Não pode ser vendido separadamente.
Transcrição
Não pode ser vendido separadamente.
Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente. Portugal Inovador Índice 8 Região das Beiras 30 Santo Tirso 46 Lisboa e Vale do Tejo 56 Terras de Santa Maria 63 4 ESTSP Promotores do progresso no âmbito da saúde 6 Hipergrossista 20 anos a dinamizar o comércio de rua 9 Ensino Saúde Animal 72 Grande Porto 76 72 Anitex Sucesso na internacionalização Contabilidade e Consultadoria EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE - Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc. 13 –4200 – 100 Porto * Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 * Fax: 22 502 39 08 * Site: www.paginaexclusiva.pt * Email: [email protected] * Periodicidade: Mensal * Distribuição: Gratuita com o Jornal “ Público “ * Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números ) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da Revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Maio I 3 Portugal Inovador Promotores do progresso no âmbito da saúde A Escola Superior de Tecnologia da Saúde é o terceiro maior estabelecimento do Instituto Politécnico do Porto (IPP), afirmando-se como um caso exemplar quer na diversidade da sua oferta formativa quer no desenvolvimento de parcerias nacionais e internacionais. Os primeiros anos do ensino das áreas das Tecnologia da Saúde no Porto exerceram-se em entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde. Refletindo a progressiva afirmação das referidas áreas, em 1993 veio a integração no sistema educativo nacional, concretamente ao nível do Ensino Superior Politécnico. Foi neste momento que a Escola Superior de Tecnologias da Saúde surgiu com a atual designação, conferindo formações com grau de bacharelato. No virar do século, formou os seus primeiros licenciados e, em 2004, foi finalmente integrada no IPP. “Na última década, tivemos reestruturações e aumento da 4 I Maio oferta formativa, a criação de grupos de investigação, a celebração de mais de 500 protocolos e o desenvolvimento de alicerces para a internacionalização e para a intervenção/prestação de serviços junto da comunidade”, enumeram os responsáveis da ESTSP, em jeito de balanço. Sobre a oferta de cursos, este ano estão em funcionamento 13 licenciaturas, seis mestrados e quatro pós-graduações, a que acrescem mais de 50 cursos de formação contínua, destinados a atualizar os conhecimentos dos profissionais que desenvolvem atividade na área da saúde, em geral, e na área das tecnologias da saúde, em particular. Destacando a preocupação em internacionalizar a oferta formativa, mencionam “o curso de especialização em Proteção e Segurança contra Radiações, em colaboração com a Universidade de Dublin, destinado à Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa, ou o curso de pós-graduação em Empreendedorismo Social, em colaboração com a Universidade de Vic, Espanha”. Para o próximo ano letivo, serão apresentados três novos cursos de licenciatura: Ciências Biomédicas Laboratoriais, Fisiologia Clínica e Imagem Médica e Radioterapia. A qualidade destas formações deriva, em grande medida, do esforço realizado “de forma a possuirmos, atualmente, um conjunto de espaços dedicados, particularmente bem apetrechados, em todas as áreas de formação”. Continuando, “a par do equipamento adquirido, há também um conjunto de equipamentos disponibilizados pelos nossos parceiros externos, que permitem aos nossos estudantes desenvolverem competências no âmbito do saber fazer ainda antes da frequência dos estágios curriculares. A prática em ambiente simulado é muito frequente, particularmente em Portugal Inovador áreas com forte exigência tecnológica e muito particularmente aquela que exige ‘equipamento pesado’, como é o caso da área das radiações”. A atividade enquadrada no âmbito da investigação está distribuída por três centros de investigação da ESTSP, nomeadamente o Centro de Investigação em Saúde e Ambiente (CISA), o Centro de Estudos do Movimento e Atividade Humana (CEMAH) e o Laboratório de Reabilitação Psicossocial. Aqui, é-nos referido que existe “uma forte motivação não só para investigar como para ligar essa investigação à comunidade”. Os moldes em que esta ligação é conseguida são muito variados: “Podem passar pela realização de ações de promoção da saúde junto de grupos populacionais específicos, pela prestação de serviços a empresas/instituições ao abrigo de protocolos de colaboração, como pelo teste ou certificação de produtos desenvolvidos por empresas e serviços de consultoria. É uma ligação com preponderância também junto dos jovens, procurando o despertar da necessidade de saber e de descobrir. Como exemplo, o CISA, através de financiamento pelo programa Ciência Viva, realiza todos os anos estágios científicos de verão para os estudantes do ensino secundário”. A relação com a comunidade envolvente é, de facto, um aspeto central do posicionamento da escola. Dentro da sua política de aproximação e imersão nas comunidades, há aqui um papel muito ativo para o desenvolvimento da prestação de serviços, ações de educação para a saúde e outras iniciativas de aproximação e inclusão na comunidade. Estas atividades decorrem através da mobilização da Unidade Móvel/Clínica Pedagógica da ESTSP e das suas equipas de docentes e estudantes. Como nos indicam os nossos interlocutores, funcionam como “continuidade do ensino prático e laboratorial dos currícula, havendo a possibilidade dos estudantes, conjuntamente com docentes, realizarem atividades na comunidade envolvente, facto que lhe permite adquirir competências práticas e relacionais que lhes conferem uma flexibilização e uma articulação dos seus saberes e da sua forma de estar”. | Maio I 5 Portugal Inovador 20 anos a dinamizar o comércio de rua Uma superfície comercial direcionada para o retalhista. São 125 os espaços que compõem o Hiper Grossista Centro, Norte e Sul, dispondo de uma panóplia de produtos para revenda com carimbo de qualidade. serviço prestado. Não esquecendo que há também a preocupação em ouvir os clientes e trabalhar no sentido de dar resposta aos seus desejos e necessidades. O trabalho desenvolvido assenta no diálogo e envolvimento de todos”, reforça a administração. Variedade A história do Hiper Grossista Centro, Norte e Sul completa este mês (14 de maio) duas décadas de existência. Com o fim das feiras de revenda em espaço aberto, imposto por alterações legislativas, a iniciativa de um grupo de comerciantes deu origem ao primeiro espaço comercial – em Portugal – dedicado ao comércio de revenda em recinto fechado, “de acesso gratuito, mas reservado, único e exclusivamente, aos comerciantes a retalho do setor”. Localizado numa zona privilegiada, às portas de Lisboa, mais propriamente em Samora Correia, este projeto mereceu desde logo a atenção de inúmeros clientes espalhados por todo o país. Foram os comerciantes que 6 I Maio deram início a este conceito “que reúne as condições de conforto e segurança, uma vez que o espaço foi construído de raiz para o efeito, elaborado com todas as comodidades, tanto para os condóminos como para os profissionais do comércio efetuarem as suas compras”. Com um total de 125 associados, proprietários de loja, o condomínio é, atualmente, administrado por António Cardoso, Bruno Silva e Marco Ribeiro, dois dos quais filhos de fundadores. No dia-a-dia, “a comunicação entre lojistas e administração é fundamental”, e tem sido cultivada ao longo dos anos, “de forma a prevenir e resolver eventuais problemas e melhorar a qualidade do Roupa, lingerie, malas e carteiras, acessórios de moda e marroquinaria, calçado, têxteis lar, tapeçarias, fardamentos, artigos de decoração, utilidades domésticas, expositores e mobiliário para espaços comerciais, tudo isto pode ser encontrado nas 125 lojas que integram este espaço. Mesmo com a abertura do mercado da importação que oferece produtos a preços altamente concorrenciais – reforce-se que falamos apenas de preço –, o Hiper Grossista CNS prima por comercializar, na sua maioria, artigo de origem nacional. Apesar de confrontada com a proximidade de grandes estruturas comerciais com artigos de baixo custo, a administração não encara essas empresas como prejudiciais: “Estando perto de nós cativam a atenção de outros comerciantes que, deslocando-se à região, acabam também por nos visitar. Aqui encontram um produto diferente, nacional que assenta na qualidade”. Portugal Inovador clientes espalhados por Portugal Continental (com presença mais forte no Centro e Sul do país), mas também vindos da Madeira e dos Açores, assim como da Europa e países como Angola e Cabo Verde. “A localização estratégica deste Centro é, efetivamente, uma mais-valia. A proximidade ao aeroporto de Lisboa permite o fácil acesso a clientes dos PALOP que, de passagem por Portugal, fazem questão em nos visitar”. Futuro sustentável Nova realidade Entretanto, com o passar dos anos, outros espaços semelhantes foram aparecendo de Norte a Sul do país, mas percorridas duas décadas desde a sua fundação, o Hiper Grossista continua a dinamizar a atividade comercial, sempre atento às alterações do mercado e às mutações das necessidades dos clientes. “Se inicialmente estes eram principalmente profissionais do comércio tradicional, hoje em dia o Hiper Grossista CNS também fornece/vende para lojistas presentes em centros comerciais. Até porque no CNS pode encontrar um conjunto de marcas nacionais com reconhecimento e presença em mercados internacionais. Algumas delas até com lojas de venda ao público em grandes superfícies comerciais”. A administração reconhece que apesar da forte, e natural, concorrência existente entre as grandes superfícies comerciais e o comércio de rua, estas são ofertas distintas. “Apesar de os fóruns conseguirem captar um nicho de público muito abrangente, as lojas de rua continuam a manter uma forte posição, dada a relação de proximidade que estabelecem com os clientes”. É importante também salientar que muito produto confecionado em Portugal chega ao cliente final por intermédio destas lojas, que apostam na diversidade e na qualidade. No entanto, este é um setor que “É importante também salientar que muito produto confecionado em Portugal chega ao cliente final por intermédio destas lojas, que apostam na diversidade e na qualidade” precisa de ser reavivado e apoiado, algo que tem vindo a ser feito por autarquias, essencialmente do Interior, que privilegiam a preservação das lojas tradicionais à centralização das grandes superfícies. O Hiper Grossista CNS assume-se como um parceiro importante e procura ir ao encontro das necessidades de todos os seus A atual administração do Hiper Grossista CNS está a comandar os destinos deste condomínio comercial há cerca de sete anos. Tanto os lojistas como os clientes enfrentam obstáculos diários, mas todos continuam a acreditar neste projeto. Criado há duas décadas mantém um forte impacto na região através da dinamização da economia, criação/manutenção de postos de trabalho e apoio aos produtos fabricados em Portugal. “Unidos devemos continuar a trabalhar para o sucesso”, salientam. Agradecendo aos clientes que “todos estes anos têm contribuído para o crescimento e afirmação do CNS”, em final de conversa os administradores deixam o convite a todos os profissionais do comércio para visitarem este espaço com 18 mil m2, 125 lojas e todas as comodidades que lhes permitem cuidar do seu negócio, pensando sempre na satisfação do cliente final. | Maio I 7 Portugal Inovador 8 I Maio Portugal Inovador Ensino Profissional: Virtudes e desafios As ofertas profissionalizantes têm conseguido afastar-se do estigma que lhes estava associado. Assumem-se, pelo contrário, como uma opção de futuro inteligente para jovens de variados perfis sociológicos e académicos, sendo, ao mesmo tempo, uma componente estratégica para o desenvolvimento e para a coesão territorial. Tendo comemorado, há pouco tempo, 25 anos desde o seu restabelecimento dentro do sistema educativo, este ensino tem registado um renascer do seu prestígio. Durante muitos anos, era entendido como uma via destinada unicamente a alunos com historiais de desmotivação e de aproveitamento débil. Nos últimos anos, os exemplos de uma inserção satisfatória destes jovens quer na vida ativa quer no Ensino Superior vieram contrariar esta perceção. Estes registos foram potenciados por uma maior qualificação destas ofertas, ao nível dos recursos humanos e técnicos, bem como do respetivo ajustamento às carências de mão-de-obra por parte dos diferentes segmentos da economia. Este incremento na qualidade trouxe uma credibilização, que contribuiu para a sua aproximação à meta estabelecida de 50% de alunos. Neste momen- to, o universo de alunos afeto a esta vertente representa uma percentagem na ordem de 40% do total de discentes do ensino secundário. É uma opção que oferece perspetivas que já não são desfavoráveis face às da via regular. É perfeitamente conhecido que a saturação da oferta de profissionais dentro das classes com qualificações superiores foi evoluindo paralelamente ao défice de oferta de quadros intermédios. De maneira que sejam saídas profissionais com essas tais perspetivas, ao mesmo tempo que estas formações não invalidam um eventual prosseguimento de estudos nas Universidades e Politécnicos. Agora, sendo já assinalável o caminho entretanto percorrido, colocam-se alguns desafios. Para além do que há para fazer dentro do contínuo reforço da qualidade com que estes cursos são ministrados, coloca-se a aproximação das ofertas à natureza do contexto empresarial envolvente e a necessidade de evitar a sobreposição destas ofertas entre escolas, procurando satisfazer uma lógica de complementaridade entre estas. Esta definição tem sido articulada conjuntamente entre as Comunidades Intermunicipais, a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional e as próprias entidades formadoras. São estas últimas que estão no terreno, vivenciando os diferentes aspetos da tendência já descrita. Nas próximas páginas, seguem-se vários exemplos ilustrativos desta evolução, que tem estado a elevar as expetativas profissionais – não esquecendo as sociais e cívicas - de muitos milhares de jovens, assim como as dos diferentes agentes do desenvolvimento económico e regional. | Maio I 9 Portugal Inovador Lamego aposta na geração de riqueza Francisco Lopes, autarca de Lamego, ajudou-nos a conhecer a vida económica do concelho e o caminho que os seus diversos intervenientes estão a seguir. “Tenho por hábito dizer que, sendo nós um município pequeno do Interior, não podemos desperdiçar nenhuma oportunidade. Temos que estar em todas”, sublinha. Esta afirmação encerra em si aquilo que, efetivamente, se está a passar neste território, residindo as tais oportunidades nas suas virtudes de natureza agrícola, etnográfica e paisagística. Os vinhos permanecem como destaque, suportado não só no exemplo do vinho do Porto, como também nos espumantes e nos vinhos de mesa do Douro. “Esta componente continua a ter um desenvolvimento muito grande, com o surgimento de novas marcas com escala, dimensão e notoriedade nos mercados internacionais”, aponta. Além de funcionar como um cartaz promocional de excelência, o setor vitivinícola está “a fundamentar o re- 10 I Maio gresso de muita gente à agricultura. Falamos de pessoas que tiveram outras atividades, as quais lhes deram capacidade financeira, conhecimento e mundividência e que estão a ingressar no setor, bem como muitos jovens”. A segunda atividade que Francisco Lopes nos indica como “emergente” é a do turismo, decorrendo esta da primeira. “Surge a partir dessa componente vitivinícola e paisagística. Com o exemplo dos socalcos, a plantação destinada ao vinho do Porto foi construindo uma paisagem ao longo de séculos que tem um valor cultural, paisagístico e turístico que é, inclusive, reconhecido pela UNESCO”, descreve. O setor está a evoluir num caminho que é, aliás, paralelo ao do vinho, à medida que vai dando passos na sua expressiva afirmação internacional. Se a ideia passa por “estar em to- das”, o concelho não poderia ficar por aqui. Outros produtos endógenos que podem ser enumerados são os fumeiros, o mel, as compotas e os licores. Já fora da vida rural, o comércio e os serviços têm uma tradição relevante na cidade. Lamego, ocupando uma área de passagem entre o Douro e a Beira, teve sempre uma condição de zona propícia a trocas comerciais. Dentro dos serviços, pontificam os casos da saúde e do ensino, numa lógica de atendimento não apenas ao concelho, como também à região no seu sentido alargado. O ensino, justamente, é um fator incluído na estratégia municipal e regional para o desenvolvimento. Francisco Lopes é também presidente da CIM-Douro, sendo neste plano que está a ser feita a reflexão sobre a oferta formativa nos territórios abrangidos. O novo desafio passa por “articulá-la à escala da região, evitando que as escolas de um concelho fiquem a competir com as de outro e conseguindo fazer com que sejam complementares. Ao mesmo tempo, procuramos ajustá-la às necessidades do tecido empresarial. Sendo evidente que há empresários com dificuldades de preparação para estes desafios, notamos que há mais quem aposte na formação e no recrutamento de profissionais mais qualificados”. | Portugal Inovador Ensino arguto e proativo em torno da comunidade Com o objetivo de assumir as responsabilidades inerentes a ser a única entidade escolar do concelho, o Agrupamento de Escolas de Arganil procura adotar perante a comunidade escolar e o meio envolvente, um papel ativo de colaboração e valorização dos recursos humanos, parte integrante da sua missão social. Com uma visão ampla de futuro, o Agrupamento de Escolas de Arganil procura desempenhar um papel educacional alargado, preparando os jovens com qualidade e exigência para enfrentar os projetos futuros na vida ativa. Esta postura de educar elementos de forma crítica e ambiciosa, com visão e competências essenciais para a integração no meio, obriga a um trabalho expansivo a nível psicopedagógico, estudando as necessidades do tecido empresarial e as vontades vigentes dentro da comunidade escolar. O reflexo desta postura ambiciosa e de relacionamento com a comunidade é a oferta formativa e extracurricular existente, que visa estimular uma diversidade de valores e uma heterogeneidade de oportunidades, satisfazendo o âmago de cada aluno. Assim, o Agrupamento de Escolas de Arganil disponibiliza, para além do ensino regular, um curso vocacional básico de Animação, Artes e Ofícios e Empreendedorismo, um curso vocacional secundário de Informação e Animação Turistica e uma panóplia de oportunidades de formação a nível profissional. No presente ano letivo, encontram-se a funcionar em pleno os cursos de Técnico de Manutenção Industrial – Mecatrónica, Técnico de Gestão do Ambiente, Técnico de Turismo Ambiental e Rural, Técnico de Multimédia, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos, Animador Sociocultural. Para o próximo ano letivo, e pela primeira vez e no seguimento do paradigma de resposta às necessidades existentes na comunidade, a Escola disponibiliza o Técnico Auxiliar de Saúde. Na vertente regular de ensino secundário, o agrupamento oferece as áreas de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Artes Visuais. Mas o papel educativo do agrupamento no seio da comunidade não termina aqui. Sentindo a palpitação desta urbe rural, o ensino público em Arganil foi alargado à comunidade adulta, de forma a melhorar a qualidade e formação da população, procurando incutir na região ferramentas que promovam a equidade, coesão social e empreendedorismo. Assim sendo, a escola tem em funcionamento um curso EFA escolar. No próximo ano letivo, o Agrupamento de Arganil pretende abrir um curso EFA de dupla certificação, na variante de Técnico de Apoio à Gestão, um curso de português para todos e UFCD’s nas áreas de Inglês e TIC. Os 1411 alunos do agrupamento são ainda contemplados com um vasto leque de atividades extracurriculares, desde projetos científicos, desporto escolar ou programas de mobilidade no âmbito do “Erasmus +” que procuram incutir valores e explorar talentos, fomentando todo o potencial destes jovens. Uma ânsia de trilhar um caminho exigente de educação com o firme objetivo de alcançar uma formação de qualidade. | Maio I 11 Portugal Inovador Aposta nas renováveis A oferta de ensino profissional da Escola Básica e Secundária da Sé (Lamego) para o próximo ano letivo vai estar inteiramente dedicada a uma área de formação que tem sido o seu destaque nos últimos anos. Uma breve síntese histórica da instituição remete-nos, inicialmente, para o ano de 1961. Foi nesta altura que foi criada, por decreto governamental, enquanto Escola Industrial e Comercial de Lamego. Em 1986, passou para as atuais instalações, mas a matriz quer comercial quer técnica manteve-se na sua identidade. Em 2007, foi integrada no agrupamento homónimo, que inclui também dois centros escolares e alguns jardins de infância dispersos pelas freguesias do concelho. Esta realidade é frequentada por 1300 alunos, servidos por 130 docentes. “Não queremos ser um agrupamento massificado”, introduz o diretor, Carlos Dinis Almeida. “Queremos sim um agrupamento onde caibam todos, como escola pública, mas onde seja possível a escola dar tudo diferente a todos e não dar tudo igual a todos. É isso que acontece na escola massificada e é isso que promove o insucesso. Tra- 12 I Maio balhamos para inverter a lógica do aluno que não sabe tem de chumbar pela do aluno que não sabe tem de aprender, sendo criteriosos na diversificação da oferta formativa e na aplicação dos recursos. Garante que o agrupamento da Sé tem conseguido tratar os seus alunos “com diferenciação”, processo coadjuvado por “uma equipa multidisciplinar de luxo”, que está devidamente vocacionada para intervenções de natureza social e psicológica. Apresentando-nos a respetiva oferta educativa, o responsável chama a atenção para a já referida matriz técnica e comercial. “Não é por acaso que mantemos, no ensino regular, o curso de Ciências Socioeconómicas”, indica, o qual se junta à oferta de Ciências e Tecnologias e Línguas e Humanidades. Para a via profissional, as “boas condições em termos de oficinas e laboratórios têm permitido o funcionamento de cursos mais vocacionados para a vertente técnica. A escola já teve cursos de eletricidade mas, entretanto, com a evolução dos tempos e dos conceitos, foi-se fixando na área das energias renováveis, que ainda tem um grau de procura muito significativo por parte do tecido empresarial de Lamego e não só”. Para 2015/2016, ficou definido que o curso de Técnico de Energias Renováveis será a opção profissionalizante a constar na oferta formativa da escola básica e secundária da Sé. O diretor refere que é um curso com um grau de empregabilidade “quase certo, quer no trabalho por conta de outrém quer a nível dos exemplos de alunos que criaram as suas microempresas no setor”. | Portugal Inovador Agrupamento dinâmico O Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo tem conseguido resultados positivos no âmbito da participação em projetos da inserção no mercado de trabalho e da preparação para o Ensino Superior. Esta realidade