Não pode ser vendido separadamente.

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Não pode ser vendido separadamente.
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Portugal Inovador
Índice
8
Região das Beiras
30
Santo Tirso
46
Lisboa e
Vale do Tejo
56
Terras de
Santa Maria
63
4
ESTSP
Promotores do progresso
no âmbito da saúde
6
Hipergrossista
20 anos a dinamizar o comércio de rua
9
Ensino
Saúde Animal
72
Grande Porto
76
72
Anitex
Sucesso na internacionalização
Contabilidade e
Consultadoria
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Maio I 3
Portugal Inovador
Promotores do progresso
no âmbito da saúde
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde é o terceiro maior estabelecimento do Instituto
Politécnico do Porto (IPP), afirmando-se como um caso exemplar quer na diversidade da
sua oferta formativa quer no desenvolvimento de parcerias nacionais e internacionais.
Os primeiros anos do ensino
das áreas das Tecnologia da
Saúde no Porto exerceram-se
em entidades tuteladas pelo
Ministério da Saúde. Refletindo
a progressiva afirmação das
referidas áreas, em 1993 veio a
integração no sistema educativo
nacional, concretamente ao nível
do Ensino Superior Politécnico.
Foi neste momento que a Escola
Superior de Tecnologias da Saúde surgiu com a atual designação, conferindo formações com
grau de bacharelato. No virar do
século, formou os seus primeiros
licenciados e, em 2004, foi finalmente integrada no IPP.
“Na última década, tivemos
reestruturações e aumento da
4 I Maio
oferta formativa, a criação de
grupos de investigação, a celebração de mais de 500 protocolos
e o desenvolvimento de alicerces
para a internacionalização e
para a intervenção/prestação de
serviços junto da comunidade”,
enumeram os responsáveis da
ESTSP, em jeito de balanço.
Sobre a oferta de cursos, este
ano estão em funcionamento 13
licenciaturas, seis mestrados e
quatro pós-graduações, a que
acrescem mais de 50 cursos de
formação contínua, destinados a
atualizar os conhecimentos dos
profissionais que desenvolvem
atividade na área da saúde, em
geral, e na área das tecnologias da saúde, em particular.
Destacando a preocupação em
internacionalizar a oferta formativa, mencionam “o curso de
especialização em Proteção e
Segurança contra Radiações, em
colaboração com a Universidade
de Dublin, destinado à Comunidade dos Países de Língua
Oficial Portuguesa, ou o curso
de pós-graduação em Empreendedorismo Social, em colaboração com a Universidade de Vic,
Espanha”. Para o próximo ano
letivo, serão apresentados três
novos cursos de licenciatura:
Ciências Biomédicas Laboratoriais, Fisiologia Clínica e Imagem
Médica e Radioterapia.
A qualidade destas formações deriva, em grande medida,
do esforço realizado “de forma
a possuirmos, atualmente, um
conjunto de espaços dedicados,
particularmente bem apetrechados, em todas as áreas de
formação”. Continuando, “a par
do equipamento adquirido, há
também um conjunto de equipamentos disponibilizados pelos
nossos parceiros externos, que
permitem aos nossos estudantes desenvolverem competências no âmbito do saber fazer
ainda antes da frequência dos
estágios curriculares. A prática
em ambiente simulado é muito
frequente, particularmente em
Portugal Inovador
áreas com forte exigência tecnológica e muito particularmente
aquela que exige ‘equipamento
pesado’, como é o caso da área
das radiações”.
A atividade enquadrada no
âmbito da investigação está
distribuída por três centros de
investigação da ESTSP, nomeadamente o Centro de Investigação em Saúde e Ambiente
(CISA), o Centro de Estudos do
Movimento e Atividade Humana
(CEMAH) e o Laboratório de
Reabilitação Psicossocial. Aqui,
é-nos referido que existe “uma
forte motivação não só para
investigar como para ligar essa
investigação à comunidade”. Os
moldes em que esta ligação é
conseguida são muito variados:
“Podem passar pela realização
de ações de promoção da saúde
junto de grupos populacionais
específicos, pela prestação de
serviços a empresas/instituições
ao abrigo de protocolos de colaboração, como pelo teste ou certificação de produtos desenvolvidos por empresas e serviços de
consultoria. É uma ligação com
preponderância também junto
dos jovens, procurando o despertar da necessidade de saber
e de descobrir. Como exemplo, o
CISA, através de financiamento
pelo programa Ciência Viva,
realiza todos os anos estágios
científicos de verão para os estudantes do ensino secundário”.
A relação com a comunidade
envolvente é, de facto, um aspeto central do posicionamento
da escola. Dentro da sua política
de aproximação e imersão nas
comunidades, há aqui um papel
muito ativo para o desenvolvimento da prestação de serviços,
ações de educação para a saúde
e outras iniciativas de aproximação e inclusão na comunidade.
Estas atividades decorrem através da mobilização da Unidade
Móvel/Clínica Pedagógica da
ESTSP e das suas equipas de
docentes e estudantes. Como
nos indicam os nossos interlocutores, funcionam como “continuidade do ensino prático e laboratorial dos currícula, havendo
a possibilidade dos estudantes,
conjuntamente com docentes,
realizarem atividades na comunidade envolvente, facto que lhe
permite adquirir competências
práticas e relacionais que lhes
conferem uma flexibilização e
uma articulação dos seus saberes e da sua forma de estar”. |
Maio I 5
Portugal Inovador
20 anos a dinamizar
o comércio de rua
Uma superfície comercial
direcionada para o
retalhista. São 125 os
espaços que compõem o
Hiper Grossista Centro,
Norte e Sul, dispondo de
uma panóplia de produtos
para revenda com carimbo
de qualidade.
serviço prestado. Não esquecendo
que há também a preocupação
em ouvir os clientes e trabalhar no
sentido de dar resposta aos seus
desejos e necessidades. O trabalho
desenvolvido assenta no diálogo e
envolvimento de todos”, reforça a
administração.
Variedade
A história do Hiper Grossista
Centro, Norte e Sul completa este
mês (14 de maio) duas décadas de
existência. Com o fim das feiras de
revenda em espaço aberto, imposto
por alterações legislativas, a iniciativa de um grupo de comerciantes
deu origem ao primeiro espaço
comercial – em Portugal – dedicado
ao comércio de revenda em recinto
fechado, “de acesso gratuito, mas
reservado, único e exclusivamente, aos comerciantes a retalho do
setor”. Localizado numa zona privilegiada, às portas de Lisboa, mais
propriamente em Samora Correia,
este projeto mereceu desde logo
a atenção de inúmeros clientes
espalhados por todo o país.
Foram os comerciantes que
6 I Maio
deram início a este conceito “que
reúne as condições de conforto
e segurança, uma vez que o espaço foi construído de raiz para
o efeito, elaborado com todas
as comodidades, tanto para os
condóminos como para os profissionais do comércio efetuarem as
suas compras”. Com um total de
125 associados, proprietários de
loja, o condomínio é, atualmente,
administrado por António Cardoso,
Bruno Silva e Marco Ribeiro, dois
dos quais filhos de fundadores.
No dia-a-dia, “a comunicação
entre lojistas e administração é
fundamental”, e tem sido cultivada
ao longo dos anos, “de forma a
prevenir e resolver eventuais problemas e melhorar a qualidade do
Roupa, lingerie, malas e carteiras, acessórios de moda e marroquinaria, calçado, têxteis lar,
tapeçarias, fardamentos, artigos
de decoração, utilidades domésticas, expositores e mobiliário para
espaços comerciais, tudo isto pode
ser encontrado nas 125 lojas que
integram este espaço. Mesmo com
a abertura do mercado da importação que oferece produtos a preços
altamente concorrenciais – reforce-se que falamos apenas de preço –,
o Hiper Grossista CNS prima por
comercializar, na sua maioria, artigo de origem nacional. Apesar de
confrontada com a proximidade de
grandes estruturas comerciais com
artigos de baixo custo, a administração não encara essas empresas
como prejudiciais: “Estando perto
de nós cativam a atenção de outros
comerciantes que, deslocando-se
à região, acabam também por nos
visitar. Aqui encontram um produto
diferente, nacional que assenta na
qualidade”.
Portugal Inovador
clientes espalhados por Portugal
Continental (com presença mais
forte no Centro e Sul do país), mas
também vindos da Madeira e dos
Açores, assim como da Europa e
países como Angola e Cabo Verde.
“A localização estratégica deste
Centro é, efetivamente, uma mais-valia. A proximidade ao aeroporto
de Lisboa permite o fácil acesso a
clientes dos PALOP que, de passagem por Portugal, fazem questão
em nos visitar”.
Futuro sustentável
Nova realidade
Entretanto, com o passar dos
anos, outros espaços semelhantes foram aparecendo de Norte a
Sul do país, mas percorridas duas
décadas desde a sua fundação, o
Hiper Grossista continua a dinamizar a atividade comercial, sempre
atento às alterações do mercado
e às mutações das necessidades
dos clientes. “Se inicialmente estes
eram principalmente profissionais
do comércio tradicional, hoje em
dia o Hiper Grossista CNS também fornece/vende para lojistas
presentes em centros comerciais.
Até porque no CNS pode encontrar
um conjunto de marcas nacionais
com reconhecimento e presença
em mercados internacionais. Algumas delas até com lojas de venda
ao público em grandes superfícies
comerciais”.
A administração reconhece que
apesar da forte, e natural, concorrência existente entre as grandes
superfícies comerciais e o comércio
de rua, estas são ofertas distintas.
“Apesar de os fóruns conseguirem
captar um nicho de público muito
abrangente, as lojas de rua continuam a manter uma forte posição,
dada a relação de proximidade que
estabelecem com os clientes”. É
importante também salientar que
muito produto confecionado em
Portugal chega ao cliente final por
intermédio destas lojas, que apostam na diversidade e na qualidade.
No entanto, este é um setor que
“É importante
também salientar
que muito produto
confecionado em
Portugal chega ao
cliente final por
intermédio destas
lojas, que apostam
na diversidade e na
qualidade”
precisa de ser reavivado e apoiado,
algo que tem vindo a ser feito por
autarquias, essencialmente do Interior, que privilegiam a preservação
das lojas tradicionais à centralização das grandes superfícies.
O Hiper Grossista CNS assume-se como um parceiro importante e procura ir ao encontro das
necessidades de todos os seus
A atual administração do Hiper
Grossista CNS está a comandar
os destinos deste condomínio
comercial há cerca de sete anos.
Tanto os lojistas como os clientes
enfrentam obstáculos diários, mas
todos continuam a acreditar neste
projeto. Criado há duas décadas
mantém um forte impacto na região
através da dinamização da economia, criação/manutenção de postos
de trabalho e apoio aos produtos
fabricados em Portugal. “Unidos
devemos continuar a trabalhar para
o sucesso”, salientam.
Agradecendo aos clientes que
“todos estes anos têm contribuído
para o crescimento e afirmação
do CNS”, em final de conversa os
administradores deixam o convite a
todos os profissionais do comércio
para visitarem este espaço com 18
mil m2, 125 lojas e todas as comodidades que lhes permitem cuidar
do seu negócio, pensando sempre
na satisfação do cliente final. |
Maio I 7
Portugal Inovador
8 I Maio
Portugal Inovador
Ensino Profissional:
Virtudes e desafios
As ofertas profissionalizantes têm conseguido afastar-se do estigma que lhes estava
associado. Assumem-se, pelo contrário, como uma opção de futuro inteligente para jovens
de variados perfis sociológicos e académicos, sendo, ao mesmo tempo, uma componente
estratégica para o desenvolvimento e para a coesão territorial.
Tendo comemorado, há pouco tempo, 25 anos desde o seu
restabelecimento dentro do sistema educativo, este ensino tem
registado um renascer do seu
prestígio. Durante muitos anos,
era entendido como uma via
destinada unicamente a alunos
com historiais de desmotivação
e de aproveitamento débil. Nos
últimos anos, os exemplos de
uma inserção satisfatória destes
jovens quer na vida ativa quer no
Ensino Superior vieram contrariar esta perceção.
Estes registos foram potenciados por uma maior qualificação
destas ofertas, ao nível dos recursos humanos e técnicos, bem
como do respetivo ajustamento
às carências de mão-de-obra por
parte dos diferentes segmentos
da economia. Este incremento
na qualidade trouxe uma credibilização, que contribuiu para a sua
aproximação à meta estabelecida
de 50% de alunos. Neste momen-
to, o universo de alunos afeto a
esta vertente representa uma
percentagem na ordem de 40%
do total de discentes do ensino
secundário.
É uma opção que oferece
perspetivas que já não são desfavoráveis face às da via regular. É perfeitamente conhecido
que a saturação da oferta de
profissionais dentro das classes
com qualificações superiores
foi evoluindo paralelamente
ao défice de oferta de quadros
intermédios. De maneira que
sejam saídas profissionais com
essas tais perspetivas, ao mesmo tempo que estas formações
não invalidam um eventual prosseguimento de estudos nas Universidades e Politécnicos.
Agora, sendo já assinalável o
caminho entretanto percorrido,
colocam-se alguns desafios.
Para além do que há para fazer
dentro do contínuo reforço da
qualidade com que estes cursos
são ministrados, coloca-se a
aproximação das ofertas à natureza do contexto empresarial
envolvente e a necessidade de
evitar a sobreposição destas
ofertas entre escolas, procurando satisfazer uma lógica de
complementaridade entre estas.
Esta definição tem sido articulada conjuntamente entre as
Comunidades Intermunicipais, a
Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional e as
próprias entidades formadoras.
São estas últimas que estão no
terreno, vivenciando os diferentes aspetos da tendência já
descrita. Nas próximas páginas,
seguem-se vários exemplos ilustrativos desta evolução, que tem
estado a elevar as expetativas
profissionais – não esquecendo
as sociais e cívicas - de muitos
milhares de jovens, assim como
as dos diferentes agentes do
desenvolvimento económico e
regional. |
Maio I 9
Portugal Inovador
Lamego aposta
na geração de riqueza
Francisco Lopes, autarca de Lamego, ajudou-nos a conhecer a
vida económica do concelho e o caminho que os seus diversos
intervenientes estão a seguir.
“Tenho por hábito dizer que, sendo
nós um município pequeno do Interior,
não podemos desperdiçar nenhuma
oportunidade. Temos que estar em todas”, sublinha. Esta afirmação encerra
em si aquilo que, efetivamente, se está
a passar neste território, residindo as
tais oportunidades nas suas virtudes
de natureza agrícola, etnográfica e
paisagística.
Os vinhos permanecem como destaque, suportado não só no exemplo
do vinho do Porto, como também nos
espumantes e nos vinhos de mesa do
Douro. “Esta componente continua a
ter um desenvolvimento muito grande,
com o surgimento de novas marcas
com escala, dimensão e notoriedade
nos mercados internacionais”, aponta.
Além de funcionar como um cartaz
promocional de excelência, o setor
vitivinícola está “a fundamentar o re-
10 I Maio
gresso de muita gente à agricultura.
Falamos de pessoas que tiveram
outras atividades, as quais lhes deram
capacidade financeira, conhecimento e
mundividência e que estão a ingressar
no setor, bem como muitos jovens”.
A segunda atividade que Francisco
Lopes nos indica como “emergente”
é a do turismo, decorrendo esta da
primeira. “Surge a partir dessa componente vitivinícola e paisagística.
Com o exemplo dos socalcos, a plantação destinada ao vinho do Porto foi
construindo uma paisagem ao longo
de séculos que tem um valor cultural,
paisagístico e turístico que é, inclusive,
reconhecido pela UNESCO”, descreve. O setor está a evoluir num caminho
que é, aliás, paralelo ao do vinho, à
medida que vai dando passos na sua
expressiva afirmação internacional.
Se a ideia passa por “estar em to-
das”, o concelho não poderia ficar por
aqui. Outros produtos endógenos que
podem ser enumerados são os fumeiros, o mel, as compotas e os licores.
Já fora da vida rural, o comércio e os
serviços têm uma tradição relevante na
cidade. Lamego, ocupando uma área
de passagem entre o Douro e a Beira,
teve sempre uma condição de zona
propícia a trocas comerciais. Dentro
dos serviços, pontificam os casos da
saúde e do ensino, numa lógica de
atendimento não apenas ao concelho,
como também à região no seu sentido
alargado.
O ensino, justamente, é um fator
incluído na estratégia municipal e
regional para o desenvolvimento.
Francisco Lopes é também presidente da CIM-Douro, sendo neste
plano que está a ser feita a reflexão
sobre a oferta formativa nos territórios
abrangidos. O novo desafio passa por
“articulá-la à escala da região, evitando que as escolas de um concelho
fiquem a competir com as de outro
e conseguindo fazer com que sejam
complementares. Ao mesmo tempo,
procuramos ajustá-la às necessidades
do tecido empresarial. Sendo evidente
que há empresários com dificuldades
de preparação para estes desafios,
notamos que há mais quem aposte
na formação e no recrutamento de
profissionais mais qualificados”. |
Portugal Inovador
Ensino arguto e proativo
em torno da comunidade
Com o objetivo de assumir as responsabilidades inerentes a ser
a única entidade escolar do concelho, o Agrupamento de Escolas
de Arganil procura adotar perante a comunidade escolar e o
meio envolvente, um papel ativo de colaboração e valorização
dos recursos humanos, parte integrante da sua missão social.
Com uma visão ampla de futuro,
o Agrupamento de Escolas de Arganil procura desempenhar um papel
educacional alargado, preparando os
jovens com qualidade e exigência para
enfrentar os projetos futuros na vida ativa. Esta postura de educar elementos
de forma crítica e ambiciosa, com visão
e competências essenciais para a integração no meio, obriga a um trabalho
expansivo a nível psicopedagógico,
estudando as necessidades do tecido
empresarial e as vontades vigentes
dentro da comunidade escolar.
O reflexo desta postura ambiciosa
e de relacionamento com a comunidade é a oferta formativa e extracurricular existente, que visa estimular
uma diversidade de valores e uma
heterogeneidade de oportunidades,
satisfazendo o âmago de cada aluno.
Assim, o Agrupamento de Escolas
de Arganil disponibiliza, para além do
ensino regular, um curso vocacional
básico de Animação, Artes e Ofícios
e Empreendedorismo, um curso vocacional secundário de Informação e
Animação Turistica e uma panóplia
de oportunidades de formação a nível
profissional. No presente ano letivo,
encontram-se a funcionar em pleno
os cursos de Técnico de Manutenção
Industrial – Mecatrónica, Técnico
de Gestão do Ambiente, Técnico de
Turismo Ambiental e Rural, Técnico
de Multimédia, Técnico de Gestão de
Equipamentos Informáticos, Animador
Sociocultural. Para o próximo ano
letivo, e pela primeira vez e no seguimento do paradigma de resposta às
necessidades existentes na comunidade, a Escola disponibiliza o Técnico
Auxiliar de Saúde. Na vertente regular
de ensino secundário, o agrupamento
oferece as áreas de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e
Artes Visuais.
Mas o papel educativo do agrupamento no seio da comunidade não
termina aqui. Sentindo a palpitação
desta urbe rural, o ensino público em
Arganil foi alargado à comunidade
adulta, de forma a melhorar a qualidade e formação da população, procurando incutir na região ferramentas
que promovam a equidade, coesão
social e empreendedorismo. Assim
sendo, a escola tem em funcionamento um curso EFA escolar. No próximo
ano letivo, o Agrupamento de Arganil
pretende abrir um curso EFA de dupla
certificação, na variante de Técnico de
Apoio à Gestão, um curso de português para todos e UFCD’s nas áreas
de Inglês e TIC.
Os 1411 alunos do agrupamento
são ainda contemplados com um vasto
leque de atividades extracurriculares,
desde projetos científicos, desporto
escolar ou programas de mobilidade
no âmbito do “Erasmus +” que procuram incutir valores e explorar talentos,
fomentando todo o potencial destes
jovens. Uma ânsia de trilhar um caminho exigente de educação com o firme
objetivo de alcançar uma formação de
qualidade. |
Maio I 11
Portugal Inovador
Aposta nas renováveis
A oferta de ensino profissional da Escola Básica e Secundária da Sé (Lamego) para o
próximo ano letivo vai estar inteiramente dedicada a uma área de formação que tem sido o
seu destaque nos últimos anos.
Uma breve síntese histórica da
instituição remete-nos, inicialmente,
para o ano de 1961. Foi nesta altura
que foi criada, por decreto governamental, enquanto Escola Industrial
e Comercial de Lamego. Em 1986,
passou para as atuais instalações,
mas a matriz quer comercial quer
técnica manteve-se na sua identidade. Em 2007, foi integrada no
agrupamento homónimo, que inclui
também dois centros escolares e
alguns jardins de infância dispersos
pelas freguesias do concelho. Esta
realidade é frequentada por 1300
alunos, servidos por 130 docentes.
“Não queremos ser um agrupamento massificado”, introduz o
diretor, Carlos Dinis Almeida. “Queremos sim um agrupamento onde
caibam todos, como escola pública,
mas onde seja possível a escola
dar tudo diferente a todos e não
dar tudo igual a todos. É isso que
acontece na escola massificada e é
isso que promove o insucesso. Tra-
12 I Maio
balhamos para inverter a lógica do
aluno que não sabe tem de chumbar pela do aluno que não sabe tem
de aprender, sendo criteriosos na
diversificação da oferta formativa e
na aplicação dos recursos. Garante
que o agrupamento da Sé tem conseguido tratar os seus alunos “com
diferenciação”, processo coadjuvado por “uma equipa multidisciplinar
de luxo”, que está devidamente
vocacionada para intervenções de
natureza social e psicológica.
Apresentando-nos a respetiva
oferta educativa, o responsável
chama a atenção para a já referida
matriz técnica e comercial. “Não é
por acaso que mantemos, no ensino
regular, o curso de Ciências Socioeconómicas”, indica, o qual se junta
à oferta de Ciências e Tecnologias
e Línguas e Humanidades. Para a
via profissional, as “boas condições
em termos de oficinas e laboratórios
têm permitido o funcionamento de
cursos mais vocacionados para a
vertente técnica. A escola já teve
cursos de eletricidade mas, entretanto, com a evolução dos tempos
e dos conceitos, foi-se fixando na
área das energias renováveis, que
ainda tem um grau de procura muito significativo por parte do tecido
empresarial de Lamego e não só”.
Para 2015/2016, ficou definido
que o curso de Técnico de Energias
Renováveis será a opção profissionalizante a constar na oferta formativa da escola básica e secundária
da Sé. O diretor refere que é um
curso com um grau de empregabilidade “quase certo, quer no
trabalho por conta de outrém quer
a nível dos exemplos de alunos que
criaram as suas microempresas no
setor”. |
Portugal Inovador
Agrupamento dinâmico
O Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo tem conseguido resultados
positivos no âmbito da participação em projetos da inserção no mercado de trabalho e da
preparação para o Ensino Superior.
Esta realidade resultou da junção, em 2012, do Agrupamento de
Escolas de Tondela e o de Lajeosa
do Dão. Cobre a Escola Básica de
Tondela, a Escola Básica de Lajeosa do Dão e a Escola Secundária
de Molelos, às quais se junta um
conjunto de jardins-de-infância e
escolas do 1º ciclo repartidos pelas
diferentes freguesias do município.
É uma realidade socialmente heterogénea, nas palavras da diretora,
Helena Gonçalves: “Embora nas
três escolas existam muitos casos
de desemprego nas famílias, as três
principais escolas correspondem a
contextos diferentes”.
O concelho de Tondela tem
vindo a perder habitantes, o que
se repercute na perda anual de
dezenas de alunos. De qualquer
forma, o agrupamento tem resultados para apresentar quanto ao
propósito de dar um futuro a este
universo estudantil. A aposta na
oferta profissionalizante é exem-
plo disso, apresentando saídas
como o Turismo, o Turismo Rural
e Ambiental, Multimédia e Saúde.
