liahona_2009-10 - res.ldschurch.eu

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liahona_2009-10 - res.ldschurch.eu
A I g r e j a d e J e s u s C r i s t o d o s Sa n t o s d o s Ú l t i m o s Dia s • OUT u B RO d e 2 0 0 9
As Bênçãos do
Templo, pp. 7 a 21
Ministrar Como Nosso
Profeta, pp. 26, 30, A2
Não Existem Patinhos
Feios, p. 36
O Milagre da Tortilla
e o Templo, p. A6
Adultos
A Liahona, Outubro de 2009
Mensagem da Primeira Presidência
2 Adquirir Força pela Obediência Presidente Thomas S. Monson
Mensagem das Professoras Visitantes
25Nutrir a Nova Geração
Artigos
Jovens
Artigos
12As Bênçãos do Templo Élder Robert D. Hales
7Vale a Pena Esperar Valeria Salerno
16Meu Privilégio de Servir Michael R. Morris
8Lugar de Paz Richard M. Romney
A oportunidade de entrar no templo e tomar sobre
nós os sagrados convênios que nele realizamos
é uma das maiores bênçãos que temos a nosso
alcance na mortalidade.
A irmã Maria José de Araújo, que serve todos os dias
no Templo de Recife Brasil, diz que aqueles que adoram regularmente no templo passam a compreender
seu verdadeiro significado e poder.
18Um Povo Que Frequenta o Templo Ryan Carr
A integração, o trabalho de história da família e o
batismo pelos mortos inspiram os membros de uma
ala a receber as próprias investiduras.
22O Novo Livro de Gravuras do Evangelho Michael G. Madsen
Mais de 100 imagens neste novo livro podem ajudar-nos a ensinar e a aprender o evangelho.
26As Bênçãos do Ministério
Quatro histórias de santos dos últimos dias mudaram a vida de membros das respectivas alas.
30Eu? Um Pastor em Israel? Élder Daniel L. Johnson
A ovelha que “iremos [buscar] (…) para trazê-la ao
redil” é amada pelo Pastor. O Senhor vai guiar-nos
e inspirar-nos para sabermos o que fazer a fim de
resgatar nossos irmãos e irmãs.
Seções
44Vozes da Igreja
Uma ateia ora na floresta; curiosidade a respeito
do templo; esperava sentir algo especial; um jantar
internacional de Ação de Graças.
48Como Utilizar Esta Edição
Sugestões para a noite familiar e tópicos desta edição.
Na capa
Primeira Capa: Ilustração fotográfica: Matthew Reier. Última Capa:
Mural no Templo de Los Angeles Califórnia; Fotografia das portas do
Templo da Cidade do Panamá, Panamá: Matthew Reier; é proibida a
reprodução das fotografias.
Fiquei impaciente por ter de esperar para fazer
batismos pelos mortos. Então, dei-me conta de que
as pessoas pelas quais fazíamos aquele trabalho
tinham esperado séculos.
Um belo edifício ou um lembrete sagrado de suas
esperanças e seus sonhos? Para alguns jovens, o
templo é as duas coisas.
36Patinho Feio ou Cisne Majestoso?
Depende de Você! Élder Errol S. Phippen
Você é um filho ou uma filha muito especial de
Deus. Decida viver à altura do potencial divino que
há dentro de você.
40Começar com uma Oração Janet Thomas
“A oração é um ótimo hábito para se adquirir”,
dizem os adolescentes da Estaca Ottawa Ontário, ao
contarem como a oração lhes proporcionou cura,
consolo e um testemunho mais forte.
Seções
24Pôster: Virtude — o Padrão Dourado
34Perguntas e Respostas
Sou o mais novo da família. Todos são muitos anos
mais velhos do que eu. Sempre me sinto excluído
das atividades e conversas dos meus irmãos. O que
posso fazer para melhorar nosso relacionamento?
Outubro de 2009 Vol. 62 Nº 10
A LIAHONA 04290 059
Revista Oficial em Português de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias
A Primeira Presidência: Thomas S. Monson,
Henry B. Eyring e Dieter F. Uchtdorf
Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer, L. Tom Perry,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard,
Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland,
David A. Bednar, Quentin L. Cook, D. Todd Christofferson
e Neil L. Andersen
Editor: Spencer J. Condie
Consultores: Keith K. Hilbig, Yoshihiko Kikuchi, Paul B. Pieper
Diretor Gerente: David L. Frischknecht
Diretor Editorial: Victor D. Cave
Editor Sênior: Larry Hiller
Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg
Gerente Editorial: R. Val Johnson
Gerentes Editoriais Assistentes: Jenifer L. Greenwood,
Adam C. Olson
Editor Associado: Ryan Carr
Editora Adjunta: Susan Barrett
Equipe Editorial: David A. Edwards, Matthew D. Flitton,
LaRene Porter Gaunt, Annie Jones, Carrie Kasten, Jennifer
Maddy, Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk,
Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan Pinborough, Richard M.
Romney, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe,
Julie Wardell
Secretária Sênior: Laurel Teuscher
Diretor de Arte: Scott Van Kampen
Gerente de Produção: Jane Ann Peters
Equipe de Diagramação e Produção: Cali R. Arroyo,
Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett,
Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kim Fenstermaker,
Kathleen Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Scott M.
Mooy, Ginny J. Nilson
Pré-impressão: Jeff L. Martin
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October 2009 Vol. 62 No. 10. LIAHONA (USPS 311-480)
Portuguese (ISSN 1044-3347) is published monthly by
The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 50 E. North
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Crianças
Vinde ao Profeta Escutar
A2O Amor de um Profeta Presidente Dieter F. Uchtdorf
O Amigo
Artigos
A6O Milagre da Tortilla Jane McBride Choate
A13Limpar o Terreno do Templo Joshua J. Perkey
Seções
A4Tempo de Compartilhar: Cremos que a Família Foi
Ordenada por Deus Cheryl Esplin
A8Da Vida do Profeta Joseph Smith: Um Homem
Generoso
A10Tentar Ser Como Jesus
A12Música: O Sacerdócio do
Senhor John Craven
A14De um Amigo para Outro:
Os Templos São uma Dádiva
do Pai Celestial Élder Yoshihiko Kikuchi
A16Página para Colorir
Capa de O Amigo
Ilustração: Craig Stapley
Veja se consegue
encontrar o anel
do CTR fijiano
oculto nesta
edição. Escolha a
página certa!
Comentários
Respostas para Minhas Dúvidas
Sinto-me grata por esta maravilhosa
revista e pelos testemunhos, pelas
novas informações, explicações das
escrituras e pelo material didático para
aulas nela contidos. Inúmeras vezes,
quando fiz perguntas ao Pai Celestial,
fui guiada pelo Espírito Santo para
A ­Liahona, onde encontrei as respostas para minhas dúvidas. Recebo cada
exemplar com muita alegria.
Evgenija Samarskaja, Rússia
Feliz por Encontrar A ­Liahona
Amo A ­Liahona, e meu marido e
eu chegamos a ter cinco assinaturas
ao mesmo tempo, em certa época.
Dávamos as revistas extras de presente
para nossos vizinhos. Uma vizinha me
disse que, ao voltar do trabalho para
casa, cansada e deprimida, ela sentia-se feliz ao encontrar a revista em
sua caixa de correio. Sei que tudo na
revista é inspirado — desde as mensagens das Autoridades Gerais até as
histórias dos membros — e sua leitura
me traz conhecimento e bênçãos, além
de me ajudar a ter amor e compreensão por meu semelhante.
Bertha Viola Rétiz Espino, México
Envie seus comentários e sugestões para liahona@
ldschurch.org. As cartas selecionadas para publicação podem ser editadas por motivo de espaço
ou clareza.
2
M e n sa g em
da
P r i me i ra
P res i d ê n c i a
Adquirir Força
pela Obediência
Presidente Thomas S. Monson
À esquerda: fotografia por Matthew Reier; Imagem de Cristo, de Heinrich Hofmann,
cortesia de C. Harrison Conroy Co.; à direita: ilustração de Jerry Thompson
N
o mundo atual, grande ênfase se dá
à juventude. Todos querem parecer
jovens, sentir-se jovens e ser jovens.
Realmente, grandes somas em dinheiro
são gastas anualmente em produtos que as
pessoas esperam lhes restaurem a aparência
jovem. Bem que poderíamos nos perguntar:
“Essa busca pela juventude é algo novo para
nossos dias, para nossa geração?” Basta que
folheemos as páginas da história para encontrar a resposta.
Séculos atrás, na grande era da exploração, expedições muito bem equipadas
e embarcações, contendo uma tripulação
confiante e aventureira, singravam mares
desconhecidos em busca de uma literal
fonte da juventude. Uma conhecida lenda
prometia que em algum lugar, na “vastidão
longínqua”, havia uma fonte mágica de
onde vertia a mais pura das águas, e tudo
o que alguém tinha de fazer para recuperar o vigor da juventude e perpetuar essa
energia era beber o líquido vertente dessa
fonte.
Ponce de León, que velejou ao lado
de Colombo, fez seguidamente diversas
viagens exploratórias, procurando nas
Bahamas e em outras áreas do Caribe,
confiando seguramente na lenda de que
esse elixir da juventude pudesse ser
encontrado. Seus esforços, assim como
os de muitos outros, não alcançaram o
êxito da descoberta, pois no plano divino
de nosso Deus, adentramos a existência
mortal para experimentar a juventude uma
vez somente.
A Fonte da Verdade
Embora não exista uma fonte da juventude
que possamos buscar usando de sabedoria,
existe outra fonte que contém uma água
mais preciosa, sim, as águas da vida eterna.
Trata-se da fonte da verdade.
O poeta capturou o real significado da
busca pela verdade ao escrever essas linhas
imortais:
A verdade, o que é? É o supremo dom
Que é dado ao mortal desejar.
Procurai no abismo, na treva e na luz,
Nas montanhas e vales o seu claro som
E grandeza ireis contemplar! (…)
Não precisamos
navegar por mares
desconhecidos para
encontrar a fonte da
verdade, porque um
Pai Celestial amoroso
traçou o curso e deunos um mapa infalível: a obediência!
A verdade, o que é? É o começo e fim
Para ela limites não há;
Pois que tudo se acabe, a terra e o céu,
Sempre resta a verdade que é luz para mim,
Dom supremo da vida será! 1
Em uma revelação dada por intermédio do
Profeta Joseph Smith em Kirtland, Ohio, em
maio de 1833, o Senhor declarou:
“E a verdade é o conhecimento das coisas
como são, como foram e como serão; (…)
A Liahona Outubro de 2009
3
durante uma conferência geral, deu-nos uma orientação
E o Espírito da verdade é de Deus. (…) Ele [ Jesus] recepara os nossos dias que é simples e, contudo, vigorosa:
beu a plenitude da verdade (…);
“Cumpram os mandamentos de Deus”. 6
E homem algum recebe a plenitude a não ser que
guarde seus mandamentos.
Essa era a essência da mensagem do Salvador, ao declaAquele que guarda seus mandamentos recebe verdade
rar: “Pois todos os que receberem uma bênção de minhas
e luz, até ser glorificado na verdade e conhecer todas as
mãos obedecerão à lei que foi designada para essa bênção
2
coisas.”
e suas condições, como instituídas desde antes da fundação do mundo”. 7
Nesta era iluminada, na qual a plenitude do evangelho
foi restaurada, não há necessidade nem
As próprias ações do Mestre confirmam
para vocês nem para mim, de singrar mares
Suas palavras. Ele demonstrou o genuíno
desconhecidos ou rodar por estradas não
amor de Deus ao levar uma vida perfeita e
A Pedro, na Galileia,
mapeadas em busca da fonte da verdade.
honrar a sagrada missão que tinha de cumJesus disse: “Segue-me”.
Pois um Pai Celestial amoroso traçou para
prir. Jamais foi arrogante. Nunca Se encheu
Para Filipe, Ele deu
nós um curso e providenciou um mapa
de orgulho. Nunca foi desleal. Sempre foi
a mesma instrução:
infalível: a obediência!
humilde. Sempre foi sincero. Sempre foi
“Segue-me”. E para
Sua palavra revelada descreve em cores
verdadeiro.
cada um de nós, essa
vivas as bênçãos que a obediência traz e
Embora fosse tentado pelo mestre das
mesma voz, esse mesmo
a dor e o desespero inevitáveis que acommentiras, sim, o diabo, embora estivesse
Jesus diz: “Segue-me”.
panham o viajante que se desvia pelos
fisicamente enfraquecido por ter jejuado
Estamos dispostos a
caminhos proibidos do pecado e do erro.
por 40 dias e 40 noites e “depois [ter] fome”,
obedecer?
Para uma geração criada sob a tradição do
ainda assim, quando o maligno fez a Ele a
sacrifício animal, Samuel declarou destemais tentadora e sedutora proposta, Jesus
midamente: “Obedecer é melhor do que o
deixou-nos um exemplo divino de obesacrificar; e o atender melhor é do que a
diência, recusando-Se a desviar-Se do que
3
gordura de carneiros”.
sabia ser o certo. 8
Os profetas, antigos e modernos, conheQuando enfrentou a agonia do Getsêciam a força que advém da obediência. Pensem em Néfi:
mani, quando suportou tanta dor que Seu suor se trans“Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor”. 4 Ou na bela
formou em grandes gotas de sangue que caíram ao chão,
Ele deu o exemplo de obediência filial ao dizer: “Pai, se
descrição de Mórmon acerca da força que tinham os filhos
queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a
de Mosias:
minha vontade, mas a tua”. 9
“Haviam-se fortalecido no conhecimento da verdade;
porque eram homens de grande entendimento e haviam
A Pedro, na Galileia, Jesus disse: “Segue-me”. Para
examinado diligentemente as escrituras para conhecerem
Filipe, Ele deu a mesma instrução: “Segue-me”. Ao publia palavra de Deus.
cano Levi, que estava sentado na alfândega, foi feito o
Isto, porém, não é tudo; haviam-se devotado a muita
convite: “Segue-me”. Até ao que foi correndo procurá-Lo,
oração e jejum; por isso tinham o espírito de profecia e o
aquele que tinha muitas posses, foram proferidas estas
espírito de revelação; e quando ensinavam, faziam-no com palavras: “Segue-me”. 10 E para cada um nós essa mesma
poder e autoridade de Deus.”
voz, esse mesmo Jesus, diz: “Segue-me”. Estamos dispostos
a obedecer?
A obediência é a característica marcante dos profetas,
Cumprir os Mandamentos
mas devemos reconhecer que essa fonte de forças está ao
O Presidente David O. McKay (1873–1970), em uma
nosso alcance hoje em dia.
de suas mensagens de abertura aos membros da Igreja,
4
Detalhe de Cristo Chamando Pedro e André, de James Taylor Haywood, cortesia do Museu de História da Igreja
Um Exemplo Moderno
Uma pessoa que aprendeu muito bem a lição da
obediência e encontrou a
fonte da verdade foi um
homem bondoso e sincero
que vivia em situação muito
humilde. Ele se filiou à Igreja
na Europa e, economizando e
sacrificando-se diligentemente,
imigrou para a América do Norte
— uma terra nova, uma língua
estranha, costumes diferentes,
mas a mesma Igreja, sob a liderança do mesmo Senhor, em Quem
Ele confiava e a Quem obedecia.
Tornou-se presidente de ramo de
um pequeno rebanho de santos
labutadores, em uma comunidade
um tanto hostil. Seguiu o programa
da Igreja, embora os membros fossem
poucos em número, e muitas fossem
as tarefas. Ele foi um exemplo para os
membros de seu ramo, um verdadeiro
cristão, e os membros retribuíram com
um amor poucas vezes visto.
Ele ganhava seu sustento como trabalhador braçal. Tinha poucas posses,
mas sempre pagava um dízimo integral
e fazia outras doações. Criou um fundo
I d e i as pa r a o s M es t r es
F am i l i a r es
D
missionário em seu pequeno ramo e, por vários meses,
ele foi o único a fazer contribuições. Quando chegaram
missionários na cidade, ele os alimentou, e eles nunca
saíam de sua casa sem levar consigo uma doação tangível
para seu trabalho e bem-estar. Os membros de localidades distantes, que passavam pela cidade e visitavam seu
ramo, sempre recebiam sua hospitalidade e o calor de
seu espírito, e retomavam seu trajeto sabendo que tinham
conhecido um homem incomum, um dos servos obedientes do Senhor.
Aqueles que o presidiram receberam seu profundo respeito e sua atenção especial. Ele os considerava emissários
do Senhor, ministrava em prol do conforto físico deles e
era especialmente solícito nas orações — que eram frequentes — pelo bem-estar desses líderes. Certo domingo,
alguns líderes que visitavam seu ramo fizeram com ele
mais de uma dezena de orações nas diversas reuniões
e visitas feitas aos membros. No final do dia, os líderes
deixaram-no; desfrutavam de uma sensação de alegria
e leveza espiritual que ainda os alegrou durante todo o
trajeto de quatro horas de viagem sob o rigor do inverno e
que, ainda agora, depois de tantos anos, aquece o espírito
e agita o coração quando aquele dia é mencionado.
Homens instruídos e experientes procuravam aquele
humilde e iletrado homem de Deus e se consideravam
afortunados por poderem passar uma hora com ele. Sua
aparência era comum, falava o inglês com dificuldade e,
às vezes, era difícil compreender o que dizia. Sua casa era
simples e modesta. Não tinha carro nem televisão. Nunca
escreveu um livro ou fez discursos políticos ou nenhuma
das coisas que chamam a atenção do mundo. E, contudo,
os fiéis eram constantes no caminho que conduzia até
sua porta. Por quê? Porque queriam beber de sua fonte da
verdade. Não era tanto o que ele dizia que lhes agradava,
mas muito mais o que ele fazia; não era a substância dos
sermões que ele pregava, mas a força da vida que vivia.
Saber que um homem pobre, com alegria e constância, doava ao Senhor pelo menos o dobro de um décimo
de sua renda dá-nos uma ideia mais clara do verdadeiro
significado do dízimo. Vê-lo ministrar ao faminto e acolher
o estrangeiro leva-nos a crer que fez essas coisas como as
faria ao próprio Mestre. Orar com ele e partilhar de sua
6
epois de estudá-la em espírito de oração, dê esta
mensagem utilizando um método que incentive a
participação daqueles a quem for ensinar. Seguem-se alguns
exemplos:
1. Você pode usar um recipiente de água como auxílio
visual. Conte a história de Ponce de León e explique: “há
outra fonte que contém uma água mais preciosa, sim, as
águas da vida eterna. É a fonte da verdade”. Discuta com a
família onde e como encontrar a verdade e o que o Presidente Monson disse que precisamos fazer para encontrar
a “fonte da verdade”. Preste seu testemunho de como ser
obediente abençoou sua vida.
2. Leia a seção “Guardar os Mandamentos” e discuta
a pergunta do Presidente Monson: “Estamos dispostos a
obedecer?” Conte a história do final do artigo a respeito
do homem humilde. Como sua obediência e disposição de
seguir o Salvador abençoou as pessoas? Peça aos membros
da família que ponderem e façam coisas que mostrem que
estão dispostos a servir ao Senhor.
confiança na intercessão divina era testemunhar um novo
meio de comunicação.
