Revista Solví – 01

Transcrição

Revista Solví – 01
Oferecer engenharia de soluções para a vida
é o desafio da Solví, que amplia sua atuação
em áreas como saneamento básico e geração
de energia a partir de fontes renováveis
Sumário
A revista Solví é uma publicação trimestral interna, editada pela Gerência de RH e Comunicação do Grupo Solví.
Os textos assinados por articulistas não traduzem necessariamente a visão da empresa.
Presidente: Carlos Leal Villa | Diretor Técnico: Tadayuki Yoshimura
Diretor de Saneamento: Masato Terada | Diretora Administrativo-Financeira: Célia Francini
Gerenciamento: Carlos Balote | Coordenação: Fernanda Curcio
Edição: Nilva Bianco (MTb 514/SC) | Reportagem e textos: Nilva Bianco | Revisão: Mariana Marcondes
Fotografia: Marcello Vitorino (Mtb 27.590/SP) | Projeto editorial e gráfico: Fullpress – textos, fotos & idéias
Colaboradores: Robert Wong (artigo), Adenor Gondim, Milton Tonello (fotos), Frank Maia (ilustrações)
Foto de capa: Ryan McVay/Getty Images | Impressão: Sr Gráfica - Tiragem: 1.000 exemplares
Comentários e sugestões: Rua Bela Cintra, 967, 10º andar, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP 01415-000 | e-mail: [email protected] www.solvi.com
editorial
Em 2006, todos nós do Grupo Solví passamos por
uma grande mudança, que nos trouxe um novo
nome e novos desafios.
Qual é a nossa marca? Somos uma grande empresa, com 11 mil colaboradores e milhões de pessoas atendidas em todas as regiões do Brasil e no
Peru. E queremos ser ainda maiores na qualidade
dos serviços prestados e em envolvimento social.
Afinal, a missão da
Solví é ser reconhecida como referência
em soluções am­­­bien­tais.
Nestes dias em que a sociedade pensa cada vez
mais na sustentabilidade de suas ações e no risco de deixar às futuras gerações um legado de
des­truição e esgotamento de recursos, a Solví
tem uma grande contribuição a dar, já que atua
em áreas importantes para o meio ambiente, da
coleta e destinação de resíduos aos serviços de
saneamento básico e desenvolvimento de alternativas energéticas. Vai ainda além, por meio
de projetos sociais que abrem oportunidades a
populações excluídas.
Nossa Missão e nossos Valores - ética, respeito
ao meio ambiente, criação de valor, profissiona­
li­s­mo, parceria e espírito de equipe - são a bússola para alcançarmos essa contribuição efetiva
em cada uma das nossas áreas de atuação. E se
eles nos dão o caminho a ser trilhado, a comunicação é uma ferramenta essencial para atingirmos transparência e união em torno dos nossos
propósitos.
Ao nos comunicarmos, disseminamos boas práticas, conhecemos nosso negócio, compartilhamos experiências, orientamos sobre políticas e
processos, conhecemos a história e os talentos
de quem faz a Solví.
A Revista Solví, que circulará trimestralmente, faz
parte desta visão e deste compromisso. Leia, participe e opine, pois ela é feita para você!
Carlos Leal Villa
Presidente da Solví
03
CORPORATIVO
Um sistema
para todos
Desde abril o SAP Business Suíte roda em todas as empresas Solví;
desafio agora é dar suporte aos usuários e garantir a evolução da ferramenta
T
odos os dias Christiana Beni
chega ao número 643 da
rua Bela Cintra com uma missão:
ajudar os colaboradores da Solví
a usar o novo sistema SAP, que
desde abril roda os processos de
todas as empresas do grupo, trazendo integração, controle e padronização das informações.
Com a implantação do sistema, ela e outros 13 colaboradores que atuaram no projeto
Sapiência, chamados de ‘key users’
(usuários-chave) assumiram a importante função de dar suporte
permanente aos demais usuários
– 600 pessoas – em suas dúvidas
e dificuldades com a ferramenta.
Outro desafio será fazer com que
esta evolua e acompanhe as necessidades que surgirem a partir
“A implementação do novo
sistema SAP, abrangendo
integralmente os processos
das atividades desenvolvidas
pelo grupo Solvi, é um
diferencial competitivo, além
de aumentar nosso nível
de governança corporativa,
já que a ferramenta facilita
o acesso às informações e
agiliza o processo de tomada
de decisões.”
Célia Francini
04
revista solví | agosto a outubro de 2007
do seu uso no dia-a-dia.
De abril a julho, a equipe
­atendeu mais de sete mil ligações,
com todos os tipos de demanda,
das mais simples às mais com­
plexas. Quem vê o pequeno grupo
trabalhando na sala localizada no
quinto andar do edifício Elian não
consegue imaginar a amplitude
do projeto Sapiência, em todos os
aspectos.
Foram mais de 70 pessoas envolvidas, entre colaboradores, consultores SAP e analistas de TI, em 12
meses de trabalho duro. O projeto
teve cinco fases: preparação (montagem do escritório, seleção de key
users em todas as empresas, treinamento do grupo, levantamento
de processos em todas as áreas),
desenho dos pro­cessos para o sistema, parametrização do sistema
com base nos processos desenha­
dos, treinamento dos usuários finais e início das operações.
Case de sucesso
“O Sapiência foi um projeto bastante complexo, primeiro
porque cada empresa do grupo
tinha uma cultura diferente em relação ao uso de sistemas, e depois
porque decidimos fazer uma implantação tipo ‘big bang’, ou seja,
todas as áreas e todas as empresas ao mesmo tempo”, diz o gerente técnico do projeto, ­ Cláudio
­Cerviño. Apesar das dificuldades e
do enorme esforço feito por todos,
inclusive os usuá­rios, que passaram
alguns dias sem sistema e tiveram
que se adaptar a uma ferramenta
nova, Cláudio garante que a implantação foi um sucesso. “Esta é
uma avaliação da própria SAP, que
convidou a Solví a ser cliente refe­
rência, o que significa que nossa
experiência será compartilhada
com outras empresas”.
A diretora administrativofinanceira da Solví e sponsor do
projeto, Célia Francini, ressalta a
importância da participação de
cada um dos 30 colaboradores que
saíram de suas empresas de origem
para se dedicar ao projeto: “Eles foram essenciais pelo conhe­cimento
que detêm dos processos de suas
áreas, e a vivência que tiveram com
o Sapiência os potencializou a contribuir ainda mais com o futuro da
Solví.”
