Avaliação de Impacto Ambiental
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Avaliação de Impacto Ambiental
Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT: MINA SUBTERÂNEA DE POLIMETÁLICOS MINERAÇÃO DARDANELOS LTDA VOLUME 5: AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA Cuiabá/MT, Novembro de 2013 ii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 CORPO TÉCNICO 1) AIA SOBRE O MEIO FÍSICO: 1.1) CLIMA, QUALIDADE DO AR, GEOLOGIA, SOLOS, GEOMORGFOLOGIA, RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS Responsáveis Técnicos: Francisco de Almeida Lobo, Engº Agrônomo, Dr. e MSc. em Fisiologia Vegetal Maurélio Passari Ultramari, Engº Civil e de Segurança do Trabalho, CREA: 6.610/D/PR-Visto MT 3837/VD André Luiz da Silva Molina, Geólogo José Maria Gorjão da Luz, Geólogo, CREA: 120.473.586-7 Lélis Nogueira 120.213.714-8 Gonzaga. Geólogo, Especialista em Pedologia. CREA: Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6 Daniela Maimoni de Figueiredo, Dra em Ecologia e Rec. Naturais/Limnologia, Espec. em Ambientes Inundáveis, MSc em Ecologia e Cons. da Biodiversidade Rúbia Fantin da Cruz, Bióloga, MSc em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, CRBio: 39915/01-D Ana Paula Salvaterra da Silva, Bióloga e Técnica em Química, CRQ 16400703 16ª região 1.2) HIDROGEOLOGIA: HIDROVIA - Hidrogeologia e Meio Ambiente Ltda 2) AIA SOBRE O MEIO BIÓTICO: 2.1) FLORA iii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Responsáveis Técnicos: Luciana Rebellato, Dra. Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6 2.2.1) EPÍFITAS Adarilda Petini Benelli, Bióloga Rodrigo Peres de Andrade, Biólogo 2.2.2) MACRÓFITAS AQUÁTICAS Responsáveis Técnicos: Rúbia Fantin da Cruz, Bióloga, MSc em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, CRBio: 39915/01-D Daniela Maimoni de Figueiredo, Dra em Ecologia e Rec. Naturais/Limnologia, Espec. em Ambientes Inundáveis, MSc em Ecologia e Cons. da Biodiversidade 2.3) FAUNA 2.3.1) ENTOMOFAUNA Responsável Técnico: Nelsina Gonçalves Costa Pinho, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade 2.3.2) ICTIOFAUNA Responsável Técnico: Izaias Médice Fernandes, Doutorando em Biologia de Água Doce e Pesca Interior 2.3.3) HERPETOFAUNA Responsável Técnico: Ricardo A. Kawashita-Ribeiro, Doutorando Ecol. e Conserv. da Biodiversidade iv Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2.3.4) AVIFAUNA Responsável Técnico: João Batista de Pinho, Dr. Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre 2.3.5) MASTOFAUNA Responsável Técnico: Mônica Aragona, Bióloga, Dra em Biologia Animal 3) AIA SOBRE O MEIO ANTRÓPICO: 3.1) SÓCIO ECONOMIA, HISTÓRIA E CULTURA Responsáveis Técnicos: Luiz Vicente da Silva Campos Filho, Zootecnista, MSc. Antropologia, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade Marina Azém, Médica Ginecologista, MSc. Antropologia, MSc. Saúde Coletiva 3.2) ARQUEOLOGIA ResponsáveL Técnico: Valéria Cristina Ferreira e Silva, Geóloga, Dra. Arqueologia 4) APOIO / DADOS DO EMPREENDIMENTO Responsável Técnico: Bruno Yoshida Tomaselli, Eng.º de Minas, CREA 5062373662 5) APOIO / GEOPROCESSAMENTO Responsável Técnica: Eliane Salete Sartor Cavalheiro, Geógrafa, Especialista em Geoprocessamento, MSc em Ciências Ambientais, CREA: 120.784.760-7 v Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 SUMÁRIO Página APRESENTAÇÃO........................................................................................................................... 1 Antecedentes.................................................................................................................................... 2 1. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA SOBRE O MEIO FÍSICO.................... 8 1.1. CLIMA, GEOLOGIA, RELEVO E SOLOS............................................................................. 8 1.1.1. Fase de Instalação do empreendimento.................................................................................. 11 1.1.2. Fase de Operação do empreendimento................................................................................... 24 1.1.3. Fase de Desativação do empreendimento.............................................................................. 50 1.2. CORPOS D'ÁGUA SUPERFICIAIS......................................................................................... 57 1.2.1. Introdução............................................................................................................................... 57 1.2.2. Metodologia............................................................................................................................ 58 1.2.3. Avaliação de Impactos Ambientais: corpos d‟água superficiais............................................ 64 1.3. HIDROGEOLOGIA.................................................................................................................. 70 1.3.1. Conceitos Metodológicos........................................................................................................ 70 1.3.2. Metodologia para a Análise de Impactos Ambientais............................................................ 72 1.3.3. Alteração da Dinâmica Hídrica Subterrânea........................................................................... 79 1.3.4. Alteração da Qualidade das Águas Subterrâneas................................................................... 87 1.3.5. Consolidação dos Impactos..................................................................................................... 90 1.3.6. Conclusão................................................................................................................... 92 2. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA SOBRE O MEIO BIÓTICO................ 93 2.1. COBERTURA VEGETAL........................................................................................................ 93 2.2. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A FAUNA DE VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS..................................................................................................................... 106 2.2.1. Medidas Mitigadoras dos Impactos Ambientais sobre a Fauna de Vertebrados e Invertebrados.................................................................................................................................... 126 2.2.1.1. Manutenção de habitats....................................................................................................... 126 2.2.1.2. Implantação de Programa de Recuperação de Áreas Degradadas....................................... 128 2.2.1.3. Programa de Monitoramento de Fauna................................................................................ 128 2.2.1.4. Implantação de Programa de Educação Ambiental............................................................. 129 2.2.1.5. Controle de Limite de Velocidade....................................................................................... 129 vi Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2.2.1.6. Proibição e Coibição da Caça, Coleta e Interações Adversas.............................................. 131 2.2.1.7. Afugentamento/Resgate de Fauna....................................................................................... 132 2.2.1.8. Monitoramento de Metais Pesados no Tecido de Peixes..................................................... 132 2.2.1.9. Monitoramento de Metais Pesados e Resíduos Diversos nas Águas Superficiais............... 133 2.2.1.10. Resgate de Plantas Ornitófilas........................................................................................... 133 2.2.1.11. Destinação Adequada de Resíduos.................................................................................... 133 2.2.1.12. Manutenção de Equipamentos e Veículos......................................................................... 135 2.2.1.13. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais.......................................................... 135 2.2.2. Medidas Compensatórias dos Impactos Ambientais sobre a Fauna de Vertebrados e Invertebrados.................................................................................................................................... 135 2.2.3. Programas e Planos de Mitigação de Impactos e Monitoramento Ambiental........................ 136 2.2.3.1. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas................................................................ 136 2.2.3.2. Programa de Monitoramento de Fauna................................................................................ 137 2.2.3.3. Programa de Educação Ambiental....................................................................................... 138 2.2.3.4. Programa de Resgate da Biota............................................................................................. 138 2.2.3.5. Programa de Monitoramento de Metais Pesados................................................................ 138 3. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA SOBRE O MEIO ANTRÓPICOCULTURAL..................................................................................................................................... 138 3.1. Socioeconomia e Patrimônio Histórico Cultural..................................................................... 139 3.2. Patrimônio Arqueológico........................................................................................................... 148 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................... 149 LISTA DE FIGURAS E FOTOS Página Figura 1 – Fotografias de ambientes de piscinas, antes, e após serem utilizadas no desenvolvimento da pesquisa mineral, que hoje estão em processo ativo de revegetação natural. Serra do Expedito, município de Aripuanã/MT............................................................................... 3 Figura 2 – Fotografias mostrando várias praças de sondagem já bem estabilizadas, e em processo ativo de revegetação natural. Serra do Expedito, município de Aripuanã/MT................................ 4 Figura 3 – Fotografias de diferentes pontos associados às saídas de água nas laterais de estradas e praças de sondagem que foram controlados através da implantação de estruturas físicas simples, para funcionarem como dissipadores/retentores, e disciplinarem o escoamento dos excedentes hídricos superficiais, evitando o desenvolvimento de erosão no flanco da serra do Expedito, município de Aripuanã/MT.............................................................................................. 5 vii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 4 – Fotografias mostrando aspectos construtivos na recuperação da estrada erodida, tornando-a funcional, com passagem em ponte de madeira, que permite o escoamento dos excedentes hídricos. A foto ao lado, mostra a saída da garganta da Cava do Expedito - CVEx, à montante dessa ponte, onde foram implantadas estruturas de contenção de sedimentos, usando blocos de rochas e restos de madeiras, que são materiais drenantes. Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT......................................................................................................... 6 Figura 5 – Seqüência de fotografias mostrando o plantio das espécies nativas típicas de ambientes ribeirinhos e da região, na área de entorno da represa que foi totalmente recuperada. Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT........................................................................... 7 Figura 6 – Em amarelo a área de abrangência local para a avaliação dos impactos ambientais sobre os fatores do clima, geologia, relevo e solos, a qual corresponde à área de influência direta do empreendimento, que é drenada pelo córrego Guaribal. Município de Aripuanã/MT............... 10 Figura 7 – Mapa Morfopedológico sobre o qual foram plotadas as principais estruturas que compõem o Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT......................................................................... 12 Figura 8 – Carta de isodeclividade da AID, e em destaque, o detalhe da área onde será implantada a indústria, e um recorte mostrando as áreas de preservação permanente (APP de nascente e curso d‟água e de declividade), que serão alteradas pela instalação da planta de beneficiamento do Projeto Aripuanã/MT......................................................................................... 16 Figura 9 – Carta de áreas de preservação permanente (APPs de nascente e de curso d‟água, e de declividade), em relação às estruturas previstas em layout do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 19 Figura 10 – Esquema longitudinal do benching stoping com enchimento contínuo........................ 26 Figura 11 – Esquema longitudinal do benching stoping AVOCA................................................... 26 Figura 12 – Visão longitudinal......................................................................................................... 27 Figura 13 – Seção vertical típica da mina......................................................................................... 28 Figura 14 – Fluxograma de blocos: Cominuição.............................................................................. 30 Figura 15 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão)........................................................ 31 Figura 16 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho................................................................ 31 Figura 17 – Gestão de riscos críticos nas unidades do Projeto Aripuanã/MT.................................. 32 Figura 18 – Croqui com principais estruturas do Plano Diretor do empreendimento, onde se observam os cursos d‟água afluentes do córrego Arrainha, que definem o interflúvio onde será instalado o depósito de rejeitos a seco e por onde passarão as tubulações de backfill. Projeto Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 38 Figura 19 – Mapa com localização da mina e smelters.................................................................... 49 Figura 20 – Bacia do córrego Guaribal com os sete pontos de coleta de amostragem limnológica, e os três outros fora dela já no âmbito da área de influência indireta. Município de Aripuanã/MT. 60 Figura 21 – Classificação dos critérios para avaliação dos impactos ambientais............................. 77 Figura 22 - Metodologia e critérios adotados para avaliação dos impactos ambientais................... 77 viii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 23 - Metodologia adotada para análise dos impactos ambientais no Projeto Aripuanã........ 79 Figura 24 – Mapa de Vegetação e uso dos solos, da área de influência direta do empreendimento, sobre o qual foi plotado o Layout do Plano Diretor do Projeto Arupuanã/MT... 97 Foto 2.2.1.5-1. Ouriço (Coendou prehensilis) atropelado em estrada de terra em área de uso indireto do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT................................................................................................................................ 130 Foto 2.2.1.5-2. Rastro de primata em estrada de terra localizada na Serra do Expedito, dentro da área de influência direta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 131 LISTA DE TABELAS E QUADROS Página Tabela I. Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de implantação................................ 65 Tabela II. Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de operação do empreendimento... 66 Tabela III. Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de desativação do empreendimento................................................................................................................................ 67 Tabela IV - Atividades relacionadas às etapas do empreendimento................................................ 78 Tabela V - Impactos ambientais sobre as águas subterrâneas.......................................................... 79 Tabela VI - Matriz de avaliação de impacto ambientais das fases de operação e fechamento do Projeto Aripuanã/MT........................................................................................................................ 80 Tabela VII - Matriz de avaliação de impacto ambientais das fases de operação e fechamento do Projeto Aripuanã/MT........................................................................................................................ 81 Tabela VIII - Consolidação dos impactos ambientais e significâncias na ADA.............................. 90 Tabela IX - Consolidação dos impactos ambientais e significâncias na AID.................................. 91 Tabela X – Consolidação dos impactos ambientais e significâncias na AID................................... 92 Tabela XI. Apetrechos a serem utilizados em cada ponto de coleta durante o monitoramento da ictiofauna nos igarapés da Serra do Expedito................................................................................... 140 Quadro I - Resumo da avaliação dos impactos ambientais a serem gerados na fase de instalação do Projeto Aripuanã sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................... 11 ix Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro II - Resumo da avaliação de impactos ambientais a serem gerados na fase de operação do Projeto Aripuanã sobre fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................... 31 Quadro III - Resumo da avaliação dos impactos ambientais da fase de desativação do Projeto Aripuanã, sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 52 Quadro IV - Resumo da avaliação dos impactos ambientais nas fases de instalação e de desativação do Projeto Aripuanã, sobre a cobertura vegetal da região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 95 Quadro V – Quantificação das áreas por tipologias de cobertura vegetal que serão atingidas no processo de instalação do Projeto Aripuanã/MT.............................................................................. 97 Quadro VI. Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 116 Quadro VII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 117 Quadro VIII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a ictiofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de 118 Aripuanã/MT................................................................................................................................ Quadro IX. Avaliação dos impactos ambientais sobre a ictiofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT................................................................................................................................... 119 Quadro X. Avaliação dos impactos ambientais sobre a herpetofauna na fase de instalação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.. 120 Quadro XI. Avaliação dos impactos ambientais sobre a herpetofauna na fase de operação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.. 121 Quadro XII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 122 Quadro XIII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a avifauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Extração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..... 123 Quadro XIV. Avaliação dos impactos ambientais sobre a mastofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – 124 x Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... Quadro XV. Avaliação dos impactos ambientais sobre a mastofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 125 Quadro XVI - Resumo da avaliação dos impactos ambientais sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico-cultural, nas fases de instalação, operação e de desativação do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 140 1 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 APRESENTAÇÃO A Avaliação dos Impactos Ambientais-AIA do Projeto Aripuanã/MT foi realizada por vários profissionais, envolvendo distintas áreas do conhecimento científico, e, por conseguinte, foram adotados diferentes critérios para a análise dos impactos sobre os meios físico, biótico e antrópico-cultural. Neste documento está sendo apresentada a consolidação dessa avaliação temática em seis tópicos, levando em consideração a metodologia de análise adotada pelos profissionais/empresa que também realizaram o diagnóstico ambiental. A avaliação dos impactos sobre o meio físico está apresentada de forma integrada para os temas: clima, geologia, relevo e solos; e em separado para os temas, hidrogeologia e recursos hídricos superficiais. Para o meio biótico foi realizada separadamente com relação à cobertura vegetal, e à fauna silvestre; e finalmente, a avaliação dos impactos em relação ao meio antrópicocultural está apresentada em dois tópicos: AIA sobre a socioeconomia e patrimônio históricocultural; e AIA sobre o patrimônio arqueológico. Na avaliação os profissionais prescrevem medidas mitigadoras para reduzir os efeitos negativos, e/ou maximizadoras para potencializar aqueles de caráter positivo. Propõem também Planos de Controle Ambiental, principalmente para aqueles impactos que necessitam de monitoramento. Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRADs, para reparar os danos passíveis de reconstrução. Plano de Exploração Florestal – PEFs, para otimizar a destinação dos materiais lenhosos que serão removidos na implantação das estruturas do empreendimento. Programas de Educação Ambiental, para impactos que envolvam a população residente de Aripuanã e/ou os trabalhadores do empreendimento, tendo em vista que a Educação Ambiental é um dos elementos fundamentais para gestão, e participação social na discussão, implementação, formulação, e até na fiscalização e avaliação de políticas ambientais voltadas à construção de valores culturais comprometidos com a qualidade ambiental e a justiça social. Alguns profissionais recomendaram ainda, medidas compensatórias para impactos irreversíveis de grande importância com relação ao fator ambiental analisado, como é o caso de ambientes ribeirinhos (APPs) para a fauna silvestre. 2 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Antecedentes Na fase de pesquisa geológico-mineral do Projeto Aripuanã, realizada pela Mineração Dardanelos Ltda, praticamente encerrada em 2011, foram gerados impactos ambientais, sendo a maioria deles mitigados através da adoção do Plano de Recuperação das Áreas Degradadas – PRAD concebido em 2007 (processo SEMA/MT nº 305.756/2007), e implementado entre 2008 e 2011 (processo SEMA/MT nº 766203/2011). Outros impactos foram minimizados por ações simples educativas, de conscientização e de mudança de atitudes das pessoas com relação ao ambiente de trabalho, pois a empresa tem um programa de educação ambiental permanente, que no processo da pesquisa envolveu a mão-deobra pouco qualificada ou sem qualificação, e técnicos especializados, que atuaram nas áreas das praças de sondagem, e no escritório implantado na sede municipal de Aripuanã. Há ainda outros impactos, como os furos de sondagem perfurados no corpo da serra do Expedito, que resultaram em vazios, porém, eles foram paulatinamente preenchidos pela água de subsuperfície. Alguns desses furos foram contaminados, por ficarem expostos por um período de tempo, mas foram lacrados com tampas também de quando se executou o PRAD. Os impactos ambientais resultantes dessa fase de pesquisa geológico-mineral relacionamse principalmente às alterações na cobertura vegetal, porque a quase totalidade das alterações ocorreram no corpo da serra do Expedito, onde ainda se tem vegetação nativa de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, mesmo que, pontualmente, ocorram sistemas secundários face às alterações anteriores à pesquisa, principalmente aquelas geradas pela atividade garimpeira pretérita. As alterações topográficas provocadas pela implantação de praças de sondagem, estradas de serviço, e “piscinas”, assim denominadas as escavações revestidas com lona plástica, que serviram de fonte de água na praça de sondagem e alimentadas por caminhão pipa; foram resultantes de cortes e aterros nos taludes do flanco da serra, com remoção parcial de coberturas vegetal e pedológica, e que após a execução do PRAD, muitos locais tiveram a recuperação da topografia original dos terrenos, como atestam as Figuras 1 e 2. 