Bem se poderia dizer que ele cumpria o primeiro e
grande mandamento e o segundo, semelhante a este; 11
que suas entranhas eram cheias de caridade para com
todos os homens; que a virtude adornava seus pensamentos incessantemente; e que, consequentemente, sua
confiança se fortalecia na presença de Deus. 12
Esse homem tinha o brilho da bondade e o fulgor da
retidão. Sua força era proveniente de sua obediência.
A força que buscamos ansiosamente hoje para vencer os desafios de um mundo complexo e em constante
mudança pode ser nossa se, com coragem forte e resoluta,
nos erguermos e declararmos com Josué: “Porém eu e a
minha casa serviremos ao Senhor”. 13 ◼
Notas
1. John Jaques, “A Verdade o Que É?” Hinos, nº 171.
2. D&C 93:24, 26–28.
3. I Samuel 15:22.
4. 1 Néfi 3:7.
5. Alma 17:2–3
6. David O. McKay, Conference Report, abril de 1957, p. 8; ou
Improvement Era, junho de 1957, p. 391.
7. D&C 132:5.
8. Ver Mateus 4:1–11.
9. Lucas 22:42
10. Mateus 4:19; 9:9; João 1:43; ver também Mateus 19:16–22; Marcos
2:14; Lucas 18:18–22.
11. Ver Mateus 22:37–40.
12. Ver D&C 121:45.
13. Josué 24:15.
Vale a Pena Esperar
Ilustração: John Zamudio
Q
Va l e r i a S a l e r n o
uando entrei no Templo de Buenos Aires Argentina com os jovens de minha ala, para fazer batismos pelos mortos, esperamos alguns minutos na
recepção. Então, os oficiantes do templo nos pediram que
descêssemos até um saguão, onde havia várias cadeiras, e
esperamos de novo.
Como era sábado, muitas pessoas de todas as partes da
Argentina tinham ido ao templo. Esperamos ali por duas
horas e meia, sentados, em silêncio. Alguns pensamentos não muito agradáveis começaram a surgir em minha
mente: “Como é que nos fazem esperar todo esse tempo?
Estou cansada. Acho que seria melhor não ter vindo, porque é uma perda de tempo”.
Levantei-me e comecei a andar pelo saguão. Pouco
depois, um oficiante apareceu e disse: “Jovens, por favor,
não fiquem impacientes. Sei que vocês esperaram muito
tempo, mas sabem de uma coisa? No mundo espiritual,
milhões de pessoas esperam esse momento há séculos, e
posso assegurar-lhes que estão muito ansiosos para que
chegue a vez deles. Os irmãos
estão batizando e confirmando, e não podem fazer
mais do que estão fazendo”.
Quando ele disse aquelas
palavras, senti-me envergonhada. Dei-me conta de que
estava sendo egoísta, por não
querer doar algumas horas
para aquelas pessoas que
esperavam há tantos anos e
não tiveram a oportunidade
de ouvir falar da Igreja verdadeira e ser batizadas aqui na
Terra.
O oficiante apareceu novamente e começou a chamar
o nome de pessoas de nossa
ala. Uma irmã nos deu roupas
brancas, e fomos nos trocar.
Depois de nos vestirmos, ela prendeu nosso cabelo com
uma fita branca.
Depois, descalços, fomos até os bancos do batistério.
O tapete era tão macio e fofo que nem parecia estarmos
pisando no chão.
Quando chegou minha vez, eu estava tão nervosa
quanto no dia do meu próprio batismo. Mas os oficiantes
foram muito gentis e tiveram tanta paciência com cada um
de nós, que foi incrível.
Quando saí da pia batismal, uma irmã me esperava com
uma grande toalha branca e um enorme sorriso. Troquei
de roupa e fui para uma sala, onde fui confirmada. A
mesma irmã que me levara a toalha foi comigo e me agradeceu por estar disposta a fazer o trabalho do Senhor.
Quando saí do templo, percebi que tinha sido uma
das melhores experiências da minha vida. O templo é
um lugar sagrado, e o Espírito do Senhor está ali, dirigindo Sua grande obra. Toda aquela espera valeu
a pena. ◼
A Liahona Outubro de 2009
7
Lugar de Paz
Richard M. Romney
D
Revistas da Igreja
ilcia Soto, de 16 anos, ainda se lembra do dia em
que o templo foi dedicado em sua cidade, Santo
Domingo, na República Dominicana: “Eu tinha
só nove anos, mas disse, ‘Nossa! Um templo aqui!’
Eu estava acostumada a ver as pessoas viajarem para outros
países para serem seladas e
fazerem
Para essas duas jovens da República
Dominicana, o templo é muito mais do que um
prédio bonito. Também é um lembrete vívido de
seus mais sinceros anseios e esperanças.
8
Fotografias: Richard M. Romney
convênios. Pensei: ‘Agora minha família e eu não teremos
de viajar para outro país, porque temos nosso próprio
templo aqui perto’”.
Hoje, esse templo se ergue majestoso e imponente na
capital do país, tão vistoso com sua torre e seus jardins
bem cuidados que muitas pessoas que passam por ele
imaginam que seja uma catedral. Dilcia fica contente em
explicar que para nós ele é mais do que uma catedral, ele
é sagrado. Nos jardins do templo há uma serena dignidade, que contrasta de modo marcante com a fervilhante
agitação das ruas e mercados do centro da cidade.
Foi nesse lugar de paz que Dilcia e sua amiga
Kelsia St. Gardien, de 14 anos, estiveram há pouco
tempo. As duas são membros da Ala Mirador,
Estaca Santo Domingo República Dominicana Independencia. As duas já estiveram no templo para realizar batismos
pelos mortos. Mas hoje, elas foram
até lá simplesmente para passear
pelos
jardins,
conversar
e sentir do lado
de fora do templo o
Espírito que existe em
seu interior.
Os Anseios de Dilcia
“Sinto imenso amor pelo
Senhor e tenho muita gratidão
pelo que Ele fez em minha
vida”, afirma Dilcia. “Minha
família é da Igreja, mas minhas tias,
tios e primos não são. Quando eles
vêm-nos visitar, sempre tenho um Livro
de Mórmon à mão, porque pode haver
uma oportunidade de compartilhar o evangelho com eles.” Ela também compartilha o
evangelho com os amigos e “com qualquer
pessoa que conheço que esteja realmente
interessada”. E toda vez que faz isso, ela
conta: “Sinto o Espírito muito forte. Toda vez
que presto testemunho, sinto novamente a
veracidade da Igreja”.
Ela se lembra de uma aula do seminário sobre o plano de salvação. “Antes de o
Dilcia cita I Coríntios 3:16: “Não sabeis vós
que sois o templo de Deus e que o Espírito
de Deus habita em vós?”
mundo existir, houve um grande Conselho
no Céu, e decidimos seguir o Pai Celestial e
aceitar o sacrifício que Jesus Cristo faria por
nós”, explica ela. “Nosso professor explicou
que poderíamos saber que obedecemos
ao Pai Celestial lá, porque estamos aqui na
Terra hoje, com um corpo de carne e ossos.
Quando ele disse isso, soube que era verdade.
Naquela noite, em minhas orações, chorei e
agradeci ao Senhor por esse conhecimento.”
10
O Templo em Nós
“Se formos ao templo tão
frequentemente quanto a
distância e as circunstâncias individuais permitirem, o templo estará em
nós. Então, sejam quais
forem os problemas que enfrentarmos
na vida, sempre estaremos em um lugar
sagrado.”
Élder Lance B. Wickman, dos Setenta, “In a
Holy Place”, New Era, abril de 2005, p. 45.
Dilcia cita I Coríntios 3:16: “Não sabeis vós
que sois o templo de Deus e que o Espírito
de Deus habita em vós?” “Se também sou um
templo”, diz ela, “preciso ser tão pura e bela
como o templo. Que bênção maravilhosa é
estar nesta Igreja e ser uma jovem virtuosa!”
Ela conta que seu maior desejo é voltar
a viver na presença do Pai Celestial um dia.
“Sinto-me imensamente grata por Ele ternos dado o templo para que possamos fazer tudo o que pudermos
para voltar à presença Dele”, diz
ela. “A melhor maneira de agradecer a Ele é viver da maneira que
Ele pede que vivamos.”
Dilcia declara: “O Senhor quer
que entremos em Sua casa, aprendamos a
respeito Dele e nos esforcemos para alcançar
a eternidade na presença Dele”. Ela diz que
gosta muito de participar dos batismos pelos
mortos porque “é um modo de ajudar os que
esperam do outro lado do véu e fazer algo por
eles que eles não podem fazer por si mesmos”.
O Comprometimento de Kelsia
Kelsia concorda. “Nossos antepassados
precisam de que façamos o trabalho, e sei
que vão nos agradecer”, explica ela. “Anseio particularmente ver minha avó, que não cheguei a conhecer em
vida. Vamos ao templo para certificar-nos de que todo o
trabalho do templo seja feito em favor dela.”
Kelsia fica muito emocionada ao falar sobre o
templo. “Assumi o compromisso de tomar
decisões que vão me ajudar a ser
selada a minha família”, diz ela.
“Temos de respeitar o evangelho
e observar os mandamentos al
pie de la letra [literalmente]”,
afirma ela. “Fazemos isso porque
amamos nosso Pai Celestial, e é
por meio da obediência que mostramos
nossa gratidão a Ele.”
Sua família filiou-se à Igreja em dezembro de 2006,
seis anos depois de seus pais mudarem-se do Haiti
para a República Dominicana. “Sinto-me extremamente
grata pelos missionários que bateram em nossa porta.
Foi ótimo sentir o Espírito e aprender o plano que o Pai
Celestial criou para nós. Desde que o evangelho entrou
em nossa vida, nossa família é muito mais unida. Sinto-me
grata por Ele ter-me dado uma família tão unida, mesmo
nos momentos difíceis. Pensar que temos o privilégio de
ser selados para a eternidade é para mim uma das maiores bênçãos que existem.”
Seus pais fazem agora o curso de preparação para o
templo, e isso a faz-se lembrar de preparar-se para o dia
em que ela própria se casará no templo. “Essa é minha
principal meta, que meu futuro marido e eu sejamos dignos um do outro e de formarmos uma família eterna.”
Compartilhar Serenidade
As duas amigas passam pelo mastro onde a bandeira
de seu país se agita ao vento. “Até a bandeira do país, no
mastro do templo, nos lembra de sermos fiéis”, comenta
Dilcia. “É mais do que apenas as cores. Ela exibe o lema
Dios, Patria, Libertad [Deus, Pátria, Liberdade] juntamente
com uma cruz cristã e os Dez Mandamentos. Faz-nos lembrar que nosso país foi fundado por pessoas que acreditavam em Deus, e que Deus ainda é importante aqui.”
Também passeiam pela entrada do templo, onde as
palavras Santidad al Señor, la Casa del Señor [Santidade
ao Senhor, Casa do Senhor] estão gravadas acima da porta
de entrada, como em todos os
templos.
“Sempre que leio essas palavras,
sinto um vigoroso testemunho de
que são verdadeiras”, comenta
Dilcia. “Lembro-me de quando
viemos aqui com nosso grupo da
Mutual, certa noite, apenas para
passear pelos jardins. Depois do
passeio, o bispo perguntou o que
sentimos aqui. Conversamos a
respeito disso e concluímos que a
resposta era: Paz.”
Kelsia e Dilcia se afastam pensando nessa palavra-resposta perfeita — perfeita porque o templo é
o lugar de paz. ◼
Para saber mais sobre os jovens da Igreja
na República Dominicana, ver “Busca e
Resgate” na edição de março de 2009.
A Liahona Outubro de 2009 11
As Bênçãos
Templo
Élder Robert D. Hales
A
Do Quórum dos Doze Apóstolos
O templo é um edifício sagrado, um
lugar santo onde as
cerimônias e ordenanças essenciais
para a salvação são
realizadas com o propósito de prepararnos para a exaltação.
s bênçãos da investidura
do templo são tão essenciais para nós quanto
nosso batismo. Por esse motivo,
devemos preparar-nos a fim de
que estejamos limpos para entrar no templo
de Deus.
A oportunidade de entrar no templo e ali
fazer convênios sagrados é uma das maiores
bênçãos ao nosso alcance na mortalidade.
Então, depois de fazer esses convênios,
nossa obediência ao cumpri-los todos os
dias será uma demonstração de nossa fé,
devoção e comprometimento espiritual de
honrar nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus
Cristo. Nossa obediência também nos prepara para viver com Eles nas eternidades.
As ordenanças de salvação realizadas no
templo são essenciais para o plano eterno
de felicidade — sim, o foco central desse
plano.
A Doutrina do Templo
O templo é realmente o lugar no qual
estamos “no mundo sem ser do mundo”.
Quando enfrentamos problemas e precisamos tomar uma decisão crucial, que nos
aflige a mente e a alma, podemos levar
nossas preocupações ao templo e receber
orientação espiritual.
12
Precisamos adquirir um
reverente testemunho de que o
templo é a casa do Senhor. Para
preservar a santidade do templo
e convidar o Espírito a abençoar
os que entram no templo sagrado
para receber suas ordenanças
e convênios, somos ensinados que nada
impuro deve entrar nele. A reverência no
templo é um elemento primordial para convidar o Espírito a nele habitar em todos os
momentos de todos os dias.
Quando eu era menino, meu pai levou-me
de Long Island, Nova York, até o terreno do
Templo de Salt Lake para tocar no edifício do
templo e falar da importância dele em minha
vida. Foi nessa ocasião que decidi que voltaria
um dia para receber as ordenanças do templo.
Ao longo da história, em todas as dispensações, o Senhor ordenou aos profetas que
templos deveriam ser construídos para que
Seu povo pudesse receber as ordenanças
sagradas. Moisés e os israelitas foram abençoados com um templo portátil, o tabernáculo, onde era realizado o trabalho sagrado
de ordenanças segundo a lei de Moisés e
onde, ocasionalmente, o Senhor aparecia
para conversar com Moisés. O rei Salomão
construiu um belo templo em Jerusalém, que
posteriormente foi destruído. Então, durante
o ministério de Cristo, outro templo foi construído em Jerusalém.
Fotografia do Templo de Salt Lake: Welden C. Andersen; à direita: ilustração fotográfica por John Luke
do
Aprendemos no Livro de Mórmon que
Néfi construiu um templo “conforme o
modelo do templo de Salomão” (2 Néfi 5:16).
Outros profetas nefitas, inclusive Jacó e o rei
Benjamim, ensinaram o povo no templo (ver
Jacó 1:17; Mosias 1:18).
É significativo que quando o Senhor Jesus
Cristo ressuscitado apareceu aos nefitas,
em 34 a.D, Ele o tenha feito no templo (ver
3 Néfi 11:1–11).
O Profeta Joseph Smith ensinou: “A Igreja
não está completamente organizada em sua
devida ordem nem poderá estar até que o
Templo esteja construído, no qual haverá
lugares para a administração das ordenanças
do Sacerdócio”. 1
O Templo de Kirtland foi o primeiro
templo nestes últimos dias e teve um papel
importante na restauração das chaves do
sacerdócio. Joseph Smith, como resposta a
sua oração, foi visitado por Jesus no Templo
de Kirtland, no dia 3 de abril de 1836 (ver
D&C 110). O Salvador apareceu em glória e
aceitou o Templo de Kirtland como Sua casa.
Na mesma ocasião, Moisés, Elias e Elias, o
profeta, também apareceram para conceder
as chaves do evangelho que possuíam. Elias,
o profeta, restaurou as chaves do poder selador, conforme prometido por Malaquias, a
fim de que pudéssemos desfrutar a plenitude
das bênçãos do templo em nossa vida.
Nossos antepassados pioneiros construíram o Templo de Nauvoo e nele realizaram
ordenanças sagradas. O Templo de Nauvoo
foi o primeiro no qual se realizaram investiduras e selamentos, que muito fortaleceram os pioneiros que enfrentaram grande
dificuldade ao cruzar as planícies para chegar
a Sião, no Vale do Lago Salgado. Eles foram
investidos de poder no templo sagrado.
Marido e mulher foram selados um ao outro.
Filhos foram selados aos pais. Muitos deles
M
oisés e os
israelitas
foram
abençoados com
um templo portátil, o tabernáculo,
onde era realizado
o trabalho sagrado
de ordenanças
segundo a lei de
Moisés e onde,
ocasionalmente, o
Senhor aparecia
para conversar
com Moisés.
14
As Ordenanças do Templo
O principal propósito do templo é prover as ordenanças necessárias para nossa
exaltação no reino celestial. As ordenanças
do templo nos conduzem a nosso Salvador
e nos concedem as bênçãos decorrentes da
Expiação de Jesus Cristo. Os templos são a
maior universidade de aprendizado conhecida pelo homem, que nos proporciona
conhecimento e sabedoria sobre a Criação
do mundo. As instruções da investidura nos
ensinam como devemos conduzir nossa vida
aqui na mortalidade. O significado da
palavra investidura é “dádiva”. A ordenança
consiste de uma série de instruções sobre
como devemos viver e os convênios que
devemos fazer para viver em retidão e seguir
nosso Salvador.
Outra ordenança importante é ser selado
para a eternidade no casamento celestial.
Esse convênio do casamento permite que os
filhos sejam selados aos pais e que os filhos
nascidos sob convênio se tornem parte de
uma família eterna.
Doutrina e Convênios nos ensina: “Tudo
o que selares na Terra será selado no céu; e
tudo o que ligares na Terra, em meu nome e
pela minha palavra, diz o Senhor, será ligado
eternamente nos céus” (D&C 132:46).
Quando um casal está ajoelhado no altar,
estou ciente, como selador, de meu papel
como representante do Senhor. Sei que o
que for selado na Terra será literalmente
selado no céu, para nunca ser desfeito, se as
pessoas que são seladas permanecerem fiéis
e perseverarem até o fim.
Ilustração: Ted Henninger
perderam membros da família ao longo do
caminho, mas sabiam que não era o fim
para eles. Tinham sido selados no templo
para toda a eternidade. Mais tarde, por meio
de uma revelação recebida pelo Presidente
Brigham Young, os santos construíram outros
templos no Oeste dos Estados Unidos.
Hoje, há 130 templos em funcionamento,
o que permite que os membros fiéis da Igreja
do mundo inteiro entrem na casa do Senhor
para receber suas ordenanças do templo e
fazer convênios com Ele.
Tenho observado ao longo dos anos
muitos casais que conseguiram manter um
casamento estável e forte por permanecerem
fiéis aos convênios que assumiram no templo. Esses casais bem-sucedidos têm várias
coisas em comum.
Primeiro, eles sabem individualmente
quem são: filhos e filhas de Deus. Estabelecem a meta eterna de viver novamente com
nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo.
Esforçam-se por abandonar os caminhos do
homem natural (ver Mosias 3:19).
Segundo, conhecem a doutrina e a
importância das ordenanças de salvação do
templo e dos convênios do templo, além
da necessidade que têm de atingir metas
eternas.
Terceiro, decidem obter as bênçãos
eternas do reino de Deus em vez das posses
temporárias do mundo.