resultou da junção, em 2012, do Agrupamento de Escolas de Tondela e o de Lajeosa do Dão. Cobre a Escola Básica de Tondela, a Escola Básica de Lajeosa do Dão e a Escola Secundária de Molelos, às quais se junta um conjunto de jardins-de-infância e escolas do 1º ciclo repartidos pelas diferentes freguesias do município. É uma realidade socialmente heterogénea, nas palavras da diretora, Helena Gonçalves: “Embora nas três escolas existam muitos casos de desemprego nas famílias, as três principais escolas correspondem a contextos diferentes”. O concelho de Tondela tem vindo a perder habitantes, o que se repercute na perda anual de dezenas de alunos. De qualquer forma, o agrupamento tem resultados para apresentar quanto ao propósito de dar um futuro a este universo estudantil. A aposta na oferta profissionalizante é exem- plo disso, apresentando saídas como o Turismo, o Turismo Rural e Ambiental, Multimédia e Saúde. Helena Gonçalves considera positiva a forma como “a comunidade local acolhe estes discentes para a realização dos seus estágios em contexto de trabalho”. O caso da formação em Turismo Rural e Ambiental destaca-se nas perspetivas de empregabilidade, dada “a grande quantidade de unidades e infraestruturas existentes na região que permitem uma colocação muito fácil destes jovens”. A oferta para prosseguimento de estudos contempla apenas a vertente das Ciências e Tecnologias, mas a nossa interlocutora relata que “todos os alunos que se candidatam ao Ensino Superior têm entrado na 1ª ou 2ª opção”. Fora do trabalho de natureza curricular, as atividades inseridas no âmbito dos clubes e projetos apresentam “grande dinâmica”. A instituição tem, para além dos objetivos do sucesso académico e da prevenção do abandono, o desígnio de “desempenhar um trabalho muito grande de formação cívica e de cidadania”. É nesta perspetiva que se contam entre as consagrações da comunidade, a conquista, por três anos consecutivos, do 1º prémio da Escola Alerta a nível nacional; do 1º e 3º lugares no Concurso Nacional Da SIC Esperança – Liberdade de Expressão e Redes Sociais. A nível artístico, obteve o 2º prémio da 11ª edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola”, com um projeto dedicado ao barro preto de Molelos e o 2º lugar no Concurso “cienTIstas e arTIstas” da Texas Instruments, em parceria com a Casa das Ciências. Ficou também em 1º lugar no Concurso do ACP Kids / Kidzomia (Programa Nacional de Educação Rodoviária), uma aluna do 3º A da Escola Básica de Tondela, na categoria de 3º e 4º anos. O Clube do Ambiente da Escola Secundária de Molelos com o Projeto “Biodiversidade em Molelos” foi um dos seis finalistas da edição 2013-2014 do Projeto 80. O projeto da Escola Básica de Tondela “Conhecimento à mão - Cidadania.com TIC”, no âmbito da candidatura “Ideias com Mérito 2014”, premiado pela Rede de Bibliotecas Escolares, foi um dos sete projetos agora selecionados e financiados. | Maio I 13 Portugal Inovador O coração vinhateiro do Douro Pertencente ao distrito de Viseu, confinante com o rio Douro, São João da Pesqueira aposta na educação, na vitivinicultura, no turismo e no rio Douro para superar as dificuldades do país atual. Fundado em 1055, São João da Pesqueira é o concelho mais antigo de Portugal. Localizado na região demarcada do Douro, conta com 7900 habitantes que vivem, na sua maioria, intimamente ligados ao motor da economia da região - o vinho. Não sendo por acaso que São João da Pesqueira é o concelho que detém a maior área classificada de Património Mundial. Direta e indiretamente, tanto a agricultura como o turismo são os pontos fortes do concelho e inegavelmente recursos que têm de revestir um enorme valor para as pessoas da região. Ainda assim, outros dois recursos se destacam na economia local, o azeite, maçã e amêndoa. A indústria vinícola, marcadamente existente no dia a dia da região, tem potenciado uma evolução deste concelho e das pessoas. Os recursos do setor vinícola instigam e obrigam a uma educação 14 I Maio e profissionalização dos recursos humanos. “A educação tem sido valorizada. A grande maioria dos jovens tem seguido para estudos superiores, aproximando-se de forma significativa dos números do Litoral”, elucida Vítor Sobral, vice-presidente do município da Pesqueira. Neste concelho existe também um enorme cuidado com as camadas mais envelhecidas da população. Segundo Vítor Sobral, “são as pessoas mais idosas as nossas grandes referências. São eles o exemplo de força e perseverança para ultrapassar as dificuldades. Temos a preocupação de acompanhar, integrar e manter estas pessoas ativas na sociedade. A concretização do recente Projeto da Saúde + Perto, ilustra bem a nossa preocupação”. Outro ponto-chave nas políticas autárquicas locais, é a tentativa constante de oferecer condições de permanência aos jovens locais, o que se reflete nos baixos números de emigração, algo que contrasta com grande parte do país. “Existe uma política proativa de incutir ferramentas e oferecer todas as condições para manter os jovens em São João da Pesqueira. Grande parte dos nossos jovens liga-se ao setor vinícola e acaba por estabelecer a sua vida aqui. Existe um gabinete de empreendedorismo que procura aconselhar e acompanhar os nossos empresários. Procuramos oferecer as mais diversas ferramentas de apoio aos empreendedores, desde o microcrédito, ao programa FINICIA, que lhes permitem criar o próprio emprego e darem continuidade à sustentabilidade do concelho”. “O nosso futuro passa, obrigatoriamente, por valorizar, mais ainda, o Douro. Através de parcerias com operadores. Fazer um acompanhamento e continuar a dar força ao empreendedorismo local e ao cooperativismo. Dinamizar a agricultura, dando espaço aos agricultores para laborarem. É exemplo o recente projeto de eletrificação rural para os campos agrícolas. Divulgar e expandir os produtos endógenos da Pesqueira, nomeadamente o vinho, sendo uma força motriz de toda a economia regional. No entanto, carecemos de melhores acessibilidades rodoviárias que nos permitam reduzir os custos de contexto das nossas empresas e munícipes, que permitam a atração de mais investimento e que permitam uma maior afluência de turistas ao concelho, sendo algo pelo qual andamos a lutar desde o anterior mandato”, explica-nos Vítor Sobral. Uma política que visa potencializar as ligações entre o território, o rio e as pessoas e sobretudo trans- Portugal Inovador formar São João da Pesqueira num local turístico e ponto obrigatório de visita no nicho do Enoturismo nacional, destacando-se a realização da Vindouro, por parte do município de S. João da Pesqueira, com o objetivo de promover os vinhos e azeites dos produtores/engarrafadores, procurando potenciar a sua comercialização e internacionalização. A Esprodouro, referência no ensino profissional local, procura coadunar as necessidades do terceiro setor com o futuro dos jovens. Daí a aposta na oferta formativa nas áreas da Viticultura e Enologia: “O objetivo da escola passa por articular o ensino com a realidade do concelho. Através deste trabalho eficaz e empreendedor, procurando captar outros para investirem em São João da Pesqueira. Tem existido um investimento muito grande nas infraestruturas escolares e no material de ensino quer na sede de agrupamento, quer nos centros escolares. O município assegura transportes gratuitos, AEC’s, financiamento de atividades escolares, comparticipação de 80% das visitas de estudo, comparticipação na aquisição dos livros e material escolar, desde o jardim-de-infância até ao secundário, bolsas de estudo para ensino superior, bolsas de mérito para os alunos do concelho e está a financiar um curso vocacional de 3º ciclo de viticultura e enologia”, explica Vítor Sobral, vereador da educação. Após este processo de formação, os alunos têm encontrado emprego na região, nomeadamente em Restauração, Hotelaria e Comércio. Mas, equacionar-se-á uma mudança positiva para a região com a instituição do curso de Viticultura e Enologia na escola profissional. “Existe uma grande motivação por parte do nosso terceiro setor e daí os empreendedores jovens em apostar, nomeadamente no Enoturismo. E concretizando esses projetos, a empregabilidade aumentará significativamente”, defende o vereador da educação. | Maio I 15 Portugal Inovador Ensino D’Ouro Com 20 anos de história no âmbito educativo, a ESPRODOURO é uma entidade de ensino marcadamente de excelência, que faz do profissionalismo e rigor ferramentas de promoção e evolução da região do Douro. “A Câmara Municipal e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de São João da Pesqueira, representantes dos interesses sociais e do desenvolvimento local, tendo a noção das dificuldades económicas e sociais da região, promoveram a criação de uma escola profissional com o objetivo de inserir e incentivar a fixação dos jovens na região do Alto Douro e contribuírem para a sua inserção no mundo do trabalho, bem como para uma melhor e adequada qualificação profissional”, explica Jorge Rocha para abertura de conversa. Surge, assim, a 25 de setembro de 1995, a ESPRODOURO, Escola Profissional de São João da Pesqueira. Por força da entrada em vigor do decreto-lei nº 4/98 de 8 de janeiro é constituída a ASDOURO - Associação de Desenvolvimento do Ensino e Formação Profissional do Alto Douro, que foi cooptar a Associação de Pais da ESPRODOURO, constituindo-se como entidade proprietária. OFERTA PROFISSIONAL Esta instituição tem como missão proporcionar a todos a oportunidade de qualificação e certificação, de nível básico ou secundário, adequada ao perfil de necessidades de qualificações escolares e profissionais dos jovens 16 I Maio e dos adultos. A escola, pioneira nos Cursos de Especialização Tecnológica, foi atualizando a sua oferta formativa de forma a acompanhar o evoluir dos tempos e aumentar a sua abrangência. Atualmente, procurando responder às necessidades do tecido empresarial e dos jovens formandos, oferece para o próximo ano letivo os cursos Técnicos de Manutenção Industrial Mecatrónica, Viticultura e Enologia e Restauração, nas vertentes Cozinha/ Pastelaria e Restaurante/Bar. Estes cursos de nível 4 são fatores críticos de sucesso desta instituição, contribuindo, decisivamente, para o desenvolvimento da região, potenciando os recursos humanos, oferecendo às empresas mão de obra especializada e criando condições para um trabalho mais eficaz e de qualidade superior. Sendo a vinha e o vinho a fonte de maior rendimento da Região do Douro, todos estes cursos são um complemento ao setor empresarial da região, elucida o Diretor da ESPRODOURO Para complementar esta oferta formativa, a ESPRODOURO pretende disponibilizar para 2015/2016 cursos de Educação e Formação de Adultos, para certificar e qualificar competências de 9º e 12º ano. Esta medida visa colmatar necessidades vigentes numa população que reflete taxas significativas de abandono escolar. É fundamental instituir esta vontade de colaborar com a sociedade e “Frequentei a Esprodouro em dois cursos: Técnico de Turismo Ambiental e Rural que teve a duração de três anos e me deu equivalência ao 12º ano e ainda o de Técnicas e Gestão Hoteleira um Curso de Especialização Tecnológica com a duração 9 meses. Pude também colocar em prática os conhecimentos apreendidos em sala de aula, nos estágios realizados, os primeiros no Peso da Régua e o terceiro no Funchal, todos em hotéis de referência nacional/internacional. Ter frequentado a Esprodouro foi das melhores opções que tomei na vida, pude aí renascer a nível pessoal e profissional. Aconselho vivamente a frequência desta escola, pois prepara os seus alunos para a vida ativa e promove atividades escolares e extraescolares de enriquecimento imensurável”. Marisa Vasconcelos, licenciada em Gestão de Recursos Humanos pelo IPG “Frequentei o curso Técnico Restauração – Cozinha/Pastelaria na Esprodouro entre 2010 e 2013. Passei excelentes momentos, devo muito a essa escola. Foram os melhores três anos da minha vida, criei amigos que hoje ainda me acompanham e tive formadores que hoje são verdadeiros amigos... Bem… não há muitas palavras a dizer, a não ser que foi simplesmente único. Hoje trabalho na Pousada de Viseu como cozinheira, instituição onde estagiei, pois a escola deu-me essa oportunidade. Nada melhor do que a vida de estudante, principalmente, se for na Esprodouro”. Alexandra Pinto, cozinheira “Estudei na Esprodouro, onde comecei a minha aventura em 2006, finalizei com sucesso dois cursos, Serviço de Mesa e Bar e Técnico de Restauração - Cozinha/Pastelaria. Em plena adolescência embarquei na aventura de ir para o coração do Douro, a bela vila de São João da Pesqueira, lá fui bem recebido pelas gentes locais, mas principalmente pelos docentes da Esprodouro. Se hoje sou o homem que sou, tudo o devo a eles, não só pela formação profissional, mas também por outro tipo de ensinamentos. Posso mesmo dizer que tudo funcionava como uma grande família. A Esprodouro sempre me deu possibilidade de que os meus estágios curriculares fossem em restaurantes de prestígio nacional e internacional, onde tive a oportunidade de conhecer e trabalhar com grandes Chefs de cozinha. Atualmente, e depois de passar por várias cidades e restaurantes sou chefe de cozinha e proprietário do Restaurante Aldeia Douro, onde tenho o prazer de receber formandos da Esprodouro, que vêm em estágio curricular. Não poderia terminar o meu testemunho sem escrever “Na Esprodouro eu fui feliz!” Marcelo Branco, Chef de cozinha e empresário Portugal Inovador oferecer condições e incentivos para um regresso efetivo à escola, reitera Jorge Rocha. Projetos de Futuro para a Escola Profissional de São João da Pesqueira Considerando o figurino desta escola, procuramos promover estágios em entidades de referência nacional nas diversas áreas de formação e potenciar projetos que permitem explorar outros valores e talentos dos formandos. O padrão de qualidade é uma marca da escola. Segundo Jorge Rocha, “a aposta de presente e futuro é continuar este ciclo de Escola Viva, mantendo como primazia as vontades dos alunos e dos pais, em estreita colaboração com as necessidades e objetivos da instituição. Pretendemos aumentar o leque de formação disponível, nomeadamente com a abertura de cursos de Formação de Formadores, cursos de Socorrismo, cursos de Suporte Básico de Vida, cursos de Proteção Civil e de forma almejada um curso de Tripulante de Ambulância de Socorro”. Na formação de adultos pretende dar-se continuidade às Formações Modulares e diligenciar para que o Centro para a Qualificação e Ensino Profissional seja uma realidade nesta escola. Numa vertente mais institucional, potenciar a parceria com o Instituto de Formação Turística de Macau, facultado formações e estágios, criando intercâmbios de alunos locais, com alunos de Macau. Ao nível do acompanhamento empresarial, a escola está a desenvolver ofertas formativas em diferentes áreas, por forma a responder às necessidades legais de formação nas empresas e instituições. Pretende-se continuar a promover workshops realizados por ex-alunos, mostrando aos atuais e toda a Comunidade o que de melhor se faz nesta escola. “Procuramos que os nossos formandos sejam a chave para o futuro, na certeza de que O sucesso da escola não depende dos alunos, mas o sucesso dos alunos depende da escola”, concluiu o diretor da escola. | Maio I 17 Portugal Inovador Oferta adequada aos interesses dos alunos A Escola Secundária de Afonso de Albuquerque, na Guarda, irá manter uma oferta profissional centrada nas áreas do Desporto e da Restauração. Apresentando esta instituição é indispensável referir o seu estatuto de escola herdeira do Liceu Nacional da Guarda. Assenta, por isso, num percurso centenário, ao longo do qual “sempre foi uma referência ao nível das individualidades que por ela passaram”, nas palavras do subdiretor, João Paulo Pinto. Dentro dos acontecimentos mais recentes que marcaram este percurso, regista-se a mais-valia que foi a requalificação das instalações, em 2008, e também a sua integração no agrupamento homónimo. Um sintoma dos bons efeitos desta requalificação tem sido “o boom que a escola conheceu quanto ao seu número de alunos”, estando as instalações no limite em relação 18 I Maio ao número de turmas. A melhoria deste espaço não será o único fator por detrás da vitalidade da instituição, não sendo a isto alheia a aposta que tem sido feita na oferta formativa. A Secundária de Afonso de Albuquerque posiciona-se com cursos mediante os quais procura estar em sintonia com as vontades dos alunos, não esquecendo o respetivo potencial de empregabilidade. João Paulo Pinto nota que estes mesmos alunos correspondem a “um público que, em muitos casos, fez o percurso regular com alguma dificuldade e desmotivação mas que, ao enveredar por uma área que lhe seja cativante, consegue apresentar muita qualidade”. Acrescentando, considera que “todo o ensino deveria caminhar no sentido de adequar as coisas ao que o aluno gosta. Se o aluno se sentir motivado dentro daquilo que está a fazer, isso é meio caminho andado para o sucesso, e é esse sucesso que, de facto, a escola tem estado a ter”. A oferta incide então nos cursos de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva e Técnico de Restauração. Fernando Proença, elemento da direção responsável pela via profissional, fez-nos uma descrição da capacidade com que a Afonso de Albuquerque se apresenta no âmbito destas formações: “Na vertente do Desporto estamos bem capacitados com um pavilhão próprio, campos de jogos, um ginásio e o recurso ao estádio e piscinas municipais. Além disso, organizam-se visitas de estudo a Espanha onde os alunos podem desenvolver atividades na neve. É uma área onde não temos problemas. A área da Restauração é que precisa de algum investimento. Na altura da requalificação, fomos dotados de equipamentos próprios para cursos com procura na altura (Eletricidade). Entretanto, com a mudança radical na oferta, passámos a ter ótimas oficinas que não utilizamos, quando, ao mesmo tempo, estamos sem equipamentos adaptados a um dos cursos que estamos a ministrar. Precisávamos de um investimento, através do qual Portugal Inovador se substituam os equipamentos de eletricidade por uma cozinha pedagógica. Felizmente, temos tido formadores que transformam as dificuldades de modo a que o curso funcione de forma equilibrada e com o sucesso que se pode constatar”. Quanto às perspetivas de futuro dos alunos inscritos nestes cursos, a formação na área do desporto canaliza-os, sobretudo, “para trabalhos junto das autarquias da região”. Muitos deles acabam, no entanto, por continuar os seus estudos, havendo aqui uma grande vantagem derivada da oferta de Desporto na qual o Instituto Politécnico da Guarda tem vindo a apostar. No caso da Restauração, a avaliação, nos períodos de formação em contexto de trabalho, por parte das unidades hoteleiras de acolhimento, tem sido ótima pelo que se aguarda que muitos deles consigam ser contratados pelas mesmas entidades. Por último, lembrando outros públicos e outras dimensões em que esta escola se assume como uma referência, a diretora, Amélia Fernandes, deixa uma palavra para o trabalho feito “nas áreas da intervenção precoce, da multideficiência ou do espectro do autismo”. Nomeadamente, é neste agrupamento que se encontra o Centro de Recursos TIC para o distrito da Guarda. | Maio I 19 Portugal Inovador Ser uma mais-valia para a região O Agrupamento de Escolas Nuno Álvares está prestes a comemorar dois anos. Tem como escola-sede uma instituição herdeira de um legado de mais de 150 anos de ensino. A nova realidade em que se insere a Secundária Nuno Álvares colocou o desafio da “preservação da sua identidade”, como afirma o diretor, António Carvalho. Uma identidade que assenta no seu estatuto, enquanto “escola de excelência, com tradição, que preparou para a vida profissional e para o ensino superior muitos alunos da região de Castelo Branco”. Região essa que, à imagem daquilo que é transversal a todo o Interior, luta com conhecidos problemas de ordem demográfica. “A quebra da natalidade é gravíssima e não há hipótese de que esta 20 I Maio tendência seja invertida a curto prazo. No Interior, as expectativas não são nada animadoras e todos os estudos apontam num sentido altamente preocupante”, descreve. Nessa perspetiva, as diferentes entidades públicas e privadas têm um papel na credibilização das regiões enquanto lugares onde se possa seguir uma estratégia de vida, sendo este um papel que o responsável do agrupamento assume: “Se as pessoas pensarem em voltar para o Interior, um dos fatores a que irão dar prioridade é a educação. Dão valor ao emprego, à saúde e também ao ensino, procurando saber se os filhos, estando aqui, não são prejudicados comparativamente com os alunos que estão em escolas do Litoral. Esse é mais um motivo para apostarmos na qualidade”. A oferta profissionalizante não é alheia a esta aposta. Para além das vertentes do ensino regular (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Ciências Socioeconómicas), os alunos que ingressam no ensino secundário têm aqui como opção o curso de Técnico Auxiliar de Saúde: “É uma formação que temos há vários anos. De acordo com os dados da ANQEP, obtidos através de um inquérito muito exaustivo junto das empresas e outras entidades empregadoras, de entre as qualificações mais procuradas a nível nacional, a de Técnico Auxiliar de Saúde encontra-se em 4º lugar. Dentro da nossa Comunidade Intermunicipal, é a que está melhor posicionada, quer em termos retrospetivos quer prospetivos. É, para além disso, uma área com muita procura por parte dos nossos alunos”. Indo ao encontro da desejada qualidade, a formação em Auxiliar de Saúde beneficia de parceiros, Portugal Inovador nomeadamente, a Escola Superior de Saúde do IPCB: “Há determinados conteúdos práticos que os professores e alunos vão desenvolver nas próprias instalações da escola superior, sendo também possível a deslocação à nossa escola de professores e técnicos dessa mesma escola. Essa proximidade dá garantias não só da qualidade do curso propriamente dito, como da preparação para um eventual prosseguimento de estudos”. Para os que recorrem a esta formação visando a integração imediata no mercado de trabalho, a classificação atribuída pela ANQEP é sustentada pelos crescentes exemplos de instituições e empresas que carecem destes técnicos. “Estas necessidades surgem não apenas nos hospitais e centros de saúde, mas também nos lares ou nas unidades de cuidados continuados. Os profissionais que trabalhavam nestas instituições não tinham a preparação que estes jovens estão a ter, com muitas horas de estágio. O facto de termos uma população cada vez mais envelhecida proporciona também que seja uma área com futuro e na qual devemos apostar. Não iremos deixar de estar atentos ao que o mercado necessita mas, de facto, por agora esta é a nossa grande aposta”. | Maio I 21 Portugal Inovador Um ano marcado por novas experiências O Agrupamento de Escolas Amato Lusitano reforçou o seu acompanhamento aos alunos do ensino profissional com a introdução de novas atividades no âmbito destes cursos. É com referências a estes e outros projetos que o diretor, João Belém, nos fez o balanço do ano letivo. As linhas