baixar pdf - Supermercado Moderno
Transcrição
baixar pdf - Supermercado Moderno
| e mais: Proteja sua empresa do assédio moral • Esporte leva sua loja ao pódio Uma PUblicação do grUPo lUnd • ano 42 • no 1 • janEiro 2011 www.sm.com.br SAEM AS VERBAS, ENTRAM OS DESCONTOS Pesquisa exclusiva A beleza que o supermercado não conquistou Fundos de investimento financiam expansão Crescimento pode ser armadilha Grandes redes trocam as verbas cobradas da indústria por descontos. A mudança recupera margens e reduz custos. Você está nessa? Sem título-1 1 5/1/2011 16:59:35 3 | Supermercado moderno • janeiro 2011 carta ao leitor Valdir Orset ti editor emérito [email protected] SUPERMERCADO MODERNO Propriedade de Informa Mídias Especializadas Ltda. presidência do Grupo Robert Macody Lund informa mídias especializadas ltda. (publicar mídias especializadas ltda) diretoria Telefone (11) 3327-4504 Diretor executivo Sergio L. A. da Veiga Oliveira Diretor Mauricio Pacheco eDitor emérito Valdir Orsetti conselho executivo BELEZA A FAVOR DE SUA RENTABILIDADE O s consumidores brasileiros de todas as classes sociais nunca se preocuparam tanto com a beleza como agora. resultado: o Brasil atualmente é o terceiro país que mais consome produtos de beleza. analistas veem o País a caminho da segunda posição, desbancando o Japão. enquanto no resto do mundo o mercado de produtos de beleza, em valor, regrediu em 2009, no Brasil ele cresceu 14,7% sobre 2008. Com isso, a seção de produtos de higiene e beleza do varejo de autosserviço fechou 2009 contribuindo para suas vendas totais com 7,89%. Percentagem que a classifica como a quarta seção mais importante para as vendas de cada os brasileiros consumiram em 2009 quase r$ 25 bilhões em produtos de beleza! Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund, Sergio L. A. da Veiga Oliveira redação Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: [email protected] eDitora executiva Sheila Hissa chefe De reportagem Alessandra Morita repórteres Fernando Salles e Viviane Sousa colaboradores Diretor De arte e projeto gráfico Alberto Mateus Diagramação e proDução Crayon Editorial super e hipermercado. Melhor, o desenvolvimento de marcas nacionais com nível de qualidade internacional agregou valor aos produtos dessa seção, tornando-a ainda mais lucrativa do que já era. Com o objetivo de ajudar os supermercadistas a extraírem todo o potencial de vendas e lucros da seção, Supermercado Moderno encomendou à around research uma pesquisa exclusiva, cujos resultados Você encontra neste exemplar. Graças a esse estudo, Você conhecerá: • Os produtos para cabelo, corpo e rosto mais usados pelos consumidores; • Quanto eles gastam, em média, por mês com produtos de beleza; • Os formatos de loja em que adquirem esses produtos; • Os serviços mais valorizados na hora da compra desses produtos. Ficaremos gratos em receber seus comentários sobre esse estudo exclusivo pelo www.sm.com.br. Basta acessar o Fale Conosco. fotos João de Freitas conselho editorial Alexandre Ribeiro (GPA), Carlos Fernandes (Walmart), Celso Furtado (Coop), Eduardo Adrião (GPA), Eduardo Peralta (Paulistão), Giovane Costa (Walmart), Gustavo Beltrati (Papagaio), José Augusto Saraiva (Saraiva), José Ricardo Scheurer (Sonda), Karla Trigo (Negreiros), Lucas Nassar (Mambo), Lucia Morita (Portal), Marcio do Valle (Coop), Mercedes Mosquera (Madrid), Milton Bento (Bento & Fernandes) ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • [email protected] MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512 • [email protected] EvENToS Renata Franzini (11) 3327-4463 • [email protected] poRTAl SM Renato Fonseca (11) 3327-4511 • [email protected] pUBlICIDADE Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: [email protected] ApoIo A vENDAS Carla Morais (11) 3327-4505 Gerentes de vendas Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • [email protected] Gerentes de Contas Adriana Damião (11)3327-4570 • [email protected] Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • [email protected] Fernando Fernandes (11) 3327-4623 • [email protected] Vanda Maeda (11) 3327-4555 • [email protected] REpRESENTANTES SÃO PAULO Ação Representação Com. S/C Ltda.: Rua Brigadeiro Tobias, 356, 10º andar, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433. E-mail: [email protected] RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES) Grupo RioBrasil: Av. Dom Hélder Câmara, 10, 136/201, 21380-003, Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2599-8969. E-mail: [email protected] CURITIBA (PR) Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 704, 80060100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: [email protected] PORTO ALEGRE (RS) In Trade Comunicação Dirigida: Av. do Forte, 1.278, sala 406, V. Ipiranga, 91360001, Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3737-5177. E-mail:[email protected] MINAS GERAIS (MG) SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda: Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG. Tel. (31) 2125-2900. E-mail: [email protected] ou [email protected] para obter informações e solicitar serviços Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br Supermercado Moderno: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º andar, CEP 01032-901. São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970. Supermercado Moderno é enviada mensalmente a executivos, proprietários, compradores, gerentes e encarregados das principais lojas de autosserviço, lojas de conveniência, atacados e cooperativas responsáveis por 80% do volume de vendas do setor. Gerente de Operações Carlos Henrique Duarte (11) 3327- 4425. Coordenador de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: Vox Distribuição e Logística Ltda. ME. Não autorizamos pessoa alguma a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autoridades. Supermercado Moderno não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano Indústria Gráfica e Editora Ltda - Rua Osasco nº 644 - Cajamar/SP Este produto é impresso na Oceano, utilizamos papel com certificado FSC que garante o manejo florestal responsável. Trabalhamos comprometidos com o meio ambiente e temos uma ótima impressão do futuro. ANO 42 | nº01 • janeiro 2011 capa fim da cobrança de verbas Walmart, Carrefour e Pão de Açúcar agora pedem desconto���14 estratégia 14 saem as verbas, entram os descontos Amudança aumentamargem ereduzcusto� Vocêestánessa? 28 fundos privados Umanovaopçãopara financiarocrescimentode suaempresa crescimento pode ser armadilha Não confie só no cenário econômico. Combata a ineficiência��21 fundos privados Eles investem em redes nacionais e financiam a expansão ���28 a beleza que o autosserviço não conquistou Pesquisa exclusiva: mulheres preferem as perfumarias�������34 rede brasil Saiba o que aprender com essa central de negócios �����������46 categoria consumidor busca praticidade Ele está substituindo o básico pelo produto já pronto��������� 57 espumantes o ano todo A categoria não para de crescer ����������������������������������60 loja corridas e caminhadas Sua loja vai ao pódio promovendo práticas esportivas��������62 rh assédio moral Casos são cada vez mais comuns. Proteja sua empresa �������69 seções carta ao leitor���������������������������������������������������� 3 sm responde ������������������������������������������������������� 6 você ����������������������������������������������������������������� 8 portal sm ��������������������������������������������������������� 10 ponto de venda �������������������������������������������������� 12 megamercado ��������������������������������������������������� 54 novos produtos ������������������������������������������������ 66 cenas do varejo �������������������������������������������������� 74 Pesquisa exclusiva 34 estratégia Descubraaspreferênciasdamulherquando oassuntoécomprarbeleza Sem título-3 1 27/12/2010 09:50:31 6 | Supermercado moderno • janeiro 2011 sm responde Faça Sua pergunta • [email protected] • fone: (11) 3327-4649 O que posso fazer para não ficar estagnado como profissional? marcoS andrade araújo – líder do setor de hortifrúti – atacadão (se) SM Não são apenas os profissionais do varejo que sofrem com essa questão, em qualquer área é preciso ficar atento para não se acomodar. Isso vale também para a empresa, que pode não desenvolver atividades desafiadoras para os funcionários, considerando que já realizam bem suas funções costumeiras. “Se a empresa tem dez lojas há dez anos, ela não tem perspectiva de crescimento, consequentemente os colaboradores também não terão”, explica Antonio Carminhato Jr., CEO do Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo. Para sair dessa zona de conforto é preciso tomar a iniciativa e sugerir à loja que você seja reposicionado dentro da empresa. Outra opção é aderir a novas responsabilidades na função atual. A partir da mudança, o funcionário deve ir atrás de conhecimento relacionado à linha de desenvolvimento profissional que planeja (cursos, intercâmbio, oficinas, entre outros). “As empresas veem com bons olhos pessoas que propõem mudanças na área”, afirma Carminhato. “Se o profissional consegue produzir resultados acima da média, não está estagnado. Mas se ele se sente dessa forma, precisa buscar novos desafios, talvez até em outras empresas.” Informações: www.gruposoma.net Sem título-3 1 27/12/2010 09:54:18 8 | Supermercado moderno • janeiro 2011 você VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO Por Jéssica Cruz | [email protected] | Vontade e empenho para vencer divuLgação no processo, mostrando iniciativa, liderança e trabalho em equipe. Quando a promoção ao cargo de encarregada do CPD chegou, ela já tinha relação estreita com os colaboradores e confiança dos chefes. No CPD, distribuiu responsabilidades e motivou a equipe. “Ela tratou os subalternos de igual para igual e eles ganharam autonomia. O setor paslauderiana carmen pereira, sou a caminhar sozinho”, subgerente da unidade diz o gerente João Alves. Barigui da rede Super O cargo de subgerente Festval é uma das candidatas ao 7º prêmio da loja foi conquistado Destaque Você, que dois anos depois, também homenageará, em 2011, por recrutamento interno. o profissional que mais representa a eficiência “A empresa abre as portas do autosserviço. para os funcionários. Só é se inscreveu para preciso interesse e dedicauma vaga no Centro de Processamento de Dados da re- ção”, afirma Lauderiana. A profissional agora estuda gesde. “Naquela época eu já planejava meu futuro aqui na empresa. tão financeira e logística já de olho Sonhava com o cargo e era incen- no próximo passo. “Estou me apertivada pelos meus líderes para feiçoando para chegar à gerência, mas meu plano maior é ser assesconcorrer ao posto”, comenta. No período em que se candida- sora de compras. Às vezes fico intou, os caixas passavam por troca segura por competir com pessoas de equipamentos e softwares, a fim que estão na rede há mais de dez de operar com maior eficiência. anos, mas confio no meu trabalho, Lauderiana ajudou a integrar e sempre com humildade e respeito orientar os novos colaboradores aos colegas,” acrescenta. Sm L auderiana Carmen Pereira é a prova de que sucesso não depende do tempo de casa. Ela começou como operadora de caixa há cinco anos na rede Super Festval, com quatro lojas em Curitiba (PR), e já ocupa a subgerência da unidade Barigui. Segundo João Alves, gerente da loja, “o otimismo e os resultados apresentados impressionaram mais do que a experiência de outros candidatos”. Com menos de cinco meses de casa, essa catarinense de 32 anos Com objetivos bem definidos, Lauderiana acumula promoções e se prepara para ser assessora de compras do Super Festval Sem título-3 1 27/12/2010 10:00:05 10 | SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2011 sm.com.br Novas informações todos os dias no portal sm Com este código, você entra direto no site de SM. Basta acessar pelo celular o www.phdmobi.com, baixar o leitor de taggs, abrir o aplicativo e, com a câmera fotográfica do aparelho, mirar ou tirar foto da imagem. Notícias mais lidas EDIÇÕES ANTERIORES Acesse rapidamente a íntegra das nossas edições impressas. Basta clicar em “Revista SM” e escolher o mês de consulta. As reportagens mais acessadas do conteúdo exclusivo do portal em dezembro 1 ª Perdas do Carrefour Brasil somam R$ 1,2 bilhão 2 ª Vice-líder mundial em iogurtes prepara volta ao Brasil 3 ª Grupo Sonda nomeia novo presidente 4 ª Após aquisições, Hypermarcas reorganiza portfólio 5 ª Dona de G. Barbosa e Bretas é classificada como “boa pagadora” S M E S TÁ N O T W I T T E R Em nosso perfil na rede de microblogs, você se mantém atualizado sobre o que de mais relevante acontece no mercado. Seja nosso seguidor! ÁREAS LÍDERES EM CONSULTAS De todas as áreas do site, cinco tiveram os maiores índices de acesso no último mês. Saiba quais são: 1 ª Últimas ENQUETE As medidas anunciadas pelo governo para conter crédito e consumo devem afetar as vendas em 2011? Ú LT I M A S N O T Í C I A S Notícias 2 ª Estratégia Sim 83% 3 ª Loja 4 ª Novos Não 17% Produtos 5 ª Promoções *Resultado até 20/12/2010 Acompanhe todos os dias as notícias mais relevantes para o autosserviço. O conteúdo vai ao ar na página principal do site e também por e-mail para os assinantes da newsletter. Sem título-3 1 27/12/2010 10:04:23 12 | Supermercado moderno • janeiro 2011 ponto de venda Margarina Gradina para folhados