Diagnóstico 3
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Plano de Ação – Paracatu Cultural Diagnóstico A análise dos contextos interno e externo ao campo da cultura em Paracatu, foi realizada com base nos pontos positivos e negativos destacados em dinâmica de diagnóstico participativo, desenvolvida em maio de 2013, por um grupo de trabalho composto por representantes representantes do setor público, da sociedade civil organizada e de empresas atuantes no município. Primeiramente, é importante ressaltar a existência do Plano Paracatu 2030, que, que em 2010, agregou diversos setores da cidade no esforço conjunto de reflexão e proposição de ações visando o desenvolvimento sustentável da cidade, cidade com o estabelecimento de e metas de curto, médio e longo prazos. O documento merece esse destaque, pois subsidia o presente trabalho - que já parte de uma um ampla discussão acerca dos contextos histórico, político, econômico e social da cidade -,, disponibilizando um material rico para ser utilizado como base de sustentação do Plano de Ação específico para a cultura de Paracatu. Assim, o fato da cultura ter sido contemplada no referido documento como área estratégica e central para o desenvolvimento socioeconômico do município, município e merecedora de e diagnóstico e ações específicas (o que, inclusive, deu origem e estímulo à essa iniciativa capitaneada pelo SEBRAE Noroeste), Noroeste foi destacado como um ponto positivo de peso nesse exercício de diagnóstico participativo. participativo Relativamente ao ambiente interno à cultura cultura de Paracatu, foram destacados pontos positivos afetos à organização e à institucionalização da cultura em âmbito municipal. Nesse quesito a cidade conta, em sua estrutura administrativa, com uma secretaria destinada exclusivamente à temática da cultura, além de uma Casa de Cultura e de um Conselho Municipal de Patrimônio. Com relação à gestão do patrimônio, o município mantém um arquivo público municipal, no qual preserva e disponibiliza importante acervo documental que remonta à sua origem, um Museu Histórico, His e, ainda em processo de implantação, estão mais duas instituições museológicas: o Museu de Arte Sacra e o Museu do Ouro. Outro espaço de difusão cultural, que mereceu destaque do grupo, foi a existência exist do cine teatro, apto para exibições audiovisuais e para apresentações cênicas. Os destaques do grupo para a riqueza patrimonial da cidade se impõem durante todo o processo de reflexão, constituindo-se se em temática presente na maioria dos debates empreendidos. empreendidos. O que, certamente, não se dá por acaso. A cidade mantém ém um importante conjunto arquitetônico, constituinte do Núcleo Histórico de Paracatu, composto por casario de características particulares, que remontam uma época de reconhecida efervescência cultural da cidade, na ocasião alcunhada de “Atenas Mineira”, além além de dois exemplares da arquitetura religiosa, erigidas no século XVIII. 1 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540 Tais atributos renderam à cidade seu tombamento, em 2010, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), como patrimônio patrimôni cultural brasileiro, e sua incorporação ão como cidade membro à Associação das Cidades Históricas. A importância de Paracatu para a região, sob aspectos sociais, culturais e econômicos, é histórica. A identificação da localidade como referência regional, inicia-se, inicia se, oficialmente, a partir da descoberta, des por bandeirantes, das minas de ouro do Vale do Paracatu, considerada pela historiografia como a última grande descoberta aurífera das Minas Gerais, em meados do século XVIII. Com a elevação do arraial à Vila de Paracatu do Príncipe, em 1798, e, especialmente, pecialmente, da vila à cidade, em 1840, quando Paracatu tornou-se tornou capital da Comarca de Paracatu, sua influência se vê fortalecida, extrapolando os limites da atual região do noroeste mineiro, e atinge localidades das atuais regiões do Triângulo Mineiro e Norte de Minas. Portanto, o legado histórico de Paracatu, se traduz, nos dias de hoje, em aspectos potentes para a vitalidade da cultura do município e, por conseguinte, para o fomento à atividade turística de natureza cultural. Inclusive, Paracatu é hoje cidade sede do Circuito Turístico Noroeste das Gerais, definido pela Secretaria de Estado do Turismo. A diversidade da cultura em Paracatu está expressa em manifestações artísticas e culturais, tradicionais e contemporâneas, com uma relevante produção em variadas áreas artísticas, como a música, as artes visuais e a literatura, abrigando, inclusive, a sede da Academia de Letras do