Amenizar o momento da morte: o papel da tanatopraxia
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Amenizar o momento da morte: o papel da tanatopraxia
Amenizar o momento da morte: o papel da tanatopraxia Profissionalização é essencial nesta função que está crescendo Você já ouviu falar em Tanatopraxia? A palavra vem do grego: thanatos – morte e práxis – o que se faz habitualmente, o que seria, de acordo com a origem da palavra, “o que se faz habitualmente diante da morte”. O momento da morte para muitas pessoas é repleto de negação e angústia. É cercado de tabus e muitas vezes encarado como um tema que deve ser evitado. Mas a morte é inevitável para todos nós. Faz parte da condição humana e deve ser encarada com serenidade e naturalidade. Para tentar tornar esse momento mais ameno existem diversos profissionais que trabalham diariamente com a morte, entre eles está o tanatopraxista. A tanatopraxia permite uma completa desinfecção e conservação do corpo, eliminando possíveis riscos biológicos, por meio da injeção de um líquido conservante e desinfetante. Por meio dela também é possível realizar a restauração facial e corporal. A técnica é aplicada em três níveis que variam de acordo com o tempo necessário para a realização das cerimonias fúnebres até o sepultamento. A profissão do tanatopraxista está regulamentada no Ministério do Trabalho como uma atividade vinculada às empresas funerárias. Existem diversos cursos em várias cidades do país com valores em torno de R$ 2000. O curso inclui noções de anatomia, fisiologia e psicologia e no Grupo Vila é exigido ainda um treinamento de seis meses para que o profissional seja considerado capacitado. A profissão está em crescimento e inserida num mercado em contínua expansão, o funerário. O salário de um tanatopraxista é, em média, entre 2 a 5 salários, dependendo da região em que atua. Essas pessoas desempenham um trabalho nobre e fundamental para a sociedade e encaram a profissão como algo gratificante. Um exemplo é Luzinete, uma das seis tanatopraxistas do Grupo Vila em Pernambuco, que se qualificou por meio da empresa, em Thanatos, em São Paulo. Na profissão há seis anos, Luzinete a descreve como indispensável e solidária. “Para mim o meu trabalho é um ato de carinho e respeito com as pessoas que não estão mais entre nós. É gratificante quando a família se sente satisfeita com o nosso serviço”, explica. Ela confirma que seu trabalho ainda é algo que provoca curiosidade e estranheza nas pessoas, mas que ela lida bem com isso e sua família também. “Quando meu filho de 10 anos explica na escola sobre minha profissão, todos ficam admirados. Ele tem muito orgulho de mim e do que faço.”, conta Luzinete. Em Pernambuco, o Grupo Vila é a única empresa que realiza a tanatopraxia, que na prática tem como função o tratamento e a conservação do corpo falecido até o momento do sepultamento ou cremação. Mas a sua função vai muito além disso, pois por meio dela se consegue dar uma aparência mais natural ao corpo, como antes da morte, o que comprovadamente atenua o sofrimento da família e facilita na adaptação da ausência do ente querido, o que psicologicamente tem um valor incalculável. Além de possibilitar o prolongamento dos atos fúnebres, a tanatopraxia permite que familiares distantes participem do funeral e até a realização de traslados nacionais e internacionais para velório e sepultamento em outras cidades. História da Tanatopraxia O respeito e o tratamento do corpo dos mortos é uma prática antiga e comum a todas as grandes civilizações. E daí, remonta a técnica da tanatopraxia. A Tanatopraxia começou durante a Guerra Civil americana (1861-1865) com o embalsamamento de soldados falecidos durante as batalhas. O médico que mais se destacou na técnica foi Thomas H. Holmes, considerado “o pai do embalsamamento moderno”, que desenvolveu fluidos mais seguros para a prática do embalsamamento. Depois da guerra, o ato de embalsamar passou a ser amplamente reconhecido pela sociedade americana e em 1922 foi criada a Cincinnati School of Embalming, em Cincinnati, Ohio, escola especializada na arte de embalsamar, sendo a pioneira nos Estados Unidos. Atualmente, a tanatopraxia é bem mais disseminada nos países de cultura anglosaxã do que nos de cultura latina. No Brasil, a técnica ainda é desconhecida, apesar de ter chegado aqui há aproximadamente 18 anos, mas já é considerada essencial para o setor funerário. O tema é tão interessante que a Revista Veja publicou um artigo da psicanalista Betty Milan, falando do assunto. A colunista disse que o trabalho do tanatopraxista é recebido pela família do morto como uma ajuda.
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