Pronto Socorrismo

Transcrição

Pronto Socorrismo
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO
PAULO
DIRETORIA DE ENSINO E CULTURA
ESCOLA SUPERIOR DE SARGENTOS
CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO DE
POLÍCIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO
DA ORDEM PÚBLICA I
MATÉRIA 25: PRONTO SOCORRISMO
Divisão de Ensino e Administração
Seção Técnica
Setor de Planejamento
Apostila elaborada em DEZ15 pelo Cap PM Barelli do CBM
APOSTILA EDITADA PARA O CFS I /2016
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SUMÁRIO
1. Primeiros Socorros........................................................................................................ 5
2. Avaliação Inicial ............................................................................................................ 5
3. Deveres Do Policial Militar Na Atividade De Pronto-Socorrismo ................................. 6
4. O Sistema De Atendimento Pré-Hospitalar e o Policial Militar .................................... 6
5. Sinalização .................................................................................................................... 7
6. Isolamento .................................................................................................................... 7
7. Morte Evidente ............................................................................................................. 8
8. Análise Primária ............................................................................................................ 9
8.1. Análise Primária em Emergências com Vítimas Traumatizadas ............................ 9
8.2. Análise Primária em Emergências com Vítimas de Emergências Clínicas ........... 12
9. Análise Secundária ...................................................................................................... 16
9.1. Sinal e Sintoma ..................................................................................................... 16
9.2. Etapas da Análise Secundária .............................................................................. 16
10. Obstrução das Vias Aéreas ....................................................................................... 18
10.1. Obstrução Parcial das Vias Aéreas ..................................................................... 19
10.2. Obstrução Total das Vias Aéreas ....................................................................... 19
10.3. Obstrução das Vias Aéreas em Vítimas Conscientes Gestantes ou Obesas ...... 20
10.4. Obstrução das Vias Aéreas em Vítimas Inconscientes ...................................... 20
10.5. Obstrução de Vias Aéreas em crianças e bebês ................................................ 20
10.5.1. Crianças conscientes ................................................................................... 21
10.5.2. Bebês conscientes ....................................................................................... 21
10.5.3. Bebês inconscientes................................................................................ 22
11. Parada Respiratória .................................................................................................. 23
12. Reanimação Cardiopulmonar (RCP) ......................................................................... 24
12.1. Momento de encerrar a Reanimação Cardiopulmonar..................................... 25
12.2. Detalhes a serem observados antes e durante o RCP ....................................... 25
12.3. Técnicas para realização de RCP ........................................................................ 26
12.4. Erros mais frequentes na execução da RCP ....................................................... 28
13. Sistema Cardiovascular ............................................................................................. 29
14. Grande Hemorragia .................................................................................................. 29
14.1. Hemorragia Interna............................................................................................ 29
14.1.1. Tratamento pré-hospitalar para Hemorragia Interna ................................. 29
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14.2. Hemorragia Externa ........................................................................................... 30
14.2.1. Tratamento para controle da Hemorragia Externa .................................... 30
15. ESTADO DE CHOQUE ................................................................................................ 32
15.1. Reconhecimento do Estado de Choque............................................................. 32
15.2. Tratamento pré-hospitalar para prevenção do Estado de Choque ................... 32
15.3. Acidentes com motociclistas ............................................................................. 34
15.4. Quando retirar o capacete ................................................................................. 34
15.5. Quando não se deve retirar o capacete ............................................................ 34
15.6. Procedimentos a serem adotados pelo Policial Militar ..................................... 34
16. MOVIMENTAÇÃO DA VÍTIMA ................................................................................... 36
16.1. Princípios gerais relativos à movimentação e ao transporte de uma vítima .... 37
16.2. Vítima em pé à ser deitada com a prancha longa ............................................. 37
16.3. Rolamento em monobloco com vítima em decúbito ventral na prancha longa38
16.4. Rolamento em monobloco com três socorristas (vítima em decúbito dorsal
horizontal) ................................................................................................................... 40
16.5. Levantamento em monobloco com quatro socorristas .................................... 41
16.6. Movimentação de vítima em veículo: Chave de Rauteck .................................. 42
17. QUEIMADURAS ......................................................................................................... 44
17.1. Principais causas de queimaduras ..................................................................... 44
17.2. Classificação das queimaduras quanto à profundidade .................................... 44
17.3. Gravidade da queimadura ................................................................................. 44
17.4. Condutas gerais para vítimas de queimaduras .................................................. 45
17.5. Tratamento para queimaduras térmicas ........................................................... 45
17.6. Tratamento para queimaduras químicas........................................................... 46
17.7. Tratamento para queimaduras elétricas ........................................................... 46
18. Parto de Emergência ................................................................................................ 48
18.1. Avaliação ............................................................................................................ 48
18.2. SINAIS DE PARTO IMINENTE: ............................................................................. 49
18.3. Tratamento pré-hospitalar para o parto de emergência .................................. 49
18.4. Sequência do nascimento .................................................................................. 50
18.5. Cuidados com o recém-nascido ......................................................................... 51
18.6. Cuidados com a mãe .......................................................................................... 51
19. EPILEPSIA .................................................................................................................. 52
19.1. Procedimentos durante a crise convulsiva ........................................................ 52
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19.2. Conduta na fase pós-convulsiva ...................................................................... 52
20. CONVULSÃO.............................................................................................................. 52
20.1. Tratamento pré-hospitalar em crises convulsivas ............................................. 53
21. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) ................................................................. 53
21.1. Sinais e sintomas do acidente vascular encefálico ............................................ 53
21.2. Tratamento pré-hospitalar para o Acidente Vascular Encefálico ...................... 53
22. HIPERTENSÃO ARTERIAL ........................................................................................... 54
22.1. Sinais e Sintomas da Hipertensão ...................................................................... 54
22.2. Tratamento pré-hospitalar para vítima de hipertensão .................................... 54
23. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 54
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AVALIAÇÃO INICIAL, DEVERES DO POLICIAL MILITAR E SISTEMAS
DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1 h/a
1. PRIMEIROS SOCORROS
Primeiros Socorros é o tratamento imediato e provisório ministrado a uma vítima
de trauma ou doença, fora do ambiente hospitalar, com o objetivo de evitar o agravamento
das lesões ou até mesmo a morte, reduzir o sofrimento a vítima e colocá-la nas melhores
condições para receber o tratamento definitivo, estendendo-se até que a vítima esteja sob
cuidados médicos.
2. AVALIAÇÃO INICIAL
Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a
uma sequência padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal
problema associado com a lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas
para corrigi-lo.
Essa sequência padronizada de procedimentos é conhecida como “exame do
paciente”. Durante o “exame do paciente” a vítima deve ser atenta e sumariamente
examinada para que, com base nas lesões sofridas e nos seus sinais vitais, as prioridades
do atendimento sejam estabelecidas. O exame do paciente leva em conta aspectos
subjetivos, tais como:

Local da ocorrência: É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais
de uma vítima? O número de socorristas é suficiente para atender as vítimas?

Vítima: Está consciente? Consegue se comunicar? Identifica a queixa principal?

Testemunhas: Elas podem informar o ocorrido? O socorrista deve ouvir o que
dizem a respeito dos momentos que antecederam o acidente.

Mecanismos da lesão: Há algum objeto caído próximo à vítima, como escada,
moto,
bicicleta, andaime, etc.? Em acidentes automobilísticos a vítima estava usando
cinto de segurança?

Deformidades e lesões: A vítima apresenta edemas, hematomas ou outro sinal de
lesão pelo corpo? Ela está queimada? Há sinais de esmagamento de algum
membro?

Sinais: Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo
convulsões?
As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que
alguns segundos, são extremamente valiosas na sequência do exame, que é subdividido
em duas partes: “Análise Primária” e “Análise Secundária”.
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3. DEVERES DO POLICIAL MILITAR NA ATIVIDADE DE PRONTO-SOCORRISMO

Biossegurança: Utilizar medidas de proteção individual, como luvas, máscara ou
barreira facial para ventilação, óculos protetores, etc. Observar a segurança do
local antes de abordar a vítima e estabelecer o acesso a ela de forma segura.

Atendimento pré-hospitalar imediato: Aplicar imediatamente procedimentos de
primeiros socorros, dentro de seu nível de capacitação; manusear a vítima sem
causar-lhe danos adicionais; solicitar ajuda e apoio necessário e acionar os
serviços de atendimento especializados, sempre que possível; obter ajuda de
parentes ou curiosos de forma organizada e considerar as informações que o local
pode apresentar.