mestras desta oferta profissionalizante têm sido as formações em Multimédia, Mecatrónica, Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Apoio à Gestão Desportiva. De acordo com as expectativas, o plano para 2015-2016 deverá manter esta configuração. O diretor da Amato Lusitano - referência cinquentenária em Castelo Branco - fala-nos de um conjunto de novidades que este período anual trouxe, dentro daqueles que são os projetos inerentes a estes cursos. Para a área da Multimédia, destaca-se o investimento na criação de um canal de televisão próprio, que “está a funcionar ao nível mais profissional que é possível. Vai a todos os acontecimentos com os nossos alunos a realizarem entrevistas e reportagens e a fazerem todo o acompanhamento das atividades da escola. Tem sido grande 22 I Maio a aceitação e já temos convites para celebrar acordos com alguns órgãos de comunicação social da região, quer ao nível da formação quer ao nível da colaboração”. A Mecatrónica foi igualmente objeto de novas ambições, que se concretizaram este ano com a entrada em funcionamento de um clube de kart: “Os alunos aprendem a construir, a montar, a compreender o que se passa e depois vem a vertente lúdica que os motiva. Se dantes estes estudantes queriam sair mais cedo, agora querem sair mais tarde. Chega a altura do fecho da escola e muitos estão nas oficinas a tentar algumas nuances na parte da mecânica”. A aplicação da formação em Informática tem contado com um exemplo semelhante na dinamização do clube de Robótica (onde a escola tem algumas participações nacionais) e, no caso do Apoio à Gestão Desportiva, estes alunos têm encontrado um estímulo na organização das várias competições regionais que ocorrem na Amato Lusitano. Contam também com a participação em projetos nacionais como o PISA, OTES, TIMSS, ESPAD, Jovens Cientistas, Parlamento dos jovens e Olimpíadas da Economia, da Matemática, da Química. Tudo isto, essencialmente, tem visado incentivar os estudantes através da junção “do útil ao agradável”, fazendo também ver à comunidade que “estes ensinamentos podem ser aplicados nas mais diversas áreas”. | Portugal Inovador Maio I 23 Portugal Inovador A verdadeira cidade educadora Com escola pública desde a década de 70, o Agrupamento de Escolas Celorico da Beira tem como missão formar alunos para a vida. “A nossa forma de atuar consiste em procurar que no concelho de Celorico da Beira a educação passe por uma verdadeira política de cidade educadora ou seja, fazer com que todas as infraestruturas, organizações, associações e entidades do poder local possam, em conjunto, contribuir para a construção da escola. Porque só com a participação de todos é que a escola pode efetivamente pode desempenhar o seu papel”, inicia Manuel Portugal, diretor do agrupamento. Hoje em dia, a escola enfrenta desafios cada vez mais exigentes. As dificuldades socioeconómicas obrigam a reestruturar o posicionamento do ensino, oferecendo uma panóplia de cursos, que correspondam às necessidades vigentes no meio. “A oferta formativa deste agrupamento de escolas vai desde o pré-escolar ao ensino secundário regular, apostando ainda nas ver- 24 I Maio tentes profissionais. Ao nível dos cursos vocacionais e profissionais, nós somos instituição de referência na área da Mecânica. Outras saídas para os cursos profissionais prendem-se com a Informática e a Restauração”, elucida-nos Manuel Portugal. Dentro da via profissionalizante, as saídas dos cursos vocacionais (equiparáveis aos antigos Cursos de Educação e Formação (CEF), dão equivalência ao 9º ano) possibilitam uma linha contínua de estudos aos alunos que optam por este tipo de percurso escolar, direcionado para as necessidades e vocações de alguns jovens: “Para o próximo ano letivo a oferta nesta via de ensino é a Informática e a Mecânica e Artes e Ofícios”. Os 820 alunos deste agrupamento têm ainda um vasto leque de atividades extracurriculares, que lhes permite explorar outras áreas e descobrir novos talentos: “Temos sete modalidades de desporto escolar, somos uma referência no basquetebol e no pingue-pongue e pioneiros no xadrez, no distrito da Guarda. Na vertente cultural, temos projetos de educação para a saúde e atividade artística, na área da música, expressão plástica e teatro. Ganhámos a bandeira verde do Programa Eco-escolas com dois projetos fantásticos desenvolvidos pelo pré-escolar e no primeiro ciclo em interação com a comunidade local, nomeadamente as hortas pedagógicas e a festa da flor”. Uma escola ativa e empreendedora, que procura ser um elo de ligação entre o conhecimento, a família e a região. | Portugal Inovador Uma escola eclética, ativa na comunidade Com uma visão proativa e empreendedora, o Agrupamento de Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro distingue-se pela oferta formativa vocacionada para o meio e as inúmeras atividades extracurriculares ao dispor dos discentes. Constituído por um núcleo de 1550 alunos e 170 docentes, o Agrupamento de Escolas Tomaz Ribeiro, em Tondela, é uma instituição de ensino público que agrupa os diversos níveis de ensino, do pré-escolar ao secundário. Atualmente é composto por dez jardins-de-infância, sete escolas de primeiro ciclo, duas escolas de segundo e terceiro ciclo e uma escola secundária, sede de agrupamento. Sendo um agrupamento disperso por 50 quilómetros, abrange uma vasta área, procurando ir ao encontro das necessidades de cada um, seja a nível social como profissional. Em termos de formação, o agrupamento oferece para além do ensino regular, o ensino profis- sionalizante e, a partir do próximo ano letivo, cursos vocacionais. Atualmente, para o terceiro ciclo do ensino básico encontra-se em fase de abertura o primeiro curso vocacional da escola, com três saídas distintas em Informática, Restauração e Ambiente. A nível do secundário, a escola Tomaz Ribeiro oferece aos seus alunos as quatro áreas dos cursos Científico-Humanísticos e ainda dois cursos na vertente profissional, Gestão de Equipamentos Informáticos e Análise Laboratorial. Uma oferta distinta e que vai ao encontro das vontades e preferências dos alunos. Além destes, encontra-se em fase de conclusão o curso profissional de Receção, com turmas de 11º e 12º anos. Além da vertente formativa, o agrupamento aposta forte na vertente extracurricular. Com a vontade de cativar o gosto dos alunos e descobrir potenciais talentos e virtudes, a escola disponibiliza-lhes a possibilidade de integrarem diversos clubes. Destacam-se, entre eles o Grupo de Teatro NA XINA LUA, ex-libris da escola, em parceria com a ACERT, o PROSEPE, o Clube de Jornalismo, responsável pelo jornal escolar e o desporto escolar, que tem alcançado ótimos resultados, nomeadamente no basquetebol e na natação. A escola oferece ainda outras atividades, mais relacionadas com o ambiente e a comunidade, como o Programa de Reflorestação da Serra do Caramulo em parceria com o Município de Tondela e o programa Comenius (Erasmus Mais) que permite aos alunos conhecer e comunicar com outras culturas e realidades. Uma escola viva que procura formar alunos, providenciando ferramentas e conhecimento, apostando na cultura e formação pessoal e profissional para darem cartas em todas as etapas da vida. Um trabalho bem feito e que se reflete no regresso dos alunos ao liceu, de forma constante, para relatarem experiências e devolverem à comunidade. | Maio I 25 Portugal Inovador Experiência na formação em Turismo e Restauração Há muito que o Agrupamento de Escolas Fernão do Pó tem focado a sua aposta nestas atividades em matéria de ensino profissional. Agregando toda a oferta pública de ensino no concelho do Bombarral, o agrupamento foi constituído em 2004, tendo assumido a atual configuração no ano de 2009. Este conjunto de escolas, inclui a escola básica e secundária (a sede), o centro escolar do Bombarral (que abrange o pré-escolar e o 1º ciclo), duas unidades exclusivas de 1º ciclo e três jardins de infância. O diretor da instituição, Emanuel Vilaça, apresenta-nos o concelho como um território “marcadamente agrícola”, em que “o setor industrial é muito pouco expressivo e o comércio local está a desaparecer”. Atendendo 26 I Maio às características da realidade em que está inserido e às oportunidades nas áreas aproximadas, o Agrupamento de Escolas Fernão do Pó sempre associou a sua oferta profissionalizante à Hotelaria e à Restauração. “Praticamente desde que o ensino profissional foi aberto às escolas da rede pública que oferecemos o curso de Turismo Ambiental e Rural. Neste momento, oferecemos essa formação e os cursos de Cozinha-Pastelaria e de Restaurante-Bar”, explica o responsável. Acrescenta que a estratégia da escola “não passa por diversificar muito a oferta, mas sim melhorar continuamente o que está a ser feito dentro das ofertas já existentes. A bolsa de formadores encontra-se estabilizada, oferendo-nos garantias de qualidade e o feedback das empresas tem sido muito positivo. Queremos afirmar-nos no contexto regional como uma escola que assegura elevados padrões de qualidade nas suas ofertas formativas. A publicação do livro “A saber a Oeste”, constituído por um conjunto de receitas elaboradas pelos alunos recorrendo a produtos regionais, pretende constituir-se como um forte sinal disso mesmo”. O esforço de melhoria da qualidade foi facilitado pelo novo contexto em que tudo isto funciona. A escola ganhou uma nova vida na sequência da intervenção da Parque Escolar, um processo faseado entre 2010 e 2012, que deixou a comunidade “logicamente satisfeita”: “Há problemas por resolver, como aconteceu em qualquer outra escola e como é normal em obras de grande dimensão, mas a melhoria das condições de trabalho foi absolutamente extraordinária. Não acredito que exista alguém na nossa comunidade educativa que diga o contrário. Para além dos novos níveis de conforto e de ser uma obra esteticamente agradável, reflete-se também no conjunto de valências que podemos oferecer à comunidade local e regional. Criou um contexto que favorece sinergias e que cria oportunidades de colaboração”, conclui. | Portugal Inovador Formação em contexto rural A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes comemorou neste ano letivo o seu 25º aniversário. O diretor João Quinas falou-nos deste seu percurso e da sua atualidade. A criação, em 1989, surgiu da iniciativa conjunta de algumas entidades locais como a Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Fernandes, a Associação de Agricultores local e o município de Abrantes. Estas entidades promotoras haviam entendido ser importante para a região uma escola de base agrícola. Os cursos técnico-profissionais para formação agrícola estavam já abrangidos pela Dr. Manuel Fernandes, mas concluiu-se que o melhor seria individualizar este ensino. “O ensino agrícola tem especificidades muito próprias que, muitas vezes, não se coadunam com as características de uma escola de ensino regular”, afirma. A Herdade da Murteira foi então adquirida e neste espaço deu-se início à criação de estruturas próprias que dessem suporte à formação. Neste mo- mento, para além desta herdade com 64 hectares, a EPDRA funciona também noutro pólo, nas instalações de uma antiga escola C+S da freguesia de Mouriscas. É, apesar disso, na herdade que são dadas as formações de natureza prática, adjetivada pelo diretor como “real e autêntica”. A oferta profissionalizante aqui apresentada é distribuída por sete áreas diferentes. A saber: Produção Agrária, Gestão Equina, Turismo Ambiental e Rural, Recursos Ambientais e Florestais, Proteção Civil, Restauração e Animação Sociocultural. O primeiro dos cursos enumerados é o caso que nos é referenciado por João Quinas como aquele onde a procura tem sido mais intensa. “Nos últimos quatro ou cinco anos, a agricultura passou a estar na moda, sendo a restauração também outro exemplo disso. No caso da agricultura teve, de facto, uma procura crescente, havendo muitos casos de filhos de agricultores que querem dar continuidade à atividade dos pais”, explica. Dentro do trabalho feito nesta vertente, a EPDRA destaca-se pela construção de uma dinâmica própria de produção e interação com o mercado. Concretamente, estes jovens estão envolvidos na produção de vinho, azeite ou produtos hortofrutícolas. “A afirmação destas escolas passa pela formação de alunos capazes de integrar o mercado de trabalho, mas também por transmitir a imagem de que a formação resulta num produto palpável. Esta lógica empresarial tem sido um objetivo nosso e tentamos transmitir aos alunos que podem vir a ser técnicos por conta de outrém mas também poderão ser os próprios a criar o seu próprio emprego”, sustenta. | Maio I 27 Portugal Inovador “Integração dos alunos, diferenciação das aprendizagens” É assim que Alcides Sarmento, diretor do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira, enuncia o princípio orientador de toda a sua ação educativa. O balanço que nos é feito da existência enquanto agrupamento é positivo: “A articulação entre ciclos - um velho problema do nosso sistema - medidas pedagógicas comuns, um único projeto educativo, estruturas pedagógicas e uma gestão unificada, permitem dar corpo a uma estratégia para todo o percurso escolar dos alunos”. Ao mesmo tempo, a construção do centro escolar permitiu concentrar no novo e moderno edifício o ensino pré-escolar e o 1º ciclo, o que “facilita a integração destes dois níveis, para além dos benefícios do próprio espaço físico”. Neste momento, esta realidade é agregadora de um universo de mais de 1400 alunos, distribuídos por uma oferta que vai do pré-escolar ao ensino secundário. Obedecendo ao lema já exposto, Alcides Sarmento considera “fundamental que nenhum dos alunos fique para trás e que todos possam ir o mais longe possível, mas também, e simultaneamente, que os nossos melhores alunos 28 I Maio se possam comparar com os melhores alunos de qualquer escola do país”. Daí que se registem, habitualmente, “melhores resultados que a média nacional na percentagem de alunos que concluem o ensino secundário e, em simultâneo, os bons alunos entram no ensino superior na sua primeira opção mesmo em cursos como Medicina, como aconteceu este ano”. Na oferta profissionalizante do secundário, constam as for- mações em Técnico de Eletrónica, Automação e Comando, Técnico Auxiliar de Saúde, curso profissional de Turismo, Técnico de Comércio e Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores. A meta é “atingir 35 a 40% de alunos do ensino secundário a frequentar o ensino profissional”, estando a ênfase desta aposta colocada nas áreas de Eletrónica, Automação e Comando e na de Auxiliar de Saúde. Para tal, a escola dispõe de “recursos materiais com salas devidamente equipadas e recursos humanos devidamente especializados”. São duas áreas apontadas como “de forte empregabilidade não somente na região e no país, mas também no Mundo, nomeadamente em países que absorvem os nossos fluxos migratórios, como Suíça, França e, mais recentemente, Inglaterra”. | Portugal Inovador Maio I 29 Portugal Inovador 30 I Maio Portugal Inovador Acompanhar com personalização A Quinta Linda Rosa, localizada numa zona idílica de Santo Tirso, oferece um serviço personalizado, adequado à necessidade de cada cliente. Ruben Costa fala-nos agora sobre a história desse projeto, estabelecido num conceito familiar. Foi no ano de 2000 que Laurinda Rosa, mãe do atual gerente, começou a organizar casamentos, batizados, comunhões e festas empresariais neste espaço. A transmissão desta aprendizagem fez com que, passados dez anos (2010), o filho mais novo assumisse a direção do projeto. “As alterações feitas desde essa altura impulsionaram o aumento do negócio. Neste momento, partilho esta responsabilidade com o meu irmão mais velho, Pábulo Costa”, refere. Na procura de dinamizar a cidade, a Quinta Linda Rosa afirma-se com objetivos muito concretos: “Somos reconhecidos pelo nosso bom nome no mercado, criado ao longo destes anos e queremos realizar casamentos (o nosso negócio fundamental) todos os fins-de-semana”. Na conquista das metas que pretendem alcançar reconhecem que a melhor publicidade encontra-se na proximidade gerada através do “passa a palavra”. Essa postura versátil que assumem no dia-a-dia fá-los prestar atenção aos mais diversos pormenores, sem nunca descurar a segurança de toda a estrutura. “Na nossa visão atual do mercado, a elegância e requinte dos eventos e a sua consequente inovação serão sempre requisitos obrigatórios da nossa atuação”, salientam. O perfil do cliente que procura este ambiente é de classe média alta, compreendendo normalmente idades entre os 25-35 anos. Os irmãos encontram maior procura nos meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro, visto que “o nosso país apresenta melhores condições climatéricas nessa época”. Neste cenário envolvente podemos avistar um salão principal com capacidade para 250 pessoas sentadas, climatizado e todo envidraçado. Os jardins, com áreas de descontração, são locais que sugerem harmonia e descanso. Dispõe ainda de um parque infantil bem como de frações especiais para a realização da cerimónia civil. Catering O parceiro ideal foi encontrado quando decorria o ano de 2013. Recorrendo aos Gémeos Catering gerido por Fernando Costa e o seu filho Ricardo Costa, na marca registada (Gémeos) conseguimos identificar e distinguir os seus produtos e serviços. Afirmando-se pelo seu crescente profissionalismo e organização, a premissa desta valência assenta na garantia de segurança e na máxima qualidade para com os seus clientes. No futuro pretendem seguir o lema que têm mantido até aos dias de hoje: “Os nossos clientes podem sempre contar connosco para o acompanhamento dos tempos em relação a novidades e evolução na área dos eventos”, comunica. | Maio I 31 Portugal Inovador Sixty Fourth: Requinte e moda portuguesa A Confecções Floresta lança Sixty Fourth, oferecendo ao mercado nacional uma linha camisas de excelência. panham diariamente e conheço a realidade e as dificuldades de cada uma delas”. Apesar de não ser um trabalho que cative muitos candidatos, o empresário sente que era importante que os governantes, “que têm poder para mudar esta situação”, incentivassem a camada jovem a abraçar esta arte. “Temos falta de mão-de-obra. Apesar de existirem profissionais com imensa qualidade é mandatário renovar a equipa, mantendo a qualidade. É fundamental elevar esta profissão. Existe sempre a possibilidade de formar jovens sem qualquer experiência”, alerta. “Apostamos na competência técnica e na modernização tecnológica, dispondo de um serviço adaptável aos clientes, onde asseguramos o rigor e qualidade em todas as fases do processo, desde a modelagem à distribuição. Pautados por uma forte cultura organizacional, a credibilidade e a diferenciação são dois valores basilares na nossa atuação”, explica-nos Vítor Ferreira, gestor da empresa, para início de conversa. Atualmente, as Confecções Floresta são uma referência no setor têxtil nacional. Especializados na confeção de camisas de alta qualidade, lançaram a Sixty Fourth, uma marca própria de camisas, trabalhando também com outras marcas nacionais e internacionais. Com um crescimento sustentado, apesar de todas as contingências económicas que o país atravessa, a produção foi 32 I Maio aumentando exponencialmente tal como a abrangência de mercado. “Fazemos um total de 120 mil peças por ano - para homem, mulher e criança. Temos clientes em todo o mercado europeu. O volume de negócio reparte-se em 90% para exportação e 10% para o mercado interno”. Este sucesso, reforça, deve-se em grande medida à equipa de colaboradores: “Para fazer camisas é preciso conhecimento, pessoas qualificadas e empenhadas no ofício. A qualidade parte da base, desde a qualidade do tecido, passando pela maquinaria até à mão-de-obra. É necessária uma equipa competente e material de primeira casta”. E Vítor Ferreira sabe que o futuro da Floresta está nas mãos das suas colaboradoras: “Todos os dias visito a produção e falo com as minhas funcionárias. São no total 56 senhoras que me acom- Portugal Inovador 2015: um passo em frente A grande aposta para este ano é a expansão da Sixty Fourth. Uma linha de camisas que surge no mercado num patamar de excelência, com um conceito único, diferenciado e que sobressai não só pelo produto mas também pelo atendimento personalizado e inovação em todos os artigos. Camisas que aliam a moda, a qualidade e a inovação, imagem de marca das Confecções Floresta. Brevemente, a Sixty Fourth estará disponível num showroom nas imediações da fábrica, oferecendo ao público um espaço inovador, de venda direta, onde poderão acompanhar as novas linhas e tendências. “ Um meio muito personalizado de manter o contato com os nossos clientes, garantindo os padrões de excelência que estes exigem e merecem”, conclui Vítor Ferreira. | Maio I 33 Portugal Inovador Inovação e sustentabilidade O Grupo Fibrogest agrega um conjunto de empresas com um posicionamento único no fornecimento de elementos para a construção. O início está na criação da Fibrolite, em 1972. Instalada em Santo Tirso, partiu da iniciativa de Joaquim Ferreira de Abreu, empreendedor com uma comenda de mérito industrial, atribuída pelo atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. A Fibrolite encontrou o seu propósito no fibrocimento e na necessidade que o país tinha em obter esta matéria. Na sequência das restrições 34 I Maio comunitárias à utilização de amianto, a empresa iniciou um esforço de adaptação, convertendo a sua produção por forma a dispensar este componente. Conquistou, assim, a posição de única fábrica de fibrocimento no país. Este fabrico envolve todos os produtos e artefactos deste material, com aplicação em coberturas e revestimentos, favorecida pelas suas características enquanto material imputrescível, incombustível e resistente à oxidação, a insetos, bactérias ou fungos. Com a conhecida quebra no setor da construção, a sustentabilidade da empresa tem assentado na sua internacionalização e na aposta na reabilitação. Também parte integrante deste Grupo é a Termolan, cujo percurso teve início no ano de 1975. Foi pioneira na produção de lã de rocha em Portugal. Mantém-se como única empresa do setor a nível nacional e dispõe de três unidades de fabrico: em Vila das Aves, Santo Tirso e Vilar Formoso. Baseia a comercialização dos seus produtos nas marcas Rocterm, Ecoterm, Termolan e Coberlan. Como vantagens, os produtos de lã de rocha apresentam um excelente desempenho acústico, ótimas características térmicas, sendo um isolante de excelência, a incombustibilidade, resistência à água e neutralidade química. Igualmente pioneira é a Fábrica de Tubos da Barca, fundada há 24 anos, ao longo dos quais se afirmou como única no país na produção de painéis de sandwich de lã de rocha com acreditação CE. A exportação é, também aqui, uma componente fundamental da sua estratégia, podendo enumerar-se destinos como Espanha, França, Moçambique, Marrocos e Cuba. | Portugal Inovador Mãos no volante A família Martins prospéra no ramo do ensino e formação de condutores. O exemplo dessa experiência é a escola de condução O Volante, em Santo Tirso, que festeja em junho o seu 15º aniversário. O fundador do negócio, António Martins, sempre teve o seu próprio