Cada Escola uma Comunidade

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Cada Escola uma Comunidade
Cada Escola
uma
Comunidade:
O Papel dos Antigos Alunos no
Apoio à Transição da Escola para
o Trabalho
Autores:
Jake Hayman
e Laura Partridge
Novembro 2013
“ A cultura de
comunidade
existe mas
ninguém a utiliza
devidamente.”
– Diretor Escolar, Jordânia
2
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Sobre a Future First Os Nossos
Agradecimentos
A visão da Future First é que todas as escolas
públicas e colégios devem ser apoiados por
uma comunidade de antigos alunos próspera e
empenhada. A Future First trabalha com mais de
10% das escolas públicas no Reino Unido e iniciou
projetos-piloto no Quénia e nos EUA.
A Future Firtst ajuda escolas a envolver, localizar
e mobilizar os seus antigos alunos – os que se
formaram há mais tempo ou há menos tempo.
Os nossos programas encaram os antigos alunos
que voltam a envolver-se com as suas antigas
escolas como modelos de educação e de carreira,
mentores, angariadores de fundos, fornecedores de
experiência profissional e muito mais.
Gostaríamos de agradecer em especial a
Hugh McLean e Daniel Pop da Open Society
Foundations por tudo fazerem para que esta
pesquisa acontecesse; à Global Citizen Foundation
por terem feito do seu patrocínio a sua primeira
subvenção e ao Dr. Sarabajaya Kumar, que
orientou, aconselhou e editou incansavelmente
este relatório.
Mais do que a qualquer outra pessoa,
gostaríamos de agradecer a Ellen Pettersson,
cuja energia, ideias, desenvoltura e longas horas
de dedicação possibilitaram estas dezenas
de entrevistas em seis países. Sem ela nunca
teríamos publicado este relatório.
Por trás desta investigação, uma nova instituição
caritativa, a Future First International, está a ser
lançada para incrementar o volume de atividades
de antigos alunos nas escolas, de uma forma
global, especialmente escolas em áreas com mais
necessidades. A nossa intenção é ajudar a criar
sociedades mais justas, apoiando a transição da
escola para o trabalho, a uma escala global.
Patrocinado por:
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Índice
04
06
07
08
09
12
13
16
17
19
19
22
23
25
Relatório da Pesquisa: Metodologia
Prefácio
Sumário Executivo
Capítulo 1: Prevalência Atual de Redes de Antigos Alunos e Melhores Práticas na sua
Criação e Mobilização
1.1 Como são Criadas as Comunidades de Antigos Alunos
1.2 Redes de Alunos e Infraestrutura de Comunicações/Tecnológica
1.3 Como as Comunidades de Antigos Alunos Apoiam os Jovens
Capítulo 2: Oportunidade
2.1 Potencial Não Explorado
Capítulo 3: Valor das Redes de Antigos Alunos
3.1 Interpretações de Diferentes Interveniente do Valor das Redes de Antigos Alunos
Conclusão
Agradecimentos
Referências
3
4
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Relatório da Pesquisa:
Metodologia
Mais de 6.000 adultos dos seis países foram
inquiridos para aferir: (i) como se identificavam
com as suas antigas escolas; (ii) a sua propensão
para retribuir as suas antigas escolas; e (iii)
explorar a proveniência do apoio às suas próprias
carreiras. A inquirição complementar de cerca de
3.000 jovens questionou-os sobre os grupos com
que se identificam, o quê e quem os influenciou e
as suas opiniões sobre a utilidade que o apoio de
antigos alunos poderá representar para eles.
Figura 1: Localização de Escolas
Pesquisas no país, incluindo entrevistas com
Responsáveis do Ministério da Educação, Diretores
Escolares e outros especialistas em educação e
28 grupos de foco envolvendo quase 200 jovens
deram origem à análise quantitativa.
Toda a pesquisa decorreu entre e de Abril e 1 de
Novembro de 2013, tendo sido complementada
com dados de pesquisas existentes, incluindo
inquéritos, entrevistas e grupos de foco que a Future
First promoveu nos últimos três anos nos EUA, Reino
Unido e Quénia.
Figura 2: Tipo de Escola Visitada
15%
11%
13%
51%
21%
89%
Urbana
Periurbana
Pública
Privada
Pequena
Cidade/Rural
Figura 3: Desempenho Académico
das Escolas
Figura 4: Enquadramento Socioeconómico
dos Alunos
44%
31%
41%
56%
28%
Desempenho Elevado
Acima da Média
Médio/Baixo
Média
Abaixo da Média
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Figura 5: Lista de entrevistados
Argentina
Brasil
Finlândia
Gana
Jordânia
Cazaquistão
Total
Entrevistas com
Responsáveis
do Ministério da
Educação
2
4
3
5
2
1
17
Entrevistas com
Diretores Escolares
9
8
9
12
6
10
54
Grupos de Foco
com Jovens
4
7
8
6
3
3
31
Entrevistas com
Representantes
de ONG
4
3
4
8
8
8
35
1
1
2
1
2
9
23
25
33
20
24
146
2
Entrevistas com
Associação de
Antigos Alunos da
Universidade
Total de Entrevistados 21
Países Pesquisados
Países com Dados Existentes
5
6
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Prefácio
A Future First tem vindo a construir comunidades de
alunos em escolas públicas no Reino Unido de há
cinco anos a esta parte. Este trabalho levou a um
crescimento nacional do envolvimento de antigos
alunos de escolas públicas e a uma mudança cultural
muito mais abrangente do que a própria organização;
o país passou de menos de 1% de escolas públicas
a envolver antigos alunos de forma sistemática para
próximo dos 15%.
A Future First gere a maior parte das redes de antigos
alunos no Reino Unido, mas assistiu também a um
aumento acentuado de escolas que criam e gerem
as suas próprias redes desde o seu lançamento. Além
disto, tendo sido dada atenção aos recursos que
os antigos alunos podem fornecer, foram também
constituídas organizações comerciais competitivas.
Em 2012, a Future First e a Open Society Foundations
iniciaram um diálogo sobre se o potencial de
mobilização do capital financeiro e social local que
os antigos alunos representam poderá existir noutras
partes do mundo.
Ao mesmo tempo, foi realizado um estudo para
avaliar este potencial em cinco países diferentes de
quatro continentes: Argentina, Brasil, Finlândia, Gana
e Cazaquistão. Com o patrocínio da Global Citizen
Foundation, foi acrescentada a Jordânia como um
sexto país para assegurar que o Médio Oriente estava
representado. A pesquisa demorou sete meses, desde
o seu início à publicação.
As evidências académicas indicam que
os jovens de origem mais pobre acreditam
desproporcionadamente que as pessoas como eles
não têm sucesso e que essas convicções acabam
por se auto validar ao longo do tempo. Ou, tal como
referiu um líder de uma ONG da América Latina: ‘as
pessoas das favelas nunca se veem a elas próprias
como engenheiros’. O estudo mostra também que os
jovens com menor acesso a experiência profissional e
a oportunidades de carreira têm mais probabilidades
de desistirem da escola e do emprego e a formação
de redes de antigos alunos pode, em parte, fornecer
a solução para estes problemas complexos, ao
proporcionar modelos funcionais, acesso e visão onde
historicamente estiveram ausentes.
Assim, por que razão estas redes não foram construídas
de forma sistemática à volta de cada escola? Este
estudo mostra que não há problema com a oferta ou
a procura. Em cada país estudado, pelo menos 28%
de adultos afirmam que responderiam positivamente
à oportunidade de contribuir para a sua universidade.
Entretanto, os jovens de todos os países indicaram
que valorizariam a integração de antigos alunos na
preparação das suas carreiras formais.
Nem é uma questão de cultura. Em todos os países
estudados, existia alguma forma de atividade de
antigos alunos locais e 65% dos jovens e 49% dos
adultos identificavam-se fortemente ou muito
fortemente com pessoas das suas (antigas)
escolas – uma percentagem superior à identificada
com pessoas da sua religião.
Concluiu-se que as atuais taxas de utilização de
antigos alunos são mais elevadas em escolas privadas
e de elite do que em instituições públicas, embora o
desejo expresso dos antigos alunos da escola pública
de ‘retribuir’ fosse muito similar ao dos graduados da
escola privada. A oportunidade que esta conclusão
apoia - a propensão dos graduados de todos os
tipos de escola e de todas as áreas da sociedade de
retribuir - é que tornou esta pesquisa tão estimulante
para todos os envolvidos.
Esperamos que este relatório lance ideias, debate e
ação que possam fazer do potencial e das melhores
práticas identificadas uma realidade mais comum
para todos os jovens.
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
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Sumário Executivo
Seis meses de investigação primária suportada
por inquéritos nacionais realizados por respeitadas
agências de inquéritos, coordenadas em primeira linha
pela IPSOS Mori, levaram à publicação deste relatório.
A nossa investigação centrou-se em três elementos
chave, refletidos na estrutura do relatório:
1.A atual prevalência e as melhores práticas na
construção da comunidade de antigos alunos;
2.A dimensão e o âmbito da oportunidade de
expandir essas comunidades;
3.O valor de comunidades de antigos alunos para
estudantes, professores e o sistema educativo
em geral.