Quarto, esses casais se dão conta de que,
quando são selados para esta vida e para
toda a eternidade, eles escolheram um
companheiro eterno: seus dias de despertar a
atenção de outras pessoas terminaram — não
há mais necessidade de procurar!
Quinto, esses casais pensam um no
outro antes de pensar em si mesmos. O
egoísmo sufoca os sentidos espirituais. Ao
comunicar-se com o Senhor em oração,
eles se tornam cada vez mais unidos, em
vez de se afastar um do outro. Conversam
entre si, portanto nunca permitem que as
coisas pequenas se tornem grandes. Conversam logo sobre as “pequenas mágoas”
com medo de causar ofensa. Desse modo,
quando as pressões aumentam e sinalizam
perigo, não há uma explosão de sentimentos amargos. É muito melhor deixar escapar
um pouco de vapor, antes que a panela
de pressão venha a explodir. Estão dispostos a pedir perdão e a perdoar se tiverem
ofendido a pessoa amada. Expressam amor
um pelo outro e se tornam mais íntimos.
Elevam e fortalecem um ao outro.
As Bênçãos do Templo
O templo é um edifício sagrado, um lugar
santo, onde cerimônias e ordenanças de
salvação essenciais são realizadas para preparar-nos para a exaltação. É importante que
adquiramos um conhecimento seguro de que
nossa preparação para entrar na casa sagrada
e que nossa participação nessas cerimônias e
convênios sejam as coisas mais significativas
que vivenciaremos em nossa vida mortal.
Viemos voluntariamente da presença de
Deus, o Pai, para esta provação mortal com
livre-arbítrio, sabendo que enfrentaríamos
“oposição em todas as coisas” (2 Néfi 2:11).
Nosso objetivo é vestir toda a armadura de
Deus e resistir aos “dardos inflamados do
maligno” com o escudo da fé e a espada do
Espírito (ver D&C 27:15–18), perseverar até o
fim e ser dignos de estar e viver na presença
de Deus, o Pai, e de Seu Filho Jesus Cristo
por toda a eternidade: alcançar o que é chamado de vida eterna. ◼
Extraído de um discurso devocional proferido na
Universidade Brigham Young, em 15 de novembro de
2005. Para o texto integral do discurso em inglês, ver
http://speeches.byu.edu.
Nota
1. History of the Church, vol. 4, p. 603.
Maria José de Araújo, que
trabalha diariamente como
voluntária no Templo de
Recife Brasil, “é um bom
exemplo de serviço ao próximo”, diz o registrador do
templo Cleto P. Oliveira, que
aparece aqui ao lado dela.
16
Meu Privilégio
de Servir
Michael R. Morris
A
Fotografias: Michael R. Morris, exceto quando indicado; fotografia do Templo de Recife Brasil: R. Val Johnson
Revistas da Igreja
ntes de as portas do Templo de Recife Brasil se
“Meu Pai Celestial me abençoou com boa saúde, e
abrirem para outro dia de ministração de ordenanminha meta é continuar a vir todos os dias enquanto
ças de salvação, Maria José de Araújo, de 70 anos,
minha saúde permitir”, diz ela. “Fiz convênio de dedicar
acorda para se preparar para outro dia de
todos os meus talentos e minhas habilidaserviço abnegado.
des para servir ao Senhor. Quando chego
Para chegar ao templo, a irmã Maria
em casa, depois de servir no templo, não
precisa viajar uma hora e meia e tomar
me sinto cansada. O Senhor me abençoou
quatro ônibus diferentes desde sua casa, em
assim.”
Cabo de Santo Agostinho, que fica ao sul de
Anteriormente, nos seis anos em que
Recife, na costa nordeste do Brasil. Mas antes
serviu no centro de história da família de
de sair, ela prepara a comida e deixa tudo
sua ala, a irmã Maria pesquisou sua linhaem ordem para uma prima cega, de quem
gem familiar. Então, em muitas manhãs de
ela cuida em casa.
sábado antes de ir trabalhar no refeitório do
“A irmã Maria é um bom exemplo
templo, ela fez o trabalho vicário do templo
de serviço ao próximo”, diz Cleto P.
para quatro gerações de antepassadas do
“As pessoas que
Oliveira, registrador do templo. “Desde
sexo feminino. Também cuidou para que o
não vão ao templo
que o templo foi dedicado, em dezembro
trabalho fosse feito para quatro gerações de
estão perdendo uma
de 2000, ela se apresentou como voluntáantepassados do sexo masculino.
grande oportuniria para servir aqui em todos os dias em
Quando começou a pesquisar sua histódade e bênção”, diz
que o templo esteja aberto. Ela vem até
ria da família, ela achava que a tarefa seria
a irmã Maria José
nos feriados.”
impossível, especialmente por não conseguir
de Araújo.
Das 7h da manhã até as 3h da tarde, de
saber o nome de dois bisavôs. Mas certa
terça a sábado, ela trabalha no refeitório do
noite, os nomes completos deles lhe foram
templo, lavando pratos e fazendo saladas. Ela
revelados num sonho. A princípio, ela teve
diz que gostaria de trabalhar mais, mas como
dúvidas se os nomes estariam corretos,
tem de percorrer uma longa distância de ônimas ao pesquisar nos registros de sua mãe,
bus na volta para casa, precisa sair cedo para
encontrou os nomes e pôde esclarecer os
chegar antes do anoitecer.
vínculos familiares que a haviam confundido
O irmão Oliveira diz à irmã Maria que ela não precisa
antes. Ela acredita que o sonho veio como uma bênção
ir todos os dias ao templo, mas admite que precisaria de
por seu empenho de servir ao Senhor e a Seus filhos.
duas pessoas para substituí-la. “Ela apenas sorri e diz que
“O templo é minha vida”, diz a irmã Maria. “As pessoas
dedicou a vida ao Senhor”, diz ele.
que não vão ao templo estão perdendo uma grande oporPara ela, servir diariamente no templo é um grande
tunidade e bênção. Ao servir no templo, compreendemos
privilégio.
o verdadeiro significado e poder do templo.” ◼
A Liahona Outubro de 200917
Um Povo que
Frequenta o Templo
R ya n C a r r
Revistas da Igreja
18
Fotografia: cortesia da família Tucker
G
ary e Jennifer Tucker tinham um
Preparação
História
sonho. Ambos queriam uma famíA fim de se prepararem, os membros
da família,
lia eterna. Mas Jennifer quase havia
adultos trabalham com o bispo para torintegração e
perdido as esperanças. Os passos necessários
narem-se dignos de ir ao templo. Depois,
batismos pelos
para realizar esse sonho passavam pelo temfazem o curso de preparação para o templo.
mortos inspiram Seu interesse pelo curso realmente aumenta
plo, algo para o qual Gary não estava pronto.
membros adultos muito depois que realizam batismos pelos
Então, o bispo deles foi inspirado com
uma ideia que ajudaria o casal Tucker e
a receberem sua mortos. Eles descobrem que falar sobre o
muitas outras pessoas da Ala Forks III, Estaca
templo na sala de aula é uma coisa, mas realinvestidura do
Bozeman Montana, a realizarem o sonho
mente sentir o Espírito do Senhor no templo
templo.
de uma família eterna. Há poucos anos, o
é outra.
bispo Aaron Baczuk estava em uma reunião
“Ter a opção de levar ao templo alguém
para bispos e recém-conversos na estaca. O
que não esteja preparado para receber
Setenta de Área que presidia perguntou a
outros convênios, mas que possa ter a
um membro novo: “Você já esteve no templo para realizar
experiência de participar de ordenanças é algo imenbatismos pelos mortos?” Ele já havia estado.
samente bom”, diz o bispo Baczuk. “Acho que isso
O bispo Baczuk nunca havia pensado em levar adulcondiz com o sentimento que a Igreja procura transmitos sem investidura ao templo. Na semana seguinte, ele
tir no livreto de preparação para o templo: ‘Venha ao
marcou um horário no Templo de Billings Montana para
templo!’” 1
que os adultos de sua ala fossem realizar batismos pelos
David Boyd, presidente do quórum de élderes da Ala
mortos. A visita ao templo foi um sucesso, e nos meses
Forks III, diz que ir ao templo para realizar batismos torna
seguintes os élderes e sumos sacerdotes da ala acompaa meta tangível: “Eles começam a ver a possibilidade de
nharam mais adultos sem investidura ao templo. “Foi uma
receber a própria investidura. Muitos deles nem sequer
experiência muito espiritual para eles, aumentando seu
haviam pisado no terreno do templo antes; portanto, essas
desejo e compromisso de receber a investidura”, diz o
caravanas de batismos de adultos dão aos membros essa
bispo Baczuk.
oportunidade”.
Muitos membros reativados recentemente
na ala realizam batismos pelos mortos antes
de receber a própria investidura. “Nunca
foi uma questão de dignidade”, diz o bispo
Baczuk. “Era uma questão de preparação.
Alguns estavam dignos e preparados para
fazer batismos, mas não estavam mental e
espiritualmente preparados para receber os
convênios da investidura.” Para os homens,
também é um momento de preparação para
receber o Sacerdócio de Melquisedeque.
A história da família também promove
o trabalho do templo. Os membros da ala,
como Larry e Carolyn Isom, trabalham no
centro de história da família da ala para
conseguir centenas de nomes de famílias.
Esses três empenhos — o curso de preparação para o templo, a história da família e
a adoração no templo — funcionam juntos.
As pessoas que fazem a história da família
ficam entusiasmadas em fornecer nomes para
os que vão ao templo. Os membros que vão
ao templo ficam entusiasmados por fazer o
trabalho do templo para os próprios antepassados e para os dos demais membros da ala.
E estar no templo motiva os membros a se
prepararem para lá voltar.
Nos últimos anos, 22 membros da Ala
Forks III fizeram o curso de preparação para
o templo, e 14 deles começaram a frequentar
regularmente o templo para realizar batismos
pelos mortos. E, depois de terminar o curso,
13 dos 14 receberam a própria investidura.
Alguns deles são solteiros ou viúvos, mas
outros, como Gary e Jennifer Tucker, foram
selados como família.
Felizes por estarem
no Templo de Billings
Montana no dia de
seu selamento: Gary,
Jennifer, Cody e
Garrett Tucker.
Integração
Gary filiou-se à Igreja em 1992, alguns
meses antes de ele e Jennifer terem-se
A Liahona Outubro de 2009
19
Os membros da Ala
Forks III fazem regularmente o percurso
de duas horas e meia
de carro para servir
no Templo de Billings
Montana. Várias pessoas que frequentam
são adultos que realizam batismos pelos
mortos, enquanto elas
próprias e os respectivos cônjuges se preparam para receber
as investiduras e ser
selados.
20
Dale Price, por exemplo, era mestre familiar da mãe de Jennifer e conheceu Gary e
Jennifer dessa forma. Quando o irmão Price
conversava com o irmão Tucker, a princípio
não falavam do evangelho. Falavam de um
interesse que tinham em comum: a caça. A
família Price também fazia companhia para a
família Tucker nas atividades da ala, levavam-lhes produtos de seu armazenamento
de alimentos enquanto o irmão Tucker ficou
sem emprego e deram-lhes mel produzido
no próprio apiário. A família Tucker adora
comer torrada com mel. Esse pequeno presente, como o irmão Price costumava dizer,
era para “adoçar a amizade”.
Fazer Coisas Pequenas e Simples
Os conselhos de seu presidente de estaca
também ajudaram a família Tucker. O presidente David Heap pediu aos membros da
estaca que fizessem “sete coisas pequenas
e simples”: (1) Ler as escrituras individualmente todos os dias; (2) ler as escrituras pelo
menos cinco dias por semana em família;
(3) orar individualmente todas as manhãs e
À esquerda: fotografia do Templo de Billings Montana: Steve Bunderson; fotografia do batistério do Templo de Billings
Montana: Norman Childs; à direita: fotografia de Drake Busath, © Busath Photography
casado. Ela já era membro. Mas as longas
horas de trabalho e a companhia de amigos
errados fizeram com que fosse difícil para
Gary permanecer ativo na Igreja, mesmo
com o apoio da esposa. Ele disse que passou
muitos anos mascando fumo e usando linguagem vulgar.
Quando nasceu sua filha, Cody, a irmã
Tucker tentou criá-la no evangelho levando-a à Igreja, visto que o irmão Tucker não
queria nenhuma publicação da Igreja em sua
casa. Embora incentivasse a própria família
a frequentar a Igreja, ele mesmo não o fazia.
Quando Cody fez oito anos, ela foi batizada
por um missionário, e não pelo pai. O irmão
Tucker diz: “Fico feliz por ter estado ali, mas
senti grande remorso por estar só vendo e
não participando”.
Nos anos que se seguiram, a integração
ajudou Gary a retornar à atividade. Jennifer
convidava os membros da ala ou os missionários para jantar, sabendo que isso lhes
daria uma chance de conversar com Gary. Ele
se sente grato pelos membros e missionários
que exerceram boa influência em sua vida.
fazer perguntas. Ele havia sentido o
noites; (4) orar em família todas as
Seremos
Pessoas
Espírito no templo e queria voltar ali
manhãs e noites; (5) ir à Igreja todos
Melhores
— não só para realizar batismos, mas
os domingos em família; (6) realizar
também para receber sua investidura
a reunião de noite familiar todas as
“Espero que todos comecem a ir regue selar sua família a ele.
segundas-feiras e (7) ir ao templo
larmente ao templo. Espero que seus
No mês seguinte, a família Tucker
todos os meses.
filhos com mais de 12 anos tenham
voltou ao templo com o bispo e
Gary viu que essas coisas ajudaa oportunidade de ir ao templo fazer
outros membros da ala.
riam sua família a ser mais unida,
batismos pelos mortos. Se formos um
algo que ele muito desejava. Por isso,
povo que vai ao templo, seremos pesa família Tucker começou a orar em
Vencer Provações
soas melhores, seremos pais e maridos
família, estudar as escrituras e fazer a
Nas semanas que antecederam o
melhores, seremos mães e esposas
reunião familiar. Essas coisas ajudadia em que o irmão e a irmã Tucker
melhores. Sei que sua vida é atareram a preparar Gary a fim de aceitar
receberiam sua investidura e seriam
fada. Sei que vocês têm muitas coisas
o convite do bispo para que se preselados, eles sentiram a oposição
para fazer. Mas prometo que, se forem
parasse para entrar no templo.
do adversário. Gary estava fazendo
à casa do Senhor, serão abençoados, e
Em janeiro de 2006, a família
progressos, mas ainda tinha dúvidas
sua vida será melhor para vocês.”
Tucker estava participando de um
sobre sua dignidade de entrar no
Presidente Gordon B. Hinckley (1910–
2008), “Excerpts from Recent Addresses
serão na casa do bispo. O bispo
templo. Seu sonho de uma família
of President Gordon B. Hinckley”, ­Ensign,
julho de 1997, p. 73.
Baczuk chamou Gary para o lado e
eterna estava próximo, mas parecia
conversou com ele sobre o templo.
fora de alcance. A família Tucker
Naquele exato momento, Gary entresabia que teriam de orar juntos com
gou ao bispo sua lata de fumo para
mais frequência, pedindo forças.
que deixasse de ser uma tentação
“Sempre recebemos essa força por
para ele. Fez muitas perguntas ao bispo naquele dia e em
meio de uma paz tranquilizadora e uma confirmação de
entrevistas posteriores. O bispo enfatizou a importância de que todas as coisas estavam nas mãos do Senhor”, diz a
que Gary cumprisse os convênios que fizera no batismo
irmã Tucker. “Até o momento em que entramos no templo,
para ser digno da companhia do Espírito.
Seu Espírito consolador estava com toda a nossa família.”
A família Tucker iniciou o curso de preparação para o
Depois que Gary e Jennifer receberam a investidura,
templo, e Jennifer começou a ir ao templo com sua ala
ajoelharam-se na sala de selamento com seus filhos, Cody
todos os meses para realizar batismos pelos mortos. Gary
e Garrett, todos vestidos de branco. Quando Garrett, de
estava se empenhando para tornar-se digno de entrar
seis anos, viu sua mãe chorar, ergueu a mão para enxuno templo. Sua filha, Cody, que tinha 11 anos na época,
gar as lágrimas que lhe corriam pelo rosto. Gary e Cody
estava entusiasmada com a possibilidade que logo teria
também estavam chorando de alegria. Até o selador estava
de ir ao templo para realizar batismos. Quando ela fez 12
emocionado.
anos, Gary pôde ir ao templo com ela. Foi a primeira vez
A família Tucker diz que agora tem um relacionamento
que os dois entraram no templo.
mais forte e melhor comunicação em sua casa. Gary diz:
Cody diz: “Foi maravilhoso. Havia muita paz ali. Meu
“Somos mais felizes. Minha mulher e eu somos mais unipai também foi, por isso foi muito mais importante”. Gary
dos, e nossos filhos percebem isso”. Gary sente que é um
diz que sentiu “uma paz e alegria incríveis pela primeira
exemplo melhor para seus familiares que não são memvez na vida”.
bros da Igreja e espera que outras famílias da ala desejem
No domingo seguinte, no curso de preparação para
as mesmas bênçãos que o Senhor concedeu a sua família
o templo, Gary era uma pessoa diferente. “Uma luz se
por intermédio do templo. ◼
acendeu”, diz a irmã Elna Scoffield, que fora professora
Nota
do curso por vários anos. Gary ficou depois da aula para
1. Ver Preparação para Entrar no Templo Sagrado (livreto, 2002), p. 1.
A Liahona Outubro de 2009
21
O Novo Livro de Gravuras
do Evangelho
Michael G. Madsen
Desenvolvimento de Currículo
da Igreja
N
o escritório do Presidente Thomas S.
Monson há um quadro do Salvador, pintado por
Heinrich Hofmann. O profeta
diz que aquela pintura o faz
lembrar o que o Salvador
espera que ele faça. As gravuras podem ter uma vigorosa
influência em nossa vida, assim
como acontece com aquele
quadro na vida do Presidente
Monson.
No intuito de prover gravuras acessíveis aos membros da
Igreja para ser usadas em suas
aulas e no lar, a Igreja colocou
à disposição deles o Livro de
22
Gravuras do Evangelho, com
137 pinturas e fotografias.
Essas gravuras podem complementar aulas dadas em
qualquer lugar, seja no curso de
Doutrina do Evangelho ou no
tempo de compartilhar da Primária. Elas também podem ser
usadas nas reuniões familiares,
no estudo pessoal das escrituras, no trabalho missionário e
nas visitas de mestres familiares
e professoras visitantes.
Cada ilustração do livro nos
convida a um momento de
ensino: a oportunidade de contar
uma história das escrituras e
ensinar um princípio. Para nos
ajudar, o Livro de Gravuras do
Evangelho inclui uma lista que
relaciona cada gravura a seu
relato nas escrituras. O estudo
dessas escrituras vai aprofundar
nossa compreensão dos acontecimentos e princípios do evangelho ilustrados em cada gravura.
Seguem-se três maneiras
pelas quais o Livro de Gravuras
do Evangelho pode ser usado
para dar uma aula:
Você pode convidar as pessoas a examinar as escrituras
relacionadas a uma determinada
1
gravura. Pode pedir que
leiam a escritura em voz
alta ou que a resumam
quando trocarem ideias
sobre a gravura.
