análise de um programa de controle de biofilme dental em
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análise de um programa de controle de biofilme dental em
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO Curso de Odontologia ISAAC AUGUSTO RESENDE COELHO LEONARDO DE OLIVEIRA MAIA DOS SANTOS ANÁLISE BIOFILME DE DENTAL UM PROGRAMA EM PACIENTES DE CONTROLE COM DE INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) – COMPARAÇÃO ENTRE CONTROLE QUÍMICO-MECÂNICO COM USO DE CLOREXIDINA E CONTROLE MECÂNICO NOVA FRIBURGO 2016 ISAAC AUGUSTO RESENDE COELHO LEONARDO DE OLIVEIRA MAIA DOS SANTOS ANÁLISE DE UM PROGRAMA DE CONTROLE BIOFILME DENTAL EM PACIENTES COM DE INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) – COMPARAÇÃO ENTRE CONTROLE QUÍMICO-MECÂNICO COM USO DE CLOREXIDINA E CONTROLE MECÂNICO Monografia apresentada a Universidade Federal Fluminense/ Instituto de Saúde de Nova Friburgo, como Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Odontologia. ORIENTADOR: PROFA. DRA. FLÁVIA MAIA SILVEIRA CO-ORIENTADOR: PROFA. DRA ANDRÉA VIDEIRA ASSAF Nova Friburgo 2016 C672a Coelho, Isaac Augusto Resende Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI): comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico. / Isaac Augusto Resende Coelho ; Leonardo de Oliveira Maia dos Santos ; Profᵃ. Drᵃ. Flávia Maia Silveira, orientadora ; Profᵃ. Drᵃ. Andréa Videira Assaf, coorientadora. -- Nova Friburgo, RJ: [s.n.], 2016. 69f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Saúde de Nova Friburgo, 2016. 1. Saúde bucal. 2. Biofilme dentário. 3. Unidade de terapia intensiva. I. Santos, Leonardo de Oliveira Maia dos. II. Silveira, Flávia Maia, Orientadora. III. Assaf, Andréa Videira, Coorientadora. IV. Título. CDD M617.602 ISAAC AUGUSTO RESENDE COELHO LEONARDO DE OLIVEIRA MAIA DOS SANTOS ANÁLISE DE UM PROGRAMA DE CONTROLE DE BIOFILME DENTAL EM PACIENTES COM INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) – COMPARAÇÃO ENTRE CONTROLE QUÍMICO-MECÂNICO COM USO DE CLOREXIDINA E CONTROLE MECÂNICO Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Fluminense/Campus Nova Friburgo Federal Universitário como Trabalho de de Conclusão do Curso de graduação em Odontologia. Aprovado em: 23/03/2016 Banca Examinadora Profª. Drª. Flavia Maia Silveira Instituição: UFF Profª. Drª. Andréa Videia Assaf Instituição: UFF Prof. Dr. Helvécio Póvoa Instituição: UFF Nova Friburgo 2016 “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena” Seu Madruga RESUMO Em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), as condições de higiene oral costumam ser precárias e há uma estreita relação entre o biofilme dental e o comprometimento sistêmico do individuo, por conta dos microrganismos patogênicos presentes no mesmo. Este estudo clínico piloto teve como objetivos realizar a avaliação das condições clínicas de saúde bucal e a análise quantitativa dos microrganismos da cavidade oral de 4 pessoas com intubação orotraqueal internadas na unidade de terapia intensiva do Hospital Raul Sertã – Nova Friburgo/RJ. A amostra foi dividida em Grupo I, no qual recebeu protocolo da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) com remoção químico-mecânica de biofilme e Grupo II, que recebeu protocolo de remoção mecânica de biofilme. Foi realizado exame clínico-laboratorial antes, após 48 horas e após 5 dias da realização do plano de intervenção. Observou-se que: os microorganismos mais frequentemente identificados na amostra inicial foram Cocos Gram Positivos, seguidos por Klebsiella spp; todos os participantes apresentaram score 0 no índice de biofilme visível após 24 horas de intervenção; em ambos os grupos houve redução significativa na contagem total de microrganismos, com uma pequena vantagem para o grupo que recebeu apenas a higienização mecânica; o grupo II apresentou melhor resultado frente à prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. O estudo sugere, através da redução de microrganismos totais em ambos os protocolos aplicados, que a atenção à higiene bucal é uma ferramenta importante para reduzir o índice de biofilme visível e para impedir a colonização de patógenos respiratórios na orofaringe de pacientes sob cuidados intensivos em hospital. Palavras-Chave: Saúde Bucal, Clorexidina, Unidade Intensiva, saúde bucal, biofilme dentário, odontologia, hospital de Terapia ABSTRACT In an intensive care unit (ICU), oral hygiene conditions are often precarious and there is a close relationship between dental biofilm and systemic commitment of the individual, because of the pathogenic microorganisms present in the same. This pilot clinical study aimed to carry out the evaluation of the clinical conditions of oral health and the quantitative analysis of microorganisms of the oral cavity of 4 people with orotracheal intubation admitted in the intensive care unit of the Hospital Raul Sertã-Nova Friburgo/RJ. The sample was divided into Group I, in which he received AMIB Protocol (Brazilian Association of critical care medicine) with chemical-mechanical removal of biofilm and group II, mechanical removal of biofilm Protocol. Clinical laboratory examination was performed before, after 48 hours and after 5 days of the completion of the intervention plan. It was observed that: the microorganisms most frequently identified in the initial sample were Gram Positive Coccus, followed by Klebsiella spp; all participants have submitted 0 score on the index of visible 24 hours after biofilm; in both groups there was a significant reduction in the total count of microorganisms, with a small advantage for the group that received only the mechanical cleaning; Group II presented best result front to prevent ventilator associated pneumonia. The study suggests, through the reduction of total micro-organisms in both protocols applied, that attention to oral hygiene is an important tool to reduce the rate of visible biofilm and to prevent colonization of respiratory pathogens in the oropharynx of patients under intensive care in hospital. Keywords: Oral health, Chlorhexidine, intensive care, dental health, dental biofilm, dentistry, hospital LISTA DE TABELAS Tabela 4.1 Agentes microbiológicos encontrados nas amostras ............. 39 Tabela 4.2 Contagem de microrganismos totais ...................................... 39 Tabela 4.3 Contagem de microrganismos totais de pacientes excluidos . 39 Tabela 4.4 Indice de biofilme ................................................................... 39 LISTA DE ABREVIATURAS PAVM – Pneumonia associada a ventilação mecânica UTI – Unidade de Terapia Intensiva AMIB – Associação de Medicina Intensiva brasileira SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 12 2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................... 13 2.1 ATENÇÃO A SAUDE BUCAL NA UTI ............................................................................. 13 2.2 MICROBIOTA DA CAVIDADE ORAL NORMAL E ADQUIRIDA APÓS INTUBAÇÃO .......... 15 2.3 FATORES MODULADORES .......................................................................................... 17 2.3.1 Saliva ...................................................................................................................... 17 2.3.2 Fluido gengival........................................................................................................ 18 2.3.3 Descamação epitelial ............................................................................................. 18 2.3.4 Dieta ....................................................................................................................... 18 2.3.5 Qualidade da higiene bucal .................................................................................... 19 2.3.6 Alterações hormonais ............................................................................................ 19 2.3.7 Doenças .................................................................................................................. 19 2.4 DOENÇAS RELACIONADAS AO DÉFICIT OU AUSÊNCIA DE HIGIENE ORAL EM UTI ...... 20 2.5 TÉCNICAS UTILIZADAS PARA REALIZAR O PROCEDIMENTO DA HIGIENE BUCAL ........ 21 2.5.1 Intervenções farmacológicas ................................................................................. 22 2.5.2 Intervenções mecânicas ......................................................................................... 23 2.5.3 Intervenções combinadas ...................................................................................... 23 2.6 SOLUÇÕES MAIS UTILIZADAS NA REALIZAÇÃO DE HIGIENE BUCAL ............................ 24 2.6.1 Dentifrícios ............................................................................................................. 24 2.6.2 Enxaguatórios bucais.............................................................................................. 24 2.6.3 Antibióticos ............................................................................................................ 26 3 MÉTODOS E ANALISES DOS RESULTADOS .............................. 27 3.1 ASPECTOS ÉTICOS ...................................................................................................... 27 3.1.2 Benefícios ............................................................................................................... 28 3.1.3 Riscos ...................................................................................................................... 29 3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO ..................................................................................... 30 3.2.1 Tipo de Estudo ........................................................................................................ 30 3.2.2 Local de realização ................................................................................................. 30 3.2.3 Amostra .................................................................................................................. 31 3.2.4 Coletas de dados .................................................................................................... 32 3.2.5 Avaliação clínica ..................................................................................................... 32 3.2.6 Transporte .............................................................................................................. 33 3.2.7 Análise Microbiológica ........................................................................................... 33 3.3 IMPLEMENTAÇÃO DOS PROTOCOLOS PROPOSTOS ................................................... 35 4 RESULTADOS ............................................................................... 38 5 DISCUSSÃO................................................................................... 40 6 CONCLUSÃO ................................................................................. 43 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 44 ANEXO ................................................................................................... 