refeno 2016 - Sobre Homens e Veleiros

Transcrição

refeno 2016 - Sobre Homens e Veleiros
ALMANÁUTICA
PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!
Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano V – nº 25 – julho/agosto 2016
www.almanautica.com.br
ISSN: 23577800 25
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Leia nesta edição:
Almanáutica inova com assinatura “Pague Quanto Quiser”
Um rating para todas as Classes largarem juntas
Nova Golden Globe tem brasileiro
Nova coluna de Nelson Mattos Filho:
Memórias do Avoante
!
O veleiro que virou biblioteca
E mais
De Cabedelo a Natal de Laser
Competições pelo Brasil
Cozinha, Mergulho, Passatempo
ALMANÁUTICA
2
EDITORIAL
Panem et circenses
O
governador do Rio de Janeiro,
Francisco Dornelles, decretou em junho, faltando pouco
mais de um mês para os Jogos Olímpicos, estado de calamidade pública por conta da alta dívida do estado. Um
dos motivos apontados pelo governo para
optar pela medida é que a crise impede o
estado de honrar os compromissos com os
Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Motivos? Queda no preço do petróleo
que custava 105 dólares o barril em 2013
e, hoje 50 dólares, e a consequentemente arrecadação de royalties, além da crise
do setor petrolífero devido ao escândalo de
corrupção da Petrobras (diminuição na arrecadação de ICMS), e “falhas na administração das contas públicas”. Nessa última
conta, podemos colocar ainda o “legado” da
Copa do Mundo: Só a reforma do Maracanã custou cerca de 1,2 bilhão ao estado do
Rio. Pelo decreto de calamidade, o estado
deve receber 2,9 bilhões do governo federal. Percebeu o custo só desse estádio?
No Brasil é assim: Políticos de todas as
esferas tem a primazia de fazer literalmente
o que quiserem com o nosso dinheiro suado sem qualquer punição. Enterram milhões em estádios na Amazônia, somem
com outros milhões a título de despoluição,
administram de qualquer maneira e não
precisam responder por isso, simplesmente
empurram a conta para frente. Promovem
nossa vergonha no exterior, e ainda posam de vítimas ou salvadores da pátria às
vésperas do maior acontecimento esportivo
mundial. Pão e circo no melhor estilo romano. E já que o pão está caro, resta-nos o
circo. Mas nem o lado do picadeiro podemos escolher pois agora somos apenas um
bando de palhaços a esperar o final desse
triste espetáculo.
Vamos torcer por nossos atletas que
sem dúvida, são heróis e merecem nosso
aplauso. Mas o gostinho amargo do dia seguinte, esse vai ficar por um bom tempo...
Murillo
NOVAES
Estruturas Infras
Olá querido leitor de alma náutica.
Mais uma vez cá estamos do outro lado
das letrinhas pensando no tema de nossa humilde missiva vélica lançada ao éter
por este veículo jornalístico. Bem, crônicas
e colunas sobre o quanto é duro escrever
crônicas e colunas não faltam. Aquela velha
história da pagina em branco e tudo mais.
No entanto, desde de manhã um assunto
me assalta (calma não é o tipo de assalto
a que estamos acostumados em tempos de
Lava-Jato): a nossa praticamente inexistente infraestrutura náutica.
Talvez o amigo não saiba, mas
meu coração, vagando solitário na enseada do Forno, em Arraial do Cabo, pousou
quase que por acaso, entre mexilhões ao
bafo e coquilles Saint Jacques colhidos na
hora, no restaurante flutuante que ali se
encontra, no colo de uma gringa de sobrenome Bielikova e apelido Zuzi. Nosso
tradicional velejo de Cabo Frio para lá, no
Mahana Maa, um Albatroz 26 do amigo
Edu Ferreira, acabou nos levando à mesa
de três eslovacas que faziam turismo extemporâneo num dia qualquer naquele arraial fora de temporada àquela altura. Foi
amor à primeira vista! Talvez à segunda,
vai lá... Claro que o inglês e português bem
falado da minha futura mulher e sua simpatia e beleza contribuíram muito também!
O fato é que não fosse aquele
flutuante apoitado no Forno e nosso rebento eslavo-cabofriense nem teria vindo ao
mundo. Seria uma lástima, pois com toda
a isenção profissional posso afirmar que
Isabelinha é o bebê mais lindo do universo. E sua vida se deve, de certa maneira,
àquela prosaica infraestrutura náutica presente ali naquele momento. Pus-me a divagar. Quantos e quão dolorosos degraus
burocráticos nosso amigo Bruno, o sempre
Ricardo Amatucci - Editor simpático dono do restaurante e fazendeiro
marítimo, teve que escalar para ter seu negócio funcionando sobre as águas? Quantos mais devem ter tentando em vão neste
imenso litoral brasileiro?
A verdade é que, por algum motivo irracional, a cultura nacional vê em
qualquer tipo de infraestrutura náutica uma
ameaça terrível ao meio ambiente e uma
desnecessidade econômica absurda. Desde
um simples píer, passando por rampas, enrocamentos, marinas, etc., tudo que e refere ao uso de embarcações tem no Brasil
uma oposição ferrenha, quase demoníaca,
do poder público e seus entes responsáveis. Por que isso?
Em primeiro lugar, claro, está
a falta de cultura náutica do país. Isso,
acrescido pela secular pobreza da nação,
que sempre usou muito pouco as embarcações de lazer e as associou a uns poucos
privilegiados e milionários que supostamente não precisariam de nada do Estado só
piora as coisas. Lógico que é uma visão
distorcida da realidade e que impede, isso
sim, que nossas indústrias do turismo e do
lazer embarcado se desenvolvam e gerem
as riquezas e empregos tão necessários
ao nosso Brasil neste século 21. Quantos
bilhões de reais seriam movimentados na
nossa costa e águas interiores se houvesse
um mínimo de equipamentos adequados?
Se houvesse um mínimo de incentivo a estas atividades econômicas?
A Croácia, outrora enclausurada atrás da cortina de ferro iugoslava, em
duas décadas se tornou um dos destinos
náuticos mais conhecidos do mundo e suas
marinas, operadoras de charter, lojas, restaurantes, pousadas, hotéis, oficinas de
manutenção, estaleiros e outras atividades
correlatas representam hoje parte expressiva do PIB daquele país. Dubai, que era uma
imensidão desértica perdida numa esquina
distante do planeta, com suas belezas “naturais” totalmente artificiais, construídas nas
águas do golfo Pérsico, inteligentemente
percebeu, há anos, que o futuro não é o
petróleo, mas sim o turismo, as finanças e
a cultura.
E nós, heróicos habitantes de
Pindorama? Bem, nós já temos as bele-
Crônicas Flutuantes
zas naturais, temos a cultura e, apesar dos
pesares, com todo o desgoverno e descaminho, temos até as finanças. Nos falta
vontade e boa vontade. Os eco-chatos,
que no caso das águas, na maioria das
vezes são apenas eco-ignorantes mesmo,
não percebem que é o uso, correto, monitorado e sustentável, que vai preservar
os ecossistemas? Que marinas modernas
e enrocamentos se transformam em berçários naturais e recifes artificiais? Que é a
indústria náutica pesada e comercial a que
mais destrói e menos preserva e, curiosamente, é a que ainda consegue obter
licenças e se expandir?
E nossos governantes algum dia
vão se tocar que estamos em um país tropical e ao contrário de mimetizar cafonamente os primos ricos do norte em terra e
construir verdadeiras estufas envidraçadas
para gastar fortunas em condicionamento
de ar, como no aeroporto Santos Dumont,
por exemplo, seria melhor imitá-los na infraestrutura aquática e de verão, no transporte aquaviário (até mesmo de massa) e
no lazer náutico?
Lars Grael costuma citar uma estatística acachapante. Apenas na região
de Miami/Fort Lauderdale, na Flórida, há
quase uma centena de pontes levadiças
(adequadas ao tráfego de embarcações)
enquanto no Brasil inteiro há apenas duas
e só uma funciona. Triste!...
Bem, eu estava visitando os sogros em Bratislava no mês passado e meu
cunhado, que é velejador (Deus é perfeito!!), me levou para dar uns bordos em um
lago na Áustria, a meia hora do centro da
capital eslovaca, na tríplice fronteira com a
Hungria. Pois bem, o tal Neusiedler See
é um lago barrento de profundidade média de 1,6m. A velejada foi ótima, claro!
Sempre é! Mas o fato é que naquele lago
austríaco de águas turvas e onde metade
do ano é um frio congelante, nas diversas marinas ao redor, havia provavelmente
mais veleiros que sudeste brasileiro inteiro.
Sem falar nas rampas, guindastes, píeres,
instalações, etc. Deu uma certa inveja!
Murillo Novaes é jornalista especializado em
náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com
Coluna do escritor José Paulo de Paula
Zica
Barquinho lindo aquele. Madeiras?, só
de lei... era o quê havia. Feito no estaleirinho à beira d’águas do Mediterrâneo,
mar de histórias. Um capricho só. Interior
em pinho de Riga a rescender ainda das
resinas. Os dois amigos, franceses, carregados de sonhos, praticamente não esqueceram detalhe que fosse. Partiram à boca
do outono, almejando estar alhures desconhecidos sem se importarem com tempos
e distâncias. Primeira aterragem? Brasil.
