Arquivo : Preservação e Divulgação
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Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Arquivo Archívum (latim) Lugar onde se guardam documentos Escritos, fotográficos, microfilmes, etc. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria ARQUIVO: entende-se por arquivo o conjunto orgânico de documentos, independentemente da sua data, forma e suporte material, produzidos ou recebidos por uma pessoa jurídica, singular ou coletiva, ou por um organismo público ou privado, no exercício da sua atividade e conservados a título de prova ou informação. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria •Os documentos de arquivo são, antes de mais, um meio de prova; •Têm de ser organizados de acordo com o contexto orgânico-funcional do seu produtor, seja ele uma pessoa singular, coletiva ou uma família; Organizados de acordo com os planos de classificação ou sob a forma de índices cronológicos, entre outros. onomásticos, geográficos, Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Documentos avulso Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Postal e fotografia Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Funções do Arquivo •Recolher e ordenar todos os documentos; •Avaliar e selecionar os documentos, tendo em vista a sua preservação ou eliminação; •Arquivar os documentos, visando a recuperação da informação; •Conservar e assegurar a integridade dos documentos, evitando danos que possam ocasionar a sua perda. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Os arquivos distinguem-se em: •Arquivos públicos; •Arquivos privados. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria São ARQUIVOS PÚBLICOS, os produzidos por entidades públicas ou por pessoas coletivas de utilidade pública administrativa. Dividem-se em arquivos de âmbito: •Nacional; •Regional; •Municipal. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Torre do Tombo Arquivo Distrital de Aveiro Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria São ARQUIVOS PRIVADOS, os produzidos por entidades privadas. Arquivos de Família Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Arquivística Legislação Portuguesa •DL nº 16/93 de 23 de Janeiro – Regime geral dos Arquivos e do Património Arquivístico; •DL nº 107/2001 de 8 de Setembro – Princípios fundamentais (Normas Gerais Internacionais de Descrição Arquivística). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria •Os ARQUIVOS NACIONAIS reúnem predominantemente a documentação proveniente de órgãos da administração central ou de instituições de âmbito nacional; •Os ARQUIVOS REGIONAIS agregam essencialmente a documentação relativa a uma área superior ao âmbito municipal e inferior ao âmbito nacional; •Os ARQUIVOS MUNICIPAIS reúnem especialmente a documentação relativa a um município ou proveniente de organismos do mesmo âmbito. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Arquivos Bibliotecas, Museus ou qualquer outra instituição cultural Embora diferentes, estas entidades complementam-se, uma vez que todas elas contribuem para a partilha de informação. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria ARQUIVOS DE FAMÍLIA: Segundo alguns autores, não é mais do que um conjunto de documentos armazenados, ao longo dos tempos, pelos membros de uma família , no desempenho das suas atividades, quer públicas quer privadas, com o intuito de servir, posteriormente, de testemunho, informação ou fonte histórica; São muito heterogéneos, uma vez que não existe uma uniformidade entre os diferentes acervos familiares, até porque muitos desses documentos não possuem elementos fundamentais à sua caracterização e descrição, uma vez que não obedecem a regras. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Caso prático: Espólio documental do arquivo da família Azevedo Aguiar Brandão (fábricas de papel no concelho da Feira, séculos XIX e XX) Centro de Documentação Virtual •Objetivos: Reunir documentação de cariz industrial, como forma de reconstituir espólios documentais de referência para a indústria do papel; Fazer o tratamento, descrição e disponibilização da documentação respeitante às fábricas de papel da família Azevedo Aguiar Brandão; Divulgar e potenciar, para fins de investigação e de dinamização cultural e patrimonial, um arquivo até agora inacessível. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Finalidades desse Centro de Documentação: Responder às necessidades de preservação, divulgação e consulta dos documentos; Facultar a investigação de apoio às atividades do Museu do Papel; Cruzar os contributos de dois tipos de património: documental e museológico, que evocam uma mesma memória – a da indústria do papel. Constituir um primeiro núcleo de um Centro de Documentação, virtual, sobre a indústria do papel. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Fases de concretização do projeto: 1. a realização de um percurso de pesquisa e de tratamento de informação, em ordem a contextualizar historicamente a produção da documentação em análise; 2. o contacto com bibliografia teórica sobre arquivos e arquivística e em particular sobre arquivos de família; 3. a identificação da família produtora da documentação – os Azevedo Aguiar Brandão, e dos contextos específicos da sua produção – a difusão da indústria do papel em Santa Maria da Feira; 4. o tratamento técnico da documentação, a nível do documento, segundo normas arquivísticas internacionalmente aceites; 5. apontar vias de dinamização patrimonial e de divulgação cultural que a informação patente no património documental em estudo poderia viabilizar, em articulação com um projeto museológico: o do Museu do Papel Terras de Santa Maria. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Digitalização da documentação; •300 dpi matrizes (TIFF) •200 dpi consulta (JPEG) •72/100 dpi miniaturas (JPEG) •Cor: RGB Fotografia de marcas d’ água que constam na documentação; Estudo do contexto de produção da documentação; Perceção da existência de uma estrutura ou lógica de organização próprias ao arquivo; Identificação das tipologias documentais presentes na documentação; Seleção da documentação de cariz industrial para fins de descrição arquivística e tratamento intelectual; Descrição arquivística da documentação selecionada, respeitando as normas existentes: Norma ISAD (G) – preenchimento de uma base de dados; Atribuição de códigos de referência aos documentos; Indexação de conteúdos (seletiva). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria MARCAS DE ÁGUA: Fotografia digital; luz transmitida (fibra optica). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Conceção de uma estrutura de descrição intelectual da informação (estrutura funcional mais do que orgânica) O ARQUIVO DA FAMILIA AZEVEDO AGUIAR BRANDÃO Gestão Patrimonial A – Património Móvel 001 – Autos de Vistoria 002 – Avaliação de Bens 003 – Documentos relativos à divisão das águas B – Património Imóvel 001 – Contratos de Arrendamento 002 – Transmissão de Património 002.1 – Escritura de Compra e Venda 002.2 – Testamento 002.3 – Certidão de habilitação de herdeiro Gestão Financeira A – Contabilidade 001 – Contas 002 – Faturas 003 – Orçamentos 004 – Recibos Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria B – Impostos 001 – Impostos Industriais 002 – Portagem 003 – Recibos Gestão Empresarial 001 – Convenção inter-empresarial 002 – Documentos relativos ao horário de trabalho A – Estatísticas 001 – Documentos relativos à estatística industrial B – Encomendas 001 – Encomendas de papel C – Formulários 001 – Boletins (em branco) D – Comunicados 001 – Comunicados 002 – Notificações Correspondência A – Correspondência Expedida 001 – Cartas de Mercê 002 – Correspondência Industrial B – Correspondência Recebida 001 – Correspondência Industria Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Fichas de descrição da documentação Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Preservação Conceito bastante abrangente que visa a proteção dos bens patrimoniais (desde áreas de recursos humanos, financeira, armazenamento, métodos e técnicas de conservação…) compreendendo o acervo como um todo. Conservação Conjunto de práticas que têm como finalidade a estabilização física e química dos bens, reduzindo a velocidade dos processos de degradação . No entanto, em alguns casos poderá ser necessário a realização de uma intervenção direta no objeto (documento), procedendo-se ao restauro. Ética C&R - Intervenções mínimas - Utilização de materiais que sejam compatíveis e reversíveis - Os restauros devem ser percetíveis (evitar falsificações) - Cada caso é único! Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Conservar Conhecer Fazer estudos prévios (recolha de dados): Gerar INFORMAÇÃO Documentação que poderá ser utilizada na DIVULGAÇÃO da obra! -história da obra (proveniência, a quem pertenceu, intervenções anteriores); - exames, analises, estudo das técnicas de produção; - obter um conhecimento aprofundado dos materiais (propriedades físico-químicas, fatores de degradação); - realização de registos fotográficos e relatórios (proposta e intervenção realizada). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Documentos: avulsos, livros, maços, fotografias, postais, plantas,… SUPORTES DE INFORMAÇÃO ex: papiro, pergaminho, Papel, CD, DVD…. Pormenor documentos . Arquivo: Museu do Papel. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria PERGAMINHO: O Pergaminho é um material de natureza orgânica de origem animal. Obtém-se a partir do tratamento adequado de peles de animais, como carneiro, cabra, vitela, vitelos, ovelha, … Preparação do pergaminho: depilação, descarnagem, diminuição da espessura e o polimento. Apresenta duas faces: a epiderme e a derme. É formado, principalmente, por colagénio, mas também por queratina, elastina, albumina e globulinas. Dependendo de espécie para espécie (alimentação, proveniência), as proteínas que constituem o colagénio, têm uma sequência de aminoácidos específica cuja composição e respetiva estrutura básica também irão variar. Gravura da Encyclopédie, ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, Paris Briasson, 1751-1780. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria PERGAMINHO: Este suporte é bastante alcalino, altamente higroscópico, - estas características podem facilitar a proliferação de fungos (acidófilos), mas também o torna o suporte resistente às tintas ferrogálicas e à poluição. É muito sensível às variações de temperatura e humidade, mantendo apenas as suas ligações químicas enquanto se verificar um equilíbrio higrométrico. Em alguns casos, o pergaminho pode apresentar uma certa acidez, que poderá ter na sua origem: restauros inadequados, poluição atmosférica e/ou a adição de sulfatos de alumínio na sua (incorreta) preparação. O pergaminho apesar de ser considerado um artigo de luxo, logo dispendioso, foi muito utilizado como suporte de escrita, pois, para além de ser durável e funcional, este, possibilitava a formação de cadernos que posteriormente seriam cosidos dando origem ao livro – códice. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria LIVRO: Foi no século I d.C. que formato de rolo passa para o formato de códice. O Livro é composto por um conjunto de folhas, unidas e protegidas por uma capa. Nos mosteiros os monges copistas copiavam e recopiavam textos de antigos papiros, de tabuinhas de cera, pergaminhos; ilustrando esses mesmos textos com desenhos e cor; fazendo desses mesmos livros autênticas relíquias que eram manipuladas com bastante cuidado e guardadas em sacos de veludo. O valor comercial dos livros no século XII chegavam a atingir números altíssimos, sendo o valor de um livro igual ao valor total de quatro bois! Por exemplo, só em quantidade de pergaminho, calcula-se que somente para o livro Apocalipse do Lorvão tenham sido necessárias 112 ovelhas; ditando o tamanho do animal o tamanho máximo da folha de pergaminho. Uma intervenção de restauro no livro antigo, pode levantar problemas éticos e técnicos, pois ao desmembrar uma obra, o seu equilíbrio físico e a sua autenticidade são postas em causa. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria LIVRO: A encadernação corresponde a uma série de operações em cadeia que condicionam, à partida, o resultado final. Assim, qualquer erro técnico numa das referidas operações põe em causa a eficácia e funcionalidade de todo o conjunto que constitui o volume. O processo de encadernação implica: a formação de cadernos que serão posteriormente cosidos; a produção e decoração da capa para o proteger; e por fim, a união de ambos. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria LIVRO: Ao longo dos tempos, os materiais mudaram, os meios técnicos evoluíram, a decoração foi alterada em função das exigências e do gosto das épocas, mas os princípios básicos da encadernação mantiveram-se. Também os suportes se modificaram… O pergaminho, lentamente, passa a ser substituído pelo papel, mas com alguma resistência… no reinado de D. Dinis, a análise da Lei V – parte III: as cartas devem ser feitas em pergaminho e outras em papel. Este suporte tão nobre foi mantendo um estatuto de privilégio devido à não-aceitação total do papel. A determinada, altura a sua escassez dá origem à reutilização de pergaminhos, o que levava à raspagem de textos em substituição de outros (palimpsestos ou códices rescripti – “raspados de novo”). Por vezes, em “restauros” do século XIX, tentava-se avivar as tintas dos pergaminhos com noz de galha, mas este processo deixava uma mancha castanha no suporte, danificando-o permanentemente. Hoje em dia, através da lâmpada de Wood, esses textos poderão ser revelados sem danos para o suporte. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria PAPEL: Resulta da união física de materiais fibrosos, e química, através das pontes de hidrogénio; substância orgânica, composta, principalmente, por fibras de celulose (mas também por hemiceluloses, lenhina e materiais “novos”, como aditivos, cola, gomas e pigmentos). -material frágil, higroscópico; sensível aos agentes de degradação. A utilização do papel como suporte de documentos escritos, em Portugal, remonta ao século XIII. No entanto, as noticias sobre os primeiros moinhos papeleiros em território português surgem somente a partir do século XV. Foi inventado na China no ano de 105 d.C. por Tsai-Lun, que criou o primeiro papel a partir de trapos, redes de pesca, cânhamo, bambu, rami a casca de amoreira. Em Portugal, desde o século XV até princípios do século XIX, o papel era feito manualmente a partir de trapos de cânhamo, linho e algodão. Escritura de Fundação de Fábrica de Papel entre Lourença Pinto e Joaquim de Carvalho. 1822. Arquivo: Museu do Papel . Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria PAPEL: Para a produção de papel era necessário cortar os trapos, separados por qualidades, desfibrar os tecidos através de cilindros, obtendo-se uma pasta bem refinada, com a qual, eram feitas, uma a uma, as folhas de papel, utilizando formas (moldes) que davam a forma à folha, seguindo-se da sua secagem, escolha e embalagem. Estes processos tinham lugar em moinhos de trigo anteriormente abandonados, que tinham sido transformados em moinhos de papel, e que, com a evolução, passaram a ser fábricas de papel. Pormenores de gravuras da Encyclopédie, ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, Paris Briasson, 1751-1780. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria PAPEL: Até ao século XVIII: PAPÉIS DE GRANDE RESISTÊNCIA E DURABILIDADE -papéis feitos à mão, a partir de trapos de linho e algodão (celulose pura); apresentam fibras longas e de qualidade (com adesivos naturais e com carbonato de cálcio como carga). Depois de 1850 (seculo XIX): PAPEL ÁCIDO, DE BAIXA DURABILIDADE -produção industrial de papel, a partir de madeira de pinheiro e eucalipto (celulose, lignina,…); apresenta fibras curtas; (contém óxidos, silicatos…como cargas). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria PAPEL: Principais Causas de deterioração Práticas de conservação preventiva Intrínsecas: fatores de produção (acidez, oxidação), tintas e pigmentos (carvão, ferrogálica, …) Edifício e envolvente (estado de conservação e implantação no terreno); Evitar espaços de arquivo em caves ou sótãos! Extrínsecas: manchas, deformações, vincos, rasgos, perda de resistência, degradação biológica (roedores, insetos bibliófagos e xilófagos); fungos, bactérias, fatores ambientais (luz, temperatura, humidade, gases e poluentes, mobiliário, tintas de revestimento, estado de conservação do edifício e envolvente), …….ação do Homem. Escolha dos equipamentos e mobiliário adequados; Rotinas de limpeza de espaços, equipamento e acervo; Monitorização e controlo ambiental e biológico (luz, temperatura, humidade relativa, poluentes; fungos, xilófagos); Escolha dos materiais para acondicionamento (inócuos e reversíveis); Manuseamento correto. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria PAPEL / LIVRO: Intervenções de conservação e restauro (plano) Diagnóstico Limpeza Limpeza mecânica Limpeza aquosa Remoção Remoção ou redução de manchas e/ou adesivos Remoção de suportes secundários Reintegração Manual Mecânica Visual ou pictórica Reforço Laminação Facing Proteção Encapsulamento Acondicionamento Não esquecer os EPI´s! (bata, luvas, máscara…) Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Caso prático: 1. Diagnóstico: observação direta, registos fotográficos, preenchimento de ficha. 2. Descoser o livro (descolar lombo e remover vestígios de cola; contar e numerar cadernos). 3. Limpeza mecânica: remoção de poeiras e sujidades (bisturi, aspirador, pó de borracha e trinchas). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Caso prático: 4. Reparação de festos (preenchimento de lacunas, exterior do caderno, papel acid-free). 5. União dos cadernos: Costura manual. 6. União do livro à capa (seguido à folha de guarda e antes dos cadernos surge a capa; e contracapa encontra-se no final). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Intervenção realizada: A intervenção inicia-se com higienização da obra, folha a folha, com pincel de pêlo macio, para a remoção de poeiras e bisturi com o qual foram removidas sujidades incrustadas. Procedeu-se também ao desdobrar de cantos das folhas. Uma vez que a obra apresentava cadernos soltos, foi removida a costura anterior assim como vestígios de cola. Verificando-se a existência de lacunas e rasgos (capa e alguns cadernos), estes foram preenchidos com papel reversível e livre de ácido (acid-free). Foi realizada nova costura, manual, com fio de algodão; e por fim, o livro é unido à capa; pastas em cartão forrado com cartolina que apresenta cor semelhante à capa original. A impressão da capa também se aproxima da configuração original. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Mas, a preservação do património cultural só faz sentido se o mesmo tiver como finalidade a DIVULGAÇÃO! Arquivos, Bibliotecas, Museus preservam a memória Criam pontes entre passado, presente e futuro Missão de transmitir o legado às gerações futuras. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Divulgar Apoiar a investigação Arquivo digital Conservar e preservar os originais a longo prazo Facilitar o acesso à informação O tratamento e disponibilização de dados são importantes para a História Local Ex.:(base de dados da Biblioteca Municipal e Biblioteca Nacional). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria O que fazer para partilhar a informação?! Olha João, o irmão José está copiar livros para CD´s!!! A partilha e divulgação pode ser concretizada através da edição de livros, catálogos, DVD,… mas também através da utilização de plataformas digitais. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria algumas plataformas… Rede Portuguesa de Arquivos: http://dgarq.gov.pt/rede-portuguesa-de-arquivos/pesquisar-arquivos/catalogo/ Arquivo Nacional Torre do Tombo: http://antt.dgarq.gov.pt/; http://ttonline.dgarq.gov.pt/ Arquivo Distrital de Aveiro: http://www.aatt.org/site/index.php?P=30 Universidade do Minho: http://repositorium.sdum.uminho.pt/ Biblioteca Nacional Portugal: http://www.bnportugal.pt/ Arquivo distrital do Porto: http://www.adporto.pt/ Arquivo Municipal de Ponte de Lima: http://arquivo.cm-pontedelima.pt/noticia.php?id=1059 Biblioteca digital universal: http://www.wdl.org/pt/ Vatican Library: http://www.vaticanlibrary.va/ BAD – Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus - Biblioteca Virtual del Patrimonio Bibliográfico: http://bvpb.mcu.es/museos/es/ - Estrutura de dados, terminologia, procedimentos Criação de centro de documentação virtual (finais de 2014). Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Preservar a Memória no mundo digital • • • • Autenticidade; Integridade; Usabilidade; Fidedignidade. DESAFIO Porque no mundo digital impera a desconfiança. Marca de água digital: Para os produtores e profissionais da informação Volume de informação e rapidez aumentam a informação. • Proteção da propriedade digital; copyright. • Utilizada para ambiente de distribuição pública, mas não é indicada para arquivo, pois altera a integridade do objeto. Não é possível conservar tudo. Surge a necessidade de selecionar a informação e preservar de acordo com os objetivos da instituição e das necessidades da comunidade. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria • Vantagens da digitalização: - multi-acesso; - partilha rápida e eficiente. Preocupação em transferir a informação de um suporte físico de armazenamento (CD) para outro suporte mais atual, para garantir o acesso continuado à informação. •Desvantagens da digitalização: - preservação dos objetos digitais; - tornarem-se obsoletos. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria CONCLUSÃO: Tradicionalmente, bibliotecas e arquivos, enquanto instituições ou serviços responsáveis pela aquisição, conservação e organização dos documentos de arquivo, têm sido considerados locais privilegiados de conservação da memória, estando estreitamente relacionados com a custódia de documentos, com o objetivo de servir, por exemplo, os interesses culturais e de investigação, designadamente da investigação histórica. Ciência da Informação, Museologia, História, Arqueologia, todas estas disciplinas, devem contribuir, numa lógica multi e interdisciplinar, para o conhecimento, a reconstituição, a preservação e a divulgação de um património e de uma memória que se reportam a vivências históricas que não conheceram, na prática, as fronteiras impostas pelas aproximações e, por vezes, pelas ferramentas que cada uma das disciplinas pretende manusear de forma especializada. Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Bibliografia: Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Arquivo : Preservação e Divulgação Telma Correia I Sofia Faria Bibliografia: ALVES, Ivone; RAMOS; Margarida Maria Ortigão; GARCIA, Maria Madalena; PEREIRA, Maria Olinda Alves; LOMELINO, Maria Paula; NASCIMENTO, Paulo Coelho – Dicionário de Terminologia Arquivística. Lisboa: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, 1993. BELLOTTO, Heloísa Liberalli – Arquivos permanentes: tratamento documental. 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