é a novidade da Bunge divulgação A Bunge lAnçA A mArgArinA grAdinA FolhAdA em embalagem de dois quilos destinada ao segmento food service. A novidade é o formato placa, que beneficia o preparo dos folhados, proporcionando camadas mais definidas, com melhor absorção e sem deixar resíduos após o manuseio. Assim, garante a fabricante, o crescimento da massa fica uniforme em menor tempo de preparo. O produto contém 80% de lipídios (gorduras) e é especialmente indicado para mil-folhas, vol-au-vents, palmières e demais folhados. A Gradina possui outros produtos da linha para confeitaria, como margarinas especiais para bolos, cremes, croissants, além da margarina para uso geral, com misturas especiais, cremes e linha de coberturas sabor chocolate. Informações: 0800 7027105 pV A empreSA dotz oFerece um Serviço de fidelização por meio do qual, ao adquirir produtos nas empresas parceiras, os consumidores ganham moedas virtuais para trocar por prêmios. A rede mineira Super Nosso aderiu e estabeleceu que, a cada real em compras, o cliente ganha 1 dotz. Depois, basta entrar no site www.dotz.com.br e escolher os prêmios. São mais de 10 mil itens, como livros, TVs, computadores, máquinas fotográficas, ingressos de shows e viagens. Para atrair participantes, o Super Nosso realiza promoções diárias com dotz em dobro. Mais de 160 mil clientes da rede já aderiram. Eles representam 63% das vendas mensais do supermercado. Informações: (11) 3512-4301 pV divulgação Super noSSo Adere A progrAmA de FidelidAde que vAle prêmioS | 13 Ajinomoto trAz Aji-SAl pArA Food Service pão de AçúcAr convidA cliente A eScolher oS próprioS BeneFícioS o pão de AçúcAr vAi em peSquiSA, A Ajinomoto notou que os profissionais de food service já utilizavam o produto Aji-Sal tradicional para realçar o sabor de seus pratos. Pensando nisso, a companhia lançou a embalagem de 2 kg para o ramo profissional. O produto é uma combinação de sal com Ajinomoto, mais resistente à umidade e com 10% menos de sódio na fórmula. Para reforçar o lançamento, a empresa desenvolveu um receituário com o objetivo de facilitar o dia a dia dos profissionais na elaboração de cardápios. São pratos simples, porém com toque diferenciado. Nos últimos anos, a Ajinomoto triplicou sua linha de produtos voltada para o food service: em 2007 eram apenas 11 e, hoje, já são 34 produtos disponíveis no mercado. Informações: 0800 70 49 039 pV divulgação crédito Itaucard da rede e criou uma pesquisa por meio da rede social Facebook para que os clientes escolham quais benefícios querem ter no cartão. Entre as opções estão milhas para viagens de avião, desconto em academias, cafés, cursos de culinária e muito mais. Os consumidores também podem deixar outras sugestões, que serão analisadas. Além disso, há ainda opção de escolher entre três imagens de cartão a que mais agrada. Os temas são: sustentabilidade, saúde & qualidade de vida e universo gourmet. Os benefícios mais votados serão implantados já no lançamento, previsto para março deste ano. pV divulgação divulgação relAnçAr o cartão de 14 Estratégia Supermercado moderno • janeiro 2011 Saem as verbas, entram os descontos Walmart, Carrefour e Pão de Açúcar estão trocando as inúmeras verbas cobradas da indústria por descontos. A mudança recupera margens e reduz custos, mas impõe novas condutas. Você está nessa? | 15 D Por Alessandra Morita | [email protected] urante muitos anos, muito se discutiu sobre a legitimidade das verbas cobradas da indústria pelo varejo alimentar – aquelas estabelecidas nos contratos de fidelidade. Esse tipo de negociação cresceu, tomou o lugar dos descontos, virou alvo de metas e exigiu a criação de novas estruturas de gestão. A verba incorporou-se à cultura das áreas comerciais do autosserviço e da indústria, até que começou a ser questionada pelos gigantes: Walmart, Grupo Pão de Açúcar e Carrefour. As três empresas perceberam que, em vez de vantagens, o sistema abrigava ineficiências e prejuízos. Resultado: há cerca de um ano, começaram a trocar verbas por descontos na compra das mercadorias. Segundo alguns fabricantes, a mudança vem acontecendo gradualmente. Em alguns casos, as redes iniciam o processo por categoria e, em outros, pelos maiores fabricantes. As três companhias foram contatadas por SM, mas não conseguiram atender o pedido de entrevista no prazo solicitado. Diversos fatores explicam a nova mentalidade. Ricardo Pastore, coordenador de varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), aponta um deles: a entrada dos três varejistas no segmento de atacarejo. O formato não trabalha com bonificações, o que diminui o custo de compra. "Com as verbas, o custo é alto, já que a indústria embute no preço dos produtos o valor extra pago ao varejo," diz. De acordo com um executivo de uma indústria de alimentos, que pediu para não ser identificado, atualmente toda a compra de commodities do Carrefour é feita pela equipe comercial do Atacadão, atacarejo no qual não existe negociação com base em verbas. "Como, em muitos casos, as verbas correspondem a até 20% da compra, a redução no valor da mercadoria deverá ser usada para recuperar margens”, diz Pastore. Outro motivo para as redes eliminarem a cobrança das verbas é o alto custo da operação. “Gerir vários contratos requer muitos profissionais”, explica Pastore. papel das verbas justificar categorias com pouca margem A cobrança de verbas, sistema importado das matrizes dos grupos internacionais, atingiu grandes proporções no Brasil e alcançou as redes nacionais. O objetivo inicial era diminuir o risco de prejuízo, caso fosse preciso colocar em oferta produtos que encalhassem na prateleira. “Com o tempo, esse dinheiro adicional passou a ser usado para esconder ineficiências”, afirma Thiago Burgers, da consultoria Integration. Cobrança de verbas da indústria co m o é co m o vai fic ar verbas são estabelecidas em contratos acabam as verbas e os contratos O valor desses contratos pode chegar a 20% da compra O valor das verbas será transformado em descontos maiores na nota fiscal a cobrança das verbas acontece à parte da nota fiscal fabricantes embutem custo das verbas no preço do produto O valor da nota fiscal vai refletir o preço real do produto Diminuem custos com gestão de contratos FOnte: COnsultOres 16 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 Saem aS verbaS joÃo De FreiTaS Uma delas era manter categorias pouco rentáveis no mix, só porque tinham cobertura de verbas. Isso acontecia principalmente nos contratos com grandes indústrias, cujo portfólio abriga diferentes categorias e versões. Para vender a maioria de seus itens, a indústria caprichava nas verbas. Resultado: o varejo ficava sem conhecer a margem real dos produtos e acabava 'engolindo' itens que não eram benéficos para o negócio. "Na verdade, não era possível nem saber se a compra e a venda do item tinham sido bem realizadas", explica Burgers. No caso das bonificações pagas em mercadorias, outro problema: o supermercado ope- contudo, não ocorreu. Assim, o que foi reportado como lucro financeiro se transformou em um prejuízo de R$ 1,2 bilhão. neGoCiaçÕes Mais produtivas o varejo ganha tempo e inteligência para criar estratégias A partir de agora, com a adoção de um acordo comercial enxuto, as negociações e os resultados de cada categoria ficarão mais transparentes. “As redes poderão conhecer o preço e a margem reais do produto, o que levará a decisões mais assertivas”, diz Burgers. Outro benefício é a redução de custos com a eliminação de estrutura para gerir os contratos. Alejandro Padron, diretor de consultoria para varejo da IBM Brasil, cita mais um benefício. “O negociador terá tempo para atuar na gestão da categoria, desenvolvendo estratégias para torná-la mais lucrativa.” Já Ricardo Pastore, da ESPM, afirma que será possível se concentrar em negociações e previsões de compra de longo prazo, estabelecendo objetivos comuns com o fornecedor e "com o foco em acompanhando a execução. O descontos, será possível se especialista também acredita concentrar em previsões de que os encontros entre compradores e vendedores acontecompra de longo prazo" cerão apenas para administrar RICARDO PASTORE, DO NÚCLEO DE VAREJO DA ESPM números. Outra vantagem será negociar um sortimento mais equilibrado entre produtos geradores de volume e os responsáveis por rentabilizar rava com os produtos no a categoria. “O supermercado precisa se concentrar CD ou na loja, mas sem o naquilo que vende e não em ganhar dinheiro com registro no sistema de estoverbas", completa Alexandre Horta, sócio da consulque, o que gerava problemas toria GS&MD – Gouvêa de Souza. contábeis. Outro exemplo dos equívocos dessa prática ocorreu no balanço do CarreeFeito doMinÓ no autosserviço four. A subsidiária brasileira inFim das verbas deverá ser adotado por outras empresas cluiu valores em sua receita que se referiam a bonificações que Com as gigantes abolindo os contratos, os consulainda seriam pagas por fornecetores acreditam que a prática se estenderá também dores. A entrada desses recursos, para as demais empresas do setor. Por enquanto, Sem título-3 1 27/12/2010 10:06:43 18 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 Saem aS verbaS Com o desconto, o pagamento é feito de forma correta, o que confere maior controle do contas a pagar algumas redes médias estão preferindo observar o que acontece. Caso da rede Modelo, com 14 lojas em Mato Grosso. “A negociação desse percentual de desconto será tensa entre as grandes varejistas e os principais fornecedores. Temos ouvido que às vezes o pedido de desconto supera o valor das verbas”, comenta Altevir Magalhães, sócio da rede. O empresário afirma que os contratos do Modelo são muito pequenos em comparação aos dos gigantes – apenas 1% a 3%. “É um valor que cobre apenas despesas como divulgação em TV”, diz ele. Há empresas, contudo, que atuam sem contratos desde o início. É o caso do Prezunic, 30 lojas no Rio de Janeiro. Segundo Genival Beserra, diretor comercial da em- O que muda nas negociações com o fim das verbas presa, a estratégia é obter o menor preço do fornecedor, para repassar ao cliente e garantir um volume alto de vendas. substituição tributária Vantagem: com desconto na fatura, tributação cai O fim das verbas sempre foi uma reivindicação da indústria. Mas Alexandre Horta conta que algumas se beneficiavam da prática. “Toda vez que a área comercial do varejo procurava um fornecedor porque não tinha batido sua meta de verbas, esse fornecedor impunha um pedido adicional", explica. A verdade é que a necessidade de ganhar eficiência na operação e de se adequar à substituição tributária mostraram à indústria e ao varejo que ampliar o desconto na fatura seria mais vantajoso. A tributação cai, já que o valor da nota fiscal diminui. Hugues Godefroy, diretor comercial da Sara Lee, enxerga outras vantagens: "as negociações ficam transparentes, há maior visibilidade do preço, a transação financeira de pagamento é feita de forma correta e isso confere maior controle do contas a pagar.” Outra empresa que já está negociando dentro do novo padrão é a Cepêra. “Já existem redes médias que também começam a eliminar as bonificações”, conta Décio da Costa Filho, diretor da empresa. Ele acrescenta, no entanto, que as ações pontuais continuam sendo cobradas à parte: um lançamento de produto para o qual se alugam espaços extras ou participação em tabloides. "O que terminou foram as verbas anuais do contrato de fidelidade”, esclarece. Seja como for, a mudança é grande e marca uma nova relação entre varejo e indústria. Sm O comercial do varejo concentrará as compras nas categorias de maior rentabilidade O comprador poderá se dedicar mais à gestão de categorias Programações e previsão de compras ficam mais fáceis Fonte: Consultores mai s i nformações cepêra: www.cepera.ind.br esPm: www.espm.br Gs&mD: www.gsmd.com.br iBm: www.ibm.com/br/pt integration: (11) 3078-1144 modelo: (65) 3619-2061 Prezunic: (21) 3418-9999 sara Lee: (11) 3957-7300 Sem título-1 1 28/12/2010 14:35:23 Sem título-3 1 27/12/2010 10:16:52 21 Estratégia Supermercado moderno • janeiro 2011 crescimento pode ser armadilha. cuidado! E ste será outro ano de crescimento, e a previsão é de que a alta no volume de vendas de todo o varejo (incluindo o autosserviço) atinja 8%. O índice só não chegará aos surpreendentes 11% de 2010 em função das recentes medidas tomadas pelo governo federal para conter o crédito ao consumidor. Ou seja, 2011 também será bom para os negócios e indicado para os planos de expansão. Mas fique atento. Anos de crescimento escondem perigos. Segundo Edson Kawabata, diretor da área de bens de consumo e varejo da Booz & Company, quando as vendas vão bem, as companhias costumam ignorar problemas operacionais e de gestão que inevitavelmente prejudicam os resultados. “As empresas acabam sem estrutura para suportar um crescimento sustentável”, alerta o consultor. “As vendas são puxadas pelo bom momento econômico, mas não pela boa ges- Quem aposta apenas nos bons ventos da economia para ter sucesso pode se arrepender. Confiar no poder de consumo e esquecer as ineficiências coloca em risco o futuro da empresa, sobretudo se existirem planos de expansão. Por Viviane Sousa | [email protected] tão”, acrescenta Francisco Alvarez, professor do núcleo de varejo da unidade paulistana da ESPM. O ideal é arrumar a casa para aproveitar ao máximo o crescimento e não “emperrar” o próprio caminho, sobretudo nos projetos de expansão. “Imagine se semanas antes de inaugurar novas lojas ficar claro que o centro de distribuição não dá conta do aumento da demanda, ou que não há mão de obra qualificada para a padaria”, questiona Markus Stricker, vice-presidente da A.T. Kearney. 