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CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP III Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo ANAIS 30 de Novembro de 2011 Campinas-SP Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP III Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo Promoção: Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região – 9º Colegiado Entidade parceira: Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Curso de Fonoaudiologia Presidente do CRFa. 2ª Região: Fga. Ms. Thelma Costa Coordenação geral: Profa. Dra Andréa Cintra Lopes - Presidente da Comissão de Saúde do CRFa. 2ª Região Comissão Organizadora Profa. Dra. Andréa Cintra Lopes Fga. Cibele Siqueira Profa. Dra. Emilse Aparecida Merlin Servilha Fga. Ms. Fabiana Gonçalves Cipriano Fga. Ms. Kátia de Cássia Botasso Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso Fga. Mariene Terumi Umeoka Hidaka Profa. Dra. Maria Cecilia Bonini Trenche Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP III Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo Comissão Científica Profa. Dra. Alessandra Gianella Samelli Fga. Ms. Ariadnes Nóbrega de Oliveira Profa. Dra. Daniela Regina Molini-Avejonas Fga. Gessyka Gomes Marcandal Profa. Dra. Helenice Yemi Nakamura Profa. Dra. Luciana Tavares Sebastião Profa. Dra. Maria Aparecida Miranda de Paula Machado Profa. Dra. Maria Cecília Bonini Trenche Profa. Dra. Maria Cecília Marconi Pinheiro Lima Profa. Dra. Mariangela Lopes Bitar Profa. Dra. Patrícia Pupin Mandrá Fga. Ms. Reginalice Cera da Silva Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Nossos agradecimentos às instituições apoiadoras, abaixo listadas, pelo apoio e dedicação. Todos são responsáveis pelo evento, que esperamos deixar gratas recordações. Academia Brasileira de Audiologia Cursos de Fonoaudiologia da FOB/USP, FMUSP, FMRP, UNESP-MARÍLIA, UNICAMP E UNIMEP INAD Brasil Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Audibel Cliaudi Microsom Campinas Phonak Starkey Telex-Oticon Widex Campinas Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Carta da Comissão Organizadora É com grande satisfação que realizamos mais uma edição da Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo, em parceria com o curso de Fonoaudiologia da PUC-CAMPINAS. Durante a “II Mostra”, os grupos temáticos instituídos discutiram os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica na Saúde Pública (Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Saúde Mental, Saúde do Trabalhador, Educação e Saúde, Gestão). Na edição deste ano, a partir dos desafios elencados, a meta foi avançar na discussão e definição de propostas, exequíveis, por parte dos próprios profissionais, dos Conselhos de Fonoaudiologia, das IES, visando fortalecer a atuação do fonoaudiólogo na Atenção Básica. A Comissão Organizadora da “III Mostra” agradece a participação e deseja que o evento contribua para o fortalecimento da Fonoaudiologia na Saúde Pública. Comissão Organizadora São Paulo, 30 de Novembro de 2011. Visite nosso Site: www.fonosp.org.br E-mail: [email protected] Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP III MOSTRA DE FONOAUDIOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Programa 8h30 as 9h00: Recepção dos convidados e entrega do material 9h00 as 9h30: Abertura Fga. Ms. Thelma Costa - Presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região Dra. Andrea Cintra Lopes - Presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região Dra. Miralva Aparecida de Jesus Silva – Diretora do Centro de Ciências da Vida Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo - Diretor adjunto do Centro de Ciências da Vida. Dra. Emilse Aparecida Merlin Servilha – Diretora da Faculdade de Fonoaudiologia 9h30 as 10h15: Palestra “A política Nacional de Atenção Básica e as possibilidades da inserção do fonoaudiólogo” Fga. Ms. Maria Teresa Cavalheiro Mestre em Psicologia Escolar, docente da PUC-Campinas, fonoaudióloga da Prefeitura Municipal de Mogi Mirim na Atenção Básica e membro da Comissão Nacional da Residência Multiprofissional/MEC 10h15 as 10h45: Intervalo 10h45 as 11h45: Mesa Redonda “Os diferentes arranjos da atuação do fonoaudiólogo na Atenção Básica” Fga. Ms. Katia Botasso Mestre em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação e coordenadora do serviço de Fonoaudiologia da Prefeitura Municipal de Mogi Mirim Fga. Ms. Karen Rodrigues Mestre em Fonoaudiologia Coordenadora Equipe NASF – Fundação Faculdade de Medicina da USP Moderadora: Profa. Dra. Andrea Cintra Lopes 11h45m as 13h00: Relatos de Experiência Moderadora: Fga. Ms. Thelma Costa Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP 13h00 as 14h0: Almoço 14h00 as 15h30: Atividades dos Grupos de Trabalhos, constituídos por área temática: Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Educação e Saúde, Gestão e Saúde Mental. Tarefa: definir duas estratégias de enfrentamento para cada desafio apresentado. 15h45: apresentação da síntese dos trabalhos inscritos no evento Profa. Dra. Andrea Cintra Lopes 16h00 as 16h45: Plenária Final Moderadora: Fga. Ms. Katia Botasso 16h45: Encerramento Fga. Ms. Thelma Costa - Presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região Dra. Emilse Aparecida Merlin Servilha – Diretora da Faculdade de Fonoaudiologia Local: PUC-Campinas - Campus II Auditório Monsenhor Salim - Av. John Boyd Dunlop s/nº, Jardim Ipausurama, Campinas/SP Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Trabalhos selecionados para apresentação oral “Relatos de Experiência” Área de inscrição: Atenção Básica POR UMA FORMAÇÃO GENERALISTA: REFLEXÕES SOBRE A MINHA TRAJETÓRIA NA GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA DENTRO DA ATENÇÃO BÁSICA PARO CA; CARVALHO SR; GASPARETTO ME; LIMA MCMP. INSTITUIÇÃO: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Introdução: A concretização do ideário de luta da Reforma Sanitária por meio da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), legitimado legalmente na Constituição Federal (1988) e na Lei Orgânica da Saúde (1990), tem colocado para o campo da formação profissional novos e complexos desafios e induzido a mudanças no que se refere ao ensino de graduação, levando, nos últimos anos, a importantes processos de capacitação dos profissionais que prestam serviços de saúde. Buscando qualificar a formação discente e contribuir para a melhoria da assistência prestada aos usuários do SUS, tem sido elaborada uma nova legislação e implementados programas específicos que buscam responder às necessidades do setor saúde, tais como o AprenderSUS, o Pró-Saúde, o PETSaúde, entre outros. Além do arcabouço legal do SUS, esta tem como fonte de inspiração a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Neste processo de mudança, houve a substituição do “currículo mínimo” – onde são estabelecidos conteúdos mínimos a partir dos quais são construídos os currículos dos cursos de cada Instituição Formadora – pelas “diretrizes curriculares”, as quais, ao aterem-se no estabelecimento de competências e habilidades, abriram um leque de possibilidades para iniciativas que, respeitando a singularidade dos distintos contextos vivenciados pelo SUS, buscam responder aos complexos desafios postos pelo cotidiano dos serviços de saúde. A resolução que institui as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação na área da saúde define, por exemplo, princípios, fundamentos, condições e procedimentos para a formação. Preconiza, entre outros aspectos, que cada profissional deva “assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde”, e que seja capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar soluções para os mesmos. Recomenda, no artigo 3°, que os cursos de graduação em Fonoaudiologia tenham como egresso um profissional com “formação generalista, humanista, crítica e reflexiva”. OBJETIVOS Descrever e refletir sobre as experiências na Atenção Básica (AB) proporcionadas pelo curso de Graduação em Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas/Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que favorecem uma formação de fonoaudiólogos generalistas. DESCRIÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS O Curso de Fonoaudiologia da UNICAMP nasce de um esforço multidisciplinar, fruto da integração das experiências de distintos institutos da Universidade. O processo de ensino/aprendizagem dentro do curso perpassa os diferentes níveis de atenção à saúde, possibilitando que os graduandos conheçam diferentes linhas de cuidado, permitindo-os desenvolver ações fonoaudiológicas junto à comunidade em diferentes equipamentos sociais e atuar em equipe junto à rede de serviços. Há também um forte compromisso em formar um profissional egresso com visão ampla e generalista, o que pode ser constatado na formação que recebemos da/na AB. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Desde o primeiro ano do curso, existem disciplinas articuladas com a AB, como a disciplina “Atenção à Saúde no Brasil”, que, além de promover o contato dos recém-ingressos com conceitos teóricos do sistema de saúde brasileiro, já propiciava vivências interdisciplinares, visto que as ações da disciplina eram integradas com os estudantes de Medicina. Há também outras disciplinas teóricas que compõem o arsenal de disciplinas que contribuem para a construção de conhecimentos teóricos sobre o SUS. Dentro dos estágios do ciclo profissionalizante do curso, as disciplinas “Fonoaudiologia Comunitária I e II” cumprem o papel de promover o contato dos graduandos com distintas instituições e serviços de saúde e educação, como Unidades Básicas de Saúde, Escolas, Creches e Abrigos. No Centro de Saúde (CS), foi possível vivenciar, conhecer e analisar possíveis ações da fonoaudiologia em serviços de AB, como o diagnóstico situacional (levantamento do organograma, da equipe de profissionais, da população atendida e de trabalhos fonoaudiológicos já existentes), realização de grupos de orientação, atendimento fonoaudiológico em grupo, discussão dos casos clínicos com os outros profissionais do CS, atividades educativas e de promoção da saúde (como a performance teatral que foi realizada na Semana da Voz e do Ruído) e acolhimento dos usuários que procuram por atendimento fonoaudiológico. Além destas atividades curriculares, a participação em projetos/eventos extra-curriculares teve forte implicações em todo este meu processo formativo. A inserção do curso no Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) II induziu o curso a organizar uma série de eventos, cuja participação auxiliou na reflexão sobre o SUS e no amadurecimento de um profissional com visão ampla e generalista. A participação no projeto “Pesquisa Avaliativa Sobre Gestão do Trabalho e a Formação de Graduandos e Trabalhadores de Saúde: Explorando Fronteiras” do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) proporcionou novas “experimentações” dentro dos serviços de AB e de uma prática profissional generalista. Nesta vivência interdisciplinar, foi possível amadurecer discussões em um coletivo constituído de graduandos de medicina, enfermagem e fonoaudiologia, e preceptores (enfermeiras, médica, gestoras, dentista e terapeuta ocupacional) de CS de Campinas. Dentro deste projeto, foi realizada uma pesquisa-intervenção, onde os graduandos, com apoio dos preceptores, encenaram espetáculos circenses na AB, discutindo a temática do cuidado integral à saúde. Esta foi uma experiência muito interessante para os graduandos, já que pensar e operacionalizar as intervenções artísticas ajudou a formar profissionais “promotores de saúde”, que vivenciaram a importância da interdisciplinaridade e de uma formação humanizada. Além disso, criou novas dinâmicas que se contraponham à fragilização da vida no seu cotidiano, quebrando especialismos e explorando novas fronteiras do corpo e do fazer/produzir saúde. CONCLUSÃO Os estágios no CS proporciam uma experiência excepcional da práxis fonoaudiológica, promovendo a reflexão teórica e a vivência prática da atuação fonoaudiológica na AB. Esta vivência foi bastante desafiadora, complexa e construtiva, auxiliando no entendimento das possibilidades, potencialidades e limites desta inserção, além de estimular a formação de profissionais generalistas, pois como a visão “especialista” não condiz com a realidade da AB, foi necessário libertar-se do olhar meramente clínico para adquirir um olhar profissional ampliado, “promotor de saúde”. Por fim, acredita-se que todas as atividades supracitadas confluem na formação de fonoaudiólogos generalistas, produtores de vida, capazes de tecer linhas de cuidado e desenvolver projetos que lidam com a dimensão da pluralidade da vida. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Área de inscrição: Educação e Saúde CONHECIMENTO DOS PROFESSORES E MONITORES DA SALA DE RECURSOS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE RIO CLARO SOBRE A DISFAGIA E SUAS IMPLICAÇÕES CESTARO, G. INSTITUIÇÃO: FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICIPIO DE RIO CLARO-SP A disfagia caracteriza-se por uma dificuldade na deglutição ocasionada por alterações no sistema nervoso central e/ou periférico secundário a uma patologia de base, que acomete as fases oral, faríngea e/ou esofágica da deglutição, comprometendo a nutrição, hidratação e condições pulmonares do paciente, cujos principais sintomas manifestam-se por recusa ou incômodo para alimentar-se, tempo prolongado de alimentação, perda de peso ou ausência de ganho ponderal, febres sem motivo aparente, tosse e engasgos antes, durante e após alimentação, além das complicações pulmonares. Com a inclusão e acessibilidade do portador de necessidades especiais na escola, que desde a Declaração de Salamanca (1994), vem ocorrendo de forma gradativa, surge a necessidade de oferecer formação à equipe escolar que atua diretamente com o deficiente, de modo a garantir a alimentação em condições seguras. Objetivo: Verificar o conhecimento sobre a disfagia e suas implicações no portador de necessidades especiais que freqüentam a escola da rede pública no município de Rio Claro. Metodologia: Foi realizado um mini-curso para a formação dos monitores e professores das crianças portadoras das deficiências especiais usuárias do Centro de Habilitação Infantil que freqüentam as escolas da rede pública de ensino da cidade de Rio Claro, em que foi aplicado um questionário antes da apresentação do mini-curso baseado no questionário elaborado por Furkim e Silva (1999), seguido da apresentação do mini-curso realizado por uma fonoaudióloga da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro que atua no Centro de Habilitação Infantil no setor de Disfagia. No mini-curso, foram oferecidas informações sobre a disfagia e suas principais implicações, explicações sobre anatomia e neurofisiologia da deglutição, fases da deglutição e possíveis alterações, bem como intervenção fonoaudiológica baseada no gerenciamento da disfagia e prevenção de seus agravos, através de adequações posturais, na consistência e textura dos alimentos oferecidos, temperaturas e sabores, utensílios utilizados, manobras que auxiliam na melhora no padrão oral e faríngeo da deglutição, visando à segurança da alimentação do paciente e redução dos riscos à sua saúde. Resultados: Participaram do mini-curso 31 profissionais, sendo 26 monitores, 3 professores e 2 auxiliares de serviços gerais, trabalhadores das escolas públicas da rede de ensino de Rio Claro, sendo observado que 29% não sabem do que se refere a disfagia, 45% acreditam que a disfagia trata-se de uma doença da deglutição e 26% sabem que a disfagia é uma dificuldade na deglutição. Dos participantes presentes, 71% já atuaram com pacientes que necessitasse de auxílio na alimentação e 29% responderam que nunca tiveram contato com este tipo de paciente. Quanto aos principais sintomas da disfagia, 6% desconhecem os principais sintomas, 55% sabem que a pneumonia pode estar relacionada ao distúrbio da deglutição, 77% acreditam que a tosse seja um sintoma da disfagia, 65% informaram que envolve risco de aspiração pulmonar, 61% associaram o vômito como manifestação da disfagia, 23% relataram a presença de convulsão como sintoma de disfagia. Quanto à postura adequada durante alimentação, 13% não souberam responder, 6% referiram a posição sentado com cabeça em extensão como melhor posição para alimentação e 81% informaram a posição sentado com apoio de cabeça como posição adequada para alimentação. Quanto à consistência a oferecer ao paciente, 13% não souberam responder qual a melhor consistência para oferecer ao paciente, 19% acreditam que a consistência líquida seja a melhor opção para oferta, 68% referiram a consistência líquida engrossada, 58% informaram a consistência pastosa, 10% responderam a consistência pastosa com resíduo e 3% relataram a consistência sólida como opção para alimentação do paciente disfágico. Quanto ao profissional responsável pelo treino da deglutição, 13% não souberam responder, 16% responderam ser o fisioterapeuta, 13% acreditam que o médico é o responsável e 61% informaram que o fonoaudiólogo o profissional responsável pelo treino da deglutição. Conclusão: Os dados obtidos revelam a importância e a necessidade do diálogo entre as áreas da saúde e educação. Uma vez que os usuários de nosso serviço estão incluídos na escola, é necessário a capacitação dos cuidadores através do Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP gerenciamento da alimentação dos pacientes, visto que, para um melhor prognóstico da disfagia é imprescindível adequar todas as situações de alimentação de nossos pacientes, de modo a promover alimentação de forma segura e prazerosa, minimizando os riscos e conseqüências ocasionadas pela disfagia. