6 Educar é ensinar a viver

Transcrição

6 Educar é ensinar a viver
6
AN O 3 - N úmero 6
J u nho de 201 0
Kids
O valor de brincadeiras
que estimulam o
convívio e a criatividade
!
História
União completa
140 anos de
tradição em junho
!
Meio ambiente
Entenda as mudanças
climáticas e a influência
do homem na natureza
!
Colégios Metodistas preparam
para o mundo e para o Ensino Superior
Educar é ensinar a viver
6
Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista
Conselho Superior de Administração - CONSAD
Presidente - Wilson Roberto Zuccherato
Vice-presidente - Rosilene Gomes da Silva Rodrigues
Secretário - Rui Sergio Santos Simões
Augusto Campos de Rezende, Clóvis de Oliveira
Paradela, Eric de Oliveira Santos, Henrique de
Mesquita Barbosa Corrêa, Maria Flávia Kovalski,
Nelly Azevedo Matolla, Nelson Fer, Paulo Roberto
Lima Bruhn, Saulo de Tarso Cerqueira Baptista
Direção Geral e Direção da Educação Básica
Norberto da Cunha Garin
Vice-direção Acadêmica da Educação Básica
Perpétua Maria da Silva
Direção de Unidade IMC - Acadêmico
Luciana Campos de Oliveira Dias
Coordenação Pedagógica Geral do União
Lucia Machado Lopez
Pastoral Escolar e Universitária
Rev. Flávio Hasten Reiter Artigas
Coordenadoria de Comunicação e Marketing
Denise Avancini Alves
Conselho Editorial - Áurea Beatriz Moreira Vieira,
Débora Heineck, Eliza Dutra Andrade (CPM),
Ilza Maria Cecon, Lucia Machado Lopez, Luciana Dias,
Maria Alice Buttes, Mirsa Marli Scherer, Perpétua
Maria da Silva, Ramão Paz, Rev. Paulo Francisco
Chaves, Rejane Eltz e Rosângela Maria Martins
Jornalista Responsável e Editora
Vanessa Mello - MTB 11.069/RS
Redação - Ana Paula Nogueira - MTB 13.659/RS
Colaboração - Alexandre Paz
Carlos Ismael Moreira
Elke Bahi Pedroso
Luís Bustamante
Foto de capa - Ana Paula Nogueira
Revisão - Beatriz Aranchipe Kloss e Luís Bustamante
Tradução - Ana Lúcia Stahler
Revisão de inglês - Regina Pretto
Estagiários de Jornalismo - Ângela Camana
Cláudia Sobieski
Verônica Barbosa
Projeto Gráfico e Diagramação - Carlos Ismael Moreira
Ilustração - Fabrício Deiques
Marketing - Camile Bica
Portal - www.metodistadosul.edu.br
Endereços
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Santa Maria - RS
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Rua Tiradentes, 3432
Uruguaiana - RS
CEP: 97510-500
(55) 3412-4355
Impressão - Gráfica Ideograf - 3 mil exemplares
Outras capas - Confira abaixo outras opções de
capa que foram criadas para esta edição e comente
pelo e-mail [email protected]
In English - Agenda
Veja fotos do primeiro
semestre de 2010
8
Entrevista
Rumo ao diploma
universitário
10
Osvino Toillier,
presidente do SINEPE,
fala sobre o papel da
escola na formação
cidadã e na preparação
para o Ensino Superior
De olho na bola
e nos livros
Valores éticos, morais e
aprovação no vestibular são
os alvos dos Colégios Metodista
In English - On the way to a university degree
Do you speak
English?
13
In English - Focused on both: sport and books
16
No ritmo da dança
In English - The rhythm of the dance
Saiba os benefícios da atividade e
os projetos que os colégios oferecem
Respeito é bom e
todo mundo gosta
14
Conheça o Estatuto de Convivência com
as regras de comportamento nas escolas
In English - Everybody likes being respected
De bem com o cardápio
A era das
consequências
18
Escolas estimulam o gosto
pela alimentação saudável
20
Xô, gripe A
23
In English - Enjoying the menu
Veja os cuidados
para espantar o vírus
In English - Keeping Influenza A away
Especialistas esclarecem a influência
do homem nas mudanças climáticas
In English - The age of consequences
Nada de sorriso amarelo
Conscientização pela saúde
bucal começa na infância
In English - No teeth problems
Educação conectada
no futuro
Lousa digital alia
tecnologia ao ensino
24 26
In English - Education linked to future
22
Da fronteira para o mundo
In English - From Uruguaiana to the world
Colégio União completa 140 anos
de competência na Educação
Brincadeira de Criança
Hora de ir para a escola
In English - Play time
In English - Time to go to school
28
A importância da Educação Infantil
na formação dos(as) pequenos(as)
Artigo
In English - Article
utiliza papel 100% reciclado
12
Programa de educação bilíngue é
diferencial na Educação Básica
Clubes de futebol cobram boas notas
para manter atletas nas divisões de base
Conheça atividades que
estimulam a criatividade
e a interação real
A
7
Confira as atividades
dos colégios para
os próximos meses
In English - Click Mural
In English - Interview
A Rede Metodista de Educação do Sul
integra a Rede Metodista de Educação
Agenda
Clic Mural
30
27
Professora do curso de
Nutrição do IPA, Denise
Rizzo, explica os perigos
da dieta da porcaria e
os benefícios da
alimentação equilibrada
O
Metodismo surgiu entre estudantes da Universidade de Oxford
que buscavam excelência acadêmica, vivência espiritual cristã profunda e expressão concreta de amor ao próximo.
O Metodismo tem em sua
gênese identitária compromissos
profundos com
duas áreas fundamentais da vida humana:
mente e espírito.
É no cultivo do
conhecimento que se torna possível
a compreensão da vida, do mundo e
de si. É no cultivo da espiritualidade
que, ao buscar a Deus, encontramos
nosso próximo, e encontramo-nos
como seres que vivem e podem desfrutar da Vida.
O centro do Evangelho de Jesus
Cristo é o amor. É amor a Deus e ao
próximo. É a capacidade de crer e construir um mundo onde o que tem valor
são as pessoas, e não os objetos. Se o
conhecimento só se ocupa dos objetos,
a pessoa morre, surge a violência, o
egoísmo, a miséria e a injustiça.
Cremos no compromisso metodista de unir Conhecimento e Fé. No
espírito metodista, você é desafiado
a transformar esse mundo por meio
de tudo que aprendeu e deseja compartilhar. Tudo pode começar numa
experiência pessoal com Cristo, e você pode experimentar.
In English
If anyone says, “I love God”, and yet hates his brother,
he is a liar. For anyone who does not love his brother,
whom he sees, cannot love God, whom he doesn’t see.
First Epistle of John, chapter 4, verse 20
Palavra da Pastoral
“se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão é mentiroso, pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não
ama a Deus, a quem não vê”.
Primeira Epistola de João, capítulo 4, versículo 20
Methodism began among students from Oxford University who sought for academic excellence, spiritual experience and profound and concrete Christian expression of love and brotherhood.
The genesis of Methodism is deeply committed
to two key areas of human life: mind and spirit. It
is the improvement of knowledge that makes possible to understand life, the world and the self. It is in
the cultivation of spirituality and in the seeking for
God that we find brotherhood and ourselves as beings who are able to live and to have the joys of life.
The main idea of the holy Bible is love, the love
for God and for the others. It is the ability to believe
and to build a world where the value is on people
rather than on material things. If knowledge focuses only on material things, people get to an end,
there is violence, selfishness, misery and injustice.
We believe in the commitment of Methodism to
join Knowledge and Faith. Through the Methodist
spirit you are challenged to transform this world
by using everything you have learned and want
to share. Experience Christ, you can do it!
CHARGE
Fabrício
Deiques
CPM DO AMERICANO E
UNIÃO RECEBEM INSCRIÇÕES
Compra de materiais esportivos, realização de
feiras de livros usados, participação no conselho
escolar e atividades culturais são apenas algumas
das ações desenvolvidas pelos Círculos de Pais e
Mães/Mestres dos Colégios Metodistas Americano e
União. Em Porto Alegre, quem integra o círculo recebe desconto de 54% na mensalidade da Associação Desportiva do IPA para a prática de atividades
físicas. O telefone do CPM do Americano é (51)
3316.1141. Em Uruguaiana, sócios(as) do círculo
podem participar de jogos de futsal, futebol de
campo masculino e de vôlei feminino. O telefone do
União é (55) 34124355.
PLANEJAMENTO
PEDAGÓGICO EM DEBATE
O novo Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), o vestibular, a inclusão e as novas tecnologias aliadas à educação foram temas do Seminário Pedagógico dos Colégios Metodistas Americano, Centenário e União em janeiro. Entre
os(as) palestrantes convidados(as) estavam a
professora Eunice Kindel, do departamento de
ensino e currículo da UFRGS, que falou sobre
processos de seleção para o Ensino Superior, e o
advogado do SINEPE/RS, Jorge Muller.
In English
Parent-teacher Associations
(Pta) of Americano and União
receive affiliations
The trading of sports equipment, of secondhand books as well as the participation in the
school council and in the cultural activities are
just some of the actions developed by ParentTeacher Associations of Americano and União
Methodist Schools. In Porto Alegre, members of
the association receive a 54% monthly discount
for IPA Sports Association to practice physical
activities. Americano PTA (CPM) phone number is
(51) 3316.1141. In Uruguaiana, members can take
part in men’s soccer games and women’s
volleyball games. União PTA phone number is
(55) 34124355.
Pedagogical Planning on debate
In Americano, Centenário and União
Methodist Schools Pedagocial Seminar, last
January, the new National High School
Examinations (Enem), the college entrance
examinations, the inclusion policy and the new
technologies combined with education were topics
of debate. Among the invited speakers were
lawyer of the SINEPE/RS, Jorge Muller and
Professor Eunice Kindel, from UFRGS Department
of Teaching and Curriculum, that lectured
about pedagogical curriculum and selection
processes for higher education.
In English
HER FAULT
FOI ELA
oi bem assim: a gente estava jogando vôlei. A bola passou pela rede a mil!
Foi direto no lugar onde
ela estava. Rapidamente
ela se movimentou, fechou as mãos para
defender “de manchete”. Não tinha como defender; era muito forte; ninguém
conseguiria pegar, mas foi o bastante para o time do colégio cair em cima: “sua
babaca... está sempre dormindo... por
que não fica de ‘gandula’...!”.
Infelizmente era sempre assim, aquela
colega sempre recebia as piores críticas, sem
contar que, na turma dela, ninguém a convidava para grupo de trabalho, festinhas
etc. Ouvi dizer, inclusive, que certo dia as
meninas se desentenderam por alguma razão, e, quando foram abordadas, entregaram-na como se fosse a única culpada.
Não é de hoje esta “mania” de discriminar colegas da sala de aula, do colégio.
Por meio de diversas formas de violência
– psicológicas, sociais e físicas – estudantes
têm sido segregados(as) no seu próprio
F
In English
Schools play a significant role in people’s formation. Besides
acquiring knowledge, the base for college entrance and for professional life, students learn how to deal with diversity, how to respect others, how to understand ethical values and how to develop competences and abilities. Focused on these issues, Trio Magazine prepared, for its 6th edition, an interview with the President
of Rio Grande do Sul’s Association of Private Education (SINEPE/
RS), teacher Osvino Toiller, about the importance of academic life.
Concerned about the future of young people, Trio shows
how technology is connected to formal education, providing a
dynamic environment which facilitates learning. It also highlights the option for the Bilingual Program by Methodist Schools.
Due to the proximity of winter, Trio emphasizes the importance
of preventing Influenza A and offers tips given by the Ministry of
Health. Good oral habits and eating healthy food are also subjects of
this edition, which brings an interview with the dietitian Denise Rizzo.
When the topic is “making students aware of the importance of the environment”, professionals of EMATER and UFRGS
explain the changes in nature and clarify how men influence the
environmental phenomena.
In the Kids section, free time activities which encourage creativity and real interaction among peers are presented as an option
for electronic games. The importance of preschool education, the
relation of good grades with the practicing of sports, basic rules to
assure good relationship at school and the 140th anniversary of
União Methodist School are also included in this edition.
Have a nice reading!
Editorial Staff
meio social. Inventam-se as justificativas
mais absurdas para se agredir colegas que
partilham do espaço e do conhecimento
comuns. Parece que a necessidade que alguns têm de se afirmar como “importantes” requer a humilhação de outros. É um
comportamento absurdo, pois impõe, à
parte mais fraca, diferentes formas de
agressão e de forma repetida. Modernamente esse comportamento tem sido chamado de bullying, palavra do idioma inglês
cujo significado aproximado é agressão do
mais forte sobre o mais fraco de forma repetida. O fato é que tem crescido no meio
escolar e deve ser enfrentado com determinação por todas as pessoas que integram a comunidade da escola: estudantes,
professores(as), gestores(as), pais e mães.