Noroeste de Minas Gerais, e com significativa presença de bens patrimoniais de naturezas material e imaterial. No campo do patrimônio rimônio imaterial, a cidade é possuidora de bens cabíveis em diversas categorias definidas pelo IPHAN como passíveis de registro, a saber: Saberes (conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; Celebrações (rituais e festas que marcam a vivência coletiva da comunidade); e Lugares (espaços espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas). Destacam-se se as comunidades quilombolas Família dos Amaros, Machadinho, São Domingos, Cercado e Pontal. Todas elas foram certificadas, entre os anos de 2004 e 2005, pela Fundação Palmares, instituição vinculada culada ao Ministério da Cultura que tem entre suas atribuições legais: formalizar a existência das comunidades afro-brasileiras que mantém mant suas tradições; assessorá-las las juridicamente; juridicamente e desenvolver projetos, programas e políticas públicas, públicas tendo como objeto a sua promoção, preservação e acesso à cidadania. Uma das remanescentes tradições quilombolas que se expressa ainda com vigor é a Caretada, manifestação tipicamente afro-brasileira, brasileira, na qual qu apenas homens participam, raramente encontrada em outras partes do País. As recentes ações de valorização e revitalização dessa expressão cultural empreendidas pelo município são ressaltadas como ponto positivo. Relativamente aos Saberes, a rica e peculiar pec culinária típica pica de Paracatu, merece realce por guardar conhecimentos e modos de fazer que atravessam gerações, tornando-se tornando se diferencial e referência para moradores e visitantes da cidade. 2 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540 Juntamente com a culinária, o artesanato e as brincadeiras tradicionais tradicionais foram contemplados com a edição de catálogos, resultantes de pesquisas realizadas com o patrocínio da Kinross. Além disso, a produção artesanal local vem obtendo ganhos com a implantação da Casa do Artesão, espaço de comercialização localizado no o Núcleo Histórico, que também atua na viabilização de projetos para a área. Os benefícios potenciais do legado histórico de cidade bicentenária, irradiadora de fortes forte e reconhecidas tradições, não param por ai, de acordo com a avaliação do grupo. As raízes de sua colonização, fortemente associadas tanto à atividade mineradora, quanto à agropecuária, se mantém influentes de maneira intensa,, não apenas na economia, mas também na sociedade e na cultura Paracatuense. A atividade agropecuária da cidade, em cuja dinâmica dinâmica se amalgamam tradição e modernidade, com a manutenção de indústrias tradicionais e, por outro lado, com a utilização de tecnologias de ponta, dá origem a produtos destacados no mercado de laticínios, como manteiga e variados tipos de queijo, além da d peculiar cachaça de rapadura. Mereceu ampla discussão e destaque entre o grupo esse tópico que, se de início apresentava-se se como polêmico pela suposta possibilidade de limitar a distinção da cidade, pelos observadores externos, a apenas esses atributos alimentícios, alimentícios, depois, expostos todos os argumentos, foi unanimemente reconhecido como uma fortaleza a ser potencializada, como meio de divulgação da diversidade sociocultural da cidade. Quanto à outra principal atividade econômica de Paracatu, a mineração, especialmente do ouro, reconheceu-se se a sua importância histórica e cultural para a cidade e, portanto, suas potencialidades como temática privilegiada para ações culturais, especialmente àquelas trabalhadas no sentido de tornarem-se tornarem atrativos turísticos. Outro utro ponto positivo ressaltado refere-se se à existência de um calendário anual de eventos, onde estão inclusos os principais eventos de tradição do município, capazes de atrair visitantes para a cidade. No entanto, esse ponto configura-se se também como uma fragilidade, fragilidade, na medida em que não há o seu cumprimento sistemático e necessário para a organização da produção local e para o seu reconhecimento como rota turística, ocorrendo, por vezes, alteração de datas ou cancelamento de um ou outro evento. Coube ressaltar,, com ênfase, a participação efetiva e contínua de organizações da sociedade civil, entidades do terceiro setor, como, apenas a título de exemplo, do o Movimento Cultural, atuante há vários anos a favor da cultura do município, ou do SESC, que, cada vez mais, intensifica suas ações na área, com destaque para o curso de orquestra de câmara a ser imediatamente implantado. Ainda no âmbito das potencialidades, apresentam-se apresentam se como oportunidades à cultura de