Abril

Transcrição

Abril
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Abr il 2010
A
ornada
J
Longa
Joana
de
ARTIGO ESPECIAL
Quando os Números
Não São Tão Bons
Veja página 23
Abr il 2010
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
G E R H A R D
PA D D E R AT Z
3 Notícias e Imagens
A R T I G O
D E
C A P A
A Longa Jornada
de Joana
Por Gerhard Padderatz ...... 16
Sua peregrinação espiritual
levou-a a lugares inesperados.
DEVOCIONAL
De Rochas e Pedras Por Patricia A. Gross .......................... 12
Janela
7 Ruanda por Dentro
Visão Mundial
8 Lições de Liderança
SAÚDE
Enxaqueca ....................... 11
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
O que faz com que elas tenham valor?
SERVIÇO
ADVENTISTA
Chamado de Amor de um Dólar
Por Jerry Kea ............................................................................... 14
Quando pouco significa muito.
CRENÇAS
BÍBLICAS
A Obra de Cristo
no Santuário .................. 26
Por Angel Manuel Rodríguez
FUNDAMENTAIS
O Maravilhoso Deus-homem Por Jairyong Lee .............. 20
Explorando o mistério de um Ser divino
que Se tornou humano.
ESPÍRITO
PERGUNTAS
DE
ESTUDO
BÍBLICO
Eco da Eternidade ........ 27
Por Mark A. Finley
PROFECIA
Perto do Coração de Deus Por Ellen G. White ................. 22
Como sabemos que Deus nos ama? Veja o preço
que Ele pagou pela nossa salvação!
E S P E C I A L
Quando os Números Não São Tão Bons
Por Reinder Bruinsma................................................................. 23
Numa comunidade unida pela fé e oração,
os números não são tudo.
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
Capa: TRANSPONDO BARREIRAS:
Joana de Castro Arce posa tendo ao
fundo a histórica cidade de Heidelberg.
Sua história liga continentes, pontos de
vista e, mais importante, une pessoas.
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 4, abril de 2010.
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Adventist World | Abril 2010
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Levantado e Carregado
O
sinal de mensagem em meu celular
piscava insistentemente enquanto
eu rapidamente saía do avião para o aeroporto. Meu nível
de irritação aumentava à medida que tentava me desviar dos
vendedores de comida e das longas filas de passageiros. Por
que essas pessoas tinham escolhido logo agora para deixar
suas mensagens e quanto tempo seria necessário para resolver
o problema delas? Eu tinha apenas 45 minutos para encontrar
algo para comer, enviar vários e-mails breves e encontrar o
meu novo portão de embarque.
Em um canto quase silencioso apertei o telefone no meu ouvido, determinado a resolver rapidamente o problema das mensagens. Várias eram previsíveis, ouvidas rapidamente e apagadas:
ligue para o escritório; envie o relatório; ajuste a data da comissão.
Mas, então, ouvi uma mensagem que aqueceu e alegrou meu
coração atormentado: “Bill, não sei em que lugar do mundo você
está agora, mas gostaria de deixar só um recadinho para dizer
que estou orando por você, todos os dias, e pedindo a Deus para lhe
dar o senso da presença dEle ao seu lado em tudo o que fizer.”
Virei o rosto para esconder as lágrimas que encheram
meus olhos e para sussurrar uma oração de gratidão pelo
amigo que me enviara aquela linda mensagem. Sim, aquele
foi um sinal de sua afeição para comigo, um antigo amigo,
companheiro de oração por aproximadamente 25 anos. Essa
também foi a explicação das coisas impressionantes que
aconteceram nessa viagem. Percebi que os ouvintes eram
excepcionalmente receptivos nas igrejas em que preguei; fiz
rápidos acordos com os colegas sobre os assuntos que discutimos; vi as dificuldades suavizadas por uma mão poderosa,
mas invisível. Nada mais fazia sentido, nos últimos dias, a não
ser o fato de que eu tinha sido levantado e carregado, não só
por um avião, mas pelas orações dos que me amam.
Há um século, Ellen White nos lembrou: “Faz parte do
plano de Deus conceder-nos, em resposta à oração de fé,
aquilo que Ele não outorgaria se o não pedíssemos assim”
(O Grande Conflito, p. 525). Creio que essa promessa é especialmente verdadeira quando intercedemos por aqueles que o
Espírito traz à nossa memória, mesmo quando confessamos
que não entendemos completamente a maneira como Ele
realizará o bem que pedimos para eles. Pela fé oramos
uns pelos outros, confiando na grande fidelidade dAquele
que mantém todas as coisas em Suas poderosas mãos.
– Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
Cresce Evangelismo
Adventista em São Paulo
■ São Paulo é o Estado mais populoso
e com a população mais diversa do
Brasil. Abriga grande número de imigrantes como italianos, portugueses,
ameríndios, africanos, árabes, alemães,
hispânicos, coreanos, chineses e japoneses.
Alguns desses grupos possuem culturas
e tradições muito diferentes, dificultando
o evangelismo entre eles.
O evangelismo para grupos específicos já é realizado no Estado há mais
de cinquenta anos, especialmente entre
japoneses, árabes, judeus, coreanos e
hispânicos. O primeiro trabalho entre
minorias étnicas começou em 1959,
visando a alcançar os japoneses. As primeiras reuniões foram realizadas naquela época, mas foi apenas em 1970 que a
PASTORES ÉTNICOS: Líderes de congregações étnicas se reúnem em
São Paulo, Brasil.
C E N T R A L
B R A Z I L
U N I O N
P H O T O S
primeira Igreja Adventista Japonesa,
hoje conhecida por Comunidade
Nipo-Brasileira, foi organizada.
Em 1964, a comunidade coreana começou a realizar suas primeiras reuniões.
Atualmente, duas congregações coreanas
se reúnem no centro de São Paulo.
O trabalho entre a comunidade judaica
foi inaugurado em 1997, seguido, em 1999,
pelo trabalho entre a comunidade árabe.
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
CRENTES HISPÂNICOS: Congregação de hispânicos crentes em São Paulo, Brasil.
F O T O :
Hoje, ambos possuem forte liderança e
recursos que justificam o estabelecimento
de duas congregações distintas.
Finalmente, veio o evangelismo
entre a comunidade hispânica. Segundo
as estatísticas, há 700 mil hispânicos
no Estado de São Paulo, a maioria na
capital.
David Sabbag sempre creu em
Deus, mas não era membro de
nenhuma igreja. Por alguma razão,
porém, ele guardava o sábado e, mais
tarde, encontrou a Igreja Adventista
do Sétimo Dia. “Meu batismo na
[comunidade] árabe fortaleceu minhas
convicções. Estou batizado e em estado
de graça … com o desejo de estar mais
perto de Deus”, diz ele.
R E D E
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A D V E N T I S TA
D E
N O T Í C I A
Adventist World | Abril 2010
U N I Ã O
C E N T R A L
B R A S I L E I R A
Alfred Fogel é membro da Comunidade Adventista Judaica, que tem
como parte de seu culto uma série
de cerimônias interessantes, como o
Kabbalat Shabbat, tradicional culto
judeu de sexta-feira ao pôr do sol, para
a recepção do sábado.
– Reportagem de Suellen Timm, União
Central Brasileira
Muda o Formato da Record,
na Divisão do Sul do Pacífico
■ A revista oficial da Divisão do Sul
do Pacífico, Record, lançou em fevereiro
seu novo visual e planejamento para
o futuro, a fim de ampliar o número
de leitores. David Gibbons, diretor de
comunicação do Centro Adventista de
Mídia (AMN), diz: “Queremos alcançar
um público maior. Os jovens e as
pessoas que moram em países em desenvolvimento no Sul do Pacífico também
desejam ser discípulos com informação,
educação e nutridos com boas notícias,
histórias e artigos especiais.
A revista ícone da divisão, publicada
por mais de cem anos, é semanal, com
16 páginas. É um periódico em preto
e branco, mesclando notícias e artigos
devocionais. Agora, passará a ser publicada quinzenalmente e com 24 páginas
coloridas. A distribuição será aumentada
para atender às populações de fala
inglesa nas áreas urbanas das Ilhas do
Pacífico, que, até agora, recebem apenas
uma cópia junto com a Adventist World,
uma vez por trimestre.
A equipe de comunicação da AMN
utiliza um modelo integrado de comunicação para membros da igreja, produzindo um programa de TV semanal, de
meia hora, com notícias e atualidades, o
Record InFocus, e atualizando o web site
da revista, destacando as cores laranja e
azul do novo visual. Record InFocus, como
transmitido pelo Hope Channal (TV
Adventista Mundial), foi recentemente incluído na programação do Canal Cristão
Australiano, canal gratuito das redes
Foxtel, Optus e Austar de TV por assinatura, e será veiculado no horário nobre
das noites de sexta-feira. O programa
Esquerda: NOVO VISUAL:
Record, revista de cem anos de
existência, da Igreja Adventista
da Divisão do Sul do Pacífico,
foi relançada como revista
quinzenal. Abaixo: NOVA
EQUIPE: A equipe da Record,
da esquerda para direita:
Theodora Amuimuia, Kent
Kingston, David Gibbons, Pablo
Lillo, Tracey Bridcutt, Gilmore
Tanabose e Jarrod Stackelroth.
também estará disponível para ser transmitido gratuitamente na TV comunitária em Sidney e na EM TV e Canal 8 de
Port Moresby, em Papua-Nova Guiné.
O programa ainda será transmitido na
Shine TV, da Nova Zelândia.
Os novos destaques da revista
incluem a coluna Record Rewind, dedicada à história adventista na região do
Sul do Pacífico, receitas, dicas de saúde
e outros segmentos para compartilhar
testemunhos e destaques de igrejas
locais. A nova Record está diagramada
para ser mais interativa, e incentiva os
membros a enviar fotos de eventos das
igrejas e escolas, com uma pesquisa de
opinião online e atualizações diárias do
seu web site.
A mudança, porém, não aconteceu
sem muitos desafios. A equipe editorial,
em novembro, mudou-se da Signs
Publishing Company, em Victoria, para
a sede do Centro Adventista de Mídia,
como parte do Departamento de
Comunicação da Divisão Sul do Pacífico, em Sidney.
“Estou muito animado como nossa
nova equipe”, diz Pablo Lillo, diretor
de notícias e editor chefe, responsável
por integrar os diferentes elementos
de comunicação. “Temos uma equipe
jovem, cheia de energia, cuja paixão é
contar histórias com bom conteúdo
para os nossos 410 mil membros na
região do Pacífico. É sempre um desafio
mudar, de repente, uma revista lida por
tanta gente e apoiada pelos membros
de nossa igreja. A resposta, porém, tem
sido esmagadoramente positiva.”
– Reportagem de Jarrod Stackelroth,
editor assistente da Record
MONGÓLIA: Expansão do Ministério
Jovem Ajuda a Igreja
■ Cerca de oitenta e cinco por cento
dos membros adventistas na Mongólia
são jovens. Por isso, é vital que o ministério jovem seja forte. No último verão,
o pastor adventista HaShik Kang e a
família chegaram à Mongólia, após longo
CONCURSO DE
CANTO: Jovens da
Igreja Adventista
da Mongólia
participam de
concurso musical.
F O T O :
atraso na obtenção do visto. Nos meses
seguintes, Kang e os membros formaram
na igreja um nicho para os jovens.
Durante os últimos meses, o Departamento de Jovens organizou várias
atividades e programas. Em agosto de
2009, realizaram seu primeiro concurso
de cantores gospel entre as igrejas.
Oito igrejas participaram no concurso
“Som Eterno”. Foram encontrados
vários talentos em cada uma das quatro
categorias: canção livre, a capella, hinos
da igreja e canções ritmo/criativas. O
Departamento Jovem planeja tornar o
concurso anual.
Em novembro de 2009, após o
treinamento do Ministério Jovem
pelo pastor Joshua Shin, o primeiro
AMiCUS (Ministério Adventista para
Estudantes Universitários) foi organizado na Mongólia, com o objetivo de
alcançar estudantes universitários nos
campi seculares. O primeiro festival
AMiCUS foi realizado em dezembro de
2009. Oitenta alunos compareceram à
Igreja Central Ulaanbaatar para assistir
ao programa de Natal. Oito grupos do
AMiCUS prepararam o programa especial. Alguns grupos cantaram, outros
leram poesias, outros apresentaram
dramas e alguns realizaram atividades
humorísticas. A parte mais interessante
foi a peça musical apresentada pelos
grupos, cada um por sua vez. Eles
contextualizaram as histórias bíblicas
no estilo de vida da Mongólia, usando
melodias e canções populares para as
partes conversacionais. As letras foram
adaptadas para encaixar nas histórias.
N S D
Foi divertido e interessante. O
programa AMiCUS objetiva alcançar
um grande número de estudantes não
adventistas na Mongólia e procura ir ao
encontro das necessidades espirituais,
intelectuais e sociais de estudantes
adventistas do sétimo dia em campi
seculares no mundo.
Em dezembro de 2009, foi realizada
a primeira olimpíada da Bíblia na
Mongólia. Várias igrejas começaram a
se preparar, com um mês de antecedência, para o evento. Catorze equipes de
sete lugares se apresentaram para participar das olimpíadas. A mais distante
viajou mil quilômetros para chegar a
Ulaanbaatar. Ao todo, foram 88 participantes de 14 igrejas. A olimpíada da
Bíblia abrangeu os quatro Evangelhos:
Mateus, Marcos, Lucas e João.
A Mongólia tem apenas um Clube
de Desbravadores, na igreja central de
Ulaanbaatar. O clube é composto por
50 membros e nove líderes. Kang tem
se reunido com todos os professores e
reorganizado o clube em seis campos.
Inspirado pelo grupo Golden Angels
da Divisão Asiática do Pacífico Norte
(NSD), o Departamento Jovem decidiu
recentemente organizar sua equipe de
Golden Angels da Mongólia. Seguindo
os mesmos princípios da NSD, dá-se
aos jovens mongoleses a chance de
dedicar um ano de sua vida para Deus.
O propósito dos Golden Angels da
Mongólia é apoiar e capacitar as igrejas
locais.
– Reportagem da Equipe da Divisão
Asiática do Pacífico Norte
Abril 2010 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Sobreviventes do Terremoto
do Haiti
Juntam osPedaços
Por Libna Stevens,
Divisão Interamericana, de Porto Príncipe, Haiti
Esquerda: ESCAPANDO DA
TRAGÉDIA: Milourdes Richars mostra
onde estava sentada segundos
antes de uma parte do teto do Auditório Bíblico Adventista desabar por ocasião
do terremoto que atingiu o Haiti, no dia 12 de janeiro. Direita: AJUDAR É TUDO
QUE POSSO FAZER: Jacque St. Vil (esquerda) concentra-se em levar conforto
aos outros, mesmo após o desabamento de sua casa, que matou a esposa
e filho, durante o terremoto em janeiro. Elie Henry (direita), vice-presidente da
igreja na Divisão Interamericana, traduz sua história.
