avaliacao-cardiorrespiratoria

Transcrição

avaliacao-cardiorrespiratoria
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
LEONARDO DE ARRUDA DELGADO
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
São Luis
2004
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
2
Leonardo de Arruda Delgado
SUMÁRIO
1
2
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5
AVALIAÇÃO FUNCIONAL ............................................................................... 7
2.1
Objetivos de uma avaliação funcional....................................................... 7
2.2
Unidades metabólicas............................................................................... 8
2.2.1
O Consumo máximo de oxigênio (VO2MAX) ........................................ 8
2.2.1.1
Métodos utilizados para mensuração da capacidade aeróbica 10
2.2.1.2
Testes máximos e submáximos................................................ 12
2.2.1.3
Testes utilizados na mensuração da capacidade aeróbica ...... 13
2.2.1.4
Testes ergométricos ................................................................. 14
2.2.1.5
Considerações gerais ............................................................... 16
3 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIO ........................ 19
3.1
Declaração de consentimento................................................................. 20
3.2
Histórico de saúde .................................................................................. 22
3.3
Avaliação médica .................................................................................... 23
3.3.1
Exame médico ................................................................................. 23
3.3.2
Exames complementares ................................................................ 24
3.4
Medidas de repouso................................................................................ 25
3.5
Aplicação de testes submáximos ............................................................ 25
3.5.1
Recomendações antes do teste....................................................... 26
3.5.2
Pré-requisitos para realização do teste............................................ 27
3.5.3
Equipamentos de urgência .............................................................. 27
3.5.4
Condições em que são indicações os testes de esforço ................. 28
3.5.5
Condições onde são contra-indicações os testes de esforço .......... 29
3.5.6
Critérios para interrupção de um teste de esforço ........................... 30
3.5.7
Variáveis a serem controlados durante o teste ................................ 32
3.5.7.1
Índice de percepção de esforço (IPE)....................................... 32
3.5.7.2
Freqüência cardíaca ................................................................. 35
3.5.7.3
Pressão arterial (PA) ................................................................ 37
3.5.8
Parâmetros de controle.................................................................... 38
3.6
Prescrição de atividades ......................................................................... 38
3.6.1
Encaminhamento médico ................................................................ 39
3.6.2
Programa supervisionado ................................................................ 40
3.6.3
Programas normais de condicionamento......................................... 41
4 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NA FC .................................. 42
4.1.1
Protocolo de RUFFIER .................................................................... 47
4.1.2
Protocolo de FRED & KASH ............................................................ 48
4.1.3
Protocolo de TECHUMSEH ............................................................. 49
4.1.4
Protocolo de CONCONI................................................................... 50
4.1.4.1
Limitações do teste de CONCONI ............................................ 53
5 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NO CONSUMO MÁXIMO DE
OXIGÊNIO............................................................................................................. 55
6 TESTES DE CAMPO ..................................................................................... 56
6.1
Teste de BALKE de 15 minutos .............................................................. 57
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3
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6.2
Teste de COOPER (corrida de 12 minutos)............................................ 61
6.3
Teste de 2400m (ou 1,5 milha) ............................................................... 66
6.4
Teste de corrida de 8 min. para crianças ................................................ 68
6.5
Teste de corrida de 1000 metros (MATSUDO, 1983) ............................. 69
6.6
Teste de caminhada de uma milha (1609m)........................................... 71
7 TESTES ERGOMÉTRICOS........................................................................... 74
7.1
Protocolos de banco ou testes de degraus ............................................. 74
7.1.1
Protocolo de NAGLE et al................................................................ 76
7.1.2
Protocolo do QUEENS COLLEGE................................................... 78
7.1.3
Teste de banco de BALKE............................................................... 79
7.1.4
Teste de banco de ASTRAND ......................................................... 82
7.2
Protocolos de bicicleta ergométrica ........................................................ 83
7.2.1
Protocolo de ASTRAND sub-máximo .............................................. 86
7.2.2
Protocolo de ASTRAND máximo ..................................................... 91
7.2.3
Protocolo de FOX ............................................................................ 92
7.2.4
Protocolo de BALKE ........................................................................ 93
7.2.5
Protocolo de ROCHA....................................................................... 94
7.2.6
Protocolo de VON DOBELN ............................................................ 94
7.2.7
Protocolo de JONES........................................................................ 95
7.2.8
Protocolo do Colégio Americano de Medicina Esportiva ................. 96
7.2.9
Protocolo de BRUCE ....................................................................... 96
7.3
Protocolos de Esteira .............................................................................. 97
7.3.1
Protocolo de BRUCE ....................................................................... 98
7.3.2
Protocolo de BALKE ...................................................................... 100
7.3.3
Protocolo de NAUGHTON ............................................................. 101
7.3.4
Protocolo de ELLESTAD ............................................................... 101
8 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA O CONDICIONAMENTO
CARDIORRESPIRATÓRIO................................................................................. 103
8.1
Intensidade ........................................................................................... 103
8.1.1
Metodologia de trabalho ................................................................ 104
8.1.1.1
Determinação da FC basal ..................................................... 104
8.1.1.2
Determinação do nível inicial de condicionamento físico........ 104
8.1.1.3
Estimar a freqüência cardíaca máxima................................... 105
8.1.1.4
Determinação da zona sensível do treinamento..................... 106
8.1.1.4.1. Prescrição de treinamento pela freqüência cardíaca (FC).. 107
8.1.1.4.2. Prescrição de treinamento pelo VO2Máx .............................. 110
8.1.1.4.3. Prescrição de treinamento pelo sistema de pontos de Cooper
111
8.1.1.4.4. Prescrição de treinamento utilizando a bicicleta ergométrica
113
8.1.1.4.5. Orientações gerais ............................................................. 113
8.2
Freqüência ............................................................................................ 115
8.3
Duração ................................................................................................ 115
8.4
Tipo de atividade................................................................................... 116
REFERÊNCIAS................................................................................................... 119
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ANEXO-1 EXEMPLO DE FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO PARA
REALIZAÇÃO DE TESTE DE ESFORÇO........................................................... 121
ANEXO - 2 QUESTIONÁRIO PAR-Q.................................................................. 123
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AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste material é apresentar, através de uma revisão de
literatura, as diversas formas (protocolos e métodos) existentes, para a realização
de uma avaliação da aptidão cardiorrespiratória, além de mostrar como proceder
para a prescrição de exercícios aeróbicos com segurança e cientificidade, através
de parâmetros fisiológicos.
A Aptidão Cardiorrespiratória sendo, sem duvida o aspecto que deve
receber maior atenção quando se trata de Avaliação da Aptidão Física
Relacionada à Saúde, é entendida como a capacitação de se realizar trabalho e
depende da eficiência dos sistemas: respiratório, cardiovascular, de componentes
sanguíneos adequados, além dos componentes celulares específicos que ajudam
o corpo a utilizar oxigênio durante o exercício.
Sua melhoria e manutenção situam-se entre os principais objetivos de
qualquer
programa
sistemático
de
exercícios.
Uma
adequada
aptidão
cardiorrespiratória está associada a uma menor ocorrência de distúrbios
orgânicos. Entre eles podemos citar a hipertensão arterial, a doença arterial
coronariana, a diabetes melito, as hiperlipidemias e a obesidade.
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Autores como GUEDES & GUEDES (1995), apud MONTEIRO (2001,
p.87), relatam que os indivíduos cuja aptidão cardiorrespiratória exibe níveis mais
elevados tendem a apresentar maior eficiência nas atividades do cotidiano e a
recuperar-se mais rapidamente, após a realização de esforços físicos mais
intensos. De fato, uma boa condição cardiorrespiratória diminui as demandas
miocárdica e geral para atividades submáximas, representando uma economia
que se traduz por uma maior capacidade de trabalho e aproveitamento das horas
de lazer com redução dos riscos de doenças.
Existe um consenso entre os autores FOX (1979 & 1991), WEINECK
(1986, 1991 & 1999), McARDLE (1992), POLLOCK (1993), GOMES (1995), LEITE
(1996) & MONTEIRO (2000 & 2001), no sentido de se atribuir ao VO2 Máx, a função
de medida mais representativa da aptidão cardiorrespiratória, pois, em geral, ele
resume o que ocorre no sistema de transporte de oxigênio, podendo também ser
chamado de potência aeróbica máxima.
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2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL
De acordo com MARINS (2003, p.147) a avaliação funcional representa
a mensuração e interpretação da capacidade de mobilização metabólica
(bioenergética) a partir do resultado obtido de um protocolo (teste) específico.
2.1 Objetivos de uma avaliação funcional
O principal objetivo, para a realização de uma avaliação funcional, inclui
a investigação do processo de adequação dos ajustes fisiológicos às demandas
metabólicas que ultrapassam as necessidades de repouso que representam a
identificação da capacidade aeróbica máxima do avaliado. É possível encontrar
outros objetivos, a partir dos dados coletados do teste ergométrico, entre eles:
•
Identificação da capacidade aeróbica máxima;
•
Observação do comportamento do ECG durante o esforço
progressivo;
•
Possibilitar a correta prescrição de exercícios baseados nos
resultados, adequado volume e intensidade para a atividade a ser
desenvolvida;
•
Servir como parâmetro comparativo do grau de evolução do
treinamento físico, quando aplicado de forma regular;
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•
Possibilitar a comparação com avaliações futuras;
•
Avaliar o grau da dor precordial;
•
Determinar o grau de comprometimento de uma coronariopatia;
•
Avaliar a resposta pressórica e cronotrópica ao esforço;
•
Avaliar o comportamento eletrocardiológico em esforço;
•
Avaliar a capacidade laborativa.
2.2 Unidades metabólicas
Para a interpretação de uma avaliação funcional, é necessário uma total
familiarização com uma série de variáveis metabólicas. Usualmente são utilizados
três parâmetros fisiológicos, que são o consumo de oxigênio (VO2) no steady-state
de um sujeito durante uma atividade, o MET e a Kcal consumida.
2.2.1 O Consumo máximo de oxigênio (VO2MAX)
O consumo máximo de oxigênio (VO2Máx), é definido como a maior
quantidade de oxigênio que um indivíduo é capaz de captar ao respirar ar
atmosférico, ao nível do mar, transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular e
utilizá-lo durante em um esforço físico por unidade de tempo.
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É expresso em mililitros ou litros por minuto, ou ainda, mais
acertadamente, é ajustada ao peso do indivíduo. Constitui-se numa medida de
potência e que, segundo McARDLE (1992, p.84), trata-se de um consumo de
oxigênio, que permite enunciar quantitativamente a capacidade individual de
transferência de energia aeróbica. Assim sendo, trata-se de um dos fatores mais
importantes que determinam nossa capacidade de sustentar um exercício de alta
intensidade por mais de quatro ou cinco minutos.
Durante um esforço físico, o VO2 tende a aumentar com a carga de
trabalho, até atingir um ponto onde se verifica um platô, e não mostra qualquer
aumento adicional (ou aumenta apenas ligeiramente) com uma carga de trabalho
adicional é denominado consumo máximo de oxigênio, captação máxima de
oxigênio, potência aeróbica máxima ou simplesmente VO2Max.
Figura 1 Consumo de oxigênio durante um exercício de intensidade progressiva, até alcançar o
consumo máximo de oxigênio. Fonte; McARDLE, 1992, p.85
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Em geral, admite-se que isso representa a capacidade individual de
ressíntese aeróbica de ATP. Um trabalho adicional somente será realizado através
das reações de transferência de energia da glicólise com subseqüente acúmulo de
ácido lático e fadiga.
O consumo máximo de oxigênio (potencia aeróbica máxima) é
determinado e/ou influenciado por diversos fatores relacionados com o sistema
cardiovascular e com a musculatura esquelética.
No sistema cardiovascular, pode-se distinguir o volume sanguíneo, a
contratilidade do miocárdio, a hipertrofia cardíaca, a resistência total periférica e a
freqüência cardíaca máxima, enquanto no nível de musculatura esquelética, a
capilarização, o fluxo sanguíneo, a condutância vascular e a capacidade oxidativa
e outros fatores como a idade, sexo, constituição corporal, ambiente, etc., sendo
relativamente constante em um dado indivíduo, embora também possa diminuir
por falta de atividade física aeróbica, ou aumentar após um período de
treinamento aeróbico.
2.2.1.1
Métodos utilizados para mensuração da capacidade aeróbica
Os métodos utilizados para a medida da capacidade aeróbica podem
ser amplamente classificados de duas formas: Direta e Indireta. A metodologia
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direta realiza a medida do consumo de oxigênio diretamente, através de métodos
químicos e físicos, com um custo operacional elevado, os quais podem ser
desejáveis em certas situações de investigações laboratoriais, sendo, no entanto,
a medida de maior precisão.
Figura 2 Mensuração direta do volume máximo de oxigênio
As metodologias indiretas são baseadas na relação lineares que existe
entre a freqüência cardíaca (F.C.) e o VO2, medido quando as requisições e
produção energética tenham chegado a equilíbrio (steady-state). Esses tipos de
avaliação são feitos utilizando-se nomogramas, fórmulas, análises de regressão,
desenvolvidos a partir de medidas diretas e com o objetivo de predizer o VO2 do
indivíduo partindo de um teste físico.
Devido a grande dificuldade material, neste trabalho iremos abordar
apenas as técnicas indiretas, onde o consumo de oxigênio é calculado em função
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12
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de equações de predição, visando, sobretudo aplicação prática nas avaliações
físicas em escolas e academias.
2.2.1.2
Testes máximos e submáximos
Algumas controvérsias têm surgido com relação à utilização de testes
máximos ou submáximos. Nós entendemos por teste máximo aquele no qual o
indivíduo é levado a sua exaustão voluntária e tende a levar o avaliado ao máximo
de sua captação de oxigênio, ou o teste é interrompido por sinais ou sintomas que
impeçam seu desenvolvimento. De uma forma geral para aquelas pessoas que
apresentam um baixo risco, com menos de 30 anos e que realizam atividades
físicas rotineiras, bem como para os atletas, os protocolos de avaliação máximos
serão os mais indicados. Uma das mais importantes aplicações do teste máximo
além da predição do estado funcional é em relação ao diagnóstico de doenças
coronarianas.
O teste submáximo é aquele em que o indivíduo é levado a atingir um
nível de esforço pré-estabelecido e o valor de VO2MAX é obtido através de um
previsor sem, portanto impor um stress orgânico intenso durante a realização do
teste. De maneira geral os testes de esforço de caráter máximo apresentam
maiores riscos que os submáximos, devendo ser controlados por pessoas
experientes.
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Embora os testes de exercícios submáximos não sejam tão eficazes na
identificação de condições de doenças, eles são apropriados para avaliar
condicionamento cardiorrespiratório antes e depois de programas de exercícios.
Os protocolos de avaliação submáximo, serão mais indicados para
pessoas com a faixas etárias superiores a 30 anos, com algum tipo de fator de
risco coronário primário presente, sem o hábito de prática de atividade física
regular e na ausência de um médico ou alguns equipamentos de segurança.
Os testes submáximos são bastante úteis para determinação da aptidão
cardiorrespiratória, quando um teste diagnóstico não se faz necessário, isto é, em
indivíduos com o consumo máximo de oxigênio sejam inferiores as obtidas em
protocolos máximos, estes oferecem menos riscos para o avaliado, sendo
realizados em curto espaço de tempo, facilitando sua operacionalidade.
2.2.1.3
Testes utilizados na mensuração da capacidade aeróbica
A captação máxima de oxigênio pode ser determinada através de
inúmeras tarefas que ativam grandes grupos musculares, desde que o exercício
seja de intensidade e duração suficientes para engajar ao máximo a transferência
de energia aeróbica. As formas habituais de exercícios incluem andar ou correr
numa esteira rolante, subir e descer de um banco ou pedalar. Logo, quanto aos
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tipos, de testes que podem ser aplicados na avaliação da capacidade aeróbicos
temos:
-
Testes de campo: com baixo custo operacional e com possibilidade
de avaliação em massa.
-
Testes ergométricos: são testes que utilizam ergômetros, que são
instrumentos que medem trabalho.
Resistência Básica
Testes Ergométricos
Testes de Campo
Corridas
Caminhadas
Banco
Bicicleta
Esteira
Figura 3 Quadro dos tipos de resistência básica
2.2.1.4
Testes ergométricos
Na avaliação da potência aeróbica podemos usar alguns aparelhos
denominados ergômetros. Dentre os principais ergômetros podemos citar o banco,
a bicicleta e a esteira rolante. Todos apresentam vantagens e limitações que
devem ser cuidadosamente analisados, para determinação do instrumento a ser
utilizado. A seguir apresentaremos uma comparação entre os tipos de ergômetros
visando assim, facilitar a escolha pelo ergômetro ideal as suas realidades, tanto no
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que se refere à infra-estrutura, como as diferentes clientelas que se utilizaram os
testes.
Tabela 1 Dados comparativos entre os principais ergômetros
Critérios ou Situações Diversas
Bicicleta
Esteira
Banco
Como Meio de Diagnóstico
I
M
P
Habilidade necessária para adaptação do avaliado
M
P
I
Espaço Ocupado
I
P
M
Custo e Manutenção
I
P
M
Massa Muscular Envolvida
P
M
I
Facilidade para Transporte
I
P
M
Perigo de Acidente
M
P
I
Registro do ECG em esforço
M
I
P
Tomada de Pressão Arterial
M
I
P
Nível de Ruído
I
P
M
Avaliação do VO2Máx
I
M
P
Adaptação ao Exercício
I
M
P
P = Pior I = Intermédio M = Melhor
Fonte: GOMES, 1995, 57 & FARINATTI e MONTEIRO (2000, 263) P= Pior, I = intermediário,
M=Melhor.
Para cada ergômetro existe uma grande variedade de protocolos que
submetem o testado a uma determinada quantidade de esforço. Enquanto alguns
protocolos são comuns a vários ergômetros, outros são ergômetros-dependentes.
Todos os protocolos apresentam virtudes e limitações, mas ao nosso
modo de ver são os objetivos do teste, a população a ser testada e a
disponibilidade de tempo e material que decidirão o melhor ergômetro e protocolo.
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2.2.1.5
Considerações gerais
Existe um grande número de protocolos que apresentam pontos
positivos e negativos, porém a escolha de um determinado teste deverá
necessariamente ter como orientação a interferência dos seguintes fatores:
objetivos do teste; população a ser testada; disponibilidade de material.
Cada um dos testes apresenta características específicas. As
diferenças entre os protocolos emergem do amplo espectro de variações
existentes que permitem um grande número de combinações. Podemos encontrar
os seguintes fatores envolvidos em um teste:
-
Formas operacionais: o grau de utilização de recursos materiais
durante a realização de um teste indica seu nível de complexidade.
