língua portuguesa

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o
5 ANO
COLETÂNEA DE TEXTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
5 ANO
o
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LÍNGUA PORTUGUESA
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice-Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Coordenadora de Cooperação com os Municípios
Márcia Oliveira Cavalcante Campos
Orientadora da Célula de Programas e Projetos Estaduais
Lucidalva Pereira Bacelar
Equipe Eixo Alfabetização
Aparecida Tavares de Figueirêdo (coordenadora)
Rosalynny da Cruz Mesquita
Maria Valdenice de Sousa
Maria Esmelinda Capistrano de Sousa
Mirtes Moreira da Costa
Gleisiane Ferreira de Oliveira
Instituição Parceira:
Escola de Formação Permanente do Magistério – ESFAPEM
Ana Rosa de Andrade Parente – Direção
Cristiane Coelho Ferreira Gomes – Coordenação dos Programas de Formação
Artais Pinheiro de Andrade Cunha – Acompanhamento dos Programas de Formação
Samara Mesquita Lucas – Acompanhamento dos Programas de Formação
Maria Wanderliza Dias Angelim – Assistente Técnica
Wilson Linhares – Assistente Técnico
Colaboradores:
Professores formadores de Língua Portuguesa:
- Ana Fábia Cruz Barbosa
- Francisca Elizabeth de Andrade Lima
- Francisco Jackson Moreira de Sampaio
- Francisca Lucélia Pereira Saldanha
- Iana Mamede Accioly
- Kátia Cristina Gomes Lino
- Luidmila Tomaz de Sá
- Marieta Parente Sobreira
Projeto e Coordenação Gráfica
Daniel Diaz
Diagramacão
Jozias Rodrigues
Diagramacão
Alexandre de Souza, Cris Soares, LEOBDSS
Revisão
Escola de Formação Permanente do Magistério – ESFAPEM
Apresentação
Caro(a) educando(a),
Este material didático foi elaborado para contribuir com a sua
aprendizagem. Nele você encontrará uma diversidade de textos e de
atividades de Língua Portuguesa e Matemática que o(a) ajudará na
consolidação dos conhecimentos necessários ao seu bom desempenho
escolar e à sua vida.
Terá também a possibilidade de produzir textos usando a sua
criatividade e verá que, quando juntamos esta experiência com o
hábito da leitura, tudo fica mais fácil e vem a sensação gratificante
de perceber que suas ideias foram passadas para o papel, de forma
compreensiva.
Esperamos que você o utilize de forma responsável e prazerosa,
pois, somente assim, ele atingirá os objetivos aos quais se propõe.
Bom proveito!
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LÍNGUA PORTUGUESA
SUMÁRIO
Texto 01 .............................................................................................................................................. 9
Texto 02 ............................................................................................................................................10
Texto 03 ............................................................................................................................................12
Texto 04 ............................................................................................................................................13
Texto 05 ............................................................................................................................................14
Texto 06 ............................................................................................................................................15
Texto 07 ............................................................................................................................................16
Texto 08 ............................................................................................................................................17
Texto 09 ............................................................................................................................................19
Texto 10 ............................................................................................................................................20
Texto 11 ............................................................................................................................................21
Texto 12 ............................................................................................................................................24
Texto 13 ............................................................................................................................................25
Texto 14 ............................................................................................................................................26
Texto 15 ............................................................................................................................................27
Texto 16 ............................................................................................................................................28
Texto 17 ............................................................................................................................................29
Texto 18 ............................................................................................................................................31
Texto 19 ...........................................................................................................................................33
Texto 20 ............................................................................................................................................34
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TEXTO 01
Fábula1
O GALO E A RAPOSA
Jean de La Fontaine
Um galo velho e sábio estava empoleirado nos ramos de uma árvore. Nisto, aproximou-se uma
raposa que lhe disse em tom meloso:
- Irmão, agora há paz no reino dos animais e, por isso, já não sou tua inimiga. Desce do ramo para
que possamos celebrar a nossa amizade com um beijo. Depressa, porque hoje tenho muito que fazer.
- Irmã raposa - replicou o galo - esperemos pelos dois galos que se aproximam. De certo que
também eles ficarão contentes com essa notícia e, assim, poderemos beijar-nos uns aos outros.
- Adeus! - respondeu a raposa. - Estou cheia de pressa. Celebraremos a nossa amizade noutro dia.
Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode, furiosa com o galo e cheia de medo dos cães.
Moral da história:
É mais fácil combater os malvados com as suas próprias artimanhas.
1 TEXTO 1 - Gênero: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 151.
Retirado de: http://nonio.eses.pt/fabulas/
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TEXTO 02
Na minha escola todo mundo é igual2
Lá na minha escola
Ninguém é diferente
Cada um tem o seu jeito
O que importa é ir para frente
Tem uma que não enxerga
Mas que é um vaga-lume
Canta como ninguém
E nos conhece pelo perfume
Tem gente que não tem braço
E que só joga no gol
Tem outro que não escuta
Mas que dança rock-and-roll
Tem criança gorda, magra,
Alta, baixa, rica e pobre
Mas todos são importantes
Como prata, ouro e cobre
Tem uns que não podem falar
Mas com gestos, caras e bocas
E com ajudinha da gente
Até xavecam as garotas
Tem gente que aprende depressa
Tem gente que demora um pouco
Mas isso não faz diferença
Porque um ensina para o outro
Tem uns que não podem andar
E usam cadeira de rodas
Jogam vôlei, fazem balé
E só querem andar na moda
Tem um com síndrome de down
Que é o mais prestativo da escola
Quando alguém tem um problema
É o que mais colabora
Tem também um autista
Que gosta de ficar sozinho
Mas sempre na hora do lanche
Divide com o amiguinho
Tem professor que é velhinho
Mas que brinca e não se aborrece
Pois o tempo lhe ensinou
Que o que é bom não se esquece
Tem branco, negro e japonês
Isso não faz diferença
O importante pra gente
Não é o que vem de nascença
Tem nordestino, sulista,
Carioca e mineiro
Amazonense, goiano
Tem paulista e estrangeiro.
2 TEXTO 2 - Gênero: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 353.
Ramos, Rossana. Todo mundo é igual. São Paulo: Editora Cortez, 2008.
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Tem um que a ente sabe
Que gosta do outro igual
E daí, qual é o problema?
O que importa é ser legal
Que bom se todo mundo
Pudesse entender direito
Que tudo fica mais fácil
Sem o tal do preconceito
Na minha escola se aprende
Que não existe perfeição
E que todos nós precisamos
É de carinho e atenção
Aqui vai um belo conselho
Que só leva um segundo
Quem não respeita o outro
Não tem lugar neste mundo.
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TEXTO 03
Trava-língua3
MOLENGA
Maria-mole é molenga.
Se não é molenga
Não é maria-mole.
É coisa malemolente,
Nem mala, nem mola,
Nem maria, nem mole.
O TECELÃO
Tecelão tece o tecido
Em sete sedas de Sião
Tem sido a seda tecida
Na sorte do tecelão
3 TEXTO 3 – Gênero: Trava-línguas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 42.
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TEXTO 04
História em quadrinhos4
4 TEXTO 4 – Gênero: História em quadrinhos. Total de palavras para prática de fluência leitora: 85.
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TEXTO 05
Chapeuzinho vermelho5
Era uma vez uma linda menina que morava com sua mãe, perto da floresta. Ganhou da avó um capuz vermelho que passou a usar sempre. Por isso, todos passaram a chamá-la de Chapeuzinho Vermelho.
Numa manhã, sua mãe mandou-a à casa da avó, que estava doente, levar bolo e manteiga.
Antes de sair, a mãe recomendou à filha que, durante a viagem, não parasse para conversar com
estranhos.
No caminho, a menina encontrou um enorme lobo. Como não conhecia as artimanhas do animal,
começou a conversar com ele. Muito esperto, o lobo convenceu a menina a ir por um caminho que
era o mais longo.
Com isso, o bicho chegou primeiro à casa da avó. Bateu na porta, imitando a voz de Chapeuzinho.
A avó disse:
- Entre, minha netinha.
Então, o lobo entrou, devorou a pobre vovó, vestiu a roupa dela e deitou-se na cama.
Finalmente, Chapeuzinho Vermelho chegou à casa da avó. Bateu na porta e o lobo, imitando a
voz da avó, respondeu:
- Entre, Chapeuzinho.
Sem se dar conta do perigo, a menina aproximou-se da cama e, estranhando a aparência da avó, exclamou:
- Nossa vovó, que olhos grandes a senhora tem!
- São para vê-la melhor, minha netinha – disse o lobo, afinando a voz.
- E que orelhas enormes!
- São para ouví-la melhor.
- E este nariz tão grande, vovó!
- É para cheirá-la melhor.
E esta boca gigante? Para que serve, vovó?
- Para devorá-la.
Dito isto, o lobo pulou da cama e engoliu a menina. Como estava com a barriga muito cheia,
acabou dormindo por ali mesmo.
Um caçador que passava pelo local ouviu um ronco muito alto e resolveu ver o que estava
acontecendo. Ao entrar, viu o lobo mau. Intrigado, o homem procurou pela dona da casa, mas não a
encontrou.
Percebendo que a barriga do lobo se mexia demais, o caçador desconfiou. Pegou uma faca que
carregava na cintura e começou abrir a barriga do malvado.
Para sua surpresa, saiu de dentro do lobo não só a vovó, mas também Chapeuzinho Vermelho.
Apesar do susto, a avó e a netinha estavam bem e Chapeuzinho pode voltar para casa.
5 TEXTO 5: Contos de fadas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 397.
Cavéquia, Márcia Paganini.Alfabetização: a escola é nossa. São Paulo. Scipione, 2004, p.178, 179 e 180. (Obra dos Irmãos
Grimm adaptado pela autora)
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TEXTO 06
Parlenda6
Da tradição popular
UM, DOIS, FEIJÃO COM ARROZ
Um, dois, feijão com arroz
Três, quatro, feijão no prato
Cinco, seis, bolo inglês
Sete, oito, comer biscoito
Nove, dez, comer pastéis
UM ELEFANTE
Um elefante amola muita gente...
Dois elefantes... amolam, amolam muita gente...
Três elefantes... amolam, amolam, amolam muita gente...
Quatro elefantes amolam, amolam, amolam, amolam muito mais...
(continua...)