Christiana, por exemplo, atu­a­
va como analista de planejamento
comercial na GRI. “Na fase inicial
do projeto fiz o levantamento dos
processos da GRI, ­­ mas depois me
envolvi com a Solví como um todo.
Foi um grande aprendizado, uma
experiência profissional muito
gratificante”, diz ela, feliz por integrar o CCF, novo departamento da
holding, ligado à ­ Diretoria Admi­
nistrativo-Financeira. Além de pres­
tar suporte avançado aos usuários
SAP, outra missão da equipe será
ampliar os canais de comunicação
com eles, para integrar rapidamente o uso do sistema à cultura
das ­empresas.
MARCELLO VITORINO/FULLPRESS
Key users e apoiadores do projeto
Águas do Amazonas: Ligia Mory, Valdir Maurício
EssencisAterro:BárbaraCruz,ChirlesCavanholi,EduardoKen,FernandaBorges
Essencis Co-Processamento e Tratamentos: Marlon Marques
Essencis Remediação e Projetos: Lidiane Andrade
GRI: Christiana Beni e Elieser Daryo
Koleta: Carlos Domingos, Kátia Rosa
GerênciadeProjetoSolví:CláudioCerviño
Vega: Fernando Baldin e Valmir Campos
Gerência deTI: Gildásio Rocha
Solví:AdrianaOliveira,AntônioDonizetti,CarlosFernandes,CarlosRugno,CarlosSilva,Cláudia
GestãodeMudanças:PedroPierucci
Fernandes,CláudioAraújo,ElaineGabarrão,FábioMozza,FranciscoIgnácio,IsauraMartins,Ivan
Treinamento: Alda Jardanovski
Bueno,IvanRodrigues,MarcoSperidião,MiriamCorrêa,PauloVasconcelos,RicardoNogueirão,
Sponsor: Célia Francini
Roberta Rodrigues, Sérgio Rodrigues, Thiago Fernandes, Wilson Viana
Quem fez
oSapiência
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MERCADOS E NEGÓCIOS
Torre de queima de biogás em
Caieiras: venda dos créditos de
carbono beneficia o meio ambiente
e gera recursos para a empresa
Um futuro radiante
Solví Valorização Energética investirá em energia renovável e produção de biocombustíveis
U
ma das principais discussões em pauta no Brasil e
no mundo é sobre alternativas energéticas, sejam
elas biocombustíveis (biodiesel, etanol, etc), geração de
energia elétrica a partir de fontes renováveis (biogás de
aterro, bagaço de cana, etc) e/ou menos poluentes (gás
natural, por exemplo). Com a recente criação da empresa
Solví Va­lorização Energética (SVE), o grupo Solví entra
nesse novo mercado, e já tem uma proposta clara: a gera­
ção de energia “limpa” a preços atraentes.
“Está havendo um ‘boom’ no mercado de energia
reno­vável, e nossa atuação nesse segmento está totalmente em consonância com os valores do Grupo Solví”,
diz o gerente de projetos especiais da SVE, Carlos Alberto
Bezerra. Encarregado desse novo desafio, ele conta que
a primeira experiência na área foi com a Battre, empresa
da Vega em Salvador, que desde 2004 realiza a captação
e queima controlada de biogás proveniente de aterro
sa­nitário - iniciativa já replicada também no aterro da
­Essencis em Caieiras (SP).
Com a iniciativa em Salvador, inovadora e pioneira
no mundo, a empresa deixou de emitir para a atmosfera
o equivalente a 655 mil toneladas de CO2 e gerou créditos de carbono, comercializados no âmbito do Protocolo
de Kyoto. E o próximo passo previsto é o investimento
na instalação de uma usina termelétrica alimentada com
gás proveniente do lixo do aterro sanitário, que permitirá
gerar energia para consumo próprio e para venda já a
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revista solví | agosto a outubro de 2007
partir de 2008. A estimativa é de que a usina seja capaz
de gerar, já na fase inicial, 20 megawatts/hora* de energia
por até 40 anos.
Parcerias
Segundo Bezerra, a estratégia adotada pela SVE é
estabelecer parcerias na maioria dos projetos, com investimentos e controles de gestão sendo realizados de
forma compartilhada. Além do biogás, desde o início
deste ano a nova empresa vem desenvolvendo negócios de médio prazo em outras três áreas: produção de
biodiesel, de etanol com co-geração de energia elétrica
e reflorestamento.
O projeto para a produção de biodiesel terá uma
usina com capacidade de produzir biocombustível a
partir de óleos vegetais e reutilizados. No caso do etanol, a intenção é firmar parceria com uma usina para a
produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, com cogeração de energia através de seu bagaço. No projeto
de reflorestamento, por sua vez, o objetivo é gerar e
comercializar créditos de carbono, num primeiro momento, para posteriormente comercializar a madeira.
“Além das empresas do próprio grupo, que são
nossas potenciais clientes, temos como horizonte um
vasto mercado, de grandes empresas que buscam alternativas energéticas a preços competitivos”, reitera
Carlos Bezerra.
• O suficiente para iluminar uma cidade com 100 mil habitantes
MARCELLO VITORINO/FULLPRESS
CAPA
Ambiente
para a vida
Seguindo sua Visão e Missão, Solví amplia atuação em áreas importantes
como saneamento básico e geração de energia a partir de fontes renováveis
P
rover engenharia de soluções para a
vida parece bem mais complexo do
que coletar e tratar resíduos, ou tratar água
e esgoto. E é. Nem tanto pelos processos,
mas pela consciência do novo papel que
a Solví pretende desempenhar neste novo
momento, com uma nova marca, novas ambições e novos desafios.
“Temos uma causa, que é oferecer as
melhores soluções aos nossos clientes sem
abandonar o comprometimento social. O
lucro deve ser uma conseqüência disso”,
diz o presidente da Solví, Carlos Leal Villa,
lembrando que o foco de atuação do grupo
vem se ampliando. Saneamento básico
e valorização energética são duas áreas
que devem ganhar importância dentro do
grupo nos próximos anos.