Caso seja realizado em laboratório, com a utilização de vários
instrumentos como eletrocardiógrafo, ergômetro, analisador de
gases, desfibrilador, entre outros, pode ser considerado como um
teste complexo. Em situações onde é realizado em campo,
empregando poucos recursos de instrumentos, como, por exemplo,
o teste de Cooper de andar e correr 12 minutos, pode ser
considerado como simples.
-
Fonte de energia: dependendo do teste ergométrico, é possível
avaliar as diferentes fontes energéticas existentes. O teste de
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cicloergometria de Balke tem como objetivo principal avaliar a
capacidade aeróbica. Já um teste utilizando o cicloergometro, como
o de Wingate, tem como objetivo avaliar a capacidade anaeróbica;
-
Demanda metabólica: um teste ergométrico, para avaliação da
capacidade aeróbica, pode impor uma demanda metabólica máxima
ou submáxima. Quando da realização de um teste máximo, como
por exemplo, o protocolo de Jones em cicloergometria, se analisa a
capacidade máxima aeróbica de trabalho do avaliado. Durante a
realização de um teste submáximo, o resultado obtido representa
uma extrapolação do resultado máximo previsto para o avaliado,
sem expor o mesmo a uma intensidade elevada durante o teste;
-
Duração total o teste: um teste para mensurar o VO2Máx, deverá ter
como faixa de tempo ideal um mínimo de 8 e máximo de 15 minutos.
Esta faixa de tempo permite a obtenção de dados fisiológicos
suficientes para uma análise de comportamento físico durante o
exercício;
-
Tipo de carga: a forma de aplicação de carga durante a realização
de um teste, pode ser de forma única (protocolo de banco de
Harvard) ou de forma variada (protocolo de banco de Balke).
-
Tempo de duração dos estágios: dependendo do tempo de
duração de um estágio, é possível o aparecimento do Steady State;
como exemplo desta metodologia temos o teste de Ellestad.
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Entretanto, outras metodologias não permitem o aparecimento do
Steady State; exemplo o protocolo Balke em esteira.
-
Existência de pausas: os procedimentos de execução dos testes
podem ser divididos em dois grupos, contínuos e descontínuos. Nos
protocolos contínuos não existe interrupção do teste em nenhum
momento
durante
sua
realização
(protocolo
de
Fox
em
cicloergometria). Nos protocolos descontínuos, mais característicos
para população de cardíacos, é possível estabelecer um período de
repouso durante a execução, podendo ainda ser de forma ativa ou
passiva.
-
O Volume de oxigênio usado por minuto (VO2 em l/min): que é
proveniente do metabolismo de uma mistura de 40% de carboidratos
e 60% de gorduras e cujo equivalente calórico é de 4,825 Kcal por
litro de oxigênio.
-
Múltiplos da Taxa Metabólica de Repouso (METs): é a relação
entre a energia gasta em uma atividade é o gasto do metabolismo de
repouso.
Considerando
1
MET
como
aproximadamente
3,5
ml/kg,min de O2.
-
Consumo de Energia por Minuto (kcal/min): o dispêndio de
energia é calculado, multiplicando as quilocalorias gastas por minuto
(kcal/min) pela duração da atividade em minutos.
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3 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIO
Talvez esta seja uma das avaliações mais temidas pelos profissionais
que trabalham com avaliação física, a explicação para isso é que a realização de
um teste de condicionamento cardiorrespiratório implica, necessariamente em um
risco do avaliado vir a manifestar algum comprometimento cardiológico, no
entanto, os resultados dos testes de condicionamento cardiorrespiratório devem
ser utilizados para prescrever recomendações de exercícios e permitir ao
avaliador ou professor de educação física avaliar mudanças positivas ou negativas
no trabalho de condicionamento cardiorrespiratório.
Diante do que foi apresentado, e defendendo a prática da realização da
avaliação da capacidade aeróbica, fica a pergunta como posso fazer a avaliação
da capacidade aeróbica com riscos mínimos?
Para minimizar riscos, é aconselhável uma série de procedimentos,
para que seu trabalho se desenvolva com total segurança. Essa seqüência
progride da avaliação inicial ao teste e à programação de condicionamento, com
oportunidade para re-testes e revisões periódicas do programa à medida que são
obtidos ganhos em condicionamento. Seqüência de atividades recomendadas
para minimizar o risco do teste de condicionamento cardiorrespiratório:
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•
Declaração de consentimento;
•
Histórico de saúde;
•
Avaliação médica;
•
Testes do condicionamento em repouso, composição corporal e
psicológico;
•
Aplicação de testes submáximos;
•
Testes para função lombar;
•
Prescrição de atividade de condicionamento cardiorrespiratório;
•
Prescrição de atividades para força e endurance muscular;
•
Revisão das atividades prescritas
•
Retestes periódicos;
3.1 Declaração de consentimento
O consenso nacional sobre ergometria da SBC (Sociedade Brasileira de
Cardiologia, 1995) diz que os alunos que forem submetidos a testes de esforço
devem ler e assinar um o documento de consentimento juntamente com duas
testemunhas, onde o documento deve conter obrigatoriamente dois parágrafos:
-
Parágrafo 1: Declaro que fui informado sobre as finalidades do
exame ergométrico a que irei me submeter, estando ciente de sua
forma de execução, de eventuais sintomas, cansaço e/ou outras
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anormalidades que poderão advir, conseqüentes à aplicação do
método.
-
Parágrafo 2: Concordo voluntariamente em me submeter a um TE
(teste ergométrico), que tem como finalidades principais avaliar as
respostas cardiovasculares e gerais, frente à aplicação de esforço
físico progressivo. Este poderá ser realizado em esteira rolante ou
bicicleta eletromagnética, com possibilidade do aparecimento de
sintomas, como cansaço, falta de ar, dor no peito, etc., sendo
mínimas as chances de ocorrerem complicações de difícil controle
clínico. Tal exame foi indicado pelo meu médico assistente para
complementação de avaliação.
Sua finalidade consiste no fato, que na eventualidade de acidentes de
natureza grave ou fatal decorrentes do procedimento, sugere-se a comunicação e
solicitação de parecer da comissão de ética do conselho regional de medicina, de
grande valia em caso de contestações jurídicas.
É importante ressaltar que durante uma avaliação com indivíduos de
alto e médio risco, “sempre será necessária a presença de um médico”, para
atender a todos os padrões de segurança. O mesmo procedimento também deve
ser levado em consideração quando o protocolo empregado for solicitação
máxima. Veja no Anexo 1 pagina 112, o exemplo de um termo de consentimento.
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3.2 Histórico de saúde
O Teste de esforço deve ser precedido de um “screening”
(selecionamento completo), para que, desta forma, seja possível um levantamento
das condições de saúde, eventuais riscos de comprometimento cardíaco, além do
nível de condicionamento esperado.
O primeiro procedimento do screening inclui uma anamnese, que
deverá incluir dados da história pessoal e familiar ligados a coronariopatias e
fatores de risco associados, uso de medicamento, hábitos alimentares, história de
tabagismo e padrões atuais de atividade física.
Antes de realizar o teste ergométrico é importante que o avaliador
esteja ciente do estado clinico geral do avaliado e para isso é importante que ele
faça o levantamento de variáveis como; Freqüência cardíaca de repouso, PA de
repouso, dosagem sanguínea de colesterol total, triglicerídeos, HDL e glicose.
Estes indicadores bioquímicos auxiliam na detecção do risco coronariano do
paciente.
Com o objetivo de um screening de massa para identificar os indivíduos
que necessitam de um acompanhamento médico mais extenso, antes de serem
admitidos num programa de exercícios, uma técnica de anamnese menos
complexa, uma coleta mais dirigida pela história clínica, bem como um
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23
Leonardo de Arruda Delgado
questionário físico mais objetivo, o PAR-Q, ou seja, um questionário mais imediato
envolvendo as atividades físicas, vem sendo utilizado com sucesso e adotado pelo
governo canadense.1 Anexo 2 pagina 114.
3.3 Avaliação médica
A Avaliação Médica deve ser realizada por um médico, se possível com
formação em Medicina do Esporte. Um exame clínico consta, basicamente, de
duas partes. Na primeira é realizado o exame médico, e na segunda, serão ser
solicitados alguns exames complementares. A ACSM recomenda a realização de
uma rotina mínima de exames físicos e laboratoriais como parte integrante da
avaliação médica.
3.3.1 Exame médico
Nesta etapa, deverá ser realizado um exame sumário abrangendo
aspectos cardiovasculares, pulmonares e ortopédicos, incluindo-se ai os seguintes
tópicos: freqüência e regularidade de pulso; pressão arterial deitado, sentado e de
pé; ausculta pulmonar com atenção especial para a uniformidade dos sons
respiratórios em todas as áreas (ausência de estertores, roncos e sibilos);
palpação do impulso cardíaco apical; ausculta cardíaca com atenção especial para
1
POLLOCK 1993,234
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24
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os sopros, galopes, cliques e atritos; palpação e ausculta das artérias carótidas,
abdominais e femorais; palpação e inspeção dos membros inferiores para
verificação de edema e de pulsos arteriais; ausência ou presença de xantomas ou
xantelasmas; problemas ortopédicos.
3.3.2 Exames complementares
Feito em consultório ou laboratório, dependendo do exame. Serve para
confirmar ou controlar com mais precisão o perfil patológico do avaliado. Em geral,
enquadram-se os exames:
-
Dentário: semestralmente ou anualmente uma visita ao dentista
para tratamento ou para evitar futuros problemas nos dentes que
poderão vir a afetar a saúde;
-
Otorrinolaringológico: para evitar focos nas amídalas, carne
esponjosa obstruindo o nariz ou desvio no septo.
-
Radiológico: serve para assegurar ao médico a integridade do
coração, pulmões e vísceras, além de controle pela comparação dos
exames posteriores com o inicial.
-
Oftalmológico: tem por finalidade verificar a visão.
-
Sangue: constitui-se num exame importantíssimo, pois verifica a
quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou
glóbulos braços, taxa de colesterol, glicose e etc.
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25
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-
Urina:
verificam
os
elementos
anormais,
microscopia
da
sedimentação, densidade e reação;
-
Fezes: verificação da existência ou não de parasitas intestinais,
ainda que na sua forma ovular.
3.4 Medidas de repouso
Os testes de repouso típico incluir a determinação do Eletrocardiograma
padrão de 12 derivações, FC, PA, perfil bioquímico do sangue (com níveis séricos
de colesterol total, LDL, HDL, triglicérides e glicose), bem como outras variáveis
de condicionamento, tais como hábito de tabagismo, histórico familiar de ataques
cardíacos, composição corporal e traços psicológicos.
3.5 Aplicação de testes submáximos
Se as medidas em repouso refletem valores normais, então um teste
submáximo é administrado. O teste submáximo geralmente fornece as respostas
em FC e PA a diferentes intensidades de trabalho (geralmente 85% da FC máxima
predita). Esse teste pode utilizar o step em um banco, um cicloergômetro ou uma
esteira.
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26
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3.5.1 Recomendações antes do teste
Para a realização do teste de esforço, é necessário orientar o avaliado
no sentido da execução de certos procedimentos básicos que deverão ser
seguidos, antes da realização do mesmo:
-
A informação contendo o horário e a data da realização do teste;
-
Chegar ao local de avaliação com pelo menos 20 minutos de
antecedência;
-
Trazer, caso possua, um ECG em repouso, recente;
-
Estabelecer um intervalo mínimo de 2 horas entre a última refeição e
a realização do teste;
-
Evitar abusos e excessos na noite anterior
-
Ter uma noite repousante entre 6 e 8 horas de sono;
-
Evitar o uso de sedativos;
-
Evitar fumar com pelo menos 4 horas de antecedência da realização
do teste;
-
Evitar qualquer tipo de atividade física no dia do teste;
-
Providenciar
vestimenta
adequada
para
realização
do
teste
(bermuda e tênis);
-
Comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde ocorrida
nas 24 horas que antecederam à realização do teste;
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27
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3.5.2 Pré-requisitos para realização do teste
O comitê Internacional de Estandardização dos Testes de Avaliação da
Capacidade Aeróbica recomenda como pré-requisitos básicos para a execução de
um teste ergométrico ou de campo, que a pessoa esteja:
-
Isento de qualquer doença infecciosa em evolução;
-
Livre, pelo menos três meses, de miocardites, infarto do miocárdio e
crise de angina pectoris;
-
Isento de alterações eletrocardiografias atípicas;
-
Com temperatura oral menor que 37,5°C;
-
Complemente refeito do Stress de um exercício intenso previamente
realizado;
-
Com noite anterior bem dormida;
-
Com intervalo de duas semanas sem utilização de medicamentos
que interfiram na FC;
-
Com a P.A. Max inferior a 190mm/Hg e a mínima a 120 mm/Hg;
3.5.3 Equipamentos de urgência
Devido ao risco inerente a este exame complementar, é necessário que
a sala seja equipado com todo o material necessário para lidar com as
emergências cardiorrespiratórias mais comuns. Entre eles podemos citar:
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28
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-
Abaixador de língua (cânula) tipo Guedel;
-
Material
convencional
para
curativos
(luvas,
gaze,
algodão
esparadrapo, água oxigenada, álcool iodado ou povidine, bandeide)
-
Solução eletrolítica: Gatorede; Bicarbonato de Sódio; Cloreto de
Sódio;
-
Soluções para reposição volêmica e energética: solução glicosada 5%; solução fisiológica - 0,9%; solução de glicose - 50%; Carb Up
-
Antitérmico – (Dipirona amp 1ml = 500mg)- Analgésicos (Dorflex,
Neusaudina);
3.5.4 Condições em que são indicações os testes de esforço
ARAÚJO (op.cit., 12) apresenta uma lista com as dez principais
indicações do teste de esforço:
-
Confirmação do diagnóstico de doenças coronarianas;
-
Avaliação do comportamento de arritmias cardíacas no esforço e
sua terapêutica:
-
Avaliação da hipertensão e de sua terapêutica;
-
Avaliação da terapêutica antianginosa;
-
Avaliação da eficiência da terapia cirúrgica;
-
Avaliação de dor precordial e dispnéia a esforços;
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29
Leonardo de Arruda Delgado
-
Avaliação de resultados de programas de reabilitação cardíaca;
-
Detecção de pacientes em alto risco de coronariopatia e morte
súbita;
-
Avaliação de paciente pós-enfartado;
-
Avaliação da tolerância do esforço.
3.5.5 Condições onde são contra-indicações os testes de esforço
MARINS (1998, 155) diz que para a realização de uma avaliação
funcional, existem alguns pontos que são considerados totalmente contraindicados para a aplicação de um teste ergométrico.
-
Grupo das insuficiências coronarianas: Infarto do miocárdio
recente, angina do peito instável, lesão de tronco de coronária
esquerda ou equivalente.
-
Grupo da valvulopatias: Estenose aórtica grave.
-
Grupo dos distúrbios funcionais: Hipertensão arterial não
controlada,
Insuficiência
cardíaca
descompensada,
arritmias
potencialmente graves, Bloqueio AV avançados.
-
Grupo de outros comprometimentos: miocardites e pericardites,
angina instável ou de repouso, intoxicação medicamentosa,
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
30
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limitação física ou emocional, qualquer enfermidade aguda, febril ou
grave, embolia pulmonar, desequilíbrio metabólicos e eletrolíticos.
3.5.6 Critérios para interrupção de um teste de esforço
Quando se determina o tipo de protocolo a ser utilizado, máximo ou
submáximo, pode-se, perfeitamente estabelecer os critérios que indicarão a
interrupção do mesmo. Quando o protocolo utilizado corresponder ao máximo, o
principal parâmetro é a exaustão voluntária do avaliado. Porém, o avaliador
deverá interromper o teste para evitar alguma complicação caso verifique o
surgimento de algum fator limitante.
Já nos protocolos de avaliação submáximos, é possível estabelecer
limites antes da realização do teste. Estes limites podem estar ligados a FC, a
finalização de um certo tempo em uma determinada carga, ou ainda no
aparecimento de alguma alteração no ECG.
A interrupção de um teste ergométrico deverá ocorrer a partir do
aparecimento de diversos sintomas ou sinais. A seguir uma lista elaborada pelas
recomendações de ELLESTAD (1984) & MASTROCOLA (1993) indicando a
suspensão de um teste ergométrico, antes que seu final seja atingido:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
31
Leonardo de Arruda Delgado
-
O avaliado pede para interromper o teste;
-
Limitações físicas (exaustão);
-
FC Max preconizada atingida;
-
Náusea e vômito;
-
Claudicação induzida pelo exercício;
-
Tonteira;
-
Obnubilação;
-
Palidez intensa;
-
Ataxia;
-
Lipotimia;
-
Cianose;
-
Pa sistólica > 250 mmHg;
-
Pa diastólica > 120 mmHg nos indivíduos normotensos;
-
Pa diastólica > 140mmHg nos hipertensos;
-
Dispnéia severa desproporcional à intensidade do esforço;
-
Desconforto músculo-esquelético intenso;
-
Redução da FC e PA apesar do aumento de carga;
-
Dor precordial crescente e intensa;
-
Taquicardia ventricular;
-
Aumento da freqüência de extra-sítoles ventriculares;
-
Infradesnivelação de segmento ST > 3,0 mm;
-
Supradesnivelação de segmento ST > 1,0 mm;
-
Sinais de insuficiência ventricular – 3ª bulha;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
32
Leonardo de Arruda Delgado
-
Instabilidade emocional ou insegurança;
-
Perda da qualidade técnica do exercício;
-
Falha do sistema de monitoração;
-
Fibrilação ou taquicardia atrial;
-
Aumento progressivo da duração QRS;
-
Aumento do grau de bloqueio A-V, de segundo e terceiro grau;
-
Manifestação clínica de desconforto torácico que incrementa com o
aumento
da
carga
ou
que
se
associa
com
alterações
eletrocardiografias ou sintomas.
3.5.7 Variáveis a serem controlados durante o teste
Durante a realização de um teste de esforço, torna-se necessário, para
uma perfeita segurança do avaliado, a constante mensuração e análise de
variáveis como IPE (Índice de percepção de esforço), FC e PA.
3.5.7.1
Índice de percepção de esforço (IPE)
O índice de percepção de esforço, em sua versão original, é composto
por uma escala de quinze categorias graduadas de seis a vinte, onde cada
número ímpar associa-se a uma descrição verbal.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
33
Leonardo de Arruda Delgado
O IPE representa uma escala de valores com os quais o avaliado
informa a sensação de intensidade de trabalho que lhes está sendo imposta
durante a realização de um teste de esforço. Desta forma, o avaliador tem
condições de obter informações sobre a interferência do exercício no que o
avaliado está sentindo e que, conseqüentemente, pode servir como elemento para
interrupção do teste. Originalmente, esta escala foi proposta por BORG (1962).
Após vários anos de estudo, o mesmo autor publicou uma versão adaptada da
escala, desta vez com dez graduações.
