baixar programa - Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
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SANTO FORTISSIMO Nº 12 — 2016 ROSZY M A N O 07/07 PRESTO WSKIB 08/07 VELOCE RAHMS Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú 07/07 PRESTO 08/07 VELOCE apresentam FOTO: E UGÊ N I O SÁVI O Caros amigos e amigas, Mesmo alguém como eu, que vivo visitas. A força e o virtuosismo completamente imerso no mundo demandados nessa brilhante peça da música erudita, pode ser certamente irão causar uma reação positivamente surpreendido por algo bastante positiva em todos vocês que jamais escutado e que, ao final de nos presentearam com a suas presenças. uma inesperada audição, pensa: “Como eu nunca tinha ouvido isso antes?”. A célebre Quarta Sinfonia de Johannes Brahms também compõe Foi exatamente essa experiência que esse variado programa, assim como tive há alguns anos, ao escutar pela uma das obras mais importantes do primeira vez, num voo internacional, a grande Claudio Santoro, peça que Sinfonia nº 4 do polonês Szymanowski. faz uma elegia ao amor e à paz. Foi uma feliz descoberta que ora faço chegar aos nossos ouvintes e à nossa Tudo o que precisamos Orquestra, enriquecida pela presença neste momento… sempre genial do jovem pianista Conrad Tao, que volta a se apresentar FABIO MECHETTI conosco depois de várias bem-sucedidas Diretor Artístico e Regente Titular 3 FOTO: RAFAE L MOT TA FABIO MECHETTI diretor artístico e regente titular D esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular de verão nos Estados Unidos, entre No Brasil, foi convidado a dirigir a da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável eles os de Grant Park em Chicago Sinfônica Brasileira, a Estadual de e Chautauqua em Nova York. São Paulo, as orquestras de Porto pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti Alegre e Brasília e as municipais de posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional Realizou diversos concertos no México, São Paulo e do Rio de Janeiro. e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu Trabalhou com artistas como Alicia Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. as orquestras sinfônicas de Tóquio, de Larrocha, Thomas Hampson, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se a Orquestra da Rádio e TV Espanhola Shaham, Midori, Evelyn Glennie, o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Kathleen Battle, entre outros. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Nova Zelândia, e a Orquestra Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi Sinfônica de Quebec, Canadá. também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos Vencedor do Concurso Internacional de dirigindo a Ópera de Washington. Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, No seu repertório destacam-se Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Mechetti dirige regularmente na produções de Tosca, Turandot, Carmem, Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos Escandinávia, particularmente a Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a Madame Butterfly, O barbeiro de Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. de Helsingborg, Suécia. Recentemente Sevilha, La Traviata e Otello. fez sua estreia na Finlândia, dirigindo 4 Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a a Filarmônica de Tampere, e na Itália, Fabio Mechetti recebeu títulos Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras dirigindo a Orquestra Sinfônica de de mestrado em Regência e em norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Composição pela prestigiosa Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais Filarmônica de Odense, na Dinamarca. Juilliard School de Nova York. 5 S S B 6 FABIO MECHETTI, regente CONRAD TAO, piano PROGRAMA Claudio SANTORO Canto de Amor e Paz Karol SZYMANOWSKI Sinfonia nº 4 para piano e orquestra, op. 60, “Concertante” Moderato Andante molto sostenuto Allegro non tropo INTERVALO Johannes BRAHMS Sinfonia nº 4 em mi menor, op. 98 Allegro non tropo Andante moderato Allegro giocoso Allegro energico e passionato 7 Conrad