Manutenção do atendimento e estabilização da vítima: Manter os cuidados com a
vítima durante o transporte ou até a entrega a profissionais especializados, e
transmitir todas as informações pertinentes ao atendimento.
4. O SISTEMA DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E O POLICIAL MILITAR
Sistema de Atendimento Pré-Hospitalar é o conjunto de recursos humanos e
materiais colocados à disposição das vítimas de acidentes ou enfermidades súbitas e
imprevistas, para proporcionar-lhes o atendimento inicial de primeiros socorros e
encaminhá-las ao devido tratamento médico.
Existem sistemas públicos e privados, como por exemplo o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência das Prefeituras Municipais (192), Resgate do Corpo de
Bombeiros (193), Concessionárias de rodovias (privadas), Convênios médicohospitalares, etc.
Os sistemas são compostos por vários elos, tais como: o solicitante, as centrais de
comunicação, os recursos de atendimento, como ambulâncias tripuladas por profissionais
habilitados, recursos hospitalares, etc.
Figura 1: Fases do atendimento de uma vítima
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LOCAL DE OCORRÊNCIA – SINALIZAÇÃO E ISOLAMENTO
01 h/a
5. SINALIZAÇÃO
Num acidente ou local de sinistro, uma das primeiras providências que
devem ser adotadas é a Sinalização. O policial militar deverá ter em mente que locais de
acidente, geralmente, são cenários propícios para a ocorrência de novos acidentes. Para
sinalizar um local de ocorrência, poderão ser utilizados recursos diversos, como a
própria viatura policial, com seus dispositivos luminosos, triângulo de segurança ou
meios de fortuna.
6. ISOLAMENTO
Após a sinalização, deverá ser providenciado o isolamento da área onde se
encontra a vítima, levando-se em conta:
a. Restrição de acesso ao local onde se encontra a vítima;
b. Proteção da equipe de trabalho;
c. Evitar a obstrução do fluxo de trânsito, em vias públicas, sempre que possível;
d. Garantir rápido acesso e saída de veículos de socorro.
Todo acidente pode gerar um local de crime, razão pela qual é dever de todo
policial militar preservá-lo para a devida apuração de responsabilidade penal. Só se
justifica a alteração de local de crime nas seguintes situações:
a. Necessidade de socorro imediato às vítimas;
b. Risco de vida para as vítimas, para quem for prestar socorro ou outras pessoas;
c. Risco de novos acidentes;
d. Impossibilidade de outra forma de salvamento ou de acesso às vítimas.
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NECROPSIA, MORTE E SINAIS DE MORTE
1 h/a
7. MORTE EVIDENTE
De acordo com o protocolo de Resgate do Corpo de Bombeiros do Estado de São
Paulo, o socorrista poderá atestar a morte somente nos casos evidentes de morte, nos
seguintes casos:
a) Rigidez cadavérica;
b) Estado de putrefação ou de decomposição;
c) Decapitação;
d) Esmagamento completo de cabeça ou tórax;
e) Carbonização extensa (cabeça e/ou tronco - carvão) ou calcinação
(cinzas);
f) Despostejamento (desintegração da estrutura corporal);
g) Seccionamento de tronco;
Ao identificar uma vítima com sinal evidente de morte no local da ocorrência,
deverá adotas os seguintes procedimentos:
a) Cobrir e proteger o cadáver preferencialmente com lençol descartável ou
saco de despojos;
b) Solicitar serviços competentes para providências legais;
c) Preservar o local;
d) Preservar as informações das vítimas;
e) Preservar a imagem da vítima tentando evitar fotos e filmagens pela
imprensa.
O policial-militar, não identificando tais situações, deverá informar a Central de
Operações, prestar o socorro necessário e possível no local, aguardando o apoio
necessário.
Somente o profissional médico possui competência legal para atestar óbito
para as demais situações de morte, como por exemplo na morte clínica (quando o coração
e os pulmões deixam de funcionar) ou na morte biológica (quando as células do cérebro
morrem).
O corpo da vítima deverá ser sempre preservado, nunca podendo ser abandonado.
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AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS – ANÁLISE PRIMÁRIA
04 h/a
8. ANÁLISE PRIMÁRIA
A análise primária é o exame rápido realizado pelo policial militar para
detectar problemas que ameaçam a vida de vítimas de acidente ou enfermidade
imprevista, em curto prazo.
A sequência de procedimentos abaixo foi adequada para o atendimento de vítimas
por Policiais Militares que não atuam na atividade fim de atendimento pré-hospitalar e
também não possuem equipamentos próprios para tal atendimento.
Para o atendimento da vítima o Policial Militar deverá utilizar de equipamentos
de proteção individual, como luvas descartáveis (pelo menos). Se possível, ainda é
importante o uso de óculos de proteção, avental e máscara facial.
8.1. ANÁLISE PRIMÁRIA EM EMERGÊNCIAS COM VÍTIMAS TRAUMATIZADAS

(D) – Segurança da cena e dos socorristas
Neste momento a equipe de socorristas deverá verificar:
 Presença de algum perigo iminente, afastando-o ou minimizando-o;
 A quantidade de vítimas à serem atendidas;
 A natureza da ocorrência, especialmente a cinemática do trauma para
correlacionar com possíveis lesões;
 Necessidade e acionamento de apoio ou outros serviços de emergências.
 Utilizar medidas de proteção para minimizar riscos, como por exemplo
os equipamentos de proteção individual disponíveis e adequados e evitar
contato com fluidos corpóreos (sangue, urina, fezes, vômito e saliva).

(R) – Responsividade ou nível de consciência
 Estabilizar manualmente a cabeça da vítima impedindo
movimentação utilizando-se uma das mãos ou até que um segundo
socorrista assuma esta função;
 Chamar a vítima por pelo menos 03 (três) vezes (exemplo: “o senhor
(a) está me ouvindo? ”, “Você está bem? ”, ou chamar pelo nome).
Caso a vítima esteja inconsciente, o Policial Militar deverá informar esta
circunstância imediatamente à Central de Operações.
Se a vítima estiver consciente, o Policial Militar deverá:
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

Apresentar-se declinando seu nome e identificando-se como sendo
Policial Militar;

Obter autorização para auxiliar a vítima;
(A) – Estabilizar a coluna cervical manualmente e verificar a
permeabilidade das vias aéreas
1. Vítima Inconsciente:
a) Apoiar manualmente a cabeça da vítima para evitar
movimentação até a colocação do colar cervical e
imobilizador lateral de cabeça (equipe de apoio);
b) Fazer abertura das vias aéreas através da manobra de
elevação da mandíbula (jaw thrust);
Figura 2: Manobra de elevação da mandíbula
c) Inspecionar visualmente a cavidade oral e em caso de objeto
estranho, retirá-lo (observação: próteses dentárias serão
retiradas somente se estiverem soltas ou quebradas no
interior da boca);
d) Na presença de vômitos, sangue, fluídos corpóreos ou
líquidos presentes nas vias aéreas da vítima, a mesma
deverá ser lateralizada em bloco para que o líquido escorra;
2. Vítima Consciente:
a) Apoiar manualmente a cabeça da vítima para evitar
movimentação até a colocação do colar cervical e
imobilizador lateral de cabeça pelas equipes de apoio;
b) Questionar sobre o ocorrido;
c) Avaliar a queixa principal;
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d) Verificar se as vias aéreas estão pérvias (livres e
desobstruídas), analisando a presença de secreções ou
vômitos, dificuldade respiratória ocasionada por trauma
visível no pescoço, edema de vias aéreas por inalação de
substâncias tóxicas ou gases aquecidos, lesões orais ou
ruídos indicativos de obstrução de vias aéreas.

(B) – Verificar Ventilação/Respiração
Observar se existem sinais de respiração ou gasping (respiração
agônica) pelo tempo de 7 (sete) à 10 (dez) segundos. Os casos de gasping
serão considerados como ausência de respiração.
Se a vítima possui sinais de respiração, continuar monitorando seu
estado de saúde até a chegada de apoio. Caso contrário, ou seja, não
possuir sinais de respiração ou a respiração for agônica (gasping),
continuar a análise primária.

(C) – Verificar Circulação e grandes hemorragias
A circulação sanguínea será verificada naquelas vítimas que
estão inconscientes. Para esta técnica, deverão ser utilizados os dedos
indicador e médio do socorrista.
1. Palpar a artéria carótida para vítimas com mais de 1 (um) ano de
idade, pelo tempo mínimo de 5 (cinco) segundos e tempo máximo
de 10 (dez) segundos. Posicionar as polpas digitais na
Proeminência da Laringe e deslizar os dedos lateralmente até o
sulco entre a cartilagem e a musculatura do pescoço, aliviando a
pressão dos dedos até sentir o pulsar da artéria.
Figura 3: Verificação do pulso carotídeo em adultos acima de 1 ano de idade
2. Palpar artéria braquial para vítimas com idade inferior à 1 (um)
ano;
P a g . | 12
A ausência de sinais de circulação em até 10 (dez) segundos deverá ser
tratada com as manobras de reanimação cardiorrespiratória.
Caso a vítima apresente pulso central (carotídeo ou braquial), porém não
tenha respiração ou esta mesma seja agônica (gasping), o policial militar deverá,
caso possua barreira artificial (máscara de bolso ou ventilador manual), efetuar 02
(duas) ventilações para identificar se a parada respiratória decorre de obstrução
das vias aéreas ou outro motivo, procedendo-se de acordo com o caso específico.
Verificar também a presença de hemorragias que demandem um controle
imediato. Para tanto deverão ser procurados visualmente sinais de grandes
sangramentos que poderão ser contidos ou minimizados com alguma técnica de
hemostasia pelo próprio Policial Militar.
Figura 4: Verificação visual de
grandes hemorragias
8.2. ANÁLISE PRIMÁRIA
CLÍNICAS

EM
EMERGÊNCIAS
COM
VÍTIMAS
DE
EMERGÊNCIAS
(D) – Segurança da cena e dos socorristas
Neste momento a equipe de socorristas deverá verificar:
 Presença de algum perigo iminente, afastando-o ou minimizando-o;
 A quantidade de vítimas à serem atendidas;
 A natureza da ocorrência, especialmente confirmando que o caso é uma
emergência clínica na qual não existem traumas ou lesões;
 Necessidade e acionamento de apoio ou outros serviços de emergências.
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 Utilizar medidas de proteção para minimizar riscos, como por exemplo
os equipamentos de proteção individual disponíveis e adequados e evitar
contato com fluidos corpóreos (sangue, urina, fezes, vômito e saliva).