3 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 1 – Fotografias de ambientes de piscinas, antes, e após serem utilizadas no desenvolvimento da pesquisa mineral, que hoje estão em processo ativo de revegetação natural. Serra do Expedito, município de Aripuanã/MT. Também em conseqüência dessas alterações topográficas houveram alterações na drenagem superficial dos terrenos, inclusive expondo rochas intemperizadas, camadas inferiores de solos, etc., aumentando o escoamento superficial dos excedentes hídricos e, provocando a formação de sulcos e ravinas por concentração de fluxos; principalmente onde os terrenos eram mais inclinados na serra do Expedito. Muitas dessas erosões foram controladas por ações simples, como pode ser constatado na Figura 3. 4 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 2 – Fotografias mostrando várias praças de sondagem já bem estabilizadas, e em processo ativo de revegetação natural. Serra do Expedito, município de Aripuanã/MT. 5 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 3 – Fotografias de diferentes pontos associados às saídas de água nas laterais de estradas e praças de sondagem, cujos execedentes hídricos foram disciplinandos através da implantação de estruturas físicas simples, para funcionarem como dissipadores/retentores, evitando/controlando o desenvolvimento de erosão no flanco da serra do Expedito, município de Aripuanã/MT. No caso específico da Cava do Expedito, que era uma área de passivo ambiental gerado pela atividade garimpeira pretérita, mas também contemplada pelo PRAD, várias medidas de recuperação foram adotadas no período entre 2008 e 2011. Nas praças de sondagem instaladas 6 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 em cortes/aterros no entorno da Cava em terrenos muito instáveis, fortemente inclinados, e em solo raso, a simples remoção da vegetação, potencializou o incremento de aporte de sedimentos para a linha de talvegue efêmera situada em posição de jusante dessa Cava; foram re-adequadas obras de engenharia do sistema de drenagem, e plantio de mudas de espécies nativas, inclusive, na linha de talvegue, onde há uma antiga barragem que sofreu assoreamento (Figuras 4 e 5). Figura 4 – Fotografias mostrando aspectos construtivos na recuperação da estrada erodida, tornando-a funcional, com passagem em ponte de madeira, que permite o escoamento dos excedentes hídricos. A foto ao lado, mostra a saída da garganta da Cava do Expedito - CVEx, à montante dessa ponte, onde foram implantadas estruturas de contenção de sedimentos, usando blocos de rochas e restos de madeiras, que são materiais drenantes. Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. 7 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 5 – Seqüência de fotografias mostrando o plantio das espécies nativas típicas de ambientes ribeirinhos e da região, na área de entorno da represa que foi totalmente recuperada. Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. 8 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Por outro lado, também durante a pesquisa mineral foram gerados cerca de 70 empregos diretos para realizar as atividades. Desse número, 40 pessoas foram do próprio município de Aripuanã, contratadas para executar trabalhos que não demandavam mão-de-obra especializada; e 30 pessoas vieram de fora do Estado, face à exigência de mão-de-obra especializada. Houve ainda, treinamento de mão-de-obra local para capacitação técnica, através dos seguintes cursos: treinamento em operação de sondagem, conduzido pela empresa Servitec, treinamento em pesquisa mineral, conduzido por equipe da Votorantim, e treinamento de comunicação social, no sentido de informar a equipe quanto às interfaces sociopolíticas do Projeto. 1. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA SOBRE O MEIO FÍSICO 1.1. CLIMA, GEOLOGIA, RELEVO E SOLOS O mapa morfopedológico, elaborado no diagnóstico ambiental, foi utilizado como ferramenta importante para relacionar as potencialidades/fragilidades ambientais (que corresponde à situação atual da dinâmica superficial), com as áreas que sofrerão alterações pelas intervenções no processo de implementação do Projeto Aripuanã (extração e beneficiamento mineral); tendo em vista a própria definição de compartimento morfopedológico 1, que permite proceder à análise integrada de temas do meio físico, que têm como referência a teoria dos sistemas. Assim, para a avaliação dos impactos decorrentes do Projeto, que afetarão os fatores ambientais relacionados ao clima, geologia, relevo, e solos da área em questão, foram definidos os seguintes critérios: 1º) Abordagem dos impactos de acordo com as etapas do Projeto, fase de instalação, operação, e desativação do empreendimento. 2º) Evitou-se o uso de metodologias envolvendo simbologias ou desenhos para fins de comparação, ou matrizes numéricas complexas como as de “Leopold” (SUREHMA, 1992), pois 1 Conforme Salomão (1994), compartimento morfopedológico é “a área que se apresenta relativamente homogênea, especialmente em relação aos aspectos litológicos, geomorfológicos, pedológicos e de cobertura vegetal, e que resulta em determinando funcionamento hídrico”; a esta acrescentamos as características climáticas por ser fundamental o processo de elaboração das formas de relevo e na dinâmica hídrica, ao nível das vertentes. 9 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 são análises baseadas na atribuição de valores que dependem da disponibilidade de dados e fatos, que muitas vezes, não estão disponíveis na região em apreço. Assim, optou-se por adotar uma metodologia de análise de simples entendimento2, que não deixa de se basear nas concepções da Matriz de Leopold, que permite atribuir, além da magnitude, o grau de importância dos impactos (Moreira, 1985); porém, de forma a facilitar a leitura e não suscitar dúvidas sobre a avaliação principalmente quanto à grandeza do impacto gerado. 3º) Definição da área de abrangência dos impactos, pois no diagnóstico ambiental os estudos envolveram diferentes enfoques que definiram as áreas de influência de acordo com as necessidades de cada tema. Nesta avaliação de impactos sobre os componentes do clima, geologia, relevo, e solos, entende-se por: a) impacto de abrangência pontual, aquele relacionado ao lugar de ocorrência da alteração, que no tema “hidrogeologia” foi adotado para a área diretamente afetada-ADA. b) Impacto de abrangência local, os que atingem a área de influência direta-AID, e, neste caso, tomaremos como referência a AID, conforme a Figura 6, isto é, aquela que envolve a maior parte da bacia do córrego Guaribal, pois além de ser reconhecida internacionalmente como unidade de planejamento e gestão ambiental, ela abrange a quase totalidade das ações a serem realizadas no processo de instalação e operação do empreendimento. c) Impacto de abrangência regional, aquele de maior alcance, relacionado, ou ao município de Aripuanã, ou à região noroeste mato-grossense, ou outras regiões. Além disso, na matriz simples adotada na análise descritiva qualificaram-se os impactos quanto à natureza: em positivos ou negativos; causa: direto (efeito direto da ação) ou indireto (efeito secundário); magnitude: baixa, média ou alta intensidade; permanência: curta, média, longa duração, ou permanentes; abrangência (extensão): pontual, local ou regional; reversibilidade: reversível e irreversível; implicação (efeitos): irrelevante, sinérgico, e cumulativo3. 2 A adoção do método de simples entendimento em linguagem corrente para a AIA prima pela compreensão do público em geral, possibilita a divulgação das informações, e reduz conflitos de interesses de diferentes grupos sociais afetados (Moreira, 1985). 3 Define-se como efeito cumulativo, quando o resultado do impcato se acumula no tempo ou no espaço. Como efeito sinérgico, quando há combinação de dois ou mais fatores, e o resultado dessa combinação tem efeito maior do que a soma dos resultados que esses fatores teriam separadamente. E, efeito irrelevante, neste caso, quando o impacto não for cumulativo, nem sinérgico. 10 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 6 – Área de abrangência local (em amarelo) para avaliar impactos ambientais sobre os fatores do clima, geologia, relevo e solos, correspondendo à área de influência direta do empreendimento, drenada pelo córrego Guaribal. Município de Aripuanã/MT. 11 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1.1.1. Fase de Instalação do empreendimento A avaliação dos impactos ambientais gerados na fase de instalação do Projeto Aripuanã foi analisada com relação aos fatores do clima, geologia, relevo, e solos, de forma integrada e está consolidada no Quadro I, e apresentada em seguida de forma descritiva. Quadro I - Resumo da avaliação dos impactos ambientais a serem gerados na fase de instalação do Projeto Aripuanã sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias 1) Alterações topográficas/relevo com supressão de nascentes e olhos d‟água e alterações no comportamento hídrico, drenagem natural e dinâmica superficial. Remoção de cobertura vegetal e pedológica, e de substrato rochoso para implantar rede viária e infraestrutura básica do empreendimento. Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos e permanentes, pontual e local, irreversível, irrelevante e sinérgico. Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD. Implantação de sistema de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). 2) Erosão/assoreamento Remoção de cobertura vegetal e pedológica, e de substrato rochoso para implantar rede viária e infraestrutura básica do empreendimento. Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos e permanentes, local, reversível e irreversível, irrelevante/ sinérgico. Negativo, direto, média a alta intensidades, curto prazo, pontual, reversível, irrelevante/cumulativo. Ruídos de natureza mecânica: 3) Alteração dos níveis de máquinas/equipamentos/veículos ruído etc. Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD. Implantação de sistema de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Uso de EPIs, Programas de Monitoramento de Níveis de Ruído Engenharia e manutenção de Negativo, direto, média a alta veículos e equipamentos. Limitação intensidades, curto prazo, de velocidade de veículos. pontual/local, Umidificação das vias locais, reversível/reversível, Programas de Monitoramento de irrelevante/cumulativo. Qualidade do Ar. 4) Alterações na qualidade do ar Movimentação de máquinas, equipamentos e veículos 5) Geração de resíduos sólidos (domésticos, e estéreis), e consequente contaminação dos solos Limpezas em geral, embalagens de origem industrial, restos de alimentos (orgânicos/ inorgânicos), dejetos humanos. Volumes de materiais (coberturas vegetais, solos, rochas) 6) Impacto visual Negativo, direto, média Escavação/remoção/deposição de intensidade, curto/médio/ cobertura vegetal/solos/substratos longo prazos/permanente, rochosos para implantar o Projeto pontual, reversível/ Aripuanã irreversível, irrelevante. Negativo, direto, média/alta intensidades, curto/médio/longo prazos, local, reversível, irrelevante/ cumulativo. Minimização da geração, coleta seletiva, reuso, reciclagem e coprocessamento (quando possível) e adequada destinação (aterro sanitário, depósito de resíduos, etc.). Programa de Educação Ambiental, PCA, PRAD. Tomou-se como referência o mapa morfopedológico elaborado no diagnóstico ambiental para a área de influência direta (Figura 7), e considerou-se também, a concepção do Plano Diretor do Projeto Aripuanã, realizado pela empresa TECNOMIN – Projetos e Consultoria Ltda. 12 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 7 – Mapa Morfopedológico sobre o qual foram plotadas as principais estruturas que compõem o Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT. 13 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Note que as estruturas básicas foram plotadas sobre esse mapa morfopedológico, constando de: rede viária (estradas de circulação e acessos); mina (projeção dos corpos mineralizados Arex e Ambrex); paióis (assessórios/espoletas e explosivos); praças de ventilação; pilha de rejeitos (seco); planta de beneficiamento e depósito temporal de rejeitos (complexo industrial); ponds (de recirculação de água, e relacionados aos sistemas de drenagem de água e de efluentes); área de deposição de resíduos (estéril dos primeiros anos de desenvolvimento da mina e solo de terraplanagem inadequado às obras civis); e barragem (com lago para armazenamento de água limpa). Considerou-se ainda, para a valoração dos impactos na fase de instalação do empreendimento, os seguintes aspectos: As áreas onde serão instalados os componentes da maior parte da infra-estrutura básica do empreendimento encontram-se em ambientes já alterados anteriormente por atividade pecuária, em que a Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras fora substituída por pastagem plantada de Brachiaria sp. Na região, o maciço mais expressivo remanescente de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, recobre o conjunto de morros que formam a serra do Expedito, onde haverá a supressão vegetal para implantar o emboque da mina, praças de ventilação, paióis (de espoleta e assessórios), estradas que acessam todas essas estruturas, e obras de engenharia relacionadas ao sistema de drenagem de cada uma dessas áreas atingidas (ADAs). Haverá supressão de nascentes, olhos d‟água, e vegetação ciliar, no processo de implantação da mina, de estradas de circulação no corpo serrano, e planta industrial. Haverá ainda, implantação e readequação da rede viária, bem como a movimentação de máquinas, em áreas de drenagem natural, que podem ser cursos d‟água perenes, intermitentes ou talvegues efêmeros; além da remoção e movimentação de volumes consideráveis de terra para se implantar a barragem no córrego Arrainha, e formação do lago de 37,5915ha, que armazenará água para suprir a demanda do empreendimento. Descrição dos impactos 1) Alterações na topografia dos terrenos e formas de relevo, e as conseqüentes alterações no comportamento hídrico, inclusive pela supressão de olhos d‟água e nascentes, com 14 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 modificações na drenagem natural e dinâmica superficial, geradas pela remoção da cobertura vegetal e pedológica, e de substrato rochoso para implantar a rede viária e todos os demais componentes que formam a infra-estrutura básica do empreendimento. Esses impactos foram avaliados como negativos, diretos, de média a alta intensidades, de médio a longo prazos, e em algumas situações permanentes (a exemplo da barragem, área de pilha de rejeitos, etc.), a maior parte pontual (ADAs) e em menor expressão, local (AID, a exemplo das alterações na dinâmica superficial da bacia do córrego Arrainha, pela mudança de nível de base local), irreversível (porque haverá mudança do comportamento hídrico de vertentes). E, embora a maior parte desses impactos sobre os fatores do meio físico, clima geologia, relevo, e solos, sejam irrelevantes, haverá aqueles de efeitos e sinérgicos. A exemplo da supressão de nascentes e olhos d‟água no flanco da serra, que poderão resultar em desestabilização morfopedológica, potencializado pela mudança de nível de base local; pelo aparecimento de erosões; e pelos colapsos/subsidências pontuais de setores muito inclinados associados aos pontos de surgência, mantidos pela relação ecofisiológica solo/água/planta. Essa avaliação, que teve como referência o plano diretor aprovado tanto pela Mineração Dardanelos Ltda, como pela Votorantim Metais-VM, e, plotado no mapa morfopedológico (Figura 7), baseou-se nos seguintes pressupostos básicos: 1º) Nos compartimentos morfopedológicos de maior estabilidade, inclusive a geotécnica dos terrenos (CMP-1a e CMP-1b), será instalada a maior parte dos componentes que formam a infra-estrutura básica do empreendimento (área industrial com 21,82ha, pilha de rejeitos e estruturas que lhe dão apoio, como a pilha temporal de rejeitos (respectivamente, 23,3ha e 5,7ha), lagoa formada pelo barramento e estruturas da barragem (cerca de 38ha), área de depósito de resíduos (16ha), além de estradas de circulação e de acesso, com área aproximada da ordem de 2,2ha. Esses compartimentos estão relacionados às superfícies tabuliformes, e setores de colinas médias, com declividades variando de menos de 5 a 12%, embora pontualmente se observam declividades maiores (Figura 8), no geral sob o ponto de vista da dinâmica superficial os terrenos são relativamente estáveis, mesmo porque, se associam a Latossolos, pouco susceptíveis à erosão laminar e não susceptível a moderadamente susceptível à linear (sulcos e ravinas), 15 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 principalmente quando estão recobertos pela vegetação original, ou por pastagem plantada bem manejada. 2º) Apesar da boa estabilidade ambiental desses compartimentos, haverá necessidade de se realizar serviços de terraplenagem para implantar o complexo industrial (Figura 9), que envolverá a planta de beneficiamento e demais edificações de apoio, além de estruturas e obras de engenharia, específicas para as quais são necessárias adequações topográficas, rigorosas, conforme as normas técnicas exigidas para cada componente do Projeto. Dentre esses serviços de terraplenagem destacam-se aqueles que aplainarão terrenos, homogeneizarão superfícies, e removerão/movimentarão volumes consideráveis de terra, como a barragem de água, emboque da mina, planta industrial. Conforme o projeto conceitual do Plano Diretor prevê-se um quantitativo para terraplenagem de cerca de 625.000m3 de corte e 349.000m3 de aterro na planta de beneficiamento. Como a maior parte desses impactos ocorrerão nas áreas diretamente atingidas-ADAs, em termos gerais o complexo industrial envolverá as seguintes ADAs: Áreas administrativas de apoio: canteiro de obras (edificações temporárias); escritório de gerenciamento do projeto; vestiário; restaurante; área de convivência; almoxarifado; área para empreiteiros; área para deposição de materiais descartados. Áreas administrativas para operações: portaria principal (brigada de incêndio, balança, cercas, sala de recepção, sanitários e copa de apoio aos recepcionistas e vigilantes, sala de controle do sistema de vigilância eletrônica de toda a unidade, inclusive ao longo das cercas); acessos internos (sistema viário de acesso à mina, barragem, pilha de rejeitos, portaria, área administrativa, áreas industriais, e interligações entre as unidades); sistema de água (reservatório com barramento, ETA, ponds); ETE; sub-estação de energia elétrica; escritório central; área de apoio à mina; posto de abastecimento; vestiário; restaurante; área de convivência; oficina central. 16 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Área industrial: de britagem, Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 peneiramento, moagens, reagentes, flotação/filtragem, prensa, flotação/espessadores, flotação/filtragem de esteira, área para estoque e despacho de produtos; área de depósito de rejeitos (pilha a seco, distante da área de produção). 17 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 8 – Carta de isodeclividade da AID, e em destaque, o detalhe da área onde será implantada a indústria. 18 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3º) Nas áreas relacionadas à implantação da barragem e da represa (em torno de 38ha), ainda se tem 13,2745ha de remanescente de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, e 0.8829ha de vegetação secundária desta mesma fitofisionomia, formando sistemas ribeirinhos, que serão totalmente suprimidos juntamente com as coberturas pedológicas e rochas intemperizadas a sãs, os quais são importantes para a estabilidade da dinâmica hídrica das bases das vertentes e da estabilidade morfopedológica do fundo de vale do córrego Arrainha. Enfatiza-se que após a formação do lago, a dinâmica hídrica superficial das vertentes será regida pelo novo nível de base local representado pelo barramento, que anteriormente, correspondia à foz do córrego Arrainha no Guaribal. 4º) No flanco sul da serra do Expedito, onde se tem terrenos de altas declividades, serão implantados os emboques das minas (Arex e Ambrex), praças de ventilação, paióis (de espoleta e explosivos), estradas de acesso e demais estruturas de apoio à extração mineral. Note que a maior parte dessas áreas atingidas encontra-se no âmbito do compartimento morfopedológico CMP-2b (Figura 7), onde os terrenos apresentam declividades médias superiores a 30% (Figura 8), associados a Neossolos Litólicos e Cambissolos, que são rasos e pouco desenvolvidos, extremamente susceptíveis à erosão laminar e linear por sulcos e ravinas, e moderadamente susceptível à boçorocas, quando recobertos pela vegetação original de floresta. Assim, ao se remover nas ADAs, a Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, as coberturas pedológicas, rochas alteradas a sãs, e ao se recortar drenos naturais, que promovem o escoamento natural dos excedentes hídricos dessas áreas, haverá incremento de processos erosivos e o carreamento de materiais para os setores de jusante; devendo salientar, que o setor desse flanco da serra, na altura da projeção do corpo mineralizado Arex, todo o sistema de drenagem (seja natural ou implantado), está voltado para o córrego Arrainha, o formador do lago, que após seu total preenchimento (até a cota altimétrica 145m), regerá a dinâmica hídrica superficial das vertentes por se tornar o novo nível de base local, com efeitos sinérgicos na relação morfogênese/pedogênese, potencializando dinâmica erosiva nas vertentes e sedimentária no fundo de vale. Porquanto, para mitigar todos os impactos que provocarão alterações na topografia dos terrenos e formas de relevo, e as conseqüentes alterações no comportamento hídrico, inclusive 19 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pela supressão de olhos d‟água e nascentes, e modificações na drenagem natural e dinâmica superficial, será concebido um Plano de Controle de Erosão para a bacia do córrego Guaribal. Deverá também, ser concebido um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, para cada área diretamente atingida (ADAs), de maneira que seja compatível com o disciplinamento dos excedentes hídricos. Por isso, deverão ainda, serem implementados todos os sistemas de captação e de drenagem de águas superficiais/pluviais, de maneira a se ter eficiência em todas as áreas diretamente atingidas (ADAs). Ressalta-se ainda, que o empreendedor acatará e seguirá as orientações recomendadas pelo órgão ambiental licenciador/fiscalizador do Estado de Mato Grosso, no que tange aos impactos associados à supressão de ambientes de Áreas de Preservação Permanente, Figura 10 (APPs de nascentes/olhos e cursos d‟água e de declividade). 2) Erosões e assoreamentos, gerados pela remoção de cobertura vegetal e pedológica, e de substratos rochosos para implantar rede viária e infra-estrutura básica do empreendimento. Trata-se de um impacto negativo, direto, de média a alta intensidades (dependendo de onde se encontra a ADA), de médio a longo prazos (dependem da recuperação das áreas após a execução do PRAD baseado no Plano de Controle de Erosão). 