48 1 INTRODUÇÃO De acordo com as diferentes fases da vida de um individuo, mudanças ocorrem em sua microbiota residente em todas as superfícies do corpo que geralmente vivem em harmonia com o hospedeiro. Na cavidade oral não é diferente, sofrendo esta continua mudança em sua colonização e com suas diferentes superfícies há uma variedade de biofilmes, que quando controlados, não trazem problema ao hospedeiro através de uma homeostase entre quantidade de bactéria e hospedeiro (LORENZO, 2004). Teng e Scannapieco (2002) sugeriram que a cavidade bucal pode ter uma importante atuação nas infecções adquiridas em hospitais e em doentes cuidados em casa, logo, vê-se a necessidade de levar à saúde a estes que por suas limitações, não conseguem realizar tratamento em consultório. Ainda nesse contexto bucal, a microbiota, colonizada por bactérias, fungos e vírus, sofre influencia de fatores externos (tabaco, álcool, antibioticoterapia ou corticoterapia, dieta e higiene bucal) e fatores intrínsecos ao paciente (idade, estado imunológico), havendo a perda da homeostase do hospedeiro e podendo acarretar doenças (MORAIS, 2006). O presente estudo constituiu-se em testar a efetividade do uso de Clorexidina 0,12% associada à higienização mecânica em pacientes sob cuidados de terapia intensiva. O trabalho buscou analisar os efeitos clínico-laboratoriais de dois protocolos de controle de biofilme dental em indivíduos sob cuidados de terapia intensiva e intubação orotraqueal, comparando o controle químico-mecânico e somente o controle mecânico do biofilme dental, além de identificar a ocorrência de pneumonia nosocomial nesses indivíduos. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ATENÇÃO A SAUDE BUCAL NA UTI A Política Nacional de Saúde Bucal pautada nos princípios da universalidade, integralidade e equidade propôs diretrizes que buscam a reorganização da atenção em saúde bucal em todos os níveis de atenção e traz como eixo norteador a produção do cuidado em saúde bucal, com uma concepção de saúde centrada na promoção da qualidade de vida e intervenção nos fatores que a colocam em risco, pela incorporação de ações programáticas de uma forma mais abrangente e do desenvolvimento de ações intersetoriais(BRASIL, 2004). A presença do cirurgião-dentista possibilita uma melhor percepção da realidade, hábitos e condições do paciente, constatando as dificuldades e limitações e, a partir disso, proporciona ferramentas que promovam a melhora do bem-estar dos indivíduos em geral. Tal mudança é viabilizada através do vínculo intersetorial construído pela aproximação do profissional estimulando confiança para a realização e continuação do plano de cuidado(BRASIL, 2004). No Brasil, em fevereiro de 2008, foi apresentado à câmara dos deputados o Projeto de Lei número 2.776/2008 na qual propões ser obrigatória a atuação de um cirurgião-dentista nas equipes multiprofissionais nas UTIs, visando os cuidados da saúde bucal e também em outras instituições hospitalares e clínicas. A microbiota indígena oral é importante para servir como uma barreira defensiva contra o estabelecimento de bactérias patogénicas. A microbiota indígena oral é extinta pelo uso de dieta enteral, permitindo que as bactérias prejudiciais à 14 saúde prosperem. Sugere-se que a ingestão de alimentos por via oral desempenha um papel importante não só na alimentação, mas também na manutenção de uma microbiota oral normal que atua para prevenir infecções(TAKESHITA, 2011). Hutchins et al. testaram o uso de um protocolo de higiene oral com clorexidina 0,12%, com escova de dente com sucção, cotonetes com peróxido de hidrogênio e hidrante labial, de 2004 a 2007. Os autores constataram uma redução de 89,7% na taxa de PAVM. No estudo de Scannapieco et al (2002)., a clorexidina reduziu os casos de PAVM em comparação com o placebo utilizado, mas as diferenças não foram estatisticamente significativas. A clorexidina tópica reduziu o número de Staphylococus aureus, porém não reduziu a proporção de outras bactérias alvos da placa dentária. De acordo com KAHN et al., é importante a utilização de solução antimicrobiana como coadjuvante ou método principal para higiene oral de idosos ou indivíduos com deficiência física objetivando, com isto, prevenir doenças sistêmicas como pneumonia bacteriana e endocardites. Entende-se como solução antimicrobiana oral, uma substância contendo derivados fenólicos como o timol, gluconato de clorexidina, cloridrato de celtilpiridíneo, triclosan e povidine. Até o momento, a clorexidina é o agente químico coadjuvante mais efetivo para controle do biofilme dental. Esta substância apresenta boa substantividade, pois se adsorve às superfícies orais, mostrando efeitos bacteriostáticos até 12 horas após sua utilização. Medidas simples como limpar os dentes dos pacientes com escovas dentais duas vezes ao dia mostraram reduções de quadros de pneumonia durante o período de internação (YAO LY et al., 2011). Embora esta substância seja um excelente antimicrobiano, devido a seus efeitos colaterais não é recomendado o seu uso prolongado. Por isso é necessário o estudo de outros métodos tão efetivos quanto, mas sem os efeitos adversos reversíveis relatados com o uso prolongado da clorexidina, que são coloração dos dentes, descamação da mucosa, alterações do paladar e aumento dos depósitos calcificados supra gengivais (GEBARA et al, 1996). Dentre as doenças sistêmicas, as que acumulam mais evidências científicas em relação às doenças periodontais, são as doenças respiratórias. Vários estudos indicam que as periodontopatias podem influenciar o curso das infecções respiratórias, destacando-se as pneumonias (SANNAPIECO, 2002). 15 Uma das principais tarefas da equipe de saúde bucal é a atenção aos pacientes com ventilação mecânica ou alimentação enteral. A equipe de intervenção odontológica deverá aprimorar o cuidado da cavidade bucal dos pacientes submetidos ou não à ventilação mecânica, com a realização de escovação dentária e da língua, e aplicação de gluconato de clorexidina a 0,12% em toda a mucosa bucal, gengivas, dentes, língua e palato e umidificação da cavidade bucal e lábios (LOTUFO, et al, 2005). A clorexidina, até o momento, é o agente mais efetivo para controle do biofilme dental. Ela apresenta boa substantividade, pois se adsorve às superfícies orais, mostrando efeitos bacteriostáticos até 12 horas após sua utilização. A concentração preconizada atualmente é de 0,12%, o que permite a retenção de mais de 30% da clorexidina, por bochecho, nos tecidos moles, estendendo o período de atividade antimicrobiana (LOTUFO, et al, 2005). 2.2 MICROBIOTA DA CAVIDADE ORAL NORMAL E ADQUIRIDA APÓS INTUBAÇÃO A cavidade bucal, com suas complexidade anatômica, características ambientais próprias tais como: superfícies de mucosas lisas, rugosas, dental sadia e cariada, sulco gengival, bolsa periodontal, entre outros. Assim, apresenta um microssistema muito especifico formado por cerca de mais de trinta gêneros, distribuídos em mais de quinhentas espécies diferentes (Lorrenzo,2004), das quais, por exemplo, Aggregatibacter naeslundii, Actinobacillus actinomycetemcomitans actinomycetemcomitans), Actinomyces meyerii, Actinomyces odontolyticus, sp., Arachnia Propionibacterium propionicum), (atualmente denominada Actinomyces israelli, Actinomyces viscosus, Actinomyces (atualmente denominada Actinomyces propionica Bacterionema buccae, Bacteroides buccae, Bacteroides corporis, Bacteroides denticola, Bacteroides gingivalis, Bacteroides intermedius, Bacteroides oralis, Bifidobacterium dentium, Bifidobacterium infantis, Bifidobacterium sp., Capnocytophaga gingivalis, Capnocytophaga sputigena, Capnocytophaga ochracea, Eubacterium aerofaciens, Eubacterium combesii, 16 Eubacterium contortum, Eubacterium Eubacterium moniliforme, Eubacterium Eubacterium sp., Fusobacterium Lactobacillus acidophilus, Peptostreptococcus denominada cylindroides, necrogenes, nucleatum, Leptotrichia buccalis, micros), Eubacterium Haemophilus anaerobius, Peptostreptococcus Micromonas Eubacterium lentum, timidum, aphrophilus, Peptococcus prevotii, micros (atualmente Peptostreptococcus products, Propionibacterium acnes, Propionibacterium avidum, Propionibacterium jensenii, Propionibacterium lymphophilum, Propionibacterium sp., Selenomonas aputigena, Staphylococcus capitus, Staphylococcushominis, Staphylococcus xylosus, Streptococcus acidominimus, Streptococcus intermedius, Streptococcus milleri, Streptococcus mitis, Streptococcus Streptococcus salivarius, Veillonella parvula e morbillorum, Streptococcus Wollinella recta sanguis, Streptococcus mutans, Streptococcus uberis, foram identificadas por Socransky (SOCRANSKY, DZINK e SMITH, 1985) Segundo Oliveira et al. (2007), que pesquisaram a presença de patógenos respiratórios no biofilme dental em pacientes de UTI sob ventilação mecânica, constataram que há o aparecimento de bactérias patogênicas que ali não existiam anteriormente, que foram: S. pneumoniae, P. aeruginosa, S. aureus, Kleibsella pneumoniae, Candida albicans, Streptococcus α- hemolítico, Acinetobacter calcoaceticus, Eschericia coli e Enterobacter cloacae. Quanto o paciente sob alimentação enteral ou paraenteral, Takeshita et al. (2011) afirmam que há uma quebra no equilíbrio da microbiota com o hospedeiro, surgindo uma mudança na microbiota indígena e o aparecimento de bactérias oportunistas que raramente são detectadas na cavidade oral, como Corynebacterium striatum e Streptococcus agalactiae. A ausência de alimentação por via oral tem grande impacto na microbiota oral, pois, segundo Tada et al. (2002), a ausência de alimentação parece propiciar um ambiente favorável para o aumento de Pseudomonas aeruginosa na cavidade oral, uma bactéria que tem sido reportada como grande formadora de biofilme e está relacionada com infecções crônicas persistentes. 17 2.3 FATORES MODULADORES Manter-se a simbiose entre microbiota e hospedeiro é fundamental para garantir integridade fisiológica e imunológica desse. Esses microrganismos quando presentes atuam como recurso de defesa pessoal, tornando mais difícil a colonização de espécies patogênicas. No entanto, quando se quebra o equilíbrio, até mesmo os microrganismos da microbiota normal podem desencadear doenças (LORENZO,2004) Outros fatores que influenciam na modulação dessa microbiota são a saliva, fluido gengival, descamação epitelial, dieta, qualidade de higiene oral, alterações hormonais e doenças. A mudança no status da mastigação de pacientes submetidos à nutrição enteral causa impacto nos mecanismos de defesa enzimático e não enzimático presentes na saliva (KARINCAOGLU et al., 2005). 