Paracatu, alguns pontos de destaque, que serão expostos a seguir. O processo historicamente recente, porém vigoroso, de organização e institucionalização da cultura verificado no Brasil, com a formulação e implementação de políticas e programas públicos de fomento e 3 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540 financiamento à cultura, nos âmbitos federal e estadual, apresenta-se se como oportunidade a ser explorada pelos gestores públicos e privados da cidade. Também no campo do turismo, há, cada vez mais no Brasil, alternativas de fomento oportunizadas por políticas e programas públicos, a exemplo da criação dos circuitos turísticos, objetos de apoio e de divulgação por parte do setor público, entre os quais está o Circuito Turístico do Noroeste Mineiro, cuja cidade sede é Paracatu. No segmento do patrimônio, a cidade conta com um escritório de representação regional do IPHAN, o que, indubitavelmente, é elemento facilitador das ações de preservação dos bens patrimoniais, e, ainda, com a existência de linhas de financiamento e de incentivo para a área na esfera federal do governo. Ressalta-se aqui, aquelas destinadas inadas especificamente aos proprietários de imóveis tombados, cuja manutenção sobremaneira dispendiosa, é, em Paracatu, um grande empecilho à preservação do patrimônio edificado. Relativamente à iniciativa privada, a cultura de Paracatu pode se valer da presença presença de importantes empresas em seu território. Além de representar ganhos sociais relativos à empregabilidade da população, ao aumento da receita municipal e de investimentos sociais, no que tange especificamente à cultura, essas empresas vêm contribuindo do de maneira efetiva com o financiamento a projetos, por meio das legislações de incentivo à cultura. Para fim de exemplificação, pode-se pode se citar, além das publicações dos catálogos já mencionados, o estudo em curso para o mapeamento da cadeia produtiva da cultura local, empreendido pela maior empresa mineradora atuante no município. A existência da Associação dos Municípios do Noroeste Mineiro, cuja sede é também Paracatu, consiste em uma oportunidade apontada, por fatores diversos, como a possibilidade do estabelecimento de consórcios e parcerias entre municípios e de atração e otimização de recursos favoráveis à cultura local. É notório o fato de que, em um movimento crescente, a cidade recebe mais e mais estudantes de toda a região para ingressar em suas instituições de ensino superior, como a Faculdade do Noroeste de Minas, o Tecsoma, a Faculdade Atenas, Unimontes (campus Paracatu) e, mais recentemente, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (campus Paracatu). É certo afirmar, portanto, que Paracatu é hoje h um polo educacional, com cerca de 32 cursos de nível superior, entre outros de nível técnico. O que se configura em oportunidade para o campo da cultura, seja em termos de viabilização de programas de formação para a área, de ampliação de público, ou mesmo esmo de afluxo de investimentos. Sob o ponto de vista das estratégias de divulgação da cultura local, Paracatu conta com a “fidelidade” e o orgulho dos os Paracatuenses Ausentes, que não perdem a oportunidade ou se esquivam a difundir suas belezas, especialidades ades e cultura. Incluem-se Incluem se aqui os Paracatuenses “ilustres”, destacados nacionalmente em suas áreas de atuação, vivos ou mortos, que contribuem para a divulgação da boa imagem da cidade. 4 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540 A localização geográfica da cidade apresenta certa positividade, considerando considerando-se as vantagens proporcionadas pela proximidade da capital federal, que em muitos aspectos sugerem oportunidades, especialmente no que se refere à potencialização do turismo, e pela facilidade de acesso, por encontrar-se encontrar às margens da BR 040, que liga Brasília ao Rio de Janeiro, atravessando o estado de Minas Gerais. Fechando os pontos positivos discutidos, que, como veremos na sequência, desvelam, em grande parte deles, fragilidades, à rara exceção deste, cuja potência não tem medida, está o acolhimento, acolh a hospitalidade, nem seria exagero dizer, a amorosidade do povo de Paracatu, que faz com que o visitante, sem distinção, se sinta imediatamente “em casa”. Adentraremos ntraremos os aspectos negativos com aqueles referentes à estruturação, à organização e à institucionalização da cultura. Se, por um lado, o município prima por contar com secretaria de cultura e conselho de patrimônio, por outro, ele ainda ressente a inexistência existência de itens elementares para o seu acesso às oportunidades oferecidas por políticas e programas