ARQUIVO INSTITUCIONAL SOLVÍ
Do rio para a torneira: água potável para 1,6 milhão em Manaus
Os serviços da
Solvíem2006*
• Habitantes atendidos por coleta.................................................... 10.000.000
• Habitantes atendidos por coleta seletiva.................................... 7.500.000
• Quantidade de metano coletado e tratado (Nm3)............... 47.000.000
• Resíduos domiciliares depositados em aterro (ton.)............ 3.000.000
• Habitantes abastecidos com água................................................... 1.600.000
• Volume de água distribuído (m3).................................................201.000.000
• Habitantes atendidos com coleta de esgoto.................................200.000
• Resíduos coms. e inds. não perigosos depositados em aterro (ton.)700.000
• Resíduos perigosos depositados em aterro (ton.).......................... 50.000
• Resíduos industriais manipulados e tratados (ton.)...................320.000
• Resíduos incinerados (ton.)............................................................................... 4.000
* Números aproximados
07
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
2003 (PNAD) do IBGE, 52% dos
domicílios brasileiros não são servidos por rede coletora de esgoto,
índice que sobe dramaticamente
nas regiões Norte e Nordeste e nas
áreas rurais, onde cerca de 96% das
residências não são atendidas por
um sistema de captação. Estima-se
que 65% das internações de crian­
ças no país estão associadas à falta
de saneamento básico. Eis um dos
motivos porque todos na Solví
lidam com soluções para a vida,
seja coletando resíduos, tratandoos, monitorando a qualidade da
água, trabalhando em no­vos projetos ou dando suporte ao trabalho
de outras áreas.
Em tratamento de água e esgoto, a Solví protagoniza a maior
e mais bem-sucedida experiência
de concessão de serviços do país,
por meio da Águas do Amazonas.
Em sete anos, a empresa promoveu
uma enorme evolução dos serviços
prestados aos habitantes de Ma­
naus: quando iniciou o período de
concessão, 76% da população, que
hoje é de 1,6 milhão de pessoas,
tinha acesso a água tratada; hoje
são 90%, e daqui a um ano serão
95%. Já a rede de esgoto, que atendia 7% dos domicílios, foi ampliada
para 11%, e ao final do período de
concessão, que é de 30 anos, a empresa pretende oferecer uma cobertura de 90%.
“Ao longo destes sete anos de
operação em Manaus construímos
um forte laço de parceira com a cidade, atualmente materializado em
um grande programa de expansão
dos serviços e fortalecimento ins­
titucional da empresa”, diz o diretorpresidente da Águas do Amazonas,
José Lúcio Lima Machado. Segundo
ele, a renegociação do contrato no
início deste ano permitiu dar par-
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revista solví | agosto a outubro de 2007
ARQUIVO INSTITUCIONAL SOLVÍ
Saneamento e saúde
Cerca de 20 cidades brasileiras são atendidas pelos serviços de varrição e coleta
“Temos uma causa, que é oferecer as melhores
soluções aos nossos clientes sem abandonar
o comprometimento social. O lucro deve ser
uma conseqüência disso”
Carlos Leal Villa, presidente da Solví
tida ao projeto de melhoria e ampliação, que prevê investimentos
de R$ 160 milhões nos próximos 18
meses.
Com a aprovação da Lei n°
11.445/2007, considerada o marco
regulatório para o setor de saneamento básico ( veja entrevista sobre
esse assunto nas páginas 10 e 11), a
expectativa é que a experiência da
Águas do Amazonas se multiplique em outros municípios. “Temos
uma série de fatores favoráveis a
isso: municípios aos quais faltam
tecnologias, recursos financeiros e
gestão; uma cobrança mais intensa
do Mi­nistério Público, dos serviços
municipais e das companhias estaduais de saneamento e, por fim, a
disponibilidade de leis mais claras
que estabelecem outras formas de
parceria, como a Lei das PPPs”, comenta o diretor de saneamento da
Solví, Masato Terada.
Meio ambiente e pessoas
Se o saneamento básico está
diretamente ligado à questão da
saúde pública, buscar formas alternativas de energia é condição essencial para manter o planeta vivo.
Depois de conduzir um projeto pio­
neiro de queima controlada do bio­
gás e geração de créditos de carbono
no aterro da Battre em Salvador (um
dos vencedores deste ano do Prêmio
Brasil Ambiental, promovido pela
Câmara Americana de Comércio do
Rio), a Solví decidiu ampliar a atua­
ção nesta área, prospectando novos
projetos e parceiros para produção
de biocombustíveis e geração de
energia, em sua maioria a partir de
fontes renováveis (veja matéria na
pág. 6). “Estamos atuando dentro das
diretrizes do Protocolo de Kyoto, em
primeiro lugar redu­zindo a emissão
de gases poluentes que causam o
CAPA
efeito estufa, e depois agindo ativamente para gerar e ofe­recer ao mercado formas ‘limpas’ de energia”, diz
o gerente de projetos especiais da
Solví Valorização Energética, Carlos
Alberto Bezerra.
Nascidos em dois aterros sani­
tários, os projetos de geração de
créditos de carbono mostram a disposição das empresas de tratamento
de resíduos não apenas em oferecer
processos e tecnologia de ponta
dentro da sua expertise, mas em contribuir com ações que beneficiem
toda a comunidade. A exemplo de
Caieiras, onde cerca de 90 mil mudas
de árvores nativas foram plantadas e
hoje formam um cinturão verde em
torno da área de aterro, outras iniciativas ambientais são conduzidas
pela Battre, pela Catarinense, pela
Essencis e pela Vega, entre outras
empresas do grupo.
E um grupo que se propõe a
­oferecer soluções para a vida não poderia esquecer das pessoas, que são
sua própria razão de existir. Por meio
de projetos de responsabilidade
social, o Instituto Solví promove a
educação, a geração de renda e a inclusão social de milhares de pessoas
em dezenas de comunidades. Só em
2006, foram R$ 2,4 milhões investidos em projetos de cidadania que
beneficiaram diretamente mais de
60 mil pessoas.
Para quem está dentro da
Solví, respeito, igualdade e oportunidades de crescimento são os
compromissos do grupo, expressos
por meio de políticas de remunera­
ção, de participação nos resultados
e de desenvolvimento profissional.
A compreensão da importância do
seu trabalho e o orgulho dele, por
outro lado, são elementos comuns
aos 11.340 profissionais que fazem
a Solví.
