/m; Z= -3,170; sig. = 0,002; ES= 0,92); RMS da Oscilação Relativa AP ([S] 3.9 ± 1.0mm/m; [X] 3.0 ± 1.6mm/m; t= 2.171; sig. = 0,05; ES= 0,7); Trajetória Percorrida ([S] 17.3 ± 3.4mm; [X] 16.5 ± 5.7mm; Z= -3,296; sig. = 0,001; ES= 0,95); Velocidade Máxima ML ([S] 34.57 ± 6.76mm/s; [X] 41.72 ± 10.22mm/s, t= -1.938, p = 0,08; ES= 0,8); Velocidade Média ML ([S] 0.48 ± 1.68mm/s; [X] 2.30 ± 2.46mm/s, t= -2.267, p = 0,04; ES= 0,9); Aceleração Média ML ([S] -0.45 ± 1.25mm/s²; [X] 2.22 ± 2.20mm/s², t= -4.024, p = 0,002; ES= 1.5); Taxa de Desenvolvimento Máximo da FRS ([S] 1.19 ± 0.70PC/s; [X] 1.10 ± 0.43PC/s, Z= -2.417, sig = 0,016; ES= 0,7); RMS da Taxa de Desenvvolvimento da FRS ([S] 1.10 ± 0.27PC/s; [X] 1.21 ± 0.27PC/s, t= -2.356, p= 0,04; ES= 0,4); RMS da Controle da Taxa de Desenvolvimento da FRS ([S] 10.74 ± 3.29PC/s²; [X] 12.65 ± 4.13PC/s², t= -2.153, p= 0,05; ES= 0,5). Discussão: Percebeu-se que o uso da palmilha proprioceptiva proporcionou maior ampliação de movimento no sentido ML, enquanto proporcionou reduções na oscilação média no sentido AP e trajetória percorrida. A redução dos parâmetros de deslocamento do CoP sugerem aumento de estabilidade2,3,4,5. Aumento nos parâmetros de velocidade durante o sentar indica maior condicionamento para realização da tarefa, e consequentemente, maior estabilidade6,7,8. Desta forma, o uso da palmilha [X] foi capaz de promover melhora na estabilidade do sentar. Menores variações da FRS entre tentativas de sentar indicam maiores estabilidades durante a realização da tarefa; tempos reduzidos para atingir os níveis mais baixos de FRS até o ato de sentar-se propriamente dito (i.e. P á g i n a | 119 contato com a cadeira); e movimentos bruscos (i.e. estratégia de sentar menos cautelosa) são parâmetros que indicam maiores estabilidades do indivíduo durante o ato de sentar7,9,10 Conclusões: Em geral, a palmilha [X] reduziu as oscilações do CoP ao tempo que as tornou mais ágeis do CoP enquanto o FRS adquiriu maior controle, favorecendo a estabilidade de adultos sadios na tarefa de sentar na cadeira. Referências 1. Hamanaka, Á. Y. Y. Efeitos de informação sensorial adicional no controle postural: envelhecimento e doença de Parkinson. Universidade Estadual Paulista - Rio Claro, 2008. 2. Bonfim, T. R.; Polastri, P. F.; Barela, J. Â. Efeito do toque suave e da informação visual no controle da posição em pé de adultos. Revista Brasileira de Educação Física, v. 20, n. 1, p. 15–25, 2006. 3. Ferraz, M. A.; Barela, J. Â.; Pellegrini, A. M. Acoplamento Sensório-motor no controle postural de indivíduos idosos fisicamente ativos e sedentários. Motriz, v. 7, p. 99–105, 2001. 4. Jeka, J. J.; Lackner, J. R. Fingertip contact influences human postural control. Experimental Brain Research, v. 100, n. 3, p. 495–502, 1994. 5. Jeka, J. J.; Lackner, J. R. The Role Of Haptic Cues from rough and slippery surfaces in human postural control. Experimental Brain Research, v. 103, n. 2, p. 267–76, 1995. 6. Moraes, R.; Mauerberg-De Castro, E. Relação Entre Percepção E Ação Durante Os Movimentos De Sentar E Levantar Em Indivíduos Idosos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 26, n. 2, p. 253– 264, 2010. 7. Moraes, R.; Reis, J. P. Dos; Castelli, R. S. A Contribuição Da Informação Visual Exproprioceptiva e da altura do assento no controle da ação de sentar em indivíduos jovens e idosos. Motricidade, v. 7, n. 1, p. 31–42, 2011. 8. Tarantola, J. et al. Human stance stability i mproves w ith the repetition of the task: effect of foot po sition and visual condition. Neuroscience Letters, v. 228, n. 2, p. 75–78, 1997. 9. Deffeyes, J. E. Et Al. Nonlinear analysis of sitting postural sway indicates developmental delay in infants. Clinical biomechanics, v. 24, n. 7, p. 564– 70, ago. 2009. 10. Dubost, V. Et Al. Decreased Trunk Angular Displacement During Sitting Down: An early feature of aging. Physical Therapy, v. 85, p. 404– 412, 2005. Fontes financiadoras: 1. Foamtech ® (Valinhos/SP) por fornecer GRATUITAMENTE as palmilhas utilizadas no estudo. 2. CAPES. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada: “Efeito Agudo Em Parâmetros Cinéticos Em Tarefas Estáticas E Dinâmicas Devido Ao Uso De Palmilha Proprioceptiva”. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, FEG - UNESP P á g i n a | 120 CMH.102. PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO PLANTAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS DE 6 A 16 ANOS EM FUNÇÃO DA FAIXA ETÁRIA E GÊNERO Adriana H.do Nascimento-Elias¹; Beatriz Garcia1; Cyntia Rogean de Batista; Cristina D. Sartor², Isabel C. N. Sacco²; Ana Claudia Mattiello-Sverzut1 1 Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; ²Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional– Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil Introdução: A avaliação da distribuição da pressão plantar pode fornecer informações sobre a estrutura e função do pé, que possibilitam o estudo de diversas disfunções e deformidades e, consequentemente, a criação e desenvolvimento de novas formas de prevenção e tratamento1. Diversos parâmetros plantares têm sido utilizados com regularidade na pedobarografia dinâmica, os mais comuns são: pico de pressão, área de contato e tempo de contato. Contudo, a seleção e interpretação dos resultados obtidos depende dos objetivos de cada estudo1. O pico de pressão permite conclusões importantes para a prevenção, diagnóstico e tratamento de diversas disfunções e deformidades plantares. Os padrões de distribuição da pressão plantar no pé adulto durante o andar já estão bem estabelecidos, entretanto, estudos relacionados ao desenvolvimento do pé da criança saudável são relativamente limitados e podem ser ainda mais explorados2. Objetivos: Verificar o padrão de distribuição da pressão plantar durante a marcha em crianças e adolescentes saudáveis, de ambos os gêneros em diferentes faixas etárias. Métodos: O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da FMRP-USP (nº 1176/2015). Vinte e nove crianças e adolescentes saudáveis com idade entre 6 e 16 anos foram avaliados. A pressão plantar foi obtida utilizando o sistema Pedar-X (Novel1, Munich, Alemanha) por meio de palmilhas e meias anti-derrapantes (acompanhandoo tamanho dos pés). Os voluntários foram orientados a caminhar com velocidade constante em uma superfície plana, ao longo de 15m, “o mais natural possível”. Para as análises dos dados,a superfície plantart foi divida em 4 regiões: calcanhar, medio-pé, antepé medial e antepé lateral(Figura 1). Os valores de pico de pressão foram obtidos em cada uma dessas áreas incluindo área total do pé. Os 58 pés analisados foram subdivididos em 6 grupos. Cada grupo relacionava-se a seguintes faixas etárias: G1: 6-7 anos (n=8); G2: 8-9 anos (n=6); G3:10-11 anos (n=20); G4: 12-13 anos (n=10); G5: 14-15 anos (n=8); G6: 16 anos (n=4). Para comparação entre as faixas etárias foi utilizado testesANOVA one way para cada área plantar, seguido do post hoc de Bonferroni e para comparação entre gêneros, o teste t independente. Considerou-se um nível de significância de 5%. Figura 1. Representação esquemática do pé com as 4 divisões utilizadas. RP: retropé ou calcanhar; MP: médio-pé; AM: antepé medial; AL: antepé lateral. Modelo baseado em Filippin NT, et al., 2007. Resultados: Participaram deste estudo 17 meninas e 11 meninos. A média de idade das crianças foi de 11,1 anos (±2,7). A média de massa corporal e estatura foi de 45,4 kg (±12,1) e 1,5m (±0,1), respectivamente. Ao analisarmos o comportamento do pico de pressão em função da faixa etária da criança, pode-se observar que, apesar de oscilações, o pico de pressão tende a aumentar linearmente com a idade (Figura 2). Diferenças significativas foram encontradas principalmente nas regiões de antepé medial e lateral (Tabela 1). Analisando exclusivamente estas duas variáveis, observou-se que até os 13 anos, o pico de pressão no antepé medial e lateral, na mesma faixa etária não foram diferentes. A partir dos 14 anos, o medial tornou-se significativamente maior que o lateral Comparados antepé medial e lateral, independente da idade, não observamos diferenças entre os grupos. A comparação entre gêneros, independentemente da idade mostrou valores de pico de pressão maiores nos meninos, sendo esta diferença significativa na região de mediopé (Tabela 1 e Figura 3). Título do Gráfico 400 300 200 100 0 * Feminino Masculino Figura 2. Representação do comportamento do pico de pressão em relação à idade. P á g i n a | 121 3 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 6 8 10 12 14 total calcanhar mediopé antepé medial 16 antepé lateral Figura 3. Representação dos valores de pico de pressão em cada uma das regiões estudados. Comparação entre genero feminino e masculino (*p ≤ 0,05). estabelecer dados de normalidade . Em adultos, estudos descrevem bem a diferença da distribuição da pressão de acordo com a classificação dos pés dos indivíduos, porém, nas crianças, esses padrões são menos evidentes, principalmente pelo franco desenvolvimento do arco longitudinal plantar 1. Os valores no antepé medial tendem a ser maiores que os do lateral, no adulto o que é consistente com um padrão maduro do rolamento do pé na marcha. Os valores de pico de pressão encontrados neste estudo acompanham bem essas transformações. Na comparação entre gêneros, nosso estudo não observou diferenças, exceto no mediopé, com pressão menor nas meninas que nos meninos. Considera-se que, no adulto, a zona de mediopé tipicamente apresenta picos de pressão menores que as do calcanhar e zona de metatarsos5. Na criança, no antepé, a distribuição das pressões plantares parece apresentar transição entre 10 e 14 anos, passando de uma fase em que há homogeneidade de pressões entre o antepé lateral e medial para uma fase onde há aumento nos picos na região medial, o que indica uma maturação do padrão de rolamento, onde se espera que o pé finalize com maiores picos na região do antempé medial e hálux. Ainda assim, futuramente, outros fatores deverão ser abordados como a anatomia estrutural e estática dos pé e a dinâmica de formação do arco plantar. Conclusão: Os picos de pressão alteraram-se de acordo com as diferentes faixas etárias nas regiões de antepé medial e lateral e parecem tornar-se mais semelhantes à forma adulta a partir dos 14 anos de idade. Legenda: (RP)retropé, (MP)medio-pé, (AM)antepé medial e (AL)antepé lateral. (G1) 6-7anos, (G2) 8-9anos, (G3) 1011anos, (G4) 12-13anos, (G5) 14-15anos, (G6) 16anos.Comparação entre grupos, p≤0,05 em: @1<5 e 1<6; &5>2 e 5>3; α1<3, 1<4, 1<5 e 1<6; β6>2 e 6>3;# 1<6.Comparação entre gêneros: *p≤0,05; Discussão: O estudo verificou que, de modo geral, os picos de pressão são menores nas crianças entre 6 e 11 anos quando comparados às de 14 a 16 anos. É fato que haverá uma ampla variação de dimensões e formas dos pés infantis, o que torna difícil Referências: 1. Rosembaum, et al., 1997. Foot and Ankle Surgery. Vol 3 (1) doi: 10.1046/j.1460-9584.1997.00043.x. 2.Sacco, ICN et al., 2014. Gait and Posture.vol 40 (4) doi:10.1016/j.gaitpost.2014.06.018. 3.Gilmour JC et al., 2001. Foot Ankle Int. vol 22 (6) doi: 10.1177/107110070102200607. 4. Fillipin NT et al., 2007. Rev. bras. Fisioter. vol12 (6) doi.org/10.1590/S1413-35552007000600012. 5. Urry et al., 2001. J Am Podiatr Med Assoc. vol91 (4) doi: http://dx.doi.org/10.7547/87507315-91-4-203. Fonte dos dados: Este resumo inclui dados parciais do Projeto de Pós Doutorado: Estudo das alterações Neuromusculoesqueléticas e seus impactos funcionais nos membros inferiores de crianças com CMT. P á g i n a | 122 CMH.103. DOR LOMBAR INESPECIFICA INFLUENCIA NA FORÇA MUSCULAR E NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS ERETORES DA ESPINHA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL? André Augusto M. T. Mendes1, César F. Amorin1, Sandra Maria Sbeghen Ferreira de Freitas1, Rosimeire Simprini Padula1 1 Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia - Universidade Cidade de São Paulo – UNICID [email protected] Introdução: A necessidade de permanecer em determinadas posturas por tempo prolongado tem sido apontada como fator de risco biomecânico para ocorrência dor lombar. Entretanto o efeito do trabalho na força e atividade muscular de trabalhadores com e sem dor lombar ainda são escassos. Objetivos: Comparar as condições musculares de indivíduos com e sem dor lombar no inicio e ao término de um dia de trabalho. Métodos: Participaram do estudo 22 soldadores divididos em grupos com (n=11) e sem dor lombar (n=11). O grupo sem dor lombar foi pareado pela idade, sexo, e indice de massa corporal do grupo com dor lombar. As avaliações compreenderam a força muscular de tronco durante a contração voluntária máxima (CVM), e a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha esquerdo e direito em dois momentos do dia, manhã e tarde. O dinamômetro lombar EMG System® foi utilizado para mensurar a força de contração máxima integrado a um eletromiógrafo de superfície EMG System® para avaliar a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha bilateralmente. Para a análise estatística foi utilizado o programa SPSS 17.0e significância de5%. A análise de variância ANOVA para medidas repetidas foi utilizada para a avaliar a diferença entre tempos, e grupos para força e da atividade eletromiográfica. aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, com Protocolo de Pesquisa nº 13607513.2.0000.0064. Resultados: A análise estatística não indicou diferenças significativas entre os grupos para força muscular (figura 1) e atividade eletromiografia de eretores da espinha durante a CVM (figura 2) nos períodos da manhã e a tarde (P>0,05). Figura 1 – Força muscular média (Kgf) avaliada pela contração voluntária máxima (CVM) Figura 2 - Atividade eletromiográfica (µV) dos músculos eretores da espinha durante a contração voluntária máxima (CVM) Discussão: A força muscular sofreu alteração entre o teste realizado pela manhã e no final do dia para ambos os grupos, mas sem diferenças significantes. A dor parece ter influenciado a força mas não a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha para o GDL, porém não houve diferença significativa para nenhuma delas. Isso pode indicar que mesmo com dor a capacidade física e funcional desses trabalhadores não sofreu alterações significantes, o que não justificaria um período prolongado de ausência do trabalho por dor lombar. Conclusões: A dor não influenciou significativamente a força muscular e a atividade eletromiográfica dos eretores da espinha indicando P á g i n a | 123 que a dor não interferiu na função muscular desses trabalhadores. Referências Fethke NB et al. Comparison of biomechanical loading during use of conventional stud welding equipment and an alternate system. 2011. Appl Ergon 42.725-734. Heydari A et al. EMG analysis of lumbar paraspinal muscles as a predictor of the risk of low-back pain. 2010. Eur Spine J. 19. 1145–1152. Kwon Bet al. 2012. Systematic review: occupational physical activity and low back pain. Occup Med. Oliveira AB et al . 2012. How is the box handled when all surfaces can be freely held. Ergonomics. 55, 78 - 86. Padula, RS et al. 2012. Low Back pain disability and stay at Work: Contradiction or Necessity? Work. 41. 2417 - 2419. Fonte dos dados: Os resultados apresentados são partes de uma dissertação de mestrado intitulada ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo - UNICID. P á g i n a | 124 CMH.104. EFEITO DA PREFERÊNCIA PEDAL E DO TIPO DE CHUTE NAS FASES INICIAIS DO CHUTE NO FUTSAL 1 André Macari Baptista, 2Paulo Roberto Pereira Santiago, 3Sérgio Augusto Cunha, 4Paulo Cezar Rocha do Santos, 1Lucas Simieli, 1Tiago Penedo, 1Fabio Augusto Barbieri 1-Faculdade de Ciências, UNESP - Univ. Estadual Paulista, Bauru, MOVI-LAB 2-Escola de Educação Física e Esporte, USP - Univ. São Paulo, Ribeirão Preto, LaBioCom 3-Faculdade de Educação Física, UNICAMP - Univ. Estadual de Campinas, LIB 4-Instituto de Biociência, UNESP - Univ. Estadual Paulista, Rio Claro, LEPLO Introdução: Para fazerem o gol, atletas de futsal utilizam, principalmente, a habilidade de chute (BARBIERI et al, 2008b), sendo que ela pode ser executada com o membro preferido e com o não preferido. A preferência pedal está relacionado com a precisão e com a velocidade que a bola vai ao gol (BARBIERI et al, 2015). Para desempenhar bem essa ação, é necessário habilidade perceptiva, eficiência e acurácia do padrão de movimento (WILLIAMS et al. 1999, SAVELSBERGH et al. 2002). As informações relevantes são colhidas durante a corrida de aproximação do atleta para a bola, e ela é caracterizada pela corrida do jogador em direçaõ a bola e se finaliza uma passada antes do aplainamento do pé de suporte (BARFIELD, 1998; XIMENES, 2002), e o posicionamento do membro de suporte também pode interferir no desempenho do chute (BARBIERI et al, 2008b). Ou seja, o mau início no movimento pode acarretar em comprometimentos no desempenho do chute (BARBIERI et al., 2008b). Objetivos: Verificar o efeito da preferência pedal nos parâmetros da corrida de aproximação e no pé de suporte durante o chute com a bola parada e em deslocamento. Método: Participaram deste estudo 10 jogadores (idade: 22,4±3,4 anos; massa corporal: 73,3±4,1 kg; estatura: 1,75±0,04 cm) de futsal de nível estadual. Os participantes foram informados dos procedimentos e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto de Biociências da UNESP – Campus Rio Claro (protocolo 4842). Os participantes responderam o inventário de Coren (1993) adaptado para determinar a preferência pedal. Os atletas foram instruídos a executar 5 chutes (a 10 m do gol) em cada situação: bola parada com o membro preferido (PP), bola parada com o membro não preferido (PNP), bola em deslocamento com o membro preferido (MP) e bola em deslocamento com o membro não preferido (MNP). Os participantes tinham o objetivo de atingir um alvo (1m²) no centro do gol e empregar força máxima nos chutes. As condições de chutes foram randomizadas. A corrida de aproximação foi executada de acordo com a preferência do indivíduo. A coleta de dados foi realizada em uma quadra oficial e foram posicionadas seis câmeras a 120 Hz para capturar os marcadores passivos fixados nas proeminências ósseas de interesse. Uma câmera (60 Hz) adicional foi posicionada para analisar a precisão dos chutes. As variáveis dependentes foram: ângulo (AJB) e distância (DJB) do jogador para a bola, distância do pé de suporte para a bola (DPB), velocidade da corrida de aproximação (VCA), comprimento (CP) e largura (LP) do passo, velocidade da bola (VB) e do pé de chute (VP) e precisão do chute (PC). Foi utilizado o software Dvideow para tratamento das imagens (BARROS et al, 1999). As variáveis foram comparadas através de ANOVA com fator para preferência e tipo de chute, com medidas repetidas para o último fator. O nível de significância foi mantido em p<0,05. Resultados: a ANOVA apontou interação entre condições para a variável dependente AJB (p=0,049) e a análise post hoc indicou aumento na condição MNP comparado a PP, PNP e MP. Para o fator tipo de chute, DJB (p=0,018) e DPB (p<0,001) tiveram maiores valores, e VCA (p<0,001) e VP (p=0,001) menores valores na condição bola parada comparada a bola em deslocamento. Para o fator preferência, VCA (p<0,001), VP (p=0,001), VB (p=0,001) e PC (p=0,003) tiveram maiores valores na condição membro preferido comparado com o não preferido. P á g i n a | 125 Tabela 1. Médias e desvios padrão das variáveis dependentes. PP PNP AJB (˚)¹ 36,86 ± 11,53 36,66 ±7,99 DJB (m)² 4,07 ± 0,89 4,16 ± 0,93 DPB (m)² 0,44 ± 0,10 0,46 ± 0,08 VCA (m/s)²,³ 2,81 ± 0,48 1,28 ± 0,38 CP (m) 0,79 ± 0,17 0,76 ± 0,21 LP (m) 0,43 ± 0,08 0,48 ± 0,24 , VP (m/s)² ³ 17,61 ± 1,87 15,58 ± 2,69 VB (m/s)³ 24,27 ± 2,21 21,62 ± 2,26 PC (m)³ 1,17 ± 0,84 1,56 ± 1,30 MP MNP AJB (˚)¹ 36,41 ± 10,22 38,70 ± 8,20 DJB (m)² 4,30 ± 0,72 4,28 ± 0,77 DPB (m)² 0,47 ± 0,11 0,50 ± 0,07 , VCA (m/s)² ³ 2,53 ± 0,66 1,97 ± 0,28 CP (m) 0,78 ± 0,38 0,77 ± 0,18 LP (m) 0,53 ± 0,63 0,47 ± 0,10 , VP (m/s)² ³ 17,25±2,26 14,77 ± 2,35 VB (m/s)³ 23,88 ± 2,71 21,42 ± 2,25 PC (m)³ 1,31 ± 0,91 1,97 ± 1,44 ¹ interação entre as condições, ² diferença para tipo de chute, ³ diferença para preferência. Discussão: Os resultados revelam que o aumento da complexidade da tarefa (chute com a bola em deslocamento e com o membro não preferido) gerou adaptações nos parâmetros da corrida de aproximação, no posicionamento do pé de suporte e declínio no desempenho. Essas alterações é uma adaptação do sistema para compensar a menor experiência do membro não preferido em executar a tarefa. Especificamente, o membro não preferido tem menor sinergia de ativação muscular. A diminuição da velocidade da bola e precisão quando o chute é realizado com o membro não preferido corrobora com outros estudos (BARBIERI et al, 2008a; 2008b), onde os participantes também tiveram diminuição na precisão e na velocidade da bola. Os resultados revelam a importância do treinamento de ambidestria nos atletas de futsal, pois pode ser uma vantagem coletiva e individual durante as partidas, principalmente em momentos de execução do chute com o membro não preferido. (CAREY et al, 2001). Conclusões: a preferência pedal tem efeito sobre os parâmetros da corrida de aproximação e no posicionamento do pé de suporte durante o chute, sendo que membro preferido tem melhor desempenho quando comparado com o não preferido. Referências Barbieri FA et al. Rev. Bras. Cienc. Esporte. 2008a; 29(2):129-146. Barbieri FA et al. Rev Port Cien Desp. 2008b; 8(1) 68–76. Barbieri FA et al. J. Sports Sci. 2015; 33(13):14419. doi: 10.1080/02640414.2014.990490. Barfield WR. Clin. Sports Med. 1998; 17(4):711-28. Barros RML et al. Rev. Bras. Eng. Biomédica. 1999; 15(1):79-86. Carey DP et al. J Sports Sci. 2001; 19: 855-864. doi: 10.1080/026404101753113804. COREN, S. Bulletin of the Psychonomic Society. 1993; 31(1)1-3. Savelsbergh GJ et al. J Sports Sci. 2002 Mar;20(3):279-87. Ximenes JM. Dissertação. 2002; Univ. Est. Paulista. Williams AM et al. E & FN Spon. 1999; 3881-441. Fontes financiadoras: CAPES. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: O chute com o membro dominante e não dominante realizado com a bola parada e em deslocamento no futsal. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação Ciência da Motricidade, UNESPRC. P á g i n a | 126 CMH105. ATIVAÇÃO ANTAGONISTA DURANTE O TESTE DE BIERINGSORENSEN EM INDIVÍDUOS COM DOR LOMBAR RECORRENTE E PESSOAS SAUDÁVEIS Ângela Kazue Morita1, Nise Ribeiro Marques1, Marcelo Tavella Navega1 1 Faculdade de Filosofia e Ciências – Unesp – Campus de Marília Introdução: É descrito na literatura que sujeitos com dor lombar recorrente apresentam diminuição da rigidez intervertebral e, como mecanismo compensatório, aumentam a co-contração muscular do tronco para restaurar a estabilidade1. Ainda, esses indivíduos, quando submetidos a testes de resistência muscular localizada dos eretores da espinha apresentam desempenho inferior em comparação aos sujeitos saudáveis2. Nesse sentido, a provocação da fadiga muscular do agrupamento extensor do tronco poderia corromper o mecanismo adaptativo do aumento da co-contração e contribuir para a recidiva dos sintomas. Objetivos: Comparar o padrão de ativação dos músculos agonistas e antagonistas do tronco, entre sujeitos com e sem dor lombar recorrente inespecífica, durante a provocação da fadiga dos eretores da espinha. Métodos: Participaram do grupo experimental 19 sujeitos com dor lombar recorrente, de causa inespecífica (7 homens, 12 mulheres, 38.53 ± 8.12 anos, 68.35 ± 12.18 kg, 1.66 ± 0.09 m), e 19 sujeitos saudáveis no grupo controle (7 homens, 12 mulheres, 40.42 ± 8.63 anos, 69.57 ± 12.76 kg, 1.64 ± 0.07 m). O presente estudo foi aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa local (processo número: 0948/2014). Todos os participantes executaram a contração isométrica voluntária máxima (CIVM) em flexão, rotação e extensão do tronco, e após intervalo de 15 minutos, foram submetidos ao teste de resistência à fadiga dos eretores da espinha (teste de BieringSorensen). O sinal eletromiográfico de superfície dos músculos oblíquo interno (OI), multífido lombar (MU), reto abdominal (RA) e iliocostal lombar (IL), foram captados bilateralmente. A análise eletromiográfica foi realizada no domínio do tempo, por meio do cálculo do Root Mean Square (RMS), utilizando-se janelas móveis de 1 s com overlap de 0,5 s. Os valores de RMS foram normalizados pelo valor CIVM. O índice de co-contração (%) dos pares de músculos OI/MU e RA/IL foi obtido por meio da fórmula de Winter 3. Aplicou-se o teste t-Student para amostras independentes para comparar o valor de RMS entre os grupos e o teste Mann-Whitney para comparar o índice de co-contração. O nível de significância foi ajustado em p < 0.05. Resultados: Foi encontrada diferença significativa entre os grupos para as variáveis índice de cocontração do OI/MU (Tabela 1) e RMS do OI (Figura 1), ambos do lado direito, em que o grupo controle obteve maiores valores quando comparado ao grupo experimental. Tabela 1. Comparação dos índices de co-contração (%) obtidos durante o teste de Biering-Sorensen (média ± desvio padrão). OI= oblíquo interno; MU= multífido lombar; RA= reto abdominal; IL= iliocostal lombar; D= direito; E= esquerdo; * p < 0.05. Discussão: Em tarefas que não envolvem a ocorrência da fadiga muscular do tronco, sujeitos com dor lombar são caracterizados por adotarem o mecanismo compensatório de aumento da ativação e da co-contração dos músculos do tronco em níveis mais elevados do que pessoas saudáveis4. Já a tarefa executada no presente estudo, que envolve a indução da fadiga dos músculos localizados na região da dor, não provocou a mesma compensação, visto que o aumento da co-contração e da ativação do antagonista foi inferior no grupo experimental, em comparação aos saudáveis. RMS (%) * Músculo s Figura 1. Comparação dos valores do RMS normalizado (%) obtidos durante o teste de BieringSorensen (média ± desvio padrão). OI= oblíquo interno; RA= reto abdominal; MU= multífido lombar; IL= iliocostal lombar; D= direito; E= esquerdo; * p < 0.05 na comparação entre grupos. Estes achados corroboram com estudos prévios realizados em populações saudáveis, que identificaram uma constante modulação da cocontração muscular em tarefas isométricas, a fim de equilibrar as forças opostas geradas pelos músculos agonistas e antagonistas da função e otimizar a manutenção da contração agonista5. A porção inferior do OI é considerada um importante estabilizador da coluna lombar, uma vez que se insere na fáscia toracolombar, e por meio de seu tensionamento, aumenta a pressão intra-abdominal e torna a coluna mais rígida6. Pacientes com dor lombar apresentam alterações no padrão de ativação dos músculos abdominais profundos, tais como atraso no tempo de ativação7 ou menor ativação automática em variações posturais8. A estratégia de aumentar a ativação do antagonista parece ser determinada pelo risco de lesão envolvido na tarefa9. Neste sentido, o teste de Biering-Sorensen poderia impor aos sujeitos com dor lombar uma sobrecarga suficiente, em que aumentar a ativação do antagonista não seria vantajoso. Conclusões: Sujeitos com dor lombar apresentam menor recrutamento dos músculos abdominais profundos diante da provocação da fadiga dos eretores da espinha, quando comparados aos saudáveis. Referências 1. Van Dieen JH, Selen LPJ, Cholewicki J. Trunk muscle activation on low-back pain patients, an analysis of the literature. J Electromyogr Kinesiol. 2003; 13(4): 333-51. 2. Heydari A, Nargol AVF, Jones APC, Humphrey AR, Greenough CG. EMG analysis of lumbar paraspinal muscles as a predictor of the risk of low-back pain. Eur Spine J. 2010; 19(7): 1145–52. P á g i n a | 127 3. Candotti CT, Carvalho KV, La Torre M, Noll M, Varella M. Ativação e co-contração dos músculos gastrocnêmio e tibial anterior na marcha de mulheres utilizando diferentes alturas de saltos. Rev Bras Cienc Esporte. 2012; 34(1); 27-39. 4. Freddolini M, Strike S, Lee RYW. The role of trunk muscles in sitting balance control in people with low back pain. J Electromyogr Kinesiol. 2014; 24(6): 947-53. 5. Duchateau J, Baudry S. The neural control of coactivation during fatiguing contractions revisited. J Electromyogr Kinesiol. 2014; 24(6): 780–8. 6. Willard FH, Vleeming A, Schuenke MD, Danneels L, Schleip R. The thoracolumbar fascia: anatomy, function and clinical considerations. J Anat. 2012; 221(6): 507–36. 7. Massé-Alarie H, Flamand VH, Moffet H, Schneider C. Corticomotor control of deep abdominal muscles in chronic low back pain and anticipatory postural adjustments. Exp Brain Res. 2012; 218(1): 99-109. 8. Miura T, Yamanaka, Ukishiro K, Tohyama H, Saito H, Samukawa M et al. Individuals with chronic low back pain do not modulate the level of transversus abdominis muscle contraction across different postures. Man Ther. 2014; 19(6): 534-40. 9. Granata KP, Marras WS. Cost-benefit of muscle cocontraction in protecting against spinal instability. Spine. 2000; 25(11): 1398-404. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Padrão de ativação dos músculos do tronco em indivíduos com e sem dor lombar recorrente inespecífica. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias, Instituto de Biociências - UNESP. P á g i n a | 128 CMH. 106. CO-CONTRAÇÃO DOS MÚSCULOS DO TRONCO DURANTE A MARCHA EM JOVENS COM DOR LOMBAR. Beatriz Mendes Tozim1; Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques2; Nise Ribeiro Marques2; Mary Hellen Morcelli2; Marcelo Tavella Navega2. 1 Instituto de Biociências/Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita” (UNESP/ Rio Claro); 2 Faculdade de Filosofia e Ciências/Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita” (UNESP/ Marília). Introdução: A dor lombar (DL) é a principal queixa física relatada por mulheres jovens1 e quando crônica apresenta alto custo ao sistema único de saúde e afastamento do trabalho2. A principal causa da dor lombar é disfunção da estabilização ativa do tronco3. Durante os movimentos dinâmicos a estabilidade articular é mantida pela contração simultânea de dois ou mais músculos, por meio da co-contração antagonista dos músculos4. Entre as atividades dinâmicas mais utilizadas nas atividades de vida diária está a a marcha5. A literatura pregressa identificou que em indivíduos com dor lombar ocorre um aumento da ativação dos músculos do tronco (eretor da espinha e reto abdominal) durante a marcha como tentativa de manter a estabilidade6,7, No entanto, em relação ao padrão de co-contração desses indivíduos durante a marcha ainda não foram encontradas investigações, principalmente no que tange os músculos estabilizadores da coluna vertebral. A hipótese do presente estudo é que a co-contração dos músculos estabilizadores do tronco é maior em jovens sedentários com DL crônica quando comparado a indivíduos sem DL. Objetivos Comparar a co-contração dos músculos Oblíquo Interno (OI) e Multífido (MU), Oblíquo externo (OE) e Iliocostal Lombar (IL), e Reto Abdominal (RA) durante diferentes velocidades de marcha em mulheres jovens com e sem DL crônica. Métodos: É estudo transversal, quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Filosofia e Ciências (Protocolo de nº 0863/2013). Participaram da pesquisa 34 mulheres, sedentárias, com idade entre 18 e 27 anos, que foram divididas em dois grupos, 18 apresentavam DL crônica (GDL) e 16 não tinham DL (GSDL). A ativação muscular durante a marcha foi medida pela Eletromiografia de superfície em 2 diferentes condições de marcha em uma esteira ergométrica durante os 10 primeiros ciclos de marcha: condição 1 (velocidade de preferência) e condição 2 (velocidade máxima de caminhada). Os dados Eleromiográficos (EMG) foram registrados através do eletromiografo MyosystemBr1_P84 (Data Hominis®) com frequência de amostragem de 2000 Hz, ganho total de 2000 vezes. Os eletrodos ativos de Ag/AgCl, foram posicionados sobre o lado dominante dos músculos: OI; MU; RA; OE; IL. A análise dos sinais EMG foram realizados utilizando rotinas específicas no software Matlab®, filtro passa alta de 20Hz, filtro passa baixa de 500 Hz, seguido da retificação do sinal por onda inteira, e posteriormente a utilização do filtro passa baixa de 6 Hz para criação o envelope linear. O percentual de co-contração foi calculado de acordo com a fórmula de Winter para os músculos OI/MU, OE/IL e RA/IL. Na análise estatística foi utilizado o teste Shapiro-Wilk para verificação da distribuição de normalidade dos dados, e Análise de variância com medidas repetidas two-way com pos-hoc Bonferroni. Foi considerando significativo p<0,05. Resultados: Os grupos são homogêneos quanto a idade, massa corpórea e Indice de massa corpórea. A Tabela 1 mostra os valores referentes a cocontração dos músculos estabilizadores de tronco com efeito principal para a condição p<0,001 e F=12,505, para o grupo p=0,273 e F=1,349 e para a interação Grupo X Condição p=0,018 e F=3,290. Em relação a análise entre as condições de marcha foi observado um aumento significativo para OI/MU (p<0,001 e F=16,046), OE/ IL (p<0,001 e F=15,993), RA/IL(p<0,001 e F=15,658) na condição 2 em relação a 1. Para a análise dos grupo não observou-se diferença significativa para nenhuma das variáveis. Quanto a interação entre Grupo X Condição apresentou diferença para os músculos OI/MU (p=0,021 e F=5,909) ao ao comparar GSDL e o GDL na condição 1, também foi significativo ao comparar as condições no grupo GSDL;para os músculos OE/IL (p=0,011 e F=7,334) foi significativo ao comparar as condições no GSDL. P á g i n a | 129 Tabela 1. Resultados da Co-contração. Condição 1 (%) Condição 2 (%) Condição (%) Grupo (%) GDL GSDL GDL GSDL 1 2 GDL GSDL OI/M 61,5 ±15,14 49,3 ±15,6 64,1 ±14,4 60,1 ±16,40 55,8 ±16,3 62,2 ±15,28 62,8 ±14,6 54,7 ±16,7 a b * U 4 7 9 7 1 1 1 7 6 6 3 4 1 61,5 54,4 ±12,6 64,5 ±18,7 69,7 ±17,88 58,2 ±15,4 66,9 ±18,28 63,0 ±17,8 62,0 ±17,1 OE/IL ±17,23 b * 9 7 8 2 8 2 4 6 7 6 3 9 0 48,9 56,1 ±10,6 58,6 ±15,6 63,7 52,3 ±11,8 61,0 ±16,30 53,8 ±14,6 59,9 ±14,5 RA/IL ±12,20 ±17,14 * 3 5 4 8 2 4 3 9 6 1 7 4 5 * Apresentou diferença significativa (p<0,05). a Apresentou diferença significativa ao comparar os grupos levando em conta a condição (p<0,05). b Apresentou diferença significativa ao comparar as condições levando em conta o grupo (p<0,05). Discussão: Estes resultados sugerem que mulheres com DL necessitam de maior co-contração OI/MU devido ao aumento exagerado do enrijecimento do tronco 6, que é causado pela maior co-ativação antagonista, na tentativa de melhorar o controle motor e estabilidade8, tais adaptações sobrecarregam a coluna vertebral9 e desencadeiam a dor. O GSDL precisou aumentar a ativação apenas em condições de maior dificuldade durante a marcha de OI/MU e OE/IL, acredita-se que isto ocorra a fim de ter um comportamento estável e ideal dos músculos do tronco, que necessitam de 3 fatores que agem de maneira integrada9. Os fatores são o suporte de cargas, a permissão de mobilidade e a prevenção de lesões e dores9. Conclusões: Podemos concluir que a co-contração muscular foi maior no grupo GDL comparado ao grupo GSDL durante a velocidade de preferência para os músculos OI/MU. Além disso, o grupo GSDL apresentou aumento da co-contração dos músculos OI/MU e OE/IL ao apresentar o aumento da velocidade. Referências 1. Watanabe M et al. Physiotherapy. 2013;99(1):78-83. doi: 10.1016/j.physio.2011.09.005. 2. Salvetti MG et al. Incapacidade relacionada à dor lombar crônica: prevalência e fatores associados. Revi Esc Enf USP. 2012; 46: 17-23. 3. Panjabi M. J Spinal Disord. 1992;5(4):383-9; DOI: 10.1097/00002517-199212000-00001 4. Candotti C T et al. Rev Bras Ciênc Esporte. 2012; 34(1):27-39. http://dx.doi.org/10.1590/S010132892012000100003. 5. Gombatoa SP et al. Gait & Posture. 2015; 42: 539-549. Doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.gaitpost.2015.08.010. 6. Van Dieën JH et al. J Electromyogr Kinesiol. 2003;13(4):333-51. DOI: 10.1016/S1050-6411(03)00041-5 7. Hulst MVD et al. Journal of Electromyography and Kinesiology. 2010; 20:31-38, 2010. doi: 10.1016/j.jelekin.2009.03.009 8. Cholewicki J et al. Spine (Phila Pa 1976). 1997; 22(19):2207-12. doi: 10.1097/00007632199710010-00003 9. Marras WS et al. Spine. 2004; 4(1): 64–75. doi:10.1016/S1529-9430(03)00424-8 Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Avaliação de parâmetros de desempenho muscular em jovens sedentárias com dor lombar” do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias, Instituo de Biociências/ UNESP. P á g i n a | 130 CMH. 107. ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS TEMPORAIS E ESPACIAIS DA MARCHA COM A OSCILAÇÃO DO CENTRO DE MASSA EM IDOSOS VIVENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA Bruna Carvalho Cardoso1; Bruna Oliveira Plassa²; Ana Paula de Martini Lopes dos Santos³; Giovanna Ferreira Camilo³; Nise Ribeiro Marques³; Daniela Cristina Carvalho Leite de Abreu4 1,2 Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA); 3 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP - Marília); 4 Universidade de São Paulo (USP – Ribeirão Preto) Introdução: O envelhecimento pode ser definido pelos efeitos que a idade causa no organismo de uma pessoa, caracterizando um processo que é construído ao longo de toda a vida¹. As alterações fisiológicas inerentes ao envelhecimento podem levar ao declínio na função em diversos sistemas e predispor o indivíduo a disfunções e doenças, tais como a perda de força muscular, a diminuição da capacidade visual e auditiva, a perda de equilíbrio, as alterações na marcha, que são fatores que elevam o risco de quedas na população idos2. A marcha é um movimento rítmico que mantém o corpo em locomoção progressiva à frente3. O controle do equilíbrio durante a marcha é visto na literatura como um processo que requer atenção e altos níveis de recursos cognitivos para estimar, planejar e executar sua regulação4. Além disso, a institucionalização do idoso pode representar um fator de risco adicional para quedas em idosos com declínio cognitivo5. A hipótese do presente estudo é que idosos com maior deslocamento do centro de massa (CM) podem apresentar pior desempenho na execução da marcha, resultando em menor comprimento de passada, maior tempo de apoio, maior tempo de duplo apoio e maior variabilidade dos parâmetros cinemáticos. Objetivos: Correlacionar as variáveis temporais e espaciais da marcha com a oscilação do CM em idosos viventes em instituições de longa permanência. Métodos: Participaram do estudo 11 idosos (76,64 ± 8,29 anos) viventes em instituições de longa permanência. Os participantes foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de elegibilidade: idade entre 60-80 anos, ausência de doenças neurológicas adquiridas progressivas ou não, ausência de comorbidades cardiovasculares, metabólicas ou respiratórias, que impossibilitem a realização do teste e visão normal ou corrigida. O estudo foi aprovado em Comitê de Ética local (parecer número: 011580/2015). Tabela 1: Caracterização da amostra. Variáveis Média ± DP Idade (anos) 76,64 ± 8,29 Equilíbrio (pontos) 2 ± 0,89 Velocidade de Marcha (pontos) Sentar e Levantar (pontos) 2,91 ± 0,94 2,09 ± 1,22 SPPB Total (pontos) 7 ± 2,23 MEEM (pontos) 16,45 ± 4,23 Velocidade de Marcha (m.s-1) 0,67 ± 0,12 MEEM = Mini Exame do Estado Mental; SPPB = Short Physical Performance Battery. Os procedimentos de coleta de dados foram realizados em uma única visita ao ambiente de coleta. A avaliação foi composta por: anamnese, avaliação cognitiva por meio do Mini-Exame do Estado Mental, avaliação da mobilidade e velocidade da marcha pela Short Physical Performance Battery; e avaliação de parâmetros cinemáticos da marcha. A avaliação da marcha foi realizada em um corredor de 14 metros e as variáveis foram coletadas nos 10 metros centrais da passarela por meio dos sinais dos sensores de pressão (FootSwitch, Noraxon, Arizona, EUA; Figura 1a) colocados sobre: base do hálux e calcâneo (Figura 1b) dos dois pés. Foram realizadas aproximadamente cinco tentativas em solo em velocidades de preferência. P á g i n a | 131 Discussão: Os resultados do estudo mostraram que houve correlação negativa entre a oscilação do CM e a variabilidade do tempo de balanço em idosos asilados. Tal resultado refuta nossa hipótese inicial de que, quanto maior a variabilidade dos parâmetros da marcha em idosos, maior seria o deslocamento do CM. Possivelmente esses achados estão relacionados a inabilidade desses indivíduos em responder às perturbações externas que ocorrem durante a marcha. Nesse sentido, idosos que apresentam maior rigidez, possivelmente, apresentam um pior controle de movimento, o que resulta nas alterações de ritmo e variabilidade da marcha. FIGURA 1: (a) Equipamento portátil para coleta de dados cinemáticos; (b) posicionamento dos sensores de footswitches. Os parâmetros cinemáticos da marcha analisados foram: velocidade, tempo de passada, variabilidade do tempo de passada, tempo de apoio simples e tempo de duplo apoio; e comprimento da passada. O deslocamento do CM foi medido por um acelerômetro triaxial posicionado sobre o processo espinhoso de T10, com frequência de amostragem de 1000 Hz e seus dados foram obtidos utilizando a aceleração médiolateral (ML; eixo y). A variabilidade dos dados cinemáticos foi analisada por meio do desvio padrão. Cinquenta ciclos de marcha consecutivos foram obtidos e utilizados para a análise dos dados durante a marcha6. A determinação do início e do fim da fase de apoio, da fase de balanço e da passada foram determinados por meio do sinal dos sensores de pressão. O deslocamento do CM foi calculado utilizando o coeficiente de inclinação de reta de regressão linear formada a partir do mínimo valor até o valor máximo de aceleração ML ao longo do ciclo. Para análise estatística foi utilizado o teste de correlação de Pearson. O nível de significância foi ajustado em p < 0,05. Resultados: Houve correlação entre o CM e a variabilidade do tempo de balanço (r = -0,625 e p = 0,04). Limitações do estudo: n amostral pequeno. Sugerimos que novas investigações sejam realizadas para identificar o efeito do declínio cognitivo, característica comum em idosos viventes em instituições de longa permanência no equilíbrio e no padrão de marcha dessa população e a sua relação com quedas. Conclusões: Houve uma correlação negativa entre a variabilidade do tempo de balanço e a oscilação do CM. Isso provavelmente está relacionado ao pior controle de movimento dessa população. Referências 1. Ávila AH et al. Pensamiento Psicológico, 2007; 3(8): 7-18 2. Menezes RL et al. Ciênc Saúde Colet, 2008; 13 (4): 120918. 3. Kirkwood RN et al. R bras Ci e Mov, 2006; 14 (4): 103-10. 4. Abbud GAC et al. Gait Posture, 2009; 30 (2): 227-32. 5. Kröpelin TF et al. Int Psychogeriatr, 2013; 25 (4): 549-63. 6. Konig N et al. Gait Posture, 2014; (1): 615-7. Fontes financiadoras: Auxílio Regular (2014/07223-7); Edital Universal CNPq/2014. FAPESP Fonte dos dados: Esses dados são parte de um projeto concedido com auxílio regular FAPESP e um projeto financiado pelo Edital Universal CNPq intitulado: “Identificação da capacidade de predição de quedas em idosos por meio de um limiar baseado na variabilidade do tempo de apoio da marcha. P á g i n a | 132 CMH. 108. COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS CINEMÁTICAS DA MARCHA DE IDOSOS VIVENTES NA COMUNIDADE E EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA Bruna Oliveira Plassa1; Bruna Carvalho Cardoso2; Deborah Hebling Spinoso3; Andressa da Costa Candido3; Daniela Cristina Carvalho Leite de Abreu4; Nise Ribeiro Marques3 1,2 Faculdade de Medicina de Marília FAMEMA; 3 Universidade Estadual Paulista UNESP – Marília; 4 Universidade de São Paulo USP – Ribeirão Preto Introdução: O envelhecimento é um processo fisiológico que promove alterações e eessas resultam em falta de equilíbrio, anormalidades na marcha, diminuição da força muscular, baixa acuidade visual, alteração da propriocepção e na cognição1. Considerando que a incidência do declínio cognitivo em idosos viventes em instituições de longa permanência é três vezes maior que em idosos viventes na comunidade 2 e que o declínio cognitivo esta associado com o número de quedas3, é importante a investigação da existência de anormalidades na marcha. Nossa hipótese é de que existe diferença nas variáveis cinemáticas da marcha entre os grupos de idosos uma vez que os idosos viventes em instituições de longa permanência apresentam maior declínio funcional e cognitivo. Objetivo: Analisar as variáveis cinemáticas da marcha de idosos viventes na comunidade e idosos viventes em instituições de longa permanência. Métodos: Participaram deste estudo 33 idosos, sendo 11 idosos (76,64 ± 8,29 anos; Tabela 1) viventes em instituições de longa permanência e 22 idosos (63,64 ± 7,61 anos; Tabela 1) viventes na comunidade. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa local (número do processo 011580/15). O procedimento de coleta de dados foi realizado em uma única visita ao ambiente de coleta e de forma individual. Inicialmente foi realizado o Short Physical Performance Battery (SPPB) e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e subsequente foi coletado as variáveis cinemáticas da marcha. A análise da marcha foi realizada em uma passarela de 14 metros, sendo descartados os dois metros iniciais e finais da passarela por conta das fases de aceleração e desaceleração da marcha. Foram realizadas, aproximadamente, cinco tentativas de caminhada na passarela em velocidade de preferência para a coleta dos parâmetros. Foi utilizado um módulo de aquisição de sinais biológicos (Noraxon, Arizona, EUA) ajustado em uma frequência de amostragem de 1000 Hz com o qual foram capitados os sinais de dois sensores de footswitches localizados na região do calcâneo e base do hálux em ambos os pés (Figura 1). Figura 1. Colocação dos sensores footswitches; voluntárias no momento da coleta. Foram utilizadas rotinas específicas desenvolvidas em ambiente Matlab (Mathworks, Natick, EUA) para a análise e foi considerada 40 passadas. As variáveis extraídas foram as seguintes variáveis espaciais e temporais da marcha: comprimento da passada, tempo de apoio, tempo de balanço, tempo da passada e tempo de duplo apoio, além da variabilidade dos parâmetros temporais da marcha. Tabela 1. Caracterização da amostra. Variáveis GILP GC Idade 76,64 ± 8,29 63,64 ± 7,61 (anos) Equilíbrio 2 ± 0,89 4±0 (pontos) Marcha 2,91 ± 0,94 2,86±0,77 (pontos) Sentar e 2,09 ± 1,22 2,5±1,1 Levantar (pontos) SPPB total 7±2,23 9,36±1,56 (pontos) MEEM 16,45 ± 4,23 > 24 (pontos) Velocidade 0,67±0,12 1.01±0.14 Marcha (m.s-1) p < 0,001* < 0,001* 0,88 0,33 0,001* < 0,001* GILP = grupo de idosos de instituição de longa permanência, GC = grupo de idosos da comunidade. * p < 0,05. Foi utilizado o teste análise de covariância multivariada (MANCOVA) e o teste post hoc de Bonferroni para comparação das variáveis cinemáticas da marcha entre os grupos de idosos viventes em instituição de longa permanência e idosos viventes na comunidade, considerando como covariável a idade dos participantes. O nível de significância foi ajustado em p < 0,05. P á g i n a | 133 Resultados: A MANCOVA demonstrou diferenças significativas entre os grupos (F = 26,4 e p < 0,01). O grupo de idosos viventes em instituição de longa permanência apresentou a velocidade de marcha e o comprimento do passo, respectivamente, 33,88 e 26,82% menor que os idosos viventes na comunidade (p < 0,01 para ambos). Os tempos de apoio, balanço, passada e tempo de duplo apoio foram, respectivamente, 18,71, 24,6, 21,55, 21,79% maior no grupo de idosos viventes em instituições de longa permanência (p < 0,01 para tempos de apoio, balanço e passada; e p = 0,012 para tempo de duplo apoio). Em relação à variabilidade, idosos viventes em instituições de longa permanência apresentaram a variabilidade dos tempos de apoio, balanço e passada, respectivamente, 50,32, 70,23 e 71,47% maior do que idosos viventes na comunidade (para variabilidade dos tempos de balanço e passada, p < 0,001; para variabilidade do tempo de apoio, p = 0,013). Discussão: O principal achado deste estudo foi que idosos viventes em instituições de longa permanência apresentaram diferenças significativas nas variáveis cinemáticas da marcha. Neste sentido, os achados do presente estudo sustentam a nossa hipótese inicial. Os idosos viventes em instituições de longa permanência apresentaram anormalidades da marcha que denotam pior desempenho nessa tarefa. Tais achados podem estar relacionados às alterações cognitivas de idoso viventes em instituições de longa permanência. Assim, para todos os idosos viventes na comunidade o escore no MEEM foi maior que 24, sugerindo então a ausencia de declínio cognitivo. Já nos idosos viventes em instituições de longa permanência a pontuação do MEEM foi entre 20-11 determinando, o que indica a presença de um declínio moderado4. Levando em consideração que problemas cognitivos tambem estao relacionados as vias corticais que regulam o controle motor, idosos viventes em instituições de longa permanência possívelmente apresentam, além de uma maior diminuição de força e equilíbrio, também alterações de controle neuromuscular, que resultam em anormalidades na marcha e os predispoem em maior risco de quedas5. Conclusões: Neste contexto, concluímos que os idosos viventes em instituições de longa permanência apresentaram anormalidades na marcha, tais como: menor velocidade de marcha e comprimento do passo, maior tempo de apoio, duplo apoio e balanço e uma maior variabilidade dos tempos de apoio, balanço e passada, o que pode relacionar-se ao declínio cognitivo e funcional apresentado nessa população. Referências 1 Menezes R. L. et al. Ciênc. saúde coletiva. 2008; 13 (4):1209-1218 2 Gauthier S. et al. The Lancet. 2006; 367 (9518):1262-1270 3 Bassey EJ. Rev in Clin Gerontol. 1997; 7 (289)297 4 Brucki SMD et al. Arq Neuropsiquiatr. 2003; 61 (3B):777-81 5 Amboni M. Mov Disord 2013; 28 (11):1520-1533 Fontes financiadoras: FAPESP (número do processo: 2014/07227-3). Edital universal CNPq/2014 (processo número: 441419/2014-3). Fonte dos dados: Os resultados apresentados são parte integrante de um auxílio regular da FAPESP e um projeto financiado pelo edital universal CNPq intitulado: “Identificação da capacidade de predição de quedas em idosos por meio de um limiar baseado na variabilidade do tempo de apoio da marcha”. P á g i n a | 134 CHM.109. INFLUÊNCIA DA ATAXIA NA EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA Bruno Ferreira1, Veridiana Wanshi Arnoni2, Gabriel Pádua da Silva1, Camila Roza Gonçalves2, Oswaldo Luiz Stamato Taube2, Lígia Maria Napolitano Gonçalves2, Marisa Semprini2, Selma Siéssere2, Simone Cecilio Hallak Regalo2 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 2 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo. Introdução: A ataxia é uma desordem neurológica da região cerebelar que se manifesta em vias motoras gerando ao indivíduo perda da coordenação dos movimentos nos músculos voluntários, distúrbios no controle da postura corporal, nistagmas, alterações no controle de voz e perda da articulação das palavras1. Os indivíduos com ataxia também podem desenvolver quadros de disfagia, associados as lesões cerebelares, fato este que interfere no prognóstico dos indivíduos por desenvolverem complicações relacionadas com a desidratação, nutrição inadequada ou aspirações alimentares2. Objetivo: Este estudo teve por finalidade analisar a eficiência dos ciclos mastigatórios por meio da integral da envoltória do sinal eletromiográfico durante a mastigação de parafilme M® (não– habitual) e amendoins e uvas passas (habitual) em pacientes com ataxia comparando-os com indivíduos saudáveis. Métodos: Foram selecionados 16 indivíduos com idade entre 20 a 60 anos de ambos os gêneros, divididos em dois grupos pareados sujeito a sujeito. GI – Pacientes com ataxia: foram selecionados 8 pacientes por uma amostra de conveniência. GII – Controle: foram selecionados 8 indivíduos saudáveis. Os indivíduos foram submetidos a avaliação eletromiográfica dos músculos temporais e masseteres durante as condições clínicas de mastigação de parafilme, uvas passas e amendoins. Foi realizado a análise estatística pelo SPSS 22.0 utilizando o teste t (p<0,05). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAE: 13073313.9.0000.5419). Resultados: Na avaliação da eficiência dos ciclos mastigatórios para mastigação habitual e nãohabitual não foram observadas alterações estatisticamente significantes entre os dois grupos analisados (tabela 1). Discussão: A ataxia varia entre 43 tipos diferentes de manifestações clínicas que são classificados pelos seus sinais, sintomas e exames laboratoriais. As ataxias 2, 3, 6, 7 e 10 são as que mais desenvolvem queixas principais relacionadas as funções mastigatórias e desenvolvem sinais clínicos como desidratação, desnutrição e aspiração traqueal1. Desta forma, a avaliação das alterações funcionais do sistema estomatognático nestes indivíduos é fundamental e a literatura tem demonstrado que para avaliar estas alterações a eletromiografia tem sido um recurso valioso. Neste estudo, os indivíduos com ataxia não apresentaram diferença na eficiência mastigatória durante as condições clínicas de mastigação com parafilme M®, uvas passas e amendoins, fato este que é justificado por Woda et al. 3 a mastigação é um processo fisiológico controlado pelo sistema nervoso central, mas necessita das informações geradas pelo próprio sistema estomatognático, informando sobre as condições do alimento há ser mastigado. Nossos resultados são discordes aos de Abdulmassih, et al.1, que demonstram em seus estudo haver uma redução dos movimentos mandíbulas na fase mastigatória que compromete a função mastigatória. Conclusão: Com base nos resultados conclui-se que não há diferença significativa da eficiência mastigatória entre os indivíduos com ataxia e o grupo controle. Referências: 1. Abdulmassih EMS; et al. The evaluation of swallowing in patients with spinocerebellar ataxia an oropharygeal dysphagia: A comparison study of videofluoroscopic and sonar doppler. International Archives of Otorhinolaryngology, 2014; 17(1): 66-73, 2013. 42. 2. SCHMAHMANN, J. Disorders of the cerebellum: ataxia, dysmetria of thought, and the cerebelar cognitive affective syndrome. J Neuropsych and Clin Neurosc. 2004; 16(3): 367 – 378. 3. Woda A; et al.. Adaptation of healthy mastication to factors pertaining to the individual or to the food. Phys & Beh. 2006; 89(1): 28 – 35. 28. Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. P á g i n a | 135 Mastigação de Amendoins Mastigação de Uvas Passas Mastigação de Parafilme M® Tabela 1 – Médias eletromiográficas normalizadas na condição clínica de mastigação não habitual de parafilme M ®, mastigação habitual de uvas passas e mastigação habitual de amendoins, para os indivíduos com ataxia e controle, analisados para os seguintes músculos: temporal direito e esquerdo, masseter direito e esquerdo. Músculos Grupo p Média Erro Padrão G1 – Ataxia 0,91 ±0,12 Temporal Direito 0,55ns G2 - Controle 1,05 ±0,18 G1 – Ataxia 1,19 ±0,31 Temporal Esquerdo 0,42ns G2 - Controle 2,36 ±1,37 G1 – Ataxia 1,18 ±0,34 Masseter Direito 0,78ns G2 - Controle 1,06 ±0,22 G1 – Ataxia 2,15 ±1,30 Masseter Esquerdo 0,74ns G2 - Controle 1,67 ±0,62 G1 – Ataxia 1,48 ±0,49 Temporal Direito 0,60ns G2 - Controle 1,19 ±0,22 G1 – Ataxia 2,36 ±1,38 ns Temporal Esquerdo 0,84 G2 - Controle 2,82 ±1,86 G1 – Ataxia 1,78 ±1,02 Masseter Direito 0,58ns G2 - Controle 1,18 ±0,27 G1 – Ataxia 1,08 ±0,36 Masseter Esquerdo 0,47ns G2 - Controle 1,46 ±0,35 G1 – Ataxia 0,95 ±0,20 Temporal Direito 0,51ns G2 - Controle 0,79 ±0,14 G1 – Ataxia 1,40 ±0,63 Temporal Esquerdo 0,92ns G2 - Controle 1,50 ±0,85 G1 – Ataxia 1,29 ±0,77 Masseter Direito 0,86ns G2 - Controle 1,14 ±0,34 G1 – Ataxia 0,77 ±0,22 Masseter Esquerdo 0,99ns G2 - Controle 0,77 ±0,21 P á g i n a | 136 CHM.110. EFEITOS DO DISPOSITIVO DE COMPRESSÃO TECIDUAL SUPERFICIAL NO CONTROLE DO TÔNUS MUSCULAR ESPÁSTICO Camila Roza Gonçalves1,Gabriel Pádua da Silva2, Bruno Ferreira2, Veridiana Wanshi Arnoni3, Edson Donizetti Verri3, Saulo Fabrin3; Crislaine de Lima4; Vanessa de Fátima Dias4; Simone Cecilio Hallak Regalo3. 1 Departamento de Engenharia Biomédica- Universidade Federal de Uberlândia; 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo; 3 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 4 Centro Universitário UNIFAFIBE- Curso de Fisioterapia. Introdução: As doenças e as seqüelas neurológicas interferem na capacidade do indivíduo em desempenhar determinadas habilidades motoras (Rolland, Dickerson, Brooks, 2013). A hipertonia espástica é uma manifestação clínica comum em indivíduos com alterações cerebrovasculares, que resulta na inabilidade motora, durante as atividades de vida diária (Bhimani; Anderson, 2014). De acordo com Masakado (2013) as principais características clinicas da hipertonia espástica são as alterações neuromusculares (paralisia espástica), presentes na maioria dos músculos do hemicorpo hemiparético. Objetivo: Analisar os efeitos de um dispositivo de compressão tecidual superficial (DCTS) na atividade muscular do membro superior de indivíduos hemiparéticos. Métodos: Esta pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa do Centro Universitário UNIFAFIBE (CEP/UNIFAFIBE) (CAAE nº 23316314.2.0000.5387). Foram selecionados quatorze indivíduos do gênero masculino, com idade entre 60 a 80 anos (média de 72,33± 2,36 anos) e diagnóstico clínico de acidente vascular encefálico do tipo isquêmico (AVEi), sendo: dez indivíduos com hemiparesia espástica à direita e quatro indivíduos com hemiparesia espástica à esquerda (Ashworth 2 e 3). Todos os indivíduos foram submetidos a avaliação da atividade muscular, por meio da eletromiografia de superfície antes e após a aplicação imediata do dispositivo de compressão tecidual superficial (Pré-DCTS, Pós-DCTS). Para a aplicação do dispositivo os indivíduos permaneceram com uma "bóia" que promove uma compressão na superfície tecidual do membro, em um período de 15 minutos, na posição de sedestação e com os membros superiores mantidos em posição neutra (de acordo com o padrão espástico). Foi realizado um controle de pressão, mantido em uma escala nominal de 1,0psi, controlada por um manômetro. Durante a avaliação eletromiográfica, foram avaliados os músculos bíceps braquial (BB), tríceps braquial (TB), deltóide médio (DM) e braquiorradial (BR), durante a condição clínica de repouso-10s (RMS). A eletromiografia de superfície foi realizada utilizando o aparelho Myosystem® Br1 e os resultados foram normalizados pelo valor do sinal eletromiográfico da contração isométrica de cada músculo avaliado, coletados por dez segundos. Os dados eletromiográficos foram tabulados e submetidos à análise estatística por meio do teste t (SPSS versão 21.0). Resultados: Os resultados da atividade eletromiográfica normalizada foram: BB= [(PréDCTS= 0,38± 0,10), (Pós-DCTS= 0,34± 0,09)], TB= [(Pré-DCTS= 0,99± 0,41), (Pós-DCTS= 0,58± 0,17)], DM= [(Pré-DCTS= 0,29± 0,12), (Pós-DCTS= 0,33± 0,12)], BR= [(Pré-DCTS= 0,43± 0,12), (Pós-DCTS= 0,42± 0,08)]. Os resultados não foram estatisticamente significantes, quanto a comparação dos dois períodos (teste t p> 0,05). Discussão: A perda da elasticidade muscular e dos tecidos conectivos gera deformidades que causam um desequilíbrio entre as forças de tensão ao redor de determinada articulação (Masi et al, 2010). Isto pode ser observado nesta pesquisa, tendo em vista que a técnica de DCTS não apresentou mudanças significativas em relação à atividade muscular. De acordo com Proske, Gandevia (2012), os mecanorreceptores contribuem na propriocepção e sinalizam o corpo sobre as informações posturais que são adotadas, fato justificado nesta pesquisa, tendo em vista que a técnica de DCTS, promoveu alterações mecânicas e fisiológicas sobre a pele, estimulando assim os mecanorreceptores que P á g i n a | 137 induziam a redução da espasticidade observada clinicamente. Conclusões: Pode-se concluir que a técnica DCTS não apresentou valores significantes para a atividade dos músculos avaliados do membro superior hemiparético. No entanto clínicamente a técnica demonstrou alterações mecânicas e fisiológicas relacionadas ao controle da espasticidade muscular. Referências 1. Rolland B, Dickerson AE, Brooks J. Meeting the occupational needs of a neurologically impaired client for driving: a case review. Occup Ther Health Care. 2013 Oct;27(4):308-22. 2. Masakado Y. Spasticity must be treated by botulinum toxin with rehabilitaiton. Rinsho Shinkeigaku. 2013;23(11): 1261-3. 3. Bhimani R, Anderson L. Clinical understanding of spasticity: implications for practice. Rehabil Res Pract. 2014; 279-175. 4. Masi AT, Nair K, Evans T, Ghandour Y. Clinical, biomechanical, and physiological translational interpretations of human resting myofascial tone or tension. Int J Ther Massage Bodywork. 2010; 16:3(4):16-28. 5. Proske U, Gandevia SC. The proprioceptive senses: their roles in signaling body shape, body position and movement, and muscle force. Physiol Rev. 2012 Oct;92(4):1651-97. Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Centro de estudos e pesquisa do desenvolvimento regional (CEPeD) do Centro Universitário UNIFAFIBE. P á g i n a | 138 CHM.111. DIFERENÇAS NA RAZÃO FLEXÃO-RELAXAMENTO ENTER OS MÚSCULOS EXTENSORES CERVICAIS EM TRABALHADORES USUÁRIOS DE COMPUTADOR COM E SEM DOR CERVICAL CRÔNICA Carina Ferreira Pinheiro1, Marina Foresti dos Santos1, Thais Cristina Chaves1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: A dor cervical é uma queixa frequentemente relatada por trabalhadores usuários de computador1. A razão de flexão-relaxamento (RFR) é uma forma de quantificar alterações no padrão de recrutamento muscular dos extensores cervicais2. A investigação da atividade eletromiográfica (EMG) da musculatura extensora cervical dos usuários de computador com dor cervical tem revelado tais alterações, como aumento da ativação durante as atividades de trabalho e no movimento de flexo-extensão cervical2,3. No entanto, em geral esses estudos não verificaram possíveis diferenças na RFR entre os diferentes músculos extensores cervicais. Dessa forma, a literatura carece de estudos voltados para identificação de quais músculos extensores apresentam alterações na RFR. para as demais etapas. O ritmo do movimento foi controlado através de sinal sonoro, e o sinal EMG foi coletado em todas as fases. Eletrodos de superfície sem fio (Trigno Wireless System, Delsys Inc, Boston, MA, USA) foram fixados bilateralmente nos músculos: semiespinhal da cabeça6, esplênio da cabeça6, e trapézio superior7. Os sinais foram amostrados a 2000Hz, com ganho de 300. O sinal bruto EMG foi filtrado entre 20-500Hz (Butterworth 4ª ordem) e o RMS foi calculado com janela de 0,125 segundos em cada fase do movimento. A RFR foi calculada pela razão entre a máxima atividade EMG da fase de re-extensão e a atividade EMG da fase de flexão total2. Este estudo obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital das Clínicas da FMRP-USP (Processo 4492/2013) Objetivos: Comparar a razão de flexão-relaxamento entre os músculos extensores cervicais em trabalhadores usuários de computador com e sem dor cervical crônica e indivíduos controle. Resultados: Foram avaliados 60 indivíduos, 30 homens e 30 mulheres divididos igualmente entre os grupos. Desta forma, 20 voluntários compuseram o grupo de trabalhadores com dor cervical crônica (31,8 anos, IC95% 30,2-33,4; IMC 25,3 kg/cm², IC95% 23,5-27,1), 20 trabalhadores formaram o grupo sem dor cervical (29,5 anos, IC95% 27,1-31,6; IMC 24,8 kg/cm², IC95% 23,2-26,3), e 20 participantes formaram o grupo controle (28,3 anos, IC95% 26,1-30,5; IMC 22,3 kg/cm², IC95% 20,023,7). A análise da RFR (ANOVA, p<0,05) revelou diferenças entre os músculos em todos os grupos (Tabela 1), em especial o semiespinhal da cabeça, que apresentou maior RFR significativa em relação aos demais músculos no grupo com dor cervical, e somente em relação ao trapézio superior no grupo sem dor cervical e grupo controle. Ainda no grupo controle, o esplênio da cabeça também apresentou valores de RFR significativamente maiores em comparação ao trapézio superior. Métodos: Foram recrutados trabalhadores de escritório entre 18 e 45 anos, usuários de computador por mais de 4 horas diárias4, e em execução da função há mais de 12 meses. Trabalhadores que relataram dor cervical há mais de três meses com intensidade maior do que três na escala numérica de dor, e com grau de incapacidade pelo menos leve segundo o Neck Disability Index (NDI)5 foram selecionados para o grupo com dor cervical crônica. Os usuários de computador sem histórico de dor cervical no último ano, e sem relato de incapacidade de acordo com NDI foram selecionados para o grupo sem dor cervical. O grupo controle foi composto por indivíduos sem histórico de dor cervical crônica, e com relato de uso de computador por até 4 horas diárias. Foram excluídos indivíduos com outras disfunções agudas ou crônicas, musculoesqueléticas ou não, síndrome de whiplash, trauma e/ou cirurgia na coluna e deformidades em membros superiores ou coluna. Os participantes realizaram flexo-extensão cervical com repouso inicial em posição neutra da cervical, flexão cervical, manutenção da flexão total e re-extensão, sendo 5 segundos de repouso inicial e 3 segundos P á g i n a | 139 Tabela 1. Valores obtidos com o cálculo da RFR (média e IC95%) Semiespinhal Esplênio da Trapézio da cabeça cabeça superior 3,10* 1,61 1,39 DCC (2,50-3,70) (1,32-1,89) (1,08-1,70) 2,33** 1,77 1,23 SDC (1,93-2,74) (1,32-2,22) (1,10-1,36) 1,99** 2,03** 1,17 C (1,81-2,17) (1,62-2,44) (1,06-1,29) DCC: grupo dor cervical crônica; SDC: grupo sem dor cervical; C: grupo controle; *Diferença em relação aos demais músculos; **Diferença em relação ao trapézio superior (ANOVA, p<0,05) Discussão: Nossos resultados reforçam a aplicação da RFR como um potencial marcador de comprometimento neuromuscular2. Os dados do grupo controle se justificam pelo músculo trapézio não ser um extensor cervical primário, portanto era esperado que sua participação na flexo-extensão cervical fosse consideravelmente menor do que nos demais músculos analisados. No entanto, nos grupos de trabalhadores, a diminuição da atividade do esplênio da cabeça durante a re-extensão cervical é significativa, sugerindo que mesmo em indivíduos assintomáticos, o uso do computador altera o comportamento motor do grupo extensor. Ainda entre os usuários de computador, a presença de dor cervical modifica o controle sinérgico entre os músculos extensores. Tal alteração foi verificada previamente8 em indivíduos com dor cervical mecânica e sugere que atividades realizadas com a região craniocervical em neutro aumentam a exposição de déficits motores existentes. Conclusão: O uso de computador por longos períodos altera a estratégia de controle motor do grupo extensor cervical, e tal alteração se exacerba na presença de dor cervical crônica. Referências 1. Wahlström J. Occup Med 2005;55(3):168–76. 2. Murphy BA, et al. Spine (Phila Pa 1976) 2010;35(24):2103–8. doi: 10.1097/BRS.0b013e3181cbc7d8 3. Maroufi N et al. Eur Spine J 2013;22(1):162–8. doi: 10.1007/s00586-012-2517-3 4. Sonne M et al. Appl Ergon 2012;43(1):98–108. doi: 10.1016/j.apergo.2011.03.008. 5. Vernon H et al. J Manip Physiol Ther 1991;14(7):409–15. 6. Sommerich CM et al. J Electromyogr Kinesiol 2000;10(6):377–98. 7. Burnett A et al. J Electromyogr Kinesiol 2007;17(5):635–41. 8. O’Leary S et al. Arch Phys Med Rehabil 2011;92:929-34. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Processos 2012/24138-9 e 2013/02312-0) Fonte dos dados: Esses dados são parte da dissertação de mestrado intitulada: Relação de flexão-relaxamento e dor cervical crônica em trabalhadores de escritório usuários de computador. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 140 CHM. 112. Teste de caminhada e caminhada Tandem em pacientes com migrânea com aura e sem aura e migrânea crônica Carolina de Almeida Silva1; Gabriela Ferreira Carvalho1; Lidiane Lima Florêncio¹; Ana Izabela Sobral de Oliveira¹; Fabiola Dach 1; Debora Bevilaqua Grossi1 1 Universidade de São Paulo/Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Introdução: A estabilidade dinâmica é um componente fundamental da caminhada e pode ser definida como a capacidade de manter uma locomoção funcional¹. A Migrânea, é uma cefaleia primária comum e incapacitante, que pode ser acompanhada ou não da aura² e quando ocorre em uma frequência mensal maior que 15 dias é definida como migrânea crônica³. Pacientes com migrânea apresentam alta prevalência de vertigem, tontura, sensibilidade ao movimento, desequilíbrio e maior oscilação postural4,5,6. Estas alterações podem estar relacionadas com regiões de micro isquemias no território das artérias vertebro basilares, encontradas em migranosos, especialmente com aura7. Diante disso, a hipótese deste estudo é que indivíduos com migrânea apresentam distúrbios de locomoção, podendo ser mais exacerbados na presença de aura e/ou na forma crônica da doença. Objetivos: Avaliar os aspectos funcionais em atividades dinâmicas como a marcha normal e tandem em pacientes com migrânea com e sem aura e migrânea crônica. Métodos: Foram recrutadas 140 mulheres entre 18 e 55 anos, distribuídas igualmente em 4 grupos: migrânea sem aura (M), migrânea com aura (MA), migrânea crônica (MC) e grupo controle (GC), neste último as voluntárias não poderiam ter relato de cefaleia recorrente há pelo menos 20 anos. Em ambos os grupos foram excluídas as voluntárias com cefaleias concomitantes, doenças sistêmicas, comprometimentos músculos esqueléticos, IMC >30 kg/m² e vestibulopatias. As voluntárias foram questionadas em relação a idade, tempo de cefaleia, frequência e duração de crises, intensidade da dor e medicamentos em uso, além do questionário IPAQ que avaliou o nível de atividade física. O procedimento de coleta foi realizado em dois testes: Teste da Marcha (TM): Durante o teste a paciente foi orientada a caminhar em sua velocidade mais ágil (sem correr ou trotar). Foram avaliadas as medidas de comprimento do passo (cm), largura do passo (cm) e velocidade da marcha (cm/seg). Teste Marcha Tandem (MT): Este teste quantifica as características do movimento de caminhar ao longo de uma linha no chão. As variáveis analisadas foram largura de passo média (cm) e velocidade média (cm/seg). Ambos os testes foram repetidos três vezes e realizados no Balance Master System® que é composto por duas plataformas de 1,40 m de comprimento8. A comparação entre as características da amostra foi analisada com o teste ANOVA com pos hoc Bonferroni para variáveis quantitativas e teste exato de Fisher para análise de dados de frequência. Para contrastar os grupos nos testes TM e MT foi realizada uma ANCOVA ponderada pela idade, IMC, nível de atividade física, presença de tontura e número de medicamentos em uso. Os testes foram realizados no software SAS 9.2 com nível de significância de 5% e com intervalo de confiança de 95%. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto com processo n°4126/2010. Resultados: As características demográficas se encontram na tabela 1, e ambos os grupos não apresentaram diferenças significativas. No teste de Marcha, as pacientes do grupo controle apresentaram comprimento e velocidade de passo superiores às pacientes com migrânea (p<0.05), conforme apresentado na tabela 2. Durante o teste da Marcha Tandem o grupo controle também apresentou menor largura de passo e maior velocidade em relação aos demais grupos (p<0.05) (tabela 3). P á g i n a | 141 Tabela 1 – Valores médios e desvio padrão das variáveis demográficas da amostra. GC (n=35) M (n=35) MA (n=35) MC (n=35) Idade (anos) 35,9 (9,5) 34,8 (8,7) 37,2 (9,5) 36,8 (9,2) IMC (Kg/m2) 23,8 (3,6)* 24.1 (4,2)** 26,7 (3,9) 25,9 (4,4) - 14,9 (8,5)Ψ 19,7 (11,7) 19,1 (9,3) - 5,4 (2,7) 5 (3,2) 19,6 (9,7)ŧ - 13,7 (22,8)Ψ 29.6 (33,2) 26,1 (38,8) - 7,5 (1,5) 7,8 (1,9) 8,5 (1,4) 0.00 0.71 1.06 0.86 Tempo de Cefaleia (anos) Frequência de crises (dias/mês) Duração das crises (horas) Intensidade de dor (EVA) Medicamento profilatico Medicamento abortivo 0.09 1.09 1.34 1.46 Outros medicamentos 0.29 0.37 0.77 0.66 Total medicamentos 0.37 2.17 3.17 2.97 p<0.05: *GC versus MA e MC; ** M versus MA; ŧMC versus M e MA; ΨM versus MA e MC. Tabela 2- Avaliação das medidas de largura,comprimento e velocidade do passo durante o Teste de Marcha Largura do passo (cm) Média (IC) Comprimento do passo (cm) Média (IC) GC 12.80 (11.94-13.65)** 75.64 (72.81-78.48)* Velocidade (cm/seg) Média (IC) 109.34 (105.67113)* M 14.01 (13.26-14.76) 66.71 (64.37-69.05) 92.87 (89.46-96.27) MA 14.93 (14.28-15.58) 65.38 (62.34-68.42) 90.73 (87.40-94.06) MC 14.38 (13.64-15.12) 65.29 (62.83-67.76) 90.20 (87.28-93.12) *p<0.0001 GC versus M, MA, MC, **P<0.03 GC versus MA e MC. Tabela 3- Avaliação de largura e velocidade do passo durante a Marcha Tandem Largura do passo (cm) Média (IC) Velocidade (cm/seg) Média (IC) GC 5.91 (5.71-5.11)* 26.12 (25.05-27.2)* M 6.51 (6.29-6.72) 17.97 (16.86-19.08) MA 6.67 (6.37-6.98) 19.64 (18.56-20.71) MC 6.39 (6.16-6.61) 17.12 (15.96-18.29) *p<0.0001 GC versus M, MA, MC. Discussão: Constatamos que a migrânea piora o equilíbrio dinâmico das pacientes e que a cronicidade ou presença de aura podem também estar relacionadas a essas alterações. Além disso, a presença da aura afeta também o equilíbrio estático e a mobilidade em indivíduos migranosos9. Em um outro estudo, foi realizado uma avaliação da marcha, onde da mesma forma que nosso estudo, foi constatadov que o grupo controle apresentou melhores resultados em comparação ao grupo migrânea associada a vertigem e ao grupo migrânea sem vertigem10. Estudos futuros são necessários para se entender a origem desta alteracao do controle postural e dos prejuízos a longo prazo com a cronicidade da doença. Conclusões: A presença de migrânea, independente da cronicidade e da aura, piora o equilibrio dinâmico dos pacientes em comparação à mulheres sem cefaleia. Referências: 1- England, SA.; Granata, KP. The influence of gait speed on local dynamic stability of walking. Gait & Posture, Oxford, v. 25, no. 2, p. 172-178, 2006 2- Headache classification subcommittee of the international headache society. The International Classification of Headache Disorders, 2nd Edition. Cephalalgia 2004; 42. 3- Natoli JL, Manack A, Dean B, et al. Global prevalence of chronic migraine: a systematic review. Cephalalgia 2010;30:599-6094- Cha YH, Baloh RW. Migraine associated vertigo. J Clin Neurol. 2007;3(3):121-6. 5- Baloh RW. Neurotology of migraine. Headache. 1997;37(10):615-21. 6- Akdal G, Donmez B, Ozturk V, Angin S. Is balance normal in migraineurs without history of vertigo? Headache. 2009;49(3):419-25 7- Milhaud D, Bogousslavsky J, van Melle G, Liot P. Ischemic stroke and active migraine. Neurology. 2001;57(10):1805-11. 8- NeuroCom International; Pro Balance Master Operator’s Manual, 2011. 9- Carvalho GF, Chaves TC, Dach F, Pinheiro CF, Gonçalves MC, Florencio LL, Ferreira KS, Bigal ME, Bevilaqua GD. Influence of migraine and of migraine aura on balance and mobility--a controlled study. Headache 2013;53(7):1116-22. 10-Baker, B. J., et al. "Vestibular functioning and migraine: comparing those with and without vertigo to a normal population." The Journal of Laryngology & Otology 127.12 (2013): 1169-1176. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Fonte dos dados: Os dados apresentados fazem parte do conteúdo da Tese de doutorado, intitulada: Alterações no equilíbrio funcional em pacientes com migrânea crônica e episódica. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRPUSP. P á g i n a | 142 CHM. 113. AMPLITUDE E FREQUÊNCIA MEDIANA DO ESPECTRO DA POTÊNCIA DE SUJEITOS COM DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR Carina Giovana Pissinatti Borges1; Cláudia Lúcia Pimenta Ferreira1; Denny Marcos Garcia1; Andrea Mapelli2; Cláudia Maria de Felício1 1 Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Fonoaudiologia, FMRP-USP, Brasil; 2 Department of Biomedical Sciences for Health, Università degli Studi di Milano, Italy Introdução: Os índices eletromiográficos (EMG) no domínio da amplitude apresentam correlação significante com a severidade da desordem temporomandibular (DTM) (De Felício et al., 2012). Embora menos comum, os dados obtidos pelo domínio da frequência podem monitorar as variações na amplitude EMG decorrentes da fadiga muscular (Öberg, 1995) frequente nesta população. Objetivos: Determinar índices EMG de coordenação muscular no domínio da amplitude e a concomitante frequência mediana do espectro da potência de sujeitos com DTM articular. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo CEP da FMRP/USP (Processo n.º 15338/2012). Foram selecionados 43 sujeitos para o grupo C (35 mulheres; 8 homens; 29±10,2 anos) e 56 sujeitos com DTM articular, segundo o Research Diagnostic Criteria for TMD, eixo I (Dworkin et al., 1992) e o questionário ProTMDmulti-parte II (Felício et al., 2009a), (46 mulheres; 10 homens; 30±8,9 anos), pareados por idade e sexo. Os sujeitos foram submetidos à EMG de superfície dos músculos masseteres e temporais, usando o Eletromiógrafo Freely®, de 8 canais (De Götzen srl; Legnano, Milão, Itália). Os registros foram realizados durante a máxima intercuspidação habitual dos dentes (MCV), por 5 segundos, e os registros de padronização do sinal foram realizados na máxima contração voluntária com roletes de algodão bilateralmente interpostos aos dentes posteriores (MCVa). Foram calculados os índices EMG normalizados de assimetria para os músculos masseteres e temporais anteriores (coeficiente percentual de sobreposição: POCM e POCT, %) e o coeficiente de torção (TORS, %), seguindo metodologia previamente descrita (Tartaglia et al., 2011); e a frequência mediana do espectro da potência (FMEP, Hz) com base nos registros EMG nos testes em MCV e MCVa do primeiro (T1s) e último segundos (T5s), por meio da transformada rápida de Fourrier. O teste t-Student para amostras não pareadas foi utilizado para comparar os grupos quanto aos índices EMG. ANOVA com medidas repetidas foi aplicada para análise da FMEP e de sua variação percentual no tempo. Resultados: O grupo DTM, apresentou menor coordenação entre os pares de músculos homólogos (POCM e POCT) e ipsilaterais (TORS), em relação ao grupo C (P< 0,01) (Tabela 1). Tabela 1. Comparação entre grupos C e DTM para índices eletromiográficos normalizados. C DTM (N = 43) (N = 56) P POCT(%) Média 87.60 80.83 0.000 DP 1.84 11.36 POCM(%) Média 85.66 79.63 0.007 DP 2.65 14.23 TORS (%) Média 90.72 84.60 0.002 DP 1.30 12.52 Médias e desvios padrão (DP). P: probabilidade segundo teste tStudent. Naõ houve diferença entre as médias de FMEP dos grupos C e DTM, dos sexos feminino e masculino, tampouco interaçaõ grupo x sexo, ou destes fatores com as outras variáveis. Diferenças significantes na FMEP foram observadas na comparaçaõ das provas (MCV > MCVa), dos tempos (T1s > T5s) e dos músculos (temporal > masseter) (P< 0,05). Também houve efeitos de interaçaõ significantes entre prova x tempo (F = 6,493; P = 0,01) e tempo x músculos (F = 5,953; P = 0,02). Discussão: Os piores índices EMG dos sujeitos com DTM sugerem menor precisão na coordenação dos músculos masseteres e temporais durante a MCV (De Felício et al., 2012), como também durante a mastigação (Ferreira et al., 2014). A confiabilidade dos resultados no domínio da amplitude depende de sua reprodutibilidade e da garantia de que a fadiga muscular não tenha influenciado os resultados. Portanto, foi P á g i n a | 143 considerado relevante para os resultados do domínio da amplitude, que os grupos não diferissem quanto à FMEP e quanto à sua variação percentual no tempo. Isso também mostra que a MCV por um tempo limitado em cada prova (5s), não é suficiente para produzir diferenças espectrais entre pacientes com DTM e sujeitos saudáveis. A diferença da FMEP entre provas sugere que na MCVa houve redução dos efeitos da variável oclusal sobre os músculos, afetando menos o espectro da potência, o que reforça seu uso na normalização dos dados. A diferença entre músculos pode ser justificada pela composição heterogênea de suas fibras e a diferença entre tempos pela diminuição do número de potenciais de ação ao longo do tempo. Conclusões: Os pacientes com DTM apresentaram menor coordenação entre entre músculos mastigatórios que os sujeitos saudáveis, e não foi influenciada por fatores sugestivos de fadiga. Referências: 1. De Felício CM et al. J Oral Rehabil. 2012 39(10):744-53. DOI: 10.1111/j.13652842.2012.02336.x. 2. Öberg HJ. Electromyogr Kinesiol. 1995 5(4):239-43. DOI: 10.1016/1050-6411(96)855829 3. Dworkin SF. et al J Craniomandib Disord. 1992 6(4):301-55. 4. Felício CM et al. Cranio. 2009 27:62–7. DOI:10.1179/crn.2009.010 5. Ferreira CLP et al. J Electromyogr Knesiol. 2014 24(4):565-71. DOI: 10.1016/j.jelekin.2014.04.005 6. Tartaglia GM et al. J Electromyogr Kinesiol. 