Implicaciones Neonatales del Crecimiento Intrauterino Retardado.
Transcrição
Implicaciones Neonatales del Crecimiento Intrauterino Retardado.
47 Implicaciones Neonatales del Crecimiento Intrauterino Retardado. ARTÍCULO DE REVISIÓN Implicaciones Neonatales del Crecimiento Intrauterino Retardado. Neonatal implication of intrauterine retarded growth. * Dr. Luiz Camaño * Dra. Sandra María Alexandre Ragonesi * Dra. Anna María Bertini RESUMEN La Escuela Paulista de Medicina reporta una incidencia de 4,89% de retardo del crecimiento intrauterino en población abierta, anotando una mayor prevalencia en las épocas extremas de la vida reproductiva. El 60% de los casos con esta patología se lo encontró en mujeres pertenecientes a familias con salario inferior al mínimo, mientras que el índice de desnutrición incluía al 20,91% de las pacientes. El tabaquismo igual o mayor a 20 cigarrillos por día fue un contribuyente en el 21% de los casos; la hipertensión arterial estuvo presente en el 37,25% y la diabetes grave en el 4,5%. El diagnóstico anteparto solo fue posible en el 57,45% de esta serie. El 13,63% de los 110 casos, concluyeron en obito, aún cuando llevaron control pre-natal en el mismo hospital. La corrección de las consecuencias de esta patología se muestra de difícil solución, ya que incluye decisiones multifactoriales que no dependen únicamente de las determinaciones médicas, sino de coberturas políticas y económicas a nivel general. PALABRAS CLAVES: Crecimiento intrauterino retardado. Desarrollo neonatal , ABSTRACT The Paulista School of Medicine reports a 4,89% of retarded intrauterine growth in general population, aiming to a higher prevalence at the beginning and last ages of reproductive life. Sixty per cent of the cases were registered in women with low income while malnutrition rate was described in 20,91% cases. Smoking adiction, equal or greateer to 20 cigarettes daily was present in 21% of women; blood hypertension was in 37,25% of the cases while severe diabetes was in 4,5%. Prenatal detection of this pathology was found only in 57,45% patients in this serie. 13,63% of * Departamento de Obstetricia da Ecola Paulista de Medicina São Paulo, Brasil the 110 cases ended in fetal death although all of them were managed in our hospital with trained professionals. Correction of this problem is of very difficult solution due to diverse political, educational, technical and economical affairs. KEYWORDS: Retarded fetal growth. Neonatal development. INTRODUCCAO O crescimento intra-uterino retardado (CIUR) tem despertado enorme interesse na Obstetricia atual, constituindo- numdos maiores desafios para aqueles que lidam com gestacóes de alto risco. Em azao das aminosas repercussóes que determina na puerperalidade, tomos motivados a estudar de forma prospectiva alguns aspectos destapatologia, valendo-nos da análise de 2.310 partos ocorridos na Escola Paulista de Medicina, noa anos de 1990 e 1991, em que detectamos 110 rasos de crescimento intra-uterino retardado (CIUR). Sua importancia decorre da incidéncia; etiología (amplio espectro de agentes envolvidos, além daqueles aínda desconhecidos); difículdades e defícíéncía diagnósticas e precariedade da terapéutica atual. Além disso, assocía-se a elevados índices de morbidade e mortalídade perinatais. Inúmeros autores como Bard (10) e Faccourt et al (58) referem que o retardo de crescimento pode estar associado a cerca de 25% da mortalidade perinatal, aumento de oito vezes no obituário fetal, acréscimo de sete vezes na mortalidade intra-parto, além de significante incidéncia de complicacóes neurológicas na infancia. Starfield et al (176) e Muller (115) relataram também elevacáo da morbidade e mortalidade infantis. Somando-se a estas estatísticas alarmantes, existe urna frequéncia eleRev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 48 vada de anomalías genéticas, presentes em 9 a 27% dos cados (132). Até 1940, aproximadamente, consideravam-se prematuros todos os recém-nascídos de baixo peso. McBurney (112) observou que alguns deles eram pequeños porque foram imcapazes de ter um crescimento intra-uterino adequado e nao por nascerem precocemente. Cerca de quinze anos após, em 1961, a Organizacáo Mundial de Saúde desvinculou conceitos de baíxo peso ao nascer e prematuridade, passando a relacioná-los á idade gestacional. No mesmo ano, Warkany et al (190), definiram a entidade CIUR, estabelecendo as normas de peso, comprimento e circunsferencia cefálica para as diferentes idades gestacionais. Em 1963, através de estudos anatomopatológicos, Gruenwald (70) estimou que o retardo de crescimento estava presente em um terco dos prematuros e dos neonatos de baixo peso. Em 1967, na Universidade de Colorado (EUS), Battaglia (11) estudando o crecimento fetal entre 26 e 42 semanas de gravidez, elaboraram tabela que relacionava, para cada sexo, o peso ao nascimento com a idade da gestacáo. Para este autores, conceptos cujos pesos se colocavam abaixo do percentil 10 eram considerados pequeños para a idade gestacional (PIG) e, o peso abaixo do terceiro percentil e/ou menor que dois desvios-padráo da média, caracterizava o portador de CIUR severo. Atabela, conquanto ainda emuso, é alvo de contundente críticas. Foi construida com dados recolhidos em populacóes hispano-americanas e indígenas, habitantes de urna cidade situada a 1524 metros acima do nivel do mar, altitude cujo efeito sobre a pressáo parcial de oxigénio contida no ar ambiente e por conseguinte, sobre o peso de nascimento, é bastante conhecido. Sábese que, a cada mil metro acima no nivel do mar, o peso de nascimento dimunue cerca de 100 gramas. Assim, o percentil 10 de Lubchenco corresponde, aproximadamente, ao percentil 3 para comunidades situadas ao nivel do mar. Outrossim, fatores epidemiológicos que sabidamente interferem no peso do recém-nascedo, como idade materna, paridade, raga, estatura paterna e condicóes sócio-económicas, nao toram considerados por Battaglia (11). Outra crítica relevante é que o dianóstico das idades gestacionais fundou-se na data da última menstruacáo, informe que, em 20% das vezes, é incorreto.Por tais razóes, a Organizacáo Mundial de Saúde recomenda que cada populacáo construa sua propia curva de crescimento normal dofeto, como ofizeram Lima et al (99), Matheus (109) e Ramos (147), em nosso meio. Usher et al (184) construíram tabelas com pesos de fetos estudados a nivel do mar, considerando crescimento retardado quando o peso de nascimento era inferior ao terceiro percentil ou a dois desvios-padrao da vida para a idade gestacional. Quarto à termatologia. aplicou-se ao longo do tampo várias desígnacóes aos nascituros pequeños, incluindo unsuficiéncia ou disfuncáo placentária, pequeños para as datas, leves para as data, dismaturos, pseudoprematuridade e, finalmente, pequeños para a idade gestacional, termo utilizado até os dias atuais. As expressóes CIUR e PIG consagradas pelo uso, sáo tidas com sinónimas. Campbell (31) denuncia a imprecisáo de tal nomenclatura, pois PIG indica, meramente, que o feto ou neonato está abaixo de una medida de referencia pre-definida de comprimento ou peso para determinada idade gestacional; enquanto que CIUR traduz a existencia de um processo patológico operando de tal forma a modificar o potencial de crescimento do concepto. Esta distincáo é fundamental para a compreensáo do conceito atual de CIUR, segundo o qual podemos nos deparar frente a recém-nascidos PIG que náo sofreram de CIUR; sao pequeños por influencia genéticas, mas sáo normáis e nao seráo acometidos em seu prognòstico perinatal. Por outro lado, alguns portadores de CIUR náo sao PIG. Assim, um feto com potencial de crescimento que resultaría em peso de 4000 g, no termo, pode, por náo ter sido adequadamente suprido, alcancar somente 3000 g. Pela definicao, este peso de nascimento o inclui entre os neonatos adequados para a idade gestacional, mas, na realidade, ele sofreu desaceleracáo em seu crescimento, em consequéncia a agravo intra uterino e. por conseguinte, será de maior risco perinatal. Portanto, pelo conceito atual, existem os recém-nasados com peso “normal” e que, na realidade, sofreram CIUR. Este grupo receste-se de particular importância, pois nâo é identificado durante ï assistência prénatal, sendo incluido Centre as gestaçoes de baixo risco. Stewart (177) argumenta que existe aquí um grave problema de terminología. Afirma que, na realidade constata-se um processo patológico em que um dos síntomas é o desvío das medídas antropométricas fetais mas que, provavelmente, existem outros, de condícóes ainda desconhecidas. A incídéncia de CIUR depende da populaçâo analisada e dos critéríos de definiçâo e diagnostíco empregados, variando de 2 a 10 Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 49 %, segundo diversos autores (19, 61, 132, 171, 186). Em nosso estudo, como antriormente destacamos, a análíse da frequéncia de CIUR, na populaçâo de gestante atendidas pela clínica obstétrica da Escola Paulista de Medicina, num periodo de dois anos, revelou incídéncia de 4,89%. Dentre os principáis fatores epidemiológicos maternos, envolvidos no crescímento intra-uterino inadequado figuram a idade, raça, condiçâo socio- econónica e antecedentes obstétricos. Spellacy et al (173), Battaglia et al (12), Hulkaet al (77) e Spellacy et al (173), relataram que a baixa idade materna (inferior a 16 años) constitue variável crucial na génese do risco périnatal. Em 1980, dados fornecidos pela “National Center for Health Statistcs” confirmaram que gestantes com menos de 20 anos apresentam maior chance de parturirem fetos de baixo peso. Para explicar tais achados, Naeye (121) aventou hipótese nutricional emque mâe e concepto “competiriam” pelos nutrientes, urna vez que ambos encontram- se em período de crescimento e desenvolvimento. Fatores psicossociaís adversos, que conduzem a adolescente a nao assumír hábitos maternos saudáveis e dudados pre-nataís precoces, poderíam também estar envolvidos, Elster (56) corroborou tal assertiva, comparando gestante na faixa atária entre 16 e 19 anos a grávidas adultas, da mesma condicáo sócío-económica e que se submeteram, igualmente, a acompanhamento Pré-Natal adequado, náo observando acréscimo ao risco perínatal. Wen et al (192) citaram maíor incidencia de CIUR nos extremos da vida reprodutora, ou seja, gestantes com idade inferior a 17 ou superior a 30 anos. E fácil compreender tal ocorréncía entre as mulheres mais ¡dosas, urna vez que, frequentemente sáo multíparas e portadoras de inúmeras intercorréncías clínicas e obstétricas que elevam, sobremanera, o risco de agravo intra- uterino, com prejuízo do crescímento fetal. Em nosso grupo de estudo, observamos achado semelhante a de Wen (192) con maior incidencia de PIG ocorrendo entre adolescentes (até 20 anos incompletos) e pacientes idosas (maís de 40 anos). O fator racial é de análíse complexa, segundo mathais (111), devído á inter-relacáo de outras variáveís, tais como altítude, temperatura ambiente e padráo sócio-económico. Nao obstante, Kroury et al (90), estudando o CIUR entre nascituros portadores de malformacóes, náo notaram diferenca da incídéncia entre brancas e náo brancas. Contrariamente, Wen et al (192) constataram maior frequéncia da patología entre gestantes negras. Na popilacao atendida no Hospital Sào Paulo, durante o periodo de nossa análise, nào detectamos diferenca significativa na incidéncia de retardo de crescimento fetal entre pacientes brancas e nao brancas. O braixo nivel sócio-económico materno foi considerado outro fator de risco para CIUR por Galbraith et al (62) e Miller (114), provavelmente por associacáo indireta a estado nutricional desfavorável, maior incidéncia de intercorréncia clínica sem adequado controle e acompanhamento pré-natal precàrio. Nossa casuística confirmou estes achados, sendo que cerca de 60% das grávidas que parturiram recémnascidos PIG, durante o período de estudo.possuíam “per capita” inferior a um salàrio mínimo. Matheus (110), em Riveiráo Preto (Sao Paulo), comprarando gestante de baixo e alto nivel sócio-económico, pareada quanto a cor, idade, peso, estatura e paridade, todas com concepto único, sem comlicacóes na gravidez e nao fumantes; concluíram que o peso mèdio do grupo sócio-económico menos favorecido foi 352,5 g inferior (diferenca estatisticamente significante), embora a estatura mèdia dos neonatos fora semelhante. Dutrossim, a incidéncia de PIG foi significantemente maior na classe de baixa renda. No que diz respeito aos antecedentes obstétricos, Rickering (152) avaliou a relacáo entre um abortament prèvio e a incidénciade CIUR em gestares subsequentes, nao encontrando relacáo significativa. Este resultado foi tambén obtido em nosso material. Quanto à paridade, Wen (192) narraram maior frequéncia em primíparas. Na polagáo que estudamos, 50,91 % das pacientes cujos neonatos foram PIG, parturiram pela primeira vez. Outro dado epidemiológico de importancia é o risco de recorréncia do CIUR. Para Bakketeig (9) tal evento ocorreu em 25% das vezes. Tejani (180) encontrou taxa de recorréncia de 28%, sendo que este fato ocorreu com maior frequéncia entre as toxémicas graves, hipertensas crónicas e toxicómanas. Wolfe et al (199), em análise de 5738 parto consecutivos, encontraram repetigao do CIUR em 22,4% dos casos, sendo que o risco relativo a popilagáo geral foi de 2,2, quando havia antecedente obstétrico de um PIG e, o dobro, quando a paciente havia parturido dois PIG. Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 50 Em nossa análise, foi impossível a avaliacáo deste fator epidemiológico, posto que a maioria das grávidas pertinentes ao estudo, náo dispunha de informes fidedignos quanto ao peso e idade gestacional de partos anteriores. Inúmeras estatísticas ressaltam que a assiténcia pré-natal cuidadosa influencia, sobremaneira, o desfecho da prenhez. Assim, dados fornecidos pelo National Center of Health Statistics, 1980, demonstraram que gestantes cujo inicio do pré-natal ocorreu no primeiro trimestre, tiveram risco de parturirem neonatos de baixo peso, incluindo prematuros e PIG, de 6,6%, enquanto que aquelas com atendimento mais tardo tiveram esta chance elevada para 21%. Através de alguns parámetros de avaliacáo do tipo de atendimento pré-natal, como o local de sua realizacáo, o número total de consultas e sua distribuicáo durante a prenhez, principalmente na segunda metade, pudemos observar que a qualidade da assisténcia ante-natal, em nosso meio, é, de maneira geral, precária, o que seguramente se reflete na morbidade e mortalidade perinatais. Com o objetivo de triar no período antenatal, aquelas gestantes com maiores possibilidades de desenvolverem CIUR, várias tabelas foram elaboradas com os principáis fatores de risco que incluem desnutriçâo materna prèvia e durante a gravidez, inúmeras intercorréncias clínicas, gestaçôes múltiplas e anomalías genéticas (2, 43, 129). Em 1989, Snidvongs et al (171) elaboraram “score”contendo deis variàveis, o erfazendo total de des pontos. Constituirán seus parámetros: Peso de Nascimento previo inferior a 2500 g, CIUR ou óbito périnatal prévios; Hábitos pessoais - uso de drogas, fumo ou àlcool durante a gravidez; Infecçâo do tracto urinàrio, Ganho ponderal insuficiene entre 28e 38 semanas; Níveis tensionais iguais ou superiores a 140 mmHg de pressáo sistolica e 90 mmHg de distólica, antes de 34 semanas de gestaçào; Para do crescimento ou reduçâo da altura uterina entre 28 e 30 semanas. Em seus resultados apresentaram sensibilidade do método de 91,18% e especificidade de 98,14%. No que diz respeito ao crescimento celular dos órgáos fetais, Winick (1970) descreveu très fases:- Fase de Hiperplasia, em que sucede proporcional incremento de peso, das proteínas e do conteúdo de DNA. - Fase de Hiperplasia e Hipertrofia, na qual ocorre intenso acréscimo do DNA e discreto aumento do peso e do conteúdo de proteínas. - Fase de Hipertrofia, quando náo se observa elevaçâo do DNA, havendo nítido aumento no conteúdo protéico e no peso celular. Dependendo da fase do crescimento fetal atingida pelos factores agressivos, seráo diferentes os efeitos deletérios ao nascituro. Os agentes que incidem sobre a fase embriogénica comprometem predominantemente a hiperplasia celular, enquanto os atuantes sobre períodos mais tardios acometem a hipertrofia celular. Ocorrendo a interaçâo entre dois ou mais factores, pode haver comprometimento de todas as fases de crescimento e desenvolvimento fetais. Consoante o fator causal, e a extensáo do daño ocorrido, Winick (194) classificaram o CIUR em très tipos etiopatogénicos de características clínicas distintas. - Tipo I (intrínseco simétrico, harmónico ou proporcionado): ocorre prejuízo precoce do crescimento fetal, acometendo igualmente o peso, estatura e perímetro cefálico. O desenvolvimento anormal pode serdevido, neste caso, a fatores genéticos, infecçôes fetais, fármacos e radiaçôes ionizantes. - Tipo II (extrínseco assimétrico, desarmónico ou desproporcionado), apresenta comprometimento mais tardio, afetando somente o peso, com preservaçâo da estatura e massa encefálica. A causa é materna, culminando com insuficiéncia vascular place ntária. - Tipo III (extrínseco simétrico, misto): o fator agressor atua durante toda a gestaçào, levando a prejuízo no peso, estatura e massa encefálica do concepto. A etiología é relacionada â desnutriçâo materna crónica grave. As causas de CIUR envolvem ampio espectro, sendo que nao raramente há um imbricamento de diversas etiologías. Os agentes podem ser de origem exclusivamente fetal, materna ou placentáriaque, em última instáncia, atuam da mesma forma, diminuindo o substrato para o feto. Outras vezes, ocorre interrelagSo entre os fatores, ou seja, simultaneamente há substrato limitado e potencial de crescimento fetal reduzido. A maioria das causas determinantes de CIUR incidem após a vigésima oitava semana da prenhez. As que atuam anteriormente relacionam-se, basicamente, a defeitos genéticos ou injúrias embriogénicas. Durante a segunda metade da gravidez, o CIUR associa-se geralmente a urna redugáo dofluxo de nutrientes e/ou de oxigénio. Este fenòmeno tardio pode ser determinado tanto por fatores que causam decréscimo no transporte, através da pla-centa, como pela deficiencia metema em suprí-los. Dentre os ¡números fatores etiológicos envolvidos na génese do crescimento fetal inadequado, destaca-se a hipertensSo arterial Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 51 materna. Embora seja ampiamente conhecido o fato de que a hipertensao arterial, durante a gestacao, atua adversamente sobre o feto, existem ainda grandes dificutíaoes para determinar a etiología eos quadros hipertensivos noa gravidico-puerperal. Quanto ao da incídéncía de CIUR, em gestantes portadoras de molóstia hipertensiva especifica da gravidez (MHEG), existem grandes controvérsias. Long et al (102), em estudo de 2.434 gestantes portadoras de pré- eclámpsia, observaram incidéncia de 8,7% de CIUR, semelhante á encontrada na populacáo geral do hospital (8,6%). Nao obstante, ao analisar a frequéncia do retardo, de acordo com o período em que foi diagnosticado o distúrbio hipertensivo, detectaram maior incidéncia naquele grupo em que a instalado da toxemia foi precoce, ou seja, quando ocorreu previamente á trigésima sétima semana de gestacáo. Constataram que a mortalidade perinatal foi de forma significativamente mais elevada entre as toxémicas complicadas por retardo (29%), contra 6% na quellas com crescimento adequado. Concluíram que o CIUR, na MHEG, é consequéncia de má nutricao intra-uterina por um distúrbio prolongado, e que o retardo, na pré- eclámpsia grave, frequentemente precede a manifestacao da doenca. Lin et al (101) encontraram incidéncia de retardo variável entre 6 a 40% entre as gestacóes complicadas pela toxemia. Afirmaram que a hipertensao arterial mantida, independente de sua etiología, conduzao crescimento fetal inadequado O que difere grandemente é a sobrevida fetal que se encontra relacionada ao processo patológico responsável pela elevacáo dos níveis pressóricos restigando o diagnóstico etiológico da hipertensáo, esses autores estudaram 157 gestantes hipertensas através de biopsia renal e encontraram incidéncia 3 a 4 vezes superior de PIG, prematuros, e óbios perinatais dentre as hipertensas, quando comparadas ao grupo controle. As que apresentaram melhor prognòstico fetal foram aquelas protadoras de nefrosclerose, que se manifesta por quadro de hipertensáo arterial prolongada com auséncia de proteinúria. Inversamente, o pior desempenho fetal ocorreu em casos de glomerulonefrite, nefrosclerose superajuntada à toxemia e pré-eclámpsia em multíparas; todos sáo quadros que apresentam como denominador común alta incidencia de proteinúria (presente em mais de 50% dos casos) e hipertensáo de duragáo prolongada (maior ou igual a 4 semanas). No grupo de hipertensas crónicas com toxemia superajuntada, constataram que as multíparas apresentaram proteinúria maior que as primíparas. Em nosso meio, Mathias (111) referiram que os síndromes hipertensivos sáo responsáveis por cerca de 30% dos casos de CIUR. Numa análise retrospectiva de 98 gestacóes complicadas por distúrbios hipertensivos (incluindo MHEG, hipertensáo arterial crónica e associacáo entre ambas), na Disciplina de Obstetricia da Escola Paulista de Medicina, Taborda et al (1989) encontraram incidéncia global de crescimento fetal inadequado de 10,2%, com mortalidade perinatal de 4,07%. Bittar et al (21 ), em estudo realizado na Universidade de Sao Paulo, avallando 182 gestacóes complicadas por hipertensáo arterial materna e retardo de crescimento do concepto, concluíram que, a hipertensáo crónica foi a mais frequente (53% dos casos), seguida de MHEG (36%) e associacáo entre ambas (11%). Outrossim, o CIUR foi mais grave dentre as gestantes portadoras de hipertensáo arterialcrónica superajuntada á MHEG. Quanto ao tipo de retardo, observaram a seguinte distribuicáo: MHEG (tipo I, 29%; tipo II, 71%); hipertensáo arterial crónica (tipo I, 70%; tipo II, 30%) e na associacáo dos quadros hipertensivos (tipo I, 75%; tipo II, 25%). Em nosso trabalho, constituido por 110 casos de recém-nascidos PIG, os distúrbios hipertensivos maternos estiveram presentes em 37,27% das vezes, com a sequinte distribuicáo: 46,34% de MHEG, 36,59% de hipertensáo arterial crónica superajuntada á toxemia e 17,07% de hipertensáo crónica. Dentre as gestantes hipertensas, em 26,82% dos casos houve associacáo de etiologías a tabagismo, desnutricáo, diabetes, cardiopatia, malformacáo fetal e uso de medicamentos imunossupressores (transplante renal). Classicamente, as infeccóes congénitas sáo citadas como importantes fatores etilógicos do CIUR (1, 88, 158). Em 1978, Knox (93) estimou que as infeccóes intrautrinas sáo responsáveis por cerca de 10% dos casos de retardo, figurando dentre as patologías mais frequentemente envolvidas, a doenca de inclusáo citomegálica, rubéola, toxoplasmose e infeccáo herpética. Seus afeitos adversos dependem de inúmeros fatores, principalmente do período da gestacao no qual a exposicáo ocorreu. Os mecanismos pelos quais as infeccóes congénitas agem desfavoravelmente sobre o crescimento fetal resultam, na maioria das vezes, tanto da invasáo viral do tecido do cencepto, Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 52 como da perturbacáo do fornecimento de substrato por vasculite obliterativa da placenta infectada, ou ainda, por mecanismos imunológicos. O citomegalovirus é o mais prealente, ocorrendo de forma assintomática em 0,4 a 2,4% de todos os recém-nascidos (5, 28, 175). Dentre os neonatos com manifestacao clinica (cerca de 1% das formas congénitas) 41% apresentaram crescimento intra-uterino prejudicado, conforme Pass et al (133). Nestes casos ocorrem, frequentemente, sequelas neurológicas como retardo mental, deficiéncias auditivas, microcefalia, além de hepatoesplenomegalia, ictericia, coriorretinite, atrofia óptica e calcificacóes cerebrais. A toxoplamose tem sua importància no ciclo gravidicopuerperal quando ocorre parasitemia, ou seja, na fase aguda. Sua incidencia nos EVA é de 1/1000 nascidos vivos (175),s endo que 20% dos recémnados portadores da forma congènita sao PIG (188). No Brasil, Souza et al (168) obtiveram incidencia de 0.15%. Quanto à rubéola congènita, Cooper et al (44) relataram que 60% dos casos foram acompanhados de CIUR, sendo que os quadros mais graves apresentavam tambán defeitos cardiovasculares estruturais, microcefalia, surdez, glaucoma e catarata. O herpes virus é na pràtica, urna infeccáo periparto, embora tenham sido descritos raro à caso com malformacóes congénitas associados a CIUR (73). Outras viroses também foram macionada corno possivelmente causadoras de CIUR. Assim, Schweitzer (163) relatou parto prematuro e crescimento fetal insuficiente em casos de hepatite dos tipos A e B; enquanto, Varmer (188) incluiram a varicela como eventual etiología de retardo e infeccáo congènita. Bactérias, protzoàrios e espiroquetas podem, igualmente, estar relacionadas ao CIUR, enumerardo-se corno exemplos a listeriose, tuberculose, sífilis e malària (188). Discordando do conceito clássico, Low (103) e Andreasson et al (6), demonstraram que a infeccáo congénita viral náo é ocorréncia común entre recém- nascidos PIG, em causa importante de CIUR. Em nossa pesquisa, nao foi possível avaliar a incidéncia de retardo de crescimento por infeccáo intra-uterina, por razónes técnicas laboratorias para a confirmacáo diagnóstica. Outras etiologías arroladas entre as causas de crescimento fetal inadequado sáo as malformacóes congénitas, principalmente as cormosómicas (37,91, 148,150); os defeitos do tubo neural, Kolski et al (94); alguns tipos de anomalías cardíacas (98) e varias síndromes dísmórficas (170). Efetuando extensa pesqui- sa, Kroury et al (90) analisaram a relacáo entre malformacáo fetal e CIUR, investigando cerca de 13.074 criancas com