CERTIFICaCÕes-Muitoantesqueamaioriadasempresaspensassenisso,
a Vega Engenharia Ambiental iniciou um amplo processo de certificação
de qualidade de suas empresas, que hoje se estende a todo o grupo
Solví. “Não queríamos um diploma, mas um sistema de qualidade amplo
e irrestrito”, diz o diretor técnico da Solví, TadayukiYoshimura, ressaltando
que o sucesso do processo de certificação se deveu a dois fatores: a
vontade da diretoria e a motivação de todos os colaboradores, que
compreenderam e“compraram”seus objetivos. Depois de muito trabalho,
em 1997, a Vega foi a primeira empresa de engenharia ambiental do
país a conquistar a ISO 9001. Alguns anos depois, veio a certificação
ISO 14001, em padrões de gerenciamento ambiental. Veja o status atual
de certificações das empresas do grupo:
ISO 9001 – Águas do Amazonas; Battre; Essencis Betim, Caieiras/Itaberaba, Catarinense, Curitiba/ Rio Branco do Sul, Magé, Taboão da
Serra; GRI; ­ Koleta Rio de Janeiro e São Paulo; Relima; São Leopoldo
Ambiental, SBC Ambiental; Vega Engenharia Ambiental; Viasolo.
ISO 14001 – Battre; Essencis Betim, Caieiras/Itaberaba, Catarinense,
Curi­­ti­ba/Rio Branco do Sul e Taboão da Serra; GRI.
MARCELLO VITORINO/FULLPRESS
José Raimundo prepara mudas no viveiro do aterro de Caieiras: 90 mil árvores plantadas
09
ENTREVISTA
O advogado Eduardo
Gurevich tem tido um
ano movimentado. Um
dos motivos é a Lei de
Saneamento Básico,
sancionada no início
de 2007. Afinal, como
sócio do escritório Lacaz
Martins, Halembeck,
Pereira Neto, Gurevich
& Schoueri Advogados,
ele especializou-se
em infra-estrutura
e direito ambiental,
prestando assessoria
para o Banco Mundial,
além de municípios,
concessionárias e
empresas privadas
interessadas em investir
no setor. Em entrevista
à revista Solví, o Dr.
Gurevich traça um breve
panorama das melhorias
e oportunidades abertas
por leis como a de
saneamento básico e a
das PPPs, que estabelece
normas para as parcerias
público-privadas.
10
revista solví | agosto a outubro de 2007
Revista Solví - Em sua avaliação, o
Brasil tem hoje uma legislação am­
biental adequada?
Eduardo Gurevich - A legislação
ambien­tal brasileira é uma das mais
avançadas do mundo sob o ponto de
vista de atribuição de responsabilidade.
Ela estabelece responsabilidade por
eventos, solidariedade entre diversos
atores que causam poluição ao meio
ambiente. Por outro lado ela é muito
esparsa, e para que alguém possa saber
qual é a sua responsabilidade em relação a determinado evento, tem que
buscar em várias normas, emitidas pela
autoridade ambiental, pelo Congresso
Nacional, pelo próprio Executivo, normas federais, estaduais e municipais,
que não estão codificadas. Isso gera
desconhecimento, gastos com advogados e consultores em meio ambiente,
porque efetivamente o administrador
da empresa não sabe qual é a implicação por uma determinada atividade
que possa comprometer ou já comprometeu o meio ambiente. Outro aspecto
é o da fiscalização: temos uma legislação adequada, mas uma fiscalização
inadequada. Se fiscalizassem aquilo
que está escrito, com certeza não teríamos tantos crimes ambientais no país. O
problema é que não há vontade política para aumentar a fiscalização, não se
destinando recursos orçamentários pra
esta finalidade.
O Ministério Público tem tido uma
atuação positiva nesse sentido?
Sem dúvida. Eu diria que o Ministério
Público vem crescendo junto com a
sociedade, e que hoje ele está entre a
infância e a puberdade, no sentido de
descobrir o que pode fazer com o po­
der fantástico que lhe foi outorgado na
última constituição, agindo cada vez
com mais responsabilidade. Hoje os
empresários têm muito receio do Mi­
nistério Público, porque as penalidades
vão da condenação do administrador
como pessoa física até a suspensão das
atividades da empresa e a cobrança
de indenizações e multas em quantias
fabulosas.
Fale um pouco sobre a lei n°
11.445/2007, considerada marco
regulatório do saneamento no ­Bra­sil.
Por que ela é importante?
Ela é importante porque trata das diretrizes gerais do saneamento básico no
país. Não é uma lei federal, municipal
ou estadual, é uma lei nacional, que
se aplica a todos os entes federativos.
Todos têm que atender aos preceitos
dessa lei, que, acertadamente, não traça
aspectos peculiares de cada estado ou
município, mas dá as diretrizes gerais.
Ela traz muitas coisas boas. Determina,
por exemplo, que toda atividade de
saneamento tem que ser planejada,
e que o planejamento deve preceder
qualquer ação. Um segundo aspecto
é que esta lei prevê várias hipóteses
de remune­ração para o prestador de
serviço, como por exemplo a possibilidade de cobrança de tarifa mínima,
de cobrança de tarifa por estimativa,
ou sazonal, para cidades que vivem de
turismo. A obrigatoriedade de todos os
prestadores serem regulados e fiscalizados e de todos se conectarem à rede
de água e esgotos, quando ela existir,
também é fundamental. A lei prevê
ainda a possibilidade de corte de for-
MARCELLO VITORINO/FULLPRESS
necimento para usuário inadimplente,
que não existia em nenhuma legislação
anterior relacionada a saneamento
básico, e é fundamental para quem
presta o serviço.
E a Lei n° 11.079/2004 (das parcerias público-privadas), que oportunidades abriu para as administrações
públicas e para as empresas do setor
privado?
A lei das PPPs abre oportunidades
fantásticas, primeiro porque vai além
da Lei de Concessão (n° 8.987/1995),
que prevê a construção de infra-estrutura pelo parceiro privado e a remune­
ração pelos investimentos executados,
custos de operação e manutenção da
infra-estrutura por meio de pagamento de tarifas pelos usuários, tal qual
­acontece nas rodovias. Existem áreas
de infra-estrutura onde o investimento
necessário e a capacidade econômica
do usuário não possibilitam a remuneração do investidor privado. Por isso,
a lei 11.079 prevê as modalidades de
concessão administrativa e concessão
patrocinada. Na concessão patrocinada
o usuário faz o pagamento de parte da
remuneração, e a administração com-
“Na área de tratamento de água e esgoto, os
investimentos são incrivelmente altos, muitas vezes o
usuário não tem capacidade econômica de pagar esses
serviços, e aí entram as novas modalidades de concessão.”
pleta esse valor. Mas a grande novidade
é a concessão administrativa, na qual
toda a remune­ração é paga pelo pró­
prio poder público, não há pagamento
pelo usuário. Com esta lei, várias possibilidades se abrem. Falando de limpeza
urbana, de um lado temos necessidade
de recursos nesta área, ou seja, cons­
trução de usinas de tratamento e de
aterros, e de outro a incapacidade da
administração pública de fazer esses
investimentos. Não tínhamos até então
um marco regulatório que adequasse a
necessidade desses investimentos privados com o tempo necessário para a
sua recupe­ração. A lei de Licitações (n°
8.666/1993) fala que qualquer contrato
com a administração pública deve ter
o prazo máximo de cinco anos, ou seja,
não há tempo suficiente para fazer o
investimento e recuperá-lo. Na área de
tratamento de água e esgoto, por exemplo, os investimentos são incri­velmente
altos, muitas vezes o usuário não tem
capacidade econômica de pagar esses
serviços, e aí entram as novas modalidades de concessão administrativa ou
patrocinada.