2011 21:659–64. DOI: 10.1016/j.jelekin.2011.03.003 Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Fonte dos dados: Esses dados são parte da Dissertação de Mestrado “Perfil eletromiográfico dos músculos masseter e temporal anterior de sujeitos saudáveis e com DTM: amplitude e frequência mediana do espectro da potência”, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, FMRP-USP. P á g i n a | 144 CHM. 114. TESTE DE CAMINHADA DOS 10 METROS EM CRIANÇAS SAUDÁVEIS: INFLUÊNCIA DA ACELERAÇÃO E DA DESACELERAÇÃO Mariana Angélica de Souzaˡ, Vanessa de Moraes Ramalho2, Cyntia Rogean de Jesus Alves de Baptista3, Taís Regina da Siva2, Elisângela Aparecida da Silva Lizzi4, Ana Claudia Mattiello-Sverzut5 1 2 Mestre em Ciências; Graduadas em Fisioterapia; 3 Doutoranda em Reabilitação e Desempenho Funcional; 4 Docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; 5Docente do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil Introdução: Desde a década de 70, os testes de caminhada têm sido usados para quantificar a performance funcional da marcha1. O teste dos 10 metros (T10) é frequentemente utilizado para avaliar a velocidade da marcha, devido sua fácil aplicação. Entretanto, a comparação de resultados e o uso do instrumento na prática clínica são dificultados devido à variedade metodológica em relação aos componentes de aceleração/desaceleração e velocidade de execução sugerida pelo avaliador (rápida ou preferida). Alguns autores propuseram uma excursão de 14 metros e avaliaram a velocidade do desempenho nos 10 metros intermediários2,3,4. Outros autores desenvolveram seus estudos em idosos em velocidade normal e rápida e verificaram que a velocidade não foi afetada pelo comprimento do percurso (5, 8 e 10 metros)5. Considerando que a marcha é o foco de tratamento de várias doenças na infância, é importante avaliar a influência da aceleração e desaceleração no desempenho do teste dos 10 metros e em diferentes velocidades de execução. efeitos mistos, considerando as três medidas de tempo desenvolvidos em R10, R6, P10, P6, admitindo nível de significância de 5%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa do HCFMRP-USP sob processo número 7275/2013. Objetivos: Verificar se o desempenho do T10 em crianças saudáveis é influenciado pelas etapas de aceleração e desaceleração ao longo do percurso do teste nas velocidades rápida e preferida. Discussão: O presente estudo indicou que a aceleração e desaceleração não influenciaram a velocidade média de execução do teste quando desenvolvido na velocidade preferida. Similarmente a estes achados, no estudo de Peter et al (2013)6, a velocidade média obtida em um teste de 4 metros também foi semelhante à do T10. Entretanto, estes autores realizam os testes em percursos totais de 8m e 20m para retirar a influência da aceleração e desaceleração6. Em idosos, o comprimento do percurso não foi influenciado pela velocidade, máxima ou confortável, na realização dos testes5. Diferentemente, os resultados do presente estudo indicaram que o T10 executado na velocidade rápida mostrou diferentes respostas nos percursos de 6 e 10 m para as idades de 8, 10 e 12 anos, ou seja, os componentes de Métodos: Quarenta crianças saudáveis (n=40) de 6 a 12 anos foram avaliadas em relação ao peso, altura e desempenho no T10. Em cada avaliação foi cronometrado o tempo da criança caminhar 10 m e 6 m (excluindo 2 m iniciais e finais do percurso, sem a ciência da criança), nas velocidades rápida e preferida (sendo denominadas R10, R6, P10, P6, respectivamente). Para cada velocidade, o T10 foi repetido três vezes, com intervalo de 1 minuto entre as repetições, sempre sob comando do mesmo avaliador (previamente treinado). Foi cronometrado o tempo da criança caminhar, sem calçados. A análise estatística utilizou o modelo de regressão linear de Resultados: As características antropométricas dos voluntários estão apresentadas na Tabela 1 (em anexo). Para verificar a influência da aceleração e da desaceleração na velocidade média de execução do teste (VM) foram comparadas as VM entre 10 metros e 6 metros (R10 x R6; P10 x P6). Considerando toda a amostra, não houve diferença entre P10 e P6 nem entre R10 e R6. Com a amostra agrupada conforme idade, houve diferença estatística (p<0.05) entre R10 e R6 para as idades de 8, 10 e 12 anos; entretanto, na velocidade preferida essa diferença estatística não foi observada (p>0.05). Agrupando a amostra conforme sexo e idade, houve diferença estatística (p<0,05) entre VM no R10 e VM no R6 para o sexo masculino na idade de 8 anos, e para os sexos feminino e masculino na idade de 12 anos (Tabela 2). P á g i n a | 145 aceleração e desaceleração devem ser considerados ao longo do desenvolvimento do teste. Tabela 2: Velocidade média (m/s) nos testes de caminhada dos 10 metros na velocidade preferida e rápida, nas distâncias de 10 e 6 metros (P10, P6, R10, R6, respectivamente). Idade (anos) Sexo P10 P6 R10 R6 6 F M FeM F M FeM F M FeM F M FeM 0,9(0,3) 1,3(0,2) 1,2(0,2) 1,2(0,1) 1,1(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,6(0,3) 1,3(0,2) 1,0(0,3) 1,2(0,1) 1,2(0,2) 1,3(0,1) 1,2(0,2) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,3(0,2) 1,6(0,3) 2,2(0,2) 1,9(0,1) 1,9(0,2) 1,9(0,2) 2,0(0,2) 2,1(0,2)# 2,1(0,2)* 2,1(0,2) 2,1(0,2) 2,2(0,2)* 2,1(0,2)+ 2,4(0,3)# 1,4(0,2)* 1,9(0,1) 1,9(0,2) 2,0(0,2) 2,1(0,2) 2,4(0,2) 2,3(0,2) 2,3(0,3) 2,3(0,3) 2,3(0,2) 2,3(0,2) 2,7(0,4) 2,4(0,3) 8 10 12 Média (desvio-padrão), F= Feminino; M= Masculino; +P<0.05 quando comparado com R6, sexo feminino; #P<0.05 quando comparado com R6, sexo masculino e mesma idade; *P<0.05 quando comparado R6, agrupando sexo feminino e masculino. Referências: 1. McGavin CR, Gupta SP, McHardy GJR: Twelve-minute walk test for assessing disability in chronic bronchitis. Br Med J 1976, 1:822–823. 2. Thompson P, Beath T, Bell J, Jacobson G, Phair T, Salbach NM, Wright FV. Test- retest reliability of the 10-meter fast walk test and 6-minute walk test in ambulatory school-aged children with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology. 2008, 50: 370-376. 3. Willoughby KL, Dodd KJ, Shields N, Foley S. Efficacy of Partial Body Weight–Supported Treadmill Training Compared With Overground Walking Practice for Children With Cerebral Palsy: A Randomized Controlled Trial. Arch Phys Med Rehabil 2010; 91: 333-339. 4. Nascimento LR, Lívia CG, Caetano LCG, Freitas DCMA, Morais TM, Polese JC, Teixeira-Salmela LF. Diferentes instruções durante teste de velocidade de marcha determinam aumento significativo na velocidade máxima de indivíduos com hemiparesia crônica. Rev Bras Fisioter. 2011. 1. 5. Shamay SM, Phoebe CM, Connie YW, Elva SW, Mimi HW, Shirley SM, et al. Assessing the walking speed of older adults: the influence of walkway length. Am. J. Phys. Med. Rehabil. 2013; 92: 776-780. 6. Peters et al. Assessing the Reliability and Validity of a Shorter Walk Test Compared With the 10-Meter Walk Test for Measurements of Gait Speed in Healthy, Older Adults. J Geriatr Phys Ther. 2013 Jan-Mar;36(1):24-30. 2. Fontes financiadoras: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Iniciação Científica intitulada: Confiabilidade e reprodutibilidade inter e intra-avaliador do teste de caminhada dos 10 metros em crianças saudáveis entre 6 e 12 anos. Conclusões: Em crianças saudáveis, a aceleração e desaceleração não influenciam o desempenho do T10 quando realizado na velocidade preferida. Porém, para o teste executado na velocidade rápida, a partir dos 8 anos, uma distância adicional deve ser considerada, no percurso devido a influência da aceleração e da desaceleração. Tabela 1: Características antropométricas dos voluntários. 6 anos F (n=5) Peso (kg) M (n=5) 8 years F (n=5) M (n=5) 10 years F (n=5) 22.4 27.2 25.8 31.8 44.4 (5.7) (8.8) (5.7) (7.4) (9.3) Altura (m) 1.2 1.2 1.3 1.3 1.5 (0.07) (0.07) (0.07) (0.05) (0.04)* Média (desvio-padrão), F= feminino, M= masculino, n= número de participantes. 12 years M (n=5) F (n=5) M (n=5) 37.8 (3.8) 1.3 (0.03) 59.0 (6.9) 1.5 (0.09) 59.0 (17.6) 1.5 (0.12) P á g i n a | 146 CHM.115. A INFLUÊNCIA DA VISÃO NO CONTROLE POSTURAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NA POSIÇÃO ORTOSTÁTICA Daiane Lazzeri de Medeiros1,2; Bruna Cardoso Manna1; Sheila Cristina da Silva Pacheco1; Maylli Daiani Graciosa1; Bárbara Camila Flissak Graefling1,3; Lilian Gerdi Kittel Ries1. 1 Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto FMRP/USP; 3Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU. Introdução: Crianças com Paralisia Cerebral (PC) apresentam déficits no controle postural, responsável pela capacidade de controlar a posição do corpo no espaço, a fim de promover estabilidade (1). A quantidade de oscilação do Centro de Pressão (COP) durante a posição em pé é diretamente proporcional à indicação de um sistema de controle postural deficitário (2). O melhor identificador da função motora grossa é a estabilidade postural na condição de olhos fechados (3). Há evidências de que ocorre um aumento da oscilação postural na posição em pé quando a informação visual não está disponível (4). O conhecimento do controle postural estático de crianças com PC é fundamental para o processo de reabilitação. Baseado na importância da manutenção da posição ortostática para a aquisição de outras atividades de vida diária (5) e a evidência de alteração da oscilação postural na condição de ausência de informação visual, percebe-se a necessidade de avaliar o controle postural nessa condição. Objetivo: Comparar o controle postural entre crianças com PC e típicas na posição ortostática e verificar se a ausência de informação visual infuencia no controle postural. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, comparativo e de caráter descritivo. Participaram deste estudo 10 crianças com diagnóstico de PC do tipo diparesia ou quadriparesia (GPC) e 10 crianças típicas (GT), sendo estas pareadas por sexo e idade. As crianças com PC foram classificadas de acordo com o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) no nível I ou II. Os critérios de inclusão deste estudo foram: apresentar diagnóstico de PC, do tipo diparesia ou quadriparesia, com compreensão de ordens simples e capazes de permanecer em pé sem apoio por quinze segundos. E os critérios de exclusão foram apresentar deficiência visual incapacitante, aplicação de toxina botulínica ou correção cirúrgica com tempo inferior a seis meses. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis/parecer 136.90. Após a coleta dos dados antropométricos, a criança foi orientada a se posicionar sobre a plataforma de força (AMTI- OR 6-7, Watertown, EUA®) de maneira confortável com os pés voltados para frente e os braços ao longo do corpo e fixar o olhar em um ponto fixo na altura dos olhos a 100 cm de distância da plataforma de força. Foram avaliadas a posição em pé durante 15 segundos em duas condições: olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF), houve randomização destas. Em ambas as avaliações a criança apresentou-se descalça e foram realizadas três tentativas em cada condição. Os dados cinéticos foram analisados por meio de uma rotina no software Matlab, foram avaliadas as seguintes variáveis: Área total de oscilação do COP (Área COP), deslocamento do COP nas direções Ântero-Posterior (COPAP) e Médio-Lateral (COPML). As variáveis foram caracterizadas com estatística descritiva com distribuição de média, desvio padrão e intervalo de confiança de 95%. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de ShapiroWilk. Para verificar diferenças entre os GPC e GC nas variáveis antropométricas e cinéticas (COP Área, COPAP e COPML), nas condições olhos abertos e fechados, foi utilizado Teste t para dados independentes ou o Teste de Mann-Whitney. Resultados: Dez crianças com PC (9±2,98 anos, 1,27±18,68 m, 30,09±12.97 kg) e dez crianças típicas (9±2,98 anos, 1,37±17,75 m, 34,92±10,08 kg) foram avaliados. Em relação às variáveis cinéticas os resultados estão apresentados na tabela 2. Tabela 2. Valores médios, desvio padrão (DP), Intervalos de confiança (IC 95%) e resultados das comparações entre o Grupo PC e Grupo controle para os parâmetros cinéticos COP Área, COPAP e COPML. P á g i n a | 147 de oscilação do COP. Sendo que na condição com os olhos fechados foi possível observar maior instabilidade da posição ortostática em ambos os grupos o que sugere que a visão influencia o controle postural estático nessa posição. Discussão: O GPC apresentou maior área de oscilação do COP, COPAP e COPML quando comparado ao GC, mostrando maior instabilidade das crianças com PC na posição em pé, corroborando o estudo de Rose et al., (2002)(6). Alterações no equilíbrio diminuem a estabilidade, o que causa maior oscilação corporal e modificação das estratégias motoras geralmente utilizadas. Foi verificado diferença significativa na variável COPML nas crianças com PC em ambas as condições, o qual está relacionado com o uso de estratégias de quadril para manter o equilíbrio e evitar quedas (7). As crianças de ambos os grupos apresentaram maior oscilação do COPAP e COPML na condição com os olhos fechados, mostrando a importância da informação visual para a manutenção da posição em pé, confirmando o estudo de Rose et al, (2002)(6) e Bastos et al., (2005)(4). Conclusão Pode-se concluir que as crianças com PC apresentaram menor controle postural estático quando comparadas às crianças típicas, observado pela maior oscilação do COPAP, COPML e a área total Referências 1. Duarte M, et al. Braz J Phys Ther. 2010 Jun;14(3):183–92. 2. Danion F, Latash ML. Oxford University Press; 2011. 221 p. 3. Liao H-F, et al. Percept Mot Skills. 2003 Jun;96(3 Pt 2):1173–84. 4. Bastos AGD, et al.Rev Bras Otorrinolaringol. 2005 Jun;71(3):305–10. 5. Winter DA, et al. J Neurophysiol. 1998 Sep 1;80(3):1211–21. 6. Rose J, et al. Dev Med Child Neurol. 2002 Jan;null(01):58–63. 7. Ferdjallah M, et al. Clin Biomech Bristol Avon. 2002 Mar;17(3):203–10. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Programa de Bolsas de Monitoria de PósGraduação (PROMOP). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: O efeito de diferentes alturas de bancos e posicionamento dos pés na transferência de sentado para em pé em crianças com paralisia cerebral e crianças típicas. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Fisioterapia, UDESC. P á g i n a | 148 CHM.116. ALTERAÇÕES DO COMPORTAMENTO MOTOR DA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA EM INDIVÍDUOS COM FISSURA LABIOPALATAL TRANSFORAME INCISIVO UNILATERAL Maylli Daiani Graciosa1; Letícia Miranda Resende da Costa1,2; Daiane Lazzeri de Medeiros1,3; Bárbara Camila Flissak Graefling1,4; Licerry Palma Soares1; Lilian Gerdi Kittel Ries1. 1 Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2 Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS); 3Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP/USP; 4Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU. Introdução: A efetividade da mastigação pode ser influenciada por fatores como a oclusão, força de mordida, ativação e coordenação muscular1. A presença de anomalias craniofaciais, como as Fissuras Labiopalatais (FLP), pode afetar o desempenho desta atividade, visto que, desde o nascimento dos pacientes são necessárias adaptações para executar funções vitais como a alimentação2-4. É importante conhecer e avaliar o comportamento da musculatura mastigatória nestes indivíduos, como a ativação destes músculos e os aspectos relacionados ao tempo deste ciclo, com o objetivo de diagnosticar possíveis desarmonias que resultem em ineficiência funcional.Tem-se como hipótese que indivíduos com FLP apresentam diferenças em relação aos indivíduos sem FLP relacionadas à intensidade e tempo de ativação, apresentando assim maior ativação muscular durante o período de relaxamento (repouso e período inativo da mastigação) e menor ativação no período de exigência muscular (período ativo da mastigação e isometria). Objetivo: Investigar se as crianças com FLP possuem alterações no controle da musculatura mastigatória durante repouso, isometria e mastigação. Métodos: Este estudo caracteriza-se como observacional e transversal e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), número de referência 164/2011. As avaliações aconteceram Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID/UDESC) e em três centros de atendimento ao paciente com FLP em Santa Catarina. A amostra foi composta por 66 crianças entre seis e 12 anos com dentição mista. As crianças foram divididas em dois grupos pareados por sexo e idade: grupo controle (GC) composto por crianças sem FLP (n= 33) e grupo fissura (GF) com crianças com FLP (n= 33) do tipo transforame incisivo unilateral reparada cirurgicamente. Foi realizada avaliação eletromiográfica de superfície dos músculos masseter e temporal anterior durante três repetições de mastigação (10s), repouso (10s) e isometria (5s). Para isto, foi utilizado um Eletromiógrafo Miotool USB, da empresa Miotec, com placa conversora analógico/digital de 14 bits de resolução para uma taxa de aquisição de 2000 Hz e mínima Relação de Rejeição de Modo Comum de 110 dB. A atividade elétrica dos músculos foi apresentada por meio dos valores da Raiz Quadrada da Média (RMS) e expressos em microvolts (μV). Os sinais eletromiográficos brutos foram filtrados com filtro passa-banda de 20-500Hz e posteriormente foram calculados os valores RMS e realizada a normalização. O software MATLAB (Versão 5.3 The MathWorks Inc.) foi utilizado para este processamento. Os dados foram caracterizados por meio da estatística descritiva. Utilizou-se o teste Mann-Whitney para comparar a média das variáveis. Resultados: Os resultados referentes às variáveis eletromiográficas durante o repouso e isometria encontram-se na tabela 1. Na tabela 2 estão apresentados os resultados das variáveis analisadas durante a mastigação. Tabela 1 - Valores das médias e Desvio Padrão da Amplitude de Ativação Muscular (AAM) durante o Repouso (R) e Isometria (I) para os músculos Masseter Direito (MD), Masseter Esquerdo (ME), Temporal Direito (TD) e Temporal Esquerdo (TE) das crianças com Fissura labiopalatal Transforame Incisivo Unilateral (FLPU) (n=33) e sem FLP (n=33). P á g i n a | 149 diminuição do período inativo durante a mastigação em comparação ao GC. Sabe-se que indivíduos com FLP comumente apresentam diminuição dos movimentos mandibulares, o que pode influenciar na função dos músculos mastigatórios5. Os dados encontrados neste estudo permitem afirmar que crianças com FLP não possuem a mesma capacidade de relaxar os músculos mastigatórios do que crianças sem FLP. Acredita-se que estes desequilíbrios possam favorecer a fadiga muscular e resultar em ineficiência funcional da atividade mastigatória. Tabela 2 – Valores da Média e Desvio Padrão do Tempo do Período Inativo Geral (TPIG), do Tempo do Período Ativo Geral (TPAG) do ciclo mastigatório, Duração do ciclo mastigatório, Variação do Tempo de Inativação (VTI) e Variação do Tempo de Ativação (VTA) para os músculos Masseter Direito (MD), Masseter Esquerdo (ME), Temporal Direito (TD) e Temporal Esquerdo (TE) das Crianças com FLPU (n=33) e sem FLP (n=33). Discussão: As crianças com FLP apresentaram maior ativação da musculatura mastigatória durante o repouso e menor ativação na isometria, quando comparado aos indivíduos sem FLP. No GF foi observada maior duração do período ativo e uma Conclusão: A maior ativação da musculatura mastigatória no repouso e a menor ativação na isometria, assim como as alterações nos parâmetros relacionados ao tempo apresentadas no GF, mostram que esses indivíduos apresentam alterações no controle da musculatura mastigatória. Referências 1Piancino MG, et al. Minerva Stomatol 2005;54(6):379-87. 2Li W, et al. Cleft Palate Craniofac J 1998;35:415-8. 3Carvajal R, et al. Cleft Palate Craniofac J 1992;29:32-36. 4Amstalden-Mendes LG, et al. Cleft Palate Craniofac J 2007; 3(44):329-34. 5Silva RN, et al. Rev Bras Promoção Saúde 2004;17(1):27-30. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Função muscular mastigatória em crianças com fissura labiopalatal. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, UDESC. P á g i n a | 150 CHM. 117. CONTRIBUIÇÃO DA ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA EM UMA CRIANÇA COM PARALISIA OBSTÉTRICA DO PLEXO BRAQUIAL DURANTE O MOVIMENTO DE ELEVAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR - ESTUDO DE CASO Daiane Lazzeri de Medeiros1; Gisele Harumi Hotta1; Tenysson Will de Lemos1; Anamaria Siriani de Oliveira1; 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP/USP; Introdução: A criança com paralisia obstétrica do plexo braquial (POPB) apresenta restrição da amplitude de movimento do membro superior. Essa alteração ocorre devido a lesão das raízes nervosas e do desenvolvimento muscular anormal resultando em padrões de movimento alterados (1). Devido a ação conjunta das articulações no complexo articular do ombro (2) e a evidenciada limitação de movimento do membro superior em criancas com POPB (1), a definição do padrão de movimento da articulação escapulotorácica nessa população se torna necessária. Objetivo: Avaliar o padrão de movimento da articulação escapulotorácica durante a elevação do membro superior em uma criança com POPB. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (processo n° 16172/2015). Foi avaliada uma criança com POPB do tipo paralisia alta ou de Erb, sexo feminino, oito anos, massa corporal 28,5 kg e altura 1,28 m, essa apresentou lesão do plexo braquial durante o parto normal devido a distócia do ombro. A criança apresenta deformidade em flexão de cotovelo e limitação para realizar o movimento de rotação externa, nenhum procedimento cirúrgico foi realizado. Foi avaliada também uma criança típica do sexo feminino, nove anos, massa corporal 32kg e altura 1,29. Para a aquisição dos dados cinemáticos tridimensionais foi utilizado o sistema Liberty® (Polhemus, Colchester, VT). O posicionamento dos sensores, a construção do modelo biomecânico e a digitalização das estruturas anatômicas foram realizadas conforme as recomendações da Sociedade Internacional de Biomecânica (3). Após a colocação dos sensores no membro comprometido da criança com POPB e no membro dominante da criança típica, ambas do lado direito, foi realizada a avaliação da cinemática tridimensional da escápula durante o movimentos de elevação do membro superior no plano sagital e repouso. Foram coletadas três tentativas. Os dados tridimensionais foram processados utilizando o programa The MotionMonitor. Os movimentos da escápula em relação ao tórax foram analisados por meio da sequência de ângulos Euler YX’Z’’ e a elevação do úmero em relação ao tórax pela sequência XZ’Y’. Para a análise angular da inclinação anterior/posterior, rotação superior/inferior e rotação interna/externa em relação a angulação da articulação glenoumeral (30°, 60°, 90° e 120°) foi utilizada a estatística descritiva com distribuição de média e desvio padrão. Resultados: A inclinação posterior da escápula da crianca típica aumenta ao longo da elevação glenoumeral. No entanto, a criança com POPB apresenta um padrão contrário na qual a inclinação posterior da escápula diminui durante a elevação umeral. Também podemos observar um déficit na rotação superior da escápula da criança com POPB tanto na posição inicial do movimento (30°) quanto na posição final do movimento (120°) comparado à crianca típica. A rotação interna/externa da escápula da criança com POPB também apresentou movimento limitado comparado a crianca típica que apresentou um padrão esperado de diminuição da rotação interna ao longo da elevação umeral. Em relação ao posicionamento da escápula em repouso, foi possível observar que a criança com POPB apresentou um posicionamento com maior inclinação posterior da escápula, maior rotação superior e maior rotação interna quando comparado à criança típica. P á g i n a | 151 Tabela 1. Valores médios e desvios padrão (DP) da análise cinemática tridimensional da articulação escapulotorácica durante a elevação da articulação glenoumeral de uma criança com POPB e uma criança tipica. estatísticas a fim de verificar o padrão de movimento da articulação escapulotorácica de crianças com POPB durante a elevação do membro superior no plano sagital. Conclusão: A criança com POPB apresentou um padrão de movimento contrário à criança típica em relação a inclinação posterior da escápula, além disso, apresentou limitado movimento em rotação superior e rotação interna/externa. Referências 1. Gharbaoui IS, et al. J Hand Ther. 2015 Apr;28(2):176–84. 2. McClure PW, et al. J Shoulder Elb Surg Am Shoulder Elb Surg Al. 2001 Jun;10(3):269–77. 3. Wu G, et al. J Biomech. 2005 May;38(5):981–92. 4. Dayanidhi, et al. Clin Biomech. 2005 Mar; 20(6): 600–606 Discussão: A criança com POPB apresentou padrão de movimento alterado para realizar a elevação do membro superior no plano sagital quando comparado à criança típica. Durante a elevação do braço esperase que ocorra um aumento da inclinação posterior da escápula em crianças típicas4, o padrão contrário ocorreu com a criança com POPB. Além disso, o posicionamento da escápula em repouso difere da criança típica. No entanto, esses resultados não podem ser generalizados para a população com POPB, pois trata-se de um estudo de caso. Com uma amostra maior será possível realizar comparações Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) processo: 2015/16254-7. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada de Contribuições articulares do complexo do ombro e coluna cervical de crianças com paralisia obstétrica do plexo braquial durante tarefas de alcance. O trabalho está sendo desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional FMRP/USP. P á g i n a | 152 CHM.118. ÍNDICES ELETROMIOGRÁFICOS DURANTE A MASTIGAÇÃO HABITUAL E PADRONIZADA DE MATERIAIS DE DIFERENTES CONSISTÊNCIAS EM MULHERES COM E SEM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Licerry Palma Soares1; Carlos Eduardo Fassicollo1; Maylli Daiani Graciosa1; Bárbara Camila Flissak Graefling1,3; Daiane Lazzeri de Medeiros1,2; Lilian Gerdi Kittel Ries1 1 Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto FMRP/USP; 3Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu - UNIGUAÇU Introdução: A Disfunção Temporomandibular (DTM) é uma alteração funcional ou patológica que afeta a articulação temporomandibular (ATM), os músculos mastigatórios e outras estruturas do sistema estomatognático1. A consistência do alimento influencia no desempenho mastigatório2 e interfere no sinal eletromiográfico do período ativo e inativo da mastigação, visto que a atividade muscular se eleva conforme o volume do alimento triturado3. Portanto, para que os resultados do sinal eletromiográfico obtenham maior precisão é de extrema importância que haja uma padronização do material a ser utilizado. Objetivos: O objetivo deste estudo foi determinar se diferentes materiais e o tipo de mastigação podem influenciar a atividade dos músculos masseter e temporal de indivíduos com e sem DTM. Métodos: Estudo transversal de caráter quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, sobre o número 758.038/2014. Foram avaliados 54 indivíduos com idade entre 18 e 44 anos do sexo feminino. Os critérios de exclusão para o grupo sintomático e assintomático foram: má oclusão clinicamente visível, dentição incompleta, falhas dentárias entre caninos e molares decíduos ou permanentes, uso prévio de placa oclusal nos últimos 6 meses que antecederam o estudo, uso de aparelho ortodôntico e/ou ortopédico, estar sobre tratamento psicoterápico e não assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Realizou-se um exame clínico a fim de verificar a presença ou a ausência de dor miofascial, além de identificar indivíduos com DTM (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD)). A avaliação da atividade elétrica dos músculos masseter e temporal ocorreu durante da mastigação habitual com parafilme (A), mastigação padronizada com parafilme (B) e mastigação padronizada com algodão (C). Na mastigação habitual era solicitado ao indivíduo fazer uma mastigação fisiológica por 10s. Durante a coleta da mastigação padronizada, os indivíduos foram instruídos a mastigar conforme a batida de um metrônomo ajustado a 60 batimentos por minuto por 10s. Cada coleta de mastigação ocorreu por 3 vezes com intervalos de 1 minuto. Foi utilizado o Eletromiógrafo Miotool, com placa conversora analógico/digital de 14 bits de resolução para uma taxa de aquisição de 2000 Hz, mínima Relação de Rejeição de Modo Comum de 110 dB e com eletrodos de superfície Medi-trace. Os dados foram filtrados com passa alta de 20Hz e passa baixa de 500Hz. A atividade muscular, durante o período ativo (PA) da mastigação, foi analisada por meio da amplitude do root means square (RMS%), do Índice de simetria e pelo coeficiente antero-posterior. Os dados foram normalizados por meio de uma percentagem da contração voluntária máxima. A normalidade e a homogeneidade das variâncias dos dados foram verificadas por meio do teste de Kolmogorov Smirnov e o Teste de Levene, respectivamente. Nas variáveis que não apresentaram distribuição normal (p<0,05), foi realizada transformação logarítmica. A análise de variância univariada com ajustamento de Bonferroni foi utilizada para verificar o efeito dos grupos (DTM e Controle) e das formas de mastigação (A, B e C). Resultados: Os resultados referentes ao PA da mastigação encontram-se na tabela 1. Discussão: Nos três tipos de mastigação analisada, observou-se menor amplitude de atividade eletromiográfica com diferença significativa para o masseter direito no grupo com DTM ao comparar com o grupo controle. No período ativo da mastigação padronizada com parafilme houve aumento da amplitude eletromiográfica nos quatro músculos analisados, comparada com as demais formas de atividade mastigatória do estudo. A simetria do temporal e o coeficiente anteroposterior foram menores durante a mastigação habitual com o parafilme. Conclusões: Os diferentes materiais e os tipos de mastigação analisados influenciaram a atividade dos músculos avaliados. A mastigação padronizada com P á g i n a | 153 parafilme proporciona aos indivíduos maior desempenho na atividade de executar a função muscular de forma uniforme diminuindo a interferência do movimento mandibular no sinal eletromiográfico. Tabela 1: Valores médios, desvios padrão (DP), Intervalos de Confiança (IC 95%) e análises de variância obtidas durante o período ativo da mastigação habitual com parafilme (A), mastigação padronizada com parafilme (B) e mastigação padronizada com algodão (C), divididos em grupo Controle (n=27) e grupo DTM (n=27). EG: efeito grupo; EM: efeito mastigação; EP: erro padrão; RMS: root means square; TD: músculo temporal direito; TE: músculo temporal esquerdo; MD: músculo masseter direito; ME: músculo masseter esquerdo; ST: índice de simetria do temporal; SM: índice de simetria do masseter; CAP: coeficienteântero-posterior. Referências 1. Gomes NC, et al. Rev Bras Fisioter. 2012 Jan; 16(1):10-5. 2.Filipic S, et al. J Oral Rehabil. 2002; 29(5): 492-6. 3. Shiau YY. J Oral Rehabil, 2003 Out; 30(10):978– 984. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Correlação entre atividade elétrica mastigatória, qualidade de vida e severidade da disfunção em indivíduos com DTM. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, UDESC. P á g i n a | 154 CMH.119. FENDA LABIOPALATAL E DISFUNÇÃO CERVICAL: INFLUENCIA NA ATIVIDADE ELÉTRICA DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS E CERVICAIS Bárbara Camila Flissak Graefling1,4; Carlos Eduardo Fassicolo 1; Maylli Daiani Graciosa1; Sheila Cristina Pacheco1;Daiane Lazzeri Medeiros1,2; Roberto Rocha 1,3; Lilian Gerdi Kittel Ries1. 1 Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC; 2Universidade de São Paulo-USP; 3 Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC; 4Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu - UNIGUAÇU Introdução: A fenda labiopalatal é uma malformação facial congênita, que afeta o sistema estomatognático1. Para reestabelecer funções vitais, inúmeras intervenções cirúrgicas são necessárias2. Apesar da importância desses procedimentos, efeitos deletérios podem ocorrer3, os quais prejudicam as funções dos músculos mastigatórios e estruturas subjacentes como a cervical, devido a relação anatômica entre ambas. Objetivos: Identificar a associação entre fenda labiopalatal (FLP) e disfunção cervical (DC) e se ambas exercem efeito na amplitude de ativação dos músculos mastigatórios e cervicais. Métodos: Pesquisa transversal, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UDESC, sob o nº 666510/2014. Cálculo amostral foi realizado, com base em um estudo piloto. A amplitude de ativação muscular (AAM) bilateral, dos músculos masseter, esternocleidomastóideo e trapézio foi analisada, durante três repetições de repouso (10s), isometria (5s) e isotonia (10s), por meio de eletromiografia de superfície. A presença (PDC) ou ausência de DC (ADC) foi identificada por meio do Índice de Disfunção Cervical (IDC) baseado no Protocolo de Helkimo. Compuseram o estudo 62 crianças, com FLP (PFLP) (n=31) e ausência de FLP (AFLP) (n=31), com idade entre 6 e 14 anos pareadas por sexo e idade. A atividade elétrica dos músculos foi apresentada por meio dos valores da Raiz Quadrada da Média (RMS) e expressos em microvolts (μV). Os sinais eletromiográficos brutos foram filtrados com filtro passa-banda de 20-500Hz e posteriormente foram calculados os valores RMS e realizada a normalização. O software MATLAB (Versão 5.3 The MathWorks Inc.) foi utilizado para este processamento. Para a caracterização dos parâmetros analisados foi utilizada a estatística descritiva (média e desvio padrão). A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Os parâmetros que não apresentaram distribuição normal (p<0,05) sofreram transformação logarítmica. Conforme o Teste de Levene verificou-se que os parâmetros apresentaram homogeineidade das variâncias (p>0,05). Para verificar a existência de associação entre os grupos PFLP e AFLP e o fator DC, utilizou-se a análise de regressão logística bivariada. Para quantificar o risco da presença de DC em crianças com PFLP foi calculado o Odds Ratio (OR) e seu intervalo de confiança de 95% (IC). A análise de variância univariada (Anova com dois fatores) foi utilizada para verificar o efeito da FLP e da DC sobre as variaveis de AAM. A análise estatística foi realizada no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Resultados: O modelo de regressão logística bivariada mostrou associação entre a FLP e a PDC (p<0,05). O odds ratio detectou que uma criança com PFLP possui 6 vezes maior chance de apresentar DC do que a criança com AFLP. O teste de Anova com dois fatores identificou que a PDC exerceu efeito sobre a AAM, com menores valores para o trapézio direito (TD) durante a isometria, e maiores valores para masseter direito (MD) e masseter esquerdo (ME) durante o período inativo (PI) da isotonia. A simetria da amplitude de ativação muscular da musculatura mastigatória e cervical foi semelhante em ambos os grupos. Discussão: A associação encontrada no presente estudo entre DC e FLP corrobora a literatura. Alterações faciais são acompanhadas por algumas disfunções como a DC devido às ligações neuroanatômicas4. A menor AAM de TD durante a isometria observada no grupo PDC pode ser justificada. Sabe-se que a dor é um dos fatores que compõe o quadro de DC e, que a presença da mesma pode levar ao declinio da atividade elétrica5. Houve efeito da DC sobre a AAM de ME durante o PI da isotonia. A maior AAM neste período evidencia a dificuldade de inibição e coordenação da atividade elétrica dos músculos mastigatórios no grupo PDC. Resultado semelhante já foi encontrado6. No PI da mastigação, a mandíbula esta suspensa involuntariamente, isso ocorre devido à coordenação mútua dos músculos envolvidos no rebaixamento mandibular e dos músculos mastigatórios7. Alterações musculares no PI podem levar ao processo P á g i n a | 155 de mastigação ineficaz ou alterado, sucção prejudicada, deglutição atípica8 e comprometer ainda a região crânio cervical9. Padrão de assimetria na atividade dos músculos mastigatórios foi observada em indivíduos com FLP10, todavia no presente trabalho ambos os grupos apresentaram valores simétricos tanto dos músculos mastigatórios quanto dos cervicais. A simetria observada na presente amostra pode ser compreendida, pois as crianças são submetidas ao procedimento cirúrgico ainda bebês quando a dentição está incompleta. E é a partir da erupção dentária que a tarefa torna-se condicionada. Conclusões: A presença de FLP em crianças está associada à DC, situação que interfere na amplitude de ativação muscular tanto da musculatura cervical, nesse caso o trapézio direito, quanto na musculatura facial representada no presente estudo pelo masseter direito e masseter esquerdo. Referências: 1. Rulang J, et al. Dev Dynam 2006; 235:1152–1166. 2.Capelozza Filho, et al. Abordagem interdisciplinar no tratamento das fissuras labiopalatinas. Medsi. 2002. 3. Bardach J. Cleft Palate Journal 1990; 27(1):76-78. 4. Zafar H, et al. Archives of Oral Biology 2000; 45:675-682. 5. Lund JP, et al. Can J Physiol Pharm 1991; 69 (5):683-94. 6.Sakamoto T, et al. Bull Tokyo Dent Coll 1999; 40(4): 195-202. 7. Galo R, et al. Gerodontology 2006; 23(3):177-82. 8.Amaral D B. Revi Cefac 2000; 2(2): 23-30. 9. Da Silva RN, et al. RBPS 2004; 17(1): 27-30 10. Saifuddin M, et al. J Oral Rehabil 2003; Fontes financiadoras: Fundo de Apoio à Pesquisa do Governo do estado de Santa Catarina-FUMDES. Fonte dos dados: Os resultados apresentados nesse resumo são de uma dissertação de mestrado intitulada: Influência da fenda labiopalatal e da disfunção cervical na atividade elétrica dos músculos mastigatórios, cervicais e no posicionamento craniocervical. Desenvolvida no Laboratório de Desenvolvimento e Controle Postural LADESCOP, da UDESC, no Programa de Mestrado em Fisioterapia. P á g i n a | 156 CMH. 120.IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA PARA A PERCEPÇÃO AUDITIVA DO EFEITO DA BOLA NO TÊNIS DE MESA Daniel Peterossi Rodrigues Santos1; Roberto Negri Barbosa1; Luiz Henrique Palucci Vieira2; Matheus Machado Gomes1 1 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP- USP) 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) Introdução: Identificar com velocidade e precisão a trajetória e o efeito da bola é fundamental para o bom desempenho no tênis de mesa. Um estudo prévio que avaliou o tempo de reação simples em situações com estímulos visuais e auditivos, constatou que a resposta para o estímulo auditivo foi 47 ms mais rápida(1). Isto sugere que a percepção auditiva poderia ser utilizada para produzir respostas mais rápidas no tênis de mesa. Entretanto, ainda não está claro se é possível identificar o efeito da bola a partir da informação auditiva e se esta percepção auditiva do efeito está relacionada com a experiência no esporte? Objetivos: Avaliar a capacidade de mesatenistas, com diferentes níveis de experiência, em identificar o efeito da bola a partir do som produzido no momento de contato entre bola e raquete. Métodos: Participaram do estudo 34 mesatenistas de ambos os sexos com idade média de 21,5 ± 9,1. O Trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética (n°42486315.4.0000.5659). Os voluntários eram federados e apresentavam dois anos ininterruptos de prática. A avaliação consistiu em identificar a magnitude do efeito da bola a partir do som do contato da bola com a raquete. Estes sons foram registrados em ambiente de laboratório utilizando gravadores de áudio profissionais (Roland R-26) e capturados por duas cameras CASIO (ex-FH25) em uma frêquencia de 420 Hz. A partir disso, foi realizada a análise cinemática por meio do programa DVIDEOW(2) para identificar a velocidade e o efeito da bola (Metade da bola foi pintada para visualização da rotação). Foram utilizados quatro sons do golpe Forehand (com efeito para frente). Os sons utilizados no teste foram definidos como: Muito Efeito (bola girando para frente a 140,05 Hz); Médio efeito (105,04 Hz); Pouco efeito (84 Hz) e Batida Chapada (60 Hz). Em seguida, cinco sons de cada tipo de efeito foram introduzidos randomicamente em uma sequência de 20 sons e após ouvir cada som, o participante assinalou em uma ficha a magnitude de efeito percebida. A transmissão do som foi gerada por um notebook e ouvidos por fones de ouvido externos (Beats Dr.Dre) com volume de 55 dB. O número de acertos para cada tipo de efeito foi utilizado nas análises. Para verificar a influência da experiência, os valores foram comparados de acordo os seguintes fatores: anos de prática (maior ou menor que 10 anos); horas de treinamento (maior ou menor que 15 h/sem); idade (acima ou abaixo de 21 anos). Foram realizadas três analises de variância (ANOVAs) one way, uma para cada fator de experiência e todas utilizando como variável dependente o número de acertos. Resultados: De forma geral, os mesatenistas identificaram o efeito da bola em 50,9% das tentativas. A ANOVA não indicou diferença para anos de prática [F(1,33)= 0,006, p>0,05]. Jogadores com mais anos de prática (>que 10 anos) apresentaram percepção similar aos jogadores com menos anos de prática (<9 anos), assim como para a variável horas de treinamento, [F(1,33)= 0,034, p>0,05]. Mesatenistas que treinavam mais que 16 h/sem apresentaram percepção auditiva similar aos que treinavam menos que 15 h/sem. Nas comparações entre idades, ANOVA também não apontou diferença [F(1,33)= 0,087, p>0,05]. Atletas mais velhos (acima de 22 anos) apresentaram percepção auditiva similar aos mais jovens (abaixo de 21 anos) (Tabela 1). P á g i n a | 157 Tabela 1. Média ± desvio padrão do número de acertos total e para cada tipo de efeito estratitifado pelos anos de prática, horas de treino semanais e idade. Experiência Muito efeito < 9 anos prática Pouco efeito chapado total 2,1 ± 1,6 Médio efeito 2,1 ± 1,2 1,6 ± 0,8 3,8 ± 1,5 10,0 ± 3,8 > 10 anos prática 1,9 ± 1,6 2,2 ± 1,2 1,8 ± 1,4 4,0 ± 1,2 10,0 ± 3,6 Até 15 h/sem 2,1 ± 1,7 2,7 ± 1,4 1,5 ± 1,1 3,7 ± 1,8 10,2 ± 3,1 mais que 16 h/sem 2,1 ± 1,7 1,9 ± 1,1 2,0 ± 1,1 3,8 ± 1,2 10,0 ± 4,2 Até 21 anos 2,2 ± 1,6 2,5 ± 1,1 1,7 ± 1,0 4,0 ± 1,2 10,7 ± 3,2 Mais que 22 anos 2,0 ± 1,5 2,0 ± 1,4 1,8 ± 1,5 3,6 ± 1,5 9,5 ± 4,0 Discussão: Os resultados indicaram que a experiência (anos de prática, horas de treinamento e idade) não influenciou na percepção auditiva do efeito da bola. O estudo de Park et al.,(3) revelou que mesatenistas experientes (>de 10 anos prática), obtiveram respostas 15% melhores em identificar o efeito da bola quando adicionada a informação auditiva Porém, o estudo prévio limitou-se em avaliar apenas atletas experientes, com mais de 10 anos de prática. Em contrapartida, o presente estudo verificou que a experiência, baseada nos anos de prática, horas de treinamento semanal e idade, não foi um fator determinante na percepção auditiva do efeito da bola. Vale ressaltar que no trabalho de Park et al.,(3) a informação auditiva em nenhum momento foi utilizado de forma isolada sendo sempre acompanhada da informação visual, diferente do nosso procedimento. De qualquer forma, apesar de a experiência no esporte ser um diferencial positivo para atletas(4), a percepção auditiva do efeito da bola no tênis de mesa, isolada de outras variáveis contextuais, aparenta não ter relação com a experiência no esporte. Conclusões: Os resultados apontaram que é possível identificar o efeito da bola a partir da informação auditiva, entretanto, indicaram que a experiência não é um fator decisivo para a percepção do efeito da bola no tênis de mesa. Referências: 1. Shelton J, Kumar GP. Comparison between auditory and visual simple reaction times. Neuroscience and Medicine. 2010;1(1):30-32. 2. Figueroa PJ, Leite NJ, Barros RM. A flexible software for tracking of markers used in human motion analysis. Computer methods and programs in biomedicine. 2003;72(2):155-65. 3. Park SH, Kim S, Kwon M, Christou EA. Differential contribution of visual and auditory information to accurately predict the direction and rotational motion of a visual stimulus. Applied physiology, nutrition, and metabolism. 2015; (9): 1-5. 4. Faber IR, Elferink-Gemser MT, Faber NR, Oosterveld FG, Nijhuis-Van der Sanden MW. Can perceptuo-motor skills assessment outcomes in young table tennis players (7–11 years) predict future competition participation and performance? an observational prospective study. Plos One. 2016;11(2):1-13. Fonte de dados: Esses dados são de um trabalho original que foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da EEFERPUSP P á g i n a | 158 CMH.121. ANÁLISE FUNCIONAL DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS E CERVICAIS EM MULHERES SUBMETIDAS À MASTECTOMIA – ESTUDO PILOTO Danilo Stefani Esposto1, Marcelo Palinkas2, Saulo César Vallin Fabrin2, Bárbara de Lima Lucas3; Edson Donizetti Verri2, Paulo Batista de Vasconcelos2, Eduardo Chedid2; Vânia Tie Koga Ferreira1, Elaine Caldeira de Oliveira Guirro1, Simone Cecilio Hallak Regalo2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 3 Universidade Federal de Jataí 1 2 Introdução: O câncer de mama é a neoplasia que mais atinge as mulheres no mundo, sendo considerado o tipo mais comum na população feminina brasileira (Porto et al., 2013). A mastectomia é o procedimento mais comumente realizado como método de tratamento e pode acarretar várias alterações físicas e funcionais, como linfedema, limitação da amplitude de movimento e da força muscular e distúrbios posturais (Rostkowska et al., 2006; Montezuma et al., 2014). Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar os músculos masseter, temporal e esternocleidomastoideo (bilateral) de mulheres submetidas à mastectomia por meio da atividade EMG. Métodos: Participaram 10 mulheres com dentição natural, distribuídas em dois grupos: GM, grupo mastectomia, (n=5; idade média 48,00 ± 4,54 anos) e GC, grupo controle, (n=5, idade média 50,00 ± 5,42 anos). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CAAE 38290714.8.0000.5381). O registro da atividade EMG dos músculos temporal masseter e esternocleidomastoideo foi realizado por meio do eletromiógrafo TrignoTM Wireless EMG System Delsys, durante as seguintes condições: repouso mandibular (4s), protrusão (10s), lateralidade direita (10s), lateralidade esquerda (10s), apertamento dental em contração voluntária máxima com e sem parafilme (4s), mastigação habitual com amendoins (10s), mastigação habitual de uvas-passas (10s) e mastigação não habitual de parafilme (10s). Os grupos foram pareados sujeito a sujeito por idade e índice de massa corporal. Os dados EMG foram normalizados, tabulados e submetidos ao exme estatístico (test t independente) utilizando o software SPSS 21.0. Resultados: Não houve diferença significativa (p ≤ 0,05) entre os grupos avaliados, embora tenha sido observado aumento na atividade EMG dos músculos mastigatórios e cervicais do GM em todas as condições quando comparado ao GC. Discussão: É de fundamental importância avançar o conhecimento científico acerca das alterações físicas e funcionais que podem sobrecarregar o sistema estomatognático, para melhor abordagem clínica diária das pacientes mastectomizadas. Funcionalmente, o sistema estomatognático em indivíduos com diferentes patologias apresenta um aumento da atividade EMG durante as condições posturais da mandíbula quando comparado aos indivíduos saudáveis (Silva et al., 2015). O resultado desta sugere um aumento na atividade EMG dos músculos mastigatórios durante o repouso mandibular, lateralidade direita e esquerda, protrusão, contração voluntária máxima e mastigação. Dados similares foram encontrados na pesquisa de Dante et al., 2014, que avaliaram indivíduos submetidos à radioterapia para tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Porém não foram encontrados estudos semelhantes direcionados ao câncer de mama. A musculatura do pescoço é fundamental na manutenção do equilíbrio cervical e dos músculos mastigatórios, onde uma intervenção cirúrgica em qualquer nível pode resultar em mudanças funcionais neste complexo sistema. Assim sendo, modificações na postura da cabeça são responsáveis por ocasionar alterações na atividade dos músculos mastigatórios (Strini et al., 2009). Nos últimos anos a abordagem cirúrgica do câncer de mama vêm sendo alterada (Tiezi, 2007) e estudos concluíram que procedimentos cirúrgicos conservadores causam menos impacto na qualidade de vida das pacientes, especialmente na funcionalidade e dor muscular (Veiga, 2010). P á g i n a | 159 Desta forma, realizar uma pesquisa que tem a finalidade de obter informações sobre as alterações funcionais dos músculos da cabeça e pescoço é extremamente importante para auxiliar no diagnóstico, prognóstico e tratamento de complicações que estão direta ou indiretamente relacionadas aos procedimentos cirúrgicos no corpo humano. Conclusões: Baseado nos resultados obtidos, pode-se inferir que as mulheres submetidas à mastectomia apresentaram alterações funcionais na musculatura mastigatória e cervical, o que pode comprometer a função do sistema estomatognático. Referências 1. Porto MAT, et al. Rev. Brasil de Cancerol. 2013, 9(9):331-39. 2. Rostkowska E, et al. Advances in Medical Sciences. 2006; 51:287-297. 3. Montezuma T, et al. Journal of Cancer Therapy. 2014; 5:493-499. 4. Silva GP, et al. Journal of Electromyography and Kinesiology. 2015; 25(3): 515-521. 5. Dante AMM, et al. Dentisty, Oral Disorders & Therapy. 2014; 2(3):1-5. 6. Strini et al. Appl Oral Sci. 2009, 17(5):539543. 7. Tiezi, DG, et al. Rev Bras Ginecol Obstet. 2007, 29(8): 428-434. 8. Veiga DF et al. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2010,10(1):51-57. Agradecimento: FAPESP Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da FORP/USP e fazem parte do conteúdo do Projeto de Mestrado intitulado: “Avaliação do sistema estomatognático em mulheres submetidas à mastectomia” do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da FMRP/USP. P á g i n a | 160 CMH.122. ELECTROMECHANICAL DELAY IN HEALTHY SUBJECTS VERSUS SUBJECTS WITH LUMBAR MUSCLE-SKELETAL SYMPTONS Diego Robles C1; Felipe Domke V, Ignacio Lucchini A, Eduardo Vega G, Tomás Santibáñez A, Alejandro Troncoso T & Joel Álvarez-Ruf Laboratory of Biomechanics, Faculty of Medicine CAS-UDD. Universidad del Desarrollo, Chile E-mail: [email protected] Introduction: There isn´t any study that describes latency of muscle as the cause of spine stability in both situations: voluntary and reflex activities. Current literature has focused its studies on activation levels, the timing and the trunk muscles activation patterns, which play an important role in lumbar stability and motion control. Nonetheless, the electromechanical behavior of the muscles involved in the lumbar stability control has not been described in situations of voluntary and reflex activities within the same sample of subjects with MES compared to healthy subjects. Objective: The aim of this study was to determinate the differences in muscle latency in both, voluntary and reflex activities in healthy patients and patients with symptoms of low back pain. Methods: Is an experimental cross-sectional study. Participants: 38 subjects, 20 control and 18 MES. Age between 18-40 years, body mass index: normal range. The control group subjects should have not presented pain during the three days previous to the measurement and the MES group subjects should have had symptoms for more than seven days and less than seven weeks previous to the measurement. This was an original First Degree study, approved by the Faculty of Medicine CAS-UDD, Universidad del Desarrollo Ethics Committee (Number: 2014145) The onset of the iliocostalis, multifidus and longissimus muscles was measured with surface electromiography for the control and MES group in both activities. A 16 channels Delsys Electromiographer and the SENIAM protocol for the electrodes location were used. [1] The standing subject was asked to reach an object located at a distance equal to the total length of his upper limb at the height of his head, then return to the starting position. The onset of the perturbation was recorded by an accelerometer located on the wrist of the subject. The subject stood upright on an adjustable metal frame, fixed to the pelvis with an adjustable harness on the chest, which was attached to a pulley at the level of the xiphoid process of the sternum. This harness was connected to a pulley through which a cord attached to a steel mass passed, corresponding to 65 Newton (N), in the case of male subjects and 40 (N) for female subjects[2]. The accelerometer was placed on the sternal notch to register the perturbation. Patients were isolated both visually and aurally. To determine onset muscle the data was processed with Matlab R2012a software, based on the algorithm proposed by Paul Hodge [3]. Data distribution was determined with Shapiro-Wilk Test, accounting a normal distribution. For independent samples a T-Test was performed. Results: The differences in each activity in the subject with MES compared to the control group were not significant (P value >0,05). This results contradict our hypothesis. (See Annex 1) Graphic 1: Electromechanical Delay in a voluntary activity (p value>0,05) Graphic 2: Electromechanical Delay in a reflex activity (p value>0,05) Discussion: Subjects with MES in the lumbar zone for the last seven days were recruited for this study. P á g i n a | 161 Nevertheless, the time of existence of the symptoms does not imply a neuromuscular disorder that significantly affects muscle response compared to similar studies were the relationship of chronic low back pain and muscle recruitment has been studied. In similar studies [5,6] where measurements of electromechanical delay on the paravertebral muscles in subjects with low back pain syndrome were performed, the importance of chronological effect of pain on the expression of muscle response based on symptoms of more than three months were highlighted. Probably, the symptoms of the subject have not produced neuromuscular adaptations that modify muscle response compared to healthy subjects. A point to improve, following the line of research, would be to study subjects which have a diagnosed low back pain syndrome and present a longer history of symptoms. Nonetheless, it is important to continue the research analyzing the relationship between chronic low back pain and muscle recruitment. Conclusion: On both voluntary and reflex activities there were not significant differences when comparing de electromechanical delay response in the group with low back pain symptoms with the control group. References: 1. Seniam.org [Internet]. Entschede, Holanda, H.J. Hermens,[In: 4 de junio, 2014]. Disponible en: http://www.seniam.org/main.htm 2. Reeves NP et Al. Journal of Electromyography and Kinesiology: (2005, Feb); 15(1): 53-60. 3. Hodges, PW. Electroencephalography and clinical neurophysiology. 1996; (6), 511–9 4. Silfies SP et al. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. (2009, July); 90(7): 1159-1169. DOI: 10.1016/j.apmr.2008.10.033 5. Hodges PW. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation (1999, Sep); 80(9): 1005-1012. Table 1. Latency in miliseconds (ms) for each muscle in both conditions, control and MES group . Muscles Right Multifidus (RM) Left Multifidus (LM) Right Longissimus (RL) Left Longissimus (LL) Right Iliocostalis (RI) Left Iliocostalis (LI) Voluntary Activity Latency (MS) Control Group MES Group 548,42 467,76 694,03 410,42 404,78 464,43 552,98 361,28 426,49 366,91 434,93 425,43 Reflex Activity Latency (MS) Control Group MES Group 366,49 211,23 324,20 153,03 159,18 331,29 205,43 149,94 281,78 104,10 188,13 127,79 P á g i n a | 162 CMH.123. ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA MUSCULAR ISOCINÉTICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS E COM MIELOMENINGOCELE Emanuela Juvenal Martins1, Marisa Maia Leonardi-Figueiredo1 , Felipe Souza Serenza1, Letícia Sanches Ravanelli1, Paula Serrão2, Stela Marcia Mattiello2, Ana Claudia Mattiello-Sverzut1 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil; 2 Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil Introdução: A mielomeningocele (MMC) é causada pelo defeito do fechamento do tubo neural, resultando em displasia da medula espinhal, com consequente paralisia sensitivo-motora dos membros inferiores (1, 2, 3). O baixo nível de atividade física das crianças e adolescentes com MMC pode resultar em complicações secundárias, como alterações respiratórias, ortopédicas, cardiovasculares, obesidade e fadiga (4). São importantes estudos que agregam informações acerca da relação que existe entre a hipocinesia e o desenvolvimento da performance de membros superiores em crianças e adolescentes não-deambuladores. Objetivos: Identificar e comparar valores de força muscular por meio de avaliação isocinética em crianças e adolescentes saudáveis e nãodeambuladores com MMC, pareados pela idade e gênero. Métodos: Participaram deste estudo transversal crianças e adolescentes de ambos os gêneros, separados em: Grupo não-deambuladores (GND) – 11 voluntários com MMC, usuários de cadeira de rodas, com idade média 12,45 (2,10) anos, massa corporal 45,89 (20,82) Kg, estatura 147 (21) cm; e Grupo Controle (GCT) - 22 voluntários saudáveis pareados pelo gênero e idade, com idade média 12,45 (2,10) anos, massa corporal 54,89 (17,44) Kg, estatura 154 (13) cm, após seus responsáveis assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de São PauloRibeirão Preto (parecer nº 24947214.8.0000.5440/2015). Todos os indivíduos foram submetidos a uma avaliação física para obtenção de dados antropométricos e composição corporal (bioimpedância elétrica); avaliação do nível de atividade física (IPAQ); nível de maturação sexual (estágios de Tanner – 5); e, somente para GND, avaliação do nível de lesão medular (6). Em seguida, os voluntários de GND e GCT foram submetidos à avaliação dos torques isométricos e isocinéticos (na velocidade de 60°s-¹), do membro superior dominante, por meio do aparelho isocinético Biodex System 4®. Os voluntários realizaram aquecimento em cicloergômetro sem carga durante 3 minutos, em seguida, foram posicionados sentados no aparelho com ângulo de encosto fixado em 90° e estabilizados com cintos sobre o tórax, pelve e braço testado. Para abdução (ABO) e adução (ADO) de ombro, o eixo mecânico foi alinhado próximo à articulação acrômioclavicular e para flexão (FLO) e extensão (EXO) ao tubérculo maior do úmero, punho em posição neutra, cotovelo em extensão completa e a amplitude de movimento foi de 0°- 90° (7, 8). Já para flexão (FLC) e extensão (EXC) de cotovelo, o eixo foi alinhado com o epicôndilo lateral do úmero, ombro posicionado em 30° no plano da escápula, 30° de abdução no plano frontal, 0° de flexão e o antebraço em supinação e a amplitude de movimento foi de 0°- 90° (9). Foram verificadas as variáveis: torque isométrico (PTI), torque isocinético (PT), torque relativo (TR), trabalho (W) e tempo para atingir o pico de torque (tPT). Para análise estatística foram utilizados os testes t-Student e WilcoxonMann-Whitney, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: A análise estatística dos dados mostrou diferença para as variáveis TR60 para os FLO (p=0,03) e tPT60 para os EXO (p=0,04) quando comparados os grupos. Discussão: Todos os voluntários mostraram homogeneidade quanto aos parâmetros antropométricos e níveis de maturação sexual e de atividade física. Nos voluntários do GND ocorreu predominância do nível lombar alto (45,4%), assim como relatado na literatura (10). As variáveis que mostraram diferença foram TR e tPT. O TR diminui as diferenças entre os indivíduos em relação à orientação e posicionamento das fibras musculares, às alavancas mecânicas formadas pela anatomia articular, à elasticidade dos músculos e tendões e ao recrutamento das unidades motoras (9, 11). A análise estatística mostrou diferença entre os grupos para as variáveis TR60 de FLO e tPT60 de EXO. No primeiro P á g i n a | 163 caso, a relação concêntrico/isométrica de FLO dos pacientes com MMC apresentou-se mais responsiva. Este fato é decorrente dos valores médios de PTI que mostraram-se diminuídos nos voluntários com MMC quando comparados com valores dos controle. Por outro lado, os valores de PT concêntrico dos FLO dos voluntários com MMC foram superiores aos valores de seus controles. Estes dados podem indicar que a habituação em cadeira de rodas favoreça movimentos curtos e repetitivos associados à elevação do braço com algum grau de fixação articular, diferentemente do que acontece em voluntários saudáveis. Os EXO dos pacientes com MMC mostraram menores valores para tPT do que seus controles. Esses dados sugerem diferenças quanto à ativação neuromuscular e recrutamento de fibras desse grupo muscular durante movimentos concêntricos, uma vez que o tPT correlaciona-se com a velocidade isocinética e o tipo de fibra muscular (especialmente do tipo 2) (9, 12). Mcdonald CM. American Journal of Physical Medicine and Rehabilitation. 2002; 81: 108–120. Taylor S et al. Pediatr Perinat Epidemiol. 2001; 15(1):88-94. Hoffer MM et al. J Boné Joint Surg Am. 1973; 55 (1): 137-148. Danneskiold-samsoe B et al. Acta Physiologica. 2009, 197(673): 1–68. Widman LM et al. Journal of Spinal Cord Medicine. 2007, 30: 88–96. Back CGN et al. Rev Bras Fisioter, São Carlos. 2008, 12 (2): 107-112. Moura EWD.; Silva PDAC. Fisioterapia: aspectos clínicos e práticos da reabilitação. Artes Médicas. 2005. Gür H et al. European Journal of Applied Physiology. 2003; 88 (6): 487-496. Aagaard P et al. Medicine and Science in Sports and Exercise. 1998; 30 (8):1217-1222. Conclusões: A avaliação isocinética mostrou alterações somente para o TR e o tPT dos grupos musculares envolvidos na FLO e EXO dos voluntários com MMC. Fontes financiadoras: não se aplica. Referências: Pianetti GF et al. Compêndio de Neurologia Infantil. MEDSI. 2011; p.859- 863. Adzick NS. Seminars in Fetal & Neonatal Medicine. 2010; 15: 9-14. Brustrom J et al. Journal of Pediatric Health Care. Atlanta. 2010; 26 (1): 16 – 26. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Análise comparativa da força, potência e fadiga muscular de crianças e adolescentes saudáveis e com mielomeningocele. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 164 CMH.124. Comparação entre o desvio do obstáculo durante o andar para o lado mais acometido e menos acometido pela doença de Parkinson Felipe B. Santinelli; Vinicius A. I. Pereira; Lucas Simieli; Luis F. Imaizuni; Tiago Penedo; Fabio A. Barbieri. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Campus Bauru Introdução: A doença de Parkinson (DP) atinge no Brasil cerca de 3% da população com idade superior a 64 anos (BARBOSA et al., 2006). Uma forma de diagnosticar a DP é a predominância dos sinais e sintomas da doença em um lado do corpo (DJALDETTI et al., 2006; MELAMED e POEWE, 2012), o que indica assimetria no desenvolvimento da DP. O comprometimento motor unilateral é apresentado por mais da metade dos pacientes com DP (UITTI et al., 2006; YUST-KATZ et al., 2008), fazendo com que o individuo realize ajustes motores diferentes entre os lados do corpo. Entretanto, os fatores que causam a assimetria nos membros durante o andar são pouco conhecidos, especialmente quando os indivíduos necessitam desviar de um obstáculo durante o andar. Objetivos: Comparar o comportamento dos parâmetros espaço-temporais (passo de desvio do obstáculo) quando pessoas com DP desviam do obstáculo para o lado mais acometido e menos acometido pela doença. Métodos: Cinco participantes (Tabela 1) com DP realizaram a tarefa de desviar de um obstáculo durante o andar. Os participantes permitiram a participação do estudo através do termo de consentimento aprovado pelo Comitê de ética local (CAAE: 45435615.7.1001.5398). Cada individuo realizou a tarefa 5 vezes para o lado mais acometido pela doença e 5 vezes para o lado menos acometido. O lado mais acometido pela DP foi determinado através dos itens 20, 21, 22, 23, 25 e 26 da UPDRSUnified Parkinson's disease rating scale (FAHN e ELTON, 1987). O participante foi instruído a desviar do obstáculo, evitando o contato, e retornar na mesma linha reta que estava antes do desvio. Os participantes foram filmados por um sistema tridimensional (3D) de análise do movimento Vicon Motion System (Oxford Metrics, Oxford, UK) composto por oito câmeras Vicon Bonita (Oxford Metrics, Oxford, UK). A frequência de coleta foi a 100Hz. Para o cálculo dos parâmetros espaço-temporais do andar foram posicionados marcadores em ambos os pés dos participantes (no dorso do pé entre o segundo e terceiro metatarso e na região posterior do calcâneo). Foram calculadas as seguintes variáveis do passo de desvio do obstáculo: comprimento do passo, largura do passo, duração do passo, velocidade do passo, duração da fase duplo suporte (porcentagem da duração do passo) e velocidade do andar (marcado posicionado na primeira vertebra cervical dos participantes). Para comparar o lado de desvio dos participantes foi realizado teste t-Student para amostras dependentes (p<0,05). Tabela 1. Idade e caracteristicas clínicas dos participantes do estudo. Participante 1 Participante 2 Participante 3 Participante 4 Participante 5 Idade (anos) 52 63 61 74 69 H&Y UPDRS 2 1 2 2 1,5 21 16 26 26 26 Resultados: A análise estatística indicou que os indivíduos com DP aumentaram a largura do passo quando desviam para o lado mais acometido pela doença. Entretanto, não foi encontrada diferença significativa para as outras variáveis (Tabela 2). Discussão: Pessoas com DP parecem apresentar assimetria entre os lados de desvio do obstáculo durante o andar. Indivíduos com DP apresentam uma diferença progressiva na captação estriatal entre os hemisférios cerebrais, tanto no caudado e putâmen núcleos e no circuito gânglios-tálamo córtico-basal (JOHNSON-FREY, 2004). Esta diferença no funcionamento cerebral resulta em pior controle motor do lado mais acometido pela DP quando comparado ao lado menos acometido (DJALDETTI, 2006). Desviar para o lado mais acometido pela doença é uma tarefa mais exigente, pois necessita que o membro mais acometido seja utilizado como membro de suporte durante o passo de desvio do obstáculo. Tabela 2. Médias e desvios padrão dos parâmetros espaço-temporais do passo de desvio do obstáculo para o lado menos acometido e mais acometido pela P á g i n a | 165 doença. Na última coluna estão os valores de p para cada variável. Parâmetros Velocidade andar (cm/s) Comprimento do passo (cm) Largura do passo (cm) Duração do passo (s) Velocidade passo (cm/s) Duração do duplo suporte (%) Lado mais acometido Lado menos acometido Lado mais acometido Lado menos acometido Lado mais acometido Lado menos acometido Lado mais acometido Lado menos acometido Lado mais acometido Lado menos acometido Lado mais acometido Lado menos acometido Média (DP) 0,83 (±0,15) 0,82 (±0,15) 46,49 (±10,91) 44,39 (±12,3) 20,25 (±5,9) 12,03 (±6,58) 0,55 (±0,11) 0,56 (±0,12) 86,14 (±17,47) 83,34 (±27,29) 38,81 (±13,35) 36,53 (±13,24) p 0,84 0,39 0,01 0,58 0,40 0,48 Com isso, o indivíduo com DP quando desvia para o lado mais acometido necessita ajustar o passo de desvio do obstáculo para evitar o contato com o obstáculo, indicando assimetria entre os lados. Estudos anteriores indicam esta assimetria no desviar do obstáculo em idosos neurologicamente sadios (LAJOIE et al., 2006). Pessoas com DP aumentaram a largura do passo quando desviam do obstáculo para o lado mais acometido pela doença em busca de estabilidade e segurança. O aumento da largura do passo é interpretado como um facilitador do controle postural no sentido médio-lateral (Barbieri et al., 2014), melhorando a segurança e estabilidade do andar. O aumento da largura do passo parece ser uma estratégia para evitar o contato com o obstáculo, aumentando o espaço pessoal. Essa mesma estratégia do aumento do espaço pessoal, é utilizada por idosos saudáveis na tarefa de desviar de um obstáculo (LAJOIE et al., 2006). Entretanto, nossos resultados devem ser analisados com cuidado devido ao baixo número de participantes e poucas informações na literatura relacionado a tarefa de desviar do obstáculo. Conclusões: Pessoas com DP apresentaram ajustes espaço-temporais diferentes (assimétricos) entre desviar para o lado mais acometido e menos acometido pela DP. Desviar do obstáculo para o lado mais acometido exigiu maior estabilidade das pessoas com DP que aumentaram a largura do passo durante o desvio do obstáculo. Referências BARBIERI FA et al. Ergonomics. 2014; 57 (6): 934942. BARBOSA MT et al. Movement Disorders. 2006;21(6):800-808. DJALDETTI R. Lancet Neurol. 2006; 5: 796–802. FAHN S. Recent developments in Parkinson’s disease. 1987;2:153-163. LAJOIE GM et al. Gait & Posture. 2006; 24:364-369. JOHNSON-FREY, S. H. Trends Cogn Sci. 2008; 8(2):71-78. LAJOIE GM et al. Gait & Posture. 2008; 27:239-247. MELAMED E et al. Movement Disorders. 2012;27(2): 171-173. DOI: 10.1002/mds.24048. YUST-KATZ S. Parkinsonism and Related Disorders. 2008;14:633-635. Fontes financiadoras: FAPESP (processo 2014/20549-0) e PROPE (processo 76/2015). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do projeto regular aprovado pela FAPESP - Impacto de ajustes motores e da informação visual no desviar do obstáculo durante o andar em idosos com doença de Parkinson – desenvolvido junto ao departamento de Educação Física da UNESP – Campus Bauru. P á g i n a | 166 CMH.125. EFEITO DA FADIGA DO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL NO SENSO DE POSIÇÃO ARTICULAR DO JOELHO Felipe Marrese Bersotti 1,3; Tamiris Barbosa de Melo 1,2; Luis Mochizuki 3; Ulysses Fernandes Ervilha 3; Jerônimo Rafael Skau 1 1 Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, Brasil 2 Universidade de São Paulo, Instituto de Ortopedia e Traumatologia HCFMUSP, São Paulo, Brasil 3 Universidade de São Paulo, Escola de Artes Ciências e Humanidades, São Paulo, Brasil Introdução: A propriocepção pode ser avaliada pelo senso de posição articular (SPA), senso de força e o senso de velocidade 1. O SPA é importante para tarefas tanto de baixa complexidade (como atividades de vida diária) quanto alta complexidade (por ex, em práticas esportivas). Quanto mais acurado e preciso for o SPA, melhor será o movimento gerado numa determinada tarefa 2. O grande número de lesões sofridas no período final da atividade física recreativa ou competitiva mostra a contribuição da fadiga na alteração do controle neuromuscular, inclusive a propriocepção 3. Resultados: A fadiga do músculo quadríceps femoral não altera o senso de posição articular do joelho. Não houve diferença estatisticamente significativa nos valores obtidos do EA quando comparadas as condições pré (4,5±3,7) e pós-fadiga (3,9±2,0), r=0.27, média do erro padrão pré-fadiga (1,0), pósfadiga (0,54), p=0,34. O método de avaliação do senso de posição do joelho segue o estabelecido pela literatura. Objetivos: Avaliar o senso de posição articular no joelho, nas condições pré e pós-fadiga do m. quadríceps femoral. Métodos: 14 participantes (11 mulheres e 03 homens) saudáveis, sedentários, 21,6±1,8anos, 61,7±12,7kg, 1,64±0,07m, sem história de lesões prévias nos membros inferiores. O senso de posição articular do joelho foi mensurado no dinamômetro isocinético Biodex System-3, sem feedback visual, com ângulo-alvo de 60˚ flexão do joelho 4. Os participantes realizaram contrações isotônicas concêntricas dos músculos quadríceps femoral e isquiotibiais, no movimento isocinético com velocidade angular de 60˚/s. A fadiga muscular foi determinada quando houvesse redução de 50% do valor do pico de torque verificado nas contração isotônica concêntrica voluntária máxima (CICVM) do m. quadríceps femoral. Imediatamente após a fadiga, foram coletados, novamente, três valores do senso de posição do joelho. O senso de posição articular foi analisado pela variável erro absoluto (EA), definido como a diferença, em graus, entre o ângulo-alvo e o ângulo definido pelo participante. O teste t pareado foi utilizado para comparar as médias dos erros absolutos de cada sujeito nas condições pré e pós-fadiga muscular. O nível de significância foi 5%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade São Judas Tadeu em dezembro de 2014 (parecer 897.220). FIGURA 1 – Erro absoluto (em graus) no teste de propriocepção da articulação do joelho nas condições pré e pós-fadiga do músculo quadríceps femoral. Valores da média e desvio padrão. Não há diferenças significativas no senso de posição articular do joelho causadas pela fadiga do m. quadríceps femoral. Discussão: Um estudo realizou um protocolo de fadiga muscular com 50 contrações isotônicas durante a flexão e extensão do joelho e não verificaram alteração no senso de posição articular do joelho 5. Já outro estudo com amostra de 18 participantes, avaliou o efeito da fadiga muscular dos músculos isquiotibiais em relação ao senso de posição articular no joelho: 15°, 30° e 45° de flexão de joelho. A fadiga muscular foi induzida com redução do torque de 10%, 30% e 50%, em protocolos distintos, todos em 180°/seg, e não encontraram alteração no SPA do joelho em nenhuma destas condições 6. Foi verificado que a fadiga dos músculos flexores e extensores de joelho causa redução e atraso em a ativação eletromiográfica dos P á g i n a | 167 músculos quadríceps femoral e dos músculos isquiotibiais, reduzindo potencialmente a estabilidade articular do joelho 7. A cinemática no joelho pós fadiga do músculo quadríceps femoral foi avaliada e verificaram que não houve alteração SPA pós-fadiga muscular dos músculos flexores e extensores do joelho 8. Os resultados do presente estudo corroboram com os encontrados na literatura, de modo que o SPA, verificado de forma ativa, não foi afetado pela fadiga muscular do músculo quadríceps femoral. É possível que as estruturas passivas da articulação do joelho, tais como ligamentos e cápsula articular, exerçam papel tão importante quanto os dos receptores localizados nos músculos para o controle da posição articular do joelho. Conclusões: A propriocepção da articulação do joelho, verificada pelo senso de posição articular, não é afetada pela fadiga do músculo quadríceps femoral. Outros estudos podem ajudar a compreender melhor como ocorre o controle neuromuscular na articulação do joelho em condições de fadiga desta musculatura. Fontes financiadoras: Este trabalho tem como fonte financiadora seus autores. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação do Projeto de Iniciação Científica, intitulado como: Efeito da Fadiga do Músculo Quadríceps Femoral na Propriocepção Articular do Joelho. O trabalho é desenvolvido junto ao Centro de Pesquisa e o Laboratório de Biomecânica da Universidade São Judas Tadeu. Referências 1. Riemann BL e Lephart SM. J Athl Train. 2002 37(1) 71-9. 2. Ribeiro F e Oliveira J. Eur Rev Aging Phys Act 2007 4 (2) 71-76. DOI:10.1007/s11556-0070026-x 3. Hiemstra LA et al J Orthop Sports Phys Ther. 2001 31 (10) 598-605. 4. Olsson, L et al Adv Physiother 2004 6 (1) 37-47. 2004. 5. Longpré HS et al Clin Biomech (Bristol, Avon). 2013 28 (4) 441-7. doi:10.1016/j.clinbiomech.2013.02.010 6. Gear WS J Sports Sci Med. 2011 1 10 (4) 725-30. eCollection 2011. 7. Hassanlouei H et al J Electromyogr Kinesiol. 2012 22 (3) 342-7. doi:10.1016/j.jelekin.2012.01.014. 8. Gehring D et al Clin Biomech (Bristol, Avon). 2009 24 (1) 82-7. doi:10.1016/j.clinbiomech.2008.07.005. P á g i n a | 168 CMH. 126. EXPERIMENTAL INDUCED PAIN INTENSITY DO NOT CORRELATE TO NEITHER FACIAL NOR NECK MUSCLE ACTIVITY Fernando M. Lima1,2; Steffen Walter2; Harald C. Traue2; Adriano O. Andrade1 1 Federal University of Uberlândia (Brazil); 2 Ulm University (Germany) Introduction: Quantitative pain assessment is not a trivial task, since health professionals must rely on the patients' subjective self-reports of their pain sensation, and it is necessary to provide adequate relief treatment and to assess its outcomes during the follow up phase. To do so, uni and multidimensional scales and questionnaires are often used. For patients with impaired communication abilities, observation and annotation of physiological and behavioural responses are required. In order to develop automated and objective pain measurement systems, we must better understand physiological and behavioural phenomena related to pain sensation. In this sense, the electromyographic activity (EMG) of facial muscles related to painful expressions such as the zygomaticus and corrugator supercilli muscles can provide valuable information. Further, back and neck muscles such as the upper trapezius may be involved in anxiety and limb protection responses and, thus, can also be an important information source to measure pain. Goals: To investigate correlations between zygomaticus, Currugator Supercilii and Upper Trapezius activities and the intensity of the thermal stimulus used to induce pain. Methods: In this study we used EMG signals and machine's temperature data from the Biovid Heat Pain Database (Ethics committee approval: 196/10UBB/bal.). More details on the experiment design used during data acquisition can be found elsewhere (1). First, raw EMG data from 90 (aged 18 to 65 years-old, spilt half males and half females) participants were preprocessed with band-pass filter (30-256 Hz) and notch filter (50Hz) after visual inspection. Second, instant amplitude and instant frequency signals were derivated from the filtered signal. Third, smoothed Hilbert transformation was applied to get the signals' envelopes. Forth, both signals' envelopes and machine temperature were scaled between zero and four to resemble pain intensities (no pain = 0; pain threshold = 1, and; pain tolerance = 4). Values two and three were used to identify two equally distributed intensities between pain threshold and pain tolerance levels. Fifth, for each signal normal distribution was assessed by means of the Komolgorof-Smirnoff test. Sixth, for each subject ,160 peak amplitude and median values were computed from the interest regions (Fig. 1) and then correlated to the pain intensities, using Pearson Correlation Coefficient. Figure 1 – Summary of the experimental design and windowing for attributes extraction. The first three measurements of time are related to the characterization of the stimulation design. A ramp protocol were used with a total duration of 8s for each stimulus. Stimuli were separated by randomised intervals between 8 and 12 s. For the attribute extraction we analysed 8s length windows for the stimuli, starting 3s after the stimuli onset, and a window with variable length with respect to random interval to get baseline attributes. Results: See table 1. P á g i n a | 169 Table 1 – Descriptive statistics about the correlations between electromyographic attributes from Zygomaticus, Corrugator Supercilii and Upper Trapezius and pain intensity. Discussion: Moderate significant correlations were found between experimental induced pain intensity and facial muscles electromyographic attributes in just a few number of subjects. In addition, no strong significant correlation was found for any of the signals. Many studies reported decreased muscle activation related to increased pain after interventions that either induce or reduce pain sensation (2,3). However, we didn't find studies that correlates different pain intensities with EMG activity for the same participant. One study (4) also reported no correlation between pain intensity and different EMG indexes among subjects with temporomandibular disorders. O the other hand, one study (5) reported greater corrugator activity during painful heat stimuli compared to non-painful heat stimuli, and moderate positive correlation (0.53) between zygomaticus activity and pain ratings. Conclusions: Neither instant frequency median nor instant amplitude peak attributes from normalized EMG signals were correlated to experimental thermal induced pain intensity. References 1. Walter S et al. CYBCO. IEEE. 2013, p. 128– 31.doi: 10.1109/CYBConf.2013.6617456. 2. Castroflorio T et al. . J Oral Rehabil. 2012, 39(11):81–92. doi: 10.1111/j.13652842.2011.02246.x. 3. Hug F et al. J Appl Physiol. 2014, 117(10): 1132– 40. doi: 10.1016/j.jelekin.2013.08.014.43. Mazzetto MO. Rev Dor. 2014,15(2):91–5. doi: 10.5935/18060013.20140026. 5. Reicherts P et al. Pain. 2013,154(6):793–800. doi: 10.1016/j.pain.2013.02.012. Financial support: Brazilian research foundations (CAPES, FAPEMIG, and CNPq) and the German foundation DFG. Data source: These data are part of an ongoing Doctoral Thesis on automated pain classification by means of biopotentials from the Graduate Program in Electrical Engineering, FEELT-UFU (Brazil) in cooperation with the Emotion Lab, Ulm University (Germany). P á g i n a | 170 CHM.127. ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DE TRAPÉZIO SUPERIOR E SERRÁTIL ANTERIOR DURANTE A EXECUÇÃO DE ALCANCE EM DIFERENTES ALTURAS EM INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS Flávia Pessoni F. M. Ricci1; Ana Carolina Zampar1; André D. Gomes1; Paulo R. Santiago2; Marisa C. R. Fonseca1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP; 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto USP Introdução: Os músculos trapézio superior (TS) e serrátil anterior (SA) são os principais estabilizadores da articulação escápulo-torácica e sua ação sinérgica apropriada é fundamental para a biomecânica normal do ombro durante movimentos de elevação do úmero1. Disfunções do ombro como síndrome do impacto e dor foram associadas a uma atividade eletromiográfica diminuída de SA e excessiva atividade de TS2,3 e diversos estudos abordam exercícios específicos para serem realizados no processo de reabilitação de pacientes que apresentem alguma dessas disfunções4,5,6. No entanto, avaliar o movimento humano em indivíduos assintomáticos também pode colaborar para avaliação de possíveis compensações em condição de disfunção, bem como para a elaboração de protocolos de tratamento ou atividades preventivas7. Objetivos: Avaliar se as alterações na atividade eletromiográfica dos músculos TS e SA acontecem de forma equilibrada em indivíduos assintomáticos ao realizarem uma tarefa de alcance em diferentes alturas. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCFMRP-USP (parecer 2014/777.193). Participaram deste estudo 25 sujeitos saudáveis, com dominância à direita, sem história prévia de trauma ou disfunções musculoesqueléticas. Foram 20 mulheres e 5 homens, com idade média de 19,8±1,7 anos. A avaliação foi feita por meio de eletromiografia (EMG) e foi utilizado o equipamento da marca Delsys® e uma frequência de amostragem de 2000 Hz. A preparação da pele foi realizada de acordo com o Projeto SENIAM8, bem como o posicionamento dos sensores no músculo trapézio superior (TS). O sensor localizado no músculo serrátil anterior (SA) foi posicionado segundo Perotto, 20119. A variável utilizada para análise foi a integral do sinal eletromiográfico (iEMG) e os dados foram normalizados pelo pico de ativação. Como tarefa funcional foi realizada a simulação de uma tarefa de alcance em duas alturas diferentes, sendo a primeira realizada com um objeto a ser alcançado posicionado na mesa a frente do voluntário (AM), e a segunda realizada com o objeto posicionado sobre uma caixa com 50cm de altura, posicionada sobre a mesa (AC). Cada tarefa foi realizada 3 vezes por cada voluntário, porém apenas a terceira tentativa foi considerada, devido à influência do efeito aprendizagem. Foi comparada a média da atividade eletromiográfica de cada músculo entre cada tarefa, e para análise estatística foi realizado um teste t, com nível de significância p<0,05. Resultados: Os valores médios da atividade muscular (iEMG) durante o alcance na altura da mesa foram 63,9 ± 21,2 µVs para TS e 91,2 ± 22,7 µVs para SA, enquanto durante o alcance acima da cabeça os valores foram 88,9 ± 24,2 µVs para TS e 85,6 ± 22,9 µVs para SA. A análise estatística identificou um aumento significativo (p<0,05) da amplitude eletromiográfica de TS, o que não aconteceu com o músculo SA, que apresentou uma diminuição da atividade eletromiográfica, porém sem significância estatística (Figura 1). Figura1. Diferenças na média da atividade muscular (iEMG em µVs) dos músculos TS e SA em cada tarefa. *=p<0,05. AM=alcance na altura da mesa; AC=alcance acima da cabeça. Discussão: O objetivo deste estudo foi avaliar como acontecem as alterações da atividade muscular dos músculos TS e SA em indivíduos assintomáticos quando realizando uma tarefa de alcance em diferentes alturas, tendo em vista o fato de que o desequilíbrio desta musculatura é frequentemente associado a disfunções do ombro, principalmente no que diz respeito a movimentos de elevação do P á g i n a | 171 1,2,3 úmero . Nossos achados sugerem a possibilidade de que este desequilíbrio seja uma condição comum, e não necessariamente exclusiva de indivíduos com alguma disfunção, o que poderia, no entanto, atuar como fator predisponente. A escolha adequada dos exercícios para restaurar o equilíbrio desta musculatura no processo de reabilitação tem sido amplamente discutida na literatura4,5,6. Porém, o fato de que este desequilíbrio está presente em indivíduos assintomáticos sugere que a aplicação destes mesmos exercícios seja realizada também de forma preventiva. Conclusões: Indivíduos assintomáticos também podem apresentar atividade muscular desbalanceada dos músculos estabilizadores da escápula ao realizar movimento de flexão acima da cabeça. Referências 1. Ludewig PM et al. J Orthop Sports Phys Ther. 24: 57–65, 1996. DOI: 10.2519/jospt.1996.24.2.57 2. Ludewig PM et al. Am J Sports Med. 32:484–493, 2004. doi: 10.1177/0363546503258911 3. Ludewig PM et al. Phys Ther. 80: 276–291, 2000. 4. Martins J et al. J Strength Cond Res. 22(2):477-84, 2008. doi: 10.1519/JSC.0b013e3181660748. 5. Cools AM et al. Am J Sports Med. 35(10):174451, 2007. doi: 10.1177/0363546507303560 6. Cools AM et al. Br J Sports Med. 48(8):692-7, 2014. doi: 10.1136/bjsports-2013-092148. 7. Ricci FP et al. Gait Posture. 