Norma Técnica Interna SABESP NTS 003
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Norma Técnica Interna SABESP NTS 003
Norma Técnica Interna SABESP NTS 003 DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio Método de Ensaio São Paulo Dezembro - 1997 NTS 003 : 1997 Norma Técnica Interna SABESP SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 1 ESCOPO ............................................................................................................................ 1 2 CAMPO DE APLICAÇÃO.................................................................................................. 1 3 INTERFERENTES ............................................................................................................. 1 4 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 2 5 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................ 2 6 PRINCÍPIOS....................................................................................................................... 3 7 REAÇÕES .......................................................................................................................... 3 8. REAGENTES .................................................................................................................... 4 8.1 LISTA DE REAGENTES ................................................................................................ 4 8.2 SOLUÇÃO TAMPÃO DE FOSFATOS: ......................................................................... 4 8.3 SOLUÇÃO DE SULFATO DE MAGNÉSIO:................................................................. 4 8.4 SOLUÇÃO DE CLORETO DE CÁLCIO: ...................................................................... 4 8.5 SOLUÇÃO DE CLORETO FÉRRICO:........................................................................... 4 8.6 SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO 1M: ................................................................ 4 8.7 SOLUÇÃO DE ÁCIDO SÚLFURICO 0,5M:.................................................................. 4 8.8 SOLUÇÃO DE SULFITO DE SÓDIO:............................................................................ 4 8.9 ÁGUA DE DILUIÇÃO: .................................................................................................... 4 8.10 SOLUÇÃO PADRÃO DE GLICOSE-ÁCIDO GLUTÂMICO:....................................... 4 9 VIDRARIA E EQUIPAMENTOS ........................................................................................ 4 9.1 VIDRARIAS ..................................................................................................................... 4 9.2 EQUIPAMENTOS ........................................................................................................... 5 9.3 LIMPEZA E PREPARAÇÃO DE MATERIAIS ............................................................... 5 10 COLETA DE AMOSTRAS ............................................................................................... 5 11 PROCEDIMENTO ............................................................................................................ 5 11.1 MÉTODO A: DBO SEM SEMENTE ............................................................................. 5 11.2 MÉTODO B: DBO COM SEMENTE ............................................................................ 6 12 EXPRESSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................ 6 12.1 CONDIÇÕES DE VALIDADE DO TESTE.................................................................... 6 12.2 CÁLCULOS PARA OS PADRÕES.............................................................................. 7 12.3 CÁLCULO PARA O BRANCO..................................................................................... 