cct ciência da computação caio manceira bonfan
Transcrição
cct ciência da computação caio manceira bonfan
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO CAIO MANCEIRA BONFANTE UMA SOLUÇÃO PARA MONITORAMENTO DE VOO DE VEÍCULOS ÁEREOS NÃO TRIPULADOS. JOINVILLE – SC 2014 CAIO MANCEIRA BONFANTE UMA SOLUÇÃO PARA MONITORAMENTO DE VOO DE VEÍCULOS ÁEREOS NÃO TRIPULADOS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciência da Computação. Orientador: Ricardo F. Martins JOINVILLE – SC 2014 CAIO MANCEIRA BONFANTE UMA SOLUÇÃO PARA VOO MONITORADO, BASEADA EM DISPOSITIVOS MÓVEIS, HARDWARE E SOFTWARE LIVRE, E FOCADA NO BAIXO CUSTO. Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel, no curso de Graduação em Ciência da Computação na Universidade do Estado de Santa Catarina. Banca Examinadora: Orientador _____________________________________________________ Prof. Ricardo F. Martins UDESC-CCT Membro ___________________________________________________ Prof. Gilmário Barbosa dos Santos UDESC-CCT Membro ___________________________________________________ Prof. Charles Christian Miers UDESC-CCT Joinville, Junho de 2014 RESUMO Telemetria é uma tecnologia que permite a medição e comunicação de informações de interesse do operador ou desenvolvedor de sistemas. É um sistema de monitoramento com diversas aplicações na agricultura, aviação, logística entre outros. Neste trabalho, é feito um estudo bibliográfico e a especificação de uma solução em telemetria para o uso em aeromodelismo. O objetivo é criar uma plataforma integrada para telemetria de dados que permita acompanhar diversos parâmetros de um aeromodelo em voo, que deverá servir de base para o desenvolvimento de aplicações futuras relacionadas a missões de voo de forma autônoma. Palavras-chave: telemetria, VANTs, sistemas embarcados, aeromodelos, voo autônomo. ABSTRACT Telemetry is a technology that allows the measurement and reporting of information of interest to the operator or system developer. It is a monitoring system with many applications in agriculture, aviation, logistics, among others. In this work, we made a bibliographical study and specification of a telemetry solution for use in model airplanes. The goal is to create an integrated platform for telemetry data that allows for monitoring various parameters of a model aircraft in flight, which should serve as a basis for the development of future applications related to flight missions autonomously. Key-words: telemetry, UAVs, embedded systems, microcontrollers, airplane model, autonomous flight. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – DIAGRAMA DE BLOCOS SIMPLIFICADO PARA UM SISTEMA DE TELEMETRIA..............................................................................................................................11 FIGURA 2 – UTILIZAÇÃO DE TELEMETRIA PARA MAPEAMENTO DE UM CARRO DE FÓRMULA 1 NO CIRCUITO......................................................................................................13 FIGURA 3 – SOLUÇÃO DE SENSORIAMENTO DE UM VANT DESENVOLVIDO POR SOUSA (2012)...............................................................................................................................13 FIGURA 4 – DRONE UTILIZADO PELA AMAZON NO SERVIÇO PRIMEAIR....................14 FIGURA 5 – FLIGHTRADAR24..................................................................................................16 FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO DE UM ENCODER ÓPTICO.......................................................17 FIGURA 7 – EXEMPLOS DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS DE ASA FIXA E ROTATIVA....................................................................................................................................19 FIGURA 8 – PITCH, ROLL E YAW.............................................................................................20 FIGURA 9 – ENLACE DE RADIOFREQUÊNCIA.....................................................................23 FIGURA 10 – ESPECTRO DE FREQUÊNCIAS.........................................................................24 FIGURA 11 – ESQUEMÁTICA DA SOLUÇÃO.........................................................................25 FIGURA 12 – EXEMPLO DE DRONE.......................................................................................26 FIGURA 13 – MOVIMENTOS DE ATITUDE DE UM QUADROTOR.....................................26 FIGURA 14 – COMPONENTES DA SOLUÇÃO EMBARCADA.............................................28 FIGURA 15 – ANATOMIA DO PACOTE DO PROTOCOLO MAVLINK.................................29 FIGURA 16 – HEAD UP DISPLAY (HUD).................................................................................30 FIGURA 17 – SAMSUNG GALAXY TAB 7.0............................................................................31 FIGURA 18 – ARQUITETURA DO SISTEMA OPERACIONAL ANDROID...........................32 FIGURA 19 –HEXAROTOR COM SOLUÇÃO DE SENSORIAMENTO UTILIZADO NESTE TRABALHO..................................................................................................................................33 FIGURA 20 – POSIÇÕES PARA CALIBRAGEM DO ACELERÔMETRO.............................34 FIGURA 21 – POSIÇÕES PARA CALIBRAGEM DO MAGNETÔMETRO............................34 FIGURA 22 – SOLUÇÃO DESENVOLVIDA PARA VISUALIZAÇÃO DOS DADOS............35 FIGURA 23 – COLETA DE DADOS NO PRIMEIRO TESTE....................................................36 FIGURA 24 – COLETA DE DADOS NO SEGUNDO TESTE....................................................37 FIGURA 25 – COLETA DE DADOS NO TERCEIRO TESTE...................................................37 FIGURA 26 – MISSION PLANNER............................................................................................40 FIGURA 27 – GROUND STATION COM DUAS AERONAVES...............................................40 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃODE VANTs SEGUNDO A MASSA MÁXIMA DE DECOLAGEM..............................................................................................................................19 TABELA 2 – COMPARATIVO ENTRE SOLUÇÕES COMERCIAIS PARA SENSORIAMENTO E CONTROLE DE VANTs.........................................................................22 TABELA 3 - ESPECIFICAÇÕES DO RECEPTOR GPS UBLOX LEA 6-H.............................27 TABELA 4 – ESPECIFICAÇÕES DO SISTEMA DE NAVEGAÇÃO INERCIAL INVENSENSE MPU-6000...........................................................................................................28 TABELA 5 – ESPECIFICAÇÃO DO 3DR RADIO SET.............................................................28 TABELA 6 – ESPECIFICAÇÃO DOS CAMPOS DE UM PACOTE DE PROTOCOLO MAVLINK.....................................................................................................................................29 TABELA 7 – ESPECIFICAÇÕES DO TABLET SANSUMG GALAXY TAB 7.0.....................31 TABELA 8 – PARÂMETROS DE TELEMETRIA......................................................................35 LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações HUD – Head Up Display VANT – Veículo Aéreo Não Tripulado SUMÁRIO RESUMO.....................................................................................................................................4 ABSTRACT.................................................................................................................................5 LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................6 LISTA DE TABELAS.................................................................................................................8 LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS.....................................................................................9 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................11 1.1 OBJETIVOS...................................................................................................................15 1.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.............................................................................15 2 POSICIONAMENTO E LOCALIZAÇÃO …......................................................................16 2.1 POSICIONAMENTO RELATIVO................................................................................17 2.2 POSICIONAMENTO ABSOLUTO..............................................................................18 2.3 MAPAS E LOCALIZAÇÃO.........................................................................................18 2.4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS....................................................................................18 3 VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS (VANTs).........................................................19 3.1 ATITUDE...............,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,..................................................................20 3.2 SOLUÇÕES DE MONITORAMENTO E CONTROLE PARA VANTs.......................21 3.2.1 ACELERÔMETRO.............................................................................................21 3.2.2 GIROSCÓPIO.....................................................................................................21 3.2.3 MAGNETÔMETRO...........................................................................................22 3.2.4 RECEPTOR GPS................................................................................................22 3.2.5 SOLUÇÕES COMERCIAIS...............................................................................22 3.2.6 TELEMETRIA POR RADIOFREQUÊNCIA E REGULAMENTAÇÃO..........23 3.3 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS....................................................................................24 4 PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA VOO MONITORADO DE VANTs..............................25 4.