F O T O :
M
ilourdes Richars é uma
sobrevivente. Assim como
milhões que foram poupados
pelo terremoto da magnitude de 7.0 que
derrubou prédios e casas no dia 12 de
janeiro de 2010, na capital haitiana, Porto
Príncipe, Richars, dinâmica adventista
do sétimo dia, quer contar sua história.
Richars encontrava-se entre o grupo
de membros de 50 igrejas que estavam
reunidos no Auditório Bíblico da Igreja
Adventista, no centro de Porto Príncipe,
quando aconteceu o terremoto.
“Eu estava assentada ali”, disse ela
apontando para o banco no final da
igreja onde blocos de cimento ainda
permanecem no chão. “Fui compelida a
me aproximar do grupo enquanto nos
preparávamos para nos ajoelhar para orar.
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Adventist World | Abril 2010
L I B N A
S T E V E N S / I A D
Começamos a orar e sentimos e ouvimos
a igreja sacudir. Continuamos dizendo:
‘Jesus, Jesus, salve-nos’, e rogamos ao Espírito Santo que permanecesse conosco.”
Minutos mais tarde, ela viu que um
bloco de cimento havia caído exatamente no lugar onde estivera sentada.
Richars, 55, se lembra dos dolorosos
momentos após o terremoto.
“Era como dor de parto”, diz ela, que
é mãe de cinco filhos adultos. “Estávamos
todos chocados e logo pessoas feridas
começaram a chegar à igreja. Algumas
pessoas morreram nos meus braços.”
Adventista do sétimo dia há 33 anos,
Richars, que é diretora do ministério
pessoal de sua igreja, diz que desde o
dia em que a terra tremeu ela louva
e agradece a Deus por ter poupado sua
vida, seu esposo e cinco filhos.
“Tudo isso me aproximou mais de
Jesus,” é seu testemunho.
Com sua casa destruída, ela agora
está morando no terreno da igreja com
cerca de outras mil pessoas que se abrigaram ali. Ela sempre tem uma palavra
de ânimo para todos ao seu redor. É ativa
nos cultos que são realizados todos os
dias e aos sábados.
“Jesus tem sido tão bom para mim que
desejo continuar a servi-Lo”, diz Richars.
Para Jacque St. Vil, ajudar é tudo o
que pode fazer agora. Antes do terremoto, ele era professor de Matemática na
escola adventista no campus da Universidade Adventista Diquini, mas agora
visita diferentes igrejas com a Bíblia na
mão e fala para os refugiados.
A sua história é muito triste.
“Minha esposa e filho morreram
quando nossa casa desabou sobre eles na
noite do terremoto”, diz St. Vil, primeiro
ancião da Igreja Adventista Cedon, em
Delmas, região não muito distante do
centro de Porto Príncipe. St. Vil tinha
saído de casa sete minutos antes do terremoto. “Agora estou sozinho.”
St. Vil apega-se ao trabalho da igreja.
Sem ter notícia de quando poderá retornar
a lecionar, ele se concentra em levar esperança a qualquer pessoa que deseje ouvi-lo.
“Temos que permanecer fortes em
Jesus e seguir em frente,” diz ele.
Richars e St. Vil não estão sozinhos.
Há milhares de histórias não contadas.
Mais de 27 mil adventistas do sétimo
dia perderam suas casas e muitos deles
estão enlutados pela perda de familiares.
Entretanto, se apegam a Deus e servem à
igreja enquanto procuram maneiras de
reconstruir sua vida.
Os líderes da igreja ainda estão fazendo o que podem, geralmente trabalhando dia e noite para suprir as necessidades
básicas dos membros que se refugiaram
nos terrenos das 75 igrejas da capital.
Quase imediatamente após o terremoto,
a igreja começou a avaliar os danos às
suas propriedades e a oferecer orientação
espiritual aos sobreviventes.
JANELA
Ruanda
Por Hans Olson
Ruanda desfrutou de relativa paz, embora as tensões étnicas
fermentassem até 1990, quando alguns dos descendentes dos
exilados de 1959 formaram a Fronte Patriótica de Ruanda e
invadiram o país. Como consequência, estourou uma guerra
civil que durou três anos. Em 1994, o presidente hutu de Ruanda
foi morto quando seu avião foi alvejado voando sobre Kigali.
Esse incidente é criticado por instigar a violência étnica que
levou ao genocídio cerca de um milhão de pessoas e provocou a
fuga de cerca de dois milhões de refugiados para outros países.
por Dentro
R
uanda, devido a seu terreno montanhoso, é chamado
de “terra das mil colinas”. Porém, esse pequeno país
interior localizado na região dos Grandes Lagos, no
oriente africano, é mais conhecido como o país que sofreu
um dos piores genocídios do último século.
Os hutus e tutsis se estabeleceram onde hoje é Ruanda, em
algum período, no tempo de Cristo. Em geral, os hutus eram
agricultores cujas comunidades pontilhavam essa fértil nação.
Os tutsis eram pecuaristas que chegaram à terra procurando
bons pastos para o gado. Ao longo dos anos, os hutus e tutsis
desenvolveram um sistema legal comum de resolver conflitos
e uma linguagem comum com a qual conduziam os negócios.
Em 1884, a Alemanha colonizou grande parte da África
oriental, incluindo Ruanda. Durante a I Guerra Mundial,
tropas belgas tomaram o que hoje é conhecido como a
República Democrática do Congo, e invadiram Ruanda.
Após a guerra, a Liga das Nações deu à Bélgica o controle de
Ruanda. A Bélgica uniu-se ao Burundi, outra ex-colônia da
Alemanha, e deram o nome de Ruanda-Burundi à união
dos dois países. A Bélgica pouco fez para mudar o sistema de
classes existente em Ruanda, o que favorecia a minoria de
tutsis sobre a maioria de hutus.
Em 1959, um grupo de hutus derrubou o rei tutsi. A ação
provocou a primeira onda de violência generalizada entre
as duas tribos. Cerca de 150 mil ruandeses fugiram para os
países vizinhos. Tentaram um acordo sobre um governo cujo
poder era partilhado entre hutus e tutsis, mas no processo a
Bélgica decidiu separar Ruanda de Burundi e abrir caminho
para a independência dos dois países.
Os Adventistas em Ruanda
Apesar da intranquilidade ao longo dos anos, a Igreja
Adventista continua a crescer. Ela tem hoje a melhor proporção entre adventistas e o número de habitantes que qualquer
país do mundo: um adventista para cada 22 pessoas. Ruanda
abriga sete hospitais e clínicas adventistas, dezenas de escolas
adventistas de ensino fundamental, duas escolas de ensino
médio e a Universidade Adventista da África Central.
Não apenas muitos adventistas perderam a vida no genocídio de 1994, mas uma quantidade razoável de propriedades
da igreja foi destruída. Uma das perdas foi o campus original
da Universidade. Felizmente, a Igreja Adventista recebeu do
Governo de Ruanda um pedaço de terra no coração de Kigali
para construir o novo campus. Parte da oferta do Décimo
Terceiro Sábado deste trimestre ajudará a terminar um grande
prédio multifuncional que servirá como salão de atos e igreja.
Para saber mais sobre o trabalho da Igreja Adventista do
Sétimo Dia em Ruanda, visite www.AdventistMission.org.
Ruanda é um dos dez países que formam a Divisão Africana
Centro-Oriental da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Essa
divisão está recebendo o “Siga a Bíblia” este mês. Patrocinado
pelas Igrejas Adventistas de todo mundo, o projeto “Siga a
Bíblia” é uma iniciativa com o objetivo de encorajar os adventistas a desenvolver um interesse mais profundo na leitura
diária da Bíblia. A Bíblia iniciou sua jornada nas
Filipinas, em outubro de 2008, e finalizará
na Assembleia da Associação Geral, em
Atlanta, Georgia, EUA, em junho.
RUANDA
RUANDA
Capital:
Idiomas oficiais:
Religiões:
Kigali
Kinyarwanda, Inglês e Francês
Católica Romana, 56%; Protestante,
37%; Muçulmana, 5%; outras, 2%.
População:
9,6 milhões*
Membros adventistas:
445.556*
População adventista per capita:
1:22*
Crescimento da Igreja no último ano: 5%
* Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 146 Relatório Estatístico Anual–2008.
o
A L A N
N U D M A N
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Lições
de
L i d e r a n ç a:
Testemunho
Por
Jan Paulsen
Pessoal
Oito lições que aprendi para ser um líder eficaz
Q
uando reflito em anos passados, é impressionante pensar
nas experiências que me vêm
à mente. Olhando para meu tempo
de infância, vejo alguns paralelos com
dois gigantes do reino de Deus. Como
o rei Davi, eu era um menino pastor.
Cuidava de ovelhas nas colinas no
norte da Noruega durante os difíceis
dias da guerra e da ocupação, e fazia
isso pela promessa de três refeições
completas por dia. Como Moisés, lutei
contra um problema na fala, que me
custou muito tempo e esforço para
superar. E aí terminam as semelhanças
com esses dois grandes homens de fé.
O testemunho pessoal tem uma
rica tradição dentro do Adventismo.
No passado, tínhamos “reuniões de
testemunhos”. Nós nos reuníamos com
a comunidade de fé para compartilhar momentos de nossa caminhada
espiritual; para nos lembrar tanto dos
tempos difíceis como dos bons; para
encontrar força e propósito ao relembrar a fidelidade de Deus.
Olhando para trás, para minha
jornada, vejo que, muitas vezes, as
experiências mais valiosas em minha
vida, e que mais me ensinaram, foram
os momentos de fracasso, não os de
sucesso. Após 35 anos em vários cargos
de liderança na igreja, desde diretor de
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Adventist World | Abril 2010
R A J M U N D
D A B R O W S K I
colégio a presidente de divisão, e agora,
presidente da Associação Geral; na
África, na Europa e para nossa comunidade global, tive minha parte dessas
“experiências de aprendizado”. Delas
eu descobri que podemos encontrar
honra, mesmo nas falhas, se estivermos
preparados para aceitar suas lições;
depois levantar e seguir em frente.
A liderança na nossa igreja, em
qualquer nível, pode ser imensamente
gratificante ou enormemente frustrante. Pode nos dar uma maravilhosa
sensação de paz interior, ou, se me
permite, nos engolir vivos. Pode nos
ajudar a descansar bem à noite, ou
roubar-nos qualquer descanso, noite
ou dia. Pode nos energizar e sustentar
por toda a vida, ou deixar-nos à
procura da primeira saída.
O que determina como cada um
reage às exigências da liderança? Posso
falar apenas do meu testemunho e
das lições que aprendi ao longo do
caminho, lições que muitas vezes tive
que aprender, reaprender, e aprender
muitas outras vezes.
Base Para Liderança
Em Cristo encontramos o principal
modelo para todos os que servem em
cargos de liderança na Sua igreja, e
em Seu ministério vejo dois valores de
máxima importância.
Primeiro, Cristo mostra que é mais
nobre servir do que ser servido. Ele nos
ensina que liderança significa servir às
pessoas de modo genuinamente desinteressado, sem necessidade de dominar
e sem ter o olho em benefícios que
possam advir ao longo do caminho.
Segundo, Cristo demonstrou que
estava constantemente consciente da
presença do Pai. Para mim, isso é tremendamente importante, pois significa
supervisão e apoio. “Seu Pai celestial
cuida de você” é, para qualquer líder
nesta igreja, uma maravilhosa segurança, absolutamente essencial para servir
à causa de Deus com compromisso e
compaixão. Daí a força e o conforto
que sinto quando alguém, com quem
nunca me encontrei, vem a mim e diz:
“Pastor, quero que saiba que oro pelo
senhor todos os dias. Menciono seu
nome perante Deus todos os dias.” É
impossível descrever quanto isso significa para mim.
Assim, tendo como pano de fundo
essas duas perspectivas, modeladas por
Cristo, a nobreza do serviço e a consciência de que “seu Pai celestial cuida de
você”, pergunto a mim mesmo: “O que
aprendi durante todos esses anos?”
Oito Lições
1.
Aprendi que, nos “negócios” de
Deus, sou mão de obra contratada,
não o proprietário. Alguns podem
perguntar: “Não seria isso escapismo?
Um jeito de se esquivar das responsabilidades?” Não. Para mim, isso
descreve a essência da liderança cristã
e me esqueço por minha conta e risco.
Como mão de obra contratada, não
sou governador nem soberano. Não
exerço domínio pessoal ou poder. Meu
cargo é de confiança; em tudo, nas coisas grandes ou pequenas, devo prestar
contas ao Dono.
O que o Dono espera de mim? A
resposta é bem simples: fidelidade. Ele
não espera perfeição, pois isso está
além de minha capacidade. Mas Ele
requer lealdade, fidelidade a Ele e à
Sua causa, que não será vendida por
preço algum.
Aprendi, também, que é inútil
me preocupar com o sucesso. Como
trabalhadores contratados por Cristo,
medimos nosso sucesso não pelas
realizações, mas em como servimos.
Temos feito o que, para nós, é certo?
Temos mantido puro nosso coração?
Temos dado à causa o melhor de nós?
Então, poderemos dormir bem à noite,
encontrar descanso para a alma e ter
energia para seguir em frente.
2.
Uma vez que o “negócio” em que
estou envolvido é espiritual, aprendi
que é de vital importância permanecer
próximo às Escrituras, consultá-las e
separar tempo para estudá-las. Mas, ao
mesmo tempo, aprendi a não me tornar
muito arrogante em minhas próprias
interpretações da Palavra de Deus, pois,
talvez, eu esteja errado.
Como testo meus erros e acertos?
Leio e oro. Então, converso com meus
colegas, mais ou menos nesta ordem.
Resistir às mudanças, simplesmente porque são mudanças, é inútil.
Deve-se, porém, abordar a mudança
com olhos abertos, olhando para a
frente para ver para onde ela está nos
levando. Assim, aprendi a fazer a difícil
pergunta: “Serão as mudanças consideradas destrutivas para a personalidade,
identidade e valores de nossa igreja,
ou irão ajudá-la a funcionar mais
efetivamente como um instrumento na
missão?” Se estou convencido de que
será prejudicial à igreja, luto contra ela.
