edição maio/2016 - Fundação Penido Burnier

Transcrição

edição maio/2016 - Fundação Penido Burnier
Arquivos do Instituto Penido Burnier
VOLUME 58 (1) MARÇO 2016
Editora Chefe:
Dra. Elvira Barbosa Abreu
Conselho Editorial:
Dr. Carlos Walter Arzabe Argandona – Sta.Cruz de La Sierra/Bolívia
Dra. Eloisa Klein Lopes – Boa Vista/RR
Dra. Fernanda Nonato Federici – Campinas/SP
Dr. Gustavo Barbosa Abreu – Campinas/SP
Dr. Marcelo Carvalho Cunha – São Paulo/SP
Dr. Márcio Nogueira Costa – Campinas/SP
Dr. Marcos Alonso Garcia – Santos/SP
Dra. Maria Virgínia R. F. Miyahara – Bauru/SP
Dr. Raul Gonçalves Paula – Bauru/SP
Dra. Renata Louise Battisti Archer – Santos/SP
Dr. Rodolfo Ramirez Niemann – Temuco/Chile
Dr. Rodrigo Barbosa Abreu – Campinas/SP
Dr. Rogério João de Almeira Torres – Curitiba/PR
Dr. Rogil José de Almeida Torres – Curitiba/PR
Dra. Raquel Mezzalira – Campinas/SP
Dra. Rosana Nogueira Pires Cunha – São Paulo/SP
Dra. Sandra Flávia Fiorentini – Lisboa/Portugal
Dr. Sérgio Rodrigo Acevedo Salazar – Santiago/Chile
Dra. Telma Gondim de Freitas – Fortaleza/CE
Dr. Wagner José Xavier de Vieira – Goiânia/GO
Dr. Walter da Justa Freitas – Fortaleza/CE
Secretária:
Vanda Regina da Silva Jucá
______________________________________________________________________
Publicação sob os auspícios da
FUNDAÇÃO DR. JOÃO PENIDO BURNIER
Rua Dr. Mascarenhas, 279 Campinas/SP CEP 13013-175
Fone: (19) 3233-8880
E-mail: [email protected]
ENVIOS DE TRABALHOS PARA PUBLICAÇÃO (CONFORME MODELO DISPONÍVEL ONLINE):
[email protected]
______________________________________________________________________
Arquivos do Instituto Penido Burnier
VOLUME 58 (1) MARÇO 2016
Sumário
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NOS ARQUIVOS DO IPB
EDITORIAL
APRESENTAÇÃO
OCLUSÃO DE ARTÉRIA CENTRAL DA RETINA: TRATAMENTO E
EVOLUÇÃO DE 3 CASOS
Diogo Felipe Müller e Márcio A. Nogueira Costa
RETINOSE PIGMENTAR RELACIONADA À SURDEZ
Mariana Botelho Dias de Souza e Fernanda Nonato Federici
DESCOLAMENTO DE RETINA BILATERAL ASSOCIADO À INCONTINÊNCIA
PIGMENTAR
Andreise Martins Paro e Márcio A. Nogueira Costa
LENTES INTRAOCULARES ASFÉRICAS: UMA REVISÃO PARA O
RESIDENTE
Paulo Dechichi Netto e Kleyton Barella
ENTRÓPIO CONGÊNITO DE PÁLPEBRA SUPERIOR
Renata Nakamura e Silva, César Klein Lopes, Isabella Parizotto e Mariana
Anunciação Saule
ANTI-VEGF PARA TRATAMENTO DA CORIORRETINOPATIA CENTRAL
SEROSA: RELATO DE CASO
Rafael Nojiri Moreira e Márcio A. Nogueira Costa
MANCHAS DE ROTH EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA:
RELATO DE CASO
Guilherme F. B. Coelho Dias, Murilo Meiwa, Ana Carolina Porto Bugalho, Márcio A.
Nogueira Costa, Andrea Nehemy e Elizabeth Quagliato
NOTICIÁRIO
RESUMO DAS ATAS DA AMIPB
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NOS ARQUIVOS DO IPB
Instruções para Autores
Desde sua primeira edição, em
1932, a única norma para publicação
de artigos nos Arquivos do Instituto
Penido Burnier era a seguinte:
Os
Arquivos
publicam
unicamente os trabalhos dos membros
titulares e honorários da Associação
Médica do Instituto Penido Burnier e
aparecem em fascículos, sem data fixa.
Desde 1984, no entanto, com o
crescente aumento no interesse para
publicação de artigos e opiniões, os
arquivos passaram a ser editados
semestralmente,
tendo
sido
comunicados
os
órgãos
de
competência.
À partir de 2004, passaram a
ser as seguintes normas para
publicação nos Arquivos:
Sua publicação é semestral,
tendo como objetivo registrar a
produção científica em Oftalmologia,
Otorrinolaringologia e Anestesiologia,
estimular o estudo, o aperfeiçoamento
e a atualização dois profissionais da
especialidade. São aceitos trabalhos
originais,
em
português,
inglês,
espanhol
e
francês,
sobre
experimentação clínica e aplicada,
relatos de casos, análises de temas
específicos, revisões de literatura,
opiniões,
cartas
ao
editor
e
comentários.
Todos os trabalhos, após
aprovação prévia pelos editores, serão
encaminhados para análise e avaliação
de dois ou mais revisores, sendo o
anonimato garantido em todo o
processo
de
julgamento.
Os
comentários serão devolvidos aos
autores para modificações no texto ou
justificativas de sua conservação.
Somente após aprovação final dos
revisores e editores, os trabalhos serão
encaminhados para publicação.
As normas que se seguem
foram baseadas no formato proposto
pelo International Commitee of Medical
Journal Editors e publicadas no artigo:
Uniform requirements for manuscript
submitted to biomedical journals.
O respeito às instruções é
condição obrigatória para que o
trabalho seja considerado para análise.
Requisitos Técnicos
Devem ser enviadas:
A – Arquivo no formato Word,
em papel tamanho ISO A4, digitadas
em espaço duplo, fonte tamanho 12,
margem de 2,5cm de cada lado, com
páginas numeradas em algarismos
arábicos, iniciando-se cada seção em
uma nova página, na sequência:
página de título, resumo e descritores,
abstract
e
keywords,
texto,
agradecimentos
(eventuais),
referências, tabelas e legendas – vide
modelo disponível online;
B – Permissão
reprodução do material;
para
C – Aprovação do comitê de
ética da instituição onde foi realizado o
trabalho, quando forem trabalhos de
experimentação.
Após as correções sugeridas
pelos revisores, a forma definitiva do
trabalho deverá ser encaminhada em
duas vias com as modificações.
Preparo do Artigo
- Página de identificação: Deve
conter:
a) Título do artigo, em
português e inglês; b) Nome de cada
autor, com seu grau acadêmico e
afiliação institucional; c) nome do
departamento e instituição aos quais o
trabalho deve ser atribuído; d) nome,
endereço e email do autor a quem deve
ser encaminhada correspondência; e)
fontes de auxílio à pesquisa.
- Resumo e descritores: a
segunda página deve conter o resumo
em português de não mais que 250
palavras. Especificar três descritores,
em português que definam o assunto
do trabalho.
- Texto:
a) Artigos originais devem
apresentar as seguintes partes:
introdução,
métodos,
resultados,
discussão, conclusão e referências.
b) Relatos de casos devem
apresentar introdução (com breve
revisão de literatura), relato do caso,
discussão, conclusão e referências.
c) artigos de revisão: divisões
diferentes podem ser adotadas, mas
convindo que apareçam informações
de um breve histórico do tema, seu
estado atual de conhecimento e as
razões do trabalho, métodos de estudo,
hipóteses e linhas de estudo, etc.
Em todas as categorias, as
referências devem estar contidas no
final do trabalho e enumeradas.
- Referências: devem ser
enumeradas consecutivamente, com
algarismos arábicos. A apresentação
deverá estar baseada no formato
denominado Vancouver style, com
forme exemplos abaixo. Os títulos de
periódicos deverão ser abreviados de
acordo com o estilo apresentado pela
List of Journal Indexed in Index
Medicus, de National Library of
Medicine.
Para todas as referências, cite
todos os autores, até seis. Nos
trabalhos com mais autores, cite
apenas os seis primeiros, seguidos da
expressão et al.
Exemplos de como devem ser
citadas:
1. Artigos de periódicos
Paixão FM, Abreu M. Distrofia de
cones. Arq IPB. 1998; 40(2): 21-9
2. Livros
Abreu GB. Ultra-sonografia: Atlas &
texto. 3. Ed. Rio de Janeiro: Cultura
Médica; 2002.
3. Teses
Schor
P.
Idealização,
desenho,
construção e teste de ceratômetro
cirúrgico quantitativo [tese]. São Paulo:
Universidade Federal de São Paulo;
1997.
4. Documentos eletrônicos
Herzog
Neto
G,
Curi
RLN.
Características anatômicas das vias
lacrimais excretoras nos bloqueios
funcionais ou Síndrome de Milder. Ver
Bras Oftalmol [periódico online] 2003,
62(1).
Disponível
em:
http://www.sboportal.org.br
Endereço para envio do trabalho
Os trabalhos deverão ser enviados
através de e-mail, para o seguinte
endereço eletrônico:
[email protected]
EDITORIAL
Aqueles que já tem suas décadas de oftalmologia sabem que as
tendências são voláteis, especialmente numa época em que a engenharia
genética e as ciências tecnológicas avançam a passos largos e velozes.
As ceratoplastias se modernizam com o Femto, as lentes de contato
mudaram seus desenhos e evoluíram no material, a terapia genética já é
aplicada com sucesso na amaurose de Leber, e tantas outras perspectivas,
que fica difícil a gente enumerar.
Nossa ideia este ano vem lembrar que não existe futuro sem o
conhecimento do passado, que todas as novidades surgiram à partir de uma
situação outrora pré-existente e que, se no presente já estamos nesse nível, o
que nos reserva o futuro deve ser empolgante e luminoso.
Que venha o futuro!! Estamos ansiosos!
APRESENTAÇÃO
Aceitamos, para as comemorações dos 96 anos do Instituto Penido
Burnier, o tema “Oftalmologia Longitudinal”, sugestão do colega Kleyton Arlindo
Barella.
Pretendemos reunir os amigos em uma dinâmica apresentação de casos
onde serão discutidas as opções terapêuticas no passado, no presente, e no
futuro.
A Reunião será realizada na data de 11/06/2016, em quatro salas
simultaneamente, como no ano anterior. Na ocasião teremos a alegria de
receber o CBO Mulher, que se reunirá na hora do almoço, no segundo andar
do IPB.
Depois nos encontraremos para um coquetel.
Será o máximo tê-lo(a) conosco.
Abraço apertado,
Elvira Abreu
OCLUSÃO DE ARTÉRIA CENTRAL DA RETINA: TRATAMENTO
E EVOLUÇÃO DE 3 CASOS
TREATMENT AND EVOLUTION OF THREE CASES OF RETINAL
CENTRAL ARTERIAL OCLUSION
Diogo Felipe Müller1
RESUMO
Márcio A. Nogueira Costa2
Introdução: A oclusão de artéria
central da retina é uma patologia
retiniana que deve ser um
diagnóstico diferencial em pacientes
com baixa acuidade visual súbita
unilateral. Objetivo: Descrição de
três casos e revisão de literatura da
oclusão da artéria central da retina
Materiais e Método: Relato de três
casos. Conclusão: Na identificação
da oclusão de artéria central da retina
o tempo é de fundamental
importância para o prognóstico
visual do paciente.