Helena Gonçalves considera positiva a forma como “a comunidade
local acolhe estes discentes para
a realização dos seus estágios
em contexto de trabalho”. O caso
da formação em Turismo Rural e
Ambiental destaca-se nas perspetivas de empregabilidade, dada “a
grande quantidade de unidades e
infraestruturas existentes na região
que permitem uma colocação muito
fácil destes jovens”.
A oferta para prosseguimento
de estudos contempla apenas a
vertente das Ciências e Tecnologias, mas a nossa interlocutora
relata que “todos os alunos que se
candidatam ao Ensino Superior têm
entrado na 1ª ou 2ª opção”.
Fora do trabalho de natureza
curricular, as atividades inseridas
no âmbito dos clubes e projetos
apresentam “grande dinâmica”. A
instituição tem, para além dos objetivos do sucesso académico e da
prevenção do abandono, o desígnio de “desempenhar um trabalho
muito grande de formação cívica e
de cidadania”. É nesta perspetiva
que se contam entre as consagrações da comunidade, a conquista,
por três anos consecutivos, do 1º
prémio da Escola Alerta a nível
nacional; do 1º e 3º lugares no Concurso Nacional Da SIC Esperança
– Liberdade de Expressão e Redes
Sociais. A nível artístico, obteve o
2º prémio da 11ª edição do Prémio
Fundação Ilídio Pinho “Ciência na
Escola”, com um projeto dedicado
ao barro preto de Molelos e o 2º
lugar no Concurso “cienTIstas e
arTIstas” da Texas Instruments,
em parceria com a Casa das Ciências. Ficou também em 1º lugar no
Concurso do ACP Kids / Kidzomia
(Programa Nacional de Educação
Rodoviária), uma aluna do 3º A
da Escola Básica de Tondela, na
categoria de 3º e 4º anos. O Clube
do Ambiente da Escola Secundária
de Molelos com o Projeto “Biodiversidade em Molelos” foi um dos
seis finalistas da edição 2013-2014
do Projeto 80. O projeto da Escola
Básica de Tondela “Conhecimento
à mão - Cidadania.com TIC”, no
âmbito da candidatura “Ideias com
Mérito 2014”, premiado pela Rede
de Bibliotecas Escolares, foi um dos
sete projetos agora selecionados e
financiados. |
Maio I 13
Portugal Inovador
O coração vinhateiro do Douro
Pertencente ao distrito de Viseu, confinante com o rio Douro, São João da Pesqueira aposta
na educação, na vitivinicultura, no turismo e no rio Douro para superar as dificuldades do
país atual.
Fundado em 1055, São João
da Pesqueira é o concelho mais
antigo de Portugal. Localizado na
região demarcada do Douro, conta
com 7900 habitantes que vivem, na
sua maioria, intimamente ligados ao
motor da economia da região - o vinho. Não sendo por acaso que São
João da Pesqueira é o concelho
que detém a maior área classificada de Património Mundial. Direta e
indiretamente, tanto a agricultura
como o turismo são os pontos fortes
do concelho e inegavelmente recursos que têm de revestir um enorme
valor para as pessoas da região.
Ainda assim, outros dois recursos
se destacam na economia local, o
azeite, maçã e amêndoa.
A indústria vinícola, marcadamente existente no dia a dia da região, tem potenciado uma evolução
deste concelho e das pessoas. Os
recursos do setor vinícola instigam e obrigam a uma educação
14 I Maio
e profissionalização dos recursos
humanos. “A educação tem sido
valorizada. A grande maioria dos
jovens tem seguido para estudos
superiores, aproximando-se de
forma significativa dos números
do Litoral”, elucida Vítor Sobral,
vice-presidente do município da
Pesqueira.
Neste concelho existe também
um enorme cuidado com as camadas mais envelhecidas da população. Segundo Vítor Sobral, “são
as pessoas mais idosas as nossas
grandes referências. São eles o
exemplo de força e perseverança
para ultrapassar as dificuldades.
Temos a preocupação de acompanhar, integrar e manter estas
pessoas ativas na sociedade. A
concretização do recente Projeto da
Saúde + Perto, ilustra bem a nossa
preocupação”.
Outro ponto-chave nas políticas
autárquicas locais, é a tentativa
constante de oferecer condições
de permanência aos jovens locais,
o que se reflete nos baixos números
de emigração, algo que contrasta
com grande parte do país. “Existe
uma política proativa de incutir ferramentas e oferecer todas as condições para manter os jovens em São
João da Pesqueira. Grande parte
dos nossos jovens liga-se ao setor
vinícola e acaba por estabelecer a
sua vida aqui. Existe um gabinete
de empreendedorismo que procura aconselhar e acompanhar os
nossos empresários. Procuramos
oferecer as mais diversas ferramentas de apoio aos empreendedores,
desde o microcrédito, ao programa FINICIA, que lhes permitem
criar o próprio emprego e darem
continuidade à sustentabilidade do
concelho”.
“O nosso futuro passa, obrigatoriamente, por valorizar, mais ainda,
o Douro. Através de parcerias com
operadores. Fazer um acompanhamento e continuar a dar força
ao empreendedorismo local e ao
cooperativismo. Dinamizar a agricultura, dando espaço aos agricultores para laborarem. É exemplo o
recente projeto de eletrificação rural
para os campos agrícolas. Divulgar
e expandir os produtos endógenos
da Pesqueira, nomeadamente
o vinho, sendo uma força motriz
de toda a economia regional. No
entanto, carecemos de melhores
acessibilidades rodoviárias que
nos permitam reduzir os custos de
contexto das nossas empresas e
munícipes, que permitam a atração
de mais investimento e que permitam uma maior afluência de turistas
ao concelho, sendo algo pelo qual
andamos a lutar desde o anterior
mandato”, explica-nos Vítor Sobral.
Uma política que visa potencializar as ligações entre o território, o
rio e as pessoas e sobretudo trans-
Portugal Inovador
formar São João da Pesqueira num
local turístico e ponto obrigatório de
visita no nicho do Enoturismo nacional, destacando-se a realização da
Vindouro, por parte do município de
S. João da Pesqueira, com o objetivo de promover os vinhos e azeites
dos produtores/engarrafadores,
procurando potenciar a sua comercialização e internacionalização.
A Esprodouro, referência no
ensino profissional local, procura
coadunar as necessidades do terceiro setor com o futuro dos jovens.
Daí a aposta na oferta formativa
nas áreas da Viticultura e Enologia:
“O objetivo da escola passa por
articular o ensino com a realidade
do concelho. Através deste trabalho
eficaz e empreendedor, procurando
captar outros para investirem em
São João da Pesqueira. Tem existido um investimento muito grande
nas infraestruturas escolares e no
material de ensino quer na sede
de agrupamento, quer nos centros
escolares. O município assegura
transportes gratuitos, AEC’s, financiamento de atividades escolares,
comparticipação de 80% das visitas de estudo, comparticipação
na aquisição dos livros e material
escolar, desde o jardim-de-infância
até ao secundário, bolsas de estudo para ensino superior, bolsas
de mérito para os alunos do concelho e está a financiar um curso
vocacional de 3º ciclo de viticultura
e enologia”, explica Vítor Sobral,
vereador da educação.
Após este processo de formação, os alunos têm encontrado
emprego na região, nomeadamente em Restauração, Hotelaria
e Comércio. Mas, equacionar-se-á uma mudança positiva para
a região com a instituição do
curso de Viticultura e Enologia na
escola profissional. “Existe uma
grande motivação por parte do
nosso terceiro setor e daí os empreendedores jovens em apostar,
nomeadamente no Enoturismo. E
concretizando esses projetos, a
empregabilidade aumentará significativamente”, defende o vereador
da educação. |
Maio I 15
Portugal Inovador
Ensino D’Ouro
Com 20 anos de história no âmbito educativo, a ESPRODOURO é uma entidade de ensino
marcadamente de excelência, que faz do profissionalismo e rigor ferramentas de promoção
e evolução da região do Douro.
“A Câmara Municipal e a Caixa de
Crédito Agrícola Mútuo de São João
da Pesqueira, representantes dos interesses sociais e do desenvolvimento
local, tendo a noção das dificuldades
económicas e sociais da região, promoveram a criação de uma escola
profissional com o objetivo de inserir
e incentivar a fixação dos jovens na
região do Alto Douro e contribuírem
para a sua inserção no mundo do
trabalho, bem como para uma melhor
e adequada qualificação profissional”,
explica Jorge Rocha para abertura de
conversa.
Surge, assim, a 25 de setembro
de 1995, a ESPRODOURO, Escola
Profissional de São João da Pesqueira. Por força da entrada em vigor do
decreto-lei nº 4/98 de 8 de janeiro é
constituída a ASDOURO - Associação de Desenvolvimento do Ensino e
Formação Profissional do Alto Douro,
que foi cooptar a Associação de Pais
da ESPRODOURO, constituindo-se
como entidade proprietária.
OFERTA PROFISSIONAL
Esta instituição tem como missão
proporcionar a todos a oportunidade
de qualificação e certificação, de nível
básico ou secundário, adequada ao
perfil de necessidades de qualificações
escolares e profissionais dos jovens
16 I Maio
e dos adultos. A escola, pioneira nos
Cursos de Especialização Tecnológica,
foi atualizando a sua oferta formativa
de forma a acompanhar o evoluir dos
tempos e aumentar a sua abrangência.
Atualmente, procurando responder às
necessidades do tecido empresarial
e dos jovens formandos, oferece
para o próximo ano letivo os cursos
Técnicos de Manutenção Industrial Mecatrónica, Viticultura e Enologia e
Restauração, nas vertentes Cozinha/
Pastelaria e Restaurante/Bar. Estes
cursos de nível 4 são fatores críticos de
sucesso desta instituição, contribuindo,
decisivamente, para o desenvolvimento da região, potenciando os recursos
humanos, oferecendo às empresas
mão de obra especializada e criando
condições para um trabalho mais
eficaz e de qualidade superior. Sendo
a vinha e o vinho a fonte de maior
rendimento da Região do Douro, todos
estes cursos são um complemento ao
setor empresarial da região, elucida o
Diretor da ESPRODOURO
Para complementar esta oferta
formativa, a ESPRODOURO pretende
disponibilizar para 2015/2016 cursos
de Educação e Formação de Adultos,
para certificar e qualificar competências de 9º e 12º ano. Esta medida visa
colmatar necessidades vigentes numa
população que reflete taxas significativas de abandono escolar.
É fundamental instituir esta vontade de colaborar com a sociedade e
“Frequentei a Esprodouro em dois cursos: Técnico de Turismo Ambiental e Rural que teve a duração
de três anos e me deu equivalência ao 12º ano e ainda o de Técnicas e Gestão Hoteleira um Curso de
Especialização Tecnológica com a duração 9 meses. Pude também colocar em prática os conhecimentos
apreendidos em sala de aula, nos estágios realizados, os primeiros no Peso da Régua e o terceiro no
Funchal, todos em hotéis de referência nacional/internacional. Ter frequentado a Esprodouro foi das melhores opções que tomei na vida, pude aí renascer a nível pessoal e profissional. Aconselho vivamente a
frequência desta escola, pois prepara os seus alunos para a vida ativa e promove atividades escolares e
extraescolares de enriquecimento imensurável”.
Marisa Vasconcelos, licenciada em Gestão de Recursos Humanos pelo IPG
“Frequentei o curso Técnico Restauração – Cozinha/Pastelaria na Esprodouro entre 2010 e 2013.
Passei excelentes momentos, devo muito a essa escola. Foram os melhores três anos da minha vida, criei
amigos que hoje ainda me acompanham e tive formadores que hoje são verdadeiros amigos... Bem…
não há muitas palavras a dizer, a não ser que foi simplesmente único. Hoje trabalho na Pousada de Viseu
como cozinheira, instituição onde estagiei, pois a escola deu-me essa oportunidade. Nada melhor do que
a vida de estudante, principalmente, se for na Esprodouro”.
Alexandra Pinto, cozinheira
“Estudei na Esprodouro, onde comecei a minha aventura em 2006, finalizei com sucesso dois cursos,
Serviço de Mesa e Bar e Técnico de Restauração - Cozinha/Pastelaria.
Em plena adolescência embarquei na aventura de ir para o coração do Douro, a bela vila de São João
da Pesqueira, lá fui bem recebido pelas gentes locais, mas principalmente pelos docentes da Esprodouro.
Se hoje sou o homem que sou, tudo o devo a eles, não só pela formação profissional, mas também por
outro tipo de ensinamentos. Posso mesmo dizer que tudo funcionava como uma grande família.
A Esprodouro sempre me deu possibilidade de que os meus estágios curriculares fossem em restaurantes de prestígio nacional e internacional, onde tive a oportunidade de conhecer e trabalhar com
grandes Chefs de cozinha.
Atualmente, e depois de passar por várias cidades e restaurantes sou chefe de cozinha e proprietário
do Restaurante Aldeia Douro, onde tenho o prazer de receber formandos da Esprodouro, que vêm em
estágio curricular. Não poderia terminar o meu testemunho sem escrever “Na Esprodouro eu fui feliz!”
Marcelo Branco, Chef de cozinha e empresário
Portugal Inovador
oferecer condições e incentivos para
um regresso efetivo à escola, reitera
Jorge Rocha.
Projetos de Futuro
para a Escola
Profissional de São
João da Pesqueira
Considerando o figurino desta escola, procuramos promover estágios
em entidades de referência nacional
nas diversas áreas de formação e
potenciar projetos que permitem explorar outros valores e talentos dos
formandos. O padrão de qualidade é
uma marca da escola. Segundo Jorge
Rocha, “a aposta de presente e futuro
é continuar este ciclo de Escola Viva,
mantendo como primazia as vontades
dos alunos e dos pais, em estreita
colaboração com as necessidades e
objetivos da instituição. Pretendemos
aumentar o leque de formação disponível, nomeadamente com a abertura
de cursos de Formação de Formadores, cursos de Socorrismo, cursos
de Suporte Básico de Vida, cursos de
Proteção Civil e de forma almejada
um curso de Tripulante de Ambulância
de Socorro”. Na formação de adultos
pretende dar-se continuidade às Formações Modulares e diligenciar para
que o Centro para a Qualificação e
Ensino Profissional seja uma realidade nesta escola. Numa vertente mais
institucional, potenciar a parceria com
o Instituto de Formação Turística de
Macau, facultado formações e estágios, criando intercâmbios de alunos
locais, com alunos de Macau. Ao nível
do acompanhamento empresarial,
a escola está a desenvolver ofertas
formativas em diferentes áreas, por
forma a responder às necessidades
legais de formação nas empresas e
instituições. Pretende-se continuar a
promover workshops realizados por
ex-alunos, mostrando aos atuais e toda
a Comunidade o que de melhor se faz
nesta escola.
“Procuramos que os nossos formandos sejam a chave para o futuro,
na certeza de que O sucesso da escola
não depende dos alunos, mas o sucesso dos alunos depende da escola”,
concluiu o diretor da escola. |
Maio I 17
Portugal Inovador
Oferta adequada aos
interesses dos alunos
A Escola Secundária de Afonso de
Albuquerque, na Guarda, irá manter uma
oferta profissional centrada nas áreas do
Desporto e da Restauração.
Apresentando esta instituição é
indispensável referir o seu estatuto
de escola herdeira do Liceu Nacional
da Guarda. Assenta, por isso, num
percurso centenário, ao longo do
qual “sempre foi uma referência ao
nível das individualidades que por
ela passaram”, nas palavras do subdiretor, João Paulo Pinto. Dentro dos
acontecimentos mais recentes que
marcaram este percurso, regista-se
a mais-valia que foi a requalificação
das instalações, em 2008, e também
a sua integração no agrupamento
homónimo.
Um sintoma dos bons efeitos
desta requalificação tem sido “o
boom que a escola conheceu quanto
ao seu número de alunos”, estando
as instalações no limite em relação
18 I Maio
ao número de turmas. A melhoria
deste espaço não será o único
fator por detrás da vitalidade da
instituição, não sendo a isto alheia
a aposta que tem sido feita na oferta
formativa. A Secundária de Afonso
de Albuquerque posiciona-se com
cursos mediante os quais procura
estar em sintonia com as vontades
dos alunos, não esquecendo o respetivo potencial de empregabilidade.
João Paulo Pinto nota que estes
mesmos alunos correspondem a
“um público que, em muitos casos,
fez o percurso regular com alguma
dificuldade e desmotivação mas
que, ao enveredar por uma área
que lhe seja cativante, consegue
apresentar muita qualidade”. Acrescentando, considera que “todo o
ensino deveria caminhar no sentido
de adequar as coisas ao que o aluno
gosta. Se o aluno se sentir motivado dentro daquilo que está a fazer,
isso é meio caminho andado para
o sucesso, e é esse sucesso que,
de facto, a escola tem estado a ter”.
A oferta incide então nos cursos
de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva e Técnico de Restauração.
Fernando Proença, elemento da
direção responsável pela via profissional, fez-nos uma descrição da
capacidade com que a Afonso de Albuquerque se apresenta no âmbito
destas formações: “Na vertente do
Desporto estamos bem capacitados
com um pavilhão próprio, campos
de jogos, um ginásio e o recurso
ao estádio e piscinas municipais.
Além disso, organizam-se visitas de
estudo a Espanha onde os alunos
podem desenvolver atividades na
neve. É uma área onde não temos
problemas. A área da Restauração
é que precisa de algum investimento. Na altura da requalificação,
fomos dotados de equipamentos
próprios para cursos com procura
na altura (Eletricidade). Entretanto,
com a mudança radical na oferta,
passámos a ter ótimas oficinas que
não utilizamos, quando, ao mesmo
tempo, estamos sem equipamentos
adaptados a um dos cursos que
estamos a ministrar. Precisávamos
de um investimento, através do qual
Portugal Inovador
se substituam os equipamentos de
eletricidade por uma cozinha pedagógica. Felizmente, temos tido
formadores que transformam as
dificuldades de modo a que o curso
funcione de forma equilibrada e com
o sucesso que se pode constatar”.
Quanto às perspetivas de futuro
dos alunos inscritos nestes cursos,
a formação na área do desporto
canaliza-os, sobretudo, “para trabalhos junto das autarquias da região”.
Muitos deles acabam, no entanto,
por continuar os seus estudos, havendo aqui uma grande vantagem
derivada da oferta de Desporto na
qual o Instituto Politécnico da Guarda tem vindo a apostar. No caso
da Restauração, a avaliação, nos
períodos de formação em contexto
de trabalho, por parte das unidades
hoteleiras de acolhimento, tem sido
ótima pelo que se aguarda que muitos deles consigam ser contratados
pelas mesmas entidades.
Por último, lembrando outros
públicos e outras dimensões em
que esta escola se assume como
uma referência, a diretora, Amélia
Fernandes, deixa uma palavra para
o trabalho feito “nas áreas da intervenção precoce, da multideficiência
ou do espectro do autismo”. Nomeadamente, é neste agrupamento que
se encontra o Centro de Recursos
TIC para o distrito da Guarda. |
Maio I 19
Portugal Inovador
Ser uma mais-valia
para a região
O Agrupamento de Escolas Nuno Álvares está prestes
a comemorar dois anos. Tem como escola-sede uma
instituição herdeira de um legado de mais de 150 anos
de ensino.
A nova realidade em que se
insere a Secundária Nuno Álvares
colocou o desafio da “preservação
da sua identidade”, como afirma
o diretor, António Carvalho. Uma
identidade que assenta no seu
estatuto, enquanto “escola de excelência, com tradição, que preparou
para a vida profissional e para o
ensino superior muitos alunos da
região de Castelo Branco”.
Região essa que, à imagem
daquilo que é transversal a todo
o Interior, luta com conhecidos
problemas de ordem demográfica.
“A quebra da natalidade é gravíssima e não há hipótese de que esta
20 I Maio
tendência seja invertida a curto
prazo. No Interior, as expectativas
não são nada animadoras e todos
os estudos apontam num sentido
altamente preocupante”, descreve.
Nessa perspetiva, as diferentes entidades públicas e privadas têm um
papel na credibilização das regiões
enquanto lugares onde se possa
seguir uma estratégia de vida, sendo este um papel que o responsável
do agrupamento assume: “Se as
pessoas pensarem em voltar para
o Interior, um dos fatores a que
irão dar prioridade é a educação.
Dão valor ao emprego, à saúde
e também ao ensino, procurando
saber se os filhos, estando aqui,
não são prejudicados comparativamente com os alunos que estão
em escolas do Litoral. Esse é mais
um motivo para apostarmos na
qualidade”.
A oferta profissionalizante não
é alheia a esta aposta. Para além
das vertentes do ensino regular
(Ciências e Tecnologias, Línguas e
Humanidades e Ciências Socioeconómicas), os alunos que ingressam
no ensino secundário têm aqui
como opção o curso de Técnico
Auxiliar de Saúde: “É uma formação que temos há vários anos. De
acordo com os dados da ANQEP,
obtidos através de um inquérito
muito exaustivo junto das empresas e outras entidades empregadoras, de entre as qualificações
mais procuradas a nível nacional,
a de Técnico Auxiliar de Saúde
encontra-se em 4º lugar. Dentro da
nossa Comunidade Intermunicipal,
é a que está melhor posicionada,
quer em termos retrospetivos quer
prospetivos. É, para além disso,
uma área com muita procura por
parte dos nossos alunos”.
Indo ao encontro da desejada
qualidade, a formação em Auxiliar
de Saúde beneficia de parceiros,
Portugal Inovador
nomeadamente, a Escola Superior
de Saúde do IPCB: “Há determinados conteúdos práticos que os professores e alunos vão desenvolver
nas próprias instalações da escola
superior, sendo também possível a deslocação à nossa escola
de professores e técnicos dessa
mesma escola. Essa proximidade
dá garantias não só da qualidade
do curso propriamente dito, como
da preparação para um eventual
prosseguimento de estudos”.
Para os que recorrem a esta
formação visando a integração
imediata no mercado de trabalho,
a classificação atribuída pela ANQEP é sustentada pelos crescentes
exemplos de instituições e empresas que carecem destes técnicos.
“Estas necessidades surgem não
apenas nos hospitais e centros de
saúde, mas também nos lares ou
nas unidades de cuidados continuados. Os profissionais que trabalhavam nestas instituições não tinham
a preparação que estes jovens
estão a ter, com muitas horas de
estágio. O facto de termos uma população cada vez mais envelhecida
proporciona também que seja uma
área com futuro e na qual devemos
apostar. Não iremos deixar de estar
atentos ao que o mercado necessita
mas, de facto, por agora esta é a
nossa grande aposta”. |
Maio I 21
Portugal Inovador
Um ano marcado
por novas experiências
O Agrupamento de Escolas Amato Lusitano reforçou o seu acompanhamento aos alunos
do ensino profissional com a introdução de novas atividades no âmbito destes cursos. É
com referências a estes e outros projetos que o diretor, João Belém, nos fez o balanço do
ano letivo.
As linhas mestras desta oferta
profissionalizante têm sido as
formações em Multimédia, Mecatrónica, Gestão e Programação
de Sistemas Informáticos e Apoio
à Gestão Desportiva. De acordo
com as expectativas, o plano
para 2015-2016 deverá manter
esta configuração. O diretor da
Amato Lusitano - referência cinquentenária em Castelo Branco
- fala-nos de um conjunto de
novidades que este período
anual trouxe, dentro daqueles
que são os projetos inerentes a
estes cursos.
Para a área da Multimédia,
destaca-se o investimento na
criação de um canal de televisão próprio, que “está a funcionar ao nível mais profissional
que é possível. Vai a todos os
acontecimentos com os nossos
alunos a realizarem entrevistas
e reportagens e a fazerem todo
o acompanhamento das atividades da escola. Tem sido grande
22 I Maio
a aceitação e já temos convites
para celebrar acordos com alguns órgãos de comunicação
social da região, quer ao nível
da formação quer ao nível da
colaboração”.
