Clipping Fenep 12-08 Clipping 12-08

Transcrição

Clipping Fenep 12-08 Clipping 12-08
Clipping Nacional
de
Educação
Terça-feira, 12 de Agosto de 2014
Capitare Assessoria de Imprensa
SHN, Quadra 2 Bloco F Edifício Executive Tower - Brasília
Telefones: (61) 3547-3060 (61) 3522-6090 www.capitare.com.br
12/08/14
00
O PAÍS
Decreto regulamenta
meia-entrada jovem
Governo
criará
novo
documento para adolescentes de
baixa renda
Alexandre Rodrigues
A presidente Dilma Rousseff
assinou ontem decreto que
regulamenta a lei que instituiu o
Estatuto da Juventude, aprovado
pelo Congresso há um ano, após
quase dez de tramitação. O
governo vai criar um novo
documento para jovens de baixa
renda, a Identidade Jovem, para
que eles tenham acesso à meiaentrada em atividades culturais e
viajem de graça ou com desconto
em ônibus interestaduais, mesmo
que não sejam estudantes.
Até agora, esses direitos eram
regulados por leis estaduais. Além
disso, o decreto formaliza a
obrigação de linhas interestaduais
de concessionárias de transporte
coletivo rodoviário, ferroviário e
aquaviário a reservarem vagas de
gratuidade e meia-passagem para
jovens de baixa renda, nos mesmos
moldes do que já acontece em
relação ao Estatuto do Idoso, cuja
reserva de vagas segue inalterada.
A previsão da Secretaria
Nacional
de
Juventude,
subordinada à Secretaria Geral da
Presidência, era de que o decreto
fosse publicado no Diário Oficial
de hoje. Em campanha pela
reeleição, a presidente escolheu o
Dia Internacional da Juventude (12
de agosto) para a regulamentar o
estatuto.
No
documento,
são
considerados jovens de baixa
renda aqueles com idade entre 15
e 29 anos cuja família ganhe
mensalmente até dois salários
mínimos e esteja inscrita no
Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal, que
concede benefícios como o Bolsa
Família.
Poltronas gratuitas em ônibus
O decreto também regulamenta
o acesso ao transporte coletivo
interestadual. No caso de ônibus
interestadual, por exemplo, cada
veículo deverá reservar quatro
poltronas para beneficiários do
estatuto: duas gratuitas e outras
duas com 50% de desconto na
passagem. Os jovens deverão
fazer
as
reservas
com
antecedência de no mínimo três
horas nos guichês das
concessionárias, mediante a
apresentação da Identidade Jovem.
O documento será emitido em todo
o país.
12/08/14
A2
OPINIÃO
Destruir a universidade
Vladimir Safatle
A Universidade de São Paulo está
em greve desde o fim de maio. Se
lembrarmos que no final do ano
passado ela também estava em greve,
chegaremos a duas longas greves em
menos de um ano. Ou seja, vivemos
em situação constante de crise.
Além de formar 92 mil alunos, a
USP representa 25% de toda a
pesquisa produzida pelo Brasil.
Como sabemos que não há
desenvolvimento sem criatividade e
tecnologia, não haverá futuro para o
Brasil sem passar pela discussão
aprofundada sobre qual o destino de
sua principal universidade e centro
de pesquisa. No entanto, em pleno
ano eleitoral, a última coisa da qual
os candidatos a governo do Estado
falam é sobre a crise das
universidades paulistas.
A USP passa por uma situação
bastante conhecida de todo
brasileiro: uma instituição
administrada de forma opaca que, no
momento de modernizar-se, luta com
todas suas forças para preservar
seus arcaísmos. Agora, há um
embate a respeito da natureza deste
arcaísmo. Nosso reitor tem usado
seu tempo para ir a imprensa e falar
de regimes de trabalho arcaicos,
profissionais
acomodados,
máquinas administrativas inchadas,
entre outros. Para o cidadão, fica a
parecer que a universidade tem
atualmente um deficit de R$ 1 bilhão
porque ela sustenta uma classe de
funcionários semi-ociosa e atrasada.
No entanto, talvez seja mais
correto afirmar que estamos em
franco declínio porque somos
administrados por pessoas que não
se responsabilizam pelos seus
próprios fracassos. Nossa atual
reitoria fez parte da antiga reitoria, a
mesma que deixou como legado a
conhecida catástrofe orçamentária.
Mas, em meio a um processo de
construções de prédios sem
recursos, abertura de escritórios de
representação em Cingapura,
Boston, Londres e gasto
irresponsável do dinheiro público
com projetos agora abandonados,
tudo o que nossa burocracia
universitária responde atualmente é:
"Eu não sabia". Ou seja, ninguém
sabia, ninguém viu. Pobre dinheiro
público, administrado de tal forma.
Em qualquer lugar do mundo, isso
levaria a sociedade a se perguntar
sobre se nossa administração
universitária é, de fato, adequada para
os desafios que o Brasil se deu, se
não seria o caso de repensar
radicalmente a maneira com que
nossas
universidades
são
administradas, modernizá-las
ouvindo sua comunidade e reformar
nossas instituições. Ou seja, a
sociedade poderia conhecer os
modelos de administração
universitária em outras partes do
mundo e se perguntar porque o
nosso não é adotado por
praticamente ninguém. Mas aqui, por
enquanto, só temos silêncio, cortes
de pontos de funcionários e um
governo do Estado que produziu a
crise (pois impôs o reitor responsável
por ela) e se finge de morto.
12/08/14
00
Skaf promete levar sistema
do Sesi às escolas estaduais
CAMPANHA EM SP
DE SÃO PAULO - O candidato
do PMDB ao governo paulista,
Paulo Skaf, visitou nesta segunda
(11) uma unidade do Sesi (Serviço
Social da Indústria), rede mantida
pela Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo)
--da qual ele é presidente
licenciado.
Skaf prometeu implantar o
sistema do Sesi, de educação em
tempo integral, em toda a rede
pública estadual em até dez anos.
Ele também se comprometeu a, se
eleito, ter 360 mil alunos
matriculados no sistema até o fim
de seu mandato.
Segundo dados mais recentes
divulgados pelo Sesi, em 2011, são
175 escolas no Estado e 184 mil
alunos. A rede estadual de ensino
tem 5.585 escolas, segundo o
censo escolar de 2012, e 4 milhões
de estudantes.