Tabela 2 Escala de Borg Revisada
Nível
0
0,5
1
2
3
4
5
7
10
Condição
Absolutamente nada
Demasiadamente fraco
Muito Fraco
Fraco
Moderado
Algo forte
Forte
Muito forte
Muito, muito forte
Vários estudos têm demonstrado a relação entre a escala de Borg e
algumas variáveis que indicam a fadiga relativa, como a FC, o VO2Max, a
ventilação e os níveis séricos de ácido lático. Este fato tem levado os treinadores e
avaliadores a utilizarem a escala de Borg como um importante indicador de
intensidade de esforço.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
34
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Dentre as características principais do IPE, durante a realização de uma
avaliação funcional, destacam-se:
1) Trata-se de uma escala de 15 pontos, numerada de 6 a 20, que
representa, respectivamente, os níveis mínimo e máximo de
cansaço;
2) O IPE e a FC, estão linearmente relacionados entre si e com a
intensidade de trabalho;
3) Existe uma boa relação entre IPE e vários fatores fisiológicos como
VE (volume minuto), lactato e VO2;
4) A escala do IPE tem demonstrado ser um indicador confiável do
nível de esforço físico;
5) O IPE fornece ao avaliador um dado objetivo através do qual pode
comparar o grau relativo de fadiga de um teste para outro;
6) Serve como parâmetro para interromper um teste;
7) Obtém-se o valor da escala, interrogando o avaliado a cada minuto;
8) O IPE apresenta uma grande relação com os fatores indicativos de
fadiga muscular;
9) A escala não é perfeita, e deve ser interpretada no conjunto com o
bom senso, além de outros parâmetros clínicos, fisiológicos e
psicológicos envolvidos na avaliação.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
35
Leonardo de Arruda Delgado
3.5.7.2
Freqüência cardíaca
A Freqüência Cardíaca refere-se ao número de vezes que o coração
bate a cada minuto. Contrações simultâneas dos lados direito e esquerdo do
coração (os ventrículos) são contadas como um batimento. Como a Freqüência
Cardíaca responde ao esforço com um aumento que, no caso do esforço de
caráter dinâmico, é proporcional à intensidade de trabalho e ao consumo de
oxigênio, a mensuração da FC pode ser usada para determinar a intensidade do
exercício.
De acordo com KLAFS (1981, p.51) a freqüência cardíaca durante ou
após um exercício pode ser usada como medição da aptidão física e também para
avaliar a aptidão respiratória em termos de cálculo aproximado da capacidade do
corpo utilizar o oxigênio que está sendo transportado pelo sangue (VO2Máx).
Apesar da Freqüência Cardíaca sozinha somente medir o stress no
coração o que é uma pequena parte da imagem global do estado de uma pessoa.
Enquanto um sistema cárdio-circulatório bem condicionado é altamente desejável
para todo mundo, treinamento para melhorar o sistema cardíaco não irá
necessariamente criar adaptações em determinados músculos necessários para
uma ótima performance. Entretanto, o inverso é verdadeiro. Através de uma
otimização o treinamento dos músculos o atleta irá quase certamente ver as
grandes melhoras no sistema cardiocirculatório.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
36
Leonardo de Arruda Delgado
Para um melhor controle da freqüência cardíaca e possibilidade de
utilização desta variável como forma de avaliação e prescrição de atividade física
é necessário ter o conhecimento dos fatores que provocam modificações em suas
medidas. Dentre os principais temos:
-
Posição do corpo: menor deitado que sentado que em pé.
-
Hora do dia: pela manha é menor que a tarde, antes de se levantar,
são considerados normais valores de 35 a 50 bpm para indivíduos
com prática regular de atividade física e 55 a 65 para indivíduos
sedentários.
-
Exercício físico: a FC aumenta com a intensidade do exercício e
com o aumento do consumo de oxigênio.
-
Meio onde se encontra: FAULKNER (1967) & McARDLE (1971)
demonstram uma diminuição da FC na água.
-
Temperatura corporal: a febre aumenta o trabalho cardíaco.
-
Estado de tensão emocional: aumenta significativamente a FC.
-
Idade: a FC e mais alta em crianças e vai diminuindo com a idade.
-
Fármacos: (beta-adrenérgicos: acetazolamida, betabloqueadores,
fusosemida, hidroclorotiazida, reserpina etc.), tendem a baixar
significativamente a FC em repouso, submáxima e máxima.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
37
Leonardo de Arruda Delgado
3.5.7.3
Pressão arterial (PA)
De acordo com MARINS (1998, p.162) a mensuração da PA representa
um dos principais parâmetros clínicos a ser controlado em um teste de esforço.
Dependendo do comportamento apresentado durante a execução de um teste
ergométrico pode ser identificado algum comprometimento cardíaco.
A pressão arterial é a pressão que o sangue bombeado pelo coração
exercer dentro do sistema arterial durante um ciclo cardíaco. WEINECK (1991,
p.94) define a PA como a força motriz da circulação do sangue, provocada pelo
bombeamento do coração que oscila entre pressão sanguínea sistólica (16 kPA =
120 mmHg) e diastólica (10 kPa = 80 mmHg).
A pressão arterial, como produto da ejeção do coração e da resistência
periférica, é modificada através de influencias sobre um ou ambos parâmetros.
Para uma pressão com regulação ótima, portanto, é sempre decisiva uma ação
conjunta ordenada do volume tempo cardíaco e da resistência periférica.
O comportamento normal da pressão arterial em um esforço do tipo
dinâmico é representado por um aumento progressivo da pressão sistólica
correspondente à intensidade do esforço e por uma redução ou manutenção da
pressão diastólica, resultando em maior pressão média e, por conseguinte maior
perfusão tecidual.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
38
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3.5.8 Parâmetros de controle
O risco de um acidente cardíaco não ocorre somente durante a
execução do teste, mas também após a interrupção do mesmo. POLLOCK &
WILMORE (1993), relatam que 44 das 61 principais complicações cardíacas
ocorrem durante o período de aquecimento ou de volta à calma, desta forma é
necessário uma contínua monitoração do avaliado após a execução do teste até
que ele retorne às suas condições orgânicas próximas as registradas no repouso.
As variáveis a monitorar incluem a FC, a PA e a ECG, além do estado clínico
geral.
3.6 Prescrição de atividades
As informações sobre o estado de saúde, o consentimento informado
do potencial participante e as metas e interesses do indivíduo são fatores que
fazem parte da tomada de decisões sobre as atividades físicas apropriadas. As
orientações a seguir, com base no estado de saúde, devem ser dosados,
considerando-se sua interação com os participantes quanto às suas metas e
interesses em longo prazo.
Com base nessas informações o avaliador físico deve recomendar a
participação:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
39
Leonardo de Arruda Delgado
•
Procurar um médico ou uma equipe médica apropriada;
•
Iniciar um programa supervisionado de atividade física;
•
Iniciar um programa de normal de condicionamento físico.
3.6.1 Encaminhamento médico
Todas as pessoas que indicam doença, características ou sintomas
codificados com OM (orientação médica) no QES, problemas posturais graves, ou
outros estados patológicos que possam impossibilitar sua prática de atividade
física, são encaminhados a uma equipe médica apropriada.
Os valores relacionados ao risco cardíaco, selecionados para o
encaminhamento médico são:
-
FC em repouso > 100 bpm;
-
PAS em repouso > 160 mmHg;
-
PAD em repouso > 100 mmHg;
-
%GC > 40% em mulheres; >30% em homens;
-
Colesterol total >240 mg/dl;
-
Colesterol total dividido pelo HDL > 5;
-
Triglicérides > 200mg/dl;
-
Glicemia de jejum > 120 mg/dl;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
40
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-
Capacidade vital < 75% predita;
-
VEF < 75%
Todas as variáveis (com exceção da freqüência cardíaca) têm sido
listadas como fatores de risco coronariano. Os valores para o encaminhamento
médico são considerados níveis de risco relativo elevado. Uma freqüência
cardíaca (FC) alta em repouso indica estresses graves, que pode ter uma base
física ou emocional. As quantidades extremas de gordura colocam o indivíduo em
alto risco para uma variedade de problemas de saúde. Um nível alto de glicose
sérica está relacionado à diabete.
3.6.2 Programa supervisionado
Se os indivíduos têm níveis médios ou moderados podem participar de
exercícios de intensidade moderada ou de programas de condicionamento
cuidadosamente
supervisionados.
Serão
encaminhadas
para
supervisionados de treinamentos as pessoas que:
-
Hipertensão 140 a 155/90 a 95 mmHg;
-
Colesterol 240 a 255 mg/dl
-
%GC 32 a 38% em mulheres; 25 a28% em homens;
-
Colesterol Total dividido pelo HDL 4,5 a 4,8;
programas
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
41
Leonardo de Arruda Delgado
-
RCQ > 0,8 em mulheres; >0,9 em homens;
-
Fumo > 20 cigarros/dia
3.6.3 Programas normais de condicionamento
As pessoas sem nenhum dos problemas codificados sob orientação
médica, procedimentos especiais de emergência ou no QES, podem participar de
um programa não-supervisonado por médicos e serem admitidas em qualquer das
atividades de condicionamento oferecidos por um centro de condicionamento. Se
elas não forem ativas nos últimos meses, recomenda-se que comecem com as
atividades de intensidade moderada; mas elas serão capazes de progredir
rapidamente para outras atividades de interesse e de maior intensidade.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
42
Leonardo de Arruda Delgado
4 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NA FC
Como efeito de treinamento, pesquisas demonstraram que a FC em
repouso declina com o treinamento, porque o coração torna-se mais forte e pode
bombear mais sangue para fora a cada batida. Conseqüentemente, há
necessidade de menor número de batidas para o fornecimento da quantidade
necessária para o corpo humano em repouso. Logo, para a maioria das pessoas,
a freqüência cardíaca em repouso é de aproximadamente 60 a 80 batimentos por
minuto (b.p.m). A Freqüência Cardíaca em repouso de atletas tende a ser mais
baixa que a de não-atletas, freqüentemente entre 30 e 50 bpm.
Leite (1984, p.122) demonstra isso ao apresentar uma tabela com as
freqüências cardíacas médias de repouso em diferentes atletas olímpicos.
Tabela 3 Freqüência cardíaca de repouso em diferentes atletas olímpicos(média)
Indivíduos sedentários
Esgrimistas
Halterofilistas
Volibolistas
Velocistas
Futebolistas
Remadores
Nadadores (Fundo)
Maratonistas
72 bpm
63bpm
65bpm
60bpm
58bpm
55bpm
50bpm
40bpm
35bpm
De acordo com FRANCIS (1988, p.14) o ritmo de pulsação ou batidas
cardíacas em repouso é o método mais simples de avaliar o grau de sua forma
física. É importante, no entanto, levar em conta os fatores que podem alterar a FC
e que a variação individual da Freqüência Cardíaca de Repouso induzida pelo
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
43
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treinamento físico é muito grande e desconhecem-se os seus mecanismos, mas,
de uma forma geral, uma pulsação baixa, em repouso, com exceção de casos
patológicos, indica que o seu coração é forte e um elevado número de batidas por
minuto poderá indicar um coração fraco.
Pode-se classificar a aptidão cardiorrespiratória, através da FC Basal,
medida de manhã antes de levantar da cama:
Tabela 4 Classificação da aptidão física de acordo com a FC Basal
Classificação
Excelente
Boa
Regular
Fraca
Homens
< 60
61-68
69-75
> 76
Mulheres
< 64
65-72
73-79
> 80
Além da FC de Repouso mais baixa outra alteração induzida pelo
treinamento que também foi utilizada para avaliar o estado de condicionamento
cardiorrespiratório foi à eficiência do coração, pois apesar da FC de um atleta de
resistência pode elevar-se em 5 vezes o valor de sua freqüência normal podendo
chegar a 200 bpm; enquanto a freqüência de uma pessoa não treinada eleva-se
em até 3 vezes o seu valor normal (STRAUZENBERG/SCHMIDTMANN 1976,
apud WEINECK 1999, p.152) a sua resposta da Freqüência Cardíaca para a
mesma intensidade é consideravelmente menor se compararmos com um
indivíduo não treinado, além disso apresentam altas Freqüências Cardíacas de
Recuperação.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
44
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A relação linear entre FC e intensidade de esforço foi extremamente
utilizada como forma de predizer o VO2MAX, a partir da Freqüência Cardíaca
obtida em uma carga submáxima, disseminaram-se várias formas de testes,
baseados em regressões lineares, para a predição do consumo máximo de
oxigênio (VO2MÁX) a partir da FC em cargas submáximas, com destaque para os
testes de uma carga proposto por ASTRAND & RYHMING (1954) e o teste de
duas cargas, idealizados por MARGARIA et al. (1965).
A magnitude do aumento da FC com o aumento da carga depende
principalmente da condição física aeróbica do indivíduo em questão, sendo o
aumento proporcionalmente menor para o indivíduo mais treinado. Baseado nessa
afirmação o Quens College apud McARDLE (1992, 145) elaboraram uma
equação linear que relacionava a Freqüência Cardíaca e Consumo Máximo de
Oxigênio, espera-se que uma pessoa com baixa freqüência cardíaca durante um
exercício padronizado, deveria ter um bom nível de VO2Max.
LEITE (op. cit, p.116) diz que será considerada anormal toda a
freqüência cardíaca que não aumentar linearmente quando cresce a intensidade
do esforço. Mas há um ponto a partir do qual um aumento da intensidade de carga
não corresponde a um aumento proporcional da freqüência cardíaca WEINECK
(op.cit). De acordo com LIMA (1997, p.5) há evidências suficientes para acreditar
que a FC em função da carga crescente de trabalho (CCT) tenha comportamento
curvilíneo nos extremos inferior e superior da curva, surgindo um comportamento
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
45
Leonardo de Arruda Delgado
sigmóide, sugerindo ainda que a FC, na porção inferior da curva, tenha um
comportamento curvilíneo, semelhante ao observado na porção superior.
Figura 4 Ajuste linear da porção central da curva da freqüência cardíaca em função de cargas
crescentes de trabalho. Fonte: LIMA, 1997,p. 5.
A autêntica curva sigmóide tem os crescimentos iniciais lento, que se
acelera até um ponto de máximo crescimento e, a partir desse ponto, seu
crescimento é progressivamente menor. Devido à sua característica, a curva
sigmóide pode ser desdobrada em porções que têm forma semelhante a uma
parábola, a primeira côncava e a segunda convexa, unida por um ponto central,
ponto de crescimento máximo, ou ponto de inflexão.
SKINNER & McLELLAN (1980) apud LIMA (op.cit, p.6) construíram um
modelo que explica a transição do metabolismo aeróbico, em três fases. Os
autores entendem como eventos inter-relacionados à disponibilidade e utilização
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
46
Leonardo de Arruda Delgado
de substratos energéticos, o padrão de recrutamento de fibras musculares, os
mecanismos de tamponamento de lactato, a ventilação e etc. Seguindo a mesma
linha, WASSERMAN et al (1994, 27) afirmam que os limiares de lactato e os
limiares ventilatórios não têm apenas uma relação de causa e efeito, mas que:
“...limiar anaeróbico, limiar de lactato e limiar de acidose lática são todos
partes de mesmo fenômeno. De um ponto de vista prático, fazer distinção
entre eles, distingue apenas o método de mensuração e não o
mecanismo subjacente, metabolismo anaeróbico, comum aos três
termos.”
WASSERMAN (1967, 1973 e 1982) coloca ainda que: o termo limiar
anaeróbico tem sido empregado para a intensidade de exercício acima do qual o
lactato plasmático sobe, e a ventilação pulmonar aumenta desproporcionalmente
segundo ele, limiar anaeróbico é o momento, logo abaixo daquele em que o ácido
lático começa a acumular-se no sangue, causando a acidose metabólica e suas
conseqüentes alterações nas trocas respiratórias.
Para MAGLISCHO (1999, 65), no uso popular, limiar anaeróbico,
significa realmente a velocidade na qual o metabolismo aeróbico e os mecanismos
de remoção de lactato estão operando numa taxa próxima do máximo; significa,
também, que não estão ocorrendo um acúmulo de ácido lático nos músculos com
rapidez suficiente para gerar acidose.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
47
Leonardo de Arruda Delgado
PENDERGAST/CERRETELLI/RENNIE (1979) observaram que, acima
do limiar anaeróbico, há um menor aumento do consumo de oxigênio, o que
corresponde à parte linear da curva. CONCONI et al (1982), interessado pelo
estudo da porção superior da curva FC x CCT, observou que esta relação é típica,
sugerindo que a partir do início da parte curvilínea, está associada ao limiar
anaeróbico e este ponto de transição corresponde à máxima intensidade de
trabalho em que o fornecimento de energia é puramente aeróbico. Deste modo,
pode-se determinar o limiar anaeróbico sem recorrer a exames de lactato no
sangue, utilizando-se para isso a FC.
4.1.1 Protocolo de RUFFIER
RUFFIER (apud ROCHA, 1978, p.87), elaborou um protocolo de
avaliação da capacidade aeróbica, que consiste em realizar um exercício físico
com bastante vigor para elevar o seu pulso entre 70 a 90% de sua FCMáx. Neste
ponto realizar a aferição do pulso, espera exatamente 60 segundos e em seguida,
aferir novamente a pulsação. O resultado seria determinado pela subtração entre
o pulso de exercício pelo de recuperação após um minuto. Sendo classificado de
acordo com a tabela abaixo:
Tabela 5 Classificação da freqüência cardíaca de recuperação
Classificação
Excelente
Boa
Regular
Fraca
FCR = FC logo após exercício- FC1’ após o exercício
60 >
40-50
20-30
>10
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
48
Leonardo de Arruda Delgado
4.1.2 Protocolo de FRED & KASH
Segundo FRED & KASH (1968), através da curva de recuperação da
freqüência cardíaca, pode ser obtido um índice que traduz a aptidão
cardiorrespiratória.
Este protocolo com possui as seguintes características:
•
Tipo: submáximo.
•
Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.
•
População-alvo: pode ser aplicado a indivíduos com diferentes
níveis de condicionamento, jovens e adultos.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: um banco de 30 cm de altura e um
metrônomo regulado em 98 toques.
•
Protocolo: o teste consiste em subir 24 vezes por minuto
(metrônomo em 98 toques), em um banco de 30 cm de altura. Um
ciclo completo de subida e descida equivale a quatro toques.
•
Resultado: após o termino do terceiro minuto o indivíduo deverá
sentar-se e após 5 segundos, o avaliador deverá acompanhar a
recuperação da freqüência cardíaca durante sessenta segundos.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
49
Leonardo de Arruda Delgado
Este valor é anotado e comparado com, a classificação da aptidão
cardiorespiratória é mostrada na tabela a seguir:
Tabela 6 Classificação da Aptidão Cardiorespiratória
Conceito
Homens (20 a 46 anos)
Excelente
81-90
Bom
99-102
Acima da Média
103-112
Média
120-122
Abaixo da Média
123-125
Fraco
127-130
Muito Fraco
136-138
Fonte: Monteiro, Wallace. Personal Training, 2001, p.90.
