coletânea de textos - 3° ano

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coletânea de textos - 3° ano
3 ANO
o
COLETÂNEA DE TEXTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
3 ANO
o
COLETÂNEA DE TEXTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice-Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Coordenadora de Cooperação com os Municípios
Lucidalva Pereira Bacelar
Orientadora da Célula de Programas e Projetos Estaduais
Maria Socorro Bezerra Leal
Coordenação Editorial SEDUC
Márcia Oliveira Cavalcante Campos
Coordenadora do Eixo Alfabetização
Aparecida Tavares de Figueirêdo
Equipe Eixo Alfabetização
Juliana Mendes Cruz
Kemilly Mendonça Maciel
Maria Esmelinda Capistrano de Sousa
Maria Valdenice de Sousa
Rosalynny da Cruz Mesquita
.......................................................................................................................................
Intituição Parceira:
Escola de Formação Permanente do Magistério- ESFAPEM
Ana Rosa de Andrade Parente - Direção
Cristiane Coelho Ferreira Gomes - Coordenação dos Programas de Formação
Artais Pinheiro de Andrade Cunha - Acompanhamento dos Programas de Formação
Samara Mesquita Lucas - Acompanhamento dos Programas de Formação
Maria Wanderliza Dias Angelim - Assistente Técnica
Wilson Linhares - Assistente técnico
Colaboradores:
Professores formadores de Língua Portuguesa:
- Ana Fábia Cruz Barbosa
- Francisca Elizabeth de Andrade Lima
- Francisco Jackson Moreira de Sampaio
- Francisca Lucélia Pereira Saldanha
- Iana Mamede Accioly
- Kátia Cristina Gomes Lino
- Luidmila Tomaz Sá
- Marieta Parente Sobreira
......................................................................................................................................
Projeto e Cooordenação Gráfica
Daniel Diaz
Design
Jozias Rodrigues
Ilustração
Alexandre de Souza, Cris Soares, LEOBDSS
Revisão
Escola de Formação Permanente do Magistério- ESFAPEM
Apresentação
Cara professora,
Caro professor,
Com dedicação, elaboramos este caderno de atividades para
que você professor(a) possa utilizá-lo com seus alunos. Priorizamos
enriquecer o seu trabalho e qualificar as atividades desenvolvidas
dentro da rotina de sala de aula, tornando-as mais dinâmicas, lúdicas
e significativas.
Estas são as razões da existência deste material do PAIC+5:
fornecer a vocês, professores, sugestões de práticas para aperfeiçoar
o trabalho docente e proporcionar trocas de experiências para
a caminhada com êxito dentro do magistério. Toda essa gama de
sugestões pretende valorizar as iniciativas de estímulo e de formação
de leitores.
O uso do caderno é efetivado pelas orientações didáticas referentes à cada atividade. E estas, quando bem apreendidas, é que favorecerão a realização das atividades pelos alunos com mais autonomia. E a você, dará a segurança em atingir os objetivos específicos de
cada atividade.
Cabe a você abraçar este material e realizar os objetivos a que
ele se propõe, para então deixá-lo em outras mãos, como agora
fazemos com você, na certeza de que serão sempre mãos generosas
e competentes.
Cordialmente,
SEDUC/COPEM – Coordenação de Cooperação com os Municípios
Escola de Formação Permanente do Magistério - ESFAPEM
COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
SUMÁRIO
Texto 01 - A bailarina – Poesia...................................................................................................... 9
Texto 02 - João e Maria – Conto de fadas...............................................................................10
Texto 03 - Hércules e o carreiro – Fábula................................................................................ 11
Texto 04 - Atirei o pau no gato – Letra de canção................................................................12
Texto 05 - Adivinha.........................................................................................................................13
Texto 06 - Quadrinhos....................................................................................................................14
Texto 07 - Quem é a mula-sem-cabeça – Lenda....................................................................15
Texto 08 - O menino azul – Poesia.............................................................................................16
Texto 09 - Parlenda.........................................................................................................................17
Texto 10 - Nesta rua – Instrucional............................................................................................18
Texto 11 - Bilhete.............................................................................................................................19
Texto 12 - Balada do rei das sererias – Poesia........................................................................20
Texto 13 - O menino que mentia – Fábula...............................................................................21
Texto 14 - Trava-línguas................................................................................................................22
Texto 15 - O pasto – poema.........................................................................................................23
Texto 16 - Piada...............................................................................................................................24
Texto 17 - O que é o amor? – Narrativa...................................................................................25
Texto 18 - O poema – Poema.......................................................................................................26
Texto 19 - Teresinha de Jesus – Letra de canção...................................................................27
Texto 20 - Carta...............................................................................................................................28
Texto 21 - Luz de Fantasia............................................................................................................29
Texto 22 - A Lebre e a Tartaruga.................................................................................................30
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Texto 23 - Asa Branca....................................................................................................................31
Texto 24 - Trava-Línguas...............................................................................................................32
Texto 25 - História em Quadrinhos............................................................................................33
Texto 26 - Quem é a Iara?.............................................................................................................34
Texto 27 - Você é realmente único.............................................................................................35
Texto 28 - Piada...............................................................................................................................36
Texto 29 - Tatu passa aí.................................................................................................................37
Texto 30 - Bolo de milho...............................................................................................................38
Texto 31 - Adivinha.........................................................................................................................39
Texto 32 - Quem é o bumba-meu-boi?.....................................................................................40
Texto 33 - No barraco de carrapato...........................................................................................41
Texto 34 - Minha cama..................................................................................................................42
Texto 35 - O gato, o galo e o ratinho........................................................................................43
Texto 36 - Parlenda.........................................................................................................................44
Texto 37 - Auto-Retrato................................................................................................................45
Texto 38 - Os músicos de Bremen...............................................................................................46
Texto 39 - Fábula.............................................................................................................................49
Texto 40 - Biografia........................................................................................................................50
COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 01
A bailarina1
Cecília Meireles
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Poe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
1
TEXTO 1: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 132.
