A Universidade em Revista A Universidade em Revista

Transcrição

A Universidade em Revista A Universidade em Revista
A Universidade em Revista
Publicação Semestral da Universidade da Região de Joinville – Univille
Edição V, Ano III – Janeiro de 2006
Páginas centrais
Saúde
Responsabilidade Social
Cultura e Lazer
Endometriose atinge
15% da população
feminina em idade fértil
Escolas reestruturam seu projeto
político pedagógico e investem
em uma educação mais inclusiva
Homens ganham espaço na
cozinha e mostram que são
excelentes mestres-cucas
Pág. 4
Pág. 10
Pág. 20
Foto: Silvio Simon
Universidade investe em programas
de bolsas e apoio financeiro
possibilitando uma educação de
nível superior à sociedade.
Editorial
Universidade
para todos
cenário histórico atual caracteriza-se
como a era do conhecimento.
A quantidade de informação produzida
não encontra paralelo na história da
humanidade; da mesma forma, o acesso a ela
através da rede mundial de computadores.
Se, por um lado, há informação disponível
a qualquer pessoa, por outro, a sua transformação em conhecimento é uma competência
humana que exige uma ação educativa própria,
especialmente se desejarmos uma atitude
ética, solidária e responsável para o exercício de
uma cidadania plena, o que significa, também,
direito ao trabalho.
Todavia no sistema social em que vivemos, o direito
ao trabalho e a uma remuneração digna ainda
é um sonho para muitos brasileiros. A formação
profissional parece ser uma das possibilidades
de inserção no mercado de trabalho.
Nesse sentido, o ensino de nível superior tem
respondido, em parte, a essas expectativas tanto
individuais como coletivas.
O ensino público não consegue atender
à demanda existente e o ensino privado não é uma
alternativa viável para todas as pessoas. Assim, a
resposta do sistema governamental federal,
estadual e municipal, tem sido a disponibilização
de verba para bolsas de estudo através de diferentes
programas como FIES e artigo 170.
A Univille, uma universidade comunitária de
qualidade, comprometida com o desenvolvimento
da região em que está inserida para uma melhoria
na qualidade de vida de seus cidadãos, também
está sensível a essa questão. A busca por verbas
governamentais específicas para nossos acadêmicos
e a criação de Programa como o de Apoio Financeiro
ao Estudante – Proestudante e Prouni Próprio são
algumas alternativas disponíveis para aqueles que
almejam cursar uma graduação e não possuem
recursos financeiros para tal, ou mesmo para quem,
por alguma eventualidade, está com dificuldade
para se manter na universidade.
Sabemos que essas ações ainda não são suficientes
para oferecer um ensino superior de qualidade
acessível aos cidadãos de nossa região, portanto
estaremos buscando novas formas de garantir a
existência da universidade, pois é através dela que,
além do ensino de graduação e de pós-graduação,
a pesquisa e a extensão acontecem como respostas
às demandas sociais regionais.
Prof. Paulo Ivo Koehntopp
Reitor da Univille
Revista Universo Univille – A Universidade em Revista Publicação Semestral da Universidade da Região de Joinville
– Univille – Edição V, Ano III – Janeiro de 2006
• Reitor: professor Paulo Ivo Koehntopp • Comitê de Marketing - Pró-Reitor de Administração: professor Martinho
Exterkoetter • Vice-Reitor: professor Wilmar Anderle • Pró-Reitora de Ensino: professora Ilanil Coelho • Pró-Reitora de Pesquisa e
Pós-Graduação: professora Sandra Aparecida Furlan • Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários: professora Therezinha
Maria Novais de Oliveira • Diretora do Campus de São Bento do Sul: professora Giucélia Lourdes Spitzner • Diretora do Colégio
da Univille: professora Marilene de Fátima Pereira Gerent • Assessor de Marketing e Relacionamento: Silvio Simon • Editora: Cíntia
Fanezze Só (8905 - RS) • Reportagem: Ana Karina Siqueira Dias (1453 - SC) / Cíntia Fanezze Só (8905 - RS) / Silvio Simon (8818 - RS)
/ Sônia Regina de Oliveira Santos (CONRERP RS/SC 2306) • Revisão: Maria da Graça Albino de Oliveira
• Projeto Gráfico: Juliana Floriano • Design Gráfico / Ilustrações: Inventiva • Colaboradores: Denise Taschek, Elcio Ribeiro, Karla
Pfeiffer Moreira e Raphael Schmitz – Escritório de Design • Fotografias: Assessoria de Marketing e Assessoria de Eventos • Impressão:
Gráfica Coan • Tiragem: 10 mil exemplares • Periodicidade: Semestral
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Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
Nesta edição
06 Meio Ambiente
Projeto desenvolvido por acadêmicos possibilita
tratamento e reutilização de reagentes químicos
08 Brasil
Univille firma parcerias com universidades do exterior,
ampliando ações de ensino, pesquisa e extensão
12
Comportamento
Educar os filhos, um ato de amor
○
○
○
○
○
○
○
○
18 Contraponto
Plano Nacional de Educação sugere crianças
mais cedo no ensino fundamental
23 Universidade
Univille promove ações que despertam o
espírito empreendedor dos acadêmicos
Saúde
Endometriose
A doença que atinge aproximadamente 15% da população
feminina ainda é uma desconhecida da sociedade
Cíntia Fanezze Só
la afeta uma em cada dez mulheres em
idade reprodutiva, causa fortes dores e
pode levar a mulher até mesmo à
infertilidade. Seus sintomas são
diversos: cólicas constantes e com maior
intensidade no período menstrual e geralmente
progressiva, dor na relação sexual e desenvolvimento de doenças relacionadas ao trato urinário
e intestinal. Além disso, a paciente pode apresentar
outros sintomas, como dores lombares, cansaço,
prisão de ventre, dor ao evacuar e sangramentos
fora do período menstrual.
Endometriose é o nome da doença que se constitui
no fato de o endométrio estar localizado fora de
seu lugar original, o útero. Endométrio é o tecido
glandular que recobre a cavidade uterina. Nele é
que se implanta o embrião durante a gravidez.
Quando a gravidez não acontece, o endométrio
descama, fazendo, então, com que a mulher fique
menstruada. Quando a paciente apresenta a
doença, o sangue não escoa como em uma
menstruação normal, ou seja, ele se acumula em
pequenos cistos que podem evoluir. A doença pode
também atingir órgãos importantes como o
intestino, a bexiga e o peritônio (membrana que
reveste a parede abdominal). Apesar dos avanços
da medicina e da eficácia em muitos dos
tratamentos para o alívio dos sintomas, pouco
ainda se sabe sobre as causas da endometriose.
Para o médico e professor da Univille Murilo César
Fronza, é importante o profissional descartar
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
outras doenças antes de diagnosticar endometriose.
“No histórico clínico da paciente, exames físicos,
ultrassonografia pélvica, ressonância magnética e,
até mesmo vídeolaparoscopia são fundamentais
para chegarmos a um diagnóstico preciso”, afirma.
É importante lembrar que mulheres que
apresentam cólicas todos os meses durante seu
ciclo menstrual ou encontram dificuldades para
engravidar, devem procurar o seu ginecologista,
pois é ele o profissional que poderá avaliar cada
caso, isso porque sintomas como esses também
podem estar relacionados a outras doenças.
Como tratar
A medicina ainda não encontrou a cura definitiva
para a doença, porém os sintomas podem ser
controlados e diminuídos. Os especialistas buscam
dar qualidade de vida às suas pacientes, como,
por exemplo, aliviar ou reduzir a dor, limitar
o progresso da doença, possibilitar que a
mulher tenha uma vida reprodutiva normal.
Há, também, várias alternativas de tratamento
com analgésicos para a dor, a interrupção da
menstruação com o uso de anticoncepcionais, a
utilização de hormônios e até mesmo cirurgias.
No tratamento cirúrgico, o médico poderá optar
por dois tipos de intervenção: a laparoscopia, que
consiste em um pequeno corte no abdômen da
paciente, introduzindo uma cânula com uma
microcâmera de vídeo na qual é possível visualizar
João Chagas Sobral
todo o aparelho reprodutor feminino e assim
detectar a presença ou não da doença, bem como
permite realizar biópsia, retirada e cauterizações
do endometrioma (cisto cujo conteúdo é formado
do sangue que não escoa da menstruação; sua
aparência lembra chocolate derretido) e a
laparotomia, que consiste na abertura do abdômen
da paciente, como em uma cirurgia convencional.
Endometriose X
Infertilidade
No Brasil, aproximadamente 20% dos casais em
idade fértil não conseguem ter filhos da forma
natural. Isso ocorre por problemas que podem
estar relacionados tanto ao homem quanto à
mulher. A endometriose, com certeza, pode ser uma
das causas dessa infertilidade, porém nem todas as
pacientes que apresentam a doença não poderão
ter filhos. As mulheres com a doença em estágio
avançado podem apresentar obstrução nos ovários,
o que impede que o óvulo se encontre com o
espermatozóide para que haja a fecundação.