(R) – Responsividade ou nível de consciência
 Chamar a vítima por pelo menos 03 (três) vezes (exemplo: “o senhor
(a) está me ouvindo? ”, “Você está bem? ”, ou chamar pelo nome).
Caso a vítima esteja inconsciente, o Policial Militar deverá informar esta
circunstância imediatamente à Central de Operações.
Se a vítima estiver consciente, o Policial Militar deverá:


Apresentar-se declinando seu nome e identificando-se como sendo
Policial Militar;

Obter autorização para auxiliar a vítima;
(C) – Verificar Circulação
 Se a vítima estiver inconsciente, deve-se checar o pulso carotídeo (adultos
e crianças acima de 01 ano) ou braquial (bebês abaixo de 01 ano),
iniciando-se a Reanimação Cardiorrespiratória (RCP) imediatamente
quando constatar-se a ausência do pulso.
 Caso o Policial Militar não disponha de equipamentos ou barreiras
artificiais para executar a ventilação artificial, deverá executar
somente as compressões torácicas até a entrega desta vítima em um
hospital ou até a chegada do apoio especializado que assumirá o
atendimento da mesma.
Figura 5: Localizando pulso braquial em bebês
Figura 6: Localizando pulso
carotídeo em adulto
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
(A) – Estabilizar a coluna cervical manualmente e verificar a
permeabilidade das vias aéreas
o Vítima Inconsciente:

Apoiar manualmente a cabeça da vítima;

Fazer abertura das vias aéreas através da manobra de extensão
da cervical;
Figura 7: Manobra de extensão da cervical para casos clínicos

Inspecionar visualmente a cavidade oral e em caso de objeto
estranho, retirá-lo (observação: próteses dentárias serão
retiradas somente se estiverem soltas ou quebradas no interior
da boca);

Na presença de vômitos, sangue, fluídos corpóreos ou líquidos
presentes nas vias aéreas da vítima, a mesma deverá ter sua
cabeça lateralizada para que o líquido escorra;
o Vítima Consciente:


Apoiar manualmente a cabeça da vítima para evitar
movimentação até a colocação do colar cervical e imobilizador
lateral de cabeça pelas equipes de apoio;

Questionar sobre o ocorrido;

Avaliar a queixa principal;

Verificar se as vias aéreas estão pérvias (livres e desobstruídas),
analisando a presença de secreções ou vômitos.
(B) – Verificar Ventilação/Respiração
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Observar se existem sinais de respiração através dos movimentos
do tórax pelo tempo de 7 (sete) à 10 (dez) segundos. Os casos de gasping
(respiração agônica) serão considerados como ausência de respiração.
Caso a vítima esteja inconsciente, sem respiração e com pulso,
deverá ser tratada como Parada Respiratória com Pulso.
Caso a vítima esteja inconsciente e com respiração presente,
deverá ser acionada a Central de Operações e informar a situação,
aguardando a chegada da equipe de apoio sempre monitorando a vítima.
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AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS – ANÁLISE SECUNDÁRIA
04 h/a
9. ANÁLISE SECUNDÁRIA
É o exame realizado pelo Policial Militar, logo após a Análise Primária, para descobrir
lesões ou enfermidades que poderão ameaçar a vida da vítima, através da observação de
sinais e sintomas.
9.1. SINAL E SINTOMA
Sinal: É o reconhecimento objetivo do que é visto, ouvido, sentido e palpado, ao
examinar a vítima.
Sintoma: Sensação manifestada pela vítima que pode corresponder a uma
enfermidade física ou mental, real ou imaginária. É o relato da vítima daquilo que ela
sente (dor, tontura, náusea, frio, etc.).
9.2. ETAPAS DA ANÁLISE SECUNDÁRIA

Entrevista - É a obtenção de informações através do questionamento
direto da vítima, de testemunhas ou familiares acerca da natureza da
enfermidade ou tipo de lesão. Poderá ser seguido o roteiro abaixo, para
sua aplicação:
(A) Alergias: a alimentos, medicamentos, pós, gases inalados, ou
qualquer substancia que saiba ser alérgico ou que tenha tido contato;
(M) Medicamentos em uso: toma medicamento regularmente,
prescrito por medico ou automedicação, tipo, destinado a que problema; use
as palavras “medicação” ou “remédio”, evite o uso da expressão “droga”, pois
pode inibir a pessoa ou quem esteja sendo questionado;
(P) Passado Médico: sofre de alguma doença crônica (diabetes,
cardíaco, renal crônico)? Já teve distúrbios semelhantes? Quando? Como
ocorre? Quais os sinais e sintomas presentes? Sofreu internações
hospitalares?;
(L) líquidos e alimentos ingeridos: quando comeu pela última vez? O
que comeu? (Alguns alimentos podem causar consequências no organismo ou
agravar a condição clínica da vítima. Além disso, se a vítima precisar ir para
a cirurgia, a equipe medica que vier a receber a vítima no hospital, precisa
saber quando foi a última refeição);
(A) Ambiente, local da cena: elementos presentes na cena de
emergência podem dar indicações do tipo de problema apresentado,
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aplicadores de drogas, frascos de medicamentos, vômitos, presença de gases,
etc.

Avaliação qualitativa dos Sinais Vitais - O socorrista deverá atentar
para a qualidade da respiração e da frequência cardíaca.
 Frequência Cardíaca
 Frequência Respiratória

Exame Físico – Também conhecido por exame da cabeça aos pés.
O policial militar deve proceder a uma avaliação no sentido da cabeça
para os pés da vítima, observando, palpando, sentindo e ouvindo sinais
e sintomas, com o objetivo de procurar deformidades, assimetria, ruídos
e odores anormais etc., que possam identificar a lesão ou a enfermidade
sofrida. Para orientar o exame, poderá se utilizar do seguinte roteiro:
 Examinar a cabeça procurando cortes, deformidades, afundamentos
ou outros sinais de trauma, etc.;
 Inspecionar as orelhas e o nariz (saída de sangue e ou líquido
cefalorraquidiano, hematomas atrás da orelha, etc.);
 Examinar a face, verificando a cor e temperatura da pele (quente,
fria ou normal), os olhos (diâmetro das pupilas), pálpebras
descoloridas, equimoses (arroxeado) ao redor dos olhos;
 Inspecionar o interior da boca, procurando corpos estranhos, sangue,
vômito; avaliar a presença de odores anormais, como no caso de coma
diabético, alcoolismo etc.;
 Avaliar a coluna cervical, procurando sangramentos, deformidades,
pontos dolorosos à palpação etc.;
 Avaliar a região do pescoço, verificando se há desvios de traqueia;
 Examinar o tórax, procurando por fraturas, ferimentos, assimetria;
 Examinar o abdome, procurando ferimentos, pontos dolorosos,
rigidez;
 Examinar a pelve, procurando fraturas e deformidades;
 Examinar os membros inferiores, procurando fraturas, sinais de
hemorragia, pontos dolorosos. Checar a presença de pulso distal
(extremidades), perfusão capilar. Apoiar a planta dos pés e solicite que
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a vítima faça força contrária a fim de verificar a sensibilidade e
motricidade;
 Examinar os membros superiores desde o ombro até a clavícula e,
desta, até a ponta dos dedos, procurando por ferimentos, fraturas,
deformidades, pontos dolorosos etc.; peça que a vítima aperte sua mão
a fim de verificar sensibilidade e motricidade;
 Examinar as costas, quando conveniente, procurando hemorragias ou
lesões óbvias.
Durante a Análise Secundária o policial militar deverá atentar para:

Não provocar lesões adicionais;

Suspeitar de lesão cervical em toda vítima de trauma consciente e
também em toda vítima inconsciente;

Observar o que pode ser considerado anormal na conduta da vítima;

Estar atento à mudança de estado de consciência da vítima;

Estar atento à mudança na cor da pele da vítima;

Observar eventuais deformidades e posições anormais ou inusuais;

Sempre que possível, informar a vítima sobre a avaliação que está sendo
feita;

Não se esquecer de observar os sinais vitais;

Realizar o exame da cabeça aos pés;

Considerar como sinal de lesão na medula a falta de reflexos ou resposta
apropriada a qualquer função e a falta de movimentos e ou sensibilidade
em membros.
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
03 h/a
10. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
Chamamos de Parada Respiratória a ausência dos movimentos respiratórios, no
entanto,
a vítima permanece com os movimentos cardíacos, podendo ser recuperada pela
aplicação de ventilações.
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10.1. OBSTRUÇÃO PARCIAL DAS VIAS AÉREAS
A principal característica da obstrução parcial e possibilidade de a vítima
respirar com dificuldade, tossir, falar ou chorar.
Neste caso, o socorrista não deve interferir, orientando a vítima a continuar
tossindo e auxilia-la a encontrar uma posição confortável.
10.2. OBSTRUÇÃO TOTAL DAS VIAS AÉREAS
Se a vítima evoluir para uma obstrução total de vias aéreas, especialmente por
restos de alimentos ou pequenos objetos, em vítimas ainda conscientes, a técnica
adequada para desobstrução das vias aéreas será a Manobra de Heimlich.
Essa manobra consiste na compressão abdominal executada pelo socorrista
com a finalidade de promover uma tosse artificial pela elevação do músculo
diafragma. Nesses casos, deve-se observar o seguinte:
a) constate a obstrução completa das vias aéreas; pergunte a vítima: você pode
falar, incentive-a a tossir;
b) se a vítima não puder falar ou a tosse for ineficiente, posicione-se por trás da
vítima e apoie ambas as mãos entre o umbigo e o processo xifoide;
c) comprima para dentro e em direção ao diafragma, sucessivamente, até que
ocorra a desobstrução ou a vítima torne- se inconsciente.
Figura 8: Manobra de Heimlich
P a g . | 20
10.3. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS EM VÍTIMAS CONSCIENTES GESTANTES OU
OBESAS
Para as vítimas gestantes ou muito obesas, que estejam conscientes, a
desobstrução das vias aéreas deverá ser realizada com a manobra de compressão torácica.
Figura 9: Heimlich em obeso
Figura 10: Heimlich em
gestante
10.4. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS EM VÍTIMAS INCONSCIENTES
Para as vítimas inconscientes o socorrista utilizará manobras externais para
desobstrução das vias aéreas.