A Mecatrónica foi igualmente
objeto de novas ambições, que
se concretizaram este ano com
a entrada em funcionamento de
um clube de kart: “Os alunos
aprendem a construir, a montar,
a compreender o que se passa
e depois vem a vertente lúdica
que os motiva. Se dantes estes
estudantes queriam sair mais
cedo, agora querem sair mais
tarde. Chega a altura do fecho
da escola e muitos estão nas oficinas a tentar algumas nuances
na parte da mecânica”.
A aplicação da formação em
Informática tem contado com um
exemplo semelhante na dinamização do clube de Robótica
(onde a escola tem algumas participações nacionais) e, no caso
do Apoio à Gestão Desportiva,
estes alunos têm encontrado
um estímulo na organização das
várias competições regionais
que ocorrem na Amato Lusitano.
Contam também com a participação em projetos nacionais como
o PISA, OTES, TIMSS, ESPAD,
Jovens Cientistas, Parlamento
dos jovens e Olimpíadas da
Economia, da Matemática, da
Química.
Tudo isto, essencialmente,
tem visado incentivar os estudantes através da junção “do útil
ao agradável”, fazendo também
ver à comunidade que “estes ensinamentos podem ser aplicados
nas mais diversas áreas”. |
Portugal Inovador
Maio I 23
Portugal Inovador
A verdadeira cidade
educadora
Com escola pública desde a década de 70, o Agrupamento
de Escolas Celorico da Beira tem como missão formar alunos
para a vida.
“A nossa forma de atuar consiste
em procurar que no concelho de
Celorico da Beira a educação passe
por uma verdadeira política de cidade educadora ou seja, fazer com
que todas as infraestruturas, organizações, associações e entidades
do poder local possam, em conjunto, contribuir para a construção da
escola. Porque só com a participação de todos é que a escola pode
efetivamente pode desempenhar o
seu papel”, inicia Manuel Portugal,
diretor do agrupamento.
Hoje em dia, a escola enfrenta
desafios cada vez mais exigentes.
As dificuldades socioeconómicas
obrigam a reestruturar o posicionamento do ensino, oferecendo uma
panóplia de cursos, que correspondam às necessidades vigentes
no meio. “A oferta formativa deste
agrupamento de escolas vai desde
o pré-escolar ao ensino secundário
regular, apostando ainda nas ver-
24 I Maio
tentes profissionais. Ao nível dos
cursos vocacionais e profissionais,
nós somos instituição de referência na área da Mecânica. Outras
saídas para os cursos profissionais
prendem-se com a Informática e a
Restauração”, elucida-nos Manuel
Portugal.
Dentro da via profissionalizante,
as saídas dos cursos vocacionais
(equiparáveis aos antigos Cursos
de Educação e Formação (CEF),
dão equivalência ao 9º ano) possibilitam uma linha contínua de estudos
aos alunos que optam por este tipo
de percurso escolar, direcionado
para as necessidades e vocações
de alguns jovens: “Para o próximo
ano letivo a oferta nesta via de ensino é a Informática e a Mecânica
e Artes e Ofícios”.
Os 820 alunos deste agrupamento têm ainda um vasto leque
de atividades extracurriculares, que
lhes permite explorar outras áreas
e descobrir novos talentos: “Temos
sete modalidades de desporto
escolar, somos uma referência no
basquetebol e no pingue-pongue
e pioneiros no xadrez, no distrito
da Guarda. Na vertente cultural,
temos projetos de educação para a
saúde e atividade artística, na área
da música, expressão plástica e
teatro. Ganhámos a bandeira verde
do Programa Eco-escolas com dois
projetos fantásticos desenvolvidos
pelo pré-escolar e no primeiro ciclo
em interação com a comunidade
local, nomeadamente as hortas
pedagógicas e a festa da flor”.
Uma escola ativa e empreendedora, que procura ser um elo de
ligação entre o conhecimento, a
família e a região. |
Portugal Inovador
Uma escola eclética,
ativa na comunidade
Com uma visão proativa e empreendedora, o Agrupamento de Escolas de Tondela Tomaz
Ribeiro distingue-se pela oferta formativa vocacionada para o meio e as inúmeras atividades
extracurriculares ao dispor dos discentes.
Constituído por um núcleo de
1550 alunos e 170 docentes, o
Agrupamento de Escolas Tomaz
Ribeiro, em Tondela, é uma instituição de ensino público que
agrupa os diversos níveis de ensino, do pré-escolar ao secundário.
Atualmente é composto por dez
jardins-de-infância, sete escolas
de primeiro ciclo, duas escolas
de segundo e terceiro ciclo e
uma escola secundária, sede de
agrupamento. Sendo um agrupamento disperso por 50 quilómetros, abrange uma vasta área,
procurando ir ao encontro das
necessidades de cada um, seja
a nível social como profissional.
Em termos de formação, o
agrupamento oferece para além
do ensino regular, o ensino profis-
sionalizante e, a partir do próximo
ano letivo, cursos vocacionais.
Atualmente, para o terceiro ciclo
do ensino básico encontra-se em
fase de abertura o primeiro curso
vocacional da escola, com três
saídas distintas em Informática,
Restauração e Ambiente. A nível
do secundário, a escola Tomaz
Ribeiro oferece aos seus alunos
as quatro áreas dos cursos Científico-Humanísticos e ainda dois
cursos na vertente profissional,
Gestão de Equipamentos Informáticos e Análise Laboratorial.
Uma oferta distinta e que vai ao
encontro das vontades e preferências dos alunos. Além destes,
encontra-se em fase de conclusão
o curso profissional de Receção,
com turmas de 11º e 12º anos.
Além da vertente formativa,
o agrupamento aposta forte na
vertente extracurricular. Com a
vontade de cativar o gosto dos
alunos e descobrir potenciais
talentos e virtudes, a escola
disponibiliza-lhes a possibilidade
de integrarem diversos clubes.
Destacam-se, entre eles o Grupo
de Teatro NA XINA LUA, ex-libris
da escola, em parceria com a
ACERT, o PROSEPE, o Clube
de Jornalismo, responsável pelo
jornal escolar e o desporto escolar, que tem alcançado ótimos
resultados, nomeadamente no
basquetebol e na natação. A
escola oferece ainda outras atividades, mais relacionadas com o
ambiente e a comunidade, como
o Programa de Reflorestação da
Serra do Caramulo em parceria
com o Município de Tondela e o
programa Comenius (Erasmus
Mais) que permite aos alunos
conhecer e comunicar com outras
culturas e realidades.
Uma escola viva que procura
formar alunos, providenciando
ferramentas e conhecimento,
apostando na cultura e formação
pessoal e profissional para darem
cartas em todas as etapas da vida.
Um trabalho bem feito e que se
reflete no regresso dos alunos ao
liceu, de forma constante, para
relatarem experiências e devolverem à comunidade. |
Maio I 25
Portugal Inovador
Experiência na formação em
Turismo e Restauração
Há muito que o Agrupamento de Escolas Fernão do Pó tem focado a sua aposta nestas
atividades em matéria de ensino profissional.
Agregando toda a oferta pública de ensino no concelho do
Bombarral, o agrupamento foi
constituído em 2004, tendo assumido a atual configuração no
ano de 2009. Este conjunto de
escolas, inclui a escola básica e
secundária (a sede), o centro escolar do Bombarral (que abrange
o pré-escolar e o 1º ciclo), duas
unidades exclusivas de 1º ciclo
e três jardins de infância.
O diretor da instituição, Emanuel Vilaça, apresenta-nos o concelho como um território “marcadamente agrícola”, em que “o
setor industrial é muito pouco
expressivo e o comércio local
está a desaparecer”. Atendendo
26 I Maio
às características da realidade
em que está inserido e às oportunidades nas áreas aproximadas, o Agrupamento de Escolas
Fernão do Pó sempre associou
a sua oferta profissionalizante à
Hotelaria e à Restauração. “Praticamente desde que o ensino
profissional foi aberto às escolas
da rede pública que oferecemos
o curso de Turismo Ambiental
e Rural. Neste momento, oferecemos essa formação e os
cursos de Cozinha-Pastelaria e
de Restaurante-Bar”, explica o
responsável. Acrescenta que a
estratégia da escola “não passa
por diversificar muito a oferta,
mas sim melhorar continuamente
o que está a ser feito dentro das
ofertas já existentes. A bolsa de
formadores encontra-se estabilizada, oferendo-nos garantias
de qualidade e o feedback das
empresas tem sido muito positivo. Queremos afirmar-nos no
contexto regional como uma
escola que assegura elevados
padrões de qualidade nas suas
ofertas formativas. A publicação do livro “A saber a Oeste”,
constituído por um conjunto de
receitas elaboradas pelos alunos
recorrendo a produtos regionais,
pretende constituir-se como um
forte sinal disso mesmo”.
O esforço de melhoria da
qualidade foi facilitado pelo
novo contexto em que tudo isto
funciona. A escola ganhou uma
nova vida na sequência da intervenção da Parque Escolar, um
processo faseado entre 2010 e
2012, que deixou a comunidade
“logicamente satisfeita”: “Há
problemas por resolver, como
aconteceu em qualquer outra
escola e como é normal em obras
de grande dimensão, mas a melhoria das condições de trabalho
foi absolutamente extraordinária.
Não acredito que exista alguém
na nossa comunidade educativa
que diga o contrário. Para além
dos novos níveis de conforto e
de ser uma obra esteticamente
agradável, reflete-se também no
conjunto de valências que podemos oferecer à comunidade local
e regional. Criou um contexto
que favorece sinergias e que cria
oportunidades de colaboração”,
conclui. |
Portugal Inovador
Formação em contexto rural
A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes comemorou neste ano letivo o
seu 25º aniversário. O diretor João Quinas falou-nos deste seu percurso e da sua atualidade.
A criação, em 1989, surgiu da
iniciativa conjunta de algumas
entidades locais como a Escola
Básica e Secundária Dr. Manuel
Fernandes, a Associação de
Agricultores local e o município
de Abrantes. Estas entidades
promotoras haviam entendido
ser importante para a região
uma escola de base agrícola.
Os cursos técnico-profissionais
para formação agrícola estavam
já abrangidos pela Dr. Manuel
Fernandes, mas concluiu-se que
o melhor seria individualizar este
ensino. “O ensino agrícola tem
especificidades muito próprias
que, muitas vezes, não se coadunam com as características de
uma escola de ensino regular”,
afirma.
A Herdade da Murteira foi
então adquirida e neste espaço
deu-se início à criação de estruturas próprias que dessem
suporte à formação. Neste mo-
mento, para além desta herdade
com 64 hectares, a EPDRA funciona também noutro pólo, nas
instalações de uma antiga escola
C+S da freguesia de Mouriscas.
É, apesar disso, na herdade
que são dadas as formações de
natureza prática, adjetivada pelo
diretor como “real e autêntica”.
A oferta profissionalizante
aqui apresentada é distribuída
por sete áreas diferentes. A saber: Produção Agrária, Gestão
Equina, Turismo Ambiental e Rural, Recursos Ambientais e Florestais, Proteção Civil, Restauração e Animação Sociocultural. O
primeiro dos cursos enumerados
é o caso que nos é referenciado
por João Quinas como aquele
onde a procura tem sido mais
intensa. “Nos últimos quatro ou
cinco anos, a agricultura passou
a estar na moda, sendo a restauração também outro exemplo disso. No caso da agricultura teve,
de facto, uma procura crescente,
havendo muitos casos de filhos
de agricultores que querem dar
continuidade à atividade dos
pais”, explica.
Dentro do trabalho feito nesta
vertente, a EPDRA destaca-se pela construção de uma
dinâmica própria de produção
e interação com o mercado.
Concretamente, estes jovens
estão envolvidos na produção de
vinho, azeite ou produtos hortofrutícolas. “A afirmação destas
escolas passa pela formação
de alunos capazes de integrar
o mercado de trabalho, mas
também por transmitir a imagem
de que a formação resulta num
produto palpável. Esta lógica
empresarial tem sido um objetivo
nosso e tentamos transmitir aos
alunos que podem vir a ser técnicos por conta de outrém mas
também poderão ser os próprios
a criar o seu próprio emprego”,
sustenta. |
Maio I 27
Portugal Inovador
“Integração dos alunos,
diferenciação das aprendizagens”
É assim que Alcides Sarmento, diretor do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira,
enuncia o princípio orientador de toda a sua ação educativa.
O balanço que nos é feito
da existência enquanto agrupamento é positivo: “A articulação
entre ciclos - um velho problema
do nosso sistema - medidas
pedagógicas comuns, um único
projeto educativo, estruturas
pedagógicas e uma gestão unificada, permitem dar corpo a uma
estratégia para todo o percurso
escolar dos alunos”. Ao mesmo
tempo, a construção do centro
escolar permitiu concentrar no
novo e moderno edifício o ensino
pré-escolar e o 1º ciclo, o que
“facilita a integração destes dois
níveis, para além dos benefícios
do próprio espaço físico”.
Neste momento, esta realidade é agregadora de um universo de mais de 1400 alunos,
distribuídos por uma oferta que
vai do pré-escolar ao ensino
secundário. Obedecendo ao
lema já exposto, Alcides Sarmento considera “fundamental
que nenhum dos alunos fique
para trás e que todos possam
ir o mais longe possível, mas
também, e simultaneamente,
que os nossos melhores alunos
28 I Maio
se possam comparar com os melhores alunos de qualquer escola
do país”. Daí que se registem,
habitualmente, “melhores resultados que a média nacional
na percentagem de alunos que
concluem o ensino secundário e,
em simultâneo, os bons alunos
entram no ensino superior na
sua primeira opção mesmo em
cursos como Medicina, como
aconteceu este ano”.
Na oferta profissionalizante
do secundário, constam as for-
mações em Técnico de Eletrónica, Automação e Comando,
Técnico Auxiliar de Saúde, curso
profissional de Turismo, Técnico
de Comércio e Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores.
A meta é “atingir 35 a 40% de
alunos do ensino secundário a
frequentar o ensino profissional”,
estando a ênfase desta aposta
colocada nas áreas de Eletrónica, Automação e Comando e na
de Auxiliar de Saúde. Para tal, a
escola dispõe de “recursos materiais com salas devidamente
equipadas e recursos humanos
devidamente especializados”.
São duas áreas apontadas como
“de forte empregabilidade não
somente na região e no país,
mas também no Mundo, nomeadamente em países que
absorvem os nossos fluxos migratórios, como Suíça, França e,
mais recentemente, Inglaterra”. |
Portugal Inovador
Maio I 29
Portugal Inovador
30 I Maio
Portugal Inovador
Acompanhar
com personalização
A Quinta Linda Rosa, localizada numa zona idílica de Santo Tirso, oferece um serviço
personalizado, adequado à necessidade de cada cliente. Ruben Costa fala-nos agora
sobre a história desse projeto, estabelecido num conceito familiar.
Foi no ano de 2000 que Laurinda
Rosa, mãe do atual gerente, começou
a organizar casamentos, batizados,
comunhões e festas empresariais
neste espaço. A transmissão desta
aprendizagem fez com que, passados
dez anos (2010), o filho mais novo
assumisse a direção do projeto. “As
alterações feitas desde essa altura
impulsionaram o aumento do negócio.
Neste momento, partilho esta responsabilidade com o meu irmão mais
velho, Pábulo Costa”, refere.
Na procura de dinamizar a cidade,
a Quinta Linda Rosa afirma-se com
objetivos muito concretos: “Somos
reconhecidos pelo nosso bom nome
no mercado, criado ao longo destes
anos e queremos realizar casamentos
(o nosso negócio fundamental) todos
os fins-de-semana”. Na conquista
das metas que pretendem alcançar
reconhecem que a melhor publicidade
encontra-se na proximidade gerada
através do “passa a palavra”.
Essa postura versátil que assumem no dia-a-dia fá-los prestar atenção aos mais diversos pormenores,
sem nunca descurar a segurança de
toda a estrutura. “Na nossa visão atual
do mercado, a elegância e requinte dos
eventos e a sua consequente inovação
serão sempre requisitos obrigatórios
da nossa atuação”, salientam.
O perfil do cliente que procura
este ambiente é de classe média alta,
compreendendo normalmente idades
entre os 25-35 anos. Os irmãos encontram maior procura nos meses de
maio, junho, julho, agosto, setembro e
outubro, visto que “o nosso país apresenta melhores condições climatéricas
nessa época”.
Neste cenário envolvente podemos
avistar um salão principal com capacidade para 250 pessoas sentadas,
climatizado e todo envidraçado. Os
jardins, com áreas de descontração,
são locais que sugerem harmonia e
descanso. Dispõe ainda de um parque
infantil bem como de frações especiais
para a realização da cerimónia civil.
Catering
O parceiro ideal foi encontrado
quando decorria o ano de 2013. Recorrendo aos Gémeos Catering gerido por
Fernando Costa e o seu filho Ricardo
Costa, na marca registada (Gémeos)
conseguimos identificar e distinguir os
seus produtos e serviços. Afirmando-se pelo seu crescente profissionalismo
e organização, a premissa desta valência assenta na garantia de segurança
e na máxima qualidade para com os
seus clientes.
No futuro pretendem seguir o lema
que têm mantido até aos dias de hoje:
“Os nossos clientes podem sempre
contar connosco para o acompanhamento dos tempos em relação a
novidades e evolução na área dos
eventos”, comunica. |
Maio I 31
Portugal Inovador
Sixty Fourth:
Requinte e moda portuguesa
A Confecções Floresta lança Sixty Fourth, oferecendo ao mercado nacional uma linha
camisas de excelência.
panham diariamente e conheço
a realidade e as dificuldades
de cada uma delas”. Apesar de
não ser um trabalho que cative
muitos candidatos, o empresário
sente que era importante que
os governantes, “que têm poder
para mudar esta situação”, incentivassem a camada jovem a
abraçar esta arte. “Temos falta
de mão-de-obra. Apesar de existirem profissionais com imensa
qualidade é mandatário renovar
a equipa, mantendo a qualidade. É fundamental elevar esta
profissão. Existe sempre a possibilidade de formar jovens sem
qualquer experiência”, alerta.
“Apostamos na competência técnica e na modernização
tecnológica, dispondo de um
serviço adaptável aos clientes,
onde asseguramos o rigor e
qualidade em todas as fases do
processo, desde a modelagem à
distribuição. Pautados por uma
forte cultura organizacional, a
credibilidade e a diferenciação
são dois valores basilares na
nossa atuação”, explica-nos Vítor Ferreira, gestor da empresa,
para início de conversa.
Atualmente, as Confecções
Floresta são uma referência no
setor têxtil nacional. Especializados na confeção de camisas de
alta qualidade, lançaram a Sixty
Fourth, uma marca própria de camisas, trabalhando também com
outras marcas nacionais e internacionais. Com um crescimento
sustentado, apesar de todas as
contingências económicas que
o país atravessa, a produção foi
32 I Maio
aumentando exponencialmente
tal como a abrangência de mercado. “Fazemos um total de 120
mil peças por ano - para homem,
mulher e criança. Temos clientes
em todo o mercado europeu. O
volume de negócio reparte-se em
90% para exportação e 10% para
o mercado interno”.
Este sucesso, reforça, deve-se em grande medida à equipa
de colaboradores: “Para fazer
camisas é preciso conhecimento,
pessoas qualificadas e empenhadas no ofício. A qualidade
parte da base, desde a qualidade
do tecido, passando pela maquinaria até à mão-de-obra. É necessária uma equipa competente
e material de primeira casta”. E
Vítor Ferreira sabe que o futuro
da Floresta está nas mãos das
suas colaboradoras: “Todos os
dias visito a produção e falo com
as minhas funcionárias. São no
total 56 senhoras que me acom-
Portugal Inovador
2015: um passo em
frente
A grande aposta para este ano
é a expansão da Sixty Fourth.
Uma linha de camisas que surge
no mercado num patamar de excelência, com um conceito único,
diferenciado e que sobressai não
só pelo produto mas também
pelo atendimento personalizado
e inovação em todos os artigos.
Camisas que aliam a moda, a
qualidade e a inovação, imagem
de marca das Confecções Floresta. Brevemente, a Sixty Fourth
estará disponível num showroom
nas imediações da fábrica, oferecendo ao público um espaço
inovador, de venda direta, onde
poderão acompanhar as novas
linhas e tendências. “ Um meio
muito personalizado de manter o
contato com os nossos clientes,
garantindo os padrões de excelência que estes exigem e merecem”, conclui Vítor Ferreira. |
Maio I 33
Portugal Inovador
Inovação e sustentabilidade
O Grupo Fibrogest agrega um conjunto de empresas com um posicionamento único no
fornecimento de elementos para a construção.
O início está na criação da
Fibrolite, em 1972. Instalada
em Santo Tirso, partiu da iniciativa de Joaquim Ferreira de
Abreu, empreendedor com uma
comenda de mérito industrial,
atribuída pelo atual Presidente
da República, Aníbal Cavaco
Silva. A Fibrolite encontrou o
seu propósito no fibrocimento e
na necessidade que o país tinha
em obter esta matéria.
Na sequência das restrições
34 I Maio
comunitárias à utilização de
amianto, a empresa iniciou um
esforço de adaptação, convertendo a sua produção por forma
a dispensar este componente.
Conquistou, assim, a posição
de única fábrica de fibrocimento
no país. Este fabrico envolve
todos os produtos e artefactos
deste material, com aplicação
em coberturas e revestimentos,
favorecida pelas suas características enquanto material
imputrescível, incombustível e
resistente à oxidação, a insetos, bactérias ou fungos. Com
a conhecida quebra no setor da
construção, a sustentabilidade
da empresa tem assentado na
sua internacionalização e na
aposta na reabilitação.
Também parte integrante deste Grupo é a Termolan, cujo percurso teve início no ano de 1975.
Foi pioneira na produção de lã de
rocha em Portugal. Mantém-se
como única empresa do setor a
nível nacional e dispõe de três
unidades de fabrico: em Vila das
Aves, Santo Tirso e Vilar Formoso. Baseia a comercialização
dos seus produtos nas marcas
Rocterm, Ecoterm, Termolan e
Coberlan. Como vantagens, os
produtos de lã de rocha apresentam um excelente desempenho
acústico, ótimas características
térmicas, sendo um isolante de
excelência, a incombustibilidade,
resistência à água e neutralidade
química.
Igualmente pioneira é a Fábrica de Tubos da Barca, fundada há 24 anos, ao longo dos
quais se afirmou como única no
país na produção de painéis de
sandwich de lã de rocha com
acreditação CE. A exportação é,
também aqui, uma componente
fundamental da sua estratégia,
podendo enumerar-se destinos
como Espanha, França, Moçambique, Marrocos e Cuba. |
Portugal Inovador
Mãos no volante
A família Martins prospéra no ramo do ensino e formação de condutores. O exemplo dessa
experiência é a escola de condução O Volante, em Santo Tirso, que festeja em junho o seu
15º aniversário.
O fundador do negócio, António
Martins, sempre teve o seu próprio
espaço em Paços de Ferreira,
de onde provém esta família. No
entanto, Santo Tirso captou a sua
atenção, até decidir, em 2000,
abrir O Volante. Falámos com o
filho, Pedro Martins, que é agora
o rosto deste estabelecimento. O
administrador começa por salientar
que embora tenham verificado uma
quebra no negócio, derivada da
falta de alunos e ao declínio da indústria na região, “quem conseguiu
manter-se até agora, irá conseguir
ter bons resultados no futuro”.
São quatro os membros que
constituem esta equipa, apoiados
por três automóveis ligeiros e dois
motociclos que dão resposta à
oferta formativa que a escola de
condução O Volante apresenta.
