Arte - NEEJA Caxias do Sul

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Arte - NEEJA Caxias do Sul
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NEEJA
NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS
CAXIAS DO SUL – 4ª CRE
Rua Garibaldi, 660 – Centro
CEP – 95080-190
Fone Fax 3221-1383
Email – [email protected]
ENSINO MÉDIO
COMPONENTE CURRICULAR
ARTE
MÓDULO ÚNICO
JANEIRO 2016
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LIGADO NA ARTE, CONECTADO NAS LINGUAGENS
O Modernismo no mundo, uma tendência vanguardista que rompe com os padrões rígidos e
caminha para uma criação mais livre, surgida internacionalmente nas artes plásticas e na literatura a
partir do final do século XIX e no início do século XX. É uma reação às escolas artísticas do passado.
Como resultado desenvolvem-se os movimentos: Expressionismo, o Cubismo, o Dadaísmo,
Surrealismo e Futurismo.
No Brasil, o termo “Modernismo” identifica o movimento desencadeado pela Semana da
Arte Moderna de 1922. Conferências, recitais de música, declamações de poesias e exposições de
quadros, realizados no Teatro Municipal de São Paulo, apresentam ao público as novas tendências
das artes no país. Seus idealizadores rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do
passado. Defendem a assimilação das estéticas internacionais para mesclá-las com a cultura nacional,
o que dá origem a uma arte vinculada à realidade brasileira.
Porém, em dado momento, os artistas sentiram necessidade de buscar novos temas e
técnicas, além de materiais para ser utilizados em seus trabalhos. As novas tendências do século XX:
Arte concreta, Expressionismo abstrato, Arte Cinética, Novo realismo e Minimal art; as transformações
estéticas e tecnológicas da arte no século XX: instalações, happening, performance, body art, pop art,
op art, fotografia, etc.
Desde então, à medida em que a sociedade se transforma, seja por grandes
acontecimentos, novas descobertas e conquistas ou pela atribuição de significados novos a fatos já
conhecidos, a arte também muda, se transforma e se renova.
Atualmente, o contato informal que temos com obras de arte é bastante abrangente.
Presente em nosso cotidiano, a arte invade ruas, calçadas, prédios, veículos, roupas, lojas. Deixam de
ser exclusivas de museus, teatros e galerias para ganhar espaço em praças, edifícios, avenidas e
parques.
OBJETIVOS
Ao final do módulo o aluno deverá:
- Conhecer alguns dos principais aspectos da produção artística brasileira no século XX e algumas
de suas relações com contextos mais amplos.
- Elaborar produções artísticas, utilizando os elementos básicos da linguagem visual,
estabelecendo relações de composição.
- Estabelecer relações entre uma produção artística e seu período histórico.
- Ter autonomia na realização de suas produções artísticas e apreciações estéticas.
- Apreciar obras de arte e manifestações artísticas com senso crítico, relacionando-as com
seu contexto histórico e sócio- cultural. - Estabelecer relações entre as manifes¬tações
artísticas e outras manifestações presentes na cultura local e regional
- Valorizar os mais diferentes tipos de manifestações artísticas, incluindo as da cultura
popular.
- Conhecer alguns dos principais aspectos da produção artística brasileira no sé¬culo XX e
algumas de suas relações com contextos mais amplo;
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- Estabelecer relações entre uma produção artística e seu período histórico.
- Elaborar formas críticas de pensamento sobre manifestações artísticas e culturais.
- Estabelecer critérios para a avaliação crítica de suas próprias produções ar¬tísticas e para a
análise de imagens em geral.
Reconhecer a pluralidade e a diversidade cultural, presentes no conjunto de manifestações
artísticas produzidas na contemporaneidade e na história.
- Refletir sobre imagens presentes na mídia.
- Apreciar obras de arte e manifestações artísticas com senso crítico, relacionando-as com
seu contexto histórico e sócio- cultural.
- Ler imagens das artes através de procedimentos apropriados/específicos para este fim,
estabelecendo relações com a cultura visual, transpondo este conhecimento para a vida
cotidiana.
- Observar e reconhecer o patrimônio cultural de seu entorno, bem como de outras etnias e
culturas
- reconhecer valor e atribuir sentido às produções artísticas contemporâneas, sejam
brasileiras ou internacionais..
1. MODERNISMO
De forma geral, o termo modernismo é empregado para se referir a vários
movimentos artísticos ocorridos em diversos países e também no Brasil, nos últimos anos do
século XIX e no começo do século XX, dentro dos quais estão o expressionismo, o futurismo,
o cubismo, o dadaísmo e o surrealismo. Esses movimentos, por serem muito inovadores, são
também conhecidos como vanguardas artísticos. Todos eles propuseram novos caminhos
para as artes plásticas, e muitos desses caminhos levaram os artistas à arte abstrata.
No final do século XIX, a popularização da imagem fotográfica havia transformado a
maneira de fazer pintura. A fotografia apresentava-se como solução eficiente para resolver o
problema. Da representação do mundo real . Mas não podemos dizer que a abstração é
consequência apenas de uma invenção de uma máquina.
Naqueles anos, houve uma valorização dos aspectos decorativos da arte, o que levou
alguns artistas a se dedicarem a pesquisa e à criação de padrões abstratos, empregados na
decoração de objetos.
Os artistas acreditavam que não era mais possível representar o mundo moderno
trabalhando de maneira tradicional. As novas realidades reveladas pela ciência, as
possibilidades geradas pela tecnologia, a industrialização e a multiplicação dos grandes
centros urbanos haviam transformado, em curto período de tempo, o mundo ocidental.
Começando na década de 1890 e com bastante força daí em diante, uma linha de
pensamento passou a defender que era necessário deixar completamente de lado as normas
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prévias. Na literatura, o movimento simbolista teria uma grande influência no desenvolvimento
do modernismo, devido seu foco na sensação. Filosoficamente, a quebra com a tradição por
Nietzsche e Freud prevê um embasamento chave do movimento que estaria por vir. Imagine,
por exemplo, as mudanças do cotidiano da pessoas causadas pela invenção da lâmpada
elétrica(1879), do cinema(1895), do avião (14-Bis, pilotado por Alberto Santos Dumont em
1906) e do automóvel ( primeiro modelo popular lançado em 1908).
Não foi por acaso que os artistas se sentiram desafiados a criar novas formas de
perceber o mundo, que se modificava numa velocidade surpreendente. Alguns deles
preocuparam-se em expressar emoções, outros passaram a pesquisar os aspectos que estão
além da realidade visível. Houve aqueles que passaram a pesquisar os aspectos formais em
suas obras, como a relação entre linhas, cores e formas, dedicando-se à produção de
trabalhos abstratos.
1.1 IMPRESSIONISMO
O impressionismo foi um movimento artístico iniciado por volta de 1870, com a produção
dos pintores franceses Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) Eles costumavam
pintar paisagens a beira do ria Sena, em paris. Munidos de tubos de tinta pronta – à época uma
invenção recente, Monet e Renoir estavam dispostos a captar as luzes e a atmosfera da vida
ao ar livre. Para tanto precisavam ser rápidos, por isso começaram a desenvolver um tipo de
pintura diferente, justapondo pinceladas de cores sem preocupação em definir as formas. Até
então, os pintores estavam acostumados a fazer esboços ao ar livre, mas concluíam suas
pinturas em ateliês. Sem olhar diretamente para a natureza, pintavam paisagens idealizadas,
representações diferentes da realidade observada.
Aos poucos, outros artistas interessados em pintar livremente – como Edgar Degas
(1834-1917), Camille Pissarro (1831-1903), Paul Cézanne (1839-1906) e Alfred Sisley(18391917) -, reuniram-se a Monet e Renoir e, 1874, fizeram uma exposição de seus trabalhos. O
movimento foi batizado por um crítico francês que desaprovou a exposição e, ao ver o quadro
Impressão, sol nascente, de Monet, chamou-se de impressionistas.
Monet é o mais representativo pintor do grupo dos impressionistas. Ele nasceu em Paris,
que era o centro da cultura ocidental naquela época, e foi um mestre na pintura de paisagens.
Pintava rapidamente, começando e terminando seus quadros sempre ao ar livre. Monet usava
um barco como ateliê e navegava pelo Rio Sena em busca de novas paisagens. O artista notou
que a variação de luz, ao longo do tempo, parecia mudar também as cores dos objetos. Para
estudar a relação entre luz e as cores, fez várias pinturas de um mesmo lugar, em diferentes
horários do dia e em diferentes estações do ano.
EFEITOS DA COR
Os artistas utilizam a cor para provocar emoções, expressar sentimentos. A emoção
causada por uma cor varia de pessoa para pessoa. No entanto, a maioria concorda que o
vermelho, é uma cor quente, geralmente associada ao fogo.
Também é consenso que as cores resultam da mistura do vermelho com o amarelo, os
tons de laranja e amarelo-ouro, são cores-vivas, fortes que podem ser relacionadas a emoções
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positivas, como o entusiasmo e a alegria. Por sua vez, as tonalidades de azul, esverdeadas ou
arroxeadas são consideradas cores frias e muitas vezes relacionadas a emoções negativas,
como a tristeza. Entretanto, cada cor tem uma característica própria.
O amarelo é uma cor clara e radiante. O vermelho é forte e pode servir para expressar
amor ou raiva. O violeta é instável, por ser uma mistura do vermelho com o azul e, conforme a
sua utilização, pode ser considerado cor quente ou fria. O azul pode criar efeito de distância e
profundidade na pintura de uma paisagem. O verde representa a natureza e causa uma
sensação agradável à visão.
Mulher com sombrinha, de
Claude Monet, 1875.Óleo sobre tela.
Impressão, nascer do sol, de Claude
Monet, 1872. Óleo sobre tela.
1.2 EXPRESSIONISMO
Esse movimento artístico teve origem entre artistas alemães por volta de 1900. Para os
expressionistas, a arte deveria ser uma manifestação do universo interior e pessoal de seu
criador. Eles não acreditavam na realidade puramente visível, queriam alhar além das
aparências das coisas mostrando as situações dramáticas da vida. Rapidamente essa
tendência se difundiu para outros países europeus e de outros continentes, influenciando
escultores, arquitetos, músicos, poetas e cineastas.
Para realizar essa arte emocional, os expressionistas desafiaram a tradição renascentista,
que até então vigorava na pintura, da construção do espaço com perspectiva, propondo a
representação deformada da realidade e o emprego de cores intensas. Esse exagero era um
dos artifícios para conseguir comunicar a emoção. Para os expressionistas a emoção não
estava no tema. Sentimentos como a angústia e a tragédia podiam aparecer mesmo quando a
pintura fosse apenas um retrato ou uma paisagem.
Houve dois grupos mais importantes organizados em torno das ideias expressionistas.
Um deles, A ponte, foi formado em Dresden, em 1905,por Kirchner e Emil Nodel, entre outros.
Seus modelos inspiradores eram a pintura de Van Gogh e Edvard Munch. O outro, chamado O
cavaleiro azul, formou-se em Munique, em 1911, e tinha a frente Wassily kandinsky, Franz
Marc e August Macke. Esses artistas aprofundaram a forma de representar o que chamavam
as “vibrações da alma” e os sentimentos. Por isso, acabaram por abandonar a representação
figurativa e direcionaram-se para o abstracionismo.
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Noite estrelada, de Van Gogh,
O grito, de Edvard Munch, 1893.
Van Gogh
Sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, em
sua época. Foi incapaz de constituir família, custear a própria subsistência ou até mesmo manter
contactos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, cometendo suicídio.
A sua fama póstuma cresceu especialmente após a exibição das suas telas em Paris, a 17 de Março de
1901.
Van Gogh é considerado um dos pioneiros na ligação das tendências impressionistas com as aspirações
modernistas, sendo a sua influência reconhecida em variadas frentes da arte do século XIX, como por
exemplo o expressionismo, o fauvismo e o abstraccionismo.
Edvard Munch
Nascido na cidade de Loten na Noruega o pintor Edvard Munch viveu entre os anos de 1863 e 1944, morrendo
no dia 24 de janeiro na em Ekely. Durante a sua vida ele participou do movimento estético conhecido como
Expressionismo, fazendo diversas obras de grande sucesso. Seu estudo foi concluído na Escola de Artes e
Ofícios de Oslo e teve influências de Gustave Courbet e Édouard Manet.
As principais pinturas criadas por Edvard Munch foram: A Menina Doente em 1885, Amor e Dor em 1893, Cinzas
em 1894, A Ponte, Entre o Relógio e a Cama, Auto-retrato e O Grito. A carreira de Edvard Munch foi brilhante
em sua totalidade, por isso seu nome é muito reconhecido no mundo da arte
1.3 CUBISMO
A partir de 1907, os críticos de arte deram o nome de cubismo aos trabalhos que vinham
sendo apresentados em Paris pelos artistas Pablo Picasso (1882-1973) e Georges Braque
(1882-1963). O cubismo tornou-se um importante movimento artístico do qual esses artistas
foram pioneiros.
Picasso e Braque pesquisaram novas maneiras de representar o mundo. Inspirados no
trabalho do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), começaram a simplificar as formas das
figuras reduzindo-as a esferas, cilindros e cubos; por isso foram chamados de cubistas. Em
seguida, representaram, numa só composição, figuras ou objetos observados de ponto de vista
diferentes, como se pudéssemos somar todas as imagens que vemos de um objeto quando
andamos ao redor dele. Faziam isso com a intenção de incorporar a dimensão do tempo em
suas pinturas. Repetindo e sobrepondo imagens variadas, usando linhas descontínuas e cores
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acinzentadas, fragmentaram tanto as formas que era difícil reconhecer as figuras nas pinturas
desse período.
A colagem é uma técnica muito utilizada por artistas e ilustradores. Eles recortam imagens,
textos, áreas de cores e texturas de origem diferente e colam em uma superfície. As primeiras
colagens surgiram nos trabalhos de Picasso e Braque por volta de 1912. Eles passaram a
utilizar materiais estranhos a pintura, como papéis, jornais e areia, aplicando-os na superfície
do quadro. Desenvolveram um tipo de representação resumida, sintética, em que se
mostravam as partes básicas das figuras. Antes deles, no começo do século XX, os fotógrafos
já utilizavam a técnica da fotomontagem, empregando dois ou mais negativos diferentes para
obter uma única imagem fotográfica. Com a fotomontagem, eles criaram imagens e efeitos
inusitados ou impossíveis de obter apenas com a fotografia comum – conseguiram, por
exemplo, reproduzir uma pessoa duas vezes na mesma imagem.
Hoje em dia, o trabalho com o computador permite esse mesmo efeito de repetição. Até
mesmo imagens em movimento podem ser recortadas e remontadas em outro cenário.
A colagem é uma técnica muito explorada nas artes visuais, mesmo quando no trabalho
não há uso de recursos tecnológicos. Ela envolve o ato de recortar, que é uma maneira de
desenhar, de definir uma linha, uma forma.
Outros artistas da época foram muito influenciados pela linguagem cubista. São
exemplos o espanhol Juan gris (1887-1927) e o francês Fernand Legér (1881-1995).
Juan Gris
Guernica de Pablo Picasso, 1937
As Senhoritas de Avignon, 1907
Picasso: um dos indicadores do cubismo
Picasso viveu 92 anos. Como começou a pintar muito jovem e só parou antes de morrer, seu
trabalho passou por diversas fases. São famosas a fase azul (1901-1904) em que
representou a tristeza e a melancolia dos mais pobres, e a fase rosa (1905-1907), em que
pintou acrobatas e arlequins.
No período de 1906 a 1907 Picasso entrou em contato com a arte africana e voltou-se para o
cubismo. Aos poucos, interessou-se pelo ser humano europeu envolvido nos conflitos que
desembocaram nas guerras da década seguinte. Em 1937 pintou seu mais famoso mural,
cujo tema foi o bombardeio da cidade espanhola de Guernica durante a guerra Civil
Espanhola (1936), no qual morreu grande parte da população.
Picasso foi também gravurista e escultor.
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1.4 O FUTURISMO
O futurismo foi um movimento artístico e literário que surgiu na Itália, em 20 de
fevereiro de 1909, com a publicação do manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo
Marinetti, no jornal Francês de Fígaro. Por trazer muitas inovações, foi chamado de arte de
vanguarda. Os artistas futuristas se manifestavam contra a arte tradicional e naturalista,
praticada pelos pintores ligados às escolas acadêmicas. O grupo, liderado pelo poeta Filippo
Marinetti (1876-1944), viajou por vários países europeus para divulgar sua nova estética. Suas
obras eram inspiradas na sociedade industrial de seu tempo: exaltavam as máquinas, a
eletricidade, a velocidade e a guerra, que destruía as velhas instituições. Por isso, buscavam
formas de retratar o movimento das máquinas e a agitação das pessoas que viviam e
trabalhavam nas grandes metrópoles. Chamavam essas pinturas de “dinamismo”. Os artistas
italianos Umberto Boccioni (1882-1916), Giacomo Balla (c. 1871-1958) e Gino Severini (18831966), entre outros, fizeram parte desse grupo.
As propostas dos futuristas abrangiam várias formas de expressão. A música era
inspirada nos ruídos e barulhos das máquinas. Os arquitetos desenhavam cidades utópicas
com grandes estruturas, nas quais misturavam arranha-céus e usinas hidrelétricas. Marinetti
revolucionou as artes gráficas com a publicação, em 1914, de Zang Tumb Tumb: ao compor
seus poemas, privilegiava o som das palavras em detrimento de seu significado.
Poema de Filippo Marinetti do Ruídos na rua invadem a casa, de
Livro Palavras em Liberdade,
Umberto Boccioni,1919.
De 1919.
Vôo das andorinhas, de Giácomo Balla,
1913.
1.5 O DADAÍSMO
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem
permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o
Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias
nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios
países na guerra.
Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a
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incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a
destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por
Tristan Tzara num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na
linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a
arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o
resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso.
Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a
desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que
não conseguiria evitar a guerra.
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista
francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular,
tratado como objeto de arte por opção do artista.
O Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias,
as ordenações lógicas. Aliás, também é contra os manifestos, como afirma um dos seus
iniciadores, Tristan Tzara (1896-1963), em seu manifesto Dada, 1918:
"Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por
princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios."
São também palavras dele: "Que cada homem grite: há um grande trabalho destrutivo,
negativo, a executar. Varrer, limpar, A propriedade do indivíduo se afirma após o estado de
loucura, de loucura agressiva, completa, de um mundo abandonado entre as mãos dos
bandidos que rasgam e destroem os séculos." "Liberdade: DADÁ DADÁ DADÁ, uivos das
dores crispadas, entrelaçamentos dos contrários e de todas as contradições, dos
grotescos, das inconsequências: A VIDA."
O fim do Dadá como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
Principais artistas:
Marcel Duchamp
(1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a
pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira,
interessando-se pelo movimento das formas. O experimentalismo e a provocação o
conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916).
Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e
receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao
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enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências
(pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional),
inventou
mecanismos
ópticos.
François Picabia
(1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente com os principais
movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo.
Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais
próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas
metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais
discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecânicos do
dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a abstração pura que praticara
por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com a superposição de formas
lineares e transparentes.