Palavras-chave: retina, vasos da
retina, artéria retiniana, artéria
central da retina, artéria Oftálmica
INTRODUÇÃO
_____________________________
___________________________________________
Campinas, SP / Instituto Penido
Burnier
A isquemia da retina resulta
1
Residente em Oftalmologia
Instituto Penido Burnier
do
aferentes desde a carótida comum
2
Médico Oftalmologista especialista
em Retina
Av. Andrade Neves, número 683
Aceito
para
05/03/2016
publicação
até arteríolas intrarretinianas1,2. Os
sinais e sintomas da obstrução
arterial
Campinas/SP CEP 13013-161
Recebido para
20/02/2016
de doenças afetando os vasos
em:
dependem
envolvido:
oclusão
do
da
vaso
arteríola
periférica extra macular pode ser
publicação
em:
_____________________________
assintomática,
artéria
mas
oftálmica
3
doenças
podem
da
causar
perda visual . A oclusão de artéria
central da retina foi descrita pela
OEV: com correção, AV: 20/20
primeira vez na metade do século
Biomicroscopia
XIX, possuindo incidência de 8,5
clara, córnea transparente, câmara
3,4
para cada 100 mil pessoas . É
anterior
geralmente ocasionada por êmbolos
fisiológico (Van
secundários
trófica,
de
placas
ateromatosas de carótidas, sendo
uma patologia oftalmológica grave e
de mau prognóstico4,5. Ainda não se
tem um padrão para o tratamento,
mas quanto menor o tempo de
sintomas e o início do tratamento
após o aparecimento, melhor o
(CA)
defeito
OD:
conjuntiva
com
aspecto
Herick
IV),
pupilar
íris
aferente,
catarata nuclear 1+/6+.
Biomicroscopia
OE:
conjuntiva
clara, córnea transparente, câmara
anterior
com aspecto
fisiológico
(Van Herick IV), íris trófica, pupila
reagente, catarata nuclear 1+/6+.
Pressão Intra-Ocular (PIO):
prognóstico1,2.
OD: 14 mmHg
OE: 16 mmHg
RELATO DE CASOS
___________________________________________
Caso 1
Fundoscopia de olho direito: palidez
difusa da retina em polo posterior
com mácula em cereja (Foto 1).
Identificação: CAM, feminina, 60
anos, do lar.
Fundoscopia
papila
de
rósea,
olho
bem
esquerdo:
delimitada,
Queixa principal: baixa acuidade
relação escavação de papila x disco
visual (BAV), há 3 horas no olho
óptico de 0,5, retina corada, mácula
direito (OD).
e vasos sem alterações.
Antecedentes oftalmológicos:
Episódios
de
amaurose
Como conduta a paciente foi
fugaz
recentes.
Antecedentes pessoais: hipertensão
arterial sistêmica.
Ao exame:
ODV: com correção, AV: SPL
submetida à paracentese de CA,
prescrito tartarato de brimonidina
0,2% (1 gota de 12/12 horas no OD)
e solicitados avaliação cardiológica
e Doppler de carótidas.
Após
um
dia,
paciente
apresentou melhora da acuidade
visual
de
SPL
para
20/25.
O
ODV: com correção, AV: 20/20
Doppler de carótidas evidenciou
OEV: com correção, AV: conta
obstrução
dedos a 3 metros
de
90%
da
carótida
direita por placa ateromatosa, tendo
sido submetido à stent de carótida.
Atualmente, 3 meses após a
oclusão,
paciente
estável,
com
se
encontra
acuidade
visual
preservada.
Biomicroscopia
clara,
córnea
OD:
conjuntiva
transparente,
fisiológica (Van
Herick
IV),
CA
íris
trófica, pupila reagente, cristalino
transparente.
Biomicroscopia
clara,
córnea
OE:
conjuntiva
transparente,
fisiológica (Van
Herick
IV),
CA
íris
trófica, pupila reagente, cristalino
transparente.
PIO:
OD: 16 mmHg
Foto
Retinografia do olho
acometido do paciente descrito no
caso 1, no momento do diagnóstico,
com palidez retiniana e mácula em
cereja.
OE: 16 mmHg
1.
Fundoscopia de olho direito: papila
rósea, bem delimitada, escavação
de
disco
óptico
com
aspecto
fisiológico, retina corada, mácula e
Caso 2
vasos sem alterações.
Identificação: FH, feminina, 39 anos,
Fundoscopia
professora.
palidez difusa da retina, mácula em
Queixa principal: BAV há 10 dias no
cereja, atenuação vascular e micro-
olho esquerdo (OE).
hemorragias em arcadas (Foto 2).
Negava
antecedentes
Antecedentes
pessoais:
uso
contínuo de anticoncepcional oral.
Ao exame:
Realizou
tomografia
oftalmológicos.
de
de
olho
esquerdo:
angiografia
coerência
e
óptica
(OCT) em nosso serviço.
Como conduta a paciente foi
submetida à paracentese de CA,
prescrito tartarato de brimonidina
0,2% (1 gota de 12/12 horas no OE)
Antecedentes oftalmológicos: nada
e solicitados avaliação cardiológica
digno de nota.
e Doppler de carótidas, os quais
não apresentaram alterações.
arterial.
Atualmente (30º dia após
oclusão) paciente apresenta AV
20/200.
Foi
aventada
a
Antecedentes pessoais: hipertensão
hipótese
Ao exame:
ODV: com correção, AV: 20/20
OEV: com correção, AV: 20/200
diagnóstica de trombose por uso de
Biomicroscopia
anticoncepcional oral e solicitado
clara,
neste momento acompanhamento
fisiológica (Van
Herick
com
trófica,
isofotorreagente,
hematologista
investigação
de
distúrbios
para
da
coagulação.
OD:
córnea
conjuntiva
transparente,
pupila
IV),
CA
íris
cristalino transparente.
Biomicroscopia
clara,
OE:
córnea
conjuntiva
transparente,
fisiológica (Van
Herick
trófica,
isofotorreagente,
pupila
IV),
CA
íris
cristalino transparente.
PIO:
OD: 15 mmHg
Foto 2. Retinografia do olho
acometido do paciente caso 2, no
momento do diagnóstico, com
palidez difusa da retina, mácula em
cereja, atenuação vascular e microhemorragias em arcadas.
OE: 15 mmHg
Fundoscopia de olho direito: papila
rósea,
bem
delimitada,
relação
escavação x disco óptico de 0,5,
retina corada, mácula e vasos sem
alterações.
Caso 3
Identificação:
Fundoscopia
RR,
feminina,
40
papila
de
rósea,
olho
bem
esquerdo:
delimitada,
anos, publicitária.
relação escavação x disco óptico de
Queixa principal: BAV há 2 horas no
0,5, palidez difusa da retina e
OE.
mácula em cereja.
Como conduta a paciente
também
foi
paracentese
submetida
de
CA,
à
perda transitória prévia (amaurose
fugaz) 6-8.
prescrito
Os sinais incluem:
tartarato de brimonidina 0,2% (1
gota de 12/12 horas no OE) e
Críticos:
opacificação
ou
solicitados exames cardiológicos e
embranquecimento
Doppler de carótidas.
retina no polo posterior e uma
No dia seguinte, paciente
retornou
para
avaliação
com
da
mancha vermelho cereja no centro
da mácula (pode ser discreta)4,7.
melhora súbita da visão (20/30).
Paciente ainda em investigação.
superficial
Outros:
aferente
defeito
relativo;
pupilar
arteríolas
retinianas estreitadas; boxcarring ou
segmentação da coluna de sangue
DISCUSSÃO
nas arteríolas3,7. Ocasionalmente,
___________________________________________
êmbolos arteriolares retinianos ou
O suprimento sanguíneo das
poupamento da artéria ciliorretiniana
camadas internas da retina é feito
da foveola podem ser evidentes1.7.
inteiramente pela artéria central da
Se
retina, a menos que a artéria
percepção de luz ou pior, suspeitar
ciliorretiniana esteja presente (15-
fortemente de oclusão de artéria
30% dos olhos)1,2. A isquemia da
oftálmica2,3,7.
retina resulta de doenças afetando
os vasos aferentes desde a carótida
comum
até
arteríolas
intrarretinianas1,6,7.
Os sintomas incluem:
Perda visual (conta dedos ou
percepção luminosa em até 94%
dos olhos) de forma aguda, indolor
e unilateral que ocorre em questão
de segundos; pode haver história de
a
acuidade
visual
for
de
Nem sempre casos agudos
de oclusão de artéria central da
retina podem ser diagnosticados
instantaneamente3. Em horas a dias
aparece edema opaco causando
infarto da retina interna na região do
vaso afetado7. Com o tempo, o vaso
ocluído
recanaliza,
a
perfusão
retorna e o edema se resolve1,7.
Entretanto, o defeito do campo
vascularizado por aquele vaso se
mantém1,2. Oclusão em qualquer
resistência à proteína C ativada,
das
hiper-homocisteinemia,
regiões
é
resultado
de
deficiência
embolismo ou trombose do vaso
de proteínas C e S, mutação de
afetado7. As três maiores causas de
antitrombina III, mutação G2O210A
embolismo são:
da protrombina), doença falciforme,
1- Êmbolo de colesterol (placas
de Hollenhorst: normalmente
refráteis e alaranjados e são
vistos nas bifurcações dos
vasos retinianos) oriundos da
artéria carótida;
2- Êmbolo de plaqueta/fibrina
associado à arteriosclerose
3- Êmbolo calcificado, derivado
doenças
valvares
cardíacas7,4,8,9.
Outras
etiologias
menos
incluem:
sífilis,
desordens
conjuntivo
oftálmica: não costuma apresentar
mixoma
em
aparece
extensão3,9.
retina7,10.
de
de
talco,
drogas
intravenosas10,11,12. Ainda raros, em
pacientes na faixa etária entre 30-40
anos a causa da obstrução pode
trauma,
coagulação
desordens
(policitemia
de
vera,
mieloma múltiplo, criogloulinemia,
macroglobulinemia de Waldenströn,
síndrome
do
anticorpo
anti-
fosfolipídeo, fator V de Leiden,
cereja 1,7.
branca
séptico originado de endocardite
ser:
de
Oclusão aguda da artéria
de
uso
arterite
sistêmico, poliarterite nodosa)7-9.
oclusão
ao
tecido
células gigantes, lúpus eritematoso
à fratura de ossos longos, êmbolo
secundário
do
(incluindo
que
êmbolo
como
retinocoroidite por toxoplasmose e
mesmo
e
gestação,
infecciosas
cardíaco, embolia gordurosa devido
infecciosa
ou
prolapso de válvula mitral, arritmias,
mácula
causas
frequentes
oral
Diagnósticos diferenciais:
de grandes vasos;
de
contraceptivo
O
em
retina
toda
tratamento
o
é
realizado
artéria
Concussão
(commotio
A
o
para
central
da
a
da
retina
retinae):
embranquecimento da retina por
edema intracelular e fragmentação
dos segmentos de fotorreceptores
externos e EPR1,10. Ocorre após
trauma fechado e melhora de forma
espontânea4,11,12. Pode simular uma
mancha vermelho cereja quando há
envolvimento do pólo posterior3,9.
Outras causas de mancha
contato de fundo ou massagem
vermelho-cereja na região macular:
digital;
Tay-Sachs e doença de Niemann-
anterior;
A7.
paracentese
redução
da
da
câmara
PIO
com
condições
acetazolamida 500mg via oral, ou
apresentam-se no início da vida,
um β-bloqueador tópico (ex: timolol
com
manifestações
0,5%); hiperventilação para induzir
graves9.
uma
Pick
tipo
Essas
outras
sistêmicas
mais
Os
achados oftálmicos costumam ser
acidose
Não existe um tratamento
oftalmológico
.Avaliação:
Pacientes acima de 55 anos
deve-se sempre descartar arterite
de células gigantes11. Importante
avaliação
cardiológica,
Doppler das carótidas e exames
laboratoriais
como
hemograma
completo, função renal, glicemia,
colesterol
e
vasodilatação subsequente3,7,12,13.
bilaterais1,13.
solicitar
respiratória
e
frações3,10.
específico
para
melhorar o prognóstico visual 3,13.
Pressão sobre o globo ocular pode
deslocar o êmbolo de um vaso
central a um mais periférico, mas a
eficácia desta manobra pode variar,
e
o
prognostico
desconhecido
O
Em
visual
é
sistêmico
é
7,12
.
tratamento
pacientes com menos de 50 anos,
direcionado
avaliar perfil lipídico, fator anti-
causas.3
nuclear (FAN), fator reumatoide,
encaminhado a um clinico geral
eletroforese de proteínas séricas,
para
eletroforese
exame
de
hemoglobina
e
para
O
paciente
avaliação
repetido
em
hipercoagulação6,7.
avaliando-se a
diferentes
deve
completa2,3.
oftalmológico
avaliação adicional para estados de
Tratamento:
as
1-4
deve
ser
O
ser
semanas,
possibilidade de
formação de neovascularização da
íris, disco óptico, ângulo e retina.1,7
O tratamento oftalmológico
Ela se desenvolve em até 20% dos
deve ser iniciado preferencialmente
pacientes, numa média de 30 dias
nos primeiros 90-120 minutos após
após a oclusão10. Nos casos de
o evento oclusivo3,9. Este inclui:
neovascularização
massagem ocular com lente de
necessária a realização de pan-
pode
ser
fotocoagulação e injeção intra-vítrea
de inibidor de crescimento endotelial
possible in cases of central retinal
vascular (anti-VEGF) 1,2,7.
artery occlusion.