As nossas principais conclusões são:
• Quase todas as escolas de elite1 visitadas
possuem redes formais de antigos alunos e
um nível significativo de atividade a decorrer no
seu âmbito;
• As escolas públicas habitualmente não possuem
redes de antigos alunos formalizadas, embora
iniciativas de antigos alunos e relações individuais
estudante-professor façam com que em 89% das
escolas visitadas ainda existisse algum envolvimento
com antigos estudantes;
• O principal objetivo das redes em escolas de
elite é criar uma rede de relações entre antigos
alunos, enquanto nas escolas públicas a atividade
incide mais no modo como os antigos alunos
podem ajudar os atuais alunos;
• O impacto dos antigos alunos verifica-se para
lá dos portões da escola, tal como dentro
desta – no Brasil, os antigos alunos têm uma
influência significativa sobre as opções de carreira,
apesar da ausência geral de comunidades de
antigos alunos nas escolas;
• A forma mais comum de mobilização dos
antigos alunos em escolas é funcionarem como
modelos educativos e de carreira, sendo também
esta a forma mais desejada de envolvimento entre
os dirigentes da escola e entre os próprios alunos;
• Existe um significativo potencial não explorado.
O inquérito nacional revela que enquanto apenas
2% de antigos alunos apresentaram palestras
sobre carreiras nas suas antigas escolas, mais de
53% gostaria de o fazer. Um número significativo
de antigos alunos estaria também na disposição
de proporcionar a realização de um estágio
profissional (51%), de vir a ser um mentor (49%)
ou de fazer um donativo financeiro à sua antiga
escola (42%);
• Existe uma forte apetência pelo envolvimento
de antigos alunos em formação sobre
carreiras por parte de dirigentes da escola
e estudantes. Os estudantes identificaram
uma combinação de consultores de carreiras
formados e antigos alunos como as suas fontes
preferidas de aconselhamento de carreiras
e 93% dos Diretores Escolares afirmaram que
considerariam útil na sua escola o modelo da
Future First de apoio a escolas para a construção
de uma comunidade de antigos alunos;
• Os jovens identificam-se de forma muito
acentuada com quem frequentou ou irá
frequentar a sua escola. Embora a força
dessa identidade se reduza na vida adulta,
ela mantêm-se fortemente ao longo da vida
como um aspeto chave da identidade adulta;
• A existência ou criação de um evento
nacional anual que possa envolver antigos
alunos em todas as escolas é uma fórmula de
sucesso para a construção de uma rede mais
consistente e eficiente;
• Não existe informação para escolas sobre
a construção de comunidades de antigos
alunos, nem melhores práticas, nem diretrizes
governamentais – cada escola que trabalha com
antigos alunos fá-lo de forma isolada.
Foram encontrados excelentes exemplos de melhores
práticas em todo o mundo, desde Diretores Escolares
a experimentarem a integração de antigos alunos no
currículo na Finlândia a antigos alunos a apoiar todos os
clubes extracurriculares numa escola no Cazaquistão.
Recomendamos que os governos e os responsáveis
educativos comecem a olhar de forma séria para o
modo de alavancar o potencial não explorado do
envolvimento de antigos alunos nas suas antigas escolas
e de começar a facilitar a partilha de conhecimentos
antes as escolas.
Na sequência deste relatório, o novo braço
internacional da Future First irá oferecer apoio a
governos nacional ou locais, responsáveis de ONG,
diretores escolares, empreendedores sociais ou
educadores apaixonados que desejem explorar a
oportunidade de integrar melhor antigos alunos nos seus
sistemas educativos.
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Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Capítulo 1: Prevalência Atual de
Redes de Antigos Alunos e
Melhores Práticas na Sua Construção
e Mobilização
Das escolas que participaram na pesquisa, 89%
mantiveram algum contacto com antigos alunos,
apesar de o âmbito, profundidade e natureza do
envolvimento variar bastante e ter sido geralmente
limitado em comparação com o potencial da
oportunidade identificada quer pela escola quer pelos
dados do nosso inquérito nacional.
O Governo não desempenha nenhum papel
em atividades de antigos alunos em qualquer
dos países visitados e nenhum programa era
coordenado centralmente ou aplicado a um
nível nacional, regional ou distrital, originando uma
enorme diversidade na implementação de escola
para escola. 3
Figura 6: Atual Envolvimento de Antigos Alunos.
Níveis Observados
11%
28%
30%
Nenhum
31%
Limitado
Anual
Integrado
O padrão prevalecente é que existe um investimento
muito maior na construção de comunidades de
antigos alunos em escolas privadas e em escolas
públicas de elevado desempenho.
Quase todas as escolas de elite possuem
comunidades de antigos alunos, tendo 67% delas
fortes comunidades de antigos alunos ‘integradas’.
Em comparação, apenas 22% das escolas públicas
visitadas tinham redes de antigos alunos integradas
e a maioria destas encontravam-se em escolas
finlandesas.
Impacto da geografia e da demografia em
redes de antigos alunos foi também revelador.
Em pequenas cidades, por exemplo, os padrões de
fuga de cérebros mostram os alunos de ‘sucesso’
a deslocarem-se para as grandes cidades para
trabalhar, mas as viagens de regresso a casa durante
as férias parecem desencadear forças para o
reenvolvimento com antigas escolas.
De acordo com pesquisas internas do país, os níveis
globais de envolvimento mais elevados de antigos
alunos em escolas foram encontrados na Finlândia,
seguida pelo Cazaquistão e pelo Gana, com
níveis mais baixos no Brasil, Jordânia e Argentina.
Na Finlândia, reconhecido como o melhor sistema
de educação do mundo pelas suas classificações
de PISA consistentemente elevadas, toda e cada
uma das escolas visitadas tinha uma comunidade
de antigos alunos e os níveis da atividade de antigos
alunos eram elevados.
Enquanto a prevalência de redes é relativamente
consistente, a sua natureza (como são construídas
e sustentadas) e a sua finalidade (quem apoiam e
como) varia bastante. Este capítulo trata de padrões
na prevalência, natureza e finalidade.
Curiosamente, a visibilidade no país de redes
baseadas na escola não refletiu os resultados do
inquérito nacional. Apenas 9% dos finlandeses
adultos inquiridos citou os antigos alunos como tendo
impacto nas suas escolhas de carreira – o nível mais
baixo de influência em todos os países estudados.
Os níveis mais elevados citados foram no Brasil, com
40%. Naturalmente que o apoio dos antigos alunos
aos atuais estudantes ocorrerá informalmente dentro
das comunidades, particularmente em comunidades
mais pequenas onde uma grande proporção terá
frequentado a mesma escola, podendo isto explicar
os resultados do inquérito nacional.
“Talvez tenhamos melhores
oportunidades mas todos os alunos
precisam de aconselhamento.
Conseguimos falar com as
melhores pessoas do setor, mas
todos precisam disso.”
Aluno de Escola Privada, Jordânia
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1.1 Como São Criadas as
Comunidades de Antigos Alunos
Não existem exemplos de diretrizes nacionais ou
de melhores práticas partilhadas sobre alunos
envolvidos em qualquer país visitado.
Na passagem de um diretor escolar para o
seguinte, ninguém sabia o que o anterior tinha feito.
No Cazaquistão, por exemplo, nove em cada dez
escolas visitadas estavam ativamente envolvidas
com os seus antigos alunos mas o Diretor Escolar
da décima disse-nos que um programa desses
‘nunca funcionaria no Cazaquistão’.
Existiam, no entanto, padrões gerais quanto ao modo
como as comunidades de antigos alunos eram
geradas. Estes foram sintetizados em seis formas e são
sintetizados a seguir.
Figura 7: Nível de Envolvimento de Antigos
Alunos em Escolas no Cazaquistão
10% 10%
Nenhum
80%
Anual
Integrado
1.1.1 Cultura e Eventos Nacionais
Embora não existissem nos países visitados diretrizes
nacionais para a construção de comunidades de
antigos alunos, uma cultura de reunião em alguns
países facilitou as relações contínuas entre escolas e os
seus antigos estudantes.
No Cazaquistão e no Gana, as reuniões de escola são
altamente valorizadas. A grande maioria das escolas
no Cazaquistão e um número significativo de escolas
visitadas no Gana4 baseiam o envolvimento dos seus
antigos alunos em torno de cerimónias anuais de
entrega de prémios e discursos ou uma cultura de
semanas de ‘regresso a casa’. No Cazaquistão,80%
das escolas visitadas envolviam-se anualmente com a
“Comemoramos o nosso
10.º aniversário de formatura
durante três dias. No primeiro
dia reunimos com a escola e
com o diretor e no segundo dia
encontramo-nos para uma festa
num restaurante.”
Antigo Aluno, Cazaquistão
comunidade dos seus antigos alunos, com mais 10% a
atingir um nível ‘integrado’ no envolvimento de antigos
alunos na vida da escola.
Em 25 de maio, no Cazaquistão, as escolas de todo
o país abrem as suas portas a antigos alunos que se
encontram com os seus antigos professores - muitas
vezes trazendo ofertas como flores ou chocolates
como agradecimento pela educação e apoio que
receberam quando estavam na escola. Por vezes
falam ainda com grupos de estudantes sobre as suas
experiências pós-escolares.
No Gana, o ‘Dia ou Semana de Regresso a Casa’
anual para antigos estudantes proporciona eventos
âncora para o envolvimento de antigos alunos com
estudantes atuais. Em ambos os países, são populares
as reuniões para comemorar o quinto, décimo ou
vigésimo ano de graduação dos antigos alunos.