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Max Ernest
(1891-1976), pintor alemão, adepto do irracional e do onírico e do inconsciente, esteve
envolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em pintura e escultura. No
Dadaímo contribuiu com colagens e fotomontagens, composições que sugerem a múltipla
identidade dos objetos por ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a
decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma
superfície rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou grafita,
de modo que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele. Como o artista
não tinha controle sobre o quadro que estava criando, o frottage também era considerado
um
método
que
dava
acesso
ao
inconsciente.
Man Ray
(1890-1976, americano, nome real Emmanuel Radnitzky) – A pintura, seu primeiro quadro
(1913) é cubista, assim como o cinema, quatro curta-metragens produzidos na década de
40, sempre andaram a reboque da grande paixão que Man Ray tinha pela fotografia. Era
um experimentalista por excelência. Trancava-se horas a fio no laboratório fotográfico para
pesquisar, reconstruir e testar métodos em busca de aperfeiçoamento. Mesmo sem deixar
a sua paixão de lado, funda, em 1915, a primeira revista dadaísta dos Estados Unidos, The
Ridgefield Gazook, e, em 1921, participa da primeira Exposição Surrealista de Fotos, em
Paris. E, tentando enquadrar a fotografia na categoria de arte, escreve, em 1937, o livro
Fotografia não é Arte? Fazia, assim, uma provocação tipicamente dadaísta à sociedade da
época. Man Ray trabalhou, a exemplo da arte pictórica do século IX, em três gêneros:
natureza morta, paisagem e retrato. Lidando com os princípios básicos da fotografia, ele
inova, busca relevo, a terceira dimensão e, para alcançar isso, começa a usar a raiografia,
uma técnica em que objetos são colocados sobre o papel fotográfico em um quarto escuro
e
expostos
à
luz
sem
utilização
da
câmera.
Man Ray foi, na verdade, o grande defensor da fotografia como arte, uma espécie de
artesão conceitual, sempre brincando com uma consciência por trás das coisas em busca
da metáfora e não simplesmente jogando elementos. Com ligações que passam pelo
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Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo, é o artífice da foto criativa, elaborada, construída ou
improvisada, tentando sempre uma aproximação entre fotografia e pintura e é o pioneiro da
desconstrução da fotografia com a transformação de fotos tradicionais em criações de
laboratório,
usando
muitas
vezes
distorções
de
corpos
e
formas.
Mas, artísticas ou não, o fato é que as suas fotos mais ousadas não foram bem-aceitas
pelo público e, em 1940, foi para Hollywood trabalhar como fotógrafo das estrelas de
cinema como Ava Gardner, Marylin Monroe e Catherine Deneuve. O tão esperado
reconhecimento internacional por seus experimentos só veio em 1961 com a Medalha de
Ouro na Bienal de Fotografia de Veneza. E, nos anos 70, quando surge o Pós-Modernismo,
Andy Warhol começa a fundir ainda mais os elementos pesquisados por Man Ray e a
fotografia
passa
a
ganhar,
a
partir
daí,
o
status
de
obra
de
PARA FAZER UM POEMA DADAÍSTA - Tristan Tzara
"Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo que você deseja dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as
num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
arte.
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E ei-lo um escritor infinitamente original de uma sensibilidade graciosa, e ainda que
incompreendido do público."
http://www.historiadaarte.com.br/linha/dadaismo.html
1.6 SURREALISMO E INCONSCIENTE
O surrealismo foi um movimento artístico que envolveu poetas, pintores, cineastas,
dramaturgos, escritores e filósofos do mundo todo no período entre as duas grandes guerras
mundiais. Surgiu na França, na década de 1920, e era liderado pelo escritor André Breton
(1896-1966). Alguns de seus integrantes já haviam vivido as experiências do dadaísmo ou
do cubismo. Os surrealistas se reuniam, trocavam ideias, propunham trabalhos coletivos,
organizavam exposições, faziam folhetos, boletins e chegaram até a editar uma revista:
Minotauro.
EM 1924, André Briton escreveu o primeiro Manifesto do Surrealismo, em que defini
as principais ideias do movimento. Ele conhecia os escritos de Sigmund Freud (1856-1939),
o médico que estudou, no começo do século XX, o funcionamento da mente e descobriu a
existência do inconsciente e a importância dos sonhos, criando a psicanálise.
O inconsciente trabalha ao lado da nossa consciência, registrando e organizando as
impressões e percepções cotidianas de uma forma não racional. Quando dormimos e
sonhamos, as coisas vividas durante o dia podem, muitas vezes, reaparecer em situações
estranhas. No sonho não há limites de tempo e de espaço. Podemos estar ao mesmo tempo
em vários lugares ou encontrar pessoas que conhecemos no passado. No sonho, essas
situações tornam-se estranhamente possíveis.
Breton e os surrealistas, em seus escritos e obras, criticavam a funcionalidade do
mundo moderno e industrial, após a Primeira Guerra mundial. Posicionaram-se em favor do
fantástico, da imaginação e do ilógico. Acreditavam que era preciso unir nossa consciência,
a mente acordada, e o nosso inconsciente, o universo desconhecido dos sonhos e dos
verdadeiros medos e desejos. O resultado dessa união seria um ambiente onde o sonho e a
fantasia existiriam sem conflito com a realidade: a surrealidade.
Porém, cada artista trabalhva de maneira singular. Alguns deles, como os pintores
Salvador Dalí e René Magritte, se valiam em suas obras de uma tácica realista, com muitos
detalhes, para criar cenas sem sentido. Outros ainda exploravam formas geométricas e
empregavam cores de maneira livre, como Joan Miró e Hans Arp(1886-1966). Já Max Ernest
(1891-1976) fazia colagens, em que usava recortes de páginas de livros e de revistas para
compor associações que causassem surpresa.
SONHO E IMAGINAÇÃO
Alguns artistas criam em seus trabalhos mundos imaginários e fantásticos, lugares
que não existem na vida real. Para representar esses lugares e transmitir a sensação de
estranheza, eles precisam desenvolver habilidades técnicas. Só dominando técnicas de
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representação, como o uso de luz e sombra, da perspectiva, da composição do espaço, é
possível fazer uma representação ao mesmo tempo absurda e convincente.
Há artistas que trabalham com a representação da coisas impossíveis, criando cenas
engraçadas, bizarras. Outros se interessam pelos sonhos, representando cenas oníricas,
isto é, situações irreais e às vezes sem sentido, como as que ocorrem quando estamos
sonhando.
O sonho – Salvador Dalí
Desde a infância, Dalí demonstrou interesse pelas artes plásticas. No ano de 1921, entrou
para a Escola de Belas Artes de São Fernando, localizada na cidade de Madri. Porém, em
1926, foi expulso desta instituição, pois afirmava que ninguém era suficientemente
competente para o avaliar.
Nesta fase da vida, conviveu com vários cineastas, artistas e escritores famosos, tais
como: Luis Bruñel, Rafael Alberti e Frederico Garcia Lorca.
Em 1929, viajou para Paris e conheceu Pablo Picasso, artista que muito influenciou a
produção artística de Dalí. No ano seguinte, começou a fazer parte do movimento artístico
conhecido como surrealismo.
A década de 1930 foi um período de grande produção artística de Dali. Nesta fase, o artista
representava imagens do cotidiano de uma forma inesperada e surpreendente. As cores
vivas, a luminosidade e o brilho também marcaram o estilo artístico de Dali. Os trabalhos
psicológicos de Freud influenciaram muito o artista neste período É desta fase uma de suas
obras mais conhecidas “A persistência da Memória”, que mostra um relógio derretendo.
Em 1934, Dali casou-se com uma imigrante russa chamada Elena Ivanovna Diakonova,
conhecida como Gala.
Em 1939, foi expulso do movimento surrealista por motivos políticos. Grande parte dos
artistas surrealistas eram marxistas e justificaram a expulsão de Dalí, alegando que o
artista era muito comercial.
Em 1942, Dali e sua esposa foram morar nos Estados Unidos, país em que permaneceu
até 1948. Voltou para a Catalunha em 1949, onde viveu até o final de sua vida.
Em 1960, Dali colocou em prática um grande projeto: o Teatro-Museo Gala Salvador Dali,
em sua terra natal, que reuniu grande parte de suas obras.
Em 1982, com a morte de sua esposa Gala, Dali entrou numa fase de grande tristeza e
depressão. Parou de produzir e se recusava a fazer as refeições diárias. Ficou desidratado
e teve que ser alimentado por sonda. Em 1984, tentou o suicídio ao colocar fogo em seu
quarto. Passou a receber o cuidado e atenção de seus amigos.
Dali morreu na cidade de Figueres, em 23 de janeiro de 1989, de pneumonia e parada
cardíaca.
14
1.7 O ABSTRACIONISMO
A pintura abstrata caracteriza-se pela ausência de relação imediata entre as formas e
as cores representadas e as formas e cores reais. Assim, uma tela abstrata não representa
a realidade que nos cerca, nem narra com imagens uma cena histórica, literária, religiosos
ou mitológica.
Considera-se que a moderna arte abstrata tenha sido iniciada pelo pintor russo
Wassily Kandinsky (1866-1944), com a tela batalha.
Em pouco tempo o Abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um
movimento bastante diversificado. Uma de suas principais tendências ficou conhecida como
abstracionismo geométrico, pela organização geométrica das formas e das cores. As obras do
pintor holandês Piet Mondrian são as mais representativas do abstracionismo geométrico.
(1872-1974).
Wassily Kandinsky, nascido em Moscou, no dia 4 de dezembro de 1866 , foi um dos
maiores artistas do séc. XX, sua contribuição foi enorme para a criação de uma nova
estética, bem como o desenvolvimento de novas técnicas. Ele inovou as artes plásticas e
influenciou diversas outras, foi um libertador da arte rompendo com tudo o que era
conhecido e valorizado até então.
.
1.8 O FAUVISMO
Durante a realização do Salão de Outono em Paris, em 1905, alguns jovens
pintores foram chamados pelo crítico Louis Vauxcelles de fauves (“feras”) pela intensidade
que usavam as cores puras, sem misturas ou matizes(diferentes graus de intensidade dados
a uma cor, deixando mais escura ou mais clara). O fauvismo caracterizou-se pela
simplificação das formas e pelo emprego das cores puras. As figuras fauvistas são apenas
sugeridas e não representadas de modo realista. Da mesma forma, as cores não são as da
realidade: são puras, tal como saem do tubo de tinta, o pintor não as suavizam nem cria
15
gradação de tons. Os fauvistas tiveram suas obras rejeitadas, mas deram início ao gosto das
cores puras, que hoje vemos em tantos objetos do cotidiano e em peças do vestuário.
Dos pintores fauvistas, Henri Matisse( 1869-1954) foi, sem dúvida, o mais
expressivo.Destacou-se pela despreocupação com o realismo tanto nas formas, quanto nas
cores. Em sua obra, os objetos representados são menos importantes que a maneira de
representá-los.
Henri Émile Benoît Matisse foi um importante desenhista, escultor e pintor francês. Nasceu
em 31 de dezembro de 1869 na cidade francesa de Le Cateau-Cambrésis e faleceu em 3 de
novembro de 1954 na cidade de Nice (sul da França). Foi um dos principais representantes
do movimento artístico conhecido como Fauvismo.
.
Henry Matisse
1.9. A ESCULTURA E O MÓBILE
A ideia de que o movimento poderia ser tratado de forma artística levou Alexandre
Calder (1898-1876) a inventar os móbiles. O movimento dos primeiros trabalhos de Calder
tinha de ser acionado manualmente pelo observador. Depois de 1932 o artista viu que, se os
objetos ficassem suspensos, se moveriam pela ação das correntes do ar. Embora os
móbiles pareçam simples, sua montagem é muito complexa, pois exige um sistema de peso
e contrapeso bem estudado para que o movimento tenha ritmo e seja prolongado.
1.10. TENDÊNCIAS DA ESCULTURA
MODERNA
Podemos distinguir diferentes tendências dentro da escultura moderna. Alguns
escultores permaneceram ligados ao estilo de Rodin, isto é, a representação realista. Outros
deram a liberdade à imaginação, muitas vezes inspirando-se nas formas da natureza ou em
esculturas mais antigas, como as africanas. Dentro dessa segunda tendência destaca-se
Constantin Brancusi (1876- 1957), um dos mais importantes escultores do século XX. Ele
criou formas em geral abstratas, resultantes de um rigoroso processo de simplificação das
16
características do objeto apresentado. Assim, criou formas simples, mas muito expressivas.
Brancusi dava a suas obras de metal um primoroso polimento, de modo a refletirem os
efeitos luminosos.
1.11. A ARQUITETURA
Na primeira metade do século XX as obras arquitetônicas mais inovadoras foram,
sem dúvida, os arranha-céus, a principio nos Estados Unidos e, depois, em metrópoles do
mundo todo. Essas construções tornaram-se possíveis graças a um avanço técnico: o
emprego do ferro em sua estrutura. Mais tarde, com o desenvolvimento do concreto armado,
os arquitetos puderam projetar edifícios com formas arrojadas. Sua maior vantagem está
está na alta resistência, resultante da combinação de dois materiais: o concreto – mistura de
cimento, água, areia e pedra – e o ferro.
Um dos marcos do início da era dos arranha-céus pode ser situado entre os anos de
1929 e 1932, com a construção do edifício PSFS, de William Lescaze (1896-1969) e George
Howe (1886-1955), na Filadélfia. Destinado a escritórios, possuía 38 andares. O arranha-céu
mais famoso, entretanto, é o Empire State Building, construído entre 1930 e 1931.
Foram os arranha-céus projetados anos mais tarde por Mies van der Rohe (18861969), porém, que deram a esse tipo de construção um aspecto totalmente novo,
semelhante ao de muitos edifícios da atualidade.
1.12. A FOTOGRAFIA
O desenvolvimento da fotografia foi propiciado pela criação do daguerriótipo, em
1839, por Louis Daguerre. A primeira exibição de cinema foi feita em 1895, pelos irmãos
Lumière.. Ambos os fatos alteraram profundamente a sociedade e mudaram a maneira das
pessoas conceberam a arte e com ela se relacionarem. A obra de arte deixa de ser
resultado exclusivo do trabalho das “mãos de artista”.
Com a fotografia, por exemplo, o “artista-fotógrafo” quase já não usa as mãos, como
fazia o pintor, mas sim opera a máquina e submete o filme a processos químicos até obter
um negativo, do qual podem ser feitas inúmeras cópias.
Henri Cartier-Bresson (1908-2004), fotógrafo importante que iniciou seu trabalho na
primeira metade do século XX, é um bom exemplo de que a fotografia pode ser uma forma
de arte produzida pela máquina. Seu trabalho caracterizou-se, como ele próprio dizia, pela
captura do “movimento decisivo”. Para ele, o fotógrafo devia registrar na foto um instante
breve, mas que revela as ações cotidianas que são curiosas, interessantes e comoventes. O
fotógrafo, portanto, precisa saber olhar o mundo e estar atento para transformas em imagem
fixa um momento passageiro, que às vezes dura uma fração de segundo.
17
1.13. O CINEMA COMO ARTE E COMO
INDÚSTRIA
Podemos considerar o cinema como a expressão mais característica de uma arte
criada a partir de descobertas tecnológicas produzida em série e voltada para o consumo de
grandes massas.
1.14. MODERNISMO E ABSTRAÇÃO
Ao longo da história, diversos artistas, em vez de produzir desenhos e pinturas que
representavam um evento histórico ou a realidade que os cercam, criaram imagens
abstratas, elaborando formas nas quais não existe nenhum tipo de figuração.
Em muitas culturas, há manifestações artísticas não figurativas. É o caso do trançado
realizado por certas comunidades indígenas, em que o jogo entre tiras e cores diferentes
compõe uma construção geométrica.
Na cultura ocidental, dos gregos até o século XIX, as formas abstratas foram utilizadas
na ornamentação de interiores, na decoração de objetos como vasos e nas estampas de
tecidos, sendo muitas vezes constituídas de motivos geométricos.
Foi apenas no início do século XX, com o Modernismo, que os artistas passaram a
fazer trabalhos completamente abstratos, libertando-se da necessidade da representar
narrativas ou personagens em suas obras. Os artistas expressionistas, ao empregar em
suas obras cores e formas diferentes das quais se vêem nos elementos da natureza,
abriram caminho para a criação da arte abstrata. Da mesma maneira, os pintores cubistas,
que exploravam a decomposição da figura, também deram um passo importante em direção
à arte não figurativa.
De forma geral, o termo Modernismo é empregado para se referir a vários movimentos
artísticos ocorridos em diversos países e também no Brasil, nos últimos anos do século XIX
e no começo do século XX, dentre os quais estão o expressionismo, o futurismo, o cubismo,
o dadaísmo e o surrealismo. Esses movimentos, por serem muito inovadores, são
conhecidos como vanguardas artísticas. Todos eles propuseram novos caminhos para as
artes plásticas, e muitos desses caminhos levaram os artistas à arte abstrata.
No final do século XIX, a popularização da imagem fotográfica havia transformado
profundamente a maneira de fazer pintura. A fotografia apresentava-se como solução
eficiente para resolver o problema da representação do mundo real. Mas não podemos dizer
que a abstração é consequência apenas da invenção de uma máquina! Naqueles anos,
houve uma valorização dos aspectos decorativos da arte, o que levou alguns artistas a se
dedicarem à pesquisa e a criação de padrões abstratos, empregados na decoração de
objetos.
Os artistas acreditavam que não era mais possível representar o mundo moderno
trabalhando de maneira tradicional. As novas realidades reveladas pela ciência, as
possibilidades geradas pela tecnologia, a industrialização e a multiplicação dos grandes
18
centros urbanos haviam transformado, em curto período de tempo, o mundo ocidental.
Imagine, por exemplo, as mudanças no cotidiano das pessoas causadas pela invenção da
lâmpada elétrica (1879), do cinema (1895), do avião (14-Bis, pilotado por Alberto Santos
Dumond em 1906) e do automóvel (primeiro modelo popular lançado em 1908).
Não foi por acaso que os artistas se sentiram desafiados a criar novas formas de
perceber o mundo, que se modificava numa velocidade surpreendente. Alguns deles
preocuparam-se em expressar emoções, outros passaram a pesquisar aspectos que estão
além da realidade visível. Houve também aqueles que passaram a pesquisar os aspectos
formais em suas obras, como a relação entre linhas, cores e formas, dedicando-se à
produção de trabalhos abstratos.
1.16. A ARTE DO CARTAZ
No século XlX, a ideia de associar palavras e imagens para divulgar eventos ou ilustrar
textos espalhou-se por diferentes regiões do mundo. Desenvolveu-se ,por exempli, na
Rússia, na forma de desenhos que acompanhavam as canções populares ou na arte do
cartaz.
As ilustrações das canções populares eram feitas com uma técnica chamada litografia, que
consistia na produção de imagens numa matriz de metal ou pedra. O artista desenhava
sobre a matriz com lápis gordurosos, depois molhava essa matriz com água. Como a
gordura repelia a água, essa deixava molhada apenas as áreas onde havia desenho e assim
as linhas desenhadas ficavam destacadas. Passo seguinte era comprimir um papel com
uma prensa sobre o papel. O resultado disso era a transferência, ou a impressão.