2.3.1 Saliva A saliva é considerada a principal responsável pela regulação da microbiota oral, pois é um fluido que banha constantemente a boca das pessoas e possui vários mecanismos que limitam o desenvolvimento microbiano entre ele, tais com: -substâncias antimicrobianas como anticorpos das classes IgA-S que ajudam na aglutinação e destruição microbiana, impedindo a aderência dos mesmos aos tecidos. Lisozima, uma enzima com efeito bactericida que hidrolisa a parede celular das bactérias, principalmente as gram positivas; -alterações de pH: nas condições normais a saliva possui um pH entre 6,0 a 7,0 estável e ideal tanto para o hospedeiro quanto para as bactérias. Ao se ingerir alimentos de diferentes bases tais como: sucos ácidos, açucares, carboidratos, alteram-se de forma transitória o pH bucal, influenciado diretamente no crescimento e reprodução dos microrganismos; 18 -fluido salivar: as glândulas salivares secretam em média um a um litro e meio de saliva, que tem ação constante de lavagem da mucosa bucal e superfície dos dentes, bem como, limpeza e remoção de resíduos alimentares e microrganismos não aderidos, que ao serem deglutidos não colonizam os tecidos, regulando com isso a microbiota (LORENZO, 2004). 2.3.2 Fluido gengival O fluido gengival é o exsudato gengival proveniente de resposta inflamatória gerada por bactérias subgengivais, tendo como principal ação controlar as bactérias presentes na subgengiva realizando uma defesa local, além disso, seu fluxo carrega bactérias que não estão aderidas para fora do sulco gengival, realizando com isso um controle microbiano. Portanto, se ocorrer uma inflamação gengival, este fluido torna-se favorável para as bactérias, atuando como fonte de nutrientes e consequente proliferação das bactérias instaladas (LORENZO, 2004). 2.3.3 Descamação epitelial A mucosa oral é a superfície mais extensa da boca e por isso possui a maior colonização bacteriana oral. Conforme Lorenzo (2004), a constante descamação desse epitélio elimina e carrega consigo elevado número de microorganismos mantendo assim níveis compatíveis nos tecidos orais. 2.3.4 Dieta Os hábitos e comportamentos alimentares influenciam na composição do biofilme subgengival, pois os alimentos ficam retidos na boca em maior ou menor tempo. Segundo Lorenzo (2004), a proliferação dos microrganismos relaciona-se 19 com os tipos de alimentos ingeridos e sua consistência e periodicidade. Uma dieta rica em sacarose, de consistência amolecida e ingerida de três a quatro vezes ao dia favorece em muito a proliferação de biofilme dental, um dos fatores de risco para a cárie. Outro hábito alimentar preocupante diz respeito a alimentos ricos em carboidratos fermentáveis fora das principais refeições. Devido a sua ingestão o pH oral torna-se ácido por tempo prolongado, favorecendo a desmineralização do dente e facilitando o desenvolvimento do biofilme dental. 2.3.5 Qualidade da higiene bucal A higiene bucal, sem dúvida, é a melhor forma de mantermos a microbiota compatível com a saúde. Consiste na combinação de uso adequado e constante de escova e fio dental (LORENZO, 2004). 2.3.6 Alterações hormonais Durante a vida, alterações fisiológicas influenciam também na proliferação ou redução da flora bucal. Conforme Lorenzo (2004), alterações hormonais como, por exemplo aumento dos hormônios sexuais, que apresentam estrutura química parecida a da vitamina K, na puberdade favorece o desenvolvimento de alguns patógenos periodontais. 2.3.7 Doenças As alterações patológicas ocorridas durante a vida também têm ação direta na proliferação da microbiota bucal. Dentre as principais pode-se citar: estresse, Diabetes Mellitus, leucemia e câncer em geral, imunodeficiências (LORENZO, 2004). 20 2.4 DOENÇAS RELACIONADAS AO DÉFICIT OU AUSÊNCIA DE HIGIENE ORAL EM UTI A higiene oral há muito faz parte da prática diária da equipe de enfermagem na assistência ao paciente, mas conforme Silveira et al. (2010), não havia evidências científicas de sua relevância para a prevenção de infecções hospitalares. Atualmente, vários estudos vêm sendo realizados para diminuir a incidência de doenças relacionadas à falta ou déficit de higiene bucal, principalmente na UTI. Uma das doenças mais prevalentes, considerada como sendo a segunda infecção hospitalar mais comum conforme Weber et al. (2007), é a pneumonia nosocomial, que é caracterizada como tal por ser uma doença desenvolvida quarenta e oito horas após a internação hospitalar, sem sinais clínicos no momento da admissão do paciente. Conforme Oliveira et al. (2007), das infecções hospitalares adquiridas, de dez a quinze por cento ocorrem devido a essa doença. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2005), as pneumonias nosocomiais podem ser classificadas em: -Pneumonia adquirida no hospital (PAH): aquela que ocorre após 48h da admissão hospitalar. -Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM): surge entre 48 à 72h após intubação orotraqueal e instituição de ventilação mecânica invasiva. Classificada ainda em: precoce, quando ocorre até o quarto dia da intubação e início da ventilação mecânica (VM) e tardia, quando ocorre após o quinto dia de uso do tubo orotraqueal. Segundo dados da American Thoracic Society (2005), nos Estados Unidos, noventa por cento das pneumonias adquiridas nas UTIs têm relação direta com a ventilação mecânica, com letalidade de trinta e três a cinquenta por cento e um custo hospitalar de até quarenta mil dólares por paciente. O risco de adquirir uma PAVM aumenta com a duração da ventilação e é maior no início da mesma. Estima-se que ocorre um percentual de três por cento/dia nos primeiros cinco dias 21 de ventilação, dois por cento/dia entre cinco a dez dias de VM e um por cento após os dez dias de uso de ventilação. Essa relação ocorre porque geralmente o uso da VM é de curto prazo. Conforme a American Thoracic Society (2005), as pneumonias nosocomiais aumentam em sete a nove dias o tempo de internação dos pacientes acometidos, gerando um excesso de custos/dia devido a infecção. Além disso possui uma incidência de cinco a dez casos por mil internações elevando este número para seis a vinte vezes em pacientes com uso de VM. Conforme Viana et al. (2011), isso ocorre porque a intubação traqueal compromete a barreira anatômica entre a orofaringe e a traqueia, facilitando a entrada de microorganismos para o pulmão, através de micro-aspirações. Além disso, essas bactérias aderem e colonizam os materiais usados e mantidos na região orofaríngea formando a placa ou biofilme dental (ARAÚJO et al., 2009). A higiene bucal tem relação direta na prevenção e controle dessa doença, através da qual, quando realizada de maneira eficiente e em intervalos regulares, é possível realizar a remoção mecânica de microorganismos, hidratar, higienizar e ativar a circulação das mucosas e tecidos da cavidade oral (ARAÚJO et al., 2009). Portanto, a equipe de enfermagem tem papel fundamental na prevenção de uma infecção secundária através da higiene bucal, que é um procedimento relativamente simples. 2.5 TÉCNICAS UTILIZADAS PARA REALIZAR O PROCEDIMENTO DA HIGIENE BUCAL A cavidade oral de um indivíduo saudável mantém uma microbiota quase que inalterada durante sua vida. Conforme Munro e Grap (2004), pacientes criticamente enfermos, internados em UTI, após 48 horas de internação adquirem microrganismos patógenos, alterando com isso a flora bacteriana oral e consequentemente expondo o paciente a infecções secundárias. Uma das formas de prevenção de doenças secundárias em paciente de terapia intensiva é a higiene bucal periódica e de forma eficiente. Ainda existem poucos estudos a respeito da eficácia das intervenções realizadas na higienização bucal, além de não haver 22 protocolos específicos para realizar esta técnica, uma vez que essa está mais direcionada para o conforto do paciente do que para a redução de doenças secundárias causadas pela microbiota oral (GRAP et al., 2003). Araújo et al (2009) realizaram um estudo que avaliou os conhecimentos de 402 profissionais da área de enfermagem sobre a importância da higiene bucal na UTI. Os resultados obtidos nessa pesquisa demonstraram que 30% dos entrevistados possuem conhecimento sobre técnicas de higienização bucal, 76% reconhecem os aspectos normais da cavidade oral e somente 42% dos profissionais alegam ter recebido algum tipo de treinamento a cerca do assunto em sua formação profissional, sendo que 74% destes relataram como insuficiente o treinamento recebido. Conforme Viana et al. (2011), programas de educação sobre a temática ainda são pouco difundidos e valorizados nas instituições de saúde, uma vez que estudantes e profissionais de enfermagem possuem pouco conhecimento sobre o assunto. Outra pesquisa realizada nos Estados Unidos teve como objetivo identificar a frequência da higiene oral, bem como o conhecimento e a capacitação dos enfermeiros no assunto. Os resultados observados evidenciaram que a opção por determinado produto, intervenção e técnica aplicada encontra-se mais baseada no conhecimento empírico e na disponibilidade momentânea de material na instituição do que em evidências científicas, avaliação e individualização do cuidado ao paciente (VIANA et al., 2011). Encontram-se descritos na literatura três métodos para a realização de higiene bucal em pacientes graves. Sendo estes: intervenções farmacológicas, intervenções mecânicas e as intervenções combinadas (MUNRO; GRAP, 2004). 2.5.1 Intervenções químicas Existem disponíveis no mercado diversos produtos com função de higienização e ação antimicrobiana e bactericida (VIANA et al., 2011). As intervenções químicas possuem como principal função reduzir o biofilme dental, controlar a colonização e remover microrganismos por meio de agentes bactericidas de administração oral tópica. 23 2.5.2 Intervenções mecânicas A finalidade dessa intervenção é a remoção de microrganismos e redução da biofilme dental mecanicamente. Conforme Munro e Grap (2004), são usados vários métodos, que podem variar de instituição para instituição, de paciente para paciente e a cada profissional que irá realizar o procedimento. A falta de protocolos específicos oferece uma gama enorme de métodos utilizados. Existem dispositivos de espuma e espátulas envoltas em gases, que são mais utilizadas em UTI que demonstraram serem ineficazes na remoção do biofilme dental. A escovação com escova e creme dental demonstrou ser mais eficaz, uma vez que interfere no processo de adesão dos microorganismos aos dentes, dificultando com isso a formação do biofilme dental, além de realizar limpeza mais eficiente das gengivas e entre os dentes, reduzindo também a inflamação gengival (McNEILL, 2000). Conforme Grap et al. (2003), a higiene bucal tem sido executada de forma rápida, sendo menosprezada pela equipe de enfermagem. Outro dado observado pelos autores evidenciou que o uso da escova dental foi significativamente maior em pacientes que não estavam intubados. Esse fato ocorre devido à falta de treinamento, conhecimento sobre a importância do procedimento e, principalmente, do medo por parte dos profissionais de extubar o paciente ou deslocar o tubo (MUNRO; GRAP, 2004). 