Estudo de Caso: Construir uma
Cultura Nacional de Antigos Alunos
no Reino Unido
Onde não tiver existido uma cultura nacional de
eventos envolvendo alunos, não há razão para
que não possam ser lançadas novas campanhas
para a criar. 2013 assistiu ao lançamento pela
a Future First UK de uma campanha anual da
‘Semana de Regresso à Escola’, com um jornal
nacional, o i, e a União Nacional de Estudantes a
promoverem uma semana de voluntariado de
antigos alunos, em cada mês de outubro, nas
escolas a nível nacional.
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Estudo de Caso: Presidentes de Turma
no Gana
Numa escola de elite em Acra, o Presidente
de Turma do grupo de cada ano foi coroado
Presidente da Associação de Antigos Alunos
na sua cerimónia de formatura. Tinham uma
responsabilidade não escrita de manter o
contacto com o grupo do ano para organizar
reuniões mensais. Estas interações fomentaram
fortes laços, o que se tornou bastante claro
quando a mulher de um antigo estudante
faleceu. O grupo do seu antigo ano entrou em
cena e angariou fundos para o funeral e as
propinas dos seus dois filhos. Como disse um dos
antigos alunos: “somos irmãos e a escola é a
nossa mãe, olhamos uns pelos outros.
1.1.2 Envolvimento Promovido por Antigos Alunos
Em mais de dois terços dos casos em que as escolas
estão em contacto com os seus antigos estudantes,
a iniciativa parte mais dos antigos alunos do que da
própria escola.
O envolvimento de estudantes universitários que
estudam fora do seu local de residência é comum,
pois o regresso periódico a casa dos seus pais durante
as férias proporcionam oportunidades regulares para
visitar a sua escola. As visitas improvisadas oferecem
uma plataforma para os professores chegarem à
fala com antigos alunos e pedir-lhes que apoiem
atividades na escola ou que falem com estudantes.
No Gana e no Cazaquistão, onde existia uma
tradição de reuniões, os antigos alunos podem
organizar atividades com a sua turma de
graduação, no seu décimo aniversário, com ou
sem contacto da sua escola.
1.1.3 Envolvimento de Antigos Alunos Promovido
pela Escola
O envolvimento promovido pela escola é
geralmente liderado por professores individuais ou
dirigentes escolares, em vez da própria instituição.
Cerca de 20% das escolas visitadas mantêm alguns
registos dos dados de contacto de antigos alunos
e apenas 10% possui bases de dados institucionais,
pelo que a divulgação proactiva tende a assentar
nas relações individuais. Isto pode conduzir a
uma rutura da comunidade quando saírem esses
membros da equipa.
Nestas situações, os professores individuais tendem a
procurar antigos alunos que sabem ser bem-sucedidos
ou com os quais mantêm contacto (muitas vezes
através do Facebook) e convidam-nos para palestras
sobre carreiras e clubes extracurriculares.
Em inúmeros casos na Argentina, um professor
reformado que quisesse continuar envolvido na
comunidade escolar de forma permanente, faria
de modo a manter os antigos alunos atualizados
e envolvidos.
1.1.4 Desenvolvimento de Clubes de Antigos
Alunos Independentes
O desenvolvimento de clubes de antigos alunos
independentes ou semi-independentes dinamizados
por líderes de antigos alunos voluntários está
presente, mas é raro, em escolas públicas e são
muito mais comuns em escolas privadas. Em alguns
casos de escolas privadas, encontramos pessoas
pagas a tempo inteiro que dirigem estes clubes,
prestando apoio à liderança voluntária e ajudando a
coordenação entre o clube e a escola.
Curiosamente, todos os clubes de antigos alunos
encontrados nos seis países tinham como principal
objetivo servir os antigos alunos e não tanto os
estudantes atuais. O seu objetivo secundário era
apoiar a escola financeiramente, ou de outra
forma, e ajudar os estudantes atuais era apenas um
objetivo de terceiro nível.
Esta hierarquia de intenções, em alguns casos, conduzia
a uma tensão entre a escola (que daria prioridade a
donativos e apoio para os atuais estudantes) e o Clube,
que dava prioridade à angariação de atividades para
destinadas aos antigos alunos.
1.1.5 Acesso Permanente a Instalações
e Apoios da Escola
Algumas escolas na Argentina e na Finlândia, e
universidades em todos os países incluídos no estudo,
concedem acesso vitalício a estudantes às suas
instalações e apoios.
Uma universidade da Argentina afirmava que
“a UADE é a casa deles, são sempre bem-vindos.”
Explicam que é importante oferecer aos antigos
alunos estes benefícios para que mantenham o
contacto com a sua antiga instituição de ensino
a apoiem.
1.1.6 Gestão Eficaz de Bases de Dados
O envolvimento de antigos alunos através de bases
de dados eficazes era a exceção e não a regra nas
escolas visitadas. No entanto, sem elas a construção
da comunidade torna-se completamente
armadilhada ou extremamente trabalhosa.
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
As bases de dados de antigos alunos foram
encontradas com mais frequência em escolas
privadas, escolas públicas de elite e universidades.
Os clubes de antigos alunos da universidade
usavam habitualmente software especializado
como o serviço Raiser’s Edge ou Cloupia’s HP Data
Management, que é a mesma base de dados
que usam para guardar a informação dos atuais
estudantes. Entretanto, um grupo de universidades
e uma escola de elite desenvolveram a sua própria
base de dados especificamente para gerir os
contactos dos antigos alunos. Essa base de dados
parece ter sido central para o sucesso do seu
envolvimento de antigos alunos.
As bases de dados permitem qualquer contacto
dentro da escola, de modo a assumir a
responsabilidade pela construção de relações com
antigos alunos através de comunicações regulares,
sem necessidade de ligações pessoais.
11
Estas seis avenidas de envolvimento de antigos
alunos são replicadas na vasta experiência da
Future First no Quénia, nos EUA e no Reino Unido.
Se combinarmos a nossa pesquisa inicial nestes
países com os estudos de caso desta pesquisa,
concluímos que nenhum dos nove países - cada
um deles um sistema educativo líder na sua região coordenou programas nacionais de antigos alunos
ou quaisquer guias de melhores práticas, partilha de
conhecimentos ou recursos para as escolas.
De facto, até agora não encontramos nenhum país
fora do Reino Unido que tivesse um sistema desses.
O financiamento pelo Cabinet Office do Reino Unido
de programas de antigos alunos da Future First para
escolas em 2012 pode ter sido o primeiro exemplo
de um apoio governamental a um programa
nacional de antigos alunos. Uma subvenção
única do Governo permitiu à organização passar
a trabalhar com quase 15% de todas as escolas
secundárias públicas e colégios.
Etudo de Caso: Um Gabinete de
Antigos Alunos no Gana
Estudo de Caso: Clubes de
Estudantes no Quénia
Em Acra, Gana, visitamos uma escola pública
de elite que investiu no desenvolvimento de
uma equipa de trabalho para dirigir a sua
rede de antigos alunos, como fazem muitas
universidades e escolas privadas. Esta escola
tinha dois elementos de apoio (ambos
alunos) e dois funcionários internos (que se
tinham graduado recentemente). Recolhiam
sistematicamente notícias sobre a escola
e sobre a sua poderosa base de dados de
milhares de alunos que, por sua vez, ajudavam
a divulgar as informações por uma rede mais
ampla de antigos alunos.
Embora não fossem visíveis ao longo do estudo
clubes de antigos alunos dinamizados por
estudantes, foi recentemente constituído um
com base no trabalho da Future First no Quénia.
Um grupo de estudantes lançou um ‘Clube
Future First’ que é responsável por tudo, desde
ajudar a encontrar um novo antigo aluno para
subscrever à rede da sua escola até falar com
colegas estudantes para decidir que eventos
sociais e de carreira realizar com antigos alunos
e quem convidar e quando.
Este clube assegura que as opiniões dos
estudantes são representadas na elaboração
do programa de antigos alunos e que a gestão
da rede de antigos alunos não exige tempo
escolar significativo do pessoal de apoio.
12
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
1.2 Redes de Antigos Alunos e
Infraestrutura de Comunicações/
Tecnológica
A tecnologia não pode ser vista como um
pré-requisito para redes de alunos. No Gana e
também no Quénia, as redes mantiveram-se com
eficácia durante muito tempo sem a presença
de infraestruturas de comunicações fortes.
No entanto, a infraestrutura de comunicações
baseada na internet marcará uma grande
diferença quanto à capacidade de criar,
suportar e maximizar redes de antigos alunos.
A ampla utilização de SMS no Gana e a popularidade
de redes sociais, como o Facebook, faz com que seja
mais fácil do que nunca localizar e contactar antigos
estudantes. A divulgação de mensagens usando
diretamente estes canais é muito apreciável.
O acesso a registos eletrónicos – mesmo que por
vezes tão básicos como uma folha de cálculo –
torna a manutenção de redes de alunos muito mais
eficiente. Usar uma base de dados avançada que
possa interagir com o Facebook, o LinkedIn e outras
plataformas, manter registos da localização e de
atividades preferidas de cada um dos antigos alunos,
coordenar fusões de endereços e o envio de SMS com
respostas atualizadas automaticamente nos registos
individuais promove a eficiência.
“(Um antigo aluno orador)
terá muito mais impacto
porque lhe irá falar na
linguagem que melhor
conhecem. Irão ouvi-lo
melhor do que aos professores
ou specialistas.”