2. CULTURA INDÍGENA
O contato com o branco, desde o início da colonização, sempre foi prejudicial ao índio e à
cultura indígena em geral, pois funciona como elemento destribalizador, provocando perda
das terras e dos valores culturais. Com o tempo, perdeu-se a imensa diversidade cultural
que as tribos representavam sem que chegassem a ser estudadas. Por outro lado,
adaptados ao seu meio ambiente, não possuindo defesas contra as doenças da civilização,
muitos sucumbiram pelas gripes, sarampo, sífilis e outras doenças. Assim, dos milhões que
aqui habitavam na época do descobrimento do Brasil, somam hoje 350 mil. Foram 500 anos
onde houve escravidão, catequização, miscigenação e dizimação. Qualquer coisa que se
diga sobre os índios do Brasil será pouco. A dívida do branco civilizado para com o indígena
é alta e pesada demais.
Mas um fator é positivo e devemos nos orgulhar dele. Um estudo recente do geneticista
brasileiro Sérgio Danilo Pena mostrou que 70% dos brasileiros que se dizem brancos têm
índios ou negros entre seus antepassados. Ou seja, a maioria de nós tem sangue mestiço.
Se não justifica, pelo menos o peso de nossa consciência se torna mais leve, pois somos um
povo que trás no sangue a herança das minorias ou indígena ou negra.
19
2.1 Religião e Crenças
As crenças religiosas e superstições tinham um importante papel dentro da cultura indígena.
Fetichistas, os indígenas temiam ao mesmo tempo um bom Deus – Tupã – e um espírito
maligno, tenebroso, vingativo – Anhangá, ao sul e Jurupari, ao norte. Algumas tribos
pareciam evoluir para a astrolatria, embora não possuíssem templos, e adoravam o Sol
(Guaraci – mãe dos viventes) e a Lua (Jaci – nossa mãe).
O culto dos mortos era rudimentar. Algumas tribos incineravam seus mortos, outras os
devoravam, e a maioria, como não houvesse cemitérios, encerrava seus cadáveres na
posição de fetos, em grandes potes de barro (igaçabas), encontrados suspensos tanto nos
tetos de cabanas abandonadas como no interior de sambaquis. Os mortos eram pranteados
obedecendo-se a uma hierarquia. O comum dos mortais era chorado apenas por sua família;
o guerreiro, conforme sua fama, poderia ser chorado pela taba ou pela tribo. No caso de um
guerreiro notável, seria pranteado por todo o grupo.
2.2 Costumes, Produção, Artes e Habilidade
Nossos índios foram dizimados. Vitimados por doenças trazidas pela civilização, ou
simplesmente incorporados à nossa cultura. No entanto, a própria preservação de nossas
matas e florestas dependem dele, pois ninguém melhor do que o índio sabe viver em
harmonia com a natureza tirando dela o melhor proveito sem com ela sucumbir. As
sociedades indígenas são diferenciadas entre si; línguas distintas, traços de caráter, mitos.
Essas diferenças não podem ser explicadas apenas em decorrência de fatores ecológicos
ou razões econômicas. Podemos estimar a ex Os grupos indígenas do Brasil foram
classificados em 11 áreas culturais: Norte-Amazônica; Juruá-Purus; Guaporé; TapajósMadeira; Alto-Xingu; Tocantins-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraná; Paraguai; Nordeste e TietêUruguai.
Como sabemos os indígenas tem costumes bem diferentes dos costumes de nos urbanos,
um deles é morar em ocas ou malocas, que medem mais ou menos 20 metros de
comprimento por 10 metros de largura e 6 metros de altura. Fazem uma espécie de parede
dupla com um espaço entre ambas o que permite uma ventilação adequada, tornando o
ambiente, no seu interior bastante agradável, seja no frio ou no calor. Uma aldeia é
composta de várias malocas, onde habitam várias famílias. Cada maloca possui um chefe
daquele grupo, que quando reunidos formam uma espécie de "colegiado".
Obs.: Esta descrição descreve um tipo de aldeia e maloca, mas de acordo com o grupo
indígena e região onde habitem existem outras variedades de malocas. Os índios sabem
muito bem onde e como construir suas aldeias, e para cada necessidade adaptam sua
construção com muita habilidade e funcionalidade.
Um outro costume que os índios tem de diferente de nós, é o modo de viver deles: eles da
caça, da pesca e coleta de vegetais silvestres, obedecendo aos ciclos de atividades de
subsistêndica da Floresta Tropical, chuvas, enchentes, estiagem e seca. Reunem-se em
grupos que podem ser: de casais, consanguíneos (parentesco), intercasamento e relações
de servidão. Na maioria dos grupos o casamento pode ser dissolvido. Preservam a infância
da mulher que só pode se tornar esposa após a primeira menstruação (acompanhada de
20
ritual especial, de acordo com a tribo). Não existem padrões morais de virgindade ou
adultério, tudo se resolve com conversas entre parentes próximos e com acordos entre as
famílias. Temos tribos matriarcais, patriarcais, monogamia (um só esposo ou esposa - com
uniões que podem ser dissolvidas) e poligamia (um esposo com várias esposas, ou uma
esposa com vários maridos).
Eles também costumam construir seus próprios acessórios, como suas armas, fabricam
arcos perfeitos, instrumentos cortantes feitos com bicos de aves, enfeites plumarios, eles
costumam usar diversos tipos de cocares, braceletes, cintos, brincos, pilão que é muito
utilizado na maioria das tribos, a maneira de socar varia, algumas índias socam de pé,
outras de joelho.
Hábeis artesãos, os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas
necessidades cotidianas e rituais, que assumem, hoje, o importante papel de gerador de
recursos financeiros, beneficiando as Comunidades com uma renda complementar. Assim
surgem fantásticos trançados que tomam a forma de cestos, bolsas e esteiras, moldam a
cerâmica que dá origem a panelas e esculturas, entalham a madeira da qual nascem armas,
instrumentos musicais, máscaras e esculturas, além das plumárias e adornos de materiais
diversos como cocos, sementes, unhas, ossos, conchas que, com habilidade e tecnologia,
são transformados em verdadeiras obras de arte.
A produção de variados objetos da cultura indígena, como material, ferramentas,
instrumentos, utensílios e ornamentos, com os quais um grupo humano busca facilitar sua
sobrevivência, está ligada à escolha e utilização das matérias-primas disponíveis; ao
desenvolvimento da técnica adequada de manufatura; às atividades envolvidas na
exploração do ambiente e na adaptação ecológica; à utilidade e finalidade prática dos
objetos e instrumentos produzidos.
2.3Pintura
Os índios pintam seu corpo, sua cerâmica e seus tecidos com um estilo que podemos
chamar "abstrato". Observam a natureza mas não a desenham, mas ao contrário do que se
pensa, não devemos chamá-la de primitiva. Partem do elemento natural para torná-lo
geométrico.
Usam diversos tipos de cocares, braceletes, cintos, brincos. Geralmente não matam as aves
para comer, usam apenas suas penas coloridas, que guardam enroladas em esteiras para
conservar melhor, ou em caixas bem fechadas com cera e algodão.
A Arte Plumária é exuberante e praticamente restrita aos homens. Nas tribos, onde as
mulheres usam penas, são discretas, colocadas nos tornozelos e pulsos, geralmente em
cerimônias especiais.
2.4 Tecidos
Alguns índios, como os Vaurá, plantam algodão e fazem vários enfeites, como os usados em
seus pentes. Usam uma tinta preta extraída do suco de jenipapo.
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As vestimentas usadas pelos índios estão relacionadas às necessidades climáticas, à
observação da natureza e aos seus ritos e festas. Esta é a razão de usarem quase nada
para se cobrirem, uma vez que vivemos em país tropical. A sua vestimenta não está
associada à aspectos morais. Algumas tribos como a dos índios tucuna (praticamente
extintos) na região do Acre, recebiam correntes frias dos Andes e usavam o "cushmã" uma
especie de bata (as índias eram ótimas tecelãs).
Em algumas tribos como a dos VAI-VAI (transamazônica) as mulheres tecem e usam uma
tanga de miçangas.
2.5 Canoas
O indígena usa o leito dos rios ou o mar para transportar com rapidez, navegando em
canoas ou em jangadas. As canoas maiores são construídas de troncos de árvores rijas e
chamam-se igaras, igaratés ou igaraçus. As canoas ligeiras –ubás – eram feitas de grossas
cascas vegetais, e movidas a remo de palheta redonda ou oval ou ainda a vela. As
jangadas, pequenas e velozes, constituíam-se de vários paus amarrados uns aos outros por
fibras vegetais.
Madeira talhada: Fazem remos, bancos de madeira, máscaras de madeira pintada com
dentes de piranha.
2.6 Cestaria
As sociedades indígenas no Brasil são detentoras das mais variadas técnicas de confecção
de trançados, utilizando-se delas para a confecção de cestos, que estão entre os objetos
mais usados, pois estão associados a vários fins.
A cestaria produzida e utilizada por uma determinada sociedade indígena está associada à
sua cultura, principal característica humana.
A cestaria diz respeito ao conhecimento tecnológico, à adaptação ecológica e à cosmologia,
forma de concepção do mundo daquelas sociedades. O conjunto de objetos incorporados à
vivência de uma determinada sociedade indígena expressa concretamente significados e
concepções daquela sociedade, bem como a representa e a identifica. Enquanto arte, em
cada peça produzida existe também uma preocupação estética, identificando o artesão que
a produziu e aquela sociedade da qual ela é cultura material.
Para uso e conforto doméstico, podem-se citar os cestos-coadores, que se destinam a filtrar
líquidos; os cestos-tamises, que se destinam a peneirar a farinha e os cestos-recipientes,
que se destinam a receber um conteúdo sólido ou armazená-lo, sendo também utilizados
para a caça e a pesca, para o processamento da mandioca, para o transporte e para a
guarda de objetos rituais, mágicos e lúdicos.
Os cestos cargueiros, como diz o nome, destinados ao transporte de cargas, apresentam
uma alça para pendurar na testa e têm o formato paneiriforme, com base retangular e borda
redonda, sendo conhecido pelo nome de aturá. Também são muito utilizados os cestoscargueiros de três lados, jamaxim, que dispõem de duas alças para carregar às costas, tipo
mochila. Em geral, esse cesto suporta até dez quilos de mandioca.
22
2.7Cerâmica
No contato manual com a terra, o homem descobriu o barro como forma de expressão. A
confecção de cerâmica é muito antiga e surgiu ainda no período Neolítico, espalhando-se,
aos poucos, pelas diversas regiões da Terra.
Tradicionalmente, a produção da cerâmica, entre os povos indígenas que vivem no Brasil, é
totalmente manual.
A argila (composto de sílica, alúmen e água) é a matéria-prima básica empregada na
confecção da cerâmica. A técnica mais usual para produzir os vasilhames é a da união
sucessiva de roletes (feitos manualmente), utilizando-se instrumentos rústicos, bem
variados, para auxiliar na confecção das peças, como cacos quebrados de potes antigos
para ajudar a alisar os roletes, pincéis feitos com penas de aves ou com raízes para pintar a
superfície, etc.. O tratamento dado à superfície das peças varia muito de povo para povo e
de acordo com o uso que será dado a cada objeto. A superfície pode apresentar-se tosca,
alisada, polida, decorada (com pinturas ou de outras maneiras) e até mesmo revestida por
uma outra camada de argila especialmente preparada para este fim, a que se dá o nome de
engobo. Finalmente, a louça de barro, como é comumente conhecida, pode ser queimada ao
ar livre (exposta ao oxigênio), ficando com uma coloração alaranjada ou avermelhada, ou
pode ser queimada em fornos de barro, fechados, que não permitem o contato com o
oxigênio, o que deixa uma coloração acinzentada ou negra.
Desta forma são produzidos objetos utilitários (como potes, panelas, alguidares, etc.),
objetos votivos ou rituais, instrumentos musicais, cachimbos, objetos de adorno e outros.
Entre as sociedades indígenas brasileiras, a cerâmica é, geralmente, confeccionada pelas
mulheres. Todas aprendem a fazê-la mas, como em qualquer outra atividade, há aquelas
com mais habilidade e/ou criatividade. Atualmente, algumas já se utilizam de tintas e
instrumentos industrializados para produzir sua cerâmica. Nem todos os povos indígenas
produzem cerâmica e alguns, que tradicionalmente produziam, deixaram de fazê-lo, após o
contato com não índios e com o passar do tempo. Entre alguns povos ceramistas, os objetos
produzidos são simples. Entre outros, são muito elaborados e valorizados pelos membros da
sociedade.
2.8 Música
São amantes da música, que praticam em festas de plantação e de colheita, nos ritos da
puberdade e nas cerimônias de guerra e religiosas. Os instrumentos musicais são: toró
(flauta de taquara), boré (flauta de osso), o mimbi (buzina) e o uaí (tambor de pele e de
madeira).
Podemos comparar o homem indígena com o homem pré-histórico, pelo fato de eles terem
sua própria maneira de viver, de construir seu próprio mundo, assim como o homem préhistórico o índio constrói seus próprios adereços e etc.
Eles também não tem obrigação de se casar, podem ter varias mulheres ao mesmo tempo
(em algumas aldeias), criam suas próprias tintas para fazer suas pinturas tanto no corpo
como em suas roupas, fazem suas próprias roupas, panelas, armas e etc.
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2.9 Curiosidades sobre o índio: Hábitos “Estranhos”:
Os homens usavam o cabelo curto na testa e longo na nuca, nas orelhas e nas fontes. As
mulheres o deixavam crescer até a cintura e o prendiam quando trabalhavam. Homens e
mulheres tatuavam o corpo, que pintavam (com jenipapo e urucum) e untavam (com óleos).
Furar o lábio inferior para colocar objetos de pedra, osso ou madeira era um símbolo de
masculinidade. Os homens usavam colares de búzios, de ossos de animais e dentes de
inimigos e enfeitavam-se com penas de aves. As mulheres usavam enfeites no pescoço, nos
braços e nas orelhas. Homens e mulheres raspavam os pêlos do corpo – barba,
sobrancelha, pêlos pubianos, etc..
A tranqüilidade relativa com que os brasis aceitavam a homossexualidade masculina e
feminina escandalizou os lusitanos. Para os europeus, era também motivo de espanto que
os tupinambás assumissem tendencialmente papéis sociais segundo suas inclinações
sexuais profundas. Algumas mulheres tupinambás comportavam-se como aldeões e eram
tratadas como tal. Vivam com suas esposas nas residências coletivas, participavam das
discussões masculinas, iam à guerra, etc..
Yanomamis
Como exemplo de cultura indígena, convém ressaltar a dos Yanomami, considerados um
dos grupos indígenas mais primitivos da América do Sul.
Os Yanomami têm como território tradicional extensa área da floresta tropical no Brasil e na
Venezuela. Possuem uma população em torno de 25.000 índios. No Brasil existem cerca de
10.000 Yanomami situados nos Estados do Amazonas e de Roraima. Falam a língua
Yanomami e mantêm ainda vivos os seus usos, costumes e tradições.
Vivem em grandes casas comunais. A maloca consiste numa moradia redonda, com topo
cônico, com uma praça aberta ao centro. Várias famílias vivem sob o teto circular comum,
sem paredes dividindo os espaços ocupados. O número de moradores varia entre trinta e
cem pessoas.
Desde a década de 70, com a construção da estrada Perimetral Norte cortando seu
território, a operação de mineradores e, hoje, a presença de milhares de garimpeiros têm
resultado na destruição da floresta etrazido muitas doenças para os Yanomami, cuja
população está sob séria ameaça de desaparecimento.
3. Cultura afro-brasileira
Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil que
sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil colônia
até a atualidade. A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maior parte, trazida pela
escravidão africana na época do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil a cultura
africana sofreu também a influência das culturas europeia (principalmente portuguesa) e
indígena, de forma que características de origem africana na cultura brasileira encontramse em geral mescladas a outras referências culturais.
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Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da
cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades
populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela
cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do
tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na
região Nordeste.
Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os aspectos
da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir
do século XX que continua até os dias de hoje.
De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz cultural de
origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as manifestações culturais
afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, desestimuladas e até proibidas. Assim, as
religiões afro-brasileiras e a arte marcial da capoeira foram frequentemente perseguidas
pelas autoridades. Por outro lado, algumas manifestações de origem folclórico, como as
congadas, assim como expressões musicais como o lundu, foram toleradas e até
estimuladas.
Entretanto, a partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-brasileiras
começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas elites brasileiras como
expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas as manifestações culturais foram
aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afrobrasileira a ser admirada quando ocupou posição de destaque na música popular, no início
do século XX.
Posteriormente, o governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas desenvolveu
políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira encontrou caminhos
de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles de escolas de samba ganharam nesta época
aprovação governamental através da União Geral das Escolas de Samba do Brasil, fundada
em 1934.
Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era considerada
própria de bandidos e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba ao presidente
Vargas, que então a chamou de "único esporte verdadeiramente nacional".
A partir da década de 1950 as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuíram e a
Umbanda passou a ser seguida por parte da classe média carioca[1] . Na década seguinte,
as religiões afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela elite intelectual branca.
Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e
médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira.
3.1 Religião
Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente batizados e
obrigados a seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de
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origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o
catolicismo.
Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas,
como é o caso das casas tradicionais de Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras
formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em
maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da
encataria europeia, assim como da pajelança ameríndia[4] . O sincretismo manifesta-se
igualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na Igreja Católica, mesmo
quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.
Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se
em irmandades religiosas católicas. A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de Nossa
Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais importantes, servindo também
como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A própria prática do
catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como
São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio de
Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto preferencial de santos facilmente associados
com os orixás africanos como São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge (Ogum no Rio de
Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava
Anastácia; e em ladainhas, rezas (como a Trezena de Santo Antônio) e festas religiosas
(como a Lavagem do Bonfim onde as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em
Salvador, Bahia são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).
As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as religiões de origem africana, na
realidade têm várias influências destas como se nota em práticas como o batismo do
Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como
maléficas). Enquanto o Catolicismo nega a existência de orixás e guias, as igrejas
pentencostais acreditam na sua existência, mas como demônios.
Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem africana, embora
um número maior de pessoas sigam essas religiões de forma reservada.
Inicialmente desprezadas, as religiões afro-brasileira foram ou são praticadas abertamente
por vários intelectuais e artistas importantes como Jorge Amado, Dorival Caymmi, Vinícius
de Moraes, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia (que freqüentavam o terreiro de
Mãe Menininha), Gal Costa (que foi iniciada para o Orixá Obaluaye), Mestre Didi (filho da
iyalorixá Mãe Senhora), Antonio Risério, Caribé, Fernando Coelho, Gilberto Freyre e José
Beniste (que foi iniciado no candomblé ketu).
3.2 Arte
O Alaká africano, conhecido como pano da costa no Brasil é produzido por tecelãs do
terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador, no espaço chamado de Casa do
Alaká[5] . Mestre Didi, Alapini (sumo sacerdote) do Culto aos Egungun e Assògbá (supremo
sacerdote) do culto de Obaluaiyê e Orixás da terra, é também escultor e seu trabalho é
voltado inteiramente para a mitologia e arte yorubana.[6] Na pintura foram muitos os pintores
e desenhistas que se dedicaram a mostrar a beleza do Candomblé, Umbanda e Batuque em
26
suas telas. Um exemplo é o escultor e pintor argentino Carybé que dedicou boa parte de sua
vida no Brasil esculpindo e pintando os Orixás e festas nos mínimos detalhes, suas
esculturas podem ser vistas no Museu Afro-Brasileiro e tem alguns livros publicados do seu
trabalho. Na fotografia o francês Pierre Fatumbi Verger, que em 1946 conheceu a Bahia e
ficou até o último dia de vida, retratou em preto e branco o povo brasileiro e todas as
nuances do Candomblé, não satisfeito só em fotografar passou a fazer parte da religião,
tanto no Brasil como na África onde foi iniciado como babalawo, ainda em vida iniciou a
Fundação Pierre Verger em Salvador, onde se encontra todo seu acervo fotográfico.