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA...................................................................................25 4.2 VANT UTILIZADO E PROPOSTA DE SOLUÇÃO EMBARCADA.........................25 4.3 PROTOCOLO PARA COMUNICAÇÃO DE DADOS................................................29 4.4 PROPOSTA DE APLICAÇÃO.....................................................................................30 4.5 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS...................................................................................32 5 TESTES E RESULTADOS....................................................................................................33 5.1 TESTES DE VALIDAÇÃO...........................................................................................36 5.2 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS...................................................................................38 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................39 6.1 TRABALHOS FUTUROS...........................................................................................39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................42 11 1. Introdução A palavra telemetria é a união de duas palavras gregas, “tele” significa remoto e “metron” significa medida (Vieira, 2011). A definição de telemetria é proposta por Capelari (2012) diz: “Telemetria é o processo em que as características e informações referentes a um objeto são medidas e os resultados são transmitidos para uma estação onde serão processados e analisados”. Ainda segundo Capelari (2012), a telemetria permite monitorar um objeto de estudo a partir de um local seguro mesmo com o objeto em um local distante ou até mesmo perigoso. Para Mattos (2004), “..telemetria é requerida sempre que uma medida tem que ser realizada em um local ou ambiente que é inacessível ao homem. Segundo Cimolin (2004), a transmissão de dados para telemetria pode ser feita por diversos meios de comunicação, como por exemplo, linhas telefônicas (convencional e/ou celular), satélite, ondas de rádio e até via internet. Os meios de comunicação utilizados para transmissão dos dados pode variar dependendo da aplicação ou localização dos dados (Cimolin, 2004). A figura 1 ilustra um diagrama de blocos de um sistema de telemetria genérico. Figura 1. Diagrama de Blocos Simplificado para um Sistema de Telemetria. Fonte: (Capelari, 2012) A telemetria está presente nas mais diversas áreas, como medicina, aviação, agronegócio, entre outras. Um caso de uso da telemetria na área médica por exemplo, é dado por Gutiérrez (2006) que desenvolveu um protótipo de instrumentação biomédica, que com o uso de tecnologia de redes de sensores sem fio, faz aquisição, transmissão e processamento simultâneo de sinais biomédicos. Os sinais são transmitidos via rádio frequência a um computador para fins de processamento e análise. Assim, exames clínicos de rotina podem ser realizados com mais rapidez e eficiência, proporcionando dados confiáveis e comodidade aos pacientes. No exemplo citado acima, é possível observar que o protótipo desenvolvido por Gutiérrez (2006) é capaz de realizar o processamento simultâneo dos sinais coletados pelos sensores, portanto se trata de um sistema de telemetria em tempo real. Com o avanço tecnológico dos dias de hoje, aplicações com requisitos de tempo real são cada vez mais comuns. Para Farines (2000), um sistema de tempo real “…deve ser então capaz de oferecer garantias de correção temporal para o fornecimento de todos os seus serviços que apresentem restrições temporais.” Algumas aplicações apresentam restrições temporais mais severas do que outras, por isso os sistemas de tempo real são classificados de duas formas: Sistemas Não Críticos de Tempo Real e Sistemas Críticos de Tempo Real (Farines, 2000). Um exemplo de um sistema não critico de tempo real é dado por Sichonany (2010) que desenvolveu um sistema de poio à decisão para utilização no Agronegócio chamado SADA. O sistema permite ao gerente do agronegócio realizar o controle operacional de máquinas agrícolas. O SADA é um sistema de telemetria que faz uso de sensores como: fluxômetro para medir o 12 consumo de combustível, potenciômetro analógico para medir a altura da plataforma de corte, e um GPS para definição de posicionamento geográfico e velocidade. Os sensores são implantados nas máquinas agrícolas e transmitem os dados para um sistema computacional de gerenciamento que pode ser acessado de qualquer tipo de computador, incluindo dispositivos móveis, permitindo assim o acompanhamento do desempenho da máquina em operação no campo. O gerente do agronegócio e o operador de máquinas são informados pelo sistema sobre valores de operações fora do padrão. Pode-se classificar este sistema SADA, como um sistema de telemetria não critico de tempo real, pois caso ocorra uma falha ou atraso no envio dos dados pelos sensores para o sistema computacional de gerenciamento, não permitindo assim o acompanhamento em tempo real do desempenho das máquinas agrícolas, estas máquinas poderão continuar funcionando normalmente e suas operações no campo não serão gravemente afetadas. Farines (2000) classifica um sistema de tempo real como sendo não crítico ".. quando as consequências de uma falha devida ao tempo é da mesma ordem de grandeza que os benefícios do sistema em operação normal..". Um sistema crítico de tempo real pode ser identificado no exemplo dado por Capelari (2012) sobre o uso de telemetria. Capelari (2012) diz: “Durante o desenvolvimento de uma aeronave, o sistema de telemetria é fundamental. Na fase de ensaios de voos, são feitas diversas manobras a fim de se verificar, entre outras coisas, a estabilidade e segurança da aeronave em teste. Os dados coletados durantes os testes são transmitidos em tempo real para a estação em terra (ground station) e podem ser analisados em questão de segundos. A análise dos resultados em tempo real permite ao engenheiro do ensaio em voo decidir se será necessário repetir a manobra realizada ou aprová-la, seguindo então para a próxima manobra da lista, definida no cartão de voo. A verificação instantânea dos resultados de um ensaio garante que todos os dados desejados sejam adquiridos corretamente, evitando a necessidade de um novo e custoso ensaio”. Para que o ensaio de voo, descrito no cenário por Capelari (2012), seja bem-sucedido, o sistema de telemetria deve sempre garantir que os dados sejam coletados corretamente. Portanto, a transmissão dos dados coletados no teste para a estação em terra não pode sofrer atrasos, fazendo com que o tempo se torne um aspecto crítico neste sistema. Farines (2000) classifica um sistema de tempo real como sendo crítico "…quando as consequências de, pelo menos, uma falha temporal excedam em muito os benefícios normais do sistema…". Um outro tipo de sistema que está associado a telemetria, em tempo real ou não, são os sistemas embarcados. Segundo a definição de Capelari (2012) telemetria é o processo no qual um objeto de estudo em um local distante transmite dados para uma estação para que estes dados possam ser analisados. Os objetos de estudo citados na definição de Capelari (2012) necessitam de componentes, normalmente um conjunto de hardwares e softwares para coleta e transmissão dos dados. Estes componentes são chamados de sistemas embarcados. Formiga (2005) define um sistema embarcos como um conjunto de componentes de hardware e de software que interagem para executar um conjunto de operações prescritas. Aplicações embutidas incluem sistemas aeroespaciais, sistemas de controle de automóveis, sistemas multimídia, telecomunicações (incluindo telefones móveis), controladores industriais, dentre outros. De fato, qualquer equipamento de aplicação específica que requer alguma forma de “inteligência” interna está incluído. Normalmente, os componentes dos sistemas embarcados trabalham juntos para conseguir o comportamento especificado, considerando vários critérios de projeto, incluindo custo, consumo de energia, desempenho, etc. Um exemplo de aplicação para telemetria de dados em tempo real, utilizando sistemas embarcados pode ser visto nas corridas de Fórmula 1. Todo o trabalho de identificar anomalias nos carros, dentre muitas outras funções, fica a cargo de diversos sensores ligados em cada canto do chassi. Estes sensores monitoram o desempenho do motor, a eficiência aerodinâmica, pressão e temperatura do óleo, aderência dos pneus, desgaste de freio etc. Os dados são enviados do carro para os boxes através de 1.000 a 2.000 canais de telemetria, utilizando transmissão por radiofrequência, com um atraso da ordem de apenas 2ms. 13 Figura 2: Utilização de Telemetria para Mapeamento de um Carro de Fórmula 1 no Circuito. Fonte: (Faster F1, 2010) A figura 2 ilustra uma aplicação para mapeamento do trajeto de um carro de Fórmula 1 utilizando telemetria. Além de localizar o carro em um circuito, a aplicação monitora a marcha utilizada pelo piloto em cada trecho da pista, gerando informações-chave para a comparação entre os companheiros de equipe e a melhoria dos tempos de volta. Neste trabalho é desenvolvida uma solução de monitoramento utilizando telemetria semelhante à figura 2, porém o sensoriamento é feito em veículos aéreos não tripulados (VANTs) em vez de carros de corrida. A solução deste trabalho é desenvolvida da seguinte maneira: um VANT é equipado com sensores embarcados para coleta de dados que permitam: pontuar a localização do VANT em um mapa, monitorar sua orientação espacial em cada posição e outros dados de interesse como: velocidade, altitude, aceleração, taxa de subida e descida e nível de bateria. Uma aplicação para monitoramento de voo tem como finalidade fornecer os dados necessários referentes ao posicionamento, localização e orientação, para dar suporte aos procedimentos necessários para manter o VANT na trajetória e altitude desejada (Silva et al, 2013). Um trabalho relacionado pode ser visto no projeto de Sousa (2012), que desenvolveu um sistema de sensores sem fio a ser instalado em aeronaves rádio controladas de pequeno porte. O sistema permite aquisições de dados como localização (GPS), inclinação, orientação, Forças-G atuantes e velocidade do avião em relação ao ar e ao solo. Figura 3: Solução de Sensoriamento de um VANT desenvolvido por Sousa (2012) Fonte: (Sousa, 2012) 14 Veículos aéreos não tripulados são usados por ambas as organizações militares e civis em uma série de aplicações como: controle de queimadas, levantamento de recursos florestais, inspeção de gasodutos e oleodutos, busca e salvamento, patrulhamento de fronteiras, entre outros, pois possuem alguns benefícios como: baixo custo operacional em relação a aviões tripulados ou satélites, e a possibilidade de realizarem operações mais arriscadas por não envolverem tripulação. Porém enfrentam alguns desafios, pois devem apresentar a capacidade para executar missões de voo com pontos pré-determinados, além de transmitir as informações coletadas e retornar a base com segurança. Portanto, é necessária uma unidade de controle responsável pelos procedimentos de navegabilidade e estabilidade do veículo aéreo. Esta complexidade para se controlar um VANT é um dos principais fatores limitantes da difusão dos VANTs, pois exige conhecimentos multidisciplinares, envolvendo conceitos de aerodinâmica, eletrônica, teoria de controle, sistemas de comunicação, sistemas de localização, entre outros. Logo, é necessário implementar um controle com alto grau de autonomia e robustez. (Fontanari, 2011). Os recentes avanços em tecnologias de orientação permitiram que alguns VANTs executem missões simples de voo sem interação humana. Muitas dessas tarefas são pré planejadas usando reconhecimento ou informações sobre o ambiente. Embora os sistemas de orientação já existam há muitos anos, a maioria dos veículos não tripulados não apresentam o nível de desempenho e flexibilidade necessários para completar uma missão de forma totalmente autônoma. Mais especificamente, mudanças inesperadas no ambiente pode exigir mudanças em seu plano de execução. Neste caso, o sistema de planejamento de missões deve possuir inteligência suficiente (e poder de processamento) para reconhecer e reagir às alterações das condições de funcionamento. Se o veículo é instruído a executar uma nova missão durante uma operação, o sistema de planejamento de missões deve possuir a capacidade de realizar com segurança sua transição da trajetória anterior, para os novos objetivos da missão (Valenti et. Al, 2004). Uma aplicação prática de missões voo pode ser identificada no projeto de Rasi (2008), que desenvolveu um veículo aéreo não tripulado (VANT) equipado com diversos sensores, câmera de vídeo e GPS para pulverização agrícola. O VANT desenvolvido por Rasi (2008) é capaz de realizar voos de forma autônoma e cumprir missões de pulverização previamente determinada, além de transmitir dados de imagem e telemetria, em tempo real, facilitando operações e monitoramento de fenômenos dinâmicos. Outra aplicação relacionada é o serviço de entrega PrimeAir, que vem sendo testado pela empresa Amazon. O serviço tem o objetivo de utilizar VANTS como o drone ilustrado na figura 3, para realizar entregas de seus produtos. O objetivo é fazer entregas rápidas, dentro de um prazo de 30 minutos, para mercadorias leves como: blu-rays, livros e alguns gadgets, atendendo em um raio de 15 Km. Figura 4: Drone Utilizado pela Amazon no Serviço PrimeAir. Fonte: (TechTudo, 2013) 15 A solução de voo monitorado deste trabalho deve formar uma base sólida para o desenvolvimento de novas funcionalidades que permitam o planejamento de missões de voo para serem executadas de forma autônoma pelo VANT. 1.1 Objetivos 1.2.1. Objetivo Geral: • Implementar uma plataforma integrada para monitoramento de voo utilizando sensoriamento sem fio, que possa ser utilizada como base para o desenvolvimento futuro de novas aplicações com diversas funcionalidades, como o planejamento de missões de voo de forma autônoma. 