Mulheres (20 a 46 anos)
79-84
90-97
106-109
118-120
121-124
129-134
137-145
4.1.3 Protocolo de TECHUMSEH
•
Tipo: submáxima.
•
Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.
•
População-alvo: pode ser aplicado a indivíduos com diferentes
níveis de condicionamento, jovens e adultos.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: um banco de 20 cm de altura e um
metrônomo regulado em 96 toques.
•
Protocolo: o protocolo consiste em subir e descer um banco de 20
cm durante um período de tempo de 3 minutos, onde o metrônomo
deve ser ajustado em 96 toques por minuto (24 subidas).
•
Resultado: após a conclusão do teste o avaliado permanece imóvel
trinta segundos e somente após este tempo verifica-se sua
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
50
Leonardo de Arruda Delgado
freqüência cardíaca durante mais trinta segundos. O número de
batimentos no período de trinta segundos até um minuto após teste
será o valor aplicado na tabela de classificação abaixo;
Tabela 7 Classificação do teste de banco baseado na freqüência cardíaca de recuperação em 30
segundos para homens e mulheres
Classificação
20-29
30-39
Homens
Excelente
34-36*
35-38
Muito bom
37-40
39-41
Bom
41-42
42-43
Regular
43-47
44-47
Baixo
48-51
48-51
Insuficiente
52-59
52-59
Mulheres
Excelente
39-42*
39-42
Muito bom
43-44
43-45
Bom
45-46
46-47
Regular
47-52
48-53
Baixo
53-56
54-56
Insuficiente
57-66
57-66
* A freqüência cardíaca em 30 segundos é contada a partir de
exercício.
40-49
50 >
37-39
40-42
43-44
45-49
50-53
54-60
37-40
41-43
44-45
46-49
50-53
54-62
41-43
44-45
46-47
48-54
55-57
58-67
30 segundos após
41-44
45-47
48-49
50-55
56-58
59-66
o término do
4.1.4 Protocolo de CONCONI
Com o objetivo de produzir um teste para a identificação do limiar
anaeróbico, CONCONI et al. (1982) desenvolveram um teste que utilizava a
contagem das freqüências cardíacas e não as concentrações de ácido lático no
sangue para a previsão das velocidades no limiar anaeróbico, que apresenta as
vantagens de ser não-invasivo, e poder ser realizado enquanto o atleta executa
sua atividade usual.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
51
Leonardo de Arruda Delgado
O “Teste de Conconi” se propõe a identificar, na curva FC x
velocidade crescentes de corridas, o ponto a partir do qual existe tendência a um
platô da FC, denominado pelos autores do teste de “Ponto de Deflexão”. Segundo
os autores, o teste se baseia no princípio de que a FC, em cargas crescentes de
trabalho, aumenta linearmente até uma determinada carga, ponto de deflexão, a
partir do qual o aumento da FC é desproporcionalmente menor que o aumento da
carga de trabalho, fazendo com que, a partir desse ponto, a relação FC x CCT se
torne curvilínea. Os autores defendem que a velocidade ou intensidade em que
ocorre uma deflexão (perda de linearidade) na reta representativa da relação
velocidade e freqüência cardíaca, é denominada de velocidade de deflexão (Vd).
Figura 5 Velocidade de deflexão
O teste tem sido largamente elogiado por alguns e desacreditado por
outros. Embora este teste pertença aos procedimentos de avaliação da resistência
com o auxílio da FC, ele merece atenção especial, uma vez que é central no
diagnóstico do desempenho.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
52
Leonardo de Arruda Delgado
O teste foi adaptado para várias atividades cíclicas, realizadas de forma
contínua, em protocolos de distâncias fixas e velocidades crescentes. A grande
vantagem do teste de CONCONI reside no fato de que ele não é executado sob
intensidade máxima de carga e conseqüentemente não há o esgotamento das
possibilidades do atleta, não exigindo grande força de vontade deste.
Características do teste:
•
Tipo: Submáximo.
•
Finalidade: identificação da velocidade de corrida no limiar
anaeróbico no momento da perda da linearidade da relação
(freqüência cardíaca e velocidade de corrida).
•
População alvo: atletas e não-atletas, desde que não usem
fármacos que possam influenciar na FC durante o exercício.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: pista de atletismo, cronômetro, medidor de
freqüência cardíaca, apito e folha para anotação dos resultados.
•
Protocolo: após um aquecimento de 15 a 20 minutos, cada
participante é munido de um medidor de freqüência cardíaca. O
teste tem início com uma velocidade muito baixa; inicialmente 200m
devem ser percorridos em 72 segundos (1 min. e 12 segundos),
depois disso esta distância devem ser percorridas em tempos cada
vez menores, até atingir valores baixo de 40 segundos. O
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
53
Leonardo de Arruda Delgado
participante permanece no teste o quanto suportar. O teste para a
natação consiste de um nado longo e contínuo que tem início em
baixa velocidade e que aumenta em dois ou três segundos depois
de cada 50 metros transcorridos até que a intensidade esteja bem
além do limiar anaeróbico do atleta (CELLINI et al., 1986).
•
Validade e fidedignidade: CELLINI et al., 1986 usaram o Teste
com 60 nadadores, dirigindo seus trabalhos na direção da
determinação da fidedignidade do Teste para nadadores e
encontraram na comparação teste-reteste uma alta correlação
(r=0,99).
•
Dados coletados durante o teste: o tempo de corrida em cada
fração de 200m do teste e a FC correspondente a cada fração de
200m.
•
Resultado: se o ponto de transição de um atleta é de 170 bat./min,
então ele deverá ser submetido a um treinamento que mantenha
sua freqüência neste valor, o que resultará num aumento do limiar
aeróbico.
4.1.4.1
Limitações do teste de CONCONI
Vários pesquisadores dizem que raramente se vê uma inclinação
diferente na freqüência cardíaca. Segundo JAKOB e cols. (1988) a principal causa
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
54
Leonardo de Arruda Delgado
de erro para avaliação deste teste é a falta de linearidade ou uma falsa linearidade
da FC. Se o ponto de transição não for facilmente determinado, pode-se adotar
uma FC alta demais para o treinamento, o que em longo prazo, resulta numa
sobrecarga do atleta.
A Freqüência Cardíaca fornece muito pouco controle sobre os
componentes anaeróbicos do exercício. Como o lactato aumenta muito
rapidamente no sangue depois do limiar lático, freqüência cardíaca continua
aumentando em uma média constante até chegar perto do VO2 máximo e neste
ponto começa a estabilizar-se. Pequenas mudanças na freqüência cardíaca
podem refletir em largas alterações nos níveis de do lactato ou no metabolismo
anaeróbico. Muito freqüentemente níveis de lactato iram dobrar com 5-10 bpm. É
possível ir de 3 mmol/l de lactato em uma extremidade do limiar lático, à 6.0
mmol/l no outro lado, tudo isso dentro de uma variação de 5-10 batimentos. Estes
dois níveis de lactato refletem um stress muito diferente no corpo enquanto
mudanças na freqüência cardíaca parecem quase insignificantes.
Alguns estudos demonstram que a freqüência cardíaca não pode dizer
a um atleta quando ele ou ela está recuperado de um esforço máximo ou de um
treinamento de alta intensidade e este pronto para a próxima série. Freqüência
cardíaca pode retornar ao normal e os níveis de lactato podem continuar altos. Se
um atleta usa uma recuperação ativa isto poderia manter a freqüência cardíaca
alta, mas aumentar a velocidade da remoção de lactato.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
55
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5 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NO CONSUMO
MÁXIMO DE OXIGÊNIO
Durante um esforço físico, o VO2 tende a aumentar com a carga de
trabalho, até atingir um ponto onde se verifica um platô, e não mostra qualquer
aumento adicional (ou aumenta apenas ligeiramente) com uma carga de trabalho
adicional é denominado consumo máximo de oxigênio, captação máxima de
oxigênio, potência aeróbica máxima ou simplesmente VO2Max.
Em geral, admite-se que isso representa a capacidade individual de
ressíntese aeróbica de ATP. Um trabalho adicional somente será realizado através
das reações de transferência de energia da glicólise com subseqüente formação
de ácido lático.
O VO2Máx, reflete a maior quantidade de oxigênio que um indivíduo é
capaz de utilizar em um esforço físico, respirando ao nível do mar. É expresso em
mililitros ou litros por minuto, ou ainda, mais acertadamente, é ajustada ao peso do
indivíduo. Constitui-se numa medida de potência e que, segundo MARGARIA
(1975), apud BATISTA (op.cit, 25), trata-se de um consumo que leva um indivíduo
à exaustão entre 6 e 10 minutos.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
56
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6 TESTES DE CAMPO
Os testes de campo são relativamente fáceis de serem aplicados e
representam mais uma opção para avaliar a condição funcional aeróbica de
indivíduos saudáveis. Foram elaborados para avaliar o VO2Máx em grandes
grupos populacionais envolvendo indivíduos jovens e sadios, pertencentes ao
sexo masculino e feminino.
Existem vários testes de corridas de várias durações ou distâncias, que
podem ser utilizados para avaliar a aptidão aeróbica. Estes testes se baseiam na
noção razoável de que à distância que alguém consegue percorrer num
determinado período de tempo (superior a cinco ou seis minutos) é determinada
pela capacidade de manter um alto nível de ritmo estável (steady-rate) de
captação de oxigênio. Este, por sua vez, se baseia essencialmente na capacidade
máxima individual de gerar energia aerobicamente.
Alguns protocolos apresentam altas correlações com resultados obtidos
em laboratórios. Estes testes podem ser máximos ou submáximos, o organograma
abaixo apresenta os principais testes de campo encontrados em nosso
levantamento bibliográficos.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
57
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Testes de Campo
Teste de Caminha do ROCKPORT INSTITUTE
Testes de Corridas
Teste de 15 min.
Teste de 12 Min. (COOPER)
Teste de 2.400m
Teste de 8 min. p/ crianças
Teste de 1.000m
Teste de Conconi
Figura 6 Testes de campo
6.1 Teste de BALKE de 15 minutos
O teste dos 15 minutos ou teste de Balke elaborado para avaliar a
aptidão aeróbica no pessoal militar.
•
Tipo: máximo.
•
Finalidade: mensurar a capacidade aeróbia do indivíduo.
•
População alvo: de acordo com FERNANDES (1998, 22) deve ser
aplicado em pessoas já condicionadas ou atletas na faixa etária
entre 15 e 50 anos, ambos os sexos. No entanto encontramos em
WEINECK (1999, 181) citações de estudos como o de PANLKE &
PETERS (1979) de avaliação da capacidade de desempenho
aeróbico em meninos e meninas de 7 a 13 utilizando este protocolo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
58
Leonardo de Arruda Delgado
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: pista de atletismo, cronômetro e material de
anotação.
•
Protocolo: o testado percorre em uma pista de atletismo, a maior
distância possível, durante 15 minutos, procurando manter um ritmo
constante, evitando dar piques, quer durante quer no término do
teste, podendo, entretanto, o testado variar entre correr e andar
rápido. Terminado o tempo de 15 minutos, mede-se à distância
percorrida e determina-se a velocidade média, dividindo-se à
distância percorrida pelo tempo do teste.
•
Validade: não reportada.
•
Fidedignidade: não reportada.
•
Precauções: exame médio prévio, liberando para um esforço
máximo, realizar um aquecimento prévio de aproximadamente cinco
a dez minutos e medir corretamente a distância percorrida.
•
Resultado: a avaliação do desempenho em resistência pode ser
determinado pela distância percorrida em metros durante os 15
minutos ou calculada em função do VO2Máx .
Segundo PANLKE & PETERS (1979) apud WEINECK (op.cit) podemos
avaliar a capacidade de desempenho aeróbico em meninos e meninas de 7 a 13
anos utilizando a tabela abaixo:
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59
Leonardo de Arruda Delgado
Tabela 8 Avaliação do desempenho em resistência de acordo com a distância percorrida em 15
minutos de corrida em função da idade de meninos
Faixa Etária
(anos)
7
8
9
10
11
12
13
Desempenho em resistência dist. (m) percorrida em 15 min.
Bom
Suficiente
Insuficiente
> 2600m
> 2800m
> 3000m
> 3200m
> 3300m
> 3500m
> 3500m
2600-2200m
2800-2300m
3000-2400m
3200-2600m
3300-2700m
3400-2800m
3500-2900m
< 2200m
< 2300m
< 2400m
< 2600m
< 2700m
< 2800m
< 2900m
Tabela 9 Avaliação do desempenho em resistência de acordo com a distância percorrida em 15
minutos de corrida em função da idade de meninas
Faixa Etária
(anos)
7
8
9
10
11
12
13
Desempenho em resistência dist. (m) percorrida em 15 min.
Bom
Suficiente
Insuficiente
> 2300m
> 2400m
> 2600m
> 2800m
> 3000m
> 3100m
> 3200m
2300-2000m
2400-2100m
2600-2300m
2800-2400m
3000-2500m
3100-2600m
3200-2700m
< 2000m
< 2100m
< 2300m
< 2400m
< 2500m
< 2600m
< 2700m
De acordo com CARNAVAL (1997) & FERNANDES (1998), pode-se
calcular o VO2Max em função da distância ou da velocidade durante o Teste de 15
Minutos. De acordo com as seguintes Fórmulas:
VO2MÁX em função da velocidade média é igual a:
VO2MAX = 33,3 + (Vm-133)x 0,17
VO2MÁX em função da distância percorrida é:
VO2MÁX = 33,3 + 0,17(D-1995)/15
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
60
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Onde: Vm = Velocidade média e D = Distância percorrida.
Para facilitar os resultados das avaliações elaboramos uma tabela que
relaciona a distância com velocidade com VO2MÁX para o Teste de 15 minutos:
Tabela 10 Tabela de relação entre distância percorrida, velocidade média e VO2MÁX para o teste de
15 min.
D istâ n c ia (m )
1500
1550
1600
1650
1700
1750
1800
1850
1900
1950
2000
2050
2100
2150
2200
2250
2300
2350
2400
2450
2500
2550
2600
2650
2700
2750
2800
2850
2900
2950
3000
3050
3100
3150
3200
3250
3300
3350
3400
3450
3500
V e lo c id a d e M é d ia (m /m in )
100
1 0 3 ,3
1 0 6 ,7
1 1 0 ,0
1 1 3 ,3
1 1 6 ,7
1 2 0 ,0
1 2 3 ,3
1 2 6 ,7
1 3 0 ,0
1 3 3 ,3
1 3 6 ,7
1 4 0 ,0
1 4 3 ,3
1 4 6 ,7
1 5 0 ,0
1 5 3 ,3
1 5 6 ,7
1 6 0 ,0
1 6 3 ,3
1 6 6 ,7
1 7 0 ,0
1 7 3 ,3
1 7 6 ,7
1 8 0 ,0
1 8 3 ,3
1 8 6 ,7
1 9 0 ,0
1 9 3 ,3
1 9 6 ,7
2 0 0 ,0
2 0 3 ,3
2 0 6 ,7
2 1 0 ,0
2 1 3 ,3
2 1 6 ,7
2 2 0 ,0
2 2 3 ,3
2 2 6 ,7
2 3 0 ,0
2 3 3 ,3
V o 2 M á x (m l/k g .m in )
2 7 ,6 9
2 8 ,2 6
2 8 ,8 2
2 9 ,3 9
2 9 ,9 6
3 0 ,5 2
3 1 ,0 9
3 1 ,6 6
3 2 ,2 2
3 2 ,7 9
3 3 ,3 6
3 3 ,9 2
3 4 ,4 9
3 5 ,0 6
3 5 ,6 2
3 6 ,1 9
3 6 ,7 6
3 7 ,3 2
3 7 ,8 9
3 8 ,4 6
3 9 ,0 2
3 9 ,5 9
4 0 ,1 6
4 0 ,7 2
4 1 ,2 9
4 1 ,8 6
4 2 ,4 2
4 2 ,9 9
4 3 ,5 6
4 4 ,1 2
4 4 ,6 9
4 5 ,2 6
4 5 ,8 2
4 6 ,3 9
4 6 ,9 6
4 7 ,5 2
4 8 ,0 9
4 8 ,6 6
4 9 ,2 2
4 9 ,7 9
5 0 ,3 6
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
61
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6.2 Teste de COOPER (corrida de 12 minutos)
O teste de COOPER é o teste recomendado por DANTAS (1998, 99) &
WEINECK (op.cit, 181) para se obter índices sobre o nível de desempenho em
resistência aeróbica ou seu aumento no decorrer do processo de treinamento,
onde o mesmo pode ser aplicado, sobretudo no início, no meio e no fim de um
treinamento, ou pelo menos uma vez durante um período de competição,
permitindo então avaliar a eficácia de um treinamento. No entanto gostaríamos de
assinalar que o teste de COOPER e o de BALKE de 15 minutos, não levam em
conta fatores como idade, sexo, e peso corporal e que estes protocolos devem ser
aplicados em pessoas que já apresentam um nível de condicionamento
cardiorrespiratório que as permitam correr durante o teste, pode ser aplicado a
homens e mulheres a partir de doze anos de idade.
Características do teste:
•
Tipo: Máximo
•
Finalidade: medir potência aeróbica em crianças a partir de 12 anos
de idade, adolescentes e adultos.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material Necessário: pista de atletismo ou local plano demarcado
de 50 em 50 metros; 1 cronômetro; números para serem fixados nas
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
62
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camisetas dos avaliados; apito e folha para anotação dos
resultados.
•
Objetivo do teste: medir a maior distância percorrida pelo avaliado
durante os 12 minutos do teste.