20 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 9 – Carta de áreas de preservação permanente (APPs de nascente e de curso d‟água, e de declividade), em relação às estruturas previstas em layout do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT. 21 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em alguns casos esses impactos serão permanentes (principalmente quando se formam grotões no flanco da serra). Porém, são impactos locais (porque normalmente ultrapassam os limites das ADAs); reversível e irreversível (a depender da recuperação das áreas após execução do PRAD baseado no Plano de Controle de Erosão); e, a maior parte desses impactos tem implicação irrelevante, embora alguns tenham efeito sinérgico. E, neste caso, a sinergia se manifesta nas ADAs e se estende para a AID, após a remoção da Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, coberturas pedológicas, rochas alteradas a sãs, e ao se recortar drenos naturais, que promovem o escoamento dos excedentes hídricos dessas áreas, havendo incremento de processos erosivos e o carreamento de materiais para os setores de jusante das ADAs. Deve salientar, que no setor do flanco da serra, na altura da projeção do corpo mineralizado Arex, todo o sistema de drenagem (seja natural ou implantado), está voltado para o córrego Arrainha, o formador da represa, que após seu total preenchimento (até a cota altimétrica 145m), a dinâmica hídrica superficial das vertentes será regida por esse novo nível de base local. Resultará, num primeiro momento, o desbalanceamento da relação morfogênese/ pedogênese, e nos talvegues de primeira ordem com a foz no lago, terão o processo natural de erosão remontante ligeiramente acelerado no tempo geomorfológico. Então, todos os sedimentos e materiais gerados por erosão na bacia do córrego Arrainha chegarão à barragem e ao lago, inclusive, através do processo de arraste de fundo de seu leito, que cessará ao atingir a base do barramento onde ficarão depositados. Por isso, a vida útil da represa dependerá das ações efetivas de controle de erosão em toda à área da bacia do córrego Arrainha. Além disso, a supressão de nascentes e olhos d‟água no flanco da serra, que resultarão em desestabilização morfopedológica, também, potencializarão o processo erosivo com colapsos pontuais de setores muito inclinados associados aos pontos de surgência e mantidos pela relação ecofisiológica solo/água/planta, e, por conseguinte, os ambientes de entorno ficarão muito vulneráveis ao aparecimento de grotas e grotões. Para mitigar esses impactos, está previsto um Plano de Controle de Erosão para toda a bacia do córrego Guaribal, e a adoção de um PRAD, baseado nas concepções desse Plano, que só terão eficiência se também, forem implantados sistemas de drenagem e disciplinamento de excedentes hídricos, desde a captação até os níveis de base locais. 22 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3) A alteração dos níveis de ruído durante a implantação do empreendimento são de natureza mecânica, gerados por máquinas/equipamentos/veículos etc. Trata-se de um impacto negativo, direto, de média a alta intensidades (a depender dos níveis atingidos em relação aos padrões aceitáveis), de curto prazo (enquanto durar o processo de instalação do empreendimento), pontual (porque está associado às ADAs), reversível (esses níveis de alteração cessarão após a conclusão das estruturas do empreendimento), a maior parte é irrelevante (por não ser cumulativo nem sinérgico), mas em algumas ADAs, onde houverem várias fonte de geração de ruídos, pode ter efeito cumulativo. Esse impacto deve ser primeiramente mitigado na fonte, com soluções de engenharia e adequada manutenção de veículos e equipamentos. Os equipamentos devem atender a especificações de qualidade ambiental, inclusive relacionadas à higiene ocupacional com o intuito de minimizar a necessidade de protetores auriculares (EPI). Para garantir que o ruído não causará desconforto para a comunidade do entorno, é muito importante a implantação de programa de monitoramento de níveis sonoros no entorno do empreendimento, conforme as especificações previstas em lei (NBR 10.151/2000 e CONAMA 001/90), cujos padrões a serem seguidos, estão a seguir resumidos: Níveis sonoros para ambientes externos em dB(A), de acordo com a Resolução CONAMA 001/90, e NBR 10.151/2000 da ABNT. Uso predominante do solo Nível Sonoro Diurno Sítios ou fazendas Estritamente residencial, hospitais e escolas Mista, predominantemente residencial Mista, com vocação comercial e administrativa Mista, com vocação recreacional Predominantemente industrial 40 50 55 60 65 70 Nível Sonoro Noturno 35 45 50 55 55 60 Caso os níveis sonoros para o ambiente externo não sejam atendidos, medidas extras de minimização de ruído devem ser tomadas. 4) As alterações na qualidade do ar, resultantes da movimentação de máquinas, equipamentos e veículos, gerarão poeira e emissão de gases por queima de combustíveis. Esses impactos foram avaliados como negativo, direto, a maior parte de média intensidade porque poderão ser minimizados, mas serão de alta intensidade nos locais onde não for possível a 23 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 mitigação, como na construção da barragem/represa e no emboque da mina, onde haverá muita movimentarão de terra, e gerará elevados níveis de particulados no ar. É de curto prazo, porque durará até a conclusão das estruturas do empreendimento. É um impacto pontual (gerado nas ADAs), e local quando ultrapassa os limites das ADAs; é reversível para os casos que as ações de mitigação forem suficientes, e irreversível se não forem controlados. A maior parte desse impacto é irrelevante (por não ser cumulativo nem sinérgico), mas nas ADAs com várias fonte de geração de poeira, pode ter efeito cumulativo. Esse impacto será mitigado na fonte, a partir da manutenção dos veículos e equipamentos (minimiza gases da combustão), controle de velocidade dos veículos e umidificação da rede viária, até onde for possível (e a restrição será para terrenos muito íngremes do corpo serrano, e provavelmente em locais na ADA da barragem). É importante a implantação de programa de qualidade do ar, para verificação do atendimento à Resolução CONAMA 03/1990. 5) No processo de implantação do Projeto Aripuanã haverá a geração de resíduos sólidos (domésticos) pelas limpezas em geral, embalagens de origem industrial, restos de alimentos (orgânicos/inorgânicos), dejetos humanos, etc., que poderão contaminar os solos das ADAs. Haverá também, a geração de volumes de diferentes naturezas, mas principalmente aqueles relacionados às coberturas vegetais e pedológicas, e a materiais rochosos (estéreis), para instalação das estruturas do empreendimento. São impactos negativos, diretos, e a maior parte de média intensidade (principalmente porque serão adotadas ações para mitigá-los), mas haverá aqueles de alta intensidade, como a geração de volumes consideráveis de cobertura vegetal/pedológica/rochas intemperizadas e sãs, que deverão ser estocadas no depósito de resíduos “provisórios”, até que tenham a devida destinação, prevista nos Planos Executivos das Obras. São impactos de curto prazo, se forem gerados enquanto durar o processo de instalação, mas serão de médio a longo prazos, quando só forem mitigados ao longo da vida útil do empreendimento, e cessarem após sua desativação. Neste caso, cita-se o exemplo de volumes que ficarem estocados no depósito de resíduos de 16ha, a ser implantado na porção sul da área do empreendimento, conforme previsto no Plano Diretor, que só será totalmente removido da área quando for utilizado para o fechamento das minas (Arex e Ambrex). São impactos locais por estarem relacionados à AID, e são reversíveis 24 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 porque serão mitigados (seja em médio ou a longo prazos). A maioria trata-se de impactos irrelevantes porque não têm efeito cumulativo, nem sinérgico, mas alguns poderão ter efeito cumulativo, porque poderão ter outras implicações ambientais potencializadas, caso, por exemplo, do depósito de resíduos, que são áreas fontes potenciais para a geração de sedimentos por processos erosivos, principalmente sulcos e ravinas. Ou como as coberturas vegetais e camadas superiores dos solos, que forem depositadas e estocadas, ainda que provisoriamente, no depósito de resíduos, pois elas são dotadas de banco de sementes e de propágulos, que propiciarão o processo de regeneração natural em curto prazo, favorecido pelo clima regional, de alta pluviosidade e insignificante déficit hídrico anual. Esses impactos serão mitigados pelo Plano Geral de Implantação das Obras – PGIO, que será detalhado no Plano de Controle Ambiental – PCA e orientará a adequada gestão dos resíduos das obras. A primeira ação deverá ser a minimização da geração de resíduos, inclusive considerando metas de redução. Os resíduos sólidos gerados deverão ser separados na fonte geradora e preferencialmente submetidos a reuso, reciclagem ou co-processamento. Não sendo possível, deverão ser adequadamente destinados para o depósito de resíduos, do tipo aterro regularizado, interno ou externo. 6) O impacto visual resultante das alterações da paisagem das ADAs são impactos que as pessoas percebem de diferentes formas, principalmente, dependendo do tipo do observador. Para a comunidade local certamente serão mais notórios, comparado às pessoas de outras regiões. Para aqueles envolvidos diretamente com a atividade de implantação das estruturas do empreendimento e que acompanham a evolução das alterações desde seu início, esse impacto torna-se relativo e inerente ao Projeto, diminuindo sua importância. Porquanto esse impacto pode ser avaliado como, negativo, direto, de média a alta intensidades (dependendo do observador), em algumas ADAs os impactos visuais serão de curto prazo, até concluir a instalação do empreendimento, quando serão mitigados, em outras ADAs são de longo prazo (só mitigado após o fechamento da mina e desativação do empreendimento), mas haverá ADAs em que o impacto visual será permanente (caso da barragem, dos cortes e aterros no flanco da serra), os quais só serão minimizados após a revegetação. Trata-se de um impacto pontual (gerado apenas nas ADAs), reversível após serem mitigados, mas irreversível, 25 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 onde não for possível essa mitigação, é irrelevante (porque não é cumulativo nem sinérgico). Será mitigado através do Programa de Educação Ambiental, com exclarecimento à comunidade envolvida, o quê de fato significam as alterações na paisagem. O Plano de Controle Ambiental – PCA e as ações de PRAD, também minimizarão o impacto visual, no sentido de promoverem a cicatrização dos ambientes degradados. 1.1.2. Fase de Operação do empreendimento O processo de extração e beneficiamento mineral, e suas diferentes etapas, apresentadas em detalhe no diagnóstico ambiental (Volume 1: “Informações Gerais sobre o Empreendimento”), foi a referência que subsidiou a avaliação dos impactos ambientais da fase de operação do Projeto Aripuanã, relacionados aos fatores do clima, geologia, relevo, e solos, e que também, foi analisado de forma integrada, enfatizando-se que os seguintes aspectos foram preponderantes nessa análise: a remoção gradual dos corpos mineralizados da serra do Expedito, Arex e Ambrex, o seu beneficiamento na indústria por processos químicos (flotação), a destinação dos rejeitos potencialmente contaminantes; e o transporte dos concentrados, obtidos no beneficiamento. Nesse sentido, os seguintes pressupostos foram considerados para identificar e avaliar os impactos sobre fatores do clima, geologia, relevo, e solos: 1º) O método de extração mineral selecionado para as minas subterrâneas, Arex e Ambrex, é do tipo Bench Stoping, o qual consiste numa variação do método Sublevel Stoping (de realces em subníveis com perfurações longas). O método de lavra chamado Bench Stoping pode ter diversas variações. Os tipos de acesso ao minério e o tipo e disponibilidade do enchimento são fatores importantes na determinação da variante do método. As duas variações selecionadas como método de lavra do Projeto Aripuanã, o benching stoping com enchimento contínuo e o benching stoping AVOCA, estão a seguir resumidamente descritos. O benching com enchimento contínuo é uma variação do bench stoping que usa enchimento para apoiar as paredes do realce. Neste método devem ser abertos acessos em ambas 26 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 as extremidades do realce de tal maneira que enquanto o equipamento de carga realiza a limpeza do bloco através de uma das extremidades pelo nível inferior, o enchimento acontece concomitantemente através do outro acesso. A Figura 10 representa esquematicamente o conceito deste método. O benching stoping AVOCA é um método que utiliza acesso ao bloco de minério através de somente uma extremidade. Figura 10 – Esquema longitudinal do benching stoping com enchimento contínuo. O equipamento de carga faz a limpeza pelo nível inferior enquanto que o vão livre gerado pela detonação é preenchido pelo acesso do nível superior, como pode ser visto na Figura 11. Neste método os fogos são confinados e o vão livre gerado fica aberto por menos tempo. 27 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 11 – Esquema longitudinal do benching stoping AVOCA. Em ambos os métodos os realces serão preenchidos com backfill cimentado. Este material é composto do rejeito da planta de beneficiamento acrescido de cimento (2%) , juntamente com o estéril gerado pelo desenvolvimento de rampas e travessas. Nos primeiros anos da mina o estéril do desenvolvimento será depositado temporariamente no depósito de resíduos na superfície, após o início da lavra este material será direcionado diretamente para o preenchimento dos vazios da mina. A localização da rampa foi selecionada para propiciar o melhor acesso ao corpo de minério. Travessas a partir da rampa servirão de acesso para o minério e então galerias de minério serão desenvolvidas dentro do corpo conectando as travessas. A Figura 12 mostra a visão longitudinal da operação. Figura 12 – Visão longitudinal. A lavra pelo método Bench Stoping é altamente produtiva mesmo com um número reduzido de frentes de lavra. O método será apropriado para os veios com mergulho superior a 45º e espessuras maiores que 3m. Os realces serão lavrados em recuo e dos subníveis inferiores para os superiores. Os painéis somam 75m, sendo composto por 3 subníveis de 25m de altura. O tempo de ciclo para a lavra dos realces foi estimado com base na média das dimensões dos realces e na produtividade dos equipamentos. A Figura 13 mostra uma seção vertical típica do corpo mineralizado. As perfurações de detonação utilizarão equipamentos de perfurações longas de 25 a 30m a partir do nível da perfuração. Geralmente são adotadas perfurações ascendentes, pois permitem um ângulo de detonação de 70º para frente. 28 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A sequência de produção do realce terá início com o desenvolvimento dos furos de alivio (slots) na extremidade dos realces. O slot será desenvolvido por perfurações longas e ascendentes. Em seguida o slot será alargado até a sua configuração final que terá a mesma largura do realce. Posteriormente leques de perfurações serão detonados para extração do minério. Figura 13 – Seção vertical típica da mina. O minério detonado será transportado por LHDs, controladas por controle remoto. O minério desmontado é carregado em caminhões que farão o transporte deste material até a superfície, onde serão dispostos em pilhas no pátio próximo a boca da mina. Da boca da mina o minério será transportado por meio de caminhões rodoviários até a planta. Assim, as seguintes operações serão realizadas no processo de lavra: Perfuração: As perfurações de produção são planejadas para ser realizado por um equipamento de perfuração longa eletro-hidráulico. Assim que a face livre (slot) é aberta os leques podem ser perfurados. O próximo leque da sequência só é 29 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 detonado após a limpeza do material desmontado anteriormente. A razão de carga considerada é de 0,5 kg/t. O explosivo e a emulsão serão dimensionados dependendo da possibilidade de presença de água e as características do minério. Carregamento e transporte: O carregamento será realizado utilizando LHD rebaixadas de 14 ton. Em geral o limite dos realces é definido pela distância de transporte das LHDs, que é de até 150 metros. As LHDs carregarão caminhões de 42t que farão o transporte do minério até o pátio na boca da mina. Suporte de teto: Suporte de teto é uma parte importante no ciclo de lavra. Parafusos de teto foram escolhidos como suporte com espaçamento de 1,4 por 1,5m e 2,4 metros de comprimento. Uma malha de cabos de aço também será utilizada no suporte da encaixante do minério para um melhor controle da diluição. Enchimento: Esta tarefa consiste em encher o realce com o estéril mais rejeito cimentado, este bombeado da planta de beneficiamento, em operação denominada backfill). A lavra do realce que se encontra no subnível superior está condicionada ao enchimento do bloco abaixo, que serve de piso para as operações de lavra unitárias necessárias para completar o ciclo. Ventilação: O circuito de ventilação deverá suprir o oxigênio no subsolo, fazer a renovação contínua do ar, diluir de forma eficaz todos os gases inflamáveis e nocivos, manter o nível de poeira, temperatura e umidade relativa do ar adequada ao trabalho humano e ser mantido e operado de forma regular e contínua. Para tanto, a entrada de ar fresco para a mina é feito pelas rampas e saídas de emergência sendo retornado para a superfície pelas chaminés de ventilação que conectam todos os níveis e áreas da mina. Um exaustor será instalado na saída da chaminé de ventilação forçando o fluxo de ar pela mina. Ventilação auxiliar é necessária para redirecionar o ar fresco do circuito principal para as frentes de lavra. 30 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Bombeamento de água: Como o aporte de água da mina não é grande, será realizado o bombeamento da água para fora da mina através de bombas de face, que garantam a segurança nas operações. 2º) No que tange ao processo de beneficiamento do minério na planta do projeto Aripuanã, está prevista uma alimentação de 1,2Mtpa, ou aproximadamente 152,2t/h alimentados à planta de moagem e flotação, considerando uma eficiência operacional de 90%, considerando uma planta de tratamento de minério para recuperação de cobre, chumbo e zinco através de britagem primária, moagem SAG seguida de moagem de bolas, flotação sequencial desses metais com pré-flotação de talco no caso do minério stratabound4 e flotação simples de cobre no caso do minério stringer5. Em todos os casos é prevista a remoagem de todo ou parte dos concentrados roughers. O circuito de flotação de cada etapa de recuperação do metal (cobre, chumbo e zinco) é bastante similar, consistindo de uma etapa rougher (concentração), remoagem e limpeza. Os fluxogramas de blocos apresentado a seguir representam um resumo das operações unitárias da planta de processo. 4 Stratabound: termo utilizado para indicar determinado depósito mineral que se encontra limitado a uma determinada camada ou estrato sedimentar. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S) 5 Stringer: termo utilizado para se refereir a veio estreito ou filamento irregular de substância mineral atravessando uma massa rochosa. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S). 31 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Figura 14 – Fluxograma de blocos: Cominuição. Cominuição Flotação talco Pre-Rougher Con Rejeito talco Final Con 1 Rejeito/ Próxima Etapa Rougher Con Remoagem Pre-Cleaner Con Final Con 2 Cleaner Con Recleaner Con Final Con 3 Figura 15 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão). Figura 16 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho. Cleaner Scavenger Con 32 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sistema de Gestão de Riscos Ambientais Quando da operação do empreendimento, a Mineração Dardanelos terá implantado o seu Sistema de Gestão que seguirá as diretrizes do Sistema de Gestão da Votorantim – SGV. No âmbito do SGV da Votorantim Metais existe um programa de Gestão de Riscos Críticos Ambientais, que orienta a gestão para os riscos ambientais considerados mais importantes para uma segura operação minero-metalúrgica, com base não apenas na legislação vigente, mas também nas melhores práticas ambientais. O cumprimento dessas orientações é periodicamente verificado pela corporação da Votorantim Metais, em todas as suas Unidades operacionais, assim como o será na Mineração Dardanelos, por meio de auditorias sistemáticas cujos resultados são apresentados a alta administração da Votorantim Metais. Os riscos críticos que serão implantados da Mineração Dardanelos estão ilustrados na Figura 17. Figura 17 – Gestão de riscos críticos nas unidades do Projeto Aripuanã/MT. Considerando essas características do processo de extração e beneficiamento mineral do Projeto Aripuanã/MT, o Quadro II apresenta o resumo da avaliação dos impactos e respectivas medidas mitigadoras, que também foram, em seguida, descritos de forma mais detalhada. Quadro II - Resumo da avaliação de impactos ambientais a serem gerados na fase de operação do Projeto Aripuanã sobre fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Impacto ambiental Atividades geradoras 1) Geração de efluentes industriais na planta de Processo de beneficiamento do beneficiamento e a minério. conseqüente Avaliação do impacto Negativo, direto, alta intensidade, médio a longo prazos, pontual e local, Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). Tratamento de efluentes/pond de recirculação de água. Programas de 33 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Impacto ambiental Atividades geradoras contaminação de solos/substratos rochosos. 2) Geração de efluentes de origem industrial e a Abastecimento e manutenção de conseqüente máquinas/veículos e contaminação de equipamentos, e limpeza geral solos/substratos rochosos. 3) Geração de rejeitos com risco de contaminação de solos/substratos rochosos. 4) Geração de efluentes domésticos, e a conseqüente contaminação de solos/substratos rochosos 5) Geração de resíduos sólidos, domésticos, e estéreis, com risco de contaminação de solos/substratos rochosos. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Avaliação do impacto reversível/irreversível, cumulativo/sinérgico. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Monitoramento de água/efluente. Programas de Ed Ambiental. Programa de Gerenciamento de Riscos Negativo, direto, média a Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). alta intensidades, médio a Implementação do sistema de captação, longo prazos, pontual, separação e destinação de efluentes. reversível, irrelevante Programas de Ed. Ambiental. Sistema de drenagem com pond de efluentes na pilha de rejeitos e drenagem de emergência na planta, pilha e ao longo da Processo de beneficiamento do Negativo, direto, alta tubulação. Sistema de proteção nas minério, e condução de backfill intensidade, longo prazo, tubulações de rejeitos. Programas de com adição de cimento, da pontual e local, Monitoramentos de Água/Efluente na pilha planta à mina, por tubulações, irreversível, cumulativo e de rejeitos e à sua jusante, na bacia do disposição em pilha. sinérgico. córrego Arrainha Programas de Ed. Ambiental e de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Resíduos, Efluentes e Barragens). Pessoal envolvido no empreendimento e atividades correlatas. Negativo, direto, média intensidade, longo prazo, pontual, reversível, e sinérgico. Adoção de sistema de tratamento no complexo industrial, banheiros na mina. Programas de Ed. Ambiental e de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Resíduos). Minimização da geração, coleta seletiva, reuso, reciclagem e co-processamento (quando possível) e adequada destinação (aterro regularizado, interno ou externo). Retorno de materiais (rochas/estéreis e Negativo, direto, média a backfill/rejeitos com cimento. Progr. 