6 TEXTO 6 – Gênero: Parlenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 60.
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TEXTO 07
Ora bolas7
Paulo Tatit e Edith Derdyk
Oi, oi, oi!
Olha aquela bola
A bola pula bem no pé, no pé do menino
Quem é esse menino?
Esse menino é meu vizinho.
Onde ele mora?
Mora lá naquela casa.
Onde está a casa?
A casa está na rua.
Onde está a rua?
Está dentro da cidade.
Onde está a cidade?
Está do lado da floresta.
Onde está a floresta?
A floresta é no Brasil.
Onde está o Brasil?
Tá na América do Sul, continente americano, cercado de
oceanos nas terras mais distantes de todo o planeta.
E onde é o planeta?
O planeta é uma bola que rebola lá no céu.
7 TEXTO 7: Letra de canção. Total de palavras para prática de fluência leitora: 156.
Albuquerque, Amélia Maria Brito de, Carvalho, Célia Maria Bernardo e Accioly, Iana Mamede.Aprender Construindo: Letramento e alfabetização linguística. Fortaleza: IMEPH, 2009, p.227.
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TEXTO 08
A onça e o saci8
Pedro Bandeira
Para gostar de ouvir histórias,
ouça bem o meu conselho,
não precisa orelha grande,
nem precisa de coelho.
“O saci gosta de doce...”,
pensou ela a sorrir.
“Vai pular aqui para dentro
e não vai pode sair!”
Pois agora eu vou contar,
preste muita atenção,
a história da onça
enganada pelo saci sabidão.
O saci ouviu tudinho
e, como era bem sabido,
foi falar para abelhas
do açúcar escondido.
Dona onça decidiu
isso eu conto porque vi,
que era hora de caçar
o danado do saci.
- Vejam só, minhas amigas,
tem açúcar pra sobrar
no fundo do velho poço,
e é só ir lá pegar!
Acordou logo cedinho
e, coçando seu pescoço,
pôs açúcar bem no fundo de
um escuro e velho poço.
Foram pro poço as abelhas
e o saci ficou do lado,
agachado, a berrar
e a gritar, esgoelado!
8 TEXTO 8 - Gênero: Conto moderno. Total de palavras para prática de fluência leitora: 328.
Bandeira, Pedro. A onça e o saci. São Paulo: Editora Moderna, 2003.
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- Ai, socorro, quem me acode?
Daqui eu não posso sair!
Esse poço é muito fundo
e eu não consigo subir!
Era o que a onça esperava!
Deu um salto pra pegar
o danado do saci,
que não podia escapar!
Só que, no fundo do poço,
ao verem aquela invasão,
as abelhas não gostaram
e pregaram-lhe o ferrão!
- Ai, ai, ai! – berrava a onça.
- O saci virou abelha!
E o dando está picando
meu nariz e minha orelha!
- Sacizinho, tenha pena!
Eu daqui quero fugir!
Pare de me maltratar e vire de novo um saci!
- É bem feito! – respondeu
o saci, aliviado.
- Quem queria me caçar todo mundo
acabou por ser caçado!
A onça aprendeu a lição
e fugiu logo dali.
Nunca mais quis perseguir
o sabido do saci.
E você? Se divertiu?
Se gostou, muito que bem.
Pois o certo é ser amigo.
e não fazer mal a ninguém!
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TEXTO 09
Chuva pega-bobo9
Às vezes cai chuva forte,
Chove muito, depois passa.
Passa? Passa nada,
Ela fica de tocaia,
Até que um bobo saia.
E o bobo é você
Que olha, olha, olha,
Em dúvida se corre agora;
E de repente você corre,
Você corre sobre as poças,
E bem na hora o céu desaba,
A chuva cai, não vai embora,
Nunca mais, pois sempre cai em dobro
Essa chuva pega-bobo!
9 TEXTO 9 - Gênero: Poema. Total de palavras para prática de fluência leitora: 93.
Capparelli, Sérgio.111 poemas para crianças. Porto Alegre: L&PM, 2006, p.61.
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TEXTO 10
O louco e o cachorro do louco10
O louco vinha de pijama, andando pelo corredor do hospício, puxando um tubo de pasta de dente
amarrado num barbante.
As pessoas passavam e riam, sentido pena do sujeito.
Uma enfermeira chegou perto e perguntou:
- Qual é o nome do bichinho?
O louco parou com cara de quem não tinha entendido:
- Que bichinho?
A moça:
- Esse cachorrinho aí que você está levando para passear.
O louco sorriu.
- Que é isso moça? Isso não é cachorro. É uma pasta de dente. Não tá vendo não?
A moça ficou achando que o louco estava melhorando. O louco despediu-se, sapateou, pererecou,
deu uma cambalhota e foi embora.
Dobrando a curva do corredor, virou-se para a pasta de dente e disse baixinho:
- Viu, Totó? Enganamos mais um!
10 TEXTO 10 - Gênero: Piada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 164.
Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo. São Paulo: Editora Ática, 2002, p. 41 e 42.
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TEXTO 11
Leonardo da Vinci11
O senhor Antônio, avô de Leonardo, ficou tão orgulhoso no dia em que ele nasceu que escreveu
em seu diário: “Sábado, 15 de abril de 1452, às 10:30h da noite, nasceu meu neto Leonardo, filho de
Ser Piero, meu filho.”
Leonardo nasceu na Itália, em casa nos arredores de Vinci.
Sua família passou a usar o nome da cidade como seu próprio nome de família.
Os pais de Leonardo não se casaram e, mesmo tendo sido cuidado e amamentado por sua mãe nos
seus primeiros meses de vida, Leonardo foi morar com seus avós paternos, Antônio e Monna Lucia da Vinci.
- Como é bom ter um bebê em casa novamente! – suspirou MonnaLucia.
O pai de Leonardo, Ser Piero, era um advogado muito ocupado. Logo ele se casou, e sempre estava
fora de Vinci, pois tinha muitos trabalhos em Florença. Sua mãe morava perto e, mesmo depois que ela
se casou e teve outros filhos, Leonardo podia visitá-la quando quisesse.
Francesco, o tio de Leonardo, cuidava dos negócios da família. Sempre que podia, levava Leonardo com ele para ver as oliveiras e as vinhas e aprender a amar a natureza.
Quando Leonardo tinha apenas quatro anos, ele e seu tio viram uma forte ventania, que ia destruindo tudo por onde passava. Leonardo nunca se esqueceu daquela experiência e por toda sua vida
foi fascinado pela meteorologia e pelo poder da natureza.
Leonardo nasceu com dons maravilhosos. Sua mente estava sempre ocupada e ele se dispunha a
aprender muitas coisas, nunca parando entre um assunto e outro.
Leonardo levava cadernos com ele para todo lugar que ia e sempre fazia anotações. Tinha um
jeito curioso de escrever com a mão esquerda: ia da direita para esquerda e desenhava as letras de
trás para frente.
11 TEXTO 11 - Gênero: Biografia narrada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 1176.
Hart, Tony e Hellard, Susan. Leonardo Da Vince – Coleção crianças famosas.São Paulo: Editora Callis, 1994.
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O único modo de ler facilmente suas anotações era com a ajuda de um espelho!
Leonardo tinha uma educação muito fraca em Vinci, mas seus talentos eram óbvios para seus
professores.
- Não posso te ensinar mais matemática, Leonardo – disse desconcertado o seu professor -, já te
ensinei tudo o que eu sei!
Ele teve aulas de música e aprendeu a tocar lira. Logo ele estava compondo suas próprias músicas.
- Nunca ouvi versos tão bonitos e um canto tão adorável! – disse seu professor de música.
Leonardo, além de escrever em seus cadernos, fazia desenhos maravilhosos para registrar seus
pensamentos e observações enquanto perambulava pelos lindos campos italianos.
Um dia, o pai de Leonardo, Ser Piero, percebeu que seus desenhos eram especiais, e levou alguns
deles para mostrar a um amigo, Andrea del Verrocchio, que dirigia um famoso ateliê em Florença.
- Você não acha que seria bom que Leonardo estudasse desenho? – perguntou Ser Piero.
Verrocchio ficou muito impressionado com os desenhos de Leonardo e insistiu para Ser Piero
trazer seu filho ao ateliê.
- Florença parecerá muito grande e estranha para mim, que nunca saí do vilarejo – disse Leonardo -, mas mal posso esperar para conhecê-la!
Então, aos doze anos de idade, Leonardo foi morar com seu pai em Florença, em uma casa de
onde se via os escritórios do governo em que Ser Piero trabalhava.
No ateliê de Verrocchio, Leonardo começou varrendo o chão e fazendo arrumações, mas logo
passou a esticar telas, a fazer pincéis e a pintar.
Todos no ateliê aprendiam a desenhar com modelos vivos. Leonardo logo chamou a atenção de
seu mestre: fez modelos em argila e cobriu as figuras com tecidos que tinham sido mergulhados em
gesso, que depois endureciam.
- Agora posso ter dobras que irão durar. Poderei desenhá-las como elas realmente são – explicou.
- Mas que boa idéia – disse Verrocchio.
- Precisamos aprender a desenhar o que vemos!
Se Leonardo visse o rosto de uma pessoa que quisesse desenhar, seguia aquela pessoa por todo o
dia, até que memorizasse completamente seu rosto, e então corria para casa desenhá-lo.
- Um artista deve ser como um espelho refletindo o que é colocado à sua frente – dizia Leonardo.
Leonardo adorava trabalhar no ateliê e achava Florença uma cidade maravilhosa para se viver.
No inverno de 1466 uma enchente inundou a cidade de Florença no meio da noite. Casas e igrejas
eram invadidas pela água. Cavalos morriam afogados nos estábulos.
Logo a água parou, mas o estrago que fez era horrível de se ver. Mais uma vez Leonardo se lembrava do poder das forças da natureza.
Naquela época uma epidemia de peste atingiu Florença. Lorenzo de Medici, o governador da
cidade, achou que seria bom alegrar o povo, e organizou festas e brincadeiras. O ateliê de Verrocchio
colaborou com muitas bandeiras e fantasias.
-Você pode desenhar um capacete para o duque de Milão, Leonardo? – Perguntou Vorrocchio.
Leonardo fez um lindo desenho para esse capacete.