O CARPEDIEN velejava célere, absolutamente dentro do estudado. Já sentiam o
paladar do limão espremido na pinga e o
aroma das mulatas ondulantes ao som de
bumbos e pandeiros quando uma retranca
voluntariosa leva a nocaute definitivo um
deles, reduzindo à metade a tripulação. O
resto da travessia, tenebrosa, durou ainda
três pares de dias. Em Terra brasilis, como
estabelece o praxe (o praxe, nesse caso
específico, é uma entidade extra dimensional que, vez ou outra, pode levar certas
pessoas à loucura), os trâmites não foram
dos mais fáceis; dificuldade com o idioma, papelada, pequenos subornos e outras
coisinhas mais. Com o defunto retornado
à pátria, o amigo restante vende, a preço
de banana (da época, não atual) o querido barquinho tão dura e carinhosamente
construído e viaja para nunca mais se ter
noticias dele. O comprador, soteropolitano
da gema, cheio de coragens e ideias, parte, a lá Cabeça de Vaca, no barco agora chamado ÓXENTE, a singrar por rios e
igarapés tupiniquins. Ano seguinte vamos
encontra-lo delirante, prostrado numa maca
remendada e suja de um postinho duma
cidadezinha qualquer. Malária, falsiparun!
Cepa das brabas, de maneira que foi, o
bom baiano, precocemente ter com seus
ancestrais, sendo que, após o acontecido,
pouco ou nada se ouviu falar a respeito...
ali ou em qualquer outro lugar. O veleirinho
quedou-se esquecido em quietas e doces
águas até a passagem dum fulano vindo de
suis maravilhosos. Conhecedor de assuntos
náuticos, o indivíduo logo apercebeu-se da
qualidade do objeto flutuante e fez por não
sair dali sem vê-lo colocado em cima de
um Feneme (observe-se que eram realmente outras épocas) rumo a águas mais
meridionais. Dada a qualidade da construção pouco havia a ser feito, a não ser,
trocar cabos, acrescentar modernidades
como Satinav, enroladores e... um motor!
O escolhido foi um velho engenho de marca
raspada movido a gasolina e partida dada
à ação de manivelas. Novo rebatismo, e o
barquinho singrou novamente pelo sal sob
a graça de LABAREDA. É possível, para
aficionados, que deuses e demônios castiguem, porquanto, o que segue, é de difícil
compreensão e verossimilhança. O sulista,
matrimoniado com senhora de poucos trato
e racionalidade, vez que outra, arriscava-se ao pular de cercas. Agora, então, com
o barco, as escapadelas seriam acrescidas
em emoções. A moça em questão a ser
embarcada no LABAREDA, filha de ricaço industrial conhecido de imprensas várias, teve que ter sua segurança particular
driblada em manobras espetaculares que
não veem ao caso – àquelas épocas mentir
talvez fosse mais fácil que em dias de hoje,
posto que ainda não se dera à luz a Sérgio,
vulgo Moro. As Ilhas, ali por perto, era o
destino para duas noites de bons vinhos,
bons quitutes, romance e... Tudo acontecido dentro dos conformes. Dia de retorno,
feliz, nosso protagonista, após verificação
rápida de equipagens, saca da manivela
ignícola sem, todavia, perceber o cheiro da
gasolina cujo vapor se acumulara nas catacumbas do LABAREDA. Uma... duas...
três voltas, descompressor solto e...
A labareda, dito por pescadores dos arredores, pôde ser vista quase à altura da cruzeta do mastro. Os corpos, carbonizados,
apenas foram identificados pelas arcadas
dentárias... que pareciam sorrir. Pouco ou
nada se comentou a respeito.
José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador, violeiro, cervejeiro artesanal e autor dos livros
“É proibido morar em barco” e “Divã Náutico” que
podem ser encomendados em [email protected]
Umas e
Outras
Histórias de um navegante im pre ciso
a
lio Vian
Por Hé
Nao é uma, nem duas, nem
três... pode ser cinco!
O navegador baiano Aleixo Belov já fez três
voltas ao mundo em solitário. Depois construiu
o veleiro-escola Fraternidade e deu mais uma,
dessa vez com alunos. Na volta, irrequieto do
jeito que é, juntou uma tripulação de amigos e
foi até a Antártica. Agora, aos 73 anos e recém-separado, o amigo de priscas eras falou
com exclusividade para o Almanáutica.
Como é dar quatro na sua idade? Risos, “repare bem, eu fiz quatro voltas ao mundo sempre pelos trópicos, depois resolvi navegar pelo
Sul e agora falta ir para o Norte. Quero ir ao
Alasca, para energizar, sentir o sabor, respirar
os ventos que sopram no Norte. O plano é
sair no máximo em novembro, subir para o
Caribe, atravessar o Canal do Panamá, passar
pelas Galápagos e Marquesas para chegar ao
Havaí em maio. A partir de junho faço as ilhas
Aleutas, a região do Alasca, do Canadá e da
costa dos Estados Unidos. Minha intenção não
é invernar, quero a época boa, o verão, andar
de trenó puxado por cachorros”.
Então está pintando a 5ª circum-navegação?
“Provavelmente, porque estou um pouco zangado com o Criador, que fez o Planeta Terra
tão pequeno, que num instante uma volta ao
mundo acaba. Ele poderia ter criado o mundo
um pouco maior, ou então nasci no Planeta
errado”.
Haverá vagas para alunos? “Sim, se continuar
na volta ao mundo sempre terei duas vagas
para alunos, gosto de dar oportunidade para a
juventude. Se eu tivesse tido a chance que dei
ao pessoal que viajou comigo, teria avançado
muito mais rapidamente. Mas não me queixo
não, fui devagar, mas cheguei longe”.
Quais são os pré-requisitos? “Esta viagem não
vai ser simples, vai ser dura. O cara que sabe
tudo não me interessa, quero gente jovem,
que já tenha feito alguma coisa e tenha potencial para crescer. Tem que gostar do mar”.
Atenção interessados, o e-mail é [email protected], mas cuidado! Aleixo não gosta de
“gente que mente muito no currículo”.
Recentemente Aleixo navegou com Oleg Belly,
trazendo o Kotic de Port Stanley, nas Malvinas, até Carmelo, no Uruguai. Quinze dias
depois Oleg faleceu.
“Nós programamos, há mais de um ano, fazermos esta viagem juntos. Seria com os dois
barcos, o Fraternidade e o Kotic. A última frase que Oleg me disse, quando me despedi
dele, já muito doente, foi que ´seria tão bom
se a gente pudesse se encontrar no Alasca´,
mas ele sabia que não conseguiria. Perdi meu
guru, meu grande amigo. Fiquei muito triste,
ele me faz uma falta imensa, porque aprendi
muito com ele, que continuava tendo muito a
ensinar, não só a mim, como a muita gente.
Eu fiquei órfão”.
Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora
a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos
ventos e mantém o maracatublog.com
3
Eduardo Sylvestre
Cordão de Segurança do motor de popa:
Será que realmente é importante?
Gostaria de começar esta pauta fazendo a seguinte pergunta, e gostaria de sua
sincera reflexão e resposta: Quantas vezes
você usou o cordão de segurança atado
ao seu próprio corpo ao conduzir um bote
de borracha ou mesmo em uma lancha ao
acompanhar um veleiro ou simplesmente ao
sair para dar um passeio?
Como sabemos o uso do cordão de
segurança em motores de popa é material
obrigatório pela Marinha do Brasil e questão
de prova para quem vai tirar a carteira de
arrais amador. Tenho dado aulas de navegação (Arrais e Mestre) a mais de 20
anos e treinado técnicos de vela e instrutores no Brasil e ao redor do mundo, e a
questão do “cordão de Segurança” sempre
é uma surpresa pra mim, pois mesmo sabendo que é obrigatório, que é fundamental
para a segurança do piloto e de outras
pessoas, vejo uma grande resistência ao
uso deste importante artefato de segurança
pela ampla maioria de usuários deste tipo
de embarcação.
Neste ano de 2016 estive ministrando 6 cursos para técnicos de vela ( Brasil,
Panamá, Uruguai, Peru, Bahrain, África do
Sul) em 4 destes cursos ouvi depoimentos e conversei com pessoas que sofreram
acidentes graves no ultimo ano devido a
este problema. A World Sailing (Federação
internacional de vela) proíbe qualquer de
seus treinadores, eu inclusive, de pilotar
uma embarcação sem este cordão de segurança. Em todos os nossos cursos passamos mais de 1 hora falando apenas sobre
este tema.
A RYA, federação de vela inglesa, fez
uma recente pesquisa naquele país, após
um trágico acidente onde morreram 2 pessoas (pai e filha) que poderiam ter sido
salvas se o piloto estivesse com o cabo
de ignição do motor preso ao seu corpo.
Nessa pesquisa descobriu-se que 65% das
pessoas entrevistadas não usam nem portam o cordão de segurança ao pilotar seu
bote ou lancha, e que 30% declaravam que
usavam, porém deixava o cordão prezo na
própria chave ou no próprio manete do motor de popa. Pela simples conta vemos que
apenas 5% usam este importante item
de segurança preso ao próprio corpo,
ou seja, caso o piloto caia na agua
a ignição é cortada, parando o motor.
Tenho uma coleção de fotos e filmes
mostrando pessoas cortadas pelo meio
pela hélice do bote, pessoas sem braço,
com cicatrizes através do corpo simplesmente por ignorar este cabinho vermelho
que custa menos de 20 reais em qualquer
loja náutica.
Em minhas aulas de segurança sempre
mostro um vídeo que se tornou viral na
internet onde 2 salva-vidas da Africa do
Sul vão socorrer um surfista e ao passar
pela primeira onda, o piloto do bote cai
na agua e em seguida, devido ao descontrole da embarcação o segundo tripulante
cai na agua também. O bote fica dando
voltas em alta velocidade e saltando como
um cavalo bravo em um rodeio, enquanto
os salva-vidas tentam irresponsavelmente
voltar para a embarcação sem sucesso. O
bote finalmente encalha na praia depois de
2 minutos de pânico total. Felizmente neste
episódio insólito ninguém se machucou. Já
no Peru no meio do ano passado um treinador “experiente” de Optmist ao dar um
treino, se desequilibrou do bote e caiu na
agua, porém o bote passou por cima dele
abrindo seu abdômen. Não morreu, mas foi
por pouco. Pude ver com meus olhos as
cicatrizes deixadas por esta imprudência.