42(4):472-8, 2015. doi: 10.1016/j.gaitpost.2015.07.061 8. Hermens HJ et al. J Electromyogr Kinesiol. v10(5), p.361-74, 2000. doi:10.1016/S1050-6411(00)00027-4 9. Perotto AO. Anatomical guide for the electromyographer: the limbs and trunk. Charles C Thomas - Publisher, LTD. 2011. Fonte financiadora: CAPES Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Mestrado intitulado: Análise cinemática e atividade muscular do membro superior durante a execução de tarefas funcionais. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 172 CHM.128. ANÁLISE DO PADRÃO FUNCIONAL DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO EM INDIVÍDUOS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA Gabriel Pádua da Silva2, Bruno Ferreira2, Veridiana Wanshi Arnoni1, Edson Donizetti Verri1, Camila Roza Gonçalves3, Selma Siéssere1, Isabela Hallak Regalo1, Marisa Semprini1, Simone Cecilio Hallak Regalo1. 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo; 3 Departamento de Engenharia Biomédica- Universidade Federal de Uberlândia. Introdução: A esclerose múltipla (EM) é uma doença que afeta o sistema nervoso central, causando destruição da bainha mielina (desmielinização), proteína fundamental na transmissão do impulso nervoso (Lassmann; Bruck; Lucchinetti, 2010). De acordo com Galeazzi et al. (2005), os principais sintomas estão relacionados com perturbações na fala, deglutição (engasgos, dificuldades em deglutir, dificuldades em mastigar os alimentos, tosse após as refeições), da linguagem (expressão verbal e oral), da motricidade e sensibilidade orofacial. Objetivo: Analisar a atividade eletromiográfica dos músculos temporal e masseter bilateralmente nas condições posturais da mandíbula de indivíduos com esclerose múltipla. Métodos: Esta pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa (CAAE nº 30756314.6.0000.5381). Vinte e dois indivíduos de ambos os gêneros, com idade entre 18 a 45 anos, foram divididos em dois grupos: Grupo GEM (indivíduos com esclerose múltipla) e Grupo GC (indivíduos saudáveis). Todos foram avaliados com base na atividade eletromiográfica dos músculos temporal direito e esquerdo (TD, TE) e masseter direito e esquerdo (MD, ME), durante as condições posturais da mandíbula (repouso (4s), protrusão (10s), lateralidade direita e esquerda (10s). A eletromiografia de superfície foi realizada utilizando o aparelho Myosystem® Br1. Os resultados foram normalizados pelo valor do sinal eletromiográfico de apertamento dental máximo, coletados por quatro segundos. Os dados eletromiográficos foram tabulados e submetidos à análise estatística por meio do teste t (SPSS versão 21.0). Resultados: A atividade eletromiográfica normalizada foi significativa (p <0,05) para lateralidade direita: MD = [(GEM = 0,36 ± 0,02), (GC = 0,13 ± 0,03)]; ME = [(GEM = 0,29 ± 0,11), (GC = 0,14 ± 0,02)] e lateralidade esquerda TD = [(GEM = 0,36 ± 0,01), (GC = 0,07 ± 0,01)]; MD = [(GEM = 0,27 ± 0,06), (GC = 0,11 ± 0,02)]; ME = [(GEM = 0,38 ± 0,07), (GC = 0,12 ± 0,04)]. Discussão: Nas condições posturais da mandíbula os indivíduos com esclerose múltipla apresentaram maiores médias eletromiográficas quando comparado com o grupo controle para as condições de lateralidade direita e esquerda. De acordo com Bonis; Costa (2007) problemas relacionados com as condições de sustentação mandibular e mastigação são influenciadas por várias condições patológicas internas e externas, dentre elas pode-se destacar os distúrbios neurológicos. De acordo com Ferreira et al (2004), 4% dos indivíduos com esclerose múltipla desmielinizante apresentam neuralgia trigeminal, fazendo com que estes pacientes apresentem distúrbios durante a mastigação e na movimentação da articulação temporomandibular. Conclusões: Com base nos resultados desta pesquisa, pode-se concluir que os indivíduos com esclerose múltipla apresentaram alterações musculares relacionadas ao sistema estomatognático. Referências 1. Lassmann H, Bruck W, Lucchinetti CF. The immunopathology of multiple sclerosis: an overview. Brain Pathol. 2010; 17:2; 218. 2. Galeazzi GM, Ferrari S, Giaroli G, Mackinnon A, Merelli E, Motti L, Rigatelli M. Psychiatric disorders and depression in multiple sclerosis outpatients: impact of disability and interferon beta therapy. Neurol Sci. 2005; 26:4; 255-62. 3. Bonis R, Costa MMB. Articulação temporomandibular: estudo anatômico e videofluoroscópico. Radiol Bras. 2007; 40:5; 320. 4. Ferreira R, Neuparth MJ, Ascensão A, Magalhães J, Duarte J, Amado F. Atrofia muscular esquelética. Modelos experimentais, manifestações P á g i n a | 173 teciduais e fisiopatologia. Rev Port Ciênc Desp. 2004; 4:3;94–111. Fontes financiadoras: Bolsa cota institucional (Demanda social) – Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da tese de Doutorado intitulado: Análise do padrão funcional do sistema estomatognático em indivíduos com esclerose múltipla. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP- USP. P á g i n a | 174 CMH.129. ALTERAÇÃO DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO EM SUPERFÍCIE ESTÁVEL E INSTÁVEL EM PACIENTES COM MIGRÂNEA Gabriela Carvalho1; Lidiane Florêncio1, Carina Pinheiro1, Bevilaqua Grossi DB1, Dach F2 1 Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor – FMRP/USP 2 Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento – FMRP/USP Introdução: A migrânea pode estar associada a microisquemias cerebrais devido à depressão da atividade elétrica afetando especialmente o cerebelo, o tronco encefálico e o ouvido interno.1 Alterações do equilíbrio estático já foram descritas na literatura sendo estas mais acentuadas na migrânea com aura.2 No entanto a influência da cronicidade da doença tampouco a estabilidade da superfície de apoio foram ainda investigadas. Objetivos: Verificar se há diferença da oscilação do centro de pressão (COP) em mulheres com migrânea com aura, sem aura e migrânea crônica em superfície estável e instável com os olhos abertos e fechados. Métodos: Foram avaliadas 140 mulheres triadas do Ambulatório de Cefaleia e Algias Crânio Faciais da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP com diagnóstico de migrânea realizado por neurologistas especialistas de acordo com a Classificação Internacional de Cefaleias (ICHD-III, 2012). Os sujeitos foram alocados nos seguintes grupos de acordo com o diagnóstico: migrânea com aura (MA), n=35; migrânea sem aura (M), n=35; migrânea crônica (MC), n=35; grupo controle (GC), n=35. Foram excluídas mulheres com doenças sistêmicas, com história de vestibulopatias, história de outros tipos de cefaleia, IMC maior que 30 ou qualquer acometimento músculo-esquelético que possa influenciar na execução do teste. Um avaliador cego quanto ao diagnóstico, avaliou a oscilação do COP através da estabilometria com uma plataforma de força (AMTI - OR6-7-1000) em apoio bipodal com olhos abertos (OA) e fechados (OF), em superfície estável (Firm) e instável (Foam). Para a avaliação em superfície instável, foi utilizada uma espuma (20x50x50 cm; densidade: 0,5kg/cm³) sobre a plataforma. A coleta foi aleatorizada por sorteio e para cada tarefa foram realizadas três repetições de 30 segundos cada. O parâmetro avaliado foi a área de deslocamento do COP. Os grupos foram comparados pelo Teste ANCOVA com pós-hoc Bonferroni e as covariáveis incluídas no modelo foram: IMC, nível de atividade física mensurado pelo questionário IPAQ, número de medicações em uso e presença de tontura. A análise estatística foi realizada no software SAS 9.2, com nível de significância adotado de 5% e intervalo de confiança de 95%. Resultados: Não houve diferença entre os grupos na situação FirmOA. Na situação FirmOF o CG apresentou menor área de deslocamento do COP em relação aos grupos MA e MC (p<0.02). Em ambas as situações FoamOA e FoamOF, o GC apresentou menor área de oscilação em comparação aos grupos MA e MC (p<0.005) e ambos os grupos apresentaram maior área de oscilação em relação ao grupo M (p<0.01) (Tabela 1). Discussão: Os resultados deste estudo demonstraram que pacientes com migrânea com aura e migrânea crônica - independente do IMC, nível de atividade física, número de medicações em uso e presença de tontura – apresentam maior área de oscilação que indivíduos controles e em comparação a pacientes com migrânea em superfície instável. Além disso, podemos observar que a diferença entre as médias dos grupos aumenta conforme a adição de distúrbios sensoriais. A alteração do equilíbrio estático desses pacientes e a maior diferença na tarefa de olhos fechados em superfície instável sugere que o equilíbrio do paciente com migrânea recebe maior contribuição do sistema proprioceptivo. Já foi verificado que pacientes com migrânea apresentam alterações do controle postural estático além de alterações na marcha.2,3 No entanto a avaliação do equilíbrio funcional em diferentes subtipos de migrânea permanecia desconhecido. Os achados deste estudo podem colaborar com o tratamento de pacientes com migrânea, no aspecto de prevenção do deterioramento precoce do controle postural, aumentando a funcionalidade e qualidade de vida desses pacientes. Conclusões: Estes resultados destacam a presença de alterações significativas no equilíbrio estático de pacientes com migrânea com aura e migrânea crônica, com destaque para superfícies onde a estabilidade postural é desafiada. Tabela 1. Média e IC95% da área de oscilação (cm2) em controles (C) e pacientes com migrânea (M), migrânea com aura (MA) e migrânea crônica (MC). P á g i n a | 175 C M MA MC Firm OA 1.20 (1.051.34) 1.52 (1.261.77) 2.47 (1.972.97) 3.23 (2.214.24) Firm OF 1.53 (1.311.74)* 2.10 (1.612.59) 4.49 (1.972.97) 4.53 (2.214.24) Foam OA 5.09 (4.635.56)* 5.58 (5.036.14)** 8.75 (7.3110.18) 8.82 (7.669.97) Foam OF 14.82 (13.7215.92)* 17.27 (15.3919.14)** 21.87 (19.0924.66) 22.44 (19.9224.95) Firm: superfície firme; Foam: superfície instável; OA: olhos abertos; OF: olhos fechados. *p<0.02 GC versus MA e MC; **p<0.01 M versus MA e MC. Referências: 1. Zheng Z et al. J Neurol 2014. DOI 10.1007/s00415-014-7267-1 2. Carvalho GF et al. Headache 2013; 53, 11161122. Doi: 10.1111/head.12135 3. Akdal G et al, Headache. 2009;49(3):419-25. Doi:10.1111/j.1526-4610.2008.01256.x Aprovação do Comitê de Ética: Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (Processo no 16693/2012) e antes da avaliação todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Fonte financiadora: Fapesp (processo n. 2012/20046-2). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado: Alterações no equilíbrio funcional em pacientes com migrânea crônica e episódica. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 176 AVALIAÇÃO DOS LIMITES DE ESTABILIDADE EM DIFERENTES SUBTIPOS DE PACIENTES COM MIGRÂNEA Gabriela Carvalho1; Lidiane Florêncio1, Carina Pinheiro1, Bevilaqua Grossi DB1, Dach F2 1 Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor – FMRP/USP 2 Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento – FMRP/USP Introdução: A migrânea é uma cefaleia primária que apresenta alta prevalência e impacto na qualidade de vida do paciente.1 Sua fisiopatologia pode estar associada a complicações isquêmicas nas regiões de cerebelo, tronco encefálico e ouvido interno, especialmente na presença de aura.2 Suas repercussões clínicas são desconhecidas, entretanto, estas alterações favorecem o aparecimento de vertigem,3 instabilidade postural, incoordenação dos movimentos e prejuízos na força e ritmo da contração muscular.4 A avaliação dos Limites de Estabilidade está associada a capacidade do individuo controlar o deslocamento do Centro de Massa (CM) no espaço sem perder a estabilidade.5 Assim se faz importante a avaliação desse parâmetro em migranosos a fim de se investigar o comprometimento funcional decorrente da doença. Objetivos: Investigar os Limites de Estabilidade em pacientes com migrânea. Métodos: Foram avaliadas 140 mulheres triadas do Ambulatório de Cefaleia e Algias Crânio Faciais da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP com diagnóstico de migrânea realizado por neurologistas especialistas de acordo com a Classificação Internacional de Cefaleias (ICHD-III, 2012). Os sujeitos foram alocados nos seguintes grupos de acordo com o diagnóstico: migrânea com aura (MA), n=35; migrânea sem aura (M), n=35; migrânea crônica (MC), n=35; grupo controle (GC), n=35. Foram excluídas mulheres com doenças sistêmicas, com história de vestibulopatias, história de outros tipos de cefaleia, IMC maior que 30 ou qualquer acometimento músculo-esquelético que possa influenciar na execução do teste. O teste foi realizado por um avaliador cego quanto ao diagnóstico das pacientes, no equipamento Balance Master System (Neurocom®). Os pacientes foram orientados a deslocar intencionalmente o seu Centro de Pressão (COP) sem mudar a base de suporte até a distância máxima em 8 direções: Frente (F), Frente Direita (FD), Direita (D), Atrás Direita (AD), Atrás (A), Atrás Esquerda (AE), Esquerda (E) e Frente Esquerda (FE). Foram analisadas em cada direção as variáveis: tempo de reação após o comando do equipamento (seg.), velocidade média (graus/seg), excursão máxima do COP (%), e ponto final da excursão do COP (%). Os grupos foram comparados pelo Teste ANCOVA com pos-hoc Bonferroni e as covariáveis incluídas no modelo foram: IMC, nível de atividade física mensurado pelo questionário IPAQ, número de medicações em uso e presença de tontura. A análise estatística foi realizada no software SAS 9.2, com nível de significância adotado de 5%. Resultados: Pacientes com migrânea apresentaram maior tempo de reação em todas as direções, com diferença de todos os três subgrupos da doença em relação ao grupo controle em 5 das 8 direções, p<0,03 (Tabela 1). A velocidade de movimento foi maior no GC em todas as direções, com diferença em comparação a todos os subtipos de migrânea em 6 de 8 direções (p<0,04). Além disso, na direção E, pacientes do grupo M realizaram a tarefa com maior velocidade em comparação ao grupo MA, p=0,04 (Tabela 2). A excursão máxima foi maior no GC em relação a todos os subtipos de pacientes com migrânea, em todas as direções, p<0.01 (Tabela 3). O ponto final de excursão foi maior no grupo controle, com diferença em relação a todos os subgrupos de migrânea em 5 de 8 direções, p<0,02 (Tabela 4). Não foi detectada influência das covariáveis inseridas no modelo nos resultados encontrados. Discussão: Os resultados deste estudo demonstraram que pacientes com migrânea - independente do IMC, nível de atividade física, número de medicações em uso e presença de tontura – apresentam redução dos Limites de Estabilidade em todos os parâmetros avaliados. Além disso, a magnitude das diferenças encontradas foram maiores na presença da aura. As limitações na habilidade de deslocar o Centro de Gravidade dentro dos limites de estabilidade pode resultar em redução do nível de atividade assim como aumentar o risco de quedas.6 Já foi verificado que pacientes com migrânea apresentam alterações do controle postural estático além de alterações na marcha.4,7 No entanto a avaliação do equilíbrio funcional em diferentes subtipos de migrânea permanecia desconhecido. P á g i n a | 177 Os achados deste estudo podem colaborar com o tratamento de pacientes com migrânea, no aspecto de prevenção do deterioramento precoce do controle postural, aumentando a funcionalidade e qualidade de vida desses pacientes. Conclusões: Estes resultados destacam a presença de alterações significativas nos limites de estabilidade de pacientes com migrânea em todos os parâmetros avaliados, evidenciando a instabilidade postural dinâmica neste grupo de pacientes. * * * * * * * * Figura 2. Ponto Final da Excursão e Excursão Máxima no teste ** * * * ŧ * * **ŧ LOS nos grupos Controle (GC), Migrânea (M), Migrânea com Aura (MA) e Migrânea Crônica (MC), média e IC95%. Direções: Frente (F), Frente Direita (FD), Direita (D), Atrás Direita (AD), Atrás (A), Atrás Esquerda (AE), Esquerda (E) e Frente Esquerda (FE). *p<0.03 GC versus M, MA e MC; **p=0.02 C versus MA; ŧp<0.02 C versus M; ¥ p=0.01 C versus MC. Referências: **ŧ * * * * **¥ *þ * Figura 1. Tempo de reação e velocidade no teste LOS nos grupos Controle (GC), Migrânea (M), Migrânea com Aura (MA) e Migrânea Crônica (MC), média e IC95%. Direções: Frente (F), Frente Direita (FD), Direita (D), Atrás Direita (AD), Atrás (A), Atrás Esquerda (AE), Esquerda (E) e Frente Esquerda (FE). *p<0.03 GC versus M, MA e MC; **p=0.02 C versus MA; ŧ p<0.02 C versus M; ¥ p=0.01 C versus MC; þM versus MA. **ŧ * * * * **¥ * **¥ 1. Lipton RB et al. Neurology. 2007;68:343-349. Doi: 10.1212/01.wnl.0000252808.97649.21. 2. Zheng Z et al. J Neurol 2014. DOI 10.1007/s00415-0147267-1 3. Calhoun AH et al. Headache 2011;51:1388-1392. Doi: 10.1111/j.1526-4610.2011.01970.x 4. Akdal G et al, Headache. 2009;49(3):419-25. Doi: 10.1111/j.1526-4610.2008.01256.x 5. Hof AL et al. Journal Of Biomechanics. 2005;38:1-8. 6. Ben Achour et al. Ann Readapt Med Phys. 2006;49(5):210-7. Doi: 10.1016/j.annrmp.2006.03.005 7. Carvalho GF et al. Headache 2013; 53, 1116-1122. Doi: 10.1111/head.12135 Aprovação do Comitê de Ética: Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (Processo no 16693/2012). Fonte financiadora: Fapesp (processo n. 2012/20046-2). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado: Alterações no equilíbrio funcional em pacientes com migrânea crônica e episódica. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 178 CMH.131. REDUÇÃO DO PICO DE FORÇA DOS MÚSCULOS EXTENSORES CERVICAIS EM MULHERES COM MIGRÂNEA Gabriella de Almeida Tolentino1; Lidiane Lima Florêncio1; Carolina de Almeida Silva1; Fabiola Dach1; Débora Bevilaqua-Grossi1; 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo Introdução: A dor cervical tem sido classificada como o principal sintoma de disfunção da coluna cervical1 e está associada com a diminuição da força dos músculos extensores da cabeça e do pescoço3. Apesar dos indivíduos com migrânea apresentarem maior frequência de relato de dor cervical que os indivíduos sem cefaleia2 são poucos os estudos que investigaram a função da musculatura cervical em migranosos. Nossa hipótese é que os indivíduos com migrânea exibem força reduzida em relação aos indivíduos saudáveis, com maior acometimento daqueles com a subforma crônica. Objetivo: Comparar a força dos músculos cervicais durante a contração isométrica voluntária máxima de indivíduos com migrânea episódica, migrânea crônica e indivíduos controle sem dor de cabeça. Métodos: Foram incluídas 83 mulheres divididas em três grupos: 31 com migrânea episódica, média de idade de 33 anos (DP:11,0), média de 5,9 dias de cefaleia por mês (DP: 3,7); 21 com migrânea crônica, com média de idade de 34 anos (DP:9,8) e 20.4 dias de cefaleia por mês (DP:6,7) e 31 mulheres sem cefaleia com média de idade de 31 (DP: 9,0). A força dos músculos foi obtida a partir da contração isométrica voluntaria máxima utilizando um dinamômetro de mão (Lafayette Intrument Company, Lafayette, Indiana, EUA) por um examinador cego ao diagnóstico. O indivíduo era deitado em uma maca, com o dinamômetro estabilizado por um cinto não elástico para evitar registros de força externa do examinador. Duas faixas de Velcro® foram utilizadas para evitar compensações, uma sobre a pélvis e outra sobre o esterno. Foram realizadas três repetições em flexão, extensão e inclinação lateral bilateral. Cada repetição teve duração de 3 segundos e descanso de 15 segundos entre elas, e 2 minutos de descanso entre as diferentes direções do movimento. Para cada repetição, a força de pico e o tempo para produzir a força de pico foram registrados sendo a força de pico registado em kgf e normalizado pela massa corporal do voluntário. O Comitê de Ética local, do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Brasil) aprovou o projeto de estudo (processo 16692/2012). Para a análise estatística, foi considerado o pico de força registrado para cada movimento. A análise de variância (ANOVA) para determinar a diferença entre os grupos nos resultados clínicos adotou um nível de significância de 0,05. Resultados: Foi demonstrada uma redução da força dos músculos extensores da coluna cervical nos indivíduos com migrânea crônica (12,7N/kg) em comparação ao grupo com migrânea episódica (16,4N/kg) e ao grupo controle (17,1 N/kg), p<0.05. Não foram encontradas diferenças significativas entre migrânea episódica e o grupo controle, assim como nenhuma diferença significativa em flexão cervical e inclinação lateral entre os três grupos (Figura 1). Além disso, os pacientes com migrânea crônica apresentaram maior tempo para gerar o pico de força máxima durante a flexão cervical, comparado ao grupo controle, e durante a inclinação lateral esquerda, comparado ao grupo episódico e controle (Figura 2). Discussão: A presença de fraqueza muscular dos extensores cervicais em mulheres com migrânea crônica foi significante, diferindo dos achados de Jull et al4, em que somente os indivíduos com cefaleia cervicogênica apresentaram fraqueza muscular, comparado a indivíduos com cefaleia do tipo tensional e migrânea. Enquanto mulheres com dor cervical crônica, como apresentado em estudo feito por Cagnie et al3, apresentam uma redução de força muscular cervical durante a extensão. Conclusão: Pacientes com migrânea crônica apresentam diminuição do pico de força dos músculos extensores da coluna cervical, além de mais tempo para atingir o pico de força em flexão e inclinação lateral esquerda. Referências: 1. Armijo-Olivo SL et al. Arch Phys Med Rehabil 2010; 91(8):1236-42. doi: 10.1016/ j.apmr.2010.05.003. 2. Plesh O et al. Headache 2012; 52(6):94656. doi: 10.1111/j. 1526-4610.2012.02155. 3. Cagnie B et al. Arch Phys Med Rehabi 2007;88(11):1441-5. 4. Jull G et al. Cephalalgia 2007; 27:793-802. Fontes financiadoras: Esse trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Processo: 2012/22245-2. P á g i n a | 179 Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo de uma monografia de gradução intitulada: Cervical Muscle Streght and Muscle Coactivation During Isometric Contractions in Patients With Migraine: A Cross-Sectional Study. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 180 CMH.132. AVALIAÇÃO DO RECRUTAMENTO MUSCULAR DURANTE O SENTAR E O LEVANTAR EM INDIVÍDUOS COM E SEM DOR LOMBAR CRÔNICA IDIOPÁTICA: RESULTADOS PRELIMINARES Guilherme Thomaz de Aquino Nava1; Beatriz Mendes Tozim1; Marcelo Tavella Navega2 1 Instituto de Biociências / Universidade Estadual Paulista (UNESP / Rio Claro); 2 Faculdade de Filosofia e Ciências / Universidade Estadual Paulista (UNESP / Marília) INTRODUÇÃO: A dor lombar aparece como uma das principais disfunções musculoesqueléticas(1), repercutindo diretamente nas atividades de vida diária (AVDs) (2–4) e gera modificações no comportamento motor e juntamente com excessiva estimulação de nociceptores torna os indivíduos suscetíveis a lesões(2–4). A DL pode ser interpretada como dor lombar crônica (DLC) quando a dor for superior a três meses(3). A DLC pode ser definida como alterações no complexo musculoesquelético da região lombar e sacroilíaca(5). O movimento de levantar e sentar antecede o ortostatismo, sendo imprescindível para a independência dos indivíduos e é considerado desafiador, entre outros fatores, pelo dinamismo e recorrência e chega a ser realizada até 60 vezes durante o dia(6,7). Devido às alterações sabidas relacionadas à DLC, criou-se a hipótese de que a presença dessa disfunção modificaria os mecanismos de recrutamento muscular, com excessiva ativação dos músculos globais e pouca ativação dos músculos locais. OBJETIVO: Avaliar o recrutamento muscular durante o sentar e o levantar em indivíduos com e sem dor lombar crônica idiopática. MÉTODOS: Participaram do estudo 24 mulheres com idade entre 30 e 58 anos, sedentárias, sendo que o grupo com dor lombar (GDL) apresentou 17 voluntárias e o grupo sem dor lombar (GSDL) apresentou 7 voluntárias. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa (parecer nº 1.054.270) e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. - Teste de sentar e levantar: As participantes foram posicionadas numa cadeira sem apoio para braços e costas, mantendo o ponto médio da coxa posicionado com a extremidade anterior da cadeira, assim como com o acrômio(8). Os pés foram posicionados afastados mantendo a largura do quadril e em dorsiflexão próximo à posição neutra. Os braços foram posicionados cruzados em frente ao tórax(9). Foram instruídas a manter olhar fixo à frente sem alterar o posicionamento dos braços ou pernas. O teste tinha início após estímulo auditivo de “levantar” e “sentar”, com diferença de seis segundos entre cada tarefa. Foram instruídas a realizar as atividades com velocidade de preferência, o término ocorrerá após 10 ciclos completos do movimento. - Eletromiografia: Os eletrodos de superfície de Ag/AgCl (Data Hominis®) foram colocados em configuração bipolar, com área de captação de 1cm de diâmetro e distância entre os eletrodos de 2cm. Para a captação dos sinais eletromiográficos, foi utilizado um módulo de aquisição de sinais biológicos Modelo MyosystemBr1_P84 (Data Hominis®) de 8 canais, software para coleta, visualização em tempo real, processamento e armazenamento de dados, com biofeedback visual, calibrado com frequência de amostragem de 2000 Hz, ganho total de 2000 vezes, filtro passa alta de 20 Hz e filtro passa baixa de 500 Hz. - Análise Estatística: Foi utilizado teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade e para análise dos dados foi utilizado análise multivariada com post-hoc Gabriel. RESULTADOS: Os grupos são homogêneos quanto à idade, massa corpórea e Índice de massa corpórea. Os resultados da Análise Multivariada para os músculos locais OI e MUL e músculos globais OE, RA, IC, GM não mostrou diferença significativa com p=0,182 e F=1,676 como mostra na tabela 1. Tabela1: Resultados Eletromiográficos. Músculo s OI OE RA MUL IC GM GDL 0,350 0,893 0,205 0,159 0,166 0,146 0,110 1,662 0,159 0,068 0,270 0,087 GSDL 0,450 0,221 0,148 0,116 0,092 0,035 0,121 0,031 0,072 0,028 0,184 0,076 P á g i n a | 181 Legenda: OI= Músculo Oblíquo interno; OE= Músculo Oblíquo Externo; RA= Músculo Reto Abdominal; MUL= Músculo Multífido Lombar; IC= Músculo Iliocostal Lombar; GM= Músculo Glúteo Máximo. DISCUSSÃO: A presença de dor não foi capaz de gerar resultados estatisticamente significantes, situação que corrobora com estudos(8,10). Acreditase que não foi significativo devido à DLC apresentar alteração no padrão de ativação muscular, na amplitude e no tempo de recrutamento, situação que contribui para a DL, gerando lesão nos tecidos e auxiliando na perpetuação da dor(8,10). O estudo apresenta como limitação poucas voluntárias no grupo controle (GSDL), aumento no número de participantes pode levar a alteração nos resultados. CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram não haver diferença estatisticamente significante na tarefa de levantar e sentar nos grupos com e sem DLC. REFERÊNCIAS 1. Ivanova JI et al. Spine J. 2011;11(7):622– 32. doi: 10.1016/j.spinee.2011.03.017. 2. Mehravar M et al. J Mech Med Biol. 2012;12(02):1240001. doi: 10.1142/S0219519412400015. 3. Powers CM et al. J Orthop Sports Phys Ther. 2012;42(6):A1–54. doi: 10.2519/jospt.2012.0301. 4. Santos FG et al. J Phys Ther Sci. 2013;25(12):1569–73. doi: 10.1589/jpts.25.1569. 5. NEUMANN D. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético. Elsevier. 2010. 6. Dall PM et al. Appl Ergon. 2010;41(1):58– 61. doi: 10.1016/j.apergo.2009.04.005 7. Parkinson S et al. Man Ther. 2013;18(5):390–4. doi: 10.1016/j.math.2013.02.001 8. Jacobs J V et al. Exp brain Res. 2011;215(2):123–34. doi: 10.1007/s00221-0112880-z. 9. Spyropoulos G et al. Gait Posture. 2013;38(1):62–7. doi: 10.1016/j.gaitpost.2012.10.013. 10. Svendsen JH et al. J Electromyogr Kinesiol. 2013;23(1):159–65. doi: 10.1016/j.jelekin.2012.08.006. FONTE DOS DADOS Os dados apresentados são parte do conteúdo da dissertação de mestrado intitulada “Atividades Funcionais, Flexibilidade e Recrutamento Muscular em Adultos com Dor Lombar Crônica”, do Programa de pós-graduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias do Instituto de Biociências –UNESP Rio Claro. P á g i n a | 182 CMH. 133. MULHERES COM MIGRÂNEA APRESENTAM ATIVIDADE ELÉTRICA AUMENTADA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO PESCOÇO DURANTE TESTE DE ESTABILIZADORES CERVICAIS Lidiane Lima Florencio1; Gabriela Ferreira Carvalho1, Tenysson Will Lemos1;Marcelo Eduardo Bigal2, César Fernández de las Peñas3, Anamaria Siriani de Oliveira1, Débora Bevilaqua Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2 Teva Pharm; 3 Universidad Rey Juan Carlos Introdução: A associação entre migrânea e cervicalgia é muito prevalente e promove impacto negativo tanto na incapacidade quanto no prognóstico da migrânea.1,2 No entanto, o controle neuromuscular da região craniocervical em migranosos é pouco explorado. Objetivos: verificar se há alteração da atividade eletromiográfica dos músculos do pescoço de mulheres com migrânea episódica e crônica durante o desempenho no teste de flexão craniocervical em comparação com mulheres sem dor de cabeça. Métodos: Foram avaliadas trinta e uma mulheres com migrânea episódica (média de idade: 33 anos), 21 mulheres com migrânea crônica (média de idade: 34 anos) e 31 mulheres sem dor de cabeça (média de idade: 31 anos). As voluntárias com migrânea foram diagnosticados por neurologistas experientes de acordo com a terceira edição da Classificação Internacional de Cefaleias.3 Os critérios de exclusão adotados foram: idade menor que 18 ou maior que 55 anos, presença concomitante de outro diagnóstico de cefaleia, história de trauma na cabeça ou pescoço, hérnia discal na região cervical, hipertensão arterial não controlada e/ou outras doenças sistêmicas que impossibilitassem os testes. As voluntárias realizaram o teste de flexão cranio-cervical (TFCC) (Figura 1). Trata-se de um teste de cinco estágios progressivos baseados na pressão alvo gerada na unidade pressórica de biofeedback (Stabilizer, Chattanooga South Pacific; USA). O TFCC avalia a função estabilizadora desempenhada pelos músculos flexores cervicais profundos, e no caso de ineficácia dos mesmos, espera-se encontrar um aumento da atividade dos músculos flexores cervicais superficiais.4 A atividade dos músculos esternocleidomastoideo, escaleno anterior e do esplênio da cabeça foram verificadas pela eletromiografia de superfície utilizando o Trigno TM Wireless System (Delsys Inc. Boston, MA) com um ganho de 300 e uma taxa de amostragem de 4000Hz durante o TFCC por um avaliador cego. Para a colocação dos eletrodos a pele foi devidamente preparada conforme orientações do SENIAM. O posicionamento de eletrodos no músculo esternocleidomastoideo, escaleno anterior e esplênio da cabeça seguiram posicionamento descritos por Falla et al (2002)5 e Sommerich et al (2000)6 respectivamente. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Cínicas de Ribeirão Preto e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (processo nº 16692/2012). O sinal eletromiográfico bruto foi processado filtrado por um filtro passa banda 20-500 Hz (Butterworth de 4ª ordem) e calculado o Root Mean Square (RMS) de um intervalo de 5s no programa MATLAB. Para a normalização dos dados, foi utilizada a média do RMS adquiridas durante três repetições de esforço máximo em contração isométrica de duração de 3s em flexão de pescoço e extensão de cabeça com resistência de uma faixa inelástica. A média do RMS normalizado dos dois lados de cada músculo foi utilizada para as análises. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS versão 20.0 adotando um nível de significância de 0,05. A comparação dos RMS normalizados foi feita por uma análise de variância (ANOVA) 5x3, considerando os estágios do TCCF e os grupos como variáveis. Resultados: A atividade dos músculos flexores superficiais aumentou de acordo com a progressão do TFCC conforme esperado (p<0,001, para ambos os músculos), mas não houve diferença entre os grupos tanto na atividade do esternocleidomastoideo (p=0,32) quanto na do escaleno anterior (p=0,87). Já a atividade do esplênio da cabeça aumentou progressivamente de acordo com os estágios (p<0,001) e foi maior para o grupo migrânea crônica que para o grupo controle (p<0.01) nos dois últimos estágios do TFCC (Figura 1). Discussão: a falta de evidência de maior atividade dos flexores superficiais em migranosos em comparação à mulheres saudáveis sugere que a atividade dos flexores profundos nessa população pode não ser afetada mesmo com a presença de dor cervical. No entanto, a atividade aumentada do esplênio da cabeça sugere que há um comportamento motor distinto em mulheres com migrânea crônica, P á g i n a | 183 embora não há relato sobre a atividade desse músculo durante o TFCC disponível na literatura. Conclusões: mulheres com migrânea não apresentaram déficit da musculatura profunda. No entanto, a migrânea na subforma crônica, não na episódica, demonstra maior atividade do esplênio da cabeça que mulheres sem dor de cabeça durante o TFCC. Referências 1. Ashina S et al.Cephalalgia. 2015;35(3):211-9. doi: 10.1177/0333102414535110 2. Florencio LL et al. Headache. 2014;54(7):120310. doi:10.1111/head.12393 3. Headache Classification Committee of the International Headache Society. Cephalalgia. 2013; 33:629-808. doi:10.1177/0333102413485658. 6. Sommerich CM et al. J Electromyogr Kinesiol 2000; 10: 377-398. doi: 10.1016/S10506411(00)00033-X. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (processo 2012/22245-2). Fonte dos dados: Os resultados apresentados são parte de uma tese de doutorado desenvolvimento intitulada “Avaliação da força máxima e do controle motor da coluna cervical pela dinamometria e pela eletromiografia de superfície em mulheres com migrânea e migrânea crônica: estudo controlado”. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. 4. Falla D et al. Phys Ther 2003; 83: 899-906. 5. Falla D, et al. Clin Neurophysiol 2002; 113: 57-63. doi:10.1016/S1388-2457(01)00708-8. Figura 1. Root Mean Square normalizado pela atividade em contração isométrica voluntária máxima (%CIVM) dos músculos esternocleiodomastoideo (ECOM), escaleno anterior e esplênio da cabeça durante os cincos estágios do teste de flexão craniocervical (22,24,26,28 e 30 mmHg). P á g i n a | 184 CHM.134. PRESENÇA DE PONTO GATILHO MIOFASCIAL ATIVO NO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO DE MULHERES COM MIGRÂNEA ALTERA A ATIVIDADE ELÉTRICA DO MESMO DURANTE TESTE DE FLEXÃO CRANIOCERVICAL Lidiane Lima Florencio1; Gabriela Natália Ferracini1, Maria Palacios Ceña2, César Fernández de las Peñas2, Thaís Cristina Chaves1, Débora Bevilaqua Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2 Universidad Rey Juan Carlos Introdução: a associação entre migrânea, cervicalgia e pontos gatilho tem sido descrita na última década.1,2,3 No entanto, a repercussão dessas associações no controle motor dos músculos do pescoço de migranosos ainda não foi investigada. Objetivos: verificar se a presença de ponto gatilho ativo no músculo esternocleidomastoideo de mulheres com migrânea influencia a atividade muscular durante o desempenho do teste de flexão craniocervical (TFCC). Métodos: Foram avaliadas 70 mulheres com migrânea com média de idade de 42,6(DP= 12) média de frequência de 10,2 (DP=8,1) dias de dor de cabeça por mês. O diagnóstico de migrânea foi dado por neurologistas experientes de acordo com a terceira edição da Classificação Internacional de Cefaleias.4 Os critérios de exclusão adotados foram: idade menor que 18 ou maior que 60 anos, presença concomitante de outro diagnóstico de cefaleia, história de trauma na cabeça ou pescoço, hérnia discal na região cervical, hipertensão arterial não controlada e/ou outras doenças sistêmicas que impossibilitassem os testes. As voluntárias realizaram o teste de flexão craniocervical (TFCC), composto por cinco estágios progressivos de flexão craniocervical sustentados por 10s cada com o auxílio de unidade pressórica de biofeedback (Stabilizer, Chattanooga South Pacific; USA).Quando há déficit da função dos flexores profundos, um aumento da atividade eletromiográfica dos músculos flexores cervicais superficiais é esperado.5 O sinal eletromiográfico do esternocleidomastoideo foi adquirido pela eletromiografia de superfície utilizando o EMG16, com 16 canais (LISiN-OT Bioelettronica, Turim, Itália), em uma taxa de amostragem de 2048 Hz e convertido a um sinal digital de 12-bit. Para a colocação dos eletrodos, a pele foi devidamente preparada conforme orientações do SENIAM. Um par de eletrodos duplo-diferenciais foi posicionado no terço distal da porção esternal do músculo esternocleidomastoideo com a voluntária em supino.6 O eletrodo de referência foi posicionado no punho direito. Após a realização do TFCC, a palpação muscular a fim de identificar os pontos-gatilhos foi realizada bilateralmente por um examinador cego e a presença foi confirmada de acordo com os critérios diagnósticos definidos por Simons et al.7 O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Rey Juan Carlos (HRJ 07/14). O sinal eletromiográfico bruto foi processado filtrado por um filtro passa banda 20-400 Hz (Butterworth de 4ª ordem) e calculado o Root Mean Square (RMS) de um intervalo de 10s no programa MATLAB. Para a normalização dos dados, foi utilizada a média do RMS adquiridas durante duas repetições de sustentação da cabeça por 10 s. A média do RMS normalizado dos dois lados do esternocleidomastoideo foi utilizada para as análises. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS verão 20.0 adotando um nível de significância de 0,05. A comparação dos RMS normalizados foi feita por uma análise de variância (ANOVA) 2x5, considerando os estágios do TCCF e os grupos com e sem pontos gatilho como variáveis. Resultados: a atividade do esternocleidomastoideo foi significantemente menor para as mulheres migranosas com ponto-gatilho quando comparadas às sem pontos-gatilho durante do desempenho do TFCC nos estágios de 24, 26, 28 e 30 mmHg (p<0,002) (Figura 1). Discussão: embora a repercussão eletromiográfica devido à presença de dor aguda ou crônica seja controversa; sabe-se que a estimulação nociceptiva de um músculo, por exemplo, por dor induzida devido à injeção salina, induz a redução temporária da amplitude do sinal eletromiográfico.8 Dessa forma, podemos especular que no caso de mulheres com migrânea um estímulo doloroso de longa duração, como um ponto-gatilho ativo, a resposta muscular seria semelhante. No entanto, nossos achados diferem dos resultados demonstrados para pontos gatilho latente que apresentam atividade aumentada tanto em repouso quanto em função muscular como sinergista.9 Conclusões: A presença de pontos-gatilho ativo no esternocleidomastoideo determina uma menor atividade elétrica desse músculo durante a execução do TFCC. P á g i n a | 185 7. Simons DG et al. Myofascial Pain and Dysfunction: The Trigger Point Manual.Williams & Wilkins; 1999. 8. Falla D et al. Pain 2008;138:217-22. doi: 10.1016/j.pain.2008.04.004. 9. Ge et al. The Journal of Pain. 2014; 15(2):181187. Referências 1. Ashina S et al.Cephalalgia. 2015;35(3):211-9.doi: 10.1177/0333102414535110 2. Florencio LL et al. Headache. 2014;54(7):120310. doi:10.1111/head.12393 3. Fernández-de-las-Peñas C et al. Cephalalgia 2006; 26:1061-1070. doi: 10.1111/j.14682982.2006.01162.x. 4. Headache Classification Committee of the International Headache Society. Cephalalgia. 2013; 33:629-808. doi:10.1177/0333102413485658. 5. Falla D et al. Phys Ther 2003; 83: 899-906. 6. Falla D, et al. Clin Neurophysiol 2002; 113: 5763. doi:10.1016/S1388-2457(01)00708-8. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (processo: 2014/13103-5). Fonte dos dados: Os resultados apresentados são parte de um projeto de doutorado sanduíche desenvolvida em colaboração entre Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP e a Universidad Rey Juan Carlos, Madri, Espanha. Figura 1. Amplitude da atividade eletromiográfica do músculo esternocleidomastoideo de mulheres com migrânea com e sem pontos-gatilho no esternocleidomastoideo durante a execução do teste de flexão craniocervical. *p<0,05. P á g i n a | 186 CMH.135. AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO OCLUSAL EM CASO DE DOR OROFACIAL ATRAVÉS DOS NÍVEIS DE CORTISOL E DHEA: RELATO DE CASO Liege Maria Di Bisceglie Ferreira1; Vinícius Cobos Stefanelli1; Cristhyano Pimenta Marques1; Ana Carolina Panhan1; Carlos Roberto Douglas2; Fausto Bérzin1 1 Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP/UNICAMP; 2 Universidade do Chile, Santiago. [email protected] Introdução: Contatos oclusais, quando em desequilíbrio, produzem uma posição mandibular alterada e uma resposta muscular à qual o organismo poderá não se adaptar e reagir com dor, e dependendo da intensidade ou frequência, pode se tornar crônica, favorecendo o aparecimento do estado de stress (Douglas, 2010). O cortisol (C) e o di-hidro-epiandrosterona (DHEA) são hormônios secretados pelo córtex adrenal em estados de stress e seguem ritmos circadianos (Pruessner, 1997). O Ajuste Oclusal Funcional (AOF) é um procedimento que promove a estabilidade mandibular através do equilíbrio de atividade bilateral dos músculos mastigatórios, e é realizado associando-se um tipo específico de palpação muscular à avaliação criteriosa de marcas de carbono sobre as superfícies dentárias (Santos, 2003). Objetivo: Avaliar sistemicamente e eletromiograficamente a influência da estabilidade mandibular obtida através do AOF, como fator periférico dentro do quadro da dor orofacial crônica. Material e métodos: Foi avaliada uma voluntária de 32 anos, portadora de dores orofaciais e disfunção temporomandibular (DTM), diagnosticada através do Research Diagnostic Criteria (RDC), tendo assinado termo de compromisso sob protocolo CEP 060-2011. A mesma apresentou dores na região temporal bilateral e dores cervicais. Os músculos avaliados foram os temporais, parte anterior (T), masseteres, porção superficial (M) e suprahióideos (SH), em 2 fases: pré, e imediatamente após ao AOF, sendo que a mesma recebeu tratamento placebo uma semana antes do tratamento efetivo com AOF. A avaliação placebo foi feita com a intenção de se avaliar a situação muscular e as secreções hormonais sem a alteração anatômica e funcional provocada pela interferência do AOF sobre a temporais direito e esquerdo, diminuiu. (Tabela 1). Estes resultados indicam que no início da intercuspidação, os músculos elevadores foram ativados com intervalo de tempo entre eles menor do que antes do AOF, permitindo uma maior estabilidade mandibular e maior recrutamento das unidades motoras. superfície oclusal. Foram realizados exames eletromiográficos (EMG) através do equipamento BIOEMG1000 (Lynx®), com uma freqüência de amostragem de 2000Hz e filtro passa banda 20-1000 Hz. Foram utilizados eletrodos descartáveis passivos bipolares feitos de Ag/AgCl. O AOF foi realizado associando-se a sequência de captação da contração dos referidos músculos, através de palpação específica, às marcas do papel articular Bausch, feitas na superfície oclusal dos dentes em oclusão após a elevação da mandíbula. Os dados EMG foram analisados por uma rotina desenvolvida no programa Matlab (MathWorks®), através das variáveis: simetria de atividade (SIM AT, expressa pela raiz quadrada da média – RMS), simetria de tempo de início de atividade (SIM TIAT, entre os músculos homólogos bilaterais, expressa em milisegundos) e co-contração (CO-CO) (reflexa antagonista, expressa em RMS). A coleta de saliva para avaliação dos hormônios ocorreu às 7h, e imediatamente após o procedimento realizado no consultório, às 9h, nas 2 sessões de atendimento, placebo e AOF, conforme orientação do laboratório de análises clínicas responsável pelo processamento das amostras. Resultados e Discussão: Houve aumento nos valores do RMS dos músculos elevadores após a intervenção do AOF, sugerindo maior recrutamento de unidades motoras durante a atividade, assim como diminuição da atividade dos SH como antagonistas, o que contribuiu para reduzir a co-contração dos mesmos com relação aos músculos elevadores. A simetria de atividade entre os homólogos bilaterais aumentou, e a diferença entre os tempos de início de atividade entre os músculos masseteres direito e esquerdo, e Tabela 1: Valores em uV de RMS nas 2 fases de coleta eletromiográfica dos músculos masseteres temporais e bilaterais e suprahióideos, nas variáveis co-contração simetria de atividade, e de tempo de inicio de atividade entre M-M e T-T. PLACEBO AOF PRÉ PÓS PRÉ PÓS RMS TE 87,68 70,49 78,85 94,05 TD 85,89 75,42 76,69 99,11 ME 63,87 43,90 46,46 64,09 MD 49,23 49,14 42,54 66,21 SH 5,79 5,86 6,00 4,58 CO-CO 5,87 4,80 5,43 3,91 SIM AT T 75,52 79,83 86,86 95,57 M 87,05 73,87 89,72 98,37 SIM TIAT T 0,30 0,39 0,18 0,06 M 0,13 0,18 0,09 0,01 A avaliação sistêmica mostrou redução nos níveis de secreção do C e aumento da secreção do DHEA imediatamente após a intervenção do AOF, ao contrário do placebo, talvez resultantes das alterações imediatas das taxas hormonais produzidas pelo córtex suprarrenal frente à suspensão do fator agressivo. (Tabela 2). Tabela 2: Valores do C e DHEA nas fases placebo e efetiva (AOF) nos horários de coleta pré (ate 7h) e pós CORTISOL nmol/L DHEA pg/ml ate 7h 9h ate 7h 9h PLA 4,2 4,8 109 127 AO 10,9 3,1 38,5 191 Este estudo sugere a relação positiva entre a frequência da ocorrência do fator agressivo provocado pelo transtorno oclusal e um estado de stress determinante de uma hipersecreção de Cortisol e baixa de DHEA. (Iinuma, 2008). Além disso, é esperado que o C tenha sua secreção aumentada em 50-75% após 30 minutos do despertar, e no máximo em 120 minutos retorne aos valores iniciais da descarga matinal e o DHEA apresente valores mais altos inicialmente e diminua após 30-45 minutos. Ambos decrescem ao longo do dia (Ghiciuc, 2011). Neste trabalho, o procedimento do AOF foi a única intervenção efetuada no período entre o acordar e 10 h, e os valores do C apontam para uma redução abaixo do valor da liberação matinal, diferentemente dos trabalhos avaliados. Conclusões: A estabilidade mandibular alcançada através do AOF intervém favoravelmente sobre a biomecânica de trabalho muscular da oclusão dentária e sugere interferir na secreção imediata de C e DHEA. P á g i n a | 187 Estudos neurofisiológicos e eletromiográficos associados são necessários para esclarecer melhor a relação entre eventos de origem periférica e sua influência central sobre a dor crônica. O AOF demonstrou ser um tratamento alternativo e eficaz para a solução de desequilíbrios e desconfortos de ordem muscular relacionados à funções estomatognáticas, porém são necessários estudos randomizados com maiores populações. Referências: Ghiciuc CM et al. Neuroendocrinology Letters. 2011;32(4):475–480 Douglas CR, et al. Med Hypotheses. 2010; 74: 710-718. Iinuma M1, et al. Okajimas Folia Anat Jpn. 2008 May;85(1):35-42. Pruessner JC et al. Life Sci. 1997;61(26):2539-49. Santos, JLB. In Simões WA. Ortopedia Funcional dos Maxilares vista através da Reabilitação Neuro-Oclusal. Artes Médicas, 2003. Fonte financiadora: Fundação CAPES Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Influência do ajuste oclusal funcional sobre a estabilidade mandibular”. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Buco Dental, da FOP-UNICAMP, sob protocolo CEP 060-2011. P á g i n a | 188 ANÁLISE DO LIMIAR DE FADIGA ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS MASSETERES E TEMPORAIS EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS Ligia Franco Oliveira1, Marcelo Palinkas1, Bárbara de Lima Lucas1, Marisa Semprini1, Selma Siéssere1, Flávia Argentato Cecilio1, Paulo Batista de Vasconcelos1, Luiz Gustavo de Sousa1, Simone Cecilio Hallak Regalo1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: Os músculos crescem, desenvolvem e funcionam de maneira planejada e organizada, mas existem muitos questionamentos de que maneira que isso ocorre durante o envelhecer do ser humano (Palinkas et al., 2010). Dentre as avaliações das atividades musculares, a avaliação da fadiga fisiológica, ou seja, aquela induzida por contrações musculares sustentadas torna-se fundamental, uma vez que determina o desempenho muscular (Pitta et al., 2015). Os músculos são incapazes de sustentar elevados níveis de força ou mantê-la por um tempo constate, desencadeando a fadiga neuromuscular (Enoka, 1992; Callisaya et al., 2009). Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi determinar o limiar de fadiga EMG de crianças, jovens, adultos e idosos, com intuito de iniciar um estudo para traçar critérios e parâmetros que possam ser considerados normais em função da idade. Métodos: 74 participantes (7-80 anos de idade), dentados completos (exceto o grupo I – dentição mista) foram divididos em cinco grupos: I (7-12 anos), II (13-20 anos), III (21-40 anos), IV (41-60 anos) e V (61-80 anos). Todos os grupos foram distribuídos respectivamente por gênero (08H / 08M), exceto o Grupo V (05H / 05M). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (processo n. 2006.1971.58.5). Foi utilizado o aparelho eletromiógrafo Myosystem-Br1 para análise eletromiográfica. Os dados da frequência mediana do sinal EMG foram obtidos pelos valores do janelamento de 5 segundos durante o tempo inicial (FMI), tempo médio (FMM) e tempo final (FMF) do sinal EMG da fadiga. A fadiga foi obtida durante a força de contração isométrica constante. O total de tempo de fadiga EMG (segundos) para os grupos foi: I (29,12 ± 4,88), II (32,16 ± 3,28), III (39,57 ±3,50), IV (41,68 ±4,74) e V (60,97 ± 9,82). A frequência mediana, normalizada pelo apertamento dental em contração voluntária máxima, foi tabulada e submetida para análise estatística (ANOVA; SPSS 21.0). Resultados: Não houve diferença estatística significante (p < 0,05) para os parâmetros normais estabelecidos para a frequência mediana (Hz) do sinal EMG dos músculos masseteres e temporais entre os Grupos etários. Discussão: O corpo humano passa por transformações contínuas na sua forma e função desde o nascimento. Ao longo do tempo, há uma redução na capacidade do sistema fisiológico para desempenhar as suas funções, o que acentua os efeitos do envelhecimento sobre as estruturas do corpo (Gallo et al., 2007). Entender o funcionamento da fadiga muscular é de fundamental importância para a área da saúde, porque ajuda no entendimento de várias doenças e distúrbios, como por exemplo, da respiração bucal, doenças degenerativas, DTM e apneia do sono. Os músculos da mastigação são importantes componentes do sistema estomatognático e eles também podem entrar em processo de fadiga (Pitta et al., 2015). A análise da fadiga EMG por meio da frequência mediana é um importante método que avalia e mensura a capacidade de resistência de um indivíduo (Hary et al., 1982; Molinari et al., 2006; Jamaluddin et al., 2015). Pesquisas comprovaram que indivíduos com DTM apresentaram limiar de fadiga muscular elevado (Wozniak et al., 2015). Nossos resultados demonstraram a normalidade do limiar de fadiga do sinal EMG em indivíduos de 12 a 80 anos de idade e servem como parâmetros para pesquisas futuras que queiram comparar o padrão de normalidade com alterações sistêmicas em relação à fadiga EMG dos músculos estriados esqueléticos. Na literatura, não existem trabalhos que abordam os parâmetros de fadiga dos músculos mastigatórios, principalmente com uma avaliação ao longo do tempo, e ainda em indivíduos saudáveis. Conclusões: Os resultados desta pesquisa mostraram que nessa amostra a idade não está associada com a fadiga EMG dos músculos masseter e temporal. P á g i n a | 189 Referências: 1. Palinkas et al. Arch Oral Biology. 2010, 55(10):797-802. 2. Pitta NC et al. J Electromyogr Kinesiol. 2015, 25(4):653-7. 3. Enoka et al. J Appl.Phycol. 1992, 72(5):1631-48. 4. Callisaya et al. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2010,65(4):386-92. 5. Gallo et al., Gerodontology.2007, 24(4):244-8. 6. Hary D et al. J Appl Physio. 1982; 53(1): 779-783. 7. Jamaluddin FN, et al. Conf Proc IEEE Eng Med Biol Soc. 2015:6219-22. 8. Galo R, et al.Gerodontology 2007;24:244248. 9. Molinari et al. Conf Proc IEEE Eng Med Biol Soc.2006,1:953-6 10. Wozniak et al. Biomed Res Int. 2015;2015:269734. Agradecimento: FAPESP Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da FORP-USP e fazem parte do conteúdo do Projeto de Mestrado intitulado: “A influência da idade na análise do limiar de fadiga eletromiográfica dos músculos mastigatórios” do Programa de Pós-Graduação da Biologia Oral. P á g i n a | 190 CMH.137. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) E POSSÍVEIS ALTERAÇÕES NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO Lígia Maria Napolitano Gonçalves1, Marcelo Palinkas1, Bárbara de Lima Lucas1, Jaime Eduardo Cecilio Hallak1, Wilson Marques Júnior1, Sandra Valéria Rancan1, Paulo Batista de Vasconcelos1, Marisa Semprini1, Selma Siéssere1, Simone Cecilio Hallak Regalo1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa e progressiva que acomete o sistema neuromotor impedindo a correta funcionalidade muscular (Morris, 2015). Esta doença apresenta em 10% dos casos características genéticas, e os outros 90% são esporádicos (Vande Velde, et al., 2011). Para que o ser humano tenha qualidade de vida faz-se necessário um desenvolvimento harmônico do sistema muscular esquelético e qualquer alteração acarretará desequilíbrio no sistema estomatognático (Ferreira et al., 2015). Objetivo: Este estudo avaliou o sistema estomatognático de indivíduos com esclerose lateral amiotrófica, por meio da atividade eletromiográfica dos músculos masseteres e temporais e força de mordida molar máxima. Métodos: 30 indivíduos de ambos os gêneros, com idade média de 30,3 ± 5 anos, pareados indivíduo com indivíduo foram distribuídos em dois grupos: GELA: com esclerose lateral amiotrófica, (n=15) e GC: controle saudável (n=15). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CAAE: n.13071913.3.0000.5419). A avaliação da atividade EMG foi realizada pelos sinais EMG do músculo masseter direito (MD), masseter esquerdo (ME), temporal direito (TD) e temporal esquerdo (TE) durante condição postural de repouso (4s); apertamento dental em contração voluntária máxima (4s); lateralidade direita (10s), lateralidade esquerda (10s) e protrusão (10s). A EMG foi realizada utilizando o eletromiógrafo MyoSystemBr1. Os indivíduos com ELA foram diagnosticados por médicos especialistas do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP. Os valores das médias foram normalizados pelo valor do sinal EMG do apertamento dental em contração voluntária máxima (4s). As médias EMG normalizadas foram tabuladas e submetidas à análise estatística por meio do teste t independente (SPSS 21.0). Resultados: Na atividade EMG houve significância (p < 0,05) para a condição de repouso: MD=[(ELA=0,16 ± 0,06), (C=0,05 ± 0,01)] e ME=[(ELA=0,18 ± 0,06), (C=0,05 ± 0,01)];protrusão ME=[(ELA=0,45 ± 0,07),(C=0,12 ± 0,02)];TD=[(ELA = 0,19 ± 0,03), (II=0,09 ± 0,01)] e TE=[(I = 0,23 ± 0,06), (C=0,10 ± 0,02)]; lateralidade esquerda: MD=[(ELA = 0,31 ± 0,06), (II=0,09 ± 0,02)], ME=[(ELA = 0,41 ± 0,08), (C=0,09 ± 0,02)] e TE=[(ELA=0,32 ± 0,07), (C=0,17 ± 0,03)]. DISCUSSÃO: Os indivíduos portadores de ELA apresentam degeneração progressiva dos neurônios motores, que impedem os músculos de exercerem suas atividades normais levando a atrofia por desnervação, dificuldades progressivas para a execução de movimentos e perda de força muscular (Schmidt et al., 2016). Na ELA, espasmos musculares são contínuos e não se alteram com os movimentos voluntários (Kosuge et al., 2015). Estas contrações rápidas, espontâneas e intermitentes das fibras musculares (fasciculação) (Sleutjes et al., 2015), demonstram que os potenciais de unidades motoras estão com atividades anormais (Buainain et al., 2000), provocando hiperatividade do músculo estriado esquelético e cardíaco (Tanaka et al., 2013). Dados estes observados nos resultados deste estudo onde ocorreu aumento de atividade EMG dos músculos masseteres e temporais nas condições posturais da mandíbula. Conclusões: De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que houve alterações no padrão de ativação dos músculos mastigatórios em indivíduos com ELA, pois estes possuíram maior atividade muscular quando comparados aos indivíduos saudáveis. Referências 1. Morris J. Neurodiagn J. 2015;55(3):180-94. 2. Vande Velde C, et al., PLoS One. 2011;6(7):e22031. doi: 10.1371/journal.pone.0022031. 3. Ferreira B, et al. Dev Med Child Neurol. 2015 Feb 13. doi: 10.1111/dmcn.12992. P á g i n a | 191 4. Schmidt R, et al. Neuroimage.2016;124(PtA):762-9. 5. Kosuge Y, et al. Biol Pharm Bull. 2015;38(12):1964-8. doi: 10.1248/bpb.b15-00418. 6. Sleutjes BT, et al. Muscle Nerve. 2015 May 26. 7. Buainain RP, et al. Fasciculação. Rev. Neurociências.2000, 8(1): 31-34. 8. Tanaka Y, et al. J Neurol. 2013;260(9):2380-6. doi: 10.1007/s00415-0137005-0. Agradecimentos: FAPESP e CNPq Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. P á g i n a | 192 CMH.138. ANÁLISE DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO DE MULHERES COM ARTRITE REUMATOIDE Marcelo Palinkas1, Marisa Semprini1, Bárbara de Lima Lucas 1, Oswaldo Luiz Stamato Taube2, Laíse Angélica Mendes Rodrigues1, Roger Rodrigo Fernandes1, Selma Siéssere1, Simone Cecilio Hallak Regalo1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 2UNIFAFIBE – Centro Universitário Introdução: Artrite reumatoide é uma enfermidade inflamatória crônica, bilateral, simétrica, erosiva, recidivante, não supurativa do tecido conjuntivo, que acomete a membrana sinovial, tendões e estruturas articulares. As articulações mais comprometidas são as falangeanas, tornozelo, punho, coluna cervical, joelho, cotovelo, ombro e temporomandibular (Gul et al., 2014). Atinge 0,15 a 1,7% da população mundial, sendo as mulheres mais acometidas que os homens (da Mota et al.,2012). Objetivo: Este estudo avaliou o sistema estomatognático de mulheres com artrite reumatoide, por meio da atividade EMG dos músculos masseteres e temporais e força de mordida molar máxima. Métodos: 16 mulheres com dentição natural (faixa etária entre 40 e 60 anos) foram distribuídas em dois grupos: GAR: com artrite reumatoide (n=8; idade média 51,50±3,12 anos) e GC: controle saudável (n=8, idade média 50,75±3,18 anos). Os Grupos foram pareados sujeito a sujeito por idade e índice de massa corporal. As participantes com artrite reumatoide foram diagnosticadas por médicos reumatologistas, com embasamento na associação de sinais e sintomas clínicos, achados laboratoriais e radiográficos (da Mota et al., 2011).O GAR apresentou dor á palpação na região pré-auricular e nos músculos da mastigação, mobilidade mandibular alterada, ausência de estalos e crepitação na articulação temporomandibular. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Ribeirão preto da Universidade de São Paulo (CAAE n. 43010515.8.0000.5419). A análise da atividade EMG dos músculos masseteres [direito (MD) e esquerdo (ME)] e temporais [direito (TD) e esquerdo (TE)], foi realizada durante o repouso mandibular (4s); apertamento dental em contração voluntária máxima (4s); lateralidade direita (10s) lateralidade esquerda (10s), protrusão (10s), mastigação habitual de amendoins (20s), mastigação habitual de uvas passas (20s) e mastigação não habitual de Parafilm M® (20s). Foi utilizado o eletromiógrafo do sistema TrignoTM Wireless EMG da Delsys. A força de mordida molar máxima (direita e esquerda) foi obtida com o dinamômetro digital Kratos. Os valores EMG normalizados e força de mordida foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 21.0; teste t independente; p ≤ 0,05). Resultados: Foi encontrada diferença estatística significante para atividade EMG no repouso: MD=[(AR = 0,24 ± 0,04), (C=0,09 ± 0,02)]; TD=[(AR = 0,34 ± 0,04), (C=0,20 ± 0,03)]; protrusão: TD=[(AR = 0,34 ± 0,03), (C=0,18 ± 0,03)]; mastigação de Parafilm M®: MD=[(AR = 0,66 ± 0,09), (C=1,09 ± 0,13)] e mastigação de amendoins: MD=[(AR= 0,95 ± 0,05), (C=1,35 ± 0,13)]. Na força de mordida molar houve diferença estatística significante para região direita = [(AR = 15,08 ± 2,44), (C = 22,52 ± 2,58)] e região esquerda = [(AR = 12,77 ± 2,68), (C = 21,93 ± 2,92)]. Discussão: Conhecer os fatores e doenças que alteram substancialmente o bem estar do ser humano é prioridade mundial (Sherine et al., 2009). A análise do sistema estomatognático, tem sido motivo de estudos em diversos grupos de indivíduos com alterações patológicas sistêmicas. Por isso a importância de estudar o sistema estomatognático de indivíduos portadores de artrite reumatoide. Os resultados inéditos desta pesquisa evidenciaram a hiperatividade muscular mastigatória, durante as condições posturais da mandíbula. A inter-relação harmônica entre tubérculo articular do osso temporal, fossa mandibular, cabeça da mandíbula, cápsula e disco articular, musculatura e ligamentos acessórios pode ser comprometida pela proliferação de células inflamatórias, formação de tecido de granulação fibroso e de novos vasos na cápsula articular (Goronzy; 2001), promovendo pressão interna das estruturas envolvidas pela cápsula (Ehrlich, 1975), sintomatologia dolorosa, alteração funcional das fibras do músculo pterigoideo lateral que estão entremeadas com as fibras colágenas do disco articular (Sakaguchi-Kuma et al., 2015) e instabilidade funcional mastigatória, resultando na hiperatividade muscular (Cao et al., 2012). A diminuição da atividade EMG na mastigação e P á g i n a | 193 força de mordida pode estar associado com a deficiência do controle local de citocinas próinflamatórias na cápsula articular que provoca instabilidade hemodinâmica e fisiopatológica nas síndromes dolorosas (de Oliveira et al., 2011), reduzindo a capacidade funcional do individuo (Ahmed et al., 2015). Segundo Bell (1990) a dor orofacial pode aumentar na mastigação de alimentos, pois a ATM está com processo inflamatório e os movimentos de fricção e pressionamento irritam a superfície. Conclusões: As mulheres com artrite reumatoide mostraram alterações no sistema estomatognático, em especial na atividade EMG e força de mordida. Referências 1. Gul N. J Ayub Med Coll Abbottabad. 2014; 26(2):118-22. 2. da Mota LM, et al. Concensus of the Brazilian Society of Rheumatology for diagnosis and early assessment of rheumatoid arthritis. Rev Bras Reumatol. 2011; 51:199–219. 3. Sherine EG, et al. Arthritis Research & Therapy 2009; 11 (3): 229. 4. Goronzy JJ, et al. Curr Dir Autoimmun. 2001; 3:112-32. 5. Ehrlich G. Temas sobre Artrite: Inflamação e Doenças Reumáticas.Brasil, Atualização Médica MSD. 1975;15. 6. Sakaguchi-Kuma T, et al. Surg Radiol Anat. 2015 Nov 13. 7. Cao Y, et al. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2012; 113(6):762-5. doi: 10.1016/j.oooo.2011.11.010. 8. de Oliveira et al. Rev Bras Anestesiol.2011; 61(2): 255-265. 9. Ahmed N, et al. Eur J Oral Sci. 123(4):235:41.doi:10.1111/eos.12193. 10. Bell, WS.Dores Orofaciais: Classificação, Dioagnóstico e Tratamento.Quintessence Book, 1990. Agradecimento: FAPESP e CNPq Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da FORP-USP. P á g i n a | 194 CMH.139. A DOR INFLUENCIA O PADRÃO DE ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR? Eloiza Barbeiro Mella1; Mariana Barcellos Machado 1;Gabriel Nistch1; Anamaria Siriani de Oliveira 1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM) é um subgrupo de dores orofaciais que abrangem os músculos mastigatórios, articulação temporomandibular e estruturas associadas. A dor, como principal sintoma, altera a fisiologia da ativação muscular mastigatória, alterando o padrão de ativação dos músculos da mastigação, inibindo os músculos agonistas e excitando antagonistas. Devido a importância dos sintomas musculares desta disfunção, se faz relevante o estudo eletromiográfico em condições em que a dor está presente durante a função, para acrescentar mais informações a literatura em relação ao efeito da dor na fisiologia muscular, e consequentemente, no padrão de ativação agonistaantagonista. Objetivos: Analisar a influência da dor no padrão de ativação muscular agonista-antagonista em 20 portadoras de DTM. Métodos: Avaliamos a eletromiografia dos músculos masseter, temporal e suprahioideos durante a mastigação habitual e apertamento dentário, na presença de dor de intensidade moderada (≥4 na Escala Visual Numérica) e na ausência ou diminuição desta dor, após aplicação de 45 minutos da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea de alta frequência. O processamento de dados será baseado nos valores médios de Root Mean Square dos músculos mastigatórios analisados e Envoltório Linear, sendo este último somente utilizado durante a mastigação habitual. O trabalho foi submetido à aprovação do Comitê de Ética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), de acordo com a resolução 196 do CNS/96. Resultados: Nas tabelas 1 e 2, estão representadas as médias de RMS acompanhadas dos valores de desvio padrão. Os valores percentuais mostram um aumento da atividade muscular levantadora da mandíbula, para músculos masseteres durante o apertamento (p>0,05), e diminuição dessa atividade para os músculos abaixadores da mandíbula (p>0,05) na atividade de apertamento dentário (tabela 1). Tabela 1. Média (Desvio Padrão = DP) dos valores de RMS encontrados nas coletas eletromiográficas de apertamento dental nos momentos pré TENS e pós TENS, porcentagem de diferença após a analgesia e valor de p. Média (DP) Músculos Porcentagem p 2,143 (1,426) -6% 0,30 2,438 (2,816) 2,966 (3,493) +22% 0,14 2,069 (3,053) 1,325 (1,368) -36% 0,14 PRÉ TENS PÓS TENS Temporal 2,291 (1,875) Masseter Supra hioideos Tabela 2. Média (Desvio Padrão = DP) dos valores de RMS encontrados nas coletas eletromiográficas de mastigação habitual nos momentos pré TENS e pós TENS, porcentagem de diferença após a analgesia e valor de p. Média (DP) Músculos Porcentagem p 1,4 (1,697) +1% 0,42 1,443 (2,04) 1,457 (1,804) +1% 0,44 1,304 (1,411) 1,386 (2,396) +6% 0,40 PRÉ TENS PÓS TENS Temporal 1,381 (1,919) Masseter Supra hioideos Os resultados mostraram que os valores eletromiográficos dos músculos levantadores e abaixadores, agonistas e antagonistas nos movimentos funcionais da mandíbula, são variáveis após a analgesia. Considerando o modelo de adaptação à dor, que diz que a dor inverte o padrão de ativação agonista antagonista dos músculos da mastigação, os resultados encontrados após a analgesia dos músculos mastigatórios não são suportados pela teoria. Discussão: O presente estudo analisou a influência da dor no padrão de ativação agonista-antagonista dos P á g i n a | 195 músculos mastigatórios e observou o aumento percentual da atividade muscular de masseteres e diminuição percentual da atividade dos abaixadores da mandíbula durante o apertamento dentário. No apertamento máximo foi observada assimetria na ativação muscular temporal na comparação desses músculos bilateralmente, maior atividade dos músculos temporais comparados aos músculos masseteres tanto em indivíduos com DTM como em indivíduos saudáveis e redução da atividade muscular em portadores de DTM comparados com indivíduos assintomáticos (Tartaglia et al, 2011; Felício et al, 2012). No apertamento sustentado, Pitta et al. (2015) concluiu que estratégias de controle motor durante esta atividade diferenciam os indivíduos saudáveis de portadores de DTM. Na mastigação, foi encontrado que indivíduos com DTM têm tendência ao tipo mastigatório unilateral em comparação com indivíduos saudáveis que é do tipo bilateral. Há diferenças no padrão de ativação de portadores de DTM em relação ao padrão fisiológico normal (Felício et al, 2007), mas estes não também não foram vistos através da EMG em outros trabalhos (Felício et al, 2013; Manfredini et al, 2013). Em trabalho semelhante a este, Mafredini et al. (2013), analisou a diferença no sinal eletromiográfico entre músculos com dor e sem dor durante repouso e apertamento máximo e se essa diferença pode ser captada pelos dispositivos de avaliação disponíveis comercialmente. Os resultados foram muito variáveis, não demonstrando a existência de diferenças significativas. Ele sugere que é necessário rever o uso da eletromiografia para o estudo das dores musculares e que essa variação de dados pode ser explicada por mecanismos centrais de adaptação á dor. O presente estudo apresentou como limitação o tamanho amostral relativamente pequeno, com grande variabilidade de dados obtidos. Conclusões: Os dados apresentados neste trabalho não são suportados pelo Modelo de Adaptação à Dor. Faz-se necessário rever os métodos utilizados na avaliação da influência da dor no padrão de ativação muscular em portadores de DTM. Referências: Felício CM et al. Electromyographic indices, orofacial myofunctional status and temporomandibular disorders severity: A correlation study. Journal of Electromyography and Kinesiology. 2012; 22: 266–272. Felício CM et al.Mandibular kinematics and masticatory muscles EMG in patients with short lasting TMD of mild-moderate severity. Journal of Electromyography and Kinesiology. 2013; 23: 627–633. Felício CM et al. Desempenho mastigatório em adultos relacionado com a desordem temporomandibular e com a oclusão. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2007; 19(2). Manfredini D et al. Surface Electromyography Findings in Unilateral Myofascial Pain Patients: Comparison of Painful vs Non Painful Sides. Pain Medicine. 2013; 14: 1848–1853. Pitta NC et al. Activation time analysis and electromyographic fatigue in patients with temporomandibular disorders during clenching. Journal of Electromyography and Kinesiology. 2015; 25(4):653-7. Tartaglia GM et al. Surface electromyographic assessment of patients with long lasting temporomandibular joint disorder pain. Journal of Electromyography and Kinesiology. 2011; 21: 659– 664. Fontes financiadoras: Bolsa de Iniciação Científica PIBIC-USP 2014-2015 para Eloiza B. Mella. Fonte dos dados:Esses dados são de uma monografia de graduação desenvolvido junto ao Curso de Fisioterapia da FMRP-USP. P á g i n a | 196 CMH.140. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA E AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA Marília Martins de Oliveira Pupim1, Milan MB1, Fabrin S2, Fioco EM1,2, Regueiro E¹, Vianna JRF¹, Pádua GS², Regalo SCH 2, Verri ED1,2 1 2 Centro Universitáro Claretiano de Batatais Faculdade de odontologia de Ribeirão Preto - USP Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica, degenerativa e auto imune que acomete a substância branca do sistema nervoso central, caracterizada pela desmielinização, de etilologia desconhecida, com prevalência em mulheres, sendo que seus sinais e sintomas variam conforme o local da lesão¹ ². Por acometer as vias motoras a EM está associada à redução da força muscular incluindo os músculos respiratórios, e isso ocorre devido as informações do centro respiratório serem levadas pelo neurônio motor superior através da medula espinhal, e qualquer falha nesse percurso altera a elasticidade dos pulmões e da parede torácica ³. Objetivo: Analisar o potencial de ação dos musculos respiratórios eletromiograficamente e a força muscular respiratória por meio da manovacuometria de pacientes com diagnóstico de EM. Métodos: A amostra foi composta por seis participantes do gênero feminino, com idades entre 24 e 42 anos, divididas em dois grupos com três participantes cada, denominados Grupo Esclerose Múltipla (GEM) e Grupo Controle (GC). Para avaliação da força muscular respiratória o participantes da pesquisa foi posicionado em uma cadeira, na postura de Fowler desejada; o bocal do aparelho foi adaptado à boca do participante, com o nariz ocluído através de um clipe nasal; os comandos verbais foram realizados por o único avaliador que instruiu o participante da pesquisa a expirar completamente, procurando esvaziar ao máximo seus pulmões, o participante deve inspirar profundamente e rápido pela boca, então a partir do volume residual, mensurou-se a PImax. Em seguida o bocal do aparelho foi novamente acoplado a boca do participante com o nariz ocluído por um clipe nasal; instruindo o participante a inspirar completamente, procurando encher ao máximo seus pulmões, o participante na sequência expirou profundamente e rápido pela boca, então a partir da capacidade pulmonar total, mensurou-se a PEmax. Os dois exames foram repetidos três vezes, com intervalo de medida de uma pressão a outra, também de um minuto, sendo também considerado o valor mais alto. Foi realizada eletromiográfia dos músculos serratil direito (MSD), intercostal direito (MID), esternocleidomastóideo direito (ECOMD) e diafragma (MD) durante o repouso, inspiração máxima, expiração máxima, inspiração diafragmatica e expiração diafragmatica com o eletromiógrafo de superficie. Todas as pacientes assinaram o termo de consentimento livre esclarecido referente ao parecer n°0012/2010 de acordo com a resolução 466/12 do CNS. Resultados: Por meio dos resultados da manovacuometria das pacientes com EM (Gráfico 1) verificou-se a ocorrência de fraqueza dos músculos respiratório (FMR), com maior diminuição na PEmáx. E através da análise eletromiográfica (EMG) foi possível confirmar o desequilíbrio na ativação das fibras musculares com a ocorrência da fraqueza muscular nos pacientes com GEM (Tabela 1) podendo ser observado quando comparado com os pacientes do GC (Tabela 2). Gráfico 1 – Comparação dos valores obtidos nas pressões respiratórias máximas através da manovacuometria (cm H2O) dos paciente com GEM. Pct 3 Pct 2 Pct 1 0 20 40 PEmáx PImáx 60 P á g i n a | 197 Tabela 1 – Comparaçção em mV da atividade EMG durante a expiração diafragmatica em pacientes com GEM. Pct 1 2 3 MSD 3,11 1,95 2,33 MID 2,10 2,63 3,45 ECOMD 16,42 6,90 6,42 MD 19,09 6,86 13,57 Tabela 2 – Comparaçção em mV da atividade EMG durante a expiração diafragmatica em pacientes do GC Pct 1 2 3 MSD 12,62 17,41 14,76 MID 8,35 8,57 4,48 ECOMD 22,83 14,05 17,78 MD 63,33 69,68 43,65 Discussão: Devido a ocorrência da fraqueza neuromuscular, a fadiga e a FMR podem desenvolver-se insidiosamente onde pacientes do GEM raramente se queixam de dispnéia, mesmo quando a incapacidade grave e a força muscular respiratória prejudicada são aparentes; estando relacionado por se ascender lentamente das extremidades inferiores para as extremidades superiores podendo ter o comprometimento da função pulmonar nos estágios avançados da doença com possível ocorrência de insuficiência respiratória agravando o quadro 4,5. Conclusões: Conclui-se que através das avaliações de pressões máximas e análises eletromiográficas que os pacientes com EM apresentam fraqueza muscular respiratória podendo evoluir para fadiga e falência desses musculos sendo assim a fisioterapia respiratória é essencial para melhora e manutenção da função muscular, possivelmente levando ao melhor desempenho nas atividades de vida diária e funcionalidade dos mesmos. Referências 1. Haase VG, et al. Arquivo Neuropsiquiátrico. 2003; 62(2-A):282-291. 2. Moreira MA, et al. Arq Neuropsiquiatrico. 2000;58 (2-B): 460-466 . 3. Jakaitis F, et al. Arquivo Neuropsiquiatrico. 2007; 16 (3): 192-210. 4. Taveira, et al. Revista Brasileira de Neurologia. 2011; 47 (4): 16-24. 5. O’ Connor P, et al. Neurology, Toronto. 2002; 59 (1S):1-33. Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do laboratório de Biomecânica do Movimento do Claretiano de Batatais-SP, Brasil. P á g i n a | 198 CMH.141. Hiperlacrimejamento gustolacrimal (Síndrome das Lágrimas de Crocodilo): Relato de Caso Mirian Nagae1; Karina Virgilio1; Jonathan Vinicius1; Daniela Almeida Prado2; Fausto Bérzin2 1-Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação, Faculdade de Ciências Médicas, UNICAMP 2–Departamento de Morfologia, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP Introdução: a Paralisia Facial além de danos estéticos, como a atrofia muscular pode, também, gerar desconfortos como o lacrimejamento1. Após a Paralisia Facial Periférica fibras pré-ganglionares parassimpáticas que se projetavam para o gânglio submandibular podem regredir e conectar-se ao nervo petroso superficial maior2. Com a reinervação, caso ocorra um estímulo salivar, lágrimas podem verter dos olhos durante a mastigação. Esse fenômeno é conhecido como Síndrome das Lágrimas de Crocodilo3 (figura 1). A eletromiografia de superfície, por se tratar de um exame não invasivo pode comprovar a atividade do músculo orbicular do olho e auxiliar na compreensão do comportamento tanto a nível diagnóstico como nas intervenções terapêuticas4, como biofeedback5. Objetivo: descrever o comportamento do músculo orbicular do olho em sujeitos com Paralisia Facial Periférica que lacrimejam durante a mastigação. Figura 1- Lágrimas de crocodilo, metáfora realizada quando o sujeito não tem intenção de chorar mas chora. Metodologia: Estudo aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas sob no 02378212.5.0000.5404. Relato de caso sobre um paciente, sexo masculino, 54 anos, vendedor, saudável que apresentou quadro de Paralisia Facial Periférica direita de etiologia desconhecida, grau moderado. O quadro foi precedido por cefaléia e diminuição de sensibilidade na hemi face direita. O registro eletromiográfico ocorreu após 3 meses do início do quadro da paralisia. A eletromiografia foi realizada com paciente sentado, olhar fixo no horizonte, cabeça posicionada segundo plano de Frankfurt,com equipamento da Bioresearch, frequência de amostragem de 2000Hz, 12-bites de resolução, 112 dB modo de rejeição comum 60 Hz e conversor Analógico Digital5. Eletrodos descartáveis da Med Trace foram posicionados no ventre do músculo masseter e músculo orbicular do olho (parte inferior) bilateralmente6. Os sinais foram captados durante mastigação de barra de cereal, com registros somente quando o paciente começou a lacrimejar. Resultado: na análise qualitativa foi observada discreta movimentação em hemiface direita, fechamento ocular incompleto com esforço, boca com fraqueza em esforço máximo e sincinesia entre boca-olho. O lado preferencial de mastigação do paciente era à esquerda, mas o lacrimejamento ocorreu somente quando foi induzido mastigar do lado direito. O lacrimejamento ocorreu, cerca de 30 segundos após o início da mastigação habitual. A intensidade com que mastigava o alimento não influenciou no disparo do início do lacrimejamento, nem na quantidade de lágrimas vertidas. Na figura 3, podemos visualizar o sinal eletromiográfico bruto durante a mastigação do paciente, no momento em que ocorreu o lacrimejamento. Discussão: o lacrimejamento ocorreu somente durante a mastigação do lado da paralisia, no caso o direito. Estudos relatam que os músculos da face, participam da função mastigatória apenas de forma adjacente, sem exercerem atividade significativa. O lacrimejamento à direita ocorreu, provavelmente porque as fibras pré-ganglionares parassimpáticas projetadas para o gânglio submandibular regrediram e se conectaram ao nervo petroso superficial maior2, somente no lado da paralisia. O fato do músculo orbicular do olho esquerdo, também presentar atividade fásica, mas não desencadearem o lacrimejamento, reafirmam a P á g i n a | 199 anastomose com o nervo petroso somente do lado da paralisia. Figura 3 – Sinal eletromiográfico bruto durante a mastigação direita. Captação dos músculos masseter direito (MA-D) e esquerdo (MA-E), orbicular do olho parte inferior direito (ORB.OLHO-D) e esquerdo (ORB.OLHO-E), durante mastigação com lacrimejamento. Note a atividade sistemática do músculo ORB.OLHO-D e os picos de atividade no músculo ORB.OLHO-E. Conclusão: o músculo orbicular do olho ipsilateral ao lado da paralisia facial apresentou hiperatividade constante e o lado contralateral apresentou ciclos de atividade em concomitância ao músculo masseter. Foi, entretanto, constatado lacrimejamento somente durante a mastigação do lado em que a paciente apresentou a paralisia facial. Referência Bibliográfica 1-Hida RY et al. Arq. Bras. Oftalmol. 2005;68(4):56-59. Quantitative tear study using the red phenol test in the Brazilian population. 2- Calais LL et al. Avaliação funcional da mímica na paralisia facial central por acidente cerebrovascular. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2005;17(2):20-23. 3-Kizkin S et al. Crocodile tears syndrome: botulinum toxin treatment under EMG guidance. Functional Neurology. 2005; 20(1): 35-37. 4-Sassi FC et al. Correlação entre eletromiografia e índice de inabilidade facial em pacientes com paralisia facial de longa duração: implicações para o resultado de tratamentos. Rev. Bras. Cir. Plast. 2011; 26(4): 596-601. 5-Bernardes DFF et al. Eletromiografia de superfície em pacientes portadores de paralisia facial periférica. Rev. CEFAC. 2010; 12(1):91-96. 6- De Luca CJ. The use of surface electromyography in biomechanics. J Appl Biomech. 1997; 13: 135-63. 7-Cram JR et al. Introduction to Surface Electromyography. Gaithersburg Maryland: Aspen Publicationâ; 1998. p.257-8. P á g i n a | 200 CMH.142. ATIVIDADE EXACERBADA DO MÚSCULO BUCINADOR EM SUJEITOS PROGNATAS Mirian Nagae1; Marcelo Alves2; Fausto Bérzin3 1-Faculdade de Ciências Médicas-UNICAMP; 2-ESALQ-USP; 3-Faculdade de Odondologia de PiracicabaUNICAMP Introdução: a compreensão do comportamento muscular de sujeitos prognatas pode auxiliar os tratamentos de correção dentária e esquelética. Uma vez que, a musculatura participa de forma ativa no crescimento e desenvolvimento das estruturas da face, devido à relação entre a resposta óssea e a dinâmica de contração muscular1. Na face, o músculo bucinador, localizado na região das bochechas é considerado um dos maiores músculos e participa de forma efetiva da função mastigatória2. Objetivo: investigar se há diferença no comportamento do músculo bucinador entre sujeitos Classe I e Classe III de Angle. Método: Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob no 188/2003. Amostra constituída por Grupo Controle (GC), com 16 voluntários , Classe I e Grupo Estudo (GE) com 16 voluntários, Classe III, faixa etária entre 18 e 40 anos, de ambos os sexos. A atividade elétrica dos músculos bucinador e masseter foi avaliada por meio da eletromiografia de superfície. A mastigação habitual com pão francês foi investigada para que o músculo bucinador pudesse exercer com efetividade suas funções, não permitir resíduos de alimento na cavidade oral e posicionálos nos dentes molares2. Para garantir a fidedignidade da captação do sinal, foram utilizados eletrodos diferenciais, além de testes de função, correlação e normalização dos dados. Resultado: Para escolha das variáveis que melhor definissem o sinal EMG foi realizada análise do sinal bruto (figuras 1,2). músculo masseter os sinais apresentaram maior amplitude do que no músculo bucinador. Figura 2- Sinal EMG bruto da função mastigatória. O músculo masseter apresentou ciclos mastigatórios definidos, porém com amplitudes distintas, já no músculo bucinador os ciclos não foram tão definidos, além de apresentarem menor amplitude e ausência de sincronia. Na comparação dos dados normalizados da variável Root Means Square (RMS) (μV), do período ativo, não foram encontradas diferenças significativas (Classe I: 0,469 ± 0,355; Classe III: 0,531 ± 0,355 – p: 0,4812). Entretanto, em relação às variáveis RMS (μV) do período inativo (Classe I: 0,359 ± 0,355; Classe III: 0,641 ± 0,355 – p: 0,0016), duração do período ativo (ON) (Classe I: 0,313 ± 0,180; Classe III: 0,687 ± 0,180 – p: 0,0368) e razão entre o RMS do período inativo e RMS do período ativo (RIA) (Classe I: 0,391 ± 0,355; Classe III: 0,609 ± 0.355 – p: 0,0137), foram observadas diferenças significativas (figura 3). Figura 3- Cálculo no músculo bucinador da RIA: razão entre o Root Means Square (RMS) da duração do período inativo e RMS do período ativo. Microvoltz (µV), porcentagem (%). Figura 1- Sinal EMG bruto da função mastigatória. Os músculos apresentaram ciclos mastigatórios equilibrados e sincrônicos, sendo que no Discussão: o músculo bucinador manteve sua atividade elétrica mesmo na inatividade do ciclo mastigatório. Essa manutenção da atividade elétrica no período inativo é explicada pelo padrão de mastigação reverso3. Isto é, nesses casos, nos sujeitos Classe III, o bolo alimentar é deslocado P á g i n a | 201 para a região anterior da cavidade bucal e a musculatura da língua9 fica alojada no assoalho bucal com sua ponta em repouso sobre os dentes incisivos, acompanha a trajetória do bolo alimentar. Com isso, o músculo bucinador, que atua de forma antagônica à musculatura da língua4,5, é recrutado de forma intensa, para que o alimento não se aloje no vestíbulo bucal. Assim sendo, além do antagonismo entre a musculatura da língua e o músculo bucinador3, a ligação anatômica com os músculos milo-hioideo e temporal também contribui para a atividade mais intensa do músculo bucinador. Isso ocorre porque o músculo milohióideo, que é responsável pela elevação da língua e o músculo temporal, pela estabilização da mandíbula. Conclusão: os dados qualitativos revelaram perfil de comportamento muscular em relação ao músculo bucinador entre as Classes I e Classe III de Angle4,5,6. Tais resultados puderam ser comprovados na análise quantitativa que comprovou diferença significativa no período de inatividade do músculo bucinador e, também no cálculo da razão entre os períodos inativo e ativo indicaram uma atividade proporcional entre os período ativo e inativo nos sujeitos Classe I e uma atividade de 90% nos sujeitos Classe III. Referência bibliográfica 1-Rubin RM et al. Mode of respiration and facial growth. Am J OrthoD. 