Apito Dourado: Pinto da Costa foi indiciado por corrupção
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Apito Dourado: Pinto da Costa foi indiciado por corrupção desportiva há três anos Fonte: futebolar.portugalmail.pt por Lusa 1 Dezembro 2007 O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, viu o seu nome envolvido no processo "Apito Dourado" praticamente há três anos, que se cumprem segunda-feira, e desde então foi constituido arguido por corrupção desportiva pelo menos três vezes. O líder portista, que alegadamente terá sido informado da segunda vaga de detenções do "Apito Dourado" e se ausentou para Espanha, apresentou-se de livre vontade no Tribunal de Gondomar a 03 de Dezembro de 2004 e, à noite, assistiu no Estádio do Dragão à derrota do FC Porto com o Beira-Mar (1-0). Pinto da Costa, que voltou ao Tribunal quatro dias depois, viu serem-lhe imputados cinco crimes: dois de corrupção activa desportiva, dois de tráfico de influência e um de falsificação de documentos. O presidente da SAD portista ficou impedido de contactar com o administrador Adelino Caldeira, com os elementos dos órgãos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), com outros arguidos no processo e ao pagamento de uma caução de 125 mil euros. A detenção de que Pinto da Costa diz ter sido alvo para inquérito, a 03 de Dezembro, no âmbito do "Apito Dourado" levou-o a interpor uma acção cível, tendo como argumento a ilegalidade da acção, na qual reclama ao Estado uma indemnização de 50 mil euros. Curiosamente, e após um primeiro adiamento, o julgamento está marcado para terça-feira no Tribunal de Gondomar. Pinto da Costa defende ter sofrido tratamento vexatório por parte das autoridades e danos elevados à sua imagem. Apesar de ouvido no âmbito do "Apito Dourado", Pinto da Costa, implicado noutros processos paralelos, não integra a lista de 24 arguidos acusados de 183 crimes que irão a julgamento do processo mãe a 11 de Fevereiro de 2008. Escassas horas antes de Pinto da Costa ser ouvido em Dezembro de 2004, também o árbitro Jacinto Paixão e os assistentes José Chilrito e Manuel Quadrado foram constituídos arguidos pela juíza de instrução Ana Cláudia Nogueira. No dia anterior, o árbitro Augusto Duarte e o empresário de futebol António Araújo foram chamados a prestar declarações ao Tribunal de Gondomar, no âmbito do caso de alegada corrupção no futebol português. O caso "Apito Dourado" resulta de uma operação da Polícia Judicíária (PJ) que conheceu a luz do dia a 20 de Abril, a escassas semanas do inicio do Euro2004, com a detenção do então presidente da Liga de Clubes, Valentim Loureiro, entre outros. Juntamente com Valentim Loureiro foram detidos o seu vice-presidente na câmara de Gondomar José Luis Oliveira, então presidente do Gondomar Sport Clube, Pinto de Sousa, na altura presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, e sete árbitros. Desde a sexta-feira em que entrou no Tribunal de Gondomar "escoltado" por elementos da claque "Super Dragões" até agora, Pinto da Costa foi constituído arguido em três processos de corrupção desportiva activa paralelos ao "Apito Dourado". O presidente portista foi relacionado com alegados casos de corrupção desportiva verificados nos jogos NacionalBenfica, FC Porto-Estrela da Amadora e Beira-Mar-FC Porto, todos relativos à época 2003/2004. Exceptuando o processo relacionado com o Nacional-Benfica, em que o nome de Pinto da Costa é envolvido em conversas telefónicas de terceiros, nos restantes o impulsionador foi o livro da sua ex-companheira, Carolina Salgado. O livro "Eu, Carolina", adaptado ao cinema sob a obra de ficção "Corrupção", refere, entre alguns casos, a entrega de 2.500 euros ao árbitro Augusto Duarte e a agressão ao vereador gondomarense Ricardo Bexiga, em Janeiro de 2005. A investigação do "Apito Dourado" ficou concluída em Abril de 2005 e a Polícia Judiciária (PJ) do Porto remeteu na altura para o procurador Carlos Teixeira, da Comarca de Gondomar, um processo com cerca de 17 mil páginas. O caso mais mediático que envolvia Pinto da Costa e o árbitro Jacinto Paixão no âmbito do jogo FC Porto-Estrela da Amadora, que trouxe à luz termos como "fruta", supostamente para referência a prostitutas, foi arquivado em 2006. Em 2007, a magistrada Maria José Morgado assumiu funções como coordenadora da equipa do processo "Apito Dourado" e uma das suas primeiras medidas foi ouvir Carolina Salgado e reabrir processos conexos ao de Gondomar. A recente validação das escutas telefónicas, atendendo que a PJ gravou mais de 16 mil horas, foi um dos aspectos fundamentais para o denominado processo "Apito Dourado" evoluir para a marcação dos julgamentos.
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