anomalías maiores, no período de 1970 a 1984, em um centro especializado de atendimento a defeitos congénitos em Atlanta (EUA). Lograram frequéncia de 22,3% de CIUR entre as criancas malformada, contra 10% da populacáo geral, sendo que o risco do diagnóstico de um defeito maior, durante o primeiro ano de vida, elevou-se de 3,3% entre neonatos sem CIUR para 8% nos portadores de tal intercorréncia. Dentre 48 categorías de defeitos congénitos avahadas, 46 estavam associadas a crescimento fetal insuficiente, sendo as mais frequentes as anomalías cromosómícas (28% das síndromes cromosómicas ligadas ao sexo, 31% dos portadores de trisomia do 21,51% daqueles como trisomia do 13,66% de outras síndromes autosómicas e 84% dos fetos com trisomia 17 e a anencefalia (73,3% dos casos). Poucas anormalidades, como polidactilia isolada, estenose do piloro e luxaçâo congènita do quadril, nào estavam e acionadas a crescimento fetal radequado. Interessante observaçâo foi que a frequência de CIUR aumentou icentudamente, de acordo com a elevaçâo o nùmero de malformaçôes presentes :e 20% entre crianças com dois defeitos, para 60% em recém-nascidos com nove ou mais anomalías. Avallando a etiopatogenia do anomalia fetal e CIURKhoury et =1 (90) subdividiram-na em très categorías: A malformaçâo fetal conduzindo ao CIUR. É mecanismo admissivel para explicar, por exemplo, defeitos cardíacos que alteram a hemodinàmica do feto e amormalidades cromossômicas que ocasionam diversos e intensos dístúrbíos metabólicos. - O CIUR constítuindo estado elevado de suscetibilidade para malformaçâo fetal. Este postulado de Spiers (174) vem sofrendo críticas severas, posto que a génese da maior parte das anomalías fetais ocorre nas prímeiras semanas da gravidez, portanto, previamente ao desenvolvimento do retardo. - O CIUR e a malformaçâo fetal resultam do mesmofatoretiológíco. Tal assertiva é plausível ao se analisarem as inf ecçôes pré-natais e a síndrome fetal pelo àlcool. Argumentam os autores que estes mecanismo nâo sáo mutuamente exclusivos, nem táo pouco explícam e etiopatogenia de todos os casos. Outra duvída intrigante é porque em urna mesma categoria de defeíto, alguns nascíturos desenvolvem o retardo enquanto outros tem crescimento normal. Inferem que provavelmente outros fatores so alizados existem. Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 53 Na popilaçâo que nós analisamos, as malformaçôes fetais foram responsáveis por 10% dos PIG, sendo que as cromossomopatias (trissomias do 13,18 e 21 ) ocorrerám em 40% dos asos. defeitos do tubo neural (hidrocefalia, espinha bifida e meningomielocele) estiveram presente em outros 40%, enquánto que os 20% restantes incluíram anomalías cardíacas, disturbios de extremidades (focomelia) e de aparelho gastrointestinal (gastrosquize). No que conerne ao estado nutricíonal materno, é bem conhecída sua influéncía sobre o peso de nascimento fetal, como destacou Naeye (121). O concepto desnutrido intra-útero é depletado náo só de nutrientes essenciais como de alguns específicos, figurando entre estes o ferro e o ácido fólico. Alguns ensaios em animais, e estudos no homem, sugerem haver um período crítico no desenvolvimento do sistema nervoso central, duranto o qual a denutricáo protéicocalóríca pode ocasionar danos irreversíveis. Wínick (193) classíficou os períodos de desenvolvimento em que se processam híperplasia e hipertrofia celulares, enquanto Dobbing (51) descreveu os intervalos mais vulneráveis, aqueles de crescimento rápido (Growth- spurt), que ocorrem basicamente entre a décima-quinta e vigésima semanas de gestagáo (divisáo celular da glía, mielinizaáo, crescimento axonal e dendritico, estabelecimento de conexóes sinápticas). Em análíse da funcáo dos lipídeos sobre o desenvolvimento fetal, Crawford (45) citou que os ácidos graxos esenciais sáo elementos estruturalmente importantes para o arcabouco celular neuronal e endotelial, bem como para a síntese de prostaciclinas, substáncia hormónio-símile, produzida no endotèlio vascular que tem acáo antitrombótica. Fundamentados nestas informacóes deduziu que a nutricáo materna insuficiente pode levar a urna formacao placentária inadequada, com preju izo da nutricáo e do crescimento tetáis.Reinhardt (149), narraram que a anemia materna interfere negativamente sobre o crescimento do concepto, embora o mecanismo responsável portal ocorréncia náo esteja completamente esclarecido. Sabe-se que nao é relacionado á anemia fetal, que habitualmente inexiste, podendo ser devido á deficiencia de folatos, como relataram Gandy (63), em referéncia ao crescimento inadequado no período neo-natal. Recentemente, tem sido bastante valorizada a influéncia do ganho ponderal materno, no terceiro trimestre, sobre o peso de nascimento fetal. Analisando o valor preditivo do aumento de peso materno inadequado, entre 28 e 32 semanas, na detecgóa de CIUR, Lawton et al (97) estudaram retrospectivamente 158 gestantes, consideradas de baixo risco. Encontraram 30 neonatos (10%) PIG, cujas máestiveram ganho de peso adequado, mas insuficiente entre 28 e 32 semanas. No entanto, observaram grande número de falsos positivos (baixa especifica dade - 33%), deduzindo que este achado clínico deve constituir sinal de alerta para possívelCIUR, e ser avaliado em conjunto com outros elementos clínicos e laboratorias. Uchiyama (183) classificou as gestantes atendidas no pré-natal da Escola Paulista de Medicina, quanto ao estado nutricional, no período de julho de 1987 a dezembro de 1988, encontrando 64,5% de eutróficas, 28,4% de obesas e 7,1% de desnutridas. Ao analisar a relacáo entre obesidade prévia, ganho pondera excessivo durante a prenhez e incidenca de neonatos PIG, comparando com gestantes eutrófica sem gananca excesiva de peso, nao encontrou diferenca estatisticamente significante, com taxa de 6,2% de recém-nascidos pequeños para sua idade. Na casuística dos autores deste trabalho, a desnutricáo prévia e/ou ganho de peso materno insuficiente no decorrer da gravidez relacionou-se ao CIUR em 20,91% dos casos. Quanto aos efeitos adversos do fumo sobre o crescimento fetal, Simpson (166) relatou o peso inferiorde nascimento, entre gestantes tabagistas crónicas. Desde entao, sucessivos estudos vém levantando hipóteses para explicar a fisiopatogenia de tal evento. As principáis incluem alteracóes ultra-estruturais da placenta (8) ; efeito tóxico direto do tabaco (24); lesóes vasculares uterinas permanentes (43) hiperfunsao tireoidiana fetal compensatória à hipóxia crónica (113) e alteracóes do balanco do zinc (42). Nossos resultados, obtidos na Escola Paulista de Medicina, revelaram que 21% das grávidas que parturiram recém-nascidos PIG, eram tabgistas importantes, com consumo diàrio igual ou superior a vinte cigarros. Além disso, em metade dos casos o hábito de fumar esteve associado a patologías maternas, particularmente à hipertensáo arterial, cardiopatia e desnutricáo. No decorrer dos anos, inúmeros autores vém enfatizando a associacáo entre CIUR e uso crónico de àlcool em altas doses (80, 128, 130, 156, 161). Em 1973, Jones et al (80) de Tominaram o conjunto de sinais e sintomas apresentados pelos neonatos de máes alcoólatras de síndrome fetal pelo àlcool. Este Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 54 quadro inclui algumas malformacóes como anomalías de face, deformidades de membros e anormalidades cardíacas, além de baixo peso ao nascimento. Oacompanhamento destas criancas mostrou ocorrer atraso de desenvolvimento psicomotor e de languagem. Os mecanismos exatos pelos quais etilismo conduz ao CIUR introversos incluem acáo teratogénica direta do álcool i acetaldeído (27,52,74); agáo indireta por associacao frequente á desnutrigáo materna (178); alteracóes na fungao de transporte e circulacao placentária (119, 172). No que diz respeito ao uso indiscriminado de drogas, hábito de elevada prevaléncia na atualidade, vem sendo sobejamente descrita a interferéncia prejudicial sobre o crescimento do feto. Análises realizadas em gestantes usuárias de heroína, cocaína, morfina e outros derivados opióides demonstraram associacao significativa com CIUR, além de outras anormalidades como, por exemplo amicrocefaliano casodacocaína (41,71,155). Como estas drogas achem desfavoravelmente sobre o crescimento do concepto, náo é ainda hoje, totalmente esclarecido, mas parece ocorrer acháo multifatorial sobre diferentes órgáos fetais, particular e principalmente, sobre o encéfalo. Nao encontramos número de casos suficientes para análise da etiología do CIUR, relacionada ao uso de álcool e drogas, em nossa populacáo de estudo. Interpretamos tal resultado elaborando duas hipóteses: dentre as gestantes atendidas em nosso servico, estes hábitos sao pouco frequentes ou, por inabilidade da equipe de saúde, náo detectamos estas práticas, que envolvem legislacáo específica e preconceitos sociais. Com relacao á incidéncia de CIUR em gestantes portadoras de diabetes mellitus, sua ocorréncia relaciona-se a casos de evolucao prolongada, quando já existe vasculopatia universal, ou em presenca de malformacóes fetais concomitantes. Em 1981, Pedersen (136) descreveram aexisténciade CIUR precoce na gestante diabética (7 a 14 semanas), detectado pelo ultra-som e associado á maior incidéncia de malformacóes. Em 4,5% de nossos neonatos PIG, na Escola Paulista de Medicina, a parturiente apresentava diabetes mellitus, sendo que em um caso havia vasculopatia universal grave e em outro, múltiplas malformacóes. Outros fatores como os ambientáis, altitudes elevadas conduzindo á hipóxia crónica, doencas vasculares sistémicas, cardiopatias cianóticas, quadros auto-imunes, distúrbios renais crónicos, anemias severas (especialmente as decorrentes de deficiéncia de folatos e hemoglobinopatias), anormalidades de placenta e anexos (incluindo insercáo baixa de placenta), gravidez múltipla e prenhez extrauterina tém sido citados como envolvidos na etiología do CIUR (84,154). Outra causa frequentemente incluida, mas que na realidade nao conduz a CIUR e, sim, a recém-nascido PIG, é o fator constitucional ou genético. Estes neonatos situam-se abaixo do percentil 10 da curva de crescimento considerada normal, mas na verdade nao sofreram agravo intra-uterino, e tampouco apresentam morbidade perinatal. Figuram nesta classificacáo em decorréncia de conceito inadequado, e náo de anormalidade, conforme decrivei Eastman (53) e Simpson (167). Além das etiologías acima enumeradas, é mister ressaltar que cerca de 30 a 40% dos casos permanecem sem causa identificada (19, 100). Em nosso material, esta incidéncia foi de 14,54%. Em estudo retrospectivo de 22 casos com diagnóstico pré-natal de CIUR idiopàtico, ocorridos na Clínica Obstétrica da Escola Paulista de Medicina, Sass et al (160) notaram que, em 63,6% das vezes, o diagnóstico nao foi confirmado posteriormente ao parto, o que demonstrava a necessidade de aprimoramento diagnòstico. Ressalte-se que na época analisada, tal servigo nSo dispunha de dopplervelocimetria, propedéutica de destaque tanto no diagnóstico como seguimento do CIUR. Utilizando a cardiotocografia como princi-pal método para avaliagào da vitalidade fetal, concluíram que tal exame é de alta especificidade, pois n3o se encontrou nenhum resultado falso-negativo. Como pudemos inferir na exposicào dos principáis aspectos etiológicos, a fisiopatogenia do CIUR relaciona-se, em ùltima instància, a alteracóes da disponibilidade, transporte e utilizacao do substrato, podendo ocorrer trés situacóes distintas: a) F o r n e cimento materno-placentàrio reduzido; b) Potencial fetal prejudicado; c) Ambos, potencial fetale fornecimento materno- comprometidos. A intensidade e extensáo do acometimento do neonato depende da època de instalacáo do agravo e do grau de ipóxia experimentado intra-útero. Quanto ao transporte materno-fetal de nutrientes, tem merecido especial esta que a análise dos períodos críticos ia placentacào, cujos estudos mais recentes vém relacionando ao posterior desenvolvimento de CIUR e pré-eclámpsia. Segundo Wolf et al (197), na gravidez norma, as artérias uterinas ramificam-se lateralmente, caminham Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 55 através do tergo extemo do miométrico e dividemse em arténas arqueadas. Estas circundam anteriore posteriormente o útero, paralelamenteà superficie, fazendo anatomoses com as artérias arqueadas contralaterais. Destas, progredindo em ángulo reto, partem as artérias radiadas que percorrem o tergo mèdio e entào se dividem em artérias basais (suprem endomètrio basai) e espiraladas, que irrigam a decidua e o espaco interviloso. Durante o primeiro trimestre de prenhez normal, o citotrofoblasto periférico (extravilositário) invade o leito placentàrido e migra através do segmento decidual das artérias espiraladas (primeira onda de migracào). Deste fenòmeno decorre que as artérias espiraladas perdem suas camadas musculoelásticas, substituidas por material fibrinóide no qual està embebido o