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. 8 ed. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1990, p. 24 e 25.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 02
João e Maria2
João e Maria eram filhos de lenhadores muito pobres. Só
comiam pão duro e por isso seus pais resolveram abandonálos no bosque.
Naquela noite, João esperou que todos se
deitassem e, sem fazer barulho, se levantou e encheu
o bolso com muitas pedrinhas.
Na manhã seguinte todos foram ao bosque.
João caminhava atrás e ia jogando as pedrinhas no chão.
Assim voltaram seguindo o rastro. Passados alguns dias,
os pais resolveram novamente abandonar as crianças e
João teve que deixar migalhas de seu pedaço de pão.
À tarde, quando quiseram voltar para casa, não
conseguiram porque os passarinhos haviam comido
todas as migalhas de pão.
João e Maria ficaram muito assustados e,
mortos de medo, foram seguindo por um caminho
que os levou a uma casinha lá longe.
Quando chegaram a ela, descobriram que não era igual às
outras casas. Era uma casinha toda feita de doces. - Que delícia! Hum! – disseram.
Logo apareceu na porta uma velinha meio esquisita. Seu nariz era grande e pontudo. Convidouos para entrar, prometendo surpresas.
A surpresa foi muito triste. A velhinha era uma bruxa e colocou João dentro de uma jaula e fez
Maria limpar a casa.
A bruxa estava preparando um caldo onde iria cozinhar João. Quando foi ver se o caldo estava
bom, se debruçou sobre o caldeirão e Maria a empurrou.
Maria tirou João da jaula e juntos encontraram um grande tesouro na casa da bruxa e ricos
voltaram para casa onde seus pais arrependidos os receberam muito felizes.
TEXTO 3 - Gênero: Conto de fadas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 277.
López, Francesc.(adaptação). João e Maria. São Paulo: Editora Siciliano, 1993.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 03
Hércules e o carreiro3
Esta velha fábula ajuda-nos a identificar desde cedo as tarefas que nos cabem.
Um carreiro levava a carroça muito carregada por uma estrada lamacenta. As rodas afundaram
na lama e os cavalos não conseguiam desatolar o carro. Ele ficou se lamentando, desesperado, e implorou a ajuda de Hércules, até que o herói apareceu.
- Se você fizer força para arrancar as rodas da lama, se você dirigir bem os cavalos, eu posso
ajudar. Mas se você não levantar um dedo para tentar sair do buraco, ninguém – nem mesmo Hércules
– poderá ajudá-lo.
O céu ajuda a quem se ajuda.
TEXTO 3: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 129.
Bennett, William J. O livro das virtudes para crianças. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1997, p.52.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 04
Atirei o pau no gato4
Versão de uma cantiga popular
Atirei o pau no gato, to
Mas o gato, to não morreu, reu, reu
Dona Chica, ca admirou-se, se
Do berro, do berro que o gato deu: – Miau!
Só que o gato ficou triste, te
Foi-se embora, ra, ai de mim, mim,mim
Que saudade, de do meu gato, to
Que vivia feliz miando assim: – Miau!
Mas se um dia eu tiver sorte, te
Ele volta, ta, volta sim, sim, sim
Vou chamar, mar, mar comeu gato, to
Vou cantar, vou gritar: até que enfim! – Miau!
TEXTO 4 - Gênero: Letra de canção. Total de palavras para prática de fluência leitora: 130.
Azevedo, Ricardo. Você diz que sabe muito, borboleta sabe mais! São Paulo: Moderna, 2007, p.46 e 47.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 05
Adivinha5
O que é, o que é:
Quanto mais se perde,
Mais se tem?
Qual é o bicho que anda
com os pés na cabeça?
O que é que quando estamos deitados
Está de pé e quando estamos de pé
Está deitado?
TEXTO 5 - Gênero: Adivinha. Total de palavras para prática de fluência leitora: 77.
Furnari, Eva. Adivinhe se puder. São Paulo: Editora Moderna, 2002, p. 7, 14, 18.
Respostas: 1. Sono, 2. Piolho, 3. Pé.
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TEXTO 06
História em quadrinhos6
TEXTO 6 - Gênero: História em quadrinhos. Total de palavras para prática de fluência leitora: 23.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 07
Quem é a mula-sem-cabeça7
Ângela Finzetto
Quando ouvir um relincho alto e um gemido, um barulho de cascos de ferro a galopar, saiba que
sou eu, a mula-sem-cabeça. E quem cruzar meu caminho eu vou assombrar.
Sou uma moça que em mula se transforma, na noite de quinta-feira, ainda mais se é lua cheia.
Fiquei assim por ser a mulher do padre. E antes de virar mula dizem que eu não era feia.
Para me desencantar precisa ser corajoso. Tem que me espetar até meu sangue pingar. Um outro
jeito é tirar fora o meu cabresto. Se isso acontece, viro mulher e começo a chorar.
Enquanto ninguém desfaz o meu feitiço, continuo sem cabeça pela noite a assustar. Deixe-me
seguir de vez meu caminho.