22 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 cuidado com o creScimento Casa bagunçada, futuro prejudiCado O Fênix, seis lojas em Pernambuco, seguiu à risca a recomendação de primeiro pôr tudo em ordem. Agora colhe os resultados. Em 2009, início da recuperação da economia, seria inaugurada a sétima filial da rede. “Mas quando o projeto de expansão foi feito, percebemos que a empresa não daria conta de a queiroz gerenciar mais uma unifreou Sua dade sem resolver alguquestões operacioexpanSão mas nais”, conta Mário Veras, para combater gerente administrativo. O projeto foi arquias perdas e vado e, naquele mesmo implantar ano, o Fênix deu o prinovas técnicas meiro passo para sanar problemas. As áreas de gestão. o os administrativas e operaobjetivo da rede cionais começaram a ser é crescer 20% centralizadas. “As mudanças ainda estão em neste ano. andamento, mas já conseguimos ter um padrão de processos e de atendimento ao público. Também adquirimos um controle maior de alguns setores da empresa. As compras, por exemplo, passaram a ser feitas de uma só vez, o que permitiu melhores preços com os fornecedores”, conta Veras. Para adequar o mix e reduzir perdas, a rede investiu ainda no gerenciamento por categorias. A perfumaria foi o primeiro setor a ser alvo da ferramenta. A meta é aumentar a rentabilidade da se- ção em até 20% ainda neste ano. O próximo passo é a construção de um novo CD. “Com isso, a empresa estará preparada para a nova unidade, prevista para 2011. Afinal, queremos aproveitar o bom momento da economia”, afirma Veras. projetos de expansão arquivados Com um plano mais ousado, a rede Queiroz, 15 filiais no Rio Grande do Norte, pretendia inaugurar oito lojas entre 2009 e 2010. Mas, assim como o Fênix, percebeu que a empresa não estava preparada. “Tínhamos muitas despesas e, apesar de não termos um índice, percebíamos que as perdas estavam altas”, conta Danilo de Freitas, proprietário. No ano passado, a rede observou que boa parte do problema estava no comportamento dos funcionários. Criou então um programa de controle de perdas e iniciou treinamentos em três lojas, voltados principalmente para os colaboradores da frente de caixa, reposição e recebimento de mercadorias. "Até o final de 2011, estaremos com o projeto em todas as unidades”, explica o proprietário da rede. Segundo ele, a empresa cresceu de forma desordenada, sem um cuidado especial. Agora a empresa vê a importância de controlar corretamente o negócio, inclusive com a implantação de práticas modernas, como o gerenciamento por categorias. “A meta é que o faturamento cresça 20% este ano para, em 2012, iniciarmos uma expansão sustentável”, revela Freitas. A verdade é que a maioria das empresas supermercadistas se empolga com o aumento das vendas, programa novas lojas e se esquece do básico: eficiência na operação. Foi para chamar a atenção sobre os problemas mais comuns do autosserviço que Supermercado Moderno ouviu varejistas e consultores. Eles apontaram os principais entraves e as possíveis soluções. Confira se sua empresa não está negligenciando algum processo e colocando em risco o futuro do seu negócio. Sempre é hora de mudar e melhorar. Sem título-3 1 27/12/2010 10:18:53 24 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 cuidado com o creScimento 1 Operação ineficiente Por que não adiar solução: Para não perder o controle da empresa. Como resolver: Criar processos em cada setor, de preferência com tudo documentado, para que qualquer funcionário saiba o que, como e quando fazer. Na padaria, por exemplo, cada atividade deve ter descrição, objetivos e metas. Se cada área tiver objetivos claros fica mais fácil avaliar se os trabalhos quando cada estão correspondendo ao Seção da loja desejável. É bom lembrar estratégias muito tem metaS que bem traçadas costumam claras fica mais fracassar quando a exefácil avaliar cução é cheia de falhas. se a operação corresponde ao desejável Falta de mão de obra qualificada 2 Por que não adiar solução: Para evitar que as lojas (inclusive novas) operem de maneira insatisfatória, comprometendo os resultados. Como resolver: A melhor saída é formar e qualificar internamente a mão de obra. Um bom exemplo vem do Carrefour. Lá 90% do quadro de funcionários de setores como padaria, açougue, peixaria e rotisseria é formado em casa – tanto antigos como novos profissionais. Os recém-contratados, por exemplo, passam uma semana na padaria, sendo instruídos por meio do manual TSF (Transmitir, Saber e Fazer), que contém as 150 receitas utilizadas na rede. Proce- dimento semelhante é realizado com os funcionários de açougue e peixaria. O treinamento é visto como essencial pela empresa, porque o nível de qualificação dos candidatos é baixo e alguns profissionais trazem “vícios” do mercado, como utilizar corantes nas receitas, o que é proibido pela Vigilância Sanitária. 3 Relação duvidosa com fornecedores Porque uma boa sintonia com os fornecedores garante benefícios à empresa, como boas negociações, ações promocionais e de marketing no ponto de venda e facilidade para devolução ou troca de mercadorias. Como resolver: A dica está em negociar para que os dois lados ganhem. É o que faz a rede Hortifruti, 21 lojas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Durante a supersafra, época em que os preços estão baixos, a rede paga um valor um pouco acima do mercado aos seus fornecedores. Eles, por sua vez, retribuem na época da entressafra, período de preços altos, cobrando abaixo do valor do mercado. A relação é tão boa, que alguns fornecedores atendem a rede com exclusividade, apesar de não existir nenhum acordo em relação a isso. Por que não adiar solução: 4 Baixa capacidade de estocagem Por que não adiar solução: Para que lojas já existentes e novas filiais não fiquem sem mercadorias. Como resolver: A recomendação é avaliar se o centro de distribuição da empresa atende a demanda das lojas atuais e das novas unidades. Se a resposta for negativa, é preciso ampliar ou montar um novo depósito. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, acaba de investir R$ 110 milhões na abertura de sete novos CDs em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, para garantir o abastecimento de suas novas filiais. 5 Alto índice de perdas O índice de perdas não pode ultrapassar o lucro líquido da empresa. Se isso Por que não adiar solução: Sem título-3 1 27/12/2010 10:37:00 26 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 cuidado com o creScimento acontecer, os prejuízos poderão arruinar o negócio. Como resolver: Perseguindo metas ambiciosas de redução. Entre as principais razões desse problema estão furtos internos e externos e erros operacionais em compras, recebimento, armazenagem e exposição das mercadorias. A sugestão é criar um programa que identifique as causas, proponha soluções, crie uma plataforma para medir resultados e estabeleça metas de queda nas percombate àS das. Em relação às compras, por perdaS. crie um exemplo, um bom gerenciamento por categorias ajuda a tirar do mix programa marcas e versões de baixo giro. Conpara identificar trolar a entrega de fornecedores de também é importante. O erros e encontrar perecíveis objetivo é receber produtos em emsoluções. e mais: balagens e temperaturas adequadas. estabeleça metas de redução de quebras e crie índices para medir os resultados. 6 Elevado nível de ruptura Afeta a relação de fidelidade do cliente com a loja e pode resultar no recuo do lucro. Como resolver: Uma medida é adquirir um software de gestão integrada, que cruza e processa dados de frente de caixa, retaguarda e compras. Com esse sistema, é possível calcular adequadamente a quantidade de compras de cada SKU, evitando faltas ou até excesso de estoque. Os pedidos devem ser feitos com base no histórico de vendas dos últimos seis meses, sempre calculando um estoque de segurança. Caso o supermercado fique no interior do País, a dica é operar com estoque de até um mês, porque o abastecimento da indústria nessas regiões costuma demorar. Também é necessário realizar inventários periódicos para confirmar se a quantidade de produtos registrada no sistema coincide com o estoque físico. Sm Por que não adiar solução: mai s i nformações a.T. Kearney: www.atkearney.com.br Booz & Company: www.booz.com/br esPm: www.espm.br félix supermercados: (81) 3518-5100 queiroz supermercados: (84) 3315-0105 Sem título-1 1 3/1/2011 14:26:55 28 Estratégia Supermercado moderno • janeiro 2011 Fundos privados Saída para a expansão Por Viviane Sousa | [email protected] Q uem não gosta de dinheiro barato? Todo mundo. O difícil é obter linhas de crédito e financiamento que valham a pena. Para escapar das opções bancárias tradicionais (quase sempre caras), duas empresas recorreram a fundos de investimento privado na hora de levantar capital para expandir os negócios. E até agora não têm do que se queixar. Uma delas é a CSD, 30 lojas no Paraná e em Mato Grosso do Sul, dona das bandeiras Cidade Canção e São Francisco. Ela conseguiu um aporte de R$ 100 milhões, em outubro do ano passado, com a Actis, fundo global de private equity. Dinheiro barato, sem cobrança de juros: é isso que tem estimulado varejistas a procurar por fundos de investimento privado na hora de levantar recursos para expansão dos negócios. A opção é aprovada por consultores. Saiba por quê. A outra empresa é a Hortifruti, especializada em hortifrutigranjeiros, com 21 unidades no Espírito Santo e Rio de Janeiro. Também em 2010, obteve R$ 160 milhões do FIB Brasil, fundo administrado pela BR Investimentos que tem o Banco do Brasil como cotista e assessor financeiro. Com os recursos, as duas empresas pretendem duplicar o número de lojas num período de cinco anos. “Queremos chegar a São Paulo ainda em 2011. | 29 NADA DE TAXAS DE JUROS Os private equity pertencem a grupos de investidores que se dispõem a financiar a expansão de uma empresa, mas não emprestam capital. Eles compram uma participação acionária da empresa, tornam-se sócios e injetam recursos no negócio. A Hortifruti, por exemplo, vendeu 30% de seu capital para o FIB Brasil e, com isso, conseguiu dinheiro. “Como negociam dividendos sobre os recursos injetados, as empresas não precisam pagar o recurso com juros e correção monetária”, explica Paiva. NOVO SÓCIO, NOVA GESTÃO A partir do momento em que viram sócios, os investidores do fundo de private equity, ou profissionais indicados por eles, participam de todas as decisões que envolvem a administração do recurso. Na CSD, por exemplo, dois representantes da Actis fazem parte do conselho administrativo da companhia. O departamento financeiro também está sob o comando de um profissional indicado pelo fundo. “Para empresários que não gostam de dividir o comando da empresa, essa exigência pode ser encarada como uma desvantagem”, comenta Militelli. Mas na rede Hortifruti não houve esse tipo de problema. “Apesar de a empresa ser familiar (é controlada por três holdings que reúnem a família de cada fundador), está sendo fácil lidar "Vamos aproveitar o capital do FIB para inaugurar e reformar unidades" TIAGO MIOTTO, PRESIDENTE DA REDE HORTIFRUTI DiVULGaÇÃo A ideia é inaugurar pelo menos oito unidades”, conta Tiago Miotto, presidente da rede Hortifruti. “Além de inaugurações, vamos aproveitar o capital para reformar as antigas lojas”, comenta Jefferson Nogaroli, presidente do conselho de administração da CSD. O que tem motivado a procura pelos fundos private equity, segundo Marco Militelli, presidente da Militelli Business Consulting, são vantagens não encontradas nas linhas de crédito e financiamento dos bancos. Uma delas é a possibilidade de conseguir um bom capital sem a necessidade de pagar juros. “Isso tem levado muitas empresas a ver os fundos como uma alternativa barata”, avalia Militelli. Outra vantagem é que, ao investir numa empresa, os fundos privados automaticamente a preparam para o mercado, permitindo que continuem crescendo com o apoio de novos investidores. Também é comum que os fundos ofereçam à empresa toda a consultoria necessária para alcançar a meta de expansão o mais depressa possível. Segundo André de Paiva, diretor de operações da AMP Consulting, não há dúvidas de que se trata de uma boa alternativa para os supermercados. A tendência é de que cada vez mais empresas do setor prefiram recorrer aos fundos para obter capital. | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 FundoS prIVadoS DiVULGaÇÃo 30 Paiva, da AMP Consulting, a venda pode ser feita para outro investidor ou por meio de ações em bolsa, abrindo o capital da empresa. Tanto a CSD quanto a rede Hortifruti optaram pela abertura de capital. “A ideia é continuar financiando a expansão do negócio”, esclarece Miotto. COLOCANDO A CASA EM ORDEM "os investidores não costumam ser sócios por muito tempo. Depois de um período, eles vendem sua participação acionária." ANDRÉ DE PAIVA, AMP CONSULTING com os novos sócios. Até porque são pessoas altamente capacitadas. São eles que colocam em prática nosso plano de expansão, para que não haja riscos”, afirma Miotto, da Hortifruti. ABRINDO CAPITAL Os investidores dos fundos de private