Tao já se apresentou pelo estilos diversos, abordando a efemeridade mundo todo como pianista e compositor. da internet, as possibilidades de um O jornal The New York Times o cânone do século XXI e o papel da reconhece como um “compositor música na crítica e no ativismo social. FOTO: BRAN TL E Y GUTI E RRE Z maduro e cheio de ideias”. Para a NPR, é um músico de “inteligência penetrante No mesmo ano Tao lançou Voyages, e visão aberta”. Segundo a TimeOut seu primeiro álbum solo para o de Nova York, ele é “de um talento Warner Classics, aclamado como feroz”. Em 2011, Tao foi nomeado uma “estreia afiada” por Alex Ross, do para o programa governamental New Yorker; para a NPR, “Tao provou U.S. Presidential Scholar in the Arts, ser um músico de recursos intelectuais recebeu medalha de ouro YoungArts e emocionais profundos”. Seu álbum de música, dada pela Fundação seguinte, Pictures, com obras de David Nacional para o Avanço das Artes, e Lang, Toru Takemitsu, Elliott Carter, foi nomeado Gilmore Young Artist. Mussorgsky e do próprio Tao, foi No ano seguinte, recebeu a prestigiosa classificado por Anthony Tommasini, bolsa Avery Fisher Career Grant. do The New York Times, como “fascinante, [de] um artista cuidadoso Na atual temporada, Tao se apresenta e intérprete dinâmico (...), feito com com a Orquestra de Câmara da enorme imaginação, cor e controle”. Filadélfia, sinfônicas de Pittsburgh, de Cincinnati, de Dallas, do Pacífico Como compositor, Tao venceu oito e Sinfônica Brasileira, filarmônicas de vezes o prêmio Ascap Morton Gould Buffalo e de Calgary, além de recitais e recebeu o prêmio Carlos Surinach na Europa e nos Estados Unidos. da BMI. Artista residente na Sinfônica Com a Filarmônica de Minas Gerais, de Dallas, estreou The world is very apresentou-se em 2012 e 2013. Em different now com elogios do The New temporadas anteriores, esteve com York Times. Em 2016, Tao encerra as sinfônicas de São Francisco, de sua residência com um novo trabalho Baltimore, de Toronto, de St. Louis, de para a orquestra, Alice. Em 2015 ele Detroit, de Indianápolis, de Nashville e estreou An Adjustment, para piano, Orquestra do Centro Nacional das Artes, orquestra e eletrônicos, comissionada além da Sun Valley Summer Symphony, pela Orquestra de Câmara da Filadélfia. Centro Musical de Brevard e festivais de Aspen, Ravinia e Mostly Mozart. Tao nasceu em Urbana, Illinois, em 1994. Estudou piano com Emilio CONRAD TAO Em 2013, Tao foi curador e produtor do del Rosario em Chicago e Yoheved elogiado Festival Unplay, que apresentou Kaplinsky em Nova York, e composição muitos novos trabalhos de autores e com Christopher Theofanidis. 9 Claudio SANTORO INSTRUMENTAÇÃO Cordas. Manaus, Brasil, 1919 – Brasília, Brasil, 1989 Santoro, seu sucesso e sua ideologia CANTO DE AMOR E PAZ (1950) 12 min encontram hostilidade no país. Em julho de 1950 passa a trabalhar como compositor na rádio Tupy. Escreve o Canto de Amor e Paz, para orquestra de cordas, que Eleazar de Carvalho estreia Claudio Franco de Sá Santoro nasceu em Manaus a 23 de novembro com a Orquestra Sinfônica Brasileira em de 1919. Aos treze anos, o Estado do Amazonas enviou-o ao 1951. Em Viena, o Conselho Mundial Rio de Janeiro para estudar violino. Terminou seu curso em 1937, da Paz confere à partitura o Prêmio aos dezoito, e passou a ensinar no Conservatório de Música do da Paz em 1952. Nesse ano, a obra é Distrito Federal (Rio de Janeiro), onde estudara. Decidiu-se pela executada em Salzburgo e nos Festivais composição aos dezenove. Sua Primeira Sinfonia, para duas orquestras de Maio, em Praga. Em 1954 Santoro de cordas, possui movimento de abertura, de 1939, livremente atonal, a rege no Brasil, para gravação em LP, e segundo movimento, de 1940, em técnica dodecafônica, resultado cuja contracapa assim a descreve: PARA OUVIR CD Brasília ano 35 – Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro – Sérgio Kuhlmann, regente – Sony 107.515 – 1995 PARA ASSISTIR Orquestra Sinfônica Nacional – Roberto Ricardo Duarte, regente Acesse: fil.mg/samorepaz PARA LER Elson Farias – Claudio Santoro: cantor do sol e da paz – Editora Valer – 