1.2.2. Objetivos Específicos: • Realizar um estudo bibliográfico sobre posicionamento, localização e definição de quais dados devem ser medidos/monitorados; • Realizar um estudo bibliográfico relacionado a sensoriamento sem fio em aeromodelos; • Compreender e analisar regulamentação para transmissão de dados por rádiofrequencia; • Especificar e implementar uma plataforma de apresentação para dispositivos móveis; • Especificar e implementar experimentos, com foco no voo monitorado. 1.2 Organização do Trabalho Este trabalho apresenta uma discussão pertinente sobre todos os tópicos necessários para o desenvolvimento de uma aplicação para monitoramento de voo através de sensoriamento remoto. No capítulo 2, serão apresentados os conceitos de posicionamento e localização, as diferenças entre os conceitos e as possíveis formas de se posicionar e os sistemas de referência para localização. O capítulo 3 discute conceitos relacionados a veículos aéreos não tripulados, recursos necessários e aplicações de redes de sensores sem fio para o monitoramento de dados. O capítulo 4 apresenta uma proposta de solução relacionada ao monitoramento de voo de aeromodelos. O capítulo 5 apresenta a solução desenvolvida e os testes realizados. Finalmente, o capítulo 6 apresenta as considerações finais e discuti possíveis trabalhos futuros. 16 2. Posicionamento e Localização Muitas vezes a definição de localização é erroneamente confundida com a definição de posicionamento. Porém vale ressaltar que são definições complementares, e não são sinônimos. Esta discussão é fundamental para compreender o funcionamento da aplicação de monitoramento desenvolvida neste trabalho. O primeiro passo é discutir as diferenças entre se posicionar e se localizar, apresentando conceitos que permitam identificar tais diferenças. O conceito de posição refere-se a situação espacial de um corpo, sendo um conceito que está relacionado com a nossa realidade imediata e ao nosso senso comum, o que torna este conceito bastante intuitivo. É fácil perceber quando um corpo muda de posição, percebe-se intuitivamente o seu deslocamento em relação aos corpos em sua volta. A posição de um corpo é sempre definida em relação a um ou vários pontos, sendo estes expressos por uma ou mais coordenadas em um determinado sistema de referência. Quando é necessário identificar a posição de um determinado ponto na superfície da terra, utiliza-se sistemas de referência terrestres ou geodésicos. Um sistema de referência geodésico, constitui-se de um referencial utilizado para definir posições de objetos na superfície da terra ou próximo dela e estão associados a uma superfície que mais se aproxima da forma da terra sobre a qual são desenvolvidos todos os cálculos das suas coordenadas (Cuchinski, 2006). Segundo Dutra et. al. (2003) é possível localizar um corpo ou um objeto qualquer quando se obtém seu posicionamento em relação a um sistema de referência. A figura 5, ilustra a aplicação FlightRadar24, utilizada para a localização de aeronaves comerciais em tempo real, como pode se observar, foram utilizadas as coordenadas de longitude (-46.6628) e latitude (-23.4606) para localizar o avião em destaque no mapa, (GOl2017) entre as cidades de São Paulo e Guarulhos. Figura 5: FlightRadar24. Fonte: (FlightRadar24, 2013) Neste trabalho, é destacada a aplicação dos conceitos de posicionamento e localização na robótica. Para Linder (2008), a robótica é o “ramo da tecnologia que engloba mecânica, eletroeletrônica e computação, responsável pelo estudo e concepção de sistemas robóticos”. A robótica é o ramo do conhecimento associado a criação e programação de robôs (Simões apud Asimov, 1950). Segundo Linder (2008), um robô pode ser definido como “dispositivo ou grupo de 17 dispositivos eletrônicos, eletromecânicos ou biomecânicos capazes de realizar tarefas de maneira autônoma, pré-programada, ou através de controle humano”. Para Couto (2012), a robótica móvel é uma das subáreas da robótica, e relaciona-se a robôs com movimentos que podem se deslocar no ambiente de diversos modos como: tele operado, semiautônomo ou totalmente autônomo. Robôs moveis podem ser considerados agentes inteligentes autônomos, dotados de sensores e atuadores, capazes de interagir com o meio ambiente, realizando percepções do ambiente e de seu próprio estado para a tomada de decisões sobre suas ações. Robôs móveis podem navegar em ambientes terrestres, aquáticos ou aéreos (Couto, 2012). Para Secchi (2008), os robôs móveis são plataformas mecânicas dotadas de um sistema de locomoção capaz de navegar através de um determinado ambiente de trabalho, dotados de um certo nível de autonomia para sua locomoção. Ainda segundo Secchi (2008) o conceito de autonomia não se relaciona somente com questões energéticas, mas também se refere a capacidade de perceber, modelar, planejar e atuar para alcançar determinados objetivos. Após as definições de Couto (2012), Secchi (2008) e Linder (2008) sobre robótica e robôs móveis, conclui-se que um aeromodelo com sensores embarcados que interagem com o ambiente para obter seu posicionamento e orientação, pode ser considerado um robô móvel. Há duas formas de posicionamento na robótica: posicionamento relativo e absoluto. 2.1 Posicionamento Relativo O posicionamento relativo de um corpo ou objeto qualquer significa posicionar este corpo/objeto em relação a outras referências. Na robótica, as técnicas de posicionamento relativo são baseadas em determinar o posicionamento e orientação de um robô, medindo de forma incremental sua distância a partir de um ponto inicial, através de sensores embarcados como: giroscópios, acelerômetros, encoders (codificadores rotativos), câmeras de vídeo, etc. A odometria é a técnica mais utilizada para a determinação do posicionamento relativo de um robô móvel. Esta técnica possui uma boa precisão para pequenas distâncias, sua implementação é simples e de baixo custo. Esta técnica permite realizar a medição da velocidade do robô e da distância percorrida (Borenstein et. Al, 1997; Gonzáles et. al, 2009). Segundo Hata (2010), um sensor comum para a aplicação da técnica de odometria são os encoders ópticos, ilustrados pela figura 6. São formados por um disco que possui vários furos dispostos em distâncias regulares em sua extremidade. O disco está junto a roda do robô e, assim, os dois giram na mesma velocidade. No momento em que a roda gira, um feixe de luz atravessa os furos do disco, gerando uma onda quadrada que representa a frequência de leitura desse feixe. A partir da análise da onda quadrada, são estimadas a velocidade e a distância percorrida do robô. Figura 6: Ilustração de um Encoder Óptico. Fonte: (Hata, 2010) 18 2.2 Posicionamento Absoluto O posicionamento absoluto de um corpo ou objeto qualquer é obtido através do sistema de coordenadas. Na robótica, as técnicas de posicionamento absoluto determinam a posição de um robô usando referências globais externas. (Borenstein et. al, 1997, Gonzáles et. al, 2009). O uso da bússola é um exemplo de técnica de posicionamento absoluto, já que a bússola indica o norte geográfico (ou o sul magnético). Apesar da boa precisão, a bússola pode apresentar resultados imprecisos (Wruck, 2010 apud Heinen, 2002). Estes resultados imprecisos podem ocorrer devido as interferências magnéticas causadas por minérios de ferro, linhas de alta-tensão, vedações e outros objetos de ferro que influenciam na agulha da bússola, provocando leituras imprecisas (Ragio, 2010). Outra forma de se obter o posicionamento absoluto é a técnica de trilateração, que consiste na determinação da posição de um robô baseada na medição da distância entre o veículo e referências externas conhecidas. Sistemas de navegação baseados em trilateração usam três ou mais transmissores como referências que tenham sua localização conhecida no ambiente e usam um receptor embutido no robô móvel. O tempo de viagem do sinal emitido pelos transmissores até o receptor é usado pelo sistema para calcular a distância entre os transmissores e o receptor (Borenstein et. Al, 1997). 2.3 Mapas e Localização Os mapas na robótica funcionam como ferramentas que oferecem aos robôs informações sobre o ambiente além do alcance instantâneo de seus sensores. Existem diversas formas de representar o ambiente através de um mapa na robótica móvel. Um ambiente pode ser representado através de um mapa métrico que define o ambiente por um sistema único de coordenadas, baseado na representação de distâncias em escala; um mapa topológico que pode ser representado através de um grafo, este mapa determina distintivamente como os ambientes se conectam entre si; e os mapas sensoriais que são basicamente construídos a partir de dados capturados pelos sensores do robô (Couto, 2012). Segundo Couto (2012), para que um robô possa ir de um ponto origem para um ponto destino é necessário que o robô saiba onde esta e saiba onde está seu destino. Assim, para que o planejamento de trajetória possa ser realizado, é necessária a determinação da localização do robô. Um robô é capaz de se localizar quando este é capaz de obter seu posicionamento em relação a um mapa ou qualquer outro sistema de referência (Dutra et. al, 2003). Assim o uso de um mapa ou uma referência é necessário para que se possa manter o controle sobre a localização atual e a localização do destino. Não pode haver planejamento global de trajetória sem que haja um conhecimento do ambiente que se estenda além das redondezas imediatas do robô, o mapa é uma ferramenta que permite que o robô tenha conhecimento do perfil da área (Couto ,2012). 