Porém, é importante lembrar que a presença de
endometriose nem sempre impede que haja a
gravidez. Para aquelas que conseguem engravidar é
muito positivo, pois durante os noves meses de
gestação, sintomas como cólicas ficam suspensos.
A endometriose não é uma doença maligna, mas
não deve ser menosprezada, pois afeta diretamente
a vida das mulheres. A pouca informação sobre a
doença, a presença de dor e a incerteza de poder
ter filhos é o que mais aflige as pacientes. Os
médicos alertam que é possível conviver com a
doença e controlar seus sintomas, desde que a
paciente busque tratamento adequado a seu caso.
É importante ressaltar que a automedicação e o
desgaste emocional podem fazer evoluir ainda
mais a doença. No Brasil, o Sistema Único de Saúde
já está realizando tratamentos gratuitamente,
pergunte ao seu médico.
Sintomas
Cólicas constantes ou muito
severas durante o período
menstrual, que tem pouco alívio
com uso de medicamento
Dores constantes na região
pélvica (baixo ventre)
Sangramento fora do período
menstrual
Dor no ato sexual
Dor para a realização de exames
ginecológicos, atividades físicas
Dor ao urinar ou presença de
sangue na urina
Dor ao defecar e constante
prisão de ventre
Fadiga inexplicável
Menstruação irregular
Infertilidade
Meio Ambiente
Resíduos dos
laboratórios são
reaproveitados
A Univille, preocupada com o meio ambiente, implanta
projeto de iniciação científica de acadêmicos e professores
possibilitando o gerenciamento de resíduos nos
laboratórios da Universidade
Ana Karina Siqueira Dias
crescente produção de resíduos vindos
de laboratórios de instituições de
ensino e pesquisa é um problema
que vem se agravando a cada ano.
Em função do aumento de aulas experimentais dos
diversos cursos da Universidade da Região de
Joinville - Univille que necessitam utilizar os
laboratórios, o problema também ocorre em
nossa Universidade.
A partir dessa constatação, no ano de 2002, o grupo
de pesquisa RESLAB, sob responsabilidade da
professora Dra. Nilza M. Marcheze, iniciou, por
meio do Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica
- PIBIC, a análise situacional dos resíduos gerados
nos laboratórios da área de Química da Univille,
por meio da quantificação e classificação dos
resíduos em classes como: ácidos-bases, metaispesados, orgânicos e organo-clorados.
Em 2003, na segunda etapa do projeto, definiu-se
um procedimento de tratamento e destinação
final dos resíduos, baseado em uma rotina
que compreende a caracterização, a segregação, o
tratamento e o descarte. A caracterização dos
produtos formados nas aulas experimentais
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
demonstrou a possibilidade de sua reutilização,
após um tratamento simples de recuperação, em
substituição a reagentes virgens em determinados
procedimentos analíticos previamente definidos.
Na terceira etapa do projeto, durante o ano de
2004, foi implementado um trabalho de educação
ambiental para os usuários dos laboratórios,
que são os acadêmicos que participam de aulas
práticas, com o objetivo de conscientizar para a coresponsabilidade pelo resíduo produzido e assim
poder auxiliar o grupo para minimizar a geração,
aprimorar a recuperação e o reaproveitamento,
bem como efetuar o descarte mais adequado para
cada caso.
Segundo o acadêmico de Química Industrial
Fabrício Borges, a Univille, como uma Universidade
pautada pelo respeito ao meio ambiente, se mostra
responsável por uma educação ambiental mais
eficiente e eficaz, pois está formando profissionais
que atuarão num mercado que necessita de
profissionais com conhecimento técnico e ético, até
mesmo porque a indústria busca qualidade em
função das exigências das normas ambientais cada
vez mais rigorosas.
No ano de 2004, dos resíduos gerados na Univille,
43% foram recuperados como insumos sólidos e
13% como insumos líquidos. Uma parcela dos
resíduos gerados é constituída de sais inorgânicos,
cujo procedimento de recuperação está sendo
avaliado para posterior implantação.
Um dos resultados obtidos na pesquisa realizada
pelo acadêmico foi a reutilização de solventes orgânicos, que podem causar mais poluição. Os insumos
obtidos como clorofórmio, n-hexano e dicloro
metano, entre outros, são recuperados através de
procedimentos simples de laboratório e de baixo
custo, resultando, assim, na proteção do ambiente
e diminuição dos gastos de materiais poluidores
necessários em análises de pesquisas e aulas práticas
pela Universidade. Um ponto importante, em fase
de discussão e análise, é a otimização das quantidades de reagentes utilizados nos experimentos,
assim como a substituição por reagentes de menor
impacto ambiental, quando possível. A adoção
dessas premissas contribuirá significativamente para
a redução da geração de rejeitos de laboratório,
facilitando o tratamento e a recuperação.
De acordo com a professora Nilza M. Marcheze, a
Univille, como instituição de ensino e pesquisa
voltada para a educação ambiental, tem obrigação
ética de destinar corretamente os resíduos químicos
gerados nas atividades desses laboratórios.
“No ano passado, conseguimos montar uma teia
de informações com relação à programação de
experimentos realizados nas aulas práticas. Há um
cruzamento de informação, porque o aluno sabe o
que cada professor produz em suas aulas, podendo,
assim, encaminhar o material para reutilização
em outra aula prática do mesmo professor ou de
outros e até mesmo em outros laboratórios da
Universidade”, afirma a professora.
Devido a esses estudos, em 2005 está sendo
estudada a possibilidade de implantação dos
resultados do projeto na disciplina de Química
Geral e Inorgânica do curso de Química
Industrial, que possibilitará desenvolver uma
sensibilização ambiental, através de palestras e aulas,
objetivando uma conscientização sobre o uso
racional e a substituição de reagentes, e, quando
possível, diminuição no consumo de água e
energia, minimizando, assim, a geração de
resíduos químicos.
Brasil
Ano Novo,
você está otimista?
Conversamos com a comunidade acadêmica para
saber a opinião dela sobre sentimento de brasilidade
Silvio Simon
ara a professora Miriam Morales, mestre
em Educação pela Universidade de São
Paulo, e que atua nos cursos de
Administração, Pedagogia e Geografia,
esse sentimento de brasilidade está comprometido.
“As discussões nas CPIs trouxeram à tona a estrutura
viciada da política brasileira”, observa. Segundo
Miriam, nas classes sociais mais baixas, a luta pela
sobrevivência é muito maior que o sentido de amor
à Pátria.
“Com relação à crise, sempre tenho uma visão
otimista, pois vejo que elas trazem saídas para uma
situação melhor. Mas não podemos nos esquecer
de melhorar a educação e a qualificação das
pessoas”, destaca a professora. Para o advogado
Ingo Rusch Alandt, mestre em Relações Econômicas
e Sociais Internacionais, que leciona nos cursos de
Direito, Administração e Gestão da Comunicação e
Eventos, esses altos e baixos pelos quais passam o
país são conseqüência, não das instituições, mas
das pessoas que as dirigem, as administram, as
fazem estar presentes na vida nacional. “Penso que
a maturidade do povo brasileiro fará as mudanças
necessárias ao seu jeito. Uns trabalhando
favoravelmente ao progresso econômico
brasileiro, outros para a restauração
da instituição política, outros ainda
demonstrando a importância de
ser brasileiro”, observa Alandt.
Já o professor Ademir Luiz Clemente, mestre em Engenharia
de Produção, que dá aulas nos
cursos de Administração e
Ciências Econômicas, acredita que
os sólidos fundamentos da economia
brasileira não serão afetados pelo cenário
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
político atual. “A sustentação do governo está na
economia, que ainda parece ser mais forte que a
crise política”, afirma Clemente. Ele argumenta,
ainda, que, que por outro lado, a não apuração
correta dos fatos ocorridos pode abalar a
credibilidade do país, fazendo com que a crise
chegue até a economia.
Daniel Westrupp, colaborador da Universidade
desde 2001, nesse ano se formou em Ciência
Política, e acabou de ingressar no mestrado de
Gestão em Políticas Públicas, sustenta que a crise
política brasileira pode afetar a população de duas
maneiras: uma pelo lado positivo, de que o povo
vai exigir maior qualidade nas próximas eleições, e
outra negativa, que resulta na falta de credibilidade
da classe política, principalmente em nível
parlamentar. “A questão política, da necessidade
de uma reforma, que deve levar a um comportamento político diferente, não afeta a questão
de as pessoas gostarem de viver aqui. Toda vez que
abordamos alguma questão sobre o Brasil, a
tendência é a comparação com outros países de
aspectos negativos como os nossos, com positivos
do outro lado”, afirma Westrupp.
O ponto de vista do universitário Maikon
Jean Duarte, do 3° ano do curso de
História, é de que a relação da crise,
na democracia representativa, não
reflete a busca por um futuro melhor,
mas deveria ser encarada como um
incentivo para a participação de todos.
