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SportInForma Edição nº 1 – Junho | 2015 Edição nº 2 - Janeiro | 2016 CT de ciclismo BMX em Londrina será referência no país Nessequia et ad molo Itaspere hendae labore magni officiumque Nessequia et ad molo Itaspere hendae labore magni officiumque Nessequia et ad molo Crossfit: O treino que chegou para combater a preguiça de vez! CBAt e InCor: Conheça o projeto que pretende mapear o DNA do atleta brasileiro ACCUSANIS ERO ESEQUIS Faltam 6 meses: ELESTIS Como gerir o pós-Olimpíadas? Itaspere hendae labore magni officiumque Nessequia et ad molo Itaspere hendae labore magni officiumque 2 3 Sport In Foco Nesta edição 5 Sport In Foco: Remo 6 Ciclismo brasileiro ganha pista internacional Supercross 14 DPAC System terá nova edição em 2016 16 A genética a favor do esporte 8 Sport Relaxa 12 Da base às Olimpíadas: como se forma um atleta de alto rendimento? 18 Crossfit: o método de treinamento que tem conquistado o mundo 20 Legado dos Jogos de 2016: positivo ou negativo? 22 Esportes coletivos: opção para introdução da criança na vida social REMO Individual ou coletivo, o Remo é um esporte de coordenação, velocidade e força, mas principalmente de contato com a natureza. Tanto em rios, lagoas ou no mar ele permite que o atleta interaja diretamente com a paisagem e se sinta parte do cenário. 24 Calendário esportivo 2016 de janeiro a junho Editorial Eles estão todos alvoroçados ultimamente. Aliás, nós estamos. Afinal, para os jornalistas esportivos o Brasil se tornou o lugar perfeito nos últimos dois anos. Sediamos uma Copa do Mundo e aí vem, dentro de 6 meses, as Olimpíadas. Assunto é que não faltou para ser explorado pelas lentes teleobjetivas das TVs e fotógrafos e canetas afiadas cheias de sentimentos dos repórteres. Aliás, o jornalismo esportivo é um dos mais ricos em 4 emoção, e criatividade é o que não falta. É ele que tem os textos mais cheios de trocadilhos, comparações, metáforas e significados. Diferente das outras vertentes do jornalismo, que são mais sisudas e sérias, o esportivo se permite ser descontraído, com um tom de opinião, torcida e até humor de vez em quando. Também pudera, vivemos num país que tem o futebol na veia. Sol, praia, calor e já temos a mistura perfeita para uma “pelada”. Mas não só isso! Estamos vendo nascer campeões olímpicos em diversas outras modalidades. O Brasileiro já começa a se apaixonar pelo Atletismo, Ginástica Artística, Judô, Natação, Esgrima, entre tantos outros. Mais assunto para tratarmos, nós, jornalistas. Também é nossa responsabilidade incentivar esse amor pelo esporte, essa união nacional na torcida pelos nossos corredores, saltadores, ginastas, judocas, esgrimistas, e por aí vai. Além de espetáculo, entretenimento, o esporte é para muitos o ganha pão, o trabalho, o estilo de vida. Por fim, o esporte é responsável por tirar das ruas, e do crime, inúmeras crianças em todo o Brasil e enraizar valores e princípios que só a escola e os pais não seriam capazes de semear. Por todos esses e outros motivos é que nosso texto de hoje é um agradecimento ao surgimento do esporte amador e profissional e a todos aqueles que praticam e incentivam o esporte. INFORMAÇÕES TÉCNICAS: Jornalistas responsáveis: Danhara Glade Gomes Karina Giorgiani Diagramação: Mayara Vitor Formato/dimensões: 21cm X 29,7cm Páginas: 26 Edição: Janeiro/2016 5 Capa Capa Ciclismo brasileiro ganha pista internacional Supercross Com sede no estado do Paraná, o Centro de Treinamento irá complementar o cenário do esporte no país, que hoje ainda sofre com a falta de estrutura para a preparação dos atletas A construção de um Centro de Treinamento de Ciclismo em Londrina, norte do Paraná, não é uma conquista apenas para a região, mas para todo o país. Quem pratica bicicross, mountain bike, BMX e outras modalidades de ciclismo de estrada e de pista sabe das dificuldades que enfrentam na preparação para as competições. Isso porque o Brasil ainda fica bem atrás de outros países no que diz respeito à estrutura de treinamento. A área total será de 600m², 6 num terreno lateral ao Autódromo Internacional Ayrton Senna e ao Estádio do Café. O espaço compreende a pista de Supercross e o prédio do centro de treinamento. O custo estimado das obras é de R$ 1,7 milhão. O espaço será divido em sala de treinamento de força indoor, sala de fisioterapia, sauna, local para alimentação, vestuários, auditório para reuniões técnicas e análise de desempenho. Ainda contará com equipe multidisciplinar para atender aos atletas em conjunto com a comissão técnica da seleção de ciclismo BMX. O que se espera do novo CT é que ele acolha a toda essa demanda, tendo em vista que atenderá a todas as exigências técnicas internacionais e ainda oferecerá uma completa estrutura para a preparação de atletas. José Luiz Vasconcelos, presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), acredita que as cidades que oferecem uma boa infraestrutura esportiva acabam atraindo eventos esportivos da. Como é de Londrina, a pista de maneira geral. “Com a pista praticamente no quintal de casa e o Centro de Treinamento em seria perfeita. “A expectativa é Londrina, poderemos realizar o Campeonato Brasileiro de BMX, grande de poder ter uma SX (SuPan-Americano, entre outras percross) em casa, sem