Influenda da Aduba~ao Nitrogenada sobre 0 Crescimento Inidal e

Transcrição

Influenda da Aduba~ao Nitrogenada sobre 0 Crescimento Inidal e
Influenda da Aduba~ao Nitrogenada sobre 0 Crescimento Inidal e Composi~ao Quimica e
Mineral da Mani~oba (Manihot sp.)
Henrique Nunes Parentel, Divan Soares da Silva2, Albericio Pereira de Andrade3, Mauricio
Luiz de Mello Vieira Leitel, Bruno Leal Viana4,Aldo Sales Torres5, Elcio Gonyalves dos Santos5
RESUMO - Objetivou-se com este trabalho avaliar 0 crescimento vegetativo inicial e
a composiyao quimica e mineral da maniyoba (Manihot sp.) em funyao de diferentes niveis
de adubayao nitrogenada. 0 experimento foi conduzido na Estayao Experimental de Sao Joao
do Cariri, pertencente ao Centro de Ciencias Agnirias da Universidade Federal da Paraiba, no
periodo de maryo a agosto de 2006. Adotou-se 0 delineamento em blocos casualizados, com
cinco tratamentos (0, 25, 50, 75, 100 kgN/ha) e quatro repetiy5es. 0 crescimento vegetativo da
maniyoba foi avaliado atraves das variaveis morfometricas: altura de plantas (AP), numero de
folhas (NF) e diametro do ramo (DR). Nao se constatou (P>0,05) efeito benefico da adubayao
nitrogenada para produtividade, sendo a produyao media 49,05 g/planta e nem para 0 DR (17,38
cm), sendo observado efeito (P<0,05) para AP e NF. Houve efeito para materia seca (P<0,05),
fibra em detergente neutro, carboidratos nao fibrosos, f6sforo, potassio e magnesio (P<O,O1). 0
maior teor de proteina bruta foi verificado no maior nivel de adubayao, enquanto que as maiores
percentagens de materia organic a e fibra em detergente neutro foram verificadas no menor nivel
de N. A adubayao mineral se mostrou benefic a paraAP, NF, composiyao bromato16gica e mineral
da maniyoba.
Palavras-chave: fitomassa, morfometria, persistencia, qualidade
Effect of the Mineral Fertilization on the Initial Growth and Chemical and Mineral
Composition ofMani~oba (Manihot sp.)
ABSTRACT - The aim of this study was to evaluate the initial vegetative growth, and the
chemical and mineral composition ofmaniyoba (Manihot sp.) as a function of different levels of
nitrogen fertilization. The experiment was carried out at the Field Station of Sao Joao do Cariri,
Centro de Ciencias Agrarias of the Universidade Federal da Paraiba, from March to August
2006. It was adopted a randomized block experimental design with five treatments (0, 25, 50,
75, 100 kgN/ha) and four replications. The maniyoba vegetative growth was evaluated by the
use of morphometric variables: plant height (PH), leaf number (LN) and stem diameter (SD).
There was no beneficial effect of nitrogen fertilization on the productivity and SD (P>0.05);
mean production was 49.05 g/plant and mean SD was 17.38 cm. On the other hand, nitrogen
fertilization affected both PH and LN (P<0.05). There was effect on dry matter (P<0.05), neutral
detergent fiber, non-fibrous carbohydrates, phosphorus, potassium and magnesium (P<O.Ol).
Higher crude protein levels were observed on the higher nitrogen fertilization level, whereas
higher percentages of organic matter and neutral detergent fiber were observed on the lower
nitrogen fertilization level. Mineral fertilization was beneficial to PH, LN, chemical and mineral
composition of maniyoba.
Key Words: phytomass, morphometry, persistence, quality
lEngenheiro Agr6nomo,
2Engenheiro Agr6nomo,
3Engenheiro Agr6nomo,
4Estudante do Curso de
5Estudante do Curso de
Doutorando em Zootecnia da UFPB ([email protected]).
Professor Adjunto do DZ/CCA/UFPB.
Professor Adjunto DSERICCAlUFPB.
Agronomia da UFPB.
Zootecnia da UFPB.