equity não costumam ser sócios das empresas por muito tempo. No momento em que fecham o acordo, já estipulam um prazo para o encerramento da sociedade. No caso da rede Hortifruti e da CSD esse prazo é de cinco anos. Ao longo do período, as empresas deverão ter concluído todo o plano de expansão com sucesso e ter, no mínimo, dobrado o faturamento. Ao final, o fundo vende sua participação acionária. Segundo Antes de injetar recursos, os investidores do fundo avaliam a empresa: seu potencial de crescimento, resultados financeiros dos últimos anos, qualidade da gestão e, até mesmo, consistência do plano de expansão. Por esse motivo, as empresas costumam “arrumar a casa” antes de procurar um fundo. A CSD, por exemplo, contratou uma consultoria para colocar ordem em todos os departamentos, em especial o contábil e o financeiro. “Deu trabalho, mas valeu a pena, porque hoje temos uma gerência mais profissionalizada”, avalia Nogaroli, presidente do conselho de administração. Na rede Hortifruti, a mudança na gestão durou três anos. “Também reestruturamos nossas operações. Em pouco mais de um ano, a empresa promoveu mudanças que geraram economia de R$ 9 milhões no orçamento anual”, conta Miotto, presidente da rede. Na época, a redução nos custos atingiu a logística da rede, envolvendo os quatro centros de distribuição e a frota de 120 caminhões. Como os itens vendidos são perecíveis, a empresa conseguiu agilizar o abastecimento das lojas, o que é essencial para garantir qualidade e giro rápido dos produtos. Para as duas empresas a opção pelos fundos foi acertada. Elas abrem um capítulo na história da capitalização do varejo, que talvez sua rede possa seguir. O primeiro passo é definir até onde você quer chegar e até que ponto está decidido a mudar. Sm MAI S I NFORMAÇÕES AMP Consulting: www.consultorfinanceiro.com.br CSD: (44) 3220 5600 Hortifruti: www.hortifruti.com.br Militelli Business Consulting: www.militelli.com.br Sem título-3 1 27/12/2010 10:38:03 Sem título-1 1 28/12/2010 10:27:52 Sem título-1 1 28/12/2010 10:28:31 34 Estratégia Supermercado moderno • janeiro 2011 Pesquisa exclusiva a beleza que o autosserviço não conquistou Por Alessandra Morita | [email protected] | D uas décadas separam Jaqueline, 19 anos, e Marinalva, 39. Apesar da diferença de idade, elas têm muito em comum. São ávidas consumidoras de produtos de beleza – de um simples shampoo a cremes e cosméticos sofisticados –, gastam por mês em torno de R$ 100 com esses itens e têm muita dificuldade em encontrar o que precisam nos super Estudo revela o comportamento de compras das mulheres e mostra que o varejo alimentar peca no mix e no atendimento. Quem leva vantagem são as perfumarias. Entenda o porquê e veja o que fazer. Gastos mensais com beleza Parte do corpo que a mulher mais valoriza e cuida Pés 5% Cabelos 33% Mãos 16% Rosto 27% Corpo 19% e hipermercados. Elas fazem parte de um público que o autosserviço ainda não conseguiu cativar. E têm um comportamento de compra que aparece ao longo da pesquisa Beleza, hábitos da consumidora, feita pela consultoria Around Research, a pedido de Supermercado Moderno. O estudo, realizado com 250 mulheres de todo o País por meio da internet, revela grandes oportunidades, mas também alguns obstáculos para o varejo alimentar. Os resultados apontam a necessidade de desenvolver segmentos, melhorar o desempenho de itens de alto giro, oferecer mais promoções e serviços sob medida para as mulheres. Há um trabalho R$ 101 a R$ 150 31% R$ 51 a R$ 100 31% R$ 151 a R$ 200 6% R$ 21 a R$ 50 6% Acima de R$ 201 20% Até R$ 20 6% | 35 33% cuidam mais dos cabelos Os shampoos constam da rotina de beleza de 100% das mulheres e os condicionadores, de 94%. Apesar do alto percentual, os especialistas concordam que os supermercados ainda podem ganhar mais com as duas categorias. “O principal fator para alavancar as vendas é o mix adequado ao público que frequenta a loja”, confirma Nildo Souza, gerente-geral do DEC Minas, que pertence ao Grupo Aliança – também dono da rede de supermercados Super Nosso. “O sortimento é importante sobretudo para pequenos e médios varejistas, que não podem errar, para não comprometer o fluxo de caixa”, acrescenta. Para ajudar esses varejistas, o DEC Minas Multiformatos conta com profissionais que analisam as vendas da região onde a loja atua e ajudam a definir os itens mais adequados. Quem a mulher consulta sobre beleza (Respostas de múltipla escolha) 33% Revistas femininas Amigas Sites de beleza Sites de produtos Propaganda 12% 12% 6% 25% Como age a consumidora Praticamente tudo o que se pode imaginar faz parte da cesta de produtos de beleza da técnica de enfermagem Marinalva Santos, de 39 anos: sabonete, cremes para o rosto e o corpo, desodorante, perfumes, batom, reparador de cabelo, shampoo e condicionador. Seu maior cuidado é com a pele, que diz ser seca. “Também gosto muito de batom e lápis. E não saio de casa sem o meu hidratante”, conta. Marinalva estima seus gastos mensais com esses produtos em torno de R$ 100. Porém os super e hipermercados ficam com uma parcela muito pequena desse valor. “Em supermercados só compro os itens básicos de higiene, pois sempre faço compras focada nos produtos para casa”, explica. Como trabalha com enfermagem e tem pouco tempo disponível, Marinalva prefere adquirir cosméticos por meio de catálogo. "Além da comodidade, os produtos são de melhor qualidade e há mais opções de cores", comenta. Na pesquisa Around/SM, o canal porta a porta quase não é mencionado. "a P e r f u m a r i a t e m va r i e da d e d e m a rcas e P ro d u t os " Para a estudante Jaqueline Gonzaga, 19 anos, o local preferido para compras de cosméticos e produtos de higiene é a perfumaria. “Encontro maior variedade de marcas e produtos. Nos supermercados, são poucas as opções de maquiagem, por exemplo. E, quando há algo diferente, é muito caro”, afirma. Nas lojas de autosserviço, ela costuma comprar apenas desodorante e itens para cuidados com cabelo. Outros produtos de que ela não abre mão são as máscaras para tratamento de cabelo, os sabonetes esfoliantes e os cremes para tirar maquiagem. “Cuidar da aparência é muito importante. A pessoa se sente bem com ela mesma e com as demais”, afirma em nome de todas as mulheres. joão de freitas árduo a ser realizado, mas vale a pena. A seção de beleza oferece boa lucratividade e vendas que não param de crescer. O mercado triplicou de tamanho de 2006 até o ano passado, de acordo com pesquisa do instituto Euromonitor. Já a margem bruta de lucro alcança 35% em média, segundo o DEC Minas Multiformatos, distribuidor especializado em higiene e beleza. Esse percentual é o dobro do registrado nos itens de mercearia. Se você quer entender a mulher (e mudar os resultados da seção), comece pelos cabelos. É a parte do corpo à qual a maioria se dedica. 36 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 beleza loja aumenta a área de shampoos, mas não sinaliza adequadamente as diferentes versões. resultado: queda de 10% nas vendas. Já redes que atendem a consumidora de alto poder aquisitivo podem ousar um pouco mais no mix. Segundo Souza, as lojas da rede Super Nosso para o público A e B incluíram shampoos da linha profissional – usados em salões – que custam na faixa de R$ 150 a R$ 200. São produtos que trazem efeito mais rápido no tratamento do cabelo ou são específicos para quem faz escova progressiva. Entre as marcas oferecidas pela rede estão Kérastase, da L’Oréal, e Head & Shoulders, da Procter & Gamble. Souza explica que a importância desses produtos é conferir à loja uma imagem de sortimento diferenciado. A exposição de shampoos e Conheça a metodologia O levantamento around/sm foi realizado com 250 mulheres de todo o País, que responderam a questionários pela internet. As consumidoras com 18 a 29 anos representaram 44% do total, as com 30 a 41 anos, 16%, e com 42 anos ou mais, 40%. Por classe social, 40% era da B, 33% da A e 27% da C/D. A Around possui um painel com 120 mil consumidores ativos pela web. Realiza pesquisas quali e quantitativas e atende clientes como Carrefour, Redecard e Porsche. Contato: (11) 3255-7294 www.aroundresearch.com condicionadores também pode melhorar nos super e hipermercados. “Toda categoria que tem muitas quebras na árvore de decisão precisa estar organizada de acordo com as etapas de escolha da shopper, além de ser bem comunicada”, afirma Simone Terra, sócia da consultoria que leva o seu nome. Para ela, a primeira segmentação é entre produtos para mulheres e homens. Dentro de cada uma, a recomendação é blocar shampoos e condicionadores perto um do outro, pois são comprados juntos. Depois disso, deve-se organizar por tipo de cabelo e, por fim, pela faixa de preço. A consultora realizou uma pesquisa em um supermercado que aumentou em dez metros lineares o espaço destinado a shampoos e condicionadores. A loja, porém, não incluiu nenhuma comunicação que identificasse as diferentes versões e facilitasse a compra. “Filmamos pessoas indo de um lado para outro sem encontrar o que queriam. O resultado foi uma queda de 10% nas vendas”, explica Simone. Manter as gôndolas sempre bem cheias e colocar cada versão perto da etiqueta correta de preços é a dica de Daniela Casabona, coordenadora de atendimento da Around Research. “As clientes manuseiam muito os produtos, o que leva a uma bagunça danada”, diz. Uma alternativa é os repositores fazerem uma ronda várias vezes ao dia para identificar o problema. 50% usam cremes Para cabelo Um segmento interessante é o de cremes capilares. De acordo com a pesquisa, 50% das mulheres consultadas usam sempre cremes de tratamento e 31%, cremes de pentear. Há, portanto, espaço para avançar nas vendas dessas categorias. E com boas chances de os super e hipermercados se destacarem. | 37 “Se o varejista promover bem os produtos, a consumidora pode até migrar de outros canais, como farmácia, para o supermercado”, afirma Danilo de Paula, analista da Factor de Solução, consultoria que realiza trabalhos para indústrias do setor. Uma dica da Unilever para estimular a compra de cremes é usar tabloides educacionais. "A ideia é explicar para a mulher como obter melhores resultados com o uso da linha completa para cabelos", esclarece Adriana Yamamoto, gerente de trade marketing da empresa. Ela também lembra que a comunicação das gôndolas pode ser utilizada para explicar os benefícios de cada item. exPosição Por marcas apenas 31% das clientes usam cremes Já existem redes registrando alta na procura por cremes de pentear e de tratamento. Com 11 lojas na região de Campinas, São Paulo, o Covabra elevou em 28% a receita da versão para pentear e em 25% a de tratamento em 2010. “Aumentamos o espaço destinado a esses produtos com base no histórico crescente de vendas”, explica Cleyton Oliveira, gerente de compras. A exposição também mudou. Antes, os produtos eram blocados por segmentos. Agora são por marca. "É assim que a mulher compra", justifica. os produtos mais usados Usa sempre eventUalmente não Usa nUnca 100% Shampoo 94% Condicionador 6% Creme para o corpo 88% Esmalte 88% 6% 6% Maquiagem 88% 6% 6% 69% Reparador 62% Depilatório 12% 19% 13% 12% 25% Hidratante para o rosto 56% 25% 19% Batom 56% 25% 19% Creme para tratamento de cabelo Coloração 50% 50% Creme para pentear 31% Creme anti-idade 31% Óleo para o corpo 31% 44% 25% 38% 31% 6% 25% 31% 38% 50% Outra categoria que o Covabra conseguiu deslanchar no ano passado foi a de tinturas. Citada na pesquisa como sendo de uso frequente para 50% das mulheres, a categoria registrou alta de 45% em faturamento. “Ampliamos o mix e ajustamos os preços aos das farmácias. Também colocamos a coloração nos tabloides, porque a consumidora não está habituada a comprar tintura em supermercado”, acrescenta Oliveira. 