1980; P. 504-10.1993. 2-Blanton PL et al. Electromyographic analysis of the buccinator muscle. J Dent Res. 1970;49: 38994. 3-Takeda H et al. Examination of masticatory movement and rhythm before and after surgical orthodontics in skeletal Class III patients with unilateral posterior cross-bite. J Maxillofac Oral Surg. 2009; 67: 1844-9. 4-Raustia AM, et al. Changes in electrical activity of masseter and temporal muscles after mandibular sagital split osteotomy. Int J Maxillofac Oral Surg. 1994; 23: 253-7. 5-Subtelny JD. Malocclusion, orthodontic corrections and orofacial muscle adaptation. Angle Orthod. 1970; 40: 170-201. PMid:5269951. 6- Takada K et al. Tongue, jaw, and lip muscle activity and jaw movement during experimental chewing efforts in man. J Dent Res. 1996; 75: 1598-606. Projeto de mestrado com financiamento Capes. P á g i n a | 202 CHM. 144EFEITOS DA BAIXA VISÃO E DA CEGUEIRA NO COMPLEXO POSTURAL Nayara Soares1, Edson Donizette Verri1, Saulo Fabrin1, Marisa Semprini2, Selma Siéssere2, Bárbara de Lima Lucas2, Paulo Batista de Vasconcelos2, Marcelo Palinkas2, Simone Cecilio Hallak Regalo2 1 2 Claretiano Centro Universitário; Universidade de São Paulo/Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto Introdução: Entre as principais fontes de informação sensorial para o processo do controle postural está o sistema visual (Nashner, 1981). A baixa visão ou a sua ausência restringe a experiência de vida e influencia o desenvolvimento do equilíbrio, da coordenação motora e da postura, sendo esta última correta quando necessita de pouca atividade muscular para mantê-la (Fjellvang et al., 1986; Magee, 2002). Uma alteração postural pode contribuir para o aparecimento de vários distúrbios cinesio-funcionais. Entre os recursos avaliativos destaca-se a EMG, uma técnica para o monitoramento da atividade elétrica das membranas excitáveis, representando a medida dos potenciais de ação do sarcolema (Enoka, 2000). Objetivos: O estudo avaliou a atividade EMG dos músculos mastigatórios, cervicais e da cintura escapular de indivíduos com baixa visão e com cegueira, comparando ao grupo saudável. Métodos: Participaram da pesquisa indivíduos entre 18 a 40 anos, de ambos os gêneros. Foram analisados 30 indivíduos, pareados sujeito a sujeito e divididos em dois grupos: com baixa visão e cegueira (GVC, n=15) e controle saudável (GC, n=15). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de São Paulo/Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CAAE: 0060.0.138.000-10). Os critérios de exclusão foram: presença de distúrbios de origem sistêmica ou local, utilização de medicamentos ou realização de tratamentos que possam interferir na atividade muscular, menores de 18 anos e portadores de problemas cognitivos. Foram realizados exame de EMG (MyoSystem-Br1) para os músculos masseter direito (MD), masseter esquerdo (ME), temporal direito (TD), temporal esquerdo (TE), esternocleidomastoideo direito (ECOMD), esternocleidomastoideo esquerdo (ECOME), trapézio superior direito (TSD), trapézio superior esquerdo (TSE), trapézio médio direito (TMD), trapézio médio esquerdo (TME), longo do tórax direito (LTD) e longo do tórax esquerdo (LTE), nas seguintes condições para os músculos mastigatórios: apertamento dental em contração voluntária máxima (4s) e com parafilme colocado em ambos os lados da arcada dental (4s), lateralidade direita (10s), lateralidade esquerda (10s), mastigação de amendoins (10s) e mastigação de uvas passas(10s). Para os músculos cervicais foram realizadas: flexão de cervical (10s), flexão de ombro (10s), abdução de ombro (10s) e extensão de tronco (10s). Os dados EMG foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS versão 21.0). Resultados: A atividade eletromiográfica foi significativa (p<0,05) no repouso mandibular: ME=[(VC=5,47 ± 1,25),(C=9,28 ± 1,01)], TE=[(VC=1,57 ± 0,16),(C=5,41 ± 0,81)], na lateralidade direita: TE=[(VC=2,77 ± 0,16),(C=5,71 ± 0,81)]; na flexão de ombro: TSD=[(VC=91,80 ± 13,58),(C=139,72 ± 12,95)], TSE=[(VC=162,01 ± 47,56),(C=390,67 ± 63,04)]; na abdução de ombro: TME=[(VC=11,14 ± 0,97),(C=18,33 ± 2,61)]; na extensão da coluna vertebral em repouso: LTE=[(VC=7,78 ± 1,65),(C=17,51 ± 3,94]. Discussão: Os indivíduos avaliados apresentaram alterações posturais significativas, em evidência cabeça, ombro e coluna torácica, semelhantes aos estudos de (Amaya et al., 1991; Prechtl et al. 2001), sugerindo o menor potencial de ação para os músculos posturais, visto que os músculos trapézio superior, trapézio médio e longo do tórax do GVC apresentaram menor ativação em relação ao GC. Os resultados sugerem que as alterações no movimento da cabeça influenciam diretamente nas condições clínicas posturais da mandíbula e de mastigação, significante do lado esquerdo, ou seja, a rotação de cabeça à direita dos indivíduos analisados , não provoca somente a postura anormal, mas influencia na execução dos movimentos, relacionados aos músculos masseter, temporal e esternocleidomastoideo, apresentando também redução do tônus muscular podendo indicar uma sobrecarga dos músculos posturais P á g i n a | 203 (Nakata et al., 2001) em consequência das compensações. Conclusões: Devido à rotação da cabeça e da abordagem postural, ocorreu redução das respostas de regulação automática da postura, inferindo o maior potencial de ação dos músculos da mastigação no GVC quando comparado ao GC. Referências: 1. Amaya, JMM et al. Acta Pediatr. 1991 112(3):136-147. 2. Enoka, RM. Bases Biomecânicas da Cinesiologia. Manole, 2000. 3. Fjellvang, H et al. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1986 (4):327-346. 4. Magee, D.J. Avaliação Musculoesquelética. Manole, 2002. 5. Nakata, H et al. Gait and Posture. 2001 14(1):36-43. 6. Nashner, L.M. Handbook of Behavioral Neurology. Plenum, 1981. 7. Prechtl, HFR. Et al. Dev Med Child Neurol. 2001 43(3):198-201. Fontes financiadoras: Projeto financiado por PIBIC/USP/CNPq, processo: 144218/2014-3. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Iniciação Científica intitulada: “Efeitos da baixa visão e da cegueira no complexo postural.” do Programa de Iniciação Científica, FORP-USP. P á g i n a | 204 CMH.145. IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS DISCRIMINATIVOS DE QUEDAS EM IDOSOS UTILIZANDO A CINEMÁTICA DA MARCHA Nise Ribeiro Marques1; Deborah Hebling Spinoso1, Bruna Oliveira Plassa2, Bruna Carvalho Cardoso2, Marcelo Tavella Navega1 1 Universidade Estadual Paulista, UNESP, Marília; 2 Faculdade de Medicina de Marília, FAMEMA Introdução: A marcha é a tarefa motora mais executada entre as atividades de vida diária e, aproximadamente, 50% das quedas em idosos ocorrem durante a execução desse gesto1. Nesse sentido, investigações pregressas apontaram diferenças em parâmetros como velocidade de marcha, tempo e comprimento de passada e a variabilidade dos parâmetros temporais entre idosos caidores e não caidores2. Considerando esses achados hipotetiza-se que esses parâmetros possam ser variáveis discriminativas de quedas na população idosa. Objetivos: Identificar a habilidade discriminativa de quedas de parâmetros cinemáticos da marcha em idosos viventes na comunidade. Métodos: Participaram do estudo 23 idosos viventes na comunidade que foram separados em dois grupos de acordo com o relato de queda nos 12 meses pregressos ao estudo: grupo caidor (n = 8) e grupo não caidor (n = 15). O projeto foi aceito em Comitê de Ética local (processo número: 011580/2015) A coleta de dados foi realizada em uma única visita ao ambiente de coleta. Foram realizados, na sequencia, os procedimentos: caracterização dos sujeitos (idade, mensuração das variáveis antropométricas e histórico de quedas), avaliação da mobilidade pela Short Physical Performance Battery (SPPB) e avaliação cinemática da marcha. A avaliação da marcha foi realizada em, aproximadamente, cinco tentativas de caminhada em velocidade de preferencia em uma passarela de 14 metros. Os dados cinemáticos foram coletados nos 10 metros centrais da passarela, com o uso de sensores footswitches posicionado no calcâneo e no primeiro metatarso, cujo os sinais foram captados por um módulo de aquisição de sinais biológicos, ajustado em uma frequência de amostragem de 1000 Hz). Para análise dos dados foram consideradas 40 passadas para o cálculo das variáveis: tempo e variabilidade dos tempos de apoio, balanço, passada e duplo apoio; comprimento de passada e velocidade da marcha. Para a análise foi utilizado o pacote estatístico PASW 18.0 (SPSS inc.) no qual a habilidade discriminativa dos dados foi testada pelo método de análise discriminativa por stepwise. Por meio deste teste também foi feita a comparação entre os grupos por meio da análise de variância (ANOVA), a determinação da função discriminante pelo coeficiente canônico e a determinação da sensibilidade e especificidade das variáveis discriminativas. Resultados: As variáveis discriminativas de quedas em idosos foram: a velocidade de marcha e o comprimento da passada (p = 0,022 e p = 0,03, respectivamente; Tabela 1). A velocidade de marcha e o comprimento da passada apresentaram sensibilidade de 50 e especificidade de 86,6% para discriminar caidores e não caidores. Discussão: De acordo com nossos achados a velocidade de marcha e o comprimento de passada são as duas variáveis cinemáticas da marcha capazes de discriminar idosos caidores e não caidores. A velocidade de marcha é um parâmetro amplamente descrito como importante variável relacionada a capacidade funcional e índice para risco de morbidades e mortalidade em idosos3. A marcha é um gesto motor complexo que envolve a execução de diversos movimentos de membros superiores, inferiores e tronco, bem como, para um bom desempenho nessa tarefa o indivíduo deve ter preservadas capacidades físicas como força, equilíbrio e condicionamento aeróbio. Nesse sentido, sabe-se que quanto mais lentamente um idosos caminha maior a instabilidade no centro de massa e, consequentemente, maior o risco de quedas4. P á g i n a | 205 Além disso, diversos estudos demonstraram que idosos com caidores apresentam menor comprimento de passada em relação aos não caidores, o que pode estar relacionado a inabilidade de gerar força suficiente para acelerar o centro de massa para frente, na execução do próximo passo, ou um ajuste compensatório em decorrência de déficit de equilíbrio. Nesse sentido, nos achados vão de acordo com a literatura pregressa ao demonstrar que o comprimento de passada pode ser uma variável discriminativa de idosos caidores e não caidores. Considerando o n amostral do presente estudo vale ressaltar que a investigação de parâmetros discriminativos devem abordar maiores populações. Além disso, sugerimos que futuros estudos investiguem a habilidade preditiva desses parâmetros afim de auxiliar no norteamento de estratégias mais efetivas para prevenção de quedas na população idosa. Tabela 1: Comparação dos parâmetros cinemáticos da marcha entre idosos caidores e não caidores. Variável Velocidade de marcha (m.s-1) Tempo de apoio (s) Tempo de balanço (s) Tempo de passada (s) Tempo de duplo apoio (s) Comprimento de passada (m) Variabilidade do tempo de apoio (s) Variabilidade do tempo de balanço (s) Variabilidade do tempo de passada (s) Variabilidade do tempo de duplo apoio (s) Caidores 0,92 ± 0,09 0,63 ± 0,07 0,5 ± 0,04 1,14 ± 0,09 0,11 ± 0,01 1,02 ± 0,09 0,08 ± 0,01 0,2 ± 0,04 0,21 ± 0,04 0,02 ± 0,01 Não Caidores 1,06 ± 0,14 0,59 ± 0,09 0,51 ± 0,07 1,1 ± 0,09 0,11 ± 0,03 1,13 ± 0,11 0,09 ± 0,01 0,19 ± 0,06 0,19 ± 0,06 0,02 ± 0,01 p 0,022* 0,327 0,893 0,429 0,914 0,03* 0,408 0,617 0,471 0,455 * p < 0,05 Conclusões: De acordo com os nossos achados o parâmetros cinemáticos da marcha: velocidade da marcha e o comprimento da passada podem discriminar idosos caidores e não caidores. Referências 1. Marques NR, et al. Clin Biomech. 2013; 28(3): 330-6. 2. Hallal CZ, et al. J Electromyogr Kinesiol. 2013;23(5): 1145-9. 3. Kuys SS. J Am Med Dir Assoc. 2014;15(3):194200. 4. Brujin et al. J Biomech 2009;42(10):1506-12. 5. Amboni M. Mov Disord 2013; 28 (11):1520-33. Fontes financiadoras: FAPESP (processo número: 2014/07227-3) Edital Universal CNPq/2014 (processo número: 441419/2014-3). Fonte dos dados: Os resultados apresentados são parte integrante de um auxílio regular da FAPESP e um projeto financiado pelo edital universal CNPq intitulado: “Identificação da capacidade de predição de quedas em idosos por meio de um limiar baseado na variabilidade do tempo de apoio da marcha”. P á g i n a | 206 CMH.145. COMPARAÇÃO DA ATIVAÇÃO MUSCULAR DE TRONCO ENTRE INDIVÍDUOS COM E SEM LESÃO MEDULAR Paola Errera Magnani1; Alberto Cliquet Jr.2; Daniela Cristina Carvalho de Abreu1 1 Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP; 2 Departamento de Biomecânica e Reabilitação do Aparelho Locomotor, Faculdade de Ciências Médicas, UNICAMP , Campinas-SP Introdução: Após uma lesão medular o indivíduo precisa se adaptar a diversas mudanças no seu cotidiano e as novas condições de vida, sendo um ponto importante à sua adequação corporal e funcional1. Controle postural é fundamental para a realização de atividades diárias, e assim promover a independência funcional 2. Indivíduos com lesão medular apresentam diminuição do controle de tronco e um equilíbrio prejudicado na posição sentada, o que afeta muito a realização das tarefas do dia a dia3 Objetivos: O objetivo do estudo foi comparar a ativação muscular de tronco durante a atividade de alcance anterior entre indivíduos com e sem lesão medular. Métodos: O grupo controle (C), sem lesão medular, foi constituído por 10 indivíduos, já o grupo com lesão medular (LM), foi constituído por 20 indivíduos com lesão torácica completa. Foram obtidas medidas antropométricas para ambos os grupos, além disso, para o grupo LM foi realizado o exame neurológico para identificação do nível e tipo de lesão, utilizando o protocolo da ASIA (American Spinal Injury Association). Para a tarefa de alcance e preensão, o participante foi instruído a trazer o objeto que estava localizado anteriormente até o colo, utilizando as duas mãos. Esse objeto foi colocado a uma distância de 75% da distância do alcance máximo para frente. Foi avaliada a ativação muscular concomitante essa tarefa por meio da eletromiografia de superfície dos músculos longuíssimo do dorso e iliocostal, bilateralmente. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas da FMRP-USP (12515/2013) Resultados: Análise estatística foi realizada pelos testes t de student para as comparações das medidas antropométricas. Para comparação das médias de ativação eletromiográfica foram utilizados ANOVA oneway e testes post hoc com ajustes de Bonferroni. Foram consideradas as séries temporais formadas pelos valores representativos do sinal EMG obtidos a cada 5% do tempo. O nível de significância para rejeição da hipótese de nulidade foi de 5% (p<0.05), com resultados expressos em média e desvio padrão. Os grupos foram homogêneos com relação aos dados antropométricos (Tabela 1) Tabela 3. Valores em média ± DP referentes a caracterização dos voluntários. LMS C p-valor Idade (anos) 36 (±8,55) 33,4 (±9,1) 0,24 Peso (kg) 74,9 (±13,6) 77,5 (±8,8) 0,45 Altura (cm) 175,7 (±7,8) 174,6 (±5,0) 0,55 IMC (kg/m2) 24,3 (±3,7) 25,4 (±2,9) 0,15 Tempo de lesão (anos) 11,2 (±8,4) - 0,40 T3A – T10A - - Nível de lesão * p < 0,05; IMC (Índice de Massa Corporal): dado pelo peso/altura²; LM: Grupo Lesado Medular; C: Grupo Controle De acordo com a comparação das médias de ativação muscular de tronco durante a tarefa de alcance anterior à 75% do alcance máximo, pode-se observar uma maior ativação muscular dos músculos longuíssimo do dorso bilateralmente no grupo controle e dos músculos iliocostais bilateralmente no grupo com lesão medular (figura 2) Tabela 4. Médias da Ativação Eletromiográfica dos músculos longuíssimo do dorso, iliocostal, bilateralmente, durante a atividade de alcance anterior a 75 % do alcance máximo LMS C Músculos µV (±dp) µV (±dp) LDD (µV) 6,786 (± 4,43) 14,120 (± 7,221)* LDE (µV) 6,361 (± 3,74) 15,556 (±6,841)* ICD (µV) 9,559(± 9,21)* 4,409 (±2,060) ICE (µV) 11,164 (± 10,58)* 5,314 (±2,923) * = p < 0,005 ; LM: Grupo Lesado Medular; C: Grupo Controle LDD e LDE; longuíssimo do dorso direito e esquerdo, ICD e ICE iliocostal direito e esquerdo. Discussão: O teste de alcance funcional anterior sentado4, é uma avaliação clínica de controle postural que realiza a medida da distância do alcance máximo. Esse teste é uma avaliação confiável e também pode ser usado para avaliar indivíduos com lesão medular5. Em nosso estudo todos os indivíduos com lesão medular apresentavam lesão completa em nível P á g i n a | 207 torácico. Nos pacientes com lesão medular, como existe a perda de ativação muscular abaixo do nível de lesão, ocorre o uso de novos padrões de ativação muscular, utilizando músculos intactos, para se adaptar, além de manter o controle e a estabilidade postural necessários para a realização de atividades necessárias do dia a dia 6. Um estudo de caso com um indivíduo que apresentava lesão completa no nível de T3 demonstrou a ativação de músculos do tronco abaixo da lesão, durante tarefas como flexão, extensão e inclinação na cadeira de rodas com perturbações externas. Esse sujeito foi capaz de ativar todos os músculos analisados e só diferenciou do indivíduo sem lesão no tempo e no padrão de ativação muscular7. Semelhante a esse, foram os resultados encontrados no presente estudo, pois os músculos abaixo da lesão foram ativados, mas o padrão de ativação foi diferente do grupo controle. Conclusões: A ativação muscular de tronco durante a atividade de alcance anterior foi diferente entre indivíduos com e sem lesão medular, já que ocorreu uma maior média de ativação eletromiográfica dos músculos longuíssimo do dorso bilateral para o grupo controle e dos músculos iliocostais bilaterais para o grupo com lesão. Estudos futuros com um número amostral maior de indivíduos que sofreram lesão medular e com maior número de músculos avaliados são necessários para identificar as estratégias motoras para realizar atividades funcionais e assim auxiliar na elaboração de treinamento específico para esses músculos afim de melhorar o controle postural, a qualidade de movimento e funcionalidade dessas pessoas. Referências 1. Dean C, Shepherd R, Adams R. Sitting balance I: trunk-arm coordination and the contribution of the lower limbs during self-paced reaching in sitting. Gait Posture 1999; 10(2): 135-46. 2. Minkel JL. Seating and mobility considerations for people with spinal cord injury. Phys Ther 2000; 80(7): 701-9. 3. Janssen-Potten YJ, Seelen HA, Drukker J, Huson T, Drost MR. The effect of seat tilting on pelvic position, balance control, and compensatory postural muscle use in paraplegic subjects. Arch Phys Med Rehabil 2001; 82(10): 1393-402. 4. Duncan PW, Weiner DK, Chandler J, Studenski S. Functional reach: a new clinical measure of balance. Journal of gerontology 1990; 45(6): M1927. 5. Medola FO, Castello GLM, Freitas LNF, Busto RM. Avaliação do Alcance Funcional de Indivíduos com Lesão Medular Espinhal Usuários de Cadeiras de Rodas. Revista Movimenta 2009; vol. 2(n.1). 6. Seelen HA, Potten YJ, Huson A, Spaans F, Reulen JP. Impaired balance control in paraplegic subjects. J Electromyogr Kinesiol 1997; 7(2): 14960. 7. Bjerkefors A, Carpenter MG, Cresswell AG, Thorstensson A. Trunk muscle activation in a person with clinically complete thoracic spinal cord injury. J Rehabil Med 2009; 41(5): 390-2. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP– 2013/15547-5). Fonte dos dados: Esses dados são parte do da Dissertação de Mestrado intitulada: Comparação do desempenho funcional e padrão de ativação muscular de tronco entre indivíduos paraplégicos fisicamente ativos e sedentários. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRPUS. P á g i n a | 208 CMH.146. IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO AUDITIVA PARA A IDENTIFICAÇÃO DO EFEITO DA BOLA NO TÊNIS DE MESA: COMPARAÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES Roberto Negri Barbosa1; Daniel Peterossi Rodrigues Santos1; Luiz Henrique Palucci2; Matheus Machado Gomes1 1 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP-USP) 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) foram registrados em ambiente de laboratório utilizando gravadores de áudio profissionais (Roland R-26). As imagens analisadas das rotações da bola foram capturadas em 420hz por duas câmeras CASIO (exFH25). A partir disso foi realizada a análise cinemática por meio do programa DVIDEOW para identificar velocidade e efeito da bola (metade da bola foi pintada para visualização das rotações). Foram utilizados quatro sons do golpe “Forehand”. Os sons utilizados no teste foram definidos como: Muito Efeito (bola girando para frente a 140,05 Hz); Médio efeito (105,04 Hz); Pouco efeito (84 Hz); Batida Chapada (menos que 60 Hz). Primeiramente os voluntários ouviram 20 sons contendo os diferentes tipos de efeito para familiarização. Em seguida, cinco sons de cada tipo de efeito foram introduzidos randomicamente em uma sequência de 20 sons e após ouvir cada som, o participante assinalou a magnitude de efeito percebida. A transmissão do som foi gerada por um notebook (Acer-Aspire) e ouvidos por fones de ouvido externos (Beats Dr.Dre) com volume de 55 dB. O número de acertos para cada tipo de efeito foi utilizado para análise. Foi realizada analise de variância (ANOVA) tendo como variável independente o sexo dos participantes, e dependente o número de acertos. Resultados: De forma geral, os mesatenistas identificaram o efeito em 50% das tentativas. ANOVA não indicou diferença para sexo [F(1,33)= 0,032, p>0,05]. Homens e mulheres apresentaram percepção auditiva do efeito da bola similar (Figura 1). 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Homens Mulheres n° Acertos Introdução: O tênis de mesa é uma modalidade esportiva que exige velocidade na produção de respostas motoras. Durante uma partida, a bola pode atingir velocidades de 160 Km/h com efeitos em que a bola gira com frequência superior a 150 Hz(1). Além de ser extremamente rápido, este esporte é considerado complexo devido às diversas possibilidades de jogadas, combinando velocidade, direção e rotação. Por estas razões, identificar com velocidade e precisão a trajetória e efeitos da bola é fundamental para o bom desempenho neste esporte. O tempo entre perceber e responder um estímulo auditivo parece ser menor comparado aos estímulos visuais. Um estudo avaliou o tempo de reação simples em situações com estímulos visuais e auditivos, constatando que respostas para o estímulo auditivo foram 47 ms mais rápidas(2). Isto sugere que a percepção auditiva poderia ser utilizada pelos mesatenistas para produzir respostas mais rápidas. Esta modalidade tornou-se popular entre ambos os sexos, que mostram diferentes performances em atividades que exigem habilidades distintas. Homens apresentam melhor desempenho em tarefas que exigem habilidades espaciais e força, já as mulheres se saem melhor em tarefas que necessitam velocidade perceptual, precisão e coordenação motora fina(3). Baseando-se nestas informações, surgem as seguintes questões: a) seria possível identificar o efeito da bola a partir do som produzido pelo contato entre bola e raquete? b) mulheres seriam mais hábeis para identificar o efeito da bola a partir da informação auditiva? Objetivos: Avaliar a capacidade de homens e mulheres em identificar a magnitude de efeito da bola a partir da informação auditiva no tênis de mesa. Métodos: Participaram do estudo 26 mesatenistas sendo 13 homens média de 19,9 (±2,7) anos e 13 mulheres média de 20,2 (±3,1) anos. O Trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética (n°42486315.4.0000.5659). Os voluntários deveriam praticar tênis de mesa há pelo menos dois anos ininterruptamente. A avaliação consistiu em identificar a magnitude do efeito da bola a partir do som do contato da bola com a raquete. Estes sons Muito Médio Pouco Chapada Efeito Total P á g i n a | 209 Figura 1. Médias e desvios padrão do número de acertos total e nas quatro intensidades de efeito para homens e mulheres. Discussão: Em metade das tentativas os mesatenistas acertaram a magnitude do efeito, sugerindo que é possível identificar o efeito da bola pelo som. Os resultados não apontaram diferença entre homens e mulheres para percepção auditiva do efeito da bola, indicando que o sexo não é um fator que influencia na identificação destes sons. Antunes e Gouveia Junior(3), encontraram resultados semelhantes avaliando o desempenho de ambos os sexos na tarefa de identificar sons harmônicos. Como nós, os autores não constataram diferenças no desempenho da percepção auditiva entre os sexos. Estudos relacionados ao sistema auditivo de homens e mulheres são considerados escassos(4), e achar explicações para a similaridade do desempenho entre os sexos não é simples, pois diferenças entre homens e mulheres em testes de processamento auditivo dependem da natureza da tarefa(5), e a tarefa solicitada neste estudo ainda foi pouco explorada em outras pesquisas. Conclusões: Os resultados apontaram que é possível identificar o efeito da bola a partir da informação auditiva, entretanto, não foi encontrada diferença entre os grupos na percepção destes sons, sugerindo que o sexo não é fator de diferenciação no desempenho desta tarefa. Referências: 1.Qun WH, Zhifeng Q, Shaofa X, Enting X. Experimental research in table tennis spin. International Journal of table tennis Sciences. 1992;1:73-8. 2.Shelton J, Kumar GP. Comparison between auditory and visual simple reaction times. Neuroscience and Medicine. 2010;1(1): 30-2. 3.Antunes DC, Gouveia Júnior A. Questões acerca da percepção sonora de harmônicos: a função das variáveis sexo e aprendizagem. Estudos de Psicologia 2009;26(1) 57-64 4.Silva JA, Bezerra PC, Gadelha MJN, Andrade MJO, Andrade LMMS, Alves NT, et al. Mulheres e homens: Diferentes também na percepção das notas musicais? Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2014;30(1):83-7. 5.Queiroz DS, Momensohn-Santos TM. Diferenças funcionais entre o córtex auditivo primário de homens e mulheres. Distúrbios da Comunicação. 2009;21(1). Fonte de dados: Esses dados são de um trabalho original. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física, EEFERP-USP. P á g i n a | 210 CMH.147. INFLUÊNCIA DA ESCOLIOSE IDIOPÁTICA SEVERA NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO, COLUNA VERTEBRAL E FORÇA RESPIRATÓRIA Saulo Fabrin1, Edson Donizetti Verri1,2, Eloisa Maria Gatti Regueiro2,3, Evandro Marianetti Fioco1,2, Danilo Stefani Esposto1, Marcelo Palinkas1, Nayara Soares1, Bárbara de Lima Lucas1, Oswaldo Stamato Taube1,3, Simone Cecilio Hallak Regalo1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 2CLARETIANO – Centro Universitário; 3UNIFAFIBE – Centro Universitário Introdução: A escoliose pode ser definida como uma deformidade tridimensional da coluna, com desvio das curvaturas fisiológicas no plano sagital e frontal, normalmente associada à rotação vertebral no plano transversal (Kapandji, 2001). Essa afecção conduz ao desequilíbrio de força e comprimento musculares no tronco, apresentando a musculatura do lado côncavo retraída e músculos mais alongados no lado convexo da curvatura, caracterizando um problema de assimetria muscular (Kisner et al., 1998). Objetivo: Avaliar a influência da escoliose idiopática severa no sistema estomatognático, coluna vertebral e força respiratória. Métodos: A amostra foi constituída por 20 participantes do gênero feminino, com idade entre 18 a 30 anos (média 23,80 ± 2,94 anos), dividida em dois grupos: Grupo Escoliose (GE), 10 participantes que apresentaram quadro de escoliose idiopática severa e Grupo Controle (GC), 10 participantes saudáveis. O estudo foi aprovado pelo CEP do Claretiano Centro Universitário (CAAE 22230313.1.0000.5381). Os participantes foram submetidos as avaliações da atividade eletromiográfica dos músculos masseteres e temporais, realizadas durante o repouso mandibular (4s); apertamento dental em contração voluntária máxima (4s); protrusão (10s), mastigação habitual de amendoins (20s), mastigação habitual de uvas-passas (20s). Na coluna vertebral os músculos esternocleidomastóideo, longo do tórax, íleo costal e multífidos foram analisados eletromiograficamente com provas de função muscular nas condições clínicas de flexão cervical em neutro, flexão cervical com rotação à direita, flexão cervical com rotação à esquerda, repouso e extensão da coluna vertebral, todos por (10s). Com intuido de aferir a força muscular respiratória foram avaliadas a Pressão Inspiratória Máxima (PImax) e Pressão Expiratória Máxima (PEmax) por meio da manovacuometria. Os dados eletromiográficos e de força muscular respiratória foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 21.0) utilizando o teste t de student para amostras independentes. Resultados: Foi encontrada diferença estatística significante (p ≤ 0,05) entre o Grupo Escoliose e Grupo Controle na condição de repouso mandibular e apertamento em contração voluntária máxima para o músculo temporal direito (GE), mastigação habitual de uvas-passas e mastigação habitual de amendoins para o músculo masseter direito (GE), condição de flexão cervical em neutro para o músculo esternocleidomastóideo direito (GE), coluna lombar na condição de extensão dos músculos multífidos esquerdo (GC), pressão inspiratória e expiratória máxima (GC). Discussão: Uma postura ativa na qual os músculos responsáveis mantêm um equilíbrio estático instável, influência em todo equilíbrio funcional ao gerar movimentos em diferentes partes do corpo (Arrelano, 2002). Desta forma os maiores potenciais de ação produzidos pelos músculos masseter, temporal e esternocleidomastóideo direito do GE em relação ao GC, são encontrados no lado da convexidade da curva escoliótica, gerando instabilidade no sistema estomatognático, devido ao aumento da atividade mioelétrica (Cheung et al., 2005). Analisando a coluna vertebral foi possível observar que os indivíduos com escoliose idiopática severa apresentam um menor potencial de ação para os músculos multífidos no lado da convexidade da curva escoliótica, quando comparados o GE em relação ao GC. A disfunção destes músculos pode produzir alterações na posição da cabeça sobre o eixo axial vertebral e, por fim, alterações no sistema estomatognático, uma vez que estes músculos possuem grande relevância devido a sua ação estabilizadora no segmento vertebral, no entanto, em estado de atrofia não realiza os ajustes necessários para estabilizar as vértebras adjacentes da coluna vertebral (Hides et al., 1996). As P á g i n a | 211 alterações evidenciadas na atividade dos músculos posturais e do sistema estomatognático, interferem na dinâmica da caixa torácica, aonde qualquer desvio na forma da coluna pode gerar alterações funcionais prejudiciais, como a redução da expansibilidade pulmonar, da capacidade vital e força dos músculos respiratórios (Chu et al., 2006). Conclusões: Conclui-se, portanto, que o lado da convexidade da curva na escoliose idiopática severa produz alterações no sistema estomatognático proporcionando o aumento do potencial de ação nos músculos masseter, temporal e esternocleidomastóideo. A força dos músculos inspiratórios e expiratórios está reduzida por influência dos músculos multífidos, que apresentam potencial de ação reduzido no lado da convexidade da curva, permitindo desta forma que a rotação dos corpos vertebrais produza deformidades, influenciando na mecânica respiratória. Referências 1. KAPANDJI AI. Fisiologia articular tronco e coluna vertebral. Guanabara Koogan; 2001. 2. KISNER C et al. Exercícios Terapêuticos. Fundamentos e Técnicas. São Paulo: Manole, 1998. 3. Arellano JCV. Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial. 2002;2(6):155-164. 4. Cheung J, et al. Eur Spine J. 2005;14(2):130-137. 5. Hides JA, et al. Spine. 1994; 19(2): 165172. 6. Chu WCW, et al. Spine. 2006; 31(19):2243-2249. Agradecimento: FAPESP (processo n. 2013/22199-3) Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da FORP-USP e fazem parte do conteúdo do Projeto de Iniciação Científica intitulado: “Interferências da Escoliose Idiopática Severa nos Sistemas Respiratório e Estomatognático. P á g i n a | 212 CMH.148. COMPARAÇÃO DE ESCORE DE EQUILÍBRIO ENTRE OS SEXOS DE CRIANÇAS COM 8 A 12 ANOS Thiele de Cássia Libardoni1; Carolina Buzzi2, Larissa Sinhorim2, Gilmar Moraes Santos2 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP 2 Universidade do estado de Santa Catarina – UDESC Introdução: O desenvolvimento do equilíbrio em crianças típicas ocorre em uma progressão, com base no desenvolvimento dos sistemas responsáveis pelo controle do equilíbrio, sendo o sistema visual, vestibular e somatossensoria1. O sistema somatossensorial amadurece primeiro e o vestibular depois. A fase da infância da criança compreende a fase entre os 8 e 12 anos de idade, a qual se caracteriza por uma aceleração no crescimento e desenvolvimento dos indivíduos2. No entanto, essas mudanças não ocorrem no mesmo ritmo para ambos os sexos, o que pode trazer diferenças no equilíbrio postural. Devido as possíveis diferenças do equilíbrio entre os sexos durante a infância sugere-se que as crianças do sexo feminino e masculino apresentem controle do equilíbrio distintos. Verificar a influencia da idade e a diferença entre os sexos é importante pois esta diferença pode ser primordial para a escolha da reabilitação do equilíbrio. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo comparar o escore de equilíbrio postural entre crianças dos sexos masculino e feminino. Métodos: Foram avaliados 165 crianças de 8 a 12 anos de idade de ambos os sexos. Os pais das crianças assinaram o Termo de Consentimento e Assentimento Livre e Esclarecido aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (parecer UDESC nº361.552). O escore de equilíbrio foi mensurado através do Sensory Organization Test (SOT) por meio do instrumento Smart Equitest (NeuroCom). Este teste consiste em avaliar a estabilidade dos sujeitos durante 6 diferentes condições, onde ocorre a oscilação da plataforma de força e do entorno visual, de acordo com a oscilação de cada sujeito durante o teste (FIGURA 1). Para verificar a diferença na média do escore de equilíbrio entre os sexos masculino e feminino em cada idade, foi aplicado teste t independente. O nível de significância adotada foi de p≤0,05 e o software utilizado foi SPSS 20.0. Fig 1: Sensory organization test NOTA: figura retirada do manual Sistemas Balance Manager® Instruções de Us Resultados: A comparação do escore de equilíbrio entre os sexos masculino e feminino, está apresentada na tabela 2, demonstrando em quais condições houve diferença significativa entre os sexos, para as idades de 8 a 12 anos. Discussão: Neste estudo não foi possível Tabela 1: Comparação do escore de equilíbrio (%) entre os gêneros Idade 8 Cond Feminino Masculino p SOT4 75,2±1,8 76,8±1,7* 0,04 SOT3 85,8±2,9* 81,0±3,1 0,01 9 SOT4 48,9±2.2* 47,4±1,1 0,01 SOT1 91,6±0,6* 91,1±0,8 0,04 SOT4 88,9±2,1* 82,7±2,3 0,01 10 SOT5 60,0±2,4 62,7±1,8* 0,01 SOT6 51,9±1,6 55,9±3,3* 0,01 11 SOT5 73,3±1,9 77,3±2,5* 0,01 SOT2 89,7±0,5 89,4±0,6* 0,01 12 SOT5 76,1±2,4 77,6±1,7* 0,04 NOTA: SOT, teste de organização sensorial. SOT 1 plataforma e entorno visual fixos, SOT 2 fixo, com os olhos fechados, SOT 3 olhos abertos, plataforma fixa e entorno visual móvel, SOT 4 olhos abertos, plataforma móvel e entorno visual fixo, SOT 5 olhos fechados, plataforma móvel e entorno visual fixo, SOT 6 olhos abertos, plataforma e entorno visual moveis *Diferença estatisticamente significativa entre os gêneros (p≤0,05). determinar claramente as diferenças entre os sexos em cada idade e condição do SOT, com exceção da P á g i n a | 213 idade de 10 anos. Na idade de 10 anos foi observado diferença entre os sexos em 4 condições do SOT. No entanto, esta também é inconclusiva, uma vez que nas condições 1 e 4 do SOT, as meninas apresentaram maior controle do equilíbrio em comparação com os meninos, enquanto nas condições do 5 e 6 do SOT, os meninos mostraram melhor controle do equilíbrio. Os sujeitos do sexo feminino apresentaram um maior escore de equilíbrio sendo uma maior estabilidade até a idade de 10 anos. Porem com o aumento da idade os sujeitos do sexo masculino apresentaram melhor resposta as oscilações da plataforma e do entorno visual, demonstrando que com o aumento da idade e nas condições de maior dificuldade eles permaneceram mais estabilizados. Smith et al (2012)3 e Riach Hayes (1987)4 também observaram que meninos menores de 10 anos oscilaram mais do que as meninas da mesma idade relatando que possivelmente a maturação dos sistemas visual e vestibular ocorre mais cedo nas meninas. Durante o desenvolvimento, meninas e meninos com mesma idade cronológica apresentam características muito diferentes por estarem em estágios distintos de maturação5,6. Assim, a maturação precoce, mas não completa das meninas em relação aos meninos, poderia explicar a inconsistência nos achados de diferença entre os sexos. Porem esta variável não foi mensurada no presente estudo, sendo essa uma limitação deste estudo, Por este fato demonstra-se a importância em mensuração o nível de maturação das crianças do sexo masculino e feminino e correlacionar com os valores de escore de equilíbrio, podendo assim verificar se o nível de progesterona e testosterona são fatores que são primordiais para quantificar a diferença entre os sexos. Conclusões: Concluiu-se que houve diferença entre os sexos em algumas condições do SOT, sugerem que as crianças do sexo feminino apresentam melhor controle do equilíbrio até os 10 anos e a partir desta idade as crianças do sexo masculino permanecem mais estáveis. Referências: 1- Cumberworth VL et al. The Journal of Laryngology & Otology. 2007; 121:449–54. 2Charpiot A et al. Audiol Neurootol. 2010; 15: 203-10. 3- Andrew W et al. Journal of Human Kinetics. 2012; 33: 25-32 4- Riach CL et al. Dev Med Child Neurol. 1987; 29: 650- 658 5- Rivas RC et al. Mov Percep. 2007;7:126-48. 6- Dorneles et al. Fisioter Pesq. 2013;20:210214 Fontes financiadoras: Conselho nacional de pesquisa (CnPq). Processo: 479704/2013-9 Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Valores de referência de equilíbrio e força muscular para crianças de 8 a 12 anos. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Fisioterapia, UDESC. P á g i n a | 214 CMH.149. COMPARAÇÃO DO ALINHAMENTO DA CABEÇA ENTRE DIFERENTES SEXOS E FAIXAS ETÁRIAS Jaciara Borges da Silva1, Thiele de Cassia Libardoni2; Luciana Tormen3; Jonathan Luiz Paes3; Tuany Pasquali1; Lisiane Piazza1,3; Gilmar Moraes Santos1 1 Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC; 2 Faculdade de medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo - USP; 3 Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis - IES. Introdução: A análise postural se baseia em identificar desvios posturais sendo em muitos casos, o primeiro estágio para o tratamento fisioterapêutico1. Dentre os métodos de avaliação quantitativos da postura destaca-se o Software para Avaliação Postural (SAPO) e embora existam estudos utilizando o SAPO para avaliação postural da coluna cervical, a comparação do alinhamento da cabeça nos planos anterior e lateral entre diferentes faixas etárias e sexos ainda são escassos na literatura2,3,4. Objetivos: comparar o alinhamento da cabeça entre o sexo feminino e masculino e entre diferentes faixas etárias. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Paulista sob parecer n° 1.063.870 de 2015. Participaram 116 sujeitos de ambos os sexos, com 27,2 ±7,3 anos, 65,7 ± 11,3kg de massa corporal e 167,7 ±8,0 cm de estatura. Foi avaliado o alinhamento da cabeça através do SAPO, sendo posicionados marcadores anatômicos nos tragos direito e esquerdo, acrômio direito e sétima vértebra cervical. As imagens foram adquiridas nas vistas anterior e lateral, calibradas e digitalizadas seguindo as recomendações do protocolo do SAPO. Foram avaliados o alinhamento horizontal da cabeça nas vistas anterior (AHC_A - ângulo formado entre os dois tragos e a horizontal) e lateral direita (AHC_D - ângulo formado entre o trago, a C7 a e horizontal) e o alinhamento vertical da cabeça na vista lateral direita (AVC_D - ângulo formado entre o trago, o acrômio e a vertical). Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva (média, desvio padrão e intervalo de confiança de 95%) e inferencial (testes de Kolmogorov-Smirnov, T indepedente e Anova One Way). Resultados: Na comparação entre os sexos foi observada diferença significativa (p=0,02) no alinhamento vertical da cabeça na vista lateral, com o sexo masculino apresentando maiores valores angulares (13,8±8,0°) em comparação ao feminino (10,4±7,7°), indicando maior anteriorização da cabeça no sexo masculino. (Tabela 1). Não foram observadas diferenças significativas nos valores angulares entre diferentes faixas etárias (18-29 anos; 30-39 anos; 40-50 anos) (Tabela 2). Discussão: Os valores angulares encontrados concordaram com estudos prévios5,6. Discordando dos achados do presente estudo, Sally et al.7 ao comparar o alinhamento da cabeça entre gêneros e faixas etárias, observaram maior anteriorização da cabeça nos sujeitos com maior faixa etária e não observaram diferenças entre os sexos masculino e feminino. Foi considerada uma limitação do presente estudo a disparidade no número de participantes em cada grupo. Conclusões: Os resultados do presente estudo, nas condições utilizadas, sugerem que os sujeitos do sexo masculino apresentam maior anteriorização da cabeça em relação ao sexo feminino. Porém, não existem diferenças no alinhamento da cabeça nas vistas anterior e lateral entre diferentes faixas etárias. Referências: 1 Iunes DH et al. Rev. Bras. Fisioter. 2009;13(4):308-15. 2 Corrêa ECR et al. Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. 2007;71(10):1527-35. 3 Sanchez HM et al. Fisioterapia em Movimento. 2008;21(2):11-20. 4 Lima LCO. J Appl Oral Sci. 2004;12(3):232-7. 5 Ferreira EAG. Postura e controle postural: desenvolvimento e aplicação de método quantitativo de avaliação postural [Tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2005. P á g i n a | 215 6 Krawczky B et al. Journal Of Manipulative And Physiological Therapeutics. 2014;37(4):269-75. 7 Sally R et al. Arch Phys Med Rehabil. 1997;78:1215-23. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: “Comparação do alinhamento da cabeça entre diferentes sexos e faixas etárias” do Curso de Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina. Fontes financiadoras: nenhuma Tabela 1 – Média, desvio padrão e intervalo de confiança MASC (n=37) FEM (n=79) AHC_A AHC_L AVC_L MD ± DP 1,9±1,9° 49,6±4,9° 13,8±8,0° IC 95% 1,2 – 2,5° 47,9 – 51,2° 11,2 – 16,5° MD ± DP 2,1±1,6° 49,2±5,1° 10,4±7,7° IC 95% p 1,7 – 2,8° 0,51 47,2 – 50,5° 0,67 7,9 – 12,4° 0,02* *Diferença estatisticamente significativa; AHC_A – alinhamento horizontal da cabeça vista anterior; AHC_L– alinhamento horizontal da cabeça vista lateral; AVC_L – alinhamento vertical da cabeça vista lateral. Tabela 2 – Média, desvio padrão e intervalo de confiança de 95% do alinhamento da cabeça nas vistas anterior e lateral em diferentes faixas etárias. AHC_A AHC_L AVC_L MD ± DP 1,9±1,6° 49,3±5,4° 12,5±7,7° IC 95% 1,6 – 2,3° 48,1 – 50,5° 10,7 – 14,2° MD ± DP 2,6±2,2° 49,3±4,3° 10,3±8,1° (n=25) IC 95% 1,7 – 3,6° 47,5 – 50,2° 6,9 – 13,3° 40-50 anos MD ± DP 1,7±0,9° 50,8±2,7° 11,5±9,2° (n=10) IC 95% 1,0 – 2,4° 48,8 – 52,8° 4,9 – 18,1° p 0,18 0,64 0,48 18-29 anos (n=75) 30-39 anos AHC_A – alinhamento horizontal da cabeça vista anterior; AHC_L– alinhamento horizontal da cabeça vista lateral; AVC_L – alinhamento vertical da cabeça vista lateral. P á g i n a | 216 CMH.150. VALORES DE REFERÊNCIA PARA O ALINHAMENTO DA CABEÇA EM ADULTOS SAUDÁVEIS: DADOS PRELIMINARES Jaciara Borges da Silva1, Thiele de Cassia Libardoni2; Luciana Tormen3; Jonathan Luiz Paes3; Tuany Pasquali1; Lisiane Piazza1,3; Gilmar Moraes Santos1 1 Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC; 2 Faculdade de medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo - USP; 3 Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis - IES. Introdução: A avaliação da postura é o primeiro passo para qualquer tratamento fisioterapêutico1 e obter medidas quantitativas, objetivas e confiáveis é necessário para uma boa avaliação2. Sendo assim, a padronização e validação de métodos de avaliação e a determinação de valores de referências são necessários para avaliações mais precisas e sistemáticas3. Dentre os métodos de avaliação quantittaiva da postura destaca-se o Software para Avaliação Postural (SAPO), sendo que ainda não há consenso sobre os valores de referência para o posicionamento da cabeça nas avaliações realizadas pelo SAPO, principalmente no plano sagital, sendo que a definição destes valores poderia ajudar a verificar o impacto de alguns tipos de terapias4,5, assim como servir de referência para interpretação dos resultados obtidos em outros estudos científicos bem como na avaliação da postura cervical realizada em ambiente clínico. Objetivo: Propor valores de referência para o posicionamento da cabeça nas vistas anterior e lateral em adultos saudáveis. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Paulista sob parecer n° 1.063.870 de 2015. Participaram 85 sujeitos de ambos os sexos, com 23,5±3,3 anos, 64,1±11,1kg de massa corporal e 166,8±7,8cm de estatura. Para avaliação do alinhamento da cabeça foram posicionados marcadores anatômicos nos tragos direito e esquerdo, acrômios direito e esquerdo e sétima vértebra cervical. Foram adquiridas imagens nos planos forntal e sagital, seguindo as recomedações do protocolo do SAPO. As imagens foram calibradas e digitalizadas de acordo com o protocolo do software. Foram avaliados o alinhamento horizontal da cabeça nas vistas anterior (AHC_A - ângulo formado entre os dois tragos e a horizontal) e lateral direita e esquerda (AHC_D e AHC_E - ângulo formado entre o trago, a C7 a e horizontal) e o alinhamento vertical da cabeça nas vistas lateral direita e esquerda (AVC_D e AVC_E - ângulo formado entre o trago, o acrômio e a vertical). Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva (média, desvio padrão e intervalo de confiança de 95%). Resultados: A tabela 1 apresenta a média, desvio padrão e intervalo de confiança de 95% dos valores referentes ao alinhamento da cabeça nas vistas anterior e lateral na avaliação postural utilizando o SAPO. Discussão: No plano frontal, os dados observados sugerem que a simetria não é padrão predominante. Em relação ao alinhamento horizontal da cabeça na vista anterior, os valores encontrados indicaram uma leve inclinação lateral da cabeça, corroborando com outros estudos que analisaram esse ângulo 6,4. Em relação ao alinhamento vertical da cabeça os valores encontrados sugeriram uma leve anteriorização da cabeça. Já para o alinhamento horizontal da cabeça na vista lateral, ao comparar o presente estudo com outros, verifica-se que os dados encontrados são semelhantes com os valores angulares médios7,8. Uma limitação deste estudo foi o número de indivíduos avaliados. Conclusão – Os resultados obtidos no presente estudo adicionados ao exposto na literatura possibilitam apenas sugerir valores de referência iniciais para o alinhamento horizontal e vertical da cabeça nas vistas anterior e lateral utilizando o SAPO. Contudo, a amostra ainda é pequena e os dados encontrados até o momento não podem ser generalizados para a população. Recomenda-se que este estudo seja continuado para que se consiga a quantidade necessária de indivíduos que representem estatisticamente a população estudada. Referências 1 Yaikwawongs N et al. J Med Assoc Thai. 2009;92(4):517-22. 2 Ferrario VF et al. J Orthop Surg Res. 2002;20(1):122-9. 3 Fedorak C et al. Spine. 2003;28(16):1857-9. 4 Ferreira LP et al. 2011;23(1):43-9. P á g i n a | 217 5 Moraes G et al. Fisioter Mov. 2010;23(4):565-74. 6 Ferreira EAG. Postura e controle postural: desenvolvimento e aplicação de método quantitativo de avaliação postural [Tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2005. 7 Moraes G et al. Fisioter Mov. 2010;23(4):565-74. 8 Ferreira EAG et al. Clinics. 2010;65(7):675-81. Fontes financiadoras: nenhuma. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: “Comparação do alinhamento da cabeça entre diferentes sexos e faixas etárias” do Curso de Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina. Tabela 1 – Média, desvio padrão e intervalo de confiança de 95% do alinhamento da cabeça nas vistas anterior e lateral direita e esquerda. AHC_A (n=85) AHC_D (n=85) AVC_D (n=85) AHC_E (n=85) AVC_E (n=85) MD ± DP 1,7 ± 1,4º 49,2 ± 4,9º 11,2 ± 6,4º 51,2 ± 4,7º 15,7 ± 6,1º IC 95% 1,4 – 2,1º 48,1 – 50,3º 9,8 – 12,6º 50,2 – 52,2º 14,4 – 17,1º AHC_A – alinhamento horizontal da cabeça vista anterior; AHC_D – alinhamento horizontal da cabeça vista lateral direita; AVC_D – alinhamento vertical da cabeça vista lateral direita; AHC_E – alinhamento horizontal da cabeça vista lateral esquerda; AVC_E – alinhamento vertical da cabeça vista lateral esquerda. P á g i n a | 218 CMH.151. AJUSTES ESPAÇO-TEMPORAIS DURANTE A FASE DE APROXIMAÇÃO PARA DESVIO DE UM OBSTÁCULO EM IDOSOS COM DOENÇA DE PARKINSON Tiago Penedo1; André Macari Baptista¹; Vinícius Alota Ignácio Pereira¹; Rodrigo Martin Oda¹; Carolina Menezes Fiorelli²; Fábio Augusto Barbieri¹ ¹UNESP – Universidade Estadual Paulista – Câmpus Bauru;² USC – Universidade do Sagrado Coração Introdução: A doença de Parkinson (DP) caracteriza-se pela morte ou disfunção dos neurônios dopaminérgicos, que ocorre na substância negra dos núcleos da base (TAKAKUSAKI et al., 2004). Indivíduos acometidos pela DP têm o planejamento e execução das ações motoras prejudicados, assim como movimentos sequenciais, simultâneos e repetitivos (SHUMWAY-COOK e WOOLLACOTT, 2003), principalmente em tarefas do andar com desvio do obstáculo, considerada uma perturbação no ambiente motivadora de quedas em idosos com DP (GRIMBERGEM et al., 2004). Idosos iniciam ajustes antecipatórios para desviar de um obstáculo durante o andar por volta de 3 a 4 passos antes do obstáculo (LAJOIE et al., 2005). Entretanto, pouco é conhecido sobre os ajustes espaço-temporais realizados por idososcom DP durante a fase de aproximação para o desvio de um obstáculo. Objetivo: Analisar as estratégias espaço-temporais da fase de aproximaçãodo andar com desvio de obstáculo em idososcom DP. Métodos: Participaram do estudo 5 idosos com DP (63,8±8,34anos; H&Y- estágio de 1-3; UPDRS22,2±6,97pts) que assinaram um termo de consentimento aprovado pelo Comitê de ética local (CAAE: 45435615.7.1001.5398). Cada participante realizou 5 tentativas (randomizadas) em cada situação experimental: andar sem obstáculo e andar com desvio do obstáculo. Nas tentativas com obstáculo, os participantes foram instruídos a desviar do obstáculo para o lado preferido, evitando o contato, e retornar na mesma linha reta que estava antes do desvio. Em ambas as condições, os participantes foram filmados por um sistema tridimensional da Vicon Motion System® com 8 câmeras (Bonita System Cameras) e frequência de coleta de 100Hz. Para o cálculo dos parâmetros espaço-temporais do andar foram posicionados marcadores em ambos os pés dos participantes (no dorso do pé entre o segundo e terceiro metatarso e na região posterior do calcâneo). Foram calculadas as seguintes variáveis dos três últimos passos antes do desvio do obstáculo: comprimento, largura, duração e velocidade do passo, e duração da fase duplo suporte (porcentagem da duração do passo). Para responder ao questionamento do estudo foi realizada ANOVAtwo-way com fator para tipo de andar e passo, com medidas repetidas para ambos os fatores (p<0,05). Resultados: A análise estatística indicou efeito principal para o tipo de andar, sendo que os idosos com DP diminuíram o comprimento (F1,24=16,34,p<0,001) e a velocidade (F1,24=6,16,p<0,02) do passo e aumentaram a largura do passo (F1,24=13,66,p<0,001) durante a fase de aproximação do obstáculo comparado ao andar sem obstáculo. Ainda, houve efeito principal para passo, sendo que no penúltimo passo antes de desviar do obstáculo os indivíduos com DP diminuíram a largura (F2,48=10,27,p<0,001) e aumentaram a duração do passo (F2,48=5,92,p<0,01) em comparação aos outros dois passos. Finalmente, a ANOVA indicou interação entre tipo de andar e passo, indicando que a largura do antepenúltimo (p<0,01) e do último passo (p<0,001) é maior nas tentativas com desvio do obstáculo do que durante o andar sem obstáculo. Ainda, para o andar com desvio do obstáculo, o penúltimo passo tem largura menor do que o antepenúltimo (p<0,01) e último passo (p<0,004). Discussão: Desviar do obstáculo exige ajustes conservadores durante o andar em idosos com DP. Andar com desvio de obstáculo exige maior demanda atencional e perceptiva (LOWREY et al., 2007). Como idosos com DP apresentam várias limitações motoras advindas da doença (MORRIS et al., 2001) e que afetam a locomoção (VITÓRIO et al., 2010), ajustes locomotores são esperados quando a tarefa de andar torna-se mais complexa. Apesar desta estratégia diminuir a estabilidade postural durante o andar, os idosos com DP aumentaram a largura do passo, buscando equilíbrio no sentido médio-lateral (HOF et al., 2005) para obter mais estabilidade e segurança durante a tarefa. Os ajustes motores no último passo antes do desvio parecem ser importantes para a eficiência na tarefa locomotora. Ajuste no último passo pode ser P á g i n a | 219 arriscado devido ao pouco tempo que o idoso tem para corrigir o andar caso o ajuste seja inadequado (TRESILIAN, 2004). Entretanto, ajustar o último passo antes de desviar do obstáculo indica um aumento do espaço pessoal para evitar o contato com o obstáculo (LAJOIE et al., 2005), que parece ser uma estratégia segura durante a tarefa. Apesar de resultados interessantes, nosso estudo apresenta limitações como o tamanho da amostra e à falta de um grupo controle para determinar se os efeitos ocorreram devido a DP ou ao envelhecimento. Conclusões: A partir dos resultados podemos concluir que o andar com desvio de obstáculo causa ajustes espaço-temporais conservadores de idosos com DP. Ainda, o último passo antes do desvio do obstáculo parece ser o passo mais importante para garantir um desvio do obstáculo com segurança. Referências Grimberger YA et al. Curr Opin Neurol. 2004; 17(4):405-15. doi: 10.1097/01.wco.0000137530.68867.93. Hof AL et al. J Biomech. 2005; 38(1): 1-8. doi: 10.1016/j.jbiomech.2004.03.025. Lajoie GM et al. Motor Control. 2005; 9(3): 242-69. Lowrey CR et al. Gait & Posture. 2007; 25(4): 502-8. doi: 10.1016/j.gaitpost.2006.05.012. Morris ME et al. AdvNeurol.2001; 87: 347-361. Shumway-Cook A et al.Controle motor: Teoria e aplicações práticas. Manole. 2003. Takakusaki K et al. Neurosci Res. 2004; 50(2): 13751. doi: 10.1016/j.neures.2004.06.015. Tresilian JR. Exercise and sport sciences reviews. 2004; 32(4): 167-73. doi: 0091-6331/3204/167–173. Vitório R et al. Gait & Posture. 2010; 31(1):143146. doi:10.1016/j.gaitpost.2009.09.011. Fontes financiadoras: FAPESP (processo 2014/20549-0) e PROPE (processo 76/2015). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do projeto regular aprovado pela FAPESP - Impacto de ajustes motores e da informação visual no desviar do obstáculo durante o andar em idosos com doença de Parkinson – desenvolvido junto ao departamento de Educação Física da UNESP – Câmpus Bauru. P á g i n a | 220 CMH.152. ANÁLISE DO LIMIAR DE FADIGA ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS EM INDIVÍDUOS COM OSTEOPOROSE Veridiana Wanshi Arnoni1, Luiz Gustavo de Sousa1, Paulo Batista de Vasconcelos1, Bruno Ferreira2 , Marisa Semprini1, Priscilla Hakime Scalize1, Oswaldo Luiz Stamato Taube1 , Barbara de Lima Lucas1, Simone Cecilio Hallak Regalo1 , Selma Siéssere1 1 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: A osteoporose é uma doença esquelética crônica e progressiva, em que ocorre uma perda de massa óssea, reduzindo a sua resistência e predispondo o indivíduo a quadros de fraturas, principalmente nas regiões do punho, quadril, coluna vertebral, além de desenvolver deformidades e incapacidade física. A osteoporose também atinge os ossos da face, tais como a maxila e a mandíbula sendo considerada um grave problema de saúde pública1. É associada com o envelhecimento e afeta milhões de pessoas pelo mundo, principalmente mulheres de raça branca, com idade superior aos 65 anos de idade2. Objetivo: Este estudo avaliou o limiar de fadiga eletromiográfica dos músculos mastigatórios em indivíduos com osteoporose comparando-os em 3 tempos distintos com janelamento de 5 segundos da coleta do sinal até a fadiga: inicial, médio e final. Métodos: Foram selecionados 24 indivíduos com idade entre 45 e 70 anos, de ambos os gêneros e portadores de osteoporose. Estes foram submetidos a avaliação eletromiográfica nos músculos masseteres e temporais nas condições clínicas de contração voluntária máxima por 4 segundos e fadiga muscular (sem tempo determinado). Foi utilizado o eletromiógrafo Myosystem Br1. A análise dos dados eletromiográficos foi padronizada obtendo os valores de frequência mediana de 5 segundos inicias, médios e finais do tempo total de cada uma das análises. Foi realizada a análise estatística pelo SPSS 22.0 utilizando a análise de variância ANOVA (p<0,05). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (2006.1.242.58.3). Resultados: Durante a condição clínica de fadiga nos tempos médio e final, verificou-se uma diminuição progressiva da frequência mediana quando comparados com os 5 segundos iniciais para todos os músculos avaliados. Os valores da frequência mediana foram significativamente menores para os músculos temporais (p<0,05) (Tabela 1). Discussão: A osteoporose é uma doença metabólica crônica que afeta a região facial, causando reabsorção óssea da mandíbula e maxila promovendo desarmonia funcional no sistema estomatognático3. Desta forma, para avaliar as alterações musculares do sistema estomatognático, é imprescindível a avaliação pela técnica de eletromiografia de superfície, que de acordo com Regalo et al.4, trata-se de uma técnica não invasiva e um importante instrumento para complementar e auxiliar o diagnóstico clínico odontológico. Na eletromiografia também pode-se avaliar o quadro de fadiga muscular pela frequência mediana do sinal eletromiográfico e de acordo com Hary et al.5 este é o indicador mais utilizado para a análise da fadiga por ser mais sensível e apresentar alterações relacionadas aos processos bioquímicos6. Neste estudo observou-se que há alteração na fadiga muscular em indivíduos com osteoporose, pois segundo Brotto e Johnson7 nesta doença a principal manifestação clínica é a perda de massa óssea e muscular generalizada podendo levar a quadros de fraturas e redução da força muscular. Desta forma, a fadiga é gerada pelas manifestações musculares como a perda da produção de força desejada, tremor ou dor na região6 . Conclusão: Com base nos resultados desta pesquisa, pode-se concluir que os indivíduos com osteoporose apresentam alterações nos níveis de fadiga dos músculos avaliados. Referências 1. Oliveira LG. Osteoporose: guia para diagnóstico, prevenção e tratamento. Revinter. 2002. 2. Consensus Development Conference: NIH Consens Statement. 2000 17(1):1-36. 3. Lane NE. Am J Obstet Gynecol. 2006 194(2) (Suppl): S3-S11. P á g i n a | 221 4. Regalo SC et al. Arch Or Biol. 2008 53(3):282-6. 5. Hary D et al. J Appl Physio. 1982 53(1):779-83. 6. Azevedo FM. Avaliação do sinal eletromiográfico como parâmetro para determinação do limiar de fadiga muscular. 2007. Tese de Doutorado (Escola de Educação Física e esporte da Universidade de São Paulo). 7. Brotto M; Johnson ML. Curr Osteop Rep. 2014 1(1):1-7. Fonte dos dados: Os resultados são decorrentes de uma pesquisa original do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Tabela 1 – Médias eletromiográficas normalizadas na condição clínica de fadiga, para os indivíduos com osteoporose, analisados para os seguintes grupos musculares: masseter direito e esquerdo, temporal direito e esquerdo (p<0,05). Músculo Grupo Valor p Média Erro Padrão Tempo inicial 1,12 0,07 Masseter Direito Tempo médio 0,26 0,98 0,08 Tempo final 0,93 0,08 Tempo inicial 1,27 0,14 Masseter Esquerdo Tempo médio 0,73 1,18 0,16 Tempo final 1,10 0,14 Tempo inicial 1,02 0,04 Temporal Direito Tempo médio 0,00 0,89 0,03 Tempo final 0,79 0,05 Tempo inicial 1,03 0,02 Temporal Esquerdo Tempo médio 0,00 0,89 0,01 Tempo final 0,85 0,03 P á g i n a | 222 CMH.153. IMPACTO DA SÍNDROME DA FIBROMIALGIA NA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA E CERVICAL Victor Rodrigues Nepomuceno1; Bruno Ferreia1, Gabriel Pádua Silva1, Marcelo Palinkas2, Bárbara de Lima Lucas2, Marisa Semprini2, Selma Siéssere2, Simone Cecilio Hallak Regalo2 1 Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo 2 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Introdução: A síndrome da fibromialgia é caracterizada pela presença de dor difusa e crônica, com sintomas de rigidez matinal, fadiga, distúrbios do sono e presença de pelo menos 11 dos 18 pontos anatomicamente específicos chamados de tender points (Spaeth et al., 2009). Acredita-se que a síndrome da fibromialgia apresente alta prevalência, afetando de 2 a 7% da população mundial, com maior prevalência no gênero feminino que no masculino, em proporção de 9:1 (Fraga et al., 2011) Objetivos: O objetivo desta pesquisa foi analisar o efeito da síndrome de fibromialgia na musculatura mastigatória e cervical, por meio da atividade eletromiográfica. Métodos: Participaram 68 mulheres com faixa etária entre 40 e 60 anos, com oclusão normal, sem alterações posturais e que não utilizavam qualquer tipo de prótese fixa, removível ou aparelho ortodôntico. As mulheres foram distribuídas em dois grupos: GF: com síndrome da fibromialgia e sinais e sintomas de desordem miogênica (RDC/TMD) (n=34; média de idade 51,17 ± 1,22 e IMC médio 28,36 ± 0,71) e GC: saudáveis com dentição completa (n=34; idade média 46,32 ± 1,23 e IMC médio 25,02 ± 0,53). Os grupos foram pareados sujeito a sujeito por idade e IMC. Todas as participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FORP/USP de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CAAE nº: 15268413.7.0000.5419). Foi utilizado o eletromiógrafo Myosystem-Br1. Avaliações eletromiográficas foram realizadas nos músculos mastigatórios (temporal e masseter) e na região cervical (esternocleidomastoideo e trapézio) em ambos os grupos. Durante a análise eletromiográfica os valores foram obtidos (RMS) nas seguintes condições: repouso (4s), apertamento dental em contração voluntária máxima (4s) (fator de normalização), protrusão (10s), lateralidade direita (10s) e lateralidade esquerda (10s). A função mastigatória foi avaliada pela integral da envoltória dos ciclos mastigatórios do sinal eletromiográfico na mastigação não habitual de Parafilme M (10s), mastigação habitual de uvas passas(10s) e mastigação de amendoins (10s). Os valores EMG normalizados foram tabulados e submetidos a análise estatística (SPSS 21.0; teste t independente; p ≤ 0,05). Resultados: Os resultados observados no GF demonstraram maior atividade eletromiográfica nas condições clínicas de repouso, lateralidade direita e esquerda e protrusão da mandíbula para todos os músculos analisados com diferença estatística significante (p≤ 0,05). Durante a mastigação não habitual de Parafilme M, alimentos macios (uvas passas) e alimentos duros (amendoins) verificaram-se maiores valores da atividade eletromiográfica no GF em relação ao GC com diferença estatística significante (p≤ 0,005). Discussão: As explicações plausíveis para os resultados encontrados nos músculos mastigatórios e cervicais do GF estão baseadas nos conceitos de coativação muscular difusa e contração tetânica (Donaldson et al., 2002). A eletromiografia de superfície demonstrou aumento na atividade EMG no GF em relação ao GC. Esta atividade durante a coativacão muscular foi associada aos pontos dolorosos presentes no GF. Na contração tetânica, as unidades motoras são estimuladas por múltiplos impulsos do neurônio motor, disparando frequências muito altas, a fim de ativar a contração necessária, que a torna ainda mais cansativa, levando a fadiga muscular e sintomatologia dolorosa (Gui et al., 2015). Na mastigação habitual e não habitual em indivíduos com alterações morfológicas e funcionais, ocorre recrutamento maior no número de fibras musculares, para realizar a mesma função mastigatória, quando comparados aos indivíduos saudáveis. Este fato pode gerar estresse, fadiga e aumento da atividade eletromiográfica (De Rossi et al., 2009). Dados P á g i n a | 223 encontrados nesta pesquisa onde foram observadas maiores atividades eletromiográficas no GF, resultando menor função dos ciclos mastigatórios no GF. Conclusões: Com base nos resultados obtidos, os autores concluíram que as mulheres com síndrome da fibromialgia apresentaram alterações na atividade eletromiográfica dos músculos mastigatórios e cervicais. Referências 1. Spaeth M. Arthritis research & therapy.2009; 11(1):117. 2. Fraga BP, et al. Revista Sul-Brasileira de Odontologia. 2011; 8(1):89-96. 3. Donaldson CC. et al. Neuro Rehabilitation. 2002; 17 (1):41-8. 4. Gui MS. et al. Rev Bras Reumatol. 2015; 55(2): 189-94. 5. De Rossi M. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009; 136(3):355-60. Fonte dos dados: Os resultados dessa pesquisa são produtos de uma tese de doutorado intitulada: “O impacto da síndrome da fibromialgia na musculatura mastigatória e cervical: análise eletromiográfica, de eficiência mastigatória, força de mordida e ultrassonográfica”. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRPUSP. P á g i n a | 224 CMH.154. FADIGA E DOR EM MULHERES COM E SEM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DURANTE A FORÇA DE MORDIDA MÁXIMA Wanderley Jordão Junior1; Fausto Bérzin1; Marcelo Corrêa Alves2; Carlos Alberto Carranza Lópes1 1 Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP – UNICAMP 2 Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ - USP Introdução: Disfunção temporomandibular (DTM) abrange um grupo de condições que afeta a articulação temporomandibular, os músculos da mastigação e tecidos associados (de Leeuw and Klasser, 2013). Além da dor e fadiga, são comuns movimentos mandibulares assimétricos, ruídos articulares e restrição na abertura da boca com consequente dificuldades funcionais (Light et al, 2010; Okeson e De Leeuw, 2011; de Leeuw e Klasser, 2013). Contrações musculares fatigantes refletem no sinal eletromiográfico um aumento de sua amplitude e um decréscimo de características espectrais de frequência (Merletti et al, 2010). Além da eletromiografia de superfície (EMS) outros métodos como gnatodinamometria e escala de classificação de dor são utilizados. Objetivos: Verificar a presença da fadiga (pela EMS) e da dor (com dolorímetro) durante a força de mordida máxima (FMM) em um grupo de mulheres portadoras de DTM comparando-as com grupo controle. Métodos: Participaram do estudo 32 voluntárias, com idade de 26,88 ± 4,64 anos, índice de massa corpórea (IMC) de 23,19 ± 2,81, sendo 13 portadoras de DTM muscular (RDC/TMD) e 19 sem DTM (controle). Todas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP/UNICAMP, protocolo 040/2015. Não foram admitidas na amostra mulheres com patologias sistêmicas; migrânea: DTM articular; fibromialgia; doença periodontal; ausência dentária (exceto o terceiro molar), portadoras de próteses; em tratamento ortodôntico ou ortopédico; fazendo uso de medicamentos que podiam influenciar no diagnóstico da DTM. Foram utilizados um eletromiógrafo (Datahominis Tecnologia), um dolorímetro e um gnatodinamômetro (ambos da EMG System do Brasil). Para determinar a FMM a voluntária permaneceu sentada em uma cadeira, com as forquilhas do gnatodinamômetro posicionadas entre as arcadas, quando foi dado o comando e incentivo verbal por 5 s. Concomitantemente, ela segurava sobre sua coxa direita o dolorímetro, sendo instruída a vagarosamente girar o botão caso sentisse dor. Esse valor representou a escala numérica de dor (END). Foram realizados três registros com intervalo de três minutos e o valor da FMM foi considerado o maior deles. Em uma segunda sessão, o eletrodo de referência foi posicionado no pulso, untado com gel e, os ativos diferenciais, aderidos aos masseteres e região anterior dos músculos temporais, bilaterais. Foram realizadas duas coletas de 5 s, com intervalo de 3 minutos entres elas. A voluntária deveria manter o valor da FMM previamente determinada, guiado por um feedback sonoro. Para a obtenção dos valores da frequência mediana (FM), o sinal foi janelado em três janelas de 0,492 s. Resultados: Quanto à FMM e a END obteve-se um valor de p significativo para diferenciar os dois grupos (com e sem DTM). Com relação à análise das inclinações das frequências medianas (slope) nas duas coletas obteve-se um valor de p significativo entre os dois grupos para todos os músculos, exceto o masseter direito na primeira coleta, embora para este aquele valor tenha sido quase significativo. Já na análise das frequências medianas, nas duas coletas, os valores de p não se mostraram significativos em nenhum dos casos. Discussão: A maior média da força de mordida do grupo DTM está em concordância com alguns autores (Hansdottir, 2004; Kogawa, 2006), embora discorde de outros (Pereira-Cenci et al, 2007). Uma possível hipótese deste último achado seria o menor grau de severidade da DTM na amostra avaliada, que a tornaria capaz de alcançar uma maior FMM, além de diferenças metodológicas. Para Wang et al (2010) esta diminuição da força de mordida em pacientes com DTM é reflexo de um mecanismo inibitório de controle dos motoneurônios, frente presença de maior intensidade de dor durante a atividade, comprovada por uma significativa diferença entre os grupos, registrado na END. A análise das médias das FM constatou que ambos os grupos estavam em processo de fadiga durante a FMM, pois os valores de p não se mostraram significativos em nenhum dos casos. Contudo, a análise de variância das médias das inclinações das frequências medianas (slope) mais P á g i n a | 225 negativa demostrou que o grupo DTM tinha uma tendência a fadigar mais rápido do que o grupo controle. Esses resultados estão de acordo com Gay et al (1994), que analisaram os músculos masseteres e região anterior dos músculos temporais em pacientes com síndrome da dor miofascial e concluíram que aqueles músculos não estão em constante estado de fadiga, mas sim a manifestam mais rapidamente quando comparados com indivíduos normais. Conclusões: Mulheres sem DTM apresentam maior valor da força de mordida e menor intensidade de dor durante a FMM do que sujeitos com DTM. O grupo paciente apresentou uma fatigabilidade mais acentuada que o grupo controle. Referências de Leeuw R et al. editors. Orofacial pain: guidelines for assessment, diagnosis, and management. 5th ed. Chicago, IL: Quintessence; 2013. p. 1 – 23 e 127–86. Okeson JP et al. Differential diagnosis of temporomandibular disorders and other orofacial pain disorders. Dent Clin North Am. 2011; 55(1): 105-20. Light AR et al. Myalgia and Fatigue: Translation from Mouse Sensory Neurons to Fibromyalgia and Chronic Fatigue Syndromes. In: Kruger L, Light AR, editors. Translational Pain Research: From Mouse to Man. B. R., FL: CRC Press; 2010. Chapter 11. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK57253. Acesso em 02/01/2016. Merletti R et al. Advances in surface EMG: recent progress in clinical research applications. Crit Rev Biomed Eng. 2010; 38(4): 347-79. Hansdottir R et al. Joint tenderness, jaw opening, chewing velocity, and bite force in patients with temporomandibular joint pain and matched healthy control subjects. J Orofac Pain. 2004; 18(2): 108-113. Kogawa EM et al. Evaluation of maximal bite force in temporomandibular disorders patients. J Oral Rehabil. 2006; 33(8): 559-565. Pereira-Cenci T et al. Maximal bite force and its association with temporomandibular disorders. Braz Dent J. 2007; 18 (1): 65-68. Wang K, Svensson P, Sessle BJ, Cairns BE, ArendtNielsen L. Interactions of glutamate and capsaicinevoked muscle pain on jaw motor functions of men. Clin Neurophysiol. 2010; 121(6): 950-6. Gay T, Maton B, Rendell J, Majourau A. Characteristics of muscle fatigue in patients with myofascial pain-dysfunction syndrome. Arch Oral Biol. 1994; 39(10): 847-52. Fontes financiadoras: À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por financiar a compra dos equipamentos deste trabalho. Fonte dos dados: Os resultados apresentados neste trabalho são partes de uma tese de doutorado intitulada “Comparação de mulheres com e sem DTM por diferentes métodos”. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Buco-Dental na área de Anatomia, FOP – UNICAMP. P á g i n a | 226 INS.101. A METHOD TO QUANTIFY WRIST TREMOR AND ASSIST DEEP BRAIN STIMULATION CONFIGURATION Alessandro Machado1; Fábio Henrique Oliveira1; Nader Pouratian²; Jerry Zhuo²; Laurice Yang²; Adriano Andrade¹ 1 Federal University of Uberlandia; 2 University of California, Los Angeles Introduction: Tremor is an involuntary, rhythmic and oscillatory movement of a body part, it is the most common movement disorder (1, 2). Parkinson`s disease, as a common cause of tremor can have significant negative impacts on the patients, such as affecting patients ability to drink, eat and write (3). Among the available treatment for PD, Deep Brain Stimulation (DBS) has been widely used (4). Due to the subjective methods that are used today and the need of improving the neurostimulator settings, studies must be performed providing feedback to the neurologists during clinic evaluation of the patients regarding the efficacy of the stimulator settings, reducing the time and effort required to achieve optimal outcomes and improving the treatment. This study used a glove with embedded inertial and electromyography sensors to quantify the tremor during the neurostimulator parameters adjustment. Objectives: Our objective is to validate the glove and the protocol used in the study as methods for the study of tremor during the neurostimulator setting up. Methods: This study was conducted and approved (IRB 14001491) at the University of California, Los Angeles (UCLA). In total, 12 subjects with Parkinson`s disease and treated with DBS participated in this study. A customized glove was designed (National Industrial Property Institute, Brazil – INPI. Patent number: BR 10 2014 023282 6) so that two sets of inertial sensors (Figure 1) and two pairs of disposable electromyographic (EMG) sensors (Ag/AgCl) (Figure 2) could be placed on the limb of the individual. Figure 2 - EMG electrode positioned at the flexor muscles of the hand and at the extensor muscles of the hand. Note that the reference electrodes are placed in the hand. In order to capture the signals from the sensors a specific software and hardware was developed. Each participant performed five sets with four tasks: finger taps, finger to nose, pronation and supination and extended arm with no voluntary movement. The subjects had the DBS turned off during the first set. From the second to the fifth sets the amplitude of the DBS was linearly increased by 25%, thus, the assessed stimulation intensities were 0%, 25%, 50%, 75% and 100% of the maximum amplitude optimized for the individual in accordance to neurological evaluation. In order to annotate the sequence of tasks, an external pulse was generated by pressing a pushbutton every time the subject changed the movement and/or the DBS amplitude intensity was modified. Data were collected and stored in txt files and afterwards analyzed at MatLab software. Results: Figure 3 illustrates the raw signals from the inertial sensors and the envelop of electromyography signals. Figure 1 – Inertial sensors embedded in the custom-made glove for tremor measurement. The unit 1 is positioned on the hand, whereas the unit 2 is positioned on the forearm. Figure 3 – Raw signals of the inertial and electromyographic sensors during the four tasks (10 seconds each one) and five DBS intensities, which are detonated by cyan (0%), black (25%), green (50%), blue (75%)and red (100%) horizontal markers. Vertical black markers represent the trigger. Blue signal represents sensor 1 and red signal represents sensor 2. Discussion: According to the Figure 3 it is possible to observe the variation of the captured signal and differentiate the tasks. It is also possible to observe differentiation between the same task when performed with a different DBS intensity. Further studies are necessary to verify this differentiation. Conclusion: We can conclude that the protocol and the device are able to measure the tremor during the different DBS intensities. A deep analysis should be performed in order to verify if there are significant differences in the same task when a different DBS intensity is applied. References 1. Crawford P, Zimmerman EE. Differentiation and diagnosis of tremor. American family physician. 2011 Mar P á g i n a | 227 15;83(6):697-702. PubMed PMID: 21404980. Epub 2011/03/17. eng. 2. Elble RJ. Origins of tremor. The Lancet. 2000;355(9210):1113-4. 3. Teskey WJE, Elhabiby M, El-Sheimy N. Inertial Sensing to Determine Movement Disorder Motion Present before and after Treatment. Sensors. 2012;12(3):3512. PubMed PMID: doi:10.3390/s120303512. 4. Awan NR, Lozano A, Hamani C. Deep brain stimulation: current and future perspectives. Neurosurgical focus. 2009 Jul;27(1):E2. PubMed PMID: 19569890. Epub 2009/07/03. eng. Founding agencies The Brazilian coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), Brazilian National Counsel of Technological and Scientific Development (CNPq) and Minas Gerais Research Founding (FAPEMIG). P á g i n a | 228 INS.102. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO MUSCULAR POR MEIO DA ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE Amanda Medeiros de Freitas1; Luciane Fernanda Rodrigues Martinho Fernandes2; Alcimar Barbosa Soares1 1 Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Federal do Triângulo Mineiro Introdução: Explorando os relatos da literatura sobre eletromiografia de superfície (EMGs), é possível notar que esta técnica está sendo cada vez mais utilizada e reconhecida em diversas áreas de pesquisa. Isto se deve ao fato, principalmente, da EMGs ser de fácil utilização, não ser um procedimento invasivo e permitir uma compreensão abrangente sobre os padrões de recrutamento do músculo de interesse. Uma das abordagens que utiliza a EMGs é a análise da composição do músculo esquelético para identificar diferentes proporções de tipos de fibras musculares (fibras do tipo I e do tipo II). Entretanto, é necessário extrair características dos sinais eletromiográficos e atribuílas a cada tipo de fibra muscular. Alguns estudos investigaram a composição muscular por meio da frequência média e mediana do sinal (Kupa E, et al., 1995), do valor quadrático médio (RMS) (Gerdle B, et al. 2000) e até pela amplitude do sinal (Herda TJ, et al., 2010). Entretanto, quais destas características, e de outras utilizadas na literatura, discriminariam com maior precisão diferentes proporções de tipos de fibras musculares? A identificação destas características pode contribuir para a redução de biópsias do tecido muscular e também proporcionar ferramentas dinâmicas e de fácil utilização que permitam analisar a composição muscular e monitorar sua modificação ao longo de treinamentos físicos e funcionais. Objetivos: Diante do exposto, a proposta do presente estudo foi identificar as características dos sinais de EMGs que fossem capazes de distinguir, com maior precisão, diferentes proporções de tipos de fibras. Métodos: Sinais EMG emulados foram gerados utilizando o simulador proposto por Andrade AO et al. (2007) para possibilitar uma variação controlada do recrutamento de diferentes unidades motoras. Foram gerados 400 sinais de EMG que foram atribuídos a 4 grupos distintos de acordo com a proporção e o tipo de fibra muscular recrutada. Posteriormente, foi adicionado ruído de 20 dB aos sinais originais, totalizando 800 sinais simulados. Destes sinais foram extraídas as características mais utilizadas na literatura (Oskoei MA, 2008; Phinyomark AP, 2012; Huang HP, 1999; De Luca, 2010), sendo: média dos valores absolutos (MVA); média das diferenças absolutas (MDA); média das segundas diferenças absolutas (MSDA); valor quadrático médio (RMS); frequência mediana (FMD); frequência média (FM); cruzamento por zero (CZ); variância amostral (VAR); desvio padrão (DP); intervalo do sinal (IS); intervalo interquartil do sinal (IIS); entropia de Shannon (ES); e entropia espectral (EE). Subsequente ao processo de extração de características, o método K-means foi utilizado para agrupar os sinais emulados, visando separá-los em diferentes grupos de acordo com a similaridade entre os dados. Para finalizar a metodologia e validar quantitativamente o agrupamento resultante do método K-means e determinar a concordância do classificador, foi utilizada a matriz confusão. Resultados: Para exemplificar o resultado do método K-means, a Figura 1 mostra o agrupamento realizado para as características de MAV (gráfico da esquerda) e de FMD (gráfico da direita). Posteriormente, a Figura 2 mostra a matriz confusão de todas as características. Ambas as figuras apresentam os resultados obtidos em relação aos sinais emulados com ruído. É possível observar na Figura 2 que apenas a FM e a FMD apresentaram valores de acurácia próximos de 100% para os 4 grupos de sinais. P á g i n a | 229 associadas com a amplitude do sinal (Gerdle B, et al., 2000; Herda TJ, et al., 2010). Entretanto, a amplitude do sinal EMG é influenciada por outros fatores além do limiar de ativação das fibras musculares, como: a distância entre o tecido muscular e o eletrodo, a concentração de gordura subcutânea, o ângulo de penação das fibras e o posicionamento do eletrodo (Sale DG, 2008; Merletti R, et al., 2004 ), podendo gerar resultados imprecisos e conclusões errôneas. Figura 3 - Agrupamento resultante do método K-means para a MVA (esquerda) e para a FMD (direita) Figura 2 - Matriz confusão das características extraídas dos sinais emulados com ruído Discussão: Os resultados da pesquisa mostraram que a frequência mediana e a frequência média foram capazes de distinguir, com maior precisão, as diferentes proporções de tipos de fibra nos sinais de EMGs. Estas frequências apresentaram relação direta com o aumento das proporções de fibras do tipo II, ou seja, para maiores proporções de unidades motoras do tipo II recrutadas, maiores os valores das frequências. Estudos que também utilizaram sinais emulados apresentaram resultados similares aos encontrados nesta pesquisa. De Luca C, et al. (2010) e Siddiqi A, et al. (2014) mostraram que o recrutamento de fibras do tipo II provocou aumento nas características no espectro de frequência. Wakeling J (2009) observou que o aumento do recrutamento de unidades motoras do tipo II contribuiu para elevados valores de frequência média. Mesmo com estes relatos na literatura, alguns estudos que utilizam sinais reais, relacionam a composição muscular com características extraídas no domínio do tempo, principalmente as que são Conclusões: Os resultados obtidos com os sinais emulados indicaram que, dentre as treze características analisadas neste estudo, a frequência mediana e a frequência média foram capazes de identificar diferentes proporções de tipos de fibras musculares com maior precisão, o que corrobora com os relatos da literatura. Referências: Andrade AO et al. J of the Franklin Institute, 2007, 344(3):154-179. De Luca CJ et al. J of neurophysiology, 2010, 104(2):1034-1046. Gerdle B et al. J of applied physiology, 2000, 81(12):2-10. Herda TJ et al. J of EMG and Kinesiology, 2010, 20(5):787-794 Huang HP et al. IEEE Robotics and Automation, 1999. Kupa E et al. J of applied physiology, 1995, 79(1):23-32. Merletti R et al. John Wiley & Sons, 2004, 11. Oskoei MA et al. Biomedical Engineering, 2008, 55(8):1956-1965. Phinyomark AC et al. Expert Systems with Applications, 2012, 39(8):7420-7431. Sale DG, Strength and Power in Sport, 2008, (2):281-314 Siddiqi AD et al. EMBC, 2014. Wakeling JM. J of EMG and Kinesiology, 2009, 19(2):199-207. Fontes financiadoras: Esta pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Fonte dos dados: Os resultados apresentados neste estudo fazem parte da dissertação de Mestrado intitulada: Seleção de características para identificação de diferentes tipos de fibras musculares por meio da eletromiografia de superfície. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Engenharia Biomédica da UFU. P á g i n a | 230 INS.103. APLICAÇÃO DA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS EM SINAIS DE ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE Amanda Medeiros de Freitas1; Luciane Fernanda Rodrigues Martinho Fernandes2; Alcimar Barbosa Soares1 1Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Federal do Triângulo Mineiro Introdução: Para analisar os sinais de eletromiografia (EMG), muitas vezes, extraímos demasiadas características no ímpeto de evitar que algum detalhe passe despercebido. Entretanto, analisar um extenso conjunto de variáveis pode ser uma tarefa árdua e muitas vezes inconclusiva, por isto, técnicas que objetivam a redução de dimensionalidade são utilizadas para auxiliar nesta análise multivariada de dados. Uma das técnicas utilizadas é a Análise de Componentes Principais (ACP), que visa identificar padrões em um conjunto multidimensional, mantendo o máximo de informação e variabilidade das variáveis originais, expressando-as por meio das componentes principais (CPs) (Smith LI, 2002). Para verificar a efetividade da ACP aplicada à EMG, iremos comparar o comportamento das CPs e das características usuais extraídas no domínio do tempo e da frequência. Para isto, iremos utilizar sinais simulados e sinais reais de EMG de superfície (EMGs) com o intuito de distinguir dois grupos amostrais, sendo um grupo de pessoas sedentárias (PS) e outro de pessoas fisicamente ativas (PFA) praticantes de treinamento de força (musculação). Objetivos: Verificar e comparar a efetividade da ACP com características usuais da EMG para distinguir dois grupos amostrais distintos. Métodos: Baseado em propriedades histoquímicas e fisiológicas da composição muscular de diferentes atletas, sinais eletromiográficos foram emulados para representar diferentes proporções de fibras musculares do tipo I e do tipo II, sendo que os sinais com maiores proporções de fibras do tipo II assemelham-se à composição do grupo de PFA, e maiores proporções de fibras do tipo I, com o grupo de PS. Destes sinais foram extraídas as características mais utilizadas na literatura (Oskoei MA, 2008; Phinyomark AP, 2012; De Luca, 2010), sendo: média dos valores absolutos (MVA); média das diferenças absolutas (MDA); valor quadrático médio (RMS); frequência mediana (FMD); frequência média (FM); cruzamento por zero (CZ); variância amostral (VAR); desvio padrão (DP); e entropia espectral (EE). Subsequente à extração destas características dos sinais emulados foi aplicada a técnica de ACP, que é constituída pelos seguintes passos: cálculo da matriz de correlação entre as variáveis; cálculo dos autovetores e autovalores de cada variável; escolha dos autovalores que somados representam 90% da variação original dos dados (redução de dimensionalidade); e transcrição dos valores das variáveis originais em relação às componentes principais (autovetor e autovalor). Para analisar o comportamento das características e das CPs em sinais reais, realizamos a EMGs em 10 voluntários sedentários (PS) e 10 voluntários que praticavam musculação (PFA), sendo todos homens, entre 18 e 30 anos. Os voluntários concordaram e assinaram o termo livre e esclarecido segundo o protocolo aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (protocolo de número 2713). Em cada coleta os voluntários realizaram 3 contrações isométricas voluntárias de extensão de punho tracionando uma célula de carga durante um período de 5 segundos, sendo intervaladas por períodos de 10 segundos de repouso. A coleta era repetida 4 vezes modificando o nível de força, sendo 100, 75, 50 e 25% de força em relação à força máxima de cada voluntário. Resultados: Por meio dos sinais emulados foram encontradas duas CPs que somadas representaram mais de 90% da variação dos sinais emulados, sendo a primeira componente principal a mais significante. As figuras 1 e 2 mostram, respectivamente, os resultados encontrados na extração das características de FMD e de MVA dos sinais reais. A figura 3 mostra o resultado encontrado para a primeira CP aplicada aos mesmos sinais. P á g i n a | 231 Figura 4 - Frequência mediana para dois grupos amostrais (PS em rosa e PFA em preto) em 4 níveis de força Figura 5 - Média dos valores absolutos para os dois grupos amostrais Figura 6 - Primeira Componente Principal para os mesmos grupos amostrais nos diferentes níveis de força Discussão: Os resultados apresentados mostram que a característica de FMD conseguiu distinguir os dois grupos amostrais, entretanto, a MVA, assim como outras características no domínio do tempo, não apresentou sensibilidade suficiente para separar os grupos amostrais. Além disso, os padrões identificados pela primeira CP também foram capazes de discriminar os grupos amostrais. É possível notar que a ACP maximizou o comportamento das características mais sensíveis à diferença dos grupos amostrais e reduziu a influência das variáveis que não inferiu diferença entre os grupos. Supondo que este estudo analisasse apenas as características relacionadas com a amplitude do sinal (como na Figura 2), concluíramos erroneamente que os dois grupos amostrais não podem ser diferenciados por meio dos sinais de EMGs. Portanto, a escolha das características a serem analisadas é de extrema importância, sendo a ACP uma ferramenta que pode auxiliar na designação daquelas mais importantes para alcançar o objetivo proposto no estudo. Conclusão: ACP mostrou ser eficiente para distinguir dois grupos amostrais distintos, ressaltando o comportamento das características mais importantes e reduzindo a contribuição daquelas variáveis que poderiam prejudicar os resultados e conclusões do estudo. Referências: De Luca CJ et al. J of neurophysiology, 2010, 104(2):1034-1046. Oskoei MA et al. Biomedical Engineering, 2008, 55(8):1956-1965. Phinyomark AC et al. Expert Systems with Applications, 2012, 39(8):7420-7431. Smith LI, Corneel University, 2002, 51:52 Fontes financiadoras: Esta pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Fonte dos dados: Os resultados apresentados neste estudo fazem parte da dissertação de Mestrado intitulada: Seleção de características para identificação de diferentes tipos de fibras musculares por meio da eletromiografia de superfície. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Engenharia Biomédica da UFU. P á g i n a | 232 INS.104. ANÁLISE DA FREQUÊNCIA MÉDIA EM CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS UTILIZANDO ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE Amanda Medeiros de Freitas1; Luciane Fernanda R. Martinho Fernandes2; Alcimar Barbosa Soares1 1 Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Federal do Triângulo Mineiro Introdução: A eletromiografia de superfície (EMGs) analisa de forma ampla a resposta causada por processos musculares voluntários. Para capturar os sinais de EMGs, são estabelecidos protocolos de coleta bem definidos que variam de acordo com o objetivo almejado em cada pesquisa. Em geral, os sinais são coletados em decorrência de contrações voluntárias em isometria ou em rampa, sendo o nível de força da contração estabelecido em relação à força máxima do indivíduo. Em virtude disto, algumas características dos sinais de EMGs podem apresentar comportamentos distintos devido ao protocolo de coleta utilizado, como é o caso da frequência média. Alguns estudos mostram que em contrações em rampa a frequência média aumenta de acordo com o aumento da força. Entretanto, em contrações isométricas, a frequência diminui com o aumento da força (Bilodeau M 1991). Contudo, a maioria destes estudos não aborda o motivo para a relação inversa entre frequência e nível de força em contrações isométricas. Como a possibilidade de fadiga muscular é descartada devido ao curto período de sustentação da contração, hipotetizamos que a diminuição da frequência é decorrente do aumento de sobreposições de potenciais de ação de unidades motoras (PAUMs). Objetivos: Investigar a relação entre frequência média (FM), força de contração e sobreposição de PAUMs em decorrência de contrações isométrica. Métodos: Participaram do estudo 20 voluntários do gênero masculino, com idade entre 18 e 30 anos, sendo 10 voluntários praticantes de treinamento de força (musculação) que foram atribuídos ao grupo de pessoas fisicamente ativas (PFA), e 10 pessoas sedentárias (PS). Foi coletado o sinal de EMGs do músculo extensor radial do carpo do membro superior direito, por meio do eletromiógrafo Myosystem Br1-P84®. A coleta consistia em 3 contrações isométricas voluntárias de extensão de punho tracionando uma célula de carga durante um período de 5 segundos, sendo as contrações intervaladas por períodos de 10 segundos de repouso. A coleta foi repetida 4 vezes modificando o nível de força exercido pelo voluntário, sendo 100, 75, 50 e 25% de força em relação à sua força máxima. Os sinais coletados foram processados e a frequência média foi extraída do sinal. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UFTM (protocolo número 2713). Resultados: A Figura 1 expõe a média dos resultados obtidos da FM para os dois grupos amostrais nos diferentes níveis de força. Figura 1 - Média dos valores da FM para o grupo de PFA (em preto) e para o grupo de PS (em rosa) Discussão: Os resultados mostraram valores mais elevados de frequência média para o grupo de PFA, o que corrobora com relatos da literatura indicando que as pessoas que praticam treinamentos de força possuem maiores proporções de fibras do tipo II, elevando o limiar de ativação e a taxa de disparo das fibras musculares (Ricoy J et al. 1998). É possível observar que houve diminuição dos valores de frequência com o aumento do nível de força. Entretanto, a modulação da força ocorre por meio do aumento na taxa de disparo dos motoneurônios e também pelo aumento no recrutamento de unidades motoras (UMs) do tipo II, segundo o princípio do tamanho exposto por Henneman (Henneman E et al., 1965). Portanto, era de se esperar que o aumento do nível de força causasse aumento nos valores de frequência dos sinais de EMGs, o que não foi observado em nosso estudo. P á g i n a | 233 A diminuição dos valores de frequência em contrações isométricas geralmente é relacionada com a presença de fadiga muscular, o que não condiz com esta pesquisa porque o tempo de contração (5s) não é suficiente para causar fadiga muscular (Larivière A et al. 2001), além disso, a primeira coleta foi realizada em 100% do nível de força, então o voluntário não estava fadigado em decorrência do experimento. Assim como neste estudo, Bilodeau M. et al. (1991) mostrou que em contrações em isometria, os valores de frequência diminuíram com o aumento do nível de força. Os autores atribuíram esta diminuição da frequência à hipótese de que em contrações isométricas existem diferentes estratégias no controle motor se comparadas às contrações em rampa. Entretanto, o estudo não abordou quais seriam estas estratégicas nem como elas influenciaram nos valores de frequência. Diante do exposto, concebemos nossa hipótese com base na sobreposição de PAUM. Alguns estudos sobre decomposição de sinais de EMGs relatam que o aumento do nível de força da contração muscular provoca maior sobreposição dos potenciais de ação individuais (Siqueira Júnior ALD et al., 2015). O aumento voluntário da força faz com que novas UMs sejam recrutadas, causando sobreposição de PAUMs. Para confirmar esta hipótese, analisamos o sinal de EMGs de um voluntário nos níveis de 25 e 100% da força de contração, como pode ser observado na Figura 2. A janela de tempo da contração foi reduzida para permitir uma visualização mais detalhada dos PAUMs. É possível observar que, embora a amplitude do sinal em 100% seja superior, existe maior sobreposição destrutiva de PAUMs, sendo difícil identificar potenciais de ação individuais. Em 25% de força, nota-se que também ocorreu sobreposição de PAUMs, entretanto, esta interferência ocorreu com menor intensidade, sendo possível identificar alguns potenciais de ação. A sobreposição em 100% ocorreu de tal forma que resultou na diminuição da frequência do sinal, podendo ser notada pela quantidade de vezes que o sinal cruzou a amplitude zero (cruzamento por zero). Se compararmos os dois sinais, é notável que em 25% o sinal cruzou mais vezes a amplitude zero, o que reflete em maiores valores de frequência. O contrário é observado no sinal de 100% de força. Figura 2 - Visualização dos PAUMs para dois níveis de força Conclusões: Com os resultados encontrados neste trabalho, concluímos que a diminuição da frequência em decorrência do aumento do nível de força em contrações isométricas ocorre devido ao aumento da sobreposição dos PAUMs. Referências: Bilodeau M et al. Euro J of appl physio and occup physio, 1991, 63(1):24-28 De Luca CJ et al. 2010, 104(2):1034-1046. Henneman E et al. 1965, 28(3):560-580. Larivière A et al. 2001, 85(6):552-559. Ricoy J et al. 1998, 54(1):41-47. Siqueira Júnior ALD et al. 2015, 31(1):44-55. Fontes financiadoras: Esta pesquisa foi financiada pela FAPEMIG. Fonte dos dados: Os resultados apresentados neste estudo fazem parte da dissertação de Mestrado intitulada: Seleção de características para identificação de diferentes tipos de fibras musculares por meio da eletromiografia de superfície. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Engenharia Biomédica da UFU. P á g i n a | 234 INS.105. CONFIABILIDADE DO FLEXION ROTATION TEST EM PACIENTES COM MIGRÂNEA E SAUDÁVEIS Ana Izabela S de Oliveira1; Lidiane Lima Florêncio1;Camila Maranzatto1; Gabriela Ferreira Carvalho1; Fabíola Dach1; Debora Bevilaqua-Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Introdução: O segmento vertebral C1/C2 influencia aproximadamente 40%-60% a mobilidade cervical, especialmente no movimento de rotação cervical1. O flexion rotation test (FRT) é um teste específico para avaliar a mobilidade do segmento C1/C2 e é comumente utilizado em sujeitos com desordens musculoesqueléticas da coluna cervical2,3. A avaliação da mobilidade da coluna cervical é rotineiramente utilizada por fisioterapeutas na prática clínica e é frequetemente parte do protocolo de avaliação em indivíduos com cefaleia. A amplitude de movimento cervical pode servir como guia para o diagnóstico funcional da coluna cervical e na decisão do protocolo de tratamento4. Entretanto, para que o diagnóstico seja realizado corretamente é necessário que o teste tenha uma boa confiabilidade. Neste contexto, além da confiabilidade é importante considerar os valores de erro padrão da medida (EPM) e da mínima mudança detectável (MMD). Até o momento estas propriedades de medida não foram estabelecidas para o FRT, especialmente em sujeitos com migrânea. Objetivo: Determinar a confiabilidade, EPM e MMD do FRT com o instrumento Cervical Range of Motion (CROM®) em indivíduos com migrânea e saudáveis. correlação intraclasse (CCI (2,1)), EPM and MMD. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética Local (processo número 12521/2014). O CCI foi classificado de acordo com os seguintes valores: confiabilidade fraca (<0.40), moderada (0.41-0.60), substancial (0.61-0.81) e excelente (>0.81) 5. O EPM foi calculado usando a fórmula: EPM = DP x √ (1 – teste-reteste do CCI), onde o DP é a média dos valores de desvio padrão do teste e reteste juntos. O MMD foi calculado usando a fórmula: MMD = EPM x 1,96 × √2. Resultados: Os valores obtidos no FRT de ambos os grupos estão detalhados na tabela 1. A confiabilidade intra avaliador foi excelente (CCI>0.83), e confiabilidade inter avaliador variou de substancial a excelente (CCI>0.76). O EPM variou de 1.65° a 4.08° e o MMD variou de 4.56° a 11.31°. Tabela 1. Média dos valores (graus) no Flexion Rotation Test com o instrumento CROM®. Grupo Migrânea Métodos: Vinte e cinco mulheres com migrânea (idade= 35 (DP=10) anos) e 25 mulheres saudáveis (idade= 32 (DP= 11) years) foram incluídas. A mobilidade C1/C2 foi mensurada com o FRT. O FRT foi realizado com a participante na posição supina com o instrumento CROM® acoplado a cabeça. A coluna cervical foi passivamente flexionada e em seguida a cabeça foi passivamente rotacionada para ambos os lados2,3. Para testar a confialibidade inter avaliador, os testes foram aplicados no mesmo dia com 20 minutos de intervalos, por dois avaliadores independentes. Para testar a confiabilidade intra avaliador os testes foram repetidos com intervalo de uma semana por um mesmo avaliador. A média das 3 repetições foi usada para calcular o coeficiente de Controle Teste FRT direita FRT esquerda FRT direito FRT esquerdo Avaliador 01 teste Avaliador 01 reteste Avaliador 02 teste 29.5 (6.5) 29.5 (6.5) 27.9 (7.9) 27.8 (7.4) 30.3 (10.3) 28.1 (9.9) 43.1 (10.1) 40.8 (8.0) 41.0 (7.7) 38.3 (5.8) 42.9 (9.1) 41.7 (10.2) Tabela 2. Confiabilidade intra avaliador no grupos migrânea e controle. Grupo Teste FRT direita Migrânea FRT esquerda FRT direito Controle FRT esquerdo CCI/intra N=25 EPM MMD 0.87 (0.69;0.94) 0.83 (0.62;0.93) 0.91 (0.78;0.96) 0.88 (0.65;0.95 2.6 7.2 2.85 7.9 2.68 7.43 2.44 6.78 P á g i n a | 235 Tabela 3. Confiabilidade inter avaliadores nos grupos migrânea Conclusões: Os resultados desmonstraram que a avaliação do FRT com o instrumento CROM® é fortemente confiável em mulheres com migrânea e saudáveis. Além do EPM e do MMD terem valores relativamente baixos. Referências: e controle. Grupo Teste FRT direito Migrânea FRT esquerdo FRT direito Controle FRT esquerdo CCI/inter N=25 0.77 (0.48;0.90) 0.76 (0.46;0.82) 0.97 (0.93;0.99) 0.88 (0.73;0.95) EPM MMD 4.08 11.31 4.05 11.22 1.65 4.56 3.16 8.76 Discussão: A avaliação da amplitude de movimento cervical com precisão é um desafio devido a complexidade da anatomia cervical e da possibilidade de movimentos compensatórios6. A confiabilidade intra e inter avaliador do FRT neste estudo foi excelente em pacientes com migrânea, e foi similar as reportadas anteriormente em pacientes com cefaleia cervicogência3,7. Para comparação entre migranosos e sujeitos saudáveis, uma diferença maior do que 10° no FRT pode ser considerada clinicamente relevante, desde que o resultado obtido ultrapasse o EPM e o MMD verificado neste estudo. Além de afirmar a excelente confiabilidade do FRT, outro ponto forte do presente estudo foi o de estabelecer a mínina diferença em graus no FRT para diferenciar os migranosos de sujeitos saudáveis. As limitações do presente estudo são que os pacientes foram recrutados de um hospital universitário, sendo possível que eles representem um grupo específico da população em geral, além de serem incluídas somente mulheres com idade variando de 18 a 55 anos. 1. Anderst WJ et al. The Spine Journal 2015; 15(12):2538-43. 2. Smith K et al. Manual Therapy 2008;13:552559. 3. Hall T et al. J Headache Pain 2010;11:391– 397. 4. Snodgrass SJ et al. Physiotherapy 2014:100(4); 290-304. 5. Eliasziw et al. Phys Ther 1994; 74:777-788. 6. Williams MA et al. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics 2013; 33: 138-155. 7. Ogince M et al. Manual Therapy 2007;12:256-262. Fontes financiadoras: Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: avaliação da mobilidade do segmento vertebral C1∕C2 com o flexion rotation test em pacientes com migrânea episódica e crônica. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 236 INS.106. CONFIABILIDADE DA AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR VOLUNTÁRIA MÁXIMA DOS MUSCULOS CERVICAIS PELA DINAMOMETRIA MANUAL EM MULHERES SAUDÁVEIS Ana Paula Carnevalli1; Lidiane Lima Florêncio1; Ana Izabela Sobral de Oliveira1; Débora Bevilaqua-Grossi1 1 Laboratório de Análise da Postura e do Movimento Humano/ Faculdade de Medicina de Ribeirão PretoUSP Introdução: Medidas de força muscular cervical confiáveis são imprescindíveis para o diagnóstico cinético funcional adequado e para a melhor prescrição de programas de tratamento para pacientes com acometimentos nessa região1. Diante do desafio clínico de avaliar a força desse segmento, o uso de um dinamômetro manual é uma alternativa viável por ser de fácil aplicação e financeiramente acessível aos profissionais. Objetivos: Verificar a confiabilidade do teste de força voluntária máxima dos músculos cervicais utilizando um dinamometro manual em uma população de mulheres saudáveis. Métodos: O estudo foi iniciado após aprovação do comitê de ética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, processo HCRP n° 16159/2014. A amostra foi composta por 25 indivíduos do sexo feminino com idade entre 18 e 55 anos, sem nenhum tipo de cefaléia, dentre as mulheres da comunidade de Ribeirão Preto. Os critérios de exclusão foram: história de trauma ou cirurgia em pescoço e/ou face, hipertensão arterial sistêmica, ou não concordância com o TCLE. Foi mensurada a força muscular cervical nos movimento de flexão, extensão e inclinações laterais da coluna cervical. Dois avaliadores realizaram o teste de força no mesmo dia com intervalo de 10 minutos entre eles para a avaliação da confiabilidade interexaminador, para a confiabilidade intraexaminador, o mesmo avaliador realizou duas avaliações no mesmo indivíduo com um intervalo de uma semana. Para a avaliacao da força foi utilizado o dinamômetro manual Lafayette Manual Muscle Testing System (Lafayette Instrument Company, Laffayete, Indiana). O dinamômetro manual foi acoplado ao paciente por uma faixa para resistir os movimentos e estabilizar a cabeça, e o examinador segurou com as mãos o dinamômetro. O voluntário foi estabilizado na maca por faixas de velcro®, para resistir e impedir compensações (FIGURA 1).O posicionamento adotado para cada movimento avaliado foi: • • • Músculos flexores: Decúbito dorsal com joelhos estendidos, cabeça e pescoço em posição neutra, braços ao lado do tronco e faixas de velcro® estabilizando os MMSS, e parte superior do tronco e MMII (Figura 1. A); Músculos extensores: Decúbito ventral, com os braços ao lado do tronco e com faixas de velcro® estabilizando os MMII, a pelve e a parte superior do tronco (Figura 2. B); Inclinadores laterais: Decúbito lateral, com um travesseiro sob a cabeça, braço ao lado do corpo e faixas de velcro® estabilizando o tronco e os MMSS e MMII (Figura 3. C); Figura 1. Posicionamento adotado em movimento avaliado cada Para a análise dos resultados foi aplicado o coeficiente de correlação intraclasse, (ICC), que varia de 0 a 1, e classifica a confiabilidade como sendo pobre (<0,4), moderada (0,4-0,75) ou excelente (>0.75). Também foi calculado o erro padrão de medida (SEM) e a mínima diferença detectável (MDC). Resultados: Foram consideradas as médias das três repetições para cada movimento. Foi encontrada confiabilidade excelente na avaliação intraavaliador, e na avaliação interavaliador. O SEM variou de 8% a 15% do valor médio da força encontrado no determinado movimento. A MDC variou de1,62 kg a 2,59kg. Todos os dados da confiabilidade, SEM e MDC estão descritos na tabela 1. Tabela 1. Resultados confiabilidade pelo ICC, SEM e MDC. P á g i n a | 237 e intraavaliador variando entre moderada a excelente, em uma população de mulheres, sendo, portanto uma alternativa confiável e de fácil aplicação na prática clínica. Referências: 1. Stimpakos N. The assessment of the cervical spine. Part 2: Strength and endurance/fatigue. Journal of Bodywork & Movement Therapies.2011 Oct; 15(4): 417- 430. Discussão: O presente estudo apresentou confiabilidade variando entre moderada a excelente para a mensuração da força cervical com o uso do dinamômetro manual Lafayette Manual Muscle Testing Syste. Estes resultados foram semelhantes a outros estudos já realizados2 com a utilização de outros dinamômetros manuais, sendo que o MDC encontrado nesse estudo se encontra em valores inferiores aos encontrados em outros estudos semelhantes. Já o SEM encontrado nesse estudo foi considerável levando em conta que a acurácia do equipamento é de 1%. Conclusões: A quantificação da força cervical por meio do dinamômetro manual Lafayette Manual Muscle Testing System, apresenta confiabilidade inter 2. Shahidi B, Johnson L, Curran-Everett D, Maluf S. Reliability and group differences in quantitative cervico thoracic measures among individuals with and without chronic neck pain.BMCMusculoskeletDisord. Oct. 2012; 13. (215): 1-11. Fontes financiadoras: FAPESP, n° processo 2015/15854-0. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Iniciação Científica intitulada: “Confiabilidade da avaliação da força voluntária máxima dos músculos cervicais pela dinamometria manual”. O trabalho é desenvolvido junto à graduação em fisioterapia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP P á g i n a | 238 INS.107. CARACTERÍSTICAS DA FREQUÊNCIA, AMPLITUDE, ENTROPIA E VARIABILIDADE ESTIMADOS POR SENSORES INERCIAIS E ELETROMIOGRÁFICOS EM INDIVÍDUOS COM TREMOR DE PUNHO NA DOENÇA DE PARKINSON Ana Paula Paixão1; Maria José Zaruz2; Guilherme Cavalheiro2; Kheline Alves 2, Luiza Maire2; Gustavo Moreira2, Adriano Andrade2; 1 Universidade Federal de Uberlândia/Uberlândia; 2 Universidade Federal de Uberlândia/Uberlândia Introdução: É comum ao ser humano apresentar algumas doenças e disfunções ao envelhecer, devido às alterações neuromusculoesquelética, das quais, destaca-se o tremor humano. Esse é manifestado por movimento involuntário de caráter oscilatório e rítmico, de qualquer parte do corpo, decorrente de contrações de músculos antagonistas. Essa doença pode causar incapacidade funcional considerável (1). O tremor humano pode ser fisiológico e patológico (2),3). As implicações negativas provocadas pelo tremor, ao indivíduo, têm motivado os pesquisadores na busca por métodos de caracterização dessa manifestação e assim, apoiar na compreensão dos tipos de tremores existentes. Os métodos para caracterizar o tremor são: qualitativo e quantitativo. O qualitativo utilizam escalas e questionários de severidade (4). O quantitativo faz o uso de sensores inerciais, e eletromiografia de superfície (5,6). Para compreender tal disfunção estudos sugerem métodos quantitativos, por meio de ferramentas eficientes, que utilizam alguns desses sensores inerciais: acelerômetro, giroscópio ou magnetômetro e eletromiografia. Tal ferramenta usada no estudo em questão (TREMESEN) é equipado com todos os sensores inerciais, eletromiografia de superfície e uma placa microcontroladora, para reconhecer e caracterizar os movimentos. A hipótese deverá ser respondida: o dispositivo é capaz de caracterizar o tremor de punho. Objetivos: Caracterizar o tremor de punho e correlacionar as características estimadas a partir dos sinais coletados por meio do TREMESEN em pessoas com Parkinson. Métodos: Ensaio clínico, controlado, amparado, por dois pareceres: Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP – nº 270.782) da Universidade Federal de Uberlândia, e o Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP – nº 361.526) do Conselho Nacional de Saúde. Participaram do estudo, 15 indivíduos com Parkinson (GI) e 12 hígidos (GII). Os grupos passaram pelas mesmas atividades. O GI, foi avaliado o membro mais acometido com o tremor. O GII, o membro avaliado foi o dominante. Protocolo de atividade: (i) mensuração da amplitude de movimento (ADM) do punho, (ii) mensuração da Força dos músculos flexores e extensores do carpo, (iii) coleta do sinal da atividade com o punho em repouso, sem e com carga e antebraço apoiado, por 15 segundos, para analisar as características da frequência, amplitude, entropia e variabilidade por meio de sensores inerciais (Giroscópio (G1 e 2), Acelerômetro (A1e 2) e Magnetômetro (M1 e 2)) e eletromiográfico (EMG 1 e 2). Para a análise foi estimado o Coeficiente de Correlação e o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney (7), para comparar Inter grupos e o teste de Wilcoxon (7), para comparar Intra grupo, com o auxílio do software R (8). Resultados: A figura 1 representa o TREMESEN e seus componentes. Figura 1: TREMESEN: 1 – Cabo USB; 2 – Bateria EMG; 3 – Sensores inerciais; 4 – Eletrodos EMG. A Figura 2 representa o posicionamento dos sensores do TREMESEN no indivíduo. Figura 2: Posicionamento dos sensores: 1 – EMG no extensor; 2 –Sensor inercial 2; 3 –Sensor inercial 1; 4 – Eletrodo de referência; 5 – EMG no grupo flexor; 6 – carga na mão. Figura 3 representa o sinal EMG 1, coletado no repouso sem e com carga de 92g. a b c Figura 3: EMG dos flexores e extensores de punho, em repouso. a – sem uso de carga em Parkinson; b - com o uso de Carga em Parkinson; c - sem carga em hígido. Na figura 3, o sinal no G1 modifica com carga, e no GII quase não se vê ativação. O grafico 1 mostra o coeficiênte de correlação para as carasterística da amplitude nos 8 sensores. P á g i n a | 239 Grafico1: Correlação das características da amplitude (MAV, MAVFD, MVSD, RMS e PEAK) dos sensores inerciais e EMGs estimados a partir da atividade com mão em repouso sem e com carga. Grafico 1 mostra a relevância da correlação dos tipos de carcterístcas na amplitude nos 8 sensores. Gráfico 2 evidência o coeficiênte de correlação para as carasterística na amplitude no G1. Grafico2: Características da amplitude, frequência, entropia e variabilidade do G 1 estimadas a partir da atividade punho em repouso sem e com carga. O gráfico 2 mostra as relevâncias das característcas entre-si no G1 quanto a correlação. A tabela 1 expressa os testes de Wilcoxon- Mann-Whitney para força e ADM dos flexores e extensores do punho. O GI apresentou força inferior dos extensores, em relação ao GII. Discussão: Sinais de EMG 1 dos grupos foram distintos, quando com carga, evidenciando a mesma. A diferença na ADM e força foi significativa quando comparado os GI e GII, pelas alterações musculoesqueléticas adquiridas com a doença. As correlações entre os as carcterístcas dentro da amplitude mostraram relevâncias em G1, G2 e A2, por serem semelhantes, e assim, podem ser substituidas apenas por uma caracterísitca. De maneira semelhante, os tipos de característcas no G1 mostram relações com as outras. Futuramente o estudo terá um resultado mais preciso por analisar todos os sensores com suas características, e distintas atividades. Conclusões: Os sensores inerciais e EMG são cada vez mais útil na caracterização do tremor. A EMG 1 foi mais evidente no GI com uso de carga, por mostrar a musculatura sendo mais ativada. Os sensores G1, G2 e A2 possuem mais semelhanças quanto aos tipos de características estimadas, e podem ser substituídos por apenas uma. A ADM e força mostraram diferenças devido as alterações musculoesqueléticas patológicas no GI. Atualmente, dados já adquiridos estão sendo analisados com o intuito de criar novas formas de caracterizações do tremor humano. Referências 1. 2. 3. 4. 5. Tabela 1 - Teste de Wilcoxon- Mann- Whitney para a análise da ADM dos flexores e extensores do punho no GI vs GII. O GI apresentou média significativa de ADM inferior ao GII tanto nos Flexores nos extensores de punho. A tabela 2 mostra os testes de Wilcoxon- MannWhitney para a força muscular dos extensores e flexores do punho. 6. 7. 8. BORGES V, FERRAZ HB. Tremores. Rev Neurociência. 2006;14:43–7. Mattos JP De. Differential diagnosis of tremors. Arq Neuropsiquiatr. 1998;56:320–3. Smaga S. Tremor. Am Fam Physician. 2003;68:1545–53. Nokleby K et al. Screening for cognitive deficits after stroke: a comparison of three screening tools. Clin Rehabil. 2008;22:1095– 104. Almeida MFS. Análise temporal da Relação entre o Tremor Fisiológico Cinético e o Envelhecimento com Base em Desenhos Digitalizados da Espiral de Arquimedes. Universidade Federal de Uberlândia.; 2011. Lima ERD et al. Empirical mode decomposition: a novel technique for the study of tremor time series. Med Biol Eng Comput. 2006;44:569–82. Triola MF. introdução á estatística. 10 a. LTC, editor. Rio de Janeiro; 2008. Team RC. R: A language and environment for statistical computing [Internet]. 2014. Available from: URL http://www.R-project.org/. Fontes financiadoras: CAPES, FAPEMIG e CNPq. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da tese doutorado intitulada: Caracterização da severidade do tremor de punho em indivíduos com a doença de Parkinson por meio de sensores inerciais e eletromiográficos. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em engenharia elétrica da Universidade Federal de Uberlândia. PPGEE-UFU. Tabela 2- Teste de Wilcoxon -Mann- Whitney para a análise da força dos flexores e extensores do punho no GI vs GII. P á g i n a | 240 INS.108. CONFIABILIDADE INTRA E INTERAVALIADOR DA BIOIMPEDÂNCIA DE MULHERES COM LINFEDEMA SECUNDÁRIO AO TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA: ESTUDO PILOTO Ana Paula Ferro1; Vânia Tie Koga Ferreira; Thamires Rodrigues de Souza1; Monique Silva Rezende1, Elaine Caldeira de Oliveira Guirro1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP Introdução: O linfedema é a morbidade mais frequente após o tratamento cirúrgico do câncer de mama, está relacionado com o tipo de cirurgia, a quantidade de nódulos excisados na linfadenectomia axilar, terapia adjuvante instituída, predisposição circulatória sanguínea (Jung et al., 2014; Hayes, 2008). A bioimpedância vem sendo utilizada para estimar a composição do membro superior, através da impedância elétrica (Cornish, 2006) e avaliar o linfedema em mulheres com câncer de mama, (Warren et al., 2007; Kilbreath et al., 2013). Ressaltase a importância de se investigar as propriedades da bioimpedância em mulheres com linfedema secundário ao tratamento do câncer de mama, sobretudo a sua confiabilidade em diferentes momentos e diferentes examinadores, para que possa, assim, respaldar a sua aplicabilidade no ambiente clínico e em pesquisas. No presente estudo, assumese a hipótese de que se trata de um método confiável na avaliação do linfedema de membro superior. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo avaliar a confiabilidade intraexaminador da bioimpedância na determinação da composição de líquidos intra e extracelular do linfedema secundário ao tratamento do câncer de mama. Métodos: Trata-se de um estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (n°1.337.1950). O recrutamento das voluntárias foi realizado no Núcleo de Ensino Pesquisa e Reabilitação de Mastectomizadas, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP). Foram recrutadas 15 mulheres, com idade entre 35 e 59 anos, com linfedema secundário ao tratamento do câncer de mama homolateral a cirurgia. Para identificação da diferença entre os membros superiores foi realizada a perimetria e calculado através da fórmula de (Sander et al., 2002) o volume dos membros. Para caracterização da amostra foi utilizado o questionario DASH (Disabilities of the arm, shoulder and hand (Hudak, et al., 1996). A bioimpedância foi utilizada para avaliar a impedância elétrica dos membros superiores nas frequências: 1, 5, 50, 250, 500 e 1000 KHz. Na análise estatística Foi empregado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI2,1) para se determinar a confiabilidade intra-examinador da bioimpedância, com seu respectivo intervalo de confiança a 95%, erro padrão da medida e alteração mínima detectável (Tucci et al., 2014). A interpretação do valor do CCI foi baseada no estudo de Fleiss (1986): para valores abaixo de 0,40, a confiabilidade foi considerada baixa; entre 0,40 e 0,75, moderada; entre 0,75 e 0,90, substancial, e, finalmente, valores maiores que 0,90, a confiabilidade foi considerada excelente. Resultados: Assim sendo, oito voluntárias foram incluídas no estudo, idade média de 59,80 anos (desvio padrão [DP] = 8,50), IMC médio de 31,63kg/cm² (DP = 4,69). A descrição dos valores médios e desvio padrão das variáveis do estudo estão inseridos na Tabela 1. No que se refere a confiabilidade intra-avaliadores a partir da medição do líquido do membro superior com linfedema observou-se de boa a excelente confiabilidade com valores de CCI variando entre 0,868 e 0,974. Em relação a confiabilidade interavaliador, para o volume líquido do membro superior com linfedema foi observada excelente confiabilidade com CCI de 1,000 e 0,984. Tabela 1 – Descrição dos valores médios, desvio-padrão, da quantidade de líquido do membro superior com linfedema obtida por ambos os examinadores. 1º avaliador Variável Teste Reteste 2º avaliador Teste Reteste AIC 1,14 (0,16) 1,17 (0,20) 1,15 (0,18) 1,17 (0,20) AEC 0,38 (0,05) 0,74 (0,13) 0,72 (0,10) 0,74 (0,13) AIC: água intracelular; AEC: água extracelular; Valores apresentados em média (desvio padrão). Discussão: Observou-se no presente estudo confiabilidade excelente nas medições intraavaliadores. A literatura específica não apresenta estudos de confiabilidade da impedância elétrica em mulheres com linfedema secundário ao tratamento do câncer de mama. No entanto a confiabilidade deste método em outras regiões e populações já foram realizadas. Kabiri et al. (2015) avaliaram a P á g i n a | 241 confiabilidade da impedância elétrica na composição corporal de crianças obesas e encontraram valores de CCI de 0,999 tanto para a composição corporal e para a gordura corporal, os autores ainda apontam que trata-se de um método eficiente e confiável na avaliação da composição corporal. Conclusão: Observou-se no presente estudo confiabilidade excelente nas medições intravaliadores. Cabe ressaltar que os resultados do presente estudos são parciais por se tratar de um estudo piloto. Referências: Cornish B. Bioimpedanceanalysis: scientific background.Lymphat Res Biol. 2006;4(1):47-50. Hayes et al. Lymphedema after breast cancer: incidence, risk factors, and effect on upper body function. J ClinOncol. 2008;26(21):3536-42. Hudak et al. Development of an upper extremity outcome measure: the DASH (disabilities of thearm, shoulder and hand). The Upper Extremity Collaborative Group (UECG). Am J Ind Med. 1996;29(6):602-8. Jung et al. Treatment factor saffecting breast cancerrelated lymphedema aftersy stemic chemotherapy and radiotherapy in stage II/III breastcancerpatients.BreastCancer Res Treat. 2014;148(1):91-8. Kilbreath SL, Lee MJ, Refshauge KM, Beith JM, Ward LC, Simpson JM, Black D.Transientswelling versus lymphoedema in thefirstyearfollowingsurgery for breastcancer.SupportCareCancer. 2013;21(8):2207-15. Sander et al..Upper-extremity volume measurements in women with lymphedema: a comparison of measurements obtained via water displacement with geometrically determined volume. PhysTher. 2002;82(12):1201-12. Warren AG, Janz BA, Slavin SA, Borud LJ. The use of bioimpedance analysis to evaluate lymphedema. Ann PlastSurg. 2007;58(5):541-3. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP, processos nº 2015/10273-0. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da iniciação científica intitulada: “Análise da confiabilidade da bioimpedância na avaliação do linfedema secundário ao tratamento do câncer de mama” do curso de graduação em Fisioterapia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. P á g i n a | 242 INS.109. FILTRAGEM DE SINAIS ELETROMIOGRÁFICOS UTILIZANDO EMPIRICAL MODE DECOMPOSITION Andrei Nakagawa Silva¹; Maristella Borges Silva¹; Alcimar Barbosa Soares¹ ¹ Laboratório de Engenharia Biomédica, Universidade Federal de Uberlândia Introdução: O sinal eletromiográfico (EMG) está sujeito a contaminações por vários tipos de ruídos ou artefatos que podem ou não serem conhecidos como: movimento dos cabos, interface pele e eletrodo, ruído eletromagnético, interferência da rede elétrica (De Luca et al., 2010). Nesse sentido, diversas técnicas de filtragem são utilizadas com o objetivo de melhorar a relação sinal-ruído (SNR) para uma correta análise e interpretação dos dados coletados. Outros propósitos como controle de próteses mioelétricas (Soares et al., 2002) ou decomposição de sinais EMG (Siqueira Jr et al., 2015) também fazem uso de etapas de filtragem. Este trabalho apresenta o uso da técnica conhecida por Decomposição de Modo Empírico (Empirical Mode Decomposition - EMD). Esta é uma técnica capaz de decompor qualquer série temporal, como o sinal EMG, em um conjunto de componentes chamadas de Funções de Modo Intrínseco (Intrinsic Mode Functions - IMFs). As IMFs são componentes do sinal original divididas em diferentes oscilações que capturam o ruído presente no sinal de forma distinta. Estas componentes podem passar por um processo diferenciado de atenuação de ruídos, de acordo com um limiar específico, e depois são recombinadas a fim de obter o sinal original filtrado. Essa estratégia permite filtrar as componentes do sinal individualmente, de acordo com a necessidade, ao invés do sinal como um todo e, dessa forma, o ruído pode ser melhor identificado e atenuado, especialmente em situações em que o tipo de ruído não é conhecido (Andrade et al., 2006). Objetivos: Comparar a aplicação da técnica de decomposição de modo empírico com técnicas convencionais para a filtragem de sinais eletromiográficos com baixa relação sinal ruído. Métodos: Foram utilizados cinco sinais EMG artificiais gerados a partir de sinais EMG de superfície coletados do músculo primeiro interósseo dorsal de um voluntário. Este realizou 5 coletas com contrações isométricas, a 50% de sua contração voluntária máxima, com duração de 25 segundos cada. Foi dado um intervalo de 3 minutos entre cada coleta. O equipamento MyosystemBr1-P84 foi utilizado para coleta dos sinais EMG (filtro passa-faixa sintonizado entre 20 e 500 Hz, ganho total de 500x, taxa de amostragem igual a 2000 Hz). A cada sinal EMG coletado foram adicionados ruídos brancos. Estes sinais foram então tratados com filtros digitais por métodos convencionais e por EMD. Os métodos convencionais envolveram a aplicação de um filtro passa-banda de três pólos do tipo Butterworth sintonizado entre 20 e 500 Hz e a aplicação de um filtro notch de 60 Hz de um pólo. Já a filtragem por EMD passou pelo mesmo filtro passabanda e, posteriormente, fez uso de soft-thresholding em cada IMF (Andrade et al., 2006). Este método consiste em subtrair cada amostra da IMF de um limiar baseado no desvio padrão de um trecho do sinal que contém apenas ruídos. Caso esta subtração seja menor que zero, então a amostra é zerada. Caso contrário, a amostra recebe o valor desta subtração. A análise dos resultados foi feita através da comparação do espectro de potência de cada um dos sinais EMG e dos sinais resultantes dos diferentes processos de filtragem. O espectro de potência foi calculado baseado no método de Welch com tamanho de segmento igual a 64 amostras, overlap de 50%, e a área, que indica a potência total, foi calculada por integração trapezoidal. Em uma primeira análise avaliou-se o grau de diminuição dos ruídos nas regiões de repouso do sinal EMG. Para tanto, a potência total foi normalizada com base no sinal original. Assim, se a potência total dos sinais filtrados for igual a zero, os ruídos foram totalmente eliminados e se ela for igual a um significa que não houve atenuação dos ruídos. Na segunda análise, a relação sinal-ruído de cada um dos sinais foi estimada, utilizando um trecho contendo apenas atividade EMG e outro que contém somente ruídos para efeitos de comparação. P á g i n a | 243 Figura 1 - Sinal EMG original com ruídos e os sinais filtrados pelos métodos convencionais e por EMD. Resultados: A figura 1 apresenta um dos sinais EMG utilizados e os sinais resultantes dos diferentes processos de filtragem. A figura 2 apresenta o grau de redução da potência total dos ruídos por ambos os métodos de filtragem. Já a figura 3 apresenta a razão entre a potência total do trecho contendo apenas sinal EMG e o trecho contendo somente ruídos. Figura 2 - Redução da potência total dos ruídos presentes nos sinais EMG durante repouso. Figura 3 – SNR dos sinais originais antes e depois da aplicação dos métodos de filtragem. Discussão: O gráfico da figura 2 demonstra que os métodos de filtragem convencionais diminuíram a potência total do ruído para 35% do total do sinal EMG original, enquanto a aplicação da filtragem por EMD foi capaz de reduzi-la para cerca de 5% do total do sinal original. O gráfico da figura 3 demonstra que a relação sinal ruído melhorou consideravelmente ao utilizar a filtragem por EMD, quando comparado ao sinal original e o sinal resultante da filtragem convencional. Conclusão: O método de filtragem por EMD apresenta-se como uma alternativa mais eficiente quando comparada aos procedimentos usuais de filtragem de sinais EMG, principalmente no cenário em que a aquisição do sinal não foi ótima, isto é, foi corrompida por ruídos desconhecidos ou presentes no ambiente. Referências ANDRADE AO et al. EMG signal filtering based on empirical mode decomposition. Biomedical Signal Processing and Control. 2006;1(1):44-55. DE LUCA CJ et al. Filtering the surface EMG signal: Movement artifact and baseline noise contamination. Journal of Biomechanics. 2010;43(8):1573-79. SOARES AB et al. The Development of a Virtual Myoelectric Prosthesis Controlled by an EMG Pattern Recognition System Based on Neural Networks. Journal of Intelligent Information Systems. 2003 21(2):127-141. SIQUEIRA JUNIOR ALD et al. A novel method for EMG decomposition based on matched filters. Research on Biomedical Engineering. 2015 31:44-55. Fontes financiadoras: CAPES, CNPq e FAPEMIG. Fonte dos dados: O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia Biomédica, junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, FEELT-UFU. P á g i n a | 244 INS.110. DETECÇÃO DO ONSET NO SINAL EMG: INFLUÊNCIA DO GRAU DE SUAVIZAÇÃO DA ENVOLTÓRIA DO SINAL EMG NA DETECÇÃO POR USO DE LIMIAR SIMPLES Andrei Nakagawa Silva¹; Alcimar Barbosa Soares¹ ¹ Laboratório de Engenharia Biomédica, Universidade Federal de Uberlândia Introdução: O sinal eletromiográfico (EMG) é formado pela soma dos potenciais de ação das várias unidades motoras localizadas sob o eletrodo de gravação. Por este motivo, a eletromiografia tem sido amplamente utilizada para o estudo do sistema motor por trazer informações eletrofisiológicas referentes ao processo de contração muscular e do controle central sobre a atividade das unidades motoras. Qualquer análise sobre os sinais EMG coletados requer a sua separação de pelo menos dois grupos, sendo um formado por atividades musculares e o outro por trechos de repouso. Vários métodos já foram propostos na literatura para encontrar o início e o fim (também chamados de onset e offset) da atividade muscular pelo sinal EMG com o objetivo de automatizar este processo (Staude et al., 2001). Um dos métodos mais empregados devido à sua simplicidade de implementação e utilização consiste no emprego de um limiar simples para efetuar a separação destes grupos. Para tanto, este método extrai a envoltória do sinal EMG retificado antes de calcular o limiar a ser empregado. No entanto, esta opção pode ser sensível ao grau de suavização da envoltória e ele pode influenciar diretamente na qualidade do detector de onset. Neste sentido, este trabalho visa demonstrar como a escolha desta suavização pode influenciar o desempenho do método de detecção que utiliza um limiar simples para a deteção do início da atividade muscular no sinal EMG. Objetivo: Demonstrar, por meio do uso de sinais EMG sintéticos, como o método de detecção do onset baseado em limiar simples pode ser afetado pelo grau de suavização da envoltória do sinal EMG. Métodos: Para demonstrar a detecção do onset no sinal EMG, é necessária a utilização de sinais EMG cujas variáveis são conhecidas e controladas. Desta forma, um sinal EMG sintético foi gerado utilizandose um simulador que baseia-se nas formas de onda de potenciais de ação de unidades motoras (PAUMs) reais coletadas de acordo com um protocolo experimental bem padronizado. Os dados obtidos geraram cerca de 1000 PAUMs, classificadas como representantes de 15 UMs distintas. O sinal EMG gerado é governado por diferentes parâmetros, tais como: Número de unidades motoras ativas, frequência de disparo e relação sinal-ruído (SNR). Todas elas são configuráveis e podem ser livremente ajustadas. O simulador retorna o sinal de cada unidade motora individual e o sinal EMG correspondente à somatória de todos os PAUMs. Além disso ele também traz o tempo em que ocorreu cada disparo de cada UM ativa. Foram gerados 50 sinais EMG sintéticos, sendo que cada um consiste de uma única contração precedida e sucedida de trechos de repouso. Os sinais simulados possuem duração total de quatro segundos, com a atividade EMG iniciando-se aleatoriamente entre um e dois segundos, com duração de um segundo. Cada sinal gerado também teve a sua relação sinal-ruído (SNR) ajustada para três valores 20, 10 e 5 dB. O método de detecção do onset foi baseado no trabalho de Hodges e Bui e consiste em quatro etapas (Hodges e Bui, 1996). a) Retificar o sinal EMG b) Suavizar o sinal EMG retificado aplicando um filtro passa-baixa, extraindo a sua envoltória. O filtro utilizado foi do tipo Butterworth, com quatro pólos e as frequências de corte utilizadas foram iguais a 20 e 5 Hz. c) Escolher um trecho do sinal que contém apenas ruídos (linha de base) e calcular o limiar segundo a Equação 1: (1) 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑎𝑟 = µ𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎𝑏𝑎𝑠𝑒 + 3 ∗ 𝜎𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎𝑏𝑎𝑠𝑒 d) O primeiro ponto acima do limiar corresponde ao início da contração muscular. Resultados: Para avaliar o desempenho dos detectores de onset, foi calculado o erro absoluto médio e o seu desvio padrão de acordo com os resultados obtidos para cada um dos 50 sinais EMG sintéticos analisados. Estes erros foram calculados subtraindo os onsets encontrados daqueles reais informados pelo simulador. As Tabelas de 1 a 3 apresentam os resultados para ambas as configurações de suavização (20 e 5 Hz), para os sinais com SNR iguais a: 20, 10 e 5 dB, respectivamente. P á g i n a | 245 Tabela 5 – Erro médio absoluto e o seu desvio padrão para os sinais EMG sintéticos com SNR igual a 20 dB. Erro Médio (ms) 20 Hz 62,53 5 Hz 61,34 Desvio Padrão (ms) 151,77 49,84 Tabela 2 – Erro médio absoluto e o seu desvio padrão para os sinais EMG sintéticos com SNR igual a 10 dB. 20 Hz 5 Hz Erro Médio (ms) 54,79 25,22 Desvio Padrão (ms) 147,30 13,80 Tabela 3 – Erro médio absoluto e o seu desvio padrão para os sinais EMG sintéticos com SNR igual a 5 dB. Erro Médio (ms) 20 Hz 67,21 5 Hz 21,56 Desvio Padrão (ms) 172,19 14,91 Discussão: A simples alteração da frequência de corte do filtro passa-baixa, que altera o grau de suavização da envoltória do sinal EMG, demonstra que este fator pode influenciar na acurácia da detecção do onset. Pelos resultados, é possível perceber que os métodos possuem desempenhos opostos à medida que a qualidade do sinal piora, isto é, que a SNR diminui. Enquanto a suavização de 20 Hz piora a sua eficiência, a suavização de 5 Hz apresenta uma melhora. O filtro de 20 Hz impõe uma menor suavização à envoltória do sinal EMG. Desta forma, o onset encontra-se mais próximo à transição do repouso para a contração. No entanto, à medida que a SNR do sinal diminui, os ruídos da linha de base passam a ter uma menor atenuação, levando ao aumento do valor do limiar, o que pode atrasar a detecção do onset. Além disso, a chance desses ruídos oscilarem em torno do limiar também aumenta, levando a detecções errôneas, adiantadas em relação ao sinal verdadeiro. Estes são dois fatores difíceis de serem corrigidos e são as principais causas do aumento dos valores do erro médio absoluto para a suavização de 20 Hz. Já a suavização de 5 Hz é mais robusta em relação aos ruídos da linha de base. No entanto, como o grau de suavização é alto, o onset pode se deslocar ao longo da curva do sinal, sendo necessário o cálculo de limiares mais altos para melhorar o seu desempenho. Além disso, em situações em que a SNR do sinal é boa ou ótima (maior ou igual a 20 dB), a suavização impõe variações no sinal inerentes ao filtro utilizado que podem alterar a forma de onda do sinal nos trechos próximos às contrações, influenciando na detecção do onset. Os resultados da Tabela 2 demonstram, no entanto, que na presença de ruídos esta influência do filtro diminui e, ao mesmo tempo, proporciona uma melhor associação entre o sinal EMG e o limiar calculado segundo a Equação 1. Conclusão: Dentro do que foi exposto, percebe-se que o método de detecção do onset com limiar simples pode ter desempenhos diferentes de acordo com o grau de suavização da envoltória do sinal EMG. Isso ocorre porque este método é sensível à SNR do sinal, podendo levar a muitos casos de falsospositivos, se os parâmetros não estiverem bem ajustados. Portanto, é essencial que os pesquisadores façam uma pré-análise de cada sinal EMG coletado a fim de verificar qual opção de suavização pode gerar melhores resultados. Referências: HODGES e BUI. A comparison of computer-based methods for the determination of onset of muscle contraction using electromyography. Electroencephalo Clin Neurophysiol. 1996. 101:511519. STAUDE et al. Onset Detection in Surface Electromyographic Signals: a systematic comparison of methods. Journal on Applied Signal Processing. 2001. 2:67-81. Fontes financiadoras: CAPES, CNPq e FAPEMIG. Fonte dos dados: O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia Biomédica, junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia. P á g i n a | 246 INS.111. CORRELAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA CUTÂNEA SOBRE PONTO GATILHO MIOFASCIAL NO MÚSCULO TRAPÉZIO SUPERIOR E ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA EM INDIVÍDUOS COM CERVICALGIA CRÔNICA Carlos Eduardo Girasol1, Almir Vieira Dibai-Filho1; Alessandra Kelly de Oliveira1; Rinaldo Roberto de Jesus Guirro1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil Introdução: Cervicalgia é uma disfunção musculoesquelética prevalente, estando intimamente relacionada em grande parte aos novos hábitos de vida e atividades laborais (Alexander, 2011; Bron e Dommerholt, 2012). Um sinal clínico comum no músculo trapézio de sujeitos com cervicalgia é a presença dos pontos gatilhos miofasciais (Muñoz-Muñoz et al., 2012; Turo et al., 2013). Assim, a termografia infravermelha é um instrumento com possibilidade de ser empregada na avaliação dos sujeitos com dor miofascial. No entanto, a possível relação entre a temperatura cutânea e outras variáveis clínicas ainda não foi totalmente esclarecida pela literatura científica. Objetivo: Correlacionar a temperatura cutânea sobre o ponto gatilho miofascial no músculo trapézio superior e a atividade eletromiográfica em indivíduos com cervicalgia crônica. Métodos: Trata-se de um estudo transversal cego aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (nº 030643/2013). Quarenta voluntários de ambos os gêneros foram incluídos no estudo, com faixa etária entre 18 e 45 anos, dor cervical crônica e presença de pontos gatilhos miofasciais no músculo trapézio superior. Os voluntários foram avaliados por meio da termografia infravermelha e atividade eletromiográfica. Com relação à análise estatística, foi analisada a distribuição dos dados por meio do teste Kolmogorov-Smirnov. Assim, foi aplicado o coeficiente de correlação de Pearson (r) ou Spearman (rs) para verificar a associação entre as variáveis. Resultados: Foi observado positiva associação da temperatura cutânea à direita com a frequência mediana da isometria à direita (r = 0.341, p = 0.032) e com a frequência mediana do repouso à esquerda (rs = 0.427, p = 0.006); negativa associação entre temperatura cutânea à direita e root mean square (RMS) do repouso à direita (rs = -0.447, p = 0.004); positiva associação da temperatura cutânea à esquerda com a frequência mediana da isometria à direita (r = 0.365, p = 0.020) e com a frequência mediana do repouso à esquerda (rs = 0.573, p < 0.001). Discussão: Foi observado no presente estudo significativas correlações entre a temperatura cutânea e a atividade eletromiográfica analisada no domínio do tempo e da frequência: RMS em repouso e frequência mediana do repouso e da isometria. A literatura específica não apresenta estudos avaliando indivíduos com dor miofascial por meio da termografia infravermelha e eletromiografia. No entanto, associações entre a temperatura cutânea e outras variáveis clínicas já foram realizadas, por exemplo, temperatura cutânea e dor (Dibai-Filho et al., 2013; Haddad et al., 2012) e temperatura cutânea e severidade da disfunção (Dibai-Filho et al., 2015). Além disso, observou-se que quanto maior o RMS em repouso, i.e., a atividade elétrica muscular basal, menor a temperatura cutânea (associação negativa). Alguns autores ressaltaram em seus estudos a explicação fisiopatológica para este resultado (Barão et al., 2011; Rodrigues-Bigaton et al., 2014). A frequência mediana foi outro parâmetro eletromiográfico avaliado no presente estudo, sendo observada correlação positiva entre as variáveis: quanto menor a temperatura cutânea, menor a frequência mediana em repouso e em isometria, o que pode ser explicado, segundo Merletti et al. (2001) e Edmondston et al. (2011) já que o músculo em fadiga apresenta menores valores da frequência mediana. Conclusão: Temperatura cutânea sobre ponto gatilho miofascial está associada à atividade eletromiográfica do músculo trapézio superior em indivíduos com dor cervical crônica. Fontes Financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP, processo nº 2015/04076-7). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada: P á g i n a | 247 “Eficácia de recursos fisioterapêuticos no tratamento dos pontos gatilhos miofasciais em indivíduos com cervicalgia: ensaio clínico randomizado cego” do Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Referências Alexander EP. History, physical examination, and differential diagnosis of neck pain. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2011;22(3):383-93. Bron C, Dommerholt JD. Etiology of myofascial trigger points. Curr Pain Headache Rep. 2012;16(5):439-44. Muñoz-Muñoz S, et al. Myofascial trigger points, pain, disability, and sleep quality in individuals with mechanical neck pain. J Manipulative Physiol Ther. 2012;35(8):608-13. Turo D, et al. Ultrasonic Characterization of the Upper Trapezius Muscle in Patients with Chronic Neck Pain. Ultrason Imaging. 2013;35(2):173-87. Dibai-Filho AV, et al. Correlation between skin surface temperature over masticatory muscles and pain intensity in women with myogenous temporomandibular disorder. J Back Musculoskelet Rehabil. 2013;26(3):323-8. Haddad DS, et al. Thermographic and clinical correlation of myofascial trigger points in the masticatory muscles. Dentomaxillofac Radiol. 2012;41(8):621-9. Dibai-Filho AV, et al. Women with more severe degrees of temporomandibular disorder exhibit an increase in temperature over the temporomandibular joint. Saudi Dent J. 2015;27(1):44-9. Barão VA, et al. Effect of occlusal splint treatment on the temperature of different muscles in patients with TMD. J Prosthodont Res. 2011;55(1):19-23. Rodrigues-Bigaton D, et al. Accuracy of two forms of infrared image analysis of the masticatory muscles in the diagnosis of myogenous temporomandibular disorder. J Bodyw Mov Ther. 2014;18(1):49-55. Merletti R, et al. Surface electromyography for noninvasive characterization of muscle. Exerc Sport Sci Rev. 2001;29(1):20-5. Edmondston S, et al. Endurance and fatigue characteristics of the neck flexor and extensor muscles during isometric tests in patients with postural neck pain. Man Ther. 2011;16(4):332-8. P á g i n a | 248 INS.112. EFEITO DA FAMILIARIZAÇÃO DO TESTE DE CAMINHADA DOS 10 METROS EM CRIANÇAS SAUDÁVEIS Mariana Angélica de Souza1, Vanessa de Moraes Ramalho2, Cyntia Rogean de Jesus Alves de Baptista3, Taís Regina da Siva2, Elisângela Aparecida da Silva Lizzi4, Ana Claudia Mattiello- Sverzut5 1 2 Mestre em Ciências; Graduadas em Fisioterapia; 3 Doutoranda em Reabilitação e Desempenho Funcional; 4 Docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; 5Docente do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil Introdução: O teste de caminhada dos 10 metros (T10) é frequentemente utilizado para mensurar a velocidade da marcha em pacientes acometidos por diversas morbidades1-5. Entretanto, o efeito da habituação ou familiarização do paciente frente ao teste tem sido discutida e indicada como falha metodológica ou viés de resposta quando não considerada nas pesquisas clínicas. Há estudos que realizaram treinamento prévio para garantir a compreensão do teste1, outros realizaram uma2, duas3 ou três repetições sem treinamento prévio4,5. Quando os pacientes são crianças, esse quesito toma proporções mais extensas pois o desenvolvimento da cognição progride com o avançar da idade. Sendo a velocidade da marcha um importante parâmetro clínico para avaliar performance motora, progressão de doenças e/ou resultados de intervenções terapêuticas em crianças e adolescentes, é necessário analisar a influência da familiarização da resposta do T10 em exposições consecutivas e minimizar vieses metodológicos. Objetivos: Avaliar o efeito da familiarização na performance do teste de caminhada dos 10 metros (T10) em crianças saudáveis. Métodos: 40 crianças saudáveis, de 6 a 12 anos, foram avaliadas em relação à peso, altura e T10. Foram realizadas duas avaliações do T10, com intervalo de 7 dias entre elas. Tanto no teste quanto no reteste, o T10 foi repetido três vezes, com intervalo de 1 minuto entre as repetições, sempre sob comando do mesmo avaliador (previamente treinado). Foi cronometrado o tempo da criança caminhar, sem calçados, 10 metros nas velocidades rápidas e depois, na velocidade preferida (denominadas R10 e P10, respectivamente). Os dados foram apresentados como média e desvio-padrão. Na análise estatística utilizou-se o modelo de regressão linear de efeitos mistos, considerando as três medidas de tempo do R10 e do P10, admitindo nível de significância de 5%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa do HCFMRP-USP, processo número 7275/2013. Resultados: As características antropométricas dos voluntários estão apresentadas na Tabela 1 (em anexo). Considerando toda a amostra não houve diferença estatística (p>0.05) entre a VM de execução do teste e a VM do reteste. Agrupando a amostra conforme idade, houve diferença estatística (p<0.05) entre a VM do teste e a VM do reteste apenas para a idade de 10 anos, tanto na VM preferida quanto na rápida. Já com a amostra agrupada conforme sexo e idade (Tabela 2), houve diferença estatística (p<0.05) entre VM do teste e a VM do reteste apenas para o sexo masculino na idade de 10 anos, na VM preferida (P10 e P6). Tabela 2: Velocidade média no teste e reteste nas velocidades preferida e rápida (P10 e R10, respectivamente, em m/s). Vm- P10 Idade (anos) 6 8 10 12 TESTE RETESTE Vm- R10 TESTE RETESTE F M FeM 0,9(0,3) 1,3(0,2) 1,2 (0,2) 1,2(0,1) 1,2(0,2) 1,2(0,2) 1,9(0,1) 1,9(0,2) 1,9(0,2) 2,0(0,2) 1,9(0,3) 1,9(0,3) F M FeM F M FeM F M FeM 1,2(0,1) 1,1(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,2(0,1)* 1,2(0,1) 1,2(0,1) 1,6(0,3) 1,3(0,2) 1,2(0,2) 1,1(0,1) 1,2(0,2) 1,3(0,2) 1,4(0,2) 1,4(0,2) 1,4(0,1) 1,5(0,2) 1,4(0,2) 2,0(0,2) 2,1(0,2) 2,1(0,2) 2,1(0,2) 2,1(0,2) 2,2(0,2)* 4,6(0,3) 2,4(0,3) 1,4(0,2) 2,1(0,2) 2,0(0,4) 2,1(0,3) 2,2(0,2) 2,2(0,1) 2,3(0,2) 2,2(0,1) 2,3(0,2) 2,2(0,2) Média (desvio-padrão), F= Feminino; M= Masculino; *P<0.05 quando comparado com a VM no reteste. Discussão: A ausência da diferença entre a VM de execução do teste e VM do reteste indica que as crianças respondem de maneira homogênea às condições de teste/reteste, ou seja, a familiarização não exerce modificações na performance das crianças e que esta, independente da idade. Em pacientes com AVE, uma P á g i n a | 249 única medida do teste, após familiarização, é suficiente para obter a real velocidade da marcha6. Contrariamente, crianças que realizaram uma atividade motora grossa e que obtiveram feedback, puderam repetir a tarefa em uma segunda vez realizando a mesma com melhor precisão7. Para Reisman et al, 20108, alguns minutos ou horas de prática tornam os movimentos mais precisos, como quando um indivíduo está acostumado com um comando, por exemplo, num ambiente de teste. Essa estratégia favorece ajustes do sistema nervoso central. Talvez seja por isso que alguns autores utilizam como velocidade média, a média da velocidade obtida em 3 voltas no T10. Diferentemente desses achados da literatura, os resultados da comparação teste/reteste do presente estudo, indicam que a exposição ou treinamento prévio não influenciam a velocidade média da marcha. 3. Conclusões: Para crianças saudáveis, uma única medida do T10 parece suficiente para obtenção confiável da resposta de performance motora, sem a necessidade de exposição prévia ao teste, uma vez que não há efeito de familiarização. Referências: 1. Thompson P, Beath T, Bell J, Jacobson G, Phair T, Salbach NM, Wright FV. Test- retest reliability of the 10-meter fast walk test and 6-minute walk test in ambulatory school-aged children with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology. 2008, 50: 370-376. 2. Shamay SM, Phoebe CM, Connie YW, Elva SW, Mimi HW, Shirley SM, et al. Assessing the walking speed of older adults: the influence of walkway length. Am. J. Phys. Med. Rehabil. 2013; 92: 776-780. 3. van Hedel H et al. Assessing walking ability in subjects with spinal cord injury: validity and reliability of 3 walking tests. Arch Phys Med Rehabil. 2005 Feb;86(2):190-6. 4. Peters et al. Assessing the Reliability and Validity of a Shorter Walk Test Compared With the 10-Meter Walk Test for M easurements of Gait Speed in Healthy, Older Adults. J Geriatr Phys Ther. 2013 Jan-Mar;36(1):24-30. 5. Nascimento LR, Lívia CG, Caetano LCG, Freitas DCMA, Morais TM, Polese JC, Teixeira-Salmela LF. Diferentes instruções durante teste de velocidade de marcha determinam aumento significativo na velocidade máxima de indivíduos com hemiparesia crônica. Rev Bras Fisioter. 2011. 6. Faria CD, Teixeira-Salmela LF, Neto MG, Rodrigues-dePaula F. Performance-based tests in subjects with stroke: outcome scores, reliability and measurement errors. Clin Rehabil. 2011. 7. Sullivan KJ, Kantak SS, Burtner PA. Motor Learning in Children: Feedback Effects on Skill Acquisition. PHYS THER. 2008; 88:720-732. 8. Reisman DS, Bastian AJ, Morton SM. Neurophysiologic and rehabilitation insights from the split-belt and other locomotor adaptation paradigms. PHYS THER. 2010; 90:187-195. Fontes financiadoras: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Iniciação Científica intitulada: Confiabilidade e reprodutibilidade inter e intra-avaliador do teste de caminhada dos 10 metros em crianças saudáveis entre 6 e 12 anos. Tabela 1: Caracterização da amostra. 6 anos F (n=5) M (n=5) 8 years F (n=5) M (n=5) 10 years F (n=5) 22.4 27.2 25.8 31.8 44.4 (5.7) (8.8) (5.7) (7.4) (9.3) 1.2 1.2 1.3 1.3 1.5 Altura (m) (0.07) (0.07) (0.07) (0.05) (0.04)* Média (desvio-padrão), F= feminino, M= masculino, n= número de participantes. Peso (kg) 12 years M (n=5) F (n=5) M (n=5) 37.8 (3.8) 1.3 (0.03) 59.0 (6.9) 1.5 (0.09) 59.0 (17.6) 1.5 (0.12) P á g i n a | 250 INS.113. APLICAÇÃO DOS SISTEMAS DINÂMICOS NA ANÁLISE CINEMÁTICA DA ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA EM INDIVÍDUOS COM DOR NO OMBRO COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR Denise Matineli Rossi1; Daiane Lazzeri de Medeiros1; Thiele de Cássia Libardoni1; Tenysson Will Lemos1; Anamaria Siriani de Oliveira1; 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Universidade de São Paulo – USP Introdução: A alteração na coordenação da cintura escapular está relacionada com a dor no ombro1. Dentre estas alterações está a discinese escapular (DE) definida como apresentação clínica de projeção posterior da borda escapular ou alteração rítmica como elevação escapular antecipada ou rápida rotação inferior durante elevação e abaixamento do braço1. As evidências de alteração na cinemática tridimensional escapulotorácica em pacientes com dor no ombro2 abordam a magnitude das rotações angulares da escápula em determinados pontos do ciclo de movimento. No entanto, a determinação de parâmetros discretos da curva podem ocultar características importantes como o padrão de coordenação ao longo da tarefa analisada. Por sua vez, abordagens baseadas nos sistemas dinâmicos, como por exemplo a análise do ângulo de acoplamento, provêm informações sobre coordenação entre movimentos de quaisquer segmentos ao longo de todo o ciclo de movimento3. Objetivo: Avaliar o padrão de movimento de dois eixos da escápula em indivíduos com dor no ombro com e sem discinese. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (processo n° 4799/2014). Foram avaliados 13 indivíduos com dor no ombro classificados clinicamente com presença (n=7) ou ausência (n=6) de discinese escapular. Os participantes apresentaram dor localizada na região anterolateral medial do ombro há mais de uma semana, dor durante o movimento ativo de elevação do braço, positividade para testes ortopédicos específicos: teste de Neer e Hawkins-Kennedy e amplitude mínima de 120° de elevação. Participantes sintomáticos com sinais de ruptura do manguito rotador (Drop Arm Test positivo), sintomas relacionados a coluna cervical ou instabilidade glenoumeral foram excluídos da amostra. A DE foi avaliada por meio do método de classificação proposto por Uhl et al. (2009)4 na qual “sim” corresponde a presença de desvio ou assimetria e “não” corresponde ao movimento escapular normal. Para a aquisição dos dados cinemáticos tridimensionais foi utilizado o sistema Libert® (Polhemus, Colchester, VT). O posicionamento dos sensores, a construção do modelo biomecânico e a digitalização das estruturas anatômicas foram realizadas conforme as recomendações da Sociedade Internacional de Biomecânica5. Após a colocação dos sensores foi realizada a avaliação da cinemática tridimensional da escápula durante os movimentos de elevação e abaixamento do braço no plano sagital. A partir da posição ortostática foi solicitado ao participarte realizar dez ciclos de elevação e abaixamento do braço, na qual foram consideradas para análise dos dados as três últimas tentativas. Os dados tridimensionais foram processados utilizando o programa The Motion Monitor. Os movimentos da escápula em relação ao tórax foram analisados por meio da sequência de ângulos Euler YX’Z’’, elevação do úmero em relação ao tórax pela sequência XZ’Y’. A análise do ângulo de acoplamento foi realizada em ambiente Matlab entre o movimento de rotação superior (eixo X) e inclinação anterior (eixo Z) da escápula durante a elevação e o abaixamento do braço. Para isso, o sinal foi normalizado entre 30° e 120° para a elevação e 120° e 30° para o abaixamento. Também foi analisada a banda da mínima mudanca detectável (MMD) a fim de capturar a variabilidade nos padrões de movimento entre participantes com e sem DE. Resultados: Sete indivíduos classificados com discinese escapular (51.6±7.2 anos, 1.6±0.0 m, 77,9±12.0 kg) e seis indivíduos sem discinese escapular (49.5±6.0 anos, 1.5±0.0 m, 65,3±15.0 kg) foram avaliados. Ambos movimentos de elevação e abaixamento do braço foram analisados, no entanto, foram apresentamos somente os dados referente ao abaixamento na qual obtivemos resultados relevantes. A figura 1 ilustra o ângulo de acoplamento durante o abaixamento do braço para indivíduos sem discinese representados em vermelho e indivíduos com discinese representados em azul. A linha sólida representa a média de cada grupo e a linha tracejada representa a banda da MMD de seis indivíduos classificados clinicamente como presença de padrão normal de movimentação escapulotorácica. Os valores no eixo x representam a amplitude de P á g i n a | 251 movimento entre 30° e 120° durante o abaixamento do braço. No período entre 54º e 87º pode-se observar uma alteração do padrão de coordenação do movimento típico entre rotação superior e inclinação anterior da escápula em indivíduos com discinese escapular. Ou seja, a média do grupo de indivíduos com discinese escapular representada pela linha azul encontra-se fora da banda da MMD representada por indivíduos classificados com padrão de movimentação normal. Discussão A análise do ângulo de acoplamento entre a rotação superior da escápula e a inclinação anterior da escápula durante o abaixamento do braço revelou uma alteração do padrão de coordenação entre esses dois movimentos escapulares em indivíduos clinicamente classificados com discinese escapular com dor no ombro. No entanto, o resultado apresentado não pode ser generalizado devido ao pequeno número amostral. Conclusão: O padrão de movimento da escápula é alterado entre a inclinação anterior e rotação superior nos sujeitos com DE. Referências 1 Kibler WB. Sciascia Br J Sports Med. 2010 Apr;44(5):300–5. 2 Borstad JD et al. Clin Biomech Bristol Avon. 2002 Dec;17(9-10):650–9. 3 Spinelli BA et al.. Man Ther. 2015 Feb;20(1):2216. 4 Uhl TL et al. Arthrosc J Arthrosc Relat Surg Off Publ Arthrosc Assoc N Am Int Arthrosc Assoc. 2009 Nov;25(11):1240–8. 5 Wu G et al. J Biomech. 2005 May;38(5):981–92. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) processo: 2015/02116-1 BEPE - Doutorado e 2014/09485-0 Doutorado Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada de Discinese escapular e análise de componentes principais na cinemática tridimensional escapulotorácica. O trabalho está sendo desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional FMRP/USP. Figura 1: Gráfico do ângulo de acoplamento entre a rotação superior da escápula e inclinação anterior da escápula durante o abaixamento do braço. A linha sólida azul representa a média dos indivíduos sintomáticos com DE e a linha sólida vermelha representa a média dos indivíduos sintomáticos sem DE. A linha tracejada vermelha representa a banda de 95% da mínima mudança detectável a partir dos dados de indivíduos com padrão típica de movimento da escápula. P á g i n a | 252 INS.114. REPRODUTIBILIDADE INTRA AVALIADOR E NÍVEL DE ACORDO DAS VARIÁVEIS OBTIDAS EM DOIS PROTOCOLOS DE DINAMOMETRÍA EM HOMENS JÓVENS E SADIOS Diana Reina-Torres, Alejandra Camacho, Esperanza Herrera V., Diana Delgado-Díaz Escuela de Fisioterapia, Universidad Industrial de Santander Introdução: A força muscular é usada para avaliar déficits no desempenho muscular, efeitos dos programas de treinamento físico e protocolos de reabilitação1. A avaliação com do desempenho muscular com o dinamômetro isocinético é considerada prova de ouro1,3. A literatura apresenta dados de reprodutibilidade entre excelentes e muito boas1,3, pouco se sabe sobre as propriedade clinimétrica do tempo ao pico, representativa do desempenho muscular do dinamômetro isocinético do HUMAC NORM, utilizado nesse estudo. Objetivo: Determinar a reprodutibilidade intraexaminador e os limites de concordância das variáveis de desempenho muscular obtidas em teste isocinético concêntrico e isométrico dos extensores do joelho de homens jovens e fisicamente ativos. Métodos: Doze universitários saudáveis, estudantes (21,6±1,4 anos, 1,7±0,08m, 66,2±10,23kg, IMC 22,9±1,60kg/m2) com nível de atividade física moderado (IPAQ 1185±293,8 METS-minutos/semana) participaram desse estudo. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa científica da Universidade Industrial de Santander. As medições foram realizadas pelo mesmo examinador treinado e experiente. Os participantes foram avaliados em 2 sessões, com intervalo mínimo de 7 dias para garantir a independência das medições. Em cada sessão, o sujeito realizou dois protocolos de 5 repetições de extensão de joelho no membro inferior dominante, com 1 min de intervalo entre contrações. Foram registradas contrações isométricas a 60° de flexão de joelho e contração isocinética concêntrica na velocidade angular de 60°/s. As variáveis analisadas foram o pico de torque isométrico e isocinético, tempo ao pico e trabalho. Medidas de tendência central e de dispersão foram calculadas. A reprodutibilidade foi determinada com o ICC2,2 e a classificação sugerida por Bland & Altman. Resultados: A reprodutibilidade para as variáveis isométricas foi alta para o pico de torque (ICC 0,76) e moderada para tempo ao pico (ICC 0,67) (Tabela 1). A reprodutibilidade para as contrações isocinéticas foi moderada para o pico de torque (0,66) e trabalho (0,59) e alta para o tempo ao pico (0,80) (tabela 2). Os limites de concordância foram estreitos e as diferenças das médias próximas de zero para todas as variáveis (Tabela 1 e 2). Discussão: Nossos resultados provaram reprodutibilidade intraexaminador entre moderada e alta para as variáveis obtidas nos dois protocolos. Esses resultados são semelhantes aos apresentados por Pincivero et al.4, que avaliaram os quadríceps e isquiotibiais em duas velocidades. Além disso, houve bom acordo entre as medições. O método de Bland e Altman permitiu estabelecer diferenças entre as medições que serão úteis para confirmar quanto as mudanças entre medidas repetidas correspondem ao erro próprio da medição e quanto dos protocolos de treinamento ou intervenção que puderem testar se com o dinamômetro isocinético. Conclusões: Houve boa reprodutibilidade e bom acordo nas medições obtidas em duas sessões pelo mesmo examinador, tanto no teste isométrico quanto no isocinético concêntrico de extensores de joelho. Fontes de financiamento: Universidade Industrial de Santander Fonte dos dados: Os resultados apresentados são um trabalho original, feito no desenvolvimento de Mestrado projeto "Efeito de duas doses de crioterapia na dor e desempenho muscular de início tardio em homens jovens submetidos a Sessão do excêntrico do exercício" programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Industrial de Santander. Referências: 1. Araujo J, Rodrigues R, Acevedo R, Gonçalves b, Silveira R, Vaz M, et al. Inter-machine reliability of the Biodex and Cybex isokinetic dynamometers for knee flexor/extensor isometric, concentric and eccentric tests. Physical Therapy in Sport 2015; 16: 59-65 2. Bardis C, Kalamara E, Loucaides G, Michaelides M, Tsaklis P. Intramachine and intermachine reproducibility of concentric performance: A study of the con-trex MJ and the cybex Norm dynamometers. Isokinetics and Exercise Science 2004; 12: 91-97 P á g i n a | 253 3. Feiring D, Ellenbecker T, Derrscheid G. Test Retest Reliability of the Biodex Isokinetic Dynamometer. JOSPT 1990; 11: 298-300 4. Pincivero M, Lephart M, Karunakara A. Reliability and precisión of isokinetic strength and muscular endurance for the quadriceps and hamstrings. Int J sports Med 1997; 8 (2): 113-117 5. Sole Gisela, Hamren Jonas, Milosavljevic S, Nicholson H, Sullivan J. Test- Retest Reliability of Isokinetic Knee Extension and flexion. Arch Phys Med Rehabil 2007; 88: 626-631. Tabela 1. Resultados de reprodutibilidade (ICC2,2) e limites de concordância intraexaminador das variáveis obtidas no teste isométrico. Variável Média ±DP Sessão 1 Média ±DP Sessão 2 Médias das diferenças ± DP Limites de Concordância Intervalos de confiança 95% Pico de Torque (N.m) 169,9±29,9 163,15±24,6 6,8 ± 22,88 -38,046 - 51,646 0,762 (0,2 – 0,9) Tempo ao pico (s) 3,0±0,8 2,84±0,7 0,15± 0,802 -1,414 - 1,730 0,673 (-0,2 – 0,9) Tabela 2. Resultados de reprodutibilidade (ICC2,2) e limites de concordância intraexaminador das variáveis obtidas no teste isocinético concêntrico. Média ±DP Média ±DP Médias das Limites de Intervalos de Sessão 1 Sessão 2 diferenças ±DP acordo confiança 95% 184.83±50.6 173.08±26.6 11.75± 40.69 -67,996 - 91,496 0.597 (-0.470 – 0.885) Tempo ao pico (s) 1.10±0.2 1.11±0.9 -0.01± 0.259 -0,517 - 0,497 0.738 (0.161 – 0.923) Trabalho (w) 217.67±58.2 211.08±26.7 6,583± 53 -96,971 - 110,138 0.306 (-1.843 – 0.809) Variável Pico de Torque (N.m) P á g i n a | 254 INS.115. ANÁLISE DE MUDANÇAS NA CLASSIFICAÇÃO DO START BACK SCREENING TOOL PARA PREDIZER DESFECHOS CLÍNICOS EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA QUE RECEBEM TRATAMENTO FISIOTERÁPICO Flávia Medeiros1; Leonardo Costa1; Marco Added1; Evelyn Salomão1; Lucíola Costa1 1 Universidade Cidade de São Paulo - UNICID Introdução: O STarT Back Screening Tool (SBST) foi desenvolvido para triar e classificar os pacientes com dor lombar em três classificações de risco de ter um mau prognóstico1. Um dos principais objetivos do SBST é predizer incapacidade funcional a longo prazo. No entanto, apenas uma classificação na avaliação inicial não considera as variáveis que podem influenciar o prognóstico destes pacientes durante o tratamento ao longo do tempo. Na literatura, apenas dois estudos aplicaram o SBST em avaliações distintas2,3, como medida de monitoramento, no entanto a duração dos sintomas dos pacientes incluídos nos estudos não foi controlada assim como o número de sessões fisioterápicas recebidas. Objetivos: Replicar o modelo metodológico e estatístico proposto por Beneciuk e colaboradores na população brasileira para investigar se há mudanças na classificação de risco através do SBST ao longo de 6 meses e testar a capacidade de predição do SBST a longo prazo quando aplicado em diferentes pontos do tempo, para os desfechos dor, incapacidade e percepção do efeito global em pacientes com dor lombar crônica inespecífica que recebem tratamento fisioterápico padronizado. Métodos: Este é um estudo de coorte prospectivo com segmento de 6 meses que foi conduzido paralelo a um estudo conrolado aleatoriazado4. O estudo foi conduzido no Departamento de Fisioterapia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo (CAAE: 14386513.4.0000.0064). Foram incluídos 148 pacientes com dor lombar crônica inespecífica. Todos os participantes receberam dez sessões de tratamento fisioterápico após a avaliação inicial. Desfechos clínicos de dor, incapacidade e percepção do efeito global, assim como o SBST foram coletados na avaliação inicial, após 5 semanas, 3 e 6 meses. Todos os instrumentos utilizados já foram traduzidos a adaptados para o português brasileiro5-7. A mudança na classificação de risco foi calculada através de análises descritivas. Modelos de regressão linear foram construídos para analisar a capacidade preditiva do SBST quando aplicado em diferentes pontos do tempo. Resultados: Após receber tratamento fisioterápico, 60,8% dos pacientes mudaram de classificação de risco, sendo que 54,7% melhoraram e 6,1% pioraram. O subgrupo que apresentou a maior porcentagem de mudança (75%) foi o médio risco. Após 3 e 6 meses 74,5% dos pacientes permaneceram estáveis nas classificações de risco. O SBST foi capaz de predizer dor, incapacidade e percepção do efeito global em 6 meses quando aplicado na avaliação de 5 semanas, em 3 meses e entre a avaliação inicial e 5 semanas, no entanto o SBST não foi capaz de predizer os mesmos desfechos a partir de uma avaliação inicial. Discussão: Foi possível detectar mudanças na classificação do SBST, principalmente os pacientes de médio risco após um tratamento fisioterápico. Essa mudança é uma informação importante a ser observada por clínicos, sendo que mudar de subgrupo pode alterar o prognóstico do paciente e o tratamento a ser recebido8. Em relação a capacidade preditiva do SBST, a maioria dos estudos2, 9-11 foram capazes de predizer o desfecho incapacidade a longo prazo através do SBST aplicado na avaliação inicial contraponto os nossos resultados. No entanto, construímos os modelos preditivos ajustando a análise para a linha de base nas características de idade, duração dos sintomas e também para o escore total do instrumento, referente ao desfecho clínico estudado diferindo dos outros estudos realizados. Parece que o SBST também pode ser usado como medida de monitoramento no setor da fisioterapia e um novo instrumento do SBST foi proposto para este proposto. A validação desse intrumento em populações dististas é o próximo passo para auxiliar P á g i n a | 255 no monitoramento dos pacientes com dor lombar que estão em tratamento fisioterápico. Conclusões: Este estudo valida o modelo proposto por Beneciuk et al 20152 mostrando que a maioria dos pacientes mudam de classificação após um tratamento fisioterápico e que a capacidade preditiva do SBST aumenta quando o instrumento é aplicado em diferentes pontos do tempo em pacientes com dor lombar crônica inespecífica. Referências 1. Hill JC et al. Arthritis rheuma. 