A vida, o testemunho e a unidade da
igreja são de importância primordial
e as mudanças devem sempre servir a
esses objetivos.
Em relação às mudanças, aprendi
quão importante é orar, comunicar,
consultar, reunir pessoas ao seu lado
para não atropelar a própria comunidade que se está liderando. É preciso
ter humildade para aceitar que não se
pode ver tudo sozinho.
4.
Aprendi que as pessoas são
nosso maior recurso e os desafios mais
complexos. Elas nos tentam, testam
e, às vezes, nos levam aos extremos,
mas não podemos funcionar sem elas.
Assim, como líder, valorize muito seus
companheiros de trabalho, coloque-os
onde suas habilidades e talentos terão
o máximo espaço para criatividade
e expressão. Depois, ajude-os a ter
sucesso.
Tenho visto, muitas vezes, a verdade
dos escritos de Ellen White sobre um
líder que “concebe a ideia de que está
3.
Aprendi a aceitar a realidade da
mudança. Não importa o que eu venha
sentir em relação à mudança, ela virá.
Virá porque nossa igreja é dinâmica, é
uma comunidade em crescimento. Ela
virá simplesmente porque vivemos em
um mundo em constante mudança.
Jan Paulsen é presidente mundial da
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Esse
artigo foi adaptado de um sermão pregado
pelo pastor Paulsen no dia 23 de janeiro
de 2010, na igreja da Universidade de
Loma Linda.
Abril 2010 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
numa posição de suprema autoridade,
e que todos os seus irmãos, antes de fazerem qualquer movimento de avanço,
devem primeiro dirigir-se a ele pedindo
permissão para fazer aquilo que eles
sentem que devem fazer. Tal homem
está numa posição perigosa. Perdeu
de vista a obra do verdadeiro Líder do
povo de Deus. Em vez de agir como
sábio conselheiro, assume as prerro-
U N D
R A J M
bombásticas têm suas limitações. Em
assuntos difíceis, temos que trabalhar
com pequenas margens que requerem
compromisso, e eu aprendi o valor de
procurar soluções que funcionem. Se
algo não funciona, vai morrer.
Aprendi, também, que não devemos ter a pretensão de nunca errar. De
que adianta? Todos cometem erros. O
que acontece depois é o que importa.
K I
O W S
D A B R
Os líderes de
nossa igreja têm
responsabilidades para com
sua grande família espiritual.
gativas de um governante exigente.
Deus é desonrado em toda a exibição
de autoridade e exaltação própria dessa
natureza” (Testemunhos Para Ministros
e Obreiros Evangélicos, p. 491).
5.
Aprendi que não tenho de estar certo, pelos menos não sempre. Não temos
que ter todas as respostas. A imagem de
invencibilidade não é apenas insegura,
é também muito difícil de manter. É
bom que o líder saiba que “talvez haja
outra maneira melhor de fazer tal coisa”.
Declarações dogmáticas e afirmações
10
Adventist World | Abril 2010
6.
Aprendi a crucial necessidade de
dar atenção à diversidade de nossa igreja,
de cultura, sexo e idade. Nesses assuntos
nunca acertamos. Esse, provavelmente,
é o desafio de mais difícil solução, a
meu ver. Mas como líderes, temos que
demonstrar que temos consciência
do tamanho do desafio e fazer esforço
genuíno para corrigir as falhas e erros,
mesmo que tudo o que se possa fazer
agora consista em mostrar a direção para
o futuro. Cada membro da família global
da igreja tem o igual direito de sentir que
é parte, que é legítimo e que participa.
7.
Aprendi a importância de manter
uma perspectiva global. Os líderes de
nossa igreja, não importa onde sirvam,
têm responsabilidade para com sua
grande família espiritual. Você pode ter
sido eleito por uma pequena comissão
local, mas serve no interesse de muitos.
Você pode morar na Califórnia, mas
está ligado a Calcutá. Pode gastar seus
dias em Londres, mas influenciará vidas
no Lagos. Não temos preferências congregacionais, pois somos uma grande
família internacional. Assim, quando
tomamos decisões administrativas,
nunca podemos esquecer nossos irmãos
geograficamente distantes, pois, como
em uma família, as palavras e atitudes
de um afetam a todos.
8.
Aprendi, e ainda estou aprendendo,
a compreender o imensurável valor
da visão, humildade e integridade da
liderança adventista. Visão é manter um
ponto de vista claro do lugar para onde
estamos indo; humildade define o clima
em que faremos a viagem, e integridade
é o que define e modela todas as nossas
ações ao longo do caminho.
Olhando para Jesus como o principal
modelo de liderança, as palavras de João
Batista voltam à minha mente: “Convém
que Ele cresça e que eu diminua”(João
3:30). Isso não é fácil, pois todos chegamos aos nossos cargos de liderança com
nossa falha humanidade, e o interesse
próprio anuvia nossa visão. Mas tentamos, e lembramos que quando tudo
é dito e feito, tudo o que Ele realmente
pede de nós é que sejamos leais e fiéis, e
que demos o nosso melhor. Apenas isso.
Oro para que, em meu serviço, eu
seja capaz de engrandecer o nome do
Senhor. Essa seria a maior honra. Não
posso me esquecer de que, em cada encruzilhada do caminho, Ele me lembra:
“Pratique a justiça, ame a fidelidade e
ande humildemente com o teu Deus”
(Mc 6:8, NVI).
S A Ú D E
Enxaqueca
Tenho 45 anos de idade e sofro de dor de cabeça regularmente, quase
diariamente. Ela piorou e se tornou mais persistente depois que meus filhos
entraram na adolescência, sete anos atrás. Um grande amigo meu morreu com
um tumor no cérebro; é possível que eu tenha o mesmo problema?
N
ão podemos dar diagnósticos
definitivos sem conhecer toda a
sua história e realizar exames clínicos e
laboratoriais. Assim, nosso conselho é
que você procure o médico e faça um
extenso check up neurológico.
Você perguntou especificamente se a
dor de cabeça pode estar relacionada a
um tumor. Isso é possível, mas não provável, uma vez que está presente há sete
anos e aconteceu ao mesmo tempo que
o estresse e desafio de criar uma família
aumentou. Se as dores de cabeça fossem
causadas pelo crescimento de um câncer,
já teriam aparecido outros sintomas.
Há vários tipos diferentes de dores
de cabeça, e as características das suas
provavelmente se encaixam no tipo que
denominamos “cefaleias por tensão”.
Essa é a forma mais comum de dor de
cabeça. É mais comum nas mulheres
do que nos homens e pode começar já
na adolescência. Parece não haver forte
componente genético para esse problema em particular. Quando essas dores
persistem por mais de quinze dias em
um só mês, é chamada de cefaleia diária
crônica, causada por tensão.
Embora o nome “cefaleia por ten-
são” sugira que a causa é conhecida, não
é esse o caso. A dor, por si só, está relacionada a uma interação de músculos,
vasos sanguíneos e elementos nervosos
resultando em desconforto, que pode
ser severo. Há muitos remédios que
podem entorpecer ou erradicar a dor.
É muito importante notar, entretanto,
que a causa mais comum de agravamento das cefaleias crônicas é o uso
abusivo de medicações analgésicas ou
anti-inflamatórias. Geralmente, elas
estão combinadas com cafeína. Muitas
vezes , mas nem sempre, a retirada da
medicação para dor resulta na melhora
da dor de cabeça. Isso não significa que
não se deve tomar remédio para dor;
ao contrário, deve-se tomar o mínimo
possível, apenas quando necessário.
A enxaqueca é o segundo tipo mais
comum de dor de cabeça. Ela também
afeta mais as mulheres do que os
homens. Parece haver um componente
genético na enxaqueca, que foi confirmado em estudos realizados tanto em
gêmeos idênticos como na população
em geral. Alguns estudos indicam que a
enxaqueca ocorre mais frequentemente
em pessoas mais inteligentes.
Dicas de Bem-Estar
■ Exercícios físicos regulares produzem o analgésico natural do corpo chamado de endorfina.
■ Evite privação do sono, descansando adequadamente em ambiente bem ventilado,
escuro e silencioso.
■ Evite estimulantes, alimentos exóticos, bebidas (alcoólicas, bebidas cafeinadas,
alimentos ricos em tiamina) e fumo.
■ Dor de cabeça não é sintoma frequente de pressão arterial descontrolada e sua
ausência não significa que a pressão esteja normal nos que sofrem dessa enfermidade.
■ Meditar nas promessas de Deus e em Sua graciosa fidelidade ajuda a manter o
estresse em perspectiva.
N O
M U N D O
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
Há dois tipos de enxaqueca: com
ou sem aura (cerca de 85 por cento dos
casos são sem). A aura é uma sensação
ou sintoma que ocorre antes do ataque
da enxaqueca e pode incluir distúrbios
visuais, como a visão de raios luminosos e estrelas. Outro sintoma relacionado com o sistema nervoso é fraqueza,
tontura, perda de equilíbrio e a sensação de “alfinetes e agulhas” tanto nos
membros como na face. Se a enxaqueca
afeta o suprimento de sangue na porção
do cérebro responsável pelo equilíbrio,
é chamada de “enxaqueca basilar”.
O fator desencadeador de enxaqueca
varia de pessoa para pessoa. Para
alguns, é um alimento específico; para
outros, a falta de sono. Mudanças do
tempo e da temperatura ambiente
podem também precipitar o ataque. É
muito importante identificar o fator
desencadeador específico, se existir, e
evitá-lo ou modificar o estilo de vida
para minimizar os ataques.
Os medicamentos prescritos visam
à prevenção ou redução da constrição
(espasmo) dos vasos sanguíneos do
cérebro e a dilatação subsequente, causando dor associada à náusea. Novas
fórmulas são absorvidas embaixo da
língua, sendo possível administrá-las
mesmo na presença de náusea. Consulte seu médico para ver o que é melhor
para você.
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG,
é diretor do Departamento de
Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B.,
B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA),
F.A.C.C., é diretor-executivo da
ICPA e diretor-associado do
Departamento de Saúde.
Abril 2010 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
V
ovó, a senhora quer ver uma pedra realmente bonita?
Bryce, de seis anos de idade, tirou rapidamente
–
a mão de trás das costas. Os cinco dedinhos cheios
de areia se abriram e lá estava uma pedra bem comum, cinza, de tamanho médio, sem nenhum brilho especial.
Avó nenhuma gosta de quebrar o encanto e, como qualquer coisa feita por um neto vem embalada com seu próprio
brilho, admirei alegremente o que ele encontrou. Tive vontade de rir com o que ele disse em seguida.
– A senhora pode comprar, se quiser – sugeriu confiante
e um pouco hesitante de perdê-la por uma simples moeda de
25 centavos.
Bem, paguei vinte e cinco centavos por uma pedra semelhante a milhares de outras que eu podia pegar na margem
do lago, sem nenhum custo. Depois de sete anos, ela ainda
está em algum lugar numa das minhas gavetas. Não apenas
ela, mas também três “amigas” compradas por vinte e cinco
centavos cada. Sempre achei que os números 2, 3 e 4 devem
ter vindo com motivações mais mercenárias.
Fui enganada? Penso que não. Para Bryce, aquelas pedras
eram descobertas fascinantes, únicas e especiais. Não admira
que ele estivesse tão feliz em ganhar um dólar por suas escavações exploratórias, e tinha certeza de que seus achados valiam o
dinheiro. E valiam, embora o valor não estivesse nas pedras.
As crianças gostam de pedras. Se cavarmos, bem fundo,
no meio das memórias da infância, compreenderemos o
porquê disso. As pedras são fascinantes. Não podemos mordê-las ou quebrá-las, tão duras que são. Aprendemos cedo
que as coisas realmente difíceis e confiáveis na vida são “como
pedras”. Com uma pequena ajuda do papai ou do irmão,
podemos aprender a saltá-las. Mesmo sem ajuda, podemos
jogá-las em borboletas, animais, rostos e corações. Quanto
mais as olhamos, mais coisas enxergamos. Bryce viu coisas
maravilhosas naquelas pedras.
De Rochas e
Pedras
Pequeno gesto
de um garoto
ensinou à avó uma
grande lição
12
Adventist World | Abril 2010
Por
Patricia A. Gross
Segredo
Há outra pedra que eu gostaria muito de ganhar um dia
desses. Há anos, tenho lido sobre ela, e só de pensar, meus
momentos mais escuros são iluminados. Ela não será grande,
será até menor do que a pedra cinza do Bryce. Ela vai caber
na palma da minha mão, vou poder colocá-la em meu bolso
e levá-la para onde quer que eu vá. Mas não vou mostrá-la a
ninguém. Não há necessidade, pois ninguém entenderia. Nela
estará gravado o meu novo nome. Serei chamada por esse
nome, mas não tenho ideia de seu significado. Só Jesus sabe.
Encontro tudo isso em Apocalipse 2:17: “Ao vencedor,
dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma
pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome
novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.”
A primeira vez que li essa mensagem, fiquei perplexa.
Maná escondido? Pão da vida? Palavra de Deus? Imediatamente, meus pensamentos foram a Moisés e a Israel no
deserto; lembrei-me do poder sustentador e miraculoso
daquele maná. Meus pensamentos, então, correram até Jesus,
nas verdes colinas da Galileia. Cestas de pão crocante e
fresquinho, peixes multiplicados, um mar de rostos assustados,
mal disfarçando seus pensamentos: Ah, que grande rei Ele
seria para Israel! Pessoas com sorrisos maliciosos esfregavam
as mãos, com ansiedade.
Reconhecendo o perigo oculto de Sua missão, Jesus
explicou que eles não deveriam procurar por um rei que
alimentasse seu exército com o pão material. “Eu sou o pão
vivo que desceu do Céu; se alguém dele comer, viverá
eternamente; e o pão que Eu darei pela vida do mundo é a
Minha carne” (Jo 6:51).
E aqui estou eu, dois mil anos mais tarde, lendo um texto
em Apocalipse que me promete o maná escondido, se eu vencer. Esse maná é o próprio Jesus. Escondido em meu coração,
Ele é o Pão Vivo que me nutre, que transforma minha alma e
faz de mim vencedora.
Que conceito incrível! Mas ainda há mais. O texto de Apocalipse diz: “... lhe darei uma pedrinha branca.”
Aí está! Jesus tem a pedrinha em Suas mãos marcadas
pelos cravos, e a oferece para mim. Não posso mordê-la; não
posso quebrá-la. Posso apenas estender minhas mãos trêmulas para aceitá-la. Vinte e cinco centavos não podem pagá-la.
Um milhão deles também não. Nada que eu tenha é suficiente
para pagar por ela.