19% anti-idade com frequência O rosto é a segunda parte do corpo mais cuidada pelas mulheres. É valorizado por 27% delas, de acordo com a pesquisa Around/SM. Apesar disso, os cremes mais sofisticados ainda são pouco consumidos. Para se ter uma ideia, apenas 31% afirmam passar regularmente os anti-idade. Essa realidade se reflete na presença tímida desses produtos no autosserviço. E os motivos passam pelo alto preço, o risco de furtos e, principalmente, a falta de orientação na compra – algo essencial para alavancar as vendas, segundo os especialistas. Alguns supermercados já começam a olhar com atenção para esses e outros cremes. “Esse é um segmento interessante porque a população idosa está crescendo e vai consumir esses produtos”, acredita Danilo de Paula, da Factor de Solução. O especialista alerta para a necessidade Sem título-3 1 27/12/2010 16:41:22 Sem título-3 1 27/12/2010 16:43:18 40 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 de conhecer o perfil da clientela. “O supermercado se encaixa bem nas vendas de itens básicos, que não precisam de orientação para comprar, têm baixa complexidade de operação e giro maior do que os produtos de alto valor agregado. Por isso, quando o assunto são versões sofisticadas, é preciso saber o que a cliente precisa e se vai ser possível atendê-la”, afirma o analista da consultoria. O ponto a favor dos cremes mais premium é a atratividade das margens, o que tem levado algumas redes a trabalhar com as versões. Um exemplo é o Comercial Carvalho, do Piauí, 17ª colocada no ranking de supermercados de SM, com faturamento de R$ 913,6 milhões em 2009. Depilatórios poDem ter maior giro O autosserviço pode vender bem mais depilatórios. Afinal, 62% das mulheres afirmam usar com frequência o produto, conforme a pesquisa Around/sM. E existem 25% de clientes que ainda não experimentaram o item e precisam ser conquistadas. Algumas iniciativas ajudam o varejo alimentar a se posicionar melhor. Segundo a Reckitt Benckiser, dona da marca Veet, o setor deve copiar as perfumarias: oferecer um mix amplo, com produtos específicos para cada tipo de pele. Um bom começo, diz a empresa, é evitar a ruptura, principalmente no verão – período em que as vendas aumentam 34% em relação aos meses de inverno. Uma alternativa são os pontos extras e displays. Outra sugestão da Reckitt, que vale para qualquer época do ano, é cuidar da exposição, mantendo as gôndolas bem abastecidas e as etiquetas de preços posicionadas com o produto correto. É interessante ainda apostar nos lançamentos. Dona da marca Depiroll, a Química Geral do Nordeste é outra fabricante que defende mix variado. Segundo Cristina Pontes, gerente de marketing, o sortimento deve contemplar cremes depilatórios para o corpo e para o buço, folhas prontas, lenços prontos para o corpo e o rosto, loção depilatória e produtos pré e pós-depilação. A executiva sugere também exposição casada para incentivar o consumo. “Cremes e loções depilatórias podem ser expostos em clip strips perto de itens de praia”, diz. divulgação beleza Com tabloides, o Covabra elevou em 20% vendas de cremes para o corpo Em uma de suas lojas a rede mantém um quiosque da L’Oréal para vender itens mais sofisticados, com a presença de consultoras da própria fabricante. “Estamos estudando avançar o projeto para outras unidades”, afirma Sérgio Barroso, gerente da rede. Neste mês, a companhia começa a vender a marca Olay, uma linha da Procter & Gamble de itens para o corpo e o rosto, como o antirrugas Regenerist. Importada dos Estados Unidos, a versão chegou ao País no último trimestre do ano passado e começou a ser distribuída primeiro nas farmácias. Com cinco lojas no interior de São Paulo, a rede Nori dispõe de um balcão de vidro com cremes mais caros e uma funcionária para prestar orientação. "A exposição tem de ser limitada porque o volume comercializado ainda é pequeno. Não daria para formar um número de frentes capaz de tornar o produto atrativo na gôndola”, explica Marcos Nori, gerente comercial. Ele lembra ainda que a empresa mantém em uma de suas lojas, na área de galerias, uma perfumaria com produtos premium, inclusive com boa variedade de importados. 88% usam cremes Para o corPo Terceiro produto mais citado pelas consumidoras – ao lado dos esmaltes –, o hidratante para o corpo ainda pode render muitos frutos aos supermercados. Utilizando a mesma estratégia das colorações – de anunciar em todos os encartes um creme para o corpo –, o Covabra registrou crescimento de 15% | 41 as boas margens têm levado algumas redes a encontrar maneiras de trabalhar com cremes sofisticados no sortimento. o baixo giro é compensado pelo lucro. a 20%, dependendo do item, nas vendas em valor da categoria. “E o mais importante: cadastramos todos os lançamentos, principalmente os que têm forte investimento em mídia. Essa é uma dica que vale para todas as categorias de higiene e beleza, pois esses segmentos são estimulados pelas novidades”, explica Cleyton Oliveira, gerente de compras da rede. Nildo Souza, do DEC Minas, acrescenta: “estudos das indústrias mostram que 39% do crescimento do mercado de higiene e beleza vem dos lançamentos". Segundo ele, a mulher tem contato com a novidade por meio da mídia, o que a incentiva a procurar o produto. Se não encontra, ela se desloca outra loja. Como farmácias e perfumarias são concorren- tes de respeito, todo o esforço para conquistar as compras da consumidora deve ser intensificado. Com margens atraentes e consumo em alta, os produtos de beleza devem começar a ser pensados de um jeito novo. Fuja dos padrões e reinvente o setor. mai s i nformações around research: (11) 3255-7294 comercial carvalho: (11) 3216-2240 covabra: www.covabra.com.br dec minas: (31) 3359-7900 factor de solução: (11) 3079-0792 nori: (16) 3761-2979 Química Geral do nordeste: www.qgn.com.br reckitt benckiser: (11) 3783-7000 simone Terra: www.sterra.com.br 42 | Estratégia | Supermercado moderno • janeiro 2011 beleza Perfumarias ganham de lavada D ê uma olhada nos gráficos desta página e compare os resultados. Logo de cara, você vai constatar que supermercados levam vantagem sobre perfumarias quando o assunto é comodidade. Felizmente! nos demais itens avaSuper e Porque liados pela mulher, na pesquihipermercados sa Beleza, hábitos da consumio autosserviço perde de levam muitas dora, lavada. O estudo foi realizado desvantagens pela Around Research a pedide SM. O ponto mais forte nas vendas de do das lojas especializadas é o sorbeleza. E o timento: 56% apontam a variedade de versões e outros 56%, a importante: de marcas. Com o mesmo índié possível virar ce também aparece a qualidade dos produtos. Para Daniela o jogo. Casabona, coordenadora da Around, uma forma de o varejo alimentar concorrer com as perfumarias é criar um universo dedicado às mulheres, com comunicação própria. “Algo ao estilo Mundo do Bebê," diz. O pró- prio estudo aponta algumas estratégias valorizadas pela mulher. A maioria (88%) deseja orientação sobre os produtos; 44% querem experimentar calmamente os cosméticos; e 12% sonham com serviços gratuitos, como limpeza de pele. O DEC Minas Multiformatos, distribuidor de higiene e beleza, lembra que um de seus clientes recriou uma perfumaria dentro da seção de higiene e beleza e obteve excelentes resultados. Além de variedade de itens e boa exposição, investiu na formação de três consultoras de beleza para prestar assistência à cliente. Em pouco tempo, a loja conseguiu elevar a participação da seção no faturamento de 7% para 9%. “Um supermercado de 10 checkouts ou até um pouco menos pode pensar em algo assim”, diz Nildo Souza, gerente geral do DEC Minas. Para ele, o importante é inovar para ganhar mais. Sm O que a consumidora deseja na hora de comprar produtos de beleza (Respostas de múltipla escolha) Orientação de funcionários sobre o produto e sua utilização 88% Experimentar calmamente os produtos Ter serviços gratuitos, como limpeza de pele 44% 12% consumidoras preferem perfumarias a supermercados. Veja por quê: POR que COMPRA eM SuPeRMeRCAdOS POR que PRefeRe PeRfuMARiAS (Respostas de múltipla escolha) (Respostas de múltipla escolha) 88% É cômodo 44% Têm variedade de marcas 38% Têm melhores preços 25% Têm variedade de versões Melhor apresentação dos produtos Têm melhor atendimento 19% 6% Têm variedade de versões 56% Têm variedade de marcas 56% Qualidade dos produtos 56% 50% Melhor apresentação dos produtos 44% Têm melhores preços 38% Têm melhor atendimento É cômodo 12% Sem título-3 1 27/12/2010 10:57:18 Sem título-3 1 27/12/2010 10:58:03 Sem título-3 1 27/12/2010 10:58:43 46 Estratégia supeRmeRcado modeRno • jAnEiRo 2011 Rede brasil s.a. O que aprender com essa central Pulverizada pelo Brasil, a rede reúne empresas de grande e médio porte com objetivos comuns: oferecer importados exclusivos ao cliente, graças a negociações em conjunto, e se fortalecer com a troca de experiências. Juntas, elas cresceram 13% em 2010. C entrais de negócio existem muitas. Mas isso não quer dizer que a Rede Brasil seja apenas mais uma. Tudo por lá é diferente. A começar pelo perfil dos integrantes. Diferentemente das centrais, que costumam reunir supermercados pequenos da mesma região, a Rede Brasil tem associados nas cinco regiões brasileiras. São empresas fortes em seus locais de atuação: a menor das 16 associadas, o Supermercado Fortaleza, do Amapá, tinha meta de encerrar 2010 com faturamento de R$ 140 milhões. Já a paranaense Condor e a paulista Coop, outras duas associadas, faturam mais de R$ 1,5 bilhão. O que motivou esse grupo heterogêneo a montar uma rede de negócios? Se você pensou em compras conjuntas, acertou apenas em parte. E essa é outra diferença importante. “A Rede | 47 Por Fernando Salles | [email protected] Brasil tem na troca de conhecimento entre os associados seu principal objetivo”, explica Antônio José Monte, atual presidente da organização. Deu tão certo que se tornou uma empresa, a Rede Brasil S.A, e todos os associados apresentaram crescimento. Em 2010, juntos, elevaram as vendas em 13% e faturaram mais de R$ 9 bilhões, segundo dados estimados. As importações foram o começo de tudo e hoje garantem resultados excepcionais. amplo mix de importados exclusivos Além de aumento nas vendas, o dobro do lucro Antônio Monte, que também preside a rede paulista Coop – Cooperativa de Consumo, explica que a compra direta no exterior permite aos associados contar com produtos vendidos exclusivamente em suas lojas. Segundo Monte, são produtos de ótima qualidade vendidos a preços competitivos. “Se antes um associado comprava algumas caixas de um vinho importado, hoje, com a rede, pode comprar um container inteiro, o que reduz o preço”, exemplifica. Geralmente destacados nos pontos de vendas, alguns desses produtos já aparecem entre os mais vendidos de suas categorias na mesma faixa de preço. Desde o início da negociação conjunta, os supermercados associados têm ampliado o sortimento de importados. Em 2008, ano em que ingressou na Rede Brasil, a Coop desembolsou R$ 500 mil em itens produzidos no exterior. No ano passado, esse valor saltou para impressionantes R$ 11 milhões. Buscar importados e marcas exclusivas é uma das atribuições de José Stecca, diretor comercial da Rede Brasil. O executivo se dedica em tempo integral à associação e coleciona ótimos resultados. Com seu trabalho, ajudou a importar mais de 30 mil caixas com 12 garrafas do vinho chileno Doña Dominga, elaborado pela vinícola Casa Silva. Há ainda rótulos uruguaios, argentinos e portugueses, mas o setor de vinhos é apenas um exemplo do poderio das negociações comerciais. “Hoje, as marcas exclusivas somam cerca de 350 SKUs em mais de 15 categorias”, conta. De azeite, são dez marcas oriundas da Grécia, Espanha, Itália, Portugal, Argentina e Chile. Além de obter exclusividade na venda dos produtos considerados com boa relação custo-benefício, o trabalho também aparece em forma de rentabilidade. “As margens são, no mínimo, o dobro em relação aos demais itens de cada categoria”, garante Stecca. Além da importação, a área comercial da rede também busca exclusividade em marcas nacionais. É o caso dos lácteos da linha Melko (leite e leite condensado), das conservas Zuppa e das toalhas de papel Pratimais, produzidas por fornecedores brasileiros a pedido da Rede Brasil. A Rede Brasil tem inúmeros comitês para troca de informações: infraestrutura, marketing, edificações, equipamentos, ruptura e RH Na área comercial, a rede mantém outros dois grupos de trabalho. Um deles é o chamado “comercial nacional”, que busca estreitar a relação com fornecedores, mas sem negociar preços, algo que cada associado faz individualmente. mais perto do fornecedor Esforço para reduzir a ruptura “A função do grupo é trocar informações e desenvolver parcerias para melhorar a logística, reduzir ruptura, entre outros pontos. Ga- 48 | Estratégia | supeRmeRcado modeRno • jAnEiRo 2011 Rede bRasil s.a. grupo regional que reúne os supermercados do Distrito Federal, Norte e Nordeste. Esse, sim, tem o objetivo de fazer compras em conjunto, com garantia de entrega, para reduzir os sérios problemas de abastecimento na região. vendas no cartão de crÉdito joão dE FREiTAS Redução das taxas e da hospedagem das máquinas O esforço conjunto, porém, não se restringe à negociação de produtos de consumo. Insumos também entram na conta. Além de obter redução de custos na aquisição de sacolas plásticas, os integrantes uniram forças para negociar com as credenciadoras melhores taxas nas vendas com cartão de crédito e hospedagem das máquinas. A iniciativa foi possível após o fim da exclusividade no credenciamento de cartões, em julho do "Pressionar fornecedores ano passado. Todos os associados saíram ganão faz parte das estratégias nhando. “Conseguimos uma redução total acima de R$ 10 milhões”, comemora Monte. da Rede Brasil" ANTÔNIO MONTE, PRESIDENTE DA REDE BRASIL E DA COOP experiÊncias compartilHadas dividir para multiplicar bons resultados nhamos nós e os fornecedores”, afirma Antônio José Monte. Nas conversas, é comum cada lado falar de suas dificuldades e buscar formas de solucioná-las. “Compartilhamos até a relação de transportadores para ajudar um fornecedor”, lembra Antônio Monte. Essa postura já rendeu até elogios da indústria: com orgulho, Monte conta que no último evento SM Awards, em setembro de 2010, ouviu do presidente de uma grande empresa de bens de consumo frases como “vocês da Rede Brasil são diferentes mesmo, querem parceria de verdade”. Há ainda em atividade um Dividir o trabalho em grupos ou comitês é uma iniciativa que se estende a outras áreas do negócio. É aí que entra com mais força a tão propagada troca de conhecimento, apontada por muitos como o principal benefício da união. Cada um desses grupos de apoio discute um tema específico, de acordo com a necessidade dos participantes, sempre com um “sócio garantidor”, ou seja, a participação do presidente de uma das empresas associadas, que acompanha e cuida para que a troca de informações avance e se transforme em benefícios práticos. Há experiências com