Keywords: retina, retinal vessels,
retinal artery, ophthalmic artery
CONCLUSÃO
___________________________________________
A duração dos sintomas é
o principal fator prognóstico de
melhora visual em pacientes com
oclusão da artéria central da retina.
A paracentese de CA e o uso de
hipotensores tópicos mostraram ser
de
grande
valia
no
tratamento
destas oclusões.
ABSTRACT
___________________________________________
Introduction: The central retinal
artery
occlusion
pathology
that
is
a
should
retinal
be
a
differential diagnosis in patients with
low unilateral sudden visual acuity.
Purpose: Description of three cases
and literature review of the occlusion
of the central retinal artery. Method:
Report of three cases and literature
review.
Conclusion:
The
visual
prognosis of patients depends on
time for the treatment, requiring the
physician to diagnose and treat
appropriately
and
as
soon
as
REFERÊNCIAS
___________________________________________
1. Retina e vítreo /editores
Marcos Ávila, Jacó Lavinsky,
Carlos
Augusto
Moreira
Junior; coordenador Milton
Ruiz Alves. 2.ed. - Rio de
Janeiro: Cultura Médica:
2011. - xvii, 509 p. :il.
2. Lopes M.I.V.M. Oclusão da
veia central da Retina [teste].
Covilhã: Universidade da
Beira Interior.
3. Siqueira RC, Oréfice F.
Exame clínico da retina e
vítreo. Cultura médica, 2009.
4. Arq. Bras. Oftalmol., Apr
2010, vol.73, no.2, p.189192. ISSN 0004-2749
5. Arq. Bras. Oftalmol., Abr
2005, vol.68, no.2, p.257261. ISSN 0004-2749
6. Clinical ophthalmology: a
systematic approach /Jack J.
Kanski.
3.ed. Oxford:
Butterworth-Heinemann,
1994. 514p.: il.
7. Gerstenblith, AT, Rabinowitz,
MP. Manual de doenças
oculares
do
WillsEye
Hospital. 6ª ed. Filadélfia:
Artmed.
8. Tavares PRP et al. Oclusão
de artéria central da retina
associada ao forame oval
patente.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.ph
p?pid=S003472802014000500308&script=
sci_arttext&tlng=pt.
9. Rosa AAM, et al. Oclusão da
artéria central da retina
secundária
a
cineangiocoronariografia via
artéria braquial. Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.ph
p?script=sci_arttext&pid=S00
04-27492007000500022
10. Freitas LGA et al. Oclusão de
rama arterial reitiano bilateral.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.ph
p?script=sci_arttext&pid=S00
34-72802013000400013
11. Caiado R, Anatomia Retina e
Coróide. Departamento de
oftalmologia da Santa Casa
de São Paulo. Disponível em:
https://www.google.com.br/url
?sa=t&rct=j&q=esrc=s&sourc
e=web&cd=6&cad=rja&uact=
8&ved=0ahUKEwi6jqHqzKnL
AhXFEpAKHaF6AWMQFgg2
MAU&url=https%3A%2F%2F
oftalmologiarafaelcaiado.files.
wordpress.com%2F2013%2F
03%2Fanatomia-retina-ecoroide.ppt&usg=AFQjCNHg
gqp8X0Pc93S0
_ahF2Nw3AbeHKw&bvm=bv.
116274245,d.Y2I
12. Oftalmologia: sinais clínicos e
diagnósticos
diferenciais.
Jack J. Kanski, Ken K.
Nischal; com contribuições
de: Stanislaw A. Milewski. -
São Paulo: Manole, 2000. ix, 485 p.: il.
RETINOSE PIGMENTAR RELACIONADA À SURDEZ
RETINITIS PIGMENTOSA RELATED TO DEAFNESS
Mariana Botelho Dias de Souza1
Fernanda Nonato Federici2
_____________________________
Trabalho realizado
Penido Burnier
no
RESUMO
Introdução: Retinose pigmentar se
refere a um grupo de patologias
hereditárias e progressivas, nas quais
ocorre atrofia das camadas da retina.
Quando relacionada com hipoacusia
neurossensorial,
trata-se,
comumente, da Síndrome de Usher.
Objetivo: Relatar um caso de
retinose pigmentar somada a surdez
neurossensorial e sua possível
relação com a Síndrome de Usher.
Materiais e Método: Revisão
bibliográfica e relato de caso.
Conclusão: A Síndrome de Usher é
a principal causa de retinose
pigmentar associada a surdez. O
médico oftalmologista deve estar
atento para realizar o correto
diagnóstico, bem como orientar
sobre
suas
manifestações
e
progressão.
Instituto
1
Médica residente (R1) do Instituto
Penido Burnier
Palavras-chave:
pigmentar, Síndrome
surdez.
Retinose
de Usher,
2
Médica oftalmologista do Instituto
Penido Burnier
Endereço para Correspondência:
Mariana Botelho Dias de Souza
Campinas - SP - CEP 13013-175
Aceito
para
13/03/2016
publicação
publicação
___________________________________________
Retinose pigmentar (RP) é
Rua Dr. Mascarenhas, 249
Recebido
para
em:03/03/2016
INTRODUÇÃO
um termo utilizado para tratar de um
grupo de patologias que tem em
comum a hereditariedade e são
em:
_____________________________
progressivas, com perda e atrofia de
tecido retiniano. Inicia-se com a
perda
de
fotorreceptores
e,
fato de sua mãe ter apresentado
posteriormente, ocorre perda das
rubéola durante a gestação. Refere
camadas mais internas, culminando
perda
em atrofia de todas as camadas da
periférica.
1
retina .
progressiva
de
visão
Realizou
facoemulsificação em ambos os
A RP pode se associar a
patologias
sistêmicas
ou
olhos há cerca de 15 anos. Faz uso
de
travoprosta
e
brinzolamida
apresentar-se isoladamente. Cerca
associada a maleato de timolol,
de 30% dos pacientes com RP
para
relatam algum grau de surdez, e,
pressão intraocular.
em aproximadamente metade dos
controle
Ao
casos, há diagnóstico de Síndrome
seguinte
de Usher (USH).
correção:
A Síndrome de Usher é a
causa
mais
comum de
surdez
por Charles Usher, oftalmologista
britânico. Trata-se da associação
entre
a
RP
e
perda
auditiva
neurossensorial congênita, parcial
ou profunda2.
exame,
aumento
de
apresentou
a
acuidade
visual,
com
OD:-4,00 -1,75 145º V=20/100
OE: -1,75 -1,50 135º V=20/70
somada a cegueira no mundo e foi
primeiramente descrita em 1906,
de
A pressão intraocular aferida
foi de 14mmHg em ambos os olhos.
A
biomicroscopia
revelou
pseudofacia com lente intra-ocular
in situ em ambos os olhos. No
exame de fundoscopia de ambos os
olhos foram identificadas palidez do
nervo óptico, diminuição do reflexo
RELATO DE CASO
foveal,
___________________________________________
R.A.F.A.,
49
anos,
sexo
feminino, procedente e residente de
Atibaia, deu entrada em nosso
serviço
com
queixa
de
baixa
estreitamento
arteriolar,
atrofia do epitélio pigmentar da
retina
e
espículas
ósseas
na
periferia dos quatro quadrantes.
Foram
solicitados
exames
para complementar o diagnóstico. O
acuidade visual. Como antecedente
campo
visual
24.2
pessoal, relata surdez que iniciou
importante
após ao nascimento e se atribuiu ao
ambos os olhos. A paquimetria não
perda
de
evidenciou
visão
em
apresentou alterações significativas.
indivíduo pode apresentar surdez
Já a tomografia de coerência óptica
parcial ou total além da RP. Estudos
de papila foi compatível com o
demonstram que a mutação mais
diagnóstico de glaucoma.
frequente ocorre no gene Usherina
(USH2A) 3.
A Síndrome de Usher possui
DISCUSSÃO
inúmeras classificações, porém a
___________________________________________
Retinose pigmentar é um
grupo
de
doenças
da
retina
primeiramente descritos em meados
do
século
hereditário,
XIX,
de
geralmente
caráter
mais utilizada a divide em três tipos.
A Síndrome de Usher tipo 1 é a
mais grave, com surdez congênita
profunda,
respostas
vestibulares
ausentes ou muito pequenas e
bilateral,
retinose pigmentar no início da pré-
com disfunção progressiva, perda
adolescência. A Síndrome de Usher
celular e eventual atrofia retiniana. A
visão periférica e a visão noturna
são
perdidas
inicialmente
progressivamente,
com
fotorreceptores.
a
perda
Seus
de
achados
característicos são os aglomerados
pigmentares
com
aspecto
de
“espículas ósseas” na periferia da
retina, palidez cérea do nervo óptico
e atenuação de vasos.
Um
grande
tipo 2 se caracteriza por uma surdez
congênita
(perdas
moderada
entre
de
doenças sistêmicas que cursam
com retinose pigmentar podem se
associar a surdez. Entre elas, a
mais frequente é a Síndrome de
severa
dB,
mais
intensas para sons agudos), sem
alteração vestibular e com início da
retinose pigmentar geralmente na
segunda
década
de
vida.
A
Síndrome de Usher tipo 3 está
marcada por uma perda auditiva
progressiva,
número
40-80
a
disfunção
vestibular
variável e retinose pigmentar com
um surgimento incerto4.
O diagnóstico da Síndrome
de Usher é confirmado com o
estudo genético, porém seu difícil
Usher, que é a maior causa de
acesso e alto custo limitam uma
cegueira-surdez no mundo. Trata-se
investigação mais detalhada e um
de
uma
condição
hereditária
autossômica recessiva, na qual o
diagnóstico mais preciso.
No caso da paciente acima
e as alterações visuais não são
descrita, há uma forte possibilidade
decorrentes de tal doença, e sim, da
de se tratar de Síndrome de Usher.
Síndrome de Usher5.
A
mesma
apresenta
sinais
Apesar de não haver um
característicos de RP como as
tratamento
espículas ósseas em periferia, além
para a RP, um diagnóstico precoce
da surdez neurossensorial. Porém,
pode
dados iniciais atribuem a surdez ao
acompanhamento
fato de sua mãe ter apresentado
conseqüentemente uma melhora na
rubéola durante a gestação. Não se
qualidade de vida do paciente.
sabe ao certo quando a paciente
Assim, é de extrema importância
iniciou os sintomas de surdez, nem
que
tampouco quando se iniciou a perda
sintomas de RP com surdez e seja
visual. A procura por profissionais
capaz de diagnosticar a Síndrome
da saúde foi tardia e dificultou um
de Usher.
completamente
gerar
o
um
eficaz
melhor
e
oftalmologista
relacione
diagnóstico precoce e certeiro. De
qualquer maneira, para que se
confirmasse
Síndrome
investigar
a
de
o
hipótese
Usher,
deve-se
padrão
CONCLUSÃO
de
___________________________________________
de
Diante de um caso de
hereditariedade familiar além de se
retinose pigmentar, é de suma
solicitar um estudo genético.
importância
Em pacientes com rubéola
a
avaliação
de
manifestações clínicas que remetam
retinopatia
a Síndrome de Usher, como a
pigmentar, vasos sem alterações e
surdez neurossensorial, bem como
boa acuidade visual, sem alteração
realizar
de campo visual, visão de cores e
clínico do paciente.
pode
se
observar
um
acompanhamento
eletrorretinograma. Os depósitos de
pigmentos se encontram na mácula
e na periferia.
Assim, pode-se
ABSTRACT
diferenciar os achados da paciente
___________________________________________
com os sinais da rubéola, o que
Introduction:
aumenta a suspeita de que a surdez
retinitis is a group of hereditary and
The
pigmentosa
Penido Burnier 1997; 39:1321.
progressive diseases that manifests
with atrophy of the retinal layers.
When
related
to
sensorineural
3.
Fishman GA, Kumar A,
Joseph
ME,
Torok
N,
Anderson
RJ.
Usherís
syndrome. Ophthalmic and
neuro-otologic
findings
suggesting
genetic
heterogeneity.