3.3 Culinária
A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do Brasil, é frequentemente citada como
tendo sido criada nas senzalas e ter servido de alimento para os escravos na época colonial.
Atualmente, porém, considera-se a feijoada brasileira uma adaptação tropical da feijoada
portuguesa que não foi servida normalmente aos escravos. Apesar disso, a cozinha
brasileira regional foi muito influenciada pela cozinha africana, mesclada com elementos
culinários europeus e indígenas.
A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus pratos típicos
como acarajé, caruru, vatapá e moqueca. Estes pratos são preparados com o azeite-dedendê, extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em tempos coloniais. Na Bahia
existem duas maneiras de se preparar estes pratos "afros". Numa, mais simples, as comidas
não levam muito tempero e são feita nos terreiros de candomblé para serem oferecidas aos
orixás. Na outra maneira, empregada fora dos terreiros, as comidas são preparadas com
muito tempero e são mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do acarajé e
degustadas em restaurantes e residências.
3.4 Música e dança
A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda a África
subsaariana com elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia, que
produziu uma grande variedade de estilos. A música popular brasileira é fortemente
influenciada pelos ritmos africanos. As expressões de música afro-brasileira mais
conhecidas são o samba, maracatu, ijexá, coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê.
Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve escravos africanos, a
música feita pelos afro-descendentes foi inicialmente desprezada e mantida na
marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do século XX e se tornou a mais
popular nos dias atuais.[7]
27
4. MODERNISMO NO BRASIL
A SEMANA DA ARTE MODERNA
A Semana da Arte Moderna deve ser vista não só como um movimento artístico,
mas também como um movimento político e social.
Essa arte nova aparece inicialmente por meio da atividade crítica e literária de
Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e alguns outros artistas que vão
se conscientizando do tempo em que vivem.
Oswald de Andrade alerta para a valorização das raízes nacionais que devem ser o ponto de
partida para os artistas brasileiros. Assim, cria movimentos, como o Pau-Brasil, escreve para
os jornais expondo suas ideias renovadoras e participa de grupos de artistas que começam
a se unir em torno de uma nova proposta estética.
Antes dos anos 20, são feitas em São Paulo duas exposições de pintura que colocam
a arte moderna de um modo concreto para os brasileiros: a de Lasar Segal, em 1913, e a de
Anita Malffati, em 1917. A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com
os adeptos da arte acadêmica.
As principais cidades brasileiras, em particular a cidade de São Paulo, conhecia uma
rápida transformação como consequência do processo industrial. Foi a Primeira Mundial
(1914-1918) a responsável pelo surto de industrialização e consequente urbanização. Como
se percebe é um Brasil dividido entre o rural e o urbano. Mas o bloco urbano não é
homogêneo, pelo contrário, o operariado urbano de origem europeia trás uma experiência de
luta de classes que se organizam e como consequência São Paulo assistiu as greves em
1905, 1907 e a mais importante em 1917.
O modernismo no Brasil tem como marco simbólico a Semana da Arte Moderna,
realizada em São Paulo, no ano de 1922, considerada um divisor de águas na história da
cultura brasileira. O evento – organizado por um grupo de artistas por ocasião do Centenário
da Independência – declara o rompimento com o tradicionalismo cultural associado às
correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte
acadêmica. A defesa de um novo ponto de vista estético e o compromisso com a
independência cultural do país faz do modernismo sinônimo de “estilo novo”, diretamente
associado à produção realizada sob influência de 1922.
Em fim, a Semana da Arte Moderna, realizada em 1922, com a colaboração direta
de pintores, poetas, escritores artistas plásticos foi a primeira tentativa formal de propor um
modelo de arte nacional, após o percurso romântico de José de Alencar para descobrir a
alma brasileira, através do romance O Guarani.
A intenção era romper com o academismo europeu vigente, copiado e adotado no
Brasil pelos primeiros produtores artísticos em cumprimento de uma política colonialista.
28
Os patrocinadores do movimento – Di Cavalcante, Clarice Lispectro, Oswald e Mário
de Andrade, Augusto de Campos, Anita Malffatti, Mentti Dell Pichia -, os colaboradores
indiretos – Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, dentre outros, procuravam
por diversos roteiros criar uma linguagem artística que representasse os traços de uma
identidade propriamente nacional, mesmo que misturada aos estilos e escolas importadas.
Cada uma a sua maneira buscou o seu percurso. Da poesia concretista dos irmãos
Haroldo e Augusto de Campos, passando pelas mulatas e paisagens das favelas do Rio de
Janeiro de Di Cavalcante, pelos mandaracus e cactos de Anita Malffatti até a revelação dos
mitos indígenas e estórias populares de Mário de Andrade e da cultura antropofágica de
Oswald de Andrade.
Os estudiosos tendem a considerar o período de 1922 a 1930, como se fase em que
se evidencia um compromisso primeiro dos artistas com a renovação estética, beneficiada
pelo contato estreito com as vanguardas europeias (cubismo, futurismo, surrealismo, etc.).
Tal esforço de redefinição da linguagem artística se articula a um forte interesse pelas
questões nacionais, que ganham acento destacado a partir de década de 1930, quando os
ideais de 1922 se difundem e se normalizam. Ainda que o modernismo no Brasil deva ser
pensado a partir de suas expressões múltiplas – no Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Pernambuco, etc. – a Semana da Arte Moderna é um fenômeno eminentemente urbano e
paulista, conectado ao crescimento de São Paulo de década de 1920, à industrialização, à
migração maciça de estrangeiros e à urbanização.
O modernismo enfraquece a partir da década de 40, quando o abstracionismo chega
com mais força ao país. Seu final acontece nos anos 50, com a criação das Bienais, que
promovem a internacionalização da arte brasileira.
Na literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecília Meireles,
Murilo Mendes, Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes, Gilberto Freire.
Na música: Heitor Villa Lobos, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri.
Na arquitetura: Lúcio Costa e Oscar Niemayer.
Na pintura: Tarcila do Amaral, Lasar Segal, Di Cavalcante, Cândido Portinari, Pancetti,
Alfredo Volpi.
Na escultura: Vitor Brecheret, Bruno Giorgi e Mário Cravo.
No dizer de Mário Andrade, o Modernismo brasileiro é assim sintetizado “o direito
permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira; a
estabilização de uma consciência crítica nacional e, notadamente, a conjunção desses três
elementos num todo orgânico de consciência coletiva.”
O Brasil alcança maturidade concretizando os objetivos da Semana de 22 com as Bienais,
que, com a participação de artistas de renome mundial, atingem alto nível no mercado
internacional de arte.
29
A CARICATURA NOS ANOS 1920
No Brasil,a caricatura, ou o desenho de poucos traços com intenção de humor, teve
momentos expressivos desde o século XIX e continua, nos dias de hoje, tendo espaço
importante nos jornais e revistas. Nos anos de 1920, entretanto,as revistas passam a
publicar os desenhos de José Carlos de Brito e cunha (1884- 1950). Com seu desenho de
traços econômicos, com os quais sabia representar com segurança e clareza pessoas e
situações, documentou o costume da vida de sua cidade, o Rio de janeiro, os tipos
populares, satirizou os políticos e homenageou artistas amados pelo público.
Cândido Portinari
O mestre Cândido Portinari. Nascido em 1903, em uma fazenda de café localizada na pequena
cidade de Brodowski, interior do estado de São Paulo, Portinari demonstrava uma grande aptidão
artística desde os primeiros anos de vida. Inserido no meio rural, o artista teve uma educação muito
deficiente e não chegou a completar o ensino primário. Sua primeira demonstração de talento
artístico foi aos 14 anos de idade, quando foi convidado a atuar como ajudante junto a um grupo de
pintores italianos que estava na cidade realizando a restauração de igrejas.
Aos 15 anos, Cândido Portinari deixa São Paulo e viaja para o Rio de Janeiro onde ingressa na
Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), destacando-se rapidamente entre os demais alunos. Seu
sucesso era tanto que, aos 20 anos de idade, Portinari já atraia a atenção de seus colegas, professores
e até mesmo da imprensa. Nessa época, o pintor também revela seu interesse por um dos movimentos
artísticos que, na época, era considerado marginalizado: o modernismo.
Durante o tempo que estudou na ENBA, Portinari sempre almejou ganhar um dos maiores prêmios
que eram oferecidos pela instituição: a medalha de ouro do Salão da ENBA. Durante anos tentou,
mas não conseguiu destaque. Em 1928, enfim, o pintor conseguiu alcançar seu objetivo e, além do
prêmio, ganhou uma viagem para Paris, local em que morou por dois anos e conheceu grandes nomes
da pintura daquele tempo. Em Paris também conheceu sua esposa, Maria Martinelli, que o
acompanhou pelo restante de sua vida.
Ao retornar para o Brasil em 1931, Cândido Portinari sentia-se renovado. Nessa época a estética de
suas obras mudou radicalmente criando centenas de esboços e pintando vários quadros que eram
expostos no Brasil e no exterior, como em Nova Iorque, nos E.U.A.
30
Os anos foram passando e Cândido Portinari foi deixando aos poucos as telas e dedicando-se a
pintura de murais e afrescos, tendo inclusive pintado murais para a Biblioteca do Congresso de
Washington e também para a Igreja de São Francisco de Assis, em Belo Horizonte.
Entre suas maiores obras estão os painéis Guerra e Paz, pintados entre os anos de 1952 e 1956. Na
época, os painéis foram encomendados pelo governo brasileiro como presente para a sede da
Organização das Nações Unidas (ONU), localizada em Nova Iorque. Os dois painéis medem 14 m x
10 m cada e retratam cenas alegria e tristeza que impressionam pela riqueza de detalhes.
Durante o ano de 1954, Cândido Portinari foi diagnosticado com uma grave intoxicação causada pelo
chumbo contido nas tintas que usava. Mesmo que os médicos recomendassem que o artista deixasse a
pintura, Portinari continuou pintando e viajando com frequência para exposições internacionais. Em
06 de fevereiro de 1962 Portinari falece envenenado pelo chumbo e é sepultado em um cemitério na
cidade do Rio de Janeiro, local em que passou a maior parte de sua vida.
Mesmo tendo uma vida relativamente curta, Cândido Portinari deixou um legado para milhares de
novos artistas que surgiram ao longo do século XX. Além disso, suas obras até hoje fazem um
enorme sucesso em diversos continentes, tornando-o um dos pintores brasileiros mais respeitados no
exterior.
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a história desse grande artista, vamos conferir
algumas das principais obras de Cândido Portinari que hoje estão em importantes museus dentro e
fora do Brasil.
Mestiço (1934)
Lavrador de café (1934)
31
TARCILA DO AMARAL
Tarsila do Amaral foi uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista.
Nasceu na cidade de Capivari (interior de São Paulo), em 1 de setembro de 1886.
Na adolescência, Tarsila estudou no Colégio Sion, localizado na cidade de São Paulo,
porém, completou os estudos numa escola de Barcelona (Espanha).
Desde jovem, Tarsila demonstrou muito interesse pelas artes plásticas. Aos 16 anos, pintou
seu primeiro quadro, intitulado Sagrado Coração de Jesus.
Em 1906, casou-se pela primeira vez com André Teixeira Pinto e com ele teve sua única
filha, Dulce. Após se separar, começa a estudar escultura.
Somente aos 31 anos começou a aprender as técnicas de pintura com Pedro Alexandrino
Borges (pintor, professor e decorador).
Em 1920, foi estudar na Academia Julian (escola particular de artes plásticas) na cidade de
Paris. Em 1922, participou do Salão Oficial dos Artistas da França, utilizando em suas obras
as técnicas do cubismo.
Retornou para o Brasil em 1922, formando o "Grupo dos Cinco", junto com Anita Malfatti,
Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia. Este grupo foi o mais
importante da Semana de Arte Moderna de 1922.
Em 1923, retornou para a Europa e teve contatos com vários artistas e escritores ligados ao
movimento modernista europeu. Entre as décadas de 1920 e 1930, pintou suas obras de
maior importância e que fizeram grande sucesso no mundo das artes. Entre as obras desta
fase, podemos citar as mais conhecidas: Abaporu (1928) e Operários (1933).
No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-Brasil e Antropofágico. Entre
as propostas desta fase, Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem
a arte europeia, porém deveriam criar uma estética brasileira, apenas inspirada nos
movimentos europeus.
No ano de 1926, Tarsila casou-se com Oswald de Andrade, separando-se em 1930.
Entre os anos de 1936 e 1952, Tarsila trabalhou como colunista nos Diários Associados
(grupo de mídia que envolvia jornais, rádios, revistas).
Tarsila do Amaral faleceu na cidade de São Paulo em 17 de janeiro de 1973. A
grandiosidade e importância de seu conjunto artístico a tornou uma das grandes figuras
artísticas brasileiras de todos os tempos.
Características de suas obras
- Uso de cores vivas
- Influência do cubismo (uso de formas geométricas)
- Abordagem de temas sociais, cotidianos e paisagens do Brasil
- Estética fora do padrão (influência do surrealismo na fase antropofágica)
32
TARCILA DO AMARAL
Tarsila do Amaral foi uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista. Nasceu na
cidade de Capivari (interior de São Paulo), em 1 de setembro de 1886.
Na adolescência, Tarsila estudou no Colégio Sion, localizado na cidade de São Paulo, porém,
completou os estudos numa escola de Barcelona (Espanha).
Desde jovem, Tarsila demonstrou muito interesse pelas artes plásticas. Aos 16 anos, pintou seu
primeiro quadro, intitulado Sagrado Coração de Jesus.
Em 1906, casou-se pela primeira vez com André Teixeira Pinto e com ele teve sua única filha, Dulce.
Após se separar, começa a estudar escultura.
Somente aos 31 anos começou a aprender as técnicas de pintura com Pedro Alexandrino Borges
(pintor, professor e decorador).
Em 1920, foi estudar na Academia Julian (escola particular de artes plásticas) na cidade de Paris. Em
1922, participou do Salão Oficial dos Artistas da França, utilizando em suas obras as técnicas do
cubismo.
Retornou para o Brasil em 1922, formando o "Grupo dos Cinco", junto com Anita Malfatti, Mario de
Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia. Este grupo foi o mais importante da Semana de
Arte Moderna de 1922.
Em 1923, retornou para a Europa e teve contatos com vários artistas e escritores ligados ao movimento
modernista europeu. Entre as décadas de 1920 e 1930, pintou suas obras de maior importância e que
fizeram grande sucesso no mundo das artes. Entre as obras desta fase, podemos citar as mais
conhecidas: Abaporu (1928) e Operários (1933).
No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-Brasil e Antropofágico. Entre as
propostas desta fase, Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem a arte
europeia, porém deveriam criar uma estética brasileira, apenas inspirada nos movimentos europeus.
No ano de 1926, Tarsila casou-se com Oswald de Andrade, separando-se em 1930.
Entre os anos de 1936 e 1952, Tarsila trabalhou como colunista nos Diários Associados (grupo de
mídia que envolvia jornais, rádios, revistas).
Tarsila do Amaral faleceu na cidade de São Paulo em 17 de janeiro de 1973. A grandiosidade e
importância de seu conjunto artístico a tornou uma das grandes figuras artísticas brasileiras de todos os
tempos.
Características de suas obras
- Uso de cores vivas
- Influência do cubismo (uso de formas geométricas)
- Abordagem de temas sociais, cotidianos e paisagens do Brasil
- Estética fora do padrão (influência do surrealismo na fase antropofágica)
33
ANITA MALFATTI
Um dos períodos de maior produção artística de Anita Malfatti foi durante sua estadia nos Estados
Unidos, quando a artista se isolou numa ilha de pescadores na Costa do Maine chamada Monhegan
Island (nome que serve de subtítulo a um dos quadros da época: Rochedos). Anita vivia com outros
pintores que trabalhavam sob a orientação do pintor e filósofo Homer Boss, da Independent School
of Art.
Anita passava os dias pintando ao ar livre, e ao anoitecer ouvia as aulas inspiradas de Homer Boss.
Nesse ambiente de liberdade e inspiração, a artista explorou as influências expressionistas adquiridas
durante seu aprendizado anterior na Alemanha. Em obras como A Ventania e A Onda, a paisagem
local é representada como uma força selvagem, agressiva e dinâmica, e o uso da deformação expressa
certa inquietação do olhar humano diante da natureza.
Uma das obras mais conhecidas desse período é O Farol. Nessa pintura, assim como em O Barco, a
paisagem está mais harmonizada com a presença humana, através das edificações que compõem o
cenário. O uso da deformação é sensivelmente menor, em contrapartida Anita utiliza exemplarmente
a principal característica do seu expressionismo: as cores abundantes e vivas, a chamada “Festa da
Cor”.
O Farol. 1915. óleo s/ tela (46,5x61). Col. Chateaubriand Bandeira de Mello, RJ.
Entre as obras que fomentaram as polêmicas em torno da lendária exposição de 1917, certamente
estão muitos dos retratos pintados por Anita.Tanto nas paisagens quanto nos retratos, a cor é o
34
principal instrumento da jovem Anita Malfatti. A obra O homem de sete cores revela essa
preocupação intensa, e essa técnica também irá produzir grandes telas como A boba..
A boba. 1915-16. Óleo s/ tela (61x50,5). Col. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP.
Anita utilizava modelos que posavam na Independent School of Art em troca de alguns dólares.
Essas pessoas, sem nenhuma ligação com o mundo artístico, serviriam como modelos para obras
como A mulher de cabelos verdes e O homem amarelo, obra que fascinou Mario de Andrade,
quando este sequer conhecia Anita.
5..ARTE CONTEMPORÂNEA
É um período artístico que surgiu na segunda metade do século XX e se prolonga
até os dias de hoje. Após a Segunda Guerra Mundial, sobrepõe-se aos costumes a
necessidade da produção em massa. Quando surge um movimento na arte, esse movimento
revela-se na pintura, na literatura, na moda, no cinema, e em tantas outras artes tão
diferentes. Sendo a arte transcendente, para um determinado movimento surgir é muito
provável que surge antes na sociedade.
A arte começa a incorporar ao seu repertório questionamentos bem diferentes das rupturas
propostas pelas Arte Moderna e as Vanguardas Modernistas.
Esse período evidencia-se fulminantemente na década de 60, com o aviso de uma viagem
ao espaço, com forte recorrência ao brilho do vinil. Na década de 70 a arte contemporânea é
um conceito a ter em conta. Surge, em fim a Op Arte, baseada na geometrização da arte,
Pop Art (principais artistas: Andy Warhol e Roy Liechtestein) baseada nos ícones da época,
no mundo festivo dos setentas, uma arte comercial, que mais tarde se tornaria uma arte
erudita.
A partir dos meados das décadas de 60 e 70, notou-se que a arte produzida naquele período
já não mais correspondia à Arte Moderna do início do século XX. A Arte Contemporânea
35
entra em cena a partir dos anos 70, quando as importantes mudanças no mundo e na nossa
relação de tempo e espaço transformam globalmente os seres humanos.