Dirigente Escolar, Gana
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
13
1.3 Como as Comunidades de
Antigos Alunos Apoiam os Jovens
Embora as redes de antigos alunos encontradas
tivessem historicamente tendência para se
centrar na ligação dos alunos entre eles, existem
excelentes exemplos de melhores práticas em
todos os países visitados, com situações em que
os antigos alunos são mobilizados para apoiar os
atuais estudantes
A gama de atividades realizadas por antigos alunos é
ampla, mas cada atividade enquadra-se geralmente
numa de nove formas identificadas de mobilização:
1.3.1 Modelos Educativos e de Carreira: Oradores
na Escola
Esta é a forma de mobilização de antigos alunos
mais comum em todos os países, salvo o Brasil.5 Em
63% das escolas visitadas em que estão envolvidos
antigos alunos na comunidade escolar, em que
o seu apoio inclui ou se baseia exclusivamente
em palestras sobre ensino superior, empregos e
percursos de carreira.
“É mais do que um encontro
próximo. É mais fácil para
[estudantes] se relacionarem
devido à experiência partilhada.”
Diretor Escolar, Argentina, sobre o poder dos antigos
alunos como modelos funcionais
Algumas palestras fazem parte de dias ou meios-dias
de carreiras planeados (como é habitualmente o
caso na Finlândia e em escolas de elite nos restantes
locais), enquanto outras estavam integradas em
eventos importantes do calendário escolar (por ex.
antigos alunos no Cazaquistão e no Gana regressam
para falar nas cerimónias de formatura da escola).
Noutros casos, realizam-se de forma pontual como
alunos que visitam a escola.
O Modelo da Future First
A experiência da Future First UK no desenvolvimento
de palestras de antigos alunos para dezenas
de milhares de estudantes mostrou que eventos
estruturados em linha com o currículo, elaborando-os
em estreita colaboração com a equipa da escola e
a facilitação são chaves para o sucesso.
Os planos de aulas garantem uma estrutura clara e
um facilitador garante que as sessões são interativas
e que e os tópicos principais das histórias dos antigos
alunos estão ligados com as atuais experiências e o
foco dos estudantes.
Os formatos de evento padrão da Future First são:
• Grandes assembleias de 100 a 500 estudantes
com duração de 30 a 45 minutos envolvendo,
idealmente, três a cinco antigos estudantes;
• Workshops para 15 a 30 estudantes sobre um
tópico que seja especificamente relevante para
eles que pode ser promovido por 2 a 3 antigos
estudantes e durar 45 minutos a uma hora.
Podem ser alargados para duas horas para incluir
trabalho de grupo. A nossa avaliação mostra
que estes são mais proveitosos para os jovens do
que as grandes assembleias.
1.3.2 Fornecedores de experiência laboral
A cultura de experiência laboral formal é mais forte
em alguns países do que noutros e, por isso, envolver
antigos alunos com esse processo durante o período
escolar constitui uma opção apenas numa minoria
dos países visitados.
Esta forma de mobilização foi encontrada com
consistência apenas na Argentina e na Finlândia, onde
as escolas vocacionais em particular possuem um
programa de experiência laboral formalizado como
parte do seu currículo. Essas escolas procuram lugares
junto de antigos estudantes e de empresas locais.
1.3.3 Angariadores de fundos ou doadores (em
dinheiro ou em espécie)
Cerca de 10% das escolas visitadas angariaram
recentemente fundos de antigos alunos e 15%
aceitaram doações em espécie. Estes casos
estavam mais concentrados no Gana quanto aos
donativos em dinheiro e no Cazaquistão quanto
ao apoio em espécie, 67% das escolas visitadas No
Figura 8: Atividades dos Alunos Atuais por Tipo
% de escolas que envolvem antigos alunos em
atividades6
Tutoria
Ensino
Voluntariado em Clubes
Mentorização
Histórias de Sucesso
Donativos em dinheiro
Donativos em espécie
Experiência laboral
Conselho de Curadores
5%
16%
16%
12%
63%
12%
14%
6%
5%
14
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Estudo de Caso: Dias de Carreiras
na Jordânia
Uma das escolas visitadas na Jordânia realiza
anualmente dias de carreiras em que todos os
estudantes estão dispensados das aulas durante
um dia e se realizam palestras sobre carreiras,
workshops de entrevistas simuladas e workshops
sobre CV em toda a escola. No evento do ano
passado estiverem envolvidos 40 voluntários, 90%
dos quais eram antigos alunos. O impacto deste
dia foi claro no grupo de foco com estudantes,
em que mencionaram espontaneamente que
este foi um dos fatores que mais influenciaram as
suas escolhas universitárias e de carreira.
Gana receberam donativos da sua comunidade
de antigos alunos. O inquérito nacional mostrou
também a arreigada cultura de doação no Gana.
61% dos adultos inquiridos pretendiam efetuar
donativos à sua antiga escola, uma percentagem
mais elevada do que em qualquer outro país.
Os donativos em dinheiro no Gana normalmente
são feitos com um grupo de antigos alunos a
negociar uma compra em representação da escola,
em vez de oferecerem dinheiro, e nas escolas do
Cazaquistão, que não podem receber donativos
em dinheiro, espera-se que os antigos alunos façam
donativos de equipamento ou sob a forma de apoio
em espécie com renovações.
Em escolas privadas, a angariação de fundos
de bolsas escolares é uma atividade comum e o
patrocínio de estudantes individuais no âmbito da
filantropia escolar é uma prática comum e uma
motivação comum para donativos. Por exemplo,
uma escola privada fora de Amã, Jordânia, recebeu
donativos para financiar propinas escolares de
estudantes economicamente desfavorecidos.
1.3.4 Voluntários em clubes extracurriculares
In Argentina and Kazakhstan, extra-curricular clubs
for students are prevalent and often involved alumni
volunteers. In Kazakhstan, particularly in poorer urban
areas, school leaders emphasised the importance
of keeping their students in school and away from
potential trouble. Kazakh schools had the widest array
of after-school activities and these are made possible
in many cases thanks to alumni volunteers.
Na Finlândia, inversamente, não há essas
oportunidades porque as atividades extraescolares
tendem a basear-se em centros de juventude e
não nas escolas.
1.3.5 Professores ou assistentes de ensino
Uma tendência recorrente é a presença de antigos
estudantes entre o pessoal docente, particularmente
em áreas mais rurais, em que os próprios dirigentes
escolares são muitas vezes antigos estudantes.
Por exemplo, na Finlândia 33% das escolas visitadas
disponibilizaram um conjunto de cargos provisórios
de assistente de ensino para novos finalistas
que ainda não foram para a universidade. Esta
abordagem não só resolveu uma necessidade
da escola, como também ajudou a melhorar as
qualificações dos novos finalistas.
1.3.6 Tutores
Nas escolas visitadas no Gana, os antigos alunos
são mais frequentemente contratados como
tutores ou professores assistentes. Os antigos alunos
disponibilizam apoio académico para estudantes
que tenham ficado para trás ou estejam a ser
reintegrados no sistema depois de terem estado
afastados. Os diretores escolares explicaram que
rapidamente conquistaram o respeito dos estudantes
porque vinham da mesma comunidade local.
Figura 9: Intenção de Adultos Efetuarem
Donativos à Sua Antiga Escola (%)7
Argentina
“Os estudantes necessitam de ter
uma experiência do mundo do
trabalho antes de serem antigos
alunos e de estarem lá fora.”
Diretor Escolar, Mercedes, Argentina sobre o valor
da apresentação de experiência laboral pelos
antigos alunos
Brasil
Finlândia
Gana
Jordânia
Cazaquistão
44%
42%
11%
61%
53%
38%
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
1.3.7 Construção da comunidade
Muitos Diretores Escolares que encontramos
manifestaram a sua convicção de que os seus antigos
alunos contribuem em larga escala para a construção
da comunidade e da cultura escolar.
Por exemplo, na Argentina, uma das escolas com
desempenho de topo convida o grupo de graduados
da escola mais recente a regressar à escola para
o primeiro dia de cada ano académico, para
‘acompanhar’ a entrada do grupo seguinte na escola
e integrá-los na cultura da escola.
1.3.8 Gestores Escolares
No Gana, uma política nacional determina que pelo
menos dois membros de um órgão de gestão de uma
escola sejam antigos estudantes. Esta disposição não
aparece em qualquer outro lugar, embora o trabalho
da Future First no Reino Unido tenha assistido a um
crescente interesse de adultos em assumir a gestão
das suas antigas escolas.
15
1.3.9 Mentorização
Salvo na escola ganesa, poucas foram as evidências
de programas de mentorização de antigos alunos,
embora os Diretores Escolares – na média de toda
a amostra - a classifiquem coomo a sua segunda
modalidade favorita de mobilizar antigos alunos.
A Future First UK está em pleno desenvolvimento
de um programa de mentorização presencial
para implementar na sua rede de escolas. Este,
juntamente com a sua ainda não testada plataforma
de “e-mentoring” de antigos alunos, irá oferecer
informações quanto à possibilidade de programas de
mentorização assentes na tecnologia ou programas de
mentorização de curto prazo funcionarem em escala.
“Quando eles (antigos alunos)
regressam para ensinar,
os estudantes vêem-nos
como modelos funcionais.
Querem ser como eles.”
Diretor Escolar, Gana
Estudo de Caso: Integração do
Currículo na Finlândia
Estudo de Caso: “Pais” Escolares
no Gana
Numa escola finlandesa, uma professora de ciência
altamente empenhada está a experimentar a
integração da educação de carreiras de antigos
alunos no currículo da escola. Isto reflete um sentimento
popular entre os dirigentes escolares de que os antigos
estudantes podem ajudar os atuais estudantes a
compreender a relevância dos seus estudos.
