"A Ordem" - Julho 1954
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"A Ordem" - Julho 1954
"- T' AORDEM JUTHO D. ESTEVAO BETTENCOURT, O.S.B, SALVAEAO FORA DA IGREJA? / PE. TE6FANES BARROS - PRIMEIRO DE MAIO / ABIB NETO - ORAEAO DE FORMATURA / D, MARCOS BARBOSA DIALOGO DOS QUA'IRO ELEMENTOS / DOCUMENTOS PONTIFiCIOS: Discu.so de Pescoado Santo IJadre / JOAO CAMILO DE OLI_ VEIRA TORRES O MOSTEIRO DE SAO BENTO / CARTAS DE ONTEM E DE HOJE: Uma carta de Eric ci / REGISTRO: S. Pio X - II Conrer6nciados Bispos da provincia de Beio Horizonte - P6scoados surdos-mudos- Centro D. Vital _ Pla os de asitaqao comunista Campos de corcentraceo ,o 1954 voL. Ln Bua M€xico, ?il - N.o I 2,o andar - Ciira Poltal 449 - BIO JUTHO D. ESTEVAO BETTENCOURT, O.S.B. - SAI. VAQAO FORA DA IGREJA? / PF..TEOFANES BARROS _ PRIMEIRO DE MAIO / ABTB NETO - ORAqAO DE FORMATURA D. MARCOS BARBOSA - DIALOGO DOS / ELEMENTOS QUA'IRO / DOCUMENTOS PONTIFICIOS: Discurso de P6scoa do Santo padre / JOAO CAMILO DE OLI_ VEIRA TORRES - O MOSTEIRO DE SAO BENTO / CARTAS DE ONTEM E DE HOJE: IJma carta de Eric Gill / RE_ GISTRO: S. Pio X - II Confer6ncia dos Bispos da provincia d.e Belo Horizogrfg - P6scoa dos surdos-mudos - Centro D. Vital _ Planos de agitagSo comunista Campos de concentraeao no paraiso sovi6tico. 1954 vor,.Ln Bua M6xico,71 - N.o 1 2.o andar - Caixa postal 249 - nIO : -.\ DR. HELIO SILVA Fundada em 1921 MEDICO PeT JACKSON DE FIGUEIREDO IN'TESTINOS BUA RETO E ANUS SILVA, RODRIGO L4 3.o andar CONSULTAS Diretor AICEU AMOROSO LIMA - GUSTAVO CORQAO Ieilator Chclc I Bodatoros Secretirioc _ ALFE,EDO LAGE E GLADSTONE CII.AVT8 DE MEI.O - AMEDEO FERRARIO Gerente a DIARIAS Redagio e AdministragSo: Rua M6xico,74 - 2.o andar - Caixa Postal 249 TeI. 42-3055 RIO ASSINATURAS Brasil, Am6ricas, Espanha e Portugal porte simples ... registrado " crt 100,00 crl 110,0e (exceto Xspanha c Portugal) porte simples ... C r $ 116,00 ' registrado ... CrS 140,00 Nrimero avulso: Cr$ 10,00 A NEDASAO NAO DEYOLVE OR,IGINAIS R,ECEBIDOS lurope condicionodores po rlateis. insfo logdes centro is vol,. LII Julho de 1954 D. ESl EVAO BETTENCOURT, O.S3. PE. 1E6FANES BARROS AISIB NETO - N.o 1 SalvagS,ofora da Igreja? .. .. Primeiro de Maio OraqS,ode formatura D. MARCOS BARBOSA - 6 20 26 Di6logo dos quatro elemenios 32 Documentos pontilicios : Discurso de PSscoa do Santo Padre . JOAO CAMILO DE OLWEIRA TORRES - erd"ff-Ai,r% . ND{STRTA- COMfRCIO ENGEI{HANT^ Umo orgonizog6o de l6cnicor crpeciolizodot no conforlo o no bcm'crror. Ruo Worhington Luir,'gl 1.. - 2." - 3.. pov. - TGl.22_{925 -..,,,.' 43 O Mosteiro de 56o Benio .. 46 . . . . .. .. .. 43 S. Pio X - II ConJer6ncia dos Bispos da Provincia, de Belo Horizonte - P6scoa dolssurdos-mudos - Centro D. Vital - Planos de agitar;E,ocomr.rnista - Campos de concentrag6o no paraiso sovi6tico .. 62 Cffilq,s d.e onten e d.e hoje: Uma carta de Eric Gill . . Registro: A ORDEM REVISTA MENSAL F'UNDADA EM 1921 VOL. LII Julho a Dezembrode 1954 Fundador qKSON DE ETGI'EIR,EDO Dlretor ALCEU AMOROSO LIMA Redator-Chefe Ficdatores-secretirlos _ Gerente - GUSTAVO CORQAO ALFREDO LltcE GLIIDSTONE CHA\TES DE MELO AtltpDEO FERRARIO \ij,T rr". i-. li1.ss,r rwwir' | -,f. :7r+;lfryrAy1;;y111711/#i':: !"':rTtrynwtr!:ifix.ltf,tt'r Yti,"i:ltlri'itf iV;irl4!.|''Ijry!i.!:f; O ew6no &tpoilevel ainda n6o toi itwentado peloe lromens. Mas Tfuadenfes nos ensina, em sua mod6stia, que n6o devemos nos resr'{nar a isso. pa_ Qou com a vida, o que n6o 6 wna ligdo estimulante. Mas, se apesar disso 4.nda hoje 6lembrado, e me$ mo cttltuado, isfo nos conso.la: ndo sabemos ganha a luta, mas n6o desrsfimos de continuA-Ia. Seria melhot dizet, sem 6nfase: de contimtat o i6fto. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE JULITO, 19tl Salvagio fora da lgreia? O'S'B' D. ESTEVAO BETTENCOURT, da Amdrlca do Norte' Recentemente, nos Estados Untdos do "Centro 56'o Bento" levano Pe. Leonardo Feeneye membros bem a certa preocupaQS'o taram uma questlo ot" corresponde poderS'o salvar tantos e tantos Gos nossos tempos: bo*o se f6 dentro da IgreJa homens que n6o professam a verdadeira denegavam qualquer espeCat6lica? Os citados debatentes lhes provocou uma oportuna declararanqa de felicidade eterna' Isto prodOste documento fEz que OUo-d" Santa 56. A importi'ncia curassemosexporabaixoasuadoutrina,elucidando-apelo autorizados da Antiguidade recurso aos te6logos cat6licos mais e da nossa 6Poca. dos adultos que morrarn Consideraremos, pois, a salvag6o d vistvel Igreja de Cristo na sem bd,tismo,isto e' sem pertencer os lndivlduos humanos terra (*). Por "adultos" entend'eremos s6o plenamente que, ten,lo atingido a idade do discernlmento' portanto' fora do amblto iesponseveis por seus atos' Ficar6o' alienados' A respelto da salvatlo nosso estudo os mentalmente te6ricas' Com gdo dOstes,n6,o se movem grandes dificuldades eleito: nunca tenha chega1) o adulto que' por defici0ncia flsica' doagozardesuasfaculdadesmentais,6peloste6logossimplesDeus prove i sua nrente equiparado a uma crianga irresponsdvel; (1); salvaglo como A,de um Pequenino O {.) !eparado. caso das crlaDga6 que mortem 8em batlsmo portulB ttatamento em 2) o adulto que, ap6s certa idade, perca por completo o uso da razd.o, cal abaixo da linha da responsabilidade moral; obt6m a sorte eterna que merega em virtude do seu fltimo ato ldctdo; 3) quanto Aqueles que t€m a responsabilidade diminulda pela mol6stia, s6o por Deus Julgados na medida, vari6,vel, em que possam responder por cada um de seus atos. Sdmente o Senhor, que perscruta as consci€ncias, sabe discernii o valor moral dessasag6es. Voltemos, pois, nossa atengS,opara a sorte dos indivlduos respons6veisque falegam sem o sacramento do batismo. $ 1. VIAS MANIFESTAS E VIAS OCI'LTAS A. A saltsagd,opelo Cristo manllestado A via normal que encaminha o homem ao fim ultimo que Deus lhe destinou, A,bem-aventuranga sobrenatural, 6 o sacramento do batisrno (batismo de 6gua). A fidelidade ir vida sacra:nental constitui a antecipaglo da vida celeste. ' Todavia desde a antiguldade se reconhecem dois outros rneiosque podem eventualmente suprir o sacramento do batismo: 1) o martlrio (batismo de sangue), ou seja, a entrega da pr6pria vida em testemunho da f€. Tal ato sup6e, no grau mais intenso de que seja capaz o individuo, amor de Deus e 6dio ao merogoa s6,o os fetoa que, por um motlvo qualquer, morlem no selo materno do que oa que chegam B naacer; reduzindo as proporg6e8, dlga-se que a metade doa fndlvlduoo humanos mor?e llo selo mat€rno. Dentre oa que nascem, conslderem-se os que morrem antea d& ldade da raz6o e 06 que, mesmo chegando d ldade de permanecem Bdullos, lrrespon86vels, nunc& atlnglndo o ueo de suas faculdades mentals. Cooclul-se ent6,o que, de fato, perto do6 dols terqos dos lndividuos humBnoB morrem por sua sorte eterna. Cl. sem poder optar consclente e Ilvremente J. B. du Petlt-BorDand, "Slmples note6 aur Ie questlon du nombre des 6lus", em "Etudes Franclscalnes" 1906; A. Michel, Elus (nombre de des), em "Dlctionnalre Tbeologle catbollque" M. PErls 1939, 2374A titulo de llustraqa,o conflrmatlva, de 1946, note-se que na Su6cla, a partir o mortlcltllo de crlanclnhas no selo matelno 6 oficlalmente reconhecldo e autorlzado pelo GovCrno. Para lsto, basta que a respectlva genltola apre8ente "v6lidos" motlvos clc oidem m6dlca, eugenica,social deb!lidade ou humanltd,rla; "presumida de Es,tde por parte da gestante" par& que o Estado autorlze e tazeo suficlente Je e pBtrocine o morlicinlo De 1946 a 1953 da prole por lnterveng6o de um m6dlco contavam-se 45.000 de66es mortlclnlos "legalB", sendo a m6dle de 6.000 por ano. E. ao lsdo dCBtes, quaDtoa ser6o os casos clBndestinoa, para 06 qLrals o Goverrro n6,o ter6 dado 6 previa autorlzageo?! ^"'l:Lff"t'"%ie"r"ie?"fr"":rSl'"?"'"ft:h'X!i"i!:"ff;",'iJ#""""f.:"'KgJJ$itl rlata. 6- carlaa eapanto, qeouz-8e do segulnte modo: ( A oR'DEIv[ 8 sacrificlo de pecado. E' assim a mais perfeita imitagdo do apta a passar lmeCristo. Por isto purifica a alma, tornando-a sempre considerado diatamente d. vis6o de Deus' O martirio foi primeira figura de Santo o ideal da perfeiglo' e o mdrtir foi a vcnerada na hist6ria da lgreja; em voto) ' v62) o d'eseiodo batismo (batismo de desejo ou como tal (2)' lido caso seja impossivel a recepgdodo sacramento do baHouve dfvidas na tradig6o a respeito da sufici€ncia nao a quetismo de desejo.Alguns autores, antigos e medievais' para a purificagaO rlir,ni reconhecer, exigindo 6gua ou sangue (pag6os <la alma; julgavam que nem mesmo os catecrlmenos c€u' caso que se preparavam para o batismo) entravam no (3)' morressem antes d'e receber o sacramento a sentenqa Todavia tamb6m em 6poca antiga se faz ouvlr atais larga: antes Em 392 o Imperador Valentintano II fOra assassinado oragao sua Em batismo' do de ter podido receber o sacramento exprimia: {rlnebre, o bispo S. Ambr6sio (t 39?) assim se que eu estava para gerar para o Evangelho' "Quanto a mlm, perdi aqu€le aflitos por giuen d"" pediu" ' Sei quanto estais Ele, por6m, ,rao p"ra.il que temos em \[as dizei-me: batismo' d'o ;a; i;. ote recelioo os miJterios mani; o desejo? Ora, em tempos passados6le horso poder sen6o a v;;;de lt6lia e declarou o seu na endrar de antei -L-rli"rr de,.r-i"i"i"ao festou o clesejo por mim- Foi principalrnente por isto Que intento de se iazer rogo 6le ent6'o.a giaga que deseiou' que pediu? pensou -Sem em crramar-m":M;;;;;"i (4) ' drivida, pois que a pediu, recebeu-a" por outros PaA sentenga de S. Ambr6sio, compartilhada a boa vontade dres, se implantou entre os teOlogosmedievais: posslvel a que seia ri6,o ou o desejo do batismo 6 eticaz, desde --ft e implicito' como r€cente qlstlngue-se^-en-tre,ileseio explicito Nt;"ologla s e v e r 6 & d l a n t e r r , , , " o ' " i l i ] r " I o i p i i m e t r oo sconbecl-ento"exitictlo s e c u t o J d a l e i e j a ' p o r dde e scllsto e j o s a l(donde vlflco iti"upoe entcndla-ge o deseJo "*pr-i"iiol (sec. 5), De ecclesla8ticls dogmatibus 4l; da Vlda de s' Mertlnho rerti;-o 646' "pGOol" o Sto'. Doutor n6'o -paiece ;lcula,r e bem 'liscutlcla; ter retraiado no flm ,r" o uatrimo de deselo; cf' I''-Hofmann' Lr-.o "uutiiio' que EeJa' rrtuencn"n lsro' +oo' como..quer de deselo' r autoriaaiOe--ei'prot Oo batlemo o 29. 5l tttLHO, 1954 recepgao do sacramento. O conceito mesmo de justiga divina perecia exigir tal proposigS,o:o Senhor n6o pode relegar para o castigo eterno uma alma que Lhe esteja unida, nutrindo em si f€ c amor a Deus, mas a quem nd,o6 dado cumprir tudo que em ;ua fidelidade ela desejaria (5). Hoje em dia os te6logos n6o p6em mais em dfvida a eficScia do batismo de desejo. Dublanchy formula a doutrina cdt6lica nos seguintes tCrmos: "Desde que a contriq6o ou a caridade perfeita, acompanhada do ddsejo cie receber o batismo, exista realmente num catecfmeno adulto, a sua alma d imediatamente Justificada, mesmo antes da recepqd,o do sacramento. Por conseguinte, se 6sse adulLo, sem culpa pr6pria, f6r de fato privado do sacra' mento..., obter6, n6o obstante, a recompensa eterna em vir[ude da graga tantificance e).istente em sua alma" (6). B. A saloagd,opelo Cyisto desconhecido A doutrina de que o mero desejo do batismo, em certas circunstdncias, tem valor salvifico, deixa margem a uma quest6o ulterior, assazcomplexa. Com efeito, pergunta-se: Para a salvagS,o, requer-se o desejo expllcito do sacramento ou bastar6. talvez o desejo itnplicito? Em outros t€rmos: o desejo salvifico, para ser concebido,exigirri no individuo o conhecimento pr6vio do batismo, ou poder-se-6 (5) Para ilustrar o modo de pensar da teologia medieval, v6,o aqui leferldag a6 respostaa que o Papa fnoconclo III (t 1216) deu a dols bispos que b lnterrogarem a respeito de acontecimentos contemporaneoB. .- a) Um judeu em artigo de morte, tendo em sua companhia Judeus apenas, atira.r?