TEXTO 7 - Gênero: Lenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 146.
Finzetto, Ângela. Quem é a mula-sem-cabeça. Editora BrasiLeitura.
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TEXTO 08
O menino azul8
Cecília Meireles
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores
– de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para Rua das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
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TEXTO 8: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 140.
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. 6 ed. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1990, p. 31 e 32.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 09
Parlenda9
Da tradição popular
Era uma bruxa
À meia-noite
Em um castelo mal-assombrado
Com uma faca na mão
Passando manteiga no pão.
Rei, capitão,
soldado, ladrão.
moça bonita
Do meu coração.
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TEXTO 9 - Gênero: Parlenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 45.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 10
Nesta rua10
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
que se chama, que se chama solidão.
Neste bosque, neste bosque tem um anjo
Que roubou, que roubou meu coração.
O participante se encontra no centro tem de responder:
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
Tu roubaste, tu roubaste o meu também.
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem.
TEXTO 10 - Gênero: Regras de jogo. Total de palavras para prática de fluência leitora: 97.
Felipe, Carlos e Manzo, Maurizio. Alegria de brincar: jogos e recreações para crianças de todas as idades..Belo Horizonte:
Editora Leitura, 2003, p.79.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 11
Bilhete11
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TEXTO 11: Bilhete. Total de palavras para prática de fluência leitora: 27.
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TEXTO 12
Balada do rei das sereias12
Manuel Bandeira
O rei atirou
Seu anel ao mar
E disse às sereias:
- Ide-o lá buscar.
Que se o não trouxerdes,
Virareis espuma
Das ondas do mar.
Foram as sereias.
Não tardou, voltaram
Com o perdido anel.
Maldito o capricho
De rei tão cruel!
O rei atirou
Grãos de arroz ao mar
E disse às sereias
- Ide-os lá buscar,
Que se não trouxerdes,
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Foram as sereias,
Não tardou, voltaram,
Não faltava grão.
Maldito o capricho
Do mau coração!
O rei atirou
Sua filha ao mar
E disse às sereias:
- Ide-a lá buscar,
Que se não trouxerdes,
Virareis espuma
Das ondas do mar.
Foram as sereias...
Quem as viu voltar?...
Não voltaram nunca!
Viraram espuma
Das ondas do mar.
TEXTO 12: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 158.
Maia, Belmira. Onula: no planeta das palavras. Lisboa: Texto editores, 2010, p. 52
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 13
O menino que mentia13
Um pastor costumava levar seu rebanho para fora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma peça
nos vizinhos.
- Um lobo! Um lobo! Socorro! Ele vai comer minhas ovelhas!
Os vizinhos largaram o trabalho e saíram correndo para o campo para socorrer o menino. Mas
encontraram-no às gargalhadas. Não havia nenhum lobo.
Ainda outra vez ele fez a mesma brincadeira e todos vieram ajudar. E ele caçoou de todos.
Mas um dia o lobo apareceu de fato, e começou a atacar as ovelhas. Morrendo de medo, o
menino saiu correndo.
- Um lobo! Um lobo! Socorro!
Os vizinhos ouviram, mas acharam que era caçoada. Ninguém socorreu e o pastor perdeu todo
o rebanho.
Ninguém acredita quando o mentiroso fala a verdade.
O modo mais rápido de perder o caráter é deixar de ser honesto.
TEXTO 13: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 165.
Bennett, William J. O livro das virtudes para crianças. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1997, p.100.
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TEXTO 14
Trava-línguas14
Debaixo da cama tem uma jarra.
Dentro da jarra tem uma aranha.
Tanto a aranha arranha a jarra,
Como a jarra arranha a aranha.
Tinha tanta tia tantã.
Tinha tanta anta antiga.
Tinha tanta anta que era tia.
Tinha tanta tia que era anta.
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TEXTO 14 - Gênero: Trava-línguas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 49.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 15
O pasto15
Eu vou limpar a nascente do pasto;
Juntar as folhas todas de uma vez
(E ver a água clarear, talvez).
Eu não demoro – Você vem?
Vou até lá ver a pequena rês
Junto da mãe, e tão recém-nascida
Que cambaleia quando é lambida.
Eu não demoro – Você vem?
TEXTO 15: Poema. Total de palavras para prática de fluência leitora: 78.
Bennett, William J. O livro das virtudes para crianças. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1997, p.83.
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TEXTO 16
Piada16
BIBLIOTECA
Um ladrão (de galinhas?) resolve assaltar uma biblioteca. Ele entra
e fala:
- A bolsa ou a vida!
A bibliotecária responde:
- Qual é o autor?
QUANTOS FICAM?
Joãozinho chega na escola e a professora pergunta:
- Numa árvore havia três passarinhos, deram um tiro na árvore e
ele acertou um passarinho, quantos ficaram?
- Ficou apenas um passarinho.
- Por que um, Joãozinho? - a professora pergunta.
- Só o que morreu... Os outros fugiram, né?!
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TEXTO 16 - Gênero: Piada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 76.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 17
O que é o amor?17
Numa sala de aula havia várias crianças e uma delas
perguntou à professora:
- O que é o amor?
A professora sentiu que a criança merecia uma
resposta à altura da pergunta inteligente que fizera.
Como já estava na hora do recreio, pediu para que
cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e que
trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de
amor.
As crianças saíram apressadas e ao voltarem a
professora disse:
- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse:
- Eu trouxe esta flor, não é linda?
