Cada Escola uma Comunidade
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Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Autores: Jake Hayman e Laura Partridge Novembro 2013 “ A cultura de comunidade existe mas ninguém a utiliza devidamente.” – Diretor Escolar, Jordânia 2 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Sobre a Future First Os Nossos Agradecimentos A visão da Future First é que todas as escolas públicas e colégios devem ser apoiados por uma comunidade de antigos alunos próspera e empenhada. A Future First trabalha com mais de 10% das escolas públicas no Reino Unido e iniciou projetos-piloto no Quénia e nos EUA. A Future Firtst ajuda escolas a envolver, localizar e mobilizar os seus antigos alunos – os que se formaram há mais tempo ou há menos tempo. Os nossos programas encaram os antigos alunos que voltam a envolver-se com as suas antigas escolas como modelos de educação e de carreira, mentores, angariadores de fundos, fornecedores de experiência profissional e muito mais. Gostaríamos de agradecer em especial a Hugh McLean e Daniel Pop da Open Society Foundations por tudo fazerem para que esta pesquisa acontecesse; à Global Citizen Foundation por terem feito do seu patrocínio a sua primeira subvenção e ao Dr. Sarabajaya Kumar, que orientou, aconselhou e editou incansavelmente este relatório. Mais do que a qualquer outra pessoa, gostaríamos de agradecer a Ellen Pettersson, cuja energia, ideias, desenvoltura e longas horas de dedicação possibilitaram estas dezenas de entrevistas em seis países. Sem ela nunca teríamos publicado este relatório. Por trás desta investigação, uma nova instituição caritativa, a Future First International, está a ser lançada para incrementar o volume de atividades de antigos alunos nas escolas, de uma forma global, especialmente escolas em áreas com mais necessidades. A nossa intenção é ajudar a criar sociedades mais justas, apoiando a transição da escola para o trabalho, a uma escala global. Patrocinado por: Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Índice 04 06 07 08 09 12 13 16 17 19 19 22 23 25 Relatório da Pesquisa: Metodologia Prefácio Sumário Executivo Capítulo 1: Prevalência Atual de Redes de Antigos Alunos e Melhores Práticas na sua Criação e Mobilização 1.1 Como são Criadas as Comunidades de Antigos Alunos 1.2 Redes de Alunos e Infraestrutura de Comunicações/Tecnológica 1.3 Como as Comunidades de Antigos Alunos Apoiam os Jovens Capítulo 2: Oportunidade 2.1 Potencial Não Explorado Capítulo 3: Valor das Redes de Antigos Alunos 3.1 Interpretações de Diferentes Interveniente do Valor das Redes de Antigos Alunos Conclusão Agradecimentos Referências 3 4 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Relatório da Pesquisa: Metodologia Mais de 6.000 adultos dos seis países foram inquiridos para aferir: (i) como se identificavam com as suas antigas escolas; (ii) a sua propensão para retribuir as suas antigas escolas; e (iii) explorar a proveniência do apoio às suas próprias carreiras. A inquirição complementar de cerca de 3.000 jovens questionou-os sobre os grupos com que se identificam, o quê e quem os influenciou e as suas opiniões sobre a utilidade que o apoio de antigos alunos poderá representar para eles. Figura 1: Localização de Escolas Pesquisas no país, incluindo entrevistas com Responsáveis do Ministério da Educação, Diretores Escolares e outros especialistas em educação e 28 grupos de foco envolvendo quase 200 jovens deram origem à análise quantitativa. Toda a pesquisa decorreu entre e de Abril e 1 de Novembro de 2013, tendo sido complementada com dados de pesquisas existentes, incluindo inquéritos, entrevistas e grupos de foco que a Future First promoveu nos últimos três anos nos EUA, Reino Unido e Quénia. Figura 2: Tipo de Escola Visitada 15% 11% 13% 51% 21% 89% Urbana Periurbana Pública Privada Pequena Cidade/Rural Figura 3: Desempenho Académico das Escolas Figura 4: Enquadramento Socioeconómico dos Alunos 44% 31% 41% 56% 28% Desempenho Elevado Acima da Média Médio/Baixo Média Abaixo da Média Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Figura 5: Lista de entrevistados Argentina Brasil Finlândia Gana Jordânia Cazaquistão Total Entrevistas com Responsáveis do Ministério da Educação 2 4 3 5 2 1 17 Entrevistas com Diretores Escolares 9 8 9 12 6 10 54 Grupos de Foco com Jovens 4 7 8 6 3 3 31 Entrevistas com Representantes de ONG 4 3 4 8 8 8 35 1 1 2 1 2 9 23 25 33 20 24 146 2 Entrevistas com Associação de Antigos Alunos da Universidade Total de Entrevistados 21 Países Pesquisados Países com Dados Existentes 5 6 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Prefácio A Future First tem vindo a construir comunidades de alunos em escolas públicas no Reino Unido de há cinco anos a esta parte. Este trabalho levou a um crescimento nacional do envolvimento de antigos alunos de escolas públicas e a uma mudança cultural muito mais abrangente do que a própria organização; o país passou de menos de 1% de escolas públicas a envolver antigos alunos de forma sistemática para próximo dos 15%. A Future First gere a maior parte das redes de antigos alunos no Reino Unido, mas assistiu também a um aumento acentuado de escolas que criam e gerem as suas próprias redes desde o seu lançamento. Além disto, tendo sido dada atenção aos recursos que os antigos alunos podem fornecer, foram também constituídas organizações comerciais competitivas. Em 2012, a Future First e a Open Society Foundations iniciaram um diálogo sobre se o potencial de mobilização do capital financeiro e social local que os antigos alunos representam poderá existir noutras partes do mundo. Ao mesmo tempo, foi realizado um estudo para avaliar este potencial em cinco países diferentes de quatro continentes: Argentina, Brasil, Finlândia, Gana e Cazaquistão. Com o patrocínio da Global Citizen Foundation, foi acrescentada a Jordânia como um sexto país para assegurar que o Médio Oriente estava representado. A pesquisa demorou sete meses, desde o seu início à publicação. As evidências académicas indicam que os jovens de origem mais pobre acreditam desproporcionadamente que as pessoas como eles não têm sucesso e que essas convicções acabam por se auto validar ao longo do tempo. Ou, tal como referiu um líder de uma ONG da América Latina: ‘as pessoas das favelas nunca se veem a elas próprias como engenheiros’. O estudo mostra também que os jovens com menor acesso a experiência profissional e a oportunidades de carreira têm mais probabilidades de desistirem da escola e do emprego e a formação de redes de antigos alunos pode, em parte, fornecer a solução para estes problemas complexos, ao proporcionar modelos funcionais, acesso e visão onde historicamente estiveram ausentes. Assim, por que razão estas redes não foram construídas de forma sistemática à volta de cada escola? Este estudo mostra que não há problema com a oferta ou a procura. Em cada país estudado, pelo menos 28% de adultos afirmam que responderiam positivamente à oportunidade de contribuir para a sua universidade. Entretanto, os jovens de todos os países indicaram que valorizariam a integração de antigos alunos na preparação das suas carreiras formais. Nem é uma questão de cultura. Em todos os países estudados, existia alguma forma de atividade de antigos alunos locais e 65% dos jovens e 49% dos adultos identificavam-se fortemente ou muito fortemente com pessoas das suas (antigas) escolas – uma percentagem superior à identificada com pessoas da sua religião. Concluiu-se que as atuais taxas de utilização de antigos alunos são mais elevadas em escolas privadas e de elite do que em instituições públicas, embora o desejo expresso dos antigos alunos da escola pública de ‘retribuir’ fosse muito similar ao dos graduados da escola privada. A oportunidade que esta conclusão apoia - a propensão dos graduados de todos os tipos de escola e de todas as áreas da sociedade de retribuir - é que tornou esta pesquisa tão estimulante para todos os envolvidos. Esperamos que este relatório lance ideias, debate e ação que possam fazer do potencial e das melhores práticas identificadas uma realidade mais comum para todos os jovens. Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 7 Sumário Executivo Seis meses de investigação primária suportada por inquéritos nacionais realizados por respeitadas agências de inquéritos, coordenadas em primeira linha pela IPSOS Mori, levaram à publicação deste relatório. A nossa investigação centrou-se em três elementos chave, refletidos na estrutura do relatório: 1.A atual prevalência e as melhores práticas na construção da comunidade de antigos alunos; 2.A dimensão e o âmbito da oportunidade de expandir essas comunidades; 3.O valor de comunidades de antigos alunos para estudantes, professores e o sistema educativo em geral. As nossas principais conclusões são: • Quase todas as escolas de elite1 visitadas possuem redes formais de antigos alunos e um nível significativo de atividade a decorrer no seu âmbito; • As escolas públicas habitualmente não possuem redes de antigos alunos formalizadas, embora iniciativas de antigos alunos e relações individuais estudante-professor façam com que em 89% das escolas visitadas ainda existisse algum envolvimento com antigos estudantes; • O principal objetivo das redes em escolas de elite é criar uma rede de relações entre antigos alunos, enquanto nas escolas públicas a atividade incide mais no modo como os antigos alunos podem ajudar os atuais alunos; • O impacto dos antigos alunos verifica-se para lá dos portões da escola, tal como dentro desta – no Brasil, os antigos alunos têm uma influência significativa sobre as opções de carreira, apesar da ausência geral de comunidades de antigos alunos nas escolas; • A forma mais comum de mobilização dos antigos alunos em escolas é funcionarem como modelos educativos e de carreira, sendo também esta a forma mais desejada de envolvimento entre os dirigentes da escola e entre os próprios alunos; • Existe um significativo potencial não explorado. O inquérito nacional revela que enquanto apenas 2% de antigos alunos apresentaram palestras sobre carreiras nas suas antigas escolas, mais de 53% gostaria de o fazer. Um número significativo de antigos alunos estaria também na disposição de proporcionar a realização de um estágio profissional (51%), de vir a ser um mentor (49%) ou de fazer um donativo financeiro à sua antiga escola (42%); • Existe uma forte apetência pelo envolvimento de antigos alunos em formação sobre carreiras por parte de dirigentes da escola e estudantes. Os estudantes identificaram uma combinação de consultores de carreiras formados e antigos alunos como as suas fontes preferidas de aconselhamento de carreiras e 93% dos Diretores Escolares afirmaram que considerariam útil na sua escola o modelo da Future First de apoio a escolas para a construção de uma comunidade de antigos alunos; • Os jovens identificam-se de forma muito acentuada com quem frequentou ou irá frequentar a sua escola. Embora a força dessa identidade se reduza na vida adulta, ela mantêm-se fortemente ao longo da vida como um aspeto chave da identidade adulta; • A existência ou criação de um evento nacional anual que possa envolver antigos alunos em todas as escolas é uma fórmula de sucesso para a construção de uma rede mais consistente e eficiente; • Não existe informação para escolas sobre a construção de comunidades de antigos alunos, nem melhores práticas, nem diretrizes governamentais – cada escola que trabalha com antigos alunos fá-lo de forma isolada. Foram encontrados excelentes exemplos de melhores práticas em todo o mundo, desde Diretores Escolares a experimentarem a integração de antigos alunos no currículo na Finlândia a antigos alunos a apoiar todos os clubes extracurriculares numa escola no Cazaquistão. Recomendamos que os governos e os responsáveis educativos comecem a olhar de forma séria para o modo de alavancar o potencial não explorado do envolvimento de antigos alunos nas suas antigas escolas e de começar a facilitar a partilha de conhecimentos antes as escolas. Na sequência deste relatório, o novo braço internacional da Future First irá oferecer apoio a governos nacional ou locais, responsáveis de ONG, diretores escolares, empreendedores sociais ou educadores apaixonados que desejem explorar a oportunidade de integrar melhor antigos alunos nos seus sistemas educativos. 8 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Capítulo 1: Prevalência Atual de Redes de Antigos Alunos e Melhores Práticas na Sua Construção e Mobilização Das escolas que participaram na pesquisa, 89% mantiveram algum contacto com antigos alunos, apesar de o âmbito, profundidade e natureza do envolvimento variar bastante e ter sido geralmente limitado em comparação com o potencial da oportunidade identificada quer pela escola quer pelos dados do nosso inquérito nacional. O Governo não desempenha nenhum papel em atividades de antigos alunos em qualquer dos países visitados e nenhum programa era coordenado centralmente ou aplicado a um nível nacional, regional ou distrital, originando uma enorme diversidade na implementação de escola para escola. 3 Figura 6: Atual Envolvimento de Antigos Alunos. Níveis Observados 11% 28% 30% Nenhum 31% Limitado Anual Integrado O padrão prevalecente é que existe um investimento muito maior na construção de comunidades de antigos alunos em escolas privadas e em escolas públicas de elevado desempenho. Quase todas as escolas de elite possuem comunidades de antigos alunos, tendo 67% delas fortes comunidades de antigos alunos ‘integradas’. Em comparação, apenas 22% das escolas públicas visitadas tinham redes de antigos alunos integradas e a maioria destas encontravam-se em escolas finlandesas. Impacto da geografia e da demografia em redes de antigos alunos foi também revelador. Em pequenas cidades, por exemplo, os padrões de fuga de cérebros mostram os alunos de ‘sucesso’ a deslocarem-se para as grandes cidades para trabalhar, mas as viagens de regresso a casa durante as férias parecem desencadear forças para o reenvolvimento com antigas escolas. De acordo com pesquisas internas do país, os níveis globais de envolvimento mais elevados de antigos alunos em escolas foram encontrados na Finlândia, seguida pelo Cazaquistão e pelo Gana, com níveis mais baixos no Brasil, Jordânia e Argentina. Na Finlândia, reconhecido como o melhor sistema de educação do mundo pelas suas classificações de PISA consistentemente elevadas, toda e cada uma das escolas visitadas tinha uma comunidade de antigos alunos e os níveis da atividade de antigos alunos eram elevados. Enquanto a prevalência de redes é relativamente consistente, a sua natureza (como são construídas e sustentadas) e a sua finalidade (quem apoiam e como) varia bastante. Este capítulo trata de padrões na prevalência, natureza e finalidade. Curiosamente, a visibilidade no país de redes baseadas na escola não refletiu os resultados do inquérito nacional. Apenas 9% dos finlandeses adultos inquiridos citou os antigos alunos como tendo impacto nas suas escolhas de carreira – o nível mais baixo de influência em todos os países estudados. Os níveis mais elevados citados foram no Brasil, com 40%. Naturalmente que o apoio dos antigos alunos aos atuais estudantes ocorrerá informalmente dentro das comunidades, particularmente em comunidades mais pequenas onde uma grande proporção terá frequentado a mesma escola, podendo isto explicar os resultados do inquérito nacional. “Talvez tenhamos melhores oportunidades mas todos os alunos precisam de aconselhamento. Conseguimos falar com as melhores pessoas do setor, mas todos precisam disso.” Aluno de Escola Privada, Jordânia Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 9 1.1 Como São Criadas as Comunidades de Antigos Alunos Não existem exemplos de diretrizes nacionais ou de melhores práticas partilhadas sobre alunos envolvidos em qualquer país visitado. Na passagem de um diretor escolar para o seguinte, ninguém sabia o que o anterior tinha feito. No Cazaquistão, por exemplo, nove em cada dez escolas visitadas estavam ativamente envolvidas com os seus antigos alunos mas o Diretor Escolar da décima disse-nos que um programa desses ‘nunca funcionaria no Cazaquistão’. Existiam, no entanto, padrões gerais quanto ao modo como as comunidades de antigos alunos eram geradas. Estes foram sintetizados em seis formas e são sintetizados a seguir. Figura 7: Nível de Envolvimento de Antigos Alunos em Escolas no Cazaquistão 10% 10% Nenhum 80% Anual Integrado 1.1.1 Cultura e Eventos Nacionais Embora não existissem nos países visitados diretrizes nacionais para a construção de comunidades de antigos alunos, uma cultura de reunião em alguns países facilitou as relações contínuas entre escolas e os seus antigos estudantes. No Cazaquistão e no Gana, as reuniões de escola são altamente valorizadas. A grande maioria das escolas no Cazaquistão e um número significativo de escolas visitadas no Gana4 baseiam o envolvimento dos seus antigos alunos em torno de cerimónias anuais de entrega de prémios e discursos ou uma cultura de semanas de ‘regresso a casa’. No Cazaquistão,80% das escolas visitadas envolviam-se anualmente com a “Comemoramos o nosso 10.º aniversário de formatura durante três dias. No primeiro dia reunimos com a escola e com o diretor e no segundo dia encontramo-nos para uma festa num restaurante.” Antigo Aluno, Cazaquistão comunidade dos seus antigos alunos, com mais 10% a atingir um nível ‘integrado’ no envolvimento de antigos alunos na vida da escola. Em 25 de maio, no Cazaquistão, as escolas de todo o país abrem as suas portas a antigos alunos que se encontram com os seus antigos professores - muitas vezes trazendo ofertas como flores ou chocolates como agradecimento pela educação e apoio que receberam quando estavam na escola. Por vezes falam ainda com grupos de estudantes sobre as suas experiências pós-escolares. No Gana, o ‘Dia ou Semana de Regresso a Casa’ anual para antigos estudantes proporciona eventos âncora para o envolvimento de antigos alunos com estudantes atuais. Em ambos os países, são populares as reuniões para comemorar o quinto, décimo ou vigésimo ano de graduação dos antigos alunos. Estudo de Caso: Construir uma Cultura Nacional de Antigos Alunos no Reino Unido Onde não tiver existido uma cultura nacional de eventos envolvendo alunos, não há razão para que não possam ser lançadas novas campanhas para a criar. 