Você pode pedir às
pessoas que
descrevam o que
veem na gravura.
Que princípios do
evangelho a gravura ensina?
Como podemos aplicar esses
princípios a nossa vida?
Depois de ensinar um
determinado princípio do
evangelho, convide as pessoas
a examinar o Livro de Gravuras do Evangelho à procura
de gravuras que ilustrem esse
princípio. Pergunte como elas
se sentem quando olham para a
gravura depois de terem conversado sobre seu significado.
Toda vez que estivermos
ensinando ou aprendendo o
evangelho, busquemos fervorosamente inspiração (ver D&C
42:14–17). Fazendo isso, o Espírito Santo fará com que outras
ideias nos venham à mente para
atender às necessidades das pessoas a quem estamos ensinando.
O novo Livro de Gravuras do
Evangelho é uma importante
ferramenta que pode ajudar-nos
no empenho de auxiliar-nos
mutuamente a achegar-nos a
Cristo e a receber as bênçãos da
vida eterna. ◼
2
3
A partir da esquerda: Imagem de Cristo, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison
Conroy Co.; ilustração fotográfica de Matthew Reier, Hyun-Gyu Lee e Christina Smith
Um livro acessível com encadernação em espiral
agora permite que os santos dos últimos dias
tenham à disposição 137 gravuras coloridas para
usar no ensino e aprendizado do evangelho.
Como Posso Ter Acesso
ao Livro de Gravuras
do Evangelho?
A Força dos Auxílios Visuais
“Os professores que desejarem aumentar a capacidade de
compreensão e aprendizagem dos alunos devem utilizar também auxílios visuais. A maioria das pessoas aprende melhor
e lembra-se das aulas por mais tempo quando as ideias são
apresentadas com o uso de gravuras, mapas, cartazes ou outros
auxílios visuais, em vez da mera narração oral.”
Ensino, Não Há Maior Chamado,
1999, p. 182.
1. Você pode encontrar uma
versão on-line na Internet, no endereço www.gospelart.lds.org.
2. Você pode comprar o Livro
de Gravuras do Evangelho (código
nº 06048 059) em seu centro de
distribuição.
3. Nos Estados Unidos e
Canadá, você pode encomendar
o livro pela Internet, no endereço
www.ldscatalog.com ou ligando
para 1-800-537-5971.
Virtude
o Padrão Dourado
Enche teus pensamentos de
virtude, e a confiança será plena
em tua vida (ver D&C 121:45).
24
M e n sa g em
das
P r o fess o ras
V i s i ta n tes
Nutrir a Nova Geração
Ensine estas escrituras
e citações ou, se necessário, outro princípio
que abençoe as irmãs
que você visita. Preste testemunho da
doutrina. Peça à pessoa a quem você
ensina que compartilhe o que sentiu e
aprendeu.
D&C 123:11: “E é também uma
obrigação imperiosa que temos
para com toda a geração que está
surgindo”.
Qual É Minha Responsabilidade
quanto à Nova Geração?
Élder Neal A. Maxwell (1926–
2004), do Quórum dos Doze Apóstolos: “Após
ter sido reservada pelo
Senhor para esta época, [a nova
geração] precisa agora ser preservada
(…) e preparada para este momento
especial da história da humanidade!
Foram reservados para vir nesta
época, mas agora precisam ser incentivados a cumprir a tarefa que lhes foi
determinada. (…)
Os jovens não diferem dos conversos em perspectiva. Estão num
momento crítico em que sua alma
começa a inclinar-se para o Senhor
ou para longe Dele. Esse momento
de decisão não pode ser criado,
mas quando acontece, não deve ser
desperdiçado. Frequentemente, esse
momento ocorre numa conversa
serena e reverente com os pais, os
avós, o bispo, um líder adulto ou
um amigo íntegro” (“Unto the Rising
Generation,” ­Ensign, abril de 1985,
pp. 8, 10).
Élder Ronald A. Rasband, da
Presidência dos Setenta: “Nossa nova
geração merece todo o nosso empenho em apoiá-los e fortalecê-los em
sua jornada para a vida adulta. (…)
Em todas as medidas que tomarmos,
em todos os lugares que formos, com
todos os jovens santos dos últimos
dias que conhecemos, precisamos
aumentar nossa percepção da necessidade de fortalecê-los, de nutri-los
e de ser uma influência positiva na
vida de cada um deles” (“Nossa Nova
Geração”, A ­Liahona, maio de 2006,
p. 47).
Como Podemos Nutrir a Nova
Geração?
Ilustração fotográfica e fundo: Craig Dimond
Presidente Gordon B. Hinckley
(1910–2008): “Nunca esqueçam que
esses pequeninos são filhos e filhas
de Deus e que vocês têm a responsabilidade de cuidar deles; que Ele foi
Pai antes de vocês e não abdicou de
Seus direitos e interesses paternos em
relação a Seus amados pequeninos.
(…) Criem seus filhos com amor,
na doutrina e na admoestação do
Senhor. Cuidem de seus pequeninos.
Recebem-nos de braços abertos em
seu lar, instruam-nos e amem-nos
de todo o coração. Eles podem vir a
fazer, nos anos vindouros, algumas
coisas contrárias ao que vocês esperam deles, mas sejam pacientes. Não
terão falhado, desde que se tenham
esforçado” (“Palavras do Profeta
Vivo”, A ­Liahona, maio de 1998,
pp. 26–27).
Julie B. Beck, presidente geral da
Sociedade de Socorro: “Nutrir
significa cultivar, cuidar e fazer crescer.
(…) A nutrição exige organização,
paciência, amor e trabalho. Ajudar
no crescimento por meio da nutrição
é um papel realmente poderoso e
importante concedido às mulheres”
(“Mães Que Sabem”, A ­Liahona,
novembro de 2007, pp. 76–77).
Barbara Thompson, segunda
conselheira na presidência geral da
Sociedade de Socorro: “Como
irmãs,
na Sociedade de Socorro, podemos
ajudar-nos mutuamente a fortalecer
as famílias. Temos a oportunidade
de servir em muitos cargos. Estamos
sempre em contato com crianças
e jovens que podem estar carentes
justamente daquilo que temos a oferecer. Vocês, irmãs mais experientes,
têm experiência e bons conselhos
para dar às mães mais novas. Às
vezes, uma líder das Moças ou professora da Primária diz ou faz exatamente o que era necessário para
reforçar o que o pai ou a mãe está
tentando ensinar. E, evidentemente,
não precisamos de nenhum chamado
específico para estender a mão para
uma amiga ou vizinha” (“Eu Te Fortaleço, e Te Ajudo”, A L­ iahona, novembro de 2007, p. 117). ◼
A Liahona Outubro de 2009
25
As Bênçãos
de Ministrar
Os membros da Igreja abençoam vidas e
fortalecem testemunhos quando seguem o
exemplo do Salvador e ministram às pessoas.
O
ministério exemplar do
Presidente Thomas S. Monson
é bem conhecido entre os
membros de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias. Por mais
de seis décadas ele estendeu a mão
para os necessitados, dando consolo
e paz a inúmeras pessoas e ministrando pessoalmente aos enfermos e
aflitos. 1
“Atualmente existem corações que
anseiam por ser alegrados, há boas
obras a serem feitas e até mesmo
preciosas almas que precisam ser salvas. Os enfermos, aflitos, famintos, os
que sentem frio, os feridos, solitários,
idosos ou viajores cansados, todos
suplicam que os ajudemos” 2
Em seu ministério pessoal, o Presidente Monson mostrou a diferença
entre administrar e ministrar. Os
membros da Igreja administram
programas e ordenanças, mas ministram às pessoas, dando-lhes amor e
auxílio. Ao estender a mão para as
pessoas, o Presidente Monson imitou o Salvador, que “não veio para
ser servido, mas para servir” (Marcos
10:45).
26
Como ilustram os quatro relatos abaixo, os santos dos últimos
dias que “[vão] e [fazem] da mesma
maneira” (Lucas 10:37) abençoam
outras pessoas, a Igreja e eles
próprios.
Ilustrações: Gregg Thorkelson
Serviço ao Próximo e Panquecas
Minha recuperação após uma
pequena cirurgia não foi tão fácil
quanto me fizeram acreditar. Mas
como presidente da Sociedade de
Socorro da ala, senti que devia
ajudar outras pessoas, e não pedir a
ajuda delas. Numa manhã de segunda-feira, três dias após minha cirurgia, eu tinha de aprontar sete filhos
para irem à escola. Fiquei me perguntando se teria de pedir a minha
filha mais velha que ficasse em casa
para ajudar-me com o bebê.
Quando esses pensamentos me
passavam pela cabeça, a campainha tocou. Vickie Woodard, minha
primeira conselheira e grande amiga,
tinha vindo me ajudar. Disse que
tinha vindo fazer panquecas. Trazia
uma tigela de massa de panqueca e
perguntou onde estava a frigideira. As
crianças ficaram muito felizes.
Depois do desjejum, Vickie aprontou as crianças para irem à escola, fez
a faxina e levou o bebê para a casa
dela até a hora de ele tirar um cochilo,
à tarde. Depois, quando perguntei
quem estava cuidando dos filhos dela,
ela disse que seu marido tinha tirado
umas horas de licença do trabalho
para que ela pudesse me ajudar.
O serviço prestado por Vickie e
o marido naquele dia ajudou-me a
recuperar as forças e contribuiu para
minha rápida convalescência.
Beverly Ashcroft, Arizona, EUA
A Um Destes Meus Pequeninos
Certo dia, quando estava em
casa sozinha com meu filho caçula,
escorreguei na escada e caí. Fiquei
sentindo dores abdominais por vários
dias e, por isso, procurei um médico.
Eu estava grávida na época, e
os exames indicaram que eu havia
sofrido um descolamento de placenta.
Essa complicação na gravidez exige
repouso absoluto, caso contrário eu
poderia perder o bebê.
Fiquei preocupada porque tinha
três filhos pequenos e não podia contratar uma pessoa para ajudar-me. As
irmãs de meu ramo, porém, souberam
do meu estado e, sem que lhes fosse
pedido, foram me ajudar. Organizaram-se em três grupos que me ajudavam pela manhã, à tarde e à noite.
Vinham a minha casa para lavar,
passar, cozinhar, limpar e ajudar
A Liahona Outubro de 2009
27
meus filhos com as lições de casa. Uma irmã chamada Rute,
que havia sido batizada na Igreja enquanto eu estava de
cama, tornou-se assídua em minha casa. Como Rute era
enfermeira, ela me ajudava à noite e aplicava as injeções
necessárias.
Não precisei pedir nada. As irmãs previam minhas necessidades e cuidavam de tudo. Quando havia mais pessoas
para ajudar do que era preciso, uma irmã se sentava a meu
lado e ficava conversando comigo. Fizeram isso por três
meses.
Aquelas irmãs me deram forças, amor e dedicação.
Doaram seu tempo e talentos. Fizeram sacrifícios para estar
ali. Nunca pediram nada em troca. Elas amaram e serviram,
seguindo o exemplo do Senhor, que ensinou: “Em verdade
vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40).
Enilze do Rocio Ferreira da Silva, Paraná, Brasil
Apenas Traga as Roupas
Quando meu marido, Brandon, estava em Orlando,
Flórida, a negócios, acordou certa noite com febre alta e
dificuldade para respirar. Chamou uma ambulância para
levá-lo ao hospital, onde ficou sabendo que estava com
uma grave pneumonia.
Como tínhamos filhos pequenos, eu não podia viajar
imediatamente de nossa casa, na Pensilvânia, para a Flórida.
Ligava para Brandon todos os dias, esperando que melhorasse e pudesse voltar para casa.
Mas o estado dele foi ficando pior. Quando uma enfermeira do hospital me ligou pedindo que eu fosse para lá o
mais rápido possível, comecei a pensar em quem poderia
cuidar de nossos filhos.
Minha mãe concordou em tirar licença do trabalho e
disse que viria assim que pudesse, mas meu voo partiria
antes que ela conseguisse chegar. Liguei para algumas amigas para ver se poderiam cuidar de meus filhos até minha
mãe chegar. Uma amiga da Sociedade de Socorro, Jackie
Olds, disse que ficaria feliz em cuidar deles.
“Apenas traga as roupas deles e as fraldas”, disse ela, “e
vou cuidar deles durante todo o tempo em que você estiver
fora de casa”.
Comecei a dizer para aquela irmã que não seria preciso,
pois ela tinha seus próprios filhos e uma vida atarefada, mas
ela insistiu. Quando deixei meus filhos na casa dela, mais
tarde, ela me consolou, dizendo:
“Não se preocupe com eles. Preocupe-se em fazer com que Brandon
melhore e volte para casa. Já cuidei
de crianças pequenas”.
Eu sabia que meus filhos estariam
seguros e felizes e seriam bem cuidados, e realmente foram. Pude ficar
ao lado de meu marido, que estava
gravemente enfermo quando cheguei
ao hospital. Mas poucos dias depois,
estava suficientemente bem para
voltar para casa.
Sinto-me grata por uma boa amiga
que se dispôs a fazer muito mais
do que eu teria lhe pedido e que
nos ajudou naquele momento de
necessidade.
Kelly Parks, Pensilvânia, EUA
Prestar Serviço Junto ao Leito
O irmão Anderson, dinâmico presidente dos Rapazes de nossa ala, aos
35 anos, era o tipo de líder dos jovens
que todos admiravam: ex-missionário, pai de cinco filhos, empresário e
homem de espírito jovem. Mas ele
estava com leucemia. Depois de
ser informado pelo bispo, o
irmão Ryan Hill, primeiro
assistente do quórum de
sacerdotes, entrou em ação,
convocando todos os
sacerdotes ativos e menos ativos de
seu quórum.
“Vamos ao hospital ver o irmão
Anderson. Precisamos de todos. Você
vai?” repetia ele, a cada ligação.
“Não sei se vou poder”, disse um
sacerdote. “Acho que vou ter de
trabalhar.”
“Vamos então esperar até você sair
do trabalho”, respondeu Ryan. “Isso é
algo que precisamos fazer juntos.”
“Está bem”, respondeu o membro
do quórum. “Vou ver se consigo trocar de turno com outra pessoa.”
Todos os 11 sacerdotes foram
ao hospital. Tanto os menos ativos
quanto os que nunca faltavam a
uma reunião de domingo estavam
ali. Riram, choraram e oraram juntos
e fizeram planos para o futuro. Nos
meses que se seguiram, revezaram-se
na tarefa de massagear os pés do
irmão Anderson, quando sua circulação ficou prejudicada, e nas longas
sessões de doação de plaquetas
sanguíneas, para que ele só recebesse sangue deles. Chegaram até
a viajar 32 km, na noite do baile da
escola, com as respectivas namoradas
(inclusive duas jovens que não eram
membros da Igreja), até o leito de
hospital dele para compartilharem
suas experiências da escola.
Em seus últimos dias, o irmão
Anderson pediu a eles que servissem em uma missão, casassem no
templo e mantivessem contato uns
com os outros. Muitos anos depois,
após terem retornado da missão, de
terem-se casado no templo e formado sua própria família, eles ainda
se recordam daquelas experiências
espirituais decisivas de serviço em
conjunto para seu amado líder. ◼
Norman Hill, Texas, EUA
Notas
1. Ver Quentin L. Cook, “Dar Ouvidos às
Palavras do Profeta”, A ­Liahona, maio de
2008, pp. 49–50.
2. Thomas S. Monson, “O Vosso Caminho de
Jericó”, A ­Liahona, setembro de 1989,
p. 6.
A Liahona Outubro de 2009
29
U
Eu?
Élder Daniel L. Johnson
Dos Setenta
ma das práticas características de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias é a de termos pastores
leigos. Não temos clero remunerado nas alas, ramos,
estacas e distritos da Igreja, mas são os próprios
membros que ministram uns aos
outros.
Todo membro de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem o chamado de ser um
pastor em Israel. Os membros servem
como pastores em bispados e presidências de ramo, como líderes do sacerdócio
e auxiliares, como secretários e todo tipo
de professores, inclusive mestres familiares e
professoras visitantes, e em inúmeros outros
cargos.
Os pastores leigos têm várias coisas em comum.
Cada um deles tem ovelhas para nutrir, incentivar e
servir. Cada um deles foi chamado pelo Senhor por
meio de Seus servos autorizados. Cada um deles é
responsável perante o Senhor por sua mordomia
como pastor.
Buscar a Ovelha Perdida
30
Um Pastor
em Israel?
Detalhe de Estrada para Belém, de Joseph Brickey; à direita: detalhe de Caim e Abel, de Robert T. Barrett
Em 1980, aos 19 anos, Joseph Serge
Merilus partiu do Haiti, onde nasceu, e
mudou-se para a República Dominicana à
procura de trabalho. Dezoito meses depois,
retornou ao Haiti, apaixonou-se por Marie
Reymonde Esterlin e voltou para a República Dominicana recém-casado com ela.
Ao começarem a vida de casados em
seu novo país, Joseph e a esposa ansiavam
por coisas espirituais. Ele e Marie visitaram várias igrejas, procurando satisfazer
esse anseio, mas sendo falantes de crioulo
haitiano num país de língua espanhola,
tiveram dificuldade para compreender as
pessoas e ser compreendidos por elas.
Acabaram conhecendo dois missionários
santos dos últimos dias que os convidaram
para a Igreja. Depois de Joseph e Marie
terem assistido a várias reuniões, os missionários pacientemente lhes ensinaram as
palestras em espanhol, e eles foram batizados em setembro de 1997.
Joseph foi chamado para servir na
presidência da Escola Dominical, depois
como conselheiro na presidência do ramo
e mais tarde como presidente do ramo. Mas
devido a uma série de mal-entendidos e
mágoas, em grande parte devido a problemas de comunicação, Joseph, Marie e seus
cinco filhos deixaram de ser ativos, e os
membros locais da Igreja praticamente os
esqueceram.
Nos sete anos seguintes, o casal teve mais
filhos e acolheu em sua casa um sobrinho e uma sobrinha vindos do Haiti. Com
muito esforço, Joseph se tornou fluente em
espanhol e inglês e começou a dar aulas de
inglês e crioulo haitiano em uma empresa
local.
Em agosto de 2007, dois líderes do
sacerdócio, como parte do processo de
buscar as ovelhas perdidas do Senhor,
bateram à porta da casa da família. Descobriram que Joseph e Marie ainda tinham
um testemunho do evangelho, embora não
tivessem frequentado as reuniões por sete
anos. Os líderes convidaram a família a
voltar à Igreja, e eles fizeram isso já no dia
seguinte: todos os 13 membros da família.
A partir daquela época, tornaram-se ativos
na Igreja.
Hoje, Joseph é líder da missão do ramo
em Barahona, que fica ao sul da República
Dominicana. Seus dois filhos mais velhos
também servem na liderança do ramo, e seu
sobrinho, recém-ordenado élder, é o presidente dos Rapazes. Recentemente, a família
viajou até o templo, onde foram selados
para a eternidade.
Pensem nisso, 13 ovelhas perdidas foram
encontradas porque dois membros pastores
Fui testemunha e
participei de milhares de visitas como
pastor do rebanho.