trofoblasto, o que reduz a resistència circulatoria na placenta. No segundo trimestre (16 a 20 semanas) ocorre a nova onda de migracào, quando o citotrofoblasto periférico destrói a camada musculoelástica do segmento miometrial das artérias espiraladas, transformadas em artérias úteroplacentárias. Estas alteracóes fisiológicas podem ser incompletas, por ausencia da segunda onda de migracào, com o trofoblasto invadindo apenas a parte de-cidual das artérias espiraladas, permanecendo na porgào miometrial destes vasos o envoltório musculoelàstico. Disto decorrem dois aspectos: A porcào miometrial das artérias espiraladas continua sensível a agentes pressores locáis ou circulantes, que podem ser aqueles envolvidos na toxemia gravídica; Como a perfusào no aspaco intervilhoso está reduzida, poderáo ocorrer trocas inadequadas de nutrientes, condicionando o CIUR e a hipóxia. Wolf et al (197) observaram também aterose aguda as artérias espiraladas, na porcáo decidual do leito placentário, em gestacóes complicadas por CIUR e toxemia. Giles et al (65) assinalaram, no CIUR idiopàtico, reducáo, em número, das arteríolas no sistema vilhoso terciário, dificultando a circulacáo feto-placentária. Esta auséncia de mudancas fisiológicas da placentacao, para Labarrere (96), ocorreria em algumas das artérias espiraladas e em outras náo, havendo concomitáncia de vasos com baixa e alta resisténcia nos casos de pré-eclámpsia, acompanhada ou náo de retardo bem como de PIG idiopáticos. Assim, Khong et al (89) caracterizaram tal quadro por interacáo defeituosa entre a migracáo trofoblástica e os tecidos uterinos, no estabelecimento e desenvolvimento da placenta do tipo hemocorial, levando a injúria endotelial e trombose secundária. Esta mudanca morfológica anormal da placentacao pode ocorrer frente a diversos agentes etiológicos, sendo possível que esta resposta vascular materna inadequada aconteca tanto so o prisma qualitativo como quantitativo, com reducáo do número de artérias útero-placentárias formadas. Além da placentacao deficiente, é encontrado, tambén, tanto na MHEG como no CIUR “idiopàtico”, um desequilibrio no balanco das prostaglandinas, em vários tecidos, conduzindo à vasocontricao e agregacao plaquetária. Tais achados sugerem que exista urna patogenia e fisiopatologia comuns para estas entidades mórbida Com relacao ao diagnóstico do CIUR, que é realizado através de dados clínicos e propedéutica subsidiária, ainda hoje constitue enorme desafio, com falhas que variam de 35 a 77%, segundo diferentes autores (29,181). Os autores deste trabalho, analisando as pacientes que receberam assisténcia pré-natal observaram que o diagnóstico de CIUR anterior ao nascimento foi efetuado, apenas, em 57,45% dos casos, sendo que este índice caiu para 37,25%, quando o acompanhamento ocorreu em outros servicos que oferecem atendimento a nivel primàrio. O quadro clínico incluí mensuracao seriada da altura uterina e seguimento do ganho de peso da gestante. E, 1978, Belizam et al (16) elaboraram urna curva, relacionando crescimento da altura uterina e idade geatacional com os respectivos percentis 10, 50 e 90. Em sua populacao de estudo, obtiveram 86% de sensibilidade e 90% de especificidade do método para o diagnóstico de CIUR. Contrariamente, Daikoku, et al (49) e Person, et al (139), relataram baixa eficiéncia do mesmo, além de considerá-lo diagnóstico tardio. No que diz respeito ao aumento ponderal durante a gravidez, há consenso da estreita relacao existente entre o estado nutricional materno e as condicóes da crianca ao nascer, bem como sobre seu futuro crescimento e desenvolvimento. Antigamente, considerava-se o feto como “parasita”, que retirava do organismo da mae todos os nutrientes de que necessitasse, mesmo quando estes fossem escassos. Hoje, sabe-se que o concepto sofre as caréncias alimentares da gestante e tambén mu ito provavelmente, do periodo pré-conceptacao (157,187). Grávidas sadias e em condicòes normáis de alimentalo aumentam cerca de 15 a 25% sobre o pròprio peso pre- gestacional, ganhando em mèdia 1 Kg ao mès (40). Este ganho subdivide-se em duas partes. A primeira é puramente gravidica, isto ó, composta Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 56 pelo peso feto, liquido amniótico, placenta, membranas e desenvolvimento do útero e mamas. A segunda metade é dependente de modificacóes do organismo materno, corno o aumento do volume sanguíneo, acùmulo de gorduras, reservas protéicas e retencào de liquido intre e extra celular. O ganho ponderai da gestante depende de peso inicial pré-gravidico, conforme enfatizou Ciari et al (40). Ressaltaram, também, que o incremento de peso no final da gravidez, últimas quatro semanas, é de extrema importáncia para o peso de nascimento. Diante do exposto, verifica-se a grande valia d aplicacào de “Curvas Ponderáis de Gestantes Normáis” no acompanhamento pré-natal, identifiando-se paciente previamente desnutridas, com ganho insuficiente ou perda de peso, constituindo importante sinalde aierta para a possibilidadè de CIUR (39). Considerando-se apenas estes parámetros clínicos, diversos autores salientam a precariedade do diagnóstico de CIUR (30,138, 141). O advento da ultrassonografia veio auxiliar sobremaneira a identificacáo do CIUR, através de dados de biometria, avaliacáo do líquido amniótico e da maturidade placentária, além de permitir que se acompanhe o crescimento fetal, nos casos já confirmados (4). O emprego de medicóes seriadas do diámetro biparietal, para deteccáo do CIUR, descrito por Campbell (32), é válido somente nos casos de retardo do tipo simétrico ou naqueles insultos por tempo suficiente para alterar a velocidade de crescimento cefálico. O uso isolado deste parámetro faz diagnóstico, no máximo, em cerca de 50% dos casos (143). Em 1975, Campbell (35) demonstraram que a medida da circunferéncia abdominal do feto permitía boa estimativa de seu peso. O fígado é o órgáo do concepto que primeiro se ressente dos efeitos deletérios do crescimento retardado, poresse motivo, a circunferéncia abdominal reduzida constituí o sinal mais precoce de retardo do tipo assimétrico (87). Náo obstante, medidas isoladas do diámetro biparietal e da circunferéncia abdominal náo conseguem distinguir ofeto portador de CIUR daquele com erro de cálculo da idade gestacional. Tal fato motivou estudos de novos parámetros ul tra-sonográf icos, como propósito de elevar- lhes a sensibilidade. Campbell et al (34) foram os pioneiros a propor a relacáo entre circunferéncia cefálica e abdominal para o diagnóstico de CIUR do tipo assimétrico, situacáo em que ocorre preservacáo dos diámetros cefálicos, com reducáo dos abdominais. Construíram urna tabela contendo os valores normáis de tal relacáo para cada idade gestacional, e sugeriram a presenca de CIUR desproporcionado quando tal relacáo para cada idade gestacional, e sugeriram a presenca de CIUR desproporcionado quando tal relacáo encontrar-se elevada, ou seja, acima do percentil 95%. Quanto á medida do comprimento do fémur, Queenan et al (142), enfatizaram serde enorme valia par determinacáo exata da idade gestacional, além de ser útil na deteccáo e monitorizacáo do CIUR. Descrita por Hadlock et al (72), a relacào- comprimento femural e a circunferéncia abdominal - apresenta as antagens de ser constante entre a vigésima primeirae quadragèsima segunda semanas de gravidez, além de ser independente da idade gestacional, evelando-se índice de fundamental importància quando se desconhece a idade precisa da prenhez. Em nosso meio, Júlio et al (82), estudando tal relacao dentre pacientes de classe sócio-económica inferior, observaram que os resultados obtidos por Kadlock, quando aqui implicados, apresentavan baixa especificidade, pois as medidas do fémur e circunferéncia abdominals dos casos analisados foram nferiores aos encontrados por aquele autor. Devido tais diferencas, propuseram o valor máximo do índice de 24,93 para fetos eutróficos, nesta e em outras populacóes símiles. Fundamentados ñas desventagens da utilizacño do diàmetro biparietal para a estimativa do peso do concepto, como empregado anteriormente por Warsof et al ( 191 ) e Shepard et al ( 164), apresentaram nova fórmula para tal cálculo, relacionando medidas do fémur e cincunferéncia abdominal, com maior aproximacao do peso real do nascituro. Existem várias tabelas de estimativa de peso fetal, mas innúmeros autores, como Júlio (82), recomendam a necessidade de cada centro de ecografia obstétrica conhecer o comportamento da biometria dos conceptos da propia polilacáo e a partir dai, escolher a curva de pesos normáis que mais se adquarem a eia. A avaliacáo da quantidade de líquido amniótico é outro paràmetro ecogràfico de suma importància no CIUR, sendo que sua reducào nào tem fisiopatologia complemente esclarecida. Um dos mecanismos aventados é o da diminucào na producáo de urina e líquido pulmonar fetais, em virtude da redistribuicáo do débito cardíaco do nascituro, induzida pela hipóxia (106, 118,145). E sinal bastante frequente no retardo Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 57 de crescimento, porém de aparecimento tardio (82). A grande dificuldade é a quantificacáo do líquido amniotico, que pode ser efetuada de forma subjetiva, dependente da experiéncia do examinador, como objetivamente, através de medidas de bolsóes ou pelo cálculo do índice do líquido amniótico. Manning et al (106), consideraram oligoidràmnio a inexisténcia de bolsóes de líquido amniótico maiores que 1 cm de diámetro, sendo este valor de 3 cm para Crowley et al (46). Em nosso meio, Amin et al (3) concluíram que o melhor critèrio de oligoidràmnio é o encontro do maior bolsáo com menos de 2 cm, sendo que este critèrio teve 77.7% de sensibilidade e 85,2% de especificidade, em seu grupo de estudo. O índice do líquido amniótico, descrito por Phelan et al (140), é outro método de avaliacáo quantitativa do líqu ido amniótico. É obtido pela somatória das medidas de quatro bolsóes verticais, nos quatro quadrantes uterinos. Valores inferiores a 5 diagnosticam oligohidràmnio, de 5 a 8 sáo valores intermediários. de 8,1 a 18,0 considerados normáis e acima de 18,1, hidrámnio. Outro tema bastante polémico é o valor da aceleracáo da maturidade placentária no CIUR. Para Kazzi (85) e Julio et al 81, este é um critèrio ultrassonográfico útil. Assim, a textura da placenta de fetos com crescimento inadequado é diferente da normal para a mesma fase de gestacao, ocorrendo envelhecimento precoce, detectado so a forma de grandes áreas de calcificacáo. Em nosso meio, Montenegro et al (116), enfatizaram o valor do encontro de placenta grau III (68), antes da trigésima sexta semana, como sinai de alerta importante para a presenga de CIUR. Queenan (142) mencionou ser relevante avaliacào do colume de liquido amniótico em associacào à morfologia placentària, corno elementos que podem auxiliar a diferenciacáo entre o feto PIG daquele portador de CIUR. Assim, o envelhecimento placentário precoce, aliado á diminuicào do líquido amniótico constituem forte indicio de crescimento inadequado e risco fetal. Inversamente, calcificacóes placentárias com quantidade normal de líquido amniótico geralmente indicam que a intervencáo é desnecessária desde que o feto continue a crescer. A ultrassonografia, além de fornecer elementos fundamentáis para o diagnóstico e seguimento do CIUR, também auxilia na avaliacào da vitalidade fetal. O perfir biofisico avalia, ao ultrassom, os movimentos respiratórios e corporais do concepto, tónus fetal e quantidades de líquido amniótico, valendo- se, também, de alteracóes cardiotocográficas. Quando mais de dois destes paramètros estáo alterados, ou seja, com nota igual a zero, confirma-se a presenca de sofrimento fetal (105). Outro método de fácil execugào, rápido e elevada sensibilidade na detecgào de hipfxia no CIUR, é o cálculo da produgSo urinaria fetal, guiado pela ultrassonografia. Campbell, et al (36) descreveram que a medida da bexiga do mascituro em trés dimensóes permitía o cálculo de seu volume. Obtendo-se mensuragóes seriada deste, é possível calcular o débito urinario do concepto (195) Rabinowitz et al (145) reviram os valores normáis deste débito, durante a gestando, com obtengáo de medidas a “e’.a*:rs de 2 a 5 minutos. Obsrvaram, tambén. forte correlagSo entre o débito urináno e os níneis de P02 fetais, no sangue venoso umbilical obtido por cordocentese. Além da ecografía onstétríca, ¡números outros métodos propedéuticos subsidiários tém sido investigados, em busca de aprimoramento diagnóstico do CIUR. Dentre ele citam-se a pesquisa de componentes do líquido amniótico, destacando-se a relagáo lecitina/ esfingomielina (169) e a concentragáo de fosfatidílglicerol (69). Wald et al (189) mostraram que gestantes com concentracóes séricas de alfafetoproteína elevada (trés vezes a nor-mal), apresentavam 5,8 vezes maís nascimentos prematuros e, 4,7 vezes mais baixo peso (inferior a 2500 g), quando comparadas ao grupo