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Área de inscrição: Gestão O DIREITO À COMUNICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE MOGI MIRIM / SP D'Avila, RCO; Cavalheiro, MTP; Botasso, KC Instituição: Prefeitura Municipal de Mogi Mirim/SP A garantia da Saúde como direito social, na Constituição Federal de 1988, apontou a necessidade da participação de diferentes categorias profissionais para o alcance do princípio da integralidade. Considerando a complexidade das necessidades em saúde, fica evidente a importância da participação da Fonoaudiologia na organização dos serviços e ações que compõem o Sistema Único de Saúde. Este trabalho tem como objetivos: (1) relatar a organização de um serviço de Fonoaudiologia, ao longo de 25 anos, que tem buscado oferecer acesso universal às demandas relacionadas à Comunicação Humana e (2) mostrar alguns indicadores de produção. No município, que tem 86.244 habitantes, o serviço de Fonoaudiologia, existente desde a década de 80, conta, atualmente, com 12 profissionais. Desde 2000, a partir de uma reorganização administrativa, parte das ações foi descentralizada para as Unidades Básicas de Saúde do município, que passaram a ser a Porta de Entrada para todas as necessidades, nos outros níveis de atenção, não havendo restrição de idade, nem de patologia para os atendimentos. O serviço está estruturado nos seguintes níveis / ações: (1) Atenção Primária: triagem, vigilância do desenvolvimento (Recém-nascido e crianças até quatro anos), atendimento a gestantes, atuação nas escolas do território, orientações aos pais e/ou cuidadores, lista de espera assistida e projeto cantoterapia, voltado aos idosos (2) Atenção Especializada: terapia fonoaudiológica, avaliação audiológica (Triagem Auditiva Neonatal Universal, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, Audiometria e Imitanciometria, Acompanhamento de usuários que utilizam aparelho de amplificação sonora individual, Educação Especial, ADOT (Atendimento Domiciliar Terapêutico) e Saúde do Trabalhador. As Campanhas de prevenção e promoção ao aleitamento materno, voz, gagueira e audição, são realizadas nos dois níveis de atenção. Contamos com gestão de Fonoaudiologia e participamos de atividades do Controle Social (Conselhos de Saúde / Conferências). Tem havido articulação com o Poder Legislativo por meio do qual foram elaboradas e sancionadas Leis: “Prevenção e Promoção da Saúde Vocal dos Educadores Municipais” e “Triagem Auditiva Neonatal Universal”. Membros da equipe participam do Comitê do Aleitamento Materno, do Conselho Municipal de Educação e do Idoso. A partir do ano de 2009, alguns indicadores e metas, referentes a algumas ações da Atenção Primária e Especializada, constam na Agenda Municipal de Saúde. Dados: No ano de 2010, o serviço conseguiu atingir todos os indicadores pactuados na agenda municipal de saúde. A taxa de usuários que realizaram triagem fonoaudiológica e realizaram a orientação na UBS foi de 74,5%, portanto 25,5% dos usuários foram encaminhados para acompanhamento na atenção especializada; 100% das Unidades Básicas de Saúde realizam o Programa de Observação do Desenvolvimento de Linguagem e Função visual dos lactentes até quatro anos; 91% dos recém-nascidos vivos residentes realizaram a TANU; 98% dos recémnascidos vivos residentes realizaram a TANU até o 1º mês de vida; 68,5% dos usuários que utilizam AASI foram acompanhados e 55% dos usuários que necessitaram atendimento clínico receberam alta.Considerações: A integração das ações tanto da atenção básica como especializada favorecem a promoção da saúde integral do indivíduo. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Área de inscrição: Média e Alta Complexidade CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA DE MÉDIA COMPLEXIDADE DO AMBULATÓRIO DA CRIANÇA GUARULHOS – 2010/2011 Oliveira, DCV; Gualdi, TL; Loureiro, MHA; Siqueira, SRPL; Teixeira, SS. Instituição: Prefeitura Municipal de Guarulhos - Ambulatório da Criança Introdução: Em setembro de 2004 foi instituída a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva através da Portaria GM/MS nº 2073, visando garantir a integralidade do atendimento ao deficiente auditivo por meio de uma rede hierarquizada, regionalizada e integrada na atenção básica, Média e Alta Complexidade. Segundo dados do IBGE 2010, a população total da cidade de Guarulhos é de 1.222.357 habitantes, caracterizando-se, portanto, para possuir o serviço de atenção à saúde auditiva de média complexidade definida pela referida portaria; assim, em 13/10/2009 o Ambulatório da Criança da Prefeitura Municipal de Guarulhos foi credenciado como serviço de atenção à saúde auditiva de média complexidade, iniciando a concessão de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) em setembro de 2010. Portanto, é necessário conhecer o perfil da população atendida e dos serviços oferecidos para melhor planejamento das ações a serem desenvolvidas no atendimento das necessidades da população. Objetivo: Caracterização do serviço de atenção à saúde auditiva de média complexidade do Ambulatório da Criança – Guarulhos. Metodologia: Levantamento de dados, através de prontuários, sobre a população atendida e sobre os AASIs concedidos (sexo, faixa etária, grau da deficiência auditiva (DA), e características dos AASIs indicados), no período de setembro de 2010 a setembro de 2011. Resultados: Foram inscritos no serviço, neste período, 340 pacientes, dos quais 4% (12 pacientes) não finalizaram o processo devido a faltas (02 pacientes), desistência (04 pacientes), conduta médica (02 pacientes) ou encaminhamentos para serviço de saúde auditiva de alta complexidade (04 pacientes). Concedeu-se AASIs a 328 pacientes (96% dos inscritos), dos quais 51% eram do sexo feminino e 49% eram do sexo masculino, sendo que 79% destes eram adultos jovens (133 pacientes) e idosos (127 pacientes), e 21% eram crianças (68 pacientes). Dos 328 pacientes protetizados, 81% (266 pacientes) receberam AASIs retroauriculares e 19% (62 pacientes) intra-aurais; 97% (318 pacientes) das adaptações foram binaurais e 3% monoaurais (10 pacientes). Foram protetizadas, portanto, 646 orelhas, sendo 7% (44) de deficiência auditiva leve, 54% (352) moderada, 17% (107) severa e 22% (143) profunda. Dos 646 AASIs concedidos, 19% (126 AASIs) foram do tipo A, 51% (329 AASIs) do tipo B e 30% (191 AASIs) do tipo C. Conclusão: Constata-se grande índice de adesão ao tratamento, com equidade entre os sexos e maior prevalência da população adulta; houve maior ocorrência de adaptação binaural e de AASIs retroauriculares, observando-se maior número de adaptações de AASIs do tipo B, sendo que a DA de grau moderado foi a de maior prevalência. Ressalta-se que os achados encontrados - maior prevalência de DA de grau moderado, de adaptações binaurais e de AASIs retroauriculares - são compatíveis com dados relatados por outros serviços na literatura pesquisada. Enfatiza-se a importância desses dados, tão escassos no Brasil, para que haja adequado planejamento e execução de ações e serviços, visando assim atender adequadamente às necessidades da população e otimizar o emprego de recursos financeiros. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Trabalhos selecionados para publicação nos ANAIS “Relatos de Experiência” Área de inscrição: Atenção Básica FUNCIONAMENTO DA CLÍNICA DE FONOAUDIOLOGIA DA SECRETARIA DE SAÚDE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA - SP AUTORES: POSSOBON, SR.; MARCELINO, AP.; MANOEL, DO.; QUAINO, V. INSTITUIÇÃO: PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA INTRODUÇÃO: A inserção do fonoaudiólogo na saúde pública requer um profissional que se comprometa com o acolhimento, vínculo, humanização e responsabilidade pelo território de atuação e população em que nele vive (BERNARDI, 2007). A Clínica de Fonoaudiologia, da Secretaria de Saúde, presta serviço a toda população do município de Americana–SP. O município foi fundado em 1875, localiza-se na região Sudeste do Brasil, interior do Estado de São Paulo, faz parte da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Possui uma área territorial de 133,63 Km2, com 68,85% de área urbana, 24,18% de área rural e 6,96% coberto pela represa; possui uma população de 210.638 mil habitantes (IBGE, 2010). O atendimento fonoaudiológico no município foi implantado há, aproximadamente, 25 anos, composto por um profissional. Nos primeiros cinco anos, o recurso humano foi ampliado para cinco profissionais, divididos entre as Secretarias de Educação e Saúde. Entretanto, havia uma demanda reprimida de dois anos e o atendimento era principalmente clínico. Sabendo-se que “o fonoaudiólogo que escolher a Saúde Pública como área de atuação, deve ter por objetivo a promoção, a prevenção e a recuperação da saúde fonoaudiológica da população, em geral, através de medidas de alcance coletivo (BEFI, 1997)”, essa nova reestruturação permitiu que esses profissionais começassem a atuar junto à Unidades Básicas de Saúde, realizando atividades educativas com as gestantes. Aproximando-se, assim, da proposta afirmada por Maia (1997) “de que a UBS deve ser um centro de atenção integral à pessoa e à coletividade, através de ações de promoção de saúde (prevenção, terapêutica e reabilitação). Em 2000, houve uma nova reestruturação no serviço, que foi transferido para uma sede própria -Clínica de Fonoaudiologia - num espaço que possibilitava nova dinâmica de atendimento. Havia uma exigência do gestor para uma maior efetividade na redução da demanda reprimida. A partir desse cenário, os atendimentos foram organizados em grupos por patologia e faixa etária, de forma a otimizar o tempo de espera. Esses grupos variavam de quatro a oito pacientes, acompanhados ou não do responsável durante o atendimento. Segundo Santos (1993) os atendimentos em grupo proporcionam desenvolvimento da linguagem, pois permitem ao paciente vivenciar e compreender que diferentes relações implicam em diferentes formas de comunicação. Para Herrero e Pinheiro (1997), o atendimento grupal é uma proposta das mais interessantes, já que evitam o isolamento das crianças com distúrbios emocionais graves. As atividades propiciam situações de confronto, troca e construção do brincar, da linguagem e da inteligência. O fonoaudiólogo assume um papel de mediador entre os pacientes. Atualmente, o processo de entrada no serviço ocorre quando o paciente ou responsável, de posse de um encaminhamento, dirige-se à Clínica de Fonoaudiologia para realizar o agendamento da avaliação. Nessa avaliação é definido o diagnóstico e realizados os encaminhamentos necessários. Os responsáveis pelos pacientes menores de idade são agendados para uma orientação em grupo, na qual são abordados temas referentes às funções orofaciais, aquisição e desenvolvimento de linguagem oral e escrita. Após essa orientação, o paciente integra a lista de espera, definida pelo diagnóstico e idade, e aguarda vaga para o início da terapia. Os pacientes adultos, dentro do possível, são encaixados nos grupos Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP terapêuticos logo após a avaliação. As patologias que necessitam de equipe multiprofissional são encaminhadas a prestadores de serviço no próprio município (APAE) ou a serviços existentes na secretaria de educação (Centro de Inclusão Mãos que Acolhem, Tempo de Viver). A demanda da Clínica de Fonoaudiologia é assistida pelo profissional fonoaudiólogo, o qual mantém contato com outro(s) profissional(is) envolvido(s) no acompanhamento do paciente, sempre que necessário. A Clínica de Fonoaudiologia recebe a cada mês, em média, 100 pacientes para avaliação e conduta profissional. Tem, aproximadamente, 350 pacientes em terapia; e 5 grupos da Terceira Idade acompanhados mensalmente. OBJETIVO: Apresentar e caracterizar a organização do serviço fonoaudiológico prestado no município de Americana-SP desde a sua implantação. METODOLOGIA: Realizado entrevista aberta com profissionais fonoaudiólogos que atuaram desde a implantação do serviço e que contribuíram no desenvolvimento de estratégias para otimização deste. RESULTADO: Constatou-se que a atuação em grupos além de reduzir a demanda reprimida, otimizou os resultados terapêuticos desenvolvidos na clínica. Atualmente, o tempo de espera foi reduzido para aproximadamente três meses, a depender da patologia, considerando-se a complexidade dos casos. A Clínica de Fonoaudiologia atende, hoje, grupos terapêuticos de crianças, adolescentes e adultos; atua também junto a Unidades de Saúde com grupos de terceira idade e grupo de aleitamento materno. CONCLUSÃO: Conclui-se que é de grande valia e importância para suprir a demanda da população do município, que utiliza o serviço fonoaudiológico, ter uma ambiência adequada com condições favoráveis para o atendimento que envolve os pacientes e os profissionais; e ter uma equipe de profissionais atuando em diversas frentes de trabalho - promoção, prevenção e reabilitação da saúde - contemplando assim os objetivos do profissional inserido na Saúde Pública. Também se mostrou determinante para esse propósito a organização dos atendimentos terapêuticos em grupos. São perceptíveis as transformações na linguagem através das interações com o profissional e os outros pacientes; há a compreensão de fazer parte de um grupo, e nesse, alternar de papel ora ensinando, ora aprendendo com o outro. As atividades lúdicas são excelentes recursos para envolver os pacientes nesse tratamento. O trabalho com grupos terapêuticos não é algo estagnado, pelo contrário, está em constante mudança e aprimoramento, pois tem como referência cada paciente e suas necessidades. Nesse intuito, a equipe realiza reuniões periódicas para discutir casos e estratégias de atuação, visando sempre o aperfeiçoamento do serviço prestado. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP O CIRCO DO PET CHEGOU! A EXPERIÊNCIA INVESTIGATIVA/PERFORMÁTICA COM ARTE, SAÚDE E EDUCAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA PARO CA; CARVALHO SR; ZOLDAN LGV; BARBOSA DA; VILLARINHO G; DANTAS DD; CYRINO MLM; BARBOSA AA; FERREIRA LCR; CALIGARI CSC; OLIVEIRA FAS; GOMES IM; NUNES EFS; BERGAMASCO JGP. INSTITUIÇÕES: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Centro de Saúde Dic III, Centro de Saúde Jardim Aeroporto, Centro de Saúde São Cristóvão, Nanocirco. Diante das novas tendências na área da saúde, em que se busca compreender o indivíduo de forma ampla numa concepção holística dentro do paradigma da promoção da saúde, faz-se necessário trabalhar em uma perspectiva transdisciplinar. Neste sentido, a integração do conhecimento é um desafio emergente para uma qualidade de atendimento integral e humanizado à população. Nesta perspectiva, verifica-se que a arte, a educação e a saúde – três grandes áreas do conhecimento – podem se encontrar com um único objetivo: auxiliar o homem na construção de um mundo melhor, através da ativação de núcleos sadios e levando a formas mais harmoniosas de se comunicar, relacionar e estar no mundo. A arte é uma forma de comunicação, expressão e linguagem que possibilita a troca de energia entre criador e objeto criado, favorecendo a criatividade e expressão da subjetividade do homem. Integrar a arte à saúde e à educação certamente potencializará as ações dessas diferentes áreas. PROCEDIMENTOS, CAMINHOS E TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO Estes pressupostos nos estimularam a realizar pesquisa-intervenção junto ao território de três Centros de Saúde (CS) da periferia de Campinas pelo projeto do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) “Pesquisa Avaliativa Sobre Gestão do Trabalho e a Formação de Graduandos e Trabalhadores de Saúde: Explorando Fronteiras”. Buscando estimular reflexões sobre as práticas de cuidado em Saúde realizamos performances artísticas em equipamentos sociais do território das três unidades de saúde (como escolas, igreja e o próprio CS). Os espetáculos tinham 40 minutos de duração. Os atores – graduandos de fonoaudiologia e medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp) – em parceria com trabalhadores da rede SUS e artistas da cidade realizaram performances que tinham como enredo a história de dois palhaços atrapalhados que frequentavam serviços de saúde da cidade de Campinas, nos seus distintos níveis de atenção à saúde, de forma cômica e irreverente. Para tanto, foram exploradas técnicas circenses como palhaço, tecido acrobático e realização de coreografias junto ao público. Previamente, se discutiu com trabalhadores da saúde e educação a proposta e, em paralelo à apresentação, buscou se realizar conversas, individuais e grupais, buscando refletir sobre a temática foco da pesquisa. A coleta/co-produção dos dados foi realizada através da prática diarística influenciada pela análise institucional, observação participante, vídeos e entrevistas semi-estruturadas. A elaboração do projeto e análise dos dados – técnica de explicitação do diário de campo – foi realizada por um grupo de seis graduandos em parceria com o coletivo de 21 membros do projeto PET. Entre estes últimos, cumpriu destacado papel os trabalhadores dos serviços de saúde (gestores, enfermeiras, dentista, médica e terapeuta ocupacional) que atuaram como preceptores e construíram conjuntamente o projeto, auxiliando na discussão sobre os objetivos, na confecção (tanto no conteúdo quanto na execução) dos espetáculos e na divulgação dos mesmos. PROCESSOS E RESULTADOS O caráter participativo da elaboração, operacionalização e reflexão do projeto permitiu aos distintos participantes refletirem e amadurecer práticas e saberes atinentes a temática em discussão. O projeto inicial proposto foi sofrendo modificações ao longo das discussões: os objetivos foram repensados, o roteiro da performance reelaborado, aspectos operacionais tiveram que ser adaptados, ou seja, o trabalho foi se transfigurando, resultado de uma experiência transdisciplinar muito envolvente e concreta. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP A performance foi apresentada uma vez em cada serviço, com boa receptividade dos trabalhadores e usuários: crianças e adultos se afetaram e participaram da intervenção com colocações e até coreografias quando sugerido. Percebeu-se, pela reação do público, que esta intervenção auxiliou na educação em saúde, discutindo a organização do SUS, prevenção e promoção de saúde. Diante da intensa participação dos usuários, suscitou-se a reflexão nos trabalhadores sobre o uso de outras linguagens na atenção básica, assim como despertou novas parcerias entre saúde e educação. CONCLUSÃO Neste percurso investigativo, produziu-se vínculos/afetos muito forte entre graduandos, serviço e comunidade, sendo um dispositivo de reflexão para a equipe (re)pensar a gestão/produção do cuidado. A integração entre ensino e serviço dentro do espaço da comunidade trouxe um aprendizado diferente daquele da universidade: a práxis do cotidiano do serviço e da interação com o paciente em seu nicho, não mais encoberto pela estrutura física imponente do hospital e tampouco pelas modestas paredes do Centro de Saúde. Eram alunos e trabalhadores se entregando ao experimentar a comunidade, levando e trazendo consigo diferentes conhecimentos que ali se complementaram. Além disso, foi uma experiência muito interessante para os graduandos, já que pensar e operacionalizar as intervenções artísticas ajudou a formar profissionais “promotores de saúde”, que vivenciaram a importância da interdisciplinaridade e de uma formação humanizada. Do ponto de vista da produção de conhecimento e saúde, a pesquisa-intervenção demonstrou a potência advinda do encontro arte, educação e saúde, uma vez que esta logra criar novas dinâmicas que se contraponham à fragilização da vida no seu cotidiano, de quebrar especialismos e de explorar novas fronteiras do corpo e do fazer/produzir saúde. Possibilitou, igualmente, encontros inesperados entre universidade, serviço e a população contribuindo para a (re)invenção do espaço público. Práticas transdisciplinares como as que aqui relatamos podem vir a se constituir em ferramentas potentes para experienciar e inventar a vida. Podem, igualmente, constituírem-se em eixo da formação e das práticas de graduandos e profissionais de saúde no momento em que logram apontar para novas sensibilidades e possibilidades narrativas que potencializam experiências do encontro (clínico, cuidador, pedagógico e da/na investigação). Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP OS DESAFIOS DO TRABALHO DO FONOAUDIÓLOGO COM EQUIPES DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MALDONADE IR; GONÇALVES RR. INSTITUIÇÃO: PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS Introdução: nos centros de saúde são desenvolvidos atendimentos terapêuticos e atividades que visam à prevenção e promoção de saúde. As últimas têm como objetivo compartilhar conhecimentos e refinar habilidades no que se refere ao autocuidado em saúde, assim como a prevenção de condutas de risco através de ações educativas. Desta forma, a capacitação dos profissionais nas unidades básicas de saúde (UBS) constitui passo fundamental na estruturação do trabalho fonoaudiológico.Objetivo: verificar a eficácia da capacitação dos profissionais da UBS com relação ao: desenvolvimento infantil, linguístico, de fala, identificação de alterações fonoaudiológicas e seus efeitos nas atividades de rotina da UBS; mostrar que teoria e prática estão em constante interação, construindo-se mutuamente.Metodologia:os dados que subsidiam o trabalho foram colhidos por meio de questionários (com padrão de respostas fechadas, isto é, de múltipla escolha) aplicados à equipe de saúde das UBS antes e depois de contato com a fonoaudióloga. O questionário era composto por 10 questões, cujo conteúdo versava sobre as etapas de desenvolvimento psicomotor infantil, os marcos do desenvolvimento linguístico e características das principais alterações fonoaudiológicas.Foi considerado como rendimento satisfatório as respostas dos profissionais que obtivessem valores iguais ou superiores a 80% de acertos. Posteriormente, os dados foram submetidos à análise estatística descritiva, em que p ≤ 0,05.Resultados: 37% dos profissionais obtiveram rendimento satisfatório nas respostas dadas antes da orientação fonoaudiológica.Houve diferenças significativas entre as diferentes categorias profissionais, conforme o teste qui-quadrado indicou.Apenas 19% dos agentes de saúde obtiveram rendimento satisfatório antes da orientação fonoaudiológica (baixa porcentagem). Porém, após a orientação, 74% dos profissionais conseguiram atingir o rendimento satisfatório. Dentre as principais dificuldades dos profissionais estão às que se referem aos marcos do desenvolvimento linguístico e desenvolvimento psicomotor. Conclusão:a capacitação mostrou-se eficaz; contribuiu para o aumento das respostas satisfatórias e para o processo de trabalho, no que se refere ao preparo dos profissionais para promoção de saúde e detecção alterações fonoaudiológicas. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP VISITA DOMICILIAR: UMA EXPERIÊNCIA DA FONOAUDIOLOGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Miranda, RPC; Milenello, PM; Faleiros, SP; Kuroishi, RCS; Jorge, TM Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Introdução: As visitas domiciliares foram incluídas como uma das atividades atribuídas à equipe de Saúde da Família em 1994 quando a Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi adotada oficialmente pelo Ministério da Saúde. Aproximadamente 89% das atividades externas realizadas na atenção básica são as visitas domiciliares realizadas, principalmente, pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) cujo objetivo principal é a atenção às famílias e à comunidade. Ao fonoaudiólogo atuante nessa área cabe a implementação de ações e materiais educativos e informativos que integrem a população abordando diversos aspectos da atuação fonoaudiológica. Para orientar, aconselhar e oferecer as possíveis condutas aos usuários, o fonoaudiólogo deve escutá-lo, esclarecer as alterações existentes e suas conseqüências, explicando como são formados os sistemas envolvidos na comunicação e no desenvolvimento desta. Compete ao fonoaudiólogo certificar-se de que as propostas ministradas foram devidamente compreendidas pela comunidade-alvo. Objetivo: Descrever a experiência de alunos de graduação em Fonoaudiologia nas visitas domiciliares, no contexto da ESF. Metodologia: Este estudo consiste em um relato de experiência vivenciado por estagiárias do curso de Fonoaudiologia juntamente com suas supervisoras. Resultados: Essa experiência envolveu duas etapas. Na primeira etapa, os ACS de uma Unidade de Saúde da Família reuniram-se com as graduandas e supervisoras para compreender a contribuição da Fonoaudiologia nas visitas domiciliares e indicar nomes de alguns usuários, considerados por elas, interessados e/ou necessitados de receber as orientações. Na segunda etapa, foram realizadas visitas domiciliares em seis dias diferentes para orientar sobre os seguintes temas: amamentação, desenvolvimento de linguagem/ fala e audição. O público-alvo correspondeu a gestantes, puérperas, mães com crianças em fase de desenvolvimento da linguagem, cuidadores e idosos. Observou-se, de forma geral, grande receptividade da população em receber as orientações. As visitas tiveram média de duração de 40 minutos e todas as orientações foram dadas com o apoio de folhetos explicativos, os quais foram entregues aos ouvintes, juntamente com o esclarecimentos de dúvidas. Conclusão: O desenvolvimento dessa experiência proporcionou benefício tanto para a população assistida, como também, para os estagiários. Para a população, as visitas domiciliares contribuíram de forma enriquecedora à medida que novos conhecimentos foram transmitidos. Todas as orientações dadas pelos estagiários auxiliaram, significativamente, em sua formação acadêmica, visto que possibilitou a esses alunos ampliação de suas visões a respeito das reais condições de vida dos usuários em seus ambientes familiares. Somado a isto, os estagiários puderam vivenciar a rotina de um serviço de atenção básica, assim como identificar o papel de cada profissional na equipe de saúde, principalmente, do fonoaudiólogo. Houve, também, nessa experiência, o contato direto com os ACS que compartilharam informações importantes para otimizar a escolha do público a ser orientado e que, conseqüentemente, contribuíram para o sucesso da atividade. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP FONOAUDIOLOGIA EM FOCO: CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE AMERICANA-SP Nandin, TLC; Silva, LC; Oliveira, RM. Prefeitura Municipal de Americana, SP. Introdução: Compreender o processo de saúde e doença é essencial para orientar práticas de qualidade, condizentes com a realidade social na qual o profissional de saúde está inserido. Nesse contexto, a integração da Fonoaudiologia com unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) pode permitir uma construção com o Agente Comunitário de Saúde (ACS), detentor do saber popular e que representa o elo entre a população e os profissionais da Unidade. O ACS assume um importante papel na construção de uma visão ampliada do conceito de saúde. A formação desses profissionais deve muni-los de conhecimentos diversos, incorporando, além da perspectiva biomédica, outros saberes que o habilitem nesse processo de interação cotidiana com as famílias e no reconhecimento de suas necessidades. Por representar a possibilidade de trazer para dentro das equipes de saúde o olhar da população, que revela necessidades de um ponto de vista diferente e abre as portas para novas formas de intervenções, constitui-se na ligação essencial para a Fonoaudiologia viabilizar a promoção em saúde e aprimorar a prevenção por meio de práticas radicais de educação. Com esta pesquisa buscamos construir um trabalho em conjunto com os ACS, capacitando-os para reconhecer indícios das alterações fonoaudiológicas, levando para a população o conhecimento e informações sobre o trabalho do fonoaudiólogo, mobilizando a população sobre as possibilidades de promoção, prevenção e reabilitação. Objetivo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar a efetividade de um processo de capacitação sobre a Fonoaudiologia, desenvolvido com ACS no município de Americana SP. Método: O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (sob o nº 855/2010) e pela Secretaria de Município da Saúde. A pesquisa caracteriza-se como um estudo quantitativo e qualitativo. A pesquisa foi composta pelos agentes comunitários de saúde do município de Americana, que aceitarem participar da pesquisa por meio de seu consentimento livre e esclarecido assinando termo que o comprove, totalizando 31 participantes. A capacitação foi realizada a respeito dos aspectos fonoaudiológicos, como: audição, fala, voz, gagueira, linguagem infantil, linguagem no adulto (oral e escrita) e motricidade orofacial. Para expor os temas de modo didático, foram divididos em três encontros os aspectos fonoaudiológicos referentes a cada faixa etária. Primeiramente, foi exposto oralmente cada assunto abordado, além das orientações. Em seguida, o conteúdo exposto foi relacionado à prática dos ACS, sendo que estes foram solicitados a compartilhar experiências do cotidiano, no qual se insere a fonoaudiologia, além de discutir casos elaborados pelas fonoaudiólogas. Foi aplicado um questionário pré e pós-capacitação para validar essa ação, com questões relacionadas aos assuntos abordados no decorrer do curso, a fim de, correlacionar o conhecimento dos ACS, antes e após o conteúdo apresentado durante a capacitação. Resultados e Discussão: Com o questionário inicial foi observado o pouco conhecimento da profissão por parte dos ACS, e como o trabalho do fonoaudiólogo ainda parece estar exclusivamente relacionado ao atendimento na clínica e apenas às patologias de fala. Ao analisar o questionário final notamos o interesse pelo trabalho do fonoaudiólogo por este apresentar-se mais amplo, um trabalho voltado para todas as faixas etárias e se desdobrando em outras áreas, destacando-se o trabalho de deglutição e memória com idosos. Durante as discussões propostas com os grupos foi possível notar também o aumento da participação dos sujeitos e até mesmo a assimilação de conceitos da Fonoaudiologia. Conclusão: Com o processo de formação sobre Fonoaudiologia conseguimos a mobilização dos ACS para um novo olhar para as questões fonoaudiológicas, procurando aumentar seu conhecimento sobre o assunto, promovendo a educação, prevenção e promoção da saúde. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UM HOSPITAL INFANTIL - EM BUSCA DA INTERVENÇÃO LEFÈVRE, AP; FERREIRA, CC; NOVAIS, LAS; REIS, KAR. INSTITUIÇÃO: Universidade Guarulhos Introdução: A atuação fonoaudiológica no ambiente hospitalar compreende uma série de procedimentos em diferentes situações e espaços, além da relação com diversas especialidades. Nesse contexto, um procedimento simples de triagem por meio de visita nos leitos, pode detectar fatores de risco e manifestações importantes, propiciando atuar de modo preventivo e a acelerar o processo de alta. Objetivo: apresentar a atuação fonoaudiológica em um Hospital Infantil do município de São Paulo realizada por meio de visitas nos leitos. Os objetivos desta ação são detectar manifestações e fatores de risco para patologias fonoaudiológicas e intervir diretamente no leito. Metodologia: Trata-se de estágio supervisionado curricular do curso de graduação em Fonoaudiologia da Universidade Guarulhos que ocorre aos sábados no Hospital Infantil Cândido Fontoura, localizado no bairro da Água Rasa, Zona Leste da cidade de São Paulo e pertencente à Secretaria Estadual da Saúde. Referência no atendimento a crianças e adolescentes, oferece pronto-atendimento, internação hospitalar, ambulatório de especialidades, além de cirurgias de pequeno e médio porte, UTIs pediátrica e neo-natal. Os estagiários, alunos do sexto semestre do curso de Fonoaudiologia, realizam visitas aos leitos de duas alas do referido hospital, aqui denominadas A e B, com a finalidade de verificar a atuação fonoaudiológica. Através das informações fornecidas pelos pacientes ou por seus acompanhantes, e da observação das estagiárias, são identificados fatores de risco para patologias fonoaudiológicas e manifestações instaladas. São acrescidos os dados de prontuário e realizadas discussões com outras especialidades. Identificadas as necessidades são adotados procedimentos de avaliação, orientação e intervenção. Todos os procedimentos realizados são anotados nos prontuários respectivos. Resultados: Os pacientes são distribuídos nas alas conforme a disponibilidade de leitos no momento da internação. No período de 03/09/2011 a 08/10/2011, totalizando 5 semanas de estágio, foram realizadas 91 visitas ao leito, sendo 39 na ala A e 52 na Ala B. Houve predomínio do gênero feminino, sendo 28 na ala A e 27 na ala B, enquanto para o gênero masculino a ocorrência foi de 11 na ala A e 25 na ala B. A média geral de idade dos pacientes foi de 5:5 anos para o gênero feminino e 3:2 anos para o masculino. Grande parte das internações se deu por quadros respiratórios. Na ala A, houve maior necessidade de intervenção com os pacientes do gênero feminino enquanto na ala B o predomínio foi para o gênero masculino. Do total de leitos visitados 38,7% necessitou alguma intervenção fonoaudiológica incluindo avaliação, orientação e procedimentos específicos. Foi possível verificar que a demanda de pacientes que necessitam de atendimento ou encaminhamento fonoaudiológico é significante e que por isto é importante a buscativa no leito. Dúvidas com relação ao desenvolvimento da linguagem são frequentes e os pais se tornam agentes multiplicadores depois de orientados. Independentemente da existência de manifestações ou patologias fonoaudiológicas instaladas, é sempre possível a orientação acerca de questões relativas ao desenvolvimento sadio (aleitamento, hábitos orais, higiene, saúde auditiva, desenvolvimento da linguagem, entre outros). Foram realizadas neste serviço orientações quanto ao aleitamento materno, uso prolongado de chupeta, diferenças entre bicos de chupeta e mamadeira, higiene oral, hábitos alimentares, estimulação da linguagem. Conclusão: A atuação do fonoaudiólogo no ambiente hospitalar por meio de ações simples, como a buscativa ao leito, mostra-se útil e eficiente, pois possibilita identificar queixas, manifestações e fatores de risco para patologias fonoaudiológicas, favorecendo a intervenção no próprio leito, prevenção e promoção da saúde, minimizando complicações e buscas tardias de atendimento fonoaudiológico. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP MEDIADORES E ADOLESCENTES PERCEPÇÃO DE RISCO DE PAINPSE EM PRÉ-ADOLESCENTE E Knobel KAB, Lima MCMP Curso de Fonoaudiologia FCM/IEL, UNICAMP Objetivo: Identificar mediadores da perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE) em pré-adolescente e adolescentes, consciência dos riscos da exposição a sons intensos e comportamentos de prevenção. Metodologia: Foram entrevistados individualmente 183 alunos (média etária 12,1 anos, 61% meninas) do 6 ao 9 ano do ensino fundamental de escolas estaduais (68,4%), municipais (10,5%) e particulares (21,1%) de Campinas. As perguntas eram sobre dados demográficos, exposições prévias a sons de forte intensidade (definido como “tão forte que não daria para conversar”), preferências auditivas e comportamentos de prevenção. Os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher foram usados para análises de variáveis categóricas. Resultados: À pergunta aberta no início da entrevista “o que pode fazer mal para o ouvido?”, 77,7% responderam “sons altos” e à pergunta “você acha que música alta faz mal ao ouvido?” 88,3% disseram que sim, 3,3% que não e 7,5% não sabiam. No entanto, eles gostam de música alta sempre (40,7%) ou às vezes (31,9%), sem diferença em função da escolaridade dos pais (p=0,997), ouvem música alta em casa ou no carro (39,9% sendo que, destes, 63,5% o fazem por escolha própria e 36,5% por escolha de outras pessoas) e ouvem música alta com fones de ouvido (33,2%). Dentre as exposições prévias a sons intensos, destacam-se festas ou “baladinhas” com som intenso (66,3%), estouro fogos de artifício a até 2 metros de distância (49,2%), festas de carnaval (43%), e igrejas com música alta (19,3%). 92,5% acreditam que crianças e adolescentes podem ter perda auditiva, mas quando indagados sobre por que ouvem música alta se acham que faz mal, a resposta mais recorrente foi “mas para mim não faz”. À pergunta aberta “como proteger seus ouvidos em lugares barulhentos?”, a maioria referiu estratégias eficientes (48,9% tampariam os ouvidos, 29,6% afastar-se-iam e 2,7% usariam protetor auditivo). Dos entrevistados que sabiam o que é protetor auditivo (n=109, 41,4%, sem diferença em função da escolaridade dos pais, p=0,198), 21 disseram ter o protetor, mas apenas três o haviam usado em situações ruidosas. Conclusões: Pré-adolescentes e adolescentes são expostos voluntária e involuntariamente a sons intensos. Quando eles dizem que sons intensos fazem mal estão apenas repetindo o que geralmente ouviram dos pais. Além de superficial, esta informação vem de modelos que frequentam ambientes ruidosos e levam os filhos consigo, ouvem música alta e não usam protetores auditivos. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de um programa de prevenção da PAINPSE que envolva crianças, adolescentes e adultos. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP TERAPIA ASSISTIDA POR INTERAÇÃO HOMEM/ANIMAL LEFÈVRE, AP; RIBEIRO, VL; GONÇALVES, TK; GONÇALVES, BCS; SANTOS, EL. Instituição: Universidade de Guarulhos - UNG Introdução: Segundo dados do IBGE, a macro região de Guarulhos possui uma população de cerca 2.600.000 habitantes, dos quais 10% possuem algum tipo de deficiência, sendo 50% mentais, 30% múltiplas que incluem alterações auditivas e visuais e 20% físicas. Desta forma, Guarulhos apresenta sua importância regional e da multiplicidade de atividades, o município não atende somente a demanda de sua área, mas também as de seus municípios vizinhos. A assistência à pessoa com deficiência física exige uma estrutura especializada e hierarquizada de alta, média e baixa complexidade, com área física adequada, profissionais habilitados e suporte de serviços auxiliares para garantir o atendimento nos vários níveis, por intermédio de equipe multiprofissional e interdisciplinar, utilizando-se de métodos e técnicas terapêuticas específicas. A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo em uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. Foi introduzida no Brasil no ano de 1989, pela Associação Nacional de Equoterapia – ANDE - cujos desígnios eram também de incentivar a implantação de associações estaduais. Objetivos: Descrever a implantação e a rotina de atendimento do centro de Equoterapia da Universidade Guarulhos (UnG).Metodologia: Estudo descritivo sobre a implantação do centro de equoterapia e sua rotina, sendo realizado com levantamento de dados do documento original de implantação de projeto de extensão universitária da UnG, por iniciativa do curso de fisioterapia da instituição e acompanhamento das rotinas.O projeto é formado por uma equipe interdisciplinar composta pelos cursos de fisioterapia, fonoaudiologia, medicina veterinária, nutrição, psicologia e serviço social, envolvendo professores, alunos e a comunidade. O centro de equoterapia é um lugar que apresenta dimensões físicas e ambientais apropriadas para o atendimento, possuindo duas salas de avaliação, banheiros adaptados para pacientes e para equipe. Dois cavalos doados e posteriormente treinados participam da rotina de atendimento. Os pacientes são crianças portadoras de Síndrome de Down e/ou com Encefalopatia Crônica Não Evolutiva Infantil – ECNEI com idades entre 01 e 06 anos, atendidas uma vez por semana com duração de 40 minutos sendo destes 20 minutos com o praticante (paciente) em cima do cavalo, 10 minutos pré-montaria e 10 minutos pós-montaria de maneira interdisciplinar, onde os grupos analisam cada caso e juntos decidem o foco da terapia. Resultados: Desde o iníciodo programa diversos trabalhos envolvendo a equipe interdisciplinar foram publicados e o espaço da Equoterapia tornou-se um ambiente amigável onde não apenas as crianças apresentam ganhos, mas também as famílias que podem interagir umas com as outras com outras e receberem orientação de todos os membros da equipe de uma maneira quase informal e próxima. Conclusão:A importância da existência de um Centro de Equoterapia na Universidade Guarulhos justifica-se devido ao fato de atender uma grande demanda social,pois o método terapêutico abrange as áreas da saúde, educação e esporteparaequestre. A interdisciplinaridade da equipe promove e estimula o desenvolvimento pessoal e profissional e possibilita aos integrantes o conhecimento, envolvimento, interatividade e respeito mútuo entre as diferentes áreas envolvidas além de aprimorar a relação sala de aula e campo de trabalho objetivando sempre a evolução do paciente que pode usufruir de atendimento especializado de várias áreas diferentes em um mesmo local. Palavras-chave: equoterapia, reabilitação, portadores de necessidade especiais, interdisciplinar Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Área de inscrição - Educação e Saúde RELATO DE RESULTADOS DE TRÊS ANOS CONSECUTIVOS DE CAMPANHA DE PREVENÇÃO DA SURDEZ AOS FUNCIONÁRIOS DO COMPLEXO HOSPITALAR PADRE BENTO DE GUARULHOS Siqueira ,SRPL ; Carvalho,SAS.;Camargo, RA Instituição: Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos Introdução: O serviço de Audiologia do Complexo Hospitalar Pe.Bento de Guarulhos (C.H.P.B.G) além do atendimento clínico ao munícipe, realiza exame audiológico aos funcionários com exposição a ruído ocupacional (Admissional,periódico e demissional)pelo Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional Norma Regulamentadora-7. Sabendo-se que a deficiência auditiva afeta 10% da população mundial (Organização Mundial da Saúde- 2005), sabendo-se que a surdez é a terceira maior deficiência do Brasil (Censo 2000 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) a Fonoaudiologia junto ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho ( SESMT ) elaborou por 3 anos consecutivos durante a SIPAT (Semana Interna de Prevenção e Acidentes de Trabalho) a Campanha de Prevenção da Surdez.Objetivo: Identificar e intervir precocemente nas perdas auditivas, orientar e formar multiplicadores para promover a saúde auditiva e fortalecer a interdisciplinaridade da Fonoaudiologia com áreas afins,ofertar o serviço de audiologia à um número maior de trabalhadores que não tem acesso ao serviço pela NR-7.Método: Nos anos de 2008, 2009 e 2010 durante a SIPAT foi ministrada palestra sobre o tema Saúde Auditiva com apoio de material informativo do Projeto Passe Adiante- Audibel e Aplicada a triagem auditiva aos funcionários que consistia em: anamnese ( dados pessoais e levantamento de queixas), meatoscopia, pesquisa das freqüências por via aérea de 500hz, 1Khz,2Khz,4Khz,6Khz e 8Khz,considerando PASSA a resposta em 25 dBNA e FALHA acima de 25 dBNA ,nesses casos retornando para avaliação audiológica completa ( Via Aérea,Via Óssea , Logoaudiometria e Imitânciometria) e encaminhamento ao Otorrinolaringologista ( ORL), para definição de condutas.Resultados: Com apenas uma fonoaudióloga e um audiômetro foram triados 202 funcionários nos 03 anos consecutivos sendo 174 do sexo feminino e 28 do sexo masculino com idades que variavam de 20 aos 60 anos com maior índice de procura a faixa etária dos 40 aos 60 anos de idade. Exames dentro da normalidade PASSA: 29 ( 2008), 44(2009), 45 (2010 ), exames alterados FALHA: 33(2008),25 (2009), 18 (2010 ), sendo que do total de 76 exames alterados que retornaram para avaliação audiológica completa, 19 foram encaminhados para avaliação ORL por quadros de perda auditiva mistas e condutivas , 07 casos encaminhados para programa de Média Complexidade em Saúde Auditiva – Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) , e os demais 50 casos orientados a retornar para controle audiológico anual para monitoramento. Profissionais atendidos: Auxiliares de Enfermagem (69), Auxiliares Serviços Gerais (53), Enfermeiros (15), Profissionais Expostos à Ruído ( 10),Oficiais Administrativos (9),Outros (53) .Profissionais sem queixas (15 ), com queixas (194), sendo citado: Zumbido(116), tontura (84), dificuldade para entender (74), hipertensão arterial(71), hereditariedade com Deficiência Auditiva (68), dificuldade para escutar ( 65), tabagismo(32), otalgia( 29),exposição a ruído (23),diabetes(12), otorréia (6),quedas,TCE(0).Conclusão: Observou-se prevalência significativa do sexo feminino e da profissão de Auxiliares de Enfermagem e de Serviços Gerais que não estão expostos à ruídos ocupacionais, entendendo-se que a preocupação com a saúde auditiva estendese à toda classe trabalhadora. Alta prevalência de queixas auditivas como zumbido, mesmo com alto índice de exames dentro da normalidade compatível com os achados em literatura que nos diz que o zumbido é uma das queixas mais comuns em consultas ORLs e nem sempre sua causa é otológica, podendo haver outros fatores desencadeantes como metabólicos e cardiovasculares ( Bento, 1997).Observou-se no decorrer das campanhas o aumento do número de exames dentro da normalidade e a diminuição das falhas e necessidades de encaminhamentos ao ORL, podendo refletir como Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP resultados de constantes orientações e divulgações do tema. Diante disso instituiu-se a Campanha de Prevenção da Surdez no Calendário Anual do Complexo Hospitalar Pe. Bento de Guarulhos e inseriu-se a avaliação audiológica nos exames periódicos dos trabalhadores aos quais foram identificadas perdas auditivas que precisam ser monitoradas, mesmo que não cumpram funções que os expõem a ruído ocupacional, fruto de discussões com a Enfermagem e Medicina do Trabalho visando fortalecer a interdisciplinaridade em prol do trabalhador. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP POLUIÇÃO SONORA NA ESCOLA Knobel KAB, Lima MCMP Curso de Fonoaudiologia FCM/IEL, UNICAMP Há muito se sabe características acústicas da sala de aula, tais como a presença de ruído de fundo e o tempo de reverberação, determinam a relação sinal-ruído. Também não há dúvidas de que uma boa relação sinal-ruído é fundamental para a facilitação da aprendizagem. Enquanto têm-se atribuído a relação sinal-ruído insuficiente ao aprendizado a falhas acústicas inerentes à construção das salas de aula o desconforto acústico, observamos que o comportamento dos principais atores do processo de aprendizagem, ou seja, alunos e professores, encontram dificuldade para controlar a produção do ruído no ambiente escolar. Objetivos: Identificar as percepções das crianças em relação ao ruído em sala de aula e de si mesmas enquanto fontes de ruído e as percepções dos professores quanto ao ruído na escola. Metodologia: 671 estudantes (6-14 anos, média etária 12,4 anos) do 2 ao 9 ano do ensino fundamental de escolas municipais, estaduais e particulares de Campinas e 126 professores (57,4% de escolas de ensino fundamental) foram entrevistados sobre percepções e incômodo em relação ao ruído no ambiente escolar. Os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher foram usados para análises de variáveis categóricas. Resultados: 74,8% das crianças estão insatisfeitas em relação ao nível do ruído nas salas de aula, sendo as crianças de escolas particulares mais satisfeitas (p=0,001). Para 99,2% das crianças, a maior fonte de ruído são “os colegas”. Quando questionados sobre suas participações na geração do ruído, 22,1% das crianças admitiu também fazer barulho e 34,8% disse fazer barulho às vezes, mas muitos justificaram suas razões: “quando outras crianças conversam eu fico com vontade de conversar”, “Eu converso, mas só depois que acabo minha lição”, “eu converso, mas eu falo baixo, os outros falam alto”, “eu converso, mas eu paro quando a professora pede”. Algumas crianças mencionaram que a professora também faz barulho quando grita ou bate o apagador na lousa e várias outras se referiram ao ruído de cadeiras sendo arrastadas. 