Entre os movimentos mais célebres estão a Op Arte, Videoarte, a Happening, a Fluxus, a
Pop Art, o Expressionismo Abstrato, a Arte Conceitual, a Arte Povera, o Minimalismo, a Body
Art, o Fotorrealismo, a Internet Art e a Street Art ( a arte das ruas, baseada na cultura do
grafiti e inspirada faccionalmente na geração hip-hop, tida muitas vezes como vandalismo).
Quando se fala em arte contemporânea não é para designar tudo o que é produzido no
momento, e sim aquilo que nos propõe um pensamento sobre a própria arte ou uma análise
crítica da teoria visual. Como dispositivo de pensamento, a arte interroga e atribui novos
significados ao se apropriar de imagens, não só as que fazem parte da história da arte, mas
também as que habitam o cotidiano. O belo contemporâneo não busca mais o novo, nem o
espanto, como as vanguardas da primeira metade do século XX: propõe o estranhamento ou
o questionamento da linguagem e sua leitura.
Geralmente o artista de vanguarda tinha a necessidade de experimentar técnicas e
metodologias, com o objetivo de criar novidades e se colocar à frente do progresso
tecnológico. Hoje, fala-se até em ausência do “novo”, em um retorno à tradição. O artista
contemporâneo tem outra mentalidade, a marca de sua arte não é mais a novidade
moderna, mesmo a experimentação de técnicas e instrumentos novos visa a produção de
outros significados. Diante da importância da imagem no mundo em que estamos vivendo,
tornou-se necessário para a contemporaneidade insinuar uma crítica da imagem. O artista
reprocessa linguagens superfície e sua poética. Ele tem a sua disposição como instrumental
de trabalho, um conjunto de imagens. A arte passou a ocupar o espaço da invenção e da
crítica de si mesmo.
As novas tecnologias para a arte contemporânea não significam o fim, mas um meio à
disposição da liberdade do artista, para questionar o próprio visível, alterar a percepção,
propor um enigma e não mais uma visão pronta do mundo. O trabalho do artista passa a
exigir também do espectador uma determinada atenção, um olhar que critica. O que vai
determinar a contemporaneidade é a qualidade da linguagem, o uso preciso do meio para
expressar uma ideia, onde pesa experiência e informação. Não é simplesmente o manuseio
do pincel ou do computador que vai qualificar a atualidade de uma obra de arte.
Pelo que foi visto até o momento, concluímos que a arte é uma forma de linguagem, uma
forma de expressão. Esta linguagem artística depende do espírito de cada época e retrata a
filosofia do momento.
A arte de hoje pretende atingir a emoção através de todos os canais de comunicação e de
todas as linguagens possíveis. Portanto, encontramos obras que não se enquadram em um
campo único da arte, mas englobam várias áreas. As Bienais comprovam isto.
5.1 Arte Concreta
O termo arte concreta é usado por Theo van Doesburg (1883-1931), que participa do
grupo e revista homônimos fundados em 1930, em Paris. No texto de introdução do primeiro
número da revista Arte Concreta, pontua o que seria a base da pintura concreta: "1º A arte é
universal; 2º A obra de arte deve ser inteiramente concebida e formada pelo espírito antes
36
de sua execução [...]; 3º O quadro deve ser inteiramente construído com elementos
puramente plásticos, isto é, planos e cores. Um elemento pictural só significa a 'si próprio' e,
conseqüentemente o quadro não tem outra significação que 'ele mesmo'; 4º A construção do
quadro, assim como seus elementos, deve ser simples e controlável visualmente; 5º A
técnica deve ser mecânica, isto é, exata, antiimpressionista; 6º Esforço pela clareza
absoluta". Portanto, a arte concreta tenta abandonar qualquer aspecto nacional ou regional e
se afasta inteiramente da representação da natureza. E, negando as correntes artísticas
subjetivistas e líricas, recusa o sensualismo e a arte como expressão de sentimentos.
Sem implicar uma arte figurativa, a arte concreta nasce também como
oposição à arte abstrata, que pode trazer vestígios simbólicos por causa de sua origem na
abstração da representação do mundo. Linha, ponto, cor e plano não figuram nada e são o
que há de mais concreto numa pintura. Segundo Van Doesburg, um nu feminino, uma árvore
ou uma natureza-morta pintados não são elementos concretos, mas abstrações. O que há
de concreto numa pintura são os elementos formais. No entanto, Wassily Kandinsky (18661914) publica, em 1938, um artigo intitulado Arte Concreta para definir a pintura abstrata e
não figurativa.
A arte concreta é herdeira das pesquisas do grupo De Stijl [O Estilo],
1917/1928, de Piet Mondrian (1872-1944) e Van Doesburg, que busca a pureza e o rigor
formal na ordem harmônica do universo. Além disso, parte de ideais da Bauhaus, 19191933, nos quais a racionalidade deve estar presente em todos os âmbitos sociais e nas
conquistas da arte democratizadas pela indústria. O artista suíço Max Bill (1908-1994), nos
anos 1950, com a Hochschule für Gestaltung (HfG) [Escola Superior da Forma], em Ulm,
Alemanha, tenta levar adiante esse projeto. Para Bill - um dos principais responsáveis pela
divulgação da arte concreta na América Latina -, a matemática é o meio mais eficiente para
o conhecimento da realidade objetiva e uma obra plástica deve ser ordenada pela geometria
e pela clareza da forma. Em 1948, o argentino Tomás Maldonado (1922), que se torna
professor da Escola Superior da Forma, faz contato com Bill. Antes disso, O Manifesto
Invencionista publicado em 1946, na revista Arte Concreto-Invención, em Buenos Aires,
reafirma o fim da arte como representação e ilusão, e diz ainda que "a estética científica
substituirá a milenar estética especulativa e idealista".
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a América Latina passa por
um forte surto desenvolvimentista e industrial. No Brasil, são fundados os Museus de Arte
Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e de São Paulo (MAM/SP), o Museu de Arte de São
Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1950, Max Bill
realiza exposição no Masp e, no ano seguinte, sua escultura Unidade Tripartida ganha o 1º
prêmio na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, o que influencia os caminhos da arte feita
no país. Em 1952, o Grupo Ruptura, integrado por Anatol Wladyslaw (1913-2004), Lothar
Charoux (1912-1987), Féjer (1923-1989), Geraldo de Barros (1923-1998), Leopold Haar
(1910-1954), Luiz Sacilotto (1924-2003), liderado por Waldemar Cordeiro (1925-1973),
realiza exposição no MAM/SP. O grupo redige manifesto em que diz que a arte é "um meio
de conhecimento deduzível de conceitos", e reafirma seu conteúdo objetivo.
A Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada em 1956/1957, reúne,
além dos artistas do Grupo Ruptura, alunos de Ivan Serpa (1923-1973), que leciona pintura
no MAM/RJ e de onde surge o Grupo Frente, formado por Décio Vieira (1922-1988), Rubem
37
Ludolf (1932-2010), César Oiticica (1939) e Hélio Oiticica (1937-1980). Participam também,
entre outros, Lygia Pape (1927-2004), Lygia Clark (1920-1988), Amilcar de Castro (19202002) e Franz Weissmann (1911-2005). O crítico Mário Pedrosa (1900-1981) - que em 1949
escreve tese pioneira sobre a relação entre arte e psicologia da gestalt, que muito alimenta
os artistas concretos - publica artigo sobre a exposição e observa a diferença entre
paulistas, que seriam mais teóricos e dogmáticos, e cariocas, intuitivos e empíricos. Em
1959, liderados por Ferreira Gullar (1930), os cariocas assinam o Manifesto Neoconcreto.
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia
5..2 POP-ART
Movimento principalmente americano e britânico, sua denominação foi
empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar
os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes
dos Estados Unidos.
Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a tomar forma no final da
década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da
propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.
Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa
influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte
figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o
final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos,
do cinema e da publicidade.
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de
consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos,
ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex,
produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em
tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo
tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo,
nos quais se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por
exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art.
Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a
arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza,
a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e
aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a
arte para poucos.
38
Principais Artistas:
Robert Rauschenberg
(1925) Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado
do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas
de Coca embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados. Por volta de
1962, adotou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a
grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de
tinta. Esses trabalhos tiveram como temas episódios da história americana moderna e da
cultura popular.
Roy Lichtenstein
(1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou
provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os
filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em
quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os
procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os
pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um
traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual. Com essas obras, o artista pretendia
oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros,
desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais,
símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e
abstração.
Andy Warhol
(1927-1987). Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou
sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa
série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn
Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias,
apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a
técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o
consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e
dinheiro. Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros
artistas e uma revista mensal.
NO BRASIL
A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais. Os artistas
brasileiros também assimilaram os expedientes da pop art como o uso das impressões em
silkscreen e as referências aos gibis. Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli,
Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral.
A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu
espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a em
instrumento de denúncia política e social
39
O Pop Art. utiliza as características visuais e estratégias desenvolvidas na sociedade de
consumo e da comunicação em massa. "popular art "( arte popular ). Não significa arte feita
pelo povo, mas produzida para o consumo de massa.
Ele explora os recursos da linguagem visual - cores, superfícies amplas, o aspecto gráfico
(linhas) - difundidos nas imagens das diversas mídias. Nesse período a arte sofreu grandes
mudanças deixando de ser artesanal e passa a usar como material o gesso, tinta acrílica,
poliéster, látex produtos de cores intensas, fluorescentes, brilhantes e vibrantes. Com esse
material era feito colagens, algumas colagens repetidas, e assim eram criados Historias em
quadrinhos, os mitos em Hollywood, as figuras da sociedade, os produtos do supermercado
e propagandas ( impressas, cinema e vídeos). Até hoje os artistas usam as características
como inspiração para a criação de propagandas e cartuns.
5.3 OP ART
O termo foi incorporado à história e à crítica de arte após a exposição The
responsive eye [O olhar compreensivo, MoMA/Nova York, 1965), para se referir a um
movimento artístico que conhece seu auge entre 1965 e 1968. Os artistas envolvidos com
essa vertente realizam pesquisas que privilegiam efeitos óticos, em função de um método
ancorado na interação entre ilusão e superfície plana, entre visão e compreensão.
Dialogando diretamente com o mundo da indústria e da mídia (publicidade, moda, design,
cinema e televisão), os trabalhos da op art enfatizam a percepção a partir do movimento do
olho sobre a superfície da tela. Nas composições - em geral, abstratas - linhas e formas
seriadas se organizam em termos de padrões dinâmicos, que parecem vibrar, tremer e
pulsar. O olhar, convocado a transitar entre a figura e o fundo, a passear pelos efeitos de
sombra e luz produzidos pelos jogos entre o preto e o branco ou pelos contrastes tonais, é
fisgado pelas artimanhas visuais e ilusionismos.
O húngaro Victor de Vasarely (1908) é um dos maiores nomes da op art. A
partir de 1930, em Paris, o artista começa a explorar efeitos óticos pela utilização de
dominós, tabuleiros de xadrez, dados, réguas, zebras e arlequins. Mas é a partir de 1947
que envereda pela abstração geométrica. "Não foi senão em 1947", diz ele, "que o abstrato
revelou-se para mim, realmente e verdadeiramente, quando me dei conta que a pura formacor era capaz de significar o mundo". A idéia de forma-cor remete diretamente à concepção
de unidade plástica de Vasarely. Nessa estrutura irredutível - molécula pictural -, o pintor
reencontra o ponto, do pontilhismo de Georges Seurat (1859-1891), e o quadrado de Kazimir
Malevich (1878-1935), uma espécie de forma zero. A partir dessa estrutura elementar, o
pintor cria uma gramática de possibilidades com o auxílio do preto e branco (com os quais
trabalhou em boa parte de sua obra) e da progressiva introdução da cor. A inglesa Bridget
Riley (1931) é outro grande expoente da op art. Como os demais artistas ligados ao
movimento, ela investiga formas e unidade seriadas para a composição de padrões gerais,
que apelam diretamente à visão, pelos seus efeitos de vibração e ofuscamento. Realiza
pinturas de grande porte, cenários e a decoração do interior do Hospital Real de Liverpool.
40
A galeria Denise René, em Paris, reúne um grupo de artistas envolvido com as
investigações visuais da op art, parte deles argentinos como Julio Le Parc, Marta Boto e Luis
R. Tomasello (1915), além de Yvaral (1934) (filho de Vasarely), do venezuelano Carlos CruzDiez (1923) e outros. O Groupe de Recherche d?Art Visuel (GRAV), que funciona entre 1960
e 1968, foi outro pólo aglutinador da produção da op art e da arte cinética. O nome do
venezuelano Jesús-Raphael Soto (1923) se destaca no grupo de artistas latino-americanos
radicados em Paris. Entre 1950 e 1953, o artista cria as primeiras obras em que elementos
dispostos em série no espaço produzem efeitos de movimento virtual e vibração ótica
(Estudo para uma série, 1953). Mas é em 1955 que ele se lança mais diretamente em
relação às pesquisas cinéticas, fundamentadas nas alterações perceptivas decorrentes, seja
da posição do observador diante da obra, seja do uso de elementos suspensos a vibrar
diante um fundo.
Ainda que um exame atento dessa ampla produção pudesse ser capaz de revelar
diferentes inflexões no interior da op art, não parece difícil entrever um programa comum
constituído a partir de estímulos semelhantes: as progressões matemáticas (muitas vezes
trabalhadas com o auxílio de computadores); a Gestalt; o cubismo de Georges Braque
(1882-1963), Pablo Picasso (1881-1973) e Juan Gris (1887-1927); o neoplasticismo de Piet
Mondrian (1872-1944); além do construtivismo da Bauhaus, de Malevich e do
impressionismo, sobretudo na vertente explorada por Seurat. Os trabalhos de Vasarely,
Riley e outros propagaram-se pelo mundo todo. No Brasil, realizaram experiências óticas em
seus trabalhos: Lothar Charoux (1912-1987), Almir Mavignier (1925), Ivan Serpa (19231973), Abraham Palatnik (1928), entre outros. Nos anos 50 algumas pinturas de Luiz
Sacilotto (1924-2003) antecipam questões que serão desenvolvidas posteriormente pela op
art propriamente dita.
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5..4 Arte Conceitual
Definição
Para a arte conceitual, vanguarda surgida na Europa e nos Estados Unidos no fim da
década de 1960 e meados dos anos 1970, o conceito ou a atitude mental tem prioridade em
relação à aparência da obra. O termo arte conceitual é usado pela primeira vez num texto de
Henry Flynt, em 1961, entre as atividades do Grupo Fluxus. Nesse texto, o artista defende
que os conceitos são a matéria da arte e por isso ela estaria vinculada à linguagem. O mais
importante para a arte conceitual são as idéias, a execução da obra fica em segundo plano e
tem pouca relevância. Além disso, caso o projeto venha a ser realizado, não há exigência de
que a obra seja construída pelas mãos do artista. Ele pode muitas vezes delegar o trabalho
físico a uma pessoa que tenha habilidade técnica específica. O que importa é a invenção da
obra, o conceito, que é elaborado antes de sua materialização.
Devido à grande diversidade, muitas vezes com concepções contraditórias, não há um
consenso que possa definir os limites do que pode ou não ser considerado como arte
conceitual. Segundo Joseph Kosuth, em seu texto Investigações, publicado em 1969, a
41
análise lingüística marcaria o fim da filosofia tradicional, e a obra de arte conceitual,
dispensando a feitura de objetos, seria uma proposição analítica, próxima de uma tautologia.
Como, por exemplo, em Uma e Três Cadeiras, ele apresenta o objeto cadeira, uma
fotografia dela e uma definição do dicionário de cadeira impressa sobre papel.
O grupo Arte & Linguagem, surgido na Inglaterra entre 1966 e 1967, formado inicialmente
por Terry Atkinson, Michael Baldwin, David Bainbridge e Harold Hurrel, que publica em 1969
a primeira edição da revista Art-Language, investiga uma nova forma de atuação crítica da
arte e, assim como Kosuth, se beneficia da tradição analítica da filosofia. O grupo se
expande nos anos 1970 e chega a contar com cerca de vinte membros. E Sol LeWitt, em
Sentenças, 1969, sobre arte conceitual, evita qualquer formulação analítica e lógica da arte
e afirma que "os artistas conceituais são mais místicos do que racionalistas. Eles procedem
por saltos, atingindo conclusões que não podem ser alcançadas pela lógica".
Apesar das diferenças pode-se dizer que a arte conceitual é uma tentativa de revisão da
noção de obra de arte arraigada na cultura ocidental. A arte deixa de ser primordialmente
visual, feita para ser olhada, e passa a ser considerada como idéia e pensamento. Muitos
trabalhos que usam a fotografia, xerox, filmes ou vídeo como documento de ações e
processos, geralmente em recusa à noção tradicional de objeto de arte, são designados
como arte conceitual. Além da crítica ao formalismo, artistas conceituais atacam ferozmente
as instituições, o sistema de seleção de obras e o mercado de arte. George Maciunas, um
dos fundadores do Fluxus, redige em 1963 um manifesto em que diz: "Livrem o mundo da
doença burguesa, da cultura 'intelectual', profissional e comercializada. Livrem o mundo da
arte morta, da imitação, da arte artificial, da arte abstrata... Promovam uma arte viva, uma
antiarte, uma realidade não artística, para ser compreendida por todos [...]". A contundente
crítica ao materialismo da sociedade de consumo, elemento constitutivo das performances e
ações do artista alemão Joseph Beuys, pode ser compreendida como arte conceitual.
Embora os artistas conceituais critiquem a reivindicação moderna de autonomia da obra de
arte, e alguns pretendam até romper com princípios do modernismo, há algumas premissas
históricas que podem ser encontradas em experiências realizadas no início do século XX.
Os ready-mades de Marcel Duchamp, cuja qualidade artística é conferida pelo contexto em
que são expostos, seriam um antecedente importante para a reelaboração da crítica dos
conceituais. Outro importante antecedente é o Desenho de De Kooning Apagado,
apresentado por Robert Rauschenberg em 1953. Como o próprio título enuncia, em um
desenho de Willem de Kooning, artista ligado à abstração gestual surgida nos Estados
Unidos no pós-guerra, Rauschenberg, com a permissão do colega, apaga e desfaz o seu
gesto. A obra final, um papel vazio quase em branco, levanta a questão sobre os limites e as
possibilidades de superação da noção moderna de arte. Uma experiência emblemática é
realizada pelo artista Robert Barry, em 1969, com a Série de Gás Inerte, que alude à
desmaterialização da obra de arte, idéia cara à arte conceitual. Uma de suas ações,
registrada em fotografia, consiste na devolução de 0,5 metro cúbico de gás hélio à atmosfera
em pleno deserto de Mojave, na Califórnia.
O brasileiro Cildo Meireles, que participa da exposição Information, realizada no The
Museum of Modern Art - MoMA [Museu de Arte Moderna] de Nova York, em 1970,
considerada como um dos marcos da arte conceitual, realiza a série Inserções em Circuitos
42
Ideológicos. O artista intervém em sistemas de circulação de notas de dinheiro ou garrafas
de coca-cola, para difundir anonimamente mensagens políticas durante a ditadura militar.
5.5. Moda Conceitual
A moda conceitual surge juntamente com a arte conceitual, onde o conceito, a idéia proposta
pelo artista tem um grau maior de importância do que a própria obra de arte. Existe uma
valorização do processo criativo, do conceito, antes mesmo da materialização da obra em si.