7 12.4 CÁLCULOS PARA AMOSTRAS SEM SEMENTE ..................................................... 7 12.5 CÁLCULOS PARA AMOSTRAS COM SEMENTE..................................................... 7 12.6 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO PROCEDIMENTO .................................... 8 13 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................ 9 01/12/1997 Norma Técnica Interna SABESP NTS 003 : 1997 DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio INTRODUÇÃO Um importante aspecto a ser ressaltado em relação à poluição das águas é o fato de que a maioria dos casos é relacionada à perturbação ecológica devida apenas ao caráter biodegradável do poluente (conteúdo de matéria orgânica) e não a um composto químico específico. Assim, o impacto ecológico provocado por esses poluentes é indireto ou secundário, sendo decorrente da superpopulação do meio por microrganismos heterótrofos (bactérias, fungos etc.), superpopulação esta provocada pela abundância de alimento orgânico colocada a sua disposição. Como tais seres são aeróbios (ou facultativos) estabelece-se uma concorrência com os peixes e outros organismos aquáticos em relação às disponibilidades de oxigênio no ambiente. Os microrganismos são, em geral, menos exigentes em relação às disponibilidades de oxigênio que os peixes, podendo viver de modo aeróbio em ambientes que contenham 1 mg/L de oxigênio ou menos; além disso os facultativos continuam a viver de modo anaeróbio quando todo o oxigênio for extinto. Os peixes, via de regra, não toleram ambientes de menos de 3 ou 4 mg/L de oxigênio , sendo os primeiros a desaparecerem (juntamente com algumas espécies de insetos e crustáceos aquáticos) quando as concentrações estiverem abaixo desses limites. 1 ESCOPO Entendido o processo de poluição das águas fica evidente a necessidade de se avaliar o conteúdo de matéria orgânica originado dos esgotos. Ao longo dos anos foram desenvolvidos inúmeros testes para determinar o conteúdo de matéria orgânica em amostras. Dentre estes, o mais utilizado tem sido o teste de DBO, apesar de suas limitações. O método de análise descrito nesta nor01/12/1997 ma é referente à DBO com período de incubação de 5 dias e na temperatura específica de 20 ± 1 º C. 2 CAMPO DE APLICAÇÃO A DBO é considerada como um importante parâmetro para o controle da poluição das águas por matéria orgânica biodegradável. Em águas naturais, representa a demanda potencial de oxigênio dissolvido que poderá ocorrer devido à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis, o que poderá reduzir os níveis de oxigênio nas águas abaixo dos exigidos pela vida aquática. Trata-se de um importante padrão utilizado pela legislação para o estabelecimento de padrões de emissão de despejos líquidos e padrões de manutenção em corpos receptores. É um parâmetro imprescindível nos estudos de autodepuração dos cursos d’água e composição dos índices de qualidade dos mesmos. No que se refere ao tratamento de esgotos, a DBO é uma importante ferramenta no controle das eficiências das estações de processo de tratamento aeróbio. Trata-se ainda de uma ferramenta muito utilizada na elaboração de projeto de estações de tratamento biológico quando expressa em carga. 