Um dia o pai de Leonardo estava em Vinci e um camponês pediu-lhe um favor:
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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- Fiz um escudo com o tronco de uma figueira. Quando o senhor retornar a Florença poderia pedir
a alguém que pintasse para mim?
O camponês prometeu pagar em espécie, isto é, com peixe e caça, e Ser Piero concordou.
Quando viu o escudo, Leonardo disse:
- Não posso pintá-lo assim como está, tenho de melhorar sua forma e lustrá-lo primeiro.
Leonardo transformou o escudo em um lindo objeto.
E então pensou cuidadosamente no desenho que iria pintar sobre ele“Inventarei minha própria
criatura”, pensou. “Devo fazer estudos sobre lagartos, cobras e morcegos e colocá-los juntos para desenhar um monstro aterrorizante”.
Quando Ser Piero viu o escudo levou um belo susto, pois pensou que fosse um monstro de verdade.
- Bom! Consegui o que queria! – exclamou Leonardo.
– O escudo assustou você. Agora pode levá-lo.
Verrocchio convidou Leonardo para ajuda-lo em uma grande pintura para o mosteiro de San
Salvi. Ele pediu a Leonardo que pintasse o anjinho carregando o manto de Cristo.
Para alguém tão jovem, a pintura de Leonardo era excelente.
- Sua pintura é linda, Leonardo. Está melhor do que a minha. Nunca mais usarei as tintas – prometeu Verrocchio.
Para a alegria de Leonardo e de Ser Piero, Verrocchio fez de Leonardo seu sócio.
Leonardo adorava animais e, aos vinte anos de idade, tornou-se vegetariano. Ele comprava passarinhos só para poder soltá-los. Leonardo adorava estudar e desenhar pássaros em pleno voo.
“Ah! Como gostaria de poder voar”, pensava, e assim desenhou máquinas voadoras, umas com
asas que batiam como as de um pássaro, e outras que pareciam helicópteros.
Leonardo era um grande inventor. Desenhou uma bicicleta trezentos anos antes que a primeira
bicicleta fosse construída.
Um dia ele escreveu ao Duque de Milão:
“Ilustríssimo Lorde, inventei trinta e seis maneiras de melhorar sua estrutura militar...”
Uma dessas maneiras era um tanque de guerra.
O talento de Leonardo e suas façanhas eram tão impressionantes que algumas pessoas acreditavam que ele fosse um deus.
Leonardo morreu quando tinha 67 anos, nos braços do Rei da França. Hoje, sua famosa Monalisa
é a pintura mais preciosa do mundo.
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TEXTO 12
Porque as zebras são listradas12
Após muito estudo, cientistas deduzem que as listras
protegem as zebras do ataque de insetos
As listras são a marca registrada das zebras, disso todo mundo sabe. Mas como será que elas ganharam essa estampa bacana?
Há mais de 100 anos, cientistas tentam desvendar esse mistério e
descobrir qual seria a sua importância para esses animais. Recentemente, um grupo de pesquisadores descolou mais uma pista para
responder à pergunta: as listras podem afastar os insetos.
Por que as zebras são listradas? A resposta é um mistério, mas pesquisadores estão atrás de pistas!
As zebras são encontradas nas savanas africanas e estão expostas a picadas de mosquitos e
outros bichinhos desagradáveis. Um deles é a mutuca, uma mosca que se alimenta de sangue e que
costuma picar cavalos e zebras. “Além de transmitir doenças, a mutuca tem uma picada muito dolorosa e incômoda, prejudicando a pastagem dos animais”, conta Susanne Åkesson, bióloga da Universidade de Lund, na Suécia, que liderou o estudo.
A picada da mutuca é dolorosa e incômoda. Cientistas observaram que cavalos de cores escuras
eram muito mais atacados por mutucas do que os cavalos de cores mais claras. Eles se perguntaram,
então, o que aconteceria nas zebras, e foram investigar.
Para isso, foram montados vários cavalos de plástico, cada um de uma cor, e um cavalo com
listras em preto e branco. Eles foram lambuzados com uma cola que prendia os insetos. Ao final de
alguns dias, os pesquisadores foram conferir qual dos animais havia sido menos atacado pelas moscas
e… surpresa! Tinha sido a zebra. Cavalos de plástico de diferentes cores foram usados no experimento.
Isso acontece porque a mutuca tem mais facilidade para enxergar os cavalos de cores escuras,
sendo mais atraída por eles. Já as listras em preto e branco confundiriam a mosca, fazendo com que
ela enxergasse muito mal as zebras. A teoria valeria também para outros insetos.
Ainda é preciso repetir o experimento em zebras de verdade e testar a influência de outras características, como o cheiro desses animais. “No entanto, afastar as moscas não parece ser o único
papel das listras”, explica Susanne. “Acreditamos que elas tenham várias outras vantagens que ainda
não foram comprovadas”.
12 TEXTO 12 – Gênero: Notícia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 391.
Revista Ciência Hoje das crianças - http://chc.cienciahoje.uol.com.br/por-que-as-zebras-sao-listradas/
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TEXTO 13
Diário13nda-feira
13 TEXTO 13 - Gênero: Diário. Total de palavras para prática de fluência leitora: 281.
Kinney, Jeff. Diário de um banana: Rodrick é o cara.São Paulo: Veragara & Riba Editoras, 2009, p. 1, 2 e 3.
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TEXTO 14
O casalzinho14
Na pré-escola o menininho e a menininha brincavam lá num canto, no recreio, debaixo da goiabeira no parquinho, quando a professora ouviu seus gritinhos abafados (em pré-escola tudo é assim
pequenininho, menininho, gritinho e, geralmente a escola também é apertadinha numa casa onde os
quartos viraram salinhas de aula, a garagem virou bibliotequinha e o quintal, parquinho onde a criançada brinca apertadinha).
Então a professora foi lá ver e eles estavam enganchados pela boca, pelos aparelhos ortodônticos,
os “ferrinhos”, como diz a criançada.
É sério: o menininho e menininha, os mais quietinhos da turma, os mais inocentes e fofinhos,
educados e meigos, estavam ali de gatinhas na areia, enganchados pela boa e olhando para a professora
como a suplicar ajuda, tia ajuda!
Aí alguém da turma viu e gritou:
- O Du e Dé tão se beijando!
Alvoroço é pouco, rebuliço também. Mas essas coisas são as tempestades, vem e vão, vão e vem,
não sem antes quebrar um monte coisas. Brinquedos, cadeiras, vasos, cabide, tudo foi de roldão atrás
duma professora levando a menininha, ainda enganchados – até que, na sala da diretora, esta senhora
arregalou os olhos e sentou estupefata enquanto as professoras deixavam o casalzinho, na falta de
lugar melhor, sobre a sua própria mesa!
Fecharam a porta deixando o tumulto lá fora. A menina chorava, o menininho gemia, de olhos
arregalados como a perguntar: vão me tirar disto ou vou ter de engolir as lágrimas dela?
Engancharam os ferrinhos, disse uma professora. Vamos chamar o dentista, disse outra. Aí a diretora mostrou porque é diretora: abriu a gaveta, pegou uma bolsinha de couro, tirou um alicatinho de
manicure e se debruçou sobre o problema.
Quando conseguiu desenganchar os ferrinhos, esperou o casal de refazer, com água açucarada e
palavras doces, até que também docemente perguntou:
- Mas por que vocês se engancharam? Estavam se beijando?
O menininho fechou a cara, a menininha protestou, não estava beijando não. Aconteceu foi que
estavam brincando e...
- ... ele pediu metade do meu chiclete, e eu falei que ele podia pegar da minha boca, que eu tava
com a mão cheia de areia!
- E eu também – o menino confirmou – Então fui pegar coma boca, ué!
E abriu o sorriso de metal.
14 TEXTO 14 - Gênero: Crônica. Total de palavras para prática de fluência leitora: 402.
Pellegrini, Domingos. Ladrão que rouba ladrão. São Paulo. Ática, 2002, p. 63 e 64.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 15
Bolo formigueiro15
Massa:
•
•
•
•
•
•
•
3 xícaras de farinha de trigo
3 xícaras de açúcar
3 ovos
2 colheres de margarina
1 colher de sopa de fermento em pó
1 vidro de leite de coco
1 pacote de chocolate granulado
Cobertura:
•
•
•
•
4 colheres de sopa de chocolate em pó
4 colheres de sopa de açúcar
1 copo de leite
Numa panela em fogo baixo, mexer tudo até ferver.
Junte os ingredientes da massa numa tigela menos o granulado, batendo bem. Por último, misture levemente o granulado com uma colher. Ligue o forno. Unte uma fôrma de furo com margarina,
enfarinhe, despeje a massa e leve ao forno médio, já aquecido. Deixe assar durante 45/50 minutos.
Espete com um palito; se sair seco, já está assado. Tire do forno com um pano, espere esfriar um pouco,
desenforme em cima de um prato grande e cubra com a calda de chocolate.
15 TEXTO 15 - Gênero: Receita culinária. Total de palavras para prática de fluência leitora: 178.
Azevedo, Ricardo. Você diz que sabe muito, borboleta sabe mais! São Paulo: Moderna, 2007, p.58 e 59.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 16
Reportagem16
16 TEXTO 16 - Gênero: Reportagem.
Revista Veja – 08/06/2011
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TEXTO 17
Pet: pra quê te quero17
Conheça as vantagens e desvantagens desse material comum em garrafas de bebidas
Não precisa procurar muito, pois é bem fácil encontrá-lo: o PET – sigla para polietileno tereftalato – é usado na
fabricação de uma porção de coisas, como garrafas de refrigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos,
produtos de higiene e limpeza, cosméticos e fibras têxteis.
Mas você tem ideia do que é esse composto presente em
produtos tão diferentes?
Resposta: um polímero termoplástico. Diz-se “polímero” porque o PET é formado por moléculas muito grandes
produzidas pela união de muitas moléculas de um composto
menor, o etileno tereftalato. Já o “termoplástico” quer dizer
que pode ser derretido e solidificado diversas vezes – assim como vidro, ferro e alumínio –, o que torna
possível sua reciclagem.
A quantidade de PET consumida pelo Brasil (521 mil toneladas) seria suficiente para fabricar 11
bilhões de garrafas de 2 litros.
O PET foi descoberto pelos químicos ingleses John Rex Whinfield e James Tennant Dickson em
1941. Após a descoberta, eles conseguiram produzir fibras de PET para substituir o algodão, o linho
e a lã, que estavam em falta devido ao desabastecimento provocado pela Segunda Guerra Mundial.
