Gaëtan Tremblay
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Gaëtan Tremblay
Gaëtan Tremblay Codirecteur du GRICIS Université du Québec à Montréal CANADA L’Amérique, terre d’utopies Les défis de la communication sociale --------------------------------- 2 Salvador de Bahia, Brésil, 1er et 2 septembre 2002 Allocution d’ouverture Gaëtan Tremblay GRICIS, UQAM 3 Senhor pro-reitor, Monsieur le ministrre-conseiller, Prezados colegas, O famoso historiador britânico Eric Hobsbawn dizia em entrevista ao jornalista italiano Antonio Polito, publicado num livro em 2000 : A encosta técnica da mundialização precisa de um alto nivel de estandardização et de homogeneização. Um dos grandes desafios do século XXI será determinar os limites aceitáveis de tal uniformização, mas além dos quais consequências ocorrerem, e até qual ponto é susceptível acomodar-se da diversidade do mundo1. Diante das forças de estandardização e de homogeneização que resultam do processo da mundialização, diante dos desafios que leva o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da comunicação, este colóquio, em seu título mesmo, propõe investigar a capacidade dos povos americanos, que têm demonstrado muitas vezes no passado, de crear utopias. Acabou o tempo das utopias, das ilusões poéticas ? Seria melhor indagar soluções mais concretas, mais prácticas para opor-se aos interesses econômicos e políticos que abastecem o processo da globalização ? É utópico o intento de preservar a diversidade do mundo ? Que signifie ce retour à l’utopie, manifesté entre autres par l’augmentation du nombre de titres consacrés au sujet ? L’utopie n’avait-elle pas été enterrée avant même qu’on ne décrète la fin des idéologies et celle de l’histoire ? Comme l’explique le philosophe allemand Peter Sloterdijk, 1 « En même temps, le versant technique de la mondialisation requiert un haut degré de standardisation et d’homogénéisation. Un des grands défis du XXIe siècle sera de déterminer les limites acceptables de cette uniformisation, au-delà desquelles un contrecoup se produirait, et jusqu’à quel point elle est susceptible de s’accommoder de la diversité du monde » (Hobsbawn, Eric J., Les enjeux du XIXe siècle. Entretien avec Antonio Polito, Bruxelles, Éditions Complexe, 2000, p. 77) 4 théoricien de la mobilisation et critique de la politique cinétique, dans une entrevue accordée à Fabrice Zimmer et publiée dans le Magazine littéraire2, le récent intérêt pour l’utopie prend une connotation différente de celle qu’on lui prêtait il y a quelques décennies. Dans les années 70, c’est sous son aspect négatif qu’on traitait de l’utopie : l’utopie comme illusion ! Sloterdijk propose d’y voir maintenant une certaine reconnaissance de la nécessité du rêve éveillé, malgré la lucidité imposée par les désenchantements successifs. C’est l’utopie positive, l’utopie comme motivation. L’Amérique est-elle encore un lieu de formulation d’utopies, au sens positif du terme ? Quel rôle y jouent la communication, les technologies d’information et de communication ? Of course, by inviting you to consider the positive function of utopias, the organizers of this conference do not mean that we should blindly support all kinds of imagined worlds on the premises that they can motivate people to move forward. To the contrary, we should continue to analyze and deconstruct the dominant neo-liberal and technological utopias, based on the mere belief in market forces and technological power. These are misleading discourses that do not stimulate personal and collective drive to create a better world but rather to expect it from abstract and external factors. The opening ceremony is not exactly the proper moment to deepen such serious topics. Don’t worry, I stop here and won’t elaborate my reflexions. Even if everyone is not expected to give a paper addressing directly the relations between utopia and communication, I am sure that we will have many opportunities to discuss further the subject during the coming days. 2 Sloterdijk, Peter, « L’utopie a perdu son innocence », propos recueillis par Fabrice Zimmer, Le Magazine littéraire, no 387, mai 2000, p. 54-57 5 Ha cinco anos que o professor Marques de Melo me falou por primeira vez, no congresso da INTERCOM em Santos, da necessidade de planear um encontro para pesquisadores brasileiros e canadenses em comunicação. E quando a presidente actual, a professora Cicilia Peruzzo, me convidou o ano passado a organizá-lo com a professora Licia Soares de Souza, me lembrei do que me afirmou um dia Edgard Rebouças : « Não é possível recusar algo ao professor Marques de Melo ». Como Brasil e Canada têm bastante que fazer com o conflito entre Embraer e Bombardier, achei que fosse melhor contestar positivamente. Agora que estamos aqui com um programa de alto nível, graças a vocês tudos, acredito que a INTERCOM tomou iniciativa excelente que aguardo muito produtiva. Para terminar, deixo a palavra a dois poetas e cantores do meu pais que expresam muito bem a ambivalência diante das utopias : a esperanza que leva a fé nelas mas ao mesmo tempo a tristeza que produz a lucidez. The first one is the internationally famous Leonard Cohen who is, as you know, a Canadian born in Montreal. The excerpt that I briefly quote is part of "Democracy", part 3, The American Dream, from his 1992 album The Future : I'm sentimental, if you know what I mean: I love the country but I can't stand the scene. And I'm neither left or right I'm just staying home tonight, getting lost in that hopeless little screen. But I'm stubborn as those garbage bags that Time cannot decay, I'm junk but I'm still holding up this little wild bouquet: Democracy is coming to the U.S.A. 6 Le second est un poète québécois, Raymond Lévesque, dont la chanson que je cite, « Quand les hommes vivront d’amour », traduite en plusieurs langues, est l’une des chansons francophones les plus mondialement connues : Quand les hommes vivront d'amour, Il n'y aura plus de misère Et commenceront les beaux jours Mais nous nous serons morts, mon frère Quand les hommes vivront d'amour, Ce sera la paix sur la terre Les soldats seront troubadours, Mais nous nous serons morts, mon frère Será meu prazer oferecer, como testemunho de amizade Brasil Canada, à presidente da INTERCOM, Cicília Peruzzo, e ao presidente de honra Jose Marques de Melo, que falam bem inglés, uma cópia do disco de Cohen; e à coorganizadora do colóquio, Licia Soares de Souza, e ao coordenador, Edgard Rebouças, que prefirem o francés, cópia do disco de Raymond Lévesque. Obrigado. Gaëtan Tremblay Salvador de Bahia Le 1er septembre 2002