2.4 Considerações Parciais Neste capítulo, são discutidos o conceito das diferentes formas de se posicionar e de localização, com o objetivo de entender as diferenças entre tais definições. Em uma aplicação relacionada a veículos aéreos, somente informações referentes a latitude, longitude e localização geográfica não são suficientes para descrever seu comportamento em voo. É fundamental que se monitore também dados relacionados a dinâmica de voo. Dinâmica de voo é a ciência que permite controlar a orientação de aeronaves, em três dimensões. Os três parâmetros críticos de dinâmica de voo, são os ângulos de rotação em três dimensões sobre o centro de gravidade da aeronave, conhecidos como: roll (rolagem), pitch (arfagem) e yaw (guinada). No capítulo 3, são introduzidos conceitos relacionados à dinâmica de voo destes veículos, além de uma discussão técnica relacionada a voo monitorado e apresentação de uma solução para o sensoriamento de VANTs. 19 3. Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) Um aeromodelo pode ser classificado como um VANT, sigla para Veiculo Aéreo Não Tripulado, este é o termo para descrever todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada, seu controle é realizado à distancia, sob a supervisão humana através de meios eletrônicos e computadores. Em alguns casos, os VANTs podem possuir um sistema de controle automático embarcado que permite a realização de missões de voo de forma autônoma (Fontanari, 2011). Figura 7: Exemplos de Veículos Aéreos Não Tripulados de Asa Fixa e Rotativa. Fonte: (Fontanari, 2011) A figura 7, ilustra as duas classificações mais utilizadas para VANTs: asa fixa (veículo a), e asa rotativa (veículo b). Os VANTs de asa fixa utilizam a estrutura das asas fixas para se sustentar no ar. Geralmente necessitam serem lançados ao ar ou uma pista para pousos e decolagens. Já os VANTs de asa rotativa, destacam-se pela capacidade de decolagem e pouso vertical. Podem ser encontrados na literatura como VTOL (Vertical Take Off and Landing), e possuem maior manobrabilidade do que os veículos de asa fixa (Guimarães, 2012). Ainda não existe uma regulamentação bem definida para o uso de VANTs no Brasil. Porém já existe uma proposta que visa fazer a regulamentação para a operação deste tipo de veículo. Segundo esta proposta, a execução de trabalhos envolvendo VANTs necessitam de registro na ANAC para obtenção de uma licença de operação. Esta licença deve ser renovada anualmente e defini a qualificação e regras relacionadas a operação dos VANTs, além de qualificar os mesmos segundo a massa máxima de decolagem (Skydrones, 2013). Tabela 1: Classificação de VANTs Segundo à Massa Máxima de Decolagem. Massa Máxima de Decolagem Classe 2 Kg ou Menos Classe A Mais que 2 Kg até 7Kg Classe B Mais que 7Kg até 25 Kg Classe C Mais que 25 Kg até 150 Kg Classe D Acima de 150 Kg Classe E Fonte: (Adaptada de Skydrones, 2013) VANTs com até 25 Kg, representados pelas classes A, B e C da tabela 1, não necessitam de licença para voo, desde que cumpram todas as seguintes premissas (Skydrone, 2013): • Voo não pode ser totalmente autônomo. O operador de VANT deve ter controle total sobre o veículo em qualquer etapa do voo; 20 • • • • • • • • • • • • • Voo de no máximo 150 m de altiude (500 ft); Retorno e/ou pouso automático na perda do link de comando; Retorno e/ou pouso automático se o VANT sair do “envelope operacional” permitido (classes B, C, D e E); Possuir sensor barométrico para informar a altura a qualquer momento; Voo a 150 m de pessoas ou área populosa de uma cidade ou outros locais classificados como proibidos; Voo a mais de 5.500 m de um aeroporto (voos com distâncias menores somente com autorização prévia); Voo em espaço aéreo controlado ou restrito apenas com autorização prévia; Avaliação prévia da fixação da carga paga e condições meteorológicas segundo a capacidade de voo do VANT; Manter um log de todo voo executado; Licença/ aprovação do proprietário da terra onde será executado o voo quando pertinente; Operação deve estar de acordo com o manual do VANT; Ter seguro contra terceiros; Tanto o VANT, quanto a estação em terra, devem ter visível o número da licença de operação concedida pela ANAC e os dados de contato do operador. Se o VANT for pequeno demais para afixar esta informação, ela deve estar disponível na estação em terra. O fundamento de voo de um VANT, consiste na mesma teoria aerodinâmica de qualquer voo. Quando o ar flui em torno da asa, forças de thrust (tração), drag (arrasto) e lift (sustentação) são produzidas. A tração impulsiona a aeronave, o arrasto é a componente da força aerodinâmica na mesma direção e sentido do vento relativo, e a sustentação é a componente da força aerodinâmica perpendicular ao vento relativo, que compensa a força peso. A dinâmica de voo de um VANT é também é análoga a de uma aeronave tradicional, e é denominada de atitude (Silva et al, 2013). 3.1 Atitude A atitude pode ser descrita como o controle da orientação de veículos aéreos realizado por meio de atuadores que exercem forças em direções diferentes, gerando forças rotacionais ou momentos em torno do centro de gravidade da aeronave, e assim proporcionam os movimentos pitch (inclinação), roll (rotação) e yaw (guinada). Figura 8: Pitch, Roll e Yaw. Fonte: (Silva et al, 2013) 21 Como pode se observar na figura 8, pitch é o movimento em torno do eixo horizontal, perpendicular ao eixo longitudinal. Roll é o movimento em torno do eixo horizontal, paralelo ao eixo longitudinal e yaw é o movimento do eixo vertical, perpendicular ao eixo longitudinal. Portanto, a execução de cada manobra da aeronave é realizada pela atuação do sistema de navegação ao modificar ou manter o estado dos atuadores da aeronave, objetivando os valores desejados de velocidade, altitude e posição. O controle de um VANT requer a implementação de diversos controladores, sendo eles, os de potência empregada nos motores e os para controle do três ângulos referentes à atitude do veículo aéreo. Atualmente, existem no mercado, diversas soluções para controle de voo de VANTs. Estas soluções realizam o monitoramento e controle de estabilidade do veículo aéreo (Silva et al, 2013). 3.2 Soluções de Monitoramento e Controle para VANTs O controle de VANTs, exige o uso de uma solução de tamanho reduzido com uma unidade de processamento, responsável pela leitura e processamento de dados dos sensores, execução de algoritmos de controle e estabilização, além do acionamento dos motores (Paula, 2012; Guimarães, 2012; Silva, 2012). Os sensores são responsáveis por captar as informações de interesse. Cada tipo de sensor possui um método específico para a coleta de dados do meio, sendo assim, a escolha do sensor implica diretamente no modo como a aplicação interagirá com o ambiente (Hata, 2010). Segundo Murphy (2000), os sensores podem ser classificados de duas formas. A primeira classificação leva em conta o meio em que é efetuada a medição, sendo dividida em: proprioceptivos e exteroceptivos. Os sensores proprioceptivos medem valores de componentes internos do hospedeiro como: velocidade, carga de bateria, inclinação, altura. Já os sensores exteroceptivos captam dados do meio externo, ou seja, do ambiente ao redor do hospedeiro, como: temperatura, iluminação, distâncias. A segunda classificação leva em conta como os sensores capturam os sinais, sendo dividida em: passivo ou ativo. Os sensores passivos apenas recebem energia do meio, como: câmeras, microfones, termômetros. Já os sensores ativos emitem energia no ambiente para realizar as medições, como: lasers, sonares e infravermelho. Os sensores são os principais elementos para o sistema de controle, pois são responsáveis por prover informações sobre os estados da aeronave, como: posição, altitude e atitude (Paula, 2012). Os sensores capazes de medir estas informações são: acelerômetro, giroscópio, magnetômetro e receptor GPS. 3.2.1 Acelerômetro A aceleração, é uma grandeza física cinemática que mede quão rapidamente a velocidade de um corpo varia ao longo do tempo. Com o sensor acelerômetro, é possível a captação da aceleração da gravidade e utilizando o vetor de gravidade pode-se calcular a orientação dele referente ao centro da terra. O acelerômetro é um dispositivo que mede a sua variação de velocidade em um dado sentido com relação a cada eixo. Os acelerômetros de três eixos, informam as inclinações relacionadas aos eixos tridimensionais (XYZ) (Paula, 2012; Nascimento, 2011). 3.2.2 Giroscópio O giroscópio é um sensor para medição ou manutenção de orientação, baseado nos princípios de momento angular, geralmente utilizados para complementar as medições do acelerômetro. Em essência, um giroscópio mecânico é uma roda giratória ou disco, cujo eixo é livre para se movimentar em qualquer orientação. Este dispositivo gira em torno do seu próprio eixo, e quando submetido a uma força, tende a mudar a orientação do eixo de rotação, fazendo que este eixo em vez de mudar de direção, como faria normalmente um corpo que não girasse, mude 22 sua orientação para uma direção perpendicular à direção intuitiva. Os giroscópios utilizam propriedades mecânicas para produzir estruturas dentro de semicondutores para medir movimentos e detecção de movimento angular (Filho et al, 2011). 3.2.3 Magnetômetro O magnetômetro é um instrumento de medição para medir a força ou direção de um campo magnético. Este sensor é utilizado em substituição à bússola comum, por conta da alta sensibilidade a ruídos e funcionalidades adicionais. Alguns magnetômetros possuem circuitos integrados com sensoriamento de três eixos, nestes, são utilizados três magnetômetros, cada um realiza o sensoriamento de um eixo diferente e estes são encapsulados em um único circuito intregrado, possuindo uma precisão que pode chegar entre 1 e 2 graus, com interface analógica ou digital (Nascimento, 2011). 3.2.4 Receptor GPS O GPS (Global Positioning System) é uma tecnologia voltada para a navegação em ambientes externos, desenvolvida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O sistema é composto por satélites que transmitem sinais RF codificados. Usando técnicas de trilateração, receptores GPS podem calcular suas posições medindo o tempo de viagem dos sinais RF emitidos pelos satélites. Após o conhecimento da distância entre o receptor e três satélites do sistema, o receptor GPS é capaz de calcular latitude, longitude e altitude (Borenstein et. al, 1997). 3.2.5 Soluções Comerciais Neste trabalho, são apresentadas três soluções comerciais com funcionalidades integradas de sensoreamento e controle para VANTs. A primeira solução é a placa controladora Ardupilot, uma plataforma microcontrolada, implementada de acordo com o modelo software/hardware livres, baseada na plataforma Arduíno Mega. A plataforma Ardupilot, é um sistema de piloto automático que permite transformar qualquer veículo rádio controlado de asa fixa ou rotativa em um veículo totalmente autônomo. Esta placa já possui algumas funcionalidades específicas para aplicações com VANTs, dentre estas funcionalidades estão: sensores acelerômetro e giroscópio integrados, e módulos para acoplamento de um receptor GPS e um link para telemetria.(Ardupilot, 2013). A segunda solução é a placa controladora Pixhawk, assim como a plataforma Ardupilot, esta solução também é um sistema integrado de piloto automático implementado de acordo com o modelo de software/hardware livres, porém pode-se destacar algumas diferenças como: um maior poder de processamento e dois módulos para acoplar um link de telemetria (Pixhawk, 2014). Finalmente, a última solução apresentada é a plataforma DJI Naza, esta solução possui uma performance de voo mais avançada que as outras soluções, porém é não desenvolvida no modelo de software/hardware livres, o que impede a alteração e implementações de novas funcionalidades em seu sistema (DJI, 2014). A tabela 2 faz um comparativo das soluções em relação às funcionalidades e características relevantes para este trabalho. Todas as soluções comparadas na tabela 2, fazem a telemetria dos dados utilizando um link de radiofrequência, devido a esta característica em comum, é discutido na seção 3.1.7, o uso de radiofrequência para telemetria de dados e a regulamentação existente para este tipo de comunicação. 