A fibra de PET foi lançada no mercado pela indústria ICI com o nome de Terylene. Depois, outras
indústrias começaram a produzir a fibra com os nomes diferentes. Mas, apesar de ter alcançado grande popularidade entre os anos 1950 e 1970, o uso atual de fibras têxteis 100% PET é restrito a determinadas aplicações, como a confecção de uniformes esportivos, por exemplo. É muito mais comum o
uso de fibras mistas de algodão e PET – o tecido identificado nas etiquetas como contendo poliéster.
Na fabricação de embalagens, o PET revolucionou o mercado da produção de garrafas a partir
dos anos de 1970, com a invenção do processo de injeção e sopro , no qual o PET derretido é soprado
para dentro de um molde, adquirindo a forma desejada quando resfria. No Brasil, as embalagens feitas
de PET começaram a ser usadas em 1988. O sucesso em todo o mundo foi grande, pois esse tipo de
embalagem apresenta várias vantagens: são transparentes, inquebráveis, impermeáveis e leves, o que
diminui o custo de transporte do produto.
As embalagens PET descartadas geram um grande problema ambiental, uma vez que demoram
mais de 100 anos para decompor .
17 TEXTO 17 - Gênero: Informativo. Total de palavras para prática de fluência leitora: 569.
Revista Ciência Hoje para Crianças -http://chc.cienciahoje.uol.com.br/pet-para-que-te-quero/
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Por outro lado, há desvantagens. As matérias primas usadas na produção do PET são derivadas
do petróleo, sendo, por isso, consideradas matérias primas não renováveis. Além disso, as embalagens
descartadas no lixo geram um grande problema ambiental, uma vez que demoram mais de 100 anos
para decompor. Por isso, há um grande estímulo para a reciclagem deste material.
No Brasil, reciclamos 51% das garrafas utilizadas, o que nos coloca em segundo lugar entre os
países que mais reciclam este tipo de material, atrás apenas do Japão. O PET reciclado é usado principalmente para a fabricação de cordas, fios de costura e cerdas de vassouras e escovas.
Sempre que você for descartar uma garrafa PET, lembre-se de jogá-la numa lixeira que faça coleta seletiva de lixo e encaminhe o material para reciclagem.
Se você quiser ajudar a aumentar ainda mais a reciclagem do PET, é fácil: procure cestos de coleta
seletiva de plásticos, geralmente na cor vermelha, e coloque suas garrafas vazias lá! O meio ambiente
agradece…
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 18
Como se fosse dinheiro18
Todos os dias, Catapimba levava dinheiro para a escola para comprar o lanche. Chegava no bar,
comprava um sanduíche e pagava seu Lucas. Mas seu Lucas nunca tinha troco:
- Ô, menino, leva uma bala que eu não tenho troco.
Um dia, Catapimba reclamou de seu Lucas:
- Seu Lucas, eu não quero bala, quero meu troco em dinheiro,
- Ora, menino, eu não tenho troco. Que é que eu posso fazer?
- Ah, eu não sei! Só sei que quero meu troco em dinheiro!
- Ora, bala é como se fosse dinheiro, menino! Ora essa...
Catapimba ainda insistiu umas duas ou três vezes. A resposta era sempre a mesma:
- Ora, menino, bala é como se fosse dinheiro... Então, leve um chiclete, se não gosta de bala.
Aí, o Catapimba resolveu dar um jeito. No dia seguinte, apareceu com um embrulhão debaixo do
braço. Os colegas queriam saber o que era. Catapimba ria e respondia:
- Na hora do recreio, vocês vão ver...
E, na hora do recreio, todo mundo viu. Catapimba comprou o seu lanche. Na hora de pagar, abriu
o embrulho. E tirou de dentro... uma galinha. Botou a galinha em cima do balcão.
- Que é isso, menino? – perguntou seu Lucas.
- É pra pagar o sanduíche, seu Lucas. Galinha é como se fosse dinheiro... O senhor pode me dar
o troco, por favor?
Os meninos estavam esperando para ver o que seu Lucas ia fazer. Seu Lucas ficou um tempão
parado, pensando... Aí colocou umas moedas no balcão:
- Está aí seu troco, menino!
E pegou a galinha, para acabar com a confusão.
No dia seguinte, todas as crianças apareceram com embrulhos debaixo do braço. No recreio, todo
mundo foi comprar lanche. Na hora de pagar...
Teve gente que queria pagar com raquete de pingue-pongue, com papagaio de papel, com vidro
de cola, com geléia de jabuticaba...
O Armandinho quis pagar um sanduíche de mortadela com o sanduíche de goiabada que ele tinha
levado... Teve gente que também levou galinha, pato, peru... E, quando seu Lucas reclamava, a resposta
era sempre a mesma:
- Ué, seu Lucas, é como se fosse dinheiro...
Mas seu Lucas ficou chateado mesmo quando apareceu o Caloca puxando um bode. Aí, seu Lucas
correu e chamou a diretora. Dona Júlia veio e contaram pra ela o que estava acontecendo. E sabe o
que ela achou? Pois achou que as crianças tinham toda razão.
18 TEXTO 18 - Gênero: Conto moderno. Total de palavras para prática de fluência leitora: 574.
Rocha, Ruth. Como se fosse dinheiro. São Paulo: FTD, 2004.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Sabe, seu Lucas – ela falou -, bode não é como se fosse dinheiro. Galinha também não é. Até aí
o senhor tem razão. Mas bala também não é como se fosse dinheiro e muito menos chiclete.
Seu Lucas se desculpava:
- É, mas quando eu não tiver troco?
- Aí, o senhor anota, e no outro dia paga.
Os meninos fizeram uma festa, deram pique-pique pra dona Júlia e tudo.
Naquele dia, nem houve mais aula. Mas o melhor de tudo é que todos do bairro ficaram sabendo
do caso.
E, agora, seu Pedro da farmácia não dá mais comprimidos de troco, seu Ângelo do mercado não
dá mais caixas de fósforo de troco... Nenhum comerciante dá mais mercadoria como se fosse dinheiro.
Afinal, ninguém quer receber um bode em pagamento, como se fosse dinheiro. É, ou não é?
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TEXTO 19
Diário19
19 TEXTO 19 - Gênero: Diário. Total de palavras para prática de fluência leitora: 305.
Kinney, Jeff. Diário de um banana: Rodrick é o cara.São Paulo: Veragara & Riba Editoras, 2009, p. 160,161, 162 e 163.
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TEXTO 20
A bela e a fera20
Era uma vez um comerciante que tinha filha
muito linda; era tão linda que seu pai passou a
chamá-la de Bela.
Certa ocasião, quando o pai estava voltando de viagem, ele acabou de perdendo. Foi
parar em frente a um castelo que parecia estar
abandonado. Como era tarde, acabou pernoitando no castelo.
Na manhã seguinte, foi até o jardim do castelo
e cortou uma rosa para dar à filha bela. Apareceu então
uma fera furiosa, que foi logo dizendo:
- Como ousas roubar as rosas do meu jardim? Morrerás por causa disto!
- Desculpe! Estava apenas colhendo uma rosa para minha filha – disse o comerciante.
A fera não quis nem saber, estava muito furiosa e decidiu prendê-lo.
O comerciante muito triste rogou à fera:
- Eu lhe imploro, deixe-me ver minha filha querida mais uma vez; depois voltarei ao
castelo!
A fera concedeu-lhe o pedido. Voltou chorando à casa para contar à filha o acontecido.
Bela decidiu voltar com o seu pai para o castelo. Chegando ao castelo, ela pediu à
fera para ficar no lugar do pai. A fera concordou e o pai foi embora triste com medo
de que a filha pudesse morrer no lugar dele.
Apesar do medo de morrer, a Bela foi percebendo que a fera a tratava bem. Com o
passar dos dias, o monstro apaixonou-se pela bela, pedindo-a até em casamento. Bela
não aceitou, mas ofereceu sua amizade.
Alguns dias mais tarde Bela pediu permissão à Fera para que pudesse visitar o pai
dela. A Fera concordou. O seu pai estava muito triste pensando até que Bela tivesse
morrido. Ela já estava bastante idoso quando Bela o visitou. Ficou muito alegre.
Quando Bela retornou ao castelo, encontrou a Fera muito triste e doente. Estava
assim porque sentia muita falta de Bela. Neste momento a Bela beijou a Fera e houve
uma grande transformação. A Fera transformou-se num lindo príncipe. A Bela apaixonou-se por ele.
O príncipe, então, contou sua história para Bela. Ambos se casaram e viveram felizes para sempre.
20 TEXTO 20 - Gênero: Conto de fadas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 377.
Buck, W. A bela e a fera. Clássicos eternos. Editora M&W.
5 ANO
o
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LÍNGUA PORTUGUESA
SUMÁRIO
Texto 01 ............................................................................................................................................39
Texto 02 ............................................................................................................................................40
Texto 03 ............................................................................................................................................41
Texto 04 ............................................................................................................................................42
Texto 05 ............................................................................................................................................43
Texto 06 ............................................................................................................................................44
Texto 07 ............................................................................................................................................46
Texto 08 ............................................................................................................................................47
Texto 09 ............................................................................................................................................52
Texto 10 ............................................................................................................................................53
Texto 11 ............................................................................................................................................56
Texto 12 ............................................................................................................................................57
Texto 13 ............................................................................................................................................58
Texto 14 ............................................................................................................................................60
Texto 15 ............................................................................................................................................61
Texto 16 ............................................................................................................................................62
Texto 17 ............................................................................................................................................64
Texto 18 ............................................................................................................................................66
Texto 19 ...........................................................................................................................................67
Texto 20 ............................................................................................................................................68
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LÍNGUA PORTUGUESA
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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TEXTO 01
A assembleia dos ratos1
Era uma vez uma colônia de ratos, que viviam com medo de um gato. Resolveram fazer uma assembleia para encontrar um jeito de acabar com aquele transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim, um jovem e esperto rato
levantou-se e deu uma excelente ideia:
— Vamos pendurar uma sineta no pescoço do gato e assim, sempre que ele estiver por perto ouviremos a sineta tocar e poderemos fugir correndo. Todos os ratos
bateram palmas; o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que tinha permanecido calado, levantou-se de seu canto e disse:
— O plano é inteligente e muito bom. Isto com certeza porá fim às nossas preocupações. Só falta uma coisa: quem vai pendurar a sineta no pescoço do gato?