PODER
12/08/14
COTIDIANO
00
'Tempo integral louco'
ROSELY SAYÃO
Muitos homens têm sacrificado
um pouco suas vidas para dar
prioridade aos filhos
Temos falado das "novas
famílias" com bastante frequência,
não é? Sempre que o tema é
família, seja em reportagens, seja
em conversas a respeito da
educação de crianças e de jovens,
as novas configurações familiares
são tema central das discussões.
Ocorre que, quase sempre que nos
referimos aos novos arranjos dos
grupos familiares que temos na
atualidade, consideramos os novos
desenhos: em lugar da antes
hegemônica estrutura pai-mãefilhos, hoje temos uma grande
diversidade de grupos que
compõem as famílias e que são
produzidos principalmente pelos
rompimentos de casamentos e
pelos recasamentos.
Mas não é a apenas a estrutura
familiar que se diversificou: o
modo como os integrantes da
família se relacionam entre si, e a
maneira como as funções da mãe
e do pai têm sido inovadas também
produzem novas famílias, mesmo
que elas sigam o modelo clássico
pai-mãe-filhos.
Li, na semana passada, um
artigo em uma revista dedicada ao
mundo dos negócios que trouxe
uma notícia bem interessante: o
diretor executivo de uma empresa
importante no mercado decidiu
abandonar seu cargo para se
aproximar mais de sua família -principalmente dos filhos-- e
tornar-se um pai melhor. Com
filhos de nove, 12 e 14 anos, esse
homem escolheu priorizar seu
papel de pai. Claro que ele não
abriu mão de seu trabalho: abdicou
apenas do cargo que ocupava, que
exigia demais dele. Ele continua a
"trabalhar em tempo integral, mas
não mais em tempo integral louco",
segundo suas próprias palavras.
No ano passado, fui convidada
a dar uma palestra em um grande
evento dedicado à área de gestão
de negócios, para conversar sobre
a busca de equilíbrio entre a vida
profissional e a familiar. Duvidei
que tivesse plateia interessada,
mas qual não foi meu espanto ao
chegar e ver o local lotado,
majoritariamente por homens. Foi
a primeira vez que falei a um grupo
masculino em quase sua totalidade,
porque a educação dos filhos ainda
tem sido tarefa mais feminina, não
é?
Esses dados me fazem pensar
que alguns homens que são pais
têm se comprometido de modo
diferente com os filhos. Talvez
esse ainda seja um movimento
tímido, mas certamente indica uma
mudança que deve ser considerada
principalmente pelas empresas,
que têm exigido de altos
funcionários a dedicação de "um
tempo integral louco", e esquecido
que esses homens têm famílias e
filhos e que gostariam de se
dedicar mais a eles.
E o que vem a ser esse "tempo
integral louco"? Ah! Quem trabalha
em grandes empresas e
corporações sabe muito bem disso.
Além do horário dedicado ao
trabalho na empresa, há o correio
eletrônico com mensagens que
exigem respostas imediatas, há o
aparelho celular com chamadas e
mensagens de texto e ainda há
grupos da empresa que se falam
dia e noite por meio de aplicativos
de mensagens instantâneas.
Loucura mesmo!
Caso as empresas não aceitem
o fato de que precisam aliviar a
carga de trabalho dos homens, elas
correm o risco de perder
importantes talentos de seu quadro,
que foi o que ocorreu com o
diretor
executivo
citado
anteriormente.
Muitos homens têm feito o que
não víamos há algum tempo: eles
têm sacrificado um pouco suas
vidas em nome dos filhos. E não
me refiro ao sacrifício de trabalhar
mais para dar mais potencial de
consumo às crianças, e sim para
dar prioridade a elas.
12/08/14
00
COTIDIANO
Redação terá peso maior no
vestibular 2015 da Unicamp
Texto passa para a 2ª fase e
representará 20% da nota final,
ante 9,5% a 13,5% do último
exame
LUCAS SAMPAIO
DE CAMPINAS
A redação terá até o dobro da
importância atual na nota final no
vestibular 2015 da Unicamp
(Universidade Estadual de
Campinas).
A redação passará da primeira
para a segunda fase e sua
participação na nota final subirá
para 20% --atualmente, varia de
9,5% a 13,5% da nota,
dependendo do curso escolhido.
O crescente número de
inscritos é a explicação para a
mudança ""foram quase 70 mil na
primeira fase do último exame e a
projeção é de até 80 mil no
próximo.
O temor era que a qualidade da
correção das redações fosse
prejudicada com o aumento do
número de textos a serem
analisados pela banca. Para a
segunda fase, passam cerca de 15
mil inscritos.
"A correção da redação implica
uma logística muito grande e um
número de corretores enorme",
afirma Edmundo Capelas de
Oliveira, coordenador executivo
do vestibular.
A mudança vai fazer com que
as questões de inglês passem da
segunda fase, discursiva, para a
primeira, de múltipla escolha. O
número de questões de múltipla
escolha aumentará de 48 para 90.
SEM BH
Outra mudança anunciada é o
fim da prova em Belo Horizonte
(MG). A partir deste ano, Brasília
será a única cidade fora do Estado
de São Paulo a aplicar o exame.
Foram incluídos quatro
municípios paulistas na lista dos
que receberão a prova: Guarulhos,
Mogi das Cruzes, Presidente
Prudente e São João da Boa Vista.
As inscrições foram abertas nesta
segunda-feira (11).
Valor Econômico
12/08/14
EMPRESAS
00
Prejuízo da Abril
Educação cresce 360%
Por Beth Koike | De São Paulo
A Abril Educação - que vendeu
em junho 19,91% do seu capital
para a Tarpon - registrou um
prejuízo
atribuído
aos
controladores de R$ 40,4 milhões
no segundo trimestre deste ano. O
montante representa um aumento de
360%, quase cinco vezes mais em
relação à perda apurada em 2013.
A receita líquida da companhia
aumentou 27% para R$ 209,4
milhões. Já os custos das
mercadorias cresceram em
proporção um pouco maior, 28%
atingindo R$ 64 milhões no
segundo trimestre deste ano. Além
desse leve descasamento, a última
linha do balanço da Abril
Educação foi impactada por três
fatores: queda na receita de livros
escolares, aumento das despesas
financeiras e uma provisão no
valor de R$ 27,9 milhões devido
à reestruturação da companhia.