3 INTERFERENTES 3.1 A temperatura de incubação da amostra interfere na metabolização da matéria orgânica, sendo assim a temperatura é padronizada em 20 ± 1°C; 3.2 A temperatura da amostra interfere nas medidas de oxigênio dissolvido necessárias para o teste de DBO. Desta forma é necessário o ajuste de temperatura das amostras em 20 ± 1°C; 3.3 O pH da amostra interfere no comportamento dos microrganismos, sendo assim, o pH é padronizado em 6,5 a 7,5. Fazer correção com ácido sulfúrico 0,5 M quando o pH estiver acima e com hidróxido de sódio 1 M quando o pH estiver abaixo; 1 NTS 003 : 1997 3.4 O tempo de incubação interfere na quantidade e no tipo de matéria orgânica oxidada, sendo assim o tempo de incubação é padronizada em 5 dias. Admite-se que, neste período, 80% da matéria orgânica já esteja mineralizada e começando a fase de nitrificação. Uma oxidação total, em geral, leva em torno de 20 dias. Fazer paralelamente a prova em branco somente com água de diluição e o inibidor de nitrificação. Como exemplos de amostras que necessitam nitrificação podem ser citados os esgotos tratados biologicamente, amostras semeadas com esgotos tratados biologicamente e águas de rios. Lembrar sempre de anotar o uso de inibidor de nitrificação na folha de resultados; 3.5 A presença de luz estimula a produção de oxigênio pelas algas presentes na amostra, sendo assim, a incubação deve ser feita na ausência de luz; 3.6 Sempre que possível evitar amostras contendo cloro residual, retirando-as antes do processo de cloração. Nos casos em que for necessário executar testes em amostras que sofreram cloração ou remoção de cloro, semear a água de diluição. Em algumas amostras, o cloro pode se dissipar sob a ação da luz em 1 ou 2 horas. Isto normalmente ocorre durante o transporte e manuseio das amostras. No entanto se for necessário eliminar a interferência do cloro, adicionar solução de Na 2SO3numa porção de 100-1000 mL de amostra neutralizada pela adição de 10 mL de 1+1 de ácido acético ou 1+50 H2SO4, 10 mL de solução de iodeto de potássio – Kl (10g/100mL) por 1000mL de amostra e titular com solução de Na2SO3 com solução indicadora de amido. Adicionar para amostra neutralizada o volume relativo de solução de Na2SO3 determinado anteriormente, misturar e checar após 10 a 20 minutos a presença de cloro residual. (Nota: excesso de Na2SO3 exerce uma demanda de oxigênio e reage lentamente com certos compostos de cloraminas que podem estar presentes em amostras cloradas); 3.7 Amostras supersaturadas de OD: amostras contendo mais que 9 mg/L de 2 Norma Técnica Interna SABESP OD a 20ºC podem ser encontradas em águas geladas ou em águas onde ocorrem processos fotossintéticos, como por exemplo, lagoas de estabilização ou mananciais eutrofizados. Para prevenir a perda de oxigênio durante a incubação de tais amostras, reduzir o OD para a saturação a 20ºC, deixando-as num recipiente parcialmente preenchido com água a 20ºC sob vigorosa agitação; 3.8 A qualidade da água usada para a preparação da água de diluição é de fundamental importância pois ela interfere no desenvolvimento dos microrganismos. Deve, portanto, estar livre de substâncias tóxicas (cloro, cloraminas e ferro que são as mais comumente encontradas) sendo indicada a utilização de água desmineralizada. O pH da água de diluição pode variar em qualquer parte de 6,5 – 8,5 sem afetar a ação das bactérias saprofíticas. É costume tamponar a solução por meio de um sistema fosfato em torno de pH 7,0. O tamponamento é essencial para manter condições de pH favorável todo tempo. A água de diluição padronizada deverá conter quantidade apropriada de nutrientes minerais. As condições osmóticas convenientes são mantidas pelo fosfato de potássio e de sódio, adicionados para prover a capacidade tampão. Além disso, sais de cálcio e magnésio são adicionados para contribuir no conteúdo total de sais. Cloreto férrico, sulfato de magnésio e cloreto de amônio suprem as necessidades de ferro, enxofre e nitrogênio; 3.9 Amostras contendo substâncias tóxicas: determinados despejos industriais podem conter metais tóxicos, como por exemplo, resíduos de galvanização. Estas amostras requerem estudo e tratamento especiais. 