espaço em Paços de Ferreira, de onde provém esta família. No entanto, Santo Tirso captou a sua atenção, até decidir, em 2000, abrir O Volante. Falámos com o filho, Pedro Martins, que é agora o rosto deste estabelecimento. O administrador começa por salientar que embora tenham verificado uma quebra no negócio, derivada da falta de alunos e ao declínio da indústria na região, “quem conseguiu manter-se até agora, irá conseguir ter bons resultados no futuro”. São quatro os membros que constituem esta equipa, apoiados por três automóveis ligeiros e dois motociclos que dão resposta à oferta formativa que a escola de condução O Volante apresenta. Novo Regime Jurídico O instrutor realça que o setor tem vindo a verificar mudanças positivas, especialmente ao nível legislativo, uma vez que novas regras e regimes têm sido instituídos. No entanto, comenta: “O ensino da condução encontra-se desajustado à evolução do setor”, realçando que o novo regime jurídico irá transformar as escolas de condução “numa espécie de empresas de formação, em que os alunos terão de assinar um contrato que dirá todos os direitos e deveres do mesmo. Este facto acarreta benefícios, pois sabemos que há muitas escolas que não respeitam as ordens estabelecidas e dão, por exemplo, um número inferior de aulas do que é obrigatório. Também, a presença de um tutor na formação do candidato, sendo obrigatório que este frequente um módulo de formação na escola de condução”, explica. O rigor aplicado na escola de condução o Volante faz-se notar na produtividade dos alunos e no civismo que apresentam na sua condução. “Sabemos que a experiência de um condutor apenas se adquire com a prática, mas temos de preparar os alunos para as situações com que se irão deparar no trânsito, diariamente”, acrescenta Pedro Martins. A parte mais difícil do seu trabalho passa, verdadeiramente, “pela consciencialização dos jovens, que já têm a sua personalidade moldada”, mas O Volante quer “fazer ver que o automóvel é uma arma perigosa que ceifa vidas”, avisando dos perigos da velocidade e do consumo alcoólico. Pedro Martins termina a nossa entrevista alertando para os perigos que os recém condutores enfrentam após o seu primeiro ano de carta: “Esta é a altura em que os acidentes mais graves acontecem, pois os condutores já adquiriram alguma experiência e deixam de respeitar as regras da estrada a 100%”. | Maio I 35 Portugal Inovador “A fotografia da sua empresa” Desde 2002 que a Sandra Lopes Consultoria abrange o mercado nortenho com os seus serviços de gestão e formação adequados a cada empresa. Fomos conhecer a opinião da consultora sobre o crescimento económico de Santo Tirso. trabalha cada cliente. Enfatiza e valoriza o envolvimento dos colaboradores no processo de mudança da empresa. Considera que sem a participação e motivação dos trabalhadores torna-se mais dificil atingir resultados: “Estes sabem, melhor que ninguém, as necessidades da sua empresa. Por isso, evitamos criar um diagnóstico baseado só na análise de documentação e confiamos no contibuto das pessoas. Cada empresa é diferente e não trabalhamos com soluções “pré-concebidas”, afirma. Santo Tirso e o Vale do Ave Consultoria e formação são as duas principais valências oferecidas por Sandra Lopes, fundadora da Sandra Lopes Consultoria. Iniciando-se no ramo em 1997, foi adquirindo várias competências, partindo do trabalho com diversas associações empresariais e fazendo, na maior parte desses anos, a coordenação de projetos. “Realizando o levantamento das necessidades de várias empresas, criava um plano de ação e juntamente com a sua equipa de consultores e formadores, propunha soluções concretas. Verificando que esse trabalho era altamente solicitado e frutífero, fez sentido evoluir e apostar na criação de uma empresa”, explica. A preocupação inicial passou 36 I Maio por alcançar a certificação da DGERT para poder candidatar os seus clientes a projetos de fundos comunitários, mas hoje os objetivos já são de outra escala. Desde aumentar o leque de serviços na consultoria até intensificar as parcerias para conseguir dar resposta ao trabalho que recebe, vemos que Sandra Lopes não tenciona abrandar. Entre as várias competências desta empresa está o trabalho com programas financiados como os de formação/ação para PME’s e várias tipologias do Portugal2020, desde projetos para financiamento a empresas, passando pela formação profissional e pelo apoio ao empreendedorismo. Realça-se o método com que Sandra Lopes indica que “as firmas da região sofrem com o regime de subcontratação”, e que, para combater essa realidade, é necessária a aliança entre várias unidades fabris de menor dimensão. A consultora realça: “Estas empresas não precisam fazer drásticas alterações, por vezes pequenas mudanças melhoram o seu desempenho”. Aponta também que, muito do seu trabalho consiste em dar a conhecer novos métodos, novas tecnologias e formas de operar que conduzam a uma melhor rentabilização dos processos. Concluindo chama também a atenção para a valorização da sua profissão enquanto parceira de confiança, especialmente nesta fase em que são exigidos resultados às empresas. | Portugal Inovador Transformar com singularidade e versatilidade Em 2006, Amélia Pereira decidiu projetar-se no mercado de trabalho. Hoje, passados nove anos, fala-nos sobre o que esteve na origem da Fénix, e o seu subsequente desenvolvimento. A FÉNIX nasceu de um projeto pessoal, que tomou forma em 2006, enquanto empresa. Os primeiros dois anos foram essencialmente dedicados à realização de projectos na área da Engenharia Civil. A empresa foi criando um knowhow, que rapidamente a demarcou na área tendo rapidamente impulsionado o seu percurso para projetos desenvolvidos a nível internacional. O mercado angolano e moçambicano tornou-se um dos principais eixos no desenvolvimento da FÉNIX. Neste último tem já uma pequena estrutura local que apoia os projetos desenvolvidos cá. Em 2008 uma nova área de negócio veio proporcionar de novo mudanças na estrutura. Entrava no mercado da Certificaçao Energética. Esta é uma das áreas mais motivantes pelo seu envolvimento com a sustentabilidade e a economia. O bom desempenho energético, é uma das principais preocupações para quem hoje constrói uma casa, um hotel, uma fábrica... O core buisness da FÉNIX, passa pela avaliação das condições em projeto e pela prescrição de soluções optimizantes de bom desempenho energético, naturalmente redutoras do consumo e reveladoras de conforto, principal objectivo. Da área de projecto rapidamente se percebeu que as preocupações do mercado estariam na reabilitação. Aqui encontrou-se a importância da adaptabilidade das soluções existentes a novas que passem a traduzir reduções expressivas na factura mensal e nos consumos energéticos aumentando o conforto dos espaços. Desde soluções mais convencionais até aos limites encontrados em novos sistemas como os da Passiv house, em voga no norte da Europa e ainda muito desconhecidos no nosso país. Perceberam ainda que para além da área de projecto seria fundamental construir tais soluções tendo desenvolvido para isso uma empresa na área da construção que edifica e constrói de acordo com estes conceitos de economia sustentabilidade e conforto. Neste percurso claro e continuo, esta empresa liderada por uma mulher, adida das questões do detalhe, encontrou mais uma área importante para servir os seus clientes. Depois do projecto, da obra, surgiu a ideia de diferenciar a resposta decorando os espaços projectados e construídos. Nesta área tem decorado hotéis, áreas administrativas de unidades industriais e claro as casas. A FÉNIX, define-se hoje como uma empresa sustentada no dinamismo técnico, que encontra no mercado as oportunidades de desenvolver a sua atividade que desde 2006, se tem pautado por um crescimento permanente. A FÉNIX, projeta, constrói, decora, contado para isso com uma vasta equipa de profissionais especializados, procurando a qualidade como principal objectivo. | Maio I 37 Portugal Inovador Mais de uma década a cuidar de si A Clínica Dentária Topdent, inaugurada em 2004, está localizada em Rebordões, Santo Tirso. Faz-se representar por excelentes profissionais de saúde apoiados por modernas instalações e equipamentos de última geração. no momento adequado os existentes, recorrendo a correções ortodônticas”, complementa Paula Sousa. Cuide da sua Boca Paula Sousa, diretora clínica, é licenciada em Medicina Dentária, com pós-graduação em Ortodontia tirada na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. A equipa é constituída por quatro dentistas e por profissionais que trabalham em parceria no âmbito de outras especialidades, dispondo de meios de diagnóstico como a ortopantomografia e a telerradiografia. Atenta às necessidades da população, Paula Sousa oferece valências multidisciplinares que se focam, principalmente, na área da Medicina Dentária - Implantologia, Ortodontia, Reabilitação oral, Estética Dentária, e ainda Cirurgia Maxilo-Facial, Clínica Geral, Podologia, Psicologia, Fisioterapia, Osteopatia, Consultas de Nutrição, Terapia da Fala e análises clínicas. Medicina Dentária “O paciente na primeira consulta é sujeito a uma ortopantomografia que 38 I Maio nos permite ter uma visão geral do estado da sua boca” e “identificar o tratamento mais indicado à sua situação clínica”, expõe Paula Sousa. A visita regular ao médico dentista promove a prevenção de problemas orais, mas “na correria do dia a dia” nem sempre as pessoas se recordam da necessidade de efetuar nova avaliação. Com vista a alertar os seus pacientes, a Topdent dispõe de um sistema informático que envia uma SMS à carteira de clientes alertando-os na altura de fazer uma nova consulta. “Os pacientes agradecem esta atenção”, salienta a profissional. Os cheques-dentista são excelentes, pois permitem educar o paciente facilitando o acesso aos cuidados com a saúde oral. O cheque-dentista pretende que “criança do futuro seja uma pessoa livre de cáries”, menciona. “Em termos de ortodontia, conseguimos prevenir potenciais problemas e tratar Um simples dente com infeção pode influenciar e causar outras patologias no corpo humano, tais como problemas musculares. “Existem várias roturas musculares e dores associadas a dentes com cárie, falta de dentes, mau posicionamento dentário. Daí a necessidade de reabilitação oral com implantes, coroas ou próteses removíveis. A chupeta é também uma grande maleita do século XXI: “As crianças usam durante um tempo prolongado esse acessório que altera a projeção dos dentes, conduzindo à crescente necessidade da aplicação de aparelhos ortodônticos”. Com um forte trabalho realizado no concelho de Santo Tirso, Paula Sousa quer ser valorizada pela qualidade dos tratamentos prestados: “Construímos sorrisos, essa é a nossa missão”. | Portugal Inovador Remodelação chave na mão Empreendedorismo e iniciativa são as ferramentas de sucesso da AMM Decorações. Com o fecho de uma empresa de renome no concelho de Santo Tirso, três recém-desempregados com inúmeros anos de casa, idealizaram um negócio de sucesso. Com o rendimento obtido através do fundo de desemprego, Esmeralda Martins, Miguel Azevedo e Francisco Gonçalves decidiram unir esforços na criação do seu próprio emprego. Mantendo-se na área da reabilitação e recuperação de imóveis surge, em 2011, a AMM Decorações. Miguel Azevedo é o responsável pela gestão e pela área comercial, Francisco Gonçalves controla o serviço de montagem e Esmeralda Martins assume o departamento de contabilidade. A AMM está vocacionada para a decoração de moradias particulares, espaços comerciais, de serviços e empresas. Para isso dispõem de toda uma panóplia de mobiliário de escritório, hospital e geriátrico, pavimentos vinílicos para hospitais e clínicas, estores para interior e exterior e montagem de divisórias em gesso cartonado e alumínio. Têm ainda a capacidade para efetuar pequenos trabalhos em pladur, em parceria com oficinas de carpintaria. Mas este trabalho é apenas o culminar de todo o processo. Os clientes conhecem a AMM 95% dos casos através de um trabalho de campo. “A primeira etapa de uma obra é a comunicação porta-à-porta”, explica Miguel Azevedo. “É através desses contactos que procuro dar a conhecer aos possíveis clientes o nosso portefólio e todos os serviços que temos para oferecer. A real mais-valia da nossa empresa é a rapidez e a segurança nos serviços prestados. Temos a capacidade de articular a parceria com empresas subcontratadas, assegurando ao cliente que o trabalho fica concluído dentro do prazo estipulado, sem que este tenha de se preocupar em acompanhar ao pormenor todo o processo”. Este é cada vez mais o objetivo da AMM Decorações, um serviço eficaz que responde às necessidades de cada cliente, com chave na mão. O sucesso deste projeto tem sido enorme, mas nem por isso os responsáveis perdem o foco e a noção do que é realmente importante. “O futuro passa por manter a empresa estável e neste caminho de progresso contínuo. Temos a capacidade de responder com celeridade a todas as solicitações a nível nacional. O importante para nós é satisfazer os clientes e, acima de tudo, fidelizá-los, para que numa próxima vez voltem a recorrer aos nossos serviços”. | Maio I 39 Portugal Inovador A adoçar corações há 40 anos Ana Mesquita, atual co-proprietária da Confeitaria S. Bento, em Santo Tirso – há cerca 40 anos pertença da família do marido, Miguel Costa - abraçou este projeto audacioso há cerca de meio ano, deixando para trás a profissão de bancária. A gerente começa por referir à Portugal Inovador que “tem sido interessante e agradável este novo projeto”. Desde outubro do ano transato que Ana Mesquita e o seu marido adquiriram o negócio. Ana Mesquita fez algumas alterações no espaço, inovando e refrescando a imagem desta casa com mais de 40 anos de história. “Penso que os nossos clientes estão satisfeitos com os produtos que oferecemos, com o atendimento e com o ambiente que proporcionamos”, salienta a gerente. De princípio não foi fácil conciliar a vida familiar com o novo projeto, “No início quis acompanhar todo o processo, entrava com as pasteleiras de manhã cedo e saía só quando a confeitaria fechava, mas agora é mais simples”. 40 I Maio Inovaram o conceito de confeitaria que tinham, sempre respeitando a tradição e introduziram alguns novos produtos, sendo que o processo ainda está em fase de crescimento. Ali laboram sete pessoas que com regularidade frequentam formações dadas nas instalações. E dado que falamos de uma confeitaria, os doces têm lugar de destaque. A especialidade da casa é a tarte S. Bento, sendo a iguaria mais procurada e mais apreciada pelos seus clientes, a par dos bolos típicos de Santo Tirso, o limonete e o jesuíta. Em alturas festivas, “vêm pessoas de fora, comprar este doce tradicional”. A parceria com alguns restaurantes permite incluir a tarte S. Bento nos seus menus, abrindo assim o leque de apreciadores. As bolachas, os biscoitos e o pastel de nata, contribuem também para a boa fama da Confeitaria S. Bento. A forte aposta no aperfeiçoamento do Cake Design, é também uma mais valia, visto que permite executar bolos com pasta de açúcar, totalmente personalizados ao gosto do cliente. A diversificação e inovação dos salgados, foi também uma das prioridades, sendo possível encontrar lanches e bôlas de carne e empadas ou folhados com diversos recheios. Para o futuro, Ana Mesquita espera que o projeto continue a crescer, mantendo um desenvolvimento sustentado. Sempre com a qualidade que distingue a Confeitaria S. Bento. | Portugal Inovador A arte de fotografar emoções A Portugal Inovador foi conhecer a Arteimagem situada em Santo Tirso, este estúdio fotográfico conta já com oito anos de atividade. Novas tecnologias Isabelina Andrade e Rui Costa são os proprietários da Arteimagem. Criaram esta empresa não só pelo gosto que partilham pela fotografia, mas também como meio de alcançarem a realização profissional. A primeira loja nasceu em Santa Cristina do Couto e passado um ano, dada a aceitação e crescimento do estúdio, decidiram mudar de espaço fixando-se de vez no centro da cidade. O que distingue a Arteimagem de outros estúdios fotográficos é o facto de alimentarem uma filosofia muito “terra a terra” e de trabalharem muito com as emoções, pois cada momento é especial e único. Hoje, laboram quatro colaboradores, sendo que Isabelina Andrade, cria em estúdio cenários onde fotografa famílias, grávidas e bebés… momentos que ficam marcados na vida de cada cliente. “No início deste projeto, o hábito de fotografar grávidas e bebés ainda era um conceito pouco abordado, mas aos poucos tem ganho maior espaço nas famílias e todas as mamãs querem retratar esse momento tão especial”. Rui Costa acompanhado, por um colaborador, fotografa os exteriores, desde eventos de maior dimensão como casamentos – utilizando o fotojornalismo de casamento: um estilo onde o fotógrafo regista de modo espontâneo toda a emoção do dia, dando um ar mais despojado ao álbum fotográfico –, batizados, comunhões e sessões em família na rua. As fotos caracterizam-se por apresentarem “um estilo descontraído com um cunho pessoal, natural e sem poses. Facto que permite obter resultados bastante interessantes e espontâneos. “Hoje em dia é impensável imprimir uma fotografia sem dar um retoque, tanto por exigência do cliente e também da nossa parte”; seja pelo aparecimento de uma sombra, o cabelo que ficou desalinhado ou de gordurinhas que os clientes não querem que estejam visíveis na fotografia. Em bebés, também há o cuidado de retirar as “manchinhas da pele” de forma a melhorar o resultado final que deve ser o mais natural possível. Durante este mês, a equipa esteve presente na Exponor onde expôs os seus trabalhos fotográficos, atingindo um público mais vasto. Ainda este ano, a Arteimagem quer fazer uma aposta maior nas reportagens fotográficas, nomeadamente de casamento. Ambicionam impulsionar a sustentabilidade da empresa, através de um maior crescimento financeiro, e do aumento da equipa de exteriores, de forma a responder ao aumento de pedidos dos seus clientes. | Maio I 41 Portugal Inovador Preservar a arte pela qualidade No Largo Coronel Batista Coelho, em Santo Tirso, encontramos Teresa Azevedo e José Azevedo para nos falarem sobre um ofício que merece ser recordado e reconhecido – a Alfaiataria Helenas. Orientar novos públicos Concebida num tempo (3 de março de 1975) em que o alfaiate era valorizado pela sua minúcia e dedicação, José Azevedo descreve-nos agora alguma dessas vivências, comparando-as aos dias de hoje. “Abri o estabelecimento na época e fui crescendo ao longo do tempo com a clientela que criei”, conta. Procurado, gradualmente, por algumas figuras ilustres foi fazendo esforços para gerar este conceito cada vez com maior primor. “Acredito que isto agora melhore e que se prolongue por muitos bons anos. Queremos deixar o cliente bem servido e temos projetos novos que se começam a formar”, completam. No entanto, não deixam de poder observar as diferenças existentes entre as gerações mais jovens 42 I Maio e as seguidas anteriormente. Com a sensibilidade e a adaptação ao negócio conseguem apelar a um serviço mais rápido nas faixas etárias menores. “Os jovens, ao contrário dos mais velhos, querem ver o produto logo pronto. Para eles tenho artigos já feitos”, informam. Para que a arte preserve a tradição, mas não esqueça a inovação e as técnicas modernas, a Alfaiataria Helenas conecta-se com alguns valores: “Servir bem, nunca falhar nas qualidades, oferecer diversidade nos artigos, mostrar disponibilidade, detetar necessidades e cativar com conforto são algumas das nossas máximas”. O desenvolvimento e aperfeiçoamento deste labor envolve rigor e compromisso nas suas tarefas diárias. Teresa Azevedo foi acompanhando com sensibilidade todas as tendências e suas subtilezas. Tendo verificado que há uma maior afluência de homens no seu espaço, não deixou de constatar o quanto o público feminino gosta de auxilia-los nas suas escolhas. “A senhora é mais observadora, facilmente dá a sua opinião, e nesse sentido quero criar um atelier onde possa oferecer formação, dar workshops, gerar maior proximidade, porque muitas vezes há pessoas que têm aptidões que desconhecem ou não tiveram ainda oportunidade de desenvolver”, vinca. Sabendo que na localidade isso poderia trazer um valor acrescentado, a visão e a voz feminina projeta-se aqui com o otimismo que a caracteriza. “Eu penso que vou gostar e tenho muita coisa para dar”, acrescenta. Materializar ideias, com personalização e exclusividade, será esse o seu lema. Os meses entre maio e outubro são os que geram maior movimento, mas para que a criatividade não se perca e se afirme na constante reinvenção, a família Azevedo reconhece que os momentos de pausa são fulcrais. “É importante para organizarmos as ideias, abrirmo-nos a outros horizontes. Não é uma aprendizagem muito rápida, é uma arte, e nenhuma arte é fácil”, concretiza. | Portugal Inovador Sinta-se convidado a relaxar O Eden Spa é uma empresa direcionada para a saúde, beleza e bem-estar onde o equilíbrio do corpo e da mente são prioridade. Conta com uma equipa de profissionais permanentemente preocupada em manter a excelência dos seus serviços. Este espaço existe desde novembro de 2010 em Santo Tirso. Otília Canário, gerente do Spa, pretende oferecer aos seus clientes a sensação de leveza e bem-estar do corpo e da alma. O balanço destes quase cinco anos “tem sido muito satisfatório”, na opinião da empresária. Otília Canário é terapeuta de Cura Reconectiva e de Reiki e, este espaço nasceu de um sonho seu por forma a apostar na mulher, vendo-a mais arranjada e gostando de tratar de si, não descurando o homem visto que “também ele usufrui dos nossos tratamentos”. Este espaço – que sofre remodelações de quando em vez, está sempre a par das inovações que surgem – é composto por seis gabinetes de tratamento, sala de relaxamento, receção e jardim onde se praticam aulas de yoga. Os serviços alargam-se às áreas de estética – como depilações, tratamentos faciais e corporais, tratamentos de mãos e pés, passando pelas áreas de Spa como massagens, hidroterapia e rituais. O Eden Spa engloba também nos seus serviços Acupuntura, Massagem Desportiva, Fisioterapia, Podologia, Psicologia, Nutrição, colocação de Botox, Reiki, Cura Reconectiva e Tarot. “Acredito nestas terapias e sei que funcionam”, vinca Otília Canário. A profissional não encara a sua profissão como uma obrigação, sentindo prazer em ajudar as pessoas que diariamente frequentam o seu espaço. “O nosso trabalho passa por equilibrar energeticamente o corpo do paciente, equilibrando os seus chakras”, menciona a proprietária do Eden Spa. Todas as doenças pelas quais os seres vivos são afetados têm origem num desequilíbrio e o que está ao alcance destas profissionais é o facto de “minimizarem e prevenirem a chegada de doenças que venham alterar o balanço natural do corpo e da mente”. O paciente é capaz de perceber logo a partir do primeiro tratamento que realiza que algo mudou em si e na sua vida. Todo este processo “é fantástico”, afirma Otília Canário. O feedback tem sido bastante positivo, sendo que no início quando a empresária montou o seu estabelecimento a população ainda estava reticente, mas atualmente já existem praticantes de todas as gerações. É possível oferecer tratamentos de saúde, beleza e bem-estar a familiares e amigos em qualquer altura do ano através da aquisição de vouchers. E mediante a época do ano também são realizadas campanhas e promoções para dias especiais, sendo que recentemente foi realizada uma campanha para o Dia da Mãe, de forma a homenagear este elemento tão especial na vida do ser humano. O objetivo de Otília Canário, depois de já ter um projeto consolidado desde 2010, passa pela criação de outros spa’s em diferentes pontos do país. | Maio I 43 Portugal Inovador Area7: uma dupla com visão Não só de Arquitetura se faz a Area7. Esta é uma empresa que, desde 2001, está vocacionada também para a Engenharia, Topografia e Design e atua não só em Santo Tirso, mas por todo o território nacional. O trabalho personalizado foi a primeira característica referida pelos colegas e sócios Ivo Amaro e Jorge Machado. Desde o seu percurso universitário que começaram a trabalhar juntos e, desde aí, notaram o imenso potencial que tinham como equipa. A Area7 é também indicada pelas obras que efetua com “rigor, funcionalidade, estética, atenção e confiança”. Deixando marca nos principais centros históricos de Portugal como a Baixa Pombalina em Lisboa, o Cais de Gaia e o Centro histórico do Porto, a Area7 mostra a sua aptidão para a reabilitação. 