MAG. - Geopt.org

Transcrição

MAG. - Geopt.org
GEO
MAGAZINE
Abril 2014 - Edição 8
ALÉM FRONTEIRAS
CASTELOS DO LOIRE
por Prodrive
Entrevista Histórica
Manchanegra
por Jasafara
GUIA BTT
ECOPISTA DO
SIZANDRO
por Rui Duarte
PROJECTO «GARCIAS»
PEDRO MACEDO
Entrevista a um autêntico
globetrotter, por Flora Cardoso
ENTREVISTA DE CARREIRA
Dakidali
ALDEIAS HISTÓRICAS
Pia do Urso
por Flora Cardoso
E muito mais...
Quem ainda não ouviu o nome Dakidali que levante
o braço! Vamos conhecer uma geocacher destemida
e ávida por uma boa aventura, sempre disposta a
conquistar mais desafios.
Por Flora Cardoso
Vota já na tua cache
favorita do ano 2013
http://gps.geopt.org
GeoFOTO Março 2014
Vencedor - DannySSA
GEO
MAG.
Editorial....................................................................06
Gustavo Vidal dá-nos as boas vindas à GeoMagazine
Aldeias Históricas - Pia do Urso...................08
Vamos conhecer a Pia do Urso, na Batalha
Frente a Frente.....................................................16
Portugal vs. USA - O poder dos powertrails
Projecto «Garcias»................................................22
Pedro Macedo fala-nos sobre o seu projecto ambicioso
Nota sobre Acordo Ortográfico:
Foi deixado ao critério dos
autores dos textos a escolha
de escrever de acordo (ou não)
com o AO90.
Guia BTT..................................................................34
Ecopista do Sizandro, por Rui Duarte
Além Fronteiras...................................................42
Vamos conhecer os Castelos do Vale do Loire
O Resgate do Frei Agostinho da Cruz........54
Visitando um lugar mítico no panorama do GC nacional
Entrevista de Carreira......................................60
Conhecemos a Dakidali, um nome de peso no GC nacional
Portugal no olhar do vizinho.........................70
Como nos vêm nuestros hermanos?
Caches Challenge................................................78
Mas afinal o que são estas caches?
Geocoins Portuguesas.......................................82
Falamos um pouco sobre a Geocoin Portugal 2010
Geocacher Histórico..........................................85
Manchanegra numa retrospectiva sobre uma carreira única
Guia Turístico........................................................102
São Miguel, Açores por Rui Duarte
From Geocaching HQ with Love.................112
O quotidiano norte-americano pela lackey Annie Love
Que tipo de geocacher és tu?.........................114
Testa o teu tipo de geocaching com este quiz divertido
Consultório Sentimental.................................116
A Dr.ª Maria Vai-Com-as-Outras está de volta
4 anos Geopt..........................................................118
Da-mos os parabéns ao maior portal de GC nacional
8
60
85
Entrevista de carreira...
Dakidali, uma geocacher reconhecida de norte a sul de portugal. A não perder!
Uma viagem pela Pia do Urso, na Batalha
42
ALÉM FRONTEIRAS
34
GUIA BTT
7o
PORTUGAL NOS
OLHOS DO VIZINHO
ENTREVISTA DE CARREIRA
Um geocacher ímpar na história do geocaching nacional, multifacetado e cheio de histórias para contar.
ALDEIAS Históricas
Pelos Castelos do Vale de Loire
Ecopista do Sizandro
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Editorial
por Gustavo Vidal
6
Bem-vindos à edição nú-
quantos toca. Toda a sua
consiga converter ao mon-
Clay4 & whtwolfden, que
mero 8 da GeoMagazine,
essência nesta entrevista
tanhismo, muitos dos Geo-
são owners do maior po-
que tal como as anteriores
de carreira.
cachers portugueses.
wertrail de Portugal e do
muito nos orgulha e muita
Na entrevista histórica des-
Mundo,
satisfação nos dá ao vê-la
A descobrir ou redesco-
ta edição, temos o Mancha-
tornada realidade.
brir nesta edição, a ilha de
negra, um dos Geocachers
S. Miguel nos Açores que
Para esta edição prepará-
pioneiros de Portugal, re-
mos duas mãos cheias de
gistado desde 2002, que
este ano vai ser palco da
artigos e entrevistas que
nos deixou um vasto legado
estamos certos não só vos
de caches míticas que gra-
entreterão nas próximas
ças ao processo de adop-
horas, como também po-
ção ainda hoje se mantém
derão ser consultados mais
activas, disponíveis para
tarde na programação de
toda a comunidade. TT, BTT,
uma viagem, ou simples-
Caravanismo e Waymarking
mente na preparação de
são outras das suas paixões
uma jornada de Geocaching
para descobrir nestas pági-
mais exclusiva.
nas da GeoMagazine.
O destaque de capa nesta
Outro
edição vai para a Teresa aka
descobrir nesta edição é o
Dakidali, que é uma Geo-
Pedro Macedo, que já cor-
cacher de referência e tal
reu meio mundo de mochila
como o nick indica, é daqui
às costas, tem uma história
e dali, espalhando o seu
de vida notável e nos apre-
perfume e a sua magia por
senta o Peak Bagging, que
onde passa, deixando uma
é um desafio à escala pla-
Esta edição teremos Fren-
marca inolvidável em todos
netária e que esperemos
te a Frente os TP_PT’s e os
personagem
para
Cerimónia de Entrega dos
Prémios GPS, o magnífico
património dos Castelos
do Vale Loire em França, a
preservada aldeia da Pia do
Urso ou a magnífica Ecopista do Sizandro para percorrer em BTT.
Igualmente
interessantes
são as crónicas do Resgate
de Frei Agostinho da Cruz,
depois de 10 anos sobre o
seu último found, ou Portu-
respectivamente.
Duas realidades distintas,
medidas em números… e
não só! Para os amantes
dos powertrails este é sem
dúvida um artigo a não perder.
Do quartel-general do
Geocaching com amor, vem
uma vez mais a habitual
crónica da Annie Love, desta vez a recordar a sua passagem por Lisboa em 2012,
e como andar de bicicleta à
noite nas ruas de Lisboa e
fazer bruning na Praça do
Comércio é uma das minhas melhores memórias
gal visto pelos olhos de um
de geocaching.
vizinho, neste caso da Gali-
Uma das edições mais ape-
za, pela pena de Ana Rodriguez Lomba aka Dalonso.
titosas
que
da
GeoMagazine
esperemos
sincera-
mente seja do vosso agrado.
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Na nossa loja online, tens diversos
modelos de t-shirts, sweats, chapéus,
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Aldeias Históricas
EcoParque Sensorial da
Pia do Urso
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Visitar a Aldeia da Pia do
Urso, é acima de tudo despertar os nossos sentidos,
numa experiência excecional, invulgar e única em
Portugal.
Trata-se de um local carregado de história, numa
paisagem natural verdadeiramente deslumbrante, escondido na serra a
pouco mais de meia dúzia
de quilómetros do Santuário de Fátima. Nesta aldeia
recuperada, destacam-se
as habitações típicas, restauradas com habilidade
dentro dos traços genuínos
desta região serrana, em
que a pedra e a madeira se
constituem como os principais materiais utilizados.
Historicamente, o lugar de
Pia do Urso foi utilizado deste os tempos mais remotos
como ponto de passagem
entre os grandes povoados
de Olissipo, Collipo, cruzando ainda em direção de Bracara Augusta e Mérida, então Capital da Lusitânia. Na
localidade de Alqueidão da
Serra, concelho de Porto de
Mós, é ainda visível um troço da calçada romana então
existente, testemunho vivo
de um extraordinário legado
de outros tempos.
Dada a morfologia do terreno existente, assente num
maciço rochoso calcário
esventrado por dezenas de
reentrâncias nas rochas, o
lugar de Pia do Urso constituía-se como o único repositório de grandes quantidades de água entre Porto
de Mós e Ourém, e foi essa
singular característica que o
tornou tão popular e estratégico.
12
Na Idade Média, a Pia do
Urso foi local de passagem
das tropas comandadas por
D. Nuno Álvares Pereira. De
acordo com os relatos da
época, o Condestável terá
aproveitado este local para
descansar e abastecer as
suas tropas. Cerca de 500
anos mais tarde a Pia do
Urso foi também ponto de
passagem dos militares das
invasões francesas, que por
entre pilhagens e massacres dizimaram populações
e património.
Dada a singularidade do
espaço natural onde está
inserido, o lugar de Pia
do Urso carrega em si um
misto de fábula e magia. A
lenda mais popular dá origem ao nome da localidade
que, dizem os mais antigos,
se ficou a dever ao urso
(provavelmente um Urso
Ibérico) que era frequentemente avistado a beber
água numa das numerosas
pias existentes no maciço
rochoso. A pia em questão,
devidamente assinalada no
local, apresenta um declive
natural que facilitaria aos
animais a ingestão do líquido, numa zona densamente
arborizada.
Contudo a Pia do Urso é
muito mais do que uma
simples aldeia restaurada. A
recuperação foi enquadrada
dentro de um conceito totalmente inovador e foi aqui
construído o primeiro Ecoparque Sensorial destinado
a invisuais de Portugal. O
projeto pretende levar até
estes cidadãos a possibilidade da apreensão do meio
envolvente que os rodeia
utilizando, para o efeito, os
restantes sentidos, particularmente o tato, o olfato e
a audição. Se a Pia do Urso
já era, per si, um lugar enigmático e surpreendente, o
reaproveitamento do espaço conjugado com o par-
que sensorial e um circuito
pedestre de características
únicas, conferiu ao local
uma mística e um simbolismo realmente excecionais.
Além da paisagem atrativa e da calma envolvente,
o parque é composto por
seis estações interativas
e lúdicas: Planetário, Ciclo
da Água, Jurássico, Estação
Abstrata, Estação Lúdica e
Estação Musical compõem
um circuito sensorial baseado na inclusão, onde o
alto-contraste e o braille são parte integrante de
uma viagem que estimula
e coloca à prova todos os
sentidos do ser humano.
Sons, sensações e aromas
transformam este sítio num
mundo mágico de descobertas. Assim, a Pia do Urso
constitui um ótimo local
para se passar uma tarde,
um dia ou mesmo residir
por lá durante uns tempos,
pois também é possível alugar casas antigas que foram
alvo de reconstrução.
Mais recentemente nas
imediações da Aldeia foi
instalado o Centro de BTT
da Batalha – Pia do Urso,
tratando-se do primeiro
Centro de BTT do país homologado pela UVP / Federação Portuguesa de Ciclismo. O edifício, de utilização
gratuita, inclui balneários,
instalações sanitárias, área
informativa e uma zona
para lavagens e pequenas
reparações das bicicletas.
A rede de percursos do Centro de BTT é extensa e faz
jus à qualidade, reconhecida
a nível nacional, dos inúmeros singletracks, caminhos
rurais, zonas técnicas e paisagens de grande beleza algumas das quais protegidas ambientalmente - que
caracterizam o território da
Estremadura.
Ainda dentro da Aldeia os
sabores e as tradições não
são esquecidos: é possível
provar algumas iguarias típicas no famoso restaurante Piadussa, beber uns licores regionais no Bar da Pia,
visitar um museu, um lagar
de azeite e algumas lojas de
artesanato.
Em 2006 o Alcas escondia a primeira cache dentro
do Ecoparque Sensorial:
GCYH7B Pia do Urso [Batalha], ligava definitivamente a Aldeia à história
do Geocaching, com um
extraordinário container de
deixar boquiabertos os geocachers que tiveram a sorte
de lhe colocar a vista (e as
mãos) em cima!
Hoje em dia um passeio à
Pia do Urso permite, a quem
quiser procurar outros tesouros escondidos neste
bonito espaço, encontrar
duas caches dentro da Aldeia: GC4JPB1 Ecoparque
Sensorial da Pia do Urso e
GC40GBG Pia do Urso riloudéde. O GC40FGE Centro de
BTT da Pia do Urso, ali mesmo ao lado, também mereceu uma cache assinada
pelo Tofixe.
A Primavera é certamente
uma das melhores estações do ano para usufruir
em pleno deste local único e
diferente. Que tal uma visita
à Pia do Urso? Fica a sugestão!
Texto/ Fotos:
Flora Cardoso
- Lusitana Paixão
Fontes:
www.cm-batalha.pt/
www.piadourso.com/
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MAG.
It’s all about the numbers, ou
como se diz em português,
é tudo uma questão de números. Segundo muitos,
esta é a principal razão para
a existência de Powertrails
(PT). Séries de caches, baseadas num mesmo tema,
que nos levam num trilho,
permitindo fazer inúmeros
founds numa única cachada.
Odiados por alguns, amados
por outros, sejamos sinceros: quem nunca experimentou um?
16
Muitos afirmam que é impossível combinar quantidade com qualidade, e que
o aparecimento dos powertrails ditou o início da era
do boom do número de caches, no qual os rankings e
a competitividade parecem
assumir o papel principal
nos objectivos de um grande número de geocachers.
Outros defendem que, tal
como todas as caches, nem
todos os Powertrails são
maus e que existem alguns
com qualidade. Powertrail
ou uma grande multicache?
Verdadeira guerra de facções, que dissertam os seus
argumentos nos eventos e
nos fóruns nacionais.
Independentemente
de
agradarem a todos ou não,
eles existem. E neste Frente a Frente, chegou a vez
de abordar o tema dos Powertrails, comparando duas
realidades numérica e geograficamente
diferentes.
Frente a Frente estarão os
TP_PT’s e Clay4 & whtwolfden, os owners do maior
PT nacional e internacional,
respectivamente.
De um lado, os TP_PT’s,
equipa formada em 2012,
cujos elementos mais antigos na comunidade já praticam geocaching desde
2009. São eles os owners
da Monstra, acrónimo para
“Mesmo Organizados Não Serão Tesourinhos Rapidamente
Alcançáveis”, e é o maior PT
nacional com 117 caches
no distrito de Lisboa, que se
estendem ao longo de três
diferentes concelhos.
Do outro lado, Clay4 & whtwolfden, cujo perfil conjunto
existe desde 2010, embora já pratiquem geocaching
desde 2001 e 2005 respectivamente. São a equipa
criadora do maior PT dos
Estados Unidos da América
e do Mundo: o E.T. Highway
Powertrail. Um projecto extremamente ambicioso, que
percorre a ET Highway, no
Nevada, com 2400 caches.
Um mesmo tipo de projecto,
com tamanhos diferentes,
em áreas diferentes para
comunidades diferentes. No
entanto, serão muito diferentes as formas de pensar e estar destes owners?
E o planeamento destes
dois projectos terá sido assim tão diferente ou pelo
contrário, terão demorado
quase o mesmo tempo a
ser executados, independentemente da diferença da
sua dimensão? Quem são
as equipas por detrás destes projectos? As respostas
a estas perguntas e muitas
outras, Frente a Frente!
Bruno Gomes - Primeiro
que tudo, quem são vocês?
Embora todos vós já possuíssem nicks e perfis individuais registados em geocaching.com, porque razão
criaram um novo perfil apenas para colocação destes
vossos PT’s?
TP_PT’s: Somos: Kikibrottasteam (Paulo e Cristiana),
Elias70 (Elias e família),
Ricky&Titta (Ricardo e Fátima e as pequenas princesas) e P.C.F.C. (Carlos e Filipa).
A criação de um novo perfil deve-se a várias razões
mas a que mais contou foi
poder ter-se uma equipa
para a criação de Pt´s que
não ficasse só associada a
GEO
MAG.
um dos elementos da equipa; assim podemos repartir
louros da criação, despesas
de manutenção e todos os
elementos da team podem
registar o powertrail.
Clay4 & whtwolfden: O
Clay4 e eu, whtwolfden,
conhecemo-nos em 2006
enquanto cachávamos, e
temos sido bons amigos
desde então. Criámos um
novo perfil de Geocaching
conjunto porque é muito
mais fácil manter a nossa
parceria nos nossos projectos conjuntos separada das
nossas contas individuais.
Inicialmente o nosso perfil conjunto era só para as
caches da ET Highway. Mas
depois começámos a fazer
muitas outras coisas na comunidade como Eventos,
CITOs, Flash Mobs, a nossa
Anual Geo-Poker Run de
Las Vegas, etc., isso fez com
que ter uma única conta de
Geocaching fosse mais fácil
de gerir.
B.G. - Como surgiu a ideia
deste vosso PT? Tiveram
alguma referência na sua
criação?
TP_PT’s: A ideia da criação
deste PT deve-se a existência de um trilho de BTT (o
Tranconcelhia) que durante
anos existiu com o apoio da
CM de Vila Franca de Xira, e
que por motivos financeiros deixou de se fazer; logo
como saudosistas do trilho
e amantes do Btt, do tt, do
quad entre outras e claro
do geocaching, então decidimos reeditá-lo na nossa
comunidade de geocaching.
Clay4 & whtwolfden: Nós
tivemos a ideia quando fizemos uma viagem a Salt
Lake City, Utah em Outubro
de 2009 para o GeocoinFest.
Fizemos um powertrail que
estava perto do evento, que
na altura, tinha cerca de 140
caches. Divertimo-nos tanto
com este Powertrail que começámos a planear o nosso.
Foi tudo aquilo de que falámos na nossa viagem de 8
horas de regresso a casa em
Las Vegas. Mil caches era o
objectivo… mas onde poderíamos por 1000 caches e
torná-lo um verdadeiro powertrail? Acontece que a E.T.
Highway (que em tradução
literal para Português significa Auto-Estrada ET) tem
98 milhas de comprimento
(cerca de 158 quilómetros) e
é um local interessante a visitar, para além de ser numa
área que muitas pessoas
conhecem.
B.G. - Os vossos PT são neste momento os maiores dos
vossos países sendo que o
PT dos Clay4&whtwolfden
é mesmo o maior do mundo. Serem os maiores PT
dos vossos países era já um
objectivo inicial ou aconteceu por acaso?
TP_PT’s: Podemos dizer que
na altura que começámos
a magicar o PT já tínhamos
um PT (KikiBrottasteam)
que durante algum tempo
foi o maior de Portugal (PT
de vialonga com 58 caches),
mas o número foi aparecendo por acaso. Começámos a
construir containers com o
lixo que apanhámos no reconhecimento do percurso;
quando demos por nós já tínhamos mais de 77 containers diferentes. Depois foi
só dar largas à imaginação e
fazer mais alguns. Nas marcações do percurso foram
sempre aparecendo uma e
outra ideia, algumas copiadas de caches que gostamos; sempre que falávamos
uns com os outros, mais coisas iam aparecendo.
Clay4 & whtwolfden: Não
foi de todo por acaso. Nós
sabíamos que se iríamos fazer isto, teríamos de o fazer
maior do que a própria vida!
Na altura, a Groundspeak
tinha acabado de aliviar as
suas regras para Powertrails, por isso não existia
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nenhum que tivesse mais
do que algumas centenas
de caches de comprimento.
Por isso, sabíamos muito
bem, quando colocámos o
objectivo nas mil caches,
que as pessoas iriam prestar atenção muito rapidamente e que poderia ser o
maior do mundo. Claro que
agora, os Powertrails continuam a desafiar os limites, através do quão grandes se conseguem tornar.
É isso que nos impulsiona
a continuar a expandir o
Powertrail da ET Highway
que se encontra agora com
2.400 caches, bem com as
duas formas de Geo-Art ao
seu lado, compostas por 51
caches respectivamente.
B.G. - Como organizaram,
enquanto equipa, a preparação do vosso PT? E
quanto tempo demorou
esta preparação, ou seja,
quando tempo demoraram
18
desde a ideia inicial à publicação de todo o PT?
TP_PT’s: A ideia começou
com os Kikibrottasteam,
que andaram a magicar
o PT durante algum tempo. Depois começou-se a
pensar em ajudas, e começámos a convidar amigos
para participar; a equipa
ficou assim formada, depois foi distribuir tarefas:
Elias70 ficou com a parte
de desenhar alguns trilhos
para evitar propriedades
privadas, bem como fornecimento de equipamento
para a criação de logbooks
e criação de alguns containers; agora é o responsável
máximo pela manutenção. Os P.C.F.C contribuíram com fornecimento de
material para containers e
todos os logbooks (folhas)
foram gentilmente cedidas por eles, bem como os
sacos para a impermeabilização que no início prote-
giam os logbooks. Os Ricky
& Titta foram as nossas
mulas de transporte: todo
o percurso foi batido por
eles de jipe várias vezes,
tendo também colaborado na colocação de caches
e na criação de alguns dos
containers. Os KikiBroTTasTeam fizeram um pouco de
tudo: criação de containers,
criação do html para a página, marcação do percurso, colocação de caches,
etc., etc., etc...
Pensamos que não existe
uma data real da criação
até a finalização mas digamos que demorou cerca de
5 meses desde o planeamento até a execução.
Clay4 & whtwolfden: Foram necessários vários
meses de planeamento e
preparação. Tínhamos de
verificar que o nosso revisor o permitia. Reunir todos os containers. Imprimir
todos os logbooks. Demorou-nos cerca de 8 a 10
dias completos, claro que
ao longo de várias semanas, para esconder os containers do trilho original.
De seguida, houve também as incontáveis horas
de trabalho em computador, criando as páginas das
coordenadas e introduzindo as coordenadas.
Mas devido a um mal-entendido entre a Groundspeak e o nosso Departamento de Transportes, o
trilho original foi arquivado
depois de cerca de 8 meses.
De seguida, um par de
meses mais tarde, depois
de longas discussões com
ambos os lados, fomos capazes de chegar a acordo e
o renascimento do Powertrail foi concedido.
Sabíamos que isso era uma
grande vitória e queríamos
celebrá-la em grande estilo. Assim, em vez de pedirmos para nos reactivarem as caches arquivadas,
quisemos que o PT fosse
fresco. Isto era um renascimento e nós sabíamos que
tinha de ser GRANDE.
O novo E.T. Highway MegaTrail tinha nascido! 1.500
caches de comprimento e
um evento de lançamento
como nenhum outro.
A pequena cidade de Rachel, no Nevada tem uma
população de 98 habitantes. Mas a 26 de Agosto de
2011, mais de 300 pessoas
de todo o mundo participaram na Alien Search Party
- The 2nd Invasion!
Assim, escusado será dizer: Não só temos de fazer
tudo de novo. Mas tivemos
que fazer ainda mais do
mesmo. E tivemos de organizar um grande evento,
completo com T-Shirts do
evento, Geocoins, um concurso de fantasias e, claro,
uma grande quantidade de
comida, e tudo isto literalmente no meio do nada!
Assim, como poderão confirmar, investimos mais
tempo e dinheiro neste PT
do que conseguimos contar. Mas os logs que continuamos a ler fazem com
que tenha valido muito a
pena.
B.G. - E actualmente, de
que forma realizam a sua
manutenção?
TP_PT’s: A manutenção
deste PT neste momento tem sido feita quase só
pela team Elias70 conforme referimos anteriormente, devido as distancias que
se tem de percorrer e aos
meios de transporte que
temos ao nosso dispor;
algumas caches são asseguradas de bicicleta mas a
maioria tem de se ter um
jipe ou uma moto 4. Alguns
geocachers amigos muitas
das vezes vão substituindo
logbooks e mesmo containers (devido a idade deste
PT e ao desaparecimento
de muitas das caches originais já se pensou e pensa-se em deixar morrer a
monstra, mas o Elias tem
feito os possíveis para não
a deixar morrer).
Clay4 & whtwolfden: A
manutenção é realizada
através da bondade dos
Geocachers, o PT é auto
-mantido. Os Geocachers
vêm fortemente equipados
com containers de substituição e recolocam qualquer um que possa estar
desaparecido pelo caminho.
B.G. - Facilmente, olhando
para um mapa e para os
números, podemos concluir que estamos perante dois países diferentes.
Um com 9.826.675 km2,
outro com 91.985 km2 de
área. Facilmente se percebe a razão do maior PT dos
EUA (e do mundo) contar
com mais de 2000 caches,
enquanto que o maior PT
de Portugal conta apenas
com umas humildes 117
caches. No entanto, esta
não deverá ser a única diferença. Como descreveriam o geocaching e as comunidades de geocachers
dos vossos países?
TP_PT’s: Ui pergunta difícil! A comunidade de
geocachers em Portugal é
como todas as comunidades no mundo: tem pessoas boas, pessoas más,
muitos contribuem para
termos uma melhor comu-
nidade, outros o contrário,
o importante é saber escolher quem nos interessa, e
procurar aproveitar ao máximo a nossa vida e neste
caso as caches.
te, uma mostra que é possível ter um PT com boas
e diferentes caches, basta
ter vontade para isso. Temos encontrado alguns PT
com muito boas caches.
Penso que a comunidade
está a crescer e estão cada
vez mais a aparecer novas pessoas com grandes
ideias e que estão a criar
muito boas caches.
Penso que o geocaching
tem ainda muito para evoluir a nível dos PT, e que
estes devem ser vistos
para além do número como
bons momentos em grupo,
fazendo que as pessoas
andem, aproveitem o espaço, o percurso, a natureza…
Penso que se pode esquecer um pouco a loucura dos
números e aproveitar o pt
para fazer um pique-nique,
tirar fotos, para passar uns
momentos divertidos com
amigos e a família.
Penso que mais dia, menos
dia poderá aparecer um PT
em Portugal com números semelhantes aos EUA;
basta que se consiga reunir
algumas equipas e criar um
“Monstro” desses, temos
muitas rotas que poderiam
servir para isso. Podemos
lançar ideias para a comunidade... (lol).
Clay4 & whtwolfden: Não
acredito que exista muita
diferença na nossa comunidade de Geocaching em
comparação com as dos
outros países. Na minha
experiência, a única diferença que tenho encontrado é a paisagem. Na
generalidade, acredito que
os Geocachers tendem a
pensar da mesma forma e
partilhar o mesmo prazer
do jogo, e são apenas os
métodos de esconder que
variam.
B.G. - Geralmente, os PT’s
são vistos com desconfiança, como grupos de caches criados apenas para
os números, numa ideia
geral de que quantidade
dificilmente consegue ser
compatível com qualidade.
O que têm a dizer a quem
partilha desta ideia?
TP_PT’s: Não concordamos minimamente com
essa ideia. A monstra foi, e
ainda é, apesar do desgas-
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GEO
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Ouvimos muitas críticas
de pessoas que não gostam de PT, por isto ou por
aquilo, mas penso que as
pessoas devem respeitar o
trabalho dos outros, e que
só devem fazer aquilo que
lhes dá prazer: se não gostam de pt, não as façam…
se as fazem que as façam
pelos seus motivos, sejam eles qual forem, mas
respeitem os owners, não
destruam as caches...
Clay4 & whtwolfden: Nós
dizemos: joguem da maneira que gostas de jogar e
deixem os outros jogar da
maneira que eles gostam
de jogar.
Embora tenhamos um
grande Powertrail, também criamos algumas caches surpreendentes com
grandes quantidades de
pontos de favorito aqui na
área de Las Vegas. Tudo o
que estamos a tentar dizer
é que as pessoas devem
estar abertas a todas as
formas do jogo.
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B.G. - Embora os vossos
PT’s sejam, respectivamente, os maiores do país
pretendem bater o vosso
record com a criação de novos PT’s ainda maiores, ou
esta foi uma experiência
única, cuja manutenção já
vos é suficientemente trabalhosa?
TP_PT’s: Ideias andam
sempre na calha, nunca podemos dizer que vamos ou
não fazer um maior. Podemos dizer que a monstra
esteve programada para
serem 258 caches, o percurso era de ida e volta, por
isso nunca se sabe. Às vezes só falta o tempo...
Clay4 & whtwolfden: A ET
Highway terá sempre um
lugar especial nos nossos
corações e foi aumentada
em tamanho com mais 500
caches há um par de anos
20
atrás. Depois mais 400 caches no ano passado o que
nos traz ao seu tamanho
actual de 2.400 caches.