4 REFERÊNCIAS - NTS 004/1997: DQO; - NTS 012/1997: OD. 5 DEFINIÇÃO A DBO corresponde à fração biodegradável dos compostos presentes na amostra, mantida num período de 01/12/1997 Norma Técnica Interna SABESP incubação durante cinco dias a uma temperatura constante de 20 + 1ºC. A medida da concentração de matéria orgânica biodegradável neste ensaio, resulta indiretamente através de dados de consumo de oxigênio, devido à degradação da matéria orgânica, durante o período de incubação. 6 Princípios O teste de DBO pode ser considerado um procedimento de bioensaio que envolve a medida de oxigênio consumido pelos microrganismos (principalmente bactérias) na conversão da matéria orgânica presente em carbono e água, sob condições similares que ocorrem na natureza. Para fazer a quantificação do teste, as amostras devem ser protegidas do ar de modo a prevenir a reareação na medida em que o nível de oxigênio dissolvido diminuir. Além disso, por causa da limitada solubilidade do oxigênio na água, esgotos concentrados podem ser diluídos para níveis de demanda que não esgotem todo o oxigênio dissolvido da amostra. Por ser considerado um procedimento de bioensaio, é extremamente importante que as condições ambientais durante todo o teste sejam favoráveis para os organismos vivos. Isto significa que o teste deve ser isento de substâncias tóxicas e que devam estar presentes todos os nutrientes necessários para o crescimento bacteriano, tais como, nitrogênio, fósforo e concentrações traços de certos elementos. Portanto é importante que uma população de organismos, comumente chamada de “semente”, esteja presente no teste. O teste de DBO pode ser considerado um procedimento de oxidação em meio líqüido no qual os organismos vivos servem como meio para oxidar a matéria orgânica em dióxido de carbono e água. Através desta oxidação, é possível interpretar o dado de DBO em termos de matéria orgânica, assim como a quantidade de oxigênio consumido durante a oxidação. Este conceito é fundamental para entender a taxa na qual a DBO é exercida. 01/12/1997 NTS 003 : 1997 As reações de oxidação envolvidas no teste de DBO são resultantes da atividade biológica e a taxa na qual estas ocorrem elas são governadas preponderantemente pela população de microrganismos pela temperatura. Os efeitos de temperatura são mantidos constantes em 20 ºC , que é, de maneira aproximada, a temperatura média dos cursos d’água. Os microrganismos predominantes, responsáveis pela estabilização da matéria orgânica em águas naturais são formas nativas do solo, sendo a taxa de seus processos metabólicos a 20 ºC e sob as condições do teste tal que o tempo pode ser calculado em dias. Teoricamente, requer-se um tempo infinito para oxidação biológica completa da matéria orgânica, mas para propósitos práticos, a reação pode ser considerada completa em 20 dias. Entretanto, um período de 20 dias é muito longo para ser aguardado pelos resultados. Através da prática, verificou-se que de modo razoável uma larga porcentagem do total da DBO é exercida em 5 dias, consequentemente o teste foi desenvolvido com base em 5 dias de período de incubação. Entretanto deve ser lembrado que os valores de DBO de 5 dias representam somente uma porção da DBO total. A exata porcentagem depende das características da semente e da natureza da matéria orgânica e pode ser determinada somente por experimentos. No caso de despejos líqüidos domésticos e industriais, foi encontrado que o valor da DBO de 5 dias é aproximadamente de 70-80% da DBO total. Isto é uma porcentagem suficientemente grande da DBO total, por isso os valores de DBO de 5 dias são usados para muitas considerações. O período de incubação de 5 dias foi selecionado também para minimizar a interferência da oxidação da amônia. 