-se pronunciando A 6gua, as palavras cta f6rmula, bailsmal. eue dlzer de tal "batlsmo?" perguntava o bispo de Metz. O Papa respondeu que n6o podta, ser conslderado v6ltdo, porquanto Crtsto, em Mt 28, 19, sup6e e exlge que suJeito e mlnlstro do batlsmo sejam pessoas dlTersas uma da outra. Todavla acrescentava que, "se tal homem tlvesse morrldo Iogo a segulr (ao mergulho), (eterna), terla passado sbm demora para a pdtria em ltrtude, slm, da sua f€ no sacramento, n6o, por6m, por efelto do sacramento da f6". que nao -- b) - A prop6sito de um Eocerdote que acabara de morrer, verlflcara-se f-6!a vAlidamente betlzado. eue pensai da sorte de tal alma? lnterrogava b btepo de Cremona. InocCnclo III respondia: "Sem hesitar asEeveramos que pelo fato de ter (tal sacerdote) perseverado na f6 da Santa Madre Igreja e ne coDfts66o do nome de Crtsto, foi purlflcado do pecado original e possula ben-aventuranga da petria cereste". E, em apoio da sentenga, citava testemunhos de S. Ambr6sio e S. Agostlnho. a eflc6- Estas duas declaraqoes de Inoc€nclo III, que sanclonam eloquentemente cl& do battsmo de deseJo, foran de tnserid.as-na coleg6o de L;ls ou Decretals Greg6rlo I:< (i 1241). (6) Charlt6, em "Dtctionnaiie II 2. Parts f939, 223?. de Th6ologle catholique" -9 8- ;;b;:|IEI - A ORDEM JLLHO, 1954 l1 10 se dizer que d'o batisrno' de sorte a ahrgar o conceito de d'eseio m&s '54s141nsnlo' tenha ouvido falar do um lndividuo Que nunca e' possui o voto do batismo' conscihncia' sua a conlorrne t*a, a vida eterna? em virtude d€ste, consegue debate vai proposto abaixo: Eis o problema delicado cujo exceg6esat6 a Idade Moderna' 1. Os te6logos' com poucas santificadora ao voto explicito s6 quiseram reconhecer utita"it podem alcangar salvaimplica oue rto bal,lsmo. Esta posigao 16 qualquer (ordinS'ria ou quem chegue' por uma via pages 96o a,quelesa do Evangetho' Ora em terras estraordin6,ria), a p"gJSa" no caso de muitos indivlduos' tal exig€ncia deixa de se preencher Tal da bem-aventuranga celeste' o que significa a sua exclusdo e (t 1560) de Melquior Cano' O'P' € a doutrina' por exemplo' Estio (t 1613). Ltl"lti#,*te .t pt*uuu interessantepor mostrar o voto explicito do bat'i'smo' por6m' a descobertado Novo Mundo A partir do s6culo XVI' japag5'osvivem e morrem sem qu" muitos Oe verificagao e a rrrais entrar em contato com um mlssion6rlo, deram impulso- e opinides mais largas. o Concilio de Trento Cfees-fSeg) ainda n6,o fazla dtsttngao entre voto explicito e implicito do batismo: "A purificagS,o, depo,is de promulgado o Evangelho, n6o se pode obter sem a 6gua da regenerag6o oa o ilesejo desta, como estd escrito: "Se algu6m nao renascer da ri,gua e do Espirito Santo, n6o pode,r4 entrar no reino de Deus" (Jo 3, 5) (8) . Na teologia postridentina, apesar de algumas vozes contr6rias, foi-se reconhecendo cada vez mais o valor salvlflco do voto implicito, doutrina que hoje em dia n6o sofre contestagdo. 2. Um passoadiante. Admitida a eficdcia do desejo impllcito, fica-nos a pergunta: Em que circunstAncias €le de fato se verifica? N6o h6 drlvida, frequentes (principalmente em terras pag6s) s6,o os casos de pessoas que passam a vida inteira sem ouvir nem ler uma fnica palavra a respeito de Cristo e de sua Igreja. Outros ha (mormente em terras civilizadas) que ouvem ou l6em, sim, algo da mensagem do Evangelho, mas esta lhes 6 proposta irnperfeitamente, destituida dos chamados "crit6rios de credibi[dade", ou seJa,dos sinais que a fazem aparecer digna de f€; em consequOncia,um exame atento da doutrina de Jesus n6o se lhes apresenta como dever de conscidncia, o Evangelho n6.o lhes suscita problema religioso, de sorte que quem o rejeita, f.iodemesmo, de boa f6, julgar estar repelindo o 6rro. E' nessescasos,sem dtvida, que se verifica o "desejo implittito" como via de salvagS,oeterna. E de que modo se verifica? Os te6logos ensinam que as diversas propostg6esda fe crist6 se compendiam em dois artigos, os quais contGm impllcitamente todos os dados da RevelagS.o.Tais artigos sd,o: (8) Dz ?96. -11 A OR,DEM 12 1) Deus existe e a cada homem a mere2) 6 o Juiz Supremo que asslnala a cida recompensa. Mais brevemente: 1) exist6ncia e 2) provid6ncla salvifica de Deus. Professar, pois, €stes dois artigos serd,possuir o minimo de f6 com o qual, na impossibilidade de se obter ulterior instrug6o religiosa (9), se pode agradar a Deus e chegar at6 Ele. Fleclprocamente, sem assentimento a essas duas proposigOesnd,o pode haver acessoa Deus nem salvag6oeterna (10). Pois bem, embora Deus nem sempre proporcione ao homem o conhecimento plena do Evangelho, nul'nca,deixa de o colocar d,iante d,asd,uasd,itasuerdades.Sim; a todo individuo que chega i, idade do discernimento, o Senhor, por uma iluminagdo interna, robrenatural, d6 a conhecer que Deus existe e exerce uma provid€ncia salvifica, recompensando a criatura qUe lhe seia fiel (11). Nenhum homem, pois, 6 deixado em estado de ignorAncia a respeito das verdades estritamente necessS,riasi, salvac6o. Mais alnda: iuntamente com a luz sobrenatural, Deus comunica d criatura um auxilio correspondente (graga sobrenatural), a fim de que possa abragar os rudimentos da fd assim manifestados. Desiarte o individuo, Iogo no inicio de sua vida consclente e deliberada, 6 inelutivelmente solicitado a optar por olJ eontra l)eus, por ot cantra uma orientagdo religiosa de sua conduta. Caso dO assentimento is duas referidas verdades,correspondendo d graga, esta opg5,olhe merece a justificagS'oe a consequente JIILHO, 1954 13 heranga dos filhos de Deus ou visao Ueatifica (12).. Tal jovem possui entSo o voto, n6o explicito, mas impllcito, do batismo; a sua aquiesc€nciai'icial e simples imprica prontidS,o a a fazer tudo que €le saiba, ou venha a saber, ser preceituado por Deus; implica, pois, o desejo e o pedido do batismo, caso este ,ne se;a manifestado. paralelamente, a rejeigio dos dois artigos frimor_ diais da f6 implica o desprdzo de um dom sobrenaturai e, por conseguinte, a condenaqEona linha sobrenatural (para o in_ ferno). Destas iddias se segue que nenhum adulto, embora ignore a Revelag',o crist' como tal, permanece fora da esfera do Cristianismo ou do sobrenaturar; ainda que n60 lhe sejam notificados o c6u, o inferno e os meios crist'os de salvagd,o,6 solicitad,o a optar impllcitamente por ou contra as duas proposigOesfunda_ vnentais da verdadeira religi60: Deus existe e prov6 d, salvagS,o crost'.omens.N5,o h6,, pois, um limbo (bem_aventuranga mera_ mente natural) para adultos mentalmente sadios, pois nenhum destes 6 deixado na ignordncib absoruta que caracteriza as criancinhas; todo e qualquer homem respons6velencaminha_se, aqui na terra, para o c6u ou para o inferno (13). (12) O assentlmento graga sobrenatuta_is tff;*ffi *iufixffi*'::\lx*:llej#i"';8"*i{"",'"r,*ly-"":i uma 6, 8im, procluzldo em v f".*",,iH;": $,Tf&i'l'; li,*.,.:.rjii"%,11T?;,H""ox ,$;{;,i"r2"#lth,,i"',tT 'ttl*}*u'ffi ffi;ra-ta$hT'*$;tr*iutx n pai;roclnada_p9l Ch._Joumet, L,EgU6e ti,"ffi'r"'y;,,r,u*"?;ff:L"r;iy";??g: os doze altlgoB (9) EstA claro que Deu8, tendo revelado ao gCnero humano que o bomem os conlreqa que se encontram no simbolo de f6, exige normalmente enginam os te61ogos, quando i prcfesse, para se salvar. 56 a titulo extraordlnario, D-eus n6o julga Decessario prover e, evar]gellzagE,o de tal ou tal lndividuo' o ir6prio tairn6rn n6o pede niais ao que a fe nas dua-s ditas proposlg6es. 6 o texto de Hebr 11' 6: depols de aflrmar desta doutrlna (10) O fundamento que neo 6e pode agradar a Deus", o Ap6stolo acrescent&: "Quem ge aproxl"'sem fe daqueles que O procuram". ria de Deus deve crel que beus existc e 6 Remlnerador (isto €, para quem, que eventualmente Els ai os dols artigos de f6 fundc-rnentals, se tornam suflcientes e' salvaqeo' o Evangelho) 6em culpa pr6prla,-lgnora ( 11) As manelres como se d6 ests illrminaqA'o,, 6er5'o propostas pouco abal;:o' -13 A oRDEM 14 decorre nova quest6'o' 3. Do Que acaba de ser proposto d' idade da razlo' Deus Dizia-se que a todo homem chegado estritamente necesrevela sobrenaturalmente as duas verdades da op95'oentre vida e morte s^rias i sa1va95,o;coloca-o diante t6o importante intereternas. Como, por€m, se h6' de conceber venqdo de Deus no intimo da criatura? Jf,deantemao6licitoconjecturarqueassumaformassecretas e mrlltiPlas. agentes inlermedi6rios Com efeito, o Senhor pode utilizar um escrito ou conversa' (ou pessoasou seres inanimados; uma no iovem nog6es duas as lrma figura, por exemplo) para suscitar que se desPerta Para a vida' raro - apenas ilumiMas tambEm pode - e isto n6'o serS' que' por sua vez' se verifica riar interiormente a intelig6ncia; o de duas maneiras: jovem os dois conceitos 1) ou Deus prop6e ao espirito do de modo que a eomo tais ("Deus existe" e "6 Flemunerador")' si' H6 ent6o uma intuigd'o lntelig€ncia os atinia diretamente em sobrenaturaldasduasverdad.es,independentedealgumensinamento humano; ' de revelaglo ainda 2) ou o Senhor se serve de um tipo moral todo jovem 6' em mais simples: no inicio de sua vida por ou contra algum bem dada ocasiS,o(1a), solicitado a optar respeito aos obietos fiumano tronesto (obediOnciai' autoridade' do imperativo: diante entS'o de outrem, passatempolicito); vO-se o caso das massas populares que vlveram 6ob a 6gide da Babllonie' de Atenas' (entreoE ?3H"8:u" (r4) Esta4."9'.9"Tleo?ol3t".'"o.'"?1ti3fl,",*Tfi1'."r?S,?""8 c( ? e io'anos L4- dc ldade), .ttrLEo, 1954 15 ,,Eaze o bem, evita o mal". Ora, se o individuo escolhe o bem, lnesmo sem pensar em Deus ou no seu tltimo fim, €le, em ver_ dade, est6 optando pelo Bem absoluto, sem o qual nenhum bem criado subsiste, est6.inconscientemente optando por Deus, Fim rlltimo da vida humana. Se nessa ocasiao em que escolhe o bem, lhe fosse dado saber que Deus existe e remunera a quem O pro_ eura, afirmaria estas duas verdades; no momento da opg6o pelo bem, d6,-lhes um assentimento apenas prd.tico, uiaid,o, ainda nd,o lormulado. Esta opg6o pr6,tica, por6m, embora muito sum6ria, .i6 6 suficiente para produzir os mesmos frutos que a aceitagio refletida e direta das duas nog6es elementares da f6; nela est6 contido igualmente o voto (tmplicito) do batismo; 6, pois, salvifica (15). Em outros tormos: desejar o bem na vida pratica 6 deseJarimplicitamente o cristo, e desejar o cristo Jd,6, no individuo, obra e dom do sarvador; 6, portanto, o inicio da salvag6o. ' N6o h6 drivida de que a primeira e t6,o fr6gil adesao a Deus pode, o deve, ser corroborada no. deco*er dos tempos. eara co.rsegui-lq t--poru* que o jovem, nos seus atds proceda segundo a consciencir, _subsequentes, abragando o que ve'ha a^conhecer cornci preceito do Bem e evitanao o que perceba ser contr6,rio a €ste. A perseveringa po que Deus lhe revele um pouco mais da Verdaoe, n:,ente. da plena mensagem do Evangt <iade il consci€ncia mantida inc6lumJ arrependimento sincero a1rcs as falta bem aventuranga sobrenatural ao cons tenha professado explicitamenie a f6 c Estas ideias levam d, importante conclusd,ode que est6,o na via de salvagio muitos e muitos homens que em absoluto n6o t6m ligaglo visivel com a Igreja: pag6os, herejes (luteranos, calvinistas,metodistas.. ., espiritas), cismd,ticos(gregos, russos, demais orientais autoc6falos), cidaddos que vivem sob propaganda e pressd,oanticatdlicas, concidadd,os nossos aos quais a mensagem do Evangelho nunca tenha sido proposta de modo a sri:il*1q:3,1::3"'J""T"ryJ"iF5i!'l{&ffi"#,TAiE"'Jji.TSr est6 em sell pod.-er,com o auiiro qa graga atual po8ta ii#i d, cua_ "3",XFl-^^to3^9_que iJiilYrli buma 5?1%r'iri'ilTo1 ,?"* n6o denesaa sracaoanitttcaute';.