Histórias como estas estão cheias no nosso
meio. O problema é que nunca achamos
que pode acontecer conosco, no nosso clube ou com nossos alunos ou atletas.
Outra situação importante é testar seu
motor retirando o cabo de segurança para
ver se este corta a ignição. Um problema
muito comum é que devido ao não uso
deste artefato, muitos mecânicos irresponsáveis desabilitam este sistema. É importante você testar o sistema antes de sair
para agua.
Hoje em dia com tantos pais e treinadores acompanhando velejadores na agua,
é fundamental primar para a segurança
de todos, pois por qualquer descuido ou
imprevisto não estamos imunes de cair na
agua. Então cheque o cordão de segurança
de sua embarcação e não entre nesta lista
tenebrosa de imprudência, use o cabo de
segurança, use seu colete salva vidas, dê
o exemplo. Navegar é bom demais, mas
precisamos estar atentos e ser prudentes.
Eduardo Sylvestre é Diretor do Programa
de Desenvolvimento da CBVela, Expert
da ISAF, técnico nível 3 da USSailing e
ISAF World Youth Sailing Lead Coach.
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Almanáutica:
Jornalista Responsável: Paulo Gorab
Editor: Jornalista Ricardo Amatucci
MTB 79742/SP
ISSN: 23577800/25
Jornal bimestral, com distribuição nacional
Ano 05, número 25 julho/agosto de 2016
Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier
Contato: [email protected]
Almanáutica é uma marca registrada.
Proibida a reprodução total ou parcial.
Visite nosso site: www.almanautica.com.br
Foto da capa:
De Ricardo Amatucci, mostra os
veleiros particiantes da REFENO
ancorados no portinho, em Noronha
ALMANÁUTICA
4 A Bordo
Aratu Maragojipe
2016
Tem início no dia 19 de agosto,
com uma grande cerimônia de abertura a
47ª edição da Regata Aratu-Maragojipe.
A sede do Aratu Iate Clube espera um
público estimado em 1.200 pessoas, entre
autoridades, velejadores e público, na festa que já é tradição no Clube, na véspera
da largada. A competição será no sábado,
dia 20 de agosto, com três largadas para
as diversas classes inscritas, a partir das
10 horas da manhã, na raia montada entre
o Farolete da Base Naval de Aratu e Ilha
de Maré.
A regata nasceu no ano de 1969
com a denominação de “Regata de São
Bartolomeu”, em homenagem ao Santo
padroeiro da cidade de Maragojipe. Nas
primeiras edições do evento a grande
maioria das embarcações participantes era
composta pelos tradicionais saveiros, muito comuns e numerosos na época. Decorridos os anos, os modernos Veleiros de
Oceano passaram a ser os protagonistas,
distribuídos em mais de vinte classes. Os
tradicionais “Saveiros de Vela de Içar”,
hoje em extinção, também dão grande beleza ao evento.
A 47ª Regata Aratu-Maragojipe é
uma realização do Aratu Iate Clube, em
parceria com a Via Náutica Consultoria &
Eventos, empresa coordenadora do evento
e tem o Patrocínio Master da Bahiatursa / Governo da Bahia. A expectativa é
reunir cerca de 300 embarcações, entre
veleiros de oceano, saveiros e escunas a
vela. Participam mais de 1.500 tripulantes,
o que faz dela um dos maiores eventos
náuticos da América Latina. As inscrições
são feitas exclusivamente pelo site
www.aratumaragojipe.com.br
Contatos: Via Náutica Consultoria & Eventos com Marcelo Fróes (71) 99912-4126
ou pelo email
[email protected]
A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h
às 11h pela Metrópole FM de Salvador:
metro1.com.br
Baixe o app e ouça em qualquer lugar!
regata
Um rating para todos!
Nessa matéria especial, apresentamos uma ideia a ser copiada e divulgada: Um rating desenvolvido para que todas as Classes possam fazer uma regata mais alegre, onde todos largam juntos e
saem bonitos na foto, independentemente do tamanho, deslocamento e área vélica. Tudo junto e
misturado! Laser e Oceano, Optimist e Star: Agora organizar uma regata vai ser festa!
José Eduardo Ribeiro da Costa (56), o Dudu, começou a velejar
em 2001 a partir de um curso com um veleiro cabinado de 16 pés.
Associado do Clube ASBAC, da Guarapiranga, começou a participar de
regatinhas entre amigos promovidas pelo clube.
Regularmente o ASBAC promovia regatas abertas a todos os associados e amigos a “Taça ASBAC”, campeonato com etapas mensais,
duração anual e que contou com 12 edições. Na época os barcos
eram divididos em três categorias: G1 - barcos cabinados de até 16
pés (Marreco, Boto Tahiti); G2 - barcos mais lentos e de cruzeiro
como Gaivota 23, Atoll 23, Brasília 23, Brasília 27 e Velamar 27; e o
grupo G3 dos barcos rápidos como Fast 23,
Dudu a bordo de
Ranger 22, Velamar 22. Mas quando Dudu
seu 27 pés no Clube
trocou seu 16 pés por um 27, ele começou a
ASBAC: “propus um
perceber que nos grupos que tinham barcos
sistema de correção”
heterogêneos como a G2 e a G3, os mesmos barcos eram sempre os vencedores. Havia portanto uma diferença intrínseca de desempenho, sendo que a separação de categorias: G1, G2 e G3 não era suficiente para promover uma disputa equilibrada...
“Pela minha formação em exatas (sou Matemático formado no IME-USP) tenho facilidade em lidar com números e formulas, comecei então a propor um sistema de correção de tempos, que foi aceito pelo membros do clube”, explica Eduardo. “Era um sistema rudimentar de correção de tempos, os
índices eram considerados em cada barco
pela razão de seu deslocamento pela área
vélica com alguns ajustes manuais devido
às experiências empíricas após as regatas”,
disse.
Com o tempo, a Taça ASBAC começou
a juntar seus eventos com outros clubes,
Todas as Classes largando juntas: Rating pra fazer a festa
começando com o Itaupú e depois com os
demais clubes Castelo, Yacht Club Pau- ratio) que classifica os barcos em Pesado/ vista uma formula padrão de calculo para
lista e São Paulo, com a adição de uma Médio/Leve/Ultra Leve; * Penalização se- determinar os TFMAA.
Os números atestam o sucesso: Na anvariedade enorme de classes ainda mais gundo a razão (área vélica por deslocaheterogêneas como os catamarãs HC14, mento) (S/D ratio) é um fator que indica a tiga Taça ASBAC participavam no máximo
HC16, Tornado, A_Class, e monotipos. Era agilidade do barco em ventos fracos e os 20 barcos em cada etapa. No formato atuimperativo a construção de um sistema uni- classifica em Cruzeiro/Cruzeiro-Regata/ al, com vários clubes, 60 barcos vão para
ficado para esse novo público do já então Regata/Super Regata; * Os cálculos são a raia.
O objetivo do sistema do Rating unificabatizado Circuito Guarapiranga. Um siste- feitos sempre com as medidas fornecidas
do é promover uma competição justa entre
ma que dispensasse a medição individual pelo fabricante do barco/modelo;
de cada barco, uma premissa que mantém Os barcos que já possuem medição RGS barcos heterogêneos. Em todos os sisteemitida por entidade oficial, utilizam o Ra- mas de correção de tempo há problemas
os custos baixos.
Assim, a G1 permaneceu com os cabina- ting (TFMAA) próprio de seu barco, mas e reclamações. A comissão técnica do Cirdos de 16 pés. As antigas G2 e G3 foram aos iniciantes é atribuído um rating confor- cuito Guarapiranga analisa continuamente
fundidas na atual G2, e mais duas catego- me a classe/modelo de seu barco, sem a os resultados à procura de discrepâncias,
vícios ou favorecimentos a uma determinarias foram criadas, a G3 dos catamarãs e obrigatoriedade de medição oficial.
Os Ratings dos barcos multicascos foram da classe ou barco e procura corrigir esses
multicascos, e a G4 dos monotipos. “Nessa
fase iniciei um estudo aprofundado do sis- calculados baseando na formula do Siste- desvios.
“Já pensamos em aplicar fatores de cortema RGS, que tem muita aceitação junto ma Portsmouth, que com um fator de nivereção para barcos sub ou sobre-tripulados,
aos velejadores de oceano”, conta Dudu. lamento, se adequa ao RGS.
No Circuito Guarapiranga há uma co- fatores de correção para a intensidade do
Originalmente o sistema RGS não seria
adequado à represa porque para barcos de missão técnica que conta com membros de vento em cada etapa (como utilizado no
menor porte os Ratings ficariam igualados. todos os clubes e de todas as categorias sistema Portsmouth), mas até o momento
Mas com algumas adaptações nas formulas integrantes do circuito: Sergio Utagawa – foram consideradas sofisticações desnecespara adequar o sistema RGS aos barcos e Castelo, Arari - ASBAC; Rodolfo Menjou sárias. Quem sabe no futuro? A comissão
às classes típicas da represa, chegou-se a - Itaupu; Roberto Fontes – São Paulo; Al- está sempre aberta à críticas e sugestões
uma formula que calcula o TFMAA (Rating) berto Hackerott - YCP, entre outros cola- dos velejadores e das classes interessade cada barco conforme as medidas de boradores. Semestralmente há uma reunião das”, completa Dudu. Quer copiar na sua
fábrica de cada classe/modelo. As adap- para avaliação e possível modificação dos região para fazer regatas com diferentes
tações à RGS são: * Considerar no cál- ratings. Nesta ocasião se verificam os re- classes largando ao mesmo tempo?
culo os Ratings abaixo de 16 pés ao invés sultados obtidos no semestre anterior e se No site do Almanáutica (na aba downloads)
igualá-lo; * Penalização dos barcos segun- avalia a adequação dos valores e do sis- você pode baixar o rating desenvolvido por
do a razão (deslocamento por LOA) (D/L tema de rating vigente, tendo sempre em essa turma e organizar sua regata!