“O que mais importa é o fato de
buscarmos um processo de transformação social com uma base clara, para
construirmos um Brasil e um mundo melhor”,
finaliza o universitário.
Portas abertas para
o mundo
Quando uma universidade, uma empresa ou um país estabelece
parcerias internacionais, as possibilidades de intercâmbios e
negócios se multiplicam
Silvio Simon
m dezembro de 2005, a Universidade
da Região de Joinville – Univille, pôde
comprovar, na prática, a eficiência dos
relacionamentos firmados com o exterior. “Presenciamos a realização da primeira defesa
de doutorado de uma Universidade italiana fora da
comunidade européia”, relata o professor Paulo Ivo
Koehntopp, reitor dessa Instituição. O reitor se refere
à defesa da tese de doutorado da professora Virginia Grace Barros, um estudo e monitoramento de
processos biogeoquímicos do complexo hidrológico
da Baía da Babitonga, usando a abordagem química
e isotópica.
O doutorado da professora Virginia aconteceu por
meio da parceria entre a Universidade da Região de
Joinville e a Universidade Ca’Foscari, de Veneza, Itália.
“Aprendemos outras técnicas, descobrimos novos
pontos de vista e ampliamos as parcerias existentes”,
comenta a professora. Inserir-se em projetos
internacionais representa para uma instituição, seja
ela pública ou privada, ligada à educação ou aos
negócios, a abertura de portas para o mundo.
A professora Cristala Buschle, assessora de Relações
Nacionais e Internacionais da Univille, considera que
intercâmbios com outras culturas e experiências
geram um forte enriquecimento pessoal e
profissional. “A instituição está inserida em um mundo
cada vez mais globalizado, que exige dos seus
interlocutores uma visão de mundo que faça frente
ao mercado de trabalho, que é bastante competitivo”,
observa. Hoje, a Universidade possui convênios com
17 instituições, espalhadas por países como, por
exemplo, Alemanha, Argentina, Chile, Espanha,
França, Itália e Portugal.
Cristala comenta que, a partir dos convênios e das
parcerias, a Universidade passa a ser reconhecida e
é chamada para participar de pesquisas, muitas
delas realizadas em rede. Esse também é o
pensamento da professora doutora Denise Abati
Kasper Silva, chefe da área de pesquisa.
“O programa institucional Babitonga, que iniciou em
2000, é um bom exemplo dos resultados de uma
atividade conjunta desenvolvida com uma visão de
longo prazo”, explica a pesquisadora, que também
destaca aspectos ligados à transferência de
tecnologia, reposicionamento do modo de estudar
e a aprendizagem de outra língua como resultados
das parcerias internacionais.
Na opinião do professor André Luiz Dias Giraldi, chefe
do departamento do curso de Comércio Exterior, esse
é o tipo de acordo que abre um leque de
oportunidades na própria entidade e no seu campo
de atuação. Recentemente, o professor defendeu a
sua dissertação de mestrado na Universidade
do Minho, em Portugal. “Os intercâmbios
acadêmicos e comerciais valorizam carreiras e produtos, além
de abrir muitas portas”, conclui.
O doutorado da professora Virginia Grace Barros é resultado da parceria da Univille
com a Universidade Ca’Foscari, de Veneza, Itália. A cooperação se deu no âmbito
acadêmico e científico. O orientador da professora Virginia foi o professor doutor
Giovanni Maria Zuppi. Também participaram da banca professores da Univille e das
Universidades de Oxford, de Barcelona e da USP.
Responsabilidade Social
Escolas acolhem
portadores de
necessidades
especiais e provam
que a convivência
com a diversidade
é uma verdadeira
lição de vida
Sem preconceito
Denise Taschek
odo cidadão tem direito à escolarização
básica. E esse direito independe de ele
ter necessidades diferenciadas da maioria
das pessoas, seja por possuir altas
habilidades, precocidade, superdotação, condutas
típicas de síndromes ou quadros psicológicos,
psiquiátricos ou neurológicos ou ser portador de
deficiências físicas, sensoriais ou intelectuais.
Incorporar a diversidade e valorizar a peculiaridade
de cada indivíduo é um tema que vem se
destacando recentemente, e indica uma transformação também no sistema educacional.
O conceito de educação inclusiva objetiva a
construção de escolas abertas a todos, com uma
pedagogia heterogênea, a busca da integração e da
adaptação de pessoas com necessidades especiais e
a participação da comunidade. Implica quebrar
paradigmas existentes, repensar o modelo de escola
atual e delinear novos caminhos.
A proposta, que avança para superar o preconceito
e a segregação, é um desafio dos governos e da
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
sociedade. No Brasil, o Conselho Nacional de
Educação instituiu, em setembro de 2001, a
resolução CNE/CEB nº 2, que estabelece as
diretrizes nacionais para a educação de pessoas que
apresentem necessidades educacionais especiais.
A resolução assegura que todos os alunos devem
ser matriculados, cabendo às escolas organizaremse para atendê-los, oferecendo condições adequadas
para um ensino de qualidade.
Mudar não é simples, mas compensa
A inclusão é um processo cheio de imprevistos,
sem fórmulas prontas e que exige aperfeiçoamento
constante. Na opinião da professora da Univille,
Sônia Serpa, que atua também na Secretaria de
Educação Especial, uma escola somente poderá ser
inclusiva quando estiver organizada para
proporcionar, a cada educando, independentemente de etnia, sexo, idade e deficiência, um
ensino significativo, e saiba reconhecer as suas
potencialidades. Os obstáculos no processo de
inclusão escolar são inúmeros.
É preciso rever conceitos, romper barreiras,
reestruturar a escola e adaptar currículos. Além
disso, há falta de formação para professores e demais
profissionais da área, e de recursos e materiais
adaptados. “O maior desafio está centrado na
dificuldade de aceitação e valorização das diferenças,
da não compreensão de que inclusão é um direito
básico de todo cidadão, portanto, não é algo a ser
conquistado”, enfatiza a professora Sônia.
O processo de inclusão nas escolas de ensino regular está acontecendo gradativamente. Segundo
estimativa da Organização das Nações Unidas
(ONU), existem no mundo 500 milhões de pessoas
deficientes, das quais 80% vivem em países em
desenvolvimento. Dados do Censo 2000 do IBGE
revelam que, aproximadamente, 14,5% da
população brasileira tem algum tipo de deficiência.
As adaptações não são estanques e pré-definidas,
elas vão acontecendo de acordo com as necessidades
de cada educando. No Colégio da Univille, há
alguns casos de inclusão escolar. Um exemplo é
Maria Ângela do Rosário, de apenas 5 anos, com
síndrome de down. Ela sente-se muito à vontade
com a turminha de educação infantil onde estuda.
Para sua mãe, Abigail do Rosário, estudar junto
com crianças ditas “normais” está sendo
uma experiência única e surpreendente. “Ela
desenvolveu-se muito intelectualmente, inclusive
sobressaindo-se às demais crianças. Melhorou
muito seu relacionamento familiar e afetivo”. Mãe
Abigail ressalta que as crianças da turma de Ângela
a aceitaram bem e sem diferenciações de tratamento, o que a fez familiarizar-se com o local de
estudo com bastante facilidade.
Mais do que criar condições para os deficientes,
a inclusão é um desafio que implica mudar a
escola como um todo, no projeto pedagógico,
na postura diante dos alunos, na filosofia.
Crianças sem preconceitos tendem a crescer
mais flexíveis e cooperativas e aprendem que
conviver com a diversidade pode ser uma
experiência enriquecedora.
Algumas dicas
para lidar com portadores
dos principais tipos de
necessidades especiais
Deficiência auditiva
Sempre fale de frente. Se souber alguma
linguagem de sinais, tente usá-la. Caso
não esteja entendendo a fala de uma
pessoa surda, não se acanhe em pedir
para que ela repita o que disse. Outra
maneira é usar bilhetes, pois o que vale é
a comunicação, não importa o método.
Deficiência visual
Além dos materiais específicos usados
para a escrita em Braille (regletes e
soroban), a infra-estrutura também deve
ser adaptada. É importante colocar
cercados no chão, abaixo dos extintores
de incêndio e instalar corrimão nas
escadas. Para guiar um portador de
deficiência visual, deixe que ele segure
seu braço. Ao sair de um ambiente, avise
o deficiente visual.
Deficiência física
Deve haver adaptação do espaço físico,
como rampas de acesso, instalação de
barras de apoio, alargamento de portas,
além de levar em consideração
características peculiares na modelagem
do mobiliário. Aqueles que andam em
cadeira de rodas precisam mudar de
posição constantemente para evitar
cansaço e desconforto.
Deficiência mental
É necessário um acompanhamento
individual e contínuo. Os conteúdos
curriculares devem ser elaborados por
uma equipe de apoio multiprofissional.
Cada criança deve ser avaliada com base
em suas habilidades naturais, sem
compará-la com a turma.