A segunda criança falou:
- Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas. Vou colocá-la em minha coleção.
A terceira criança completou:
- Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é
uma gracinha?
E assim, as crianças foram mostrando o que trouxeram...
Foi aí que a professora notou que Alice tinha ficado quieta o tempo todo.
Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.
A professora se dirigiu a ela e perguntou:
- Meu bem, por que você nada trouxe?
E Alice timidamente respondeu:
- Desculpe professora. Vi a flor e senti seu perfume; pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la
para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão
feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas mas, ao subir
na árvore notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto, professora, trago
comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da
mãe do passarinho, mas não posso mostrá-los.
A professora agradeceu a Alice e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que
só podemos trazer o amor no coração e não em coisas materiais.
TEXTO 17 - Gênero: Narrativa. Total de palavras para prática de fluência leitora: 351.
Junior, S. Justo (Editor). O que é o amor. Belo Horizonte, Soler Editora, 2006.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 18
O poema18
Mário Quintana
Uma formiguinha atravessa,
em diagonal,
a página ainda em branco.
Mas ele, aquela noite,
não escreveu nada.
Para quê?
Se por ali já havia passado
o frêmito e o mistério da vida...
TEXTO 18 - Gênero: Poema. Total de palavras para prática de fluência leitora: 61.
Quintana, Mário. Sapo amarelo. São Paulo: Editora Global, 2006, p 28..
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 19
Teresinha de Jesus19
Teresinha de Jesus
De uma queda foi ao chão.
Acudiram três cavalheiros
Todos três, chapéu na mão.
O primeiro foi seu pai,
O segundo seu irmão.
O terceiro foi aquele
Que a Teresa deu a mão.
Teresinha levantou-se,
Levantou-se lá do chão.
E sorrindo disse ao noivo:
Eu te dou meu coração.
Da laranja quero um gomo,
Do limão quero um pedaço.
Da menina mais bonita
Quero um beijo e um abraço!
TEXTO 19: Letra de canção. Total de palavras para prática de fluência leitora: 105.
Cereja, William Roberto e Magalhães, Thereza Cochar. Português Linguagens 3º ano. São Paulo. Atual, 2006, p138.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 02
Carta20
TEXTO 20: Carta. Total de palavras para prática de fluência leitora: 88.
Albuquerque, Amélia Maria Brito de, Carvalho, Célia Maria Bernardo e Accioly, Iana Mamede.Aprender Construindo: Letramento e alfabetização linguística. Fortaleza: IMEPH, 2009, p.240.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 21
Luz de fantasia21
Não é fácil ter um sonho
Feito só de poesia
Cheio de imaginação
De esperança e alegria.
Sonho de felicidade
De emoção e de folia
De surpresa e novidade
Feito luz de fantasia.
Sonho assim faz bem à vida
Sonho assim é necessário
Quero um desse de presente
Para o meu aniversário!
TEXTO 21 - Gênero: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 84.
Azevedo, Ricardo. Você diz que sabe muito, borboleta sabe mais! São Paulo: Moderna, 2007, p.57.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 22
A lebre e a tartaruga22
Uma lebre estava sempre a fazer troça da tartaruga porque ela
andava muito devagar.
- Na verdade, não percebo porque te
incomodas a ir a qualquer sítio – dizia a lebre com ar
de escárnio – porque, quando chegas, seja onde for
já tudo acabou.
E a tartaruga respondia:
- Talvez eu seja lenta, mas aposto que
chego ao fim deste campo primeiro do que tu.
Se quiseres fazer uma corrida comigo, posso
provar-te que é assim.
Vendo a vitória fácil, a lebre
concordou e desatou a correr o mais
depressa que podia, enquanto a tartaruga se
arrastava. Isto aconteceu a meio de um dia muito
quente, e daí a pouco a lebre começou a sentir um pouco de sono.
“Parece-me que vou dormir uma soneca debaixo daqueles arbustos – disse ela para consigo. –
E mesmo que a tartaruga passe apanho-a enquanto o diabo esfrega um olho.”
A lebre deitou-se e daí a pouco estava ferrada no sono. E a tartaruga lá se ia arrastando
debaixo do sol escaldante. Daí a muito tempo, a lebre acordou. Era mais tarde do que pensava, mas
olhou em volta, confiante. “Não consigo ver nem rasto da tartaruga.”
E lá seguiu, por entre as ervas e o trigo, galgando valados e moitas com a maior facilidade. Em
poucos minutos dobrou o canto do campo e parou um momento para ver o sítio onde estava marcado
o fim da corrida. E, a menos de uns metros da meta, lá estava a tartaruga, caminhando sempre em
frente, passo a passo, cada vez mais perto do final da corrida.
Com um enorme salto, a lebre lançou-se a galope. Mas já era tarde. Porque, embora se atirasse
de um salto sobre a meta, a tartaruga tinha chegado primeiro que ela.
- E agora, acreditas no que eu te disse? – perguntou a tartaruga.
Mas a lebre estava demasiado cansada para responder.
Com paciência e perseverança, tudo se alcança.
TEXTO 22: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 348.
Maia, Belmira. Onula: no planeta das palavras. Lisboa: Texto editores, 2010, p. 30 e 31.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 23
Asa branca23
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Quando olhei a terra ardendo
qual fogueira de São João,
eu perguntei a Deus do Céu
por que tamanha judiação.
Que braseiro, que fornalha,
Nem um pé de plantação.
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão.
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão.