2013 assistiu ao lançamento pela a Future First UK de uma campanha anual da ‘Semana de Regresso à Escola’, com um jornal nacional, o i, e a União Nacional de Estudantes a promoverem uma semana de voluntariado de antigos alunos, em cada mês de outubro, nas escolas a nível nacional. 10 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Estudo de Caso: Presidentes de Turma no Gana Numa escola de elite em Acra, o Presidente de Turma do grupo de cada ano foi coroado Presidente da Associação de Antigos Alunos na sua cerimónia de formatura. Tinham uma responsabilidade não escrita de manter o contacto com o grupo do ano para organizar reuniões mensais. Estas interações fomentaram fortes laços, o que se tornou bastante claro quando a mulher de um antigo estudante faleceu. O grupo do seu antigo ano entrou em cena e angariou fundos para o funeral e as propinas dos seus dois filhos. Como disse um dos antigos alunos: “somos irmãos e a escola é a nossa mãe, olhamos uns pelos outros. 1.1.2 Envolvimento Promovido por Antigos Alunos Em mais de dois terços dos casos em que as escolas estão em contacto com os seus antigos estudantes, a iniciativa parte mais dos antigos alunos do que da própria escola. O envolvimento de estudantes universitários que estudam fora do seu local de residência é comum, pois o regresso periódico a casa dos seus pais durante as férias proporcionam oportunidades regulares para visitar a sua escola. As visitas improvisadas oferecem uma plataforma para os professores chegarem à fala com antigos alunos e pedir-lhes que apoiem atividades na escola ou que falem com estudantes. No Gana e no Cazaquistão, onde existia uma tradição de reuniões, os antigos alunos podem organizar atividades com a sua turma de graduação, no seu décimo aniversário, com ou sem contacto da sua escola. 1.1.3 Envolvimento de Antigos Alunos Promovido pela Escola O envolvimento promovido pela escola é geralmente liderado por professores individuais ou dirigentes escolares, em vez da própria instituição. Cerca de 20% das escolas visitadas mantêm alguns registos dos dados de contacto de antigos alunos e apenas 10% possui bases de dados institucionais, pelo que a divulgação proactiva tende a assentar nas relações individuais. Isto pode conduzir a uma rutura da comunidade quando saírem esses membros da equipa. Nestas situações, os professores individuais tendem a procurar antigos alunos que sabem ser bem-sucedidos ou com os quais mantêm contacto (muitas vezes através do Facebook) e convidam-nos para palestras sobre carreiras e clubes extracurriculares. Em inúmeros casos na Argentina, um professor reformado que quisesse continuar envolvido na comunidade escolar de forma permanente, faria de modo a manter os antigos alunos atualizados e envolvidos. 1.1.4 Desenvolvimento de Clubes de Antigos Alunos Independentes O desenvolvimento de clubes de antigos alunos independentes ou semi-independentes dinamizados por líderes de antigos alunos voluntários está presente, mas é raro, em escolas públicas e são muito mais comuns em escolas privadas. Em alguns casos de escolas privadas, encontramos pessoas pagas a tempo inteiro que dirigem estes clubes, prestando apoio à liderança voluntária e ajudando a coordenação entre o clube e a escola. Curiosamente, todos os clubes de antigos alunos encontrados nos seis países tinham como principal objetivo servir os antigos alunos e não tanto os estudantes atuais. O seu objetivo secundário era apoiar a escola financeiramente, ou de outra forma, e ajudar os estudantes atuais era apenas um objetivo de terceiro nível. Esta hierarquia de intenções, em alguns casos, conduzia a uma tensão entre a escola (que daria prioridade a donativos e apoio para os atuais estudantes) e o Clube, que dava prioridade à angariação de atividades para destinadas aos antigos alunos. 1.1.5 Acesso Permanente a Instalações e Apoios da Escola Algumas escolas na Argentina e na Finlândia, e universidades em todos os países incluídos no estudo, concedem acesso vitalício a estudantes às suas instalações e apoios. Uma universidade da Argentina afirmava que “a UADE é a casa deles, são sempre bem-vindos.” Explicam que é importante oferecer aos antigos alunos estes benefícios para que mantenham o contacto com a sua antiga instituição de ensino a apoiem. 1.1.6 Gestão Eficaz de Bases de Dados O envolvimento de antigos alunos através de bases de dados eficazes era a exceção e não a regra nas escolas visitadas. No entanto, sem elas a construção da comunidade torna-se completamente armadilhada ou extremamente trabalhosa. Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho As bases de dados de antigos alunos foram encontradas com mais frequência em escolas privadas, escolas públicas de elite e universidades. Os clubes de antigos alunos da universidade usavam habitualmente software especializado como o serviço Raiser’s Edge ou Cloupia’s HP Data Management, que é a mesma base de dados que usam para guardar a informação dos atuais estudantes. Entretanto, um grupo de universidades e uma escola de elite desenvolveram a sua própria base de dados especificamente para gerir os contactos dos antigos alunos. Essa base de dados parece ter sido central para o sucesso do seu envolvimento de antigos alunos. As bases de dados permitem qualquer contacto dentro da escola, de modo a assumir a responsabilidade pela construção de relações com antigos alunos através de comunicações regulares, sem necessidade de ligações pessoais. 11 Estas seis avenidas de envolvimento de antigos alunos são replicadas na vasta experiência da Future First no Quénia, nos EUA e no Reino Unido. Se combinarmos a nossa pesquisa inicial nestes países com os estudos de caso desta pesquisa, concluímos que nenhum dos nove países - cada um deles um sistema educativo líder na sua região coordenou programas nacionais de antigos alunos ou quaisquer guias de melhores práticas, partilha de conhecimentos ou recursos para as escolas. De facto, até agora não encontramos nenhum país fora do Reino Unido que tivesse um sistema desses. O financiamento pelo Cabinet Office do Reino Unido de programas de antigos alunos da Future First para escolas em 2012 pode ter sido o primeiro exemplo de um apoio governamental a um programa nacional de antigos alunos. Uma subvenção única do Governo permitiu à organização passar a trabalhar com quase 15% de todas as escolas secundárias públicas e colégios. Etudo de Caso: Um Gabinete de Antigos Alunos no Gana Estudo de Caso: Clubes de Estudantes no Quénia Em Acra, Gana, visitamos uma escola pública de elite que investiu no desenvolvimento de uma equipa de trabalho para dirigir a sua rede de antigos alunos, como fazem muitas universidades e escolas privadas. Esta escola tinha dois elementos de apoio (ambos alunos) e dois funcionários internos (que se tinham graduado recentemente). Recolhiam sistematicamente notícias sobre a escola e sobre a sua poderosa base de dados de milhares de alunos que, por sua vez, ajudavam a divulgar as informações por uma rede mais ampla de antigos alunos. Embora não fossem visíveis ao longo do estudo clubes de antigos alunos dinamizados por estudantes, foi recentemente constituído um com base no trabalho da Future First no Quénia. Um grupo de estudantes lançou um ‘Clube Future First’ que é responsável por tudo, desde ajudar a encontrar um novo antigo aluno para subscrever à rede da sua escola até falar com colegas estudantes para decidir que eventos sociais e de carreira realizar com antigos alunos e quem convidar e quando. Este clube assegura que as opiniões dos estudantes são representadas na elaboração do programa de antigos alunos e que a gestão da rede de antigos alunos não exige tempo escolar significativo do pessoal de apoio. 