Salvador - BA
Yacht Clube da Bahia:
Valorizando as
competições de
Dingue e HC16
Porto Alegre - RS
Warm Up
Aconteceu em junho no Yacht
Clube da Bahia, o Warm Up Torneio de
Inverno para as Classes Dingue e HC16.
O tempo estava bom e os ventos
fracos, fazendo com que os barcos tivessem que se empenhar bastante para conseguirem velejar com velocidade.
Para se ter uma ideia, a eminência da chegada de uma frente fria fez com
que os ventos variassem de 200° para
120° no seu ângulo, dificultando as táticas
estabeçecidas para a regata.
Brasília - DF
Ele&Ela em Brasília
No início de junho foi realizada a Regata Ele & Ela em Brasília, com largada no Iate
Clube de Brasília e chegada no Clube Cota Mil. O vento não colaborou: Rondado e
poiuco... Mesmo assim 19 casais deram a largada em seus veleiros e 11 completaram
as mais de 3 horas de regata embaixo de um sol quente. Fita azul foi o Pakato. Depois
que o último barco cruzou a linha, foi realizada uma festa de confraternização e entrega
de prêmios no Cota Mil Iate Clube.
RGS / Regata A
1º – PAKATO
2º – OBATALÁ
RGS / Regata B
1º – ROCKET II
2º – CIRRUS
3º – ROBIN HOOD
Flotilha / Fast 230
1º – CUTTY SARK
2º – AEOLUS
3º – PRADO
Flotilha / Ranger 22
1º – TRE-LE-LE
2º – TEKINFIM
3º – KAUAI
Match Race gaúcho
5
Alto
rendimento
no Veleiros
do Sul
A equipe Moreira, formada por Augusto Moreira, Marília Bassoa e Marcelo Gallicchio foi
a vencedora da Copa Elliott 6M disputada no Veleiros do Sul. Em segundo lugar ficou a
equipe Goldmeier, com Vilnei Goldmeier, Frederico Sidou e Michele Oliveira. A Copa teve
cinco regatas e a Regata da Medalha, com pontuação dobrada. As quatro equipes participaram da disputa final, mas para Moreira e Goldmeier estava valendo a briga pelo título.
A arbitragem foi feita na água pelo velejador Geison Mendes, que também contribuição
na preparação dos barcos. No final da Copa foi realizada a entrega de prêmios. Os barcos utilizados no evento foram da classe Elliott 6m que integrou o programa da vela na
Olimpíada de Londres em 2012 para mulheres na modalidade de regata de Match Race.
O Veleiros do Sul é o único clube no Brasil que possui uma flotilha de Elliott 6M, projeto
australiano, tornando-se núcleo nacional de alto rendimento de Match Race.
Classificação final
Pequim - 1º Augusto Moreira, Marília Bassoa e Marcelo Gallicchio
Atenas – 2º Vilnei Goldmeier, Frederico Sidou e Michele Oliveira
Sidney - 3º Eduardo Cavalli, Rafael Azevedo e Gustavo Bohrer
Atlanta – 4º Tiago Abreu, Caroline Boening e Laís Silva
Volta ao Mundo
Golden Globe 2018 terá brasileiro
Pacheco: “Depois que largamos é mais fácil. Difícil é a preparação”
Gustavo procura patrocínio para o projeto e pode ser contatado em
[email protected]
Em comemoração aos 50 anos da famosa Regata Golden Globe (volta ao mundo em solitário sem
escalas), uma nova edição será realizada em 2018. O objetivo é recriá-la ao melhor estilo retrô: Nenhuma tecnologia que não estivesse presente em 1968 será permitida na nova edição. Alguns itens são
considerados equipamentos de segurança e estão permitidos. Mas não o Radar, plotters, telefone celular,
relógios eletrônicos, equipamentos de satélite, binóculos digitais, dessalinizador, materiais de fibra de
carbono, entre outros. E o percurso é de 30.000 milhas com 4 gates obrigatórios. Trinta participantes de
15 países já se inscreveram inclusive o brasileiro Gustavo Pacheco. Nós conversamos com exclusividade.
A seguir alguns trechos. A entrevista completa você lê em nosso site...
Como você está se preparando?
Toda minha vida de vela está valendo como preparação para esta regata. Como vai ser uma velejada
longa, tudo o que eu já passei velejando conta como preparação...
Você não acha perigosa essa regata?
Tendo ou não tendo equipamentos excluídos, uma regata como essa sempre será perigosa. Eu sempre
jogo “uma cachacinha pro Santo” e espero que ele olhe por mim Tem um ditado árabe que diz: “Confie
em Allá, mas amarre seu camelo...”.
O que te causa mais preocupação?
Tenho intimidade com os equipamentos antigos, SSB, gônio, sextante, barômetro e velejar sem speedometro, A navegação astronômica e estimada. A meteorologia me preocupa. Velejar é o que eu sei fazer
de melhor e o que me dá prazer. Minha vida não vai estar completa se eu não velejar sozinho em volta
do mundo. Não posso largar esse mundo sem ter feito isso!
Tio Spinelli: 10 anos de muita aventura
José Spinelli Neto, 66 anos, é Engenheiro Mecânico, ex piloto privado e de planadores,
além de Master Instructor de Mergulho Padi. Esse ano Spinelli está completando dez
anos de aventuras no mundo da vela. “Quando comecei a mergulhar, a paixão foi tanta
que parei de voar. Era o ano de 1976 (uau, 40 anos !). Só que o barulho dos motores
das lanchas me incomodava muito, daí a ir para veleiro foi um caminho natural...”, explica o Tio Spinelli, como gosta de ser chamado pelos alunos.
Nesses anos seu veleiro – Soneca – já fez 20.000 milhas, das quais 5.000 foram em
solitário. “Numa delas, uma Ubatuba-Floripa-Ubatuba com a Almiranta Cecília e a Jade,
nossa cachorra, resolvemos passear pelo Canal do Varadouro. Encalhamos 22 vezes!”,
confessa sorrindo Tio Spinelli. Recentemente ele levou seis alunos para a Argentina e
Uruguai. “Houve também uma tentativa frustrada de ir ate a Ilha de Ascensão, interrompida no segundo dia de viagem por uma onda anormal que
arrancou a tampa da gaiúta da frente da cabine, danificando computador, cartas náuticas
e comida”, conta. Atualmente Spinelli dá aulas na Escola de Vela Cusco Baldoso (veja
os contatos ao lado). Parabéns pelos 10 anos, Spinelli!
ALMANÁUTICA
6
Guarapiranga - SP
Match Race paulista
Foi realizada em junho no Yacht Club Santo Amaro (YCSA) a primeira etapa de aquecimento (Warm Up) do Campeonato Paulista de Match Race SP 2016. O evento teve
cinco tripulações fazendo “pegas” com os Fasts 230 do YCSA na Represa Guarapiranga.
Mesclando atletas vitoriosos em 2015/2016, as equipes contaram com a mescla de
jovens e experientes, como os assíduos das regatas noturnas Robert Van Horn, Miguel
Karsters e Marcos Gavião, e os já carimbados Martin Lowy, João Hackerott e Antônio
Aranha. José Hackerott, Eric Van Dersen e Victor Miguez estarão em Salinas no Equador, disputando o Mundial Júnior de Lightning (23 a 27 de julho). Nos dias 27 e 28 de
Agosto, acontece o Evento Teste. O Campeonato do Paulista é nos dias 24 e 25 de
Setembro.
Resultados:
1º João Hackerott/Luiz Eduardo D´Almeida/Eric Belda
2º Miguel Karsters/Robert Van Horn/Marcos Gavião
3º José Hackerott/Eric Van Dersen/Victor Miguez
4º Roberto Blum/Bruno Nanni/Gabriel Graça
5º Martin Lowy/Antônio Aranha/Rodrigo Dabus
Taça Vento Sul
Foi realizada no início de junho a Taça Vento Sul no Clube de Campo São Paulo
(CCSP), na represa de Guarapiranga. Bruno Costa (Escola de Vela de Ilhabela - EVI)
foi o vencedor geral e veterano juvenil, enquanto Leo Didier (YCSA) venceu na veterano
infantil, Gabriela Vassel (CCSP) na veterano mirim, Marina Heinke (YCSA) na feminino
e Mario Otavio Carvalho (EVI) entre os principiantes. No total 35 atletas de São Paulo
participaram da competição.
Marrecos em revoada
Aconteceu no sábado 26/6 a terceira etapa do Circuito Marreco (veleiro mini oceano
de 16 pés) no Clube de Campo Castelo
(Guarapiranga - SP). Treze embarcações
largaram para a terceira etapa que premiou
os cinco primeiros colocados mais o Tartaruga, com troféus para proeiro e timoneiro no churrasco que seguiu a regata.
A competição tem obtido sucesso e boa
participação entre os amantes dos veleiros
da Classe que também abriga os veleiros
Paturi e os veleiros Boto. Os resultados
da etapa foram os seguintes: 1)Marlin 2)
BRA 098 3) Falcão Peregrino 4) PS 5)
Gulliver. Troféu Tartaruga: Popotão. O Cir- Jornal Almanáutica e apoio da Loja Náuticuito Marreco conta com o patrocínio do ca Velamar e da Papel Ecológico/Papirus.