•
Procedimentos:
1) Com antecedência orientar os avaliados quanto: ao vestuário que
deverá ser de calção, camiseta e tênis; ao horário da última refeição
que deverá ter uma precedência de 2 horas com relação a realização
do teste; àqueles que fumam pede-se não fumar pelo menos 2 horas
antes e 2 horas depois do teste ou ainda mais que deixem de fumar
para melhorarem sua potência aeróbica;
2) O teste tem como objetivo fazer o avaliado percorrer a maior
distância possível em 12 minutos sendo permitido o andar durante o
teste;
3) Na medida do possível o ritmo das passadas deverá ser constante
durante todo o teste;
4) O número de avaliados em cada teste poderá ser de 20 ou 30 de
uma única vez, dependendo da prática do avaliador como também
da possibilidade de se ter um auxiliar;
5) O início do teste se fará sob a voz de comando "Atenção! Já!"
acionando-se o cronômetro concomitantemente e o término do teste
se fará com um apito;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
63
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6) O avaliador e se possível um auxiliar permanecerão na linha de
saída, no caso de se utilizar uma pista de atletismo, e irão anotar
uma a uma, as voltas de cada avaliado;
7) Deve-se avisar aos avaliados o tempo já decorrido de teste, de
preferência de 3 em 3 minutos, para que os avaliados possam dosar
melhor o ritmo de corrida de acordo com suas condições;
8) Não se aconselha permitir aos avaliados que corram o último minuto
do teste em velocidade bem superior do que aquela que já vinha
sendo mantida, pois o teste tem como objetivo avaliar a potência
aeróbica e um "pique" como este levaria os avaliados a se
exercitarem em anaerobiose, o que não vem de encontro ao objetivo
do teste;
9) Orientar os avaliados que terminado o teste estes deverão
permanecer o mais próximo possível do local de chegada, para que
você possa anotar a quantidade de metros percorridos nesta última
volta;
10) Aconselha-se aos indivíduos que terminarem o teste que é
extremamente extenuante, que se deitem por uns 2 ou 3 minutos,
mantendo os membros inferiores uma posição mais elevada do que
o resto do corpo e logo após andem. Queremos ressaltar que o ideal
seria continuar andando após o término do teste, fazendo-se uma
recuperação ativa;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
64
Leonardo de Arruda Delgado
11) Após serem computados os metros percorridos por cada avaliado,
utiliza-se a tabela seguinte classificando-os em 5 categorias
diferentes de acordo com a idade e o sexo;
•
Precauções:
1) Como em todo teste de esforço máximo o avaliado aqui também
deverá antes de tudo passar por exame médico para verificar se ele
se encontra em condições de realizar um esforço máximo;
2) Com antecedência ir ao local da avaliação e verificar se a metragem
do local está correta;
3) Realizar o teste pela manhã ou a tarde e nunca quando a
temperatura estiver muito alta ou muito baixa, de preferência entre
18 e 25° C.;
4) Recomenda-se que um aquecimento de aproximadamente 5 minutos
seja dado para todos os avaliados contendo exercícios de
alongamento da musculatura dos membros inferiores e superiores,
como também do tronco.
•
Validade & Fidedignidade: em seus estudos originais de avaliação,
Cooper observou uma correlação aparentemente forte entre o VO2MAX
do pessoal da Força Aérea e a distância que eles conseguiam correcaminhar em 12 minutos. Foi relatado um coeficiente de correlação de r
= 0,90 entre a distância para corrida-caminhada de 12 minutos e o
VO2MAX em 47 homens com grandes variações etárias (17 a 54 anos),
no peso corporal (52 a 123 kg) e no VO2Max (31 a 59 ml/kg.min). Essa
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
65
Leonardo de Arruda Delgado
mesma correlação também foi observada em nove meninas da nona
série. Entretanto, outros investigadores não conseguiram demonstrar
essa íntima correlação entre os escores no “Teste de Cooper” e a
capacidade aeróbica. Por exemplo, um estudo mediu meninas de 11 a
14 anos de idade e relatou uma correlação de r = 0,65. Para um grupo
de 26 atletas do sexo feminino, a correlação entre os escores para
corrida caminhada e VO2MÁX foi de r = 0,70, enquanto para 36 mulheres
universitárias destreinadas observou-se uma correlação semelhante de r
= 0,67.
•
Resultado: avalia-se a resistência aeróbica do testado de acordo
com a tabela abaixo:
Tabela 11 Classificação da aptidão cardiorrespiratória teste de 12 min. Cooper
Nível de Aptidão
Muito Fraco
Fraco
Razoável
Boa
Excelente
13-19
< 2050m
2100-2200
2250-2500
2550-2800
>2900m
Nível de Aptidão
Muito Fraco
Fraco
Razoável
Boa
Excelente
13-19
<1600m
1650-1900
1950-2050
2100-2250
2300m
Homens
20-29
< 2000m
2050-2150
2200-2400
2450-2600
>2800m
Mulheres
20-29
<1550m
1600-1800
1850-2000
2050-2150
>2200m
30-39
<1900m
1950-2100
2150-2350
2400-2500
>2550m
40-49
<1850m
1900-2000
2050-2250
2300-2450
>2500m
50-59
<1700m
1750-1900
1950-2100
2150-2350
>2400m
30-39
<1500m
1550-1700
1750-1900
1950-2100
>2150m
40-49
<1400m
1450-1500
1550-1800
1850-1950
>2000m
50-59
<1400
1450-1500
1550-1700
1750-1900
>1950m
O cálculo do VO2Máx dado em (ml/kg.min) é obtido pela equação:
VO2MÁX = (D – 504,1)/44,79
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
66
Leonardo de Arruda Delgado
A medida de consumo de oxigênio pode ser calculada pela tabela a
seguir:
Tabela 12 Medidas do VO2Máx de acordo com a Distância Percorrida no Teste de 12 min.
Distância
1400
1450
1500
1550
1600
1650
1700
1750
1800
1850
1900
1950
2000
2050
2100
2150
2200
2250
2300
2350
VO2Max
20,00
21,12
22,23
23,35
24,47
25,58
26,70
27,82
28,93
30,05
31,17
32,28
33,40
34,51
35,63
36,75
37,86
38,98
40,10
41,21
Distância
2400
2450
2500
2550
2600
2650
2700
2750
2800
2850
2900
2950
3000
3050
3100
3150
3200
3250
3300
3350
VO2Max
42,33
43,44
44,56
45,68
46,79
47,91
49,03
50,14
51,26
52,38
53,49
54,61
55,72
56,84
57,96
59,07
60,19
61,31
62,42
63,54
Distância
3400
3450
3500
3550
3600
3650
3700
3750
3800
3850
3900
3950
4000
4050
4100
4150
4200
4250
4300
4350
VO2Max
64,66
65,77
66,89
68,00
69,12
70,24
71,35
72,47
73,59
74,70
75,82
76,93
78,05
79,17
80,28
81,40
82,52
83,63
84,75
85,87
6.3 Teste de 2400m (ou 1,5 milha)
• Finalidade: identificar o nível de capacidade aeróbia.
• População-alvo: faixa etária entre 13 e 60 anos de idade, para
ambos os sexos.
• Porção corporal envolvida: membros inferiores.
• Material necessário: pista de atletismo,cronômetro e material de
anotação.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
67
Leonardo de Arruda Delgado
• Protocolo:
segundo
a
metodologia
do
teste,
consiste
em
cronômetrar o tempo gasto pelo avaliado para percorrer a distancia
de 2.400 metros. Com o resultado apurado, identificar na Tabela, em
função do sexo e idade, o nível de capacidade aeróbica do avaliado.
• Resultado: o resultado será expresso em ml/kg.min, sendo
descoberto por meio da utilização da fórmula abaixo descrita.
• Validade: não reportada.
• Fidedignidade: não reportada.
• Precauções: normalmente os indivíduos que se submetem a este
teste devem estar familiarizados com a prática da atividade física de
uma forma regular. Em relação a população de atletas, é
perfeitamente adequado, principalmente para modalidades de jogos
com bola.
• Resultado: a analise do teste é apresentada na Indicativa do Nível
de Capacidade Aeróbica é apresentada na tabela á seguir:
Tabela 13 Avaliação da aptidão cardiorrespiratória no teste de 2.400m.
Nível de Aptidão
Muito Fraco
Fraco
Razoável
Boa
Muito Bom
Excelente
13-19
>15:31
12:11-15:30
10:49-12:10
9:41-10:48
8:37-9:40
8:37-9:40
Nível de Aptidão
Muito Fraco
Fraco
Razoável
Boa
Muito Bom
Excelente
13-19
>18:31
16:55-18:30
14:31-16:54
12:00-10:16
11:50-12:29
<11:50
Homens
20-29
>16:01
14:01-16:00
12:01-14:00
10:46-12:00
9:45-10:45
9:45-10:45
Mulheres
20-29
>19:01
18:31-19:00
15:55-18:30
13:31-15:54
12:30-13:30
<12:30
30-39
>16:31
14:44-16:30
12:31-14:45
11:01-12:30
11:01-12:30
10:00-11:00
40-49
>17:31
15:36-17:30
13:01-15:35
11:31-13:00
11:31-13:00
10:30-11:30
50-59
>19:01
17:01-19:00
14:31-17:00
12:31-14:30
12:31-14:30
11:00-12:30
30-39
>19:31
19:01-19:30
16:31-19:00
14:31-16:30
13:00-14:30
<13:00
40-49
>20:01
19:31-20:00
17:31-19:30
15:56-17:30
13:45-15:55
<13:45
50-59
>20:31
20:01-20:30
19:01-20:30
16:31-19:00
14:30-16:30
<14:30
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
68
Leonardo de Arruda Delgado
6.4 Teste de corrida de 8 min. para crianças
De modo semelhante ao teste de COOPER, a capacidade de
desempenho em resistência é avaliada pelo percurso percorrido em 8 minutos.
Como crianças podem mudar mais rapidamente do que adultos para o
metabolismo aeróbico e um menor tempo de corrida implica menor monotonia e
menos esforço, DORDEL/BERNOTEIT (1981) desenvolveram o teste de 8 minutos
para crianças.
• Finalidade: mensurar a condição aeróbica.
• População-alvo: a partir da faixa etária de 8 a 9 anos, para ambos
os sexos.
• Porção corporal envolvida: membros inferiores.
• Material necessário: área marcada e cronômetro, pista de corrida
ou quadra.
• Protocolo: os alunos ficam na posição inicial em pé. Ao sinal
“Pronto”! “Vão”!, os alunos começam a correr. A corrida pode ser
intercalada com o andar. Sugere-se que cada anotador controle no
mínimo 1 (um) e no máximo 3 (três) alunos. Quando faltar 1 minuto
dá-se aviso. Ao final dos 8 minutos será dado um sinal através de
um apito. Nesse instante cada aluno deverá para no local em que
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
69
Leonardo de Arruda Delgado
estiver e aguardar a chegada do anotador. Este, por sua vez,
marcará a distância percorrida com precisão de 10 m.
• Validade: não reportada.
• Fidedignidade: não reportada.
• Precauções: é permitido andar, mas o objetivo é percorrer a maior
distância possível. É permitida apenas uma tentativa.
• Resultado:
os
valores
para
avaliação
da
capacidade
de
desempenho em resistência a partir de 8 minutos de corrida
segundo Dorsel/Bernoteit (1981):
Tabela 14 Tabela de valores para o teste de 8 minutos
Avaliação do
Desempenho
Excelente
Bom
Satisfatório
Fraco
Muito Fraco
Meninas
Meninos
8 Anos
9 Anos
8 Anos
9 Anos
>1750m
1550-1740
1350-1540
1150-1340
<1150m
>1800m
1600-1790
1400-1590
1200-1390
<1200m
>1800m
1600-1790
1400-1590
1200-1390
<1200m
>1850m
1650-1840
1450-1640
1250-1440
<1250m
VO2Máx
(ml/kg.min)
>50,0
45,0-49,9
40,0-44,9
35,0-39,9
35,0
6.5 Teste de corrida de 1000 metros (MATSUDO, 1983)
•
Objetivo: medir potência aeróbica máxima em crianças de 8 a 13
anos de idade.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: avaliado trajando short, camiseta e tênis; local
plano demarcado (pista de atletismo); 1 cronômetro; números para
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
70
Leonardo de Arruda Delgado
serem fixados nas camisetas; dois avaliadores para um grupo de no
máximo 6 avaliados por vez; folha para anotação.
•
Procedimentos: saindo da posição em pé sob a voz de comando
"Atenção, já!" os avaliados deverão percorrer os 1000 metros no
menor tempo possível, não sendo permitido andar durante o teste. O
ritmo deverá ser constante. O valor do consumo máximo de oxigênio
é calculado através da seguinte fórmula:
X = (652,17 - Y) / 6,762
Onde:
X = consumo máximo de oxigênio em ml/kg.min -1
Y = tempo de corrida, em segundos, nos 1000 metros e 652,17 e 6,762 são constantes.
•
Precauções:
1) Realizar o teste pela manhã ou a tarde e nunca quando a
temperatura estiver muito alta ou muito baixa;
2) Orientar com antecedência os avaliados quanto ao horário da última
refeição;
3) Orientar quanto ao calcado a ser usado (evitar o tênis “novinho”);
4) Orientar sobre o ritmo a ser mantido durante o teste;
5) Incentivar os mais jovens durante o teste, pois se distraem
facilmente;
6) Verificar com antecedência o cronômetro;
7) Sugerir exercícios de alongamento antes e depois do teste.
•
Validade: não reportada
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
71
Leonardo de Arruda Delgado
•
Fidedignidade: não reportada
•
Precauções: atentar para aplicação correta da fórmula.
•
Resultado: os resultados do Teste de 1.000m de MATSUDO, podem
ser correlacionados com o consumo de oxigênio, utilizando a tabela
abaixo:
Tabela 15 Critérios de Avaliação para o Teste de 1000m. Fonte: Physical Teste 1998
Meninos//Meninas
8 a 11 Anos
<5:27
5:28-6:35
6:36-7:29
7:30-8:16
>8:17
Avaliação do Desempenho
Excelente
Bom
Médio
Regular
Fraco
VO2Máx (ml/kg.min)
48,9
47,94-38,0
37,88-30,5
29,9-23,1
<22,95
6.6 Teste de caminhada de uma milha (1609m)
Com o interesse na “caminhada para aptidão física” alcançando o
auge nos anos 80, foi elaborado pelo ROCKPORT INTITUTE (1987) apud
MARDLE (op.cit) um teste com caminhada para predizer o VO2MÁX.
Este teste faz parte de um Programa de Treinamento da Caminhada.
Ao se submeter ao teste coletará dados que serão usados para a obtenção de
uma
progressão
de
treinamento
condicionamento (VO² máx.).
Características do testes:
e
também
para
dizer
seu
grau
de
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
72
Leonardo de Arruda Delgado
•
Tipo: submáximo.
•
Finalidade: mensuração da capacidade aeróbica de indivíduos com
idades entre trinta e sessenta e nove anos, que não conseguem realizar
um teste de corrida.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: cronômetro, pista de atletismo, frequencimentro,
ou estetoscópio e material para anotação.
•
Protocolo: o teste consiste em caminhar, à máxima velocidade, uma
distância de mil e seiscentos e nove metros (1 Milha) em pista de
atletismo, ou local plano. Entre os parâmetros a serem analisados
temos:
- Peso corporal expresso em libras (PC): este valor pode ser obtido
pela determinação do peso total e multiplicado pelo fator de conversão
2,2046.
- Idade (I): a idade é dada em anos.
- Sexo: atribui-se o valor de 0 para mulheres e 1 para homens.
- Tempo (T1): é o tempo gasto para a caminhada de uma milha (1609m),
enunciado em minutos e centésimos de minutos.
- Freqüência cardíaca (FC1-4): freqüência cardíaca expressa em
batimentos por minuto, aferida nos últimos 400m ou após 5 segundos
do término.O cálculo do VO2Máx dado em (ml/kg.min) é obtido equação:
VO2MAX = 132,853 - (0,0769 x PC) - (0,3877 x I) + (6,315 x SEXO) - (3,2649 x T1) - (0,165 x FC1-4)
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
73
Leonardo de Arruda Delgado
•
Validade: para essa equação, a correlação múltipla era R=0,92 e o
erro padrão ao predizer o VO2Máx do indivíduo era de +/-0,335 l/min
(4,4 ml/kg.min).
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
74
Leonardo de Arruda Delgado
7 TESTES ERGOMÉTRICOS
De acordo com ARAÚJO (1984, p.4) o teste de esforço pode ser feito
de inúmeras maneiras, onde os ergômetros apresentam-se como instrumentos
utilizados para medir trabalho, realizados durante o teste de esforço.
O autor ainda esclarece que o termo ergometria não é sinônimo de
teste de esforço, onde o termo Ergometria refere-se a medida de trabalho, sem
qualquer outra implicação, ao contrário do termo esforço, que significa em linhas
gerais a realização de um esforço sob condições controladas.
7.1 Protocolos de banco ou testes de degraus
O banco é o mais primitivo dos ergômetros, ele pode ser de um ou mais
degraus, os quais medem entre 30 e 50 cm, na grande maioria dos estudos. O
banco independe de luz elétrica ou qualquer outra fonte energética, é de
baixíssimo custo e na grande maioria das vezes portátil. O banco é normalmente
usado em consultórios particulares, ou em grandes estudos populacionais. Ele
deve ser feito de material rígido, normalmente madeira, e sua superfície deverão
ser de material antiderrapante; os degraus deverão possuir largura suficiente para
permitir que o testado coloque os dois pés por completo e confortavelmente sobre
o degrau.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
75
Leonardo de Arruda Delgado
Figura 7 Banco de Balke para crianças de 5 a 11 anos. Fonte: CD-ROM, Testes em Ciências do
Esporte.
O metrônomo é um complemento indispensável ao teste de esforço
feito em banco, de modo a assegurar um ritmo constante de subida e descida dos
degraus. Este ritmo é de 4 a 6 tempos no banco de um e dois degraus
respectivamente. Algumas vezes, preferem-se o uso da música ou sons prégravados com o ritmo recomendado, sendo esta prática mais recomendada em
crianças e em estudos populacionais.
Sobre a utilização do metrônomo para realização dos testes de banco,
FARINATTI (op.cit., 267) diz que, o indivíduo a ser testado deve ser orientado para
realizar o trabalho de subida e descida do banco respeitando a seguinte cadência.
Suponhamos que o avaliado escolha começar o teste com a perna direita:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
76
Leonardo de Arruda Delgado
-
1° toque do metrônomo: sobre o pé direito
-
2° toque do metrônomo: sobe o pé esquerdo
-
3° toque do metrônomo: desce o pé direito
-
4° toque do metrônomo: desce o pé esquerdo.
Cada quatro toques equivalem a um trabalho completo de subida e
descida. Embora exista ainda uma certa controvérsia entre os principais autores, a
altura do degrau não parece influenciar, dentro de certos limites, a performance
final no teste de esforço em banco.
Dentre os principais protocolos de bancos podemos citar:
-
Protocolo de Nagle et al (apud ARAÚJO, 1984, 74)
-
Protocolo do Queens College (apud MCARDLE, 1992, 145)
-
Protocolo de Balke (apud Araújo, 1984, 75).
-
Protocolo de Astrand (apud SANTOS, 1994, 79 & MATSUDO 2000)
7.1.1 Protocolo de NAGLE et al
•
Tipo: máximo, com cargas variadas.
•
Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.
•
População-alvo: o teste de banco de Nagle, segundo MARINS (1998,
133), pode ser aplicado desde crianças com 6 anos até idosos com 70
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
77
Leonardo de Arruda Delgado
anos. É também o mais adequado para pessoas obesas, cardíacos, em
períodos de recuperação pós-cirúrgicos, e mulheres em período pósgestacional. Por sua facilidade na altura dos primeiros degraus,
corresponde um excelente instrumento para ser utilizado em escola.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: bancos progredindo da seguinte forma: 4, 8, 12,
16, 20, 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48 e 52 cm e um metrônomo regulado em
98 toques.