-bi -15 j / 1, t:r.i A ORDEM lur,rro rssi t7 suscitar nCles o "problema religioso" ou um .,caso de consciOn_ eia", pessoassimples que nd,o falam de Deus, mas que sio in_ capazesde algum deslize moral; todos 6stes,caso estejam real_ mente de boa f6, procurando atender fielmente aos ditames d.a consciOncia,fazem parte de uma s6 comunhd,ojunto com aqueles que professam explicitamente a religido cat6lica; s6o membros invisiveis da "Igreja, fora da qual n6,o h6 salvagd,o',;s6o mem_ bros da Igreja, sem que 6les mesmos o saibam e sem que Esta t1,opouco o saiba (16). E' claro que esta afirmagio n6o justifica a proposigEot6.o leviana quanto propalad.a: ,,TOdasas religiOes sd,oboas; qual_ quer delas 6 capaz de salvar o homem,'. NEo h6, drivida de que uma falsa religi6o pode salvar o homem, caso 6ste nela perse_ vere, julgando aderir A, Verdade e cumprir assim um dever de consci0ncia. Desde o momento, por6m, em que lhe surjam dri_ vidas sobre a autenticidade de suas crengas, tal individuo, em eonsciencia, ter6, obrigagdo de inquirir a Verdade, ia n6o lhe bastar6 ser adepto de uma religido "qualquer". caso encontre a Luz da mente, a conscidncia consequentementelhe ditard que a abrace, ou seja, que se converta ao Catolicismo; caso, por6m, lid,o chegue il evidoncia apesar de sinceros esforgos, alcangard a salvagS,oeterna aderindo iquilo que julgue ser Verdade. Tal 6 o ensinamento que ainda recentemente, no caso d.e Feeney e do Centro Sd,oBento, a Santa 56 inculcava contra ten_ - .(16) -.ve-se, pors' que at€ hoje 6 velido e rna,baldvel o axroma do8 prlmerros Padres: "Fora da Igrela, n6,o h6 Batvaq6o". Esta m6xim;, de"Id;;;n;;-eili!ilarA", de nodo nenhum faz coincidrr o numero cros Justog com o d.oa memtroJ-iGivete da lgreja Cat6lice. Hoje em dla, com razeo, tende-se a rejeitar a nomenclatura ..Corpo,, e ,,Alma,, para deslg-nar respectiva,me:rte os.memblos vr'rvels e os membros tn_ 9.1. Igl"J? visiveis da mesma. Alrna e corpo sAo inseparevels. como oue c@stenslvog eniie sf; por- lsto, lsto' quem pertence A d Igreja rgreja portence a alma e corpo corp-o da Igreja, tgreja, persendo J perpor6m, em certos casos manifesta, tin€lcia, em outros latente] que, E' de crer nas seltas hereilcas e clsmaticas, a massa povo, pouco lns_ do _E' t.-rurqa, ida, Eegue segue ae de boe ooe re fe seus pastores religrosos, retigiosos, e nao se propoe e.n6o proo6e^ o problema oa da iriuieria verdadeira verqaqerra re[gr&o religi6o". -EinEre Entre os estudlosos mais laclr estudiosos e 6 mars facil surglrem dtvidal duvldas sour" a s6bre u autentlcidade de sua selta, dlividas que naturalmente tiram a boa fe: tooooro todavia Nelvrnann podia afirmar que vivera muitos anos como erudlto t"oio-go-1.gt'ir".o, 6em Jamals ter concebido.-a minlma_hesfta96o s6bre s veracldad_e ae-i""-r%rrgrao. Diz-se que_ a quase totalidade que n6,o ae ocupanr da dos hereles e cism6ticos IgreJa Cat6lica, est6 de boa f6. 16- Todavia,,.. para q:_"-.3]fl6T possa obter a,salvagao eterna, quer sempre que seja atualmente,-iniirp*rd" nao se re_ como membro, mas e nec6s6rio, ao rnenos,que lhe u.t":, ,riia-J?"or"rgeja aesfjo e ooto. s,er. sempre expricto,como6leo 6 nos '.fl di;t'el-JtLT#efr ar#?,'*"1"Ht$"rr1mt"ti'" il:fr a*.fflri.rLii."thTl,il'^"*9*1"i' formar sua vontade com a vonf.arta .ra n^,,^ Ieviln algu6m a qu6"er "on_ 'eff ff :tH;fl1f ,t?Dogm'rica..Aress*::Ttdi+_1"*i:;?:;3'ffi eapaPioxrr aos2edejunJroae Pontificeo rs+iiA.i5:ii}+ frfi irffii A OR^DEM 18 salvaqeodoshomens,ofundamentoea'raizdet6dajw t i f ifilhos caqS'o mela Deus" dc; s e dos 6 impo5sivel agradar a Deus e chegal ao cons6rcio (Dz 801) (17). rVIfIo' L95/4 19 llre pertenga vlslvelmente, mas certamente lhe pertence invisl_ vclmente (20). (18)' E'de notar que, na alocuqaode Pio IX acima citada os o Sumo Pontifice frisa bem a dificuldade de se estabelecerem para h0 n5'o individuos; nos r.imitesda boa f6 e da culpabilidade, todos os temistp um critdrio universal, aplicS'velaos lromens de pos e t6das as regi6es,mas o julgamento exato das consci€ncias a Pio IX e obra de Deus s6. De resto, j6' os te6logos anteriores de autores (t e os 161?) f.az\ama mesma advert€ncia:.Suarez num que' rnesmo Salamanca (s6c. 18) ' por exemplo, iulgavam pocie haver pais onde a f6 cat6lica 6 professada sem oposiQlo' lrerejesouinfi€isqueestejamforadetOdainfluOnciadoCatolia veracicismo e, por conseguinte,neo concebam drlvida sObre Cadede sua seita (19). poderia Perspectivas muito confortadoras estas' ' ' Nem se veio conceber que a verdade fOsseoutra' Com efeito' se Cristo (cf. Jo 3,17)' a sn mundo para salvar e nlo para condenar exist6nciadalgrejavisiveldeCristonS'opoderiasermotivode para a maioria do g6nero humano, que talvez n6o ctrndenaQs,o (1?) Carta dtvulgacta soz_is.'O d;i"-"oto'ror Ec-cleslastical Amerlcan Reviev'"' 127 t19521 em "The tJi'iua,i^-Juu-ii"o,poi orae- da santa 96, em Betembro de 1952. alude o Santo Oficlo: (18) Ers a passagem a que -'iJai'a-J roapost6llc-a' o." te -gy",. fora da Igrelr "E' preclso constde"ar"co'i"o que os que esta 6-a-arCa Unlca da 6alvaQ6o e pode ser mana, nlngu6m pereceid'o pelo dlltivlo"' entrado, "ufuo;-qtu ;;;;;;-ti;dtem' (19) De flde dlsp' XVII' Il n' l"jt:rx n' e' tn"Jro"dr"ti"-iogloatlcus tr' xVu oisp Suarez, 6' 9'10'13; SalmaDtlcen6es' "*r!?31 Em margo de 1994,a .,RevlstB Eclesias'ca Brasllelra,, pubttcava s segulnte CursuE -19 18- \r: lt.ll :: ' ' lulJro' $se I de pensar, que vlr6 allvlar muito o mals oneroso, o rriais dtfictl trabalho da esp6cie,que 6 - dlzem, e n6o sel se por ironia pensante. E poderemos ter, at6 mesmo, trlbunal,s mec6,nicos, como os descritos por Giovanni Papinnl, num dos seus riltimos Primeiro de Maio (*) llrnos. Mas, contlnuemos. A Ci€ncia progride. Torna oada vez mais confortdvel a vida PE. TEOFANES BARROS do Ifomem s0bre a Terra. O Homem Moderno pode aUmentar Assistente eclesidstico da Federaglo dos seu corpo com as mais esquisitas iguarias, beber os mais geneCirculos OPerdrios de Alagoas rosos llcores, ouvir as mais belas produg6es mtsicais, apreciar as malores maravilhas do mundo, correr, em pouco tempo, toda a Mais uma vez se festeja o Dla do Trabalho' Mais uma vez se superflcle da Terra. Pode subir ao Emplre State, de New York, para se g, Torre Eiffel, de Paris, e maravilhar-se ante a magnific€ncia soltam foguetes. Mais uma vez se reune o operariado, NacioEconomia da alicerce o Nag6,o, da que esteio 6 o €le dizer das obras que construiu. Se lhe parece fugir a vida, pode recorpara para iludi-lo' mais palavras bonitas, rer aos prodtgios da CiCncia Mddica, ingerir umas tantas vitanai, e outras tantas ,Jerse se conseguetorn6-lo menos consciente de seu sofrimento' minas, recorrer a modernlssimos hospitais, recuperando a boa F ' e s t a s e m a i s f e s t a s : e s p o u q u e m o s g i r f l n d o l a s , s o l t e m o s f o - vlda e o conforto, tudo isto sem multo esforgo,sem grandes trabalhos. Jh cogita o nosso bipede implume de voar at6 ao pla_ gos de artificio. Comedemus et bibamus' Comamos e bebamos' neta Marte, ou mai,s al6m, para arrebatar os segr€dosdo siten_ pois morreremos amanhl! Audfvida' resta nlo closo Universo. E', ou n6,o6 prodigio isto, meus senhores?E', ou Primeiro de Maio. Dia significativo, n6o 6 aurora promissora, de tintas esfusiantes,a fascinar, a en_ rora?Crepfsculo?-Hemomentoshist6ricosindecisos.Nosso cantar a inteligOncia humana? fil6sofo, Jackson de Figueiredo, j6 ventilou o assunto. um diltl, Aurora? Ou, taLvez, crepfsculo? Virei eu, agora, no meio vioemquenS,osesabeseosolvainascer,ousevir6'noitetedo festim continuo em que vive o Homem Moderno, estragar nebrosa. Assim 6 €ste Primeiro de Maio, neste Brasil t60 sofretudo, falando em creprisculo?Mas, meus amigos, v6s me convi_ dor, t6o angdstiado, neste mundo dilacerado por duas tremendastes para falar aqui porque querieis ouvir verdades,e n6,o pa_ das conflagrag6ese ainda nao livre de uma terceira tempestade lavrdrio balofo. N6o adianta f.azet ret6rica. E, mesmo que o quiatomica e de hidrogenio, infinitamente pior que todas as temque sesse' diflcilmente o faria, pois teria de escapar ao meu feitio. pestades J6 Passaram. mundo no que se viu Nunca parecer stm' Sdmente gost<j Oe dizer verdades, mesmo importunas, duras, Poder6 Aurora? cru€is, - o essencial 6 que sejam verdades. tanto progresso cientifico. o homem-rei pode gloriar-se de ter realizado maravilhas. os espaQosdesaparecem.Gigantescas aeMeu Chefe Supremo teve a ousadia de dizer tantas verdades palawa A de dlSt&ncla. no95,o a Morre c6us. os cruzam lnconvenientes ronaves que morreu crucificado. Voltemos ao assunto. humanatransp6eespagos.Erguem-seprddioscapazesdearranhar os c6us.E'tudo maravilha. Por toda parte surgem indtlsEste dihiculo parece mais creprisculo. trias e novas indtstrlas. Fabrlca-se tudo. Talvez n6'o demore a Todo €sseconforto de que vos falei, t6das essasmaravilhas construgao do homem slnt6tico. Talvez chegue c6do a maquina do mund,o moderno s6o privildgio de pequenos grupos. De seres humanos mais espertos, aquinhoados (*) Discurso Pronunciado na 6ed.e do Clrculo OperArlo de Macel6' Alagoas. n6,o se Justifica porque, 20- -2L -il A OR,DEM por ,u* m€rito' A grande maioria' talvez oitenta n""--J;;;r" pior que e 6 E o diferente' cento Oa humanidade, vive de modo nada' geralmente profuntlamente paradoxal: os que t€m tudo possuemsflo' iustamente' os ou quase nada fazem; os que nada moureiam' que mais se esforgam' os que mais duramente coitados! Pobres Alimentag6,o? - Proteinas? Vitaminas? as vitaminas conPelo menos entre n6s, s6 lhes s6o ministradas apelidados de "satidas no sururu, na farinha s6ci, e no siri, i6 td'o falado saldrio e tal o que d5' l6,rio minimo", pois s6 6 para maravilhocampo oficial. Vivem subalimentados, sem energias' doenqas' R'em6dios? so, enfim, de tOda e qualquer esp6cie de de pau' pois outra TCm de recorrer ir, medicina do cha de raiz catres imundos' visin5,o the 6 accessivel.Conforto? Vivem em pela chuva, por tudo tados constantemente pelo frio navalhante, maior' lhe vai emazat por um quanto 6 desconforto. E quando, tem de refugiar-se bo.u ,r* pedago da casa, aguaceiro abaixo' esperar que a coisa na parte por ventura deixada inc6lume' a Teria sido melhor quc melhore. E que longa espera!' ' ' Filhos? poupa-los do sofrimento de n5,o lhes tivesse dado Deus, para vO-losmorrerdefome!Culturaartistica?Culturaintelectual? fale de tais coiTeatro? Cinema? RAdio? - Que ningu6m lhes gr6,-finos' que gastam sas. s6,o blasf€mias. Tudo € s6 para os nos dias de hoje nisto, rios de dinheiro' como se nlo houvesse resolvidos' serem a problemas tantos milhares de cruciantes quando aindeu' lhes que Deus Transporte? - As duas pernas Passeios? Excurs6es? da n6,o combalid'as pela fome' Viagens? poderS'o ir' vez por oucoragem tiverem quiserem e Coitados! Se de Bebedouro a Cotra, de Jaragua ao Trapiche d'a Barra' ou Paris? - Sabern' York? New queiro Seco, de canoa, p'ra variar' falar' sem que existem, muito longe, bem longe' e delas ouvem desprovidas' express6es compreenderem direito, como se f6ssem totalmente, de sentido. g€nero humaSao estas as condig6esda grande maioria do no, da quase totalidade do povo brasileiro' que Em estatistica realizada hd' pouco no Recife verificou-se pernamdentre um milh6o de habitantes, que i6 tem a Capital t2- II'LHO, 1954 23 bucana, apenas cinquenta mil pessoasvivem um padrdo de vlda normal. Noventa e cinco por cento dos recifenses est60 despro_ vidos do essencial A, vida! E para quem, e para que apelar? Os Governos?pensam noventa e cinco por cento nos pr6prios interesses e cinco por cento nos do povo. SEo uns engraqados. Escorcham do povo os impostos, gastam milh6es em asneiras, em obras suntuosas,de pura fachada, nada realizando em crefinitivo para solucionar a situagd,o.Negociatas, cambalachos, es_ cdndalos,se sucedem.S5,ogrupelhos famintos, de fome canina, a quem nada sacia, que nunca se acham suficientemente fartos, que vivem roubando e sonhando roubar, cadavezmais, do dinheiro do povo, iludindo-o, aproveitando_seindecentemente de sua boa f€. os Legisrativoss6o verdadeiras tristezas. Tvazem nas almas bem intencionadas um verdadeiro desengano,uma verdadeira d.ecepg60quanto aosm6ritos da Democracia.Vio para 160s.que t6m mais garganta, os mais espertos.Consomem fortunas dos cofres do Pais e nada produzem cte ritil e efieiente. A infernar politica, a maldita politica, tudo absorve.E o povo pagando caro para €s_ ses gaiatos discutirem, uns com outros, trocarem paravr6es, sem nenhum resultado prdtico. Os Executivos,na sua grande maioria, s6o compostosde ho_ mens de grupos, que querem aproveitar os poucos anos que de_ moram guindados ao poder para beneficio pr6prio e dos seus. ltr surgem nomeag6esem massa, dos afilhados, d.osprotelidos in capazes,de rapazinhos fracassadose de mocinhas engragadas, que enchem as repartig6es ptblicas, para sangue_sugarem os dinheiros priblicos. Assim, 6ssedinheiro n6o sobra para nada. sim, t6m razio. Todo dinheiro 6 pouco, para saciar a fome que lhe r6i lis entranhas. o JudiciArio rs v6zesjurga com crit6rio. v6zes outras nao t.m altura morar para srtuar-se acima de interessesporiticos. E assinr vai a coisa,de derrocadaem derrocada.para onde, n6o sabemos. E', ou n6,o6, sinal de creprisculo? - E crepfscu.lobem ameagador. _23 JULIIO, Oragio ABIB NETO Discurso proferido a 7 d'e TnarQoultirno, pelo A'' como orad'or oliciul d'a Turma d'e Licenciundos da Faculd'ad.e d,e Filosolia, CiAncias e Letras de S' Bento' Uniuersid'ud'e Catolica d'e Sd'o Paulo' FaAntes de comegar a minha oragflo, os Licenciarrdos da prestam, Bento, sa.o de Letras e culd.ade de Filosofia, ciencias pela minha voz, sinceras homenagens ao Autor de todo ser' aos autores d.e nossa exist€ncia e aos autores de nossa formaglo' pela sacomo gratidS.o de criaturas, de filhos e de discipulos' votlsfacS,o de virmos realizado um ideal e concretizada uma caQao. proE'com saudade que lembramos o nome do renomado quem pedimos fessol, dt'. .