programas públicos, como o Sistema Nacional de Cultura. Transformado recentemente em lei federal, o Sistema Nacional de Cultura tem entre seus requisitos básicos à inclusão dos municípios, a constituição de um Sistema Municipal de Cultura, que deve ser necessariamente essariamente composto, além do órgão específico da cultura (no caso de Paracatu a secretaria), por conselho de política cultural, conferência de cultura, plano de cultura e sistema de financiamento à cultura, com existência obrigatória de um fundo. Nesse sentido, destacou-se se como fragilidade, a inexistência na cidade de conselho de política de cultura, de um fundo público de financiamento à cultura, de plano municipal de cultura e, por conseguinte, de uma política de cultura bem definida, com base em ações ações estruturantes e contínuas. Acerca da ausência de política para a cultura do município, ressaltou-se ressaltou o caráter áter prioritário priorit de uma específica que contemplasse ações destinadas à população dos bairros da periferia da cidade, a partir da constatação da limitação e da centralização das ações ora promovidas, que não atendem às demandas e são realizadas no centro da cidade. Ou seja, foi destacada a necessidade de democratização emocratização da cultura (do acesso à fruição e à produção de bens culturais). culturais Outro fator apontado foi a descontinuidade das ações culturais públicas, públicas, em grande medida, associada à ausência de uma política pública de cultura. cultura Um dos pontos considerados como dificultador à implementação de políticas culturais e ao planejamento de suas ações, é a ausência de estudos, pesquisas e mapeamentos da cultura, em variadas áreas e especificidades, sem os quais não se pode conhecer a realidade que se impõem e, consequentemente, intervir incisiva e positivamente nela. Foi apontada pelo grupo de trabalho a insuficiência, ou até mesmo a inexistência, de ações voltadas ao apoio e fomento à produção artística, visto que os grupos presentes na cena cultural local, não recebem incentivos necessários à sua permanência. Por outro lado, há a condição generalizada de informalidade de 5 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540 grupos artísticos e culturais,, que dificulta (ou impede) a concorrência em editais e programas públicos e privados. Não há, por parte do poder público, ações de estímulo ao empreendedorismo cultural. E somada a esse ponto, a ausência de ações permanentes de mobilização e conscientização ção para a necessidade de formação do profissional da cultura, ambas contribuem para a permanência do setor em um patamar de desvantagem frente ao cada vez mais complexo mercado cultural. Agrava esse quadro a precária oferta de qualificação profissional para para atuação na área da cultura, sejam de cursos de nível superior, ou até mesmo de cursos livres. Como consequência, consequência há poucos agentes culturais, e quando há, sejam eles produtores de eventos, gestores, ou mesmo professores para disciplinas artísticas, são pouco qualificados.. Estima-se Estima se que grande parte dessa demanda poderia ser satisfeita com um maior envolvimento e ações desenvolvidas junto ao setor educacional/universitário. Com relação ao patrimônio, há algumas lacunas importantes importantes que impedem a otimização dessa dess notória potencialidade da cidade. Raras e insuficientes ações de educação patrimonial são promovidas, com vistas à valorização e à conservação dos bens patrimoniais, e o que prevalecem são ações constantes de desvalorização, desrespeito e depredação desses bens, cuja incidência é agravada pela falta de fiscalização. Muitas edificações patrimonializadas do Núcleo Histórico não têm sequer escrituras, o que inviabiliza a utilização de linhas de financiamento para obras de restauração. restauração. Também sobre a preservação do Núcleo Histórico, pesa sa o fato de não haver normatização e disciplina de tráfego em seus limites, prejudicando sua fruição pelos moradores e visitantes, além do risco do comprometimento das estruturas construtivas. A interrupção do projeto de sinalização dos bens culturais, o qual se avalia de fundamental importância, comprometeu o processo de ressignificação desses bens e a sua valorização, seja como patrimônio reconhecido e legitimado pela população, seja como atrativos turísticos. O município carece também de ações de preservação e salvaguarda, além de investimentos, no campo do patrimônio imaterial e natural. Outro problema que se constitui no quadro de fragilidades, fundamenta-se fundamenta se na desvalorização, ou desconhecimento, das potencialidades da cultura e do turismo da cidade pela própria população, fruto, frut talvez, de um trabalho pouco eficaz de divulgação e de difusão desses valores. Completando o quadro insatisfatório apresentado pelo grupo de trabalho,, há a constatação da insuficiência de espaços físicos aptos a abrigar manifestações e eventos de grande grande porte. No âmbito das ameaças, alguns aspectos presentes no ambiente externo, que impactam negativamente o setor cultural mereceram destaque. A começar pela possível perda do título de Patrimônio Histórico Nacional, ameaçado em função das fragilidades relativas relativas à preservação, a depredação e à desvalorização do seu patrimônio histórico edificado. 