Cabo Frio - RJ
Hemisfério Ocidental de Snipe
Realizado na praia do Forte, em Cabo
Frio, o Campeonato Hemisfério Ocidental
de Snipe terminou de maneira frustrante
para os brasileiros que disputavam o ouro.
Com a não realização das provas do último
dia as quatro duplas que aguardavam ansiosamente uma chance de subir ao lugar
mais alto do pódio ficaram tristes. Já o único barco do Equador na disputa sagrou-se
campeão. Rafael e Henrique, do Iate Clube
de Santos, empataram com os vencedores
com os mesmos 34 pontos, mas no critério
de desempate ficaram com o vice.
Outro empate definiu a terceira e quarta
colocações. Os gaúchos Xandi Paradeda e
Gabriel Kieling do Clube dos Jangadeiros
foram terceiros. Felipe Sabino e Leonardo
Lombardi (RYC/ICRJ) quartos, também no
critério de desempate.
O veleirinho que virou Biblioteca
Colaboraram: Hugo Nunes e Ronaldo Coelho
7
planta e tudo. Ronaldo levou o projeto para Santo André onde foram construídos dois barquinhos. “Com ajuda do Cláudio, Carlindo e Othon, inauguramos a
Escolinha de Vela, um sonho realizado. Era domingo, Dia dos Pais, eu estava
sozinho. As crianças velejando o dia todo no veleirinho... O que estou fazendo
aqui? Longe dos meus filhos, da minha neta... Nesse instante, senti uma mão em meu
ombro... E aí Ronaldo, esses são todos seus filhos? Chorei. Era o Rogério do veleiro
Gameio, que deve ter lido meu pensamento. Por tudo isso é que acho que Deus está
conosco sempre. Como pode? Eu pensar e um amigo vir com a resposta. Foi um dia
inesquecível”, conta Ronaldo.
Em contato com Hugo Nunes, que por muitos anos dirigiu e conduziu a Marina
Bracuhy, combinaram de
construir mais um veleirinho
para atingir as comunidades da Itinga e Santa Rita
no entorno do Bracuhy. Mas
fato de Ronaldo estar longe,
além da falta de uma estrutura de guarda para os dois
“
Ele navega. Nem que seja nas
asas de nossa imaginação.....”
Virou biblioteca...
O velejador Ronaldo Coelho estava na Vila de Santo André, Santa Cruz de Cabrália,
sul da Bahia, quando desceu seu bote para almoçar no restaurante Gaivota. As crianças
na beira do Rio João Tiba, adoraram ficar olhando o botinho, gostaram da novidade,
ainda mais quando à tarde ele saiu com eles para passear pelo rio. Era uma folia, todos
felizes. Pouco depois encostou um velejador com seu botinho. As crianças se dividiram
para ajudá-lo a puxar e pediram para ficar olhando e tomando conta. O velejador deu
uma bronca nas crianças dizendo para não chegarem perto, que
custara muito do seu trabalho e
avisou que não queria que sujassem e nem encostassem no
bote. “Nesse momento fiz uma
promessa: Criar uma escolinha
de vela, para que ninguém repetisse aquilo com outras crianças”,
contou emocionado Ronaldo.
De volta à Marina Bracuhy
onde guarda seu veleiro, Ronaldo
entrou em contato com uma ONG
que passou a ele o “caminho das
pedras”: um projeto polonês com O Bracuhyzinho sendo construído em 2010...
veleirinhos e para a escolinha, dificultaram a estruturação do projeto no Bracuhy
que acabou morrendo. “Dei
o Bracuhyzinho de presente
para o Hugo. Com ele ficou parte do meu coração.
O outro, que teve participação financeira da ABVC (Associação Um dos veleiros
Brasileira de Velejadores de Cruzeiro), foi doado para a escolinha em Santo André
de vela de Paraty. Ao ver que o projeto não havia vingado Hugo,
se lembrou que há muitos anos na Marina Bracuhy havia uma pequena biblioteca, onde
os velejadores que por lá passavam podiam pegar qualquer livro, e deixar outros. “Conversando com o Ronaldo, resolvemos que ao menos seria uma forma de crianças e
adultos aprenderem mais com o Bracuhyzinho”, contou Hugo. O Bracuhyzinho ancorou
no Bowteco, o bar e restaurante Cult da galera da vela no Bracuhy. Embora não esteja
navegando, está sempre recheado de livros, revistas, e folhetins. Qualquer coisa que
possa trazer educação a crianças e adultos. Desde que virou biblioteca ficou vazio. “Na
verdade, ele está navegando sim. Em cada mão que põe ou tira um livro de dentro dele.
O material não para e assim encontramos uma forma do Bracuhyzinho, construído por
crianças, levar sempre uma boa leitura, fazendo com que não pare de rodar. Ele navega.
Nem que seja nas asas de nossa imaginação...”, explicou Hugo.
HC na China apesar
da falta de apoio
Após 15 dias encerrou-se a participação
da flotilha do Brasil no Mundial de Hobie
Cat 16, em Dapeng, China no mês de junho. Alguns dos atletas que atravessaram
o mundo para esta competição pagaram
do próprio bolso. Duas tripulações disputaram a categoria Master: Ricardo Dubeux
e Lawson Beltrame; e Mario Roberto Dubeux com João Kraemer. A dupla Mario/
João conseguiu a oitava posição. Já na
categoria Super Grand Master os representantes foram Luiz Gonzaga Machado e
Eluisio Biancardi.
12 horas nadando
O empresário Ricardo Augusto de
Oliveira, de 48 anos, realizou um feito
ainda inédito no Brasil: Ele atravessou
a nado a distância de 40 km entre a
praia de Camburi e o limite legal do
arquipélago de Alcatrazes, no litoral
norte de São Paulo para sensibilizar a
sociedade para a importância do arquipélago, de extrema importância para a
reprodução de peixes e pássaros.
A molecada em Santo André encantada com os botes
... e no momento do lançamento em 2011
ALMANÁUTICA
8 Meteorologia
&
Oceanografia
O “desCASO” do rio Doce e a regência desafinada dos responsáveis
Por: Luciano Guerra
Vida de homem do mar é assim: Nem
sempre doce. A bordo, para que tudo saia
sempre perfeito é necessário que o Comandante tenha uma regência impecável
de sua belonave e de seus tripulantes. Não
há espaço para tons desafinados. A tríade “negligência, imprudência e imperícia”
é inaceitável, sob pena de pagar com um
naufrágio, desastre ambiental ou até mesmo com perda de vidas humanas.
Porém, este desejo de perfeição, digno
de uma orquestra sinfônica, não foi respeitado na gestão de reservatórios de rejeitos
da mineradora SAMARCO. Sob um comando distante do esperado, a negligência dos
que deveriam se preocupar com o que há
de maior valor (vidas humanas e os elementos naturais), acabou ocasionando um
dos maiores desastres ambientais do Brasil;
a poluição do Rio Doce, juntamente com a
perda de vidas humanas e a falência da
pesca, náutica e do esporte em um lindo
lugar chamado Regência.
Como está a nova realidade do povo do
rio e do mar, que um dia viveu a fartura
vinda do Oceano Atlântico e também do
Rio Doce? Quais os aspectos técnicos que
fazem com que a vida entre o rio e o mar
esteja condenada durante anos?
Comecemos com a foto acima, tirada em
2016, que mostra os resultados da tragédia
e, que faz o Rio Doce chorar lágrimas de
lama no Oceano Atlântico ainda hoje.
A imagem é tão marcante que põe em
xeque-mate a afirmação da mineradora
SAMARCO, que emitiu um comunicado
informando que a lama e os rejeitos não
continham elementos tóxicos para os seres
humanos e para a fauna do rio. No entanto, uma análise da água feita pelo SAAE
A contaminação chega ao oceano
- Serviço Autônomo de Água e Esgoto do Baixo Guandu,
mostrou concentrações de arsênio, chumbo, cromo, zinco,
bário e manganês, entre outros, em níveis muito acima do
recomendável (relatório completo em http://www.r7.com/
r7/media/pdf/relatorio-lama.pdf).
Antes da tragédia, Regência celebrava uma vida promissora em torno da pesca, turismo e do esporte. Com
uma das ondas mais longas do Brasil, o surf se tornava,
a cada dia, instrumento de evolução social dentro daquela
comunidade pacata. A pesca mantinha dignamente diversas famílias que saiam diariamente para o mar ou para o
rio em busca do pescado. Essa realidade não existe mais,
e assim perdurará durante alguns anos. Por mais que as
águas do Rio Doce voltem a sua coloração normal, o leito
está contaminado, os metais pesados se acumularam em
toda extensão da calha do rio. No delta, onde o rio encontra o mar, e estrago ambiental não foi menor.
Apesar de surfistas terem comemorado a melhora da
coloração da água do mar, o Secretário de Meio Ambiente
de Linhares, Rodrigo Paneto, insiste - preocupado com
a saúde dos frequentadores da praia - que a SAMARCO
ainda não sanou 100% o problema de vazamento de re-
jeitos e, em uma das últimas divulgações das medições a
respeito da turbidez da água do mar, o valor aferido para
uma escala aceitável de 150 NTUs foi de 2000 NTUs.
Frequentemente, diversas espécies de peixes e aves
são vistas boiando nas águas daquele litoral. Antes, os
felizes moradores que contribuíam com a evolução do turismo e da pesca no local, atualmente amargam prejuízos
provenientes do acidente e, muitos colocaram suas propriedades a venda, visto que não possuem mais fonte de
renda para manterem suas famílias. Multas e indenizações
não foram revertidas para a população, pois o modelo de
punição adotado no Brasil é ineficiente no sentido de ajuda
direta às famílias afetadas.