Acaatinganao fornece, durante as epocas
secas do ano, alimentos capazes de suprir
quantitativa e qualitativamente, a necessidade
nutricional dos animais. Amanic;oba (Manihot
sp.), pertencente a familia das Euforbiaceas,
apresenta born potencial forrageiro no Semiarido devido principalmente a massa verde
produzida no periodo chuvoso, de satisfat6rio
valor nutritivo e elevada palatabilidade,
podendo ser utilizada como reserva estrategica
para as epocas de escassez de alimentos para
os ammms.
o cultivo de forrageiras nativas,
como lavoura xer6fila regular, e uma pratica
agricola que pode reduzir os riscos de perda da
produc;ao decorrentes das flutuac;oes sazonais
da precipitac;ao. A dinamica da acumulac;ao
de fitomassa para a maioria das diferentes
especies da caatinga e pouco conhecida, 0
que certamente dificulta maiores avanc;os no
cultivo de plantas forrageiras de qualidade na
regiao (Andrade et aI., 2006).
A composic;ao bromato16gica e mineral
de uma forrageira e urn dos principais
para-metros utilizados para medir seu valor
nutritivo. Contudo, 0 conhecimento desses
aspectos qualitativos da manic;oba e escasso,
particularmente em cultivos adubados.
Outro relevante aspecto a ser considerado
e a toxidez promovida pela manic;oba,
referente a presenc;a de acido cianidrico
(HCN) quando oferecida na forma "in natura",
seja triturada ou nao (Amorim et aI., 2005).
Todavia, quando conservada na forma de feno
ou silagem, a manic;oba perde a sua toxidade,
pois, desta forma elimina-se 0 acido cianidrico
por volatilizac;ao. Segundo Aplin (1976)
citado por Amorim et aI. (2005) as plantas
cianogenicas perdem 0 HCN quando cortadas,
dessecadas ou quando submetidas ao processo
de volatilizac;ao. Neste contexto, a produc;ao
de manic;oba para utilizac;ao na alimentac;ao
animal, seja na forma de feno elou silagem,
torna-se importante para contornar a escassez
de forragem na regiao semi-arida.
No cultivo da manic;oba pode-se fazer
de urn a dois cortes durante 0 periodo chuvoso,
com produtividade de quatro a cinco toneladas
de materia seca por hectare (Soares, 1995).
Giulietti et aI. (2004), chamam atenc;ao ao fato
de que 0 potencial forrageiro das plantas da
caatinga foi muito pouco estudado, e tern sido
mais facil importar especies do que selecionar
e melhorar as nativas.
Todavia, faz-se necessario a utilizac;ao
de estrategias de manejo que maximizem
a produc;ao de materia verde, tendo como
possivel alternativa a utilizac;ao de adubos
quimicos. 0 baixo acumulo de materia
organica na maioria dos solos do semi-arido
e a escassez de elementos essenciais como
f6sforo e nitrogenio contribuem, em parte, para
a baixa produc;ao nesta regiao, particularmente
em condic;ao de sequeiro.
Neste
contexto,
evidencia-se
a
necessidade de pesquisas sobre fertilizac;ao do
solo e exigencias nutricionais para a manic;oba,
pois 0 nivel de adubac;ao nas culturas e urn
fator determinante no crescimento e produc;ao
de materia verde de plantas forrageiras.
Diante
do
exposto,
objetivou-se
avaliar 0 crescimento inicial e a composic;ao
quimica e mineral da parte aerea de plantas de
manic;oba, em func;ao de diferentes niveis de
adubac;ao nitrogenada no solo, em condic;oes
de sequeiro.
o trabalho foi conduzido na Estac;ao
Experimental
de Sao Joao do Cariri,
pertencente ao Centro de Ciencias Agrarias
(CCA), da Universidade Federal da Paraiba
(UFPB). A precipitac;ao media e de 395 mm
anuais, com deficit hidrico durante quase todo 0
ano. Em condic;oes climatic as normais, ha dois
periodos distintos: urn com chuvas irregulares
e outro seco, bem definido. Apresenta
temperaturas medias anuais em torno de
26°C, com temperaturas diurnas altas e noites
amenas e umidade relativa do ar em torno de
68%. A area experimental esta localizada em
solo classificado como Luvissolo (Embrapa,
1999).
o periodo experimental foi de maryo a
agosto de 2006, sendo as mediyoes da parte
aerea realizadas a cada 15 dias, totalizando
dez coletas. Foi observado que durante esse
periodo houve precipitayao de 338,2 mm
(Figura 1). Os dados foram coletados na
estayao meteorol6gica local.