44 I Maio Ivo Amaro contou-nos que o facto de terem vindo a trabalhar com imigrantes estrangeiros é importante para a atualização das suas técnicas e materiais. “Já tivémos o prazer de criar habitações para belgas, franceses, espanhóis, alemães e até líbios. Isso é realmente interessante, porque força-nos a conceber arquitectura para pessoas com culturas e vivências díspares”, completa. Com mais de 200 processos efetuados, Jorge Machado reflete na evolução da Area7, tanto a concepção de projectos inovadores (e principalmente no espaço urbano de estética futurística e minimalista como na recuperação de espaços de valor arquitetónico), como na presença em obra e na forte proximidade com o cliente. Referindo-se ao paradigma da utilização de uma casa, Ivo Amaro acrescenta que é importante que “a pessoa se sinta confortável em todos os espaços e que a utilização da mesma seja uniforme”. O arquiteto afirma também que a eficiência energética em edifícios deve ser tida em conta e estudada para que cada obra não se traduza em dormitório ou lugar de trabalho, mas como um espaço de conforto e bem-estar, uma escultura viva. Não somos uma fábrica Antes da criação de um projeto é necessário estudar uma panóplia de condicionantes que delineam o modo como a proposta vai ser estruturada. Desde a morfologia do terreno, passando pelo controlo da privacidade, até à incidência solar, ou orientações visuais, existem vários critérios a que a Area7 deve obedecer. Assim, ambos defendem que cada projecto é particular, adequado a lugares, pessoas e usos muito díspares, numa actividade multidisciplinar. Embora apresentem um enorme potencial para levar o seu trabalho além-fronteiras, Ivo Amaro e Jorge Machado não tencionam deslocar a sua empresa para o exterior. “Já recebemos propostas interessantes mas temos excelentes trabalhos para efetuar ainda em Portugal, antes de considerar essa mudança”, completa Jorge Machado. | Portugal Inovador Identidade afirmada pela personalização Discreta, mas diferente. Marcada por tradições, mas atual. Portuguesa, mas absoluta. Assim se corporizou a moda feminina da Absoluto 828 ao longo dos seus mais de 30 anos de existência. Conceição Freitas, apaixonada por este universo, decidiu seguir um rumo próprio, criando uma loja de alta costura na rua Passeio Alegre, no Porto. Aqui, reinventar é o verbo que impera e personalização é a palavra que ordena. Consciente dos desafios da atividade, Conceição exerce uma procura constante estando sempre atenta às novas tendências e influências no mundo da moda, contando com o apoio da sobrinha, Diva Cruz para as viagens internacionais. “Sempre gostei do que era diferente e por isso o meu cliente é muito particular”, descreve a gerente. Contrariando a popularidade das grandes massas, a Absoluto 828 demarca-se pela qualidade e intemporalidade das suas peças. Aí, a cliente depara-se não só, com um amplo espaço onde é auxiliada na sua escolha, “qualquer pessoa entra e fica à vontade”, como também com uma zona mais privada, reservada a uma assistência exclusiva, mediante hora marcada. Aqui a cliente é alvo de um tratamento individual e personalizado: “Algumas pessoas preferem menor visibilidade”, esclarece Conceição. A laborar com os melhores profissionais, a Absoluto 828 segue uma linha elitista, onde os cortes elegantes e a qualidade dos acabamentos alcançam o público mais exigente. Ao longo do seu percurso, Conceição Freitas atravessou diversas gerações e conseguiu desde logo proporcionar a diferentes faixas etárias peças adequadas a cada ocasião e necessidade. “O que as nossas clientes podem esperar é um serviço personalizado e atento. Muitas das nossas peças são únicas e a fidelização é muito importante”, assevera. Todos os mercados são suscetíveis à mudança, este não é exceção. Quando questionada sobre as transformações da moda feminina em Portugal, a entrevistada observa que a cliente feminina está cada vez mais desperta e exigente, mas lembra que “o gosto é educado”. A aprendizagem, transversal às várias áreas que a moda percorre, consubstancia-se no contacto direto com o cliente. Conceição Freitas e Diva Cruz, disponíveis nesse seguimento, acompanham as tendências das diferentes épocas, estações e nações, nunca esquecendo o forte impacto que os meios de comunicação social desempenham nesse modo de estar. Dentro do conceito que a Absoluto 828 enquadra as peças únicas continuam a ser as mais valorizadas. Este cruzar de texturas, contornos, cores e tecidos move simplicidade e dedicação. Os mais de 30 anos no mercado confere-lhe oportunidades, possibilitando um progresso próspero. “A constante aposta na qualidade e na inovação continuará a ser uma prioridade”, finaliza. | Maio I 45 Portugal Inovador 46 I Maio Portugal Inovador Proximidade comunica bons resultados André Roque e Tânia Teixeira quiseram projetar o seu dinamismo e empreendorismo perto da população. Nesse espírito de iniciativa dão-nos agora a conhecer a Trilhos Partilhados. Os jovens empresários cedo se aperceberam das necessidades de uma população cada vez mais envelhecida. Os estreitos laços fixados em Samora Correia estimulou-os a observar e partilhar experiências ligadas a esse universo. “Foi há dois anos que decidimos criar um projeto nosso. Como tínhamos tido um contacto muito próximo com as nossas avós acarinhamos ainda mais esta área”, partilham. A atividade agrega um diverso conjunto de respostas de apoio domiciliário. Numa conduta vincada pelo profissionalismo, a Trilhos Partilhados vem promover a qualidade de vida dos idosos e seus familiares, valorizando a saúde sem que tenham de abdicar do ambiente familiar onde cresceram. Na maior parte das vezes é o grau de dependência física dos pais que leva os filhos a procurarem esta ajuda. “É um caminho para ser partilhado, são trilhos em conjunto, tanto os nossos, como os da pessoa que irá percorrer junto de nós e que vamos ter o privilégio de acompanhar”, sublinham. A dedicação e empatia movem André Roque e Tânia Teixeira para uma avaliação pessoal e personalizada de cada situação. Num primeiro momento, propõem uma visita a casa do cliente de forma a perceber as reais necessidades e definir a melhor intervenção; de seguida elaboram um plano de atuação em consonância com os familiares; e por último, todos os casos serão avaliados e acompanhados regularmente na perspetiva de monitorizar os serviços e aferir o seu grau de qualidade, satisfação e evolução. “O nosso principal objetivo é o apoio às atividades de vida diária, como cuidados de higiene pessoal, apoio nas tarefas do lar, acompanhamento ao exterior, e disponibilizamos ainda serviços de psicologia, enfermagem e fisioterapia”, informam. Como complemento de auxílio às famílias dispõem ainda de ajudas técnicas, tais como camas articuladas, cadeiras de rodas, produtos de higiene pessoal. Os profissionais acreditam no fortalecimento dos laços criados e vão ao encontro das realidades ribatejanas de Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos, Almeirim, Cartaxo e Coruche. Essa disponibilidade aos utentes ajuda-os a pensar as regiões e uma possível expansão da sua atuação de uma outra forma: “Queremos manter-nos próximos destas famílias, é o nosso compromisso, não pretendemos perder a ligação, pois aí reside a essência da Trilhos Partilhados”. Ainda assim não escondem a vontade de difundir a sua ação nas zonas limítrofes: “Expandir para o distrito de Lisboa será um dos próximos passos”. Conjugada a esta ambição perspetivam também o estabelecimento de parcerias com diferentes associações locais, unidades de saúde, juntas de freguesia e câmaras municipais. | Maio I 47 Portugal Inovador “Para nós é inconcebível o conceito de dormitório” Carlos António Coutinho, presidente da Câmara Municipal de Benavente, apresenta-nos este concelho ribatejano, que se destaca pela sua dinâmica económica e pelas condições que captam uma população mais jovem. Aproveitando a relação de complementariedade com a área Metropolitana de Lisboa, “Benavente oferece um ambiente verdadeiramente genuíno”. Uma atratividade que advém não só de uma localização estratégica, mas também da oferta de condições de vida que se diferenciam da grande urbe. “Privilegiamos um modelo de proximidade, associado a um importante património ambiental e paisagístico único, associado à Companhia das Lezírias e ao campo de tiro. Acolhemos o que designamos como o verdadeiro pulmão de Lisboa, algo fundamental para o presente e futuro e que permite ao concelho afirmar-se pela diferença”. Na estratégia de desenvolvimento concelhia está a aposta no turismo da natureza, em associação ao património ambiental e cultural muito ligado ao estuário do Tejo. “Queremos aproveitar a oportunidade do Portugal 2020 para, em parceria com os diversos atores locais, desde os 48 I Maio proprietários aos agentes económicos, poder potenciar esta oferta”. No que concerne ao plano económico, desde os finais da década de 90 o concelho conseguiu atrair um conjunto de empresas – desde o setor agroalimentar, à indústria automóvel –, que têm conseguido consolidar a sua posição e mantêm ainda hoje uma atividade muito importante, algumas delas ligadas ao setor da exportação. O setor primário tem aqui uma importância fundamental. As culturas predominantes são a orizicultura e o tomate. “Conseguimos ao longo dos anos criar as condições necessárias para que as unidades tivessem a capacidade, os meios tecnológicos e a inovação para alcançar maior rentabilidade. Temos sido uma referência para o setor primário, mas é necessário defendê-lo, nomeadamente nas questões da reforma da PAC. Na Europa, temos um conjunto de medidas ambientais que não se verificam noutros países e que distorcem totalmente a concorrência. É preciso que a Europa possa atender a estas pretensões para que os nossos agricultores não sejam prejudicados naquilo que é a sua ação”. Com o menor índice de envelhecimento de todo o distrito de Santarém, “enquanto que no país se encerram escolas nós tivemos necessidade de as criar, assim como creches e infantários, equipamentos públicos na área da cultura, desporto e lazer”. O movimento associativo do concelho destaca-se: “É para nós uma prioridade apoiar estas iniciativas. Mesmo com a crise económica, nunca cortámos um cêntimo no apoio à nossa gente que se disponibiliza voluntariamente para fazer este trabalho. Queremos integrar a população para nós é inconcebível o conceito de dormitório”. Nesse sentido, de maio a setembro decorrem por todo o concelho inúmeras iniciativas. Destacamos a Festa da Amizade e da Sardinha Assada, que decorre no último fim de semana de junho. Em agosto de 20 a 24 acontecem as festas em honra de Nossa Sra. de Oliveira e de Nossa Sra. da Guadalupe, em Samora Correia, evento com cariz religioso mas, tal como a Sardinha Assada de Benavente, “uma iniciativa que marca a nossa identidade e as tradições ligadas às nossas raízes, com a realização de várias atividades culturais e recreativas, e com um especial enfoque na festa brava”. | Portugal Inovador Maio I 49 Portugal Inovador Explorar valências concelhias Francisco de Oliveira esteve à conversa com a Portugal Inovador para nos falar sobre a realidade socioeconómica do município de Coruche. A natureza, a gastronomia, a tradição, o montado e a lezíria são singularidades que nos ajudam a perceber os benefícios associados à qualidade de vida desta região. O nosso interlocutor reconhecendo os valores de excelência do concelho aposta na crescente importância dos recursos naturais e da cultura e tradição ribatejanas. A cortiça assume, nesse âmbito, um papel relevante na promoção do desenvolvimento sustentável, consolidando a riqueza da região e valorizando a beleza do património. Citadina, mas sem nunca perder a sua ruralidade plena Coruche desdobra-se numa vasta Lezíria fertilizada pelo rio Sorraia. Francisco de Oliveira não esquecendo a importância de uma boa gestão nos recursos hídricos e no aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sorraia salienta a relevância da otimização dos usos de rega, não só para o melhoramento das estruturas hidráulicas, como também para a prestação de serviços que visam a eficiência agrícola. “São predominantes as culturas de regadio como o milho, o arroz e o tomate. Paralelamente surgem outras culturas como a alface, o alho francês e o rábano. A agricultura florestal e de regadio 50 I Maio afirmam-se como as principais atividades da região”, informa. A evolução económica e institucional do setor primário mobiliza o desenvolvimento local em outros âmbitos. Nesse sentido são integradas políticas de ação social como o Núcleo Local de Inserção (NLI), o Apoio ao Associativismo (IPSS’s) e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Coruche (CPCJ). Acompanhando a conjetura do país e da Europa, o autarca não deixa de estar sensível ao futuro dos licenciados: “Sinto que há uma vontade muito forte das pessoas permanecerem pelo concelho, nós queremos criar incentivos às empresas para que elas se fixem no nosso território, isso trará outras perspetivas de emprego”. A criação de uma nova área empresarial está agora nos seus horizontes. “No final do ano de 2015 queríamos que o Parque Empresarial do Sorraia estivesse iniciado para que a infraestrutura ficasse disponível aos empresários que aqui se querem instalar”, acrescenta. FICOR – Feira Internacional da Cortiça Coruche apresentando-se como o maior produtor mundial da cortiça não podia deixar de divulgar e celebrar o retrato coletivo enquanto Capital Mundial da Cortiça. Aliado ao fator produtivo existem fatores inovadores que merecem destaque: o Observatório do Sobreiro e da Cortiça e a Feira Internacional da Cortiça. É já nos dias de 28 a 31 de maio que irá decorrer o evento. Tendo como principal objetivo lançar para o debate questões sobre os benefícios que poderemos obter desta matéria-prima, a par dos seminários e colóquios temáticos sobre esta fileira, onde serão debatidos os problemas do setor na vertente de produção florestal conciliado com a inovação na aplicação cada vez mais corrente deste produto. A investigação científica trará neste contexto a oportunidade de dar a conhecer novas técnicas e novos produtos. Realizado em dois espaços distintos: Parque do Sorraia (zona ribeirinha) e Observatório do Sobreiro e da Cortiça (zona industrial do Monte da Barca – Coruche) o certame pretende atrair o público nacional e estrangeiro e especialistas mundiais nesta área muito específica. | Portugal Inovador Maio I 51 Portugal Inovador Venha conhecer Salvaterra de Magos O forte trabalho de proximidade tem permitido reavivar um concelho que beneficia de excelentes condições para a prática do turismo natureza. Esta semana decorre a Feira de Magos. Situado no Sul da Lezíria do Tejo, o concelho de Salvaterra de Magos apresenta uma das maiores taxas de desemprego da região. Realidade que Helder Esmério, presidente da Câmara Municipal, considera dever-se “à falta de uma estratégia de desenvolvimento económico que não permitiu criar as condições de atração de unidades industriais” e que, a par da perda de postos de trabalho na agricultura, impossibilitou a recolocação das pessoas no setor secundário. Para fazer face a esta realidade, no âmbito social o executivo, apoiando-se no conhecimento das IPSS’s e na ação das juntas de freguesia, criou uma rede de apoio para as situações urgentes. “Já encontrámos soluções ao nível da habitação social, da loja social e das cantinas que apoiam as comunidades”. Apostando fortemente na ação social escolar, destacámos a criação de bolsas de estudo que, atualmente, 52 I Maio apoiam 20 jovens no ensino superior. Verificando que existe uma falange da sociedade que recorre ao apoio do RSI por situação de desemprego, a Câmara Municipal de Salvaterra, associada ao Centro de Emprego, integrou algumas dessas pessoas. Esforço que, “em 2014, permitiu retirar da condição de desemprego dez trabalhadores, que integraram o posto de funcionários da Câmara que entraram na reforma”. Quando assumiu a presidência, em 2013, o executivo determinou a urgência de atuar em prol do desenvolvimento económico. Nesse sentido foram levadas a cabo iniciativas como a criação do Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo; o portal do investidor e elaboração de uma bolsa de armazéns e terrenos; procedeu-se ao primeiro trabalho de caracterização do tecido empresarial do concelho; foi desenvolvido um conjunto de ações de sensibilização dos empresários “para as oportunidades que possam surgir com o Portugal 2020”; e, aproveitando a ligação comercial de uma empresa local “fomos um dos primeiros municípios a aderir ao projeto luso-guineense, criado pela Câmara de Comércio da Guiné”. Helder Esménio assume que a aposta do executivo passa pela atração de visitantes. “Somos um concelho com sete séculos de história, mas precisamos de criar produto e divulgá-lo”, refere. Nesse sentido várias iniciativas foram já levadas a cabo. Destacamos a reabilitação do Palácio da Falcoaria - o único na Península Ibérica -, que atribui a Salvaterra de Magos um património histórico na arte da caça com falcões, impulsionado pelo registo da marca Salvaterra de Magos Capital Nacional da Falcoaria. A aldeia do Escaroupim, a povoação Glória do Ribatejo, a albufeira de Magos permitem desfrutar do turismo natureza, fazer observação de aves e encontrar resquícios históricos da cultura avieira do princípio do século XX. Finalizando, Helder Esmério lança o convite para visitar Salvaterra de Magos onde decorre de 8 a 17 a Feira de Magos, evento reavivado com as componentes equestre e agrícola. Destaca também o Mês da Enguia que acontece em março, e setembro, “um mês repleto de eventos e recriações históricas ligadas à tradição da falcoaria”. | Portugal Inovador Trabalho de precisão Uma empresa que, sendo reconhecida pelo seu know-how e capacidade de inovar, tem feito um percurso exemplar no âmbito da serralharia. Percorrendo o tecido empresarial de Salvaterra de Magos, estivemos de visita à A. Moreira Cadete Lda., onde falámos com o fundador, Adalberto Moreira Cadete. O nosso entrevistado recordou os tempos em que, em parceria com um amigo, deu início à atividade de serralharia num espaço exíguo. Aí ganharam experiência e nome no mercado. “Em 1988, tomámos a decisão de terminar o projeto em conjunto e eu assumi a sua continuidade”. Em 1993, face ao crescimento neste período e à dimensão entretanto alcançada, cria a sociedade com a esposa Maria Fernanda Cadete, a A. Moreira Cadete, Lda. Reconhecida de Norte a Sul do país esta empresa sediada em Foros de Salvaterra “tem crescido de forma sustentada face ao mercado existente”. O seu fundador é um apaixonado pelo ofício de serralha- ria e a aposta constante em novas tecnologias, na formação dos seus colaboradores e na melhoria das condições da unidade fabril são o seu objetivo. “Sempre apostei em máquinas que me permitissem fazer bem os trabalhos que me são requisitados”. A fidelização dos clientes tem sido conquistada com base no primor do trabalho que a equipa da Portugal Inovador teve oportunidade de observar. Dessa forma muitos clientes, essencialmente empresariais, recorrem à equipa da A. Moreira Cadete, Lda. para efetuar trabalhos mais especializados. “Recentemente, concluímos um trabalho com alguma complexidade para o Oceanário de Lisboa e, como agentes oficiais da Dorma, estamos a montar portas especiais no Aeroporto de Lisboa”. Trabalham de Norte a Sul do país, incluindo ilhas, sendo que a nível internacional já deram resposta a solicitações vindas de Cabo Verde, Angola, Roménia, França, Luxemburgo e Suiça. “Neste momento, temos uma obra adjudicada nas Islas la Reunión, em pleno oceano Índico na costa de Madagáscar”. Um projeto com material Dorma que vai ser montado pela equipa da A. Moreira Cadete, Lda. Uma prova de que o rigor e o profissionalismo desta empresa portuguesa atravessa fronteiras. Há seis anos, enquanto muitas firmas pensavam em desistir perante as adversidades, A. Moreira Cadete Lda., apostou mais uma vez, na inovação e na tecnologia. “Para além das máquinas CNC que já possuía e das máquinas de tratamento de superfície de perfis redondos e planos em inox, em 2009 adquiriu uma máquina de jato de água, de cinco eixos de alta precisão, dado que no mercado nacional era pouco comum esse género de trabalho”. Um equipamento que corta quase todo o tipo de materiais, “para terem uma noção, conseguimos realizar trabalhos desde titânio, até esferovite”, realça. Adalberto Moreira Cadete considera-se um autodidata, um profissional que aposta na pesquisa e na prática com vista à excelência, vontade que passa a toda a equipa dos 19 colaboradores e à segunda geração já presente na atividade diária: “Todos os nossos colaboradores são pessoas aplicadas, investimos sempre no seu conhecimento e evolução”. | Maio I 53 Portugal Inovador Uma carreira de conquistas Nascido em Angola, Custódio Silva sempre deu valor ao trabalho e, determinado, conquistou um currículo invejável como médico dentista e empresário. Custódio Silva é proprietário, fundador e administrador do Grupo RegiMagos. Tendo dado início à sua carreira profissional há 33 anos, em Lisboa, aproveitou a deslocação profissional da esposa para Coruche para aí abrir um novo serviço de saúde. A qualidade de vida que encontrou levou-o a fechar os espaços que detinha na capital e a assumir o Ribatejo como a sua nova “casa”. “Sempre me interessei por projetos arrojados, polivalentes, que exigissem para além das competências no âmbito da saúde oral, uma forte componente de gestão”, assevera. A clínica onde desenvolvemos a nossa conversa é a casa mãe do Grupo RegiMagos. Sediada em Salvaterra de Magos espelha a constante aposta deste empresário na evolução e crescimento sustentável. “Esta era uma casa habitacional e foi totalmente renovada para acolher a clínica. Em dezembro de 2014 foi