A professora pede a voluntários de empresas locais e
da rede de antigos alunos para irem à sala de aula
e falarem sobre como as matérias do currículo atual
se transferem para as atividades do local de trabalho
para mostrar “o que é importante na escola.”
Uma abordagem inovadora à mentorização foi
encontrada numa escola ganesa de uma zona
periurbana muito pobre de Acra, onde no núcleo
de uma forte comunidade de antigos alunos se
encontra um sistema de ajuda mútua na escola
que se estende para lá dos portões da escola. O
programa observa alunos recém-chegados à escola
associados a estudantes do último ano. Estes ‘pais
da escola’ e ‘mães da escola’ ajudaram os novos
estudantes a instalarem-se, a percorrer o seu percurso
escolar e mesmo a manterem-se em contacto
depois de os ‘pais’ se terem formado. Em alguns
casos, levaram os seus ‘parceiros’ para a universidade
e aconselharam-nos sobre cursos. Claramente os
estudantes que foram entrevistados no grupo de
foco na escola beneficiaram do programa. Um
afirmou que “mantemos o contacto com os nossos
pais e mães da escola, eles motivam-nos a sério!”
Estudo de Caso: Articular Antigos
Alunos e Estudantes para Realizar
Estágios
De modo a assegurar uma cuidada articulação de
estudantes e antigos alunos para a realização de
estágios, uma escola de elite jordana realiza inquéritos
de carreira para todos os estudantes, de modo a
identificar os seus interesses de carreira, competências
e motivações.
Depois colocam estudantes em estágios
disponíveiscom antigos alunos tendo por base campos
de interesse.
16
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Capítulo 2: Oportunidade
Embora existam redes de antigos alunos nas
escolas em países do mundo inteiro, para além
das escolas de elite as redes existentes possuem
níveis relativamente baixos de envolvimento e
mobilização. Manutenção de registos, estratégias
de comunicação e disseminação de melhores
práticas de fraca qualidade, tudo fatores que
parecem contribuir para essa situação.
Os inquéritos nos países pesquisados mostram
de forma consistente, no entanto, que existe um
significativo potencial não aproveitado para
envolver antigos alunos. Apenas 4% de adultos
mencionaram fazer parte da rede de antigos
alunos da sua escola. Porém, 50% estariam
interessados nisso.
Figura 10: Contributos de Antigos Alunos - Propensão e Prática (%)8
3%
42%
2%
49%
2%
42%
2%
51%
2%
53%
4%
50%
Registar-se em rede de
antigos alunos
Falar sobre empregos e/
ou educação
Apresentar experiência
profissional
Doar dinheiro
E-mentor/mentor
Voluntário em clubes
escolares
Já fez isto
Disponível para fazer isto
Em cada país, o desejo expresso de retribuir as suas
antigas escolas, seja como modelos funcionais
de carreiras, mentores, doadores, fornecedores
de experiência laboral ou voluntários revelou-se
ligeiramente mais elevado entre antigos alunos de
escolas públicas do que de escolas privadas.
“A [Future First] é muito
interessante porque isso acontecia
aqui através de professores e
coordenadores mas nunca de um
modo formal. Definitivamente seria
bom que se fizesse formalmente.”
Figura 11: Propensão dos Adultos para o Voluntariado Antigos Alunos de Escolas Públicas vs Privadas (%)9
57%
61%
60%
54%
55%
52%
46%
38%
54%
47%
41%
38%
Registar-se em rede
de antigos alunos
Falar sobre
empregos e/ou
educação
Apresentar
experiência
profissional
Doar dinheiro
E-mentor/mentor
Voluntário na escola
Diretor Escolar, Pernambuco, Brasil
Pública
Privada
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
17
2.1 Potencial Não Explorado
Os antigos alunos não estão apenas interessados
em aderir a uma rede, mostram também uma
forte propensão para retribuir ativamente os
estudantes da sua antiga escola.
53% dos adultos em geral pretendem regressar à
sua antiga escola para falar sobre o seu emprego
e percurso de carreira e 51% pretendem oferecer
um estágio profissional a um atual estudante da sua
antiga escola.
Existem variações ao longo da amostra. No Brasil
e na Jordânia, a mentorização era a forma mais
popular de apoio que os adultos pretendiam
oferecer aos jovens da sua antiga escola, com uns
elevados 65% de adultos no Brasil a afirmar que
provavelmente ou muito provavelmente seriam
capazes de promover mentorização.
Sendo os donativos de antigos alunos à sua antiga
escola a atividade menos popular entre todos os
países, os valores que indicam que pretenderiam
fazer um donativo continuam a ser suficientemente
amplos para transformar a angariação de fundos
baseada na educação em todos os países visitados.
A Finlândia é o país com a menor propensão para
retribuir neste estudo. Todavia, se observarmos a
dimensão potencial da oportunidade olhando
para as taxas de respostas como uma proporção
da população total, mostra-se que estão disponíveis
mais de 543.000 voluntários, 1,2 milhões de modelos
funcionais de carreira e US$ 87,2 milhões de
donativos. Isto equivale a US$ 199.000 por escola
superior11. Por isso o potencial é substancial.
Entretanto, na Finlândia, há mais adultos a pretender
oferecer, mais do que qualquer outra coisa, um
estágio profissional a estudantes na sua antiga escola.
Figura 12: Propensão de Voluntariado dos
Adultos por País e Tipo (%)
Argentina
Brasil
Finlândia
Gana
Jordânia
Cazaquistão
56%
65%
63%
44%
57%
48%
65%
63%
62%
42%
65%
61%
31%
38%
39%
11%
32%
17%
Registar-se em rede de
antigos alunos
Falar sobre empregos e/ou
educação
60%
61%
60%
61%
59%
58%
Experiência laboral
48%
54%
46%
53%
55%
45%
Voluntário
39%
38%
35%
38%
23%
21%
Doar dinheiro
E-mentor/mentor
18
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Globalmente há estas quantidades tão significativas
de antigos alunos prontos para contribuir que as
escolas nunca teriam capacidade para tirar partido
de todas as oportunidades de apoio disponíveis.
Os inquéritos concluíram que a probabilidade de os
antigos alunos de todas as idades retribuírem está
a níveis similares, apenas com uma ligeira diferença
dessa intenção conforme as categorias etárias.
O grupo com menor probabilidade de retribuir à
sua antiga escola é o grupo da fase mais inicial da
carreira, com idades de 25 a 34 anos. Curiosamente,
estes jovens adultos são os apresentam uma maior
probabilidade de doar dinheiro à sua antiga escola,
com 36% a querer fazê-lo. Parece que, enquanto
o tempo de voluntariado pode ser limitado devido
à concentração no trabalho, ficam satisfeitos por
apoiar financeiramente a sua antiga escola.
Figura 13: Dimensão dos donativos com que
antigos alunos pretendem brindar as suas antigas
escolas se convidados a fazê-lo (% de antigos alunos)10
Argentina
Brasil
Finlândia
Gana
Jordânia
Cazaquistão
27%
44%
8%
45%
20%
9%
34%
5%
1%
64%
13%
6%
49%
14%
5%
50%
11%
0%
< US$100
US$100-500
>US$500
Figura 14: Propensão dos Finlandeses Adultos para Retribuir a Sua Antiga Escola
Voluntariado - antes ou depois dos clubes das escolas
E-mentor/Mentor
Doar dinheiro
Apresentar experiência profissional
Regressar e falar sobre empregos/formação
Registar-se em rede de antigos alunos
17%
32%
11%
39%
38%
31%
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
19
Capítulo 3: O Valor das Redes de
Antigos Alunos
3.1 Interpretações de Diferentes
Intervenientes do Valor das Redes
de Antigos Alunos
3.1.1 Jovens
Em todos os países de caso, uma percentagem
significativa da população jovem pretende que o
envolvimento de antigos alunos faça parte do apoio
da sua carreira escolar. A forma mais desejada de
apoio das carreiras escolares é uma combinação de
aconselhamento informal de antigos alunos e serviços
formais de consultoria de carreiras.
Esta combinação de aconselhamento formal,
imparcial misturado com estudos de caso da vida
real, histórias pessoais, análise de carreira e acesso a
oportunidades é promovida pela Future First como a
melhor abordagem ao apoio de carreiras.
Este sentimento foi confirmado por jovens dos grupos
de foco em todos os países visitados. Como explicou
um estudante Cazaque: “É bom ouvir consultores
de carreira e graduados… é importante ouvir os
graduados porque se sentarem nas mesmas salas de
aula e por isso estamos próximos deles.”
Os grupos de foco em todos os países demonstraram
a enorme influência que os indivíduos empregados
têm sobre os jovens. Quase metade dos jovens
encontrados no estudo que tinham um percurso de
carreira firme era capaz de mencionar um adulto
que conheceram pessoalmente nesse trabalho.
Esses resultados mostram o impacto crítico dos
modelos funcionais individuais sobre os jovens.
Isto cria dois desafios fundamentais em
comunidades menos abundantes e menos bem
organizadas em rede.
Figura 15: % de jovens que querem que os antigos
alunos façam parte do apoio das suas carreiras12
Brazil
Ghana
Finland
Jordan
Kazakhstan
45%
74%
59%
61%
55%
Figura 16: Resposta dos jovens argentinos à
pergunta: ‘Quantas Pessoas Conhece numa
Função que Gostaria de Exercer?’