12 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 1.2 Redes de Antigos Alunos e Infraestrutura de Comunicações/ Tecnológica A tecnologia não pode ser vista como um pré-requisito para redes de alunos. No Gana e também no Quénia, as redes mantiveram-se com eficácia durante muito tempo sem a presença de infraestruturas de comunicações fortes. No entanto, a infraestrutura de comunicações baseada na internet marcará uma grande diferença quanto à capacidade de criar, suportar e maximizar redes de antigos alunos. A ampla utilização de SMS no Gana e a popularidade de redes sociais, como o Facebook, faz com que seja mais fácil do que nunca localizar e contactar antigos estudantes. A divulgação de mensagens usando diretamente estes canais é muito apreciável. O acesso a registos eletrónicos – mesmo que por vezes tão básicos como uma folha de cálculo – torna a manutenção de redes de alunos muito mais eficiente. Usar uma base de dados avançada que possa interagir com o Facebook, o LinkedIn e outras plataformas, manter registos da localização e de atividades preferidas de cada um dos antigos alunos, coordenar fusões de endereços e o envio de SMS com respostas atualizadas automaticamente nos registos individuais promove a eficiência. “(Um antigo aluno orador) terá muito mais impacto porque lhe irá falar na linguagem que melhor conhecem. Irão ouvi-lo melhor do que aos professores ou specialistas.” Dirigente Escolar, Gana Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 13 1.3 Como as Comunidades de Antigos Alunos Apoiam os Jovens Embora as redes de antigos alunos encontradas tivessem historicamente tendência para se centrar na ligação dos alunos entre eles, existem excelentes exemplos de melhores práticas em todos os países visitados, com situações em que os antigos alunos são mobilizados para apoiar os atuais estudantes A gama de atividades realizadas por antigos alunos é ampla, mas cada atividade enquadra-se geralmente numa de nove formas identificadas de mobilização: 1.3.1 Modelos Educativos e de Carreira: Oradores na Escola Esta é a forma de mobilização de antigos alunos mais comum em todos os países, salvo o Brasil.5 Em 63% das escolas visitadas em que estão envolvidos antigos alunos na comunidade escolar, em que o seu apoio inclui ou se baseia exclusivamente em palestras sobre ensino superior, empregos e percursos de carreira. “É mais do que um encontro próximo. É mais fácil para [estudantes] se relacionarem devido à experiência partilhada.” Diretor Escolar, Argentina, sobre o poder dos antigos alunos como modelos funcionais Algumas palestras fazem parte de dias ou meios-dias de carreiras planeados (como é habitualmente o caso na Finlândia e em escolas de elite nos restantes locais), enquanto outras estavam integradas em eventos importantes do calendário escolar (por ex. antigos alunos no Cazaquistão e no Gana regressam para falar nas cerimónias de formatura da escola). Noutros casos, realizam-se de forma pontual como alunos que visitam a escola. O Modelo da Future First A experiência da Future First UK no desenvolvimento de palestras de antigos alunos para dezenas de milhares de estudantes mostrou que eventos estruturados em linha com o currículo, elaborando-os em estreita colaboração com a equipa da escola e a facilitação são chaves para o sucesso. Os planos de aulas garantem uma estrutura clara e um facilitador garante que as sessões são interativas e que e os tópicos principais das histórias dos antigos alunos estão ligados com as atuais experiências e o foco dos estudantes. Os formatos de evento padrão da Future First são: • Grandes assembleias de 100 a 500 estudantes com duração de 30 a 45 minutos envolvendo, idealmente, três a cinco antigos estudantes; • Workshops para 15 a 30 estudantes sobre um tópico que seja especificamente relevante para eles que pode ser promovido por 2 a 3 antigos estudantes e durar 45 minutos a uma hora. Podem ser alargados para duas horas para incluir trabalho de grupo. A nossa avaliação mostra que estes são mais proveitosos para os jovens do que as grandes assembleias. 1.3.2 Fornecedores de experiência laboral A cultura de experiência laboral formal é mais forte em alguns países do que noutros e, por isso, envolver antigos alunos com esse processo durante o período escolar constitui uma opção apenas numa minoria dos países visitados. Esta forma de mobilização foi encontrada com consistência apenas na Argentina e na Finlândia, onde as escolas vocacionais em particular possuem um programa de experiência laboral formalizado como parte do seu currículo. Essas escolas procuram lugares junto de antigos estudantes e de empresas locais. 1.3.3 Angariadores de fundos ou doadores (em dinheiro ou em espécie) Cerca de 10% das escolas visitadas angariaram recentemente fundos de antigos alunos e 15% aceitaram doações em espécie. Estes casos estavam mais concentrados no Gana quanto aos donativos em dinheiro e no Cazaquistão quanto ao apoio em espécie, 67% das escolas visitadas No Figura 8: Atividades dos Alunos Atuais por Tipo % de escolas que envolvem antigos alunos em atividades6 Tutoria Ensino Voluntariado em Clubes Mentorização Histórias de Sucesso Donativos em dinheiro Donativos em espécie Experiência laboral Conselho de Curadores 5% 16% 16% 12% 63% 12% 14% 6% 5% 14 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Estudo de Caso: Dias de Carreiras na Jordânia Uma das escolas visitadas na Jordânia realiza anualmente dias de carreiras em que todos os estudantes estão dispensados das aulas durante um dia e se realizam palestras sobre carreiras, workshops de entrevistas simuladas e workshops sobre CV em toda a escola. No evento do ano passado estiverem envolvidos 40 voluntários, 90% dos quais eram antigos alunos. O impacto deste dia foi claro no grupo de foco com estudantes, em que mencionaram espontaneamente que este foi um dos fatores que mais influenciaram as suas escolhas universitárias e de carreira. Gana receberam donativos da sua comunidade de antigos alunos. O inquérito nacional mostrou também a arreigada cultura de doação no Gana. 61% dos adultos inquiridos pretendiam efetuar donativos à sua antiga escola, uma percentagem mais elevada do que em qualquer outro país. Os donativos em dinheiro no Gana normalmente são feitos com um grupo de antigos alunos a negociar uma compra em representação da escola, em vez de oferecerem dinheiro, e nas escolas do Cazaquistão, que não podem receber donativos em dinheiro, espera-se que os antigos alunos façam donativos de equipamento ou sob a forma de apoio em espécie com renovações. Em escolas privadas, a angariação de fundos de bolsas escolares é uma atividade comum e o patrocínio de estudantes individuais no âmbito da filantropia escolar é uma prática comum e uma motivação comum para donativos. Por exemplo, uma escola privada fora de Amã, Jordânia, recebeu donativos para financiar propinas escolares de estudantes economicamente desfavorecidos. 1.3.4 Voluntários em clubes extracurriculares In Argentina and Kazakhstan, extra-curricular clubs for students are prevalent and often involved alumni volunteers. In Kazakhstan, particularly in poorer urban areas, school leaders emphasised the importance of keeping their students in school and away from potential trouble. Kazakh schools had the widest array of after-school activities and these are made possible in many cases thanks to alumni volunteers. Na Finlândia, inversamente, não há essas oportunidades porque as atividades extraescolares tendem a basear-se em centros de juventude e não nas escolas. 1.3.5 Professores ou assistentes de ensino Uma tendência recorrente é a presença de antigos estudantes entre o pessoal docente, particularmente em áreas mais rurais, em que os próprios dirigentes escolares são muitas vezes antigos estudantes. Por exemplo, na Finlândia 33% das escolas visitadas disponibilizaram um conjunto de cargos provisórios de assistente de ensino para novos finalistas que ainda não foram para a universidade. Esta abordagem não só resolveu uma necessidade da escola, como também ajudou a melhorar as qualificações dos novos finalistas. 1.3.6 Tutores Nas escolas visitadas no Gana, os antigos alunos são mais frequentemente contratados como tutores ou professores assistentes. Os antigos alunos disponibilizam apoio académico para estudantes que tenham ficado para trás ou estejam a ser reintegrados no sistema depois de terem estado afastados. Os diretores escolares explicaram que rapidamente conquistaram o respeito dos estudantes porque vinham da mesma comunidade local. Figura 9: Intenção de Adultos Efetuarem Donativos à Sua Antiga Escola (%)7 Argentina “Os estudantes necessitam de ter uma experiência do mundo do trabalho antes de serem antigos alunos e de estarem lá fora.” Diretor Escolar, Mercedes, Argentina sobre o valor da apresentação de experiência laboral pelos antigos alunos Brasil Finlândia Gana Jordânia Cazaquistão 44% 42% 11% 61% 53% 38% Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 1.3.7 Construção da comunidade Muitos Diretores Escolares que encontramos manifestaram a sua convicção de que os seus antigos alunos contribuem em larga escala para a construção da comunidade e da cultura escolar. Por exemplo, na Argentina, uma das escolas com desempenho de topo convida o grupo de graduados da escola mais recente a regressar à escola para o primeiro dia de cada ano académico, para ‘acompanhar’ a entrada do grupo seguinte na escola e integrá-los na cultura da escola. 1.3.8 Gestores Escolares No Gana, uma política nacional determina que pelo menos dois membros de um órgão de gestão de uma escola sejam antigos estudantes. Esta disposição não aparece em qualquer outro lugar, embora o trabalho da Future First no Reino Unido tenha assistido a um crescente interesse de adultos em assumir a gestão das suas antigas escolas. 