Cada um de nós precisa refletir sobre
isso, colocar-se no lugar daquele(a) que
é vítima desse tipo de agressão e posicionar-se contra qualquer forma de assédio,
seja moral ou social, contra alguém ou
algum grupo.
Norberto da Cunha Garin
Diretor Geral
A
escola tem um papel fundamental na formação das
pessoas. Além do conhecimento, base para o ingresso na universidade e na vida profissional, os(as) estudantes aprendem
a conviver com a diversidade, a respeitar
o(a) outro(a), trabalham valores éticos, desenvolvem competências e habilidades.
Com esse foco, a Revista Trio preparou, para sua 6ª edição, uma entrevista com o
presidente do Sindicato do Ensino Privado
Gaúcho (SINEPE/RS), professor Osvino
Toillier, sobre a importância da vida escolar.
Ainda com o pensamento no futuro
dos(as) jovens, a Trio mostra como a
tecnologia pode se aliar à educação e
proporcionar um ambiente dinâmico
que facilita o aprendizado. Outro destaque é o programa de educação bilíngue
dos Colégios Metodistas.
Com a proximidade do inverno, a
Trio ressalta que hábitos de higiene previnem a Gripe A e traz dicas do Ministério da Saúde. Os cuidados com os den-
We were playing volleyball. The fast ball hit the net
and headed to the place where she was. Quickly, she
closed the hands to catch it and send it back. She
couldn’t make it, nobody would, but it was enough for
the team to start mocking on her: “you’re stupid..., always sleeping, you should be a “ballboy”...!
Unfortunately, it was always like this: the worst
words were just for that classmate, not to mention that
she was never invited for study groups, parties and the
like. I heard people saying that, one day, some girls had
a fight for some reason and when they were compelled to
explain the situation, they said she was the only one to
be blamed for what had happened.
Different forms of psychological, social and physical
violence to discriminate and segregate people in the classroom, in the school, are not something that belongs to
modern times. Classmates find excuses and means to insult
people who share the same environment and knowledge. It
seems that some people need to humiliate others in order
to affirm their authority. This is an awful behavior as it
imposes repeated violence on the weaker part. Currently,
such behavior has been called bullying. The fact is that it
has grown considerably among schools and needs to be
fought with determination by students, teachers, administrators, parents and all members of the school community.
Each one of us needs to reflect about it, put ourselves in the bullying victims’ shoes, stand for any form
of harassment, be it moral or social bullying, against
someone or some group.
Norberto da Cunha Garin
Rector
Editorial
tes e com a alimentação também são tema desta edição, que conta com um artigo da nutricionista Denise Rizzo.
Preocupada o meio ambiente, a Trio
fala da influência das escolas na conscientização dos(as) jovens. Profissionais
da Emater e da UFRGS explicam as mudanças de comportamento da natureza
e esclarecem que fenômenos sofrem influência do homem.
Na seção Kids, diversas brincadeiras
que estimulam a interação real e a criatividade são apresentadas como opção aos
jogos eletrônicos. A importância da Educação Infantil, a relação de boas notas com a
prática de esporte, as regras fundamentais
para manter o bom relacionamento na escola e o aniversário de 140 anos do Colégio União também são tema desta edição.
Boa leitura!
A Redação
CLIC MURAL
Pedroso
Foto: Elke Bahi
Foto: Alexandre Paz
Março - Aniversário na
turma bilíngue do União
Abril - Semana da Literatura
Infantil no Americano
Foto: Ana Pa
ula Nogueir
a
Foto: Rafaela Haygertt
Março - Posse e aniversário
do GERB no Americano
Abril - Visita da escritora
Sandra Popoff ao Colégio
Metodista Centenário
Foto: Elke Bahi Pedros
o
a
ula Nogueir
Foto: An a Pa
Abril - Semana Monteiro
Lobato no União
6
Março - Aniversário
do Centenário
AGENDA
Americano
Confira os principais eventos que os Colégios
Metodistas prepararam para os próximos meses
23
JUNHO
- Festa Junina Interna
(Ed. Infantil à 4ª série)
JULHO
12 a 16
06
União
Centenário
- Lançamento do Oscarito
JUNHO
19
13 a 14
JULHO
- Cine-Mostra
Representação Viva
da Literatura
(Ensino Médio)
08
- Aniversário do União
JULHO
- XIX Congresso
Infantil Criança Vida
- Festa Julina
13 a 15
JULHO
11
AGOSTO
- Dia do Estudante
JUNHO
19 a 30
- Recesso para alunos(as)
JULHO
03
05 a 09
- 1ª Etapa do
Intercâmbio
14
JULHO
- Show de Talentos
Mostra de trabalhos
sobre nações indígenas
e africanas
JULHO
JULHO
JULHO
15 e 16
- GERBINCANA
19 a 30
- Recesso para alunos(as)
24 e 25
- Júri Simulado
(3os Anos do
Ensino Médio)
- Interséries
JUNHO
JULHO
- Feira do Livro
Abertura com Mostra de
Códigos e Linguagem
- Semana Cultural
1ª edição
AGOSTO
JUN / JUL 30 e 01
01
JULHO
- Júri Simulado
(2os Anos do
Ensino Médio)
19 a 30
- Recesso para alunos(as)
11 e 14
AGOSTO
- Ciclo de Palestras pelo
Dia do Estudante (11)
JULHO
10
- Festa Julina
AGOSTO
24
- ORMAT (Olimpíada
Recreativa de Matemática)
- Festa da Família (14)
JUNHO
25
- Festa Junina
AGOSTO
JULHO
01 e 02
- II FESTETU
10 e 11
- Gincana de Matemática
AGOSTO
16
JULHO
- Festa dos avós
(Educação Infantil
e Séries Iniciais do
Ensino Fundamental)
16 a 20
- Semana do Folclore
7
ENTREVISTA
Escola para a vida
OSVINO TOILLIER FALA
SOBRE O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO NA PREPARAÇÃO PARA A UNIVERSIDADE E PARA A SOCIEDADE
JORNALISTA VANESSA MELLO
residente do Sindicato do
Ensino Privado Gaúcho
(SINEPE/RS), o professor
Osvino Toillier defende
que, além de preparar
os(as) estudantes para a vida acadêmica,
a escola tem um dever maior, o de desenvolver no ser humano seus potenciais
e habilidades. Com mais de 40 anos de
atuação como docente e diretor, ele destaca que valores como solidariedade e
respeito devem estar presentes na formação das pessoas. Sobre o novo modelo do Enem, que gerou um processo migratório entre estados na busca de vagas
na universidade, Osvino acredita ser uma
forma de sinalizar instituições com excelente nível de ensino em todo o país.
P
TRIO - Qual o papel da escola na
preparação dos(as) estudantes para o
vestibular e para o Enem?
Osvino Toillier - Eu considero que
qualquer avaliação, independentemente
do nome que venha a ter, é acidente
acadêmico, ou seja, é decorrência do
processo pedagógico. Entendo que a
escola não pode se reduzir a preparar
alunos para exames, isto seria empobrecer sua grande e nobre missão de
ajudar a desenvolver no ser humano
seus infinitos potenciais. Rubem Alves
nos deixa legado imperecível neste sentido: “A missão da escola e do professor
é ajudar a descobrir a beleza adormecida em cada ser humano e abrir as avenidas fundamentais dos sonhos”. A escola opera na frequência do sonho, da
paixão, da capacidade de despertar os
melhores talentos e garimpar o que
existe de melhor em cada pessoa. Esta é
a escola que fica no coração para sempre. A outra faz treinamento; pode até
ter bons resultados, mas limitar a escola
a isso é reducionismo empobrecedor.
8
TRIO - De que forma essa preparação deve ser feita?
OT - Os pais, com certeza, esperam
que naturalmente isso aconteça em decorrência do trabalho desenvolvido em
todos os componentes curriculares. E
isso é correto. A escola pode até incorporar alguma atividade especial neste
sentido, com foco específico em algum
conteúdo e aplicação de simulados, ou
incorporando questões nas avaliações.
TRIO - A ênfase nessa preparação
representa algum risco de as escolas
se transformarem numa espécie de
curso pré-vestibular? Se sim, como
as escolas podem evitar isso?
OT – Em primeiro lugar, nossa missão é preparar pessoas para a vida, para os duros embates e as mais fascinantes experiências de vida, sem esquecer
de formar pessoas com os valores sublimes da humanidade, o que inclui solidariedade à dor e ao sofrimento
alheios. E, no centro de tudo isso, está
o respeito à sacralidade da vida.
TRIO - Com o novo Enem, houve
um processo migratório: muitas vagas nas universidades foram ocupadas por estudantes que vieram de
outros estados. É positivo esse novo método de seleção para universidades federais?
A escola opera na frequência do sonho, da paixão,
da capacidade de despertar os melhores talentos e
garimpar o que existe de melhor em cada pessoa.
OT – De vez em quando, por conta de algum marketing descuidado, lêse por aí: “Nós preparamos para o
vestibular”. É claro que o mercado
gosta disso, mas a escola não pode resumir-se apenas a uma boa “sacada
de marketing”, embora deva usar o
processo de comunicação com inteligência e criatividade.
OT - Este é um novo paradigma,
cujas consequências terão de ser avaliadas, com suas amplas repercussões.
É modelo europeu, em que o jovem,
via de regra, cursa a universidade fora
da aldeia, ou seja, em outra cidade ou
região. Pode sinalizar também o sucesso de alunos oriundos de instituições
com excelente nível de ensino.
TRIO – Os Colégios Metodistas
Americano, Centenário e União
preparam seus(suas) estudantes
não apenas para a vida acadêmica, mas para a vida em sociedade,
com princípios cristãos, valores
éticos e morais. Essas ações
beneficiam também os(as) jovens
na preparação para o ingresso
na universidade?
TRIO - De que forma as escolas
do Estado podem preparar seus(suas)
alunos(as) para competir com estudantes de instituições de outras partes do Brasil na disputa por uma vaga na universidade?
OT - Chegamos ao âmago da
questão: tentar saber o que instituições de fora estão fazendo para o sucesso dos seus alunos. Com isso, não
Foto: SINEPE/RS / Elias Eberhardt
Osvino Toillier,
presidente do
Sindicato do
Ensino Privado
Gaúcho (SINEPE/RS)
ENTREVISTA
In English
The President of Rio Grande do Sul’s Association of Private Education (SINEPE/RS), teacher Osvino Toiller argues that beyond the preparation of students for the academic life, the
school has the duty to develop their potentials
and skills. “ The schools operate in a “dream’s
frequency”, in order to awaken the best talent
and identify what is the best in each one”.
With more than 40 years of teaching experience, he points that values such as solidarity
and respect must be present in people’s development. “Our mission is to prepare people for
life, for the most fascinating experiences of life,
without forgetting the sublime values of humanity,” he says.
The teacher also points the necessity of improving the workload in class and the demand
for study and dedication since the initial levels
and not just in the last years of high school.
“The school time is essential. It’s necessary to
notice that the counter shift and the full-day
program are back, increasing the student’s
time at school, “he concludes.
aos sábados. E nos internatos, com
dois horários de estudo obrigatório por
dia. E tudo isso, com disciplina e respeito ao professor. Será que não afrouxamos demais algumas coisas? Pois eu
creio que sim e nos tornamos vítimas
de liberalismo inconsequente, do que
se convencionou chamar de alunocracia. É preciso registrar que a ampliação
do horário do aluno na escola está retornando com o dito contraturno e, inclusive, a implantação de escolas de
tempo integral.
quero dizer que tenhamos defasagem
de nível de qualidade, mas os resultados devem nos dizer alguma coisa.
Acho que temos boas propostas pedagógicas, bons e dedicados professores, instalações e equipamentos modernos, mas é preciso exigir muito estudo e dedicação do aluno desde os
níveis iniciais, e não apostar apenas
em preparação para o vestibular na
série final. Tenho a impressão de que
o nível de exigência e compromisso
com o estudo precisa aumentar entre
nós, além de, quem sabe, ampliar a
carga horária.
TRIO - Uma pesquisa do Inep mostrou que a quantidade de hora/aula
no Rio Grande do Sul é inferior à média nacional. A oferta do turno integral seria uma forma de as escolas reverterem esse quadro? Qual o papel
das escolas particulares nesse caso?
OT – O tempo na escola é fundamental. A escola, no passado, tinha
aula de manhã e de tarde e, inclusive,
TRIO - Existe uma previsão sobre
quando o Enem já estará consolidado?
OT - O Enem deve se consolidar
como processo seletivo unificado em
três anos, no máximo. Em 2009, tivemos um número surpreendente de
instituições que adotaram o exame,
cerca de 50 universidades. Contudo, é
natural que, nesse primeiro momento
de implementação de mudanças, algumas ainda tenham uma certa cautela. O próprio MEC não deseja que todas as instituições de ensino superior
entrem no processo. Queremos que as
universidades experimentem e que
adotem o Enem quando houver segurança, tanto da parte das instituições
quanto do INEP.