Archieves
Ophthalmology
1983;
101:1367-74.
4.
Ayusa C., Garcia-Sandoval
B, Gutiérrez R, Cenjor C.
Síndrome de Usher: Estudio
Clínico y Genético em
España.
Revista
Tercer
Sentido, n 32, 2000; pp.3340.
5.
Tayah D, Angelucci RI,
Sampaio P, Rehder JRCL.
Retinose Pigmentar. Arq.
Med ABC, 2004; vol. 29.
deafness is defined as Usher’s
Syndrome.
Purpose: To report a case of
retinosis
pigmentosa
associated
with neurosensorial deafness and
the possible diagnosis of Ushers
Syndrome.
Method: Literature review and case
report.
Conclusion: Ushers Syndrome is
the
mayor
pigmentosa
cause
of
associated
retinitis
with
deafness. Ophthalmologists should
be prepared to diagnose as well as
understand its manifestations and
progression.
Keywords:
Retinitis
pigmentosa,
Ushers Syndrome, deafness.
REFERÊNCIAS
___________________________________________
1.
Liarth JCS, Gonçalves EA,
Gonçalves JOR, Neiva DM,
Leal FAM. Síndrome de
Usher:
características
clínicas. Arquivo Brasileiro de
Oftalmologia 2002; 65:45761.
2.
Abreu M, Chies MA, Abreu
G. Síndrome de Usher: novos
conceitos. Arquivos Instituto
DESCOLAMENTO DE RETINA BILATERAL ASSOCIADO À
INCONTINÊNCIA PIGMENTAR
BILATERAL
RETINAL
DETACHMENT
ASSOCIATED
WITH
INCONTINENTIA PIGMENT
Andreise Martins Paro1
RESUMO
Márcio A. Nogueira Costa2
_____________________________
Trabalho realizado
Penido Burnier.
no
Instituto
1
Médica Residente do primeiro ano
(R1) em oftalmologia da Fundação
Dr. João Penido Burnier –
Campinas/SP
2
Médico Oftalmologista do Instituto
Penido Burnier, Subespecialista em
Retina e Oncologia Ocular.
Introdução:
A
Incontinência
Pigmentar
é
uma
condição
hereditária rara, dominante e ligada
ao cromossomo X. Afeta tecidos
ectodérmicos, como os dentes, ossos,
olhos e sistema nervoso central. A
alteração dermatológica é a mais
evidente, com pigmentação linear.
Nos olhos, pode apresentar uma
isquemia
vascular
retiniana
periférica
e
neovascularização.
Objetivo: Relatar um caso de
paciente com descolamento bilateral
de retina, associado à Incontinência
Pigmentar. Materiais e Método:
Relato de caso com revisão de
literatura.
Conclusão:
A
Incontinência Pigmentar é uma
síndrome rara, que cursa em 35%
dos casos com alterações oculares,
sendo muito raro os casos que
evoluem para descolamento de retina
bilateral.
Palavras-chave: descolamento de
retina, Incontinência Pigmentar,
neovascularização.
Andreise Martins Paro
INTRODUÇÃO
Av. Andrade Neves, 683,
___________________________________________
Campinas/SP CEP 13013-161
Recebido para
01/03/2016
Aceito
para
13/03/2016
publicação
publicação
em:
em:
_____________________________
(IP)
A
Incontinência
ou
síndrome
Sulzberger
é
uma
Pigmentar
de
Blochcondição
hereditária rara, dominante e ligada
RELATO DE CASO
ao cromossomo X, causada por
mutações
no
gene
cromossomo
NEMO
Xq28.
no
predominantemente
o
masculino, geralmente é letal in
útero. A IP apresenta distribuição
mundial, porém a sua prevalência é
ectodérmicos,
Afeta
como
tecidos
os
dentes,
ossos, olhos e sistema nervoso
meses de idade, procedente de São
Paulo – SP. Procurou atendimento
com queixa de mancha branca em
ambos os olhos há 6 meses.
Antecedentes
obstétricos:
A manifestação clínica mais
evidente
é
dermatológica,
a
alteração
erupção
vesículo-
no
extremidades,
tronco
sendo
e
nas
substituída
com o tempo por pigmentação
linear. Nos olhos a IP pode se
idade
gestacional de 38 semanas, peso
de
2.700g,
parto
intercorrências.
central1-8.
bolhosa
N. T. E, feminino, 1 ano e 2
sexo
feminino, uma vez que no sexo
desconhecida.
___________________________________________
Acomete
vaginal,
sem
Antecedentes
pessoais:
atraso
no
desenvolvimento
neuropsicomotor.
Sem antecedentes familiares que
mereçam
destaque
consangüinidade).
oftalmológicos:
(negava
Antecedentes
leucocoria
em
ambos os olhos há 6 meses.
Ao exame ocular:
apresentar com isquemia vascular
e
- Acuidade visual em ambos os
neovascularização na infância ou na
olhos: ausência de fixação, sem
vida
informação.
retiniana
periférica
adulta.
Observa-se
alongamento
da
o
vasculatura
retiniana a partir do polo posterior
até a periferia
da
1,5,8
.
- Biomicroscopia em ambos os
olhos:
opacidade
+1/+4,
com
subcapsular
pupilas
não
O diagnóstico é feito através
fotorreagentes.
combinação
- Fundoscopia em ambos os olhos:
entre
as
características físicas, biópsia de
9
pele e história familiar positiva .
impossível.
- Tonometria de aplanação: 12
mmHg.
- Reflexo vermelho ausente em
ambos os olhos.
Exame de ultrassonografia
ocular
de
ambos
os
olhos
apresentava:
- Descolamento de retina em funil
fechado (Fotos 1 e 2).
-
Diâmetro
axial
dentro
da
Foto 3. Diâmetro axial dentro da
normalidade em ambos os olhos (na
foto representação do olho direito.
normalidade (Foto 3).
Frente
aos
dados
apresentados foram levantadas as
seguintes
hipóteses
para
diagnósticas
esta
leucocoria:
retinoblastoma,
retinopatia
da
prematuridade,
persistência
de
hiperplásica
do
vítreo
primitivo,
doença de Coats, toxocaríase e
incontinência pigmentar. Durante a
Foto
1.
Olho
direito
com
descolamento de retina em funil
fechado.
realização do exame sob narcose
observou-se
dermatológica,
uma
alteração
com
lesões
hiperpigmentadas em tronco (Foto
4) e extremidades (Foto 5).
Diante destes achados, a
paciente
foi
encaminhada
ao
dermatologista, onde foi realizada
biópsia de um fragmento de pele. A
histologia evidenciou uma epiderme
de espessura irregular e discreta
Foto 2. Olho esquerdo com
descolamento de retina em funil
fechado.
fibroplasia de derme e melanófagos
ao redor dos vasos, confirmando
assim a hipótese de incontinência
pigmentar.
autores,
a
progressiva
isquemia
pode
síndrome,
e
seria
macular
ocorrer
na
o
da
início
vasculopatia típica da doença, com
conseqüente neovascularização e
descolamento
Foto 4. Lesões hiperpigmentadas
em tronco.
tracional
da
retina8,10,11.
Os
principais
diferenciais de
diagnósticos
leucocoria estão
designados no quadro 1 e descritos
a
seguir
(com os pontos que
remetem a favor e contra àquele
diagnóstico).
Foto 5. Lesões hiperpigmentadas
em extremidades.
DISCUSSÃO
___________________________________________
Na incontinência pigmentar
embora o rash cutâneo seja o fator
Quadro 1. Comparação dentre as
mais evidente, as anormalidades
principais patologias no diagnóstico
neurológicas e oftalmológicas são
diferencial das leucocorias.
as que geram maior morbidade para
o paciente. Segundo Nishimura et
al.; ocorre uma alteração no epitélio
- Retinoblastoma
pigmentar da retina, levando a
Pontos
displasia e descolamento na retina.
apresenta diâmetro axial normal,
Além disso, insuficiência arterial
pode ser bilateral, e em casos
primária gera obstrução, isquemia e
avançados
neovascularização,
descolamento total de retina.
ocasionando
retração da retina. Segundo outros
à
favor:
pode
geralmente
evoluir
para
Pontos
contra:
presença
de
geralmente
lesão
há
calcificada,
Pontos
contra:
geralmente
é
unilateral.
diferente do caso apresentado.
Portanto trata-se de um caso
- Retinopatia da Prematuridade
raro na literatura de descolamento
Pontos à favor: 80% bilateral e pode
se apresentar, em fases avançadas,
com
descolamento
de
retina
contra:
prematuridade
retina
associado
em
funil,
bilateral,
à
síndrome
da
incontinência pigmentar, na qual o
diagnóstico só foi confirmado após a
tracional em alguns casos.
Pontos
de
e
biópsia de pele.
Dessa
tamanho do olho reduzido, diferente
do caso acima.
- Persistência Hiperplásica do Vítreo
Primitivo
forma
os
apresentados no caso clínico tais
como
alterações
neurológicas,
dermatológicas,
descolamento
de
retina bilateral e sexo feminino
Pontos à favor: pode evoluir para
corroboram
descolamento de retina tracional em
Incontinência Pigmentar.
alguns casos.
dados
Os
o
diagnóstico
tratamentos
para
de
a
Pontos contra: 90% dos casos é
Síndrome
unilateral e apresenta diminuição do
Pigmentar também são restritos.
diâmetro axial.
Crio ou fotocoagulação à laser são
- Doença de Coats
recomendados, quando os sinais de
Pontos à favor: pode evoluir com
descolamento total de retina (fases
avançadas), diâmetro axial normal.
de
Incontinêntia
lesão retiniana são vistos no início
da doença. Em casos avançados,
de descolamento de retina tracional,
pode se realizar vitrectomia.
Pontos contra: maioria é unilateral e
sexo masculino.
- Toxocaríase
CONCLUSÃO
Pontos à favor: pode evoluir com
___________________________________________
descolamento tracional de retina e
A Incontinência Pigmentar é uma
apresenta diâmetro axial normal.
síndrome rara, que cursa, em 35%
dos casos com alterações oculares,
sendo muito raro os casos que
evoluem
retina
para
descolamento
bilateral,
como
o
de
caso
descrito.
ABSTRACT
___________________________________________
Introduction:
Incontinentia
Pigmentis a rare inherited dominant
condition
and
chromosome
linked
to
affects
the
X
ectodermic
tissues such as teeth, bones, eyes
and
central
nervous
system.
Dermatologic change is the most
obvious, linear pigmentation. In the
eyes may have avascular ischemia
and
peripheral
retinal
neovascularization. Objective: To
report a case of a patient with
bilateral
associated
retinal
detachment
with
Incontinentia
Pigment. Materials and Methods:
Case report and literature review.
Conclusion: Incontinentia Pigment
is a rare syndrome, presenting in
35% of cases ocular findings, and
only in rare cases progress to
bilateral retinal detachment.
Keywords:
Retinal
Incontinentia
neovascularization.
detachment,
Pigmenti,
REFERÊNCIAS
___________________________________________
1. Kanski
JJ.
Oftalmologia
clínica:
uma
abordagem
sistemática. 7a. ed. Rio de
janeiro: Elsevier; 2012.
2. Chang JT, Chiu PC, Chen
YY, Wang HP, Hsieh KS.
Multiple
clinical
manifestations and diagnostic
challenges of incontinentia
pigmenti
-12
years'
experience in 1 medical
center. J Chin Med Assoc.
2008;71(9):455-60.
3. Lever
W.
Lever's
histopathology of the skin. 8th
ed. Philadelphia: LippincottRaven; c1997.
4. Ferreira, K. M. S.; et al.
Aspectos moleculares da
Síndrome
de
BlochSulzberger ou incontinência
pigmentar: relato de caso e
revisão da literatura. Rev.
Ciênc. Méd. Biol., Salvador,
v.12,
especial,
p.544-6,
dez.2013.
5. Nilton Nasser, N.; Nasser, N.
F.;
Rosa,
T.
S.
C.
Incontinência
pigmentar:
relato de caso. Arq. Catarin.
Med. 2012; 41(4): 83-6.
6. Pereira, M. A. C.; et al.
Incontinência
pigmentar
ligada ao X ou síndrome de
Bloch Sulzberger: relato de
um caso. Na Bras Dermatol.
2010;85(3):372-5.
7. Ophthalmic
Genet.1998;19(3):141-8.