15 1.3.9 Mentorização Salvo na escola ganesa, poucas foram as evidências de programas de mentorização de antigos alunos, embora os Diretores Escolares – na média de toda a amostra - a classifiquem coomo a sua segunda modalidade favorita de mobilizar antigos alunos. A Future First UK está em pleno desenvolvimento de um programa de mentorização presencial para implementar na sua rede de escolas. Este, juntamente com a sua ainda não testada plataforma de “e-mentoring” de antigos alunos, irá oferecer informações quanto à possibilidade de programas de mentorização assentes na tecnologia ou programas de mentorização de curto prazo funcionarem em escala. “Quando eles (antigos alunos) regressam para ensinar, os estudantes vêem-nos como modelos funcionais. Querem ser como eles.” Diretor Escolar, Gana Estudo de Caso: Integração do Currículo na Finlândia Estudo de Caso: “Pais” Escolares no Gana Numa escola finlandesa, uma professora de ciência altamente empenhada está a experimentar a integração da educação de carreiras de antigos alunos no currículo da escola. Isto reflete um sentimento popular entre os dirigentes escolares de que os antigos estudantes podem ajudar os atuais estudantes a compreender a relevância dos seus estudos. A professora pede a voluntários de empresas locais e da rede de antigos alunos para irem à sala de aula e falarem sobre como as matérias do currículo atual se transferem para as atividades do local de trabalho para mostrar “o que é importante na escola.” Uma abordagem inovadora à mentorização foi encontrada numa escola ganesa de uma zona periurbana muito pobre de Acra, onde no núcleo de uma forte comunidade de antigos alunos se encontra um sistema de ajuda mútua na escola que se estende para lá dos portões da escola. O programa observa alunos recém-chegados à escola associados a estudantes do último ano. Estes ‘pais da escola’ e ‘mães da escola’ ajudaram os novos estudantes a instalarem-se, a percorrer o seu percurso escolar e mesmo a manterem-se em contacto depois de os ‘pais’ se terem formado. Em alguns casos, levaram os seus ‘parceiros’ para a universidade e aconselharam-nos sobre cursos. Claramente os estudantes que foram entrevistados no grupo de foco na escola beneficiaram do programa. Um afirmou que “mantemos o contacto com os nossos pais e mães da escola, eles motivam-nos a sério!” Estudo de Caso: Articular Antigos Alunos e Estudantes para Realizar Estágios De modo a assegurar uma cuidada articulação de estudantes e antigos alunos para a realização de estágios, uma escola de elite jordana realiza inquéritos de carreira para todos os estudantes, de modo a identificar os seus interesses de carreira, competências e motivações. Depois colocam estudantes em estágios disponíveiscom antigos alunos tendo por base campos de interesse. 16 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Capítulo 2: Oportunidade Embora existam redes de antigos alunos nas escolas em países do mundo inteiro, para além das escolas de elite as redes existentes possuem níveis relativamente baixos de envolvimento e mobilização. Manutenção de registos, estratégias de comunicação e disseminação de melhores práticas de fraca qualidade, tudo fatores que parecem contribuir para essa situação. Os inquéritos nos países pesquisados mostram de forma consistente, no entanto, que existe um significativo potencial não aproveitado para envolver antigos alunos. Apenas 4% de adultos mencionaram fazer parte da rede de antigos alunos da sua escola. Porém, 50% estariam interessados nisso. Figura 10: Contributos de Antigos Alunos - Propensão e Prática (%)8 3% 42% 2% 49% 2% 42% 2% 51% 2% 53% 4% 50% Registar-se em rede de antigos alunos Falar sobre empregos e/ ou educação Apresentar experiência profissional Doar dinheiro E-mentor/mentor Voluntário em clubes escolares Já fez isto Disponível para fazer isto Em cada país, o desejo expresso de retribuir as suas antigas escolas, seja como modelos funcionais de carreiras, mentores, doadores, fornecedores de experiência laboral ou voluntários revelou-se ligeiramente mais elevado entre antigos alunos de escolas públicas do que de escolas privadas. “A [Future First] é muito interessante porque isso acontecia aqui através de professores e coordenadores mas nunca de um modo formal. Definitivamente seria bom que se fizesse formalmente.” Figura 11: Propensão dos Adultos para o Voluntariado Antigos Alunos de Escolas Públicas vs Privadas (%)9 57% 61% 60% 54% 55% 52% 46% 38% 54% 47% 41% 38% Registar-se em rede de antigos alunos Falar sobre empregos e/ou educação Apresentar experiência profissional Doar dinheiro E-mentor/mentor Voluntário na escola Diretor Escolar, Pernambuco, Brasil Pública Privada Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 17 2.1 Potencial Não Explorado Os antigos alunos não estão apenas interessados em aderir a uma rede, mostram também uma forte propensão para retribuir ativamente os estudantes da sua antiga escola. 53% dos adultos em geral pretendem regressar à sua antiga escola para falar sobre o seu emprego e percurso de carreira e 51% pretendem oferecer um estágio profissional a um atual estudante da sua antiga escola. Existem variações ao longo da amostra. No Brasil e na Jordânia, a mentorização era a forma mais popular de apoio que os adultos pretendiam oferecer aos jovens da sua antiga escola, com uns elevados 65% de adultos no Brasil a afirmar que provavelmente ou muito provavelmente seriam capazes de promover mentorização. Sendo os donativos de antigos alunos à sua antiga escola a atividade menos popular entre todos os países, os valores que indicam que pretenderiam fazer um donativo continuam a ser suficientemente amplos para transformar a angariação de fundos baseada na educação em todos os países visitados. A Finlândia é o país com a menor propensão para retribuir neste estudo. Todavia, se observarmos a dimensão potencial da oportunidade olhando para as taxas de respostas como uma proporção da população total, mostra-se que estão disponíveis mais de 543.000 voluntários, 1,2 milhões de modelos funcionais de carreira e US$ 87,2 milhões de donativos. Isto equivale a US$ 199.000 por escola superior11. Por isso o potencial é substancial. Entretanto, na Finlândia, há mais adultos a pretender oferecer, mais do que qualquer outra coisa, um estágio profissional a estudantes na sua antiga escola. Figura 12: Propensão de Voluntariado dos Adultos por País e Tipo (%) Argentina Brasil Finlândia Gana Jordânia Cazaquistão 56% 65% 63% 44% 57% 48% 65% 63% 62% 42% 65% 61% 31% 38% 39% 11% 32% 17% Registar-se em rede de antigos alunos Falar sobre empregos e/ou educação 60% 61% 60% 61% 59% 58% Experiência laboral 48% 54% 46% 53% 55% 45% Voluntário 39% 38% 35% 38% 23% 21% Doar dinheiro E-mentor/mentor 18 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Globalmente há estas quantidades tão significativas de antigos alunos prontos para contribuir que as escolas nunca teriam capacidade para tirar partido de todas as oportunidades de apoio disponíveis. Os inquéritos concluíram que a probabilidade de os antigos alunos de todas as idades retribuírem está a níveis similares, apenas com uma ligeira diferença dessa intenção conforme as categorias etárias. O grupo com menor probabilidade de retribuir à sua antiga escola é o grupo da fase mais inicial da carreira, com idades de 25 a 34 anos. Curiosamente, estes jovens adultos são os apresentam uma maior probabilidade de doar dinheiro à sua antiga escola, com 36% a querer fazê-lo. Parece que, enquanto o tempo de voluntariado pode ser limitado devido à concentração no trabalho, ficam satisfeitos por apoiar financeiramente a sua antiga escola. Figura 13: Dimensão dos donativos com que antigos alunos pretendem brindar as suas antigas escolas se convidados a fazê-lo (% de antigos alunos)10 Argentina Brasil Finlândia Gana Jordânia Cazaquistão 27% 44% 8% 45% 20% 9% 34% 5% 1% 64% 13% 6% 49% 14% 5% 50% 11% 0% < US$100 US$100-500 >US$500 Figura 14: Propensão dos Finlandeses Adultos para Retribuir a Sua Antiga Escola Voluntariado - antes ou depois dos clubes das escolas E-mentor/Mentor Doar dinheiro Apresentar experiência profissional Regressar e falar sobre empregos/formação Registar-se em rede de antigos alunos 17% 32% 11% 39% 38% 31% Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 19 Capítulo 3: O Valor das Redes de Antigos Alunos 3.1 Interpretações de Diferentes Intervenientes do Valor das Redes de Antigos Alunos 3.1.1 Jovens Em todos os países de caso, uma percentagem significativa da população jovem pretende que o envolvimento de antigos alunos faça parte do apoio da sua carreira escolar. A forma mais desejada de apoio das carreiras escolares é uma combinação de aconselhamento informal de antigos alunos e serviços formais de consultoria de carreiras. Esta combinação de aconselhamento formal, imparcial misturado com estudos de caso da vida real, histórias pessoais, análise de carreira e acesso a oportunidades é promovida pela Future First como a melhor abordagem ao apoio de carreiras. Este sentimento foi confirmado por jovens dos grupos de foco em todos os países visitados. Como explicou um estudante Cazaque: “É bom ouvir consultores de carreira e graduados… é importante ouvir os graduados porque se sentarem nas mesmas salas de aula e por isso estamos próximos deles.” Os grupos de foco em todos os países demonstraram a enorme influência que os indivíduos empregados têm sobre os jovens. Quase metade dos jovens encontrados no estudo que tinham um percurso de carreira firme era capaz de mencionar um adulto que conheceram pessoalmente nesse trabalho. Esses resultados mostram o impacto crítico dos modelos funcionais individuais sobre os jovens. Isto cria dois desafios fundamentais em comunidades menos abundantes e menos bem organizadas em rede. Figura 15: % de jovens que querem que os antigos alunos façam parte do apoio das suas carreiras12 Brazil Ghana Finland Jordan Kazakhstan 45% 74% 59% 61% 55% Figura 16: Resposta dos jovens argentinos à pergunta: ‘Quantas Pessoas Conhece numa Função que Gostaria de Exercer?’ 