É fruto de uma vanguarda surgida na Europa e nos EUA, no fim dos anos 60 e meados dos
anos 70.
Dentre os artistas Conceituais podemos citar:
MARCEL DUCHAMP:
Foi inovador (e polêmico) para época, por romper com os ideais estéticos vigentes.
Retirando objetos do contexto prático para o qual foram criados e transformando-os em obra
de arte.
A fonte criada em 1917, a partir de um urinol é sem dúvidas suas mais notórias criações,
foco de críticas na época sua obra não foi aceita pelos jurados, pois não a consideravam
obra de arte. Fugindo do tradicional Duchamp foi um dos precursores da arte conceitual
principalmente por ter introduziu a ideia de ready made (uso de objetos industrializados no
âmbito da arte, e valorização da ideia.
LAWRENCE WEINER
Um dos principais artistas da arte conceitual norte-americano despontou no contexto
artístico do início dos anos 60.
Weiner desmaterializa a arte à medida que expõem nos museus e espaços de arte apenas
as instruções para execução de sua obra de arte.
Defendendo que a Obra de arte não teria que necessariamente ser “construída”, pois
durante o processo de idealização ela já teria conquistado sua existência.
JOSEPF KOSUTH
Mais um que rompeu com o conceito de arte vigente. Compreendia que a arte poderia ser
nada mais do que a ideia de arte. Valorizando a idéia, o conceito acima do próprio objeto em
si.
Acima imagens de obras suas expostas nas quais encontram-se (da esquerda para direita)
a representação gráfica do objeto, sua materialização e conceito.
43
5.6. NET-ART
Net-Arte. Como início de reflexão, é preciso distinguir net-arte de arte na internet. São dois
conceitos ou ideias diferentes que se aplicam a uma ideia de arte para a internet. O primeiro
centra-se numa arte realizada exclusivamente para o meio internet, o segundo é a internet
encarada como meio de divulgação da arte. Ou seja, se uma encara a internet como
médium artístico, a outra encara-a apenas como meio de divulgação. Nesta última temos as
páginas de galerias, museus e centros artísticos, bem como de artistas, que se dedicam a
uma forma de arte não digital.
A net-art tem as suas origens, por um lado, na chamada arte telemática, por outro na
chamada computer art. Assentando o médium internet em redes informáticas que ligam
vários computadores em diversas partes do mundo, é lógico pensar no computador como o
intermediário fundamental neste novo tipo de arte. Mas é necessário não confundir a
generated computer art com a net-art: apesar de ambas existirem nos sistemas informáticos,
são formas de arte muito diferentes.
A net-arte, no seu conceito puro, vai buscar o seu fundamento à arte telemática, cujos
primórdios podem ser encontrados no dadaismo e, especificamente em autores como
Marcel Duchamp e Moholy-Nagy. O primeiro foi o inventor desse tipo de arte chamada mailarte ou arte postal. O segundo de uma série de imagens encomendadas por telefone. Nagy,
propunha a utilização do telefone como forma de encarregar outras pessoas da execução
material de obras de arte. Ao mesmo tempo que propunha a subversão do processo
tradicional da criação artística (o realizador da obra passava a ser uma pessoa anónima)
Nagy e os dadaístas abriam passo ao emprego nas artes plásticas de uma tecnologia de
comunicação. Moholy-Nagy, com os seus Telefonbilder , sublinhava a ideia da produção
anónima através de procedimentos industriais de manufactura.
Marcel Duchamp, por seu lado, propunha uma arte centrada num meio de distribuição: ficou
célebre em 1916 o seu Rendezvous of 6 February, quando enviou uma série de postais aos
seus vizinhos de Arensbourgs.
Mas o que existe de comum entre Rendezvous... de Duchamp e os Telephonebilder de
Nagy? A distância. A ligação de dois pontos através do objecto artístico. No primeiro caso,
uma ligação directa do artista ao fruidor, no segundo caso, através de um meio de
telecomunicação e de uma terceira pessoa. Ou seja, em ambos os casos o artista e o
receptor estão em espaços tempos diferentes, e a obra circula de um extremo para o outro.
Contrariamente à relação clássica do observador com a obra que existe num determinado
espaço-tempo criado previamente para o efeito (a parede da galeria ou do museu).
Ambos projetos procuram assim aproximar o artista do observador, o emissor do receptor,
superar a distância que os separa.
5.7. ARTE URBANA E GRAFITI
A arte urbana engloba todo o tipo de arte expressada na rua e normalmente descreve o
trabalho de pessoas que desenvolveram um modo de expressão artística mediante o uso de
44
diversas técnicas alternativas como moldes, pôsteres, adesivos, murais e grafite entre as
mais importantes também tem o movimento hip hop que traz também essas formas artísticas
citadas a cima. Em geral traz uma nova forma de comunicação através de texto, conteúdo e
opinião social.A arte urbana, ao integrar seus elementos em locais públicos muito
movimentados, tem como objetivo causar um impacto nos espectadores e costuma ter uma
mensagem subversiva e anarquista criticando a sociedade com ironia e convidando à luta
social, a crítica política ou, simplesmente, à reflexão. A maior referência da arte de rua é
Banksy, artista ou artistas de identidade desconhecida com obras pelas principais cidades
do mundo.
Grafito
.Grafite , grafito1 ou grafíti2 (do italiano graffiti, plural de graffito) é o nome dado às
inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Considera-se grafite uma inscrição
caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente
previsto para esta finalidade. Por muito tempo visto como um assunto irrelevante ou mera
contravenção, atualmente o grafite já é considerado como forma de expressão incluída no
âmbito das artes visuais,3 mais especificamente, da street art ou arte urbana - em que o
artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na
cidade. Entretanto ainda há quem não concorde, equiparando o grafite à pichação,4 Grafitar
prédios públicos ou privados, sem autorização dos respectivos proprietários, é atividade
proibida por lei em vários países.
Normalmente distingue-se o grafite, de elaboração mais complexa, da simples pichação,
quase sempre considerada como contravenção. No entanto, muitos grafiteiros respeitáveis,
como Os gemeos, autores de importantes trabalhos em várias paredes do mundo, aí
incluída a grande fachada da Tate Modern de Londres,5 admitem ter um passado de
pichadores. Na língua inglesa, contudo, usa-se o termo graffiti para ambas as expressões.6
A partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris foram
suporte para inscrições de caráter poético-político, a prática do grafite generalizou-se pelo
mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de tags
repetidas ad nauseam, como uma espécie de demarcação de território, até grandes murais
executados em espaços especialmente designados para tal, ganhando status de
verdadeiras obras de arte. Os grafites podem também estar associados a diferentes
movimentos e tribos urbanas, como o hip-hop, e a variados graus de transgressão.
Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no final
dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas
mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan.7
Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um
dos mais significativos artistas do final do século XX. Atualmente no século XXI, muitas
pessoas usam o grafite como arte em museus de arte.
45
5.8. TRANSVANGUARDA
O termo transvanguarda entra no vocabulário artístico com o livro A Transvanguarda
Italiana, 1980, de Achille Bonito Oliva, para designar uma tendência da arte italiana
exemplificada por artistas como Francesco Clemente, Mimmo Palladino, Enzo Cucchi,
Sandro Chia e Nicola de Maria. A nova orientação deve ser lida no interior do chamado neoexpressionismo internacional dos anos 1970, sobretudo em suas faces alemã e norteamericana. Na Alemanha, destacam-se os trabalhos de Jörg Immendorff, George Baselitz,
A.R. Penck e Anselm Kiefer. As memórias da guerra, as marcas deixadas pelo nazismo no
país e a tematização de certa identidade nacional problemática são referências para os
quatro artistas, ainda que os temas conheçam inflexões distintas em cada um deles. Nos
Estados Unidos, os nomes de Julian Schnabel, Robert Longo e Jonathan Borofsky podem
ser lembrados como representantes de uma leitura particular do neo-expressionismo.
Na Itália, o desenvolvimento de uma tendência neo-expressionista na arte é tributária de
sugestões inscritas na arte povera, sobretudo do destaque que confere às forças primárias
da natureza e à tematização do lugar do homem como um elemento, entre outros, da
natureza mais ampla. Os trabalhos reunidos na transvanguarda - em geral, pinturas e
esculturas -, mesmo que apresentem dicções distintas, e defendam a vitalidade dessas
diferenças como um valor, compartilham algumas preocupações e orientações. De modo
geral, os artistas realizam trabalhos figurativos em que o corpo humano tem presença
destacada. Não é à toa que Clemente sublinha sua admiração por aqueles que "pensam
com seus corpos". Os corpos que povoam essas telas ora se apresentam em primeiro plano
de forma vigorosa - como em certos trabalhos de Sandro Chia, O Carregador de Água,
1981, por exemplo -, ora se esvanecem dando lugar a figuras algo fantasmáticas como em
Não Deve Ser Dito, 1981, de Cucchi. Nota-se também em vários desses trabalhos um
movimento entre os tons irônico e trágico, que o Pequeno Diabo e Filho do Filho, 1981,
ambos de Chia, exemplificam de modo nítido. As telas construídas de modo geral com cores
e pinceladas vigorosas abrigam, volta e meia, zonas de escuridão, deixando entrever a
tentativa de equilibrar tendências opostas, na forma e no conteúdo. Contra a idéia de plano e
projeto, assim como de uma tendência a pensar a história da arte como evolução linear, os
artistas borram as hierarquias entre diferentes linguagens, entre "alta" e a "baixa" cultura,
não conferindo privilégio a nenhum estilo e recuperando, até mesmo, perspectivas
descartadas. As obras tendem à fragmentação e à combinação eclética, de distintas
referências. O Carregador de Água, alude simultaneamente às alegorias barrocas, à face
decorativa da obra de Marc Chagall, às gravuras japonesas e aos trabalhos de Cy Twombly,
o que revela a combinação de tendências e períodos diferentes da história da arte.
5.9. HAPPENING
O termo happening é criado no fim dos anos 1950 pelo americano Allan Kaprow para
designar uma forma de arte que combina artes visuais e um teatro sui generis, sem texto
nem representação. Nos espetáculos, distintos materiais e elementos são orquestrados de
forma a aproximar o espectador, fazendo-o participar da cena proposta pelo artista (nesse
sentido, o happening se distingue da performance, na qual não há participação do público).
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Os eventos apresentam estrutura flexível, sem começo, meio e fim. As improvisações
conduzem a cena - ritmada pelas ideias de acaso e espontaneidade - em contextos variados
como ruas, antigos lofts, lojas vazias e outros. O happening ocorre em tempo real, como o
teatro e a ópera, mas recusa as convenções artísticas. Não há enredo, apenas palavras sem
sentido literal, assim como não há separação entre o público e o espetáculo. Do mesmo
modo, os "atores" não são profissionais, mas pessoas comuns.
O happening é gerado na ação e, como tal, não pode ser reproduzido. Seu modelo primeiro
são as rotinas e, com isso, ele borra deliberadamente as fronteiras entre arte e vida. Nos
termos de Kaprow: "Temas, materiais, ações, e associações que eles evocam devem ser
retirados de qualquer lugar menos das artes, seus derivados e meios". Uma "nova arte
concreta", propõe o artista, no lugar da antiga arte concreta abstrata, enraizada na
experiência, na prática e na vida ordinária, matérias-primas do fazer artístico. De acordo com
Kaprow, os happenings são um desdobramento das assemblages e da arte ambiental, mas
ultrapassa-as pela introdução do movimento e por seu caráter de síntese, espécie de arte
total em que se encontram reunidas diferentes modalidades artísticas - pintura, dança,
teatro, música. A filosofia de John Dewey, sobretudo suas reflexões sobre arte e
experiência, o zen-budismo, o trabalho experimental do músico John Cage, assim como a
action painting do pintor americano Jackson Pollock são matrizes fundamentais para a
concepção de happening.
5.10. HIPERREALISMO
A arte moderna, embora muitas vezes imbuída de ideais revolucionários e
vanguardistas dos movimentos abstracionistas, nunca recusou inteiramente a vontade de
representar ou copiar a realidade. As ligações a linguagens realistas e figurativas, de
carácter imitiativo ou narrativo, ligado à tradição artesanal da pintura ou da escultura, foram
surgindo ciclicamente, através de várias correntes pictóricas, ao longo do século XX.
Nos anos 60, esta recuperação das tendências realistas, determinadas por uma crescente
rejeição do esgotado Expressionismo Abstrato e da Action Painting, surgem em correntes
tão díspares como a Arte Pop, A Figuração Narrativa, o Neorrealismo e, de forma mais
difusa, no Nouveaux Réalisme e na Arte Povera. Movimentos estes que têm como
denominador comum a revalorização da cultura popular e dos objetos típicos da civilização
urbana e industrial.O Hiper-realismo, também conhecido por Foto-realismo, Super-realismo
ou Realismo Radical, constituiu a vertente americana do movimento neorrealista. Inspirandose na iconografia e na tendência para o uso de fotografias e de serigrafias característicos da
Arte Pop e no naturalismo da Figuração Narrativa europeia, levou as suas premissas
estéticas e formais, a uma forma extrema de figuração, bem representada pelos trabalhos
dos pintores americanos integrados na exposição "22 realists", apresentada em 1970 em
Nova Iorque.
A partir deste momento, o Hiper-realismo assume-se como uma corrente autónoma que
procurava desenvolver uma linguagem de cariz fotográfico, de dimensão mítica e
monumental, possível pela idealização e extremo virtuosismo da própria técnica. Para
conseguir reproduzir todos os detalhes e vibrações cromáticas e texturais, estes artistas
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utilizavam frequentemente o aérografo e recorriam à projeção sobre as telas de diapositivos
que continham as imagens a reproduzir.
O carácter fotográfico desta linguagem imprimiu-lhe uma qualidade de trompe-l'oeil que a
tornava especialmente adequada para a criação de pinturas ilusórias murais de grande
dimensão.
No entanto, esta arte realista e descritiva, só aparentemente era objetiva desprovida de
qualquer emocionalidade. De facto, embora os temas fossem perfeitamente identificáveis,
muitas vezes correspondiam a encenações ou manipulações de imagens reais que
resultavam na construção de um olhar intencionalmente crítico sobre essa realidade.
Os artistas que integraram este movimento abordaram temáticas muita diferenciadas,
embora tivessem sempre partido de elementos típicos da cultura americana. Assim, se
Kacere procurou desenvolver de, forma quase obsessiva, imagens de mulheres seminuas,
Richard Estes preferiu as vibrantes as fachadas de lojas e Don Eddy especializou-se na
representação de lustrosas e brilhantes viaturas e motos. Chuck Close tornou-se famoso
pelos retratos frontais e grande dimensão, absolutamente verosímeis e executados com a
precisão mecânica de um máquina fotográfica.
John De Andrea foi um dos poucos artistas hiper-realista ligados à escultura, criando uma
série de trabalhos em poliester e fibra de vidro pintado que eram absolutamente realistas.
Durante a década de 70, esta corrente atinge os países europeus, nomeadamente a
Inglaterra e a Alemanha, influenciando a obra de pintores como David Hockney e Peter
Klasen. Menos ligados aos processos de reprodução de sentido fotográfico característica da
corrente hiper-realista e recusando geralmente o carácter polido e virtuosístico dos pintores
americanos, os pintores europeus, desenvolveram uma linguagem neorrealista cruzada com
influências da Arte Pop.
5.11. INSTALAÇÃO ARTÍSTICA
Instalação é um termo que, na sua origem, se referia aos procedimentos e às técnicas de
exposição de obras de artes em espaços próprios (como museus ou galerias). A partir de
meados do século XX passa a designar uma forma de expressão artística que engloba os
campos da escultura, da pintura, da fotografia, do cinema e do vídeo podendo incluir ainda
algumas manifestações performativas. Os trabalhos de instalação podem assumir escalas e
formalizações muito variadas.
Desde inícios do XX que se verificou a gradual eliminação e diluição das tradicionais
separações entre a pintura e a escultura e o reconhecimento da dimensão espacial e
temporal dos trabalhos escultóricos.
A este aspeto associou-se a consciência da especificidade da relação entre os objetos
artísticos e o espaço arquitetônico envolvente o que determinou a procura de fundir estas
duas dimensões numa mesma realidade significante. Esta característica, que geralmente se
designa por site specific, indica um processo criativo que se fundamenta na relação formal
ou conceptual entre determinados objetos e os lugares onde são colocados. Assim, a
48
preservação da mensagem estética duma instalação obriga geralmente à manutenção do
objeto artístico no espaço para o qual foi criado.
Geralmente efêmeras, as instalações podem também ser criadas para coleções públicas ou
privadas e expostas permanentemente num local predefinido.
Na origem da instalação enquanto meio e técnica de criação estão algumas esculturas de
grande escala, realizadas pelo artista dadaísta Marcel Duchamp para algumas galerias nova
iorquinas. Outros exemplos pioneiros neste campo são as instalações criadas por artistas
Pop como Andy Warhol, Claes Oldenburg (1929) e George Segal (1924-), nos finais da
década de cinquenta.
Na Europa, alguns autores influenciados pelo dadaísmo e pelo surrealismo, de entre os
quais se destaca a precursora artista francesa Louise Bourgeois (1911- ), desenvolvem
trabalhos que procuram não tanto a execução de objetos (domínio próprio da escultura),
mas a definição de qualidades espaciais e a criação de ambientes. O francês Jean Tinguely
acrescenta o movimento mecânico a estes objetos e instalações, dotando-os de uma
interessante e insólita dimensão cinética.
O grupo Fluxus teve um papel determinante no desenvolvimento e divulgação desta forma
artística, destacando-se, no interior deste movimento, alguns trabalhos do alemão Joseph
Beuys e do coreano Nam June Paik, os quais associavam freqüentemente às instalações a
realização de happenings e de performances.
Nos anos setenta, a instalação ganha um caráter muito mais complexo, procurando recriar
de raiz os ambientes e os espaços envolventes. Em algumas situações procura-se atingir
uma maior complexidade e alcance das intervenções, através da associação de vários
artistas na transformação integral de edifícios.
De entre os artistas que mais se dedicaram a esta forma expressiva destacam-se os
membros do movimento italiano da Arte Povera, como Janis Kounellis e Michelangelo
Pistoletto ou alguns dos representantes da corrente da Land Art, da Arte Conceptual e do
Pós-modernismo, como Richard Long, Dennis Oppnheim, Franz West ou o alemão Hans
Haacke (1936-).
5.12. BODY ART
A utilização do corpo enquanto suporte para a criação artística, pelo seu significado
e expressividade, é bastante antiga. A criação do movimento Body Art na Europa e nos
Estados Unidos, no final da década de 60, representa o reconhecimento da capacidade de
comunicação do corpo humano, do próprio artista ou de qualquer outra pessoa, enquanto
veículo portador de ideias e de atitudes, explorando de forma direta e livre de preconceitos
temas como o gEnero e a sexualidade. Foi fortemente influenciado pela cultura do corpo, da
nudez, da comunicação corporal e da liberdade sexual, que marcaram os inícios dos anos
60.As manifestações de Body Art assumiam geralmente o carácter de performances, onde
os artistas se exprimiam de forma pessoal, revelando tendências muito diversas. Para
alguns, a violência e agressividade, expressos em atos de auto-mutilação, que atingiam por
49
vezes os limites de resistência do corpo, tinham o objetivo de chocar o espectador e de lhe
provocar reações fortes. O artista assumia um distanciamento do próprio corpo,
ultrapassando a dor que muitas das mutilações provocavam. Exemplo desta tendência são
os trabalhos de Viennois Gunter, Rudolf Schwarzkogler (que morreu em 1969, durante uma
performance), de Chris Burden e de Gina Pane.Outros artistas procuravam utilizar o corpo
de forma mais experimental, como o demonstram os trabalhos precursores de Yves Klein,
onde o corpo era utilizado para imprimir em grandes telas, rolando sobre elas, de Vito
Acconci ou de Dennis Oppenheim. Urs Luthi e Michel Journiac, tentando ultrapassar tabus
sexuais, preferiam travestir-se.A Body Art aproxima-se nos seus fundamentos, ideias e
manifestações (que geralmente ultrapassam os limites físicos das galerias), da Land Art e da
Performance Art e da Arte Conceptual, pois a carga ideológica normalmente prevalece sobre
os aspetos materiais.