Posicionar a vítima em decúbito dorso horizontal;

Fazer a abertura das vias aéreas com a manobra mais adequada;

Tentar visualizar o objeto e em caso positivo removê-lo;

Caso a vítima continue com a obstrução total, inicie as compressões
torácicas imediatamente (sem necessidade de checar o pulso).

Após um ciclo completo (5 ciclos de 30:2), cheque o pulso carotídeo. Se a
vítima estiver sem pulso, iniciar a Reanimação Cardiorrespiratória.
10.5. OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM CRIANÇAS E BEBÊS
Na execução das manobras de desobstrução de vias aéreas em crianças e bebês
que estejam conscientes, o policial militar deverá observar as seguintes diferenças:
P a g . | 21
10.5.1. Crianças conscientes
As compressões abdominais da Manobra de Heimlich poderão ser realizadas com
apenas uma das mãos e ajoelhando-se para posicionar-se na mesma altura da criança.
Caso a criança fique inconsciente, proceder da mesma forma como o adulto inconsciente.
10.5.2. Bebês conscientes

Posicionar o bebê em decúbito ventral, sobre o antebraço do
socorrista, apoiado em sua coxa, inclinando o corpo do bebê de
forma que sua cabeça fique ligeiramente abaixo da linha de seu
tórax;

Efetuar até 5 (cinco) tapas de expulsão nas costas do bebê (entre as
escápulas);

Posicionar o bebê em decúbito dorsal no outro braço (também
inclinado com a cabeça abaixo da linha do tórax) e realizar até 5
(cinco) compressões torácicas (frequência aproximada de uma
compressão por segundo);

Repetir o ciclo até haver sucesso ou o bebê se tornar inconsciente.
Figura 11: Manobra em bebês conscientes
P a g . | 22
10.5.3. Bebês inconscientes

Peça apoio e inicie a reanimação cardiorrespiratória começando
pelas compressões torácicas (sem necessidade de checar o pulso);

Após 30 (trinta) compressões, abra as vias aéreas e cheque se há
presença de corpo estranho (não faça busca cega); e

Faça 02 (duas) ventilações e continue com os ciclos de RCP até que
o objeto seja expelido.
P a g . | 23
VÍTIMAS COM PARADA RESPIRATÓRIA
03 h/a
11. PARADA RESPIRATÓRIA
A parada respiratória é uma condição em que a vítima não possui condições de
respirar sozinha, porém possui pulso central.
O Policial Militar deve estar atento para um possível agravamento do quadro
clínico de uma vítima, que se encontra em parada respiratória, podendo progredir para
uma parada cardiorrespiratória a qualquer momento. Por isso deverá durante a execução
das ventilações deverá verificar o pulso carotídeo a cada dois minutos, com o intuito
de sentir a onda de pulso, caso não a encontre terá que iniciar a reanimação
cardiopulmonar (RCP) imediatamente.
Para a vítima que não estiver com OVACE, a técnica para a realização da
Ventilação Artificial será de 01 (uma) ventilação a cada:

5 a 6 segundos (10 a 12 ventilações/minuto): vítimas com idade acima de
08 anos;

3 a 5 segundos (12 a 20 ventilações/minuto): vítimas com idade entre 28
dias e 08 anos;

1 a 1,5 segundos (40 a 60 ventilações/minuto): vítimas com idade abaixo
de 28 dias.
O Socorrista deve checar o pulso a cada 02 (dois) minutos, sem interromper as
ventilações. Se o pulso estiver presente, mas a vítima continua sem respiração, reiniciar
as manobras de ventilação. Se o pulso estiver ausente, deverá ser iniciada a manobra de
Reanimação Cardiopulmonar.
Uma vítima poderá deixar de respirar devido à vários fatores, como: distúrbios
neurológicos ou musculares, intoxicação, afogamento, obstrução das vias aéreas por
corpos estranhos ou pela própria língua, etc.
É fundamental que haja o atendimento imediato de uma vítima com parada
respiratória, para evitar a parada cardíaca e a morte cerebral.
Observações:
Na presença de vômito, em casos clínicos, girar a cabeça da vítima
lateralmente; em casos de trauma, girar a vítima em bloco ou a prancha lateralmente, se
devidamente fixada. Evitar ventilar excessivamente para prevenir distensão gástrica e
consequentemente regurgitação.
P a g . | 24
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
6 h/a
A ausência de movimentos cardíacos e respiratórios (parada
cardiorrespiratória) é denominada morte clínica. Nesse estado, é possível que uma
vítima ainda possa ser recuperada, devido à uma espécie de reserva vital de oxigênio
que possuímos em nosso organismo.
O corpo humano pode permanecer alguns minutos sem respiração e circulação
de sangue. Nesse tempo, que varia de pessoa para pessoa, devem ser imediatamente
aplicadas as manobras de reanimação cardiorrespiratória.
O tempo crítico para iniciar as manobras está relacionado a fatores diversos,
como a causa da parada cardiorrespiratória, compleição física da vítima, sua condição
de saúde, meio ambiente outros, porém deve estar entre 4 a 6 minutos após a morte
clínica.
Passado esse período, inicia-se a chamada morte cerebral, que é a degeneração
das células cerebrais pela falta de oxigenação. A morte cerebral é definitiva e
irreversível.
12. REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)
A reanimação cardiopulmonar (RCP) é a manobra de recuperação indicada
para os casos de parada Cardiorrespiratória. Consiste na combinação da
compressão torácica com a ventilação artificial. A intervenção de um policial militar
com conhecimento de RCP no atendimento de uma vítima de parada poderá significar a
diferença entre vida e a morte.
A aplicação da RCP deve ser imediata após a constatação da parada
Cardiorrespiratória, e, embora ela por si só não seja suficiente para salvar uma vida,
constitui-se um elo fundamental da chamada corrente da sobrevivência. Corrente da
sobrevivência é a denominação dos recursos humanos e materiais necessários para
manter a vítima em condições de receber tratamento médico e
suporte avançado de vida.
Compreende desde o acionamento dos serviços de emergência, passando pelas
manobras de RCP, desfibrilação realizada no próprio local e finalmente a atenção de
um especialista num hospital.
Para um policial militar, a participação nos primeiros elos da corrente, ou
seja, o acionamento do serviço de emergência médica e a realização da manobra de
RCP, podem ser tão importantes quanto o tratamento hospitalar de suporte avançado de
vida.
A Corrente da Sobrevivência engloba: solicitação do Serviço Médico de
Emergência, início rápido da reanimação cardiopulmonar, utilização da desfibrilação
e entrega da vítima em um centro médico o mais rapidamente possível.
P a g . | 25
Figura 12: Corrente da sobrevivência
12.1. MOMENTO DE ENCERRAR A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
Uma vez iniciada a manobra de Reanimação Cardiopulmonar, está só poderá ser
encerrada quando:

Para instalação e aplicação do DEA (desfibrilador externo automático),
para casos exclusivos de emergências clínicas;

Houver o retorno da respiração e da circulação;

Houver o retorno da circulação (pulso), momento em que se adota somente
a assistência ventilatória;

A vítima for entregue aos cuidados de uma equipe especializada (Corpo
de Bombeiros, SAMU ou no próprio hospital);

Um médico devidamente qualificado atestar o óbito da vítima;

O local passar a apresentar risco para a equipe ou para a vítima.
12.2. DETALHES A SEREM OBSERVADOS ANTES E DURANTE O RCP

Informar a Central de Operações sobre a parada cardiorrespiratória;

Colocar a vítima deitada de costas (decúbito dorso horizontal – DDH) sobre
uma superfície plana e rígida;

Posicionar-se lateralmente à vítima, na altura do tórax;

Inspecionar a boca da vítima e retirar objetos visíveis;

Abrir corretamente as vias aéreas para a entrada do ar e certificar-se que
o ar está sendo enviado para o pulmão;

Identificar obstrução das vias aéreas com 02 (duas) ventilações;

Cobrir totalmente a boca da vítima e fechar o nariz para evitar que o ar saia
durante a respiração boca a boca, quando forem realizadas as ventilações;
P a g . | 26

Posicionar corretamente as mãos para a compressão torácica e executálas com a intensidade e frequência apresentadas abaixo;

Não interromper a RCP por mais de cinco segundos após iniciá-la;