2008;59(5):632-41. doi: 10.1002/art.23563. 2. Beneciuk JM et al. J Orthop Sports Phys Ther. 2014;44(9):656-64. doi: 10.2519/jospt.2014.5178. 3. Wideman TH et al. Pain. 2012;153(11):218291. doi:10.1016/j.pain.2012.06.010 4. Added MA et al. BMC musculoskeletal disord. 2013;14:301 doi: 10.1186/1471-2474-14-301. 5. Costa LO et al. Spine. 2008;33(22):2459-63. doi: 10.1097/BRS.0b013e3181849dbe. 6. Nusbaum L et al. Braz J Med Biol Res. 2001;34(2):203-10. doi: 10.1590/S0100879X2001000200007 7. Pilz B et al. Braz J Phys Ther. 2014;0:0. 8. Hill JC et al. Lancet. 2011;378(9802):156071. doi: 10.1016/S0140-6736(11)60937-9. 9. Beneciuk JM et al. Phys Ther. 2013;93(3):321-33. doi: 10.2522/ptj.20120207. 10. Morso L et al. Eur Spine J. 2013;22(8):185967. doi: 10.1007/s00586-013-2690-z. 11. Morso L et al. Eur Spine J. 2014;23(1):120-8. doi: 10.1007/s00586-013-2861-y. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Fapesp (processo 2013/02075-8) e CNPq (474012/2013-1). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Análise de mudanças na classificação do STarT Back Screening Tool para predizer desfechos clínicos em pacientes com dor lombar que recebem tratamento fisioterápico. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Cidade de São Paulo-Unicid. P á g i n a | 256 INS.116. AVALIAÇÃO EM TEMPO REAL DO PROTÓTIPO ELETROGONIÔMETRO FLEX NA PRECISÃO DOS ÂNGULOS DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO Guilherme Gallo Costa Gomes1, Felippe Gallo Costa Gomes4, Saulo Fabrin2,3, Evandro Marianetti Fioco2,3,Edson Donizetti Verri1,2,3 UNAERP– Universidade de Ribeirão Preto; 2CLARETIANO – Centro Universitário; 3 Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo; 4UFABC – Universidade Federal do ABC. 1 Introdução: A medida da amplitude de movimento articular (ADM) é um componente importante na avaliação física, pois identifica as limitações articulares, bem como permite aos profissionais acompanharem de modo quantitativo a eficácia das intervenções terapêuticas durante o processo de reabilitação. O instrumento mais utilizado pelos terapeutas para medir a ADM é o goniômetro (Batista et al. 2006) e sua precisão de medida é influenciada pela qualidade do instrumento e manipulação correta do avaliador (Marques, 2002). No entanto, existem outros instrumentos capazes de mensurar a ADM, como o dinamômetro isocinético, e nas últimas décadas houve o aumento no desenvolvimento de novas tecnologias (Batista et al. 2006), entre elas destacase a plataforma Arduino, utilizada em várias aplicações, por ser uma plataforma livre e de baixo custo (Sarik et al., 2010). Objetivo: Avaliar a precisão em tempo real dos ângulos articulares do cotovelo por meio de eletrogoniômetro. Métodos: Para desenvolvimento do eletrogoniômetro foi utilizada uma placa arduino modelo Uno equipada com um microcontrolador AVR Atmel 328 de 8 bits. Além do Arduino Uno também foram utilizados fios jampers, protoboard, sensor flex, computador e cotoveleira. O arduino é uma plataforma eletrônica composta por um microcontrolador que permite escrever um software de controle para dispositivos externos, desta forma é possível realizar a leitura de um sensor flex acoplado ao membro de um indivíduo e receber estes dados na interface do computador. Figura 1 – Conexões para montagem do eletrogoniometro. Fonte: Acervo Pessoal Para o desenvolvimento do teste o sensor flex foi acoplado ao cotovelo do indivíduo, na face posterior sobre o olecrano por meio de uma cotoveleira. Foi então solicitado ao indivíduo realizar uma flexão de cotovelo a partir da posição ortostática e na sequência uma extensão completa, de forma que os graus derivados do movimento articular foram coletados pelo sensor, transferidos à placa arduino e por fim exibidos na tela do computador por meio da interface de um software. O sensor flex é um dispositivo que muda sua resistência ao ser dobrado e as variações das resistências são exibidas no computador pelo software. Conforme o sensor flex é flexionado o software realiza a captação dos valores obtidos, traduzindo-as em angulações de 180 a 30 graus. A calibração do dispositivo foi realizada por meio de um transferidor e um goniômetro tradicional. A princípio a sensibilidade do dispositivo foi ajustada de 30 em 30 graus, porém será necessário calibrar a marcação do dispositivo para 10 em 10 graus, iniciando em 180 graus e finalizando 30 graus. Resultados: Após os procedimentos realizados os dados de angulação da articulação do cotovelo foram obtidos em tempo real, possibilitando definir os ângulos de acordo com a amplitude de P á g i n a | 257 movimento realizada conforme demonstra a Figura 2. Fonte dos dados: Estes resultados apresentados são decorrentes de uma pesquisa original do Laboratório de Biomecânica do Movimento do Claretiano Centro Universitário de Batatais. Figura 2 – Tela do software de aquisição dos ângulos de eletrogoniômetro. Fonte: Acervo Pessoal Discussão: Para maior confiabilidade de aquisição dos dados no sistema será necessário ajustar a sensibilidade da variável de obtenção dos ângulos, de forma a minimizar possíveis erros de interpretação dos resultados, pois o ser humano apresenta características biomecânicas únicas e essas características destacam-se ainda mais quando são comparados indivíduos da mesma espécie (Molinari, 2000). Portanto é importante determinar as amostras e testes em indivíduos saudáveis e com patologias musculoesqueléticas. Conclusões: O projeto do protótipo atendeu as expectativas estabelecidas de sua especificação inicial, na questão de estabelecer um dispositivo de medição de ângulos, porém é notório que alguns elementos do projeto devem ser melhorados e avaliados, principalmente o método de calibração da sensibilidade, e ajustes para medição de medição ângulos em menor escala. De uma forma geral, observa-se que este dispositivo pode ter grande utilidade, boa eficiência, no intuito de aferir os ângulos de amplitude de movimento. Referências 1. Batista LH, et al. Rev. bras. fisioter., 2006;10(2):193-198. 2. Sarik J, et al. Frontiers in Education Conference (FIE). 2010:1-5 3. MARQUES AP. Manual de Goniômetria, Editora Manole, 2002. 4. MOLINARI B. Avaliação Médica e Física para Atletas e Praticantes de Atividades Físicas, Editora Roca, 2000. P á g i n a | 258 INS.117. METODOLOGIA DE ANÁLISE DA INTERFERÊNCIA CAUSADA PELA CONTRAÇÃO DO MÚSCULO FRONTAL NO ESCALPO Gustavo Moreira da Silva1; Luciano Brinck Peres1; Carlos Magno Queiroz1; Adriano de Oliveira Andrade1 1 Universidade Federal de Uberlândia Introdução: O registro eletroencefalográfico (EEG) se trata de um sinal oriundo de sobreposições de potenciais pré e pós-sinápticos os quais são atenuados pelas estruturas existentes entre o cérebro e o couro cabeludo, local onde geralmente são posicionados os sensores que detectam o registro dessa atividade. O EEG se trata de um sinal de amplitude na ordem de 1 a 100 microvolts, valor bem baixo se comparado aos valores médios obtidos pelo registro eletromiográfico (EMG) de superfície. Devido à essa baixa amplitude, este sinal, captado no couro cabeludo, se torna muito sensível à artefatos provenientes de contrações musculares provenientes principalmente dos músculos faciais. Como consequência, o artefato de EMG é, então, um fator limitador principalmente em aplicações que dependem de medidas e detecção de características do EEG em tempo real, além de inviabilizar a leitura do traçado, nos casos do EEG clínico (GHARIEB, 2003) Embora existam inúmeras técnicas para a filtragem de sinais na literatura, há uma carência de estudos que caracterizem espacialmente a influência do eletromiograma sobre o eletroencefalograma. Sendo assim, este trabalho propõe uma metodologia para caracterização espacial do EEG contaminado pelo EMG. Objetivos: Propor uma metodologia de avaliação da interferência do eletroencefalograma contaminado pelo eletromiograma durante contrações do músculo frontal. Métodos: Este trabalho propõe uma metodologia de avaliação da interferência do eletroencefalograma contaminado por ruído de EMG. O estudo obedece à Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e as aquisições do sinal foram realizadas no Laboratório de Engenharia Biomédica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos (CEP-UFU), sob Número CAAE: 43670815.4.0000.5152. Para a avaliação da influência da contração do músculo frontal são propostos três passos: (i) Treinamento e preparação do voluntário acerca do procedimento experimental a ser realizado pelo mesmo. (ii) Aquisição simultânea do registro de EMG do músculo frontal e EEG com eletrodos posicionados segundo o padrão 10-20 com referência bipolar. (iii) Pré-processamento, classificação e análise da alteração do valor médio absoluto (MAV). A Figura 1 ilustra de maneira geral o protocolo de coleta de dados o qual se inicial com a preparação do voluntário e posicionamento dos eletrodos de EEG e EMG. Em seguida é orientado ao voluntário que o mesmo ouvirá sinais sonoros de diferentes durações e nesse tempo em que o mesmo ouvir o estímulo sonoro deverá manter o músculo em questão contraído. Figura 1: Elementos do protocolo experimental envolvendo a contração voluntária de músculos faciais simultaneamente à aquisição da eletroencefalografia. P á g i n a | 259 Finalizado o registro dos biopotenciais, por meio do sistema de condicionamento 256, obtém-se os dados amostrados à 5000 Hz nos quais os registros de EMG são utilizados para marcar os momentos de ativação muscular que provavelmente serão coincidentes com a duração dos estímulos sonoros. Além disso, os sinais EEG e EEG são filtrados através do método de Decomposição de Modo Intrínseco (EMD) a fim de se remover principalmente ruídos de 60 Hz. Finalizando o processo os 16 canais bipolares de EEG são janelados conforme as marcações temporais de ativação e relaxamento do músculo frontal para que seja extraída a MAV das séries temporais dos canais de EEG durante as épocas com contração muscular e durante as épocas com relaxamento muscular. Desses dados são gerados topográficos da cabeça indicando as alterações provocadas pelo EMG nos valores absolutos médios do EEG. Resultados: A Figura 2 indica um mapa topográfico da cabeça com os valores normalizados da MAV para cada eletrodo nas épocas que houveram ativação do músculo frontal, em que as regiões em vermelho se aproximam aos valores máximos da matriz de dados da MAV para cada eletrodo de EEG, ao passo que os valores em azul escuro são valores que se distanciam dessa amplitude máxima, ou seja, baixa amplitude captada pelo eletrodo. Já a Figura 3 ilustra o mapa topográfico de épocas sem a ativação do EEG. A predominância da cor azul no mapa indica que, exceto nas regiões temporais, a energia em todo o mapa é baixa. Figura 2: Topografia da cabeça indicando a MAV do EEG nas épocas com atividade EMG. Figura 3: Topografia da cabeça indicando a MAV do EEG nas épocas sem atividade EMG. Discussões: Analisando os mapas topográficos observa-se um aumento das amplitudes médias registradas nos eletrodos de EEG durante a contração muscular o que indica uma propagação do sinal EMG por maior parte do couro cabeludo. As imagens topográficas permitem avaliar como essa propagação é distribuída espacialmente em termos de amplitude média do sinal. Conclusões: Este trabalho apresentou uma metodologia para avaliação da influência da contração muscular do músculo frontal no registro EEG. Apesar de necessitar de mais análises o método possibilita de fato a comparação da distribuição dos valores médios de amplitude. Por fim, deve-se destacar que os autores já iniciaram o aprimoramento dessa proposta nos demais músculos faciais. Agradecimentos: Os autores agradecem ao governo brasileiro (CAPES, CNPq e FAPEMIG) pelo apoio financeiro deste estudo. Referências GHARIEB RR et al. Neurological EEG Monitors: A Review. Encyclopedia of Medical Devices and Instrumentation. 2006. GONCHAROVA LI et al. EMG contamination of EEG. Clinical Neurophysiology. 114. pag 15801593. 2003. P á g i n a | 260 INS.118. AVALIAÇÃO FUNCIONAL LOMBOPÉLVICA: CONFIABILIDADE E MEDIDAS DE ERRO DE TESTES CLÍNICOS Isadora Orlando de Oliveira1; Rodrigo Antunes de Vasconcelos1,2; Roberto Guanaes Lima Santos Júnior¹; Bruna Pilz Moraes1,2; Débora Bevilaqua Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil; 2 Núcleo de Estudos do Instituto Wilson Mello, Campinas, SP, Brasil Introdução: Força e resistência muscular são uma área importante de pesquisa e avaliação contribuindo para um melhor entendimento de aspectos musculoesqueléticos de mecanismos de dor e lesão1,2. No entanto, a utilização de testes que avaliem a região lombopélvica na prática clínica ainda é controversa, pois apesar de muitos testes clínicos estarem disponíveis na literatura, ainda não estão estabelecidos quais os mais confiáveis para avaliar determinada região na prática clínica3. Objetivos: Determinar a confiabilidade intra e interexaminador e as medidas de erro de um conjunto de testes clínicos que avaliam a região lombopélvica. Métodos: 33 indivíduos foram avaliados por dois examinadores em um intervalo de 3 a 7 dias, onde realizaram aleatoriamente um conjunto de testes composto por testes de força isométrica máxima de abdutores, extensores, flexores e rotadores laterais de quadril, resistência nas posições de ponte lateral, ponte frontal, flexores e extensores lombares e atividade muscular (através de uma unidade de biofeedback de pressão) da região lombopélvica. As medidas de confiabilidade foram avaliadas pelo Coeficiente de Correlação Interclasse (ICC2,1) e as medidas de erro definidas pelo Erro Padrão da Medida (EPM) e pela Mínima Mudança Detectável (MMD). Resultados: Todos os testes apresentaram confiabilidade intra e interexaminador excelente com ICC (IC 95%) maior que 0,8. O EPM variou de 0,75 a 2,06KgF nos testes de força, de 4,79 a 9,38s nos testes de resistência e foi de 1,50mmHg no teste de atividade muscular. A MMD variou de 2,09 a 5,70KgF nos testes de força, de 13,28 a 26,00s nos testes de resistência e 4,14mmHg no teste de atividade muscular (Tabela 1) Tabela 1 – Confiabilidade e medidas de erro dos testes clínicos Discussão: Os resultados do presente estudo demonstraram que todos os testes selecionados apresentaram valores de confiabilidade excelente, tanto inter como intraexaminador; quanto ás medidas de erro, tanto o EPM como a MMD apresentaram valores aceitáveis para uso na prática clínica. Embora a literatura já apresente resultados isolados para os testes clínicos4, que corroboram com os encontrados no presente estudo para valores de força5 e resistência6, nosso grupo de pesquisa é o primeiro a compilar determinados testes e apresentar índices de confiabilidade e medidas de erro em conjunto para testes clínicos da região lombopélvica. No que se refere á utilização da unidade de biofeedback de pressão7, a literatura recente considera este dispositivo a melhor ferramenta para ser utilizada na prática clínica para avaliação de atividade muscular8, além de também apresentar índices de confiabilidade semelhantes ao do presente estudo em pacientes com dor lombar crônica inespecífica9. Determinar a confiabilidade intra e interexaminador e as medidas de erro de um conjunto de testes é crucial para que se possa apresentar dados que permitam ao fisioterapeuta clínico estabelecer medidas quantitativas acerca do desempenho que um indivíduo apresenta no momento da avaliação inicial, P á g i n a | 261 bem como a evolução apresentada pelo mesmo na reavaliação, para comparações e análises de efeitos de pós-tratamento. Dentre as perspectivas futuras deste estudo está a aplicação deste conjunto de testes em grupos divididos por sexo, faixa etária e nível de atividade física para a obtenção de valores de referência, a fim de estabelecer correlações entre grupos, facilitar comparações entre indivíduos e também identificar fatores preditivos de lesão, tais como dor lombar, em indivíduos assintomáticos. Conclusões: O conjunto de testes que compõem a avaliação funcional lombopélvica apresentou medidas confiáveis de força, resistência e atividade muscular, sendo possíveis de serem recomendados para uso na prática clínica além de EPM e MMD que devem ser considerados para avaliação de efeitos de tratamento. Referências 1 Huxel Bliven KC et al. Sports Health.2013;5(6):514-522. doi:10.1177/1941738113481200. 2 - Okada T et al. J Strength Cond Res. 2011 Jan;25(1):252-61. doi: 10.1519/JSC.0b013e3181b22b3e. 3 - Corin G et al. British Journal of Sports Medicine. 2005;39(10):731-735. doi:10.1136/bjsm.2004.015537. 4 - McGill SM et al. Arch Phys Med Rehabil. 1999 Aug;80(8):941-4. 5 - Kelln BM et al. J Sport Rehabil. 2008 May;17(2):160-70. 6 - Latimer J et al. Spine(Phila Pa 1976). 1999 Oct 15;24(20):2085-9. 7 - Lima PO et al. Rev Bras Fisioter. 2012 SepOct;16(5):389-95.doi:10.1590/S141335552012005000038. 8 - Cairns MC et al. Physiotherapy.2000.86 (3)127138.doi:10.1016/S0031-9406(05)61155-9- Azevedo DC et al. J Manipulative Physiol Ther. 2013 Jan;36(1):33-43. doi: 10.1016/j.jmpt.2012.12.008. Fontes financiadoras: Financiamento próprio Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Avaliação Funcional Lombopélvica: Valores de Referência, Confiabilidade e Medidas de Erro de Testes Clínicos. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. NºProtocolo de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Animais ou Humanos): 035.055/2015 (CEP-HCFMRP-USP). P á g i n a | 262 INS.119. CONFIABILIDADE E VALIDADE DO DINAMÔMETRO MANUAL LAFAYETTE® EM TESTES DE QUADRIL PARA USO CLINICO NA FISIOTERAPIA Isadora Orlando de Oliveira, Janaina Rodrigues da Silva, Marcelo Rodrigues Barbosa da Silva, Jaqueline Martins, Ana Cristina Corrêa Cervi , Diego José Argenton Telarolli, Débora Bevilaqua Grossi Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil Introdução: Testes de mensuração de força muscular são um fator clínico importante, visto que proveem informações valiosas quanto à eficácia e evolução de um tratamento, restabelecimento da função, retorno às atividades rotineiras e ao esporte. Alguns métodos são disponibilizados para se avaliar a força muscular, como os dinamômetros manuais que apesar de portáteis e facilmente utilizados em ambientes clínicos, não tiveram suas propriedades de confiabilidade adequadamente testadas, principalmente em testes que envolvem a articulação do quadril 1,2. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a confiabilidade e validade do dinamômetro manual Lafayette® em testes do quadril para uso na pratica clínica correlacionado ao dinamômetro isocinético, considerado o padrão ouro para avaliação da performance muscular. Métodos: 26 voluntários saudáveis (13 homens, 13 mulheres; idade 23,5 ± 2,8 anos; altura 1,69 ± 0,1 cm; massa de 68,6 ± 12,4kg) realizaram duas sessões (teste e reteste) para mensurar a força máxima dos músculos do quadril utilizando o dinamômetro manual Lafayette® e o dinamômetro isocinético Biodex®. O Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC2,3) foi utilizado para verificar a confiabilidade intra-examinador do dinamômetro manual. Resultados: Os resultados revelaram que a confiabilidade intra-examinador do dinamômetro manual foi excelente na maioria dos movimentos e moderado no movimento de rotação interna de quadril esquerdo. O Coeficiente de Correlação de Pearson (r) apresentou valores de moderada a alta correlação com o isocinético (Tabela 1). Tabela 1 - Confiabilidade teste-reteste do dinamômetro manual (ICC2,3) e Coeficiente de Correlação de Pearson (r) entre o dinamômetro manual e o dinamômetro isocinético IC: Intervalo de Confiança Discussão: Os resultados deste estudo demonstraram que a mensuração realizada pelo dinamômetro manual estabilizado com uma faixa, apresentou confiabilidade intra-examinador excelente nas avaliações bilaterais da, rotação externa, extensão, flexão, adução e abdução de quadril e rotação interna de quadril direito, sendo moderada apenas para os movimentos de rotação interna de quadril esquerdo. Há poucos trabalhos dentro da área da Fisioterapia verificando a confiabilidade do dinamômetro manual em uma população de adultos jovens, na avaliação da força dos grupos musculares da articulação do quadril. Nos estudos encontrados não foi verificada a confiabilidade para os grupos musculares dos rotadores internos, flexores e adutores de quadril 3,4. Os resultados deste estudo revelaram valores de moderada a alta correlação do dinamômetro manual com o isocinético na força dos rotadores internos, rotadores externos, extensores, flexores e adutores de quadril concordando com a literatura já existente5 para os mesmos grupos musculares. No entanto, na avaliação da força dos abdutores de quadril os resultados apresentados por estes autores mostraram baixa correlação entre os dois dinamômetros, discordando dos achados deste trabalho que apresentaram de moderada a alta correlação. A divergência entre os resultados ocorreu, possivelmente, porque estes autores utilizaram um posicionamento do teste diferente do utilizado neste trabalho e não foi controlado alguns fatores que podem influenciar nas medidas de força gerada pelos abdutores, como fixações na pelve e no tronco. Desta forma, o método apresentado neste trabalho pode ser P á g i n a | 263 considerado útil para aumentar a validade do teste de força dos abdutores de quadril. A interpretação dos resultados desse trabalho apresenta algumas limitações que devem ser consideradas. Por exemplo, os testes realizados não podem ser aplicáveis em indivíduos de todas as idades e com disfunções de quadril, uma vez que estas populações podem reproduzir medidas de força diferentes entre testereteste devido a fatores intrínsecos do próprio indivíduo como estados de saúde física e mental e não a fatores envolvidos com o instrumento de medida. Assim, deve ser estudado nestas populações se é cabível a utilização da mesma metodologia sugerida neste estudo. Conclusões: A análise de confiabilidade e validade intra-examinador revelou que o dinamômetro manual é um método confiável e válido para ser utilizado na avaliação da força nos grupos musculares de quadril em uma população de adultos jovens e saudáveis, podendo ser indicado para uso na prática clínica. Referências: 1 – Toonstra J et al. J Sport Rehabil. 2013 Feb 18; – Stark T et al. PM R. 2011 May;3(5):472-9. doi:10.1016/j.pmrj.2010.10.025. 3 – Hansen EM et al. Int J Sports Phys Ther. 2015 Feb;10(1):62-8. 4 - Krause DA et al. J Sport Rehabil. 2014 Feb;23(1):56-64. doi: 10.1123/jsr.2012-0070. 5 - Katoh M et al. J Phys Ther Sci, 2011, 23: 553– 557. doi: 10.1589/jpts.23.553 Fontes financiadoras: FAPESP (BP. MS); Processo nº 13/25755-4. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Confiabilidade e validade do dinamômetro manual Lafayette® para uso clinico na Fisioterapia. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. 2 NºProtocolo de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Animais ou Humanos): 15685/2013 (CEP-HCFMRP-USP). P á g i n a | 264 INS.120. CORRELAÇÃO ENTRE A ATIVIDADE ELÉTRICA DO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO DURANTE TESTE DE FLEXÃO CRANIOCERVICAL E A POSTURA DA CABEÇA DE MULHERES COM MIGRÂNEA Lidiane Lima Florencio1; Gabriela Natália Ferracini1, Maria Palacios Ceña2, César Fernández de las Peñas2, Thaís Cristina Chaves1, Débora Bevilaqua Grossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2 Universidad Rey Juan Carlos Introdução: Apesar de ser biomecanicamente razoável a relação entre a postura da cabeça e a função muscular,1 indivíduos saudáveis não apresentam correlação entre a postura da cabeça e a atividade eletromiográfica do 2 esternocleidomastoideo. No entanto, não se sabe como se comporta essa correlação entre as mesmas variáveis em mulheres com migrânea. Objetivos: verificar a correlação entre a postura da cabeça e a atividade eletromiográfica do músculo esternocleidomastoideo durante o teste de flexão craniocervical. Métodos: Foram avaliadas 68 mulheres com migrânea com média de idade de 42,7(DP= 12) média de frequência de 14,1 (DP=10) dias de dor de cabeça por mês. O diagnóstico de migrânea foi dado por neurologistas experientes de acordo com a terceira edição da Classificação Internacional de Cefaleias.3 Os critérios de exclusão adotados foram: idade menor que 18 ou maior que 60 anos, presença concomitante de outro diagnóstico de cefaleia, história de trauma na cabeça ou pescoço, hérnia discal na região cervical, hipertensão arterial não controlada e/ou outras doenças sistêmicas que impossibilitassem os testes. A postura da cabeça foi avaliada por fotografia com a voluntária em pé e sentada e determinada pelo ângulo craniovertebral Marcadores adesivos foram utilizados para a identificação do processo espinhoso de C7. O ângulo craniovertebral foi determinado pelo ângulo formado pela linha horizontal e a linha traçada entre o tragus e o processo espinho de C7 através do programa CorelDraw-X7®.4 Todas as fotos foram tiradas pelo mesmo observador, cego à condição, com mesma câmera de lente de 23mm (Samsung Lens WB350F®) posicionada a 4m de distância do voluntário. A altura da máquina era ajustada para a metade da altura do sujeito para as fotos em pé e na mesma distância entre o solo e a articulação acromioclavicular, para as fotos sentadas. Após as fotos, era realizado o teste de flexão craniocervical (TFCC), composto por cinco estágios progressivos de flexão craniocervical sustentados por 10s cada com o auxílio de unidade pressórica de biofeedback (Stabilizer, Chattanooga South Pacific; USA).5 O sinal eletromiográfico do músculo esternocleidomastoideo foi adquirido pela eletromiografia de superfície utilizando o EMG16, com 16 canais (LISiN-OT Bioelettronica, Turim, Itália), em uma taxa de amostragem de 2048 Hz e convertido a um sinal digital de 12-bit. Para a colocação dos eletrodos a pele foi devidamente preparada conforme orientações do SENIAM. Um par de eletrodos duplo-diferenciais foi posicionado no terço distal da porção esternal do músculo esternocleidomastoideo com a voluntária em supino.6 O eletrodo de referência foi posicionado no punho direito. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Rey Juan Carlos (HRJ 07/14). O sinal eletromiográfico bruto foi processado filtrado por um filtro passa banda 20-400 Hz (Butterworth de 4ª ordem) e calculado o Root Mean Square (RMS) de um intervalo de 10s no programa MATLAB. Para a normalização dos dados, foi utilizada a média do RMS adquiridas durante duas repetições de sustentação da cabeça por 10 s. A média do RMS normalizado dos dois lados do esternocleidomastoideo foi utilizada para as análises. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS verão 20.0 adotando um nível de significância de 0,05. A correlação entre as duas variáveis foi determinada pelo coeficiente de correlação de Pearson (r). Resultados: Não houve evidência de correlação significativa (P>0,05) entre o RMS do esternocleidomastoideo durante o TFCC e o ângulo craniovertebral independente da posição corporal(Tabela 1). Tabela 1. Coeficiente de correlação de Pearson (ρ) entre o ângulo da cabeça e a atividade eletromiográfica do esternocleidomastoideo durante o teste de flexão craniocervical (TFCC). P á g i n a | 265 Ângulo craniocervical RMS ECOM TFCC Sentado Em pé (ρ) (ρ) 22 mmHg 0.07 0.18 24 mmHg 26 mmHg -0.03 0.01 0.07 0.07 28 mmHg -0.07 0.06 30 mmHg -0.03 0.07 RMS: Root Mean Square; ECOM: esternocleidomastoideo. Discussão: a ausência de correlações significativas entre a postura da cabeça e a atividade eletromiográfica do esternocleidomastoideo durante o TFCC também já havia sido demonstrada em sujeitos saudáveis.2 Portanto, podemos sugerir que as alterações mecânica em relação a posição do músculo não apresenta padrão de correlação linear direta ou indireta com a atividade do músculo na atividade investigada. Conclusões: Não há evidência de correlação linear entre a atividade eletromiográfica do esternocleidomastoideo e o ângulo craniocervical. Referências 10. Rezasoltani A et al. Manual Therapy. 2010;15(4):400403. doi: 10.1016/j.math.2010.02.010. 11. Cagnie B et al. Manual Therapy 2008;13(3):232-8. 12. Headache Classification Committee of the International Headache Society. Cephalalgia. 2013; 33:629-808. doi:10.1177/0333102413485658. 13. Raine S et al. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 1997;78(11):1215-23. 14. Falla D et al. Phys Ther 2003; 83: 899-906. 15. Falla D, et al. Clin Neurophysiol 2002; 113: 57-63. doi:10.1016/S1388-2457(01)00708-8. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo(processo: 2014/13103-5). Fonte dos dados: Os resultados apresentados são parte de um projeto de doutorado sanduíche desenvolvida em colaboração entre Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP e a Universidad Rey Juan Carlos, Madri, Espanha. P á g i n a | 266 INS.121. CONFIABILIDADE INTEREXAMINADORES DA AVALIAÇÃO PELO DINAMÔMETRO HANDHELD EM ESCOLARES DE 6 A 14 ANOS Lígia Maria TezoDaloia¹;Marisa Maia Leonardi- Figueiredo²; Ananda Cezarani1; Ana Claudia Mattiello-Sverzut3 1 Graduandas em Fisioterapia;2Mestre em Reabilitação e Desempenho Funcional; 3Docente do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil Introdução: Dinamômetros manuais, como o handheld,têm sido utilizados na prática clínica para mensurar, de forma rápida e objetiva, a força muscular isométrica gerada por um grupo muscular. O handheld, especialmente, é de fácil manuseio e ampla aplicabilidade em pesquisas clínicas e na prática terapêutica. Porém, em crianças e adolescentes, a confiabilidade interexaminadores necessita ser investigada para que o uso deste instrumento de medida possa ser estendido e continuado em ambulatórios e em pesquisas. Objetivos: Verificar a confiabilidade interexaminadores da avaliação de força muscular isométrica de diversos grupos musculares utilizando o dinamômetro handheld em escolares de 6 a 14 anos, de ambos os sexos. Métodos:Noventa (n=90) voluntários participaram da pesquisa. Foram obtidas características antropométricas, seguida da mensuração da força muscular isométrica, pelo dinamômetro Handheld Lafayette®, dos grupos musculares abdutores de ombro, flexores e extensores de cotovelo, flexores e extensores de joelho, dorsiflexores e flexores plantares. A mensuração foi realizada no mesmo dia, por 2 examinadores (A e B), com intervalo de 20 minutos entre os mesmos. Os dados do estudo compreendem uma amostra constituída por 5 voluntários de cada sexo entre as idades de 6 a 14 anos. A análise estatística foi realizada calculando coeficientes de correlação intraclasse (ICC) seguindo metodologia proposta por Shrout e Fleiss (1979)1.A graduação da confiabilidade seguiu a proposta de Landis e Koch (1977)2 que qualificaram o ICC de 0 a 1 como segue: <0: pobre confiabilidade; 00,20:pouca confiabilidade; 0,21-0,40: boa confiabilidade; 0,41-0,60: moderada confiabilidade; 0,61-0,80:grande confiabilidade e 0,81-1: excelente confiabilidade. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição: 38398414.2.0000.5440. Todos os voluntários e seus cuidadores assinaram termo de assentimento e consentimento, respectivamente. Resultados: Participaram deste estudo 45 meninas e 45 meninos, cuja idade média foi de 10 anose apresentaram altura e peso médio de 1,44 metros e 40,6 Kg, respectivamente.A Tabela 1 apresenta a confiabilidade interexaminadorpara todos os grupos musculares testados e para ambos os lados, dominante e não dominante da amostra total. Tabela 1 Confiabilidade interexaminador para o dinamômetro Handheld para diferentes grupos musculares (lado dominante e não dominante) Grupos musculares Abdutores de ombro Flexores de cotovelo Extensores de cotovelo Flexores de joelho Extensores de joelho Dorsiflexores Flexores plantares Dominância Dominante Não dominante Dominante Não dominante Dominante Não dominante Dominante Não dominante Dominante Não dominante Dominante Não dominante Dominante Não dominante ICC (2,1)a 0.97 ICC (3,1)b 0.97 0.95 0.96 0.97 0.97 0.97 0.97 0.94 0.95 0.94 0.96 0.95 0.95 0.93 0.95 0.95 0.96 0.95 0.96 0.92 0.94 0.91 0.94 0.86 0.95 0.90 0.93 Legenda: ICC, coeficiente de correlação intraclasse. a Coeficientede correlação intraclasse de examinadores selecionados ao acaso. bCoeficiente de correlação intraclasse entre os examinadores A e B. Discussão:O atual estudo indicou excelente confiabilidade interexaminador (ICC>0,88) para análise da força muscular com dinamômetro Handheld, corroborando, em parte, com o estudo de P á g i n a | 267 Hérbert et al. (2011), queobtiveram excelente ou grande confiabilidade para todos os grupos musculares testados em crianças saudáveis, exceto para dorsiflexores, no qual obtiveram moderada confiabilidade3.No presente estudo, a musculatura distal do pé,principalmente os flexores plantares, apresentou menor confiabilidade. Este fato pode ser atribuído a difícil estabilização da articulação do tornozelo no momento da coletado dado e/ou pelo posicionamento do avaliador, fato também confirmado por Eeket al. (2006)4. Estudosimilar conduzido com dinamômetro CT 3001®em pacientes com atrofia muscular espinhal também identificou excelente confiabilidade interexaminadores5. Contudo, os dados destes estudos não são reprodutíveis para os escolares brasileiros, devido as diferentes características antropométricas, raciais, sexo e a idade da amostra, que podem interferir nos valores de força muscular. Conclusões: O presente estudo demonstrou que diferentes examinadores podem utilizar o dinamômetro HandheldLafayette® na prática clínica e de pesquisa pediátrica com excelente confiabilidade entre as respostas. Referências: Shrout, PE et al. Physicological Bulletin.1979; 86(2):420–428. doi: 0033-2909/79/8602-0420500.75 Landis, JR et al. Biometrics bulletin. 1977; 3 (1): 159–174. Hébert, LJ et al. Pediatric physical therapy.2011; 23(3): 289–99.doi: 10.1097/PEP.0b013e318227ccff Eek, MN et al.Archives of physical medicine and rehabilitation; 2006 87 (8): 1091–9. doi: doi:10.1016/j.apmr.2006.05.012 Merlini, L et al.Muscle and nerve2002; 26(1):64-70. doi: 10.1002/mus.10166 Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2014/23232-7). Fonte dos dados:Este resumo inclui dados parciais do Projeto de Iniciação Científicafinanciado pela Fapesp: Confiabilidade intra e interexaminadores da avaliação pelo dinamômetro Handheld em escolares de 5 a 15 anos. P á g i n a | 268 INS.122. CORRELAÇÃO DA FORÇA NOS MOVIMENTOS CERVICAIS E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS EM INDIVÍDUOS COM CERVICALGIA Marcela M. Bragatto1; Lidiane L. Florencio1; Gabriela Ferreira Carvalho1; Fabiola Dach1; Débora B. Grossi 1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP Introdução: As condições dolorosas do sistema musculoesquelético são frequentes na população em geral1. A disfunção da coluna cervical é um termo coletivo que inclui muitos distúrbios clínicos das estruturas musculoesqueléticas da coluna cervical, sendo a dor o principal sintoma2. A contração muscular sustentada necessária para manter a cabeça em várias posições e a fadiga causada por fraqueza muscular são suspeitas de serem fatores que contribuem para dor cervical crônica3. Portanto as avaliações da força cervical são úteis na quantificação de deficiências musculoesqueléticas e pode também ser utilizado para proporcionar uma base para a avaliação da eficácia das intervenções terapêuticas em pacientes com dor no pescoço3. Objetivos: Observar a correlação da força nos movimentos cervicais com as características clínicas em indivíduos com cervicalgia. Métodos: Nesse estudo participaram 48 pacientes com queixa de dor cervical (média:7,01 anos ,IC 95% 5,22- 8,79) entre 18 e 55 anos (média: 32,68 anos, IC 95% 29,66-35,69) ,com uma frequência de dor em média de 9,57 dias por mês (IC 95% 7,03-12,10) e intensidade de aproximadamente 6 ( média: 6,07- IC 95% 5,42-6,71) baseado em uma escala numérica de dor onde: 0 refere nenhuma dor e 10 a pior dor possível. Os pacientes foram recrutados do Hospital das Clínicas da cidade de Ribeirão Preto entre janeiro e outubro de 2014. As medições da força em contração voluntária isométrica máxima dos movimentos cervicais foram realizadas por um examinador treinado e cego quanto à condição, utilizando um dinamômetro de mão personalizado modelo 01163; Lafayette Instrument Company, Lafayette, IN, EUA) com uma faixa de medição de 0136.1 kg e uma precisão de 1% em relação a escala completa. Uma contração sub-máxima foi realizada para a familiarização da tarefa. Os dados foram obtidos a partir de 3 repetições de contração voluntária isométrica máxima em flexão cervical, extensão e flexão lateral bilateral, com duração de 3 segundos cada repetição, com um período de descanso de 15 segundos entre as repetições e 2 minutos entre as direções de contrações. A cada ensaio a intensidade de dor no pescoço foi registrada. Para cada movimento e contração realizada os indivíduos eram devidamente posicionados, para evitar compensações. O valor máximo das três repetições para cada movimento foi utilizado nas análises. Todos os participantes do estudo assinaram o termo de consentimento informado antes de sua inclusão. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (processo 16692/2012). Os dados foram analisados com o software SAS 9.2 (SAS Institute, Cary, NC, EUA), utilizando PROC GLM. O teste de Rho de Spearman foi utilizado para determinar correlação entre variáveis clínicas de dor cervical e o pico de força. Valores <0,3 representam correlações lineares fracos; de 0,3 a 0,7 correlações moderadas; e> 0,7 forte correlação. A análise estatística foi realizada com um intervalo de confiança de 95%, e um valor de P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Uma correlação linear significativa, porém, fraca foi evidenciada entre o pico de força em extensão e a frequência da dor (rs: 0.26; IC95%: -0.45 – -0.04, p. 0.020) e também com intensidade da dor no pescoço (rs:0.27; IC95%: -0.47 – -0.06, p. 0.012). Indicando que quanto maior for a intensidade ou a frequência da dor no pescoço, menor o pico de força na extensão cervical. Nenhuma correlação significativa entre as características clínicas da cervicalgia e o pico de força em flexão cervical ou ambas as flexão laterais cervicais foram encontradas (tabela 1). P á g i n a | 269 Discussão: Os resultados demonstram que apenas o pico de força da musculatura extensora cervical apresenta correlação linear significativa com a frequência e intensidade de dor no pescoço. No estudo realizado por Lindstrom et al (2011) , os autores verificaram a associação entre coativação muscular no pescoço, dor e força em mulheres com a dor cervical, notando que o aumento da coativação do músculo esplênio da cabeça foi associado com diminuição da força no pescoço e aumento de dor e incapacidade associadas4. Conclusões: Concluímos que há uma correlação linear significativa entre o pico de força, freqüência e intensidade da dor no pescoço apenas no movimento de extensão cervical. Referências: 1. Andersen LL, et al. Rapid muscle activation and force capacity in conditions of chronic musculoskeletal pain. Clin Biomech. 2008;23:12371242. 2. Florencio LL, et al. Cervical Muscle Strength and Muscle Coactivation During Isometric Contractions in Patients With Migraine: A Cross-Sectional Study. 2015, 1-11. 3. Cagnie B, et al. Differences in isometric neck muscle strength between healthy controls and women with chronic neck pain: The use of a reliable measurement. Arch Phys Med Rehabil. 2007;88:1441-1445. 4. Lindstron R, et al. Association between neck muscle coactivation, pain, and strength in women with neck pain. Manual Therapy. 2011; 16: 80-86 Fontes financiadoras: Este trabalho conta com apoio financeiro da Fundação de amparo à pesquisa do estado de São Paulo (FAPESP) (processo: 2012/22245-2) . Fonte dos dados: Os resultados deste resumo são dados parciais de um trabalho original: Florencio LL, et al. Cervical Muscle Strength and Muscle Coactivation During Isometric Contractions in Patients With Migraine: A Cross-Sectional Study. Headach, 2015, 1-11. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. P á g i n a | 270 INS.123. A INFLUÊNCIA DO USO DE FAIXAS ESTABILIZADORAS NA CONFIABILIDADE DO DINAMÔMETRO MANUAL LAFAYETTE® Marcelo Rodrigues Barbosa da Silva1; Janaina Rodrigues da Silva1; Jaqueline Martins1; Débora BevilaquaGrossi1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo Introdução: Mensurar a força muscular é importante para propor uma conduta na fase inicial de tratamento, para verificar a eficácia da terapia aplicada ou como critério para a alta do paciente. O dinamômetro manual é uma ferramenta portátil, fácil de utilizar e com preço acessível, utilizada para mensurar a força muscular. Contudo, seus resultados de confiabilidade ainda são inconsistentes para as articulações do joelho e quadril [1]. Objetivo: Verificar a influência do uso de faixas estabilizadoras na confiabilidade da medida do dinamômetro manual Lafayette® nas avaliações bilaterais de força dos músculos do joelho e quadril. Métodos: Vinte e quatro indivíduos saudáveis, de ambos os sexos e com idades entre 18 e 30 anos realizaram testes de força bilateral dos músculos de flexores e extensores do joelho e dos músculos de flexores, extensores, rotadores, adutores e abdutores do quadril. No primeiro teste o dinamômetro manual foi estabilizado por meio de uma faixa e após um intervalo de 3 a 7 dias, a estabilização foi realizada pelas mãos do examinador sem o uso de faixas. Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Processo: 15917/2014). A análise estatística foi realizada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC2,3) e a confiabilidade foi classificada como pobre (<0,40), moderada (0,400,75) ou excelente (>0,75) [2]. O erro da medida foi avaliado pelo Erro Padrão da Medida (EPM = DP√1ICC), sendo DP o desvio padrão das medidas obtidas, e pela Mínima Mudança Detectável (MMD = EPM × 1,96 × √2). Resultados: Os resultados dos testes de força utilizando o método com e sem faixa estão apresentados, respectivamente, nas Tabelas 1 e 2. O ICC foi considerado excelente para todos os movimentos, com o IC variando de moderado à excelente apenas no grupo muscular dos abdutores do quadril da perna direita no método manual. O EPM variou de 1.0 kgf a 3.8 kgf no método com faixa e de 0.7 kgf a 4.1 kgf no método sem faixas. Já a MMD teve a sua variação de 2.9 kgf a 10.5 kgf no método com faixa e de 1.9 kgf a 11.3 kgf no método sem faixas. Discussão: Na literatura atual, confiabilidade excelente tem sido relatada no método sem faixas para os grupos musculares dos extensores, flexores, abdutores e rotadores externos de quadril, além dos extensores e flexores do joelho [3;4]. Também foi encontrada confiabilidade excelente para o grupo muscular dos extensores de joelho no método com faixa [5], concordando com os achados deste estudo. Na literatura atual não existem dados da confiabilidade dos métodos com faixa e manual para os rotadores internos e adutores de quadril para a população saudável. Apesar dos dados mostrarem que o dinamômetro manual apresenta confiabilidade excelente em ambos os métodos para todos os grupos musculares, menores valores de EPM e MMD foram geralmente observados na avaliação sem faixa. Além disso, dificuldades foram encontradas para estabilizar grupos musculares com grande braço de alavanca e altos valores de torque, como extensores de joelho e abdutores de quadril. Assim, na prática clínica, recomenda-se ponderar a utilização do método com faixa para estes movimentos. Conclusões: O dinamômetro manual Lafayette® pode ser considerado confiável para a prática clínica, pois apresentou confiabilidade excelente em ambos os métodos de avaliação da força muscular dos grupos musculares do quadril e joelho. Referências: [1] STARK T. et al. PM R. 2011; 3:472-9. [2] FLEISS JL. et al. 2013. [3] KRAUSE DA. et al. Journal of Sport Rehabilitation 2014; 23:56-64. [4] KIM SG. et al. Journal of Physical Therapy Science. 2015; 27:1799–1801. [5] KIM WK. et al. Annals of Rehabilitation Medicine. 2014; 38:84-93. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Fonte dos dados: Esses dados são parte de uma monografia de graduação intitulada: “A influência do sexo do avaliador e do uso de faixas estabilizadoras na confiabilidade do dinamômetro manual P á g i n a | 271 ®”. Lafayette Esta monografia é desenvolvida no Laboratório da Análise da Postura e do Movimento Humano (LAPOMH) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Tabela 1 - Confiabilidade do dinamômetro manual no método de estabilização com faixa (n= 24). Direita Esquerda Grupo Muscular ICC2,3 (IC 95%) EPM (Kgf) MMD (Kgf) ICC2,3 (IC 95%) EPM (Kgf) MMD (Kgf) Extensores de Joelho 0.93 (0.86-0.97) 3.8 10.5 0.95 (0.90-0.98) 3.5 9.6 Flexores de Joelho 0.93 (0.88-0.97) 1.2 3.4 0.90 (0.82-0.95) 1.3 3.7 Rotadores Internos do Quadril 0.91 (0.84-0.96) 1.1 2.9 0.90 (0.81-0.95) 1.0 2.9 Rotadores Externos do Quadril 0.93 (0.87-0.97) 1.0 2.8 0.90 (0.82-0.95) 1.3 3.6 Extensores do Quadril 0.94 (0.89-0.97) 2.5 7.1 0.93 (0.86-0.96) 2.6 7.3 Flexores do Quadril 0.93 (0.88-0.97) 2.4 6.7 0.92 (0.86-0.96) 2.4 6.7 Adutores do Quadril 0.86 (0.75-0.93) 2.7 7.5 0.78 (0.62-0.89) 2.9 8.1 Abdutores do Quadril 0.95 (0.90-0.97) 2.1 6.0 0.87 (0.76-0.93) 3.6 9.9 Abreviações: ICC, coeficiente de correlação intraclasse; IC, intervalo de confiança; EPM, erro padrão da medida; MMD, mínima mudança detectável. Tabela 2 - Confiabilidade do dinamômetro manual no método de estabilização sem faixa (n= 24). Direita Esquerda Grupo Muscular ICC2,3 (IC 95%) EPM (Kgf) MMD (Kgf) ICC2,3 (IC 95%) EPM (Kgf) MMD (Kgf) Extensores de Joelho 0.88 (0.78-0.94) 3.7 10.3 0.92 (0.85-0.96) 4.1 11.3 Flexores de Joelho 0.95 (0.90-0.97) 1.1 2.9 0.95 (0.90-0.98) 1.0 2.7 Rotadores Internos do Quadril 0.92 (0.86-0.96) 0.9 2.6 0.90 (0.83-0.96) 0.8 2.1 Rotadores Externos do Quadril 0.95 (0.89-0.97) 0.8 2.1 0.96 (0.90-0.98) 0.7 1.9 Extensores do Quadril 0.88 (0.78-0.94) 2.3 6.4 0.90 (0.82-0.95) 2.1 5.9 Flexores do Quadril 0.96 (0.91-0.98) 1.9 5.3 0.96 (0.93-0.98) 1.9 5.4 Adutores do Quadril 0.92 (0.85-0.96) 1.7 4.8 0.92 (0.84-0.96) 2.0 5.6 Abdutores do Quadril 0.83 (0.69-0.91) 2.9 8.1 0.88 (0.78-0.94) 2.1 5.8 Abreviações: ICC, coeficiente de correlação intraclasse; IC, intervalo de confiança; EPM, erro padrão da medida; MMD, mínima mudança detectável. P á g i n a | 272 INS.124. AVALIAÇÃO CLÍNICA DO BRUXISMO DO SONO EM JOVENS ADULTOS COM AUXÍLIO DE DISPOSITIVO DESCARTÁVEL DE EMG Marila Rezende Azevedo1; Ronaldo Sena2; Stéfani Aparecida Santana Silva3; Isabela Alves Marques 4 Alcimar Barbosa Soares5. Laboratório de Engenharia Biomédica - FEELT - Universidade Federal de Uberlândia. Introdução: O Bruxismo do Sono (BS) é uma atividade involuntária motora do trigêmeo caracterizada por atividades episódicas e repetitivas dos músculos da mastigação com ranger dos dentes ou excursão lateral da mandíbula ocasional ou apertamento durante o sono (MAYER P. et al., 2016). Durante o sono uma parcela da população manifesta eventos, de contato automático dos dentes com atividade rítmica dos músculos da mastigação que excedem a contração voluntária máxima do indivíduo (CARRA, MC. et al 2012). Essa hiperatividade muscular quando não fisiológica pode levar à desorganização do sistema mastigatório, estruturas musculares e ósseas adjacentes. Apesar de não ser ameaça à vida pode influenciar sua qualidade. Por não conhecer os fatores etiológicos que o compõe, com pouco recurso clínico e tecnológico disponível para avaliar e guiar o tratamento, o cirurgião dentista (CD) se depara com a dificuldade de realizar diagnóstico. A abordagem predominante é odontológica e farmacológica para amenizar a dor e proteger dentes e articulação. O bruxismo do sono (BS) é considerado desde uma reação fisiológica de defesa para equilíbrio do sistema, como pode ser um evento não funcional patológico. Tem etiologia indefinida, multifatorial relacionada a fatores emocionais, ao sistema nervoso central e autonômico. Tem forte implicação etiológica no fator psicoemocional e sistema nervoso central (SNC) e autonômico (SNA) (LAVIGNE GJ, et al; 2008) Estudos concluem que questionários aplicados pelo CDs no diagnóstico do BS são incompletos e insuficientes quando confrontados com a complexidade da disfunção (KOYANO K, et al. 2008). Objetivos: O objetivo deste estudo de caso foi avaliar se os questionários desta pesquisa aplicados pelo CD, juntamente com os exames extra e intraorais e o dispositivo descartável de eletromiografia (EMG) BiteStrip®, são capazes de identificar e diagnosticar a severidade do BS, nos voluntários que possuem esta parafunção ou não, sem submetê-los à polissonografia (exame padrão ouro de alto custo). Métodos: Esse estudo de caso integra um experimento de pesquisa sobre o BS, com 36 sujeitos de ambos os gêneros com idade entre 18 e 50 anos. Para este artigo, foram selecionados quatro voluntários com e sem BS. Todos os sujeitos foram submetidos aos mesmos testes e exames. Para complementar o diagnóstico clinico do CD, um dispositivo portátil BiteStrip®, de fácil utilização e acessível ao profissional da saúde e ao paciente, validado como um eletromiógrafo, foi adotado na pesquisa por ser considerado de alta precisão, baixo custo e por pode ser usado em domicílio. Foram realizados exames extra e intra-orais, anamnese, questionários de RDC, Índice de Qualidade de Vida de Néri; IDATE (Inventário de Estresse), EVF-S (Escala Visual de Faces para o estresse) e OHIP-14 Br (Oral Health Impact Profile14 Brasil). O Bitestrip® utilizado possui dois eletrodos EMG pré geleificados e um amplificador EMG que capta sinais EMG gerados por músculos mastigatórios O exame foi realizado em casa, em única sessão. Após orientações, os voluntários aderiam o equipamento sobre músculo masseter (lado esquerdo), calibrando-o com contração voluntária máxima. O mesmo contém um software de captação e análise de sinais em tempo real que detecta e conta os episódios de bruxismo. Dessa forma, é capaz de avaliar a presença ou não de eventos de BS. Os resultados do aparelho são: L, 1, 2 e 3, sendo L sem BS e os valores restantes graduam a severidade da parafunção. A maior graduação 3 corresponde a maior gravidade. Um display químico permanente exibe os resultados. Resultados: Os resultados referentes aos questionários e exames clínicos podem ser visualizados nas Tabelas 1 e 2. Tabela 1 - Bruxômanos e não bruxômanos e a relação destes com dados clínicos e do BiteStrip®. *IDATE: Tende Depressão: x < 38; Nível Normal: 38 ≤ x ≤ 42; Tende ansiedade: x > 42; ** SB: sem Bruxismo do Sono; *** BS: com Bruxismo do Sono. Voluntários SB1** SB2** BS1*** BS2*** Grau de BiteStrip L=0 L=0 3 3 Escala Visual Face 6,00 3,00 0,00 5,00 P á g i n a | 273 Questionários ESV 3,75 3,50 3,92 4,00 OHIP 3,93 0,98 0,88 1,00 42 39 42 46 49 50 48 45 IDATE* I IDATE*I I Tabela 2: Resultados dos exames clínicos. * SB: Sem Bruxismo do Sono; ** BS: com Bruxismo do Sono. Voluntários SB1* SB2* BS1** BS2** Exames Clínicos: RDC Eixo 1Dor e2 0 0 muscular ao acordar Cefaléia ao acordar Sono agitado Classe Classe Oclusão 1 1 Mordida Profunda Ansiedade 0 0 X X X X X X Classe 2 Classe 2 X X X Discussão: Os resultados do BiteStrip® para as duas graduações (L= 0 e 3) foram compatíveis com a avaliação descrita na anamnese e exame clínico, entretanto o tamanho da amostra deste estudo de caso não permitiu uma correlação expressiva dos questionários de ansiedade e estresse. Observa-se neste estudo, que a utilização do dispositivo BiteStrip® é uma alternativa para diagnosticar a severidade do bruxismo do sono, entretanto, deve-se ressaltar a importância dos exames clínicos e questionários para que o diagnóstico do distúrbio seja o mais assertivo. Palinkas em 2015, concluiu que o uso de Bitestrip® é indicado na avaliação do grau de severidade da parafunção, o que corrobora com o achado neste estudo. Porém, não foi demonstrado sua especificidade no diagnóstico do sujeito sem bruxismo. Observa-se que o RDC como exame clínico essencial no diagnóstico de DTM, não demonstrou ser imprescindível para avaliação do BS. Conclusões: Concluiu-se que o conjunto de dados clínicos (dos questionários, anamnese e exames) refinados, mais completos e direcionados às etiologias relacionadas ao comportamento, ansiedade, stress e desequilíbrios do SNC, complementado pelo uso do Bitestrip®, subsidiam o CD, com dados suficientes para diagnóstico e terapêutica em sua prática diária, de forma a solucionar com menor custo e maior eficácia essa disfunção. A possibilidade de utilizar esse instrumento na rotina do CD, permite apresentar os dados de atividade muscular do masseter de forma quantitativa, e não somente por avaliação clínica qualitativa. A validação deste dispositivo justifica sua aplicação por dar segurança ao CD na elaboração de um plano terapêutico cientificamente embasado. É preciso prosseguir com o restante da amostra (n=36), para maior consistência dos resultados. Referências: MAYER P. et al. Sleep Bruxism in Respiratory Medicine Practice. Contemporary Reviews in Sleep Medicine. Chest - 2 0 1 6 - 332-337. CARRA, MC. et al. Sleep Bruxism: A Comprehensive Overview for the Dental Clinician Interested in Sleep Medicine. Dent Clin N Am 56 (2012) 387–413. 2012 Elsevier. LAVIGNE GJ, et al. Bruxism physiology and pathology: an overview for clinicians. J Oral Rehabil 35:476–494; 2008. KOYANO K, et al. Assessment of bruxism in the clinic. J Oral Rehabil. Jul; 35(7):495-508. 2008. PALINKAS, M. Impacto do Bruxismo do sono na musculatura do sistema estomatognático: avaliação eletromiográfica, força de mordida mastigatória e qualidade de vida. USP -Tese Doutorado 2015 – Ribeirão Preto. Fontes financiadoras: CAPES, FAPEMIG, CNPq e BioLab (UFU). Fonte dos dados: São parte da Tese de Doutorado: Padrão Neuro-Comportamental do Bruxismo do Sono. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica - BioLab –UFU. Os voluntários da pesquisa receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, nº 650.649 aprovado em 25/04/2014, pelo Comitê de Ética em Pesquisa UFU. P á g i n a | 274 INS.125. CORRELAÇÃO ENTRE A IMPEDÂNCIA ELÉTRICA DO TRONCO E O LIMIAR DE DOR À PRESSÃO SOBRE PONTO GATILHO MIOFASCIAL EM PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA Marília Artese Barros1; Almir Vieira Dibai-Filho1; Alessandra Kelly de Oliveira1; Rinaldo Roberto de Jesus Guirro1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil Introdução: A impedância elétrica dos tecidos é um sinal biológico que pode ser utilizado na mensuração da dor (Fujita et al., 2008), sendo definida como a resistência elétrica cutânea condicionada pela associação da resistência, presente no fluido extra e intracelular, e da reatância capacitiva, característica das membranas celulares (Kyle et al., 2004; Bolfe et al., 2007). No entanto, associações entre a impedância elétrica dos tecidos e outras variáveis clínicas de mensuração da dor ainda não foram investigadas. Objetivos: Correlacionar a impedância elétrica dos membros superiores e tronco com o limiar de dor à pressão sobre pontos gatilhos miofasciais no músculo trapézio superior de pacientes com dor cervical. Métodos: Trata-se de um estudo transversal cego aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (nº 030643/2013). Trinta voluntários de ambos os gêneros foram incluídos no estudo, idade entre 18 e 45 anos (idade média = 24,00 anos, desvio padrão = 4,19 anos), com dor cervical crônica, apresentando pontuação no Neck Disability Index ≥ 5 pontos e pontuação na Numeric Rating Scale ≥ 3 em repouso ou durante a movimentação ativa da cervical (Walker et al., 2008), além de presença de pontos gatilhos miofasciais ativos e centrais no músculo trapézio superior (Gerwin et al., 1997; Simons et al., 1999). Os voluntários foram avaliados por meio da algometria sobre os pontos gatilhos miofasicias e bioimpedância elétrica. A bioimpedância foi utilizada para avaliar a impedância elétrica dos tecidos do tronco e dos membros superiores às seguintes frequências: 1, 5, 50, 250, 500 e 1000 KHz. Na análise estatística, foi aplicado o teste Shapiro-Wilk seguido do coeficiente de correlação de Spearman, sendo considerado um nível de significância de 5%. Resultados: Foi observada associação negativa e significativa entre o limiar de dor à pressão à direita e a impedância elétrica do tronco à frequência de 5 KHz (rs = -0,392; p = 0,032), à frequência de 50 KHz (rs = -0,406; p = 0,026), à frequência de 250 KHz (rs = -0,388; p = 0,034) e à frequência de 500 KHz (rs = -0,444; p = 0,014). Assim sendo, a correlação negativa indica que quanto menor o limiar de dor à pressão, maior a impedância elétrica do tronco e viceversa. Discussão: No presente estudo, foi observada associação significativa e negativa entre a impedância elétrica do tronco e o limiar de dor à pressão sobre os pontos gatilhos miofasciais nos indivíduos com cervicalgia. Estudos enfocando a mensuração da dor por meio da impedância elétrica são escassos na literatura científica e os poucos estudos publicados não são concordantes com relação ao comportamento da impedância elétrica mediante a presença de dor (Hampf, 1990; Fujita et al., 2001; Yamamoto et al., 2006; Mikolajewska et al., 2011; Ching et al., 2013). O presente estudo foi pioneiro ao correlacionar a impedância elétrica dos tecidos com um instrumento comumente empregado na mensuração da dor. No entanto, alguns outros aspectos devem ser considerados em futuras investigações. Assim sendo, sugere-se a realização de estudos com outras populações com dor crônica, tais como migrânea, dores neuropáticas, disfunção temporomandibular e osteoartrite. Além disso, considerando que no presente estudo houve correlação do limiar de dor à pressão sobre os pontos gatilhos à direita e a impedância elétrica do tronco, e que a amostra do presente estudo foi composta por 83,33% de destros, seria oportuno que futuros estudos controlassem esta variável para verificar à possível relação entre a dominância dos membros e a impedância elétrica. Conclusões: A impedância elétrica do tronco está associada com o limiar de dor à pressão sobre os pontos gatilhos miofasciais no músculo trapézio superior de indivíduos com dor cervical, de forma que indivíduos com menores limiares de dor à pressão apresentam maiores valores de impedância elétrica do tronco e vice-versa. Referências P á g i n a | 275 Bolfe VJ, et al. Electrical impedance behavior of biological tissues during transcutaneous electrical stimulation. Rev Bras Fisioter. 2007;11:135-40. Ching CT, et al. Characterization of the muscle electrical properties in low back pain patients by electrical impedance myography. PLoS One. 2013;8:e61639. Fujita T, et al. Fall of skin impedance and bone and joint pain. J Bone Miner Metab. 2001;19:175-9. Fujita T, et al. Analgesic and chondroprotective effects of risedronate in osteoarthritis assessed by electroalgometry and measurement of collagen type II fragments in urine. J Int Med Res. 2008;36:932-41. Gerwin RD, et al. Inter-rater reliability in myofascial trigger point examination. Pain. 1997;69:65-73. Hampf G. Influence of cold pain in the hand on skin impedance, heart rate and skin temperature. Physiol Behav. 1990;47:217-8. Kyle UG, et al. Bioelectrical impedance analysis part I: review of principles and methods. Clin Nutr. 2004;23:1226-43. Mikolajewska P, et al. Bioimpedance for pain monitoring during cutaneous photodynamic therapy: Preliminary study. Photodiagnosis Photodyn Ther. 2011;8:307-13. Simons DG, et al. Myofascial Pain and Dysfunction: The Trigger Point Manual: Volume 1. 2nd ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins; 1999. Walker MJ, et al. The effectiveness of manual physical therapy and exercise for mechanical neck pain: a randomized clinical trial. Spine. 2008;33:2371-8. Yamamoto N, et al. Objective evaluation of shoulder pain by measuring skin impedance. Orthopedics. 2006;29:1121-3. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP, processos nº 2013/19368-8 e 2013/09753-1), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PIBIC/CNPq). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada: “Eficácia de recursos fisioterapêuticos no tratamento dos pontos gatilhos miofasciais em indivíduos com cervicalgia: ensaio clínico randomizado cego” do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. P á g i n a | 276 INS.126. CORRELAÇÃO ENTRE RAZÃO DE FLEXÃO RELAXAMENTO E INCAPACIDADE RELACIONADA À DOR CERVICAL CRÕNICA Marina F Santos1, Carina F Pinheiro1, Thais C Chaves1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Introdução: A dor cervical é um problema musculoesquelético comum, cuja ocorrência é estimada em torno de 30-50% da população adulta. A alteração na atividade elétrica dos músculos extensores é uma das características da dor cervical. A Razão Flexão-Relaxamento (RFR), que pode ser definida como a razão entre a máxima atividade muscular durante a reextensão/relaxamento1, pode ser utilizada para avaliação de alterações na atividade eletromiográfica de superfície (sEMG) dos músculos extensores cervicais. A incapacidade está presente nos pacientes com dor cervical crônica e pode estar relacionada com alterações na atividade elétrica dos músculos cervicais. Dessa forma, a hipótese deste estudo é de que há correlação positiva entre a RFR e a incapacidade relacionada à dor cervical. Objetivos: Verificar correlações entre a RFR dos músculos extensores cervicais e a medida de incapacidade relacionada à dor cervical em indivíduos com dor cervical crônica. Métodos: Foram avaliados 20 indivíduos com queixa de dor cervical há mais de 3 meses (31,80 anos [DP=3,64], 72,35 kg [DP=17,88] e 1,68 m[DP=0,10]). Para avaliação da incapacidade cervical foi utilizado Neck Disability Index (NDI). A atividade de sEMG dos músculos semiespinhal da cabeça, esplênio da cabeça e trapézio superior foi coletada bilateralmente. Os procedimentos que compõem a avaliação eletromiográfica seguiram as normas do Surface EMG for the Non-Invasive Assessment of Muscles (SENIAM). Para a coleta de dados foi utilizado o equipamento Trigno Wireless™ Delsys®, com 8 canais. Os sinais foram digitalizados com freqüência de amostragem de 4 KHz, com 16 bits de resolução e amostragem simultânea dos sinais. Para visualização e processamento do sinal eletromiográfico foi utilizado o programa EMGWorks® versão 4.1.5. Os sinais brutos de EMG foram filtrados digitalmente de 20–500 Hz. Os voluntários foram orientados a se manter em posição sentada e orientados a realizar o movimento de flexão, partindo de uma posição inicial neutra até alcançar o máximo de amplitude de movimento de extensão cervical (fase de flexão total/relaxamento)1. Posteriormente o retorno à posição inicial neutra deveria ser realizado (fase de re-extensão)2. O período de duração de cada fase (flexão, flexão total e re-extensão) foi de 3 segundos, controlados por um metrônomo1. A tarefa foi realizada 3 vezes, com intervalo de 30 segundos e as análises do sinal consideraram a média das 2 medidas menores. Os valores de RFR foram normalizados pelo valor de pico entre as três medidas coletadas. Para cálculo da RFR foi considerado o valor obtido na razão entre a máxima atividade da fase da re-extensão/ sEMG obtida na fase de flexão total3. Neste cálculo foi considerada a máxima atividade durante 1 segundo durante a fase de re-extensão, e a atividade sEMG média durante os 3 segundos da fase de flexão total. A RFR foi calculada bilateralmente nos músculos avaliados para cada indivíduo e o valor médio dos lados foi considerado para análise estatística. Para análise estatística foi realizada a correlação de Pearson (p<0,05). A força da correlação foi graduada da seguinte maneira: R<0,29: pobre; 0,3<R<0,69: moderada; R>0,7: forte4. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (Processo 4492/2013). Resultados: Foi observada correlação significativa positiva e moderada entre a RFR dos músculos esplênio da cabeça/trapézio superior e a incapacidade relacionada à dor cervical (Tabela). Discussão: Os resultados demonstram que sEMG avaliada através da RFR, a intensidade de dor e a incapacidade cervical estão relacionadas, especialmente para os músculos esplênio da cabeça e trapézio superior. As correlações moderadas e positivas observadas demonstram que maiores valores de incapacidade relacionada à dor cervical estão associados a maiores valores de RFR e intensidade de dor. Esses valores aumentados de RFR podem ser explicados por: 1) Maior atividade elétrica dos músculos extensores cervicais em ambas as fases e 2) Maior atividade sEMG dos músculos extensores cervicais durante a reextensão. Lindstrøm et al5 também relataram associação entre amplitude da atividade sEMG do músculo esplênio da cabeça e incapacidade percebida em pacientes com dor cervical crônica. Podemos especular que haja uma associação entre as variáveis e que melhoras no recrutamento dos P á g i n a | 277 músculos extensores cervicais podem levar a reduções dos níveis de incapacidade pré e pós programas de reabilitação. Conclusões: Esses resultados indicam uma relação entre alterações no recrutamento muscular dos músculos cervicais superficiais (esplênio da cabeça e trapézio superior) e níveis de incapacidade percebida por pacientes com dor cervical crônica. Referências: 1. Murphy BA, Marshall PW, Taylor HH. The cervical flexion-relaxation ratio: reproducibility and comparison between chronic neck pain patients and controls. Spine (Phila Pa 1976). 2010 15;35(24):2103-8. 2. Burnett A, O'Sullivan P, Caneiro JP, Krug R, Bochmann F, Helgestad GW. An examination of the flexionrelaxation phenomenon in the cervical spine in lumbo-pelvic sitting. J Electromyogr Kinesiol. 2009; 19(4):e229-36. 3. Watson P, Booker CK, Main CJ, Chen CAN. Surface electromyography in the identification of chronic low back pain patients: the development of the flexion-relaxation ratio. Clin Biomech 1997:165–71. 4. Dancey CP, Reidy J. Statistics without maths for psychology: Using SPSS for Windows. New York: Prentice Hall, 2004. 5. Lindstrøm R, Schomacher J, Farina D, Rechter L, Falla D. Association between neck muscle coactivation, pain, and strength in women with neck pain. Man Ther. 2011; 16(1):80-6. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (Processo 2013/02312-0 e 2013/24724-8) Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Iniciação Científica intitulado: “Reprodutibilidade da atividade elétrica dos músculos extensores cervicais durante o teste na cadeira flexo-extensora.” realizado no Laboratório de Pesquisa Multidisciplinar da Dor Musculoesquelética e da Dissertação de Mestrado intitulada: “Relação de flexão-relaxamento dos músculos cervicais e dor cervical crônica em trabalhadores de escritório usuários de computador.” do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRPUSP. Tabela 1. Valores médios, desvio-padrão (DP) e coeficientes de correlação (R) entre as medidas de Razão de Flexão-Relaxamento (RFR) dos músculos extensores cervicais e a incapacidade relacionada à dor cervical através do Neck Disability Index (NDI) (n=20). Média (DP) NDI 7,95 (3,82) RFR semi-espinhal 3,10 (1,37) RFR esplênio 1,61 (0,65) RFR trapézio superior 1,39 (0,71) Intensidade de dor 4,50 (1,57) R=0,05, p= 0,82 Correlação R=0,50, p = 0,02* R=0,56, p = 0,009* R=0,53, p = 0,02* * Correlação de Pearson, p<0,05. P á g i n a | 278 INS.127. OS SALTO VERTICAL E HORIZONTAL SE CORRELACIONAM COM A DINAMÔMETRIA ISOCINÉTICA MUSCULAR EM ATLETAS DE BASQUETE DE ALTO RENDIMENTO Fabio Andrelino de Souza1; Natanael Teixeira Alves de Sousa; Victor Augusto Vivan de Oliveira1; Rinaldo Roberto de Jesus Guirro1. 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Introdução: O basquetebol é uma modalidade esportiva de alta intensidade, sendo que o salto é o gesto esportivo mais comumente realizado. Para realizar tal função é necessário força muscular e potência1. Nesse sentido, a dinamômetria isocinética vem sendo a principal ferramenta utilizada para mensurar essas variáveis2. Entretanto, testes de salto são recomendados, buscando reproduzir condições semelhantes as vivenciadas em quadra3. Objetivos: Correlacionar as variáveis do salto vertical e horizontal, com a variáveis da dinamômetria isocinética dos músculos do quadríceps de atletas de basquete de alto rendimento. Métodos: A pesquisa foi composta por 33 atletas de basquete de alto rendimento, com idade entre 17 e 30 anos, altura 194 (0,09) cm, massa 91,33 (15,57) kg e IMC 24,16 (2,61). O estudo foi realizado no Laboratório de Recursos Fisioterapêuticos (LARFFMRP/USP). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética (Parecer n°: 1.117.574). A avaliação por meio do dinamômetro isocinético Biodex System 4 Pro (Biodex Medical Systems®, Nova Iorque, EUA) foi realizado com o objetivo de avaliar a função muscular (torque, potência e trabalho) dos músculos do quadríceps. Os atletas realizaram 5 contrações isocinéticas máximas concêntricas a uma velocidade angular de 60°/s. Após 90 segundos de repouso o atleta realizará mais 15 contrações isocinéticas máximas concêntricas na velocidade angular de 270°/s, ambas com amplitude de movimento total de 90º. A amplitude de extensão completa foi limitada para evitar o efeito de insuficiência passiva dos isquiotibiais. A avaliação do salto vertical foi realizada com o auxílio de uma plataforma de força da marca AMTI, modelo OR 6-7-1000 (Advanced Mechanical Tecnologies, Inc® - AMTI), com frequência de aquisição de 1000 Hz, de quatro sensores, com dimensões 464 x 508 x 82,5 mm, fornecendo as medidas dos componentes de forças ortogonais nos eixos X, Y e Z. Esta plataforma possibilita a análise da área, o deslocamento máximo nos eixos X, Y e total, a velocidade média de deslocamento nos eixos X, Y e total e a força de reação do solo, com tempo de aquisição do sinal de 30 segundos. O processamento dos dados foi realizado em rotinas implementadas no programa Matlab 6.5.1 (The MathWorks Inc., Natick, MA), as quais contemplaram o tempo de voo, a altura e potência do salto. Para o salto horizontal, foi mensurada a distância do salto. Os atletas executarão os saltos com o auxílio dos braços, partindo da posição ortostática, com apoio unipodal do membro dominante, apoio unipodal do membro não dominante e apoio bipodal, respeitandose um intervalo de 60 segundos entre os mesmos. Os saltos foram realizados em ordem de execução aleatória por sorteio. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk e análise de resíduos. Então submetidos ao teste de correção de Pearson4 e análise de regressão linear, com o nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados apresentados na Tabela 1, demonstram uma correlação moderada positiva entre a distância do salto horizontal e todas as variáveis da dinamômetria isocinética, não apresentando predominância entre os membros avaliados ou entre as velocidades angulares propostas. Contudo, na Tabela 2, pode-se notar que o tempo de voo do salto vertical com a perna esquerda, se correlacionou positivamente com todas as variáveis isocinética e ambas as velocidades angulares. Discussão: Em estudo realizado por Alemdaroğlu et al.5, foi observada a correlação entre a potência de salto vertical e a dinamômetria isocinética a 60°/s e 180°/s, em jogadores de basquete. Em contrapartida, Ravé et al.6 encontraram baixa correlação entre a potência de salto e o píco torque avaliado no dinamômetro isocinético. Em estudo recente foi encontrada uma forte correlação entre o salto vertical e o pico de torque de extensores do joelho a uma velocidade angular de 240°/s7. No presente estudo, não foi evidenciada correlação entre essas variáveis, contudo pode-se observar correlação entre todas as variáveis isocinéticas avaliadas e o tempo de voo da perna esqueda. Esses achados podem ser explicados pela dominância do membro direito entre esses atletas, uma vez que a perna de impulsão no basquete e sempre a contralateral. Em relação ao salto P á g i n a | 279 horizontal, não foi possível encontrar estudos que correlacionaram essas variáveis. Conclusões: O tempo de voo do salto vertical sobre a plataforma de força, se correlacionou positivamente com a dinamômetria isocinética, demonstrando ser uma boa ferramenta para análise de salto em jogadores de basquete. Referências 1. Khlifa R. J Strength Cond Res 2010 24:2955-61. Doi:10.1519/JSC.0b013e3181e37fbe 2. Vamvakoudis E J Strength Cond Res. 2007 21(3):930-6. Doi:10.1519/R-18435.1 3. Erculj F. J Strength Cond Res. 2010 24(11): 2970– 2978. Doi: 10.1519/JSC.0b013e3181e38107 4. Zou KH. Radiology 2003 227:617-628. Doi:10.1148/radiol.2273011499 5. Alemdaroğlu Utku. J Hum Kinet. 2012 31: 149158. Doi:10.2478/v10078-012-0016-6 6. González-Ravé JM. J Hum Kinet. 2014 41(1): 227233. doi: 10.2478/hukin-2014-0050 7. Rouis M, et al. Assessment of isokinetic knee strength in elite young female basketball players: correlation with vertical jump. J Sports Med Phys Fitness. 2014 5(12):1502-8.. Fontes financiadoras: Ministério do Esporte, via CNPq (487767/2013-6). Fonte dos dados: Os resultados apresentados são parte do projeto de pesquisa de doutorado, financiado pelo Ministério do Esporte. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRPUSP. Tabela 1. Correlação entre a distância do salto horizontal e as variáveis da dinamômetria isocinética (n=33). Variáveis correlacionadas Equação de Regressão Linear rp R2 F Valor P Valor 60°/s_PT_D Vs. SU_D 60°/s_PT_D = 47,5 + 106,6 SU_D 0,309 9,55 5,60 0,022 60°/s_PT_E Vs. SU_E 60°/s_ PT_E = 52,7 + 100,1 SU_E 0,380 14,43 8,93 0,004 60°/s_PT%_D Vs. SU_D 60°/s_PT%_D = -23,2 + 155,7 SU_D 0,491 24,08 16,81 0,000 60°/s_PT%_E Vs. SU_E 60°/s_PT%_E = 1,3 + 139,6 SU_E 0,629 39,62 34,78 0,000 60°/s_TM_D Vs. SU_D 60°/s_TM_D = 85 + 103,7 SU_D 0,271 7,33 4,19 0,046 60°/s_TM_E Vs. SU_E 60°/s_TM_E = 112,7 + 83,4 SU_E 0,276 7,63 4,38 0,041 60°/s_PM_E Vs. SU_E 60°/s_PM_E = 51,0 + 64,0 SU_E 0,311 9,69 5,69 0,021 270°/s_PT_D Vs. SU_D 270°/s_PT_D = 25,2 + 66,6 SU_D 0,332 11,05 6,58 0,013 270°/s_PT%_D Vs. SU_D 270°/s_PT%_D = -21,8 + 98,3 SU_D 0,587 34,51 27,93 0,000 270°/s_PT%_E Vs. SU_E 270°/s_PT%_E = 73,1 + 52,1 SU_E 0,451 20,33 13,52 0,001 270°/s_TM_D Vs. SU_D 270°/s_TM_D = 54,1 + 65,1 SU_D 0,314 9,85 5,79 0,020 270°/s_TM_E Vs. SU_E 270°/s_TM_E = 104,6 + 39,6 SU_E 0,277 7,66 4,39 0,041 270°/s_TT_D Vs. SU_D 270°/s_TT_D = 584 + 895 SU_D 0,326 10,66 6,32 0,015 270°/s_TT_E Vs. SU_E 270°/s_TT_E = 1434 + 475 SU_E 0,270 7,29 4,17 0,046 270°/s_PM_D Vs. SU_D 270°/s_PM_D = 78 + 139,2 SU_D 0,338 11,41 6,82 0,012 270°/s_PM_E Vs. SU_E 270°/s_PM_E = 197,0 + 78,1 SU_E 0,282 7,98 4,59 0,037 * 60°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 60°/s; 270°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 270°/s; D – Perna Direita; E – Perna Esquerda; SU – Salto Unipodal (cm); PT – Pico de torque (Newton-Metro; PT% - Pico de torque normalizado pele massa; PM – Potência Máxima (Watts); TT – Trabalho total (Joules); TM – Trabalho Máximo (Joules). Tabela 2. Correlação entre as variáveis do salto vertical e dinamômetria isocinética (n=33). Variáveis correlacionadas Equação de Regressão Linear rp R2 F Valor P Valor 60°/s_PT_E Vs. TV_E 60°/s_PT_E = -301 + 1184 TV_E 0,687 47,26 19,72 0,000 60°/s_PT%_D Vs. TV_D 60°/s_PT%_D = -153 + 949 TV_D 0,550 30,20 9,52 0,005 60°/s_PT%_E Vs. TV_E 60°/s_PT%_E = -182 + 976 TV_E 0,619 38,33 13,67 0,001 60°/s_TM_E Vs. TV_E 60°/s_TM_E = -227 + 1082 TV_E 0,506 25,64 7,58 0,012 60°/s_TT_E Vs. TV_E 60°/s_TT_E = -1017 + 4942 TV_E 0,488 23,83 6,88 0,016 60°/s_PM_E Vs. TV_E 60°/s_PM_E = -248 + 911 TV_E 0,616 37,93 13,45 0,001 60°/s_PT%_E Vs. PP_E 60°/s_PT%_E = 271,8 + 3,33 PP_E 0,412 16,97 4,50 0,046 270°/s_PT_E Vs. TV_E 270°/s_PT_E = -94 + 540 TV_E 0,478 22,84 6,51 0,018 270°/s_PT%_E Vs. TV_E 270°/s_PT%_E = -10,6 + 388 TV_E 0,460 21,12 5,89 0,024 270°/s_TM_E Vs. TV_E 270°/s_TM_E = -70 + 541 TV_E 0,478 22,86 6,52 0,018 270°/s_TT_E Vs. TV_E 270°/s_TT_E = -1020 + 7284 TV_E 0,533 28,43 8,74 0,007 270°/s_PM_E Vs. TV_E 270°/s_PM_E = -135 + 1042 TV_E 0,506 25,59 7,57 0,012 * 60°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 60°/s; 270°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 270°/s; D – Perna Direita; E – Perna Esquerda; SB – Salto Bipodal (cm); TV – Tempo de voo (ms)); PP – Potência do salto normalizada pela massa (%); PT – Pico de torque (Newton-Metro; PT% - Pico de torque normalizado pele massa (%); PM – Potência Máxima (Watts); TT – Trabalho total (Joules); TM – Trabalho Máximo (Joules). P á g i n a | 280 INS.128. A DINAMOMETRIA ISOCINÉTICA APRESENTA CORRELAÇÃO COM A ATIVIDADE ELETROMIGRÁFICA EM ATLETAS DE BASQUETE DE ALTO RENDIMENTO Victor Augusto Vivan de Oliveira1; Natanael Teixeira Alves de Sousa; Fabio Andrelino de Souza1; Rinaldo Roberto de Jesus Guirro1. 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Introdução: O sinal eletromiográfico, ocorre por meio da soma de potenciais de ação que são disparados pelo musculo ao longo do tempo e assim sendo caracteriza-se por ser um sinal que fornece informações sobre certas propriedades do sistema neuromuscular para a produção de força1. Nesse aspecto, temos também a dinamômetro isocinético como uma das principais formas de avaliar a força muscular. Estudos anteriores relataram que o aumento da velocidade angular isocinética, pode repercutir na amplitude do sinal eletromiográfico, podendo ou não apresentar mudanças significativas relacionadas ao 2 recrutamento músculos . Objetivos: O presente estudo busca correlacionar a atividade eletromiográfica muscular, com a variaveis da dinamometria isocinética dos músculos do quadríceps de atletas de basquete de alto rendimento. Métodos: A pesquisa foi composta por 30 atletas de basquete de alto rendimento, com idade entre 17 e 30 anos, altura 196 (0,09) cm, massa 94,52 (15,01) kg e IMC 24,55 (2,42). O estudo foi realizado no Laboratório de Recursos Fisioterapêuticos (LARF-FMRP/USP). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética (Parecer n°: 1.117.574). A avaliação por meio do dinamômetro isocinético Biodex System 4 Pro (Biodex Medical Systems®, Nova Iorque, EUA) foi realizada com o objetivo de avaliar a função muscular (torque, potência e trabalho) dos músculos do quadríceps. Os atletas realizaram 5 contrações isocinéticas máximas concêntricas a uma velocidade angular de 60°/s. Após 90 segundos de repouso o atleta realizou mais 15 contrações isocinéticas máximas concêntricas na velocidade angular de 270°/s, ambas com amplitude de movimento total de 90º. A amplitude de extensão completa foi limitada para evitar o efeito de insuficiência passiva dos isquiotibiais. Para captação do sinal eletromiográfico (SEMG) foram utilizados sensores de superfície e módulo de aquisição de sinais Trigno™ (Delsys® Incorporation, Massachusetts, EUA), com impedância de entrada de 109 Ohms, resolução de 16 bits, sendo programado na faixa de entrada de ±10V, com filtro passa alta de 20 Hz e passa baixa de 500 Hz, interfaciado com um notebook (Dell® Inspiron). Para a aquisição e armazenamento dos dados, foi utilizado o programa EMGworks 4.1.5 (Delsys® Incorporation, Massachusetts, EUA). Os eletrodos foram posicionados e fixados de acordo com as orientações propostas pelo SENIAM, após a tricotomia e limpeza da pele com álcool 90%. Foram analisados os músculos reto femoral, vasto lateral e vasto medial oblíquo. Os sinais eletromiográficos foram coletados simultaneamente a execução das avaliações por dinamômetria isocinética. O processamento dos dados foi realizado em rotinas implementadas no programa Matlab 6.5.1 (The MathWorks Inc., Natick, MA), as quais contemplaram os domínios da frequência - frequência mediana em hertz (Hz) e do tempo - amplitude calculado pela root mean square (RMS) em microvolts (µV) (Stegeman e Linssen 1992; De Luca 1997). Os valores do RMS foram normalizados e expressos em porcentagem, sendo calculada a razão entre a primeira contração muscular e cada umas das demais contrações realizadas. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk e análise de resíduos. Então submetidos ao teste de correção de Pearson3 e análise de regressão linear, com o nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados apresentados na Tabela 1, demonstram uma correção negativa moderada, entre a FM e as variáveis isocinéticas, sendo evidenciada em todas as variáveis analisadas com a velocidade angular de 270°/s na extensão do joelho esquerdo. Bem como, nas variáveis pico de torque, trabalho total e potência máxima a 60°/s. Em contrapartida, pode-se observar na Tabela 2, uma correção positiva moderada, entre o RMS e todas as variáveis isocinéticas, na velocidade angular de 60°/s na extensão do joelho direito. O mesmo foi observado nas variáveis pico de torque, trabalho total e trabalho máximo a 270°/s. Vale ressaltar que a maior parte dos atletas apresentam dominância a direita. P á g i n a | 281 Discussão: Corroborando com o presente estudo, Kumar et al.4 observaram correlação negativa entre a velocidade angular e o RMS dos músculos rotadores lombares. Contudo, em estudo realizados com indivíduos saudáveis, correlacionou a FM e o RMS com diversas velocidades angulares da dinamômetria isocinética (60°/s, 120°/s, 180°/s 240°/s, 300°/s, 360°/s, 420°/s e 480°/s), não sendo observada nenhuma correlação entre as variáveis5. Até o presente momento, não foi possível encontrar na literatura estudos que gerem um consenso a respeito da correlação entre essas variáveis. No entanto, acreditamos que essas correlações estão diretamente relacionadas com a dominância de membros e perna utilizada para realização do salto no basquete. Conclusões: A eletromiografia de superfície apresenta uma correlação moderada com a avaliação por dinamômetria isocinética em atletas de basquete de auto rendimento, desde que se leve em consideração a velocidade angular e o membro dominante do atleta. Referências 1. Beck TW, J Electromyogr Kinesiol. 2005 15:482-495. Doi:10.1016/j.jelekin.2004.12.001 2. Barnes WS. The relationship of motor-unit activation to isokinetic muscular contraction at different contractile velocities. Physical therapy 1980 60(9):1152-1158. 3. Zou KH. Radiology 2003 227:617-628. Doi:10.1148/radiol.2273011499 4. Kumar S.. An electromyographic study of isokinetic axial rotation in young adults. The Spine Journal 2003 3(1), 46-54. Doi: 10.1016/S1529-9430(02)00447-3 5. Cramer JT. Scand J Med Sci Sports 2004 14(2):116-127. Doi: 10.1111/j.1600-0838.2003.00317.x Fontes financiadoras: Ministério do Esporte, via CNPq (487767/2013-6). Fonte dos dados: Os resultados apresentados são parte do projeto de pesquisa de doutorado, financiado pelo Ministério do Esporte. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, FMRP-USP. Tabela 1. Correlação entre frequência mediana e as variáveis da dinamômetria isocinética (n=30). Variáveis correlacionadas Equação de Regressão Linear rp R2 F Valor P Valor 60°/s_PT_E Vs. FM_VM_E PT_E = 374,0 - 1,285 FM_VM_E -0,347 12,02 4,65 0,038 60°/s_PT_E Vs. FM_E PT_E = 435,2 - 1,967 FM_E -0,354 12,51 4,86 0,034 60°/s_TT_E Vs. FM_RF_E TT_E = 2130 - 9,49 FM_RF_E -0,347 12,01 4,64 0,038 60°/s_PM_E Vs. FM_VM_E PM_E = 288,1 - 1,170 FM_VM_E -0,396 15,67 6,32 0,017 60°/s_PM_E Vs. FM_E PM_E = 362,3 - 1,993 FM_E -0,449 20,17 8,59 0,006 270°/s_PT_D Vs. FM_RF_D PT_D = 286,8 - 1,386 FM_RF_D -0,403 16,23 6,78 0,013 270°/s_PT_E Vs. FM_VM_E PT_E = 261,0 - 1,072 FM_VM_E -0,459 21,04 9,33 0,004 270°/s_PT_E Vs. FM_VL_E PT_E = 280,8 - 1,331 FM_VL_E -0,525 27,56 13,31 0,001 270°/s_PT_D Vs. FM_D PT_D = 280,8 - 1,254 FM_D -0,341 11,66 4,62 0,039 270°/s_PT_E Vs. FM_E PT_E = 315,6 - 1,738 FM_E -0,511 26,15 12,40 0,001 270°/s_TM_E Vs. FM_E TM_E = 306,7 - 1,344 FM_E -0,332 11,04 4,34 0,045 270°/s_TT_E Vs. FM_VM_E TT_E = 3518 - 11,71 FM_VM_E -0,344 11,83 4,69 0,037 270°/s_TT_E Vs. FM_VL_E TT_E = 3508 - 12,08 FM_VL_E -0,327 10,68 4,18 0,048 270°/s_TT_E Vs. FM_E TT_E = 4023 - 17,98 FM_E -0,363 13,17 5,31 0,027 270°/s_PM_E Vs. FM_VM_E PM_E = 575,1 - 2,247 FM_VM_E -0,413 17,06 7,20 0,011 270°/s_PM_E Vs. FM_VL_E PM_E = 614,7 - 2,771 FM_VL_E -0,469 22,02 9,88 0,003 270°/s_PM_E Vs. FM_E PM_E = 682 - 3,56 FM_E -0,450 20,22 6,32 0,005 * 60°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 60°/s; 270°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 270°/s; D – Perna Direita; E – Perna Esquerda; FM – Frequência Mediana (Hertz); PT – Pico de torque (Newton-Metro; PM – Potência Máxima (Watts); TT – Trabalho total (Joules); TM – Trabalho Máximo (Joules); RF – Musculo Reto Femoral; VM – Musculo Vasto Medial; VL – Musculo Vasto Lateral. Tabela 2. Correlação entre a raiz quadrada da média e as variáveis da dinamômetria isocinética (n=30). Variáveis correlacionadas Equação de Regressão Linear rp R2 F Valor P Valor 60°/s_PT_D Vs. RMS_RF_D PT_D = 119,7 + 1,297 RMS_RF_D 0,405 16,43 6,69 0,014 60°/s_PT_D Vs. RMS_VM_D PT_D = 44,3 + 1,966 RMS_VM_D 0,477 22,72 10,00 0,003 60°/s_PT_D Vs. RMS_D PT_D = 72,0 + 1,720 RMS_D 0,418 17,51 7,22 0,011 60°/s_TM_D Vs. RMS_RF_D TM_D = 134,0 + 1,472 RMS_RF_D 0,380 14,45 5,74 0,022 60°/s_TM_D Vs. RMS_VM_D TM_D = 34,9 + 2,350 RMS_VM_D 0,471 22,18 9,69 0,004 60°/s_TM_D Vs. RMS_D TM_D = 73,5 + 2,008 RMS_D 0,404 16,31 6,62 0,015 60°/s_TT_D Vs. RMS_RF_D TT_D = 598 + 6,89 RMS_RF_D 0,360 12,96 5,06 0,031 60°/s_TT_D Vs. RMS_VM_D TT_D = 25 + 11,96 RMS_VM_D 0,485 23,51 10,45 0,003 60°/s_TT_D Vs. RMS_D TT_D = 241 + 10,05 RMS_D 0,409 16,71 6,82 0,013 60°/s_PM_D Vs. RMS_RF_D PM_D = 56,7 + 1,161 RMS_RF_D 0,470 22,13 9,66 0,004 60°/s_PM_D Vs. RMS_VM_D PM_D = 14,9 + 1,535 RMS_VM_D 0,482 23,25 10,30 0,003 60°/s_PM_D Vs. RMS_D PM_D = 24,9 + 1,445 RMS_D 0,456 20,76 8,91 0,005 270°/s_PT(%)_D Vs. RMS_VM_D PT(%)_D = 215,1 - 0,241 RMS_VM_D -0,330 10,90 4,28 0,046 270°/s_PT(%)_D Vs. RMS_D PT(%)_D = 262,4 - 0,692 RMS_D -0,489 23,95 11,02 0,002 270°/s_TM_D Vs. RMS_VM_D TM_D = 236,3 - 0,344 RMS_VM_D -0,350 12,27 4,90 0,034 270°/s_TT_D Vs. RMS_VM_D TT_D = 3203 - 5,53 RMS_VM_D -0,411 16,85 7,09 0,012 * 60°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 60°/s; 270°/s – Dinamômetria isocinética a uma velocidade angular de 270°/s; D – Perna Direita; E – Perna Esquerda; RMS – Root Mean Square (Raiz Quadrada da Média normalizada em %); PT – Pico de torque (NewtonMetro); PT% - Pico de torque normalizado pele massa (%); PM – Potência Máxima (Watts); TT – Trabalho total (Joules); TM – Trabalho Máximo (Joules); RF – Musculo Reto Femoral; VM – Musculo Vasto Medial. P á g i n a | 282 INS.129. COMPARAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS CINÉTICAS E CINEMÁTICAS DO MEDIOPÉ ESTIMADAS POR TRÊS CONFIGURAÇÕES DE MARCAS DE RASTREAMENTO DOS MOVIMENTOS DO ANTEPÉ DURANTE A MARCHA Rafael Souza1; Fabrício Magalhães2; Vanessa Araújo2; Thales Souza2; Thiago Soares2; Sérgio Fonseca2. 1 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Introdução: A maioria dos modelos biomecânicos existentes para membros inferiores consideram o pé como um segmento rígido único. Recentemente, esses modelos vêm sendo substituídos por outros em que o pé é dividido em múltiplos segmentos rígidos para as análises cinéticas e cinemáticas1. Dentre os segmentos do pé, o movimento do antepé é complexo de ser mensurado por ser composto por cinco raios móveis. Nessa perspectiva, a definição das marcas para se rastrear os movimentos do antepé apresenta grande variação. Assim, é importante entender se a utilização de diferentes configurações de marcas de rastreamento pode repercutir em diferentes valores cinéticos e cinemáticos. A hipótese deste estudo é que diferentes configurações de marcas para se rastrear os movimentos do antepé irão resultar em diferentes valores de ângulo, momento e potência do complexo articular do médiopé. Objetivos: Comparar os valores de ângulo, momento e potência do complexo articular do mediopé entre três diferentes configurações de marcas de rastreamento dos movimentos do antepé no plano sagital durante a marcha. Métodos: Trata-se de um estudo transversal conduzido em 18 mulheres e 12 homens (idade 26±6 anos, massa corporal 65,64±12,14 kg e altura 176,87±9,68 cm) sem dor ou lesão musculoesquelética. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da universidade (CAAE 0427.0.203.000-11). Marcas passivas reflexivas foram colocadas no antepé e retropé esquerdo dos participantes que deambularam em velocidade auto-selecionada sobre uma passarela contendo duas plataformas de força posicionadas em linha (1200Hz, AMTI, EUA). Os marcadores foram capturados por um sistema opto-eletrônico (8 câmeras a 120 Hz, ProReflex Qualisys, Suécia) durante as provas estática e dinâmicas (marcha). Os dados cinéticos e cinemáticos foram filtrados usando o filtro passa-baixa Butterworth a 10Hz e 6 Hz, respectivamente. Para análise dos dados, um modelo biomecânico1 foi implementado no Visual 3D (C-Motion, EUA) e três diferentes configurações de marcas de rastreamento foram utilizadas para o antepé. Para a 1ª configuração de marcas, foram utilizadas as bases do 1°, 2° e 5° metatarsos e a cabeça do 2° metatarso. Para a 2ª configuração de marcas, foram utilizadas a base do 2° metatarso e as cabeças do 1° e 5° metatarsos. Para a 3ª configuração de marcas, foram utilizadas a base do 2° metatarso e as cabeças do 2° e 4° metatarsos. De 4 a 6 tentativas válidas foram consideradas para cada participante, ou seja, quando eles pisavam com o retropé em uma plataforma e o antepé na outra acuradamente. A fase de apoio da marcha foi determinada pela força de reação do solo. O ângulo do complexo articular do mediopé foi calculado como o movimento relativo entre os segmentos antepé e retropé, e normalizados pela posição neutra da subtalar (0°). Já as variáveis cinéticas momento e potência foram calculadas pela dinâmica inversa e normalizadas pela massa corporal. Em sequência, foram calculadas as seguintes variáveis dependentes: ângulo máximo de dorsoflexão, momento máximo de flexão plantar e potência máxima (absorção e geração) no plano sagital do mediopé. Para se comparar as diferenças entre as três configurações de marcas, realizou-se uma análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas para cada variável dependente (α=0,05). Resultados: A ANOVA revelou diferenças (p<0,05) em relação às três configurações de marcas do antepé para as quatro variáveis investigadas. A comparação de pares revelou que a dorsoflexão máxima da configuração de marcas 1 foi igual à configuração 3 e ambas foram diferentes da configuração 2 (Figura 1). Além disso, o momento máximo flexor plantar da configuração de marcas 1 e 3 foram iguais entre si e diferentes da configuração 2. Por fim, os valores máximos de absorção e geração de potência no plano sagital foram diferentes entre as 3 configurações de marcas (Tabela 1). P á g i n a | 283 Conclusões: Foram observadas diferenças significativas em todas as variáveis cinéticas e cinemáticas durante a marcha no plano sagital para o complexo articular do mediopé ao se comparar três diferentes configurações de marcas de rastreamento do antepé. Figura 1: Ângulo (em graus) do complexo articular mediopé na fase de apoio da marcha no plano sagital. Linha contínua: configuração 1; Linha tracejada: configuração 2; Linha pontilhada: configuração 3. Discussão: As análises cinéticas e cinemáticas do complexo articular do mediopé durante a marcha utilizando três configurações de marcas de rastreamento do antepé revelaram diferenças significativas nos valores angulares de dorsoflexão, no momento flexor plantar e na absorção e geração de potência no plano sagital. O presente achado demostra que a 2ª configuração de marcas captura menos movimento de dorsoflexão e maior momento de flexão plantar, além de captar menor potência na fase de absorção e maior potência na fase de geração quando comparado às configurações 1 e 3. Futuros estudos que avaliem a biomecânica do complexo articular do mediopé devem considerar estas diferenças ao escolher o método de rastreamento de marcas mais adequado de acordo com o objetivo proposto. Referências 1. Rankine L et al. Crit Rev Biomed Eng, 2008; 36(2-3):127-181. doi: 10.1186/1757-1146-7-24. 2. Bruening DA et al. Gait Posture. 2012; 35(4):535-40.doi:10.1016/j.gaitpost.2011.11.012. Fontes financiadoras: Esse trabalho é financiado pelas agências governamentais CNPq, FAPEMIG, CAPES, PRPq/UFMG. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Pós-Doutorado de Fabrício Anício de Magalhães intitulado: Influência da resistência passiva de quadril e mediopé sobre a cinemática articular dos membros inferiores como parte de uma sinergia para o deslocamento anterior da pelve durante a marcha; e parte do conteúdo do Projeto de Doutorado de Vanessa Lara de Araújo intitulado: Influência do alinhamento e rigidez do pé na cinemática e cinética dos membros inferiores durante a marcha. Esse trabalho é desenvolvido no Programa de Pósgraduação em Ciências da Reabilitação da UFMG. Tabela 1: Valores em média ± DP para o complexo articular mediopé no plano sagital. Diferentes letras representam diferenças significativas (p<0.05). DF: ângulo máximo de dorsoflexão; FP: momento máximo flexor plantar; ABS: absorção máxima de potência; GER: geração máxima de potência. Configuração 1 2 3 DF(°) 8.97±2.27a 6.94±2.51b 8.59±2.42a FP(Nm/kg) -1.25±0.24a -1.26±0.24b -1.25±0.24a ABS(W/kg) -0.72±0.26a -0.45±0.23b -0.59±0.26 c GER(W/kg) 1.11±0.64a 1.86±0.75b 1.68±0.68c P á g i n a | 284 INS.130. CORRELAÇÃO ENTRE A ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO DE NULIGESTAS COM OS MÉTODOS PALPAÇÃO DIGITAL, PRESSÃO DE CONTRAÇÃO E DINAMOMETRIA Marília Duarte dos Santos1; Rafaela de Melo Silva1; Vanessa Pinho Palmezoni1; Vanessa Santos Pereira Baldon2; Lílian Ramiro Felício2; Ana Paula Magalhães Resende2 1 - Mestrandas do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil. 3 - Docentes do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil. Introdução: A eletromiografia de superfície (EMGs) é um método de avaliação que visa avaliar a atividade elétrica gerada pela contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP)1. Apesar do ruído gerado pela EMGs desse grupo muscular, ainda não foi estabelecida uma ferramenta padrãoouro para tal análise2. Acredita-se que haverá correlação positiva entre a EMGs e os diferentes métodos de avaliação do assoalho pélvico. Objetivos: Correlacionar a EMGs dos MAP de nuligestas com palpação digital, pressão de contração e dinamometria. Este estudo se diferencia dos demais pois correlaciona quatro métodos importantes para a avaliação dos MAP, o que complementaria a avaliação dessa musculatura, tanto na prática clínica quanto na investigação científica. Métodos: Este estudo foi realizado no Laboratório de Desempenho Cinesiofuncional Pélvico e Saúde da Mulher da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), trata-se de estudo transversal, com amostra constituída por 28 nuligestas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética da UFU nº 862.805/2014. Os critérios de inclusão foram: possuir habilidade de contrair os MAP, ser nuligesta, e não apresentar queixas uroginecológicas. Foram excluídas as mulheres que apresentavam cirurgia pélvica prévia, que não passaram por intercurso sexual com penetração vaginal e apresentavam doenças neuromusculares. A avaliação dos MAP foi realizada pela palpação digital, pressão de contração (Peritron®Cardio Design Pty Ltd, Oakleigh, Victoria, Austrália), dinamometria (Dinamômetro Vaginal da marca EMG System i do Brasil® modelo DFV 020.101/10®) e EMGs (probe descartável vaginal da marca Miotec e eletromiógrafo EMG System do Brasil®) Figura 1. Em todos os exames foram solicitadas três contrações máximas sustentadas por 5 segundos e para a análise foi utilizada a média das três contrações. Inicialmente realizou-se a palpação digital para verificar a habilidade de contrair os MAP, a força foi graduada pela Escala de Oxford Modificada. Em seguida a ordem dos exames foi randomizada. Para a perineometria foi utilizada a pressão de pico. Na dinamometria, a força de contração foi calculada a partir da diferença entre o maior e o menor valor (Kgf) fornecidos pelo equipamento3. A avaliação do sinal EMGs foi realizada por meio da Root Mean Square (RMS), janelado em 5 segundos durante a contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Foi utilizado frequência de amostragem de 2.000Hz, um filtro analógico passa-banda de 20 a 500 Hz. O RMS da atividade de contração foi normalizado pelo valor médio das três repetições de RMS de repouso. A análise estatística foi realizada por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS 21, Chicago, IL), foram utilizados os testes de Shapiro-Wilk e Correlação de Spearman, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliadas 28 nuligestas com média de idade de 23,3 (DP=2,5) anos. A média dos valores encontrados na palpação digital foi de 3,1 (DP=0,9). No que se refere à pressão de contração e dinamometria as médias dos valores encontrados foram de 42,6 (DP=22,5) cmH2O e 1,2 (DP=0,5) Kgf respectivamente. No que diz respeito à EMGs, a média do RMS foi 54,6 (DP=27,1) μV e dos valores normalizados 78,2 (DP=12,1) %. Conforme demonstrado na Tabela 1, foram observadas correlações positivas moderadas entre RMS e palpação digital, pressão de contração e dinamometria. Em relação ao sinal eletromiográfico normalizado, foi encontrada correlação positiva e fraca com a pressão de contração e correlações positivas moderadas com a palpação digital e a dinamometria. Discussão: Foi encontrada correlação positiva de moderada a fraca entre os métodos avaliados. O que já era esperado, visto que outros autores2,4 fizeram correlações semelhantes. Botelho et al2 correlacionaram a EMGs com a palpação digital e encontraram forte correlação entre eles, no entanto, os dados da atividade eletromiográfica não foram normalizados. No estudo de Pereira et al4 verificou- P á g i n a | 285 se a correlação entre a palpação digital, a perineometria, a EMGs e as variáveis ultrassonográficas dos MAP, e houve correlação positiva moderada entre a palpação digital, a pressão de contração e a RMS normalizada pela média da contração abdominal. De fato, ainda não existe padrão-ouro para normalização da atividade eletromiográfica dos MAP, tampouco tipo ideal de probe vaginal. Por estarem localizados a cerca de 3,5 cm dentro da cavidade vaginal e a superfície de contato vaginal ser mucosa, realizar EMGs dos MAP ainda representa um desafio e mais estudos são necessários4,5. Conclusões: Os resultados encontrados permitem concluir que existe correlação entre a EMGs dos MAP de nuligestas com os demais métodos de avaliação apresentados. Referências 1. BATISTA RLA et al. Rev Bras Fisioter. 2011;15(5):386-92. doi: 10.1590/S141335552011005000026 2. BOTELHO S et al. Neurourol Urodyn. 2013;32(5):420–3. doi: 10.1002/nau.22321 3. MARTINHO NM et al. Braz J Phys Ther. 2015;19(2):97-104. doi: 10.1590/bjptrbf.2014.0083 4. PEREIRA VS et al. Braz J Phys Ther. 2014; 18(5):428-34. doi: 10.1590/bjpt-rbf.2014.0038 5. KESHWANI N et al. Neurourol Urodyn. 2015; 34(2):104-12. doi: 10.1002/nau.22529. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais nº APQ01959-13 e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Fonte dos dados: Os dados apresentados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Correlação entre a função dos músculos do assoalho pélvico e o tamanho da diástase abdominal de primigestas. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, FAMED-UFU. Tabela 1 – Correlação entre a eletromiografia de superfície dos músculos do assoalho pélvico de nuligestas com os métodos palpação digital, pressão de contração e dinamometria. Método de Palpação digital Perineometria Dinamometria avaliação Coeficiente Valor p Coeficiente Valor p Coeficiente Valor p de correlação de correlação de correlação (p) (p) (p) RMS 0,455 0,015* 0,411 0,030* 0,582 0,001* Sinal EMG 0,476 0,010* 0,380 0,046* 0,566 0,002* normalizado Valores obtidos por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman; *p<0,05; RMS=Root Mean Square Figura 1 – Probe vaginal utilizado na avaliação dos MAP P á g i n a | 286 INS.131. COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS CONFIGURAÇÕES DE RASTREAMENTO DOS MOVIMENTOS DO ANTEPÉ DURANTE A PRONAÇÃO E SUPINAÇÃO DO PÉ EM ORTOSTATISMO Raphael Borges de Oliveira Gomes¹; Fabrício Magalhães1; Vanessa Araújo1; Thales Souza1; Breno Teixeira¹; Cristiene Miranda¹; Sérgio Fonseca1. 1 Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: Na análise do movimento humano, um modelo que considera os vários segmentos que compõem o pé pode fornecer mais conhecimento sobre a sua mecânica, ajudando no entendimento de patologias1,2. Vários modelos multi-segmentares do pé têm sido propostos, sendo observada uma variedade na configuração dos marcadores para rastrear o movimento do antepé1,3. Torna-se, portanto, necessário entender se o uso de diferentes configurações repercute em mudanças no ângulo mensurado e no pressuposto de corpo rígido do antepé. Uma maneira de verificar a adequação a esse pressuposto é calcular o movimento relativo (residual) entre as marcas de rastreamento, sendo que quanto menor o valor residual, mais adequada é a configuração2. A hipótese é que diferentes configurações de rastreamento do antepé irão resultar em diferenças no ângulo antepé-retropé e nos valores residuais do antepé. Objetivos: Investigar as diferenças entre três configurações de rastreamento do antepé durante os movimentos de pronação e supinação, considerando o ângulo antepé-retropé e a análise residual do antepé. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com 11 homens e 19 mulheres (idade 26±5 anos, massa corporal 64,41±11,93 kg e altura 167,37±9,84 cm) sem queixas de dor ou lesões musculoesqueléticas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da universidade (CAAE 0427.0.203.000-11). Marcadores passivos foram colocados sobre o retropé e antepé esquerdos dos participantes. Foram realizadas três coletas estáticas com a subtalar na posição neutra e uma coleta dinâmica que capturou dez movimentos de pronação e supinação máximas em ortostatismo. O evento máximo de pronação foi definido como o máximo de eversão do retropé. Os marcadores foram capturados por um sistema optoeletrônico (8 câmeras ProReflex, Qualisys AB, Suécia) a 120Hz e filtrados usando filtro passa-baixa a 6Hz. Um modelo biomecânico3 foi implementado no Visual 3D (C-Motion Inc, EUA) e três configurações de marcadores foram utilizadas nos ossos metatarsais para rastrear o antepé. Para a 1ª configuração, foram utilizadas as bases do 1º, 2º e 5º e a cabeça do 2º; para a 2ª configuração, foram utilizadas a base do 2º e as cabeças do 1º e 5º; e para a 3ª configuração, foram utilizadas a base do 2º e as cabeças do 2º e 4º metatarsais. O ângulo do complexo articular do mediopé foi calculado como o movimento entre o antepé e o retropé no máximo de pronação e normalizado pela posição neutra da subtalar. O residual do antepé foi normalizado pela distância média entre os marcadores. Para a análise estatística, foi realizada a Análise de Variância (ANOVA) de medidas repetidas (α=0,05). Resultados: Os resultados estão apresentados na Tabela 1. A ANOVA mostrou que há diferença (p<0,05), tanto para o valor residual do antepé, quanto para o movimento do complexo articular do mediopé. Os contrastes mostraram que, no plano sagital, as configurações 1 e 2 capturaram igualmente a dorsiflexão do antepé-retropé no máximo de pronação, enquanto a 3ª configuração capturou maior dorsiflexão. No plano frontal, as três configurações foram diferentes entre elas, com a 1ª configuração captando maior eversão do antepé-retropé no máximo de pronação. Na 3ª configuração, durante a pronação, houve maior eversão do retropé do que do antepé, que é representada como inversão do antepé-retropé (Figura 1). No plano transverso, as configurações 1 e 2 captaram igualmente os movimentos, enquanto a configuração 3 captou maior rotação lateral. Em relação ao residual do antepé, a 3ª configuração de marcadores foi a menor, em comparação com as demais. Conf ig. Sagital Frontal Transverso Residual 1 1,7±1,6a -3,5±2,2a -4,2±2,3a 1,78e-2±0,54a 2 1,9±2,7a -0,8±2,8b -4,3±2,7a 1,85e-2±0,71a 3 2,5±2,2b 2,2±3c -7,6±3,8b 1,46e-2±0,52b P á g i n a | 287 Tabela 1: Valores de média±DP do ângulo antepé-retropé (em graus) e do residual do antepé. Letras diferentes representam diferenças significativas (p<0,05). Config: configuração de rastreamento. Valores angulares positivos indicam dorsiflexão, inversão e rotação medial do antepé-retropé. Figura 1: Cinemática do complexo articular do mediopé durante o movimento de pronação (0-50%) e supinação (50-100%) do pé. EV: eversão. IN: inversão. Discussão: Pode-se observar que diferentes configurações de marcadores para rastrear o antepé resultam em diferentes valores residuais e de ângulos antepé-retropé. A melhor configuração de marcadores é aquela com menor valor residual e maior captura de movimento, o que ocorreu com a 3ª configuração. É importante ressaltar que a 3ª configuração foi a que melhor representou a inversão do mediopé durante a pronação ao considerar a porção mais distal do antepé, que se movimenta menos por estar apoiada ao solo e possuir marcadores em raios menos móveis do pé. Em contraste, a configuração 1 parece representar melhor a porção mais proximal do antepé, que se movimenta bastante em relação ao espaço. Assim, as diferentes configurações parecem representar diferentes partes do antepé. Conclusões: Diferentes configurações de marcadores de rastreamento do antepé produzem cinemáticas diferentes do complexo do mediopé. A 3ª configuração parece ser mais adequada para medir o movimento do complexo do mediopé quando se deseja medir o movimento da porção mais distal e apoiada do antepé, em relação aos segmentos posteriores do pé. Referências: 1- Rankine L et al. Crit Rev Biomed Eng. 2008; 36(2-3):127-181. doi: 10.1186/1757-1146-7-24. 2- Bruening DA et al. Gait Posture. 2012; 35(4):529-34. doi: 10.1016/j.gaitpost.2011.10.363. 3- Bruening DA et al. Gait Posture. 2012; 35(4):535-40. doi: 10.1016/j.gaitpost.2011.11.012. Fontes financiadoras: Esse trabalho é financiado pelas agências governamentais FAPEMIG, CNPq e CAPES. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de Pós-Doutorado de Fabrício Anício de Magalhães intitulado: Influência da resistência passiva de quadril e mediopé sobre a cinemática articular dos membros inferiores como parte de uma sinergia para o deslocamento anterior da pelve durante a marcha; e parte do conteúdo do Projeto de Doutorado de Vanessa Lara de Araújo intitulado: Influência do alinhamento e rigidez do pé na cinemática e cinética dos membros inferiores durante a marcha. P á g i n a | 288 INS.132. COMPARAÇÃO E PREDIÇÃO DO PICO DE TORQUE ENTRE CRIANÇAS DO SEXO FEMININO E MASCULINO Thiele de Cássia Libardoni1; Carolina Buzzi2, Larissa Sinhorim2, Anamaria Siriani de Oliveira1,Gilmar Moraes Santos2 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP 2 Universidade do estado de Santa Catarina - UDESC Introdução: A força muscular pode tanto refletir o estado de saúde como predizer o desempenho para determinadas modalidades esportivas. O contínuo crescimento durante o desenvolvimento da criança, aumenta a tendência da variação da performance da força muscular.1 Por este fato demonstra-se a importância em avaliar a força muscular isocinética, sendo esse tipo de mensuração relacionada a velocidade específica de atividades funcionais realizadas por crianças, para produção de contração muscular em velocidade específicas. O estudo de Christos2 demonstrou que não existe diferença entre os sexos e a força muscular durante uma tarefa isométrica em crianças que estejam da fase pré-puberdade e durante exercícios de alta intensidade. Assim, identificar as variáveis que podem contribuir para esta variação é importante para aqueles que trabalham com a população pediátrica para reconhecer os fatores implícitos determinantes. Além disso, há pouca informação sobre as diferenças de sexo em relação muscular força em crianças e quais as variáveis podem predizer o aumento ou diminuição do pico de torque (PT). Objetivos: Comparar o PT entre o sexo feminino e masculino e verificar as variáveis preditoras do PT em crianças. Métodos: Foram avaliados 165 crianças com idade de 8 a 12 anos de ambos os sexos. Os pais das crianças assinaram o Termo de Consentimento e Assentimento Livre e Esclarecido aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (parecer UDESC nº361.552). Medidas de PT isocinético de quadríceps e isquiotibiais na velocidade de 60°/s no modo concêntrico, através do dinamômetro isocinético (Biodex4). Variáveis antropométricas como peso foram avaliadas por meio de uma balança digital e altura por um estadiometro. A circunferência media da coxa dominante (CIRMD) por meio de uma fita métrica. Para verificar a diferença na média do PT entre os gêneros masculino e feminino, foi aplicado teste t independente. Para verificar variáveis preditoras foi utilizado o modelo de regressão múltipla. O software utilizado foi SPSS 20.0. Resultados: A comparação do PTfle e PText do joelho, entre os sexos, esta apresentado na tabela 1, demonstrando em quais grupos musculares houve diferença significativa Tabela 1 – Comparação de pico de torque extensor entre os sexos. Idade Cond Feminino Masculino 8 PTfle 78,1±0,4 82,4±0,8 PText 125,4±3,5 133,1±2,4 9 PTfle 81,4±0,5 83,9±0,7 PText 132,3±3,4 142,4±3,3 PText 144,6±5,6 152±2,7 PText 147,5±2,8 158,1±1,6 12 PTfle 91±0,6 95,6±1,9 PText 153,6±3,5 165,9±6,0 flexor e p 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 NOTA: Cond – condição; PTfle – pico de torque flexor; PText – pico de torque extensor; *Variável estatisticamente significativa para verificar a diferença (p≤0,05). Na tabela 2 estão apresentadas as variáveis preditoras do PT. Discussão: Em relação ao sexo, percebe-se que as crianças do sexo masculino apresentaram maiores valores de pico de torque extensor em todas as idades. No PTfle houve diferença apenas nas idades de 8, 9 e 12 anos. Observando os valores da CIRMD, verifica-se que os maiores valores no tamanho muscular são no sexo masculino e também que a CIRMD demonstrou ser um preditor para o pico de torque, apresentando uma forte associação com o PTfle e PText no sexo feminino e PTfle no sexo masculino. Além da CIRMD a estatura e também a idade foram preditores do pico de torque. Ressalta-se que a estatura e a CIRMD apresentam uma progressão no aumento do pico de torque e estes fatos ocorrem em conjunto com o aumento da idade e da estatura. Com isso ocorre um aumento do comprimento ósseo e também do alongamento muscular e estes fatores proporcionam um estímulo ao desenvolvimento da força muscular.4 Estes autores relatam que a força muscular e a CRMD podem estar relacionadas ao P á g i n a | 289 desempenho muscular. Assim, é possível acreditar que o aumento ou a diminuição do tamanho da coxa, e o aumento da idade e demais fatores antropométricos podem aumentar a força muscular. O grau de ativação da unidade motora em meninos pré-adolescentes foi de 78% do total de unidades motoras nos movimentos voluntários do joelho.5 Barber- Westin6 verificaram que apenas durante a adolescência os sujeitos do sexo masculino apresentam maior PTfle e PText de joelho quando comparando aos sujeitos do sexo feminino. Em um estudo de Schneider7, observaram que os meninos foram mais fortes do que as meninas nos testes de força de contração isométrica e isocinética. Estudos anteriores têm demonstrado que a maturação não faz exercem um efeito independente sobre a produção de torque isocinético uma vez que a estatura e massa corporal são preditores do aumento ou diminuição do PT.4 Reforçando a hipótese que as diferenças da força muscular em razão com a idade e diferenças de sexo podem ser atribuído principalmente a estatura e a CRMD. Conclusões: Em relação a comparação entre os sexos, observou-se que os sujeitos do sexo masculino apresentaram maior pico de torque em todas as idades, reforçando que os meninos são mais fortes que as meninas. Nossos achados também mostram que a força pode ser parcialmente influenciada pela altura e a CIRMD. Referências: 1 - Falk B, Tenenbaum G. Sports Med 1996; 22:176-86. 2- Christos K et al. J. Sports Sci. 2006; 24: 817– 824. 3- De Ste Croix MBA. Isokinetics and Exercise Science . 2012: 275–291. 4- Gross MT et al. Phys Ther. 1989; 69:54-62. 5- Ramsey JA et al. Med Sci Sports Exerc. 1990; 22:605-614. 6- Barber-Westin SD et al. Am J Sports Med. 2006; 34:375-84. 7- Schneider P et al. Rev Paul Ed Física 2002; 16: 35-42. Fontes financiadoras: Conselho nacional de pesquisa (CnPq). Processo: 479704/2013-9 Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: Valores de referência de equilíbrio e força muscular para crianças de 8 a 12 anos. O trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de PósGraduação em Fisioterapia, UDESC. Tabela 2 - Resumo do modelo de regressão múltipla do pico de torque para o sexo feminino e masculino Condições Feminino PTfle PText Preditores r R2 p Idade CIRCMD Idade Altura CIRCMD 0,99 0,99 0,92 0,93 0,94 0,97 0,98 0,85 0,86 0,87 0,00* 0,01* 0,00* 0,02* 0,02* Idade Peso Altura CIRCMD Idade Altura 0,91 0,91 0,92 0,92 0,96 0,96 0,82 0,83 0,84 0,85 0,91 0,92 0,00* 0,02* 0,05* 0,02* 0,00* 0,03* Masculino PTfle PText NOTA: r - coeficiente de associação, R2- coeficiente de determinação, CIRCMD, circunferência media da coxa dominante, PTfle, pico de torque dos flexores do joelho; PText, pico de torque dos extensores do joelho, *Variável estatisticamente significativa para predizer o pico de torque (p≤0,05). P á g i n a | 290 INS.133. CONFIABILIDADE INTRA-SESSÃO E INTER- EXAMINADOR DO INCLINÔMETRO NA MENSURAÇÃO DA AMPLITUDE DE MOVIMENTO DO OMBRO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DO IMPACTO SUBACROMIAL Marcela Camargo Tozzo¹; Walter Ansanello Netto²; Jaqueline Martins1; Salomão Chade Assan Zatiti3; Anamaria Siriani de Oliveira1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Universidade de São Paulo – USP 2 Instituto de Terapia Especializada de Cravinhos – ITE Cravinhos 3 Hospital Especializado de Ribeirão Preto – HERP Introdução: A avaliação da Amplitude de Movimento (ADM) colabora com o diagnóstico clínico de patologias glenoumerais e é útil para avaliar a eficácia do tratamento em relação à mudança do movimento.1 A mensuração da ADM do ombro pode ser realizada pelo inclinômetro digital que tem demonstrado boa confiabilidade em indivíduos saudáveis, mas estes resultados não podem ser assegurados em indivíduos com Síndrome do Impacto Subacromial (SIS). 1,2 Objetivo: Analisar a confiabilidade intra-sessão e inter-examinador das mensurações de ADM ativa e passiva do ombro realizadas com o inclinômetro digital em indivíduos com SIS. Métodos: Participaram do estudo 10 indivíduos de ambos os sexos com diagnóstico médico de SIS, história de dor no ombro há três meses e positividade em pelo menos três testes específicos dentre Hawkins, Arco doloroso, Jobe, Neer e resistência em rotação externa.3 Os indivíduos foram recrutados por conveniência do serviço de fisioterapia de uma clínica particular e do Centro de Saúde Escola Cuiabá da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (Processo: 50662415.2.0000.5414XYZ). Os movimentos de ombro de flexão, extensão, abdução e rotação interna e externa em neutro e a 90° de abdução foram realizados na forma ativa e posteriormente passiva por dois examinadores treinados. 1,2,4 O primeiro examinador realizou três mensurações de cada movimento ativo e passivo e, após um intervalo de 40 minutos, todo procedimento foi repetido pelo segundo examinador. A análise da confiabilidade interexaminador foi realizada para os valores de média das três mensurações obtidas para cada movimento entre os examinadores, enquanto que a análise da confiabilidade intra-sessão foi realizada para cada movimento entre as três mensurações do primeiro examinador. A confiabilidade foi analisada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) associado ao intervalo de confiança de 95% (IC95%) e classificada como pobre (< 0.40), moderada (< 0.40 e < 0.75) e excelente (> 0.75).5 Resultados e Discussão: A confiabilidade interexaminadores e intra-sessão foi excelente para todos os movimentos ativos e passivos (Tabela 1), com exceção apenas para confiabilidade interexaminador na rotação externa em neutro ativa no qual a confiabilidade foi moderada (ICC=0,67). Os movimentos ativos de flexão, rotação externa e interna a 90º de abdução podem ser comparados com o estudo de Mullaney et al 4 no qual a confiabilidade também foi excelente (ICC= 0,82 a 0,93). Não há dados na literatura para comparação com os demais movimentos passivos e ativos. Conclusão: O inclinômetro digital parece ser um equipamento confiável para mensurar a ADM do ombro em pacientes com SIS. No entanto, um maior tamanho amostral se faz necessário para melhorar os intervalos de confiança das medidas. Referências 1) Cools AM, Wilde LD, Tongel AV, Ceyssens C, Ryckewaert R, Cambier DC. Measuring shoulder external and internal rotation strength and range of motion : comprehensive intra-rater and inter-rater reliability study of several testing protocols. Journal of Shoulder and Elbow Surgery, v. 23, n. 10, p. 1454–1461, 2014. http://dx.doi.org/10.1016/j.jse.2014.01.006. 2) Kolber MJ, Hanney WJ. The Reliability and Concurrent Validity of Shoulder Mobility Measurements Using a Digital Inclinometer and Goniometer. International Journal of Sports P á g i n a | 291 Physical Therapy, v. 7, n. 3, p. 306–313, 2012. New York, NY: John Wiley & Sons; 1986:1-32. 3) Michener LA, Walsworth MK, Doukas WC, Murphy KP. Reliability and diagnostic accuracy of 5 physical examination tests and combination of tests for subacromial impingement. Arch Phys Med Rehabil. 2009;90:1898-903. Doi: 10.1016/j.apmr.2009.05.015. 4) Mullaney MJ, McHugh MP, Johnson CP, Tyler TF. Reliability of shoulder range of motion comparing a goniometer to a digital level. Physiotherapy Theory and Practice, 26(5):327– 333, 2010. DOI: 10.3109/09593980903094230. Fonte de Dados: Esses dados são parte de um projeto de Iniciação Científica intitulada: Confiabilidade intra e inter-examinador e medidas de erro do inclinômetro na mensuração da amplitude de movimento do ombro em indivíduos com Síndrome do Impacto Subacromial, apresentado ao Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor da Universidade de São Paulo - USP. 5) Fleiss JL. Reliability of measurement. In: The Design and Analysis of Clinical Experiments. Tabela 1. Confiabilidade do inclinômetro digital nos movimentos de ombro (n=10) ICC inter-examinador (IC95%) ICC intra-sessão do examinador 1 (IC95%) Flexão sentado ativa 0,91 (0,67;0,98) 0,97 (092;0,99) Abdução ativa 0,93 (0,65;0,98) 0,98 (0,94;0,99) Extensão ativa 0,93 (0,72;0,98) 0,97 (0,91;0,99) Rotação externa em neutro ativa 0,83 (0,36;0,96) 0,97 (0,91;0,99) Rotação externa a 90° ativa 0,91 (0,66;0,98) 0,97 (0,91;0,99) Rotação interna a 90° ativa 0,81 (0,22;0,95) 0,90 (0,74;0,97) Flexão em supino ativa 0,94 (0,72;0,99) 0,96 (0,90;0,99) Flexão sentado passiva 0,97 (0,74;0,98) 0,90 (0,94;0,99) Abdução passiva 0,98 (0,91;0,99) 0,97 (0,93;0,99) Extensão passiva 0,84 (0,35;0,96) 0,77 (0,50;0,93) Rotação externa em neutro passiva 0,67 (-0,22;0,92) 0,91 (0,76;0,97) Rotação externa a 90° passiva 0,91 (0,65;0,98) 0,95 (0,87;0,99) Rotação interna a 90° passiva 0,85 (0,36;0,96) 0,97 (0,91;0,99) Movimentos ICC: Coeficiente de Correlação Intraclasse; IC95%: Intervalo de confiança de 95% P á g i n a | 292 INT. 101. EFEITO DE UM PROTOCOLO DE REEDUCAÇÃO DA POSTURA PÉLVICA SOBRE A FORÇA DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO FEMININO – ESTUDO PRELIMINAR Adriana Piccini1; Isabela Peres1; Marília Andrade1; Natália Martinho1; Denise Iunes1; Leonardo Carvalho1; Simone Botelho1,2 1 Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL); 2Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Introdução: O assoalho pélvico desempenha papel importante na manutenção da continência, suporte dos órgãos pélvicos1 e estabilidade postural. A posição da pelve é mantida pela ação equilibrada dos músculos abdominais, dos extensores vertebrais e do quadril2. Quando ocorre o desequilíbrio entre esses músculos, o aumento ou diminuição da curvatura lombar pode desencadear consequente modificação na orientação da pelve, anteriormente (anteversão) ou posteriormente (retroversão), o que é investigado rotineiramente durante uma avaliação postural fisioterapêutica e é conhecido como o ângulo de báscula pélvica. Levando em consideração a importância da postura pélvica embasados pela pratica do yoga, pilates e exercícios de reeducação das cadeias musculares, subsidiados por conhecimentos biomecânicos e cinesiológicos, criamos um protocolo de exercícios de reeducação da postura pélvica que envolvem o corpo como um todo. Esses são compostos ainda por exercícios com enfoque nos movimentos pélvicos, associados às contrações dos músculos do assoalho pélvico. Objetivos: Investigar o efeito de um protocolo de exercícios de reeducação da postura pélvica sobre a força dos músculos do assoalho pélvico e o posicionamento pélvico. Métodos: Estudo clínico prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (44675415.1.0000.5142). Participaram do estudo 12 mulheres continentes (idade média de 24,83 ±7,13 anos e Índice de Massa Corpórea de 21,26 ±2,25 kg/cm2) as quais foram selecionadas nos cursos de graduação da Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG. As participantes foram avaliadas quanto a força dos MAP por meio de palpação digital (graduada de acordo com a Escala Modificada de Oxford)3. Esse procedimento foi realizado com a participante posicionada em decúbito dorsal, flexão de joelhos e quadris e pés apoiados na maca. Em seguida, foi realizada a avaliação da postura pélvica por meio da fotogrametria. A participante, em trajes de banho e com a correta demarcação das espinhas iliacas póstero-inferior e ântero-superior permaneceu em posição ortostática. A partir destas fotos, um segundo pesquisador analisou o ângulo formado pela interseção da reta que une a espinha ilíaca ânterosuperior à espinha ilíaca póstero-inferior e a reta paralela ao solo – denominado báscula pélvica, por meio do software CorporisPro® 3.1.3. O posicionamento pélvico foi definido como anteversão (quando o ângulo foi positivo) e retroversão (quando negativo). O protocolo de reeducação da postura pélvica foi realizado sob supervisão de fisioterapeuta, com duração de 60 minutos e frequência de duas vezes semanais, totalizando 10 sessões. Para análise estatística foram utilizados os testes Shapiro-Wilk e Wilcoxon, por meio do software SPSS, versão 16, adotando-se índice de significância de 5%. Resultados: A maioria das participantes eram solteiras (83%), branca (75%) e com terceiro grau completo/incompleto (83%). A força dos músculos do assoalho pélvico avaliada por meio de palpação digital melhorou significativamente após o protocolo de reeducação da postura pélvica (p=0,008). Previamente ao treinamento, a maioria das participantes apresentava postura pélvica em retroversão (58%) enquanto as demais apresentavam postura pélvica em anteversão (42%). Após o treinamento, seis mulheres (50%) apresentaram retroversão pélvica e seis mulheres apresentaram pelve em anteversão (50%). Não houve diferença estatística significativa quanto a mudança na postura pélvica pré e pós-treinamento (p=0,865). Discussão: Segundo Martins et al (2008)4 a reeducação postural global (RPG) induziu uma melhora significatva em mulheres que apresentaram sintomas de incontinência urinária, pressupõe-se assim que uma pelve bem posicionada possa propiciar um adequado comportamento dos músculos P á g i n a | 293 do assoalho pélvico favorecendo suas funções. Apesar deste estudo ter sido realizado em mulheres continentes, os resultados corroboram no sentido que após a realização do protocolo foi verificado uma diferença na força dos músculos do assoalho pélvico. O estudo obteve resultados preliminares devido ao número de amostra pequeno e a sua continuação ainda se faz necessária para comprovar a hipótese de que o protocolo apresentado possa promover também a reeducação da postura pélvica. Além disso, sugerese a aplicação desse protocolo em outras populações, bem como em mulheres com incontinência urinária, para verificar o efeito do protocolo sobre os sintomas. Conclusões: Os resultados preliminares deste estudo sugerem que o protocolo de exercícios de reeducação da postura pélvica promovem melhora da força dos músculos do assoalho pélvico de mulheres continentes. Referências 1 Shah AP et al. Continence and Micturition: An Anatomical Basis. Clinical Anatomy. 2014. Doi: 10.1002/ca.22388 2 Lederman E. Journal of Bodywork & Movement Therapies. 2010.14;84-98. 3 Laycock J et al. Pelvic floor muscle assessment: The PERFECT scheme. Phisyotherapy.2001;87(12):631642. 4 Martins MC et al. Impacto da reeducação postural global no tratamento da incontinência urinária de esforço feminina. Rev Assoc Med Bras 2008; 54(1): 17-22. Fontes financiadoras: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPQ Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo de um projeto de iniciação científica desenvolvido junto a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL-MG. P á g i n a | 294 INT. 102. EFICÁCIA DO MÉTODO MCKENZIE NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ANÁLISE PRELIMINAR DE UM ESTUDO PLACEBO CONTROLADO RANDOMIZADO Alessandra Narciso Garcia1; Leonardo Oliveira Pena Costa1,2; Lucíola da Cunha Menezes Costa1; Mark Hancock3; Fabrício Soares de Souza1; Geórgia Vieira Freschi de Oliveira Gomes1; e Matheus Oliveira de Almeida1 1 Universidade Cidade de São Paulo, Brasil; 2 Muscoloskeletal Division, The George Institute for Global Health, Sydney; 3 Discipline of Physiotherapy, Faculty of Human Sciences, Macquarie University, Sydney. Introdução: O método McKenzie, também denominado Método de Diagnóstico e Terapia Mecânica (MDT), tem sido utilizado como uma intervenção ativa no tratamento de pacientes com dor lombar1-3. Apesar desse método já ter sido comparado a outras intervenções, seus resultados são ainda controversos e a evidência para dor lombar crônica ainda limitada4, 5. Além disso, até o momento nenhum estudo comparou o método McKenzie com um tratamento placebo a fim de identificar o quanto esse método é realmente efetivo no tratamento de pacientes com essa condição de saúde. Por esse motivo, surgiu o interesse de conduzir um estudo placebo controlado randomizado durante o programa de doutorado com pacientes que apresentam dor lombar crônica não específica a fim de identificar o real efeito do método McKenzie a curto, médio e longo prazo. Objetivos: Analisar a eficácia do método McKenzie versus um tratamento placebo em pacientes com dor lombar crônica não específica nos desfechos intensidade de dor, incapacidade, função específica do paciente, percepção do efeito global e cinesiofobia a curto, médio e longo prazo. Métodos: Foram incluídos no estudo 148 pacientes com dor lombar crônica não específica. Os desfechos clínicos foram coletados por um avaliador cego e obtidos na avaliação inicial, após o tratamento e 3, 6 e 12 meses após a randomização. Os desfechos primários foram intensidade de dor e incapacidade após o tratamento. Os desfechos secundários foram intensidade da dor e incapacidade após 3, 6 e 12 meses, e função específica, cinesiofobia e percepção do efeito global após o tratamento e após 3, 6 e 12 meses da randomização. Após a avaliação os pacientes foram randomizados por meio de um sistema de computador em dois grupos de tratamento: McKenzie (movimentos repetidos e/ou posições mantidas) ou Placebo (ultrassom e ondas curtas funcionando em modo placebo). Receberam 5 semanas de tratamento (10 sessões no total, duas vezes por semana de 30 a 40 minutos) e por motivos éticos os pacientes de ambos os grupos receberam na primeira sessão uma cartilha com informações baseadas nas Diretrizes para o Gerenciamento da Dor Lombar6. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo (CAAE 23211613.5.0000.0064) e registrado previamente ao início do estudo no clinicaltrials.gov (NCT02123394). Resultados: O término de todas as reavaliações do estudo está previsto para julho de 2016. Por esse motivo optou-se em conduzir uma análise preliminar do estudo e apresentar a priori os resultados da intervenção de cada método em conjunto, a fim de responder à pergunta se existe diferença pré e pós tratamento nos desfechos do estudo. As análises inferenciais se basearam numa amostra de 44 pacientes que responderam a todas as avaliações até o momento. Os resultados mostraram que os pacientes dos dois grupos obtiveram melhora após o tratamento para os desfechos dor (média da diferença pré e pós tratamento 3,11 pontos; IC a 95%: 1,50 a 4,72) e incapacidade (média da diferença pré e pós tratamento 4,81 pontos; IC a 95%: 2,60 a 7,03). O mesmo foi observado para os demais desfechos. Os efeitos foram mantidos a médio e longo prazo. Discussão: A interpretação que se faz deste estudo é que, na média, os métodos McKenzie e Placebo mostraram ser estratégias que podem beneficiar o tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica a curto, médio e longo prazo com diferença clinicamente importante. Dentre os estudos controlados randomizados que avaliaram o efeito do método McKenzie em pacientes com dor lombar crônica1-3, foi encontrada melhora no desfecho dor após o tratamento quando comparado com fisioterapia convencional2 e na incapacidade quando comparado ao método Back School1. Uma revisão sistemática sobre eficácia da direção de preferência na dor lombar7 mostrou com moderada evidência a eficácia da direção de preferência em comparação P á g i n a | 295 com outros tipos de intervenções na melhora da intensidade de dor e incapacidade7. Acreditamos que os resultados desse estudo trarão importantes contribuições tanto na prática clínica quanto na prática baseada em evidência. Conclusões: Essa análise preliminar fornece evidência de que os métodos McKenzie e Placebo produziram redução dos níveis de dor e melhora da incapacidade, função específica, percepção do efeito global e cinesiofobia em pacientes com dor lombar crônica não específica a curto, médio e longo prazo. A última reavaliação de 12 meses será conduzida no mês de julho de 2016. A previsão é que os códigos da randomização sejam abertos na sequência, para análise intergrupo da amostra total de 148 pacientes. Referências: 1. Garcia AN, Costa Lda C, da Silva TM, Gondo FL, Cyrillo FN, Costa RA, et al. Effectiveness of Back School Versus McKenzie Exercises in Patients With Chronic Nonspecific Low Back Pain: A Randomized Controlled Trial. Phys Ther. 2013; 93 (6): 729-47. 2. Sakai Y, Matsuyama Y, Nakamura H, Katayama Y, Imagama S, Ito Z, et al. The effect of muscle relaxant on the paraspinal muscle blood flow: a randomized controlled trial in patients with chronic low back pain. Spine. 2008; 33 (6): 581-7. 3. Sorensen PH, Bendix T, Manniche C, Korsholm L, Lemviqh D, Indahl A. An educational approach based on a non injury model compared with individual symptom-based physical training in chronic LBP. A pragmatic, randomised trial with a one-year-follow up. BMC Musculoskelet Disord. 2010; 17 (11): 1-13. 4. Clare HA, Adams R, Maher CG. A systematic review of efficacy of McKenzie therapy for spinal pain. Aust J Physiother. 2004; 50 (4): 209-16. 5. Machado LA, de Souza MS, Ferreira PH, Ferreira ML. The McKenzie method for low back pain: a systematic review of the literature with a metaanalysis approach. Spine. 2006; 31 (9): 254-62. 6. Manchester MR, Glasgow GW, York JKM, Huddersfield KB, Salford CM, Southampton TC. The Back Book. Clinical Guidelines for the Management of Acute Low Back Pain. 2002: 1-28. 7. Surkitt LD, Ford JJ, Hahne AJ, Pizzari T, McMeeken JM. Efficacy of directional preference management for low back pain: a systematic review. Phys Ther. 2012; 92 (5): 652-65. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Processo: 2013/20075-5. Fonte dos dados: Os dados dessa análise preliminar fazem parte da tese de Doutorado intitulada: Eficácia do método McKenzie no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica: um estudo placebo controlado randomizado. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID). P á g i n a | 296 INT. 103. COMPARAÇÃOATRAVÉS DA UNIDADE PRESSÓRICA DE BIOFEEDBACK E PALPAÇÃO CLÍNICA NOS RESULTADOS DE EXERCÍCIOS PARA ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA LOMBAR EM SUPERFÍCIE ESTÁVEL E PRANCHA DESLIZANTE. Alethéa Gomes Nardini¹,2, Irene Cecília Netto Lippi2, Cintia Domingues Freitas2 1 Universidade Cidade de São Paulo, 2Universidade Paulista Introdução: A coluna lombar precisa de estabilidade para a mobilidade adequada na realização dos movimentos. A estabilidade de toda a coluna vertebral depende da relação equilibrada entre os sistemas passivos: vértebras, discos intervertebrais e ligamentos; sistemas ativos: o próprio músculo que realiza o movimento; e sistemas neurais: responsáveis pela percepção da atividade local para acionar o recrutamento motor necessário para realizar o movimento ou a postura. A estabilidade lombar, depende de músculos do tronco e abdominais; mantida transversalmente pela tensão da Fáscia Toracolombar (ativando-se o músculo Transverso Abdominal) e longitudinalmente pelos músculos Multífidos. Fowles, Freitas e Behm1,3-5 evidenciaram que a superfície instável age como um estímulo global, exigindo ajustes posturais, que levam a um maior recrutamento muscular, explorando a coativação muscular no cumprimento da tarefa de readquirir o equilíbrio com bons resultados na região lombossacral. Sendo assim, este ensaio propôs a realização de exercícios em uma superfície instável por um equipamento desenvolvimento para este estudo, a Prancha Deslizante, que gera uma instabilidade ao praticante na realização do exercício Objetivo: O objetivo deste trabalho foi comparar os efeitos dos exercícios de estabilização segmentar lombar (ESL) em superfície estável e instável. Método: O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética com o nº CAAE: 45416115.5.0000.5512, com parecer consubstanciado nº 1.103.875 do dia 11/06/2015 e cadastrado no REBEC sob o nº UTN: U1111-1171-3638. Uma amostra de conveniência com 30 sujeitos saudáveis, não praticantes de atividade física regular foram divididos em dois grupos: Superfície Estável (SE n=15), Superfície Instável (SI n=15), onde 8 de cada grupo foram intenção de tratamento. Totalizando 14 sujeitos (SE = 7 e SI = 7) que foram submetidos a um ensaio clinico randomizado unicego. A randomização foi feita por envelope lacrado e embaralhado por terceiros. Os sujeitos foram avaliados por um avaliador cego que realizou a Palpação Clínica do Transverso Abdominal e Unidade Pressórica de Biofeedback (UPB) antes, após 8 sessões e após 16 sessões de treinamento2,6. O treinamento compreendeu 8 exercícios para a ativação do músculo Transverso Abdominal, reproduzível nas duas superfícies, por dois meses, em 16 sessões, duas vezes por semana. A análise estatística foi realizada pelo software SPSS 16 com análises de variância (ANOVA) e o nível de significância mantido em 0,05. Resultados: Os valores médios de todos os participantes avaliados no início, na 8a e 16a avaliações são apresentados na Tabela 1, onde observou-se uma melhora nos valores da palpação e da UPB tanto na superfície estável quanto instável. Não houveram diferenças significativas definindo aumento da ativação do músculo Transverso Abdominal na avaliação por UPB entre os grupos (p=0,157). Foram observadas diferenças significativas entre as avaliações por palpação clínica na comparação entre grupos (p=0,044). Discussão: Treinar a estabilidade da região lombossacral é uma das mais formas mais efetivas de se reabilitar esta região, conferindo uma resposta de ativação do músculo Transverso Abdominal tanto para a manutenção de posturas estáticas, como para a realização de movimentos, garantindo que as estruturas envolvidas não sofram desgastes, consequentemente, lesões e dores. O resultado de maior ativação do músculo Transverso Abdominal é considerado importante na maioria dos ensaios que comparam superfícies estáveis e instáveis. No entanto, as técnicas de avaliação aplicadas, frequências, intensidades e modalidades de treinamento são variadas, com resultados favoráveis à uma maior ativação, dando margem ao planejamento de treinamentos que mesclam as superfícies, buscando técnicas mais flexíveis, e adaptadas para a realidade do fisioterapeuta4,7. O fato dos resultados não apresentarem diferenças significativas nos resultados finais entre os dois grupos pela UPB, poderia ser atribuído às técnicas de avaliação aplicadas; ao pouco tempo de treinamento em cada sessão (30 minutos); aptidões físicas dos sujeitos; motivação ou ainda a não solicitação da ativação direta do músculo Transverso Abdominal. Conclusão: As duas superfícies são capazes de reabilitar a ativação do músculo Transverso Abdominal, proporcionando ganhos na ativação do músculo. O protocolo de palpação obteve resultados estatisticamente significativos entre grupos. O protocolo de avaliação da redução pressórica não foi suficientemente capaz de obter resultados estatisticamente significativos. Este estudo não encontrou um predomínio de melhoria da ativação pelo grupo que realizou exercícios em superfícies instáveis em relação ao grupo que realizou exercícios em superfície estável. Referências 1. Behm DG, et al. 35 (1): 91-108, 2010. P á g i n a | 297 2. Costa LOP, et al. 11 (3): 101-5, 2004. 3. Fowles JR. 35 (1): 89-90, 2010. 4. Freitas CDd. São Paulo2012. 5. Freitas CDd, et al. 15 (4): 380-6, 2008. 6. Hides JA, et al. 1 (4), 2000. 7. Vera-Garcia FJ, et al. 80 (6): 564-9, 2000. Fontes dos Dados: Esses dados são parte do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: Análise comparativa através da unidade pressórica de biofeedback e palpação clínica nos resultados efetivos da realização de exercícios de estabilização da coluna lombar em superfície estável e Prancha Deslizante. O trabalho foi desenvolvido junto ao Curso de Graduação em Fisioterapia realizado na Universidade Paulista. Tabela 1 – Valores médios e desvio padrão (DP) das avaliações de Palpação do Transverso Abdominal e UPB nas superfícies estável e instável. Palpação 1 Palpação 2 Palpação 3 UPB 1 UPB 2 UPB 3 1,17 1,42 1,75 3,22 3,94 4,06 SE (Média) SE (DP) 0,72 0,79 0,97 1,30 1,92 2,32 SI (Média) 0,79 0,86 1,00 2,95 2,43 3,17 SI (DP) 0,58 0,53 0,78 1,88 1,37 1,87 UPB: Unidade Pressórica de Biofeedback (Stabilizer); SE: Superfície estável (colchonete); SI: Superfície instável (Prancha Deslizante) P á g i n a | 298 INT. 104. O Efeito Imediato da Estimulação Elétrica Transcraniana por Corrente Contínua associada ao uso da FES, sobre a atividade elétrica do músculo TA de indivíduos com hemiparesia decorrente de AVE: Estudo aleatorizado, controlado e duplo cego. Aline Marina Alves Fruhauf1 Ms,FT*, Fabiano Politti1Dr, FT, Gláucio Carneiro Costa1FT, Amanda da Conceição Teodósio 1FT, Maria Helena Gomes1IC, Fernanda Ishida Corrêa1Dra, FT. 1- Departamento de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação, junto à Área de Avaliação e Intervenção Terapêutica das Disfunções do Sistema Neuro-Muscular da Universidade Nove de Julho – UNINOVE. Introdução: No presente estudo testou-se a hipótese de promover uma alteração imediata da excitabilidade cortical através da combinação de uma técnica de estimulação periférica (estimulação elétrica funcional - FES) durante concomitante despolarização e/ou hiperpolarização do córtex motor por intermédio da estimulação elétrica transcraniana por corrente contínua (ETCC). Sabese que a FES já tem apresentado resultados promissores1, no entanto, entender a eficiência da ETCC ainda pouco estudada para este fim, torna-se necessária. Uma vez que diversos estudos tem relatado que a ETCC pode facilitar a modulação do SNC, favorecendo o aumento da eficácia sináptica local e da excitabilidade cortical em humanos2, 3, 4, 5,6,7 ; promovendo uma neuroplasticidade cerebral a curto ou longo prazo8, demonstrado também facilitar os efeitos da terapia física quando associada a outras técnicas de reabilitação. Objetivos: Avaliar o efeito imediato de uma sessão de ETCC anódica em córtex motor (M1), associada à FES no músculo tibial anterior (TA), sobre a atividade elétrica (frequência mediana e RMS) do músculo tibial anterior (TA) de indivíduos com hemiparesia decorrente de acidente vascular encefálico (AVE). Metodologia: Estudo clínico(clinicalTrials.gov:NCT02389608), randomizado, duplo cego, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa Universidade Nove de Julho (parecer 767.866/2014), em 30 indivíduos com hemiparesia decorrente de AVE. Submetidos á 4 protocolos de intervenções aleatorizadas, com intervalo de 48h: 1 (ETCC anódica + FES placebo + contração ativa TA), 2 (ETCC placebo + FES ativo + contração ativa TA), 3 (ETCC anódica + FES ativo + contração ativa TA) e 4 (ETCC placebo + FES placebo e contração ativa TA). A ETCC (anódica e placebo) foi aplicada (anodo sobre C3 e/ou C4 e catodo sobre a região supraorbital contralateral) e FES (ativa e placebo) sobre TA esquerdo e/ou direito durante 20 min. A avaliação da EMG foi captada durante 5 contrações ativas consecutivas do mm. TA (isotonia) e posteriormente por 3 contrações isométricas voluntárias máximas (CIVM), antes e após cada protocolo de intervenção. Para análise estatística os dados passaram primeiramente pelo test de normalidade de Shapiro Wilk, onde todas as variáveis foram constatadas não paramétricas, utilizando-se, portanto o test de Friedman. Resultados: No protocolo 1, 3 e 4 não houve diferença estatística significante da freqüência mediana e RMS do sinal EMG entre os protocolos (p > 0,05), tantos para a aquisição em isotonia quanto para a CIVM. Discussão: Os resultados do protocolo 3 (FES ativo+ETCC anódica ativa+contração ativa TA) não se assemelharam aos estudos de Dutta et al., (2014) 9 que avaliaram os efeitos da ETCC sobre M1 e cerebelo, associada a treino motor de tornozelo por meio de biofedback em indivíduos saudáveis, que observaram uma melhora do controle motor do tornozelo pela diminuição em relação ao atraso de início e término da contração ativa de TA para a montagem em M1 e aumento do delay para montagem em cerebelo e Rizzo et al.,(2013)10 que avaliaram o Potencial Evocado Motor (PEM) de 10 indivíduos saudáveis após 10, 20, 30 e 60 min de ETCC em M1, associada a estimulação elétrica repetitiva nervosa (EErN) no nervo mediano, evidenciando que a ETCC anódica sozinha induziu um aumento transitório significativo de amplitude do PEM imediatamente após o término da estimulação, enquanto que ETCC anódica + (EErN) determinou mudanças no PEM que persistiram por até 60 min. Respostas das quais nos remeteram que existe uma diferença na condição de promover a excitabilidade cortical quando lidamos com indivíduos acometidos por lesões encefálicas, esses estudos anteriores realizaram os experimentos em indivíduos saudáveis, com ausência de mecanismos de plasticidade mal adaptativa como no caso do AVE. Isso pode ter sido um fator crucial para a não efetivação imediata da atividade elétrica do músculo. Adicionalmente acreditamos que somente uma única sessão foi insuficiente para P á g i n a | 299 atender às demandas funcionais de recuperação após uma lesão neurológica. Para que ocorra uma neuroplasticidade, são necessários estímulos repetitivos, constantes e de baixas frequências, a fim de fazer com que o córtex motor codifique a informação e se remodele, respondendo posteriormente a mecanismos de aprendizagem11, 12,13 . Conclusão: Os protocolos utilizados neste estudo, não foram efetivos para alterar a atividade elétrica do músculo TA, nesta amostra de hemiparéticos. Palavras-chave: ETCC, FES, HEMIPARESIA E EMG. Referências 1. Howlett OA, Lannin NA, Ada L, Mckinstry C. Functional electrical stimulation improves activity after stroke: a systematic review with meta-analysis. Arch. Phys. Med. Rehabil. 2015; pp. 934-43. 2. Lauro R LJ, Rosanova M, Mattavelli G, Convento S, Pisoni A, Opitz A, Bolognini N, Vallar G. TDCS increases cortical excitability: direct evidence from TMS-EEG. Cortex. 2014; pp. 99-111. 3. Antal A, Kincses TZ, Nitsche MA, Bartfai O, Paulus W. The excitability changes induced in the human primary visual cortex stimulation by transcranial direct current: direct electrophysiological evidence. The Investigative Ophthalmology & Visual Science. 2004; pp. 702-707. 4. Nitsche MA, Liebetanz D, Antal A, Lang N, Tergau F, Paulus W. The modulation of the cortical excitability by stimulation technical, safety and functional weak DC. The supplements for Clinical Neurophysiology. 2003; pp. 255-276 5. Nitsche MA & Paulus W. Excitability changes induced in the human motor cortex by weak transcranial direct current stimulation. J. Physiol. 2000; pp. 633-9. 6. Nitsche, MA & Paulus W. Sustained excitability elevations induced by transcranial DC motor cortex stimulation in humans. Neurology. 2001; pp. 1899-1901. 7. Schestatsky P, Morales LQ, Fregni F. EEG simultaneously during transcranial direct-current stimulation. The Journal of Visualized Experiments. 2013; pp.1-11 8. Antal A, Paulus W, Nitsche MA. The Electrical stimulation and visual network plasticity. Restorative Neurology and Neuroscience. 2011; pp. 365-374. 9. Dutta A, Paulus W & Nitsche MA. Facilitating myoelectric-control with transcranial direct current stimulation: a preliminary study in healthy humans. Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation. 2014; pp. 11:13. 10. Rizzo V, Terranova C, Crupi D, Sant'angelo A, Girlanda P, Quartarone A. Increased transcranial direct current stimulation after effects during concurrent peripheral electrical n ervestimulation. Brain Stimul. 2014; pp.113-211. 11. Madhavan S., Shah B. Enhancing motor skill learning with transcranial direct current stimulation a concise review with applications to stroke. Front. Psychiatry. 2012; pp:66. 12. Schlaug G., Renga V., Nair D. Transcranial direct current stimulation in stroke recovery. Arch. Neurol. 2008;pp: 1571–1576. 13. Kaski D, Dominguez RO, Allum JH, Bronstein AM. Improving Gait and Balance in Patients With Leukoaraiosis Using Transcranial Direct Current Stimulation and Physical Training An Exploratory Study. Neurorehabilitation and neural repair 2013;pp. 864-871. Fontes financiadoras: Fundação de Amparo á Pesquisa (FAPESP). Fonte dos dados: Declaramos que os resultados do presente estudo são parte do conteúdo da dissertação de Mestrado intitulada: “O Efeito Imediato da Estimulação Elétrica Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) associada ao uso do FES, sobre a atividade elétrica do músculo tibial anterior e equilíbrio de indivíduos com hemiparesia decorrente de Acidente Vascular Encefálico (AVE) – Estudo randomizado, controlado e duplo cego.” P á g i n a | 300 INT. 105. AGUDO DE EXERCÍCIOS DO MÉTODO PILATES NA ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS DO TRONCO DE PESSOAS COM E SEM DOR LOMBAR INESPECÍFICA Aline Prieto de Barros Silveira1; Nise Ribeiro Marques2, Laura Nagel Zanforlin2, Ângela Kazue Morita2, Dayane Dias Pereira2, Marcelo Tavella Navega2 1.Universidade Estadual Paulista, UNESP, Marília ; 2 Universidade Estadual Paulista, UNESP, Marília Introdução: As dores na região lombar possuem uma alta incidência na população1,2,3. Estudos apontam uma forte ligação entre erros na ativação muscular, que geram diminuição na capacidade de geração de força e resistência, com o surgimento de dor lombar de origem inespecífica4. Os exercícios de estabilização segmentar lombo-pélvica são apontados como o possível tratamento ideal para a prevenção e reabilitação dessa disfunção5. Dentro dessa classe de exercícios, estão aqueles que compõem o Método Pilates, sendo indicados para reabilitação de pacientes com dor lombar inespecífica (DLI)6. Contudo, o efeito deste treinamento no padrão de recrutamento muscular ainda é desconhecido. Objetivos: Analisar o efeito agudo dos exercícios do Método Pilates na ativação dos músculos do tronco em indivíduos com e sem DLI. Partimos da hipótese que a repetição da contração voluntária dos músculos estabilizadores do tronco, durante a prática de uma sessão de exercícios do Método Pilates, pode promover alterações no padrão de recrutamento desses músculos por meio do aprendizado motor. Métodos: Participaram do estudo 18 sujeitos, separados em dois grupos: grupo com DLI (n=9) e grupo sem DLI (n=9). O presente estudo foi aprovado em Comitê de Ética e Pesquisa local (processo nº 1115/2014). No primeiro dia, foram coletados os dados pessoais, as medidas antropométricas e foi feita a familiarização com os exercícios. No segundo dia, foram realizados: o teste de elevação do braço, contrações voluntárias máximas, teste de BieringSorensen, os exercícios e, novamente, os testes. O protocolo de exercícios teve duração de aproximadamente 30 minutos e três exercícios do Método Pilates foram realizados. Durante a realização dos testes foram coletados os sinais eletromiográficos dos músculos: oblíquo interno (OI), multífido lombar (MU), iliocostal lombar (IL) e reto abdominal (RA). Para a análise eletromiográfica, o sinal foi filtrado por meio de um fio passa banda de 20-500Hz, com frequência de amostragem de 2000Hz com um ganho total de 2000 vezes (20 no sensor e 100 no equipamento). Para a análise estatística foi usado o teste de normalidade ShapiroWilk. Em seguida, foi utilizado o teste t-student para amostras pareadas (comparação intra-grupos) e o teste t-student para amostras indepentes (comparação inter-grupos). Foi adotado um nível de significância de p < 0,05. Resultados: Após o treinamento com exercícios do método Pilates, o grupo com DLI apresentou, durante o teste de Biering-Sorensen, maior ativação do músculo iliocostal lombar (p=0,016) e diminuição do recrutamento do músculo oblíquo interno (p=0,031). Discussão: O principal achado do presente estudo foi que, para os músculos iliocostal lombar e oblíquo interno, uma sessão de exercícios do método Pilates foi capaz de alterar o padrão de recrutamento muscular durante os testes de Biering-Sorensen e de elevação do braço no grupo com DLI. O aumento do recrutamento do IL ao longo do teste de BieringSorensen após do treinamento pode evidenciar maior ocorrência de fadiga neste músculo. Já a menor ativação do músculo OI após o treinamento pode demonstrar que o protocolo de exercícios do Método Pilates teria levado à fadiga deste músculo, o que poderia explicar a menor ativação durante o teste que exige recrutamento para estabilização. Conclusões: Uma sessão de treinamento com exercícios do método Pilates é capaz de gerar alterações no padrão de recrutamento dos músculos do tronco em indivíduos com dor lombar inespecífica. Referências 1- FERREIRA CB et al. Motricidade. 2007; 3(4):7681. doi: 10.6063/motricidade.3(4).655 2- VAN DER ROER N et al. BMC Musculoskelet Disord. 2004; 5:45-51. doi: 10.1186/1471-2474-5-45 3- MEZIAT FN et al. Rev Saúde Públ. 2011; 45(3):494-502. doi: 10.1590/S003489102011000300007 4-TSUBOI T et al. Euro J Appl Physiol and Occup Physiol. 1994; 69:361-66. 5- DELITTO A et al. J Orthop Sports Phys Ther. 2012; 42(4):A1-57. doi: 10.2519/jospt.2012.0301 6- BRYAN M et al. Tech Orthop. 2003; 18(1):126129. doi: 10.1097/00013611-200303000-00018 P á g i n a | 301 Fontes financiadoras: 2014/10445-2). FAPESP (processo nº Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo de uma monografia de graduação intitulada: “Uma sessão de treinamento com exercícios do método Pilates é capaz de modificar a ativação dos músculos estabilizadores do tronco em indivíduos jovens com e sem dor lombar?”. O trabalho foi desenvolvido junto ao curso de graduação em Fisioterapia, FFC- UNESP. P á g i n a | 302 INT. 106. EFEITO AGUDO DA CORRENTE DE ALTA VOLTAGEM SOBRE A DOR E FORÇA MUSCULAR EM MULHERES COM OSTEOARTRITE DE JOELHO Silvia Ferreira Furtado1; Mariana Mari Ogau1; Marcos Seizo Kishi2; Amanda Gomes de Assis Couto3; Cristiane Rodrigues Pedroni1 1 Universidade Estadual Paulista – UNESP – Faculdade de Filosofia e Ciências Campus de Marília; 2 Universidade Federal de Uberlândia – UFU; 3 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Universidade de São Paulo. Introdução: A Osteoartrite (OA) de joelho é uma doença articular degenerativa com grande prevalência e impacto na qualidade de vida (1). Os pacientes com OA que sentem dor crônica apresentam mobilidade reduzidas e menor habilidade para realizar as atividades de vida diária. Além disso, perdem a confiança em sua capacidade de melhorar suas condições físicas e se preocupam com a exacerbação da dor (2). No tratamento fisioterapêutico, recursos como a eletroterapia têm sido frequentemente utilizados no tratamento da AO (3). Objetivos: Verificar o efeito agudo da Estimulação Elétrica de Alta Voltagem (EEAV) sobre a dor e força muscular em mulheres com OA de joelho, partindo do pressuposto de que o alívio da dor pode permitir maior recrutamento muscular e consequentemente maior desenvolvimento de força. Métodos: A pesquisa foi realizada no setor de Fisioterapia da UNESP de Marília - SP após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (protocolo 1062/2014). Participaram do estudo 11 participantes do sexo feminino, com a média de idade de 70 ± 7,46 anos, média do Índice de Massa Corpórea (IMC) de 30,84 ± 5,65 e tempo médio de 8,1 ± 6,33 anos de diagnóstico clínico de OA. As participantes foram submetidas a duas avaliações, pré tratamento e pós tratamento. As avaliações foram compostas por avaliação da força muscular dos músculos extensores de joelho por uma célula de carga acoplada a uma cadeira extensora de joelho; avaliação da dor por ponto de pressão (LDP) com um algômetro de pressão, na região inferior e superior da patela; e a aplicação da Escala Visual Analógica (EVA) para mensuração da percepção dolorosa. A intervenção foi realizada em dois dias não consecutivos e foi escolhida por meio de sorteio. Em um dos dias a paciente recebeu aplicação da EEAV, antes de realizar os exercícios, e no outro dia realizou somente os exercícios (intervenção controle). Sendo assim, após a avaliação inicial, foi sorteado (para cada participante) qual seria o primeiro tratamento realizado, o Controle ou a aplicação da EEAV, sendo realizado no segundo dia, não consecutivo, o tratamento contrário do que foi sorteado no primeiro dia de tratamento. No tratamento com EEAV, as participantes foram submetidas a aplicação da corrente de alta-voltagem logo após às avaliações pré-tratamento. Para a aplicação da EEAV foi utilizado um equipamento Neurodyn Hight Volt (Ibramed) micro controlado com um canal e três eletrodos transcutâneos de silicone-carbono, sendo dois ativos e um dispersivo. Os eletrodos foram posicionados bilateralmente sobre as faces medial e lateral dos joelhos e o eletrodo dispersivo foi fixado na região da panturrilha. Foi utilizada a estimulação catódica com frequência de 150Hz durante 20 minutos. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos dados, seguido do teste ANOVA para medidas repetidas, com pós teste de Tukey para corrigir a violação da hipótese de esfericidade do teste. Foi considerado um índice de significância de 5%. (Cris vocês fizeram teste de Resultados: Para os valores de LDP nos dois pontos testados, foi observado um aumento significativo do limiar de dor após a aplicação da EEAV (Figuras 1 e 2). Para os valores da força isométrica dos extensores de joelho, pode-se observar que o valor de Controle Pós é superior ao de Controle Pré, e o mesmo ocorre com o valor de EEAV Pós em relação ao EEAV Pré. Entretanto, não houve diferença significativa em relação a força muscular (Figura 3). P á g i n a | 303 Em relação a Escala Visual Analógica (EVA), notase que os valores Controle Pré e Pós quase não se alteraram após a intervenção (p>0,05) já o valor de EEAV Pós apresentou diferença significativa (p<0,05) quando comparado ao EEAV Pré (figura 4). Discussão: Alguns estudos apontam a eficácia da sintomatologia dolorosa após a aplicação da EEAV, corroborando com os achados deste estudo tanto para LDP quanto para EVA (4). A diminuição da força de extensores de joelho é uma das características de pacientes com osteoartrite de joelho. O presente estudo não demonstrou aumento significativo do recrutamento muscular do quadríceps durante a extensão isométrica ativa, mas o aumento dos valores podem ter sido dados por aprendizado e repetição da tarefa e tentativa de realizar a contração máxima (5). Devido a escassez de estudos envolvendo a EEAV, não foi possível realizar comparações com pesquisas similares a essa e utilizando o mesmo recurso. Assim, ressalta-se a necessidade de novas pesquisas envolvendo a EEAV e, também, seu efeito crônico, pois são importantes para que se reconheçam novas possibilidades terapêuticas no sentido de favorecer a reabilitação do paciente. Conclusões: O presente estudo mostrou que a Estimulação Elétrica de Alta Voltagem tem grande influência no alívio da dor apenas com uma única aplicação, não sendo evidenciado o mesmo efeito em relação à produção de força. Referências 1. Luksurapan, W, et al. Arch Phys Med Rehabil. 2013, 94 (2): 250-55. 2. Melo, S. I. L, et al. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2008, 10 (4): 335-40. 3. Gui, M. S, et al. J Phys Ther. 2013, 93: 1092101. 4 Davini, R, et al. Rev Bras Ortop. 2005, 9(3): 249-56. 5 Michel D, et al. J Orthop Res. 2004, 22(1): 11015. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido no Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UNESP - Marília. P á g i n a | 304 INT. 107. DOZE SESSÕES DE TREINAMENTO COM O MÉTODO PILATES PROMOVEM MELHORA DA FLEXIBILIDADE DOS ISQUIOTIBIAIS E DA MOBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL Ariane Cristina Dias de Souza1; Alline Pereira Guerreiro1; Ana Paula dos Santos1; Graziele Soares Machado1; Fabiana Forti Sakabe1; Daniel Iwai Sakabe1 1 Faculdades Integradas Einstein de Limeira Introdução: A redução da flexibilidade muscular pode predispor o indivíduo a desenvolver diversas lesões no sistema músculoesquelético, desvios posturais, dores e mudanças no ritmo lombo-pélvico. No que se refere aos músculos isquiotibiais, a redução em sua flexibilidade poderia acarretar alterações funcionais das articulações do quadril e da coluna lombar (Carregaro et al., 2007). Dentre as técnicas mais utilizadas recentemente para promover o aumento da flexibilidade muscular, o Método Pilates tem se destacado. Este método é estruturado por exercícios para alongamento e flexibilidade muscular, força e equilíbrio. Diante do exposto, a hipótese experimental do presente estudo é que o método Pilates pode influenciar positivamente a flexibilidade muscular e a mobilidade articular, mesmo com poucas sessões de treinamento. Objetivos: Avaliar os efeitos de um programa de treinamento de 12 sessões com o método Pilates sobre a flexibilidade dos músculos isquiotibiais e a mobilidade da coluna vertebral de jovens sedentários. Métodos: Este estudo foi avaliado e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição, sob o parecer número 13-05/229. Participaram do estudo 10 voluntários (24,6 ± 4,6 anos) saudáveis e sedentários, que apresentavam na avaliação basal retração dos músculos isquiotibiais. Inicialmente, foi avaliada a flexibilidade dos isquiotibiais, por meio da fotogrametria, através do teste de elevação do membro inferior em extensão. Para a realização deste teste, foram fixados marcadores no trocânter maior do fêmur, no epicôndilo lateral do fêmur e no maléolo lateral. O teste consistia da elevação do membro até o voluntário atingir o máximo de sua amplitude de movimento, livre de dor e referindo a sensação de estiramento na região posterior da coxa. Posteriormente, foi avaliada a mobilidade da coluna vertebral, pelos testes dedo-chão e de inclinação lateral para a direita e esquerda. O teste dedo-chão consistiu em solicitar ao voluntário, com os pés unidos, realizar o movimento de flexão anterior da coluna vertebral, buscando encostar os dedos no chão, sem flexão dos joelhos. O teste de inclinação lateral consistiu em solicitar ao voluntário que realizasse o movimento de inclinação lateral, sem rotação e flexão anterior, buscando levar a mão na lateral do corpo, o mais inferior possível. Em ambos os testes, foi quantificada a distância do terceiro dedo ao chão. Após a realização dos testes, os voluntários foram submetidos a 12 sessões de treinamento com o Método Pilates na modalidade solo (sendo 2 vezes por semana, por 6 semanas consecutivas). Cada sessão teve duração de 1 hora e foram aplicados exercícios com a finalidade de melhorar a flexibilidade da cadeia muscular posterior, bem como da mobilidade da coluna vertebral, como por exemplo o “one leg up-down” e o “single straight stretch”. Após as 12 sessões de treinamento, os voluntários foram reavaliados por meio da fotogrametria e da mobilidade da coluna vertebral, exatamente como na avaliação inicial. Para a comparação dos dados prétreinamento com os do pós-treinamento, foi aplicado o teste t de Student pareado, com o nível de significância estabelecido em 5%. Resultados: Verificou-se, após o treinamento, um aumento significativo (p<0,05) do ângulo de flexão de quadril (54,35 ± 8,30 graus para 74,08 ± 7,77 no membro inferior direito e 55,26 ± 10,00 para 77,39 ± 9,28 graus no membro inferior esquerdo), melhora significativa (p<0,05) da mobilidade da coluna vertebral, avaliada pelo teste dedo-chão (a distância diminuiu de 15,75 ± 6,37cm para -1,35 ± 5,91cm) e das inclinações laterais (diminuiu de 44,85 ± 3,73 para 42,65 ± 4,99cm do lado direito e de 45,65 ± 4,99 para 42,95 ± 3,12cm do lado esquerdo). Discussão: A literatura apresenta resultados similares aos encontrados no presente estudo, em relação aos ganhos de flexibilidade e mobilidade articular, embora os tipos de protocolos de treinamento com o método Pilates sejam os mais variados. No estudo de Silva et al. (2015), foi proposto treinamento com 10 semanas de duração, sendo 3 sessões semanais de 50 minutos. Na investigação de Segal et al. (2004), o treinamento teve duração de 8 semanas, porém a frequência era de 1 hora por semana. Amorim et al. (2011) propuseram treinamento com duração de 11 semanas, sendo 2 sessões semanais de 1 hora de duração. Em todos esses estudos, foi observado P á g i n a | 305 aumento da flexibilidade muscular. Morcelli et al. (2013) referem que o ganho de flexibilidade advindo dos exercícios de Pilates pode ser atribuídos ao aquecimento e às alterações viscoelásticas do colágeno, que favoreceriam o alongamento do tecido muscular. Conclusões: O programa de treinamento proposto, com 12 sessões do método Pilates, melhorou a flexibilidade dos isquiotibiais e a mobilidade da coluna vertebral dos jovens sedentários estudados. Referências Carregaro RL et al. Rev Bras Fisioter. 2007; 2(11):139-145. doi: 10.1590/S1413-35552007000200009 Silva MCF et al. Ter Man. 2015; 7(31):161-167. Segal NA et al. Arch Phys Med Rehabil. 2004; 85(12):1977-1981. doi: 10.1016/j.apmr.2004.01.036 Amorim TP et al. Motriz. 2011; 17(4):660-666. doi: 10.1590/S1980-65742011000400010 Morcelli MH et al. Fisioter Pesq. 2013; 20(3):244249. doi: 10.1590/S1809-29502013000300008 Fontes financiadoras: Programa de Apoio a Projetos de Iniciação Científica (PAPIC), das Faculdades Integradas Einstein de Limeira. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do projeto de iniciação científica intitulado: “Efeitos do método Pilates sobre a dor e a capacidade funcional e muscular de indivíduos portadores de lombalgia crônica”. O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Apoio a Projetos de Iniciação Científica (PAPIC), das Faculdades Integradas Einstein de Limeira. P á g i n a | 306 INT. 108. EFEITO DO MÉTODO PILATES NA RESISTÊNCIA MUSCULAR E ELETROMIOGRAFIA DOS MÚSCULOS MULTÍFIDOS EM IDOSAS COM DOR LOMBAR CRÔNICA Beatriz Mendes Tozim1; Guilherme Thomaz de Aquino Nava1; Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques2; Mary Hellen Morcelli2; Marcelo Tavella Navega2. 