análise da performance de prestadores de serviços logisticos no
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análise da performance de prestadores de serviços logisticos no
CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RAFAEL PEREIRA DA SILVA ANÁLISE DA PERFORMANCE DE PRESTADORES DE SERVIÇOS LOGISTICOS NO SEGMENTO DE ELETRÔNICOS ESTUDO NA DISTRIBUIÇÃO PARA GRANDES CLIENTES São Paulo 2009 CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RAFAEL PEREIRA DA SILVA ANÁLISE DA PERFORMANCE DE PRESTADORES DE SERVIÇOS LOGISTICOS NO SEGMENTO DE ELETRÔNICOS ESTUDO NA DISTRIBUIÇÃO PARA GRANDES CLIENTES Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte Orientador: Prof°.Ms. Enio Fernandes São Paulo 2009 CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RAFAEL PEREIRA DA SILVA ANÁLISE DA PERFORMANCE DE PRESTADORES DE SERVIÇOS LOGISTICOS NO SEGMENTO DE ELETRÔNICOS ESTUDO NA DISTRIBUIÇÃO PARA GRANDES CLIENTES Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte. COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ Prof°.Ms. Enio Fernandes Faculdade de Tecnologia da Zona Leste ______________________________________ Prof°.Ms. Celio Daroucho Faculdade de Tecnologia da Zona Leste _________________________ Prof°.Ms. Lincoln Nogueira Marcellos Faculdade de Tecnologia de Itaquaquecetuba São Paulo, 24 de junho de 2009. A DEUS, aos meus pais e aos meus familiares, e minha linda noiva que “realizou” o curso na mesma intensidade que eu. AGRADECIMENTOS Ao Prof°.Ms. Enio Fernandes, braço amigo de todas as etapas deste trabalho e por compartilhar seu grande conhecimento na aérea de logística e com isso ampliar meus horizontes. A minha família, pela confiança, motivação e união , principalmente aos meus pais que nunca desistiram e nem duvidaram do que eu seria capaz, minha noiva FABIOLA que me acompanhou até o último instante no vestibular e me deu forças na primeira e em todas as etapa da jornada acadêmica Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas vidas. Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a realização deste estudo. A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho. . “Se existe uma forma de fazer melhor, descubra-a.” Thomas Edison SILVA, Rafael Pereira. Análise da performance de prestadores de serviços logísticos no segmento de eletrônicos estudo na distribuição para grandes clientes.2009 .2009Dissertação (Tecnólogo em Logística) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste de São Paulo. RESUMO Analisa e compara o comportamento dos prestadores de serviço de transportes na entrega para grandes clientes no segmento de eletrônicos, na busca e uso de informação para desenvolvimento de uma operação logística satisfatória tanto para os clientes quanto para a empresa. Para a coleta de dados foram utilizados dados do último semestre da empresa abrangendo uma parte da operação que tem como origem Manaus-AM e com produtos específicos, acessórios sonoros para veículos automotores. Como principais indicadores de desempenho têm-se: a)ciclo total do pedido; b) quantidade de notas fiscais entregues no prazo; c) comparação entre os prazos de entrega contratados e realizados.Conclui que a partir da análise e mensuração dos indicadores de desempenho é possível aprimorar mês a mês cada um dos indicadores estabelecidos pela empresa como chaves para atender o nível de serviço desejado, com qualidade, com novas ações, planejamento e acompanhamento diminuindo seus custos e aumentando sua credibilidade em relação as entregas junto aos clientes . Palavras-chave: logística; transporte; indicadores de desempenho; qualidade, análise ABSTRACT Analyzes and compares the behavior of service providers in the delivery of transport for large customers in the electronics segment, the search and use of information for developing a logistics operation satisfactory both for customers and for the company. For data collection we used data from the last half of the company covering a part of the operation which has as its origin Manaus-AM, with specific products, accessories for motor vehicles sound. The main performance indicators are: a) full cycle of the request, b) amount of invoices issued in the period, c) compare the performance forecast lead time and actual lead time. Concludes from the analysis and measurement of performance indicators can improve month by month each of the indicators established by the company as keys to meet the desired level of service, with quality, with new shares, reducing planning and monitoring costs and increasing its credibility for the next deliveries to customers. Key-words: logistic; transport; performance indicators; quality, analysis LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS FIGURAS Figura 1 – Rede de Suprimentos.............................................................................. 17 Figura 2 – Necessidade do Cliente ......................................................................... 18 Figura 3 – Integração Logística ............................................................................... 20 Figura 4 – Evolução da logística a partir de 1960 ................................................... 23 Figura 5 – Método de GAPS – Qualidade nos serviços .......................................... 32 Figura 6 – Componente da Qualidade Total............................................................. 37 Figura 7 – Avaliação de Serviço pelo cliente ........................................................... 57 TABELAS Tabela 1 – Os grandes nomes da qualidade total ................................................... 38 Tabela 2 – Comparação das características de serviço entre os modais ............... 46 Tabela 3 – Diferença entre prestador de serviço tradicional e operador logístico .... 53 Tabela 4 – Classificação dos indicadores quanto ao âmbito .................................... 58 Tabela 5 – Indicadores de desempenho logístico .................................................... 59 Tabela 6 – Indicadores de desempenho logístico – Definidos Sony......................... 80 GRÁFICOS Gráfico 1 – Ciclo total do pedido – OUT ~ DEZ ....................................................... 82 Gráfico 2 – Cumprimento de prazos de entrega – OUT ~ DEZ ............................... .83 Gráfico 3 – LT Contratado x LT Realizado – OUT ~ DEZ ....................................... 84 Gráfico 4 – Ciclo total do pedido – JAN ~ MAR ....................................................... 87 Gráfico 2 – Cumprimento de prazos de entrega – JAN ~ MAR................................. 88 Gráfico 3 – LT Contratado x LT Realizado – JAN ~ MAR ........................................ 89 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 1.2 Objetivos ............................................................................................................ 14 1.3 Metodologia ........................................................................................................ 15 2 LOGÍSTICA, QUALDADE E TRANSPORTE SUAS DEFINIÇÕES ....................... 16 2.1 Logística ............................................................................................................. 16 2.1.1 Histórico da Logística ...................................................................................... 21 2.1.2 Logística no Brasil ........................................................................................... 24 2.1.3 Função da Logística ........................................................................................ 25 2.2 Qualidade ........................................................................................................... 27 2.2.1 Administração dos Serviços ............................................................................ 28 2.2.2 Serviço ao Cliente ........................................................................................... 29 2.2.3 A História da Qualidade................................................................................... 33 2.2.4 Grandes Nomes da Qualidade ........................................................................ 37 2.2.5 Fatores de Qualidade na Cadeia Logística ..................................................... 41 2.3 Transporte .......................................................................................................... 43 2.3.1 Modais de Transporte...................................................................................... 45 2.3.2 Transporte Rodoviário ..................................................................................... 46 2.3.3 Transporte Ferroviário ..................................................................................... 48 2.3.4 Transporte Aquaviário ..................................................................................... 49 2.3.5 Transporte Aéreo ............................................................................................ 50 2.3.6 Transporte Dutoviário ...................................................................................... 51 3 OPERADORES LOGÍSTICOS ............................................................................. 52 4 INDICADORES DE DESEMPENHO .................................................................... 56 4.1 Estratégias x Indicadores de desempenho......................................................... 58 4.2 Indicadores de desempenho logístico ................................................................ 58 4.3. Perspectivas de Medição .................................................................................. 68 5 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 70 5.1 Histórico, missão e política da empresa ............................................................. 70 5.2 Tecnologia utilizada ............................................................................................ 71 5.3 Principais concorrentes ...................................................................................... 72 5.4 Cenário atual ...................................................................................................... 74 5.5 Processo e aplicação do estudo de caso .......................................................... 75 6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 91 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 92 13 1 INTRODUÇÃO Não é muito novo o conceito de cadeia de suprimentos, apenas nos anos 50 as empresas começaram a perceber a necessidade de se organizarem, gerenciar o fluxo de informações e materiais em suas operações, desde a concepção até a venda de seus produtos: A Logística Empresarial. É estritamente necessário o conhecimento da demanda, uma vez que, se não existirem modelos de previsão de mercado, pouco adianta os maiores esforços para uma operação com o mínimo de erros. Agora, se o problema citado for bem avaliado, precisa-se voltar para as operações. Em um ambiente crescentemente competitivo e de fronteiras cada vez mais distantes, as empresas perceberam que muitas das expectativas de seus clientes, como prazo de entrega, frescor e até disponibilidade estavam intimamente ligadas à qualidade dos seus serviços logísticos. No entanto a falta de capacidade dos transportadores em lidar com os produtos de eletrônicos, por serem bem supérfluos e nem tanto comuns no embarques diários cria uma enorme diferença entre o serviço contratado e realizado, é, portanto a cadeia de suprimentos destes produtos de alto valor agregado muito deleitosa e carente de ações e modelos que realmente funcionem. Se houver gerenciamento correto dos operadores logísticos e analise detalhada e confiável, as deficiências das operações serão supridas e a empresa atingirá seus objetivos. Além disso, deve-se avaliar a adaptação do operador em ralação a produtos de alto valor agregado que muitas vezes são alvo de furtos e roubos. É importante 14 lembrar que o Brasil por ser um país de grandes proporções dificulta a entrega para algumas regiões, por diversos motivos como, disponibilidade de transporte, tempo de transito, condições adversas no caminho a ser percorrido. Ao analisar o desempenho pode-se identificar uma série deficiências que poderão ser resolvidas em conjunto com o transportador, desenvolvendo uma parceria que pode-se chamar de “parceria de alto nível”, esta aliança deve sempre ser baseada confiabilidade de informações, na acuracidade das entregas, diminuições de devolução e sinistros, fretes menores, uma vez que se conseguir atender de forma mais efetiva os clientes as cargas sairão de forma consolidada e em carros dedicados (tendência dos produtos eletrônicos – menor tamanho, maior valor agregado). Enfim, em tempos de crise empresas de eletrônicos precisam manter suas operações com menos erros possíveis para ter o mínimo de gastos e aumento de vendas, transformando a logística de custo para vantagem competitiva. 1.1. Objetivo Esta pesquisa pretende contribuir para uma maior compreensão do conceito de qualidade de serviços de distribuição, segundo as visões de clientes e prestadores, através de um estudo de caso que busca responder à questão: O quão é importante uma boa elaboração de indicadores de performance E também demonstrar através de estudos e medições a possibilidade de existir um ponto de equilíbrio entre qualidade de serviços prestados e custos logísticos. 15 1.2. Metodologia Para realização desse trabalho será utilizado a metodologia de estudo de caso na Empresa Sony Do Brasil LTDA e ainda será utilizado a metodologia de pesquisa bibliográfica para revisão de literatura pertinente ao tema. 16 2 LOGÍSTICA, QUALIDADE E TRANSPORTE – SUAS DEFINIÇÕES Em um primeiro momento é muito importante sabermos quais são as bases que servirão de apoio para este trabalho, os temas a seguir estão ligados de maneira intrínseca com a performance de transportadores que, antes de iniciar qualquer assunto, devemos entender os conceitos básicos. 2.1Logística Antes de qualquer aspecto ou definição sobre logística deve-se saber em qual cenário o termo esta envolvido. Existe certa confusão do que significa gerenciamento de cadeia de suprimento e logística, alguns dizem que são a mesma coisa, porém gerenciamento da cadeia de suprimentos é um conceito mais amplo que logística. A logística é essencialmente a orientação e a estrutura de planejamento que procuram criar um plano único para o fluxo de produtos e de informação ao longo de um negocio. O gerenciamento da cadeia de suprimentos apóia-se nessa estrutura e procura criar vínculos e coordenação entre os processos de outras organizações existentes no canal, isto é, fornecedores, clientes, a própria organização. (CHRISTOPHER, 2007.p.4) Ampliando essa idéia surgiu-se que a cadeia de suprimentos poderia ser definida como mais precisão na figura abaixo, que demonstra como as organizações estão conectadas e interdependentes, trabalhando em um regime de cooperação mutua , para cada vez mais aprimorar os fluxos ate a chegada ao cliente final. 17 Empresa Fornecedores Clientes Figura 1 – Rede de Suprimentos Fonte: CHRISTOPHER (2007, p.15) Para Ching (2008, p.15) o conceito de logística existe desde a década de 40 quando foi utilizado pelas forças armadas Americanas durante a segunda guerra mundial para atender os objetivos de combate da época. Com o passar dos anos esse conceito foi evoluindo e uma nova concepção entrou em vigor passou a existir a integração das diversas áreas envolvidas na produção, dimensionamento, layouts de armazéns, a locação de produtos em deposito, transportes, distribuição, seleção de fornecedores e clientes externos, surgindo um novo conceito conhecido como supply chain. (NOVAES, 2001, p38) É importante saber que para a empresa sobreviver precisa oferecer resultados, em quantidade e variedade, qualidade, preços e prazos compatíveis de acordo com as necessidades do cliente para obter vantagem competitiva como demonstra a figura abaixo. 