relação a temas como infraestrutura, marketing, edificações e equipamentos, ruptura, entre diversos outros. No comitê de recursos humanos, não há discussão de salários e, sim, de boas práticas e de treinamentos para melhorar os índices de satisfação da equipe. Periodicamente, há encontros presenciais, além de reuniões Sem título-3 1 27/12/2010 10:59:53 50 | Estratégia | supeRmeRcado modeRno • jAnEiRo 2011 Rede bRasil s.a. um software de gestão muito bem ajustado, a catarinense Imperatriz mandou seus profissionais até lá para conhecer a solução. Resultado: trocou de software sem medo de ter tomado a decisão equivocada. Nos seis anos de operação, a Rede Brasil coleciona exemplos dessa troca de experiência. Para esclarecer dúvidas sobre as mudanças no Fator Previdenciário, por exemplo, a saída foi contratar um advogado especialista no tema para dar palestra sobre o assunto a todos os integrantes. Decisão bem mais barata e produtiva do que a contração feita por cada empresa. Os próprios presidentes se encontram a cada dois meses em uma reunião de sócios para discutir o andamento Todo mundo faz bem alguma coisa e, quando esse dos negócios. Cada enconconhecimento é compartilhado, todos se desenvolvem” tro acontece na sede de uma das empresas assoaltevir magalhães, um dos idealizadores da rede Brasil e sócio da rede modelo (mt) ciadas, e a ocasião também é aproveitada para uma visita técnica às lojas, quando se descobrem novas coisa e, quando esse conhecisoluções operacionais, iniciativas bem-sucedidas no mento é compartilhado, todos se depósito, técnicas de crossmerchandising. desenvolvem”, afirma. “A melhor forma de enterrar uma empresa é tocá-la apenas a partir da área codesprendimento total mercial, daí a importância desses Associados não hesitam em abrir informações outros grupos de trabalho”, diz. Um bom exemplo da aplicação O consultor especializado em pesquisas Francisprática dessa troca ocorreu há cerco Rojo participou do processo de implantação da ca de três anos. Sabendo que a rede Rede Brasil, em 2003. Organizou reuniões, montou mineira Tonin – cujo proprietário, o primeiro planejamento e, desde então, dá apoio Luiz Tonin, é outro sócio-fundaem tudo o que a rede precisa. Entusiasta do projeto, dor da Rede Brasil – contava com o estudioso de varejo é categórico ao afirmar que a virtuais em média, a cada 15 dias. Quem está mais avançado em determinada área trata de repassar conhecimento a quem se interessar, conta Altevir Pierozan Magalhães, um dos idealizadores da Rede Brasil e sócio da Rede Modelo, com sede em Mato Grosso. Para ele, a transparência na troca de informações é um dos pontoschave para o sucesso do trabalho. “Todo mundo faz bem alguma “ O crescimentO da rede Brasil em númerOs* Perfil Faturamento Varejo anual (milhões R$) Nº checkouts Nº de lojas Nº de funcionários Área de vendas (m²) 2009 8.121.229.246 3.729 272 38.477 432.771 2010 9.142.031.114 4.056 295 41.193 458.918 crescimentO 13% 9% 8% 7% 6% * os dados de 2010 estão projetados e ainda não consideram o Grupo mateus, que se associou em novembro Sem título-1 1 28/12/2010 14:36:43 52 | Estratégia | supeRmeRcado modeRno • jAnEiRo 2011 Rede bRasil s.a. forma de atuação da Rede Brasil representa uma experiência única no setor varejista. “O grupo foi maduro desde o começo e não perdeu o foco de que a união não tinha como objetivo pressionar fornecedor”, lembra. “Nos meus perderam o foco em compartilhar experiências e conhecimentos, além de estimular o desenvolvimento próprio e dos demais integrantes. “É um exemplo único porque é um projeto difícil de ser viabilizado, que depende de total desprendimento dos proprietários e abertura de informação. Não dá para simplesmente pensar em ganhar”, afirma. o grupo desenha agora o planejamento estratégico para os próximos cinco anos. o futuro reserva novas realizações. vinho doña dominga exposto em ponta de gôndola: mais de 32 mil caixas importadas diretamente 30 anos no meio acadêmico, não vi nenhum projeto como o da Rede Brasil. É uma troca de experiências sem precedentes e que possibilita um aprendizado fantástico”, afirma, animado. Para Rojo, o conceito da Rede Brasil deu certo e se fortaleceu justamente porque os sócios não entrada de novos sócios Manual trará regras para admissão Para que todo esse entrosamento seja mantido, a rede tem muito cuidado ao avaliar o ingresso de novos sócios. No período de produção desta reportagem, a Rede Brasil se preparava para aceitar um novo associado, o Grupo Mateus, empresa com sede no Maranhão e cerca de R$ 2 bilhões de faturamento. A aceitação foi unânime porque a forma de trabalho e os valores da empresa maranhense já eram conhecidos por todos. Para as próximas avaliações, a rede decidiu criar um manual de admissão. O documento ainda está em produção, mas Monte adianta que transparência é um quesito fundamental, assim como ter força no varejo local e não ser concorrente direto de outros associados. Será exigido ainda alinhamento com os valores da Rede, entre os quais respeitar os interesses do grupo, estabelecer acordos com fornecedores e compartilhar os benefícios com os demais parceiros. Para traçar os próximos cinco anos, um planejamento estratégico foi encomendado à Fundação Dom Cabral. Altevir Magalhães lembra que o futuro pode reservar inúmeras possibilidades, entre elas, negócios conjuntos, cartão de crédito próprio e realização de seguros com a mesma apólice. Enquanto isso, o grupo continua perseguindo (e alcançando) vantagens mútuas, crescimento e eficiência. sm divulgAção mai s i nfO rmações coop: www.coop-sp.com.br francisco rojo: [email protected] modelo: www.modeloiga.com.br rede Brasil: www.rbsm.com.br Sem título-3 1 27/12/2010 13:14:52 54 | Supermercado moderno • janeiro 2011 megamercado M&M’s agora no celular Em novEmBro, a Marba estreou dois comerciais em rede nacional. Um dos filmes, intitulado “Fatia”, começa com cenas de uma mulher admirada, até que aparece o motivo de todo o encanto: uma fatia de mortadela. Nas imagens seguintes, ela saboreia o produto, enquanto se ouve a voz do locutor dizer: “Um aroma irresistível. Muito mais sabor. Marba. É muito mais mortadela”. O filme termina com imagens dos produtos em suas novas embalagens. mm divulgação divulgação Marba está de volta à TV Em Busca dE intEratividadE com os consumidores, a Mars, em parceria com a Sony Ericsson, lançou um celular com informações dos chocolates M&M’S: o modelo W100 M&M’S, que, a princípio, será vendido exclusivamente nas Lojas Americanas. A ideia é estimular a proximidade do consumidor com a marca, já que o celular faz parte da rotina dos brasileiros. Os telefones móveis vêm em embalagens personalizadas. Além disso, traz nove receitas exclusivas, todas com M&M’s entre os ingredientes, além de possibilitar download de papéis de parede para computador com a dupla Vermelho e Amarelo. Preço sugerido: R$ 349. mm | 55 Já Está nas gôndolas a linha de cafés Bom Dia com nova identidade visual. As mudanças buscam fortalecer a marca no ponto de venda, com maior destaque para a logomarca. Para isso, o tamanho das letras foi ampliado e elas ganharam traços mais leves e contemporâneos. As embalagens também trazem frases para criar uma sinergia maior com o consumidor, como: Seu café delicioso! no Tradicional, Delícia de Café Forte! no Extra Forte e Delícia de Aroma e Sabor! na nova versão Superior. A expectativa é aumentar em 30% as vendas neste ano. mm 3 Corações aposta forte na marca Frisco Em 2009, Frisco, que pertencia à Unilever, foi adquirida pela 3 Corações. Desde então, o grupo investiu um total de R$ 45 milhões em pesquisas, planejamento e inovação para reposicionar a marca entre os líderes do segmento. A verba compreende a construção de uma fábrica em Mossoró (RN), o aprimoramento do produto e também a reformulação total das embalagens. Além disso, após 12 anos ausente da mídia, a marca de sucos reestreia em campanha publicitária nacional para divulgar as novidades das versões normal e zero do produto. mm divulgação divulgação Café Bom Dia muda para vender 30% mais em 2011 Sem título-3 1 27/12/2010 13:18:42 57 Categoria Supermercado moderno • janeiro 2011 em busca de praticidade consumidor migra de categorias E Por Viviane Sousa | [email protected] m vez de suco concentrado, suco pronto. No lugar do extrato e da polpa, o molho de tomate. A troca de um polpa/ Suco 16,8% produto que exige mais purê 15,9% concentrado extrato tempo de preparo por -4,8% outro, já pronto, é cada vez mais comum -7,4% Suco nos lares brasileiros. E isso se deve à corremolho pronto pronto ria do dia a dia e ao aumento do po-21,7% der de compra do brasileiro. Para o varejista, a substituição significa mais dinheiro no bolso, já que as versões prontas são mais caras e aceitam marO brasileiro está gens maiores. Márcio Muniz, consultor da Integratrocando produtos básicos tion, lembra, contudo, que as categorias básicas não devem ser retiradas das gôndolas. Boa parte delas por versões já prontas para o consumo. ainda tem participação significativa nas vendas e Está na hora de rever o mix e apostar no algumas se mantêm na liderança. "Em muitas regiões a substituição está só começando," diz ele. O que garante maior lucro. ideal é entender o mercado local para, então, mudar a participação dos produtos nas prateleiras. mercado caiu 4,8% em volume, enquanto o de sucos prontos cresceu 16,8%, segundo dados NielEntEnda os sucos sen. A Ebba (Empresa Brasileira Apesar de render mais e custar menos do que os de Bebidas e Alimentos), dona prontos, o suco concentrado tem caído nos últimos das marcas Maguary e Dafruta, anos. De dezembro de 2009 a setembro de 2010, o atribuiu a queda dos concentra- sobem as vendas Período: dezembro de 2009 a setembro de 2010 | fonte: nielsen cai o consumo 58 | Categoria | Supermercado moderno • janeiro 2011 SuBSTITuIÇÃo de caTeGorIaS caiu 10% na sua loja, e os sabores de menor saída chegaram a perder o prazo de validade por falta de giro. "Tivemos de reduzir a participação dessas versões nas prateleiras para não ter prejuízo", conta. dos à busca por praticidade, mas também à alta no preço das frutas. Só em 2009, o produto subiu 8% ao consumidor, puxado pela queda nas safras de maracujá e caju, os sabores mais vendidos. "O consumidor não enxerga que o preço por litro é inferior ao da versão pronta (com 500 ml, preparam-se cinco litros de bebida)," diz Antônio de Souza, gerente de uma das oito lojas da rede Futurama (SP). "O cliente leva a bebida pronta por acreditar que é mais barata", acrescenta. Nos últimos anos, o consumo de concentrados interior ainda QUer ConCentrados Embora as vendas tenham caído, o suco concentrado continua presente em cerca de 40% dos lares, conforme dados da Nielsen. Isso significa que não podem ser eliminados das gôndolas, principalmente nas regiões interioranas, onde costumam ter maior saída. Segundo a Ebba, a região que inclui interior do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais responde por 60% do consumo de seus sucos concentrados; o interior de São Paulo, por 22%. De acordo com os fabricantes, o ideal é dedicar, no mínimo, 20% do espaço para a linha de concentrados. Lojas os números do consumo de sucos voltadas para a baixa renda podem fonte: nielsen aumentar a área de exposição, já 2009 que esse público é responsável por 2010 24,6 65,9% milhões 39% das compras. Outra recomen22,6 61% milhões dação é expor os sabores caju e maracujá nas extremidades das 40,6% 38,9% 15 gôndolas, para que o público entre milhões 14,5 milhões em contato com todas as opções enquanto procura os sabores preferidos. Estimule a compra com suco suco suco suco exposição nas áreas de padaria, concentrado concentrado pronto pronto hortifrútis e de bebidas alcoólicas. PREsEnÇa nos LaREs nÚMERo dE doMIcÍLIos coMPRadoREs EntEnda os atoMatados Variação das vendas por região (de dezembro de 2009 a setembro de 2010 - volume) suco PRonto nordeste es, mG e interior do rJ Grande rio de Janeiro Grande sÃo PaUlo interior de sÃo PaUlo Pr, sC e rs norte e Centro-oeste 19,7% suco concEntRado -1,6% 14,3% 17,6% 1,4% -5,1% 11,2% -4,8% 12,3% -6,7% -13,7% 24,7% 20,4% -23,1% Entre os atomatados, a única categoria em crescimento é a de molho pronto. De dezembro de 2009 a setembro de 2010, o volume de vendas teve alta de 15,9%. Enquanto isso, extrato e polpa/purê de tomate caíram 7,4% e 21,7%, | 59 conforme dados da Nielsen. No autosserviço, a queda foi maior: 8,9% e 21,3, respectivamente. Segundo Eduardo dos Santos, gerente de vendas da Fugini, a substituição dos itens básicos pelos molhos começou com as embalagens sachê. "Elas são 30% mais baratas do que a lata com o mesmo peso (340 g), o que facilita o acesso das classes D e E”, diz. Outro fator que tem contribuído para a valorização dos molhos, na avaliação de Décio da Costa Filho, diretor da Cepêra, é a variedade de versões. “As saborizadas, por exemplo, já representam 15% das vendas de molhos da Cepêra. Em volume, registram alta de nada menos que 20% ao ano,” diz. Também já estão disponíveis no mercado linhas com apelo à saúde, como as versões sem sal, açúcar e gordura trans e saturada. A participação desses produtos no giro ainda é pequena, mas deve crescer nos próximos anos. início do corredor, para estimular as compras. Eles oferecem margem bruta de 40%. Outra dica, essa para todas as categorias, é ficar atento aos lançamentos. Como têm preço maior, são essenciais para