É um presente pessoal de Jesus para mim. Enquanto a
admiro, aparece todo tipo de coisa, mas acima de tudo, o
coração de Jesus!
Duas Lágrimas
Desde a primeira vez em que li essa incrível passagem
(que realmente li), compreendi que a pedrinha branca significa que eu não era mais culpada. Vi que ela era uma pedra
Há outra pedra que
eu gostaria muito de ganhar
um dia desses.
clara, pura, sem manchas, dizendo-me que me tornei
perfeita em Jesus, livre para sempre do pecado e da tentação.
Observo essa pedra mais de perto, e ela me fala ainda
mais sobre a verdade mais maravilhosa de todas. Porque
naquela pedra, há um novo nome escrito cujo significado
só Jesus e eu sabemos. Ele me dá uma piscada de
compreensão, mas ao piscar vejo uma lágrima em Seu
olhar que combina com a lágrima em meu olho. Somente
nós dois sabemos o segredo.
Quantas vezes, durante os períodos realmente difíceis na
Terra, quando estivemos feridos, enlutados, desencorajados,
decepcionados, desesperados, ansiamos por alguém para
cuidar de nós, nos ouvir, entender, dar conselhos! Agora
está claro que Alguém estava ali, o tempo todo, fazendo
exatamente isso.
Há uma história contada sobre um jovem índio no limiar
da idade adulta. Em sua tribo, para um jovem provar sua
coragem, tinha de passar uma noite sozinho, na floresta, de
olhos vendados. Certa noite, o pai do jovem o levou para a
tal prova. À medida que escurece na floresta negra, as trevas a
envolvem como grossas paredes de uma caverna e as corujas
começam seus lamentos da noite. Foi aí que o pai sentou o
jovem no tronco de uma velha árvore, amarrou a venda exigida em sua cabeça e se despediu para que passasse a noite ali.
Durante toda a longa e horripilante noite, o jovem índio
sentou-se imóvel e alerta. Ele podia ouvir o ruído suave das
criaturas cruzando o mato de um lado para o outro e o grito
de uma onça não muito distante dali. Com toda sua força ele
lutou contra o impulso de arrancar a venda dos olhos e voltar
correndo para a aldeia, mas permaneceu no tronco até que
detectou os primeiros raios da luz da manhã. Aliviado, retirou
a venda e, para sua surpresa, viu seu pai quieto, sentado ereto,
observando de outro tronco próximo a ele. Ele atravessou a
terrível noite perto de seu filho.
Fomos assegurados de que Deus nunca nos deixará. E um
dia, teremos certeza disso, sem sombra de dúvida, quando
lermos o nome escrito na pedrinha branca.
Patricia A. Gross é esposa, mãe, avó e
bisavó. Por muitos anos, lecionou história
e inglês para o ensino médio, no sul da
Califórnia.
Abril 2010 | Adventist World
13
S E R V I Ç O
Chamado
AUmor
m
de
de
Dólar
Por
Jerry Kea
Uma ideia simples
revolucionou a
missão de
evangelismo
da igreja
H
á algum tempo, aceitei a
indicação para ser o diretor
da Escola Sabatina de nossa
pequena igreja nas colinas
do norte da Califórnia (EUA). O que
aconteceu a seguir mudou minha vida
para sempre.
Enquanto enfatizava o apoio à
Missão Global no ministério de nossa
Escola Sabatina, embarquei numa
jornada para aprender a respeito do
progresso e desafios enfrentados pela
Igreja Adventista em termos de missão
e estudei vários Relatórios da Associação
Geral, antigos e atuais, e o padrão que
eles registravam.
A figura que emergiu revelava que
a igreja mundial está presenciando sua
maior oportunidade de ganhar almas
14
Adventist World | Abril 2010
POSSO AJUDAR: Don Lane (esquerda) era
o pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia
de Sebastopol, Califórnia (EUA), quando foi
lançada a campanha “Chamado de Amor de
Um Dólar”. Lane, o autor, e Larry Nakashima
desafiaram os membros da igreja a doar
um dólar por semana para as missões.
DESENHO INTELIGENTE: Rebecca Wong, jovem
talentosa e membro da igreja, desenhou o
rótulo para o recipiente do “Chamado de Amor
de Um Dólar”.TANTO POR TÃO POUCO: Os
crentes em Banghan, Tailândia, agora têm seu
próprio prédio para adoração e evangelizam
sua comunidade. Esse foi o primeiro projeto do
“Chamado de Amor de Um Dólar”.
desde sua fundação, em 1863. Nas
Américas, África, Ásia e Oriente
Médio, onde o povo era cativo das
trevas, milhões estão aceitando o
evangelho.
Desafios e Oportunidades
Essa explosão evangelística tem
dado origem a desafios e oportunidades sem precedentes. Descobri que:
Quase metade da população do
mundo (três bilhões de pessoas) ainda
não ouviram o nome de Jesus.
Emergiu um exército de potenciais
missionários leigos e estão prontos para
se unir a outros membros leigos e levar
esse movimento avante. A única coisa
que lhes falta são poucas centenas de
dólares por ano para as necessidades
básicas.
Além disso, milhares de congregações
emergentes estão criando a necessidade
de novos locais para adoração. Pela
taxa atual de crescimento de membros, são necessários cinco novos
locais de culto todos os dias. Apesar
do tremendo esforço da igreja e dos
ministérios de apoio, não conseguimos acompanhar essa tremenda
demanda. Algumas estimativas sugerem algo como setenta mil prédios de
igreja, em todo mundo, com o número
crescendo a cada ano.
É impressionante que um prédio
de igreja completo pode ser construído
com poucos milhares de dólares. É importante dar às congregações da igreja
um “lar” permanente. Esses prédios
estabelecem o Adventismo em suas localidades, reduzem a perda de membros
e intensificam o crescimento da igreja.
A Divisão Norte-Americana gera
aproximadamente oitenta por cento de
todas as contribuições, dízimos e ofertas, doadas à igreja mundial. Portanto, o
potencial para enfrentar os desafios presentes e futuros e as crises nas missões
tende a permanecer, em grande medida,
sobre a América do Norte.
F O T O S :
C O R T E S I A
D O
A U T O R
Pequena Mudança para
Mudar o Mundo
Ao analisar esses fatos preocupantes,
o que ficou claro é que poderíamos,
e podemos, fazer mais pelas missões.
A partir dessa convicção, nasceu o
“Chamado de Amor de Um Dólar”, um
convite para a doação de um dólar por
semana para as missões; usando uns
trocados para mudar o mundo. Cem
adventistas doando, pelo menos, um
dólar por semana, por um ano, podem
construir uma igreja e patrocinar três
missionários de tempo integral em
muitos países do mundo.
Expus essa ideia a meu amigo Larry
Nakashima. Ele sugeriu a ideia de usar
uns recipientes para a oferta. Compramos
mais de cem latas com uma abertura em
cima, e colamos um rótulo sobre as
missões mundiais, desenhado por
Rebecca Wong, jovem talentosa de nossa
igreja. Sandra, minha esposa e Debbie,
a esposa de Larry, nos apoiaram e se t
ornaram nossas guerreiras de oração
nessa aventura. Nossa congregação levou
a ideia para a comissão e, em menos de
um ano, arrecadamos cinco mil dólares.
No meio da campanha, Sandra e
eu fomos chamados para servir como
missionários na Tailândia e nossa
congregação da Califórnia decidiu nos
enviar os 5 mil dólares para a Missão
Adventista da Tailândia, a fim de construir uma igreja em Banghan. Desde
então, a igreja tem avançado em outros
projetos missionários em outras partes
do mundo, incluindo as Filipinas,
Ucrânia e Moçambique.
Agora enviamos nossa simples
mensagem das latas de ofertas e os
corações dos membros da Igreja
Adventista do Sétimo Dia em Sebastopol,
Califórnia (EUA), orando para que
outras congregações ao redor do
mundo se unam a nós para cumprir o
santo propósito para o qual nosso
movimento foi trazido à existência.
Esse é o nosso compromisso:
“Nós, da Igreja Adventista do
Sétimo Dia de Sebastopol, unidos à
nossa denominação na convicção de
que, de maneira histórica, o Espírito de
Deus está sendo derramado na face da
Terra. Nações que por gerações foram
fechadas ao evangelho, estão abrindo
suas portas. . . abrindo oportunidades
e desafios sem precedentes ao redor
do globo. Como milhares de igrejas/
escolas, no presente momento, estão
desesperadamente necessitadas, e
milhares de missionários esperam por
recursos para serem enviados, suas
mãos suplicantes chegam à ‘Terra da
Fartura’. Com oitenta centavos de cada
dólar da renda da igreja proveniente
da Divisão Norte-Americana, ouvimos
Deus falar ao nosso coração: ‘A qualquer que muito for dado, muito se
lhe pedirá’.
“Convidamos cada irmão e irmã
que leva o nome de Jesus a doar apenas
um dólar por semana. Em doze meses,
nossos cem membros gerarão cinco
mil dólares, dinheiro suficiente para
patrocinar três missionários (a 500
dólares cada) e construir uma igreja
completa (3.500 dólares). Louvado seja
Deus! Quando a fisionomia de uma
pessoa que perece pergunta: ‘Quem é o
meu próximo?’, podemos responder:
‘É o que tem misericórdia’.”
Para ler mais sobre os missionários
adventistas do sétimo dia e descobrir o
que acontece nas missões ao redor do
mundo, visite www.AdventistMission.
org.
Jerry Kea retornou
recentemente de seu
serviço missionário na
Tailândia, onde foi diretor
da Escola Internacional Ekamai e diretor
de Educação da Missão Adventista da
Tailândia.
Abril 2010 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
Ela encontrou Deus
na pesquisa do câncer,
longe de casa
A
Longa
ornada
J
oana
J
de
Por Gerhard Padderatz
A
té o momento, ela havia suprimido o assunto sobre
“criação ou evolução”. Ou pensava que o ato da
criação de Deus devia ter sido na “criação” da evolução. Como católica fervorosa, cria na veracidade
da Bíblia e, consequentemente, na história da criação. Como
cientista, porém, não podia refutar a opinião prevalecente
em sua comunidade profissional. Eles, afinal, creem que a
vida em nosso planeta se desenvolveu por si mesma e por um
longo período de tempo. Como não conseguira harmonizar
as duas posições, finalmente decidiu suprimir o problema.
Perguntas e Mais Perguntas
Isso funcionou bem por muitos anos, pelo menos até o
fim do outono de 2001, pois foi nesse período que sua filha,
de 13 anos de idade, começou a estudar sobre evolução na
escola. O assunto levantou muitas dúvidas e a menina o
levou para casa a fim de perguntar aos pais. Joana de Castro
Arce, por meio da filha, uma vez mais foi confrontada por
essa questão preocupante. O que devia fazer? Como boa mãe
e cristã, queria dar à filha um sólido fundamento religioso,
pois, afinal, na Colômbia, seu país natal, ela frequentou boas
escolas cristãs dirigidas pela ordem católica Opus Dei.
Um projeto de pesquisa da malária, em 1997, levou a jovem
microbiologista e bioquímica de Bogotá para Würzburg,
Alemanha. Aquele, porém, foi um breve intervalo. Dois
anos mais tarde, após alguns desvios que hoje ela vê como
dirigidos por Deus, o Centro Alemão de Pesquisa do Câncer
16
Adventist World | Abril 2010
(CAPC), em Heidelberg, ofereceu-lhe a oportunidade de
escrever a tese doutoral sobre câncer do útero. Seu professor
principal era Frank Roesl, aluno do Professor Harald zur
Hausen, que ganhou o Prêmio Nobel de medicina, em 2008.
Encontrando Respostas
Naquele nicho de investigação científica, como poderia
achar alguém para ajudá-la a resolver seu conflito, especialmente
na Alemanha, país tão secular? As chances pareciam raras. Mas
e Ubaldo Soto? De nacionalidade chilena, falava espanhol tanto
quanto ela. Ele era assistente de pesquisa do principal professor
de Joana e a pessoa mais próxima em seu trabalho. Ela confiava
nele e sabia que ele era um professo cristão. Era sempre amigo
e prestativo. Gostava de sorrir e sempre tinha uma palavra de
incentivo para todos. Frequentemente, falava sobre Deus e sua
fé na Bíblia. O fato de esse homem humilde pertencer a uma
igreja chamada Adventista do Sétimo Dia não significava
nada para Joana naquele momento. Certo dia, ela reuniu toda
a coragem que tinha e perguntou como ele, como cristão e
cientista, lidava com a história da criação bíblica.
Ubaldo ficou feliz de poder responder às perguntas de
Joana e deu a ela um livro sobre evolução e criação. Pouco
tempo depois, ela e a família foram convidados para ir à casa
dele. Ubaldo Soto e a esposa causaram profunda impressão em
Joana. Ela gostou especialmente do calor e amizade cristãos.
Eles conversaram sobre as falhas da teoria da evolução e como
é necessário ter fé para aceitá-la. Além disso, abordaram uma
F O T O S :
G E R H A R D
PA D D E R AT Z
PESSOAS IMPORTANTES: Pessoas que desempenharam papel importante na jornada de Joana a Cristo. Ubaldo Soto
(destaque), atualmente professor assistente na Universidade de Loma Linda, foi o instrumento que cuidadosa e
pacientemente estudou a Palavra de Deus com Joana e sua família. O esposo de Joana, Fernando, seus dois filhos –
Daniella e Andres – são parte importante de sua vida e jornada de fé. Daniella e Andres foram batizados em novembro
de 2009, para grande alegria dos pais.
série de questões práticas sobre a fé no cotidiano. Sempre que
Joana e o marido enfrentavam algum problema aparentemente insolúvel, a solução sugerida por Soto era: “Vamos orar
sobre isso.” E a oração realmente ajudava.
Com o tempo, a familiaridade entre eles se transformou
em amizade. Logo a conversa não girava apenas em torno da
teoria da evolução e questões sobre viver a fé, mas também
sobre outros assuntos bíblicos. A certa altura, Ubaldo sugeriu
que Joana e o esposo estudassem a Bíblia com ele e sua esposa
todos os sábados à tarde. Joana aceitou alegremente. Afinal,
queria respostas para suas perguntas sobre fé e ciência. Além
de estudarem sobre a criação e o sábado, também estudaram
o conceito bíblico de alma, morte e ressurreição, assim como
as profecias de Daniel e Apocalipse.
tratada pela ordem Opus Dei. Junto com as freiras da ordem,
seus colegas de classe e ela haviam cuidado dos pobres. Pregaram para eles. Ela havia servido a Deus de maneira prática.