precisar competições importantes. São sair do país para treinar. Acredito eventos esportivos que movimenque vai melhorar muito o desemtam a economia local e projetam penho de todos os atletas e tama cidade para fora do estado, nabém privilegiar a cidade”, imagina cionalmente e internacionalmena atleta. te”, afirmou. O diretor de alto rendimenA previsão é para que até o to da CBC, Francisco Cusco início de 2016 a estrutura esteja Florêncio, tem acompanhado de completa, perto a trapodendo injetória da “A principal dificuldade clusive enJulia e de trar para o outros atleé que nós não temos calendário tas da mouma pista de nível da pré-temdalidade porada das internacional nos no país. Olimpíadas Ele afirma padrões UCI” e permitir que o Braque os pisil tem evolotos façam seus treinamentos luído muito no ciclismo BMX e por lá. que ganhar um centro de treinaVasconcelos assume que o mento completo como esse tem Brasil, hoje, não oferece muita sido um sonho de praticamente estrutura de preparação aos atletodos eles. “A Pista de Londritas se comparado com outros pana, assim como a do Parque íses. Alguns pilotos chegam a sair Olímpico em Deodoro-RJ, vem do país para se aproximar do paatender a essa dedrão de seus adversários. Esse manda permitiné o caso da Julia Alves. Quando do aos pilotos conversamos com a jovem de brasileiros apenas 19 anos ela estava nos treinarem e EUA para uma competição. evoluírem Julia conta que não ter um esnas exigências paço para os treinos é uma grande do Supercross barreira: “a principal dificuldade é que ocorrem que nós não temos uma pista de em provas nível internacional nos padrões internaUCI (União Internacional de Cicionais, clismo), isso já atrasa um pouco como o nosso treinamento em relação Campeonaaos outros atletas. A pista do patos e Jogos drão UCI seria a de Supercross”. Pan-ameriA piloto já está na modalidacanos, Copas de há cerca de 11 anos e agora do Mundo e se prepara para concorrer a uma Mundial”. vaga em sua primeira Olimpía- Fomentar o esporte: o segundo grande objetivo Depois de permitir aos atletas da categoria condições de treinamento em nível internacional a CBC também pensa no fomento ao esporte. José Luiz Vanconcelos, presidente da confederação, reforça que investimentos em esporte trazem retorno à cidade em vários aspectos. Ele tomou como exemplo a cidade de Maringá, também no norte no estado, que hoje é referência em ciclismo de pista. A médio prazo a intenção é, em parceria com o município de Londrina, “desenvolver não só o alto rendimento, mas também projeto social como a instalação de uma escolinha de BMX para crianças carentes”, adianta Vasconcelos. Do ponto de vista técnico, Francisco Curso Florêncio explica que a pista BMX será dividida em duas: um traçado Challenger (pista menor) e Champhionship (pista maior - Supercross), “permitindo a prática desde a iniciação no esporte e passando pela fase de especialização e rendimento. Nesse esporte as categorias iniciam cedo, desde os 5 anos de idade”. 7 Sport Relaxa Sport Relaxa Que tal caminhar sobre uma linha de 5 centímetros? Essa é a proposta do slackline, um esporte que cresce no Brasil não só como opção de lazer, mas também profissional e de treinamento físico A palavra Slack dá a ideia de algo folgado, flexível, não muito justo. Line significa linha. Por isso o slackline pode ser traduzido como “linha folgada”. No entanto o conceito real vai bem além disso. A modalidade ganhou milhares de adeptos recentemente ao redor do mundo, mas surgiu em meados de 1980 nos EUA. Inicialmente era praticada por escaladores de montanhas como uma espécie de passatempo e diversão. Hoje o esporte já tem características até mesmo profissionais, com professores que se dedicam a ensinar pessoas de todas as idades a se equilibrar e caminhar sobre a fita de nylon. No Brasil e no mudo já existem campeonatos de slackline, inclusive uma Copa do Mundo da modalidade, que sempre tem o Brasil como um dos circuitos principais. Daqui já saíram três campeões mundiais: 8 Carlos Neto em 2013, Félix Correia em 2014 e Pedro Rafael Marques em 2015. E é só dar uma volta pelos parques das grandes cidades para encontrar os praticantes do esporte. Geralmente eles procuram lugres com bastante natureza e instalam as fitas nas árvores mesmo. Em Londrina, no Paraná, encontramos um grupo de 7 amigos que se reúne para praticar o slackline. Fernando, Guilherme, Alexandre, Paulo, Cássio, Felipe e Renato. Nenhum deles se conhecia antes do slackline, uma amizade que começou por causa do esporte. Em cerca de meia hora eles montaram quatro equipamentos num parque da cidade: dois de longline, que é uma fita mais longa e mais fina, e outros dois de trickline, uma fita mais curta e grossa que permite manobras e saltos. Essa úl- tima também é usada por quem quer dar os primeiros passos no slackline. O esporte ainda possui outras duas modalidades: highline, quando a linha é esticada a grandes alturas, e o waterline, sobre água. Para os praticantes, o slackline acaba sendo uma atividade de constante aprendizado, pois sempre surge uma manobra nova, um convite para experimentar uma altura maior ou um cenário diferente. O tempo de aprendizado também depende de cada um e da dedicação que a pessoa tem, mas é possível dar os primeiros passos sozinho já