Mas no ano passado também criámos um Powertrail
de 500 caches mais perto
de casa para nós.
O Eldorado Trail fica a cerca
de 20 minutos a sudeste de
Las Vegas e estamos a discutir também a sua possível
expansão no futuro.
B.G. - Que outros projectos
têm em mente, para além
da manutenção dos vossos
actuais PT’s?
TP_PT’s: Isso é segredo...
não se pode contar....Agora
a sério, neste momento não
temos nada em vista.
A manutenção é o calcanhar
de Aquiles de um projecto
tão grande como este, pois
requer muito do nosso tem-
po e nós também somos
geocachers que gostamos
de descobrir outras caches,
e se estamos a fazer a manutenção das nossas não
estamos nas dos outros,
temos aprendido que muita gente não tem o cuidado
nem o respeito pelo trabalho dos outros. Por essa
razão passa pela cabeça
muitas vezes finalizar este
projecto e obriga a manutenção que poderiam ser
desnecessárias.
Este evento mantem-nos
ocupados com cerca de 2
meses de planeamento,
preparação e criação de caches. Mas é de longe o nosso evento favorito do ano.
Clay4 & whtwolfden: Nós
continuamos a ser os anfitriões de eventos mais activos da nossa área, como
podem ver no nosso website,
www.ETgeocaching.
com, mas o nosso favorito é
o anual Las Vegas Geo-Poker Run que começámos em
2011. Acabámos de comemorar o 4º Anual Geo-Poker
Run há duas semanas atrás.
Clay4 & whtwolfden: A melhor mensagem que gostaríamos dar era: mantenham-se activos. Saiam e
apreciem a vida. Só se vive
uma vez por isso não a desperdicem sendo infelizes!
B.G. - Que mensagem gostariam de deixar à comunidade?
TP_PT’s: Vivam, respirem,
curtam, aproveitem ao máximo o geocaching… divirtam-se e coloquem mais
caches para o pessoal fazer.
Bruno Gomes
- Team Marretas
Fotos cedidas gentilmente pelos
entrevistados
GEO
MAG.
21
GEO
MAG.
Projecto «Garcias» do
Pedro Macedo
Por Flora Cardoso
22
Aos 33 anos, Pedro Macedo
já deu praticamente a volta
ao mundo, de mochila às
costas e em condições de
máxima proximidade com a
natureza, as gentes e a cultura de cada país atravessado.
Nesta edição da GeoMagazine o Pedro partilha algumas aventuras vividas pelo
mundo fora, explica o grande desafio dos “Garcias”,
e convida a comunidade a
conhecer a NaturCoolTour.
Bem-vindo, Pedro!
Este jovem Vimaranense
precisa de ter o corpo e a
mente constantemente em
movimento, e está neste
momento a concretizar dois
antigos projetos que vão
certamente seduzir muitos
geocachers.
Flora Cardoso - Pedro, para
quem ainda não te conhece,
como gostarias de te apresentar à comunidade de
Geocachers?
O próprio Pedro, recentemente rendido ao geocaching, é Owner de uma cache
que já muito deu que falar:
GC4TYKJ Tonel, o Irmão mais
Alto da Calcedónia, assinada
por Pedro Mac.
Pedro Macedo - Olá a todos!
O meu nome é Pedro Macedo, nasci em 1981 no concelho de Guimarães, em 1999
mudei-me para Vila Real
para tirar o curso de Educação Física e Desporto na
UTAD.
Depois de terminar o curso
como não tinha emprego
apanhei um avião para Londres, sem saber ao que ia,
nem conhecer ninguém por
lá, e acabei por ficar quase
um ano. Para me sustentar
durante a estadia passei por
empregos diversos, desde
empregado de mesa num
Starbucks e assistente de
vendas numa loja de montanhismo/campismo/viagens a professor substituto
em várias escolas.
Regressei a Portugal ao fim
de 10 meses, e desde então
andei a saltar de escola em
escola e de cidade em cidade
trabalhando como professor
em Guimarães, Pinhal Novo
(Palmela), Elvas, Alvaiázere
e Miranda do Douro.
F.C. - De onde vem essa tua
paixão pelas viagens e a tua
proximidade com a Natu-
reza no estado bruto? Recordas-te da tua primeira
aventura pelo mundo fora?
P.M. - As montanhas e as
viagens sempre foram uma
grande paixão para mim.
Desde muito cedo sentiame atraído pelas montanhas e aproveitava qualquer
oportunidade para fazer caminhadas pelas serras.
Durante o curso de Educação Física escolhi a opção
de “Desportos de Exploração
da Natureza” e juntei-me ao
grupo de escalada da UTAD
e ao grupo de montanhismo
de Vila Real.
A partir do momento em que
comecei a trabalhar e passei
a ter independência financeira, comecei a aventurarme em pequenas viagens
GEO
MAG.
pelo estrangeiro. Nada de
mais, pequenas viagens de
3 ou 4 dias num qualquer
destino europeu servido por
voos low cost desde Portugal.
Mas a viagem que marcou
um ponto de viragem para
mim foi a primeira viagem
que fiz a Marrocos em 2008.
Na altura eu não conhecia
ninguém que já tivesse viajado para Marrocos, o meu
grupo de amigos não incluía
viajantes. As pessoas que
conhecia torciam o nariz
e desaconselhavam-me a
partir, era um país diferente, pobre, perigoso e sujo,
diziam.
Ainda assim parti de mochila às costas com o meu primo Dinis, ainda não haviam
vôos low cost para Marrocos, então fomos à boleia de
um camião até Lisboa e depois de autocarro até Algeciras e barco até Marrocos.
Ficamos duas semanas,
sempre usando um site de
hospitalidade, o couch surfing para ficar gratuitamente em casa de pessoas locais
(marroquinos) em cada uma
das cidades que visitamos.
Nunca ficamos em hostel.
Subimos o Toubkal (4167
mt) o cume das montanhas
do Atlas sem guia (o guia era
eu).
A viagem marcou-me, o país
era exótico, as pessoas que
fiquei a conhecer bem por ficar hospedado em casa delas, eram muito diferentes
das pessoas em Portugal,
na Europa, com costumes,
crenças e formas de pensar
estranhas para mim, mas
não deixavam de ser boas
pessoas e por pensarem
doutra forma obrigavamme a repensar coisas que
normalmente nem questionava, o que é uma coisa boa.
E fiquei com o bichinho de
viajar de mochila às costas
sem planos...
F.C. - Depois dessa primeira
experiência, ficou a vontade
de alargar os horizontes e ir
cada vez mais longe… partir
à descoberta torna-se um
vício?
P.M. - Sim pode-se dizer que
sim! Voltei a Marrocos sozinho mais um mês em 2009,
em 2010 comprei um bilhete só de ida para Dacar no
Senegal e depois de visitar
o país fiz o meu caminho de
regresso a Portugal por terra, atravessando o Gâmbia,
a Mauritânia, o Saara Ocidental e Marrocos, cruzando
o deserto de sul para norte.
Em 2011 estava colocado
com um horário demasiado pequeno em Alvaiázere. Rescindi o contrato e fui
viajar durante 7 meses na
América do Sul de mochila
às costas, levando apenas
comigo 1700 euros para os
7 meses de viagem (fora a
passagem aérea que comprei antes).
Vivi numa cabana na selva,
fui ao carnaval do Rio, visitei as quedas de água de
Iguaçu, viajei pelo Brasil e
Paraguai. Na Bolívia fiz voluntariado com crianças que
viviam dentro das prisões,
23
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
viajei por parques naturais
lindíssimos, atravessei desertos de sal, subi montanhas com mais de 6000 metros nos Andes e vulcões no
salar e passeei pelas ilhas do
lago Titicaca.
Passei fugazmente pelo Chile para ver o oceano Pacifico
e rumei aos canyons profundos do Peru antes de caminhar até Machu Pichu por
um dos trilhos incas.
Parti para a Amazónia, cruzei a fronteira primeiro para
o Brasil depois para a Bolívia
onde o autocarro onde seguia se despistou na selva
e foi enfiar-se contra as árvores ficando imobilizado no
meio da selva sem forma de
contactar ajuda.
Improvisei uma forma de seguir viagem na caixa de camiões e atravessei de novo
a Bolívia e o Brasil, parei
duas semanas para trabalhar numa fazenda de café
orgânico em Mococa e segui
para São Paulo para tomar o
avião de regresso para Portugal.
F.C. - Pedro, quando o orçamento é manifestamente
curto mas a vontade de partir fala mais alto, quais são
as principais preocupações
que assaltam o nosso ser?
Existem medos, angústias,
momentos de dúvida? O que
é que passa pela cabeça de
um jovem perdido no meio
de nenhures, praticamente
sem dinheiro, do outro lado
do mundo?
24
P.M. - As limitações do orçamento não me causam
normalmente preocupação,
porque já sei à partida que
vão existir e já estou preparado para isso. No entanto existem imprevistos
e situações que por vezes
não correm bem e que me
levam nos momentos piores a por em causa as minhas opções e a desejar ter
escolhido uma viagem mais
curta, mais “normal”, com
mais conforto. Felizmente esses momentos menos
bons são raros e esqueçome deles muito depressa.
Rapidamente volta o desejo
de ir mais longe e de me expor à adversidade. Mesmo
enquanto estou a passar
dificuldades sei que são os
piores momentos que dão
as melhores histórias e que
ultrapassá-los me enche de
confiança.
F.C. - Quando regressaste
a Portugal em 2012 depois
dessa epopeia na América
do Sul, quais eram as tuas
expectativas? Continuavas
com vontade de lecionar?
Em algum momento sentiste que Portugal era definitivamente um país demasiado pequeno para albergar
os teus sonhos?
P.M. - Gosto de lecionar,
mas não é o meu emprego
de sonho, ainda por cima as
condições para lecionar em
Portugal são más para um
professor contratado. Para
ter emprego sou obrigado a
concorrer para o país inteiro,
sem nunca saber se vou ter
emprego nem onde será.
De volta a Portugal retomei
a minha vida normal de professor e fui colocado em Miranda do Douro.
Porém no ano lectivo de
2012/2013 não consegui
colocação em nenhuma escola.
Aproveitei o tempo livre que
passei a ter para impulsionar
dois projetos antigos.
F.C. - Falemos então desses
projetos profissionais que
foste amadurecendo durante as tuas viagens. Como
tomaste conhecimento do
Peak Bagging, o que é que
te fascina nessa modalidade e em que momento resolveste adaptar o conceito
ao mapa de Portugal?
P.M. - O projeto de Peak
Bagging, tem já alguns anos.
Penso que a semente da
ideia surgiu quando vivia no
Reino Unido e verifiquei que
muitos adeptos das caminhadas na natureza no Reino Unido e noutros países
anglófonos gostavam duma
actividade chamada Peak
Bagging.
Peak Bagging é uma actividade comum entre montanhistas e caminhantes que
consiste em tentar completar todos os cumes de um
determinado grupo ou lista
de montanhas.
A montanha considera-se
conquistada depois de o
montanhista ter subido/escalado até ao cume.
A atividade é antiga e terá
começado na Escócia com a
publicação dos Munros Tables em 1891.
Esta actividade também
pode ser designada por
mountain bagging, munro
bagging, peak bagging ou
simplesmente bagging.
Normalmente as listas de
montanhas não são aleatórias e têm critérios objectivos como a altitude ou a
proeminência topográfica ou
ambas para determinar que
montanhas são incluídas na
lista.
Existem listas para todos os
níveis de dificuldade desde
desafios só ao alcance dos
melhores alpinistas do mundo como as 14 montanhas
com mais de 8000 metros
nos Himalaias, até montes
e montanhas que podem ser
alcançados em passeios de
um dia, acessíveis a qualquer pessoa que goste de
caminhar, como os propostos pela lista de Hewitts em
Inglaterra.
Em Portugal a única lista
que consegui encontrar foi
a lista do ponto mais alto
de cada distrito, é uma lista
interessante mas muito incompleta na sua representatividade das montanhas
portuguesas.
Como “colecionar” montanhas me parecia uma atividade aliciante decidi criar eu
uma lista dos mais importantes cumes de Portugal.
F.C. - Que critérios levaste
em conta para elaborar a
tua lista ideal de cumes portugueses?
P.M. - Utilizei dois critérios
objectivos, uma altitude de
pelo menos 800 metros e
uma proeminência topográfica de pelo menos 100 metros.
A proeminência topográfica
é o desnível mínimo que há
que descer desde o cume de
uma montanha para chegar
a outra qualquer montanha
que seja mais alta, isto é, tenha maior altitude.
Depois de muitas horas a
olhar para as cartas militares 1:25000 cheguei a uma
lista de 256 montanhas em
Portugal Continental que
cumpriam esses critérios.
Quando terminei a lista fiquei entusiasmado com a
ideia de subir todas as montanhas da lista, se o fizesse
seria provavelmente a pri-
GEO
MAG.
26
meira pessoa a completar
todos os cumes mais importantes de Portugal.
No entanto ainda mais interessante seria partilhar esta
lista com outras pessoas,
torná-la pública para que
outros amantes do montanhismo pudessem conhecer
e tentar os mesmos cumes.
Foi assim que surgiu a ideia
do blog “Montanhas de Portugal”.
F.C. - Mas ainda faltava um
nome de batismo para esse
teu projeto… como surge a
ideia dos “Garcias”?
P.M. - Nas ilhas Britâncicas
todas as listas de montanhas tem um nome, existem os Munros, os Corbets,
os Hewitts, entre outros.
Em Portugal achei melhor
criar também um nome
para classificar todas as
montanhas que cumpriam
os mais de 800 metros de
altura e a proeminência de
pelo menos 100 metros, e
como achei adequado homenagear o mais mediático
e conceituado montanhista
português João Garcia que
subiu com sucesso todas
as 14 montanhas com mais
de 8000 metros nos Himalaias sem recurso a garrafas
de oxigénio e completou os
“Sete Cumes”, as montanhas
mais altas de cada um dos
continentes, decidi chamar
às montanhas que fazem
parte da lista, “Garcias”.
F.C. - Qual é o nível de dificuldade global deste projeto? Visitar os “Garcias” é,
na tua opinião, um desafio
apenas ao alcance de profissionais do montanhismo? Ou estará ao alcance
de qualquer pessoa em boa
forma física com muita von-
tade de caminhar?
P.M. - O nível de dificuldade
dos “Garcias” é muito variável, desde montanhas em
que é possível fazer conduzir o automóvel até ao cume
até picos que exigem longas
horas de caminhada e/ou
alguma escalada de (dificuldade baixa) para serem alcançados.
F.C. - Como está organizado
o blog “Montanhas de Portugal”? Que tipo de informação é possível retirar da
página para quem se queira
propor a relevar o teu desafio?
P.M. - No blog existe um
post para cada uma das 256
montanhas. Na página de
cada montanha vem sempre
um conjunto de dados geográficos sobre a elevação,
como a sua altitude, proeminência topográfica, as coordenadas aproximadas do
cume, a dificuldade em chegar ao cume, o melhor trajeto para o alcançar, a localização (freguesias, concelho,
distrito), a bacia hidrográfica
da qual faz parte, os rios que
nascem na montanha entre
outros.
Vem também a fotografia da
montanha vista desde várias direções (normalmente
vista desde o cume de outras montanhas) e um panorama da vista que se pode
ter desde o cume.
É bastante informação, mas
tem um caracter talvez demasiado técnico e enciclopédico, de futuro planeio
convidar as pessoas que
visitaram o cume a deixarem um relato de como foi
a aventura de o alcançar.
Um pouco como um log daqueles bem completos, mas
com a diferença que apenas
preciso de um bom relato
por cada um dos cumes.
Além da página de cada uma
das montanhas o blog tem
também um mapa com a
localização de cada um dos
cumes, e listas dos cumes
organizados por altitude ou
por proeminência ou por distritos.
Como quero que mais pessoas tentem os cumes e
quero aliciar pessoas ao desafio de tentarem completar
todos os da lista pretendo
oferecer um prémio à primeira pessoa a visitar todos
os cumes. As pessoas podem provar que lá estiveram
com fotos no cume.
Mas primeiramente quero
arranjar um patrocínio para
que o prémio não tenha que
me sair do bolso. Quando
isso estiver mais definido
colocarei toda a informação
no blog.
F.C. - Na qualidade de geocacher e Owner, como encaras a possibilidade de
associar o Geocaching à
conquista dos Garcias?
Achas que são duas atividades complementares e
compatíveis? Tens uma noção das caches que se encontram em rota de colisão
com os Garcias?
P.M. - Um aspeto que certamente poderá interessar
aos geocachers é que tenho
tido algumas conversas informais sobre a possibilidade de vir a ter um badge para
os Garcias.
Em pouco mais de metade
dos Garcias ainda não existe
nenhuma cache, a ideia seria
convidar pessoas a criarem
caches nos Garcias onde estas ainda não existem e nos
cumes “Garcias” nos quais já
existem caches, falar com os
owners e propor-lhes que as
caches passem a integrar o
badge.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
Neste momento sou owner
apenas de uma cache, a qual
por coincidência ou talvez
não, está situada no topo de
um Garcia.
F.C. - E de um ponto de vista pessoal, em que ponto
estás do teu próprio desafio? Já conquistaste todos
os cumes da tua lista? Para
ti, ser o primeiro português
a conquistar todos os Garcias é de facto um challenge
pessoal?
P.M. - Até hoje devo ter visitado quase metade dos
cumes da lista, mas ser o
primeiro a conquistar todos
os Garcias não é um objetivo
importante para mim neste
momento, até porque estaria provavelmente a competir sem concorrência. Muito
mais importante, é divulgar
a lista e o blog para que mais
pessoas se sintam curiosas
e tentadas a visitar todos os
cumes dos Garcias.
Inclusivamente quero encontrar um patrocinador, e
oferecer um prémio à próxima pessoa que complete
todos os cumes, acho que é
uma boa de forma de tornar
ainda mais aliciante a conquista dos cumes da lista.
Complementarmente existirá no blog um espaço em
que eu possa divulgar quem
vai à frente na “corrida” sendo que tem que existir prova
da conquista da montanha.
Um par de fotos no cume
deverá ser suficiente. No
caso de geocachers também
poderei considerar como
prova o terem feito alguma
27
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
cache que fique no cume da
e as tradições locais ainda
tua estratégia para desen-
tradicionais em que os visi-
montanha.
melhor.
volver o projeto NaturCool-
tantes podem ver fazer e até
F.C. - Neste momento estás
Por outro lado sinto que fal-
Tour?
aprender a fazer o artesana-
ativamente envolvido em
tam em Portugal empresas
P.M. - Neste momento estou
outro projeto que já dá mui-
que levem os portugueses
a tratar daqueles pormeno-
to que falar nas redes so-
a conhecer outros destinos
res básicos como os seguros
ciais! O que é a NaturCool-
sem se limitar a mostrar os
e o registo como operador
Neste momento a divulga-
Tour, quais são os objetivos
pontos turísticos mais ób-
turístico no RNAAT.
ção das atividades faz-se
deste projeto e como estás
vios, mas também a revelar
a articular a logística desses
um pouco da natureza e da
passeios guiados?
cultura de cada país.
P.M. - É verdade, outro pro-
F.C. - Em que aspetos sen-
e vou reforçar a publicitação
jeto no qual estou atual-
tes que a NaturCoolTour é
das minhas actividades por-
F.C. - E o Geocaching tam-
mente envolvido e que é
uma proposta diferenciada
que preciso de um esforço
bém pode ter lugar neste
para mim ainda mais im-
no mercado do Eco-Turis-
inicial para atrair clientes.
projeto? Na tua opinião, os
portante, é a NaturCoolTour,
mo, Turismo Rural ou Pas-
que será em breve uma em-
seio-Aventura?
presa que organiza viagens
nores acertados vou passar
a ter eventos mais regulares
Também penso em celebrar
o maior número de parcerias
de uma refeição com todos
os pratos típicos.
somente pela página da
NaturCoolTour no facebook
mas em breve será também
criado o site da empresa.
geocachers são um público
-alvo preferencial para este
género de atividade?
P.M. - É muito fácil encon-
possíveis com todo o tipo de
trar viagens em que se pas-
entidades, desde empresas
P.M. - Os geocachers como
sa uma ou duas semanas
e universidades onde pode-
gente que gosta de aventu-
enfiado num hotel ou então
rei conquistar clientes a em-
ras e de contacto com a na-
Por um lado queria partilhar
em que se anda a saltar de
presas do mesmo ramo com
tureza são obviamente um
com as pessoas os luga-
cidade em cidade parando
quem poderei pontualmente
res fantásticos que existem
para tirar fotos junto aos
trabalhar.
no nosso país, e que estão
monumentos mais icónicos
acessíveis em pequenas ati-
junto dos quais pairam mul-
vidades de um dia ou de um
tidões de turistas, a alterna-
fim-de-semana.
tiva que queremos oferecer
com uma forte componente
de contacto com a natureza
ou interação cultural.
Refiro-me principalmente a
locais em meio natural, preservados e belos, e as atividades que proponho são
essencialmente caminhadas
atravessando paisagens de
montanha ou zonas rurais.
Basta um percurso agradável no meio da natureza para
descontrair de uma semana
stressante e recarregar as
baterias com energia, e se
podermos ir acompanhados
por alguém que conheça os
28
Quando tiver esses porme-
to local bem como participar
locais mais bonitos, e nos
fale sobre a fauna, a flora
são viagens mais calmas em
que alguns dia de cidade (ou
praia) e visita a monumentos se combinam com dias
passados no meio da natureza a caminhar ou então
nas aldeias a conhecer as
tradições locais.
Este é um projecto que está
apenas a começar, apesar de
já ter feito alguns passeios
experimentais no Gerês, Alvão, serra de Arga e Douro
e de ter algumas atividades
marcadas.
F.C. - Qual é atualmente a
F.C. - E em termos de calendário, já existe um planeamento
concreto
das
próximas atividades? Como
funcionam as inscrições e
quais são os contactos para
obter mais informações sobre as caminhadas?
P.M. - O objetivo é ter já a
partir de Março umas caminhadas em cada fim-desemana, bem como uma
atividade de dois dias todos
os meses. No verão planeio
ter a minha primeira viagem
mais longa à Roménia com
visitas às cidades da região
da Transilvânia, percursos
pelas montanhas dos Cárpatos e visitas a aldeias
dos públicos-alvo para este
tipo de actividades. Habitualmente já incluo sempre
a visita a algumas caches
durante as caminhadas de
um dia que organizo e mesmo nas viagens maiores não
vejo porque não, incluir também a visita às caches mais
próximas ou mais interessantes da zona.
F.C. - Muito obrigada Pedro, boa sorte para todos
estes projetos! O GeoPT irá
acompanhar de perto os
desenvolvimentos e estou
certa que nos voltaremos
a encontrar em breve para
muitos relatos de grandes
aventuras!
Flora Cardoso
- Lusitana Paixão
GEO
MAG.
30
GEO
MAG.
31
GEO
MAG.
32
GEO
MAG.
GUIA BTT
ECOPISTA DO
SIZANDRO
Por RuiJSDuarte
Para esta edição e a pensar
nas famílias que não gostam muito de praia ou para
as que gostam da praia a
Oeste de Lisboa, e que têm
de esperar o dia todo que o
sol se queira mostrar, um
34
passeio para todas as idades... ou quase.
Vamos explorar as potencialidades da Ecopista do
Sizando em colmatar a falta
do astro rei que tantos dias
durante o Verão insiste em
ficar escondido atrás de um
manto (muitas vezes bem
espesso) de nuvens.
Inaugurada à praticamente cinco anos, liga a cidade
de Torres Vedras (zona do
Parque de Exposições) à Foz
do Rio Sizandro, a qualquer
coisa como 20 quilómetros
de distância.
Dependendo do local onde
se vão procurar informações sobre os trajectos acabamos por ter um retorno
variável e algo confuso so-
bre o que realmente existe,
o que é Ecopista, Ecovia ou
Ciclovia, por onde passa,
onde começa e acaba.
Os próprios placards informativos (um em Torres
Vedras e o outro na Foz do
Sizandro) ajudam a essa
confusão, indicando a Ecopista como chegando até à
GEO
MAG.
praia de Porto Novo, o que
não é de todo verdade.
O que a Ecopista veio fazer
(e é daqui que nascem as diferentes interpretações do
percurso) foi complementar,
ligando as Ciclovias “Barro-Parque de Exposições”
e “Santa Cruz-Porto Novo”
através de “...um percurso
‘verde’ destinado a tráfego
não motorizado, que permite a prática de actividade
física aliada à fruição de paisagens naturais” (da página
da CMTV).
Já tinha tomado contacto
com estes caminhos numas passagens de bicicleta
que fiz na zona referentes
à GR30 Rota das Linhas de
Torres e tinha muita curiosidade da percorrê-la de uma
ponta à outra, ininterruptamente. Apanhando um dia
ameno e nublado, como é
apanágio por aqui, vim decidido a levá-la de vencida,
(70 quilómetros, pensava
eu, entre ir e vir, Torres Vedras/Porto Novo), ainda não
tinha noção que vinha ao
engano, pelos motivos explicados acima sobre o que
faz parte da Ecopista.
Carro
estacionado
no
Parque da Várzea (onde
cumprimentei as primas
Agostinhas - www.agostinhas-tvedras.pt/‎) e depois
de afinar (o pouco que dá)
35
GEO
MAG.
36
GEO
MAG.
37
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
a minha bicicleta para rolar
dições,
maioritariamente
de Portugueses e Ingleses.
original, que me parece não
mais rápido, em detrimento
estradões agrícolas bem
Praticamente todos os “pi-
ser a que lá estará de mo-
do conforto, lá fui eu a toda
compactados (o que per-
cos” ao longo da Ecopista
mento);
a brida, excepcionalmente
mite que as águas das
têm resquícios, mais ou
sem track no GPS e fian-
plantações o atravessem
menos bem conservados
do-me nas marcações do
causando um mínimo de
das velhinhas fortificações.
terreno.
desgaste), com passagens
Ora, três erros limpinhos!!!
pontuais pelo alcatrão das
Um: pensar que conseguia
metro 17 podemos então
escolher se queremos ir até
res Vedras] - GC344YY (temática e bem enquadrada);
Ecopista - Bird watching
[Torres Vedras] - GC2800R
(no final de um dos troços
Acompanhando o curso do
à Foz propriamente dita (vi-
Rio Sizandro (sempre que
rando à esquerda e passan-
possível) até ao seu final,
do a ponte) ou se queremos
conseguiram-se vinte qui-
seguir em frente e ir para
PR2TVD: Praia Azul - GC2J-
lómetros praticamente pla-
os lados de Santa Cruz. São
4QD (uma excelente vista
nos, ao alcance de todos os
cerca de seis quilómetros
sobre a Foz e sobre o Ocea-
utilizadores das bicicletas,
extra com um grau de difi-
no);
desde que se tenha um mí-
culdade mais elevado e que
nimo de preparação física.
Três: confiar nas marca-
já pedem um pouco mais
Afinal, ir e vir sempre são
ções!
de treino nas pernas. Afi-
pelo menos 40 quilóme-
nal, é sempre a subir até à
O que consegui foi perder-
tros. As excepções a esta
referida localidade e neste
extensa ilusão de planície
pequeno troço temos tanto
são duas pequenas eleva-
de altimetria como em todo
ções, justamente a servi-
o outro.
fazer os 70 quilómetros e
ainda por cima queria uma
média entre os 20 e 25
km/h
Dois: ter enchido muito os
pneus para contrariar o
atrito e ganhar na velocidade
me ao fim de meia dezena
de quilómetros, ficar estafado ao fim de apenas uma
dúzia deles e com uma brutal dor de coluna ao fim de
uma vintena... lá foram os
planos por água abaixo...
toma lá, que é para não se-
rem para dividir o percurso
em três partes iguais, ou
seja, sensivelmente de sete
em sete quilómetros temos
uma subidinha para desen-
res lambão! Acabei por divi-
joar.
dir o passeio por dois dias,
A paisagem é invariavel-
ambos muito bem passados pela zona!
mente marcada pelas culturas locais. Pereiras, vinhas
Ao fim de cinco anos são
já vários os locais onde as
e trigo espreguiçam-se ao
longo das margens e ser-
pequenas e até engraçadas
vem de pano de fundo para
tabuletas com o símbolo
o seu constante canto.
do percurso e a indicação
À medida que vamos pro-
do caminho se perderam,
o que torna mais uma vez
indispensável levar o dito
registo no GPSr e/ou ter
atenção extra.