Presto testemunho da
maravilhosa manifestação do Espírito
que as acompanha.
A Liahona Outubro de 2009
31
retornarem e senti a alegria que
acompanha sua volta ao redil. Vi
corações serem tocados, bênçãos
serem proferidas, lágrimas serem
derramadas, testemunhos serem
prestados, orações serem feitas e
atendidas e amor ser expresso. Testemunhei vidas serem transformadas.
estavam dispostos a procurar, nutrir e levar
aquela família de volta ao rebanho do
Senhor. Eles foram conduzidos a esse lar
assim como todos nós seremos conduzidos,
se buscarmos as ovelhas perdidas que são
de nossa responsabilidade.
Fui testemunha e participei de milhares
de visitas como pastor. Testifico-lhes que
o Espírito Se manifesta maravilhosamente
nessas visitas. Vi muitas ovelhas perdidas
32
Entre 592 e 570 a.C., Deus falou a
Seu profeta Ezequiel a respeito dos
pastores negligentes. Devido à negligência deles, o rebanho havia sido
disperso. A respeito desses pastores,
o Senhor disse:
“Filho do homem, profetiza
contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz
o Senhor Deus: (…) Não devem os
pastores apascentar as ovelhas? (…)
As fracas não fortalecestes, e a
doente não curastes, e a quebrada
não ligastes, e a desgarrada não
tornastes a trazer, e a perdida não
buscastes; (…).
(…) As minhas ovelhas andaram
espalhadas por toda a face da terra,
sem haver quem perguntasse por
elas, nem quem as buscasse.
Assim diz o Senhor Deus: (…) das
suas mãos demandarei as minhas ovelhas”
(Ezequiel 34:2, 4, 6, 10).
Em muitos aspectos, tornamo-nos uma
Igreja centralizada na capela. Fazemos
muitas coisas para prover alimento espiritual
e emocional aos que são constantes, mas e
quanto aos que deixaram de frequentar a
capela?
Se recebo um chamado de servir na
Igreja, tenho ovelhas a quem tenho a
Não Está Mais Perdida, de Greg K. Olsen, reprodução proibida; ilustração fotográfica: Laureni Fochetto
Alimentar o Rebanho
obrigação divina de ministrar e servir. Por exemplo:
como professor, sou pastor não apenas dos que assistem a minhas aulas, mas também daqueles que não as
frequentam. Tenho a responsabilidade de encontrá-las,
conhecê-las melhor, fazer amizade com elas, ministrar
suas necessidades e levá-las de volta ao redil.
Como Levá-las de Volta
Como membros pastores, bem faríamos em lembrar e
ponderar os ensinamentos contidos em Lucas 15. Nesse
capítulo, o Senhor ensinou a parábola da ovelha perdida,
da dracma perdida e do filho pródigo. Todas as três se
referem ao “que estava perdido” e foi achado de novo.
Na parábola da ovelha perdida, o Senhor pergunta:
“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e
perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa
e nove, e não vai após a perdida até que venha a
achá-la?
E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso;
E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos,
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a
minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende, mais do que por noventa
e nove justos que não necessitam de arrependimento”
(Lucas 15:4–7).
Na parábola, somente uma ovelha se desviou do
caminho e se perdeu, mas raramente é assim em nossas
alas e ramos. A aplicação da parábola é a mesma, seja
qual for o número de ovelhas que se desgarraram do
rebanho.
A parábola não diz quanto tempo levou o processo de
resgate. Em nosso trabalho de pastor, algumas ovelhas
vão retornar com uma única visita, ao passo que outras
vão precisar de anos de contato e gentil incentivo.
Nesse processo de resgate de nossos irmãos e
irmãs, não esqueçamos que “o Pastor [ama] as ovelhas” que “[trazemos de volta] ao redil”. 1 Ele conhece
cada uma individualmente. Ama cada uma delas com
perfeito amor. Como elas são Suas, Ele vai guiar-nos,
orientar-nos e inspirar-nos em relação ao que dizer,
se pedirmos e ouvirmos a voz do Espírito. Por meio
do poder do Espírito Santo, muitas atenderão ao
chamado quando lhes estendermos a mão sincera e
Zelar pelas Ovelhas
“Somos pastores que cuidam de Israel.
As ovelhas famintas erguem a cabeça,
prontas para serem nutridas com o pão
da vida. (…) Nossa tarefa é estender a
mão para ajudar todos aqueles que,
por qualquer motivo, estejam precisando
de nosso auxílio.”
Presidente Thomas S. Monson, “Sejamos Leais às Nossas Responsabilidades no Sacerdócio”, A ­Liahona, novembro de 2006,
pp. 57–58.
A Liahona Outubro de 2009
33
Perguntas e Respostas
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sse desafio pode ser uma oportunidade para
que você faça com que seus irmãos e irmãs
saibam que você quer se sentir mais envolvido
na vida deles. Pode ser que eles não percebam que
você se sente excluído. Você também pode conversar com seus pais a esse respeito. Eles terão boas
ideias para você.
Sugira a seus irmãos algumas atividades que você
possa realizar com eles e pense em assuntos sobre
os quais gostaria de conversar com eles. Tenha
em mente a programação e os interesses deles ao
planejar maneiras de passarem um tempo juntos.
Ouvi-los e mostrar interesse pelas atividades deles
são coisas que não apenas melhoram seu relacionamento com eles, como também o ajudam a
aprender. Eles estão passando por experiências
pelas quais você vai passar daqui a alguns anos.
Lembre-se de como a família é importante no
plano do Pai Celestial. Se você orar pedindo a
ajuda Dele, o Pai Celestial pode inspirá-lo com
ideias para melhorar seu relacionamento com
seus irmãos. Tenha coragem de colocar em prática a inspiração que receber.
Converse com Eles
Em minha família, eu também sou a mais
nova, com uma diferença de muitos anos,
mas descobri que meus irmãos querem
conhecer-me tanto quanto eu quero
conhecê-los. Seus irmãos provavelmente
vão ficar muito entusiasmados se você os
chamar simplesmente para conversar ou se os convidar
para almoçar fora algum dia. Conte-lhes o que está
acontecendo em sua vida. Vai significar muito para eles
saber que você se sente suficientemente à vontade para
compartilhar com eles seus sentimentos e pensamentos.
Converse com eles também sobre assuntos espirituais. Isso
vai ajudá-lo a aproximar-se não apenas deles, mas também
de seu Pai Celestial.
Kelsey H., 16 anos, Alberta, Canadá
Seja um Bom Exemplo
Também vivi essa situação difícil. Acho que o
melhor que podemos fazer é ser um exemplo
para nossos irmãos e irmãs mais velhos. Desse
modo, teremos muito amor e paz entre nós.
Devemos dizer-lhes o quanto nós os amamos e
tentar ser unidos como família. Cedo ou tarde,
eles se darão conta do quanto os amamos. Sei que essas coisas
funcionam passo a passo.
Ádám B., 16 anos, Gyor-Moson-Sopron, Hungria
As respostas são auxílios e pontos de vista, não pronunciamentos de
doutrina da Igreja.
34
Passem um Tempo Juntos
Às vezes é difícil passar um tempo
com os irmãos e irmãs mais velhos
por causa da escola e de outras
atividades diárias. Mas quando puder,
simplesmente vá conversar com eles,
conte-lhes como foi o seu dia e procure saber como eles estão. Se tiver
problemas com alguma coisa, você
pode pedir a opinião deles, para que
saibam que você valoriza as ideias
deles. Trate-os da maneira como quer
que eles tratem você. Convide-os
para jogar ou para passar um tempo
juntos — isso ajuda muito. Também
deve dizer-lhes o quanto você os
ama. Mas o mais importante é orar.
O Pai Celestial sempre vai ajudá-lo.
Katherine M., 14 anos, Idaho, EUA
Trate-os com Bondade
Como caçula da família,
às vezes me sinto
deixado de lado nas
atividades e conversas
de meus irmãos, e isso
me deixa triste. Mas
quando penso em Jesus Cristo,
dou-me conta de que, por compartilharmos valores comuns com minha
família, podemos fortalecer e incentivar uns aos outros. Trate todos com
bondade e dignidade. Mostre interesse por eles e faça com que saibam
que você se importa com eles.
as coisas. É importante desfrutar
todos os momentos que você puder
estar com eles, rindo, sendo gentil,
sendo amoroso e acima de tudo
expressando-lhes seu amor. É
importante que você ore e peça a
ajuda do Pai para sentir-se mais
próximo de seus irmãos e irmãs. Ele
vai ouvir sua oração e ajudá-lo.
Roberto S., 18 anos, Santiago, Chile
Reserve um Tempo para Conversar
Sou a caçula de sete
filhos. Quando eu era
mais jovem, sentia-me
excluída, mas também
me dei conta de que
eles me amavam, mais
até do que eu imaginava. Talvez você
não consiga se relacionar bem com
eles agora, mas os melhores momentos que tive com meus irmãos foram
durante nossas conversas. Dei-me
conta de que eles confiavam muito
em mim, e ainda confiam. Para
conversar com eles, eu procurava
ajudá-los em suas tarefas, era gentil
com eles, evitava ficar com raiva deles
e sempre os ajudava em algo, para
que também me ajudassem. Isso fazia
com que me sentisse amada e aceita.
Maria H., 19 anos, Cidade do México,
México
P r ó x i ma P e r g u n t a
“O que significa ‘ser testemunha
de Deus em todos os momentos’?”
(Mosias 18:9.)
Envie sua resposta até 15 de
novembro de 2009 para:
­Liahona, Questions & Answers,
11/09
50 E. North Temple St., Rm. 2420
Salt Lake City, UT 84150-0024, USA
Ou envie um e-mail para: liahona@
ldschurch.org
As respostas podem ser editadas por
motivo de espaço ou clareza.
Inclua os seguintes dados e a per-
missão a seguir em sua carta ou seu
e-mail:
NOME COMPLETO
DATA DE NASCIMENTO
ALA (ou ramo)
ESTACA (ou distrito)
Dou permissão para a publicação da
resposta e da fotografia:
ASSINATURA
ASSINATURA DOS PAIS (para menores de 18 anos)
Joseph M., 16 anos, Leyte, Filipinas
Desfrute Todos os Momentos Que
Passarem Juntos
Às vezes, sinto-me
esquecido porque
minhas irmãs têm suas
próprias atividades e
meus pais também.
Com o passar do
tempo, compreendi que todos eles
me amam e que não é que eles não
queiram passar um tempo comigo,
mas sim que há um tempo para todas
Procure Amá-los Mais
“É bem provável que alguns de vocês nem sempre consigam
se dar bem com seus irmãos e irmãs. Lembrem-se de que até
quando vocês brigam e discutem, eles são muito importantes
para vocês. Um dia, espero, eles vão-se tornar seus melhores
amigos.
Devemos tratar nossos familiares com amor, não apenas
por causa do mandamento de amarmos uns aos outros,
mas porque assim podemos ser felizes. Se tiver problemas com alguém, a melhor
maneira de resolvê-los não é tentar fazer com que a outra pessoa mude, mas procurar amá-la mais.”
Élder Cecil O. Samuelson Jr., dos Setenta, “De um Amigo para Outro”, Friend, junho de
1996, p. 6.
A Liahona Outubro de 2009
35
Patinho Feio
ou Cisne Majestoso?
Depende de Você!
É l d e r E r r o l S . P h i pp e n
Q
Serviu como Setenta de Área de 2004 a 2009
V
ocê é um filho
ou uma filha
muito especial de Deus. Decida
viver à altura do
potencial divino que
há dentro de você.
36
uando eu era criança, lembro que
minha mãe lia para mim a história
do “Patinho Feio”, de Hans Christian
Andersen. Talvez porque eu fosse tímido e
me sentisse deslocado, a lembrança e a
moral daquela história ficaram gravadas
para sempre em minha mente.
Na versão que
lembro, a mamãe
pata esperava pacientemente seus ovos
chocarem para nascerem vários patinhos.
Pouco depois, vários
patinhos amarelos e
fofinhos saíram dos ovos,
para deleite da mãe pata.
No entanto, havia um ovo
ligeiramente maior que
não se abriu. A mãe e os
patinhos esperaram atentamente. Quando o ovo
finalmente se rompeu, os
patinhos perceberam que
aquele novo membro da
família era um pouco diferente. Reuniram-se em volta
dele e disseram para o pai
e a mãe: “Ele não se parece
conosco. É muito feio”. Deixaram-no sozinho no ninho e
nadaram para longe. O patinho
feio fugiu do ninho e tentou se
esconder. Toda vez que encontrava alguém,
a experiência era negativa e desanimadora. Muitas vezes, ele pensava: “Todos me
odeiam porque sou feio”.
Então, um milagre aconteceu em sua
vida. Ele encontrou outros que eram exatamente iguais a ele, tanto na aparência quanto
o
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Deus.
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Pense nist Dele, você pode
8:16 –17 ).
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R
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potencial
grande
Ilustrações: Jerry Harston, exceto quando indicado; fotografia de asas © Getty Images; fotografia de pássaros: Graham Ford, © Getty Images
O
no modo de agir. Tornaram-se amigos,
levaram-no para conhecer a mãe deles e
disseram: “Mãe, mãe, encontramos um irmãozinho! Ele pode ficar morando conosco?”
A bela e graciosa mamãe cisne acolheu o
patinho feio em sua asa branca e disse para
ele, de modo bem gentil: “Você não é um
patinho! É um pequeno cisne, e um dia será
o rei do lago”.
Eu adorava ouvir essa história quando era
criança. Não me dava conta de que as lições
que aprendi com ela me ajudariam durante
os difíceis anos da adolescência. Fui batizado na Igreja quanto tinha oito anos, mas
aos poucos minha família foi-se tornando
menos ativa.
Na pequena cidade de Idaho, onde fui
criado, havia um cinema com uma sessão
da tarde todos os sábados. Eu sempre ia lá
com dois ou três amigos. O cinema sempre
exibia um curta-metragem sobre esportes e
outro com notícias recentes. O filme principal
geralmente era de caubói, com muita ação.
Num sábado, durante o intervalo, os funcionários do cinema mostraram uma bicicleta
de 10 marchas. Era vermelha e muito bonita
e seria dada para a pessoa da plateia que
tivesse o bilhete premiado! Oh, como eu
queria ganhar aquela bicicleta!
O apresentador foi até a urna e tirou dali
um bilhete. Quando leu o número do bilhete,
vi que eu tinha o bilhete premiado. Mas
s funcionários do
cinema
mostraram uma
bicicleta de 10 marchas. Era vermelha e
muito bonita e seria
dada para uma
pessoa da plateia.
Oh, como eu queria ganhar aquela
bicicleta!
A Liahona Outubro de 2009
37
D
escobri que
eu tinha
o bilhete
premiado. Mas não
me mexi nem disse
nada. Eu era muito
tímido e estava com
vergonha.
38
não me mexi nem disse nada. Eu era muito
tímido e fiquei com vergonha. Não tinha suficiente confiança em mim mesmo para levantar-me e dizer a todos que eu tinha o bilhete
premiado. O número vencedor foi anunciado
mais duas vezes, e a cada vez eu abaixava
o meu bilhete para que ninguém o visse.
Por fim, o apresentador leu outro número.
Um de meus amigos, que fora comigo ao
cinema, tinha o novo número. Ele deu um
pulo, gritou e correu até o palco para pegar
sua bicicleta. Aquela bicicleta poderia ter sido
minha!
Quando estávamos voltando a pé para
casa, naquele sábado, pensei na história do
patinho feio. Eu me sentia muito parecido
com aquele pequeno cisne. Tive vontade
de correr para o bosque para me esconder,
achando que ninguém gostava de mim. Não
percebia quem eu era e no que me tornaria.
Quando cheguei em casa, senti que algo
tinha de mudar. Lembro-me de ter pensado:
“Está na hora de eu crescer. Isso nunca mais
vai acontecer comigo de novo”.
Comecei a descobrir que havia outros ao
meu redor que me amavam e se importavam
comigo. O bispado de minha ala mostrou
interesse por mim, bem como meu presidente de estaca, que morava perto de casa,
na mesma rua. Eles me ensinaram o evangelho. Prestaram-me testemunho da realidade
do Salvador e de Sua preciosa Expiação e do
que ela podia fazer por mim. Ensinaram-me
muitas vezes a história de Joseph Smith e sua
Detalhe de Cristo no Getsêmani, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison Conroy Co.
visão no Bosque Sagrado. A partir daquela experiência,
desenvolvi o maravilhoso hábito de ler Joseph Smith—
História todas as semanas. Ao fazer isso, eu sabia que teria
forças para vencer qualquer coisa que viesse a enfrentar
durante a semana.
Naquela época de minha vida, quando eu precisava
desesperadamente de alguém, o Pai Celestial me abençoou. Ele sabia quem eu era e enviou Seus servos para
ajudar-me a descobrir isso por mim mesmo. Eles me
envolveram em seus braços e me mostraram com suas
ações que eu não era um patinho feio e que, se fosse
digno e guardasse os mandamentos de Deus, eu me tornaria “o rei do lago”. A bênção e a compreensão da Expiação
começaram a dar-me mais forças e confiança.
Quando fiz 16 anos, aqueles bons homens me incentivaram a receber uma bênção patriarcal. Depois de receber
minha recomendação, peguei minha velha bicicleta e
pedalei vários quilômetros até a casa do patriarca. Ele me
explicou novamente o que era uma bênção patriarcal e
como ela abençoaria minha vida. Impôs as mãos sobre
minha cabeça. Depois daquela experiência, minha vida
nunca mais foi a mesma.
Aceitei um chamado para servir como missionário
na Escócia e tive uma experiência maravilhosa. Poucas
semanas depois de voltar para casa, conheci minha futura
esposa numa reunião da Igreja. Namoramos e eu a pedi
em casamento. Casamo-nos no Templo de Salt Lake.
Uma frase da minha bênção patriarcal dizia que eu
teria o privilégio de viver na mortalidade com um anjo. Na
época em que o patriarca me deu a bênção, eu não sabia
quem seria esse anjo, muito menos o significado dessa
frase. Quando saí do templo no dia em que minha mulher
e eu fomos selados, eu soube o que isso significava. Ela
tem sido a luz da minha vida. Graças a ela, tive o privilégio de viver num ambiente cheio de luz. Ela proporcionou alegria e felicidade para nossos 8 filhos, 25 netos e 2
bisnetos. Meus filhos chamam-na bem-aventurada. Dou
graças a Deus pelas bênçãos do evangelho e as bênçãos
eternas dos convênios e ordenanças do templo sagrado.
Satanás quer que acreditemos que somos patinhos
feios, sem chance alguma de nos tornarmos semelhantes
ao Pai Celestial e Seu Filho santo. Presto testemunho de
que Deus ama cada um de nós de modo muito especial.
A
bênção e a
compreensão
da Expiação começaram a
dar-me mais forças e
confiança.
Como o Élder Neal A. Maxwell
(1926–2004), do Quórum dos
Doze Apóstolos, disse muitas
vezes: “A influência pessoal e
modeladora de Deus é sentida
nos detalhes de nossa vida”. 1
Somos filhos Dele. Aprendi que
podemos erguer-nos acima de
nosso ambiente atual e tornar-nos “reis e rainhas do lago”
se seguirmos os mandamentos do evangelho.