2.5.3 Intervenções combinadas Intervenção combinada como o próprio nome diz, associa a intervenção farmacológica com a mecânica, e sugere que o uso de dois métodos concomitantes trará melhores resultados, mas há controvérsias. Conforme Munro et al. (2009), em estudo realizado avaliando-se os efeitos da higiene bucal por meio de intervenção combinada, quando comparada com intervenção isolada, farmacológica ou 24 mecânica, observaram que não apresentaram resultados efetivos entre os cuidados combinados e os isolados, sendo necessários maiores estudos a cerca do assunto. 2.6 SOLUÇÕES MAIS UTILIZADAS NA REALIZAÇÃO DE HIGIENE BUCAL Existem diversos produtos utilizados na realização da higiene bucal, sendo classificados entres as intervenções às quais já foram descritas em item anterior. As soluções ou compostos mais utilizados são divididos conforme seu princípio ativo ou função. Sendo classificados em: 2.6.1 Dentifrícios Produto disponível sob forma de pasta ou pó. Como exemplo de dentifrício tem o creme dental, amplamente usado para higienização e aplicação tópica de flúor aos dentes (VIANA et al., 2011). Sua fórmula é basicamente flúor, principal agente responsável pela remineralização dentária, com adição de outros produtos tais como; ácido fosfórico, bicarbonato de sódio, pirofosfato de cálcio, e as concentrações, tanto do flúor quanto dos demais produtos, podem variar de uma marca para outra. A função principal é a prevenção de cáries pela limpeza dental realizada através da associação de flúor com os demais produtos abrasivos contidos nos dentifrícios (ZERO, 2006). 2.6.2 Enxaguatórios bucais Possuem ação antimicrobiana, mesmo que muito pouca, agindo no controle químico do biofilme dental em substituição ou concomitante as intervenções 25 mecânicas (VIANA, 2011). Possuem uma composição básica de água, álcool e glicerina com algum flavorizante contendo mentol, eucaliptol ou óleo de hortelã, além de algum tipo de corante. Podem ou não estar associados a compostos de flúor. Enxaguatórios bucais antissépticos em sua composição possuem agentes antimicrobianos, responsáveis em romper a parede celular e inibição da atividade enzimática da célula microbiana, prevenindo e diminuindo a multiplicação dos microrganismos (VIANA, 2011). Conforme Adams e Addy (1994), apesar dos enxaguatórios serem utilizados a muito tempo, somente recentemente estão sendo usados como agentes preventivos de doenças bucais. Segundo Munro et al (2009), que testou o uso da clorexidina, concluiu que a mesma quando usada isoladamente tem ação igual a quando usada associada a escovação, isso sugere que a clorexidina isoladamente pode atuar como como substitutos das intervenções mecânicas. Neste grupo de enxaguatórios os mais prevalentes e de maior uso são o digluconato de clorexidina, triclosam e alguns óleos essenciais. O digluconato de clorexidina possui ação bactericida de amplo espectro contra bactérias gram-positivas e gram-negativas. O produto age no composto aniônico da superfície da bactéria, afetando a aderência microbiana e aumentando a coagulação e precipitação dos constituintes citoplasmáticos das mesmas. Conforme Fourrier et al.(2005), o efeito da clorexidina na higiene bucal, em concentração de 0,12%, tem-se mostrado eficiente na prevenção de pneumonias associadas a ventilação mecânica e de outras afecções hospitalares relacionadas ao trato respiratório. Seu uso ainda gera controvérsias, conforme estudo realizado por Pineda et al. (2006), que em sua pesquisa não encontraram evidências concretas de benefícios do produto no uso regular na higiene bucal nos pacientes criticamente enfermos na prevenção de doenças ventilatórias. Outra pesquisa realizada por Chlebicki e Safdar(2007), comprovou que o uso do clorexidina foi benéfico na prevenção da pneumonias associadas a ventilação mecânica em paciente que realizaram cirurgias cardíacas. Portanto, segundo Gebran e Gebert (2002), estudos mais aprofundados sobre a solução devem ser realizados. O triclosam, um composto fenólico de baixa toxicidade e amplo espectro de ação, é usado no controle da placa bacteriana com ação principalmente contra bactérias gram-positivas. Conforme Gebran e Gebert (2002), ultimamente vêm 26 sendo utilizado associado à outras substancias, uma vez que isolado possui baixa substantividade e quando combinado com outro produto como, por exemplo, o copolímero gantrez seu tempo de ação e permanência aumentam e por consequência aumenta seu espectro de ação sobre as bactérias gram positivas e atuação em leveduras. Segundo Gebran e Gebert (2002), os óleos essenciais compostos por timol, eucaliptol e mentol apesar de serem usados como flavorizantes são amplamente utilizados como antissépticos, antifúngicos e desinfetantes, pois possuem ação bactericida, inibindo os sistemas enzimáticos e diminuindo o conteúdo protéico do biofilme dental. Essas substâncias possuem efeitos colaterais constatados tais como mancha nos dentes, gosto amargo na boca, sensação de queimação e injurias no tecido bucal (GEBRAN; GEBERT, 2002). 2.6.3 Antibióticos Os agentes químicos do enxaguatórios bucais e dos dentrifícios não alcançam o sulco gengival e a bolsa periodontal, portanto tem-se lançado mão de medicamentos como o metronidazol, clindamicina, amoxicilina, azitromicina, doxiciclina e ciprofloxacina com o objetivo de alcançar o interior da mucosa bucal e tratar sítios ativos de doenças periodontais localizadas. Sua indicação é limitada uma vez que o uso destes medicamentos pode levar à indução de formação de cepas bacterianas resistentes, selecionando com isso ainda mais estes microrganismos (GEBRAN; GEBERT, 2002). Já segundo Andrade et al (2014), o uso de antibióticos, quando realizado através de doses maciças pelo menor espaço de tempo possível e com acompanhamentos de 24 ou 48 h, permite sucesso na terapia e ainda contribui para minimizar as chances de resistência bacteriana. 3 MÉTODOS E ANALISES DOS RESULTADOS 3.1 ASPECTOS ÉTICOS O desenvolvimento deste trabalho de pesquisa somente teve inicio após a aprovação deste pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Federal Fluminense – Nova Friburgo sob parecer 1.336.339. Os participantes e/ou seus responsáveis foram convidados a participar da pesquisa e lhes foi garantido o tempo necessário para reflexão sobre aceite/recusa se sua participação, após esclarecimentos e recebimento de uma carta de informação (ANEXO A), a qual descrevia de maneira sucinta e acessível a proposta da pesquisa e o papel desempenhado pelo indivíduo na mesma. Dessa forma foi possível, quando da sua vontade, que o participante ou o seu responsável pudesse dar a sua resposta em outro dia, após consultar familiares ou pessoas de sua confiança antes de tomar a decisão de participar ou não do estudo. Logo depois, aqueles que concordaram em participar foram direcionados à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após terem sido informados da natureza, objetivos, riscos, benefícios e garantias deste estudo, e, somente no caso da concordância, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a participação na pesquisa (Anexo B). Considerando-se a incapacidade do paciente em assinar um TCLE, foi necessário que fosse assinado um Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), documento que comprova a anuência do participante da pesquisa quando o mesmo é criança, adolescente ou legalmente incapaz (Anexo C). 28 A amostra biológica de saliva e biofilme foi transportada até o laboratório e imediatamente processada e analisada, sendo logo em seguida descartada. Nos casos onde, por ventura, tivesse ocorrido algum problema que comprometesse a preservação das amostras durante a sua manipulação ou transporte até o laboratório da UFF, elas seriam descartadas. Neste caso, o participante seria informado sobre a perda do biorrepositório, o que não ocorreu durante a pesquisa. Além disso, é importante salientar que o participante da pesquisa sempre pôde, a qualquer momento e sem nenhum prejuízo ou ônus, retirar-se do estudo, revogando também seu consentimento de guarda e utilização da amostra e solicitando a devolução ou destruição/descarte de sua amostra biológica. A desistência seria validada a partir da data em que o participante entrasse em contato com o pesquisador, a manifestação do participante seria então formalizada por meio de documento escrito e assinado por ele ou seu representante legal. O encerramento do Biorrepositório ocorreu após o processamento e análise do material coletado. Neste momento, as amostras foram descartadas de acordo com as normas de biossegurança, em local seguro e adequado, sendo posteriormente recolhidos do Laboratório da UFF por empresa qualificada em descarte de resíduos biológicos. O descarte das amostras biológicas respeitou o compromisso de confidencialidade e autonomia do participante da pesquisa, conforme garantido no TCLE. Os participantes da pesquisa tiveram a garantia de ressarcimento de eventuais despesas decorrentes da participação na pesquisa, assim como a garantia de indenização diante de danos decorrentes da pesquisa. 3.1.2 Benefícios Os benefícios esperados foram o de melhora na condição bucal dos indivíduos relacionada à quantidade de microrganismo, controle de biofilme e inflamação gengival, contribuindo para um efeito positivo na condição sistêmica. 29 Todos os participantes do estudo receberam encaminhamento para a clinica de Trabalho de Campo Supervisionado VI (TCS-VI) da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense – Nova Friburgo, para tratamento de suas necessidades odontológicas identificadas, quando estiverem em condições clínicas para realizarem tal tratamento. Foram realizadas atividades de educação em saúde bucal com orientações objetivas sobre controle químico-mecânico de biofilme bucal para equipe de enfermagem e/ou cuidadores. 3.1.3 Riscos Os riscos dessa pesquisa foram baixos, porque foram realizados exames clínicos, coleta de saliva e controle de biofilme dental, que são procedimentos pouco invasivos e que provocam pouco desconforto e não provocam dor. Ainda assim foram realizados a luz de todos os esforços e protocolos clínicos científicos para minimizar o desconforto gerado por tais procedimentos. O grupo II, por receber o controle químico-mecânico, através da escovação dentária e do uso do agente químico clorexidina a 0,12%, correu o risco de sofrer as alterações raras reversíveis que estão associadas ao uso prolongado da substância (mais de 2 meses ininterruptos, o que não é o caso), que são coloração dos dentes, descamação da mucosa, alterações do paladar e aumento dos depósitos calcificados supra gengivais. Os riscos psicológicos envolvidos com os pacientes foram mínimos, visto que os procedimentos realizados foram pouco invasivos e puderam ser minimizados através de abordagem interdisciplinar individualizada para cada caso. O momento que houve a manipulação do paciente sempre foi definido de acordo com proposto pela equipe hospitalar, para minimizar a interferência na rotina e no bem-estar do paciente. Foram respeitados sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, como também os hábitos e costumes do paciente. Ao perceber qualquer risco ou dano significativo ao participante da pesquisa, o fato seria comunicado, imediatamente, ao Sistema CEP/CONEP, que 30 avaliaria, em caráter emergencial, a necessidade de adequar ou suspender o estudo. 