Fonte: site Escola On-line
Comportamento
Pais e filhos:
seres de relação
Sabe-se que educar os filhos é uma tarefa árdua, que
envolve dedicação, tempo, amor, paciência e abdicação
Cíntia Fanezze Só
uando perguntamos aos pais o que eles
mais desejam aos seus filhos, a resposta
é unânime: felicidade. No entanto, essa
felicidade depende, quase que exclusivamente, de como é conduzida a sua vida, desde o
seu nascimento até a fase adulta. Os pais devem ficar
atentos às suas atitudes – que envolvem responsabilidade, respeito, liberdade, paciência, bom humor,
carinho e amor.
Os adultos são modelos de comportamento para as
crianças; é por meio das suas atitudes e da forma como
agem diante de situações, sejam situações prazerosas
ou dificuldades encontradas no dia-a-dia, que seus
filhos saberão encarar a vida. Ter consciência de que
cada criança é um ser individual, com sonhos e desejos
próprios e que as pessoas que fazem parte do seu
contexto são fundamentais para a formação de sua
personalidade, é fator contribuinte para que esse
pequeno sujeito se torne um adulto realizado e feliz.
Os filhos incorporam e repetem ações e vontades dos
seus pais, porém chegará o momento em que o desejo
de fazer suas próprias escolhas irá despertar. Caberá a
eles decidir qual será o melhor parceiro ou parceira,
qual a profissão que deverá seguir, que rumo tomar
em sua vida. Para a psicóloga e professora da Univille
Maryahn Koehler Silva, os pais devem ter consciência
que são eles os responsáveis em dar uma direção às
crianças. “Tentar interferir, fazer com que seus sonhos
Rosário Cubero e Maria
Carmen Moreno, autoras respeitadas na área da Psicologia, classificam os pais em três categorias.
Conheça as características de cada
categoria e veja se você se identifica
com alguma:
Pais autoritários – Caracterizam-se
por apresentar altos níveis de controle
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
sejam esquecidos pode trazer frustrações, principalmente, quando esses indivíduos chegarem à fase
adulta”, enfatiza.
A funcionária da Univille Maria das Dores França,
46 anos, com dois filhos, Carlos Alberto França Júnior
e Sheron Isabel França, de 23 e 19 anos, respectivamente,
diz sempre ter vivido para eles. “Quando meus filhos
entraram na fase adulta, foi muito difícil para mim,
pois acreditava que não estavam preparados para encarar
as armadilhas da vida”. Para ela, seu zelo excessivo
fez com que os dois jovens ficassem inseguros em algumas das suas escolhas, tanto na vida pessoal como
na profissional.
A psicóloga Maryahn afirma que essa insegurança dos
pais é natural, porém eles devem ter consciência de que
os filhos vão tornar-se adultos, e, para tanto, vão em
busca de novos vôos. É inerente ao ser humano envolverse com outras pessoas, buscar sua independência, tomar
decisões próprias. É preciso acreditar que os filhos são
capazes. “Apoiar, orientar, dar um caminho aos filhos
mostra maturidade e fortalece o relacionamento entre
ambos, finaliza”.
Vale salientar que não existem fórmulas prontas sobre
como criar um filho. O que uma família considera imprescindível para a formação de um indivíduo, pode
não ser para outra. O importante é que os pais reflitam
sobre valores e conceitos e tenham bom senso para
educar seus filhos.
e de exigências, demonstrando pouca comunicação e afeto. São pais que valorizam o
controle e a avaliação das atitudes dos filhos
seguindo rígidos padrões já preestabelecidos
no grupo. A obediência, a autoridade, o uso
do castigo fazem parte da sua conduta. Filhos
de pais autoritários manifestam pouca
expressão de afeto nas interações com as
crianças da mesma faixa etária, não tomam
iniciativa e são pouco espontâneos,
podendo ter dificuldades no estabelecimento dessas relações. São crianças
pouco alegres, mais coléricas, apreensivas, infelizes, facilmente irritáveis e
vulneráveis às tensões.
Pais Permissivos – O que caracteriza
esses pais é o pouco controle e exigência de amadurecimento, favorecendo, por
Eduque seu
filho com amor
Aqui vão algumas dicas que os
pais devem aplicar desde a infância
e usar como regra para toda a vida.
• Valorize o seu filho. Elogie, ensine, mostre,
surpreenda, converse com ele olhando em seus
olhos, respeite-o como pessoa;
• Compreenda seu filho acima de tudo, porém saiba reconhecer
os seus acertos e as suas vitórias. Lembre-se, ele também pode
cometer erros;
• Use sempre a verdade: seja sincero, ninguém gosta de ser iludido;
• Compreenda seu filho. Tenha tempo para ouvi-lo, não saia julgando
suas atitudes;
• Seja participativo e não autoritário. Saiba do que ele gosta, quem são seus
amigos, lugares que freqüenta, porém respeite seu espaço, não seja invasivo;
• Seja coerente, dê explicações. Não saia exigindo o que você nunca fez, pois,
com certeza, os pais são os maiores exemplos para os filhos. Não diga apenas
não, oriente-o sobre as negativas e mostre soluções;
• Imponha respeito, mas seja sempre amigo. Respeitar para ser
respeitado é a melhor receita para a cumplicidade;
• Saiba que essa pessoa a quem você deu a vida o ama mais
do que qualquer outra, mas o amor é como uma planta,
precisa ser cultivado. Tenha ternura no seu coração, não
aja com raiva, não seja explosivo, pense, oriente,
eduque-o, abrace-o, dê carinho;
• Ame seu filho acima de tudo.
sua vez, a comunicação e o afeto. As
condutas, os desejos e os impulsos são
mais facilmente aceitos. Conversam com
os filhos sobre as decisões familiares, mas
não lhe exigem responsabilidade ou
ordem. Essas crianças geralmente têm
problemas para controlar os impulsos,
dificuldades no momento de assumir
responsabilidades, são imaturas e com
baixos níveis de auto-estima.
Pais Democráticos – Esses pais apresentam
altos níveis de comunicação e afeto, controle e
exigências de amadurecimento. Caracterizamse também por explicar aos filhos o porquê
de certas medidas de disciplina, impõem
exigências de amadurecimento e de independência. Os filhos tendem a ter níveis mais
elevados de autocontrole e de auto-estima,
enfrentam situações novas com maior
confiança, são mais persistentes naquilo
que começam a realizar. A relação com
crianças da mesma faixa etária é muito
boa, os valores morais são incorporados,
tendo, portanto, comportamentos que
favorecem aquilo que é necessário
e adequado à sociedade da qual fazem parte.
Capa
Um Universo repleto
Cíntia Fanezze Só
ida de estudante é, realmente, uma
maratona. Estudar, definir qual
profissão seguir, escolher onde
cursar, prestar vestibular... E as
dificuldades não param por aí. Ingressar em
uma instituição de ensino superior, um universo
completamente novo, no qual as responsabilidades são muitas, exige muito dos jovens.
Para aqueles que não entram nas instituições
públicas, o desafio de se manter em outras
instituições, às vezes, pode ser motivo de
preocupação. Atentas à inadimplência e à
evasão desses jovens que não conseguem
concluir sua graduação, as instituições vêm
tentando oferecer apoio financeiro aos
acadêmicos, principalmente os de baixa renda.
Conforme o reitor da Univille, professor Paulo
Ivo Koehntopp, no Brasil, apenas 9% da
população em idade de cursar uma
Universidade estão nas salas de aula, seja em
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
instituições de ensino superior públicas ou
privadas, número muito pequeno, se nos
compararmos aos países da Europa, onde os
jovens cursando ensino superior chegam a 60%,
aproximadamente. Além disso, nem todos os
que conseguem ingressar conseguem finalizar.
No censo realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística –IBGE, em 2000, no
Brasil, apenas 3,43% da população tem sua
graduação concluída. E as pesquisas mostram
que a evasão nas Universidades se dá,
principalmente, pela falta de recursos para
manter os estudos. Esses gastos estão diretamente ligados à compra de material escolar
como livros, apostilas, cadernos, além
de transporte, alimentação, moradia
e mensalidades.
A acadêmica Carla Colombeli Ceni, 23 anos,
natural da Cidade de Pato Branco, no Paraná,
é formanda do curso de Engenharia de
de Oportunidades
Produção Mecânica na Univille. Em 2002,
resolveu vir para Joinville exclusivamente para
estudar. Na bagagem, trouxe saudades da
família, mas ganhou amigos, experiência e a
oportunidade de estagiar na própria
Universidade. “Após um ano de curso, resolvi
correr atrás dos meus objetivos, queria também
poder ajudar os meus pais, já que para me
manter na cidade havia uma série de custos”.
Carla, durante dois anos, realizou estágio
remunerado, primeiro no Diretório Central dos
Estudantes- DCE e, em seguida, no Setor de
Processos Seletivos. Ela afirma que, durante o
período em que esteve estagiando, muitas coisas
positivas aconteceram. “Passei da fase de jovem
insatisfeita para alguém que conhece a realidade
da Universidade. Além disso, as funções que
desenvolvi me proporcionaram experiência
administrativa e desinibição para lidar com o
público, importantes ferramentas para um
engenheiro de produção”.