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estradas nacionais.
Sensivelmente ao quiló-
Ecopista do Sizandro [Tor-
gredindo podemos também
apreciar um pouco do que
estava reservado para os
Franceses já que muitos
são os quilómetros onde
É um complemento interessante ao percurso ribeirinho e já que pedalamos até ao Oceano, assim
sempre o podemos admirar
condignamente!
Em matéria de Geocaching
propriamente dito, existem
cerca de seis dezenas de
caches “em cima” da Eco-
sante);
Penedo do Guincho - GC4V5EA (à entrada de Santa Cruz e num local que
merece bem uns minutos
de exploração e contemplação, até porque tem a
companhia de outras boas
caches);
Homage to Kazuo Dan [Torres Vedras] - GCG1YK (já
fora do plano traçado mas
esta velhinha Virtual merece certamente a visita).
Resumindo e concluindo,
temos passeio para todas
as idades, a cumprir preferencialmente de forma des-
pista, com algumas bem
contraída e em família.
cotadas no Panorama Na-
E para os mais afoitos exis-
cional.
tem inúmeros desvios ao
Nunca me passaria pela ca-
longo do percurso, mesmo
beça tal demanda, a de encontrar tantas caches duma
assentada, principalmente
durante um passeio de bici-
a jeito para acederem aos
referidos sobranceiros Fortes e, claro está, às suas
geocaches!
cleta, pelo que deixo como
Felizmente a idade não
estamos directamente sob
afectou a maior parte do
o que seria o raio de in-
“tapete”
encontramos
fluência das bocas de fogos
um excelente leque de
estacionadas nos Fortes da
As almas - GC2BZYQ (prin-
caminhos em boas con-
Linha de Torres, sob mira
cipalmente se na versão
e
e num local muito interes-
sugestão
“apenas”
uma
mão cheia delas, a saber:
Rui Duarte
- RuiJSDuarte
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ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Além Fronteiras
CASTELOS DO
VALE DO LOIRE
Por Prodrive
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ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
O Vale do Loire, conhecido
como o Jardim da França
e o Berço da Língua Francesa tem uma extensão
de cerca de 300 quilómetros ao longo do Rio Loire,
abraçando várias cidades
históricas como Orléans,
Blois, Amboise, Tours,
Saumur, Angers ou Nantes.
Entre os séculos X e XVI,
era no vale do Loire que
residia o poder político de
França. Os mais de trezentos castelos referenciados na região serviam
não só de residência à
corte real, mas também
de fortificações militares
e defensivas. O Vale do
Loire e particularmente os
seus muitos monumentos culturais, ilustram os
ideais do Renascimento e
do Iluminismo na Europa
Ocidental.
Os castelos representam
uma nação de construtores começando com os
necessários castelos fortificados do século X, para
o esplendor dos palácios
faustosos meio milénio
depois. Quando os Reis
franceses
começaram
a construir na região os
seus enormes castelos,
a nobreza, não querendo
nem se atrevendo a ser
medida pelo poder, seguiu
o exemplo. A sua presença
no exuberante e fértil vale
começou a atrair os melhores designers paisagísticos.
44
Em meados do século XVI,
Francisco I deslocou o cen-
tro do poder da França do
Loire para a antiga capital,
Paris. Com ele, foi grande
parte do apogéu do Vale
do Loire, mas continuou a
ser o lugar onde a realeza
francesa preferiu passar a
maior parte do seu tempo.
A ascensão de Luís XIV, em
meados do século XVII,
levou a instalação permanente da realeza para
Paris quando construiu o
Palácio de Versalhes. No
entanto, aqueles que ganharam o apoio e favores
do rei e da alta burguesia,
continuaram a renovar os
existentes ou a construir
novos castelos luxuosos
como a sua residência de
verão, na região do Loire.
A Revolução Francesa viu
um grande número de
castelos franceses destruídos e muitos saquearam os seus tesouros. O
empobrecimento de muitos dos nobres depostos,
geralmente após um dos
seus membros perder a
sua cabeça na guilhotina,
fez com que muitos castelos fossem demolidos.
Durante a I e a II Guerra
Mundial, alguns castelos
foram utilizados como
Quartéis-generais militares. Alguns destes continuaram a ser utilizados
desta maneira após o fim
da Segunda Guerra Mundial.
Nesta edição convidamos
os leitores da GeoMagazine, a uma viagem no tempo até aos anos áureos do
Vale do Loire, num périplo
pelos 10 castelos mais
recomendados da região.
Vistam o vosso melhor
traje de gala e acompanhem-nos pelos aposentos de Reis e Rainhas de
França. Espreitem também as geocaches associadas a cada um deles.
Ussé (GC4ZYV0)
A primeira edificação no
local remonta ao século
XI, quando o senhor normando de Ussé, Gueldin
de Saumur, mandou construir uma fortificação, que
rodeou com uma paliçada
num terreno elevado na
margem da floresta de
Chinon, com vista para o
vale do Indre. O lugar passou para a posse do Conde
de Blois, que reconstruiu o
edifício em pedra.
O castelo é impressionante e contém uma notável
colecção de mobiliário.
Estes móveis, comprados
pelos vários proprietários
do edifício, conseguiram
sobreviver à Revolução
Francesa. Em algumas das
salas estão igualmente
presentes peças de vestuário autênticas, que
mostram como era a vida
antigamente em Ussé.
Essa particularidade de
ter manequins trajados a
rigor a recriar esses tempos é o que mais distingue
este castelo dos restantes.
Também a possibilidade
de se visitar o sótão, algo
exclusivo deste castelo,
são aspectos determinantes para figurar nesta lista
restrita dos 10 castelos
mais belos do Loire.
Azay-Le-Rideau
(GC43E2B)
O castelo de Azay-Le-Rideau está edificado numa
ilha no meio do rio Indre
(um dos afluentes do Loire), e é sobretudo esta característica que proporciona um belíssimo espelho
de água com o reflexo das
suas fachadas, que mais
o distingue dos restantes
castelos.
O edifício, tal como se
apresenta hoje, foi construído sob o reinado de
Francisco I pelo tesoureiro
do reino, Gilles Berthelot,
que desejava conciliar inovações vindas da Itália e a
arte de construir em estilo
francês.
As dimensões, longas e
baixas, e as decorações
são italianas, mas as esquinas do bastião cobertas
por cones pontiagudos, o
empilhamento vertical de
grupos de janelas separadas por enfáticas linhas
de cordas horizontais, e o
alto tecto de lousa inclinado, são inequivocamente
franceses. As fortificações
e as torres de menagem
medievais deram um ar
de nobreza tradicional ao
recém-enobrecido tesoureiro do Rei.
Classificado como monumento histórico, o castelo
de Azay-le-Rideau expressa todo o refinamento
de um castelo da primeira
renascença francesa.
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[O castelo de Amboise] foi palco de intrigas
e disputas, e passou por períodos de
negligência e demolição
Villandry (GC3XB4M)
O Castelo de Villandry, terminado no ano de 1536,
foi o último dos grandes
castelos construídos nas
margens do Rio Loire na
época do Renascimento. .
As terras onde foi erguido o Castelo de Villandry
eram conhecidas como
Colombier até ao século
XVII. A propriedade foi adquirida no início do século
XVI por Jean Le Breton, ministro das finanças durante o reinado de Francisco I.
Para construir o actual palácio, mandou arrasar uma
velha fortaleza do século
XII, da qual restam apenas
as fundações e a torre de
menagem que se encontra
por trás do pátio de honra. Foi nesta fortaleza que
teve lugar, no dia 4 de Julho de 1189, a “Paix de Colombiers”, no curso da qual
Henrique II Plantageneta,
Rei de Inglaterra, veio à
presença de Filipe II, Rei de
França, reconhecer a sua
derrota.
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O castelo em si não é dos
mais históricos, contudo
no século XIX, o jardim tradicional foi destruído para
dar lugar a um parque à
inglesa em volta do palácio (ao estilo do Parque
Monceau, em Paris). Esta
é a sua principal atracção
e são os seus belíssimos
jardins que lhe garantem a
entrada neste restrito Top
10.
Chenonceau (GC35JHK)
Se tivesse que eleger apenas um castelo, como o
mais bonito do Vale do
Loire não teria qualquer
hesitação em escolher
Chenonceau.
O primeiro castelo foi
construído no local de um
antigo moinho, em posição
dominante sobre as águas
do rio Cher no século XI. A
sua história está associada a sete mulheres de personalidade forte, duas das
quais Rainhas de França.
O edifício original foi incendiado em 1411 para
punir o seu proprietário
Jean Marques por um acto
de sublevação. Mais tarde,
em 1513, o seu endividado
herdeiro, Pierre Marques,
vendeu o castelo a Thomas Bohier, camareiro do
Rei Carlos VIII de França.
Bohier destruiu o castelo
existente, conservando a
torre de menagem, e construiu uma residência inteiramente nova entre 1515
e 1521. O trabalho foi por
vezes supervisionado pela
sua esposa, Catherine Briçonnet, a qual teve o prazer de hospedar a nobreza
francesa, incluindo Francisco I de França em duas
ocasiões.
Mais tarde, o filho de
Bohier foi desapropriado,
sendo o castelo entregue
ao Rei Francisco I por débitos não pagos à Coroa. Depois da morte deste monarca, em 1547, Henrique
II ofereceu o palácio como
presente à sua amante,
Diane de Poitiers
No entanto, depois da
morte de Henrique II, em
1559, a sua resoluta viúva e regente, Catarina de
Médicis despojou Diane da
propriedade. No entanto,
tendo apreciado as benfeitorias, resolveu dar continuidade às obras. A Rainha
Catarina fez então de Chenonceau a sua residência
favorita.
Como regente da França, Catarina podia gastar
uma fortuna no palácio e
em espectaculares festas nocturnas. Em 1560,
as primeiras exibições de
fogo de artifício alguma
vez vistas em França tiveram aqui lugar, durante
a celebração que marcou
a ascensão do seu filho,
Francisco II, ao trono.
Entre as marcas que imprimiu ao conjunto, Catarina de Médicis determinou
a construção, em 1577,
de um novo aposento,
exactamente por cima da
ponte construída pela sua
rival. Esse imenso salão
sobre o rio, com dois an-
dares e a extensão de sessenta metros de comprimento por seis de largura,
ficou conhecido como a
Grande Galeria e tornouse na imagem de marca do
palácio.
É precisamente a galeria
construída sobre a ponte
de arcos que atravessa o
Rio Cher que lhe confere
todo o romantismo e originalidade transformando
-o num castelo palafita, e
que o eleva ao estatuto de
mais belo castelo do Vale
do Loire.
Amboise (GC2RYYD)
O castelo de Amboise situa-se na margem do rio
Loire e desponta no alto da
cidadela da malha urbana
formada em seu redor. Foi
palco de intrigas e disputas, e passou por períodos
de negligência e demolição. Apenas um quinto do
castelo original chegou ao
nosso tempo.
Construído num promontório com vista para o Loire de forma a controlar um
estratégico vau substituído na Idade Média por uma
ponte, o castelo começou
a sua vida no século XI,
quando o notável Fulque III
o Negro, Conde de Anjou,
reconstruíu a fortaleza em
pedra. Ampliado e melhorado ao longo do tempo,
no dia 4 de Setembro de
1434, o edifício foi confis-
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cado e adicionado por Carlos VII aos bens da Coroa,
depois do seu proprietário,
Louis d’Amboise, ter sido
acusado de conspiração
contra Luís XI.
Uma vez nas mãos Reais,
o castelo tornou-se num
dos favoritos dos Reis
franceses. Carlos VIII que
aqui nasceu e faleceu,
decidiu fazer extensas reconstruções, começadas
em 1492 ao estilo do gótico flamboyant francês e
depois de 1495 empregou
vários mestres pedreiros
italianos.
O seu jardim suspenso é
tido como o primeiro terreno a ser ajardinado em
toda a França, mas é o facto de uma de suas capelas
abrigar o túmulo de Leonardo da Vinci, que viveu e
trabalhou os três últimos
da sua vida em Amboise
que o fazem saltar para o
Top 10 desta lista.
Clos Lucé (GC2QX0V)
Clos Lucé, também chamado antigamente de
Cloux, é um solar situado
em Amboise. Construído
em meados do século XV,
foi adquirido em 1490 pelo
rei Carlos VIII para a sua
esposa, Ana da Bretanha.
Mais tarde foi usado pelo
rei Francisco I.
Em 1516, Francisco I convidou Leonardo da Vinci
a visitá-lo em Amboise e
emprestou-lhe Clos Lucé
como um lugar para ficar e trabalhar. Leonardo chegou com três dos
seus quadros: Mona Lisa,
Sant’Ana, e São João Baptista. Viveu em Clos Lucé
durante os últimos anos
da sua vida, até à falecer
em 2 de Maio de 1519.
Diz-se que o solar está ligado por uma passagem
subterrânea ao Castelo
de Amboise, do qual dista
500 metros, para permitir
que o soberano visitasse
o homem de ciência com
toda a discrição.
Actualmente, Clos Lucé
pertence à família Saint
Bris e alberga um museu,
o qual reflete a prestigiosa
história da região e inclui
diversos modelos das várias maquinas desenhadas
por Leonardo.
Basicamente, é o facto
de ter sido a residência
de Leonardo da Vinci, de
albergar muito do seu espólio e ter uma exposição
permanente das suas criações que este monumento
garante acesso a esta lista
restrita.
Chaumont-sur-Loire (GC2YAGZ)
No século X, Eudes I, Conde de Blois, mandou construir uma fortaleza para
proteger a cidade de Blois
dos ataques do Conde de
Anjou.
Luís XI mandou queimar
e arrasar Chaumont em
1455, para punir Pedro de
Amboise por este se ter
revoltado contra o poder
Real aquando da “Liga do
Bem Público”. Depois disso, o filho de Pedro, Carlos
I de Amboise, procedeu à
reconstrução do castelo
entre 1465 e 1475, edificando a ala norte, actualmente desaparecida.
As torres são maciças e
dotadas de balcões defensivos e caminhos de
ronda. A porta de entrada
é precedida por uma dupla
ponte levadiça e rodeada
por duas grandes torres
redondas.
A sua localização majestosa e altaneira sobre o
rio Loire, confere-lhe um
aspecto imponente e colossal que o colocam por
mérito próprio nesta lista
dos mais belos da região.
Blois (GC487Q1)
Residência de sete Reis e
dez rainhas da França, o
castelo de Blois não promete muito devido a estar
encrostado na malha urbana de uma grande cidade, contudo quando atravessamos os seus portões
é revelado um majestoso
e imperial castelo, com
detalhes riquíssimos, aposentos luxuosos impecavelmente conservados
e um magnífico pátio no
centro do castelo com a
sua mais famosa peça de
arquitectura, a imponente
escadaria em espiral, na
ala de Francisco I.
O castelo medieval tornou-se numa residência
real e a capital política do
reino durante o reinado de
Luís XII. Este palácio, além
de residência de vários
Reis da França, foi também o local onde o Arcebispo de Reims abençoou
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Joana d’Arc, em 1429, antes de esta partir com o
seu batalhão para combater os ingleses em Orleães.
Quando Francisco I subiu
ao trono, a sua esposa,
Cláudia de França, fê-lo
mobilar Blois com a intenção de se mudar para
lá, deixando o castelo de
Amboise. Francisco I iniciou a construção de uma
nova ala e criou no palácio
uma das mais importantes
bibliotecas da época. Depois da morte da esposa,
em 1524, ele passou muito pouco tempo em Blois,
tendo a impressionante biblioteca sido levada
para o castelo de Fontainebleau, onde foi usada
como Biblioteca Nacional.
Actualmente, seis salões
da ala Luís XII abrigam o
Museu de Belas Artes. É
sem dúvida um dos castelos incontornáveis do
Loire, e sem dúvida o mais
surpreendente.
Chambord (GCYHNW)
Chambord, o maior dos
castelos do Loire, é um
dos mais conhecidos do
mundo devido à sua distinta arquitectura em estilo Renascentista francês
que combina as formas
medievais francesas tradicionais com as estruturas clássicas italianas. Foi
construído para dar apoio
às expedições de caça de
Francisco I, que mantinha
a sua residência nos castelos de Blois e Amboise.
Há teorias que indicam
que Leonardo da Vinci, um
convidado do rei Francisco
I, em Clos Lucé próximo
de Amboise, terá sido o
responsável pelo desenho
original, o qual reflecte os
planos de Leonardo para
um castelo em Romorantin para a Rainha-mãe.
O maciço palácio é composto por uma fortaleza
central com quatro enormes torres baluartes nos
cantos. O palácio contém
440 salas, 365 lareiras
e 84 escadarias. Quatro
abóbadas rectangulares,
uma em cada piso, formam uma cruz. A escadaria em forma de dupla hélice (típica de Da Vinci) é o
ex-líbris do castelo.
Os telhados de Chambord contrastam com as
massas da sua construção e têm sido comparados frequentemente com
a silhueta de uma cidade:
mostram onze tipos de
torres e três tipos de chaminés, sem simetria, enquadrados nas esquinas
pelas torres maciças. O
desenho tem paralelo com
o Norte da Itália e as obras
de Leonardo.
Durante o reinado de Francisco I, o palácio raramente esteve habitado. De facto, o rei passou lá apenas
7 semanas no total, englobadas em curtas visitas de
caça. Como o palácio tinha
sido construído com o propósito de receber curtas
visitas, não era realmente
prático viver ali por muito
tempo. As maciças salas,
janelas abertas e tectos
altos eram impossíveis de
aquecer. Além disso, como
não estava próximo de
nenhuma povoação, não
havia outras fontes imediatas de alimentos além
dos gamos. Isso significava que todos os alimentos
tinham que ser trazidos
com o grupo, habitualmente com números superiores a 2.000 pessoas
de cada vez.
Como resultado de tudo
isso, o palácio permaneceu
completamente desmobilado durante esse período.
Toda a mobília, coberturas
de paredes, utensílios para
a alimentação e por aí fora,
eram trazidos especificamente para cada viagem
de caça, um grande exercício de logística. Por esse
motivo muita da mobília
da época foi feita para ser
facilmente desmontada,
como forma de facilitar o
transporte.
Pela sua arquitectura, imponência e dimensão, este
é na minha opinião, o segundo mais belo castelo
do Vale do Loire, logo atrás
de Chenonceau. É também
o segundo castelo mais
vistado de França, logo
atrás do Palácio de Versailles.
Cheverny (GC13A36)
Cheverny orgulha-se de
ser o castelo mais bem
mobilado de França. De
facto, a sua decoração
quase se assemelha a uma
habitação clássica dos dias
de hoje, com todas as comodidades onde é possível viver confortavelmente.
As terras do castelo foram
compradas por Henri Hurault, Conde de Cheverny,
Tenente General dos Exércitos do Rei de França e
Tesoureiro Militar do Rei
Luís XI, do qual o proprietário actual, o Marquês de
Vibraye, é descendente.
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GEO
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Depois de ter sido recuperado pela Coroa devido
a fraude para com o estado, foi doado pelo Rei
Henrique II à sua amante
Diane de Poitiers. Todavia, esta preferia o castelo
de Chenonceau e vendeu
a propriedade ao filho do
primeiro proprietário, Philippe Hurault, que construiu o palácio entre 1624
e 1630.
Confiaram a realização do
novo palácio ao arquitecto
Jacques Bougier, que havia
assistido Salomon de La
Brosse na construção do
castelo de Blois. A decoração foi acabada pela filha
de Henri Hurault e de Marguerite, a Marquesa de
Montglas, cerca de 1650.
Este castelo inspirou Hergé na criação do Castelo de
Moulinsart, de As Aventuras de Tintin, sendo o palácio ficcional uma réplica
do real,
Os seus jardins são outra
das atracções que complementam o quadro e lhe
conferem uma entrada por
mérito próprio nesta lista
restrita.
Gustavo Vidal
- Prodrive
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O Resgate de Frei
Agostinho da Cruz
Por Jasafara
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Desde que comecei a preparar a entrevista ao Ricardo
Bordeira Silva (ricardobsilva) que saiu no nº 4 da GeoMagazine, que ao revisitar
as suas caches publicadas
me chamou a atenção a sua
primeira cache, a Visit to
Frei Agostinho da Cruz [Setúbal] , publicada em 24 de
Março de 2002 (dentro das
vinte mais antigas de Portugal) e a primogénita de
todas as caches da Serra da
Arrábida.
nalmente surgiu o inevitável
Needs Archived:
possível que ela ainda permanecesse no mesmo sítio.
mas que fariam com que a
manhã não fosse perdida.
“O convento está em obras
e o local inacessível.
Ele disse que era bem possível. Eu concordei e esqueci. Até que no dia 29 de Dezembro do ano passado, ao
preparar uma cachada para
a manhã do dia seguinte e
estar a ver caches pela Arrábida me lembrei dela e
decidi que irei tentar tirar a
limpo a questão.
Assim no dia 30 bem cedo
lá fui até à Arrábida. Carro
parado junto à entrada para
o Convento Novo, e depois
fui em direcção à cache
Convento Velho (Arrábida)
by MarSalgado que marca
a entrada para o Convento
Velho.
Foi uma cache que ao longo
do seu pouco mais de um
ano de vida, teve a visita
de 16 geocachers entre os
quais alguns dos dinossáurios do geocaching em
Portugal.
Depois foi o constatar que o
temporariamente inacessível era permanente e o inevitável arquivamento em 1
de Dezembro de 2003.
Os últimos que a encontraram, já tiveram que o fazer
de forma não regular e fi-
Um dos trabalhadores disse-me para não saltar o
portão pois os guardas andavam atentos (porque seria?) e podia arranjar problemas.
Como ia com os miúdos voltei para trás.
Acho que devia ser temporariamente arquivada.”
Lembro-me de na conversa
com o Ricardo lhe ter perguntado se tinha chegado
a recolher a cache e na sequência de me ter respondido que não, se achava
Não estava com grandes
esperanças de o acesso ser
possível sem ter de saltar
nada o que não estava disposto a fazer. Assim o meu
plano era caso não conseguisse entrar no Convento
Velho, ir ao Novo e explicar a
situação solicitando acesso
que o mais provável é que
me fosse negado. Mas nada
como tentar e de qualquer
forma no programa estavam outras caches próxi-
Ao longe o panorama não
parecia prometedor. Um
portão de ferro aparentemente fechado parecia indiciar que a tentativa de resgate não teria pernas para
andar. Mas ao pé deu para
constatar que o portão estava apenas encostado sem
fechadura nem nenhum
cadeado que impedisse a
abertura.
Assim e embora sabendo
que não o devia estar a fazer, lá me mentalizei que a
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causa era boa, que não ia
estragar nada e que mesmo
que fosse apanhado nada
de grave deveria acontecer…
Percebe-se porque as visitas estão interditas. Os
acessos estão bastante impedidos com árvores caídas
de um ou mais temporais
que se abateram sobre a
zona. Embora não seja nada
demais para um geocacher,
o sítio não está realmente
em condições de lá ocorrerem visitas guiadas.
Aproveitei ser o único visitante para desfrutar do
local. Um local mágico que
percorri
demoradamente
explorando cada recanto
enquanto o GPS me ia aproximando cada vez mais do
GZ. Algumas capelas têm
aspecto de ser utilizadas
com alguma regularidade.
Não sei se o local tem sido
alvo de furtos mas o que é
verdade é que não aparenta
vandalismos e encontramse ainda bastantes artefactos religiosos.
Ia ficando mais ansioso à
medida que a distância ia
diminuindo, mas mesmo
assim quando cheguei ao
GZ, ainda tirei uma fotos e
apreciei a cruz que lá existe, antes de me dirigir para
o que era claramente o sítio
onde a cache tinha sido escondida, uma pequena gruta por trás da cruz.
Foi um dos momentos mais
altos do meu geocaching,
quando depois de me ter
curvado e entrado da gruta me voltei para a entra-
da, olhei para cima e quase
imediatamente vi onde a
cache estaria. No entanto
o que via era uma pedra…
Pedra retirada e glória! Por
detrás dela um generoso
container regular em estado
impecável (tendo em conta
o tempo decorrido) encontrado mais de 10 anos depois da última visita.
É difícil explicar por palavras o que senti e por isso
vou deixar mais detalhes
para um evento no Convento Velho que espero conseguir organizar este Verão (a
primeira resposta não foi
positiva, mas não houve um
taxativo não pelo que irei insistir). Por isso, não irei neste artigo revelar o conteúdo
do container. Irei deixar isso
para quando o entregar ao
seu proprietário, o Ricardo
que espero possa estar presente. Só aí darei por concluído “O resgaste do Frei
Agostinho”!
Esta é também a história
de uma fantástica manhã
de geocaching em que além
das duas caches já referidas fiz também as próximas
Rota das Capelas by papaleguas , Letras ou Números? by IDILIO49 e Lusitani:
Península de Setúbal by bolacha, que aqui tenho muito
prazer em associar a esta
que foi sem dúvida uma das
melhores jornadas de geocaching que já tive.
Joaquim Safara
- Jasafara
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Entrevista de Carreira
Dakidali
Quem ainda não ouviu o nome Dakidali que levante o braço!
Vamos conhecer uma geocacher destemida e ávida por uma
boa aventura, sempre disposta a conquistar mais desafios.
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Dakidali é um nick-name
que não passa despercebido no panorama global
do geocaching português.
O cabelo branco tornou-se
uma verdadeira imagem de
marca, a contrastar com a
energia, a jovialidade e a
determinação desta mulher
que conquista as caches
pela tenacidade e conquista
os amigos pelas qualidades
humanas. Franca, directa,
sincera, generosa, é assim
a Teresa Ribeiro dos Santos.
Com um longo e intenso
percurso no Geocaching,
desde 2007 a desafiar-se a
si própria e a incentivar os
mais novos, já são muitas
62
as histórias, as peripécias e
os episódios para recordar.
Mas hoje, falemos um pouco menos de tupperwares,
e um pouco mais do que
verdadeiramente interessa:
estar de bem com a vida e
aproveitar cada momento,
intensamente.
Bem-vinda à GeoMagazine,
Teresa!
Flora Cardoso - Comecemos pelo princípio… Dakidali, como o nome e o avatar indicam, é uma mistura
de duas realidades ligadas
à tua história de vida. Moçambique continua muito
presente na tua memória?
O berço africano nunca se
esquece?
Teresa Santos - Eu nasci em
Portugal, em Lisboa mas fui
com 3 anos para Moçambique num navio que demorava meses a lá chegar. O meu
pai foi mobilizado para Porto Amélia, hoje Pemba, pois
era oficial médico-cirurgião.
Eu a minha Mãe e os meus
irmãos fomos mais tarde
ter com ele. A minha irmã
mais nova foi a única que
nasceu em Moçambique.
Bem a única, não, os meus
pais também nasceram lá
os dois. Depois cresci por lá,
mudei várias vezes de cidade, sempre acompanhando
as mobilizações do meu Pai.