9
EDUCAÇÃO
GABRIELA SANHUDO
FOI APROVADA NO VESTIBULAR
DA UFRGS PARA BIOMEDICINA
QUANDO AINDA CURSAVA O
1º ANO DO ENSINO MÉDIO DO
COLÉGIO METODISTA AMERICANO
Rumo ao diploma universitári
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ALEXANDRE PAZ
C
om a crescente abertura
de vagas por cotas para
estudantes do ensino público, fica cada vez mais
estreito o funil do vestibular e mais evidente o papel das instituições
privadas na preparação de seus alunos(as)
para o ingresso no ensino superior. Segundo a diretora pedagógica da Secretaria de Educação de Porto Alegre, Sonia
Balzano, os principais objetivos das escolas são formar o caráter e a cidadania
dos(as) alunos(as) e preparar os(as) jovens
10
para vida, a qual tem o vestibular em um
de seus caminhos. “Os colégios particulares têm essa ênfase na preparação para o
ingresso no ensino superior, pois é uma
perspectiva do alunado”, comenta.
Os Colégios Metodistas, atentos a
essa realidade, desenvolvem diversos
meios de melhor formar seus(suas) estudantes para desafios como o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e
já demonstram resultados satisfatórios.
No Americano, um exemplo da qualidade do ensino é a aluna Gabriela Sanhudo, 16 anos, hoje no 3º ano do Ensino
Médio. A garota foi aprovada no vesti-
bular da UFRGS para Biomedicina em
2008, sem ajuda de cursos preparatórios. A estudante não pôde se matricular
na universidade, já que estava no 1º
ano, mas vai tentar de novo em 2010.
“O Americano realiza o ensino na prática; não ficamos estagnados na teoria;
assim, temos uma noção de tudo e, na
hora da prova, tanto na lógica quanto
na argumentação, conseguimos desenvolver melhor o raciocínio”, comenta.
Conciliar teoria e prática é um dos
diferenciais da educação metodista, mas
não o único. Segundo a coordenadora
pedagógica das Séries Finais e Ensino
Foto: Alexandre Paz
EDUCAÇÃO
In English
Methodist Schools offer many different
ways to prepare students for the challenge
of vestibular, with satisfactory results.
“Through projects such as Robotics, Scientific Initiation, Math Olympics, Science fair
and Bio in Concert, students build up competences and skills required for university
entrance examinations”, says Americano
School educational coordinator, Professor
Rosângela Martins.
Activities which stimulate curiosity
and logical thinking are also developed at
União Methodist School. “We give attention not only to the subject but also to
time and the right atmosphere needed for
the tests”, states High School coordinator,
teacher Laura Gay.
With the same concern, Centenário
School offers group dynamics, group
studies, and the chance of participating
in the Methodist Educational Network
Winter Vestibular as mock tests. Marcelo
Amiel, a former student who was approved as the second best for the Course
of Business Administration praises that
“The school also focuses on the preparation of the student as a human being and
that is very important.”
Perpétua Silva, vice-principal of Methodist Schools, states that preparing students for
life is one of the goals of the Methodist Schools.
“Our commitment is to educate on a cognitive
perspective, by developing skills and competences, by offering ethical and moral formation, and by preparing students for
academic and professional life”.
o
COLÉGIOS METODISTAS PREPARAM
PARA INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR
SEM ESQUECER FORMAÇÃO CIDADÃ
Médio, professora Rosângela Martins, a
proposta da escola está ligada à preparação para o Enem e para o Vestibular.
“A partir de projetos como Robótica, Iniciação Cientifica, Olimpíadas de Matemática, Mostra Científica e Bio in Concert são desenvolvidos conhecimentos e
habilidades que oportunizam aos(às)
alunos(as) a construção das competências básicas exigidas nas provas de ingresso no ensino superior”, conta.
Os Colégios Metodistas Americano,
Centenário e União trabalham com seis
períodos da Educação Infantil ao Ensino
Médio, pois acreditam que a preparação
para qualquer concurso deve ocorrer durante toda a formação escolar. Esse modelo viabiliza uma carga horária semanal
maior e uma possibilidade curricular mais
consistente. Enquanto a Lei de Diretrizes
e Bases (LBD) exige a obrigatoriedade
mínima de 800 horas anuais em sala de
aula, a escola trabalha com 1360 horas.
O União desenvolve projetos em todas as áreas do conhecimento, com aulas
e atividades que estimulam a curiosidade
e o raciocínio lógico. Para o Ensino Médio, são oferecidos simulados que reproduzem as situações que serão vivenciadas no vestibular. “Damos atenção não
só ao conteúdo, mas também ao tempo
e ao ambiente propício para a realização
das provas. Estamos no caminho certo,
pois, no último ano, tivemos muitos(as)
alunos(as) aprovados(as) em universidades em todo o Brasil, e isso nos deixa
confiantes e orgulhosos”, conta a supervisora das Séries Finais e Ensino Médio,
professora Laura Gay.
Com a mesma preocupação, o Colégio
Metodista Centenário realiza o projeto
“Conhecendo o Enem” e a orientação vocacional. Os trabalhos oferecem dinâmicas
de grupo, reflexões, grupos de estudo,
participação no vestibular de inverno da
Faculdade Metodista de Santa Maria (FAMES), que serve como simulado, e traz
ex-alunos(as) que estão concluindo ou
que já concluíram a graduação, para falarem sobre os cursos que seguiram e sobre
o mercado de trabalho de cada profissão.
A escola também participa do projeto Janela Aberta, da Universidade Federal de
Santa Maria, que apresenta a infraestrutura da instituição e divulga informações sobre os cursos oferecidos em todo o Estado.
Por meio do Programa de Ingresso
ao Ensino Superior (PEIES), a UFSM reserva uma cota em cada um dos cursos
para ingresso na faculdade. No último
vestibular, além dos(as) ex-alunos(as)
que entraram pelo processo seletivo comum, outros(as) quatro passaram pelo
programa. Entre eles(as) está Marcelo
Amiel, que ficou em segundo lugar no
curso de Administração e agradece o resultado ao ensino do Centenário. “Os
professores aproveitam bem o tempo de
aula para explicar a matéria. Além disso,
a escola foca na formação do ser humano, e isso é muito importante”, elogia.
A vice-diretora da Educação Básica
dos Colégios Metodistas, Perpétua Maria da Silva, destaca que a preparação
dos(as) estudantes para a vida é uma
das metas das instituições metodistas.
“Nosso compromisso é com a formação
integral dos(as) estudantes, numa perspectiva cognitiva, desenvolvendo competências, habilidades, atitudes, valores
e interação, formação ética, moral, preparação para o vestibular e para o mundo do trabalho”, ressalta.
O Reverendo Flávio Artigas, da Pastoral Escolar, explica que a proposta da
educação metodista desenvolve a capacidade de raciocínio, dedução, compreensão e entendimento do mundo, das ciências e dos conteúdos. “Queremos formar
gente que pensa, gente que compreende
o porquê das coisas, a razão de ser das
fórmulas, das definições, dos conceitos,
das teorias, das leis, enfim, o modo de representar o mundo pela ciência”, finaliza.
11
EDUCAÇÃO
Do you speak
In English
Foto: Ana Paula Nogueira
EDUCAÇÃO BILÍNGUE É
DIFERENCIAL NO APRENDIZADO
DOS COLÉGIOS METODISTAS
JORNALISTA ANA PAULA NOGUEIRA
COLABORAÇÃO VERÔNICA BARBOSA
N
o atual contexto de globalização econômica e
cultural, torna-se indispensável para a vida de
estudantes e profissionais a vivência diária em língua inglesa.
Com esse objetivo, os Colégios Metodistas Americano, Centenário e União
oferecem um diferencial em sua proposta pedagógica, a educação bilíngue.
No Americano, o programa de educação bilíngue foi implantado em 2006
de maneira gradativa, chegando, em
2010, à 5ª série do Ensino Fundamental. Nesta etapa é introduzida a matéria
General Studies, que trabalha parte das
disciplinas de História, Geografia e Ciências em inglês. À medida que estudam novos conteúdos em uma segunda
língua, enriquecem seu vocabulário e
seus saberes no idioma.
Professora de Inglês da escola, Regina Pretto, esclarece que o aprendizado
da língua inglesa é um processo de multiplicação do conhecimento. “Os(As)
discentes passam a enxergar o mundo
de outra maneira e têm maiores oportunidades de estabelecer conexões entre
as informações que recebem”, explica.
12
O aluno Guilherme Pereira Gnoatto, da 5ª série, turma 53, estuda no
colégio desde a implantação do programa de educação bilíngue, no 1º
ano do Fundamental, e é um exemplo
dessa aprendizagem. “Eu gosto muito
do idioma. Nas primeiras séries era
mais difícil, mas fui melhorando e agora considero uma das melhores matérias. Se eu tivesse apenas aulas normais de inglês, não saberia tanto. Eu
só converso em inglês com os professores; a gente não fala quase nada em
português”, elogia.
Em 2010, o programa foi implantado nos Colégios Centenário e União.
“O processo acontece de forma natural
e lúdica. Dentro dos métodos conhecidos, usamos desde o tradicional ao comunicativo, mas o que focamos diariamente são as quatro habilidades do
idioma: escutar, ler, falar e escrever. Os
espaços interativos da escola contribuem para o desenvolvimento e diversificação das aulas”, destaca a professora de Inglês do União, Eliziane da Silva.
Pais de alunos(as) do 1º ano do Ensino Fundamental do Centenário, série
em que se iniciou o programa de educação bilíngue, estão satisfeitos com a
ênfase no ensino da língua inglesa.
Experiencing the English language is essential
for students and professionals in an economical and
cultural globalization context. Through the Bilingual Program, the schools of Southern Methodist
Education Network make a difference.
At Americano Methodist School, the Bilingual
Program started in 2006, on a gradual basis, and in
2010, IT reached the 5th grade.
The 5th graders learn about Geography, History and Science in English, in a subject named Genth
eral Studies. Guilherme Pereira Gnoatto, a 5 grade
student, is a nice example of this learning process.
“I like English a lot, if I only had the normal schedule of English classes schools usually have, my English wouldn’t be so good. I use only English to talk
with my teachers.” He says.
In 2010, Centenário and União Schools also
started their Bilingual Programs. “ The process happens in a natural and playful way. We focus on the
four language skills: listening, reading, speaking and
writing. The interactive rooms of the school contribute to the class development and diversification.”
States teacher Eliziane da Silva from União School.
Márcia Fortes, a teacher from Centenário School
says that she has to be creative in order to get students attention in class. From her colored Surprise
Bag books, soft toys, and many other objects come
out, according to the topic of the class. “Learning
while playing stimulates students and holds their
attention to the subject.” She assures.
“Acho ótimo minha filha aprender o
idioma desde cedo. Ela gosta muito da
teacher e das aulas, pois aprende brincando”, conta Joceane Silva, mãe da
aluna Myrela, de 6 anos.
Para prender a atenção dos(as)
alunos(as) durante as oito aulas semanais em inglês, a professora do Centenário, Márcia Fortes, recorre à criatividade. De sua mala de viagem, decorada com adereços coloridos e carinhosamente chamada de Surprise Bag, saem
bichos de pelúcia e livros, entre outros
objetos, de acordo com o assunto trabalhado em aula; tudo para tornar o
aprendizado mais divertido e prazeroso. “A parte lúdica estimula, chama
mais a atenção e eles(as) se fixam na
aula”, garante.
Para alguns pais, esse diferencial da
educação bilíngue foi fator determinante na escolha do colégio. “Um dos principais motivos para a nossa filha estudar no Centenário foi o programa de
educação bilíngue”, comenta Rafaela
Gonçalves, mãe de Odara, 6 anos, do
1º ano do Ensino Fundamental.
E
sporte e educação caminham juntos. Prova disso
é o fato de, atualmente,
as divisões de base dos
clubes de futebol cobrarem boas notas na escola para manter
os(as) atletas nas equipes. Para sustentar
médias altas e um bom preparo físico, é
fundamental que as instituições de ensino incentivem a prática esportiva sem
prejudicar o desenvolvimento escolar.
O Colégio Metodista Americano é
um exemplo. A camisa sete da Seleção
Brasileira Sub-17 de futebol feminino,
Bianca Braga, 16 anos, treina e estuda
na escola. Volante titular no time campeão sul-americano da categoria em fevereiro, ela realiza diversas viagens ao
longo do ano letivo, o que resulta em
ausência em épocas de avaliação. Para
não prejudicar o desenvolvimento educacional e esportivo, a Equipe Pedagógica do Americano encontrou maneiras
para incentivar a jovem e os(as) demais
esportistas. “Existe um acordo com
os(as) professores(as) para a Bianca entregar os trabalhos com antecedência,
ou quando retorna das viagens. Isso
funciona muito bem, pois ela é uma
menina extremamente responsável, organizada e disciplinada”, elogia a
orientadora educacional, professora
Áurea Vieira.