61,1% reclamam que o ruído atrapalha a fazer a lição, pois interfere na atenção e concentração, 10,3% dizem que o ruído atrapalha a entender a professora, 6,2% dizem ficar com dor de cabeça e 6,5% com dor de ouvido. Em nenhuma das variáveis estudadas houve diferença de resposta em função do gênero. Os professores foram solicitados a classificarem o nível de ruído de ambientes e momentos da escola numa escala de 1 (mais silenciosos) a 6 (mais ruidosos). A biblioteca foi considerada oo lugar mais silencioso (média 1,25, DP = 0,73), seguido pela sala dos professores (2,74, DP=1,004) e área externa da escola (3,01, DP=1,279). Os lugares mais ruidosos foram as salas de aula (4,46, DP=1,240), quadras de esportes (4,65, DP=1,2) e os refeitórios (4,98, DP=1,032), todos claramente relacionados à presença dos estudantes. Reuniões de professores (1,97, DP=1,116) e de pais e professores (2,12, DP = 1,246) foram os momentos mais silenciosos, seguidos pelas aulas (3,26, DP=1,270). Os momentos mais ruidosos foram o início e o término das aulas (4,46, DP=1,240), eventos festivos na escola (4,55, DP=1.364) e o intervalo (4,99, DP=1,187). Conclusões: Embora a acústica da sala de aula possa agravar o ruído, o principal problema das escolas parece ser o ruído produzido pelos próprios alunos, que parecem não ter consciência de seu papel. A relação de alunos e professores com o espaço e com o momento de aprendizagem precisa ser repensada e amplamente discutida para que cada um assuma seu papel no controle da poluição sonora na escola. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP ANÁLISE DA EFETIVIDADE DE UM PROGRAMA EDUCATIVO DA VOZ DO PROFESSOR Pizolato RA; Rehder MIBC; Mialhe FL; Dias CTS; Pereira AC Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP) CEFAC- Saúde e Educação Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ)- USP Introdução: A voz é considerada o instrumento de trabalho para o professor. Sendo assim, ações educativas em âmbito coletivo e aplicadas ao ambiente de trabalho são importantes para a prevenção de problemas vocais nestes profissionais. Objetivo: analisar a efetividade de um programa de educação em saúde para a voz do professor desenvolvido em escolas da rede pública de ensino médio e fundamental. Metodologia: Participaram deste estudo longitudinal, 36 professores provenientes de 6 escolas estaduais do município de Piracicaba/SP. As escolas foram sorteadas aleatoriamente e os professores foram convidados a participarem voluntariamente. Os critérios de exclusão incluíram: professores fumantes, aqueles que já estavam em terapia fonoaudiológica, ter idade acima de 55 anos e os sujeitos que já tinham diagnóstico de patologia orgânica da laringe. O grupo participou de um programa de orientação sobre hábitos e higiene vocal, competência comunicativa e prática de exercícios vocais divididos em 6 encontros com duração de 45 minutos cada por 2 meses. Os temas abordados em relação aos exercícios vocais foram divididos em: postura e relaxamento corporal com exercícios de manipulação digital da laringe e relaxamento do pescoço; respiração com exercícios de respiração abdominal e emissão do som fricativo do /s/; intensidade e freqüência com exercícios de som vibrante de lábios e língua em intensidade habitual, escala ascendente com o som do /i/ e descendente com o som do /u/; ressonância e articulação com exercícios de emissão de sons nasais, sons nasais e som do fonema /nh/ associado a movimentos da mastigação. A coleta de dados consistiu na emissão da vogal /i/ pré e pós cada sessão de treino de exercícios. Os dados foram analisados acusticamente utilizando-se o software Vox Metria da CTS Informática, considerando os seguintes parâmetros: variabilidade da freqüência, freqüência fundamental, jitter, shimmer, excitação do ruído glótico (GNE), ruído, irregularidade e intensidade média (dB). Para a comparação das médias entre os grupos de exercícios vocais foi utilizado o Teste de Tukey, para a análise pré e pós exercícios foi utilizado o teste T de Student (pareado). Foi considerado nível de significância α <0,05 para os testes estatísticos aplicados. Resultados: No teste de tukey, a intensidade média (dB) para os exercícios de relaxamento e postura cervical diferiu significantemente em comparação aos exercícios de respiração, intensidade-frequência e ressonância-articulação (p=0,0001). Não houve diferença significativa entre as médias dos grupos de exercícios vocais para os respectivos parâmetros acústicos analisados: freqüência fundamental, variabilidade da freqüência fundamental, shimmer, jitter, GNE e ruído (p>0,05). Na análise pareada, quanto à comparação da qualidade da voz pré e pós exercícios vocais, o grupo de exercícios de intensidade e frequência proporcionaram a diminuição da excitação do ruído glotal (GNE) e do ruído com diferença estatisticamente significantemente (p=0,04), sugere-se que tais exercícios podem diminuir o atrito entre as pregas vocais e a rouquidão devido ao uso intensivo da voz. A comparação da média da freqüência fundamental pré e pós exercícios diferiu significantemente para o grupo dos exercícios de ressonância e articulação (p=0,02), sugere-se que houve um equilíbrio da ressonância proporcionando uma diminuição da tensão glótica e suavização da emissão. Conclusão: O programa educativo em âmbito coletivo foi efetivo para a melhora da qualidade da voz dos professores no ambiente de trabalho. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP PERCEPÇÕES DISCENTES A RESPEITO DO PRÓ-SAÚDE– RELATO DE CASO PERSPECTIVA ACADÊMICA NA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU (FOB/USP) PELA PREARO, GA; FERREIRA, R; FARIA, FAC; MACHADO, MAMP Instituição: Faculdade de Odontologia de Bauru - USP Introdução: Aconteceu em Brasília-DF durante os dias 19 e 20 de outubro de 2011 o Seminário Nacional do Pró-Saúde (Programa Nacional de Reorientação da Formação Nacional em Saúde) e PET Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde), ocorrendo paralelamente um encontro com os acadêmicos presentes no evento. Na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP), o Pró-Saúde II está implantado desde 2009, possibilitando aos alunos de fonoaudiologia e de odontologia, por meio das disciplinas semestrais de Saúde Coletiva (I, II, III, IV, V, VI e VII), o trabalho interdisciplinar humanizado no Programa Saúde da Família (PSF) no bairro Santa Edwirges (Bauru-SP). Objetivo: O objetivo desse trabalho é discorrer sobre as percepções positivas e negativas dos 23 discentes das diversas partes do Brasil a respeito do Pró-Saúde, como pela óptica de uma acadêmica da FOB/USP. Metodologia: Foi realizada a transcrição dos pontos positivos e negativos em relação ao Pró-Saúde pelos discentes presentes no evento, analisando comparativamente com as percepções expostas pela acadêmica da FOB/USP. Em conjunto aos demais estudantes durante o encontro foi realizada a divisão das respostas em pontos positivos de comum acordo, assim como aqueles próprios às outras universidades, como também da FOB/USP, seguindo a mesma lógica para os pontos negativos. Resultados: Portanto, as respostas foram divididas em positivas e negativas e em seguidas subdivididas em particular a outras universidades, comuns e próprias da FOB/USP. Dessa forma, temos que como pontos positivos destacados pelas outras universidades a cobertura quase que total do PSF em algumas cidades/metrópoles. Já como pontos comuns, observaram-se: união entre os cursos (principalmente nas faculdades que possuem medicina); maior contato com a população local e preparo para o serviço público (como nos PSF). Os pontos próprios da FOB foram muito destacados, tendo seus parâmetros ditos como modelos, tais como a diminuição do período de férias e distribuição de áreas verdes comuns aos dois cursos para a realização do Programa; união dos estudantes para suprir as necessidades financeiras; participação dos estudantes da elaboração conjunta das disciplinas que compõe o programa saúde coletiva, disciplinas conjuntas entre os cursos fonoaudiologia e odontologia; disciplinas com abordagens diferentes – compreensão do território, educação em saúde envelhecimento visitas às famílias com crianças pequenas, saúde do trabalhador e saúde mental a metodologia aborda divisão em grupos tutoriais; reconhecimento de toda a rede de saúde (da atenção básica à alta complexidade), inserção das clínicas da faculdade nos atendimentos de casos que exijam maior complexidade. Entretanto, quando foi questionado os pontos negativos/dificuldades, as outras universidades levaram em consideração a grande responsabilidade que a equipe do PSF atribuiu aos alunos, como para suprir o trabalho dos funcionários; baixo incentivo da própria Universidade e pouca área verde, o que dificulta as visitas nos bairros, principalmente quando levamos em consideração a participação de mais de um curso. As características compartilhadas pela FOB e as outras universidades são baixo incentivo financeiro do Ministério da Saúde, o que se notou com o descumprimento do envio financeiro que era exposto no edital para cada curso; queixa do Programa por parte de outros docentes que não fazem parte da área de saúde coletiva; baixa adesão por parte dos ACS (Agentes comunitários de Saúde) e SMS (Secretaria Municipal de Saúde) e muita burocracia para a realização dos projetos, o que prejudicou na liberação da verba, que já é escassa. Já as dificuldades/pontos negativos particulares da FOB/USP foram a condensação de algumas disciplinas que ocorreu por conta da inserção das disciplinas de Saúde Coletiva, que não faziam parte da grade curricular, sendo que essa já era saturada, reduzindo ainda mais os horários livres dos estudantes. Conclusão: Nesse sentido, o encontro possibilitou aos acadêmicos trocas de experiências, como também a atualização acerca desse programa governamental. A estrutura presente na FOB/USP foi considerada como positiva, tendo segmentos de seu modelo sugerido como referência às outras universidades. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP GRUPO DE PAIS: APRIMORAMENTO DO DISCURSO, MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E A PROMOÇÃO DE SAÚDE. RELATO DE EXPERIÊNCIA. Marcandal, GG; Oliveira, AN; Machado, MAMP. Faculdade de Odontologia de Bauru- USP Introdução Linguagem é expressão essencial utilizada pelo ser humano para reafirmar sua própria individualidade. Por meio dela é possível entrar em contato e apropriar-se do conhecimento e cultura humana acumulados no decurso da história social. De acordo com a Carta de Otawa (1986), Promoção de Saúde é “o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”. O compromisso da Fonoaudiologia com a Promoção da Saúde da população e com o desenvolvimento da linguagem transcende os limites tradicionais da clínica fonoaudiológica e das instituições públicas de saúde e educação e supera as demandas com alterações de linguagem, de maneira a envolver, como sujeitos das práticas de desenvolvimento da linguagem, quaisquer cidadãos em suas relações e contextos sociais de convivência. O objetivo do presente estudo é relatar a experiência de um grupo de pais que, por meio de reuniões semanais, caracterizou-se em um espaço terapêutico promissor para trabalhar práticas discursivas, e educação em saúde em uma UBS do município de Bauru-SP. Relato de Experiência O grupo nasceu da necessidade de uma mudança no papel dos pais das crianças em terapia nesta UBS: de simples expectadores para co-autores/co-responsáveis pela terapia fonoaudiológica de seus filhos. O grupo passou a se reunir semanalmente no mesmo horário em que seus filhos estavam em terapia. Este grupo é conduzido por uma fonoaudióloga e conta com a participação de um aluno do quarto ano do curso de fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru- USP. No início houve certa resistência por parte dos pais o que levou a professora responsável a vincular o atendimento das crianças mediante a participação dos pais no grupo. Hoje a realidade é outra. Os pais se sentem motivados com o grupo, participam, discutem juntos, se organizam e refletem sobre as questões de educação em saúde e linguagem e são co-responsáveis pela terapia de seus filhos. Conclusão O Grupo apresentou dados positivos no desenvolvimento da estruturação da linguagem e construção de processos dialógicos que proporcionaram melhoria na qualidade de vida, aumento na participação popular, na autonomia do cuidado e ampliação da rede social e ainda possibilitou o estreitamento do vínculo dos usuários com a UBS. O desenvolvimento do grupo como um espaço de produção de discursos sobre o cotidiano e suas relações tem altas potencialidades para a melhora do diálogo e conseqüentemente a melhoria das relações com os filhos. Os conhecimentos da Fonoaudiologia permitiram pensar sobre a importância da comunicação, das trocas, da linguagem, como possibilidade de re-elaboração das histórias de vida, das situações cotidianas, no contexto de trabalho terapêutico. Descritores: fonoaudiologia; saúde coletiva; educação em saúde; promoção de saúde. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP USO DE PROGRAMA DE INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM ESCOLARES COM DISLEXIA COMO INSTRUMENTO DE AUXILIO AO PROFESSOR FERRAZ E ; CRENITTE PAP INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU – USP Introdução: Os estudos a respeito dos distúrbios de aprendizagem tem se tornado foco de atenção de pesquisas nacionais e internacionais, não apenas relacionados ao diagnóstico clínico, como também aos aspectos relevantes de intervenções, que são imprescindíveis para que indivíduos com alterações na leitura, escrita e/ou raciocínio lógico-matemático tenham a oportunidade de inserção escolar e social. Dislexia é um desses distúrbios de aprendizagem, sendo um transtorno específico no aprendizado da leitura, caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples, mostrando uma insuficiência no processo fonológico, não esperada para sua idade cronológica, apesar de instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e sem distúrbios cognitivos. Assim, a criança com dislexia encontrará dificuldade, principalmente na escola, onde a mesma permanece boa parte de seu tempo. A frustração dentro desse ambiente torna-se, a cada dia, mais evidente. O professor encontra dificuldades em lidar com essas crianças, devendo buscar estratégias facilitadoras da aquisição e desenvolvimento da leitura. Assim, são primordiais programas que visam à intervenção e ao bem-estar das crianças, não somente na área clínica, como também na educacional. O uso de atividades terapêuticas de treino das habilidades fonológicas leva a uma melhora quanto à análise fonológica da linguagem escrita, interferindo diretamente na habilidade de leitura e compreensão, que são essenciais para o bom rendimento acadêmico. Desenvolver programas que potencializem as habilidades das crianças com dislexia dentro da escola é um desafio para o nosso sistema de ensino, que privilegia somente aquele que sabe ler e escrever nos parâmetros convencionais. Isso gera, na criança disléxica, sentimento de fracasso diante das adversidades e, como conseqüência são discriminados como “preguiçosos”, “bagunceiros”, “apáticos” e tantas outras classificações desmerecidas, por desconhecimento da família, escola e sociedade. A relevância do tema abrange não somente aspectos lingüísticos, como também sociais, educacionais, morais e éticos. Objetivo: Avaliar o quanto as habilidades necessárias para um adequado rendimento escolar sofrem interferência pelo uso de programa de intervenção fonoaudiológica em escolares com dislexia, auxiliando o trabalho dos professores. Metodologia: Foram estudadas 20 crianças de ambos os sexos, com diagnóstico de dislexia do desenvolvimento, com idade de 8 a 14 anos, estudantes de escolas públicas e particulares do ensino fundamental. A amostra foi dividida em grupo I (GI), composto por 10 escolares submetidos ao