3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO 3.2.1 Tipo de Estudo Este foi um estudo longitudinal e, segundo Tobar e Yalour (2001), uma pesquisa de intervenção. A pesquisa de intervenção tem como principal objetivo interferir na realidade estudada para modificá-la, não se satisfazendo somente em dar explicações. Há o compromisso de propor soluções e executá-las efetivamente e participativamente (TOBAR & YALOUR, 2001). Desta forma, aplica-se aos propósitos desta pesquisa, que surgem a partir de: 1) a necessidade de promover saúde bucal para contribuir com a qualidade de vida; 2) a importância da integração do cirurgião-dentista na equipe de profissionais de saúde da UTI para a qualidade da atenção à saúde do paciente; 3) a grande dificuldade de acesso aos serviços odontológicos pelos pacientes. A equipe participante foi composta por docentes da Universidade Federal Fluminense e alunos de Graduação e Mestrado da faculdade de Odontologia da UFF-Nova Friburgo. Os materiais e equipamentos disponíveis permitiram realizar procedimentos propostos para o controle de biofilme dental e coletas e análises clínica e laboratoriais. 3.2.2 Local de realização - Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Raul Sertã, localizado na cidade de Nova Friburgo – Rio de Janeiro e conta com 12 leitos. 31 - Instituto de Saúde de Nova Friburgo - UFF para as análises laboratoriais. Para haver a realização deste estudo em âmbito institucional foi necessária a autorização do Hospital Municipal Raul Sertã e da UFF – Nova Friburgo (anexos D e E). 3.2.3 Amostra A amostra foi por conveniência e constituída de 4 indivíduos de ambos os sexos maiores de 18 anos, subdivididos em dois grupos, grupo I e grupo II. Os critérios de inclusão foram: - Participação voluntária e consentida pelo responsável legal e/ou pelo paciente, através de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; - Estar internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Raul Sertã; - Estar sob intubação orotraqueal; - Ter idade maior que 18 anos; Os critérios de exclusão foram: - Estar com diagnóstico de pneumonia no momento da inclusão no estudo; - Óbito antes de 120 horas; - Ter instabilidade hemodinâmica definida pelo médico responsável, que não permita a manipulação da cavidade bucal. Os pacientes sob intubação orotraqueal encontram-se inconscientes através de sedação ou por estado comatoso por todo o período de intubação, com exceção ao período de extubação, já que o paciente só pode ser extubado estando consciente. Então, para o paciente ser extubado, é retirada a sedação de forma gradual até o paciente estar consciente, período que pode variar de 1 a 5 dias. Os participantes da pesquisa foram pacientes sob intubação orotraquel, o que inclui os que estão em período de extubação. 32 3.2.4 Coletas de dados O estudo foi conduzido em três fases: 1) Fase preparatória: Calibração; 2) Avaliação clínica e laboratorial; 3) Implementação dos protocolos propostos. 1) Fase preparatória: Calibração dos examinadores para o exame das condições clínicas de saúde bucal 2) Avaliação clinica e laboratorial 3.2.5 Avaliação clínica Para a condução do projeto, foram realizadas análises quantitativas, a fim de se verificar a efetividade da Clorexidina 0,12% como protocolo para higienização. Ocorreu a divisão da amostra em 2 grupos, sendo ambos formados por pacientes em unidade de terapia intensiva sob intubação orotraqueal. O grupo I recebeu o protocolo de atendimento proposto pela AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) revisão abril de 2014 (AMIB, 2014), que preconiza controle químicomecânico do biofilme, através da escovação dentária (controle mecânico) e aplicação tópica de clorexidina 0,12% (controle químico). O grupo II foi submetido ao controle mecânico do biofilme da mesma forma como o preconizado pela AMIB, entretanto, não foi submetido ao uso de clorexidina 0,12%. Os exames foram realizados no leito que o paciente se encontrava no Hospital Raul Sertã – Nova Friburgo, sob luz artificial e executado por examinador previamente calibrado. Durante os exames, foram observados a presença de próteses, Índice de biofilme, alterações de normalidade em tecidos moles, alterações salivares, mobilidade dental, sangramento, lesões de mucosas traumáticas e edemas de lábios ou peribucais. Os valores obtidos foram registrados por um anotador em uma ficha de exame (Anexo F). O biofilme dentário foi avaliado de acordo com o índice proposto por RIBEIRO (2000). A representação clínica dos diferentes escores deste índice é a seguinte: 0: Ausência de biofilme visível; 1: Biofilme fino somente em dentes anteriores ou posteriores; 33 2: Biofilme fino, difuso e facilmente removido, distribuído em dentes anteriores e posteriores; 3: Biofilme espesso e firmemente aderido somente em dentes anteriores ou posteriores; 4: Biofilme espesso e firmemente aderido em dentes anteriores e fino em posteriores ou biofilme espesso e firmemente aderido em dentes posteriores e fino em anteriores; 5: Biofilme espesso e firmemente aderido em dentes posteriores e anteriores. Foi realizada a coleta inicial de saliva antes de qualquer intervenção odontológica. Após a primeira coleta, foi executado o protocolo de atuação referente ao grupo que o paciente fazia parte. Para o exame bucal foram utilizados cabo de espelho, espelho plano e sonda periodontal preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a qual apresenta um extremo arredondado de 0,5 milímetros. Avaliação laboratorial: microbiológica da saliva 3.2.6 Transporte As amostras foram acondicionadas em caixa de isopor com gelo e conduzidas ao laboratório de Microbiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, onde a equipe de pesquisadores realizou as análises microbiológicas. 3.2.7 Análise Microbiológica A analise microbiológica consistiu no isolamento e identificação dos microrganismos a partir da saliva. Os meios utilizados foram agar CLED (HIMEDIA) agar manitol (HIMEDIA), meio Mac Conkey (HIMEDIA) e caldo BHI (HIMEDIA). O 34 agar CLED foi utilizado para o isolamento de microrganismos Gram positivos, Gram negativos e levedura. O agar manitol foi utilizado para o isolamento de Staphylococcus aureus. O agar seletivo Mac Conkey foi utilizado para isolar bacilos Gram negativos como, enterobactérias e não fermentadores. O agar BHI teve como finalidade a contagem total dos microrganismos. Após semeadura, os meios foram incubados em estufa bacteriológica por 24 horas a 37 graus. Não havendo crescimento nas primeiras 24 horas, as placas foram reincubadas por mais 24 horas. A partir de colônias isoladas foi realizada a caracterização morfotintorial pela técnica Gram. As bactérias Gram negativo foram semeadas em meio OF para a caracterização de sua atividade metabólica e incubadas nas mesmas condições descritas anteriormente. De acordo com seu crescimento no meio foram classificadas em fermentadoras ou não fermentadores dos quais pode-se exemplificar citando: Pseudomonas spp, Acinetobacter spp e os da família entecobacteriaceae como klebsiella spp, enterobacter spp e proteus spp. As bactérias fermentadoras foram identificadas através das provas bioquímicas da produção de Indol, motilidade em agar semi-sólido, produção de H2S, fermentação da glicose, sacarose e lactose, metabolismo do citrato, arginina e ornitina As bactérias não-fermentadoras foram identificadas a partir das provas de produção da enzima oxidase e da motilidade em lâmina. As bactérias Gram positivo foram submetidas ao teste de produção da enzima catalase que, quando negativo, permite classificação da família Streptococcacea na qual esta presente o gênero Streptococcus spp. Quando positivo, seguiram para teste de detecção da enzima coagulase onde se pode identificar gêneros da família micrococcaceae, que quando coagulase positivo será Staphylococcus aureus e quando negativo staphylococcus coagulase negativa. Para a contagem de microrganismos totais, a saliva foi homogeneizada em agitador tipo Vortex por 1 minuto. Após este período, um volume de 100 uL de cada amostra foi transferido para um eppendorf contendo 900 uL de solução salina estéril (NaCl a 0,9%). Foram feitas diluições decimais seriadas, e alíquotas de cada diluição foram semeadas em placas Petri contendo agar BHI utilizando a técnica Spread plate, que consiste no espalhamento de 50 microlitros da saliva diluida com 35 auxílio da Alça de Drigalski. As placas foram incubadas a 37º C em atmosfera parcial de 5% de CO2 por 48h. 3.3 IMPLEMENTAÇÃO DOS PROTOCOLOS PROPOSTOS Antes de se iniciar qualquer procedimento clinico, foi realizada a antissepsia das mãos e paramentação dos equipamentos de proteção individual (EPI). Foi executado o protocolo de higienização preconizado para o grupo em que o paciente fizesse parte. Para ambos os grupos, o protocolo de remoção mecânica do biofilme foi o preconizado pela AMIB – (AMIB, 2014), com a diferença de que no Grupo II, não foi empregado o uso do digluconato de clorexidina 0,12%, deixando de ser uma intervenção do tipo combinada (químico-mecânica) e passando a ser uma intervenção mecânica. Foi usado para isso: - GRUPO I: -EPI´s : paramentação - precaução padrão completa e precaução adicional indicada pela CCIH; -Escova dental (cabeça pequena e cerdas macias); -Raspador de língua (opcional); -Abaixador de língua; -Pinça Crile; Compressa de gazes; -Sistema de aspiração montado; -10 mL de solução aquosa de digluconato de clorexidina 0,12%; -Copo/recipiente descartável; -Cuffômetro; Glicerina; -Saliva artificial. - GRUPO II: o mesmo material que o Grupo I, com exceção ao digluconato de clorexidina 0,12%. Para iniciar o procedimento de higiene oral, sempre foi reunido o material necessário para realização do procedimento bem como verificada as restrições do paciente, lesões na coluna, flexão, extensão, politraumatismos, entre outros agravos que impedissem a movimentação do conjunto cabeça e pescoço. A cama do paciente foi mantida com cabeceira elevada (de 30º a 45º), quando não houve contraindicação para tal. Nesse momento, procurou-se estabelecer com a equipe de enfermagem a posição mais adequada para trabalhar a beira do leito, considerando a posição dos equipamentos de manutenção à vida. Foi feita a aspiração da 36 cavidade bucal e a verificação da pressão do Cuff, que deveria estar entre 18 e 22mmHg ou 25 e 30 cmH20. No caso dos pacientes do GRUPO I, foi embebida a escova com solução aquosa de digluconato de clorexidina 0,12%, e então empregada a técnica de Bass modificada (AMIB, 2014), onde se posiciona suavemente a cabeça da escova, na região de gengiva livre e o dente, de maneira que forme um ângulo de 45º com o longo eixo do dente e se iniciará movimentos vibratórios brandos, pressionando levemente as cerdas de encontro a gengiva, fazendo com que penetrem no sulco gengival e envolvam todo contorno do dente. Em seguida foi feito um movimento de varredura no sentido da gengiva para o dente, de forma suave e repetida, por pelo menos 5 vezes, envolvendo 2 ou 3 dentes e fazendo isso até que se atinja todos os dentes tanto na face lingual como vestibular. A Face oclusal foi escovada com movimentos de anteroposteriores. Em seguida se prosseguia para a escovação suave da língua que pôde ser segurada com uma gaze para maior firmeza, e em seguida do palato e da parte interna das bochechas. Nos pacientes do GRUPO II, a escova foi embebida em saliva artificial apenas. Foi feita a limpeza da sonda com gaze umidificada com digluconato de clorexidina a 0,12% nos pacientes do GRUPO I e nos pacientes do GRUPO II, em saliva artificial. A limpeza da cavidade bucal foi sempre da região posterior em direção à região anterior. Ao término da higiene oral, foi aplicado glicerina nos lábios com o objetivo de manter uma hidratação adequada. Esse procedimento era realizado duas vezes ao dia com intervalor de 12 horas. Após 3 e 5 dias seguindo esse protocolo, foram feitas novas coletas de amostras para análise. 