Participara, inclusive, de muitos exercícios espirituais e
contemplativos. Frequentemente, falara com o padre. Mesmo
assim, em sua visão, Deus era severo. “Deus terá misericórdia
de você se você se comportar bem. Mas, se você errar, Ele vai
puni-la. Ele até espera que você cometa erros. Você nunca
será boa o suficiente para merecer o amor de Deus.” Todas
as tentativas para ler a Bíblia por si mesma tinham falhado.
Joana, muitas vezes, havia se desesperado. Sempre sentira-se
culpada e cheia de pecado. “Será que não há uma saída?” ela
se perguntava nessa época. Devia haver algo bom e bonito
na vida, algo que lhe desse alegria.
Fortes Raízes
Encontrando
Companheiro para a Vida
Para Joana, frequentar outra igreja estava fora de questão. Ela se orgulhava de ser católica. Todos os protestantes,
segundo aprendera, iriam para o inferno. Por isso, ficou
muito chocada quando descobriu, pela Bíblia, que a besta
em Apocalipse 13 só podia significar o poder papal. “Será
que tudo aquilo em que acreditei até agora está errado?”
perguntava a si mesma. “É possível toda a minha família
estar errada? Será possível que milhões de católicos maravilhosos , no mundo todo, estejam errados há centenas
de anos?” Quando estava sozinha, discutia com Deus em
oração: “Senhor, tire da minha cabeça essa nova ideia!” E no
momento seguinte: “Senhor, ilumina-me!” Sua luta durante
os estudos bíblicos era tremenda, e o conflito cada vez crescia mais. Queria estudar a Bíblia em profundidade, porque
tinha convicção de que ela é a Palavra de Deus e, portanto,
plenamente confiável.
O que a ajudou naquela situação e que a motivou a
continuar os estudos bíblicos com a família Soto foi o fato
de que eles nunca a pressionaram em momento algum.
Tudo o que fazia era decidido somente por ela. Pareceu-lhe
que o Espírito Santo a estava chamando. “Será que esse é
um sinal?” perguntava a si mesma. “Será que essa é realmente a verdade?”
Nessa situação, ela se lembrou de quando era menina, na
Colômbia. Agora se lembrava de que algumas coisas sobre
sua fé sempre a incomodaram, mesmo tendo sido muito bem
Um dia, ela conheceu Fernando. Apaixonaramse e se casaram em 1988. Joana estava feliz, mas não demorou
muito para que seu antigo sentimento de culpa e indignidade
voltasse outra vez. A atitude negativa de sua igreja em relação
ao corpo foi um peso para ela. Afinal, não havia ela aprendido
que todas as coisas espirituais são boas e todas as coisas físicas
são pecaminosas? Que uma alma boa estava aprisionada em
um corpo de pecado?
Muitas vezes, tinha ido ao padre para pedir perdão,
buscando absolvição. Mas o conflito não era resolvido em sua
mente: “Por que o amor físico era pecado?” protestava ela. As
respostas que recebia da igreja a satisfaziam cada vez menos.
Como consequência, quando deixou a Colômbia para ir a
Würzburg a fim de participar do programa de intercâmbio de
pesquisa sobre a malária, parou de praticar sua fé.
Então, durante o estudo bíblico com o cientista cristão,
todas suas perguntas e dúvidas desapareceram de uma hora
Gerhard Padderatz é empresário, autor,
editor (da revista Baden-Württemberg,
BWgung), presidente da ASI Alemanha, e
mora na Suíça. O presente artigo foi
publicado na BWgung de março/abril de 2009.
Abril 2010 | Adventist World
17
A R T I G O D E C A PA
para outra. Finalmente, era possível compreender a Bíblia.
Deus nos ama, mesmo sendo nós pecadores. E o amor físico
entre marido e mulher é um presente de Deus. Para Joana,
isso foi um grande alívio. Agora podia trazer harmonia para
seu intelecto, sua fé e seus sentimentos. Ela precisava conhecer
o bondoso Pai celestial que a amava incondicionalmente.
Após vários meses de estudo bíblico com os Soto e severa
luta interior, Joana finalmente sentiu-se feliz e livre. No fim
de 2002, a esposa de Ubaldo sugeriu que ela fosse batizada.
A princípio, Joana estava pronta para esse passo. Entretanto,
ela não queria apressar as coisas. Queria ser justa, justa para
com a igreja que por tantos anos tinha significado muito para
ela e ainda estava em seu coração. Ela queria dar uma última
chance à Igreja Católica.
veneração da Virgem Maria ainda era um problema. Deus,
mais uma vez, enviou a pessoa certa na hora certa. Nesse
caso, foi um ex-católico que frequentava a Igreja Adventista
Espana em Karlsruhe, Alemanha. Ele conseguiu responder a
todas as perguntas de Joana. O argumento mais convincente
para ela estava relacionado à ascensão de Maria, crença importante para muitos católicos. Se Maria, de fato, ascendeu
ao Céu, assim como Jesus – era a lógica desse adventista – o
fato não teria sido registrado no Novo Testamento? Alguns
dos discípulos de Cristo viveram mais que Maria. Pelo menos João não teria relatado um fato de tanta importância em
seu Evangelho ou em uma de suas cartas?
Esse argumento convenceu Joana. Agora tudo estava
claro para ela. “Descobri que Deus é diferente do que sem-
NOVO COMEÇO: Joana foi batizada pelo Pastor Eli
Diez-Prida na Igreja Adventista de Karlsruhe.
pre pensei: Ele me ama. Encontrei as respostas para minhas
perguntas sobre o juízo final e sobre o estado dos mortos.
Agora compreendo que o Antigo e o Novo Testamentos
formam uma unidade. Estou impressionada com o que está
escrito nos livros de Daniel e Apocalipse.”
Dando um Passo de Fé
Cavando Fundo
Assim, Joana viajou para a Colômbia, com muitas perguntas para o padre de seus tempos de escola. “Como será o
juízo final?” “Como será o fim do mundo?” ”Quando e como
iremos para o Céu: logo após a morte ou quando Cristo
voltar?” “Como somos salvos e por que tantos se perderão?”
Quando chegou à América do Sul, seu padre não estava
lá. Como não podia falar com ele, Joana conversou com
uma ex-colega de classe da época do Opus Dei, que, como
naquele tempo, ainda era católica fervorosa e praticante,
e continuava envolvida na ordem Opus Dei. Ela tinha
resposta para cada pergunta de Joana. Mas, em cada caso, se
referia a esta ou aquela encíclica papal ou a algum concilio
da igreja, ou a alguma tradição da Igreja Católica. Ela não
fundamentava as respostas na Palavra de Deus.
A essa altura, isso já não era surpresa para Joana, e sim a
confirmação daquilo que ela, com a ajuda de Ubaldo, havia
encontrado na Bíblia. Mas sua luta ainda não terminara. A
18
Adventist World | Abril 2010
Em dezembro de 2003, Joana decidiu ser batizada. Um
mês depois, na Igreja Adventista Espana de Karlsruhe, ela
entrou nas águas e, quando saiu, era uma nova pessoa em
Cristo. Seu esposo foi batizado um pouco mais tarde, na
Suíça, em julho de 2005.
Joana também progredia tanto profissional como
academicamente. Em outubro de 2003, pouco antes de
sua decisão para o batismo, recebeu o título de doutorado
(PhD) em Ciências pela Universidade de Heidelberg. Hoje,
ela trabalha no Centro Alemão de Pequisa do Câncer na
área de regulação genética e epigenética. Seu trabalho:
Entre outras coisas, é mentora de vários alunos internacionais do doutorado. E Ubaldo Soto? Aceitou convite para
fazer parte da equipe médica da Universidade de Loma
Linda (EUA), onde trabalha como professor assistente de
ciências básicas.
Foi sua amizade despretensiosa, bem como sua disponibilidade, que encorajou Joana a lhe pedir conselho sobre
dúvidas em ciência e religião. Sua boa vontade, juntamente
com a de sua esposa, foi decisiva para abrir a porta de sua
casa e convidar Joana e seu esposo para estudar a Bíblia,
para que eles também fossem apresentados ao Deus que
nos ama incondicionalmente e está mais que desejoso de
responder às orações de Seus filhos. A curiosidade científica
de uma jovem também foi usada para estudar a fundo cada
assunto e, finalmente, tomar uma decisão independente da
tradição ou opinião da maioria.
Pensar e agir contrariamente à tradição e opinião da maioria
também foi a marca registrada do Professor Harald zur Hausen.
Ele era diretor do centro de pesquisas onde Joana trabalhava
desde o ano 2000. Foi exatamente por essa razão que zur Hausen
suspeitou que um vírus era a causa do câncer de útero, uma
O que
suspeita que foi comprovava verdadeira. Foi essa descoberta
na pesquisa do câncer que deu a ele o Prêmio Nobel.
Talvez Joana de Castro Arce tenha sido entalhada no
mesmo tipo de madeira, a madeira de que são feitos os
ganhadores do Prêmio Nobel. Mesmo que ela jamais
ganhe um Prêmio Nobel, sua eficiência e coerência servem
de exemplo para todos os que desejam ganhar prêmios
maiores: a vida eterna.
“Ao ir para a Alemanha, fui preparada para muitas
coisas”, diz Joana, cheia de alegria e felicidade, enquanto
falava conosco no saguão do Centro Alemão de Pesquisa
do Câncer, em Heidelberg, “mas nunca imaginei que
encontraria Deus na Alemanha.”
Vıda?
Aconteceu
em Sua
O editor associado
da Adventist World,
Gerald Klingbeil,
entrevistou Joana
para descobrir o que
aconteceu com ela
desde que iniciou sua
longa jornada. Aqui
estão alguns trechos
da entrevista.
POR
GERALD A. KLINGBEIL
conseguia entender o motivo de eles (meu
esposo e dois filhos) não se decidirem
junto comigo. Mas Deus me ajudou a
compreender que cada um precisa de
tempo para mudar – essa é uma questão
do coração. Nossos filhos foram batizados
no dia 28 de novembro de 2009.
Joana, já se passaram mais de seis
anos desde que você foi batizada.
Conte-nos sobre esse tempo.
Enfrentei muitos desafios pessoais e minha fé me sustentou em muitas ocasiões.
Às vezes, senti que minhas forças estavam no limite, mas nosso Senhor esteve
sempre ao meu lado, mesmo quando
pensei que Ele havia me esquecido.
Sabemos que Ubaldo Soto agora está
trabalhando na Universidade de Loma
Linda, nos EUA. Você ainda mantém
contato com seu mentor espiritual?
Sim, é impossível não manter contato com
ele. Ubaldo é o tipo de pessoa que faz
qualquer um acreditar que o mundo pode
ser um lugar melhor. Todos os seus atos
e palavras refletem suas convicções, e o
amor que tem pelos vizinhos só pode ser
o resultado de sua forte relação com o
Senhor.
Qual foi a reação da sua família
quando você se tornou adventista?
Começamos todos juntos a estudar a
Bíblia. Cada um de nós, porém, teve seu
próprio tempo para tomar a decisão.
Fiquei um pouco impaciente porque não
Como você se integrou à sua
congregação adventista local?
Esse foi um dos desafios que mencionei
na minha primeira resposta. Primeiro,
frequentamos a igreja espanhola em
Karsruhe, mas, infelizmente, nunca me
senti aceita pela igreja adventista
(de fala alemã) em outra cidade. Agora,
pertencemos à igreja alemã em Mannheim
e espero iniciar um grupo latino-americano
em nossa área onde parte do culto possa
ser em espanhol.
Você tem alguma sugestão específica
de como congregações locais podem
ministrar mais efetivamente para
estrangeiros, distantes da pátria?
Mostre compaixão e tolerância para com
os estrangeiros. Lembre-se, somos todos
estrangeiros neste planeta. Nossa cidadania é celestial. A igreja não é um clube
social, mas um centro de missão e serviço.
O que você gostaria de deixar para
nossos leitores?
Deus está no controle de tudo, mesmo
naqueles casos em que temos certeza de
que Ele não está. Se você tem problemas
de qualquer ordem, coloque-os nas mãos
de Deus e seja paciente. Aprendi que
nossa fé só cresce se for exercitada. Se
você procura por respostas, vá à Bíblia e
tente ficar calado para ouvir o Senhor. Ele
sempre está cuidando de nós.
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C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 9
Maravilhoso
Deus–homem
Por
Jairyong Lee
Essa é a essência do evangelho, o cerne de nossa missão
O
Filho, membro do Deus triúno, veio a este mundo
de pecado como missionário enviado pelo Céu e
“Ele salvará Seu povo dos seus pecados” (Mt 1:21).1
O Deus eterno tornou-Se homem para ser o Salvador da
humanidade! A Encarnação tornou-se realidade pela vontade
do Filho e pela obra do Espírito Santo. Nesse evento magnífico,
os três membros da Divindade trabalharam juntos, como
equipe, desde a fundação do mundo. Assim, nasceu Jesus, o
Salvador do mundo.
Vida de Cristo: Perfeita e Sem Pecado
Jesus nasceu do Espírito Santo (Mt 1:18-21) e Sua vida
foi dirigida pelo Espírito. Ele era perfeito. Viveu uma vida
perfeita. “Ele não apenas cometeu um ato pecaminoso, Seu
ser era livre de pecado.”2
Era “sem mancha e sem defeito” (1Pe 1:19). Jesus foi
capaz de viver uma vida sem pecado, porque Ele dependia
de Deus e fez tudo segundo a vontade de Seu Pai. Mesmo
sofrendo extrema agonia no Jardim do Getsêmani, Jesus
suplicou a Deus: “Meu Pai, se for possível, afasta de Mim
este cálice; contudo, não seja como Eu quero, mas sim como
Tu queres” (Mt 26:39).
Por meio de Sua vida perfeita e sem pecado, Jesus dá
esperança à humanidade de que, confiando nEle, também
pode obedecer à lei de Deus. Foi assim que Ele destruiu
o argumento milenar de Satanás de que o padrão e as
Jairyong Lee é presidente da Divisão
Ásia-Pacífico Norte da Igreja Adventista do
Sétimo Dia e vive em Ilsan-gu, Goyang City,
República da Coreia.
20
Adventist World | Abril 2010
exigências da lei de Deus são mais altos do que qualquer
criatura possa alcançar.
Jesus é um exemplo para todos os que O seguem. “Como
Filho do homem, deu-nos um exemplo de obediência.”3 Foi
por isso que Ele tomou sobre Si a natureza humana e passou
por nossas experiências. Trabalhou diligentemente todos
os dias entre o povo. Ele verdadeiramente foi um homem
entre nós, embora, ao mesmo tempo, tenha sido totalmente
divino. Pelo poder de Deus, Ele realizou muito pelos outros.