Então eu disse adeus, Rosinha,
guarda contigo meu coração.
Hoje longe muitas léguas,
Numa triste solidão,
Espero a chuva cair de novo
Pra eu voltar pro meu sertão.
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação,
Eu te asseguro não chore não, viu,
Eu voltarei, meu coração.
TEXTO 23: Letra de canção. Total de palavras para prática de fluência leitora: 134.
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Disco O novo espaço papa a música. Gravadora RCA, 1978.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 24
Trava-línguas24
Da tradição popular
Larga a tia, largatixa!
Largatixa, larga a tia!
Só no dia em que a sua tia
Chamar a largatixa de lagartixa.
O caju do Juca
E a jaca do cajá.
O jacá da Juju
E o caju do Ceará.
TEXTO 24 - Gênero: Lenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 57.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 25
História em quadrinhos25
25
TEXTO 25 - Gênero: História em quadrinhos. Total de palavras para prática de fluência leitora: 26.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 26
Quem é a Iara26
Sou uma sereia de cabelos longos e negros. Moro nos rios e tenho uma beleza rara. Meu corpo
é metade mulher, metade peixe. Gosto muito de cantar e meu nome é Iara.
Às vezes, sentada nas pedras ou na areia, com o meu pente de ouro fico a me pentear. Passo o
tempo brincando com os peixinhos. Uso o espelho das águas para me admirar.
O meu canto mágico ecoa pela floresta. Ressoa pelas águas e atrai quem ouve a melodia.
Os homens me seguem até o fundo do rio. E desaparecem à procura da minha companhia.
Aquele que me olha não consegue escapar. Fica logo enfeitiçado com a minha beleza. Sou
conhecida como a rainha das águas. Encantar e seduzir são da minha natureza.
Fora da água me transformo em uma linda mulher. Mas volto rápido para o rio. Agora mesmo já
é hora. Antes de partir vou mostrar a minha voz. Cantarei uma música e depois irei embora.
TEXTO 26 - Gênero: Lenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 186.
Finzetto, Ângela. Quem é a Iara. Editora BrasiLeitura.
26
COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 27
Você é realmente único27
Há somente uma pessoa como você; ninguém é mais exatamente como você. O que o torna único? Vamos começar com o seu DNA.
Ninguém possui o DNA igual ao seu (exceto se você tiver um irmão
gêmeo idêntico). Se você tiver irmãos ou irmãs, seus DNAs serão similares ao seu, mas não exatamente iguais. Da mesma
forma que você, eles receberam metade do seus DNAs de sua
mãe e a outra metade, de seu pai, mas o DNA que receberam
é diferente daquele que você recebeu. Com o seu DNA sem igual
formando as suas estruturas celulares e controlando as ações, não é de se
estranhar que você seja único.
Assim como não há duas pessoas que compartilham o mesmo DNA, não há duas pessoas com
impressões digitais iguais. Mesmo os gêmeos idênticos possuem impressões digitais distintas. Se você
e um amigo puserem os dedos em uma tinta lavável e então deixarem as impressões digitais em uma
folha de papel, você poderá ver como elas são diferentes.
TEXTO 27 - Gênero: Texto explicativo. Total de palavras para prática de fluência leitora: 200.
Rillero, Peter. O corpo humano. São Paulo: Ciranda Cultural Editora e distribuidora, 2006, p. 8.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 28
Piada28
LOUCOS OU BÊBADOS?
Dois loucos estavam andando pela rua. Um estava com
uma lanterna. Ele ligou a lanterna e perguntou ao outro:
- Você é capaz de subir neste facho de luz?
E o outro respondeu:
- Eu não, você apaga e eu caio!
A TERRA
A professora pergunta ao Joãozinho:
- Joãozinho, me dê três fatos que comprovem que a Terra é redonda!
Ele responde:
- Meu pai diz que é. O livro diz que é... e a senhora também!
TEXTO 28- Gênero: Piada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 81.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 29
Tatu passa aí29
Forma-se uma roda com uma criança no meio. Ela é o tatu e deve perguntar:
- Tatu passa aí?
Todos respondem:
- Não passa não.
- E se passar?
Nós vamos pegar.
O tatu tenta, com peitadas, romper os braços da roda.
Se conseguir, sai correndo e é perseguido pelas demais crianças.
Quem conseguir pegar o tatu vai para o centro da roda.
TEXTO 29 - Gênero: Regras de jogo. Total de palavras para prática de fluência leitora: 103.
Felipe, Carlos e Manzo, Maurizio. Alegria de brincar: jogos e recreações para crianças de todas as idades..Belo Horizonte:
Editora Leitura, 2003, p.99.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 30
Bolo de milho30
Ingredientes
•
•
•
•
•
•
•
•
1 lata de milho verde com água
1 vidro de leite de coco
1 xícara de leite
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de farinha de milho em flocos
2 colheres grandes de margarina
3 ovos
1 colher de sopa de fermento em pó
Modo de fazer
• Junte tudo no liquidificador e bata muito bem. Ligue o forno. Passe um pouco de margarina
numa fôrma redonda de furo no meio, enfarinhe, despeje nela a massa e leve ao forno médio, já
aquecido. Deixe assar durante 55/60 minutos. Espete com um palito; se sair seco, já está assado.
Tire do forno com um pano, espere esfriar e desenforme em cima de um prato grande.
TEXTO 30 - Gênero: Receita. Total de palavras para prática de fluência leitora: 146.