18 Figura 2 – Necessidade dos Clientes Fonte: CHING (2008, p.20) A administração da cadeia de suprimentos de uma organização, do inglês Supply Chain, é a definição mais moderna do papel desta função. Nesta cadeia formada por uma sucessão de clientes e fornecedores, internos e externos, há um fluxo contínuo de materiais e informações visando o atendimento das demandas do mercado consumidor final. Fundamental para o sucesso de uma organização, portanto, é o conhecimento preciso do modelo de expectativas do mercado e, em última instância, o seu atendimento, diminuindo assim a lacuna existente entre o que é entregue e o que é demandado. Hoje com a globalização, onde o mundo se conecta simultaneamente através da internet, no qual nos consumidores não necessitamos mais sair de suas residências para fazer compras de qualquer gênero à internet ganhou um papel importante nas empresas. Com isso a logística empresarial ganha um campo importante para o mundo e é o coração das empresas. A logística é um campo no 19 qual ela tem que sempre estar integrada com o mercado e com o marketing, pois se uma empresa faz uma promoção que seu produto estará na casa do consumidor em 24 horas o responsável por essa promoção ser valida na hora da entrega é o setor de logística, por isso a logística tem que ser um setor dinâmico e ter varias formas e ofertas para realização de suas entregas. A logística empresarial é um campo de gestão integrada. Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias e serviços e das informações relativas desde o ponto de origem ate o ponto de consumo com o propósito de atender as exigências do cliente. (BALLOU. 2007, p. 27). Portanto podo-se dizer que a logística nada mais é que um processo que lida com bens matérias, com fluxo de serviço, com isso se torna uma área com crescente oportunidade de aperfeiçoamento. Em 1991, o Council of Logistics Management (CLM), modificou a sua definição de gerenciamento de distribuição, vigente há 15 anos, que passou a ser chamada Logística: “Logística é o processo de planejamento, implementação e controle, eficiente e eficaz, do fluxo e armazenagem de bens, serviços e informações relacionadas do ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às necessidades dos clientes.” Vale salientar duas características de Logística, compreendidas nesta definição do CLM, sendo elas a integração de funções como aquisição, planejamento de produção e distribuição física, suportadas por um fluxo de estoques e de informações (Figura 3). Apesar da abrangência da definição de logística, o escopo deste trabalho será a função Distribuição Física, por sua maior interface com o cliente final. 20 A aplicação do conceito de marketing, onde todos os esforços da organização devem ser canalizados para o atendimento de necessidades dos clientes. Figura 3 - Integração Logística Fonte: BOWERSOX (1996, p.41) Com esse aperfeiçoamento a logística empresarial ganha um papel muito importante e passa a fazer parte integrada da cadeia de suprimento. As atividades relacionadas à logística empresarial vão variar de acordo com cada segmento da empresa e sua estrutura organizacional das diferentes conceituações dos respectivos gerentes sobre o que constitui a cadeia de suprimento. Gerenciamento de cadeia de suprimento (GCS, ou SCM, do inglês Supply Chain Management), é um termo sugerido mais recentemente que capta a essência logística integrada e inclusive a ultrapassa. (BALLOU. 2007, p. 28) A administração da cadeia de suprimentos de uma organização é a definição mais moderna do papel desta função. Nesta cadeia formada por uma sucessão de clientes e fornecedores, internos e externos, há um fluxo contínuo de materiais e informações visando o atendimento das demandas do mercado consumidor final. 21 Portanto a cadeia de suprimento é um conjunto de abordagens usadas para integrar eficientemente, fornecedores, fabricantes e distribuidores (armazém, depósitos e centros de distribuição), de modo que o produto e serviço sejam produzidos e distribuídos nas quantidades certas para a localização certa e no tempo certo, de forma a minimizar os custos globais do sistema produto/distribuidor, ao mesmo tempo em que atinge o nível desejado pelo cliente. 2.1.1 Histórico da Logística As forças militares foram à primeira forma de organização humana a considerar, de maneira estruturada, a importância do planejamento em níveis estratégico, tático e operacional da função logística, palavra de origem francesa advinda do verbo loger, que na tradição militar significa a arte de transportar, abastecer e alojar tropas. Os soldados sob o comando de Napoleão Bonaparte na desastrosa campanha de 1812 na Rússia foram mortos, em sua maioria, por inanição e frio. Os exércitos inimigos, ao invés de desferir golpes de baioneta, limitavam-se a queimar plantações e impedir o acesso dos franceses a comida e abrigo. Desde então, o planejamento de suprimentos vem sendo encarado como vital para o sucesso das operações militares. No entanto, apenas na década de 50, as empresas começaram a perceber a necessidade de desenvolver uma função capaz de gerenciar o fluxo de informações e materiais em suas operações, desde a concepção até a venda de seus produtos: A Logística Empresarial. Para Novaes (2001, p.41), o processo de evolução da logística possui quatro 22 fazes, sendo que a ultima fase corresponde ao moderno gerenciamento da cadeia de suprimentos. Como já dito anteriormente os conceitos de logística começaram a ser utilizados há muito tempo atrás, porem os anos que antecedem a década de 50 foram de certa forma ineficazes. Até cerca de 1950, o campo permanecia em estado de dormência. Não existia nenhuma filosofia dominante para guiá-lo. As empresas fragmentavam administração de atividades chaves em logística. Ou seja, o transporte era encontrado freqüentemente sob o comando gerencial da produção, os estoques eram responsabilidades de marketing, produção ou finanças; e o processamento de pedidos era controlado por finanças ou vendas. Isto resultava no conflito de objetivos e de responsabilidades para as atividades logísticas. (BALLOU, 1993.p.28) Já depois desse período houve uma grande revolução nos processos vendas, novos produtos começaram a ser comercializados, precisava-se de algum jeito para que as necessidades dos consumidores fossem atendidas. Os consumidores passaram a procurar maior variedade de mercadorias, os produtos proliferaram-se nos supermercados, automóveis eram oferecidos em diversas cores e tamanhos. Essa variedade significava custos maiores de manutenção de estoques e transportes. (CHING, 2008. p23) Muitas atitudes foram tomadas para que os impactos dos custos fossem menores, porém o planejamento era falho, pois era rígido. Segundo Novaes (2001, p.45), uma vez elaborado o planejamento ele permanecia imutável, se houve alguma alteração no mix dos produtos os transtornos eram enormes, como por exemplo, atraso nas entregas de matérias primas. Esta fase não permitia a correção dinâmica do planejamento. A terceira fase desse histórico localiza-se entre 1970 e 1990. Neste período os conceitos de logística estavam melhores estruturados, porem as empresas 23 buscavam sempre grandes lucros, mas não se preocupavam com os custos. De acordo com Ballou (1993, p.31), os custos logísticos de uma empresa correspondem a 21% do total produzido, sendo transporte o maior gasto de todas as variáveis envolvidas. Ao contrario segunda fase este período marca a flexibilidade da empresa em relação ao sistema de produção. Segundo Ching (2008, p.25) os grandes responsáveis pelo desenvolvimento na logística na década de 80 foram à explosão da tecnologia da informação, alteração estruturais sugeridas nos negócios e na economia formação de blocos econômicos e no fenômeno da globalização. Na quarta fase ocorre um salto qualitativo na área da logística. Para Novaes (2001.p.48) as empresas passam a tratar as questões logísticas de forma estratégica, ou seja, as empresas passam a utilizar os conhecimentos adquiridos para ganhar competitividade induzir novos negócios, a figura abaixo demonstra de forma resumida a evolução logística. Figura 4 - Evolução da logística a partir de 1960 Fonte: CHING (2008,p.34) 24 2.1.2 Logística No Brasil No Brasil, a logística ainda é algo relativamente novo, em outras palavras, o país possuía as noções básicas porém não eram de grande importância, somente após a abertura da economia brasileira é que as empresas começaram a buscar alternativas para transformar custo em oportunidades. As empresas mais modernas já conseguem tratar a logística de tal maneira que utiliza-se de meios eletrônicos para transmissão de dados ate integração total das áreas e entre o prestador de serviços logísticos. Mas um dos grandes desafios que hoje é enfrentado é que existe uma enorme dificuldade de integração entre as áreas da empresa, não é possível que a áreas de vendas seja lucrativa se a logística for ineficiente, porém antes de qualquer analise deve-se saber qual área exerceu seu poder de forma errada sobre a outra. Há também casos em que a alta administração da empresa já reconhece melhor as especificidades das funções logísticas, criando uma diretoria específica e recrutando externamente um profissional gabaritado para assumi-la. Mas, muitas vezes, o esquema de poder dentro da empresa acaba engessando o executivo recém- chegado, deixando-o sem ação.( NOVAES. 2001, p.55) Outra prática muito comum no mercado brasileiro são as tomadas erradas de soluções. Na logística não se deve pensar que os softwares são a resposta para os problemas, os programas de computador são apenas ferramentas de auxílio para o melhor serviço é o mínimo custo, lembrando que a integração entre os sistemas agilizam e modernizam a operações logísticas. No caso das parcerias com as empresas de logística existe uma necessidade de avanço entre as empresas brasileira e seus prestadores de serviços, não podese mais existir relação de desconfiança, lucro unilateral etc, todos devem buscar o 25 alto padrão. O relacionamento cliente fornecedor se desenvolve a partir de uma atuação do cliente sobre seus fornecedores, procurando atingir um grau de entendimento e confiança mútua até então inexistente. As relações não nascem do dia para a noite requerem certo tempo de amadurecimento, conhecimento prévio da capacidade do fornecedor e confiabilidade do cliente. Nesse processo, o cliente irá procurar atuar nos aspectos que possam lhe trazer vantagens competitivas. (ALT; MARTINS, 2003. p.109) Finalmente se deve pensar que o Brasil ainda esta amadurecendo em relação as processos logísticos, mas muitas mudanças já foram efetuadas e o olhar para a logística deve ser sempre de evolução, muitos processos e ineficiências podem ser corrigidas se forem estudas as possibilidades, traçadas estratégias e trabalho com confiança. Para Gomes e Ribeiro (2004, p.28), a logística está passando por um período de mudanças, tanto em termos de práticas empresariais como de eficiência, qualidade e disponibilidade de infra-estrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para uma logística moderna. É um período de riscos (devido às enormes mudanças que precisam ser implementadas) e oportunidades (espaços significativos para melhorias na qualidade de serviço e aumento da produtividade). 2.1.3 Função da Logística São três as grandes etapas do processo logístico: suprimento, produção e distribuição, em todas estas etapas a logística possuem funções que podem ser 26 divididas de acordo com Gomes e Ribeiro (2004, p. 90) em atividades primárias e de apoio. As atividades primárias são: ¾ Transporte ¾ Manutenção de Estoques ¾ Processamento de Pedidos As atividades logísticas são apoiadas em cuidados, tais como: ¾ Armazenagem, referindo-se à administração do espaço para manter os estoques; ¾ Problemas de localização, dimensionamento, arranjo físico; ¾ Manuseio e embalagem – referindo-se às movimentações dos produtos no local de estocagem e ao cuidado para evitar danos nos produtos durante as movimentações; ¾ Obtenção, referindo-se a onde comprar; ¾ Informação, referindo-se, a saber, tudo sobre o cliente e os produtos, ou seja, localização dos clientes, volume de vendas, padrões de entrega, etc. Enfim, as atividades da cadeia de valor podem ser classificadas em dois tipos – atividades primarias (logística de suprimentos, operações, logística de distribuição, marketing e vendas, e serviços) e atividades de apoio (infra-estrutura, gestão de recursos humanos, desenvolvimentos da tecnologia e compra de bens e serviços). Essas atividades são funções integradoras que abrangem as funções tradicionais das empresas. A vantagem competitiva deriva do modo como a empresa organiza essa atividade na cadeia de valor. Para obter vantagem competitiva sobre seus rivais, a empresa deve oferecer valor a seus clientes, desempenhando essas atividades com mais eficiência que os concorrentes ou de modo exclusivo, que crie 27 maior diferenciação. 2.2 Qualidade O conceito de qualidade aplicada aos serviços surgiu no Japão, na recuperação industrial pós-guerra. O país tentava se reerguer otimizando seus processos, algo que foi fundamental para a criação das ferramentas que atualmente são modelos para muitos setores da indústria mundial. Mas se for refletir a qualidade de serviços que existem hoje no mercado percebe-se que há uma espécie de falta de treinamento por parte dos prestadores de serviço. Para Neto e Campos (2006 p.39) descreve que a qualidade é uma filosofia de gestão empresarial ou, um modelo de gestão administrativa, que visa atingir permanentemente a melhoria de seus produtos ou serviços oferecidos, por meio da mudança dos processos produtivos, da redução de custos, de uma mudança cultural e do envolvimento e comprometimento dos trabalhadores. A Qualidade é uma abordagem administrativa que tem como um de seus objetivos é propiciar o desenvolvimento organizacional por intermédio da melhoria dos processos produtivos. Pode-se destacar: os processos produtivos: o trabalho realizado, os clientes, os procedimentos e as técnicas, o controle e o produto final. Os autores Neto e Campos (2006 p.46) afirmam que a Qualidade passou por diversas fases de evolução. A evolução do TQM (Controle da Qualidade Total) é descrita com a explicação de alguns de seus conceitos básicos, os quatro níveis de qualidade: adequação ao padrão é o meio de garantir a satisfação das necessidades de mercado; adequação ao custo – significa alta qualidade e custo. Existem também empresas que buscam a excelência, ou seja, não se deve 28 apenas ter documentado o sistema de qualidade, mas sim atender bem o papel mais importante da relação entre fornecedor e prestador de serviço logístico, o cliente. 