7 REAÇÕES A relação existente entre a quantidade de oxigênio necessária para converter uma quantidade definida de qualquer composto orgânico em dióxido de carbono, água e amônia pode ser representada pela seguinte equação: 3 NTS 003 : 1997 a b 3 CnH aO bNc + n + - c O → 4 2 4 2 3 a nCO2 + c H O + cNH3 2 2 2 Outras reações referentes ao modelo cinético da reação da DBO não serão aqui citadas. Para um maior aprofundamento no assunto recomendase consultar as publicações Metcalf &Eddy (1991) e Sawyer.; McCarty (1978). 8. REAGENTES 8.1 Lista de reagentes - fosfato monobásico de potássio, KH2PO4 p.a.; - - fosfato dibásico de potássio, K2HPO4 p.a., - fosfato dibásico de sódio heptahidratado, Na2 HPO4 . 7H2O p.a.; - cloreto de amônio, NH4Cl p.a.; - sulfato de magnésio heptahidratado, MgSO4 . 7H2O p.a.; - cloreto de cálcio, CaCl2 anidro p.a.; - cloreto férrico hexahidratado FeCl3 . 6H2O p.a.; - hidróxido de sódio, NaOH p.a.; - ácido súlfurico, H2SO4 concentrado p.a.; - sulfito de sódio p.a., Na 2SO3; - inibidor de nitrificação 2-cloro-6 (tricloro-metil) piridina, p.a; dicromato de potássio p.a., K2Cr2O7: secar previamente a 103°C por 2 horas; - hidróxido de sódio, NaOH p.a.; - ácido glutâmico C5H9NO4 p.a., secar previamente a 103 º C por 1 hora; - glicose p.a., C6H12O6, secar previamente a 103 º C por 1 hora. 8.2 Solução tampão de fosfatos: Dissolver 8,5 g de KH2PO4 p.a., 21,75 g de K2HPO4 p.a., 33,4 g de Na2 HPO4.7H2O e 1,7 g de NH4Cl p.a. em aproximadamente 500 mL de água deionizada e diluir a 1000 mL. O pH da solução deve ser 7,2, sem ajustes. Armazenar em frasco âmbar; 4 Norma Técnica Interna SABESP 8.3 Solução de sulfato de magnésio: Dissolver 22,5 g de MgSO4.7H2O p.a. em água deionizada e diluir a 1000 mL. Armazenar em frasco âmbar; 8.4 Solução de cloreto de cálcio: Dissolver 27,5 g de CaCl2 anidro p.a. em água deionizada e diluir a 1000 mL; 8.5 Solução de cloreto férrico: Dissolver 0,25 g de FeCl3.6H2O em água deionizada e diluir a 1000 mL. Armazenar em frasco âmbar; 8.6 Solução de hidróxido de sódio 1M: Dissolver 40 g de NaOH p.a. em água deionizada isenta de CO2 e diluir a 1000 mL. Armazenar em frasco plástico opaco; 8.7 Solução de ácido súlfurico 0,5M: Diluir 28 mL de H2SO4 concentrado p.a. a 1000 mL, com água deionizada. Armazenar em frasco âmbar; validade de 6 meses; 8.8 Solução de sulfito de sódio: Dissolver 1,575 g de Na2SO3 a 1000 mL de água deionizada. Esta solução é instável; prepará-la diariamente. 8.9 Água de diluição: Introduzir um volume desejado de água desmineralizada num frasco de Mariot. Adicionar 1 mL de cada solução por L de água, nesta seqüência: tampão de fosfatos, sulfato de magnésio, cloreto de cálcio e cloreto férrico., Deixar aerando durante um tempo suficiente, para que a concentração de OD seja a de saturação. Após este período, desligar o aerador e aguardar 30 minutos; 8.10 Solução padrão de glicose-ácido glutâmico: 150 mg de C5H9 NO4 p.a. mais 150 mg de C6H12O6 p.a. e diluir a 1000 mL. Distribuir a solução em frascos de diluição de leite até a marca de aferição e autoclavar a 120º C por 30 minutos. Manter esses frascos graduados no escuro. 9 VIDRARIA E EQUIPAMENTOS 9.1 Vidrarias - Frascos padrão de DBO; - Bécheres de 500 e 1000 mL; - Pipetas volumétricas, capacidades de 1 a 5 mL; 01/12/1997 Norma Técnica Interna SABESP NTS 003 : 1997 - Provetas com tampas de 100, 500 e 1000 mL; - Frascos de diluição de leite; - pipetas graduadas com capacidade de 1 a 25 mL; - Frasco de Mariot. 11.1 Método A: DBO sem semente 11.1.1 Regra Prática de cálculo dos volumes utilizados para as diluições Para a determinação dos volumes utilizados das diluições, pode-se adotar a seguinte regra prática. 