Quando saiu da “tropa”, ficou como médico-cirurgião
no Xai-Xai. Andava na 2ª
classe (hoje 2º ano), quando
nos mudámos para Lourenço Marques, hoje Maputo, onde passei a minha
juventude e cresci. África é
um Continente fantástico,
cheio de cor, cheiros e sons
únicos. Nem posso pensar
muito nisso, pois fico com
uma dor na alma inexplicável. Quando vim para Portugal, em 1976, depois de ter
passado por alguns maus
momentos em Moçambique, eu e a minha irmã
mais velha, viemos acabar
os nossos estudos, tendo o
resto da família lá ficado.
A nossa integração aqui não
foi fácil, os tempos eram
difíceis para os que vinham
e para os que cá estavam…
mas não quero falar sobre
isso agora. Moçambique
será sempre o meu País do
coração.
F.C. - Em Portugal também
tens raízes e memórias espalhadas por vários locais
especiais… Da Mealhada ao Algarve, passando
por Alcobaça onde resides
atualmente, se tivesses de
dizer a que lugar pertences
de facto, qual seria a “tua
coordenada”?
T.S. - A minha coordenada é
onde estou. Neste momento vivo em Alcobaça, balançando-me entre Lisboa,
onde tenho o meu filho e o
Porto, onde tenho a minha
filha, o Algarve, onde vivem
os meus irmãos mais novos e respetivas família e a
Mealhada, onde tentamos
recuperar uma casa, que
era dos meus avós paternos. Não tenho, felizmente,
problemas em mudar de
coordenada, pois sempre
fui habituada a estar onde
era necessário e a enfrentar
as mudanças, com determinação, honestidade, respeito e sempre com otimismo.
aqui cheguei. Era boa jogadora (modéstia à parte…),
apesar de ser ainda júnior,
tal como a minha irmã. Fomos logo contactadas por
vários treinadores, mas
houve um que logo nos
“adotou”, pois já havia na
equipa várias jogadoras
vindas também de Moçambique que nos conheciam.
Depois, acabei o meu curso
e estive, desde então sempre ligada ao desporto, primeiro como atleta, depois
como treinadora e como
Professora de Educação Física. Os desportos coletivos
têm uma faceta de partilha,
de respeito pelo espaço
do outro, de amizade, de
competição saudável, que
os desportos individuais
não têm e isso, sem dúvida, foi uma mais-valia para
o meu crescimento como
pessoa. O espírito de equipa está sempre presente e
não há lugar para egoísmos.
Aprendi a competir comigo
mesma, a tentar ser sempre
melhor amanhã do que fui
ontem, a ser exigente, a en-
tregar-me de corpo e alma
em tudo onde me meto, a
aprender todos os dias, a
evoluir com quem sabe ou
joga melhor que nós e que,
com entusiasmo, dedicação, sacrifício, e trabalho,
sem nos esquecermos de
estar atentos a quem nos
rodeia, conseguimos sempre ir um pouco mais além
e por vezes surpreendermo-nos com capacidades
que não sabíamos que tínhamos.
F.C. - Antes de conheceres
o Geocaching, tinhas algum
hobby especial? Como ocupavas o teu tempo livre?
T.S. - Antes do geocaching,
tinha dois filhos para criar,
tinha mais aulas do que
tenho hoje, tinha desporto
escolar e não me sobrava muito tempo livre para
hobbies.
F.C. - Como conheceste o
Geocaching? Foi uma atividade que te entusiasmou
desde o primeiro instante,
ou precisaste de várias ca-
ches para lhe tomar o gosto?
T.S. - Conheci o geocaching
em 2007, quando procurava um GPS. Achei que era
a minha cara. Desafio, procura, desconhecido, novas
tecnologias. Inscrevi-me,
comprei um PDA, vi qual a
cache mais perto de casa e
fui. Nessa altura já o meu
filho estava a estudar em
Lisboa e a minha filha tinha
14 anos já tinha mais tempo livre e sempre que podia
lá ia eu para o castelo de
Alcobaça procurar a cache.
Todos os dias antes de ir
buscar a minha filha à escola lá ia eu. Li os logs todos, li
a página da cache 50 vezes,
vi as fotos todas dos logs…
desafiei uma amiga minha
para lá ir comigo, não me
estivesse a escapar alguma
coisa. Nada. Não dava com
a cache. Li tudo o que havia
para ler sobre geocaching,
como se devia proceder
quando encontrasse a cache, o que devia escrever,
que devia agradecer a des-
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
F.C. - És professora de
Educação Física e sempre
estiveste muito ligada ao
desporto. O basquetetbol
teve um lugar de destaque
na tua vida, consideras que
foi uma boa “escola” em
termos de valores coletivos
e espírito de equipa?
T.S. - O basquetebol teve
um papel fundamental na
minha integração, quando
63
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
coberta, enfim uma data de
coisas, que hoje em dia, ninguém deve fazer quando se
inicia nestas andanças.
Já desanimada a pensar que
não tinha jeito nenhum para
aquilo, lá fui mais uma vez
determinada a não voltar a
casa sem descobrir a cache.
Num rasgo de sorte, pois as
coordenadas davam-me a
bastantes metros de onde
ela estava, lá dei com ela.
Ainda hoje consigo sentir a
sensação que tive ao descobri-la. Foi uma sensação
fantástica e indiscritível.
Tive pena de estar sozinha
e não ter ninguém ali com
quem partilhar a descoberta. Ao chegar a casa fui logo
fazer o log on-line, para
poder dizer ao mundo que
tinha descoberto a minha
primeira cache. Quem me
conhece sabe que eu, quando gosto, dou tudo, quando
não gosto saio, ignoro e esqueço, e que em tudo que
me meto, é para me entregar de corpo e alma.
F.C. - Já praticaste Geocaching de norte a sul de
Portugal. Há alguma região
que te leve a preferência?
Algum lugar verdadeiramente especial que não
descobririas se não fosse o
Geocaching?
64
T.S. - Há imensos lugares
que se não fosse o geocaching nunca conheceria.
Além de que o geocaching
me fez sair de casa, andar,
percorrer trilhos desconhecidos, sozinha ou quase
sempre bem acompanhada. Muitas vezes saio sozinha de carro com uma lista
de caches para fazer. Claro
que são escolhidas, pois a
segurança está sempre em
primeiro lugar.
F.C. - Ao longo destes 7
anos de atividade, tiveste
oportunidade de conhecer e conviver com imensa gente ligada ao Geocaching. Houve alguns
encontros especialmente
marcantes? Na tua opinião
é possível criar amizades
realmente sólidas no Geocaching, que ultrapassem
os limites da camaradagem
ligada ao jogo?
T.S. - Sem dúvida que ao
longo destes 7 anos conheci imensa gente através do
geocaching. Como tudo na
vida, uns passam outros ficam. Tenho amigos que conheci através do basquete,
que permanecem no meu
círculo de amigos, penso
que com algumas pessoas
que conheci através do
geocaching irá acontecer o
mesmo. Mas o que mais me
faz pensar muitas vezes, é
a capacidade de continuar
a conhecer novas pessoas,
de sair da zona de conforto
e de me dar, de receber, de
partilhar e não me cingir aos
amigos de longa data. Não
sei se me faço entender.
Tenho momentos de geocaching fantásticos na minha vida. Tardes, dias sem
rumo, com uma enorme
lista de caches para tentar
fazer. Caches depois de um
dia de trabalho. Aventuras
inesquecíveis. Momentos
de risota constante, de músicas a marcarem cachadas,
a maior parte delas contigo,
Flora, sabes bem as histórias que temos para contar.
Houve imensa gente com
quem partilhei cachadas,
momentos únicos, princi-
palmente no início que não
conhecia ninguém, alguns
já nem fazem geocaching,
os Papoilix, a Salamandras,
a Lusitana Paixão, o Tofixe, os btt, o MightyReek, o
Bolacha e o Bolachinha, o
Rcoelho, o Um-dois-três,
Alieri, VespafriendsAlgarve… nunca esquecerei cada
aventura, cada momento.
Entretanto fui refinando
a minha maneira de fazer
geocaching. Acho que todos
passamos por vários estádios. Primeiro a paixão, o
entusiasmo, o fervor, a maluqueira, vale tudo. Depois
fica o amor, a serenidade,
a tranquilidade, a exigência
pela qualidade.
F.C. - Durante alguns anos
foste uma das principais
forças impulsionadoras do
Geocaching na região centro. Empenhaste-te como
Owner e organizaste eventos de grande sucesso, entre os quais a inesquecível
maratona de 24 horas a
cachar, ou a série WWFM.
Ficam boas memórias e
momentos marcantes para
recordar?
T.S. - Sem dúvida, os eventos, para mim são o melhor
do geocaching. O convívio,
as histórias, o ver gente que
não se vê há muito tempo,
a cara que se liga ao nick
que conhecemos dos logs,
o owner das caches que te
proporcionaram bons momentos, quedas, desafios.
Enfim, o melhor do geocaching, a partilha, o convívio.
O dar e receber.
F.C. - Iniciaste-te numa
época em que a comunidade portuguesa de geocachers era relativamente
reduzida e toda a gente se
conhecia. Hoje o panorama
é bem diferente! Como vês
e acompanhas esta nova
“geração” de geocachers?
T.S. - Como todas as coisas
na vida, começam de uma
maneira e passam por várias fases. O geocaching de
há 7 anos para cá sofreu
muitas alterações, assim
como as nossas vidas. Antigamente havia telemóveis, hoje há smartphones.
Antigamente uma em cada
20 pessoas tinha GPS, hoje
toda a gente tem GPS. Há
aplicações para smartphones para se praticar geocaching para todos os gostos,
pagas ou grátis. Lembrome de, em 2007, de algumas pessoas próximas de
mim e não só, me gozarem
por andar com GPS no carro.
Depois, por não perceberem
como é que eu andava atrás
de caixas de plástico. Hoje
muitos deles fazem geocaching e usam GPS.
Antigamente, como dizias,
eram poucas as pessoas
que praticavam geocaching,
hoje qualquer pessoa pratica geocaching. Tudo o que
se torna de fácil acesso, banaliza-se.
A sociedade mudou, as regras existem, mas quem
não as cumprir nada lhe
acontece, portanto cada um
faz como acha que é melhor e sente-se o dono da
verdade. As pessoas tornaram-se mais egocêntricas,
egoístas. Os tempos são
difíceis, os dias passam a
correr, vive-se a 200 à hora.
Não há tempo para voltar a
uma cache que não se encontrou e que fica a 100km
de casa. Loga-se tudo como
found, apesar de não se ter
GEO
MAG.
65
GEO
MAG.
66
GEO
MAG.
67
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Para mim o geocaching é uma atividade e não um
jogo, é um passatempo (...)
encontrado. Depois os logs
não interessam, ninguém
quer saber com quem foste
ou como foi a tua aventura.
O que interessa é mais uma,
done! É o mundo em que
vivemos. Eu todos os dias
me confronto com estas situações, na escola. Cada vez
mais, são os mais novos a
desafiar-nos, a enfrentarnos, nem sabem o que é respeito, consideração. Quando
isto andar tudo sem regra e
sem rumo, espero já cá não
estar.
F.C. - Dentro de todas as caches que visitaste, existe alguma que consideres especial e que te tenha marcado
particularmente?
T.S. - Raiders of the lost
cache (GL55M38Y), Cântaro Magro (GL7F8DTZ), e
Camiño del Rey, pelos desafios que me proporcionaram. Mas muitas outras pela
companhia, pela risota, pelo
convívio.
Para mim o geocaching é
uma atividade e não um
jogo, é um passatempo, serve para me divertir, passar
bons momentos. Não me
lembro de ter tido maus momentos de geocaching… a
não ser na cache Travessia
do javali (GL7KFDW8), na
Serra d’Aire, onde fiz uma
rotura de ligamentos.
68
F.C. - E alguma cache que
esteja no topo da tua lista
para uma conquista futura?
Algum desafio especial que
gostarias um dia de concretizar?
T.S. - Há imensas caches
que gostaria de fazer, umas
pelo desafio físico e mental,
outras pelo conceito (letterbox) e outras ainda pelos
containers.
Gostava de fazer a Linha do
Tua, pelo simbolismo não só
do local, mas também em
termos de geocaching.
F.C. - Teresa, és uma pessoa
muito curiosa e entusiasta
no que respeita a novas tecnologias! Procuras sempre
experimentar novos conceitos, novas aplicações? O
bichinho da vanguarda está
sempre a morder-te?
T.S. - Adoro as novas tecnologias, ainda por cima
porque acho que vieram
para nos facilitar a vida, fazem-nos passar várias etapas e chegarmos mais rapidamente onde queremos.
Gosto de ler sobre novos
gadgets e de estar sempre
update. Mas, principalmente
gosto de aprender e de saber coisas novas.
F.C. - Foste das primeiras
pessoas a experimentar as
Wherigo, entusiasmaste-te
com os Munzee, és aficionada pelo Ingress e não resististe a testar as LabCaches!
De todos estes conceitos, e
outros que eventualmente
te recordes, qual foi a tua
experiência favorita? O que
procuras acima de tudo
quando experimentas um
novo conceito, dentro ou
fora do Geocaching?
T.S. - Sem dúvida que o geocaching ficará para sempre
na minha vida. Muitas vezes
penso que, quando for mais
velha e não tiver capacidade
para vos acompanhar nas
aventuras, terei de dar a volta e inventar qualquer coisa
para vos poder continuar a
acompanhar. Todos esses
conceitos de que falas, a
descoberta de novas situações, de novos desafios, entusiasmam-me.
Quanto à minha experiência favorita no meio de tudo
isto, foi sem dúvida as wherigo e agora o Ingress. Mas a
verdade é que gostei de todas essas experiências.
viamente escolhidas, numa
caminhada em amena cavaqueira.
F.C. - Como imaginas os
teus próximos anos de Geocaching? Qual é a tua tendência pessoal?
T.S. - Os meus próximos
anos serão calmos, serenos,
bem escolhidos os locais,
as caches e as companhias,
pois a vida não está para
se desperdiçar em nenhum
sentido.
F.C. - Se pudesses dar um
conselho a quem se inicia
hoje nesta atividade, que
mensagem gostarias de
deixar?
F.C. - Qual é a tua relação
com os números, os rankings, os mapas ou os desafios pessoais dentro do
jogo? É algo que te motiva e
te dá alguma energia, ou ignoras pura e simplesmente?
Vivam intensamente!
T.S. - O geocaching, em mim,
passou por vários estádios.
Ao princípio, adorava ver os
números a subir. Mas era
mais a descoberta dos TBs
e das geocoins que me movia. Depois, comecei a desafiar algumas amigas e, em
grupo, lá íamos durante os
fins-de-semana. Claro que
os rankings interessam. Claro que os números também.
Se são o que me movem,
não. Se são importantes,
não. Não ligo muito a isso.
Neste momento, prefiro sair
com amigos, alguns que conheci através do geocaching
e fazer umas caches, pre-
Antes de escrever, pensem!
Divirtam-se!
Respeitem!
Tenham paciência!
Antes de falar, escutem!
Antes de criticar, examinem!
Antes de ferir, sintam!
Antes de se renderem, tentem de novo!
Não mudem as caches do
lugar onde as encontraram.
F.C. - Muito obrigada Teresa, continua a espalhar a
tua boa energia contagiante
por aí!
Flora Cardoso
- Lusitana Paixão
GEO
MAG.
69
GEO
MAG.
Portugal no olhar do
vizinho
Por Ana Rodríguez Lomba
70
Portugal é cor, é o verde dos
campos, o branco das capelinhas e igrejas, o azul intenso do oceano que o banha
de norte a sul. São os sabores da sua excelente gastronomia: os seus fumados
e saborosos queijos, o inconfundível sabor do vinho
do Porto, os esquisitos doces regionais e o bacalhau,
a reinar sobre todos eles
com as mil maneiras como é
preparado. São os sons das
suas tradições e cultura, é a
saudade contida num fado,
é o som dos paus a chocar
na dança dos pauliteiros Mirandeses. É tradição como o
fabrico de lindos azulejos ou
o galo de Barcelos. É a história de tempos passados
contada pelas pedras dos
seus monumentos.
Portugal é um país para a
descoberta! A melhor maneira? De carro pelas estradas nacionais, desfrutando
da paisagem e das paragens
nos locais que achamos a
caminho, seja um miradouro, uma aldeia ou uma capelinha, viajar esquecendo as
pressas. Portugal tem tanto
a oferecer, desde as grandes cidades cosmopolitas à
beira mar até às pequenas
aldeias do interior onde o
tempo ficou detido. Belos
“monumentos”
naturais,
como as grutas na Serra
de Aire e Candeeiros ou os
miradouros no parque natural do Douro Internacional.
Magníficos
monumentos
feitos pelo homem como o
Palácio da Pena em Sintra
ou o Bom Jesus de Braga… e
assim tantos locais de norte
a sul. Mas a maior maravilha de Portugal são as suas
gentes, a calorosa amabilidade do português! Ainda
que o idioma não seja para
nós uma barreira pois o galego é um idioma parecido,
o português sempre tenta
facilitar a comunicação, tem
essa vontade de te acolher
e fazer-te sentir na sua casa
como se estivesses na tua,
é brincalhão mas com respeito, gosta de partilhar o
que ele tem com os demais,
sente orgulho da sua terra e
as suas origens, é autênti-
co... e com estas qualidades
é difícil não ficar apaixonado
pelos portugueses. Temos a
sorte de poder contar com
grandes amigos neste nosso país vizinho.
E quem somos nós? No
mundo do geocaching somos conhecidos como
Dalonso, na vida real os
nossos nomes são mesmo muito normais: David
e Ana, e somos vizinhos da
fronteira noroeste. E como
viemos parar a isto das caixinhas? Os nossos começos
no geocaching foram...lentinhos! Lá pelo ano de 2007,
um domingo de outono destes que o São Pedro abre a
torneira do céu e deixa cair
toda a água que tem lá em
GEO
MAG.
cima, estávamos sem nada
para fazer em casa e vimos
na TV uma reportagem sobre uns malucos que andavam a procurar uns “Tupperwares” no mato com um
GPS. Achamos engraçado,
lá fomos ao site da Groundspeak criar uma conta e
ver que caixotes tínhamos
por perto, na altura em toda
Galícia ainda havia menos de
200 caches, e quase todas
estavam no norte, primeira decepção! A segunda foi
quando vimos que o nosso
equipamento era limitado
ao GPS do carro, e ainda por
cima nem havia hipótese de
introduzir coordenadas manuais… Assim esta coisa do
geocaching ficou esquecida
durante um tempo. Quase
dois anos despois de criada
a conta achamos a nossa
primeira cache, [GCM718]
Cabo Home, hoje já arquivada mas, sempre ficará a
lembrança dessa primeira, acabamos picadinhos
de todo por entrar mato
adentro tirar um tupperware coberto com saco preto,
tapado de pedras, a alegria
ao encontrá-lo foi tal como
se fosse o tesouro do pirata
Barbanegra. Nunca esqueceremos esta sensação do
primeiro found, pois foi logo
ali que nos picou o bichinho...
Cinco dias despois, chegaria o segundo achado e já a
nossa primeira em Portugal
(a primeira de muitas), um
local que recomendamos visitar e que os “amantes das
pedras velhas” vão adorar
[GC1BQXV] Mosteiro de San
Fins de Fiestras (Valença) e
assim foram os nossos inícios no Geocaching, esta atividade veio complementar a
nossa maior paixão, viajar e
descobrir novos locais interessantes e monumentos.
Anos antes de nos iniciarmos no geocaching, na nossa primeira viagem a Portugal o destino escolhido foi a
cidade do Porto, esta foi a
primeira de muitas pois ficamos apaixonados pela terra
e as gentes. Depois desta
viagem vieram muitas outras, e depois de começar no
geocaching, voltamos a al-
gumas das cidades e vilas já
visitadas para descobri-las
de outra maneira, guiados
pelos geocachers que esconderam uma cache em tal
local para o dar a conhecer.
É engraçado o facto que
desde sempre, temos mais
caches encontradas em
Portugal do que em Espanha, agora são apenas uma
centena mas, há um tempo
atrás eram quase o dobro. O
primeiro evento o que assistimos também foi em Portugal, mais concretamente
em Viana do Castelo, a Geofrancesinha organizada pelo
Jotapesantos, uma excelente pessoa e geocacher! Os
primeiros containers “diferentes” que achamos foram
71
GEO
MAG.
GCQV7B centum cellas (Belmonte)
72
Mar de seixos em Esposende
GEO
MAG.
De cachada por a Beira Interior
73
GEO
MAG.
Vista sobre Lisboa desde o castelo de São Jorge
criados por ele, sempre a
dar-nos mais uma volta à
cabeça, sempre a provocar
a admiração em cada novo
container. Sem dúvida uma
que ficará para sempre
na nossa memória é [GC2FAD7] O Batelão, numa
altura em que não tínhamos
visto nada diferente do que
um rolo fotográfico com
íman, esta foi de espremer
os miolos, depois disto ficamos despertos para um
novo tipo de geocaching: os
containers malucos!
74
Temos assistido a um bom
número de eventos em Portugal, o último há apenas
um par de semanas (Pioneirismo e magnitude: Barragens de Lindoso) e temos
que sublinhar que nos temos sentido sempre como
em casa, o pessoal sempre
5 estrelas, mas se tivermos
de destacar um em especial,
este foi “O” Evento: Vamos
armar a tenda Oh faxabore!
O convívio, as atividades, a
impecável organização, e
principalmente guardamos
uma excelente recordação
porque depois de muito
tempo sem ver alguns geocachers amigos, este foi o
evento do reencontro com
quase todos. Sempre ficará
na nossa memória.
Ir cachar sempre pode trazer surpresas, às vezes
grandes aventuras inesperadas, como foi o caso
durante o nosso primeiro
evento CITO, um Geoacampamento organizado juntamente com o Jotapesantos
(em Portugal, onde mais?)
Saíra uma nova caixinha
chamada Cardielos e o D.
Sapo, esta caixinha estava numa ilha no rio Lima e
os aventureiros loucos por
experimentar a aventura:
o pessoal da Bila, Timon i
Pumba com a equipa quase
completa, Lusitana Paixão,
K!nder e metade da nossa equipa lá partiram em
busca da cache, apenas 3
lugares nas canoas, um colete para quem tinha medo
de se afogar e os restantes
a nado. Como poderia isto
acabar? Os cento e poucos
metros entre a praia e a ilha
demoraram uma hora com
uma operação de resgate pelo meio! No final, um
náufrago quase a chegar ao
mar e todo o pessoal sem
fôlego ao acabar. Uma gran-
de aventura para as nossas
memórias!
adequado para curar os malucos dos plásticos!
O que mais gostamos é visitar locais com história, monumentos, “pedras velhas”!
Muitas vezes locais em
ruina, ainda que num estado lamentável, mostramnos a grandeza de outros
tempos. Um desses locais
é [GC1X5KK] Wonderer’s
Grave em Viana do Castelo,
um mosteiro em ruinas no
meio do mato!
A lista de caches que temos
visitado e por um motivo ou
outro temos gostado em
Portugal é mesmo muito
longa. Portugal tem caches
magníficas, basta colocar
o olho nas vencedoras nos
Prémios GPS de anos anteriores, ou ver a lista das nomeadas desta edição.
Outra cache deste estilo
que nos chamou a atenção
foi [GC1CTPG] Águas Radium, já à distância podemos ver este edifício solitário na ladeira da montanha.
O próprio nome da cache é
sugestivo, mas ao ler a história do local, compreendemos que se trata de um balneário de águas radioativas!
A serio?
Mas sem dúvida “A CACHE”
com letras grandes, num
local abandonado dos mais
impressionantes que já temos visitado é [GC2DNH1]
Os Geocachers devem estar Loucos, num hospital
psiquiátrico. Este é o local
O geocaching tem-nos trazido muitas coisas boas, a
quantidade de locais que
não teríamos visitado se
não fosse por conta das caches, a quantidade de pessoas maravilhosas que não
teríamos conhecido não
fosse este jogo, e quase
sempre em Portugal.
E será que nos vão dar a
geonacionalidade
portuguesa?
Portugal visto desde dentro, com os olhos de quem
vem de fora… este pode ser
o título da nossa história!
Ana Rodríguez Lomba
- dalonso
GEO
MAG.
O terceiro membro da equipa: Darko.
75
GEO
MAG.
scenic view Porto
76
Palacio da pena em Sintra
Anti
iga central hidroelectrica de Lindoso.
GEO
MAG.
77
GEO
MAG.
Caches Challenge
Mas afinal o que é isso?
Por Palhocosmachado & pedro.b.almeida
Existem, à data, 25 caches
Challenge em Portugal, localizando-se 1 em cada
uma das Regiões Autónomas (Açores e Madeira) e as
restantes 23 no continente
português, sendo a maioria
na zona da grande Lisboa.
Nesta altura, 3 destas caches estão inativas.
Mas afinal, em que consistem as caches Challenge?
São caches catalogadas
como caches Enigma mas
que podem ter, ou não, um
enigma associado. Geralmente e na maior parte dos
casos, têm!!!
78
Caraterizam-se por proporem um desafio (Challenge),
que tem que ser cumprido
para se poder “logar” estas
caches.
Não basta encontrar a cache e registar no respetivo
logbook. Também é necessário cumprir os requisitos exigidos. Se assim não
for, os “logs” registados na
internet são, geralmente,
apagados pelos owners
destas caches.
Registe-se que, geralmente, é aceite que a cache física seja encontrada e efetuado o registo (provisório)
no logbook, quando o geocacher ainda não cumpre
os requisitos. Nesta altura
o geocacher poderá, se o
desejar, colocar uma nota
na cache, informando da
sua situação em particular.
Todavia o “found” só deverá
ser registado, quando cumpridos todos os requisitos.
Existe uma “badge”, no site
da Geopt, para este tipo de
caches: http://goo.gl/HQyecg
vez de requisitos adicionais
para o registo.
As “guidelines” das caches
Challenge.
As Geocaches Desafio/
Challenge variam em âmbito e formato. Todas as
geocaches desafio exigem
algo a ser atingido. Os proprietários da cache desafio devem demonstrar que
existem geocaches disponíveis e suficientes para cumprir o desafio, no momento
da publicação da cache. Os
revisores podem solicitar
ao proprietário da geocache que comprove que já
cumpriu o desafio e/ou que
um número substancial de
outros geocachers seriam,
também, capazes de o cumprir.
(dados retirados das guidelines das caches Challenge)
O que é uma geocache Desafio (Challenge Geocaches) ?
Uma geocache desafio exige que o geocacher cumpra uma série de requisitos
relacionados com o geocaching ou execute uma série
de tarefas antes de poder
efetuar o log de registo. Podem ser exigidas tarefas relacionadas com o Wherigo,
Waymarking e benchmarking. Os requisitos adicionais ou tarefas relacionadas com o geocaching são
considerados como base de
uma geocache desafio, em
Como saber quando os requisitos desafio geocache
foram cumpridos?
GEO
MAG.
É importante salientar que
os proprietários da geocache devem prever como irão
verificar que os requisitos
da geocache foram cumpridos. Os critérios de desafio
na página da geocache devem refletir este método
de verificação, e devem ser
verificáveis através de informação existente no site
do Geocaching.com. As Caches Desafio que dependem
exclusivamente de software
de terceiros para verificação
dos requisitos não serão publicadas. Os proprietários de
uma geocache desafio necessitam de assegurar que
os próprios geocachers conseguem verificar que completaram os requisitos sem
comprometerem a sua privacidade. Aos proprietários
pode ser, também, solicita-
do um plano de manutenção
da geocache a longo prazo.
O que torna uma geocache
desafio aceitável?
Uma geocache desafio deve
ser atingível por um número razoável de geocachers.
Uma geocache desafio não
pode excluir especificamente qualquer segmento de
geocachers. A geocache não
será publicada se o desafio
obrigar um geocacher a alterar o seu estilo de cache
ou hábitos, como, por exemplo, evitar um tipo de geocache em particular, para
atingir uma percentagem ou
média específica.