2.2.1 Administração de Serviços A administração de serviços, como modelo de filosofia e gestão, está conquistando a atenção de executivos em muitos estabelecimentos de prestação de serviços. Oferece um esquema unificador de referencia para que se pense a respeito do mercado, do cliente, do produto e da organização. Pela primeira vez, lideres de organizações de serviço dispõem de um meio de fazer com que todos os membros da organização adotem a mesma linha. Segundo Albrecht (2000,p.20), para que a administração funcione, os executivos precisam inverter suas visões do mundo e encarar coisas antigas de novas maneiras. A imposição desta ampliação de paradigmas é um dos maiores valores invisíveis dessa filosofia. A administração de serviços propõe uma nova urgência com respeito à maneira de encarar o cliente. Num estabelecimento de prestação de serviços, clientes satisfeitos são como ativos. Se você estiver pensando em comprar um estabelecimento de serviços, como um consultório médico, um restaurante ou uma corretora de seguros, você precisará pagar não só pelo valor do equipamento e das instalações. Também existe o capital aplicado na satisfação dos clientes. Se o empreendimento estiver em declínio, perdendo clientes, você precisará, pagar menos do que se tiver uma boa fase em termos de lealdade da clientela e vendas repetidas. As compras futuras dos clientes possuem um certo valor presente que faz parte do capital intangível do empreendimento. (Albrecht, 2000. p.24) Faz sentido pensar no cliente como um ativo que se valoriza na empresa, um ativo cujo valor aumenta com o passar do tempo, e isso é exatamente o que ocorre quando a satisfação e a lealdade do cliente estão crescendo. Os administradores de muitos estabelecimentos de prestação de serviços precisam começar a pensar em termos do fluxo de caixa em longo prazo que pode provir de qualquer cliente. Não faz sentido lidar com o cliente de maneira rígida e restrita, que podem vir 29 a interferir na sua satisfação e, conseqüentemente, enfraquecem a sua lealdade. A reclamação do cliente, o pedido especial, adquirem um significado muito maior quando se considera o cliente como um ativo que se valoriza em longo prazo. Cada contato individual com o cliente é uma parte importante do produto “serviço”, e desempenha um papel fundamental no processo de valorização desse ativo. Assim, segundo Albrecht (2000, p. 26): “Esta visão do cliente, esta redefinição do produto, e este repensar da missão da empresa é o ponto de partida de toda a filosofia de administração de um estabelecimento que presta serviços”. Dentro do setor de serviços, a logística representa não somente uma ferramenta a mais para um bom relacionamento entre o cliente e o prestador do serviço. A logística é o ponto fundamental para a satisfação do cliente e o sentimento de qualidade nos serviços. 2.2.2 Serviço ao Cliente O Serviço ao Cliente proporcionado pela logística é considerado hoje, um importante elemento para as empresa que desejam diferenciar seus produtos/serviços no mercado. A prestação de um serviço de excelência, tem sido, portanto, o instrumento competitivo utilizado pelas empresas para atender as expectativas e conquistar novos clientes. Para Ballou (2007, p.45), serviço ao cliente é um termo amplo que pode constituir diversos elementos, da disponibilidade do cliente à manutenção pósvenda. No serviço ao cliente, as empresas procuram determinar as necessidades e os desejos dos clientes para os serviços logísticos, bem como a reação dos clientes aos serviços, estabelecendo assim o nível de serviço aos clientes. Estas procuram 30 também criar valor para os seus clientes por meio de um serviço de excelência, através de entregas mais freqüentes, cumprimentos de prazos, disponibilidade de mercadorias, entre outros itens que atraem os clientes. O que significa serviço de qualidade? Para essa determinação em primeiro lugar devemos conceituar serviços. Serviços são atos, ações, desempenho. Esta é uma das melhores definições de serviços, uma vez que, engloba de forma simples e objetiva todas as categorias de serviços quer que sejam eles agregados ao um meio ou não. (LAS CASAS. 2007, p.14) Com a definição podemos perceber que o foco da qualidade em serviços é a parte intangível. Neste ponto é importante lembrar que para cada individuo qualidade tem um significado. Segundo Neto e Campos (2006, p.48) um conceito de qualidade é aquele que significa adequação ao uso, mas somente se esse uso for relevante para o cliente. Para Christopher (2007, p.45), o papel de serviço ao cliente é oferecer utilidade de tempo e lugar na transferência de bens e serviços entre comprador e vendedor. É nesse momento que se deve entender o conceito de qualidade total que é uma ferramenta que abrange varias técnicas, ferramentas, conceitos e comportamentos. A partir desse momento deve-se se explicar um pouco mais sobre a percepção e alguns pontos fundamentais, como dito anteriormente cada pessoa percebe o serviço de uma maneira diferente, porém existem alguns estímulos físicos que ajudam o consumidor a chegar à conclusão sobre o serviço prestado; os estímulos físicos são, segundo, Las Casas (2007, p.29) da similaridade, proximidade 31 e continuidade. O aspecto da similaridade é o que aquele tipo de serviço representa para o cliente, ou seja, se alguma vez o serviço foi prestado de maneira inadequada, a tendência e o consumidor achar que o serviço será sempre ruim em qualquer lugar independentemente do prestador. Muito parecido com o aspecto acima é o principio da proximidade, que ao invés de generalizarem os serviços, são os prestadores que assumem as conseqüências de um eventual problema, por exemplo, o PSL contratado possui um alto nível de atrasos nas entregas a primeira impressão do contratado será que a gestão de transportes é falha, não somente isso, mas também os serviços de armazenagem, embalagem, segurança e etc. Finalmente tem-se o aspecto da continuidade que é de maneira simples, como os clientes associam o nome da empresa aos conceitos formados. Para uma empresa manter a prestação de serviços com qualidade é necessário que acha certa padronização. Caso contrário, dificilmente irá projetar uma imagem coerente. No entanto precisa-se de padronização de desempenho nas heterogeneidades de interações devido às diferenças das expectativas dos clientes. Na logística deve-se entender que monitoração é algo de extrema importância, os processos e caminhos das cadeias de suprimentos são muitos complexos para serem apenas controlados de longe. O real intuito de se medir os serviços é manter a operação sob o controle, uma vez que, se não medir cada aspecto da cadeia não existem melhorias, porém é importante lembrar que medições sem ações são simplesmente ilustrações deve-se saber sempre os motivos dos 32 erros e dos acertos, muito mais que monitorar deve-se analisar detalhadamente. Para isso um conjunto de indicadores devem ser estabelecidos e direcionados para as operações logísticas. Esses indicadores visam monitorar e analisar as operações nos quatro aspectos de qualidade de nível de serviço, pontualidade, qualidade, custos e atendimentos. Existem três características básicas para qualidade de serviços, a saber: (a) Os clientes encontram maior dificuldade em avaliar a qualidade de serviços que a qualidade de bens; (b) A percepção de qualidade em serviços resulta da comparação de expectativas de consumidores e a desempenho alcançado pelo serviço e (c) As avaliações de qualidade não dependem apenas do resultado final do serviço, dependem também do processo de prestação do mesmo. Figura 5 - Modelo de GAPS – Qualidade nos Serviços Fonte: PARASURAMAN (1985) A figura acima descreve de maneira mais exata o que já foi explicado, ou seja, cada cliente possui uma visão sobre qualidade no serviço prestado. 33 Os GAPS, nada mais são que obstáculos que atrapalham a excelência na prestação de serviços. Pode-se ver cinco deles na ilustração, para Parasuraman (1985) a definição de cada um deles é: GAP 1- deficiência em transformar as necessidades dos clientes em serviços de qualidade. GAP 2- com as especificações falias ainda tem-se o problema de acompanhar com rigor as regras estabelecidas. GAP 3 e 4 – falta de comunicação entre fabricante, prestador de serviço e cliente. GAP 5- qualidade de serviço com que o cliente percebeu e o que aconteceu. 2.2.3 A História da Qualidade A Qualidade tem cinco momentos históricos distintos e complementares.Cada um destes momentos é específico e tem um foco diferente quando o objetivo é qualidade, por exemplo, na primeira fase é marcada preocupação é a única e exclusivamente com a eliminação das falhas de produção e com os defeitos de produção, enquanto a última a responsabilidade sobre a qualidade não é mais de um único setor e sob a direção de um grupo de pessoas, mas passa a ser responsabilidade de todos os setores e funcionários da organização. ¾ 1ª Fase – Década de 1920 – Inspeção dos Produtos. Segundo (Neto e Campos, 2006 p.58) A primeira fase da Qualidade 34 denominada de Inspeção dos Produtos surgiu a partir de 1920 nos Estados Unidos. Nesse momento histórico a inspeção formal de produtos fez-se necessária pelo desenvolvimento da produção em massa e pela urgência de produção de peças intercambiáveis necessárias ao processo produtivo. Portanto, o conceito de Qualidade inserido na Ciência Administrativa foi primeiramente associado à definição de conformidade às especificações, sendo estas definidas por uma diretoria ou gerência e os demais colaboradores tendo que segui-las sem questionamentos. Nessa fase, motivo pelo qual os produtos eram verificados um a um. A inspeção encontra os defeitos, mas não produz necessariamente qualidade, pois a preocupação é a única e exclusivamente com a eliminação das falhas de produção e com os defeitos de produção. ¾ 2ª Fase – Década de 1930 – Controle da Qualidade. Para a segunda fase (Neto e Campos, 2006 p.18) afirma que a qualidade ficou denominada como Controle da Qualidade teve seu impulso na década de 1930 com a utilização de técnicas de controle estatístico da qualidade. A grande preocupação nessa segunda fase da qualidade era com o Controle Estatístico da Qualidade e o grande nome desse momento histórico foi Shewhart resultaram no gráfico de controle do processo. Nessa fase a verificação e inspeção dos produtos deixam de ser individualizada e passa a ser por amostragem, há uma verificação dos produtos por lotes de produção. A ênfase da qualidade encontra-se na localização dos defeitos. ¾ 3ª Fase – Década de 1950 – Garantia da Qualidade Total. 35 Já na terceira fase (Neto e Campos, 2006 P.61) a qualidade passou a ser denominada como Garantia da Qualidade Total ou Controle Total da Qualidade teve seu impulso a partir de 1950. Nesse período a preocupação deixou de ser com o controle estatístico da qualidade e passou a ser com a prevenção dos problemas da qualidade. Dessa forma, a abordagem da qualidade foi expandida de modo que os instrumentos de controle da qualidade pudessem regular o processo produtivo. Os principais instrumentos criados foram: a quantificação dos custos da qualidade; o controle total da qualidade; a engenharia da confiabilidade e o zero defeito. ¾ 4ª Fase – Década de 1980 – Gestão da Qualidade. Na quarta fase (Neto e Campos, 2006 p.63) descreve que a qualidade passou a ser Gestão da Qualidade é uma fase intermediária entre as fases da Garantia da Qualidade e da Gestão estratégica da Qualidade. Esse período surgiu em meados da década de 1980 e tem como principal preocupação o gerenciamento eficaz e eficiente da qualidade. Nessa fase além das considerações, o focou-se na visão de Satisfação do cliente, sendo que não mais bastava que a empresa seguisse suas próprias regras, ela devia considerar também o que o seu mercado consumidor esperava. ¾ 5ª Fase – Década de 1990 – Gestão Estratégica da Qualidade. Por fim, a quinta e última fase (Neto e Campos, 2006 p.65) é denominada pela Gestão Estratégica da Qualidade, nessa fase a ênfase passa do controle do produto para o controle sobre o processo produtivo, de modo que toda a organização esteja envolvida e comprometida com os objetivos da organização, em geral. Dessa forma, a responsabilidade sobre a qualidade não é mais de um único 36 setor e sob a direção de um grupo de pessoas, mas passa a ser responsabilidade de todos os setores e funcionários da organização. Segundo Paladini (2000, p.29) a qualidade total não é uma expressão nova nem um novo conceito. Antes de tudo uma decorrência natural da qualidade definida enquanto adequação ao uso. Essa análise torna-se particularmente valida quando se analisa as dimensões da gestão da qualidade e suas ações diante desse conceito. A qualidade passa a ser característica que atende totalmente o consumidor. Para uma empresa manter a prestação de serviços com qualidade e necessário que haja certa padronização. Caso contrario, dificilmente era projetar uma imagem coerente.(CASAS, 2007.p.25) Cada empresa pode encontrar seu próprio caminho para implementar a qualidade total, mas segundo Shiba, Graham & Walden (1997,p. 102), a empresa deve-se considerar como fundamentais em qualquer processo de implementação bem sucedida quatro conceitos. 1-Foco nos clientes; 2- Melhoria contínua; 3-Participação total dos funcionários; 4-Aprendizado social, por intermédio do compartilhamento de informação com outras empresas. A figura abaixo demonstra os componentes da qualidade total. 37 Figura 6 - Componentes da Qualidade total Fonte: NETO E CAMPOS (2006, p.67) Desse modo, chega-se a conclusão que a compreensão da qualidade depende fundamentalmente da percepção de cada pessoa, em outras palavras, a qualidade é subjetiva, pois pode variar de pessoa para pessoa por inúmeros fatores. Mediante a informação, deve-se se observar que os serviços possuem dois componentes de qualidade que devem ser considerados: o serviço propriamente dito e a forma de como é percebido pelo cliente. 2.2.4 Grandes Nomes da Qualidade Após um breve histórico, da qualidade, deve-se também citar alguns grandes estudiosos e suas épocas, igualmente a história, cada um tem sua definição para qualidade, conforme demonstra a tabela abaixo. 38 ANO 1950 1951 1954 1961 1964 1979 Tabela 1 - Os grandes nomes da qualidade total AUTOR DEFINIÇÃO Deming Máxima utilidade para o consumidor Feigenbaum Perfeita satisfação do usuário Juran Satisfação das aspirações do usuário Juran Maximização das aspirações do usuário Juran Adequação ao uso Crosby Conformidade com os requisitos do cliente Fonte: SHIOZAWA (1993, p.70) Segue abaixo um resumo dos grandes nomes da qualidade total. ¾ W. Edwards Deming Segundo Marshall (2006, p.36) as idéias de Deming nortearam o conhecimento a respeito da qualidade. Uma das principais é a constância de propósitos, que serve como um agente libertador do poder de motivação, criando em todos os colaboradores satisfação, orgulho e felicidade no trabalho e no aprendizado. Os atributos de liderança, obtenção de conhecimento, aplicação de metodologias estatísticas, compreensão e utilização das fontes de variação e perpetuação do ciclo de melhoria da qualidade estão no âmago da filosofia de Deming. A qualidade é definida de acordo com as exigências e as necessidades do consumidor. Como estas estão em permanentes mudanças, às especificações da qualidade devem ser alteradas freqüentemente, No entanto, Deming considera não ser suficiente cumprir apenas as especificações. É preciso utilizar os instrumentos de controle estatístico da qualidade, em vez da mera inspeção dos produtos. Deming criticou o sistema empresarial norte americano por não adotar a participação dos trabalhadores no processo de decisão. Argumentava que os gestores eram responsáveis pela maior parte dos problemas da qualidade, e que seu principal papel era do de remover as barreiras que impediam a realização de um bom trabalho. 