Notícia 1 - Extinção dos dinossauros azeda debate entre os cientistas

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Notícia 1 - Extinção dos dinossauros azeda debate entre os cientistas
Anexo 5- Notícias
Notícia 1 - Extinção dos dinossauros azeda debate entre os cientistas
17.09.2003 - 11:53 Por Teresa Firmino
Gerta Keller, da Universidade de Princeton, nos EUA, analisou sedimentos recolhidos na cratera
Chicxulub e disse ter observado neles microfósseis, que provam que muitas formas de vida
microscópicas sobreviveram centenas de milhares de anos depois da colisão do meteorito. Estes
resultados contrariam a tese de que foi o meteorito que matou os dinossauros e muitos outros seres
vivos.
Outras causas, como vulcões, que atiraram grandes quantidades cinzas para a atmosfera, aquecimento
global da Terra ou mudanças no nível do mar, são apontadas para a extinção dos dinossauros há 65
milhões de anos. Nesta perspectiva, a colisão não terá causado uma catástrofe a nível planetário.
Embora apoiada por muitos hoje, a tese do meteorito está longe de ser uma discussão encerrada e,
inicialmente, não foi aceite com facilidade.
Em 1979, os investigadores Luís e Walter Alvarez propuseram a colisão de um objecto extraterrestre
para explicar a extinção dos dinossauros e de outros seres vivos. Baseavam-se na observação de uma
concentração elevada de irídio (30 vezes superiores ao normal) numa camada de argila encontrada num
vale em Itália, perto da pequena cidade de Gubbio, nos montes Apeninos.
Esse excesso de irídio estava numa camada de argila que tinha por baixo uma camada de rochas datadas
do fim do período Cretácico e, por cima, outra camada que assinalava o início do período Terciário - a
altura a que corresponde a extinção dos dinossauros, e a que os geólogos chamam a fronteira KT. Ou
seja, as iniciais, em inglês, de Cretácico e Terciário. Outro dado curioso é que, nas camadas geológicas
antes da argila, encontraram-se fósseis de muitos animais, mas na camada de argila já não. Teria havido
uma extinção em massa, portanto.
Depois, a anomalia do irídio foi detectada noutros sítios da Terra. Ora, este é um metal raramente
encontrado na superfície da Terra, mas comum nos meteoritos. Mas faltava a prova do crime, a cratera,
que confirmasse a tese do meteorito. Só foi descoberta no início dos anos 90, com base nos resultados
de uma sondagem da empresa petrolífera mexicana Pemex.
Segundo esta visão da morte dos dinossauros, o meteorito, com mais de dez quilómetros de diâmetro,
originou uma catástrofe global. Foram atirados para a atmosfera detritos e rochas vaporizadas, que
cobriram a Terra e a tornaram escura e fria durante meses. Por causa dessas alterações climáticas terse-ão extinto muitas formas de vida, incluindo os dinossauros.
O geólogo Jan Smit, da Universidade Livre de Amesterdão, na Holanda, é um dos defensores da tese do
meteorito. Discorda de Gerta Keller, dizendo que o aquilo a que esta chama fósseis são apenas esferas
de cristal. Numa recente conferência da Sociedade Europeia de Geofísica, da União Americana de
Geofísica e da União Europeia de Geociências, em Nice, França, a audiência ficou espantada pela forma
como ambos discordaram tanto. A discórdia também teve a ver com o acesso aos sedimentos da cratera
de Chicxulub.
Para resolver esta questão científica, há dois anos foi lançado um projecto para recolher sedimentos da
cratera, na esperança de mostrarem se antes e depois do impacto pereceram muitas formas de vida. No
ano passado, recolheram-se as primeiras amostras, que foram confiadas a Jan Smit. Este prometeu
distribui-las pelos vários cientistas do projecto, mas um ano depois muitos continuavam à espera, conta
o jornal britânico "The Observer".
Gerta Keller pressionou Jan Smit, até que conseguiu receber amostras suficientes. "Ele tentou atrasar os
nossos resultados para não ser contestado na conferência", acusou a investigadora. Para Jan Smit, estas
acusações são "ridículas", justificando que os atrasos se deveram ao facto de não ter tido tempo.
Mas a controvérsia científica em tornos de animais que não estão na Terra há muitos milhões de anos
deverá continuar no próximo ano, quando os cientistas do projecto de estudo dos sedimentos da
cratera de Chicxulub publicarem os resultados num número especial da revista "Meteoritics and
Planetary Science".
Extraído de Jornal PÚBLICO http://www.geopor.pt/GPnov/publico/17_09_03.html
Notícia 2 - Cientistas confirmam asteróide como causa da extinção
por FILOMENA NAVES06 Março 2010
Os répteis gigantes não conseguiram sobreviver no mundo tenebroso em que se tornou a Terra após a
grande colisão.