rentabilizar a loja. Sm os números do mercado de atomatados fonte: nielsen 2009 80,3% 2010 77,6% 76,4% 76,3% 39% molho pronto molHos aVanÇam Com saborizados extrato 33,3% Purê/polpa PREsEnÇa nos LaREs A presença nos domicílios de extratos e purês/ 29,9 milhões 28,7 28,5 polpas ainda é considerável. Segundo a Nielsen, 28,2 milhões milhões milhões atinge 76% e 39% dos lares. Na rede Koch, seis lojas em Santa Catarina, a participação dos extratos 14,4 nas vendas da categoria é superior à dos molhos milhões 12,4 milhões – 82% contra 18% –. mas o proprietário José Koch reconhece que os molhos vêm crescendo bastante. Para a indústria, a migração é inevitável. “Sempre teremos novidades na linha de molhos, ao contrámolho pronto Purê/polpa extrato rio dos outros atomatados, que não permitem nÚMERo dE doMIcÍLIos coMPRadoREs muitas variações", comenta Décio Filho, da Cepêra. Se na sua loja os molhos Variação das vendas por região (de dezembro de 2009 a setembro de 2010 - volume) ganharam participação, ajuste o espaço e exponha MoLHo PRonto EXtRato PuRÊ/PoLPa nordeste 31,6% - 0,7% - 18,7% os produtos com sabor no Ma I s I n Fo R MaÇÕ Es cepêra: www.cepera.com.br Ebba: www.ebba.com.br Fugini: www.fugini.com.br Futurama: www.superfuturama.com.br Integration: www.integrationconsulting.com Koch: www.superkoch.com.br Grande sÃo PaUlo interior de sÃo PaUlo Pr, sC e rs norte e Centro-oeste - 7,6% 27,3% es, mG e interior do rJ Grande rio de Janeiro 12,5% - 16,2% 16,2% 6,1% - 4,8% - 17,9% 21,1% 13,9% - 2,6% - 27,6% -15,8% - 35,5% - 2,5% -9,0% - 22,4% -33,1% 60 Categoria Supermercado moderno • janeiro 2011 espumantes Consumo o ano todo O volume de vendas em 2010 cresceu em torno de 13% porque o consumo não se limita mais às festas de fim de ano. A mulher é quem mais aprova a bebida, cuja margem bruta chega a 40%. Reserve espaço nas prateleiras. Por Viviane Sousa | [email protected] | N o Brasil, o espumante perdeu o rótulo de bebida típica de festas de fim de ano. Isso porque seu consumo, antes concentrado nos meses de novembro e dezembro, ganhou fôlego ao longo do ano. Em 2005, o período de Natal e Ano Novo representava quase 48% do volume de vendas. Em 2009, essa participação diminuía para 42%. E em 2010, caía ainda mais, registrando 37%, conforme dados do Instituto Brasileiro do Vinho. Graças a essa desconcentração do consumo, as vendas de espumantes cresceram bastante. Em 2009, o volume vendido, tanto de nacionais quanto de importados, aumentou 11,3%, na comparação com 2008, somando 14,4 milhões de litros. Já em 2010, a expectativa era de uma alta de 13,3%, o equivalente a 16,4 milhões de litros. João Ferreira, presidente da vinícola Peterlongo, dona da marca Espuma de Prata, atribui esse desempenho ao aumento da renda do brasileiro, em especial das mulheres. “O número de mulheres no mercado de trabalho cresce a cada dia. Quando fazem uma reunião em casa, diferentemente dos homens, que gostam de cerveja, chope ou vinho, elas preferem uma bebida alcoólica mais leve e fina, como os espumantes. É o que temos constatado em pesquisas”, diz Ferreira. Segundo o empresário, o quesito preço está deixando de ser prioridade na hora da escolha. O consumidor tem optado por versões mais nobres. “A nossa linha de espumantes finos é a | 61 que mais tem crescido nos últimos cinco anos, embora os filtrados doces, mais populares, ainda respondam por 50% a 60% das vendas da empresa,” comenta. NACIONAIS LIDERAM AS VENDAS DESEMPENHO EM SEIS ANOS Vendas de espumantes no Brasil em milhões de litros 10,1 6,7 IMPORTADO 12,2 7,7 3,4 12,9 9,5 2008 FONTE: IBRAVIN 11,8 8,6 3,3 14,4 11,2 3,5 TOTAL 4,6 2006 2005 Dados de novembro e dezembro considerando-se espumantes nacionais 47,9% 45,0% 41,8% 39,8% 41,8% 37,0% (PROJEÇÃO) 2005 Além da preferência feminina pela bebida e do aumento do poder de compra, tem colaborado para a evolução do produto o esforço dos fabricantes em deixá-lo mais adaptado ao paladar brasileiro. A Peterlongo, por exemplo, já produz espumantes mais leves e doces, que, segundo Ferreira, são apreciados pelo consumidor. “Temos o privilégio de ter um solo e clima muito bons para o cultivo das uvas usadas na fabricação de espumantes, o que também ajuda a garantir a qualidade dos produtos nacionais”, defende Luiz Travesso, proprietário da Piagentini. Hoje, a participação dos importados nas vendas é de apenas 28%, diferentemente do vinho, cuja fatia de estrangeiros ultrapassa 75%. “A variedade de marcas e o preço mais em conta ajudam a manter a liderança dos nacionais”, diz Travesso. NACIONAL CAI PARTICIPAÇÃO DO FIM DE ANO NAS VENDAS DE ESPUMANTE 2007 16,4 13,0 3,2 3,4 2009 2010 (PREVISÃO) 2006 2007 2008 2009 2010 FONTE: IBRAVIN Produto em ascensão, o espumante deve ser mantido nos supermercados durante o ano todo. Na rede paulista Futurama, as oito lojas estão sempre abastecidas. Em uma delas, as vendas nos últimos dois anos têm crescido 5% no período de janeiro a outubro. “As pessoas levam a bebida para consumir em aniversários, casamentos e refeições. A procura é crescente e já aumentamos o mix de cinco para dez marcas”, conta Antônio Ferreira, gerente da unidade da Lapa. Como a procura por marcas finas está crescendo, vale a pena checar se isso é realidade junto ao público da loja para reforçar o mix. A indústria afirma que a rentabilidade das versões premium garante maior lucro para o setor de bebidas, já que sua margem líquida é três vezes superior à das bebidas populares. Sm MAI S I NFORMAÇÕES Futurama: www.superfuturama.com.br Ibravin: www.ibravin.org.br Peterlongo: www.peterlongo.com.br Piagentini: www.piagentini.com.br 62 Loja Supermercado moderno • janeiro 2011 corridas e caminhadas Sua loja vai ao pódio divulgação Você quer estimular as pessoas a praticar atividades físicas? Quer melhorar a imagem da empresa e, de quebra, elevar as vendas? É trabalhoso, mas vale a pena. Organize competições esportivas entre os clientes e funcionários e aproveite os resultados. V Por Viviane Sousa | [email protected] irou uma febre. Hoje é grande o número de supermercados que incentivam a prática de esportes entre funcionários e clientes. Embora não exista estatística a respeito, sabe-se que o varejo alimentar aposta nas atividades para aumentar a satisfação e a produtividade da equipe e melhorar o relacionamento com o consumidor. Numa época em que cultivar a saúde e a boa forma virou ‘lei’, nada mais apropriado do que mobilizar o público. A empresa ganha pontos para a imagem e alegria para o coração. Afinal, todo mundo gosta de fazer o bem. Um bom exemplo vem do GPA (Grupo Pão de Açúcar), um dos pioneiros nesse tipo de iniciativa. A empresa, que tem 600 lojas, desenvolveu um programa de esportes tão bem desenhado, que sua marca já está associada a hábitos saudáveis. Para Abilio Diniz, presidente do conselho administrativo do Grupo, ele próprio um praticante apaixonado de esportes, a boa imagem da empresa é resultado da disseminação de valores positivos para a vida. Quem também acredita no papel social dos supermercados é a rede Cardoso, três lojas em Salvador (BA), que há cinco anos realiza a Corrida e Caminhada Solidária. “Nosso consumidor veste a camisa do evento”, afirma Márcio Cardoso, proprietário. Ele lembra que, além de estreitar o relacionamento com o público, a iniciatino pão de açúcar, o presidente abilio Diniz puxa va estimula o consumo de alimentos as competições patrocinadas pela empresa saudáveis. “As vendas de vários itens | 63 aumentam nas semanas que antecedem a corrida”, diz. A corrida atrai mais de 1.500 atletas e integra o calendário oficial da Federação Baiana de Atletismo. Outras redes têm exemplos similares e mobilizam a comunidade local em eventos com o patrocínio de fornecedores. É o caso da paulista Coop, 30 unidades, e de outra baiana, a Perini, oito lojas. “Qualidade de vida é um valor que o cliente busca e por isso as empresas têm se mobilizado,” diz Marco Quintarelli, da Azo Negócios. a corrida da rede baiana cardoso atrai todos os anos 1.500 atletas, inclusive cadeirantes As maratonas e caminhadas estão entre as ações mais indicadas para quem quer estimular a prática de esportes. Elas não impõem restrições à idade e condição física (na rede Cardoso até portadores de deficiência física competem) e mobilizam um número significativo de participantes. Para obter sucesso é preciso, em primeiro lugar, definir o porte do evento. Competições com 1 mil ou mais participantes exigem uma estrutura grande e trabalhosa. Nesse caso, é recomendado contratar uma empresa especializada nesse tipo de evento. O Mexa-se – Encontro de Corrida e Caminhada, promovido pela Coop, é coordenado por um clube de corridas. A última edição, que aconteceu em 2010, contou com cerca de 17 mil participantes. Se o número de atletas for inferior a 1 mil, a própria equipe da loja poderá organizar a competição. Caberá a ela definir a forma de inscrição, que pode ser pela internet ou na loja. Deve-se ainda estabelecer se a corrida será de revezamento ou não e se terá diferentes categorias, que podem ser definidas por sexo ou idade. Na corrida do Cardoso, há uma única largada e várias categorias. Para evitar confusões na linha de chegada, cada competidor recebe um chip, que cronometra o tempo, identifica a categoria e armazena dados, como nome e idade do participante. Quando o atleta passa pela linha de chegada, sua posição na prova fica registrada. Defina o circuito Da competição Outro ponto a ser decidido diz respeito ao circuito da competição, que pode ser fechado ou aberto. Se você optar pelo trajeto fechado, a dica é fazer convênios com clubes, prefeitura ou governo para ter acesso a estádios ou parques. Procure levar em conbrasileiro quer que supermercados estimulem atividades físicas É o que mostra uma pesquisa exclusiva feita pelo instituto Around Research para SM. Dos 500 participantes, 84% disseram que gostariam de ver em supermercados algum projeto voltado à saúde, em especial aqueles dirigidos a atividades físicas. O levantamento, feito pela internet, contou com a participação de consumidores de todo o País, com idade entre 24 e 50 anos, sendo predominante a classe B. divulgação como organizar o evento 64 | Loja | Supermercado moderno • janeiro 2011 sideração o tamanho do evento e as condições do local na hora da escolha. Uma que costuma ter circuito fechado é Fornecedores a Corrida Pão de Açúcar podem ser bons Kids, que contou com a de cinco mil patrocinadores, participação crianças de 2 a 12 anos, desde que na edição de 2010. “Presuas marcaS ferimos área fechada para garantir a segurança dos e produtoS competidores”, conta Retenham algum nata Gomide, gerente do Outra alterapelo à programa. nativa é o circuito aberto Saúde em ruas e avenidas. Nesse caso, o local deve ser interditado para evitar o tráfego de veículos. Você deve buscar autorização da prefeitura, que também pode contribuir com paramédicos, ambulâncias e policiais. Para definir o trajeto é importante a corrida seguir critérios de segurança. pão de açúcar Kids As ruas não podem ser muito mobiliza 5 sinuosas, estreitas ou cheias de mil crianças e conquista pais e mães. bom para a imagem. divulgação eSporte no mexa-se, da coop, o percurso é cercado com grades para evitar invasão do público buracos. Convém cercar com grades as áreas que apresentam risco de invasão do público que assiste. Na Maratona Pão de Açúcar de Revezamento, cujo percurso total é de 42 km, foram utilizados 11.500 metros de grades. O evento é um dos maiores da categoria e já está em sua 18ª edição. Só no ano passado, reuniu mais de 32 mil competidores, na capital paulista. É imprescindível que, ao longo do percurso, sejam instalados postos de água, sucos naturais e isotônicos para atender aos atletas. Na última edição da Corrida Pão de Açúcar Kids, os cinco mil participantes consumiram 48 mil copos de água. divulgação não Deixe De buscar patrocínio Caminhadas e corridas demandam um bom investimento. Mas é possível reduzir os custos com o patrocínio de fornecedores. A rede Cardoso monta uma proposta para enviar a seus fornecedores, com imagens e dados do projeto, além de objetivos e resultados. “No acordo, as empresas entram com parte do capital e nós com espaço no jornal de ofertas, além de exposição privilegiada dos produtos nas lojas. No dia do evento, os fornecedores tam- bém podem montar stands de marketing”, conta Márcio, proprietário. Outra maneira de levantar recursos é recolher taxa de inscrição. A rede Perini cobra R$ 85 pela participação no Desafio Perini 10 K, porém permite que esse valor seja resgatado em compras pelos clientes que têm cartão fidelidade. “Com a iniciativa, cresceu a emissão do cartão, o que é vantajoso para o negócio”, diz Roberto Adami, proprietário. Em 2010, o Desafio reuniu mil participantes, inclusive atletas profissionais, como a corredora Marili dos Santos. escoLHa o prÊmio Toda competição precisa prever a entrega de troféus e medalhas, alternativa de baixo custo, que deixa o competidor feliz. Se o patrocínio for bom, aposte também na entrega de prêmios. A rede Cardoso conseguiu oferecer R$ 3 mil para o vencedor de cada categoria, na última edição de sua Corrida e Caminhada Solidária, graças ao apoio de mais de 15 patrocinadores. “O prêmio em dinheiro dá maior visibilidade à iniciativa”, garante Márcio. Para deixar o evento ainda mais parecido com as maratonas profissionais, procure distribuir também kits para os atletas com