Assim como Carla, os personagens dessa
história são muitos. Só na Univille, de cada
quatro estudantes, um tem bolsa de estudo,
totalizando mais de 2.300 acadêmicos que são
beneficiados com os recursos oriundos de
diversas fontes. Na Univille, os recursos provêm
dos governos federal, estadual e, municipal e
da própria instituição, a qual oferece bolsas
de estágio, de pesquisa e extensão e, o mais
novo programa, o Proestudante. Além disso,
a Univille criou o Prouni Próprio que consiste
de bolsas de estudo resultantes das
mensalidades quitadas dos estudantes das vagas
adicionais de cada curso.
A Univille há tempos vem buscando formas
de ajudar financeiramente seus estudantes.
“Queremos mudar a realidade da nossa cidade
e região, para tanto, buscamos meios para que
cada vez mais os jovens tenham a oportunidade
de um futuro melhor”, afirma o professor
Paulo Ivo. Com esse objetivo, a Universidade
criou, no segundo semestre de 2005, o
Programa de Apoio Financeiro ao Estudante
– Proestudante, com recursos oriundos da
própria Univille. O programa custeia até
50% das mensalidades; os outros
50% são de responsabilidade do
aluno. A devolução do apoio
financeiro acontece depois de o
beneficiado estar formado, de
acordo com o valor da
mensalidade vigente no
momento do pagamento”.
“Passei da fase de jovem insatisfeita para alguém que
conhece a realidade da Universidade. Além disso, as
funções que desenvolvi me proporcionaram experiência
administrativa e desinibição para lidar com o público,
importantes ferramentas para um engenheiro de produção”
Carla Colombeli Ceni, formanda do curso de Engenharia de Produção Mecânica na Univille
que durante dois anos realizou estágio na própria universidade
Expansão do Ensino Superior Privado
Conforme dados do Ministério da Educação, a
década de 90 foi muito importante para as
instituições privadas de ensino superior. Esse
processo de crescimento aconteceu devido a dois
importantes acontecimentos. Primeiramente, o
fato de as Universidades públicas sofrerem
sucessivos cortes orçamentários. Conforme a
Associação Nacional de Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino Superior –
Andifes, no período de 1995 a 2001, muitas
instituições de ensino superior públicas perderam
seus recursos para custeio com despesas de pessoal,
água, luz telefone e materiais diversos e também
recursos para investimento em salas de aulas,
laboratórios, computadores e acervo bibliográfico. Por outro lado, as instituições privadas
aproveitaram o momento favorável, já que as
públicas não conseguem atender à demanda,
investindo em ampliação física, tecnológica
e na capacitação docente, atraindo, assim,
muitos jovens.
O censo realizado sobre ensino superior pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio
Teixeira –Inep, no ano de 2003, mostra que, no
Brasil, havia 1.859 instituições de ensino superior,
sendo que 88,9% eram privadas. Com a crescente
oferta de vagas nas instituições pagas e devido à
moderna infra-estrutura, os jovens sentem-se
atraídos por essas instituições, porém esbarram nas
dificuldades financeiras para a sua permanência.
“Há muitos jovens com potencial e competência
para se tornarem excelentes profissionais, mas,
em virtude das dificuldades, acabam desistindo
dos seus sonhos e objetivos”, ressalta o professor
Paulo Ivo.
O professor afirma, ainda, que o papel das
Universidades é primar por uma sociedade mais
justa, o que implica na redução das desigualdades
sociais, e isso está diretamente ligado ao acesso à
educação em todos os níveis. “Buscamos preparar
nossos acadêmicos para o mercado de trabalho e,
principalmente, torná-los conscientes dos
problemas sociais do nosso país”, finaliza o professor Paulo Ivo Koehntopp.
Área de Apoio ao Estudante
A Univille disponibiliza um setor específico para
apoiar os estudantes durante sua permanência na
Universidade. Na Área de Apoio ao Estudante, o
acadêmico poderá preencher uma ficha cadastral
para concorrer às diversas vagas de estágios, tanto
internos quanto externos. Atualmente, 245
pessoas estão estagiando nos laboratórios,
biblioteca e áreas administrativas da Universidade.
Além disso, o setor de Apoio ao Estudante buscar
fechar parcerias para os estágios externos. Para se
ter uma idéia, em Joinville, a Univille tem
parcerias firmadas com 1.533 empresas e, no
município de São Bento do Sul, são 158
convênios. Mais informações pelo fone 34619043 ou pelo e-mail: [email protected].
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
Confira abaixo os programas oferecidos aos
acadêmicos da Univille:
Verba Artigo 170 e Verba Municipal – As bolsas
oferecidas pelo Artigo 170 provêm de recursos do
Governo do Estado. As inscrições são efetuadas
on-line, no site da instituição, após a publicação
de edital. Os estudantes são beneficiados de acordo
com os repasses de verba e com seu índice de
carência. Para as verbas advindas da prefeitura municipal de Joinville, os critérios de seleção dos
candidatos a bolsa de estudo são os mesmos das
verbas vindas do Estado. Além disso, para o Campus de São Bento do Sul, a Prefeitura também
repassa recursos.
Financiamento Estudantil – FIES - realizado
em parceria com a Caixa Econômica Federal e
o Ministério da Educação. O FIES financia até
50% do valor da mensalidade. Os outros 50%
são pagos pelo aluno diretamente à Instituição
de Ensino. A taxa de juros é de 9% ao ano, fixa.
Após a formatura, o financiamento começa a
ser amortizado. Se aprovado, o estudante pode
utilizar o financiamento até o final da
sua graduação.
Bolsa Pesquisa - Seu objetivo
é viabilizar a participação
de estudantes de graduação em projetos
de pesquisa institucionais, bem
como possibilitar
ao aluno o desenvolvimento de
projetos individuais de iniciação
científica. Para
tanto, a Universidade disponibiliza bolsas a
esses estudantes.
Bolsa Extensão - Seu
objetivo é viabilizar a participação de
estudantes de graduação em programas, projetos
e atividades culturais como o teatro e o coral.
Nas atividades os acadêmicos desenvolvem ações
atuando junto à comunidade.
Prouni Próprio - são recursos vindos das vagas
adicionais de cada curso de graduação.
Do valor revertido em bolsas, 50% são para
o próprio curso que originou os recursos e,
os outros 50%, para outros cursos de graduação os quais não receberam nenhum tipo
de benefício.
Programa de Apoio Financeiro ao Estudante
– Proestudante – recursos da própria
Universidade. Os critérios analisados são renda
familiar, número de pessoas na família e valor
do curso superior. Para renovação, é analisado o
desempenho escolar. Se aprovado, o acadêmico
pode utilizar o financiamento até o final da
graduação, de acordo com as regras estabelecidas.
O maior percentual de desconto é de 50% do
valor da mensalidade.
Fontes: www.mec.gov.br
www.inep.gov.br
www.ibge.gov.br
Contraponto
Crianças mais
cedo na Escola
Implantação de mais um ano da Ensino Fundamental está
prevista no Plano Nacional da Educação de 2001 e tem sido
motivo de muitos debates entre profissionais da área
Silvio Simon
atual configuração da educação infantil e do
ensino fundamental irá sofrer alterações nos
próximos anos. Uma mudança que vai envolver
as crianças com seis anos de idade. Segundo a
chefe do departamento do curso de Pedagogia da Univille,
professora Jaidete Farias Klug, é necessário avaliar questões
relacionadas ao processo de escolarização das crianças de 0
a 6 anos, bem como respeitar o ritmo diferenciado de cada
criança. “É preciso estimular e preparar cada aluno conforme
as suas individualidades, sem, é claro, roubar uma parte
da infância”.
Para a diretora do Colégio da Univille, professora Marilene de
Fátima Pereira Gerent, há muito o que se refletir sobre a lei
que acrescenta mais um ano ao Ensino Fundamental.
“Primeiro, porque é preciso clarear a concepção de infância
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
contida na idéia de incluir crianças de seis anos numa série de
alfabetização; segundo, o que a escola considera
alfabetização”, observa a professora. Ela completa dizendo
que é prioridade, antes de aplicar a lei, envolver toda a
comunidade escolar em uma discussão sobre o que é ser
criança e o que é ser aluno.
Para enriquecer o debate sobre o tema, a Revista Universo
Univille traz entrevistas com dois renomados profissionais da
educação. O professor Sylvio Sniecikovski é secretário Municipal de Educação de Joinville há nove anos, tendo atuado
também como secretário Estadual da mesma pasta. Walter
Omar Kohan é doutor em Filosofia, professor na área de
Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
e coordenador do grupo de pesquisa sobre as relações entre
infância, filosofia e educação da UERJ.
2. E quanto à qualificação dos professores?
WOK - A área da educação infantil, em princípio, é a que
recebe os profissionais menos capacitados. Na escala da
educação, as pessoas que têm melhor formação trabalham
no ensino superior. As pessoas que deveriam estar mais bem
preparadas, que deveriam ser o foco de maior cuidado, de
maior profissionalização da educação deveriam ser as que
lidam com as crianças.