23 Tabela 2: Comparativo entre Soluções Comerciais para Sensoriamento e Controle de VANTs Acelerômetro Giroscópio Magnetômetro GPS Software/Hardware Custo Livres Ardupilot Sim Sim Externo Externo Sim $239.38 Pixhawk Sim Sim Externo Externo Sim $279.98 Naza Sim Sim Externo Externo Fonte: (Próprio Autor) Não $299.00 3.2.6 Telemetria por Rádio Frequência e Regulamentação O funcionamento básico da transmissão via radiofrequência inicia-se quando o transmissor transforma um sinal elétrico em magnético e irradia essa onda para o espaço. A antena receptora absorve esta energia e envia para o receptor, onde a informação é recuperada, ou seja, as ondas magnéticas são transformadas em elétricas novamente (Vieira, 2011). Figura 9: Enlace de Radiofrequência. Fonte: (Vika Controls, 2012) Define-se como enlace de radiofrequência, o conjunto de equipamentos necessários para estabelecer comunicação por rádio entre dois pontos. Os elementos básicos para a implementação de um enlace de radiofrequência, ilustrados pela figura 9, são (Vika Controls, 2012): • • • • • • • Rádio transmissor; Linha de transmissão da estação transmissora; Antena transmissora; Meio de propagação; Antena receptora; Linha de transmissão da estação receptora; Rádio receptor. Para a viabilização da comunicação deve-se levar em consideração a potência do transmissor, a distância entre o transmissor e o receptor e a sensibilidade do receptor. A escolha da frequência da onda é influenciada pelas condições da atmosfera e da natureza do solo entre os pontos de transmissão e recepção, porém quando duas estações na mesma localidade transmitem na mesma frequência ou em frequências próximas uma da outra, ocorrem problemas de interferência, prejudicando assim a recepção de ambos sinais. Para que não ocorram problemas de interferência em transmissões por radiofrequência, há uma regulamentação internacional em relação ao uso do espectro de frequências (Vissoto, 2004; Coimbra, 2006). As faixas de frequência estão subdivididas desde baixas até as altas frequências. As mais baixas são audíveis e as mais altas são os raios cósmicos, como pode ser 24 observar na figura 10. Figura 10: Espectro de Frequências. Fonte: (Teleco, 2013) A transmissão por radiofrequência permite a transferência de dados para longas distâncias sem a utilização de cabos, fazendo com que haja uma grande demanda para utilização do espectro de frequências. Como as ondas eletromagnéticas não são contidas por limites de fronteiras geográficas, é necessário que exista um gerenciamento do espectro, especialmente no que concerne a proteção de garantias contra interferências e ao acesso às faixas de frequência adequadas para cada aplicação. Dessa forma, o espectro de frequências tem sido extensivamente regulado em nível internacional. No Brasil, o órgão responsável pelo espectro de frequências é a agência nacional de telecomunicações, conhecida como ANATEL. Esta agência reguladora garante que os interessados que possuem autorização tenham condições de utilizar o espectro satisfatoriamente, bem como coibir o uso de maneira imprópria por pessoas não autorizadas e punir aqueles que infringirem a regulamentação. Para que se possa realizar a telemetria de dados por radiofrequência de forma legal e sem causar interferências em outros serviços, deve-se operar na frequência dos canais abertos. Estes canais operam em uma faixa de frequência do espectro chamada de nãolicenciada. Esta faixa de frequência foi criada com o objetivo de evitar a sobrecarga de solicitações de licenças de operação nos órgão reguladores, bem como simplificar a utilização de radiofrequência por aplicações específicas com baixa potência. Neste caso, os equipamentos utilizados são de radiocomunicação cujo funcionamento é de carácter secundário e dispensa a autorização para uso de radiofrequência e o licenciamento da estação, pois a baixa potência empregada, em geral, não causa interferência em outros sistemas. Estes equipamentos operam na banda ISM (Instrumenation, Scientific and Medical), que compreende três segmentos do espaço: 902 Mhz a 928 Mhz, 2400 Mhz a 2483,5 Mhz e 5.725 Mhz a 5.580 Mhz; e a banda U-NII (Unlicensed National Information Infrastructure), que contém as faixas de frequências entre 5.150 Mhz e 5.825 Mhz. 3.3 Considerações Parciais Este capítulo apresenta conceitos relacionados aos veículos aéreos não tripulados (VANTs), como: classificação dos veículos de acordo com o tipo de asa e massa máxima de decolagem, proposta de regulamentação para operações com este tipo de veículo, sua dinâmica de voo, além de apresentar soluções comerciais para monitoramento e controle de voo. A partir dos conceitos apresentados neste capítulo, o capítulo 4 propõe uma solução integrada de hardware e software para voo monitorado de VANTs. 25 4. Proposta de Solução para Voo Monitorado de VANTs Este capítulo tem como objetivo relatar a implementação de uma solução para voo monitorado de VANTs fundamentada pelos conceitos apresentados nos capítulos 2 e 3. 4.1 Descrição do Problema Deve-se desenvolver uma solução integrada, baseada em hardware e software livres para realizar: o sensoriamento de um VANT, a transmissão, e a visualização dos dados através de uma aplicação desenvolvida para dispositivos móveis, com a finalidade de atingir o objetivo deste trabalho, que é monitorar dados em voo que são relevantes para o operador do VANT, e poder ser utilizada como base para trabalhos futuros relacionados ao planejamento de missões de voo de forma autônoma. Os principais requisitos não funcionais da solução são: utilizar hardware e software livres, ser focada no baixo custo e baseada em dispositivos móveis. Já os principais requisitos funcionais são: monitorar dados de interesse do operador de um VANT, localizar o VANT em um mapa e exibir as informações relacionadas à atitude e uma ferramenta gráfica com a finalidade de facilitar a interpretação dos dados. Figura 11: Esquemática da Solução Fonte: (Adaptada de Sousa, 2012) A figura 11, é uma esquemática da solução, dividindo-a em três partes principais: • • • Solução de sensoriamento embarcada; Comunicação sem fio; Solução para visualização dos dados. 4.2 VANT Utilizado e Proposta de Solução Embarcada Inicialmente, a solução de sensoriamento remoto, seria embarcada em um VANT de asa fixa, um projeto que faz parte da equipe Albatroz Aerodesign, da universidade Udesc Joinville. Porém o projeto da aeronave está passando por diversas melhorias, e algumas questões acabaram levando mais tempo que o esperado, o que impossibilitou o uso do veículo para este trabalho. A alternativa encontrada pelo professor Ricardo Martins, orientador deste trabalho, é embarcar a rede de sensores sem fio em um drone, que foi adquirido pelo próprio orientador. Um drone é um VANT de asa rotativa e multirotor e é classificado em relação a quantidade de rotores do modelo, podendo ser: trirotor para três rotores, quadrotor para quatro rotores, hexarotor para 6 rotores, octarotor para 8 rotores e assim por diante. A figura 12 ilustra um drone do tipo quadrotor. 26 Figura 12: Exemplo de Drone. Fonte: (DetroidAircraft, 2014) Em VANTs de asas rotativas, os rotores produzem ao mesmo tempo a sustentação e a tração, o voo deve-se à força aerodinâmica que corresponde à diferença entre as pressões exercidas pelo ar em movimento nas superfícies superior e inferior de uma asa, esta força depende do perfil da hélice, do ângulo de ataque e da velocidade rotação. Assim, as hélices giram com velocidade suficiente para que a força aerodinâmica produzida compense o peso da aeronave. Nos multirotores, os ângulos de ataque dos rotores são fixos, portanto o controle dos movimentos da aeronave é realizado pela variação de velocidade dos motores (Silveira et al, 2013). Os multirotores realizam as manobras de voo através dos movimentos de atitude pitch, roll e yaw por meio da diferença de potência empregada nos rotores (Figueredo e Saotome, 2012). Figura 13: Movimentos de Atitude de um Quadrotor. Fonte: (Domingues, 2009) Como pode ser observado na figura 13, o quadrotor altera a rotação dos motores 1 e 3 e mantém a velocidade dos motores 2 e 4 para realizar o movimento pitch. O movimento roll ocorre através da diferença de rotação dos motores 2 e 4, mantendo a potência dos motores 1 e 3. Já o movimento yaw é um pouco diferente, para realizar este movimento em sentido horário, deve-se aumentar a rotação dos motores que giram no sentido anti-horário e manter a potência dos demais, 27 para realizar o movimento yaw no sentido anti-horário, deve se fazer o processo inverso (Domingues, 2009; Figueredo e Saotome, 2012). O multirotor utilizado neste trabalho é um hexarotor, porém a realização das manobras de voo são feitas de forma análoga. Os princípios para os movimentos de atitude, continuam sendo a diferença da potência empregada nos rotores, a diferença entre os modelos está em algumas forças aerodinâmicas e no torque gerado, devido à presença dos 2 motores adicionais no modelo hexarotor (Liu, 2013). Para uma solução de voo monitorado, deve ser embarcada no hexarotor, uma solução dotada de um sensor GPS para coletas de dados referentes a latitude, longitude e altitude e um sistema de navegação inercial composto de giroscópios e acelerômetros para monitorar a orientação (atitude) do hexarotor. Os sistemas de navegação inercial, através de técnicas de fusão sensorial, são capazes de estimar os ângulos e pitch, roll e yaw. A solução de sensoriamento deste trabalho tem como base a plataforma programável Ardupilot modelo 2.6 por já possuir funcionalidades específicas para aplicações relacionadas a VANTs e ser a solução de menor custo dentre as apresentadas no capítulo 3 (requisito não funcional de baixo custo). O modelo 2.6 é a última versão da plataforma Ardupilot e suas especificações técnicas são: • • • • • Baseado na plataforma Arduíno Mega; Inclui sistema de navegação inercial com giroscópio e acelerômetro MPU-6000; Microcontroladores ATMEGA2560 E ATMEGA32U-2 chips para processamento dos dados e funções USB; Módulo para GPS uBlox LEA-6H e Módulo para link de telemetria. Três sensores são responsáveis por captar dados de posicionamento do hexarotor: receptor GPS para monitorar latitude, longitude e altitude; acelerômetro, giroscópio e magnetômetro (sistema de navegação inercial) para monitorar os ângulos dos movimentos de orientação do hexarotor. A plataforma Ardupilot 2.6 foi projetada para utilizar o receptor GPS uBlox LEA-6H. Tabela 3: Especificações do Receptor GPS uBlox LEA 6-H. Parâmetro Especificação Sensibilidade -162dBm para navegação e -160dBm para requisição Taxa máxima de atualização 2 Hz Precisão da posição horizontal 2.5 metros Precisão da velocidade 0.1 metros/seg Altitude máxima 50.000 metros Velocidade Máxima 500 metros/seg Fonte: (u-Blox, 2013) Para medição dos dados relacionados à orientação do hexarotor, é utilizado