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Projeto BRASIL Itaoca Offshore pode ser a primeira grande obra no Brasil CRANE 10 ACESSE www.crane brasil .com.br Fotos: Divulgação ? Por T ébis Oliveira A admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef, com seu afastamento por 180 dias, e a posse do vice-presidente Michel Temer como presidente interino em 12 de maio passado, deram novo ânimo ao propósito de iniciar as obras do novo terminal entre julho e agosto próximos. “É exatamente esse O conceito é de um grande centro de distribuição, com acesso tanto por terra quanto por mar divisor de águas que atravessamos agora. Resolvida a questão política, achamos que o Brasil tomará um rumo diferente. O investidor tem horror a riscos. Será extremamente importante que esses próximos meses do governo Temer se traduzam em planos para a retomada da economia em um horizonte curto. De resto, estamos prontos. Falta apenas apertar a tecla ‘enter”, diz o diretor de operações da Itaoca Offshore, Álvaro de Oliveira Júnior. Com a expressão “estamos prontos”, o executivo quer dizer que o projeto já conta com todas as licenças ambientais necessárias, que quase todas as condicionantes de instalação já foram atendidas e que sua execução, inclusive, já foi contratada junto à Piacentini Tecenge Construções do Brasil. As poucas condicionantes ainda não cumpridas são as que devem ser realizadas quando a tecla mágica for apertada: retirada da restinga existente no local e recolhimento e transferência da fauna e flora nativas para novas áreas de conservação. Álvaro de Oliveira Júnior, diretor de operações da Itaoca Offshore 11 CRANE C om desenvolvimento iniciado há quase seis anos, o projeto Itaoca Offshore está pronto para ser implantado desde o segundo semestre de 2014. A recessão econômica que se abateu sobre o Brasil, a queda internacional dos preços do petróleo, o envolvimento da Petrobras em um esquema sistêmico de corrupção, a rigidez do marco regulatório de petróleo e gás no país que limita a participação de operadoras estrangeiras na produção nacional do setor, entre outros complicadores, levou aquele cronograma inicial de obras a ser consecutivamente adiado. Para três diferentes trimestres em 2015 e, agora, para o terceiro trimestre de 2016. BRASIL Projeto de terminal offshore para a indústria de petróleo e gás, em Itapemirim, está orçado em R$ 450 milhões e tem início de implantação previsto para o 3T16 Projeto BRASIL CRANE 12 Conceito O Itaoca Offshore foi concebido com um propósito específico: atender com uma performance baseada em critérios de confiabilidade, valor agregado e agilidade à demanda por serviços logísticos offshore da cadeia produtiva de petróleo e gás no Brasil, em especial a focada na exploração das reservas do pré-sal. Segundo Oliveira, essa indústria tem sido atendida pelos portos nacionais através da adaptação de terminais ociosos que, por não terem sido pensados com essa finalidade, não oferecem as condições especiais requeridas por operações offshore. Além disso, mesmo que um desses portos se dispusesse a implantar um terminal dedicado ao segmento, a ocupação de seu entorno pelo crescimento urbano acabou com a disponibilidade de áreas de grande extensão que comportassem o projeto. “O conceito do Itaoca Offshore é o de um enorme centro de distribuição, com acesso tanto por terra quanto por mar, operando com eficiência, segurança e sustentabilidade”, define o diretor. Por ser dedicado a um segmento específico, os usuários não terão que dividir sua infraestrutura e instalações com outros tipos de cargas e produtos. A área de estocagem é contínua ao cais, reduzindo a distância de transporte com ganhos operacionais e logísticos. Está prevista, ainda, uma área administrativa que tratará da documentação legal para a movimentação das cargas. Para viabilizar o empreendimento, orçado em R$ 450 milhões em 2012, o Banco Modal, que responde pela assessoria financeira do negócio, já estabeleceu contatos com investido- res nacionais e estrangeiros e com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), visando a obtenção de uma linha de crédito. “Nosso maior desafio é mesmo o momento econômico atual. Esperamos que o ambiente de negócios no Brasil mude para melhor, dando segurança ao investidor. É preciso ter uma regularidade maior dos leilões para formar um backload de áreas que permita aos empreendedores trazer equipamentos, tecnologias e know how para deslanchar projetos com visão de longo prazo. É preciso também que o mercado se abra para operadoras internacionais, com menor presença da estatal brasileira”, avalia Oliveira. Projeto O projeto conceitual e o de engenharia do Itaoca Offshore foram realizados pela ARAM Consultoria, prevendo um enrocamento em pedra tradicional para a área offshore. Com a contratação da Piacentini Tecenge, essa solução construtiva foi alterada para a de fundações com estacas-prancha com preenchimento, especialidade da empresa italiana. Segundo Oliveira, com a mudança do método, o projeto ganhou uma expressiva velocidade de execução, fundamental para acelerar sua implantação. Localizado no município de Itapemirim, litoral sul do Espírito Santo, ACESSE www.crane brasil .com.br ? Connecting Global Competence o novo terminal conta com uma