Novo Regime Jurídico
O instrutor realça que o setor
tem vindo a verificar mudanças
positivas, especialmente ao nível
legislativo, uma vez que novas
regras e regimes têm sido instituídos. No entanto, comenta: “O
ensino da condução encontra-se
desajustado à evolução do setor”,
realçando que o novo regime jurídico irá transformar as escolas
de condução “numa espécie de
empresas de formação, em que
os alunos terão de assinar um
contrato que dirá todos os direitos
e deveres do mesmo. Este facto
acarreta benefícios, pois sabemos
que há muitas escolas que não
respeitam as ordens estabelecidas
e dão, por exemplo, um número inferior de aulas do que é obrigatório.
Também, a presença de um tutor
na formação do candidato, sendo
obrigatório que este frequente um
módulo de formação na escola de
condução”, explica.
O rigor aplicado na escola de
condução o Volante faz-se notar
na produtividade dos alunos e no
civismo que apresentam na sua
condução. “Sabemos que a experiência de um condutor apenas se
adquire com a prática, mas temos
de preparar os alunos para as situações com que se irão deparar no
trânsito, diariamente”, acrescenta
Pedro Martins.
A parte mais difícil do seu trabalho passa, verdadeiramente, “pela
consciencialização dos jovens, que
já têm a sua personalidade moldada”, mas O Volante quer “fazer
ver que o automóvel é uma arma
perigosa que ceifa vidas”, avisando dos perigos da velocidade e do
consumo alcoólico.
Pedro Martins termina a nossa
entrevista alertando para os perigos
que os recém condutores enfrentam
após o seu primeiro ano de carta:
“Esta é a altura em que os acidentes
mais graves acontecem, pois os
condutores já adquiriram alguma
experiência e deixam de respeitar as
regras da estrada a 100%”. |
Maio I 35
Portugal Inovador
“A fotografia da sua empresa”
Desde 2002 que a Sandra Lopes Consultoria abrange o mercado nortenho com os seus
serviços de gestão e formação adequados a cada empresa. Fomos conhecer a opinião da
consultora sobre o crescimento económico de Santo Tirso.
trabalha cada cliente. Enfatiza e
valoriza o envolvimento dos colaboradores no processo de mudança
da empresa. Considera que sem a
participação e motivação dos trabalhadores torna-se mais dificil atingir
resultados: “Estes sabem, melhor
que ninguém, as necessidades da
sua empresa. Por isso, evitamos
criar um diagnóstico baseado só
na análise de documentação e confiamos no contibuto das pessoas.
Cada empresa é diferente e não
trabalhamos com soluções “pré-concebidas”, afirma.
Santo Tirso
e o Vale do Ave
Consultoria e formação são as
duas principais valências oferecidas por Sandra Lopes, fundadora
da Sandra Lopes Consultoria.
Iniciando-se no ramo em 1997, foi
adquirindo várias competências,
partindo do trabalho com diversas
associações empresariais e fazendo, na maior parte desses anos, a
coordenação de projetos. “Realizando o levantamento das necessidades de várias empresas, criava
um plano de ação e juntamente
com a sua equipa de consultores
e formadores, propunha soluções
concretas. Verificando que esse
trabalho era altamente solicitado e
frutífero, fez sentido evoluir e apostar na criação de uma empresa”,
explica.
A preocupação inicial passou
36 I Maio
por alcançar a certificação da
DGERT para poder candidatar os
seus clientes a projetos de fundos
comunitários, mas hoje os objetivos já são de outra escala. Desde
aumentar o leque de serviços na
consultoria até intensificar as parcerias para conseguir dar resposta
ao trabalho que recebe, vemos
que Sandra Lopes não tenciona
abrandar.
Entre as várias competências
desta empresa está o trabalho com
programas financiados como os
de formação/ação para PME’s e
várias tipologias do Portugal2020,
desde projetos para financiamento
a empresas, passando pela formação profissional e pelo apoio ao
empreendedorismo.
Realça-se o método com que
Sandra Lopes indica que “as
firmas da região sofrem com o
regime de subcontratação”, e que,
para combater essa realidade, é
necessária a aliança entre várias
unidades fabris de menor dimensão. A consultora realça: “Estas
empresas não precisam fazer
drásticas alterações, por vezes
pequenas mudanças melhoram o
seu desempenho”. Aponta também
que, muito do seu trabalho consiste
em dar a conhecer novos métodos,
novas tecnologias e formas de operar que conduzam a uma melhor
rentabilização dos processos.
Concluindo chama também a
atenção para a valorização da sua
profissão enquanto parceira de confiança, especialmente nesta fase
em que são exigidos resultados às
empresas. |
Portugal Inovador
Transformar com
singularidade e versatilidade
Em 2006, Amélia Pereira decidiu projetar-se no mercado de trabalho. Hoje, passados nove
anos, fala-nos sobre o que esteve na origem da Fénix, e o seu subsequente desenvolvimento.
A FÉNIX nasceu de um projeto
pessoal, que tomou forma em 2006,
enquanto empresa.
Os primeiros dois anos foram essencialmente dedicados à realização
de projectos na área da Engenharia
Civil.
A empresa foi criando um knowhow, que rapidamente a demarcou na
área tendo rapidamente impulsionado
o seu percurso para projetos desenvolvidos a nível internacional. O mercado
angolano e moçambicano tornou-se
um dos principais eixos no desenvolvimento da FÉNIX. Neste último tem já
uma pequena estrutura local que apoia
os projetos desenvolvidos cá.
Em 2008 uma nova área de
negócio veio proporcionar de novo
mudanças na estrutura. Entrava no
mercado da Certificaçao Energética.
Esta é uma das áreas mais motivantes pelo seu envolvimento com
a sustentabilidade e a economia. O
bom desempenho energético, é uma
das principais preocupações para
quem hoje constrói uma casa, um
hotel, uma fábrica...
O core buisness da FÉNIX, passa
pela avaliação das condições em
projeto e pela prescrição de soluções
optimizantes de bom desempenho
energético, naturalmente redutoras
do consumo e reveladoras de conforto, principal objectivo.
Da área de projecto rapidamente
se percebeu que as preocupações
do mercado estariam na reabilitação.
Aqui encontrou-se a importância da
adaptabilidade das soluções existentes a novas que passem a traduzir
reduções expressivas na factura
mensal e nos consumos energéticos
aumentando o conforto dos espaços.
Desde soluções mais convencionais até aos limites encontrados em
novos sistemas como os da Passiv
house, em voga no norte da Europa
e ainda muito desconhecidos no
nosso país.
Perceberam ainda que para além
da área de projecto seria fundamental
construir tais soluções tendo desenvolvido para isso uma empresa na
área da construção que edifica e
constrói de acordo com estes conceitos de economia sustentabilidade
e conforto.
Neste percurso claro e continuo,
esta empresa liderada por uma mulher, adida das questões do detalhe,
encontrou mais uma área importante
para servir os seus clientes. Depois
do projecto, da obra, surgiu a ideia de
diferenciar a resposta decorando os
espaços projectados e construídos.
Nesta área tem decorado hotéis,
áreas administrativas de unidades
industriais e claro as casas.
A FÉNIX, define-se hoje como
uma empresa sustentada no dinamismo técnico, que encontra no mercado
as oportunidades de desenvolver a
sua atividade que desde 2006, se
tem pautado por um crescimento
permanente.
A FÉNIX, projeta, constrói, decora,
contado para isso com uma vasta
equipa de profissionais especializados, procurando a qualidade como
principal objectivo. |
Maio I 37
Portugal Inovador
Mais de uma década a cuidar de si
A Clínica Dentária Topdent, inaugurada em 2004, está localizada em Rebordões, Santo
Tirso. Faz-se representar por excelentes profissionais de saúde apoiados por modernas
instalações e equipamentos de última geração.
no momento adequado os existentes,
recorrendo a correções ortodônticas”,
complementa Paula Sousa.
Cuide da sua Boca
Paula Sousa, diretora clínica, é
licenciada em Medicina Dentária, com
pós-graduação em Ortodontia tirada
na Faculdade de Medicina Dentária
da Universidade do Porto. A equipa é
constituída por quatro dentistas e por
profissionais que trabalham em parceria no âmbito de outras especialidades,
dispondo de meios de diagnóstico
como a ortopantomografia e a telerradiografia. Atenta às necessidades da
população, Paula Sousa oferece valências multidisciplinares que se focam,
principalmente, na área da Medicina
Dentária - Implantologia, Ortodontia,
Reabilitação oral, Estética Dentária,
e ainda Cirurgia Maxilo-Facial, Clínica
Geral, Podologia, Psicologia, Fisioterapia, Osteopatia, Consultas de Nutrição,
Terapia da Fala e análises clínicas.
Medicina Dentária
“O paciente na primeira consulta é
sujeito a uma ortopantomografia que
38 I Maio
nos permite ter uma visão geral do
estado da sua boca” e “identificar o tratamento mais indicado à sua situação
clínica”, expõe Paula Sousa.
A visita regular ao médico dentista
promove a prevenção de problemas
orais, mas “na correria do dia a dia”
nem sempre as pessoas se recordam da necessidade de efetuar nova
avaliação. Com vista a alertar os seus
pacientes, a Topdent dispõe de um sistema informático que envia uma SMS
à carteira de clientes alertando-os na
altura de fazer uma nova consulta. “Os
pacientes agradecem esta atenção”,
salienta a profissional.
Os cheques-dentista são excelentes, pois permitem educar o paciente
facilitando o acesso aos cuidados com
a saúde oral. O cheque-dentista pretende que “criança do futuro seja uma
pessoa livre de cáries”, menciona. “Em
termos de ortodontia, conseguimos
prevenir potenciais problemas e tratar
Um simples dente com infeção
pode influenciar e causar outras patologias no corpo humano, tais como
problemas musculares. “Existem
várias roturas musculares e dores associadas a dentes com cárie, falta de
dentes, mau posicionamento dentário.
Daí a necessidade de reabilitação oral
com implantes, coroas ou próteses
removíveis.
A chupeta é também uma grande
maleita do século XXI: “As crianças
usam durante um tempo prolongado
esse acessório que altera a projeção
dos dentes, conduzindo à crescente
necessidade da aplicação de aparelhos ortodônticos”.
Com um forte trabalho realizado no
concelho de Santo Tirso, Paula Sousa
quer ser valorizada pela qualidade dos
tratamentos prestados: “Construímos
sorrisos, essa é a nossa missão”. |
Portugal Inovador
Remodelação chave na mão
Empreendedorismo e iniciativa são as ferramentas de sucesso da AMM Decorações.
Com o fecho de uma empresa
de renome no concelho de Santo
Tirso, três recém-desempregados
com inúmeros anos de casa, idealizaram um negócio de sucesso.
Com o rendimento obtido através
do fundo de desemprego, Esmeralda Martins, Miguel Azevedo e
Francisco Gonçalves decidiram
unir esforços na criação do seu
próprio emprego. Mantendo-se na
área da reabilitação e recuperação
de imóveis surge, em 2011, a AMM
Decorações. Miguel Azevedo é o
responsável pela gestão e pela área
comercial, Francisco Gonçalves
controla o serviço de montagem e
Esmeralda Martins assume o departamento de contabilidade.
A AMM está vocacionada para
a decoração de moradias particulares, espaços comerciais, de
serviços e empresas. Para isso
dispõem de toda uma panóplia de
mobiliário de escritório, hospital e
geriátrico, pavimentos vinílicos para
hospitais e clínicas, estores para
interior e exterior e montagem de
divisórias em gesso cartonado e
alumínio. Têm ainda a capacidade
para efetuar pequenos trabalhos
em pladur, em parceria com oficinas
de carpintaria.
Mas este trabalho é apenas o
culminar de todo o processo. Os
clientes conhecem a AMM 95%
dos casos através de um trabalho
de campo. “A primeira etapa de
uma obra é a comunicação porta-à-porta”, explica Miguel Azevedo.
“É através desses contactos que
procuro dar a conhecer aos possíveis clientes o nosso portefólio e
todos os serviços que temos para
oferecer. A real mais-valia da nossa
empresa é a rapidez e a segurança
nos serviços prestados. Temos a
capacidade de articular a parceria
com empresas subcontratadas,
assegurando ao cliente que o trabalho fica concluído dentro do prazo
estipulado, sem que este tenha de
se preocupar em acompanhar ao
pormenor todo o processo”. Este é
cada vez mais o objetivo da AMM
Decorações, um serviço eficaz que
responde às necessidades de cada
cliente, com chave na mão.
O sucesso deste projeto tem
sido enorme, mas nem por isso os
responsáveis perdem o foco e a
noção do que é realmente importante. “O futuro passa por manter
a empresa estável e neste caminho
de progresso contínuo. Temos a
capacidade de responder com celeridade a todas as solicitações a
nível nacional. O importante para
nós é satisfazer os clientes e, acima
de tudo, fidelizá-los, para que numa
próxima vez voltem a recorrer aos
nossos serviços”. |
Maio I 39
Portugal Inovador
A adoçar corações há 40 anos
Ana Mesquita, atual co-proprietária da Confeitaria S. Bento, em Santo Tirso – há cerca 40
anos pertença da família do marido, Miguel Costa - abraçou este projeto audacioso há cerca
de meio ano, deixando para trás a profissão de bancária.
A gerente começa por referir à
Portugal Inovador que “tem sido
interessante e agradável este novo
projeto”. Desde outubro do ano
transato que Ana Mesquita e o seu
marido adquiriram o negócio.
Ana Mesquita fez algumas alterações no espaço, inovando e
refrescando a imagem desta casa
com mais de 40 anos de história.
“Penso que os nossos clientes estão satisfeitos com os produtos que
oferecemos, com o atendimento e
com o ambiente que proporcionamos”, salienta a gerente.
De princípio não foi fácil conciliar
a vida familiar com o novo projeto,
“No início quis acompanhar todo
o processo, entrava com as pasteleiras de manhã cedo e saía só
quando a confeitaria fechava, mas
agora é mais simples”.
40 I Maio
Inovaram o conceito de confeitaria que tinham, sempre respeitando
a tradição e introduziram alguns novos produtos, sendo que o processo
ainda está em fase de crescimento.
Ali laboram sete pessoas que com
regularidade frequentam formações
dadas nas instalações.
E dado que falamos de uma
confeitaria, os doces têm lugar de
destaque. A especialidade da casa
é a tarte S. Bento, sendo a iguaria
mais procurada e mais apreciada
pelos seus clientes, a par dos bolos
típicos de Santo Tirso, o limonete e
o jesuíta. Em alturas festivas, “vêm
pessoas de fora, comprar este doce
tradicional”. A parceria com alguns
restaurantes permite incluir a tarte
S. Bento nos seus menus, abrindo
assim o leque de apreciadores.
As bolachas, os biscoitos e o
pastel de nata, contribuem também
para a boa fama da Confeitaria S.
Bento.
A forte aposta no aperfeiçoamento do Cake Design, é também
uma mais valia, visto que permite
executar bolos com pasta de açúcar, totalmente personalizados ao
gosto do cliente.
A diversificação e inovação dos
salgados, foi também uma das
prioridades, sendo possível encontrar lanches e bôlas de carne e
empadas ou folhados com diversos
recheios.
Para o futuro, Ana Mesquita
espera que o projeto continue a
crescer, mantendo um desenvolvimento sustentado. Sempre com a
qualidade que distingue a Confeitaria S. Bento. |
Portugal Inovador
A arte de fotografar emoções
A Portugal Inovador foi conhecer a Arteimagem situada em Santo Tirso, este estúdio
fotográfico conta já com oito anos de atividade.
Novas tecnologias
Isabelina Andrade e Rui Costa
são os proprietários da Arteimagem. Criaram esta empresa não
só pelo gosto que partilham pela
fotografia, mas também como
meio de alcançarem a realização
profissional.
A primeira loja nasceu em Santa
Cristina do Couto e passado um
ano, dada a aceitação e crescimento do estúdio, decidiram mudar de
espaço fixando-se de vez no centro
da cidade.
O que distingue a Arteimagem
de outros estúdios fotográficos é o
facto de alimentarem uma filosofia
muito “terra a terra” e de trabalharem muito com as emoções, pois
cada momento é especial e único.
Hoje, laboram quatro colaboradores, sendo que Isabelina
Andrade, cria em estúdio cenários
onde fotografa famílias, grávidas
e bebés… momentos que ficam
marcados na vida de cada cliente.
“No início deste projeto, o hábito de
fotografar grávidas e bebés ainda
era um conceito pouco abordado,
mas aos poucos tem ganho maior
espaço nas famílias e todas as mamãs querem retratar esse momento
tão especial”.
Rui Costa acompanhado, por
um colaborador, fotografa os exteriores, desde eventos de maior
dimensão como casamentos – utilizando o fotojornalismo de casamento: um estilo onde o fotógrafo
regista de modo espontâneo toda a
emoção do dia, dando um ar mais
despojado ao álbum fotográfico –,
batizados, comunhões e sessões
em família na rua. As fotos caracterizam-se por apresentarem “um
estilo descontraído com um cunho
pessoal, natural e sem poses. Facto
que permite obter resultados bastante interessantes e espontâneos.
“Hoje em dia é impensável
imprimir uma fotografia sem dar
um retoque, tanto por exigência do
cliente e também da nossa parte”;
seja pelo aparecimento de uma
sombra, o cabelo que ficou desalinhado ou de gordurinhas que os
clientes não querem que estejam
visíveis na fotografia. Em bebés,
também há o cuidado de retirar as
“manchinhas da pele” de forma a
melhorar o resultado final que deve
ser o mais natural possível.
Durante este mês, a equipa
esteve presente na Exponor onde
expôs os seus trabalhos fotográficos, atingindo um público mais vasto. Ainda este ano, a Arteimagem
quer fazer uma aposta maior nas
reportagens fotográficas, nomeadamente de casamento. Ambicionam
impulsionar a sustentabilidade da
empresa, através de um maior crescimento financeiro, e do aumento
da equipa de exteriores, de forma a
responder ao aumento de pedidos
dos seus clientes. |
Maio I 41
Portugal Inovador
Preservar a arte pela qualidade
No Largo Coronel Batista Coelho, em Santo Tirso, encontramos Teresa Azevedo e José
Azevedo para nos falarem sobre um ofício que merece ser recordado e reconhecido – a
Alfaiataria Helenas.
Orientar novos
públicos
Concebida num tempo (3 de
março de 1975) em que o alfaiate
era valorizado pela sua minúcia e
dedicação, José Azevedo descreve-nos agora alguma dessas vivências, comparando-as aos dias
de hoje. “Abri o estabelecimento na
época e fui crescendo ao longo do
tempo com a clientela que criei”,
conta. Procurado, gradualmente,
por algumas figuras ilustres foi
fazendo esforços para gerar este
conceito cada vez com maior
primor. “Acredito que isto agora
melhore e que se prolongue por
muitos bons anos. Queremos deixar o cliente bem servido e temos
projetos novos que se começam a
formar”, completam.
No entanto, não deixam de poder observar as diferenças existentes entre as gerações mais jovens
42 I Maio
e as seguidas anteriormente. Com
a sensibilidade e a adaptação ao
negócio conseguem apelar a um
serviço mais rápido nas faixas etárias menores. “Os jovens, ao contrário dos mais velhos, querem ver
o produto logo pronto. Para eles
tenho artigos já feitos”, informam.
Para que a arte preserve a
tradição, mas não esqueça a inovação e as técnicas modernas,
a Alfaiataria Helenas conecta-se
com alguns valores: “Servir bem,
nunca falhar nas qualidades,
oferecer diversidade nos artigos,
mostrar disponibilidade, detetar
necessidades e cativar com conforto são algumas das nossas
máximas”. O desenvolvimento
e aperfeiçoamento deste labor
envolve rigor e compromisso nas
suas tarefas diárias.
Teresa Azevedo foi acompanhando com sensibilidade todas
as tendências e suas subtilezas.
Tendo verificado que há uma
maior afluência de homens no seu
espaço, não deixou de constatar
o quanto o público feminino gosta
de auxilia-los nas suas escolhas.
“A senhora é mais observadora,
facilmente dá a sua opinião, e nesse sentido quero criar um atelier
onde possa oferecer formação,
dar workshops, gerar maior proximidade, porque muitas vezes
há pessoas que têm aptidões que
desconhecem ou não tiveram ainda oportunidade de desenvolver”,
vinca. Sabendo que na localidade
isso poderia trazer um valor acrescentado, a visão e a voz feminina
projeta-se aqui com o otimismo
que a caracteriza. “Eu penso que
vou gostar e tenho muita coisa
para dar”, acrescenta. Materializar
ideias, com personalização e exclusividade, será esse o seu lema.
Os meses entre maio e outubro
são os que geram maior movimento, mas para que a criatividade não
se perca e se afirme na constante
reinvenção, a família Azevedo
reconhece que os momentos de
pausa são fulcrais. “É importante para organizarmos as ideias,
abrirmo-nos a outros horizontes.
Não é uma aprendizagem muito
rápida, é uma arte, e nenhuma arte
é fácil”, concretiza. |
Portugal Inovador
Sinta-se convidado a relaxar
O Eden Spa é uma empresa direcionada para a saúde, beleza e bem-estar onde o equilíbrio
do corpo e da mente são prioridade. Conta com uma equipa de profissionais permanentemente
preocupada em manter a excelência dos seus serviços.
Este espaço existe desde novembro de 2010 em Santo Tirso.
Otília Canário, gerente do Spa,
pretende oferecer aos seus clientes
a sensação de leveza e bem-estar
do corpo e da alma. O balanço
destes quase cinco anos “tem sido
muito satisfatório”, na opinião da
empresária.
Otília Canário é terapeuta de
Cura Reconectiva e de Reiki e,
este espaço nasceu de um sonho
seu por forma a apostar na mulher,
vendo-a mais arranjada e gostando
de tratar de si, não descurando
o homem visto que “também ele
usufrui dos nossos tratamentos”.
Este espaço – que sofre remodelações de quando em vez,
está sempre a par das inovações
que surgem – é composto por seis
gabinetes de tratamento, sala de
relaxamento, receção e jardim onde
se praticam aulas de yoga.
Os serviços alargam-se às
áreas de estética – como depilações, tratamentos faciais e corporais, tratamentos de mãos e pés,
passando pelas áreas de Spa como
massagens, hidroterapia e rituais.
O Eden Spa engloba também nos
seus serviços Acupuntura, Massagem Desportiva, Fisioterapia,
Podologia, Psicologia, Nutrição,
colocação de Botox, Reiki, Cura
Reconectiva e Tarot.
“Acredito nestas terapias e sei
que funcionam”, vinca Otília Canário. A profissional não encara a
sua profissão como uma obrigação,
sentindo prazer em ajudar as pessoas que diariamente frequentam
o seu espaço.
“O nosso trabalho passa por
equilibrar energeticamente o corpo
do paciente, equilibrando os seus
chakras”, menciona a proprietária
do Eden Spa. Todas as doenças
pelas quais os seres vivos são afetados têm origem num desequilíbrio
e o que está ao alcance destas profissionais é o facto de “minimizarem
e prevenirem a chegada de doenças que venham alterar o balanço
natural do corpo e da mente”. O
paciente é capaz de perceber logo
a partir do primeiro tratamento que
realiza que algo mudou em si e na
sua vida. Todo este processo “é
fantástico”, afirma Otília Canário.
O feedback tem sido bastante
positivo, sendo que no início quando a empresária montou o seu
estabelecimento a população ainda
estava reticente, mas atualmente
já existem praticantes de todas as
gerações.
É possível oferecer tratamentos
de saúde, beleza e bem-estar a
familiares e amigos em qualquer
altura do ano através da aquisição
de vouchers. E mediante a época
do ano também são realizadas
campanhas e promoções para dias
especiais, sendo que recentemente
foi realizada uma campanha para
o Dia da Mãe, de forma a homenagear este elemento tão especial na
vida do ser humano.