Quando o Nobel da Física de 1968, o norte-americano Luis Walter Alvarez, e o seu filho geólogo Walter
Alvarez propuseram em 1980 que os dinossauros (e com eles mais de metade das espécies do planeta)
se teriam extinguido após a colisão de um meteorito com a Terra, há 65 milhões de anos, a ideia
pareceu um pouco delirante. O meio científico da época encarou-a como uma especulação interessante.
Ontem, 41 cientistas de vários países confirmaram a tese na Science. As provas a favor da colisão de um
asteróide com a Terra para explicar o fim dos dinossauros são esmagadoras.
Em 1980, os Alvarez possuíam indícios fortes, mas nenhuma prova. Pai e filho tinham descoberto níveis
anormalmente elevados de irídio numa camada sedimentar com 65 milhões de anos, correspondente à
época da grande extinção do final do Cretácico, e da transição para o Terciário.
Aquele elemento metálico é muito raro na Terra, mas vulgar em objectos oriundos do espaço, como os
meteoritos. Os Alvarez juntaram dois e dois: e se a extinção em massa ocorrida nessa época tivesse sido
causada por um impacto de um grande objecto vindo do espaço? Isso explicaria as quantidades
anormais de irídio.
O problema é que não existia nenhuma cratera suficientemente grande que correspondesse a um tal
acontecimento. Foram precisos mais onze anos para se encontrar essa enorme cicatriz na superfície do
planeta.
A tese dos Alvarez ganhou novo fôlego quando Alan Hildebrand e Glen Penfield anunciaram em 1991 a
descoberta de uma cratera com 200 quilómetros no Yucatán, no México: a cratera Chicxulub tinha
exactamente 65 milhões de anos e a dimensão certa para ser a peça que faltava.
Não houve, no entanto, unanimidade sobre a teoria do meteorito e alguns cientistas defenderam uma
tese distinta: a de que a grande extinção de há 65 milhões de anos ficou a dever-se a uma série de
erupções vulcânicas ocorridas ao longo de 1,5 milhões de anos na região que é hoje a Índia. Essas
erupções teriam produzido volumes de lava equivalentes a duas vezes o volume do mar Negro e
provocado um arrefecimento da atmosfera e chuvas ácidas em grande escala.
Na avaliação que fizeram de todos os indícios disponíveis sobre a questão, com o objectivo de pôr fim à
controvérsia, os peritos concluíram que não foram as erupções vulcânicas que mataram os dinossauros.
"Os dados observados e os modelos informáticos sugerem que a libertação de gases na atmosfera após
cada erupção teria um efeito pouco durável no planeta e não poderia provocar os estragos suficientes
para causar uma extinção em massa. Já o impacto no Yucatán seria suficiente para isso", escrevem os
autores na Science.
Essa colisão do asteróide com a Terra teria provocado "incêndios em larga escala, sismos de magnitude
superior a 10 na escala de Richter e tsunamis de grande dimensão", afirma a equipa. A projecção de
grandes quantidades de material para a atmosfera terá mergulhado o planeta na escuridão e arrefecido
a atmosfera, matando as espécies que não conseguiram adaptar-se. Entre elas, estavam os dinossauros.
Extraído de Diário de Notícias
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1512136&seccao=Biosfera
Notícia 3 - Extinção por causa de asteróide volta a ser questionada
29 Março 2010
A polémica entre a comunidade científica continua: afinal como é que desapareceram os dinossauros
da face da Terra? Depois de algum consenso sobre a tese que diz que terá sido a queda de um asteróide
que provocou a extinção, voltam a ser revelados dados que contrariam esta teoria.
Com base numa análise da aparência e da distribuição de microfósseis da parede orgânica, tais como
cistos de algas, pólen e esporos de plantas terrestres, o professor Michael Prauss, da Universidade de
Berlim, mostra que as variações significativas e persistentes no ecossistema do Cretácico Superior
começaram muito antes de o impacto do meteorito. As flutuações do nível do mar e da produtividade
das algas marinhas são um dos argumentos da conclusão.
Prauss desafia, assim, a teoria que sustenta que o impacto de um meteorito na península de Yucatán
(México) foi a única causa para uma das maiores extinções em massa na história da Terra, que foi
recentemente reiterada numa publicação da revista Science.
Num artigo publicado na Science Dailly, o paleontólogo explica que o impacto foi apenas um dos
eventos catastróficos que causaram consideráveis perturbações ambientais, provavelmente geradas, em
grande parte, pela actividade intermitente do vulcanismo na região de Deccan, perto da Índia.
Extraído de Diário de Notícias
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1530884