O Sr. acredita que a longo prazo estas
novas leis podem mudar o panorama
do saneamento básico e por conseqüência da saúde pública no Brasil?
Não tenho dúvidas. Depende de vontade política, de bons projetos e de seriedade no trato dos bens e recursos públicos. Percebemos que cada vez mais os
prefeitos começam a se preocupar com
a questão do esgoto no rio. Hoje, com o
Ministério Público atuando firmemente,
eles têm que arranjar uma solução, precisam de recursos para isso, e vão buscar
com a iniciativa privada. E o investidor
tem que ser sério. Um investidor privado
descompromissado, que conquista uma
PPP em algum município, importante
ou não, e a abandona, afeta a imagem
do setor como um todo.
11
Agente coleta resíduos
em Ogunja, uma das 31
comunidades atendidas
pelo projeto
T
udo começou em 2000, quando a
Limpurb, responsável pela limpeza
urbana de Salvador, convidou a Vega a
se engajar em um projeto de cidadania
em bairros carentes da capital baiana.
Assim nasceu o Agente ­­Voluntários­­­­ de
Limpeza, um dos mais bem-sucedidos
projetos sociais da empresa.
O objetivo era simples: de um
lado, viabilizar o serviço de coleta de
resíduos em áreas de difícil acesso para
as equipes convencionais da Vega, e
de outro gerar renda para moradores
que estivessem desempregados. Deu
tão certo que hoje já são 186 agentes,
contribuindo para manter 31 bairros
limpos.
Os agentes são indicados pelas
associações de bairro, que priorizam
pessoas que tenham um bom relacio­
namento com a comunidade. Para executar o serviço, eles recebem uniformes,
ferramentas e um au­xílio alimentação
pago semalmente. A empresa também
12
revista solví | agosto a outubro de 2007
Programa implantado há sete anos pela Vega Salvador
beneficia 31 comunidades carentes, que ganharam
alternativa de geração de renda
disponibiliza contêiners e postos de entrega voluntária de resíduos e dá a destinação adequada ao que é coletado.
Reciclagem
Se estivesse limitado a isso, o programa já seria bom para os voluntários
e suas famílias. Mas ele vai além, pois
realiza campanhas educativas para
conscientizar as comunidades sobre
a importância da correta destinação
dos resíduos, investe na formação de
multiplicadores e implanta oficinas de
reaproveitamento de lixo.
Com a colaboração dos moradores, parte dos resíduos sólidos é separada para comercialização e reciclagem,
gerando renda para os voluntários, suas
famílias e para a própria comunidade.
No bairro de ­Bariri (Engenho Velho de
Brotas), a Vega também implantou uma
cooperativa de reciclagem, na qual trabalham oito pessoas. Elas ganharam
galpões construídos pela empresa e
doados à comunidade, equipamentos
e, principalmente, novas perspectivas
de vida.
“O projeto Agente Voluntários
“Apesar de ter estudo, não tive
vergonha e aceitei quando ofereceram
o trabalho de voluntário, pois estava
sem emprego. Trabalhei na varrição
e na limpeza do bairro do Bariri, e foi
uma experiência ótima, hoje conheço
todo mundo da comunidade e me
dou bem com todos. Depois de
algum tempo fui contratado pela
Vega como varredor, e atualmente sou
fiscal. Estou cursando a faculdade de
Educação Física, e como sou mestre
de capoeira, no futuro pretendo
conciliar o trabalho na empresa com
as aulas. Acabei virando exemplo para
as pessoas do Bariri.”
Ueliton Bonfim, 33, participou do projeto
Agente Voluntários de Limpeza em 2001 e 2002,
e desde 2003 é funcionário da Vega Salvador
•Oportunidadedegeraçãoderendae
inclusão social
•Aumentodaauto-estimadosagentes
voluntários
•Reduçãododescartederesíduossólidos
nas encostas e canais
•Melhoriaambientaldascomunidadeseda
qualidade de vida da população
•Reduçãodonúmerodeenchentes,do
descartealeatóriodelixoedoscasosde
dengue nas comunidades
•Erradicaçãodospontosdeacúmulodelixo
Fotos: ADENOR GONDIM/FULLPRESS
de Limpeza deu certo porque conhece
a realidade dos bairros de Salvador
e envolve diretamente as lideranças
comunitárias na sua manutenção”, diz
Tadeu Coqueiro, supervisor da Vega
Salvador. A coordenadora do Instituto
Solví, ­Eliana Lousada, reitera a avaliação:
“O programa leva trabalho, renda e
­consciência ambiental às comunidades,
indo muito além do assistencialismo; é
o tipo de iniciativa que o Instituto quer
multiplicar”.
É justamente com esse objetivo
que em dezembro o Instituto entregará
o Prêmio Destaque 2007 às empresas
ou unidades do grupo mais atuantes
em programas de geração de renda. O
regulamento do prêmio está disponível
na intranet da Solví e o prazo para ins­
crição vai até outubro.
Equipe trabalha no bairro do Bariri, que
possui até uma cooperativa de reciclagem
13
SEGURANÇA
Trabalho
seguro
ARQUIVO INSTITUCIONAL SOLVÍ
Equipamentos, campanhas
e até estatísticas reduzem
acidentes nas empresas
do grupo Solví
C
uidar da segurança é uma
das ­ prioridades no grupo
Solví. Afinal, acidentes representam risco não apenas
à integridade dos seus colaboradores, mas também ao
desempenho das empresas. Para prevenir e reduzir ao
máximo o número de eventos, a Coordenadoria de Segu­
rança da Solví conta com aliados de peso: os números.
“Colhemos estatísticas sobre as ocorrências em cada
uma das empresas e unidades. Elas nos mostram a freqüência, a gravidade e os tipos de acidentes predominantes, e
a partir dessa informação podemos desenvolver ações específicas”, afirma o coordenador Valter Álvares.