o sistema de navegação inercial da plataforma Ardupilot. O sistema de navegação integrado da plataforma é o sistema Invensense MPU-6000 composto por um giroscópio, um acelerômetro e um magnetômetro externo (encapsulado com o receptor GPS) que operam nos três eixos cartesianos. A tabela 4 apresenta suas especificações: 28 Tabela 4: Especificações do Sistema de Navegação Inercial Invensense MPU-6000. º/Segundo LSB/º/Segundo (g) (LBS/g) Velocidade Angular do Giroscópio 250 131 2 16384 Sensibilidade do Giroscópio 500 65.5 4 8192 Faixa de Medição do Acelerômetro 1000 32.8 8 4096 Sensibilidade do Acelerômetro 2000 16.4 16 2048 Fonte: (adaptado de Invensense, 2013) Após a coleta de dados pelos sensores, estes dados devem ser transferidos à aplicação em solo por telemetria. O módulo de telemetria do Ardupilot 2.6 foi projetado para ser usado com o link de radiofrequência 3DR Radio Set, assim a telemetria dos dados captados pelos sensores é feita por este dispositivo, especificado na tabela 5. A figura 14 ilustra todos os componentes da solução embarcada que foram especificados neste capítulo Tabela 5: Especificação do 3DR Radio Set. Parâmetro Especificação Frequência de operação 433 ou 915 MHz Potência do transmissor 100 mW (ajustável) Sensibilidade do receptor Fonte: (3DRobotics, 2013) -117 dBm Figura 14: Componentes da Solução Embarcada. Fonte: (Adaptada de 3DRobotics, 2014) 4.3 Protocolo para Comunicação de Dados 29 O protocolo utilizado pelo 3DR Radio Set para a comunicação dos dados é o protocolo MAVLink (Micro Air Vehicle Communication Protocol). A anatomia de um pacote do protocolo MAVLink é descrita pela figura 15 e cada campo é especificado pela tabela 6. Figura 15: Anatomia do Pacote do Protocolo MAVLink. Fonte: (QGround Control, 2013) Um pacote MAVLink possui no mínimo 8 bytes (somente cabeçalho) e no máximo 263 bytes (cabeçalho e payload). Tabela 6: Especificação dos campos de um pacote do protocolo MAVLink. Campo Valores Especificação STX V1.0: 0xFE (v0.9: 0x55) Indica o início de um novo pacote LEN 0-255 Tamanho do payload SEQ 0-255 Sequência de envio, permite a detecção de perda de pacotes SYS 01/01/55 ID do sistema que enviou o pacote. Permite identificar diferentes sistemas em uma mesma rede COMP 0-255 ID do componente que enviou o pacote. Permite diferenciar diferentes os diferentes componentes, como: GPS e sistema de navegação inercial PAYLOAD MSG Dados (carga) do pacote 0-255 CKA E CKB ID da mensagem, o ID define a forma correta da mensagem ser decodificada. Checksum Fonte: (QGround Control, 2013). O protocolo MAVLink, é um protocolo open source, para comunicação ponto a ponto, utilizado para telemetria de dados e controle de pequenos VANTs, de asa fixa ou rotativa (Marty, 2013). Consiste em uma biblioteca com 256 mensagens pré definidas, que contém todas as informações relevantes para o controle da estabilidade e navegabilidade de um VANT (Marty, 30 2013, Qground Control, 2013). O funcionamento básico do protocolo, consiste em codificação dos dados coletados pelos sensores na mensagem apropriada, e envio de amostras das mensagens de interesse para a aplicação em solo. A aplicação deve então decodificar a mensagem de forma apropriada, observando o ID da mensagem em seu cabeçalho (QGround Control, 2013). Portanto, neste trabalho deve ser desenvolvida uma aplicação capaz de ler e decodificar as mensagens do protocolo MAVLink, tratar os dados e apresentá-los. 4.4 Proposta de Aplicação Em uma aplicação para monitoramento de voo, a coleta dos seguintes dados e movimentos são requisitos obrigatórios: latitude, longitude, altitude, roll, pitch e yaw. Estes dados podem ser obtidos através das seguintes mensagens do protocolo MAVLink: Attitude(ID 30) e Global_Position_Int (ID 33). Estas mensagens fornecem todos os dados necessários para satisfazer os requisitos obrigatórios da aplicação. Porém através do protocolo MAVLink, é possível monitorar diversos outros dados relacionados à navegabilidade e controle da estabilidade de um VANT, como: climb rate, throttle e ground speed. Estes dados podem ser obtidos através da mensagem Vfr_Hud (ID 74). Climb rate é a velocidade de subida ou descida da aeronave, throttle está relacionado a porcentagem da potência de aceleração empregada aos rotores e ground speed é a velocidade da aeronave em relação ao solo (Talapurkara, 2011). Outros dados de interesse que podem ser monitorados via protocolo MAVLink, são dados relacionados à bateria que alimenta o VANT. O protocolo MAVLink permite monitorar a corrente, voltagem e estimativa de energia restante das baterias através da mensagem Sys_Status (ID 1). Deve se destacar que realizar o monitoramento dos dados e apresentar apenas seus valores brutos, pode não ser suficiente para a interpretação correta destes dados. A aplicação desenvolvida neste trabalho, deve utilizar de ferramentas gráficas para representar os dados que serão visualizados, facilitando assim a interpretação dos mesmos. As ferramentas que devem ser utilizadas são: um mapa e um HUD (Head Up Display). O mapa é utilizado para pontuar as informações referentes à latitude e longitude e assim apresentar de forma clara a localização do aeromodelo. Já o HUD, ilustado na figura 16, tem a finalidade de facilitar na interpretação da orientação do VANT, representando de forma gráfica a angulação dos movimentos pitch, roll e yaw. Figura 16: Head Up Display (HUD). Fonte: (Andropilot, 2013) 31 A aplicação é desenvolvida para tablets com sistema operacional Android, utilizado o ambiente de desenvolvimento Eclipse com o plugin ADT (Android Developers Tools). Este plugin fornece todos os recursos necessários para o desenvolvimento de uma aplicação Android utilizando a IDE Eclipse. A API utilizada para o mapa da aplicação é a Google Maps Android API v2. Quanto ao HUD, é utilizado o modelo da aplicação open source Andropilot. O uso de um tablet, em vez de um notebook convencional, agrega mobilidade e autonomia a solução, já que um tablet é consideravelmente mais leve e sua bateria possui uma maior duração em relação aos notebooks. O tablet utilizado na solução deste trabalho é o modelo Galaxy Tab 7.0 da fabricante Samsung. A ilustração do modelo e suas dimensões podem ser observadas na figura 17, e o restante das especificações são apresentadas pela tabela 5. Figura 17: Samsung Galaxy Tab 7.0. (Fonte: Samsung, 2013) Tabela 7: Especificações do Tablet Samsung Galaxy Tab 7.0. Parâmetro Especificação Processador Dual-core 1.2 Ghz RAM 1 GB Wireless 3G, Wi-fi e Bluetooth GPS Sim Versão do Android 4.1.2 Jelly Bean Fonte (Samsung, 2013) O sistema operacional Android é uma plataforma para dispositivos móveis, open source, baseada no kernel Linux, desenvolvido pela Open Handset Alliance, liderada pelo Google. Além 32 do sistema operacional é oferecida uma gama de recursos para programação e desenvolvimento. Esses recursos incluem ferramentas desenvolvimento (compiladores, emuladores, etc), bibliotecas, APIs e frameworks. Sua arquitetura é dividida em kernel, runtime, bibliotecas, frameworks e aplicativos, como pode ser visto na figura 18 (Passos, 2009). Figura 18: Arquitetura do Sistema Operacional Android. Fonte: (Hubsch, 2012) 4.5 Considerações Parciais Este capítulo tem como objetivo propor uma solução de hardware/software para voo monitorado, especificando uma rede de sensores sem fio embarcada em um hexarotor, especificando também o protocolo de comunicação e uma aplicação para apresentação dos dados. No capítulo 5, são realizados testes práticos com a finalidade de validação da solução proposta neste capítulo. 33 5. Testes e Resultados Para verificar se o comportamento da solução proposta no capítulo 4 é adequado ao que se espera para este trabalho, é necessária a implantação da solução e a realização de testes práticos, que gerem informações, e que permitam avaliar se os resultados foram positivos ou negativos. Neste capítulo a solução desenvolvida é apresentada, bem como seu comportamento e os resultados obtidos através de testes práticos realizados. Figura 19: Hexarotor com Solução de Sensoriamento Utilizado Neste Trabalho Fonte: (Próprio Autor) A figura 19, apresenta o hexarotor utilizado para os testes. Todos os componentes para sensoriamento, propostos na solução do capítulo 4, estão embarcados. A placa Ardupilot também está embarcada, porém devido ao seu local de instalação, não é possível visualizar a placa na figura 19. Além da solução de sensoriamento, o hexarotor consiste em um frame DJI F550, o frame pode ser identificado como a estrutura branca e vermelha da figura 20. O modelo possui seis rotores DJI 2212/920KV, alimentados por uma bateria lipo, e é equipado com um suporte para câmera GoPro denominado guimbal, além luzes de led para facilitar a identificação da traseira e dianteira do modelo em voo. Para garantir que os dados coletados pelos sensores sejam confiáveis, é fundamental realizar a calibragem dos sensores: acelerômetro e magnetômetro. A calibragem destes sensores pode ser feita através do software de configuração que acompanha a solução Ardupilot. 34 Figura 20: Posições para Calibragem do Acelerômetro. Fonte: (Ardupilot, 2014) Para calibragem do acelerômetro, o software faz instruções para que se posicione o veículo nas posições indicadas pela figura 20. Após a calibragem do acelerômetro, o próximo passo é a calibragem do magnetômetro. Figura 21: Posições para Calibragem do Magnetômetro. Fonte: (Ardupilot, 2014) O processo de calibragem do magnetômetro, é semelhante do acelerômetro. A diferença, é que devem ser feitas rotações suaves no sensor, em cada uma das posições indicadas pela figura 21. Após ajustar corretamente as configurações iniciais dos sensores, já é possível coletar dados, empacotá-los em mensagens do protocolo MAVLink, e enviar as mensagens para aplicação através do link de radiofrequência para telemetria. O protocolo MAVLink é uma biblioteca de mensagens dívidas em: mensagens de telemetria e mensagens de controle. As mensagens possuem um número de ID que identifica exclusivamente cada mensagem do protocolo. Assim os dados coletados pelos sensores são empacotados nas mensagens MAVLink adequadas e enviadas para a aplicação. Através do software da solução Ardupilot, é possível modificar os parâmetros de configuração e definir quais mensagens, e em que frequência estas mensagens são enviadas para a aplicação. Diversos parâmetros de configuração podem ser alterados via software, porém está no escopo deste trabalho, somente os parâmetros relacionados a telemetria. 