controle. Recentemente, Nelson et al (122) relataram que o aumento sérico da alfafetoproteína materna, na ausencia de malformacóes, está associada a condicóes adversas na gravidez, como baixo peso ao nascimento eClUR. Exames bioquímicos maternos também vem sendo amplamente investigados. Avaliando a relacao entre hipoglicemia materna e ocorréncia de eventos fetais desfavoráveis, Raman et al (146), estudaram os níveis glicémicos maternos de jejum, entre a trigésima segunda e sexta semanas de gestacao. Concluíram que, em 60% das grávidas com glicemia abaixo de 45 mg/dl, pode-se prever CIUR. Na literatura nacional, destaca-se o ensaio de Santana, que demonstrou náo haver valor preditivo para CIUR, no encontro de níveis glicémicos matemos, na terceira hora do teste oral de toleráncia à glicose de trés horas (TOTG- 3hs), abaixo dos percenteis 5 e 10. EntreRev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 58 tanto, comprovou que o valor glicémico materno da terceira hora do TOTG-3hs constituí subsidio de valia na predicáo da natimortalidade, nos casos de CIUR (abaixo do percentil 5). Recentemente, evidenciou-se a possível acao reguladora de cations bivalentes, especialmente o magnèsio e o zinco, sobre o crescimento fetal. Nesta linha de pesquisa, Facchinetti et al (57), demonstraramem casos de CIUR, aumento estatisticamente significante dos níveis de magnèsio no líquido amniotico, aventando a possibilidade da utilizacao deste marcador para diagnóstico de tal patologia.A dopplervelocimetria vem surgindo, nos últimos anos, como método diagnóstico precoce do CIUR, além de permitir melhor comprensáo da hemodinámica do concepto e de suas adaptacóes em faceás patologías. Através de medidas diretas do fluxo sanguíneo feto-placentário de forma nao invasiva, permite que esta circulacao seja avahada, particularmente em gestacóes de alto risco (55). Introduzido por Fitzgerald et al (59), o doppler possibilità a detecao da hipoxia com maior precocidade do que as técnicas de monotorizacao utilizadas até entao. Os critérios tradicionais de avaliacao do bem estar fetal correlacionam-se adequadamente com a asfixia, mas o fazem quando já existe comprometimento grave do concepto, enquanto o doppler revela agravo fetal antes de ocorrerem danos irreversíveis (33). No CIUR observa-se elevagao de resistencia na circulagao útero-placentária, detectada ao doppler por redugao da velocidade diatólica final ñas artérias uteroplacentárias, umbilical e aorta descendente fetal (162). Ao’nível da circulacào do nascituro, ocorre fenónemo descrito como centralizacao da circulacào ou afeito protetor cerebral, com redistribuicáo do fluxo sanguíneo para proteger áreas nobres (cérebro, coracao e supra-renais), em detrimento de outras (sistema músculo-esquelético, fígado, pulmóes, bago, intestino e rins), observando-se reducao na resisténcia vascular cerebral (92,196). Desta forma, o doppler revela o sofrimento fetal ainda em sua fase compensada, enquanto outros métodos como o perfil biofisico, ofazem tardiamente, ja no estádio descompensado (117). Schulman et al (162), analisando a relacáo sístole\ diástole da artèria umbilical, por doppler continuo, em gestantes de 25 a 41 semanas, sugeriram que as alteracóes do fluxo umbilical podem preceder em algumas semanas áquelas detectadas rotineiramente pela ultrassonografia, cardiotocografia, exame clínico ou percepcáo de reducáo dos movimentos fetais pela paciente. Gilí et al (66) analisando fluxo venoso umbilical, sugeriram que estas medidas sao valiosas para distinguir fetos portadores de CIUR daqueles pequeños, porém normáis. Superado o entusiasmo inicial, vários autores vém combatendo a utilizacáo do doppler como método de rastreamento do CIUR na popilacao geral. Divon et al (50) afirmaram que a relacáo sístole/diástole da artèria umbilical nao oferece maiora cuidade que a ecografia no diagnóstico de criancas constitucionalmente pequeñas, cujo único problema è o peso ao nascimento, inferior ao pecentil 10, nào poderiam apresentar alteracóes fluxométricas, mas apenas índices anormais no exame biométrico sonográfico. Destarle recém-nascidos que parecem desnutridos, mas cujo peso ao nascer esteve acima do percentil 10 para a idade gestacional, podem apresentar velocimetria anormal, indicativo de CIUR, apesar do peso fetal estimado encontrarse dentro dos limites da normalidade. Por isso, a definicáo de CIUR, baseada unicamente no critèrio de peso ao nascer, pode reduzir a sensibilidade desta medidas indiretas, apesar de haver associacáo verdadeira com a desnutricao fetal. Newnham et al (123), estudando gestante entre 28 e 34 semanas, demonstraram que a ultrassonografia, através da avaliacáo da circunferéncia abdominal e da estimativa do peso fetal, é superior ao doppler no diagnóstico de CIUR, pela baixa especificidade do segundo método. Corroborando tal assertiva, Jacobson et al (78), náo recomendaram o doppler como método de rastreamento para CIUR entre 20 e 24 semanas, por terem observado sensibilidade de apenas 60%, além de alta incidencia de falsos positivos. A grande vantagem do doppler é possibilitar a deteccáo daqueles casos de CIUR com risco elevado de hipóxia. Para estabelecer a probabilidade do feto estar hipoxémico ou acidótico, os melhores parámetros sáo o índice de pulsatilidade da artèria carótida común e a medida da velocidade mèdia da aorta (20). Outro método para avaliacáo da vitalidade fetal é a cardiotocografia anteparto, basai e estimulada. Seu valor prognòstico foi ressaltado por Bertini- Oliveira et al (17), na Escola Paulista de Medicina, onde observou que conceptos com padrao normal obtiveram, em 97% das vezes, índice de Apgar maior ou igual a 7, no quinto minuto, e auséncia de natimortalidade. Quando o padrao foi paRev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 59 tológico, 44% dos recém-nascidos apresentaram escore menor que 7 aos 5 minutos per natal foi de 20%. Considerando, na atualidade como padrao de diagnóstico preoso da asfixia perinatal, destaca-se o estudo direto do equilibrio ácido-básico do concepto em amostras de sangue obtidas por cordocentese (79,108). Nicolaides et al (127), utilizando este exame, avaliaram pela primeira vez o bem estar fetal pela análise bioquímica dos sangues da veia umbilical e do espaco interviloso, emfetode 33 semanas, portador de CIUR simétrico. Desde entao, vários autores, como Pearse et al (135), tém indicado a cordocentese para apontar a época ideal de antecipacáo do parto no CIUR, bem como a identificacáo de possível causa cariotípica, para aqueles casos de grave retardo de crescimento. Avangando em seus estudos, Economides et al (54), puderam demonstrar, através de análise de amostras sanguíneas fetais, alguns distúrbios metabólicos (reducáo da relacáo insulina/ glicose, aumento da relacáo glicina/valina e hipertrigliceridemia) frente a crescimento inadequado que podem, futuramente, auxiliar na terapéutica intra-uterina destes conceptos. Com referéncia aos riscos do procedimento, a literatura é concorde de que sáo aceitavelmente baixos, igualándose aos da amniocentese e muito inferiores aos da fetoscopia (25, 48, 125). O diagnóstico diferencial do CIUR faz-se básicamente com erros no cálculo da idade gestacional e com fetos constitucionalmente pequeños, conforme discutido anteriormente. Valemo-nos básicamente da propedéutica ultrassonográfica, dopplerfluxométrica para procedermos a tal diferenciacao. Se no campo diagnóstico há extraordinária dificuldade, a situacáo torna-se mais angustiante para enfrentar o tratamento do CIUR durante a gestacáo. Pela complexidade do quadro e pelos múltiplos fatores etiológicos envolvidos que isolada ou conjuntamente, agem em sua etiopatogenia, o reconhecerdo crescimento fetal inadequado geralmente é tardio e, praticamente, nao dispomos de nenhum tratamento efetivo que interrompa este processo intra-uterino. No entanto, urna vez confirmado o diagnóstico de CIUR, cabe ao prénatalista a realizacáo de propedéutica complementar na tentativa de esclarecimento da provável causa, avaliacáo da vitalidade fetal e identifícacáo do momento ideal parao parto. Considerando-se que, em 10%dos casos, o concepto portador de CIUR, para o qual nenhum programa antenatal é estabelecido, termina em óbito(14), impóese a necessidade de se iniciar a terapia fetal intraútero. Assinale-se que pesquisas sobre tal tratamento encontram-se em fase inicial e muitas respostas aínda estáo por serem elucidadas, ainda inúmeras tentativas de tratamento intra-uterino do CIUR já foram descritas; todas, porém, com resultados bastante controversos. O motivo de tal insucesso, provavelmente, está no fato de náo se atuar no que realmente é limitante, ou seja, a insuficiencia vascular útero-placentária (60). Entretanto, ñas situagóes em que há redugáo do fluxo útero-placentário por lesóes vasculares graves, fazse mister a utilizacao de outras vias para ministracao de nutrientes, como a intra-amniótica, pioneiramente empregada por Manzanilla et al (107). O feto deglute o líquido amniótico que, após ser absorvido pelo vilo intestinal, penetra na circulacao sem percorrer a placenta. Assim, teóricamente, sería possível nutrir o concepto portador de CIUR, introduzindo substáncías no líquido amniótico.Tal procedimento foi testado por outros pesquisadores que evídenciaram, de maneira índiscutível, o beneficio da ministracao de amnioácidos ao feto através do líquido amniótico (76, 151). Nao obstante, os riscos deste tratamento sao consideráveis, tanto para o lado materno como fetal, o que provavelmente limitou seu emprego. Saling et al (159) praticaram forma original de suprir nutrientes ao feto. Ministraram substancias através do polo inferior do ovo, inserindo no colo do útero diafragma conectado a um cateter, pelo qual introduziram aminosteril. Outra medida amplamente empregada para inúmeras complicacóes na gestacao incluindo CIUR éo repouso materno em decúbito lateral esquerdo. O argumento a favor desta medida é que, o repouso aumentaría o fluxo sanguíneo uterino, por reducao do tónus simpático e liberacáo de catecolaminas endógenas. No entanto, estudos utilizando radioisótopos, demostraram que tal conduta é benéfica para aquelas gravidezes associadas a hipertensao arterial crónica (104). Crowther et al (47) avaliaram, em estudo prospectivo, se a hospitalizacáo para repouso materno preveniria a progressáo da hipertensáo arterial crónica e melhoraria o desempenho perinatal. Concluíram que a internacáo, reduziu o risco de desenvolvimento de hipertensáo severa, mas náo houve melhora no crescimento fetal e morbidade neonatal. Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 60 Incluidas na terapéutica medicamentosa, diversas drogas vasoativas foram propostas para o tratamento intra-uterino do CIUR. Seus resultados, no entanto sáo discutíveis (18). Tem-se ventilado que a admnistragáo oral prolongada de betamiméticos podem incrementar o crescimento fetal, pois foi demonstrado que a ritodrina eleva, significantemente, o fluxo sanguíneo placentário no terceiro trimestre em getacóes complicadas por hipertensáo arterial. Entretanto, o efeito positivo destas drogas sobre o peso fetal em humanos é contestado (26). Nicolaides et al (126), em análise de CIUR severo, no segundo trimestre, com doppler velocimétria da circulacáo fetal alterada e hípóxia, documentada por dados gasimétrícos, concluíram que, nestes casos, a hiperoxigenacáo materna pode beneficiar o concepo, elevando seu P02, prevenindo o óbito intre-uterino e permitindo, assim, que se adié o parto até o feto atingir viabilidade. Em nosso meio, Bertini et al (18) sumarizaram a conduta no CIUR de acordo com o seu tipo. No simétrico, harmónico ou proporcionado, na maioria das vezes, náo há tratamento, constituindo, portanto, o grupo de pior prognóstico, com mortalidade perinatal elevada e, nos casos de sobrevida, associado a sequelas neurológicas de maior gravidade que as dos assimétricos. Nos casos tipo II, assimétrico ou desarmónico, a conduta expectante retringir-se-á ás condicóes materno-fetais e de maturidade. Em situacóes maternas adversas (hipertensáo náo controlável, hemorragia grave) e fetais (anoxia), e também na vigencia da maturidade do concepto, é impositivoa antecipacáo do parto. Optando-se por conduta expectante, quando viável, orientam para minorar os efeitos das patologías maternas, envolvidas no determínismo do CIUR. Na eleicáo da vía de parturicáo, louvam-se na avaliacáo das reservas fetais e ñas condicóes obstétricas. Bittar et al (22) subdividiram, didatícamente, a conduta na gestacáo complicada por CIUR, em: - No segundo trimestre: deve-se inícialmente descartar malformacoes incompatíveís com a vida. Nos casos em que existe urna etiología definida, o tratamento deve ser específico, ou seja, a gestante deve ser desencorajada quanto ao fumo, se for tabagista; receber nutricáo adequada, se for desnutrida e receber tratamento clínico específico, se existir uma doenca materna. Quando