3%
28%
36%
Não sabe
32%
Poucas pessoas
Algumas pessoas
Bastantes pessoas
O primeiro é que os jovens com poucos recursos têm
menos acesso a estes modelos funcionais de carreira
fundamentais. O inquérito global mostrou que um
quarto dos jovens de escolas públicas conhecia
poucas pessoas, ou nenhuma, num emprego
que gostariam de exercer, o que os coloca numa
enorme desvantagem.
‘Conheci um engenheiro há uns anos e
gostaria de fazer isso.’
‘Tenho um amigo que é um ex-estudante
daqui que faz isto (marketing).’
‘Tenho tios e tias que são advogados e
consigo ver-me a fazer o mesmo.’
Estudantes, Brasil, sobre o que pretendem fazer e
quem influenciou essa decisão
O segundo desafio é que o enquadramento familiar
possa ser reforçado e os jovens com menos do que uma
gama de modelos funcionais possam presumir que as
pessoas gostam que eles façam um determinado tipo
20
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
“É bom quando os antigos
alunos vêm falar porque alguns
estudantes não conhecem os
requisitos do recrutamento para
diferentes trabalhos, mas os
antigos alunos apresentam os
desenvolvimentos mais recentes.”
Diretor Escolar , Gana
de trabalho, o que pode limitar a ambição ou o âmbito
das suas opções de carreira e de formação.
Em algumas culturas, a forte influência parental
sobre as escolhas de carreira pode ter desvantagens
e vantagens. Os inquéritos a jovens no Gana, uma
das economias com crescimento mais acelerado
e em mudança mais rápida no mundo, mostraram
que 83% dos jovens são “muito influenciados” pelos
seus pais nas suas escolhas de carreira. Os pais dos
estudantes ganeses dos nossos dias cresceram numa
economia que é totalmente diferente daquela
em que os seus irão entrar, pois o país caminha no
sentido de uma economia industrial e baseada no
conhecimento com uma crescente privatização13.
Isto limita também o âmbito do aconselhamento
que os adultos podem dar aos atuais jovens.
A famosa estatística de que 65% dos empregos em
que os nossos filhos irão trabalhar ainda não foram
inventados14 limita intrinsecamente a possibilidade
dos pais darem os conselhos de carreira atuais e
relevantes que os consultores mais próximos (como
antigos alunos, primos e irmãos mais velhos) podem
dar. De igual modo, os professores – a segunda maior
influência sobre escolhas de carreira – tendem a ter
uma exposição limitada ao mercado de trabalho e
falta de informação atualizada.15
Por estas razões, é importante que existam
programas para expor os jovens a adultos (e a jovens
adultos em particular) em tantas carreiras quanto for
possível, de modo a poderem fornecer inspiração
e informação que seja relevante para o mercado
de trabalho dos nossos dias. A pesquisa no Reino
Unido mostra que as pessoas que forem capazes
de estabelecer quatro ou mais interações com
empregadores enquanto estiverem na escola, terão
menos 80% de probabilidade de ficar afastados da
educação, emprego e formação do que aqueles
que não conseguem estabelecer quaisquer
interações.16
Uma parte interessante da pesquisa era a limitada
diferença visível entre géneros. Os níveis de confiança
entre géneros estão muito alinhados e a partir de
50 entrevistas com dirigentes escolares, fazia pouco
sentido que os percursos entre rapazes e raparigas que
se formam nas escolas superiores fossem diferentes.
Uma nova geração de jovens raparigas está a
crescer num mundo que é claramente mais igual do
que aquele em que as suas mães cresceram mas,
como consequência, faltará mais acesso a modelos
funcionais relevantes disponibilizados para os jovens.
Isto revelou-se claramente nos inquéritos nacionais
a jovens adultos na Jordânia, em que as mulheres
jovens consideram o modelo da Future First quando
duas vezes mais útil do que os rapazes. Este resultado
é reflexo do mercado de trabalho jordano, em que
as mulheres são cada vez mais bem educadas do
que os homens, mas sofrem desproporcionalmente
mais com o desemprego.17
3.1.2 School Leaders
93% dos Diretores Escolares entrevistados no âmbito
da pesquisa afirmou que o apoio à criação e
maximização de comunidades de antigos alunos seria
útil na sua escola. Esta reação foi uma combinação
da sua crença no valor do envolvimento de antigos
alunos e a sua preocupação de que a atual
abordagem não era tão sistemática ou informada
pelas boas práticas como poderia ser.
Figura 17: % de jovens na Jordânia que dizem
que a Future First seria úti18
Masculino
Feminino
30%
54%
Quando questionados sobre como a escola ajudou
os estudantes a prepararem-se para o seu futuro,
41% dos Diretores Escolares mencionaram o apoio
“No primeiro ano de escola,
quando se fala sobre a universidade,
os estudantes pensam que é um
sonho e que não pode acontecer.
Depois veem ex-estudantes e
acreditam que isso lhes pode
acontecer a eles também.”
Diretor Escolar em Pernambuco, Brasil
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Figura 18: Tipos de Apoio de Antigos Alunos
Desejados por Diretores Escolares (Escala 1-5)19
Falar sobre carreiras/educação
Fornecer experiencia laboral
Mentores/E-mentores
Doadores
Voluntários em clubes escolares
3.7
2.9
2.7
2.2
1.9
dos seus antigos alunos sem lhes ser dada qualquer
pista, e um total de 89% de dirigentes escolares
afirmaram que estão de algum modo em contacto
com eles. O conceito não é novo mas a aplicação é
presentemente limitada.
Quando se pergunta se os antigos alunos possuem
algum valor específico sobre outros adultos
empregados que pretendam oferecer estes tipos de
apoio a estudantes, muitos dirigentes escolares foram
rápidos a dizer ‘com certeza.’
Dos países estudados, o que apresenta níveis atuais
de menor envolvimento de antigos alunos, o Brasil,20
foi o que teve o nível mais forte de interesse na
criação de comunidades, com todos os Diretores
Escolares entrevistados a dizer que o modelo da
Future First seria útil. A maior parte dos Diretores
Escolares indicou que existia uma necessidade
significativa de comunidades de antigos alunos
devido à falta de apoio em casa. Conforme referiu
um Diretor Escolar numa das áreas mais pobres,
“os estudantes precisam muito dos pais, mas a sua
geração não é muito bem sucedida (e por isso não
pode prestar aconselhamento)”. Sentia como a
comunidade de antigos alunos poderia ser capaz de
mostrar aos estudantes o que é possível, atendendo
ao défice de modelos funcionais dos pais. A crença
em comunidades de alunos também foi visível no
inquérito nacional aos jovens: 89% dos inquiridos
sentia que poderia ser útil receber apoio de uma
comunidade de antigos alunos.
21
3.1.3 Governo
O apoio de governos locais e nacionais à ideia de
programas de antigos alunos em escolas públicas foi
considerado muito forte em todos os países visitados.
A lógica por trás do apoio governamental a redes de
antigos alunos varia de país para país, conforme as
prioridades locais, embora a ideia de fornecimento de
acesso a modelos funcionais de carreira aparecesse
como uma prioridade em todos os países.
Conforme explicou um representante governamental
ganês,“ deveremos instalar projetos piloto em áreas
de baixo rendimento onde a educação como
ferramenta de desenvolvimento societário está
a perder o seu efeito… Os agricultores nas áreas
de cultivo do cacau podem não ver a lógica da
educação porque os seus filhos também serão
cultivadores de cacau, mas temos de lhes mostrar
como ser lideres do negócio.”
Este sentimento foi refletido também no desejo do
Ministério da Educação Queniano de alargar as
atividades de antigos alunos para fora de Nairobi e
para as áreas mais pobres e rurais, onde o seu valor foi
percebido como sendo muito superior.
Os representantes governamentais também falaram
do alinhamento do programa com temas de
mobilidade social, fortalecimento de comunidades
escolares e disponibilização de acesso prático a
aconselhamento e oportunidades.
De facto, todas as entrevistas com entidades
governamentais foram seguidas por uma conversa
espontânea sobre se a Future First poderia ou deveria
considerar a implementação prática naquele país.
“Uma das coisas mais
importantes quando se olha para
a equidade é o enquadramento
familiar. Se vier de uma
boa família, tem uma boa
orientação.”
Conselho Nacional da Educação da Finlândia
22
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Conclusão
Não há dúvida de que as redes de antigos alunos
podem ser usadas para ajudar os jovens a
percorrer a transição da escola para o emprego
e a apoiar as escolas a financiar atividades
extracurriculares e projetos de infraestruturas.
As melhores práticas atuais em escolas privadas,
escolas públicas de elite e universidades
mostram apenas como pode ser o impacto desta
intervenção quando implementada eficazmente.
No entanto, o atual padrão de níveis elevados de
atividade dos antigos alunos em escolas de elite
comparado com escolas regulares, apesar da igual
propensão para retribuir entre os antigos alunos de
todos os tipos de escola, tem um impacto líquido
negativo. As redes de antigos alunos atualmente
servem apenas uma pequena parte da sociedade
e reforçam as hierarquias sociais mais do que
facilitam a mobilidade social.
Este documento foi elaborado não apenas para
despertar o pensamento mas, sempre que existir
oportunidade, para promover a ação.
Mostra que o âmbito e dimensão da oportunidade
da oportunidade varia de país para país. Todavia,
mesmo nos países com a menor oportunidade
para adultos que pretendam prestar apoio às suas
antigas comunidades escolares, o potencial não
explorado é significativo.