3.4 ANALISE DE DADOS Após codificação apropriada de cada uma das variáveis de interesse com base nos instrumentos de coleta, foi elaborado um banco de dados no programa 37 Microsoft Excel, que foi validado mediante dupla entrada, posteriormente sendo realizada a análise estatística descritiva. 4 RESULTADOS Um total de 11 pacientes foram avaliados para o estudo, sendo que 8 foram excluídos devido a não terem preenchido os critérios necessários para chegarem ao fim do estudo: tempo de ventilação mecânica <120 horas, alta ou óbito antes de 120 horas. Permaneceram no estudo 3 pacientes sendo 1 no grupo clorexidina e 2 no grupo mecânica. Figura 4.1 – Distribuição da população do estudo. As culturas das amostras de saliva foram feitas de todos os pacientes dos grupos I e II. Os microorganismos mais frequentemente identificados na amostra inicial foram Cocos Gram Positivos seguidos por Klebsiella spp (Tabela 4.1). As amostras foram submetidas também à contagem de microrganismos totais, onde os resultados estão apresentados nas Tabela 4.2 e 4.3 39 Tabela 4.1 Agentes microbiológicos encontrados nas amostras Paciente Coleta 0 Coleta 72 horas Coleta 120 horas Aspirado Traqueal Paciente 1 G I Kleb spp Kleb spp cocos gram positivos Kleb spp Paciente 2 G I NHC Kleb spp NHC Kleb spp Paciente 1 G II cocos gram positivos cocos gram positivos cocos gram positivos Enterococcus Paciente 2 G II cocos gram positivos cocos gram positivos cocos gram positivos Tabela 4.2 Contagem de microrganismos totais Paciente Coleta 0 Coleta 72 horas Paciente 1 G I 8.7X10 4 Paciente 2 G I 9.1X10 5 Paciente 1 G II 6.6X10 6 7.8X10 4 Paciente 2 G II 5.2X10 6 5.4X10 4 Coleta 120 horas 6.1X10 4 6.7X10 2 9.8X10 4 XX 2.2X10 3 3.1X10 2 Tabela 4.3 Contagem de microrganismos totais de pacientes excluidos Paciente Pac excluido G I Coleta 0 5 4.9X10 Pac excluido G II 7.1X10 Coleta 72 horas 4 1.9X10 5 6.3X10 3 Em todos os pacientes o índice de biofilme foi avaliado no primeiro instante (dia 0) e 24h após (dia 1), onde pudemos ver uma melhora em todos os pacientes (Tabela 4.3). Tabela 4.4 Indice de biofilme Paciente Paciente 1 G I Paciente 2 G I Paciente 1 G II Paciente 2 G II Dia 0 2 1 2 2 Dia 1 0 0 0 0 Em todos os pacientes do grupo I, segundo prontuário médico, houve a instalação de quadro de pneumonia no 6º dia de internação. Nos pacientes do grupo II, isso não ocorreu. 5 DISCUSSÃO Fourrier et al (1998) observaram que cinco dias após a internação em UTI, os pacientes que desenvolveram pneumonia nosocomial tinham no biofilme dental a mesma bactéria que estava ligada à etiologia da pneumonia, sendo que esses patógenos, que são de vias respiratórios, não fazem parte da flora indígena bucal de pacientes saudáveis. Segundo Scannapieco et al. (1992), esse patógenos respiratórios vão colonizar próteses, mucosa bucal, superfície dos dentes e estes podem ser originários do meio ambiente hospitalar. Nos anos 70 , Johanson WG Jr et al, (1979), mostraram com seu estudo in vitro, que bactérias como Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae se aderem com mais facilidade as células epiteliais de pacientes hospitalizados em um Centro de Terapia Intensiva. O agravamento das desordens da cavidade bucal de pacientes hospitalizados é comum com o passar do tempo de internação (LAGES et al., 2014). A obtenção de saúde bucal pode e deve alterar de forma favorável a situação clinica do paciente (GONÇALVES et al., 2014). Segundo Maestrelli et al. (2010) o motivo e a duração da internação são fatores relevantes na condição sistêmica e no reestabelecimento da condição biológica do paciente. Mesmo já se tendo como verdade de que a higienização bucal desempenha papel importante na colonização da orofaringe e consequentemente na ocorrência de pneumonia nosocomial, sabe-se que, segundo Maestrelli et al.(2010) na hospitalização de pacientes a saúde bucal é, muitas vezes, negligenciada. Portanto, deve-se dialogar sobre a inclusão de praticas de higiene bucal e preparação da equipe de enfermagem em relação aos cuidados bucais. Contudo, ainda não está clara a influência dos diversos fatores de difícil controle pela equipe de saúde da UTI, tais como condições de saúde bucal, tempo 41 de internação, idade, patologias de base, quantidade de solução empregada e técnica empregada. Os resultados obtidos neste estudo contrastam com os obtidos por Deriso et. al. (1996), que demonstraram uma redução de 69% de pneumonia nosocomial em pacientes submetidos em cirurgia cardiovascular quando do uso de clorexidina a 0,12% para higiene bucal. Entretanto, uma grande limitação do estudo foi o tamanho da amostra, que pode ter influenciado essa análise. No entando, em populações heterogêneas os resultados com uso de clorexidina costumam ser controversos quanto a redução da pneumonia nosocomial. Pineda et al. (2006) chegaram a conclusão, após a análise de quatro estudos distintos, que o uso de clorexidina em diversas concentrações não traz efeito benéfico. Os resultados obtidos nesse estudo no grupo em que usou clorexidina a 0,12% seguem no mesmo caminho desses estudos. Entretanto, não se é possível dizer com certeza, o efetivo impacto dos protocolos por nós propostos em virtude da baixa amostra alcançada e heterogeneidade da mesma. Diversos fatores tornam bastante difícil a comparação entre estudos devido a grande heterogeneidade das amostras, ao uso de diversas concentrações de clorexidina e diferentes protocolos de higienização propostos em cada estudo. Outro fator que impede uma conclusão concisa é a incerteza quanto ao correto controle da pressão do balonete (cuff), medida preconizada pelo protocolo proposto pela Associação de medicina intensiva do Brasil, que deve ser realizado tanto antes como após a higienização, medida que, se negligenciada, pode provocar micro aspirações. Segundo Amaral SM, et al.(2009) essas microaspirações são as principais causadoras de contaminação das vias aéreas inferiores por microrganismos presentes na cavidade bucal. O Hospital disponibilizou para consulta dados sobre 547 registros microbiológicos realizados no período de 2012 a 2013, em pacientes sobre cuidados intensivos, sejam eles no centro de terapia intensiva ou unidade coronariana, desde que estivessem sob ventilação mecânica. Destes, 59 pacientes iniciaram seu tratamento sem contaminação das vias aéreas, assim como os pacientes do presente estudo, sendo que 36 desenvolveram pneumonia, com uma média de 6 dias para se diagnosticar o quadro pneumônico. A bactéria com maior prevalência foi o Staphylococcus aureus, com 10 casos, seguido de klebsiella spp, que somaram 9 casos e Pseudomonas aeruginosas que estiveram presentes em 6 casos. No atual 42 estudo, a klebsiella spp foi agente causador da pneumonia, bactéria esta que estava também presente nas culturas realizadas com a saliva desses pacientes. Em todos os participantes, conseguiu-se score 0 no índice de biofilme visível após 24 horas de intervenção. O grupo II, teve resultado semelhante ao obitdo na pesquisa feita por Yao Ly. Et al. (2011), onde chegaram a conclusão de que a escovação mecânica, associada a medidas como as propostas pelo protocolo da AMIB,com exceção do uso da clorexidina a 0,12%, são capazes de reduzir o numero de casos de pneumonia associada a ventilação mecânica. Em ambos os grupos, houve redução significativa na contagem total de microrganismos, com uma pequena vantagem no grupo que recebeu apenas a higienização mecânica, o que nos leva a pensar que existe a possibilidade de que a clorexidina na concentração de 0,12% pode, na verdade, estar agindo de modo a selecionar apenas bactérias mais resistentes ao agente antimicrobiano, mostrando que mais estudos em maior escala, precisam ser urgentemente realizados para que se possa elucidar o assunto. As mais importantes limitações desse estudo foram a pequena amostra, a perda de uma das amostras durante processamento a heterogeneidade da amostra quanto a idade, sexo, doença de base e dentição. 6 CONCLUSÃO O estudo sugere, através da redução de microrganismos totais em ambos os protocolos aplicados, que a atenção à higiene bucal é sim uma ferramenta importante para reduzir o índice de biofilme visível e para impedir a colonização de patógenos respiratórios na orofaringe de pacientes sob cuidados intensivos em hospital. Entretanto mais estudos ainda devem ser realizados de modo a elucidar pontos ainda inconclusivos a respeito das medidas preventivas de instalação de pneumonia nosocomial em pacientes sob cuidados intensivos. Diante de fortes possibilidades de que estas hipóteses sejam verdadeiras, se faz necessário um estudo randomizado, e com uma amostra maior e mais bem elaborado para assim conseguir elaborar e avaliar um protocolo mais eficiente para a prevenção da pneumonia associada a ventilação mecânica. REFERÊNCIAS ADAMS,D; ADDY,M. Mouthrinses. Advences in dental research, v. 08, n. 02, p.291-301, 1994. AMARAL SM et al. Pneumonia nosocomial: importância do microambiente oral. J Bras Pneumol. V. 35, n. 11, p. 1116-1124, 2009. AMERICAN THORACIC SOCIETY. Guidelines for the Management of Adults with Hospital-acquired, ventilator-associated, and healthcare-associated pneumonia. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 171. p. 388-416, 2005. AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira. HIigiene bucal do paciente internado em UTI. 2014.Disponível em:http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/POP_Isabel_8.5.pdf acessado em 21/03/16 as 17:15 ANDRADE, E. D. et al. 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J Nurs Res., v.19, n.4, p.289-97, 2011. 