6) Alterações na Detonações e remoções de alta intensidades, longo Monitoramento de Águas e estrutura do corpo de rochas (estéril/minério). prazo, pontual, Hidrogeológico. Planejamentos de lavra e serra do Expedito. irreversível, sinérgico. de fogo adequados. Progr. Gerenciam. de Riscos Ambientais (Descomissionamento). Predição da geração de drenagem ácida Negativo, direto, alta com adoção de medidas mitigadoras (no 7) Contaminação de intensidade, longo prazo/ PCA). Programa de Monitoramento de solos/rochas, por Rochas sulfetadas oriundas das permanente, pontual/local, água na mina e na bacia do Guaribal. metais solubilizados e minas, Arex e Ambrex. reversível/irreversível, Programa de Gerenciamento de Riscos drenagem ácida. sinérgico. Ambientais (Descomissionamento, Resíduos e Efluentes) Negativo, direto, média Engenharia e manutenção de veículos e Ruídos de natureza mecânica: 8) Alteração dos níveis intensidade, longo prazo, equipamentos. Enclausuramento de máquinas/equipamentos/veículo de ruído. pontual/local, reversível, equipamentos. Uso de EPIs), Programas de s. irrelevante/sinérgico. Monitoramento dos Níveis de Ruído 9) Alteração dos níveis Desmonte de rocha por Negativo, direto, baixa Plano de fogo controlado. Programa de de vibração e explosivo (detonações). intensidade, longo prazo, monitoramento da vibração. Negativos,diretos, baixa a Limpezas em geral, embalagens média intensidades, longo de origem industrial e dejetos prazo, pontuais, humanos, na lavra e reversíveis, irrelevantes, e beneficiamento do minério. cumulativo/sinérgico. 34 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Impacto ambiental Atividades geradoras sobrepressão acústica. 10) Alteração dos níveis de qualidade do ar. 11) Riscos de acidente no transporte de cargas perigosas (concentrado de minérios). Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias pontual, reversível, irrelevante/sinérgico. Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Limitação de velocidade de Abertura de galerias/detonações, Negativo, direto, média e veículos. Sistema de umidificação, e britagem, movimentação de alta intensidade, longo sistema de exaustão na mina. Programas de máquinas, equipamentos e prazo, pontual, reversível, Monitoramento de Qualidade do Ar. veículos. irrelevante. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Emissões) Executar o Plano Adoção das normas Transporte rodoviário do Negativo, direto e técnicas para transporte de cargas Projeto Aripuanã/MT à para indireto, alta intensidade, perigosas, implantação de brigada de outros locais fora de MT longo prazo/permanente, emergência ambiental para a rota de (vendidos no mercado para regional, reversível, transporte . Programa de Gerenciamento de posterior refino pelos smelters). sinérgico e cumulativo. Riscos Ambientais (Gestão de Cargas Perigosas). 1) O beneficiamento do minério será através do processo de flotação, onde serão utilizados vários produtos químicos (Anexo I), resultando na geração de efluentes industriais e águas residuárias, previstos no Plano Diretor para serem tratados e posteriormente re-circulados na planta, deixando claro que não haverá possibilidade de saírem dos limites da indústria, mesmo porque, conforme o Plano Diretor, existirá as ETAs associadas ao pond de recirculação de água, para onde serão convergidas todas as águas utilizadas na indústria. Todo o sistema de drenagem deve ser desenhado considerando possibilidade de transbordamentos e vazamentos, que, se não forem devidamente contidos, podem causar contaminação de solos, e/ou aterros, e/ou substratos rochosos da ADA e de seu entorno. Se porventura esse impacto vier ocorrer, será negativo e direto, de alta intensidade, por envolver produtos químicos potencialmente contaminantes; de médio a longo prazos, porque poderá ocorrer durante a vida do empreendimento. É pontual, por ser gerado na ADA da indústria, mas se houver vazamento, que porventura saia desses limites, poderá ser local e atingir ambientes da AID. Trata-se de um impacto reversível se não houver contaminação devido ao lançamento de efluentes ou se houver sucesso na descontaminação ambiental, e irreversível, em caso contrário. É um impacto que se ocorrer pode ter efeito cumulativo no espaço, acumulando, por exemplo, em ambiente agradacional, base de vertentes, fundos de vales. Também pode ter efeito sinérgico se envolver outros fatores ambientais, por exemplo, se atingir a rede de 35 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 drenagem da bacia do córrego Arrainha, que tem a barragem em situação de jusante da planta de beneficiamento. Porquanto, para evitar esse impacto, é extremamente importante a adoção do Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais - Gestão de Águas e Efluentes, que preconiza a minimização de captação de água nova e de gerações de efluentes. Em consonância com a legislação, todo efluente deve ser tratado antes de lançado em curso hídrico, deve atender aos parâmetros definidos em legislação e não pode alterar a qualidade do corpo hídrico receptor; Não se admite diluição para atender aos parâmetros legais de qualidade de efluente; Onde requerido, o lançamento deverá ser outorgado. No caso do projeto Aripuanã, prevê-se o tratamento de todo o efluente de processo para o reaproveitamento no próprio processo produtivo, não havendo lançamento previsto. A qualidade do efluente tratado deverá atender aos requisitos de processo, já que não serão descartados. O Programa Gestão de Águas e Efluentes preconiza também a divisão do sistema de drenagem entre: processo, industrial, pluvial e de emergência; que devem ter tratamento adequado conforme as suas características. Todo tanque, canaleta ou tubulação sujeitos a vazamentos e transbordamentos devem ser protegidos por uma drenagem de emergência. Os vazamentos de processo, idealmente contidos no sistema de drenagem de emergência, como bacias de contenção, deverão retornar para o próprio processo, para minimizar perdas, em não sendo possível, poderá ser tratado junto com o efluente de processo. Nenhum efluente de bacia de emergência pode ser liberado para a rede hidrográfica sem prévio tratamento e atendimento aos padrões previstos em legislação. Drenagens industriais (oficinas, lavadores de veículos, acessos) são passíveis de contaminação pela proximidade da área produtiva e podem ser tratadas junto com o efluente de processo ou alternativamente submetidas a tratamento simplificado. Drenagens pluviais não sujeitas à contaminação poderão ser conduzidas por canaletas até bacias de sedimentação e direcionadas para a Barragem de Água para posterior aproveitamento como água nova, desde que devidamente autorizado pelo órgão ambiental e atendendo aos parâmetros da legislação. A operação de todo o sistema de tratamento e drenagem deve ser devidamente padronizado em documentos de gestão. Todos os funcionários envolvidos serão devidamente treinados. 36 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Para assegurar a efetividade da Gestão de Águas e Efluentes e respectivo desempenho ambiental do empreendimento, é importante a implantação de um Programa de Monitoramento de água e de efluentes, que indicará a qualidade dos eventuais efluentes e qualidade de água dos cursos hídricos do entorno. Ainda em conformidade com as diretrizes do Programa de Gerenciamento de Riscos, deverão ser criados indicadores de performance, que deverão ser divulgados e analisados criticamente. Todos os colaboradores da empresa ou empregados terceirizados devem ser conscientizados quanto à adequada gestão de águas e efluentes para evitar impactos ao meio ambiente, no âmbito do Programa de Educação Ambiental. Eventuais acidentes ambientais que possa causar alteração da qualidade dos corpos hídricos deverão ser comunicados ao órgão ambiental fiscalizador. 2) Nas ações de limpezas, e processo de abastecimento, e manutenção de máquinas/veículos e equipamentos em geral, haverá a geração de efluentes de origem industrial e a conseqüente contaminação de solos/substratos/rochas. Por isso no Plano Diretor do empreendimento, estão previstas instalações do tipo: a) área para lavagem de veículos (edificação de 350m², para lavagem de equipamentos da mina); b) duas plataformas metálicas e equipamentos específicos auxiliam a lavagem dos equipamentos; c) piso dotado de trilhos que possibilitam a movimentação dos equipamentos e de canaletas que direcionam as águas de lavagem para bacia de decantação com fundo revestido em trilhos e dessa bacia para caixa separadora de água e óleo (SAO), construída anexada à área de lavagem de veículos; d) oficina industrial, para manutenção e reparos de equipamentos de pequeno e grande portes; dentre outras instalações, voltadas a absorver esse impacto, qual seja a geração de efluentes de origem industrial com possibilidade de contaminar solos, substratos/aterros, ou rochas. Além disso, está prevista a instalação de um posto de combustível, que estará dentro de todas as normas técnicas e exigências legais vigentes. 37 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Trata-se de um impacto negativo, direto, de média a alta intensidades, pois em caso de contaminação há que remover os materiais contaminados (solos, substratos/aterros, rochas) e destinar a local adequado e em conformidade com a legislação vigente. É um impacto de médio a longo prazos, porque poderá ocorrer durante a vida do empreendimento, é pontual porque será gerado nas ADAs onde haverão abastecimento, manutenção de máquinas, veículos e equipamentos em geral, cujas características construtivas estarão de acordo com a legislação que rege a matéria. É um impacto reversível porque será mitigado e irrelevante, porque não terá efeito cumulativo nem sinérgico, pois será totalmente controlado através da implementação do sistema de captação, separação e destinação dos efluentes, nos postos, oficinas, e demais áreas do Complexo Industrial, além das ETAs. O Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais – Gestão de Águas e Efluentes ao ser implantado mitiga os impactos aqui elencados, conforme citado no item anterior, assim como Programa de Educação Ambiental reforçará aos trabalhadores a importância de cumprir os procedimentos operacionais de gestão de águas e efluentes a fim de evitar impactos ambientais. 3) No processo de beneficiamento haverá a geração de rejeitos, e, uma parte, será filtrada (secagem), a seguir depositado na pilha de rejeitos, próxima à planta no interflúvio de dois cursos d‟água contribuintes do córrego Arrainha (Figura 18), situados ao norte e ao sul da pilha, e com fluxos no sentido leste-oeste, os quais são referências geográficas do depósito de rejeito. 38 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 18 – Croqui com principais estruturas do Plano Diretor do empreendimento, onde se observam os cursos d‟água afluentes do córrego Arrainha, que definem o interflúvio onde será instalado o depósito de resíduos a seco. Projeto Aripuanã/MT. A configuração final do empilhamento proposto ocupará uma área em torno de 27,3ha, e será formada por uma altura máxima de aproximadamente 57m acima da superfície revestida com geomembrana, cada camada de rejeito seco será de 6m de altura média, com talude de camada de 1H:1V, feita com bermas de 12m de comprimento, levando com esta configuração uma inclinação de 3H:1V. A capacidade total do empilhamento é de 11,3Mt, o que é equivalente a 5,1 milhões de metros cúbicos de rejeitos secos. Para a outra parte desses rejeitos gerados na indústria, caso seja comprovada a viabilidade ambiental, será adicionado cimento numa proporção de 2% do peso, e será conduzido na forma de backfill, e por meio de tubulações, da planta até as minas Arex e Ambrex, de maneira a 39 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 propiciar o enchimento dos espaços vazios e, inclusive, promover maior estabilidade geotécnica às minas. Tendo em vista que nos resultados de análises laboratoriais (SGS Geossol, 2012), para classificação dos resíduos sólidos (rejeitos), conforme a ABNT NBR 10.004:2004, duas das cinco Amostras analisadas enquadram-se na Classe I (Perigoso), com código de identificação de resíduo: D008, por apresentar teores de Chumbo acima do limite máximo permitido (Anexo II); haverá riscos de contaminação de solos/aterros e substratos rochosos, em caso de vazamentos, ou escapes, nas ADAs da área da Planta de Beneficiamento, da Pilha de Rejeitos, e/ou no trajeto percorrido pela tubulação do rejeito com cimento para backfill. Conforme preconiza o padrão para Gestão de Águas e Efluentes, toda tubulação de rejeitos e águas contaminadas deve ser protegida por sistema de inter-travamento e alarme em caso de vazamento, paralisando o sistema de bombeamento, e sistema de contenção nos pontos críticos, que compõe o sistema de drenagem de emergência. A área da planta também estará protegida por sistema de drenagem de emergência, com contenção em bacias de eventuais vazamentos e posterior tratamento. A pilha de rejeitos será dotada de completo sistema de drenagem operacional, pluvial e de emergência, captando, direcionando e tratando os efluentes a fim de evitar o impacto de um eventual vazamento. Uma outra questão que merece atenção é o preenchimento dos realces com o rejeito acrescido de cimento. Estudos mais detalhados quanto ao potencial de acidificação e solubilização de metais na água subterrânea e respectivos riscos ambientais, mesmo com acréscimo de cimento, serão conduzidos na próxima fase do Projeto Aripuanã e indicarão a viabilidade ambiental de utilização desses rejeitos na forma de backfill. Ressalte-se que o uso de backfill é uma prática mundialmente utilizada na indústria de mineração com o intuito de aumentar o aproveitamento dos recursos e minimizar os impactos ambientais em superfície causados pela disposição de rejeitos. No Brasil, é utilizado em minas subterrâneas de ouro (Mina Cuiabá – Anglo Gold Ashanti), de níquel (Americano do Brasil – Prometálica), e cobre (Caraíba – Mineração Caraíba). No grupo Votorantim, utiliza-se backfill na mina de zinco de Cerro Lindo (Peru), que apresenta características similares ao Projeto 40 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã, isto é, mina subterrânea de zinco, chumbo e cobre com método de lavra sublevel stoping com respectivo preenchimento dos realces com estéril e rejeito cimentado. A geração de rejeitos é impacto negativo; direto; de alta intensidade, por serem rejeitos potencialmente contaminantes; de longo prazo. Por outro lado, e, embora as tubulações sejam ao final removidas, o rejeito ainda que minimizado seus efeitos contaminantes através da adição de cimento tornando-o mais inerte, ele permanecerá no interior das minas (Arex e Ambrex), e vulnerável às alterações futuras, de quando a água voltar ao corpo serrano. Além disso, o impacto é pontual no caso das ADAs da Planta e da Pilha de Rejeitos, e local (AID), no caso da trajetória da tubulação do backfill. Também, são impactos irreversíveis, porque permanecerão na área de disposição, embora sejam passíveis de mitigação. Têm efeito cumulativo no espaço, por exemplo, se contaminar ambientes agradacionais/fundos de vales, ou por onde passarem as tubulações de backfill. E, ainda, efeito sinérgico, por envolverem outros fatores ambientais, caso das redes de drenagem, ou o interior do corpo serrano, pois mesmo após o fechamento das minas, as características químicas dos realces preenchidos pelo backfill podem influenciar, a longo prazo, a qualidade das águas subterrâneas, que também alimentam as nascentes e olhos d‟água. Esses impactos serão mitigados desde o início do processo de implantação das ADAs da Planta de Beneficiamento e do Depósito de Rejeitos, que obedecerão às normas técnicas, para evitar contaminações de solo/aterro/substratos rochosos. Será também mitigado, pela adoção de um sistema de drenagem eficiente, inclusive com pond coletor de efluentes gerados, em consonância com o padrão de Gestão de Águas e Efluentes, já citado. O Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais inclui ainda outros padrões que devem ser atendidos na gestão dos rejeitos, quais sejam: Gestão de Barragens e Depósitos e Gestão de Resíduos. O primeiro orienta projetos de disposição de rejeitos e a operação dos depósitos e barragens, enquanto o segundo estabelece diretrizes gerais para gestão de todos os resíduos. A implementação dos Programas de Monitoramento, de água/efluentes na Planta, Pilha de Rejeitos e à sua jusante, na bacia do córrego Arrainha, vai assegurar que as medidas mitigadoras estão sendo efetivas e que o rejeito não está causando contaminação ao meio ambiente. O Programa de 41 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Educação Ambiental com foco no treinamento e na conscientização dos funcionários e contratados, também deverá ajudar na mitigação desses impactos. 4) Está previsto no Projeto Aripuanã um efetivo da ordem de 600 pessoas, sendo que 309 na área da Mina e 291 na área da indústria. Assim, haverá a geração de efluentes domésticos e a possibilidade de contaminação de solos/substratos rochosos, em casos de vazamentos, ou por falta de manutenção. Trata-se de um impacto negativo, direto, de média intensidade, porque as estruturas foram dimensionadas em função desse número previsto de pessoas, e a capacidade de suporte de acordo com as recomendações e normas técnicas, a exemplo de: a) vasos sanitários: 1 vaso para cada 10 trabalhadores em área considerada insalubre e 1 vaso para cada 20 trabalhadores em área considerada normal; b) lavatórios: 1 lavatório para cada 10 trabalhadores em área considerada insalubre e 1 lavatório para cada 20 trabalhadores em área considerada normal; c) chuveiros: 1 chuveiro para cada 10 trabalhadores. É também, um impacto de longo prazo, pois terá duração do empreendimento; é pontual, por envolver as ADAs. É reversível, passível de mitigação; e, poderá ter efeito sinérgico, caso afete outros fatores ambientais, notadamente a rede de drenagem. E, como medida mitigadora, serão adotadas todas as recomendações e normas técnicas, para o dimensionamento, e para a otimização do sistema de tratamento de esgotos (ETEs) no complexo industrial. Também serão construídos nas minas banheiros químicos tendo em vista a disponibilidade de área para a sua implantação. O alinhamento com o Programas de Gerenciamento de Riscos – Gestão de Águas e Efluentes e o respectivo monitoramento ambiental vão assegurar a qualidade ambiental na geração, tratamento e destinação dos efluentes domésticos (esgotos). Além disso o Programa de Educação Ambiental promoverá a conscientização e treinamento dos funcionários como medida preventiva para evitar a ocorrência desse impacto. 5) No processo de operação do Projeto Aripuanã haverá a geração de resíduos sólidos (domésticos) nas ADAs que envolvem a mina e o complexo industrial, gerado principalmente pelas limpezas em geral, embalagens de origem industrial, restos de alimentos (orgânicos/inorgânicos), dejetos humanos, etc. Embora sejam totalmente controlados pelas estruturas implantadas para evitar a contaminação ambiental, em caso de negligências 42 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 normativas, ou acidentes, poderá sim, resultar em contaminação de solos, substratos/aterros, ou material rochoso. Haverá também, a geração de volumes de materiais rochosos (estéreis), no avanço das frentes de lavra, que serão direcionados ao depósito de resíduos, situado na porção sul da planta de beneficiamento, num pequeno interflúvio de linhas de talvegue contribuintes do córrego Arrainha, embora ali, esses materiais devam permanecer o tempo necessário para serem re-utilizados, inclusive no processo de fechamento da mina. Esses impactos são negativos, diretos, e a maior parte de média intensidade, porque serão adotadas ações para mitigá-los, e de baixa intensidade, no caso do depósito de resíduos por ser estoque provisório, até que tenha a devida destinação, prevista nos Planos Executivos das Obras, e ao final para o fechamento da mina. São impactos de longo prazo, pois serão gerados enquanto durar o empreendimento. São impactos pontuais por estarem relacionados às ADAs, e são reversíveis porque serão mitigados (seja em médio ou longo prazos). A maioria trata-se de impactos irrelevantes porque não têm efeito cumulativo, nem sinérgico. Mas poderá ter efeito cumulativo no espaço, e efeito sinérgico, caso, por exemplo, da área de depósitos de rejeitos, onde os estoques provisórios servirão como áreas-fontes potenciais para a geração de sedimentos, por processos erosivos, principalmente sulcos e ravinas, até ambientes de entorno, notadamente em ambiente agradacional de fundos de vales. O Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais – Gestão de Resíduos orienta o controle e a segregação dos resíduos com o objetivo de otimizar a sua gestão e destinação, que devem ser documentados na forma de um Plano de Gestão de Resíduos Sólidos – PGRS e estar em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Algumas diretrizes do padrão corporativo Gestão de Resíduos incluem: resíduos de serviços de saúde terão de ser incinerados ou dispostos em aterro licenciado para esse fim; resíduos de construção civil deverão ser dispostos em conformidade com o Plano de Gestão Municipal ou em área licenciada para esse fim; não se permite presença de resíduos de ascarel. Toda área de disposição de resíduos deve ser cercada contra acesso de pessoas e animais. Todo os resíduos devem ser classificados quanto a periculosidade e conter ficha de emergência. No caso de envio de resíduos para fora do empreendimento, seja para reciclagem ou aterro, deve ser realizada uma qualificação de fornecedor quanto ao atendimento da legislação vigente e respectivo 43 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 licenciamento, sendo que para resíduo perigoso essa avaliação deverá ser revista anualmente. A hierarquia de gestão estabelece que em primeiro lugar deve-se evitar a geração de resíduos, inclusive com o estabelecimento de metas. Em não sendo possível, deve-se priorizar o reuso, reciclagem e co-processamento, com o intuito de eliminar o resíduo. Somente quando nenhuma dessas opções for viável, deve-se dispor em aterro, sempre observando a legislação vigente e orientações do órgão ambiental, com o objetivo de minimizar o passivo ambiental gerado pela disposição de resíduos e sempre tendo em vista que a utilização de aterros próprios e adequadamente geridos são preferíveis ao envio para aterros externos/ terceiros. 