nos primeiros dias de treino. No grupo, dois praticantes já tiveram experiência de ensinar o slackline, Renato Shoiti e Felipe Arakawa. Os dois garantem que qualquer pessoa pode aprender, desde as crianças aos mais velhos, basta querer. E os benefícios envolvem corpo e mente. O slackline pode servir como um complemento para qualquer outra atividade que utiliza bastante o core, que é a região da lombar e do abdome. Por isso ele combina muito com esportes como o surf, jiujitsu, escalada, skate e até mesmo a dança. Para a mente ele ajuda na concentração, no foco, reflexo ou mes- mo na paciência e persistência. Guilherme Vidal deu o exemplo do highline, no qual, segundo ele, o exercício é 5% físico e 95% mental. Renato Shoiti resumiu dessa forma: “na fita você precisa estar focado, estar presente. Na nossa vida ou a gente está preocupado com alguma coisa do passado ou antecipando alguma coisa do futuro, e na fita é aqui e agora”. Para a maioria a motivação inicial é a curiosidade, a von- tade de experimentar algo novo. A partir daí “sair” do esporte GUILHERME VIDAL A minha motivação foi curiosidade. Se outras pessoas estavam fazendo eu poderia fazer também. No começo parece ser impossível, então quando você consegue fazer alguma coisa você tem mais autoconfiança. Desenvolve a persistência, calma, concentração. daí você começa a subir em cima do slackline, se concentrar, procurar um foco, tentar se desligar das coisas que te atrapalham e você trabalha sua concentração. RENATO SHOITI Faz uns cinco anos. Eu estava saindo da academia, esgotado, aí eu vi uma galera andando e cheguei perguntando se podia tentar. Aí eu descobri um negócio: qualquer lugar que tiver slackline e você chegar e perguntar “posso andar” a pessoa vai ficar feliz em te deixar andar. Depois que você dá cinco passos é impossível você parar! ALEXANDRE RUI É uma sensação de superação, conseguir realizar algo dentro de você, tem um valor muito pessoal. Para mim, cada manobra que eu aprendo eu me sinto mais realizado, mais seguro. FERNANDO ORTEGA É aquela coisa de quebrar sua própria barreira. Descobrir que você pode. Eu sempre tive problema de concentração na escola, PAULO HENRIQUE KOYASHIKI Evolução sempre vai existir. Você tem que ir aos poucos mesmo, cada manobra leva a outra manobra. No caso do highline cada vez que você for subir na fita você vai sentir um medo, adrenalina. Então você tem que ir evoluindo para ficar mais confiante e fazer o que você quer. CÁSSIO FRANCISCO UMEKI O mais difícil é o que a pessoa coloca na cabeça dela. Se ela colocar que vai conseguir fazer highline e treinar, for atrás, ela vai conseguir. Só que o coração bate mais forte no highline (risos). é praticamente impossível, é o que garantem os meninos! FELIPE ARAKAWA (JUM) Todo mundo pode praticar. A maioria do pessoal aprendeu sozinho, o equipamento era difícil de encontrar e ainda é. A gente vai pegando informação com quem vem praticando há mais tempo e eles vão dando dicas. Um sempre quer ajudar o outro. A ideia não é competição, é se superar. 9 Criatividade e Dinamismo para contar sua História! Sport Relaxa Comunicação Marketing de conteúdo É uma maneira de engajar com seu público-alvo e crescer sua rede de clientes e potenciais clientes É uma forma de atrair, envolver e gerar valor para as pessoas através da criação de conteúdo relevante e valioso É um jeito de criar uma percepção positiva da sua marca e assim gerar mais vendas e por consequência aumentar os lucros. Sua empresa depois do marketing de conteúdo Sua Empresa hoje Conheça os principais objetivos do profissional de marketing de conteúdo 69% 67% 68% As formas mais comuns de Marketing de conteúdo 62% Retenção de clientes Auxiliar o time comercial 65% Geração de leads 74% Reconhecimento de marca 79% 79% Blog posts 74% Mídias sociais 65% Materiais Ricos Se sua empresa tem histórias para contar e quer compartilhar suas experiências com clientes e stakholders, invista em conteúdo! 43 3037-2262 www.dgcomunicacao.com 10 [email protected] 43 9697 9705 /dgcomunicacaodigital 11 Dg Comunicação Digital Alto Rendimento Alto Rendimento Da base às Olimpíadas: como se forma um atleta de alto rendimento? A rotina deles é puxada, os treinos são intensos e vontade de superar os próprios limites é o combustível que os leva adiante nessa caminhada até os Jogos Olímpicos A s Olimpíadas no Brasil começam em 5 de agosto e pode significar o sonho de muitas pessoas. Imagine você, atleta, ter a chance de competir em casa, em um cenário único que é o Rio de Janeiro, e ter a oportunidade de proporcionar alegria para seu país? Isso é o que está passado pela cabeça de muitos atletas de alto rendimento brasileiros, que contam com a chance de representar o Brasil num dos maiores eventos esportivos do mundo. Pois é, toda essa expectativa gera a seguinte dúvida: como, e quando, surge um atleta olímpico? O que faz do atleta um campeão mundial na sua modalidade? Já de cara sabemos que chegar lá não é tão fácil. É preciso se destacar mesmo, ter determinação, superar os limites que se colocam entre você e o adversário. 