39 ¾ Armand Vallin Feigenbaum Já Feigenbaum, para Marshall, (2006, p.38), foi um dos formuladores do conceito de “controle da qualidade total”. De acordo com sua abordagem, qualidade é um instrumento estratégico que todos os trabalhadores devem ser responsáveis. Mais do que uma técnica de eliminação de defeitos nas operações industriais, qualidade é uma filosofia de gestão e um compromisso com a excelência. Volta-se para fora da empresa e tem por base a orientação para o cliente. A premissa básica do TQC é que a qualidade está ligada a todas as funções e atividades da organização e não apenas á fabricação e à engenharia. Feigenbaum é reconhecido como pioneiro no estudo dos custos da qualidade. O comprometimento positivo com a qualidade é fundamental para os programas de TQC. As formas de se desenvolver e atingir esse comprometimento depende da cultura, da história, da política, dos recursos e da personalidade da empresa. Mas é fundamental que o comprometimento ocorra a partir da lata administração. ¾ Joseph M. Juran De acordo com Marshall (2006, p.39) Joseph Juran foi o primeiro a aplicar os conceitos da qualidade à estratégia empresarial, ao invés de meramente associa-la à estatística ou aos métodos de controle total da qualidade. Segundo Juran, a gestão da qualidade divide-se em três pontos fundamentais, denominados Trilogia Juran: Planejamento, Controle e Melhoria. Para ele, os processos de negócio são a maior e a mais negligenciada oportunidade de melhoria. Uma parcela expressiva dos problemas de qualidade é causada por 40 processos de gestão. Juran considera a melhoria da qualidade a principal prioridade do gestor, e o planejamento a segunda, esforço que deve contar com a participação das pessoas que irão implementá-lo. Em sua opinião, separar planejamento e execução é uma noção obsoleta, que remonta aos tempos de Taylor. A terceira prioridade consiste em promover o controle da qualidade. Juran aconselha a sua delegação aos níveis operacionais da empresa. Devido à crescente qualificação dos trabalhadores, ele acredita em equipes autogerenciadas. ¾ Philip B. Crosby Finalmente Marshall (2006, p.40) diz que Philip Crosby está associado aos conceitos de “zero defeito” e de “fazer certo na primeira vez”. Para ele, qualidade significa conformidade com especificações, que, por sua vez, variam de acordo com as necessidades dos clientes. O objetivo é produzir, atendendo ás especificações, o que encoraja as pessoas a melhorarem continuamente. Acredita que zero defeito não é apenas um slogan, mas um padrão de desempenho. Afirma que os responsáveis pela falta de qualidade são os gestores, e não os trabalhadores. As iniciativas voltadas para a qualidade devem vir de cima para baixo, ser, ensinadas através do exemplo. Isso exige o empenho da alta administração e a formação dos empregados em técnicas de melhoria da qualidade. A criação de um grupo estratégico de especialistas da qualidade nas empresas é um dos elementos de seu modelo. A base filosófica para a cultura da qualidade desejada é delineada pelos quatro princípios de gestão da qualidade: A qualidade é definida como conformidade aos requisitos. O sistema que leva à qualidade é a prevenção. O padrão de execução é o zero defeito. 41 A medida da qualidade é o preço da não conformidade. Segundo Crosby, os 14 passos pra o processo de desenvolvimento da qualidade são: Passo 1 - Comprometimento com a qualidade; Passo 2 – Grupo de melhoria da qualidade; Passo 3 – Mensuração (estabelecer padrões); Passo 4 – Custos da qualidade; Passo 5 – Consciência; Passo 6 – Ação corretiva; Passo 7 – Planejamento “zero defeito”; Passo 8 – Educação do empregado; Passo 9 – Dia do zero defeito; Passo 10 – Estabelecimento de objetivo; Passo 11 – Remoção da causa do erro; Passo 12 – Identificação; Passo 13 – Conselhos da qualidade; Passo 14 – Fazer tudo de novo. 2.2.5 Fatores de Qualidade na Cadeia Logística Para Shiozawa (1993, p.36) o tema da “qualidade e certificação nas empresas de transportes”, tem-se assumido como um fator crítico de sucesso na prestação de um serviço de transporte de mercadorias. Importa, no entanto salientar que a certificação de qualidade, não confere a garantia de uma gestão de qualidade, mas sim que a empresa segue um referencial de qualidade (norma de qualidade). Nesse contexto, assume particular importância a conscientização por partes das estruturas dirigentes desde setor econômico da importância de implementação de um verdadeiro Sistema de Qualidade, não numa perspectiva necessariamente 42 redutora de sistematização de processos preexistentes, mas que se traduza em alterações fundamentais na estrutura e organização do negócio de modo a maximizar os potenciais benefícios da sua aplicação. Ou seja, o objetivo não é a existência de um sistema documental de qualidade, mas sim a implementação de um sistema de gestão de qualidade documentado. Para Bowersox (1996, p. 29), um dos mais importantes mecanismos propulsores da transformação logística foi à ampla adoção do gerenciamento da qualidade total. Para o autor, os desafios da acirrada concorrência global forçaram as nações industrializadas a considerar com seriedade as vantagens da qualidade. A idéia de zero defeito em produtos e serviços expandiu-se nas operações logísticas e a compreensão por parte das empresas de que um produto mesmo que excelente, entregue com atraso, não era aceitável, comprometendo o desempenho logístico. Realidades emergentes como o transporte “porta-a-porta”, intermodalidade, adição de valor crescente ao longo da cadeia logística, são conceitos que leva a considerar o transporte como um conjunto, da origem ao destino final. Ao refletir sobre a problemática de Qualidade na Cadeia Logística, não se pode esquecer as especificidades inerentes à prestação de um serviço de transporte, que determinam a sua abordagem de uma forma diferenciada relativamente à prestação de outros serviços em outros setores econômicos. Destaca Ballou (2007, p. 30), que o movimento da qualidade tornou-se uma força importante na alta direção, exigindo um melhor desempenho logístico na busca de soluções exclusivas para atender as expectativas específicas de qualidade para o cliente. A preocupação com a qualidade reorientou a logística com enfoque para a 43 eficiência e como recurso estratégico Segundo Marshall (2006, p.70) numa linha de fabricação de produtos, é possível produzir, inspecionar, ensinar, reparar, armazenar, e posteriormente entregar o produto. Em serviços, como no caso da prestação de um serviço, de transporte, pode-se definir planejar e preparar o serviço, mas este é consumido no momento em que é produzido. Uma vez prestado o serviço, este já não pode reproduzir para análise e ensaios. 2.3 Transporte A definição simples de transporte é a movimentação de cargas ou pessoas de sua origem até o destino, porém não se deve apenas considerar o transporte como um simples meio de entrega. É preciso saber cada detalhe que envolve o processo, como, por exemplo, custo, tempo de trânsito, tipo de transporte, sinistros, etc. O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. As principais funções do transporte na logística estão ligadas basicamente ás dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o transporte de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado às necessidades do comprador. Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico, que é produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível. O serviço ao Cliente é uma componente fundamental da Logística Integrada. Todas as funções logísticas contribuem para o nível de serviço que uma empresa presta a seus clientes. O impacto do transporte no serviço ao cliente é um dos mais significativos, e as principais exigências do mercado geralmente estão ligadas á pontualidade do serviço (além do próprio tempo de viagem), à capacidade de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade, no que diz respeito ao manuseio de uma grande variedade de produtos, ao gerenciamento dos riscos associados a roubos, danos e avarias e à capacidade de o transportador oferecer. (NAZARIO, 2000) O transporte normalmente representa o elemento mais importante em termos de custos logísticos para inúmeras empresas. A movimentação de cargas absorve 44 de um a dois terços dos custos logísticos. De acordo com Ballou (1993, p. 113) a maior parte da movimentação de carga é manipulada por cinco modos de transportes interurbanos (ferrovia, rodovia, hidrovia, dutos e aerovias). Os produtos mais transportados por mais de um tipo modal são commodities, como minério de ferro, grãos e cimento, todos caracterizados como produtos de baixo valor agregado. Segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 93), para organizar um sistema de transporte, é preciso ter uma visão sistêmica, que envolva planejamento, mas para isso é necessário que se conheça: os fluxos nas diversas ligações da rede; o nível de serviço atual; o nível de serviço desejado; as características ou parâmetros sobre a carga; os tipos de equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante, etc.); e os sete princípios ou conhecimentos referentes à aplicação do enfoque sistêmico (distância, volume da carga, densidade, capacidade de acondicionamento, manuseio, responsabilidade, aspectos de mercado). Para Nazário (2001) na relação transporte e serviço ao cliente, o primeiro é extremamente influente no desempenho do segundo, devido às exigências de pontualidade do serviço, ao tempo de viagem, à capacidade de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade para manuseio de vários tipos de carga, ao gerenciamento dos riscos quanto a roubos, danos e avarias e a capacidade de o transportador oferecer mais que um serviço básico de transporte, tornando-se capaz de executar outras funções logísticas. No mercado de eletrônicos existe uma série de custos de que incidem sobre os produtos, se cada um deles não for submetido sempre a uma melhora de processos (exceto impostos), cada vez mais a margem de lucro da empresa tornar- 45 se-á menor chegando em um ponto que não existe mais vantagens em produzir tal produto.Por isso é tão importante que a rede de transportes ou a gestão de transportes de uma empresa seja altamente eficaz, pois é impossível que os custos de produção extremamente baixos a ponto de compensar os gastos altíssimos com o transporte. Além de incentivar a concorrência direta, o transporte barato e de alta qualidade igualmente incentiva uma forma indireta de concorrência, ao disponibilizar produtos num mercado que normalmente não teria condições de arcar com os custos de transporte. As vendas de outros produtos podem ser realmente aumentadas com sua penetração em mercados normalmente inacessíveis.Os bens de fora a região têm efeito estabilizador sobre os preços de todos os artigos semelhantes disponíveis no mercado.(BALLOU. 2007, p. 150) Como é possível chegar a uma solução ótima para os serviços de transporte? Primeiramente deve-se ter em mente que atualmente existem diversas opções de transporte e cada uma delas com suas características que devem ser levadas em consideração para escolha do meio de transporte que deverá ser utilizado. É possível dizer também que é uma realidade a utilização de diversos modos de transporte para chegar-se a um destino, em outras palavras, a intermodalidade. 2.3.1 Modais de transporte Os modos utilizados para se efetuar um transporte podem ser: ¾ Rodoviário – a carga é transportada pelas rodovias em caminhões, carretas, etc. ¾ Ferroviário – a carga é transportada pelas ferrovias em vagões fechados, plataformas, etc. ¾ Aquaviário – a carga é transportada em embarcações pelos mares, oceanos, rios, lagos ou lagoas. 46 ¾ Aéreo – a carga é transportada em aviões, através do espaço aéreo. ¾ Dutoviário – sempre na forma de granéis sólidos, líquidos ou gasosos – a carga é transportada através de dutos. De acordo com Nazário (2001), em relação, aos modais há cinco pontos para classificar o melhor transporte: velocidade, consistência, capacidade de movimentação, disponibilidade e freqüência. Na tabela abaixo, pode-se observar que, sendo a pontuação menor, significa que o modal não possui excelência naquela característica. Tabela 2 – Comparação das Características de Serviço entre os Modais Características Velocidade Consistência Capacidade de Movimentação Disponibilidade Freqüência 1 Duto Aéreo Duto 2 Aqua Aqua Aéreo 3 Ferro Ferro Rodo 4 Rodo Rodo Ferro 5 Aéreo Duto Aqua Duto Aqua Aqua Aéreo Aéreo Ferro Ferro Rodo Rodo Duto Fonte: FLEURY (2000) 2.3.2 Transporte Rodoviário Para (Rodrigues, 2003 p. 49) pode-se afirmar que o transporte rodoviário no Brasil começou com a construção, em 1926, da Rodovia Rio-São Paulo a única pavimentada até 1940. O serviço rodoviário difere do ferroviário, pois serve rotas de curta distância de produtos acabados ou semi- acabados. Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 89) as vantagens inerentes ao uso do modal rodoviário são: serviço porta a porta, de modo que não são necessários carregamento e descarga entre origem e destino; a freqüência e a disponibilidade de serviços e sua velocidade e a conveniência no transporte porta a porta. 47 Oficialmente os veículos utilizados no transporte rodoviário são classificados por sua capacidade de carga, quantidade e distância entre eixos. Entre eles podemos citar de acordo com Rodrigues (2003, p. 52-53): ¾ Caminhão Plataforma – transporte de contêineres e cargas de grande volume ou peso unitário. ¾ Caminhão Baú - sua carroceria possui uma estrutura semelhante dos contêineres, que protegem das intempéries toda carga transportada. ¾ Caminhão com Caçamba – transporte de cargas a granel, descarregado por gravidade, pela basculação. ¾ Caminhão Aberto – transporte de mercadorias não perecíveis e pequenos volumes. ¾ Caminhão Refrigerado – transporte de gêneros perecíveis, semelhante ao caminhão baú, possui mecanismos próprios para refrigeração e manutenção da temperatura no compartimento de cargas. ¾ Caminhão refrigerador- transporte de gêneros perecíveis semelhante ao caminhão baú, possui mecanismos próprios para refrigeração e manutenção de temperatura no compartimento de carga. ¾ Caminhão tanque- sua carroceria é destinado do transporte de derivados de petróleo e outros líquidos a granel. ¾ Caminhão graneiro- possui carroceria adequada para transporte de graneis sólidos. ¾ Caminhão especial- podem ser rebaixados e reforçados para o transporte de carga pesada. ¾ Semi-reboques- carrocerias de diversos tipos e tamanhos, sem propulsão própria, para acoplamento a cavalos-mecânicos. Por fim este modal possui vantagens e desvantagens, sua escolha dependera fundamentalmente do que será transportado e uma analise critica de uma serie de fatores que poderão ou não prejudicar a carga. 48 Esse modal possui um ponto critico que reside no fato de o frete situar-se muitas vezes em um patamar abaixo dos níveis razoáveis de remuneração do negócio. Como há muitos transportes autônomos, vários deles não planejam nem avaliam seus custos coletando abaixo do que deveriam no frete. (FLEURY, 2000) 2.3.3 Transporte Ferroviário Para escoar a produção agrícola brasileira e transportar os produtos para o interior do território nacional, foram implantadas, no fim do século XIX e no início do século XX, ferrovias com uma extensão de 30 mil quilômetros. Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 90) o transporte ferroviário passou a ser utilizado principalmente no deslocamento de grandes massas de produtos homogêneos por longas distâncias, como minério de ferro, manganês, carvão mineral derivados de petróleo e cereais em grãos, entre outros. A ferrovia é um modal e escolhido para o transporte lento de matérias-primas de manufaturados de baixo valor para longa distancias. Com isso, segundo Ballou (1993, p. 127), as baixas velocidades e pequenas distancias diárias percorridas refletem o fato de que o vagão gasta 88 % de seu tempo carregando e descarregando, locomovendo-se de um ponto para outro dentro do terminal, sendo classificado e agregado em composições de mesmo ficando inativo durante uma queda sazonal de demanda. A desvantagem deste modal é falta de flexibilidade uma vez que, nem sempre existirão trilhos em todos os lugares. Outro ponto a ser considerado, para Rodrigues (2003, p.59) é que na maioria das vezes, o tempo de vigem é irregular, em decorrência das demoras para a formação da composição, parados no percurso, transferências de bitolas, congestionamento de linhas etc. 49 2.3.4 Transporte Aquaviário Antes de qualquer histórico descrição das vantagens e desvantagens desde modal, é necessário definir o transporte aquaviário. O transporte aquaviário abrange em uma só definição o transporte marítimo e por hidrovias, (de modos mais simples é total o transporte realizados sobre águas). O modal aquaviário divide-se em hidroviário, marítimo, cabotagem, lacustre, todas estas divisões são responsáveis por denominar por onde a embarcação vai navegar, por exemplo, as embarcações da cabotagem navegam pelo litoral do país de origem, o hidroviário nos rios. Como afirma Ballou (1993.p.129) o serviço hidroviário tem sua abrangências limitadas por diversas razões, pois exige que o usuário utilize outro modal de transporte, o serviço hidroviário é mais lento do que o ferroviário. A confiabilidade e disponibilidade do modal dependem principalmente das condições do tempo. Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 93), os custos de perdas e danos do transporte são baixos quando comparados com outros modais. Não se da muita importância aos danos físicos em mercadorias de baixo valor agregado e as perdas devidas aos atrasos não são grandes. É importante lembrar também que os fretes são mais baratos que nos modais rodoviários e ferroviários. É um dos modos mais barato, pois existe a possibilidade de carregar grandes quantidades nas embarcações e apesar de precisarem de algumas modificações as vias de acesso estão prontas para serem usadas. Os produtos comumente 50 transportados nas embarcações são commodities e no transporte internacional são transportados produtos altamente valorizados dentro de contêineres, que reduzem os riscos de perdas, danos e roubos, além de facilitar o transbordo. As desvantagens do transporte aquaviário ficam são a baixa velocidade e disponibilidade das vias de acesso, ou seja, em alguns países rios congelam no inverno, outros países não tem calado suficiente para receber embarcações de maior porte. 2.3.5 Transporte Aéreo O transporte aéreo comercial teve inicio no país em 1927 com a fundação da Varig. É sem duvida o modal de transporte mais rápido mas o seu custos tende a ser elevado, pois utiliza de equipamentos caros, instalações sofisticados (aeroportos) e tem eficiência energética reduzida. Porém para Ballou (2006, p.155) essa velocidade não é diretamente comparável com a de outros modais, pois os tempos de coleta e entrega e também de manobras em terra não estão incluídos. A disponibilidade e a confiabilidade do serviço aéreo podem ser considerado boas condições meteorológicas e congestionamento. De acordo com Gomes e Ribeiro (2004. P. 95) os produtos normalmente, transportados são peças e equipamentos eletrônicos instrumentos ópticos, confecção finais, pelas de maquinas e flores colhidas. Esses produtos têm, geralmente, valor efetivo comparado com seu peso e volume, ou centenas podem necessitar, para sua distribuição de rapidez e entrega. 51 2.3.6 Transporte Dutoviário Segundo Rodrigues (2003, p. 101), traduz-se no transporte de graneis por gravidade ou pressões mecânica, através de dutos adéquam entre projetos a finalidade a que se destinam. O leque de serviços e capacidades do transporte dutoviario é extremamente limitado , por outro lado, existem algumas experiência visando a movimentação de produtos sólidos suspensos em um liquido , um tipo de pasta fluida. A velocidade deste modal segundo Ballou (2006, p. 157) é muito lenta, em compensação, ela é do tipo 24 horas, dia, sete dias por semana, o que toma a velocidade efetiva bem maior quando comparada com a de outros modais. Completando a idéia Gomes e Ribeiro (2004, p. 96) o transporte dutoviario é o mais confiável, pois existem poucas interrupções para causas variadas nos tempos de entrega. Fatores meteorológicos não são significativos e bombas são equipamentos altamente confiáveis. 52 3.OPERADORES LOGÍSTICOS A utilização de operadores logísticos é uma das mais importantes tendências da logística empresarial moderna, que afeta o uso de transporte, pois as empresas produtoras delegam essa função, fortalecendo o setor de operadores de transportes. Segundo Albuquerque e Vasconcelos (2004, p.2) , a tendência rumo a uma maior competitividade nesse mercado global, está forçando as empresas a desenvolverem estratégias para adequarem seus produtos para competirem com mais eficácia e eficiência, maximizando os recursos no processo produtivo. A logística dessas organizações deve ser orientada de fato como um elo que perpassa estrategicamente pelas áreas da empresa e, desta forma, ser uma importante ferramenta para nortear os planos corporativos, que visam gerar ativos como resultados finalísticos. As firmas estão concentrando seus esforços nas suas atividades centrais (as chamadas cores competence) deixando, para os prestadores de serviços logísticos (PSLs) as demais funções, com o objetivo de atingir novos mercados e oferecer melhor nível de serviços aos clientes. Além disso, a busca pela redução dos custos logísticos é uma das razões mais importantes dessa tendência. (DETONI 2001, p. 320). A associação brasileira de movimentação e logística (ABML) apresenta a sua definição para prestador de serviço que é: “O fornecedor de serviços logísticos, especializado em gerenciar todas as atividades ou parte delas, nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor ao produto deles e que tenha competência para, no mínimo, prestar 53 simultaneamente serviços nas três atividades consideradas básicas: controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes”. No entanto, a decisão de terceirizar cabe a alta administração, conforme suas estratégias de negócios. Porém, isso não se dá de forma tão simples. São necessárias definições quanto a fazer internamente ou fora da empresa. No caso de se pensar em contratar o operador, o que vem a cabeça é a redução de custos e a melhoria do nível de serviços, pois permite ao contratante reduzir seus investimentos em ativos, ter o foco centrado no seu negócio, uma maior flexibilidade operacional, redução dos custos de armazenagem, estocagem, frota e tecnologia da informação. Em contrapartida, verticalizando essas ações permitem aumentar o controle sobre as operações, avaliar e monitorar todo o processo de uma forma mais eficiente. Nesse contexto, a globalização, a proliferação de produtos, a segmentação de mercados, a diminuição do ciclo de vida dos produtos e a crescente exigência por melhores serviços são fatores que favorecem a contratação de operadores logísticos. Porém, dentre as objeções quanto à terceirização, Philippe-Pierre Dornier e outros autores (2000, p.90) afirmam que nova tendência das empresas de todo o mundo em terceirizar serviços logísticos Sem dúvida, o uso de operadores logísticos terceirizados oferece inúmeras vantagens às empresas. Segundo Fleury (2000) existe diferenças entre prestador de serviços logísticos e os operadores logísticos, pois o operador não somente deve integrar as funções, como também adaptar os ativos e sistemas de informações e comunicações necessários à execução desses serviços, de acordo com as características e necessidades do cliente, para obter maior eficiência da cadeia de suprimentos. 54 A tabela abaixo demonstra a comparação das características dos operadores logísticos com prestadores de serviços logísticos tradicionais: Tabela 3 – Diferenças entre Prestador de Serviços Tradicionais e Operador Logístico. Prestador de Serviços Tradicionais Operador Logístico Integrado Oferece serviços genéricos commodities. Oferece serviços sob medida – personalizados. Tende a se concentrar em uma única atividade Oferece múltiplas atividades de forma logística: transporte, estoque ou armazenagem. integrada: transporte, estoque, armazenagem. O objetivo da empresa contratante do serviço é Os objetivos são reduzir os custos totais da a minimização do custo específico da atividade logística, melhorar os serviços e aumentar contratada. a flexibilidade. Contratos de serviços tendem a ser de curto em Contratos de serviço tendem a ser em médio prazo. longo prazo. Know How tende a ser limitado e especializado Possui ampla capacitação de análise e planejamento logístico, assim como de operação. Negociações para contratos tendem a ser Negociações para contrato tendem a ser rápidas (semanas) e em nível operacional. longas e em alto nível gerencial Fonte: FLEURY(2000) Já no Brasil, segundo Albuquerque e Vasconcelos (2004, p.4) a utilização de Operadores Logísticos apesar de ser recente já é uma realidade que apresenta problemas e oportunidades. As oportunidades são oriundas do enorme potencial do mercado brasileiro, como também pela efetiva adoção do conceito de logística integrada. Alguns problemas encontrados: má qualidade de infraestrutura física, pouco conhecimento sobre a indústria, dificuldade de identificação de parceiros logísticos, acreditar que os custos são mais relevantes, em 55 detrimento da qualidade dos serviços prestados; o pouco conhecimento acerca da importância de supply chain management, gerenciamento da cadeia de suprimentos, dos operadores logísticos etc. Para Fleury e Ribeiro (2001) indústria de operadores logísticos no Brasil é composta por empresas nacionais com pouca experiência e empresas estrangeiras com vasto know how. Poucas indústrias nacionais têm experiência sólida quanto às estrangeiras havendo, portanto, algumas fusões entre elas. Existe pouca qualificação e treinamento de mão-de-obra, principalmente treinamento gerencial. As principais barreiras ao desenvolvimento dos operadores logísticos no Brasil é o sistema tributário, as deficiências de infra-estrutura do país, como também o alto custo de soluções tecnológicas e de informação. A realidade brasileira é composta de empresas que ainda estão no patamar de prestadores de serviços logísticos tradicionais. Atendendo somente ao segmento de transporte ou armazenagem, sem dar um tratamento de logística integrada moderna exigido pelo mercado globalizado. Outra questão relevante é que as empresas brasileiras dão ênfase à contratação de prestadores de serviços logísticos com menores custos sem analisar de fato a relação custo-benefício. 56 4.INDICADORES DE DESEMPENHO Conforme Hijjar (2005, p.10) a atividade logística, como qualquer sistema, deve ter o seu desempenho monitorado, pois com um bom gerenciamento logístico o resultado final será: ¾ Diminuição dos prazos de entrega; ¾ Aumento da confiabilidade (prazos e quantidades) da entrega; ¾ Redução dos níveis de estoque; ¾ Redução dos problemas com qualidade; ¾ Redução dos preços dos produtos. O desempenho segundo o dicionário do IMAM (2008, p. 250)é uma variável – síntese de múltiplas dimensões que expressa o grau de sucesso ou fracasso de uma entidade em relação a(s) outra(s), ou em relação a si própria, em um instante anterior. Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 11), quanto mais abrangente e completo for o elenco de indicadores de desempenho, melhor será o processo de monitoração e conseqüentemente, maior a sua capacidade de responder aos desafios do ambiente competitivo. Esses indicadores são assim classificados: ¾ Custos: conjunto de indicadores em duas abordagens, ou seja, o custo total, voltado para análise do sistema logístico como um todo, e o custo dos componentes, voltado para análise funcional das atividades logísticas. ¾ Ativo: medidas de desempenho dos ativos da empresa. ¾ Serviço ao Cliente: indicadores voltados para medir o impacto dos serviços do ponto de vista do cliente. ¾ Eficiência: razão entre os insumos e resultados de um dado processo de transformação. 57 Em ultima análise o sucesso ou fracasso de qualquer negócio será determinado pelo nível de valor entregue ao cliente nos mercados escolhidos. O valor para cada cliente pode ser definido, de forma bem simples, como a diferença entre os benefícios percebidos de uma transação, e os custos totais incorridos. Outra maneira de expressar essa idéia é, segundo Conceição (2004, p.76) Valor para o cliente = Percepções de benéficos Custos total de propriedades Uma das maneiras de definir “vantagem competitiva” é simplesmente que as empresas bem-sucedidas geralmente são aquelas que entregam mais valor aos clientes que seus concorrentes. Em outras palavras, a relação custo-benefício dela é mais atraente que a de outras que atuam no mesmo segmento de mercado. O gerenciamento logístico é quase em sua capacidade de causar impacto tanto no numerador quanto no denominador da relação de valor para o cliente. Essa questão torna-se mais clara se expandirmos a relação do seguinte modo: Valor para o cliente = Qualidade X Serviços Custo X Tempo Para Christopher (2007, p.70) cada um dos elementos constituintes podem ser assim definidos: ¾ Qualidade: a funcionalidade, o desempenho e a especificação técnica da oferta. ¾ Serviços: a disponibilidade, o suporte e o compromisso com o cliente. ¾ Custo: os custos de transação do cliente, incluindo preço e custos derivados do ciclo de vida. ¾ Tempo: O tempo necessário para responder às exigências do cliente, por exemplo, tempo de espera e entrega. 58 4.1 Estratégia X Indicadores de Desempenho As estratégias servem como guia para as empresas desenvolverem e utilizarem recursos chaves, para se atingir os objetivos desejados em um ambiente dinâmico e competitivo (Fawcett et. al., 1997). No entanto, os impactos que as estratégias tem nas operações são dependentes de como elas são transmitidas para a organização e da sistemática de avaliação delas. O desenvolvimento de um comportamento operacional compatível com a estratégia definida é fortemente influenciado pelo acompanhamento de indicadores que monitoram as atividades que agregam valor ao negócio. Ou seja, os indicadores de desempenho são um meio para se analisar o cumprimento dos objetivos previamente traçados pelo planejamento estratégico. 