35 Tabela 8: Parâmetros de Telemetria. Fonte: (Próprio Autor) Cada linha, da primeira coluna da tabela 6, representa um parâmetro de configuração para a telemetria. Cada parâmetro, quando ativo, habilita o envio de determinados tipos de mensagens. O parâmetro sr0_extra1 tem a finalidade de habilitar o envio da mensagem attitude, o parâmetro sr0_position habilita o envio da mensagem global position. As mensagens sys status e vfr hud são habilitadas pelos parâmetros sr0_ext_stat e sr0_extra2, respectivamente. Não é possível definir em qual ordem as mensagens serão enviadas, porém na segunda coluna de cada linha da tabela 6, é possível especificar a quantidade de amostras que serão enviadas por segundo para a aplicação. Assim para as mensagens que contém dados que necessitem de atualização constante, deve ser definido uma quantidade maior de amostras a serem enviadas por segundo para a aplicação. Figura 22: Solução Desenvolvida para Visualização dos Dados Fonte: (Próprio Autor) A figura 22 destaca a aplicação para visualização dos dados em execução, e a solução para acoplar o rádio de telemetria no tablet, utilizando um adaptador para tratar das diferenças entre as conexões. O funcionamento da aplicação consiste em uma thread, executando periodicamente (a cada 100 ms), em background, com a função de fazer leituras 36 no buffer do rádio de telemetria procurando novas mensagens recebidas. As mensagens que são lidas pela aplicação, estão empacotadas, a aplicação então, procura o ID da mensagem no cabeçalho do pacote recebido, para conseguir identificar qual mensagem foi recebida e fazer o cast da mensagem empacotada para a mensagem adequada relacionada aos dados contidos no payload. Após o cast da mensagem, os dados do payload são utilizados pela thread principa para atualização da interface gráfica da aplicação. 5.1 Testes de Validação Para validação da solução desenvolvida, foram realizados três testes práticos em diferentes cenários. Esta seção tem como objetivo apresentar os testes realizados e discutir os resultados obtidos. O primeiro teste, foi realizado no clube de aeromodelismo Aerocircus, na cidade de Joinville-SC. Um clube de aeromodelismo apresenta o cenário ideal para testes de aplicações relacionadas a veículos aéreos, pois é um local de ambiente aberto, o que garante a disponibilidade do sinal de GPS e não possui movimentações de carros e pessoas no entorno, o que garante que os testes aconteçam sem riscos de acidentes. Figura 23: Coleta de Dados no Primeiro Teste. Fonte: (Próprio Autor) Como pode ser observado na figura 23, o primeiro teste, foi realizado com a aplicação em desenvolvimento, e o HUD ainda não havia sido integrado a aplicação. O objetivo deste teste era realizar um voo de trajeto circular e visualizar a trajetória percorrida através dos pontos marcados no mapa a partir do recebimento das coordenadas latitude e longitude. Infelizmente, por questões de inexperiência para operação deste tipo de veículo, e alguns parâmetros mal configurados, o hexarotor apresentou um comportamento inesperado, não ganhando a altitude na tentativa de decolagem. Devido a este imprevisto, pode se observar na figura 23, que todos os pontos de localização foram marcados na pista, quando se tentou decolar, e no box de manutenção. O segundo teste, foi realizado dentro do ginásio de esportes da Udesc Joinville. 37 Figura 24: Coleta de Dados no Segundo Teste. Fonte: (Próprio Autor) Ao final do segundo teste, apresentado pela figura 24, o voo aconteceu sem maiores problemas e o HUD já havia sido integrado, porém como pode se observar na figura 24, alguns pontos foram marcados fora dos limites onde os testes foram realizados, o que demonstra que a eficiência da aplicação é prejudicada em locais fechados, devido a distorções e interferências no sinal de GPS. O terceiro teste, foi realizado no estacionamento do Centreventos Cau Hansan de Joinville. Figura 25: Coleta de Dados no Terceiro Teste. Fonte: (Próprio Autor) A figura 25 apresenta o resultado do terceiro teste, apesar de o teste ter sido realizado em um cenário não ideal, devido a grande movimentação de carros e pedestres no local, foi possível monitorar os pontos percorridos pelo hexamotor e visualizá-los de forma clara no mapa da aplicação. 38 5.2 Considerações Parciais Durante o desenvolvimento deste trabalho, havia se planejado a realização de mais experimentos práticos, além dos testes que foram apresentados neste capítulo. Porém, algumas dificuldades impediram a realização de tais experimentos. A primeira dificuldade foi a troca do veículo aéreo. A montagem do hexarotor, bem como a realização de ajustes e configurações iniciais que permitissem o veículo realizar voos de forma satisfatória, demandou um grande período de tempo. A segunda dificuldade foi encontrar locais apropriados para realizar os testes com segurança, o clube de aeromodelismo Aerocircus, poderia ter sido utilizado mais vezes, porém por se tratar de um clube particular, a utilização do local depende de um convite e agendamento por parte dos sócios. Porém, apesar das dificuldades encontradas, os testes realizados produziram resultados positivos, pois afirmam que a solução proposta no capítulo 4 é valida para se realizar monitoramento de voo, em ambientes abertos, de veículos aéreos não tripulados. 39 6. Considerações Finais Este trabalho desenvolve uma solução baseada hardware e software livres para voo monitorado de veículos aéreos não tripulados, fundamentada nos conceitos apresentados nos capítulos 2 e 3. A solução desenvolvida é útil para os “pilotos” dos veículos aéreos, pois permite acompanhar em tempo real, diversos parâmetros do aeromodelo em voo, como: localização, orientação, velocidade de subida e descida, aceleração e nível de bateria. Todas essas informações, dão suporte ao “piloto”, para que mesmo manualmente, possa se manter o aeromodelo no trajeto e altitude desejada, além de ser possível identificar comportamentos inesperados do aeromodelo em voo. Por um outro lado, a aplicação desenvolvida necessita de algumas melhorias, que por uma questão de tempo não puderam ser implementadas, pode-se destacar de imediato, a necessidade de uma melhor interface gráfica para apresentação dos dados e funções que permitam a análise pós voo de alguns parâmetros, por exemplo, pode ser implementada uma função para exibir um gráfico que permita analisar o comportamento da aceleração ou da altitude em que o aeromodelo se manteve durante todo o voo. Estas questões não foram implementas a tempo devido a algumas dificuldades encontradas, principalmente duas. A primeira dificuldade, foi o tempo gasto para entender questões relacionadas ao Ardupilot, como: parâmetros de configuração, firmwares, calibragem correta dos sensores, etc. O motivo de se gastar mais tempo que o esperado nesta epata, foi o fato do Ardupilot 2.6 ser recém-lançado. O Ardupilot é um hardware livre desenvolvido por uma comunidade, portanto a grande maioria da documentação é relacionada a versões e firmwares anteriores, versões 2.0 e 2.5. A pouca documentação para a versão 2.6, fez com que algumas questões fossem entendidas através do uso diário do equipamento ou através do apoio do professor orientador deste trabalho Ricardo Martins. Assim, no tempo restante após o entendimento de todas as questões relacionadas ao equipamento Ardupilot, o foco foi em desenvolver as funcionalidades básicas de uma aplicação para voo monitorado. A segunda dificuldade, foi a falta de experiência na programação de aplicações para Android. Não foi entendido de forma clara a criação de layouts complexos e customs views, o que afetou negativamente a interface gráfica da aplicação desenvolvida neste trabalho. Porém, apesar destas questões, este trabalho constrói uma base sólida que pode ser utilizada para o desenvolvimento de futuras aplicações, inclusive relacionadas a voo autônomo. A solução desenvolvida já é capaz de monitorar os dados de interesse, o que falta é o sentido inverso, ou seja, a aplicação deve monitorar os dados, recebendo as mensagens da aeronave, processar os dados e retornar mensagens de controle, permitindo assim que todo controle de um VANT possa ser feito diretamente na aplicação. A partir do desenvolvimento de uma solução com autonomia suficiente para controle autônomo de um VANT, surgem inúmeras possibilidades relacionadas ao desenvolvimento de trabalhos futuros. 6.1 Trabalhos Futuros O primeiro trabalho futuro proposto é o desenvolvimento de ground station é uma aplicação que além de monitorar os dados, navegação, o planejamento de missões de voo de forma autônoma, interação entre o operador e o hardware embarcado na aeronave, ou permite que todos os parâmetros de controle e calibragem dos diretamente na aplicação. um ground station. O permite o controle da além de permitir total seja, o ground station sensores sejam feitos 40 Figura 26: Mission Planner. Fonte: (Ardupilot, 2014) A figura 26 ilustra o Mission Planner, este é o ground station que acompanha a solução Ardupilot. O Mission Planner é uma aplicação open source, porém só está disponível para os sistemas operacionais Windows e Mac, surgindo assim a oportunidade do desenvolvimento de um ground station para dispositivos móveis, utilizando o equipamento Ardupilot. Outra questão interessante que poderia ser abordada é o desenvolvimento de um ground station com suporte de controle para múltiplos VANTs, permitindo assim que diversas aeronaves realizem missões de voo de forma autônoma e cooperativa. Figura 27: Ground Station com Duas Aeronaves. Fonte: (Youtube, 2014) A figura 27 é uma captura de tela de um vídeo de um teste realizado para controlar duas aeronaves utilizando o ground station QGroundControl e o protocolo MAVLink, mesmo protocolo utilizado neste trabalho. Uma solução capaz de monitorar e controlar a navegação de múltiplos VANTs, possui inúmeras aplicabilidades nas áreas civil e militar. C oncluindo assim, que a partir da solução desenvolvida neste trabalho, podem ser desenvolvidas novas aplicações inovadoras, que podem trazer reais benefícios a vida das pessoas, visto que a 41 difusão dos veículos aéreos não tripulados ainda é recente, porém a eficiência do uso destes veículos vem se destacando cada vez mais, e os resultados apontam um alto potencial de crescimento no mercado de aplicações relacionadas a veículos aéreos não tripulados. 42 Referências bibliográficas 3D ROBOTICS. UAV Technology. 2013 Disponível em: <http://store.3drobotics.com/products/3dr-radio> AFLS (2013). Autonomous Flight Systems Laboratory. Disponível em <http://www.aa.washington.edu/research/afsl/ > ARDUINO. What Arduino can do. 2013 Disponível em: <www.aduino.cc> ARAUJO, H. Supervisão de Sistemas (Telemetria). Natal – RN, 2009. Instituto Federal de Educação, Ciencia e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus Natal-Central. Disponível em <http://www.dca.ufrn.br/~humberto/Supervisao%20de %20Sistemas/Aula03(SCADA_Telemetria).pdf > ARDUPILOT. ArduPilot Mega. 2013 Disponível em: <www.ardupilot.co.uk> BALAN, W; JESUS, A,C. Aplicação dos recursos tecnológicos da educação. [S.l], 1999, Curso de Comunicação Social – Habilitação em Radio e TV. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Disponível em: <http://www.willians.pro.br/frequencia/> BONDE, I. O Mercado Brasileiro de Telemetria.[S. l.] , 2000. Itelogy Partners. Disponível em: <http://www.teleco.com.br/pdfs/tutorialmtelemetria.pdf > BORENSTEIN, J; EVERETT, H.R; FENG, L; WEHE, D. Mobile Robot Positioning Sensors and Techniques. 1997. Artigo submetido para The Jornal of Robotic Systems, Vol 14, No 4, pp 231 – 249. RDT&E Division, Naval Command, Control and Ocean Surveillance Center San Diego, 1997. Disponível em: <http://www.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a422844.pdf > Acesso em: 23 de setembro de 2013 BYOD. Build Your Own Drone. 