12 Para responder a essas questões conversamos com ninguém menos do que o bicampeão olímpico, Nélio Moura. Ele foi o técnico responsável pelas medalhas de ouro de Maurren Maggi e de Irving Saladino, ambos no salto em distância nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Moura também foi atleta de alto rendimento por 8 anos. Segue a entrevista “ping-pong” realizada com o treinador alguns meses antes do início dos Jogos Olímpicos no Brasil: Sport Informa: quando uma pessoa escolhe ser atleta ela sabe que tem um longo caminho pela frente. Qual é, basicamente, essa carreira que precisa ser traçada no esporte antes que seja possível disputar uma Olimpíada? Nélio Moura: talvez um dos primeiros desafios seja justamente mostrar ao atleta que a jornada que leva ao alto rendimento é longa, e que diversos obstáculos serão encontrados no caminho. Isso é particularmente difícil nos dias de hoje, onde os jov e n s buscam satisfação imediata, com um “click”. Tão importante quanto procurar indivíduos fisicamente aptos para o esporte de alto rendimento é buscar aqueles onde a resiliência seja um traço dominante de suas personalidades. SI: a preparação de um atleta Olímpico é diferente da de qualquer outro atleta? Como? NM: se considerarmos que todos buscam o máximo desenvolvimento de suas potencialidades, não. Todos os princípios, meios e métodos aplicáveis a um atleta com potencial olímpico serão adequados também para aquele que não chegará a esse nível por limitações individuais. Na prática, no entanto, esses últimos perceberão essas limitações e investirão cada vez menos tempo na prática esporti- va, e m favor de outras atividades. Já o atleta talentoso com potencial real para o alto rendimento fará o contrário, e buscará todos os meios lícitos que lhe proporcionem ganhos de desempenho. SI: quando começa o período de preparação para as Olimpíadas? NM: pensando no longo prazo, no primeiro dia em que o atleta começa a treinar. A formação de um atleta de nível olímpico demora de 6 a 10 anos, não há como apressar esse processo. SI: nos últimos meses antes das Olimpíadas, período em que estamos agora com, qual é o foco dos treinamentos? NM: para aqueles com possibilidades reais de comporem e equipe, o foco é na es- pecificidade dos treinos, procurando polir a técnica e desenvolver da melhor maneira possível a condição física especial. Os cuidados com o chamado treinamento invisível, nessa fase, são fundamentais. Também é importante a participação em competições onde prováveis adversários nos Jogos estarão presentes. cas. De qualquer maneira, alguma estratégia sempre estará presente e deverá ser considerada no planejamento do treinamento. SI: é preciso levar em consideração os atletas ou delegações adversárias para montar o treinamento? Por que? NM: cada modalidade tem características diferentes. Naquelas onde a tática é um fator determinante do resultado, essa consideração é fundamental. Em modalidades onde esse fator seja menos importante, embora devamos também conhecer as características de nossos adversários, a ênfase será realmente sobre as capacidades físicas e técni- 13 Institucional Institucional DPAC System terá nova edição em 2016 O início do curso está previsto para março desse ano e visa treinar os alunos de forma mais personalizada e completa O método de treinamento DPAC System já tem conquistado adeptos de todo o Brasil. Criado e utilizado pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Gomes, o sistema visa organizar o treinamento de atletas em 4 estágios: Diagnóstico, Planejamento, Aplicação e Controle. O maior objetivo é integrar ações de gestão administrativa e técnica esportiva na preparação de atletas de alto rendimento. Em 2015 Antonio Carlos Gomes já colocou em prática seu objetivo de disseminar essa técnica entre treinadores e professores de todo o Brasil. Foi quando aconteceu a primeira edição do Curso de Certificação DPAC System, que formou 8 profissionais de diversas áreas da Educação Física. Para 2016 o DPAC System ganha uma 2ª edição, dessa vez focada em duas diferentes formações: Curso Vip de Certificação em Treinamento no Esporte e Curso Vip de Certificação em Treinamento Personalizado. Ambas as modalidades acontecem de forma paralela nas mesmas datas, com início em cinco de março ness na academia. Separando as duas áreas, o curso torna-se ainda mais especializado e atraente para o aluno”. Além da mudança no formato, a 2ª edição deverá ser também mais focado na prática, isso para atender às necessidades mais urgentes dos participantes, que se mostraram interessados em resolver questões práticas do diaa-dia de treinamento. “Outra mudança é que também teremos especialistas convidados para ministrar algumas aulas dentro do cronograma”, conta o cientista esportivo. Qual o diferencial do DPAC System? de 2016 e duração de 4 meses. Os módulos serão mensais e o 5º deles -Projeto de Treinamentoacontece à distância. Para Gomes, a 1ª edição ajudou a entender melhor a necessidade dos profissionais que buscaram a certificação. Ele diz que “com o novo formato vamos atender melhor os especialistas, pois o conteúdo científico do esporte difere um pouco do conteúdo do fit- 14 Quando iniciou seu trabalho com atletas de alto rendimento, o cientista esportivo Antonio Carlos Gomes começou a desenvolver um método muito particular de treinamento. Essa metodologia consiste em aulas teóricas e práticas, desenavaliar o aluno sobre quatro asvolvemos trabalhos e discutimos pectos principais