6 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540 Decorrente também da ausência de um amplo leque de ações efetivas e continuadas de divulgação, valorização e fortalecimento da cultura local, há uma realidade em que que visitantes e população flutuante promovem, com frequência, a descaracterização da cultura própria da cidade. A fragilidade da interface com a educação, área altamente fortalecida nos últimos anos, configuraconfigura se também como uma ameaça, ao passo que as instituições instituições de ensino atuantes no município não apresentam, até o momento, um envolvimento incisivo, incisiv contínuo e participativo com a temática cultural. Outras questões relacionadas a políticas públicas, ou a ausência delas, tangenciam e podem prejudicar o desenvolvimento envolvimento do campo da cultura em Paracatu. São sentidas, especialmente, a insuficiência e a ineficácia daquelas relativas à segurança pública, à saúde, às drogas e ao trânsito, cujas demandas por ações preventivas e reguladoras são crescentes em uma cidade cidade como Paracatu, que vem ao longo dos últimos anos atraindo mais e mais pessoas para trabalho e estudos. Mas, também, a ausência de uma política fundiária urbana e rural é sentida e considerada altamente prejudicial ao patrimônio, tanto imaterial, com as frequentes ocupações e restrições de terras das comunidades quilombolas, quanto material, com a ocupação desordenada da cidade e o risco de descaracterização de seu Núcleo Histórico. A localização da cidade, às margens da rodovia, se por um lado facilita o acesso de visitantes e proporciona visibilidade à ela,, apresenta-se apresenta também como uma ameaça, ao passo que inclui Paracatu em rotas de tráfico de naturezas diversas, contribuindo com o substantivo aumento da criminalidade em geral, que, infelizmente, já é uma realidade na cidade. Diante do quadro geral acima exposto, pode-se pode se concluir que, dada a consistência das suas potencialidades culturais, Paracatu dispõe de elementos suficientes para, se bem trabalhados, reverter os aspectos negativos que se apresentam. Sua riqueza e sua diversidade dade cultural e natural, somadas à sua importância histórica e ao reconhecimento de seu papel de polo regional, propiciam um contexto altamente favorável à implementação de iniciativas de valor e peso suficientes para colocar a cultura na centralidade do desenvolvimento esenvolvimento humano, como elemento estruturante para o progresso social e econômico da cidade. Para tanto, é fundamental que a cultura seja tratada como qualquer outra função de estado e, como tal, merecedora de políticas públicas para orientar, direcionar e priorizar priorizar as ações de governo. Em Paracatu, onde já há uma sociedade civil organizada satisfatoriamente mobilizada para acompanhar o processo de mudanças necessárias e importantes representantes da iniciativa privada tomando consciência da necessidade de sua participação participação efetiva como responsável por investimentos, caberá ao poder público, por um lado, a montagem de estruturas institucionais capazes de assegurar a organicidade e a funcionalidade da área e, por outro, a criação e o manejo de ferramentas de planejamento planej para a execução de programas, projetos e ações culturais. E, nesse sentido, há um panorama nacional bastante promissor, em que as demais esferas de governo, especialmente a federal, apresentam o franco compromisso de facilitar e contribuir com os processos ocessos de planejamento e organização da cultura empreendidos no âmbito dos municípios, para o fim 7 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540 da constituição do Sistema Nacional de Cultura, que, por um lado, prevê a interlocução e a articulação entre todos os entes federados e, por outro, a otimização dos d recursos a eles destinados. 8 rua fernandes tourinho, 235, sala 601 bairro funcionários | 30112 000 belo horizonte | mg [email protected] 31 3274 4953 | 31 9956 4540
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