6) As alterações na estrutura do corpo de serra do Expedito, geradas pelas detonações e remoções de rochas (estéril e minério), além de formar vazios no interior das minas subterrâneas, Arex e Ambrex, poderão influenciar e/ou abalar estruturas geológicas (zonas de fraturas e falhas), poderão gerar “chocos”, fissuras, etc., embora parte dos realces devam ser preenchidos, com material rochoso (estéreis estocados no depósito de resíduos), ou por backfill (com adição de cimento), conduzido por tubulações da planta até as minas Arex e Ambrex, e, inclusive, visando dar maior estabilidade geotécnica. Esse impacto é negativo; direto; de média a alta intensidades, porque essas alterações expõem os trabalhadores a riscos; é de longo prazo, pois durará o período de vida da mina; é pontual, porque atingirá as ADAs Arex e Ambrex; é irreversível porque haverá remoção de rochas no processo de extração mineral; e é um impacto de efeito sinérgico, porque poderá atingir pessoas, e ao longo do tempo, poderá resultar em outros tipos de alterações, por exemplo, no comportamento hídrico do corpo da serra, poderá secar olhos d‟água, como também, após o fechamento das minas poderão surgir novas nascentes. Esse impacto poderá ser mitigado a partir de planos de fogo e lavra que visem minimizar instabilidade do maciço rochoso e eventuais abatimentos. Estudos geomecânicos visam subsidiar planos adequados de lavra e técnicas de contenção do maciço rochoso para assegurar a segurança durante a lavra e evitar “queda de choco” e acidentes associados. Além disso, o retorno de materiais (rochas/estéreis e backfill/rejeitos com cimento) para preencher os realces das minas Arex e Ambrex, proporcionará maior estabilidade geotécnica. 44 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Também, para esse impacto, é importante considerar um adequado Programa de Monitoramento Hidrogeológico, com o objetivo de identificar eventual alteração no comportamento hídrico no corpo da serra. Ainda, na elaboração do Plano de Descomissionamento, essa questão deve ser estudada e as respectivas medidas mitigadoras e/ou de re-habilitação devem ser identificadas e implantadas. 7) No processo de extração mineral as rochas sulfetadas poderão provocar a contaminação de solos/rochas, por drenagem ácida das minas - DAM6, Arex e Ambrex, mesmo porque a água é elemento sine qua non em toda a fase de operação do empreendimento. Se de fato houver geração de drenagem ácida, as ações mitigadoras para prevenir e controlar são imperativas. Assim, se houver geração de drenagem ácida com risco de contaminação de solos/rochas, por DAM, o impacto é negativo, direto, de alta intensidade, porque uma vez causados os danos eles são de difícil descontaminação. É um impacto de longo prazo e reversível, porque será gerado e controlado durante a vida do empreendimento; mas poderá ser permanente e irreversível, em caso de contaminação após a desativação do empreendimento. Embora seja um impacto pontual, gerado na ADA da mina e em áreas para onde forem levadas rochas sulfetadas, esse impacto pode atingir outros ambientes da bacia do córrego Guaribal, caso não seja controlado, e se a drenagem ácida alcançar a rede hidrográfica da AID, ele terá efeito sinérgico, atingindo outros fatores ambientais, água, biota aquática, ictiofauna, etc. Em primeiro lugar, o potencial de geração de drenagem ácida e respectivos riscos de impacto nas águas, seja pela exposição à oxidação dos minérios e estéreis, seja pelo retorno do rejeito cimentado, devem ser muito bem estudados. Caso o potencial se confirma, há diversas técnicas clássicas para evitar, controlar e remediar tanto a acidez gerada como os metais eventualmente solubilizados. Por exemplo, a criação de um ambiente anóxico (sem oxigênio) ou o aumento de pH (que pode ocorrer pela presença de rochas carbonáticas) evitam a geração de 6 Drenagem Ácida de Minas – DAM: solução aquosa gerada quando minerais sulfetados presentes em resíduos de mineração oxidam na presença de água. A solução age como agente lixiviante dos minerais presentes no resíduo, produzindo um percolado rico em metais dissolvidos, e ácido sulfúrico. Se o percolado alcançar corpos d‟água, pode contaminar tornando-os impróprios ao uso por longo tempo, mesmo após cessadas as atividades de mineração. 45 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 drenagem ácida. Essas ações estarão detalhadas no PCA. A adoção de um Programa de Monitoramento de Água na mina e na bacia do Guaribal serão fundamentais para identificar eventuais impactos causados pela drenagem da mina e embasar propostas adicionais de medidas mitigadoras, de controle e/ou tratamento. O tratamento de efluentes ácidos característicos da DAM, quando não evitados, envolve a neutralização da acidez e conseqüente precipitação e imobilização das espécies dissolvidas. Em alternativa ou complemento a estes, são empregados os denominados sistemas passivos de tratamento de efluentes, onde os contaminantes são imobilizados em dispositivos estacionários (áreas inundadas, poços, canais, drenos), pela reação com agentes neutralizantes (sistemas passivos abióticos), ou biomassa (sistemas passivos bióticos). De acordo com TRINDADE & SOARES (2004), dentre os sistemas passivos, que podem ser utilizados separadamente ou em conjunto, destacam-se: a) dreno anóxico de calcário-DAC (abiótico); b) áreas alagadas construídas (aeróbico ou anaeróbico); c) sistema sucessivo de produção de alcalinidade-SSPA; d) canais abertos de calcário; e) dreno aerado (oxidante) com calcário; f) sistema pirolusita (patenteado-“pyrolusite systems”); g) barreiras reativas permeáveis; e h) poços verticais produtores de alcalinidade. Na elaboração do Plano de Descomissionamento, essa questão deve ser estudada e as respectivas medidas mitigadoras e/ou de reabilitação devem ser identificadas e implantadas. 8) A alteração dos níveis de ruído é um impacto de natureza mecânica/acústica, gerado pela operação de máquinas, equipamentos, veículos, durante o tempo de vida útil do empreendimento. Ruídos intensos e permanentes podem causar vários distúrbios alterando significativamente o humor e a capacidade de concentração nas ações humanas, provocando inclusive, interferências no metabolismo do organismo, com riscos de distúrbios cardiovasculares, além do risco de conduzir à perda auditiva de forma irreversível, caso os limites estabelecidos em legislação não sejam respeitados. A poluição sonora refere-se aos ruídos que se caracterizam por sons indesejáveis, e corresponde a uma das formas de agressão ao ser humano e outros animais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível de conforto ao ouvido humano é de 50 decibéis. Acima disso, o organismo começa a reagir fisiologicamente, 46 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 e o aumento pode inclusive provocar doenças do aparelho auditivo7. Dois fatores são determinantes para a gravidade dos problemas auditivos: o tempo de exposição e o nível do ruído a que são expostos, as pessoas e os animais. Quanto maior for o tempo de exposição ao ruído, maior o risco da pessoa sofrer danos no aparelho auditivo. A alteração dos níveis de ruído gerado no empreendimento é um impacto negativo, direto, de média intensidade. O ruído para o ambiente externo poderá ser mitigado a partir de soluções de engenharia, enclausuramento de equipamentos e com implantação de cortinas arbóreas, caso ultrapasse os níveis estabelecidos por legislação. Manutenção e planejamento do uso de veículos e equipamentos também minimizam níveis de ruído. Ruído ocupacional, aquele incidente sobre os trabalhadores, deverá ser minimizado com o uso obrigatório de equipamentos de proteção auricular (EPI), nas situações em que o nível de ruído ultrapassar 85dB apesar das soluções coletivas. Trata-se de um impacto de longo prazo, porque var durar o tempo de vida do empreendimento, mas é pontual, quando gerado nas ADAs, da mina, planta de beneficiamento e local quando gerado na AID, caso da rede viária. Para verificar a existência do impacto e a necessidade de medidas de proteção adicionais, deverá ser implantado um Programa de Monitoramento de Níveis de Ruído tanto para o conforto da comunidade (NBR 10.151) quanto para a saúde dos trabalhadores (NR 15). É também um impacto irrelevante, mas pode vir a ter efeito sinérgico, se não forem adotadas as normas recomendadas para minimizá-lo. Nas pessoas, pode ter efeito psicológico, como a perda da concentração; perda de reflexos; irritação permanente; insegurança quanto à eficiência dos atos; embaraço nas conversações; perda da inteligibilidade das palavras; e impotência sexual, quando em níveis bastante elevados. Pode ainda ter efeito fisiológico, como a perda auditiva até a surdez 7 De acordo com a Resolução nº 001, de 8/03/1990, a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, obedecerá, no interesse da saúde e sossego públicos, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Sabe-se que a partir de 40dB(A) os ruídos são „moderados‟, acima de 65dB(A) passam a incomodar o ouvido humano e além de 80dB(A) são considerados „fortes‟, sendo o nível sonoro de 120dB(A) considerado „insuportável‟ para o ouvido humano”. Assim, em áreas predominantemente residenciais, o nível de ruído, que é medido em decibéis, não poderá ultrapassar 55dB(A) durante o dia e 50dB(A) à noite. No caso do Projeto Aripuanã, será considerado limite de tolerância para ruído 85dB(A) para 8 horas de trabalho (NR 15), medido direto no trabalhador; e para a comunidade de entorno da área do Projeto, no meio rural, o limite é de 40dB (diurno) e 35dB (noturno), conforme a NBR 10.151. 47 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 permanente; dores de cabeça; fadiga; loucura; distúrbios cardiovasculares; distúrbios hormonais; gastrite; disfunções digestivas; alergias; aumento da freqüência cardíaca e contração dos vasos sangüíneos. 9) O desmonte de rocha por explosivos (detonação) necessário à operação de lavra provocam principalmente sobrepressão atmosférica e vibração do terreno. As principais fontes de sobrepressão numa detonação são: deslocamento da rocha; vibrações na superfície rochosa, devido à reflexão das ondas sísmicas em faces livres; escape de gases pelas fraturas; ejeção do tampão decorrente dos gases. Os possíveis efeitos da sobrepressão podem se refletir nas estruturas civis através da vibração das paredes, janelas e objetos no interior das construções. O limite aceito para a sobrepressão é de 134 dB, de acordo com Normas Reguladoras de Mineração - NRM 16. Os possíveis efeitos das vibrações, nas construções civis, se verificam através de trincas e rachaduras nas paredes e da vibração do terreno. Os limites de vibração do terreno sugeridos pela mesma NRM 16 é de 15 mm/s (quinze milímetros por segundo) – componente vertical. Para a população em geral, os efeitos da vibração normalmente se confundem com o da sobrepressão. Os impactos para o meio ambiente e comunidade associados a ruído, lançamento de fragmentos, fumos, gases e poeira, normalmente existente em operações de detonação a céu aberto, são irrelevantes em operações de lavra subterrânea. Esses impactos são importantes para os trabalhadores e por esse motivo uma adequada ventilação e evacuação da área durante a detonação são importantes. Trata-se de um impacto negativo, direto, baixa intensidade, porque trata-se de uma mina subterrânea; é de longo prazo porque durará o período de vida da mina;, pontual porque atingirá as ADAs da mina, Arex e Ambrex; é reversível, porque há medidas mitigadoras para remover as rochas após desagregação física por detonação; e é um impacto irrelevante pela baixa probabilidade de ocorrência, porém pode ser sinérgico e os danos poderão ser graves, principalmente porque poderá atingir direta ou indiretamente pessoas, e outros fatores ambientais, como desestabilização de grotas, desmoronamentos em terrenos associados à rede hidrográfica, etc. Porquanto, é imperativa a adoção de rigorosas normas que possibilitem sua mitigação. Um adequado planejamento de fogo, de acordo com a NRM 16, deve ser elaborado e detalhado no Plano de Controle Ambiental (PCA), onde também deve ser previsto e detalhado um adequado Monitoramento Sísmico. 48 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 10) Na fase de operação do empreendimento haverá alteração dos níveis de qualidade do ar, seja pelas detonações e abertura de galerias nas minas Arex e Ambrex; seja pelo processo de britagem (primária, secundária e terciária), seja pela movimentação de máquinas, equipamentos e veículos. Essa alteração pelo aumento de particulados no ar, é um impacto negativo, direto, de média e alta intensidades, em função das ações mitigadoras. É de longo prazo, pois durará o tempo de vida do empreendimento; é local porque além de atingir as ADAs, a poeira pode ser levada pelos ventos que se intensificam entre os meses de julho e setembro. Trata-se de um impacto inerente ao processo em si e às fontes geradoras, é reversível, porque uma vez cessado as condições iniciais da qualidade do ar retornam. É irrelevante, porque pode ser mitigado, mas pode ser de efeito cumulativo e sinérgico, principalmente para os maciços florestais, que podem sofrer com o excesso de particulados nas folhas, diminuindo fotossíntese, afetando a fisiologia das plantas. Pode ainda ter efeito negativo para as pessoas envolvidas, por isso o impacto deverá ser mitigado na fonte, seja pelo enclausuramento de equipamentos com potencial crítico geração de poeira, implantação de sistemas de controle ambiental e proteção coletiva (exaustores e filtros), pelo controle de velocidade nas vias não pavimentadas ou pela adoção de sistemas de umidificação para as fontes geradoras de poeiras, rede viária, área de britagem, pátios, depósito de resíduos, pilha de rejeitos, etc, conforme será indicado no PCA. Nas minas Arex e Ambrex será implantado o sistema de exaustão e ventilação, para mitigar o efeito de poeira e gases sobre o trabalhador, conforme apresentado no Volume 1 “Informações Gerais sobre o Empreendimento”, cujas praças de ventilação foram plotadas no Layout do Plano Diretor. No entanto, a saída do sistema de ventilação pode implicar num impacto ambiental, que deverá ser monitorado quanto à qualidade do ar e, se necessário, submetido a sistema de mitigação, por exemplo, a partir da implantação de filtros ou barreiras físicas para minimizar a poeira e gases gerados nas detonações e outras operações de lavra, e fuligem proveniente da combustão de veículos e equipamentos, minimizando assim, os danos diretos sobre a vegetação de entorno das praças. Outras medidas para mitigar esse impacto estão contidas no Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais – Gestão de Emissões Atmosféricas, que além de reforçar a necessidade de atendimento dos limites legais de emissão e manutenção da qualidade do ar, estabelece também obrigatoriedade de plano de manutenção preventiva para todos os veículos e equipamentos, 49 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 monitoramento periódicos de todas emissões com respectiva análise crítica quanto ao atingimento das metas definidas, sempre com objetivo de atender ou superar a legislação. Na ausência de normas incompletas ou inadequadas, a fim de assegurar a qualidade do meio ambiente e a saúde das pessoas, normas internacionais devem ser adotadas complementarmente. O empreendimento deverá prever metas para redução ou melhoria contínua das emissões atmosféricas. No âmbito do Programa de Educação Ambiental esse tema deve ser abordado em treinamento para todos os trabalhadores. 11) De acordo com a logística do Projeto Aripuanã, está previsto o transporte dos concentrados de minério de zinco, chumbo e cobre, tanto para refinarias próprias, em Juiz de Fora e/ou Três Marias (concentrados de zinco), quanto para refinaria na Bahia (concentrados de cobre) ou exportação pelos portos de Santos ou Paranaguá (concentrados de cobre e chumbo). (vide Figura abaixo). Figura 19 – Mapa com localização da mina e smelters. Foi realizado um estudo logístico contemplando todas as opções de modais possíveis para o projeto, com avaliação de curto, médio e longo prazos (apresentado no Anexo III do Volume 1: “Informações Gerais sobre o Empreendimento”). Atualmente, o modal mais provável para o transporte desse material, considerando as opções possíveis, é o transporte rodoviário. Ressaltase que o custo logístico representa 35% do total do custo operacional do projeto. Assim, haverá o 50 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 transporte rodoviário de concentrados de minérios de cobre, zinco, chumbo, ouro e prata, da área do Projeto Aripuanã/MT para os diversos clientes citados acima, com riscos de acidente e conseqüente contaminação de solo e água durante o transporte dessas cargas potencialmente como perigosas. Embora ainda não se tenha a classificação quanto a periculosidade desses produtos concentrados8, há possibilidades de serem produtos perigosos (concentrados de cobre, zinco, chumbo, ouro e prata), e, por conseguinte, esse impacto será analisado como eminente (passível de ocorrer), do tipo negativo, direto e indireto, de alta intensidade, pois se referem ao transporte rodoviário de “cargas potencialmente perigosas”; de longo prazo, porque vai durar o tempo de vida do empreendimento. É um impacto regional, porque envolve além das ADAs do empreendimento, a bacia do córrego Guaribal (AID), e ultrapassa os limites de Aripuanã, e de Mato Grosso. Trata-se de um impacto reversível, mas que poderá ser irreversível, no caso de acidente com tombamento de carga e conseqüente contaminação de solo e cursos hídricos sem que haja a sua descontaminação. Poderá ter efeito sinérgico e cumulativo, porque, no caso de tombamento de carga, poderá atingir outros fatores ambientais, que não somente a contaminação de solos, substratos, e rochas. E, se atingir a rede hidrográfica, os danos ambientais podem ser tornar muito graves, o aporte de concentrados de minério nos cursos d‟água contaminam e podem comprometer a qualidade das águas, a biota a ela associada, e a saúde humana. Porquanto, é importante a classificação de todos os concentrados quanto a sua periculosidade para adequação do seu transporte e armazenamento. Para todos os produtos classificados como perigosos, é imperativo o licenciamento do seu transporte e conseqüente adoção de normas técnicas para transporte e armazenamento de cargas perigosas. Também é importante a adoção do Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais - Preparação e Atendimento a Emergências, que dentre outras diretrizes orienta a implantação de uma Brigada 8 Produtos perigosos são classificadas de acordo com a ABNT (NBR 14725). Os concentrados das minas da VM que produzem concentrados de zinco e chumbo (Vazante e Morro Agudo) não são perigosos conforme indicado nas respectivas Fichas de Informação de Segurança de Produto Químico - FISPQ. Assim, no caso do Projeto Aripuanã, será prudente a continuidade dos estudos para se ter maior segurança no transporte das cargas (concentrados de Cu, Zn, Pb, Au e Ag). Destaca-se que se for o caso de ser produto perigoso, ensejará em licenciamento específico e adequação do transporte conforme as normas da ANTT (Resolução 420/2004). 51 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de Emergência Ambiental (BEA) para atuar em casos de acidentes com transporte de cargas perigosas durante o seu trajeto. A BEA deve ser equipadas com veículo próprio e kit de emergência, além de contar com manual com as rotas rodoviárias utilizadas para o transporte de cargas perigosas com avaliação de risco ambiental. 1.1.3. Fase de Desativação do empreendimento Os impactos ambientais gerados na fase de desativação do Projeto Aripuanã9 foram analisados da mesma forma integrada com relação aos fatores do clima, geologia, relevo, e solos, e utilizando a mesma metodologia das outras fases. Para tanto, tomou-se como referência o Layout do Plano Diretor e seu memorial descritivo, bem como o Plano de Aproveitamento Econômico-PAE apresentado ao DNPM, que são critérios consistentes para fundamentar a AIA dessa fase. De acordo com Tomaselli (2011), o Plano de Fechamento de uma Mina tem como principais objetivos, proteger a saúde humana e o meio ambiente mediante a manutenção da estabilidade física e química, possibilitar a reutilização das terras uma vez que as operações mineiras sejam concluídas, e proporcionar resposta adequada de reação social e econômica pela desativação do empreendimento mineiro, seja para o quadro funcional como para a comunidade onde se insere o empreendimento. No presente caso, por se tratar de um empreendimento de lavra subterrânea, a recuperação das áreas das minas em si (Arex e Ambrex), será realizada de forma concomitante com a exploração da mineral, conforme as concepções do referido PAE (Tomaselli, 2011) por meio do enchimento de galerias com materiais estéreis e rejeitos (backfill com cimento). 9 A desativação do Projeto Aripuanã, conforme a Portaria do DNPM nº 237 de 18/10/2001 alterada pela Portaria nº 12 de 22/01/2002, se refere ao fechamento das minas Arex e Ambrex, por cessação definitiva da atividade mineral, de extração e beneficiamento de minérios de Cobre, Zinco, Chumbo, Ouro e Prata, na região conhecida como serra do Expedito, município e Aripuanã/MT, e tem como base o Plano de Fechamento da Mina concebido no PAE Plano de Aproveitamento Econômico, que é dinâmico, passível de alteração, complementação e até reformulação na medida em que se aumentam os conhecimentos sobre a lavra, geologia, tecnologia aplicada, e características socioeconômicas ambientais da região. 52 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Assim, as estruturas envolvidas no processo de desativação do Projeto Aripuanã/MT relacionam-se àquelas implantadas na serra do Expedito, e às do complexo industrial, quais sejam: minas (Arex e Ambrex); paióis (espoletas e explosivos); praças de ventilação; estradas de circulação e acessos; pilha com depósito de rejeitos (seco); planta de beneficiamento e demais estruturas da indústria; ponds (de recirculação de água, e relacionados aos sistemas de drenagem de excedentes hídricos e de efluentes); depósito de resíduos; e lago formado pela barragem no córrego Arrainha. É importante ressaltar, que todas essas estruturas deverão ser projetadas com a finalidade de promover o seu descomissionamento, causando o menor impacto possível de quando for desativado o empreendimento. Por outro lado, será elaborado o Plano Conceitual de Descomissionamento para o caso específico do Projeto Aripuanã, em que serão estudadas alternativas de uso futuro para cada componente principal (minas, pilhas, usina de beneficiamento, áreas administrativas, etc.). O estudo deverá explorar e comparar alternativas realistas de uso futuro da área, com avaliação preliminar de viabilidade técnica, ambiental e socioeconômica. A análise deve necessariamente levar em conta a legislação de Zoneamento Sócio Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso, as expectativas da administração municipal, e os anseios da comunidade mais diretamente envolvida com o empreendimento. Devem ser apresentados critérios para avaliar e comparar as alternativas, classificando-as sequencialmente de acordo com os resultados da aplicação desses critérios. A alternativa selecionada somente deverá ser modificada se existirem sólidas razões que justifiquem a alteração, tais como uma mudança de legislação. Considerando que o Projeto Aripuanã tem vida útil de pelo menos 15 anos, período em que as condições socioeconômicas e ambientais do entorno podem se modificar, poderá haver necessidade de revisão e eventual mudança da alternativa escolhida. Uma vez selecionada a alternativa de uso futuro, serão realizados os seguintes estudos: (i) hidrogeologia e hidroquímica, ii) potencialidade de geração de drenagem ácida, (iii) técnicas e procedimentos de revegetação, (iv) estudo de avaliação da contaminação do solo e águas subterrâneas, (v) perfil socioeconômico para fundamentar as estratégias de cunho socioeconômico a serem propostas para a desativação. O Plano de Descomissionamento deve recomendar práticas e procedimentos operacionais, de modo a facilitar ou reduzir os custos do descomissionamento. 