•
Protocolo: a metodologia de aplicação deste teste inclui os seguintes
aspectos:
1) A velocidade de movimento (subida e descida) deverá corresponder ao
ritmo de 30 passadas por minuto, o que equivale a 120 toques por minuto
no metrônomo;
2) A escolha da altura do banco no qual se iniciará o teste dependerá do
exame médio prévio, do grau de atividade física do avaliado, da idade e do
sexo;
3) O tempo de duração de cada estágio corresponde a 2 minutos, onde após o
término deste período haverá um aumento da altura do banco em 4 cm,
considerando-se como carga final à última carga completada;
4) Indicações para a altura inicial do banco: jovens sadios 28 cm rapazes e
24cm moças, adultos sedentários 12 cm homens e 8cm mulheres, sujeitos
de alto risco 4 cm tanto para homens quanto para mulheres;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
78
Leonardo de Arruda Delgado
5) Após o término do teste, é possível calcular o VO2MAX a partir da seguinte
fórmula:
VO2MAX(ml/kg,min) = (0,875 x ALTURA DO BANCO em cm) + 7,0
7.1.2 Protocolo do QUEENS COLLEGE
•
Tipo: submáximo.
•
Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.
•
População-alvo: universitários
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material necessário: utiliza degraus simples com altura de 40,6 cm.
•
Protocolo: o teste foi elaborado utilizando as arquibancadas
do
ginásio, para que pudessem ser testados ao mesmo tempo grandes
números de estudantes, tem duração de 3 minutos, onde cada ciclo de
subida e descida era realizado com uma cadência de quatro degraus,
“subir-subir-descer-descer”. As mulheres realizavam 22 subidas e
descidas completas por minuto, que eram reguladas por um metrônomo
para 88 batimentos por minuto. Como o homem médio tendia a ser mais
apto para o exercício da subida de degraus, a cadência era regulada
para 24 passos por minuto ou 96 batimentos por minuto no metrônomo.
O teste do degrau era iniciado após uma breve demonstração e um
período prático.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
79
Leonardo de Arruda Delgado
•
Resultado: ao término da subida, os estudantes permaneciam de pé e
a freqüência cardíaca era medida em 15 segundos, dos cinco aos 20
segundos da recuperação. O Valor obtido é multiplicado por quatro para
obtermos o valor por minuto e o VO2MAX é dado por:
Homens VO2MAX = 111,33 - (0,42 x FC)
Mulheres VO2MAX = 65,81 – (0,1847 x FC)
7.1.3 Teste de banco de BALKE
•
Objetivo: medir potência aeróbica em crianças de 5 a 11 anos de
idade.
•
Material: 1 conjunto de bancos de madeira com alturas sucessivas
de 4,5 cm num total de 12 bancos (ver figura) com uma plataforma
de 60 x 45 cm; 1 estetoscópio de canículo longo; 1 fita para fixar o
receptor ressoador do estetoscópio na região precordial do avaliado;
1 metrônomo (aparelho para marcar o compasso de música); 1
cronômetro; 1 folha de anotação.
•
População-alvo:
este
teste
apresenta
uma
característica
interessante, devido à sua carga múltipla, permite que um grande
número de pessoas possam ser avaliados por está técnica, desde de
crianças em torno de 10 anos até idosos na faixa etária dos 60 anos,
desde que possuam bom condicionamento físico.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
80
Leonardo de Arruda Delgado
•
Procedimentos: partindo-se do 1o. banquinho, o avaliado deverá
subir e descer do banco, seguindo um ritmo de 33 passadas por
minuto, sendo que uma passada corresponde aos seguintes quatro
movimentos:
1) o avaliado estando em pé, com os pés paralelos, em frente ao
banco, sobe com um dos pés;
2) subir com o outro pé no banco;
3) descer com o primeiro pé;
4) descer com o outro pé.
5) Fixando-se o ritmo do metrônomo em 132 batidas/minuto (33
x 4), o avaliado deverá treinar por um período de 3 minutos no
1o. banquinho, para que se adapte bem ao teste e ao ritmo
das passadas a serem realizadas. A seguir, um período de
repouso de 2 minutos será dado antes do início propriamente
do teste. Fixar então o estetoscópio.
6) Iniciado o teste, o avaliado deverá permanecer em cada
banco por 2 minutos. A freqüência cardíaca deverá ser
medida nos 15 segundos finais do 2o. minuto de cada banco.
A seguir devemos puxar o próximo banco, troca essa que
deve ser feita sem nenhuma interrupção do teste, quando o
avaliado estiver com os dois pés no solo.
•
Resultado: dar-se-á o teste como terminado quando a freqüência
cardíaca do avaliado atingir 160 bpm (batimentos por minuto) ou
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
81
Leonardo de Arruda Delgado
quando a FC do avaliado atingir 85 a 80% da freqüência cardíaca
máxima prevista [FCM = 205 – (0,42 x idade)]. Com o final da
realização do teste aplica-se a seguinte fórmula para o cálculo do
VO2MAX:
VO2MAX = (H . N. 1,33. 1,78) + 10,5
Onde:
H = Altura do último banco completo em metros;
N = Número de descidas e subidas por minutos;
1,33 = Trabalho positivo (ascendente) e mais 1/3 para o trabalho negativo (descida);
1,78 = ml de O2 necessário para 1 kg,m de Trabalho
10,5 = Trabalho horizontal adicionado ao movimento vertical.
Recomenda-se que durante o teste seja trocado o pé que inicia a
subida no banco. O consumo de oxigênio é calculado pelo valor estabelecido para
o banco em que a freqüência cardíaca atingiu 160 bpm (ver esquema). Se algum
caso ocorrer em que a criança consiga atingir o 12º banco e sua freqüência
cardíaca não tenha atingido 160 bpm apesar de ter aumentado gradativamente
com o esforço, para dar continuidade ao teste basta sobrepor o primeiro banco ao
12o. e assim sucessivamente. A interrupção do teste se dá geralmente por fadiga
das pernas e incoordenação.
•
Precauções:
-
Realizar o teste de preferência em local coberto, tranqüilo e
com uma temperatura variando entre 18 e 25 graus Celsius.
-
Avaliador deverá treinar com antecedência a mudança dos
bancos, para não "derrubar" o avaliado durante o teste;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
82
Leonardo de Arruda Delgado
-
Treinar a ausculta da freqüência cardíaca ao som do
metrônomo para não confundir a contagem durante o teste;
7.1.4 Teste de banco de ASTRAND
•
Objetivo: avaliar potência aeróbica em jovens e adultos até 35 anos
de idade.
•
Material: 1 banco de madeira com plataforma de 45 x 45 cm e com
a seguinte altura, segundo os avaliados: banco de 40 cm de altura,
para jovens de sexo masculino - banco de 33 cm de altura, para
jovens de sexo feminino - banco de 27 cm de altura para adultos de
40 a 70 anos (altura esta que não consta do nomograma); 1
estetoscópio de canículo longo; 1 cronômetro; 1 fita para fixar o
estetoscópio; 1 balança para medida de peso corporal; 1
metrônomo; 1 folha de protocolo; 1 Nomograma de Astrand.
•
Procedimentos: seguindo um ritmo de 22,5 passadas por minuto o
avaliado deverá subir e descer do banco por um período de 5
minutos (90 batidas do metrônomo por minuto). A freqüência
cardíaca deverá ser medida nos 15 segundos finais de cada um dos
5 minutos. Terminado o teste, usando o nomograma de Astrand
(anexo), unimos o peso corporal do indivíduo (linha C) e a
freqüência cardíaca do último minuto (linha A) por uma reta que,
cruzando a linha b, determina em algum ponto dessa Iinha o valor
do consumo de oxigênio em l/min. Por exemplo: uma mulher
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
83
Leonardo de Arruda Delgado
terminou o teste com a freqüência cardíaca de 156 bpm, sendo seu
peso corporal de 61 kg seu consumo de oxigênio será de 2,4 l(min)1.
•
Precauções:
1) como no teste de Banco de Balke devemos fixar o estetoscópio no tórax do
indivíduo para facilitar a ausculta como também não atrapalhar o avaliado no ritmo
de subida e descida do banco, quando da medida da freqüência cardíaca;
2) observar se o ritmo está sendo seguido;
3) treinar a ausculta cardíaca ao som do metrônomo;
4) orientar quanto ao horário da última alimentação.
7.2 Protocolos de bicicleta ergométrica
A utilização da cicloergometria, como forma de avaliação da capacidade
aeróbica, é amplamente difundida em todo mundo, principalmente na Europa. A
ciclo-ergometria para a determinação do VO2Max é geralmente realizada em cicloergômetro que tanto podem ser freados mecanicamente quanto eletronicamente e
que são calibrados a incrementos de 100 a 1500 kpm/min (17 a 25 watts).
Existem vários protocolos utilizando este ergômetro, a maioria em
múltiplos estágios com fase de 1 a 3 minutos, com a resistência inicial para perna
sendo regulada em 100 ou 150 até 300 kpm/min. Alguns autores utilizam bicicletas
mecânicas, outras bicicletas eletrônicas, uns executam testes submáximos e
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
84
Leonardo de Arruda Delgado
outros máximos, uns cargas submáximas de longa duração (> 4 minutos) e outros
cargas a cada 2 a 3 minutos; dentre os mais conhecidos e utilizados entre a
comunidade científica destacam-se as Técnicas de2:
-
Protocolo de Astrand (máximo e submáximo)
-
Protocolo de Fox
-
Protocolo de Balke
-
Protocolo de Rocha
-
Protocolo de Von Dobeln
-
Protocolo de Jones
-
Protocolo da A.C.S.M.
-
Protocolo de Bruce
De acordo com LEITE (1993,p.121) os principais protocolos utilizados
em crianças e adolescentes, em todo o mundo, são:
2
-
Protocolo de Adams;
-
Protocolo de Alpert-Durant-Dover;
-
Protocolo de James e;
-
Protocolo de Goldberg.
MARINS, 1998, 135.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
85
Leonardo de Arruda Delgado
Como procedimento metodológico geral, é sempre aconselhável, a
execução de um aquecimento prévio antes da realização do protocolo, seja ele
qual for. Basicamente podemos dividir a avaliação da resistência aeróbica
utilizando o cicloergômetro em protocolos com intensidade máxima e submáxima.
Um outro aspecto importante a ser lembrado, no uso de um cicloergômetro, diz respeito ao ajuste adequado da altura do assento. Este deve ser
ajustado de tal forma que permita uma discreta flexão do joelho, quando o pé
estiver sobre o pedal na sua posição mais baixa.
Em comparação à esteira rolante, observam-se algumas vantagens
relacionadas ao uso. Em primeiro lugar, trata-se de um equipamento mais portátil.
Além disso, é mais silencioso e se acompanha de um menor movimento da porção
superior do tronco, permite que a PA seja aferida com mais facilidade. Isto é
particularmente válido em níveis mais intensos de esforço. Na tomada da PA de
avaliados em ciclo-ergômetros, é importante fazer com que ele relaxem o braço e
a pressão manual sobre o guidão do lado em que a medida esteja sendo tomada.
Finalmente, em alguns casos, os registros eletrocardiográficos em cicloergômetros apresentam menor interferência muscular.
A principal desvantagem do teste ergométrico, em relação às
avaliações realizadas em esteiras rolantes, se relaciona ao fato de que a maioria
das pessoas não anda comumente de bicicleta e, por isso, seus valores máximos
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
86
Leonardo de Arruda Delgado
de FC e VO2Máx são freqüentemente subestimados. Valores mais baixos são
encontrados no ciclo-ergômetro, podendo variar entre 5 e 25%, dependendo do
condicionamento físico do participante e da força de suas pernas. Valores mais
baixos na medida da capacidade funcional resultam em limitações óbvias na
avaliação e na prescrição dos exercícios. Assim, a maioria dos responsáveis pela
aplicação dos testes prefere usar a esteira rolante. Os indivíduos treinados em
ciclismo ou em ciclo-ergômetria freqüentemente são capazes de oferecer valores
fisiológicos máximos elevados em ambos os tipos de testes.
7.2.1 Protocolo de ASTRAND sub-máximo
ATRAND desenvolveu dois protocolos de avaliação da capacidade
aeróbica em cicloergômetro um submáximo e outro máximo. Iremos falar de cada
um em separado para a melhor compreensão do leitor.
Este protocolo submáximo, é o mais popular na avaliação funcional de
não atletas. Ele pode ser aplicado tanto para sedentários, quanto para indivíduos
bem condicionado.
As características do teste são as seguintes:
•
Tipo: submáximo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
87
Leonardo de Arruda Delgado
•
Finalidade: medir a condição aeróbia sub-máxima.
•
População-alvo:
crianças
a
partir
de
11
anos
de
idade,
adolescentes, homens e mulheres adultos sedentários, ou com
pouca atividade física.
•
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
•
Material
necessário:
1
bicicleta
ergométrica
(mecânica
ou
eletromagnética); 1 estetoscópio; 1 estigmomanômetro; 1 balança
para medida de peso corporal; 1cronômetro; 1 folha para anotação;
1 escala de Borg - Percepção Subjetiva de Esforço.
•
Providências previas: realizar previamente a aferição da FC e PA
de repouso, regular a altura do selin.
•
Protocolo: a metodologia empregada diz que o teste será realizado
em 10 minutos, desse total, o avaliado pedalará em uma carga
inicial (carga 1) durante 5 minutos e mais 5 minutos na carga 2, com
um
ritmo
de
60
rotações
por
minuto
(rpm)
na
bicicleta
eletromagnética e a 50 rpm na bicicleta mecânica. A escolha de uma
carga inicial de trabalho que varia de acordo com o sexo, tipo de
ergômetro e nível de aptidão física. Veja na tabela abaixo as cargas
de acordo com o sexo, faixa etária e nível de aptidão física.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
88
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Tabela 16 Determinação das cargas inicial e final do teste de Astrand, de acordo com tipo de ciclo
ergômetro, sexo e nível de aptidão física.
Cargas
Ergômetro
Carga 1
Crianças e
Sedentários
Mulheres
Homens
Atletas
Eletromagnético
25 Watts
50 Watts
100 Watts
150 Watts
Mecânico
0,5 kg
0,5 kg
1 kg
1 kg
Eletromagnético
1 Watts/ kg
2 Watts/kg
Mecânico
-
Carga 2
3% do seu
Peso
2-2,5
Watts/kg
3 Watts/kg
4% do se Peso
Com a seleção da carga o avaliado deverá pedalar durante 5 minutos;
registra-se a FC do quarto e quinto minutos, e se anotem o valor médio. Se o valor
for inferior a 120 batimentos, deve-se aplicar a carga dois e submetê-lo a mais 5
minutos de teste. Espera-se que na carga 2 a freqüência cardíaca se estabilize
(steady-state) entre o terceiro e quarto minuto, com valores entre 140 e 170 e,
preferencialmente, acima de 140 para jovens.
•
Procedimentos para execução do teste:
1) O avaliado deverá estar em condições metabólicas padronizadas (relaxado,
sem usar medicamentos ou drogas; sem fome ou ter feito uma refeição nas
últimas 2 horas).
2) Regular a altura do selim até que um dos joelhos esteja totalmente estendido e
o pé apoiado sobre o pedal.
3) O avaliado deverá manter uma velocidade de 50 rpm ou 18 km/h (11,2 mph).
Para certificar-se da precisão da velocidade, use um metrônomo ajustado em 100
BPM.
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4) Ajuste a carga para 25 à 50 watts (0.5 à 1.0 kp na bicicleta Monark) para
mulheres sedentárias ou mal condicionadas e de 50 à 75 watts (1.0 à 1.5 kp na
bicicleta Monark) para homens sedentários ou mal condicionados.
5) Oriente o avaliado para começar (de 1 à 2 min.) a pedalar e tentar encontrar a
velocidade indicada. Ao encontrá-la, aumente a carga até o nível indicado para as
necessidades do avaliado, e dispare o cronômetro.
6) Se medir manualmente a freqüência cardíaca, conte os batimentos durante 15
seg. a partir de 0:45 seg. de iniciado o teste, e multiplique por 4. Repita esta
operação a cada minuto até o último(sexto) do teste. O ideal é utilizar para coleta
de freqüência cardíaca, um monitor de freqüência da marca Polar.
7) Antes (5 seg.) finais de cada minuto, até o final do teste.
8) A F.C. ideal para a prescrição do V02máx deverá estar entre 120 e 170 bpm.
9) Ao monitorar a freqüência cardíaca no 4:45 e no 5:45min, não deverá existir
uma diferença de 5 batimentos entre as duas medidas, caso isto aconteça, o teste
deve continuar por mais 1 minuto, até não produzir esta diferença nas duas
últimas medidas.
10) Durante o teste, observar se a carga não sofre alteração. Se ocorrer, regule-a
imediatamente. Meça a pressão arterial no terceiro minuto e interrompa o teste se
a diastólica estiver acima de 100 mm Hg ou mais de 15 mm Hg acima do repouso.
Observação: Não esqueça de optar pelo tipo de bicicleta que irá realizar o teste.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
90
Leonardo de Arruda Delgado
•
Resultado: pode-se calcular o resultado de duas formas, uma é
utilizando as equações propostas Astrand e a outra é utilizar o
Monograma.
A determinação do VO2MAX utilizando as equações proposta por Astrand
deve seguir a seguinte metodologia:
1) Caso o indivíduo tenha uma idade inferior a 35 anos, utiliza-se as equações
abaixo:
Homens VO2MAX = VO2 de carga x [(195-61)/(FC-61)]
Mulheres VO2MAX = VO2 de carga x [(198-72)/(FC-72)]
Onde: o resultado é expresso em l/min e VO2 de carga é o consumo de oxigênio
necessário para pedalar em uma dada carga, podendo ser obtido pela equação
descrita a seguir:
VO2 de carga = 0,014 x carga (em Watts) + 0,129
De acordo com GOMES (op.cit, 61) para efetuar a conversão de VO2 de
litros para mililitros, deve-se multiplicar o resultado encontrado em litros por 1.000
(mililitros) e, em seguida, dividir o resultado encontrado pelo peso corporal.
2) Caso o indivíduo tenha uma idade superior a 35 anos, é necessária a aplicação
de um fator de correção. Para um maior detalhamento do fator de correção em
relação à idade, ASTRAND desenvolveu a seguinte equação:
F = 1,212 – 0,009 x Idade
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
91
Leonardo de Arruda Delgado
E MONTEIRO (2001, p.92), apresenta um fator de correção a partir da
freqüência cardíaca máxima (F = 0,008 x FCM – 0,589), veja na tabela abixo os
valores de regressão do fator de Correção refernte a Idade de Atrand, Karvonen 1957, Sheffield – 1965, Jones - 1975.