a causa ó desconhecida, pode-se realizar a cordocentese para diagnosticar urna possível alteracáo genética ou infeccao congènita. No terceiro trimestre: como, neste período, as causas mais comumente relacionadas ao CIU R estáo associadas á insuficiéncia placentáría, deve-se ficar atento á vitalidade fetal, com realízacáo de cardiotocografia de repouso e estimulada, perfil biofisico fetal, doppler velocímetria e eventualmente, análise direta do equílíbríó ácido-básico através de cordocentese. A avaliacáo da maturidade fetal é realizada, pelos autores, através de amniocentese, indicada com 34 semanas, díante de volume normal de líquido amniotico e, antecipada para 32 a., quando houver oligoámnio. Díante de condicóes patológicas que prejudícam o crescimento fetal, a interrupcäo da gravidez na presenca de maturidade do concepto constitui-se, até o momento, na melhor maneíra de favorecer o prognòstico perinatal, urna vez que a desnutricáo intrauterina é processo evolutivo, melhor combatida com a retirada do nascituro do ambiente hostil em que se encontra. Díante de sofrimento fetal ou por indicacáo materna decorrente de patología com agravamento clínico, impóe-se a antecipacáo do parto, independente da presenca ou náo de maturidade fetal (15, 22). O tratamento profilático do CIUR, relaciona-se ao emprego precoce de terapéutica adequada para determinadas patologías. Entretanto, como já enunciado, em 40% dos casos. Uzan et al (186), em estudo randomizado sobre a eficácia da aspirina em baixas doses e do dipiridamol, na prevencao do CIUR, concluíram por contundente beneficio no emprego da primeira, reduzindo a frequéncia de CIUR e elevando, de forma significativa, o peso de nascimento. Nao houve incremento dos resultados com o uso da associacáo aspirina/dipiridamol. Quanto á assiténcia ao parto, Bittar et al (22) preconizam que ao se optar por via vaginal, deve-se avaliar cuidadosamente a vitalidade fetal, sendo que comprovada boa oxigenagáo do concepto pode-se induzir o parto. Contraindicam o emprego do fórcipes de alivio, se o peso fetal estimado for inferior a 1.500 g, bem como indicam via alta para as apresentagóes pélvicas, cujo peso for inferior a 2.500 g. O clampeomento do cordáo deve ser precoce, logo após o primeiro movimento respiratório fetal, evitando-se a hiperviscosidade sanguínea neonatal. Nageotte et al (124) propuseram a realizacáo de amnoinfusáo profilática, em gestacóes complicadas por oligoidramnia (pós-datismo, CIUR e rotura premaRev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 61 tura de membranas), durante o primeiro e segundo períodos do parto, com objetivo de prevenir desaceleracóes variáveis da frequéncia cardíaca fetal. Embora tenham observado reducao significativa tanto do número como da gravidade das desaceleracóes, náo obtiveram decréscimo ñas indicacóes de cesárea por sofrimento fetal. Referem que a amnioinfucao continua tem como vantagem a diluicao do mecónio espesso, sendo que, na populacao analisada, nao ocorreu nenhum caso de aspiracao de mecónio, embora ele estivesse presente em cerca de 50% dos casos. No que concerne ao prognóstico fetal. A intensidade e extensáo do acometimento do neonato depende do grau de hipóxia experimentado intra-útero, podendo ocorrer encefalopatía hipóxico- isquémica, miocardiopatia, quadros de hipertensao pulmonar grave, enterocolite necrotizante, necrose tubular aguada, policitemia com hiperviscosidade e distúrbios metabólicos (86). Com relacao á mortalidade perinatal, Usher et al (184) referiram cinco vezes mais óbitos entre recémnados PIG quando comparados a AIG, com idade gestacional igual ou superior a 36 semanas. Ounsted et al (131) estudaram 538 PIG, incluindo prematuros e neonatos a termo. Encontraram mortalidade 22 vezes superior entre os PIG portadores de anomalías congénitas maiores, sendo que a incídéncia de malformados foi de 6,9%. Heinonen et al (75), analisando 120 prematuros sem anomalías congênitas, obtiveram aumento significante da morbidade e mortalidade neonatais entre PIG, quando comparados aos AIG da iesma idade gestacional. Arora et al (7), em ensaio realizado-a India, observaram que 2/3 dos nascituros ie baixo peso eram portadores de CIUR. Obtiveram 3% de óbito neonatal, sendo pue as mortes concentraram-se entre recém-nascidos com pesos inferiores a dois desvios-padrâo para a idade gestacional. Em estudo retrospectivo de quinze anos, realizado em hospital universitàrio :e atendimento terciário na Finlàndia, Tenovuo et al (182) notaram que tanto a -.atimortalidade quanto a mortalidade neonatal, de recém-nascidos PIG, decresceram so longo dos anos, provavelmente em recorrênciade melhor assistência materna e périnatal. Outros sim, neste estudo que avaliou 381 casos de CIUR, evidenciaram que o prognostico relativo às malformaçôes nâo se alterou, permanecendo ominoso, advertiram para o fato de que o maior risco perinatal situase entre os PIG com peso nferior ao 2,5 perçentil. Estes, quando comparados aos PIG locados entre os percentis 2,5 e 10, apresen- taram índice de nortalidade très vezes superior. Em sua casuística, Wolfe et al (198), referiram que o SIUR é a segunda causa de mortalidade périnatal, precedida apenas pela prematuridade. Em nosso meio, Bittar et al (21) encontraram mortalidade périnatal de 8.79%, dentre gestantes hipertensas atendidas na Universidade de Sào Paulo; anquanto que Perin et al (137), estimaram esta taxa em 20/1000, na Universidade Federai do Rio de Janeiro, considerando todos os casos de CIUR, independente de sua etiología. Goulart et al (67), em anàlise da morbidade e mortalidade neonatais de 214 casos de CIUR, na Escola Paulista de Medicina, num período de cinco anos, constataram 13,6% de óbitos, com indice de mortalidade de 4,3%. Cerca de 50% das mortes ocorreram antes de 28 dias de vida (período neonatal tardio), constituindo, recém-nados com peso entre 500 e 1000 gramas (63%) e idade gestacional inferior a 33 semanas, os maiores grupos de risco. A principal causa de óbito foi a prematuridade, associada a desconforto respiratòrio (44%) e/ou astixia, seguidos de septicemia (22%), hemorragia intra- craniana (14,8%) e malformacòes congénitas (3,7%). Em nosso estudo, obtivemos 13,63% de óbitos, sendo que 2% deles ocorreram em pacientes que realizaram pré-natal na Escola Paulista de Medicina, enquanto que 80% aconteceram em gestantes que nao tiveram acompanhamento antenatal ou f izeram-no emoutroservico.ressaltando a importáncia do seguimento do CIUR em ínstituícóes de nivel terciário. Os resultados conflitantes dentre os vários ensatos, possivelmente ocorreram pela heterogeneidade das amostras e dos conceitos empregados, sendo bastante difícil a compracáo dos mesmos. As causas de óbito relacionamse tanto à etiología quanto ao tipo de CIUR. Quando simétrico, a morte está ligada mais a anomalías congénitas e infeccóes. Quando do tipo assimétríco, correlacionase a defícíéncias do ambiente ¡ntra-uterino, devido à alta incidéncia de intercorréncías clínicas maternas (179). Quanto ao prognòstico materno, nao há alteracóes pela presenca de CIUR, estando vinculado táo somente ás condicóes clínicas da gestante. Atualmente sabemos que, com diagnóstico precoce, acompanhamento pré-natal criterioso e assisténcia adequada durante o parto e ao recém-nascido, podemos atuar positivamente, diminuindo as alarmantes estatísticas perinatais relacionadas ao CIUR. AdeRev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 62 máis, o avanco das pesquisas no intuito de melhorar a eficiéncia diagnóstica e terapéutica, nos direcionam a perspectivas promissoras, para que num futuro próximo possamos alcancar o objetivo príncipe da medicina perinatal propriciar um crescimento intra-uterino adequado e, quando isto náo for possível, minorar ao máximo a morbidade e mortalidade perinatais. Concluindo, desejamos ressaltar alguns dados por nós apurados na Escola Paulista de Medicina, pois conduzem a consideracoes e meditacóes importantes no sentido do melhor conhecimento desta grave patología que é o crescimento intra-uterino retardado. Assim, julgamos relevante destacar: a) A incidencia de CIUR foi de 4,89%; b) Elevada prevaléncia de CIUR foi encontrada nos extremos da vida reprodutora, ñas adolescentes e idosas; c) Em 60% dos casos de CIUR, a parturiente possuía renda “per capita” inferior a um salário mínimo; d) A desnutricáo materna prévia e o ganho de peso inadequado durante a prenhez estiveram presentes em 20,91% dos CIUR; e) 21% das gestantes eram tabagistas importantes (consumo diário igual ou superior a vinte cigarros); f) No que diz respeito ás intercorréncias clínicas, o CIUR relacionou-se em 37,25% com estados hipertensivos e 4,5% com o diabetes mellitus grave; g) As malformacóes fetais ocorreram em 10% dos casos, destacando-se as cromossomopatias e distúrbios do tubo neural; h) Em 14,54% das vezes, o CIUR permaneceu sem etiología identificada; i) 0 diagnóstico ante-parto foi efetuado, apenas, em 57,45% dos casos; j) Dos 110casos de neonatos PIG, 13,63% foram a óbito, sendo que 20% deles ocorreram em pacientes que realizaram pré-natal. BIBLIOGRAFÍA 1. Ahlfors K, Ivarsson SA, Johnsson T, Svensson I: Congenital and acquired cytomegalovirus infections. Acta Paediatr Scand 67:321,1978 2 Aldestein P, Fedrick J: Antenatal identification of women at increased risk of being delivered of a low birth weight infant at term. Br J Obstet Gynaec 85: 8,1978 3. Amin Jr J, Lima MLA, Chaves Netto H, Reis AFF, Montenegro CAB: Diagnóstico do crescimento intra uterino retardado pela determinacáoqualitativa do volumen do líquido amniótico. J Bras Ginec 96: 217,1986 4. Amin Jr J, Lima MLA, Fonseca ALA, Chaves Netto H, Montenegro CAB: Crescimento intrauterino retardado: diagnóstico e importáncia clínica. J Bras Ginec 97: 7, 1987. 5. Andersen HK, Brostrom K, Hansesn KB: A prospective study of the incidende and significance of congenital cytomegalovirus infections Acta Paediatr Scand 68: 329, 1979. 6. Andreasson B, Svenningsen NW, Nordenfelt E: Screening for viral infections in infants with poor intrauterine growth. Acta Paediatr Scand 70: 673, 1981 7. Aiora NK, Paul VK, Singh M: Morbidity and mortality in term infants with intrauterine growth retardation. J Trop Pediatr 33 186.1987 8. Asmussen I: Ultrastructure of the human placenta at term. Observations on placentas from newborns children of smoking and no-smoking mothers. ActaObstet Gynec 56: 119,1977. 9. Bakketeing LS, Hoffman HJ, Harley EE: The tendency to repeat gestational age and birth weight in sucessive births. Am J Obstet Gynec 135:1086, 1979. 10. Bard H: Intrauterine growtn retardation Clin Obstet Gynec 13: 511,1970 11. Battaglia FC, Lubchenco LO: A practical clas-sification of newborn infants by birthweight and gestacional age J Pediatr 71:159.1967. 12. Battaglia FC, Frazier TM, Hellegers AE: Obstetric and pediatric complications of juvenile pregnancy. Pediatrics 32: 902,1963 13. BeisherNA, Abell DA. Drew A Managment of fetal growth retardation Med J Austr 2 644. 1977 14. Beishner NA, Abell DA, Crew A Intra-uterine growth retardation. In: Shedd J Progress in Obstetrics and Gynaecology, ed Edinburgh, Churchill Livingstone, 1984, p 82-92. 15. Belfort P Crescimento I ntra-Uterino retardado . J Bras Med 46:124, 1984 16. Belizam JM, Villar J, Nardim JC, Malamud J., Vicuna LS: Diagnosis of intrauterine growth retardation by a simple clinical method: mea surement of uterine height Am J Obstet Gynec 131:634.1978 17. Bertini-Oliveira AM. Souza JB de, Santana RM. Moron AF, Guazelli MC, Camano L, Delascio D: Contribicäo ao estudo da cardiotocografia pre-natal, teste sem stress J Bras Med 5:150,1983 18. Bertini AM, Camano L: Tratamento “in utero do concepto com crescimento retardado J Bras Med 56: 57,1989 19. Bertini AM, GoulartAL, AmedAM, Miyoshi MH, Lima F, Kantorowitz CH, Miyasaki CH, Camano L: Maternal causes of intrauterine growth retardation (IUGR): A five-years study Abstracts Book - Xllth European Congress of Perinatal Medicine. Lyon, 1990, p 11-4 20. Bilardo CM, Nicolaides KH, Campbell S: Doppler measurements of fetal and uteroplacental circulations. Relationship with umbilical ve-nous blood gase measured at condocentesis Am J Obstet Gynec 162:115,1990. 21. Bittar RE, Kahale S, Barros ACSD, Zugaib M: Hypertensive disorder in pregnancy and IU RG Clin Exper Hypert88: 201, 1989. 22. Bittar RE, Zugaib M: Conduta no crescimento intra-uterino retardado. Femina 20: 51, 1992 23. Boddy K, Dawes GS, Fisher R, Pinter S, Robinson JS: Fetal respiratory movements. Electrocortical and cardiovascular responses to hipoxaemina and hypercapnia in sheep J Physiol 234: 599, 1974. 24. Bosley ARJ, SibertJR, Newcombe RS: Effects of maternal smoking on fetal growth and nutri-tion Arch Dis Child 56: 727,1981 25. Boulot P, Deschamps F, Lefort G, Sarda P, Mares P, Hedon B, Viala JL, Laffargue F: Pure fetal blood samples obtained by cordoncentesis: Technical aspects of 322 cases Prenat Diagn 10: 93, 1990. Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 63 26. Bretles JP, Renaud R, Gandar R: A double blind investigation into the effects of ritodrine on uterine blood flow during the third trimester of pregnacy Am J Obstet Gynec 124: 164, 1975. 27. Brown NA, Goulding EH, Fabros S: Ethanol embryo toxicity: Direct effect on mammalian embryos in vitro. Science 206: 573,1979. 28. Bryce-Larke RP, Wheatley E, Saigal S: Con-genital cytomegalovirus infection in a urban Canadian community. J Infect Dis 142: 647, 1980. 29. Calvert JP, Crean EE, Newcombe RG, Pearson JF: Antenatal screening by measurement of symphysis-fundus height Brit Med J 285 846, 1982 30. Campbell S: The assessment of fetal develop-ment by diagnostic ultrasound. Clin Perinatal 1: 507, 1974 31. Campbell S: The detection of intrauretine growth retardation In: Sharp F, Fraser RB. Milner RDG: Fetal Growth: Proceedings of the Tweentieth Study Group of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists ed Lon-don, RCOG, 1989 p 251-61. 32. Campbell S, Dewhurst CJ: Diagnosis of the small-for-dates fetus by serial ultrasonic cephalometry Lancet 2: 1002,1971 33. Campbell S, Pearcee JMF, Hacktt G. Cohen- OverbeekT, Hernández C: Qualitative assess mentof uteroplacental blood flow: early screen ing test for high-risk pregnacies Obstet Gynec 68: 649, 1986. 34. Campbell S, Thoms A: Ultrasound measure-ment of fetal head of abdomen circunference in the assessment of growth retardation. Br J Obstet Gynec84: 165, 1977 35. Campbell S, Wilkin D: Ultrasonic measurement of fetal abdomen circunference in the estima-tion of fetal weight Br J Obstet Gynec 82:689, 1975. 36. Campbell S, Wladimiroff JW, Dewhurst CJ: The antenatal measurement f fetal urine pro-duction J Obstet Gynaec Br Commonw 80: 680, 1973. 37. Chen AT. Falek A: Chromosome aberrations in full term low birth weight neonates Hum Genet 21: 13. 1974. 38. Chiswick M: Intrauterine growth retardation. Br Med J 291:845, 1985. 39. Ciari Jr C: Curva ponderal de gestantes normais Folha Medica 68:141,1974 40. Ciari Jr. S, Almeida PAM, Siqueira AAF Relac^io entre o peso da crianga ao nascer, altura materna, idade gestacional e restrigao alimentar em gestantes normais Rev Saude Publ SP 9: 33, 1975. 41. Ciraru-Vigneron N, Rafowicz E, Lung RNT, Brunner C, Barrier J: Toxicomanie et grossesse J Gynec Obstet Biol Reprod 18: 637, 1989 42. Cnattingius S: Does age potentiate the smoking-related risk of fetal growth retardation? Early Human Develop 20: 203, 1989 43. CnattingiusS, AxelsoonO, Eklund G, Lindmark G: Smoking, maternal age and fetal growth. Obstet Gynecol 66: 449, 1985 44. Cooper LZ, Green RH, Krugman S: Neonatal thrombocytopenic purpura and other manifes-tation of rubella contracted in utero Am J Dis Child 110 416. 1965 45. Crawford MA Is there a common denominator between fetal growth retardation and cardio-vascular cisease? Acta Cardiol 44 449,1989 46. Crowley P. O’Herlihy C, Boylan P: The values of ultrasound measurement of amniotic fluid . BrJ Obstet Gynec 91 444, 1984 47. CA Bouwmeester AM, Ashurst HM Does admission to hospital for bed rest prevent disease progression or improve fetal outcome in pregnancy complicated by non-proteinuric hypertension? Br J Obstet Gynaec 99: 13. 1992 48. Daffos F, Capella-Pavtovsky M, Forestier F. Fetal blood sampling during pregnancy with use of a needle guided by ultrasound: A study of 606 consecutive cases. Am J Obstet Gynec 153:655, 1985. 49. Daikoku MH, Johnson JW, Graf C: Patterns of intrauterine growth retardation Obstet Gynec 54: 211, 1979 50. Divon MY, Guidetti DA, Braverman JJ. Obralander E, Langer 0, Merkatz IR Intrauterine growth retardation - a prospective study of the diagnostic value of real-time sonography combined with umbilical artery flow velocimetry Obstet Gynec 72: 611, 1988 51. Dobbing J: The later development of the brain and its vulnerability. In Daves JA, Dobbing J Scientific Fundations of Pediatrics Ed. London. Heineman, 1974 P 565-73 52. Dreosti IE, Ballard FJ, Belling GB. Record IR, Mandel SJ, Hetzel BS: The effect of ethanol and acetaldehyde on DNA synthesis in grow-ing cells and on fetal development in the rat Alcoholism 5: 357,1981. 53. Eastman NJ, Jackson E: Weight relationships in pregnancy. I. The bearing of maternal weight gain and prepregnancy weight on birthweight in full term pregnancies Obstet Gynecol Surv 23: 1003, 1968 54. Economides DL, Nicolaides KH: Possible thera-peutic applications of cordocentesis Am J Obstet Gynec 163: 13667. 1990 55. Eiknes SH, Brubark AC, Ulstein MK: Measurement of human fetal blood flow Br Med J 2:283, 1980. 56. Elster AB: The effect of maternal age, parity and prenatal care on perinatal outcome in adolescent mothers. Am J Obstet Gynec 149 845, 1984. 57. Facchineni F, Borella P, Valentini M, Segre A, Battaglia C, Genazzani Ar: I ntra-uterine growth retardation is associated with increased levels of magnesium in amniotic fluid Eur J Obstet ReprodBiol 32 227.1989 58. Fancourt DE, Drumm JE Non-invasive measurement of human fetal circulation using ultra sound: A new method Br Med J 2 1450 1977 59. Fitzgerald DE, Drumm JE Non-mvasive measurement of human fetal circulation using ultrasound: A new method Br Med J 2:1450,1991 60. Fox H: Placenta and umbilical cord: Ultrassonic demonstration of placental pathology: myth or reality? Ultrasound Obstet Gynec 1:19, 1991 61. Gabbe SG: Intrauterine growth retardation. In: Gabbe SG, Niebyl Jr. Simpson JL: Obstetrics Normal & Problem Pregnacies 2 ed New York, 1991 P 923-8 62. Galbraith RS, Karchmar EJ, Piercy WN The clinical prediction of intrauterine growth retar-dation Am J Obstet Gynec 133 281 1979 63. Gandy G, Jacobson W Influence of folic acid on birthweight and growth of the erythroblastotic infant’s birthweight Arch Dis Child 52 1 1977 64. Gaucherand P, Rigot-Mignon 1, Rudigoz RC Les antiprosRev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 64 taglandines en obstétrique Rev Fr Gynec Obstet 85 557 1990 65. Giles WB, Trudinger BJ, Baird PG Fetal um bilical artery flow velocity waveforms and pla cental resistance Pathological correlation Br J Obstet Gynec 92 31,1985 66. Gill RW, Kossoff G, Warren PS, Garret WJ Umbilical venous flow in normal and compli-cated pregnancy. Ultrasound Med Biol 10 349 1984 67. GoulartAL, Bertim AM, Almeida MFB, Taborda W, Grunsburg R, Nardozza L, Camano L Kopelman Bl : Neonatal morbidity and mortality of small-for-gestational-age infants : A five-years study Abstracts Book Xllth European Con gressof Perinatal Medicine Lyon, 1990 P 11 4 68. Grannum PAT, Bertkowitiz RL, Hobbins JC The ultrasonic changes in maturing placenta and their relation of fetal pulmonic maturity Am J Obstet Gynec Am J Obstet Gynec 133 915, 1979. 69. Gross TL, Sokol RJ, Wilson MV. Kunhert PM Hirsch V: Amniotic fluid phosphatidylglycerol a potencially useful prediction of intrauterine growth retardation Am J Obstet Gynec 140 227, 1981 70. Gruenwald P Chronic fetal distress and placental insuffiency Bio Neonate 5 215 1963 71. Hadded AJ, Siegel SR: Maternal cocaine use during pregnancy: Effect on the newborn infant. Pediatrics 84: 205, 1989. 72. Hadlock FP, Deter Rl, Harrist RB, Roecker E, Park SK A date independent predictor of intrauterine growth retardation: femur lenght/ab- dominal circunference . A J R 141: 979,1983 73. Hanshaw JB: Herpes virus hominis infections in the fetus and the newborn. Am J Dis Child 126:546, 1973. 74. Henderson GL, Patwardhan RV, McLeroy S: Inhibition of placental amnioacid uptake in rates following acuted and chronic ethanol exposure. Alcohol Clin Exp Res 6: 495, 1982. 75. Heinonen K, Matilainen T, Koski H, Launiala K: Intrauterine growth retardation (IUGR) in preterm infants. J Perinat Med 13: 171, 1985 76. Heller L, Halberstadt E, Roemer E: Die intraaminiale aminosaurenfusion. Arch Gynae 214:327, 1972. 77. Hulka JF, Schaaf JT: Obstetrics in adoles-cents: a controlled study of deliveries by moth-ers 15 years of age and under. Obstet Gynecol 23: 678, 1964. 78. Jacobson SL, Imhof R, Manning N. Mannion V, Little D, Rey E, Redman C: The value of doppler assessment of the uteroplacental circulation in predicting pre-eclampsia or intrauterine growth retardation. Am J Obstet Gynec 162: 110, 1990 79. Johnson JWC, Richards DJ, Wagaman RA: The case for routine umbilical blood acid-basic studies at delivery Am J Obstet Gynec 162: 621. 1990. 80. Jone KL, Smith DW, Ulleland CN, Streissgnth AP Pattern of malformation in the offspring of chronical alcoholic mothers. Lancet 1: 1267, 1973. 81. Julio H, Bazzo JMB: Placentografia ultrassönica. Estudo da textura placentaria Rev Bras Ginecol Obstet 5: 79, 1983. 82. Julio H: Crescimento intra-uterino retardado In: Rocha DC, Prando A, Prando D, Cerri GG Ultra-sonografia obstetrica. 2 ed Säo Paulo, Sarvier, 1988, p 247-63 83. Haplinski AK, KurjakA:Thetreatmentofgrowth retarded fetuses with haemodiaslysate (Solcoseryl): ultrasonic control. In: Kurjak A Kossoff G. Recent Advances in Ultrasound Diagnosis. Ed Amsterdan, Excepta Medica, 1984, p 174. 84. Katz AL, Davison JM, Hayslett JP, Singson E, Lindhei- mer MD: Pregnancy in women with kidney disease. Kidney Int 18:192,1980. 85. Kazzi AL: Detection of intrauterine growth retardation : A new use for sonographic placental granding. Obstet Gynec 62: 755, 1983. 86. Kazzi NJ, Poland RL: Neonatal risks associated with intrauterine growth retardation. In: Gross TL. Sokol RJ: Intrauterine Growth Retardation. A practical approach Ed Chicago, Year Book Medical Publishers, 1989, p 25-33 87. Kearney K, Vigneron N, Fnschman P, Johnson WCJ: Fetal weight estimation by ultrasonic measurement of abdominal circunference Obstet Gynec 51: 156, 1978 88. Herzei AH, Brostrom K, Brogard HK: A prospective study on the incidence and signifi-cance of congenital cytomegalovirus infection Acta Pediatr Scand 68: 329, 1979 89. Khong TY, Wolf F de, Robertson WB, Brosens I: Inadequate maternal vascular response to placentation in pregnancies complicated by preeclampsia and small-for-gestational-age infants. BR J Obstet Gynec 93 1049. 1986. 90. Khoury MJ, Erickson D, Cordero JF, McCarthy BJ: Congenital malformation and intrauterine growth retardation: a population study Pediat-rics 82: 83, 1988 91. Kirkinen P, Jouppila P, Herva R: Intrauterine growth and fetal abnormality Acta Obstet Gynec Scand 62:43, 1983 92. Kirkinen P, Muller R, Huch R, Huch A: Blood flow velocity waveforms in human fetal in-tracranial arteries. Obstet Gynec 70:617,1987. 93. Knox JE Influence of infection on fetal growth and development. J Reprod Med 21: 352, 1978. 94. Kolski R, Mane-Garzön F, Seuanez H; Estudio de 56 casos de anencefalia en el Uruguay Arch Pediatr Uruguay 48 209,1977 95. Koops PL. Morgan LJ. Battaglia FC: Neonatal mortality risk in relation birthweight and gesta-tional age update J Pediatr101 969,1982 96. Labarrere C. Althabe 0: Chronic villitis of unknown etology and maternal arterial lesions in pre-adamptx: Eur J Obstet Reprod Biol 20:1, 1985 97. Lawton FG, Mason GC, Kelly KA, Tamsay I, Morewood GA: Poor maternal weight gain be-tween 28 and 32 weeks gestational may pre-dict small-for-gestational-age infants. Br J Obstet Gynec 95: 884,1988. 98. Levy RJ, Rosenthal A, Fyler DC: Birth weight ot infants with congenital heart disease Am J Dis Child 132: 249,1978. 99. Lima Gr, Segre C, Meló E, Okamura N, Donato SB: Curva de crescimento fetal: Relagáo entre o peso ao nascer e idade da gravidez J Bras Ginex 84: 9,1977. 100. Lin CC, Evans Ml: Intra-Uterine Growth Retar-dation: Pathophysiology and Clinical Manage-ment. Ed New York, Me Graw Hill Book Com-pany, 1984, p 10-39 101. LinCC, Lindheimer MD, River P, MoawadAH: Fetal outcome in hypertensive disorders of pregnancy. Am J Obstet Gynec 142:255,1982 102. Long PA, Abel DA, beischer NA: Fetal growth retardation and pre-eclampsia Br J Obstet Gynaec 87: 13, 1980 103. Low JA, Galbraith RS: Pregnancy characteristics of intrauterine growth retardation Obstet Gynec 44: 122, 1974. 104. Lunell NO, Nylund LE, Lewander R, Sarby B, Thornstom S: Utero-placental blood flow in pre-eclampsia measurements with indium- 113m and a computer-linked gamma camera Clin Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 65 Exper Hypert B1: 105, 1981 105. Manning FA, BaskettTF, Morrison I, Lange IF; Fetal Biophysical profile scoring : a prospective study in 1.184 high-risk patients. Am J Obstet Gynec 140: 289, 1981a. 106. Manning FA, Hill IM, Platt LD: Qualitative am- niotic fluid volume determination by ultrasound in detection of intrauterine growth retardation Am J Obstet Gynec 139: 254,1981b. 107. Manzanilla SR, Suárez CM: Alimentation fetal oral intrauterine. Rev Med Isst 4: 625, 1969 108. Martin RW, McColgin SG: Evaluations of fetal oral intrauterine. Rev Med Isst 4: 625.1969. 109. Matheus M, Sala MA: Curva de crescimento ponderal fetal Obstet Ginec Lat Amer 36:1, 1978. 