O livro-reportagem Olga bate recorde de vendas - Portal RP
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O livro-reportagem Olga bate recorde de vendas - Portal RP
Portal RP-Bahia www.rp-bahia.com.br O livro-reportagem Olga bate recorde de vendas 20 anos depois da sua primeira edição o best-seller de Fernando Moraes ainda está na lista dos mais vendidos do país. Marcello Chamusca O livro-reportagem Olga, de Fernando Moraes, que teve a sua primeira edição em 1985 e fala sobre a vida, a trajetória, a morte e o pós-morte de Olga Benário Prestes – esposa do brasileiro Luis Carlos Prestes – está na sua 17ª edição e atinge a marca de 1 milhão de cópias vendidas no Brasil. Não é muito difícil entender este fenômeno. O livro de Moraes, além de ser muito bem escrito, com uma narrativa simples e envolvente, é fruto de uma pesquisa de três anos que fez como repórter, sem nenhum patrocínio, percorrendo vários países do mundo em busca de informações sobre Olga. Moraes consegue descrever de forma impar todas as características e peculiaridades de Olga, uma judia alemã, filha do advogado Léo Benário (jurista de idéias liberais) e Eugênie Gutmann Benário (elegante dama da alta sociedade), a primeira jovem burguesa a pedir filiação no Grupo Schnabing – organização que compunha a juventude comunista alemã – e, com apenas 15 anos de idade, estudar as doutrinas do Partido Comunista (PC). O livro conta que a ativista comunista Olga, já totalmente envolvida no PC, em 1934, foi selecionada para escoltar Luis Carlos Prestes – um capitão das forças armadas brasileira, famoso por ter comandado a Invicta Coluna Prestes (um grupo de 620 homens que pregavam os ideais comunistas e buscavam o exílio boliviano percorrendo 12 estados brasileiros, numa marcha de 25 mil quilômetros, sem sofrer uma única derrota) – de volta ao Brasil para articular aquilo que seria a revolução comunista brasileira. Em 1935 organizaram a fracassada revolução comunista, que ficou conhecida como “Intentona Comunista”, durante o governo ditatorial de Getúlio Vargas. No mesmo ano, no Rio de Janeiro, foram presos. Olga estava grávida de Anita Leocádia, primeira e única filha do casal, e foi deportada para a Alemanha nazista, onde viveu e morreu num campo de concentração de prisioneiros judeus do governo Hitler. Portal RP-Bahia www.rp-bahia.com.br Recentemente Fernando Moraes foi brindado com uma produção de Jaime Monjardim e Rita Buzzart, que adaptaram Olga para as telas dos cinemas. Certamente que o filme incentivou a procura e uma nova edição do livro-reportagem a ser publicada. A adaptação de Monjardim, no entanto, é um recorte, que enfoca o romance acontecido entre Olga e Prestes e coloca como pano de fundo o contexto histórico e político que envolve o romance do casal. Já o livro, mais completo, nas suas 314 páginas, narra com riqueza de detalhes, todos os episódios políticos vividos pelo casal durante o seu breve romance, interrompido pela intolerância e a imposição da força bélica nazista, com o apoio do então presidente brasileiro Getúlio Vargas, que apoiou a Alemanha nazista até os últimos instantes. Cada um com o seu enfoque, o livro e o filme, valem a pena serem conferidos, pois, buscam formas diferentes de contar a mesma história: a história desta mulher forte e determinada que viveu e morreu por um ideal, o ideal de um mundo mais justo e mais humano para todos. Para citar este trabalho copie as linhas abaixo trocando o X pela data que acessou esse trabalho: CHAMUSCA, Marcello. O livro-reportagem Olga bate recorde de vendas [online] - Disponível na internet via WWW URL: http://www.rp-bahia.com.br/trabalhos/paper/jornalisticos/olga.pdf Capturado em XX/XX/200X.