Tabela 17 Fator de correção da Idade de Astrand
Idade
35
40
45
50
55
60
65
70
F de Astrand F de Karvone
0,90
0,85
0,81
0,76
0,72
0,67
0,627
0,582
0,89
0,85
0,81
0,77
0,73
0,69
0,651
0,611
F de Sheffield
Destreinado
Treinado
0,94
0,88
0,92
0,86
0,90
0,85
0,89
0,83
0,87
0,81
0,78
0,80
0,75
0,78
0,73
0,77
F de Jones
Mulheres Homens
0,91
0,91
0,89
0,88
0,87
0,86
0,85
0,83
0,83
0,81
0,81
0,78
0,79
0,75
0,77
0,73
Então o VO2Máx predito seria igual a:
VO2Max = VO2Máx calculado x fator de correção
3) Caso duas, ou mais cargas sejam utilizadas, deve-se calcular o VO2MAX para as
cargas, obtendo-se a média aritmética simples entre os resultados, sendo então
considerado o resultado encontrado como o VO2MAX ;
7.2.2 Protocolo de ASTRAND máximo
Segue os mesmos procedimentos teste submáximo, porém com
algumas modificações:
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1) O tempo entre os estágios tem uma duração de 3 minutos;
2) A aplicação de carga no primeiro estágio deverá ser de 10, 25 e 50 Watts
para cardiopatias, mulheres e homens respectivamente, onde o mesmo é
levando até a fadiga.
Para o cálculo do VO2MAX, utilizado a técnica de Astrand é necessário o
emprego da seguinte fórmula:
VO2MAX = (12 x cargas CM) + (Peso x 3,5)
Onde:
CM = carga máxima obtida em Watts no último estágio
P = peso corporal do avaliado.
7.2.3 Protocolo de FOX
Está técnica, submáxima, apresenta como característica principal a
aplicação de uma carga (150 Watts) durante todo o decorrer do teste. O tempo de
duração máximo previsto está limitado em 5 minutos. Um ponto importante que
deve ser levado em consideração nesta técnica está na população específica de
apenas indivíduos do sexo masculino, baseia-se na relação linear entre freqüência
cardíaca e consumo de oxigênio, podendo ser utilizado o fator de correção da
idade previsto por Astrand.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
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Para o cálculo do VO2MAX que vem expresso em l/min, deve-se obter a
FC no quinto minuto na carga de 150 Watts. Com o resultado obtido, basta utilizar
a seguinte fórmula:
VO2MAX = 6,3-0,0193 x FCW
Onde:
FCW = FC submaxima obtida no 5° minuto na carga de 150 Watts.
7.2.4 Protocolo de BALKE
É um protocolo máximo, onde são empregados estágios múltiplos
iniciando de zero Watt e aumentando a carga em estágios de 2 minutos com
magnitude de 25 Watts caso o indivíduo não seja atleta e 50 Watts caso seja
atleta ou bem condicionado. Entre os procedimentos para a determinação do
VO2Max utilizando a fórmula de Balke é necessário à verificação do peso corporal
do avaliado antes da realização do teste, bem como da última carga completa pelo
indivíduo em Watts. Com estes dados aplica-se a seguinte fórmula:
VO2MAX = [200 + (12 x W)]/P
Onde:
W = carga em Watts em que se interrompeu o teste
P = peso corporal
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7.2.5 Protocolo de ROCHA
É um protocolo do tipo máximo, onde a metodologia segue o mesmo
tipo preconizado no protocolo de Balke. O resultado é expresso em l/min. Sua
formula leva em consideração a massa muscular magra (MCM) e a FCM prevista
para a idade (fórmula de Sheffield) e a FCM atingida no teste FCW.
Fórmula:
VO2MAX = (4,7 x MCM) + (14,3 W) + 20(FCM – FCW)
Onde:
MCM = massa corporal magra
W = carga máxima atingida
FCM = freqüência cardíaca máxima prevista para idade equação de Sheffield
FCW = freqüência cardíaca máxima atingida na carga máxima.
7.2.6 Protocolo de VON DOBELN
Este método emprega uma equação que inclui como variável a idade do
indivíduo, dispensando o fator de correção necessário nos métodos antes citado.
É um protocolo submáximo, que aplica 1 ou 2 cargas de 5 minutos de de duração
cada uma, registrando-se a freqüência cardíaca no 5° minuto. A freqüência
cardíaca deverá estar contida no intervalo de 120 a 170 bpm.
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Leonardo de Arruda Delgado
Calcula-se o VO2MAX por:
VO2MAX = e 0,00884 x Idade x 1,29 (6C/FC-60)1/2
Onde:
C = a carga em Watts
FC = freqüência cardíaca no 5° minuto em bpm
I = idade do indivíduo em anos
E = número de Euler que é igual a 2,71828, que é a base do logaritmo neuperiano.
7.2.7 Protocolo de JONES
Este método distingue-se dos outros pelo seu tipo e protocolo, além de
não requerer o uso da freqüência cardíaca, o que o torna utilizável por indivíduos
com marcapassos fixos, doença do nódulo sinusal e em uso de betabloqueadores.
É um protocolo máximo, com aumentos sucessivos a cada minuto de
100 kpm/min (16,67 Watts), a partir da carga zero. Encerra-se o teste na fadiga ou
por razões médicas.
Registra-se a última carga completada. O cálculo do VO2MAX (l/min)e:
VO2MAX = 2xC + VO2 BASAL
Onde:
C = carga medida em kpm/min
VO2 basal = em ml/min, estimando-se como 3,5 x peso corporal em kg, ou MET.
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7.2.8 Protocolo do Colégio Americano de Medicina Esportiva
Segue os mesmos procedimentos dos testes anteriores, porém propõe
duas fórmulas diferentes em função do tipo de bicicleta.
Bicicleta mecânica:
VO2MAX (ml/kg.min)= (kpmx2 + 300)/Peso corporal (kg)
Bicicleta eletromagnética
VO2MAX (ml/kg.min)= (Watts x12 + 300)/ Peso corporal (kg)
7.2.9 Protocolo de BRUCE
Este é mais um protocolo Maximo, onde os pontos de destaque desta
técnica são o tempo entre as estações, que deverá ser de 3 minutos e o resultado
final expresso em l/min.
Fórmula:
VO2MAX = 0,129 + 0,014 x W + 0,075
Onde: W = carga máxima onde encerrou o teste em Watts
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7.3 Protocolos de Esteira
Os protocolos utilizando esteira rolante apresentam como principal
vantagem à familiarização do gesto motor, impondo uma dificuldade a menos ao
avaliado. Como principal característica dos protocolos desenvolvidos para esteira,
estão presentes como forma de sobrecarga, o grau de inclinação, a velocidade e o
tempo do estágio, de forma isolada ou combinada. A velocidade é normalmente
apresentada em milhas por hora ou quilômetros por hora, dependendo da
procedência.
Os protocolos de esteira são muito aplicados, porque estabelecem o
ritmo apropriado para o sujeito; ao passo que no step em um banco e no ciclo
ergômetro, o sujeito pode ir muito lento ou muito rápido. Os testes de esteira
podem acomodar do menos ao mais condicionado e utilizam atividades naturais
de caminhada e corrida, com os testes de corrida colocando a maior a maior carga
potencial sobre o sistema cardiovascular. As esteiras, contudo, são caras, nãoportáteis e tornam algumas medidas (PA e amostra de sangue) difíceis. O tipo de
teste de esteira influencia o VO2Máx medido, com o teste de corridas progressivas
fornecendo os valores mais altos, seguidos por um teste de corrida a 0% de
inclinação, e os testes de caminhada o valor mais baixo.
Dentre os principais protocolos de esteira podemos citar:
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98
Leonardo de Arruda Delgado
-
Protocolo de Bruce
-
Protocolo de Balke
-
Protocolo de Naughton
-
Protocolo de Ellestad
7.3.1 Protocolo de BRUCE
Dentre os mais diversos protocolos existentes, o de BRUCE é o que
tem a preferência de utilização pelos cardiologistas. Deve ser empregado com
cautela em pacientes cardíacos ou sedentários de baixa condição física.
Este protocolo apresenta um alto grau de intensidade por ter sua
sobrecarga aplicada tanto em relação à inclinação quanto à velocidade. O
protocolo requer um aumento de aproximadamente 1 MET por cada minuto de
exercício. Entre as principais características deste protocolo destacam-se, sete
estágios de carga, o tempo de duração de estágio é constante e igual a 3 minutos,
a velocidade de trabalho variando entre 1,7 a 6,0 mph (milhas por hora) ou 2,7 a
9,7 km/h e aumentados constantes da inclinação em 2% iniciando em 10%.
Estágios
1
2
3
4
5
6
7
Velocidade
Mph
(Km/h)
1,7
2,7
2,5
4,0
3,4
5,5
4,2
6,8
5,0
8,0
5,5
8,8
6,0
9,7
Inclinação (%)
VO2 (ml/kg.min)
10
12
14
16
18
20
22
18
25
36
46
56
63
70
Tempo
(minutos)
3
6
9
12
15
18
21
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99
Leonardo de Arruda Delgado
É um teste progressivo que deve ser interrompido quando o avaliado
atingir a exaustão (amenos que apareçam sinais ou sintomas que justifique
interromper o teste).
As fórmulas para calculo do VO2MAX em ml/kgmin, que deverão ser
utilizadas de acordo com o tipo de população testada, fornecem as seguintes
opções (LEITE, 1993, 116)
Homens cardiopatas
VO2MAX(ml/kg.min) = (2,327 x tempo) + 9,48
Homens sedentários
VO2MAX(ml/kg.min) = (3,288 x tempo) + 4,07
Homens ativos
VO2MAX(ml/kg.min) = (3,778 x tempo) + 0,19
Mulheres
VO2MAX(ml/kg.min) = (3,36 x tempo) + 1,06
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7.3.2 Protocolo de BALKE
As características principais deste protocolo incluem a velocidade
constante em todo decorrer do teste em 3,3 mph (5,3 km/h), aumentos constantes
de inclinação de 1% para cada estágio de 1 minuto.
Para se obter o valor do VO2Máx em ml/kg.min após o final do teste,
basta fazer o cálculo pela seguinte fórmula:
VO2MÁX(ml/kg.min) = 14,909 + (1,444 x tempo de duração)
Um dos problemas identificados neste teste, quando aplicado em
pessoas com alto grau de condicionamento relaciona-se ao grande período de
tempo em exercício.
Tempo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Velocidade
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
Inclinação
0
2
3
3
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
VO2Máx
14,9
17,8
19,2
19,2
22,1
23,6
25,0
26,5
27,9
29,3
30,8
32,2
33,7
35,1
36,6
38,0
39,5
40,9
42,3
43,8
45,2
46,7
48,1
49,6
METs
5,2
6,2
6,7
6,7
7,7
8,3
8,8
9,3
9,8
10,3
10,8
11,3
11,8
12,3
12,8
13,3
13,8
14,3
14,8
15,3
15,8
16,3
16,8
17,3
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
101
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7.3.3 Protocolo de NAUGHTON
Este protocolo é muito empregado para avaliação de pessoas de baixo
nível de condicionamento físico por apresentar, em alguns estágios, uma redução
da inclinação da esteira. Outras características do protocolo de NAUGHTON
incluem a duração do estágio em 3 minutos, além da alternância da velocidade
variando entre 2,0 a 3,4 mph. Para se converter mph para km/h basta multiplicar
por 1,609, pois uma milha corresponde a 1,609 km.
Tabela 18 Protocolo de Naugton. Fonte: Naughton 1964, apud Marins (op.cit, 143)
Estágios
mph
Km/h
%Inclinação
VO2MAX
METs
Tempo
1
2,0
3,2
7,0
14,0
4
3
2
2,0
3,2
10,5
17,5
5
3
3
2,0
3,2
14,0
21,0
6
3
4
3,0
4,8
10,0
24,5
7
3
5
3,0
4,8
12,5
28,0
8
3
6
3,4
5,5
12,0
31,5
9
3
7
3,4
5,5
14,0
35,0
10
3
8
3,4
5,5
16,0
38,5
11
3
9
3,4
5,5
18,0
42,0
12
3
7.3.4 Protocolo de ELLESTAD
A inclinação é constante até o 4° estágio e a intensidade varia com o
aumento da velocidade. O incremento por estágio é de 3 METs. Este protocolo,
por não apresentar uma inclinação elevada, é ideal para pessoas com idade
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
102
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avançada, diminuindo a possibilidade de interrupção do teste por fadiga localizada
na musculatura do tríceps sural.
Entre as principais características deste protocolo destacam-se:
a) Opção por velocidade variada entre 1,7 a 8 mph, ou 2,7 a 12,9 km/h;
b) Tempo de duração dos estágios variando entre 2 e 3 minutos;
c) Manutenção do ângulo de inclinação nos quatro primeiros estágios em 10%
d) Passa, a partir do quinto estágio, a ter um incremento de 5%, se mantendo
até o final como pode ser observado na tabela abaixo:
Estágio
1
2
3
4
5
6
7
8
Duração em
min.
3
2
2
2
3
2
2
2
Velocidade
mph
1,7
3,0
4,0
5,0
5,0
6,0
7,0
8,0
Velocidade
km/h
2,7
4,8
6,4
8,0
8,0
9,6
11,2
12,9
Inclinação %
VO2Max
10
10
10
10
15
15
15
15
16,65
24,12
31,99
39,85
51,65
59,52
67,38
75,25
Para o cálculo do VO2Max em ml/kg.min deste protocolo, basta utilizar a
seguinte fórmula:
VO2MAX(ml/kg.min) = 4,46 + (3,933 x tempo total em min)
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
103
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8 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA O CONDICIONAMENTO
CARDIORRESPIRATÓRIO
Para que as rotinas de exercícios possam produzir as adaptações na
direção desejada, torna-se necessário estabelecer combinações entre quatro
componentes básicos: intensidade, freqüência, duração e tipo de atividade, iremos
aqui estudar em detalhes cada um desses elementos, no sentido de aumentar a
eficácia da prescrição das rotinas de exercícios físicos, em que o domínio das
informações relacionadas à produção de energia para o trabalho muscular é
fundamental.
8.1 Intensidade
Um, dos grandes problemas na prescrição de exercícios aeróbicos,
pode ser descrito na seguinte pergunta, com que intensidade uma pessoa deve
trabalhar para proporcionar aos sistemas cardiovascular e respiratório uma
sobrecarga suficiente para aumentar suas capacidades funcionais?
A magnitude deste problema reside no fato que, a quantificação da
intensidade do esforço constitui um dos aspectos mais importantes a serem
controlados durante uma sessão de condicionamento aeróbico. Entre as variáveis
que traduzem a intensidade do esforço, destacamos a freqüência cardíaca, o
VO2Max, índice de esforço percebido e os níveis de lactato sanguíneo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
104
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8.1.1 Metodologia de trabalho
8.1.1.1
Determinação da FC basal
O primeiro passo para prescrição da intensidade de exercícios
corresponde à determinação da freqüência cardíaca basal, tomada durante três
dias, ao se acordar e antes de realizar qualquer movimento brusco. Devem-se
somar os três valores obtidos e dividir o total por três, calculando a média.
FCB = (FCB1+FCB2+FCB3)/3
Devido a grande dificuldade da tomada da freqüência cardíaca basal,
muitos autores aceitam a utilização da FC de repouso, tomada com o indivíduo
deitado, por mais ou menos cinco minutos.
8.1.1.2
Determinação do nível inicial de condicionamento físico
O segundo passo é a determinação do nível de condicionamento físico,
através de um dos inúmeros testes destinados para este fim, observando os
seguintes fatores: objetivos do teste, população a ser testada e disponibilidade de
material, dando preferência a testes com alta fidedignidade, em relação a
atividade que se irá prescrever.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
105
Leonardo de Arruda Delgado
A partir do teste de avaliação, idade e sexo, estabelecem-se categorias
de aptidão. Uma forma alternativa de se classificar o nível de condicionamento de
um indivíduo é a comparação entre os valores obtidos no teste de esforço com o
VO2Máx previsto de Bruce.
Tabela 19 Cálculo do VO2Máx previsto em relação à idade, sexo e grau de condicionamento atual
Homens Sedentários
Mulheres Sedentárias
Homens Ativos
Mulheres Ativas
8.1.1.3
VO2Máx = 57,8 -0,445. Idade
VO2Máx = 42,3 -0,356. Idade
VO2Máx = 69,7 -0,612. Idade
VO2Máx = 42,9 -0,312. Idade
Estimar a freqüência cardíaca máxima
O terceiro passo é estimar a Freqüência Cardíaca Máxima. Existem
várias fórmulas disponíveis para o cálculo da FCM, todas levam em consideração
o fator idade. Entretanto, algumas levam em consideração o grau de
condicionamento do indivíduo, visto que a FCM pode sofrer uma modificação
segundo o nível de capacidade física, treinando ou destreinado.
Entre as equações mais utilizadas encontram-se a de KARVONEN
(1957), JONES (1975) e SHEFFIELD (1965), sendo que a deste último é a
adotada pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte.3
3
MARINS 1998, 149.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
106
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Tabela 20 Fórmulas para cálculo da freqüência cardíaca máxima (FCM)
Autores
KARVONEN
JONES4
SHEFFIELD
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Destreinado
Treinado
Fórmulas
FCM = 220- IDADE
FCM = 226- IDADE
FCM = 210-(0,65x IDADE)
FCM = 205-(0,5x IDADE)
FCM = 205-(0,41x IDADE)
FCM = 198-(0,41 x IDADE)
Veja na tabela abaixo os valores de regressão da Freqüência Cardíaca
máxima referente à idade de KARVONEN, JONES e SHEFFIELD, usando estudos
feitos com exercícios dinâmicos e progressivos.
Tabela 21 Valores da freqüência cardíaca máxima referente à idade apresentados por
KARVONEN, JONES E SHEFFIELD
Idade
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
KARVONEN
Mulher
Homem
216
210
211
205
206
200
201
195
196
190
191
185
186
180
181
175
176
170
171
165
166
160
161
155
156
150
151
145
8.1.1.4
JONES
Mulher
Homem
200
204
198
200
195
197
193
194
190
191
188
187
185
184
183
181
180
178
178
174
175
171
173
168
170
165
168
161
SHEFFIELD
DESTREINADOS
TREINADOS
201
194
199
192
197
190
195
188
193
186
191
184
189
182
187
180
185
178
182
175
180
173
178
171
176
169
174
167
Determinação da zona sensível do treinamento
Determinar a Zona Sensível do Treinamento. A intensidade relativa de
um exercício costuma ser especificada na forma de algum percentual da função
máxima como o percentual da FCM, FCR ou VO2Máx.