Do montante total da provisão,
R$ 21,2 milhões referem-se à saída
de cerca de 20 executivos, entre
eles Manoel Amorim, que ocupava
a presidência da Abril Educação.
A empresa também reconheceu um
ressarcimento de R$ 3,6 milhões
resultante de cancelamentos de
matrículas de alunos da Wise-Up.
A rede de escolas de idiomas
fechou várias unidades e os
estudantes que não foram
transferidos receberam de volta o
valor das mensalidades e material
didático. Ainda dentro da
reestruturação, a Abril Educação
rompeu
contratos
com
distribuidoras de livros didáticos
na Baixada Santista (SP) e no Sul
da Bahia, recomprando um estoque
de R$ 3,1 milhões.
"Nos próximos trimestres, não
teremos
mais
provisões.
Preferimos reconhecer tudo agora.
A perda de receita no segmento de
editoras ocorreu por causa da
Copa do Mundo e será
compensada nos próximos meses,
quando o governo voltará a
comprar", diz Mário Ghio Junior,
novo presidente da Abril
Educação.
No segundo trimestre, a
companhia registrou no segmento
de editoras uma "receita negativa"
de R$ 1,9 milhão. Esse
desempenho ocorreu porque o
volume de devoluções de livros
escolares foi superior às vendas,
que foram ruins. "Aumentamos o
tíquete médio em 11% e perdemos
esse mesmo percentual em volume.
Estamos focando em coleções de
livros mais caras porque os
sistemas de ensino [apostilas]
estão ocupando um segmento mais
intermediário de preço", explica
Ghio Junior.
Segundo o executivo, suas
atenções no segundo semestre
estão voltadas para a licitação do
governo federal que vai adquirir
livros didáticos do ensino médio,
segmento em que a companhia tem
forte atuação com suas editoras
Ática e Scipione.
O resultado financeiro da Abril
Educação, no segundo trimestre foi
negativo em R$ 22,6 milhões, o
dobro do registrado no mesmo
período do ano passado devido ao
aumento do endividamento com as
aquisições e alta na taxa Selic.
12/08/14
00
NOTAS &
INFORMAÇÕES
Mais rigor no Enem
A revelação, feita pelo Estado graças à Lei de Acesso
à Informação, de que houve um número expressivo de
examinadores despreparados na correção das redações
do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 é
motivo de apreensão. Como a prova foi convertida pelo
Ministério da Educação (MEC) em processo seletivo das
universidades federais, sob a justificativa de democratizar
o acesso ao ensino superior público, qualquer problema
nas correções põe em risco a credibilidade do sistema.
Há dois anos, os critérios de correção do Enem foram
questionados por especialistas em educação, depois da
descoberta de que uma redação reproduzindo uma receita
de macarrão instantâneo e outra transcrevendo o hino de
um clube de futebol haviam sido aprovadas pelos
examinadores. Diante da repercussão negativa, o MEC
alterou os critérios de correção, montou uma força-tarefa
para garantir mais segurança e objetividade nas avaliações
e determinou que as redações deveriam ser anuladas
automaticamente caso apresentassem "parte do texto
deliberadamente desconectada com o tema proposto".
As redações do Enem são avaliadas por profissionais
da área de Letras, com formação em Língua Portuguesa,
que recebem R$ 3,61 por prova corrigida. Cada redação
é examinada por dois corretores independentes, e um
não tem conhecimento da nota atribuída pelo outro. Uma
vez escolhidos pelo órgão encarregado de aplicar o Enem,
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), os corretores têm de passar por
um processo de treinamento e capacitação, num total de
136 horas, compreendendo módulos presenciais e a
distância. Nesse processo, eles se submetem a uma prova
com cem questões, analisam redações diferentes e são
obrigados a escrever um texto como se fossem alunos
do ensino médio.
Também são monitorados durante o processo de
correção por coordenadores e supervisores, que verificam
se eles dão notas excessivamente altas ou muito baixas e
se são lentos ou rápidos demais nas correções. Os
avaliadores são excluídos automaticamente quando
obtêm uma nota de desempenho inferior a 5, numa escala
de 0 a 10. Caso fiquem entre 5 e 7, têm duas oportunidades
para se recuperarem. Na terceira vez em que a nota for
inferior a 7, são excluídos e as redações por eles já
corrigidas têm de ser revistas.
Para fiscalizar os avaliadores, o Inep desenvolveu uma
estratégia: de cada lote de 50 redações que têm de corrigir,
há uma excelente redação - a chamada "redação de ouro"
-, já examinada pela equipe de especialistas do órgão, e
uma segunda redação - conhecida como "redação
múltipla" -, que também foi submetida a vários outros
corretores. A estratégia permite aos supervisores e
coordenadores do órgão verificarem equívocos e desvios
cometidos pelos avaliadores nas correções do lote. "Cito
a Bíblia: 'Pelos teus frutos te conhecerei'. Só posso saber
se um avaliador corrige bem quando produz resultados
adequados", diz o estatístico José Francisco Soares, que
assumiu a presidência do Inep há seis meses.
Segundo as informações obtidos pelo Estado, dos
7.121 avaliadores contratados para corrigir as redações
no Enem do ano passado, 845 - o equivalente a 12% do
total - tiveram de ser afastados. O porcentual vem
aumentando de forma preocupante. No Enem de 2011,
foram excluídos 277 dos 3.188 examinadores - cerca de
8,7% do total. Na prova de 2012, dos 5.558 corretores
selecionados, apenas 52 - ou 0,9% - foram reprovados.
"Tínhamos um monitoramento mais leniente. Agora,
temos um monitoramento mais duro. Só corrige redação
no Enem quem tiver sido certificado. Dá segurança ter
alguém que é excelente para corrigir, dar orientações e
acompanhar todo o processo", afirma o presidente do
Inep, justificando o aumento do número de examinadores
reprovados.
Com o aumento do rigor na seleção e na fiscalização
dos avaliadores, resta esperar que o Enem não venha
mais a ser desmoralizado com a aprovação de receitas
de macarrão e hinos de times de futebol nas provas de
redação.