Muito antes do body art As pinturas corporais estão presentes nas mais diferentes
culturas, como os indígenas, hindus e africanos; e manifestam importantes eventos de
determinada cultura: a luta, a caça, rituais de passagem e casamentos. Os índios utilizam
materiais como o jenipapo e o urucum para fazerem pinturas em seus corpos. Todos os
rituais da cultura indígena são representados através dessa expressão artística. Já na
cultura africana, além de retratar rituais, a pintura corporal incorpora elementos da natureza
local, retratando também a paisagem do continente.
Os hindus utilizam a pintura corporal para um ritual com características mais
modernas: o casamento. As noivas são pintadas com desenhos que representam a sorte e o
rompimento com a "antiga família", mostrando a condição de mulher casada. Assim, as
pinturas representam um ritual de passagem.
Na sociedade contemporânea, a ideia de embelezar-se e expressar-se através da
pintura corporal (não só pela body art) continua viva. A maquiagem e a tatuagem são
exemplos desses princípios. Essas duas manifestações não são novas, mas, fundidas com
as pinturas corporais das sociedades que citamos acima, elas mutaram-se.
Às vezes, a arte precisa de locais mais ondulados e subjetivos que uma simples tela.
Conheça as incríveis pinturas corporais do americano Craig Tracy e um pouco mais sobre a
história da Body Art.
Todo artista busca encontrar aquilo que lhe completa. Craig Tracy encontrou-se
artisticamente na pintura corporal. Nascido em Nova Orleans, Estados Unidos, Craig não se
satisfazia com a arte convencional, abandonando, deste modo, sua carreira como ilustrador.
Sua primeira coleção de imagens, "The Nature Series", composta por quinze trabalhos, foi
muito bem recebida. Em 2005, Craig participou do The World Body Painting Festival, que
acontece anualmente na Áustria, junto com seu amigo e também artista, Jeral Tidwell, onde
ganharam o primeiro lugar na categoria. Desde então, Tracy é jurado do Festival.
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Craig trabalhando em "May".
Seu trabalho é feito com airbrush, pintura a dedo, esponjas e respingos; inspirado no
formato dos corpos. Confira o processo de criação das pinturas:
Atualmente, Craig coordena a primeira galeria de arte dedicada exclusivamente a body
painting, em Nova Orleans, sendo um espaço com fotografias e vídeos que ilustram seu
trabalho desde as primeiras pinceladas até o registro final.
5.13. MINIMALISMO
A palavra minimalismo reporta-se a um conjunto de movimentos artísticos e culturais que
percorreram vários momentos do século XX, manifestos através de seus fundamentais
elementos, especialmente nas artes visuais, no design e na música. Surgiu nos anos 60 nos
Estados Unidos.
As obras minimalistas possuem um mínimo de recursos e elementos. A pintura minimalista
usa um número limitado de cores e privilegia formas geométricas simples, repetidas
simetricamente.
No decurso da história da arte, durante o século XX, houve três grandes tendências que
poderiam ser chamadas de “minimalistas”: (manifestações minimalistas: construtivismo,
vanguarda russa, modernismo). Os construtivistas por meio da experimentação formal
procuravam uma linguagem universal da arte, passível de ser absorvida por toda
humanidade.
A segunda e mais importante fase do movimento surgiu de artistas como Sol LeWitt, Frank
Stella, Donald Judd e Robert Smithson, cuja produção tendia ultrapassar os conceitos
tradicionais sobre a necessidade do suporte: procuravam estudar as possibilidades estéticas
a partir de estruturas bi ou tridimensionais.
O minimalismo exerceu grande influência em vários campos de atividade do design, como a
programação visual, o desenho industrial, na arquitetura. Os minimalistas produzem objetos
simples em sinônimo de sofisticação.
A música minimalista nasceu com a série Composições 1960, criada por La Monte Young,
esta pode ser cantada apenas com duas notas.
A literatura minimalista caracteriza-se pela economia de palavras, onde os autores
minimalistas evitam advérbios e sugerem contextos a ditar significados.
5.14. ARTE CINÉTICA
A arte cinética ou o cinetismo refere-se a uma corrente na área das artes plásticas que
elabora formas e efeitos visuais para gerar movimento ou ilusão óptica. Dentre os artistas
51
mais destacados podemos citar Mracel Ducham (1887-1968), Alexander Calder (18981976), Jean Tinguely (1925), entreo outros.
Basicamente o conceito de cinético está ligado ao que expressa movimento, esse termo
esteve presente no Manifesto Realista de Antoine Pevsner, escultor que viveu de 1886 a
1962, e de Naum Gabo, escultor russo construtivista. Na Argentina, a revista “Madí” de
1946, também buscou atestar sobre essa expressão artística.
No contexto das artes plásticas, desde as obras de figuras de animais representados em
paredes criadas por Lascaux, a ideia de movimento sempre esteve presente, porém, o termo
“arte cinética” é inserida no vocabulário artístico somente em 1955, em virtude da exposição
“Le Mouvement”, em Paris, evento que expôs obras de Duchamp, Calder, Vasarely, Soto,
Bury, entre outros.
Quando estudamos a arte cinética, percebemos que o movimento é base de sua própria
estruturação, esse estilo de expressão nas artes plásticas conseguiu derrubar a condição do
efeito estático na pintura, lançando a ideia de uma arte que proporciona movimento à obra e
não somente a ideia de movimento.
Além do movimento físico, há o movimento óptico no observador, nesse sentido ficou
convencionado que a op-art estaria em parte também presente na arte cinética. Os grandes
grupos de artistas, em meados do século XX, se reuniam com suas obras na Galeria Denise
René e no de Recherche d’Art Visuel (GRAV), Paris.
No GRAV se destacou os trabalhos do venezuelano Jesús-Raphael Soto, o artista no
período de 1950 a 1953, desenvolveu obras que produziam efeitos de movimento virtual e
vibração ótica. Segundo Guy Brett, crítico inglês, a arte cinética estaria ligada à linguagem
do movimento, tendo como fator de movimento a localização do observador perante
determinada obra.
A arte conseguiu reunir artistas de diferentes partes do mundo, na Itália se destacou os
Grupos T e N; na Alemanha, o Grupo Zero; e nos EUA, MoMA/Nova York, que marcou a
arte ótica e cinética. Dentre os brasileiros, podemos citar os falecidos artistas Lothar
Charoux (1912-1987), Almir Mavignier, Ivan Serpa (1923-1973), Abraham Palatnik (1928).
5.15. A PERFORMANCE E O HAPPENING
Com presença garantida nas ruas de muitas cidades, a performance e o happening são
manifestações artísticas que reúnem elementos de diferentes linguagens. Tanto a
performance quanto o happening têm como um de seus principais objetivos estabelecer uma
relação entre arte e cotidiano.
A performance é uma ação em que o artista utiliza elementos do teatro, da música, da
dança, da poesia ou de mídias eletrônicas para apresentar suas criações ao público. Nas
performances artísticas, uma das características mais marcantes é a liberdade do artista ao
executar sua apresentação. Nessas apresentações, o corpo, os gestos, a as palavras
ganham importância essencial.
52
No Brasil,o pioneiro da performance foi Flávio de Carvalho (1899 – 1973). Em 1956, o artista
chamou a atenção do público ao vestir uma saia de pregas e uma blusa de mangas largas
criadas por ele, e sair pelas ruas de São Paulo (SP). Intitulada New Look, essa performance
causou polêmica na época.
O que difere a performance e o happening é a participação do público. Se, nas
performances, o público pode ou não participar da apresentação, no happening sua
participação é essencial.
Outras características marcantes do happening são a improvisação como condutor da cena,
a participação de atores amadores e a indiferenciação entre platéia e espetáculo.
6. AS NOVAS LINGUAGENS DA ARTE
6.1 O CINEMA: ARTE E INDÚSTRIA
É importante notar que a atividade artística também está ligada ao modo de produção de
uma sociedade. A indústria trouxe grandes modificações a todos os campos da vida social e
deu também à obra de arte um novo caráter. Ela começa a ser feita dentro do modo de
produção industrial – em série e dirigida ao mercado. É por isso que o cinema pode ser
apontado como a expressão mais característica de uma arte criada com base nas recentes
descobertas tecnológicas, produzidas em série e voltada para o consumo da época.
Assim, à semelhança de outras atividades industriais, o cinema demanda altos
investimentos para produzir grande quantidade de objetos (cópias) e reduzir o custo final de
cada unidade, permitindo que essa possa ser vendida por um preço acessível ao grande
público.
O cinema tem, entretanto, um lado artístico inegável, pois narra histórias por meio de
imagens, muitas vezes de grande beleza e inesquecíveis. E isso tem acontecido desde os
primeiros filmes, passando pela fase do cinema mudo - preto e branco, filme O garoto de
Charlie Chaplin em 1921;da chegada do filme a cores, Cantando na chuva com o ator Gene
Kelly de 1952; dos efeitos especiais e dois recursos propiciados pelo computador do filme
Matrix, de 1999.
É claro que as novas tecnologias criam sempre novos recursos para a produção e a
reprodução de obras fotográficas, cinematográficas e, hoje em dia, para os vídeos. Portanto,
para refletir sobre as novas possibilidades de criação artística, é preciso admitir que
estamaos diante de questões abertas para as quais a última conclusão pode ser logo
substituída por outra mais atualizada.
53
6.1.1
CINEMA CONTEMPORÂNEO
A
TRANSIÇÃO
E
O
CINEMA
No cinema, como tudo na vida, há um momento que é a época da transição, pois nada é
eterno nesta terra dos homens. E aconteceu que no final da década de sessenta para início
da década de setenta, a transição do chamado Cinema Clássico para o Cinema
Contemporâneo. Quando o cinema sai daquela temática acadêmica tradicional imposta por
Hollywood, entre as décadas de 20 e 60 (onde o seu apogeu foi às décadas de 40-50), para
uma visão nova e renovada do cinema como um todo. É verdade que alguns autores
continuaram, por algum tempo, fazendo o cinema ao estilo clássico, mas, muitas vertentes
enredaram por outros caminhos apresentando obras que fugiam a tradição clássica,
principalmente de Hollywood, de se contar uma história. Podemos notar nesta transição,
uma grandiosa evolução no tocante à exposição de temáticas politicamente engajadas e que
procuravam retratar da maneira mais fiel possível à realidade vivida pelos personagens em
seus diversos meios de convivência social. Não se tratava aqui dum cinema realista como o
neo-realismo italiano, por exemplo, mas, um cinema, que além de retratar a realidade, ou
uma bem tramada ficção com aspectos que retratavam a realidade, porém, com duas
diferenças: são obras de produções bem cuidadas e diretores e atores de primeiro escalão;
mas com uma temática de questionamento político e social, embora de maneira, por vezes,
indireta.
Podemos dizer que os filmes do início da era Contemporânea do Cinema, não eram, por
assim dizer, politicamente corretos; mas eram, sem sombra de dúvidas: questionadores,
retratadores de uma sociedade, que outrora, fora mistificada e glamourizada por Hollywood.
Damos o exemplo de Operação França, de William Friedkin, um filme policial que tinha uma
visão mais suja e violenta da realidade das ruas de Nova York. É um filme que procura
mostrar de maneira mais transparente e até mesmo ousada, para a época de seu
lançamento, a dura convivência entre criminosos e a lei, retratando a figura do policial de
uma forma muito mais humanizada, sem empregar às suas ações aquele tom de superheroísmo comumente encontrado nas produções das décadas anteriores.
E assim, por diante, foram surgindo filmes e mais filmes com temáticas que fugiam ao
classicismo natural da fase clássica.
Como Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, na Inglaterra, que permanece até os dias de
hoje como uma das fitas mais marcantes e ousadas da história, com a temática da violência
e o seu tratamento.
No mundo todo, este chamado cinema político / social, começou a dar as cartas e a Meca do
cinema mundial, Hollywood, não poderia deixar de lado esta nova fase do cinema e
embarcou em temáticas que visavam a dureza da realidade social.
Filmes como O Poderoso Chefão, 1972, Taxi Driver, 1976 e Apocalypse Now, 1979, entre
outros. Este último, por exemplo, que retratava a imbecilidade e a loucura proporcionada
pela guerra, em um dos filmes mais fenomenais desta fase do cinema americano e mundial.
Vale complementar aqui, que este filme do mestre Francis Ford Coppola, é um exemplo
característico da diferença do cinema atual ao da era clássica do cinema americano:
naqueles, nos filmes de guerra os protagonistas eram invariavelmente heróis; nestes, os
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protagonistas nem sempre o são, podem ser loucos homicidas e consumidores de drogas,
retirando o glamour, mas inserindo a realidade às obras, desnudando o homem daquela sua
áurea de mocinho bem comportado e politicamente correto.
É lógico que alguém vai dizer que, já na década de sessenta, e até em décadas anteriores,
houve filmes que desmistificaram os heróis americanos; e poderiam inclusive citar a
corrosiva obra-prima de Sam Peckinpah, Meu Ódio Será Tua Herança, no gênero mais
autêntico e genuinamente americano que existe. Sim, é verdade! E é exatamente estes
filmes, que já vinham dando os ares de suas graças, que foram, aos poucos, moldando
como seria a nova fase do cinema americano e mundial. Pois uma coisa todo mundo
concorda: nada surge do nada! Há que haver um pré-film Noir, um pré-neo-realismo, etc;
assim como, é claro, um pré-cinema contemporâneo. A estes filmes que foram realizados no
final da década de sessenta e início da de setenta, é o que chamamos de filmes de
transição.
Mas, o cinema autoral também, começou a colocar as duas manguinhas de fora e
importantes autores fizeram grandes obras para o enriquecimento do cinema mundial. Como
exemplo posso citar Woody Allen, que, entre outras obras, fez a sua maior obra-prima, a
melhor história de amor cômica do cinema, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, 1977; e outros
autores também, como Brian De Palma, Milos Forman, Roman Polanski, entre tantos,
fizeram obras autorais e de temáticas atuais e que fugiam ao glamour natural das obras
clássicas. Vale acrescentar também que, evidentemente, já existia o cinema autoral,
principalmente na Europa, mas, na América dos grandes e poderosos estúdios, um diretor
precisa ter muito peito para nadar contra a correnteza.
Nesta fase também, foi intensificado o cinema de entretenimento (que sempre existiu nos
EUA, mas não era tão massificado quanto nos tempos atuais), sendo que hoje em dia, o
mercado é absurdamente dominado por estes filmes, na sua grande maioria descartáveis.
Um dos grandes autores deste tipo de cinema é Steven Spielberg, e se somam a ele, uns
três ou quatro bons autores, mas a grande maioria, infelizmente, são diretores pausmandados a cargo de produções caríssimas, mas de qualidade pra lá de duvidosas.
É lógico que de tempos em tempos surgem obras de qualidade que destoa no meio dos
blockbusters (arrasa-quarteirões) que dominam o mercado. Obras de gente como Quentin
Tarantino e do próprio Steven Spielberg e outros que surgem do nada, mas, que
infelizmente, também desaparecem da mesma forma que apareceram: ou por falta de
apoios tentam sobreviver nos chamados cinemas independentes, ou seduzidos pelos
dólares sucumbem aos poderosos e passam a dirigir obras de entretenimento também.
6.2 O CINEMA NACIONAL
No Brasil, a estréia do cinema ocorreu no final do século XIX com a primeira exibição
cinematográfica no Rio de Janeiro (RJ).
A exibição de filmes, no entanto, firmou-se somente no início do século XX, quando a
distribuição de energia se tornou mais estável. Nessa época, foram produzidos os primeiros
filmes posados – como eram chamadas as obras de ficção – e os filmes dublados, nos quais
os atores ficavam atrás da tela dublando o filma.
55
Na década de 1930 o som chegou ao cinema brasileiro e foram produzidos os primeiros
filmes sonoros no país. Ainda na década de 1930, o estúdio Cinédia foi responsável pela
produção de musicais de sucesso, como Alô Alô Carnaval, que revelou o talento de Carmen
Miranda (1909 – 1955). Na década de 1940 ganharam destaque os filmes produzidos no
estúdio Atlântida Cinematográfica. As produções desse estúdio, em geral, eram chanchadas
(comédias musicais), que destacaram os atores Oscarito (1906 -0 1970) e grande Otelo
(1915 – 1993) no cinema nacional.
No final da década de 1940 foram produzidos filmes com excepcional cuidado técnico. O
filme O Cangaceiro (1953), de Vítor Lima Barreto (1906 – 1982), ganhou o prêmio de melhor
filme de aventura no Festival de Cannes, na frança.
Em 1950, o cineasta Nelson Pereira dos Santos (1928), dirigiu o filme Rio 40 graus, marco
inicial do Cinema Novo. A consolidação do Cinema Novo ocorreu na década de 1960 com o
lançamento de filmes como Vidas secas (1964), de Nelson Pereira dos Santos (1928), e
Deus e o diabo na terra do Sol (1964), de Glauber rocha (1939 – 1981).
6.3 OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO E A INDÚSTRIA
CULTURAL
Os veículos de comunicação são meios fundamentais para o crescimento da indústria
cultural. Isso se deve ao fato de não apenas o cinema e a televisão, mas também outros
meios como o rádio, o jornal e a internet serem considerados veículos de comunicação de
massa. Isso significa que esses meios de comunicação são capazes de atingir um grande
público e, assim, difundir produtos e ideias.
Portanto,ao servir de meio de divulgação dos produtos da indústria cultural, esses veículos
de comunicação colaboram para a difusão da cultura de massa, termo utilizado para
designar a produção destinada ao grande público.
Os veículos de comunicação de massa frequentemente são acusados de colaborar com a
homogeneização do gosto popular, desrespeitando as especificidades de cada grupo e
contribuindo para que a população se torne alienada, isto é, alheia ou indiferente às
questões sociais, políticas e culturais,
6.4 FOTOGRAFIA
O fotojornalismo de Sebastião salgado
Sebastião Salgado tornou-se mundialmente conhecido por usar sua arte para retratar
situações em que seres humanos vivem em condições extremas, e assim despertar a
atenção da sociedade para problemas como a fome, a luta pela terra ou as más condições
de trabalho.
Além de caráter social, a obra de Salgado também merece destaque por seu valor
estético. Os ângulos, os cenários e os personagens escolhidos pelo fotógrafo conferem
um caráter realiste a sua obra e resultam em imagens simples e impactantes. Ou seja,
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suas fotografias também fornecem informações a respeito dos lugares ou eventos
registrados.