1 Instituto de Biociências/Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita” (UNESP/ Rio Claro); 2 Faculdade de Filosofia e Ciências/Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita” (UNESP/ Marília). Introdução: O envelhecimento é caracterizado pela redução na eficácia das habilidades físicas, dentre elas esta a perda de resistência muscular 1, que gera diminuição de equilíbrio, estabilidade e mobilidade levando ao aumento do numero de quedas, conseqüentemente causando uma diminuição da QV, que pode ser revertida com a utilização de exercício físico2. Além disso a dor em idosos está normalmente associada a desordens crônicas3, e um tipo de desordem crônica é a dor lombar (DL)que pode ser amenizada com a realização de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular4. Com isso se faz necessário programas direcionados a população idosa com dor em região lombar. O Método Pilates (MP) é uma modalidade de exercício físico que trabalha o corpo de forma global5 e que propõe desenvolver a força, resistência muscular e flexibilidade dos músculos do abdômen, pelve e quadril6. No entanto, não foram estudados o efeito do Método Pilates em idosas com dor em região lombar. O presente estudo tem como hipótese que idosas que apresentam DL após o treinamento com o MP apresentarão diminuição da dor, melhora da resistência e melhora da ativação dos músculos estabilizadores. Objetivos Analisar a influência do MP no nível de dor, resistência muscular e atividade eletromiográfica em idosos com DL. Métodos: É um ensaio clínico controlado, randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Filosofia e Ciências (Protocolo de no 1.054.272). Participaram da pesquisa 28 idosas com DL, que foram divididas em dois grupos, 14 participaram do grupo Pilates (GP) e 14 do grupo controle (GC). O GP realizou 16 sessões de exercícios do MP durante 8 semanas. O grupo GC participou de 4 palestras abordando temas sobre envelhecimento, durante 8 semanas. A avaliação foi composta por teste de dor avaliado pela Escala visual analógica do dia do teste (EVAd) e do seu cotidiano (EVAc), resitência muscular (Teste Biering Sorensen- TBS) e avaliação eletromiografica (EMG) do músculo Multífido direito (MUD) e esquerdo (MUE) durante o TBS. A ativação muscular durante o TBS foi medida pela Eletromiografia de superfície. Os dados foram registrados através do eletromiografo Modelo EMG830c (EMGsystem®) com frequência de amostragem de 1000 Hz, ganho total de 2000 vezes. Os eletrodos eram de Ag/AgCl. A análise dos sinais EMG foram realizados utilizando rotinas específicas no software Matlab®, os valores de RMS dos músculos foram normalizados pelo pico de RMS. Na análise estatística foi utilizado o teste Shapiro-Wilk para verificação da normalidade dos dados, e Análise de variância com medidas repetidas two-way (Grupo e Avaliação) com poshoc Bonferroni. Foi considerando significativo p<0,05. Resultados: Os grupos são homogêneos quanto a idade, massa corpórea e estatura. A Tabela 1 apresenta os valores da intensidade da dor para a variável EVAd, que mostrou diferença significativa para as interações Grupo (p=0,022 e F= 5,913) e GrupoXAvaliação (p= 0,012 e F=7,303), porém para a interação Avaliação não foi significativo (p=0,098, F=2,952). O mesmo ocorreu para a variável EVAc, que foi significativo para as Interações Grupo (p=0,008 e F=8,361) e GrupoXAvaliação (p= 0,004 e F=10,066), mas não foi significativo para a interação Avaliação (p=0,200 e F= 1,729). A resistência muscular apresentou diferença significativa para as interações Avaliação (p= 0,022 e F= 5,950) e GrupoXAvaliação (p=0,023 e F=5,875) porém para a interação Grupo (p= 0,121 e F= 2,563) não foi significativo. Quanto aos dados EMG não mostraram diferença significativa durante a interação Avaliação para MUD (p= 0,435 e F= 0,639) e MUE (p= 0,766 e F= 0,090). Para a interação Grupo foi significativo para MUD (p= 0,941 e F= 0,005) e MUE (p= 0,121 e F= 2,563). Para a interação GrupoXAvaliação foi significativo P á g i n a | 307 apenas para MUE (p=0,040 e F=4,653), mas não foi significativo para o MUD (p= 0,721 e F= 0,131). Tabela 1. Resultados do nível de dor, Resistência e Eletromiografia. GP GC Avaliação Reavaliação EVAD (cm) 2,07 ±1,95 0,40 EVAC(cm) 3,76 ±1,82 36,77 MUD MUE TBS (s) Avaliações Grupos Avaliação Reavaliação Avaliação Reavaliação ±0,76a,b 2,85 ±2,62 3,22 ±2,85 2,46 ±2,30 1,81 ±2,50 1,23 ±1,68* 3,04 ±2,69 1,66 ±1,66a,b 3,98 ±2,50 4,85 ±1,89 3,87 ±2,15 3,25 ±2,39 2,71 ±2,02 4,41 ±2,22 ±39,75 82,50 ±67,23a,b 36,56 ±40,88 36,71 ±21,97 36,66 ±39,57 59,60 59,63 ±58,99 36,63 ±32,20 0,48 ±0,09 0,47 ±0,10 0,51 ±0,09 0,48 ±0,05 0,49 ±0,09 0,48 ±0,08 0,47 ±0,09 0,50 ±0,08 0,47 ±0,11 0,38 ±0,17 0,40 ±0,19 0,46 ±0,06 0,43 ±0,16 0,42 ±0,13 0,42 ±0,15 0,43 ±0,14 ±54,34* GP GC Legenda: GP: Grupo Pilates; GC: Grupo Controle; EVAD: Escala Visual Analógica dia do teste; EVAC: Escala Visual Analógica Cotidiano; (cm): Centímetros; TBS: Teste Biering-Sorensen; MUD: Músculo Multífido direito; MUE: Músculo Multífido esquerdo. a Apresentou diferença significativa ao comparar o grupo GP e o grupo GC (p<0,001); b Apresentou diferença significativa ao comparar a avaliação e reavaliação do grupo GP (p<0,05); * Apresentou diferença significativa (p<0,05). Discussão: O nível de dor mostrou diminuição no GP de 80,7% na EVAd e para a EVAc apresentou uma diminuição de 55,85%. Acredita-se que isto ocorreu devido ao fortalecimento dos músculos do centro de força que é um dos princípios do treinamento do MP 7. Quanto aos resultados de resistência muscular em idosas mostrou melhora do tempo do TBS e diminuição da ativação do MUE no GDL acredita-se que isto ocorreu devido o músculo multífido estar relacionado com a estabilidade lombar8, pois a DL é caracterizada pela perda da estabilização ativa do tronco9, e acreditamos que o MP melhora estabilidade segmentar. Conclusões: O MP é útil na diminuição da intensidade da dor, melhora da resistência muscular em idosas com DL. Referências 1.Rebelatto JR et al. Rev Bras Fisiot. 2006,10 (1): 127-132. doi: 10.1590/S141335552006000100017 2. Jacobson BH et al. J Phys Act Health. 2012, 9(7):1030-5. 3.Castro KVB et al. Fisioter Mov. 2010, 23(1):161-72. 4.Sharan D et al. Curr Pain Headache Rep. 2014,18(9):449. doi: 10.1007/s11916-014-0449-9. 5. Levine B et al. Clin Orthop Relat Res. 2009, 467(6):1468-75. doi: 10.1007/s11999-009-0779-9. 6. Yu JL et al. Isok Exercise Sci. 2012; 20: 141– 146. doi: 10.3233/IES-2012-0462. 7. Natour J et al. Clin Rehabil. 2015, 29(1):59-68. doi: 10.1177/0269215514538981. 8. Bergmark A. Acta Orthop Scand Suppl. 1989;230:1-54. 9. Panjabi M. J Spinal Disord. 1992;5(4):383-9; DOI: 10.1097/00002517-199212000-00001. Fontes financiadoras: A CNPQ pela bolsa concedida de Projeto Universal. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Tese de Doutorado intitulada: “Efeito do método Pilates nos parâmetros de desempenho muscular em idosos com dores” do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias, Instituo de Biociências/ UNESP. P á g i n a | 308 INT. 109. EFEITO DA BANDAGEM ELÁSTICA NA ATIVAÇÃO MUSCULAR DO QUADRÍCEPS E TORQUE ISOMÉTRICO DOS EXTENSORES DO JOELHO EM INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE Bruna Carvalho Cardoso¹; Nathália Lobato Pimentel²; Natane Ceccatto Bellei²; Danielle Miyuki Nishimoto²; Marcelo Tavella Navega2; Deborah Hebling Spinoso² 1 Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA); 2 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP - Marília) Introdução: A osteoartrite é uma doença articular crônica caracterizada por uma degeneração progressiva da cartilagem articular, que resulta em incapacidade funcional¹. Entre as articulações acometidas, o joelho é a mais afetada devido à sobrecarga mecânica imposta a essa articulação nas atividades diárias¹. A OAJ está relacionada com uma redução de cerca de 50-60% do torque máximo de quadríceps, possivelmente resultado da atrofia por desuso, secundária a dor e inibição artrogênica³. O músculo quadríceps possui importante papel para manutenção da mobilidade e reflete a capacidade do indivíduo realizar tarefas como: andar, levantar e sentar da cadeira e subir e descer escadas.² Assim, a fraqueza desse grupo muscular está associada a dificuldade de realização das atividades diárias, sendo esta uma das principais repercussões da OAJ. Entre os recursos terapêuticos utilizados para seu tratamento, a bandagem elástica (BE) pode ser uma estratégia de intervenção que proporcione resultados imediatos. De acordo com o criador da Kinesio Taping® (KT), a bandagem pode ocasionar um estímulo excitatório na musculatura envolvida, facilitando o recrutamento muscular e 4 consequentemente a capacidade de gerar força . Apesar de comumente utilizada por fisioterapeutas, as evidências científicas sobre tais efeitos da KT ainda são conflitantes3. Além disso, os benefícios desse recurso terapêutico para a população com OAJ, com objetivo de facilitar o recrutamento muscular do quadríceps e consequentemente melhorar a mobilidade funcional ainda é pouco conhecido3. Diante disso, a realização de uma avaliação eletromiográfica, que permite analisar o comportamento neuromuscular, em pacientes com OAJ durante a utilização da BE pode oferecer subsídios para compreensão dos efeitos terapêuticos proporcionados pelo uso dessa na musculatura extensora de joelho. Hipotetizamos que o uso da BE excitatória proporcione aumento do recrutamento muscular e torque em indivíduos com OAJ. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi verificar a eficácia da bandagem elástica na ativação dos músculos do quadríceps e torque isométrico dos extensores de joelho em indivíduos com OAJ. Métodos: Participaram do estudo 13 voluntárias (64,5 ± 7,2 anos) do sexo feminino, com diagnóstico radiológico de osteoartrite de joelho. O estudo foi aprovado em Comitê de Ética local (parecer número: 1.299.741/2015) e todos participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os procedimentos de coleta de dados foram realizados em três dias, com intervalo de sete dias entre eles. As voluntárias foram avaliadas em três diferentes condições: sem BE, BE placebo e BE ativação. Foram realizadas as avaliações do torque isométrico extensor do joelho na cadeira extensora e, simultaneamente, a ativação eletromiográfica dos músculos reto femoral, vasto medial e vasto lateral por meio da eletromiografia de superfície; foram utilizados eletrodos de superfície de Ag/AgCl, em configuração bipolar, passivos. Para a captação do sinal eletromiográfico foi utilizado o sistema de aquisição com 8 canais (EMG System do Brasil Ltda®), filtro analógico passa banda de 20 a 500 Hz e modo comum de rejeição >100 dB. Os sinais eletromiográficos amostrados com frequência de 2000Hz, digitalizados por placa de conversão A/D (analógico-digital) com 16 bits de resolução, e armazenados em disco para posterior análise. Para análise dos dados foi utilizado o pico de torque e pico de ativação muscular nas três condições propostas. Para análise estatística foi adotado o teste ANOVA Medidas Repetidas e post-hoc de Bonferroni, considerando nível de significância de p < 0,05. Resultados: Os resultados mostraram que não houve diferença significativa para comparação da ativação muscular (p = 0,556, F = 0,936) e pico de torque isométrico (p = 1,00) entre as condições analisadas. Discussão: Os nossos resultados refutam nossa hipótese inicial de que a BE promoveria aumento da ativação muscular e pico de torque isométrico dos extensores do joelho nessa população. Nossos dados estão de acordo com os estudos de Lins et al. (2013) P á g i n a | 309 e Yeung et al. (2014), que avaliaram o desempenho neuromuscular do quadríceps e não observaram diferenças significativas após a aplicação da bandagem em indivíduos jovens e saudáveis, sugerindo que a ausência de efeito da KT era em decorrência dos participantes não apresentarem comprometimento muscular5,6. Entretanto, nosso estudo demonstra ausência de efeito da KT para alteração da ativação muscular e torque, mesmo envolvendo uma população com déficit neuromuscular dos extensores do joelho. Com relação à ativação muscular, nossos dados não concordam com um estudo pregresso que mostrou aumento na atividade eletromiográfica após aplicação da KT7. Possíveis explicações para essa discordância estão relacionadas à diferença metodológica para aplicação da KT e variáveis analisadas. Slupik et al. (2007) investigaram o efeito da KT sobre o músculo VM e mostraram que a atividade bioelétrica aumentou 24 horas após a aplicação da KT e permaneceu durante 48 horas após sua remoção, sugerindo que um aumento gradual do tônus pode começar várias horas após a aplicação da bandagem7. Além disso, seus achados não mostraram aumento no pico de torque após 10 minutos de aplicação, tal como em nosso estudo, no qual foi avaliado apenas o efeito agudo da KT, o que pode ter contribuído para não obtermos diferenças significativas nas avaliações. Uma sugestão do porquê da KT não ter sido capaz de gerar aumento imediato do pico de torque é que para aumentar a força muscular, um período específico de sobrecarga é necessário para promover a ativação neuronal e regeneração das fibras musculares8. A estimulação tátil gerada pela KT pode não ser suficientemente forte para alterar a força muscular agudamente. Limitações do estudo: Pequeno tamanho da amostra. Apesar da BE ter sido aplicada sempre pelo mesmo fisioterapeuta com uma técnica padronizada, a quantidade de tensão não foi quantificada. Ademais, as variáveis temporais da ativação muscular não foram analisadas. Sugere-se que novos estudos sejam feitos para analisar o efeito crônico da KT na população com OAJ, mensurando a quantidade de tensão aplicada na bandagem. Conclusões: A BE não foi capaz de proporcionar aumento no recrutamento muscular do quadríceps e do torque isométrico dos extensores de joelho em indivíduos com OAJ. Referências 1. Jorge RT et al. Clin Rheabil, 2014; 29: 234-43. 2. Marques NR, et al. Clin Biomech, 2013; 23: 3306. 3. Segal NA et al. Osteoarthritis Cartilage, 2010; 18: 769-75. 4. KASE K et al. Clinical therapeutic applications of the kinesio taping method. Ken Ikai Co. Ltd. 2003. 5. Lins CAA et al. Manual Therapy, 2013; 18: 41-45. 6. Yeung SS et al. Clin J Sport Med. 2015; 25: 28490. 7. Slupik A et al. Ortopedia Traumatologia Rehabilitacja Medsportpress. 2007; 9: 644-51. 8. Maior AS et al. Motriz. 2003; 9: 161-8. Fontes financiadoras: Financiamento próprio. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: “Efeito da bandagem elástica na ativação muscular do quadríceps e torque isométrico dos extensores do joelho em indivíduos com osteoartrite”. Tabela 1: Ativação eletromiográfica e torque isométrico do quadríceps para as condições avaliadas PICO DE ATIVAÇÃO MUSCULAR TORQUE (N/Kg -1) RETO FEMORAL VASTO MEDIAL VASTO LATERAL SEM BE 100,00 ± 0,00 100,00 ± 0,00 100,00 ± 0,00 1,97 ± 0,52 BE ATIVAÇÃO 112,03 ± 33,89 99,02 ± 32,28 121,18 ± 25,57 2,07 ± 0,57 BE PLACEBO 109,78 ± 28,58 95,82 ± 37,13 109,05 ± 24,31 2,06 ± 0,49 Valores de média ± desvio padrão P á g i n a | 310 INT. 110. EFEITO AGUDO DO TREINAMENTO COM HASTE OSCILATÓRIA NA ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTABILIZADORES DA ESCÁPULA EM INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS COM E SEM DISCINESE ESCAPULAR Caio Giorgetto Leite1; Ricardo José Tecchio Serrão2; Gabriel Paglioni Garcia2,Nise Ribeiro Marques1 1. Universidade Estadual de São Paulo – Faculdade de Filosofia e Ciências; 2. Universidade Federal de Uberlândia - UFU Introdução: Na articulação escapulo-torácica atuam, principalmente, de forma equilibrada e simultânea os músculos: trapézio superior (TS), trapézio inferior (TI) e serrátil anterior (SA)1. O desequilibro na ativação desses músculos, onde o primeiro encontrase hiperativo em ralção aos demais, resulta em uma disfunção denominada discinese, que esta relacionada a grande parte das disfunções do ombro2. Considerando que essa disfunção é um potencial fator para a ocorrência de limitação funcional o uso de exercícios com haste oscilatória torna-se interessante para o seu tratamento, visto que promovem maior recrutamento do TI em relação ao TS3. Objetivo: Analisar o efeito agudo de uma sessão de exercícios com haste oscilatória (HO) na ativação dos músculos estabilizadores da escápula (TI, TS e SA) em indivíduos com e sem discinese escapular assintomáticos. Métodos: Este estudo foi aprovado em Comitê de Ética local (processo número: 097704/2015). Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi realizado com 16 jovens universitários com idade de 18 a 25 anos, capazes de realizar os exercícios propostos, que não estavam engajados em tratamentos para disfunções no ombro, que não haviam realizado procedimentos cirúrgicos nem apresentassem lesões músculo-esqueléticas no complexo articular do ombro. Os sinais de eletromiografia (EMG) de superfície foram coletados por eletrodos bipolares, ciraculares, de 10 mm tipo Ag/AgCl durante o movimento de scaption por um módulo de aquisição de sinais biológicos (Noraxon, Arizona, EUA), calibrado com 1000Hz de frequência de amostragem, razão de rejeição de modo comum de 90dB, e um ganho total de 2000 vezes (20 vezes no sensor e 100 no equipamento). A distância entre os eletrodos foi de 20 mm. O posicionamento dos eletrodos seguiu as orientações da SENIAM para TS e TI e para o SA foi utilizado o posicionamento proposto em estudo pregresso4. Esse movimento foi filmado e avaliado por dois fisioterapeutas, para a identificação da ocorrência ou não de discinese. Após a avaliação, os voluntários foram divididos em dois grupos: grupo com discinese (GCD, n = 16) e grupo sem discinese (GSD, n = 10). Foram realizadas três contrações isométricas voluntárias máximas de cinco segundos para cada músculo avaliado a fim de normalizar os dados eletromiográficos. Foi realizada a familiarização com os exercícios, em seguida, o protocolo de treinamento e a reavaliação. O protocolo de treinamento foi composto por seis exercícios, realizados em três séries de 30 s cada. Um metrônomo configurado na frequência de 300 bpm foi utilizado, para garantir que todos os voluntários realizassem os seis exercícios com uma frequência padronizada. Os dados foram processados em rotinas especificas através do software MATLAB. O sinal eletromiográfico foi filtrado por um filtro passabanda de 20-500 Hz, retificado pelo método de onda inteira, suavizado por um filtro passa baixa Butterworth de 4ª ordem com frequência de corte de 6 Hz e normalizado pela média de ativação nas contrações máximas. Para a análise estatística foi utilizado o pacote estatístico PASW 18.0 (SPSS inc), sendo utilizados os testes Shapiro-Wilk para verificação da normalidade e, em seguida o teste t-Student para amostras independentes. Foi ajustado o nível de significância em p < 0,05. Resultados: Após a análise estatística dos grupos GCD (n=16) e do GSD (n=10) foi constatado que a ativação do músculo TI foi 27,8 % maior após a execução do protocolo de treinamento no GCD (p=0,031). Para os músculos TS e SA não houve diferença significativa (p > 0,05) entre as condições e não foram encontradas diferenças nas variáveis antropométricas. Tabela 1: Ativação Eletromiográfica TS GD 150,27(± 87,74) GC 64,04 (±38,89) P á g i n a | 311 TS 2 p TI TI 2 p 151,25 (±93,98) 0,889 25,40 (±11,30) 32,48 (±13,80) 0,031* 73,92 (± 36,74) 0,052 30,63 (±11,33) 31,56 (±12,01) 0,807 SA 66,87 (± 32,95) 66,95 (±40,98) SA 2 71,94 (±33,54) 39,88 (± 39,88) p 0,235 0,076 GD = grupo com discinese, GC = grupo controle; TS = ativação do trapézio superior na primeira avaliação; TS2 = ativação do trapézio superior na segunda avaliação; TI = ativação do trapézio superior na primeira avaliação; TI2 = ativação do trapézio superior na segunda avaliação; e SA = ativação do trapézio superior na primeira avaliação; SA2 = ativação do trapézio superior na segunda avaliação * p < 0,05. Discussão O principal achado do presente estudo foi que os exercícios propostos foram capazes de aumentar a ativação do músculo TI no GCD. Lister et al5 comprovou que exercícios com HO são mais eficazes que as demais modalidades de resistência para ativar os músculos estabilizadores da escápula, resultado que vai ao encontro dos achados deste estudo, mostrando que tais exercícios tem potencial para ativar/reestabelecer o equilíbrio destes músculos. Nesse sentido, a combinação dos exercícios em diversas posições que favorecem a ativação dos músculos TI e SA, possivelmente, podem ser usados nos protocolos de intervenção para pacientes que possuem discinese. Contudo, futuras investigações devem ser realizadas para identificar o efeito crônico de um protocolo de exercícios com haste oscilatória no controle neuromuscular. Uma importante limitação do estudo foi a dificuldade de alguns voluntários ao executar certos exercícios propostos. Nesse sentido, faz-se necessário a realização de um período de familiarização mais prolongado para contribuir com a execução mais efetiva dos exercícios com HO. Conclusões: O protocolo de exercícios proposto foi capaz de aumentar a ativação do músculo TI. Referências 1. Kibler W V. The role of the scapula in athletic shoulder function. The American journal of sports medicine 1998; 26(2): 325-337. 2. Santana EP, Ferreirar BC; Ribeiro G. Associação entre discinesia escapular e dor no ombro de praticantes de natação. Rev. bras. med. esporte, 2009; 15 (5): 342-346. 3. Hallal CZ, Marques NR, Silva SRD, Dieën JV, Gonçalves M. Electromyographic activity of shoulder muscles during exercises performed with oscillatory and non-oscillatory poles. Rev. bras. Fisioter 2011; 15( 2 ): 89-94. 4. Pirauá ALT. Journal of Electromyography and Kinesiology 2014;24(5):675-81. 5. Lister JL, et al. Scapular Stabilizer Activity During Bodyblade®, Cuff Weights, and TheraBand® Use. Journal of sport rehabilitation 2007; 16(1) 50. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto de iniciação científica intitulado: Efeito agudo do treinamento com haste oscilatória na ativação dos músculos estabilizadores da escápula em indivíduos assintomáticos com e sem discinese escapular O trabalho é desenvolvido na Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de Marília P á g i n a | 312 INT. 111. EFEITOS DA ACUPUNTURA SISTÊMICA NO SINAL ELETROMIOGRÁFICO DURANTE A CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA VOLUNTÁRIA MÁXIMA DO MÚSCULO TRAPÉZIO Cristhyano Pimenta Marques1,3; Pollyanna Ferreira Martins Garcia Pimenta1, Frederico Balbino Lizardo2,Vinícius Cobos Stefanelli3, Liege Maria Di Bisceglie Ferreira3, Fausto Bérzin3 1 Faculdade Atenas, Paracatu-MG 2 UFU – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia – MG 3 FOP – Faculdade de Odontologia, Piracicaba – SP Introdução: A medicina tradicional chinesa compreende uma complexidade de práticas populares, baseada no princípio da dualidade conhecida como taoísmo, o princípio das duas forças: o Yin e o Yang, e o equilíbrio destas duas forças resulta no estado de saúde do indivíduo (Ernest & White, 2001, Yamamura, 2004). Estudos com a eletromiografia (EMG) de superfície estão relacionados à atividade elétrica do músculo estriado esquelético com os pontos de acupuntura (Tought, 2006), mas os resultados obtidos com o emprego dessa técnica, ainda não oferecem conclusões sobre sua viabilidade. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi analisar a atividade eletromiográfica através das variáveis do RMS (Raiz quadrada da média) e a FMED (Frequência Mediana) da parte descendente do músculo trapézio (TD), submetidos à aplicação da acupuntura sistêmica nos pontos o LI4 (Hegu), LI11 (Quchi), ST36 (Zunsali), LV3 (Taichong), durante a contração isométrica voluntária máxima (CIVM), antes e imediatamente após a aplicação da acupuntura. Métodos: Amostra foi composta por 26 voluntários (10 do gênero masculino e 16 do gênero feminino), assintomáticos (obtido através de um questionário), com idade entre 18 e 30 anos, divididos em três grupos: G1MS que recebeu acupuntura nos pontos o LI4 (Hegu), LI11 (Quchi), composta de 8 voluntários, G2MI que recebeu acupuntura nos pontos ST36 (Zunsali), LR3 (Taichong), composta por 8 voluntários e G3MSI que recebeu acupuntura nos pontos LI4 (Hegu), LI11 (Quchi), ST36 (Zunsali) e LV3 (Taichong), com 10 voluntários. Os voluntários realizaram um elevação de ombro durante cinco segundos por tres ciclos, com descanso de um minuto e meio entre cada ciclo. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Faculdade Atenas com protocolo 004/2011. A coleta de dados foi realizada utilizando-se eletrodo de superfície ativo diferencial simples com ganho de 20 vezes e registrada através de um eletromiógrafo (MyosystemBr1 P84 com 8 canais EMG e 4 canais auxiliares / DataHominis Tecnologia Ltda., Uberlândia, MG, Brasil). O sinal eletromiográfico bruto foi quantificado pela Raiz Quadrada da Média (Root Mean Square – RMS) e a FMED (Frequência Mediana). Os sinais eletromiográficos foram submetidos a um filtro passa-alta de 20 Hz e passabaixa de 500 Hz e a freqüência de amostragem utilizada foi de 2000 Hz por canal. As variáveis foram comparadas intra-grupo pré e pós-intervenção empregando-se teste Wilcoxon (não-paramétrico) e nível de significância de p>0.05. Resultados: Os resultados serão apresentados nas tabelas 1, 2, 3 e 4. Comparando os valores médios de RMS do músculo trapézio, parte descendente, foram observadas reduções significativas (p<0,05) para a CIVM no músculo trapézio direito (TD) do G1MS. Tabela 1. Média do valores de RMS para a CIVM dos grupos avaliados, antes e depois da acupuntura para o músculo trapézio direiro. RMS Grupo Valor de Antes Após % P 289,3 237,2 -18,01 0,0018 * G1MS G2MI 243,7 285,2 17,03 0,0503 G3MSI 346,1 313,3 -9,48 0,1746 Já a FMED apresentou redução significativa (p<0,05) para a CIVM do músculo trapézio direito (TD) no G3MSI. Não houve diferenças significativas (p>0,05) entre as demais variáveis estudadas. Tabela 2. Média do valores de RMS para a CIVM dos grupos avaliados, antes e depois da acupuntura para o músculo trapézio esquerdo. RMS Grupo Valor de Antes Após % P 310,3 319,8 3,06 0,184 G1MS G2MI 242,1 247,1 2,07 0,3385 G3MSI 350,4 350,3 -0,03 0,8693 P á g i n a | 313 Tabela 3. Média do valores da FMED para a CIVM dos grupos avaliados, antes e depois da acupuntura para o músculo trapézio direito. FMED Grupo Valor de Antes Após % P 81,33 80,47 -1,06 0,7103 G1MS G2MI 80,25 78,22 -2,53 0,1336 G3MSI 85,21 77,89 -8,59 0,0152 * Tabela 4. Média do valores da FMED para a CIVM dos grupos avaliados, antes e depois da acupuntura para o músculo trapézio esquerdo FMED Grupo Valor de Antes Após % P 310,3 319,8 3,06 0,184 G1MS G2MI 242,1 247,1 2,07 0,3385 G3MSI 350,4 350,3 -0,03 0,8693 Discussão: A escolha dos pontos LI4 (Hegu), LI11 (Quchi), ST36 (Zusanli) e LR3 (Taichong), se refere à grande ação destes pontos na Ligação Alto/Baixo da circulação do Qi nos meridianos (LI4 - LR3 e LI11 – ST36). A modulação desta energia nos meridianos assegura a harmonia global do ser humano, tanto em suas funções internas do corpo, da mente, quanto a suas inter-relações com o meio ambiente (Yamamura, 2004). A redução da atividade eletromiográfica observada no RMS e na FMED se dá devido ao fato de que a acupuntura interfere na modulação dos neurônios medulares internunciais agindo na inbição dos neurônios motores inferiores, assim como na liberação de encefalinas envolvidas com a analgesia e nos reflexos intersegmentares que facilitam o relaxamento muscular de ação central (Politti 2007, Aranha et al. 2011). Fez-se o emprego do teste Wilcoxon uma vez em que o objetivo foi analisar as alterações dentro do próprio grupo de estudo, não realizando assim comparações entre grupos. Deve se ressaltar que o estudo apresentou limitações relacionadas a adaptação do voluntário para o gesto motor assim como a observação do ciclo menstrual para as voluntárias. Conclusões: Com base nos resultados apresentados e nas condições nas quais o presente estudo foi realizado, é possível concluir que a acupuntura é capaz de provocar alterações na atividade eletromiográfica do músculo trapézio direito, tanto no número de recrutamento das unidades motoras, quanto na velocidade de condução do potencial de ação no músculo, observados pelo RMS e pela FMED respectivamente. Referências ARANHA, M. F. M.; ALVES, M C.; BÉRZIN, F; GAVIÃO, M B. D. Rev. bras. Fisioter, 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S141335552011005000022. ERNST, E.; WITHE A.; ACUPUNTURA – uma avaliação cientifica; Editora Manole Ltda. São Paulo – SP, 2001 POLITTI, F A eletromiografia como ferramenta de estudo da ação da auriculoacupuntura [Dissertação ], Piracicaba - SP, UNICAMP, 2007. TOUGH, L. Acupunct Med. PMID: 16783280 Jun;24(2):55-60. 2006. YAMAMURA, Y. Tratado de medicina chinesa. 2 Ed. São Paulo: Roca, 2004. Fontes financiadoras: CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Análise Eletromiográfica do Músculo Trapézio Submetido à Aplicação da Acupuntura.” do Programa de PósGraduação em Biologia Buco-dentalFOP/UNICAMP P á g i n a | 314 INT. 112. EFEITO DO USO NOTURNO DE ÓRTESE DE POSICIONAMENTO DE PUNHO NA FUNÇÃO E SINTOMAS DA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO: ESTUDO DE DOIS CASOS Danielle Soares Figueiredo¹; Maria da Conceição dos Santos¹; Marcia Aparecida Ciol², Letícia de Araújo Silva¹ & Helga Tatiana Tucci¹ 1 Universidade Federal de São Paulo; 2 University of Washington Introdução: Um dos tratamentos conservadores para síndrome do túnel do carpo (STC) é o uso de órtese de posicionamento de punho associado à exercícios de deslizamento de tendão e nervo [1]. A órtese moldada sob medida pode ser mais efetiva para ganho de força de pinça e redução da atividade eletromiográfica do extensor radial do carpo em relação à órtese comercial. Não há um consenso na literatura sobre qual o melhor tipo de órtese e o tempo mínimo necessário para que o tratamento seja efetivo. Objetivos: Comparar se o uso noturno de órtese de posicionamento de punho, moldada sob medida, em combinação com exercícios domiciliares para deslizamento de tendão e nervo em pessoas com síndrome do túnel do carpo é mais efetivo quando comparado ao mesmo tratamento feito com órtese comercial. Métodos: Duas voluntárias com diagnóstico médico de STC de nível moderado receberam tratamento conservador que consistiu em usar a órtese durante a noite e realizar exercícios domiciliares de deslizamento de tendão e nervo pelo menos cinco dias na semana, durante 45 dias. Uma voluntária usou órtese comercial e a outra usou órtese moldada. A coleta de dados foi feita imediatamente antes e imediatamente após o tratamento. A atividade eletromiográfica do extensor radial do carpo (ERC) e do flexor ulnar do carpo (FUC) foi medida no membro superior direito, durante a realização de uma tarefa controlada a qual utilizou o membro superior e foi realizada no plano escapular. A tarefa foi feita de acordo com marcações em uma mesa e direcionada da seguinte forma: (a) sair com a mão do ponto 1 (cor vermelha) até alcançar um halter (fase “alcance”); (b) pegar um halter (fase “pegada”) no ponto 2 (cor azul); (c) levar no ponto 1 (fase “flexão do cotovelo”) e (d) colocar no ponto 2 (fase “extensão do cotovelo”). As fases da tarefa foram delimitadas com um gatilho. A tarefa foi feita três vezes, com intervalo de 30 segundos. Os sinais foram registrados por meio de dois canais de um equipamento de eletromiografia com placa conversora A/D de 16 bits, frequência de amostragem de 2 kHz por canal e aquisição simultânea. Os sinais mioelétricos foram capturados com eletrodos descartáveis do tipo bipolar Ag/AgCl (20 mm de distância inter-eletrodo) conectados à um sensor com ganho automático (Miotec®, RS, Brasil). Um terceiro canal foi utilizado como gatilho. Um eletrodo de referência descartável circular foi fixado no esterno para reduzir ruído. O posicionamento dos eletrodos seguiu as recomendações de Chen et al. [2] e Perroto et al. [3]. O sinal eletromiográfico bruto foi filtrado com um passa-faixa de 20-500Hz. Após a filtragem, o sinal bruto de cada fase da tarefa, delimitado pelo gatilho, foi janelado e normalizado pelo valor médio de três contrações isométricas voluntárias máximas do respectivo músculo, obtidos em prova de função muscular. Três medidas de força de pinça polpa a polpa foram obtidas com o dinamômetro Pinch Gauge®. O valor médio das medidas de força foi comparado pré e pós tratamento, através de análise descritiva. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unifesp, sob o processo número 618137 e submetida ao Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos, sob o processo REQ 2630. Resultados: Após 45 dias, a força de pinça polpa a polpa aumentou na voluntária que usou órtese comercial de uma média de 3 kgf (desvio-padrão= 0) para 3,33 kgf (0,57) e diminuiu na voluntária que usou órtese moldada de 4,5 kgf (0) para 4,16 kgf (0,28). A atividade eletromiográfica normalizada do ERC e FUC diminuiu em todas as fases da tarefa no tratamento com órtese comercial. A atividade eletromiográfica normalizada do FUC diminuiu nas fases “pegada” e “extensão do cotovelo” e nas fases “pegada” e “flexão do cotovelo” do ERC no tratamento com órtese moldada (Tabela 1). Discussão: O aumento na força de pinça era esperado para as duas voluntárias, visto que a literatura relata esse aumento pela realização de exercícios domiciliares [4]. A atividade eletromiográfica do ERC da voluntária que usou órtese moldada reduziu apenas nas fases “pegada” e “flexão do cotovelo”. Uma possível explicação é que o tratamento reduziu a atividade do ERC no momento de maior atividade deste músculo, que é o de estabilizar o punho enquanto a voluntária sustentou o halter. Neste estudo de caso observamos que a órtese comercial foi mais eficaz do que a órtese moldada. Embora limitado, este P á g i n a | 315 resultado sugere que um estudo comparando as duas órteses deve ser feito. Conclusões: Nessa amostra de dois voluntários, o tratamento conservador com órtese comercial foi mais efetivo quando comparado com órtese moldada considerando os desfechos escolhidos. Referências 1. Baysal et al. Int J Clin Pract. 2006; 60 (7): 820– 828. doi:10. 1111 /j.1368-5031 .2006. 00867. x. 2. Chen et al. Eur J Appl Physiol. 2012; 112:2205– 2212. doi 10.1007/s00421-011-2198-3. 3. Perroto A. Anatomical Guide for the electromygrapher: the limbs and trunk. 2004. 4. Baker et al. Arthritis Care & Research. 2013; 65 (12): 2041–2045. doi 10.1002/acr.22089. eletromiográfica de músculos da cintura escapular e do punho em pessoas com síndrome do túnel do carpo” e parte do conteúdo da Dissertação de Mestrado intitulada: “Ensaio clínico randomizado sobre o efeito do uso noturno da órtese de posicionamento de punho na função e nos sintomas da síndrome do túnel do carpo”. Programa de PósGraduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde, UNIFESP – Campus Baixada Santista. Fontes financiadoras: CNPq (458837/2013-0), FAPESP (2014/27269-2). Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Projeto CNPq intitulado: “Efeito do uso da órtese de posicionamento de punho na atividade Tabela 1. Valores Médios e (desvios-padrão) do sinal etromiográfico normalizado dos músculos avaliados antes e após tratamento Média (devio padrão) do Sinal Eletromiográfico Normalizado Fases da Tarefa Funcional Alcance Pegada Flexão do Extensão do cotovelo cotovelo Órtese comercial FUC I 0,35 (0,02) 0,47 (0,10) 0,48 (0,03) 0,38 (0,03) FUC 45 0,15 (0,02) 0,29 (0,02) 0,30 (0,03) 0,22 (0,02) ERC I 0,61 (0,14) 1,03 (0,27) 0,75 (0,07) 0,82 (0,05) ERC 45 0,19 (0,02) 0,36 (0,07) 0,36 (0,06) 0,30 (0,03) Órtese moldada FUC I 0,54 (0,25) 1,38 (0,86) 0,86 (0,47) 0,51 (0,23) FUC 45 0,65 (0,22) 1,30 (0,61) 1,07 (0,03) 0,42 (0,05) ERC I 0,13 (0,08) 0,29 (0,17) 0,21 (0,05) 0,16 (0,04) ERC 45 0,15 (0,07) 0,18 (0,05) 0,14 (0,01) 0,16 (0,02) I:avaliação inicial; FUC:flexor ulnar do carpo; ERC: extensor radial do carpo. P á g i n a | 316 INT. 113. EFEITO DO TREINAMENTO ABDOMINOPÉLVICO SOBRE OS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO: COMPARAÇÃO DE PROTOCOLOS Joseane Marques1, Marília Andrade2, Danielli Cristovam2, Natália Martinho1,Isabela Peres2, Simone Botelho1,2, Cássio Riccetto1 1 Universidade Estadual de Campinas(UNICAMP); Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG); 2 Introdução: O treinamento dos músculos do assoalho pélvico (MAP) estabelecido como terapia física conservadora é recomendada como um tratamento de primeira1. Estudos 2,3,4 recentes demonstraram que a reeducação do recinto abdominopélvico utilizando bola suiça pode favorecer o recrutamento dos MAP e diminuir sintomas miccionais. Dessa, forma a bola suiça parece ser uma ferramenta interessante na prevenção e tratamento de sintomas uroginecológicos por sua capacidade em promover treinamento muscular de forma global, lúdica e adequada à condição desejada5. Acredita-se que plataforma vibratória por meio de suas oscilações ativa os músculos pélvicos e assim, poderia melhorar acontratilidade dos MAP através da estimulação reflexa e sinergica6,7. eletromiográficos foram gravados no software do equipamento (Emglab V1.2_2010®) por quinze segundos. Como protocolo foram solicitadas três contrações voluntárias máximas dos MAP, mantendo um tempo de repouso de 30 segundos entre as coletas para evitar fadiga muscular2,3. Após serem avaliadas as mulheres foram subdivididas em três grupos: (G1) Treinamento por meio de bola suíça prescrito por Marques et al (2013) modificado com a retirada das contrações isoladas dos MAP (n=17); (G2) Treinamento por meio de plataforma vibratória (n=17); (G3) Grupo Controle (n=18) que recebeu informações por meio de folder explicativo referente ao exercicios dos MAP domiciliares. Os grupos G1 e G2 realizaram 10 sessões individuais, supervisionadas, 2 vezes por semana com duração de 30 minutos cada. Objetivo: Averiguar o efeito do treinamento com bola suíça e plataforma vibratória sobre a contratilidade dos músculos do assoalho pélvico em mulheres continentes. Resultados: A Tabela I apresenta os dados de Palpação Digital e EMGs analisados antes e após as intervenções, bem como a comparação entre grupos. Métodos: Estudo clínico e prospectivo contendo52 mulheres continentes, aprovado pelo Comitê de Ética sob o número de protocolo CAEE nº 35562814.0.3001.5142 e REBEC nº RBR 7yn9h7. As participantes foram recrutadas por meio de palestras informativas no período de 2013 a 2015. Para os exames físicos, as participantes foram posicionadas em decúbito dorsal com pés apoiados na maca e membros superiores ao longo do corpo. Primeiramente foi realizada a palpação digital (PD), a qual gradua a contratilidade de zero a cinco, de acordo com a Escala modificada de Oxford8. Posteriormente, uma sonda endovaginal PhysioMed Services® lubrificada com gel antialérgico KY (Johnson´s & Johnson´s®, Brasil) foi introduzida e posicionada de tal forma que as partes metálicas mantivessem contato com as paredes laterais da vagina e assim conectada ao aparelho de eletromiografia fabricado pela EMG System do Brasil®. O protocolo de avaliação dos registros Discussão: Embora não existam relatos que confirmem a relação entre a capacidade de contrair os MAP e a incidência da incontinência urinária. Talasz et al.(2008)9 relatam que a avaliação funcional dos MAP em mulheres assintomáticas ainda não faz parte da avaliação ginecológica de rotina. Assim, pela palpação digital foi possivel observar que a maioria das mulheres dos grupos estudados demonstraram uma boa contração segundo a escala de Oxford. No entanto, uma melhora significativa foi observada apenas no grupo que fez treinamento por meio de plataforma vibratória. Alguns autores 10,11 descrevem que a terapia abdominopélvica só torna-se eficaz quando a contração dos MAP e do abdomen inferior são simultâneas. Em contrapartida, Junginger et al12 incentivam a contração do transverso do abdomen para as mulheres que não têm consciência dos MAP pois um treinamento abdominopélvico adequado pode melhorar a força e coordenação dos MAP, P á g i n a | 317 devido à ação sinérgica entre os músculos abdominais inferiores e os MAP demonstrado em mulheres continentes. Embora não ter encontrado diferença entre os grupos nas avaliaações, a plataforma vibratória de alguma forma pode ter desencadeado uma ação sinergica entre os músculos que favoreceu uma contração dos MAP pela palpalçao digital pós treinamento. Conclusões: O treinamento por meio de plataforma vibratória demonstrou aumento na contratilidade quando avaliada por meio de palpação digital. Novas pesquisas ainda devem ser conduzidas para investigar o efeito destas técnicas de treinamento sobre a atividade eletromiográfica dos músculos do assoalho pélvico feminino em mulheres continentes. Referências: 1. Hay Smith, et al. Health Publicatio. 2009; n; 44:47–63. 2. Marques J et al. Neurourology and urodynamics. 2013; 32(7); 998-1003 3. Alves FK et al. Maturitas. 2015; 81(2):300-5. 4. Martinho NM et al. Ahead Epub of Print; 2016. 5. CARREÉRE B. Bola Suíça: Teoria, Exercícios Básicos e Aplicação Clínica. Manole. 1999. 6. Lauper M et al. Neurourology and Urodynamics. 2009; 28:405–410. 7. Luginbuehl H et al. Neurourology and Urodynamics. 2012; 31:683–687 . 8. Laycock J et al. Physiother. 2001; 87(12):63142. 9. Talasz H et al. Arch Gynecol Obstet. 2012 285:709–715. 10. Dumoulin C et al. Cochrane Database Syst Rev. 2014;5. 11. Stüpp L et al. Neurourol Urodyn. 2011;30(8):1518-21. 12. Junginger B et al. Int Urogynecol J. 2010; 21(1):69-77. Fontes financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPQ e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisFAPEMIG. Fonte dos dados: Os resultados apresentados foram retirados de uma tese de doutorado junto ao Programa de Pós- Graduação em Ciências da Cirurgia–FCM/UNICAMP. P á g i n a | 318 INT. 114. EFEITOS DA MANIPULAÇÃO CERVICAL ALTA SOBRE A ASSIMETRIA E TORQUE DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS EM MULHERES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR MIOGÊNICA Paulo Fernandes Pires1, Elisa Bizetti Pelai1, Gustavo Luiz Bortalazzo1, Delaine Rodrigues-Bigaton1 1 Faculdade de Ciências da Saúde / Universidade Metodista de Piracicaba - FACIS/UNIMEP Introdução: Sabe-se que indivíduos com disfunção temporomandibular (DTM) apresentam assimetria na atividade elétrica dos músculos mastigatórios e torque (força de deslocamento lateral) da articulação temporomandibular (ATM)1, avaliados por meio da eletromiografia de superfície (sEMG). Partindo do pressuposto descrito e considerando a existência de padrões de movimentos coordenados entre a ATM, articulação atlanto-occipital e articulações zigoapofisárias cervicais, determinados pela ligação sensório-motora intrínseca via complexo trigeminocervical2, as técnicas de manipulações aplicadas a coluna cervical alta destacam-se por reestabelecer a mobilidade articular e equilibrar a atividade elétrica muscular3. Assim sendo, a hipótese da pesquisa é que a manipulação cervical alta provoque equilíbrio significativo sobre a assimetria e torque dos músculos mastigatórios em mulheres com DTM. Objetivos: Avaliar os efeitos da manipulação cervical alta sobre o coeficiente de assimetria e coeficiente de torque dos músculos mastigatórios em mulheres com DTM miogênica. Métodos: Foram avaliadas 6 mulheres com idade média de 25,8±6,8 anos. As voluntárias deveriam apresentar DTM miogênica segundo o Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorder. Foram excluídas da amostra voluntárias que estavam em uso de aparelho ortodôntico, medicação analgésica e/ou antiinflamatória e com histórico de trauma na ATM. A atividade eletromiográfica foi obtida via eletromiógrafo BIO-EMG-1000 (Lynx Ltda) com conversor analógico-digital e filtro Butterworth de 4ª ordem com passa-banda de 20 - 400 Hz. Foram utilizados cinco eletrodos de superfície diferenciais simples (Lynx Ltda) com ganho de 20 vezes (±1%), modo de rejeição comum > 100 dB e taxa de ruído < 3 µV root mean square (RMS). Os eletrodos foram posicionados no ventre, direito e esquerdo, dos músculos masseter (MD e ME) e temporal anterior (TD e TE), permanecendo perpendiculares às fibras musculares. O eletrodo de referência foi fixado sobre o esterno com gel hidrossolúvel. As voluntárias receberam 5 intervenções, uma vez por semana, com uma manipulação aplicada de cada lado do segmento cervical alto (Occipital-atlas-áxis)3. As intervenções foram realizadas por um terapeuta especializado em Osteopatia. A coleta sEMG foi registrada durante a contração voluntária máxima de intercuspidação dos dentes sobre o material Parafilme®, posicionado entre os dentes molares, inferior e superior bilateralmente, por 5 segundos. O procedimento foi realizado em 3 períodos: pré-intervenção (PRÉ), logo após a 1ª intervenção (PÓSI) e 48 horas após a 5ª intervenção (PÓST). O processamento sEMG foi executado via software Matlab 8.3.0.532, o sinal sEMG foi retificado, usando uma função de janelamento móvel RMS de 25 ms, e integrado (IEMG) para avaliação da atividade elétrica muscular. Os coeficientes de sobreposição (CSP) de atividade elétrica dos músculos masseter e temporal anterior foram quantificados por meio da equação apresentada na figura 1. Os valores de CSP variam de 0% (assimetria total) até 100% (simetria total). Figura 1 - Equação para cálculo do CSP 1. CSP [1 ( IEMG _ músculo _ direito IEMG _ músculo _ esquerdo )]x100 IEMG _ músculo _ direito IEMG _ músculo _ esquerdo E o coeficiente de Torque (CT) dos músculos da ATM foi quantificado por meio da equação apresentada na figura 2. Os valores de CT variam de 0% (presença completa de força de deslocamento lateral) até 100% (ausência de força de deslocamento lateral). Figura 2 - Equação para cálculo do CT1.4 CT {1 [ ( IEMG _ TD IEMG _ TE) ( IEMG _ MD IEMG _ ME) ]}x100 IEMG _ TD IEMG _ TE IEMG _ MD IEMG _ ME Foi aplicado o teste de Shapiro-wilk e o teste t de Student para amostra pareada, considerando o nível de significância p<0,05. P á g i n a | 319 Os procedimentos do estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIMEP, sob protocolo nº 01/09. não aumentaram de forma significativa o CSP e CT dos músculos mastigatórios em mulheres com DTM miogênica. Resultados e Discussão: Não foi constatada diferença significativa na avaliação PRÉ x PÓSI e PRÉ x PÓST para o CSP (músculos masseter e temporal) e CT, conforme a Tabela 1. No entanto, observou-se que as técnicas de manipulações cervicais altas foram capazes de aumentar os valores de CSP e CT na avaliação PÓST. Sabe-se que indivíduos com DTM miogênica apresentam redução da atividade elétrica dos músculos mastigatórios (TE, TD, MD e ME) quando comparado a indivíduos assintomáticos, durante a tarefa de intercuspidação máxima dos dentes4. E ao mesmo tempo, apresentam assimetria da atividade elétrica dos músculos mastigatórios e torque de deslocamento lateral na ATM1. Bortolazzo et al.3 observaram aumento da atividade mioelétrica dos músculos mastigatórios após aplicações de manipulação cervical alta em mulheres com DTM miogênica. No entanto, os autores não estudaram os efeitos das manipulações sobre o CSP e CT. Assim sendo, devido a ausência de pesquisas que avaliaram os efeitos de tratamentos sobre o CSP e CT, a possível razão para a não observação de efeitos significativos após as técnicas de manipulação nesta pesquisa, talvez deva-se ao fato dos valores de CSP e CT já estarem, inicialmente, próximos dos valores de normalidade (100%). Referências: Conclusões: A hipótese da pesquisa não foi confirmada, visto que as manipulações cervicais altas 1. Ferrario VF, Tartaglia GM, Luraghi FE, Sforza C. The use of surface electromyography as a tool in differentiating temporomandibular disorders from neck disorders. Man Ther 2007;12:372-9. 2. Eriksson PO, Haggman-Henrikson B, Zafar H. Jaw-neck dysfunction in whiplash-associated disorders. Arch Oral Biol. 2007;52:404-408. 3. Bortolazzo GL, Pires PF, Dibai-Filho AV, Berni KCS, Rodrigues BM, Rodrigues-Bigaton D. Effects of upper cervical manipulation on electromyographic activity of masticatory muscles and mouth opening in women with temporomandibular disorder: a randomized clinical trial. Fisioter Pesqui. No prelo 2016. 4. Berni KC, Dibai-Filho AV, Pires PF, RodriguesBigaton D. Accuracy of the surface electromyography RMS processing for the diagnosis of myogenous temporomandibular disorder. J Electromyogr Kinesiol. 2015;25(4):596-602. doi: 10.1016/j.jelekin.2015.05.004. Fonte dos dados: Dados da Dissertação de Mestrado "Efeitos da manipulação da coluna cervical alta sobre a disfunção temporomandibular". Trabalho desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia - PPG-FT, UNIMEP. Tabela 1 – Valores do coeficiente de sobreposição (CSP) e coeficiente de torque (CT). CSP TA (%) CSP MS (%) CT (%) PRÉ Média ± DP PÓSI Média ± DP PÓST Média ± DP Δ PÓSI - PRÉ (IC 95%) p valor Δ PÓST - PRÉ (IC 95%) p valor 81.58 ± 14.92 86.73 ± 12.49 94.27 ± 3.67 5.15 (-2.66 ; 12.96) 12.69 (-14.47 ; 39.85) p=0.13 p=0.23 80.80 ± 11.59 76.16 ± 15.74 93.46 ± 6.17 -4.64 (-36.65 ; 27.37) 12.66 (-13.30 ; 38.63) 94.01 ± 2.30 86.18 ± 12.74 94.87 ± 5.10 p=0.68 p=0.22 -7.83 (-30.85 ; 15.18) 0.86 (-9.88 ; 11.60) p=0.36 p=0.82 Teste t de Student. Δ: diferença entre avaliações; TA: músculos temporais anteriores; MS: músculos masseteres. P á g i n a | 320 INT. 115. Efeito da Estimulação elétrica de alta voltagem sobre a co-contração e coeficiente de sobreposição dos músculos mastigatório na disfunção temporomandibular Pelai, EB1; Pires, PF1; Bigaton, DR1 1 Faculdade de Ciências da Saúde / Universidade Metodista de Piracicaba - FACIS/UNIMEP INTRODUÇÃO A disfunção temporomandibular (DTM) abrange alterações clínicas relacionadas à musculatura mastigatória e articulação temporomandibular1. É caracterizada pela alteração da atividade dos músculos mastigatórios, como por exemplo a cocontração entre os músculos elevadores e depressores da mandíbula e assimetria dos elevadores da mandíbula. Para o tratamento dessa disfunção, diversas modalidades da fisioterapia têm sido utilizadas, dentre as que se destacam pode-se citar a Estimulação Elétrica de Alta Voltagem (EEAV), que apresenta efeitos sobre a diminuição da intensidade da dor em indivíduos com DTM. Dessa forma, a hipótese do estudo é que o tratamento de EEAV reduza a co-contração e assimetria dos músculos mastigatórios em indivíduos com DTM. OBJETIVO O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da EEAV sobre a co-contração e assimetria dos músculos mastigatório em mulheres com DTM. MÉTODOS Foram avaliadas sete mulheres com DTM, com idade média de 22,5 ± 8,8 anos. Como critério de inclusão, as voluntárias deveriam apresentar disfunção temporomandibular (DTM) segundo o Eixo I do Critério de Diagnóstico para pesquisa (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorder - RDC/TMD). Foram excluídas da amostra voluntárias que em tratamento ortodôntico, as que estavam usando medicação analgésica e/ou antiinflamatória, com histórico de trauma na face e ATM. A atividade eletromiográfica foi obtida por meio de um eletromiógrafo (BIO-EMG 1000-Lynx Tecnologia Eletrônica Ltda) com conversor analógico–digital, com software de Aquisição de dados (AqDados 7.2). Foram utilizados cinco eletrodos de superfície diferenciais simples (Lynx Eletronics Ltda) com duas barras de prata pura retangulares (10x1 mm) e paralelas, com distância inter-eletrodos fixa de 10 mm, ganho de 20 vezes (±1%), modo de rejeição comum (CMRR) maior que 100 dB com taxa de ruído do sinal menor que 3 µV RMS. Durante o registro eletromiográfico, as voluntárias permaneceram sentadas em uma cadeira, pés apoiados no solo e braços apoiados sobre os membros inferiores. Os eletrodos foram posicionados no ventre dos músculos depressores da mandíbula (suprahióideos) e elevadores da mandíbula (masseter e porção anterior do músculo temporal bilateralmente), perpendiculares às fibras musculares. A pele foi limpa com álcool 70% e quando necessário previamente tricotomizada. O eletrodo de referência foi fixado sobre o esterno com gel hidrossolúvel. Foram realizados registros do sinal EMG, com 5 segundos de duração, na situação de contração voluntária máxima de intercuspidação dos dentes, na qual a voluntária apertava o material Parafilme®, localizado entre os dentes prémolares, inferior e superior bilateralmente. As voluntárias realizaram este procedimento em dois períodos: pré-intervenção e imediatamente após a intervenção. As voluntárias receberam uma intervenção EEAV, com o aparelho Neurodyn Hight Volt® (IBRAMED), quatro eletrodos ativos de siliconecarbono (3x5cm), um eletrodo dispersivo (10x18cm) e os seguintes parâmetros: dois pulsos gêmeos de 20µs cada um com intervalo de 100µs entre eles; freqüência de 10Hz, acima de 100Volts, polaridade positiva, aplicado durante 30 minutos. O processamento do sinal EMG foi executado via software Matlab 8.3.0.532, para a análise da amplitude do sinal eletromiográfico com janelamento RMS móvel de 25 ms e integração do sinal (IEMG). A co-contração dos músculos supra-hióideos (antagonistas) em relação aos músculos elevadores da mandíbula (agonistas) foi quantificada por meio da fórmula apresentada na Figura 1. Figura 1 - Equação para cálculo do índice de cocontração dos músculos mastigatórios3. P á g i n a | 321 Co contração ( EMGantagonista ) x100 EMGantagonista agonista E o coeficiente de sobreposição/assimetria (CSP) dos músculos masseter e músculo temporal anterior foi quantificada por meio da fórmula apresentada na Figura 2. Figura 2 - Equação para cálculo do CSP dos músculos mastigatórios4. CSP [1 ( EMG _ mm _ direito EMG _ mm _ esquerdo ]x100 EMG _ mm _ direito EMG _ mm _ esquerdo Foi aplicado o teste de Shapiro-wilk e o teste t de Student para amostra pareada, considerando o nível de significância p<0,05. Os procedimentos do estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIMEP, sob protocolo nº 25/06. RESULTADOS E DISCUSSÃO Conforme a Tabela 1, não houve redução significativa da assimetria e co-contração dos músculos mastigatórios, porém, observa-se que houve uma pequena redução da co-contração dos músculos suprahioideos em relação aos músculos masseteres direito e esquerdo após a aplicação da EEAV. Talvez essa pequena redução possa ter sido observada pelo fato do músculo masseter apresentar mais ativação no movimento de elevação da mandíbula, apresentando uma maior tendencia aos efeitos do tratamento. Poucas pesquisas avaliaram os efeitos de modalidades da fiisoterapia sobre a co-contração e assimetria dos músculos mastigatórios, dentre elas Pires et al. observaram redução significativa da cocontração dos músculos suprahióideos em relação aos elevadores da mandíbula em mulheres com DTM após técnica de manipulação cervical alta. CONCLUSÃO Pode-se concluir que a hipótese do estudo não foi confirmada, visto que a EEAV não alterou significativamente os valores de co-contração e de assimetria dos músculos mastigatórios de mulheres com DTM. Fonte dos dados: Dados da Dissertação de Mestrado "Efeito do tratamento com estimulação elétrica de alta voltagem sobre a dor e a atividade eletromiográfica dos músculos mastigatórios em pacientes com DTM". Trabalho desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia - PPG-FT, UNIMEP. Referências 1. Acosta-Ortiz R. et al. J Oral Rehabil. 2004; 31:399-405. 2. Gomes, NCMC. et al. Braz J Phys Ther. 2012; 10-15. doi.10.1590/S1413-35552012000100003. 3. Hammond A. Arch Phys Med Rehabil. 1988; 69: 348-51. 4. Ferrario VF et al. J Oral Rehabil 2000:27:33-40. 5. Pires et al. (ANAIS). Braz J Oral Sci. 2012. 11 (2):165. P á g i n a | 322 INT. 116. EFEITO DO FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA PÓSTEROLATERAL DO QUADRIL EM INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO Felipe Marrese Bersotti 1,3; Amanda Rodrigues Macena 1,2; Bruna Nunes Oliveira 1; Kathleen Xavier Borges Silva 1; Marina Ribeiro Grespan 1; Ulysses Fernandes Ervilha 3; Márcia Barbanera 1. 1 Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, SP, Brasil 2 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil 3 Universidade de São Paulo, Escola de Artes Ciências e Humanidades, São Paulo, SP, Brasil Introdução: A osteoartrite (OA) é uma patologia crônica degenerativa de característica articular 1, destacando-se pelo desgaste da cartilagem Apresenta características clínicas como dor, rigidez matinal, crepitação óssea, atrofia muscular, diminuição do espaço intra-articular, formações de osteófitos e esclerose do osso subcondral 2. Foi um protocolo com o objetivo de fortalecer a musculatura do joelho e dos músculos da região posterior do quadril em mulheres portadoras da síndrome femoropatelar. Realizaram um follow-up de 3, 6 e 12 meses. Os participantes apresentaram melhora na dor e manutenção da resposta a longo prazo 3. Diante desse estudo, acredita-se que o fortalecimento dos músculos do quadril somado aos músculos do joelho, apresenta uma melhor resposta para indivíduos com osteoartrite de joelho. Com isso, o grupo que realizará esses exercícios pode apresentar: melhora na dor, melhora funcional para a realização das tarefas do dia-a-dia, maior capacidade de geração de torque isométrico e isocinético dos músculos do joelho. Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do protocolo de exercícios de fortalecimento da musculatura pósterolateral do quadril em indivíduos com osteoartrite de joelho, por meio do nível de dor, função, rigidez e torque isocinético concêntrico. Métodos: Trinta participantes participantes (63.41±16.06 anos, 149.36±37,17cm, 72,20± 20,40kg) foram randomizados em três grupos: Quadril 70 (n=10), Joelho 70 (n=10) e Joelho 20 (n=10). A intervenção fisioterapêutica foi realizada durante 4 semanas, 3 vezes por semana (total de 12 sessões), com sessões de 50 minutos cada. Os exercícios foram realizados por 3 séries de 10 repetições com 70% da carga de uma repetição máxima (RM) para os grupos Quadril 70 e Joelho 70 e o grupo Joelho 20 realizou com 20% da RM. Os participantes realizaram exercícios de fortalecimento para os músculos flexores e extensores do joelho e flexores plantares. O grupo Quadril 70 realizou também exercícios de fortalecimento para os músculos abdutores, extensores e rotadores laterais do quadril. A dor foi avaliada pela escala visual analógica (EVA) 4; a função, rigidez e limitação funcional foram avaliados pelo questionário WOMAC 5, as características qualitativas da dor por meio do questionário de McGill 4, a agilidade e a capacidade funcional com o uso do teste Time Up and Go 6 e a força muscular do joelho pelo dinamômetro isocinético Biodex System 3. O protocolo no dinamômetro consistiu de cinco contrações isocinéticas concêntricas nas velocidades de 60, 180 e 300º/s 7. Foi realizado o teste ANOVA de um e dois fatores, seguida do teste pos hoc Tukey HSD (p≤ 0,05). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade São Judas Tadeu e em abril de 2015 (parecer 1.031.341). Resultados: A EVA apresentou diminuição dos valores após a intervenção (F(1.58)=69.47; p<0.00001), assim como o questionário de McGill que também foi menor após o protocolo (F(1,58) =17.58; p<0.0001). O questionário de WOMAC apresentou diminuição do escore após a intervenção (F(1.58)=20.65; p<0,00001). O torque flexor de joelho foi maior (F(1.898)=40.62; p<0.00001) apó a intervenção. Não houve diferença estatística para o teste TUG e para o torque extensor de joelho. Discussão: Os resultados mostraram que a EVA diminuiu em todos os grupos após a intervenção, assim como o questionário McGill, o que significa que a percepção de dor diminuiu. Isto também foi verificado no estudo 8, no qual eles compararam o efeito do fortalecimento do músculo quadríceps e exercícios neuromusculares em pacientes com OA de joelho. Provavelmente a melhora dos sintomas, em quantidade (EVA) e qualidade (McGill) ocorreu por: 1) realização de exercícios de fortalecimento do músculo quadríceps; 2) o recrutamento do quadríceps pode melhorar a estabilidade do joelho; 3) realização P á g i n a | 323 de movimentos articulares repetidos, os quais auxiliam na produção de líquido sinovial e favorece a diminuição da rigidez articular, diminuindo assim os sintomas 9. Os resultados indicaram que a pontuação da escala WOMAC foi menor após a intervenção para todos os grupos, mas não apresentou diferenças entre os grupos. Os resultados foram mais evidentes para o grupo Quadril 70. Isto indica que o protocolo foi eficaz para melhorar a dor, como também já foi evidenciado com a Eva e Mcgill, para melhorar a função e a rigidez. Houve uma melhora na dor, pois os exercícios causam um aumento do leito capilar, e o treino da força muscular pode promover a recuperação da função e reestabelecer o equilíbrio muscular 10. Não houve diferença estatística para o teste TUG após a intervenção, provavelmente porque os participantes não apresentavam déficit de locomoção e agilidade antes de iniciar o protocolo. A pontuação média do teste TUG antes de iniciar o protocolo foi 12,23 e após 11,62, ou seja, eles estavam com mobilidade normal, pois até 13 segundos indicam boa agilidade. Em relação ao torque flexor, todos os grupos apresentaram aumento na fase pós-intervenção. Semelhante à análise de torque extensor, o torque flexor, na velocidade angular de 60º/seg. foi maior. Este aumento do torque flexor pressupõe-se que seja pelo predomínio da ação muscular excêntrica em relação à concêntrica, principalmente durante a atividade funcional, como caminhar em declive e sentar-se, acredita-se que o uso induzido (pela OA) da musculatura flexora de joelho seja o fator do aumento da força 11. Conclusões: Os três protocolos de intervenção aplicados foram eficazes para a melhora da dor, função, rigidez e ganho de força flexora de joelho em indivíduos com osteoartrite de joelho. Referências 1. Hinman RS et al. Clin Biomech (Bristol, Avon). 2012 27(1):27-33 doi:10.1016/j.clinbiomech.2011.07.010. 2. Rejaili WA et al. Acta Ortop Bras 2005 13(1) 20-23 http://dx.doi.org/10.1590/S141378522005000100005 3. Fukuda TY et al. J Orthop Sports Phys Ther. 2012 42(10):823-30 doi:10.2519/jospt.2012.4184 4. Martinez JE et al. Rev. Bras. Reumatol. 2011 51(3) 304-308 http://dx.doi.org/10.1590/S048250042011000400002. 5. Mascarenhas CHM et al. Revista Baiana Saúde Pública,. 2010 34(2) 254-266 6. Podsiadlo D e Richardson S. J Am Geriatr Soc. 1991 39(2) 142-8 7. Barbanera M et al. Acta Fisiatr. 2014 21(4) 171-176 DOI: 10.5935/0104-7795.20140034 8. Bennel KL et al. JAMA. 2014 311(19) 198797 doi: 10.1001/jama.2014.4591. 9. Dwyer L et al. J Manipulative Physiol Ther 2014 38(1) 1-21. 10. Basmajian JV. Terapêutica por exercícios: medicina física e reabilitação de Sidney Licht. 10. 4ª ed. Manole. 1987. doi:10.1016/j.jmpt.2014.10.002 11. Jegu AG et al. Trials. 2014 2 (15) 106. doi: 10.1186/1745-6215-15-106. Fontes financiadoras: O trabalho foi desenvolvido junto ao Laboratório de Biomecânica e Curso de Fisioterapia da Universidade São Judas Tadeu. Fonte dos dados: Declaramos que os resultados apresentados são de um trabalho original, parte de um trabalho de conclusão de curso de graduação intitulado: Efeito do Fortalecimento da Musculatura Pósterolateral do Quadril em Indivíduos com Osteoartrite de Joelho. P á g i n a | 324 INT. 117. ANÁLISE DOS SISTEMAS DINÂMICOS NA CINEMÁTICA DA ESCÁPULA DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DO IMPACTO SUBACROMIAL SUBMETIDOS AO TREINAMENTO COM BIOFEEDBACK DE POSIÇÃO Gisele Harumi Hotta1; Paulo Otávio Pimenta Queiroz1; Ramon de Oliveira Scatolin1, Tenysson Will de Lemos1; Anamaria Siriani de Oliveira1 1Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Introdução: Indivíduos com síndrome do impacto apresentam uma alteração no padrão de recrutamento muscular e na movimentação da escápula, que podem levar à redução da elevação acromial e pinçamento dos tecidos moles1. O treinamento com o biofeedback de posição relaciona-se com o sistema sensóriomotor e tem por objetivo proporcionar uma ativação coordenada dos músculos, co-ativação dos estabilizadores dinâmicos, regulação do tônus e da rigidez2. Desta forma a aplicação dos sistemas dinâmicos na avaliação da cinemática da escápula permite compreender a influência do treinamento na coordenaçao do movimento entre os segmentos analisados3. Objetivos: Determinar o efeito agudo do treinamento com biofeedback de posição na coordenação dos movimentos da escápula de indivíduos com síndrome do impacto após um protocolo de exercícios de controle motor. Métodos: Foram incluídos indivíduos com amplitude de movimento de flexão ativa dos membros superiores de no mínimo 120º, positividade para os testes clínicos de impacto subacromial Neer ou Hawkins-Kennedy e positividade para arco doloroso, e história de dor no ombro com duração acima de uma semana na região anterolateral. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (5607/2013). Foram realizadas três elevações do úmero no plano sagital antes e após a aplicação de três repetições de três exercícios de controle motor, (Figura 1). Inicialmente, foi realizada uma orientação aos voluntários, para que durante o exercício ele adquirisse um posicionamento da escápula mais próxima ao tórax, enfatizando a inclinação posterior da escápula e posteriormente foi realizado o biofeedback de posição de forma visual-auditiva. Os ângulos alvo foram selecionados com base em uma repetição do exercício. O sistema de avaliação tridimensional do movimento utilizado foi o 3SPACE Liberty (Polhemus Inc.). Uma escala visual numérica (EVN) foi aplicada antes e após o protocolo de exercícios para mensurar a dor presente no momento da coleta4. Figura 1: Exercícios de controle motor: Scapular Clock (A), Towel Slide (B) e Forward Flexion (C) A contrução do modelo e a digitalização dos pontos anatômicos seguiram as recomendações da International Society of Biomechanics5. Os valores médios de inclinação anterior/posterior e rotação superior/inferior da escápula foram normalizados durante a elevação umeral de 30º a 120º em relação ao tórax. Para os movimentos da escápula foi utilizada a sequência de ângulos Euler YX’Z’’ e para a elevação do úmero a sequência XZ’Y’5. Para comparação dos valores médios foi utilizada a análise de acoplamento dos ângulos (coupling angles) e determinadas as faixas contendo os valores de mínima mudança detectável (MMD) com intervalo de confiança de 95%3. O software Matlab® foi utilizado para as análises. Resultados: O estudo contou com a participação de 27 indivíduos (16 mulheres e 11 homens), com média de idade de 44,63 (6,34) anos e índice de massa corpórea médio de 25,69 (3,05) Kg/m2. Em relação a dor referida, três participantes não apresentavam dor, cinco não apresentaram mudança na intensidade da dor após protocolo, oito apresentaram aumento e 11 uma diminuição da dor após realização do biofeedback de posição. P á g i n a | 325 A análise do acoplamento dos movimentos de rotação superior/inferior e inclinação anterior/posterior da escápula realizada pré e pós-intervenção demonstrou que os indivíduos não apresentaram diferenças quanto à coordenação do movimento após a realização do biofeedback (Figura 2). Discussão: Os movimentos exigidos durante a realização do protocolo de exercícios com o biofeedback de posição objetivaram a melhora da orientação escapular, bem como um aumento da inclinação posterior e rotação superior da escápula. Apesar de o estudo mostrar que apenas uma sessão não é capaz de alterar a cinemática da escápula e que o biofeedback não foi efetivo para melhora da coordenação dos movimentos em sujeitos com a síndrome, os protocolos de controle motor devem ser considerados a longo prazo na reabilitação para melhora do equilíbrio da musculatura estabilizadora do ombro6 uma vez que é necessário a presença de tensão muscular para gerar alterações na cinemática escapular7. Estudos futuros devem ser realizados considerando uma reabilitação a longo prazo e a presença de um grupo controle para as comparações. é capaz de alterar o posicionamento e gerar melhora da coordenação da escápula em apenas uma sessão de treinamento. Referências: 1. Ludewig PM et al. Phys Ther. 2000 Mar;80(3):276–91. 2. Myers JB et al. Man Ther. 2006 Aug;11(3):197–201. 3. Spinelli BA et al. Man Ther. 2015 Feb;20(1):221–6. 4. Hjermstad MJ et al. J Pain Symptom Manage. 2011 Jun;41(6):1073–93. 5. Wu G et al . J Biomech. 2005 May;38(5):981–92. 6. Lukasiewicz AC et al. J Orthop Sports Phys Ther. 1999 Oct;29(10):574–83; discussion 584–6. 7. Ebaugh DD et al.Clin Biomech Bristol Avon. 2005 Aug;20(7):700–9 Fontes financiadoras: Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (2013/23737-9) Fonte dos dados: Os resultados apresentados são de um trabalho original realizado como projeto de iniciação científica do curso de Fisioterapia da Universidade de São Paulo - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Conclusões: O treinamento com biofeedback de posição associado a exercícios de controle motor não Figura 2: Gráficos de acoplamento ângulo-movimento entre os valores de rotação superior/inferior e inclinação anterior/posterior dos indivíduos com síndrome do impacto subacromial pré e pós-protocolo. P á g i n a | 326 INT. 118. EFEITOS DA TERAPIA DE LASER DE BAIXA POTÊNCIA SOBRE A ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO MASSETER Suzana Cristina Pereira1; Ana Claudia Muniz Renno2, Eduardo Federighi Baisi Chagas3, Gisele Harumi Hotta3, Cristiane Rodrigues Pedroni1 1 Universidade Estadual Paulista – UNESP – Faculdade de Filosofia e Ciências Campus de Marília; 2 Universidade Federal de São Paulo UNIFESP, 3 Universidade de Marília - UNIMAR. 3 Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Introdução: O laser de baixa potência (LBP), atua na produção de colágeno, ATP e a microcirculação local. Um dos músculos estomatognáticos mais sobrecarregados nos movimentos mandibulares é o músculo masséter, que frequentemente está acometido em casos de disfunção temporomandibular (DTM) e é uma das principais fontes de dor e desconforto durante a mastigação. Objetivos: Avaliar os efeitos crônicos da terapia de LBP sobre a atividade eletromiográfica do músculo masseter. Métodos: Participaram 15 sujeitos de ambos os sexos com idade entre 18 e 25 anos que foram submetidos à eletromiografia de superfície do músculo masseter de ambos os lados, antes e após aplicação do protocolo de laserterapia, que teve duração de 10 sessões. A coleta de dados foi realizada após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (protocolo nº 0750/2013). Para a captação dos sinais eletromiográficos, foi utilizado um equipamento MyosystemBr1_P84, Data Hominis tecnologia Ltda.®, Uberlândia, MG, Brasil, de 8 canais, filtros analógicos passa-faixa com frequência de corte em 10-1000 Hz e calibrados com frequência de amostragem de 4000 Hz, com 12 bits de resolução. O LBP foi aplicado em quatro pontos do músculo masseter de forma pontual, de apenas um dos músculos de cada voluntário. A escolha do lado irradiado foi sorteada e o tratamento placebo foi realizado do outro lado. O laser utilizado foi o AsGaAl (Photon Lase III, DMC®, São Carlos, SP, Brasil), as sessões foram realizadas de acordo com os parâmetros de Toma et al4. Os sinais foram normalizados a partir da primeira contração voluntária máxima de cinco segundos. Foi utilizado um filtro passa-faixa de 15-500 Hz. Todos os procedimentos de registro e análise do sinal eletromiográfico seguiram o Standards for Reporting EMG Data3. Para análise dos dados foram obtidos os valores de Frequência Mediana (FM) de todas as contrações. As variações entre os momentos pré e pós-sessão foram representados pela variação (delta) dos valores de FM a partir do janelamento das contrações isométricas e isotônicas. Para analisar as diferenças de variação entre os grupos foi construída uma Anova, e em caso de rejeição de hipótese, Greenhouse-Geisser. Foi adotado nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados obtidos apontaram que não houve diferença significativa entre o grupo que recebeu e o que não recebeu a aplicação do LBP, assim como não houve diferença entre a primeira aplicação e depois de 10 aplicações, conforme mostra a tabela 1 para o masseter direito e a tabela 2 para o masseter esquerdo. No entanto, houve tendência na diminuição da queda da fequência mediana no grupo que recebeu a aplicação do LBP (p=0.063). P á g i n a | 327 Discussão: A análise eletromiográfica do músculo masseter não apontou diferença significativa entre os grupos irradiado e não irradiado. Entretanto, foi possível observar que entre o momento da EMG na décima sessão antes da aplicação do laser e a primeira sessão antes da aplicação do laser houve uma diminuição de queda da frequência mediana para o grupo irradiado, demonstrando o efeito crônico do laser em relação à primeira sessão, sugerindo que o valor poderia ser significativo se a população de estudo fosse maior e/ou os indivíduos da pesquisa tivessem alguma DTM, partindo do pressuposto de que indivíduos com DTM já possuam certo nível de fadiga dos músculos estomatognáticos. Estudos futuros devem ser realizados na tentativa de observar o efeito da laserterapia em pacientes com DTM miogênica e assim verificar a real eficácia deste recurso para essa população. Conclusões: Não houve diferença significativa na frequência mediana do músculo masseter de indivíduos irradiados com LBP, porém existe uma tendência de diminuição da queda da frequência mediana nos músculos irradiados. Referências 1 Herranz-Aparicio J et. al. The use of low level laser therapy in the treatmentof temporomandibular joint disorders. Review of the literature. Med OralPatol Oral Cir Bucal. 2013 Jul 1;18 (4):603-12. 2. Santos, T. S. et. al. Lasertherapy efficacy in temporomandibular disorders: control study. Braz J Otorhinolaryngol. 2010;76(3):294-9. 3. Merletti, R. Standards for Reporting EMG data. Journal of Electromyography and Kinesiology, February 1999; 9(1) 4. Toma RL. et. al. Effect of 808 nm low-level laser therapy in exercise-induced skeletal muscle fatigue in elderly women. Lasers Med Sci. 2012; 5. Gökçen-Röhlig, B. et al. Evaluation of orofacial function in temporomandibular disorder patients after low-level laser therapy. Acta Odontologica Scandinavica, 2013; 71: 1112–1117. 6. Ferreira, L. A. et al. Laser acupuncture in patients with temporomandibular dysfunction: a randomized controlled trial. Lasers Med Sci (2013) 28:1549– 1558. Fontes financiadoras: Pró-Reitoria de Extensão Universitária (Proex) – UNESP. Fonte dos dados: Esses dados são parte do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido no Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UNESP - Marília. P á g i n a | 328 INT. 119. EFEITO DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NO TORQUE E ATIVIDADE MIOELÉTRICA DO JOELHO E QUADRIL PRÉ E PÓS RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA): UM ESTUDO CONTROLADO Luma Soares Lustosa; Giulia de Souza Antoniolli; Palloma Rodrigues de Andrade; Roberta de Andrade Freire; José Jamacy de Almeida Ferreira; Heleodório Honorato dos Santos Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Introdução: Dentre as lesões mais frequentes no joelho, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA), é considerada a mais comum1, acarretando menor estabilidade e mobilidade articular, hipotrofia muscular, redução da força e déficit da integridade sensóriomotora2. Objetivo: Analisar o efeito do tratamento fisioterapêutico no torque e na atividade mioelétrica do joelho e quadril pré e 6 meses pós-reconstrução cirúrgica do LCA. Métodos: A amostra constou de 24 sujeitos divididos em dois grupos: 1) grupo com reconstrução do LCA utilizando uma combinação dos tendões flexores de semitendíneo e grácil/ST+Gr (gLCAr: 12 sujeitos) e; 2) grupo controle (gCONT: 12 sujeitos). O gLCAr atendeu aos seguintes critérios de inclusão: portadores de lesão unilateral do LCA (Lachman; gaveta anterior e RNM), com previsão de reconstrução cirúrgica, sem ter disfunção ou lesão no membro inferior contralateral, alterações vestibulares e/ou neurológicas. O estudo foi aprovado pelo CEP/CCS/UFPB, sob o protocolo de no 0121/2014. Após 5 minutos de aquecimento em bicicleta ergométrica (75W) a 20 km/h, foi registrado o torque isométrico máximo, com o sujeito sentado na cadeira de Bonett (adaptada) e estabilizado por cintos de nas regiões do tronco e pelve e coxa do membro inferior avaliado, com o joelho a 60º (torque extensor), e a 30º (torque flexor)3, com um dinamômetro modelo DD-300 (Instrutherm Ltda. Brasil). O EMG do glúteo médio (Gmed), vasto medial (VM), vasto lateral (VL), semi-tendinoso (ST) e bíceps femoral (BF) foi captado, concomitante a avaliação do torque, com um eletromiógrafo (modelo W4X8, Biometrics Ltd., UK) de 8 canais, com as seguintes configurações: hardware com placa de conversão A/D de 12 bits; amplificador com ganho de 1000 vezes; filtro passa banda de 20 a 500 Hz (Butterworth de 2a ordem); RRMC > 100 dB; taxa de ruído do sinal < 3 V RMS; impedância de 109 Ohms; eletrodos superficiais, simples diferencial, com pré-amplificação de 20 vezes - fixados conforme Surface Electromyography for the Non-Invasive Assessment of Muscles – SENIAM4, eletrodo de referência e um software DataLOG para coleta e análise de sinais com frequência de amostragem de 1000 Hz. Os dados foram analisados no SPSS (20.0). Inicialmente, foi feito o teste de normalidade dos dados (Shapiro-Wilk) seguido do teste t Student (pareado) para comparação dos resultados entre as avaliações (Pré x 6 meses Pós-intervenção) e testes t Student (independente) na comparação entre membros (MA x MNA) e, entre grupos (LCA x COM), considerando α ≤ 5%. Resultados: Na comparação dos valores pré x pósintervenção, observou-se aumento significativo do torque isométrico (P<0,05), no gLCAr, nos 3 movimentos (extensão, flexão e abdução), tanto no MA, quanto no MNA. Na comparação inter-membros (MA x MNA) no gLCAr, o torque extensor do joelho, no MA ainda foi menor que o MNA, na pós-intervenção, porém, a flexão e abdução se nivelaram, estatisticamente (P>0,05). Na avaliação pós-intervenção, inter-grupos (gLCAr X gCONT), o torque extensor e flexor se nivelaram estatisticamente (P>0,05) e o torque abdutor apresentou-se maior no gLCAr que no gCONT (P=0,028). Comparando a RMS do EMG entre (Pré x 6 meses Pós-intervenção), o teste t Student (pareado), mostrou aumento significativo da amplitude do sinal em todos os músculos (VM; VL; BF: P<0,05; Gméd: P<0,01), tanto no MA quanto no MNA. Porém, na avaliação intergrupos (gLCAr x gCONT), pós-intervenção, a RMS do sinal EMG, no MA, se igualou ou foi superior a do gCONT. Discussão: O aumento significativo no torque, em todos os movimentos, tanto no MA quanto no MNA, se deve ao fato de que, os protocolos atuais enfatizam exercícios bilaterais, e multi-articulares (em cadeia fechada), por serem mais seguros e mais funcionais, contribuindo assim, para os ganhos de força tanto no MA quanto MNA5. Além disso, após a cirurgia, naturalmente, há uma tendência do sujeito proteger o P á g i n a | 329 membro operado, diminuindo a descarga do peso sobre ele6 com consequente aumento no MNA, contribuindo para que as diferenças no torque e atividade mioelétrica entre eles estejam sempre presentes, já que os ganhos durante o processo de reabilitação acontecem bilateralmente7. No entanto, outros estudos8,9 que investigaram o torque em sujeitos do 3º ao 6º mês pós-reconstrução de LCA, também observaram que o MA apresentou menor torque extensor em relação ao MNA, chegando a déficits de 6 a 10%. A igualdade ou superioridade do sinal EMG, no MA do gLCAr, comparado ao gCONT, 6 meses pósreconstrução corrobora o estudo de Cardoso et al.10 que ao analizarem os músculos estabilizadores do joelho após 12 meses de reconstrução do LCA, também observaram maior atividade elétrica comparado ao grupo controle. Por outro lado, Maciel11 ao correlacionar desempenho do músculo quadríceps durante uma contração isométrica, em sujeitos pós-reconstrução de LCA, constatou uma menor ativação mioelétrica desses músculos quando comparada ao gCONT. Conclusão: Seis meses pós-reconstrução do LCA, o torque (extensor e flexor do joelho e abdutor do quadril) e a atividade EMG do gLCAr, se nivelaram ou foram maiores que no gCONT. Referências: 1. Godinho P, Nicoliche E, Cossich V, Sousa EB, Velasques B, Salles JI. Déficit proprioceptivo em pacientes com ruptura total do ligamento cruzado anterior. Rev Bras Ortop. 2014; 49 (6):613–8. doi:10.1016/j.rbo.2013.08.010. 2. Bassi FAA, Borges APO, Quemelo PRV. Analise eletromiográfica do músculo reto femoral após lesão do ligamento cruzado anterior: um relato de caso. Ter Man. 2010; 8(S1):97-100. 3. Santos HH, Sousa CO, Barela JA, Barela AMF, Salvini TF. Effects of isokinetic eccentric training on knee extensor and flexor torque and on gait of individuals with long term ACL reconstruction: a controlled clinical trial. Motriz. 2014; 20(4):431-41. doi: 10.1590/S1980-65742014000400010 4. Hermens JH, Freriksa B, Disselhorst-Klug C, Gunter R. Development of recommendations for SEMG sensors and sensor placement procedures. J Electromyogr Kinesiol. 2000; 10: 361-74. doi: 10.1016/S1050-6411(00)00027-4. 5. Luz BS. Análise da simetria em tarefas motoras em sujeitos submetidos à reconstrução do ligamento cruzado anterior. [Dissertação]. São Paulo (SP). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2009. 6. Aragão FA, Schafer GS, Albuquerque CE, Vituri RF, Azevedo FM, Bertolini GRF. Eficiência neuromuscular dos músculos vasto lateral e bíceps femoral em indivíduos com lesão de ligamento cruzado anterior. Rev Bras Ortop. 2015; 50(2):180– 5. doi:10.1016/j.rbo.2014.03.004 7. Chmielewski TL, Jones D, Day T, Tillman SM, Lentz TA, George SZ. The association of pain and fear of ovement/reinjury with function during anterior cruciate ligament reconstruction rehabilitation. J Orthop Sports Phys Ther. 2008 ; 38(12):746–53. doi: 10.2519/jospt.2008.2887. 8. Pássaro AC, Marques AP, Sacco ICN, Amadio AC, Bacarin TA. Mecanismos de ativação agonista e antagonista no joelho de indivíduos com reconstrução de ligamento cruzado anterior: estudo cinético e eletromiográfico. Acta Ortop Bras. 2008; 16(2):11721. 9. Eitzen I, Holm I, Risberg MA. Preoperative quadriceps strength is a significant predictor of knee function two years after anterior cruciate ligament reconstruction. Br J Sports Med. 2009; 43(5):37176. doi: 10.1136/bjsm.2008.057059. Fontes financiadoras: CNPq (Universal 2008) Fonte dos dados: Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia da UFPB. P á g i n a | 330 INT. 120. ANÁLISE DA ATIVIDADE ELÉTRICA E DA FORÇA MUSCULAR GLOBAL EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) SUBMETIDOS A TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Suenny Marrocos de Lima; Danilo de Macêdo Moura; Georgia Freire Paiva Winkeler; Simone dos Santos Maciel; Heleodório Honorato dos Santos Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, estando como quarta causa de morte na população, o que a torna um desafio à saúde pública (GOLD, 2013; Dourado et al., 2006). Portadores de DPOC, apresentam redução da atividade oxidativa com predomínio do sistema anaeróbico, resultando em intolerância ao exercício, diminuindo assim a sua capacidade aeróbica e a força (Dourado et al., 2006). Objetivo: Avaliar os efeitos de um protocolo fisioterapêutico na atividade mioelétrica e a força de preensão palmar em sujeitos com DPOC. Métodos: Concluíram o estudo 9 sujeitos (67,63+13,2 anos, 1,62+0,09 m, 65,54+16,18 kg e IMC 24,49+4,87 kg/m2), com diagnóstico de DPOC, sem problemas neurológicos, cardiovasculares, musculoesqueléticos ou que os im
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