Azevedo, Ricardo. Você diz que sabe muito, borboleta sabe mais! São Paulo: Moderna, 2007, p.33.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 31
Adivinha31
Branca por dentro,
Verde por fora.
Uma casinha trancada
Que está sempre inundada.
Sou uma ave bonita,
Tente meu nome escrever.
Leia de trás para frente
E o mesmo nome irá ver.
O que é que o pernilongo
Tem maior que o elefante?
TEXTO 31 - Gênero: Adivinha. Total de palavras para prática de fluência leitora: 81.
Furnari, Eva. Adivinhe se puder. São Paulo: Editora Moderna, 2002, p. 22, 26 e 27.
Respostas: 1. Coco, 2. O nome, 3. Arara
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 32
Quem é o bumba meu boi32
Pode me chamar de bumba meu boi. Sou um boi diferente,
colorido e festeiro. Feito de papelão, madeira, panos e fitas.
Minha festa é de novembro a 6 de janeiro.
No Brasil inteiro, todos me conhecem. Tenho um nome
diferente em cada região.
Boi bumbá, boi de reis, boi calemba. Seja como for, minha
festa é uma tradição.
Por onde eu passo vou brincando e divertindo. O povo me
acompanha com grande euforia. Vão vestidos de vaqueiros, com
roupas coloridas. Seguimos de casa em casa com muita alegria.
Com música e dança conto esta história: meu patrão me encontrou morto e triste ficou.
Chamaram o pajé e fizeram um cortejo. Com reza e animação ele me ressuscitou.
Dentro de mim fica um homem, ando, corro, brinco e me mexo sem parar.
O povo se anima quando alguém tento chifrar. Agora que me conhecem uma música vou cantar.
Boi da cara preta
Boi... boi... boi...
Boi da cara preta,
Pega este menino,
Que tem medo de careta.
Boi... boi... boi...
Boi da cara branca,
Pega este menino,
Que tem medo de carranca.
TEXTO 32 - Gênero: Lenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 201.
Finzetto, Ângela. Quem é o Bomba-meu-boi. Editora BrasiLeitura.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 33
No barraco de carrapato33
Ana Maria Machado e Claudius
- Mico Maneco, cadê meu sapato?
- Ficou sujo de barro, no meio da terra, no barraco do Carrapato.
- Lá na serra? – falou a sapa.
- Já vou lá
E pediu:
- Burro, sabe como se vai até o barraco do Carrapato? Me leva lá...
- Sei – falou o burro.
- Sobe no meu carro e eu corro. Subo a serra e vou ao morro.
Ela subiu e o burro saiu a galope: pocotó, pocotó, pocotó...
Mas o carro carregava a sapa só. No meio da terra, no meio do pó.
Estava muito leve e sacudia muito na subida da serra. A sapa ficou toda doída e pediu:
- Burro, não me leva mais ao barraco do Carrapato. Teu carro sacode muito. Fico mesmo sem
sapato. E fico a pé.
Aí veio o sapo, na subida do morro.
E ele ouviu:
- Socorro! Socorro!
E a sapa falou tudo, do sapato, da corrida sacudida, do carro e dela toda doída.
O sapo falou:
- Sapa bonita, não seja boba, não seja pateta. Sapa bonita, seja levada, seja sapeca. Sapo não vai
de carro. Sapo vai de pulo. Vem comigo, amiga.
E no pula pula o sapo levou a sapa até o sapato sujo de terra, no barraco lá da serra.
TEXTO 33 - Gênero: Narrativa. Total de palavras para prática de fluência leitora: 242.
Machado, Ana Maria e Claudius. .No barraco do carrapato. São Paulo: Moderna 1988.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 34
Minha cama34
Um hipopótamo na banheira
Molha sempre a casa inteira.
A água cai e se espalha,
Molha o chão e a toalha.
E o hipopótamo: “Eu não ligo,
Estou lavando o umbigo!”
E lava e nunca sossega,
Esfrega, esfrega e esfrega
A orelha, o peito, o nariz,
As costas das mãos e diz:
Agora vou dormir na lama
Porque é lá a minha cama.
TEXTO 34 - Gênero: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 79.
Capparelli, Sérgio.111 poemas para crianças. Porto Alegre: L&PM, 2006, p 87.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 35
O gato, o galo e o ratinho35
Um ratinho vivia num buraco com sua mãe. Depois de sair sozinho pela primeira vez, contou a ela:
- Mãe, você não imagina os bichos estranhos que encontrei! Um era bonito e delicado, tinha pelo
muito macio e um rabo que se movia formando ondas. O outro era um monstro horrível. No alto da
cabeça e debaixo do queixo ele tinha pedaços de carne crua, que balançavam quando ele andava. De
repente os lados do corpo dele se sacudiram e ele deu um grito apavorante. Fiquei com tanto medo
que fugi correndo, bem na hora que ia conversar um pouco com o simpático.
- Ah!, meu filho! – respondeu a mãe. – Esse seu monstro era uma ave inofensiva; o outro era um
gato feroz, que num segundo teria te devorado.
Moral: Jamais confie nas aparências.
TEXTO 35: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 163.
Fábula de Esopo. São Paulo.. Companhia das letrinhas, 1995, p.46.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 36
Parlenda36
Da tradição popular
HOJE É DOMINGO
Hoje é domingo,
Pé de cachimbo,
O cachimbo é de ouro,
Bate no touro,
O touro é valente,
Bate na gente,
A gente é fraco,
Cai no buraco,
O buraco é fundo, Acabou-se o mundo.