8. Kataguiri,
P.,
et
al.,
Manifestações clínicas e
desafios diagnósticos na
Síndrome de incontinentia
pigmenti. Ver Bras Oftalmol.
2010; 69 (6): 395-9.
9. Leyva-Sartori M, CortezFranco F, Carahyua-Pérez D.
Incontinencia
pigmenti
reporte de un caso. Dermatol
Peru 2006;16:70-3.
10. Nishimura M, Oka Y, Takagi
I, Yamana T, Kitano A. The
clinical
features
and
treatment of the retinopathy
of
Bloch-Sulzberger
syndrome
(incontinentia
pigmenti). Jpn J. Ophthalmol.
1980;24:310-9.
11. Goldberg
MF.
Macular
vasculopathy
and
its
evolution in incontinentia
pigmenti Yannuzzi, L. A.
Altlas de Retina. Rio de
Janeiro: Elsevier; 2011. p.
196.
LENTES INTRAOCULARES ASFÉRICAS: UMA REVISÃO PARA
RESIDENTES DE OFTALMOLOGIA
ASFERIC
INTRAOCULAR
LENS:
A
REVIEW
FOR
OPHTHALMOLOGISTS IN TRAINING
Paulo Dechichi Netto1
RESUMO
Kleyton A. Barella2
_____________________________
Instituto Penido Burnier
1
Residente do segundo ano de
oftalmologia do instituto Penido
Burnier
2
Oftalmologista do Instituto Penido
Burnier e colaborador de ensino do
setor de Glaucoma e Catarata da
Fundação Dr. João Penido Burnier.
Endereço para Correspondência:
Introdução: Lente intraocular (LIO)
é um tema de destaque para o
residente em oftalmologia, contudo o
manejo e contato com os diferentes
tipos durante seu aprendizado por
vezes é prejudicado. Dentre as lentes
possíveis de serem utilizadas estão as
LIOs asféricas, destaque desta
revisão. Objetivo: Realizar uma
revisão de literatura de fácil leitura e
acesso para o residente em
oftalmologia, para que este tenha
condições de indicar, contra-indicar e
explicar para os pacientes as
vantagens deste tipo de implante.
Materiais e Método: Revisão de
literatura nas bases de dados PubMed
e BIREME Conclusão: Mesmo
possuindo pouco contato na fase de
treinamento em oftalmologia, faz-se
necessário o residente ter em mente
todas as indicações e vantagens das
LIOs
asféricas
para
melhor
atendimento das necessidades dos
pacientes.
Palavras-chave:
catarata,
facectomia, lente intraocular.
Paulo Dechichi Netto
Avenida Andrade Neves, nº 683,
Campinas SP CEP 13013-161
Recebido para
20/02/2016
Aceito
para
01/03/2016
publicação
em:
INTRODUÇÃO
___________________________________________
Desde o desenvolvimento da
primeira lente intraocular por Harold
publicação
em:
_____________________________
Ridley em 1949 para a
de catarata, existe
evolução
na
uma
tecnologia
cirurgia
contínua
destes
implantes. Assim, escolher a melhor
todas
lente para seu paciente se torna fato
aberrações simultaneamente.
importante
para
oftalmologista
o
em
A aberração
esférica
é
geral,
causada pela diferença de refração
durante a sua residência, não tem
entre os raios incidentes centrais e
acesso ao manejo de todos os
marginais de uma lente (Figuras 1
recursos relacionados às LIOs antes
a 4). Ou seja, os raios incidentes na
de
periferia
ingressar
que,
médico
as
em
um
serviço
privado.
não
se
encontram no
mesmo foco dos centrais. Assim,
Dentre as diversas lentes
qualquer lente esférica apresenta
disponíveis, temos as esféricas,
essa alteração quanto aos raios
asféricas,
multifocais;
luminosos incidentes. A promessa
sendo o modelo asférico o objeto de
das lentes asféricas é a diminuição
estudo deste artigo.
da
tóricas
e
aberração
óptica,
proporcionando conseqüentemente
melhor qualidade de visão.
DISCUSSÃO
___________________________________________
O olho humano pode ser
representado
óptico,
e
como
sabendo
esperadas
aberrações
um sistema
disso,
aberrações.
são
são
As
consideradas
“defeitos”, não apenas causados por
um sistema óptico imperfeito mas
causados
energia
também
radiante,
pela
própria
formato
das
superfícies e incidência dos raios
luminosos. As aberrações de uma
lente em um sistema podem ser
corrigidas por outros elementos. No
entanto nunca é possível eliminar
Figura
1.
Olho
esquemático
demonstrando
ausência
de
aberração esférica.
lentes
responsáveis
pelo
maior
poder, possuindo estes também
asfericidade e aberrações. A córnea
é mais curva em sua periferia que
no
seu
centro,
possuindo
aberração positiva de 0,27mm. No
jovem, o cristalino contrapõe este
Figura 2. Representação de
aberração esférica positiva: raios
marginais convergem antes do
ponto focal.
sistema
com
uma
aberração
negativa, devido às suas diferenças
na curvatura em relação à córnea.
Ao envelhecer o cristalino
passa
a
apresentar
esférica
positiva,
alterações
aberração
devido
fisiológicas
de
às
seu
envelhecimento. Ou seja, perdemos
o efeito que corrige a aberração
esférica
corneana
naturalmente,
pelo sistema óptico do olho. No
Figura 3. Representação de
aberração esférica negativa: raios
marginais convergem depois do
ponto focal.
entanto, existe outro meio para
diminuir esta aberração, que é a
própria fenda pupilar: em situações
de
boa
luminosidade
não
recebemos os raios advindos de
regiões periféricas da córnea e
cristalino, minimizando a quantidade
de raios luminosos que convergem
Figura 4. Diferença entre lentes
esférica (representada a esquerda)
e asférica (direita).
para
a
mácula.
Apenas
em
ambientes de pouca luminosidade
existe um maior número de raios
periféricos que sofrem aberração e
Com relação aos sistemas
dióptricos
dos
olhos,
temos
a
córnea e o cristalino como principais
o paciente pode sentir dificuldade
nestas situações.
Quando
é
Sobre a melhora noturna da
realizada
facectomia e opta-se pelo implante
visão,
das lentes asféricas, o que se busca
intimamente
é proporcionar a acuidade visual do
tamanho da pupila, pois quanto
jovem, com maior qualidade de
maior
visão e sensibilidade ao contraste.
periféricos,
Alguns pacientes podem apresentar
proporcionada.
dificuldades
a
asféricas, além das vantagens já
superioridade das LIOs asféricas, e
citadas, proporcionam também um
sua mensuração também se torna
ganho de visão noturna exponencial
prejudicada, em razão de que a
em relação as LIOs tradicionais,
aberração corrigida por ela já nos é
como comprovado por pesquisas
natural desde os 45 anos. Sabemos
(vide Gráfico 1).
para
perceber
sabemos
a
que
ela
está
relacionada
ao
incidência
maior
Ou
dos
a
raios
aberração
seja,
lentes
que, pacientes hígidos nessa idade
apresentam boa acuidade visual.
Este fato pode ser comprovado
pelos autores Tzelikis PFM, Mester
et al. e Bellucci et al em suas
pesquisas.
Pacientes
com LIOs asféricas em
um
e esféricas no adelfo podem
sentir
diferença
olho
não
significativa
ou
preferir a asférica, porém nenhum
Gráfico 1. Aberração esférica em
função da fenda pupilar com LIOs
asférica, esférica e sem LIO.
paciente relatou preferir a esférica
nos relatos literários. Testes de
Com
a
progressão
da
com
catarata e piora da acuidade visual
esses mesmos pacientes também
a facectomia com implante de LIO é
mostram vantagem em relação as
indicada e é nesse momento temos
lentes asféricas. Mesmo em alguns
que nos perguntar: qual a melhor
estudos
sensibilidade
ao
contraste
não
são
lente para o paciente? Sabendo que
relevantes,
não
no jovem é natural uma aberração
sendo encontrados estudos onde as
esférica próxima de zero que se
lentes esféricas são confirmadas
torna positiva com o tempo, o
como superiores até o momento⁷.
paciente terá benefícios se indicada
os
estatisticamente
dados
uma lente asférica? Ou seja, devo
limitam aos outros aspectos que
tentar corrigir a aberração esférica
envolvem a função visual.
positiva da córnea? Se for decidido
Faz-se necessário destacar
que sim, o paciente irá se beneficiar
também as contra-indicações para
de uma lente mais cara em seu dia
tal tipo de lente. A primeira, são os
a dia?
pacientes
É neste instante devemos
refrativa
operados
para
de
cirurgia
hipermetropia,
os
pensar nas vantagens que essa
quais apresentam uma córnea com
correção
proporcionará.
aplanação
devemos
procurar
Sempre
marginal,
conseqüência,
e
uma
em
aberração
melhora
na
contraste
e
esférica menor que a população em
melhora da visão em ambientes
geral. Também, condições que não
escuros (devido à menor aberração
permitem uma correção correta da
em situações de midríase), além da
aberração
acuidade
visual
fragilidade
também,
benefícios
sensibilidade
ao
(AV).
Temos,
em
olhos
positiva
da
córnea:
zonular (induz
descentralização e tilt da
lente),
submetidos ao LASIK para miopia
pupilas descentradas, ceratocone e
ou
aberrações corneanas assimétricas.
RK
onde
há
uma
maior
aplanação central corneana devido
Como a característica da lente
a maior aberração proporcionada
asférica é a diferença da curvatura
por estes procedimentos. Ganharão
central
também
qualquer
com
LIOS asféricas pacientes com alta
hipermetropia,
sem
e
periférica
mal
da
lente,
posicionamento
é
prejudicial à correção adequada.
cirurgia
Assim, temos que avaliar
refrativa, pois em lentes esféricas
cuidadosamente se o paciente vai
muito
da
se beneficiar desta correção. Como
aberração é maior (referente a
já mencionado, a maior vantagem
LIO). No
será
positivas
o
entanto,
os
efeito
benefícios
para
pacientes
com
quanto a AV medida pela tabela
necessidade visual em situação de
de Snellen
não
ser
pouca luminosidade. Em
parte
dos
pacientes mais jovens, ativos e
pacientes, as vantagens podem se
motoristas seriam os que mais se
relevantes
podem
em
uma
beneficiariam
do
emprego
geral
das
lentes asféricas. Claro que, em
frente a situações duvidosas quanto
à
indicação,
podemos
utilizar
exames
complementares
que
medem
quantitativamente
os
valores de aberração corneana. São
eles:
a aberrometria por
método
de Wavefront e exames envolvendo
tecnologia de Scheimpflug.
No mercado existem diversos
tipos de lentes intraoculares, cada
Fluxograma 1. Escolha de LIOS de
acordo com a Academia Americana
de Oftalmologia (tradução).
uma com diferentes correções. Elas
podem simular o cristalino de um
paciente
jovem com
aberração
esférica negativa, ou apenas não
apresentar
esférica
aberração
de
zero).
(aberração
As
lentes
esféricas com aberração negativa
atualmente disponíveis no Brasil
são
a
AMO
Tecnis (-0.27mm),
Alcon Acrysoft IQ
(-020mm),
neutras
os
são
Baush&Lomb
Akreos
as
modelos
AO
e
Mediphacos MF2R, Miniflex.
Por
fim,
para
auxílio
da
CONCLUSÃO
___________________________________________
Lentes asféricas são uma
evolução dos implantes de lentes
intraoculares. No entanto, é preciso
pensar qual indicação será a mais
acertada para o paciente, seja no
campo da refração (correção óptica
mais adequada) ou com relação ao
impacto
que
este
investimento
surtirá na vida do paciente. Médicos
residentes
em
oftalmologia
normalmente
possuem
limitadas
escolha entre as lentes esféricas e
opções
asféricas,
sendo mandatório aprimoramento e
os
médicos
oftalmologistas aprendizes podem
se valer de ferramentas como o
fluxograma
disponibilizado
Academia
pela
Americana de
Oftalmologia (AAO) em seu site
(Fluxograma 1).
de
lentes
intraoculares,
estudo acerca do assunto
.
ABSTRACT
e
da
sensibilidade
ao
contraste
em
olhos
pseudofácicos com implantes
de
lentes
intraoculares
esférica e asférica. Ver Bras
de Oftalmol. 2008; 67(3)
___________________________________________
Introduction:
Intraocular
lenses
(IOLs) are a prominent theme for the
residents in ophthalmology and that
3.