logística privilegiada: fica a 130 km da capital do estado, Vitória, e a 250 km de Macaé (RJ), podendo atender a operadoras petrolíferas dos dois estados. O acesso ao empreendimento é feito através da rodovia ES-490, que se liga à rodovia BR-101, após um percurso de 23 km. Localização do novo terminal permite atender a operadoras petrolíferas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo A parte offshore possui 11 berços de atracação, profundidade natural de 9,5 m e área de 65 mil m², destinada a operações de manobra, manuseio e circulação de cargas e à instalação de até 6 plantas de fluido, somando uma capacidade de armazenamento de até 3 mil m3 de diesel, para suprimento de frotas marítimas, sondas e plataformas. Uma ponte sobre estacas, com 1,1 mil m de comprimento e 11 m de largura fará a ligação com a retroárea, permitindo o tráfego de veículos em mão dupla. A retroárea conta com 660 mil m² e, além da infraestrutura administrativa e operacional, terá 300 mil m² disponíveis para a armazenagem de materiais, insumos e equipamentos na fase inicial do empreen- dimento. Haverá também uma área para armazenagem e separação de resíduos classes I e II. Entre os serviços disponibilizados pelo terminal estão a limpeza de tanques, fornecimento de água, pequenos reparos, galpão para armazenagem de químicos, equipe de prontidão para atendimento a emergências e heliporto. Economize dinheiro – faça seu pré-credenciamento online: www.bauma-china.com/register As características do projeto garantiram-lhe a certificação Aqua-HQE, de construção sustentável, pela Fundação Vanzolini, tornando-o o primeiro “porto verde” do Brasil. Implantação Para construir a área offshore, os berços de atracação e a ponte de ligação com a retroárea, foi contratada a Piacentini Tecenge Construções do Brasil, associação entre a italiana Piacentini Construzioni e a brasileira Tecenge. Segundo o diretor da subsidiária brasileira, Sergio Ubirajara Pugliesi Melotti, serão empregadas na obra cerca de 30 mil t de fundações metálicas, 1 milhão m3 de areia para o aterro hidráulico da área offshore e 65 mil m3 de concreto. Não foram contabilizados ainda os volumes destinados às obras civis da retroárea, que a Piacentini Tecenge também espera executar e que serão customizadas para atender às necessidades dos clientes do terminal. 22 a 25 de Novembro, Xangai XANGAI NEW INTERNATIONAL EXPO CENTRE 8ª FEIRA INTERNACIONAL PARA MÁQUINAS DE CONSTRUÇÃO, MÁQUINAS PARA MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, VEÍCULOS PARA CONSTRUÇÃO, EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS PARA MINERAÇÃO A empresa possui uma frota própria de equipamentos de elevação composta por dois guindastes sobre esteiras Kobelco, modelos CKE 2500G (250 t x 4,6 m) e 7055 (55 t x 3,7 m), um Hitachi Sumitomo SCX 1500 (150 t x 4,1 m) e um Terex para 60 t, usado normalmente no pátio. Para o projeto Itaoca Offshore, deve ser adquirido um quinto guindaste, com capacida- www.bauma-china.com Contato: Maria Valle, NürnbergMesse Brasil Ltda. Tel. +55 11 3205-5025, [email protected] BRASIL Projeto ? CRANE 14 de entre 250 e 300 t. Um dos equipamentos será empregado na cravação das fundações da ponte, um nas estacas-prancha da área offshore e um nos berços de atracação. Além desses, um quarto guindaste deve ser mantido no pátio para o embarque, desembarque e movimentação das peças metálicas, que devem ser soldadas antes de sua instalação, e outro nas operações de concretagem. Eventualmente, poderá ser necessário um sexto guindaste de menor porte. A decisão pela aquisição ou locação dos equipamentos, assim que emitida a ordem de serviço da obra, dependerá se os demais guindastes da empresa estarão disponíveis e do valor de mercado das máquinas. “Normalmente, a política da Piacentini é adquirir seus equipamentos. A locação é eventual e sempre para obras menores quando o custo e o tempo de utilização da máquina inviabilizam sua aquisição”, explica Melotti. da em 1949, em Modena, Itália, para reconstruir pontes e estradas após a 2ª Guerra Mundial. Posteriormente, especializou-se em fundações, principalmente para obras portuárias, desenvolvendo soluções inovadoras a partir do emprego de material metálico, como combi walls, estacas-prancha e placas metálicas.Entre 1980 e 1990, passou a atuar no Oriente Médio, na Indonésia e na África. Chegou ao Brasil em 2012 para concorrer à licitação de um novo terminal no Porto de Santos (SP). Vencida a concorrência, foi para o Porto do Açu (RJ), contratada pela Carioca Engenharia, para a cravação de 1,6 mil m de estacas-prancha e combi walls em um empreendimento da Energisa. Hoje, além da Itaoca Offshore e de outras obras, a empresa aguarda a retomada do projeto do Túnel Santos-Guarujá, do governo de São Paulo, cuja licitação venceu em um consórcio formado com a Constran, em 2015, mas que depende da ampliação do limite fiscal do estado para ser liberada. “Estamos aguardando que o mercado melhore. Há muitas obras de infraestrutura a serem renovadas ou construídas no Brasil dependendo apenas da retomada de investimentos”, diz Melotti. Pool de serviços disponibilizados a usuários possibilita ganhos de eficiência, prazos e custos Empresa familiar ainda hoje, a Piacentini foi funda- ACESSE www.crane brasil .com.br