12/08/14
00
ESPAÇO ABERTO
Meu Mundo quer educação
Karine Pansa
Nem pão nem circo, o povo
quer mesmo é ensino de qualidade.
É o que indicam os resultados
parciais da enquete Meu Mundo,
iniciativa da Organização das
Nações Unidas (ONU), em
parceria com a Fundação World
Wide Web, o Instituto de
Desenvolvimento Internacional e
entidades de todos os continentes.
O propósito é eleger as seis
prioridades globais pós-2015,
prazo final de implementação dos
Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio, para melhor se
enfrentarem os problemas, as
desigualdades persistentes e os
novos desafios que afetam o
planeta.
Até a conclusão deste artigo
1,6 milhão de pessoas haviam
votado. Para a maioria, a educação
vem em primeiro lugar, seguida,
nesta ordem, por melhores
condições de saúde e de trabalho,
governo honesto e atuante, mais
acesso a alimentos de qualidade e
melhor saneamento básico. A ONU
deseja que a nova agenda das
prioridades resulte de uma
mobilização aberta e abrangente,
capaz de envolver pessoas de
todas as nações e de todos os
grupos sociais. A pesquisa,
portanto, será uma ferramenta para
incluir as vozes da sociedade num
amplo diálogo global. Espera-se
que algo tão relevante e
representativo do pensamento das
populações sensibilize governos e
lideranças mundiais.
É gratificante observar que os
brasileiros estão bastante
engajados nesse processo. Nosso
país é o sexto com o maior número
de participações espontâneas na
sondagem, conforme demonstra o
último balanço divulgado pela
ONU. Aqui votaram 42.512
pessoas, universo de público muito
maior do que a quantidade de
entrevistados em pesquisas
convencionais de opinião, fator
que valoriza e corrobora ainda
mais o resultado: o pensamento
majoritário de nossos cidadãos
coincide com a tendência global.
Ou seja, estamos alinhados ao
anseio planetário por ensino de
excelência, item mais importante
para nossa população. Na
sequência, aparecem saúde,
governo honesto, proteção contra
o crime e a violência, meio
ambiente e alimentos.
A consciência dos cidadãos
brasileiros e do mundo sobre o
significado da educação pública
para o desenvolvimento com
justiça social confirma a
necessidade de o País dar
prioridade à solução dos
problemas que, há décadas, vêm
afetando o setor. Não podemos
continuar tão defasados em relação
a outras nações nessa área vital,
como demonstram os resultados do
último Programa Internacional de
Avaliação de Alunos (Pisa),
realizado pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
O Brasil somou 410 pontos em
leitura, dois a menos do que a sua
pontuação na última avaliação,
ocupando o 55.º lugar no ranking
entre 65 países. Quase metade
(49,2%) dos nossos alunos não
alcança o nível 2 de desempenho,
numa escala na qual o teto é 6. Isso
significa que não são capazes de
deduzir informações do texto, de
estabelecer relações entre
diferentes partes da narrativa nem
compreender nuanças da
linguagem. Em ciências (59.º
lugar) e matemática (58.º), a
situação não é melhor.
Diante de tais números, é
notável que a produção brasileira
Continua
Continuação
de livros já alcance 500 milhões
de exemplares anuais e nosso
mercado editorial seja o nono
maior do mundo, com faturamento
em torno de R$ 5 bilhões/ano.
Além disso, a terceira edição da
pesquisa Retratos da Leitura realizada pelo Instituto Pró-Livro,
em parceria com a Câmara
Brasileira do Livro (CBL), a
Associação Brasileira de Editores
de Livros Escolares (Abrelivros)
e o Sindicato Nacional dos
Editores de Livros (Snel) demonstrou que em 2012 tínhamos
178 milhões de leitores em
potencial (habitantes com 5 anos
ou mais). Metade, ou seja, 89
milhões de pessoas, envolveu-se
com a leitura de pelo menos uma
obra no ano anterior ao estudo e
64% desses leitores veem nos
livros "uma fonte de conhecimento
para a vida".
Para o setor editorial brasileiro,
que tem feito imenso esforço no
sentido de contribuir para ampliar
a base de leitores no País, os dados
do Pisa são preocupantes. Se, por
um lado, temos conquistado bons
12/08/14
resultados na disseminação do
hábito da leitura, como
demonstram as estatísticas,
poderíamos ir muito além caso a
qualidade do ensino público fosse
compatível com as nossas metas de
desenvolvimento e o legítimo
direito de toda a sociedade à
excelência na educação, que não
pode ser um privilégio.
Avançamos muito nos últimos
20 anos com relação ao acesso e
ao número de matrículas. A nossa
"revolução educacional", porém,
ficou inacabada. A qualidade do
ensino básico, condição essencial
para o crescimento sustentado e a
transformação do Brasil num país
mais justo socialmente, pouco
avançou. Se é que não ficou
patinando, andando de lado. Este
é o desafio a ser enfrentado: ter
uma educação fundamental pública
universalizada (o que ainda não
alcançamos no grau médio ou na
pré-escola) e com a qualidade
necessária para que nossos jovens
estejam aptos a progredir num
mundo cada vez mais competitivo.
Para isso têm grande papel os
autores e editores na elaboração
de
livros
didáticos
e
paradidáticos. O mercado editorial
brasileiro desenvolveu equipes e
conhecimento para conceber com
maturidade todos esses materiais.
O poder público, principalmente
a União, tem o dever de manter
toda a infraestrutura e programas
criados para selecionar, comprar
e distribuir livros às escolas
públicas de todo o Brasil. Às
famílias cabe missão importante,
principalmente no sentido de
matricular e manter os seus filhos
nas escolas, orientar e estimular.
Vencer a precariedade do
ensino é um desafio de todos os
brasileiros. Para cumpri-lo com
êxito não existem atalhos. É
necessária
uma
política
educacional de Estado, que não
sofra solução de continuidade e dê
prioridade à educação básica, com
foco na aprendizagem do aluno.
Karine Pansa é empresária do
setor editorial e presidente da
Câmara Brasileira do Livro.