já citados: Diagpesquisas em diversas áreas. A nóstico, Planejamento, Aplicação participação de todos foi espetae Controle. Dessa forma, o atlecular! Quem participar da 2ª edita é acompanhado em todas as ção vai ter muito a ganhar”, resfases de seu desenvolvimento, salta o professor. desde o diagnóstico das capacidades e pontos fracos até o controle de sua técnica. “O diferencial do DPAC está na Informações linha filosófica que o curso tem. gerais: Ou seja, o DPAC é o gestor do programa de treinamenData de início: 05/03/16 to na prática. Isso permite ao especialista/professor Horário de início: 8h seguir uma metodologia Carga horária: 100 horas no seu campo de trabalho e traz mais segurança Vagas limitadas: 15 alunos e qualidade no trabalho”, reforça Gomes. Inscrições: até 01/03/2016 Para a 2ª edição do curso, Antonio Carlos Gomes espera novamente um excelente aproveitamento por parte dos alunos. Acredita-se que, por Módulo I: Diagnóstico | 05 e 06/03 ser restrito a poucas pessoas (15 por modalidade), os assuntos Módulo II: abordados serão bem especíPlanejamento | 09 e 10/04 ficos e que normalmente não são discutidos em cursos Módulo III: de extensão. Cada aluno Aplicação | 14 e 15/05 ainda terá um manual de aplicação do DPAC para Módulo IV: Controle | 04 e 05/06 que ele se oriente no dia-adia. Módulo V: “A primeira experiência com Projeto de Treinamento o Curso de Certificação foi fan(online) | 05/03 a 04/06 tástica. O grupo participou efetivamente dos módulos, tivemos 15 Ciência e Tecnologia Ciência e Tecnologia A genetica a favor do esporte Tudo indica que, em breve, será possível detectar, através dos genes, qual atleta será o próximo campeão olímpico; e o Brasil já entrou nessa corrida mundial para descobrir o DNA do atletismo brasileiro O assunto remete a esses filmes modernos sobre tecnologia, mas é mais antigo do que se imagina. Os primeiros estudos sobre a relação entre genética e performance física humana começaram a surgir durante a década de 1990, e têm se aprimorado a cada ano. Já se observou que determinados atletas de alto rendimento (aqueles com capacidades olímpicas) apresentam certas pré-disposições genéticas favoráveis ao esporte. O que se quer agora é mapear esses dados entre os brasileiros para usá-lo na detecção de futuros campeões. Foi com esse objetivo que a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) e o InCor (Instituto do Coração) deram início ao projeto “DNA do Atletismo” em maio de 2015. O foco é coletar o códi- 16 go genético de 500 atletas, entre homens e mulheres. Esses dados serão comparados com os de outras pessoas e apontarão quais genes sofreram mutações. Rodrigo Gonçalves Dias, pesquisador do InCor e doutor em Ciências do Exercício, explica que o DNA humano tem aproximadamente 3,2 bilhões de “letras” e, se o código genético de dois indivíduos for lido por completo, poderá apontar cerca de 10 milhões de mutações. Essas mutações fazem com que pessoas sejam mais ou menos susceptíveis à obesidade, hipertensão, etc. “Existem genes envolvidos na modulação de sistemas fisiológicos que influenciam as capacidades de força/potência e resistência”, afirma. No mundo todo pesquisadores têm se dedicado a estudar o assunto e alguns resultados têm surgido, mas ain- da sem nenhuma aplicação prática. Um exemplo é um estudo publicado pelo próprio InCor e que identificou 1.846 genes que passam a “trabalhar” de forma diferente no organismo quando o indivíduo sai da condição de sedentário. “Identificamos ainda outra assinatura molecular composta de 98 genes que é capaz de predizer o ganho de performance física, antes mesmo do indivíduo ser submetido a um programa de treinamento físico”, afirma Dias. Para uma competição de maratona, por exemplo, a genética seria determinante, pois a máxima performance física do atleta é incontestável para seu sucesso. Tudo aponta para que essa relação exista, mas Dias res- salta que não dá para afirmar quando os resultados vão aparecer e nem quais serão esses resultados. Ele conta que “são necessários mais alguns anos de investimento para que expressivas contribuições possam ser direcionadas especificamente para o alto rendimento”. Antonio Carlos Gomes é um entusiasta do projeto. Como Superintendente de Alto Rendimento da CBAt ele atua diretamente na preparação dos atletas e entende como esses dados genéticos serão importantes no futuro. Gomes acredita que “isso tornará a seleção dos próximos atletas para o atletismo mais detalhada e rigorosa e, consequentemente, mais assertiva”. O cientista esportivo vislumbra a aplicação dos conhecimen- tos dobre DNA sendo aplicados já nas fases iniciais do treinamento de um atleta, ou até mesmo durante a seleção dos mesmos. “Poderemos detectar, quando o menino ou menina é mais novo, quais suas características genéticas e se eles apresentam as condições para chegarem a ser campeões”, destacou. Até hoje a maioria dos estudos de associação genética, como são chamados, produziram resultados que não têm aplicação prática nos esportes. O objetivo é mudar esse cenário e descobrir qual é a assinatura molecular da performance dos atletas de alto rendimento brasileiros, atentando para as possíveis particularidades genéticas de cada um. 17 Treinamento Treinamento O metodo de treinamento que tem