48 ANEXO A - Carta de informação ao participante da pesquisa Carta de informação ao participante da pesquisa Título da Pesquisa: Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI) – comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico. Pesquisador Responsável: Flávia Maia Silveira Instituição do Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense (UFF) – Campus de Nova Friburgo. Endereço da Instituição: Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ. CEP: 28625-650. Telefones para contato com pesquisador responsável: (21) 98852-1966 E-mail do pesquisador responsável: [email protected] Endereço para contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Campus Universitário de Nova Friburgo: Rua Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ. CEP: 28625-650. Telefone do CEP: (22) 2528-7168 Nome do participante:_________________________________________ Idade: __ anos R.G. ______________________ Telefone: ____________ e-mail: _______________________ Endereço: _____________________ Responsável legal (se for o caso): ____________________R.G.:_______ O (a) Sr.(a) está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa: “Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI) – comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico.” de responsabilidade da pesquisadora Flávia Maia Silveira. Por favor, leia este termo cuidadosamente. Caso tenha qualquer dúvida sobre este estudo ou termo, você deverá esclarecê-la com os pesquisadores 49 responsáveis pela pesquisa. Se preferir, você poderá dar a sua resposta em outro dia, após consultar familiares ou pessoas de sua confiança antes de tomar a decisão de participar ou não desse estudo. Ao aceitar participar o sr.(a) receberá uma via desse termo. Justificativa e objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos clínicos e laboratoriais do programa de controle de biofilme dental, que significa promover a higiene dental adequada, em um grupo de pacientes que estejam internados na UTI do Hospital Municipal Raul Sertã e que estejam respirando artificialmente por intubação orotraqueal. A realização dessa pesquisa é importante, porque quando a higiene bucal não é feita adequadamente, pode aumentar o risco de infecções bucais e pulmonares, principalmente em pessoas que estão respirando por tubo orotraqueal. Então, torna-se necessário estabelecer medidas de higiene bucal (controle de biofilme dental) e avaliar o benefício dessa medida, através da avaliação clínica e laboratorial. A melhor forma de fazer a higiene bucal é através da escovação dentária e uso do fio dental, mas pode-se usar auxiliar a higiene uma substância chamada clorexidina. Onde e como será realizado o estudo: Os participantes serão 30 pessoas que aceitem participar do estudo, de ambos os sexos, que estejam internadas na UTI do Hospital Raul Sertã e que estejam com intubação orotraqueal. Os participantes serão divididos em dois grupos e todos receberão higiene bucal adequada duas vezes ao dia, sendo que um dos grupos receberá também a aplicação no dente de clorexidina a 0,12%. Será realizado o exame das condições bucais e coleta de saliva e de biofilme do dente (placa bacteriana) e mucosa no início, após 48 horas e após 5 dias do início do controle do biofilme (higiene bucal). Sua saliva e biofilmes serão identificados com um código numérico e serão enviados para o laboratório de Microbiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense do Campus de Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense, localizado na Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22, Centro, Nova Friburgo/RJ, onde serão imediatamente processadas, analisadas e em seguida descartadas. Sua amostra de saliva e biofilme não serão usadas para outros testes, não será enviada para outros laboratórios e nem será usada para 50 propósitos comerciais. Caso você decida, a qualquer momento, que a saliva não seja usada para esse estudo, fale conosco e nós a descartaremos imediatamente. Riscos: Os riscos dessa pesquisa são mínimos, uma vez que será realizado exame clínico dos dentes e tecidos da boca, coleta de saliva e a limpeza dos dentes. Todos esses procedimentos provocam pouco ou nenhum desconforto e não provocam dor, mas mesmo assim todos os esforços serão realizados para que ele seja reduzido. Muito raramente pode ocorrer por uso prolongado da substância clorexidina a 0,12%, substância que será usada pelo grupo II, coloração dos dentes, descamação da mucosa, alterações do paladar e aumento dos depósitos calcificados supra gengivais, alterações reversíveis após a suspensão do uso. Serão respeitados sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, como também os hábitos e costumes, do paciente. Benefícios Esperados: Espera-se que a higiene realizada nos dois grupos reduza o número de microrganismos na boca e melhore as condições bucais de higiene e de inflamação da gengiva. Todos os pacientes que precisarem de tratamento dentário serão encaminhados para a Faculdade de Odontologia da UFF e poderão ser atendidos quando tiverem condições de saúde para o atendimento odontológico. Forma de acompanhamento e assistência: Os participantes têm garantia de que receberão respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento sobre os procedimentos a serem realizados, e aspectos pertinentes à pesquisa em qualquer momento. O participante receberá todas as informações sobre a pesquisa e será acompanhado pela equipe de pesquisa. A pesquisadora se responsabilizam pelo encaminhamento do seu tratamento odontológico, para ser realizado quando o participante tiver condições de saúde para isso. Forma de esclarecimento: Os participantes têm garantia de que receberão informações, antes e durante a pesquisa, sobre a metodologia de estudo. E, se for de seu interesse receberão informações sobre os resultados finais obtidos com a pesquisa. Retirada do consentimento: Os voluntários têm liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo. Não haverá nenhuma penalização caso o senhor (a) queira retirar-se do estudo e garantimos que o senhor (a) continuará recebendo o melhor tratamento disponível nessa instituição. 51 Garantia de sigilo: Os dados obtidos na pesquisa têm finalidade exclusivamente científica, sendo assegurada a privacidade do participante. Os resultados desse projeto de pesquisa serão apresentados em congressos e publicados em revistas científicas, porém a identidade do participante não será divulgada em nenhum momento. Ressarcimento de despesas: Os participantes da pesquisa que tiverem eventuais despesas resultantes de sua participação na pesquisa tem a garantia de ressarcimento. Garantia de Indenização: Os participantes da pesquisa que tiverem danos decorrentes da pesquisa, previsto ou não no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, têm direito à indenização, por parte do pesquisador e da instituição. 52 ANEXO B - Termo de consentimento livre e esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do Projeto: Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI) – comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico. Pesquisador Responsável: Flávia Maia Silveira Instituição do Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense (UFF) – Campus de Nova Friburgo. Endereço da Instituição: Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ. CEP: 28625-650. Telefones para contato com pesquisador responsável: (21) 98852-1966 E-mail do pesquisador responsável: [email protected] Endereço para contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Campus Universitário de Nova Friburgo: Rua Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ. CEP: 28625-650. Telefone do CEP: (22) 2528-7168 Nome do participante:_________________________________________ Idade: __ anos R.G. ______________________ Telefone: ____________ e-mail: _______________________ Endereço: _____________________ Responsável legal (se for o caso): ____________________R.G.:_______ O (a) Sr.(a) está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa: “Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI) – comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico.” de responsabilidade da pesquisadora Flávia Maia Silveira. Por favor, leia este termo cuidadosamente. Caso tenha qualquer dúvida sobre este estudo ou termo, você deverá esclarecê-la com os pesquisadores responsáveis pela pesquisa. Se preferir, você poderá dar a sua resposta em outro 53 dia, após consultar familiares ou pessoas de sua confiança antes de tomar a decisão de participar ou não desse estudo. Ao aceitar participar o sr.(a) receberá uma via desse termo. Justificativa e objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos clínicos e laboratoriais do programa de controle de biofilme dental, que significa promover a higiene dental adequada, em um grupo de pacientes que estejam internados na UTI do Hospital Municipal Raul Sertã e que estejam respirando artificialmente por intubação orotraqueal. A realização dessa pesquisa é importante, porque quando a higiene bucal não é feita adequadamente, pode aumentar o risco de infecções bucais e pulmonares, principalmente em pessoas que estão respirando por tubo orotraqueal. Então, torna-se necessário estabelecer medidas de higiene bucal (controle de biofilme dental) e avaliar o benefício dessa medida, através da avaliação clínica e laboratorial. A melhor forma de fazer a higiene bucal é através da escovação dentária e uso do fio dental, mas pode-se usar auxiliar a higiene uma substância chamada clorexidina. Onde e como será realizado o estudo: Os participantes serão 30 pessoas que aceitem participar do estudo, de ambos os sexos, que estejam internadas na UTI do Hospital Raul Sertã e que estejam com intubação orotraqueal. Os participantes serão divididos em dois grupos e todos receberão higiene bucal adequada duas vezes ao dia, sendo que um dos grupos receberá também a aplicação no dente de clorexidina a 0,12%. Será realizado o exame das condições bucais e coleta de saliva e de biofilme do dente (placa bacteriana) e mucosa no início, após 48 horas e após 5 dias do início do controle do biofilme (higiene bucal). Sua saliva e biofilmes serão identificados com um código numérico e serão enviados para o laboratório de Microbiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense do Campus de Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense, localizado na Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22, Centro, Nova Friburgo/RJ, onde serão imediatamente processadas, analisadas e em seguida descartadas. Sua amostra de saliva e biofilme não serão usadas para outros testes, não será enviada para outros laboratórios e nem será usada para propósitos comerciais. Caso você decida, a qualquer momento, que a saliva não seja usada para esse estudo, fale conosco e nós a descartaremos imediatamente. 