Os requisitos para enfrentar
o desafio devem ser sucintos e fáceis de explicar, seguir e registar. Uma longa
lista de “regras” poderá ser
motivo suficiente para que
uma geocache desafio não
seja publicada.
Uma cache desafio tem,
obrigatoriamente, de conter
a palavra “challenge” e ser
do tipo “Mistério - Puzzle”
Mais informação sobre as
Geocaches Desafio disponível nas guidelines da Groundspeak:
http://support.
groundspeak.com/index.
php?pg=kb.page&id=206
Caches Challenge em Portugal
GC4GF4C (5/1) - Challenge
51 Mistery Caches in one
day - Lisboa - Team Ribeiro
Desafio/Challenge: Encontrar 51 caches no mesmo
dia.
GC4V51F (2/2) - 366 days
of Geocaching “Challenge”
– Madeira - ricardomariagoncas
Desafio/Challenge: Ter encontrado uma cache pelo
menos em cada dia do calendário anual, não importando de qual o ano.
GC4F0Q5 (4.5/4.5) - 4 Campo e cidade - Sopa de
Letras - Challenge - Lisboa
- joseto96
Desafio/Challenge: Encontrar 36 caches em Portugal (continental ou ilhas da
Madeira e/ou Açores), cada
uma com o nome da cache
começando por uma letra
diferente do alfabeto e ainda 10 geocaches cujo nome
comece pela ordem numérica: de 0 a 9.
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GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GC4XPER (5/1.5) - AZORES
CHALLENGE – Açores- PALHOCOSMACHADO
Desafio/Challenge: Ter encontrado, no mínimo, 250
caches nos Açores, sendo
uma cache, no mínimo, em,
pelo menos, cinco ilhas açorianas. Ter feito, no mínimo,
uma cache dos seguintes tipos, existentes nos Açores,
nomeadamente: Geocache
Tradicional,
Multi-cache,
Geocache Mistério – Puzzle, Letterbox Híbrida, Geocache Virtual e EarthCache
e ter encontrado, no mínimo, uma cache nos Açores,
de dificuldade 5/5.
GC45GE4 (1.5/1.5) - Chalenge Ad astra et ultra CFB
- Lisboa - Ignacius Team
Desafio/Challenge: Ter logado, pelo menos, 10 caches de uma lista de 37 caches de tributo aos clubes
desportivos.
GC45GE0 (1.5/1.5) – Chalenge - Homenagem aos
Bombeiros/Fire Departement – Lisboa - Ignacius
Team
Desafio/Challenge: Ter logado 25 caches de uma lista de mais de 100 caches
sobre Bombeiros, existentes em Portugal e em vários
outros países.
GC4WZHP (2.5/1.5) - Challenge 18 Mistery Caches in
one Day – Lisboa - Team
Ribeiro
Desafio/Challenge:
Encontrar 18 caches Mistério
num dia.
GC39JCY (5/4.5) - CHALLENGE 2012 – Lisboa Team Ribeiro
80
Desafio/Challenge:
Ter
preenchido todas as combinações de terreno/dificuldade constantes da tabela
oficial de estatísticas do
seu perfil.
GC47CYX (5/1) - Challenge
366 – Lisboa - zepe_ly
Desafio/Challenge: Ter encontrado uma cache pelo
menos em cada dia do calendário anual, não importando de qual o ano.
GC1R9P6 (4/5) - Challenge
81 (Rio Frades) - MG12 Aveiro - MitoriGeikos
Desafio/Challenge:
Ter
preenchido todas as combinações de terreno/dificuldade constantes da tabela
oficial de estatísticas do
seu perfil.
GC4XNX0 (1/1) - Challenge
Oeiras - 500 dias de geocaching - Lisboa - Os Poiares
Desafio/Challenge: Ter encontrado caches em 500
dias de geocaching.
GC3JVMQ (5/1.5) - Finds
for Each Day of the Year
Challenge – Lisboa - Team
Ribeiro
Desafio/Challenge: Ter encontrado pelo menos uma
cache em cada do dia do
ano, incluindo 29 de fevereiro, não importando qual
o ano.
GC3WPCH (1.5/2) - The
Icon Challenge – Viseu Biri@tus
Desafio/Challenge: Ter encontrado 5 tipos diferentes
de caches num só dia.
GC1P9ZV (5/5) - PNPG’s
MasterDegree Challenge Vila Real - p@Che
Desafio/Challenge: Fazer
10 caches obrigatórias (definidas) e 10 acessórias de
uma dada lista existentes
no Parque Natural da Peneda-Gerês. Mestrado em
Gerês.
GC3W2Z0 (5/4.5) - PNPG’s
PhD ou o Doutoramento Challenge - Vila Real - joom
Desafio/Challenge: Fazer
20 caches obrigatórias (de-
finidas) e 2 recomendadas
(que são challenge) de uma
dada lista existentes no
Parque Natural da Peneda-Gerês ou nos arredores.
Doutoramento em Gerês.
GC4M70T (5/5) - PNSA
MasterDegree Challenge –
Faro - prodrive
Desafio/Challenge: Ter logado, pelo menos 15 caches, arquivadas ou não,
de terreno de dificuldade
maior ou igual 3.5 estrelas,
existentes no Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina.
GC3V8PA (4.5/4.5) - PNSE
MasterDegree Challenge –
Guarda - Sphinx_n_Sophie
Desafio/Challenge: Ter encontrado pelo menos 20
caches das existentes no
Parque Natural da Serra da
Estrela, sendo, pelo menos
10 de uma lista de obrigatórias e as outras 10 escolhidas de uma lista de 40.
Desafio/Challenge: Encontrar 26 caches em Portugal
cada uma a começar por
uma letra do alfabeto.
GC4DGDJ (5/4)- Viana do
Castelo - Challenge - Viana
do Castelo - super666
Desafio/Challenge: Ter encontrado, pelo menos, 666
caches no distrito de Viana
do Castelo, incluindo arquivadas das quais pelo menos 100, devem ter a classificação do terreno 3.5 ou
superior.
GC4CX57 (4/2)- The Alpha
Challenge – Lisboa - correiart
Desafio/Challenge: Encontrar 26 caches em Portugal
cada uma a começar por
uma letra do alfabeto.
GC3D4AZ (3/1) - The Icon
Challenge – Lisboa - Team
Marretas
Desafio/Challenge: Ter encontrado 5 tipos diferentes
de caches num só dia.
GC305ZK (5/4.5) - Sméagol’s Challenge - Vila Real
- Silvana
GC21NCM (5/1.5) - O Senhor das Caches - Challenge – Setúbal - MightyReek
Desafio/Challenge: Encontrar pelo menos 20 caches
com terreno 5 ou em opção,
10 das 20 caches existentes em Portugal com mais
favoritos à data do registo.
Desafio/Challenge: Ter encontrado 3 caches, pelo
menos, de entre uma lista
de caches relacionadas com
o tema do Sr. dos Anéis.
GC4XPDM (1.5/2.5) - Sopa
de Letras - Challenge – Viseu - MC mulas team
Desafio/Challenge: Encontrar 36 caches em Portugal (continental ou ilhas da
Madeira e/ou Açores), cada
uma com o nome da cache
começando por uma letra
diferente do alfabeto e ainda 10 geocaches cujo nome
comece pela ordem numérica: de 0 a 9.
GC1AJBZ (5/4.5) - Sopa de
Letras à Portuguesa – Leiria - SERGIO CRUZ
GC44GN3 (5/1) - The 7x7
Challenge [Lisboa] – Lisboa
- NunoFerreira.Photo
Desafio/Challenge: Ter registado 7 tipos diferentes
de cache, dos 11 tipos existentes (…) de uma lista, no
máximo em 7 dias, em Portugal ou no estrangeiro.
Luis Filipe Machado
- Palhocosmachado
Pedro Almeida
- pedro.b.almeida
GEO
MAG.
81
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Geocoins Portuguesas
Portugal 2010 - História e Voca
Marítima
Na senda do que têm sido
os artigos retrospetivos
acerca do surgimento das
Geocoin Portugal, cabe a
esta edição comemorativa
do quarto aniversário do
Geopt apresentar a Geocoin Portugal 2010, a primeira lançada e desenhada
neste portal.
Corria o dia 25 de Abril de
2010, data de interesse
histórico para a comunidade nacional, quando o
RKelux lançou no Geopt
o desafio à comunidade:
fazer – atempadamente
– uma geocoin da comunidade.
82
As reações não se fizeram
tardar, e as datas até estavam estipuladas – 16
de Maio para submissão
de ideias, 31 de Maio para
Entre repescagens de
ideias antigas e o surgimento de ideias que acabariam por ver a luz do dia
anos mais tarde, o pro-
propostas visuais, 20 de
Junho para a votação. Dia
21 de Junho, data de início de um verão quente de
2010, seria dada a conhecer a geocoin portuguesa
do ano, bem a tempo de
uma produção ainda no
mesmo ano.
cesso ainda gerou alguma
discussão bastante interessante acerca da propriedade intelectual.
O período inicial de congratulação do Rui por avançar
com a ideia cedo deu lugar
à habitual catadupa de sugestões.
Quase ao cair do pano, surge uma ideia do SpaceBadger, como primeiro post
no Geopt, que recebeu um
muito caloroso acolhimento.
Após várias ideias de retoques para uma geocoin que
acabou por ser bastante
consensual, o RKelux apre-
sentou mais três ideias, e
foi com estas quatro a concurso que se iniciaram as
votações.
No final, com 62% dos votos, a proposta vencedora,
quadrada, estava eleita.
O nome: História e Vocação
Marítima.
Seguiu-se um período de
natural incerteza, dada a
inexperiência do vencedor
nestas lides de produção
de moedas, e chegou-se,
algum tempo depois, a
uma fase em que as campainhas e os alarmes já
soavam. Afinal de contas,
por onde anda o projeto
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
No final, a geocoin, quadrada, era simples e eficaz.
Nas faces, as formas geométricas simbolizavam o
mar, um tema tão português como de aventura – e
o que é o nosso hobby senão uma aventura? Numa
das faces, a cruz de Cristo.
Na outra, Portugal, escrito
num tipo de letra arrojado.
A habitual menção ao geocaching.com aparece numa
das laterais, enquanto uma
ação
segunda
lateral
ostenta
“Portugal 2010”. O tracking
number aparece numa terceira lateral, mantendo-se
uma sem qualquer inscrição.
vencedor? Haverá moeda?
Esta
Como ficará, então, a pro-
apenas em 2011, é ainda
dução? Materiais? Lotes?
hoje considerada uma das
Um atraso bastante pro-
mais bonitas geocoins da
longado levou a comuni-
comunidade.
dade – sobretudo os colecionadores – a ficarem em
polvorosa. A Geocoin Portugal 2010 não chegaria a
ver a luz do dia?
Com o processo a viver
geocoin,
entregue
O processo de entrega ficou
concluído após o verão de
Nome: Geocoin Portugal 2010
2011, sendo a moeda um
Data: 2010
colecionável bastante co-
Versões: RE (Bronze com azul) e LE (Bronze
biçado até hoje, apesar da
polido)
sua tiragem alargada!
Formato: Quadrado
Tamanho: 1,75 polegadas de kadi, 3 mm de
uma nova fase de arranque,
houve ainda tempo para se
questionar o número de lotes.
Dados da geocoin
João Malheiro
- Pintelho
espessura
Desenho: SpaceBadger
Produção: Direct Mint
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GEOCACHER HISTÓRICO
Manchanegra
Por Jasafara
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Alberto Sequeira aka Manchanegra foi um dos pioneiros do Geocaching em
Portugal. Registado desde 2002, teve entre 2006
e 2007 os seu anos de
maior actividade, altura em
que se virou mais para o
Waymarking. Amante do TT,
BTT e Caravanismo, deixou
um vasto legado de caches
míticas que graças ao processo de adopção ainda se
mantém activas nos dias de
hoje. Nesta edição da GeoMagazine conheçam o homem por detrás do nick, e
todo o seu legado analisado
à lupa por Joaquim Safara.
Joaquim Safara - Alberto, o
teu genes vem do TT, mas
explica-nos como descobriste o site do Geocaching.
com em 2002 e porque é
que apenas quase quatro
anos depois é que te decidiste a ser praticante activo?
86
Alberto Sequeira - O TT foi
e continua a ser um dos
meus hobbies preferidos.
Algures em 1999 fiz o meu
primeiro passeio TT e ficou
o bichinho. Em 2000 comprei o UMM e através da net
liguei-me a dois grupos sobre o tema. Um era o extinto Amigos do UMM e outro
o Forum-TT onde conheci a
pessoa que me apresentou
ao Geocaching, o Nuno Pedrosa aka Rifkind. Na altura
havia poucas caches publicadas em Portugal e esse
facto aliado ao meu envolvimento como colaborador
do Forum-TT e ao lançamento de um jogo parecido
numa vertente mais virada
para o Todo Terreno levaram a que não me ligasse
imediatamente ao Geocaching.
J.S. - O nick Manchanegra
surgiu de onde?
A.S. - Tenho o hábito de
baptizar alguns dos meus
carros. Manchanegra é o
nome do UMM inspirado no
vilão da Disney pelo facto
de ser completamente preto. Uso-o desde os primeiros tempos no TT e acabou
por passar para os outros
hobbies.
J.S. - Referes que a família também gostou (sorte tua…). Eles por norma
acompanhavam-te nas cachadas?
A.S. - Na altura o geocaching foi um pretexto para
sair de casa e passear pelos
jardins e parques de Lisboa
com a família, hábito que
se manteve bastante tempo. Actualmente, a família
já não está tão disponível
para me acompanhar e os
fins-de-semana têm que
ser repartidos entre as
compras, os trabalhos de
casa dos miúdos e algumas
outras actividades relegando os hobbies para segundo
plano.
J.S. - Que estás distante
do geocaching percebe-se.
Encontraste as tuas últimas caches em Setembro
de 2013 em Ibiza e antes
disso os últimos founds remontam a 2012, sendo que
com regularidade paraste em 2011. Abandonaste
completamente o geocaching ou admites voltar a
este hobby?
A.S. - Não é um abandono
definitivo. Encaro-o mais
como um abrandamento
da actividade pois pratico-o
quando tenho algum tempo
disponível, principalmente em férias. A maior ra-
zão para este afastamento
é o tempo, ou a falta dele.
Quando estou de férias há
uma maior disponibilidade
para cachar. Ibiza foi exemplo disso, e além disso,
sempre gostei de procurar
pelo menos uma ou outra
cache quando estou fora de
Portugal. Essas alturas costumam também ser férteis
na produção de Waymarks.
J.S. - Decidiste há poucos
meses dar para adopção
todas as caches que tinhas
activas. Pressuponho que
como desististe de as procurar também te faltou a
motivação para as manter?
A.S. - O tempo! A falta de
tempo leva a que mais cedo
ou mais tarde se perca alguma motivação e comecemos a adiar as manutenções. Ou não dá jeito, ou até
passamos por lá, identificamos o problema mas não
conseguimos resolver na
altura e mais uma vez vamos adiando. Como a tendência era só para piorar,
optei por as colocar todas
para adopção antes que
fossem arquivadas.
J.S. - Assim esta entrevista
histórica vem no momento
certo. Vamos fazer uma retrospectiva por ordem cronológica das tuas caches,
algumas das quais são já
caches históricas. Em primeiro lugar temos um trio
de caches, (GCKMTJ) Salir
Treasure [Caldas da Rainha], (GCMAM8) A Lagoa
[Óbidos] e a (GCP9A4) Lapa
da Columbeira [Bombarral], adoptadas do Dinkye,
sendo que a primeira já
está arquivada. São todas
no distrito de Leiria, aliás
como a tua primeira cache
(GCW5H3) Baleal [Peniche]
e mais outras oito. Queres
referir a história destas
adopções, a razão de Leiria e mais especificamente
Peniche ser um dos teus
centros de geocaching e já
agora fazer alguns considerandos sobre estas caches?
A.S. - Peniche surge por
motivos familiares. Passava
bastante tempo na zona, e
as caches surgem naturalmente. Primeiro o Baleal e
depois todas as outras na
Península e arredores.
As caches do Dinkye foram
caches que eu já tinha encontrado e que na altura
me deram bastante prazer
e foram adoptadas na sequência de um processo
semelhante ao meu. A determinada altura apercebi-me que o Dinkye estava
a arquivar caches e após
troca de alguns mails sugeri-lhe que as colocasse para
adopção, o que veio a acontecer. Eu adoptei as 3 indicadas e outros geocachers
adoptaram as restantes.
De referir que nesta altura
já eu tinha colocado as minhas primeiras caches.
A Salir Treasure é para mim
de longe a melhor do trio, e
é uma pena que tenha sido
arquivada, mas, era uma
cache que já tinha sido modificada devido alguns actos
de vandalismo. O container
foi partido e o seu conteúdo (um verdadeiro tesouro
composto por moedas fora
de circulação cujo valor era
mais simbólico que outra
coisa) roubado. Estes factos levaram a que eu já tivesse alterado a cache mas
nunca encontrei nenhuma
GEO
MAG.
87
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Viajar proporciona-nos sempre o contacto com
novas gentes, lugares e culturas
solução válida para a recolocar na sua forma original e
entretanto, quando a micro
intermédia desapareceu, foi
arquivada.
A Lagoa, uma cache desafiante numa bonita envolvente que se pode tornar
complicada no inverno se o
chão estiver molhado. Acho
que caí por lá umas quantas
vezes.
A Lapa da Columbeira é outra cache que é mais difícil
do que parece. É para fazer
“MAntunes Style”, ou seja,
seguir a seta e atravessar
todos os arbustos que encontrarmos até dar com ela.
Chegados lá, é descansar e
apreciar a vista e a calma
que o local proporciona.
J.S. - Poucos dias depois
de colocares a Baleal, publicaste a tua primeira cache no distrito de Lisboa,
a (GCW8TE) Samarra [Sintra]. Em Lisboa publicaste
mais quatro caches e cinco
eventos. Aqui julgo que a ligação é óbvia por ser o distrito onde resides. Porquê
este sítio?
88
A.S. - A Samarra é uma praia
que a minha esposa conhece desde sempre pois passou muitas das suas férias
de infância naquela zona.
Ela é que ma deu a conhecer. É uma praia onde íamos bastante em solteiros
e quando os miúdos eram
mais pequenos. É uma pequena baía com um areal
pequeno e calmo envolvido
pela natureza. As arribas
altas protegem bastante do
vento que costuma soprar
na zona e encontrava sempre local para estacionar,
porque o jipe vai até lá baixo
sem problemas. A cache foi
colocada para dar a conhecer este local.
J.S. - E típico de um entusiasmo inicial, poucos dias
passados, colocas as primeiras duas das seis caches em Faro, último dos
teus três pólos de geocaching. Foram a (GCWMCG)
Fortaleza de Santa Catarina [Portimão], a tua cache
mais visitada e a (GCWMDG) O Cantinho Encantado
[Alvor/Portimão]. Portanto
Barlavento Algarvio. Qual a
tua ligação à zona e porquê
estes sítios?
A.S. - A ligação é simples.
Algarve, Barlavento, Portimão, onde nasci, onde vivi
até aos 18 anos e onde
estão as minhas origens. A
minha ideia para primeira
cache nesta zona era colocar uma cache nas Fontes
de Estombar, mas, uma
semana antes da minha
deslocação foi colocada a
(GCVCCN) e por isso a Fortaleza que também estava na
lista foi o sucessor natural.
O Cantinho Encantado não
estava pensado para aquele local. Na altura pretendia
dar a conhecer o Salva Vidas
de Alvor mas não encontrei
o local adequado. Como
continuamos rio acima acabamos por descobrir este
local que proporciona uma
magnifica vista sobre a ria
e voilá. O nome foi também
decidido em conjunto. Como
curiosidade refiro apenas
que após algumas visitas
começaram a chegar relatos de um estranho homem
que reclamava que estavam
a invadir a sua casa e descobrimos que numa pequena gruta, no caminho para
a cache, vivia uma espécie
de Eremita que ficava particularmente desagradado
quando passavam pela sua
“porta”.
J.S. - Acabaste 2006 com
a colocação da (GCX69C) O
Naufrágio do San Pedro de
Alcantara [Peniche]. É aliás
a tua cache com mais fotos.
Tinhas ideia?
A.S. - Não fazia ideia. O
Naufrágio é uma das minhas caches preferidas e
nem sequer considero o
local particularmente fotogénico. A cache surgiu de
uma deambulação pela Península de Peniche. Inicialmente tentei encontrar um
local num forte em ruínas
ali perto e acabei na Papôa.
A cache foi colocada e só
quando comecei a pesquisar sobre o local é que me
deparei com a história do
Naufrágio, do prisioneiro
Fernando Tupac Amaru, filho do líder rebelde Peruano
que sobreviveu ao naufrágio, da recuperação do ouro
e toda a história subjacente
que lhe deu uma dimensão
que não era intencional no
inicio.
J.S. - Depois desta fizeste
uma pausa de quase um
ano até chegares ao teu
período mais fértil entre Junho e Setembro de 2007 e a
publicação de onze caches.
Achas que correspondeu
ao pico do teu entusiasmo
com o geocaching?
A.S. - Hoje já não me consigo recordar de todos os
pormenores mas pelos números parece que sim. Nesta altura o meu filho mais
novo teria cerca de dois
anos o que já nos permitia
uma maior autonomia na
busca de caches. Recordome que fazia grandes sestas no banco de trás do jipe.
J.S. - Então temos nestes
quatro produtivos meses
a colocação em Faro da
(GC13MJ9) Cruz de Portugal [Xelb], (GC14VC1) Varandas do Mar [Portimão],
(GC14VBV) Duas Barragens
TB Country Hotel [Silves] e
(GC14VBW) A Aldeia Abandonada do Funcho [Silves],
em Lisboa da (GC14VBR)
Forte do Paimogo [Lourinhã], (GC13XQR)
Run to the Hills e as já arquivadas (GC12ZAP) Can
you see me [Lisboa] e (GC14VBX)Vulcões de Agua
[Lisboa], que é a tua cache
mais visitada no distrito de
Lisboa e por último em Leiria a (GC14R59) Parque Eólico de Serra D´El Rei [Peniche], (GC14VBQ) Varanda
de Pilatos [Peniche] e (GC14VBT) Praça Forte de Peniche. Neste lote estão as
tuas duas caches com mais
GEO
MAG.
89
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
favoritos, uma das quais a
cache com mais DNF’s de
Portugal. Umas palavrinhas sobre cada uma?
A.S. - Foi uma altura bastante produtiva. Algumas
caches surgiram por acaso,
outras foram pensadas intencionalmente para os locais onde foram colocadas.
As origens da minha família
estão em Silves e conheço
bastante bem a zona. Sempre conheci a Cruz de Portugal daí a pensar em colocar
lá uma cache não demorou
muito. As caches das Barragens vieram no seguimento
de um passeio que tinha
feito ao longo da barragem
do Funcho um ou dois anos
antes (na altura com um VW
Golf). Como tinha alguns
containers, um deles com
cerca de 25 litros cortesia do Alexandre Mc.Penha
achei que era o local ideal
para os colocar. Isolado,
mas, facilmente acessível e
assim nasceram estas duas
caches. A cache duas barragens foi promovida a TB
Hotel quando um geocacher
estrangeiro lá depositou
(literalmente) uma carrada
de Travel Bugs e Geocoins.
Tinha outras ideias para Silves que nunca se concretizaram.
O Forte do Paimogo já tinha
sido sondado um ano antes,
mas estava num processo
de recuperação. Quando finalizaram os trabalhos surgiu a oportunidade de colocar a cache.
90
A Run to the Hills surgiu
porque queria fazer uma
cache mistério. Aproveitei
um truque simples de uma
cache do Diamantino (2Cotas) liguei uma música dos
Iron Maiden a um local de
Lisboa (atenção porque é
um spoiler) e coloquei a cache num local que frequentava muito na altura.
Vulcões de Agua surgiram
numa volta pela Expo. Sempre achei que aqueles vulcões mereciam uma cache
e que aqueles canteiros se
adequavam a um determinado tipo de container, e
assim foi. Esta sempre foi
uma cache irrequieta. Mudava constantemente de
sítio. A Can you see me foi
de longe uma das minhas
caches preferidas, mas, falaremos sobre ela um pouco
mais á frente.
O parque Eólico da Serra de
El Rei nasceu de uma das
deambulações de jipe pelo
Planalto das Cezaredas. As
eólicas são umas engenhocas que sempre me fascinaram e aquela em particular
tem uma fantástica vista.
Foi o processo natural. A
praça forte de Peniche surgiu porque queria aproveitar
uma ideia que tinha visto
numa cache do Paulo (Bargão) Henriques, a Where
are you (a cache fetiche do
Prodrive), não é Gustavo? É
uma multi simples que nos
leva a um local engraçado
nas imediações do forte.
Finalmente, a Varanda de
Pilatos, esse “bicho papão”
do Geocaching em Portugal
e uma das minhas caches
preferidas. Já não me recordo quais as minhas motivações para colocar uma
cache neste local. Possivelmente chamou-me a atenção o nome e descobri a varanda achando que era um
bom local para colocar uma
cache. Confesso que foi
complicado porque o local
envolvente da varanda tem
em algumas alturas muito
lixo e não existem aparentemente muitos locais onde
se possa esconder uma cache, mas, eventualmente
lá apareceu um local interessante que não deixava
antever uma dificuldade tão
grande em encontrar a cache. Entretanto começaram
a aparecer os DNF’s que
acabaram por se tornar o
seu cartão-de-visita. Tendo
em conta que muitos geocachers tem alergia a logar
DNF´s arrisco a dizer que o
rácio de DNF´s deverá ser
superior a 50%.
J.S. - O nome da Can you
see me [Lisboa] foi de algum modo inspirado na
(GCYCRQ) Do You See me?
[Castelo de Vide] do 2 Cotas?
A.S. - Tudo começou no
evento (GCZN08) Merry
GeoChristmas! Organizado
pelo Cláudio Cortez e onde
cada um deveria esconder
uma cache com uma pequena lembrança que seria procurada por outro geocacher
presente. A mim saiu-me
na rifa o Almerindo Mateus
(Alcas), um dos geocachers
mais imaginativos que tive
oportunidade de conhecer,
e uma cache que hoje deve
ser bastante comum mas
que na altura era genial. Basicamente, uma Lata (Can)
de Coca-Cola com um container dentro. O local escolhido foi o Vale do Silêncio
e a cache depositada no
centro de um arbusto praticamente á vista. Assim nasceu a Can you see me com
um nome que era um enorme spoiler mas que poucos
conseguiram ver até descobrirem a cache.
De certa forma talvez tenha
aproveitado o nome das caches do Diamantino pois já
as tinha encontrado, mas se
assim foi, terá sido inconscientemente. Deixo aqui
uma palavra de agradecimento ao Alcas que me deu
aquele fantástico container e estava indicado como
co-owner da cache e fica a
sugestão para uma futura
entrevista.
J.S. - Em 2008 deste quase
as despedidas nas publicações com a (GC14VBY)
Farol do Cabo Carvoeiro
[Peniche] a tua cache mais
visitada no distrito de Leiria, a (GC14VBZ) Parque
Urbano de Peniche, e a
(GC1EPZG) Baleal Earthcache [Peniche] DP/EC67. A
tua única Earthcache que
faz agora parte do portefólio do Daniel Oliveira e
curiosamente com o nome
da tua primeira cache. Porque decidiste publicar uma
Earthcache? É um tipo de
cache que te agrada?
A.S. - O Farol do Cabo Carvoeiro surgiu na sequência
da cache Faróis de Portugal.
Era uma cache simples sem
grandes pretensões demasiado próxima da Varanda
mas, mesmo assim, com
uma vista engraçada.