{m€rico Brasiliense de Moura, para Domine!" ao Senhor: "reqlt'ient' aeternam d'ona ei, Pego emprestado, a Paulo Setubal, o capitulo sexto do CONFITEOR, para dele transcrever um trecho em homenagem ao que' por distante, quiqd desapareciclo professor ou professOra primeirc, nos iniciou nas letras pAtrias ' '". .. Preciso lalar aqui d'utn hometn rico' Dum homern rico' tco. Pot'que, amigo, nd,o sei se aoc| sabe, na minha terra hd mi'' t;trs1arftesho?nens ricos. Mas Aste E o h'omem rnais rico da g e n t e d i sabe sso' ith,a terra. Da minha terra s6, ndo..' Pouca ttm huIvlutto pouca gente. Como sab|-b? Ele i u'm sitnples' pri'meu o primd'ria' Foi escola nilrle. utn apagad.o professor d'e 26- 21 o nome do seu Cada um de nos pronuncie mentalmente a Deus a encomende-lhe e primeiro professor ou professOra alma, se fOr morto ' sagrada de saVolto-me, agora' para a pessoa duplamente Turma' de dom Clndido Padim' cerdote e de paraninfo de nossa Beneditina' na Paulic6ia' ilustre ornamento da Ordem de formatura nteir'> prolessor. Chanl'aDd,-se.. ." 1954 tl6sochamamosdoclaustro,n6sinterrompemos-lhearetestemunha' como Paraninfo ciraglo do Oficio, para servir de dcsLjcenciandosdaFaculdadedeFilosofia,Ci€nciaseLetras .lesaoBento,peranteomesmoDeusdosclaustros,dosaltares l6bios ptonunciaram' e rlos Livros, dum juramento que nossos de Deus: s6 em o nome oLle riossa consci€ncia selou com o sigito do $cnhor se hd de jurar' N6socltamamos,domCs'ndidoPadim'paraqueV'Rvma' e se cumpra'' de pleno' d0 ir, CiOncia o testemunho da Sabedoria Cat6lica de Sio o distico do brasS,o da Pontificia Universidade ,,SAPIENTIA ET AVGEBITVR SCIENTIA,,. PaUIO: nossa formaQS'o Colegasl Eis-nos chegados ao t6rmo de magist6rio secundArio como professOres que ingressarlo no nossa colaQlo para, cumprindo as palavras juramentadas de costumes' pelos bons e pelo ensino de grau, educar a mocidade a maque atualiza O professor deve ser a causa eficiente tdria educ6.vel que 6 a nat:ueza humana' Aquino' estS' A natureza humana, ensina Santo Tom6s de ao de perfeiqio' no estado de imperfeigdo, que deve ser levado flz do hoCriador o Esposando o pensamento de Rayneri' os meios sociedade mem apenas um esb6go' para que achasse na de aperfeigoar-se. oserhrrmano6perfectivelemsuavldafisica,psiquicae moral . processo de desenPortanto, justifica-se plenamente um ' volvimento progressivo da natureza do homem 6 o de perfectibilidade sua de que desprende se O corol6,rio sua educabilidade. (liv' IV' 12) que a arte Escreveu Arist6teles na POLfTICA apenas iniciou ' e a educaq6,o completam o que a natureza 2a A onDtM A imperfelg60 n60 erradica da essencrado homem. o ho_ mem, como essOnclan6,o 6 lmperfeito. E' imutd,vel. Nem au_ merria nem decresce. Na ordem da Crlagio o homem e as colsas seo imperfeltas, n6,o no sentido de mal feitas por ignorincia ou impot€ncia do Artlfice, por6m no da exist€ncta; mas t€m em si elementos su_ flciontes para atingir a perfeigdo. Se o n6o conseguem 6 per accidens. Foi a hist6rla, ent6,o,que nos legou o conhecimento da per_ fectibilidacle do homem. Na hist6ria do homem houve um tnico que fol criado em estado de natureza perfeita: Adflo. E, o Doutor da Igreja que o explica: devra ser n60 s6 0 pai mas o educador do genero humano. A imperfeigio inicial da natureza humana 6 tambdm um dado da filosofia da educag5o. Firmado no prlnctplo: ,.o ho_ mem nd,o 6 no comEgotudo aquilo que d.eveser,,, _ o Doutor Angdlico estabeleceua sua antropologia. Desenvolve-sedal um ramo do saber humano, culo obJeto formal 6 estudar, aprofundar e justificar os verd.adeiros varores da educaqd,ona ordem histdrico_experimental: pedagogia. a Pordm, nas condig6esatuais da humanidade, o homem nEo 6 tido apenas como ser hist6rico e existenclal: 6 0utrossim ser i:ristdo. Nasce, vive e aperfeigoa_se,vem a ser o que 6, sob as leis e as influOncias d,o cristianlsm,o. Qual 6 d finalidade da educag6o,? A educagEon6o pretende inserir essOnciaou natureza no Itomem, ou criar-lha. Desenvolve t6,o s6 e explicita o que n6le estd implicito e latente. Trilhando o pensamento do Doutor da Igreja: ,,ornne gene_ t'qtum prius est imperlecturn quarn perficiatur,, (f q.gg, art. l), todo ser gerado 6 lmperfeito antes de se aperfeigoar, _ o ho_ mem n6o possul, de inicio, capacidadeatual para agir. Compete i educagd.oatualizar-lhe os valores latentes e pro_ plciar-lhe o usufruto d€les. 2g- | JI'LEO, 1954 Bastarla o sistema nervoso para colh0r os obJetos externos. Mas, o uso raclonal, a escolha lrtellgente da potOncia,ntro o di a natureza, s6 por s6, provOm da sua atualizag6o pela educag6o. A moralidade 6 lel gravada em a natureza humana, no entanto, requerem-se reflexSo e madureza para a sua aplica96o aos casos particulares e concretos. Imp6e-se a necessidade do mestre e do guia espiritual - tradigSo clAssica da humanldade - para dar ao homem, n6,o mais o livre arbitrio, mas a constante e continua consciOnciado bem, e do ntal. Pelo livre arbltrio, 6 coment6,riode Sto. Tomd,sde Aquino, "pode o homem tornar-se lilho da perdigd,o". Mas a educagio n6.o 6 feita para curar a corrupgdo humana. A necessidadede educaglo independe da queda original. Os descendentesde Ad6o e Eva somos imperfeitos, nd,o por causa do pecado original, mas por sermos sEtes gerados, como ensina a sabedoria do Aquinatense. N6o foi a queda original que condicionou a educagS,o, antes a corrupgSo 6 efeito de falta de educagS,o,embora o pecado e suas consequ€nciasfizessem qlre a educagio tomasse novas rumos. Para completar o esbOgodo homem integral cumple situ6-lo no plano sobrenatural, ao tempo que no filos6fico e hlst6rico-experimental. Citando Tertuliano, Deus tem em nfmero e em quantidade verciad.esque n6o pertencem d, ciOncia dos homens. O homem fr;r elevado i, participaQ6odestas verdades.Esta elevaglo repO-lo no plano das realidades sobrenaturals. O cristS,otem uma segunda vida. E' o homem que nasceu ie noco. E' o homem zoao Paulino. Essa e outra vida lhe n6o 6 dada, i manelra da eternldade, "tota simul ac perfecta", duma vez e inteira, mas obedecea um sistema de aperfeiqoamento que abrange os melos da F6, da Graga e dos Sacramentos. N6o se creia, todavia, que o homem sobrenaturalizado 6 o hornem do otimismo romintico de Flousseau.Mesmo reintegra-29 30 A oRDEM do na participagio da vida de Deus, permanece sujeito ao dese_ quilorio das faculdades e d, desarmonia afetivo-sensitiva. A educagS,o cabe lev'ar i perfeigdo o homem tod,o:,,in quanturn horno est', diz Sto. Tomds de Aquino. Aperfeigoa-lhe a estrutura fisica e a atividade fisiolOgica. Adapta a alma i aquisig6o de experiOncia pela sua uni6o com a rnateria. Acaba-lhe a racionalidade e consuma-lhe a liberdade. Leva o interecto ao conhecimento da verdacle e a veraade dard ao homem o conceito objetivo e finalistico das coisas, assirn como compord a trama de sua vida pessoal e social. Do modo por que o intelecto tende d, verdade, a vontade uem tendencia naturar ao Bem. Mas ambas as tendencias, inatas e sernelhantes,s6s por sds, n6o disp.em d satisfag'o cabal das pot€rrcias. compete i educag60dar assim i interig6ncia que d, vontade o h6,bito de colher a Verdad.e e o Bem. E' ao que se chama uirtud,e. H6 uma condig1o ,,sine qu,a,non', pata levar a cabo a obra edueativa: a autoridade. De direito e de fato inerente ao educador. O educador ou 6 agente natural ou substituto na ag5o edu_ cativa. O agente natural da educagd,o6 a Familia a quem con_ cerne a autoridade inata de exerc6_la. Histdricamente a Famflia reconheceu a autoridade do Estado em mat€ria de educagEoe tanto uma como outro nio nega_ ram ir rgreja o direito, a miss60 e o dever de intervir na educag60. Nas culturas antigas, tanto do oriente como d,o ocidente, foram os mestres substitutos tegais dos deuses e dos pais, na educagS,oda mocidade. Atualmente a educagd,oquaseque se cifra em instruir os arunos. O Anjo das Escolas,cuja festa litfrgica solenizamoshoJe, dtinos as tr€s facetas da educaglo: ,,instru,ctionem,gubernationetn, tlisci,plinam". 30t 'UIJIO, 1954 A instrugdo que, como diria Clapardde, 6 o mobiliamento do esrirlto "rneublage de I'esprit" 6 dada na aula pelos professores e peios livros. C govdrno 6 a direg6o da vida, 6 a educagflocomo forma da vontade que dispOeo educando ao govOrno moral de sua vida. C fundamento d€ste gov6rno prov6m da autoridade moral do professor, alicergada na virtude. A educagd,o6, pois, disciplina: ordenagS,oda atividade do ;rito agir procedente duma norma observada na vida prdtica. Colegas! Demos ao Brasil u'a mocidade instruida, moralizada (que 6 o mesmo que religiosa) e disciplinada e a nossa Pdtria ser6 o "lte.bitat" do Direito e da F6. rurJlo, 1954 o ANJO DO LrNHO E Deus viu que aquilo era bom!" Di6logo dos quatro elementos o ANJO DO LENHO D. MARCOS BARBOSA (Entram , dors anjos de alvas trtnicas, trazendo um d6les, ewolada, Ionga e estreita toalha de linho que colocam no centto da mesa, tetanpular e comptida, tal como se taz na Sexfa_Feita_Maiot . ) . Bom, n6o para 6le, que n6o precisava de teto; Bom, n6o para 6le, que n6o precisava de pano; Mas bom, muito bom, 6timo para o seu filho: O homem, Que n6o lhe saia da mente. .. o ANJO DO LrNHO Coloquemos, irm6q o linho s6bre o lenho. O linho branco como as vestes ang6licas S6bre o lenho negro como a face humana. . . o ANJO DO LrNHO Que fariamos n6s, os anjos, dessas criaturas materiais, $en6o apenas reg6-las, govern6-las Para o servigo do homem?! o ANJO DO LENHO Coloquemos, irm6o, o linho s6bre o lenho. Uma criatura s6bre a outra criatura. o ANJO DO LrNHO Ambas tiradas por Deus do mesmo nada No mesmo dia, O terceiro dia. o ANJO DO LENHO "Que a terra faga brotar (disse Deus) rerva, ervas e 6rvoreg Com frutos e sementes. , . 32- o ANJO DO LENHO E a terra deu a 6rvore, A 6rvore, o lenho, E o lenho, seus frutos: 'Obergoeoesquife, Amesaeaarca, f) barco e a casa. .. 