camiseta, número do peito, toalhas, brindes dos patrocinadores e lanches. No Desafio Perini 10 K, além do kit, a rede monta uma espécie de Spa e lounge para que os atletas possam relaxar e se alimentar. “Também fazemos parceria com um clube de esportes, onde os inscritos treinam mediante o pagamento de uma taxa simbólica”, diz Adami. iNceNtivo solidÁrio A trelar os projetos esportivos da sua loja a ações solidárias vai ajudar a atrair patrocinadores. Fazer isso é simples. A rede Perini (BA), por exemplo, solicita aos participantes a doação de alimentos não perecíveis no ato da inscrição para participar do Desafio Perini 10 K. “Posteriormente destinamos todos os produtos arrecadados a instituições carentes da região. A comunidade e os nossos fornecedores veem isso com bons olhos, o que ajuda a valorizar a imagem da empresa”, garante Roberto Adami, gerente-geral da rede. divulgação | 65 no Desafio perini 10 K existe espaço para comes e bebes depois da corrida Com tudo planejado, é hora de fazer a melhor execução. Mantenha profissionais prontos para checar se tudo está em ordem, atender patrocinadores, resolver problemas. Também não se esqueça de divulgar o evento em jornais, rádio e TV. Prepare um texto sobre o que vai acontecer: regras, prêmios, data e locais de inscrição e competição. Após o evento, forneça para a imprensa fotos e nomes dos vencedores, além de dados sobre o número de participantes. Com a divulgação, você garante boa visibilidade para a marca, além de maior participação no evento do ano seguinte. Competições têm de ter regularidade, para sua loja ficar no coração do consumidor. Sm Já está disponível na editoria Loja, do portal SM (www.sm.com.br), uma matéria com dicas de outras modalidades esportivas que podem fazer parte do seu programa de incentivo à prática de atividades físicas. Confira. MAI S I NFORMAÇÕES Azo Negócios: www.azonegocios.com.br Cardoso: www.supermercadoscardoso.com.br Coop: www.coop-sp.com.br Grupo Pão de Açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br Perini: www.perini.com.br novos produtos 66 | Supermercado moderno • janeiro 2011 Zaeli Veja une sensações e emoções amplia linha de produtos naturais Informações: 0800 442288 diVulgação diVulgação A linha natural da Alimentos Zaeli passa a contar com a Aveia em Flocos, lançamento que chegou às gôndolas dos supermercados de todo o País em dezembro. O novo produto, em embalagem de 250 g, é 100% natural, rico em fibras e fonte de ferro e proteínas. Agora com 11 itens, a linha natural da empresa é voltada para consumidores que buscam manter uma vida saudável e uma alimentação equilibrada. Tudo com intuito de obter melhor qualidade de vida. Afinal, são produtos que não passam por processos químicos, o que garante a preservação dos nutrientes. A Reckitt Benckiser realizou diversas pesquisas para verificar as fragrâncias mais agradáveis às mulheres e, assim, desenvolveu uma fórmula para a nova linha Veja Perfumes Sensações. A promessa é de eficiência na limpeza com essências especiais que perfumam a casa e estimulam os sentidos. A nova linha foi baseada em perfumaria fina, agregando valor ao produto. As versões disponíveis são: bouquet & suavidade, frutas vermelhas & paixão, limão & refrescância, campo & ar puro, flor suave & carinho, flores & sonho e lavanda & bem-estar. Informações: 0800 7030304 tratamento para os cabelos diVulgação Seda renova linha de Em busca de proporcionar tratamento intensivo dos cabelos femininos, a marca Seda, da Unilever, criou, com os maiores experts em cabelos do mundo, novas fórmulas para a linha de cremes de tratamento. A novidade agrega valor aos produtos, já que oferece forte hidratação, economia de tempo e facilidade, pois a consumidora pode fazer tudo sozinha em casa, sem a necessidade do uso de touca térmica. São nove versões, sendo que cada pote (400 ml) custa, em média, R$ 5,90. Informações: 0800 7074471 | 67 activia aposta em sobremesas diVulgação Buscando diversificar o portfólio da marca, geralmente associado ao café da manhã com iogurtes e bebidas lácteas, a Danone lançou a linha de sobremesas Activia. O produto chega em dois sabores: Papaya com Cassis e Torta de Limão. O preço sugerido é de R$ 2,49 a bandeja de 200 g. Informações: 0800 7017561 Palmolive agora sem sal e em PeT diVulgação linha Segundo a pesquisa U&A 2006 (Uses and Atitudes, de hábitos de consumo feita pela L’Oréal), 70% das mulheres brasileiras gostariam de ter cabelos lisos. Para atingir esse objetivo, cresce o número das que utilizam tratamentos, como a escova progressiva, que deixa os fios mais frágeis. Com isso, os salões ganham duas vezes vendendo produtos especializados. Alinhada a essa tendência, a ColgatePalmolive decidiu reagir relançando a linha Palmolive Naturals com novas fórmulas sem sal. Outra novidade está na embalagem, agora feita de plástico PET. Essa mudança permite à companhia deixar de consumir 120 toneladas de plástico ao ano. No ponto de venda, o lançamento tem ação por meio de promotoras e apoio de materiais, como displays, clip strip, wobblers e tabloides conceituais que destacam as novidades da marca. Informações: 0800 7037722 69 RH Supermercado moderno • janeiro 2011 assédio moral proteja sua empresa Se você não tem problemas, ótimo. Mas mesmo assim tome cuidado. As ações envolvendo empresas acusadas de assédio são cada vez mais comuns. Uma grande rede nacional foi multada em R$ 1 milhão. A ssédio moral é coisa séria. Que o diga uma das maiores redes do País, condenada a pagar R$ 1 milhão por ter ofendido funcionários. Embora ainda caiba recurso, a condenação, de junho de 2010, foi imposta por uma juíza, ao julgar procedente pedido do Ministério Público do Trabalho em São Paulo, em ação ajuizada pela Procuradoria do Trabalho. Segundo a procuradoria, “o assédio moral praticado pela empresa ocorre em várias de suas lojas em todo o território nacional e se caracteriza como ofensa à honra e à imagem da pessoa. Causa constrangimento e humilhação mediante acusações infundadas e ameaças de dispensa por justa causa, Por Patricia Büll | [email protected] para coagir os empregados, inclusive terceirizados, a formalizar pedido de demissão.” A indenização, se confirmada, será revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador. O problema não se limita à empresa multada. Na verdade é mais comum do que se imagina. De acordo com dados da Conferência Internacional sobre Assédio Moral, realizada no Rio de Janeiro no ano passado, os casos de assédio moral cresceram 500% de 2008 para 2009. Em São Paulo, em igual período, a alta foi de 350%. E no Paraná, de 260%. 70 | RH | Supermercado moderno • janeiro 2011 aSSÉdIo moraL o QUe É aSSÉDio Moral Quais são as penalidades A advogada Eliana Saad, do escritório Saad & Castello Branco, explica o que é assédio moral: "imagine um supervisor que apelida de “lerdo” um funcionário que não consegue alcançar as metas. Se a atitude for isolada, trata-se de uma situação de humilhação, mas não de assédio. Entretanto, se essa humilhação ocorrer repetidas vezes, por dias seguidos ou mesmo meses, sempre direcionada à mesma pessoa e com a intenção de forçar um pedido de demissão, aí, tratase de assédio moral”. A degradação intencional das condições de trabalho, o isolamento de um funcionário quando do retorno de um acidente de trabalho, ou seu deslocamento para uma função aquém O que fazer para evitar o assédio » criar um regulamento interno sobre ética que proíba todas as formas de discriminação e de assédio moral » diagnosticar o assédio, identificando o agressor, investigando seu objetivo e ouvindo testemunhas » Tentar modificar a situação, reeducando o agressor. Não sendo possível, deverá ser adotada medida disciplinar e até a demissão » criar uma ouvidoria ou um comitê de clima organizacional para identificar rapidamente casos de assédio » dar treinamento aos gestores de técnicas de assertividade e feedback » criar um manual de conduta ou código de ética de suas habilidades, também podem ser definidos como assédio. “Ainda não existe uma lei federal para regular a questão, o que dificulta o seu entendimento, mas existem mais de 80 projetos de lei sendo discutidos em todo o País", diz Eliana. Uma pesquisa da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho mostrou que 79% dos juízes apontaram a necessidade de regulamentação do assédio em lei para dar segurança nos julgamentos. Hoje, a interpretação é subjetiva. Em caso de condenação, a empresa fica sujeita a pagamentos de indenização e até recontratação do funcionário. aSSÉDio enTre FUncionÁrioS empresas também podem ser responsabilizadas Ao contrário do que ocorre com o assédio sexual, que se caracteriza por uma relação de poder entre chefe e subordinado, o assédio moral pode ocorrer entre funcionários que ocupam cargos iguais ou tenham o mesmo nível hierárquico. Mas com um detalhe: é a empresa, responsável por todos os seus colaboradores, que poderá ser acionada. A advogada reconhece que muitas vezes os patrões desconhecem as pressões adotadas pelas chefias. “Isso é muito comum em grandes redes supermercadistas, pois fica difícil acompanhar cada gestor e a maneira como ele realiza as cobranças. Mas é por isso que deve existir uma política de recursos humanos para evitar os abusos”, diz. FeeDBacK aoS FUncionÁrioS a técnica ajuda a combater o problema Criar um canal de comunicação, seja por meio de uma ouvidoria ou de um comitê de clima organizacional, é o caminho para diminuir o risco de ações de assédio moral. Esses comitês devem ser formados por pessoas de credibilidade entre os funcionários, para que todos estejam seguros de ter a 72 | RH | Supermercado moderno • janeiro 2011 aSSÉdIo moraL back. Isso para que os superiores estejam preparados e saibam evitar situações de conflitos. “Também temos um canal de comunicação específico para a liderança, através do qual passamos informações. Todas as ações a respeito do assédio moral são apoiadas pelo nosso Departamento Jurídico, que é atuante e comprometido com esse assunto”, diz Caroline. Ao contrário de algumas empresas, que optam por eliminar do recrutamento de pessoas aquelas com perfil agressivo, a Coop apenas as coloca em funções que aceitam esse tipo de comportamento. Compradores, por exemplo, podem ser mais agressivos para negociar com os fornecedores. “Acreditamos na diversidade e, por isso, capacitamos os gestores para lidar melhor com os diferentes tipos de perfis, potencializando os talentos de cada colaborador”, afirma a coordenadora Caroline. evitar a contratação de pessoas agressivas pode reduzir o risco de assédio moral. Mas algumas empresas preferem alocar esses profissionais para funções que aceitam abordagens mais duras. identidade preservada e de contar com a investigação da empresa. Treinamentos voltados para o gerenciamento de pessoas também ajudam a preparar os gestores a lidar com seus subordinados. Esse foi o caminho escolhido pela Coop – Cooperativa de Consumo, com 29 unidades no ABC paulista e interior de São Paulo. De acordo com Caroline Pinto, coordenadora de RH, a rede oferece treinamentos em temas como assertividade e técnicas de feed- | 73 Tolerância zero no Prezunic assédio é punido com demissão Na rede carioca Prezunic, 70 lojas e sete mil funcionários, os casos de assédio moral são sempre coibidos. “É mais comum demitirmos colaboradores por casos de maus-tratos do que pelo não cumprimento de metas”, comenta o diretor da rede, Genival Bezerra. “A chefia é bem orientada sobre como lidar com seus comandados. Inclusive abordamos o tema na palestra de integração dos novos líderes. Regularmente fazemos ainda reuniões com os gestores para lembrá-los da importância do respeito no trato com o outro”, diz Bezerra. Outra orientação da empresa é que as abordagens sobre metas sejam feitas em grupo, de forma bem leve. Todos esses cuidados, entretanto, não impediram que a rede fosse julgada por assédio moral. Bezerra conta que um funcionário da reposição entrou com uma ação alegando assédio moral por parte de um segurança. “Acabamos absolvidos, pois o juiz entendeu que a abordagem foi apenas dura, mas reforçamos a doutrinação. É preciso sempre acompanhar as pessoas ", afirma. Sm Quando o assédio dá justa causa E mbora raro, os casos de assédio podem partir de um subordinado para o chefe. Segundo a advogada especialista em áreas cível e trabalhista, Eliana Saad, isso ocorre quando um subordinado passa a fazer ofensas inverídicas contra seu superior. Por exemplo, dizer que o chefe da contabilidade faz desvio de verba e passar essa afirmação a outras pessoas, com a clara intenção de prejudicar a moral e credibilidade do outro. “Se ficar comprovado esse tipo de situação, o subordinado poderá receber uma advertência, suspensão ou chegar à demissão por justa causa, dependendo da gravidade do caso”, afirma Eliana. 74 | Supermercado moderno • janeiro 2011 cenas do varejo Painel de anúncios divulgação Na loja de Campinas do Enxuto Supermercados, a oferta de serviços aos clientes não se restringe à operação comercial. Aos frequentadores interessados em anunciar um imóvel, por exemplo, a unidade disponibiliza um painel de classificados. Fica no corredor à frente dos checkouts e costuma ser alvo constante de consultas. EnviE umA Foto curioSA do pASSAdo ou prESEntE pArA o E-mAil: [email protected] Sm SElEcionArá AS mElhorES. Sem título-3 1 27/12/2010 09:46:25 Sem título-3 1 27/12/2010 09:46:55