O Parque Urbano era a cache que se impunha depois
da requalificação daquela
área que antes era um terreno baldio. Foi desde sempre uma cache problemática
que teimava em desaparecer e foi alvo de várias manutenções. Está numa zona
simpática para passear um
pouco, relaxar e descansar.
Quanto ao Baleal, as suas
formações rochosas sempre me fascinaram. Na altura era um tipo de cache que
me faltava publicar e o local
surgiu naturalmente assim como a colaboração do
Daniel na elaboração da cache. Na altura de a dar para
adopção o Daniel surgiu naturalmente pelo que foi, se
não me engano, a primeira
a ser adoptada.
J.S. - Em 2011, finalmente
e passados quase três anos
publicas a tua última cache,
a (GC2WAH) All the Fools
Sail Away - A Tribute to Dio,
uma cache de homenagem
a Ronnie James Dio, como a
Run to the Hills foi uma homenagem aos Iron Maiden.
O Dio morreu e tu metaforicamente morreste para o
geocaching… Nunca mais
equacionaste publicar uma
cache depois desta?
A.S. - All the fools sail
away surgiu por influência do Waymarking. Uma
das coisas para o qual o
Waymarking me despertou
foi para a escultura e para a
arte urbana e por esse motivo decidi colocar uma cache
naquele local. Como sempre
gostei de dar alguma dimensão às minhas caches
para além de simplesmente
deixar um container, procurei algo relacionado com
barcos à vela e esta canção
do Dio veio-me á memória.
Curiosamente surgiu na altura da sua morte e pareceu-me um justo tributo a
um dos maiores vultos do
Heavy Metal.
J.S. - Para acabar a revisão
pelas tuas caches falta referir os eventos que publicaste em 2008 e 2009. (GC19GK3) N´AEKI, (GC1AJPE)
N´AEKI II - Finding Nemo,
(GC1D4TC) Back to the Future - Celebrating 080808,
(GC14VC0) Spare Parts
e (GC1NVFQ) NAEKI III April´s Fool. O que é verdade é apesar de três N’AEKI,
acabaste por te render. Fala
lá um pouco sobre esta tua
faceta de organizador de
eventos?
A.S. - Esta “faceta” surgiu
naturalmente no seguimento dos “Lunch Time Events”
no IKEA e foram surgindo
alternadamente com eventos do Daniel, BTRodrigues,
Touperdido e eventualmente outros que não me recordo. O trocadilho N´AEKI
foi roubado a uma cache
(salvo erro do Cláudio Cortez) chamada AEKI. Todos
os eventos foram eventos á
hora de almoço com excepção do 080808 que foi um
Multi-Evento
internacional organizado a partir de
uma ideia do Mark Clemens
(Avroair) e que ocorreu em
simultâneo em vários locais
de Portugal, Itália e Estados Unidos. Os N´AEKI têm
como particularidade nenhum ter ocorrido no local
então habitual, o IKEA. O
Spare Parts foi organizado
porque o Daniel tinha por lá
uma peça de plástico para o
meu UMM e foi a desculpa
para ma entregar, e houve inclusive um, o April´s
Fool que foi organizado no
dia 1º de Abril onde eu não
cheguei a comparecer (foi
a minha partida de 1º de
Abril). Mesmo assim, há vários logs onde muitos geocachers juram ter almoçado
comigo. Actualmente estou
um pouco mais limitado à
hora de almoço mas não invalido a organização de um
outro evento e pode ser que
um destes dias surja uma
surpresa.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
91
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
J.S. - E agora que relembraste todas as tuas caches e em jeito de balanço diz lá quais são as tuas
preferidas, as mais bemsucedidas e por outro lado
aquelas que vendo a esta
distância serão as mais fracas?
A.S. - Não me sinto qualificado para avaliar as minhas
próprias caches e não tenho
acompanhado o suficiente para dizer quais as mais
bem-sucedidas. As minhas
preferidas, sem qualquer
ordem: Varanda de Pilatos,
Naufrágio do San Pedro de
Alcantara, Forte do Paimogo, Can You see me, Samarra, Varandas do Mar, Cantinho Encantado e Fortaleza
de Santa Catarina.
J.S. - Vi que o teu último
acesso ao Geocaching.com
é relativamente recente.
Continuas a acompanhar as
92
tuas caches, mesmo depois
de as ter dado para adopção?
A.S. - Não tenho acompanhado. No decorrer desta
entrevista revisitei algumas
delas.
J.S. - A maioria das caches
foram adoptadas pelo paulohercules, pelo clcortez e
pelo ruijsduarte. Conheces
pessoalmente algum deles?
A.S. - Conheço pessoalmente a maior parte dos
geocachers mais antigos.
Conheço o Paulo e o Cláudio mas não conheço o Rui
Duarte apesar de já termos
trocado vários mails ainda
na altura em que eu participava activamente no jogo.
J.S. - Como founder foste
um geocacher moderado.
No teu período mais activo entre 2006 e 2011, en-
contraste menos de 1.000
caches. Se essa frugalidade era muito normal nos
geocachers mais antigos já
não o era tanto na tua época, onde começou a haver
alguma competição para
os números. Foi coisa que
nunca te interessou?
A.S. - Eu trabalho com números e por essa razão acho
interessante analisar os
números mas nunca senti
necessidade de correr atrás
deles. Se eventualmente tivesse maior disponibilidade
talvez o tivesse feito.
J.S. - O último evento
em que participaste foi o
(GC41E70) Meet the Geocaching.com Lackeys. Terá
sido o segundo evento em
que estive contigo, o outro
foi o (GC26BDF) 10 Years!
Lisboa – Portugal. Poderias
ter deixado de fazer caches
mas continuado a partici-
par em eventos. Porque é
que também cortaste com
isso?
A.S. - Essencialmente por
falta de tempo e/ou por
desconhecimento. O evento
Meet the lackeys por exemplo, foi um evento em que
participei por causa da possibilidade de conhecer malta da Groundspeak e porque me apercebi a tempo
da sua ocorrência mas que
me poderia perfeitamente
ter passado ao lado. Actualmente não acompanho
a comunidade suficientemente de perto para saber
tudo o que me possa interessar, e mesmo quando
sou convidado directamente nem sempre é oportuno.
J.S. - A grande maioria das
caches que encontraste em
Portugal foram nos teus
distritos de proximidade,
Lisboa, Leiria e Faro. De-
Nunca fui muito fã das caches urbanas, em locais muito apinhados (...)
duzo que não eras um geocacher que te deslocasses
propositadamente para fazer caches ou que não utilizavas o geocaching como
roteiro turístico?
te preocupes que nessa altura isso era muito normal
e existe muito geocacher
conceituado na nossa comunidade que fez o mesmo.
A.S. - Nunca utilizei o Geocaching como destino turístico. Se estou em algum
local e tenho tempo para
cachar tento sempre procurar uma cache. Em Portugal
não faço grande questão
devido á proximidade, mas,
se estiver no estrangeiro faço um esforço dentro
da minha disponibilidade
mas não vou alterar o meu
roteiro em função do Geocaching. Em Barcelona fiz
questão de conhecer o Garri
e passamos um dia a cachar
com ele, mas porque tínhamos propositadamente adicionado mais dois dias ao
roteiro programado inicialmente.
A.S. - Não estive com gripe
mas entretive-me a fazer
algumas caches virtuais no
sofá. Algumas tinham uns
enigmas engraçados. Recordo-me particularmente
de uma, a (GCF55A) Four
Windows. Há também a
Geo Power Smurf, uma cache que viajava.
Normalmente procuro caches em função do meu roteiro e não ao contrário. Por
vezes faço um desvio para
fazer uma ou outra que me
parece interessante mas
isso nem sempre é possível.
J.S. - Fizeste umas dezenas
de caches no estrangeiro.
Além daqueles países mais
normais para um português, Espanha, França, Itália… chamou-me a atenção
um conjunto de virtuais nos
Estados Unidos, Alemanha
e Dinamarca feitas com
poucos dias de intervalo.
Estiveste com gripe e entretiveste-te a fazer essas
virtuais à distância? Não
J.S. - Quais eram os teus tipos de caches preferidas?
Urbanas/não
urbanas?
Para fazer a pé ou de carro?
Também eras como o Portelada e só ficavas satisfeito quando punhas a roda do
TT em cima delas?
A.S. - Nunca fui muito fã
das caches urbanas, em
locais muito apinhados (a
não ser que ande a cachar
acompanhado), mas é nesta
descrição que possivelmente se enquadra o maior número de caches que encontrei. Posso dizer que gostei
bastante da cache Fernando Pessoa, por exemplo.
Sim, pode-se dizer que me
identifico muito com o Portelada. Se der para lá ir com
o Jipe e estacionar ao lado é
comigo.
J.S. - Mesmo distante no
terreno, tens acompanhado o geocaching actual? O
que pensas do geocaching
de hoje em relação ao de
2007/2008?
A.S. - Não tenho acompanhado muito de perto. Posso estar enganado e estar a
ser bastante injusto, mas,
acho que em 2007/2008
havia um maior entrosamento e companheirismo.
Lembro-me de fazer manutenção a caches, mudar
o logbook ou o container
(sem precisarmos de recuar
a 2007) e hoje se calhar a
maior parte dos geocachers
em vez de fazer isso pede
para arquivar.
J.S. - Existem muito mais
geocachers, muito mais
caches, muito mais caches
boas, muito mais cache
más. Achas que a massificação prejudicou o geocaching?
A.S. - Não tenho noção do
panorama actual pelo que
não me vou pronunciar sobre o assunto.
J.S. - Existem alguns geocachers que tenham sido
especialmente relevantes
para ti e que aqui queiras
referir?
A.S. - Esta é daquelas perguntas injustas porque vai
haver sempre alguém que
me vou esquecer, mas,
claro que sim, os Rifkindsss, especialmente o Nuno,
companheiro de outros
“Montes e Vales” e que me
apresentou o conceito, Daniel Oliveira, Paulo (Bargão)
Henriques,
BTRodrigues,
Almeidara, Vsergio, Prodrive, Mtrevas, 2Cotas pelas
caches e cachadas, MAntunes, Alcas, CLCortez, Team
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
Caracache, Touperdido e
tantos outros que me estou
a esquecer.
J.S. - As tuas cachadas
eram maioritariamente a
solo, com a família ou com
amigos?
A.S. - A maioria talvez tenha
sido com a família e amigos,
mas, houve muitas a solo
e outras que começaram a
solo e terminaram acompanhadas.
J.S. - Referes (http://forum.
geocaching-pt.net/viewtopic.php?p=1676#p1676)
que te tornaste PM apenas
por causa do waymarking
(já lá iremos). Foste PM
durante quanto tempo?
Não vias mesmo nenhuma
vantagem em o ser para
efeitos de geocaching? É
verdade que no teu tempo o geocaching@pt tinha
aqueles ficheiros “piratas”
que supriam a maior parte das vantagens de se ser
premium.
A.S. - Começou efectivamente por causa do
Waymarking. Só podemos
criar categorias se formos
PM. Claro que reconheço e
aproveitei as vantagens de
ser PM no Geocaching, mas,
nunca foi factor essencial.
Além disso, havia a possibilidade de usar os ficheiros facultados pelo geocaching@pt. Salvo erro fui PM
durante 2 ou 3 anos.
J.S. - Foste um participante activo no geocaching@
pt (1.150 posts) e residual
no Geopt (33 posts), sendo
que o Geopt apareceu em
93
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
2010 numa altura em que
já estavas meio afastado.
Não sei se apesar de não
participares, és leitor e se
tens opinião formada sobre
o panorama dos fóruns de
geocaching em Portugal?
A.S. - Tinha opinião sobre os
fóruns na altura. Participei
bastante no geocaching@
pt. O Geopt surgiu numa altura em que eu participava
menos nos forums apesar
de ainda manter alguma
actividade no geocaching.
Actualmente não os frequento e não posso opinar
sobre eles.
94
J.S. - Mesmo à distância
tens conhecimento dos
prémios GPS. Afinal tiveste duas caches nomeadas
para a 1ª edição que se
destinou a reconhecer as
melhores caches de 2001
a 2010, a Lapa da Columbeira [Bombarral] e a Varanda de Pilatos [Peniche].
O que achas da iniciativa
que sem dúvida alterou
profundamente o geocaching em Portugal? Estamos em pleno período de
procura das nomeadas de
2013. Se quiserem retomar
o geocaching, convido-te a
olhar para esta bookmark
(http://www.geocaching.
c o m / b o o k m a r k s / v i e w.
aspx?guid=5e032b5bd d a c- 4 5 2 3 - b a 7 4 - d fe c337d45ac) e de certeza que
não te desiludirás.
J.S. - Vamos agora fa-
A.S. - É uma acção bastante
positiva pois é uma forma
de reconhecer o trabalho
de quem coloca caches e
incentivar a colocação de
boas caches em detrimento
de simplesmente largar caches em qualquer lugar.
bém
J.S. - E para acabar esta
passagem pelo Geocaching
que será talvez o hobby
(dos referidos inicialmente)
que actualmente menos te
interessa, há mais alguma
coisa que gostarias de referir?
ciação tão interessante.
A.S. - Tendo em conta a
quantidade de perguntas
com que me presentearam
acho que é melhor não dizer
mais nada senão corremos
o risco de esta entrevista
não estar terminada a tempo de ser editada.
ao waymarking, isso não
lar de waymarking esse
“jogo”
mal-amado
que
vive á sombra do geocaching. A comunidade de
waymarkers é muito pequena, embora com alguns
elementos muito activos e
que por participarem tammuito
activamente
no Geopt dão-lhe uma visibilidade que ultrapassa
em muito a sua dimensão.
Eu próprio sou um desses
que tem tentado que mais
pessoas se interessem por
este jogo de georreferenDe facto tu, apesar de em
número de WM ainda estares num 2º lugar destacado e ao contrário do que
é a percepção que havia
que tinhas deixado o geocaching para te dedicares
é verdade, ou pelo menos
não é verdade desde o início do 2013, data desde a
qual tens estado afastado.
Comecemos por aí: Porque
é que também “abandonaste” o waymarking?
A.S. - Não abandonei o
Waymarking (assim como
não abandonei o Geocaching), mas a falta de tempo
levou a que a minha actividade nesta área seja praticamente nula. Eu gosto de
preparar os Waymarks convenientemente. Para isso é
necessário pesquisar e elaborar um texto que torne
o waymark minimamente
interessante,
preferencialmente em Inglês o que
demora o seu tempo. Por
esse motivo tenho vários
pendentes até haver uma
oportunidade.
J.S. - É verdade que durante algum tempo e já depois
de teres “abandonado” o
geocaching te dedicaste
bastante a esta actividade.
Assim embora tenhas WM
desde 2006, especialmente 2011 correspondeu ao
pico de actividade. Assim a
percepção que existe está
correcta: abandonaste o
geocaching para te dedicares ao waymarking, o
que não está é actualizada, porque abandonaste o
waymarking para te dedicares ao btt (mas já lá ire-
duas categorias Suspension Bridges e na portuguesa Vasco da Gama) só
existiam 54 WM de portugueses a grande maioria
do SUp3rFM e do Nfreitas.
Consideras-te um pioneiro
do waymarking em Portugal?
mos…). O waymarking tem
uma componente viciante.
Em 2011 estavas viciado?
A.S. - Pode-se dizer que
sim. Eu gosto de locais e
objectos que acho interessantes e de preferência juntar-lhe uma componente
cultural. Para além disso, o
Waymarking é bastante fácil de alimentar. Afinal basta
andar com uma câmara fotográfica e um GPS atrás e
facilmente criamos alguns
waymarks (alguns em várias categorias).
J.S. - Embora 2011 tenha
sido conforme já referido
o teu ano de glória que te
fez chegar ao fim do ano
praticamente
empatado
com o Razalas no 1º lugar
do ranking nacional em
termos percentuais, 2006
foi o melhor, nesse teu ano
de estreia e só no último
trimestre, publicaste mais
de metade de todos os WM
portugueses. Isso voltou
a acontecer em 2009. Em
2007 e 2008 quem liderou
foi o SUp3rFM. Quando publicaste o teu primeiro WM
(Ponte Vasco da Gama em
A.S. - Pioneiro é uma palavra forte. Sou certamente
um dos primeiros, mas já
por lá andavam grandes
nomes do Geocaching Português como o Sup3rFM
com vários WM publicados,
o Mantunes que já se tinha
aventurado a criar algumas
categorias ou o Torgut que
tentou criar uma categoria
bastante interessante (algo
como Café Central ou cafés históricos) mas que não
passou no crivo dos Americanos porque para eles só
existem aqueles restaurantes de beira de estrada onde
se bebe café a balde. Era
uma altura de experimentação em que havia muitas
dúvidas e as categorias não
eram explícitas. Mas, tudo
isso contribuiu para melhorar o waymarking e para
que hoje existam mais de
meio milhão de waymarks
criados.
J.S. - Se é fácil investigar
sobre os WM publicados
não o é sobre os visitados.
Visitaste waymarks antes de publicar o primeiro?
Consegues identificar qual
foi o primeiro?
A.S. - Não me recordo qual
o primeiro WM que visitei
e acabei de descobrir que
é muito complicado fazer
essa pesquisa. Para complicar um pouco as coisas,
eu registo a visita se já tiver
passado pelo local, pelo que
tenho visitas anteriores á
publicação do Waymark. Por
exemplo, o (WMP1) Pont du
Gard, curiosamente publicado pelo MAntunes (esse
sim, um dos pioneiros) em
2005 foi visitado por mim
em 1999 (seis anos antes
da publicação) e pelo fi67
(um respeitado Waymarker
de Basileia na Suíça) em
1983. De certeza que entretanto foram publicados
outros waymarks por onde
já passei mas ainda não loguei.
J.S. - Embora como quase todos (ou todos) os
waymarkers a nível nacional ou mundial, tu tenhas
muito mais waymarks publicadas do que visitadas
(2.248 vs 847) até não és
de todo um dos que têm um
rácio mais desproporcionado. Como se costuma dizer
nas caches (para a parte
do visitado), os waymarks
deram-te a conhecer locais
ou curiosidades que dificilmente terias visitado ou
percepcionado se não fosse
o waymarking?
A.S. - O que me dá gozo no
Waymarking é a criação do
WM. A visita é algo que para
mim já é mais secundário.
O Waymark fez-me olhar e
descobrir coisas para o qual
não estava sensibilizado.
Por exemplo a arte urbana
como já referi anteriormente. Nunca liguei muito ao
tema, mas numa passagem
por Paris tirei várias fotos
a esculturas que encontrei enquanto andava num
misto de passeio e geocaching. Quando cheguei, resolvi criar alguns waymarks
baseados no assunto e a
pesquisa fez-me despertar
para algo que nunca tinha
ligado e passei a encarar
esse tema de uma outra
forma. Muitos dos meus
Waymarks desde essa altura foram esculturas e
gostava de ter fotografado
mais. Frequentemente dou
por mim a olhar para os
edifícios ou para as igrejas
á procura de pormenores,
como relógios de sol, gárgulas e afins.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
J.S. - Já anteriormente referi a natureza “viciante” do
waymarking. Isto porque
para a maioria dos praticantes tem uma forte componente de coleccionismo,
de completar a caderneta
e/ou de obter aquele cromo
mais raro. Estou claro a falar das categorias este conceito do waymarking que
tem como objectivo etiquetar o que se quer mostrar.
Existem neste momento
1.073 categorias o que é
uma caderneta muito grande. Tu tens waymarks em
333 categorias, ou seja estás quase a 1/3 do preenchimento da caderneta e
que te dá um 5º lugar entre
os waymarkers portugueses. Isso alguma vez foi um
objectivo que norteou o teu
waymarking?
A.S. - O “preenchimento da caderneta” não era
uma preocupação no inicio, mas a determinada
altura comecei a fazer um
esforço para ir completando os “cromos”, mas acho
que ainda hoje esse não é
o meu objectivo principal.
Tenho por lá alguns cromos
difíceis como “Zippy the pinhead locations” ou “James
Bond – 007”, por exem-
95
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
plo. Como tenho por hábito
criar Waymarks em tudo o
que é possível, acredito que
muitas das categorias com
apenas um waymark serão
casos destes (ou então são
temas que não me dizem
mesmo nada).
J.S. - Se foi, não foste o
único. Alguns waymarkers
de que o tmob é o exemplo
extremo têm um rácio muito elevado entre waymarks
publicadas e categorias
preenchidas. No teu caso
o rácio é muito mais equilibrado o que quer dizer
que continuavas a publicar
waymarks mesmo em categorias já obtidas. Porque
achavas os sítios merecedores de ser visitados,
pelos números, por outra
razão?
A.S. - Por várias razões.
Alguns porque realmente
acho que merecem ser visitados, outros simplesmente pelos números. Em algumas categorias o objectivo
chegou mesmo a ser ultrapassar os 100 Waymarks
criados.
96
J.S. - Alguns dos teus últimos waymarks publicados
contrariam um pouco a versão “merecedores de ser visitados”. Estou-me a referir
aos 74 WM que publicaste
debaixo da categoria “Coin
Operated Children’s Rides”
em vários PlayCenters por
Lisboa e arredores. Entre
os quais o do Colombo que
já não existe. Aqui, ou foi
mesmo para os números
ou por um outro motivo
que poderá ser motivante
para alguns jogadores. O da
completude, ou seja marcar
tudo e mesmo tudo de uma
determinada categoria ou
então e noutra perspectiva
tentar encaixar um sítio no
máximo de categorias possíveis. Duas modalidades
com muitos críticos mas
que admito possam ser
estimulantes. O que tens
a dizer sobre estas minhas
divagações?
A.S. - Diria que há pessoas
com demasiado tempo disponível e por essa razão
permitem-se a fazer estas
divagações. No caso em
concreto, e já que falas no
extinto Fun Center do Colombo, a razão foi mesmo
aproveitar uma festa de
anos de um dos meus filhos e fotografar tudo o que
era “Coin Operated Children
Ride” das redondezas. E já
que estava por lá andei a fotografar tudo o que pudesse
encaixar em Waymarks (o
que por vezes é difícil pois
temos que andar a fintar os
seguranças).
J.S. - Não sei se tens noção
de quais são as categorias
em que tens mais WM. As
três primeiras admito que
sim pois destacam-se das
outras: Wikipedia Entries
com 233; Abstract Public
Sculptures com 125 e Town
Clocks com 111. Pelo menos a 3ª já indicia uma preferência. Tinhas ideia que
eram estas as tuas categorias principais? E o que tens
a dizer sobre elas?
A.S. - Já não tinha. Tinha
noção que a partir de um
determinado momento as
minhas preferências mudaram e que as esculturas estariam lá para cima mas não
tinha noção das posições.
Enquanto as esculturas e os
relógios indicam claramente uma preferência, a wiki-
pédia é apenas porque é
demasiado fácil de replicar
o waymark. Quando estás
a pesquisar sobre algo, uma
das opções é a wikipédia, e
existindo, apenas tens que
replicar o waymark e tens
o chamado “dois em um”.
Relativamente aos relógios
(Town Clocks), há relógios
que merecem uma visita
e uma observação atenta.
Dos que publiquei destaco o
da Rua Augusta (WMD199)
e o da Câmara de Basileia
(WMW5Q), e dos que visitei,
o famoso Zytglogge de Berna (WMRKZ).
J.S. - A seguir vem Official
Local Tourism Attractions
com 89, Figurative Public
Sculpture com 86 e Coin
Operated Children’s Rides
com 76. A primeira poderia ser um louvável esforço
de georreferenciar para os
turistas os Postos de Turismo, isso se os waymarks
fossem utilizados como
POI’s o que infelizmente
não acontece. O que orientava a tua preferência por
uma categoria ou outra? A
facilidade de encontrar locais ou outra?
A.S. - Claramente a facilidade de tropeçar em alguns
deles. Enquanto os Coin
Operated são daqueles que
tropeçamos e muitas vezes
nem nos damos ao trabalho de fotografar (então se
houver crianças por lá, não
fotografo mesmo), os Local Tourism Attractions são
fáceis de tropeçar quando
estamos de férias (tenho
que ir espreitar as minhas
fotos de Ibiza). Já as esculturas são daqueles que eu
me dou ao trabalho de parar
para fotografar.
J.S. - O trio que vem a seguir
já se me afigura mais interessante, Philatelic Photographs com 55, Coats of
Arms com 51 e Património
Português (Portuguese Heritage) com 46. Parece-me
teres aqui mais sumo para
comentares e aproveito
para juntar outra pergunta:
Já se tinha falado do Vasco
da Gama, agora temos Património Português. As categorias deveriam ser tendencialmente globais, mas
o que é verdade é que temos umas largas dezenas,
senão centenas que são
localizadas, especialmente
nos Estados Unidos o que
é previsível, mas também
com categorias específicas
de umas dezenas de países.
O que achas disto?
A.S. - As Philatelic Photographs são uma categoria
que me deu bastante prazer
pois alia uma das minhas
paixões de há alguns anos,
(a filatelia) com a fotografia
e o Waymarking. Pesquisando um pouco, foi fácil
perceber que tinha várias
fotos que replicavam selos
de vários países e que até
já existiam como Waymarks
pelo que foi fácil trabalhar
o tema. Já os Brasões (Coat
of Arms) foi um tema para
o qual não estava muito
sensibilizado e que me deu
algum gosto trabalhar pois
tem uma componente histórica muito interessante e
que me obrigou a uma pesquisa bastante intensa para
conseguir marcar praticamente todos os brasões da
fonte da Praça do Império
em frente aos Jerónimos.
Tudo isso demora bastante
tempo como deves calcular.
O Portuguese Heritage é
outra categoria bastante interessante para quem como
eu gosta de História e permite-nos descobrir alguns
pedaços da nossa história
que nos passam despercebidos no dia-a-dia.
Relativamente á globalidade das categorias, a questão
que colocas sobre o facto é
pertinente e foi várias vezes
abordada nos fóruns. A opinião geral era que as categorias deveriam ser globais,
mas, a partir do momento
em que uma categoria regional foi aprovada abriu-se
a caixa de pandora e outras
categorias vieram atrás.
Pessoalmente não me choca a sua existência.
J.S. - Não te vou continuar a questionar sobre
todas as categorias que
tens, mas estamos próximo de uma que me leva
para outro tema. Outra das
motivações para alguns
waymarkers é serem líderes duma determinada categoria, ou seja quem tem
mais WM publicadas. Não
sei se sabes mas tu és líder em três categorias, na
Vasco da Gama és essencialmente pelo facto de ser
uma categoria muito restrita em que os teus 3 WM em
34 te permitem estar em
primeiro lugar ex-aqueo
com o líder mundial das categorias (com a caderneta
praticamente preenchida),
o Marine Biologist. Mas
em duas categorias és líder
isolado. Não sei se fazias
ideia, mas estou-me a referir às There’s a Book About
It com 33 WM em 256 e
Public Funiculars and Incline Railways com 6 em 92.
Essas sim já são categorias
bem interessantes e pouco
vulgares e que claramente
indiciam uma preferência
consciente pelas mesmas.
Certo?
A.S. - Vasco da Gama é claramente uma questão de
oportunidade. Afinal é um
dos nossos maiores nomes
e facilmente tropeçamos
numa ou outra referência
(e mesmo assim parece
que deixei passar alguns
aqui em Lisboa que foram
aproveitados pelo Marine
Biologist o que demonstra
que por vezes estamos tão
concentrados em algumas
categorias que esquecemos
outras que estão ali completamente á vista).
porcionou esse destacado
primeiro lugar (de uma forma inconsciente, claro).
There´s a Book about it foi
claramente um daqueles
“cromos” esquecidos que
faltava preencher na caderneta e que revelou uma
enorme fonte de waymarks
dentro daqueles que eu
já tinha criado. Claro que
contei com uma fortíssima
ajuda do amigo Google para
descobrir os livros.