A jovem, que pretende ser educadora física, conta que não costuma ir a
festas para não prejudicar o rendimento como atleta e como estudante, e
mantém pés e cabeça no chão quando
se trata do mundo da bola. “Quem
quer jogar futebol tem que abrir mão
de algumas coisas. Não posso pensar
em sair à noite e esquecer que tenho
compromissos no campo. Da mesma
forma com o colégio, pois sem estudo
não chegamos a lugar nenhum. Afinal,
o futebol não é para sempre”, afirma.
Estudar e praticar esporte requer esforço e concentração. Assim como Bianca, o aluno do Colégio Metodista União,
Grégor Ribeiro, tem uma rotina atribulada. Aos 13 anos ele joga em três equipes
diferentes de Uruguaiana e, ao mesmo
tempo, está no 1º ano do Ensino Médio,
um ano adiantado para sua idade. “Todos os dias treino e estudo, é bem puxado, mas consigo conciliar”, garante.
A orientadora educacional do Colégio Metodista Centenário, professora
Mirsa Scherer, lembra que a instituição
teve alunos(as) que foram atletas de
destaque e hoje são profissionais de sucesso nas mais diversas áreas. “É possível e obrigatório para o(a) aluno(a)
conciliar o esporte com o ensino. O(A)
estudante que é atleta tem que ser responsável e regrado(a) para ter todas as
chances de vencer as duas batalhas e
ser feliz”, acredita.
re P
az
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ALEXANDRE PAZ
and
NOTAS NA ESCOLA PARA MANTER UM LUGAR NA EQUIPE
lex
DIVISÕES DE BASE DE CLUBES DE FUTEBOL EXIGEM QUE JOVENS TENHAM BOAS
O treinador da Seleção Brasileira de
futebol, Dunga, concorda e explica que é
essencial e cada vez mais comum os(as)
esportistas buscarem o caminho do ensino. “É fundamental estudar, e os jogadores têm se aplicado muito nisso. Os
atletas viajam demais, interagem com diversos setores da sociedade e devem estar preparados para essas situações. Eles
são exemplos para a juventude e têm de
se comportar como tal”, destaca.
Dunga mostra ainda que a equipe brasileira segue na direção contrária do mito
de que jogadores(as) não levam os estudos
a sério. “A maioria dos meus atletas sabe
dois idiomas ou mais. Eles buscam o aprendizado e se informam de diversas
maneiras. Durante viagens e
concentrações,
leem revistas e livros sobre temas
como economia, investimentos e cultura”, completa.
Fot
o: A
De olho na bola
e nos livros
ESPORTES
Grégor Ribeiro, 13 years old, student of the
União Methodist School, plays in tree different
teams in Uruguaiana and at the same time attends
first year of High School. “Every day I train and
socGood grades are, nowadays, required by
study, it’s very hard but I can cope with it” says.
field.
the
in
athletes
young
cer teams to keep their
The counselor of Centenário Methodist School,
students
their
encourage
schools
that
essential
It’s
teacher Mirsa Scherer, remembers that students who
to maintain a good physical conditional without
are athletes have to be responsible and disciplined.
interfering in their school development.
Dunga, coach of Brazilian team, says that it is
example.
an
is
School
The Americano Methodist
for athletes seek for education. “The athessential
Brathe
of
7
number
shirt
years,
16
Berry,
Bianca
letes travel a lot, interact with all levels of society
zilian Under-17 team trains at and attends school.
and must be prepared for all kind of situations.
probTo avoid educational and sports development
They’re models for the youth and should
and
students
among
lems there is an agreement
behave as such”.
days.
different
on
papers
school
delivery
to
teachers
In English
13
COMPORTAMENTO
COLÉGIOS METODISTAS LANÇAM
ESTATUTO DE CONVIVÊNCIA
EM 2010 COM REGRAS SOBRE
Respeito é bom e
COMPORTAMENTO NO AMBIENTE ESCOLAR
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ÂNGELA CAMANA E CLÁUDIA SOBIESKI
A
vida é feita de regras
que asseguram o respeito ao próximo e a convivência civilizada em sociedade. No trabalho, no
trânsito e até em situações de lazer
existem normas com o objetivo de preservar a ordem e a paz. Na escola não
poderia ser diferente.
Nos Colégios Metodistas Americano, Centenário e União, todo o ano é
entregue às famílias o Informativo ao
Aluno. O documento, que contém informações sobre horários, prazos e
normas de convivência estabelecidas,
vai para a casa do(a) estudante no
ato da matrícula e os pais devem
lê-lo e assiná-lo.
O informativo é trabalhado em todos os níveis da educação. Nas Séries
Iniciais ele é explicado pelo(a)
professor(a) em sala de aula. Já nas
5ª e 6ª séries, as turmas têm
tutores(as), escolhidos(as) pela equipe de coordenação pedagógica, que
promovem a divulgação das regras de
convivência e de organização. Segundo a orientadora educacional do
Americano, Áurea Vieira, o(a) docente é responsável por indicar os procedimentos necessários para que se tenha harmonia. “Os pais precisam saber que na escola será trabalhado não
só o conteúdo, mas valores éticos,
morais, sociais, de respeito, de solidariedade e de interação”, esclarece.
Os princípios de relacionamento
no ambiente escolar também são
promovidos de outras maneiras nas
instituições. No Colégio União, é desenvolvido há cinco anos o projeto
“A arte de conviver”, que trabalha
questões ligadas ao dia a dia entre
estudantes, professores(as) e familiares. A ação adota, anualmente,
um tópico que norteia as atividades.
Temas como bullying, álcool e dire-
14
ção, mau uso da internet e drogas
fazem parte dos debates realizados
no programa. Em 2010, o eixo trabalhado é “Sonhar e transformar”.
Para a pastora Mírian Preto de Almeida, da Pastoral Escolar, é necessário aceitar o próximo, suas habilidades e dificuldades. “O projeto trabalha valores como a solidariedade,
o respeito e a arte de conviver com
as diferenças”, explica.
Maria Eduarda Matiuzzi, 9 anos,
já tem opinião formada sobre as
normas. “Todos os dias a gente tem
que respeitar as regras, os outros,
as professoras e os colegas. E se
acontece algum problema de convivência, a gente chama a supervisora
para orientar”, afirma a estudante
da 4ª série do Ensino Fundamental.
Paula Moreira, também da 4ª série,
concorda com a colega. “Onde
existe diálogo e respeito tudo é
possível”, completa.
No Centenário, o tema educação,
autoridade e limites foi debatido
pelos(as) docentes antes da abertura
do ano letivo, o que resultou na
confecção de um texto para ser trabalhado com os(as) estudantes no
COMPORTAMENTO
todo mundo gosta
Foto: Carlos Ismael Moreira
In English
Every year, Americano, Centenário and
União Methodist Schools deliver the Student Information Guide to families containing essential information about schedules, deadlines and
social rules required in the schools. Information related to all levels of education is included in the document, which intends to establish
rules for social interaction and organization.
“Parents should know that the school
works not only with the formal school subjects, but also with respect, solidarity, cooperation as well as moral, ethical and social
values.” states Áurea Vieira, Educational
Counselor of Americano Methodist School.
The Southern Methodist Educational Network schools bring something new for 2010:
The school Code of Conduct (Estatuto de Convivência), which will be launched later this
year and will be available on schools websites.
The school Code of Conduct presents the
guidelines for the three schools and intends to
help organize entrance times, to establish
norms for warnings, advertencies and suspensions to be applied in cases of disruptive students as well as to orient families.
According to Perpétua Maria da Silva, Basic Education vice-principal of the Methodist
Schools, the purpose of the Code of Conduct is to
offer support for procedures adopted by teachers and students. “The aim of the document is
to make clear for students and school what
is expected in terms of social relations”,
she concludes.
primeiro dia de aula. Com base no
artigo e no Informativo ao Aluno,
foram elaboradas as normas de convivência para todo o ano de 2010.
O documento foi enviado via e-mail
para os pais e, posteriormente,
discutido em reunião.
A questão da convivência também
é abordada no projeto “Valorização da
Vida”, com dinâmicas de grupo. “Todas as instituições têm normas, inclusive a família e o clube social ou esportivo que os(as) alunos(as) frequentam;
enfim, não se subentende uma instituição organizada sem normas”, refor-
ça orientadora educacional do colégio,
Mirsa Scherer.
Arlei Quadros é pai dos alunos Matheus e Rafael, ambos da 7ª série do
Centenário. Ele acredita que as regras
devem existir em qualquer ambiente,
incluindo o familiar. “Na escola, as
crianças devem continuar aprendendo
sobre ética e disciplina, pois isso as capacita a viverem em sociedade quando
adultas. A existência das normas desde
cedo forma jovens mais conscientes e
responsáveis”, comenta.
ESTATUTO DE CONVIVÊNCIA
de Convivência. Após avaliação percebeu-se que somente o Informativo,
contendo algumas normas, não é suficiente para respaldar as situações mais
complexas. O regulamento será lançado até o final do ano e estará disponível no site das escolas. O documento
integra o Regimento Escolar das instituições e apresenta as regras relativas
aos horários das aulas e aos casos em
que são aplicadas orientações, advertências ou suspensões, assim como
orientações aos familiares.
Para o advogado do Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino Privado
do Estado (SINEPE-RS), Dr. Rui Costa
dos Santos, é fundamental que os colégios tenham regras. “Hoje em dia,
a escola não só ministra o conhecimento, mas educa”, salienta.
Para a vice-diretora da Educação
Básica dos Colégios Metodistas, Perpétua Maria da Silva, o objetivo do estatuto é o de fundamentar os procedimentos em relação aos(às) alunos(as)
e aos(às) docentes. “O documento visa a clarificar a relação entre estudante e escola no que se refere às normas
de convivência”, conclui.
CONFIRA ALGUMAS
ORIENTAÇÕES DO ESTATUTO
Não chegar consecutivamente
atrasado(a) à sala de aula.
Realizar as tarefas solicitadas.
Não sair da escola em horário
de aula sem a devida
autorização dos responsáveis.
Não escrever, rabiscar ou
desenhar no patrimônio
da escola.
Sempre respeitar colegas,
professores(as) e
funcionários(as).
Os Colégios Metodistas trazem
uma novidade para 2010: o Estatuto
15
CULTURA
da
dança
Foto: Ana Paula Nogueira
No ritmo
ATIVIDADE AJUDA A DESENVOLVER COMPETÊNCIAS COGNITIVA, MOTORA E EXPRESSÃO CORPORAL
In English
Dance makes possible the intellectual development, the body expression, in order to be in
tune with the environment. At Southern Methodist Educational Network schools are dancing
projects inside and outside the classroom. At
União Methodist School workshops have been developed since 2003, working with all styles of
dance, based on ballet and modern choreographies. Leandra Ferreira, 3th grade student, dances since started study at União School. “She was
so reserved and now she lost her shyness and
made a lot of friends”. celebrates Leandra’s
mother, Carolina.
Students of all ages are involved with the
dance at Centenário Methodist School. For teacher Aline Fernades, dancing is an exercise of selfknowledge. “On stage, each dancer has a role,
but all has their personalities and this must have
be perceived” states. The dance classes at this
school related art to the subjects worked in class.
“The students creates choreographies and make
clothing and movements researches in accordance
to the time and style.”tells.
The dance classes are free to 5th to 8th
grade students of Americano Methodist School for
more than ten years. The purpose of this class is
to develop physical and mental skills and stimulates the multiples competencies on students. Ana
Gabriela Busto, dance teacher of Americano, says
dancing provides knowledge of own body and also
develops the self-steam and self-confidence.
“It’s a work with imagination.” adds.
16
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ÂNGELA CAMANA
eixar-se levar pelo embalo de uma música pode
trazer mais resultados que
apenas diversão. A dança
possibilita o desenvolvimento cognitivo, a expressão corporal,
trabalha a sintonia, o envolvimento com
o ambiente e o espírito de equipe.
Segundo o professor Gustavo Duarte, coordenador do projeto Dançarte
do Centro Universitário Metodista, do
IPA, a atividade amadurece diversas
funções, principalmente quando trabalhada desde cedo. “Ela desenvolve as
competências motoras, a educação rítmica, a psicomotricidade, além de ser
uma forma de recreação”, explica. Fatores culturais também estão ligados a
essa arte. A parceria entre os cursos de
Educação Física e de Música, ambos do
IPA, é realizada em conjunto com outros conteúdos. “A dança nos ajuda a
contar a história dos povos e a explicar
a nossa linguagem. Ela nos permite
criar”, complementa Duarte.
Nos Colégios da Rede Metodista de
Educação do Sul, existem projetos na
área, dentro e fora da sala de aula. Em
Uruguaiana, são desenvolvidas oficinas
para os(as) alunos(as) do Colégio Me-
D
todista União. As atividades começaram
em 2003 e trabalham todos os estilos
com base no balé clássico e em coreografias modernas. A professora Andréa
Bolzon destaca a melhora no relacionamento interpessoal dos(as) jovens e a
importância do exercício desde cedo
para o futuro. “Devemos vivenciar o
bem-estar que ele proporciona, que dá
força mais tarde para combater os problemas como o stress”, garante.