6 6rvore nobre entre t6das as criaturas, 56 tu 6s digna de carregar o homem que acaba de nascer, 56 tu 6s digna de transportar o explorador que parte para outro IP6rto' 56 tu 6s digna de guardar o frltimo sono do anciSo que anseia por [outra infAncia. -33 *'=*--- . A ORDEM 34 Tu 6s o leito onde a vida se transmite, Tu 6s a mesa onde a vida se nutre, O barco onde a vida viaj4 O esquife onde a vida morre. .. O pr6prio Deus, 6 lenho, te quis na mangedoura, Te quis na barca de Pedro, Te quis na mesa da ceia, Te quis nd cruz. . . o ANJO DO LrNHO Quis-te, enfim, no altar, Que 6 bergo, barco, e cttJz, e mesa! o ANJO DO LENHO 56 rija, 6 6rvore, para suportar o p6so do homem; membrost Mas doce, doce, irm6 6rvore, para n5o magoar os seus O dorso que em ti se deita' Os bragos que em ti se aPoiamt Os ombros que te carregam. . . (56 agora desentola a toalha, para os dois lados, indo as pontas at6 o chilo, continuando visivel, pot€m, a fuento da mesa, ) o ANJO DO LINHO Mas s6bre ti, irm6o lenho, O irmSo linho se estende como veste' Brotado da terra como tu, Trabalhado pela m6o do homem como tu' Misturado, como tu, I hist6ria dos homens e dos deuses' J6 que um dos deuses se f6z homem! 34- JULI{o, 1954 O ANJO DO LENHO E quis Precisar, Tudo o mais desPrezado, Do lenho e do linho: ''Acli6-1o-eis u-a mangedoura, envolto em panos!" o ANJO DO LINHO Encarnagdo' 6 lenho e linho, testemunhos da Do primeiro e do riltimo instante' e nos pobres panost Presentes no pau do pres6pio velhas velas' No arcabougo do barco e nas toalha' Na mesa da ceia e na eterna sud6rio ' ' ' imperecivel no e Na cruz cruel que vestes os catectmenos' Bendito sejas, irm6o linho' e os padres E os neo-comungantes, e os noivost (E algumas v6zes, os cad6veret"'); e os bailarinos Que vestes os atletas cad6veres); os (E muitas v6zes, Os Poetas e os reis ' (E semPre, sempre' os cad6veres) v.:, a ,'s' : . - lengol' lengo e ligadura' Faze-te leve, linho, Para pensar o ferido, Enxugar o Pranto' Envolver o corPo ' Nlorto ou vivo, do homem; I'[orto e vivo, de Deus! o ANJO DO LENHO Eis o lenho. .. ._35 36 A OR.DEIVT o ANJO DO LrNHO JULIIO. 19# o ANJO DO LINHO ...e o linho, V6s sois legitimos, lenho e linho, Mas v6s ndo bastais Fara o legado, A liturgia do Senhor. o ANJO DO LENHO A mesa. . . f,)uas coisas, s6 elas essenciais,suplantam a vossa gl6ria: OpSoeovinho! o ANJO DO LrNHO ... e a toalha, o ANJO DO LENr{O o ANJO DO LENHO E O DO LrNHO Para a Pdscoa que o senhor desejou ardentemente comer com os Ihomens. o ANJO DO LENHO N5o s6 aquela noitg Mas sempre, At6 que venha, 6 trigo brotado como o lenho e como o linho, 6 trigo triturado, IVIoido, Seja pelos dentes das feras, Seja pela vida dura de cada dia. o ANJO DO LrNHO 6 trigo trabalhado pelo homem e tornado plo' Sinal do corpo fisico e do corpo mistico do Senhor, Tu 6s, na missa, o seu corpo vivo! Que volte. . . o ANJO DO LrNHO E espera, para-voltarr eue o tltimo o ANJO DO LENHO. tenha comido! o ANJO DO LENHO 6 mesa eternamente posta, banquete eternamente servido; V6s nAo sois, apesar de tudo, 6 lenho e linhq indispens6veis para [a P6scoat pois muitas v6zes a missa foi celebrada na pris6o, No ch6o, Ou no peito de um m6rtir! 38- homens' Qrre outro anjo nos traga pois em ofert6rio o p6o dos O p5o que se f.az de rePente Corpo de Deus, S6breolenhoeolinho. (Entta o tereho Anio, ttazendo na palma da mdc um p6o comum, tedondo, que vai depositat quase ao centto da toalha. ) -31 A ORDEM JUIJIO, o ANJO DO PAO Mas ndo s6 de p6o vive o homem. N6o s6 de plo vive 6le para a nova vida, Que se alimenta - s6bre o lenho e o linho - a, 39 1954 o ANJO DO PAO E aqui est6 o irm6o vinho o ANJO DO LENHO da ctuz e da ceia. .. o ANJO DO LENHO S6bre o lenho, Eis a comida verdadeira, onde a verdadeira bebida? o ANJO DO LTTYHO o ANJO DO LrNHO S6bre o linho. Eis o p6o que 6 o sinal, o simbolo do corpo, o corpo! Onde o que seja sinal e simbolo do sangug o sangue? o ANJO DO PAO Pois 6 preciso que esteja presente n6o apenas o Senhor, I\{as o seu pr6prio sacrificiq Que esteja presente a figura de sua morte, Corpo e sangue, P6o e vinho separados! (Aparcce o quatto Anjo, ttazendo um simples, que coloca ao lado do p6o. ) c61ice, muito o ANJO DO VrNHO . -,.1v1@ Ao lado do p6o! Eis o que 6 preciso para ag6o de gragas, Para a mem6ria da Paix6o e da P6scoa E da admir6vel Ascens6o. Eis o que 6 preciso para a Eucaristia, An(rncio da morte, Frenfincio da Parusia! Eis os quatro elementos do sacrificio, Sendo dois indispens6veis, Aqu6les que usou outrora Melquisedec, O rei da Paz. . . o ANJO DO VrNHO Eis que ao p6o se junta (E d6le se separa!) O vinho que alegra o coraEdo do homem. . . Jorrou das uvas calcadas, Embriagou No6, Confortou as chagas do homem que descia de Jerusal6m a Jeric6, Alegrou as bodas, as belas bodas de Can6... 38- o ANJO DO LENHO Mas algo falta ainda ao p5o e ao vinho, Gutro elemento essencial, o ANJO DO LINHO Sem o qual n6o sdo intteis apenas o lenho e o linho, -39 i A ORDTM JULHO, 1954 o ANJO DO PAO Mas o pr6prio pdq o ANJO DO VrNHO IJm poder que n6o foi dado aos anjos! o Ar{Jo Do vrNHo O pr6prio vinhq , TODOS OS ANJOS Vamos pois em busca, o ANJO DO PAO E O DO VrNHO O pr6prio sacriflciol o ANJO DO LINHO Anjo do lenho, o ArvJo Do LENHO . Um outrq estranho elemerrtq o ANJO DO LENHO Anjo do linho, - o ArYJO DO PAO Mais fAcil de corromper-se que o paq o ANJO DO VTTYHO Anjo do pio, o ANJO DO PAO o ANJO DO VrNHO Mais f6cil de eorromper-se que o vinho. .. Anjo do vinho, TODOS OS ANJOS o ANJO DO LENHO Do homem! Fr6gil elemento, o ANJO DO PAO o ArYJO DO LrNHO 'Muito abaixo dos anjos colocado, o ANJO DO PAO (;' t Mas ao qual foi dado 40- f)aquele que recebeu o poder de dizer s6bre as esp6cies O Fiat da Virgern, o ArYJO DO VrNHO A OR,DEM o ANJO DO LENHO Sdbre o lenho, o ANJO DO LINHO Documentoa pontificios S6bre o linho, . ANJO DO PAO E DO VrNHO O pr6prio corpo de Deus! (Saem os Anjor em procissdo, em busca do sacerdote, enquanto se ouye, ao lonpe, alEum hino eucaristico.) DISCURSO DE PASCOA DO SANTO PADRE 18 DE ABR,IL DE 1954 Do mesmo modo que os discipulos de Cristo exultaram, ao verem, na tarde da prlmeira P6,scoa,voltar ao meio d6les o Mestre ressuscitado e vencedor da morte; assim v6s, diletos filhos e filhas, abris os vossoscorag6esil alegria d6ste dia solene, e acoiheis confiantes a saudagS,ode paz que N6s, Vigdrio na terra do divino Fledentor, renovamos em seu nome i Igreja e i familia humana. "Gavisi sunt discipuli, viso Domino. Dixit ergo eis iterum: Pax vobis" (Jo. 20, 20-21). "Os discipulos encheram-se de alegria vendo o Senhor. E Jesus disse-lhes de novo: A paz seja convosco!" Ao darmos humildes gragas i divina clemdncia por Nos ter concedido o inestimdvel dom de celebrarmos convosco esta sagrada festividade, nd,o queremos deixar de manifestar-vos a Nossa paternal gratidS,o pelo filial afeto e devotas preces, com que viestes confortar o Nossoespirito nas recentes afliq6es. 6 quanto desejariamos que sObretodos os homens se derraurassea alegria da Pdscoa crist6., de modo que a Igreja pudesse cantar na plenitude da sua extens6.o: "fn resurrectione tua, Christe, coeli et terra latentut" (Breu. Rom. Dorn. in Albis, ad Laudes). "Na tua ressurreigS,o,6 Cristo, alegrem-se os ceus e a terra!" Mas se nos c6us tudo 6 paz e alegria, bem diferente 6 a realidade na terra. Aqui, em lugar da serena alegria, cuio segrOdo ja foi revelad.opor Cristo, aumentam de ano para ano a 6nsia e o sobressalto dos povos, com o temor dum terceiro conflito -43 -,f mffry I 44 A ORDEM iilundial e dum tremendo dia de amanha,, posto d merre de novas arrmas destruidoras de inaudita viol€ncia. Armas capazes de provocar ..em todo o nosso planeta uma perigosa catS,strofe" (Acta Ap. Sedis, 1948,p6g. ?b) _ corno j6 tivemos ocasi6o de dizer e recear em fevereiro de 1g43_ e de u:lusar o exterminio total de toda a vida animal e vegetal e de r"Odasas obras humanas em regides sempre mais vastas; armas c$pazes hoje, com is6topos artificiais radioativos de longa vida m6dia, de contaminar de maneira duradoura a atmosfera, a l,erra, e at6 os oceanos,mesmo bastante longe das zonas diretarrrente atingidas e contaminad.as pelas explosoes nucleares. Apresenta-se pois, diante dos olhos do mundo aterrado, a pre_ vis5,ode destruig6esgigantescas,de extensosterrit6rios tornados inabitAveis e n6,o utilizd,veis para o homem, al6m das consequ€ncias biol6gicas que podem produzir-se, -quer pelas mudangas produzidas em germes e micro-organislnos, quer pelo incerto resultado que um prolongado estimulo radioativo pode ter em organismos superiores, inclusive no homem, e nas suas descend€neias. A prop6sito disto, n6o queremos deixar de aludir ao perigo que, para as futuras gerag6es,poderia fepresentar a in_ terveng6o mut6gena, que se pode obter ou talvez se tenha j6, obtido com novos meios, para desvrar do naturar desenvorvirrlento o patrimonio dos fatores heredit6,rios do homem; falarnos d6le, mesmo porque entre tals desvios provivelmente n6o faltam ou n6,ofaltariam aquelas mudangas patogEnicas,que s6o a causa das doengastransmissiveis e das monstruosidades. Da Nossa parte, esforgando-Nossem descansopor que, metiiante acordos internacionais - salvo sempre o principio da lcgitima defesa (cfr. entretarfto Acta A. Sedis,lg53,p6g. 749-749) - possa ser eficazmente proscrita e afastada a guerra atOmica, l;iol6gica e quimica (ibid., pdg. 749), perguntamos: At6 quando quererS,oos homens subtrair-se ao fulgor salutar da Ressurrei95,o,e esperar segurangados lampejos mortiferos dos novos engenhos de guerra? At6 quando opord,o6les os seus d.esigniosde 6dio e de morte aos preceitos do e i,s promessasd.e vid.a, trazidas pelo Salvador divino? Qu se compenetrard,oos go4- JI'LIIO, l 1954 rernantes das nagOesde que a paz ni"o pode consistir em exasperantes e dispendiosas relagdes de terror mfltuo, mas no principio cristS,oda caridade universal, e particularmente na justiga vo_ luntiriamente praticada, e nS,o,extorquida,na confianga inspi_ raoa, mais que pretendida? euando serd,que os s6bios do mundo orientario as descobertas maravilhosas das fOrgas profundas da matdria tnicamente para fins de paz, de modo que fornega a atividade'humana energia a baixo custo, para n6o s6 atenuar a pentria, corrigir a desigualdade na distribuig1o geogrifica das fontes dos bens e do trabalho, mas tambdm oferecer novos recursos d, medicina e d agricultura, dando aos povos novas rontes de prosperidade e bem-estar? I l Entretanto; ao passo que a angtstia parece tornar-se mais pungente, eis que se difunde no suave fulgor da p6,scoa,desabro_ chada €ste ano sob o sol virginal de Maria, o doce sorriso da lrl6e de Jesus e Mde nossa, tamb6m ela gloriosa ao lado do seu Filho. E assim, esta MEe amorosissima estende hoje o manto da srra inefdvel ternura, dum modo especial, s0bre aqueles que 'rivem na escurid6o e na dor. 6 Maria, que neste dia refulges com mais viva luz, s0 tu o simbolo e a fonte da reconciliagao dos homens entre si e com Jesus,seu Redentor e Senhor. Aumenta a f6 daquelesque te in_ vocam. Faz que brilhe aos seus olhos a esperanga dos bens im_ pcreclveis, essa redengao dos corpos e das almas, objeto dos seus ardentes desejos, cuJas primicias contemplam em Jesus e em ti. Ajuda-os a levar o pOsodo humilde e tantas v0zes duro trabalho de cada dia, e conforta-os com a confianga da eterna e perfeita Pdscoa da grande familia humana na casa do pai, nos esplendores do ceu. Assim seja. (Segd.od.e Ltngua portugu€sa - Rd,(tio Vaticana) I 1 I I 1 JULHO, 1954 O Mosteiro de S5.o Bento JOAO CAMILO DE OLIVEIdA TORRES O que torna o Rio de Janeiro uma cidade singular, uma verdadeira capital, isto 6, cabega de nag6o, 6 a sua multiplicidade de aspectos,a sua valentia em dominarsituag6es que seriam funestas numa cidade comum. E' extraordin6riamente grande a resistdncia do Rio em face de certas situag6es que seriam desastrosaspara qualquer outra cidade. O Rio est5,,na eategoria das cidades imperiais, isto €, sede de imp6rios, universais, superando certos particularismos regionais, categoria a que pertence Paris, o exemplo tipico no mundo moderno. Confo;me o Ongulo que adotarmos, o Rio 6 uma cidade modernissirna, de luxo e divers6es,habitada por uma populagdo si,barita e lfbrica. . . Mas, se f6r outro o dngulo, o Rio 6 uma cidade muito antiga, cheia de ruinas majestosas,de trechos hist6ricos, e na qual temos o passado vivo e atuante. Ou, ent6o, 6 uma ci<lacievelha, feia, mal-cheirosa. Do ponto de vista religioso, a primeira impressS,o,para o domina. Desde as macumbas