José Junior NK, Novidades
na cirurgia de catarata lentes
intraoculares asféricas. Ver
Bras de Oftalmol. 2008; 68(4)
4.
Olsen T, C constant: New
concept for ray tracing–
assisted
intraocular
lens
power calculation. J Cataract
and
Refractive
Surgery.
2014; 40
5.
Bellucci R, et al Visual
acuity and contrast sensitivity
comparison between Tecnis
and
AcrySof
SA60AT
intraocular
lenses:
A
multicenter
randomized
study. J Cataract Refract
Surg. 2005; 31: 712-7
6.
Mester U, et al Impact of a
modified optic design on
visual function: Clinical
comparative
study.
J
Cataract
Refract
Surg
2003; 29: 652-660
7.
Balarin Silva HM, Lentes
Asféricas: Pontos fortes e
pontos fracos. Instituto de
Olhos de Rio Claro, 2016
8.
Carvalho LM. Metodologia
de otimização de lentes
intraoculares monofocais e
multifocais
modeladas
computacionalmente
em
modo não sequencial com
base em algoritmo genético
[tese].
Belo
Horizonte:
Universidade Federal de
Minas Gerais; 2014.
9.
Porfirio Neto Junior F.
Comparação da eficácia das
lentes intraoculares restor
they often have no contact with
different types during their training.
Among the possible lenses that
could be used are aspheric IOLs,
highlight of this review.
Objective:
Literature
focusing
ophthalmologists
on
review
in
training.
Method:
Literature
review
in
PubMed and BIREME databases
Conclusion: It is necessary to the
resident knowing all the indications
and advantages of aspheric IOLs to
better serve the needs of our
patients,
even
presenting
few
contact with this issue during their
trainee program.
Keywords:
cataracts,
cataract
extraction, intraocular lens.
REFERÊNCIAS
1.
2.
José Junior NK, et al
Lentes Asféricas: avaliação
da indicação clínica e opções
de lentes. Ver Bras de
Oftalmol. 2008; 68(3): 175-9.
Hida WT, et al Comparação
da análise de frente de onda
esféricas – SN60D3 – e
restorasférica – SN6AD3
[tese]. Brasília: Universidade
de Brasília; 2009.
10. Tzelikis PFM. Comparação
da qualidade visual entre
lentes intraoculares asféricas
e
lentes
intraoculares
esféricas através do estudo
da sensibilidade ao contraste
e aberrometria.: Faculdade
de Medicina da UFMG; 2008.
11. Ribeiro F, et al. Biometria
Premium
para
Cirurgia
Premium. 1a ed.: SPO; 2013.
12.
Alves AA, et al. Refração.
6 ed.: Guanabara Koogan,
São Paulo, 2014.
a
ENTRÓPIO CONGÊNITO DE PÁLPEBRA SUPERIOR
CONGENITAL UPPER EYELID ENTROPION
Renata Nakamura e Silva1
RESUMO
César Klein Lopes1
Isabella Parizotto2
Mariana Anunciação Saulle3
_____________________________
Instituto Penido Burnier.
Introdução: O entrópio congênito
de pálpebra superior é uma condição
rara, que possui potencial dano
corneano. Tal alteração não se
resolve espontaneamente, e para sua
correção, é necessário o tratamento
cirúrgico.
Existem
diferentes
técnicas
para
sua
correção,
escolhidas a depender das alterações
anatômicas encontradas. Objetivo:
Relatar o caso de uma paciente de
três anos com entrópio congênito de
pálpebra superior. Materiais e
Método: Relato de caso. Conclusão:
O diagnóstico e correção cirúrgica
devem ser realizados o mais breve
possível para evitar a perda visual
permanente.
1
Médica residente do segundo ano
(R2) em oftalmologia da Fundação
Dr. João Penido Burnier.
2
Palavras-chave: entrópio, pálpebra,
congênito.
Médica oftalmologista, fellow de
oculoplástica na Fundação Dr. João
Penido Burnier e UNICAMP.
INTRODUÇÃO
3
Médica oftalmologista especialista
em oftalmoplástica e vias lacrimais;
corpo clínico do Banco de Olhos de
Sorocaba Sorocaba e Fundação Dr.
João Penido Burnier.
Endereço para Correspondência:
Renata Nakamura e Silva
Avenida Andrade Neves,
Botafogo,
Campinas/SP
13013-161
Recebido para
18/02/2016
Aceito
para
01/03/2016
publicação
publicação
683,
CEP
em:
em:
_____________________________
___________________________________________
O entrópio congênito da
pálpebra
superior
(PS)
anormalidade
rara.
freqüentemente
é
é
uma
Mais
adquirido,
raramente pode ser congênito1,2.
No
existe,
entrópio
usualmente,
congênito
uma
deformidade na placa tarsal, em que
ela perde a sua posição vertical e se
torna invertida parcial ou totalmente
ao longo do comprimento palpebral,
deixando assim a margem palpebral
permanentemente
invertida.
O
A genitora relatou história de
secreção e prurido crônicos.
entrópio pode variar em relação à
sua gravidade
1,2,3,4
.
Em sua história pregressa,
apresentava antecedentes pessoais
O contato dos cílios com a
de prematuridade, com gestação e
superfície ocular pode resultar em
parto sem complicações. Segundo
ceratite, abrasão corneana ou até
relato da mãe, devido à dificuldade
mesmo em úlcera e opacificação.
em ganhar peso, a criança tem sido
Dessa
extrema
investigada com geneticista para a
importância o diagnóstico precoce,
presença de possível síndrome,
seja
ainda
maneira,
pelo
é
de
pediatra
oftalmologista,
e
ou
pelo
intervenção
imediata5,6.
diagnóstico.
Antecedentes oftalmológicos: nada
digno
Existem diferentes técnicas
sem
de
nota.
Antecedentes
familiares: nada digno de nota.
cirúrgicas para a correção, e a
Ao
exame
oftalmológico,
escolha deve ser feita baseada nas
apresentava acuidade visual de 0,8
condições anatômicas e funcionais
em
da pálpebra4.
biomicroscopia em AO, entrópio de
O objetivo desse estudo é
relatar
um
caso
de
entrópio
ambos
os
olhos
(AO);
à
pálpebra superior e ausência de
lesão corneana (Fotos 1 e 2).
congênito da PS em uma criança de
três
anos
de idade
de
nosso
serviço.
RELATO DE CASO
___________________________________________
K.S.C.,
feminina,
3
anos,
natural e procedente de Monte
Santo de Minas/MG, foi levada pela
mãe para atendimento na Fundação
Dr. João Penido Burnier no dia
23/10/2015.
Foto
1.
Entrópio
superior de OD.
em
pálpebra
DISCUSSÃO
___________________________________________
O entrópio congênito da PS
não
melhora
espontaneamente,
tornando-se necessária a correção
Foto
2.
Entrópio
em
pálpebra
sua resolução pode resultar em
superior de OE.
Foi
cirúrgica. Uma vez que o atraso em
proposta
correção
defeito visual permanente1,7.
cirúrgica do entrópio de PS com
Diferentes técnicas cirúrgicas
fratura tarsal e rotação marginal de
são descritas na literatura, e a
PS em AO. Durante o procedimento
escolha do procedimento para a
cirúrgico, sob anestesia geral, foi
correção
realizada
com
consideração um número variado de
lâmina 15, fratura tarsal em toda
fatores, como o grau de severidade
extensão da PS, sutura de eversão
do entrópio, a espessura da placa
com vicryl 6.0 (3 pontos) e sutura da
tarsal,
pele com vicryl 6.0.
conjuntiva
incisão
de
pele
A paciente foi avaliada no 7º
pós-operatório (PO), sem queixas.
do
a
entrópio
leva
queratinização
tarsal
e
a
em
da
retração
palpebral8.
A fratura tarsal em toda
biomicroscópico,
espessura palpebral e rotação é
mantinha PS bem posicionada. Não
uma opção para correção cirúrgica
foi retirada a sutura. Foi vista
do entrópio de PS, e foi a escolhida
novamente no 30° PO, mantendo
em nosso caso. Considerada uma
PS
ótima técnica, corrige o defeito
Ao
exame
bem
posicionadas
e
sem
suturas(Foto 3).
tarsal com sucesso e bom resultado
estético, porém há risco de hipo ou
hipercorreção.
lamelar
é
A
demorada
tarsoplastia
e
requer
experiência para desinserção da
placa tarsal. A excisão do músculo
Foto 3. 30° PO de fratura tarsal e
orbicular e pele tem sido relatado
rotação marginal em PS de AO.
como efetivo em alguns casos, no
entanto dados mostram que não é
necessary.
suficiente para segurar a pálpebra
techniques for correction, which are
na posição evertida1,6,9.
chosen
Assim
como
pesquisado
na
vem
sendo
paciente
desse
There
are
depending
descrito
upper eyelid entropion.
síndrome
com
de
uma
apresentações
sistêmicas, sobretudo no sistema
cardiovascular,
sistema
nervoso
central e esquelético10,11.
the
Purpose: Report the case of a 3year-old
parte
on
anatomical alterations found.
relato, tal defeito palpebral tem sido
como
different
patient
with
congenital
Method: Case report.
Conclusion: Diagnosis and surgical
treatment should be performed as
soon
as
possible
to
prevent
entropion,
eyelid,
permanent visual loss.
CONCLUSÃO
Keywords:
___________________________________________
O entrópio congênito de PS
congenital.
é uma condição rara, que não
melhora espontaneamente, e que
tem potencial de causar úlcera de
córnea. Torna-se, então, evidente a
REFERÊNCIAS
___________________________________________
1.
et
al.Tarsal Kink Syndrome Ass
ociated with Congenital Corn
eal Ulcer. Ophthalmic Plast
Reconstr Surg. 2003; 19(1):
81-3.
importância do diagnóstico precoce
e da rápida intervenção cirúrgica, a
fim
de
prevenir
opacidades
corneanas permanentes e perda
visual4,11.
2.
Yaqub A, Leatherbarrow B.
The use of autogenous
auricular cartilage in the
management of upper eyelid
entropion. Eye. 1997; 11:
801-5.
3.
Bartley GB, Nerad JA,
Kersten RC, et al. Congenital
entropion with intact lower
eyelid retractor insertion. Am
J Ophthalmol. 1991; 112:
437-41.
4.
Bernardes TF, Soares IP,
França VP et al. Entrópio
ABSTRACT
___________________________________________
Introduction:
Congenital
upper
eyelid entropion is a rare condition
that has the potential to cause
corneal damage. Such condition it
not self-reparable, and in order to
correct
a
surgical
treatment
is
Salour H, Owji N, Razavi M
congênito
primário
da
pálpebra superior. RevBras
Oftalmol. 2008; 68 (1): 53-8.
5.
Soylev MF, Kocak N,
Ozkan SB et al. Congenital
upper
eyelid
entropion.
Journal of AAPOS. 2005;
9(1): 64-5.
6.
Naik MN, Honavar SG,
Bhaduri A et al. Congenital
horizontal tarsal kink a singlecenter experience with 6
cases. Ophthalmology. 2007;
114(8): 1564-8.
7.
Luchs JI, Laibson PR,
Stefanyszyn MA et al.
Infantile ulcerative keratitis
secondary
to
congenital
entropion. Cornea. 1997; 16:
32-4.
8.
Collin JRO. A manual of
systematic eyelid surgery, 3rd
ed. London: Elsevier; 2006.
9.
Biglan AW, Buerger GF.
Congenital horizontal tarsal ki
nk.Am J Ophthalmol. 1980; 8
9: 522–4.
10.
Lucci LM, Fukumoto WK,
Alvarenga LS. Trisony 13: a
rare case of congenital tarsal
kink. Ophthal Plast Reconstr
Surg. 2003;19(5):408-10.
11. Yuksel D, Kosker M. The
Surgical
Treatment
of
Congenital
Tarsal
Kink
Syndrome Associated With
Corneal Ulcer. Ophthalmic
surgery, lasers and imaging.
2011; 126-8.
ANTI-VEGF PARA TRATAMENTO DA CORIORRETINOPATIA
CENTRAL SEROSA: RELATO DE CASO
ANTI-VEGF FOR THE TREATMENT OF CORIORETINOPATIA
CENTRAL SEROUS: CASE REPORT
Rafael Nojiri Moreira1
Marcio A. Nogueira Costa
RESUMO
2
_____________________________
Instituto Penido Burnier.