Leandra Ferreira, 8 anos, da 3ª série
do União, dança desde que ingressou
na escola e já apresenta importantes
mudanças. “Ela era muito introvertida e
hoje perdeu a timidez, até fez mais amigos”, comemora a mãe, Carolina, que
aprova a atividade e incentiva a filha.
Ana Luíza Tomazetti, 15 anos, está
no 2º ano do Ensino Médio do Colégio
Metodista Centenário e dança desde a
6ª série. Para ela, a atividade é uma
forma de expressão na qual se podem
ampliar os sentimentos. “Temos uma ligação com a professora e com os(as)
colegas. É mais uma questão de amizade. Antes, o colégio era mais conhecido
pelos esportes; agora, a dança está
sendo valorizada também”, destaca.
A modalidade no Centenário foi retomada em 2006 e já conta com estudantes de todas as idades. Segundo a
CULTURA
professora Alline Fernandez, a dança é
um exercício de autoconhecimento.
“No palco, cada um(a) tem um papel,
mas todos têm sua personalidade, e isso deve ser percebido”, esclarece. Na
Educação Infantil, as crianças conversam e desenham antes de qualquer
apresentação. “Elas têm que conhecer
o que vão dançar”, explica Alline.
As aulas do Centenário relacionam a
arte com as disciplinas trabalhadas em
sala de aula. Para Alline, a interdisciplinaridade é fundamental. “São os(as)
alunos(as) que montam o enredo das
coreografias e que pesquisam as roupas
e os movimentos característicos da
época”, conta.
No Colégio Metodista Americano,
as aulas de dança são direcionadas
aos(às) estudantes de 5ª a 8ª série coordenadas pelo supervisor de esportes,
Ramão Paz. A atividade é desenvolvida
há mais de 10 anos e não tem custo
para os(as) alunos(as) da escola. “Buscamos o desenvolvimento integral, físico, mental, espiritual, emocional e social, estimulando as múltiplas competências”, esclarece Paz. A professora
responsável pelas aulas, Ana Gabriela
Busto, acrescenta que a dança proporciona o conhecimento do próprio corpo, além de desenvolver a autoestima e
a autoconfiança. “É um trabalho com a
imaginação”, completa.
Foto: Arquivo
PORTO ALEGRE
Onde dançar?
Americano - são realizadas atividades gratuitas de Street Dance e Jazz para os(as)
alunos(as) de 5ª a 8ª série do colégio. Os encontros são sempre segundas e quartas-feiras,
no turno contrário ao das aulas (manhã ou tarde).
IPA - o Projeto Dançarte oferece aulas para a comunidade a partir dos 10 anos. As
atividades são gratuitas e ocorrem quartas e sextas-feiras. As turmas são divididas por
idade e são desenvolvidos todos os tipos de dança. Os(As) interessados(as) devem enviar
e-mail para [email protected].
SANTA MARIA
Centenário - a dança faz parte do currículo da Educação Infantil. Do 1º ano a 4ª série
do Ensino Fundamental as crianças podem fazer ginástica ritmica nas escolinhas pagas, e
da 5ª série até o Ensino Médio a dança está nas atividades extracurriculares gratuitas.
FAMES - existem quatro projetos na faculdade. A Cia Universitária em Movimento,
que reúne os(as) alunos(as); a Escola para Adultos; o Dançando Encontros e Reencontros
no Instituto Metodista de Ação Social, que atende crianças da Vila Lídia e o Integração e
Arte, para todos(as) os(as) ex-alunos(as). Todos os projetos são gratuitos.
URUGUAIANA
União - são desenvolvidas atividades para alunos(as) de todas as idades, das 17h45
às 19h. Só a inscrição é paga. Todos os estilos, principalmente ballet clássico e dança
moderna, são trabalhados.
Foto: Ana Paula Nogueira
Foto: Alexandre Paz
m
Colégios Metodistas trabalha
e
itivo
cogn
ento
lvim
nvo
dese
o da dança
expressão corporal por mei
17
MEIO AMBIENTE
A era das consequências
FENÔMENOS RECENTES DA NATUREZA
DESENCADEIAM DISCUSSÕES SOBRE
AÇÕES DO HOMEM NO MEIO AMBIENTE
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ALEXANDRE PAZ
A
s recentes ações da natureza, como a erupção
do vulcão na Islândia e
os terremotos do Haiti e
do Chile, suscitam os debates sobre as consequências da atividade do homem no meio ambiente. Fatores como o aquecimento global, causado principalmente pelo ser humano e
responsável por tempestades, enchentes e estiagens, banalizam as discussões
e atribuem todos os problemas climáticos ao comportamento da sociedade.
O professor e geólogo do Departamento de Mineralogia e Petrologia da
UFRGS, Antonio Pedro Viero, esclarece
que não existem provas científicas que
liguem os tremores de grande
magnitude à interferência do
ser humano. “Os terremotos
são processos ocasionados pelos
movimentos das placas tectônicas e resultam de uma dinâmica
interna da terra que acontece desde do
período arqueano, há cerca de três bilhões de anos”, explica.
Viero lembra que os deslizamentos
em encostas são uma evolução natural
do planeta e sempre ocorreram. No entanto, com o aumento da população
mundial, de 3,6 bilhões de habitantes
em 1970 para 6,1 bilhões em 2000,
áreas de risco estão repletas de moradias. O geólogo salienta que a ocupação
destes locais maximiza a possibilidade de
acidentes e aponta o que é preciso para
resolver o problema. “Temos que educar
e conscientizar a população sobre os perigos que correm quando vão morar
nesta situação. É obrigação da segurança pública fiscalizar os terrenos e não
permitir que se tornem lares”, ressalta.
18
MEIO AMBIENTE
In English
ww
.sx
c.h
u
The Methodist Schools show that, rather than
waiting for wise decisions from government leaders,
it is essential that citizens do their part to make the
world a better place to live. Americano’s Solar Collector Project was presented in the 4th Salão UFRGS
Jovem, in 2009. Out of 60 PET bottles and 50 cartons of milk, 10 High School students created a solar thermal panel intended to capture and retain
the warmth from the sun rays and heat 100 liters
of water, enough water to supply a house for 2
days, besides reducing 40 % in electricity costs.
In order to work on environmental issues,
students from Centenário School deal with themes
which are in the media such as earthquakes and
floods, always emphasizing the importance of recycling, of not to blocking storm drains as a way
to prevent floods. Students create play scripts, poems and slogans, write songs and customize Tshirts to exhibit in the school premises.
In Uruguaiana, 3rd year High School students
of União work on a project entitled Intelligent
Electricity Consumption which, in its 2010 edition,
surveys families bath time during a month to
show that the money spent on electricity bills
could be reduced by saving energy. In 2009, the
same group started to turn off classroom lights
during school breaks.
169 thousand schools in Brazil, each one
with 15 classrooms, each classroom with 8 lamps
of 40 watts (W) and 1of 60 watts (W) lit per 20
minutes, represent a consumption of 9.600 kilowatts per month, enough energy to supply up to
48.000 houses, with four people in each, equipped
with a TV set, a shower, a refrigerator and
other appliances. In cash, it would
represent a cost of R$ 3.4 million.
o: w
Para trabalhar a questão ambiental
com os(as) alunos(as) do Centenário, a
professora Ana Elisa Scholotefeldt aborda temas em evidência na mídia, como
enchentes e terremotos, que enfatizam
a importância da reciclagem do lixo, de
cuidados para não entupir bueiros e
outras formas de evitar enxurradas. A
atividade com as turmas do 3º ano do
Ensino Fundamental consiste em criação de roteiro de teatro, músicas, camisetas personalizadas, poesias e frases
que são expostas no colégio. “Com
crianças o retorno é rápido, e elas passam o que aprendem para os pais em
casa”, comenta Ana Elisa Schlottfeldt.
Em Uruguaiana, os(as) estudantes
do 3º ano do Ensino Médio do União
realizam o projeto Consumo Inteligente
de Energia Elétrica e, na edição de
2010, pesquisam o tempo de banho de
suas famílias durante um mês para demonstrar os gastos na conta de luz e
como economizar. “É fundamental trabalhar o cotidiano, pois o aprendizado
desperta curiosidade, provoca o interesse e, dessa forma, fica mais fácil e
atrativo”, acredita o coordenador da
ação, professor Paulo Guirland.
Em 2009, o grupo começou o trabalho com o desligar das luzes das salas
de aula durante o recreio. Os(As) jovens fizeram o cálculo de 169 mil escolas no Brasil, cada uma com 15 salas,
oito lâmpadas de 40 watts (W) e uma
de 60W, ligadas por 20 minutos. O
gasto é de 9,6 mil kWs por mês, suficientes para abastecer até 48 mil residências com quatro pessoas cada, aparelhadas com TV, chuveiro, geladeira e
outros eletrodomésticos. Em dinheiro, o
gasto é de R$ 3,4 milhões (com base
na tarifa da AES Sul em setembro de
2009). O trabalho foi encaminhado para apreciação da Câmara de Vereadores
de Uruguaiana.
Fot
Segundo o engenheiro agrônomo
da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Dulphe Pinheiro
Neto, eventos decorrentes do aquecimento global resultam das atividades
humanas nos meios rural e urbano, como queimadas de combustíveis fósseis
e de vegetações e desmatamentos. Dulphe engrossa o coro para pedir ensino e
conscientização para mudar a realidade.
“Educação é fundamental. Cada professor tem a obrigação de orientar para
a responsabilidade ambiental. Devemos
separar o lixo, economizar energia e
sermos bons consumidores”, ensina.
Os Colégios Metodistas mostram
que, mais do que esperar decisões sábias
dos(as) governantes, é preciso que cada
um(a) faça a sua parte por um mundo
melhor. No Americano, o projeto Coletor
Solar, orientado pelo professor José Ramiro Maciel, recebeu destaque no 4º Salão
UFRGS Jovem, em 2009. Com 60 garrafas pet e 50 embalagens de leite longa vida, 10 estudantes do Ensino Médio criaram um painel para reter o calor do sol
e aquecer até 100 litros de água.
Cada módulo é suficiente para
abastecer diariamente uma casa
com duas pessoas, além de gerar
uma economia de até 40% em
gastos com eletricidade. Os resultados
despertaram o interesse da comunidade
e, em junho, será realizada a primeira
oficina de confecção do coletor solar com
uma escola de Tramandaí. Além dessa
instituição, Organizações Não Governamentais já entraram em contato com o
Americano para receber a capacitação.
A separação do lixo, o uso de folhas
frente e verso, saídas de campo para
trabalhar conhecimentos e atitudes relacionadas à sustentabilidade do planeta e celebração da Semana do Meio
Ambiente, em junho, integram as ações
de conscientização da escola.
SAÚDE
Foto: Alexandre Paz
In English
To educate students about the importance of eating healthy foods and controlling
the consumption of sweets, the Methodist
Schools develop many activities. Americano’s
full time students participate in weighing
and nutritional assessment every six months,
and have daily monitoring of teachers during the meals. Cases of overweight, underweight and a poor diet result in talk sessions
among children and parents in order to
identify their causes.
A balanced diet is essential, emphasizes Larissa Feix, the nutritionist responsible
for the menu. “The meal should contain
macronutrients and micronutrients, as
each of these components plays an essential role in the development and the maintenance of health”.
At Centenário Methodist School, the preoccupation with food also has positive results. Mariana Bezerra, 8 years old, 2nd
grade student, shows that she has learned the
lesson. “When I’m hungry I ask my mother
to make a fruit salad. At lunch I like to eat
rice, beans, meat and vegetables that are
tasty and healthy. I prefer not to eat sweets
and snacks because my teachers and my
mother explained that they are not healthy.”
Isadora Martini, 5 years old, 1st year of
União Methodist School is another example. “
Every day she takes sandwich, fruit and juice
to school. “At lunch we always prepare a colorful meal. At first she complained, but today
she charges us when there is no arugula” says
her mother, Lilly, that allows her to eat
sweets on a limited basis.
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ALEXANDRE PAZ
omer salgadinhos, bolachas recheadas, frituras e
hambúrgueres é um hábito que está ligado ao ritmo de vida dos dias atuais. Apesar do prazer imediato, devido
ao sabor das guloseimas, essas opções
podem elevar os níveis de gordura e colesterol e ocasionar problemas de saúde.
Para conscientizar seus(suas)
alunos(as) da importância de ingerir alimentos saudáveis e controlar o consumo das chamadas “bobagens”, os Colégios Metodistas desenvolvem diversas atividades. Em Porto Alegre, os(as)
estudantes do Tempo Integral do Americano participam de uma pesagem e
de uma avaliação nutricional semestral;
além disso, têm acompanhamento diá-
C
20
De bem com o
CONHECER OS BENEFÍCIOS QUE CADA ALIMENTO OFERECE É A MELHOR MANEIRA
rio de professores(as) durante as refeições. Casos de sobrepeso, baixo peso e
dieta inadequada resultam em conversas com as crianças e com os familiares
para que se identifique o motivo.