Nem uma só vez usou Seu poder divino para benefício
próprio. Foi tentado em tudo, como nós, mas sem pecado
(cf. Hb 4:15). Foi a única pessoa sem pecado a viver neste
mundo pecaminoso. Sua missão foi demonstrar a nós e a
todo o Universo que podemos obedecer aos preceitos de
Deus pelo poder do Espírito Santo. Mas não foi só isso.
A Morte de Cristo pela Nossa Nova Vida
Jesus não veio ao mundo somente para viver vida perfeita para nosso exemplo, mas também para morrer por seres
humanos pecadores, como substituto da humanidade. Jesus
suportou a morte pelo ser humano, por você, por mim.
Cumpriu o plano de Deus para salvar do pecado a humanidade. O caráter do pecado é tão terrível que o único meio
de erradicá-lo eternamente e libertar todos do seu jugo foi o
ato de Jesus Se oferecer a Si mesmo como sacrifício.
O inocente Homem foi condenado à cruz por você, por
mim e por toda a humanidade. Ele carregou os pecados
do mundo (Jo 1:29). Tomou sobre Si os nossos pecados e
recebeu o castigo que nós merecíamos (Is 53:5). Morreu por
todos os pecadores, independentemente de raça, cultura e
nacionalidade. Do mesmo modo que deu a vida aos seres
humanos na criação, Jesus deu nova vida para os pecadores
na cruz. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, recebe a
salvação quando aceita Seu sacrifício em seu favor e faz dEle
seu Redentor pessoal. Jesus morreu por todos!
Assim que Cristo morreu na cruz, começou nossa nova
vida. Quando bradou na cruz: “Está consumado” (Jo 19:30),
cumpriu Sua missão terrestre e morreu a segunda morte
que todo pecador merece enfrentar. Uma vez que Jesus já
morreu a segunda morte em nosso lugar, nós, os redimidos,
não precisamos nos preocupar com isso. Agora a humanidade pode desfrutar vida eterna com Cristo.
Ao morrer na cruz, Cristo providenciou o perdão dos
pecados da humanidade caída. “Toda a mente, toda a alma,
todo o coração, e toda a força, foram comprados pelo
sangue do Filho de Deus.”4 Portanto, em Cristo, pelo Seu
sangue, nos tornamos novas criaturas (2Co 5:17).
Consumação da Vitória de Cristo Sobre
o Pecado
Na cruz, Jesus conquistou uma grande vitória sobre o
pecado. Então descansou no túmulo como descansara no
sábado ao criar o mundo. E se Jesus nunca tivesse acordado
da morte? A vitória sobre o pecado que Ele havia conquistado sobre a cruz teria sido anulada e o plano da salvação teria
terminado em fracasso. “e, se Cristo não ressuscitou, é inútil
a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm”
(1Co 15:14).
Jesus, porém, ressurgiu outra vez e a ressurreição de
Cristo foi a consumação da Sua vitória sobre o pecado,
selando a obra de salvação da humanidade. Jesus conquistou
a morte para sempre com Sua morte e ressurreição. Sua ressurreição restaurou a esperança eterna no coração dos Seus
discípulos que ficaram tremendamente desanimados com a
crucifixão de Seu Mestre. Agora, vendo o Senhor ressurreto,
estavam mais convencidos do que nunca antes de que Ele
Vıda,
Morte e
Ressurreição
de
Cristo
era o Cristo, o Filho do homem e Salvador do mundo. Com
essa convicção, saíram e pregaram “a ressurreição do Senhor
Jesus” (At 4:33) para o povo.
A ressurreição de Cristo é a certeza da ressurreição dos
santos. Ele é nossa vida e ressurreição. Portanto, todo aquele
que crer em Cristo viverá, mesmo que morra (Jo 11:25).
Quando cremos em Jesus, nós nos tornamo participantes da
vitória que Ele conquistou. Assim como Ele ressurgiu, todos
os santos também ressurgirão. E assim como Ele vive para
sempre, nós também desfrutaremos a vida eterna.
Cristo é o Evangelho a Ser Proclamado
Jesus veio a este mundo como missionário. Na verdade,
Ele foi o maior missionário que este mundo já teve. Como
missionário, Ele pregou a mensagem do evangelho ao povo
e deu a ele tudo o que possuía, incluindo Sua energia, tempo, amor, compaixão, e, finalmente, Sua própria vida. Ele
mesmo era as boas-novas.
A confiança da graça salvadora de Deus revelada por
meio da vida, morte e ressurreição de Cristo é o que motiva
Seus seguidores a contar ao mundo as boas-novas do infinito amor de Deus pela humanidade caída. O Salvador chama
todos os Seus seguidores para serem Suas “testemunhas em
Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da
terra” (At 1:8), para proclamar a breve vinda de Jesus Cristo.
Sim, esse é o sólido fundamento de nossa missão.
Os textos bíblicos deste artigo foram extraídos da Nova Versão Internacional (NVI).
Norman R. Gulley, Christ Our Substitute (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Assn.,
1982), p. 36.
3
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 24.
4
Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 130.
1
2
Na vida de Cristo, de perfeita
obediência à vontade de Deus, e em Seu
sofrimento, morte e ressurreição, Deus
proveu o único meio de expiação do
pecado humano, de modo que os que
aceitam essa expiação pela fé possam
ter vida eterna, e toda a criação
compreenda melhor o infinito e santo
amor do Criador. Essa expiação perfeita
vindica a justiça da lei de Deus e a
benignidade de Seu caráter; pois ela não
somente condena o nosso pecado, mas
também garante o nosso perdão. A morte
de Cristo é substituinte e Cristo proclama
a vitória de Deus sobre o pecado e a
morte para os que aceitam a expiação.
Proclama a soberania de Jesus Cristo,
diante do qual se dobrará todo joelho, no
Céu e na Terra. (Jo 3:16; Is 53; 1Pe 2:21,
22; 1Co 15:3, 4, 20-22; 2Co 5:14, 15, 19-21;
Rm1:4; 3:25; 4:25; 8:3, 4; 1Jo 2:2; 4:10;
Cl 2:15; Fp 2:6-11.)
Abril 2010 | Adventist World
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E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
Perto do
Coração
Deus
de
Por Ellen G. White
O
Senhor do Céu não está
desatento às nossas preocupações, mas está em
comunicação com os habitantes deste mundo caído. Cristo não
Se despiu de Sua natureza humana;
está na presença de Deus como nosso
substituto e garantia, nosso intercessor
vivo. A Ele foi dado todo o poder em
favor da humanidade, e todas as coisas
foram entregues em Suas mãos para
que complete a obra de redenção, a
qual iniciou com tanta humilhação e
com tão imenso sacrifício.
O Senhor está em ativa comunicação com todas as partes de Seu vasto
domínio. É o representante de tudo
concernente à Terra e seus habitantes.
Ele ouve cada palavra que é pronunciada. Ouve cada gemido, toda oração;
observa os movimentos de cada um e
aprova ou condena cada ação. A mão
de Cristo afasta o véu que esconde de
nossos olhos a glória do Céu, e O contemplamos em Seu alto e santo lugar,
não em estado de silêncio e indiferença
para com Seus súditos do mundo caído, mas circundado por todas as hostes
celestes, milhões e miríades, todos
esperando por Sua ordem para sair em
sua missão de misericórdia e amor…
Cristo ensinou Seus discípulos que
a quantidade de atenção divina dada a
qualquer objeto é proporcional ao grau
22
Adventist World | Abril 2010
atribuído a ele na criação de Deus. Ele
chamou a atenção deles para as aves do
céu. Nem um pardal, Ele disse, cai ao
chão sem que o Pai celestial o perceba.
E se o pequeno pardal é considerado
por Ele, certamente a alma daqueles
por quem Cristo morreu é preciosa a
Seus olhos. A importância do homem
e o valor que Deus coloca sobre ele, são
revelados na cruz do Calvário …
De modo a expandir nossa compreensão sobre a benevolência e amor de
nosso Pai celestial, Cristo nos lembra
que Deus envia Sua chuva sobre justos e
injustos, e “faz nascer o sol sobre maus
e bons”. Cristo nos conduz ao campo
aberto da natureza, e procura nos ensinar a lição de que a Mão que sustenta
o mundo e pinta o lírio do campo e
as flores de variada beleza é a mão do
grande Mestre-Artista. É Ele quem dá
a cada uma sua beleza singular. Ele
nos diz que nem Salomão, com toda a
sua glória, se vestiu como uma dessas
simples flores, que Ele nos deu como
expressão de Seu amor pelo homem.
Cada gota de chuva, cada raio de sol
enviado ao nosso ingrato mundo, é
uma evidência da infinda paciência
e amor de Deus. Se a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é lançada ao
forno; se as lindas flores, que encantam
nossos sentidos, revelam a habilidade
requintada e o cuidado da parte do
grande Mestre-Artista, não podemos
ter ideias exageradas do valor que Deus
coloca sobre os seres humanos criados à
Sua semelhança. E Ele não vai permitir
uma ação egoísta, descortês ou indelicada de um ser humano para com outro…
Quem pode medir ou antecipar o
dom de Deus? Por séculos, o pecado
tem interrompido o fluxo da divina
benevolência para com o homem; mas
a misericórdia e o amor de Deus pela
raça caída não pararam de se acumular, nem se perderam em direção à
Terra. Foram os habitantes do mundo,
sua razão pervertida, que transformaram a Terra em casa de leprosos. Mas
Deus ainda vive e reina e, em Cristo,
Ele derrama sobre o mundo uma
torrente de cura. Pelo dom do amado
Filho de Deus, uma definitiva visão de
Seu caráter foi dada à raça que nunca
está ausente de Sua mente. Seu próprio
coração está aberto pela lei real. O
infinito estandarte é oferecido a todos,
para que não haja nenhum engano em
relação à espécie de povo que Deus
deseja em Seu reino. Somente os obedientes a todos os Seus mandamentos
se tornarão membros da família real,
filhos do Rei celeste. Eles serão honrados com a cidadania do alto, uma vida
na proporção da vida de Deus, uma
vida sem tristeza, dor, ou morte por
toda a eternidade.
Esse artigo foi publicado na revista Signs
of the Times de 17 de novembro de 1898.
Os adventistas do sétimo dia creem que
Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom
de profecia bíblico durante mais de 70
anos de ministério público.
A RT I G O E S P E C I A L
Quando os
Números
ons
B
Não SãoTão
Por
Reinder Bruinsma
Lembro-me vividamente de quando o pastor disse à nossa
congregação que o número de membros da igreja mundial tinha
passado a marca de um milhão! Isso foi há cerca de 50 anos. Foi
necessário pouco mais que um século para alcançar esse marco.
Hoje, o número de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia
é de aproximadamente dezesseis milhões. Se as tendências atuais continuarem, as estatísticas denominacionais nos informam
que, em mais quinze anos, ou algo assim, poderemos chegar a
cinquenta milhões de adventistas no mundo.
Realmente, o Adventismo tem uma linda história de
sucesso. Quem duvidou disso e assistiu a uma assembleia da
Associação Geral ficou convencido para sempre da vitalidade
e da vibração da Igreja Adventista. Os que regularmente
leem as revistas denominacionais, como a Revista Adventista
Reinder Bruinsma, que foi administrador
da igreja e hoje está jubilado, mora na
Holanda. Ele gosta de escrever e
dar aulas.
F O T O :
A L E X A N D E R
I VA N O V
e a Adventist World, e têm o hábito de visitar o web site de
notícias da Associação Geral ou que sintonizam a TV Novo
Tempo (ou Hope Channel), não deixam de ficar impressionados com o crescimento sem precedentes da igreja em
muitas regiões do mundo. As fotos dos batismos em massa,
as crescentes estatísticas e as fantásticas histórias do avanço
contínuo ficarão gravadas na mente!
Essa, porém, não é a história completa. O progresso
adventista tem outro lado. Deixe-me explicar.
Onde Somos Poucos ou Muito Poucos
Cresci num vilarejo da região noroeste da Holanda. Nossa
família eram os únicos adventistas de nossa comunidade
de 1.500 pessoas. Frequentávamos uma pequena igreja
adventista numa cidade vizinha, onde menos de vinte membros se reuniam para nosso simples culto semanal, e onde o
grupo de jovens era formado por minha irmã e eu.
Foi assim que minha vida como membro da Igreja
Adventista começou. A igreja no país inteiro, na época, tinha
menos de três mil membros. Durante os últimos anos de
minha carreira denominacional, servi como líder da União
Abril 2010 | Adventist World
23
A RT I G O E S P E C I A L
Ser um
adventista
isolado
requer escolha
constante e
ponderada.
Holandesa. Fui presidente da igreja com pouco menos de
cinco mil pessoas em um país com dezesseis milhões de
habitantes.
Em meus contatos internacionais, sempre fui tratado
com muita cortesia, mas, de quando em quando, alguns
dos meus companheiros presidentes, com muito tato, me
informavam que em suas uniões eles tinham em apenas
uma igreja o mesmo número de membros de minha união
inteira! Para dar a perspectiva completa, devo acrescentar
que a situação da Holanda, com seu crescimento limitado, é
até positiva, se comparada com outros lugares; mas a triste
realidade é que algumas áreas do mundo ocidental experimentam crescimento zero ou até negativo.
Deixe-me levá-lo para alguns lugares onde o crescimento
é difícil e os números não são tão bons. Vou me limitar a
três áreas do mundo com as quais estou familiarizado,
devido ao meu trabalho como missionário entre os anos
1980 e 1990.
Egito
Vamos ver primeiro o Egito, com 81 milhões de habitantes,
um dos países mais populosos do continente africano. O
número de membros da igreja no Egito, oficialmente, permanece em pouco mais de oitocentos, em dezenove igrejas.
Isso representa o resultado de mais de um século de presença
contínua de missionários. Com o tempo, a igreja já desenvolveu uma infraestrutura significativa. É verdade que alguns
dos membros egípcios migraram para lugares em que é mais
fácil viver como cristãos adventistas. Desse modo, há mais
adventistas egípcios fora do país do que dentro dele, mas em
termos de números, há muito pouco de que se gabar.
24
Adventist World | Abril 2010
Paquistão
Vejamos outro exemplo, na Ásia. A primeira vez em que
colportores visitaram a área que hoje é o Paquistão foi em
1901, e um grupo inicial de crentes adventistas começou a se
reunir em Karachi por volta de 1910. Hoje, o país tem cerca
de 180 milhões de habitantes e 13 mil adventistas do sétimo
dia. O trabalho evangelístico é severamente restringido e
praticamente limitado aos dois a três por cento de nãomuçulmanos, que geralmente são muito pobres e vivem em
vilarejos separados, em guetos ou nos subúrbios das cidades,
e muitos são analfabetos. Mesmo dirigindo uma instituição
médica altamente respeitada em Karachi e uma importante
instituição de ensino perto de Lahore, na parte central do
país, a igreja tem um crescimento de membros muito lento.