Introdução:
Coriorretinapatia
Serosa Central (CSC) é uma doença
idiopática
caracterizada
pelo
acúmulo de fluido na área macular,
causando
descolamento
seroso
circunscrito. Existem diferentes
opções de tratamento, além da
conduta expectante. O uso de agente
anti-VEGF tem sido objeto de estudo
no tratamento, principalmente nas
CSC crônicas. Objetivo: Relatar a
eficácia da injeção intra-vítrea de
bevacizumab na CSC como uma
nova alternativa de tratamento.
Materiais e Método: Relato de caso
e revisão da literatura. Conclusão:
Apesar de diversos trabalhos
mostrarem redução da espessura
macular
e
conseqüentemente
melhora visual, ainda faltam estudos
que comprovem de forma efetiva os
benefícios dos anti-VEGF em CSC.
1
Médico Residente em Oftalmologia
do Instituto Penido Burnier
2
Medico Oftalmologista do Instituto
Penido Burnier
Avenida Andrade Neves, 683,
Campinas, SP. CEP: 13013-161;
Aceito
para
16/03/2016
publicação
publicação
INTRODUÇÃO
_____________________________
Rafael Nojiri Moreira
Recebido para
12/03/2016
Palavras-chave: Coriorretinapatia
Serosa Central; Bevacizumab; antiVEGF.
em:
em:
_____________________________
O
primeiro
Coriorretinapatia
registro
Serosa
da
Central
(CSC) foi em 1866, por Von Graefe,
e posteriormente por Fuchs; que
OBJETIVO
usaram o termo retinite recorrente
central.
Esta
patologia
é
uma
doença idiopática caracterizada pelo
_____________________________
O objetivo deste estudo é
acúmulo de fluido na área macular,
seroso
relatar a eficácia da injeção intra-
circunscrito da retina neurossen-
vítrea de bevacizumab na CSC
sorial, do epitélio pigmentário da
como
retina (EPR) ou de ambos1.
tratamento.
causando
descolamento
uma nova alternativa de
É uma das dez doenças mais
comuns do segmento posterior do
olho e uma causa freqüente de
deficiência visual. A literatura relata
uma prevalência mais elevada em
homens, com média de idade de 45
anos. Diferentes fatores têm sido
associados com o aparecimento do
RELATO DE CASO
________________________________
M.T., 42 anos, masculino,
com queixa de baixa acuidade
visual no olho esquerdo (OE) há 10
dias.
CSC, como personalidade tipo A,
Antecedentes Oftalmológicos: nada
algumas
digno de nota.
drogas
psiquiátricas
e,
especialmente, o stress2.
Antecedentes Pessoais: hipertenso,
Existem diferentes opções de
tratamento,
além
expectante,
incluindo
tópico
com AINES,
da
conduta
tratamento
inibidor
da
anidrase carbónica, fotocoagulação
com laser de argônio e a terapia
fotodinâmica. O uso do agente anti-
personalidade tipo A, piloto de
avião.
Ao exame oftalmológico:
ODV:20/20 e OEV:20/40
Biomicroscopia
OD: conjuntiva clara, córnea
VEGF tem sido motivo de estudo no
transparente,
tratamento, principalmente nas CSC
câmara anterior, reflexo fotomotor
3
crônicas .
presente
e
sem
reação
normal,
de
cristalino
transparente.
OE: conjuntiva clara, córnea
transparente,
sem
reação
de
câmara anterior, reflexo fotomotor
presente
e
normal,
cristalino
Angiografia Ocular
transparente.
OD: sem alterações
Tonometria
OE:
dois
pontos
de
ODT:14 mmHg
vazamentos temporal à fóvea, com
OET:12 mmHg
hiperfluorescência
progressiva
nestas áreas (Foto 3).
Fundoscopia
FOD: relação escavação x
disco óptico de 0,3 (vertical) x 0,3
(horizontal), mácula sem alterações,
vasos
com
trajetos
e
calibres
normais (Foto 1).
FOE: relação escavação x
disco óptico de 0,3 (vertical) x 0,3
(vertical), vasos com trajetos e
calibres
normais,
descolamento
seroso perifoveal (Foto 2).
Foto
3.
Duas
angiografia
do
evidenciando
imagens
olho
da
esquerdo
vazamento
de
contraste.
Foto 1. Fundoscopia do olho direito.
Tomografia de Coerência Óptica
(OCT)
OD:
preservada,
depressão
sem
foveal
liquido
sub-
retiniano. Espessura central de 230
micra.
OE: aumento da depressão
Foto
2.
esquerdo.
Fundoscopia
do
olho
foveal, presença de liquido subretiniano
em
área
macular.
Após
Espessura central de 420 micra
(Figura 1).
30
dias,
paciente
encontrava-se com visão de 20/25
no OE.
OCT (30 dias pós-injeção)
OE:
ausência
de
liquido
sub-
retiniano. Espessura central 280
micra (Figura 2).
Figura 1. Imagens de OCT do olho
esquerdo
mostrando
um
descolamento seroso da mácula.
Figura 2. Imagens de OCT do olho
Desta
maneira, a história
esquerdo após o tratamento, com
clínica e exames complementares
regressão total do descolamento
conduziram
para
seroso da mácula.
diagnóstica
de
a
hipótese
coriorretinopatia
central serosa.
Paciente, por ser piloto de
avião, buscava maior rapidez no
tratamento. Foi então realizado a
injeção intra-vítrea de anti-VEGF
(bevacizumabe).
DISCUSSÃO
_____________________________
Coriorretinopatia
Serosa
Central (CSC) é uma condição
idiopática
caracterizada
pela
acúmulo de fluido sub-retiniano na
esteja relacionado com a diminuição
da permeabilidade vascular3,5.
mácula. Embora a maioria dos
casos
desapareça
esponta-
As tentativas para tratar CSC
aguda
e
crônica
com
injeção
neamente entre 3 e 6 meses, em
intravítrea
outros
uma
baseiam-se na hipótese de que a
condição crônica. O uso de anti-
hiperpermeabilidade da coroide está
VEGF
associada
pode
evoluir
para
(bevacizumab)
tem
sido
de
bevacizumab
com
a
expressão
defendido por alguns pesquisadores
aumentada de VEGF, embora altos
como
níveis
uma
tratamento
possível
opção
nos casos de
de
de
VEGF
não
foram
CSC
detectados no humor aquoso. No
persistente. Vários casos relatados
entanto, Jung et al. demonstraram
na
de
que os pacientes com CSC que
bevacizumabe 1,25 mg, mostraram
responderam a injeção intra-vítrea
reduções
na
de bevacizumab tinham níveis mais
espessura central macular, com
elevados no humor aquoso do que
diminuição
aqueles que fizeram a aplicação e
literatura,
após
o
uso
significativas
do
líquido
conseqüentemente
foveal
melhora
e
da
acuidade visual6.
não responderam7,8.
Lim et al. não relataram
®
Bevacizumab (Avastin ) é um
diminuição da espessura macular
anticorpo monoclonal que se liga
numa série de 12 pacientes tratados
seletivamente
com dose única de bevacizumabe
chamada
a
uma
fator
de
proteína
crescimento
(1,25
mg/0,05
ml)
quando
endotelial vascular (VEGF). Tem
comparados ao grupo controle (12
sido
olhos), durante período de seis
utilizado
no
campo
da
oftalmologia,
em
diversas
condições,
tais
como
neovascularização
retinopatia
de
diabética,
coróide,
oclusões
vasculares e glaucoma neovascular.
O
mecanismo
de
ação
do
bevacizumab no CSC ainda não é
conhecido, mas pensa-se que talvez
meses de follow-up9.
Neste
apresentado,
nosso
após
30
caso
dias
da
aplicação de bevacizumabe, houve
uma
diminuição
significativa
da
espessura foveolar e melhora da
acuidade visual, mesmo em CSC
não crônica.
Nesmo com a melhora em
in
CSC
as
a
new
alternative
muitos casos após a injeção intra-
treatment.
vítrea de anti-VEGF, ainda faltam
Materials
estudos
report and literature review.
mais
convincentes
que
consigam demonstrar realmente o
efeito dos anti-VEGF nas CSC.
and
Conclusion:
cases
Methods:
Various
reported
to
Case
series
of
exhibit
a
significant reduction in the central
CONCLUSÃO
macular
___________________________________________
Apesar de diversos trabalhos
mostrarem redução da espessura
macular
e
consequentemente
melhora visual, ainda faltam estudos
que
comprovem
realmente
os
benefícios dos anti-VEGF em CSC.
thickness
and
improvements in visual acuity in
patients with SCC, treated with
bevacizumab. As demonstrated in
our case report. There still need
more studies that are convincing
about this treatment.
Keywords:
Central
Chorioretinopathy;
Serous
Bevacizumab;
anti-VEGF.
ABSTRACT
___________________________________________
Introduction:
Central
chorioretinopathy is an idiopathic
disease
characterized
by
fluid
accumulation in the macular area,
causing
circumscribed
serous.
There are different treatment options
beyond watchful waiting. The use of
intravitreal
anti-VEGF
agent
promising
in
treatment,
the
REFERÊNCIAS
Serous
___________________________________________
1. Gass JD. Pathogenesis of
disciform detachment of the
neuroepithelium.
Am
J
Ophthalmol.
1967;63(3):
Suppl: 1-139.
2.
Wang M, Munch I, Hasler
P, Prunte C, Larsen M.
Central
serous
chorioretinopathy.
Acta
Ophthalmol. 2008; 86:126-45.
3.
GREGORI-GISBERT, I. et
al. Coriorretinopatía serosa
central recidivante y crónica:
Estudio del espeso rretiniano
al mes del tratamiento con
una
inyección
de
bevacizumab intravítreo. Arch
is
especially in chronic CSC.
Objective: To evaluate the efficacy
of intravitreal bevacizumab injection
Soc Esp Oftalmol, Madrid, v.
86, n. 12, dic. 2011.
Disponible
en
<http://scielo.isciii.es/scielo.p
hp?script=sci_arttext&pid=S0
36566912011001200004&lng=es
&nrm=iso>. accedido en 05
abr. 2016.
4.
Turchetti,
Remo; Moraes
Júnior,
Haroldo
Vieira
de; MAIA,
Hugo
Soares.
Número, tipo e topografia dos
Pontos de vazamento em
patients com coriorretinopatia
serosa central. Arq. Bras.
Oftalmol; São Paulo, v. 68,
n. 3, p. 317-20, junho de
2005. Disponível
em
<http://www.scielo.br/scielo.p
hp?script=sci_arttext&pid=S0
00427492005000300008&lng=en
&nrm=iso>. Acesso em 05 de
abril de 2016.
http://dx.doi.org/10.1590/S00
04-27492005000300008.
5.
Fernando
Arevalo
J.
intravítreabevacizumab como
Anti-Vascular
Fator
de
Crescimento Endotelial na
Gestão de complicações da
proliferativa
retinopatia
diabética. Medical
Hypothesis, descoberta e
inovação
em
Oftalmologia. 2013; 2 (1): 204.
6.
Tah V, Orlans HO, Hyer J,
et al. Anti-VEGF Therapy and
the
Retina:
An
Update. Journal
of
Ophthalmology.
2015;2015:627-74.
doi:10.1155/2015/627674.
7.
Nicholson B, Noble J,
Forooghian F, Meyerle C.
Central
Serous
Chorioretinopathy: Update on
Pathophysiology
and
Treatment. Survey
of
ophthalmology.
2013;58(2):103-26.
doi:10.1016/j.survophthal.201
2.07.004.
8. Jung SH, Kim K-A, Sohn SW,
Yang SJ. Cytokine levels of
the aqueous humour in
central
serous
chorioretinopathy. Clin Exp
Optom
2014;97(3):264–9.
http://dx.doi.org/10.1111/cxo.
12125.
9. Lim JW, Ryu SJ, Shin MC.
The Effect of Intravitreal
Bevacizumab in Patients with
Acute
Central
Serous
Chorioretinopathy. Korean
Journal of Ophthalmology:
KJO.
2010;24(3):155-8.
doi:10.3341/kjo.2010.24.3.15
5.
10. Lim SJ, Roh MI, Kwon OW.
Intravitreal
bevacizumab
injection for central serous
chorioretinopathy.