TEXTO 36 - Gênero: Parlenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 38.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 37
Auto-retrato37
Mário Quintana
No retrato que me faço
- traço a traço –
Às vezes me pinto nuvem
Às vezes me pinto árvore...
37
TEXTO 37: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 43.
QUINTANA, Mário. Só meu. São Paulo. Global, 2008, p.11.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 38
Os músicos de Bremen38
Um homem tinha um burro que, durante muitos e muitos
anos, carregara sem descanso sacos de farinha para o moinho. Mas agora o pobre animal estava velho e cansado, e o
dono começou a pensar na maneira mais fácil de se ver
livre dele para poupar na comida.
O burro, apesar de burro, percebeu e decidiu fugir. Seguiu pela estrada de Bremen e pensou: “É uma
grande cidade, e posso oferecer-me para fazer parte
da banda de música.”
Já tinha andado um bocado, quando encontrou um cão de caça estendido no meio do caminho, com a língua de fora, como se não tivesse forças para mais.
- Por que estás tão cansado, Cão? – perguntou o
Burro.
- Ai! – respondeu o Cão. – Estou velho e a cada dor
me sinto mais cansado. Já não posso ir à caça, e o meu dono
quis matar-me. Por isso fugi. Mas agora não sei como vou ganhar o
meu pão!
- Pois eu vou para Bremen oferecer-me para a banda de música. Por que não vens comigo? Pode
ser que também sejas contratado.
O Cão achou boa ideia e meteram-se os dois ao caminho. Ainda não iam muito longe, encontraram um gato sentado no meio da estrada, com um ar mais triste do que um dia de o chuva.
- Parece que as coisas não te correm lá muito bem, Tareco? – disse o Burro.
- Como queres que corram bem, quando se está em perigo de vida? – respondeu o Tareco. – Estou
velho e já quase não tenho dentes. E prefiro dormir junto da lareira do que caçar ratos. E a minha dona
queria afogar-me. Consegui escapar, mas agora não sei o que hei de fazer à minha vida!
- Anda daí conosco Bremen. Deves saber muitas serenatas! Dão-te com certeza um lugar na banda.
O Gato achou boa a ideia e juntou-se ao Burro e ao Cão.
Daí a pouco, os três fugitivos passaram em frente de uma quinta. No alto da cancela, estava um
galo que cantava com toda a força dos seus pulmões.
- Até fazes doer os ouvidos à gente- disse o Burro. – Que se passa?
- Canto o mais que posso – respondeu o Galo – porque amanhã é Domingo e há festa lá em casa.
TEXTO 38 - Gênero: Conto maravilhoso. Total de palavras para prática de fluência leitora: 1174.
Maia, Belmira. Onula: no planeta das palavras. Lisboa: Texto editores, 2010, p.32, 33, 34 e 35.
38
COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Por isso a patroa disse à cozinheira que me servisse ao jantar. E esta noite vão cortar-me o pescoço.
Por isso vou cantando enquanto ainda é tempo.
- Fazias melhor em vir conosco, galo galarós. Vamos para Bremen, e mesmo que seja muito mau,
sempre é melhor do que morrer. Tens uma linda voz e, quando cantarmos todos juntos, devemos fazer
um bom concerto!
O Galo achou boa idéia, e lá foram todos quatro.
Não podiam chegar a Bremen num dia só e, quando anoiteceu, pararam num bosque para dormir. O
Burro e o Cão deitaram-se debaixo de uma grande árvore, e o Gato mais o Galo instalaram-se nos ramos.
O Galo preferiu empoleirar-se no ramo mais alto da árvore, para maior segurança. Antes de
adormecer, deitou uma olhadela em redor, e pareceu-lhe ver uma luzinha ao longe. Chamou os
companheiros e disse-lhes que devia haver uma casa, no sítio de onde vinha a luz. E o Burro propôs:
- Podíamos ir lá ver, porque este abrigo aqui não é grande coisa.
O Cão pensou que uns restos de carne, com um bom osso, não lhe faziam mal nenhum. E
dirigiram-se para o sítio de onde vinha a luz. Quanto mais avançavam, mais brilhava a luz, até que
chegaram em frente de uma casa habitada por uma quadrilha de ladrões, toda iluminada.
O Burro, que era o mais alto, espreitou pela janela.
- O que é que vês, Ruço? – perguntou o Galo.
- Vejo – disse o Burro - vejo uma mesa com uma boa ceia e muito que beber. Os ladrões estão
sentados à volta e comem com apetite!
- Também me apetecia! – disse o Galo.
- A mim também, a mim também! – disse o Burro. – Quem me dera estar no lugar deles!
Os quatro animais reuniram em conselho para descobrirem a maneira de expulsar os ladrões.
Por fim, chegaram a acordo.
O Burro devia ficar de pé nas patas traseiras e pôr as da frente no parapeito da janela.
O Cão saltava para as costas do Burro, o Gato trepava para cima do Cão e o Galo voava para
cima do Gato.
Quando ficaram nesta posição, a um sinal, começaram a cantar a sua música. O Burro zurrava, o
Cão ladrava, o Gato miava e o Galo fazia có-có-ró-có. Depois, partindo o vidro em bocadas, saltaram,
pela janela, para dentro da casa. E com este estardalhaço todo, os ladrões fugiram cheios de medo.
Pensaram que aquilo era um fantasma que vinha para dar cabo deles! E correram para a floresta.
Os quatro companheiros sentaram-se à mesa e comeram para um mês.