programa, e grupo II (GII - controle), composto por 10 escolares não submetidos à remediação. No processo de avaliação pré e pós intervenção, das habilidades necessárias ao rendimento escolar foram utilizados os seguintes instrumentos: Avaliação Fonológica da Criança, para obtenção de amostra dos processos fonológicos alterados na fala dos escolares; Prova de Consciência Fonológica - CONFIAS, para verificação da capacidade para identificar e manipular os sons da língua; Teste de Nomeação Automática Rápida, para verificar o tempo de resposta do acesso ao léxico mental; Prova de Leitura e Escrita de palavras reais e inventadas, para obter uma amostra do nível de dificuldades encontradas nesses sujeitos, quanto a erros ortográficos e gramaticais; Escrita temática, para verificar a capacidade de produção textual; Prova de Memória de trabalho, para analisar a capacidade de reter e manipular informações fonológicas de pseudopalavras. Após, foi aplicado o programa de remediação fonológica, de leitura e escrita, realizado em três etapas distintas, com 24 sessões cumulativas, sendo cada etapa realizada duas vezes por semana, com duração de 30 a 45 minutos cada. Foram trabalhados, por meio de atividades lúdicas, processos de: Discriminação auditiva, Adição e subtração de fonemas e sílabas, Manipulação silábica e fonêmica, Rima, Aliteração, Identificação de letras e fonemas, Nomeação rápida de letras/dígitos, Discriminação visual, Leitura silenciosa e oral de histórias, Ditado de silabas, palavras Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP reais e pseudo-palavras, frases e textos, Contagem e recontagem escrita de histórias. Resultados: A análise dos resultados revela que houve diferença no desempenho pós intervenção terapêutica dos participantes do GI nas habilidades avaliadas, mesmo em curto prazo, principalmente quanto a Consciência Fonológica e Nomeação Automática Rápida (acesso ao léxico mental), enquanto o GII manteve o mesmo nível de dificuldades. Tais habilidades favorecem o desenvolvimento da alfabetização, assim como o desenvolvimento destas habilidades tem inter-relação com a aprendizagem, o que pode ser comprovado pela melhora nas provas de escrita, leitura e redação. O trabalho com estas habilidades irá auxiliar o professor em suas tarefas na escola. Conclusão: As habilidades necessárias ao bom rendimento escolar sofreram alterações positivas pós intervenção terapêutica. Portanto, o programa de remediação fonológica utilizado beneficia o desempenho escolar de crianças com dislexia do desenvolvimento, favorecido pelo uso do processamento fonológico da informação e gerando melhora, não apenas quantitativa, mas principalmente qualitativa nestes escolares. Assim, o trabalho conjunto de fonoaudiólogo e professor é essencial, para que as crianças com dislexia tenham um bom rendimento acadêmico. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP PROMOÇÃO DE SAÚDE VOCAL E DO DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA ATRAVÉS DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS RIBEIRO VL; CASTRO MM. INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE GUARULHOS Introdução: O fonoaudiólogo busca estratégias voltadas a promover a organização da narrativa oral e escrita, bem como de aperfeiçoar o uso da voz falada como instrumento de aprimoramento da comunicação. Para que haja a conscientização dos fatores prejudiciais e dos cuidados necessários para a manutenção da saúde vocal fazem-se necessárias ações educativas com escolares. As ações educativas contribuem para que a criança conheça seu próprio corpo, a etiologia das doenças e como evitá-las possibilitando a prevenção da doença. A contação de histórias é um antigo costume popular, resgatado como recurso para o desenvolvimento da linguagem oral, a partir da expressividade da voz e da fala. Objetivo: Analisar a contribuição da contação de história na promoção da saúde vocal, na organização da narrativa escrita coletiva e a receptividade do trabalho multiprofissional entre fonoaudiólogo e educador. A contação de histórias é um recurso lúdico que torna o ato de aprender bem mais interativo, instigante e estimulante, propiciando um aprender pleno de significado e envolvimento. Metodologia: O trabalho foi realizado em uma Escola Municipal de Francisco Morato – SP e estava vinculado à Campanha da Voz 2011. Alunos do 1º ao 5º ano assistiram a uma apresentação teatral da história do Galo Garnizé sobre o abuso e o cuidado vocal. Inicialmente foi representada por alunas do 5º ano e depois todos os alunos se reuniram no refeitório escolar para assistirem a uma gravação de aproximadamente dez minutos da mesma história. Após as apresentações, os alunos receberam maçãs e gibis sem texto com a história do galo Garnizé e retornaram às suas classes para iniciarem os registros escrevendo o que lembravam e o que entenderam da história, contando com o auxílio da professora da classe na organização das idéias, produzindo apenas um texto por turma totalizando 12 produções. Para todos os textos, analisaram-se aspectos como colocação de título, número de personagens mencionado, tempo verbal utilizado, extensão média da frase, descrição do problema e solução da história, produção com início, meio e fim e coerência ao tema. Resultados: Os resultados mostraram que a escrita em equipe facilita o resgate de idéias e aprimora a comunicação entre as crianças e professores, pois promove envolvimento, interatividade e estímulo para ambas as partes. As produções mostraram que nem todas as turmas lembraram ou acharam importante a inserção de títulos, porém todas as turmas repassaram para o papel a idéia principal da história, que se relacionava com o uso abusivo da voz e o registro foi coerente e estruturado pela maioria das turmas. As professoras também se mostraram muito receptivas à contribuição da Fonoaudiologia no auxílio ao uso da palavra de maneira intencional, clara e expressiva, possibilitando o repasse aos alunos de conteúdos importantes através da contação. O interesse por parte das educadoras incluíram a sugestão de outros temas tais como bullyng e reciclagem, que poderiam ser apresentados aos alunos através da representação teatral realizada pelos próprios alunos. Conclusão: A estratégia de contação mostrou-se um simples e rico instrumento para utilização no ambiente escolar, permitindo a promoção da saúde vocal, o desenvolvimento da linguagem oral, escrita e o trabalho em equipe. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP O DESENHO COMO INSTRUMENTO DE MOTIVAÇÃO PARA O APRENDIZADO DA LEITURA E ESCRITA Carvalho, LRL PSF-UNASP Introdução: Além de contribuir para o desenvolvimento da linguagem oral, o desenho é concebido como um estágio preliminar no desenvolvimento da escrita. Quando a linguagem oral já está relativamente consolidada, a criança, em geral, começa a utilizar também o desenho como forma de representação. Linguagem verbal e desenho estão ligados de maneiras múltiplas, reveladas nos estágios de desenvolvimento do grafismo infantil. Ao desenhar, a criança está imersa no universo simbólico e, assim como na escrita, pode manifestar graficamente seus desejos e pensamentos de forma legítima. É comum entre professores e pais ouvir-se a queixa de falta de interesse das crianças e adolescentes pelos estudos e pela leitura, no entanto torna-se necessária uma minuciosa investigação das estratégias de ensino utilizadas pelas escolas a fim de avaliar o que pode ser feito para auxiliar os alunos nos processos de alfabetização e aprendizado. Objetivo: Com a proposta de incentivar o interesse pela leitura e desenvolver as habilidades de escrita de alunos do ensino fundamental das redes pública e particular do município de São Paulo, a fim de ampliar seus conhecimentos e melhorar seu aproveitamento escolar, idealizou-se o projeto da construção de uma oficina para motivar o aprendizado da leitura e da escrita de crianças e adolescentes a partir do desenho, visando estimular a participação destes alunos em atividades que despertassem sua curiosidade e capacidade criativa. Metodologia: Participaram do estudo 32 escolares com idades entre seis e 13 anos, os quais frequentavam os grupos da unidade coordenados pela fonoaudióloga do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família). A freqüência dos grupos era semanal e sua composição variou de acordo com as idades e estágios de desenvolvimento da escrita das crianças e adolescentes participantes da pesquisa. Em todos os grupos foram realizadas atividades envolvendo desenho, como forma de estimular a produção escrita dos participantes. Dentre as atividades propostas estavam a confecção de gibis, cartas, poesias, acrósticos, jogos interativos (forca, mímica, soletração) e um concurso de frases e desenhos. O estudo teve duração de 10 meses. Resultados: O estudo demonstrou que a utilização de atividades significativas e motivadoras, que mobilizam a criatividade das crianças e adolescentes, contribuiu para a constituição de um ambiente propício à aprendizagem. A atividade gráfica propiciou diversos momentos de cooperação mútua entre os participantes da pesquisa. O grafismo foi também um evento desencadeador de narrativas, estimulando a produção de textos e ampliação do vocabulário dos sujeitos. Houve melhora do aproveitamento escolar de 80% dos alunos, evidenciando a eficácia da utilização do desenho como recurso terapêutico facilitador do aprendizado da leitura e da escrita. Conclusão: Por intermédio do desenho, as crianças e adolescentes analisados desenvolveram as habilidades de atenção, memória, autonomia e socialização, despertando a curiosidade e imaginação de maneira prazerosa, como participantes ativos de seu processo de aprendizagem. O desenho impulsionou e desenvolveu a aquisição e busca por novos conhecimentos, permitindo aos sujeitos aperfeiçoar as capacidades de raciocínio e inferência. Cabe ao fonoaudiólogo, portanto, fornecer oportunidades para os pacientes transcreverem no papel suas impressões sobre o mundo que os rodeia, seus sentimentos, emoções e experiências, a fim de preparálos para que se apropriem do sistema de escrita de forma adequada. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP CONHECIMENTO DOS PROFESSORES EM RELAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES DE LINGUAGEM NA FASE ESCOLAR PARRERA LRO; SANTOS TLA; CASTRO MM; INSTITUIÇÃO: Universidade de Guarulhos Introdução: As crianças com alterações do desenvolvimento da linguagem oral são consideradas de risco para apresentarem alterações na aquisição e desenvolvimento da linguagem escrita. O professor do ensino fundamental tem papel essencial na detecção de crianças que apresentem alguma dificuldade nesse processo. Dada a relevância que as escolas, como espaço social, apresentam para o desenvolvimento global das crianças, por proporcionarem grandes estímulos, torna-se importante a atuação fonoaudiológica, privilegiando não apenas o conhecimento básico de patologias, mas ações de prevenção e promoção da saúde, auxiliando o planejamento pedagógico, principalmente no que se refere à linguagem oral e aos aspectos cognitivos, compartilhando conhecimento sobre o desenvolvimento de linguagem com os professores, orientando sobre temas a serem incorporados no planejamento, bem como atividades a serem realizadas em sala de aula que promovam o desenvolvimento da linguagem, percepção auditiva, consciência fonológica, associação fonema-grafema, elaboração de histórias.Objetivo: Investigar as informações que os professores do ensino fundamental possuem em relação à fonoaudiologia na escola e verificar o seu conhecimento em relação às alterações de linguagem na fase escolar, bem como sobre temas ligados à área de linguagem. Método: Foi aplicado um questionário, contendo 27 questões objetivas em uma amostra com 23 professores que lecionam para o ensino fundamental, sendo 06 de uma escola particular e 17 da rede municipal de ensino de São Paulo. Resultado: Observou-se que apenas 13% dos professores tiveram contato com fonoaudiólogos na escola, sendo esses os professores da escola particular. Notou-se também que a visão dos professores com relação à atuação fonoaudiologica na escola, ainda é detectar e encaminhar os alunos com dificuldades. Na amostra apenas 37% citaram a prevenção, e 78% nunca ouviram falar sobre consciência fonológica. Referente às alterações de linguagem, os professores conseguem perceber que existe uma alteração, seja de comportamento, de linguagem oral e ou escrita. As três condutas mais adotadas por eles sejam da escola particular ou municipal foram: encaminhar o aluno para coordenadoria pedagógica 23,75%, informar aos pais 22,34% e tentar auxiliar o aluno em sala de aula 21,27%. Observou-se também que frequentemente que os professores embora detectem que os alunos apresentam trocas na fala de base fonológica como traço de sonoridade, simplificação de encontro consonantal e posteriorização para velar, assim como trocas ortográficas devido a representação múltiplas dos sons; não referem o encaminhamento ao fonoaudiólogo. Conclusão: Este estudo evidenciou que não há atuação fonoaudiológica nas duas escolas estudadas, tanto particular como pública. Evidenciou também o pouco conhecimento dos professores sobre o desenvolvimento da linguagem e a atuação fonoaudiológica que ainda se mostra muito tímida no aspecto educacional. Este estudo permitiu confirmar a necessidade de ações fonoaudiológicas na escola para prevenção e promoção da saúde. A prevenção pode ser obtida com atividades pedagógicas que estimulem a linguagem, seja ela, oral, corporal, escrita e de leitura, evitando ou minimizando o fracasso escolar. bem como a parceria entre fonoaudiólogos e professores auxiliando a prática docente dos professores através de programas de capacitação sobre: o desenvolvimento da linguagem oral e escrita; quais crianças devem ser encaminhadas para acompanhamento; o que é a consciência fonológica e como pode ser estimulada; qual a relação entre linguagem e escrita; a contribuição de atividades lingüísticas como a contação de história; rodas de conversa entre outras que precisam ser urgentemente intensificas visando minimizar o impacto das alterações de linguagem oral sobre a aquisição e o desenvolvimento da linguagem escrita. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP A PARTICIPAÇÃO DO PAI JUNTO AO BINÔMIO MÃE/BEBÊ EM GRUPO DE APOIO À AMAMENTAÇÃO E A INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE ALEITAMENTO MATERNO Fonseca G.C.; Silva A.M. INSTITUIÇÃO: PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA – SECRETARIA DE SAÚDE Introdução: A prática da Amamentação aumenta a sobrevivência infantil e a qualidade de vida do bebê e da mãe, o que a torna, segundo o Instituto de Saúde (CIP/SES-SP), uma prioridade mundial e que no Brasil tem sido uma política de saúde priorizada desde 1981. Os aspectos sócio-econômicos e culturais têm exercido forte influencia sobre o aleitamento materno, que embora seja um ato natural, não é instintivo, uma vez que as puérperas necessitam de apoio e ensinamentos para amamentar de forma prazerosa evitando, assim, o desmame precoce. Diversos estudos comprovam que a participação paterna é importante desde os primeiros meses de gestação. A presença e o apoio paterno parecem ser decisivos no sucesso da amamentação, podendo inclusive prolongá-la. Objetivo: a finalidade deste estudo foi avaliar a influência paterna na extensão do período de amamentação, em participantes de um grupo de apoio ao aleitamento materno. Metodologia: Estudo de caráter exploratório, descritivo de natureza quantitativa, através do qual procuramos relacionar a extensão da amamentação com a presença do pai no projeto “Mamãe Nenê”. Projeto este desenvolvido no município de Americana-SP por uma equipe multiprofissional que visa encorajar a amamentação através de atendimento ambulatorial às puérperas referenciadas, principalmente, pelo Hospital Municipal da Cidade. Esse projeto de promoção e prevenção em saúde, intitulado “Mama Nenê” teve inicio no dia 20 de agosto de 2009 e até julho de 2011 foram agendados 2200 binômios mães - bebês na alta hospitalar, dos quais cerca de 70% compareceram ao programa. A amostra estudada foi constituída por todas as mães que participaram desse projeto de incentivo à amamentação no mês de janeiro de 2011 e residiam no município de Americana totalizando em uma população de 67 mães. A coleta de dados foi realizada entre os meses de janeiro/2011 e julho/2011. Os binômios foram acompanhados através de ligações telefônicas, a cada mês, para saber se permaneciam em Aleitamento Materno Exclusivo (AME) ou não e se tinham algum problema. Tal abordagem apresentou algumas dificuldades, como por exemplo, número de telefone inexistente, incorreto e chamada não atendida o que culminou com a redução da amostra estudada para 50 nutrizes ao final da pesquisa. Resultados: As puérperas, em sua maioria (75%), compareceram ao projeto acompanhadas, sendo a figura do pai presente em apenas 39%. No mês de janeiro de 2011 houve uma participação semelhante: 74% das mães estavam acompanhadas, sendo que o pai representou 34% desta população. O índice de desmame, durante os primeiros meses de vida, entre as nutrizes estudadas foi em torno de 26%. Porem observou-se que este índice de desmame era menor entre as mães que compareceram acompanhadas pelo pai ao grupo (12%) comparado as demais mães (33%), desacompanhadas ou acompanhadas por outro familiar. O índice de AME, no quinto mês de busca telefônica (aproximadamente 6º mês de vida do bebê) foi de apenas 24% muito aquém do almejado pela OMS. Das 17 nutrizes acompanhadas pelos pais dos bebês (88%) e das 33 acompanhadas por outros familiares ou desacompanhadas (67%) referiram a permanência da amamentação no sexto mês de vida. Conclusão: Neste estudo, observou-se que o envolvimento do pai, e não somente da mãe, em uma estratégia de incentivo e promoção ao aleitamento materno pode de fato garantir uma influencia positiva no processo de amamentação, promovendo taxas mais favoráveis tanto de aleitamento materno exclusivo quanto complementado. Concluiu-se, portanto, que o pai exerce influência positiva na amamentação, beneficiando a sua continuidade. Cabe, assim, a toda rede de apoio, incentivar ações que valorizem o pai como elemento ativo no aleitamento materno. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Área de inscrição do trabalho: Média e Alta Complexidade CARACTERIZAÇÃO DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM SISTEMA DE ALTA COMPLEXIDADE JOSÉ MR; FENIMAN,MR; MONDELLI, MFCG. INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU/USP Introdução: Desde a implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, observa-se gradual aumento do número serviços credenciados pelo SUS, o que sugere a necessidade de estudos que caracterizem a população atendida, com a finalidade de proporcionar aprimoramentos referentes ao estabelecimento de algumas diretrizes e ao funcionamento dos serviços. Com relação a cobertura dos serviços de saúde auditiva, estudo realizado sobre o levantamento quantitativo dos procedimentos relacionados à adaptação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI) incluídos na tabela do Sistema Único de Saúde, demonstrou desigualdades no território nacional, no qual as regiões Norte e Centro-Oeste foram apontadas como defasadas em relação as demais regiões do país. Medidas de informação a população e aos profissionais da área da saúde, bem como, a aprovação de legislação que garanta o acesso do deficiente auditivo ao acompanhamento para diagnóstico e intervenção precoces, apresentam-se como medidas necessárias. Estes aspectos foram contemplados pelo Ministério da Saúde (MS) na publicação das Portarias GM nº 2.073, de 28 de setembro de 2004 e 587, de 07 de outubro de 2004. A Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP, está credenciada à Portaria GM/MS nº 2073 de setembro de 2004, que institui a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão, e consequentemente oferece conhecimento relacionado ao deficiente auditivo e a forma de reabilitação do mesmo. A Clinica de Fonoaudiologia da FOB/USP está cadastrada no sistema de Alta Complexidade e oferece serviços de atenção à Saúde Auditiva, os quais são submetidos à regulação, fiscalização, controle e avaliação do gestor estadual e municipal, conforme as atribuições estabelecidas nas respectivas condições de gestão. Os atendimentos à população se iniciaram no mês de agosto de 2003, e até o período avaliado, prestou atendimento à aproximadamente 1640 pacientes da cidade de Bauru e região, sendo que semanalmente novos pacientes são encaminhados pela Divisão Regional de Saúde (DRS). São prestados serviços como encaminhamento ao Otorrinolaringologista, diagnóstico, seleção e adaptação do AASI assim como a reabilitação auditiva. Objetivo: caracterizar o perfil dos pacientes atendidos no sistema de alta complexidade da Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP. Metodologia: a pesquisa foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da FOB/USP, sob o parecer no. 051/2009. A população selecionada foi composta por sujeitos deficientes auditivos regularmente matriculados na Clinica de Fonoaudiologia da FOB/USP no período de agosto de 2003 a agosto de 2009. De um total de 1640 pacientes atendidos nesse período, foi realizado um cálculo amostral, no qual foram sorteados aleatoriamente 10% desses sujeitos para compor a amostra. Para obtenção dos dados foi realizada análise do prontuário de 185 sujeitos, dos quais foram extraídas informações referentes ao gênero, idade, classificação socioeconômica, procedência, tipo, grau e etiologia da perda auditiva e tipo da tecnologia do AASI adaptado. Resultados: Em relação a origem, 97% dos pacientes pertenciam ao estado de São Paulo, e desses, 36% residiam na cidade de Bauru. Na classificação socioeconômica, foi encontrado que 61% pertenciam a classe baixa superior, 21% à média inferior, 14% à baixa inferior, 3% à média e 1% à média superior. Quando verificado o gênero, 54% da amostra pertenciam ao sexo masculino e 46% ao feminino, no qual observamos que 48% da população do estudo é composta por idosos. Quanto ao comprometimento das orelhas, 82% possuíam perda auditiva bilateral e 18% unilateralmente. O tipo de perda encontrado foi: 78% possuíam perda sensorioneural, 20% mista e 2% condutiva. O grau da perda auditiva demonstrou que 45% possuíam perda auditiva de grau moderado, 27% severo, 17% leve e 11% Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP profundo. Todos os pacientes utilizam o aparelho de amplificação sonora individual, e quanto a tecnologia verificamos que 73% fazem uso da tecnologia digital, 15% híbrida e 12% analógica. Na questão relacionada ao tipo do AASI, 71% usam retroauriculares, 16% intra-canais, 10% micro-canais e 3% intraauriculares. Dentre os 185 prontuários analisados apenas quatro apresentaram laudo diagnóstico, sendo verificado que dois eram de presbiacusia, um otosclerose e um traumatismo cranioencefálico. Conclusão: O tipo mais frequente de perda auditiva foi sensorioneural, de grau moderado, bilateralmente. Os pacientes atendidos são predominantemente do estado de São Paulo e a perfil socioeconômico mais observado foi baixo superior. Em nossa amostra verificamos que 48% dos pacientes atendidos em nosso serviço são idosos, e mesmo com a melhora da tecnologia utilizada na adaptação do AASI, ainda há dificuldade em outros níveis do processo de atendimento ao deficiente auditivo, como a classificação da etiologia da perda auditiva. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP TECNOLOGIA X SATISFAÇÃO: APARELHOS AUDITIVOS ADAPTADOS PELO SUS FIDÊNCIO, VLD; MONDELLI, MFCG. INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU – USP Introdução: Durante muitos anos a deficiência auditiva foi considerada uma doença incapacitante. Entretanto, nos últimos tempos, muito tem sido feito para amenizar esse estigma e proporcionar a melhora da qualidade de vida dos indivíduos deficientes auditivos. Assim, com esse objetivo, podemos indicar a utilização dos aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), cuja função primária é proporcionar a amplificação do som. Para efeito de portaria, os AASI devem ser classificados segundo tecnologia das características e recursos eletroacústicos. Basicamente o diferencial na classificação está na forma de como o sinal acústico é processado. Nesta classificação, os AASI são divididos em três categorias: A, B e C. Na classe A, os AASI programáveis ou não, o sinal é processado de forma linear, ou seja, o ganho é constante para todos os sinais de entrada. Na classe B, os AASI são digitais, podem ser programáveis ou não, com sinal sonoro processado considerando sua faixa de freqüência de atuação como um todo e utilizam o sistema de compressão tipo WDRC. Na classe C, os AASI são digitais programáveis, o sinal é processado por regiões de freqüências, chamadas de multicanais. Esta condição favorece a amplificação em ambientes ruidosos, pois permite variação do ganho em função do nível do sinal de entrada – aparelhos auditivos não-lineares. O programa define o quantitativo considerando a tecnologia dos AASI. Na Classe C, por terem circuitos mais específicos, devem ser prescritos para 15% dos casos, 35% dos casos na Classe B, e a maioria (50%) na Classe A. Em usuários com idade acima de 15 anos devem ser aplicado questionários ou protocolos que avaliem o grau de satisfação do paciente. A satisfação do usuário de AASI é um aspecto importante para avaliarmos o sucesso da adaptação. Ela é afetada pelo benefício percebido, mas também envolve as expectativas do usuário, os custos monetários, psicológicos, os problemas encontrados ao longo do processo de reabilitação e as dificuldades de comunicação que ainda permanecem mesmo com o uso da amplificação. A exemplo, existe o questionário de auto-avaliação para aparelho auditivo – IOI-HA – International Outcome Inventory for Hearing Aids, que tem o objetivo de documentar o ponto de vista do paciente relacionado à evolução do uso diário do aparelho auditivo, considerando não só o grau de satisfação, mas também as limitações de atividades básicas, restrição de participação, impacto nos outros e qualidade de vida. A medida da satisfação com o uso do aparelho de amplificação sonora individual na vida diária também tem sido estudada por meio do questionário Satisfaction With Amplification in Daily Life – SADL. Objetivo: Verificar o benefício obtido e a satisfação dos usuários com a utilização dos aparelhos de amplificação sonora individuais das categorias A, B e C adaptados por uma instituição credenciada pelo Sistema Único de Saúde. Metodologia: Foram avaliados 44 pacientes com idade superior a 18 anos de ambos os gêneros, adaptados com aparelho de amplificação sonora individual e que apresentaram compreensão e limiar auditivo que propiciaram a aplicação dos questionários SADL e IOI-HA. Resultados: Os usuários encontram-se satisfeitos com o seu AASI, visto que apresentaram pontuações nas categorias do questionário SADL que representam um nível de satisfação maior que o encontrado na normatização estabelecida pelos autores do instrumento. Analisando o questionário IOI-HA, verifica-se também um alto índice de satisfação dos usuários. Observaram-se índices de satisfação semelhantes entre o uso da tecnologia tipo A e da tecnologia tipo B. Quanto à tecnologia do tipo C, a mesma não entrou nas estatísticas deste estudo devido ao pequeno número da amostra encontrado. Conclusão: Observou-se que, de modo geral, os usuários encontram-se satisfeitos com seu AASI, mesmo os que fazem uso da tecnologia mais simples. Verificou-se também que os usuários não associam o uso do aparelho auditivo a uma imagem negativa. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP IMPORTANCIA DA ESTIMULAÇÃO DAS HABILIDADES DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ARAÚJO, DMF; REIS, KAR; NOVAIS, LAS; DIAS, SFL; BERNARDO, VM; CASTRO, MM; MALERBI, FF; INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE GUARULHOS-UNG Introdução: Há tempos, profissionais da área da saúde vêem pesquisando sobre a importância da estimulação da Consciência Fonológica (CF) em crianças pré-escolares, propondo que se realizem atividades que visam a promoção da consciência fonológica, a fim de facilitar a compreensão da relação entre a linguagem oral e escrita e a conseqüente aquisição da última (MALUF e BARRERA, 1997). Consciência fonológica refere-se à consciência de que a fala pode ser segmentada e a habilidade de manipular tais segmentos; desenvolve-se gradualmente na medida em que a criança se torna consciente de frases, palavras, sílabas e fonemas como unidades identificáveis. A prova da consciência fonológica permite investigar a habilidade de lidar com a natureza segmentada da fala e investiga as habilidades de rima, aliteração, consciência de palavras, consciência silábica e consciência fonêmica. Habilidades que estão relacionadas à apropriação da linguagem escrita. Os estudos têm evidenciado o comprometimento das habilidades de consciência fonológica nas alterações de linguagem oral e escrita. Objetivo: Avaliar a evolução de crianças com alteração de linguagem infantil nas habilidades de CF pós intervenção fonoaudiológica. Metodologia: Participaram deste estudo 17 crianças de 4:0 a 8:11 anos que procuraram a Clínica escola de Fonoaudiologia da UnG e foram diagnosticadas com Transtorno Fonológico. A consciência fonológica foi avaliada através de teste de referência contendo as seguintes habilidades: Síntese silábica (SintSil), síntese fonêmica (SintFon), rima, segmentação fonêmica (SegmFon), exclusão fonêmica (ExclFon) e transposição fonêmica (TranspFon). Após três meses de intervenção semanal individual da percepção auditiva, organização lingüística, produção oral e consciência fonológica foram reavaliadas Resultados: Houve predomínio do gênero masculino (15) em relação ao feminino (02) na procura pelo atendimento fonoaudiológico em linguagem. Na prova de consciência fonológica a média geral na AVALIAÇÃO para as habilidades do melhor para o pior desempenho: SintSil (4,59); SegmFon (3,24); rima (2,06); SintFon (2,06); ExclFon (1,53); e TranspFon (0,76). Analisando do melhor para o pior desempenho segundo o gênero, as crianças do gênero masculino apresentaram em cada habilidade a média de: SintSil (4,53); SegmFon (3,0); rima(2,2); SintFon (1,87); ExclFon (1,67) e TranspFon (0,87); e no gênero feminino: SintSil (5,0); SegmFon (5,0); SintFon (3,5); rima(1,0); ExclFon (0,5) e TranspFon (0). Na análise da avaliação por idade, observou-se que as crianças menores, entre 4 e 5 anos, apresentam para cada habilidade a média de: SintSil (4,29); SegmFon (2,43); rima(1,71); ExclFon (1,57); SintFon (1,14); e TranspFon (0,29). As crianças maiores, entre 6 e 8 anos, apresentaram na avaliação para cada habilidade a média de: SintSil (4,8); SegmFon (3,8); SintFon (2,7); rima(2,3); ExclFon (1,5) e TranspFon (1,1).Na reavaliação também houve predomínio do gênero masculino (15) em relação ao feminino (01). Na prova de consciência fonológica a média geral para as habilidades do melhor para o pior desempenho: SintSil (4,81); SegmFon (3,13); rima (3,13); ExclFon (2,50); SintFon (2,31); e TranspFon (1,88). As médias para as habilidades quanto ao gênero do melhor para o pior desempenho foram: Gênero Masculino: SintSil (4,80); SegmFon (3,33); rima (3,27); ExclFon (2,67); SintFon (2,47); e TranspFon (2,0) e no gênero feminino: SintSil (5,0); rima (1,0); SegmFon (0); ExclFon (0); SintFon (0); e TranspFon (0).Na reavaliação por idade, observou-se que as crianças menores, entre 4 e 5 anos, apresentam para cada habilidade a média de: SintSil (4,86); rima(2,86); SegmFon (2,57); ExclFon (2,57); SintFon (2,0); e TranspFon (1,86). As crianças maiores, entre 6 e 8 anos, apresentaram na avaliação para cada habilidade a média de: SintSil (4,78); SegmFon (3,56); rima(3,33); SintFon (2,56); ExclFon (2,44) e TranspFon (1,89). Pela análise dos resultados, o desempenho na prova de consciência fonológica evidenciou o melhor desempenho das crianças na tarefa de síntese silábica e o pior na tarefa de transposição fonêmica independente do gênero e da idade. As habilidades de consciência fonológica que envolve habilidades silábicas são mais simples que as habilidades fonêmicas, que requerem análise minuciosa das menores unidades do sistema fonológico, os fonemas. Comparando-se os dados de avaliação com a reavaliação quanto ao gênero e a idade observou-se melhora em todas as habilidades; fato que indica que a estimulação destas habilidades é de fundamental importância e influenciam na maturação e desempenho das crianças. Dentre as estratégias para estimulação, em grupo, de crianças Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP pré-escolares temos, entre outras: estimulação da habilidade de consciência de sílabas (jogo de tabuleiro em que há um percurso a ser completado, sendo que as crianças escolhem cartas com desenhos de figuras e avançam no percurso o número de casas correspondente ao número de sílabas do nome da figura); estimulação da habilidade de detecção fonêmica (jogo de dominó com figuras, em que devem ser unidas as figuras que começam com o mesmo som) (CAPOVILLA & CAPOVILLA, 2000). Ao final de cada atividade faz-se necessário discutir com as crianças o que foi feito e levá-las a refletir sobre as sílabas, os fonemas ou a habilidade estimulada. Atividades a serem desenvolvidas pelo próprio fonoaudiólogo em programas de estimulação escolar ou através da orientação aos professores. Conclusão: Tais resultados indicam que as habilidades de consciência fonológica recebem influência da maturação. O desempenho insatisfatório nas habilidades de consciência fonológica confirma o comprometimento do processamento fonológico no transtorno fonológico, tanto em nível silábico quanto fonêmico. A melhora de todas as habilidades confirma a eficácia da estimulação das habilidades e a importância de incluí-las nas ações de prevenção e promoção da linguagem oral e escrita, trabalho este que pode ser realizado na própria atenção básica através, por exemplo, dos grupos de estimulação de linguagem ou mesmo de orientações a pais e professores. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PARCERIA SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE E UNIVERSIDADE: CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS ARAUJO, DCLR.; GOUVEIA, AEJ. INSTITUIÇÃO: CENTRO DE HABILITAÇÃO INFANTIL “PRINCESA VICTORIA” Introdução: O Centro de Habilitação Infantil “Princesa Victoria” é uma unidade de saúde da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro-SP. Tem como objetivo atender crianças e adolescentes, portadores de deficiência física e sensorial, na faixa etária de 0 a 18 anos, residentes em Rio Claro e região, visando sua habilitação e oferecendo oportunidade de se desenvolverem dentro das suas capacidades e limitações, proporcionando melhor inclusão social. A equipe de trabalho deste serviço é formada por assistente social, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, pedagogas, psicólogas, terapeuta ocupacional, educadora física, dentista, neurologista, fisiatra, oftalmologista, ortopedista, e equipe de apoio. Dentre os diversos trabalhos desenvolvidos neste serviço, há o programa de bebês de risco que tem por objetivo avaliar e acompanhar através de uma equipe multidisciplinar, o desenvolvimento dos bebês visando a prevenção de deficiências físicas e sensoriais, detectar precocemente possíveis sequelas, orientar pais e/ou responsáveis quanto às etapas do desenvolvimento e, se necessário, encaminhar o bebê para o programa de estimulação precoce. Durante o ano de 2009 foi levantado através de estudo em prontuários que em média 33% das mães haviam desmamado seus bebês antes dos 3 meses. Então, passamos a questionar sobre as possíveis causas deste desmame precoce e pensar em como diminuir este índice, visto que “o desmame precoce é um importante problema de saúde pública em todo o mundo” (Santana et al, 2008). Vimos a necessidade de aprofundarmos o conhecimento a respeito de aleitamento materno para documentarmos os achados, descrevê-los de modo científico, e buscar subsídios que nos auxiliasse na melhoria dos índices de prevalência da amamentação em nosso trabalho com os bebês. Assim, procuramos o PROAMA – Projeto Amamentar que é um grupo de extensão a comunidade vinculado a Unesp de Rio Claro, tendo o objetivo de estudar e promover ações comunitárias de incentivo ao aleitamento materno. Teve inicio a nossa participação neste grupo em fevereiro de 2009 e passamos a ter papel importante para a construção de conhecimento e mover ações de mudanças no nosso município em favor do aleitamento materno, em especial dentro do trabalho com os bebês de risco. Essas ações foram concretizadas na forma de um projeto de pesquisa iniciado em 2011 com aprovação pelo Comitê de Ética da Unesp - Rio Claro. Além desse trabalho de pesquisa nossa atuação se fez presente durante a Semana do Aleitamento Materno comemorado anualmente na primeira semana de agosto através de publicação de textos em jornais locais, internet, bem como entrevista em rádio local e TV, sobre a importância do aleitamento materno e prevenção da saúde fonoaudiológica. Outra forma de atuação e que contribui para a construção do conhecimento na área foi a participação em atividades científicas, como: simpósios, congressos e palestras. Para integrar os diversos segmentos envolvidos com o aleitamento materno no Município foi dado inicio a Rede Social Amamenta Rio Claro, como o objetivo primeiro de promover o aleitamento materno e apoiar a arrecadação de leite humano para o Banco de Leite da cidade. Essa iniciativa trouxe conhecimento específico sobre aleitamento materno para a equipe multidisciplinar do Programa de Acompanhamento ao Bebê de Risco e melhorou as orientações para o público atendido. Sabe-se que há muito a realizar no trabalho fonoaudiológico no município de Rio Claro, e conforme o relato de Santana et al, 2008 “o trabalho fonoaudiológico requer capacidade de percepção das alterações fonoaudiológicas que acometem a população em geral e há que evoluir no conhecimento mais detalhado de questões ligadas aos fatores de risco para tais alterações, além dos efeitos destes para o sujeito.”. Para que o trabalho se desenvolva de maneira eficaz tem-se como meta as parcerias de trabalho e apoio dos órgãos públicos. Em conclusão, a parceria entre as instituições Secretaria Municipal de Saúde e Universidade tem promovido conhecimento técnico-científico através da elaboração efetiva em ações que visam soluções e conduz a adotar medidas preventivas, prestando um atendimento de qualidade à população. Objetivo: levantar a importância de parcerias Universidade, SUS, e comunidade para promoção da saúde pública; relatar e divulgar o trabalho fonoaudiológico do Centro de Habilitação infantil “Princesa Victoria” na promoção do aleitamento materno; apresentar e divulgar o trabalho desenvolvido pelo Proama – Projeto Amamentar / Unesp – Rio Claro. Método: Levantamento de atividades desenvolvidas pelas Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP fonoaudiólogas através de registro institucional da atuação fonoaudiológica de 2009 a 2011 na promoção do aleitamento materno no Município de Rio Claro - SP. Resultados: Durante o ano de 2009 foi observado pelas fonoaudiólogas que havia importante índice de bebês que tinham sido desmamado precocemente, na população atendida no Programa de Acompanhamento ao Bebê de Risco do Centro de Habilitação Infantil “Princesa Victoria”. Foi buscar ajuda científica para estudar e descrever tal incidência. Ocorreu a procura pelo Proama – Projeto Amamentar vinculado a Unesp – Rio Claro, como grupo de Extensão à Comunidade. Em 2010, ocorreu a participação no IX ENAM – Encontro Nacional de Aleitamento Materno, em Santos com publicação da pesquisa em pôster sobre “Evidências de desmame precoce em bebês de risco”. Ocorreu a apresentação do tema “Aleitamento Materno: prática que favorece a fala” em relato de experiências no XVII Simpósio Rio-clarense de Educação “Ética Diversidade: Construindo Homens e Mulheres de Valor na Escola.” e teve inicio a elaboração do Projeto de pesquisa. Em 2011 iniciamos a Rede Social Amamenta Rio Claro, com diversos seguimentos da sociedade de Rio Claro, reuniões mensais ocorrem com o objetivo de promover conhecimento sobre o tema Aleitamento materno. Participação na organização da Semana Municipal de Aleitamento Materno. E está em andamento a pesquisa sobre desmame precoce na população do Programa Bebê de Risco. Conclusão: a parceria entre as instituições Secretaria Municipal de Saúde e Universidade tem promovido conhecimento técnico-científico através da elaboração efetiva em ações que visam soluções e conduz a adotar medidas preventivas, prestando um atendimento de qualidade à população. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Atividades dos Grupos de Trabalhos Os grupos foram compostos de forma a contemplar discussões nas seguintes áreas: Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Educação e Saúde, Gestão e Saúde Mental. Tendo em vista que o interesse dos participantes para composição dos grupos não foi igualitário, dois deles responsabilizaram-se pela discussão de duas áreas. A partir dos relatórios produzidos pelos grupos, a comissão organizadora apresenta o produto das discussões. Grupo “Atenção Básica” e “Gestão” Moderadora : Profa. Dra. Maria Aparecida Miranda de Paula Machado Relatora: Graziella Batista Dallaqua Número de participantes: 29 Questões norteadoras e respectivos registros: Atenção Básica 1 – Quais os procedimentos realizados pelo fonoaudiólogo na Atenção Básica não contemplados pelo Ministério da Saúde? Os participantes discutiram a ausência de indicadores para atenção básica e de códigos que contemplem o registro das ações no NASF (discussão de caso, reunião de equipe, etc). Alguns profissionais até apontaram a existência de códigos para registro dos procedimentos no nível municipal, mas não no nível nacional (Ministério da Saúde). Sugestão: elaboração de relatórios para justificar a ausência de códigos para registro dos procedimentos, a serem encaminhados às Secretarias de Saúde, por meio dos profissionais e ao Ministério da Saúde, por meio dos órgãos representativos da Fonoaudiologia.. Também foi apontada a dificuldade para articulação da rede (intersetorial, interações, interníveis). Por fim, foi destacada a importância de apresentar aos gestores resultados da atuação fonoaudiológica, através de números. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP 2- Como realizar o perfil da demanda atendida para planejar ações para inserir os profissionais nos diferentes níveis? Através do registro para levantar a demanda e demonstrar a importância da inserção do fonoaudiólogo nos diversos setores, além do planejamento de formas para tornar visíveis os dados coletados nos diversos serviços. Os participantes levantaram a importância da publicação de material pelo Ministério da Saúde para orientar o gerenciamento das ações do fonoaudiólogo, objetivando uniformizar tal ação nos diversos municípios. Por fim, foi destacado que, na Atenção Básica deve-se priorizar o que é prevalente no território; no entanto, normalmente, a Fonoaudiologia oferta serviços sem planejar, sem mapear, em desacordo com tal princípio. Questões norteadoras e respectivos registros: Gestão 1- Quais ações que o fonoaudiólogo deve exercer em cada nível de Atenção? As seguintes ações foram elencadas pelos participantes: Terapia em grupo ou individual; Consulta com profissional especializado; Grupo de promoção da saúde (atividades educativas e de orientação); Oficinas; Educação Permanente; Acollhimento; Campanhas; Articulações intersetoriais; Articulação com a rede; Participação em reuniões; Triagens; Avaliações (média e alta complexidade); Na alta complexidade: atendimentos hospitalares, disfagia, saúde auditiva, entre outros. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP 2- Como fortalecer a integralidade? Foi destacado que o próprio sistema de rede é importante para a integralidade e que há diferentes realidades quanto ao número de profissionais de Fonoaudiologia inseridos na rede SUS. Foram apresentados os seguintes exemplos como forma de articulação em um serviço: a) em um dado município, para garantir que todos os RNs sejam atendidos por um fonoaudiólogo, criou-se um sistema que para o agendamento da consulta pediátrica é obrigatória consulta com o fonoaudiólogo uma semana antes. b) realização de grupo de mães antes ou depois da consulta com o ginecologista. Por fim, foram trocadas experiências sobre como pensar a linha do cuidado de pacientes neurológicos em fase escolar. Grupo “Educação e Saúde” Moderadora : Fga. Gessyka Gomes Marcandal Relatora: Fga. Ms. Ariadnes Nobrega de Oliveira Número de participantes: 17 Questões norteadoras e respectivos registros: 1- Quais as ações que o Fonoaudiólogo deve executar com os profissionais da Educação? As seguintes ações foram elencadas pelo grupo: Participar das reuniões de planejamento pedagógico (projeto político pedagógico); Realizar palestras de orientação (Educação em Saúde) sobre voz, audição, desenvolvimento da criança para os professores, pais e alunos; Participar dos horários de extra-classe (HTPC), reuniões de conselho de classe e atividades festivas na escola; Promover articulação entre pais e educadores. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP 2 - Como fortalecer a integração entre fonoaudiólogos lotados nas Secretarias de Saúde e Educação? Através da promoção de estratégias de comunicação entre todos os profissionais do município; Através da utilização de protocolo de triagem único em todas as escolas, para posterior encaminhamento, também com modelo único; Realização de reuniões mensais entre todos os fonoaudiólogos do município, para trocas de experiências e discussão de casos; Desenvolvimento de um projeto comum, com definição de papéis a partir de análise dos dados e reunião pré-determinadas; Promover ações visando a melhoria da qualidade de vida do indivíduo, independente das mesmas serem realizadas pelo fonoaudiólogo da Saúde ou Educação; Através do fortalecimento da classe fonoaudiológica, evitando-se a dicotomia Saúde x Educação. Grupo: “Média e Alta Complexidade” e “Saúde Mental” Moderadora : Fga. Elaine Herrero Relatora: Fga. Ms. Katia de Cássia Botasso Número de participantes: 24 Questões norteadoras e respectivos registros: Média e Alta Complexidade 1- Como construir as redes de cuidado e os fluxos de referência e contra referência nos municípios? As seguintes sugestões foram apresentadas pelo grupo: Através do conhecimento dos recursos disponíveis na comunidade; Através das discussões de equipe multiprofissional, com enfoque interdisciplinar e intersetorial, nos diferentes níveis de atenção; Através da realização de reuniões entre a equipe de Fonoaudiologia e demais profissionais de saúde do município visando estabelecer co-responsabilidade entre os Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP mesmos, independente dos níveis de atenção, da rede de cuidado e dos fluxos de referência e contra referência. 2- Como monitorar os indicadores da TANU? Criando-se banco de dados; Utilizando-se os sistemas de informações – SINASC; Realizando-se a busca ativa, através da rede básica de saúde. Questões norteadoras e respectivos registros: Saúde Mental 1- Como sensibilizar o fonoaudiólogo para participar em instâncias de controle social relacionados à saúde mental? Através da inserção do tema de “saúde mental” durante a formação do fonoaudiólogo; Estimulando-se a inscrição de trabalhos na área de saúde mental em congressos; Promovendo-se Encontros Regionais, com apoio do CRFa., para capacitar os profissionais para o exercício do controle social. 2- Quais as ações ou contribuições do fonoaudiólogo nos serviços de saúde mental? O grupo apontou que as contribuições do fonoaudiólogo nos serviços de saúde mental ocorrem por meio dos trabalhos realizados em equipe interdisciplinar. As seguintes ações foram elencadas como possíveis de serem realizadas em tais serviços: Terapia fonoaudiológica, com enfoque na comunicação; Trabalho intersetorial; Co- terapia; Participação nas reuniões com os demais profissionais da equipe de saúde mental, profissionais de saúde/educação e com os usuários, com o objetivo de conversar sobre o trabalho da Fonoaudiologia na saúde mental; Publicação de experiências em saúde mental; Exercício do olhar para além da clínica; Triagem realizada na alta complexidade, para encaminhamentos/necessidades dos usuários; Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br direcionar os CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO SP Promoção de Encontros Regionais, com apoio do Conselho, para capacitar o profissional sobre saúde mental; Registro dos dados do serviço para ciência dos gestores. Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região/SP Rua Tanabi, 64 – Água Branca – São Paulo/SP – CEP 05002-010 11 3873-3788 – [email protected] – www.fonosp.org.br
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