3. Existe um reconhecimento quanto à importância da
educação infantil?
WOK - Há todo um discurso de que as crianças são importantes,
mas existe um descuido, uma desconsideração com a
educação das crianças. Essa legislação, que prevê a
implantação dos nove anos, é um retrocesso. Ela retira um ano
da educação infantil, antecipa a educação fundamental e,
conseqüentemente, desvaloriza a primeira etapa da vida.
4. As diferenças serão muitas?
WOK - A princípio deve ser somente de classificação. Nas
primeiras séries do ensino fundamental, não existe uma
diversidade de disciplinas. O problema é que a motivação
parece ser estritamente econômica, em função de questões
orçamentárias para atingir um maior número de crianças. É
preciso investir mais na educação infantil, na formação dos
professores, melhorando suas condições salariais e a infraestrutura da educação infantil.
5. Como podemos avaliar a educação infantil e o período
inicial do ensino fundamental?
WOK - A educação infantil no Brasil é algo que está crescendo.
Existe ainda uma luta dos trabalhadores para incluí-la dentro
dos fundos federais para a educação básica. O ensino fundamental é um nível de ensino mais consolidado, porém há uma
ruptura muito grande. Temos um exemplo de uma criança que
foi forçada a antecipar a sua introdução no ensino fundamental, de sete para seis, e teve que repetir agora a primeira série,
ou seja, ela está refazendo aquilo que fez antecipadamente.
Fotos: Divulgação
1. Qual o seu posicionamento em relação aos nove anos
para o Ensino Fundamental?
Sylvio Sniecikovski – A princípio somos favoráveis. Nem todas
as crianças têm a oportunidade da socialização através da
educação infantil. A vantagem desse processo é que a
alfabetização, não de forma precoce, mas com orientação,
brincadeiras e os primeiros passos envolvendo a leitura
favorecem a base que dará seqüência à escolarização
da criança.
2. Como o professor vê as conseqüências dessa
implantação?
SS – Depende sobretudo da proposta pedagógica. O brincar
tem de estar presente. Não é fazer as crianças se alfabetizarem
na “marra”, pois quando ela se tornar um adulto, faltaria a
época da brincadeira. O Plano Nacional da Educação, de
2001, estimula o ensino fundamental de 9 anos. No município
de Joinville, essa prática ocorre desde 2003, através da
inclusão de crianças com 6 anos em salas onde existam vagas,
e de uma linguagem próxima à escola, utilizada no jardim.
3. As diferenças entre educação infantil e a primeira série
proposta no plano nacional da educação são muitas?
SS – Não tem diferença. No jardim, talvez a criança brincasse
mais. Porém, um alerta deve ser feito nessa direção. Não
podemos suprimir o brincar. A criança deve relacionar a
brincadeira com a leitura e assim começar o processo
de conhecer as letras e se alfabetizar. Defendemos a
progressividade. A obrigatoriedade vai causar dificuldades
de dependência física, de professores e de merenda em
muitos municípios.
4. Quantos alunos o município de Joinville possui
atualmente no ensino fundamental?
SS – Dos 60 mil estudantes matriculados na rede municipal,
47 mil freqüentam o ensino fundamental. Através do Fundo
de Desenvolvimento do Ensino Fundamental - Fundef, e do
Salário Educação, recebemos R$ 1 mil, ao ano, para cada
estudante. O município é responsável pela educação infantil
e pelo ensino fundamental.
5. O que não pode ser feito no processo de implantação?
SS – Não devemos forçar as crianças a aprender a ler e
escrever. A arte de ler e de contar histórias deve ser utilizada
para que a criança se
contextualize com o
mundo da alfabetização. Serão dois anos se
trabalhando com leitura,
entendimento e escrita,
facilitando a seqüência
da aprendizagem. Se a
alfabetização é correta,
a criança será favorecida
na escolarização.
Sylvio Sniecikovski
Walter Omar Kohan
1. O que envolve a
ampliação do ensino fundamental?
Qual a valorização
dos profissionais da
educação infantil?
Walter Omar Kohan O que posso dizer é que
envolve questões de
ordem educacional e
pedagógica, mas também de ordem política.
A educação infantil, tradicionalmente, não apenas no Brasil, é
vista como a irmã menorzinha. Isso tem mudado nos últimos
anos, a partir da mobilização das pessoas que trabalham na
área e que têm conseguido reconhecimento.
Cultura e Lazer
Um hobby de dar água
na boca
Reuniões gastronômicas são uma divertida opção para quem
quer fugir da rotina, reunir-se com os amigos e comer bem
Sônia Regina de Oliveira Santos
ssa história de dizer que
os homens não sabem cozinhar é coisa do passado.
Hoje em dia, eles cozinham
e muito bem, obrigado! Muitos se
aventuram na gastronomia por hobby
e acabam desempenhando o papel de
mestre cuca melhor do que muitas
mulheres, fazendo belos e deliciosos
pratos. Os homens têm vencido o
preconceito e se entusiasmado cada
vez mais por essa arte, que exige disposição e criatividade para
fazer boas misturas, selecionar
ingredientes, combinar temperos e
satisfazer do mais simples ao mais
requintado paladar. Prova disso é o
número de chefs, que cresceu
consideravelmente, no Brasil e
no exterior.
Os confrades de Joinville
Eles têm de 25 a 53 anos. Com profissões totalmente diferentes, engenheiro
civil, publicitário, empresário, advogado, comerciante, engenheiro mecânico,
dentista e consultor de manufatura - o
que eles têm em comum é o Club do
Gourmet, uma confraria de degustação
onde mulher não entra, exceto a repórter
e a editora desta edição.
O grupo, que iniciou há 3 anos e meio,
com a participação de 6 homens, hoje é
composto por 10, que se reúnem
quinzenalmente, às quartas-feiras,
sempre na casa de um deles. Os pratos
são feitos durante o encontro por uma
dupla de cozinheiros que decide o
cardápio do dia, geralmente servindo-o
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
à francesa, com toda sofisticação e
requinte. As palavras de ordem são a
confraternização e o prazer de saborear
um belo e bem preparado menu.
Eles inventam e reinventam as receitas.
São saladas, risotos, massas, peixes,
carnes, aves e comidas exóticas, que
compõem o cardápio desses apaixonados pela gastronomia.
Além da comida, a bebida também é um
ponto forte. Um bom vinho está sempre
presente, formando uma combinação
perfeita. Enquanto os cozinheiros de
plantão se empenham em elaborar
atraentes pratos, os outros aguardam,
dando início a uma extrovertida
conversa. “Mesmo nos lugares bem
espaçosos, acabamos quase
sempre permanecendo a maior parte do
tempo na cozinha, apreciando a
preparação”, conta um dos chefs da noite,
Mário Sérgio Kunmlhn.
No Club, não há regras muito rígidas,
desde que seus freqüentadores sejam
assíduos e se disponham a receber os
amigos. Os jantares, planejados com
antecedência, têm os custos divididos
entre eles.
Para um novo integrante fazer parte da
equipe, é preciso que um deles venha a
sair, pois o grupo não considera
apropriado cozinhar para muitas pessoas,
mas isso parece ser bem pouco provável.
“Participar do Club Gourmet cultiva a
amizade e a descontração. É um hobby
levado a sério, para fugir do stress do diaa-dia”, conta Mauro Rodrigo Cardoso,
formado em Administração pela
Univille, que afirma ter aprendido o
ofício com a mãe.
Deixar toda a comida do encontro cair,
quebrar a cadeira e desabar no chão são
apenas algumas das cenas engraçadas que
já aconteceram ao longo da trajetória do
grupo. Mas, brincadeiras à parte, o Club
do Gourmet é levado com muita
seriedade, a comida é uma delícia e o
pessoal é animado. Entre os projetos
futuros estão o lançamento de um livro
de receitas, um site e a confecção de
uniforme para dar personalidade ao Club,
com direito a logotipo e tudo.
Confira as indicações dos chefs
do Club Gourmet
Entrada: Salada de
Pepino com camarão
Curiosidade:
urmand e
As palavras go
gourmet foram
sinônimas até
consideradas
III. Hoje são
XV
lo
cu
sé
o
erenciadas,
dif
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m
clara
d o que adora
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met o que
ur
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o
e
,
comida
apreciá-la.
e
-la
sabe escolhê
,
Brayner, chef
Fonte: Cristina
famosa escola
formada pela
u.
Le Cordon Ble
Ingredientes:
-1,2 kg de camarão médio limpo e
com a cauda
-5 tomates cortados em fatias finas
-3 pepinos grandes, sem casca
Molho
-1 xícara de cebola roxa picada
-1 xícara de água
-1/2 xícara de suco de limão
-1/2 xícara de molho de soja (shoyu)
-1/2 colher (sopa) de coentro picado
-4 pimentas-dedo-de-moça sem
sementes cortadas em rodelas
-Sal a gosto. Para decorar, folhas de
coentro
Modo de preparo:
Cozinhe os camarões em água fervente
por 4 minutos ou até ficarem rosados.