9.2 Equipamentos - Incubadora a 20 ± 1°C, sem luz; - pH metro. V3 = 9.3 Limpeza e preparação de materiais Todos os materiais utilizados (vidrarias) devem ser lavados com solução sulfocrômica e água deionizada. 10 COLETA DE AMOSTRAS As amostras para determinação de DBO podem ser coletadas em frasco de vidro ou plástico. O volume necessário é 2000mL. As amostras não analisadas em prazo inferior a 6 horas após a coleta, poderão ser preservadas por até 48 horas refrigeradas a 4ºC. 11 PROCEDIMENTO O procedimento descrito a seguir foi feito para a diluição da amostra no frasco de DBO. Também pode ser feita a diluição da amostra em proveta, caso seja mais conveniente. Ar Nutrientes essenciais (N, P, K, Fe etc) e outros aditivos Amostra a ser testada, contendo matéria orgânica e uma população adequada de bactérias ( o volume de amostra para o teste depende da DBO estimada) Recipiente de vidro (~20 L) Água destilada Pedra porosa Água de diluição sem semente Frasco de DBO preenchido com a amostra mais a água de diluição sem semente (amostra não semeada) Ar Amostra a ser testada, contendo matéria orgânica e sem bactérias ou com uma população limitada de bactérias ( o volume de amostra para o teste depende da DBO estimada) Nutrientes essenciais (N, P, K, Fe etc) e outros aditivos Bactérias (semente) Água destilada Água de diluição com semente Frasco de DBO preenchido com água de diluição com semente Frasco de DBO preenchido com amostra mais água de diluição com semente Figura 11: Procedimento de preparação dos frascos de DBO: (a) com água de diluição sem semente e (b) com água de diluição com semente. Fonte: Metcalf & Eddy (1991) 01/12/1997 n x 10 DQOamostra onde: V3 = volume de amostra a ser introduzido no 3o frasco de DBO da série do teste; n = valor entre 500 e 1500; V2 = V3 2 onde V2 = volume de amostra a ser introduzido no 2 o frasco de DBO da série do teste; V1 = V2 2 onde V1 = volume de amostra a ser introduzido no 1 o frasco de DBO da série do teste; V4 = 2 V3 onde V4 = volume de amostra a ser introduzido no 4 o frasco de DBO da série do teste. 11.1.2 Execução do ensaio - homogeneizar a amostra e retirar uma porção para um bécher de 1000 mL; - acertar o pH com solução de ácido sulfúrico 0,5 M ou hidróxido de sódio 1 M na faixa de 6,5 a 7,5; - separar os frascos de DBO, identificando-os seqüencialmente de acordo com o seu conteúdo. O número de frascos depende do método de medida do oxigênio dissolvido. Para o método do oxímetro utilizar 5 frascos, 4 para amostras e 1 para controle e para o método de Winkler utilizar 10 frascos, 08 para amostras e 2 para controle (fazer em duplicata), pois no método do oxímetro a medida oxigênio dissolvido inicial e final se faz no mesmo frasco, o que não ocorre no método de Winkler. - se a amostra contiver compostos nitrogenados, acrescentar 3,0 mg do 5 NTS 003 : 1997 reagente inibidor de nitrificação em todos os frascos a serem preparados; - Preparar os frascos de acordo com a seqüência: frasco 1 (f1): V1 e completar o volume do frasco com água de diluição; frasco 2 (f2): V2 e completar o volume do frasco com água de diluição; frasco 3 (f3): V3 e completar o volume do frasco com água de diluição; frasco 4 (f4): V4 e completar o volume do frasco com água de diluição; frasco do branco (fb): preencher o frasco com água de diluição; frasco do padrão 1 (p1): 6mL da solução padrão de glicose-ácido glutâmico, 2mL de semente e completar o volume do frasco com água de diluição; frasco do controle do padrão 1 (p1c): 2mL de semente e completar com água de diluição; frasco do padrão 2 (p2): 6 mL da solução padrão de glicose-ácido glutâmico, 3mL de semente e completar o volume do frasco com água de diluição; frasco do