Grécia
Meu terceiro exemplo é a Grécia. O cristianismo na Grécia
tem uma longa e colorida história, mas tomou o formato
quase que exclusivamente da tradição ortodoxa, que não é
conhecida por sua flexibilidade e tolerância. Ali, também, as
origens do adventismo local datam dos primeiros anos do
século passado. Após mais de um século de trabalho árduo,
a Missão Grega está mais ansiosa que nunca de evangelizar
onze milhões de gregos dentro de suas fronteiras, mas o número continua baixo.
As estatísticas indicam que havia 260 membros em
1975. Segundo os últimos dados disponíveis, o número de
membros agora permanece em 501. O aumento, entretanto,
se deve principalmente à migração de vários lugares, principalmente da Romênia, e não necessariamente à conquista de
gregos nativos.
Que Significa Ser Adventista Quando
Somos Poucos?
De forma alguma, quero sugerir que ser adventista é sempre
fácil, desde que se viva num lugar em que os adventistas são relativamente numerosos. Mas, certamente, há grandes vantagens
em pertencer a uma igreja que é conhecida e respeitada, desfrutar os serviços e a infraestrutura da igreja e receber as bênçãos de
todos os tipos de encontros, seminários e outras atividades!
Como é ser adventista quando os números não são tão
grandes? Como é para o indivíduo? O que significa para os
líderes de uma igreja tão pequena e que está frequentemente
lutando para manter sua unidade administrativa? Sei o
que é crescer como adventista num ambiente hostil, ou, no
máximo, indiferente às minhas crenças. Também sei, por
experiência, o que é ser líder de uma pequena comunidade de
fé, onde se vê pequeno crescimento e que quase não tem voz
ativa na sociedade em que pretende operar.
Tenho viajado amplamente e me relacionado de perto
com muitos crentes em muitos países, e creio que posso imaginar (pelo menos até certo ponto) quão desafiador deve ser
viver como adventista no Cairo, como parte de um pequeno
grupo de cristãos que não são apreciados pela maioria dos
muçulmanos e geralmente odiados pelo clero da Igreja Cristã,
que é mais estabelecida. Penso que posso imaginar um pouco
do que deve ser converter-me ao adventismo em algum lugar
no subúrbio de Karachi, tendo que lutar para conseguir
alimentar minha família por guardar o sábado. E acho que
posso imaginar até certo ponto a sensação de ser um membro
de igreja na Grécia e ver que todo o esforço da missão permanece sem resultados visíveis.
O Que Fazemos Quando os Números
Não São Altos?
Permita-me compartilhar algumas convicções que possam
fornecer orientação e subsídio para ideias posteriores.
1. Ser poucos nem sempre é coisa ruim. Encontrei-me,
outro dia, com um importante membro de igreja da menor
ilha do Caribe, onde cerca de 50 por cento da população é
adventista. O quadro que ele pintou não foi de uma comunidade vibrante, que sempre deixa o tipo de impacto e nos faz
orgulhosos. Para muitos, o adventismo é uma coisa cultural;
é algo que “vem de família”. Isso me lembrou do fato de
que ser adventista em isolamento requer escolha constante e
ponderada; requer determinação e dedicação. E aqueles que
estão mais isolados do que gostariam de estar deveriam ser
confortados e fortalecidos pela ideia de ser parte do pequeno
remanescente bíblico! Jesus mesmo lembrou-nos de que os
números não são tudo (Mt 18:20) – Ele está mais interessado
em espiritualidade e qualidade.
2. É uma grande bênção saber que somos parte de algo
maior. Se há alguma coisa que os líderes da igreja, em
qualquer nível, devem apoiar é a conscientização de que
pertencemos à família de Deus, a qual não conhece barreiras
geográficas, nacionais, culturais ou linguísticas. Deve ser feito mais para enfatizar que revistas, como a Adventist World,
cheguem ao seu público-alvo, unindo esse movimento mundial. O crescente número de ofertas de material de inspiração
pela internet adventista deve ser comunicado aos que vivem
em isolamento. Além disso, visitas regulares de líderes e
especialistas que possam treinar e inspirar fortalecerão o elo
espiritual e mental com a comunidade adventista mundial.
As bênçãos resultantes de saber que se é parte de algo maior
e de sucesso são um incentivo e provam que vale a pena todo
o investimento da igreja em esforços e recursos.
3. Uma das grandes coisas da Igreja Adventista do Sétimo
Dia é a solidariedade internacional. Embora essa solidariedade
às vezes sofra tensões, os adventistas cuidam um do outro.
Eles doam grandes somas para as missões; apoiam projetos
em todas as partes do mundo e participam de muitas viagens
missionárias. A igreja mundial dispõe de substancial soma de
dinheiro para o trabalho em lugares em que os resultados são
muito lentos. Felizmente, a missão adventista não é conduzida apenas pelo custo-benefício e pelos números. Alguns dos
maiores apoios financeiros (per capita) da Associação Geral
vão para as menores divisões, onde os números não são tão
bons e o resultado imediato será modesto.
4. Deve haver uma atitude imparcial e desejo verdadeiro
de compreensão. Poucas coisas me irritavam e frustravam
mais, durante os anos em que fui presidente de uma pequena
união, do que a sutil ou não tão sutil sugestão de que a missão
em meu país teria mais sucesso se simplesmente copiássemos
os métodos que provaram ser bem sucedidos nas regiões do
mundo onde houve um crescimento fenomenal quanto ao
número de membros. As circunstâncias diferem grandemente
de país para país e de cultura para cultura. Situações desafiadoras requerem planejamento criativo e cuidadoso, mas
permitem experiências que sejam baseadas em valores espirituais. Nossos irmãos e líderes que testemunham e trabalham
sob circunstâncias desafiadoras precisam sentir que estão
habilitados a ser criativos e inovadores.
5. Somos uma comunidade mundial de oração. O que pode
ser mais encorajador para alguém que vive em lugar isolado
do que saber que hoje alguém está orando por você? Quando
trabalhamos e oramos, deixamos o futuro e as taxas de crescimento da igreja nas capacitadas mãos de Deus, pois essa não é
a sua ou a minha igreja: é a igreja de Deus. Gosto do lembrete
inspirado de Ellen White de que devemos olhar para o quadro
maior: “Conquanto muito do fruto de seus trabalhos não
apareça nesta vida, os obreiros de Deus têm da parte dEle a
firme promessa do êxito final.”*
*Ellen G. White, Obreiros Evangélicos (Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, Brasil), p. 514.
Abril 2010 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N TA : A
cena profética registrada em
Apocalipse 8:2-6 aparece entre os sete selos e as sete
trombetas. O que devemos aprender com ela?
N
a passagem que você menciona, João vê sete anjos com
sete trombetas e outro anjo queimando incenso no
altar, adicionando a ele as orações dos santos e tirando fogo
do incensário e lançando à Terra. O resultado são trovões,
relâmpagos e um terremoto. Para compreender essa visão,
examinaremos outras cenas do Apocalipse também relativas
à teologia do santuário. Só então comentarei a visão e seu
significado.
1. Cena do Santuário:
As referências ao altar de
incenso, o incensário, a
queima de incenso e o anjo
indicam que está acontecendo uma atividade de ritual
no lugar santo do santuário
celestial. As visões do Apocalipse são frequentemente
apresentadas por uma cena
no santuário celestial. Antes
das mensagens para as sete
igrejas, Jesus aparece vestido
como sumo sacerdote no
lugar santo (1:12-20). A cena
do trono, que enfatiza o papel do Cordeiro (capítulos 4
e 5), apresenta os sete selos.
As sete trombetas são apresentadas pela visão do altar
de incenso (8:2-6). Antes da
visão do conflito cósmico
(capítulos 12–14), João vê o Lugar Santíssimo do santuário
celestial e a arca da aliança, que contém o Decálogo (11:19).
As sete pragas são precedidas pela visão de que terminaram os
serviços no santuário (15:5-8). Nos últimos dois capítulos do
livro (21 e 22), cresce o uso das imagens do santuário/templo.
Deus desce para habitar permanentemente entre Seu povo na
Nova Jerusalém.
2. Teor da Visão: A passagem mencionada por você
apresenta as trombetas como uma visão distinta e a separa
dos sete selos. Quando as trombetas começam a soar, Cristo
ainda está intercedendo por nós no santuário celestial,
ministrando no lugar santo. O fato de que queimar incenso
no lugar santo era basicamente a responsabilidade do
sumo sacerdote (Êx 30:7, 8) sugere que o anjo que João
viu provavelmente representa Jesus como nosso mediador.
Ele toma as orações dos santos, contaminadas pelo pecado,
e as purifica com o incenso expiatório, a pureza de Cristo
(cf. Nm 16:46, 47).
A passagem menciona outro aspecto da intercessão de
Jesus: o julgamento de Deus contra este mundo ímpio. As
brasas usadas para queimar o incenso, embora criem uma
nuvem de fumaça que sobe para Deus, também simbolizam
o julgamento (e.g., Gn 19:24). Algumas brasas foram removidas do altar de incenso e colocadas no incensário para
que o ato de lançá-las à Terra fosse facilitado (cf. Ez 10:2).
Trovões, relâmpagos e terremotos geralmente acontecem
quando Deus manifesta Sua presença em julgamento (cf. Is
29:6). O período das trombetas é basicamente o tempo
em que Cristo ainda realiza
os serviços diários em favor
de Seu povo e também o
tempo em que os juízos
de Deus caem contra os
ímpios, o que ocorre dentro
do fluxo da História. Ambos
são mediados por Cristo.
3. O Significado das
Cenas do Santuário: Essas
cenas do santuário foram
intencionalmente colocadas
Por
onde estão no livro para
Angel Manuel
comunicar a mensagem.
Rodríguez
Primeiro, revelam que Deus
rege o mundo do Seu templo celeste. Esse centro do
comando divino é para onde
Cristo foi após Sua ascensão;
é de lá que Deus influi e
dirige a luta cósmica entre o
bem e o mal em nosso planeta. Segundo, essas cenas apontam para dois aspectos do ministério celestial de Cristo: Sua
obra reconciliatória diária e o serviço anual representado
pelo Dia da Expiação. Vemos Jesus intercedendo por nós no
lugar santo, mas também vemos o ápice do livro, quando
Cristo passa para o Lugar Santíssimo e, no fim, para o momento em que Sua obra de sumo sacerdote termina.
Finalmente, vemos o tabernáculo de Deus descendo do
Céu para nosso planeta. O Apocalipse é um livro sobre o
trabalho de Cristo no santuário celeste.
O
bra
de C risto no
Santuário
A
26
Adventist World | Abril 2010
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
Bíblicas da Associação Geral.
E S T U D O
Eco
da Eternidade
B Í B L I C O
Por Mark A. Finley
Quando Deus criou nosso mundo, deixou uma lembrança eterna de Seu poder criativo.
Cada semana o sábado do sétimo dia nos lembra o amor, poder e a sabedoria de nosso
maravilhoso Deus. Ele fala do Seu cuidado e incrível interesse por nós, individualmente.
O sábado não é uma exigência legalista; é um oásis do amor de Deus em um mundo
destruído. A cada sábado ouvimos o eco da eternidade a nos chamar de volta à perfeição
da criação e ao descanso tranquilo ao lado de nosso Criador.
1. Que atividade da parte de Deus indica o fim do processo da criação? Leia o texto
abaixo e escreva sua resposta no espaço em branco.
“Assim, pois, foram acabados os céus e a Terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia
sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito” (Gn 2:1, 2).
Deus descansou no
de toda a Sua obra.
2. Que duas coisas fez Deus para separar o sábado dos outros dias da semana?
Circule-as no texto abaixo.
“E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”
(Gn 2:3).
Quando Deus abençoou o sétimo dia, Ele o estava declarando como objeto de Seu favor,
um dia que abençoaria Suas criaturas. Santificar alguma coisa significa separá-la para um
propósito santo ou especial; nesse caso, um dia para que Suas criaturas se lembrem e
honrem Seu poder criativo.
3. O quarto mandamento declara: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”
(Êx 20:8). De que grande evento nos lembramos quando observamos o sábado?
“Porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou;
por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êx 20:11).
“Porque, em seis dias, fez o Senhor o
ea
ao
descansou.”
e,
O sábado é uma lembrança semanal do poder criador de Deus. Ele nos lembra que nosso
mundo um dia foi perfeito e que um dia será perfeito outra vez. Ele nos fala não apenas de
uma criação perfeita, mas de um Criador perfeito.
4. Que dois eventos estão ligados a Isaías 43:1? Escreva sua resposta no espaço em branco.
“Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque Eu te remi;
chamei-te pelo teu nome, tu és Meu” (Is 43:1).
Essa passagem descreve Deus como
e
.
Abril 2010 | Adventist World
27
Pertencemos ao nosso Senhor por duas razões: Ele nos criou e nos redimiu. O sábado fala
tanto do Seu poder criador como do Seu poder redentor. Quando descansamos de nosso
trabalho no sétimo dia, descansamos no amor dAquele que nos fez e nos redimiu.
5. Para onde Deus nos aconselha a olhar quando enfrentamos as provações da vida?
“Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o Seu exército de estrelas, todas
bem contadas, as quais Ele chama pelo nome; por ser Ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem
a faltar”(Is 40:26).
“Levante os
para o
.”
Por que olhar para nosso Criador e tirar os olhos de nossas provações faz tanta diferença?
Escreva a resposta com suas palavras:
6. Por que Deus é digno de nossa adoração?
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas Tu criaste,
sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
Deus é digno de nossa adoração porque Ele
todas as coisas.
A criação revela o poder sobrenatural de Deus para dar vida. Deus é digno de nossa
adoração porque Ele é o Doador da vida, o Criador e Mantenedor de toda vida. Quando
adoramos a Deus no sábado do sétimo dia, adoramos Aquele que nos deu vida, Aquele que
sustenta nossa vida e Aquele que redimiu nossa vida. Reconhecemos que o mesmo Deus
cujo poder criou o mundo tem o poder de criar novos céus e nova Terra.
7. Que promessa fez Deus em relação a esse mundo de pecado?
“Pois eis que Eu crio novos céus e nova Terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá
memória delas” (Is 65:17).
Ele criará novos
e nova
O Deus que no princípio criou este mundo irá recriá-lo com o esplendor edênico.