Escorra e reserve. Corte o pepino em
quatro, no sentido do comprimento, e
depois em pedaços finos. Numa
saladeira, misture os camarões, o pepino
e o tomate. Reserve. Molho: misture
todos os ingredientes. Coloque sobre a
salada e misture delicadamente. Deixe
na geladeira até a hora de servir. Decore
com as folhas de coentro.
e depois coloque no forno para aquecer. Na
montagem do prato, distribua o salmão e o risoto
e cubra com o molho especial, formado pelo
champanhe e o molho branco.
Prato principal:
Salmão ao molho de
champanhe e ervas finas
Sobremesa: Mousse de chocolate e menta
Ingredientes:
Ingredientes:
-300g de salmão
-50ml de champanhe
-100ml de molho branco
-90g de arroz arbóreo
-1/2 copo de vinho branco
-1 colher (sopa) de manteiga
-1 fatia de queijo parmesão
-alho-poró, sal, pimenta-do-reino
-1 xícara de chocolate meio amargo em
pedaços
-2/3 xícara de açúcar mascavo
-1/3 xícara de licor de menta
-1/4 xícara de água
-1 colher (sopa) de gelatina em pó incolor e
sem sabor
-4 ovos
-1 lata de creme de leite sem o soro
Modo de preparo:
Modo de preparo:
Comece pelo risoto, refogando o arroz na panela,
com manteiga. Em fogo baixo, adicione meio
copo de vinho branco e mexa o arroz
constantemente, colocando mais vinho, sempre
que necessário. O tempo total de preparo do
risoto é de aproximadamente 20 minutos, mas
na metade do procedimento deve ser adicionado
alho-poró. Finalize misturando uma colher de
manteiga e uma fatia de queijo parmesão.
Tempere o salmão com sal e pimenta-doreino. Grelhe o peixe numa
panela pré-aquecida,
para dourar,
Misture a água e o licor numa panela pequena.
Polvilhe a gelatina, junte metade do açúcar e leve
ao fogo, mexendo até que se dissolvam. Junte o
chocolate. Mexa até que derreta. Retire do fogo.
Separe as claras das gemas. Acrescente uma gema
de cada vez ao creme de chocolate, mexendo bem.
Deixe esfriar. Bata as claras em neve. Aos poucos,
junte o açúcar restante, batendo até obter o ponto
de suspiro. Acrescente à musse, misturando
delicadamente. Bata o creme de leite até engrossar.
Acrescente-o ao chocolate, despeje na
fôrma e deixe na geladeira de um
dia para o outro.
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
Universidade
Seja um Empreendedor
você também
Ana Karina Siqueira Dias
educação tem evoluído muito nas
últimas décadas. Esta nova visão
do ensino superior vem ao
encontro da necessidade do
mercado de trabalho em ter profissionais que
atuem com criatividade e estejam sempre
buscando superar novos desafios, apre sentando resultados positivos. Isto pode ser
visto nas instituições de ensino superior em
que se busca trabalhar as diversas áreas do
saber, o empreendedorismo que existe dentro
de cada universitário.
O jovem de hoje encontra à sua frente poucas
ofertas de emprego. A alta especialização
exigida, a apresentação de resultados,
a necessidade de ter experiência na área
acabam fechando as portas. Para que isso não
a c o n t e ç a , a Un i v e r s i d a d e t r a b a l h a na s
disciplinas e cursos o lado empreendedor de
seus acadêmicos.
Exemplo disso foi que, incentivando a
produção empreendedora dos acadêmicos da
Un i v i l l e , t r a b a l h a n d o e s s e n c i a l m e n t e a
criatividade, o curso de Administração
realizou os jogos de empresas, nos quais os
universitários tiveram que montar empresas
e vivenciar o dia-a-dia e a prática da administração. De acordo com o professor
do curso de Administração, Edson Torrens,
essa atividade desenvolveu nos acadêmicos
uma visão sistêmica e estimulou o lado empreendedor de cada um.
Durante o evento, os acadêmicos tiveram
a oportunidade de trocar experiências nas
inúmeras áreas do conhecimento e aplicar
teorias aprendidas em sala de aula.
Ao todo, participaram 24 equipes e
120 acadêmicos.
Para o universitário do 3º ano A, matutino,
do curso de Administração de Empresas,
Vinicius de Brito Fernandes, que tirou
primeiro lugar no torneio, o jogo foi uma
simulação prática muito bem organizada
e atualizada em que teve a oportunidade
de aplicar as técnicas e teorias da
administração moderna. “Foi emocionante,
pois nossa estratégia foi crescer pouco,
porém em um ritmo constante, e o
primeiro lugar veio exatamente na última
tomada de decisão. Teve gostinho de
virada”, ressaltou Vinicius.
Sua equipe era composta pelos acadêmicos André L. Steuernagel, Camila de
Souza, Elvânia de Oliveira e Gerson Luis
dos Santos.
Ainda buscando aprender novas formas de
educar e se adequar a essa nova realidade
do mercado, a Universidade busca diariamente qualificar a sua educação. Para
i s s o , em 2005, a l g u n s p r o f e s s o r e s d a
Un i v i l l e p a r t i c i p a r a m d a o f i c i n a d o
Empreendedor com o guru no assunto,
professor Fernando Dolabela.
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
Nova forma
de educar
“O espírito empreendedor nasce no
momento em que o indivíduo parte em
busca do seu sonho”. Com esta fala, o professor da Fundação Dom Bosco, Fernando
Dolabela, ensina que o empreendedorismo
não é uma fórmula e afirma que todos nós
nascemos empreendedores e deixamos de desenvolver essa capacidade.
“O empreendedorismo é muito mais uma
forma de ser do que de fazer”, ressalta.
Buscando trabalhar essa capacidade inerente
a cada ser humano, pró-reitores e
professores da Univille participaram do
Seminário “Oficina do Empreendedor”,
c o m o p r o f e s s o r Fe r n a n d o D o l a b e l a .
O evento foi realizado na Softville, com o
intuito de disseminar a cultura empreendedora a partir das universidades e
propiciar a capacitação dos professores.
Segundo Dolabela, a metodologia Oficina
do Empreendedor já foi implementada em
mais de 400 instituições de ensino superior, atingindo cerca de 3.500 professores
e 160.000 alunos por ano. Mas, mesmo
assim, afirma que existem alguns mitos em
torno deste assunto. Antigamente, muitas
pessoas entravam numa universidade
só para, quando se formar, conseguir um
bom emprego.
Hoje, essa mentalidade não existe mais.
As pessoas buscam a realização profissional
e assim nasce o empreendedorismo. Ser
empreendedor não quer dizer que é
ser uma pessoa diferente, especial ou
mais inteligente. Todos nós nascemos
empreendedores, mas deixamos de desenvolver esta capacidade, porque não é
estimulada desde a educação básica.
O correto hoje seria despertar as pessoas
desde cedo para serem empreendedoras e
não para fazerem empreendedorismo. Para
trabalharmos através do empreendedorismo,
devemos mudar cultural-mente o cidadão e
criar nos empresários e
na população em
“O espírito
geral a cultura de
empreendedor
e m p re e n d e r, d e
nasce no momento em
buscar soluções
que o indivíduo parte em
próprias e adotar
busca do seu sonho”.
a postura do
Fernando Dolabela,
“fazer acontecer”.
professor da Fundação
Dom Bosco
“Não
devemos
formar profissionais
que acreditem que só
podem crescer na vida sendo empregados.
Ele tem que acreditar que ser empreendedor
pode fazer dele uma pessoa de sucesso”,
ressalta Fernando.
Durante sua oficina, Dolabela diz ainda que,
para introduzir essa cultura no ensino
superior, as universidades devem dar uma
atenção especial às pequenas empresas,
que buscam a sua ascensão no mercado
com a colaboração dos profissionais
recém-formados.
Conheça mais sobre
Princípios
Desenvolvendo esta metodologia, o professor poderá criar um ambiente propício ao
auto-aprendizado, pois ninguém ensina
ninguém a ser empreendedor. O empreendedor é fruto da cultura e dos valores da
sociedade em que vive. Segundo Dolabela,
ser ou não ser empreendedor é uma questão
de atitude. O professor é apenas um colaborador nesse processo, em que ele dá
subsídios para as respostas e não a entrega
resolvida, pois o aluno empreendedor é
aquele que busca a sua própria resposta.
Ele só precisa de uma direção.
Fernando Dolabela
Consultor e professor da Fundação Dom Cabral, exprofessor da UFMG, consultor da CNI-IEL Nacional,
do CNPq, e da Agência de Educação para o
Desenvolvimento - AED, participa com publicações
nos maiores congressos nacionais e internacionais,
e é autor de nove livros: “O segredo de Luísa”, 1999;
“A Oficina do Empreendedor”, 1999; “A vez do
sonho”, 2000; “Empreendedorismo, Ciência,
Técnica e Arte”, 2000; “Boa Idéia! E agora? Plano
de Negócios, o caminho mais seguro para criar e
gerenciar sua empresa”, 2000; “Empreendedorismo,
uma forma de ser”, 2002; “A Viagem do Empreendedor”, 2002. “Pedagogia Empreendedora”,
2003, “A Ponte Mágica”, 2004. Também é autor do
software de Plano de Negócios “MakeMoney”.