Não confundir a respiração normal com Gasping (respiração agônica);
12.3. TÉCNICAS PARA REALIZAÇÃO DE RCP
Iniciar a reanimação cardiopulmonar respeitadas as condições da tabela abaixo:
Abertura de
Vias Aéreas
FAIXA ETÁRIA
Adulto (mais de
Criança (entre 1
8 anos ou com
Bebê (entre 28
e 8 anos ou até a
sinais de
dias e 1 ano)
puberdade)
puberdade)
Trauma: Elevação da Mandíbula
Clínico: Extensão da Cervical
Checagem de
Pulso
Palpar pulso carotídeo por no
Palpar pulso braquial por no mínimo
mínimo 5 e no máximo 10 segundos
5 e no máximo 10 segundos
Relação
Compressão x
Ventilação
30 x 2 (01 ou 02
socorristas)
AÇÃO
30 x 2 (01
socorrista) 15x2
(02 socorristas)
Profundidade
da compressão
No mínimo 5 cm
Posição dos
braços e mãos
Manter os braços
estendidos, num
ângulo de 90⁰
com o corpo da
vítima (não
flexionar
cotovelos) e
apoiar a base das
mãos (região
tenar e hipotenar)
Posição no
Tórax
Metade inferior
do tórax, sobre o
esterno
Frequência
(ritmo)
Retorno da
parece torácica
Ventilações
Neonato (menos
de 28 dias)
30 x 2 (01
socorrista) 15x2
(02 socorristas)
3 x 1 (01 ou 02
socorristas) Problemas
cardíacos: 15 x 2
No mínimo 1/3
do diâmetro do No mínimo 1/3 do diâmetro do tórax
tórax (cerca de 5
(cerca de 4 cm)
cm)
Utilizar um ou os
dois braços.
Manter os braços 01 socorrista: utilizar a técnica dos
dedos indicador e médio
estendidos, num
ângulo de 90⁰
com o corpo da
vítima (não
flexionar
02 socorristas: utilizar a técnica dos
cotovelos) e
dedos polegares
apoiar a base das
mãos (região
tenar e hipotenar)
Metade inferior
Ligeiramente abaixo da linha que
do tórax, sobre o
une os dois mamilos
esterno
No mínimo 100 compressões por minuto
Permitir retorno total entre as compressões
Quando socorrista não for treinado, ou for treinado e não proficiente, ou
for treinado e não dispor de equipamentos de proteção suficientes, realizar
apenas compressões
P a g . | 27

As ventilações deverão respeitar o tamanho e idade da vítima e aplicadas
desde que o Policial Militar possua barreira artificial para proteção ou
outro equipamento, não sendo recomendada a utilização da técnica bocaa-boca ou boca-a-boca/nariz em desconhecidos;

A cada 02 (dois) minutos, o socorrista que estiver efetuando as
compressões poderá ser substituído, evitando interrupções, bem como
deverá ser reavaliada a circulação e respiração da vítima.

Ao retornar a circulação espontânea (presença de pulso carotídeo ou
braquial), as compressões torácicas deverão ser interrompidas, devendo
verificar se a respiração também retornou;

Em persistindo a parada cardiopulmonar, continuar com a RCP,
verificando novamente os sinais de circulação e respiração após 02 (dois)
minutos;

Na reanimação cardiopulmonar pode ser empregado o DEA
(desfibrilador externo automático) quando disponível, somente em
casos clínicos.
Figura 14: Posição para massagem cardíaca
em adultos com as duas mãos
Figura 16: Atuação de dois
socorristas
Figura 13: RCP por um socorrista
Figura 15: Posição das mãos em crianças
P a g . | 28
Figura 18: Posição dos dedos em bebês
Figura 17: Técnica dos dedos polegares
12.4. ERROS MAIS FREQUENTES NA EXECUÇÃO DA RCP
A realização imprópria ou inadequada da RCP poderá agravar a situação da
vítima e prejudicá-la seriamente. São erros mais frequentes:

Não solicitar socorro especializado imediatamente;

Posicionar incorretamente as mãos, durante a compressão torácica,
acarretando fraturas de costelas, lesões em órgãos torácicos e
traumatismos abdominais;

Ventilar com força ou rapidez excessivas, provocando a distensão do
estômago, com consequente vômito e possibilidade aspiração pulmonar.

Comprimir o tórax com força e ritmo insuficiente para provocar a
circulação sanguínea;

Abrir de forma inadequada as vias aéreas, impossibilitando a correta
ventilação;

Interromper desnecessariamente ou por tempo superior a 5 segundos as
manobras de reanimação.
P a g . | 29
GRANDES HEMORRAGIAS E ESTADO DE CHOQUE
03 h/a
13. SISTEMA CARDIOVASCULAR
O corpo humano possui, dentre outros, o Sistema Cardiovascular, composto pelo
coração (bomba muscular), vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e o sangue
(plaquetas, plasma e glóbulos).
Este sistema tem por função movimentar o sangue, transportando oxigênio e nutrientes
para as células do corpo, além de remover excreções metabólicas, etc., sendo que para o
seu correto funcionamento ele deve estar fechado.
14. GRANDE HEMORRAGIA
Grande hemorragia é uma emergência grave que ameaça a vida em curto
prazo, portanto devem ser tratadas com a máxima prioridade. Trata-se de uma grave
alteração nesse sistema fechado, com a abertura deste sistema e a consequente perda
sanguínea, podendo provocar a morte da vítima se não tratado rapidamente.
14.1. HEMORRAGIA INTERNA
É a perda de sangue de dentro do Sistema Cardiovascular, porém este sangue fica
acumulado nas cavidades do corpo, na maioria das vezes de difícil visualização, porém
poderão ser observados os seguintes sinais indicadores de sua ocorrência:

Mecanismos de trauma;

Presença de tosse e ou vômito com sangue;

Presença de manchas arroxeadas em cavidades;

Rigidez ou tumores pulsantes na parede abdominal;

Sinais e sintomas indicativos do estado de choque.
14.1.1. Tratamento pré-hospitalar para Hemorragia Interna
O policial militar deverá adotar as seguintes medidas:

Prevenir estado de choque;

Afrouxar as vestes da vítima;

Prevenir hipotermia;

Não restringir a saída de sangue de orifícios naturais;

Acionar a Central de Operações.
P a g . | 30
14.2. HEMORRAGIA EXTERNA
É o sangramento exterior ao corpo, facilmente visível. Existem situações em que
a vítima apresenta hemorragia externa, porém seu corpo está sobre o sangramento, o que
pode dificultar a visualização, principalmente se faz pouco tempo que esta hemorragia
iniciou.
O Policial Militar sempre deve considerar que haverá uma hemorragia externa, se
observar os seguintes sinais:

Presença de sangue nas roupas da vítima;

Presença de sangue no local ou nas imediações onde a vítima se encontra;

Saída de sangue pelos ferimentos;
14.2.1. Tratamento para controle da Hemorragia Externa
A conduta indicada para o tratamento pré-hospitalar de hemorragia externa é:

Expor o ferimento;

Fazer compressão direta e firme sobre o ferimento, com a utilização de
pelo menos luvas de procedimentos, até parar o sangramento, se possível
com auxílio de uma atadura ou pano limpo;
Figura 19: Compressão com pano limpo sobre a
hemorragia

Fixar a atadura ou o pano limpo sobre o ferimento e não remover mais
esta compressa após aplicá-la sobre o ferimento. Caso a hemorragia não
seja contida, colocar outros panos limpos por cima.
P a g . | 31

Se a hemorragia for em extremidades, desde que estas não estejam
fraturadas e também não existam indícios de lesão raquimedular, poderse-á elevar o membro. Evitar elevação de membros inferiores.
Figura 20: Elevação de membro com hemorragia

Caso o sangramento persista, utilizar o torniquete como último recurso;

O torniquete não deverá ser afrouxado até que a vítima esteja sob
cuidados médicos, sendo necessário anotar o horário em que o mesmo
foi feito e transmitir esta informação à equipe médica

Prevenir estado de choque

Transmitir informações para a Central de Operações

Evitar compressões fortes no crânio
P a g . | 32
15. ESTADO DE CHOQUE
Estado de choque é um quadro clínico caracterizado pela insuficiência
circulatória, que impede o fornecimento de sangue oxigenado para os diversos
órgãos do corpo, denominado CHOQUE HEMODINÂMICO, o qual ocorre devido a
uma série de fatores.
15.1. RECONHECIMENTO DO ESTADO DE CHOQUE
No reconhecimento do estado de choque, o policial militar deverá avaliar a vítima
como um todo, pois nem sempre a totalidade dos sinais e sintomas estará presente na
fase inicial. Os sinais precoces do estado de choque são:

Pele pálida, fria e úmida

Agitação e tremores no corpo

Alterações de consciência como confusão mental, agitação ou
inconsciência;

Respiração curta, rápida e superficial;

Pulso - rápido (primeira ocorrência) e fraco;

Perfusão capilar lenta ou nula;

Pupilas dilatadas e ou opacas;

Náuseas, sede, vertigem, medo e ansiedade
15.2. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR PARA PREVENÇÃO DO ESTADO DE CHOQUE
Uma vítima que está entrando em estado de choque deverá ser transportada com
rapidez para um hospital pelos órgãos de apoio. Cabe ao policial militar que identificar
os sinais e sintomas que indiquem que a vítima está nesse estado e adotar os seguintes
procedimentos:

Informar a Central de Operações solicitando apoio para transporte
imediato;

Manter a permeabilidade das vias aéreas e alinhamento da coluna cervical

Checar respiração e circulação, iniciando as manobras de reanimação se
for necessário;

Controlar hemorragias;

Expor a vítima e prevenir hipotermia;
P a g . | 33

Manter a vítima em DDH sem elevar os membros;

Afrouxar as vestes da vítima;

Solicitar transporte imediato e aguardar ordem da Central de Operações;

Monitorar os sinais vitais.
P a g . | 34
RETIRADA DE CAPACEDE DE MOTOCICLISTA ACIDENTADO
02 h/a
15.3. ACIDENTES COM MOTOCICLISTAS
Os acidentes com motocicletas são muito comuns nos dias de hoje, e torna-se
necessário o aprendizado pelo policial militar, de técnicas para o atendimento préhospitalar nesses casos, evitando assim o agravamento de lesões.
É notável que muitas vezes a viatura de policiamento de área poderá estar
próxima do local do acidente e chegará mais rápido que o socorro especializado, sendo
assim o Policial Militar deverá estar preparado para efetuar o atendimento préhospitalar dentro das normas de Pronto Socorrismo.
15.4. QUANDO RETIRAR O CAPACETE
A retirada do capacete deve ser feita o mais precocemente possível.
15.5. QUANDO NÃO SE DEVE RETIRAR O CAPACETE


Quando houver queixa de dores na coluna cervical;
Quando houver algum objeto transfixando o capacete;
Nestes casos, aguardar a chegada de apoio especializado e informar a Central de
Operações, pois o transporte da vítima deverá ser feito com o capacete fixo à prancha.
15.6. PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PELO POLICIAL MILITAR
A melhor técnica prescreve pelo menos dois socorristas para realizar a retirada do
capacete, com a vítima preferencialmente em decúbito dorso-horizontal (DDH).