conquistado o mundo O Crossfit não é bem uma modalidade, mas pode ser entendido como uma junção de várias delas; mesmo com todo o esforço e disciplina que exige, quem pratica afirma que a sensação é ótima M otivação pessoal, dinamicidade, melhora no condicionamento físico e superação. Esses talvez sejam os principais aspectos que levaram o Crossfit a se tornar o método de treinamento que mais cresce em todo o mundo. Já são centenas de boxes -como são chamadas as academias de Crossfit- em todo o Brasil e cada vez mais alunos se interessam 18 em conhecer a novidade. Na Box da cidade de Londrina (PR) tem aulas de segunda a sexta-feira até as 20h, com turmas de até 25 pessoas cada e que se iniciam a cada hora. Marcelo Vitor da Costa, um dos sócios, conta que abriu o espaço há um ano Marcelo Vitor da Costa e 7 meses e a procura só aumenta. Ele acredita que o que atrai tantos novos adeptos para o Crossfit é a possibilidade de competir com você mesmo, ou seja, ver a sua evolução a cada treino e buscar sempre melhorar os resultados, seja no tempo de execução ou na intensidade dos exercícios. “Acredito que pela motivação de treinar em equipe e pelo fato de cada aluno sempre ter uma meta é que ele atrai tantos adeptos. Cada aluno tenta se superar”, relata o treinador. Um dos objetivos do Crossfit é a recuperação do repertório motor que as pessoas acabam perdendo com a vida moderna. É por isso que o método reúne técnicas de diferentes modalidades esportivas, entre elas a ginástica art´stica, o levantamento de peso, e algumas atividades aeróbicas. As aulas, em geral, se dividem em três momentos. No primeiro deles acontece um aquecimento um pouco mais puxado do que o das academias convencionais, que visa a mobilidade das articulações. Depois disso inicia-se um treinamento de técnica ou de força. Os minutos finais são os mais esperados pelos alunos e recebe o nome de WOD (work of the day). É nesse momento que os desafios são lançados e o praticante precisa mostrar sua capacidade. “É a hora mais esperada, quando existe uma mistura de exercícios que eles têm que fazer em menor tempo possível, ou o tempo é fixo e eles precisam executar o maior número de repetições pos- Patrícia Andreia da Silva sível dentro daquele tempo”, explica Costa. Encontramos por lá uma praticante apaixonada pela modalidade. A Patrícia Andreia da Silva é personal trainer e faz Crossfit há 8 meses. Para ela a variedade de exercícios é o mais interessante. “A diversidade de exercícios é legal, trabalha tanto a força quanto o condicionamento ao mesmo tempo. Em pouco tempo você consegue atingir todas as capacidades físicas”. Patrícia não nega que os primeiros dias são bem puxados e que acabou sofrendo um pouquinho com as dores musculares e cansaço. Mas tudo vale a pena. Para ela “a primeira semana é a mais difícil, tanto que muitas pessoas desistem, mas se elas continuam elas veem o quanto melhora e em pouco tempo. É apaixonante mesmo!” Julia Torres está praticando há menos tempo, quatro meses, mas já viu resultados. “Eu notei que emagreci um pouco, a perna modificou e, principalmente, o condicionam e n to físico na corrida”. Ela já havia tentado de tudo: Spinning, musculação, personal, funcional, e descobriu que o Crossfit junta tudo e o resultado vem mais rápido. Para o começo também foi pesado e cansativo, “mas você sai daqui feliz com Julia Torres a sensação de dever cumprido. É muito bom.” Quem pode fazer? Segundo o treinador e empresário Marcelo Vitor da Costa o Crossfit é bem democrático e atrai pessoas de diversas idades e perfis. Isso porque não é necessário já ter um condicionamento físico muito alto para iniciar no esporte. Ele conta que a primeira aula é de avaliação do aluno, e durante todo o primeiro mês acontece uma fase de nivelamento, quando será definido todo o ritmo de treino daquele aluno. No segundo mês a pessoa já é inserida em uma turma e inicia o treinamento de fato. Costa ainda comenta que todos os alunos passam por uma anamnese baseada no questionário PA R - Q que avalia possíveis problemas de saúde. 19 Gestão Esportiva Gestão Esportiva Legado dos Jogos de 2016: positivo ou negativo? Essa talvez seja a maior discussão e preocupação com as Olimpíadas, afinal, o dinheiro investido é público e o brasileiro não quer mais desperdícios E stamos a seis meses dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o maior evento esportivo do mundo, e que, neste ano, terá nossa casa como anfitriã. Tudo isso é ótimo, certo? Pode ser... depende muito de como o Brasil vai lidar com toda essa situação. Na verdade, o sucesso das Olimpíadas 2016 já começou a ser determinado há muito tempo, quando nosso país foi definido como sede e começaram as ações de planejamento por parte do governo e órgãos competentes. Citamos aqui o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o Ministério do Esporte e o Comitê Organizador dos Jogos, além das Confederações de cada modalidade. Quando se fala na organização de Jogos Olímpicos as primeiras coisas que se pensam são: onde será a Vila Olímpica e paralímpica, quais centros precisarão ser construídos, qual verba será destinada para essas obras, entre outras. No entanto alguns outros pontos precisam ser observados. Segundo o cientista esportivo, Luiz 20 Antonio Ramos, também se deve pensar