12/08/14
00
POLÍTICA
Suplicy propõe trabalho para menor infrator
Valmar Hupsel
Elizabeth Lopes
Filho
e
Reação no PT sobre maior
tempo de internação faz senador
rever projeto de endurecimento
de pena
O senador Eduardo Suplicy
(PT) adotou novo discurso para
defender proposta de sua autoria
que prevê aumento do tempo de
internação, hoje limitado a três
anos, para adolescentes infratores.
Nesta segunda-feira, ao participar
da série Entrevistas Estadão, o
petista focou sua defesa na adoção
de penas alternativas a menores
reincidentes ou autores de crimes
graves.
Suplicy é o primeiro candidato
ao Senado por São Paulo a
participar da série do Estadão.
Nesta quarta-feira será a vez de
Gilberto Kassab (PSD). José Serra
(PSDB) foi convidado mas não
confirmou presença.
Suplicy, que está há três
mandatos no cargo, resolveu
amenizar o discurso após a
repercussão negativa que sua
proposta teve ao ser apresentada
na semana passada a colegas de
partido. O PT é historicamente
defensor de outras formas de
reinserção social que não seja a
internação.
Na segunda, ao falar do projeto,
Suplicy preferiu frisar a adoção
cada vez maior das penas
alternativas. "Temos de acreditar
mais nas medidas socioeducativas
para recuperação dos menores que
tenham cometido crimes e, caso
exista a necessidade de punição,
que utilizemos cada vez mais as
chamadas penas alternativas."
O senador ressalvou que a
Fundação Casa, instituição para
menores infratores em São Paulo,
não vem cumprindo a sua função.
Numa crítica à gestão do
governador e candidato à
reeleição, Geraldo Alckmin
(PSDB), disse que a instituição
"precisa
ter
atividades
socioeducativas". Segundo ele, o
adolescente pode até sair do
ambiente da fundação "desde que
esteja utilizando alguma medida de
compensação por aquilo que
cometeu".
O petista reafirmou ainda sua
posição contrária à diminuição da
maioridade penal em caso de
crimes hediondos, defendida pelo
senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP), vice na chapa
presidencial do tucano Aécio
Neves. "Esta é uma cláusula pétrea
da Constituição", afirmou. Sobre
a descriminalização do aborto, o
senador considera o assunto
polêmico por envolver vários
credos. "Acho que é uma decisão
pessoal da mãe. É um tema
extremamente delicado e acho que
devemos estar sempre debatendo.
Neste debate precisa ter a voz das
mães, mas também a voz da Igreja
Católica, das afrodescendentes e
das denominações evangélicas."
Suplicy
defendeu
que
candidatos a cargos eletivo
publiquem em tempo real suas
contas na internet, a exemplo do
que ele está fazendo. Indagado
sobre dificuldades financeiras das
candidaturas petistas em São
Paulo, o senador disse que colocou
recursos próprios na campanha e
pretende organizar jantares de
adesão para arrecadar fundos.
O petista também citou sua
principal bandeira nestes 24 anos
de mandatos consecutivos no
Senado, o projeto de renda básica
de cidadania, para cobrar resposta
da presidente Dilma Rousseff. "É
muito importante que se coloque
em prática aquilo que já é lei,
aprovada por todos os partidos no
Congresso Nacional", disse o
petista, lembrando que encaminhou
à presidente uma carta assinada
pelos 81 senadores, "inclusive o
Aécio".
Suplicy falou ainda sobre
propaganda paga em sua página no
Facebook, o que é vetado pela
legislação eleitoral. Segundo
Suplicy, "uma entusiasta da sua
campanha" pagou cerca de R$ 200
para impulsionar a foto em que ele
aparece carregando Padilha nos
ombros. "A própria Justiça
Eleitoral entendeu que foi um ato
involuntário", disse. A foto foi
retirada do ar após a denúncia.
12/08/14
00
METRÓPOLE
Ativista solto vai a assembleia na USP
Continua
Continuação
12/08/14
12/08/14
00
METRÓPOLE
Redação passa a valer 20% da
nota no vestibular da Unicamp
12/08/14
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ECONOMIA
12/08/14
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ECONOMIA
Agência BRASIL ECONÔMICO
http://www.brasileconomico.ig.com.br
12/08/2014
Uma lei revolucionária para a área de educação
Ronaldo Mota
Costuma-se afirmar que,
em geral, um novo marco
legal em si não representa
revolução, a qual, quando
ocorre, deve necessariamente
estar associada ao mundo das
mudanças culturais e pesos
efetivos dos segmentos sociais
nas decisões de poder. Assim,
dificilmente
uma
lei
isoladamente, por melhor que
seja, traz em si um caráter
p r o f u n d a m e n t e
transformador. No entanto,
excepcionalmente, há casos
em que uma simples lei pode
mudar substancialmente o
futuro de uma nação. A
sociedade contemporânea
discute intensamente dois
importantes
desafios:
educação/inovação
e
sustentabilidade. Ambos são
aspectos estratégicos para
melhor distribuição de
riquezas e possibilitar que
habitantes do planeta possam
satisfazer suas necessidades
sem
comprometer
as
necessidades das futuras
gerações. Há que se promover
significativas mudanças
comportamentais, as quais
somente podem acontecer
com professores competentes
e satisfeitos.
Não há nenhum cenário de
desenvolvimento econômico,
social e ambiental sustentável
sem uma educação de
qualidade, preferencialmente
formadora de pessoas
preparadas ao mundo da
inovação. A complexidade dos
problemas educacionais e
suas soluções vão além de
recursos, embora orçamento
seja uma variável importante.
É verdadeiro que o simples ato
de dobrar de imediato os
salários de todos os
professores, ainda que fizesse
bem, não seria em si a solução
dos problemas educacionais e
nem
implicaria
em
instantânea melhor qualidade
de ensino. Remunerar melhor
os professores tem um efeito
mais relevante ao despertar
vocações e estimular uma
nova geração de docentes do
que efetivamente mudar, de
imediato, a qualidade
daqueles que já estão em sala
de aula.