2009 de estudos iniciados naquele ano com Hans-Joachim Koellreutter. Canto de Amor e Paz, pelas suas Em 27 de junho de 1946 recebe a notícia de que fora contemplado qualidades intrínsecas e repercussão, com bolsa da Fundação Guggenheim. Em 4 de setembro, escreve marcou a ruptura definitiva de Claudio a Francisco Curt Lange: “Não posso seguir para os Estados Unidos Santoro com as teorias dodecafonistas porque o cônsul negou-me o visto no passaporte por ser eu membro do e atonalistas. Inspirando-se em ideias Partido Comunista”. Com recomendação de Charles Munch, obtém generosas e humanas, o compositor bolsa da Embaixada da França e parte para a Europa a bordo do Groix, procurou dar maior importância a o “navio mais lento do mundo”, em 23 de setembro de 1947. Vinte uma linha melódica de conteúdo e quatro dias de travessia em terceira classe levam-no a Paris, onde realista, inspirada nas características passa a encontrar-se com Nadia Boulanger, que dele diz: “Já é um mais frisantes da música popular compositor, um artista, está apenas tendo umas discussões comigo”. brasileira. Canto de Amor e Paz se constrói, através de uma admirável Em março, júri composto por Igor Stravinsky, Serge Koussevitzky, escritura, sobre um tema sereno, que Aaron Copland, Walter Piston e Nadia Boulanger atribui-lhe bolsa se desenvolve em primeiro plano, sem da Fundação Lili Boulanger. Santoro participa ativamente da vida que tal serenidade fuja, porém, aos musical europeia. Em maio apresenta comunicação em Praga durante contrastes dramáticos, próprios do amor. o Segundo Congresso Internacional de Compositores e Críticos Musicais, 10 cujo manifesto, redigido por Hans Eisler, é frequentemente Sua música não é atonal, dodecafônica confundido com a Resolução de 10 de fevereiro de 1948 do ou nacionalista, mas tudo isso, às Comitê Central do Partido Comunista Soviético – o Decreto de vezes ao mesmo tempo; é dizer, Zhdanov. A 14 de outubro embarca de volta para o Brasil. subjetiva e experimental. CARLOS PALOMBINI Musicólogo, professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. 11 Karol SZYMANOWSKI INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas. Ucrânia, 1882 – Suíça, 1937 SINFONIA Nº 4 PARA PIANO E ORQUESTRA, OP. 60, “CONCERTANTE” (1932) 25 min PARA OUVIR Diz-se maldosamente que Szymanowski foi o compositor polonês É do período final de sua vida a sua mais importante desde Chopin. De fato, se se observarem as escolas Sinfonia nº 4, também chamada nacionais que despontam no cenário ocidental desde a segunda metade Sinfonia Concertante. A ideia de se do século XIX, algumas tiveram mais ascendência sobre os caminhos incluir o piano em gêneros sinfônicos tomados pela expressão musical do que outras. No entanto, há que se fazer diferentes do concerto não é de todo uma ponderação. Algumas escolas nacionais mantiveram-se continuamente original: já Beethoven ensaiara isso em fecundas: é o caso da escola tcheca ou da escola russa. Outras, porém, sua Fantasia Coral, op. 80. Em 1886, sofreram um eclipse até que o século XX promovesse a renovação e uma Camille Saint-Saëns atribui uma parte releitura dos estilos nacionais: é o caso, por exemplo, de Bartók na Hungria. importante para piano naquela deliciosa É também o caso de Karol Szymanowski, esse polonês nascido na Ucrânia. suíte, plena de ironia, que é o Carnaval dos CD Szymanowski – Symphony no. 2; Symphony no. 4; Concert Overture – BBC Symphony Orchestra – Edward Gardner, regente – Louis Lortie, piano – Chandos – 2013 PARA ASSISTIR Orquestra Filarmônica Nacional Russa – Simon Gaudena, regente - Pavel Nersessian, piano | Acesse: fil.mg/sconcertante PARA LER David Ewen – The complete book of 20th Century Music – Prentice-Hall, Inc. – 1966 Animais... Porém, o fato de Szymanowski Detentor de uma formação sólida, foi aluno de Gustav Neuhaus (pai de não atribuir à sua Sinfonia nº 4 Heinrich Neuhaus, o importante pianista e pedagogo russo) e conviveu o título de concerto revela a ênfase com artistas do quilate de Arthur Rubinstein (de quem era amigo próximo) na igual importância tanto do solista e Ignacy Jan Paderewski (pianista antológico, que foi um dos divulgadores quanto da orquestra na estruturação da de sua música); acumulou cargos e prêmios importantes ao longo de sua obra. Estreada em 1933 (quatro anos vida (foi diretor do Conservatório de Varsóvia e recebeu o título de Doutor antes da morte do compositor), em Honoris Causa pela Universidade de Cracóvia). Sua saúde, porém, Varsóvia, pela Orquestra Filarmônica foi deteriorada pelo uso excessivo do álcool e do tabaco. Szymanowski de Varsóvia, sob a regência de Gregor morreu em Lausanne, na Suíça, consumido pela tuberculose. Fitelberg, tendo o compositor como solista, tornou-se uma das suas obras Como compositor, sua linguagem vai se desenvolvendo lentamente. mais celebradas e executadas. Começa sob os modelos de Chopin e Scriabin, depois toma interesse 12 pelos universos de Wagner e Richard Strauss; mais tarde, o contato Sua estrutura, em três movimentos, com as músicas de Debussy e Ravel o ajuda a libertar-se das correntes lembra claramente a do concerto. Sua tradicionais e encontrar um caminho mais genuinamente pessoal linguagem, porém, indubitavelmente de expressão, até que Stravinsky lhe abre os olhos para o folclore moderna, revela um compositor nacional. Sua técnica de composição, solidamente embasada na maduro, capaz de transmutar em formação lapidar que teve, lhe permite usar das fontes folclóricas expressão individual as suas fontes sem exotismos, realizando uma espécie de síntese entre a tanto folclóricas, quanto de grandes inventividade individual e elementos musicais folclóricos. correntes musicais do século XX. MOACYR LATERZA FILHO Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística. 13 Johannes BRAHMS inteiramente consciente por parte do ouvinte. Essa seção termina em grande transparência, com um motivo que se Alemanha, 1833 – 1897 alterna entre violino, flauta e viola, sem SINFONIA Nº 4 EM MI MENOR, OP. 98 (1885) 40 min INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas. acompanhamento; os dois temas se voltam com diversas transformações. PARA OUVIR Ao contrário de diversos autores, Schoenberg defendia a importância O Allegro giocoso, de caráter festivo, CD Brahms – The Symphonies – Chicago Symphony Orchestra – Sir Georg Solti, regente – London/Decca – 1996 da contribuição de Brahms para a modernidade. Apesar da diferença incorpora contrafagote, flautim e de seus estilos, esses dois compositores foram fiéis à essência da triângulo à orquestra, expandindo a música de câmara e a algumas de suas técnicas compositivas – sonoridade. Os aglomerados temáticos como a variação contínua de motivos e a diversidade nos modos de são formados de elementos que se repetição – que permitiam construir uma espécie de prosa musical sucedem de modo imprevisto. No livre dos procedimentos tradicionais da quadratura métrica. desenvolvimento, as figuras melódicas são transpostas em diversas tonalidades A Sinfonia nº 4 representa o ápice da produção de Brahms no gênero. e submetidas a diálogos de grupos Nela destaca-se o Finale, em forma de Passacaglia – com um tema instrumentais. O movimento vertiginoso de oito compassos e trinta variações –, talvez sua tentativa mais se apazigua na transição que precede completa de sintetizar práticas de composição antigas e modernas. a retomada do material inicial. O Allegro non troppo usa a forma sonata, porém com aglomerados O Allegro energico e passionato é temáticos ao invés de temas: cada um dos temas tem diversas partes uma elegia solene, em variações com características contrastantes. Há também grande fluência sobre um tema de Bach. Texturas temporal, com figuras melódicas que se sucedem de maneira rápida polifônicas se transformam a cada e contínua, mas o retorno estratégico de alguns elementos centrais bloco de oito compassos. O tema passa permite que a memória organize o passar do tempo, criando um por instrumentos diferentes, sofre percurso balizado por referências. Por sua vez, a variação do material deslocamentos rítmicos e é submerso musical associa-se a uma carga dramática, como se a transformação não na textura devido à profusão das linhas atuasse