Moral da história:
Falar é fácil, fazer é que é difícil.
1 TEXTO 1— Gênero: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 159.
ESOPO — Fabulista grego do século VI a.C.
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TEXTO 02
Pão de minuto2
INGREDIENTES
•
•
•
•
•
•
2 xícaras de chá de farinha de trigo peneirada
2 ovos
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de manteiga ou margarina
1 colher de sopa de fermento em pó
1 colher de chá de sal
MODO DE FAZER
Peneire a farinha de trigo numa tigela. Forme um buraco no centro da farinha e coloque os ovos,
o açúcar, a margarina, o fermento em pó e o sal. Misture os ingredientes e amasse-os suavemente até
a massa soltar das mãos. Faça bolinhas com a massa e coloque-as em assadeira untada com manteiga
ou margarina. Pincele gema de ovo nos pãezinhos, se quiser. Asse-os em temperatura média por mais
ou menos 15 minutos. Dica: Se quiser, antes de assar os pãezinhos, recheie cada um deles com um
pedacinho de queijo.
2 TEXTO 2: Gênero: Receita culinária. Total de palavras para prática de fluência leitora: 171.
Cereja, William Roberto e Magalhães, Thereza Cochar. Portugês Linguagens 3º ano. São Paulo. Atual, 2006, p.124 e 125.
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TEXTO 03
Barangandão arco-íris3
Material
•
•
•
•
1 folha de jornal
Folhas de papel de cores diversas
1 pedaço de barbante de 60 centímetros
Cola
Modo de fazer
•
•
•
•
•
Dobre a folha de jornal várias vezes.
Recorte tiras de papel colorido.
Faça um tipo de sanduíche com o jornal.
Cole as tiras dentro do jornal dobrado.
Amarre bem forte o jornal com o barbante.
Como brincar
•
•
Segure a ponta solta do barbante.
Gire, jogue para cima, faça muitos movimentos.
3 TEXTO 3: Instruções. Total de palavras para prática de fluência leitora: 108.
Leite, Márcia, Morelli, Bia e Guimarães, Luciana.Promeiros Textos: alfabetização. São Paulo. FTD, 2001, p.112 e 113.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 04
Biografia4
CÂNDIDO PORTINARI
Cândido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903,
numa fazenda de café, em Brodósqui, interior do Estado de
São Paulo. Filho de imigrantes italianos e de origem humilde, desde pequeno já manifesta sua vocação artística.
Em 1919, decidido a tornar-se pintor vai para o Rio de
Janeiro onde se matricula como aluno livre na Escola Nacional de Belas Artes.
Em 1928 recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, da exposição Geral de Belas Artes, com o
“Retrato do Poeta Olegário Mariano”.
Em maio de 1929 faz sua primeira exposição individual, com 25 retratos, no Palace Hotel do Rio
de Janeiro. Neste mesmo ano vai para Paris, onde permanece até 1930. Lá conhece Maria Victoria
Martinelli, sua companheira de toda a vida. Retorna ao Brasil em 1931.
Em 1935 obtém seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda Menção Honrosa no Carnegie de Pittsburgh, Estados Unidos, com a tela “Café”, que retrata uma cena de colheita típica de sua
região de origem.
Aos poucos, sua inclinação muralista revela-se nos painéis executados para o Monumento Rodoviário, na Via Presidente Dutra, em 1936 e nos afrescos do recém construído edifício do Ministério
da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, realizados entre 1936 e 1944. Em 1939 executa três grandes
painéis para o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York e o Museu de Arte Moderna de Nova
York adquire sua tela “Morro do Rio”. Neste mesmo ano nasce João Cândido, único filho de Portinari
e Maria.
Em 1940, participa de uma mostra de arte latino-americana no Riverside Museum de Nova York
e expõe individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York,
com grande sucesso de crítica, venda e público.
Em 1946, Portinari volta a Paris para realizar, na Galeria Charpentier, a primeira exposição em
solo europeu. Foi grande a repercussão, tendo sido agraciado, pelo governo francês, com a Legião de
Honra.
Em 1952, atendendo à encomenda do Banco da Bahia, realiza outro painel com temática histórica: A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia, e inicia os estudos para os painéis Guerra e Paz,
oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em
1956, os painéis, medindo cerca de 14 x 10m cada, os maiores pintados por Portinari, encontram-se
no hall de entrada dos delegados do edifício-sede da ONU, em Nova York.
4 TEXTO 4 — Gênero: Biografia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 566.
Retirado de: http://www.pinturabrasileira.com/artistas_bio.asp?cod=93&in=1
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Em 1954, Portinari realiza, para o Banco Português do Brasil, o painel Descobrimento do Brasil.
Neste mesmo ano, tem os primeiros sintomas de intoxicação das tintas, que lhe será fatal. Em 1955
recebe a Medalha de Ouro, concedida pelo International Fine Arts Council de Nova York, como o melhor pintor do ano.
No final da década de 50 Portinari realiza diversas exposições internacionais, expondo em Paris
e Munique em 1957. É o único artista brasileiro a participar da exposição “50 Anos de Arte Moderna”,
no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958, e expõe como convidado de honra, em sala especial,
na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México.
Em 1961 o pintor têm diversas recaídas da doença que o atacara em 1954 — a intoxicação pelas
tintas —, entretanto, lança-se ao trabalho para preparar uma grande exposição, com cerca de 200
obras, a convite da Prefeitura de Milão.
Cândido Portinari falece no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação pelas tintas que
utilizava.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 05
Aladim e a lâmpada maravilhosa5
Aladim caminhava por uma viela estreita e escura quando um cálido brilho no chão chamou
sua atenção.
Aproximando-se, viu que era uma lâmpada.
Estava a olhá-la por vários ângulos quando viu sob a poeira algo que parecia ser algum escrito.
Passou a mão no local e subitamente uma grande luz branca começou a surgir do bico da
lâmpada.
Aladim assustou-se e deixou cair a lâmpada, enquanto uma grande forma humana masculina ia
se formando no espaço antes vazio.
Ao invés de terminar em pés, suas pernas se afunilavam na direção do bico da lâmpada.
A forma algo fantasmagórica flutuava envolta por uma aura oscilante.
Antes que Aladim pudesse sequer avaliar a situação, a forma disse com voz grave e firme:
— Sou o Gênio da Lâmpada, e você tem direito a um desejo.
Recobrando-se, Aladim compreendeu logo a situação e, sem questionar porque era um só desejo,
já ia dizendo algo quando o Gênio continuou:
— Mas há três condições.
Três condições? Onde já se viu gênio ter condições para atender desejos?
Aladim continuou ouvindo.
— Primeira condição: o que quer que você deseje, deve se realizar antes em sua mente.
Aladim já ia perguntar o que isto queria dizer, mas o Gênio não deixou:
— Segunda condição: o que quer que você deseje, deve desejar integralmente, sem conflitos.
Desta vez Aladim esperou.
— Terceira condição: o que quer que você deseje, deve ser capaz de continuar desejando para
continuar a ter.
Aladim, ansioso por dizer logo o que queria, fez o primeiro desejo assim que pôde falar:
— Eu quero um milhão de dólares!
— Já se imaginou tendo um milhão de dólares?
Aladim agora entendera o que queria dizer a primeira condição.
Na mesma hora vieram à sua mente imagens de si mesmo nadando em dinheiro, comprando
muitas coisas, mas ao se imaginar, questionou-se se teria que compartilhar parte do dinheiro com
pobres ou outras pessoas.
Aí entendeu a segunda condição, e percebeu que seu desejo não poderia ser atendido.
Aladim então buscou então algum desejo que poderia ter sem conflitos.
5 TEXTO 5 — Gênero: Conto maravilhoso. Total de palavras para prática de fluência leitora: 619.
Retirado de: http://www.contandohistorias.com.br/historias/2006100.php
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Pensou, pensou, buscou e por fim disse ao Gênio:
— Senhor Gênio, eu quero uma companheira bela, sábia e carinhosa.
Aladim tinha se imaginado com uma mulher assim e sentiu que aquilo ele queria de verdade, sem
qualquer conflito.
O Gênio fez um gesto e de sua mão saiu um feixe de luz esverdeada na direção do coração de
Aladim.
Este teve uma alucinação, como um sonho, de estar vivendo com uma mulher bela, sábia e carinhosa por vários anos.
E viu-se então enjoado, não a queria mais depois de tanto tempo.
Voltando à realidade, Aladim lembrou-se das cenas e viu que aquele desejo também não poderia
ser atendido.
Entristeceu-se, pensando que jamais poderia querer e continuar querendo algo sem conflitos.
Algo aparentemente aconteceu.
O rosto de Aladim iluminou-se, e ele se empertigou todo para dizer ao Gênio que já sabia o
que queria.
— Sim? O Gênio foi lacônico. Aladim completou, em um só fôlego:
— Eu desejo que você me dê a capacidade de realizar os desejos que eu imaginar em minha
mente sem conflitos!
Final 1
O Gênio estendeu uma das mãos e, projetando um jato de luz multicolorida em Aladim, transformou-o em um Gênio da Lâmpada.
Final 2
Algo inesperado aconteceu: o Gênio foi se soltando da lâmpada, formaram-se duas pernas completas no seu corpo e ele desceu devagar até finalmente apoiar-se no chão, em frente a Aladim, que
o olhava com um ar interrogador.
— Obrigado, disse o Gênio, sorridente.
Estava escrito que eu seria libertado quando alguém pedisse algo que já tivesse!
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TEXTO 06
A lua que eu te dei6
Ivete Sangalo
Posso te falar dos sonhos
Das flores
De como a cidade mudou
Posso te falar do medo
Do meu desejo, do meu amor...
Posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver
No céu a Lua
Que um dia eu te dei...
Gosto de fechar os olhos
Fugir no tempo
De me perder
Posso até perder a hora
Mas sei
Que já passou das seis...
Sei que não há no mundo
Quem possa te dizer
Que não é tua
A Lua que eu te dei...
Pra brilhar
Por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu Amor...
Eu posso falar
Da tarde que cai
E aos poucos deixa ver
No céu a Lua
Que um dia eu te dei...
Pra brilhar
Por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu amor...