A revolucionária lei seria,
em linguagem bem simples,
algo como: "No Brasil,
progressivamente até 2024, os
salários dos professores e os
dos parlamentares serão
relacionados entre si, tal que:
i) na esfera federal, o salário
Continua
Continuação
12/08/2014
de um deputado federal terá
como correspondência o de
um professor titular no topo
da
carreira
das
universidades federais; ii)
nos estados e nos
municípios, os deputados
estaduais e os vereadores
terão, respectivamente,
como referências os
salários nos topos de
carreiras dos respectivos
sistemas públicos de
ensino". Ou seja, um
deputado daqui a dez anos
deverá ganhar o mesmo que
um professor titular em
tempo integral e com
doutorado
de
suas
respectivas universidades e
um
vereador,
o
correspondente ao que o
município paga no topo da
carreira
aos
seus
professores municipais. Há
muitos detalhes a serem
ajustados. É natural e correto
que os parlamentares, que
para exercício de seus
mandatos tenham que mudar
de cidade, lhes sejam
assegurados
auxíliosmoradia.
No caso dos professores,
isto é diferente. Lembro-me
que uma vez tive de recusar
um cargo público fora da
universidade porque, além de
não
ganhar
nenhum
adicional, teria que arcar com
as despesas de morar em
outra cidade. O novo Plano
Nacional de Educação,
sancionado pela presidente
Dilma Rousseff, é um grande
avanço, mas precisa, além de
destinar 10% do PIB até
2024, ter leis complementares
que mudem também a cultura.
É preciso passar mensagens.
Aos jovens, a mensagem que
a opção pela docência será de
fato valorizada neste país e
que os que assim optarem não
se arrependerão. Aos
interessados em ingressar na
carreira política, a mensagem
que esta atividade será
respeitada e honrada, como
merece a vocação de servir ao
povo, e será decentemente
remunerada. Em suma, no
futuro, o exercício da política
poderá ser ainda mais nobre,
ainda que não aconselhável a
quem
imagine
dela
enriquecer. Nada diferente do
que a vida do professor já é
hoje.
Ronaldo Mota é reitor da
Universidade Estácio de Sá e
titular aposentado da
Universidade Federal de
Santa Maria
CORREIO BRAZILIENSE
12/08/14
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POLÍTICA
Passe livre no centro
do discurso socialista
Eduardo Campos reforça a
promessa de criar fundo para
subsidiar o transporte público
gratuito para estudantes
Eduardo ao lado de apoiadores:
presidenciável compara a política
econômica com a eliminação na
Copa
O candidato à Presidência da
República e ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos
(PSB) voltou a prometer ontem
que, se eleito, criará um fundo
nacional para financiar o passe
livre para estudantes de escolas
públicas. A reserva seria
composta por repasses da União
(70%), dos estados (20%) e dos
municípios (10%). “Fizemos um
cálculo com base na média das
passagens nas cidades que hoje
têm sistemas de transporte”,
explicou. O peesebista estipulou
em R$12 bilhões a meta de
arrecadação para a iniciativa
funcionar. “Muitas pessoas que
passaram no regime de cotas estão
deixando as universidades porque
não têm condição de ir e vir”,
justificou.
Quanto às denúncias em torno
da Petrobras, Eduardo classificou
a estatal como “a única petroleira
que, quanto mais vende, mais tem
prejuízo”. Ele prometeu “resgatar”
a empresa, com a instituição de
“regras seguras e direção
profissionalizada”.
O
presidenciável ainda criticou a
política de reajuste no preço dos
combustíveis, uma vez que,
segundo ele, a presidente Dilma
Rousseff “guardou na gaveta”,
para logo depois das eleições,
aumento nas tarifas de energia
elétrica e de combustíveis.
Eduardo comparou a política
econômica e o controle da inflação
à goleada sofrida pelo Brasil
diante da Alemanha na Copa do
Mundo, por 7 x 1. “É 7 de inflação
e, de outro lado, o crescimento está
abaixo de 1. Nós vamos botar o
Brasil para voltar a crescer”,
anunciou, prometendo maior
independência para o Banco
Central e esforços para baixar a
inflação.
O socialista ainda justificou a
aliança com a ex-senadora Marina
Silva, que se filiou ao PSB e forma
a chapa com Eduardo, negando a
intenção de querer cooptar votos
da ambientalista. “Cada um tem um
voto. Não leva como se fosse uma
caixa na mudança.”
CORREIO BRAZILIENSE
12/08/14
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OPINIÃO
Sem demonização
PAULO NASSAR
Diretor-presidente
da
Associação Brasileira de
Comunicação
Empresarial
(Aberje) e professor livre-docente
da Escola de Comunicações e
Artes da Universidade de São
Paulo (ECA-USP)
Artigo publicado no Correio
Braziliense por Francisco Viana,
sob o título “Mídia training, modo
de usar” (pág. 13), abre amplo
debate a sugerir uma visão ampla
do significado contemporâneo do
treinamento para o cada vez mais
necessário relacionamento com a
mídia. De saída, três constatações
são indispensáveis.
A primeira é que em hipótese
alguma se deve demonizar o mídia
training. Trabalho cada vez mais
indispensável para líderes e
profissionais de todas as áreas,
marca o aprofundamento do
diálogo democrático. Quem faz o
mídia training se prepara para
formar e informar a opinião
pública de maneira elevada,
aprendendo a lidar com técnicas
da comunicação de qualidade.
A segunda constatação é que o
mídia training passou a fazer parte
indissociável dos negócios da
comunicação
empresarial
brasileira. Em termos gerais, o
resultado econômico anual desse
setor estratégico representa R$ 9,3
bilhões, envolvendo, sobretudo, o
trabalho de milhares de jornalistas,
relações públicas, publicitários,
entre outros trabalhadores da
informação.
Em termos específicos, são
milhares de pessoas que se
dedicam
à
comunicação
empresarial, em todo o país,
exercendo atividade que contribui,
e muito, para o bom exercício da
democracia e da construção da
imagem, reputação e identidade
das empresas. É um mercado que
só tem crescido, impulsionado por
grupos relevantes de comunicação
(como FSB, CDN, Press Porter
Novelli, Máquina PR e Insight),
além de autênticos artesãos do
meio, que fazem trabalho
individualizado.
Há, ainda, o fato de ser uma
atividade das mais antigas no país.
Este ano, as relações públicas
estão completando seu centenário,
uma vez que os trabalhos pioneiros
datam de 1914, na antiga Light.
Isso mostra que se trata de
profissão com conhecimento
acumulado, capaz de entender seu
tempo e os desafios impostos pelo
presente. Que desafios são esses?