em toda a infraestrutura em torno do evento. Destaca-se a revitalização de áreas urbanas precárias, desenvolvimento de aeroportos, rodovias de transporte público, rede hoteleira, e por aí vai. A imagem do país no exterior também deve ser trabalhada, destacando pontos turísticos e particularidades que só o Brasil possui. “Nos grandes eventos, essa divulgação faz parte do ‘pacote do país-sede’, inclusive veiculando imagens da cidade na transmissão oficial, antes de iniciar o jogo. Muitas cidades, culturas e pontos turísticos são destacados atraindo turistas para regiões que antes não eram tão conhecidas”, ressalta Ramos. Felipe Varotti, mestrando em Gestão Esportiva, destaca que o Brasil pode ter muito a ganhar. É possível promover uma regeneração do país sede por meio de um megaevento esportivo pelos investimentos em estruturas básicas que ele proporciona, como transporte, segurança, educação e turismo. Além disso, durante período que envolve os jogos, o interes- se em investimentos por parte hoje a liga nacional é competititenta por outras manifestações da iniciativa privada é significativa e continua fazendo sucesso, como Esporte Educacional e de vo. “O megaevento traz consigo inclusive dividindo espaço com o Formação”, reforça. o interesse de empresas e orfutebol americano nos estádios. Alternativas ganizações em apoiar e investir As Olimpíadas em Barcelona em projetos esportivos de âmbi(1992) e em Sidney (2000) tamQue os Jogos Olímpicos no to educacional, de formação ou bém são tidas como exemplo. Brasil vão fazer história é fato, mesmo de rendimento”, afirma. Ainda focando em modalidamas o reconhecimento nem semPara exemplificar como isso des pouco reconhecidas, as espre poderá vir de forma positiva. pode acontecer lançaremos um truturas nos Jogos Olímpicos vão Segundo Varotti “cronogramas olhar para modalidades menos permitir que seus praticantes pasnão cumpridos, obras inacaconhecidas. O futebol e voleibol sem a treinar em casa em vez de badas, dificuldades de acesso, no Brasil, por exemplo, já têm sua procurar centros de treinamento podem impactar negativamente tradição bem estruturada, com no exterior. Luiz Ramos afirma para um determinado país. Por campos e quadras de qualidade que “é mais interessante trazer isso, um planejamento consise reconhecimento por parte da tente de todas as etapas e uma população. Mas o que dizer gestão responsável se tornam do hóquei, esgrima, rúgbi, ci“No futuro o modelo fundamentais para transmitir clismo? São modalidades que ideal será de sedes uma imagem positiva.” ainda precisam de bastante incompartilhadas, como foi Conseguir esse feito de vestimento. passar por um megaevento Para que um país seja recona Eurocopa de 2000 e como esse com apenas glórias nhecido pelo esporte é preciso na Copa do Mundo 2002” não é fácil, por isso determinapermitir o acesso dos atletas a das alternativas têm surgido, essas diferentes modalidades. algumas delas a serem impletreinadores estrangeiros para deE é agora, com toda a estrutura mentadas no Brasil. senvolver modalidades aqui do promovida pelas Olimpíadas, que Uma delas é a criação de que levar alguns poucos atletas precisam acontecer esses invesestruturas provisórias, que separa o exterior. No entanto, devetimentos para que, depois dos jorão removidas após os jogos. se pensar na transferência de cogos, as estruturas não virem eleNo Brasil elas estão previstas nhecimento para os treinadores e fantes brancos e as modalidades no Itaquerão (estádio do Corindirigentes brasileiros, garantindo possam sobreviver e evoluir. thians) e na Lagoa Rodrigo de assim a continuidade da evoluPós-jogos Freitas, para as provas de remo ção da modalidade.” e canoagem. Felipe Varotti analisa a situLuiz Antonio Ramos tem se Luiz Antonio Ramos acrediação também por outro ângulo. dedicado a estudar o legado de ta que “no futuro o modelo ideal Para ele não valerá nada uma eventos esportivos para seus será de sedes compartilhadas, instalação esportiva de alto parespectivos países sede e concomo foi na Eurocopa de 2000 drão se não houverem condições clui que o período pós-evento é em que Bélgica e Holanda sediapara que atletas com potencial se crucial. Ou seja, o que fazer com ram a competição e na Copa do beneficiem dela. A solução seria toda a estrutura que montamos Mundo 2002, com Coréia do Sul a promoção de políticas públicas até agora? e Japão. Dessa mesma forma poeducacionais. Como exemplo Ramos citou a derá ocorrer com cidades-sedes “É preciso compreender que Copa de 1994, no Estados Unios atletas de rendimento são apedos Jogos Olímpicos.” dos, país que, à época, não posnas o pico de uma pirâmide, que suía grande tradição no futebol. O se susresultado foi surpreendente: 21 Saúde Esportes coletivos: opção para introdução da criança na vida social Todos os esportes são capazes de promover resultados positivos na vida dos seus praticantes; mas aqueles com times, adversários e papeis bem demarcados na hora do jogo produzem um efeito específico na socialização F utsal, judô, basquetebol, natação... Uma das grandes dúvidas da maioria dos pais é qual esporte escolher para o filho. Se é menino, o futebol é uma das primeiras opções. Se é menina, quem sabe ballet? Gosta de água? Então vamos colocar na natação! Perfeito, os gostos e habilidades