As mudas utilizadas foram produzidas
no viveiro florestal do Departamento de
Fitotecnia do CCAIUFPB, de forma assexuada
(via estacas), sendo transplantadas
com
aproximadamente 90 dias ap6s 0 enraizamento.
Antes do plantio, foram colhidas amostras de
solo representativas da area experimental na
profundidade de 0-20 cm para caracterizayao
fisico-quimica. As analises foram realizadas
nos laborat6rios do CCAlUFPB, utilizando-se
a metodologia descrita pela Embrapa (1999). A
analise quimica do solo apresentou 0 seguinte
resultado: pH 6,0; 2,84 mg/dm3 de P; 86,26
mg/dm3 de K; 7,28 cmolc/dm3 de soma de
bases; 9,37 cmolc/dm3 de CTC e 9,76 cmolc/
dm3 de materia organica. 0 solo usado tern
uma distribuiyao granulometrica com 243 g/
kg de areia grossa, 389 g/kg de areia fina, 218
g/kg de silte e 150 g/kg de argila.
,
As unidades
experimentais
foram
60nstituidas por quatro plantas de maniyoba
com espayamento de 1,5 x 1,5 m entre linhas
e plantas, perfazendo urn total de 20 plantas
analisadas por bloco.
o delineamento utilizado foi em blocos
ao acaso, com quatro repetiyoes sendo que os
tratamentos constituiram-se de cinco niveis de
adubayao com nitrogenio (0, 25, 50, 75, 100
kg/ha).
As variaveis analisadas foram: altura de
planta (AP), diametro do ramo (DR) e numero
de folhas (NF). Para composiyao quimica e
mineral foram avaliadas as seguintes variaveis:
materia seca (MS), proteina bruta (PB),
materia organica (MO), fibra em detergente
neutro (FDN), carboidratos nao fibrosos
(CNF), f6sforo (P), potassio (K), calcio (Ca)
e magnesio (Mg). Foram utilizados uma fita
milimetrica e urn paquimetro para as mediyoes
da AP e DR, respectivamente.
A fonte de N utilizada foi 0 sulfato de
amonia, dividido em duas aplicayoes, sendo
metade no inicio do periodo experimental e 0
restante, ap6s 30 dias. Utilizou-se uma dose
unica de superfosfato triplo de 56,25 g/planta,
equivalente a 50 kg/ha de P20S, e uma dose de
cloreto de potassio de 9,4 g/planta, equivalente
a 25 kg/ha de K20, para todas as plantas, com
base na analise de solo.
Durante a conduyao do experimento
foram executadas capinas visando manter a
area livre de ervas daninhas.
Para avaliar a composiyao quimica
e mineral, aos 172 dias ap6s 0 transplantio
(DAT), todas as plantas foram cortadas a 30 cm
do solo, pesadas e separadas por tratamento.
Todo 0 material foi colocado em sacos de
papel para pre-secagem em estufa a 65°C, por
urn periodo de aproximadamente 120 horas. As
amostras foram retiradas da estufa e moidas,
passando por peneira de cinco milimetros.
Em seguida, foram novamente moidas em
peneira de urn milimetro e acondicionadas em
recipientes de vidro devidamente identificados
para serem submetidas a analise quimica e
mineral. Determinou-se a porcentagem de
MS, MO e EE pela metodologia de Weende;
os teores de PB pelo metodo Kjedahl e a FDN
pelo metodo de Van Soest. Para 0 calculo dos
CNF foi adotada a f6rmula: CNF= 100 - (FDN
+ PB + EE + MM). As metodologias foram
descritas por Silva e Queiroz (2002). Para a
determinayao dos teores de N, P, K, Ca e Mg,
utilizou-se a metodologia da Embrapa (1997).
o teor de PB foi obtido multiplicando-se 0
teor de N pelo fator 6,25.