Se olhados de perto, vemos que
existem relações promíscuas entre
comunicadores, organizações e
empresas que precisam ser
deixadas de lado. Uma delas
relaciona-se ao fato de jornalistas
ligados à redação fazerem
treinamentos. Deveriam, no
máximo, serem convidados para
falar do jornalismo brasileiro.
Nunca para treinarem pessoas.
Como superar o impasse ético de
treinar porta-vozes que, no futuro,
podem ser seus entrevistados?
Outro aspecto é como a
comunicação pode lidar com
gestores ineficientes ou corruptos.
Como convencer lideranças de que
manipular a comunicação tira o seu
valor porque afeta a credibilidade
dos organizações e, portanto, a
credibilidade das mensagens?
A comunicação é herdeira do
seu tempo. Hoje, a democracia
exige que se criem modelos de
diálogo com a sociedade. As
razões são efetivas: as mídias
sociais estão mudando o conceito
de verdade como algo que se
impõe e trazendo à luz a ideia de
que a verdade é aquilo que ganha
concretude para o exercício efetivo
da cidadania.
Daí,
os
fatos
serem
subversivos. Subvertem meias
verdades, mitos, heróis, versões
oficiais. Tudo isso, em tempo real.
São indicadores de novos
caminhos, tanto para o mídia
training, como para os horizontes
da comunicação.
Continua
Continuação
12/08/14
Em O anel dos Nibelungos,
Wagner adverte sucessivas vezes:
“Acorde, acorde, acorde”. É o
momento de acordar. Significa que
o comunicador não pode ser
apenas o bombeiro, o portador de
boas notícias ou aquele que só
convence, como se o mundo fosse
um eterno céu azul, sem
turbulência. Vivemos novos tempo,
mudaram-se as vontades, a forma
de fazer política ganha nova
dimensão.
Quer dizer, é imperativo
repensar o sentido, sem perder de
vista as boas práticas, a eficiência
técnica e a abrangência do mídia
training. Envolve desde a postura
à fala, da forma como os
jornalistas trabalham — sobretudo
a contradição dos fatos — ao
conteúdo das pautas, a prevenção
e gestão de crises e os
posicionamentos.
Consiste, também, em visão
política clara a respeito de uma
sociedade em que o cidadão exige
transparência. O artigo de Viana
sugere que se amplie e fortaleça o
debate em torno de uma prática
antiga que precisa seguir o passo
de um novo Brasil.
No caso da comunicação
empresarial, nosso papel é ser o
guardião da ética, da técnica e da
estética de uma conquista de
comunicadores que fazem seu
trabalho com eficiência e não
desejam vê-lo demonizado. Pelo
contrário, buscam transformá-lo
em prática universal e construtiva.
Uma prática útil de rara utilidade
para a cidadania e vida.
CORREIO BRAZILIENSE
12/08/14
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Planejar
» No Programa Mais Escola, o
objetivo é o período integral. Acontece
que isso significa o dobro de alunos nos
dois turnos com o mesmo número de
professores. As instalações permanecem
as mesmas, o que também torna a
proposta inviável. Sem planejamento não
há política que dê certo.
ARI CUNHA
CORREIO BRAZILIENSE
12/08/14
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CIDADES
SANTO ANTÔNIO DO
DESCOBERTO » Fraude milionária
Souza Júnior, assinava diplomas
de quem nunca colocou os pés em
sala de aula. Na gestão de David
Leite, Moacir ocupava a
presidência do Conselho
Municipal de Educação, órgão que
deveria
fiscalizar
as
irregularidades na área.
A atual gestão da prefeitura de Santo Antônio do Descoberto
levantou as denúncias em parceria com o MPGO
Investigação aponta que
dezenas de servidores da
prefeitura do município goiano
apresentaram diplomas falsos para
receber gratificações. Esquema
funcionava desde 2010
» SAULO ARAÚJO
Um esquema de emissão de
diplomas falsos causou um
prejuízo milionário ao município
goiano de Santo Antônio do
Descoberto. Desde 2010, dezenas
de servidores da prefeitura da
cidade localizada a 45km de
Brasília recebiam gratificações
por apresentarem certificados de
curso superior ou de pós-
graduação. Quatro anos depois,
descobriu-se que a maioria dos
documentos foi emitida por uma
faculdade de fachada. A suposta
fraude teve início na gestão do exprefeito David Leite, com a
aprovação do plano de cargos e de
salários dos funcionários públicos.
A nova legislação permitia o
pagamento de R$ 400 a R$ 1 mil.
Em tempo recorde, servidores
começaram
a
apresentar
certificados emitidos em nome do
Instituto Educacional JRJ. Sem
credenciamento no Ministério da
Educação (MEC) e sem endereço
físico, o homem que se apresentava
como dono da faculdade, Moacir
Na casa dele, a Polícia Civil de
Goiás apreendeu dezenas desses
documentos. Ele não foi localizado
para comentar as denúncias.
Alguns
diplomas
eram
grosseiramente falsificados.
Muitos nem sequer tinham o
carimbo do MEC. Em outros,
constava a data de colação de grau
do aluno posterior à emissão do
certificado.
As denúncias levantadas pela
atual administração, em parceria
com o Ministério Público de
Goiás, fizeram com que os
incentivos fossem cortados. A
estimativa é de que quase R$ 20
milhões tenham sido pagos de
maneira indevida desde 2010. Os
repasses aos servidores afetaram
diretamente a população, pois
78% da receita de pouco mais de
R$ 6 milhões mensais do
município passou a ser usada para
honrar a folha de pagamento dos
funcionários da prefeitura.
Em 2010, o gasto com efetivos
e comissionados era de R$ 1,5
milhão. Quatro anos depois, por
causa da incorporação das
Continua
Continuação
12/08/14
gratificações, saltou para R$ 5
milhões, um crescimento de 229%.
Sem dinheiro em caixa para outras
finalidades, serviços essenciais
como saúde, segurança e educação
ficaram praticamente paralisados.
O Correio esteve no endereço
apresentado por Moacir como a
sede do Instituto Educacional JRJ.
No local, funciona uma escola de
ensino fundamental. Uma
funcionária confirmou que ali
nunca funcionou uma faculdade.