53 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O tema descomissionamento está inserido no Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais – Gestão do Descomissionamento. Porquanto, considerando essas peculiaridades, o Quadro III apresenta o resumo da avaliação dos impactos sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na fase de desativação do Projeto Aripuanã/MT, que também estão logo a seguir descritos de forma mais detalhada. Quadro III - Resumo da avaliação dos impactos ambientais da fase de desativação do Projeto Aripuanã, sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto 1) Alterações na paisagem das ADAs do flanco sul da serra do Expedito e na área do complexo industrial (impacto visual). Desativação/fechamento das minas (Arex e Ambrex), e descomissionamento do complexo industrial com remoção/demolição de estruturas e manutenção de outras. Positivo/negativo, direto, média a alta intensidades, permanente, pontual, irreversível, sinérgico. Plano de Fechamento da Mina (como parte do planejamento da produção), Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, e Programa de Ed. Ambiental. 2) Riscos de erosões, assoreamentos, compactação de solos, colapsos, subsidências, etc. Desativação/fechamento das minas (Arex e Ambrex), e descomissionamento do complexo industrial (remoção/demolição de estruturas e manutenção de outras). Negativo, direto, média a alta intensidades, longo prazo e permanente, pontual e local, reversível/irreversível, irrelevante e sinérgico. Plano de Fechamento da Mina (como parte do planejamento da produção), Plano de Controle de Erosão, PRAD e Programa de Ed. Ambiental. 3) Riscos de contaminação do solo, aterros/rochas (por drenagem ácida, e por restos de concentrados de minérios). Negativo, direto, alta Manutenção da pilha de rejeitos intensidade, permanente, (seco), backfill (com cimento) no local, interior das minas desativadas (Arex e reversível/irreversível, Ambrex). sinérgico. Plano de Gerenciamento de RiscosPGR, Plano de Fechamento da Mina (como parte do planejamento da produção), PRAD e Programa de Ed. Ambiental. 1) A ação de fechamento da mina é um processo contínuo, composto de etapas executadas ao longo da vida útil do empreendimento, culminado com a recuperação das áreas que forem degradadas com conseqüente amenização do impacto visual causado durante a implantação e operação do empreendimento. Entretanto, ainda haverá estruturas que permanecerão na paisagem mesmo após o fechamento, caso da pilha de rejeitos, barragem no córrego Arrainha, sistema de drenagem e de tratamento para controle de drenagem ácida (caso seja necessário) algumas estradas de circulação e acesso, entre outras, até porque as alterações na paisagem do flanco sul da serra do Expedito e na área do complexo industrial, que serão objeto de PRAD, levarão um tempo para serem incorporadas à paisagem. Como, no flanco sul da serra, as ADAs serão recuperadas/reabilitadas, tais como, áreas de emboques das minas (Arex e Ambrex), paióis (espoletas e explosivos), praças de ventilação, 54 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 estradas de acesso, e demais estruturas de apoio à extração mineral, como também, nas ADAs do complexo industrial deverão ser removidas/demolidas edificações/construções e obras de engenharia, o impacto visual da paisagem pelo fechamento da mina é positivo, seja pela revegetação com sistemas florestais, seja com pastagem onde já havia pastagem antes do empreendimento. Entretanto, em alguns casos não será possível reverter algumas alterações causadas durante implantação e operação do empreendimento, como no caso das alterações que resultarão em sistemas permanentemente antropizados, como a pilha de rejeitos vulnerável à alteração por sucessão ecológica, ou do lago formado pelo barramento do córrego Arrainha, vulnerável ao assoreamento. Ressalte-se que essas estruturas que permanecerem deverão ser adequadas ao plano de descomissionamento. Neste sentido, o impacto é do tipo direto, de média intensidade, permanente, e pontual por referir às ADAs. É irreversível porque as ações de PRAD deverão ser concebidas visando reabilitar os ambientes de forma harmônica, para que os sistemas que forem implantados sejam gradativamente restabelecidos no que tange ao re-estabelecimento das relações ecológicas funcionais (ecofisiológicas), e que certamente serão muito diferentes da situação anterior, de antes da implantação do Projeto Aripuanã. São os casos, por exemplo, das ADAs que forem recuperadas, onde houveram profundas alterações na topografia dos terrenos e formas de relevo, e as conseqüentes alterações no comportamento hídrico, inclusive pela supressão de olhos d‟água e nascentes, modificações na drenagem natural e dinâmica superficial. Da mesma forma na área da barragem em que a mudança do nível de base local alterará de forma irreversível, a dinâmica hídrica das vertentes, principalmente aquelas voltadas para o flanco sul da serra do Expedito. Ou mesmo na área da pilha de rejeitos, que permanecerá como depósito de material potencialmente contaminante, sob a ação intempérica do clima principalmente a erosiva das chuvas, e ao processo de sucessão ecológica. Finalmente, e face às alterações da paisagem, esse impacto visual pode ser considerado de efeito sinérgico, porque os sistemas terão novas relações ecofisiológicas de solo/água/planta e atingirão outros fatores ambientais, que não só os fatores do clima, solo, relevo e geologia, caso da rede de drenagem pela possibilidade de se ter a geração de drenagem ácida, tendo em vista a permanente presença da pilha de rejeitos. 55 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Assim, para mitigar esses impactos o Plano Executivo de Fechamento da Mina, e o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, deverão ser concebidos considerando todas as peculiaridades das áreas diretamente atingidas (ADAs), de maneira que as ações sejam compatíveis com a perspectiva de se alcançar em menor tempo possível as novas relações ecofisiológicas para a paisagem alterada. Note que o planejamento com a devida antecedência ao fechamento das minas Arex e Ambrex (15 anos de vida útil), será uma forma de mitigar os impactos de maneira racional/operacional. E, esse Plano deve ser entendido como um processo a ser executado durante a vida do empreendimento, ou seja, como parte do planejamento da produção, e não como um evento para ser realizado ao final da vida útil do empreendimento. É igualmente importante o Programa de Educação Ambiental em que há o envolvimento da comunidade no processo de fechamento, para estabelecer as alternativas como as mais viáveis, técnica e economicamente, e mais adequada a cada local, após a conclusão do processo de fechamento. Pois essa escolha influencia no planejamento da fase de monitoramento e manutenção, assim como nas restrições de uso, como no caso da pilha de rejeitos, em que se deverá prever a perenizarão do equilíbrio geotécnico e geoquímico desse sítio, como fator de promoção da saúde e segurança humana e de proteção dos outros recursos naturais, notadamente, a água. 2) Considerando que todas as construções/edificações que não forem destinadas a outros usos, com a desativação do empreendimento deverão ser demolidas e removidas, inclusive fundações até no mínimo de 1m abaixo da superfície, ou devidamente soterradas; haverá riscos de serem desencadeados processos erosivos, assoreamentos, compactação de solos, colapsos, subsidências, etc. Tratam-se de impactos negativos, diretos, de média a alta intensidades, dependendo de onde se encontra a ADA que será recuperada. São de longo prazo, porque depende da recuperação das áreas após a execução do PRAD, baseado nos Planos de Controle de Erosão e de Fechamento da Mina, e em alguns casos serão permanentes, embora mitigados pelas ações de PRAD, principalmente nas ADAs do flanco sul da serra, onde se tem possibilidade de formar sulcos e ravinas profundas nos Neossolos e Cambissolos, pois neles tem-se a ocorrência comum de grotas e grotões, funcionando como drenos naturais dos excedentes hídricos. 56 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 São impactos locais (porque normalmente ultrapassam os limites das ADAs e atingem a AID, relacionada a bacia do córrego Guaribal); são reversíveis ou irreversíveis, a depender da recuperação das áreas após execução do PRAD, isto é quando elas não forem suficientes para ao menos reabilitar os ambientes de forma harmônica, mesmo porque, os sistemas que serão implantados deverão gradativamente restabelecer e as relações ecológicas e funcionais (ecofisiológicas), que certamente serão muito diferentes daquelas da situação anterior, de antes da implantação do Projeto Aripuanã, principalmente no ambiente do corpo serrano. A maior parte desses impactos tem implicação irrelevante, principalmente nas ADAs do complexo industrial, embora alguns tenham efeito sinérgico. E, neste caso, a sinergia que se manifesta nas ADAs, estende-se para a AID, porque a erosão e o assoreamento acabam atingindo os drenos naturais que promovem o escoamento dos excedentes hídricos nas bacias dos córregos Arrainha e Guaribal. Deve salientar, que no setor do flanco sul da serra, na altura da projeção do corpo mineralizado Arex, todo o sistema de drenagem (seja natural ou implantado), está voltado para o córrego Arrainha, que tem a represa como nível de base local regendo a dinâmica hídrica superficial das vertentes, e por conseguinte, o barramento propiciará o assoreamento do lago em tempo relativamente acelerado, caso não haja eficiência nos sistemas de drenagem implantados no PRAD, já que a área, per si, é ambiente agradacional (de sedimentação natural). Porquanto, para mitigar esse impacto o Plano de Controle de Erosão para a bacia do córrego Guaribal deverá ser conduzido até a fase de fechamento da mina. E, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD deverá estar de acordo com esse Plano Executivo de Fechamento da Mina, além de ser concebido considerando as peculiaridades das áreas diretamente atingidas (ADAs), de maneira que as ações sejam compatíveis com a perspectiva de se alcançar em menor tempo possível as novas relações ecofisiológicas para estabilização dos solos e terrenos da paisagem alterada. Por outro lado, a pesquisa de expectativa da Comunidade, requisito para o desenvolvimento do Plano Conceitual de Descomissionamento, conforme diretrizes do Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais – Gestão do Descomissionamento, será muito importante no sentido de envolver a comunidade no processo de planejamento da desativação do 57 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 empreendimento, de maneira que as alternativas de uso futuro sejam estabelecidas da melhor forma possível (técnica e economicamente viáveis), e adequada à cada ADA recuperada, cuja manutenção e monitoramento de umas será muito longo, e dependerá das boas relações entre o empreendedor e a comunidade atingida. 3) Com a desativação do empreendimento a pilha de rejeitos (seco) permanecerá no depósito construído com a finalidade de assegurar as condições geotécnicas e geoquímicas desse ambiente mesmo após o fechamento da mina. Também, o backfill, que será conduzido da planta até o interior das minas (Arex e Ambrex), o qual é constituído por rejeitos, mas com adição de cimento para torná-los mais inertes, tem características químicas semelhantes às da pilha de rejeitos, por isso, ambos são potencialmente contaminantes, apesar da pilha ser um depósito à céu aberto, e o backfill, uma estrutura de preenchimento de galerias. Como o clima da região de Aripuanã é equatorial continental úmido, com precipitação média anual de 2.264mm, evapotranspiração potencial de 1.310mm, e real de 1.127mm, déficit, de 184mm e excedente hídrico de 1.137mm; há riscos nessas ADAs de contaminação do solo, aterros/rochas, pela possibilidade de haver drenagem ácida. Porquanto, a drenagem ácida e restos de concentrados de minério são impactos eminentes, isto é, passíveis de ocorrer, negativos, diretos, de alta intensidade, pelas características químicas dos rejeitos e concentrados de minério; permanente no caso das fontes geradoras estarão sempre presentes, nas minas Arex e Ambrex. São impactos locais, porque a água é o agente deflagrador e transportador da contaminação. Se ocorrerem, serão impactos irreversíveis, porém mitigados através de sistemas de tratamento e monitoramento. E, são impactos que afetarão outros fatores ambientais por isso têm efeitos sinérgicos, principalmente se alcançarem a rede de drenagem natural. O adequado planejamento e execução das medidas de engenharia para evitar quaisquer contaminações, conciliados com um completo programa de monitoramento para se verificar a eficácia das medidas de engenharia, são medidas mitigadoras para evitar a contaminação ambiental também após total encerramento do Projeto. Medidas complementares para evitar, controlar ou tratar a eventual drenagem ácida estarão contempladas no Plano de Descomissionamento. E, no que tange ao estudo de opções para o descomissionamento ele deve 58 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 contemplar os efeitos do estabelecimento e desenvolvimento de vegetação sobre a pilha descomissionada, a partir de experimentos com diferentes espécies que ocorrem na região e que são passíveis de chegarem até a pilha por síndromes de dispersões, notadamente por anemocoria (sementes dispersas por ventos), ornitocoria (dispersas por aves), e zoocoria (dispersas por animais). Também, sugere-se estudar possibilidades de inertização do resíduo a partir de ajustes no processo, o que leva a uma condição ambiental mais favorável. Além disso, o programa de monitoramento deve contemplar a avaliação da qualidade das águas da pilha de rejeitos e das drenagens com nascentes no flanco sul da serra do Expedito, mas que também deverá estar previsto no cronograma executivo do PRAD. 1.2. CORPOS D'ÁGUA SUPERFICIAIS 1.2.1. Introdução A água é um recurso natural essencial, sejam como componente de seres vivos, seja como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores socioculturais e como fator de produção de bens de consumo e produtos agrícolas (BASSOI & GUAZELLI, 2004). Na atividade mineradora, a água é usada em diversos processos, que podem provocar alterações na qualidade da água dos mananciais próximos, sendo portanto, necessário que cada empreendimento busque identificar as fontes potenciais de poluição das águas e os meios pelos quais esses poluentes podem ser transportados aos ecossistemas aquáticos. As atividades de lavra e processamento mineral envolvem um grande número de etapas às quais estão associadas inúmeras possibilidades de contaminação do meio ambiente. Esses riscos ambientais devem ser avaliados durante o desenvolvimento do fluxograma de operação da usina que deve prever as formas de gerenciamento e tratamento dos efluentes produzidos (MELAMED, 1998 apud OLIVEIRA & LUZ, 2001). As operações de lavra geralmente envolvem grandes volumes de água, que tem potencial em transportar contaminantes (ex: óleos, reagentes químicos) gerados nas etapas de perfuração, desmonte e transporte do minério. 59 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em geral, essa água proveniente da lavra é descartada em bacias de rejeitos, sendo que, em alguns casos pode ser reutilizada nas operações de processamento mineral ou mantidas inertes, com controle contínuo. Em minas de sulfetos, é comum a formação de drenagem ácida (DAM), que ocorre devido à ação do intemperismo e da oxidação pelo ar, pelo sol e bacteriana de sulfetos levando à formação de ácido sulfúrico, que gera ainda, a dissolução de metais presentes em depósitos de estéreis e minas subterrâneas e a céu aberto. Os melhores procedimentos em termos de desempenho ambiental das atividades de mineração envolvem a prevenção, ou no mínimo a minimização dos impactos dessas operações sobre o meio ambiente, mediante o planejamento baseado na compreensão clara de todo o sistema e do ciclo hidrológico no qual ele opera (OLIVEIRA & LUZ, 2001). Neste sentido, foi elaborado este item, que contempla a AIA-Avaliação de Impactos Ambientais, relativo ao tema Recursos Hídricos Superficiais, para as áreas de influência do empreendimento denominado aqui de Mineração Dardanelos Ltda, cujas especificidades do projeto e dinâmica quali-quantitativa das águas superficiais das áreas de drenagem localizadas nas AID e AII, verificadas na fase de diagnóstico, foram consideradas de maneira integrada. 1.2.2. Metodologia Foi adotado o conceito de impacto ambiental definido pela Resolução CONAMA n° 001 de 1986, Art.1, que é “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas". O conceito e a valoração dos impactos consiste em determinar sua importância relativa, geralmente em comparação com padrões de legislações específicas e com os dados gerados na fase do diagnóstico, tendo como base o projeto proposto para o empreendimento. Os estudos de diagnóstico de limnologia e qualidade de água superficial foram realizados em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011 em sete locais de amostragem na Área de Influência Direta – AID, relacionada à bacia do córrego Guaribal (Figura 20), e em três na Área de Influência Indireta-AII, onde foram avaliadas e identificadas as características físicas, químicas e biológicas da água, inclusive de zoobentos no sedimento, suas variações espaçotemporais e principais condicionantes destas variações. 60 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Como critério de valoração dos impactos para alterações na qualidade da água, adotou-se os padrões da Resolução CONAMA n° 357 para corpos d'água da classe 2 (Art. 15), como é o caso dos rios e córregos que drenam a AID e AII do Projeto Aripuanã. Figura 20 – Bacia do córrego Guaribal com os sete pontos de coleta de amostragem limnológica, e os três outros fora dela já no âmbito da área de influência indireta. Município de Aripuanã/MT. Os limites da AII foram estabelecidos com base nos divisores das bacias dos córregos Guaribal, Arrainha, Maranhão e cabeceiras do córrego Praia Grande. 61 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os limites da AID foram estabelecidos com base nas bacias do córrego Arrainha, correspondente à maior parte da área, do córrego Maranhão, localizado a leste, e das cabeceiras do córrego Praia Grande, situadas a norte/nordeste nas encostas do lado oposto da Serra do Expedito. Além disso, foi considerado como base para a formulação e valoração dos impactos sobre os corpos d'água superficiais, o projeto proposto para o empreendimento minerário, incluindo o Plano Diretor, com a localização das estruturas básicas em relação à localização das drenagens (corpos de minério Arex e Ambrex; depósito de rejeitos; planta de beneficiamento; depósito de resíduos e barragem), bem como as diferentes etapas do processo de extração mineral, que incluem a britagem, flotação e filtração, que irão utilizar vários tipos de produtos químicos, cujos processos utilizam água nova ou recuperada e geram efluentes que serão dispostos nos ponds de recirculação da água. O modelo para elaboração da AIA foi baseado nos mesmos critérios adotados nos estudos de hidrogeologia e água subterrânea, realizado pela Hidrovia-Hidrogeologia e Meio Ambiente (Julho de 2012), inclusive para a construção da matriz de impactos e escala de valores dos mesmos, considerando as atividades das etapas de implantação, operação e fechamento da mina do Projeto Aripuanã. A atividade de previsão de impactos envolve, entre outras, a escolha de indicadores, que equivale a decidir o que prever, selecionando os indicadores que serão empregados para realizar o prognóstico e levando em conta não somente a "previsibilidade", mas também a capacidade e o custo de monitorar esses parâmetros (SÁNCHES, 2006). Para a valoração dos impactos sobre os corpos d'água superficiais, especificamente em relação a magnitude e significância, adotou-se o uso de indicadores da quantidade e da qualidade de água, de acordo com o constatado nos estudos da fase de diagnóstico, para os corpos d‟água avaliados. Os resultados das análises físicas, químicas e microbiológicas deste diagnóstico indicaram semelhança na qualidade da água na escala espacial, ou seja, entre as estações de coleta, no entanto, foi observado diferença entre os períodos hidrológicos, com redução na qualidade no período chuvoso, especialmente em dezembro quanto ao aspecto óptico da água (cor) e concentração de material inorgânico. Neste sentido, os indicadores propostos a seguir 62 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 podem ser aplicados a todos os corpos d'água da AID e AII que sofrerão algum tipo de alteração pelas atividades de instalação, operação e fechamento da mina. Quanto a quantidade de água nos corpos d'água, ou seja, a dinâmica hidrológica, adotouse as variações anuais das vazões líquida e sólida, especificamente do córrego Guaribal, cuja área de drenagem está localizada na AID. Este córrego apresentou variações tipicamente sazonais, de acordo com o regime de chuvas na região, sendo que as maiores vazões líquidas foram registradas na época de chuva, conforme os estudos hidrológicos. Com relação a vazão sólida, não foram feitas medições na fase de diagnóstico, mas recomenda-se seu monitoramento no córrego Guaribal, no mesmo local onde foi recomendado nos estudos hidrológicos a instalação de uma estação hidrométrica (próximo a sua foz no rio Aripuanã), onde foram realizadas as medições de vazão líquida nesta fase, uma vez que trata-se de uma medição valorada na matriz de impactos (mesmo que por estimativa), especificamente em relação ao item 2 (Assoreamento) e cuja variação anual na fase de operação do empreendimento poderá ser um importante indicador ambiental. Recomenda-se ainda a medição de vazão líquida e sólida em outras drenagens da AID, incluindo os córregos que formarão o reservatório de água e naqueles que drenam as proximidades das minas (Área Diretamente Afetada). Na matriz de avaliação de impactos, o item 4, alteração da qualidade da água, refere-se a alterações dos parâmetros que apresentaram variação anual significativa nos estudos do diagnóstico, mas que com as atividades da mina, podem apresentar incremento acima dos níveis comumente observados anteriormente e/ou do padrão da legislação. Já a contaminação da água referida na matriz (item 5) diz respeito a possível introdução de substâncias orgânicas ou inorgânicas que sejam usadas no processo de extração mineral, e que não foram detectados ou apresentaram valores muito baixos nos ambientes avaliados na fase de diagnóstico. Convém destacar que todos os resíduos líquidos que serão gerados neste empreendimento serão reutilizados, destinados aos ponds, que serão sistemas fechados, sem lançamento de efluentes direta ou indiretamente nos corpos d'água superficiais. Com isso, a contaminação dos corpos d'água não foi tratada nesta avaliação como certa, mas sim potencial. 