inaugurada uma ampliação do espaço que nos permitiu criar novas salas para as diversas especialidades, uma sala de formação e um gabinete de Raio 54 I Maio X, totalmente equipado e forrado a chumbo”. A RegiMagos chega a toda a população, através da parceria com especialistas de todas as áreas da saúde, mantendo também os acordos com todas as grandes seguradoras que atuam no mercado. “Essa é a minha grande satisfação enquanto profissional - que me dá energia para continuar a trabalhar -, poder disponibilizar todos os serviços apoiado por equipamentos de vanguarda”. Prova disso é a mais recente aquisição, um ecógrafo de última geração com tecnologia 3D e 4D. Custódio Silva explica-nos a abrangência do Grupo composto pela RegiMagos Salvaterra, sediada em Salvaterra de Magos; a RegiMagos Póvoa de Stª Iria; a Policlínica de Marinhais; a RegiMagos Kids (Clínica Pequenos Grandes Doutores, em Salvaterra de Magos, exclusivamente dedicada à Odontopediatria); e ainda a RegiMagos A Vida SPA direcionada para o bem-estar, um complemento à área da saúde, totalmente equipado com as tecnologias mais avançadas na área da estética, com sauna, banho turco, hidromassagem, aromaterapia, cromoterapia, entre outros. A Clínica Pequenos Grandes Doutores foi criada, única e exclusivamente, para crianças e jovens. Com uma decoração pensada ao pormenor, pretende cativar os mais pequenos e consciencializar os pais para a necessidade da visita regular ao médico dentista, desde tenra idade. “Sinto que as mentalidades já se alteraram e as pessoas estão conscientes da importância Portugal Inovador da promoção da saúde oral. Os pais trazem as crianças ao dentista apenas para os acompanharem, permitindo que se crie uma empatia com o médico e uma habituação ao espaço, aos métodos e aos sons”, salienta. Análise do setor Custódio Silva denota o crescimento do número de pacientes que opta por adquirir seguros de saúde: “A RegiMagos atende 60 a 70% de pacientes particulares, tendo todos os acordos com as seguradoras, apenas a restante percentagem apresenta esse benefício. Nos últimos quatro anos, tenho verificado a maior aposta por parte dos cidadãos na aquisição de seguros, com vista a pagarem menos pelos atos médicos, mas entendo que apenas as que têm patologias ou historial clínico justificam esse investimento”. Apesar de ver benefícios, enquanto empresário sente a pressão crescente das seguradoras, “que esmagam as margens de lucro” atribuídas aos atos médicos. “É necessário entender que os médicos administram empresas, que como tal têm de gerar lucro. Se o serviço é cobrado a baixo custo, não se conseguem fazer omeletas sem ovos”. Prezando sempre, e em qualquer circunstância, a utilização de material de primeira linha, o profissional alerta que nem todas as clínicas têm essa capacidade: “Considero que as seguradoras deveriam pagar o preço certo que possibilite ao profissional ter margem para adquirir materiais de primeira qualidade, tratando o paciente com o máximo de rigor e cuidado”. Em final de conversa Custódio Silva não deixa de reforçar a crescente dificuldade das pequenas e médias empresas que “vivem asfixiadas com a atual situação fiscal”: “A gestão tem que ser muito rigorosa. Entrei nesta profissão porque quis, trabalho por paixão, pago os meus impostos, crio emprego, como tal o Executivo devia dar ouvidos a todas as empresas cumpridoras, como a minha, e perceber as suas necessidades”, conclui. | Maio I 55 Portugal Inovador Nova imagem de Paços de Brandão Firmino Gomes da Costa preside à Junta de Freguesia de Paços de Brandão. A meio do seu segundo mandato a melhoria dos acessos e das vias pedestres são os seus objetivos primordiais. Paços de Brandão, vila pertença do concelho de Santa Maria da Feira, conta com uma área territorial de 3,71 km2, acolhendo perto de cinco mil habitantes, recenseados. O presidente da junta, Firmino Gomes da Costa, retratou-nos esta freguesia que em termos empresariais se destaca pela presença dos setores industriais da cortiça e do papel. Aqui os movimentos associativistas e formativos são fomentados por diversas associações que dinamizam a população. Para além das escolas e dos grupos 56 I Maio culturais, Firmino Gomes da Costa destaca, por exemplo, o trabalho desenvolvido pela “Academia de Música, pelo GRIB – Grupo Recreativo Independente Brandoense e pelo CIRAC, associação juvenil que trabalho no âmbito recreativo, artístico e cultural em Paços de Brandão”. Em termos turísticos, alguns dos pontos de interesse são o Museu do Papel - “em 2011 foi considerado o melhor museu a nível nacional” -, tendo sido o primeiro espaço museológico dedicado à história do papel em Portugal; o parque municipal da Quinta do Engenho Novo; ou a Igreja Matriz. Entre outras festividades os visitantes poderão acorrer a Paços Brandão no decurso da festa da Póvoa. Denote-se que a freguesia organizou, por longa data, a Festa dos Arcos em honra de S. Cipriano, realizada no primeiro fim de semana agosto. Firmino Gomes da Costa fez parte da Associação da Comissão da Festa de Arcos durante nove anos, até 2012, “no entanto, perante a falta de um candidato que assumisse a liderança da associação esta terminou, decorrendo apenas a componente religiosa”. Obra em curso A meio do seu segundo man- dato, Firmino Gomes da Costa tem vindo a dar continuidade ao trabalho que foi realizado nos quatro primeiros anos de presidência e que consiste “na requalificação das vias estruturantes da freguesia”. O nosso entrevistado assume que a falta de verbas o impede de realizar tanto quanto desejaria: “Mas dentro do possível, temos procurado requalificar e construir novos passeios que possibilitem aos cidadãos usufruir de caminhadas com o máximo de segurança, promovendo a sua saúde e bem-estar. Este tem sido de facto um dos pontos-chave deste meu mandato. Continuarei a lutar pela melhoria das vias”. Questionado sobre o novo quadro de atribuição de competências, o presidente considera-a “positiva” dado que “a definição da lei de compromissos vem reposicionar a atuação das instituições de poder local, conduzindo-as a uma administração mais rigorosa”. Sendo natural de Barcelos, Firmino Gomes da Costa assume-se “brandoense a 100%”. Em final de conversa, apela à compreensão de todos os seus concidadãos para os possíveis incómodos que possam sentir com as obras de requalificação da freguesia: “Estou certo que todos queremos dar uma nova imagem a Paços de Brandão”. | Portugal Inovador Sorriso saudável, um sinal de saúde Desvendando o tecido empresarial de Terras de Santa Maria, o trabalho desenvolvido por António Rodrigues no âmbito da Medicina Dentária, merece o nosso destaque. António Rodrigues recorda que enveredar pela área da medicina “sempre foi um sonho de criança”. Tinha apenas nove anos quando os pais, originários de São Paio de Oleiros, decidiram regressar a Portugal após um período na Venezuela. Terminada a licenciatura em 1996, no ano seguinte abriu a sua primeira clínica na vila de Cucujães. Em 2002 surge o segundo espaço, em São Paio de Oleiros, lugar onde decorreu a nossa conversa. “A abertura da Clínica Médico Dentária Parque deveu-se ao meu amor à minha terra e à pouca oferta de espaços de saúde no âmbito da Medicina Dentária nesta zona”, afirma. Sensibilização Quando entrou no mercado desde logo percebeu que “as pessoas estavam pouco despertas para a necessidade da prevenção da saúde oral”. Trabalhar, incentivar e esclarecer que a prevenção é mais benéfica que o tratamento foi uma das suas prioridades. Confessa que a população era pouco conhecedora de práticas preventivas como a destartarização, “muitos pensavam que era isso que prejudicava os dentes e as gengivas, e não o acumular de tártaro”. Essa mentalidade foi-se alterando… “Outro dos tratamentos difíceis de incutir foram as desvita- lizações, porque a ideia predominante era que quando havia dor estava, invariavelmente, associada a extração do dente que provocava a dor. Hoje em dia, pelo contrário, verifica-se que os pacientes querem ao máximo salvar os dentes”, apesar de o check-up regular ainda ser uma realidade distante. Não estando integrada no Sistema Nacional de Saúde (SNS), o profissional de saúde discorda com a ideia vigente de que as consultas de Medicina Dentária são caras; “estão ao nível de qualquer outra especialidade médica, e, por vezes, no orçamento familiar existem gastos supérfluos que cobram esta despesa. É uma questão de mentalização”. Assume que a atividade médica “deveria estar integrada no SNS” até porque “se a boca estiver cuidada, sem infeções, há repercussões positivas. Muitos problemas de saúde estão associados à degradação dos dentes”. Questionado sobre o aparecimento precoce de problemas na dentição de leite, o profissional aponta três fatores: “Os nossos antepassados não tinham tantas cáries, pois os alimentos eram, maioritariamente, mal cozinhados ou até crus. Algo mais benéfico para os dentes que os alimentos processados atuais; para além disso, hoje “os pais desde cedo acalmam os seus filhos dando-lhes doces. Já na escola, os lanches são compostos por elevados níveis de açúcar”; para terminar destaca a insuficiente higiene oral. “Os educadores têm que dar o exemplo. Os cheques-dentista vieram melhorar a questão da responsabilização, contudo constato que muitos pais deixam passar a validade dos cheques”, refere o profissional que tem apostado, ao longo da sua carreira, na formação constante - assim como da restante equipa - o que lhe permite proceder a técnicas mais avançadas como a ortodontia fixa e implantologia. Trazer as crianças ao dentista, criando uma habituação ao espaço e à figura do médico é fundamental. “Aqui as crianças têm que colaborar na consulta caso contrário, estamos a alimentar traumas”, termina. | Maio I 57 Portugal Inovador Calçado de criança Serão muitos os nossos leitores que se recordam de, na sua infância, calçarem uma marca: a Paquito. É portuguesa, de Oliveira de Azeméis, a empresa que calçou milhares de crianças em Portugal e enfrenta hoje os novos desafios da exportação. Três foram os sócios que iniciaram a atividade da Almeida, Pinho & Correia, Lda. Corria o ano de 1979, tempos em que o mercado nacional correspondia em massa às expectativas dos empresários, nomeadamente do calçado. Foi na Vila de Cucujães, em Oliveira de Azeméis, que nasceu a 58 I Maio marca certificada, Paquito. Presença garantida e muito solicitada nas grandes ruas de comércio tradicional como a Rua de Stª Catarina, na Baixa do Porto. Com produção direcionada para o calçado de criança, especializaram-se no calçado ortopédico, sendo uma referência nessa área. Em 2005, após a saída de dois dos fundadores, Manuel Almeida, apoiado pelo filho, Luís Filipe Almeida, deu continuidade a esta indústria que conta já com 36 anos de história, assente no conhecimento e no detalhe. A paixão que une pai e filho por esta arte está marcadamente presente no modo como nos transmitem a dinâmica de um mercado, que hoje se apresenta totalmente alterado, com mais exigências e onde a exportação é o caminho a sair. Luís Filipe Almeida conhece os cantos à casa, desde cedo aprendeu com o pai os segredos e as fases que compõem a construção de um sapato. Mas quis mais, procurou formação em modelação e em CAD/ CAM e hoje emprega uma nova dinâmica nos destinos da Almeida, Pinho & Correia, Lda., sempre em sintonia com a dedicação dos 13 colaboradores. Mantendo o seu cariz familiar, quando confrontada com a descida de encomendas por parte do mercado interno, a empresa teve que se virar para o exterior. Novas portas se abriram, nomeadamente em países como França, Luxemburgo, Holanda e EUA. Assim, atualmente outras marcas confiam no know-how desta empresa portuguesa a produção das suas coleções de calçado de criança. No final da nossa visita, os nossos entrevistados deixaram a garantia de que, apesar de não saberem o que lhes reserva o futuro, com certeza vão continuar a apostar no mercado externo. “Somos uma empresa familiar, trabalhamos com muita qualidade e rigor de modo a manter ao longo deste 36 anos a fidelidade dos nossos clientes, os mais antigos e os novos que agora se apresentam”. | Portugal Inovador Capacidade duplicada Os últimos dois anos marcaram um crescimento exponencial para a Principal Prioridade, empresa construtora sediada em Oliveira de Azeméis. “O nosso objetivo passa por nos mantermos neste volume de negócio que ronda os cinco milhões anuais, o que entendemos ser razoável” Joaquim Almeida tinha uma experiência de quase duas décadas no setor quando, em 2010, decidiu empreender e dar início à Principal Prioridade. Progressivamente, foi alargando a sua área de intervenção geográfica, tendo como vertentes do seu negócio a edificação, manutenção de unidades industriais, a construção civil, obras públicas e reabilitação urbana. O referido alargamento refletiu-se nos números registados entre 2013 e 2014, nos quais a faturação duplicou. As previsões para 2015, tendo em conta as obras em carteira, apontam para uma estabilização dos números do ano passado. “O nosso objetivo passa por nos mantermos neste volume de negócio que ronda os cinco milhões anuais, o que entendemos ser razoável”, declara o responsável. A contribuir para este crescimento comercial esteve a nova classificação que a Principal Prioridade obteve, reclassificando o seu alvará para uma classe superior, cujo valor máximo corresponde a 5 milhões e 312 euros. Entre as obras mais relevantes deste ano, destacam-se o novo edifício de apoio ao polo industrial de Oliveira de Azeméis, a reabilitação do Palácio em Lisboa e a reabilitação de habitações sociais no Porto. Este crescimento implicou um equivalente incremento da estrutura com que a empresa está capacitada. Neste momento, são mais de quarenta trabalhadores, quadro técnico com know-how adquirido ao longo de muitos anos de experiência e um vasto parque de equipamentos próprio, que abrange os serviços proporcionados pela empresa. Desta forma, a Principal Prioridade pretende consolidar-se e crescer, oferecendo aos clientes, parceiros, fornecedores e colaboradores grande rigor, qualidade técnica e excelência no engenho. As condições atuais deixam Joaquim Almeida satisfeito e são as que se adequam à sua política enquanto empresário: “Sentimos qual é a nossa capacidade e eu quero trabalhar com uma estrutura por mim controlada e com a qual me sinta confortável. As obras podem fazer-se sem que eu esteja mas, mesmo assim, eu sinto que tenho que estar. Tenho que estar presente, tenho que ver e tenho que sentir o que está a ser feito, e quero que a empresa se mantenha num nível dentro do qual eu não tenha que abdicar desta forma de trabalhar”, conclui. | Maio I 59 Portugal Inovador Produtos caseiros em nossas casas Fundada em 1989, a Tia Maria é uma empresa que produz pré-cozinhados crocantes, apostando na qualidade e sabores caseiros e tradicionais. Com 25 anos de labuta em diversas empresas na área de Oliveira de Azemeis, Júlio Dinis sentia-se cansado da rotina e com uma enorme ambição de se estabelecer num negócio em nome individual. A oportunidade surgiu de forma inesperada através de um negócio caseiro da sua esposa, a famosa Tia Maria. “A minha esposa vendia pequenas quantidades de petiscos congelados, nomeadamente rissóis, a amigos e familiares. Os produtos eram tão bons que uma sobrinha, que geria um supermercado aqui na zona, desafiou a minha mulher a vender os seus produtos naquele estabelecimento, afirmando que teriam imensa saída”. As previsões eram, de facto, acertadas e os produtos da Tia 60 I Maio Maria tiveram uma enorme aceitação, ultrapassando, rapidamente, a concorrência no supermercado. Toda esta situação levou a um aumento drástico na procura dos produtos e o nome rapidamente se espalhou na região. Júlio Dinis viu potencial no negócio dos congelados e começou a desempenhar um papel comercial, contactando alguns revendedores, e expandido a abrangência do produto. “Senti que poderia ser um negócio com futuro. Comprámos uma arca frigorífica, montámos uma instalação culinária na parte inferior de casa e começámos a trabalhar em maiores quantidades, mas sempre de forma artesanal. Mais tarde, acabámos por construir um pavilhão no quintal de casa, que nos permitisse respon- der às necessidades existentes”, explica Júlio Dinis. O sucesso dos seus produtos foi tanto que o nosso entrevistado, com um nome já estabelecido na praça, decidiu deixar a vertente comercial de contatar e procurar novos clientes para a sua carteira, passando a aceitar apenas encomendas. Em 2010, depois de um período de crescimento bastante favorável, a Tia Maria assume o desafio de produzir industrialmente. Estabelece-se numas novas instalações, modernas, com tecnologias de ponta, aumentando a produçãoo, alcançando novos mercados, mantendo todo o sabor e texturas característicos. Atualmente, a empresa comercializa almofadas de salsichas e mistas, almôndegas, bolinhos de bacalhau, chamuças, coxinhas e escalopes de frango, hamburgers, crepes de legumes, croquetes, panados, pataniscas e rissóis. Além de uma abrangência global no mercado nacional, a Tia Maria exporta também os seus produtos para o mercado europeu, nomeadamente França e Luxemburgo. Existem também alguns contatos em Angola e na América Latina, que poderão ser os próximos destinos destas iguarias. Um futuro promissor para esta PME Líder, que é um exemplo de sucesso, de alguém que construiu um império através da ambição e vontade de vencer. | Portugal Inovador Costurando o sucesso Guilherme Costa é responsável pela Electrocostura, Unipessoal Lda., empresa que direciona a sua atividade, desde 2005, para a importação e comercialização de máquinas de costura para o setor do calçado. Outrora (desde 1985 até 2005), o atual empresário oliveirense foi funcionário de uma empresa associada ao setor de comercialização de maquinaria de costura, cerca de 23 anos que permitiram adquirir know-how e conhecimento “abrangente” do mercado. “Na anterior empresa onde desempenhei funções, deparei-me, a determinada altura, com um panorama negativo, tendo sido incluído num despedimento coletivo”, elucidou Guilherme Costa, acrescentando que o subsídio estatal foi o “principal fator de impulso” para apostar no projeto pessoal. Em agosto de 2005, a Electrocostura Unipessoal Lda., de cariz “familiar”, estabeleceu-se em Nogueira do Cravo, freguesia do concelho de Oliveira de Azeméis, e “rapidamente” tornou-se num caso de sucesso. O segredo deve-se ao contínuo investimento: “A chave deste negócio passou por apostar sempre na empresa. Todo o dinheiro recebido após a situação de desemprego foi investido neste projeto. O próprio lucro conseguido foi igualmente injetado e, além disso, procurei ter muito stock e comercializar em quantidade”, resumiu Guilherme Costa. Beneficiando da sua formação em Eletrónica, o interlocutor definiu, além do sistema de revenda – contabiliza cerca de 95% do volume de faturação –, a assistência técnica como um “complemento fundamental” para a fidelização de clientes. O raio de ação da Electrocostura Unipessoal Lda. centra-se no distrito de Aveiro e em Felgueiras, concelho com tradição no setor do calçado. Além da representação da marca alemã ‘PFAFF’, Guilherme Costa conseguiu a exclusividade de representação na Península Ibérica da marca chinesa ‘JOYEE’, que pertence à marca ZOJE, empresa com a qual a PFAFF Industrial começou a sua produção na China. A tendência de crescimento verificada nos anos iniciais de atividade estão diretamente relacionados com a atualização de produtos: “Geralmente, acompanho a evolução do mercado e procuro comercializar o equipamento mais sofisticado do mercado. Conseguir comprar a preços reduzidos e comercializar exibindo preços competitivos é igualmente importante”, reiterou. Por fim, Guilherme Costa traçou, apesar de “um 2015 pouco animador”, o seu principal objetivo para o futuro da Electrocostura Unipessoal Lda. e a sua sustentabilidade: “Embora não tenha grandes perspetivas, ambiciono manter o volume de faturação e continuar o processo de crescimento”, concluiu. | Maio I 61 Portugal Inovador Veículos usados para todos os gostos A Caimacar, situada em Pinheiro da Bemposta (Oliveira de Azeméis) é uma empresa sólida e dinâmica, constituída por profissionais com vasta experiência no ramo automóvel. Destacase a credibilidade, qualidade e variedade de automóveis usados, de média e alta gama, que disponibiliza aos seus clientes. A experiência e os conhecimentos adquiridos tornaram-se fundamentais no desenvolvimento deste setor de atividade, marcada por uma forte atitude e empenho pessoal, tendo por base os princípios de seriedade e da transparência. A preferência dos clientes e as consultas de todos os, que por necessidade ou gosto em adquirir um automóvel, tão frequentemente confiam neste stand com 20 anos de experiência, dando à Caimacar a motivação de querer sempre mais e melhor. Orlando Figueiredo, o responsável por este stand situado entre a EN 1 e a IC 2, começou por trabalhar em nome individual e, a partir de 2001, assume-se como administrador de uma empresa 62 I Maio unipessoal limitada. Neste stand são comercializados veículos multimarcas, desde viaturas ligeiras e comerciais a barcos e motos. “Conseguimos distinguir-nos de outras empresas do mesmo setor pelo nosso serviço pós-venda”, refere o proprietário da Caimacar, sendo que o stand é também composto por uma oficina – o que marca um grande diferencial – e ao nível de garantias, disponibiliza-se para ajudar o cliente quando surge algum tipo de problema. O lema da Caimacar é: “servir bem o cliente”, tanto na venda como no pós-venda. “Temos uma rede de clientes bastante fiel e, dessa forma, somos capazes de dar resposta em todos os distritos de Portugal Continental, assim como nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, através do uso das novas tecnologias”, menciona Orlando Figueiredo. Mas sem dúvida que os maiores clientes da Caimacar são os da região de Oliveira de Azeméis. “O setor automóvel tende a de crescer, todos os indicadores apontam para que isso aconteça”, vinca o proprietário deste stand situado na Área Metropolitana do Porto. O atendimento ao cliente é feito de acordo com as suas pretensões, fazendo-se o financiamento e tratamento do seguro do veículo. A Caimacar garante o pack completo! O crescimento da Caimacar tem sido sustentado, sendo que o balanço que Orlando Figueiredo faz destes 20 anos é bastante positivo. O proprietário perspetiva também um bom futuro para o seu negócio, sendo que, na calha encontra-se a abertura de um novo concessionário. | Portugal Inovador Maio I 63 Portugal Inovador Pela causa animal Outrora Dina Carvalho foi professora do ensino secundário. Em 1995, juntamente com o seu marido, deu início à Vet EFA, empresa de serviços veterinários com três centros médicos direcionados aos animais de companhia. existência de especialistas, o papel e know-how do médico veterinário deve “ser alvo de maior respeito” na relação comercial entre os donos dos animais de companhia e os farmacêuticos, apontando para “a frequência assistida” a alterações de prescrições médicas: “São poucos os contactos recebidos por parte das farmácias em relação ao impacto de algum medicamento”, asseverou Dina Carvalho. Serviço completo O projeto