apenas sobre o som, mas também sobre o sujeito que escuta. melódicas. Para evitar a monotonia, PARA ASSISTIR Orquestra Estatal da Bavária – Carlos Kleiber, regente Acesse: fil.mg/bsinf4 PARA LER François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Editora Nova Fronteira – 1990 o autor desloca a escuta para outros 14 O Andante moderato inicia-se com um tema de caráter antigo e elementos da textura, construindo cerimonial que se repete diversas vezes, com variações. Na última uma espécie de narrativa musical apresentação, a metamorfose é mais profunda no ritmo e na melodia, e a evolutiva, em contraposição ao retorno orquestração é ampla e suave. Na transição para o segundo tema, ouve- obstinado do mesmo tema. Na evolução se o diálogo entre os naipes de sopros e cordas. O segundo tema é um do discurso musical, há momentos exemplo de melodia acompanhada, onde as partes do acompanhamento de grande delicadeza – quase como se movem com grande independência melódica. A imaginação formal de ilhas sonoras transparentes – que Brahms utiliza, nesse tema, a mesma figura melódica da transição, aqui interrompem o crescendo dramático em ritmo muito mais lento, propondo, talvez, um reconhecimento não em direção ao final do movimento. ROGÉRIO VASCONCELOS Compositor e professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. 15 FOTO: AND RÉ FOSSATI Nossa história com a melhor trilha sonora. A CBMM é patrocinadora de importantes projetos educacionais da Orquestra Filarmônica. Apoiar a cultura mineira ao som dessa orquestra é mais do que um orgulho. É inesquecível. Orquestra Filarmônica de Minas Gerais DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR Fabio Mechetti REGENTE ASSOCIADO GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Fernando Damata Pimentel Angelo Oswaldo de Araújo Santos VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Antônio Andrade João Batista Miguel Instituto Cultural Filarmônica Marcos Arakaki (Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003) PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira VIOLONCELOS TROMPAS GERENTE Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Lina Radovanovic Robson Fonseca William Neres Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata Jussan Fernandes Conselho Administrativo INSPETORA PRESIDENTE EMÉRITO TROMPETES Débora Vieira CONTRABAIXOS Nilson Bellotto * Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano SEGUNDOS VIOLINOS Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch VIOLAS João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA ARQUIVISTA Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM Rodrigo Castro FLAUTAS Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova TUBA Eleilton Cruz * TÍMPANOS Patricio Hernández Pradenas * OBOÉS Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena CLARINETES Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva MONTADORES André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar PERCUSSÃO Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira Jacqueline Guimarães Ferreira SZYMANOWSKI Salabert-Eschig Representante: Melos Ediciones Musicales S. A. ** principal associado *** principal assistente Diretoria Executiva DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Editor: Edition Durand- * principal Merrina Godinho Delgado Estêvão Fiuza Ayumi Shigeta * Equipe Técnica CONSELHEIROS Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Mauricio Freire Mauro Borges Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira Roberto Mário Soares DIRETOR ADMINISTRATIVOFINANCEIRO Giselle Boeters * Kiko Ferreira GERENTE DE COMUNICAÇÃO Diomar Silveira HARPA Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva PRESIDENTE DIRETOR PRESIDENTE TECLADOS FAGOTES Jacques Schwartzman DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez Equipe Administrativa AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda Conceição Márcia Barbosa MENSAGEIROS Bruno Rodrigues Douglas Conrado MENOR APRENDIZ Mirian Cibelle Sala Minas Gerais Claudia da Silva Guimarães GERENTE ADMINISTRATIVOFINANCEIRA ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL Ana Lúcia Carvalho GERENTE DE INFRAESTRUTURA GERENTE DE RECURSOS HUMANOS Renato Bretas Quézia Macedo Silva GERENTE DE OPERAÇÕES ANALISTAS ADMINISTRATIVOS Jorge Correia João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃO Gabriela Souza PRODUTORES Luis Otávio Rezende Narren Felipe ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Mauro Rodrigues Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia) Renata Gibson Renata Romeiro (Design gráfico) ANALISTA CONTÁBIL ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Cristiane Reis Mônica Moreira Graziela Coelho TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO SECRETÁRIA EXECUTIVA Rafael Franca Flaviana Mendes ASSISTENTE ADMINISTRATIVA ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOS Vivian Figueiredo ASSISTENTE OPERACIONAL Rodrigo Brandão FORTISSIMO julho nº 12 / 2016 ISSN 2357-7258 ANALISTAS DE DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé RECEPCIONISTA Lizonete Prates Siqueira EDITORA Merrina DIRETOR DE OPERAÇÕES AUXILIAR ADMINISTRATIVO EDIÇÃO DE TEXTO Itamara Kelly Mariana Theodorica Ivar Siewers Ilustrações: Mariana Simões Pedro Almeida Godinho Delgado Berenice Menegale 19 FILARMÔNICA ONLINE www.filarmonica.art.br PARA APRECIAR UM CONCERTO VISITE A CASA VIRTUAL DA NOSSA ORQUESTRA CONCERTOS COMENTADOS FORA DE SÉRIE MOZART EM DOSE DUPLA Uma boa notícia para os amantes de Mozart. Dois concertos da série Fora de Série serão repetidos. Em agosto, a ópera semiencenada Così fan tutte acontecerá nos dias 20 e 21. E em dezembro, o último concerto da série, com grandes obras, entre elas o Requiem, acontecerá nos dias 9 e 10. Fique de olho em filarmonica.art.br/ingressos. Ópera 20 AGO 21 AGO sábado, 18h domingo, 18h CUMPRIMENTOS apresentação extra Como em todas as apresentações da série, os ingressos começarão a ser vendidos um mês antes da data do concerto. Último capítulo CONCERTOS CONHEÇA AS APRESENTAÇÕES DA FILARMÔNICA 3 / jul, 11h jul JUVENTUDE Forma Sonata 7 e 8 / jul, 20h30 Santoro, Szymanowski, Brahms 14 e 15 / jul, 20h30 Liszt, Bruckner 16 / jul, 20h Sabará 23 / jul, 18h PRESTO VELOCE ALLEGRO VIVACE TURNÊ ESTADUAL Mozart — Rivais e contemporâneos FORA DE SÉRIE 28 e 29 / jul, 20h30 PRESTO VELOCE Guarnieri, Nobre 09 DEZ 10 DEZ sexta, 20h30 sábado, 18h apresentação extra • Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série • Concertos para a Juventude • Clássicos na Praça • Concertos Didáticos • Festival Tinta Fresca • Laboratório de Regência • Turnês estaduais • Turnês nacionais e internacionais • Concertos de Câmara Visite filarmonica.art.br/ filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas. Veja detalhes em filarmonica.art.br/ concertos/agenda-de-concertos. Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor. Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais. Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar. Após o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções. ESTACIONAMENTO 0 PROGRAMA DE CONCERTOS O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site www.filarmonica.art.br. Para seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto. PONTUALIDADE CONVERSA APARELHOS CELULARES CRIANÇAS FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO COMIDAS E BEBIDAS Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça. Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro. Não são permitidas durante os concertos. APLAUSOS Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente. A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música. Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável. Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos. TOSSE Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. 21 COMUNICAÇÃO ICF MANTENEDOR PATROCÍNIO MÁSTER PATROCÍNIO APOIO INSTITUCIONAL DIVULGAÇÃO APOIO Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil REALIZAÇÃO SALA MINAS GERAIS Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG (31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030 WWW.FILARMONICA.ART.BR /filarmonicamg /filarmonicamg @filarmonicamg /filarmonicamg