Sei também outra coisa. Sei quem você é e de onde
você veio. As revelações nos lembram de nossa fidelidade
na vida pré-mortal (ver Apocalipse 12:7–11; D&C 138:56;
Abraão 3:22–23). Se vincularmos nosso testemunho a essa
grande verdade, todos os dias serão uma bênção maravilhosa para cada um de nós.
Permaneça ao lado do Senhor. Se Ele foi capaz de cuidar de um menino envergonhado e tímido como eu era,
Ele vai cuidar de você hoje e no futuro. Você é um filho
muito especial de Deus. Decida viver à altura do potencial
divino que há dentro de você. ◼
Nota
1. Neal A. Maxwell, “Becoming a Disciple”, ­Ensign, junho de 1996, p. 17.
A Liahona Outubro de 2009
39
Começar
com uma
Oração
Você procura respostas? Estes adolescentes
de Ottawa, Canadá, dizem que devemos
começar com uma oração.
Acima: Bridgitte Leger, Jenni Holt, Dawson Lybbert,
Dayna Conway, Rebekah Wagoner e Alexander RicherBrule, bem como outros jovens da Estaca Ottawa Ontário (à esquerda), sabem que, para receberem a ajuda
do Pai Celestial, basta uma oração.
40
Janet Thomas
Revistas da Igreja
Fotografias: Janet Thomas
Q
uando Jenni, de 15 anos, fala de respostas a orações, começa com um
pedido de desculpas. Ela lamenta ter
de admitir que não orou regularmente por
quase um ano. As coisas não iam bem em
sua vida, na escola, com as amigas e nem na
Igreja.
Certa noite, explica Jenni, ela quis assistir
a um filme. Agachou-se para escolher um
dos filmes que estavam na prateleira mais
baixa da estante, quando deparou com uma
foto do tio, que havia morrido tragicamente
pouco tempo antes. De repente, o peso de
todas as coisas que a preocupavam deixou-a
com vontade de chorar. “Soube naquele
instante que precisava orar”, diz Jenni. Ajoelhou-se onde estava e orou.
Jenni conta como recebeu sua resposta:
“Assim que fiz isso, tive a resposta para
minhas dúvidas. Senti que tudo estava bem
de novo. Tudo ia dar certo. Tudo estava bem
com meu tio. Dei-me conta de que gostava
muito da escola e de meus amigos. Assim
que terminei de orar, soube que tinha de ir
para a Igreja porque era o lugar certo para
mim. Isso me tocou muito forte e tive uma
sensação de consolo e calor. Sei que meu
Pai Celestial me ama e que vai me ajudar a
enfrentar todas as coisas”.
Jenni queria proferir aquela oração, mas,
por algum motivo, não conseguia fazê-lo.
Agora, ao relembrar, ela tem novamente o
mesmo sentimento de consolo e a mesma
certeza de que a resposta veio do Senhor.
Jenni Holt é de Ottawa, Canadá, uma bela
cidade construída às margens arborizadas do
rio Ottawa. Ela e os amigos da Estaca Ottawa
Ontário conversaram com a equipe das revistas da Igreja sobre como a oração influencia
sua vida.
De Onde Vêm as Respostas?
Uma das coisas mais interessantes que
os adolescentes de Ottawa comentaram foi
como recebiam respostas a suas orações.
Primeiro, Susan Brook disse: “Se quisermos
uma resposta, precisamos ouvi-la”.
Susan disse que suas respostas às vezes
vêm por meio da leitura das escrituras. Ela
tem um bom exemplo disso: “Certo dia, eu
estava muito cansada e fui rude com todo
mundo. Não queria conversar. Lembro-me
de ter lido nas escrituras, não lembro em que
parte, o seguinte: ‘Sê humilde’. Isso me tocou.
Foi a minha resposta” (ver D&C 112:10).
Ariana Keith ouve atentamente quando
está na Igreja. “Acho que a resposta de muitas
de nossas orações vem por intermédio dos
oradores, na Igreja”, disse ela. “Havia uma
época em que eu queria receber minha
bênção patriarcal. Então, uma semana antes
da data marcada, meu patriarca da estaca foi
o orador na minha ala. Eu tinha orado muito
por isso e foi ótimo poder ouvi-lo falar.”
Mackenzie Loftus disse que frequentemente recebe respostas a suas orações por
intermédio de sua família. Ela orou sobre
uma decisão familiar e conta: “Senti o Espírito
imediatamente e soube que a decisão que
tomáramos era a certa”.
Às vezes, a resposta literalmente caminha até nós. Quando a família de Thomas
Acima, no alto: Fred King
e Ronan Filamont concordam que a oração sacramental é sagrada e deve
ser feita com reverência.
Kyffin de Souza sente
muita gratidão pelas
orações familiares.
A Liahona Outubro de 2009
41
Os jovens de Ottawa
oram por consolo nos
momentos difíceis, por
ajuda com as lições de
casa e com os amigos e
pelas bênçãos que
desejam receber. Eles
sabem que o Pai Celestial
atende a nossas orações.
“Às vezes, não recebemos
a resposta que esperamos, mas a resposta que
precisamos receber”, diz
Dawson Lybbert.
Francis mudou-se para Ottawa, ele teve de
fazer novos amigos numa nova escola. Ele
orou para encontrar bons amigos. “Certo dia”,
disse Thomas, “uma pessoa da minha turma
veio falar comigo e disse: ‘Quer vir conhecer meus amigos?’ Desde aquele dia, somos
amigos. Isso me ajudou muito”.
Dawson Lybbert tinha algo muito importante para dizer a respeito da resposta às
orações. “Às vezes, não recebemos a resposta que esperamos, mas sim a resposta
que precisamos receber.” Ele disse que às
vezes não percebemos isso de imediato, mas
sempre o fazemos quando recordamos os
acontecimentos.
Alguém com Quem Conversar
Acima: Matt Larson lê
uma escritura que está
pregada na parede antes
de orar, e Nick Moolenbeck diz que a oração
exige empenho.
42
Vários adolescentes disseram que é muito
bom ter uma família que ora junta. Kyffin
de Souza gosta especialmente de saber que
sua família ora em conjunto todas as noites.
“Temos uma espécie de revezamento. Sinto
o Espírito e sei que, quando estou longe de
casa, eles estão orando para que eu esteja em
segurança.”
Bénédicte Bélizaire gosta imensamente
de orar com os pais todas as manhãs. “Vou
para o quarto deles e oramos juntos”, diz ela.
“Tenho um testemunho de que o Espírito
Santo está comigo e, toda vez que eu preciso
da ajuda Dele, peço-a ao Pai Celestial.”
Sua amiga Ruth Decady acrescenta: “É
realmente importante que, ao fazer nossas
orações, saibamos que o Pai Celestial está
ouvindo. Há alguém que está sempre pronto
a ajudar-nos”.
Katie Cameron gosta muito do sentimento
que tem quando ora. “Quando converso com
o Senhor, sinto que alguém está realmente
conversando comigo. Sei que posso contar
tudo a Ele.”
Orar em Favor de Outros
Os rapazes, especialmente na idade de
sacerdote, como Ronan Filamont, Fred King,
Dawson e Davin Lybbert, falaram da importância e do dever sagrado de fazer a oração
do sacramento para os membros de suas
respectivas alas e ramos.
Dawson explicou: “Fazer a oração do
sacramento faz-nos pensar mais claramente
sobre seu significado. Tenho essa autoridade
do sacerdócio e sinto que não posso fazer
mau uso dela”.
Fred lembra-se de quando fez a oração
do sacramento pela primeira vez, ao ser
O Que o Salvador
Ensinou sobre a
Oração
ordenado sacerdote: “No começo foi difícil e eu errava
sempre. Em certa ocasião, tive que repetir a oração várias
vezes. Mas o Espírito me sussurrou que não importava
quantas vezes eu tivesse que tentar, no fim acabaria acertando. Foi um sentimento muito bom”.
A Oração Exige Preparação
Vários adolescentes falaram das coisas importantes que
tiveram de fazer em preparação para orar. Matt Larson
tem uma escritura pregada na parede do quarto, Doutrina
e Convênios 78:19: “E aquele que receber todas as coisas
com gratidão será glorificado; e as coisas desta Terra serlhe-ão acrescentadas, mesmo centuplicadas, sim, mais”. É
um lembrete para que seja grato pelas coisas que o Senhor
lhe deu. Ele sabe que a gratidão precisa fazer parte de
suas orações.
Nick Moolenbeck declarou: “A oração não funciona se
só pedirmos e não pensarmos seriamente nela e nem nos
empenharmos de todo o coração e alma”.
“Deveis sempre orar ao
Pai em meu nome.
E tudo quanto pedirdes
ao Pai em meu nome, que
seja justo, acreditando
que recebereis, eis que
vos será dado” (3 Néfi
18:19–20).
Ouvir, de Michael Jarvis Nelson
O Milagroso Poder da Oração
Sierra Lybbert contou uma excelente história sobre a
oração. Quando ela tinha dois anos de idade, um cavalo
pisou-lhe na mão, cortou-lhe fora o polegar e esmagou
vários dedos. Os pais a levaram às pressas de um hospital
para outro, para encontrar um cirurgião disposto a fazer
uma reconstrução aparentemente impossível. Ela disse:
“Um médico disse a meus pais que o cirurgião não sabia
uma oração que o fizesse ser bem-sucedido. Minha mãe
lhe disse que o cirurgião não tinha somente uma oração
com ele, tinha muitas. Minha mãe ligou para o templo e
colocou meu nome na lista de orações”.
Hoje, aos 13 anos, a mão de Sierra funciona muito bem.
Seu polegar se mexe muito bem, e ela o ergueu para que
as outras moças da ala vissem. Elas nunca tinham ouvido
aquela história. Tudo que haviam percebido era que a
mão de Sierra era um pouco fina, com uma cicatriz quase
imperceptível na base do polegar. O resultado era realmente impressionante.
Sierra disse: “Sinto-me muito feliz ao ver o que a oração
pôde fazer por mim. É uma coisa maravilhosa em minha
vida”.
Todos pareceram concordar com Kale Loftus quando
ele disse: “É muito bom ter o costume de orar”. ◼
Acima, a partir da esquerda: Ruth Decady, Katya Gallant
e Bénédicte Bélizaire concordam que é muito bom pedir ao
Pai Celestial que nos envie o Espírito Santo. Abaixo: Katie
Cameron, Carolyn Albers e Sierra Lybbert gostam muito do
sentimento que têm ao orar.
A Liahona Outubro de 2009
43
da
I g reja
Agarrar-se às Raízes
Mais Fortes
Q
uando eu estava na escola,
na Rússia, li uma história
assustadora sobre dois
meninos que encontraram um urso
na floresta. Anos mais tarde, depois
de tornar-me professora, alguns
amigos me convidaram para ir colher
cogumelos com eles. A floresta ainda
me amedrontava, mas concordei em
acompanhá-los.
Ao entrar na floresta, agarrei um
pedaço de pau para poder defender-me, caso encontrasse um urso.
Meus amigos logo encontraram os
cogumelos marrons que procuravam.
Mas eu procurava cogumelos vermelhos, por isso segui em outra direção.
Antes que me desse conta, vi-me
sozinha.
Enquanto procurava o caminho,
escorreguei e caí. Minha cesta de
cogumelos voou para o alto, mas
agarrei firmemente o pedaço de
pau. Quando tentei me erguer,
percebi que o solo era lamacento e
pegajoso. Para meu horror, vi que
havia entrado num pântano! Minhas
botas de borracha logo se encheram de água, e comecei a afundar.
Tentei mover as pernas, mas em
vez de me soltar, afundei cada vez
mais. Quando estava com lama
pela cintura, fui tomada de grande
pavor.
Gritei para meus amigos, mas a
única resposta que ouvi foi o zumbir
das libélulas e o coaxar dos sapos.
Comecei a chorar e, de repente, me
lembrei de minha mãe. Sempre que
44
estava em má situação, ela orava.
Frequentemente me convidava a orar,
mas eu sempre recusava, dizendo:
“Deus não existe”.
Mas ali, no que poderia vir a ser
minha sepultura lamacenta, nada
mais podia fazer além de orar e suplicar a ajuda de Deus. “Se Você existe,
por favor, me ajude!” gritei.
Quase instantaneamente, ouvi
uma voz bondosa dizer-me: “Acredite
e não tenha medo. Agarre as raízes
fortes da árvore”.
Ao olhar em volta, vi uma
grande raiz de árvore atrás de
mim. Usando meu pedaço de pau,
Q
uando
estava
com lama
pela cintura, fui
tomada de grande
pavor. Gritei para
meus amigos, mas a
única resposta que
ouvi foi o zumbir
das libélulas e o
coaxar dos sapos.
consegui alcançá-la. Algo me deu
forças para impulsionar-me para
fora do pântano.
Coberta de lama, caí ao chão e
agradeci a Deus por responder a
minha oração. Passei a acreditar que
Ele existia. Tinha sentido Sua presença e ouvido Sua voz, e Ele me
dera forças para libertar-me.
Pouco tempo depois, quando os
missionários me ensinaram que o
Profeta Joseph Smith havia recebido
resposta a sua oração no Bosque
Sagrado, acreditei. Afinal, Deus havia
respondido a minha oração na floresta. Agarrei-me às fortes raízes do
Ilustrações: Dan Burr
V o z es
evangelho, fui batizada pouco depois
e sirvo hoje no Ramo Gyumri, na
Armênia.
Sei que o Pai Celestial ama todos
os Seus filhos e sinto-me grata por ser
membro de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias. Também sou grata pelas muitas outras
bênçãos que recebi do Pai Celestial,
especialmente por Sua resposta à
oração de uma ateia na floresta, há
muitos anos. ◼
Melsida Hakobyan, Armênia
Viemos Ver
o Templo
N
um dia de outono, em meu
turno como oficiante no
Templo de Salt Lake, vi chegar um rapaz e seus amigos que não
estavam vestidos de modo adequado
para adorar no templo.
“Viemos ver o templo”, disse o
rapaz.
“Você tem uma recomendação?”
perguntei.
O rapaz pensou um pouco.
Depois, disse: “Tenho. Minha mãe
tem uma amiga mórmon que mora
em Minnesota. Ela nos recomendou
que viéssemos ver o templo”.
Tive o sentimento de que devia
chamar os jovens de lado e conversar
com eles. O nome do rapaz era Lars.
Expliquei-lhe que ele não apenas
podia vir ao templo mas que o Pai
Celestial queria que ele viesse. Disse
a Lars que ele teria primeiro que se
preparar para isso, e expliquei-lhe
como.
Na época, fazia pouco tempo
que eu estava ativo na Igreja. Tinha
servido como missionário, mas
depois me afastei da Igreja ao me
envolver com a indústria do entretenimento, chegando a usar drogas
e a beber. Achei que minha família
ficaria impressionada com minha
carreira profissional e fortuna, mas
minha mãe não se importava nem
um pouco com aquilo. Em vez disso,
ela sempre colocava meu nome na
lista de orações do templo, o que me
deixava com raiva.
A mulher com quem me casei também se afastara da Igreja. Na época
em que nossa filha de oito anos, Tori,
começou a fazer perguntas sobre
Jesus Cristo, tínhamos chegado ao
ponto mais baixo de nossa espiritualidade. Apesar de ter servido
como missionário, não conseguia me
lembrar de coisa alguma a respeito
do Salvador.
“Há pessoas qualificadas para ensinar-lhe a respeito de Jesus”, expliquei
para Tori. “Por que você não conversa com eles?”
Poucos dias depois, duas missionárias bateram à porta de nossa casa.
Tori as convidou a entrar e começou a ouvir as palestras. Da outra
sala, ouvi as missionárias ensinarem
doutrinas que reconheci serem
verdadeiras.
“Você quer ser batizada?” uma das
missionárias perguntou a Tori, depois
da terceira palestra.
“Quero”, respondeu ela.
“Seu pai vai batizá-la?”
Eu não ia à igreja há 20 anos, mas
senti que minha vida estava prestes a
mudar. Participei das últimas palestras, começamos a frequentar a Igreja
e minha esposa e eu fomos falar com
o bispo. Ao me arrepender, decidi
que precisava fazer tudo o que fosse
possível para compensar os anos que
havia perdido. Mudei de emprego,
magnifiquei meus chamados na
Igreja, fui selado a minha esposa e
filha e tornei-me oficiante do templo.
Foi por isso que eu sabia que um
grupo de jovens curiosos podia tornar-se digno de entrar no templo.
Uns seis meses depois, Lars me
escreveu uma carta, agradecendo-me
por eu ter-lhe explicado o verdadeiro significado de uma recomendação para o templo. “Realmente
aprendi mais a respeito da recomendação para o templo”, escreveu ele.
“Na verdade, fui batizado e recebi
minha própria recomendação em
janeiro!” Meus olhos se encheram
de lágrimas ao olhar para a fotografia dele, vestindo a roupa batismal
branca ao lado dos missionários que
o ensinaram.
Minha jornada de volta ao templo
foi extraordinária, e a notícia de
que Lars estava fazendo aquela jornada foi uma bênção maravilhosa
que me fez lembrar que podemos
influenciar positivamente a vida
das pessoas. ◼
Rees Bandley, Utah, EUA
O Batismo
da Vovó
E
m 30 de junho de 2001,
eu preparava um bolo de
aniversário para minha
filha, quando o telefone tocou.
46
Era minha irmã, que me ligara do
Brasil para dizer que nossa avó havia
falecido.
Foi uma notícia triste, mas não me
entristeci. Afinal, minha querida avó
tinha vivido quase 102 anos. Fiquei
feliz por ela ter-se libertado de seu
idoso corpo mortal e ido para o
mundo espiritual.
Então, comecei a pensar na coincidência de a morte dela ter ocorrido
no aniversário de minha filha e me
perguntei se haveria algum significado nisso. Com o passar dos dias,
descobri qual era: seria fácil lembrar
de batizar minha avó depois de passar um ano. Assumi essa responsabilidade, sabendo que teria apenas de
esperar até o próximo aniversário da
minha filha.
O ano passou rapidamente. No
entanto, não tive a oportunidade de
ir ao templo no dia exato do aniversário da morte de minha avó, porque
eu morava em Portugal e frequentava
o Templo de Madri Espanha. Mas
não se passou um dia sem que eu
pensasse em minha responsabilidade
de ser batizada em benefício da vovó
Josefina.
Foi só em outubro de 2002 que
pudemos ir ao templo. Meu marido e
eu fomos com nosso filho, Mathew,
que iria receber sua investidura em
preparação para a sua missão. Fiquei
feliz por termos ido ao templo e
achei que sentiria algo especial ao ser
batizada por minha avó.
Meu marido realizou o batismo,
mas não senti nada. Meu filho realizou a confirmação, mas novamente,
nada. Minha ansiedade por não sentir
nada passou, e apenas fiquei feliz
por ter realizado as ordenanças por
minha avó.