A Future First pretende suscitar a consciência deste
potencial não explorado através da divulgação deste
relatório e inspirar e educadores do mundo inteiro para
assumir o encargo de construir comunidades junto
de todas as escolas. Esperamos ver outros prestadores
de serviços emergir, trazendo com eles novas ideias e
atividade acrescida.
A Future First International está a ser lançada para
apoiar a atividade de antigos alunos em escolas á
escala internacional. Iremos trabalhar para difundir as
melhores práticas atuais, prestar consultoria e apoio
direto sobre todos os aspetos da criação e mobilização
de redes de antigos alunos, além de ajudar com
soluções tecnológicas.
A força dos governos para promover programas nas
escolas, a força da infraestrutura tecnológica e o nível
de desenvolvimento de uma cultura nacional de
voluntariado de antigos alunos serão os três fatores
chave que determinarão até que ponto é eficiente
para determinado país ou região embarcar num
programa de antigos alunos nas suas escolas.
A nossa visão global é ver um aumento exponencial
no número de escolas que ativamente constroem
comunidades de antigos estudantes lideradas pela
iniciativa de escolas, ONGs e governos. Não há
razão para os jovens não terem acesso à riqueza de
oportunidades e redes de apoio que os seus antigos
estudantes podem proporcionar. A nossa intenção é
garantir que o fazem.
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
23
Agradecimentos
Com muitos agradecimentos às seguintes pessoas que
participaram na pesquisa:
29. Mr Kofi, Diretor Escolar, Escola RC do Imaculado Coração,
Aldeia Cristã Acra, Gana
Lista de entrevistados e Reconhecimentos
30. Grupo de Foco de Professores, Escola RC do Coração
Imaculado, Aldeia Cristã, Acra, Gana
1.
Rabiga Nurbaya, Coordenador do Fundo de
Desenvolvimento Social Universidade de Nazarbayev,Astana
31. Grupo de Foco de Estudantes, Escola RC do Coração
Imaculado, Aldeia Cristã, Acra, Gana
2.
Trufanov Alexey Stefanovich, Diretor, Escola 5, Astana
3.
Larisa Vyacheslavovna, Diretor, Escola 19, Astana
4.
Grupo de Foco de Estudantes na Escola 19, Astana
32. Charles Y.Aheto-Tsegah, Vice-Ministro e Rabiana Azara
Amandi, Diretor do Ensino Não Superior, Ministério da
Educação, Acra, Gana
5.
Zhanat Turysbekovna, Diretor, Escola 7, Astana
6.
Dosbol Zharylgassov, coordenador de projeto e Ekaterina
Artemyeva, Diretor dos Serviços de Língua Inglesa do British
Council, Almaty
7.
Afia Sebekova, Diretor, Escola 162, Almaty
8.
Zhazira Karabalaeva (voluntário) e Aliya Sagin, Komanda SOS,
Almaty
9.
Jessica Howard, Associado de Investigação e
Desenvolvimento, European Foundation Central Asia (EFCA),
Almaty
10. Nurilya Shakhanova, Diretor do Programa de Assistência às
Despesas de Ensino, e Gulmira Jamanova, BOTA, Almaty
11. Danira Usembaeva, Director, Escola Bekmahanova,Toel bi
12. Aiza Estaeva, Escola Makarenko,Tole bi/Schu
13. Klara Kozhagappanova,Departamento de Educação,Schu
14. Mr Turat, Escola NL im. Auezova, Tole bi
15. Almera, Escola Makataeva, Tole bi
16. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Makataeva,Tole bi
17. Kalankas Yesenovna, Escola Lyceum Silk Way, Tole bi
18. Biniyazova Akbota Zholdybayevha, Diretor Escolar, Escola 26,
Almaty
33. Mary Alido-Wumbei, Diretor Escolar, e Mohamed Seini, ViceDiretor Escolar, Escola Superior Choggu Junior, Tamale, Gana
34. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior Choggu Junior,
Tamale, Gana
35. Awari, Diretor Escolar, Escola Superior de Negócios Sénior
(BISCO), Tamale, Gana
36. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior de Negócios
Sénior, Tamale, Gana
37. Saaka, Diretor de Programa, Escola para a Vida, Tamale,
Gana
38. SM Baba, Diretor Escolar; TT Tampuli, Vice-Diretor Escolar e
Osman Wahou, Vice-Diretor Escolar, Escola Superior Sénior de
Savelugu, Savelugu, Gana
39. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior Sénior de
Savelugu, Savelugu, Gana
40. Mariatu Mohammed, Diretor Escolar, Escola Superior Feminina
de Tamale, Tamale, Gana
41. Mary Asobayire Dan-Braimah, Diretor Escolar e Sr. Soka, ViceDiretor Escolar, Escola Superior Sénior do Gana, Tamale, Gana
42. Felix Abagale, Diretor de Associação de Antigos Alunos,
Universidade para Desenvolvimento de Estudos, Tamale
43. Georgina Attopley, Escola Superior de Kinbu
19. Leila Yedygenova, Diretor Executivo e Larissa Gorbunova,
Coordenador de Programas Bilim, Almaty
44. Dr. Shine Ofori, Escola Presbiteriana de Osu
20. Dinara Mustakhayeva, Especialistas em antigos alunos e
bases de dados e Raushan Kanayeva, Vice-Diretor do
Departamento de Desenvolvimento Corporativo, KIMEP,
Almaty
46. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Primária de Wesley
21. Saule Kalikova, Especialista em Educação, SOROS, Almaty
22. Aida Darzhanova, Especialista em RH e Nazym Osserbayeva,
Supervisor de RH, Departamento de Pessoal, KPMG, Almaty
23. Grupo de Foco de Antigos Estudantes das Escolas Públicas
do Cazaquistão, Londres, Reino Unido
45. Victroia Ajyapong, Escola Primária de Wesley
47. Eunice Quarcoopome, Associação de Antigos Alunos de
Achimota
48. Nicole Goldstein, Consultor de Educação, DFID
49. Sr Awuku, Responsável Metro de Acra
50. Presidente de Câmara Alfred Okoe Vanderpuije, Presidente
da Câmara de Acra
51. Hannah Ghanson e Betty Simate,UNV,Acra
24. Maame Nketsiah, Diretor de Programa, Inovações para a
Ação da Pobreza Acra, Gana
52. Dolores Dickinson, CAMFED, Acra
25. Vanessa Ada-Akorsah, Diretor, Escola Especial New Horizon,
Acra, Ghana
54. Gaskin Dassah, NNED, Tamale
26. Charles Tsegha, Vice-Diretor, Serviços de Educação do Gana,
Acra, Gana
56. Kehinde F.Ajayi, Professor Assistente, Departamento de
Economia, Universidade de Boston
27. Sheila Osei Boakye, Diretor Escolar, Academia Prempeh,
Afiyena, Gana
57. Abdul Rahaman, Diretor do Metro de Tamale
28. Grupo de Foco de Estudantes da Academia Prempeh,
Academia Steps e Unidade de Educação Adventista do
Sétimo Dia, Afiyena, Gana
53. Emmanuel Goodwyll, Universidade do Gana
55. Prosper Nyavor, IBIS
58. Diego Ambasz, Responsável Operações Sénior, Banco
Mundial, Argentina
59. Max Gulmanelli, Director General de Educación de Gestión
Estatal, Buenos Aires
24
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
60. Sandra Domínguez, Diretora Escolar, Escuela Dr Antonio
Bermejo, Comercio 2 de 1,Buenos Aires
90. Sandra, Escola Técnica Magalhães, ETEPAM, Recife
61. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela Dr Antonio Bermejo,
Comercio 2 de 1, Buenos Aires
92. Katia Senna e Isabel Correia, Ecos do Futuro, Rio de Janeiro
62. Raúl Otero, Escuela de Musica, Juan Pedro Esnadla, Buenos
Aires
63. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela de Musica, Juan
Pedro Esnadla, Buenos Aires
64. Laura Vázquez, Escuela de Comercio 6 de 13, Conurbano,
Buenos Aires
65. Elena Canadell, EEM 5 de 19, Escuela de Reingreso,
Buenos Aires
66. Abelardo Safons Brondes, Fundacion Honra la Vida,
Buenos Aires
91. Grupo de Foco, Escola Técnica Magalhães, ETEPAM, Recife
93. Oscar Rocha Barbosa, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro
94. Katia Lisboa, Assistente do Diretor e Coordenador
Académico, Colégio Don Euigine, Rio de Janeiro
95. Grupo de Foco de Estudantes, Colégio Don Euigine,
Rio de Janeiro
96. Edson Rocha, Escola de Ensino Médio Pedro Alvarez,
Rio de Janeiro
97. Fátima Pereira da Silva, Colégio Evangelina Porto da Motta,
Rio de Janeiro
67. Carlos Davis, Escuela Técnica 23 de 13, Buenos Aires
98. Grupo de Foco de estudantes, Colégio Evangelina Porto da
Motta, Rio de Janeiro
68. Axel Rivas, Diretor de Investigação, CIPPEC, Buenos Aires
99. Mariza Soares, Instituto Empreender, Rio de Janeiro
69. Walter Papu, Diretor da Associação de Antigos Alunos,
Colegio Nacional, Buenos Aires
100. Marelisa Avila, EC Ignacio Axevado do Amaral, Rio de Janeiro
70. Diego Dalman, Clube de Antigos Alunos da UADE,
Buenos Aires
71. Augustina Cavanagh e Jessica Malegarie, Cimientos,
Buenos Aires
72. Ana Tallano, Inspectora de Educacion, Provincia de
BuenosAires, Mercedes
73. Sandra Almada, Diretora Escolar, Escuela Agraria 1, Mercedes
74. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela Agraria 1, Mercedes
101. Angela Dannemann, Diretora Executiva, Fundação Victor
Civita
102. Grupo de Foco de Antigos Estudantes da Escola Secundária
Finlandesa, Londres, Reino Unido
103. Kristiina Volmari, Conselho Nacional da Educação da
Finlândia, Helsínquia
104. Aki Holopainen, Principal, Munkkiniemen Yhteiskoulu,
Helsínquia
75. Miriam Bea, Diretora Escolar, Escuela 9, Mercedes
105. Grupo de Foco com Estudantes, Munkkiniemen Yhteiskoulu,
Helsínquia
76. Maria del Carmen, Vice-Directora, Escuela Normal Superior,
Mercedes
106. Olli Määtä, Diretor de Relações Internacionais e Markku
Pyysiäinen, Diretor, Helsinki Normal Lyceum,Helsíquia
77. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela Normal Superior,
Mercedes
107. Aki Tornberg e Sieja Rasku,Consultores de Educação,
Ministério da Educação, Helsínquia
78. Christian Ponee, Diretor Escolar, Escuela de Educacion
Tecnica N.º 2, Mercedes
108. Tuomas Kurttila,Diretor Executivo, Liga Filandesa de Pais,
Helsínquia
79. Gilveni Torres, Gestor de Escola Regional, Recife
80. Renata Rodrigues, Departmento de Educação, Recife
109. Milla Rekola, Responsável de Planeamento, Associação de
Estudantes do Ensino Pós-Secundário
81. Patricia Alexandre, Secretária de Estado da Educação,
Rio de Janeiro
110. Maija Hinkman, Professor, Escola Pós-Secundária de Olari,
Espoo
82. Rafael Parente, Prefeitura do Rio de Janeiro
111. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Pós-Secundária de
Olari, Espoo
83. Helena Altenfelder, Diretora Executiva, CENPEC, São Paulo
(entrevista telefónica)
112. Ella Similä, Diretor, Escola Etu-Töölön, Helsínquia
84. Claudenildo Batistuta Junior, Ginásio Pernambuco, Recife
113. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Etu-Töölön, Helsínquia
85. Grupo de Foco de Estudantes, Ginásio Pernambuco, Recife
114. Milla Laasonen, Gestor Executivo da Associação de Antigos
Alunos da Universidade de Metropolia para Ciências
Aplicadas
86. Aldineide de Queiroz, Escola Técnica Estadual Cicero Dias,
Recife
87. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Técnica Estadual
Cicero Dias, Recife
88. Andréa Vieira, Escola de referência em ensino médio
Nóbrega, Recife
89. Grupo de Foco de Estudantes, Escola de referência em
ensino médio Nóbrega, Recife
115. Liisa Jääskeläinen, Administrador, Escola Nummi-Pusulan, Lohja
116. Grupo de Foco de Estudantes na Escola Nummi-Pusulan,
Lohja
117. Katri Kalske, Administrador do Departamento de Educação
de Lohja e Simo Juva, Presidente da Câmara de Lohja
118. Ulrica Karell, Diretor, Escola Superior de Virkby, Lohja
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
25
Referências
119. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior de Virkby,
Lohja
1
Definimos ‘escolas de elite’ como escolas privadas e
escolas públicas que são seletivas, seja por via de exames
seja pela localização.
2
Definimos programas de antigos alunos ‘integrados’ como
visitas mensais por antigos alunos à sua escola no âmbito
de um programa de atividades planeado.
3
A Figura 6 ilustra a média entre países do envolvimento
de antigos alunos, conforme o identificado por diretores
escolares em todas as escolas visitadas, incluindo as
escolas privadas e públicas.
4
Isto era verdadeiro em 80% de escolas no Cazaquistão e
42% de escolas no Gana.
127. Satam Safety Naji Awad, Secretário Geral da Educação,
Ministério da Educação
5
128. May Abuhamdia e Nada Quaddoura no British Council
No Brasil, a mobilização de antigos alunos mais corrente
hoje em dia é o voluntariado em clubes de escolas,
o que foi feito por 25% das escolas entrevistadas.
6
Figura 8: Média entre países do envolvimento de antigos
alunos, conforme o identificado por diretores escolares
em todas as escolas visitadas.
7
Figura 9: Inquérito nacional que ilustra a probabilidade
de adultos efetuarem donativos em dinheiro a sua
antiga escola.
8
Figura 10: Média entre países do inquérito nacional, mostrando
a probabilidade de adultos retribuírem vs. percentagem dos
que já contribuíram para a sua antiga escola.
9
Figura 11: Valores das médias entre países com base em
todos os inquéritos nacionais.
10
Figura 13: Tendo por base inquéritos nacionais.
11
Com base nas respostas da amostra da população em
inquéritos nacionais.
Foi perguntado aos inquiridos quanto pretendiam doar
à sua antiga escola se lhes pedissem para efetuar um
donativo amanhã. As quantias são extrapoladas para
a população total do grupo etário inquirido (19-65).
O montante disponível por escola mostra o montante
total dividido pelo número de escolas superiores
financiadas pelo governo.
12
Figura 15: Tendo por base inquéritos nacionais.
13
AfDB/OECD,2008,Ghana http://www.oecd.org/dev/
emea/40577770.pdf.
14
Cathy N.Davidson (2011),‘Now You See It: How
Technology and Brain Science Will Transform Schools and
Business for the 21st Century’, Penguin.
15
Ofsted (2013),‘Going the Right Direction?’
(http://www.ofsted. gov.uk/resources/going-rightdirection-careers-guidance- schools-september-2012)
[acedido em 05/11/2013).
16
Mann,A (2012) “It’s who you meet: why employer contacts
at school make a difference to the employment prospects
of young adults” Education and Employers Taskforce.
17
Estratégia Nacional para o Emprego da Jordânia 2011-2020,
Ministério do Planeamento e Coordenação Internacional.
18
Figura 17: Com base no inquérito nacional a jovens
jordanos que consideram que o modelo da Future First
seria muito útil.
120. Panu Ruoste, Diretor, Escola Superior de Lohja, Lohja
121. Carina Järf-Ringbom, Diretor, Gymnasiet Lärkan,Helsínquia
122. Grupo de Foco de Estudantes, Gymnasiet Lärkan,Helsínquia
123. Hanna Klinge e Annti Karjalinen, British Council,Helsínquia
124. Vesa Vihervä, Diretor, Escola Makelanrinteen, Helsínquia
125. Grupo de Foco de Estudantes na Escola Makelanrinteen,
Helsínquia
126. Virpi Utriainen, CEO, Junior Achievement, Helsínquia
129. Wafaa Makhamreh, Chege de Organizações Internacionais,
Ministério daEducação, Amã
130. Dr Musa Al Lozi, Universidade da Jordânia, Amã
131. Ghada Saifi, Amman Baccalaureate School, Amã
132. Grupo de Foco de Estudantes, Amman Baccalaureate
School, Amã
133. Associação de antigos alunos, Amman Baccalaureate
School, Amã
134. Deema Bibi, CEO de INJAZ, Amã
135. Deema Al Alami, CEO da Ask Arabia, Amã
136. Mayyada Abu Jaber, CEO, Fundação Jordana de Formação
de Carreira, Amã
137. Haif Bannayan, CEO, Academia de Professores da Rainha
Rania, Amã
138. Bayder Wadi Al Sear, Escola Secundária de Om Habiba, Amã
139. Suhad Mohammad, Escola Feminina Sakan Bent al Hussain,
Amã
140. Grupo de Foco de Estudantes, Escola feminina Sakan Bent al
Hussain, Amã
141. Moh Kwaldeh, Diretor Escolar, Escola Secundária Masculina
Kolyat Al Hussein, Amã
142. Grupo de Foco, Escola Secundária Masculina Kolyat Al
Hussein, Amã
143. Saeb Haddad, Diretor, Escola Cristã de Fuheis
144. Sate’Al Qudah, Gestor Educativo, Save the ChildrenJordânia
145. Fatima Al Mughrabi, Gestor de Jovens, Tecnologia e Carreiras,
Save the Children International, Jordânia
146. Jihad Saaideh, Professor de Inglês, Escola Masculina Al Salt,
Jordânia
19 Figura 18: Foi pedido aos Diretores Escolares para
classificarem os cinco tipos de apoio de antigos alunos,
numa escala de 1 a 5, sendo 5 o de maior valor e 1 o de
menor. O gráfico mostra a média entre os países.
20
Quase dois terços das escolas visitadas no Brasil não tinham
qualquer contacto com os seus antigos estudantes.
26
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
“Todo o brasileiro tem um
talento para alguma coisa
(mas) mas precisamos
de alguma inspiração
que influencie – quando
encontramos os nossos
objetivos e competências
fazemos por eles… através
de conversas (com
pessoas nos empregos)
obtemos inspiração.”
Estudante, Recife, Brasil
Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho
Future First International
338 City Road
London
EC1V 2PY
www.futurefirst.org.uk/international/
[email protected]
+44 (0)20 7239 8933
27
“Quero ir por aí,
Ser alguém
importante e ajudar
a escola no futuro.”
Estudante, Acra, Gana