Retina
2010;30(1):100–6.
http://dx.doi.org/10.1097/IAE.
0b013e3181bcf0b4.
11. Abouammoh MA. Advances
in the treatment of central
serous
chorioretinopathy.
Saudi J Ophthalmol. 2015.
Epub ahead of print
12. Nicholson
B,
Noble
J,
Forooghian F, Meyerle C.
Central
Serous
Chorioretinopathy: Update on
Pathophysiology
and
Treatment. Survey
of
ophthalmology.
2013;58(2):103-26.
doi:10.1016/j.survophthal.201
2.07.004.
MANCHAS DE ROTH EM PACIENTES COM LEUCEMIA
MIELÓIDE AGUDA: RELATO DE CASO
ROTH SPOTS IN PATIENTS WITH ACUTE MYELOID LEUKEMIA:
CASE REPORT
_____________________________
Guilherme F. B. Coelho Dias¹
RESUMO
Murilo Meiwa¹
Ana Carolina Porto Bugalho¹
Marcio A. Nogueira Costa²
Andrea Nehemy²
Elizabeth Quagliato3
_____________________________
Instituto Penido Burnier
1
Residente do terceiro ano de
Oftalmologia da Fundação Dr. João
Penido Burnier
Introdução: As manchas de Roth
são hemorragias retinianas com halo
central esbranquiçado, consistindo
num sinal inespecífico da ruptura de
capilares retinianos, seguido da
agregação de fibrina e plaquetas. Há
uma variedade de condições clínicas
associadas às manchas de Roth, além
da leucemia. Objetivo: Relatar um
caso de manchas de Roth em
paciente com leucemia mieloide
aguda. Método: Relato de caso.
Conclusão: As manchas de Roth
ocorrem em uma variedade de
condições
clínicas.
A
causa
subjacente deve ser cuidadosamente
investigada através de histórico
minucioso, exame clínico completo e
criteriosa investigação laboratorial.
2
Médico Oftalmologista do Instituto
Penido Burnier
3
Médica Neurologista da Clínica
Quagliato, docente da Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP)
Palavras-chave: manchas de Roth,
leucemia
mieloide
aguda,
hemorragias retinianas.
Endereço para Correspondência:
INTRODUÇÃO
Murilo Meiwa
Avenida Andrade Neves,
Campinas/SP CEP 13013-161
683
Recebido para
20/02/2016
em:
Aceito
para
03/03/2016
publicação
___________________________________________
A leucemia mieloide aguda,
também conhecida como leucemia
publicação
em:
mielogênica aguda, é um câncer da
linha mieloide dos glóbulos brancos
que se caracteriza pelo
crescimento
células
e
e
como
hemorragias retinianas com halo
de
central esbranquiçado, consistindo
imaturas
num sinal inespecífico da ruptura de
proliferação
malignas
conhecidas
rápido
blastos.
A
classificação das leucemias baseia-
capilares retinianos,
seguido
agregação
fibrina
se, em grande parte, na célula de
plaquetas
origem (linfóide ou mieloide), bem
Há
de
da
e
2,5,6
.
uma
variedade
de
como na velocidade de seu curso
condições clínicas associadas as
clínico (aguda ou crônica). Estas
manchas
células se acumulam na medula
leucemia,
óssea, interferindo
endocardite bacteriana subaguda,
normal
de
na
produção
outras
células
de
Roth,
que
além
da
incluem
a
sepse,
toxoplasmose,
sanguíneas. É o tipo mais comum
leucemia,
diabetes,
de
vasculite e lesões cerebrais por
leucemia
aguda
que
afeta
adultos. Os sintomas são causados
pela
substituição
normais
da
resultando
das
células
medula
óssea,
numa
diminuição
de
glóbulos vermelhos, plaquetas e de
leucócitos normais. Estes sintomas
incluem
dispnéia,
hemorragia
e
aumento do risco de infecções1,2.
HIV,
hipertensão,
trauma em crianças4,6.
Nós relatamos um caso de
um paciente
diagnosticado
com
leucemia mielóide aguda há dois
meses, que apresentou manchas de
Roth em ambos os olhos e piora da
visão no OE.
Manifestações oculares são
raras, sendo a retina e a coróide os
RELATO DE CASO
locais mais comuns. Tortuosidade
___________________________________________
vascular,
dilatação
dos
vasos,
W.R.,
31
anos,
branco,
e
residente
exsudatos algodonosos e manchas
procedente
de Roth são os achados mais
Campinas-SP, com queixa de BAV
típicos nas leucemias.
em ambos os olhos há 7 dias.
podemos
encontrar
Também
células
leucêmicas na íris, úvea, pálpebras
e conjuntiva3,4.
As manchas de Roth são
Antecedentes
em
pessoais:
diagnóstico de leucemia mieloide
aguda há 2 meses, em tratamento
com quimioterápicos.
DISCUSSÃO
Antecedentes oftalmológicos:
nada digno de nota
___________________________________________
Antecedentes
familiares:
nada digno de nota
Moritz
Roth
publicou,
em
1872, dois artigos descrevendo uma
condição retiniana que ele nomeou
Ao exame ocular:
como retinite séptica que ocorrera
Acuidade visual:
em dois pacientes em estado grave
OD: +0,50 esf V:0,8
com
OE: +0,50 esf V:0,6
hemorragias retinianas difusas em
Biomicroscopia AO: sem alterações.
Tonometria AO: 14 mmHg
Motilidade
ocular
e
bacteremia.
Ele
observou
pacientes
com
endocardite
bacteriana.
Essas
hemorragias
eram redondas, ovais ou em forma
reflexos
de chama, com um halo central
fotomotores preservados.
esbranquiçado. Roth então definiu
Fundoscopia:
que
OD: presença de hemorragias préretinianas, com centro branco, em
arcadas vasculares, sugestivo de
manchas de Roth. Mácula livre
em arcadas vasculares e em área
macular (Figura 1).
halo
esbranquiçado
representava focos de abscessos
bacterianos, produto da embolia das
vegetações infecciosas das valvas
cardíacas.
No entanto, sabe-se hoje que
(Figura 1).
OE: presença de manchas de Roth
esse
as hemorragias retinianas com halo
central esbranquiçado são um sinal
inespecífico da ruptura de capilares
retinianos,
seguindo-se
da
agregação de fibrina e plaquetas.
Há uma variedade de condições
clínicas associadas às manchas de
Roth
Figura 1. Retinografia de OD e OE
que
inclui
bacteriana
toxoplasmose,
a
endocardite
subaguda,
HIV,
sepse,
leucemia,
diabetes, hipertensão, vasculite e
lesões cerebrais por trauma em
crianças.
O paciente, neste relato de
of fibrin and platelets. There is a
caso, apresentava em ambos os
variety
olhos manchas de Roth difusas,
associated Roth spots, as well as
principalmente
leukemia.
nas
arcadas
of
clinical
conditions
vasculares e área macular do OE.
Purpose: Relate a case of Roth
Foi
spots in patients with acute myeloid
submetido
há
15
dias ao
transplante de medula óssea, com
melhora significativa da visão no
OE. Notou-se uma diminuição das
leukemia.
Method: Case report.
hemorragias pré-retinianas após o
Conclusion: Roth stains occur in a
procedimento,
variety of clinical conditions. The
principalmente
em
underlying cause should be carefully
área macular do OE.
sought for a systematic approach,
based
CONCLUSÃO
examination
___________________________________________
As
manchas
on
de
Roth
history,
and
laboratory
investigation.
Keywords:
Roth
ocorrem em uma variedade de
myeloid
leukemia,
condições
hemorrhages.
clínicas.
subjacente
A
deve
causa
clinical
spots,
acute
retinal
ser
cuidadosamente procurada, através
de
uma
abordagem
envolvendo
exame
sistemática
histórico
clínico
e
criterioso,
minuciosa
investigação laboratorial.
ABSTRACT
___________________________________________
Introduction: The Roth spots are
retinal hemorrhages with whitish
central halo consisting of a nonspecific sign of rupture of retinal
capillaries, followed by aggregation
REFERÊNCIAS
___________________________________________
1. Duane TD, Osher RH, Green
WR.
White
centered
hemorrhages:
their
significance. Ophthalmology.
1980 Jan;87(1):66–69
2. Catalano RA, Tanenbaum
HL, Majerovics A, Brassel T,
Kassoff A. White centered
retinal
hemorrhages
in
diabetic
retinopathy.
Ophthalmology.
1987
Apr;94(4):388–392
3. Guyer DR, Schachat AP,
Vitale S, Markowitz JA,
Braine H, Burke PJ, Karp JE,
Graham
M.
Leukemic
retinopathy.
Relationship
between fundus lesions and
hematologic parameters at
diagnosis.
Ophthalmology.
1989 Jun;96(6):860–864.
4. Roy FH. Ocular Differential
Diagnosis.
5th
ed.
Philadelphia,
Pa:
Lea
&Febiger; 1993:548–549
5. Ling R, James B. White
centred retinal haemorrhages
(Roth spots). Postgrad Med J
1998;74:581
6. Mcleod D. Reappraisal of the
retinal cotton wool spot: a
discussion paper. J R Soc
Med 1981;74:682–6.
NOTICIÁRIO
BODAS
Casaram-se no dia 10 de Outubro de 2015, em Foz do Iguaçu, os
queridos ex-residentes Dra. Eloisa Klein Lopes e Dr. Marcelo Moreira.
Felicidades e prosperidade ao casal, que agora reside em Boa Vista, Roraima.
CURSO DE LENTES DE CONTATO
Nos dias 28 e 29 de Novembro de 2015 reuniram-se no Auditório Dr.
Miguel Burnier Jr., residentes de oftalmologia da Fundação Dr. João Penido
Burnier, Hospital Ouro Verde, PUCCAMP e UNICAMP, para participarem do XII
Curso de Lentes de Contato IPB - Dr. Cleber Godinho. Neste ano já tivemos a
participação especial da Dra. Izabela Godinho, que agilizou os trabalhos, junto
ao seu querido pai.
RESUMO DAS ATAS DA AMIPB 1º SEMESTRE DE 2015
1.806ª Sessão Ordinária
(09 de Abril de 2015)
1ª Ordem do dia: “Conceitos de Óptica e Refração” – Sr. Honda. O autor
discutiu o fenômeno óptico da refração e os passos que envolvem a formação
da imagem, além dos diferentes tipos de lentes multifocais e suas
recomendações.
1.807ª Sessão Ordinária
(07 de Maio de 2015)
1ª Ordem do dia: “Eleição da Nova Diretoria da Associação Médica do IPB”
De acordo com os estatutos, foi eleita por unanimidade, a seguinte diretoria
para o período de 01 de Junho de 2015 a 31 de Maio de 2016: Presidente: Dr.
Márcio Augusto Costa; 1ª Secretária: Dra. Taíse Tognon; 2ª Secretária: Dra.
Renata
Nakamura
e
Silva;
Tesoureiro: Dr.
Rodrigo
Barbosa
Abreu;
Bibliotecário: Dr. Hilton de Mello e Oliveira; Comissão de Redação: Dras. Elvira
Abreu, Eloisa Klein e Taise Tognon.
1.808ª Sessão Ordinária
(11 de Junho de 2015)
Expediente: O Dr. Márcio Costa, presidente da AMIPB, registrou o recebimento
de ofício enviado pela Câmara Municipal de Campinas, datado de 07/05/15 e
assinado pelo Presidente da mesma, Vereador Rafa Zimbaldi, requerendo
votos de aplausos para os oftalmologistas, pelo dia 07 de Maio, dia do
oftalmologista. Esta ementa foi solicitada pelo Vereador, Carmo Luiz, líder do
PSC na Câmara Municipal de Campinas.
1ª Ordem do dia: “Semiologia do Segmento Posterior” – Dr. Milton Toledo Fº. O
autor comentou sobre os aspectos semiológicos em segmento posterior,
principais sinais e sintomas e características de cada patologia, bem como as
técnicas de oftalmoscopia indireta e propedêutica armada na retina e vítreo.
1.809ª Sessão Ordinária
(25 de Junho de 2015)
1ª Ordem do dia: “Iconografia” – Dr. Milton Toledo Filho. O autor apresenta
uma série de imagens de arquivo pessoal, referentes a retina e ao segmento
posterior, mostrando suas diversas patologias, características e alterações
vasculares, de papila e de mácula.