4.2 Indicadores de Desempenho Logístico Os indicadores tornaram-se tão populares para controlar a qualidade da manufatura que passaram a serem usados em outras áreas para outras finalidades. Na logística, eles avaliam e auxiliam o controle da performance logística. A busca por eficiência tem como pré-requisito à alta qualidade dos serviços prestados ao cliente final (Fleury 2000). No entanto, atualmente para se atingir esse objetivo não basta apenas ter o aprimoramento das atividades internas da empresa. É fundamental também que exista um alto nível de integração entre os parceiros de uma mesma cadeia. As empresas cada vez mais estão conscientizando-se de que não é possível atender às exigências de serviço dos clientes e, simultaneamente, cumprir com os 59 objetivos de custo da empresa sem trabalhar de forma coordenada com outros participantes da cadeia de suprimentos (Fleury, 2000). Como a atividade logística na maioria das vezes não é a atividade fim das organizações, mas é vista como valor agregado na forma de nível de serviço prestado ao cliente, destaca-se a avaliação da qualidade do serviço e os indicadores organizacionais relacionados aos serviços, antes de propriamente introduzir os indicadores de desempenho. Sharma et al (1995, p.12) acreditam que a satisfação dos clientes é fundamental para o sucesso da empresa, pois o nível de satisfação determina se o cliente fará novos negócios com a ela ou a indicará para outros. Um fator destacado pelos autores como importante para que a satisfação seja atingida é o desempenho do produto. Entretanto, o atual ambiente de negócios torna difícil a obtenção de vantagens competitivas sustentáveis através do fornecimento de produtos de qualidade superior, pois outras empresas são capazes de fazer o mesmo. Por este motivo, os autores sugerem que serviços logísticos superiores são uma ferramenta importante para gerar a satisfação dos clientes e desenvolver uma vantagem competitiva sustentável, pois além de não serem facilmente reproduzíveis, também não são percebidos como uma arma competitiva pelos concorrentes Segundo Gianesi e Corrêa (1996, p45), os clientes avaliam um serviço pela comparação entre sua expectativa e sua percepção em relação ao serviço realizado. A figura 7 indica o processo de avaliação de um serviço prestado do ponto de vista do cliente. 60 Figura 7- Avaliação de serviço pelo cliente Fonte: Gianesi e Corrêa (1996,p.47) Quanto ao potencial conflito entre as expectativas do cliente e sua real necessidade, os mesmo autores sugerem que deve-se identificar tanto as expectativas e necessidades desse cliente e atender suas expectativas no curto prazo, visando suas reais necessidades no longo prazo e procurar identificar as expectativas para que convirjam para as necessidades. Gianesi e Corrêa (1996,p.50) enfatizam a importância de indicadores de desempenho que meçam a satisfação do cliente dos processos considerados. Propõe que existem medidas objetivas, quantificáveis, mas também existem outras que medem o desempenho qualitativo e são importantes para a avaliação. Assim, os indicadores de desempenho logístico podem monitorar a qualidade das atividades logísticas internas à empresa ou a de seus parceiros (fornecedores). Quanto ao âmbito, podem ser: 61 Âmbito Tabela 4 – Classificação dos Indicadores quanto ao âmbito. Processos Interno Monitoram o desempenho dos processos internos à empresa (Ex.:giro de estoques, ruptura de estoque, etc.) Monitoram o desempenho dos serviços prestados pelos parceiros (fornecedores) da empresa. (Ex. entregas realizadas dentro do prazo, tempo de ressuprimento do fornecedor, etc.). Externo Fonte: FLEURY(2000). O aprimoramento da logística interna da empresa, através da melhoria dos processos e do fluxo de dados e informações que trafegam em cada um dos departamentos e entre estas entidades há tempos vem sendo objeto de preocupação das empresas. Por isso, o monitoramento das atividades logísticas internas não é uma novidade no ambiente empresarial. Evidentemente, dentro de uma empresa existem vários processos logísticos. No entanto, o acompanhamento de indicadores para todos eles não é recomendado, sob pena de tornar o processo de coleta de dados demasiadamente complexo e dificultar a tomada de decisões diante de informações dispersas. Aqui, os indicadores de desempenho logístico interno, para Ângelo(2005, p.4) compreendem quatro áreas chaves: ¾ Atendimento do Pedido ao Cliente; ¾ Gestão de Estoques; ¾ Armazenagem; ¾ Gestão de Transportes. A necessidade de aprimoramento das relações entre empresas de uma cadeia fez surgir a preocupação de monitoramento de indicadores de âmbito externo. Muito mais do que ferramentas de acompanhamento do serviço prestado pelos parceiros da cadeia de suprimentos para possível negociação, os indicadores de desempenho logístico externo são fundamentais para a definição de políticas e processos internos que dependem do desempenho de seus parceiros. Além disso, 62 eles são essenciais na coordenação de políticas que garantam a competitividade da cadeia de suprimentos. Tabela 5 – Indicadores de desempenho logístico Indicador de Desempenho Melhores Descrição Cálculo Práticas DESEMPENHO NO ATENDIMENTO DO PEDIDO DO CLIENTE Pedido Perfeito ou Perfect Order Measurement Pedidos Completos e no Prazo ou % OTIF - On Time in Full Calcula a taxa de pedidos sem erros em cada estágio do pedido do Cliente. Deve considerar cada etapa na "vida" de um pedido. % Acuracidade no Registro do Pedido x % Acuracidade na Separação x % Entregas no Prazo x % Entregas sem Danos x% % Pedidos Faturados Corretamente Corresponde às entregas Entregas Perfeitas realizadas dentro do /Total de Entregas prazo e atendendo as Realizadas *100 quantidades e especificações do pedido Em torno de 70%. Para grupos de Clientes A, o índice varia de 90 % a 95%; no geral atinge valores próximos de 75%. Desmembramento da Entregas no OTIF; mede % de Prazo ou On Time entregas realizadas no prazo acordado com o Delivery Taxa de Atendimento do Pedido ou Order Fill Rate Tempo de Ciclo do Pedido ou Order Cycle Time Cliente. Desmembramento da OTIF; mede % de pedidos atendidos na quantidade e especificações solicitadas pelo Cliente. Tempo decorrido entre a realização do pedido por um Cliente e a data de entrega. Alguns consideram como data final à data de disponibilização do pedido na doca de expedição. Entregas no prazo / Total de Entregas Realizadas *100 Variam de 95% a 98% Pedidos integralmente atendidos / Total de Pedidos Expedidos *100 99,5 % Data da Entrega menos a Data da Realização do Pedido Menos de 24 horas para localidades mais próximas ou até um limite de 350 km. 63 DESEMPENHO NA GESTÃO DOS ESTOQUES Dock to Stock Time Acuracidade do Inventário ou Inventory Accuracy Stock outs Estoque Indisponível para Venda Utilização da Capacidade de Estocagem ou Storage Utilization Visibilidade dos Estoques ou Inventory Visibility Tempo da mercadoria da doca de recebimento até a sua armazenagem física. Outros consideram da doca até a sua armazenagem física e o seu registro nos sistemas de controle de estoques e disponibilização para venda. Tempo da doca ao estoque ou disponibilização do item para venda Estoque Físico Atual Corresponde à diferença por SKU / Estoque entre o estoque físico e a Contábil ou Estoque informação contábil de Reportado no estoques. Sistema *100 Receita não Quantificação das Realizada devido à vendas perdidas em Indisponibilidade do função da indisponibilidade do item Item em Estoque (R$) solicitado. Corresponde ao estoque indisponível para venda em função de danos Estoque Indisponível decorrentes da (R$) / Estoque movimentação Total(R$) armazenagem, vencimento da data de validade ou obsolescência. 2 horas ou 99,9 % no mesmo dia. No Brasil, 95 %. No Japão atingem 99,95 % e nos EUA entre 99,75 % a 99,95%. Variável. Variável. Estar acima de Ocupação Média em 100 % é um péssimo m³ ou Posições de indicador, pois Armazenagem Mede a utilização provavelmente Ocupadas / volumétrica ou do número de posições para Capacidade indica que Total de estocagem disponíveis corredores ou Armazenagem em em um armazém. outras áreas m³ ou Número de inadequadas para Posições *100 estocagem estão sendo utilizadas. Mede o tempo para disponibilização dos estoques dos materiais recém recebidos nos sistemas da empresa. Data e/ou Hora do Registro da Informação de Recebimento do Máximo de 2 Material nos Sistemas da horas. Empresa - Data e/ou Hora do Recebimento Físico 64 PRODUTIVIDADE DA ARMAZENAGEM Mede a quantidade de Pedidos por Hora pedidos separados e ou Orders per embalados / acondicionados por Hour hora.Também pode ser medido em linhas ou itens. Rateio dos custos Custo por Pedido operacionais do ou Cost per Order armazém pela Pedidos Separados e/ou Embalados / Total de Horas Trabalhadas no Armazém Custo Total do Armazém / Total de Pedidos Expedidos Variam conforme o tipo de negócio. Variam conforme o tipo de negócio. quantidade de pedidos expedidos. Custos de Movimentação e Armazenagem como um % das Vendas ou Warehousing Cost as % of Sales Tempo Médio de Carga / Descarga Tempo Médio de Permanência do Veículo de Transporte ou Truck Turnaround Time Custo Total do Revela a participação Armazém / Venda dos custos operacionais Total de um armazém nas vendas de uma empresa. Mede o tempo de permanência dos veículos de transporte nas docas de recebimento e expedição. Hora de Saída da Doca - Hora de Entrada na Doca Além do tempo em doca, Hora de Saída da mede tempos manobra, Portaria - Hora de trânsito interno, Entrada na Portaria autorização da portaria, vistorias, etc. Mede a utilização dos equipamentos de Utilização dos movimentação Equipamentos de disponíveis em uma operação de Movimentação movimentação e armazenagem Horas em Operação / Horas Disponíveis para Uso *100 Variam conforme o tipo de negócio. Variam conforme tipo de veículo, carga e condições operacionais. Variam conforme procedimentos da empresa. Em uso intensivo, com operador dedicado, mínimo de 95 %. 65 DESEMPENHO NA GESTÃO DE ENTREGAS Custos de Transporte como um % das Vendas ou Freight Costs as % of Sales Custo do Frete por Unidade Expedida ou Freight Cost per Unit Shipped Coletas no Prazo ou On Time Pick-ups Utilização da Capacidade de Carga de Caminhões ou Truckload Capacity Utilized Mostra a participação dos custos de transportes nas vendas totais da empresa. Custo Total de Transportes (R$) / Vendas Totais (R$) Variam conforme o tipo de negócio. Revela o custo do frete por unidade expedida. Pode também ser calcula do por modal de transporte. Custo Total de Transporte (R$) / Total de Unidades Expedidas Variam conforme o tipo de negócio. Calcula o % de coletas realizadas dentro do prazo acordado. Coletas no prazo / Variam de 95 % a Total de coletas *100 98%. Carga Total Expedida / Avalia a utilização da capacidade de carga dos Capacidade Teórica Total dos Veículos veículos de transporte Utilizados *100 utilizados. Depende de diversas variáveis, mas as melhores práticas estão ao redor de 85%. Avarias no Transporte ou Damages Avarias no Mede a participação das Transporte (R$) / avarias em transporte no Total Expedido (R$) total expedido. Variável. Não Conformidades Transportes Mede a participação do custo de frete decorrente de reentregas,devoluções, atrasos, etc por motivos diversos no custo de transporte. Custo Adicional de Frete com Não Conformidades (R$) / Custo Total de Transporte (R$) Variável. Acuracidade no Conhecimento de Frete ou Freight Bill Accuracy Mede a participação dos erros verificados no conhecimento de frete em relação aos custos totais de transportes. Erros na Cobrança (R$) / Custo Total de Transporte (R$) *100 Mínimo de 98,5 %. 66 DESEMPENHO DO FORNECEDOR Entregas realizadas dentro do prazo negociado Calcula a taxa de entregas realizadas dentro do prazo negociado com o fornecedor. Número de entregas Variam de 95 % a realizadas dentro do 98%. prazo / Número de entregas totais Entregas devolvidas parcial ou integralmente Corresponde às entregas devolvidas parcial ou integralmente devido a alguma falha não aceitável do fornecedor. Entregas devolvidas Parcial ou Variam de 95 % a integralmente / Total 98%. de Entregas recebidas(aceitas + devolvidas) Corresponde a Recebimento de quantidade de produtos produtos dentro que foram entregues dentro das Das especificações de especificações de qualidade previamente qualidade acordadas com o fornecedor. Atendimento do pedido realizado Reflete se o fornecedor está entregando a quantidade de produtos solicitados Tempo de entrega dos produtos É o tempo que o fornecedor leva para entregar um pedido. Produtos recebidos dentro das especificações de qualidade acordadas com o fornecedor / Total de produtos aceitos *100 Deve ser bem próximo a 100%, caso contrário, a empresa está aceitando produtos fora dos padrões desejados (custos extras) 100 %. Se este indicador permanecer por um Nº produtos longo tempo abaixo entregues / nº de 100% significa produtos pedidos que o fornecedor *100 não está com capacidade suficiente para atender os pedidos. Varia conforme o negócio. No entanto, o desempenho do Data e/ou Hora da fornecedor realização do pedido influencia ao fornecedor – Data diretamente no e/ou Hora da estoque da entrega dos empresa, ou seja, produtos. caso este tempo seja muito longo, a empresa necessita manter níveis altos de estoque. Fonte: ÂNGELO (2005, p.2-6). TABA 67 O estabelecimento de padrões é parte do planejamento e deve estar em conformidade com a estratégia, mediante os recursos e procedimentos adotados. Os padrões, segundo Certo & Peter (1993, p.11), são “medidas de desempenho que possibilitarão ao negócio atingir seus objetivos de longo prazo com sucesso”. Portanto, o momento de estabelecer padrões no processo de planejamento é o mesmo em que devem ser encontrados e definidos parâmetros para avaliação do desempenho dos métodos competitivos, os quais são escolhidos para que se realize a estratégia da empresa; e é através deles que se detalham as expectativas dos gestores e projetistas sobre o que se espera das operações. Existem padrões naturais, tais como os de tempo de tarefa, de produtividade e de custos, que são mais fáceis de se determinar, e padrões mais ambíguos e artificiais, tais como qualidade, que requerem revisões e auditorias, pois elas minimizam a ambigüidade – uma grave ameaça ao processo de gestão eficaz. Para se evitar a ambigüidade é necessária uma definição precisa e comunicação eficaz dos padrões; evitar excesso de generalização, estabelecer correlação entre padrões e sistemas de medição e avaliação de desempenho conforme sugere Schemenner (1999, p. 125), são providências importantíssimas, que sugerem a participação de: a.Especialistas, que podem fazer parte do próprio quadro de funcionários da empresa que conheçam bem as tarefas; b.Engenharia de processo, que utiliza técnicas como estudos e tempos e movimentos, análise de atividade ou processo, para racionalização de recursos; c.Especialistas em marketing, conhecedores das expectativas dos clientes; d.Especialistas em benchmarking, capazes de absorver o que melhor se faz no ambiente da empresa e que pode ser utilizado em seu beneficio. Enfim, é necessário operacionalizar medidas úteis e consistentes sobre o que se deseja administrar. Deve-se, segundo Sink e Turttle (1989, p.243), definir como: - coletar os dados necessários para a medida; - decidir o que é contábil para a medida, e qual escala será usada e qual atributo; 68 - decidir qual é o processo, o tratamento e a transformação de dados, em informação e no correspondente relato. Para operacionalizar as medidas que irão avaliar o desempenho é importante entender a dimensão estratégica deste, ou seja, detectar o que ele deve refletir, em termos dos fatores estratégicos do negocio, das bases competitivas, das competências e dos métodos essenciais, a serem adotados para o sucesso organizacional; tais fatores devem ser representados por números que possam ser computados como atributos. Os indicadores de processo são específicos e devem ser elaborados pela equipe com a participação da administração para garantir a convergência de interesses em direção às metas estratégicas. Como o objetivo destas melhorias é atender às necessidades dos consumidores, e assim garantir o desejo de sucesso dos negócios dos empreendedores, os indicadores de desempenho da estratégia devem privilegiar os critérios de avaliação que motivem e encorajem a organização a realizar os objetivos estratégicos. 