54 Riscos: Os riscos dessa pesquisa são mínimos, uma vez que será realizado exame clínico dos dentes e tecidos da boca, coleta de saliva e a limpeza dos dentes. Todos esses procedimentos provocam pouco ou nenhum desconforto e não provocam dor, mas mesmo assim todos os esforços serão realizados para que ele seja reduzido. Muito raramente pode ocorrer por uso prolongado da substância clorexidina a 0,12%, substância que será usada pelo grupo II, coloração dos dentes, descamação da mucosa, alterações do paladar e aumento dos depósitos calcificados supra gengivais, alterações reversíveis após a suspensão do uso. Serão respeitados sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, como também os hábitos e costumes, do paciente. Benefícios Esperados: Espera-se que a higiene realizada nos dois grupos reduza o número de microrganismos na boca e melhore as condições bucais de higiene e de inflamação da gengiva. Todos os pacientes que precisarem de tratamento dentário serão encaminhados para a Faculdade de Odontologia da UFF e poderão ser atendidos quando tiverem condições de saúde para o atendimento odontológico. Forma de acompanhamento e assistência: Os participantes têm garantia de que receberão respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento sobre os procedimentos a serem realizados, e aspectos pertinentes à pesquisa em qualquer momento. O participante receberá todas as informações sobre a pesquisa e será acompanhado pela equipe de pesquisa. A pesquisadora se responsabilizam pelo encaminhamento do seu tratamento odontológico, para ser realizado quando o participante tiver condições de saúde para isso. Forma de esclarecimento: Os participantes têm garantia de que receberão informações, antes e durante a pesquisa, sobre a metodologia de estudo. E, se for de seu interesse receberão informações sobre os resultados finais obtidos com a pesquisa. Retirada do consentimento: Os voluntários têm liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo. Não haverá nenhuma penalização caso o senhor (a) queira retirar-se do estudo e garantimos que o senhor (a) continuará recebendo o melhor tratamento disponível nessa instituição. Garantia de sigilo: Os dados obtidos na pesquisa têm finalidade exclusivamente científica, sendo assegurada a privacidade do participante. Os 55 resultados desse projeto de pesquisa serão apresentados em congressos e publicados em revistas científicas, porém a identidade do participante não será divulgada em nenhum momento. Ressarcimento de despesas: Os participantes da pesquisa que tiverem eventuais despesas resultantes de sua participação na pesquisa tem a garantia de ressarcimento. Garantia de Indenização: Os participantes da pesquisa que tiverem danos decorrentes da pesquisa, previsto ou não no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, têm direito à indenização, por parte do pesquisador e da instituição. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais: sendo que uma será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a você. Declaramos que esse projeto está de acordo com as exigências contidas no item IV.3 da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Eu, _________________________________, RG nº ________________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito. Assinatura:__________________________________________________ Data:______________________ Ou Eu, _________________________________, RG nº ________________ responsável legal por _________________________________, RG nº __________ declaro ter sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa acima descrito. Assinatura:__________________________________________________ Data:______________________ Nova Friburgo, _____ de ____________ de _______ Assinatura do pesquisador responsável: Flávia Maia Silveira 56 ANEXO C - Termo de assentimento livre e esclarecido TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Anuência do participante da pesquisa, criança, adolescente ou legalmente incapaz). Título do Projeto: Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI) – comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico. Pesquisador Responsável: Flávia Maia Silveira Instituição do Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense (UFF) – Campus de Nova Friburgo. Endereço da Instituição: Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ. CEP: 28625-650. Telefones para contato com pesquisador responsável: (21) 98852-1966 E-mail do pesquisador responsável: [email protected] Endereço para contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Campus Universitário de Nova Friburgo: Rua Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ. CEP: 28625-650. Telefone do CEP: (22) 2528-7168 Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa” Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI) – comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico”. Nesta pesquisa pretendemos avaliar o impacto clínico e laboratorial de um programa de higiene bucal em pessoas internadas na UTI do Hospital Raul Sertã, que estejam respirando pela ajuda de aparelhos. O motivo que nos leva a estudar esse assunto é a importância da higiene bucal para evitar infecções na boca e nos pulmões e a existência de poucas pesquisas que mostrem o resultado laboratorial desse tipo de procedimento. Para esta pesquisa adotaremos os seguintes procedimentos: 1- Exame clínico inicial onde 57 iremos olhar toda a sua boca e cada dente seu, vendo se há lesões e se as condições da sua higiene bucal. 2- coleta de saliva e da placa bacteriana do seu dente e da sua boca, vendo se há algum microrganismo que possa fazer mal à sua saúde bucal. Esses procedimentos serão feitos inicialmente, 48 horas após e 5 dias após termos começado o programa de higiene bucal, que será realizado duas vezes por dia. Sua saliva e biofilmes (placa bacteriana) serão identificados com um código numérico e serão enviados para o laboratório de Microbiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense do Campus de Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense, localizado na Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22, Centro, Nova Friburgo/RJ, onde serão imediatamente processadas, analisadas e em seguida descartadas. Sua amostra de saliva e biofilme não serão usadas para outros testes, não será enviada para outros laboratórios e nem será usada para propósitos comerciais. Caso você decida, a qualquer momento, que a saliva não seja usada para esse estudo, fale conosco e nós a descartaremos imediatamente. A melhor forma de fazer a higiene bucal é através da escovação dentária e uso do fio dental, mas pode-se usar auxiliar a higiene uma substância chamada clorexidina. Os participantes serão 30 pessoas que aceitem participar do estudo, de ambos os sexos, que estejam internadas na UTI do Hospital Raul Sertã e que estejam respirando com ajuda de aparelhos. Os participantes serão divididos em dois grupos e todos receberão higiene bucal adequada duas vezes ao dia, sendo que um dos grupos receberá também a aplicação no dente de clorexidina a 0,12%. Os riscos dessa pesquisa são mínimos, uma vez que será realizado exame clínico dos dentes e tecidos da boca, coleta de saliva e a limpeza dos dentes. Todos esses procedimentos provocam pouco ou nenhum desconforto e não provocam dor, mas mesmo assim todos os esforços serão realizados para que ele seja reduzido. Muito raramente pode ocorrer por uso prolongado da substância clorexidina a 0,12%, substância que será usada pelo grupo II, coloração dos dentes, descamação da mucosa, alterações do paladar e aumento dos depósitos calcificados supra gengivais, alterações reversíveis após a suspensão do uso. Serão respeitados sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, como também os hábitos e costumes, do paciente. A pesquisa trará uma série de benefícios para você, espera-se que a higiene realizada nos dois grupos reduza o número de microrganismos na boca e 58 melhore as condições bucais de higiene e de inflamação da gengiva. Se você precisar de tratamento dentário, será encaminhado para a Faculdade de Odontologia da UFF e poderá ser atendidos quando tiver condições de saúde para o atendimento odontológico. Para participar desta pesquisa, o responsável por você deverá autorizar e assinar um termo de consentimento. Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Apesar disso, caso sejam identificados e comprovados danos provenientes desta pesquisa, você tem assegurado o direito à indenização. Você será esclarecido (a) em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou interromper a sua participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido (a). Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado sem a permissão do responsável por você. Este termo de assentimento encontra-se impresso em duas vias originais: sendo que uma será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a você. Os pesquisadores tratarão a sua identidade com padrões profissionais de sigilo e você não será identificado em nenhuma publicação, atendendo a legislação brasileira (Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde), utilizando as informações somente para os fins acadêmicos e científicos. Eu, __________________________________________________, portador (a) do documento de Identidade ____________________ , fui informado (a) dos objetivos da presente pesquisa, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá modificar a decisão de participar se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu responsável já assinado, declaro que concordo em participar dessa pesquisa. Recebi o termo de assentimento e me foi dado tempo e oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas junto aos meus familiares. Nova Friburgo, ____ de ______________ de 20___. 59 ____________________________________ Assinatura do (a) participante _____________________________________ Assinatura da pesquisadora 60 ANEXO D - Autorização do Raul Sertã 61 ANEXO E – Declaração da Instituição: Universidade Federal Fluminense – Campus Nova Friburgo SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE NOVA FRIBURGO Declaro ciência e autorizo a realização da pesquisa intitulada Análise de um programa de controle de biofilme dental em pacientes com intubação orotraqueal em unidade de terapia intensiva (UTI) - comparação entre controle químico-mecânico com uso de clorexidina e controle mecânico, sob a responsabilidade do pesquisador Flávia Maia Silveira, desde que o protocolo de pesquisa seja aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). O pesquisador deverá apresentar o parecer de aprovação do CEP para dar início à pesquisa nesta instituição. Declaro ainda que esta instituição conhece e cumpre as legislações, portarias e resoluções normativas vigentes, e está ciente de suas corresponsabilidades como instituição coparticipante do projeto de pesquisa em questão e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar dos participantes de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura necessária ao desenvolvimento desta pesquisa e para atender eventuais problemas dela 62 resultantes. Nova Friburgo, 08 de outubro de 2015 63 ANEXO F – Exame Clinico Ficha de Exame Clínico Examinador: Data da realização do exame: Nome: Data de nascimento: Sexo: NE: Idade: Cor/raça: Inscrição: 64 ANEXO G – Protocolo de higienização segundo AMIB 65 66 67 ANEXO H – Autorização do CEP 68 69 70