Depois da investidura, fomos à
sala de selamento para selar a vovó
aos pais dela. Quando nos ajoelhamos no altar para realizar a
ordenança e o selador começou
a falar, senti como se fosse um
choque, que começou do alto
da cabeça e percorreu todo o
meu corpo. É difícil descrever,
mas no momento em que senti
aquele ardor, tive certeza de que
vovó Josefina estava muito feliz por
ser selada a seus pais. ◼
Marilena Kretly Pretel Busto,
São Paulo, Brasil
D
ecidi que
ajudar na
missão seria
melhor do que ficar
em casa, sozinha e
angustiada. Poucos
dias depois, eu
estava servindo
purê de batatas
para pessoas
famintas.
Ajudar as Pessoas e
a Mim Mesma
E
ra o Dia de Ação de Graças
de 1990. Eu havia passado por
um divórcio difícil, cursava o
primeiro ano de Direito e morava em
uma nova cidade. Meus filhos passariam o feriado na casa do pai e, pela
primeira vez na vida, eu iria passar o
Dia de Ação de Graças sozinha.
A princípio, quis sentir pena de
mim mesma e chorar muito. Mas
então, comecei a contar minhas
bênçãos. Tinha dois belos filhos,
uma boa casa, uma oportunidade de
adquirir conhecimento e o evangelho
de Jesus Cristo para guiar minha vida.
Tinha realmente sido abençoada com
muitas coisas.
À medida que o Dia de Ação de
Graças foi se aproximando, descobri que um grupo de estudantes de
Direito tinha planejado ir até a missão
local para ajudar a servir um jantar de
ação de graças para os desabrigados.
Decidi que ajudar na missão seria
melhor do que ficar em casa, sozinha
e angustiada; por isso, acompanhei
meus colegas.
Poucos dias depois, eu estava
pondo purê de batatas no prato
de pessoas famintas, agradecidas e
sofridas. As lágrimas que me encheram os olhos não foram de tristeza
por minha própria vida, mas foram
lágrimas de amor por todos os filhos
de Deus, fosse qual fosse a situação
em que se encontravam.
O Dia de Ação de Graças não estaria completo sem um peru assado.
Mas um peru de 6 quilos seria
demais para mim, por isso convidei
vários estudantes de outros países
e de estados distantes para jantar
comigo. Queria compartilhar um
tradicional jantar de ação de graças
americano, mas convidei-os a dar
sua contribuição. Pedi que cada um
deles trouxesse o seu prato favorito. Nosso jantar de ação de graças
acabou sendo uma refeição memorável e maravilhosa, até com rolinhos
primavera.
O rei Benjamim declarou: “E eis
que vos digo estas coisas para que
aprendais sabedoria; para que saibais
que, quando estais a serviço de vosso
próximo, estais somente a serviço de
vosso Deus” (Mosias 2:17).
Aprendi sabedoria naquele Dia de
Ação de Graças. Ao prestar serviço
quando seria mais fácil me isolar
e ficar triste, encontrei alegria. O
serviço é a chave da felicidade, não
apenas nos dias especiais, quando é
fácil deixar-nos abater pelas coisas
que estão faltando em nossa vida,
mas em qualquer outra época do
ano. Não importa a situação em que
nos encontremos, sempre haverá
alguém precisando de ajuda. Ao ajudar nossos irmãos e irmãs, ajudamos
a nós mesmos. ◼
Cathy Whitaker Marshall, Washington, EUA
A Liahona Outubro de 2009
47
C o m o
Ut i l i z ar
E sta
E d i ç ã o
Ideias para a Noite Familiar
Estas ideias de ensino são dadas
como sugestão. Você pode adaptá-las
a sua família.
“As Bênçãos do Templo”,
p. 12: Mostre a gravura de
um templo. Coloque uma
fotografia da família do lado
oposto da sala em relação à
gravura do templo. Ao
resumir o artigo, movimente a fotografia da família para
mais perto da gravura do templo.
Aplicar o Evangelho
“Não é difícil aplicar os princípios do
evangelho eterno a
nossas necessidades
específicas. A verdade abstrata deve
assumir contornos
reais na vida das pessoas, a fim de
produzir frutos.”
Élder Bruce R. McConkie (1915–1985),
do Quórum dos Doze Apóstolos, em
Ensino, Não Há Maior Chamado (1999),
p. 10.
Pergunte aos membros da família
como se sentem quando a família
chega ao templo. Leia Doutrina e
Convênios 109:7–23, procurando
outras maneiras de preparar-nos
para o templo e as bênçãos
que recebemos por frequentar o templo. (Ver também
o discurso de Silvia H.
Allred, “Templos Santos,
Convênios Sagrados”, da conferência geral de outubro de 2008.)
“Eu? Um Pastor em Israel?”
p. 30: Leia a seção “Como Levá-las
de Volta” e peça ideias sobre como
podemos ser pastores de pessoas.
Como atividade para as crianças
pequenas, revezem-se na brincadeira
de esconde-esconde, como se fossem
um pastor procurando sua ovelha
perdida. Pensem nas pessoas que
vocês poderiam ajudar a trazer “de
volta ao redil”. Termine com uma oração, pedindo orientação sobre como
ajudá-las. (Ver também o discurso do
Élder Eduardo Gavarret, “Voltar para
Casa”, da conferência geral de outubro de 2008.)
de orar, leia os três últimos parágrafos do discurso do Élder David A.
Bednar, “Orar Sempre”, da conferência geral de outubro de 2008.
“O Milagre da Tortilla”, p. A6:
Leiam a história e discutam os
desafios que a família de Raoul
enfrentou ao preparar-se para ir ao
templo. Vocês podem fazer tortillas
em família ou representar os passos
utilizados para prepará-las, desde
plantar o milho até vender tortillas
para os turistas. Encerrem com a
leitura da citação do Élder Dennis B.
Neuenschwander.
“Começar com uma Oração”,
p. 40: Resuma os pontos principais
do artigo. Releia o primeiro parágrafo
da seção “Alguém com Quem Conversar”. Peça aos membros da família
que compartilhem momentos em
que foram fortalecidos pela oração
familiar. Para salientar a importância
S o l i c i ta ç ã o d e A r t i g o s
48
T ó p i c o s desta E d i ç ã o
Os números representam a primeira página de
cada artigo.
Mordomia, 30
A = O Amigo
Amizade, 8, A10
Nutrir, 25
Amor, 25, 26, 34, A2
Obediência, 2, A10
Batismo, 7, 18, 44, 46,
Oração, 40, 44, A10
A14
Ordenanças, 12, 46
Bênção patriarcal, 36
Palavra de Sabedoria, A10
Bênçãos, 12, 16, 47
Perspectiva, 36
Caridade, 26, 44, A2
Preparação para o templo,
Casamento, A4
8, 12, 18, 45, A6
Chamados, 30
Revelação, 12, 40, A4
Confiança, 24, 36
Selamento, 12, 18, A6,
Ensino, 22, 25
Exemplo, 34, A10
Família, 34, A4, A6, A14
Generosidade, A8
História da Família, 16, 18
A14
Serviço, 7, 16, 26, 30, 34,
47, A2, A13
Templo, 7, 8, 12, 16, 18,
45, A6, A13, A14
Integração, 18, 30, 36
Testemunho, A11
Joseph Smith, A8
Trabalho, A6, A8
Mandamentos, 2
Vida eterna, 8
Ministrar, 26, 30
Virtude, 24
Que experiências o ajudaram a conhecer melhor o Salvador? De que maneira você
aprendeu a ter mais gratidão pelo arrependimento, pelo perdão, pela Expiação, pelo sacramento ou por outros aspectos do ministério e da missão do Salvador? De que modo adquiriu
maior compreensão dessas coisas? Envie a descrição de suas experiências e do que
aprendeu com elas para [email protected].
O Amigo
P a r a a s C r ia n ç a s • A I g r e j a d e J e s u s C r i s t o d o s Sa n t o s d o s Ú l t i m o s Dia s • O u t u b r o d e 2 0 0 9
V i n de
a o
P r o feta
E sc u tar
O Amor de um Profeta
P r e s i d e n t e D i e t e r F. U c h t d o r f
H
á alguns anos, o Presidente
Thomas S. Monson esteve
em uma conferência regional em Hamburgo, Alemanha, e tive
a honra de acompanhá-lo.
O Presidente Monson perguntou sobre o irmão Michael Panitsch, antigo presidente de estaca
que tinha sido um dos valorosos
pioneiros da Igreja na Alemanha.
Eu lhe disse que o irmão Panitsch estava gravemente enfermo
e que estava confinado ao leito e
impossibilitado de assistir a nossas
reuniões.
O Presidente Monson perguntou
se poderíamos fazer-lhe uma visita.
Eu sabia que pouco antes de sua
viagem a Hamburgo, o Presidente
Monson tinha sido submetido a uma
cirurgia no pé e que sentia muita
dor ao caminhar. Expliquei-lhe que
o irmão Panitsch morava no quinto
andar de um prédio sem elevador.
Teríamos de subir as escadas para
vê-lo. Mas o Presidente Monson
insistiu.
Então, fomos fazer a visita.
Lembro-me de como foi difícil
para o Presidente Monson subir
aquelas escadas. Ele só conseguia
subir alguns degraus por vez,
antes de ter de parar para descansar. Não reclamou nem uma
vez sequer, e não desistiu. Como
o prédio tinha um pé direito alto,
a escada parecia não ter fim, mas
o Presidente Monson perseverou
com bom ânimo até chegarmos ao
apartamento do irmão
Panitsch, no quinto
andar.
Ao chegarmos
ali, tivemos uma
conversa maravilhosa. O Presidente Monson
agradeceu a
ele por sua
vida de serviço
S u b i r as E sca d as
O
Presidente Monson teve que subir muitos degraus
para ajudar o irmão Panitsch. Pense em três coisas
diferentes que você pode fazer para ajudar alguém, especialmente em sua casa. Faça um desenho ou escreva algo
em cada degrau para ajudá-lo a lembrar-se de suas ideias.
A2
dedicado e o alegrou com um sorriso. Antes de sairmos, deu-lhe uma
maravilhosa bênção do sacerdócio.
O Presidente Monson poderia
ter decidido descansar no intervalo
de nossas longas reuniões. Poderia ter pedido para ver algumas
das belas paisagens da Cidade
de Hamburgo. Frequentemente
penso em como foi impressionante
observar que, de todas as vistas
da cidade, a que ele quis ver mais
do que qualquer outra foi a de
um membro da Igreja debilitado e
enfermo.
O Presidente Monson foi a Hamburgo para ensinar e abençoar as
pessoas do país. Mas ao mesmo
tempo, seu enfoque estava no
indivíduo.
Ao falar de Jesus, o Apóstolo Pedro fez esta
À esquerda e no alto à direita: ilustrações de Beth M. Whittaker; à direita: ilustração de Sam Lawlor
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
Er Spricht Deutsch (“Ele Fala Alemão”)
O Presidente Uchtdorf é a primeira pessoa
da Alemanha a servir na Primeira Presidência. Quando criança, ele falava alemão.
Agora, quando discursa na conferência
geral, ele fala inglês. Veja as frases à direita,
extraídas de um discurso feito pelo Presidente Uchtdorf na conferência geral de abril de 2008. Veja se
consegue traduzir as palavras em alemão para o seu idioma.
simples descrição: “[Ele] andou
fazendo bem” (Atos 10:38).
O mesmo pode ser dito do
homem que apoiamos como
profeta de Deus. ●
Extraído de um discurso da conferência geral de abril de 2008.
“Regozijo-me pelo grande privilégio de ser membro de die
Kirche Jesu Christi der Heiligen der Letzten Tage.”________________
_________________________________________________
“Oro para que o Senhor me dê Kraft _____________e um
Herz ____________ entendido para
magnificar este chamado sagrado.”
“Sinto-me muito privilegiado por
trabalhar tão perto do Präsident ______________ Monson.(…)
Ele é o Prophet Gottes.” ________________
A FAMÍLIA
PROCLAMAÇÃO
AO MUNDO
N A P������� P���������� � � C������� ��� D��� A��������
�� A I����� �� J���� C����� ��� S����� ��� ������ D���
ÓS, A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA e o Conselho dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
solenemente proclamamos que o casamento entre homem e
mulher foi ordenado por Deus e que a família é essencial ao
plano do Criador para o destino eterno de Seus �lhos.
TODOS OS SERES HUMANOS—homem e mulher—foram criados
à imagem de Deus. Cada indivíduo é um �lho (ou �lha)
gerado em espírito por pais celestiais que o amam e, como
tal, possui natureza e destino divinos. O sexo (masculino ou
feminino) é uma característica essencial da identidade e do
propósito pré-mortal, mortal e eterno de cada um.
NA ESFERA PRÉ-MORTAL, os �lhos e �lhas que foram gerados em
espírito conheciam e adoravam a Deus como seu Pai Eterno e
aceitaram Seu plano, segundo o qual Seus �lhos poderiam obter
um corpo físico e adquirir experiência terrena a �m de progredirem rumo à perfeição, terminando por alcançar seu destino divino como herdeiros da vida eterna. O plano divino de
felicidade permite que os relacionamentos familiares sejam perpetuados além da morte. As ordenanças e os convênios sagrados dos templos santos permitem que as pessoas retornem à
presença de Deus e que as famílias sejam unidas para sempre.
O PRIMEIRO MANDAMENTO dado a Adão e Eva por Deus
referia-se ao potencial de tornarem-se pais, na condição de
marido e mulher. Declaramos que o mandamento dado por
Deus a Seus �lhos, de multiplicarem-se e encherem a Terra,
continua em vigor. Declaramos também que Deus ordenou
que os poderes sagrados de procriação sejam empregados
somente entre homem e mulher, legalmente casados.
DECLARAMOS que o meio pelo qual a vida mortal é criada foi
estabelecido por Deus. A�rmamos a santidade da vida e sua
importância no plano eterno de Deus.
O MARIDO E A MULHER
têm a solene responsabilidade de
amar-se mutuamente e amar os �lhos, e de cuidar um do outro
e dos �lhos. “Os �lhos são herança do Senhor” (Salmos 127:3).
Os pais têm o sagrado dever de criar os �lhos com amor e retidão, atender a suas necessidades físicas e espirituais, ensinálos a amar e servir uns aos outros, guardar os mandamentos de
Deus e ser cidadãos cumpridores da lei, onde quer que morem.
O marido e a mulher—o pai e a mãe—serão considerados responsáveis perante Deus pelo cumprimento dessas obrigações.
A FAMÍLIA foi ordenada por Deus. O casamento entre o homem
e a mulher é essencial para Seu plano eterno. Os �lhos têm
o direito de nascer dentro dos laços do matrimônio e de ser
criados por pai e mãe que honrem os votos matrimoniais com
total �delidade. A felicidade na vida familiar é mais provável
de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do
Senhor Jesus Cristo. O casamento e a família bem-sucedidos
são estabelecidos e mantidos sob os princípios da fé, da oração, do arrependimento, do perdão, do respeito, do amor, da
compaixão, do trabalho e de atividades recreativas salutares.
Segundo o modelo divino, o pai deve presidir a família com
amor e retidão, tendo a responsabilidade de atender às necessidades de seus familiares e de protegê-los. A responsabilidade
primordial da mãe é cuidar dos �lhos. Nessas atribuições
sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar-se mutuamente, como parceiros iguais. Enfermidades, falecimentos ou
outras circunstâncias podem exigir adaptações especí�cas.
Outros parentes devem oferecer ajuda quando necessário.
ADVERTIMOS que as pessoas que violam os convênios de
castidade, que maltratam o cônjuge ou os �lhos, ou que deixam de cumprir suas responsabilidades familiares, deverão
um dia responder perante Deus pelo cumprimento dessas
obrigações. Advertimos também que a desintegração da
família fará recair sobre pessoas, comunidades e nações as
calamidades preditas pelos profetas antigos e modernos.
CONCLAMAMOS os cidadãos e governantes responsáveis de
todo o mundo a promoverem as medidas designadas para
manter e fortalecer a família como a unidade fundamental
da sociedade.
Esta proclamação foi lida pelo Presidente Gordon B. Hinckley como parte de sua mensagem na Reunião Geral da Sociedade de Socorro,
realizada em 23 de setembro de 1995 em Salt Lake City, Estado de Utah, EUA.
T emp o
de
C o mpart i lhar
Cremos que a Família Foi
Ordenada por Deus
“A família é essencial ao plano do Criador
para o destino eterno de Seus filhos”
(“A Família: Proclamação ao Mundo”).
Ilustração fotográfica: Matthew Reier
Cheryl Esplin
Amaliquias era um homem
iníquo. Ele prometeu muitas coisas aos nefitas, se eles
fizessem dele o rei. Muitas pessoas acreditaram nele e se afastaram da retidão.
Morôni era o capitão dos exércitos nefitas.
Era justo e acreditava em Jesus Cristo. Quando Morôni
ficou sabendo que muitas pessoas estavam sendo
desencaminhadas por Amaliquias, ficou irado com ele.
Ele sabia que as pessoas estavam sob risco de perder a
liberdade.
Morôni rasgou um pedaço da sua túnica e escreveu
nele: “Em lembrança de nosso Deus, nossa religião e
nossa liberdade e nossa paz, nossas esposas e nossos
filhos” (Alma 46:12). Amarrou o pano a um mastro e
deu-lhe o nome de estandarte da liberdade. Depois,
orou pelas pessoas e as visitou, agitando o estandarte
da liberdade e convocando os nefitas a unir-se a ele
para proteger sua liberdade (ver Alma 46:1–21).
Você vive em uma época na qual há pessoas como
Amaliquias, que desejam afastar-nos do plano do Pai
Celestial. Uma das partes mais importantes desse plano
é a família.
O Pai Celestial quer que os membros da Igreja compreendam Seu plano para a família. A Primeira Presidência e o Quórum dos Doze escreveram “A Família:
Proclamação ao Mundo” para declarar as coisas em que
acreditamos a respeito da família. Como o estandarte da
liberdade, a proclamação pode incentivar-nos a lembrar
e explicar as coisas em que acreditamos.
Atividade
Remova a página A4 e cole-a em cartolina. Pendure
a proclamação em um lugar em que sua família possa
vê-la e lembrar-se da importância de fortalecerem uns
aos outros.
Ideias para o Tempo de Compartilhar
1. “A Família: Proclamação ao Mundo” é uma
revelação moderna. Peça às crianças que pro-
curem ouvir quantas vezes aparece a palavra
“revelar” ou “revelado” ao recitarem a nona
Regra de Fé juntas. Ensine que Deus continua a revelar Sua vontade a Seus filhos. Essa
comunicação vinda de Deus se chama revelação. Entregue uma cópia de “A Família:
Proclamação ao Mundo” para cada criança e
explique-lhes que a proclamação é uma revelação dada em nossos dias por intermédio de servos escolhidos por Deus. Prepare para cada classe uma frase diferente
extraída da proclamação, com algumas palavras faltando.
Peça que trabalhem em conjunto para preencher os espaços
em branco com as palavras corretas. Por exemplo: “A _______
é _______ ao _______ do Criador para o destino eterno de
Seus filhos”. Peça a cada classe que fique de pé e recite a frase
completa. Cante a primeira estrofe de “A Família é do Senhor”
(A ­Liahona, outubro de 2008, pp. A12–A13). Saliente que a
proclamação sobre a família é uma revelação de Deus e que
precisamos compreender e viver seus ensinamentos. Recolha
as cópias da Proclamação; você vai usá-las novamente na
terceira semana.