O objetivo de Otília Canário,
depois de já ter um projeto consolidado desde 2010, passa pela criação de outros spa’s em diferentes
pontos do país. |
Maio I 43
Portugal Inovador
Area7: uma dupla com visão
Não só de Arquitetura se faz a Area7. Esta é uma empresa que, desde 2001, está
vocacionada também para a Engenharia, Topografia e Design e atua não só em Santo
Tirso, mas por todo o território nacional.
O trabalho personalizado foi a
primeira característica referida pelos
colegas e sócios Ivo Amaro e Jorge
Machado. Desde o seu percurso universitário que começaram a trabalhar
juntos e, desde aí, notaram o imenso
potencial que tinham como equipa. A
Area7 é também indicada pelas obras
que efetua com “rigor, funcionalidade,
estética, atenção e confiança”.
Deixando marca nos principais
centros históricos de Portugal como
a Baixa Pombalina em Lisboa, o Cais
de Gaia e o Centro histórico do Porto,
a Area7 mostra a sua aptidão para a
reabilitação.
44 I Maio
Ivo Amaro contou-nos que o
facto de terem vindo a trabalhar com
imigrantes estrangeiros é importante
para a atualização das suas técnicas e
materiais. “Já tivémos o prazer de criar
habitações para belgas, franceses,
espanhóis, alemães e até líbios. Isso é
realmente interessante, porque força-nos a conceber arquitectura para
pessoas com culturas e vivências díspares”, completa. Com mais de 200
processos efetuados, Jorge Machado
reflete na evolução da Area7, tanto a
concepção de projectos inovadores (e
principalmente no espaço urbano de
estética futurística e minimalista como
na recuperação de espaços de valor
arquitetónico), como na presença
em obra e na forte proximidade com
o cliente.
Referindo-se ao paradigma da
utilização de uma casa, Ivo Amaro
acrescenta que é importante que “a
pessoa se sinta confortável em todos
os espaços e que a utilização da mesma seja uniforme”. O arquiteto afirma
também que a eficiência energética
em edifícios deve ser tida em conta
e estudada para que cada obra não
se traduza em dormitório ou lugar de
trabalho, mas como um espaço de
conforto e bem-estar, uma escultura
viva.
Não somos uma fábrica
Antes da criação de um projeto é
necessário estudar uma panóplia de
condicionantes que delineam o modo
como a proposta vai ser estruturada.
Desde a morfologia do terreno, passando pelo controlo da privacidade,
até à incidência solar, ou orientações
visuais, existem vários critérios a que
a Area7 deve obedecer. Assim, ambos
defendem que cada projecto é particular, adequado a lugares, pessoas e
usos muito díspares, numa actividade
multidisciplinar.
Embora apresentem um enorme
potencial para levar o seu trabalho
além-fronteiras, Ivo Amaro e Jorge
Machado não tencionam deslocar
a sua empresa para o exterior. “Já
recebemos propostas interessantes
mas temos excelentes trabalhos para
efetuar ainda em Portugal, antes de
considerar essa mudança”, completa
Jorge Machado. |
Portugal Inovador
Identidade afirmada
pela personalização
Discreta, mas diferente. Marcada por tradições, mas atual. Portuguesa, mas absoluta.
Assim se corporizou a moda feminina da Absoluto 828 ao longo dos seus mais de 30 anos
de existência.
Conceição Freitas, apaixonada
por este universo, decidiu seguir um
rumo próprio, criando uma loja de alta
costura na rua Passeio Alegre, no
Porto. Aqui, reinventar é o verbo que
impera e personalização é a palavra
que ordena. Consciente dos desafios
da atividade, Conceição exerce uma
procura constante estando sempre
atenta às novas tendências e influências no mundo da moda, contando
com o apoio da sobrinha, Diva Cruz
para as viagens internacionais. “Sempre gostei do que era diferente e por
isso o meu cliente é muito particular”,
descreve a gerente.
Contrariando a popularidade
das grandes massas, a Absoluto
828 demarca-se pela qualidade e
intemporalidade das suas peças. Aí,
a cliente depara-se não só, com um
amplo espaço onde é auxiliada na sua
escolha, “qualquer pessoa entra e fica
à vontade”, como também com uma
zona mais privada, reservada a uma
assistência exclusiva, mediante hora
marcada. Aqui a cliente é alvo de um
tratamento individual e personalizado:
“Algumas pessoas preferem menor
visibilidade”, esclarece Conceição.
A laborar com os melhores profissionais, a Absoluto 828 segue uma
linha elitista, onde os cortes elegantes e a qualidade dos acabamentos
alcançam o público mais exigente.
Ao longo do seu percurso, Conceição
Freitas atravessou diversas gerações
e conseguiu desde logo proporcionar
a diferentes faixas etárias peças adequadas a cada ocasião e necessidade. “O que as nossas clientes podem
esperar é um serviço personalizado
e atento. Muitas das nossas peças
são únicas e a fidelização é muito
importante”, assevera.
Todos os mercados são suscetíveis à mudança, este não é exceção.
Quando questionada sobre as transformações da moda feminina em
Portugal, a entrevistada observa que
a cliente feminina está cada vez mais
desperta e exigente, mas lembra que
“o gosto é educado”. A aprendizagem,
transversal às várias áreas que a
moda percorre, consubstancia-se no
contacto direto com o cliente. Conceição Freitas e Diva Cruz, disponíveis
nesse seguimento, acompanham as
tendências das diferentes épocas,
estações e nações, nunca esquecendo o forte impacto que os meios de
comunicação social desempenham
nesse modo de estar. Dentro do conceito que a Absoluto 828 enquadra as
peças únicas continuam a ser as mais
valorizadas.
Este cruzar de texturas, contornos,
cores e tecidos move simplicidade e
dedicação. Os mais de 30 anos no
mercado confere-lhe oportunidades,
possibilitando um progresso próspero. “A constante aposta na qualidade
e na inovação continuará a ser uma
prioridade”, finaliza. |
Maio I 45
Portugal Inovador
46 I Maio
Portugal Inovador
Proximidade comunica
bons resultados
André Roque e Tânia Teixeira quiseram projetar o seu dinamismo e empreendorismo perto
da população. Nesse espírito de iniciativa dão-nos agora a conhecer a Trilhos Partilhados.
Os jovens empresários cedo
se aperceberam das necessidades de uma população cada vez
mais envelhecida. Os estreitos
laços fixados em Samora Correia estimulou-os a observar e
partilhar experiências ligadas a
esse universo. “Foi há dois anos
que decidimos criar um projeto
nosso. Como tínhamos tido um
contacto muito próximo com as
nossas avós acarinhamos ainda
mais esta área”, partilham.
A atividade agrega um diverso
conjunto de respostas de apoio
domiciliário. Numa conduta vincada pelo profissionalismo, a
Trilhos Partilhados vem promover
a qualidade de vida dos idosos
e seus familiares, valorizando a
saúde sem que tenham de abdicar do ambiente familiar onde
cresceram. Na maior parte das
vezes é o grau de dependência
física dos pais que leva os filhos
a procurarem esta ajuda. “É um
caminho para ser partilhado,
são trilhos em conjunto, tanto os
nossos, como os da pessoa que
irá percorrer junto de nós e que
vamos ter o privilégio de acompanhar”, sublinham.
A dedicação e empatia movem
André Roque e Tânia Teixeira
para uma avaliação pessoal e
personalizada de cada situação. Num primeiro momento,
propõem uma visita a casa do
cliente de forma a perceber as
reais necessidades e definir a
melhor intervenção; de seguida
elaboram um plano de atuação
em consonância com os familiares; e por último, todos os casos
serão avaliados e acompanhados
regularmente na perspetiva de
monitorizar os serviços e aferir o
seu grau de qualidade, satisfação
e evolução. “O nosso principal
objetivo é o apoio às atividades
de vida diária, como cuidados de
higiene pessoal, apoio nas tarefas do lar, acompanhamento ao
exterior, e disponibilizamos ainda
serviços de psicologia, enfermagem e fisioterapia”, informam.
Como complemento de auxílio
às famílias dispõem ainda de
ajudas técnicas, tais como camas
articuladas, cadeiras de rodas,
produtos de higiene pessoal.
Os profissionais acreditam no
fortalecimento dos laços criados
e vão ao encontro das realidades
ribatejanas de Samora Correia,
Benavente, Salvaterra de Magos,
Almeirim, Cartaxo e Coruche.
Essa disponibilidade aos utentes
ajuda-os a pensar as regiões e
uma possível expansão da sua
atuação de uma outra forma:
“Queremos manter-nos próximos destas famílias, é o nosso
compromisso, não pretendemos
perder a ligação, pois aí reside a
essência da Trilhos Partilhados”.
Ainda assim não escondem a
vontade de difundir a sua ação
nas zonas limítrofes: “Expandir
para o distrito de Lisboa será um
dos próximos passos”. Conjugada a esta ambição perspetivam
também o estabelecimento de
parcerias com diferentes associações locais, unidades de saúde,
juntas de freguesia e câmaras
municipais. |
Maio I 47
Portugal Inovador
“Para nós é inconcebível o
conceito de dormitório”
Carlos António Coutinho, presidente da Câmara Municipal de Benavente, apresenta-nos
este concelho ribatejano, que se destaca pela sua dinâmica económica e pelas condições
que captam uma população mais jovem.
Aproveitando a relação de
complementariedade com a área
Metropolitana de Lisboa, “Benavente oferece um ambiente
verdadeiramente genuíno”. Uma
atratividade que advém não só de
uma localização estratégica, mas
também da oferta de condições
de vida que se diferenciam da
grande urbe. “Privilegiamos um
modelo de proximidade, associado a um importante património
ambiental e paisagístico único,
associado à Companhia das
Lezírias e ao campo de tiro. Acolhemos o que designamos como
o verdadeiro pulmão de Lisboa,
algo fundamental para o presente
e futuro e que permite ao concelho afirmar-se pela diferença”.
Na estratégia de desenvolvimento concelhia está a aposta
no turismo da natureza, em associação ao património ambiental e
cultural muito ligado ao estuário
do Tejo. “Queremos aproveitar
a oportunidade do Portugal
2020 para, em parceria com os
diversos atores locais, desde os
48 I Maio
proprietários aos agentes económicos, poder potenciar esta
oferta”.
No que concerne ao plano
económico, desde os finais da
década de 90 o concelho conseguiu atrair um conjunto de
empresas – desde o setor agroalimentar, à indústria automóvel –,
que têm conseguido consolidar a
sua posição e mantêm ainda hoje
uma atividade muito importante,
algumas delas ligadas ao setor
da exportação.
O setor primário tem aqui
uma importância fundamental.
As culturas predominantes são a
orizicultura e o tomate. “Conseguimos ao longo dos anos criar
as condições necessárias para
que as unidades tivessem a capacidade, os meios tecnológicos
e a inovação para alcançar maior
rentabilidade. Temos sido uma
referência para o setor primário,
mas é necessário defendê-lo,
nomeadamente nas questões
da reforma da PAC. Na Europa,
temos um conjunto de medidas
ambientais que não se verificam
noutros países e que distorcem
totalmente a concorrência. É
preciso que a Europa possa
atender a estas pretensões para
que os nossos agricultores não
sejam prejudicados naquilo que
é a sua ação”.
Com o menor índice de envelhecimento de todo o distrito
de Santarém, “enquanto que
no país se encerram escolas
nós tivemos necessidade de as
criar, assim como creches e infantários, equipamentos públicos
na área da cultura, desporto e
lazer”. O movimento associativo
do concelho destaca-se: “É para
nós uma prioridade apoiar estas
iniciativas. Mesmo com a crise
económica, nunca cortámos um
cêntimo no apoio à nossa gente
que se disponibiliza voluntariamente para fazer este trabalho.
Queremos integrar a população
para nós é inconcebível o conceito de dormitório”.
Nesse sentido, de maio a
setembro decorrem por todo o
concelho inúmeras iniciativas.
Destacamos a Festa da Amizade
e da Sardinha Assada, que decorre no último fim de semana
de junho. Em agosto de 20 a 24
acontecem as festas em honra
de Nossa Sra. de Oliveira e de
Nossa Sra. da Guadalupe, em
Samora Correia, evento com
cariz religioso mas, tal como a
Sardinha Assada de Benavente, “uma iniciativa que marca a
nossa identidade e as tradições
ligadas às nossas raízes, com a
realização de várias atividades
culturais e recreativas, e com
um especial enfoque na festa
brava”. |
Portugal Inovador
Maio I 49
Portugal Inovador
Explorar valências concelhias
Francisco de Oliveira esteve à conversa com a Portugal Inovador para nos falar sobre a
realidade socioeconómica do município de Coruche.
A natureza, a gastronomia, a
tradição, o montado e a lezíria são
singularidades que nos ajudam a
perceber os benefícios associados
à qualidade de vida desta região. O
nosso interlocutor reconhecendo os
valores de excelência do concelho
aposta na crescente importância dos
recursos naturais e da cultura e tradição ribatejanas. A cortiça assume,
nesse âmbito, um papel relevante
na promoção do desenvolvimento
sustentável, consolidando a riqueza
da região e valorizando a beleza do
património.
Citadina, mas sem nunca perder
a sua ruralidade plena Coruche
desdobra-se numa vasta Lezíria
fertilizada pelo rio Sorraia. Francisco de Oliveira não esquecendo
a importância de uma boa gestão
nos recursos hídricos e no aproveitamento hidroagrícola do Vale
do Sorraia salienta a relevância da
otimização dos usos de rega, não só
para o melhoramento das estruturas
hidráulicas, como também para a
prestação de serviços que visam a
eficiência agrícola. “São predominantes as culturas de regadio como
o milho, o arroz e o tomate. Paralelamente surgem outras culturas como
a alface, o alho francês e o rábano.
A agricultura florestal e de regadio
50 I Maio
afirmam-se como as principais atividades da região”, informa.
A evolução económica e institucional do setor primário mobiliza
o desenvolvimento local em outros
âmbitos. Nesse sentido são integradas políticas de ação social como o
Núcleo Local de Inserção (NLI), o
Apoio ao Associativismo (IPSS’s) e a
Comissão de Proteção de Crianças
e Jovens de Coruche (CPCJ). Acompanhando a conjetura do país e da
Europa, o autarca não deixa de estar
sensível ao futuro dos licenciados:
“Sinto que há uma vontade muito
forte das pessoas permanecerem
pelo concelho, nós queremos criar
incentivos às empresas para que
elas se fixem no nosso território,
isso trará outras perspetivas de
emprego”.
A criação de uma nova área
empresarial está agora nos seus
horizontes. “No final do ano de 2015
queríamos que o Parque Empresarial do Sorraia estivesse iniciado
para que a infraestrutura ficasse
disponível aos empresários que aqui
se querem instalar”, acrescenta.
FICOR – Feira
Internacional da
Cortiça
Coruche apresentando-se como
o maior produtor mundial da cortiça
não podia deixar de divulgar e celebrar o retrato coletivo enquanto
Capital Mundial da Cortiça.
Aliado ao fator produtivo existem
fatores inovadores que merecem
destaque: o Observatório do Sobreiro e da Cortiça e a Feira Internacional da Cortiça. É já nos dias de
28 a 31 de maio que irá decorrer o
evento. Tendo como principal objetivo lançar para o debate questões
sobre os benefícios que poderemos
obter desta matéria-prima, a par dos
seminários e colóquios temáticos sobre esta fileira, onde serão debatidos
os problemas do setor na vertente
de produção florestal conciliado
com a inovação na aplicação cada
vez mais corrente deste produto. A
investigação científica trará neste
contexto a oportunidade de dar a
conhecer novas técnicas e novos
produtos.
Realizado em dois espaços distintos: Parque do Sorraia (zona ribeirinha) e Observatório do Sobreiro e
da Cortiça (zona industrial do Monte
da Barca – Coruche) o certame
pretende atrair o público nacional e
estrangeiro e especialistas mundiais
nesta área muito específica. |
Portugal Inovador
Maio I 51
Portugal Inovador
Venha conhecer
Salvaterra de Magos
O forte trabalho de proximidade tem permitido reavivar um concelho que beneficia de excelentes
condições para a prática do turismo natureza. Esta semana decorre a Feira de Magos.
Situado no Sul da Lezíria do Tejo,
o concelho de Salvaterra de Magos
apresenta uma das maiores taxas de
desemprego da região. Realidade que
Helder Esmério, presidente da Câmara
Municipal, considera dever-se “à falta
de uma estratégia de desenvolvimento
económico que não permitiu criar as
condições de atração de unidades
industriais” e que, a par da perda de
postos de trabalho na agricultura, impossibilitou a recolocação das pessoas
no setor secundário.
Para fazer face a esta realidade, no
âmbito social o executivo, apoiando-se
no conhecimento das IPSS’s e na ação
das juntas de freguesia, criou uma rede
de apoio para as situações urgentes.
“Já encontrámos soluções ao nível da
habitação social, da loja social e das
cantinas que apoiam as comunidades”. Apostando fortemente na ação
social escolar, destacámos a criação
de bolsas de estudo que, atualmente,
52 I Maio
apoiam 20 jovens no ensino superior.
Verificando que existe uma falange
da sociedade que recorre ao apoio do
RSI por situação de desemprego, a
Câmara Municipal de Salvaterra, associada ao Centro de Emprego, integrou
algumas dessas pessoas. Esforço que,
“em 2014, permitiu retirar da condição
de desemprego dez trabalhadores,
que integraram o posto de funcionários
da Câmara que entraram na reforma”.
Quando assumiu a presidência,
em 2013, o executivo determinou a
urgência de atuar em prol do desenvolvimento económico. Nesse sentido
foram levadas a cabo iniciativas como
a criação do Gabinete de Apoio ao
Empreendedorismo; o portal do investidor e elaboração de uma bolsa
de armazéns e terrenos; procedeu-se
ao primeiro trabalho de caracterização
do tecido empresarial do concelho; foi
desenvolvido um conjunto de ações de
sensibilização dos empresários “para
as oportunidades que possam surgir
com o Portugal 2020”; e, aproveitando
a ligação comercial de uma empresa
local “fomos um dos primeiros municípios a aderir ao projeto luso-guineense,
criado pela Câmara de Comércio da
Guiné”.
Helder Esménio assume que a
aposta do executivo passa pela atração de visitantes. “Somos um concelho
com sete séculos de história, mas precisamos de criar produto e divulgá-lo”,
refere. Nesse sentido várias iniciativas
foram já levadas a cabo. Destacamos a
reabilitação do Palácio da Falcoaria - o
único na Península Ibérica -, que atribui
a Salvaterra de Magos um património
histórico na arte da caça com falcões,
impulsionado pelo registo da marca
Salvaterra de Magos Capital Nacional
da Falcoaria. A aldeia do Escaroupim,
a povoação Glória do Ribatejo, a albufeira de Magos permitem desfrutar
do turismo natureza, fazer observação
de aves e encontrar resquícios históricos da cultura avieira do princípio do
século XX.
Finalizando, Helder Esmério lança
o convite para visitar Salvaterra de
Magos onde decorre de 8 a 17 a Feira
de Magos, evento reavivado com as
componentes equestre e agrícola.
Destaca também o Mês da Enguia
que acontece em março, e setembro,
“um mês repleto de eventos e recriações históricas ligadas à tradição da
falcoaria”. |
Portugal Inovador
Trabalho de precisão
Uma empresa que, sendo reconhecida pelo seu know-how e capacidade de inovar, tem feito
um percurso exemplar no âmbito da serralharia.
Percorrendo o tecido empresarial de Salvaterra de Magos,
estivemos de visita à A. Moreira
Cadete Lda., onde falámos com o
fundador, Adalberto Moreira Cadete. O nosso entrevistado recordou
os tempos em que, em parceria
com um amigo, deu início à atividade de serralharia num espaço
exíguo. Aí ganharam experiência
e nome no mercado. “Em 1988,
tomámos a decisão de terminar o
projeto em conjunto e eu assumi a
sua continuidade”. Em 1993, face
ao crescimento neste período e à
dimensão entretanto alcançada,
cria a sociedade com a esposa Maria Fernanda Cadete, a A. Moreira
Cadete, Lda.
Reconhecida de Norte a Sul do
país esta empresa sediada em Foros de Salvaterra “tem crescido de
forma sustentada face ao mercado
existente”. O seu fundador é um
apaixonado pelo ofício de serralha-
ria e a aposta constante em novas
tecnologias, na formação dos seus
colaboradores e na melhoria das
condições da unidade fabril são
o seu objetivo. “Sempre apostei
em máquinas que me permitissem
fazer bem os trabalhos que me
são requisitados”. A fidelização dos
clientes tem sido conquistada com
base no primor do trabalho que a
equipa da Portugal Inovador teve
oportunidade de observar. Dessa
forma muitos clientes, essencialmente empresariais, recorrem à
equipa da A. Moreira Cadete, Lda.
para efetuar trabalhos mais especializados. “Recentemente, concluímos um trabalho com alguma
complexidade para o Oceanário de
Lisboa e, como agentes oficiais da
Dorma, estamos a montar portas
especiais no Aeroporto de Lisboa”.
Trabalham de Norte a Sul do país,
incluindo ilhas, sendo que a nível
internacional já deram resposta a
solicitações vindas de Cabo Verde,
Angola, Roménia, França, Luxemburgo e Suiça. “Neste momento,
temos uma obra adjudicada nas
Islas la Reunión, em pleno oceano
Índico na costa de Madagáscar”.
Um projeto com material Dorma que
vai ser montado pela equipa da A.
Moreira Cadete, Lda. Uma prova
de que o rigor e o profissionalismo
desta empresa portuguesa atravessa fronteiras.
Há seis anos, enquanto muitas
firmas pensavam em desistir perante as adversidades, A. Moreira
Cadete Lda., apostou mais uma
vez, na inovação e na tecnologia.
“Para além das máquinas CNC
que já possuía e das máquinas de
tratamento de superfície de perfis
redondos e planos em inox, em
2009 adquiriu uma máquina de jato
de água, de cinco eixos de alta precisão, dado que no mercado nacional era pouco comum esse género
de trabalho”. Um equipamento que
corta quase todo o tipo de materiais,
“para terem uma noção, conseguimos realizar trabalhos desde titânio,
até esferovite”, realça.
Adalberto Moreira Cadete considera-se um autodidata, um profissional que aposta na pesquisa e
na prática com vista à excelência,
vontade que passa a toda a equipa
dos 19 colaboradores e à segunda
geração já presente na atividade
diária: “Todos os nossos colaboradores são pessoas aplicadas,
investimos sempre no seu conhecimento e evolução”. |
Maio I 53
Portugal Inovador
Uma carreira de conquistas
Nascido em Angola, Custódio Silva sempre deu valor ao trabalho e, determinado, conquistou
um currículo invejável como médico dentista e empresário.
Custódio Silva é proprietário,
fundador e administrador do Grupo RegiMagos. Tendo dado início
à sua carreira profissional há 33
anos, em Lisboa, aproveitou a
deslocação profissional da esposa
para Coruche para aí abrir um novo
serviço de saúde. A qualidade de
vida que encontrou levou-o a fechar
os espaços que detinha na capital
e a assumir o Ribatejo como a sua
nova “casa”. “Sempre me interessei
por projetos arrojados, polivalentes,
que exigissem para além das competências no âmbito da saúde oral,
uma forte componente de gestão”,
assevera.
A clínica onde desenvolvemos
a nossa conversa é a casa mãe
do Grupo RegiMagos. Sediada
em Salvaterra de Magos espelha
a constante aposta deste empresário na evolução e crescimento
sustentável. “Esta era uma casa
habitacional e foi totalmente renovada para acolher a clínica. Em
dezembro de 2014 foi inaugurada
uma ampliação do espaço que nos
permitiu criar novas salas para as
diversas especialidades, uma sala
de formação e um gabinete de Raio
54 I Maio
X, totalmente equipado e forrado a
chumbo”.