Durma bem
Me queira bem
Meu Amor...
TEXTO 07
6 TEXTO 6 — Gênero: Letra de canção. Total de palavras para prática de fluência leitora: 166
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Cuidado com o menino7
Era uma vez — não faz muito tempo assim e num lugar não muito longe — um menino que entrou
por um atalho que atravessava uma floresta...
...e foi capturado por um lobo faminto.
— Que bobinho... — disse o lobo, sorrindo.
E levou o menino para sua caverna.
— O que é que você vai fazer comigo? — perguntou o menino.
O lobo lambeu os beiços e respondeu:
— Eu vou te comer, é claro.
— Assim? Cru? — perguntou o menino.
O lobo urgiu.
— Quer dizer...— suspirou o garoto — ...você não vai nem me cozinhar antes?
O lobo pensou um pouco.
— ...e então... — disse em seguida — ... o que é que você sugere?
— Bom, acontece que eu sei uma receita ótima, de Sopa de Menino.
O lobo, que estava com fome e também era guloso, mal conseguia se conter.
— Hummmmm!!! — estava babando. — Do que é que eu preciso?
E o menino disse.
Sopa de Menino
Ingredientes:
(para servir um lobo faminto)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Um menino (de tamanho médio)
Um caldeirão de ferro bem grande
Uma tonelada de batatas
Um montão de cebolas
Uma tina de rabanetes
Uma carroça cheia de cenouras
Balas de frutas
Um poço cheio de água
Um barril cheio de tijolos
Uma colher de pedreiro
7 TEXTO 7 — Gênero: Conto moderno. Total de palavras para prática de fluência leitora: 1161.
Blundell, Tony. Cuidado com o menino. São Paulo: Editora Moderna, 1999.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
Modo de fazer:
1.
2.
3.
4.
Primeiro, pegue o menino.
Lave-o bem, principalmente atrás das orelhas.
Coloque-o firmemente dentro do caldeirão de ferro.
Acrescente água, batatas, cebolas, rabanetes, cenouras e mais as balas de fruta para
temperar.
5. Sente-se no barril de tijolos e mexa bem, até quinta-feira, usando a colher de pedreiro.
E lá se foi o lobo atrás de todos esses ingredientes.
Correu de um lado para o outro,
para lá e para cá,
para cima e para baixo,
daqui para ali,
por todo o lado,
por todo o canto.
Quando o lobo voltou, o menino conferiu tudo.
— Mas que lobo bobo! Você esqueceu o sal! — disse ele.
O lobo ficou sem graça.
— Você não falou que precisava de sal — resmungou.
— Bem, mas não fez mal — disse o menino. — Acabei de me lembrar de um prato ainda mais
gostoso, que por caso, não precisa de sal.
A barriga do lobo começou a roncar muito alto.
— Ótimo! — exclamou. — Então me diga, me diga!
— Chama-se Pastelão de menino — disse o menino, jogando uma bala na boca — e é três vezes
mais gostoso do que Sopa de menino.
— Hummmm! — fez o lobo.
— Mas você vai precisar de umas coisinhas....
Pastelão de menino
Ingredientes:
(para servir um lobo faminto e mal humorado)
•
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Um menino (que não seja magro demais)
Uma fôrma de pastelão, bem grande
Três morrinhos de farinha de trigo
Uma vaca cheia de leite
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
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Uma pedação de banha
Seis sacos de cimento
Um carregamento de alho-poró
Uma tanque de feijão
Um caixote de cenoura
Uma pá
Um chapéu de vaqueiro
Um ioiô amarelo.
Modo de fazer:
1.
2.
3.
4.
5.
Com a pá, misture bem a farinha, o leite e a banha para fazer a massa.
Deixe o menino, com todo o conforto, na fôrma de pastelão.
Recheie os bolsos dele com alho-poró, feijão e cubra com a massa.
Coloque o ioiô no chapéu e sente-se em cima.
Observe o pastelão de hora em hora, e depois todos os dias, até dourar.
E lá se foi o lobo atrás de todos esses ingredientes.
Correu de uma lado para o outro,
para lá e para cá,
para cima e para baixo,
daqui para ali,
por todo o lado,
por todo o canto.
Quando o lobo voltou esbaforido, soprando e bufando, o menino examinou as mercadorias.
— Mas que lobo bobo! Você esqueceu o sal! — disse ele. O lobo ficou de pernas bambas.
— Mas você disse que esta receita não precisava! — resmungou.
— É, só que precisa — disse o menino. — Mas não faz mal. Acabei e me lembrar do prato mais
incrivelmente gostoso que já existiu. E este não precisa mesmo de sal...
O lobo já estava quase resolvendo ficar mesmo com menino cru.
Levantou as orelhas...
— Pois então, vamos — rosnou. — Fale de uma vez!
— Chama-se Bolo de Menino — disse o menino. — E é dez vezes mais gostoso do que Pastelão de
Menino!
— E imagino... — suspirou o lobo, desanimado — ...que só vou precisar de umas coisinhas?
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
Bolo de menino
Ingredientes:
(para ser um lobo esfomeado e exausto)
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Um menino (do tamanho que você quiser)
Uma bandeira
Um tablete grande de manteiga
Um latão de lixo cheio de
açúcar mascavo
Cinco baldes de bombeiro
cheios de farinha com fermento
Uma bolsa de ovos
Uma casinha de tijolos
Um carrinho de mão
cheio de nozes
Uma sacola de uvas
passas
Uma penca de bananas
Uma bicicleta vermelha
Duas portas de celeiro
Uma praia cheinha
de areia
Um ramo de flores
Modo de fazer:
1. Deixe o menino vendo televisão num quarto quentinho.
2. Bata a manteiga, a farinha, o açúcar mascavo e os ovos dentro da banheira.
3. Misture nas portas de celeiro bananas, uvas passas e nozes.
4. Acrescente com cuidado a bicicleta, a areia e as flores.
5. Se chover, fique na casinha.
Mais uma vez, o lobo saiu pela floresta. Aos trambolhões.
Tropeçou de um lado para o outro,
para lá e para cá,
para cima e para baixo,
daqui para ali,
por todo lado,
por todo canto.
Passou um bom tempo até o lobo voltar, sem fôlego, debaixo de uma montanha de ingredientes.
O menino olhou, olhou...
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
— Mas que lobo mais bobo! — disse ele, abanando a cabeça. — Você esqueceu o sal.
Ouviu-se um barulhão quando o lobo desmaiou.
Caiu o lobo.
Caíram as portas de celeiro.
Caiu a bicicleta.
Caiu a casinha.
Caíram o carrinho de mão, as nozes e as passas.
Caíram os baldes de bombeiro, a manteiga e o latão de lixo.
Caíram as bananas, os ovos e a areia.
Ainda bem que o menino conseguiu agarrar as flores.
O lobo ficou estatelado.
— Tirando uma soneca no meio da tarde, seu lobo, que feio... — disse o menino enquanto misturava o cimento, a água e a areia.
— Você devia era fazer mais exercício — continuou ele enquanto colocava os tijolos um em cima
do outro e construía uma parede bem na entrada da caverna do lobo.
— Mas que lobo mais bobo... — pensou ele, voltando de bicicleta pela floresta.
Quando ele chegou em casa, sua mãe já estava esperando.
— Mãe, mãe! — chamou ele. — Peguei um atalho pela floresta e fui apanhado por um lobo faminto, que me deu estas balas, este chapéu e uma bicicleta nova. E ainda mandou estas flores para você.
— Pelo jeito, era um sujeito simpático — disse a mãe. — Agora venha jantar enquanto a comida
está quente.
Coisa que o lobo não fez naquela noite.
MORAL DA HISTÓRIA: Nunca se esqueça do sal!
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 08
Papagaio congelado8
Um dia, um sujeito ganhou de presente um papagaio.
O bicho era uma praga. Não demorou muito, logo se espalhou pela casa.
Atendia telefone.
Gritava e falava sozinho nas horas mais inesperadas.
Dava palpite nas conversas dos outros.
Discutia futebol.
Fumava charuto.
Pedia café, tomava, cuspia, arregalava os olhos esparramava semente de girassol e coco por todo
lado, gargalhava e ainda gritava para o dono de casa: “ô seu doutor, vê se não torra faz favor!”.
Uma noite, a família recebeu uma visita para jantar. O papagaio não gostou da cara do visitante
e berrou: “vai embora, ratazana!” e começou a falar cada palavrão cabeludo que dava medo.
Depois que a visita foi embora, o dono da casa foi até o poleiro. Estava furioso:
— Seu mal educado, sem vergonha de uma figa! Estou cheio! Agora você vai ver o que é bom
pra tosse.
Agarrou o papagaio pelo cangote e atirou dentro da geladeira:
— Vai passar a noite aí de castigo!
Depois, fechou a porta e foi dormir..
No dia seguinte, saiu atrasado para o trabalho e esqueceu o coitado preso na geladeira.
Só foi lembrar do bicho à noite, quando voltou para casa.
Foi correndo abrir a geladeira.
O papagaio saiu trêmulo e cabisbaixo, com cara arrependida, cheio de pó gelado na cabeça.
Ficou de joelhos.
Botou as duas asas na cabeça.
Rezou.
Disse pelo amor de Deus.
Reconheceu que estava errado.
Pediu perdão.
Disse que nunca mais ia fazer aquilo.
Jurou que nunca mais ia fazer coisa errada, que nunca mais ia atender telefone e interromper
conversa, nem xingar nenhuma visita.
Jurou que nunca mais ia dizer palavrão e nem “vai embora ratazana”.
Depois, examinando o homem com olhos arregalados, espiou dentro da geladeira e perguntou:
— Queria saber só uma coisa: o que é que aquele franguinho pelado, deitado ali no prato, fez?
8 TEXTO 8 — Gênero: Piada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 337.
Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo. São Paulo: Editora Ática, 2002, p 18, 19 e 20.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 09
Um curumin, um pajé e a lenda do Ceará9
Vento que sopra do mar
Enquanto a tarde desmaia
Vem contar-me a antiga lenda
Que corre da serra à praia:
A lenda do Ceará,
“Terra onde canta a Jandaia”.
Dizem que há muito tempo
No mais distante passado
Onde hoje é o Ceará
O nosso querido Estado
Era um chão virgem, somente
Por nativos habitado.