da criança devem ser as primeiras coisas levadas em consideração. Para começar, o ambiente esportivo precisa ser prazeroso, saudável, incentivador. Porém existem outros aspectos que podem auxiliar nessa escolha. Alguns pedagogos do esporte acreditam que, quando o objetivo é socialização e relação interpessoal, os esportes coletivos despontam como os mais propensos a promover resultados. Isso porque incentivam conceitos de coletividade, respeito, cooperação e amizade. No entanto, para o Doutor em Educação Física, Wilton Santana, o ambiente criado pelo treinador é tão importante 22 e influenciador quanto a modalidade praticada. Surge então o papel do pedagogo do esporte, que tem a responsabilidade de proporcionar uma atmosfera de convívio saudável e cheia de ensinamentos. Desta forma, “se as relações estabelecidas forem de coação e de constrangimento, elas implicam num aprendizado moral voltado para a obediência cega, Timidez X liderança Cada pai e mãe conhece a personalidade dos filhos. Existem aqueles mais calados, que observam mais e não expõem muito sua opinião. Por outro lado, existem crianças que estão acostumadas a tomar a frente das brincadeiras, falam o que pensam e estão sempre rodeadas de amigos. E tem espaço para ambos no esporte, desde que, é claro, o para o reforço do egocentrismo. Ao contrário, se o ambiente for de trocas, de cooperação, aprende-se um tipo de moral voltada para a autonomia, para o autogoverno”, conta Santana. Valdomiro de Oliveira é Doutor em Educação Física e já atuou como treinador de basquetebol para crianças e adolescentes. Ele conta que fazer parte de um meio, no caso o esporti- vo, é bastante saudável para esse público, pois proporciona relações de amizade que se estendem para a vida toda. “Isso acontece independentemente de cor, raça ou condições financeiras, pois o ‘pensar em grupo’ que os jogos proporcionam constituem-se em fatores fundamentais para o desenvolvimento social das crianças”, afirma. Até mesmo a relação com os adversários é permeada de muito respeito. Oliveira relata que os jogadores opostos não são vistos como inimigos, mas como um elemento indispensável sem o qual não há competição. Além disso, existe a máxima de que “para se atingir um determinado objetivo é necessário, muito trabalho, esforço, dedicação e trabalho em equipe”. profissional pedagogo esteja apto a identificar tais características e moldá-las para a coletividade. Ambas as personalidades trazem aspectos positivos e negativos. Aquele mais tímido pode ser mais respeitoso, mas ao mesmo tempo não se soltar na hora do jogo por medo de errar. O mais extrovertido consegue influenciar e incentivar os outros, mas pode achar que merece mais reconhecimento por isso. Para Oliveira, hoje professor de Educação Física na UFPR (Universidade Federal do Paraná), o esporte ajuda na tomada de decisões e isso é ótimo para os mais tímidos. Encontrar amigos que partilhem dos mesmos gostos também incentiva a mudança comportamental. Nessa mesma linha de raciocínio, as características de liderança podem ser percebidas e estimuladas desde muito cedo, sempre com os valores de respeito e coletividade bem marcados. Santana coordena projetos de futsal e diz que já viu muitos jovens adquirindo segurança e confiança em si mesmos. Da mesma forma crianças com atitudes mais violentas tornaram-se tolerantes. “Vi muitos pais perceberem e relatarem esse tipo de mudança nos filhos. Mas repito: os tipos de relações estabelecidos no ambiente são determinantes para a construção dos valores sócio morais”, ressalta. Comportamento Mas será que isso tudo se estende para fora das quadras e campos, atingindo, também, a vida familiar, escolar e social? Segundo os especialistas sim. Valdomiro de Oliveira afirma que “as crianças criam hábitos e mudanças comportamentais ao aprenderem o valor do trabalho em equipe e, com o passar do tempo, ampliam seus comportamentos nos aspectos cognitivos, sociais, físicos e psicológicos”. A opinião do Wilton Santana é parecida. Ele acredita que o esporte auxilia os mais novos a amadurecerem como pessoas na medida que conhecem mais a si mesmos. “Aprender a competir tende a ser uma experiência enriquecedora para todos os esportistas. Por outro lado, a vivência competitiva precisa ser permeada por atitudes éticas, favoráveis à vida própria e à alheia, caso contrário, no lugar de ajudar pode atrapalhar”, ressalta. 23 Agenda Calendário esportivo 2016 de janeiro a junho Início em 05 de Março Curso Vip de Certificação em ado Treinamento Personaliz DPAC System R SPORT TRAINING | Londrina-P Curso Vip de Certificação em Treinamento no Esporte DPAC System R SPORT TRAINING | Londrina-P Início em Abril 17 à 19 de Junho Pós-graduação em Preparação Física no Futebol II Encontro Nacional de Esporte e Fitness: Avanços Técnicos e Científicos CEFIT | São Paulo-SP UNOPAR | Londrina-PR Cursos Internacionais Sport Training Moscou – Rússia Curso de Formação e Alto Rendimento De 14 a 29 de Janeiro de 2017 Universidade Nacional de Cultura Física, Esporte e Turismo da Rússia INSCRIÇÕES ABERTAS: 24 Shanghai – China Curso de Treinamento Desportivo: Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Fevereiro de 2017 Universidade de Shanghai, Shanghai University of Sport www.editorasporttraining.com.br 25 26