Socorrista 1: Faz uma leve tração no pescoço da vítima, utilizando uma
das mãos, uma de cada lado do capacete;

Socorrista 2: Solta ou corta o tirante (jugular) do capacete. Coloca o
polegar e o indicador de uma das mãos segurando a mandíbula e com a
outra mão segura a região posterior do pescoço, na altura da região
occipital (próximo à nuca), fixando a coluna cervical;

Socorrista 1: Remove o capacete da cabeça da vítima, atentando para os
seguintes itens:
 Capacete oval: é necessário alargá-lo com as próprias mãos,
mantendo-o dessa forma durante todo o processo de retirada,
para que ele não traumatize as orelhas da vítima e seja mais
fácil a retirada.
P a g . | 35
 Capacete que cobre toda a face da vítima: remova primeiro o
visor e erga a parte da frente do capacete ao tirá-lo, para que não
traumatize o nariz.

Socorrista 2: Mantém a coluna cervical estável, enquanto o socorrista 1
remove o capacete;

Socorrista 1: Depois de retirar o capacete, assume posição para realizar a
manobra de elevação da mandíbula (vítima inconsciente), considerando
que a vítima esteja deitada.

Socorrista 2: realiza a análise primária.
P a g . | 36
MOVIMENTAÇÃO DE VÍTIMAS
04 h/a
16. MOVIMENTAÇÃO DA VÍTIMA
Movimentação de uma vítima traumatizada é a troca justificada de sua posição
em um local de ocorrência. É a execução de movimento necessário para seu atendimento
pré-hospitalar ou seu translado provisório do local da ocorrência para um local mais
seguro.
Se for absolutamente necessário efetuar o transporte de uma vítima sem nenhum
tipo de equipamento ou recurso, o policial militar deverá solicitar ajuda a duas ou mais
pessoas.
Nesses casos, deverá também adotar precauções para evitar o agravamento das
lesões sofridas pela vítima.
Alguns meios poderão ser aplicados, quando não houver recursos disponíveis, tais
como uma prancha de madeira longa ou uma tábua improvisada, como uma porta, por
exemplo. As amarrações da vítima também podem ser improvisadas com cintos, cordas
ou tiras de pano. O policial militar deve priorizar essa imobilização em caso de suspeita
de lesão na coluna e necessidade de transportar a vítima.
Figura 21: Imobilização em prancha para transporte
Figura 22: Prancha e amarrações improvisadas
P a g . | 37
16.1. PRINCÍPIOS
GERAIS RELATIVOS À MOVIMENTAÇÃO E AO TRANSPORTE DE
UMA VÍTIMA
a) Não se deve movimentar uma vítima, a menos que seja absolutamente
necessário para seu atendimento ou haja um perigo real e iminente no local
com incêndio, risco de explosão, vazamento de gás, necessidade de RCP,
outras vítimas em baixo ou a vítima insiste em mover-se, etc.;
b) Sempre que possível, solicitar ajuda de outras pessoas para auxiliar na
movimentação de uma vítima. O policial militar sozinho deve evitar
movimentar uma vítima de fratura ou lesões graves;
c) A velocidade da movimentação depende do motivo que a exige: um
parto complicado, uma hemorragia interna, uma obstrução nas vias aéreas,
etc.;
d) Em caso de movimentar uma vítima, o policial militar deve fazê-lo com
cuidado, evitando causar lesões adicionais;
e) Não se deve transportar uma vítima antes que ela tenha recebido o
atendimento pré-hospitalar necessário;
f) No atendimento pré-hospitalar para a o transporte de uma vítima de
trauma, o policial militar deve sempre observar os princípios da hora de
ouro - Hora de Ouro - Uma vítima de trauma tem 60 minutos, a contar do
momento do acidente para ser localizada, desencarcerada,
imobilizada, transportada, dar entrada num pronto socorro e ser
entregue a um especialista;
g) O transporte da vítima é uma fase do atendimento, portanto deverá ser
adequado ao tipo de lesão que ela sofreu;
h) Utilizar o meio adequado para transportar uma vítima; se não houver
ambulância, adaptar um carro; se não houver uma maca, improvisar uma
padiola, etc.
16.2. VÍTIMA EM PÉ À SER DEITADA COM A PRANCHA LONGA

Socorrista 1: aborda a vítima pela frente e estabiliza a coluna cervical,
explicando o procedimento que será efetuado;

Socorrista 2: aborda a vítima por trás e assume a estabilização da coluna
cervical;

Socorrista 1: aplica o colar cervical (caso tenha) e estabiliza a coluna
cervical da vítima pela frente da vítima de pé;
P a g . | 38

Socorrista 3: ao término da aplicação do colar cervical, posiciona a
prancha atrás da vítima, apoiando-a no tornozelo, no glúteo e nas
escápulas;

Socorristas 1 e 3: posicionam-se lateralmente à prancha longa, de frente
para a vítima; introduzem o seu antebraço sob as axilas da vítima apoiando
e segurando a prancha pelo vão imediatamente superior ao ombro da
vítima; com as mão que ficaram livres, seguram a vítima pelo braço;
mantém-se com um pé paralelo à parte inferior da prancha longa e o outro
pé a um passo atrás; sob a contagem de um dos socorristas, deslocam-se
lentamente dois passos à frente, flexionando no segundo passo o joelho
mais próximo à prancha longa, segurando-a até que esta apoie no solo;

Socorrista 2: mantém a estabilização da coluna cervical durante a descida
da prancha longa;

Socorrista 1, 2 e 3: ajustam, se necessário a vítima à prancha longa.
Esta técnica poderá ser ajustada para apenas 02 (dois) socorristas, porém se torna
um pouco mais complexa a tarefa de estabilização da cervical.
Figura 23: Pranchar vítima em pé
16.3. ROLAMENTO
EM MONOBLOCO COM VÍTIMA EM DECÚBITO VENTRAL NA
PRANCHA LONGA

Socorrista 1: posiciona-se de joelhos acima da cabeça da vítima,
estabilizando sua coluna cervical, segurando-a pela mandíbula;

Socorrista 2: examina o membro superior do lado ao qual será efetuando
o rolamento e o posiciona ao longo do corpo ou acima da cabeça da
vítima, realizando a menor movimentação possível.
P a g . | 39

Socorrista 3: posiciona a prancha longa ao lado da vítima mantendo a
distância adequada para o rolamento.

Socorrista 2: posiciona-se de joelhos na altura do tórax da vítima
segurando-a pelo ombro e coxa opostos;

Socorrista 3: posiciona-se de joelhos na altura da perna da vítima,
segurando-a pela região pélvica e na altura da panturrilha;

Socorristas 1, 2 e 3: sob o comando de um dos socorristas, efetuam o
rolamento em monobloco até que esteja posicionada lateralmente (90
graus);

Socorristas 2 e 3: ajustam sua posição e completa a manobra de
rolamento posicionando a vítima em decúbito dorsal sobre a prancha
(mais 90 graus);

Socorristas 3: reposiciona o membro superior da vítima ao longo do
corpo, se necessário.
Figura 24: Posicionamento para vítima em decúbito ventral
Por ser um giro de 180 graus da vítima (decúbito ventral para decúbito dorsal),
existe uma grande movimentação da vítima, sendo que alguns pontos devem ser
atentados:

Deve-se tomar cuidado de escolher o lado correto para efetuar o giro,
deixando o lado com traumas ou fraturas livres para cima.

A vítima deve estar sempre bem fixa a prancha para evitar acidentes e
também, se houver necessidade, movimentá-la rapidamente sem perder a
imobilização da coluna.
P a g . | 40

Para centralizar a vítima na prancha, usar técnica dos socorristas a
cavaleiro com elevação da vítima e reposicionando na prancha;

Cuidado com a imobilização torácica para não restringir o movimento
respiratório.

Sempre que possível o rolamento da vítima deverá ser efetuado sobre
a prancha longa evitando dupla movimentação do acidentado.
16.4. ROLAMENTO
EM MONOBLOCO COM TRÊS SOCORRISTAS
(VÍTIMA
EM
DECÚBITO DORSAL HORIZONTAL)

Socorrista 1: segura a cabeça da vítima.

Socorrista 2: posiciona-se na lateral da vítima, na altura do tronco,
colocando uma das mãos no ombro contralateral e a outra mão na região
pélvica contralateral.

Socorrista 3: posiciona-se na mesma lateral que o Socorrista 2, na
altura dos membros inferiores da vítima; coloca uma das mãos na região
pélvica, numa posição acima da mão do Socorrista 2 e a outra mão na
altura do terço médio da perna.

Socorrista 1: após certificar-se que todos estão na posição correta, faz a
contagem combinada pela equipe em voz alta e todos ao mesmo tempo,
efetuam o rolamento em monobloco da vítima.

Socorrista 2: retira a mão da região pélvica e traz a prancha para próximo
da vítima e em seguida retorna a mão para a mesma posição.

Socorrista 1: comanda o rolamento em monobloco da vítima para
colocá-la sobre a prancha longa.

Socorrista 1: mantém a estabilização da coluna cervical durante
todo o procedimento.

Socorristas 2 e 3: ajustam, se necessário, a posição da vítima na prancha,
em movimentos longitudinais, apoiando a região dos quadris e ombros.

Socorrista 1: realiza imobilização lateral da cabeça.