63 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Estimou-se que as alterações da qualidade da água que ocorrerão não necessariamente estarão relacionadas a contaminação, mas principalmente ao aumento no aporte de sedimento (não contaminado) aos corpos d'água, compostos basicamente por material orgânico e inorgânico que ocorre no solo e rochas de entorno. Com o exposto, foram adotados os seguintes parâmetros da qualidade e quantidade da água superficial, como principais indicadores da valoração dos impactos constantes na matriz, que deverão ser enfocados no monitoramento ambiental, tendo como comparação os padrões da legislação e os estudos da fase de diagnóstico, quais sejam: - Parâmetros indicadores das alterações da qualidade da água: pH, condutividade elétrica, cor, sólidos dissolvidos, ferro dissolvido, alumínio, manganês, fósforo total, DQO, coliformes totais e zoobentos. - Parâmetros indicadores de potencial contaminação da água: fluoreto, sulfato, sulfeto, cianeto, cádmio, chumbo, cobre, zinco, arsênio, selênio, óleos e graxas e sódio. - Parâmetros indicadores das alterações na dinâmica hidrológica: vazões líquida e sólida. É importante ressaltar que a estimativa de quanto será alterado cada parâmetro acima em relação as atividades que ocorrerão nas fases de implantação, operação e fechamento da mina subterrânea, foi a mais objetiva possível, dentro das limitações próprias da avaliação de impactos, uma vez que, conforme SÁNCHES (2006) não é possível eliminar toda a subjetividade, a inevitabilidade da subjetividade na avaliação deve ser reconhecida, mas evitada ao máximo, com os estudos técnicos e conhecimento específico na área, isto se deve ao fato de que atribuir maior ou menor grau de importância a uma alteração ambiental depende não só de um trabalho técnico mas de juízo de valor. Para a classificação e ponderação dos valores dos impactos, foram adotados os seguintes critérios, visando a padronização com os estudos de água subterrânea (HIDROVIA, 2012), quais sejam: Tipo: Natureza: positiva ou negativa 64 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Forma de manifestação: contínua, descontínua ou cíclica Prazo de ocorrência: curto prazo ou médio a longo prazo Incidência: Direta ou indireta Magnitude: Reversibilidade: Reversível (1) ou Irreversível (3) Abrangência: Pontual (1), Local (3) ou Regional (5) Relevância: Irrelevante (0), Moderadamente relevante (1), Relevante (3) ou Muito relevante (5) Magnitude: De acordo com o produtos dos pesos, é classificada como: Desprezível (0), Baixa (1 ou 3), Moderada (5, 9 ou 15) ou Alta (25, 27, 45 ou 75). Significância: Magnitude: Baixa (5), Moderada (15) ou Alta (25) (um impacto de magnitude desprezível é classificado como insignificante) Duração: Temporária (5) ou Permanente (10) Ocorrência: Potencial (5) ou Real (10) Probabilidade de Ocorrência: Baixa (5), Média (10), Alta (15) ou Certa (20). Significância: De acordo com a soma dos valores a significância do impacto é determinada como: Insignificante (de magnitude desprezível); Baixa (20≤ S < 40). Média (40 ≤ S < 50) ou Alta (50 ≤ S ≤ 65). A magnitude foi dada pelo produto dos valores atribuídos aos critérios reversibilidade, abrangência e relevância. Caso o impacto seja irrelevante a magnitude foi desprezível. Se o total obtido pela multiplicação dos parâmetros para um dado impacto for 1 ou 3 a magnitude desse impacto será baixa, se for 5, 9 ou 15 será moderada e se for 25, 27,45 ou 75 será de magnitude alta. A significância do impacto é dada pela somatória dos valores atribuídos aos critérios magnitude, duração, ocorrência e probabilidade da ocorrência. A magnitude baixa recebe o valor 5, a média o valor 15 e a alta o valor 25, e então são somados os valores atribuídos aos demais parâmetros. 65 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os impactos de magnitude desprezível foram considerados insignificantes. O impacto cujo somatório dos valores dos critérios citados é igual a 20 ou menor que 40, é classificado como de baixa significância. Se for igual a 40 e menor que 50 é de significância moderada e se for igual a 50 e menor que 65 é de alta significância. 1.2.3. Avaliação de Impactos Ambientais: corpos d'água superficiais Os resultados do AIA do Projeto Aripuanã encontram-se nas Tabelas I, II e III para cada fase do empreendimento, implantação, operação e fechamento. Os pressupostos básicos para a valoração dos impactos considerou o seguinte: - Controle dos resíduos líquidos gerados no processamento químicos do minério (atividade da fase de operação), em sistema fechado em ponds com fundo impermeável ou em recirculação, de maneira que seja mínima a saída de água para os sistemas hídricos naturais de entorno e que, caso eventualmente ocorra, atenda aos padrões de qualidade definidos pela legislação. - Supressão inevitável de nascentes, tanto na área da mina quanto no local da planta industrial. - Construção de acessos e movimentação de máquinas e terra em áreas de drenagem natural. - Retirada de água da mina para ser destinada aos corpos d'água próximos. - Construção da barragem de água na fase de implantação, o que altera a qualidade da água em relação com a condição do rio, tendo em vista o aumento do tempo de residência com o barramento do córrego Arrainha. - Mesmo com o sistema de drenagem implantado, poderá ocorrer possíveis assoreamentos de pilhas de rejeitos, que podem alcançar os cursos d'água. - A perfuração de rochas, a disposição de resíduos, tanto líquidos quanto sólidos, e as atividades de manutenção (da mina, de máquinas, de infraestrutura em geral), geram resíduos que podem alcançar os corpos d'água e contaminar o meio aquático, inclusive com potencial ácido, que provavelmente poderão ser oriundos da mina e dos processos químicos de 66 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 beneficiamento, gerando sulfatos, sulfetos, manganês, fluoretos, entre outros contaminantes, cuja ocorrência depende de condições específicas do meio e das rochas, tendo, portanto, possibilidade de ocorrência. 67 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Tabela I. Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de implantação. ASPECTOS AMBIENTAIS Movimentações de terra Barramento de córrego Retirada da cobertura vegetal Consumo de água superficial Rebaixamento do nível d'água subterrânea Dinâmica Hídrica Superficial PLANILHA DE IMPACTOS AMBIENTAIS: ÁGUA SUPERFICIAL Geração de efluentes líquidos Barramento de córrego Movimentações de terra Geração de resíduos sólidos Qualidade das águas superficiais 1 2 3 4 5 Supressão de nascentes Assoreamento Alteração na quantidade de água Alteração da qualidade da água Contaminação da água Construção e melhoria de vias de acesso Transporte de máquinas e equipamentos Atividades Implantação de canteiro de obras Decapeamento e terraplenagem Estocamento de solo vegetal Implantação de sistema de captação e armazenamento de água-barragem Preparação dos locais de disposição de rejeitos Construção e montagem das instalações de manuseio e beneficiamento Construção e montagem das instalações de apoio Disposição de resíduos sólidos Tipo Implantação de viveiro de mudas Natureza Prazo para ocorrência Significância Magnitude Incidência Valoração do Impacto FASE DE IMPLANTAÇÃO Instalação de linha de transmissão de energia ou de grupo gerador Negativa Negativa Negativa Negativa Curto prazo Curto prazo Médio prazo Médio prazo Direta Direta Indireta Indireta Reversibilidade 3 1 3 1 Abrangência 3 1 1 1 Total 3 27 5 5 1 3 1 1 Magnitude Relevância Alta Moderada Baixa Baixa Magnitude 25 15 5 5 Duração 10 5 10 5 Ocorrência 10 10 10 10 15 Probabilidade de ocorrência 20 15 15 Total 65 45 40 35 Significância Alta Média Média Baixa 68 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela II. Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de operação do empreendimento. ASPECTOS AMBIENTAIS Movimentações de terra Barramento de córrego Retirada da cobertura vegetal Consumo de água superficial Rebaixamento do nível d'água subterrânea Dinâmica Hídrica Superficial PLANILHA DE IMPACTOS AMBIENTAIS: ÁGUA SUPERFICIAL Geração de efluentes líquidos Barramento de córrego Movimentações de terra Geração de resíduos sólidos Qualidade das águas superficiais 1 2 3 4 Supressão de nascentes Assoreamento Alteração na quantidade de água Alteração da qualidade da água 5 Contaminação da água Drenagem da mina e áreas operacionais Desaguamento da mina Perfuração e desmonte de rocha Carregamento e transporte de minério e estéril Estocagem de minério Atividades Disposição de estéreis Disposição temporário de solo vegetal Britagem e classificação Beneficiamento Processamento químico Secagem dos produtos FASE DE OPERAÇÃO Disposição de rejeito Estacagem dos produtos Transporte Estocagem de insumos Disposição de resíduos sólidos Tipo Manutenção Natureza Prazo para ocorrência Magnitude Significância Valoração do Impacto Incidência Negativa curto prazo Negativa curto prazo Negativa curto prazo Negativa curto prazo Negativa médio a longo prazos direta direta direta direta indireta Reversibilidade 3 3 1 1 1 Abrangência 3 3 3 3 3 Relevância 5 3 3 5 5 Total 45 27 9 15 15 Magnitude Alta Alta Moderada Moderada Moderada Magnitude 25 25 15 15 25 Duração 10 5 5 5 5 Ocorrência 10 10 10 10 5 Probabilidade de ocorrência 20 20 15 15 15 Total 65 60 45 45 45 Significância Alta Alta Média Média Média 69 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela III. Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de desativação do empreendimento. ASPECTOS AMBIENTAIS Movimentações de terra Barramento de córrego Retirada da cobertura vegetal Consumo de água superficial Rebaixamento do nível d'água subterrânea Dinâmica Hídrica Superficial PLANILHA DE IMPACTOS AMBIENTAIS: ÁGUA SUPERFICIAL Geração de efluentes líquidos Barramento de córrego Movimentações de terra Geração de resíduos sólidos Qualidade das águas superficiais 1 2 3 4 5 Supressão de nascentes Assoreamento Alteração na quantidade de água Alteração da qualidade da água Contaminação da água Atividades Retaludamento e implantação do sistema de drenagem Revegetação e recuperação de áreas degradadas Fechamento de acessos Desmontagem das instalações elétricas e mecânicas Remoção de insumo e resíduos Tipo Supervisão e monitoramento Natureza Prazo para ocorrência Magnitude Incidência Positiva Positiva Positiva médio a longo prazo médio e longo prazo médio a longo prazos indireta indireta direta Reversibilidade 1 1 1 Abrangência 3 3 3 Relevância 3 5 5 Total 9 15 15 Magnitude Moderada 15 Moderada 15 Moderada 25 10 10 10 5 10 5 10 15 15 Magnitude Significância Valoração do Impacto FASE DE FECHAMENTO Demolição de edifícios Duração Ocorrência Probabilidade de ocorrência Total 40 50 55 Significância Baixa Média Alta 70 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 - A reconstrução de algumas nascentes será possível, mas não todas, notadamente aquelas que serão suprimidas com a extração mineral no corpo serrano; apesar de que após o descomissionamento da mina, o nível d‟água será re-estabelecido, porém, poderá haver mudanças na localização das nascentes, já que a situação pós-fechamento não será igual àquela de antes da extração mineral. - É esperado que com o fechamento da mina, a médio e longo prazos, sejam adotadas todas as medidas propostas de recuperação, as condições dos corpos d'água, de maneira geral, poderão ser reversíveis no sentido de que os ambientes aquáticos poderão alcançar condições de estrutura e funcionamento saudáveis e equilibrados, mas não necessariamente similar à condição anterior, o que é impossível de prever, visto pelo grande intervalo de tempo, pela possibilidade de que outras atividades venham a instalar no local e pela própria natureza da área e das intervenções. Em caso de contaminação acidental durante a implantação e operação do empreendimento, apesar das medidas mitigadoras a serem implantadas, devem ser tomadas medidas de descontaminação com o objetivo de adequar a qualidade do solo e das águas aos níveis exigidos pela legislação então vigente. Atualmente, a Resolução CONAMA 420/2009, que dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas em decorrência de atividades antrópicas, exige o estudo de áreas contaminadas e a respectiva proposta e implantação de medidas que contemplem, no mínimo: controle ou eliminação das fontes de contaminação, uso atual e futuro do solo da área objeto e sua circunvizinhança, avaliação de risco à saúde humana, alternativas de intervenção consideradas técnica e economicamente viáveis e suas conseqüências, programa de monitoramento da eficácia das ações executadas; e os custos e os prazos envolvidos na implementação das alternativas de intervenção propostas para atingir as metas estabelecidas. As alternativas de intervenção para reabilitação de áreas contaminadas poderão contemplar, de forma não excludente, as seguintes ações: eliminação de perigo ou redução a níveis toleráveis dos riscos à segurança pública, à saúde humana e ao meio ambiente; zoneamento e restrição dos usos e ocupação do solo e das águas superficiais e subterrâneas; aplicação de técnicas de remediação; e monitoramento. Após a eliminação dos riscos ou a sua redução a níveis toleráveis, a área será declarada, pelo órgão ambiental competente, como área em processo de monitoramento para reabilitação – AMR. 71 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Após período de monitoramento, definido pelo órgão ambiental competente, que confirme a eliminação do perigo ou a redução dos riscos a níveis toleráveis, a área será declarada pelo órgão ambiental competente como reabilitada para o uso declarado – AR. Os órgãos ambientais competentes, quando da constatação da existência de uma área contaminada ou reabilitada para o uso declarado, comunicarão formalmente: responsável pela contaminação; ao proprietário ou ao possuidor da área contaminada ou reabilitada; aos órgãos federais, estaduais, distrital e municipais de saúde, meio ambiente e de recursos hídricos; ao poder público municipal; à concessionária local de abastecimento público de água; e ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca onde se insere determinada área, bem como ao cadastro imobiliário da prefeitura. Finalmente, vale destacar que os programas de monitoramento da qualidade e quantidade de água deverão ser mantidos até a estabilidade do sistema, com aprovação do órgão ambiental, tendo em vista as ações da fase de fechamento e a necessidade de verificação dos índices de contaminação e alteração da qualidade da água após as atividades desta fase, que deverão ocorrer de médio a longo prazos. O monitoramento da quantidade de água e sedimento transportado pelos córregos, especificamente o Guaribal, será fundamental para verificar os processos de assoreamento e alteração nos volumes de água com a supressão de nascentes e outras atividades. Os ponds de resíduos líquidos deverão ser soterrados, após a retirada dos resíduos químicos que ficarão retidos neste local ao longo da operação da mina. Os mesmos só poderão ter saída de água para algum corpo hídrico local, desde que atenda aos padrões da legislação para lançamento de efluentes, de acordo com a Resolução 430 do CONAMA, e esteja regularizado e autorizado pelo órgão ambiental. Caso seja inviável a desconstrução destas estruturas, o programa de monitoramento deverá ser intenso e contínuo, tanto dos ponds quanto dos córregos de entorno, nas fases de operação, fechamento e posterior ao fechamento, até a completa estabilidade do sistema, inclusive do sedimento, e aprovação do órgão ambiental para encerramento do monitoramento. A barragem de água para uso de água nova na usina e outros fins, como abastecimento, supõem-se que ficará no local após o encerramento das atividades da mina, e também deverá ser continuamente monitorada (no reservatório, a montante e a jusante), visando atendimento aos padrões da qualidade aos usos múltiplos da água, de acordo com a Resolução 357 do CONAMA, até a completa estabilidade do sistema e aprovação do órgão ambiental. 72 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1.3. HIDROGEOLOGIA Apresenta-se neste item a Avaliação dos Impactos Ambientais relativa ao tema hidrogeologia do Projeto Aripuanã. Partindo da análise da situação atual da área e das atividades a serem implementadas ao longo de cada etapa do projeto serão apresentados os impactos no sistema hídrico subterrâneo. O conhecimento consolidado na etapa do diagnóstico e prognóstico ambiental e ao longo das atividades de campo, somados à experiência profissional na avaliação de impactos nos recursos hídricos em projetos de mineração, foram as bases teóricas para a avaliação ambiental do empreendimento em questão. Os impactos ambientais identificados na área do projeto foram avaliados utilizando as ferramentas metodológicas disponíveis na literatura e que estão em conformidade com a legislação ambiental vigente. O objetivo é prever os possíveis impactos no sistema hidrogeológico decorrentes da implantação do empreendimento. A avaliação ambiental proposta consiste em identificar, para cada atividade, nas diferentes etapas do empreendimento, as alterações desencadeadas no sistema hídrico, mostrando-se a partir da utilização de critérios específicos, a importância e abrangência dessas alterações. Antes de apresentar a avaliação de impactos ambientais são descritos os conceitos e metodologias utilizadas. 1.3.1. Conceitos Metodológicos A avaliação de impactos ambientais (AIA) é o processo de identificar as consequências futuras de uma ação presente ou proposta. Essa avaliação tem como objetivo assegurar que as considerações ambientais sejam explicitamente tratadas e incorporadas aos processos decisórios do empreendedor. As considerações ambientais permitem antecipar, evitar, minimizar ou compensar os efeitos negativos produzidos pela interferência antrópica no ambiente, protegendo assim a produtividade e capacidade dos sistemas naturais e sociais (SÁNCHEZ 2008). Impacto ambiental segundo a CONAMA n°1/86, art.1° é “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que diretamente ou indiretamente afetem: 73 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas II – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente IV – a qualidade dos recursos ambientais. SANCHEZ (2008) ressalta a importância dos conceitos apresentados por MOREIRA (1992), WATHERN (1988) e pela NBR ISSO 14.001:2004 na construção consistente do conceito de impacto ambiental. Segundo esses autores entende-se que impacto ambiental pode ser definido como alteração na qualidade ambiental resultante da modificação de processos naturais ou sociais provocada por uma ação humana. Essa alteração é produzida por uma dada atividade, indicada por parâmetros ambientais em um período e área específicos. Importante ressaltar que os impactos podem ser tanto negativos como positivos. Para avaliar os impactos ambientais toma-se como ponto de partida a situação futura em que a área de interesse estaria caso a atividade não tivesse sido iniciada. Como prever a qualidade ambiental de uma área no futuro (sem o empreendimento) em alguns casos é muito difícil “o conceito operacional de impacto ambiental acaba sendo a diferença entre a provável situação futura de um indicador ambiental (com o projeto proposto) e sua situação presente.” (SÁNCHEZ, 2008). Como exposto acima, para definir os impactos ambientais de um determinado empreendimento é imprescindível caracterizar cada atividade prevista e levantar os aspectos ambientais ligados a elas. Os aspectos ambientais são os elementos da atividade que interagem com o meio ambiente, como exemplo as emissões de efluentes, consumo de água, vazamentos e emissão de ruídos, que não devem ser confundidos com impactos ambientais. Os possíveis impactos associados a cada aspecto ambiental citado seriam, por exemplo e respectivamente, a contaminação de um curso d‟água, diminuição das reservas hídricas subterrâneas, poluição do solo e incômodo aos vizinhos. Os aspectos ambientais, assim como os impactos gerados, têm uma área de abrangência, e é a determinação dessas áreas que define as áreas de interesse para o estudo de impactos 74 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ambientais. A área de influência de um empreendimento é a área geográfica na qual são detectáveis os impactos de um projeto (SÁNCHEZ, 2008). A partir da definição das atividades do empreendimento, dos aspectos ambientais, da determinação dos impactos ambientais e da abrangência desses impactos é necessário realizar a caracterização e valoração de cada impacto. Isso significa distinguir os impactos e avaliar a importância deles, utilizando critérios específicos. No Brasil, a legislação CONAMA n°1/86 estabelece que os impactos ambientais precisam ser caracterizados como impactos benéficos ou adversos, diretos ou indiretos, imediatos ou de médio a longo prazo, temporários ou permanentes, reversíveis ou irreversíveis, e caracterizado quanto suas propriedades cumulativas ou sinérgicas, levando em consideração a distribuição dos ônus e benefícios sociais decorrentes do empreendimento. 1.3.2. Metodologia para a Análise de Impactos Ambientais Considerando os conceitos citados acima, foram inseridos os critérios propostos por ERICKSON (1994) e por SÁNCHEZ (2008) na avaliação de impactos do Projeto Aripuanã, com algumas modificações, que completam a avaliação proposta pela CONAMA n°1/86. As propriedades cumulativas ou sinérgicas e a distribuição dos ônus e benefícios sociais não foram utilizadas diretamente como um critério, mas são conceitos embutidos na avaliação como um todo e discutidas ao final da avaliação. A seguir, apresenta-se a lista dos critérios escolhidos para avaliação dos impactos e uma breve explicação do seu conteúdo. Natureza: O impacto pode ser benéfico ou adverso. Incidência: De acordo com a causa ou fonte, o impacto pode ser: - Direto: ocasionado diretamente pelo empreendedor ou empresas contratadas e que pode ser por eles controlados; - Indireto: aqueles que decorrem de um impacto direto. São normalmente mais difusos e de maior alcance geográfico. 75 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Prazo para a ocorrência: - Curto Prazo: alteração que se manifesta imediatamente após a ocorrência da ação que a gera; - Médio a longo prazo: alteração que apresenta uma certa defasagem em relação à ação que a gera. Prazo médio pode referir-se a períodos de meses, e prazos longos na ordem de anos. Duração : - Temporário: a alteração tem caráter transitório, e se manifesta durante uma ou mais fases do projeto e que cessa na sua desativação. - Permanente: a alteração persiste mesmo quando cessada a atividade que a desencadeou. Reversibilidade : Capacidade do sistema (ambiente afetado) de retornar ao seu estado anterior, caso cesse a solicitação externa, ou seja, implantada uma ação corretiva. - Reversível – é aquela situação na qual o meio impactado retorna a seu estado anterior. - Irreversível – o meio se mantém impactado apesar da adoção de ações de controle dos aspectos ambientais e/ou de mitigação do próprio impacto. Escala espacial ou abrangência: - Pontual – a alteração se reflete apenas na área diretamente afetada pelo empreendimento (ADA); - Local - a alteração de reflete inclusive na área de influência indireta do empreendimento (AID); - Regional – a alteração se reflete inclusive na área de influência indireta do empreendimento (AII). Relevância: - Irrelevante – a alteração não é percebida ou verificável; - Moderadamente relevante – a alteração é verificável e/ou passível de ser medida sem, entretanto, caracterizar ganhos e/ou perdas na qualidade ambiental da área de abrangência considerada, se comparados à situação original; - Relevante - a alteração é verificável e/ou passível de ser medida, caracterizando ganhos e/ou perdas da qualidade ambiental da área de abrangência considerada, se comparadas à situação original; 76 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 - Muito relevante – a alteração é verificável e/ou passível de ser medida, caracterizando ganhos e ou perdas expressivos na qualidade ambiental da área de abrangência considerada, se comparados à situação original. Magnitude: Estimativa qualitativa ou quantitativa do porte ou extensão do impacto. Reflete o grau de alteração da qualidade ambiental do meio e pode ser estimada a partir da consolidação dos critérios de valoração dos impactos ambientais. A magnitude do impacto pode ser classificada em desprezível, baixa, moderada ou alta. Probabilidade de ocorrência – Refere-se ao grau de incerteza acerca da ocorrência de um impacto. Os impactos quanto à probabilidade podem ser classificados da seguinte forma: - Baixa – quando é muito pouco provável a ocorrência do impacto em questão, mas mesmo assim, essa possibilidade não pode ser desprezada. - Média – quando é pouco provável que se manifeste o impacto, mas sua ocorrência não pode ser descartada - Alta – quando, baseado em casos similares e na observação de projetos semelhantes, estima-se que é muito provável que o impacto ocorra. - Certa – quando não há incerteza acerca da ocorrência de um impacto. Os critérios escolhidos para a avaliação podem ser combinados para determinar a importância dos impactos, e para isso podem ser utilizados diferentes métodos de agregação e ponderação dos atributos. Os critérios anteriormente listados foram agrupados em três classes, de acordo com a finalidade da qualificação dada pelo critério ao impacto, e são apresentados no quadro da Figura 21. Como apresentado, os critérios podem ser úteis para identificar e descrever o impacto, para definir a magnitude ou determinar a importância/significância do impacto. A magnitude e a significância são obtidas ponderando os critérios para cada impacto identificado. O quadro da Figura 22 apresenta os valores e os métodos utilizados para essa ponderação. 