Nossos índios eram livres,
Dos litorais às ribeiras,
Nos sertões e altas serras
Viviam tribos guerreiras
E as Jandaias cantavam
Pelas copas das palmeiras.
Até que um dia homens maus
Chegaram aqui pelo mar,
Vindos de outras nações
Para esta terra explorar
E pela força e astúcia
Puderam, enfim, dominar.
Nossos índios reagiram
Aos tais colonizadores,
Uns morreram, outros fizeram
Acordo com os invasores...
Pois os vencidos se tornam
Escravos dos vencedores!
Num tempo ainda distante,
Mas já próximo do presente,
Quando com a posse das terras
Ficou o branco somente,
No litoral tinha ainda
Uma tribo remanescente.
E nessa tribo um costume
Ainda era preservado:
Sentava-se um Pajé velho
Por curumins rodeado
Junto à fogueira e contava
As histórias do passado
Foi assim que certa noite,
Sentado junto à fogueira,
Um curumim curioso
Pedia por brincadeira:
— Vovô, nos conte a história
Da nossa gente guerreira!
9 TEXTO 9 — Gênero: Lenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 660.
Rinaré, Rouxinol do. Um curumim, um pajé e a lenda do Ceará.Fortaleza: IMEPH, 2007.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
O velho Pajé calou-se
Como quem sofre um dilema
Depois disse: — Por Tupã,
Nosso Deus, Força Suprema,
Vou falar de nossos pais
Coatiabo e Iracema.
Nós renascemos de dois povos
De fibra e coragem raras
Dos que vivam nas serras,
Os valentes Tabajaras
E dos povos do litoral,
Valorosos Pitiguaras.
Sendo nações inimigas,
Entre si faziam guerras.
E quando os guerreiros brancos
Apontaram em nossas terras
Uns se uniram aos Pitiguaras,
Outros aos povos das serras.
Martim, um guerreiro branco,
Um dia chegou aqui.
Tinha a pela cor de areia
E dos raios da mãe Jaci.
Viveu entre os Pitiguaras
Como um irmão de Poty.
Coatiabo é nome índio
Que um dia lhe foi dado
E em tupi-guarani
Quer dizer “Homem Pintado”.
Por se pintar como nós
Martim assim foi chamado.
Havia entre o Tabajaras
Uma virgem bela e pura
Que tinha os lábios de mel,
Uma deusa em formosura,
De longos cabelos negros
Como a noite mais escura.
Era filha de um Pajé
E se chamava Iracema.
Foi consagrada a Tupã
Desposá-la era um problema
Por ser ela a guardiã
Do segredo da Jurema.
Com Poty, o grande chefe,
Martim foi para uma caçada,
Mas perdeu-se do amigo
Dentro da mata fechada
E numa lagoa encontrou
A linda virgem sagrada.
Assustada, num impulso,
Com a flecha, ela o feriu.
Martim sangrava, porém
Com ternura lhe sorriu
Quebrou Iracema a flecha,
Porque remorso sentiu.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Deixou Iracema grávida,
Sentindo infelicidade.
Sozinha em sua cabana
Definhava de saudade
Enquanto o guerreiro longe
Lutava com destemor,
Iracema dava à luz
O fruto do seu amor,
E o chamava de Moacir
Em tupi, “Filho da Dor”!
Desse casual encontro
Nasceu um amor fiel
Entre Martim e a índia
Que tinha os lábios de mel,
Muito embora ela, mais tarde,
Provasse um amargo fel...
Pois, pra viver esse amor,
Enfrentou duro castigo
Deixou o pai que amava,
Pôs sua vida em perigo
E viu seus irmãos caírem
Mortos pelo inimigo.
Entre os rivais do seu povo
Fora viver com Martim,
Uniu-se a ele por laços
Que só a morte põe fim,
Porque, do guerreiro branco,
Esperava um curumim.
Martim partiu, foi pra guerra,
Devido à necessidade.
Ela amamentava o filho
Como manda a natureza,
Mas os seus seios secaram
Devido à grande fraqueza,
Por não mais se alimentar,
Vencida pela tristeza.
Martim, ao voltar da guerra,
De remorso estremeceu,
Ao ver Iracema frágil,
Que erguendo o filho seu
Ao entregar-lhe o menino
Sem forças desfaleceu.
Cantava triste a Jandaia,
O mar na praia gemia,
O sol pálido no horizonte
Tímido seu rosto escondia,
Quando Iracema nos braços
Do seu esposo morria.
Rosto molhado de pranto,
Incapaz de prosseguir,
Nosso mestiço Pajé
Após muito refletir
Revelou, enfim, que ele
Era o próprio Moacir!
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 10
Poema do tamanho10
Será que o tamanho é bom?
Será que o tamanho deu?
Pra mim, o melhor tamanho
Vai ser o tamanho meu
Mais alto que um gigante
Mais baixo que um pigmeu
Pra mim, o melhor tamanho
Vai ser o tamanho meu
Tanto faz medir com régua
Tem gente maior que eu
Pra mim, o melhor tamanho
Vai ser o tamanho meu
Tanto faz medir com fita
Tem gente menor que eu
Pra mim, o tamanho certo
Pra mim o tamanho exato
Pra mim o melhor tamanho
Vai ser o meu!
10
TEXTO 8 — Gênero: Poema. Total de palavras para prática de fluência leitora: 122.
Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo. São Paulo: Editora Ática, 2002, p. 66 e 67.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 11
Parlenda11
Da tradição popular
FUI À FEIRA
Fui à feira comprar uva
Encontrei uma coruja
Eu pisei na cauda dela
Me chamou de cara suja
Que danada essa coruja!
MEIO DIA
Meio dia,
Macaco assobia.
Panela no fogo,
Barriga vazia.
11
TEXTO 11 — Gênero: Parlenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 34.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 12
Cecília Meireles12
“...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda...”
(Romanceiro da Inconfidência)
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco
do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal,
Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de
1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos
do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando
ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia
Benevides.
Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer
o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.
Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, “Espectro”. Seguiram-se
“Nunca mais... e Poema dos Poemas”, em 1923, e “Baladas para El-Rei”, em 1925.
Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas:
Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda.
Publica, em Lisboa — Portugal, o ensaio “O Espírito Vitorioso”, uma apologia do Simbolismo.
Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro
agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de
educação.
Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil,
que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.
Profere, em Lisboa e Coimbra — Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.
De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).
12
TEXTO 12 — Gênero: Biografia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 456.
Retirado de: http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.
Publica, em 1939/1940, em Lisboa — Portugal, em capítulos, “Olhinhos de Gato” na revista
“Ocidente”.
Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA). Em 1942, tornase sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).
Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e
redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).
Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências,
em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.
Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de
Arte, em 1962.
No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro “Poemas de
Israel”, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens
públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura.
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 13
Quem é vivo sempre aparece13
Após sumiço de 70 anos, espécie de sagui é redescoberta na Amazônia.
O sagui ‘Saguinus fuscicollis cruzlimai’ é um dos menores macaquinhos da Amazônia e se destaca
pela coloração avermelhada de seu dorso (Foto: Ricardo Sampaio).
O carinha da foto é um mestre do esconde-esconde! Ele ficou desaparecido por quase 70 anos
e muita gente até duvidava que ele existia. Agora, foi redescoberto por biólogos do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Museu Paraense Emílio Goeldi na unidade de
conservação Floresta do Purus, na Amazônia.
A única pista que os cientistas tinham do bichinhoera uma pintura feita pelo ilustrador científico
Eládio Cruz Lima no livro Primatas da Amazônia, publicado em 1945 pelo Museu Goeldi. Com base no
desenho, o biólogo americano Philip Hershkovitz descreveu o macaquinho como sendo de uma nova
espécie, batizada de Saguinus fuscicollis cruzlimai.
Apesar disso, muitos cientistas duvidavam. “Ninguém acreditava que era uma nova espécie”,
conta o biólogo José de Sousa, do Museu Goeldi. “Pensavam que a cor avermelhada das costas do
macaquinho da pintura era devido a alguma doença ou apenas uma característica individual.”
Antes de ser redescoberta, o único registro conservado da espécie era essa ilustração de Eládio
Cruz Lima.
Com esse mistério na cabeça, o biólogo Ricardo Sampaio, do ICMBio, iniciou a busca pelo sagui
desaparecido. Durante um grande levantamento de espécies de primatas na região amazônica, o biólogo se deparou com o macaquinhomuito vivo, pulando de árvore em árvore.
“De certo modo foi uma surpresa, pois muita gente duvidava que a espécie era real e não havia
pesquisas para confirmar a sua existência”, diz Ricardo. “Mas, por outro lado, já esperávamos, pois os
escritos deixados por Hershkovitz indicavam que o sagui devia viver nessa região.”
Agora, Ricardo e outros pesquisadores trabalham para conseguir mais informações sobre a espécie, como seus hábitos e o local preciso onde vive.
Esconde-esconde, apesar de ter ficado desaparecido por tanto tempo, o biólogo acredita que o
macaquinho não seja raro, mas bem comum na região. O sagui teria ficado longe dos olhos da ciência
por tanto tempo devido aos obstáculos oferecidos pela região onde ele mora, que, além de ser de difícil
acesso, foi durante muito tempo foco de doenças como a malária.
A descoberta é mais um exemplo da riqueza natural da Amazônia. “A floresta amazônica é um
grande vazio de conhecimento e ainda há muitas espécies para serem encontradas lá”, aposta Ricardo.
13 TEXTO 13: Gênero: Notícia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 429.
Revista Ciência Hoje das crianças — http://chc.cienciahoje.uol.com.br/quem-e-vivo-sempre-aparece-2/
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 14
Meu diário14,
Amanhã
a ã entro
e t o de férias
é as e vou
ou conhecer
co ece o mar. Como é o mar? Papai me disse que parece uma
montanha enorme. É uma paisagem que a gente não cansa de admirar. Fico imaginando uma montanha mexendo, andando, indo e vindo. Mamãe falou para a gente levar só o essencial. Nada de muita
roupa. Na praia, só se usa short. Mas vou levar o vestido que a tia Lili me deu de aniversário. E, por
falar em aniversário,
De
i
á i não posso deixar
d i de
d contar como foi
f i a minha
i h última
úl i festa.
f
D manhã
h não notei
nada,
a nem parabéns ganhei.
ganhei Fui para a escola e quando voltei,
voltei nada.
nada À noitinha mamãe me pediu
pe
paraa ir ao supermercado com a Lia,
Lia minha irmã.
irmã Fui.