Fonte: http://www.dolabela.com.br/
As pessoas devem oferecer algo que agregue
valor para a sociedade e não devem encarar
apenas como forma de enriquecimento
pessoal. “O estudante deve ser direcionado
para o desenvolvimento social que dê
resultado para as empresas. Hoje, cada vez
mais, as empresas querem empregados
que apresentem resultados positivos e,
sendo um bom gerenciador de idéias,
você acaba sendo valorizado e bem
remunerado”, conclui Fernando.
Fazendo Acontecer
Pioneiros no design estratégico
E
Revista Universo Univille - Janeiro de 2006
da qualidade catarinense na prestação de serviços
de design, pois disputamos com escritórios
reconhecidos nacional e internacionalmente”, ressalta o empreendedor. Também nesse ano, a empresa
venceu o concurso mundial de embalagens da World
Packaging Organization (WPO), o WorldStar 2005,
e recebeu o prêmio Design Catarina, durante
o Simpósio Internacional Empresa & Mercado e
Design, realizado em Florianópolis.
Como sugestão aos empreendedores, Sebben diz
que é fundamental conhecer muito bem sua área
de atuação, ter sólidas noções sobre administração
e planejamento estratégico e, “acima de tudo, conseguir estruturar e manter um time coeso, motivado e
extremamente competente”, sustenta.
Fotos: Divulgação
mpreender e valorizar o design como
diferencial estratégico das corporações são
características que acompanham o empresário Marcos Sebben, fundador e diretor da Design
Inverso. Formado pela Univille em Design com
habilitação em Programação Visual e cursando MBA
em Gestão Empresarial, o empreendedor, reunindo
uma equipe multidisciplinar com vasta experiência,
tornou o escritório referência em design estratégico
no Estado.
Em pouco tempo, o trabalho da Design Inverso
ganhou espaço entre as empresas de Joinville e,
fazendo como ato contínuo a prospecção de novos
mercados, a empresa conquistou clientes em outras
cidades e fora de Santa Catarina. “Isto mostra que
temos condições técnicas de competir com qualquer
escritório do País”, salienta Sebben.
Em sua área de atuação, a Design Inverso é o case
de maior sucesso entre as empresas nascidas nos
bancos das universidades catarinenses. Fundada em
2000, ainda quando Sebben era acadêmico da
Universidade, a Design Inverso respeitou todas as
etapas de planejamento, desenvolvimento e
estruturação de uma empresa. “Tivemos apoio de
alguns professores e elaboramos um plano focado
em design de negócios. Batalhamos muito para nos
consolidarmos no mercado e unimos um time de
profissionais qualificados, um dos grandes diferenciais de nossa empresa”, comenta.
A trajetória empreendedora de Sebben abriu caminhos para o design em toda a região de Joinville.
“Nossa maior competência foi potencializar a
construção e o posicionamento de negócios
rentáveis e inovadores através do design.
Conseguimos mostrar aos empresários
que isto é plenamente possível e viável”,
detalha.
Recentemente a Design Inverso foi
a pioneira do Estado e do Sul do País
a receber o prêmio Abre de
Design & Embalagem 2005,
considerado o Oscar da
indústria do design de
embalagens, com dois
trabalhos escolhidos.
“Foi o reconhecimento
Conheça a Design Inverso:
www.designinverso.com.br
a
ci
Es
l
n
e
s O futuro da humanidade. Augusto Cury, Editora Sextante,
249 págs.
O primeiro romance do autor traz a trajetória de Marco Polo, um
jovem estudante de medicina de espírito livre e aventureiro
que ao entrar na faculdade cheio de sonhos e
expectativas, se vê diante de uma realidade dura
e fria: a falta de respeito e sensibilidade dos
professores em relação aos pacientes com
transtornos psíquicos, que são marginalizados e
tratados como se não tivessem identidade.
Indignado, o jovem desafia profissionais de
renome internacional para provar que os
pacientes com problemas psiquiátricos merecem
mais atenção, respeito e dedicação – e menos
remédios. Acreditando na força do diálogo e da
psicologia, ele acaba causando uma verdadeira
revolução nas mentes e nos corações das pessoas com
quem convive.
Processos curriculares em arte – da universidade ao ensino
básico. Silvia Sell Duarte Pillotto (organizadora), Editora Univille,
112 págs.
Este livro resultou da ampla discussão de questões relacionadas
à Arte e à Arte na educação, visando a crescente
inserção e participação do arte-educador nas
políticas públicas educacionais, em fórum
organizado pelo Nupae na Universidade, em
fevereiro de 2004, o qual visava fomentar a
cultura do trabalho compartilhado e o
compromisso com a construção de
conhecimento em arte na educação. Registra
reflexões sobre o currículo e as possibilidades
de ações integradas entre as universidades e
os espaços formais e não-formais onde se
promove a educação no que concerne à arte, à
cultura e ao conhecimento sensível. Trata-se de uma
coletânea de artigos que abordam essas questões nos mais
diversos contextos, sejam os da educação básica ou os da
universidade. Há ainda relatos de experiências e pesquisas
que trazem contribuições fundamentais para a revisão e o
enriquecimento da prática pedagógica nessa área do
conhecimento.
Fortaleza digital. Dan Brown, Editora Sextante,
336 págs.
Responsável por monitorar as comunicações
de todo o planeta e proteger informações do
governo dos Estados Unidos, a ultra-secreta
NSA, Agência de Segurança Nacional Americana, investiu às escondidas numa arma
revolucionária para combater a ação de grupos
terroristas na era da informática. Seu trunfo é
o supercomputador TRANSLTR, capaz de
decifrar qualquer mensagem encriptada enviada
pela Internet. Quando o infalível TRANSLTR é
paralisado por um misterioso código, a agência convoca
a chefe do Departamento de Criptografia, a matemática Su-
O monge e o executivo – uma história sobre
a essência da liderança. James C. Hunter,
Editora Sextante, 144 págs.
John Daily, um homem de negócios bemsucedido percebe, de repente, que está
fracassado como chefe, marido e pai. Numa
tentativa desesperada de retomar o controle
da situação, decide participar de um retiro sobre
liderança num mosteiro beneditino, comandado pelo frade
Leonard Hoffman, um influente empresário americano que
abandonou tudo em busca de um novo sentido para a sua
vida. A princípio, Daily reage com um certo ceticismo aos
conceitos apresentados, mas acaba se rendendo à sua
experiência. Afinal ele ganhou fama no mundo dos negócios
por sua capacidade de recuperar empresas em crise,
transformando-as em exemplos de sucesso. O autor apresenta
conceitos fundamentais para melhorar a capacidade de
liderança e o convívio com os outros, ajudando assim a nos
tornarmos pessoas melhores e abrindo caminho
para o sucesso duradouro.
Assassinatos na Academia Brasileira de
Letras. Jô Soares, Editora Companhia das
Letras, 253 págs.
Durante seu discurso de posse, o senador
Belizário Bezerra, o mais novo imortal da
Academia Brasileira de Letras, caiu fulminado
no salão do Petit Trianon. A morte de outro
confrade, em circunstâncias semelhantes –
súbita, sem sangue e sem violência aparente –
trouxe uma tensão inusitada para a casa de Machado de
Assis. Um serial killer literário aparece solto na pacata Rio de
Janeiro de 1924. Os “Crimes do Penacho”, como a imprensa
marrom apelidou a série de assassinatos, despertaram a
curiosidade do comissário Machado Machado. Os suspeitos
estão em toda parte: políticos, jornalistas, religiosos, nobres
falidos, embaixadores, crupiês, poetas maiores e menores,
homens de letras, magnatas da imprensa. A obra combina a
prosa do autor, que mistura erudição, humor, texto, imagens,
suspense e comédia, a uma pesquisa histórica que reconstitui
nos mais ricos detalhes o Rio de Janeiro da época.
san Fletcher, para investigar o que está acontecendo. Ela
descobre que a NSA se tornou refém do gênio da computação,
Ensei Tankado. Demitido da agência por discordar da sua
política de desrespeito aos direitos civis, o programador exige
que a NSA revele a existência do TRANSLTR à população.
Caso contrário, ele divulgará na Internet a fórmula de seu
código inquebrável, o Fortaleza Digital, mas morre
misteriosamente antes de cumprir sua ameaça. Enquanto
Susan tenta desvendar o enigma do Fortaleza Digital, seu
namorado, o especialista em idiomas David Becker,
sai em busca de um anel deixado por Tankado que pode
conter a chave do código. Eles tentam evitar uma tragédia
para a segurança nacional americana e impedir que o equilíbrio
de forças no mundo mude para sempre.

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