mineiro, 6 chocante; a superstiQS,o n'o€certas maneiras muito singulares de frequ€ncia a igrejas ou certas devog6esexercidas com um "habitus" antes migico que religioso, vemos coisas de arrepiar os cabelos a um cristlo mediano. Mas, se nos aprofundarmos, descobriremos que, afinal, o Rio € a capital religiosa do Brasil e n6s outros n6,o passamos de cat6licos... medianos. Citarei uma das grandes alegrias de minha recente viagem eo Flio: uma visita ao Mosteiro de S5,oBento, cuja importincia na atualidade brasileira ninguEm ignora. L5, fui com o meu nte com outros rapazes e sobrinho Luis Felipe, eu€, junta grupo que se reune para a alguns senhores, participa de um 46- missa dos s6,bados,algo de extraordini,riamente belo e protundo. Entregue aos cuidados do renovador da poesia religiosa no Brasil, Dom Marcos Barbosa, mergulhei num mundo de belezaarilstlca, pessadovivo e autenticidade religiosa. Qorredores,capelas,salas, escadas,p6tios, sepulturas, altares, obras de talha e de pintura, 6rg6.osque ressoavam como se fossem a voz das pedras antlgas, reliquias livros e revistas, velhos alfarr6bios ilegiveis,broctruras recentese figuras serenasde monges deslizandosuavemente... i{o fim de algum tempo, percebi que estava al6m das dimensoes Irabituais, d, soleira dos espagose das estruturas de um outro mundo. De fato, podia chegar i janela do refeitdrio e ver o mar' e n6le, logo em baixo, a IIha das cobras, com a refer€ncia inevltd,vel aos Bispos perseguidos.Mas, de qualquer modo, sentia que estava no Reino da Graga, num mundo em que os valores terrenos e as gl6rias mundanas perdiam todo o ar de falsa grandeza e onde estas coisas de que habituatmente fazemos o obietivo de uossas vidas passam d categoria de meio, de acidente' Tudooquecostumamosdenominar..valoresdoespirito',, mas s6o valores meramente humanos, morre d,porta do Mosteiro nossa e 16 dentro renascem gloriosos, de puros instrumentos de labora"' et vaidade 16.se tran'smudam em formas de orag5,o."ora oraqS'o diz o lema beneditino. Mas o trabalho, no CaSo'6 uma feita com a existOncia. Mnitas pessoasestranham que jovens de talento sacrifiquem o futuro, para ir viver entre as espessasparedes de um mosteiro' i\tas, se considerarmoso pouco fruto que, humanamente falando' tudo iel,iramos de nossostrabalhos e canseiras' veremos que de a dia' i.sto,afinal, conseguimosapenas o essencialpara viver dia um veremos que n6o sacrificam os monges um futuro, e sim que monges' Estes presente repetido, de trabalhos e canseiras' levam para o Mosteiro os talentos que' na vida civil, lhes dariam jornais' realirnsejo de brilhar nos suplementos dominicais de rando uma obra que n6o tem o futuro de uma semana' estS'o' A ORDEM geralmente, trabalhando por um futuro mais positiVo, humananrente falando. HA um exemplo que gosto de citar, da eficiOncia puramente humana do monge com relagS,oao t€cnico e ao homem ,,din6mico" moderno, que 6 o de Mendel. Estava o monge Greg6rio I\f.endel na paz de seu mosteiro do Tirol, a cultivar ervilhas rio jardim. Depois de umas experiOnciasaparentemente sem sentido pr6,tico, escreveuum artigo para certa revista de botinica. Tornou-se abade do Mosteiro e esqueceu-sedas ervilhas. Muitos anos depois de sua morte, um outro pesquisador descobriu o famoso artigo. E ent6o verificou-se que Greg6rio Mendel, com as suas ervilhas, era o fundador de uma ciOncia nova, a Gen6tica, que revolucionou t6da a biologia, inclusive em suas aplicagOes prS,ticas,na agricultura e na pecudria. .. Isto, humanamente falando. Mas acontcce que, na realidade, a vida autdnticamente sobrenatural em que vivem os monges significa uma revolugdo completa e total, a vinda do Reino de Deus. Trata-se de um velho casar6o colonial, habitado por homens plfcidos e tranquilos, mas que constitui um potencial de energia verdadeiramente nuclear - pois 6 o nrlcleo de todos os nricleos de energia -, mai,s e:rplosivo que uma f6brica de bombas at0micas. , (Du'O Didrlo" de Belo Horlzonte, Z4-2-I|S4). Cartas de ontem e de hoje AMA CARTA DE ERIC GILI. Efic GiII, escritot cat6lico inSl6s,6 rcIativamente pouco cottl:5'. cido no Brasil . Distin$uiu-se como pensadot, artista e sobrefudo como pessoa humana, que se tevela toftemente na sua correspond6ncia, mosttando sua individualidade marcante, seu pensamenfo e sua cultuta. Defendeu seu ponto de vista (socialista-cristflo) brilhantemente, em diversos peil6dicos ingi/6ses, e em "Money and Moral!', "Wotk and Propertt'' e "Sacted and Secula?' - c,fulasde valor incalculAvel abotdando o ptoblema econ6mico e o da o bastante atuais justiga social. Vemo-\o aqui, em tom ditercnte, criticando um attipo do "Sun BathinP Revied': Senhor: Nio creio que seja salutar, para a causa que defende, a afirmag5o de que a oposig6o cat6lica, que lhe 6 feita, seja sdmente preconceito e pudicicia. desaparecer num A Igreja Cat6lica, provAvelmente, n6o d em boas relaE6es frrturo pr6ximo. Seria melhor politica "mante ero da Primavera' com o inimigo"; pois artigos como o de seu reputagAo, definiassinado pelo Sr. C. E. M. Joad, manchar6 tivamente, nos circulos de responsabilidade' pela O Sr. Joad 6 um fil6sofo profissional, e como tal devia' ignoe preconceitos pr6pria natureza da profissSo, ser superior aos rAncias mais comuns e infantis. Por esta raz,6o s5o tanto rnais surpreendentes os enganos do seu artigo. Ridiculariza os "editos" papais, s6bre os bragos e joelhos expostos nas igrejas, e compara esta "curteza de vis6o" com o esclarecido comportarnento 8- das centenas _-49 50 A ORDEM de russos "deitados nas margens do rio Dnieper, em l(iev, sob a aESo dos raios solaresr sem uma pega de roupa"' Deixemos de lado a jocosa comparagao do Sr ' Joad, imaginando que o Papa seja grande acionista de uma f6brica de tecidos e.m Mil5o, e que a depress6o do mercado de roupas 6 a ver<ladeira razAo do descontentamento papal; mas n5o podemos deixar passat a sufl,Qestiolalsi e supressio veri contida na sua analogia de que: o que 6 pr6prio para a praia 6 pr6prio para o comparecimento nas igrejas. Isto 6 um grande absurdo. Se o Sr. Joad tivesse uma vaga icl6ia do que seja o culto, n6o ousaria comparaf banho de sol com ir d igreja, o que, no sentido cat6lico, n5o 6 a mesma coisa que as para se "paradas de igreja" realizadas em Brighton. Ir d igreja mostrar (e competir com os outros) este em desacordo com a principal raz6o pela qual se vai i igreja. E por que falar em mulheres? Os homens tamb6m s6o atraentes. Se comegassem a se mostfaf, pela exposigSo ile braEos e pernas, ou roupas bonitas, haveria o mesmo protesto da parte do elero, que nAo se refere apenas i "beleza femininatt, como pensa o Sr. Joad. Acontece que' nos tempos atuais, as mulheres 6 que sdo os pav6es. N6o posso imaginar que o Sr.,Joad seja daqueles que gostariam de abolir, inteiramente, o uso das roupas. Provdvelmente, concorda comigo e com a maioria das pessoas' em que as roupas t6m uso e ocasiSo apropriadas. sem drivida alguma aprecia belas roupas, como qualquer pessoa, e deve concordar que sua satisfaESo nao 6 inteiramente irracional . O problema 6portanto o seguinte: para tal ou qual ocasido? Quais as roupas boas, e que roupas servem Considerados o lugar e a ocasi6o, nenhuma roupa 6 apropriada para banho de sol, nadar e posar nas escolas de arte ' "Shortst' e camisas sem mangas sefvem para andarr correfr remaf, tnontar e todos os g6neros de jogos ao ar livre' Agora, que roupas servirSo para a audiancia, o teatro, e a igreja? lt pena que as mulheres pensem que teatro seja lugar para se mostrar, e parece que h6 alguma relaE6o entre 6ste comportamento e a frivolidade geral das 60- JIIITIO, 1954 51 pegas modernas. O pirblico para o qual s6o feitas 6 indiferente, e poucas mulheres realmente se interessa- p:t elas. por outfo lado, a preocupas6o do autor 6 a bilheterial e, afinal, que poderA Lazer? muitos padres sejam por demais pudicos. Ali6s, ndo seriam os irnicos, pois a pudicicia 6 mais caracteristicamente um vicio comrun nos puritanos protestantes. Ali6s, n6o 6 prim6ria e fundamentalrnente uma questSo de pudicicia, mas de bom senso. E t5o desrazo6vel transformar a igreja em ocasido para que as pessoas se mostrem, como seria tomar banho de sol como desculpa para exibicionismo. O Sr. Joad demonstra grande ignorAncia quanto ir natureza da dec6ncia. N6o desejo esclarec6-lo, mas sdmente convid6-lo a "A volta i filosofia", No seu recente livro, com 6ste titulo, lamenta a decad6ncia do pensamento humano. As observag5esque f6z s6bre a Igreja sdo um lament6vel exemplo desta decad6ncia' -i]I 3n JULHO, 1954 t Registro S. PIO X - No dia 29 de maio riltimo, o Santo Padre Pio XII rianonizou em Roma, Pio X, um de seus maiores predecesso: res, e que foi o papa da comunhdo frequente, da primeira comunhS,o precoce, da restauragS,o da mrisica sacra e da piedade litrirgica em geral. N6o nos esquegamos ainda ter sido Ole o papa da luta contra o modernismo teol6gico. No dia da canonizagdo de S. Pio X fronunciou o atual supremo pontifice a seguinte alocugdo: Esta hora de esplGndidotriunfo, que Deus, exaltador dos humil' des, preparou com antecipagS,o,para culminar a ascensS,omaravilhosa Ge seu fiel servo Pio X ir, suprema gl6ria dos altares, enche nossa alma de contentamento, do qual, vener6veis irmdos e amados filhos, participais t6o abundantemente com vossa presenga. Damos, pois, ardentes gragas d divina bondade, por haver-nos concedido o viver €ste acontecimento extraordin6rio, tanto mais quanto que, pela prlmeira vez na hist6ria da Igreia, a formal canonizagio de um Papa 6 proclamada por quem teve, outrora, o privil6gio de estar a seu servigo na Curia Romana. Fausto e memor6vel 6 6ste dia n6o s6 para n6s, que o contamos entre os mais felizes de nosso Pontificado, ao qual, por outra parte, a Provid€ncia havia reservado tantas dores e preocupagOes'como tamb6m para a Igreja inteira, que, reunida espiritualmente em tdrno de n6s, exulta em unissono com uma imensa emogio religiosa. O nome t6o querido de Pio X atravessa,neste radioso entardecer, de um extremo a outro tdda a terra, pronunciado com os acentos mais diversos, e despertando pensamentos de celestial bondade, fortes impulsos de f6, de pureza, de piedade eucaristica, como testemunho perene da fecunda presenga de Cristo em sua Igreja. Com generosa ai.r exaltar a seu servo, Deus atesta a Santidade eminente, pela qual' mals ainda que por seu cargo supremo, Pio X foi durante sua vida o ilustre campe6o da Igreja, e, por isso, 6 hoje o Santo dado pela Provid(incia A, nossa 6poca. Por isso, desejamos que encareis precisamente deste ponto de vista a gigantesca e doce figura, do Santo Pontifice, para que' quan52- 53 do as sombras da noite cairem s6bre esta jornada memor6vel e se hajam apagado as vozes do imenso Hosana, o rito solene au .-rru nonizag60 permanega como uma b6ng60 em vossasalmas e "a_ ta_ bua de salvagdo para o mundo. "o*o o programa de seu pontificado o anunciou 6le mesmo,solenemen_ te, com sua primeira Enclclica, de 4 de outubro,de 1903,onde decla_ rava ser seu fnico prop6sito levar "Omnia in Christo (Eph. 1, 10), isto ri, voltar a levar t6da a unidade em Cristo. Por6m, qual 6 o caminho que nos franqueia o acesso a Jesus bristo? Perguntava-se Cfe,-oitrando com amor as almas transviaclas e vacilantes de seu tempo. A resposta, v6lida ontem como hoje, e nos s6culosvindouros. 