Neste contexto, me pergunto até que ponto o descaso
com o ser humano e os bens naturais no Brasil manterá
níveis inaceitáveis. Será que é este o tratamento que queremos dar às nossas comunidades de pescadores, nautas,
ribeirinhos e praticantes de esportes náuticos, tais como o
surf? Fica aqui um alerta – mais um – de alma para todos
nós. E com respeito a tudo e a todos me despeço.
Cenário antes
paradisíaco do
rio Doce,
agora poluído...
Luciano Guerra, é especialista em meteorologia
pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteorológicos no Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS.
Regata Internacional
Recife - Fernando de Noronha
Completando 30 anos desde sua origem a regata mais charmosa do
Brasil se renova a cada ano, somando recordes e fazendo história.
Quem nunca participou sonha ir. Quem já fez, quer voltar! E você?
9
mais velho e o barco a velho. O penúltimo colocado na regata leva para
casa o troféu Tamar: tartaruga marinha.
Até o momento, quase 50 barcos estão inscritos, reunindo 12 estados do
Sul, Sudeste e Nordeste. Pernambuco e São Paulo lideram o número de inscrições com
12 embarcações cada. Você pode conferir o número atualizado e quais são esses barcos
no site da Refeno que fica em www.fefeno.com.br
REFENO EM NÚMEROS
F 27 edições
F 1624 embarcações
F 9744 tripulantes (média = 6 por embarcação)
F Média de 375 tripulantes por edição. Mais de 600 nos últimos 5 anos
F Participantes de 16 estados brasileiros e 22 países
Em 2004, a Refeno bateu recorde de participantes: foram 146 barcos
inscritos na regata. E o grande vencedor foi o Ave Rara, um trimarã de Pernambuco, embarcação espartana e muito veloz, comandada por Vicente Gallo.
O atual recorde é do veleiro Adrenalina Pura, da Bahia, que tem como
comandante Georg Ehrensperger. Ele conquistou a marca de 14 horas, 34 minutos e 54 segundos em 2007.
O recorde dos monocascos é do veleiro carioca Indigo, comandado por
Ivan Botelho com Torben Grael na tripulação, que em 2011 fez a travessia em
25 horas, 57 minutos e 59 segundos.
A Regata Internacional Recife - Fernando
de Noronha (Refeno) atrai, todos os anos,
competidores do Brasil e de várias partes do mundo. E não é difícil entender o
porquê. O mar, o vento e o clima de Pernambuco são ideais para a navegação. E
as paisagens, tanto na partida quanto na
chegada, são encantadoras.
Todos os anos, os barcos partem do
Marco Zero, ponto central do Recife, e
seguem com destino a Fernando de Noronha, ilha oceânica de águas cristalinas,
onde é possível encontrar natureza pura,
com golfinhos e atobás fazendo a festa dos
visitantes. Serão 292 milhas náuticas de
percurso, ou 540 quilômetros entre céu e
mar.
Organizada pelo Cabanga Iate Clube
de Pernambuco, a Refeno está preparando uma grande programação para a edição
2016, com partida marcada para o meio
dia do dia 24 de setembro. Este ano, a
principal novidade será o apoio que o clube náutico pernambucano dará à vela de
A largada no Marco Zero é
sempre uma festa
base. Toda receita obtida com a prova será
revertida para a Vela Jovem.
Os participantes terão uma semana recheada de atrações. Todas as manhas serão oferecidos um café da manhã regional pelo restaurante náutico do Cabanga.
Também serão incentivados os Churrascos
entre Amigos. Na programação da semana pré-Refeno, a Noite da Ostra, Jantar
dos Comandantes e Feijoada de Abertura.
Todas essas festividades, que começam a
partir do domingo que antecede a regata,
serão regadas a muita música – jazz, samba, MPB e forró.
Na Ilha, a festa continuará com a premiação da Refeno. Além do Fita Azul, os três
primeiros colocados das diversas classes
também recebem troféus. Outras premiações também fazem a alegria dos competidores, como o primeiro estrangeiro a cruzar
a linha de chegada, o barco que vem de
mais longe, o tripulante mais jovem e o
Leia os artigos que contam a história da Refeno no site do Almanáutica: www.almanautica.com.br
cruzeiro
Ele chegou lá!
O velejador Francisco de Assis tentou
(e conseguiu) fazer a travessia de
Cabedelo (PB) a Natal (RN) de Laser
Nosso jovem e intrépido velejador,
com seus 62 anos, disse que faria e foi la
e fez; completou sua viagem de Cabedelo
(PB) a Natal (RN) no feriado da Páscoa.
Pra quem não lembra Assis fez
um projeto de velejar de Porto
Alegre (RS) a Natal (RN), assim
como fez Beto Pandiani em suas
viagens pela América, por etapas
num Laser.
A primeira foi de Cabelelo/Natal, que começou no Carnaval e teve
que ser interrompida pela perda do mastro
na praia de Baia da Traição, ainda na PB
depois de ter velejado em torno de 21 milhas.
Como Assis é um pequeno empresário, só
dispõe de feriados prolongados para executar seu projeto, então aproveitou o feriado da Páscoa para completar essa etapa.
Com a palavra Francisco de Assis:
“Completei a etapa que faltava no
“
INSCRIÇÕES
As inscrições para a 28ª Edição da Refeno ainda podem
ser feitas no site que fica em: www.refeno.com.br
Chegar em Noronha
de veleiro é algo
inesquecível:
você tem que ir
Anote as dicas:

- Se for ficar numa pousada, contrate com antecedência via web/fone porque lotam
- Idem para um buggy, a melhor maneira de conhecer a ilha sem perder tempo. E
dá pra “meiar” o aluguel com os outros tripulantes. Confira macaco e estepe e leve o número
do celular do locador! Pode precisar numa emergência...
- Faça um roteiro prévio dos passeios que quer fazer para não perder tempo. Imperdíveis: mergulho snorkel ou cilindro, passeio dos golfinhos, praia do Sancho, Baía dos Porcos
meu projeto que era de 65 milhas em 10
horas, o que da uma media de 6,5 nós.
Nessa etapa tive a companhia de dois amigos velejadores de Natal em um Snipe,
Beto um mossoroense e Diego um Italiano,
que infelizmente não foi por muito tempo
pois em uma capotada quebraram o mastro
e tiveram que abandonar a travessia. Parece que tinha sempre um problema com
mastro rondando por ali.
Parece que tinha sempre
um problema com mastro
rondando por alí...”
Tive momentos de ventos muito fracos e
outros de 20 nós, numa travessia dessas
se acumula muita experiência ,especialmente num Laser que é muito técnico e
arisco....
Procurei velejar o mais perto da
costa possível e levar o material de salvatagem junto ao corpo assim como algum
alimento e agua, aprendi que preciso estar
sempre com muito zelo pelo leme pois não
tem como dar manutenção la fora e sim
De Laser, o velejador
Assis de 62 anos
conseguiu na segunda
tentativa a travessia
Cabedelo - Natal
essa tem que ser preventiva.
Vou continuar fazendo pequenas travessias, de acordo com as folgas, possivelmente a
próxima seja Recife (PE) / Cabedelo (PB) e assim sucessivamente Maceió, Aracaju,
Salvador ate chegar em Porto Alegre.
Gostaria muito de em cada travessia contar com mais algum barco, de velejadores locais ou não, que se sintam incentivados a me fazer companhia. Será um prazer dividir a
viagem e as experiências.”
É isso ai, ele disse que faria e foi lá e fez, vamos aguardar as próximas etapas que
prometem muitas histórias pra contar.
ALMANÁUTICA
10
MERGULHO
CURTAS
f Paulo Renato Paradeda (Presidente do Conselho Deliberativo do Clube dos
Jangadeiros) foi promovido ao grau de Ofi
O tema é polêmico, mas de imen- cial na Ordem do Mérito Naval, honraria
sa razão de ser. É comum sermos surpre- dada a quem se destaca por prestar serviendidos nas redes sociais ou noticiários por ços relevantes à Marinha do Brasil.
algum fato ocorrido com conhecidos ou não,
f Faleceu dia 24 de abril em João Pesonde infelizmente um(a) mergulhador(a) soa - PB, Franklin Seixas, que foi presiperdeu a vida realizando uma atividade dente da ABCHC e um dos grandes entutão prazerosa como o mergulho recreativo siastas da classe Hobie Cat 14.
amador.
Não vou citar nenhum nome, nem f Faleceu dia 22 de junho o amigo e
velejador, associado da ABVC, Elias Alempresas nem das pessoas que foram enmeida de Jesus, do veleiro Queen Maud,
volvidas; somente em tese real do que foi (e Antares IV).
noticiado nos últimos 5 anos. Quem ficou
sabendo dos diversos casos noticiados, f O Diretor de Portos e Costas, Vicepode chegar à conclusão e que em alguns -Almirante Wilson Pereira de Lima Filho,
casos a negligência e a imperícia estiveram assinou Portaria que estabelece as normas
sobre a determinação do peso dos conpresentes. E em outros, caracterizou-se
têineres embarcados no território nacional
pelo acaso.
visando a segurança e diminuição de aci
O significado etimológico da pa- dentes. Em vigor a partir de julho.
lavra acidente relaciona-se com a idéia de
um acontecimento anormal, de imprevisto e f Após sofrer um AVC na Refeno de
de fatalidade. Este significado vem do sen- 2010, Paulo Marques voltou ao convívio
dos velejadores no último Encontro Nacioso comum: Desde os primórdios da humanal da ABVC, para alegria de todos. Seja
nidade refere-se aos eventos de natureza muito bem-vindo, Paulo!
geral que se caracterizam pela impossibilidade de controle dos fatores causadores.