Socorristas 2 e 3: prendem os tirantes nas seguintes posições:
o Na altura das axilas e cruzando, sem envolver os membros;
o Na altura das cristas ilíacas;
o Na altura dos joelhos.
P a g . | 41
Figura 25: Posicionamento para giro de vítima em decúbito dorsal
16.5. LEVANTAMENTO EM MONOBLOCO COM QUATRO SOCORRISTAS

Socorrista 1: posiciona-se acima da cabeça da vítima e de frente para
o corpo e segura a cabeça dela.;

Socorrista 2: em pé, posiciona-se sobre a vítima colocando uma perna
de cada lado vítima e segura-a pelos ombros.

Socorrista 3: em pé, posiciona-se sobre a vítima colocando uma perna de
cada lado da vítima na altura das coxas e segura a vítima pela região
pélvica.

Socorrista 4: posiciona-se de frente para o socorrista 1 segura os membros
inferiores da vítima na altura dos tornozelos.

Socorrista 1: após certificar-se que todos os socorristas estão na posição
correta, faz a contagem conhecida pela equipe em voz alta e todos, ao
mesmo tempo, levantam a vítima em monobloco. Ao segundo comando
do socorrista 1 deslocam-se lateralmente para colocar a vítima sobre a
prancha longa.

Socorrista 1: realiza a imobilização lateral da cabeça.

Socorrista 2 e 3: prendem os tirantes nas seguintes posições:
o Na altura das axilas e cruzando, sem envolver os membros;
o Na altura das cristas ilíacas;
o Na altura dos joelhos.
P a g . | 42
Figura 26: Posicionamento para levantamento em monobloco
16.6. MOVIMENTAÇÃO DE VÍTIMA EM VEÍCULO: CHAVE DE RAUTECK
Utilizada para movimentar uma vítima de acidente de trânsito, nos casos em que
houver perigo iminente de incêndio, explosão, desabamento ou outros riscos, ou ainda
houver a necessidade de aplicação de RCP. Se a vítima estiver inconsciente, o
policial militar deverá considerá-la como portadora de lesão na coluna. Antes de iniciar
a movimentação, certificar-se de que os pés da vítima não estão presos nos pedais ou nas
ferragens do veículo.
Caso a vítima esteja consciente e não houver risco iminente, o policial militar
deverá apenas monitorar seus sinais vitais, estabilizar manualmente seu pescoço
mantendo-o na posição neutra e aguardar socorro especializado.

O socorrista aborda a vítima lateralmente e inicia a estabilização da
coluna cervical apoiando com a mão direita a região occipital;

Estabiliza a coluna cervical da vítima, passando sua mão esquerda sob a
axila esquerda, segurando a mandíbula, deixando a coluna em posição
neutra;

Apoia a região occipital contra seu corpo e a mão direita passa por trás
do tronco da vítima e agarra o punho esquerdo dela;