2. “A Família: Proclamação ao Mundo” ensina a impor-
tância do casamento. Convide alguns membros da ala ou do
ramo, com a aprovação do bispo ou presidente do ramo, para
participarem de um painel de debates sobre a importância do
casamento (ver “Painel de Debates”, Ensino, Não Há Maior
Chamado, 1999, pp. 175–176). Com antecedência, entreguelhes as perguntas que fará. Exemplos: Como o Pai Celestial
abençoou você e seu cônjuge? Poderia contar uma história
sobre um ensinamento do evangelho que a ajudou a ser uma
boa esposa (ou o ajudou a ser um bom marido)? O que as
crianças podem fazer agora a fim de se prepararem para o
casamento? Você pode sugerir que os participantes estudem
“A Família: Proclamação ao Mundo”. Deixe que as crianças
se revezem na leitura das perguntas. Peça aos integrantes do
painel de discussões que se ofereçam para respondê-las. Preste
testemunho sobre a importância do casamento no plano do
Pai Celestial. ●
O Amigo Outubro de 2009 A5
O Milagre da Tortilla
J a n e M c B r i d e C h o at e
D
Inspirado numa história verídica
ois rapazes de camisa branca e gravata vieram
até nossa casa, em Honduras. “Somos da Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”,
disseram eles.
Mama os deixou entrar. Os missionários ensinaram
o evangelho de Jesus Cristo para nossa família. Embora
eu tivesse apenas nove anos, senti a veracidade de suas
palavras em meu coração.
“O que precisamos fazer para tornar-nos membros
da Igreja de Cristo?” perguntou Papa.
“Ser batizados”, disse um dos élderes.
Mama, Papa e eu fomos batizados um mês depois.
Meu irmão, Tomas, que tinha seis
anos, seria batizado dois anos
mais tarde.
Enquanto nos ensinavam
mais a respeito do evangelho, os élderes explicaram como as famílias
podiam ser seladas no
templo.
O templo mais próximo ficava na Guatemala,
a muitos quilômetros de
distância. Teríamos de pagar uma viagem de dois dias
de ônibus e duas diárias de hotel na cidade. Não tínhamos dinheiro para uma viagem dessas, mas Mama e
Papa se recusaram a permitir que isso nos impedisse de
ir ao templo.
Todos os anos, nossa família plantava milho. Costumávamos fazer tortillas para vender aos viajantes que
passavam por nossa vila.
Mama pegou papel e lápis. Fez algumas contas e
disse: “Teremos que vender 2.500 tortillas para pagar
nossa viagem”.
A6
Arregalei os olhos. Tantas tortillas assim! “Nunca vendemos tantas”, disse eu.
Mama não pareceu preocupada. “O Senhor vai prover”, disse ela. “Raoul, você e Tomas precisam ajudar
Papa a colher o milho”, disse-me Mama.
Tomas e eu ajudamos Papa a colher o milho. Todos
os dias, Mama ralava o milho, fazia a massa e fritava.
Tomas e eu levávamos as tortillas para a vila.
“Chegou um ônibus de turistas hoje”, eu disse para
Mama quando voltei para casa no primeiro dia. “Vendemos muitas tortillas.”
“É um milagre”, exclamou Mama.
Todos os dias, vendíamos cada vez mais tortillas.
Em poucos meses, tínhamos economizado o dinheiro
necessário para fazer a viagem até a
Guatemala. Mas eu ainda estava
preocupado. Tinha ouvido histórias de ladrões que paravam
os ônibus que passavam pela
floresta. Eles levavam tudo de
valor que os passageiros
possuíssem.
“E os ladrões?” perguntei.
“O Senhor vai proteger-nos”, disse Mama. Então, ela
perguntou: “Raoul, você acredita no evangelho?”
“Acredito.”
“Então, você sabe que precisamos fazer tudo que
estiver ao nosso alcance para seguir o Senhor e Seus
profetas.”
Um ano depois de termos sido batizados, minha
família estava pronta para fazer a viagem ao templo.
Fomos de ônibus até a Cidade da Guatemala. Nunca me
esquecerei do Espírito que senti quando minha família
foi selada para esta vida e por toda a eternidade.
Naquela noite, ao ajoelhar-me para orar, agradeci ao
Pai Celestial pelas bênçãos do templo. ●
Ilustrações: Jim Madsen
“Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa [de] Deus” (2 Néfi 12:3).
“Nos lugares santos e em espaços
sagrados encontramos refúgio espiritual, renovação, esperança e paz.
Não são essas coisas merecedoras
de todo sacrifício pessoal que for
necessário?”
Élder Dennis B. Neuenschwander, dos
Setenta, “Lugar Santo, Espaço Sagrado”, A ­Liahona, maio
de 2003, p. 72.
Da V i d a d o P r o f e t a J os e p h S mi t h
Um Homem Generoso
Depois de mudar-se para Nauvoo, Illinois,
Joseph e Emma Smith construíram a Red
Brick Store. Ela servia de escritório para
Joseph e negócio para sustentar a família.
James tinha-se mudado recentemente
da Inglaterra para Nauvoo com a irmã
e o marido dela, Henry. James não era
membro da Igreja.
Procuramos trabalho o dia
inteiro, Henry. Não acho que
vamos encontrar nada.
James nunca tinha falado com
Joseph Smith nem se encontrado com ele. Sentiu um
espírito muito forte só de olhar
para ele.
Ele é realmente um profeta do
Deus Altíssimo.
Precisa de mais
alguma coisa?
Irmãos, como posso
ajudá-los hoje?
Sr. Smith, tem algum
emprego?
Faremos o melhor
possível.
Sabem cavar
uma vala?
Ilustrações: Sal Velluto e Eugenio Mattozzi
Vamos
pedir ajuda
ao Profeta.
Vou levar 10
quilos de farinha,
Emma.
A8
Joseph levou os dois para um lugar próximo da loja e
esticou uma fita métrica.
Conseguem cavar uma vala
de um metro de largura por oitenta
centímetros de profundidade ao
longo desta linha?
Joseph entregou aos dois as maiores e melhores
peças de carne e dois sacos de farinha.
É muito, Joseph.
Faremos mais algum
trabalho por
Se vocês
isso.
estiverem satisfeitos,
rapazes, eu também
estou.
Adaptado de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith
(curso de estudos do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de
Socorro, 2007), pp. 445–448.
Quando terminaram a vala, chamaram Joseph para
inspecionar o trabalho.
Eu mesmo
não teria feito melhor.
Venham comigo.
Devido à bondade demonstrada pelo Profeta nesse
encontro e por outras experiências em que sentiu o
poder de Deus por meio de Joseph, James aprendeu
o evangelho e foi batizado e confirmado mais tarde
naquele ano.
O Amigo Outubro de 2009 A9
Tentar Ser Como Jesus
“Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” ( João 8:12).
Quando Yukari tinha três anos,
serviam café com leite em sua
pré-escola. Como a mãe tinha-lhe
ensinado a respeito da Palavra de
Sabedoria, Yukari não tomava o
café com leite. Em vez disso, ela
bebia a água com que enchia
sua xícara.
Certo dia, Yukari disse para a
mãe: “Quero tomar café com leite,
que nem todo mundo”. A mãe
sentou-se com ela e a ajudou a
compreender que o Pai Celestial
a amava, que Ele não queria que
ela tomasse café e que isso era
um mandamento. Daquele dia em
diante, Yukari teve certeza de que
não queria tomar café. Mais de um
ano se passou.
Um OlÁ BONDOsO
Há uma menina em meu ônibus que age de modo um pouco
diferente. Não tem nenhuma amiga
e todos a tratam mal. Não me senti
bem com isso. Fui falar com ela
e disse olá. Ela quis que eu me
sentasse com ela, e eu me sentei.
Agora, frequentemente me sento
com ela no caminho para a escola.
Ela parece estar mais contente e
isso me faz sentir feliz. Tenho uma
irmãzinha com necessidades especiais e espero que alguém faça o
mesmo por ela quando ela crescer.
Brittany H., 9 anos, Ohio, EUA
A10
E n s inar a O rar
Minha irmãzinha, Lily, não gosta
de fazer oração. Chora e reclama
quando é hora de orar. Certa noite,
Lily viu-me ajoelhar para fazer a
oração antes de dormir. Ela quis
fazer a oração comigo. Eu lhe
disse que era importante fazer
nossas próprias orações para
agradecer ao Pai Celestial
por todas as nossas bênçãos.
Naquela noite, Lily ficou
entusiasmada em fazer suas
próprias orações.
Connor M., 7 anos, Califórnia, EUA, com a
ajuda de sua mãe
Ilustrações: Elise Black
P rometi ao
Pai C e l e s tia l
Certo dia, quando a professora
de Yukari teve de faltar, outra professora foi dar aula. Como de costume, Yukari estava bebendo água.
A professora a viu e perguntou:
“Por que você está bebendo água?”
Yukari explicou que frequentava a
Igreja e que havia prometido ao Pai
Celestial que não tomaria café. A
professora ficou impressionada.
Daquele dia em diante, a
pré-escola parou de servir
café com leite e passou
a servir outras coisas
que ela podia beber.
Hiroko Fukuda, Tochigi,
Japão
P re s tar
T e s temunho
“Vou primeiro”, diz Irinka todo
primeiro domingo do mês. Segurando-se firme no banco e com
grande emoção no olhar, ela junta
coragem. Irinka tem só nove anos,
mas parece ser a mais corajosa
dentre os oito membros que vão à
Igreja regularmente em seu ramo,
na Bulgária.
Antes de levantar-se, Irinka
geralmente espera para ver se mais
alguém quer ser o primeiro a prestar testemunho. Todos lhe dão uma
olhada furtiva e esperam que ela vá
primeiro. Por fim, com um grande
sorriso, ela caminha até o púlpito.
O presidente do ramo pega um
banquinho para ela, de modo que
consiga ver os membros. Irinka, a
única criança da Primária, olha para
a pequena congregação e começa
a falar.
Não parece nervosa por todos
estarem olhando para ela. Os
membros ouvem sua doce voz.
Ao falar de Cristo, das escrituras e da veracidade da Igreja,
ela influencia o testemunho de
todos os outros.
Quando ela se senta, todos
estão em silêncio e parece que
o Espírito tocou-lhes o coração.
Então, um membro se levanta para
prestar testemunho, e depois outro,
e mais outro …
Maria Kaneva, Blagoevgrad, Bulgária
O Amigo Outubro de 2009A11
O Sacerdócio do Senhor
A12
Limpar o Terreno do Templo
Joshua J. Perkey
À esquerda: borda © Artbeats; à direita: ilustração de Steve Kropp; fotografia: Todd Hall
Revistas da Igreja
N
o Kentucky, no sul dos Estados Unidos, o tempo
fica muito quente e úmido no verão. Certo dia,
as pessoas notaram que a cerca em volta do
Templo Louisville Kentucky estava embolorando. Não
em uns poucos lugares, mas em muitos!
Por isso, as crianças da Ala Crestwood II, Estaca
Louisville Kentucky decidiram fazer alguma coisa
para resolver esse problema. Num dia quente de
verão, elas participaram de uma atividade. “Pegamos panos e baldes com água e sabão para limpar
a cerca e ajudar a manter a casa de nosso Pai Celestial limpa”, disse Sara M., de 10 anos. Ela ficou toda
molhada, mas “foi divertido por que todos os nossos
amigos estavam lá”.
Josh H., de 9 anos, disse que ficou um
pouco cansado de limpar as partes mais
altas da cerca. Mas muitas pessoas
ajudaram. Na verdade, quase
todas as crianças da Primária participaram, umas 75 no total.
Muitos levaram seus irmãos e suas irmãs, o pai e a mãe
para ajudar.
As crianças sabiam que estavam no terreno do templo,
por isso procuraram ser reverentes. Ninguém reclamou
do trabalho pesado. “Tivemos de esfregar com muita
força, porque as manchas já estavam ali há muito tempo”,
disse Megan H., de 6 anos. Mas valeu a pena. Eu sabia
que estávamos cuidando da casa de nosso Pai Celestial.”
Sara sentiu o mesmo. “Eu realmente senti o Espírito,
porque sabia que o Pai Celestial estava feliz por estarmos fazendo aquilo”, disse ela.
Depois do trabalho terminado, o grupo se reuniu
num prédio da Igreja ao lado para comer cachorrosquentes e conversar sobre o que tinham aprendido.
As crianças da Primária mal podem esperar para
poderem ir ao templo por si mesmas e fazer batismos
pelos mortos. Mas por enquanto, elas se sentem
felizes sabendo que ajudaram o terreno do
templo a ficar bonito, tal como deve ser a
casa do Pai Celestial. ●
D e
“Todas as crianças
que morrem antes
de chegar à idade
da responsabilidade
são salvas no reino
celestial” (D&C
137:10).
u m
A m i g o
para
O u tr o
Os Templos
São uma Dádiva
do Pai Celestial
Élder Yoshihiko Kikuchi
H
Dos Setenta
Rough sketch.
Final art to come.
A14
á alguns anos, fiquei encarregado de assistir a uma conferência de estaca na Califórnia.
Quando voltava para Utah de avião, uma bela
senhora de mais de 70 anos sentou-se a meu lado. Seu
nome era Patti, e ela adorava conversar.
Patti contou-me sobre sua família, isto é, o marido e o
filho que tinham falecido. Continuamos a conversar até
quase na hora de aterrissarmos. Eu disse: “Patti, você falou
durante a maior parte do voo. Antes de aterrisarmos em
Salt Lake City, gostaria de fazer-lhe algumas perguntas”.
Perguntei-lhe sinceramente: “Patti, sabia que você vai
ver novamente seu marido falecido?”
Ela perguntou: “Oh, isso é possível?”
Então perguntei: “Sabia que você também vai ver
novamente seu filho Matt, que morreu quando era bebê?”
Seus olhos se encheram de lágrimas e sua voz ficou
trêmula. O Espírito do Senhor tocara seu coração. Ela
sentia tanta saudade deles!
Então, perguntei-lhe fervorosamente: “Patti, sabia que
você tem um Pai Celestial bondoso e amoroso que a
ama muitíssimo?”
Ela disse: “É mesmo?”
Perguntei: “Patti, sabia que seu Pai Celestial tem um
plano especial para você e que sua família pode ser
eterna?”
Um M e n i n o
Muito Bom
Ilustração: Dilleen Marsh; fotografias: cortesia da família Kikuchi, exceto quando indicado; fotografia de
cenouras © Getty Images; fundo: fotografia por Welden C. Andersen
O
“Pode?” disse ela.
“Já ouviu falar nesse plano?” indaguei.
Ela disse: “Não.”
Com muita sinceridade, perguntei: “Gostaria de
conhecer esse plano?”
“Sim”, disse ela, “gostaria”.
O Espírito do Senhor tocara profundamente seu
coração.
Os missionários ensinaram a Patti. Três semanas
depois, quando estava em Utah, Patti me ligou: “Irmão
Kikuchi, aqui é a Patti. Vou ser batizada. Você poderia
vir assistir ao meu batismo?”
Minha mulher e eu fomos ao batismo dela. Muitos
membros estavam ali para integrá-la com carinho. Oh,
nunca me esquecerei do semblante feliz com que ela
saiu da água!
Nunca esquecerei suas lágrimas de alegria no altar
sagrado do Templo de Salt Lake, um ano depois. Lembro-me do brilho sereno e celestial que ela irradiava
quando foi selada ao marido e ao filho, falecidos, e à
filha viva, que já era membro da Igreja.
Minha amiga Patti encontrou o Senhor Jesus Cristo.
Graças a seu selamento no templo, ela hoje sabe que
sua família está unida para sempre no Senhor. ●
Extraído de um discurso da conferência geral de abril de 2000.
Élder Kikuchi nasceu no Japão e foi
criado ali. Todas as manhãs, quando
era pequeno, ele acordava e se vestia.
Então, curvava-se perante o pai e dizia:
“Bom dia, pai. Serei um bom menino”.
Então, o pai o abraçava e dizia: “Amo
você”. Ele sentia a aspereza da barba do
pai em seu rosto, mas sempre soube que
o pai o amava.
O pai do Élder Kikuchi morreu na
Segunda Guerra Mundial. Sua mãe plantou
uma grande horta para ajudar a sustentar a
família. Plantou batatas, abóboras, berinjelas, feijão, cenouras e repolhos.
Quando o Élder Kikuchi tinha 14 anos,
trabalhava numa fábrica de tofu durante
o dia e ia para a escola à noite. Certo dia,
dois rapazes de chapéu, botas de borracha
e sobretudo bateram na porta da sua casa.
Eram missionários. O Élder Kikuchi sentiu
o Espírito quando os missionários lhe
ensinaram o evangelho. Após apenas 14
dias, ele foi batizado.
Poucos anos depois, ele foi para a
faculdade e se formou.
Em 1977 o Élder Kikuchi se tornou a
primeira Autoridade Geral do Japão.
O Élder Kikuchi
vestiu um quimono para tirar
esta foto em
seu aniversário
de dois anos.
Dá para ver o
brinquedo que ele
está segurando?
O Élder Kikuchi
(à esquerda na
frente) aos 13
anos, com amigos
e professores da
oitava série.
O Amigo Outubro de 2009
A15
“A Família: Proclamação ao Mundo” me ensina a respeito das famílias.
“A família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus filhos”
(“A Família: Proclamação ao Mundo”).
A16
Ilustração: Apryl Stott
P á g i n a
para C o l o r i r
Contaremos um Segredo
Se Você Prometer Espalhar
Ilustração fotográfica: Welden C. Andersen
Em 2010, Você Vai Receber uma Nova A Liahona
A partir de janeiro de 2010, a sua revista A Liahona ficará diferente — e muito melhor.
Algumas mudanças incluem:
• Sumário e títulos de seções novos e atrativos, que
facilitarão a busca do que você precisa encontrar.
• Uma seção especialmente para os jovens — e outra para os
jovens adultos.
• Foco na interação e no ensino que pode ocorrer na
família, com artigos especialmente criados para atrair
leitores de todas as idades.
• Materiais para membros novos da Igreja.
Muitas seções favoritas — Mensagem da Primeira
Presidência, Mensagem das Professoras Visitantes, Vozes
da Igreja, Perguntas e Respostas — ficarão mais fáceis de
achar e terão novo formato.
Poderíamos surpreender você, quando recebesse sua primeira
nova edição, mas sabíamos que, provavelmente, você gostaria
de se assegurar, bem como seus amigos e conhecidos, de ter
feito sua assinatura para não perder nenhum número.
04290 Oct 09
02042 90059
4
PORTUGUESE
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“A oportunidade de entrar no templo e tomar
sobre nós os sagrados convênios que nele
realizamos é uma das maiores bênçãos que
temos a nosso alcance na mortalidade”, diz
o Élder Robert D. Hales. “Então, depois de
tomarmos sobre nós esses convênios, nossa
obediência em vivê-los diariamente é uma
demonstração de nossa fé, nosso amor,
devoção e comprometimento espiritual de
honrar nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus
Cristo.” Ver “As Bênçãos do Templo”, p. 12.

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