2013. Disponível em: <http://www.buildyourowndrone.co.uk/ArduPilot-Xbee-Telemetry-kit-2-4-GHz-p/tel-kit.htm > CAPELARI, N; SILVA, I da. Telemetria Aeronáutica com Envio de Dados Meteorológicos e Informações para Correção Diferencial de Distemas de Rádio-Localização. São Carlos, 2012. Trabalho de conclusão de curso(graduação),Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica, São Carlos-SP, 2012. Disponível em: <http://www.tcc.sc.usp.br/tce/disponiveis/18/180450/tce-16042013142341/publico/Capelari_Natalia_Santa_Barbara.pdf> CIMOLIN, C. A.; ZEFERINO, C. A.; CANCIAN, R. L. Desenvolvimento de uma Plataforma de Sistema Computacional Embarcado para Monitoramento de Dados Remotos. Itajaí, 2004. Trabalho de conclusão de curso (graduação em Ciência da Computação). Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Itajaí, 2004. Disponivel em <http://siaibib01.univali.br/pdf/Carlos 43 %20Cimolin.pdf > COIMBRA, T. R. Regulamentação do Espectro de Radiofrequências – uma Análise Técnica do Modelo Brasileiro. Monografia (Graduação em Engenharia Elérica) – Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Tecnologia. Brasília: Universidade de Brasília, 2006 COUTO, L; OSÓRIO F. Sistema para localização robótica de veículos autônomos baseado em visão computacional por pontos de referencia. São Carlos, 2012. Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP). Universidade de São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/55/55134/tde-04092012110014/publico/leandrocoutorev.pdf> CUCHINSKI, V; SOUZA, G; THUM, A; VERONES, M; SILVA, R. Conceitos Fundamentais Usados no Posicionamento Terrestre. Florianopolis – SC, 2006. Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitario. Disponível em <http://geodesia.ufsc.br/Geodesiaonline/arquivo/cobrac_2006/253.pdf > DOMINGUES, J. M.B.. Quadrotor prototype. Lisboa, Portugal, 2009. Tese de Mestrado, Universidade de Lisboa. DUTRA P; SOUSA, M; ANDRIOLLI G; ALVARES A.; FERREIRA J. NAVMAP: Um Sistema para Navegação por Mapeamento do Robô Móvel Nomad XR4000. Brasília-DF, Florianópolis–SC. 2003. Departamento de Engenharia Mecânica e Mecatrônica, Universidade de Brasília; Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em <www.graco.unb.br/alvares/publicacoes_graco/sbai2003_NavMap.pdf > FASTER F1. Os números impressionantes da telemetria. Disponivel em <http://fasterf1.wordpress.com/2010/12/23/os-numeros-impressionantes-da-telemetria/> Acesso em: 17 de outubro de 2013 FARINES, J-M; FRAGA, J; OLIVEIRA, R. Sistemas de Tempo Real. Florianópolis, 2000. Departamento de Automação e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis–SC, 2000. Disponível em: <http://www.das.ufsc.br/~romulo/livrotr.pdf > FIGUEIREDO, H; SAOTOME, O. Modelagem e Simulação de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) do Tipo Quadricóptero usando o Simulador X-Plane e Simulink. Campina Grande, 2012. Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012 FLITETEST (2012). ArduPilot Mega 2.5. Disponível em: <http://www.flitetest.com/articles/ArduPilot_Mega_2_5 > FONTANARI, A.A Sistema de planejamento e controle de missão de um veículo aéreo não tripulado aplicado em redes de sensores sem fio. Monografia (Engenharia da Computação) – Instituto de Informatica – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2011. FORMIGA, M; MELCHER,E; FECHINE, J. Comunicação de dados para um sistema de telemetria de baixo custo. Campina Grande, 2005, 148 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Ciências e Tecnologia, Coordenação de Pós-Graduação em Informática, Campina Grande–PB, Maio de 2005. Disponível em: 44 <http://docs.computacao.ufcg.edu.br/posgraduacao/dissertacoes/2005/Dissertacao_Ma uricioMarinhoFormiga.pdf> GUIMARÃES, J,P. Controle de Atitude e Altitude para um Veículo Aéreo Não Tripulado do Tipo Quadrotor. Natal-RN, 2012 Dissertação de Mestrado.Universidade Federal do Rio Grande do Norte. GONZÁLES, R; RODRÍGUEZ, F; GUSMÁN J.L; BERENGUEL, M. Comparative Study of Localization Techniques for Mobile Robots based on Indirect Kalman Filter. 2009.Almeria (Spain). Departamento de Lenguajes y Computación, Universidad de Almería. Disponível em: <http://www.ual.es/~rgs927/papers/ramon-gonzalez-isr09.pdf > Acesso em: 22 de setembro de 2013 HATA, A; WOLF, D. Mapeamento de ambientes externos utilizando robos moveis. São Carlos -SP, 2010. Dissertação apresentada ao Instituto de Ciencias Matemáticas e de Computação – ICMC – USP. Universidade de São Paulo. Disponivel em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/55/55134/tde-13072010144634/publico/Dissertacao_Alberto_Yukinobu_Hata.pdf> GUTIÉRREZ, E; FRANÇA, D .Telemetria: Aplicação de Rede de Sensores Biomédicos Sem Fio. Distrito Federal, 2006. xix, 126p., 297mm. Dissertação (Mestrado) em Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica, Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília - Brasília–DF, Agosto de 2006. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2193/1/2006_Eduardo%20Mamani%20Gutierrez.pdf > HOSPITAL PHYSICISTS ASSOCIATION. Pratical Aspects of Non-Ionising Radiation Protection. Conference Report Series – 36, 1982. ITEOLOGY PARTNERS, White Paper: O Mercado Brasileiro de Telemetria. São Paulo – SP, 2002. Disponivel em <http://www.itelogy.com/downloads/tmbr082002.pdf > Acesso em: 14 de outubro de 2013. LEGG, A. Comunicação de Dados: Meios de transmissão – Exemplos Praticos. Santa Maria – RS, 2012. Universidade Federal de Santa Maria. Disponivel em: <http://coral.ufsm.br/gpscom/professores/andrei/Comunicacao/aula_05.pdf > LIMA, L,A; GOLDBARG, M. Computação Móvel. [S. l], 2000. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: <http://www.dimap.ufrn.br/~gold/intro.htm > LINDER, M. Introdução à Robótica Móvel. Petrolina – PE. 2008 I Semana Cientifica, Tecnologica e Cultural. Universidade Federal do Vale do São Francisco. Disponivel em <http://www.univasf.edu.br/~marcelo.linder/palestra1.pdf >. MATTOS, A. de. Telemetria e conceitos relacionados.Uma visão geral dos sistemas de telemetria com ênfase em aplicações aeroespaciais. São José dos Campos–SP: Google Books, 2004. Disponível em: <http://books.google.com.br/booksid=6sLBOUMaFrMC&printsec=frontcover&hl=ptBR&s ource=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. MECATRONICA ATUAL, disponivel em <http://www.mecatronicaatual.com.br> 45 MIYADAIRA, A. N. Microcontroladores PIC18 – Aprenda e Programe em Linguagem C. São Paulo: Érica, 2009. PAULINO, J,O. Radiações eletromagnéticas não ionizantes emitidas pelas antenas fixas de telefonia celular. [S.l], 2001. Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Disponível em : <http://www.higieneocupacional.com.br/download/antenas_celular_paulino.pdf > QGROUND STATION, 2013 Disponível em <www.qgroundcontrol.org> RASI, J A; ALONÇO, A. Desenvolvimento de um veículo aéreo não tripulado para aplicação em pulverização agrícola. Pelotas, 2008. Monografria apresentada ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Rural, Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2012. Disponível em <http://coralx.ufsm.br/laserg/admin/biblio/0605080827_MONOGRAFIA_RASI_2008.pdf> RASPBERRY PI, 2013 Disponível em: <www.respberrypi.org> ROSÁRIO, J. M. Microcontroladores Família PIC – Tutorial. Curso de Mecatrônica. UNICAMP, 2002 RUFINO, N, M, de O. Segurança em redes sem fio. Aprenda a proteger suas informações em ambientes Wi-Fi e Bluetooth. 3a edição, São Paulo, Editora Novatec, 2011. SCR – Seimology Reseach Centre. Techinical Notes: Internet Telemetry. [S. L], 2003 Disponivel em <http://www.seis.com.au/TechNotes/Tn200302B_Inet_Telem.html> SECCHI, H. Una Introducción a los Robots Móviles. Argentina – 2008. Instituto de Automática – INAUT. Universidade Nacional de San Juan – UNSJ. Disponivel em <http://www.obr.org.br/wpcontent/uploads/2013/04/Uma_Introducao_aos_Robos_Moveis.pdf > SICA, C. Sistemas Automáticos com Microcontroladores 8031/8051. 1a. edição, [S. L], Editora Novatec, 2006, 192p. SICHONANY, O; SCHOLOSSER, J F; MEDINA, R: Telemetria e tratamento dados de desempenho de máquinas agrícolas. [S. l.] , 2010. Disponível em: <http://www.gse.ufsc.br/sbiagro/wpcontent/anais/anais/apresentacaoOral/sessao_IV/89495_1.pdf > SILVA, K; MORAIS, A; MORAIS, J; GEDRAITE, R. Hardware para Controle Avançado de Veiículo Aéreo não Triupulado do tipo Quadricóptero. Uberlândia – MG, 2013. Conferência de Estudo em Engenharia Elétrica. Universidade Federal de Uberlândia - UFU SILVEIRA, J,A. Arduino ou Raspberry Pi? 2013, Ordem Natural, programando controles inteligentes. Disponivel em <www.ordemnatural.com.br> SOLBET. Tutoriais sobre programação de microcontroladores: considerações básicas sobre o PIC16F877. Disponível em: <http://www.solbet.com.br> SOMÕES, A. Robótica Móvel. Introdução a Robótica Móvel. [S. L] Universidade Estadual de São 46 Paulo (UNESP). Disponivel em <http://www.gasi.sorocaba.unesp.br/assimoes/lectures/rm/Aula01%20-%20Introducao%20a %20robotica%20movel.pdf > SOUZA, D. Desbravando o PIC. São Paulo, Editora Érica, 2000. SOUSA, R de; MARGI, C. Sensoreamento sem fio em aeromodelos radiocontrolados. São Paulo, 2012. Relatório final de projeto de iniciação cientifica, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP ,2012. Disponível em: <http://www.larc.usp.br/~cbmargi/rodolfo/FapespFinal.pdf >. TELECO, Inteligencia em comunicações. Disponível em <www.teleco.com.br> TOMIC, T; SCHMID, K; LUTZ, P; DOMEL; KASSECKER, M; MAIR, E; GRIXA, I; RUESS, F; SUPPA, M; BURSCHKA, D . Toward a Fully Autonomous UAV. Research Plataform for Indoor and Outdoor Urban Search and Rescue. 2012. IEEE Robotics & Automation Megazine. UBLOX. 2013 Disponível em <www.u-blox.com> WRUCK, R; MARTINS, R. Especificação e Desenvolvimento de uma plataforma para a Orientação de um Robô Móvel Autônomo, Baseada em sensores e redes sem fio. Joinville – 2010. Trabalho de conclusao de curso, Departamento de Ciência da Computação, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Joinville, 2010. Disponível em: <http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-bu/000000/000000000012/000012D7.pdf > VALENTI,M.; SCHOUWENAARSY,T.; KUWATAZ,Y.; FERONX,E.; HOW,J. Implementation of a Manned Vehicle .UAV Mission System. Massachusetts, Institute of Technology. 2004; Disponível em: <http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download? doi=10.1.1.112.5353&rep=rep1&type=pdf > VIDAL, F; ROSA, F. Sistema de Navegação para dirigíveis aéreos não tripulados baseado em imagens. Rio de Janeiro – RJ, 2007. Dissertação de mestrado. Curso de Mestrado em Sistemas e Computação do Instituto Militar de Engenharia. Rio de Janeiro, 2007. VIEIRA, M A; SÁ, J:Sistema deTelemetria para Robôs Móveis.Juazeiro, 2011, xv, 91f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia da Computação) , Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro–BA, 2011. Disponível em: <http://www.univasf.edu.br/~ccomp/monografias/monografia_3.pdf > VIEIRA, M A; SÁ, J:Comunicação via RF.Juazeiro, 2010 .Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro–BA, 2011. Disponível em: <http://www.univasf.edu.br/~gari/futvasf/paginas/download/Apresenta %C3%A7%C3%A3oRF_Manoel%2009-04-2010.pdf > VIKA CONTROLS, Telemetria. [S. L], 2012. Disponível em <http://www.bwinstrumentacao.com.br/wp-content/uploads/2012/10/Telemetria-vika.pdf > VISSOTO JR., D. Transmissão de dados via telemetria: uma opção de comunicação 47 remota.Curitiba – PR, 2004. Universidade Federal do Paraná. ZANCO, W. S. Microcontroladores PIC 16F628A/648A: Uma Abordagem Prática e Objetiva. 1ª ed. São Paulo: Érica, 2005. ZELENOVSKY, R; MENDONÇA, A: Introdução aos sistemas embutidos. [S. l.], 1999. Disponivel em: <http://www.mzeditora.com.br/artigos/embut.htm >