A RegiMagos chega a toda a
população, através da parceria com
especialistas de todas as áreas
da saúde, mantendo também os
acordos com todas as grandes seguradoras que atuam no mercado.
“Essa é a minha grande satisfação
enquanto profissional - que me dá
energia para continuar a trabalhar
-, poder disponibilizar todos os serviços apoiado por equipamentos de
vanguarda”. Prova disso é a mais
recente aquisição, um ecógrafo de
última geração com tecnologia 3D
e 4D.
Custódio Silva explica-nos a
abrangência do Grupo composto
pela RegiMagos Salvaterra, sediada em Salvaterra de Magos; a
RegiMagos Póvoa de Stª Iria; a Policlínica de Marinhais; a RegiMagos
Kids (Clínica Pequenos Grandes
Doutores, em Salvaterra de Magos,
exclusivamente dedicada à Odontopediatria); e ainda a RegiMagos A
Vida SPA direcionada para o bem-estar, um complemento à área da
saúde, totalmente equipado com
as tecnologias mais avançadas na
área da estética, com sauna, banho
turco, hidromassagem, aromaterapia, cromoterapia, entre outros.
A Clínica Pequenos Grandes
Doutores foi criada, única e exclusivamente, para crianças e jovens.
Com uma decoração pensada ao
pormenor, pretende cativar os mais
pequenos e consciencializar os
pais para a necessidade da visita
regular ao médico dentista, desde
tenra idade. “Sinto que as mentalidades já se alteraram e as pessoas
estão conscientes da importância
Portugal Inovador
da promoção da saúde oral. Os
pais trazem as crianças ao dentista
apenas para os acompanharem,
permitindo que se crie uma empatia
com o médico e uma habituação ao
espaço, aos métodos e aos sons”,
salienta.
Análise do setor
Custódio Silva denota o crescimento do número de pacientes que
opta por adquirir seguros de saúde:
“A RegiMagos atende 60 a 70% de
pacientes particulares, tendo todos
os acordos com as seguradoras,
apenas a restante percentagem
apresenta esse benefício. Nos
últimos quatro anos, tenho verificado a maior aposta por parte dos
cidadãos na aquisição de seguros,
com vista a pagarem menos pelos
atos médicos, mas entendo que
apenas as que têm patologias ou
historial clínico justificam esse investimento”.
Apesar de ver benefícios, enquanto empresário sente a pressão
crescente das seguradoras, “que
esmagam as margens de lucro”
atribuídas aos atos médicos. “É necessário entender que os médicos
administram empresas, que como
tal têm de gerar lucro. Se o serviço é
cobrado a baixo custo, não se conseguem fazer omeletas sem ovos”.
Prezando sempre, e em qualquer
circunstância, a utilização de material de primeira linha, o profissional
alerta que nem todas as clínicas
têm essa capacidade: “Considero
que as seguradoras deveriam pagar o preço certo que possibilite ao
profissional ter margem para adquirir materiais de primeira qualidade,
tratando o paciente com o máximo
de rigor e cuidado”.
Em final de conversa Custódio
Silva não deixa de reforçar a crescente dificuldade das pequenas
e médias empresas que “vivem
asfixiadas com a atual situação
fiscal”: “A gestão tem que ser muito
rigorosa. Entrei nesta profissão porque quis, trabalho por paixão, pago
os meus impostos, crio emprego,
como tal o Executivo devia dar
ouvidos a todas as empresas cumpridoras, como a minha, e perceber
as suas necessidades”, conclui. |
Maio I 55
Portugal Inovador
Nova imagem
de Paços de Brandão
Firmino Gomes da Costa preside à Junta de Freguesia de Paços de Brandão. A meio do
seu segundo mandato a melhoria dos acessos e das vias pedestres são os seus objetivos
primordiais.
Paços de Brandão, vila pertença do concelho de Santa Maria
da Feira, conta com uma área
territorial de 3,71 km2, acolhendo
perto de cinco mil habitantes, recenseados.
O presidente da junta, Firmino
Gomes da Costa, retratou-nos esta
freguesia que em termos empresariais se destaca pela presença
dos setores industriais da cortiça
e do papel.
Aqui os movimentos associativistas e formativos são fomentados por diversas associações
que dinamizam a população. Para
além das escolas e dos grupos
56 I Maio
culturais, Firmino Gomes da Costa
destaca, por exemplo, o trabalho
desenvolvido pela “Academia de
Música, pelo GRIB – Grupo Recreativo Independente Brandoense
e pelo CIRAC, associação juvenil
que trabalho no âmbito recreativo,
artístico e cultural em Paços de
Brandão”.
Em termos turísticos, alguns
dos pontos de interesse são o
Museu do Papel - “em 2011 foi considerado o melhor museu a nível
nacional” -, tendo sido o primeiro
espaço museológico dedicado à
história do papel em Portugal; o
parque municipal da Quinta do
Engenho Novo; ou a Igreja Matriz.
Entre outras festividades os visitantes poderão acorrer a Paços
Brandão no decurso da festa da
Póvoa. Denote-se que a freguesia
organizou, por longa data, a Festa
dos Arcos em honra de S. Cipriano, realizada no primeiro fim de
semana agosto. Firmino Gomes
da Costa fez parte da Associação
da Comissão da Festa de Arcos
durante nove anos, até 2012, “no
entanto, perante a falta de um candidato que assumisse a liderança
da associação esta terminou, decorrendo apenas a componente
religiosa”.
Obra em curso
A meio do seu segundo man-
dato, Firmino Gomes da Costa
tem vindo a dar continuidade ao
trabalho que foi realizado nos quatro primeiros anos de presidência
e que consiste “na requalificação
das vias estruturantes da freguesia”. O nosso entrevistado assume
que a falta de verbas o impede de
realizar tanto quanto desejaria:
“Mas dentro do possível, temos
procurado requalificar e construir
novos passeios que possibilitem
aos cidadãos usufruir de caminhadas com o máximo de segurança, promovendo a sua saúde e
bem-estar. Este tem sido de facto
um dos pontos-chave deste meu
mandato. Continuarei a lutar pela
melhoria das vias”.
Questionado sobre o novo quadro de atribuição de competências,
o presidente considera-a “positiva”
dado que “a definição da lei de
compromissos vem reposicionar a
atuação das instituições de poder
local, conduzindo-as a uma administração mais rigorosa”.
Sendo natural de Barcelos, Firmino Gomes da Costa assume-se
“brandoense a 100%”. Em final de
conversa, apela à compreensão de
todos os seus concidadãos para os
possíveis incómodos que possam
sentir com as obras de requalificação da freguesia: “Estou certo
que todos queremos dar uma nova
imagem a Paços de Brandão”. |
Portugal Inovador
Sorriso saudável,
um sinal de saúde
Desvendando o tecido empresarial de Terras de Santa Maria, o trabalho desenvolvido por
António Rodrigues no âmbito da Medicina Dentária, merece o nosso destaque.
António Rodrigues recorda que
enveredar pela área da medicina
“sempre foi um sonho de criança”.
Tinha apenas nove anos quando
os pais, originários de São Paio
de Oleiros, decidiram regressar
a Portugal após um período na
Venezuela.
Terminada a licenciatura em
1996, no ano seguinte abriu a sua
primeira clínica na vila de Cucujães.
Em 2002 surge o segundo espaço,
em São Paio de Oleiros, lugar onde
decorreu a nossa conversa. “A
abertura da Clínica Médico Dentária Parque deveu-se ao meu amor
à minha terra e à pouca oferta de
espaços de saúde no âmbito da Medicina Dentária nesta zona”, afirma.
Sensibilização
Quando entrou no mercado desde logo percebeu que “as pessoas
estavam pouco despertas para
a necessidade da prevenção da
saúde oral”. Trabalhar, incentivar e
esclarecer que a prevenção é mais
benéfica que o tratamento foi uma
das suas prioridades.
Confessa que a população era
pouco conhecedora de práticas
preventivas como a destartarização, “muitos pensavam que era
isso que prejudicava os dentes e
as gengivas, e não o acumular de
tártaro”. Essa mentalidade foi-se
alterando… “Outro dos tratamentos
difíceis de incutir foram as desvita-
lizações, porque a ideia predominante era que quando havia dor
estava, invariavelmente, associada
a extração do dente que provocava
a dor. Hoje em dia, pelo contrário,
verifica-se que os pacientes querem ao máximo salvar os dentes”,
apesar de o check-up regular ainda
ser uma realidade distante.
Não estando integrada no Sistema Nacional de Saúde (SNS), o
profissional de saúde discorda com
a ideia vigente de que as consultas
de Medicina Dentária são caras;
“estão ao nível de qualquer outra
especialidade médica, e, por vezes, no orçamento familiar existem
gastos supérfluos que cobram esta
despesa. É uma questão de mentalização”. Assume que a atividade
médica “deveria estar integrada
no SNS” até porque “se a boca
estiver cuidada, sem infeções, há
repercussões positivas. Muitos problemas de saúde estão associados
à degradação dos dentes”.
Questionado sobre o aparecimento precoce de problemas na
dentição de leite, o profissional
aponta três fatores: “Os nossos
antepassados não tinham tantas
cáries, pois os alimentos eram,
maioritariamente, mal cozinhados
ou até crus. Algo mais benéfico
para os dentes que os alimentos
processados atuais; para além
disso, hoje “os pais desde cedo
acalmam os seus filhos dando-lhes
doces. Já na escola, os lanches são
compostos por elevados níveis de
açúcar”; para terminar destaca a
insuficiente higiene oral. “Os educadores têm que dar o exemplo. Os
cheques-dentista vieram melhorar
a questão da responsabilização,
contudo constato que muitos pais
deixam passar a validade dos cheques”, refere o profissional que tem
apostado, ao longo da sua carreira,
na formação constante - assim
como da restante equipa - o que lhe
permite proceder a técnicas mais
avançadas como a ortodontia fixa
e implantologia.
Trazer as crianças ao dentista,
criando uma habituação ao espaço
e à figura do médico é fundamental.
“Aqui as crianças têm que colaborar
na consulta caso contrário, estamos
a alimentar traumas”, termina. |
Maio I 57
Portugal Inovador
Calçado de criança
Serão muitos os nossos leitores que se recordam de, na sua infância, calçarem uma
marca: a Paquito. É portuguesa, de Oliveira de Azeméis, a empresa que calçou milhares
de crianças em Portugal e enfrenta hoje os novos desafios da exportação.
Três foram os sócios que iniciaram a atividade da Almeida, Pinho
& Correia, Lda. Corria o ano de
1979, tempos em que o mercado
nacional correspondia em massa
às expectativas dos empresários,
nomeadamente do calçado.
Foi na Vila de Cucujães, em
Oliveira de Azeméis, que nasceu a
58 I Maio
marca certificada, Paquito. Presença garantida e muito solicitada nas
grandes ruas de comércio tradicional como a Rua de Stª Catarina,
na Baixa do Porto. Com produção
direcionada para o calçado de criança, especializaram-se no calçado
ortopédico, sendo uma referência
nessa área.
Em 2005, após a saída de dois
dos fundadores, Manuel Almeida,
apoiado pelo filho, Luís Filipe Almeida, deu continuidade a esta indústria
que conta já com 36 anos de história, assente no conhecimento e no
detalhe.
A paixão que une pai e filho
por esta arte está marcadamente
presente no modo como nos transmitem a dinâmica de um mercado,
que hoje se apresenta totalmente
alterado, com mais exigências e
onde a exportação é o caminho a
sair. Luís Filipe Almeida conhece os
cantos à casa, desde cedo aprendeu
com o pai os segredos e as fases
que compõem a construção de um
sapato. Mas quis mais, procurou
formação em modelação e em CAD/
CAM e hoje emprega uma nova
dinâmica nos destinos da Almeida,
Pinho & Correia, Lda., sempre em
sintonia com a dedicação dos 13
colaboradores.
Mantendo o seu cariz familiar,
quando confrontada com a descida
de encomendas por parte do mercado interno, a empresa teve que se
virar para o exterior. Novas portas se
abriram, nomeadamente em países
como França, Luxemburgo, Holanda
e EUA. Assim, atualmente outras
marcas confiam no know-how desta
empresa portuguesa a produção
das suas coleções de calçado de
criança.
No final da nossa visita, os
nossos entrevistados deixaram a
garantia de que, apesar de não saberem o que lhes reserva o futuro,
com certeza vão continuar a apostar
no mercado externo. “Somos uma
empresa familiar, trabalhamos com
muita qualidade e rigor de modo a
manter ao longo deste 36 anos a
fidelidade dos nossos clientes, os
mais antigos e os novos que agora
se apresentam”. |
Portugal Inovador
Capacidade duplicada
Os últimos dois anos marcaram um crescimento exponencial para a Principal Prioridade,
empresa construtora sediada em Oliveira de Azeméis.
“O nosso objetivo
passa por nos
mantermos neste
volume de negócio
que ronda os cinco
milhões anuais, o
que entendemos
ser razoável”
Joaquim Almeida tinha uma
experiência de quase duas décadas no setor quando, em 2010,
decidiu empreender e dar início
à Principal Prioridade. Progressivamente, foi alargando a sua
área de intervenção geográfica,
tendo como vertentes do seu
negócio a edificação, manutenção de unidades industriais, a
construção civil, obras públicas
e reabilitação urbana.
O referido alargamento refletiu-se nos números registados
entre 2013 e 2014, nos quais a
faturação duplicou. As previsões
para 2015, tendo em conta as
obras em carteira, apontam para
uma estabilização dos números
do ano passado. “O nosso objetivo passa por nos mantermos
neste volume de negócio que
ronda os cinco milhões anuais,
o que entendemos ser razoável”, declara o responsável. A
contribuir para este crescimento
comercial esteve a nova classificação que a Principal Prioridade
obteve, reclassificando o seu
alvará para uma classe superior,
cujo valor máximo corresponde
a 5 milhões e 312 euros. Entre
as obras mais relevantes deste
ano, destacam-se o novo edifício de apoio ao polo industrial
de Oliveira de Azeméis, a reabilitação do Palácio em Lisboa
e a reabilitação de habitações
sociais no Porto.
Este crescimento implicou um
equivalente incremento da estrutura com que a empresa está
capacitada. Neste momento, são
mais de quarenta trabalhadores,
quadro técnico com know-how
adquirido ao longo de muitos
anos de experiência e um vasto
parque de equipamentos próprio, que abrange os serviços
proporcionados pela empresa.
Desta forma, a Principal Prioridade pretende consolidar-se e
crescer, oferecendo aos clientes, parceiros, fornecedores
e colaboradores grande rigor,
qualidade técnica e excelência
no engenho.
As condições atuais deixam
Joaquim Almeida satisfeito e são
as que se adequam à sua política
enquanto empresário: “Sentimos
qual é a nossa capacidade e eu
quero trabalhar com uma estrutura por mim controlada e com
a qual me sinta confortável. As
obras podem fazer-se sem que
eu esteja mas, mesmo assim,
eu sinto que tenho que estar.
Tenho que estar presente, tenho
que ver e tenho que sentir o que
está a ser feito, e quero que a
empresa se mantenha num nível
dentro do qual eu não tenha que
abdicar desta forma de trabalhar”, conclui. |
Maio I 59
Portugal Inovador
Produtos caseiros
em nossas casas
Fundada em 1989, a Tia Maria é uma empresa que produz pré-cozinhados crocantes, apostando
na qualidade e sabores caseiros e tradicionais.
Com 25 anos de labuta em diversas empresas na área de Oliveira
de Azemeis, Júlio Dinis sentia-se
cansado da rotina e com uma
enorme ambição de se estabelecer
num negócio em nome individual.
A oportunidade surgiu de forma
inesperada através de um negócio
caseiro da sua esposa, a famosa
Tia Maria. “A minha esposa vendia
pequenas quantidades de petiscos
congelados, nomeadamente rissóis,
a amigos e familiares. Os produtos
eram tão bons que uma sobrinha,
que geria um supermercado aqui
na zona, desafiou a minha mulher
a vender os seus produtos naquele
estabelecimento, afirmando que
teriam imensa saída”.
As previsões eram, de facto,
acertadas e os produtos da Tia
60 I Maio
Maria tiveram uma enorme aceitação, ultrapassando, rapidamente,
a concorrência no supermercado.
Toda esta situação levou a um
aumento drástico na procura dos
produtos e o nome rapidamente se
espalhou na região. Júlio Dinis viu
potencial no negócio dos congelados e começou a desempenhar
um papel comercial, contactando
alguns revendedores, e expandido
a abrangência do produto. “Senti
que poderia ser um negócio com
futuro. Comprámos uma arca frigorífica, montámos uma instalação
culinária na parte inferior de casa e
começámos a trabalhar em maiores
quantidades, mas sempre de forma
artesanal. Mais tarde, acabámos
por construir um pavilhão no quintal
de casa, que nos permitisse respon-
der às necessidades existentes”,
explica Júlio Dinis.
O sucesso dos seus produtos
foi tanto que o nosso entrevistado,
com um nome já estabelecido na
praça, decidiu deixar a vertente
comercial de contatar e procurar
novos clientes para a sua carteira,
passando a aceitar apenas encomendas. Em 2010, depois de um
período de crescimento bastante
favorável, a Tia Maria assume o
desafio de produzir industrialmente.
Estabelece-se numas novas instalações, modernas, com tecnologias
de ponta, aumentando a produçãoo, alcançando novos mercados,
mantendo todo o sabor e texturas
característicos.
Atualmente, a empresa comercializa almofadas de salsichas e
mistas, almôndegas, bolinhos de
bacalhau, chamuças, coxinhas e
escalopes de frango, hamburgers,
crepes de legumes, croquetes, panados, pataniscas e rissóis.
Além de uma abrangência global
no mercado nacional, a Tia Maria
exporta também os seus produtos
para o mercado europeu, nomeadamente França e Luxemburgo.
Existem também alguns contatos
em Angola e na América Latina, que
poderão ser os próximos destinos
destas iguarias. Um futuro promissor para esta PME Líder, que é um
exemplo de sucesso, de alguém
que construiu um império através
da ambição e vontade de vencer. |
Portugal Inovador
Costurando o sucesso
Guilherme Costa é responsável pela Electrocostura, Unipessoal Lda., empresa que direciona
a sua atividade, desde 2005, para a importação e comercialização de máquinas de costura
para o setor do calçado.
Outrora (desde 1985 até 2005),
o atual empresário oliveirense foi
funcionário de uma empresa associada ao setor de comercialização
de maquinaria de costura, cerca
de 23 anos que permitiram adquirir
know-how e conhecimento “abrangente” do mercado.
“Na anterior empresa onde
desempenhei funções, deparei-me, a determinada altura, com um
panorama negativo, tendo sido incluído num despedimento coletivo”,
elucidou Guilherme Costa, acrescentando que o subsídio estatal foi
o “principal fator de impulso” para
apostar no projeto pessoal.
Em agosto de 2005, a Electrocostura Unipessoal Lda., de
cariz “familiar”, estabeleceu-se em
Nogueira do Cravo, freguesia do
concelho de Oliveira de Azeméis,
e “rapidamente” tornou-se num
caso de sucesso. O segredo deve-se ao contínuo investimento: “A
chave deste negócio passou por
apostar sempre na empresa. Todo
o dinheiro recebido após a situação
de desemprego foi investido neste
projeto. O próprio lucro conseguido foi igualmente injetado e, além
disso, procurei ter muito stock e
comercializar em quantidade”, resumiu Guilherme Costa.
Beneficiando da sua formação
em Eletrónica, o interlocutor definiu,
além do sistema de revenda – contabiliza cerca de 95% do volume de
faturação –, a assistência técnica
como um “complemento fundamental” para a fidelização de clientes.
O raio de ação da Electrocostura Unipessoal Lda. centra-se no
distrito de Aveiro e em Felgueiras,
concelho com tradição no setor do
calçado. Além da representação da
marca alemã ‘PFAFF’, Guilherme
Costa conseguiu a exclusividade de
representação na Península Ibérica
da marca chinesa ‘JOYEE’, que
pertence à marca ZOJE, empresa
com a qual a PFAFF Industrial começou a sua produção na China.
A tendência de crescimento
verificada nos anos iniciais de
atividade estão diretamente relacionados com a atualização de
produtos: “Geralmente, acompanho
a evolução do mercado e procuro
comercializar o equipamento mais
sofisticado do mercado. Conseguir
comprar a preços reduzidos e comercializar exibindo preços competitivos é igualmente importante”,
reiterou.
Por fim, Guilherme Costa traçou,
apesar de “um 2015 pouco animador”, o seu principal objetivo para
o futuro da Electrocostura Unipessoal Lda. e a sua sustentabilidade:
“Embora não tenha grandes perspetivas, ambiciono manter o volume
de faturação e continuar o processo
de crescimento”, concluiu. |
Maio I 61
Portugal Inovador
Veículos usados
para todos os gostos
A Caimacar, situada em Pinheiro da Bemposta (Oliveira de Azeméis) é uma empresa sólida e
dinâmica, constituída por profissionais com vasta experiência no ramo automóvel. Destacase a credibilidade, qualidade e variedade de automóveis usados, de média e alta gama, que
disponibiliza aos seus clientes.
A experiência e os conhecimentos adquiridos tornaram-se fundamentais no desenvolvimento deste
setor de atividade, marcada por
uma forte atitude e empenho pessoal, tendo por base os princípios
de seriedade e da transparência.
A preferência dos clientes e
as consultas de todos os, que por
necessidade ou gosto em adquirir
um automóvel, tão frequentemente
confiam neste stand com 20 anos
de experiência, dando à Caimacar
a motivação de querer sempre mais
e melhor.
Orlando Figueiredo, o responsável por este stand situado entre
a EN 1 e a IC 2, começou por
trabalhar em nome individual e, a
partir de 2001, assume-se como
administrador de uma empresa
62 I Maio
unipessoal limitada.
Neste stand são comercializados veículos multimarcas, desde
viaturas ligeiras e comerciais a
barcos e motos.
“Conseguimos distinguir-nos de
outras empresas do mesmo setor
pelo nosso serviço pós-venda”,
refere o proprietário da Caimacar, sendo que o stand é também
composto por uma oficina – o que
marca um grande diferencial – e ao
nível de garantias, disponibiliza-se
para ajudar o cliente quando surge
algum tipo de problema.
O lema da Caimacar é: “servir
bem o cliente”, tanto na venda
como no pós-venda. “Temos uma
rede de clientes bastante fiel e,
dessa forma, somos capazes de dar
resposta em todos os distritos de
Portugal Continental, assim como
nos arquipélagos dos Açores e da
Madeira, através do uso das novas
tecnologias”, menciona Orlando
Figueiredo. Mas sem dúvida que
os maiores clientes da Caimacar
são os da região de Oliveira de
Azeméis.
“O setor automóvel tende a de
crescer, todos os indicadores apontam para que isso aconteça”, vinca
o proprietário deste stand situado
na Área Metropolitana do Porto. O
atendimento ao cliente é feito de
acordo com as suas pretensões,
fazendo-se o financiamento e tratamento do seguro do veículo. A
Caimacar garante o pack completo!
O crescimento da Caimacar
tem sido sustentado, sendo que o
balanço que Orlando Figueiredo faz
destes 20 anos é bastante positivo.
O proprietário perspetiva também um bom futuro para o seu
negócio, sendo que, na calha
encontra-se a abertura de um novo
concessionário. |
Portugal Inovador
Maio I 63
Portugal Inovador
Pela causa animal
Outrora Dina Carvalho foi professora do ensino secundário. Em 1995, juntamente com o seu
marido, deu início à Vet EFA, empresa de serviços veterinários com três centros médicos
direcionados aos animais de companhia.
existência de especialistas, o papel
e know-how do médico veterinário
deve “ser alvo de maior respeito” na
relação comercial entre os donos dos
animais de companhia e os farmacêuticos, apontando para “a frequência
assistida” a alterações de prescrições
médicas: “São poucos os contactos
recebidos por parte das farmácias em
relação ao impacto de algum medicamento”, asseverou Dina Carvalho.