3% 28% 36% Não sabe 32% Poucas pessoas Algumas pessoas Bastantes pessoas O primeiro é que os jovens com poucos recursos têm menos acesso a estes modelos funcionais de carreira fundamentais. O inquérito global mostrou que um quarto dos jovens de escolas públicas conhecia poucas pessoas, ou nenhuma, num emprego que gostariam de exercer, o que os coloca numa enorme desvantagem. ‘Conheci um engenheiro há uns anos e gostaria de fazer isso.’ ‘Tenho um amigo que é um ex-estudante daqui que faz isto (marketing).’ ‘Tenho tios e tias que são advogados e consigo ver-me a fazer o mesmo.’ Estudantes, Brasil, sobre o que pretendem fazer e quem influenciou essa decisão O segundo desafio é que o enquadramento familiar possa ser reforçado e os jovens com menos do que uma gama de modelos funcionais possam presumir que as pessoas gostam que eles façam um determinado tipo 20 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho “É bom quando os antigos alunos vêm falar porque alguns estudantes não conhecem os requisitos do recrutamento para diferentes trabalhos, mas os antigos alunos apresentam os desenvolvimentos mais recentes.” Diretor Escolar , Gana de trabalho, o que pode limitar a ambição ou o âmbito das suas opções de carreira e de formação. Em algumas culturas, a forte influência parental sobre as escolhas de carreira pode ter desvantagens e vantagens. Os inquéritos a jovens no Gana, uma das economias com crescimento mais acelerado e em mudança mais rápida no mundo, mostraram que 83% dos jovens são “muito influenciados” pelos seus pais nas suas escolhas de carreira. Os pais dos estudantes ganeses dos nossos dias cresceram numa economia que é totalmente diferente daquela em que os seus irão entrar, pois o país caminha no sentido de uma economia industrial e baseada no conhecimento com uma crescente privatização13. Isto limita também o âmbito do aconselhamento que os adultos podem dar aos atuais jovens. A famosa estatística de que 65% dos empregos em que os nossos filhos irão trabalhar ainda não foram inventados14 limita intrinsecamente a possibilidade dos pais darem os conselhos de carreira atuais e relevantes que os consultores mais próximos (como antigos alunos, primos e irmãos mais velhos) podem dar. De igual modo, os professores – a segunda maior influência sobre escolhas de carreira – tendem a ter uma exposição limitada ao mercado de trabalho e falta de informação atualizada.15 Por estas razões, é importante que existam programas para expor os jovens a adultos (e a jovens adultos em particular) em tantas carreiras quanto for possível, de modo a poderem fornecer inspiração e informação que seja relevante para o mercado de trabalho dos nossos dias. A pesquisa no Reino Unido mostra que as pessoas que forem capazes de estabelecer quatro ou mais interações com empregadores enquanto estiverem na escola, terão menos 80% de probabilidade de ficar afastados da educação, emprego e formação do que aqueles que não conseguem estabelecer quaisquer interações.16 Uma parte interessante da pesquisa era a limitada diferença visível entre géneros. Os níveis de confiança entre géneros estão muito alinhados e a partir de 50 entrevistas com dirigentes escolares, fazia pouco sentido que os percursos entre rapazes e raparigas que se formam nas escolas superiores fossem diferentes. Uma nova geração de jovens raparigas está a crescer num mundo que é claramente mais igual do que aquele em que as suas mães cresceram mas, como consequência, faltará mais acesso a modelos funcionais relevantes disponibilizados para os jovens. Isto revelou-se claramente nos inquéritos nacionais a jovens adultos na Jordânia, em que as mulheres jovens consideram o modelo da Future First quando duas vezes mais útil do que os rapazes. Este resultado é reflexo do mercado de trabalho jordano, em que as mulheres são cada vez mais bem educadas do que os homens, mas sofrem desproporcionalmente mais com o desemprego.17 3.1.2 School Leaders 93% dos Diretores Escolares entrevistados no âmbito da pesquisa afirmou que o apoio à criação e maximização de comunidades de antigos alunos seria útil na sua escola. Esta reação foi uma combinação da sua crença no valor do envolvimento de antigos alunos e a sua preocupação de que a atual abordagem não era tão sistemática ou informada pelas boas práticas como poderia ser. Figura 17: % de jovens na Jordânia que dizem que a Future First seria úti18 Masculino Feminino 30% 54% Quando questionados sobre como a escola ajudou os estudantes a prepararem-se para o seu futuro, 41% dos Diretores Escolares mencionaram o apoio “No primeiro ano de escola, quando se fala sobre a universidade, os estudantes pensam que é um sonho e que não pode acontecer. Depois veem ex-estudantes e acreditam que isso lhes pode acontecer a eles também.” Diretor Escolar em Pernambuco, Brasil Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Figura 18: Tipos de Apoio de Antigos Alunos Desejados por Diretores Escolares (Escala 1-5)19 Falar sobre carreiras/educação Fornecer experiencia laboral Mentores/E-mentores Doadores Voluntários em clubes escolares 3.7 2.9 2.7 2.2 1.9 dos seus antigos alunos sem lhes ser dada qualquer pista, e um total de 89% de dirigentes escolares afirmaram que estão de algum modo em contacto com eles. O conceito não é novo mas a aplicação é presentemente limitada. Quando se pergunta se os antigos alunos possuem algum valor específico sobre outros adultos empregados que pretendam oferecer estes tipos de apoio a estudantes, muitos dirigentes escolares foram rápidos a dizer ‘com certeza.’ Dos países estudados, o que apresenta níveis atuais de menor envolvimento de antigos alunos, o Brasil,20 foi o que teve o nível mais forte de interesse na criação de comunidades, com todos os Diretores Escolares entrevistados a dizer que o modelo da Future First seria útil. A maior parte dos Diretores Escolares indicou que existia uma necessidade significativa de comunidades de antigos alunos devido à falta de apoio em casa. Conforme referiu um Diretor Escolar numa das áreas mais pobres, “os estudantes precisam muito dos pais, mas a sua geração não é muito bem sucedida (e por isso não pode prestar aconselhamento)”. Sentia como a comunidade de antigos alunos poderia ser capaz de mostrar aos estudantes o que é possível, atendendo ao défice de modelos funcionais dos pais. A crença em comunidades de alunos também foi visível no inquérito nacional aos jovens: 89% dos inquiridos sentia que poderia ser útil receber apoio de uma comunidade de antigos alunos. 