A.S. - Simples: como tenho
o hábito de fotografar tudo
o que me pareça interessante, na hora de criar os
waymarks tenho bastante
material para utilizar. Na
altura em que as categorias foram criadas eu estava bastante activo no
waymarking e foi fácil procurar no meu baú das fotografias, waymarks que se
enquadrassem.
Public Funiculars: Confesso
que gosto particularmente
destas “engenhocas” e não
perco a oportunidade de
tirar algumas fotografias.
Além disso, tive a felicidade
de visitar alguns locais onde
havia funiculares o que pro-
J.S. - Já falámos de categorias locais, tu tens números com algum significado
em duas delas. A “Spanish
Heritage” e a “Austrian and
Swiss National Heritage Sites”. O que te levou a georreferenciar estes países?
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
J.S. - Depois, tens muitos
mais cromos. Podes referir
alguns que te digam mais,
pelo tema, pela raridade,
pelo imprevisto da obtenção ou por qualquer outra
razão?
97
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MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
A.S. - Bem, assim de repente não me recordo de
nenhum, mas já se arranja
alguma coisa.
Começando no final da caderneta há ali um na Beetlemania, o Iate dos Beatles, o
Vagrant que esteve na baixa
do Funchal e que me chamou a atenção num passeio
pela zona. Só mais tarde é
que me apercebi da possibilidade de criar este cromo.
Nos “Z Welcome Signs” (já
falamos de categorias parvas? Porquê Z e não uma
qualquer outra letra?) devo
ter passado por aquele sinal umas centenas de vezes até se fazer o clique e
sair o (WMC0B6) Zambujeira (Lourinhã). O waymark
(WMBYFF) no Parc Guell em
Barcelona nasceu também
por acaso quando tentava
perceber que raio de categoria era “Zyppy the Pinhed
Locations” e me deparei
com um desenho que era
exactamente uma foto que
tinha tirado. E outros nasceram por pura sorte como
o (WMD2TH) na categoria Railway Disaster Sites.
Pesquisava sobre a estação
de Montparnasse em Paris
quando me deparo com a
história do desastre e assim
nasceu o waymark.
J.S. - Sentias a falta dos
rankings no waymarking ou
para ti a “competição” não
é minimamente importante
e nunca sentiste curiosidade em te comparar com os
outros waymarkers?
98
A.S. - Confesso que houve ali uma altura em que
estava numa clara competição com o Razalas. Noutras alturas o objectivo era
mesmo ultrapassar as 100
Waymarks em determinadas categorias e numa
outra fase, completar um
pouco mais da caderneta de
cromos.
Claro que é interessante
sabermos onde estamos e
podermos fazer uma comparação com os outros,
mas, quando olhas para
waymarkers como Saopaulo1 e te deparas com 33000
waymarks pensas duas vezes se isso é realmente importante.
J.S. - Uma das coisas que
me apercebi nestes poucos
meses que levo de análise
ao tema é que sendo a comunidade verdadeiramente activa muito pequena,
existem tensões típicas de
quem vive as coisas de forma mais intensa. Tu também passaste por isso? Por
polémicas com a pequena
comunidade portuguesa ou
com os publishers das categorias? Tens alguma história para contar de algum
WM que tenha sido recusado e em que não concordaste com os argumentos?
A.S. - Tensões há sempre.
Todos temos as nossas
opiniões. Nem sempre percebemos porque é que nos
recusam um Waymark ou
porque há uma determinada regra. Uma das regras
que tenho nas minhas categorias é que os WM devem
estar sempre escritos em
Inglês independentemente de depois poderem ter
uma versão na língua local
ou numa outra língua. Afinal
isto é um jogo internacional. Se não cumpre, recuso
e explico porquê com base
nestes argumentos. Regra
geral isto é bem aceite. Mas
se eu recusar e não digo
exactamente porquê, isso já
pode ser um foco de tensão.
Como estamos resguardados por um teclado há que
ter algum cuidado na forma
como colocamos as coisas.
Se fizermos isso penso que
a maioria das tensões são
eliminadas ou pelo menos
reduzidas.
Eu não tenho problemas
em cumprir um requisito
desde que ele esteja escrito e eu tenha conhecimento dele á partida. Até posso
não ter conhecimento, mas
mediante uma explicação
consigo aceitar. Não aceito é que me imponham
regras que não estão escritas (ou até contrariam o
que está escrito) só porque
sim. Uma das questões
que me recordo foi, salvo
erro, com o Nate relativamente à bandeira que está
no alto do parque e que eu
pretendia inscrever como
Waymark na categoria Ginormous Everyday Objects.
Foi recusada com base num
argumento que já não me
recordo e que não estava
descrito nas regras da categoria. Insisti várias vezes
e a coisa tomou proporções
tais que a determinada altura o Jeremy Irish interveio
e matou o assunto dizendo
algo como “Independentemente de não estar referido nas regras achamos que
não se enquadra e pronto.”
Como esta, tive algumas situações do género em que
mesmo após waymarks
idênticas terem sido aprovadas a minha era recusada apenas porque o líder da
categoria assim o entendia.
Isto fez com que me afas-
tasse nessa altura. Mas
também tive situações em
que os meus argumentos
foram tidos em consideração e as regras alteradas
para clarificar ou permitir
determinadas
situações.
Curiosamente acho que foram sempre Waymarkers
europeus. Hoje em dia é
algo que está ultrapassado.
Se achar que tenho razão
exponho os meus argumentos e aguardo aceitando depois a decisão de quem de
direito.
J.S. - Para mim existem algumas categorias
um bocado “parvas” no
waymarking. Para ti também? Qual a que destacarias?
A.S. - Nunca pensei muito
nisso, mas não é difícil encontrar algumas. Assim de
repente, “Turtle Crossing”,
“Berry Picking”, “Curling
Clubs” (esta pelo simples
facto de achar o Curling um
desporto
completamente disparatado) e a minha
preferida, “Unique Manhole
Covers”. Mas claro que isto é
tudo muito relativo porque
o que eu acho idiota pode
ser o supra-sumo da batata frita para outros. Todos
temos os nossos gostos e
interesses.
J.S. - Já referi por alto o
tema da etiquetação de um
mesmo local ou motivo em
múltiplas categorias. É verdade que isso é potenciado
por algumas categorias serem muito redundantes ou
estarem incluídas noutras.
Algumas waymarkers decidem só a catalogar dentro de uma categoria mas
outros não. Qual era a tua
decisão preponderante?
Metódico e organizado? Claro que não! Completamente anárquico.Depois, se der para criar um
WM, melhor.
A.S. - Simples, se der para
criar um Waymark, cria-se.
Se der para criar muitos,
melhor ainda. Dá-me um
certo gozo conseguir encaixar uma coisa em várias
categorias.
J.S. - As categorias são tantas que não é fácil treinar
a memória para as memorizar e a visão para as reconhecer. Consideravas-te
um waymarker “treinado”
e quando observavas um
sítio estavas mentalmente
a fazer um scan à memória
de forma a identificares em
que categorias se encaixavam de forma mais óbvia
ou mais subtil?
A.S. - Nem por isso. Há categorias que me saltam
imediatamente à vista, outras que consigo identificar
ao fim de algum tempo e
outras que nem me lembro.
Tenho várias situações de
waymarks que criei numa
categoria e mais tarde alguém cria numa outra categoria (e vice versa). Muitas vezes só mais tarde é
que percebemos que afinal
existem outras categorias
em que podemos colocar o
Waymark.
J.S. - Pelo que me apercebo e pelo menos na maioria das vezes a maioria dos
waymarkers não vai até
um local com o trabalho
de casa feito e já com ideia
que poderá surgir um WM.
Tiram fotografias a tudo
e depois em casa, no fim
do dia ou ao fim de alguns
anos procura se o potencial
WM não existe ainda. Também era assim que funcionavas?
A.S. - É exactamente assim.
Como já referi, há categorias que identificamos imediatamente e tiramos as
fotografias com uma clara
intenção de criar o waymark
e outras que só mais tarde
nos apercebemos que existe uma categoria onde encaixa. Por via das dúvidas,
fotografa-se tudo.
J.S. - Consideravas-te um
waymarker metódico e organizado que sistematizava bem o que queria marcar
ou as coisas iam surgindo
naturalmente ao sabor das
circunstâncias?
A.S. - Metódico e organizado? Claro que não! Completamente anárquico. Primeiro fotografo tudo o que
acho interessante. Depois,
se der para criar um WM,
melhor.
J.S. - Ainda manténs responsabilidades nas sete
categorias que mencionas
no teu profile? Porquê estas categorias? Especialmente as duas em que foste fundador?
A.S. - Nem de propósito, acabei de aprovar o
(WMK78K) no Hotel Chateau Frontenac no Quebec.
Sim, ainda tenho estas responsabilidades e mais algumas pois essa lista está
desactualizada. É uma ocupação que em princípio vou
manter. Com a ajuda dos
restantes officers não me
toma assim tanto tempo.
Para além dessas ainda faço
a gestão de mais quatro.
Não sei se sabes, mas, podes subscrever categorias
que te interessem e podes
ser convidado a colaborar
nessas categorias. Foi o que
acabou por acontecer. Claro
que alguns temas interessar-me-ão mais que outros,
mas todos tem o seu interesse e não me tomam assim tanto tempo pois têm
equipas grandes. No que diz
respeito às minhas categorias, apareceram um pouco
através daquela necessidade de experimentação
que há no início das coisas.
Queria criar uma categoria.
Dos temas que me lembrei
na altura, a maioria deles já
tinha categorias e procurava-se que fossem o mais
globais possível. As barragens surgiram porque é
uma estrutura que sempre
me fascinou e não existia
nada do género. Os Antique Hotels foi o que resultou de um processo em que
eu queria identificar Hotéis
que ocupassem edifícios
antigos, históricos e minimamente
interessantes.
Inicialmente eu pretendia
que fossem edifícios com
pelo menos um século, mas
foi necessário chegar a uma
data diferente porque nos
States não encontramos
assim tantos edifícios antigos (pensávamos nós).
J.S. - Para terminar vamos
falar daquilo por onde se
calhar deviríamos ter começado, mas que não fi-
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
caria bem numa entrevista
cuja missão é fundamentalmente ficar a conhecer
geocachers históricos e um
pouco afastados. Se calhar
gostarias mais de dar uma
entrevista centrada no TT,
primeiro hobby e que te levou a adquirir um GPSr ou
o BTT, mais recente hobby
pelo qual deste com os pés
ao waymarking. Comecemos pelo princípio ou seja
o TT. Aproveita lá para descrever a tua frota com amor
e carinho.
A.S. - A frota é actualmente composta pelo UMMer
Manchanegra que é um
“jovem” com a bonita idade
de 25 anos (14 nas minhas
mãos) e que me tem acompanhado em várias aventuras. A origem do nome já
foi explicada lá mais para
trás. Depois vem o Contrabandista (conhecido como
Toyota lá em casa), Prado é
o modelo no mercado Americano. Por cá, como gostamos de complicar, é um
KZJ95. O Toyota tem sido
o meu veículo do dia-a-dia
desde há alguns anos. Contrabandista porque quando
o comprei tinha acabado de
ser recuperado pela Guardia
Civil em Espanha após ter
sido roubado algum tempo
antes. Suspeita-se que enquanto andou a monte se
dedicou a actividades menos licitas. Está comigo há
quase 10 anos, já participou
em várias aventuras pois
vai a qualquer lado.
99
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Sendo um projecto voluntário, a actividade do
Fórum-TT tem tido altos e baixos praticamente
desde o seu início (...)
Finalmente vem o Mercedes que veio substituir o
Tamagochi como veículo do
dia-a-dia da minha esposa.
É o carro ideal para as voltinhas em Lisboa e acompanhou-me em várias cachadas. O Tamagochi, como
já referi, já não é meu. Foi
durante alguns anos o carro
da minha esposa e companheiro de algumas aventuras fora de estrada, surpreendendo alguns veículos
supostamente superiores.
Já deveria ter repensado a
questão dos Todo Terreno,
mas, o coração acaba por
falar mais alto que a razão.
J.S. - Conta lá então como
tudo começou? A tua ligação ao TT e ao Forum-TT e
como foi a tua relação com
a actividade ao longo destes 13 anos.
100
A.S. - Não te deixes iludir
pelo user 65. Aquela é a 3ª
versão do Forum-TT. Fui eu
que a instalei e por isso é
normal que o meu registo
seja dos primeiros. Na realidade eu aderi ao Forum-TT
praticamente dois anos depois da sua fundação como
Forum-TT (a evolução de um
outro grupo, o TT Portugal).
O JAG (José António Galveias, para muitos o nosso
mestre e mentor), quando
me apresentei ao grupo foi
talvez a primeira pessoa a
dar-me as boas vindas. Foi
esse acolhimento que fez
com que me identificasse
imediatamente com aquele
grupo e me juntasse à equipa de colaboradores pouco
tempo depois. Desde essa
altura tenho sido um pouco
de tudo, colaborador, coordenador, técnico, bombeiro
de serviço, etc. O Forum-TT
é um projecto totalmente
voluntário onde participa
quem quer e organiza quem
quer, sem que exista qualquer obrigação de qualquer
tipo. Há uma forte cultura
de respeito pela natureza
e preconizamos um comportamento cívico e responsável na prática do todo
terreno que pode ser lido
na Missão, visão e valores:
(http://www.forum-tt.com/
index.php?option=com_
content&task=view&id=20&Itemid=42). Por ser
um projecto completamente voluntário tem tido altos
e baixos, mas, apesar de
todos os contratempos vamos a caminho dos 15 anos
de existência e arrisco-me a
dizer que vamos ultrapassar essa data.
J.S. - Tenho ideia que o TT
organizado está em crise no nosso país desde há
muitos anos e que isso se
reflecte
necessariamente na actividade do fórum.
Uma vista de olhos confirmou isso com uma quase
estagnação. Estás de acordo?
A.S. - Sendo um projecto
voluntário, a actividade do
Fórum-TT tem tido altos e
baixos praticamente desde
o seu início, mas a actual
conjuntura acaba por ter
reflexos na actividade e dar
uma visibilidade diferente a
essa “estagnação”. Apesar
de tudo, as actividades vão
surgindo. Ainda no passado
dia 25 de Janeiro tivemos
oportunidade de fazer um
passeio na zona da Ericeira
recorrendo a navegação por
GPS onde participaram 15
viaturas. Tendo em conta
que costumamos limitar os
passeios a 20 viaturas parece-me um número bastante razoável.
J.S. - O ano passado na
volta das férias tentaste
organizar um almoço para
juntares o pessoal. Com
sucesso?
A.S. - Quando o objectivo é
reunir velhos amigos á volta de uma mesa há sempre
sucesso. Foi um rodizio fantástico regado por algumas
garrafas de magnífico tinto. Falamos bastante sobre
este tema que nos apaixona, e mesmo que as conclusões não tenham sido as
esperadas é sempre óptimo
rever os amigos, e isto é o
que nos mantem juntos ao
fim de 14 anos.
J.S. - Em resumo, começaste pelo TT e chegaste
cedo ao geocaching porque já utilizavas GPS. Um
percurso normal. Alguma vez o Geocaching ou o
Waymarking se sobrepôs
ao TT ou conseguistes conciliar as actividades sem
problemas?
A.S. - Mesmo que tentemos conciliar há sempre
sobreposição. Houve alturas em que fiz mais TT,
outras mais geocaching e
Waymarking e outras onde
consegui conciliar as várias
vertentes. Apesar de complementares, quando estás
envolvido numa actividade
mais ou menos organizada
os objectivos acabam por
ser diferentes, apesar de as
actividades aparentemente
se complementarem. Isto
pode parecer confuso, mas,
imagina que estás num
passeio TT que até passa por várias caches. Se os
restantes participantes não
têm interesse no Geocaching não faz sentido estar
a limitar toda uma coluna
em função dos interesses
de uma pessoa.
J.S. - Agora mais recentemente (pelo menos o teu
registo no Forum-BTT é de
2013) juntaste-te ao pessoal das duas rodas e da
roupa de licra. Também já
dizes que o pessoal do 4X4
são uns poluidores e que só
dão cabo da Natureza?
A.S. - Sim, confesso que
também uso aquelas roupas sexy de licra, mas não
sou fundamentalista. Há
espaço para todos e minha
atitude quando estou no
jipe e me cruzo com pessoal
de BTT é a mesma que sempre foi. Respeito da mesma
forma que gostaria que me
respeitassem na posição
inversa. Lamentavelmente,
nem todos têm a mesma
atitude. Os utilizadores de
veículos de duas rodas que
consideram os jipes polui-
dores esquecem-se que
no seu dia-a-dia também
usam veículos “poluidores”.
ção ecológica, económica
ou com uma razão completamente diferente?
J.S. - Temos alguns bttistas muito activos no geocaching e no waymarking.
Mais como são muito adeptos e escrevem muito no
Geopt, fala-se quase tanto
de btt como de waymarking
(por enquanto o geocaching
ainda é o assunto mais falado). Tu não conciliaste o
btt com o waymarking presumo que por normalmente não andares/pedalares
sozinho. Certo?
A.S. - Não foi uma troca
mas sim um complemento aliado à necessidade de
uma vida mais saudável.
A determinada altura dei
comigo a pesar 120 Kgs e
achei que era altura de fazer qualquer coisa. Recuperei uma velhinha BTT que
tinha na arrecadação e fui
evoluindo. Inicialmente 15
kms eram uma tortura, depois passaram a ser pouco
e rapidamente cheguei aos
40, 50, 60. Entretanto senti
necessidade de evoluir para
uma bike um pouco melhor.
No passado mês de Outubro fiz 140 Kms (Lisboa Santarém – Lisboa) e já me
aventurei numas voltas por
Monsanto. Neste momento estou a pesar cerca de
100Kgs o que ainda é muito, mas, o Natal aliado a São
Pedro (que teima em deitar
chuva cá para baixo) não
tem ajudado.
A.S. - Sozinho ou acompanhado, quando o faço, o objectivo é esse mesmo: pedalar, pelo que o geocaching
ou o waymarking acaba por
ficar de lado. Nunca procurei conciliar estes dois aspectos da mesma maneira
que fazia com o Jipe. Pode
ser que um dia…
J.S. - No entanto tens a
mesma ideia do que eu que
é uma forma óptima de se
passar pelas coisas a uma
velocidade que permite
vê-las verdadeiramente e
não só de passar por elas a
correr?
A.S. - Lá está, se os outros participantes tiverem
o mesmo interesse é fácil
conciliar. Quando isso não
acontece a coisa não se
proporciona. Ainda não tive
a felicidade de encontrar
um geocacher para alinhar
comigo nas voltas de bicla.
Se quiseres podemos experimentar umas voltinhas
por Monsanto.
J.S. - A opção pelo BTT em
detrimento do TT, foi pela
procura de uma vida saudável, por uma preocupa-
Mas se olharmos em volta,
esta crise tem contribuído
para esta procura de actividades mais baratas e mais
saudáveis. Basta olhar em
volta e vemos sempre alguém a correr, andar de bicicleta, a jogar à bola ou a
praticar algum tipo de desporto no jardim da zona. Ao
fazermos esta troca acabamos por gastar menos gasóleo, portagens, manutenção e a carteira agradece.
J.S. - Conjugas as duas actividades com o BTT em
cima ou dentro do TT, ou
por norma sais de casa já
montado?
A.S. - Depende. Por norma saio de casa de bicicleta, mas, dependendo da
distância para o local para
onde vou, ou se for com o
meu filho, levo as bikes em
cima do carro até ao meu
destino.
J.S. - Desculpa lá a minha
ignorância sobre o tema
mas a minha relação com
as bicicletas só teve alguma relevância na infância e
adolescência. Agora de ano
a ano ando uns quilómetros
em terreno plano e quando
apanho um declive de 10%
fico aflito. Achas que ainda tenho esperança de ser
convertido à causa (tenho
52 anos)? Para ti o BTT é
um hobby antigo que só recentemente ganhou mais
visibilidade ou foi mesmo
um interesse recente?
A.S. - Na infância e adolescência a bicicleta foi bastante importante, mas com
o tempo perdeu interesse.
Entretanto, fiz uma tentativa retomar a actividade há
cerca de 11 anos, mas não
deu frutos e ficou arrumada
na arrecadação (as aranhas
agradeceram). Há cerca de 2
anos achei que era altura de
fazer qualquer coisa e desde essa altura tem sido uma
evolução natural. É um hobbie que nesta altura me dá
muito prazer. No teu caso,
acho que não perdes nada
em tentar. Nada de grandes
aventuras. 5 a 10 kms em
plano para começar. Ao fim
de algumas semanas vais
começar a sentir a necessidade de aumentar a distância. Experimenta!
J.S. - E pronto a conversa já
vai longa e por isso nem me
meto a falar de caravanis-
mo. Mas se quiseres referir
esse ou qualquer outro assunto está à vontade!
A.S. - Epá, então andas a
tentar conjugar os meus
hobbies todos com o geocaching e o Waymarking e
queres deixar de fora aquele que eu consigo conjugar
melhor as coisas? O Caravanismo foi uma actividade que surgiu há uns anos
como forma de proporcionar aos miúdos um maior
contacto com a natureza.
Pelo facto de ser uma actividade praticada normalmente durante as férias, é a que
mais facilmente eu consigo
conjugar com o Geocaching
e com o Waymarking pois
a minha disponibilidade e
a da família é maior. Praticamente todas as minhas
caches e waymarks da Andaluzia foram feitas durante viagens com a caravana
assim como muitas outras
em Portugal. Neste âmbito
gostava de referir apenas
que tive oportunidade de
ser um dos fundadores do
portal Caravanismo Portugal (actualmente encontrome desligado deste projecto). Foi um processo que me
deu bastante gosto e que
bebeu muita da cultura do
Fórum-TT. É uma actividade
que tencionamos continuar
a fazer e que acreditamos
possa encontrar outros interessados nesta comunidade.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
J.S. - Muito obrigado pela
disponibilidade
e
votos de bom geocaching,
waymarking, TT, BTT, caravanismo, etc, etc..
Joaquim Safara
- Jasafara
101
GEO
MAG.
GUIA TURISMO
SÃO MIGUEL,
AÇORES
Por RuiJSDuarte
Depois da apresentação
feita ao Arquipélago dos
Açores num passado numero da Revista e antes da
realização da Cerimónia dos
Prémios GPS em Lagoa, São
Miguel, fui incumbido da árdua missão de me deslocar
ao terreno e averiguar…
adversa mas, nas palavras
de um habitante local, “Eles
prometem, prometem, mas
nunca é tão mau como dizem!”, “Olhe, ainda bem!”. Não
obstante, não estava bom
tempo, mas nada que demovesse a parte masculina
da “Team”.
Será mesmo verdade que a
localização é de TOP para
este nosso hobbie? Terá a Cerimónia sido bem entregue a
esta organização...?
Lancei então o repto no
Geopt, na esperança de obter uma listinha consistente
de Geocaches, verdadeiramente “Family Friend”, que
não me fizessem “perder”
tempo em locais pouco turísticos e que estivessem
dentro dos parâmetros físicos dos Filhote e da paciência da Esposa… e consegui!
Bem, não foi isto que aconteceu, mas podia bem ter
sido! Coincidências!
102
A verdade é que necessitava
de uns dias de férias e São
Miguel foi o destino escolhido para passar quatro dias
(bem) invernais. A meteorologia afigurava-se bastante
Dia 1
Chegados ao Aeroporto de
Ponte Delgada fomos brin-
dados pelo que seria apanágio dos dias passados na
região, a simpatia do povo
local! Fomos sendo muito
bem recebidos por toda a
ilha. Fosse nos restaurantes (onde chegámos a ser
os únicos clientes), nas fábricas (durante as visitas),
no hotel em Ponta Delgada
(onde fizemos o check-in às
10:00 da manhã, quando tal
é suposto ser a partir das
14:00) ou, logo no aeroporto, pela funcionária do rent-a-car e pela rececionista
do Posto de Turismo (onde
nos deslocámos já que não
tínhamos nem mapa, nem
outros pontos de referencias que não as caches), que
prontamente nos encheu
o mapa de indicações e de
conselhos! Houve, claro, a
exceção à regra (uma funcionária duma estufa de
ananases), mas foi apenas
isso, uma exceção. Afirmo
aqui sem reservas, que, os
Micaelenses recebem os visitantes como poucos, pelo
menos por onde tenho andado!
Com as formalidades todas
despachadas e gozando do
facto de que viajando para
Oeste, adicionámos uma
hora extra ao dia, rumámos
ao centro da Ilha, para abrir
as hostilidades!
Siga Serra acima para a Lagoa do Fogo, primeira paragem das férias e primeiras
Geocaches, sem espinhas
e que abriram bem a “época de caç(h)a”. Duas caches
(#Lagoa do Fogo [São Miguel-Açores] e #Lagoa do
GEO
MAG.
Fogo (Earthcache)), bem
localizadas em miradouros sobre a referida lagoa e
que, mesmo com o nevoeiro,
chuva e vento que se faziam
sentir nessa altura, me deixaram com um Sorriso e um
pensamento “seja tudo assim, tanto a Paisagem como
as Caches”!
Além da vista que se tem
dali, a vegetação em volta
é duma tonalidade surreal
(li em qualquer lado que é
vegetação “original”) e ainda
tivemos direito a conhecer
a simpática fauna local durante o trajeto ascendente...
tivemos mesmo de parar à
espera que o gado vacum
abandonasse a estrada.
Vista que estava a zona, fomos buscar abrigo e calor
um pouco abaixo, nas águas
quentes do Monumento Natural e Regional da Caldeira
Velha.
E, o oposto do que tinha
observado lá em cima... ao
invés de paisagem a perder
de vista, temos um “lenho”
na serra, o único local do
género que visitei durante a
estadia, belíssimo vale onde
pude observar pela primeira
vez Caldeiras e Fumarolas!
Um local extraordinário e
mais umas excelentes Geocaches, uma Virtual dos
primórdios da atividade
(#Hot-Hot-Hot), uma boa
EC (#Earthcache Fumaroles and Iron Cascades [São
Miguel - Açores]) e a cache mais favoritada da ilha
(#Caldeira Velha - The Old
Boiler [S. Miguel]), que me
valeu o primeiro DNF, fruto
dos muggles que por ali andavam e que não me deixaram à vontade para procurar
caches físicas.
Soou o gongo para o almoço! :)
Fizemos o restante caminho para a Ribeira Grande
ao mesmo tempo que consultávamos o TripAdvisor
sobre onde seria o repasto,
que recaiu no que se revelou
uma excelente escolha junto
ao Oceano. Só umas horas
mais tarde nos apercebemos de que aquelas batatas com sabor esquisito na
Cataplana, NÃO eram batatas... eram Inhame!
Aproveitamos para visitar
na zona (além do bonito
centro histórico da Ribeira
Grande e a zona ajardinada
com vista para a Ponte dos
Oito Arcos) dois locais que
nos tinham sido indicados
no Posto de Turismo, a fábrica de licores da “Mulher
do Capote” e a plantação de
chá “Gorreana”.
Ao tentar chegar ao primeiro dos referidos locais uma
amostra do que iria ser o
caos dos próximos dias, as
tentativas de alcançar o
quer que fosse dentro das
localidades... ruas de sentido único SEMPRE na direção
oposta à pretendida acabaria invariavelmente por nos
fazer circular vários quilómetros para cobrir distancias de poucas centenas de
metros.
Uma boa recepção em ambos os sítios (de visita grátis, diga-se) culminou numa
103
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
prova de licores (bons,
bons) e num relaxante chá
(óptimo, óptimo) e, se no
primeiro local somos guiados (e servidos) por uma
funcionária que nos explica
os passos necessário para
fabricar o belo néctar, no
segundo somos deixados à
vontade para vaguear pelas diferentes divisões onde
são tratadas as folhas do
chá e para nos servirmos
de uma bebida quentinha.