Colapso
O atual prefeito, Itamar Lemos
do Prado, disse que, se a auditoria
não tivesse detectado as
ilegalidades, em 2016 o município
entraria em colapso, sem
condições de arcar com as
despesas. Segundo ele, os
servidores
supostamente
beneficiados pelas gratificações
clandestinas só poderão ser
punidos com o fim das
investigações. “Muitos afirmam
que não sabiam que os diplomas
não tinham valor. O meu papel
como gestor foi apresentar as
denúncias. Se eles mentiram ou
não, caberá à polícia e ao
Ministério Público apontar”,
afirmou.
Caso fique constada a má-fé dos
funcionários da prefeitura, eles
serão obrigados a devolver de
forma retroativa todo o dinheiro
recebido irregularmente. Além
disso, podem ser expulsos do
serviço público.
CORREIO BRAZILIENSE
12/08/14
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INFORMÁTICA
ENSINO ON-LINE » Aprendizado em um toque
Sites e aplicativos são
alternativas para quem quer
aprender um idioma, mas não tem
tempo para frequentar as aulas.
Alguns já contam até com
certificados de proeficiência
Márcia Dias usa um aplicativo
para ter aulas de inglês: "Achei
rápido e posso aprender onde e
quando quiser"
Com o avanço da internet,
muitas escolas de idioma passaram
a oferecer cursos on-line, voltados
para quem não dispunha de tempo
para ir às aulas ou preferia
horários mais flexíveis. Passado
alguns anos, a popularização dos
smartphones e dos tablets levaram
o aprendizado de outras línguas a
uma nova esfera: a dos aplicativos.
Assim, aeroportos, ônibus,
qualquer ambiente se torna sala de
aula.
Essa facilidade de acesso foi
um dos principais motivos para
Márcia Araújo Dias, 25 anos,
passar a usar o app Duolingo.
“Busquei o aplicativo porque não
tinha tempo para fazer inglês em
uma escola. E achei superprático,
rápido e posso aprender onde e
quando quiser”, conta a estudante
universitária.
Outro ponto ressaltado pelos
usuários é o método utilizado,
normalmente mais interativo e
dinâmico. É o que aponta a
advogada Alinne Lopomo Beteto,
24 anos, também usuária de um
aplicativo do gênero. “Uma das
maiores vantagens é a
possibilidade de aprender de
forma descontraída, como se você
estivesse brincando, jogando um
game qualquer no celular. Dessa
forma, o aprendizado de um novo
idioma, não raro visto com uma
obrigação e sem muito entusiasmo,
acaba se tornando mais uma opção
de lazer.”
A união entre ensino e diversão
também é ressaltada pela diretora
de
comunicações
e
desenvolvimento internacional do
Duolingo, Gina Gotthilf. “A
chamada ‘gamificação’ faz com
que o aprendizado seja mais
agradável e estimula o retorno do
usuário”, afirma.
E para quem duvida da eficácia
do ensino por meio de aplicativos,
Gina Gotthilf assegura que os
métodos utilizados são eficientes.
“Tudo que é colocado à disposição
dos usuários foi testado bastante,
de forma que o ensino seja o
melhor possível por meio dessas
ferramentas”. A afirmação da
executiva é reforçada por um
estudo
realizado
pelas
universidades City University of
New York e University of South
Carolina. A pesquisa feita pelas
instituições mostra que 34 horas
nesse
aplicativo
seriam
equivalentes a um semestre de
ensino tradicional. O trabalho foi
desenvolvido com estudantes
universitários americanos que
faziam aulas de espanhol.
Exame
A plataforma digital permite
ainda outra vantagem: a adaptação
ao usuário. “Em uma sala de aula,
o professor tem de dar o mesmo
conteúdo, da mesma forma, para
todos os alunos. Assim, nem
sempre o ensino é o mais adequado
a cada um. Porém, os sistemas
inteligentes são capazes de
identificar as dificuldades da
pessoa e exigir mais de um
determinado ponto”, explica Ana
Carolina Merighe, diretora de
Desenvolvimento de Mercado
LinguaLeo, site e app de ensino de
idiomas.
Mesmo com as vantagens
citadas, um dos motivos para que
muitos estudantes ainda prefiram
cursos em escolas convencionais
é a possibilidade de conquistar
certificados que comprovem o
domínio de outra língua,
normalmente usados em entrevistas
de emprego ou para conseguir
bolsas de intercâmbio em
universidades no exterior.
Continua
Continuação
Entretanto, os aplicativos de
idiomas também devem conseguir
tal reconhecimento em breve. O
site LinguaLeo, que também conta
com aplicativo para ensino de
idiomas, já apresenta cursos
voltados para exames mais
conhecidos. Entre as vantagens,
está o preço mais acessível que a
maioria das escolas de inglês.
Já o app Duolingo lançou
recentemente o Test Center, uma
prova de proeficiência que,
segundo estudo da universidade de
Pittsburgh, seria tão eficiente
quanto o exame Toefl, comumente
usado em avaliações de bolsas de
estudo. Mas, diferentemente da
prova tradicional, que demora duas
horas e custa, em média, US$ 250,
o teste digital é feito em 20 minutos
e custa US$ 20.
O estudante Matheus Gazeto, 20
anos, foi um dos usuários que já
fez o teste e aponta os pontos
12/08/14
positivos verificados: “O exame é
bastante rápido, mas aborda todas
as áreas da língua. Algumas partes
são difíceis, como a de completar
palavras que faltam em um texto
sobre um assunto totalmente
aleatório, que vai de orquestras até
pontes.
Creio
que
o
reconhecimento virá com o tempo
porque o preço é menor e a
idoneidade é bem perceptível, uma
vez que é pedido uma foto de
documentos e exigem que a câmera
frontal esteja ligada o tempo todo
durante a execução do teste, a fim
de evitar fraudes”.
Por enquanto, o exame do
Duolingo não tem o mesmo
reconhecimento que os certificados
tradicionais, mas segundo a
diretora de comunicações do app
Gina
Gotthilf,
diversas
universidades dos Estados Unidos
e América Latina já haveriam se
manifestado a favor do uso da
avaliação.
JORNAL DE BRASÍLIA
12/08/14
00
EM TEMPO

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