A nutricionista responsável pelo cardápio das crianças, Larissa Feix, destaca
que uma dieta balanceada é indispensável. “A alimentação deve ser adequada tanto em macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), quanto em
micronutrientes (vitaminas e minerais),
pois cada um destes componentes desempenha papel fundamental para o
desenvolvimento correto e manutenção
da saúde”, explica.
Muitas pessoas com peso normal
podem apresentar altas taxas de LDL,
o colesterol ruim. A professora de
Educação Física do Americano, Suzane Rorig, realizou como tese de mestrado a pesquisa “Obesidade e Fatores de Risco Cardiovascular em Escolares Adolescentes do Colégio Meto-
DE
SAÚDE
CULTURA
lanceado na escola e os exercícios físicos regulares ajudaram a reduzir o LDL.
Hoje, a estudante do 2º ano do Ensino
Médio faz o prato das cinco cores no
almoço, com carne, arroz ou massa,
feijão e salada, ingere frutas pelo menos uma vez por dia e realiza caminhadas diárias. “Conciliei esses novos hábitos na rotina e me sinto mais disposta,
além de ter incentivado minha irmã,
que aderiu às atividades físicas”, revela.
No Centenário, a preocupação com
a alimentação também tem resultados
positivos. A aluna do 2° ano do Ensino
Fundamental, Mariana Bezerra, 8
anos, mostra que aprendeu desde cedo a lição. “Quando tenho fome peço
para minha mãe fazer salada de frutas.
No almoço gosto de arroz, feijão, carne e legumes, porque é gostoso e saudável. Prefiro não comer doces e salgadinhos porque as professoras e a
minha mãe explicaram que não faz
bem”, conta.
A consciência de Mariana é fruto de
orientação familiar e escolar. Outro
exemplo é o da pequena Isadora Martini, 5 anos, do 1° ano do Ensino Fundamental do União. “Todos os dias ela leva para escola sanduíche natural, fruta
e suco. No almoço sempre preparamos
pratos bem coloridos. No início, ela reclamava; hoje até cobra se não tem rú-
cardápio
MANTER UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA
dista Americano”, em 2008. Entre
os(as) entrevistados(as) estava a jovem Monyreh Ambrosini, 15 anos.
Mesmo com uma aparência saudável,
a jovem apresentava alto teor de LDL
no sangue. O fator, identificado na
pesquisa e confirmado por um médico, é hereditário.
Embora Monyreh não comesse guloseimas em excesso, também não se
alimentava adequadamente com os
nutrientes necessários. O cardápio ba-
cula”, comenta a mãe, Lílian, que permite a ingestão de guloseimas de forma limitada.
Profissionais lembram que o controle da alimentação é importante para o
amadurecimento das crianças. “Saber
lidar com qualquer tipo de privação é
fundamental para o amadurecimento.
O método deve ser utilizado independentemente da faixa etária”, ressalta
Cristina Kern, coordenadora do curso
de Psicologia do Centro Universitário
Metodista, do IPA.
Conhecer os benefícios de comidas
saudáveis é também uma maneira de
equilibrar a alimentação de forma que
as guloseimas não precisem ser banidas
do cardápio. A nutricionista Larissa Feix
afirma que é possível comer doces depois de realizar atividades físicas, já
que eles repõem as energias gastas durante o exercício. Outro momento favorável é após as refeições principais,
quando as fibras consumidas colaboram para absorver a glicose e normalizar os níveis sanguíneos. “Um prato rico em vegetais, principalmente crus,
contém uma grande quantidade de fibras que, além de ajudar na normalização dos níveis de glicose, provocam
uma sensação de saciedade. Por isso
devemos sempre comer os vegetais
primeiro”, conclui.
OS ALIMENTOS SÃO DIVIDIDOS EM GRUPOS,
E CADA UM TEM A SUA DEVIDA IMPORTÂNCIA
Frutas (maça, pêra,
melão), legumes (cebola,
cenoura, pimentão) e verduras (alface, couve, espinafre) diminuem o risco de
doenças crônicas não transmissíveis, aumentam a resistência contra infecções, pois são fonte da maior parte de vitaminas e minerais necessários ao organismo, e
auxiliam no controle do peso.
Cereais (arroz, milho, trigo), tubérculos
(batata, cará, inhame) e raízes (beterraba,
nabo, rabanete) protegem
contra alguns tipos
de câncer.
Grãos (feijão, lentilha, soja) aumentam
a resistência contra doenças nutricionais, já
que contêm carboidratos complexos e são ricos
em fibra alimentar, vitaminas do complexo B,
ferro, cálcio
e outros
minerais.
Carne, leite e derivados são boas fontes
de aminoácidos essenciais, responsáveis por
compor as proteínas
necessárias para
o crescimento
e a manutenção do corpo
humano.
21
SAÚDE
Nada
de
sorriso amarelo
CONSCIENTIZAÇÃO PELA SAÚDE BUCAL DEVE COMEÇAR NA INFÂNCIA
Foto: www.sxc.h
u
E HÁBITOS DEVEM SER MANTIDOS AO LONGO DA VIDA ADULTA
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ÂNGELA CAMANA
N
este ano, o Ministério da
Saúde realizará o SSBrasil
2010, a maior pesquisa
nacional sobre a saúde
bucal, em todas as regiões
do país. O último levantamento, de
2003, trouxe dados alarmantes: cerca de
60% das crianças, por volta dos cinco
anos de idade, possuem um dente cariado. Entre os(as) adolescentes, a estimativa chega a 90%. Em 2008, a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) mostrou que 12% dos(as)
brasileiros(as) nunca foram ao(à) dentista.
In English
This year, the Ministry of Health will implerement the SSBrasil 2010, the largest national
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reaches 90%. In 2008, the Pesquisa Nacional
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of Brazilians have never been to the dentist.
Schools, in this context, play a fundamental
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role in making students aware of the importanc
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to brush their teeth after lunch or promoting
talk sessions among children and dentists.
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coordinator of Early Childhood and Initial
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on oral health, since this is age in which children lose deciduous teeth.
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lia, Centenátio Methodist School student of
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5th Grade, oral health programs are
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A group of students of Americano Methodist
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School initials grades, in a talk session after
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have any cavities, they all said: No!
22
A escola, nesse contexto, exerce um
papel fundamental na conscientização
pela saúde bucal. Os Colégios da Rede
Metodista de Educação do Sul sempre
incentivam seus(suas) estudantes a
manter bons hábitos e isso começa desde cedo, seja ao escovar os dentes após
o lanche, ou ao ouvir a palestra de
um(a) dentista.
No Colégio Metodista Centenário,
todos os anos, profissionais da área da
saúde conversam com os(as)
alunos(as) das Séries Iniciais. Na visita
do(a) dentista, as crianças falam sobre
os dentes, hábitos alimentares e cuidados com a boca. Segundo a coordenadora pedagógica da Educação Infantil
e Anos/Séries Iniciais do Centenário,
Marlova Garcia, as turmas de 1º ano
são as que mais conversam sobre a
saúde bucal, já que nesta época costuma-se perder os dentes de leite. “É importante que essa conversa se estenda
também aos(às) demais alunos(as) da
escola”, complementa.
Telson Mosch, aluno da 4ª série do
Colégio Metodista União, sabe a importância de não só escovar os dentes,
mas de passar sempre fio dental e de
não comer muito doce “para evitar a
cárie e não ficar com os dentes amarelos”. Telson vai ao dentista duas vezes
por ano, para fazer revisão e limpeza. “Eu escovo meus dentes quatro
vezes por dia. Eu conheci uma
criança que já perdeu um dente
porque estava muito feio. Assim
não dá”, conclui.
Para o cirurgião-dentista Marcio
Stüker, pai da aluna Júlia, da 5ª série do Centenário, é mais fácil incentivar os(as) pequenos(as) aos
bons hábitos de higiene bucal.
Entretanto, é necessário
que se fale também
aos(às) adolescentes.
“Programas de saúde
bucal são efetivos
em todas as séries;
os estudantes mais velhos devem ser
orientados a manter os bons hábitos
adquiridos na infância”, ressalta. Segundo Stüker, as cáries e os desvios na
posição dos dentes não afetam apenas
a saúde bucal, mas também a autoestima do(a) jovem. “A saúde bucal é importante até no relacionamento com a
sociedade”, completa.
No Colégio Metodista Americano,
os alunos Álvaro Schmidt, do 3º ano do
Ensino Médio, e Bernardo Squeff, 2º
ano, acreditam que o incentivo à saúde
bucal deve ser mantido por toda a vida
escolar. “As pessoas precisam saber o
que acontece quando não escovam os
dentes”, afirma Álvaro.
Um grupo de alunos(as) das séries iniciais do Colégio Americano, em uma conversa após o lanche, mostra a troca de
dentes de leite por permanentes. Na contramão da pesquisa do Ministério da Saúde, quando perguntados(as) se
têm alguma cárie,
todos respondem
juntos:
“Não”.
Foto: Elke Bahi Pedroso
SAÚDE
In English
VÍRUS H1N1
PODE SER
EVITADO COM
VACINAÇÃO E
CUIDADOS
BÁSICOS
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO LUÍS BUSTAMANTE
ripe A é coisa muito séria. Conforme define o
Ministério da Saúde, é
uma doença respiratória
aguda, altamente contagiosa, que leva a um estado de infecção
respiratória. Também conhecida como
influenza A (H1N1), é causada por um
vírus transmitido de pessoa a pessoa,
por meio de tosse, espirro e contato
com secreções respiratórias de pacientes infectados(as).
A enfermeira epidemiologista Adelaide Pustai, responsável técnica pela
Vigilância da Influenza, da Secretaria
Municipal da Saúde, em Porto Alegre,
alerta que cuidados de higiene e prevenção são a principal arma contra o
contágio. “Não há motivo para pânico.
O período de maior incidência da gripe
A, que é o inverno, ainda nem começou e já há uma campanha massiva de
vacinação, deflagrada pelo Governo Federal em março”, explica.
Para as escolas da Rede Metodista
de Educação do Sul, prevenção à Gripe
A é quase uma disciplina, já que é realizada constantemente por determinação
da Direção Geral, que instituiu uma comissão para cuidar do assunto e abrange todas as unidades de ensino. Os Colégios Metodistas seguem orientações
da enfermeira responsável pelo Núcleo
G
de Acolhimento à Saúde, instalado no
Americano, Tanisa Brito Lanzarini.
Há um trabalho permanente de
orientação aos(às) alunos(as), desde a
Educação Infantil, que inclui cuidados
com a higiene, exposição a mudanças
do clima e hábitos alimentares. Os resultados podem ser conhecidos pelo
pensamento dos(as) estudantes, como
sintetiza a aluna Paula Waichel Bouchet, 14 anos, da 8ª Série do Americano. “Devemos estar sempre atentos,
não descuidar nunca dessa gripe que já
prejudicou tanta gente”, avisa.
A conscientização é demonstrada
também pelo aluno Giovani Busanelo
Ávila, 16 anos, do 3° ano do Centenário. “A escola e os meios de comunicação alertam sobre os riscos da gripe A e
as formas de contágio. Então, é só cada
um fazer a sua parte”, resume.
A postura de Paula e Giovani ganha
reforço com as palavras da Mara Araújo, funcionária da UTI pediátrica da
Santa Casa de Uruguaiana e mãe de
alunos(as) do União. “É uma questão
de redobrar cuidados, mesmo para
quem já tomou a vacina anti-H1N1.
Vamos ter a segunda onda da gripe,
geralmente pior que a primeira, daí a
necessidade de maior atenção às mudanças bruscas de clima, à higiene principalmente nas mãos, ao uso permanente do álcool gel e à busca ao médico nos primeiros sintomas”, ensina.
Highly contagious, the Influenza A (H1N1) is
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spread from person to person through cough,
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and contact with respirator
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difficulty to breath are symptoms that may
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Hygiene and prevention are the best weapons again
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continuous use of alcohol gel and see the docto
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first
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ely
ediat
imm
A gripe A se manifesta com febre alta
repentina (acima de 38ºC), tosse constante, dores de cabeça, nos músculos,
nas articulações e dificuldade respiratória.
“Os sintomas surgem em até sete dias
após a infecção pelo vírus; por isso a necessidade de prevenção ou atendimento
médico imediato, caso os sintomas se
apresentem”, destaca a enfermeira Adelaide Pustai. No que tange à precaução,
ela aponta cuidados gerais como uma
boa hidratação, alimentação balanceada,
uso de roupa adequada à temperatura e
que se evitem ambientes fechados.
PREVENÇÃO
Use sempre roupa adequada à
temperatura ambiente.
Evite permanecer em lugares com
pouca ventilação.
Lave as mãos com água e sabonete,
especialmente depois de tossir ou espirrar.
Ao tossir ou espirrar, cubra o nariz e
a boca com um lenço descartável.
Não compartilhe alimentos, copos,
toalhas e objetos de uso pessoal.
ATENÇÃO: caso surjam quaisquer
sintomas gripais, não use medicamentos;
busque orientação médica.
Informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde.
23
TECNOLOGIA
Educ ç o co nect d
n
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO CARLOS ISMAEL MOREIRA
primeiro semestre letivo
de 2010 iniciou com
uma novidade que deixou professores(as) e
estudantes(as) dos Colégios Metodistas Americano, Centenário
e União ansiosos(as) pela volta às aulas.
A lousa de fórmica branca e a caneta
pincel atômico, que há algum tempo
substituíram o velho quadro negro e o
giz que sujava os dedos, agora dá espaço à tecnologia. Nascidos(as) em meio
à explosão da era da informática e da
internet, os(as) jovens convivem com
avanços tecnológicos em diferentes cenários e no ambiente escolar não poderia ser diferente. Atentos a essa realidade, os Colégios Metodistas instalaram,
cada um, uma lousa digital – ferramenta que abre um novo paradigma na forma de compreender o ensino.
Conectada a um computador, a
lousa é sensível ao toque. Com uma
caneta especial, professor(a) e aluno(a)
podem escrever diretamente sobre o
conteúdo que é mostrado na tela,
acrescentar comentários, desenhos e
destacar informações. Além disso, é
possível mostrar animações e gráficos
por vários ângulos, o que proporciona
noções de volume e profundidade que
não se conseguiriam em uma imagem
plana. O equipamento conta também
com acesso à internet, permite salvar
todo o material utilizado na aula e enviar no mesmo instante para o e-mail
dos(as) alunos(as).
Em Porto Alegre, os(as)
professores(as) do Americano receberam uma capacitação antes do início
das aulas para se familiarizarem com a
nova ferramenta. O treinamento para
os(as) docentes do Centenário, em
Santa Maria, deve ocorrer no início
junho. Em Uruguaiana, a equipe do
Colégio União recebeu orientações e
já utiliza a lousa.
De acordo com a responsável pela
O
24
Tecnologia Educacional da Rede Metodista de Educação do Sul, professora
Elisângela Ribas, além de ser um valioso
instrumento para troca de conhecimentos, a lousa digital vai aproximar os(as)
docentes(as) da realidade dos(as) estudantes. “Os(As) alunos(as) são
nativos(as) digitais, nasceram na era da
tecnologia. Nós, professores(as) somos
migrantes. Mas a partir da utilização
dessas ferramentas para o ensino, passamos a falar a mesma linguagem”, explica. Ribas afirma ainda que o equipamento vai tornar a aula mais dinâmica e
atrativa. “No momento em que você se
interessa pelo conteúdo, o aprendizado
é mais significativo. Com a lousa, a lição
fica mais lúdica e o(a) aluno(a) aprende
de uma forma prazerosa”, completa.
A professora de Biologia do Ameri-
TECNOLOGIA
futur
cano, Simone Yamasaki, foi uma das
primeiras a fazer uso do recurso. Ela
acredita que as aulas ficam mais produtivas. “A lousa digital facilita a compreensão do(a) estudante, porque mostra
tudo de forma interativa”, conta. O
aluno da 8ª série de Americano, Matheus Lago Pereira, aprovou a novidade.
“A gente consegue aprender mais fácil
e rápido quando vê o conteúdo de for-
LOUSA DIGITAL AMPLIA FORMAS DE
APRENDIZADO E APROXIMA ESCOLA
DO COTIDIANO TECNOLÓGICO
DOS(AS) ESTUDANTES
Foto: Carlos Ismael Moreira
ma interativa, sem ser apenas desenhos.
A tecnologia melhora a troca entre nós
e os professores”, afirma. A colega Tainá Rodrigues Gonçalves, de 14 anos,
confirma. “Visualizando se aprende
mais e a gente consegue gravar as matérias. O professor passa a estar no
mesmo mundo que nós”, apoia.
No União, a professora de Biologia,
Silvia Pitrez, já percebeu um retorno
In English
Born in the middle of Internet and technology
age, students deal with advanced technology in different scenarios, this way, this would not be different
in the school environment. Being aware of such reality, the Methodist Schools installed an interactive
whiteboard (e-board) in each one of the schools.
Connected to a PC, the e-board is touch-sensitive and teachers and students can write, draw, add
comments and do many other things by only touching
a special pen over whatever image or text is on the
screen. With the e-boars it is also possible to show
graphics and animations by different angles, what
enables one to have notions of volume and depth not
available in flat images. The e- board has Internet
connection which allows teachers to store the material worked in class and send it to students by email.
According to professor Elisângela Ribas, responsible for the Education and Technology Department of
Southern Methodist Educational Network, the e-board
is an excellent tool for exchanging knowledge, and will
connect teachers and students. “At the moment you
get interested in the topic of the class, learning becomes more meaningful. With the use of the
e-board, lessons are more playful and students
will learn in a joyful way” she states.
positivo da utilização da ferramenta.
“Eu encontro a turma e a primeira pergunta é: nós vamos para a lousa? A aula ficou muito mais dinâmica e a interatividade instiga os(as) estudantes a pesquisar em casa sobre o que aprendem
na escola”, comemora. A docente conta
que o equipamento valoriza o trabalho
interdisciplinar e que os(as) alunos(as)
percebem o vínculo entre as áreas do
conhecimento. O 1º ano do Ensino Médio desenvolveu trabalhos na lousa utilizando o mesmo material nas disciplinas de Biologia e História. “Mesmo antes de nós comentarmos algo a respeito, os(as) alunos(as) concluíram que as
matérias são relacionadas”, relata.
A lousa digital também vai contribuir para modificar o relacionamento
entre docentes e estudantes. Cássia Laire Kozloski, do 3º ano do Ensino Médio
do Centenário, ressalta que a ferramenta vai aprimorar a troca de conhecimento entre alunos(as) e docentes.
“Sabemos muito de tecnologia e quando a aula é interativa, nos interessamos
mais. Como os professores não estão
tão acostumados, um ensina o outro.
Com isso, eles começam a nos entender melhor e nós passamos a compreendê-los melhor também”, afirma.
25
HISTÓRIA
Da fronteira
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO LUÍS BUSTAMANTE
ruguaiana ainda vivia os
resquícios da Guerra do
Paraguai, na segunda
metade do século 19,
quando o educador francês Aleixo Vicente Vurlod chegou à região em missão de paz e ali se instalou
para lecionar em domicílio. Ensinando
matemática, história, ciências, línguas e
outras disciplinas, reuniu uma quantidade tão grande de estudantes que já
não era possível atender em suas casas.
Foi assim que, em 8 de junho de 1870,
fundou o Collegio União – denominação que em meados do século 20 passou a grafar-se Colégio.
A instituição foi a primeira escola
mista de Uruguaiana, pois, naquela
época, não era comum meninos e meninas estudarem no mesmo local. Administrado por missionários(as) da Igreja
Metodista Episcopal do Sul dos Estados
Unidos a partir do ano de 1908, manteve desde o início cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, tornando-se referência na formação
de lideranças na fronteira gaúcha. Por
ali passaram celebridades como o velejador Lars Grael, o folclorista Paixão
Côrtes e os políticos Raul Pont, Frederico Antunes e Sanchotene Felice, esse último destacado prefeito do município.
Para a coordenadora geral do União,
U
26
In English
MODERNIZA SEM
PERDER AS RAÍZES
professora Lucia Lopez, o colégio integra a história de Uruguaiana e tem o
reconhecimento da comunidade especialmente por desenvolver um projeto
educativo numa perspectiva inclusiva e
interdisciplinar, que prioriza a formação
cidadã de crianças e adolescentes.
“É uma escola que mantém tradições
relacionadas à família, à sociedade e à
cultura local, porém se moderniza constantemente”, complementa ao salientar
o bom desempenho da instituição frente ao Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e na preparação para o vestibular, com alto índice de aprovação.
O Colégio Metodista União, que já
oferece ampla infraestrutura para a realização de atividades esportivas, artísticas e culturais, chega aos 140 anos em
ritmo de globalização e adota a educação bilíngue. O programa inclui o idioma inglês desde a Educação Infantil.
Uma das tradições da escola é o reconhecimento da trajetória de exalunos(as) que prestam serviços relevantes à comunidade nas áreas da educação, cultura, esporte e política com o
“U de ouro”.
A condecoração é ofertada todo ano
na semana do aniversário e carrega um
simbolismo que evidencia a determinação
do colégio em alcançar seus objetivos,
entre eles o de se tornar referência em
sua região, como já revela o lema: “ad
astra”, que significa “para os astros”.
Arte de Carlos Ismael Moreira sobre fotos de arquivo
para o mundo
AOS 140 ANOS,
COLÉGIO
METODISTA
UNIÃO SE
In the second half of 19th century, Uruguaiana
was going through the effects of the Paraguay War
when Aleixo Vicente Vurloud, a French teacher,
came to town and settled to provide homeschooling
services. However, with the number of students on
the rise, it was no longer possible to attend privately. This way, Vouloud started União School on
June 8, 1870.
Run by missionaries from the Southern Methodist Episcopal Church of the United States since
1908, União School has always had Preschool, Elementary and High School education. Thus, it has become a reference in educating leaders in this region
of Rio Grande do Sul.
For Lucia Lopez, general coordinator of União,
the school is part of the city’s history and has the
recognition of the community, especially because of
an educational project which follows an inclusive
and interdisciplinary approach, prioritizing citizenship. “It’s a school that maintains traditions related
to family, society and local culture, while being constantly modernized.” She says.
th
União Methodist School is celebrating its 140
ofschool
The
on.
anniversary in line with globalizati
infrawide
on
counts
and
program
fers a bilingual
structure that allows for the practice of several
sports, cultural, and artistic activities.
COLÉGIO AMERICANO
FAZ 125 ANOS
No dia 19 de outubro de 2010 o
Colégio Metodista Americano comemora 125 anos de existência. Contemporâneo à fundação da Igreja Metodista no
Rio Grande do Sul, em 1885, a escola
foi instalada em um prédio no centro
de Porto Alegre, sendo a primeira da
instituição no Estado. Seis décadas depois, instalou-se em definitivo no bairro Rio Branco. Integrada à Rede Metodista de Educação do Sul, o Americano
promove um processo pedagógico
orientado pela filosofia cristã e valoriza a vida em todas as suas dimensões.
A comemoração, entre os dias 13 e
20 de outubro, traz uma extensa programação, com homenagem prestada
por alunos(as), entrega do troféu Oscarito – festival anual que incentiva
produção audiovisual dos(as) estudantes – e o tradicional Chá das Ex-Alunas, entre outras atividades.
KIDS
pa
ra
Hora ir a escola
de
EDUCAÇÃO INFANTIL É CONSIDERADA CADA VEZ MAIS IMPORTANTE PARA AS CRIANÇAS
JORNALISTA ANA PAULA NOGUEIRA
COLABORAÇÃO VERÔNICA BARBOSA
s primeiros anos de vida
são de aprendizado,
construção da inteligência, de habilidades, valores e atitudes. O que é
desenvolvido nessa fase valerá por toda
a vida. Nesse contexto, não é cedo para as crianças, entre três e seis anos de
idade, frequentarem a escola.
Desde 1996, com a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (Lei
nº 9394/96), a Educação Infantil passou a integrar a Educação Básica, junto
com o Ensino Fundamental e o Ensino
Médio. Conforme a LDB, em seu artigo
29, essa etapa tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até
seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, de forma a
complementar a
ação da família e
da comunidade.
Os Colégios
Metodistas
Americano,
Centenário e
União oferecem a pais e
filhos(as)
projetos
pedagógicos
de alto
nível,
com
O
professores(as) preparados(as) para
acompanhar cada passo do(a) aluno(a)
nesse processo intenso de descobertas e
crescimento. A supervisora pedagógica
da Educação Infantil e Anos/Séries Iniciais do Colégio União, em Uruguaiana,
Andréa Ancini, entende esses primeiros
anos na escola como uma peça importante na preparação para o ingresso das
crianças no ensino básico, uma etapa
que não pode ser pulada. “Nessa fase
trabalhamos a socialização, o autoconhecimento, a elaboração de saberes básicos
sobre si mesmo, sobre o outro e sobre
Deus, com a promoção de valores como
o amor, o respeito e a amizade”, explica.
No Colégio Americano, em Porto
Alegre, os(as) professores(as) desenvolvem rotinas baseadas em propostas pedagógicas, de acordo com as características de cada faixa etária. Débora Heineck, supervisora da Educação Infantil e Anos/Séries Iniciais
do Ensino Fundamental,
enfatiza que quanto
maior a diversidade de
experiências oferecidas,
como atividades musicais, esportivo-corporais, linguísticas, tecnológicas e vivência de valores sociais, maior é a
contribuição para que
a criança se identifique e desenvolva
suas potencialidades, posicionando-se em relação
a habilidades e
competências para o futuro.
“A brincadeira
também é
considerada conteúdo, já
que brincando se
aprende muita
coisa sobre o mundo físico e social”, complementa.
In English
The first years of life involve learning, the development of skills, of values and of attitudes. In
this context, it is not to early for children between
three and six years old to attend school.