Segundo ele, o conhecimento das taxas de freqüência e de gravidade dos acidentes serve de guia para as
ações e os treinamentos aplicados anualmente a todos os
colaboradores (com um mínimo de 8 horas/ano por pessoa). “Estabelecer metas para cada uma das 30 unidades é
essencial para que os objetivos sejam atingidos”, diz Valter,
explicando que entre as variáveis que influem na ocorrência de acidentes estão o ambiente físico, os equipamentos
e o fator humano. “Podemos exercer um bom controle sobre os dois primeiros, já a variável comportamental merece
atenção especial, por isso é importante investir em educação e conscientização”.
Prêmio
A experiência da Vega Vale do Aço é um exemplo
da eficácia das ações cotidianas de prevenção. Em 2006, a
filial, que realiza os serviços de varrição e coleta em Volta
Em 2001 as empresas do grupo registravam
freqüência de cerca de 150 acidentes com
afastamento a cada 1 milhão de horas trabalhadas.
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revista solví | agosto a outubro de 2007
Projeto Mão Segura, na Vega Vale do Aço: segurança para os coletores
Redonda e Barra Mansa (RJ), focou sua campanha de segu­
rança na prevenção de contusões, um dos principais motivos de acidentes com afastamento entre os 400 colaboradores. Por meio iniciativas como palestras ministradas por
fisioterapeutas, ginástica laboral, além da padronização na
altura dos estribos dos caminhões, a unidade conseguiu
reduzir em 100% o número de acidentes com afastamento
causados por contusão.
“Desde 2005 realizamos campanhas permanentes.
Os resultados se devem ao envolvimento total da gerência
e de todos os colaboradores”, diz o supervisor da unidade,
Marcelo Azevedo. Pelo seu desempenho, a Vega Vale do
Aço recebeu o prêmio de melhor campanha de segurança
em 2005 e 2006. “Nosso maior prêmio é a preservação da
saúde e integridade dos trabalhadores”, diz Marcelo, que
em 2007 trabalha o tema da prevenção de entorses.
Em 2007 a freqüência caiu para 20 acidentes
com afastamento a cada 1 milhão de horas
trabalhadas.
PRÁTICAS DE SUCESSO
MapadasMinas
Com novos contratos fechados em 2007, CVRD transforma-se no maior cliente da GRI
E
“O fato de já termos prestado
serviços para a CVRD no Espírito Santo
e em Carajás (PA) sem dúvida nos abriu
portas para este importante cliente
também em outros estados”, diz o superintendente geral da GRI, Reginaldo
Bezerra, salientando que a empresa
se destaca da concorrência principalmente na preocupação constante em
oferecer serviços inovadores.
Juntamente com a Gerência de
Equipamentos da Solví, por exemplo,
seus técnicos conceberam um cami­
nhão adaptado, mais econômico e
menos poluente, para rodar na usina de
São Luís e nas minas de ferro. Além disso, a empresa está implantando na Estrada de Ferro Vitória-Minas sua primeira central de resíduos auto-sustentável,
com usina de compostagem, utilização
de águas pluviais e aquecimento solar.
De Norte a Sul
Com os novos contratos a GRI
passa a atuar nos sistemas Norte e
Sul da CVRD. O Sistema Norte compreende a mina de Carajás, a usina
de pelotização de São Luís e o terminal marítimo de Ponta da Madeira,
enquanto o sistema Sul envolve as
minas em Minas Gerais, a estrada de
ferro Vitória-Minas, além da usina de
pelotização e o porto de Tubarão, no
Espírito Santo.
Segundo o gerente comercial
Ciro Gouveia, a intenção é ampliar
ainda mais o escopo de atuação junto à CVRD. “Já estamos prospectando
serviços como a manutenção de áreas verdes”, diz o gerente, que calcula
um aumento de 40% no faturamento
da GRI com os contratos já fechados
em 2007.
DIVULGAÇÃO / CVRD
m 2007 a GRI estendeu seus negócios a dois novos estados: Minas
Gerais e Maranhão. Em ambos, os
contratos são com a Companhia Vale
do Rio Doce, que já ocupa o posto de
maior cliente da empresa de gerenciamento de resíduos industriais.
Em fevereiro a GRI iniciou os
serviços de gerenciamento de resíduos
na Estrada de Ferro Vitória-Minas, que
possui 900 km de extensão e mais de
20 estações. Desde julho, atua também
na usina de pelotização de São Luís,
no Maranhão, e em setembro assinou
o contrato para gerenciar os resíduos
das 12 minas de ferro exploradas pela
CVRD em Minas Gerais. Só no gerenciamento dos resíduos das minas traba­
lharão cerca de 90 colaboradores, entre
supervisores, encarregados, motoristas
e ajudantes.
A estrada de ferro Vitória-Minas, que transporta minério e passageiros: o gerencimento dos resíduos das 20 estações é feito pela GRI
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LUGARES
Todos os dias, São Paulo produz e descarta uma montanha de resíduos, metade
O
nze milhões de habitantes, 5,5 milhões de carros cir- está preparado para receber tanto resíduos classe II, denculando pelas ruas, maior pólo de negócios e de con- tre os quais se incluem os domésticos, quanto os classe
sumo do país. Nenhum número é pequeno em São Paulo I, perigosos (geralmente materiais tóxicos provenientes
- da mesma forma que nenhum problema da cidade parece da indústria). “Tudo com a qualidade de processos e se­
pequeno.
gurança ambiental garantidos pelas certificações ISO 9001
A megalópole que todos os dias pára em engarrafa- e ISO 14001”, lembra a gerente operacional do aterro, Luzia
mentos homéricos também produz muito lixo: só de resídu- ­Galdeano. Além do controle e análise rigorosos de todo o
os domésticos são recolhidos diariamente cerca de 11 mil material que entra, Caieiras vem efetuando desde o início
toneladas (o equivalente a um quilo por
deste ano a queima controlada de ­biogás
habitante).
e a venda dos créditos de carbono decorSegundo uma pesquisa rentes da operação.