Cabe uma pergunta: porque um
fato que acontece é acidente? Vou me basear em nossas atividades de mergulho recreacional amador (para quem usufrui dos
serviços diversos oferecidos pelo mercado)
ou mesmo aos profissionais envolvidos na
execução de suas mais diversas oportunidades de locais e uso dos equipamentos.
Quando um mergulhador em apnéia apaga e some, ficam diversas dúvidas,
principalmente se ele estava sozinho.
Quando um mergulhador scuba
desaparece em uma operação e após dias
de busca é recuperado, é possível escla- Nos meses de maio e junho, forecer muitas dúvidas melhorando o conhe- ram realizadas três atividades náuticas na
cimento dos procedimentos e técnicas. O região de Ilha Solteira, mais especificamesmo se dá quando um mergulhador en- mente na área conhecida como “Grandes
tra em uma caverna e desaparece.
Lagos”. A região dos Grandes Lagos, é
Caça Palavras
Acidente ou fatalidade?
Cruzeirando em
Ilha Solteira
Resumindo:
1) O condicionamento físico, exames de saúde e mental tem sempre que
estar em excelente estado, caso contrário
colocam sua vida e dos demais em risco.
2) Se ultrapassar qualquer limite de sua formação corre o risco fatal real
desses acidentes acontecerem.
3) Se buscar a superação desses
limites por pura vaidade, ir além sem estar
preparado, o risco é muito maior
4) Situação onde acontece algum
problema e não há condições de auxílio de
terceiros.
O conhecimento teórico e prático
são fundamentais, seu condicionamento físico é fundamental, seu equilíbrio mental
é fundamental, seu respeito aos limites é
fundamental; com isso você só corre o risco
da fatalidade do acaso, e isso é atemporal
não nos pertence.
Acompanhe os avanços das técnicas dos mergulhos e dos equipamentos
frequentando sempre cursos, atualizando-se com seu Instrutor, e lendo as mídias
escritas e faladas do segmento. Vá as feiras e encontros, troque experiências com
seus(suas) amigos (amigas).
Visite www.danbrasil.org.br
Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da
Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI
uma área que compreende os lagos formados pelas barragens das hidrelétricas de
Ilha Solteira, Jupiá e Três Irmãos e que
detém um grande potencial para navegação esportiva aliada à contemplação da
natureza.
O percurso de navegação dessas atividades é de 88 milhas náuticas ao
longo dos rios Paraná, Tietê e São José
dos Dourados, bem como, atravessando o
segundo maior canal artificial do mundo,
com partida e chegada no município de Ilha
Solteira.
Os eventos estão sendo organizados pelos Piratas da Ilha e recebem
apoio da ANIS (Associação Náutica de
Ilha Solteira), ABVC água doce e prefeituras municipais de Ilha Solteira e Pereira
Barreto. Maiores informações poderão ser
obtidas em
www.piratasdailha.com
Grandes velejadores brasileiros sempre merecem uma homenagem. E nada melhor
do que lembrá-los agora. São dez nomes dos nossos mestres da vela: Mirsky Bruder - Torben - Lars - Scheidt - Martine - Amyr - Vilfredo - Prada - Bruno
Papo de Cozinha
Camarões à Provençal
Ingredientes
15 camarões grandes com casca
Licor de aniz
Maços de manjericão, tomilho, alecrim, Salsinha e orégano, 4 folhas de
louro bem picadas, 4 dentes de alho
picados
Azeite
Manteiga com sal
Túnel do Tempo
O Jornal do Brasil em seu Caderno de
Esportes, registrava na página 24 do dia 27
de setembro de 1986, a primeira edição da
REFENO, com “barcos do Brasil, França e
da Alemanha”.
A largada foi em frente ao Recife Palace Hotel, em Boa Viagem. Organizada por
Maurício Castro, então Diretor de Vela do
Iate Clube do Recife, a competição contou
com a participação de vinte e cinco veleiros
divididos em três categorias: a RHC que
reunia os veleiros de cruzeiro, a IOR para
veleiros de competição (“ocos por dentro”,
como publicou o “Diário de Pernambuco” na
época), e a multicasco.
Participaram da primeira Refeno os
seguintes veleiros: “Quarta-feira 17” (de
Maurício Castro), “Tito V” (Carlos Alberto Ciarlini), “Venestal” (Antônio Marques),
“Viverane” (comandado por Carlos Fázio),
“Sapeca” (Paulo Almeida), “Pato III”, “Odysseus” (Raimundo Nonato Veras), “Capitão
Cook”, “Noturno nº2”, e o “Ruim de Mar”,
todos de Recife. Este último, segundo seu
comandante Paulo Toró, “um catamarã
O defeso do camarão terminou, e
agora está na hora de voltarmos a
provar essa delicia. A receita deste mês é uma das formas que mais
gosto de fazê-lo, que é com a mistura de ervas chamada de Provence,
uma região do sul da França. Tradicionalmente é feita de várias ervas
locais, sendo que uso o mix manjericão, louro, tomilho, alecrim e orégano, frescos sempre que possível,
mas que podem ser substituídos por
suas versões secas.
Preparação
Corte os maços de ervas e misture. Coloque na panela o azeite e aqueça em
fogo baixo. Junte o alho picado e doure
levemente. Adicione os camarões e salteie por 3 minutos. Acrescente a mistura
de ervas, salteie, coloque a manteiga e
deixe derreter. Finalize com uma dose de
licor de aniz. Bon Apetit!
Maurício Rosa é velejador, amante de gastronomia
e autor do livro “Gastronomia em veleiros”
Refeno:
1986
comprado especialmente para ganhar a regata”. Do Rio Grande do Norte participaram
o “Rosa dos Ventos” e o “Dianteiro”. De
São Paulo vieram o “Bicho Papão” (Fast
40), “Blue Chip” e “Manostto” (Main 34).
Do Rio de Janeiro os veleiros “Mar vilha”,
“Ana C” (comandado por Newson Campos),
“Lidya Ann”, “Windancer” do comandante
Nico-las Mikay (Velamar 36), e o “Shogun
Maru” (Chance). Do Rio Grande do Sul o
“Charrua”, da Bahia o “Paula VII”, o “Esotérico”, e o “Odara”. O também gaúcho “Formidable”, de Luiz Felipe Nolasco, acabou
fazendo água e tendo que retornar.
Memórias do Avoante
tos Filho
Por Nelson Mat
Escrever nunca foi o meu forte, nem fraco
e nem nada, porque nunca me vi escrevendo
coisa alguma a ser publicada, até que um dia
me vi diante de um chefe de redação de jornal
que me instigou a fazê-lo. Achei que ele estava
de brincadeira. Escrever sobre o que homem
Deus?
Ele queria que eu fizesse um diário para relatar a minha vida a bordo do Avoante. Seria
publicado aos domingos nas páginas do jornal
Tribuna do Norte, em Natal/RN com o título
Diário do Avoante. “Nelson, não precisa se preocupar com a ortografia. Temos pessoas para
fazer todas as correções necessárias”. E continuou para encerrar a nossa conversa: “Escreva
o primeiro texto com 45 linhas e mande para
mim. Qualquer coisa eu lhe falo”. Levantou
da cadeira, apertou minha mão e desejou boa
sorte. Sai de lá com cara de paisagem, com
vontade de retornar àquela sala para dizer que
muito obrigado, mas eu não iria escrever nada.
Segui em frente, acenei para os jornalistas que
me olhavam cruzar a redação e apressei o passo para tentar respirar o ar puro das ruas.
Minha esposa Lucia sorria de orelha a orelha
e ainda me incentivava dizendo que eu era o
cara e tinha toda capacidade para fazer aquilo. Voltei para o barco, que estava atracado
no Iate Clube do Natal, e tentei desanuviar as
idéias pensando na nova viagem que havíamos programado até a Bahia uma semana depois. Porém, as palavras do chefe de redação
não paravam de ecoar: “Escreva 45 linhas e
mande...”. Quando a noite chegou, peguei o
computador, abri uma página no Word e tentei
preenchê-la com alguma coisa que se parecesse com um relato, mas aquela página insistia
em permanecer em branco. Tudo que eu escrevia no minuto seguinte apertava a tecla delete e
puf. Quando a noite terminou eu havia conseguido escrever dez linhas. Na manhã seguinte
antes do meio dia já tinha 25 e no dia seguinte
finalmente preenchi as 45 linhas. Ufa!
Nesse intervalo eu tive um acidente no píer e
Lucia foi fazer a entrega do material no jornal.
Retornou uma hora depois com o papel na mão
e dizendo: “Ele gostou, mas disse que em vez
de 45 linhas você escreva 65”. O que? Esse
cara está maluco?! No dia seguinte ela voltou
com ao jornal com as 65 linhas escrevinhadas
e no domingo seguinte eu estreava nas páginas
do jornal, e assim permaneci durante nove anos
sem faltar um só domingo.
Tracei a linha de escrita enveredando pelo
cotidiano da vida a bordo e as muitas histórias
e causos. Hoje, depois de ter escrito centenas
de textos e crônicas, não canso de agradecer
ao Carlos Peixoto, o chefe da redação, por ter
acreditado que eu poderia contribuir com o jornal. Mas o melhor de tudo foi ter me achado
diante da escrita: Hoje não consigo viver sem
ela. Ela me conforta, me faz vivo e faz da minha a bordo uma feliz sinfonia que espalho aos
quatro ventos.
Eu consegui, sei que muitos velejadores também conseguem e basta apenas um pinguinho
de incentivo. Proponho aqui a você leitor, que
escreva sua história, a história da sua vida
náutica, e remeta para mim. Quero montar um
arquivo contando a história da vela brasileira e
não pode faltar você!