6 a Igreja. Dai sua solicitude, mantida sem cessar, cada vez mais apta e maie disposta ftara levar os homens para Jesus Cristo. ' Para 6ste fim, concedeu a audaz emprOsade renovar o corpo de leis eclesi6sticas,para conferir assim ao inteiro organismo da Igreja um funcionamento mais regular e maior seguranga e agilidade de movimento, segundo o requeria nosso mundo externo, langado para um dinarnismo e uma complexidade cada dia maiores. E'muito certo que esta emp-r0saanimada pelo mesmo "arduum sane munus", estava em consondncia com seu sentido eminentemente pr6tico e com seu car6ter vigoroso. Coni;udo, n6.o parece que a s6 considerag6o de seu temperamento possa dar a explicagS.oriltima da dificil emprdsa. A profunda fonte da f6 pessoal,naquela persuas6o intima que a realidade de Deus, por 6le sentida em uma incessante comunhS,ode vida, 6 ir, origem e a base de tdda ordem, de t6da justiga, de todo direito no rnundo. Onde estdl Deus, ali reina aordem, a justiga e o direito. Que instituig6o, portanto, devia maniTestar mais eminentemente esta fecunda relac,d,oentre Deus e o direito, senSo a Igreja, corpo mistico do proprio Cristo? Deus bendisse a obra do Santo Pontlfice, de modo que o C6digo de Direito Can6nico continuar6 sendo semprc o grande monumento de seu Pontificado, e a 6le se poderS.considerar cofiro o santo providencial do tempo presente. Oxal6r que 6ste espirito de justiqa e de direito, de que foi Pio X, para o mundo contempoldneo, testemunha e mod6lo penetre nas salas de confer6nciasdos Estados... onde se discutem problemas gravissimos da familia humana, para afastar para sempre o temor de espantosos cataclismos e assegurar aos povos uma era duradoura e feliz de tranquilidade e de paz. Pio X tamb6m se revelou campedo invicto da Igreja e Santo Providencial de nossos tempos, no segundo empreendimento que caracterizou sua obra e que, por seus eplsridios ds vdzes dram6',ti:cs, € inestimS,vel: a unidade interna da Igreia em seu fundamento intimo: a t6. J€t desde a infdncia, a Providdncia Divina havia preparado seu -53 54 A ORDEM eleito em uma humilde familia, fundada sdbre a autoridade, os s6os costumes e a pr6pria f6, escrupurosamente vivida. Sem drivida, qualquer outro Pontifice, em virtude da graga de estado, teria combatido e rechagado aqudles assaltos contra o fundamento da Igreja. Contudo, ha que reconhecer que a lucidez e fiimeza, com que Pio X dirigiu a luta vitoriosa contra os erros do modernismo, atestam em que grad ardia em seu corag6o de santo a virtude da f6. Solicitou trnicamente que a grei confiada a seus desvelosconservasseintacta a heranga de Deus. O. grande Pontifice n5,o conheceu debilidade ante quaisquer dignitdrios ou pessoas de autoridade, nem titubeios ante doutrinas falsas, por mais que atraentes, dentro ou fora da lgreia. Nem temor algum de procurar-se ofensas contra sua pessoa,ou injusto desconhecimento da pureza de suas inteng6es. Teve clara conscidncia de que lutava pela mais santa das causas, a causa de Deus e das almas. Literalmente se verificaram n6le as palavras do Senhor a 56o Pedro: "Roguei por ti, a fim de que tua f6 nd,o perega e tu confirmes a teus irmd,os" (Luc. 22, 32). A promessa e o mandato de Cristo suscitaram uma vez mais na rocha indefectivel de um vigdrio Seu a t€mpera ind6mita do atleta. E' iusto que a Igreja, ao decretar-lhe hoje a gl6ria suprema, no mesmo lugar onde desde h6 s6culos resplandece sem ofuscar-se nunca a de 56,o Pedro, unindo a ambos em uma mesma apoteose,entOea Pio X um canto de reconhecimento e invoque ao mesmo tempo sua intercessio, para que afaste dela outras batalhas semelhantes. A conservagSoda uni6,o intima entre a f.6 e a ci6ncia, que foi prdpriamente a quest6o ent6o debatida, 6 um bem t6o grande para a humanidade inteira, que tamb6m a importdncia desse segundo empreendimento do Santo Pontifice vai muito al6m do mundo cat6lico. Doutrina qual a do modernismo, que separa, opondo-se-lhes a fd e a cidncia em sua origem e em seu obieto, opera nestes dois campos vitais uma cisd,ot6o delet6ria, "que pouco mais 6 a morte". Viram-se prirticamente seus efeitos: no s6culo que corre, o homem, dlvidido no profundo de seu s6r, e contudo iludido ainda com o possuir sua unidade por uma frdgil apar6ncia de harmonia e felicidade, baseadas em um progresso puramente terreno, viu quebrar-se esta unidade sob o p€so de uma realidade bem diversa. . Piu X, com olhar perscrutador, viu o aproximar-se desta catastrofe espiritual do mundo moderno, esta amarga decepgS,o,especialmente nos meios cultos. Teve a intuigSo de que uma f6 aparente, isto 6, uma f6 que n6o se funde na revelag6o divina, send,oque tenha raizes em um terreno puramente humano, para muitos se dissolveril em ateismo. Entreviu igualmente o destino fatal de uma ci€ncia que, contra a natureza, e com volunt6ria limitag6o, fechava o passo para a 5.t - JULHO, 1954 verdade e o bem absolutos, deixando assim o homem sem Deus, ante a obscuridade invencivel em que restaria apenas uma posigdo de angustia ou de arrogdncia. o santo contrapOsa tanto mal a rinica possivel e verdadeira sarvageo: a verdade cat6lica, biblica, da f6, aceita como ,,rasonabile obsequium" (Rom. 12, 1) para Deus e sua revelagd,o;coord.enandode tal maneira fd e ci6ncia, aquela como sobrenatural extensao e confirma96o desta, e esta como caminho que reva d,primeira, restituiu ao cristianismo a unidade e a paz do espirito, que sd,o prdmios imprescritiveis de vida. dade d plena luz, isto 6, os crentes, quanto para com os que a buscam sinceramente. Aos demais, sua firmeza contra o erro talvez que seja como pedra de escdndalo; em realidade, n6o 6 outra coisa sen6o um supremo servigo de caridade, feito por um santo, como chefe da rgreja, d, humanidade inteira. A santidade' que se revera como fonte de inspiragdo e guia dos empreendimentos de pio X j6 recordados, brirha ainda mais diretamente nos fatos quotidianos de sua mesma pessoa. Executou em si vem a um representante do sumo e Eterno sacerdote, Jesus cristo, o qual deixou d, Igreja, como perene recordagao, a perp6tua renova_ 96o do sacrificio da cruz na santa Missa, at6 o dia em que venha para o Juizo Final (1 cor. rr,24-26), e que com 6ste sacramento cla Eucaristia se deu a si mesmo como alimento das almas: .,euem come €ste p6o, viverd eternamente?', (Ip. 6, b9). sacerdote antes de tudo, no minist6rio eucaristico, ei;saqur o retrato mais fiel do santo pio X. No servir como sacerdote ao Mistdrio da Eucaristia e no cumprir o preceito do senhor ,,F.azeiisto em minha memoria" (Luc 22, 19), compendia-se toda sua vida. Desde o dia de sua ordenag6o sacerdotal at6 sua morte como pontifice, nio conheceu orrtro caminho possivel para chegar ao amor her6ico de Deus e a generosa correspondencia com o Redentor do Mundo, o qual, por rneio da Eucaristia, "derramou as riquezas de seu divino amor entre os lromens" (Conc. Trid. Sess.XIII, Cap. 2). -bb A ORDEIVI uma das manifestag6es mais expressivas de sua consciencia sacerdotal foi sua ardente solicitude por renovar a dignidade do culto eespecialmente,porvencerospreconceitosdeumaprS,ticadesvlait da. Promoveu resolutamente a frequencia, mesmo di6ria, dos fi6is em mlssa do Senhor, e conduziu a ela, sem vacilar, os meninos como bragos para oferece-los ao abrago do Deus escondidonos altares. Eclodiu assim uma nova primavera de vida eucaristica para a Esposa de JULHO, 1954 5? a ser' graQasir tua intercesesgotaram tua vida apost6lica cheguem gloria de Nosso Senhor Jesus Cristo' sao, umu feliz realidade, para quecomoPaiecomoEspiritoSantoviveereinapeloss6culosdos s6culos. Assim seja. PR'OVINCIA DE BELO il CONF'ER,ENCIA DOS BISPOS DA na parte refereniIORiZONTE - Transcrevemos as conclus6es' da Provincia EclesiS'ste i familia, da II Conferencia dos Bispos reunida em Guaxup€ de tica de Belo Horizonte, Minas Gerais, dos Ieitores para a atengao a 22 a24 de abril Oltimo' Chamamos do salS'riopara a extensS'o c-actma conclusao e, em especial, familia aos trabalhadores em geral' com Cristo em Deus". mern descobree reconhece realmente seu passado,seu presente e seu tul,uro, como unidade em cristo (cfr. conc. Trid, I. c.). consciente desta solidariedade com cristo e com seus irmaos e fortalecido P1p ela. cada um dos membros de ambas as sociedades,a terrena e a sobrenatural, estar6 em conrJig6esde receber do altar a vida interi,ol ponto de de dignidade e virtude pessoal,vida que no presente estS a ser esmagada pela tecnificag6o e pela organizageo excessiva de t6da a existOncia,tanto do trabalho como tamb6m do descanso' Sim 6 Santo Pio X, gl6ria do sacerdote, esplendor e ornamento do povo crist6o. Tu, em quem a humanidade parecia irmanar-se com a gtandeza, a austeridade com a mansuetude, a singela piedade com a profunda doutrina. Tu, 6 Pontifice da Eucaristia e do catecismo' OJ t6 inteera e da imp6vida inteireza, volta teus olhos para a Santa Igreja, a quem tanto amaste e 2rqual consagrasteo melhor dos tesouros que, m6o pr6diga, depositara em tua alma a divina bondade' obt6rn para ela a incolumidade e a constincia, em meio das dificulrlades e perseguig6esde nossos tempos. Mant6m esta pobre humanidade, de cujas dores tanto participaste e que acabaram por deter as Faz com que ndste mundo agitado palpitag6es de teu grande coraQd,o. iriunte aquela paz que deve ser harmonia entre as naq6es, ac6rdo fraterno e sincera colaboragao entre as classessociais, amor e caridade entre os homens, a fim de que, desta sorte, as aspirag6es que "Defesa da Familia"' 1) Necessidade da criag6o da secqS'ode e diOcesanosde nacionais dentro da organizaQdodos Departamentos Moral' defesa da F6 e da a consci€ncia cat6lica' D Seu encargo essencial ser6 alertar aplaudir' quando o lar ou familia a p"'igo contra quando surgir um cristEo fOr Protegido. farniliares' notadamente a 3) Aplausos e b6nqdos b's associag6es .,confederagS"o das Familias ,,Associag6odos pais dL Familia,' I a Crist6s". a vigilAncia' ao formar D FLecomendaq6o'cat6licaque redobre - 66- DT A ORDEM 9) Elaborag6o de um plano de defesa paroquial, de defesa dr familia, atrav6s do apostolado familiar, em cruzadas de oraq6o, hora,s santas, tergos em familia, etc. 10) Iniciativa de car6ter social: a) Amparo aos menores abandonados; b) Amparo d m6e solteira, virivas e espdsas abandonadas; c) Campanha de advertdncia contra o empr6go de m6todos anticoncepcionistas; d) Fundaglo de cursos para noivas, cursos s6bre o matrimdnio, constituigdo da familia e educagdo dos filhos; e) Necessidade do sal6rio-familia, destinado de modo especial aos trabalhadores do campo. 11) Esclarecimentos aos que desejam resolver os seus problemas lntimos, por pessoas de comprovada idoneidade. Homens para orientar homens e senhoras para orientar senhoras. 72) Veemente apdlo aos col6gios cat6licos para que se d6 um cuidado especial e prS,tico ao problema da formagio dos alunos para a vida, por meio de palestras familiares aos alunos e pais de alunos e pela associag6ode ex-alunos. Deve ser funilada a JEC em todos os col6gios. 13) Os col6gios cat6licos cuidem de obter uma organizag6o econ6mica, para aceitar o maior nfmero de alunos pobres, evitando o perigo de que 6stes sejam encaminhados a col6gios acat6licos. 14) Atrav6s da Ag5,o Cat6lica recomendar maior unidade de ag6o, atuando cristS,mente nos ambientes familiares, na indristria, t& no com6rcio, no campo. 