Ao guardarmos o sábado a cada semana, ouvimos o eco da eternidade. Um Deus todo
poderoso, todo amor, todo cuidado, criará novos céus e nova Terra, onde a justiça
reinará para sempre. Isso é motivo para nos alegrarmos sempre!
Não perca o estudo do próximo mês:
“Quando Deus
Criou o Amor”
28
Adventist World | Abril 2010
.
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Fortalecendo
o Fraco
Obrigado pelo
artigo de capa
“Compreendendo
a Palavra”, por
Marcos Paseggi
(janeiro de 2010),
e especialmente
pelo devocional
de J. Stanley McCluskey, “Podemos
Sempre Contar com a Proteção de
Deus?” O Senhor permite que enfrentemos dificuldades para fortalecer nossa
experiência, que, de outro modo, se
enfraqueceria.
Jackson Ndikumana
Rusororo, Ruanda
Primeiro Exemplar
Hoje é o primeiro dia em que a
Adventist World aparece no idioma
romeno (janeiro 2010). Acabo de
receber um e-mail da União Romena
dizendo que podemos ler a Adventist
World não apenas em inglês, mas
também em romeno.
Fiquei impressionada com o artigo
“Compreendendo a Palavra”, de Marcos
Paseggi. Ele escreveu um bom texto
sobre o trabalho dos tradutores, e o que
disse é verdade. Trabalhei, por alguns
anos, como editora de publicações
em húngaro, na Casa Publicadora
Adventista Romena (Viata si Sanatate),
e não apenas corrigia e editava os
materiais, como também traduzia. Por
isso, entendo os detalhes e problemas
ao colocar a mensagem noutro idioma. Como minha língua materna é
o húngaro, traduzo do romeno, não
do inglês. Muitas vezes, sinto grande
alegria quando vejo um novo livro ou
revista e, finalmente, posso pegar o
material impresso. É muito bom saber
que o resultado do nosso trabalho não é
para alguns dias, mas para muitos anos,
e não apenas para um grupo, mas, às
vezes, para milhares e até milhões de
pessoas (veja o Year Book).
Obrigada, Marcos Paseggi. Esse artigo foi um bálsamo, porque raramente
ouvimos palavras de gratidão. Sei que
nossa recompensa está no Céu, mas, por
enquanto, vivemos na Terra! Talvez um
dia teremos a alegria de ter um lindo
encontro com todos os tradutores adventistas, ou uma pequena reunião. Que
Deus nos traga Seu reino, onde todos
falaremos a mesma língua.
Judit Kovács
Bucareste, Romênia
Pessoas
Precisam de
Pessoas
O artigo de Kari
Paulsen, “O Que
Acontece aos
Desamparados?”
(janeiro 2010)
tocou uma
corda sensível em
meu coração, ao ela compartilhar sua
experiência de como, com 15 anos de
idade, encontrou um pequeno grupo
de adventistas tão amáveis e receptivos,
assim como outros ao longo da vida,
que a capacitaram e prepararam para o
lugar onde Deus a colocou.
Tive experiência similar à dela, aos
16 anos, quando conheci a mensagem
adventista e, uma pequena igreja em
Gadsden, Alabama, Estados Unidos,
me acolheu sob suas asas. Havia apenas
mais dois ou três jovens na igreja.
Nunca vou me esquecer da bondade dos
membros mais idosos ao me instruírem.
O querido irmão Hyde fazia as mais
lindas e sinceras orações. Um sábado,
ele encheu o carro com os jovens e nos
levou para um congresso numa igreja
a quase cem quilômetros de distância.
O Sr. Morgan era o professor da Escola
Que Deus
nos traga Seu
reino, onde
todos falaremos
a mesma
língua.
– Judit Kovács
Bucareste, Romênia
Sabatina e passou um sólido alicerce
para minha fé. A esposa do pastor
convidava outra jovem e a mim para
almoçar em sua casa aos sábados, e ela
foi o modelo da guarda do sábado para
nós. Eles confiaram a mim a secretaria
da Escola Sabatina e ajudaram essa
garota insegura a ser aceita.
Minha formatura foi apenas alguns
meses depois que me uni à igreja. Eu
tinha que escrever um discurso de
despedida e quando estava lutando sem
saber como começar, nosso primeiro
ancião me ajudou.
Deve ter havido outros ao longo
do caminho cujo amor e apoio me
ajudaram e me prepararam para ser
secretária da Associação Geral por 36
anos. Agradeço à Sra. Paulsen pela
sinceridade. Fui realmente abençoada
e seu artigo trouxe de volta muitas das
minhas memórias.
Jean Dickerson
Lansing, Michigan,
Estados Unidos
Abril 2010 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Primeiros Trabalhos
Escrevo sobre o artigo “Literatura
Evangelística Adventista Abre Caminho
na China e Mongólia” (Notícias do
Mundo, setembro de 2009). A tradução
de livros adventistas do sétimo dia e
outras literaturas cristãs para o khalkha,
idioma mongol, teve início em 1992,
por Brad Jolly, da Adventist Frontier
Missions (AFM). Após a morte de Jolly,
Munkhjargal e Nara, com a dedicação
dos doadores da AFM, continuaram o
trabalho de publicações, deixando uma
boa base para o crescimento da igreja.
Bold Batsukh é o diretor de publicações da Missão da Mongólia. Seu
departamento publicou, recentemente,
um catálogo de livros e materiais disponíveis em Khalkha, idioma mongol,
contendo mais de sessenta títulos.
O apoio contínuo para tradução e
publicação de materiais nos idiomas
indígenas é ainda a grande necessidade,
mas, como no passado, tem havido
muito trabalho e sacrifício.
Cathie Jolly Hartman
Via e-mail
Exemplares Antigos da
Adventist World Ainda Falam
Soube de vocês por meio da revista
de janeiro de 2008, pelo artigo de
Robert McIver: “O que é Ser Cristão?” e
pelas mensagens de Pardon K. Mwansa,
no Hope Channel.
Estou fazendo meu estudo de
pesquisa na Índia, que é bem distante
de meu país, o Quênia. Por favor, orem
para que eu permaneça firme na igreja.
Não deixei de ir à igreja aqui na Índia.
Há apenas alguns membros onde
frequento. Temos um lugar em que
regularmente nos reunimos e oramos
todos os sábados. Como somos um
pequeno grupo, necessitamos de oração
para que nossa igreja cresça.
Robert Obuba
Udaipur, Índia
Estou preso e, por acaso, pela primeira
vez, chegou a Adventist World às minhas
mãos. Fui muito inspirado por ela e
gostaria de receber mais. Essa revista é
ótima porque é espiritual e inspiradora.
Muitos presos também estão interessados. Para eles, a revista é reabilitadora.
Leonard Grant
Jamaica
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Que Deus os abençoe por suas orações
por nós. Hoje recebi o dinheiro
necessário para me matricular na
escola. Por favor, continuem orando
para que eu consiga o suficiente para
o semestre. Contudo, que seja feita a
vontade de Deus.
Samwell, Uganda
Minha neta está na faculdade, pela primeira vez fora de casa, mas está sofrendo
com saudades e enfrentando dificuldades
financeiras. Ela não conhece o Senhor;
por isso, por favor, orem por ela.
Madeline, Estados Unidos
Somos um grupo de cristãos do Quênia,
pedindo para nos afiliar à igreja adventista.
Por favor, orem por nosso trabalho e
oraremos pelo ministério de vocês.
Charles, Quênia
30
Adventist World | Abril 2010
Por favor, orem por minha prima que,
no momento, está com problemas
mentais. Meus tios estão sofrendo muito
e desejam que ela fique boa. Orem por
mim também, para que o que estou
sentindo não se transforme em doença.
Faye, Filipinas
Orem por um menino de sete anos
de idade, que tem tumor maligno no
cérebro. Para Deus, não há impossíveis.
Orem para que toda família dele venha
a conhecer a Deus e louve o Seu nome.
Lorena, Argentina
Dentro de pouco tempo, receberei meu
segundo diploma de curso superior
pela Myaungmya, Mianmar. Estou me
esforçando para completar a graduação.
Por favor, orem por mim.
Ivan, Mianmar
Estamos percebendo uma grande
mudança em nosso filho, desde que
vocês começaram a orar por ele. Ele
ainda não começou a ir à igreja, mas
cortou sua ligação com o uso de
drogas e outras substâncias. Por favor,
continuem orando por ele para que
Deus efetue total transformação em
seu caráter.
Jeres, Malavi
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana,
nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido,
seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu
material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para:
Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Não Ver
e
Crer
– Não acredito, mano! Quanta neve!
Eu sabia que aí nevava, mas não tanto.
Será que vai demorar a derreter?
– Vou enviar algumas fotos. Tudo está
coberto de neve. É difícil acreditar que,
em poucas semanas, o cenário vai estar
totalmente diferente. Quando tiramos
a neve da saída de casa, com a pá, a
quantidade era tanta que o monte ficou
quase do meu tamanho.
Isso foi parte da conversa que meu esposo teve com sua irmã, que mora
perto de Brasília, no Brasil. Ele gastou vários minutos de um dia de fevereiro,
descrevendo a cena de inverno que via através de sua janela – a situação dos
carros nas estradas, os enormes montes de neve retirados das entradas das
garagens. “É incrível”, disse ele em português. “Você nem imagina...”
Sim, tenho certeza de que ela nem consegue imaginar o que significa estar
cercado por quase um metro de neve, ou mesmo ver os flocos de neve rodopiando ao seu redor. Morando num lugar onde a estação das chuvas requer apenas
mais um cobertor na cama ou uma jaqueta mais quentinha à noite, minha
cunhada não consegue compreender com que se parece a neve. É claro que ela já
viu e já tocou o gelo, talvez até já tenha experimentado uma sobremesa feita de
gelo moído, que até pode se assemelhar à neve, mas nunca viu ou tocou na neve
de verdade. Ela nunca fez um boneco de neve, nunca jogou uma bola de neve
ou observou a formação de pingentes de gelo com o derretimento da neve. Seu
irmão pode falar, falar, enviar fotos e mais fotos por e-mail, mas sua imaginação
é limitada por sua experiência.
Eu nunca vi o Céu. Nunca me ajoelhei para cheirar uma rosa em seu jardim
e nunca senti a brisa suave e gentil do mar de vidro. Em minha limitada experiência na Terra, já falei sobre ele, li a seu respeito nas Escrituras e nos escritos de
Ellen White e vi muitos quadros com a visão dos artistas. Já estive em lugares
que, para mim, se pareciam com o Céu que imagino, mas nunca vi ou estive lá.
À semelhança de minha cunhada, tenho certeza de que o Céu existe e que é
incrível. Foi Jesus Cristo, que andou na Terra e voltou para o Céu, que me disse
isso. Tudo o que tenho a fazer é ler Sua Palavra e crer, mesmo sem ver. Mesmo
com minha experiência limitada.
– Kimberly Luste Maran, Laurel, Maryland, Estados Unidos
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
Karnik Doukmetzian, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Clyde Iverson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner,
Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coréia
Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan
Editor Online
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Consultores
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Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu,
Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa,
Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka
T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong
Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj,
Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A.
Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
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A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente
na Coreia, Brasil, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e
nos Estados Unidos.
Vol. 6, No. 4
F O T O :
K I M B E R LY
L U S T E
M A R A N
Abril 2010 | Adventist World
31
O Lugar Das
PESS
L U G A R
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E S S E ?
E N V I A D A
P O R
O C K - J O O N
K I M
Q U E
AS
FR A SE
D O
VIDA ADVENTISTA
Eu estava contando a história de como os
israelitas receberam o maná para minha classe
do jardim da infância da Escola Sabatina. Para
torná-la mais “real”, pedi que todos se deitassem
no tapete e fechassem os olhos, fingindo que
estavam dormindo. Então joguei pipoca em volta
deles e disse-lhes que já havia “amanhecido” e
que podiam abrir os olhos.
Houve gritos de alegria e “hummm’, é pipoca!”
Eu disse a eles que quando os israelitas acordaram
no dia seguinte, perguntaram: “Maná?”
Em seguida, perguntei à classe se eles sabiam
o que significava a palavra “maná”. Com muito
entusiasmo e em uma só voz, responderam:
“Pipoca!”
– Tish Lowe Rawhiti, Bay of Islands, Nova Zelândia
M Ê S
“Quando se tem a fazer uma grande e decisiva obra, Deus escolhe
homens e mulheres para realizá-la, e ela sofrerá dano caso os talentos de
ambas as partes não se aliarem.”
– Ellen G. White, Evangelismo, p. 469.
CO N H E Ç A S E U
VI Z IN H O
“Sempre quis ser voluntária”,
disse Maribel Alao, da Jamaica,
“mas sempre arranjava vários
motivos para deixar para
depois. Assim, meus motivos
começaram a se multiplicar.”
Finalmente, após ver como
Deus a sustentou durante a
faculdade, Maribel decidiu que
dedicaria um ano de sua vida ao
trabalho voluntário para Ele.
Foi assim que ela chegou ao
Japão, para ensinar inglês como
segunda língua, para crianças
do ensino fundamental, e
para dirigir classes de estudos
bíblicos. “Gosto muito de dar
estudos bíblicos”, diz ela, embora
admita que ensinar a Bíblia no
Japão é um grande desafio.
“A Bíblia, para muitos, é
apenas um livro de histórias.
Aqui, é necessária muita fé para
aceitar a Bíblia como sendo a
Palavra de Deus.”
Apesar do desafio, Maribel
gosta de seu trabalho no Japão
e percebe que ele a aproximou
mais de Deus. Para os que
possam estar considerando o
trabalho voluntário, ela diz:
“Vá! Pare de arrumar desculpas.
Simplesmente vá! Sua vida vai
ser transformada de maneira
positiva e Deus
providenciará os meios.”
Maribel vai dar aulas no Japão
até agosto de 2010.
Se você quiser ler histórias
sobre os voluntários adventistas
ao redor do mundo ou saber
como participar do programa
de voluntariado, acesse www.
adventistvolunteers.org.
RESP O S TA : Em Incheon City, Coreia do Sul, essa nova igreja é o resultado da junção de esforço e fé. A congregação da igreja do Oeste
de Incheon cresceu muito para seu antigo prédio e, após muitas reuniões, os membros decidiram expandi-lo. Realizaram reuniões de
oração e eventos para levantar fundos, além do comprometimento de corpo e alma de todos os membros. Eles compraram um terreno
e, pela graça do Senhor, construíram a nova igreja, mudando o nome para Igreja Adventista do Sétimo Dia Três Anjos de Incheon.

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