Aplicou-se analise de regressao para os
niveis de adubayao, com auxilio do programa
SAEG (UFV, 1999).
experimental ocorrido na esta<;ao de Sao Joao
do Cariri, Parafba.
Na Figura 1 observa-se a precipita<;ao
pluviometrica
referente
ao
perfodo
E 200
E~150
,16
-
~ 100
"0.
'u
~
ll.
50
0
Figura 1 - Precipita<;ao pluviometrica referente ao periodo
experimental ocorrido na esta<;ao experimental de
Sao Joao do Cariri, PB.
Os dados de precipita<;ao de fevereiro
a agosto de 2006 mostram alta variabilidade
mensal afetando a disponibilidade de agua
para a cultura em estudo, principalmente em
se tratando de urn solo caracterizado par baixa
capacidade de reten<;ao de agua em fun<;ao da
sua textura (243g/kg de areia grossa).
Sabe-se que a resposta das plantas,
principalmente
a aduba<;ao mineral, esta
fortemente relacionada ao conteudo de agua
no solo, pais a agua funciona como meio
de transporte dos nutrientes ate a sistema
radicular, sendo a principal meio a difusao.
Portanto, em condi<;oes de deficit hfdrico
no solo, fato este observado neste trabalho,
pode-se inferir em deficiencia nutricional
das plantas, principalmente com rela<;ao aos
elementos pouco m6veis no solo. Segundo
Das e Jat (1977), as sistemas radiculares
das plantas cultivadas sao mais sensfveis e
se alteram, freqiientemente, par mudan<;as
nos conteudos de agua no solo, em rela<;ao a
qualquer outro fator relevante.
De forma geral, as respostas a aduba<;ao
mineral sao rapidas, porem em se tratando
de plantas xer6filas, como a mani<;oba,
caracterizada par urn crescimento iniciallento,
as respostas morfol6gicas podem ser lentas e
com alto graU de variabilidade.
Constatou-se
que, nas
condi<;oes
edafoclimaticas em que foi realizado este
experimento, nao houve efeito significativo
(P>0,05) para produtividade de MS e DR,
cujo valor media faram de 49,05 g/planta e
17,38 cm, respectivamente, afirmando que
nestas condi<;oes nao foi verificado efeito
benefic a da aduba<;ao nitrogenada para estas
variaveis. Esta ocorrencia esta associada ao
fato que as observa<;oes analisadas se referem
aos parametros medidos individualmente,
sendo explicado pela alta variabilidade inicial
das plantas, pais as mesmas encontravamse em fase inicial de implanta<;ao (logo ap6s
transplantio), apresentando tamanho inicial
bastante diferenciado, fato este que pode ter
influenciado a efeito das diferentes doses de
adubo utilizadas. Observa-se ainda, com esses
dados, que a numero de folhas encontrado
foi relativamente baixo para a especie, pais a
mesma estava em fase inicial de crescimento,
apresentando, portanto poucos ramos.
a efeito do deficithidrico sobre 0 numero
de folhas foi observado por Pinto (2004),
trabalhando com cultivares de maniyoba,
que constatou menor numero de folhas no
tratamento com menor disponibilidade de
agua, ou seja, 20% de agua disponivel no
solo. A medida que a disponibilidade de agua
diminui 0 numero de folhas decresce, devendo
estar associada as conseqih~ncias do estresse
hidrico sobre a expansao foliar. De acordo
com Ritchie (1972) a resposta fisio16gica das
plantas ao deficit hidrico e funyao da agua
disponivel no solo. E importante salientar que
as plantas de maniyoba avaliadas ainda estavam
nos primeiros estadios de desenvolvimento
vegetativo, portanto muito jovens sob 0 ponto
de vista de uma especie arb6rea.
Nao
obstante,
verificou-se
efeito
quadrati co (P<0,05) para numero de folhas
e altura de planta (cm), variando de 7,56 a
21,56 e 37,50 a 58,12 cm, respectivamente.