Serviço completo
O projeto surgiu “com o intuito de
impulsionar na região do Entroncamento a preocupação pelo bem-estar
animal”. Principiaram a atividade num
espaço singelo que rapidamente
se tornou “pequeno”, impulsionado
a “vontade de crescer”. Em 1999,
trocaram de instalações e iniciaram,
simultaneamente, o processo de
expansão do Centro Médico Veterinário de Animais de Companhia para
Fátima e Alcanena.
Através da iniciativa de Dina Carvalho, sócia-gerente, Rui Arrabaça,
Médico Veterinário há mais de 30
anos e diretor clínico, viu também o
seu desejo “concretizado”. Volvidos 20
anos, contam com a colaboração da
filha, Joana Martins, recém-licenciada
em Medicina Veterinária. “Nesta zona
alargada que cobrimos, encontramos
64 I Maio
pessoas realmente preocupadas com
os seus animais de companhia, com
fortes laços afetivos”, descreveu Dina
Carvalho. Nesses casos a capacidade económica “não é utilizada como
argumento” e o animal de companhia
“é visto como um membro da família”.
A responsável alertou para o facto
de cada dono ter “atenção” para os
cuidados primários: “Somos livres de
ter ou não animais. Quando adota
um, deve assegurar-lhe todas as
condições, como alimentação, carinho e prevenir eventuais doenças”,
argumentou. Ademais, acrescentou
que o abandono animal não é apenas
“consequência dos preços” e que se
trata de “responsabilidade social”.
Considerada a especialização
veterinária como “o caminho a seguir”
e classificada de “fundamental” a
O Centro Médico Veterinário de
Animais de Companhia no Entroncamento dispõe de meios complementares de diagnóstico atualizados, tais
como Raio X digital, equipamento de
análises clínicas e ecógrafo. A cirurgia
é uma paixão e o bloco operatório o
orgulho do diretor clínico. A equipa
de profissionais é multifacetada e
preocupada em prestar um serviço de
qualidade. Tem urgências 24 h.
A evolução para hospital pode vir a
ser o próximo passo, no entanto a sua
maior preocupação é a boa relação
com os clientes, o bem-estar animal e
as boas práticas veterinárias. |
Portugal Inovador
Atendimento
personalizado para
os seus animais
O projeto que lhe apresentamos resultou da paixão por animais partilhada entre Olga Lagoa
de Sousa e Sandra Fonseca. Após alguns anos de exercício de atividade, a amizade de
ambas foi consolidada em 2007.
A total remodelação de um edifício antigo deu origem ao que é
hoje uma clínica prática, moderna
e dinâmica que acolhe sete profissionais devidamente qualificados.
O espaço tem as portas abertas
de segunda a sábado, sendo que
o serviço de urgências 24 horas,
para animais em risco de vida, pode
ser solicitado através de contacto
telefónico.
A Clínica Veterinária do Lis foi
pioneira na cidade de Leiria no
que respeita ao funcionamento
de consultas por marcação, tendo
como objetivo a ausência de tempo
de espera por parte dos donos,
proporcionando um atendimento
mais personalizado e uma melhor
organização interna. Para além das
duas salas de espera distintas, que
separam cães e gatos, também
os consultórios se baseiam nesse
conceito diferenciador.
São múltiplas as valências que
a clínica dispõe, destacamos o
serviço interno de análises clínicas, cirurgia de tecidos moles e
ortopédica, endoscopia e diversas
áreas médico-veterinárias como
Reprodução Animal, Cardiologia,
Gastroenterologia, Oncologia, Dermatologia, Fisioterapia, diagnóstico
por imagem com recurso a ecografia e Raio X, entre outros, realçando
ainda a possibilidade atendimento
ao domicílio, e de higiene e estética
animal.
No decorrer da nossa conversa,
Sandra Fonseca refere: “O médico
veterinário tem a capacidade de
aplicar os seus conhecimentos
em todas as áreas, no entanto em
situações mais específicas, optamos por reencaminhar os animais
e trabalhar em parceria com outros
profissionais mais especializados”.
Dando continuidade ao tema,
Olga Lagoa de Sousa considera
ser fundamental existir uma divisão
ao nível das especialidades: “O
médico veterinário exerce atividade à semelhança de um médico
de família e é disso que nós gostamos”. Consciente da crescente
procura das práticas de Medicina
Alternativa, a profissional salienta
que esta é “uma terapêutica em
expansão, embora não tenha a
mesma celeridade de resposta que
um produto químico. É uma porta
muito importante que se pode abrir
na área da Medicina Veterinária”. O
animal de companhia “é, cada vez
mais, considerado um membro do
agregado familiar e os proprietários
gostam de ter alguém em quem
confiar, que dê a cara, os informe
e os auxilie”, complementa Sandra
Fonseca.
Seguras do seu importante papel formativo junto da população,
as nossas entrevistadas alertam
para o risco da compra de medicamentos animais em espaços não
direcionados para o efeito. Olga
Lagoa de Sousa aceita que “as
farmácias vendam produtos veterinários, no entanto estes devem
ser controlados e sempre sujeitos
a receita médico-veterinária. Caso
contrário, os problemas ocorrem e
os proprietários acabam por expor
o animal, em último recurso, ao
médico veterinário.
Atenta à necessidade de apostar na inovação e nas transformações do setor, a equipa da Clínica
Veterinária do Lis está em constante evolução, sendo que todos os
anos tenta melhorar e investir no
espaço, prestando um serviço cada
vez mais completo e diferenciado. |
Maio I 65
Portugal Inovador
Em prol da evolução
dos métodos de
diagnóstico
Formada em 1997, Alexandra Tavares desenvolveu a sua atividade em torno das suas clínicas
veterinárias em Alcobaça e na Nazaré.
Alexandra Tavares sempre quis
exercer veterinária. Esse sonho
tornou-se realidade quando começou
a trabalhar com pequenos animais
e aí encontrou a sua vocação. A
profissional iniciou a sua entrevista
realçando a importância de criar relações com as pessoas e com os seus
animais, porque é daí que advém
parte da confiança no serviço. “Muitos colegas irão concordar comigo e
66 I Maio
afirmar que o facto de podermos lidar
com animais todos os dias é a maior
felicidade que podemos ter. É muito
interessante esse relacionamento
entre o paciente e o seu médico,
especialmente na veterinária”, conta.
Nos últimos anos fizeram-se
notar várias evoluções no setor. “Em
termos de Medicina Veterinária foi
uma mudança colossal, passámos
de escassos meios de diagnósticos
para termos tudo o que possamos
imaginar. Em termos de terapias,
a evolução foi ainda maior”, afirma
Alexandra Tavares. Quanto à procura
do tratamento propriamente dito, a
médica comenta ter sido um pouco
atrasado pela conjuntura económica,
mas continua a existir uma grande diferença perante a última década. “Há
muita vontade de ajudar os animais,
mas nem sempre há possibilidade
de ir tão longe como é necessário”,
conclui.
A Clínica Veterinária de Alcobaça
e o Consultório Veterinário de Nazaré
dispõem de todas as valências que
compõem um espaço adequado para
tratar vários problemas, sendo a
equipa de três médicos veterinários
e duas auxiliares, complementada
por colegas que cuidam as patologias mais específicas, através de
parcerias. “Quando não temos a
informação necessária para dar uma
“A Clínica
Veterinária de
Alcobaça e o
Consultório
Veterinário de
Nazaré dispõem de
todas as valências
que compõem um
espaço adequado
para tratar vários
problemas”
solução, acompanhamos os clientes
e os seus animais até o colega que
realiza tomografias ou ressonâncias,
por exemplo”, acrescenta Alexandra
Tavares.
Quando questionada sobre o recurso ao farmacêutico como primeira
opção em caso de doença, Alexandra
Tavares reconhece que as farmácias
não são totalmente culpadas, porque
é o público que procura informar-se
junto do meio errado, com o intuito
de poupar dinheiro e tempo numa
consulta de veterinária.
Em jeito de conclusão, falamos
também da criação das especialidades, algo que a médica considera
muito importante. “O nosso diagnóstico é mais correto quando nos
podemos apoiar em colegas que
se especializem numa só área. No
entanto, considero que irá ser difícil
implementar as especialidades”,
termina.
Para a entrada da primavera
e verão, Alexandra Tavares alerta
para as alergias, comichões, aconselhando as desparasitações interna
e externa. |
Portugal Inovador
Gosto incondicional
pelos animais
Ana Paula Santos exerce Medicina Veterinária há mais de 25 anos e, após trabalhar em
realidades muito distintas, decidiu criar em 2007 a Clínica Veterinária de S. Martinho do Porto.
Formada em 1988 pela Faculdade
de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, Ana Paula
Santos teve imediatamente uma experiência para recordar, ao predispor-se
para trabalhar num hospital veterinário
de Moçambique, durante três anos.
Quando voltou a Portugal, decidiu abrir
um pequeno consultório, o primeiro
em S. Martinho do Porto, logo seguido
pelo primeiro de Alcobaça. Nos dias
de hoje, a profissional lidera um único
espaço, ao qual dedica todo o seu
tempo, paixão e conhecimento. “Este
foi um projeto criado de raiz com muito
trabalho e sacrifício”, conta.
Ana Paula Santos não ambiciona
expandir a Clínica Veterinária de S.
Martinho do Porto (SMP) para hospital,
embora tenha todas as possibilidades
para tal. “Temos as valências adequadas para podermos servir os nossos
clientes. O que não sei fazer em termos de saúde animal, sou totalmente
a favor do reencaminhamento para
Lisboa, seja para a Faculdade ou para
colegas de referência”, completa a administradora. A missão é, no entanto,
criar uma equipa que se complemente
na totalidade, com profissionais que se
dediquem a áreas específicas.
Deduzimos, então, que Ana Paula
Santos é totalmente a favor das especialidades, até porque “há muitos casos de colegas que trabalhavam com
grandes animais e que se direcionaram
aos pequenos, isso é simplesmente
uma ousadia muito grande”. Esta
profissional mostra ser muito exigente,
excelente característica quando em
causa está a saúde.
Na Clínica Veterinária de SMP
verifica-se que, de uma maneira geral, há uma evolução significativa em
termos de cuidados com os animais.
Para isso, a médica veterinária dá a
sua explicação: “Há uma boa razão,
pelo facto de as pessoas estarem
muito ligadas aos seus animais, mas
também existe uma parte negativa…
muitos são adotados apenas porque
estão na moda”. Ana Paula Santos
defende que gostar de um animal, é
gostar de um animal qualquer, incondicionalmente.
Quando questionada sobre a
relação entre os médicos veterinários
e as farmácias, esta profissional é de
opinião que as clínicas veterinárias não
devem vender medicamentos, mas os
farmacêuticos também “não podem
comercializar rigorosamente nada sem
receita, e têm de justificar tudo o que
recebem”.
Tendo em conta as condicionantes
da região onde labora, a equipa da
Clínica Veterinária de SMP realça,
nesta altura do ano, o perigo dos anzóis perdidos na praia, os quais são
causadores de cirurgias frequentes
ao estômago em cães. Para além
disso, as “praganas” (ervas secas) que
surgem nos ouvidos, olhos e narinas
de cães que passeiam no campo. E,
com o verão a chegar, os inúmeros
casos de parvovirose, doença infecto-contagiosa de elevada mortalidade,
a qual causa muitos conflitos com os
proprietários dos canídeos dada a
incompreensão destes ante doenças
virais. |
Maio I 67
Portugal Inovador
VetSaúde: O projeto
de uma vida
Aproveitando um espaço fantástico num ambiente rural e recatado, Pedro e Sofia Carvalho decidiram
avançar com o seu sonho de infância, criando um conjunto de valências que os diferencia.
para a classe veterinária, apontando que está à procura de bons
profissionais para completar a sua
equipa.
Realidade do Oeste
“É o culminar de um sonho”,
inicia Pedro Carvalho, referindo-se ao VetSaúde. Partindo da sua
experiência numa clínica veterinária
no Bombarral, o casal de médicos
veterinários transformou uma ideia
em realidade. O VetSaúde é um
novo projeto, “à nossa maneira”,
tanto pela qualidade de serviço
como pelo “bairrismo” defendido.
Nas Caldas da Rainha procuraram agregar um conjunto de
valências que os torne únicos e que
alcance um público-alvo das mais
variadas regiões. Assim, para além
da clínica veterinária e do hotel,
surge o Dog Camp.
Pedro Carvalho sugere “o espaço agradável e de fácil estacionamento, inserido num contexto rural”
como uma das características que
68 I Maio
diferencia este projeto. A autossuficiência da clínica veterinária
continua a ser uma das prioridades.
“Para além de constituir as valências necessárias ao atendimento
em qualquer caso, queremos trabalhar também em parceria com
colegas que se dediquem especificamente a certas áreas”, conta o
administrador.
Neste sentido, questionámos o
médico veterinário sobre a possibilidade de implementar medicinas
complementares nas valências da
VetSaúde, ao que este confirmou
que poderá ser uma possibilidade
no futuro. “Uma das dificuldades em
indicar esses tratamentos é a falta
de predisposição para isso neste
meio rural”, comenta.
Pedro Carvalho deixa uma nota
O Oeste enfrenta algumas dificuldades económicas. Nas Caldas
da Rainha, mais especificamente,
o fecho de algumas empresas
fortes da região afetou bastante a
capacidade dos donos recorrerem
a cuidados médicos direcionados
para a saúde animal. As mesmas
dificuldades levam as pessoas a
procurarem informação junto das
farmácias. “Faz sentido que os
farmacêuticos nos encaminhem
os casos que recebem e que não
sabem medicar ou que, pelo menos, nos liguem para saber mais
informações. Há, no entanto, muitos
casos que são resolvidos no balcão
da farmácia”, acrescenta.
Pedro Carvalho afirmou também que não vê a necessidade
de competição entre as clínicas
veterinárias e as farmácias “até
porque, para além de o lucro dos
medicamentos veterinários ser
pouco, muitas vezes são receitados
medicamentos de especialidade
humana para ir ao encontro das
possibilidades económicas do
cliente”. |
Oeste Dog Camp
Este será um campo de treino e
ensino, onde se irá sensibilizar
a população para a relação que
tem com os seus animais de
estimação. Para criar uma maior
oferta de valências nesta escola,
estão a ser estudadas modalidades norte-americanas que ainda
são pouco conhecidas em Portugal como FlyBall e Dock Diving
Portugal Inovador
“A importância de fazer um
aconselhamento direcionado”
André Traqueia e Elisa Queijo são os responsáveis por dois projetos a favor dos amigos de
quatro patas no distrito de Aveiro. A clínica em Estarreja nasceu em 2006 e o consultório na
Branca - Albergaria foi criado em 2011.
André Traqueia começa por esclarecer as diferenças que verifica
entre os públicos que visitam os dois
espaços: “Há uma diferença grande
entre o consultório na Branca e a
clínica de Estarreja, nesta última as
pessoas já estavam mais habituadas aos cuidados a ter com os seus
animais. Na zona da Branca (AAV) e
Pinheiro da Bemposta (OAZ), sendo
um meio mais rural, ainda tem que
se trabalhar com vista à consciencialização dos proprietários para a
visita ao veterinário. Uma grande
parte da população não tinha noção
que era necessário fazer desparasitações com frequência por exemplo,
e tinham o hábito de ir à farmácia em
vez de vir ao veterinário sempre que
o seu animal se encontrava doente”.
O Consultório Veterinário na
Branca é utilizado também como
“triagem” sendo depois o animal
encaminhado para a Clínica Vet
4, devidamente equipada com “os
meios de diagnóstico necessários
para tratar corretamente o animal”.
Em Estarreja, a clínica está já a
crescer com vista a alcançar o estatuto de Hospital Veterinário. “Um
espaço autossuficiente onde sempre que necessitamos de recorrer
a especialistas, desenvolvemos
parcerias, recebendo a sua visita
para consultas de especialidade
e/ou cirurgias mais complicadas”,
esclarece o diretor clínico.
Saúde Animal
“Vacinar um animal doente pode
ser colocar a sua vida em risco”,
denota André Traqueia. Isso é uma
falha muito grave que continua a
verificar-se com a venda de vacinas
e outros medicamentos sem receita
médico-veterinária em espaços de
saúde como as farmácias”, vinca.
“Temos conseguido fazer entender aos proprietários, a importância
de se fazer um aconselhamento
especializado antes da compra e utilização de medicamentos”, defende
André Traqueia.
caso clínico para um colega que é
especialista, formando um trio entre
o médico veterinário generalista, o
especialista e os proprietários dos
animais, tendo em linha de conta o
bem-estar e saúde dos animais de
companhia.
Investindo assiduamente no seu
projeto, André Traqueia fez recentemente algumas remodelações
na clínica em Estarreja para a adequar às particularidades dos gatos,
adaptando a sala de espera, tendo
consultórios independentes e zona
de recobro/internamento separados.
Está também a desenvolver a candidatura para a sua certificação como
clínica “cat friendly”! Outra das áreas
em que está a apostar é na clínica/
tratamento para animais exóticos, os
novos animais de companhia, com a
integração no corpo clínico de uma
médica veterinária com formação
especializada, sendo mais uma área
onde irão ser pioneiros na região. |
Especialidades
O caminho a seguir no âmbito
da Medicina Veterinária passa pela
parceria entre o médico generalista
e o veterinário especialista, visto
que “não conseguimos saber tudo
sobre todas as áreas”. O futuro da
profissão passa por referenciar o
Maio I 69
Portugal Inovador
“No geral, as pessoas
têm cuidado com os
seus animais”
Responsável pela Clínica Médico-Veterinária d’Areosa, João Loureiro explanou a realidade
referente à saúde animal existente em Viana do Castelo.
“No geral, as pessoas têm cuidado e preocupação com os seus
animais. Apesar das dificuldades
económicas fazem um esforço financeiro. Além disso, apresentam uma
relação largamente afetiva com o seu
animal”, considerou, inicialmente,
João Loureiro, médico veterinário
formado na Universidade de Trás-os-Montes.
Findo o curso, laborou dois anos
em Barcelos antes de dar início à sua
própria clínica na freguesia de Areosa, em setembro de 2001. Desde
então, o panorama de saúde animal
em Viana do Castelo alterou-se por
completo: “Julgo que muita coisa mudou nos últimos anos. Ao contrário do
passado, em que os donos se deslocavam à clinica apenas em caso de
70 I Maio
doença, hoje em dia há uma maior
prevenção e cuidados profiláticos”,
acrescentou o responsável.
Atualmente, a Clínica Médico-Veterinária d’Areosa, que integra
mais duas profissionais, tem como
valências consultas médicas, vacinação, cirurgia e internamento, tosquias
e banhos, além do serviço de urgência durante 24 horas. Em casos de
maior especificidade, como cirurgias
ortopédicas e exames cardiológicos,
recorre a “profissionais externos”.
Realidade veterinária
Referindo-se à especialização da
Medicina Veterinária, João Loureiro
classificou a temática como “uma
questão de mentalização de alguns
colegas e mesmo de alguns proprie-
tários” e que o setor “necessita dessa
evolução”. Reiterou depois a estratégia a seguir: “É impossível, com
o mercado atual, criar uma clínica
especializada em determinada área,
com exceção, talvez, nos dois grandes centros urbanos (Lisboa e Porto).
Não havendo casuística suficiente,
para isso, deve haver especialistas
que trabalhem em diversas clínicas”,
afirmou.
“Sou igualmente favorável à inclusão de enfermeiros veterinários, mas
julgo que deve haver uma separação
clara de tarefas, algo que ainda não
está bem definido”.
O responsável afiançou também
que, possivelmente, por força da
maior fiscalização e/ou mais consciencialização, alguns espaços de
comercialização de medicamentos
entram em contato com as clínicas,
em caso de falta do medicamento
prescrito.
Por fim, João Loureiro alertou
para a importância do teste de
despiste da dirofilariose, doença comum em zonas ribeirinhas, situação
“largamente identificada” em Viana
do Castelo: “Apesar de o animal
não demonstrar sintomas, pode ser
portador. Já tivemos múltiplos casos
dada a existência de pequenos rios
nesta região”, concluiu. |
Portugal Inovador
Maio I 71
Portugal Inovador
Sucesso na
internacionalização
A venda para os mercados externos tem crescido de forma galopante dentro do volume
de negócios do Grupo Anitex.
Criada em 1974, a Anitex destacou-se no comércio nacional pela
importação de uma diversa gama de
produtos como brinquedos, artigos
para o lar, para cozinha, decoração,
praia, campo ou decorações de Natal.
A empresa fundada por Domingos
Ribeiro foi crescendo dentro desta
sua vocação, paralelamente com a
Larbrinca, empresa criada, anos mais
tarde, e estabelecida na zona industrial
do Feijó, em Almada.
Até 2008, era uma empresa cuja
dinâmica comercial estava unicamente
voltada para a importação, colocando
os seus produtos quer nas grandes
superfícies quer no comércio tradicional. Foi aí que a contração no mercado
interno veio justificar a abertura de
novos horizontes, como explica a responsável, Ana Ribeiro: “Entendemos
72 I Maio
que o público ia sofrer uma quebra
tal em termos de rendimentos que,
trabalhando apenas no país, a nossa
sobrevivência não iria ser possível. A
primeira medida em que pensámos
foi então na ligação que tínhamos a
um país para nós muito querido que é
Angola. Os meus pais trabalharam lá
durante 25 anos e começámos por aí”.
O mercado angolano foi apenas
um primeiro passo. Através da contínua marcação de presença em feiras
como as de Paris, Frankfurt, Dusseldorf ou Birmingham, tornou-se natural
o alargamento do leque de destinos
de exportação. A lista é extensa: Cabo
Verde, Guiné Bissau, Senegal, Congo,
Moçambique, São Tomé e Príncipe,
República Democrática do Congo,
Gabão, Costa do Marfim, Tunísia, Marrocos, Martinica, Guadalupe, Guiana
Francesa e, na Europa, países como
França, Bélgica, Espanha e Itália.
De acordo com os números de
2014, os mercados externos representaram 68,5% do volume de faturação
da Anitex-Larbrinca, sendo digno de
nota que a esmagadora maioria destas
vendas são para fora do continente
europeu. A adaptação a que a empresa
se sujeitou para registar estes números
foi muito intensa, sendo-nos descrita
desta forma pela nossa interlocutora:
“Até aí, tínhamos uma determinada
estrutura a nível administrativo, assim
como em termos de software e equipamentos, e foi necessário alterar por
completo todo esse sistema. Quando
um cliente externo nos vem visitar, está
a fazer uma nota de encomenda e está
a ser informado automaticamente da
cubicagem a que está o contentor.
Ele não pode sair daqui sem toda a
informação de que precisa. A estrutura
comercial também teve de sofrer alterações, passando a empresa a ter de
se focar em pessoas que, efetivamente, estivessem disponíveis para passar
semanas fora do país”.
Para além destas mudanças de
processos, outra mais-valia, que tem
sustentado a expansão internacional
da Anitex-Larbrinca, reside no trabalho
aqui feito em termos de embalagem
e apresentação. Os artigos comercializados não são de fabrico próprio,
mas a conceção da embalagem é
desenvolvida internamente, seguindo
os produtos para exportação já com
Portugal Inovador
as condições finais de apresentação
nos pontos de venda. “Para além de
comercializarmos um produto também
prestamos um serviço, que liberta os
nossos parceiros de algumas despesas a nível de mão-de-obra”, indica.
Diversificação
fique limitado apenas a uma visita à
vinha, outra à adega e a uma prova de
vinhos. Acreditamos que a região tem
mais para oferecer às pessoas e cada
um de nós deve fazer algo para tentar
dinamizar a região com qualidade”,
afirma. |
O Grupo Anitex conta ainda com
mais duas empresas integrantes. A
AgriRoncão, ligada aos vinhos, e a
Anitex Imobiliária, que possui um numeroso conjunto de imóveis de Norte
a Sul do país.