Deu-me a motivação para
enfrentar o frio e ir encontrar facilmente mais uma
cache (#Chá dos Açores),
mesmo à porta.
Seguindo mais uma vez as
indicações do Turismo, rumamos até ao concelho do
Nordeste, para apreciar a
Paisagem, que é realmente
lindíssima! Fiquei impressionado, ao circular pela via
rápida, com o estado dos
vales atravessados pelas
pequenas pontes e viadutos da mesma. Estou habituado a ver ervas daninhas,
hortas urbanas e outras
coisas do género e não estava nada à estava à espera
de ver árvores enormes e
vegetação “à séria”, dando
a impressão de locais intocados pelo Homem. Isto
é uma realidade por toda a
ilha mas especialmente notório nesta zona.
104
A paragem estava reservada para o centro da localidade onde, enquanto
a restante família se refugiava do frio num café, eu
aproveitei para procurar a
Ponte dos Sete Arcos e para
apreciar a Igreja. Seguiramse visitas aos dois mais
bonitos miradouros que encontrei na ilha, os da Ponta
do Sossego (onde consegui
um DNF na #Ponta do Sossego [São Miguel - Açores],
vítima do GPS ter “morrido”
e não me ter apetecido ir
ao carro buscar as outras
pilhas) e da Ponta da Madrugada (mais uma cache
velhinha, velhinha, a #Miradouro).
Os gatos devem ter pouca
habilidade para caçar por
aqui... são bem magrinhos
se comparados com os gordos tentilhões locais que de
tão mansos quase se deixam apanhar à mão. :)
Se já vinha impressionado
com os vales frondosos,
mais fiquei com os imensos
locais para parar o carro e
esticar as pernas! Miradouros com churrasqueiras,
relvados com coretos, existe um pouco de tudo!
A cada 200 ou 300 metros
um novo local, tão bem cuidado como o anterior, onde,
em tempos mais soalheiros, certamente dezenas de
pessoas aproveitarão para
passar um bom bocado e
descansar. Por esta altura,
eram todos só para nós!
Correção, para nós e para
os Romeiros de São Miguel!
Gente valente!!! Chuva,
vento e frio... e lá iam eles,
“novos e velhos” estrada
fora, como se não se passasse nada.
Já estávamos em modo
“condução” e não voltaríamos a parar até voltar ao
Hotel.
Dia 2
Para o segundo dia estava
reservada a zona Oeste da
ilha e o caminho para Sete
Cidades foi o único que realmente influenciei, de forma
a puder passar em algumas
Earthcaches locais.
Seguimos então pelo caminho para as várias lagoas
que se encontram antes do
“Prato Forte”...
First Stop, Lagoa do Peixe!
Bonito caminho de carro
até ao local, que teria sido
melhor explorado não fossem as Mimosas andarem
À SOLTA em todo o lado... :)
Assim foi só aproximar-me,
fotografar, e RASPA-TE que
lagoas há muitas por aqui!
Poucas centenas de metros
à frente, a entrada para as
Lagoas Empadadas e para
uma hora bem passada e
explorar as redondezas...
mais uma vez, tudo muito
bem arranjado e entre as
Empadadas, a Rasa e o miradouro lá em cima, mais
uma Geocache (#LAGOA
DAS EMPADADAS).
Bem perto, a apenas mais
um pulo temos a Lagoa do
Canário e a primeira visão
da Lagoa das Sete Cidades.
Revelou-se mais um excelente local para se passear,
especialmente lá bem no
fundo, seguindo a seta que
indica as Nascentes... nada
mais que silêncio e paz colorido pelo verde, não fosse estar acompanhado por
uma cria sempre “On Fire”!
Siga, que logo ali à frente
esperava o Miradouro da
Vista do Rei, lugar privilegiado para se observar a
local Maravilha Natural de
Portugal (uma das sete eleitas em Setembro de 2010),
a Lagoa das Sete Cidade,
em todo o seu esplendor!
A vista e a EC mais favoritada da ilha (#Lagoa das Sete
Cidades EarthCache ).
A partir daqui foi só descer
para a localidade, aproveitando para parar num miradouro intermédio (uma
banca com bugigangas chamou a atenção de um de
nós) e posteriormente na
ponte para a outra EC (FF12
- Ying Yang), tão “Drive In”
que não é sequer necessário parar para responder às
perguntas (apesar de o termos feito, com prazer).
O amigo TA indicava UM
restaurante nas proximidades... será mesmo verdade?! Independentemente
da quantidade de estabelecimentos, a comida era boa
e nada cara, com um serviço
simpático, claro está.
Tarde livre... Aproveitámos
para voltar para Ponta Delgada pela costa e visitar o
centro.
Mas não sem antes ir conhecer a Ponta da Ferraria,
local onde fomos apenas
porque as várias caches no
ecrã do GPSr me chamaram
a atenção para o interessante que seria o local!
Não vim desiludido, antes
pelo contrário, um vulcão
em ponto pequeno, uma
piscina natural de água
quente e salgada, uma paisagem digna de um filme de
ficção científica e várias caches (#Invasive Flora 12/13
[Sao Miguel - Azores], esta
ainda à saída do vale de
Sete Cidade, onde a proximidade com o miradouro
valeu uma corrida contra a
cria e uma exceção aos ignorados PT; #Ilha Sabrina,
com vista para as termas;
#Dear Nature, is my bath
ready? e #FF16 - (HOT)
Lava Nest), uma zona a visitar sem dúvida, mas que
ficou esquecida no mapa
assinalado pelo Posto de
Turismo.
Antes do regresso a Ponta Delgada, “One Last Stop”,
no Miradouro da Vigia das
Feteiras, para a cache tra-
GEO
MAG.
105
GEO
MAG.
106
GEO
MAG.
107
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
dicional mais fácil de sempre (#Miradouro da Vigia
das Feteiras)... e que fez
as delicias do pequeno. Foi
só dizer, “vê ali”, e já estava
com ela, todo orgulhoso e
a mostra-la à mãe (estou a
treiná-lo bem!).
Adorei a arquitetura da Cidade, imensos prédios bonitos, brancos com moldura
negra de basalto e telhas
mescladas, uma bonita
marginal com pouco trânsito, merece bem todos
os elogios que tenho lido.
Tanto que voltei a utilizar
a aplicação online para ver
as caches existentes e acabámos por encontrar a que
mostra a Igreja do Colégio
dos Jesuítas (#XII JAMBOREE AÇORIANO - PONTA
DELGADA GeoScouts).
De regresso ao Hotel, fiz
valer o facto de estar alojado a 300 metros do Jardim
António Borges para acabar
a trilogia das Virtuais da ilha
(#Rubber) e conhecer vários
exemplares de árvores seculares (o Jardim não vive
só da Borracheira assinalada pela Geocache), além
dos maiores Bambus que já
vi (e utilizar o parque infantil, claro).
Dia 3
108
Para o último dia do passeio deixámos a zona de
Vila Franca do Campo e da
Lagoa das Furnas, não sem
antes visitarmos as curiosas Estufas de Ananases
em Fajã de Baixo (onde encontrámos a pessoa menos
simpática da ilha), a Cerâmica Vieira (em busca da tradicional “Louça da Lagoa”) e a
aldeia da Caloura. Uma das
mais bonitas construções
religiosas que encontrámos
fica aí, o Convento de Nossa Senhora da Conceição da
Caloura. Enquanto tomávamos um café no porto de
pesca decidi investigar as
caches da região (online) e
dei de caras com uma que
tinha sido recomendada,
uma Mistério, dita simples
e simpática… e era, as duas
coisas, tanto que fomos
logo lá dar, para encontrar o
container mais trabalhado
da viagem (#My First Home
[São Miguel - Açores]). Logo
à saída, mais uma paragem
para umas fotos da, agora
vista de cima, Caloura (#MIRADOURO PISÃO SÃO MIGUEL AÇORES).
Almoçamos com vista para
o Ilhéu de Vila Franca, infelizmente “Off Limits” nesta
altura e estivemos algum
tempo à conversa com o
empregado do restaurante.
Muito simpaticamente foinos contando coisas da terra e acabou mesmo por nos
recomendar ir comer umas
queijadas locais (Queijadas
de Vila Franca do Campo) à
fábrica “logo ali, na segunda
à direita de quem sobe”. Depois de explorar mais um
pouco dos sentidos únicos
e de não encontrarmos o
local, um Micaelense ajudou-nos na tarefa e, como
exclamou a minha Esposa,
“ainda bem que existe a linguagem gestual, não percebi
nada do que o senhor disse”!
Hehehe, seja como for, depois das indicações fomos
lá direitinhos!
Que buenas!!! Excelente
doçaria conventual, que
fazendo fé nas palavras do
dono da fábrica (também
esteve à conversa connosco, quando se apercebeu
que tínhamos ido comê-las
logo ali, sentados à porta),
tinha acabado precisamente de ganhar o prémio por
melhor doce conventual nacional, naquele mesmo dia.
O mau tempo entretanto
instalava-se e foi com chuva e muito nevoeiro que
chegámos à zona das Furnas. A neblina até dava uma
aura de mistério mas a chuva era dispensável. Tal não
nos impediu de ir ver o local
onde se prepara o mais que
famoso cozido! Tantos buracos, dá para alimentar um
batalhão!!! (#Furnas meat
stew [São Miguel - Açores]).
A Lagoa infelizmente não
deu para apreciar devido à
fraca visibilidade.
A Poça de Dona Beija e a
#Lusitani (o objetivo falhado da viagem), já na localidade, ficaram por visitar
por causa da chuvada que
se abateu mas o ninho de
Earthcaches na zona das
caldeiras não… entre os
aguaceiros deu para recolher (mal) os dados para as
ditas (#Underwater Fumarole [Sao Miguel - Azores];
#Just add water - DP/EC43;
#The Furnas Fumarole Field
e #Fonte Engarrafada), para
fazer um DNF na Tradicional
(#caldeiras das furnas - São
Miguel Açores) e para passar um bocado engraçado
no Observatório Microbiano dos Açores, a beber chá
e sumo de laranja, ambos
feitos com água recolhida
em duas das fontes (uma
quente e uma fria) na hora.
Ficam com um sabor “estra-
nho” mas não desagradável,
na minha opinião.
O passeio propriamente
dito ficaria completo com
uma visita ao Santuário
de Nossa Senhora da Paz
(#SENHORA DA PAZ VFC
SMG AÇORES), já de volta a
Vila Franca do Campo e de
caminho para Ponta Delgada, onde o nevoeiro ajudava
a umas fotos fantásticas
(assim a minha habilidade
colaborasse) com as escadas progressivamente a
desaparecer, até praticamente não se destinguir o
edifício, lá em cima.
Já no Aeroporto de Ponta
Delgada, à espera para regressar ao continente, se
me tivesse lembrado de ir
ver as caches mais próximas ao site e teria provavelmente tentado encontrar uma última cache que
existe ali, com permissão
das autoridades.
Resumindo, com duas dúzias de Geocaches interessantes (entre encontradas e
DNFs evitáveis com pouco
esforço), simples e acessíveis, em locais bonitos e
SEMPRE bem cuidados, que
permitem sem problemas
que se leve uma criança pequena (quatro anos acabados de fazer neste caso) e
com tratamento simpático
por todo o lado, esta é para
mim, sem dúvida, uma Ilha
“Family Friendly” para este
nosso hobbie e destino recomendado para uma “escapadinha” deste género.
Rui Duarte
- RuiJSDuarte
GEO
MAG.
109
GEO
MAG.
110
GEO
MAG.
111
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
From Geoc
with
112
Embora a Sede do Geocaching possa ser em Seattle, Washington nos
Estados Unidos da América, os nossos interesses são mundiais. O jogo
do geocaching une pessoas por todo
o mundo. Talvez tu apenas procures
geocaches na companhia de outros
amigos geocachers na tua cidade
natal. Ou talvez viajes pelo mundo
e pratiques geocaching com futuros
amigos que nunca tinhas conhecido.
Mesmo que nunca tenhas cachado
com alguém antes, tens algo em comum. Todos nós tivemos aquelas
caches onde fizemos DNF irritantes
que não conseguimos simplesmente
conquistar, independentemente das
vezes que tentámos. Todos nós provavelmente já nos pusemos à prova
até ao limite, ficámos fora até muito
tarde ou ultrapassámos desafios que
nunca pensámos conseguir de forma
a conseguir um smile numa cache significativa. As histórias do jogo ecoam
por todo o mundo.
Nós aqui na Sede do Geocaching queremos ouvir essas histórias. A forma
como cacham em Portugal é importante para nós. Ouvir sobre a forma
como usas as nossas apps móveis ou
interages com o nosso website ajuda-nos a decidir onde podemos fazer
melhorias. Estamos sempre disponíveis para receber feedback e ideias
nas nossas páginas das redes sociais,
através do nosso sistema de suporte
ou melhor ainda, cara a cara. Precisamos que a comunidade nos ajude a
melhorar o jogo e as ferramentas necessárias para o jogar.
Também queremos ser parte dessas
histórias. Como fazemos isso? Visitando Portugal, Alemanha, Noruega,
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
caching HQ
h Love
Austrália e qualquer lugar onde as pessoas possam fazer geocaching. Todos
os anos, enviamos alguns funcionários
da Sede para todo o mundo para participar em Mega Eventos. Fazemos isto
para nos ligarmos à comunidade. Queremos experimentar o geocaching da
forma como o vives. Queremos conhecer os geocachers obstinados no teu
país e saber o que eles precisam para
jogar o jogo. Queremos criar as mesmas
amizades duradouras que tu criaste jogando o jogo. Não interessa para onde
viajemos, regressamos sempre cheios
de inspiração e com um amor renovado
pelo jogo. Não que seja difícil amar o
da noite e fazer bruning na Praça do
jogo do geocaching…
Comércio é uma das minhas melhores
No início deste ano, perguntaram-me
se poderia participar no próximo Mega
-Evento 14 Years Geocaching - Sintra
| Portugal (GC4VXKC). Uh, posso dizer
‘sonho tornado realidade’? Eu amei a
memórias de geocaching. Estou ansiosa para fazer novamente bruning
num local ao acaso na minha próxima
visita.
Estou ansiosa por te ver no GC4VXKC!
minha visita em 2012 ao Geocoinfest
em Lisboa e tenho desejado e espe-
Annie Love
rado por uma oportunidade para re-
- G Love (Lackey)
gressar a Portugal desde aí. Andar de
Tradução por Bruno Gomes (Team
Marretas)
bicicleta nas ruas de Lisboa no meio
113
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
Teste
Que tipo e Geocacher és tu?
Alguma vez já paraste para
2 – Que tipo de caches
pensar sobre o teu tipo de
preferes?
geocaching? Qual o perfil
a) Essencialmente aquelas
que mais se adequa a ti?
És um amante da Natureza
ou gostas mais da cidade?
Preferes conhecer novos
que me levam a um Local
de sonho
b) As que proporcionam
geocachers ou passar o
uma grande Aventura
tempo sozinho a decifrar
c) Cujo Recipiente seja fora
enigmas? Faz o teste se-
do normal
guinte e descobre!
3 – O que é para ti um dia
1 – Que distância em média percorres a pé para
procurar uma cache :
a) Mais de 1 km
114
perfeito de Geocaching?
a) Visitar locais desconhe-
numa cache D5
b) Uma lanterna UV, uma
4 – Qual é a foto que é
mais provável encontrar
na tua galeria?
a) A vista do topo de uma
montanha
b) Entre 150 metros e 1 km
tros geocachers
c) Menos de 150 metros
c) Resolver um enigma
lanterna de cabeça, um canivete suíço e um capacete
c) Um tablet e um smartphone são tudo o que preciso
b) Uma noite com o grupinho do costume a fazer
6 – O que costumas comer
uma Letter nocturna
num dia de geocaching?
c) Uma selfie junto de uma
a) Umas barras energéti-
estátua no meio de uma
cas, uns cubos de marme-
praça
lada e fruta
cidos e deslumbrantes
b) Um FTF rodeado de ou-
a) Uma carta M888
b) Umas sandes para ir co5 – Que itens indispensá-
mendo pelo caminho
veis te acompanham nas
c) Vou sempre a um local
caçadas?
onde possa comer sentado
este fim-de-semana cheio
Agora vê quantos pontos
31 a 40 pontos: Para ti uma
de actividades a 300km de
obtiveste, segundo a se-
cache tem que ter muita
guinte tabela, e soma os
Aventura, muita acção e
teus pontos:
de preferência com mui-
casa; uma cachada combinada para ir fazer aquela
tos geocachers como tu à
Rota dos Túneis que andas
Respostas a = 5 pontos
acaba de sair um PT de 69
Repostas b = 3 pontos
nhecem pelas múltiplas fa-
Repostas c = 1 ponto
Colocas caches espectacu-
Damaia. O que escolhes?
a) Uma caminhada de 17km
numa paisagem única? Claro que vou!
b) Caches T5 e Nocturnas
que metem canoas, mergulho em apneia e escalada,
dormir numa tenda ao lado
do GeoGang e acordar com
?
tua volta. És um geocacher
a querer fazer há muito; e
caches entre a Buraca e a
Vê o resultado:
10 a 20 pontos: És um
Geocacher essencialmente Urbano, gostas de caches na cidade onde não
tenhas que andar muito e
privilegias caches dissimuladas ou com containers
elaborados. És adepto dos
números e preferes fazer
o Monho a gritar no meio
todas as caches numa de-
do acampamento às 2h da
terminada zona em vez de
manhã porque acabou de
fazeres muitos quilómetros
sair uma cache a 27km?
Bora lá!
para ir fazer caches específicas. És tecnologicamente
avançado, gostas de desa-
dinâmico e que todos coçanhas que já conseguiste.
lares, mas o mais frequente
são os outros geocachers
ligarem-te a pedir ajuda
para
encontrar
aquelas
Letters mais complicadas.
Actividades ao ar livre é
contigo e não dispensas o
convívio. És um geocacher
Aventureiro!
Mais de 40 pontos: Não é
difícil saber que as caches
que preferes são aquelas
mais eremitas e que são
mais difíceis de conquistar.
É mais provável fazeres
100 quilómetros para ires
fazer uma cache no alto de
7 – Se fosses uma figura
c) Hum…um PT de 69 ca-
fios mentais e não perdes
pública, quem escolherias
ches? Vou tentar bater o
muito tempo com outros
ser?
meu recorde de 123 caches
geocachers.
a) João Garcia
num dia!
21 a 30 pontos: És um geo-
a procurar uma cache ur-
cacher que gosta de um
bana. Não ligas nenhuma
pouco de Aventura, mas
a containers elaborados,
b) Rui Unas
c) Cláudio Ramos
10 – Qual destas é para ti
prefere ambientes mais ci-
uma cache de excelência e
tadinos onde exista muita
8 – Qual destes locais gos-
que queres fazer sem fal-
concentração de caches e
tavas de visitar?
ta?
a) Mont Blanc
a) Atlantis - Pico
b) Aquela fumarola que tem
uma cache no fundo do
Atlântico
c) Praga
b) Os Geocachers Devem
estar Loucos
c) Casa Mistério
de geocachers. Não perdes
um evento se houver caches ao barulho, e não perdes a oportunidade de ten-
uma serra que tem 3 visitas
por ano, que te apanharmos no centro da cidade
para ti o que conta é Local.
Em 5 anos tens 500 caches
encontradas e é raro seres
visto num evento, mas se
for um CITO estás lá batido.
És um geocacher Amante
da Natureza!
tar um FTF. Estás atento a
tudo o que se passa na comunidade, quer nos fóruns
como nas redes sociais. És
portanto um Geocacher dos
9 – Há um Mega evento
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
GEO
MAG.
Números.
Cláudio Cortez
- clcortez
Baseado no quiz da GS, publicado em http://goo.gl/60Tykf
115
GEO
MAG.
Consultório
Sentimental
por Drª Maria Vai-com-as-Outras
“Não me deixam enterrá
-la”
“Cara Doutora,
Ando há muito tempo com vontade de a
enterrar e não me deixam. Já por várias
vezes tentei mas recusam sempre. Também já falei com outros colegas e ao que
parece não tiveram problemas semelhantes. Será que é por eu avisar antes
de o fazer? Acha que se eu a enterrar
sem avisar terei melhores resultados?
Estou a falar de uma cache nova que
quero meter por trás de uns montes, escondida dentro de uma pequena brecha
que vou abrir que depois vou tapar com
duas pedras e um tronco”
F.Dias
Caro F.Dias,
116
Ao que parece há muitos geocachers a quererem enterrar as suas
caches, mas os revisores recusam
sempre, como seria de esperar. O
seu caso não é único, todos os dias
chegam-me queixas semelhantes.
A problemática está no que o caro
leitor entende por “enterrar”, pois
o que para si é enterrar pode não o
ser para outro geocacher e especialmente para um revisor. Aconselho-o
a dialogar com os revisores, a pedir
e explicar-lhes com jeito como a vai
enterrar. Não enterre sem avisar, pois
isso pode ser-lhe prejudicial no futuro! Na próxima vez que quiser colocar
uma vão pensar que a vai enterrar
às escondidas e não vão facilitar.
Como em tudo, o diálogo é a melhor
solução! E explique sem medo o que
quer fazer, com certeza vão chegar a
um consenso.
“Já perdi as três”
“Olá,
Eu tinha três geocoins que me foram
oferecidas em diversas ocasiões e resolvi coloca-las em circulação para que
os outros geocachers desfrutassem das
minhas três moedas. Acontece que sem
saber como fiquei sem as três, perdi-as
sem dar por isso, num abrir e fechar de
olhos, foi muito doloroso para mim, nunca pensei que isto fosse acontecer. Será
que consigo recuperar as três coins? Ou
estão perdidas para sempre?
Pedro D”
Zé Manso
Caro Pedro,
Quando colocamos geocoins a circular, disponíveis para toda a comunidade, temos que pensar que a partir
desse momento elas deixaram de ser
suas e passaram a ser dessa mesma
comunidade, tal como uma cache.
Você coloca uma cache não para
si, mas para que os outros possam
usufruir dela. Na verdade você é o
autor, mas não mais vai ter mão nela.
O mesmo se passa com as coins. Se
você as coloca a circular, elas vão andar de mão em mão e pode acontecer
que algum geocacher fique com elas,
as perca, ou sejam apanhadas por
um muggle que por curiosidade as
recolhe para si. É um risco, você não
é o primeiro a ficar sem as suas três
GEO
MAG.
geocoins, já antes outros geocachers
as perderam da mesma maneira. Mas
que isso não seja um desalento para
si, continue a partilhar as suas coins,
mas não as entregando a qualquer
pessoa, apenas a quem seja da sua
confiança e que você conheça. Partilhe os códigos, mas não as moedas, é
o conselho que lhe dou!
“Sou muito possessiva”
“Doutora,
Tenho uma cache publicada há alguns
meses e sempre estive atenta aos logs
online e aos registos no logbook, visito
com frequência a cache a ver se está
tudo bem e respondo sempre a agradecer as visitas dos geocachers que a
visitam. Porém, há dias recebi um log
não muito amistoso e respondi à letra, e
o outro geocacher não gostou, também
respondeu na mesma moeda, e acabou
dizendo que eu não sou dona do geocaching nem das caches, e que não sou eu
que dito as regras. Eu sei que sou muito
possessiva e gosto de ter o controlo
das coisas, mas estará este geocacher
certo? Já que a cache é minha não posso
ser eu a decidir o que aceitar ou não na
minha cache?
Obrigada pela ajuda..”
Felizberta
Cara Felizberta
A possessão é mais frequente do que
se possa pensar, todos os que dão
valor aos bens e ao trabalho que dá
conseguir algo são por norma pessoas um pouco possessivas, muitas
vezes nem têm consciência disso pois
apenas estão a proteger o fruto do
seu trabalho. Ora também é assim no
geocaching, muitos geocachers pensam que podem pôr e dispor no que
se passa nas suas caches, nomeadamente a controlar os logs que são
feitos online e se os registos online
correspondem aos que estão no logbook. Ora, as boas práticas mandam
que apenas são válidos os logs online
que correspondem a um log físico no
logbook, mas apenas isso, os geoca-
chers são livres de escreverem quer
no logbook quer no log online o que
quiserem, o owner da cache não pode
fazer nada quanto a isso, apenas se o
log online conter linguagem ofensiva
ou ter spoilers descarados de como
está escondida a cache. Fora isso, a
cache pertence à comunidade e às
regras que a gerem. Deve a cara leitora conter-se de comentar de forma
efusiva os logs que recebe e agradecer de forma cordial os mesmos.
Caso haja algo que não concorda
tente resolver de forma cordial com
o geocacher em questão e caso não
consiga reporte à Groundspeak, é o
melhor a fazer.
Envie as suas cartas com os pedido
de ajuda e conselhos geosentimentais para: [email protected]. A
Drª Maria Vai-com-as-Outras terá
todo o gosto em ajudá-lo/a!
117
GEO
MAG.
ABRIL 2014 - EDIÇÃO 8
4 anos a orientar o teu caminho:
Parabéns GeoPT
O nosso Portal de Geocaching e Aventura festeja
hoje 4 anos de vida virtual.
E como o tempo voa...
e rotas, guias turísticos e
O GeoPT é um portal construído
pela
comunida-
de, para a comunidade. E
É com muito orgulho que,
nestes quatro anos foram
em dia de aniversário, as-
muitos os membros que
sistimos à publicação da
colocaram mãos à obra e
8ª Edição da Geomagazine.
Mais um projecto vencedor,
a somar às inúmeras iniciativas que o GeoPT tem desenvolvido ao longo destes
quatro anos de existência.
Perto de 500 artigos sobre
geocaching, mais de 100
entrevistas publicadas no
118
cional.
contribuíram, de uma ou
outra forma, para usufruirmos hoje de um espaço
completo, diversificado e
abrangente, em todas as
vertentes que fazem do
geocaching o nosso hobby
favorito.
de
muito, muito mais. Este é
o fruto do trabalho colectivo, voluntário e dedicado
de uma equipa a quem hoje,
mais do que nunca, desejamos dirigir o nosso profundo agradecimento.
A todos aqueles que ajudaram a erguer esta casa,
àqueles que contribuíram
ocasionalmente,
àqueles
que dedicam actualmente parte do seu tempo a
obrigado.
Este quarto aniversário é a
comemoração conjunta de
um projecto que pertence a
toda a comunidade, e pelo
qual nutrimos um carinho
e orgulho sem igual. Que o
GeoPT possa comemorar
muitos outros aniversários,
fruto do empenho e da criatividade de todos aqueles
que acreditam neste projecto, é o nosso desejo.
construir um espaço cada
Apaguem-se as luzes, so-
vez mais rico e completo,
pram-se as velas!
portal, cerca de 200 con-
Milhares
fotografias,
àqueles que vestem a cami-
celhos visitados na rúbrica
outros tantos artigos temá-
sola, e também àqueles que
Viagens da minha Terra,
ticos, estatísticas e ferra-
generosamente apoiam a
Oscar Migueis, João Baptista,
mais de 60 rescaldos de
mentas, passatempos, ma-
estrutura do GeoPT com
Flora Cardoso, Gustavo Vidal,
Eventos com cobertura na-
pas ou badges, caminhadas
donativos, o nosso sincero
Pedro Santos
A Administração do GeoPT
Agradecimentos
Colaboradores
Gustavo Vidal
Oscar Migueis
Pedro Santos
Flora Cardoso
João Batista
Filipe Sena
Joaquim Safara
Bruno Gomes
João Malheiro
Rui Duarte
Annie Love
Ana Rodríguez Lomba
Cláudio Cortez
Luis Filipe Machado
Paulo Almeida
Habitat Natural
Revista Itinerante
Geoshop
GZ Hostel
Merrel
FCMP
Expedição
Nautel
Iberpump
GEO
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