surgiu “com o intuito de impulsionar na região do Entroncamento a preocupação pelo bem-estar animal”. Principiaram a atividade num espaço singelo que rapidamente se tornou “pequeno”, impulsionado a “vontade de crescer”. Em 1999, trocaram de instalações e iniciaram, simultaneamente, o processo de expansão do Centro Médico Veterinário de Animais de Companhia para Fátima e Alcanena. Através da iniciativa de Dina Carvalho, sócia-gerente, Rui Arrabaça, Médico Veterinário há mais de 30 anos e diretor clínico, viu também o seu desejo “concretizado”. Volvidos 20 anos, contam com a colaboração da filha, Joana Martins, recém-licenciada em Medicina Veterinária. “Nesta zona alargada que cobrimos, encontramos 64 I Maio pessoas realmente preocupadas com os seus animais de companhia, com fortes laços afetivos”, descreveu Dina Carvalho. Nesses casos a capacidade económica “não é utilizada como argumento” e o animal de companhia “é visto como um membro da família”. A responsável alertou para o facto de cada dono ter “atenção” para os cuidados primários: “Somos livres de ter ou não animais. Quando adota um, deve assegurar-lhe todas as condições, como alimentação, carinho e prevenir eventuais doenças”, argumentou. Ademais, acrescentou que o abandono animal não é apenas “consequência dos preços” e que se trata de “responsabilidade social”. Considerada a especialização veterinária como “o caminho a seguir” e classificada de “fundamental” a O Centro Médico Veterinário de Animais de Companhia no Entroncamento dispõe de meios complementares de diagnóstico atualizados, tais como Raio X digital, equipamento de análises clínicas e ecógrafo. A cirurgia é uma paixão e o bloco operatório o orgulho do diretor clínico. A equipa de profissionais é multifacetada e preocupada em prestar um serviço de qualidade. Tem urgências 24 h. A evolução para hospital pode vir a ser o próximo passo, no entanto a sua maior preocupação é a boa relação com os clientes, o bem-estar animal e as boas práticas veterinárias. | Portugal Inovador Atendimento personalizado para os seus animais O projeto que lhe apresentamos resultou da paixão por animais partilhada entre Olga Lagoa de Sousa e Sandra Fonseca. Após alguns anos de exercício de atividade, a amizade de ambas foi consolidada em 2007. A total remodelação de um edifício antigo deu origem ao que é hoje uma clínica prática, moderna e dinâmica que acolhe sete profissionais devidamente qualificados. O espaço tem as portas abertas de segunda a sábado, sendo que o serviço de urgências 24 horas, para animais em risco de vida, pode ser solicitado através de contacto telefónico. A Clínica Veterinária do Lis foi pioneira na cidade de Leiria no que respeita ao funcionamento de consultas por marcação, tendo como objetivo a ausência de tempo de espera por parte dos donos, proporcionando um atendimento mais personalizado e uma melhor organização interna. Para além das duas salas de espera distintas, que separam cães e gatos, também os consultórios se baseiam nesse conceito diferenciador. São múltiplas as valências que a clínica dispõe, destacamos o serviço interno de análises clínicas, cirurgia de tecidos moles e ortopédica, endoscopia e diversas áreas médico-veterinárias como Reprodução Animal, Cardiologia, Gastroenterologia, Oncologia, Dermatologia, Fisioterapia, diagnóstico por imagem com recurso a ecografia e Raio X, entre outros, realçando ainda a possibilidade atendimento ao domicílio, e de higiene e estética animal. No decorrer da nossa conversa, Sandra Fonseca refere: “O médico veterinário tem a capacidade de aplicar os seus conhecimentos em todas as áreas, no entanto em situações mais específicas, optamos por reencaminhar os animais e trabalhar em parceria com outros profissionais mais especializados”. Dando continuidade ao tema, Olga Lagoa de Sousa considera ser fundamental existir uma divisão ao nível das especialidades: “O médico veterinário exerce atividade à semelhança de um médico de família e é disso que nós gostamos”. Consciente da crescente procura das práticas de Medicina Alternativa, a profissional salienta que esta é “uma terapêutica em expansão, embora não tenha a mesma celeridade de resposta que um produto químico. É uma porta muito importante que se pode abrir na área da Medicina Veterinária”. O animal de companhia “é, cada vez mais, considerado um membro do agregado familiar e os proprietários gostam de ter alguém em quem confiar, que dê a cara, os informe e os auxilie”, complementa Sandra Fonseca. Seguras do seu importante papel formativo junto da população, as nossas entrevistadas alertam para o risco da compra de medicamentos animais em espaços não direcionados para o efeito. Olga Lagoa de Sousa aceita que “as farmácias vendam produtos veterinários, no entanto estes devem ser controlados e sempre sujeitos a receita médico-veterinária. Caso contrário, os problemas ocorrem e os proprietários acabam por expor o animal, em último recurso, ao médico veterinário. Atenta à necessidade de apostar na inovação e nas transformações do setor, a equipa da Clínica Veterinária do Lis está em constante evolução, sendo que todos os anos tenta melhorar e investir no espaço, prestando um serviço cada vez mais completo e diferenciado. | Maio I 65 Portugal Inovador Em prol da evolução dos métodos de diagnóstico Formada em 1997, Alexandra Tavares desenvolveu a sua atividade em torno das suas clínicas veterinárias em Alcobaça e na Nazaré. Alexandra Tavares sempre quis exercer veterinária. Esse sonho tornou-se realidade quando começou a trabalhar com pequenos animais e aí encontrou a sua vocação. A profissional iniciou a sua entrevista realçando a importância de criar relações com as pessoas e com os seus animais, porque é daí que advém parte da confiança no serviço. “Muitos colegas irão concordar comigo e 66 I Maio afirmar que o facto de podermos lidar com animais todos os dias é a maior felicidade que podemos ter. É muito interessante esse relacionamento entre o paciente e o seu médico, especialmente na veterinária”, conta. Nos últimos anos fizeram-se notar várias evoluções no setor. “Em termos de Medicina Veterinária foi uma mudança colossal, passámos de escassos meios de diagnósticos para termos tudo o que possamos imaginar. Em termos de terapias, a evolução foi ainda maior”, afirma Alexandra Tavares. Quanto à procura do tratamento propriamente dito, a médica comenta ter sido um pouco atrasado pela conjuntura económica, mas continua a existir uma grande diferença perante a última década. “Há muita vontade de ajudar os animais, mas nem sempre há possibilidade de ir tão longe como é necessário”, conclui. A Clínica Veterinária de Alcobaça e o Consultório Veterinário de Nazaré dispõem de todas as valências que compõem um espaço adequado para tratar vários problemas, sendo a equipa de três médicos veterinários e duas auxiliares, complementada por colegas que cuidam as patologias mais específicas, através de parcerias. “Quando não temos a informação necessária para dar uma “A Clínica Veterinária de Alcobaça e o Consultório Veterinário de Nazaré dispõem de todas as valências que compõem um espaço adequado para tratar vários problemas” solução, acompanhamos os clientes e os seus animais até o colega que realiza tomografias ou ressonâncias, por exemplo”, acrescenta Alexandra Tavares. Quando questionada sobre o recurso ao farmacêutico como primeira opção em caso de doença, Alexandra Tavares reconhece que as farmácias não são totalmente culpadas, porque é o público que procura informar-se junto do meio errado, com o intuito de poupar dinheiro e tempo numa consulta de veterinária. Em jeito de conclusão, falamos também da criação das especialidades, algo que a médica considera muito importante. “O nosso diagnóstico é mais correto quando nos podemos apoiar em colegas que se especializem numa só área. No entanto, considero que irá ser difícil implementar as especialidades”, termina. Para a entrada da primavera e verão, Alexandra Tavares alerta para as alergias, comichões, aconselhando as desparasitações interna e externa. | Portugal Inovador Gosto incondicional pelos animais Ana Paula Santos exerce Medicina Veterinária há mais de 25 anos e, após trabalhar em realidades muito distintas, decidiu criar em 2007 a Clínica Veterinária de S. Martinho do Porto. Formada em 1988 pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, Ana Paula Santos teve imediatamente uma experiência para recordar, ao predispor-se para trabalhar num hospital veterinário de Moçambique, durante três anos. Quando voltou a Portugal, decidiu abrir um pequeno consultório, o primeiro em S. Martinho do Porto, logo seguido pelo primeiro de Alcobaça. Nos dias de hoje, a profissional lidera um único espaço, ao qual dedica todo o seu tempo, paixão e conhecimento. “Este foi um projeto criado de raiz com muito trabalho e sacrifício”, conta. Ana Paula Santos não ambiciona expandir a Clínica Veterinária de S. Martinho do Porto (SMP) para hospital, embora tenha todas as possibilidades para tal. “Temos as valências adequadas para podermos servir os nossos clientes. O que não sei fazer em termos de saúde animal, sou totalmente a favor do reencaminhamento para Lisboa, seja para a Faculdade ou para colegas de referência”, completa a administradora. A missão é, no entanto, criar uma equipa que se complemente na totalidade, com profissionais que se dediquem a áreas específicas. Deduzimos, então, que Ana Paula Santos é totalmente a favor das especialidades, até porque “há muitos casos de colegas que trabalhavam com grandes animais e que se direcionaram aos pequenos, isso é simplesmente uma ousadia muito grande”. Esta profissional mostra ser muito exigente, excelente característica quando em causa está a saúde. Na Clínica Veterinária de SMP verifica-se que, de uma maneira geral, há uma evolução significativa em termos de cuidados com os animais. Para isso, a médica veterinária dá a sua explicação: “Há uma boa razão, pelo facto de as pessoas estarem muito ligadas aos seus animais, mas também existe uma parte negativa… muitos são adotados apenas porque estão na moda”. Ana Paula Santos defende que gostar de um animal, é gostar de um animal qualquer, incondicionalmente. Quando questionada sobre a relação entre os médicos veterinários e as farmácias, esta profissional é de opinião que as clínicas veterinárias não devem vender medicamentos, mas os farmacêuticos também “não podem comercializar rigorosamente nada sem receita, e têm de justificar tudo o que recebem”. Tendo em conta as condicionantes da região onde labora, a equipa da Clínica Veterinária de SMP realça, nesta altura do ano, o perigo dos anzóis perdidos na praia, os quais são causadores de cirurgias frequentes ao estômago em cães. Para além disso, as “praganas” (ervas secas) que surgem nos ouvidos, olhos e narinas de cães que passeiam no campo. E, com o verão a chegar, os inúmeros casos de parvovirose, doença infecto-contagiosa de elevada mortalidade, a qual causa muitos conflitos com os proprietários dos canídeos dada a incompreensão destes ante doenças virais. | Maio I 67 Portugal Inovador VetSaúde: O projeto de uma vida Aproveitando um espaço fantástico num ambiente rural e recatado, Pedro e Sofia Carvalho decidiram avançar com o seu sonho de infância, criando um conjunto de valências que os diferencia. para a classe veterinária, apontando que está à procura de bons profissionais para completar a sua equipa. Realidade do Oeste “É o culminar de um sonho”, inicia Pedro Carvalho, referindo-se ao VetSaúde. Partindo da sua experiência numa clínica veterinária no Bombarral, o casal de médicos veterinários transformou uma ideia em realidade. O VetSaúde é um novo projeto, “à nossa maneira”, tanto pela qualidade de serviço como pelo “bairrismo” defendido. Nas Caldas da Rainha procuraram agregar um conjunto de valências que os torne únicos e que alcance um público-alvo das mais variadas regiões. Assim, para além da clínica veterinária e do hotel, surge o Dog Camp. Pedro Carvalho sugere “o espaço agradável e de fácil estacionamento, inserido num contexto rural” como uma das características que 68 I Maio diferencia este projeto. A autossuficiência da clínica veterinária continua a ser uma das prioridades. “Para além de constituir as valências necessárias ao atendimento em qualquer caso, queremos trabalhar também em parceria com colegas que se dediquem especificamente a certas áreas”, conta o administrador. Neste sentido, questionámos o médico veterinário sobre a possibilidade de implementar medicinas complementares nas valências da VetSaúde, ao que este confirmou que poderá ser uma possibilidade no futuro. “Uma das dificuldades em indicar esses tratamentos é a falta de predisposição para isso neste meio rural”, comenta. Pedro Carvalho deixa uma nota O Oeste enfrenta algumas dificuldades económicas. Nas Caldas da Rainha, mais especificamente, o fecho de algumas empresas fortes da região afetou bastante a capacidade dos donos recorrerem a cuidados médicos direcionados para a saúde animal. As mesmas dificuldades levam as pessoas a procurarem informação junto das farmácias. “Faz sentido que os farmacêuticos nos encaminhem os casos que recebem e que não sabem medicar ou que, pelo menos, nos liguem para saber mais informações. Há, no entanto, muitos casos que são resolvidos no balcão da farmácia”, acrescenta. Pedro Carvalho afirmou também que não vê a necessidade de competição entre as clínicas veterinárias e as farmácias “até porque, para além de o lucro dos medicamentos veterinários ser pouco, muitas vezes são receitados medicamentos de especialidade humana para ir ao encontro das possibilidades económicas do cliente”. | Oeste Dog Camp Este será um campo de treino e ensino, onde se irá sensibilizar a população para a relação que tem com os seus animais de estimação. Para criar uma maior oferta de valências nesta escola, estão a ser estudadas modalidades norte-americanas que ainda são pouco conhecidas em Portugal como FlyBall e Dock Diving Portugal Inovador “A importância de fazer um aconselhamento direcionado” André Traqueia e Elisa Queijo são os responsáveis por dois projetos a favor dos amigos de quatro patas no distrito de Aveiro. A clínica em Estarreja nasceu em 2006 e o consultório na Branca - Albergaria foi criado em 2011. André Traqueia começa por esclarecer as diferenças que verifica entre os públicos que visitam os dois espaços: “Há uma diferença grande entre o consultório na Branca e a clínica de Estarreja, nesta última as pessoas já estavam mais habituadas aos cuidados a ter com os seus animais. Na zona da Branca (AAV) e Pinheiro da Bemposta (OAZ), sendo um meio mais rural, ainda tem que se trabalhar com vista à consciencialização dos proprietários para a visita ao veterinário. Uma grande parte da população não tinha noção que era necessário fazer desparasitações com frequência por exemplo, e tinham o hábito de ir à farmácia em vez de vir ao veterinário sempre que o seu animal se encontrava doente”. O Consultório Veterinário na Branca é utilizado também como “triagem” sendo depois o animal encaminhado para a Clínica Vet 4, devidamente equipada com “os meios de diagnóstico necessários para tratar corretamente o animal”. Em Estarreja, a clínica está já a crescer com vista a alcançar o estatuto de Hospital Veterinário. “Um espaço autossuficiente onde sempre que necessitamos de recorrer a especialistas, desenvolvemos parcerias, recebendo a sua visita para consultas de especialidade e/ou cirurgias mais complicadas”, esclarece o diretor clínico. Saúde Animal “Vacinar um animal doente pode ser colocar a sua vida em risco”, denota André Traqueia. Isso é uma falha muito grave que continua a verificar-se com a venda de vacinas e outros medicamentos sem receita médico-veterinária em espaços de saúde como as farmácias”, vinca. “Temos conseguido fazer entender aos proprietários, a importância de se fazer um aconselhamento especializado antes da compra e utilização de medicamentos”, defende André Traqueia. caso clínico para um colega que é especialista, formando um trio entre o médico veterinário generalista, o especialista e os proprietários dos animais, tendo em linha de conta o bem-estar e saúde dos animais de companhia. Investindo assiduamente no seu projeto, André Traqueia fez recentemente algumas remodelações na clínica em Estarreja para a adequar às particularidades dos gatos, adaptando a sala de espera, tendo consultórios independentes e zona de recobro/internamento separados. Está também a desenvolver a candidatura para a sua certificação como clínica “cat friendly”! Outra das áreas em que está a apostar é na clínica/ tratamento para animais exóticos, os novos animais de companhia, com a integração no corpo clínico de uma médica veterinária com formação especializada, sendo mais uma área onde irão ser pioneiros na região. | Especialidades O caminho a seguir no âmbito da Medicina Veterinária passa pela parceria entre o médico generalista e o veterinário especialista, visto que “não conseguimos saber tudo sobre todas as áreas”. O futuro da profissão passa por referenciar o Maio I 69 Portugal Inovador “No geral, as pessoas têm cuidado com os seus animais” Responsável pela Clínica Médico-Veterinária d’Areosa, João Loureiro explanou a realidade referente à saúde animal existente em Viana do Castelo. “No geral, as pessoas têm cuidado e preocupação com os seus animais. Apesar das dificuldades económicas fazem um esforço financeiro. Além disso, apresentam uma relação largamente afetiva com o seu animal”, considerou, inicialmente, João Loureiro, médico veterinário formado na Universidade de Trás-os-Montes. Findo o curso, laborou dois anos em Barcelos antes de dar início à sua própria clínica na freguesia de Areosa, em setembro de 2001. Desde então, o panorama de saúde animal em Viana do Castelo alterou-se por completo: “Julgo que muita coisa mudou nos últimos anos. Ao contrário do passado, em que os donos se deslocavam à clinica apenas em caso de 70 I Maio doença, hoje em dia há uma maior prevenção e cuidados profiláticos”, acrescentou o responsável. Atualmente, a Clínica Médico-Veterinária d’Areosa, que integra mais duas profissionais, tem como valências consultas médicas, vacinação, cirurgia e internamento, tosquias e banhos, além do serviço de urgência durante 24 horas. Em casos de maior especificidade, como cirurgias ortopédicas e exames cardiológicos, recorre a “profissionais externos”. Realidade veterinária Referindo-se à especialização da Medicina Veterinária, João Loureiro classificou a temática como “uma questão de mentalização de alguns colegas e mesmo de alguns proprie- tários” e que o setor “necessita dessa evolução”. Reiterou depois a estratégia a seguir: “É impossível, com o mercado atual, criar uma clínica especializada em determinada área, com exceção, talvez, nos dois grandes centros urbanos (Lisboa e Porto). Não havendo casuística suficiente, para isso, deve haver especialistas que trabalhem em diversas clínicas”, afirmou. “Sou igualmente favorável à inclusão de enfermeiros veterinários, mas julgo que deve haver uma separação clara de tarefas, algo que ainda não está bem definido”. O responsável afiançou também que, possivelmente, por força da maior fiscalização e/ou mais consciencialização, alguns espaços de comercialização de medicamentos entram em contato com as clínicas, em caso de falta do medicamento prescrito. Por fim, João Loureiro alertou para a importância do teste de despiste da dirofilariose, doença comum em zonas ribeirinhas, situação “largamente identificada” em Viana do Castelo: “Apesar de o animal não demonstrar sintomas, pode ser portador. Já tivemos múltiplos casos dada a existência de pequenos rios nesta região”, concluiu. | Portugal Inovador Maio I 71 Portugal Inovador Sucesso na internacionalização A venda para os mercados externos tem crescido de forma galopante dentro do volume de negócios do Grupo Anitex. Criada em 1974, a Anitex destacou-se no comércio nacional pela importação de uma diversa gama de produtos como brinquedos, artigos para o lar, para cozinha, decoração, praia, campo ou decorações de Natal. A empresa fundada por Domingos Ribeiro foi crescendo dentro desta sua vocação, paralelamente com a Larbrinca, empresa criada, anos mais tarde, e estabelecida na zona industrial do Feijó, em Almada. Até 2008, era uma empresa cuja dinâmica comercial estava unicamente voltada para a importação, colocando os seus produtos quer nas grandes superfícies quer no comércio tradicional. Foi aí que a contração no mercado interno veio justificar a abertura de novos horizontes, como explica a responsável, Ana Ribeiro: “Entendemos 72 I Maio que o público ia sofrer uma quebra tal em termos de rendimentos que, trabalhando apenas no país, a nossa sobrevivência não iria ser possível. A primeira medida em que pensámos foi então na ligação que tínhamos a um país para nós muito querido que é Angola. Os meus pais trabalharam lá durante 25 anos e começámos por aí”. O mercado angolano foi apenas um primeiro passo. Através da contínua marcação de presença em feiras como as de Paris, Frankfurt, Dusseldorf ou Birmingham, tornou-se natural o alargamento do leque de destinos de exportação. A lista é extensa: Cabo Verde, Guiné Bissau, Senegal, Congo, Moçambique, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Gabão, Costa do Marfim, Tunísia, Marrocos, Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa e, na Europa, países como França, Bélgica, Espanha e Itália. De acordo com os números de 2014, os mercados externos representaram 68,5% do volume de faturação da Anitex-Larbrinca, sendo digno de nota que a esmagadora maioria destas vendas são para fora do continente europeu. A adaptação a que a empresa se sujeitou para registar estes números foi muito intensa, sendo-nos descrita desta forma pela nossa interlocutora: “Até aí, tínhamos uma determinada estrutura a nível administrativo, assim como em termos de software e equipamentos, e foi necessário alterar por completo todo esse sistema. Quando um cliente externo nos vem visitar, está a fazer uma nota de encomenda e está a ser informado automaticamente da cubicagem a que está o contentor. Ele não pode sair daqui sem toda a informação de que precisa. A estrutura comercial também teve de sofrer alterações, passando a empresa a ter de se focar em pessoas que, efetivamente, estivessem disponíveis para passar semanas fora do país”. Para além destas mudanças de processos, outra mais-valia, que tem sustentado a expansão internacional da Anitex-Larbrinca, reside no trabalho aqui feito em termos de embalagem e apresentação. Os artigos comercializados não são de fabrico próprio, mas a conceção da embalagem é desenvolvida internamente, seguindo os produtos para exportação já com Portugal Inovador as condições finais de apresentação nos pontos de venda. “Para além de comercializarmos um produto também prestamos um serviço, que liberta os nossos parceiros de algumas despesas a nível de mão-de-obra”, indica. Diversificação fique limitado apenas a uma visita à vinha, outra à adega e a uma prova de vinhos. Acreditamos que a região tem mais para oferecer às pessoas e cada um de nós deve fazer algo para tentar dinamizar a região com qualidade”, afirma. | O Grupo Anitex conta ainda com mais duas empresas