controle do padrão 2 (p2c): 3 mL de semente e completar com água de diluição; - estes volumes de semente (2 e 3 mL) têm sido utilizados corriqueiramente pela SABESP. No entanto deve-se lembrar que para cada tipo de semente deverá ser feito um teste experimental com a finalidade de se determinar o volume utilizado de maneira que o consumo de oxigênio no período do teste esteja entre 0,6 e 1,0 mg/L nos frascos p1c e p2c; - medir o oxigênio dissolvido inicial Odi do conteúdo de cada frasco de acordo com o método escolhido anteriormente (Norma PNT 012/1997 OD); - tampar os frascos completando com água deionizada o selo hídrico e levá-los à incubadora. Este selo hídrico deverá ser mantido durante o teste; - após 5 dias retirá-los da incubadora e medir o oxigênio dissolvido final - Odf do conteúdo de cada frasco; 11.2 Método B: DBO com semente 11.2.1 Preparação da semente 6 Norma Técnica Interna SABESP - coletar a semente a ser utilizada no teste, como por exemplo de um tanque de aeração de uma ETE; - deixá-la decantar por 1 hora, mas não mais que 36 horas, ou filtrá-la em algodão; - transferir o filtrado ou decantado para um bécher; - determinar a DQO conforme NTS 004:1997; - acertar o pH entre 6,5 a 7,5. 11.2.2 Execução do Ensaio - Determinar os volumes de semente para ensaio de DBO conforme item 11.1.1 - Executar o ensaio conforme item 11.1.2 - Proceder o teste da DBO conforme método A da amostra, acrescentando a cada um dos frascos (f1, f2, f3 e f4) o volume de semente apropriado. O volume adotado não deve provocar uma demanda de oxigênio superior a 0,6 mg/L; Para sementes de esgotos sanitários esse volume varia entre 1 a 3 ml. Não será necessário preparar os frascos fb, p1, p1c, p2 e p2c, pois já foram preparados juntamente com a DBO da semente. 12 EXPRESSÃO DOS RESULTADOS 12.1 Condições de validade do teste - o consumo de OD nos frascos de controle p1c e p2c deverão estar entre 0,6 e 1,0 mg/L; - as DBO da solução padrão dos frascos p1 e p2 deverão estar em 198 ± 30,5 mg/L; - o consumo de OD no branco, isto é, na água de diluição utilizada para o teste após 5 dias em 20 º C deverá ser no máximo de 0,2 mg/L ; - o consumo de OD nos frascos das amostras no final do período de 5 dias em pelo uma das quatro diluições do teste deverá ser superior a 2 mg/L; - o OD residual em cada frasco de amostra de DBO após o período do teste deverá ser maior ou igual a 1 mg/L; - o valor da DBO será a média aritmética dos valores válidos da DBO de cada frasco. 01/12/1997 Norma Técnica Interna SABESP NTS 003 : 1997 12.2 Cálculos para os Padrões Padrão 1: p1 p1c 647 48 647 48 ( ODi - ODf) - (ODi - ODf ) DBO ( mgO2 / L) = * f1 P1 onde f1 é o fator de correção entre os volumes dos frascos p1 e p1c, dado por: volume do frasco p 1 f1 = volume do frasco p1 c onde P1 representa a % de solução padrão em relação ao volume do frasco utilizado, dado por: P1 = volume da solução padrão de glicose-ácido glutâmico em p1 = 6 volume do frasco p1 volume do frasco p1 - realizar os mesmos cálculos para o padrão 2; 12.3 Cálculo para o Branco Consumo de OD no Branco = fb 647 48 ODi − ODf - o consumo de OD no branco, isto é, na água de diluição utilizada para o teste após 5 dias em 20 º C deverá ser no máximo de 0,2 mg/L 12.4 Cálculos para amostras sem semente fn 64 47 44 8 OD i - OD f DBO (mg O 2 / L) = p onde fn = frasco da amostra com as diluições (n de 1 a 4) p = fração volumétrica decimal da amostra volume(mL) da amostra introduzido no frasco de DBO volume (mL) do frasco de DBO p = 12.5 Cálculos para amostras com semente DBO (mg O 2 /L) = [(ODi - ODf ) - (Cs xR) ] x 100 % Amostra no frasco onde: Cs = R= DBO semente x (% semente) 100 100 - (% amostra no frasco) 100 (% de semente 01/12/1997 no