Nas figuras 2 e 3 encontram-se os graficos
referentes as variaveis, numero de folhas e
altura das plantas de maniyoba, em funyao
de diferentes niveis de adubayao nitrogenada,
respectivamente. Para essas variaveis a dose de
50 kg/ha de N, resultou em melhor resposta.
y = 7,1125 + 0,4012x
R2
°
-0,0029**x2
= 0,9495
°
Figura 2 - Numero de folhas de mani<;oba (Manihot sp.),
em fim<;aode niveis de aduba<;ao nitrogenada
(0, 25, 50, 75, 100 kg/ha), 172 dias apos 0
transplantio.
70
60
50
40
30
20
y = 37,679
+ 0,612x - 0,0049**~
R2 = 0,951
10
°o
Figura 3 - Altura das plantas de mani<;oba (Manihot sp.),
em fun<;ao de niveis de aduba<;ao nitrogenada
(0, 25, 50, 75, 100 kg/ha), 172 dias apos 0
transplantio.
Na Figura 4, observa-se a relac;ao entre
o teor de proteina bruta (PB) da manic;oba,
aos 172 DAT, em func;ao de cinco niveis de
N no solo (0, 25, 50, 75 e 100 kgn/ha). De
acordo com a analise de variancia, houve
efeito linear significativo (P<O,Ol) dos niveis
de N sobre 0 teor de PB, com coeficiente
de determinac;ao 0,95. 0 maior teor de PB
(13,91 %) foi verificado com 0 nivel de 100
kgNlha, enquanto 0 menor teor (8,58%) foi
obtido sem adubac;ao.
--
12,00
~
0
co
:::l
9,00
t-
.c
9=
co
c:
:s
6,00
2
R
8,5655 + 0,0496**x
,
= 09505
0
t-
o..
3,00
0,00
0
Figura 4 - Teor de proteina bruta da parte aerea de maniyoba (Manihot sp.), aos 172 dias
ap6s 0 transplantio, em func;aode cinco niveis de N (0, 25,50,75 e 100 kg/ha).
A manic;oba, mesmo sem adubac;ao
nitrogenada, apresentou teor de PB considerado
satisfat6rio para uma forrageira de qualidade.
A utilizac;ao de adubac;ao elevou 0 teor de PB
atingindo 13,91 % quando se usou 100 kg/ha
de N. E importante considerar que este teor de
PB refere-se ao encontrado para a parte aerea
da planta (ramos e folhas).
Os resultados estao pr6ximos aos val ores
compilados por Valadares Filho et al. (2006)
de 12,71 % de PB e aos valores observados por
Pinto etal. (2005), que analisando a composic;ao
quimica de duas especies de manic;oba, em
func;ao de quatro disponibilidades de agua,
encontraram urn teor de PB oscilando entre
9,7 a 11,8%.
Alguns
fatores ambientais
podem
diminuir
os
nutrientes
disponiveis,
promovendo, assim, menor teor de PB na MS
da forragem. Os valores observados de PB na
manic;oba, neste trabalho, sao considerados
adequados tendo na adubac;ao urn incremento
significativo. Este resultado evidencia 0
potencial de resposta desta especie, no que
se refere ao teor de proteina, em func;ao da
adubac;ao nitrogenada.
Na Tabela 1, observa-se a composic;ao
bromato16gica e mineral da manic;oba aos 172
DAT, em func;ao de cinco niveis de N no solo
(0,25,50, 75, 100 kg/ha).