O grupo Solví possui uma ligação
estreita com a cidade, já que em São Pau- realizada pelo Instituto
Indústrias
lo estão localizados os seus escritó­rios e
Datafolha
em
agosto,
a
coleta
Se os números referentes ao lixo
foi onde se iniciou a história de boa parte
doméstico
produzido na maior cidade do
de
lixo
domiciliar
é
o
mais
das suas empresas, inicialmente na área
de serviços públicos e depois também bemavaliadoentreosserviços país e região são bem conhecidos, quando
o assunto é resíduo industrial a coisa muda
no setor privado. ­Atualmente, a Solví res­
ponde pela coleta de cerca de 50% do administradospelaPrefeitura de figura, pois ainda é comum as indústrias
lixo domiciliar da capital, por meio da deSãoPaulo,com64%dos estocarem resíduos por conta própria, o
que implica em grandes riscos ambientais,
Loga, e pelo tratamento dos resíduos,
feito pela Essencis em seu ­aterro locali- entrevistadosconsiderandoo como o de contaminação do solo, por exemplo. Um número cada vez maior, no entanto,
zado em Caieiras.
serviço ótimo e bom.
começa a se preocupar efetivamente com a
De casa para o aterro
sua responsabilidade em relação ao meio ambiente.
O trabalho dos 1.250 motoristas e coletores da Loga
Também neste setor, a Solví oferece múltiplas soluções.
começa quando os moradores e comerciantes colocam seu Cerca de 1.100 indústrias, empresas de serviços, estabelecilixo para fora. Diariamente, os mais de 180 caminhões e mentos comerciais e de saúde da região usam os serviços
veículos especiais da empresa percorrem 13 subprefeituras especializados da Koleta, que, além de recolher os resíduos,
da região central e das zonas oeste e norte da cidade. De- realiza serviços de acondicionamento para a destinação final.
pois de passar por uma central de transbordo, os resíduos “Ainda temos muito espaço para crescer em São Paulo”, afirma
são encaminhados ao aterro de Caieiras, um dos dois que o seu diretor-presidente, Reginaldo Bezerra. A intenção, diz, é
recebem o que é coletado na capital.
ampliar os negócios da Koleta em 10% a 15% ao ano. Para ofe­
Com capacidade total para 60 milhões de toneladas, recer diferenciais a esses clientes, a empresa está ampliando
o aterro da Essencis é um dos maiores da América Latina e também o seu foco de atuação. “Não queremos ser uma sim-
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revista solví | agosto a outubro de 2007
MILTON TONELLO/FULLPRESS
dela coletada e tratada pelas empresas do grupo Solví
ples transportadora, mas um parceiro
que ofereça soluções, como consultoria, auditoria e apoio à certificação ISO
9001”, diz o gerente de desenvolvimento
Julio Mirage.
Próximo a São Paulo, em Taboão
da Serra, está instalada a Essencis Inci­
neração, que recebe principalmente
os resíduos gerados pelas indústrias
químicas e farmacêuticas. O seu é um
dos sete incineradores existentes no
país e o único na região Sudeste que
dedica toda a capacidade de processamento (19 toneladas de resíduos por
dia) aos clientes. Segundo o gerente
operacional da empresa, Fabiano do
Vale Souza, a ampliação do número de
clientes, que hoje são cerca de 400, está
condicionada a um maior rigor na legislação ambiental e na fiscalização, já que
a incineração é hoje a mais dispendiosa
dentre as tecnologias para tratamento
de resíduos.
Também a GRI atua na Grande
São Paulo, em cidades como Mauá e
Mogi das Cruzes, realizando o gerenciamento de resíduos para empresas
dos setores automobilístico, de aviação
e embalagem. E a expectativa é fechar
contratos na cidade de São Paulo. Afinal,
se ela é um espelho para o resto do país,
deve começar a dar exem­plo também
na área ambiental.
ACões Possíveis
Adoção de um modelo no qual o gerenciamento da varrição e da coleta de
resíduos seja feito pelas próprias empresas, remuneradas a partir de um
sistema de aferição que levaria em conta a satisfação da população com o
serviço prestado.
Instalação de uma usina de reciclagem para a cidade, item que consta no
contrato da Loga. O projeto prevê uma capacidade de mil toneladas/dia e a
instalação de uma linha semi-automatizada, de modo a gerar empregos.
MARCELLO VITORINO/FULLPRESS
Todos os dias, o aterro de Caieiras recebe o equivalente a 500 caminhões com este, só de resíduos domésticos
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OPINIÃO
Liderancacomecaemvoce
Evoluir de verdade é conhecer a
si próprio. Não adianta só conhecer
o mundo, o concorrente, o mercado.
A questão mais fundamental para
o sucesso chama-se auto-conhecimento, elemento fundamental para
a auto-confiança.
Mas a questão da liderança passa
por vários outros vetores. O verdadeiro líder tem o que chamo de as
sete virtudes: visão ­ diferenciada –
ele vê muito mais distante, en­xerga
o que os ou­tros não en­xergam;
outro fator é a paixão pelo que faz,
mais do que simplesmente gostar;
tudo isso deve ser temperado pelo
realismo, pela ação e pela rapi­
dez. Afinal, se você fizer depois que
outra pessoa fez, será um seguidor,
não um pioneiro; persistência e co­
ragem são o sexto elemento; e, por
fim, o verdadeiro líder tem ética, ele
faz as coisas em benefício de todos,
não de si próprio.
Mas o líder nasce ou se faz um líder?
Do meu ponto de vista, nós nascemos líderes, todos temos essa
semente da liderança, ainda que
em graus dife­rentes, e aqueles que
recebe­ram esse dom em grau maior
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revista solví | julho a setembro de 2007
têm a obrigação de usar isso para
promover o bem comum.
Sempre digo que o verdadeiro peca­
do é você não usar seus talentos,
seus dons, não dar resposta às suas
habilidades. Habilidade em inglês é
ability. Resposta é response. Juntando
as duas, temos responsibility, responsabilidade. Assumir nossas responsabilidades, portanto, é usar os dons e
talentos que recebemos.
Eu vejo liderança no trabalho da Solví.
Existe visão, paixão pelo trabalho, pé
no chão, ação mais rápida, persistência e pensamento no bem-estar da
comunidade e da sociedade. E o Programa Liderar, implementado pelo
grupo, é uma oportunidade para que
pessoas de vários níveis da organização desenvolvam seus ta­lentos e
habilidades. O programa tem méritos, em primeiro lugar porque toda
a diretoria apóia e participa. Depois,
porque ele toca a mente, o corpo e
a alma de cada participante, e trabalhar essas três partes do nosso ser
realmente faz com que o treinamento não seja da boca para fora, que
seja assimilado e faça parte da cons­
ciência de cada um.
Robert Wong
é sócio da P&L – Partnership
and Learning, e lidera a Robert
Wong Consultoria Executiva
NOTAS
Workshop de saneamento
No dia 12 de julho cerca de 50 colaboradores da Solví e das empresas do grupo
participaram de um workshop sobre saneamento. O objetivo foi ampliar a
cultura de todos acerca desta área, cada vez mais importante dentro do grupo.