MB
Marinha do Brasil
Cadê o dinheiro?
O comandante da Marinha, Almirante
Eduardo Bacellar Leal Ferreira recebeu
jornalistas a bordo do Navio Veleiro Cisne Branco em junho. Leal afirmou que o
corte de cerca de 30% no orçamento deste
ano da Marinha do Brasil prejudicou projetos estratégicos para a área da defesa.
“Hoje a Marinha não tem o mesmo grau
de prontidão que deveria ou precisaria ter.
No momento, estamos vulneráveis”, disse.
Segundo o Almirante, as ameaças ao Brasil
Mande sua colaboração para:
são muito difusas, mas existem e podem
[email protected]
aparecer. “Há dois anos, ninguém falava
em Estado Islâmico. As surpresas surgem
a cada ano, e a preparação de uma defesa
demora uma geração para ser feita. Podemos ter uma crise a qualquer momento
e a fronteira brasileira mais vulnerável é a
marítima”, destacou.
Ele lembrou que 10% do que se transporta no mundo pelo mar saiu ou chega
aos portos brasileiros.“Nossos navios estão
envelhecidos, são de manutenção cara –
essa é nossa preocupação para ameaças
de maior nível. Temos muitas carências
neste momento”.
Para se ter uma ideia do que ele diz,
em visita a um submarino, o Almanáutica
Troféu Jóia Clássica constatou por exemplo, goteiras internas
premiou os mais bonitos que eram coletadas com fundos de garrafas
YCP e a Máquina do Tempo
O Yacht Club Paulista
(YCP) realizou o Classic
Sailing Festival. O evento
na represa Guarapiranga
incluiu o primeiro Campeonato Brasileiro de Clássicos, homologado pela
CBVela e Fevesp e atraiu
campeões
olímpicos,
mundiais e pan-americanos como Alex Welter,
Bruno Prada, Lars Grael,
Jorginho Zarif e Mário Buckup. “Precisamos ter orgulho do passado e
sustentarmos o presente com ações como
esta para alimentarmos a esperança no
futuro. Reinaldo Conrad desbravou a vela
para o Brasil e depois veio Joerg Bruder.
Eles abriram o caminho. É muito justa também a homenagem a Guga Zarif”, afirmou
Lars Grael.
Mais de 40 barcos históricos competiram
nas classes: Snipe, Ligtning, Star, Sharpie,
Pinguim e Iole Olímpica. Na festa foi prestada homenagem a Guga Zarif (pai de Jorginho Zarif) e Joerg Bruder. O grupo formado
pelo diretor da Comissão de Regatas (CR),
Dionysio Sulzbeck, vice-almirante Castilho
e presidente do Conselho do YCP, Frederico Hackerott, inspecionou detalhadamente os barcos clássicos e conferiu o prêmio
Troféu Joia Clássica ao Luna Blue (Star).
O Bonifa (Simplet) ficou em segundo lugar,
seguido pelo também impecável Kinko (Iole
Olímpica). “É importante nos empenharmos
pela união dos clubes da represa em favor
da preservação da Guarapiranga. Com a
vela ativa, conquistaremos cada vez mais
adeptos e sabemos que a evolução passa
pelo aprendizado”, comentou o Comodoro
do YCP, José Agostini Roxo.
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“Estamos vulneráveis”, afirmou
o Comandante da Marinha do
Brasil em entrevista...
pet amarradas. Em navios como fragatas,
a ferrugem e o estado geral é visivelmente
ruim, apesar da tentativa de manutenção
por parte da tripulação.
Um dos projetos adiados é o Programa
de Construção de Submarinos da Marinha
do Brasil (Prosub), cuja conclusão estava
prevista para 2023, deve começar a funcionar apenas em 2027. Outro programa
prejudicado foi o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), interrompido por tempo indeterminado.
O Prosub é desenvolvido pela Marinha
em parceria com Odebrecht, cujo presidente está preso pela Operação Lava Jato.
Sobre isso o Almirante comentou: “Temos
vários órgãos auditando os vários setores.
Até agora, nenhuma irregularidade chegou
a mim. O contrato está sendo executado”.
De acordo com ele o Prosub está sendo
auditado de forma rigorosa desde o início
da assinatura do contrato. “A Odebrecht
está cumprindo os prazos. O principal fator
para o atraso das obras foi a questão orçamentária”, concluiu. Ele afirmou que esses
cortes não vão afetar atuação da Marinha
do Brasil durante os Jogos da Rio 2016.
20 ANOS
DE INOVAÇÃO
INFORMATIVO
ABVC
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO
Palavra de
PRESIDENTE
Encontro Nacional 2016
Prezado Associado da ABVC,
Como tradicionalmente ocorre, no
feriado de Corpus Christi foi realizada a
14ª edição do Encontro Nacional da ABVC.
Além das palestras e oficinas, foi também
uma oportunidade de rever os amigos e
jogar conversa fora.
Outro evento tradicional ocorre em
julho: O Cruzeiro Costa Verde, de 9 a 16
de julho. A flotilha fará o seguinte roteiro:
Ilha do Cedro (Paraty), Saco do Céu (Ilha
Grande, Praia da Estopa (Baia de Sepetiba), Praia de Quitiguara (Baia de Sepetiba), Itacuruçá, Ilha do Martins (Baia de Sepetiba), Enseada do Abraão (Ilha Grande) e
Praia da Tapera (Ilha Grande).
Cruzeiros curtos de uma semana,
como o Cruzeiro Costa Verde, são voltados, principalmente, aos velejadores cruzeiristas iniciantes. Neste caso, a navegação ocorre em uma região relativamente
abrigada e com deslocamentos curtos (de
no máximo 5 horas). É uma oportunidade
para o velejador iniciante navegar em flotilha com aquisição e troca de experiência
em ancoragem, comunicação e navegação.
Por fim uma novidade, a ABVC
está formalizando parceria para curso de
vela de oceano exclusivo para grupo de
mulheres associadas ou esposas de associados da ABVC.
De 26 a 28 de maio (feriado de Corpus Christi) no Bracuhy aconteceu o 14º Encontro
Nacional da ABVC. Como já é tradição, as palestras deram o tom. Mas também rolou
muita diversão, cerveja e bate papo para as mais de 150 pessoas que lotaram as instalações do hotel e da Marina Bracuhy. As crianças tiveram programação especial com a
monitoria, e interessados na área técnica aprimoraram seus conhecimentos nas oficinas.
As palestras foram: Volta da América do Sul - José Zanella e Eduardo Zanella, Ubatuba
à Argentina em um 33 pés e conserva de alimentos, por José Spinelli Neto, que também
falou sobre Homem ao mar e velejada em capa, além de ter feito oficina embarcada
para a parte prática. Décio Magioli Maia falou sobre combustível para embarcações, sua
especialidade na Petrobras. Raymond Granthan sobre pintura de barco, obras vivas e
mortas. E velas em ventos de través a popa foi o tema de Gabriel Borgstrom, da North
Sails. As oficinas foram sobre equipamentos eletrônicos de navegação (Walter Jean
Claude Michel), instrumentação náutica opensource (José Eduardo de Mello Freire) e
motor de popa 3,3 HP (manutenção) Toninho Lopes. Este ano ainda houve gincana
com botes, quizz náutico e karaokê, além do show da dupla Vitor e Susy. O evento teve
patrocínio da Marina Bracuhy e da North Sails, e apoio do Almanáutica.
Informações serão encaminhadas
em breve.
Bons Ventos!
Volnys Bernal
Presidente da ABVC
Homenagem
Costa Verde 2016
Os Diretores e amigos da ABVC
prestam aqui sua homenagem ao querido associado Elias Almeida de Jesus, do
veleiro Queen Maud (nome dado em homenagem à esposa, na foto com ele), que
nos deixou repentinamente em junho.
Mesmo com pouco tempo de
convivência ele fez muitos amigos com seu
sorriso, sua sinceridade e principalmente
sua intensa participação nos cruzeiros e
eventos da ABVC.
Navegue em mares tranquilos e
nos espere para que, em breve, possamos
continuar nossa conversa de cockpit, amigo Elias! Até daqui há pouco!
O Cruzeiro Costa Verde 2016
está em sua sétima edição.
Organizado pelo Vice-Presidente
de Paraty, Eduardo Schwery, o evento é
uma velejada em grupo de no máximo 20
veleiros, idealizado para que velejadores
sem muita experiência façam um cruzeiro
de curto percurso, em águas abrigadas e
parcialmente abrigadas, ao lado de velejadores mais experientes, com segurança e
tranquilidade.
A largada se dá em Paraty e o
cruzeiro passa pelo lado de dentro da Ilha
Grande, seguindo para o baia de Sepetiba
e retornando. O final tem uma comemoração com jantar árabe no Bowteco, ponto de
encontro dos velejadores na Marina Bracuhy, que é parceira do evento e da ABVC.
Convênios
Iate Clubes
Aratu Iate Clube, Cabanga Iate Clube, Iate Clube
Guaíba, Iate Clube de Rio das Ostras, Iate Clube do Espírito Santo, Marina Porto Bracuhy, Iate
Clube Brasileiro, Jurujuba Iate Clube
Descontos
Brancante Seguros, Botes Remar, CSL Marinharia, Geladeiras Elber: Valor promocional; Azimuth: Desconto nos cursos; JetSail: (prestadora
de serviços do ICS): Desconto em vistoria/survei, serviços e manutenções, estadias em seco
O Cruzeiro Costa Verde e molhado e valores diferenciados para a lingada
é o ideal para quem quer iniciar das embarcações.
O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.

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