15) Recontrecimento de que a ignord,ncia religiosa constitui fator prepcind.ere"nte na apostasia das massas, corrupgeo dos costumes e infiltrag6o de seitas e heresias. PASCOA DOS SIIRDOS-MUDOS - Este ano a comunhlo pascoal dos alunos do Instituto de Surdos-Mudos, no Rio de Janeiro, realizou-se em missa celebrada pelo pe: Vicente penido Burnier, da Diocese de Juiz de Fora, Minas Gerais, vindo especialmente para o ato. Tratando-se de um sacerdote surdo, que s6 conseguiu ordenar-se mediante licenga especial da Santa 56, a p6scoa deste ano do Instituto n5,o poderia oeixar de causar certa sensag6,o.Eis como a imprensa di6ria do Rio (,,Tribuna dll, fmprensa" de 4 de junho riltimo) noticiou pela pena de Newton CarLos, a ocorr€ncia: 58- JULHO, 1954 59 meA presenga do padre Vicente na p6scoa dos surdos-mudos' atinSinormal vida i6 para uma ninos e meninas que se preparam pregou tudo da por 6le, constituiu fator de confianqa. No serm6o, 6le para dizer uquilo qo" teve: pacidncia e f6r9a de vontade' E ali estava 6 lenda nos corredores do Instituto. Antes de entrar para o seminS,rio, o menino Vicente Burnier estudou durante dez anos, aprendendo a falar e a ler os l6bios. seu mestre foi saul Borges carneiro, antigo professor do Instituto. Aintenq6odomeninodeent6o,erajustamentepreparar-separa seguir a sua vocagio religiosa. Animava-o o exemplo de um padre franc6s. morto em 192?,tamb6m surdo-mudo, que obteve permissao para ordenar-se depois de aprender a. falar, n6o s6 a sua lingua' como o latim. Venceu, com muita luta e alguma espera' Hoje,Pe.Burnier6professornopr6priosemin6rioondecomegou' em Juiz de Fora. Ele e o franc6s, j6, morto, sa,oos dois fnicos casos de surdos-mudos que se fizeram padres. Vicente Burnier entrou pala o Semindrio Menor, de Juiz de Fora, depois de aprender a falar e a ler os l5,bios'Em 41, foi para o Semineiio Maior, de Mariana, onde estudou filosofia e teologia durante cinco anos. Estava pronto para a ordenageo, mas era preciso autorizag6o especial do PaPa. Por tr€s anos, sem tirar a batina de seminarista, e apesar de Juiz conselhos em contr6rio, trabalhou na secretaria do bispado de deFora,aguardandooportunidadeparafalarpessoalmentecomo Papa. Para isto, e para advogar o seu caso com os cardeais, aprende:r o italiano. o latim, lingua litrirgica, j6 sabia' A oportunidade veio com o Ano Santo, em 1950, quando foi a de Roma como secretario de d. Justino Jos6 Santana, b.ispo de Juiz animador seu Fora, Permanente. de O padre Vicente Burnier, secular, ordenou-se em setembro Santo 1951,na Catedral de Juiz de Fora, por autorizagl'o especial do Oficio, referend.ada pelo Papa. Antes, houve uma hist6ria' -59 :l 60 A ORDEM sacramentos e do santo oficio, vicente Burnier disse em latim t0das as palavras da consagrag6o. A decisdo do Santo Oficio foi referendada pelo papa, transformando-se em autorizag6o especial. Ontem, em altar elevado, no gin6sio de basquetebol,o padre Vl_ cente Burnier rezou missa para os alunos do rnstituto de surdosMudos. confessou 96 d6res,sendo ?g meninos e rg meninas..Tamb6m comungaram alunas do curso normal do Instituto, que se preparam para a educag6o de surdos-mudos. No sermd.o,falando por sinais, "porque muitos, devido d dist0ncia, n6o conseguiriam ler os seus r6bios", pediu fdrga de vontade e pacidncia, compreensd,opara com os professores e d.edicaqd,o nos es_ tudos. Prometeu rezar por todos. AjUdou-o, na missa, o professor Adriano pinto. Es,cavapresente o padre Francisco, coadjutor da par6quia. CENTRO D. VITAL _ prosseguindo em seu programa de confe_ rdncias reuniu o centro seus s6cios nos dias 1g e 2g de maio 4 e e rI dl junho riltimo para ouvirem respectivamente o pe. M. M. philipon, ilustre te6logo e mestre dominicano de espirituaridade que farou s6bre problemas modernos de sua especialidade; o Dr. paulo Dias da costa que discorreu s6bre aspectos politicos e sociais da medicina; o pe. Fernando Avila, da companhia de Jesus, s6bre os probremas conrenporaneos das migrag6es; e o sr. Jos6 Artur Rios, sobre a reforma agr6r'ia. PLANOS DE AGITAQAO COMUNISTA _ Foi pr€sa em Campinas, no rnOs de maio tltimo, uma ativista do ,antigo p. C. 8., em cujo poder apreendeu a poricia planos e diretivas de agitagiu para os prrSximos meses e, em particular, para as eleig6es de outubro. Eis como foram €les resumidos pela imprensa do Rio: cumentagdo, chegou a Policia a, conclusdo de que o partido est6 tentando voltar a legalidade, atravds da conquista de cadeiras no parlamento e de movimentos de massa, ou por interm6dio da ADB (Arian- r'J ', 61 JULITO, 1954 tato da "irltima reuni6o do Pretrabalhos que devem ser desen" s e reclama, sobretudo, a96o mais la ADB. O relato qont6m, ainda, : os C. R. (Oomit6 R'egional), C' Z' strital), C. EmP' (Comit€ de EmB. (OrganizagS,ode Base)' Quanietivo seria o de absorver as camo, inclusive, na indicag6o de canI levar as massas trabalhadoras o C. C. (Comit6 Central) ' ierente d" a95.odo C' h' de CamPiI o "Plano de educaqS'oPara abril' ugemda escola Para cursos de emistos seis cursos, com inicio a ? de l0 alunos", procedentes de diversas que inclui-cidades de Minas' conforme cidaciesda C' R. de Campinas' apreendido' o roteiro alude aos "profeso mapa da regiS,o,tt*Ue* que fue Nice ivlendes (6ste seria um homem sores dlsponiveis" "estudtl a estudo"' de giu quando a "Nice" toi ptttul aos "circulos empresa de cursos Tais a "p'"putug^;o Oo Partido"' individual" s6o " acrediia esielam funcionando em todo o Brasil que a Policia tdm inicio ds 5'30 horas' encerrigorosos e intensivos' Os irabalhos ptq""ttos intervalos para refeig6es-e descanso rando-se irs 22,30, "o* agentes no trabalho de conspirae t€m a finalidade A"-'Lpltt"iSoar te*utteio de armas de fogo"' H6' v6rios g5,o,agitaqao, propueutJu casObre "o " versa 9 ntimero O tema mas para as aulas Jo' ti"""o'' tema ntimero 10 aparece com o r5,ier <ia revoiuqao brasileira" e o coment6'rios imediato"' 6ste' ap6s tulo "Nosso oU:"tiuo iu"damental da e econ6mica' aborda a questio politica nacional, sOLrrea situagao : revolugdo, apreciando seus vdrrios para desencade6-lo'Diz, textualm putu * conquista do regime derr mocr6rticod'e iibertagS'onacional' meros sc uvrru!'vrv rio. E' necess6rio,por6m, que todos-esses revolugS'o"' a meio principal e decisivo: proo programa de rr3st31- e AI6m do material para os cursos' a referindo-se mais de 30 documentos' paganda, foram tptt"iJioot aos refer6ncia faz d6les Um do partido' aspectos diversos o" ti""O" de classe e uot sindicatos e associag6es ativiJtJs l""io ao, trabalhos d do parbido.quanto ""*l1il3,:olitica' com outros tratam o"" Ji.tJ", dos documentos' apreendidos quantioJie";-;;"t;; Diante oa policiais conclara' sh6'rs' 6 que as autoridades a jovem que se dt;;; -61 60- A OR.DEM sideram a sua priseo como uma das mais importantes j6 efetuadas pelo setor politico_social nOstes riltimos anos. CAMPOS DE CONCENTRASAO NO PARAISO SOVIETICO _ O "Correio da Manhd,,', do Rio, iniciou em maio riltimo a publi_ caglo de um estudo de Roger N. Baldwin sObre os campos cle concentraQS'o e trabarhos forgados no paraiso sovietico. Abrindo a s6rie saiu um prefacio de Adolf A. Berre Jr., antigo Embaixad.or dos Estados Unidos da Am€rica do Norte no Brasil, onde at6 hoje s6o lembradas as suas profundhs convica6es democr'ticas e sua sincera amizade pelo nosso pais. Eis o que disse Mr. Berle: JULrrO, 1954 63 permlvind.os dos paises que ficam por trds da Cortina de Ferro' forgados tem-nos at6 mesmo situar, no mapa' os campos de trabalhos muidentro dos paises sat6lites e ligar a exist6ncia d6ssescampos a comunisgovernos pelos anunciados importantei tos melhoramentos tas como sendo suas realizag6es, naqueles paises cativos' Torna-se O presente esturi.o6_o primeiro e, acredito, o fnico aut.ntico rela_ to do sistema de trabarho-u."ruuo -gooirnoa pero gov.rno sovi6tico dentro de seus territ6rios, u puro."rt"i"r".ioo .o*unistas dos paises agora cativos do regime sovi6tico. MJrece a ateng60 oe tooos os que se interessam pelo problema ao co*urir*o munalial. os apologistas do comunismo inicialmente justificavam os cam:oria de que os mesmos eram ape_ revolucion6rio. Mas o periodo cri_ lue poderia desculpar aquela esp6_ , admite como sendo coisa descul_ :erag6o.O sistema comunista atual comunista, um instrumento cornbinr e de operagi,o econdmica. Tamb6m pr€miosdapoliciasecreta.Eexistemtamb6mvantagensterroristas o L eanhar com o maltrato das pobres vitimas - nada a colh6r com humano. tratamento ns dos meios empregados nos sis_ Kremlin, para manter a vida eco_ )em como para defender a posse , O mundo acreditava, nossos tempos, que a escraviddo huma_em na, como meio de produgdo, jd. havia sido abandonada para sempre pelas na'6es civilizadas, h6 mais ,r. u* o fato horriver 6, no entanto' que tar sistema foi ressuscitado'em "e.uro. nossos tempos, e de uma forma nova e mais cruel ainda. A prova existente ante os nossos olhos p6e isto fora de qualquer dtivida. os dados e informag6". ;;; ;lil", a nosso conhecimento, 62- fianga razodvel Temosemnossasms,osasleisd6ssespaises'autorizandootraba"O Plano EsIho forgado, e temos documentos capturados, tais como -63 A ORDEM Agentes da "A Ordem" nos Estados a Economia Nacional da URSS ein )rnar_se priblico, mas que caiu em rra e, mais tarde, veio ter is m5os sso ocasional a documentos e regu_ peito aos campos sovi6ticos em cer_ rdamento.filme s0bre o qual pode_ MINAS BELO GERAIS IIOBIZONTE - Juvenlualo Fcrillnln& crt6uco n.o 1.0{? (oltos alo Clnenla S' Ltris) Ruo DsDlllto s&nto' JUIZDEFOBA_I)I.cosarxavleIBoBloE-IlunsomDa|o,464-aDL10t PAIIADEMINAS_JoE6.leollvelroMo|o-RunA||elesEBloYos'll4 UBERABA_Ne||eEl|oBll|z|ara-RuaCoronclManue|Borges'86 Esses documentos podem ser postos em companhia do testemu_ nho prestado por um nfmero consiaer'vet de homens e mulheres PARA BELEM - OrlaDdo Costo - Av' l{szor6' 429 PERNAMBUCO RECIFDe0LI*DA_A66oc|sqflodoBoalrnprensa_Bua.loRtochue|o'105 RIO como um varioso resultado paralero d€sse estudo, o sr. Bardwi' esbogou a dificurdade que os riueraJnorte-americanos encontraram para dar cr.dito d' realidade da ditadura russa. Atribui isso ao fato de que os liberais norte_americano russos e esperavam,desesperadame afirmag6es seriarn realizadas com I muitos norte-americanos, inicialmr tefror puro e simples da policia na _os norte-americanos achavam que acontecido com a potitica suilros inte.'acionais muitas "o.rrurris v6zesacredirr* q.,, L""ioi"ir?#rr.rrr, enquanto que os profissionais carmamente e "imparciarmente julgarn as coisas pelo que os governos fazem. O sr. Baldwi", .uu g'.lurr.u_ de de not6vel liberal rl6o_comunirtu, "* u.tuU"frce o problema de maneira correta. "Niio 6 0 preconceito poritico, por6m o fato simples e inegS,vel, o que nos faz condenar-um dos aspecto.smais destacados da teoria estatal comunista, o trabalho fo.gaOs;,.-'Isto 6 uma lig',o para liberais L pur" conservadorestamb6m. Nao nascem figos de espinheiros. o bem-estar dos povos nao 6 construido na imposigdo sistem6tica da agonia e aa Aleraoagio da alma huma_ na' o progresso social n60 6 construioo soure a cruerdade organizad.a. A paz neo resurta da guerra de crassessempre acesa. E a ]iberdada nao pode ser baseada na escravidao humana. ',/ DO NORTE GRANDE NATAL crindldo de Ollvelro Fllho - - av' ncoooro' 169 SAO PAULO - Bua' 'lo Te8ouro 3s/35 sAo PAULo - Ltvrarto Trlengulo CAI|PINAS - Ntlo ale Toledo - Calxa Poslnl' 585 SER GI PE - ARACAJIT Antdnlo Fogun'les Cosla - Celxo Poslel' !30 *d.* LUGARES ONDE SE VENDEM NUMEROS AVULSOS FEDER.AL: ..ACltR' - Bua llt6xlco'98-B LMABIA - Eus ouYl'lor' 110 LTVBABTA JOStr olrriPro DISTR,ITO LUIIIEN CERISTI - ]llo8l€lro S[o Benlo PERNAMBUCO: nECIFE - LlTrsrla Edttoro Nftclollnl - Rua rln Impcrotrlz' 43 SAO PAULO: SAO PAULO - LlYratls Ttl0nguto- nue do Tcsouro'38/86 ') A sair em julho e ag6sto: ?HOMAS GILBY, O.P., Casamcttio e Moral TULTON SHEEN, Filosofia da Religi6o :'e. LEONEL FIiANiA, S.J., A Formaqdo <ia Personaliclade (6ste riltimo volume das "Obras Complctas" teve que ser acrescentado, devido d, grande Iartura dc niaterial existent'i no acdrvo literdrio do Pe. Franca). ,{LCEU AMOROSO LIMA, A Realidade Amelicana .{TLCEUAMOROSO LIMA, Est6tica Literdria: (nova ediceo em um volume). O Critico Literilio VAN DER, MAER, WALCHEREN, Deus e os Hcmens ABBE COURTOIS, A Vida de Cristo (trad. por Marina Telles de Menezes). Livros AGIR sempre atuais: CrS SHEEN, O Problema da Liberdade (4.8 ed.) I,IIDOVIC GIRAUD, A Procura do Senhor GER,TR,TTDEV. LE FORT, A MUIhCT ETCTNA ^fiIitTOINE DE SAINT-EXI'PERY, O Pequeno Frincipe (ilustr.) .. .. CARNEIRO, Catolicismo, Revolugao e Rea96o NIARINHO, Vamos Representar? (para colegios e educadores) ...'" " KOTTIEN, Problemas sociais da atualidade tAN DOREN, O que i a literatura americana ALCEU AMOROSO LIMA, MeditagSo s6bre o mundo interior .. '.. ' ' IniciagSo ao Cinema CIIARTIER-DESPLANQIIES, Pcdldor i llvnrta 40 0c 25'00 35'OO 60'00 30'0C 35'00 25,0J 25,0x 30'00 35'00 de rua prefcr6ncia ou I 6,.",,rNIR frroo lur Brru[o GoBrcs' lti CElxr PoBtsl, C0l0 Tel.: !4-t300 860 Prrto. 8. P. Atendemos Buf, il6rlco. 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