4
Citação encontrada em DANTAS 1998, 140
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
107
Leonardo de Arruda Delgado
8.1.1.4.1. Prescrição de treinamento pela freqüência cardíaca (FC)
A prescrição de treinamento pela freqüência cardíaca é uma das formas
mais simples e práticas de orientação do exercício. De acordo com McARDLE
(op.cit., p.282) como regra geral, a capacidade aeróbica melhora se o exercício for
de
intensidade
suficiente
para
aumentar
a
freqüência
cardíaca
até
aproximadamente 70% do máximo.
Geralmente é adotado para alunos iniciantes em qualquer atividade
física, como também em alguns programas de reabilitação cardíaca a freqüência
cardíaca de segurança, que pode ser obtida através de uma percentagem de 60%
ou menos da freqüência cardíaca máxima e ainda assim o músculo cardíaco
consegue se fortalecer.
Quando um indivíduo encontra-se em um nível de capacidade física
entre boa e excelente é recomendável aplicar uma carga de trabalho que seja
suficiente para estimular sua FC para valores entre 70 e 95% da sua FCM
(Freqüência cardíaca máxima). Para indivíduos em que o nível de capacidade
física esteja compreendido entre muito fraca e regular, sugere-se a realização de
tarefas que estimulem a FC para faixas de 55 a 80% da FCM.(MARINS, op.cit,
p.174).
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
108
Leonardo de Arruda Delgado
Outra forma de trabalho é utilizar a freqüência cardíaca de reserva,
onde, KARVONEN e col. (1957) definiram que o cálculo da intensidade do esforço
pela reserva da FC levando em consideração a FC de repouso, como sendo igual
a:
FCR = FcRepouso + Intensidade de Esforço x (FCM - FCRepouso)
De acordo com McARDLE (op.cit, p.282) essa abordagem para
determinar a freqüência cardíaca do treinamento costuma fornecer um valor
ligeiramente mais alto em comparação com o mesmo percentual de esforço em
comparação com a freqüência cardíaca máxima simples.
Outro aspecto interessante para a prescrição de treinamento utilizando
a FC, deve ser a elaboração de uma faixa de trabalho. Esta faixa compreenderá
um limite superior, que deverá estar abaixo do limiar anaeróbico, caso o objetivo
seja trabalhar aeróbicamente e um limite inferior, de forma a assegurar o mínimo
de stress necessário para que ocorram efeitos oriundos do treinamento.
De acordo com DANTAS (op. cit, p.135) o princípio da adaptação
ensina que há um limiar mínimo, para que um exercício produza efeito de
treinamento, bem como um limite máximo que se for ultrapassado, causará danos
irreversíveis ou mesmo permanentes ao organismo. Então o cálculo dos limites
superior e inferior de acordo com a FCM e o nível de aptidão podem ser
determinados de pelas seguintes equações:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
109
Leonardo de Arruda Delgado
Tabela 22 Limites superiores e inferior com base da FCM
Nível de Condicionamento
Fraco e Regular
Bom e Superior
Nível de Condicionamento
Fraco e Regular
Bom e Superior
Limite Inferior
L Inf = 0.55(FCM )
L Inf = 0.7(FCM)
Limite Superior
L sup = 0.8(FCM)
L sup = 0.95(FCM)
Tabela 23 Relação entre %FCM e intensidade
Percentagem da FCM
50 a 60%
60 a 70%
70 a 80%
80 a 90%
90 a 100%
Intensidade
Leve
Moderada
Média
Forte
Muito forte
A determinação do limite inferior de trabalho num percentual da
freqüência cardíaca de reserva é calculada de acordo com nível de
condicionamento através das fórmulas:
Tabela 24 Determinação do limite inferior de trabalho com base na FCR
Nível de Condicionamento
Fraco e Regular
Bom e Superior
Limite Inferior
L Inf = FCRep. + 0.6(FCM - FCRep )
L Inf = FCRep. + 0.65(FCM - FCRep )
A determinação do limite superior num percentual da freqüência
cardíaca de reserva é calculada pelas formulas:
Tabela 25 Determinação do limite superior de trabalho com base na FCR
Nível de Condicionamento
Fraco e Regular
Bom e Superior
Limite Inferior
L sup = FCRep. + 0.8(FCM - FCRep )
L sup = FCRep. + 0.85(FCM - FCRep )
Com os valores visto anteriomente, dependendo do nível de
condicionamento físico do avaliado é possível variar a faixa de treino da FC; sendo
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
110
Leonardo de Arruda Delgado
assim, a escolha dos valores para os limites superiores e inferiores da FC; serão
dependentes do nível de capacidade aeróbica.
Com os valores calculados, o tempo de execução do exercício poderá
ser amplamente variável, contudo é importante que o tempo ideal para a prática
de exercícios aeróbicos seja sempre superior a 20 minutos.
Para a utilização correta da FC como parâmetro de controle do
treinamento, é necessário estar atento a um conjunto de fatores que poderão
interferir em seu comportamento, aumentando ou diminuindo sua reposta ao
exercício, o que modifica o cálculo da intensidade de treinamento (Veja em fatores
que podem modificar a freqüência cardíaca p.21).
8.1.1.4.2. Prescrição de treinamento pelo VO2Máx
Este método pode ser perfeitamente utilizado, tendo como principal
característica o VO2Máx apurado durante um teste de esforço, para tanto deve-se
selecionar um percentual de trabalho, levando-se em consideração o nível de
condicionamento e o ponto de localização do limiar anaeróbico do avaliado.
Lembre-se que quanto pior o nível de condicionamento do avaliado mais baixo
será seu limiar anaeróbico, e quanto mais treinado for, mais alto será o limiar
anaeróbico.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
111
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Pode-se determina uma velocidade média (km/h) em função do VO2Máx
pela equação
Vm = {133+[(VO2Max-33,3)/0,17]}*0,06
8.1.1.4.3. Prescrição de treinamento pelo sistema de pontos de
Cooper
Cooper desenvolveu um sistema para facilitar a forma de prescrição de
exercícios, tendo como objetivo principal alcançar, em termos de tarefa física, a
meta de 27 e 32 pontos semanais, respectivamente, para mulheres e homens.
Após realizar o teste de esforço e com base na classificação da
capacidade aeróbica, relacionamos esta classificação com a faixa de pontuação
semanal segundo o nível de aptidão.
Tabela 26 Faixa de pontuação semanal segundo o nível de aptidão
Classificação da aptidão
Muito fraca
Fraca
Média
Boa
Excelente
Superior
Média de pontos por semana
Homens
Mulheres
-10
-8
10-20
8-15
21-31
16-26
32-50
27-40
51-74
41-64
+75
+65
Com a faixa de pontuação semanal escolhida, devemos agora
determinar quantos pontos por atividade (dia de treino) o indivíduo deverá obter,
levando em consideração o número de vezes por semana que será feita a
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
112
Leonardo de Arruda Delgado
atividade. Com a escolha da quantidade de pontos por dia de atividade escolhida,
deve-se então procurar quais as atividades (tempo e distância) ideais para a
realização do trabalho.
A opção pelo sistema Cooper de pontuação é muito interessante, pois
estabelece certas metas, por meio dos pontos, que acabam por motivar o
praticante, através de uma variável de mais fácil compreensão.
A metodologia de Cooper permite prescrever exercícios utilizando a
bicicleta ou a natação. No caso da natação é interessante que o praticante tenha
um bom domínio da técnica do nado. O cálculo do número de pontos obtidos nas
duas atividades pode ser feito a partir das seguintes equações:
Ciclismo
Pontos= (2,318x(distância em km)2/tempo de duração em minutos)-1,5
Natação
Para distâncias inferiores a 550 metros
Pontos=(distância em metros)2/(4013,4 x duração em minutos)
Para distâncias superiores a 550 metros
Pontos = (((distância em metros/(4013,4 x duração em min))+0,005) x dist. metros)-3
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
113
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8.1.1.4.4. Prescrição
ergométrica
de
treinamento
utilizando
a
bicicleta
A prescrição de exercícios utilizando a bicicleta ergométrica, levando
em consideração o VO2Max já calculado anteriormente, implicara que este
ergômetro possua uma escala de carga em Watts ou Kpm. O procedimento de
prescrição é relativamente simples e é divido em três etapas:
-
1° Etapa: determinação do MET Max do avaliado;
-
2° Etapa: escolha do percentual de trabalho que poderá variar de 50
a 85% METMax mensurado.
-
3° Etapa: seleção
8.1.1.4.5. Orientações gerais
Embora o trabalho com o percentual da FCM forneça um valor menor
do que o fornecido pela FCR, vários autores propõem uma íntima correlação entre
o VO2Max e a freqüência cardíaca, quando correlacionados seus percentuais.
Entre as equações mais usadas para determina essa correlação
podemos citar HELLERSTEIN & ADLER (1973), LONDERRE & ANES (1976) e
KATCH (1978)5:
5
MARINS op.cit, 161.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
114
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Autores
HELLERSTEIN & ADLER
LONDERRE & ANES
KATCH
Formula
Pessoas Normais
%FCM = (%VO2Max+42)/1,41
Coronariopatas
%FCM = (% VO2Máx + 35,2)/1,32
% VO2 Máx = (1,369. %FCM)-40,99
% VO2 Máx = (1,388. %FCM)-44,765
É importante observar que os três resultados apresentam valores
diferentes que, porém, de forma alguma, invalidam o emprego das fórmulas. A
sugestão é que se escolha uma das técnicas, para que se tenha um referencial de
trabalho.
Com o objetivo de favorecer uma prescrição segura e eficiente dos
exercícios, o ACMS (1991) recomenda que o exercício deve ser suficientemente
árduo para que a freqüência cardíaca alvo fique entre 70 a 85% FCM, 60 a 90%
da FCR para que o metabolismo fique entre 50 e 85% do consumo máximo do
oxigênio.
Apresentamos na tabela abaixo algumas indicações de percentuais de
intensidade de acordo com o grau de condicionamento físico:
Tabela 27 Percentuais de intensidade de acordo o grau de condicionamento físico
Nível de Condicionamento
Fraco e Regular
Bom e Superior
VARIÁVEL
FCM
FCR
VO2MÁX
FCM
FCR
VO2MÁX
LIMITE MÍNIMO
55%
60%
50%
70%
65%
60%
LIMITE MÁXIMO
80%
80%
70%
95%
85%
90%
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115
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8.2 Freqüência
O ACSM (1998) preconizou uma variação entre três a cinco dias
semanais de atividade. Sobre a freqüência semanal, é importante considerar
alguns aspectos. Se o praticante nunca fez uma atividade física orientada, iniciar
com cinco vezes poderá gerar uma grande sobrecarga. É preferível com duas
vezes por semana, aumentando progressivamente, segundo a resposta física do
avaliado. Caso o sujeito possua disponibilidade de tempo e condições físicas para
exercitar-se diariamente, é importante considerar que uma maior freqüência, de
cinco dias semanais, aprimora o rendimento físico de forma desprezível, por outro
lado, aumenta significativamente o risco de lesões.
8.3 Duração
Um fator importante na decisão do tempo total de treinamento é a
disponibilidade que o praticante tem para dedicar-se aos exercícios em suas horas
livres. Ao estabelecer um programa de trabalho mais sistematizado, o tempo total
de atividade física contínua dependerá da capacidade física e da condição inicial
do praticante.
Levando-se em consideração um sujeito que tenha como objetivo
emagrecer, este terá que trabalhar, necessariamente, de forma aeróbia o maior
tempo possível. Como valor referencial, tem-se que a partir do 20 min, existe uma
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
116
Leonardo de Arruda Delgado
maior participação do metabolismo de gorduras como substrato energético
aeróbio. Sendo assim, tem-se como primeira meta, alcançar um tempo superior a
20 min de exercício físico contínuo em “Steady State”.
No caso de pessoas extremamente sedentárias, nas primeiras sessões,
provavelmente, não será possível atingir este objetivo, mas o treinamento deverá
ser orientado para progredir para este tempo. Uma vez superado o limiar de 20
min, o tempo total de atividade deverá evoluir progressivamente, estando de
acordo com a disponibilidade de tempo do praticante, assim como o equilíbrio
entre os outros elementos do condicionamento físico.
Para os indivíduos em que a composição corporal já se encontra dentro
dos objetivos estabelecidos, o tempo total de atividade poderá ser reduzido,
compensando o trabalho com uma intensidade maior.
8.4 Tipo de atividade
Visando
um
adequado
desenvolvimento
do
componente
cardiorrespiratório, recomenda-se que o tipo de exercício selecionado estimule
grandes massas musculares, durante longo período de tempo, realizado de forma
aeróbica. Neste rol de atividades, recomendam-se exercícios cíclicos como
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações
117
Leonardo de Arruda Delgado
corrida, jogging, caminhada, natação, ciclismo, pular corda, remo, subir escadas e
patinação.
Um caso específico ao qual deve-se atentar são as pessoas que
apresentam um certo grau de sobrepeso. Para estas pessoas realizarem uma
atividade de longa duração, recomenda-se a seleção de exercícios onde se
minimize o fator peso corporal. Sendo assim, deve-se priorizar os exercícios de
natação ou na bicicleta, o que contribuirá para a redução do risco de lesões
ortopédicas em comparação com caminhadas, corridas ou o pular corda.
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ANEXO-1 EXEMPLO DE FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO
PARA REALIZAÇÃO DE TESTE DE ESFORÇO
Consentimento informado para avaliação física
Art. 01: Dos Objetivos
Com o objetivo de começar um programa de condicionamento físico de forma mais
segura, eu, abaixo assinado(a), consinto voluntariamente em fazer testes de esforço.
Com a interpretação dos dados coletados durante a execução da avaliação espera-se
obter parâmetros fisiológicos de diagnósticos clínicos e funcionais, bem como a obtenção de
índices para a adequação da intensidade da atividade física aos níveis de aptidão física do
avaliado.
Art. 02: Dos Procedimentos
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Farei um teste de exercício progressivo que pode ser: no step em um banco,
pedalando numa bicicleta ergométrica, ou caminhando/correndo numa esteira ergométrica. Onde a
intensidade do teste será progressiva, começando em uma intensidade menor e aumentando em
estágios progressivos, a carga inicial de trabalho depende de seu nível de condicionamento físico e
estado de saúde. O teste poderá ser interrompido a qualquer momento por alterações fisiológicas
ou fadiga pela atividade, É IMPORTANTE QUE SAIBA QUE VOCÊ PODE INTERROMPER O
TESTE A QUALQUER MOMENTO, POR CANSAÇO OU QUALQUER OUTRO DESCONFORTO.
Art.3: Recomendações antes do teste
Para a realização da avaliação física, deverão ser seguidas, algumas recomendações
como: marcar com antecedência o horário e a data da realização da avaliação, chegar ao local de
avaliação com pelo menos 20 minutos de antecedência, trazer, caso possua, um ECG em repouso,
recente com laudo médico, estabelecer um intervalo mínimo de 2 horas entre a última refeição e a
realização do teste e não realizar a avaliação em jejum, evitar abusos e excessos na noite anterior,
ter uma noite repousante entre 6 e 8 horas de sono, evitar o uso de sedativos, evitar fumar com
pelo menos 4 horas de antecedência da realização do teste, evitar qualquer tipo de atividade física
no dia do teste, providenciar vestimenta adequada para realização do teste camiseta,
bermuda(exceto jeans) e tênis para rapazes e camiseta, tope, bermuda (exceto jeans) e tênis para
moças, comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde ocorrida nas 24 horas que
antecederam à realização do teste;
Art.4: Risco e Desconfortos Resultantes
Existe a possibilidade do aparecimento de alterações, como cansaço, falta de ar,
tonturas, desmaios, dor no peito e nas pernas, alteração da pressão arterial, e no ritmo cardíaco
bem como em raras circunstâncias complicações mais sérias, Todo o esforço será feito para
diminuir esses riscos pela análise dos dados relacionados as informações fornecidas antes da
execução do teste ligadas com seu estado de saúde e seu nível de condicionamento físico e pela
monitoração de sinais e sintomas durante a execução da avaliação. Lembrando que
procedimentos de emergências e pessoal treinado estão disponíveis para lidar com ocorrências
anormais que possam se apresentar.
Art.5: Da Responsabilidade do Executante
É necessário o fornecimento das informações o mais completas e fidedignas possíveis
sobre o seu estado de saúde e nível de condicionamento físico, bem como o relato de experiências
anteriores de alterações a execução de esforços físicos de fundamental importância na segurança
de execução e nos valores obtidos com a avaliação. Durante a execução da avaliação é de grande
relevância a veracidade e precisão das informações fornecidas pelo executante quando solicitado
pelo avaliador.
Art.6: Das Informações
Quaisquer dúvidas relacionadas com os procedimentos e com os dados obtidos com a
avaliação poderão ser esclarecidos com a equipe de avaliadores.
Art. 7: Do Consentimento
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Estou ciente de que as medidas de pregas cutâneas serão feitas em locais do corpo
para determinar o percentual de gordura corporal e que farei um teste de exercícios abdominais e
de flexão de tronco para avaliar fatores relacionados à função lombar.
Desejo fazer tais testes para que possa receber um melhor aconselhamento em
relação ao meu programa de exercícios, mas estou ciente de que a avaliação não elimina
totalmente o risco no programa proposto.
A adesão para a realização dessa avaliação é voluntária, sendo possível a sua
interrupção a qualquer momento, a desejo do avaliado.
Li e compreendi os procedimentos a serem executados, bem como os risco e
desconfortos resultantes, dou meu consentimento para procederem com a realização da avaliação
acima citada.
________________________________
Assinatura
____________________________
Testemunha
São Luis-Ma___/___/20___
ANEXO - 2 QUESTIONÁRIO PAR-Q
1 Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do coração e
recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica?
( ) Sim
( ) Não
2 Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?
( ) Sim
( ) Não
3 Você sentiu dor no peito no ultimo mês ?
( ) Sim
( ) Não
4 Você tende a perde a consciência ou cair, como resultado de tonteira?
( ) Sim
( ) Não
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5 você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a
prática de atividade física?
( ) Sim
( ) Não
6 Algum médico já recomendou o uso de medicamento para a sua pressão arterail
ou condição física?
( ) Sim
( ) Não
7 Você tem consciência, através da sua própria experiência ou aconselhamento
médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de atividade física
sem supervisão médica?
( ) Sim
( ) Não
Se Você Respondeu
-
Sim, para uma ou mais perguntas: você deve procurar um médico
recentemente, consulte seu médico por telefone ou pessoalmente antes de
aumentar
sua
atividade
física
e/ou
fazer
uma
avaliação
de
condicionamento. Diga a seu médico a que perguntas você respondeu sim
no PAR-Q ou apresente sua cópia do PAR-Q
-
Não, para todas as perguntas:
se você respondeu o PAR-Q
precisamente, você possui razoável garantia de sua adaptação para um
programa de exercícios progressivos e uma avaliação de condicionamento.

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