4.3. Perspectivas de medição O “Modelo de Competência Logística” desenvolvido na pesquisa World Class Logistics no ano de 1995, sugere que a competência “mensuração do desempenho logístico” é composta por três habilidades ou perspectivas de medição de performance: a avaliação funcional ou por atividades, a avaliação de processo ou de sistema e o benchmarking. Além do grupo de Michigan, outros autores como Bowersox (1996, p.87) também discutem a perspectiva mais adequada para a mensuração de desempenho. 69 As medidas funcionais avaliam a eficiência e eficácia das tarefas Bowersox, (1996, p.90) são um pré-requisito para o gerenciamento e controle do desempenho logístico, fornecem aos gerentes informações para identificação de problemas e a base para a melhoria contínua. Entretanto, de forma geral, não avaliam o desempenho do processo completo de satisfação dos clientes. Ainda para Christofer (2007, p.67)o conceito de processo engloba a idéia de uma série de elementos conectados, que formam um todo e mostram propriedades de conjunto preferenciais em relação às das partes individuais que o compõem . Sob esta perspectiva, uma empresa pode ser vista como uma série de subsistemas organizados de forma funcional, que interagem entre si para atingir objetivos comuns e minimizar as contradições internas. Segundo Bowersox (1996, p. 100) ,as métricas e processos do benchmarking são componentes fundamentais para o alcance da competência logística e obtenção de vantagens competitivas. Além disso, o benchmarking é um aspecto essencial para a mensuração abrangente do desempenho logístico 70 5.ESTUDO DE CASO A empresa referente às aplicações dos estudos bibliográficos é a Sony Brasil Ltda, a seguir será feita uma breve apresentação sobre o histórico, missão, política, tecnologia utilizada, principais concorrentes, cenário atual, processo e aplicação de melhorias. 5.1Histórico, missão e política da empresa Em 1945 foi fundada no Japão uma empresa com o nome de Tokyo Tsushin Kogyo (empresa de comunicações de Tóquio) que mais tarde se transformaria na Sony (do latim sonus, som ), seus fundadores eram Akio Morita e Masaru Ibuka. Akio Morita nasceu em 1921 na cidade de Nagoya no Japão, em 1944 concluiu o curso de Física na Universidade Imperial de Osaka e iniciou sua vida profissional no Centro de Pesquisa Naval no Japão. Interessava-se por eletrônica e particularmente por som de alta fidelidade. Masaru Ibuka nasceu em 1908 na cidade de Nikko no Japão, em 1933 concluiu o curso de engenharia e se tornou engenheiro chefe de uma companhia de equipamentos de precisão no Japão. Sempre foi apaixonado por tecnologia e sonhava em criar produtos inovadores O primeiro invento da empresa foi uma panela para cozinhar arroz. Há mais de 60 anos no mercado mundial, a Sony tem como foco o desenvolvimento de soluções e inovações. A Sony Brasil foi fundada em setembro de 1972, com uma pequena fábrica em São Paulo na região da Barra Funda, onde atualmente está localizada a sede administrativa e de vendas. 71 Na década de 80 a fábrica foi transferida para Curitiba e desativada em 1984, quando a produção passou a ser em Manaus. A Sony conta hoje com aproximadamente 1600 funcionários distribuídos nas unidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus Os números do último ano fiscal (japonês – abril a março) são faturamento 1,25 bilhão de reais e participação no mercado de aproximadamente 16%. A Sony tem como missão criar mercados e propor novos estilos de vida e oferecer a oportunidade de criar e realizar sonhos de todos os tipos de pessoas, incluindo clientes, empregados e parceiros de negócios. A Sony tem como compromisso Conduzir os negócios com ética e compromisso com as leis é o ponto de partida para cumprir com a responsabilidade social. O Código de Ética da Sony inspira-se em conceitos como o respeito aos direitos humanos, a valorização da diversidade, integridade moral aplicada aos negócios, justiça e compromisso com a comunicação para com seus colaboradores, sócios, clientes, governo, fornecedores e comunidades. 5.2 Tecnologias Utilizadas A Sony Brasil utiliza-se essencialmente do programa SAP R/3, que é um programa do tipo ERP e que está presente em todos os departamentos da empresa e possui funções específicas. Na parte de transportes é utilizada a ferramenta EDI (Eletronic Data Interchange), as trocas iniciam-se na solicitação de separação de mercadorias no centro de distribuição até a emissão da fatura de pagamento de fretes. Cada departamento possui uma pasta devidamente nomeada em um drive 72 público da empresa, porém o acesso é restrito para os funcionários não alterem nada do que não seja do seu departamento, se houver a necessidade de acesso, deve-se solicitar ao gerente das áreas e explicar detalhadamente o motivo do acesso, com isso evita-se a divulgação e má utilização de arquivos que não sejam de responsabilidade do departamento. Outra ferramenta disponível a todos os funcionários é um programa que é rodado na intranet da empresa, nele qualquer solicitação ou problema possui uma área específica onde o solicitante deve descrever sua necessidade e aguardar que os responsáveis interajam para que o resultado final seja obtido, o programa fornece ao usuário um número que servirá como base para o acompanhamento do processo. Existem também programas específicos para os níveis de coordenação e superiores, como ARIA que funciona como acesso remoto a e-mails, intranet e SAP ele é de grande importância, pois se entende que em certas ocasiões alguns dos funcionários vão precisar de informações importantes fora do horário comercial. Com isso, pode-dizer também que para os níveis de coordenação e superiores é oferecido um notebook que facilita a movimentação de arquivos e da maior liberdade par o funcionário, sendo que, ele pode carregar seu computador para reuniões internas e externas sem maiores problemas. Para todos os outros funcionários são oferecidos computadores de mesa compatíveis com a necessidade de cada um dos colaboradores, sendo que, a capacidade de processamento de um funcionário da engenharia não precisa ser a mesma de um funcionário do departamento financeiro. 5.3 Principais concorrentes As 250 maiores empresas de eletrônicos de consumo do mundo faturaram US$ 2,65 trilhões durante o ano de 2007, de acordo com pesquisa da empresa de 73 auditoria Deloitte. O levantamento Global powers of consumer products (“forças globais em produtos de consumo”) mostrou crescimento de 8,4% contra o ano anterior, apesar de 16% das empresas pesquisadas terem obtido decréscimo em seus números. Sete das dez maiores empresa que formam o grupo são fabricantes de eletrônicos. A HP é a número 2, a Samsung surge com a terceira posição, a Matsushita (Panasonic) aparece em quinto lugar, seguida da Sony em sétimo e Toshiba em oitavo. A Dell manteve a nona posição, apesar do fraco resultado que apresentou no ano, e a Nokia ocupa o décimo lugar. A média de faturamento das 250 maiores empresas foi de US$ 10,7 bilhões, apesar de que apenas as 10 maiores somaram US$ 751 bilhões, ou 28,1 % do total. Enquanto o ranking mostra friamente os números, executivos da Deloitte tentam explicar o porquê do posicionamento das líderes: “As empresas que alcançaram o topo em faturamento são claramente companhias que lançaram produtos inovadores no mercado e informaram o consumidor que o produto estava disponível através de campanhas criativas”, afirmou Ira Kalish, diretor da Deloitte Research.Kalish afirmou que a Samsung, por exemplo, tem sido muito inovadora. Trata-se de uma empresa que produzia commodities a baixos preços, 20 a 30 anos atrás, e hoje é reconhecida por seus produtos Premium. “Foi primordial para a Samsung administrar a marca e comunicar aos consumidores que seus produtos eram melhores”. Enfim, pode-se perceber que a grande força que se levanta contra a Sony é outra multinacional no ramo de eletrônicos a Samsung, pois consegue de uma forma mais barata inovar e inserir seus produtos no mercado. 74 5.4 Cenário Atual Apesar do bom faturamento da Sony Brasil no ano fiscal de 2007 ter sido muito bom o ano de 2008 não somente a Sony Brasil, mas também como a Sony Mundial passou por imensas dificuldades, tais como valorização do iene e desvalorização do real fazendo com que as metas organizacionais ficassem muito abaixo do esperado. Sony perdeu 98,9 bilhões de ienes (US$ 1 bilhão) no ano fiscal terminado em março. Foi o primeiro prejuízo líquido anual em 14 anos. No exercício fiscal anterior, teve lucro de 369,4 bilhões de ienes. A expectativa é seguir no vermelho neste exercício em razão de uma queda no mercado global de eletrônicos. As vendas nos 12 meses terminados em março recuaram 12,9% e ficaram em 7,73 trilhões de ienes. A Sony anunciou planos de reduzir o número de plantas em nível internacional, de 57 para 49, incluindo três fábricas no Japão. A Sony cortará pela metade o número de fornecedores nos próximos dois anos e pretende reduzir os custos de compras em 20 por cento neste ano, intensificando os esforços de reestruturação em meio a prejuízos crescentes. Analistas consideraram a medida positiva. A iniciativa faz parte de um plano para cortar custos fixos em mais 300 bilhões ienes (3,16 bilhões de dólares).Mas as ações da Sony recuaram mais de 1 por cento junto com a de outros exportadores, abatidas pela firmeza do iene.A Sony, que compete com a Samsung Electronics em televisores de tela plana e com a Canon em câmeras digitais, tem revisado as operações à medida que prevê um segundo ano consecutivo de perdas devido à fraca demanda global por produtos eletrônicos.A valorização do iene está impondo pressão adicional às companhias japonesas, porque reduz a competitividade das 75 exportações. A porta-voz da Sony, Mami Imada, acrescentou que a companhia planeja diminuir seus fornecedores para cerca de 1.200, contra 2.500 atualmente, até março de 2011. Além disso, cortará as despesas elevando o volume de dispositivos e insumos comprados de cada fornecedor. Os atuais custos de compra da companhia totalizam quase 2,5 trilhões de ienes. A consolidação da cadeia de fornecedores incluirá a subsidiária de videogames Sony Computer Entertainment, que desfrutava de liberdade considerável na compra de componentes. A Sony previu prejuízo operacional de 110 bilhões de ienes até março do ano que vem, após ter registrado perdas de 227,8 bilhões de ienes no último ano financeiro. 5.5 Processo e aplicação do estudo de caso O objetivo deste capítulo é analisar os casos pesquisados, à luz do referencial teórico apresentado ao longo desta pesquisa. O primeiro elemento do modelo é a definição de métricas.Os sistemas de mensuração de desempenho comunicam valores estratégicos (Fawcett et al, 1997) e fornecem subsídios para alinhar e manter alinhados estes objetivos e os requerimentos de mercado, coordenar o uso dos recursos e monitorar a evolução da empresa. A Sony, como todas as empresas, possui suas divisões que por sua vez, respondem por cada uma das atividades realizadas para o bom andamento do negócio. A divisão que compreende toda a parte logística chama-se Supply Chain Solutions, esta que se divide em produção, entregas, armazenagem e custos e 76 acredita que dá suporte aos objetivos de obtenção de share de valor e rentabilidade da corporação ao buscar a eficiência e redução dos custos logísticos. Em um resumo geral a operação macro funciona da seguinte forma as mercadorias são produzidas em Manaus (AM), parte desta produção é transferida para o CD em Cajamar (SP), de onde é armazenada e posteriormente vendida é da onde sai à maior parte do faturamento, e outra parte segue para os clientes. É realizado o acompanhamento da entrega, o cliente recebe a mercadoria, o frete é cobrado pelo transportador e são preparados todos os relatórios gerenciais para análise, planejamento e tomada de ação. A operação escolhida para estudo foi a de venda direta de Manaus para os clientes, porém esta operação é bem específica e apresenta uma série de particularidades que devem ser levadas em consideração. Primeiramente a operação que é conhecida como, “Operação Distribuidores – Air Shipment” é essencialmente aérea isso por que leva produtos que possuem alto valor agregado que são equipamentos para veículos automotivos como rádios e auto-falantes que são geralmente alvo de roubos, para dimensionar tais riscos, segundo a SETCESP (Sindicato das Empresas do transporte de carga de São Paulo e região), a maior parte dos roubos acontecem pela manhã, a rodovia mais perigosa é a Anhanguera (principal acesso a Cajamar) e mais de 33% do alvo dos roubos são mercadorias de natureza eletrônica. Por ser uma operação mais onerosa existe um acordo entre Sony e Clientes, conhecidos como distribuidores, pois são grandes de atacadistas de produtos para carros, para que seja diminuída a margem de lucro porém em troca a mercadoria chegara de forma mais segura e rápida ao seu destino final, algo que se relaciona ao referencial teórico, sendo que, a relação custo-benfício deve ser mais atraente 77 que as outras que atuam no mesmo segmento do mercado, algo que também pode ser muito arriscado pois segundo Gianesi e Corrêa (1996, p. 45)os clientes avaliam um serviço pela comparação entre sua expectativa e sua percepção em relação ao serviço prestado. Conforme a literatura revisada (Christofer 2007, p.70), as medidas de desempenho empregadas pelas empresas pertencem às seguintes áreas: custo, serviço ao cliente, produtividade, gerenciamento de ativos, qualidade, o desempenho nas dimensões custo e serviço ao cliente. A empresa foco desta pesquisa monitora o nível de serviço prioritariamente, uma vez que segundo o referencial teórico o serviço ao cliente, é uma das maneiras de definir “vantagem competitiva”, pois em empresas bem-sucedidas geralmente sõ aquelas que entregam mais valor aos clientes que seus concorrentes. A forma como os indicadores logísticos são escolhidos, ou a motivação para sua escolha, também indicam se o sistema de mensuração de desempenho está alinhado aos objetivos corporativos. De acordo com os autores pesquisados, a satisfação dos clientes é fundamental para o sucesso da empresa, pois o nível de satisfação determina se o cliente fará novos negócios com a ela ou a indicará para outros. Serviços logísticos superiores são uma ferramenta importante para gerar a satisfação dos clientes e desenvolver uma vantagem competitiva sustentável, pois além de não serem facilmente reproduzíveis, também não são percebidos como uma arma competitiva pelos concorrentes (Sharma et al,1995,p.10). A Sony possui a seguinte matriz de atendimento a esses clientes. A primeira etapa são as negociações com clientes, depois de acertados todos os detalhes são inseridos o numero de pedido no sistema geral, este numero é transportado para o 78 sistema SAP onde passará por diversos processos ate que seja efetivamente despachado. Primeiramente o pedido é analisado pela parte de crédito da empresa para saber se o cliente pode ou não adquirir o valor da compra, com o credito liberado é criado o documento chamado delivery order (D.O) onde constam todos os dados de entrega tais como, produtos, quantidade, valor. Após a criação da D.O é criado o documento de transporte que será o principal dado para a área logística de Manaus, pois nele têm-se todos os dados da D.O mais as informações relevantes as entregas como, faturamento da nota fiscal e data de despacho. A premissa da operação é que todas as notas fiscais emitidas devem ser despachadas no mesmo dia para evitar a armazenagem desnecessária de produtos vendidos com isso é programado diariamente com o transportador coletas de notas fiscais que deverão ser entregues ao cliente. Esta operação teve início em outubro de 2008 e não foi funcionou exatamente como previsto. Atrasos nos embarques em Manaus, atrasos na entrega, produtos trocados (algo grave, pois expõe negociações entre Sony e cliente) e também o ciclo total do pedido estava sendo prejudicado por falta de comprometimento do transportador em algumas etapas da cadeia. Com isso de acordo com os autores pesquisados, a atividade logística, como qualquer sistema, deve ter seu desempenho monitorado, pois com um bom gerenciamento logístico o resultado final será, entre outros, a diminuição dos prazos de entrega e redução dos problemas com qualidade.Para tanto, foi necessário estabelecer uma medição semanal para um acompanhamento mais próximo da operação e também para uma significativa melhora. 