Quando os músicos terminaram a ceia, apagaram a luz e procuraram um sítio para dormir, cada
um conforme os seus gostos. O Burro deitou-se num monte de palha, o Cão ficou atrás da porta, o
Gato junto do borralho e o Galo empoleirou-se na trave mestra da casa.
Estavam cansados da longa caminhada e depressa adormeceram.
Passava da meia noite, e os ladrões viram, ao longe, que já não havia luz na casa. Tudo parecia
calmo. O chefe então declarou:
- Nunca devíamos ter fugido desta maneira.
47
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Chamou os seus homens e mandou-os ir dar uma vista de olhos pela casa. O que levava os
fósforos viu que estava tudo calmo, e entrou pela porta da cozinha. Deu com os olhos faiscantes do
Gato, e julgou que eram duas brasas ainda acesas. E chegou-lhes um fósforo para reanimar o lume.
Mas o gato não gostou da brincadeira e saltou-lhe à cara a soprar, com as unhas todas de fora.
Assustado, o ladrão deu meia volta e foi de encontro à porta. O Cão, que estava ali deitado,
saltou-lhe em cima e mordeu-lhe a perna. O Ladrão saiu e, quando atravessou o pátio, passou pelo
monte de palha. Nessa altura o Burro deu-lhe uma saraivada de coices como só ele sabia, enquanto o
Galo, que acordara com todo este barulho, cantava do seu poleiro:
- Có-có-ró-có.
O ladrão correu o mais que podia para o pé do chefe e disse:
- Ai! Dentro da casa, está uma bruxa horrorosa que me assoprou para cima e me arranhou com as
unhas aguçadas; à porta, um homem deu-me uma navalhada na perna; no pátio, um monstro todo preto
pregou-me umas poucas de moçadas e, no telhado, um juiz gritou: “Não escapa um só!” Então fugi a sete pés.
A partir daí os ladrões nunca mais se atreveram a aproximar-se da casa.
Quanto aos quatro músicos da banda de Bremen, sentiram-se ali tão bem que se deixaram ficar
e não quiseram ir mais longe.
Bendito e louvado,
meu conto acabado.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 39
Fábula39
O LADRÃO DE MACHADO
Parábola chinesa
Um agricultor não conseguia encontrar seu machado. Ele desconfiou que o filho do vizinho o
tinha levado e começou a observar. O comportamento do rapaz era tipicamente o comportamento de
um ladrão de machado. O rosto era de um ladrão de machado. As palavras que pronunciavam só podiam ser palavras de um ladrão de machado. Todas as suas atitudes e todos os seus movimentos eram
os de um sujeito que roubou um machado. Mas, um dia, mexendo por acaso num monte de lenha, o
agricultor achou o seu machado.
Na manhã seguinte, quando viu o filho do vizinho, o rapaz já não deixava transparecer mais nada,
nem no comportamento, nem na atitude, nem no modo de agir, que lembrasse um ladrão de machado.
TEXTO 39 - Gênero: Lenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 129.
Piquemal, Michel e Lagautrière, Phillip. Fábulas filosóficas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009, p. 18.
39
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 40
Biografia40
Ricardo Azevedo
Ricardo José Duff Azevedo (São Paulo SP 1949). Escritor
de literatura infantil e juvenil, ilustrador, pesquisador e publicitário. Filho de Aroldo de Azevedo - professor da Faculdade
de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) - e autor de
livros didáticos.
Estuda no colégio alemão Visconde de Porto Seguro, então localizado na Praça Roosevelt, local que se transformará no
cenário de alguns de seus livros. Ingressa, em 1970, na Faculdade de Comunicações da Fundação Armando Álvares Penteado
- FAAP, mas no ano seguinte opta pelo curso de Comunicação
Visual da Faculdade de Artes Plásticas.
Faz estágio em uma agência de propaganda nos departamentos de redação e de criação. Forma-se em 1974 e passa a trabalhar como redator. Paralelamente atua também com ilustrações, direção
de arte e projetos visuais. Começa a escrever ainda muito jovem, por volta de 1967, aos 17 anos, escreve Um Autor de Contos para Crianças, publicado em 1982 sob o título Um Homem no Sótão.
Estreia como autor e ilustrador em 1980, com O Peixe que Podia Cantar. A partir de 1983, passa
a dedicar-se mais à literatura e à ilustração do que aos trabalhos de publicidade. Desenvolve então
pesquisas sobre folclore e contos populares, e retoma os estudos acadêmicos.
Ingressa no curso de mestrado no Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua
Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH/USP), que conclui em
1998, com a dissertação: Como o Ar não Tem Cor, se o Céu É Azul? - Vestígios dos Contos Populares na
Literatura Infantil.
Em 2004, apresenta o trabalho Abençoado o Danado do Samba: um Estudo sobre as Formas Literárias Populares - o Discurso da Pessoa, das Hierarquias, do Contexto, do Senso Comum e da Folia,
recebendo o título de Doutor na mesma instituição.
Como professor convidado em cursos de especialização em Arte-Educação e Literatura, ministra
palestras e escreve artigos abordando questões referentes à formação de leitores e ao uso da literatura
de ficção na escola. Autor, na maioria das vezes, dos desenhos de seus próprios livros, Ricardo Azevedo ilustra também textos de outros autores. Escreve ainda letras de músicas, algumas publicadas em
Feito Bala Perdida, juntamente com outros poemas.
40
TEXTO 40 - Gênero: Biografia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 363.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 3o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
ANOTAÇÕES
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Realização

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