Gira a vítima, retirando-a de forma a manter a estabilização da coluna e
conduzindo-a até um local seguro, deitando a mesma em DDH.
Obs.: Caso haja um segundo socorrista, este deverá auxiliar a retirada apoiando
a região pélvica da vítima e suas extremidades inferiores.
P a g . | 43
Caso não seja possível segurar o punho esquerdo da vítima, a mesma
poderá ser sustentada pela sua roupa (junto ao cinto) ou pelo seu braço direito.
Figura 27: Chave de Rauteck
P a g . | 44
QUEIMADURAS
01 h/a
17. QUEIMADURAS
É uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo, causada
geralmente por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc..
As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sanguíneos, os nervos
e os ossos.
17.1. PRINCIPAIS CAUSAS DE QUEIMADURAS
a) Térmicas: por calor (exemplos: fogo, vapor ou objetos quentes) ou por frio
(exemplos: objetos congelados, gelo, nitrogênio);
b) Químicas: incluem vários produtos cáusticos, como ácidos e álcalis;
c) Elétricas: materiais energizados e descargas atmosféricas;
d) Radioativas: raios ultravioletas, incluindo os raios solares e agentes
radioativos (exemplos: irídio 192, cobalto 60, césio 137, polônio 210, etc.).
17.2. CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS QUANTO À PROFUNDIDADE
a) Queimadura de 1º grau: Atinge somente a epiderme (camada mais
superficial da pele). Caracteriza-se pela dor local e vermelhidão da área
atingida;
b) Queimadura de 2º grau: Atinge a epiderme e derme (duas camadas da
pele). Caracteriza-se pela dor local, vermelhidão e formação de bolhas de
água;
c) Queimadura de 3º grau: Atinge todo o tecido de revestimento, podendo
chegar até os músculos, vasos, nervos e ossos. Caracteriza-se pela
presença de área escurecida ou esbranquiçada (escara). Poderá haver
total ausência de dor local devido à destruição das terminações
nervosas da sensibilidade.
17.3. GRAVIDADE DA QUEIMADURA
A somatória de vários critérios irá estimar a gravidade de uma queimadura,
como a extensão da queimadura, a faixa etária da vítima, os órgãos atingidos e os
agentes envolvidos.
O Policial Militar deve sempre considerar como grave qualquer queimadura que
afete áreas corporais críticas, como a face, as mãos, queimaduras em torno das
P a g . | 45
extremidades (produz inchaço e compressão de vasos), os órgãos genitais (muita dor),
ou com inalação de fumaça (possibilidade de parada respiratória), queimaduras que
atinjam toda a circunferência do tórax (produz dificuldade respiratória) ou vapor
quente que atinja o sistema respiratório.
17.4. CONDUTAS GERAIS PARA VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
a) Interromper o contato da vítima com o agente lesivo (térmico, químico ou
elétrico);
b) Identificar o tipo de acidente, tipo de queimadura (térmica, química ou
elétrica), através de indícios ou testemunhas;
c) Informar imediatamente a Central de Operações quando identificar
vítimas com queimaduras em face, vias aéreas ou eletrocutadas e aguardar
envio de apoio ou autorização para transporte imediato;
17.5. TRATAMENTO PARA QUEIMADURAS TÉRMICAS
a) Evitar que a vítima corra, apagar o fogo, abafando com um cobertor ou
outro recurso disponível (lençol, gandola, etc.);
b) Resfriar a área atingida com água na temperatura ambiente, deixando-a
correr por alguns minutos;
c) Manter as vias aéreas abertas e monitorar os sinais vitais da vítima
frequentemente;
d) Retirar anéis, pulseiras e outros objetos das extremidades;
e) Cortar as roupas em volta da queimadura, exceto aquelas que estejam
grudadas ao ferimento;
f) Não aplicar gelo, nenhum creme ou produto sobre a queimadura;
g) Se possível, cobrir a vítima com um lençol descartável;
h) Ter um cuidado especial quando a queimadura for nos olhos,
colocando uma compressa umedecida sobre ambos;
i) Aquecer a vítima e prevenir o estado de choque. Vítimas com 30% ou
mais de área atingida tendem a apresentar hipotermia severa. Após
interromper o calor, a vítima precisará ser coberta;
j) Não perfurar bolhas;
k) Lembrar que as principais complicações, em caso de queimadura, são
tardias e estão relacionadas à desidratação e infecção.
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17.6. TRATAMENTO PARA QUEIMADURAS QUÍMICAS
a) Proteger-se para evitar contato com o agente químico;
b) Identificar o produto, se possível, e remover os resíduos em volta da
queimadura sem friccioná-lo;
c) Retirar as vestes da vítima que estiverem impregnadas pelo produto
químico;
d) Banhar com água a área afetada pelo menos por 10 (dez) minutos
quando não houver recomendação contrária, devido ao produto agressor.
Figura 28: Tratamento queimadura química
17.7. TRATAMENTO PARA QUEIMADURAS ELÉTRICAS
a) Certificar-se que o local não está energizado e solicitar ajuda
especializada;
b) Irrigar com água limpa ou soro fisiológico as áreas queimadas e
protegê-las com plástico estéril ou gazes limpas;
c) Verificar os sinais vitais, pois a energia elétrica que passou através do
corpo pode ocasionar parada cardíaca ou obstrução respiratória;
d) Procurar por pontos de entrada e saída da eletricidade. Poderá haver
lesão (queimadura) nos pontos de contato com a eletricidade ou onde
houve o contato com a terra.
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Figura 29: Acidente com eletricidade
P a g . | 48
PARTO EMERGENCIAL, CUIDADOS COM O NEONATO E
PROCEDIMENTOS PÓS-PARTO
02 h/a
18. PARTO DE EMERGÊNCIA
O policial militar deve considerar um parto de urgência como uma emergência
médica, portanto deve aplicar todas as regras gerais para atendimento. Isso inclui sua
segurança e da vítima, bem como o acionamento de ajuda especializada.
Sempre que possível, deve-se evitar realizar parto em locais inapropriados. Se
houver possibilidade, o transporte imediato deve ser priorizado. Entretanto, se for
absolutamente necessário acompanhá-lo, alguns cuidados deverão ser tomados.
Realizar uma avaliação da emergência e, se não houver sinais de nascimento
e o hospital for relativamente perto, o policial militar deve optar por transportar a
vítima, monitorando seus sinais vitais.
18.1. AVALIAÇÃO
Para avaliar se o parto é iminente ou se há condições de transportar a vítima, o
policial militar deve:
a) Tranquilizar a mãe e iniciar uma entrevista, questionando o nome, idade,
período de gestão, número de filhos e partos anteriores, etc.;
b) Perguntar sobre a gravidez. Se está sendo acompanhada por médico, se
foi feito pré-natal, se há alguma informação sobre a posição do feto, etc.;
c) Perguntar se é o primeiro parto, pois normalmente o trabalho de parto
leva cerca de 12 horas. Quando já houve um parto normal, o processo
tende a ser mais rápido;
d) Perguntar quanto tempo faz que se iniciaram as contrações e o intervalo
entre elas;
e) Questionar se houve perda de líquido (rompimento da bolsa);
f) Perguntar se a mãe sente o feto no canal de nascimento;
g) Avaliar a queixa de vontade de evacuar como sendo um sinal indicativo
de parto iminente;
h) Se houver o aparecimento da cabeça do bebê, assistir o parto no local.
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18.2. SINAIS DE PARTO IMINENTE:
Se ocorrerem 5 contrações uterinas ou mais, no intervalo de 10 minutos ou menos,
com duração de 40 (quarenta) segundos ou mais cada contração, com vontade de defecar
e houver o aparecimento da cabeça do bebê no canal do nascimento, o parto é considerado
iminente.
O policial militar deve se preparar para realizar o tratamento pré-hospitalar,
preparar a mãe e o ambiente.
Não permitir que a parturiente vá ao banheiro. Não acelerar ou retardar o
nascimento.
18.3. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR PARA O PARTO DE EMERGÊNCIA
a) Solicitar autorização da gestante ou seu responsável para assisti-lo no
próprio local;
b) Assegurar a privacidade da vítima, escolhendo um local adequado;
c) Manter um familiar junto da parturiente durante todo o atendimento;
d) Deitar a parturiente sobre lençóis limpos;
e) Solicitar à parturiente ou familiar que remova as roupas que possam
impedir o nascimento, sem expor a parturiente;
f) Posicionar a parturiente com as pernas fletidas e elevar a bacia com um
coxim (lençol dobrado);
g) Fazer assepsia da região genital e coxas da parturiente;
h) Utilizar preferencialmente equipamentos estéreis;
i) Orientar a parturiente para respirar fundo e fazer força durante as
contrações, como se estivesse evacuando, deixando-a descansar no
período de relaxamento (intervalo das contrações);
j) Durante a expulsão, amparar com uma das mãos a cabeça do recémnascido, evitando que ela saia com violência e com a polpa dos dedos
indicador e médio da outra mão apoiar a região posterior da vagina
(proteger o períneo);
k) Observar o cordão umbilical e caso esteja envolvendo o pescoço do recémnascido (circular de cordão), afrouxá-lo, removendo-o no sentido da nuca
para a face;
l) Com os dedos indicador e médio, das duas mãos, em forma de “V”, pegar
a cabeça pela mandíbula e região da base do crânio, tomando o cuidado de
não pressionar o pescoço do recém-nascido;
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m) Forçar a cabeça suavemente para baixo, liberando o ombro superior e
depois para cima, liberando o outro ombro;
n) Segurar firmemente o RN, evitando que ele caia. Com uma das mãos apoie
a cabeça e com a outra mão escorrega pelo dorso e segura as pernas do
RN, mantendo-o no mesmo nível da mãe;
Figura 30: Posição da parturiente
18.4. SEQUÊNCIA DO NASCIMENTO
Figura 32: Coroamento
Figura 33: Saída do neonato
Figura 34: Desprendimento da placenta
Figura 31: Posição das mãos
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18.5. CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO
a) Limpar a face e a cabeça com gaze estéril, aspirando se possível e
necessário as vias aéreas com a pêra.
b) Não retirar o verniz do corpo do bebê;
c) Estimular o RN passando os dedos suavemente nas costas ou nas solas
dos pés;
d) Colocar os grampos no cordão umbilical (caso tenha). O primeiro a
aproximadamente 15 cm do abdome do recém-nascido e o segundo à
aproximadamente 4 cm do primeiro grampo.
e) Cortar o cordão entre os dois grampos com bisturi estéril (caso tenha);
f) Realizar a avaliação do recém-nascido com especial atenção à circulação
e respiração, envolvendo-o em lençóis limpos e manta térmica,
apresentando-o à mãe;
g) Manter observação constante do RN;
h) Aguardar a saída espontânea da placenta, transportando-a em um saco
plástico, junto com o recém-nascido e a mãe. Jamais puxar a placenta;
18.6. CUIDADOS COM A MÃE
a) Colocar um absorvente higiênico entre as pernas da parturiente;
b) Verificar seus sinais vitais;
c) Mantê-la em repouso;
d) Massagear o seu abdome;
e) Transportar para o hospital;
f) Informar a Central de Operações
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EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
03 h/a
19. EPILEPSIA
Trata-se de uma enfermidade convulsiva que se manifesta de diversas formas
podendo ser acompanhada de fase tônica-clônica.
Há episódios convulsivos observáveis e outros não observáveis. Uma convulsão
decorrente de epilepsia pode se repetir várias vezes. Neste curso iremos enfocar
especificamente o tipo tônica-clônica.
Caracterizada por perda da consciência, em geral cai no chão e pode se
machucar, em seguida, pode apresentar rigidez no corpo, especialmente no pescoço e
nos membros (fase tônica), tremores e espasmos musculares de diferentes amplitudes
(fase clônica).
Em alguns casos, pode ocorrer dificuldade respiratória e descontrole de
esfíncteres urinário e anal. As crises, em geral, não duram mais que 5 minutos. Após
esse tempo, a vítima recupera a consciência lentamente e pode ficar confusa e não se
lembrar do que aconteceu.
19.1. PROCEDIMENTOS DURANTE A CRISE CONVULSIVA
a) Proteger a vítima de qualquer perigo, afastando objetos ao seu redor;
b) Proteger a cabeça da vítima;
c) Posicionar a vítima em decúbito lateral, evitando que aspire secreções,
d) Afrouxar suas vestes.
19.2. CONDUTA NA FASE PÓS-CONVULSIVA
a) Mantenha a vítima em decúbito lateral, se houver trauma em decúbito
dorsal horizontal;
b) Tratar eventuais ferimentos;
c) Proteger sua privacidade e explicar-lhe o que aconteceu;
d) Encaminhar a vítima a um hospital ou solicitar apoio (192 ou 193);
20. CONVULSÃO
Pode se manifestar de diversas formas, sendo uma delas por contrações
involuntárias e violentas de parte ou da totalidade dos músculos, provocadas por diversas
enfermidades neurológicas, não-neurológicas e por lesões traumáticas no cérebro.
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As convulsões podem ser provocadas por epilepsia, febre alta em crianças
menores de 6 anos, traumas de crânio e intoxicações.
20.1. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM CRISES CONVULSIVAS
Aplicar o mesmo tratamento indicado para crise convulsiva decorrente da
epilepsia.
No caso de convulsões em crianças, devido à febre, o policial militar deve
procurar baixar a temperatura corporal da vítima, colocando um pano umedecido
nas regiões de grande circulação, como os pulsos, as axilas e a testa. Em seguida,
encaminhá-la a um pediatra.
21. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)
O AVE, é uma lesão devido ao rompimento ou obstrução da artéria que nutria o
tecido. Quando causado por um coágulo que obstrui uma artéria cerebral (trombose) é
chamado de “isquêmico” e, quando causado por uma hemorragia no cérebro após
rompimento de uma artéria (derrame) é denominado “hemorrágico”.
21.1. SINAIS E SINTOMAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Variam de acordo com a localização e extensão da lesão. Isso inclui dor de cabeça
(pode ser o primeiro sintoma), alteração da consciência, formigamento ou paralisia
(usualmente das extremidades ou do rosto). A vítima pode também sofrer de
dificuldade respiratória, visão turva, convulsões, desigualdade das pupilas, perda do
controle urinário ou intestinal, dificuldade na fala e inconsciência.
Uma forma de tentar identificar a ocorrência do AVE (precisão de 70%) é
realizar a avaliação da vítima de acordo com a Escala de CINCINNATI. Para tanto se
avalia a queda facial da vítima, debilidade dos braços (peça para ela fechar seus olhos
e elevar seus braços a frente, mantendo-os elevados, sendo que um deles ficará mais
baixo) e fala anormal (peça para o paciente dizer: o rato roeu a roupa do rei de Roma, ou
outra frase similar).
21.2. TRATAMENTO
ENCEFÁLICO
PRÉ-HOSPITALAR
PARA
O
ACIDENTE
VASCULAR
a) Priorizar o transporte ou aguardar o serviço de APH, após contatar o
serviço de socorro especializado;
b) Se houver paralisia, proteger o lado paralisado, na movimentação da
vítima;
c) Na presença de vômito, transportar a vítima em decúbito lateral.
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22. HIPERTENSÃO ARTERIAL
Hipertensão arterial é uma doença crônica determinada por elevados níveis de pressão
sanguínea nas artérias, o que faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior
do que o normal para fazer circular o sangue através dos vasos sanguíneos.
Esta doença é um fator de risco para a ocorrência do Acidente Vascular Encefálico
(isquêmico ou hemorrágico), enfarte agudo do miocárdio, aneurisma arterial, doenças
arteriais periféricas e insuficiências renais e cardíacas.
O limiar aceitável para a pressão arterial situa-se até 140/90 mmHg.
22.1. SINAIS E SINTOMAS DA HIPERTENSÃO
Dor de cabeça, enjoo, ansiedade, hemorragia nasal, pressão diastólica maior
que 90mmHg, formigamento nas extremidades, distúrbios visuais e taquicardia.
22.2. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR PARA VÍTIMA DE HIPERTENSÃO
a) Manter as vias aéreas liberadas, afrouxando as vestes da vítima;
b) Acionar ajuda especializada;
c) Tranquilizar a vítima, mantendo-a em repouso e posicionando-a semi
sentada;
d) Encaminhar a vítima para um tratamento médico.
23. BIBLIOGRAFIA
Corpo de Bombeiros da PMESP. Protocolo de Resgate. 2014.