21 3.1.3 Governo O apoio de governos locais e nacionais à ideia de programas de antigos alunos em escolas públicas foi considerado muito forte em todos os países visitados. A lógica por trás do apoio governamental a redes de antigos alunos varia de país para país, conforme as prioridades locais, embora a ideia de fornecimento de acesso a modelos funcionais de carreira aparecesse como uma prioridade em todos os países. Conforme explicou um representante governamental ganês,“ deveremos instalar projetos piloto em áreas de baixo rendimento onde a educação como ferramenta de desenvolvimento societário está a perder o seu efeito… Os agricultores nas áreas de cultivo do cacau podem não ver a lógica da educação porque os seus filhos também serão cultivadores de cacau, mas temos de lhes mostrar como ser lideres do negócio.” Este sentimento foi refletido também no desejo do Ministério da Educação Queniano de alargar as atividades de antigos alunos para fora de Nairobi e para as áreas mais pobres e rurais, onde o seu valor foi percebido como sendo muito superior. Os representantes governamentais também falaram do alinhamento do programa com temas de mobilidade social, fortalecimento de comunidades escolares e disponibilização de acesso prático a aconselhamento e oportunidades. De facto, todas as entrevistas com entidades governamentais foram seguidas por uma conversa espontânea sobre se a Future First poderia ou deveria considerar a implementação prática naquele país. “Uma das coisas mais importantes quando se olha para a equidade é o enquadramento familiar. Se vier de uma boa família, tem uma boa orientação.” Conselho Nacional da Educação da Finlândia 22 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Conclusão Não há dúvida de que as redes de antigos alunos podem ser usadas para ajudar os jovens a percorrer a transição da escola para o emprego e a apoiar as escolas a financiar atividades extracurriculares e projetos de infraestruturas. As melhores práticas atuais em escolas privadas, escolas públicas de elite e universidades mostram apenas como pode ser o impacto desta intervenção quando implementada eficazmente. No entanto, o atual padrão de níveis elevados de atividade dos antigos alunos em escolas de elite comparado com escolas regulares, apesar da igual propensão para retribuir entre os antigos alunos de todos os tipos de escola, tem um impacto líquido negativo. As redes de antigos alunos atualmente servem apenas uma pequena parte da sociedade e reforçam as hierarquias sociais mais do que facilitam a mobilidade social. Este documento foi elaborado não apenas para despertar o pensamento mas, sempre que existir oportunidade, para promover a ação. Mostra que o âmbito e dimensão da oportunidade da oportunidade varia de país para país. Todavia, mesmo nos países com a menor oportunidade para adultos que pretendam prestar apoio às suas antigas comunidades escolares, o potencial não explorado é significativo. A Future First pretende suscitar a consciência deste potencial não explorado através da divulgação deste relatório e inspirar e educadores do mundo inteiro para assumir o encargo de construir comunidades junto de todas as escolas. Esperamos ver outros prestadores de serviços emergir, trazendo com eles novas ideias e atividade acrescida. A Future First International está a ser lançada para apoiar a atividade de antigos alunos em escolas á escala internacional. Iremos trabalhar para difundir as melhores práticas atuais, prestar consultoria e apoio direto sobre todos os aspetos da criação e mobilização de redes de antigos alunos, além de ajudar com soluções tecnológicas. A força dos governos para promover programas nas escolas, a força da infraestrutura tecnológica e o nível de desenvolvimento de uma cultura nacional de voluntariado de antigos alunos serão os três fatores chave que determinarão até que ponto é eficiente para determinado país ou região embarcar num programa de antigos alunos nas suas escolas. A nossa visão global é ver um aumento exponencial no número de escolas que ativamente constroem comunidades de antigos estudantes lideradas pela iniciativa de escolas, ONGs e governos. Não há razão para os jovens não terem acesso à riqueza de oportunidades e redes de apoio que os seus antigos estudantes podem proporcionar. A nossa intenção é garantir que o fazem. Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 23 Agradecimentos Com muitos agradecimentos às seguintes pessoas que participaram na pesquisa: 29. Mr Kofi, Diretor Escolar, Escola RC do Imaculado Coração, Aldeia Cristã Acra, Gana Lista de entrevistados e Reconhecimentos 30. Grupo de Foco de Professores, Escola RC do Coração Imaculado, Aldeia Cristã, Acra, Gana 1. Rabiga Nurbaya, Coordenador do Fundo de Desenvolvimento Social Universidade de Nazarbayev,Astana 31. Grupo de Foco de Estudantes, Escola RC do Coração Imaculado, Aldeia Cristã, Acra, Gana 2. Trufanov Alexey Stefanovich, Diretor, Escola 5, Astana 3. Larisa Vyacheslavovna, Diretor, Escola 19, Astana 4. Grupo de Foco de Estudantes na Escola 19, Astana 32. Charles Y.Aheto-Tsegah, Vice-Ministro e Rabiana Azara Amandi, Diretor do Ensino Não Superior, Ministério da Educação, Acra, Gana 5. Zhanat Turysbekovna, Diretor, Escola 7, Astana 6. Dosbol Zharylgassov, coordenador de projeto e Ekaterina Artemyeva, Diretor dos Serviços de Língua Inglesa do British Council, Almaty 7. Afia Sebekova, Diretor, Escola 162, Almaty 8. Zhazira Karabalaeva (voluntário) e Aliya Sagin, Komanda SOS, Almaty 9. Jessica Howard, Associado de Investigação e Desenvolvimento, European Foundation Central Asia (EFCA), Almaty 10. Nurilya Shakhanova, Diretor do Programa de Assistência às Despesas de Ensino, e Gulmira Jamanova, BOTA, Almaty 11. Danira Usembaeva, Director, Escola Bekmahanova,Toel bi 12. Aiza Estaeva, Escola Makarenko,Tole bi/Schu 13. Klara Kozhagappanova,Departamento de Educação,Schu 14. Mr Turat, Escola NL im. Auezova, Tole bi 15. Almera, Escola Makataeva, Tole bi 16. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Makataeva,Tole bi 17. Kalankas Yesenovna, Escola Lyceum Silk Way, Tole bi 18. Biniyazova Akbota Zholdybayevha, Diretor Escolar, Escola 26, Almaty 33. Mary Alido-Wumbei, Diretor Escolar, e Mohamed Seini, ViceDiretor Escolar, Escola Superior Choggu Junior, Tamale, Gana 34. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior Choggu Junior, Tamale, Gana 35. Awari, Diretor Escolar, Escola Superior de Negócios Sénior (BISCO), Tamale, Gana 36. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior de Negócios Sénior, Tamale, Gana 37. Saaka, Diretor de Programa, Escola para a Vida, Tamale, Gana 38. SM Baba, Diretor Escolar; TT Tampuli, Vice-Diretor Escolar e Osman Wahou, Vice-Diretor Escolar, Escola Superior Sénior de Savelugu, Savelugu, Gana 39. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior Sénior de Savelugu, Savelugu, Gana 40. Mariatu Mohammed, Diretor Escolar, Escola Superior Feminina de Tamale, Tamale, Gana 41. Mary Asobayire Dan-Braimah, Diretor Escolar e Sr. Soka, ViceDiretor Escolar, Escola Superior Sénior do Gana, Tamale, Gana 42. Felix Abagale, Diretor de Associação de Antigos Alunos, Universidade para Desenvolvimento de Estudos, Tamale 43. Georgina Attopley, Escola Superior de Kinbu 19. Leila Yedygenova, Diretor Executivo e Larissa Gorbunova, Coordenador de Programas Bilim, Almaty 44. Dr. Shine Ofori, Escola Presbiteriana de Osu 20. Dinara Mustakhayeva, Especialistas em antigos alunos e bases de dados e Raushan Kanayeva, Vice-Diretor do Departamento de Desenvolvimento Corporativo, KIMEP, Almaty 46. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Primária de Wesley 21. Saule Kalikova, Especialista em Educação, SOROS, Almaty 22. Aida Darzhanova, Especialista em RH e Nazym Osserbayeva, Supervisor de RH, Departamento de Pessoal, KPMG, Almaty 23. Grupo de Foco de Antigos Estudantes das Escolas Públicas do Cazaquistão, Londres, Reino Unido 45. Victroia Ajyapong, Escola Primária de Wesley 47. Eunice Quarcoopome, Associação de Antigos Alunos de Achimota 48. Nicole Goldstein, Consultor de Educação, DFID 49. Sr Awuku, Responsável Metro de Acra 50. Presidente de Câmara Alfred Okoe Vanderpuije, Presidente da Câmara de Acra 51. Hannah Ghanson e Betty Simate,UNV,Acra 24. Maame Nketsiah, Diretor de Programa, Inovações para a Ação da Pobreza Acra, Gana 52. Dolores Dickinson, CAMFED, Acra 25. Vanessa Ada-Akorsah, Diretor, Escola Especial New Horizon, Acra, Ghana 54. Gaskin Dassah, NNED, Tamale 26. Charles Tsegha, Vice-Diretor, Serviços de Educação do Gana, Acra, Gana 56. Kehinde F.Ajayi, Professor Assistente, Departamento de Economia, Universidade de Boston 27. Sheila Osei Boakye, Diretor Escolar, Academia Prempeh, Afiyena, Gana 57. Abdul Rahaman, Diretor do Metro de Tamale 28. Grupo de Foco de Estudantes da Academia Prempeh, Academia Steps e Unidade de Educação Adventista do Sétimo Dia, Afiyena, Gana 53. Emmanuel Goodwyll, Universidade do Gana 55. Prosper Nyavor, IBIS 58. Diego Ambasz, Responsável Operações Sénior, Banco Mundial, Argentina 59. Max Gulmanelli, Director General de Educación de Gestión Estatal, Buenos Aires 24 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 60. Sandra Domínguez, Diretora Escolar, Escuela Dr Antonio Bermejo, Comercio 2 de 1,Buenos Aires 90. Sandra, Escola Técnica Magalhães, ETEPAM, Recife 61. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela Dr Antonio Bermejo, Comercio 2 de 1, Buenos Aires 92. Katia Senna e Isabel Correia, Ecos do Futuro, Rio de Janeiro 62. Raúl Otero, Escuela de Musica, Juan Pedro Esnadla, Buenos Aires 63. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela de Musica, Juan Pedro Esnadla, Buenos Aires 64. Laura Vázquez, Escuela de Comercio 6 de 13, Conurbano, Buenos Aires 65. Elena Canadell, EEM 5 de 19, Escuela de Reingreso, Buenos Aires 66. Abelardo Safons Brondes, Fundacion Honra la Vida, Buenos Aires 91. Grupo de Foco, Escola Técnica Magalhães, ETEPAM, Recife 93. Oscar Rocha Barbosa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 94. Katia Lisboa, Assistente do Diretor e Coordenador Académico, Colégio Don Euigine, Rio de Janeiro 95. Grupo de Foco de Estudantes, Colégio Don Euigine, Rio de Janeiro 96. Edson Rocha, Escola de Ensino Médio Pedro Alvarez, Rio de Janeiro 97. Fátima Pereira da Silva, Colégio Evangelina Porto da Motta, Rio de Janeiro 67. Carlos Davis, Escuela Técnica 23 de 13, Buenos Aires 98. Grupo de Foco de estudantes, Colégio Evangelina Porto da Motta, Rio de Janeiro 68. Axel Rivas, Diretor de Investigação, CIPPEC, Buenos Aires 99. Mariza Soares, Instituto Empreender, Rio de Janeiro 69. Walter Papu, Diretor da Associação de Antigos Alunos, Colegio Nacional, Buenos Aires 100. Marelisa Avila, EC Ignacio Axevado do Amaral, Rio de Janeiro 70. Diego Dalman, Clube de Antigos Alunos da UADE, Buenos Aires 71. Augustina Cavanagh e Jessica Malegarie, Cimientos, Buenos Aires 72. Ana Tallano, Inspectora de Educacion, Provincia de BuenosAires, Mercedes 73. Sandra Almada, Diretora Escolar, Escuela Agraria 1, Mercedes 74. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela Agraria 1, Mercedes 101. Angela Dannemann, Diretora Executiva, Fundação Victor Civita 102. Grupo de Foco de Antigos Estudantes da Escola Secundária Finlandesa, Londres, Reino Unido 103. Kristiina Volmari, Conselho Nacional da Educação da Finlândia, Helsínquia 104. Aki Holopainen, Principal, Munkkiniemen Yhteiskoulu, Helsínquia 75. Miriam Bea, Diretora Escolar, Escuela 9, Mercedes 105. Grupo de Foco com Estudantes, Munkkiniemen Yhteiskoulu, Helsínquia 76. Maria del Carmen, Vice-Directora, Escuela Normal Superior, Mercedes 106. Olli Määtä, Diretor de Relações Internacionais e Markku Pyysiäinen, Diretor, Helsinki Normal Lyceum,Helsíquia 77. Grupo de Foco de Estudantes, Escuela Normal Superior, Mercedes 107. Aki Tornberg e Sieja Rasku,Consultores de Educação, Ministério da Educação, Helsínquia 78. Christian Ponee, Diretor Escolar, Escuela de Educacion Tecnica N.º 2, Mercedes 108. Tuomas Kurttila,Diretor Executivo, Liga Filandesa de Pais, Helsínquia 79. Gilveni Torres, Gestor de Escola Regional, Recife 80. Renata Rodrigues, Departmento de Educação, Recife 109. Milla Rekola, Responsável de Planeamento, Associação de Estudantes do Ensino Pós-Secundário 81. Patricia Alexandre, Secretária de Estado da Educação, Rio de Janeiro 110. Maija Hinkman, Professor, Escola Pós-Secundária de Olari, Espoo 82. Rafael Parente, Prefeitura do Rio de Janeiro 111. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Pós-Secundária de Olari, Espoo 83. Helena Altenfelder, Diretora Executiva, CENPEC, São Paulo (entrevista telefónica) 112. Ella Similä, Diretor, Escola Etu-Töölön, Helsínquia 84. Claudenildo Batistuta Junior, Ginásio Pernambuco, Recife 113. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Etu-Töölön, Helsínquia 85. Grupo de Foco de Estudantes, Ginásio Pernambuco, Recife 114. Milla Laasonen, Gestor Executivo da Associação de Antigos Alunos da Universidade de Metropolia para Ciências Aplicadas 86. Aldineide de Queiroz, Escola Técnica Estadual Cicero Dias, Recife 87. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Técnica Estadual Cicero Dias, Recife 88. Andréa Vieira, Escola de referência em ensino médio Nóbrega, Recife 89. Grupo de Foco de Estudantes, Escola de referência em ensino médio Nóbrega, Recife 115. Liisa Jääskeläinen, Administrador, Escola Nummi-Pusulan, Lohja 116. Grupo de Foco de Estudantes na Escola Nummi-Pusulan, Lohja 117. Katri Kalske, Administrador do Departamento de Educação de Lohja e Simo Juva, Presidente da Câmara de Lohja 118. Ulrica Karell, Diretor, Escola Superior de Virkby, Lohja Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho 25 Referências 119. Grupo de Foco de Estudantes, Escola Superior de Virkby, Lohja 1 Definimos ‘escolas de elite’ como escolas privadas e escolas públicas que são seletivas, seja por via de exames seja pela localização. 2 Definimos programas de antigos alunos ‘integrados’ como visitas mensais por antigos alunos à sua escola no âmbito de um programa de atividades planeado. 3 A Figura 6 ilustra a média entre países do envolvimento de antigos alunos, conforme o identificado por diretores escolares em todas as escolas visitadas, incluindo as escolas privadas e públicas. 4 Isto era verdadeiro em 80% de escolas no Cazaquistão e 42% de escolas no Gana. 127. Satam Safety Naji Awad, Secretário Geral da Educação, Ministério da Educação 5 128. May Abuhamdia e Nada Quaddoura no British Council No Brasil, a mobilização de antigos alunos mais corrente hoje em dia é o voluntariado em clubes de escolas, o que foi feito por 25% das escolas entrevistadas. 6 Figura 8: Média entre países do envolvimento de antigos alunos, conforme o identificado por diretores escolares em todas as escolas visitadas. 7 Figura 9: Inquérito nacional que ilustra a probabilidade de adultos efetuarem donativos em dinheiro a sua antiga escola. 8 Figura 10: Média entre países do inquérito nacional, mostrando a probabilidade de adultos retribuírem vs. percentagem dos que já contribuíram para a sua antiga escola. 9 Figura 11: Valores das médias entre países com base em todos os inquéritos nacionais. 10 Figura 13: Tendo por base inquéritos nacionais. 11 Com base nas respostas da amostra da população em inquéritos nacionais. Foi perguntado aos inquiridos quanto pretendiam doar à sua antiga escola se lhes pedissem para efetuar um donativo amanhã. As quantias são extrapoladas para a população total do grupo etário inquirido (19-65). O montante disponível por escola mostra o montante total dividido pelo número de escolas superiores financiadas pelo governo. 12 Figura 15: Tendo por base inquéritos nacionais. 13 AfDB/OECD,2008,Ghana http://www.oecd.org/dev/ emea/40577770.pdf. 14 Cathy N.Davidson (2011),‘Now You See It: How Technology and Brain Science Will Transform Schools and Business for the 21st Century’, Penguin. 15 Ofsted (2013),‘Going the Right Direction?’ (http://www.ofsted. gov.uk/resources/going-rightdirection-careers-guidance- schools-september-2012) [acedido em 05/11/2013). 16 Mann,A (2012) “It’s who you meet: why employer contacts at school make a difference to the employment prospects of young adults” Education and Employers Taskforce. 17 Estratégia Nacional para o Emprego da Jordânia 2011-2020, Ministério do Planeamento e Coordenação Internacional. 18 Figura 17: Com base no inquérito nacional a jovens jordanos que consideram que o modelo da Future First seria muito útil. 120. Panu Ruoste, Diretor, Escola Superior de Lohja, Lohja 121. Carina Järf-Ringbom, Diretor, Gymnasiet Lärkan,Helsínquia 122. Grupo de Foco de Estudantes, Gymnasiet Lärkan,Helsínquia 123. Hanna Klinge e Annti Karjalinen, British Council,Helsínquia 124. Vesa Vihervä, Diretor, Escola Makelanrinteen, Helsínquia 125. Grupo de Foco de Estudantes na Escola Makelanrinteen, Helsínquia 126. Virpi Utriainen, CEO, Junior Achievement, Helsínquia 129. Wafaa Makhamreh, Chege de Organizações Internacionais, Ministério daEducação, Amã 130. Dr Musa Al Lozi, Universidade da Jordânia, Amã 131. Ghada Saifi, Amman Baccalaureate School, Amã 132. Grupo de Foco de Estudantes, Amman Baccalaureate School, Amã 133. Associação de antigos alunos, Amman Baccalaureate School, Amã 134. Deema Bibi, CEO de INJAZ, Amã 135. Deema Al Alami, CEO da Ask Arabia, Amã 136. Mayyada Abu Jaber, CEO, Fundação Jordana de Formação de Carreira, Amã 137. Haif Bannayan, CEO, Academia de Professores da Rainha Rania, Amã 138. Bayder Wadi Al Sear, Escola Secundária de Om Habiba, Amã 139. Suhad Mohammad, Escola Feminina Sakan Bent al Hussain, Amã 140. Grupo de Foco de Estudantes, Escola feminina Sakan Bent al Hussain, Amã 141. Moh Kwaldeh, Diretor Escolar, Escola Secundária Masculina Kolyat Al Hussein, Amã 142. Grupo de Foco, Escola Secundária Masculina Kolyat Al Hussein, Amã 143. Saeb Haddad, Diretor, Escola Cristã de Fuheis 144. Sate’Al Qudah, Gestor Educativo, Save the ChildrenJordânia 145. Fatima Al Mughrabi, Gestor de Jovens, Tecnologia e Carreiras, Save the Children International, Jordânia 146. Jihad Saaideh, Professor de Inglês, Escola Masculina Al Salt, Jordânia 19 Figura 18: Foi pedido aos Diretores Escolares para classificarem os cinco tipos de apoio de antigos alunos, numa escala de 1 a 5, sendo 5 o de maior valor e 1 o de menor. O gráfico mostra a média entre os países. 20 Quase dois terços das escolas visitadas no Brasil não tinham qualquer contacto com os seus antigos estudantes. 26 Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho “Todo o brasileiro tem um talento para alguma coisa (mas) mas precisamos de alguma inspiração que influencie – quando encontramos os nossos objetivos e competências fazemos por eles… através de conversas (com pessoas nos empregos) obtemos inspiração.” Estudante, Recife, Brasil Cada Escola uma Comunidade: O Papel dos Antigos Alunos no Apoio à Transição da Escola para o Trabalho Future First International 338 City Road London EC1V 2PY www.futurefirst.org.uk/international/ [email protected] +44 (0)20 7239 8933 27 “Quero ir por aí, Ser alguém importante e ajudar a escola no futuro.” Estudante, Acra, Gana