Vários palestrantes convidados abordaram aspectos jurídicos, institucionais,
técnicos, financeiros e de crédito ligados aos serviços de saneamento. A
Diretoria de Saneamento já prepara também workshops específicos para os
vários departamentos, nos quais aprofundará os conteúdos.
ARQUIVO INSTITUCIONAL SOLVI
Prêmio para escolas
Sopradores em ação
Desde fevereiro os varredores da
Vega São Leopoldo contam com uma
nova ferramenta de trabalho: os sopradores. Fabricados pela Stihl, esses
equipamentos sopram 890m³ de ar
por hora e exigem menos esforço na
limpeza de grandes áreas como ruas,
parques e locais pavimentados, substituindo as antigas vassouras com
mais rapidez e qualidade.
Em 5 de junho, Dia Mundial do Meio
Ambiente, a Essencis MG lançou
o Prêmio de Cultura Ambiental,
envolvendo 4.500 estudantes de
três escolas públicas situadas no
entorno do CTR-Betim. Ao longo de
seis etapas, até ou­tubro de 2008, elas
desenvol­verão ações, produzirão
fotografias, textos literários, grafite,
pinturas e músicas, sempre tendo
como tema o Meio Ambiente. Os
autores das obras escolhidas em
cada etapa serão premiados, e a
escola que acumular mais pontos
ganha um datashow. O programa
é uma parceria com as escolas e as
secretarias de Meio Ambiente e de
Educação.
FERNANDA CURCIO
PrêmioVegaAmbiental
Em julho a Regional Sul lançou em
Novo Hamburgo o Prêmio Vega
Ambiental de Jornalismo 2007,
des­tinado a jornalistas que contribuam para a discussão de temas
como preservação, recuperação da
natureza e desenvolvimento ecosustentável. Seis categorias serão
premiadas: jornal, revista, fotografia, radiojornalismo, te­lejornalismo
e web­jornalismo, subdividas em
Profissional e Acadêmico. As ins­
crições vão até 28 de setembro, e a
cerimônia de premiação acontecerá
no dia 30 de outubro.
Live Earth
No dia 7 de julho, ao mesmo tempo
em que acontecia o Live Earth,
iniciativa mundial para conscientizar
as populações sobre as questões
ambientais, mais de duas mil pessoas
participaram, em Canoas, de 13 horas
de atividades coordenadas pela Vega
com o apoio da Prefeitura. Entre
elas a ­ exibição do documentário
Uma Verdade Inconveniente, de Al
Gore, e a visita de alunos de escolas
municipais ao Aterro Sanitário
Canoas. Os copos utilizados no
evento foram reutilizados para
plantar sementes no novo Viveiro
de Mudas da Vega, que integrará
o projeto de revitalização da mata
degradada do Rio dos Sinos.
Solví na Fitabes
Programa Liderar
Em julho e agosto foram realizados
o 7° e 8° encontros do Programa
Liderar. A primeira turma, formada
por 40 colaboradores com perfil
de li­derança, cursa até novembro o
Módulo Intermediário. O programa,
que tem como mentor o consultor César Souza e é coordenado
pelo gerente de RH da Solví, Carlos
Balote, irá até agosto de 2008, com
reuniões mensais e atividades como
palestras, workshops, visitas técnicas
a outras empresas, dinâmicas, etc.
A experiência do Li­derar também
foi apresentada durante o CONARH
2007, para um público de cerca de
500 pessoas.
De 3 a 6 de setembro a Solví partici­
pou da Fitabes, Feira Interna­cional
de Tecnologias de Saneamento
Ambiental, que aconteceu em Belo
Horizonte. Foram difundidas informações institucionais sobre a Solví e
a Águas do Amazonas, e a Essencis
MG apresentou seu sistema de moni­
toramento e operação da Central de
Tratamento de Resíduos em uma
visita especial para os participantes
do 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Ambiental, que ocorreu
juntamente com a feira. Segundo
Agnes Gattai, assistente de desenvolvimento de saneamento, a feira
é importante para divulgar marcas,
conhecer novas tecnologias, expe­ri­
ên­cias operacionais e inserir-se no
mercado de saneamento básico.
19
EM FOCO
Flagrante do beijo entre pássaro e flor
de eritrina-candelabro, próximo ao
viveiro de mudas de Caieiras
Foto: Marcello Vitorino/Fullpress
A Solví é uma holding controladora de
empresas de reconhecida competência
que atuam nos segmentos de resíduos,
saneamento e valorização energética,
presentes em todas as regiões do Brasil
e no Peru. A Solví baseia suas ações no
desenvolvimento sustentável e trabalha
para manter um compromisso primordial:
oferecer soluções para a vida, com serviços
integrados, diferenciados e inovadores,
capazes de contribuir para a preservação
dos recursos essenciais e para o bem-estar
das comunidades onde atua.
Rua Bela Cintra, 967 - 10º andar
01415-000 - São Paulo - SP
PABX: (11) 3124-3500
e-mail: [email protected]
www.solvi.com
Instituto Solví
Rua Bela Cintra, 967 - 10º andar
01415-000 - São Paulo - SP
PABX: (11) 3124-3500
e-mail: [email protected]
www.solvi.com
Koleta Ambiental S.A.
Rua Presidente Costa Pinto, 33
Mooca - 03108-030 - São Paulo - SP
Fone: (11) 6165-3715 - Fax: (11) 6165 3656
e-mail: [email protected]
www.koletasa.com.br
Águas do Amazonas S.A.
Rua do Bombeamento, 01 - Compensa
69029-160 - Manaus - AM
Fone: (92) 3627-5515 - Fax: (92) 3627-5520
e-mail: [email protected]
www.aguasdoamazonas.com.br
Solví Valorização Energética
Rua Bela Cintra, 967 - 10º andar
01415-000 - São Paulo - SP
PABX: (11) 3124-3500
e-mail: [email protected]
www.solvi.com
Essencis Soluções Ambientais S.A.
Alameda Vicente Pinzon, 173 - 7º Andar
Vila Olímpia - 04547-130 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3016-4520 - Fax: (11) 3016-4551
e-mail: [email protected]
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Vega Engenharia Ambiental S.A.
Rua Presidente Costa Pinto, 33
03108-030 - Mooca - São Paulo - SP
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GRI Gerenciamento de Resíduos Industriais
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