integrantes. A AgriRoncão, ligada aos vinhos, e a Anitex Imobiliária, que possui um numeroso conjunto de imóveis de Norte a Sul do país. A AgriRoncão segue o bom exemplo da Anitex-Larbrinca no âmbito do contacto com os mercados internacionais, exportando para Brasil, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Holanda, Bélgica, França, Taiwan, Hong Kong e Singapura. Esta incursão de Domingos Ribeiro no setor vitivinícola teve início em 2001, com a aquisição da Quinta da Levandeira do Roncão, em Alijó, e da Quinta de Linhares, entre Penafiel e Amarante. Entretanto, deu-se o começo da atividade comercial da AgriRoncão, em 2007, assente nas marcas Quinta de Linhares, Quinta da Levandeira do Roncão e DR (alusiva, simultaneamente, a Douro Region e ao seu impulsionador, Domingos Ribeiro). No sentido de ser mais um agente de valorização dessa mesma região do Douro, a AgriRoncão irá este ano organizar aquela que é já a 6ª edição do concerto da Quinta da Levandeira do Roncão, realizado dentro da adega, com a participação da Orquestra do Norte. “Queremos que o Douro não Maio I 73 Portugal Inovador Partilha de experiências aproxima saberes Fernanda Ferreira e José Nuno Magalhães guiam a Distinta Década com saber e humanidade. Vocacionada para o alojamento, tratamento e apoio social à terceira idade, a equipa integra valores familiares num rigor multidisciplinar. uma vida digna”, corroboram. Na sua intervenção laboral apontam a necessidade de perspectivar a terceira idade com o respeito que esta merece, apontando o papel determinante da sociedade civil na inclusão de cada idoso, individualmente. “O idoso deve ser tratado com respeito, carinho, e não como mais um número”, apelam. Futuro Durante o percurso da atividade, os profissionais tiveram oportunidade de perceber as reais necessidades dos idosos em Portugal, e mais concretamente no distrito do Porto, dinamizando estratégias capazes de concretizar objetivos específicos. Movidos pela sensibilidade do olhar, os profissionais reconhecem que na sua atuação têm desempenhado um papel de inclusão social fundamental: “Faz parte da nossa essência levar a cabo esta missão, e a recetividade que temos tido tem sido muito boa”, informam. Após o período de integração, sempre determinado por redobrada atenção ao idoso que chega, a Distinta Década transforma-se, ao longo do tempo, numa Casa onde o sentimento de família persevera, unindo lugares e pessoas. “Dar se- 74 I Maio gurança a estas pessoas, gerindo o nosso dia-a-dia como se fossemos uma família alargada é a nossa prioridade”, aclaram. Lugares inclusivos Procurando oferecer aos idosos e seus familiares conforto, segurança e acessibilidade integram um conjunto de valências diversificadas, evolutivas e adequadas a cada necessidade. Dotados de uma equipa graduada e experiente, o utente poder-se-á aqui apoiar nos conhecimentos técnicos dos médicos, enfermeiros, auxiliares de ação direta e voluntários. Com uma equipa de 14 colaboradores, a monitorização e acompanhamento faz-se 24 horas por dia. “É uma entrega total, procuramos todos os dias dar-lhes a possibilidade de ter Nos próximos tempos esperam poder continuar a distinguir-se pela formação profissional e pelo seu subsequente serviço de proximidade. Junto dos idosos há um acompanhamento individual que enriquece toda esta estrutura. “Em termos de prestação de apoio, gestão de emoções e atenção, penso que há uma individualização enorme do processo de envelhecimento, numa tentativa de inserir e manter o idoso numa comunidade, que é o que nos distingue sobretudo”, concretizam. | Portugal Inovador Hairtore: Produtos para profissionais Jaime Silva já trabalha no ramo dos produtos para cabeleireiro e da estética há mais de 30 anos, sendo que a Hairtore existe há aproximadamente 15. a Hairtore dispõe de uma gama completa de acessórios e equipamento de cabeleireiro e beleza. “Temos uma grande experiência e montagem de salões de cabeleireiro”, refere o proprietário da Hairtore, sendo que “os nossos acessórios de cabeleireiro contemplam todos os produtos necessários e indispensáveis ao funcionamento desses espaços”, salienta. Chave-na-mão O percurso empresarial da Hairtore, situada na freguesia do Bonfim no Porto, tem crescido sustentadamente, sendo que Jaime Silva já havia trabalhado anteriormente para marcas multinacionais, nomeadamente a Schwarzkopf, optando mais tarde por desenvolver um projeto seu na área em que se sente mais realizado profissionalmente. A Hairtore - Comércio de Cosmética Unipessoal Lda., é uma empresa fornecedora de equipamentos e produtos profissionais para cabeleireiros, barbeiros e esteticistas. Jaime Silva, juntamente com a equipa de seis colaboradores, trabalham em parceria com marcas de assinatura como a L’Óreal, a Revlon, a Risfort, a Wella, a Formula Pro (Coloração com Óleo de Argan), a Schwarzkopf, Dixcret One entre outras. Para além disso, Jaime Silva e os seus colaboradores têm como objetivo prestar um serviço completo desde o planeamento do salão, a montagem e o fornecimento dos equipamentos, fazendo também o apoio ao cliente através da venda de produtos e consumíveis ou da prestação de assistência técnica e reparação de equipamentos na região do Grande Porto. “A nossa larga experiência neste setor e o profissionalismo dos nossos colaboradores faz da nossa empresa uma referência”, refere com orgulho o nosso entrevistado. A Hairtore aposta também em prestar formações aos seus clientes – “visto que o mundo da beleza e da estética está em constante mutação” –, em parceria com algumas marcas que representam. pamentos direcionada para a área estética, desde aparelhos para depilações, tratamentos de rosto e corpo, manicure e pedicure, bem como ceras para depilações (quentes e frias), bandas de cera, entre outros produtos referentes ao mundo da estética e da beleza. Para além de apostar na comercialização para todo o território nacional e ilhas - sendo que os concelhos de maior abrangência são o Porto, Viseu, Guimarães, Braga, Jaime Silva exporta para países como a Suíça, o Reino Unido - mais propriamente para Londres - e para o mercado angolano. Um dos objetivos deste empresário passa por mudar de instalações de forma a conciliar o armazém onde reúnem todo o stock com a loja onde diariamente recebem os seus clientes. | Estética Esta empresa dispõe de uma vasta gama de produtos e equi- Maio I 75 Portugal Inovador “A nossa função tem sido alvo de maior credibilização” Nuno Sequeira, 43 anos, explanou, enquanto Técnico Oficial de Contas, a sua visão acerca do setor contabilístico e o modus operandi estabelecido na Resultados Concretos. Evolução e prevenção Aquando do término da sua passagem pelo ensino regular ingressou na Universidade Portucalense, onde se formou em Economia, seguindo o exemplo do pai que era economista de profissão. Profissionalmente, Nuno Sequeira passou por diversos departamentos de contabilidade e fiscalidade de empresas industriais. Posteriormente, com a abertura de um escritório de contabilidade “juntamente com colegas”, desviou-se da Economia e, em 2006, adquiriu a Resultados Concretos – direcionada para o ramo da Contabilidade –, fixando-se no Porto. “Somos uma espécie de braço direito dos nossos clientes e assu- 76 I Maio mimos essa forma de estar”, frisou Nuno Sequeira acerca da filosofia de trabalho implementada. Através de uma equipa de quatro membros – “realmente dedicados” –, disponibilizam serviços de contabilidade e fiscalidade, mostrando-se “capazes” para a projeção e definição de viabilidade empresarial. “A nossa missão passa por acompanhar e orientar cada pessoa ou empresa no seu trajeto”, vincou Nuno Sequeira. Essencialmente, a sua estrutura está direcionada para micro e pequenas empresas de Norte a Sul do país em diversos setores de atividade. As “constantes” alterações legislativas efetuadas na regulamentação do setor forçam o acompanhamento “quase diário”. A Resultados Concretos, enquanto associada da APECA (Associação Portuguesa das Empresas de Contabilidade e Administração), está “constantemente atualizada” em relação a qualquer novo diploma legislativo. Todavia, o interlocutor apontou para a “falta de tempo para adaptação e elucidação do cliente”, classificando como “fundamental” a existência de “margens de manobra” no cumprimento de prazos. “Durante a recessão económica, a maioria percebeu que este trabalho permite uma maior estabilização financeira dos negócios, definindo inclusive estratégias de crescimento”, assegurou Nuno Sequeira, enumerando um efeito positivo da crise que surgiu em 2008. Para o economista, “abriu-se espaço para a contabilidade preventiva”, remetendo elogios ao organismo tutelar: “A profissão tem sido alvo de maior credibilização graças ao trabalho feito pela OTOC”, acrescentou. Definindo “confiança” e “sinceridade” como valores essenciais na sustentação da relação entre empresário e contabilista, Nuno Sequeira reforçou, por fim, “a importância da contabilidade preventiva” e o “trabalho de excelência” da Resultados Concretos junto de qualquer cliente. | Portugal Inovador Proximidade na gestão A Antelconta, sediada em Lavra, completa este ano o seu 25º aniversário. Durante este período, Graça Campos acompanhou a necessidade local dos serviços, alocando respostas ajustáveis ao mercado. Quando se projetou no mercado, Graça Campos começou por desenvolver atividade na área da contabilidade numa outra empresa, no Porto. Mais tarde, movida pela aprendizagem, quis mostrar os seus conhecimentos na vila que agora visitamos. “Eu, o meu marido e mais duas pessoas verificámos a necessidade aqui sentida e quisemos compensá-la com os nossos serviços. Tínhamos a nossa missão. Fomos crescendo, abrimos uma filial em Amarante, fui contratando mais pessoas e aproximei-me cada vez mais da população”, conta. A abrangência que conseguiu abraçar nas diferentes áreas de negócio, desde pequenas a médias empresas, dá-lhe agora a confiança necessária para se posicionar com notoriedade, seriedade e transparência. Em 2008, a expansão da Antelconta traçou novo rumo, integrando na sua já diversa oferta de serviços a área dos seguros e da promoção bancária. Durante essa atuação um novo paradigma se foi afirmando. A profissional sensível a esse novo estar de empresas e empresários dá-nos um breve espelho da conjuntura: “O meu cliente é maioritariamente a pequena e média empresa. Esse empresário não encerrou na crise, esforçou-se, fez tudo o que era possível para se manter ativo”. Contudo, como Técnica Oficial de Contas não deixa de manifestar algum descontentamento quando se apercebe que a sua profissão não está a ser devidamente valorizada: “Sinto que nos esforçamos por ser tecnicamente corretos, estamos sempre presentes no aconselhamento fiscal dos nossos clientes para que eles não venham a ter problemas futuros, e penso que não estamos a ser reconhecidos”. O seu olhar perspicaz fá-la avaliar os problemas inerentes a todo o processo contabilístico com frontalidade e humanidade. “No sentido de aumentar a celeridade e agilizar as operações contabilísticas, direcionadas fortemente para a fiscalidade, gostaria de ver estas ferramentas a serem utilizadas no processo de gestão das pequenas e médias empresas”, afirma. Presente e Futuro Este ano, a Antelconta afirmando-se num crescimento positivo, decidiu criar maior estímulo à aprendizagem contínua dos jovens recém-licenciados, com a promoção de dois estágios profissionais. “Estou sempre aberta a essa colaboração. A empresa já não é só minha, todos os trabalhadores têm uma palavra muito séria nas empresas”, salienta. É nessa mesma voz de união e esperança que se liga ao futuro. Para que esse otimismo se concretize com efetividade em Portugal, pede que haja um maior reconhecimento das pequenas e médias empresas. | Maio I 77 Portugal Inovador 20 anos de rigor e confiança Crescimento a pulso e relações de amizade com os clientes tornaram a Numer uma referência de credibilidade e profissionalismo no ramo da contabilidade. A dedicação e o profissionalismo de José Fernandes, mentor do projeto Numer, são a sua imagem de marca no setor. Este amor à contabilidade valeu-lhe não só o reconhecimento do antigo patrão e sócio - que em março de 1995 lhe ofereceu sociedade na empresa onde laborava a qual, mais tarde, daria origem à Numer -, mas também uma linha de sucessão. Primeiro a filha, Isabel Vieira, que após anos a acompanhar de perto o trabalho do pai e a sentir-se fascinada pelos números, companhia de longas noites no serão familiar, imiscuiu-se no ramo e seguiu as pegadas do progenitor; seguindo-se a neta, Cátia Vieira, que dá agora os primeiros passos na empresa familiar. “Sempre acompanhei de muito perto o trabalho do meu pai, colaborei com 78 I Maio ele desde 1995, quando assumiu a sociedade da Numer e a partir de 2001, tornei-me sua sócia”, explica-nos Isabel Vieira. A Numer atua nas áreas de contabilidade, fiscalidade e recursos humanos. Além das valências normais dos TOC, este gabinete presta serviços de assessoria, consultadoria e agiliza processos burocráticos como contratos de trabalho, inscrições na Segurança Social, entre outros. Esta inserção na vida ativa das empresas, funcionando como suporte de toda a atividade económica e planeamento, é fruto de um atendimento personalizado e de relações de trabalho proficientes de longa data. “Temos clientes com perto de 20 anos de casa. É fundamental existir uma relação de confiança mútua entre conta- bilista e cliente. Só se pode fazer um trabalho competente e ajustado caso estes nos vejam como parte do processo”, confidencia Isabel Vieira. Este trabalho rigoroso envolve conhecimentos específicos e uma formação permanente, muitas vezes motivada por alterações constantes da lei. Leis e burocracias que fogem ao conhecimento do empresário e que “podem provocar danos diretos e indiretos” na vertente financeira de uma empresa. “As alterações governamentais obrigam a um trabalho de atualização e estudo assíduo. Acabamos por fazer a tradução de decretos e alterações da lei, simplificando a leitura das mesmas e enviando aos nossos clientes súmulas com o estritamente fundamental numa linguagem acessível. É um cuidado que procuramos ter e que facilita todos os processos de troca de informação e documentação”, confidencia-nos. Uma empresa que subindo a pulso, foi e é uma marca de atendimento personalizado, auxiliando os empresários portugueses, muitas das vezes alheios a este tipo de necessidade e consciência. Uma empresa de contabilidade em crescendo, tal como o setor, e que espelha o brilhantismo do seu percurso na montra das novas instalações, à face da Rua do Heroísmo no Porto. | Portugal Inovador “Um balanço agridoce com os números” Rigor, dedicação e necessidade de constante formação são as características principais de um Técnico Oficial de Contas, aos olhos de Francisco Lima. A Limaconta atua há mais de 20 anos no mercado do grande Porto. Após algumas experiências profissionais, Francisco Lima arriscou e criou o seu projeto individual em 1991. Com o crescimento do serviço da Limaconta, o Diretor Técnico e a sua equipa deslocaram-se para o atual espaço na cidade de Valongo, onde se encontram desde 1998. “Sempre gostei do mundo das contas e a economia esteve sempre presente na minha vida”, inicia. Após o término do serviço militar, iniciou-se num gabinete de contabilidade no Porto, que lhe começou a suscitar o interesse pela constante formação. Em face disto, adquiriu recentemente a sua pós-graduação em SNC e Gestão em regime noturno, pois “quando se ama o que se faz e se procura sucesso, temos de fazer sacrifícios”. Francisco Lima reforça a impor- tância da formação e a necessidade da mesma: “Um bom Técnico Oficial de Contas (TOC) deve sentir necessidade de estar atualizado e informado para prestar um bom serviço e fazer um trabalho de excelência dignificando, desta forma, aprofissão”, indica. Os relatórios financeiros são, entre outras, uma das principais valências da Limaconta, que preza por efetuar análises profundas, tornando-se assim, para os seus clientes, um instrumento de apoio fundamental na gestão das suas atividades. Função pedagógica do TOC A imagem do contabilista tem vindo a melhorar bastante, “passou de um mal necessário a um parceiro essencial das empresas e dos seus gestores. Os empresários apercebe- ram-se que não somos cobradores de impostos e que podem aproveitar o nosso conhecimento. A contabilidade deve ser principalmente um instrumento de apoio à gestão e um aliada para a tomada de decisões”, explica. A mudança constante da legislação e o surgimento de novas obrigações são, no entanto, um aspecto negativo para o contabilista que por vezes encontra muitas dificuldades em transmitir essa informação ao cliente. Na Limaconta o profissional ensina o seu cliente a ler e a perceber todas as análises, porque “um TOC que se preze faz questão que os clientes saibam interpretar as diversas peças contabilísticas” e uma das várias mais-valias que têm como empresa é dar formação coletiva aos seus clientes, nomeadamente quando ocorrem alterações legistativas profundas. “Cabe a cada TOC ter orgulho na profissão e dignificá-la”, completa Francisco Lima. O nosso entrevistado conclui que existe uma obrigação na profissão, que é a aprendizagem constante: “Desta forma enriquecemos o nosso currículo, bem como adquirimos novos conhecimentos que podemos partilhar com outros e, no nosso caso, ajudar os nossos clientes a tomar as melhores decisões”, termina Francisco Lima. | Maio I 79 Portugal Inovador RMP: O parceiro para o seu negócio A RMP Management Partner, criada por Raquel Mota Pinto, surgiu com o intuito de ser o parceiro ideal das empresas na gestão e organização dos seus negócios, ambicionando dotar os seus clientes com as ferramentas para a melhor tomada de decisões. Raquel Mota Pinto tem formação superior em Contabilidade e Administração, Gestão, Finanças Empresariais e Economia, áreas nas quais trabalha desde 1994. Assumindo um projeto focado nas empresas, a RMP tem uma equipa multidisciplinar altamente especializada e motivada na definição de estratégias para os seus parceiros. “Começámos por ser um gabinete de contabilidade tradicional, mas à medida que fomos crescendo e conhecendo melhor o mercado, assumimo-nos como um parceiro 80 I Maio de gestão”, adianta. O objetivo da RMP não é só cumprir com as obrigações inerentes à contabilidade e à fiscalidade, mas também fazer um planeamento fiscal adequado, dotar o parceiro e os seus colaboradores de ferramentas administrativas e de controle, analisar os outputs contabilísticos e fiscais disponibilizados como uma ferramenta de gestão. Nesse sentido, todas as análises são apresentadas graficamente no sentido de facilitar a assimilação e o rápido entendimento da informação. A nossa interlocutora considera que a contabilidade tem que ser vista como um suporte essencial na gestão das empresas. Com base neste apoio, e nos elementos que esta disponibiliza, “o empresário deve definir todas as estratégias de gestão, quer comerciais, financeiras, marketing, internacionalização e operacionais”, salienta. A RMP colabora maioritariamente com o cliente empresarial, sendo que algumas sociedades têm sede em Espanha, EUA e França, num leque maioritariamente composto por empresas nacionais de vários setores de actividade. “Quando o cliente nos procura pela primeira vez – nas fases de criação ou desenvolvimento do negócio –, procurámos perceber a sua perceção e conhecimento sobre o seu próprio negócio e os desafios que diagnosticou”. Utilizando o conteúdo do plano de negócios, “procuramos perceber até que ponto o parceiro o tem desenvolvido e se o vai validando e reformulando com o objectivo da melhoria continua e da maximização de resultados”, menciona. A RMP desenvolve um plano de ação para cada cliente adaptado às características pessoais do empresário, ao seu perfil de risco e aos objetivos de cada organização tendo sempre em mente a sua missão, visão e valores. “O importante é que o nosso parceiro dedique em conjunto com a equipa da RMP tempo à análise do negócio antevendo cenários e atuando na prevenção. Na RMP implementamos sistemas de fiscalidade preventiva e orientamos os clientes na gestão estratégica dos seus negócios. Acreditamos que esta é a chave para o sucesso da empresa”. Raquel Mota Pinto mostra-se favorável a necessidade de sensibilizar os clientes para a importância da gestão e da análise dos outputs que produzimos. A contabilidade e a fiscalidade devem ser enquadradas e integradas na globalidade do negócio ainda que ocorram em regime de outsourcing, “fazendo com que as partes interajam com um todo”, conclui. | Portugal Inovador A natureza renovada com base na inovação Por Terras de Santa Maria, a revista Portugal Inovador foi conhecer um dos setores que mais prospera no nosso país. Ramiro Figueiredo enveredou por um negócio próprio, após nove anos de experiência no ramo da cortiça. Assim, em 2001, surge a Ramiro & Figueiredo, Cortiças Lda., com sede em Lourosa, Santa Maria da Feira. “O know-how adquirido à priori permitiu que o projeto fosse crescendo, modernizando-se e alcançando patamares distintos”, introduz o empresário. O empenho e a dedicação conduziram à evolução, facto que apresenta hoje a Ramiro & Figueiredo, Cortiças “como uma empresa conceituada e estável”. O grupo de trabalho processa as rolhas em Lourosa, encontrando-se no Alentejo outra unidade fabril onde é armazenada toda a matéria- -prima. De Lourosa, o produto parte para mercados como os EUA e o Chile, sendo que a Ramiro & Figueiredo, Cortiças tem a capacidade para responder a encomendas mais personalizadas, como por exemplo, “rolhas de cortiça no seu estado natural”. O proprietário garante existir abertura para satisfazer todas as solicitações: “Respondemos a todos os pedidos e optamos por não aceder a compromissos de exclusividade”, salienta Ramiro Figueiredo, reforçando: “Temos produto e vendemos com a consciência que o negócio é interessante para ambas as partes”. Deste modo, dando resposta célere às requisições, são muitos os clientes satisfeitos e fidelizados. Ascenção Sempre atento às novas tecnologias que surgem direcionadas para o setor, a empresa investe regularmente na aquisição de novas máquinas, permitindo assim o seu crescimento sustentável. E, se o ano de 2014 “foi razoável”, Ramiro Figueiredo perspectiva um bom 2015. “O segredo do sucesso passa por planear sempre os próximos passos”, garante o empresário. Ramiro Figueiredo é um empresário com uma forte consciência social, atitude assente numa gestão e organização empresarial muito fortes. “Já fui operário e sei dar valor a quem trabalha. Por isso toda a equipa age em prol do mesmo objetivo: o sucesso da firma”, conclui. | Maio I 81 Portugal Inovador Executivo da União de Freguesias de Barcelos, Vila Boa e Vila Frescaínha: • Presidente: José Paulo Teixeira • Secretário: Manuel Simões • Tesoureiro: José Araújo • 1º Vogal: Isabel Santos • 2º Vogal: Alberto Martins 82 I Maio Portugal Inovador Maio I 83 Portugal Inovador 84 I Maio
Documentos relacionados
Revista Portugal Inovador Nº 80 Abril 2016
da aviação nacional a um lugar de referência a nível europeu. O presidente, José Miguel da Costa, considera que “Portugal tem vivido um paradoxo no que
Leia mais