The Southern Methodist Education Network
Schools offer educational projects to follow every
step of the student in the discovery and growing
process. “We work on socialization, on self-knowledge, on the development of basic knowledge about
each other and about God, promoting values like
love, respect and friendship,” says Andrea Ancine,
Supervisor of teaching At Union Methodist School.
At Americano Methodist School, teachers develop school routines based on the characteristics of
ieach age group. “The greater the diversity of exper
oltechn
s,
sport
ties,
activi
al
music
ences offered, like
ogies and social values experiences, the greater the
contribution for children to identify and develop
their potentials.” emphasizes Deborah Heineck, Sul.
pervisor of teaching at Americano Methodist Schoo
Cenat
d
worke
also
is
life
l
schoo
of
ning
begin
The
tenário Methodist School through classes of English,
computer skill, sports and music. “All activities are related to children’s age and interests as well as to the
goals of the school”, states Marlova Garcia,
coordinator of this methodist school.
A iniciação na vida escolar também é
trabalhada com muita responsabilidade
e criatividade no Colégio Centenário,
em Santa Maria. Aulas de inglês, informática, música, taekwondo, ballet e futsal compõem parte das atividades desenvolvidas com os(as) pequenos(as).
“O planejamento é indispensável ao(à)
educador(a) quando se preocupa com a
qualidade do que faz. Todas as atividades respeitam a faixa etária, o interesse
das crianças e os objetivos da escola”,
afirma Marlova Garcia, coordenadora
pedagógica da Educação Infantil e Anos/
Séries Iniciais do Ensino Fundamental.
As mudanças no comportamento e
nas percepções das crianças são identificadas já nos primeiros meses de aula,
conforme aponta Girlaine da Silva, mãe
da aluna Raquel, de 3 anos, do nível 2.
“Coloquei minha filha esse ano no colégio e estou gostando muito do ensino do Centenário. Ela se tornou mais
ativa, pois em casa ficava sozinha e
aqui participa de atividades e fez novos
amigos”, ressalta.
27
KIDS
Foto: Ana Paula Nogueira
ael Moreira
Foto: Carlos Ism
era digital
o
Foto: Elke Bahi Pedros
8
10
6
3
28
7
2
V
5
ideogames, aparelhos de
mp3, computador. Diante de jogos multimídia e
em três dimensões é comum encontrar muitas
crianças que nunca ouviram falar em
jogo de taco e amarelinha. Nascidos(as)
em meio à tecnologia, os(as)
pequenos(as) dominam as ferramentas
digitais desde cedo, mas é importante
que pais e escolas apresentem outras
opções de entretenimento que possibilitem a interação real com amigos(as).
Mestre em Educação e Fonoaudiologia, Clarice Tomazette Flores, mãe da
Sofia, aluna do nível 3 do Colégio Metodista Centenário, acredita que as novas tecnologias deixam as crianças isoladas. “Elas perdem muito na criatividade, no companheirismo e na questão
do convívio”, ressalta. A longo prazo,
quem passa a infância envolvido(a) somente com jogos digitais pode ter reflexos na fala. “É no convívio com os
outros que se desenvolve a linguagem”, explica.
Enquanto trilha a corda e passa uma
bola para seus(suas) alunos(as), a professora Paula Mosmann, da Educação
Infantil Nível 4 do Colégio Metodista
Americano, explica que, ao mesmo
tempo em que as crianças dominam o
computador, elas também aprovam os
jogos no pátio com os(as) colegas.
“Talvez até gostem mais dessas atividades, mas hoje não se tem mais tanta
oportunidade de sair para brincar na
rua. Mesmo com os playgrounds, o que
falta é a socialização”, destaca.
Não são apenas pais e
educadores(as) que defendem a importância da interação e criatividade.
Quando perguntados(as) sobre a brincadeira predileta da infância, os(as)
alunos(as) do Ensino Médio do Americano lembram unânimes: pega-pega.
Para eles(as), a diversão das crianças de
hoje é completamente diferente, tem
benefícios por ter mais acesso à tecnologia, mas perde em termos de relações
sociais. “Só vemos os pequenos com
videogame e ouvindo música no mp3.
Tudo deve ter um limite”, acredita Mattheus da Rosa, do 2º ano.
4
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORAÇÃO ÂNGELA CAMANA
In English
Nowadays, children and teenagers are familiar with digital tools from early on, but it is important that parents and schools provide them
with some other entertaining options which allow
for social interaction.
Clarice Tomazzete Flores, who holds a Master
Degree in Education and Speech Therapy and mother
of Sofia, a N3 student at Centenário Methodist
School, believes that technologies isolate children
from their peers. “In the long run, children who
spend a considerable amount of time playing digital
games can have speech abilities affected”, she states.
Parents and teachers are not alone when the
topic is the importance of interaction and creativity.
When asked about their favorite children’s game,
High School students from Americano Methodist
School mentioned “tag”. According to the High School
students, free time activities children have in these
days are completely different from the ones they used
to have, i.e., children benefit from having more access
to technology but lose in terms of social relations.
To encourage interaction between students,
União Methodist School promotes activities like
rope skipping, hoops and other traditional games.
Teacher Andréia Holzschuk welcomes the initiative.
“At first they were surprised as they did not know
the games, but now students are asking
to have these activities at break time”.
Aluno do 2º ano do Ensino Fundamental do Colégio Metodista União,
Vinícius Saucedo Pimentel administra
bem os jogos eletrônicos e as atividades longe do computador. Desde cedo
aprendeu a empinar pipa, jogar bola de
gude e tem na ponta da língua seu passatempo número um. “Minha brincadeira preferida é futebol”, garante.
Para incentivar a interação entre
alunos(as), o União promove atividades
como pular corda, jogo de cinco marias e
bambolê. Andréia Holzschuk, supervisora
da Educação Infantil à 6ª série, aplaude a
iniciativa. “No início eles(as) estranharam,
porque não conheciam as brincadeiras,
mas agora são os(as) estudantes que pedem essas atividades no intervalo”, revela.
A infância de hoje está ligada à tecnologia, mas se depender dos pais, especialistas e professores(as), brincadeiras antigas terão seu espaço preservado. “Criança tem que ser criança enquanto pode”, garante Tatiana Bürher
ao esperar a filha Betina, de 4 anos,
terminar de brincar com os(as) colegas
no Americano. Renata Terra, mãe da
Maria Eduarda, 4 anos, concorda. “Nós
podemos oferecer opções, mas com limites e supervisão”, completa.
U
criança na
DEVEM INCENTIVAR
JOGOS QUE ESTIMULEM
A CRIATIVIDADE E A
INTERAÇÃO REAL EM
CONTRAPARTIDA AOS
VIDEOGAMES
CÉ
de
9
Brincadeira
FAMÍLIA E ESCOLA
KIDS
Complete
com o
nome da
brincadeira
conforme
os desenhos
C R UZ A D INH A S
Cantinho
da
Leitura
Divulgação/Ática
As narrativas ilustram a
cultura do povo africano
com magia, singeleza e
sabedoria. Em viagem à
capital da Angola, o autor
Rogério Andrade Barbosa e
o ilustrador Jô Oliveira colheram histórias contadas por jovens
e crianças de Luanda e adaptaram ao público brasileiro.
-
a
-
Divulgação/FTD
Respostas: esconde-esconde/cinco marias/telefone/
pega-pega/amarelinha/pular corda/bolita
FA Z B E M
PA R A . . .
1
Relacione os alimentos
de acordo com benefícios
que trazem à sáude
Protege contra gripe;
rico em vitamina C.
feijão
Leite
Clara Luz não se
contenta em fazer apenas as
mágicas do livro de fadas e
insiste em criar seus próprios
feitiços como bolinhos de luz,
chuva colorida e modelagem
de nuvens. Na história da
escritora Fernanda Lopes de Almeida, fica clara a importância de
saber inventar, criar, questionar, lançar novos olhares sobre o
que já é conhecido.
In English
2
3
4
cereal
A fada que tinha ideias
Fernanda Lopes de Almeida
Editora Ática
Ajuda no funcionamento
do intestino e tem grande
quantidade de fibra.
Alimento
rico em ferro;
previne amenia.
Ajuda a manter os ossos
e os dentes saudáveis.
Histórias que nos contaram em Luanda
Rogério Andrade Barbosa
Editora FTD
Magic, simplicity and wisdom illustrate the narratives about the
culture of the African people. In a journey through the capital of
Angola, Rogério Andrade Barbosa, the writer, and Jô Oliveira, the
illustrator, registered stories told by teenagers and children in Luanda
and adapted them for the Brazilian public.
A fada que tinha ideias
Fernanda Lopes de Almeida
Editora Ática
Clara Luz is not satisfied only with doing the magic tricks from the
fairy book and insists on creating her own spells, such as the light
cupcakes, colored rain and cloud modeling. In Fernanda Lopes de
Almeida’s stories, the importance of inventing, of creating, and of
launching new perspectives what’s already known is emphasized.
De cima para baixo: 2-4-1-3
laranja
Histórias que nos
contaram em Luanda
Rogério Andrade Barbosa
Editora FTD
29
ARTIGO
Foto: Alexandre Paz
d
Geração fast-f
OS PERIGOS DA DIETA DA PORCARIA
DENISE RIZZO
NUTRICIONISTA, MESTRE EM PEDIATRIA E SAÚDE
DA CRIANÇA, DOCENTE DO CURSO DE NUTRIÇÃO
DO CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA, DO IPA,
CONSULTORA EM EMPRESAS, CRECHES E ESCOLAS
DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A
alimentação, além de
ser uma necessidade fisiológica, é também um
dos fatores ambientais
que mais tem relação
com a saúde. Nos dias atuais, não
basta ter acesso aos alimentos; é precio entender a forma certa de escolher e de utilizá-los nas diferentes fases da vida.
Partindo-se
do princípio de
que os hábitos
alimentares incorporados nos
primeiros anos
de vida poderão
perdurar na idade adulta, a alimentação, na infância e adolescência, precisa
ser bem planejada, devendo haver uma proporção entre quantidade e qualidade dos alimentos
ingeridos.
Nas últimas
décadas, a interferência do fenômeno da globalização e industrialização vem atuando como um dos
fatores determinantes na modificação dos padrões alimentares, gerando transformações no estilo de
vida de praticamente toda a população mundial, principalmente no
de crianças e adolescentes.
O mundo moderno e imediatista
incorporou nas pessoas o hábito de
procurar refeições rápidas e de baixo
custo, ato que automaticamente,
acarreta a busca e o consumo de produtos industrializados e fast-foods – a
chamada “dieta da porcaria”.
O perigo presente nestas “refeições” consiste no fato de serem compostas por alimentos com excesso de
calorias e com baixo valor nutricional. A
“dieta da porcaria” visa a atender basicamente as “necessidades” de trabalho
do homem moderno, que não se preocupa com a qualidade nutricional das
refeições que está ingerindo.
Os hábitos dos pais e o estilo de
vida cada vez mais ausente na formação dos filhos fazem com que crianças e adolescentes tenham um padrão deturpado de comportamento,
ocasionando
um lamentável aumento
da obesidade
infantil.
Deve-se
partir do princípio de que
uma alimentação saudável,
em qualquer
fase da vida,
não deveria
conter alimentos processados, pré-preparados ou
prontos, pois a industrialização retira
o sabor original dos alimentos e, para
devolvê-lo, são acrescentadas altas
quantidades de açúcares, gorduras,
sal e aditivos químicos.
Sendo assim, nenhuma dessas refeições rápidas pode ser tão saudável como o ato de sentar-se a uma
mesa e desfrutar de uma refeição
tradicional. O ideal seria excluir to-
A alimentação na infância
e na adolescência precisa
ser bem planejada, com
uma proporção entre
quantidade e qualidade
dos alimentos ingeridos
30
talmente esses
alimentos industrializados do
cardápio, mas,
como isso é praticamente inviável, o
ato de consumi-los
como uma exceção e não como uma
regra já é de grande valia para a
promoção da saúde.
É possível preparar um fast-food
saudável e rico em nutrientes. Experimente trabalhar com cores, formas,
temperos, variedades de produtos
naturais e, assim, criar uma maneira
atrativa de oferecer o alimento às
crianças. Lembre: sempre que possível estimule-as para que participem
do preparo das refeições, pois é uma
das formas mais simples de incentivá-las ao consumo.
In English
In the last decades, the interference
of the globalization and industrialization
is one of the determinants of eating patterns changes, especially among children
and teenagers.
People in the modern world incorporate
the habit of having quick meals with low
cost, which immediately results in the consumption of industrialized and fast food,
known as “junk food”.
The danger present in these meals usually consists in the extra calories and in the
low nutritional values.
A healthy diet, at any stage of life,
should not include processed, precooked or
ready foods, as the industrialization process
takes the unique flavor of food and returns
it in high amounts of added sugars, fats,
salt and chemical additives.
Excluding such foods from the menu
would be ideal, but as this is almost impossible, consuming these food as an exception
and not as a rule is already valuable
for health.

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