Tabela 1 - Composi<;ao bromato16gica e mineral da mani<;oba (Manihot sp.), aos 172 dias ap6s
transplantio, em fun<;ao de cinco niveis de Nitrogenio (0, 25, 50, 75 e 100 kg/ha)
Variaveis
(%)
MS
MO
EE
FDN
CNF
p
K
Ca
Mg
*
o
24,56
93,18
4,17
50,43
30,13
1,54
7,67
3,58
4,72
Niveis de Nitrogenio (kg/ha)
25
50
75
28,12
27,51
30,97
92,38
92,38
92,38
4,82
4,23
5,26
42,26
44,18
43,24
34,94
33,62
66,15
1,51
1,92
1,63
8,58
8,45
8,05
3,72
3,54
5,71
4,94
4,42
4,84
100
28,45
92,00
4,86
41,69
29,24
1,46
7,84
3,77
5,45
0
*
2
Y = 25,7+ 0,0426 x R = 0,53
y= 92,46
Falta de ajuste
y= 49,1-0,184x + 0,00 12**x2R2= 0,70
** 2 2
Y=30,5+0,175x-0,0019
x R=0,89
** 2 2
Y=1,48+0,01lx-0,0001
x R=0,512
y= 7,72+ 0,0356x - 0,0001 "x2 R2= 0,89
Falta de ajuste
.* 2 2
Y= 4,85 - 0,014x + 0,0002 x R = 0,69
*MS= materia seca; MO= materia organica; EE= extrato etereo; FDN= fibra em detergente neutro; CNF=
carboidratos nao fibrosos; P= fosforo; K= potassio; Ca= caleio; Mg= magnesio.
Para materia seca obteve-se efeito linear,
muito embora, apresente urn coeficiente de
determina<;ao de 0,53, explicando parcialmente
a variavel. Os maiores teores de MS foram
obtidos nos maiores niveis de aduba<;ao. Para
os dados de extrato etereo e dlcio observouse falta de ajuste dos dados para os modelos
da regressao, sugerindo novos experimentos
para consolida<;ao desses resultados. Nao foi
verificado efeito significativo para os teores
de materia organica, com valor medio 92,46%.
Verificou-se efeito quadrMico positivo para
os teores de FDN, sugerindo efeito benefico
da aduba<;ao nitrogenada sobre os teores
de fibra, com redu<;ao para 0 maior nivel
de aduba<;ao. Cumpre salientar que houve
incremento linear positivo no teor de proteina
bruta. Provavelmente, este decrescimo de
FDN esta relacionado aos valores encontrados
para PB, que foram crescentes, haja vista, que
ha uma correla<;ao entre conteudo celular e
parede celular, ou seja, a diminui<;ao da FDN
consequentemente implicara no aumento da
proteina bruta, resposta esta que foi verificada
neste trabalho. Ainda, de acordo com a Tabela
1, observa-se que 0 maior teor de FDN
foi observado no nivel zero de aduba<;ao
nitrogenada. Esses resultados corroboram aos
encontrados por Valadares Filho et al. (2006),
cujos resultados tabulados foram: 94,0% de
MO, 5,03% de EE e 45,88% de FDN.
Os teores de P, K e Mg da parte aerea da
mani<;oba, aos 172 DAT, foram influenciados
(P<0,05) pela aduba<;ao nitrogenada (Tabela
1). Obteve-se 0 maior nivel de f6sforo na
parte aerea para 0 nivel de aduba<;ao de 50
kg/ha, semelhante ao ocorrido para AP e NF.
Verificou-se maior nivel de Mg correspondente
ao maior nivel de aduba<;ao (l00 kg/ha).
As variabilidades desses resultados se
devem a alta diferen<;a inicial das plantas, bem
como a irregularidade de chuvas durante 0
perfodo experimental. A titulo de referencia,ja
que nao se encontrou na literatura consultada
alusao a composi<;ao mineral da mani<;oba,
para a mandioca (Manihot esculenta), planta
da me sma familia (Euphorbiacea), Fasuyi
(2005) encontrou urn teor de dlcio oscilando
entre 1,2 a 2,9 g/kg e de magnesio variando
de 0,11 a 0,48 g/kg. Os principais fatores
responsaveis pela obten<;ao de diferentes
teores de nutrientes na planta sao a idade
do vegetal, 6rgao analisado, epoca do ana e
condi<;oes edafoclimaticas (Fontes, 2004). E
importante salientar que 0 experimento foi
conduzido em condi<;oes de sequeiro, ou seja,
a disponibilidade de agua no solo comumente
influencia na resposta da cultura a aduba<;ao e
a composi<;ao mineral das plantas.