110. MatheusM,SalaMA:Padrones de crescimiento intrauterino: incluencia de fatores étnicos Obstet Ginec Lat Amer 37: 21, 1979 111. Matheus L, Nobile L: Retardo de Crescimento Intra-Uterino. Pediatr Mod 19: 353,1984 112. McBurney RD: The undernourished full term infant: cases reports. Western J Surg 55:363, 1947 113. Meberg A, Marstein S: Smoking during preg- nancyeffects on fetal thyroid function Acta Paediatr Scand 75: 762, 1986 114. Miller HC: Prenatal factors affecting intrauterine growth retardation Clin Perinatol 12: 307, 1985. 115. Muller HC: A model for studing the pathogenesys and incidence of low birth-weight infants Am J Obstet Gynec 137: 323, 1983 116. Montenegro CAB, Amin Jr J, Lim MLA, Reis LMD: A placenta sonuluscente (Grau III): sinal de insuficiencia placentäria Relato de um caso. J Brs Ginec 94: 341, 1984a 117. Montenegro CAB, Amin Jr J, Almeida ML, Lima JR, Rezende J: Crescimento intra-uterino retardado - Importäncia da doppler fluxometria J Bras Ginec 97: 65, 1987 118. Montenegro CAB. Lima MLA, Santos PRF., Amin Jr J, Lima JR, Rezende J: Oligoidramnia diagnöstico ultra-sonogräfico R Bras Ginec 94: 19, 1984b 119. Mukherjec AB, Hodger GB Maternal etanol exposure induces transient impairment of um bilical circulation and fetal hypoxia in monkeys Science 218: 700, 1982 120. Murooka H, Araki T, Shigeta H: New trials of treatment for precention of SFD In: Paper present at the Asia-Oceania Congress of Perinatology Singapore, November 25-28th , 1979. 121. Naeye RL: Weight gain and outcome of preg nancy. Am J Obstet Gynec 135: 3, 1979. 122. Nelson LH, Bensen J, Burton DK: Ourcomes in patients with unusually high maternal serum alpha-fetoprotein Am J Obstet Gynec 157 572, 1987. 123. Newnhan JP, Patterson RL, James IR, Diepeveen BA, Ried SE: An evaluation of the efficacy of doppler flow veloci ty waveform analysis as a screening test in pregnancy Am J Obstet Gynec 162: 403,1990 124. Nageone M, Bertucci L, Towers CV, Lagrew DL, Modanlou H: Prophylatic Amniomfusion in Pregnancies Complicated by Oligohydramnios: A Prospective Study. Obstet Gynec 77: 677, 1991. 125. Nicolaides KH: Cordocentesis. Clin Obstet Gynec 31: 123, 1988 126. Nicolaides KH, CampbellS, BradleyRJ, Bilardo CM, Soothill OW, Gibb D: Maternal oxygen therapy for intrauterine growth retardation. Lancet 1:942, 1987 127. Nicolaides KH, Soothillp PW, Rodeck CH, Campbell S: Ultrasound-guided sampling of umbilical cord and placental blood to assess fetal wellbeing. Lancet 1: 1065, 1986 128. Olegard R, Sabel KG, Aronsson M: Effects of the child of alcohol abuse during pregnancy Acta paediatr Scand 275: 112, 1979 129. Oliva Rodrigues JA, Farnot Cardoso U, Pommier Gomez M, Valdés Vivo P: Evaluación de un sistema de puntuación del riesgo durante la atención prenatal. GinecObstet Méx 39:85 1976. 130. Onellette EM, Rosett HL, Rosman NP: Ad-verse effects on offsprings of maternal alcohol abuse during pregnancy. N Engl J Med 297 528, 1977 131. Ounsted M, Moar V, Scott WA: Perinatal morbidity and mortality in small-for-date babies The relative importance of some maternal fac-tors. Early Hum Dev 5: 367,1981. 132. Oyarzun E: Manejo clínico del retardo de crescimiento intrauterino Bol Esc Med 17:34. 1987. 133. Pass RF, Stagno S, Myers GL: Outcome of syntomatic congenital cytomegalovirus infec-tion : results of long-term longitudinal follow-up. Pediatrics 66: 758, 1980 134. Pearce JM: Effects of Allylestrenol on deteriorating uteroplacental circulation. Lancet 2 1252, 1988 135. Pearce JM, Chamberlain GVP: Ultrasonically guided percutaneous umbilical blood sampling in the manegement of intrauterine growth retardation. Br J Obstet Gynec 94: 318,1987 136. Pedersen J, Molsted-Pedersen L: Early fetal growth delay detect by ultrasound marks increased risk of congenital malformation in diabetic pregnancy. Br Med J 283: 269, 1981 137. Perim SMC, Amim Jr J, Lima MLA, Fonseca ALA, Chaves Setto H, Montenegro CAB Avaliacáo de métodos ultrasonográficos para o diagnóstico do crescimento intra uterino retardado Rev. Latin. Perinat. 13, 1, 1993 138. Persson PH, Marsal K: Monitoring of fetuses with retarded BCP growth Acta Obstet Gynec Scand 78: 49,1978 139. Persson B, Stangenberg N, Lunnell NO: Prediction of size of infants at birth by measure-ment of symphysis fundus height Br J Obstet Gynec 93: 206, 1986. 140. Phelan JP, Ahn MO, Smith CV: Amniotic fluid index measurements during pregnancy J Reprod Med 32: 601,1987 141. Quaranta P, Currel R, Redman CWG, Robinson JS: Perinatal of samll-for-dates infants by mea surement of symphysial-fundal height Br J Obstet Gynec 88: 115,1981 142. Queenan JT: Retardo do crescimento intrauterino. In: Queenan JT Gravidez de Alto Risco Ed Säo Paulo. Manóle 1987 P 495- 509. 143. Queenan JT, O’Brien GD. Campbell S Ultra sound measurement of fetla limb bones Am J Obstet Gynec 138: 297, 1980 144. Queenan JT, Kubarych FS, Cook NL Andreason DG, Griffin PL: Diagnosis ultra-sound for detection of intrauterine growth retardation. Am J Obstet Gynec 124 871, 1976 145. Rabinowitz R, Rosen D, Rosen M, Peters M, Nicolaides K, Campbell S: Fetal urine production is normal and hipoxaemic fetuses Ultrasound Obstet Gynec 1: 67, 1991 146. Raman L, Rad VA, Kumar S Influence of maternal levels of blood glucose on fetal out come. Int J Gynec Obstet 20: 363, 1982 147. Ramos JLA: Avalicáo do CIUR por medidas antropoRev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 66 métricas do recém-nascido Säo Paulo 1983 (tese-Doutorado - Universidade de Säo Paulo). 148. Raticliffe SG: The effect of chromossome abnormalities on human growth Br Med Bull 37 285, 1981 149. Reinhardt MC, Marti HR: Haematological data of African newborns and their mothers in Abidjan Helv Paediatr Acta 33 85, 1978 150. Reisman LE: Chromosome abnormalities and intrauterine growthretardation Paediatr Clin North Am 17:101.1970 151. Renaud R, Vincedon G, Boog G: Injections intra-amniotiques d’acides amines dans les cas demalnutribon foetale. Premiers resultats Eur J Gynec Obstet Biol Reprod 1/3: 231, 1972. 152. Rickering RM Risks of preterm delivery and small-forgestational age infants following abor tion: a population study Br J Obstet Gynaec 92: 1106, 1985. 153. Ritchie JWK, Lakhani K: Fetal breathing move ments and maternal hiperoxia Br J Obstet Gynaec 87: 1084, 1980. 154. Robertson WB, Brosens I, Dixon G Uteroplacental vascular pathology Eur J Obstet Gynec Reprod Biol 5: 47, 1975 155. Rosaty P, Noia G, Conte M, Santis M, Mancuso S: Drug abuse in pregnancy: fetal growth and malformations Panminerva Med 31: 7 1,1989 156. Rosetti HL, Weiner L, Lee A Patterns of alcohol consumption and fetal development Obstet Gynec 61: 539, 1983 157. Rosso P: Nutrition during pregnancy miths and realities Curr Concepts Nutr13 47. 1984 158. Rosso P, Winick M: Intrauterine growth retardation A new systematic approach based on the clinical and biochemical characteristics of this condition J Perinat Med 2: 147, 1974 159. Saling E, Dudenhausen JW, Kynast G Basic investigations about intramniotic compensatory nutrition of the malnourished fetus. In Persianinov LS, Chervakova TV. Prest: Recent progress in Obstetrics and Gynecology Ed Amsterdan. Excerpta Medica, 1973, P 227 38 160. Sass N, Alencar Jr CA, Santos JFK, BertiniAM, Camano L : Crescimento intra- uterino retardado idiopàtico Femina 18: 18, 1990 161. Sakol RJ, Miller SI, Reed S: Alcohol abuse during pregnancy: an epidemiologic study. Al coholism Clin Exp Res 4:135, 1980 162. Schulman H, Fleischer A, Stern W, Farmakidis G, Jagani N, Blattner P Umbilical velocity waverations in human pregnancy. Am J Obstet Gynec 148: 985,1984 163. Schweitzer JL: Infection of neonates and infants with the hepatite B virus. Prog Med Virol 20: 27, 1975 164. Shepard MJ, Richards VA. Berkowitz RL, Warsof SL, Hobbins JC : An evaluation of two equations for predicting fetal weight by ultra sound. Am J Obstet Gynec 142: 47,1982 165. Sherer DM, Abramowicz JS: Possible therapeutic applications of cordo-centesis Am J Obstet Gynec 163: 1366, 1990 166. Simpson JW: A preliminary report on cigarette smoking and incidence of prematurity. Am J Obstet Gynec 73: 808,1957 167. Simpson JW, Lawless RW, Mitchell AC: Responsability of the obstetrician to the fetus II. Influence of pre-pregnancy and pregnancy weight gain on birth weight Obstet Gynec 45 481, 1975 168. Souza LMS de. Pranzetti SM, Schellini S. Trindade CEP: Toxoplasmose congènita: anàlise de 9 casos do ber^àrio do hospital das cllnicas de medicina de Botucatu Rev Paul Pediatr 1 27, 1983 169. Skajaeraasen J: Amniotic fluid phospholipid concentrations in pregnancies with intrauterine growth retardation of the fetus Acta Obstet Gynec Escand 58: 191, 1977 170. Smith DW: Growth deficiency dysmorphic syndrome Postgrad Med J 54:147,1978 171. SnidvongsW, Witoonpanich P. Charoenvidhya D, Tannirandorn Y, Bhongsvej S, Thaitumyanond P. Wiswasukmongkol D: Intrauterine growth retardation Incidence, screening, results, pregnancy outcome J Med Assoc Thai 72: 387,1989 172. Snyder AK, Singh SP, Pullen GL Ethanol induced intrauterine growth retardation correlation with placental glucose transfer Alcoholism 10:167, 1986 173. Spellacy W, Mahan C, Cruz A: The adolescent’s first pregnancy: a controlled study South Med J 71: 768, 1978. 174. Spiers PS: Does growth retardation predispose the fetus to congenital malformations? Lancet 1:312, 1982 175. StagnoS, Reynols DW, Huang ES: Congenital cytomegalovirus infection M Engl J Med 226 1254, 1977 176. Starfield B, ShapirdS, McCormick M, Brass D. Mortality and morbility in infants with intrauterine growth retardation J Pediatr 101: 978, 1983 177. Stewart A : Fetal growth : mortality and morbility. En: Sharp F, Fraser RB, Milner RDG: Fetal Growth: Proceedings of the 20th Study Group of the Royal College of Obstetncians and Gyneacologist. Ed London, RCOG. 1989 P 403-12. 178. Tabakoff B, Hoffman PL: Development of func-tional dependence of ethanol in dopaminergic systems. J Pharmacol Exp Ther 208: 216. 1979. 179. Teberg AJ, Walther FJ, Pena IC: Mortality morbility and outcome of the small-for-gesta- tional-ageinfant. SeminPerinatol 12:84.1988. 180. Tejani NA: Recurrence of intrauterine growth retardation Obstet Gynec 20: 943, 1976. 181. Tejani N, Mann LI: Diagnosis and manage-ment of the small-for-gestational age fetus Clin Obstet Gynec 20: 943,1976 182. Tenovuo A, Kero P, Piekkala P, Horvenranta H, Erkkola R: Fetal and neonatal mortality of small-for-gestational-age infants. EurJ Pediatr 147:613, 1988 183. Uchiyama M: Repercussöes obstétricas e perinatais da obesidade pre-gestacional e do aumento excessivo de peso na gravidez. Säo Paulo, 1990, (Tese-Doutorado-Escola Paulista de Medicina). 184. Usher RH: Clinical and therapeutic aspects of fetal malnutrition. Pediatr Clin North Am 17 169, 1 970. 185. Usher R, McLean F: Intrauterine growth of live born caucasian infants at sea level J Pediatr 74: 901, 1969 186. Uzan S, Beaufils M, Breart G, Bazin B, Capitant C, Paris J: Prevention of fetal growth retarda-tion with low-dose aspirin: findings of Epreda trial. Lancet 337: 1427,1991. 187. VarmaTR: Maternal weight and weight gain in pregnancy andobstetricoutcome. Int J Gyneac Obstet 22:161, 1984 188. Varner MW, Galask RP: Infections causes fetal growth retardation . In: Lim CC, Evans Ml: Intrauterine growth retardation Ed New York McGraw, Hill Book Company, 1984 P 40-5 189. WaldN, Cuckle H, StirratGM: Maternal serum- alphafetoprotein and low-birth-weight Lancet 2: 168, 1977. 190. Warkany JB, Monroe B, Sutherland BS: Intra-uterine growth retardation Am J Dis Child 102 249, 1961. 191. Warsof SL, Gohari P, Berkowitz RL, Hobbins JC: The estimation of fetal weight by computer-assisted analysis. Am J Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013 67 Obstet Gynec 128:881, 1977. 192. Wen SW, Goldenberg RL, Cutter GR, Hoffman, HJ, Cliver SP: Intrauterine growth retardation and preterm delivery: prenatal risk factor in an indigent population Am J Obstet Gynec 162: 213, 1990. 193. Winick M: Celular growth in intrauterine malnutrition. Pediatr Clin North Am 17: 69, 1970 194. Winick M, Brasel JA: Effects of prenatal nutrition upon pregnancy risk. Clin Obstet Gynec 16: 1, 1973 195. Wladimiroff JW, Campbell S: Fetal urine pro-duction rates in normal and complicated preg-nancy. Lancet 1: 151, 1974 196. Wladimiroff JW, Wijngaard JAGW, Degani S, Noordam MJ, Eick J, Tongue HM: Cerebral and umbilical arterial blood flow velocity wave-forms in normal and growth-retarded pregnan-cies Obstet Gynec 69: 705,1987. 197. Wolf F de, Brosens I, Renaer M: Fetal growth retardation and the maternal arterial supply of the human placenta in the absence of sustained hipertention. Br J Obstet Gynec 87 678, 1980 198. Wolfe HM, Gross TM: Increased risk to the growth retarded fetus In: Gross TM. Sokol RJ: Intrauterine growth retardation. Ed Chicago, year Book Medical Publisher, 1989, p 11-24 199. Wolfe HM, Gross TM, Sokol RJ Recurrent small-for-gestational-age birth. Am J Obstet Gynec 157: 288, 1987 Dirección del autor Dr. Luiz Camaño Rua Ferreiro Caneca, 1212, 4 and, 01307-003 Sao Paulo. Brasil Rev. Latin. Perinat. 16 (1) 2013