frasco) = volume de semente no frasco x 100 volume do frasco 7 NTS 003 : 1997 Norma Técnica Interna SABESP 12.6 Representação esquemática do Procedimento homogeneizar a amostra e retirar uma porção para um bécher de 1000 mL Acertar o pH para 7,0 ± 0,5, com solução de H2 SO 4 ou NaOH 1N Se amostra contiver cloro residual SIM Adicionar Sulfito de Sódio NÃO Identificar os frascos de DBO e suas respectivas capacidades volumétricas: - frasco 1 - f 1 ; - frasco 2 - f 2 ; - frasco 3 - f 3 ; - frasco 4 - f 4 . Introduzir em cada um deles os volumes de amostra através de pipetas volumétricas (os volumes podem ser calculados pela regra prática) Identificar o frasco do branco, f b Identificar os frascos p 1 e p 2 e introduzir em cada um deles, através de pipetas volumétricas: - p1: 6,0 mL de solução padrão glicose ácido glutâmico, mais 2,0 mL de semente; -p2: 6,0 mL de solução padrão glicose ácido glutâmico, mais 3,0 mL de semente Identificar os frascos p 1 c e p 2 c e introduzir em cada um deles, a t r a v é s d e p i p e t a s volumétricas: -p 1c: 2,0 mL de semente; - p 2c: 3,0 mL de semente. Se a amostra contiver compostos nitrogenados SIM Adicionar 3,0 mg do reagente inibidor de nitrificação em todos os frascos (f1, f2, f3, f4, fb, p1, p2, p1c, p2c) NÃO Completar todos os frascos com água de diluição Verificar as condições de validade do teste 8 Tampar todos os frascos reatores (9) e homogeneizar retirando as bolhas de ar Calcular a DBO e anotar os resultados em planilhas apropriadas Medir o OD inicial correspondente aos frascos medir o OD final correspondente de cada frasco Tampar todos os frascos completando o selo hídrico com água deionizada Incubá-las durante 5 dias a 20 1 ºC, na ausência de luz 01/12/1997 Norma Técnica Interna SABESP NTS 003 : 1997 13 BIBLIOGRAFIA - American Public Health Association. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 19th edition, 1995. - Branco, S.M.; Rocha, A.A. Elementos de ciências do ambiente, 2a. edição, CETESB. São Paulo, 1987. - CETESB. Legislação estadual, controle da poluição ambiental, Estado de São Paulo; Série legislação, São Paulo, 1991. - Metcalf & Eddy, Inc. Wastewater Engineering - Treatment, Disposal and Reuse, third edition. McGraw-Hill book Co, 1991. - Morita D.M., Apostila do Curso de Caracterização de Água Residuárias; SABESP. 1996. - Sawyer, C.N.; McCarty, P.L. Chemistry for Environmental Engineering, third edition. McGraw-Hill book Co,1978. DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio Considerações finais: 1) Esta norma técnica agrega informações de diversas normas da ABNT; 2) Esta norma técnica seguiu as orientações dadas na ISO 78/2 – International Standard – Layouts for standards – Part 2: Standard for chemical analysys, first edition, 1982. 3) Tomaram parte na elaboração desta Norma. ÁREA A A A A A I I L M M T T 01/12/1997 UNIDADE DE TRABALHO AANG AELS AELS AEOB APQG IGTC IVTC LBTC MCEC MCEC TDD TDD NOME José Henrique da Silva O Aguiar Hideki Abe Helvécio Carvalho de Sena Vera Lúcia de Andrade Aguiar Edvaldo Sorrini Orlando A Cintra Filho Antônio Claret Consoli Marco Antônio Silva de Oliveira Maria Teresa Berardis Elide Patella Marcelo Kenji Miki Rosane Ebert 9 Norma Técnica Interna SABESP NTS 003 : 1997 Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Diretoria Técnica e Meio Ambiente - T Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico - TD Departamento de Serviços Tecnológicos e Acervo - TDS Divisão de Normalização Técnica - TDSN Rua Dr. Carlos Alberto do Espírito Santo, 105 - CEP 05429-100 São Paulo - SP - Brasil Telefone: (011) 3030-4839 / FAX: (011) 3030-4091 E-MAIL : [email protected] - Palavras Chave: DBO, esgoto, análise físico-química - 09 páginas 01/12/1997