Nas condiyoes em que foi realizado
este experimento, verificou-se efeito benefico
da adubayao nitrogenada sobre a altura,
numero de folhas, composiyao bromatol6gica e
composiyao mineral da maniyoba. Entretanto,
o diametro do colmo e a produtividade nao
foram afetados.
AMORIM,
S.L.; MEDEIROS,
RM.T.;
RIET-CORREA, F. Intoxicayao experimental
por Manihot glaziovii (Euphorbiaceae) em
caprinos. Revista
Pesquisa
Veterimiria
Brasileira, v.25, n.3, p.179-187, 2005.
ANDRADE, AP.; SOUZA, E.S.; SILVA, D.S.
et al. Produyao animal no bioma caatinga:
paradigmas
dos pulsos-reservas.
Revista
Brasileira de Zootecnia, v.35, p.138-155,
2006. Suplemento.
APLIN, T.E.H. Cyanogenectic
plants of
Western Australia.
Bull. 3967, Western
Australian Department of Agriculture. 1976.14 p.
DAS, D.K.; JAT, RL. Influence of three soilwater regimes on root porosity and growth
of our rice varieties. Agronomy Journal, v.69,
p.197-200,1977.
EMBRAPA Centro Nacional de Pesquisa de
Solo (Rio de Janeiro, RJ). Manual de metodos
de analise de solo. 2. ed., Rio de Janeiro, 1997.
212p. (EMBRAPA- CNPS. Documentos, 1)
EMBRAP A Serviyo N acionaldeLevantamento
e Conservayao de Solo. Manual de Metodos
de Analise de Solo. Rio de Janeiro, 1999.
EMBRAPA-SNLCS.216p.
FASUYI, AO. Nutrient composition and
processmg
on cassava
leaf
(Manihot
esculenta, Crantz)
antinutrients.
Pakistan
Journal of Nutition, vA, n.l, p.37-42, 2005.
FONTES, P.C.R Diagn6stico
do estado
nutricional das plantas. l.ed., Viyosa: UFV,
2004.122 p.
GIULIETTI,
AM.,
BOCAGE
NETA,
AL., CASTRO, AA1.F. Diagn6stico da
vegeta~ao nativa do bioma da caatinga. In:
BIODIVERSIDADE DA CAATINGA: areas e
ayoes prioritarias para a conservayao. Brasilia:
MMA-UFPE; Brasilia, DF: 2004. p. 47-90.
PINTO, M.S.C.; ANDRADE, AP.; SILVA,
D.S. et al. Composiyao quimica das cultivares
de maniyoba (Manihot pseudoglaziovii Pax
& Hoffman e Manihot piauhyensis Ule) em
funyao da disponibilidade de agua no solo.
In: REUNAO ANUAL DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 42., 2005,
Goiania. Anais ... Goiania: SBZ, 2005. CDROM.
PINTO, M.S.C. Crescimento
vegetativo
e composi~ao quimica dos cultivares de
mani~oba (Manihot pseudoglaziovii Pax
& Hoffman
e Manihot piauiensis VIe),
em fun~ao da disponibilidade de agua no
solo. Areia: UFPB, 2004. 104 p. Dissertayao
(Mestrado em Zootecnia)
RITCHIE,
J.T. Model
for predicting
evaporation from a row crop with incomplete
cover. Water Resources Research, v.8, n.5,
p.1204-1213,1972.
SILVA, D.J.; QUEIROZ, AC. Analise de
alimentos: metodos quimicos e biol6gicos.
3.ed., Viyosa: UFV, 2002. 235p.
SOARES, 1.G.G. Cultivo da mani~oba para
a produ~ao de forragem no semi-arido
brasileiro. Petrolina: Embrapa - CPATSA,
1995, 4p. (Embrapa - CPATSA Comunicayao
Tecnica, 59)
UFV - UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VI(:OSA. SAEG - Sistema de analises
estatisticas e geneticas. Versao 8.0. MG:
Universidade Federal de Vis;osa, 1999.97 p.
VALADARES FILHO, S.C.; MAGALHAES,
K.A; ROCHA JUNIOR, V.R. et al. Tabelas
brasileiras de composi.;ao de alimentos
para bovinos. 2.ed., Vis;osa: UFV IDZO, 2006.
329p.