Fui Já tinha até esquecido o meu aniversário,
aniversário mas,
m
quando
ndo cheguei em casa, levei um susto. A casa estava toda apagada e, quando acendi a luz da sala,
s
todos estavam lá. E foi tanto abraço,
ç tanto ppresente qque qquase morri de alegria.
g E entre os mil abraços
e presentes lá estava o Branco de Neve, que, apesar do nome, era quase todo preto, apenas a cara
era branca. Branco de Neve é meu urso de pelúcia. Durmo com ele. Brinco o tempo todo com o meu
Branco. Faz parte da paisagem do meu quarto.
14 TEXTO 14: Gênero: diário. Total de palavras para prática de fluência leitora: 238.
CLAVER, Ronald. Dona palavra. São Paulo: FTD, 2002, p. 42,43).
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 15
A nova imortal15
Escritora revela que começa seus trabalhos sem saber o
final e não vê diferença entre a literatura infantil e a de adultos.
Adriana Ferranni
A escritora Ana Maria Machado, eleita neste ano para
a cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, diz que
não sente falta do tempo em que foi repórter, mas que adoraria
fazer crônicas em jornal ou revista. Ana Maria, além de escritora e
jornalista, foi pintora, professora e até chegou a estudar geografia, mas seu forte são mesmo os livros.
Em 33 anos de carreira, tem mais de 100 títulos publicados no Brasil e em 17 países, somando cerca
de 14 milhões de exemplares vendidos. Nesta entrevista ela fala sobre leitura e seu trabalho (saiba
mais sobre a escritora em www.anamariamachado.com.br).
ÉPUC — Quando você se senta para escrever, já vai com algum esqueleto da história?
Ana Maria Machado — Não, rarissimamente sei como uma história vai terminar. Em geral, escrevo muito espontaneamente, num impulso. Depois, num segundo momento, volto ao que escrevi com
um trabalho consciente de elaboração do texto.
ÉPUC — Você procura a opinião dos outros enquanto está escrevendo?
Ana Maria — Enquanto estou escrevendo, não. Esse é um poder que não dou a ninguém. Mas
depois de pronto eu entrego o texto a pessoas muito próximas e ouço o que elas dizem. Aceito que me
apontem problemas, mas não soluções para o que escrevo.
ÉPUC — Dada sua grande consagração como autora infantil, você já pensou em se dedicar um
pouco mais à literatura para adultos?
Ana Maria — Eu tenho vários livros para adultos, tanto ensaios quanto romances, mais do que
muitos autores considerados de literatura de adultos. No entanto, a mídia não toma muito conhecimento disso. Então, não adianta.
ÉPUC — Você concorda com a idéia de que «quem não aprendeu a gostar de ler até a adolescência
não aprenderá mais»?
Ana Maria — Na grande maioria dos casos, quem não teve a oportunidade na vida de descobrir
que é capaz de gostar de ler até a adolescência muito raramente vai se tornar um bom leitor depois.
15 TEXTO 15 — Gênero: Entrevista. Total de palavras para prática de fluência leitora: 472.
Revista Época — http://epoca.globo.com/especiais_online/2003/08/25_epuc/19ana.htm
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando um estudante de jornalismo me pergunta que livros deve ler, digo que deve começar por Cem
Anos de Solidão e O Velho e o Mar.
ÉPUC — Qual o significado de sua eleição para a Academia?
Ana Maria — A Academia é apenas mais uma instituição para a qual eu entro. Tem diferenças
porque, primeiro, é para a vida toda e, segundo, é a maior instituição cultural brasileira.
ÉPUC — E, após a imortalidade, quais são seus planos?
Ana Maria — Não sou uma pessoa que funcione muito por projetos. Não planejo etapas na minha
carreira, eu toco de ouvido, improviso (risos).
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COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 16
A turma16
Eu também já tive uma turma, ou melhor, fiz parte de turma e sei como é importante em certa
idade essa entidade, a turma.
A gente é um ser racional, menos quando em turma. Existe, por exemplo, alguma razão para um
grupo de pessoas sentar todo dia numa escada ou meio-fio e passar horas conversando?
Você pode falar a um filho, por exemplo, que refrigerantes engordam e chocolates dão mais
espinhas em quem já está na idade de espinhas. Ele nem ouvirá. Mas, se um dia a turma resolver, ele
passará a tomar só água com limão e pegará nojo de chocolate.
Você pode falar que cabelo tão comprido é incômodo, calorento, atrapalha, mas que nada, ele te
pedirá dinheiro para comprar mais xampu. Agora, se a turma resolver cortar careca, ele aparecerá de
repente careca no café de manhã e nem quererá falar do assunto — qual o problema em cortar careca?
Você pode dizer que bossa nova é bom, e mostar jornais e revistas, provar que só “Garota de
Ipanema” já recebeu centenas de gravações em todo o mundo, mas ele aumentará o volume do rock
pauleira ou da tecno-bost. Até o dia em que alguém da turma aparece com um CD de bossa nova e ele
troca Axel Rose por Tom Jobim de um dia para o outro.
16 TEXTO 16 — Gênero: Crônica. Total de palavras para prática de fluência leitora: 578.
Pellegrini, Domingos. Ladrão que rouba ladrão. São Paulo. Ática, 2002, p. 46, 47 e 48.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
A turma tem modas, como quando resolvem todos arregaçar as barras das calças, que usavam
arrastando pelo chão.
A turma tem traumas, como quando o namoradinho de uma se apaixona pela namoradinha de outro e...
A turma tem linguagem própria, uma variante local de um ramal regional da vertente adolescente da língua.
A turma adora sentar na calçada e na praça e falar sobre o que viram em casa na televisão.
A turma tem duplas de amigos e amigas mais chegados, e trios, e quartetos, que num grande
minueto anarquista se misturam as festas de aniversário.
Ninguém da turma dança até que alguém da turma começa a dança, aí dançam todos trocando
de par até acabarem dançando todos juntos como turma que são.
Um da turma se tatua, todos da turma querem se tatuar.
Um bota uma argola no nariz, os outros, para variar, botam no lábio, na sobrancelha e na orelha e...
A turma é isso aí, cara, uma reunião diária de espinhas e inquietações, habilidades e temperamentos, o baralho das personalidades se misturando, o jogo das informações e dos sentimento rolando
nas conversas sem fim, nas andanças sem cansaço, nas músicas compartilhadas, no refri com três
canudos e uma empadinha pra quatro.
Na turma pouco dá para todos, todo mundo divide, cada um contribui, a turma se une partilhando e repartindo.
A turma ri como só na turma se ri.
A turma julga quando erramos.
A turma castiga com silêncios e ironias.
A turma te chama, te reprime, te liberta, te revela, te rebela, te maltrata, te orgulha, te ama, e te
envolve, te afasta e te atrai, mas a turma é assim porque a turma é turma.
Até o dia em que — disse a todos os meus filhos — cansamos de ter turma e passamos a ser gente.
E todos me disseram que sou um chato, mas o primogênito hoje já concorda: o tempo da turma passa.
Mas, aqui entre nós, como dá saudade!
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TEXTO 17
Adivinha17
Qual a parte do corpo que coça mais?
O que é que todo mundo tem,
Mas quando precisa, vai buscar no armazém?
O que é, o que é:
Uma palavra de seis letras
Que tem mais de trinta assentos?
17 TEXTO 17 — Gênero: Adivinha. Total de palavras para prática de fluência leitora: 75.
Furnari, Eva. Adivinhe se puder. São Paulo: Editora Moderna, 2002, p.20, 21, 23.
Respostas: 1. Unha, 2. Canela, 3. Ônibus.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 18
Reportagem18
18 TEXTO 18 — Gênero: Reportagem.
Revista Veja — 12/12/2001
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 19
Voz na linha19
A primeira conversa telefônica aconteceu em março de
1876 e foi realizada entre o escocês Alexandre Graham Bell e
seu assistente. Ele disse: “Senhor Watson! Venha cá! Preciso
do senhor!”
Dizem que Graham Bell durante o teste de sua nova
invenção, teria chamado seu assistente após derramar ácido
na roupa.
De lá para cá, o telefone tem facilitado a comunicação
entre milhões de pessoas, diminuindo as distâncias e
aproximando os povos.
Tudo começou quando Graham Bell decidiu criar um
aparelho que ajudasse na comunicação de pessoas com
dificuldade de falar e ouvir. Ele queria transmitir a voz humana
por um fio e, depois de várias tentativas, inventou o telefone.
Um dos primeiros modelos de telefone era fixado na parede e tinha uma manivela que
precisava ser girada para a pessoa poder fazer uma ligação.
As ligações eram feitas pelas telefonistas. Elas trabalhavam em centrais telefônicas fazendo
conexão entre as linhas.
Até chegar ao modelo atual, o telefone já mudou muito. Houve um tempo em que os aparelhos
tinham ganchos e discos giratórios. Hoje, eles têm teclas e identificadores de chamadas.
Em 1979 surgiu o celular, um dos maiores avanços na história da telefonia.
Além de acabar com a necessidade do fio, os telefones celulares podem ter joguinhos, acesso à
internet e ainda tiram fotos!
19 TEXTO 19 — Gênero: Informativo. Total de palavras para prática de fluência leitora: 241.
Tulchinski, Lúcia. Invenções geniais.São Paulo: Globo, 2004, p.72 e 73.
COLETÂNEA DE TEXTOS - 5o ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 20
Resolução20
Resolvi fugir de casa,
nessa casa não dá mais.
Vou juntar tudo o que eu tenho
e não volto aqui jamais.
Dois piões e uma fieira,
meu álbum de figurinhas,
o meu jogo de botão
e a coleção de tampinhas.
Dez bolinhas e um barbante,
um balão e dois apitos,
mais dois sapos ressecados
e a coleção de palitos.
Nunca mais vou estudar,
digo adeus para a escola.
Já está tudo reunido,
vou encher esta sacola.
Mas agora eu me lembrei,
logo que a mamãe chegar,
vai ter bala de hortelã.
Vou guardar minha sacola,
deixo a fuga pra amanhã!
20 TEXTO 20 — Gênero: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 122.
Bandeira, Pedro. Cavalgando o arco-íris. São Paulo. Moderna, 2002.
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