Sebastião Salgado
Nasceu na vila de Conceição do Capim, viveu sua infância em Expedicionário Alício, e para realizar
seus estudos foi em 1963 para a Universidade de São Paulo e estudou economia até 1967 (MA). No
mesmo ano, casou-se com a pianista Lélia Deluiz Wanick. Eles se engajaram no movimento de
esquerda contra a ditadura militar e eram amigos de amigos do líder estudantil e revolucionário
Carlos Marighella. Depois de emigrar em 1969 para Paris, ele escreveu uma tese em ciências
econômicas, enquanto a sua esposa na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris para
estudar arquitetura. Salgado inicialmente trabalhou como secretário para a Organização Internacional
do Café (OIC), em Londres. Em suas viagens de trabalho para a África, muitas vezes encomendado
conjuntamente pelo Banco Mundial, ele fez sua primeira sessão de fotos com a Leica da sua esposa.
Fotografar o inspirou tanto que logo depois ele tornou-se independente em 1973, como fotojornalista
e, em seguida, voltou para Paris.
Em 1979, depois de passagens pelas agências de fotografia Sygma e Gamma, entrou para a Magnum.
Encarregado de uma série de fotos sobre os primeiros 100 dias de governo de Ronald Reagan,
Salgado documentou o atentado a tiros cometido por John Hinckley, Jr. contra o então presidente dos
Estados Unidos, Ronald Reagan no dia 30 de março de 1981, em Washington.1 A venda das fotos
para jornais de todo o mundo permitiu ao brasileiro financiar seu primeiro projeto pessoal: uma
viagem à África2 .
Seu primeiro livro, Outras Américas,3 sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Na
sequencia, publicou Sahel: O "Homem em Pânico" (também publicado em 1986), resultado de uma
longa colaboração de doze meses com a ONG Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da
África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo,
publicada e exibida sob o nome "Trabalhadores rurais", um feito monumental que confirmou sua
reputação como foto documentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o
fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em Êxodos e Retratos de
Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamado internacionalmente.
Na introdução de Êxodos, escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há
diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são
semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte,
constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…". Trabalhando
inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de
trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo do que está acontecendo com essas
pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a
humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra,
pobreza e outras injustiças.
Ao longo dos anos, Sebastião Salgado tem contribuído generosamente com organizações
humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG
Médicos sem Fronteiras e a Anistia Internacional. Com sua mulher, Lélia Wanick Salgado, apoia
atualmente um projeto de reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais.
Em setembro de 2000, com o apoio das Nações Unidas e do UNICEF, Sebastião Salgado montou
uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, com 90 retratos de crianças
desalojadas extraídos de sua obra Retratos de Crianças do Êxodo. Essas impressionantes fotografias
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prestam solene testemunho a 30 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas crianças e
mulheres sem residência fixa. Em outras colaborações com o UNICEF, Sebastião Salgado doou os
direitos de reprodução de várias fotografias suas para o Movimento Global pela Criança e para
ilustrar um livro da moçambicana Graça Machel, atualizando um relatório dela de 1996, como
Representante Especial das Nações Unidas sobre o Impacto dos Conflitos Armados sobre as
Crianças. Atualmente, em um projeto conjunto do UNICEF e da OMS, ele está documentando uma
campanha mundial para a erradicação da poliomielite.
Sebastião Salgado foi internacionalmente reconhecido e recebeu praticamente todos os principais
prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho. Fundou em 1994 a sua
própria agência de notícias, "As Imagens da Amazônia" , que representa o fotógrafo e seu trabalho.
Salgado e sua esposa Lélia Wanick Salgado, autora do projeto gráfico da maioria de seus livros,
vivem atualmente em Paris. O casal tem dois filhos.
6.5 MODA CONCEITUAL
Na moda conceitual assim como na arte a ideia em si é exaltada. Elementos como;
cenário, iluminação, trilha sonora, maquiagem, cabelo são de extrema relevância e são
cuidadosamente trabalhados. A harmonia desses elementos apresentados, e foco que
desloca-se da roupa já que esta integra-se ao cenário, à música, e passa a ser mais um
instrumento utilizado pelo estilista para contar a história daquela coleção.
Como o objetivo central desses desfiles não é a venda de produtos mais sim do conceito,
eles também são “fonte” de tendências que servirão de base para outros estilistas que
utilizarão estes conceitos para produzir coleções com cunho comercial.
Acima desfile de Ronaldo Fraga SPFW Inverno 2009 inspirado no espetáculo “GIZ”, criado
por Álvaro Apocalypse em 1988.
Nesse desfile muito mais que uma crítica à sociedade Fraga questiona os valores da
atualidade e o abandono das pessoas “comuns” fora dos padrões de beleza impostos pelo
mundo da moda.
Atemporal, ele cria personagens-bonecos, espelhos do homem comum, pendurados como o
velho vestido esquecido no cabide. É importante percebermos a valorização que foi dada ao
cenário, este mais “chamativo” que as próprias peças da coleção apresentada.
.O DESPERTAR DE SENSAÇÕES
Através do espanto, repulsa, admiração, encanto... é que as ideias e conceito do desfile é
transmitido:
Afetando nossas sensibilidades.
Despertando curiosidades.
Prendendo a atenção.
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Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho
Levantando questionamentos. Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho
GCSE • ComIH (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907 — Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2012)
foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura
moderna. Niemeyer foi mais conhecido pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade
planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de
arquitetos que projetou a sede das Nações Unidas em Nova York, nos Estados Unidos. Sua
exploração das possibilidades construtivas do concreto armado foi altamente influente na época, tal
como na arquitetura do final do século XX e início do século XXI. Elogiado e criticado por ser um
"escultor de monumentos", Niemeyer foi um grande artista e um dos maiores arquitetos de sua
geração por seus partidários.1 Ele alegou que sua arquitetura foi fortemente influenciada por Le
Corbusier, mas, em entrevista, assegurou que isso "não impediu que [sua] arquitetura seguisse em
uma direção diferente".2 Niemeyer se destacou por seu uso de formas abstratas e pelas curvas que
caracterizam a maioria de suas obras, e escreveu em suas memórias:
Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo
homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas
montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no
corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo
de Einstein.3
— Oscar
Niemeyer
Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer estudou na Escola Nacional de Belas Artes (atual UFRJ) e
durante seu terceiro ano estagiou com Lúcio Costa, com quem acabou colaborando no projeto para o
Ministério de Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Contando com
a presença de Le Corbusier, Niemeyer teve a chance de trabalhar junto com o mestre suíço, sendo ele
uma grande influência em sua arquitetura. O primeiro grande trabalho individual de Niemeyer foram
os projetos de uma série de edifícios na Pampulha, um subúrbio planejado no norte de Belo
Horizonte. Esse trabalho, especialmente a Igreja São Francisco de Assis, recebeu elogios da crítica
nacional e estrangeira, chamando a atenção internacional a Niemeyer. Ao longo dos anos 1940 e
1950, Niemeyer se tornou um dos arquitetos mais prolíficos do Brasil, projetando uma série de
edifícios, tanto no país como no exterior. Isso incluiu o projeto de diversas residências e edifícios
públicos, e ainda a colaboração com Le Corbusier (e outros) no projeto da sede das Nações Unidas
em Nova Iorque, o que provocou convites para ensinar na Universidade Yale e na Escola de Design
da Universidade Harvard.
Em 1956, Niemeyer foi convidado pelo novo presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, para
projetar os prédios públicos da nova capital do Brasil, que seria construída no centro do país. Seus
projetos para o Congresso Nacional do Brasil, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o
Supremo Tribunal Federal e a Catedral de Brasília, todos concluídos anteriormente a 1960, foram em
grande parte de natureza experimental e foram ligados por elementos de design comuns. Esse
trabalho levou à sua nomeação como diretor do departamento de arquitetura da Universidade de
Brasília, bem como membro honorário do Instituto Americano de Arquitetos. Devido à sua ideologia
de esquerda e sua militância no Partido Comunista Brasileiro (PCB), Niemeyer deixou o país após o
golpe militar de 1964 e, posteriormente, abriu um escritório em Paris. Ele retornou ao Brasil em 1985
e foi premiado com o prêmio Pritzker de arquitetura, em 1988. Entre seus projetos mais recentes se
destacam o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996), o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba
(2002), a Cidade Administrativa de Minas Gerais (2010) e o Centro Cultural Internacional Oscar
Niemeyer, na Espanha (2011). Niemeyer continuou a trabalhar até dias antes de sua morte, em 5 de
dezembro de 2012, aos 104 anos.
59
Formação e influências
Durante a Segunda Guerra Mundial Niemeyer vivencia a reforma proposta pelo recém nomeado
diretor do curso de arquitetura, Lucio Costa. Em sua rápida passagem pela diretoria da ENBA entre
1930 e 1931, Lucio Costa remodelou o curso de arquitetura com base nos princípios modernos
vigentes na Europa. Esse novo modelo repercutiu nos estudantes, cuja turma rendeu alguns dos
grandes nomes do modernismo brasileiro. 7 Durante o terceiro ano de curso, ao invés de estagiar numa
firma construtora como era comum, Niemeyer decide trabalhar de graça no escritório de Lúcio Costa,
Gregori Warchavchik e Carlos Leão, mesmo passando por dificuldades financeiras (sua filha Anna
Maria viria a nascer em 1930).8 Niemeyer se forma Engenheiro Arquiteto em 1934.
O contato com Lucio Costa seria extremamente importante para o amadurecimento profissional de
Niemeyer. Foi Costa que, após uma afinidade inicial com o movimento neo-colonial, percebeu que os
avanços atuais do estilo internacional na Europa eram a única manifestação verdadeira de uma
arquitetura contemporânea. Seus escritos sobre a simplicidade técnica e honestidade construtiva que
unem a tradicional arquitetura colonial Brasileira (tais como em Olinda e Ouro Preto) e os princípios
modernistas formariam a base teórica da arquitetura que viria a ser realizado por Niemeyer e seus
contemporâneos, como Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado Moreira entre outros.
As ideias de Le Corbusier, idealizador da arquitetura moderna na Europa, formam a base inicial da
arquitetura de Niemeyer. O uso de materiais novos e técnicas construtivas modernas se manifestaram
durante toda a obra de Niemeyer, algumas delas demonstrando princípios básicos de Le Corbusier,
tais como os cinco pontos da nova arquitetura (tais como pilotis, fachadas livres e terraços-jardim).
BIBLIOGRAFIA
VENTRELLA, Roseli; ARRUDA, Jacqueline. Projeto Educação para o século XXI, Série LINK
da Arte. Edições Escala Educacional. São Paulo, 2010.
MEIRA, Beá. Coleção Projeto Radix. Editora Scipione. São Paulo, 2006.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Editora Ática. São Paulo, 2005.
EJA Moderna: Educação de Jovens e Adultos. Anos finais do ensino fundamental. Editora
moderna LTDA, 1ª Ed, São Paulo, 2013
www.altavista.com.br
www.bulssolaescolar.com.br/culturaindigena.htm
www.library.thinkqueste.org/C008259F/32.htm
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EXERCÍCIOS
1) O Impressionismo foi um movimento artístico surgido na França no final do século XIX.
A respeito deste movimento assinale a(s) alternativas correta(s).
( ) A pintura impressionista postulava uma nova concepção do espaço, sem o uso da
“perspectiva científica” renascentista.
( ) Os impressionistas tiveram um sucesso imediato, tendo os pintores deste movimento
recebido vários prêmios da Academia Francesa de Belas Artes.
( ) Uma explicação para o uso do termo impressionista é o fato de, durante muitos anos,
os pintores deste movimento terem representado apenas crepúsculos.
(
) Um dos pintores impressionistas mais conhecidos é Claude Monet.
( X ) O uso dos pigmentos e a pintura ao ar livre são duas características marcantes do
Impressionismo.
2) Muitos artistas, apesar de sua versatilidade, de sua capacidade de trabalhar com
diferentes linguagens plásticas e de aderirem a diferentes movimentos e estilos, acabam
identificados pelo grande público com um tipo básico de proposta estética. Diante disso,
assinale o que for correto.
( X ) Pablo Picasso e Georges Braque ficaram associados à formulação do projeto pictórico
conhecido como Cubismo.
( ) Salvador Dali e René Magritte criaram várias obras que fixaram as principais
características do Surrealismo.
(
) Wassily Kandinsky e Piet Mondrian têm seus nomes relacionados ao Abstracionismo.
( ) Apesar de suas diferenças, Andy Warhol e Roy Lichtenstein são considerados os
nomes mais expressivos da chamada Pop Art.
3) ”Todas as manhãs quando acordo, experimento um prazer supremo: o de ser Salvador
Dalí.”
NÉRET, G. Salvador Dalí. Taschen, 1996.
Assim escreveu o pintor dos ”relógios moles” e das ”girafas em chamas” em 1931. Esse
artista excêntrico deu apoio ao general Franco durante a Guerra Civil Espanhola e, por
esse motivo, foi afastado do movimento surrealista por seu líder, André Breton. Dessa
forma, Dalí criou seu próprio estilo, baseado na interpretação dos sonhos e estudos de
Sigmund Freud, denominado “método de interpretação paranoico”. Esse método era
constituído por textos visuais que demonstram imagens
( ) do fantástico, impregnado de civismo pelo governo espanhol, em que a busca pela
emoção e pela dramaticidade desenvolveram um estilo incomparável.
( X ) do onírico, que misturava sonho com realidade e interagia refletindo a unidade entre o
consciente e o inconsciente como um universo único ou pessoal.
61
(
) da linha inflexível da razão, dando vazão a uma forma de produção despojada no
traço, na temática e nas formas vinculadas ao real.
( ) do reflexo que, apesar do termo ”paranoico”, possui sobriedade e elegância advindas
de uma técnica de cores discretas e da expressão e intensidade entre o consciente e a
liberdade, declarando o amor pela forma de conduzir o enredo histórico dos personagens
retratados
4) No inicio do século XX apareceram diversos movimentos artísticos em que se
dispensava a representação de objetos e de temas danatureza, de maneira clara. A
renúncia à figura era o caminho necessário para alcançar uma pintura pura. Wassily
Kandinsky, foi opioneiro desse movimento, que tem nomes como Piet Mondrian, Malevitch
entre seus primeiros representantes. Observe a reprodução da obra que representa muito
bem este estilo de pintura e assinale a resposta correta.
Com o arco negro Wassily Kandinsky, 1912
( ) Barroco
( ) Surrealismo
( X) Abstracionismo
( ) Fouvista
( ) Impressionista
5) Durante muito tempo os templos, as igrejas, os palácios e as casas eram decoradas com
pinturas feitas com pigmentos misturados à argamassa fresca, e úmida com que se fazia o
acabamento das paredes. Que nome recebe este tipo de pintura?
(X ) Afresco
( ) Aquarela
( ) Tempera
( ) Guache
( ) Óleo
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MODERNISMO BRASILEIRO - AVALIAÇÃO
QUESTÃO 01 – Um dos temas principais do Modernismo Brasileiro nas artes visuais era:
a- ( ) Renascimento.
b- ( ) Temas brasileiros.
c- ( ) Barroco.
d- ( ) Temas europeus.
QUESTÃO 02 – A grande exposição que marcou o Modernismo no Brasil foi:
a- ( ) Semana de teatro moderno de 1922.
b- ( ) Semana musical moderna de 1922.
c- ( ) Semana de arte moderna de 1932.
d- ( ) Semana de arte moderna de 1922.
QUESTÃO 03 – Qual grande elemento artístico não participou da semana de arte moderna
de 1922?
a- ( ) Artes visuais.
b- ( ) Música.
c- ( ) Teatro.
d- ( ) Telas.
QUESTÃO 04 – Qual desses movimentos não pode ser considerado como modernista
brasileiro?
a- ( ) Expressionismo.
b- ( ) Renascimento.
c- ( ) Cubismo.
d- ( ) Surrealismo.
QUESTÃO 05 – A presença da mulher mulata caracterizou a obra de um famoso artista
brasileiro que foi:
a- ( ) Di Cavalcante.
b- ( ) Tarsila do Amaral.
c- ( ) Anita Malfatti.
d- ( ) Pablo Picasso.
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QUESTÃO 06 – Foi um grande nome do Cubismo brasileiro:
a- ( ) Di Cavalcanti.
b- ( ) Tarsila do Amaral.
c- ( ) Pablo Picasso.
d- ( ) Vicente do Rego Monteiro.
QUESTÃO 07 – São característicasda fase Pau Brasil de Tarsila do Amaral:
a-( ) Cores quentes como vermelho e amarelo.
b-( ) Estilização geométrica das frutas e plantas tropicais.
c-( ) As flores de lis.
d-( ) Formas geométricas exageradas.
QUESTÃO 08 – De acordo com a teoria antropofágica os artistas brasileiros tinham que:
a- ( ) Conhecer o movimentos europeus e criar em cima do mesmo uma feição brasileira.
b- ( ) Negar totalmente a estética produzida na Europa.
c- ( ) Criar vanguardas brasileiras.
d- ( ) Adotar o Cubismo como o movimento artístico do Brasil.2
QUESTÃO 09 – Não fez parte do Modernismo Brasilieiro:
a- ( ) Salvador Dalí.
b- ( ) Lasar Segall.
c- ( ) Anita Malfatti.
d- ( ) Di Cavalcanti.
QUESTÃO 10 – Qual artista provocou grande polêmica entre os acadêmicos em sua
exposição no século XX?
a- ( ) Di Cavalcanti.
b- ( ) Tarsila do Amaral.
c- ( ) Anita Malfatti.
d- ( ) Vicente do Rego Monteiro.
GABARITO:
1-B, 2-D, 3-C, 4-B, 5-A, 6-D, 7-B, 8-A, 9- A, 10-C
64
ARTE CONTEMPORÂNEA
1) Que movimento artístico trouxe para seu universo representativo elementos da política,
publicidade e da vida cotidiana no seu dia a dia, criticando o dirigismo do homem pela
propaganda e teve como um dos expoentes o artista Andy Warhol?
( ) Surrealismo
( X) Pop Art
( ) Abstracionismo
( ) Land’Art
( ) Ready Made
2) A medida que o tempo passa, a historia avança, o mundo sofre transformações sociais,
culturais, políticas e econômicas. A arte como parte da cultura humana, acompanha essas
mudanças. Hoje os artistas se expressam utilizando materiais inusitados, variados suportes
e novas tecnologias. Quais as modalidades de arte que surgiram a partir do século XX?
( ) Afresco – Performance - Arte Postal
( X) Grafite – Instalação – Vídeo Arte
( ) Vídeo Clipe – Performance – Fotografia/Arte
( ) Mosaico – Ready Made – Escultura Mole
( ) Vídeo Arte – Assemblagem – Afresco
3)
Jornal Zero Hora, 2 mar. 2006.
Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem
uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição
provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada no
período de carnaval, recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por Iotti no
intertexto, além dessa figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo
entre a obra de Picasso e a charge, ao explorar
65
( ) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, esclarecendo-se o referente tanto do
texto de Iotti quanto da obra de Picasso.
( ) uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evidenciandose a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista
brasileiro.
( ) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo caótico
presente tanto em Guernica quanto na charge.
( ) uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à permanência de tragédias
retratadas tanto em Guernica quanto na charge.
( X ) uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, remetendo-se tanto à obra pictórica
quanto ao contexto do trânsito brasileiro.

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