A AgriRoncão segue o bom exemplo da Anitex-Larbrinca no âmbito do
contacto com os mercados internacionais, exportando para Brasil, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Holanda,
Bélgica, França, Taiwan, Hong Kong e
Singapura. Esta incursão de Domingos
Ribeiro no setor vitivinícola teve início
em 2001, com a aquisição da Quinta
da Levandeira do Roncão, em Alijó, e
da Quinta de Linhares, entre Penafiel
e Amarante. Entretanto, deu-se o
começo da atividade comercial da
AgriRoncão, em 2007, assente nas
marcas Quinta de Linhares, Quinta da
Levandeira do Roncão e DR (alusiva,
simultaneamente, a Douro Region e ao
seu impulsionador, Domingos Ribeiro).
No sentido de ser mais um agente
de valorização dessa mesma região
do Douro, a AgriRoncão irá este ano
organizar aquela que é já a 6ª edição
do concerto da Quinta da Levandeira
do Roncão, realizado dentro da adega,
com a participação da Orquestra do
Norte. “Queremos que o Douro não
Maio I 73
Portugal Inovador
Partilha de experiências
aproxima saberes
Fernanda Ferreira e José Nuno Magalhães guiam a Distinta Década com saber e humanidade.
Vocacionada para o alojamento, tratamento e apoio social à terceira idade, a equipa integra
valores familiares num rigor multidisciplinar.
uma vida digna”, corroboram. Na
sua intervenção laboral apontam
a necessidade de perspectivar a
terceira idade com o respeito que
esta merece, apontando o papel
determinante da sociedade civil na
inclusão de cada idoso, individualmente. “O idoso deve ser tratado
com respeito, carinho, e não como
mais um número”, apelam.
Futuro
Durante o percurso da atividade,
os profissionais tiveram oportunidade de perceber as reais necessidades dos idosos em Portugal, e mais
concretamente no distrito do Porto,
dinamizando estratégias capazes
de concretizar objetivos específicos. Movidos pela sensibilidade do
olhar, os profissionais reconhecem
que na sua atuação têm desempenhado um papel de inclusão social
fundamental: “Faz parte da nossa
essência levar a cabo esta missão,
e a recetividade que temos tido tem
sido muito boa”, informam.
Após o período de integração,
sempre determinado por redobrada atenção ao idoso que chega, a
Distinta Década transforma-se, ao
longo do tempo, numa Casa onde
o sentimento de família persevera,
unindo lugares e pessoas. “Dar se-
74 I Maio
gurança a estas pessoas, gerindo o
nosso dia-a-dia como se fossemos
uma família alargada é a nossa
prioridade”, aclaram.
Lugares inclusivos
Procurando oferecer aos idosos
e seus familiares conforto, segurança e acessibilidade integram
um conjunto de valências diversificadas, evolutivas e adequadas
a cada necessidade. Dotados de
uma equipa graduada e experiente, o utente poder-se-á aqui apoiar
nos conhecimentos técnicos dos
médicos, enfermeiros, auxiliares
de ação direta e voluntários. Com
uma equipa de 14 colaboradores, a
monitorização e acompanhamento
faz-se 24 horas por dia. “É uma
entrega total, procuramos todos os
dias dar-lhes a possibilidade de ter
Nos próximos tempos esperam
poder continuar a distinguir-se pela
formação profissional e pelo seu
subsequente serviço de proximidade. Junto dos idosos há um acompanhamento individual que enriquece toda esta estrutura. “Em termos
de prestação de apoio, gestão de
emoções e atenção, penso que há
uma individualização enorme do
processo de envelhecimento, numa
tentativa de inserir e manter o idoso
numa comunidade, que é o que nos
distingue sobretudo”, concretizam. |
Portugal Inovador
Hairtore:
Produtos para profissionais
Jaime Silva já trabalha no ramo dos produtos para cabeleireiro e da estética há mais de 30
anos, sendo que a Hairtore existe há aproximadamente 15.
a Hairtore dispõe de uma gama
completa de acessórios e equipamento de cabeleireiro e beleza.
“Temos uma grande experiência
e montagem de salões de cabeleireiro”, refere o proprietário da
Hairtore, sendo que “os nossos
acessórios de cabeleireiro contemplam todos os produtos necessários
e indispensáveis ao funcionamento
desses espaços”, salienta.
Chave-na-mão
O percurso empresarial da
Hairtore, situada na freguesia do
Bonfim no Porto, tem crescido
sustentadamente, sendo que Jaime
Silva já havia trabalhado anteriormente para marcas multinacionais,
nomeadamente a Schwarzkopf,
optando mais tarde por desenvolver
um projeto seu na área em que se
sente mais realizado profissionalmente.
A Hairtore - Comércio de Cosmética Unipessoal Lda., é uma
empresa fornecedora de equipamentos e produtos profissionais
para cabeleireiros, barbeiros e
esteticistas. Jaime Silva, juntamente com a equipa de seis colaboradores, trabalham em parceria
com marcas de assinatura como a
L’Óreal, a Revlon, a Risfort, a Wella,
a Formula Pro (Coloração com Óleo
de Argan), a Schwarzkopf, Dixcret
One entre outras. Para além disso,
Jaime Silva e os seus colaboradores têm como objetivo prestar
um serviço completo desde o planeamento do salão, a montagem e
o fornecimento dos equipamentos,
fazendo também o apoio ao cliente
através da venda de produtos e
consumíveis ou da prestação de
assistência técnica e reparação de
equipamentos na região do Grande
Porto. “A nossa larga experiência
neste setor e o profissionalismo dos
nossos colaboradores faz da nossa
empresa uma referência”, refere
com orgulho o nosso entrevistado.
A Hairtore aposta também em
prestar formações aos seus clientes
– “visto que o mundo da beleza e
da estética está em constante mutação” –, em parceria com algumas
marcas que representam.
pamentos direcionada para a área
estética, desde aparelhos para
depilações, tratamentos de rosto
e corpo, manicure e pedicure,
bem como ceras para depilações
(quentes e frias), bandas de cera,
entre outros produtos referentes
ao mundo da estética e da beleza.
Para além de apostar na comercialização para todo o território
nacional e ilhas - sendo que os concelhos de maior abrangência são
o Porto, Viseu, Guimarães, Braga,
Jaime Silva exporta para países
como a Suíça, o Reino Unido - mais
propriamente para Londres - e para
o mercado angolano.
Um dos objetivos deste empresário passa por mudar de instalações de forma a conciliar o armazém onde reúnem todo o stock com
a loja onde diariamente recebem os
seus clientes. |
Estética
Esta empresa dispõe de uma
vasta gama de produtos e equi-
Maio I 75
Portugal Inovador
“A nossa função tem sido alvo
de maior credibilização”
Nuno Sequeira, 43 anos, explanou, enquanto Técnico Oficial de Contas, a sua visão acerca
do setor contabilístico e o modus operandi estabelecido na Resultados Concretos.
Evolução e
prevenção
Aquando do término da sua passagem pelo ensino regular ingressou
na Universidade Portucalense, onde
se formou em Economia, seguindo o
exemplo do pai que era economista
de profissão. Profissionalmente,
Nuno Sequeira passou por diversos
departamentos de contabilidade e
fiscalidade de empresas industriais.
Posteriormente, com a abertura
de um escritório de contabilidade
“juntamente com colegas”, desviou-se da Economia e, em 2006,
adquiriu a Resultados Concretos
– direcionada para o ramo da Contabilidade –, fixando-se no Porto.
“Somos uma espécie de braço
direito dos nossos clientes e assu-
76 I Maio
mimos essa forma de estar”, frisou
Nuno Sequeira acerca da filosofia
de trabalho implementada. Através
de uma equipa de quatro membros
– “realmente dedicados” –, disponibilizam serviços de contabilidade
e fiscalidade, mostrando-se “capazes” para a projeção e definição de
viabilidade empresarial. “A nossa
missão passa por acompanhar e
orientar cada pessoa ou empresa
no seu trajeto”, vincou Nuno Sequeira.
Essencialmente, a sua estrutura está direcionada para micro
e pequenas empresas de Norte a
Sul do país em diversos setores
de atividade.
As “constantes” alterações legislativas efetuadas na regulamentação
do setor forçam o acompanhamento
“quase diário”. A Resultados Concretos, enquanto associada da APECA
(Associação Portuguesa das Empresas de Contabilidade e Administração),
está “constantemente atualizada” em
relação a qualquer novo diploma legislativo. Todavia, o interlocutor apontou
para a “falta de tempo para adaptação
e elucidação do cliente”, classificando
como “fundamental” a existência de
“margens de manobra” no cumprimento de prazos.
“Durante a recessão económica,
a maioria percebeu que este trabalho
permite uma maior estabilização financeira dos negócios, definindo inclusive
estratégias de crescimento”, assegurou Nuno Sequeira, enumerando um
efeito positivo da crise que surgiu em
2008. Para o economista, “abriu-se
espaço para a contabilidade preventiva”, remetendo elogios ao organismo
tutelar: “A profissão tem sido alvo de
maior credibilização graças ao trabalho
feito pela OTOC”, acrescentou.
Definindo “confiança” e “sinceridade” como valores essenciais na sustentação da relação entre empresário
e contabilista, Nuno Sequeira reforçou,
por fim, “a importância da contabilidade
preventiva” e o “trabalho de excelência”
da Resultados Concretos junto de
qualquer cliente. |
Portugal Inovador
Proximidade na gestão
A Antelconta, sediada em Lavra, completa este ano o seu 25º aniversário. Durante este
período, Graça Campos acompanhou a necessidade local dos serviços, alocando respostas
ajustáveis ao mercado.
Quando se projetou no mercado, Graça Campos começou por
desenvolver atividade na área da
contabilidade numa outra empresa, no Porto. Mais tarde, movida
pela aprendizagem, quis mostrar
os seus conhecimentos na vila
que agora visitamos. “Eu, o meu
marido e mais duas pessoas verificámos a necessidade aqui sentida
e quisemos compensá-la com
os nossos serviços. Tínhamos a
nossa missão. Fomos crescendo,
abrimos uma filial em Amarante,
fui contratando mais pessoas e
aproximei-me cada vez mais da
população”, conta.
A abrangência que conseguiu
abraçar nas diferentes áreas de
negócio, desde pequenas a médias
empresas, dá-lhe agora a confiança
necessária para se posicionar com
notoriedade, seriedade e transparência. Em 2008, a expansão
da Antelconta traçou novo rumo,
integrando na sua já diversa oferta
de serviços a área dos seguros e da
promoção bancária. Durante essa
atuação um novo paradigma se foi
afirmando. A profissional sensível
a esse novo estar de empresas e
empresários dá-nos um breve espelho da conjuntura: “O meu cliente
é maioritariamente a pequena e
média empresa. Esse empresário
não encerrou na crise, esforçou-se,
fez tudo o que era possível para se
manter ativo”.
Contudo, como Técnica Oficial
de Contas não deixa de manifestar
algum descontentamento quando
se apercebe que a sua profissão
não está a ser devidamente valorizada: “Sinto que nos esforçamos
por ser tecnicamente corretos, estamos sempre presentes no aconselhamento fiscal dos nossos clientes
para que eles não venham a ter
problemas futuros, e penso que não
estamos a ser reconhecidos”.
O seu olhar perspicaz fá-la
avaliar os problemas inerentes a
todo o processo contabilístico com
frontalidade e humanidade. “No
sentido de aumentar a celeridade
e agilizar as operações contabilísticas, direcionadas fortemente para
a fiscalidade, gostaria de ver estas
ferramentas a serem utilizadas no
processo de gestão das pequenas
e médias empresas”, afirma.
Presente e Futuro
Este ano, a Antelconta afirmando-se num crescimento positivo, decidiu criar maior estímulo à aprendizagem contínua dos jovens recém-licenciados, com a promoção de
dois estágios profissionais. “Estou
sempre aberta a essa colaboração.
A empresa já não é só minha, todos
os trabalhadores têm uma palavra
muito séria nas empresas”, salienta.
É nessa mesma voz de união
e esperança que se liga ao futuro.
Para que esse otimismo se concretize com efetividade em Portugal,
pede que haja um maior reconhecimento das pequenas e médias
empresas. |
Maio I 77
Portugal Inovador
20 anos de rigor e confiança
Crescimento a pulso e relações de amizade com os clientes tornaram a Numer uma referência
de credibilidade e profissionalismo no ramo da contabilidade.
A dedicação e o profissionalismo de José Fernandes, mentor do
projeto Numer, são a sua imagem
de marca no setor. Este amor à
contabilidade valeu-lhe não só o
reconhecimento do antigo patrão
e sócio - que em março de 1995
lhe ofereceu sociedade na empresa onde laborava a qual, mais tarde, daria origem à Numer -, mas
também uma linha de sucessão.
Primeiro a filha, Isabel Vieira, que
após anos a acompanhar de perto
o trabalho do pai e a sentir-se
fascinada pelos números, companhia de longas noites no serão
familiar, imiscuiu-se no ramo e
seguiu as pegadas do progenitor;
seguindo-se a neta, Cátia Vieira,
que dá agora os primeiros passos
na empresa familiar. “Sempre
acompanhei de muito perto o trabalho do meu pai, colaborei com
78 I Maio
ele desde 1995, quando assumiu
a sociedade da Numer e a partir
de 2001, tornei-me sua sócia”,
explica-nos Isabel Vieira.
A Numer atua nas áreas de
contabilidade, fiscalidade e recursos humanos. Além das valências
normais dos TOC, este gabinete
presta serviços de assessoria,
consultadoria e agiliza processos
burocráticos como contratos de
trabalho, inscrições na Segurança Social, entre outros. Esta
inserção na vida ativa das empresas, funcionando como suporte
de toda a atividade económica
e planeamento, é fruto de um
atendimento personalizado e de
relações de trabalho proficientes
de longa data. “Temos clientes
com perto de 20 anos de casa. É
fundamental existir uma relação
de confiança mútua entre conta-
bilista e cliente. Só se pode fazer
um trabalho competente e ajustado caso estes nos vejam como
parte do processo”, confidencia
Isabel Vieira.
Este trabalho rigoroso envolve conhecimentos específicos
e uma formação permanente,
muitas vezes motivada por alterações constantes da lei. Leis
e burocracias que fogem ao conhecimento do empresário e que
“podem provocar danos diretos e
indiretos” na vertente financeira
de uma empresa. “As alterações
governamentais obrigam a um
trabalho de atualização e estudo
assíduo. Acabamos por fazer a
tradução de decretos e alterações
da lei, simplificando a leitura das
mesmas e enviando aos nossos
clientes súmulas com o estritamente fundamental numa linguagem acessível. É um cuidado
que procuramos ter e que facilita
todos os processos de troca de
informação e documentação”,
confidencia-nos.
Uma empresa que subindo a
pulso, foi e é uma marca de atendimento personalizado, auxiliando
os empresários portugueses, muitas das vezes alheios a este tipo
de necessidade e consciência.
Uma empresa de contabilidade
em crescendo, tal como o setor,
e que espelha o brilhantismo do
seu percurso na montra das novas instalações, à face da Rua do
Heroísmo no Porto. |
Portugal Inovador
“Um balanço agridoce com os
números”
Rigor, dedicação e necessidade de constante formação são as características principais de
um Técnico Oficial de Contas, aos olhos de Francisco Lima. A Limaconta atua há mais de
20 anos no mercado do grande Porto.
Após algumas experiências profissionais, Francisco Lima arriscou
e criou o seu projeto individual em
1991. Com o crescimento do serviço
da Limaconta, o Diretor Técnico e a
sua equipa deslocaram-se para o
atual espaço na cidade de Valongo,
onde se encontram desde 1998.
“Sempre gostei do mundo das contas
e a economia esteve sempre presente na minha vida”, inicia.
Após o término do serviço militar,
iniciou-se num gabinete de contabilidade no Porto, que lhe começou a
suscitar o interesse pela constante
formação. Em face disto, adquiriu
recentemente a sua pós-graduação
em SNC e Gestão em regime noturno, pois “quando se ama o que se
faz e se procura sucesso, temos de
fazer sacrifícios”.
Francisco Lima reforça a impor-
tância da formação e a necessidade
da mesma: “Um bom Técnico Oficial
de Contas (TOC) deve sentir necessidade de estar atualizado e informado
para prestar um bom serviço e fazer
um trabalho de excelência dignificando, desta forma, aprofissão”, indica.
Os relatórios financeiros são, entre
outras, uma das principais valências
da Limaconta, que preza por efetuar
análises profundas, tornando-se
assim, para os seus clientes, um
instrumento de apoio fundamental na
gestão das suas atividades.
Função pedagógica do
TOC
A imagem do contabilista tem
vindo a melhorar bastante, “passou
de um mal necessário a um parceiro
essencial das empresas e dos seus
gestores. Os empresários apercebe-
ram-se que não somos cobradores
de impostos e que podem aproveitar
o nosso conhecimento. A contabilidade deve ser principalmente um
instrumento de apoio à gestão e um
aliada para a tomada de decisões”,
explica.
A mudança constante da legislação e o surgimento de novas obrigações são, no entanto, um aspecto
negativo para o contabilista que por
vezes encontra muitas dificuldades
em transmitir essa informação ao
cliente.
Na Limaconta o profissional ensina o seu cliente a ler e a perceber
todas as análises, porque “um TOC
que se preze faz questão que os
clientes saibam interpretar as diversas peças contabilísticas” e uma
das várias mais-valias que têm como
empresa é dar formação coletiva aos
seus clientes, nomeadamente quando ocorrem alterações legistativas
profundas. “Cabe a cada TOC ter
orgulho na profissão e dignificá-la”,
completa Francisco Lima.
O nosso entrevistado conclui que
existe uma obrigação na profissão,
que é a aprendizagem constante:
“Desta forma enriquecemos o nosso currículo, bem como adquirimos
novos conhecimentos que podemos
partilhar com outros e, no nosso
caso, ajudar os nossos clientes a
tomar as melhores decisões”, termina
Francisco Lima. |
Maio I 79
Portugal Inovador
RMP: O parceiro para
o seu negócio
A RMP Management Partner, criada por Raquel Mota Pinto, surgiu com o intuito de ser o
parceiro ideal das empresas na gestão e organização dos seus negócios, ambicionando
dotar os seus clientes com as ferramentas para a melhor tomada de decisões.
Raquel Mota Pinto tem formação superior em Contabilidade e
Administração, Gestão, Finanças
Empresariais e Economia, áreas
nas quais trabalha desde 1994.
Assumindo um projeto focado nas
empresas, a RMP tem uma equipa
multidisciplinar altamente especializada e motivada na definição de
estratégias para os seus parceiros.
“Começámos por ser um gabinete
de contabilidade tradicional, mas
à medida que fomos crescendo e
conhecendo melhor o mercado,
assumimo-nos como um parceiro
80 I Maio
de gestão”, adianta. O objetivo da
RMP não é só cumprir com as obrigações inerentes à contabilidade e
à fiscalidade, mas também fazer um
planeamento fiscal adequado, dotar
o parceiro e os seus colaboradores
de ferramentas administrativas e de
controle, analisar os outputs contabilísticos e fiscais disponibilizados
como uma ferramenta de gestão.
Nesse sentido, todas as análises
são apresentadas graficamente no
sentido de facilitar a assimilação
e o rápido entendimento da informação.
A nossa interlocutora considera
que a contabilidade tem que ser
vista como um suporte essencial
na gestão das empresas. Com base
neste apoio, e nos elementos que
esta disponibiliza, “o empresário
deve definir todas as estratégias de
gestão, quer comerciais, financeiras, marketing, internacionalização
e operacionais”, salienta.
A RMP colabora maioritariamente com o cliente empresarial, sendo
que algumas sociedades têm sede
em Espanha, EUA e França, num
leque maioritariamente composto
por empresas nacionais de vários
setores de actividade. “Quando o
cliente nos procura pela primeira
vez – nas fases de criação ou
desenvolvimento do negócio –,
procurámos perceber a sua perceção e conhecimento sobre o seu
próprio negócio e os desafios que
diagnosticou”. Utilizando o conteúdo do plano de negócios, “procuramos perceber até que ponto o
parceiro o tem desenvolvido e se o
vai validando e reformulando com
o objectivo da melhoria continua
e da maximização de resultados”,
menciona. A RMP desenvolve um
plano de ação para cada cliente
adaptado às características pessoais do empresário, ao seu perfil
de risco e aos objetivos de cada
organização tendo sempre em
mente a sua missão, visão e valores. “O importante é que o nosso
parceiro dedique em conjunto com
a equipa da RMP tempo à análise
do negócio antevendo cenários e
atuando na prevenção. Na RMP
implementamos sistemas de fiscalidade preventiva e orientamos os
clientes na gestão estratégica dos
seus negócios. Acreditamos que
esta é a chave para o sucesso da
empresa”.
Raquel Mota Pinto mostra-se
favorável a necessidade de sensibilizar os clientes para a importância
da gestão e da análise dos outputs
que produzimos. A contabilidade e a
fiscalidade devem ser enquadradas
e integradas na globalidade do negócio ainda que ocorram em regime
de outsourcing, “fazendo com que
as partes interajam com um todo”,
conclui. |
Portugal Inovador
A natureza renovada
com base na inovação
Por Terras de Santa Maria, a revista Portugal Inovador foi conhecer um dos setores que
mais prospera no nosso país.
Ramiro Figueiredo enveredou
por um negócio próprio, após nove
anos de experiência no ramo da
cortiça. Assim, em 2001, surge a
Ramiro & Figueiredo, Cortiças Lda.,
com sede em Lourosa, Santa Maria
da Feira. “O know-how adquirido à
priori permitiu que o projeto fosse
crescendo, modernizando-se e
alcançando patamares distintos”,
introduz o empresário. O empenho
e a dedicação conduziram à evolução, facto que apresenta hoje
a Ramiro & Figueiredo, Cortiças
“como uma empresa conceituada
e estável”.
O grupo de trabalho processa as
rolhas em Lourosa, encontrando-se no Alentejo outra unidade fabril
onde é armazenada toda a matéria-
-prima. De Lourosa, o produto parte
para mercados como os EUA e o
Chile, sendo que a Ramiro & Figueiredo, Cortiças tem a capacidade
para responder a encomendas mais
personalizadas, como por exemplo,
“rolhas de cortiça no seu estado
natural”.
O proprietário garante existir
abertura para satisfazer todas as solicitações: “Respondemos a todos os
pedidos e optamos por não aceder
a compromissos de exclusividade”,
salienta Ramiro Figueiredo, reforçando: “Temos produto e vendemos
com a consciência que o negócio é
interessante para ambas as partes”.
Deste modo, dando resposta célere
às requisições, são muitos os clientes satisfeitos e fidelizados.
Ascenção
Sempre atento às novas tecnologias que surgem direcionadas
para o setor, a empresa investe regularmente na aquisição de novas
máquinas, permitindo assim o seu
crescimento sustentável. E, se o
ano de 2014 “foi razoável”, Ramiro
Figueiredo perspectiva um bom
2015. “O segredo do sucesso passa
por planear sempre os próximos
passos”, garante o empresário.
Ramiro Figueiredo é um empresário com uma forte consciência
social, atitude assente numa gestão
e organização empresarial muito
fortes. “Já fui operário e sei dar valor a quem trabalha. Por isso toda a
equipa age em prol do mesmo objetivo: o sucesso da firma”, conclui. |
Maio I 81
Portugal Inovador
Executivo da União de Freguesias de Barcelos, Vila Boa e Vila Frescaínha:
• Presidente: José Paulo Teixeira • Secretário: Manuel Simões
• Tesoureiro: José Araújo • 1º Vogal: Isabel Santos • 2º Vogal: Alberto Martins
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Portugal Inovador
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Portugal Inovador
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