79 Como já dito anteriormente existe importância de indicadores de desempenho que meçam a satisfação do cliente dos processos considerados, sejam eles internos ou externos.A Sony utiliza medidas de desempenho funcional e de processo. De acordo com o referencial teórico, as medidas funcionais avaliam a eficiência e eficácia das tarefas e são consideradas como um pré requisito para o gerenciamento e controle do desempenho logístico.. Ainda para Christofer (2007, p.67) o conceito de processo engloba a idéia de uma série de elementos conectados, que formam um todo e mostram propriedades de conjunto preferenciais em relação às das partes individuais que o compõem . Sob esta perspectiva, uma empresa pode ser vista como uma série de subsistemas organizados de forma funcional, que interagem entre si para atingir objetivos comuns e minimizar as contradições internas. Para se evitar a ambigüidade é necessária uma definição precisa e comunicação eficaz dos padrões; para isso foi criada uma equipe multi funcional para estabelecimento dos indicadores, quais atendiam a área comercial e a área logística. Para tanto, também deve-se remeter ao referencial teórico que aconselha, segundo Ângelo(2005, p.4) o acompanhamento de todos os processos logísticos não é recomendado, pois corre-se o risco de tornar o processo de coleta de dados demasiadamente complexo e irá dificultar a tomada de decisões diante de informações dispersas, é indicado apenas o acompanhamento de quatro áreas chaves, atendimento do pedido ao cliente, gestão de estoques, armazenagem e gestão de transportes.Logo para se ter uma visão geral do processo, foram escolhidos indicadores de âmbito interno e externo, conforme indica Fleury (2000), primeiramente, pois é necessário saber os processos da empresa e depois monitorar 80 os desempenhos dos serviços prestados, porém somente na área chave de atendimento do pedido ao cliente, já no caso de gestão de transportes o acompanhamento é muito aquém do indicado no referencial teórico, sendo que,existem sim casos de inversão de entregas, avarias e cobranças de fretes indevidas, mas o controle é muito escasso e as tomadas de ações são corretivas e não preventivas, a outras duas horas não tem-se o controle, pois é uma outra aérea da divisão que possui os dados necessários para realizar sua medição. Unindo as duas idéias foram selecionados, mais a intenção de se atender da melhor maneira possível o cliente os indicadores selecionados foram: ciclo total do pedido, este que pode ser relacionado a tabela 5 e também no conceito de avaliação de processo descritos no referencial teórico.A alteração ficou apenas na forma de se calcular, pois ficou mais completa e o união os indicadores de âmbito interno e externo, descritos por Fleury(2000), deve-se observar: Tabela 6 – Indicadores de desempenho logístico – Definidos Sony Melhores Indicador de Descrição Cálculo Desempenho Práticas DESEMPENHO NO ATENDIMENTO DO PEDIDO DO CLIENTE Tempo de Ciclo do Pedido ou Order Cycle Time Tempo decorrido entre a realização do pedido por um Cliente e a data de entrega. Alguns consideram como data final à data de disponibilização do pedido na doca de expedição. Fonte: Adaptado de ÂNGELO (2005, p.2) Período de tempo entre cada uma das etapas do processo de venda e entrega Cumprimento do prazo estabelecido internamente ou externamente com o colaborador e o prestador de serviço 81 Os outros indicadores são notas fiscais entregues no prazo, indicador este que segue fielmente o indicador de desempenho demonstrado na tabela 5, inclusive as melhores práticas e a comparação entre os Lead Times (contratado x realizado), que é um desmembramento do indicador de entregas realizadas no prazo, que irá demonstrar onde estão os atrasos, qual a intensidade dos mesmos e também em que estados estão os maiores gargalos, estes dois indicadores são a união de dois conceitos apresentados no trabalho que são o de indicadores de âmbito externo(Fleury, 2000) e a avaliação funcional ou por atividades, a avaliação de processo. Enfim, conforme referencial teórico, foi necessário operacionalizar as medidas úteis e consistentes sobre o que se deseja administrar Deve-se, segundo Sink e Turttle (1989, p.243), definir como: - coletar os dados necessários para a medida; - decidir o que é contábil para a medida, e qual escala será usada e qual atributo; - decidir qual é o processo, o tratamento e a transformação de dados, em informação e no correspondente relato. Para operacionalizar as medidas que irão avaliar o desempenho é importante entender a dimensão estratégica deste, ou seja, detectar o que ele deve refletir, em termos dos fatores estratégicos do negocio, das bases competitivas, das competências e dos métodos essenciais, a serem adotados para o sucesso organizacional; tais fatores devem ser representados por números que possam ser computados como atributos. Nos três primeiros meses de operação os resultados eram, demonstrados graficamente os seguintes, lembrando que a premissa inicial leva em consideração 82 as notas fiscais entregues no mês e a base utilizada é retirada do sistema ERP da Sony. Gráfico 1 – Ciclo Total do Pedido – OUT ~ DEZ Cumprimento Prazos de Entrega Clientes (Em Nº de Notas Fiscais) Entregas Realizadas Out/08 ~ Dez/08 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 Outubro Novembro Dezembro Lt(Entrega~Confirmação) 3,00 2,10 1,52 Lt(Despacho Efetivo~Entrega) 5,00 4,54 4,00 Lt(Faturamento~Despacho Efetivo) 2,40 2,00 1,50 Lt(Liberação~Faturamento) 0,67 1,00 1,00 Lt(Criação D/O~Liberação Crédito) 0,33 1,00 0,93 Lt(Ordem~Criação D/O) 3,00 3,00 2,50 Fonte: o autor 83 Gráfico 2 –Cumprimento Prazos de Entrega – OUT ~ DEZ Cumprimento Prazos de Entrega (Em Nº de Notas Fiscais) Entregas Realizadas OUT/08 a DEZ/08 - Operação Manaus 100% 90% 80% 70% 92 60% 165 45 50% 40% 30% 20% 34 10% - 38 6 0% Outubro Novembro atrasado Fonte: o autor justificado Dezembro no prazo 84 Gráfico 3 –LT Contratado x LT Realizado – OUT ~ DEZ Lt. Contratado X Lt Realizado Entregas Realizadas OUT/08 a DEZ/08 - Operação Manaus 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 - MGI PRI RSC MGC MSI PRC RJC SCC SPI BAC CEC ESC GOC MSC PAC PEC SPC OUTUBRO 7,00 7,00 7,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 4,00 NOVEMBRO 6,00 6,00 6,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 3,00 DEZEMBRO 8,00 4,00 5,00 4,00 3,00 2,00 6,00 4,00 2,00 4,00 7,00 8,00 6,00 4,00 7,00 8,00 5,00 LT CONTRATADO 5,00 5,00 5,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 2,00 Fonte: o autor Como se pode perceber os números estavam muito abaixo do esperado, era necessário que fossem tomadas atitudes assertivas para melhoras nas entregas, as reclamações era internas e externas, as vendas começaram a ficar baixas as áreas internas estavam insatisfeitas com o serviço, não só do transportador, mas também da própria área de logística da empresa, pedidos que deveriam ter seu ciclo completo em mais de 7 dias, estavam demorando de 11 a quatorze dias. A ferramenta inicial utilizada para a correção dos erros foi o também conhecido como Ciclo de Deming, o PDCA tem como sigla as iniciais de verbos (ação) em inglês: 85 P: To Plan – Planejar; D: To Do – Fazer; C: To Check – Checar; A: To Act – Agir O PDCA é uma ferramenta muito utilizada em planos de ação. O PDCA mostra os passos a serem seguidos para se atingir um objetivo que antes de ser conquistado deve ser: planejado, executado, checado e tomadas as ações necessárias tanto para corrigir falhas ou melhorar o processo. Os passos precisam ser repetidos de forma contínua e nesta ordem, assim tornam-se um ciclo contínuo. O PDCA é uma proposta de abordagem organizada para qualquer tipo de problema. Os ciclos PDCA se referem às melhorias ao controle de processo, ou seja, são realizados pequenos ciclos de melhoria de forma constante, simbolizando o princípio da repetição na resolução de problemas, efetuar melhorias por etapas e repetir o ciclo várias vezes com o objetivo de atingir níveis de desempenho cada vez mais altos. Assim a empresa pode se orientar de maneira eficiente na preparação e na execução de atividades planejadas para a solução de um problema. É um instrumento muito importante no controle e na melhoria de processos e precisa ser de domínio de todos os funcionários da empresa. Enfim, como indica a ferramenta precisava-se de um plano de ação intensivo, primeiramente foram estabelecidas novas diretrizes internas, ou seja, foi montado um cronograma que deveria ser seguido à risca por todos, sendo que, deveriam ser estabelecido um dia da semana para serem consolidados os pedidos, outro dia para separação, faturamento e coleta no centro de distribuição de Manaus e muito importante o envio semanal de toda a performance para a área comercial e todos os tarsos deveriam ser sinalizados nos gráficos, já com o transportador foram estabelecidas novas regras de indicadores de desempenho chave, que previam bonificações ou multas de até 5% sobre o valor de frete pago, sob a pena também 86 de perder a operação.Outra regra bem estabelecida foi a marcação de reuniões semanais com o transportador para demonstrar cada um dos erros e acertos da operação na semana anterior.Em paralelo foi realizado um benchmarking com outros fabricantes que também realizavam entregas nos mesmos clientes, a cotação de novos transportadores prestando serviço com a mesma operação. Com o planejamento montado, estava no momento de executar tais tarefas, executá-las, checar e tomar as ações. Abaixo os resultados de janeiro a março de 2009. (informações posteriores restritas, por serem de cunho de fator de estratégico) 87 Gráfico 4 – Ciclo Total do Pedido – JAN ~ MAR Cumprimento Prazos de Entrega Clientes (Em Nº de Notas Fiscais) Entregas Realizadas Jan/09 ~ Mar/09 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 Janeiro Fevereiro Março Lt(Entrega~Confirmação) 2,10 3,00 1,00 Lt(Despacho Efetivo~Entrega) 2,85 3,00 3,00 Lt(Faturamento~Despacho Efetivo) 0,75 0,50 0,50 Lt(Liberação~Faturamento) 1,00 0,67 0,65 Lt(Criação D/O~Liberação Crédito) 1,00 0,33 0,93 Lt(Ordem~Criação D/O) 3,00 1,50 1,00 Fonte: o autor 88 Gráfico 5 –Cumprimento Prazos de Entrega – JAN ~ MAR Cumprimento Prazos de Entrega (Em Nº de Notas Fiscais) Entregas Realizadas JAN/09 a MAR/09 - Operação Manaus 100% 90% 80% 10 20 45 - 10- NF´s com atraso no trânsito 70% 17- NF´s com atraso no trânsito 3-NF´s com atrasos no embarque 60% 50% 40% 80 128 30% 38- NF´s com atraso no trânsito 3-NF´s com atrasos no embarque 4-NF´s extraviadas pelo transportador 203 20% 10% 0% Janeiro Fevereiro atrasado Fonte: o autor justificado Março no prazo 89 Gráfico 6 –LT Contratado x LT Realizado – JAN ~ MAR Lt. Contratado X Lt Realizado Entregas Realizadas JAN/09 a MAR/09 - Operação Manaus 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 - MGI PRI RSC MGC MSI PRC RJC SCC SPI BAC CEC ESC GOC MSC PAC PEC SPC Janeiro 6,00 5,00 5,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 3,00 4,00 3,00 4,00 5,00 3,00 7,00 2,00 Fevereiro 6,00 5,00 5,00 4,00 6,00 4,00 4,00 4,00 4,00 3,00 3,00 3,00 3,00 6,00 3,00 5,00 2,00 Março 5,00 5,00 5,00 4,00 5,00 4,00 4,00 4,00 4,00 3,00 3,00 3,00 3,00 4,00 6,00 5,00 2,00 LT CONTRATADO 5,00 5,00 5,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 2,00 Fonte: o autor Por fim notamos que houve uma constante melhora na operação, as reclamações estavam em nível muito baixo e a desconfiança sobre o transportador também começou a diminuir, outro ponto importante foi o feedback do transportador, que de acordo com os autores pesquisados é essencial que exista um alto nível de integração entre os parceiros de uma mesma cadeia, referente sua falhas, por exemplo, os casos de atrasos estavam bem melhor especificados, as informações estavam mais reais, foi revisto todo o plano de embarque em Manaus visando alcançar o esperado, a operação estava melhor preparada para lidar com o volume e tipo de carga transportada, evitando os erros de entrega. Hoje a operação continua com o transportador, e ainda segue-se todos os 90 passos estabelecidos desde o início do ano. O ponto de gargalo fica por conta do da falta de apenas do aspecto de benchmarking, pois aspectos que estavam ruim poderiam ser melhorados se a empresa procura-se saber como empresas que realizam a mesma operação ou até mesmo concorrentes para identificar as melhores práticas para reduzir os tempos de alguns processos como os problemas com os embarques e liberação do crédito, outro ponto que por falta de implementação mais efetiva, está falho é na parte de gestão de transporte, a empresa por não tomar ações mais assertivas em relação as métricas demonstradas, a empresa pode estar perdendo uma boa quantidade de dinheiro em relação, avarias, fretes errados e não conformidades na entregas.Por ser focar demais no atendimento do pedido ao cliente, outras aéreas são afetadas na empresa e em algum momento isto poderá começar a afetar o processo global da logística na empresa. 91 6.CONCLUSÃO Por fim, pode-se perceber o quão importante é a medição, e mais do que visa análise critica de cada um dos detalhes que envolvem a operação, muito mais importante que medir é analisar e agir. Cada aspecto de logística, cadeia de suprimentos, qualidade, serviço devem ser bem entendidos, pois se precisa saber onde esta o ponto de ruído na operação e utilizar ferramentas que auxiliem na resolução de um problema que atrapalha tanto a empresa quanto os clientes. As quatro áreas chaves apresentadas ao longo desta pesquisa devem ser, acompanhadas de perto, pode-se concluir que a escolha de uma em detrimento da outra só prejudica a empresa, pois como no caso apresentado, em alguns casos a empresa pode não ver o que está acontecendo com os custos decorrentes da sua entrega, em outras palavras, serviço sem custo-benefício não é um serviço que deva servir de exemplo e que não deve ser seguido a diante sem as devidas melhorias. Outro aspecto a ser citado é o quanto à parceria entre empresa e prestador de serviço logístico pode-se ser importante para melhoria continua dos serviços, lembrando que cada aspecto da cadeia de suprimentos sofre alterações quando o nível de serviço está bom ou ruim. E finalmente o estabelecimento de indicadores de desempenho, para uma boa e confiável medição, com parâmetros estabelecidos, por todos os envolvidos na operação desde a empresa, passando pelo transportador e chegando ao cliente, pois um bom resultado na entrega não apenas bonifica a área de logística da empresa e sim toda a companhia, pois com entregas confiáveis a parceria comercial entre empresa e cliente irá se expandir e sem erros custos viram lucros e vantagens competitivas. 92 7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (INDEFINIDO), Dicionário do IMAM.São Paulo: Imam,2008 ALBRECHT, Karl, Revolução Nos Serviços.São Paulo:Thomson Pioneira,2002. 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