77 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 21 - Classificação dos critérios para avaliação dos impactos ambientais. Figura 22 - Metodologia e critérios adotados para avaliação dos impactos ambientais. 78 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A magnitude é dada pelo produto dos valores atribuídos aos critérios reversibilidade, abrangência e relevância. Caso o impacto seja irrelevante a magnitude será desprezível. Se o total obtido pela multiplicação dos parâmetros para um dado impacto for 1 ou 3 a magnitude desse impacto será baixa, se for 5, 9 ou 15 será moderada e se for 25, 27,45 ou 75 será de magnitude alta. A significância do impacto é dada pela somatória dos valores atribuídos aos critérios magnitude, duração, ocorrência e probabilidade da ocorrência. A magnitude baixa recebe o valor 5, a média o valor 15 e a alta o valor 25, e então são somados os valores atribuídos aos demais parâmetros. Os impactos de magnitude desprezível foram considerados insignificantes. O impacto cujo somatório dos valores dos critérios citados é igual a 20 ou menor que 40, é classificado como de baixa significância. Se for igual a 40 e menor que 50 é de significância moderada e se for igual a 50 e menor que 65 é de alta significância. Na metodologia adotada foram adaptadas técnicas de avaliação de impactos ambientais já consagradas (Checklists e matrizes), bem como construídos alguns instrumentos de avaliação. Esses instrumentos buscaram valorizar o conhecimento e a experiência da equipe, tendo, de um lado, como suporte técnico, científico e quantitativo, as informações obtidas no diagnóstico da situação ambiental atual da área de estudo do empreendimento e as evidências obtidas na literatura; e, de outro lado, os fatores geradores dos impactos nesta área previstos na instalação do empreendimento. Assim, os impactos ambientais foram definidos partindo da caracterização do empreendimento do Projeto Aripuanã e da determinação das áreas de influência apresentados no prognóstico e no diagnóstico ambiental. Em seguida foram identificados os aspectos ambientais das atividades em cada etapa e foram construídas as planilhas para identificação e valoração dos impactos. Por fim, apresenta-se a consolidação do impacto, ressaltando quais impactos ocorrem em cada área de influência do empreendimento (indicado pelo critério abrangência) e quais são mais significativos para cada etapa do empreendimento. A metodologia utilizada na avaliação dos impactos ambientais para o Projeto Aripuanã é sintetizada na Figura 23. 79 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 23 - Metodologia adotada para análise dos impactos ambientais no Projeto Aripuanã. Os itens seguintes descrevem os resultados da avaliação dos impactos ambientais. Impactos Ambientais Sobre os Recursos Hídricos Subterrâneos O empreendimento correspondente ao Projeto Aripuanã tem como plano diretor a implantação de barragem de água subterrânea, construção de uma área industrial, existência de uma pilha de rejeitos e dois corpos mineralizados, referentes ao AREX e AMBREX, onde serão extraídos minérios através de minas subterrâneas. As atividades a serem desenvolvidas para implementação destas estruturas são apresentadas na Tabela IV. 80 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela IV - Atividades relacionadas às etapas do empreendimento. IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO FECHAMENTO Construção e melhoria das vias de acesso Drenagem da mina Retaludamento e implantação de sistema de drenagem Transporte de máquinas e equipamentos Desaguamento da mina Revegetação e recuperação de áreas degradadas Implantação de canteiro de obras Perfuração e desmonte de rocha Fechamento de acessos Decapeamento e terraplenagem Carregamento e transporte de minério e estéril Desmontagem de instalações elétricas e mecânicas Implantação de sistema de captação e armazenamento de água Estocagem de minério Remoção de insumos e resíduos Estocamento de solo vegetal Disposição de estéreis Demolição de edifícios Preparação dos locais de disposição de estéreis e rejeitos Disposição temporária de solo vegetal Supervisão e monitoramento Instalação de linha de transmissão de energia ou de grupo gerador Britagem e classificação Construção e montagem das instalações de apoio Beneficiamento Construção e montagem das instalações de manuseio e beneficiamento Processamento químico Disposição de resíduos sólidos Secagem dos produtos Implantação de viveiro de mudas Disposição de rejeito Estocagem dos produtos Transporte Estocagem de insumos Disposição de resíduos sólidos Manutenção A atividade minerária, seja ela a céu aberto ou subterrânea, é caracterizada pela extração de materiais de interesse econômico a partir da movimentação de grandes quantidades de solo e rocha. Na maior parte dos casos a extração desses volumes é acompanhada pela retirada de água subterrânea, a fim de tornar a exploração do minério viável em cotas inferiores às do nível 81 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 d‟água do aquífero. As diversas atividades envolvidas nesses processos, nas quatro etapas do Projeto Aripuanã, têm como principais aspectos ambientais: a retirada da cobertura vegetal, movimentação de terra, geração de sedimento, mudança nas propriedades dos solos, bombeamento/consumo de água, rebaixamento do nível d‟água, geração de efluentes líquidos, geração de resíduos sólidos e geração de efluentes oleosos. Tendo em vista tais elementos, as características específicas do empreendimento e a experiência em outros estudos de impactos ambientais para áreas destinadas a mineração foram previstos quatro impactos ambientais relacionados às atividades ao longo das etapas do empreendimento (Tabela V). Tabela V - Impactos ambientais sobre as águas subterrâneas. GRUPO IMPACTOS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS Alteração das taxas de recarga do aquífero ALTERAÇÃO DA DINÂMICA HÍDRICA SUBTERRÂNEA Supressão de nascentes Alteração na dinâmica hídrica subterrânea ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS Alteração da qualidade da água subterrânea Esses impactos mostrados na Tabela V, dizem respeito à alteração da dinâmica hídrica e qualidade das águas subterrâneas. Já as Tabelas VI e VII contém as planilhas de avaliação de impactos ambientais, onde são apresentadas as atividades nas distintas fases do empreendimento e seus impactos associados, conforme a metodologia apresentada. A avaliação será descrita a seguir a partir dos dois principais grupos de impactos identificados. 1.3.3. Alteração da Dinâmica Hídrica Subterrânea A alteração da dinâmica hídrica subterrânea corresponde às modificações na forma (espaço e tempo) como as águas subterrâneas se deslocam nos meios geológicos. Os impactos nesse tema são três: Alteração das taxas de recarga, Supressão de nascentes e Alteração da dinâmica hídrica subterrânea. 82 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela VI – Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de implantação do empreendimento. ASPECTOS AMBIENTAIS Planilha de Impactos Ambientais Projeto Aripuanã Retirada da cobertura vegetal Consumo/bombeamento/ armazenamento de água subterrânea Geração de efluentes líquidos Mudanças nas propriedades dos solos Rebaixamento do nível d'água Geração de resíduos sólidos Geração de efluentes oleosos Movimentações de terra Rebaixamento do nível d'água Dinâmica hídrica subterrânea Qualidade das águas 1 2 3 4 Alteração das taxas de recarga do aquífero Supressão de nascentes Alteração da dinâmica hídrica subterrânea Alteração da qualidade da água subterrânea Negativa Negativa Negativa Negativa Curto prazo Curto prazo Curto prazo Médio prazo Direta Direta Direta Indireta Reversibilidade 1 1 1 3 Abrangência 1 1 1 3 Relevância 5 5 1 1 5 5 1 9 Moderada Moderada Baixa Moderada Magnitude 15 15 5 15 Duração 5 5 5 10 Ocorrência 10 10 10 5 Probabilidade da ocorrência 20 20 20 5 50 50 40 35 Alta Alta Média Baixa IMPACTOS AMBIENTAIS Construção e melhoria das vias de acesso Trasnporte de máquinas e equipamentos Implantação de canteiro de obras ATIVIDADES Decapeamento e terraplenagem Implantação de sistema de captação e armazenamento de água Estocamento de solo vegetal Preparação dos locais de disposição de rejeitos Instalação de linha de transmissão de energia ou de grupo gerador FASE DE IMPLANTAÇÃOI Construção e montagem das instalações de manuseio e beneficiamento Construção e montagem das instalações de apoio Disposição de resíduos sólidos Implantação de viveiro de mudas TIPO Natureza Prazo para ocorrência MAGNITUDE Total Magnitude SIGNIFICÂNCIA VALORAÇÃO DO IMPACTO Incidência Total SIGNIFICÂNCIA 83 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela VII - Matriz de avaliação de impacto ambientais das fases de operação e fechamento do Projeto Aripuanã/MT. ASPECTOS AMBIENTAIS Retirada da cobertura vegetal Planilha de Impactos Ambientais Projeto Aripuanã Mudanças nas propriedades dos solos Consumo/bombeamento/ armazenamento de água subterrânea Rebaixamento do nível d'água Movimentações de terra Dinâmica hídrica subterrânea Geração de efluentes líquidos Geração de resíduos sólidos Geração de efluentes oleosos Rebaixamento do nível d'água Qualidade das águas 1 2 3 4 Alteração das taxas de recarga do aquífero Supressão de nascentes Alteração da dinâmica hídrica subterrânea Alteração da qualidade da água subterrânea Natureza Negativa Negativa Negativa Negativa Prazo para ocorrência Curto prazo Curto prazo Curto prazo Curto a médio prazo Incidência Direta Direta Direta Indireta Reversibilidade 3 3 1 3 Abrangência 1 3 3 3 Relevância 1 1 5 5 IMPACTOS AMBIENTAIS Drenagem da mina e áreas operacionais Desaguamento da mina Perfuração e desmonte de rocha Carregamento e transporte de minério e estéril Estocagem de minério ATIVIDADES Disposição de estéreis Disposição temporária de solo vegetal Britagem e classificação Beneficiamento Processamento químico Secagem dos produtos FASE DE OPERAÇÃO Disposição de rejeito Estocagem dos produtos Transporte Estocagem de insumos Disposição de resíduos sólidos ATIVIDADES MAGNITUDE SIGNIFICÂNCIA VALORAÇÃO DO IMPACTO TIPO Manutenção Total 3 9 15 45 Magnitude Magnitude Baixa Moderada Moderada Alta Duração 5 10 15 10 15 5 25 5 Ocorrência 10 5 10 5 Probabilidade da ocorrência 20 10 20 15 Total 45 40 50 50 Média Média Alta Alta SIGNIFICÂNCIA Retaludamento e implantação de sistema de drenagem Revegetação e recuperação de áreas degradadas Fechamento de acessos Desmontagens das instalações elétricas e mecânicas Remoção de insumos e resíduos SIGNIFICÂNCIA MAGNITUDE TIPO Supervisão e monitoramento VALORAÇÃO DO IMPACTO FASE DE FECHAMENTO Demolição de edifícios Natureza Positivo Negativo Positivo Negativa Prazo para ocorrência Médio a longo prazo Curto prazo Médio a longo prazo Curtoa média prazo Incidência Direta Direta Indireto Indireta Reversibilidade 1 1 1 1 Abrangência 1 3 3 3 Relevância 5 1 3 5 Total 5 3 9 15 Magnitude Magnitude Moderada 15 Baixa 5 Moderada 10 Moderada 15 Duração 5 5 5 5 Ocorrência 10 10 Probabilidade da ocorrência 20 20 10 15 5 10 Total 50 40 40 35 SIGNIFICÂNCIA Alta Média Média Baixa 84 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A seguir descreve-se a avaliação desse grupo de impactos em cada etapa. Fase de Implantação Na fase de implantação do empreendimento são previstas as seguintes atividades: construções e melhorias das vias de acesso, transporte de máquinas e equipamentos, implantação de canteiros de obras, decapeamento e terraplanagem, implantação do sistema de captação e armazenamento de água, estocamento de solo vegetal, preparação dos locais para disposição de rejeitos, instalação de linha de transmissão de energia e de grupo gerador, construção e montagem das instalações de manuseio e beneficiamento, construção e montagem das instalações de apoio, disposição de resíduos sólidos e implantação do viveiro de mudas. As obras civis e de terraplenagem e aterro na área industrial, acessos e estruturas de drenagens (barragem) resultarão em impactos sobre a dinâmica hídrica subterrânea associada, principalmente aos aspectos ambientais de modificação das propriedades do solo, remoção da cobertura vegetal, movimentação de terra, impermeabilização do terreno e consumo de água. A remoção da vegetação, necessária para a implantação das estruturas do empreendimento, diminui, em termos de área, a cobertura vegetal na bacia hidrográfica. Parte dos volumes precipitados, ao atingir a superfície do solo, transforma-se diretamente em escoamento superficial, ao passo que a parcela restante infiltra-se no solo e alimenta o escoamento subterrâneo, configurando o efeito denominado de recarga dos aquíferos. Assim, a remoção da cobertura vegetal, a compactação e impermeabilização de áreas pela terraplanagem e pelas obras civis causarão alteração nas taxas de recarga dos aquíferos. Dentre as nascentes cadastradas em campo, cinco estão diretamente relacionadas com a Área Diretamente Afetada (ADA), cuja NAR-46 sofrerá interferência direta na fase de implantação por se localizar dentre os limites da área onde serão construídas todas as estruturas industriais. As outras nascentes estão relacionadas aos corpos mineralizados AREX e AMBREX, prevendo interferência somente na fase de operação, quando ocorrer o rebaixamento do aquífero para o aprofundamento das minas subterrâneas. As alterações nas taxas de recarga dos aquíferos e a supressão de nascente são de natureza negativa, tem incidência direta e ocorrerão em curto prazo na área da ADA. São impactos reversíveis, pois a atividade de revegetação e o cessar do bombeamento previstos no 85 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 fechamento tenderá a volta do equilíbrio do sistema hidrogeológico. Esse impacto pode ser considerado muito relevante, por interferir nas cabeceiras e nascentes dos córregos, e considerado de magnitude moderada. Porém, como são impactos temporários, reais, e de probabilidade de ocorrência certa, a significância dos impactos é alta. O sistema de captação de água nesta etapa também prevê a captação de águas subterrâneas através de poços tubulares profundos. Em todas estas atividades, a extração de águas subterrâneas é um aspecto que causa modificações na dinâmica hídrica subterrânea, pois são alteradas as cargas hidráulicas nos aquíferos e consequentemente o equilíbrio hídrico. Como resposta, as linhas de fluxo se reorganizam de modo a buscar um novo ponto de equilíbrio. Como consequência dessas alterações espera-se a redução das vazões e cotas de algumas nascentes, sobretudo no período de estiagem, quando os cursos d‟água são alimentados pelo escoamento subsuperficial e subterrâneo. Poderá haver também, eventualmente, uma diminuição das cotas das nascentes. Entretanto, como nessa etapa não está previsto bombeamento para rebaixamento, as alterações nas cargas hidráulicas tendem a ser insignificantes ou inexistentes. O impacto na dinâmica hídrica subterrânea também foi classificado como negativo, de curto prazo e de incidência direta. As alterações podem ser reversíveis, pois o sistema tenderá a voltar ao equilíbrio caso cesse o bombeamento. Espera-se que as alterações nas cargas hidráulicas sejam percebidas somente na ADA. A alteração pode ser considerada moderadamente relevante, com magnitude baixa. Apresenta caráter temporário, mas de ocorrência real e de probabilidade de ocorrência certa. Esse impacto pode ser classificado como de significância média. Fase de Operação As atividades geradoras dos impactos na dinâmica hídrica superficial e subterrânea são aquelas relacionadas à operação das minas, ao sistema de captação de água e desaguamento das minas, e funcionamento da infraestrutura de apoio. Essas atividades são: drenagem da mina e áreas operacionais, bombeamento de água, perfuração e desmonte de rocha, carregamento e transporte de minério e estéril, estocagem de minério, britagem e classificação, beneficiamento, processamento químico, secagem e estocagem de produtos, transporte, estocagem de insumos, disposição do estéril, disposição temporária de solo vegetal, disposição de rejeito,disposição de resíduos sólidos, manutenção de máquinas e equipamentos. 86 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os principais aspectos ambientais que causam o impacto de alteração na dinâmica hídrica subterrânea na fase de operação do empreendimento são a geração de áreas com solo compactado, movimentação de terra e rocha nas áreas das minas, bombeamento, armazenamento e consumo de água subterrânea, necessário para o processamento e beneficiamento do minério. Entre esses, o principal aspecto na dinâmica hídrica subterrânea durante a fase de operação é o bombeamento de água para rebaixamento do nível d‟água do aquífero nas áreas das minas subterrâneas. Os desaguamentos das minas irão gerar um desequilíbrio na dinâmica hídrica subterrânea, já que para manter o rebaixamento do nível d‟água por longo tempo é necessário promover a retirada da água em um volume maior do que a sua entrada natural no sistema, ou seja, em taxas superiores às de recarga. Assim como na etapa de implantação, os efeitos esperados são a redução das vazões e eventual diminuição das cotas de algumas nascentes, sobretudo no período de estiagem. Na etapa de operação, porém, a alteração na dinâmica hídrica subterrânea é mais pronunciada do que na etapa de implantação, em virtude dos desaguamentos das minas. As principais nascentes a sofrerem interferência com a operação das minas subterrâneas são as NAR-16, NAR-18 e NAR-19, referentes ao córrego Arrainha e o corpo mineralizado AREX, e a NAR-14, relacionada ao corpo mineralizado AMBREX e ao córrego Maranhão. Ressalta-se a existência de outras nascentes no entorno dessas áreas, inclusive as situadas no flanco norte da Serra do Expedito, porém, para afirmar se sofrerão interferência do rebaixamento do nível d‟água do aqüífero é necessária a elaboração de modelos computacionais de simulação de fluxos subterrâneos, prevista em etapas seguintes dos estudos. Na etapa de operação do empreendimento, o impacto de alteração na dinâmica hídrica subterrânea foi classificado como negativo, de curto prazo, de incidência direta. A abrangência foi considerada local, pois seus efeitos abrangem pouco mais do que a área da ADA. É um impacto reversível, sendo possível após o término do bombeamento, um gradual retorno às condições originais. Pode ser considerado como um impacto muito relevante, de magnitude moderada, entretanto temporário. Como sua ocorrência é real e de probabilidade de ocorrência certa, o impacto passa a ter alta significância. 87 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A barragem propiciará a formação de um lago, elevando o nível de água e alterando a dinâmica de infiltração da água no solo e elevando o nível piezométrico local. O impacto Alteração de supressão de nascentes perante a construção da barragem é classificado como negativo, de curto prazo, e de incidência direta. É irreversível, pois as estruturas construídas e as alterações permanecerão após o fechamento das minas. É de abrangência local, podendo ocorrer fora dos limites da ADA e da AID, sendo considerado como um impacto moderadamente relevante, porém de magnitude moderada. Por também ser um impacto permanente, potencial, de probabilidade de ocorrência média, pode ser classificado como de média significância. O impacto Alteração das taxas de infiltração no aquífero ocorrerá principalmente pela impermeabilização dos solos devido à compactação pelo transporte de caminhões e máquinas. Entretanto, tendo em vista todas as atividades previstas para essa fase, deve haver uma redução na capacidade de infiltração dos solos, seja por pavimentação, compactação ou pelo início da formação das pilhas de estéril. Pode ser classificado como negativo, de curto prazo de ocorrência, e de incidência direta. É irreversível, pois as estruturas construídas associadas às alterações permanecerão após o fechamento da mina. É de abrangência pontual, ocorrendo dentro dos limites da ADA sendo considerado como um impacto moderadamente relevante, porém de baixa magnitude. Por também ser um impacto permanente, real, de probabilidade de ocorrência certa, pode ser classificado como de média significância. Fase de Fechamento Durante a fase de fechamento, ocorrerá a desativação das atividades das minas, que resultará na paralisação da maior parte dos aspectos e atividades causadores do impacto, além da recuperação ambiental das áreas utilizadas. Entretanto, esta paralisação ocorrerá de forma gradativa, sendo que parte dos sistemas de drenagem subterrânea e dos poços tubulares profundos deverá permanecer em atividade, ainda que reduzida, até o seu descomissionamento total. Assim, a tendência é que os impactos gerados sejam cada vez menores e que a dinâmica hídrica, ao longo do tempo, retorne a uma condição mais próxima da original, embora nunca 88 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 chegue às condições idênticas às de antes da implantação do empreendimento, em virtude da remoção das rochas mineralizadas que constituem aquíferos. Na etapa de fechamento do empreendimento, as atividades previstas que estão associadas ao impacto na dinâmica hídrica superficial e subterrânea, são o retaludamento e implantação do sistema de drenagem, revegetação e recuperação de áreas degradadas, fechamento dos acessos, supervisão e monitoramento. Neste contexto, espera-se que as alterações sejam decorrentes de uma nova condição de circulação das águas imposta pela nova conformação do terreno e da implantação de um sistema de drenagem adequado, além da nova condição das cargas subterrâneas estabelecida pela formação de um aquífero artificial na região das pilhas de rejeito. O impacto na dinâmica hídrica em geral será positivo. Há uma tendência de aumentar as taxas de recarga do aquífero com o restabelecimento da vegetação, estabilização dos cortes e aterros, e revegetação. O impacto Alteração das taxas de recarga do aquífero tem incidência direta, é de médio a longo prazo, e reversível (ocorrerá enquanto as condições forem mantidas). Ocorrerá na ADA, sendo considerado muito relevante. A magnitude do impacto é tida como moderada, porém como é temporário, de ocorrência real e de probabilidade de ocorrência certa é tido como de significância alta. Com a tendência de aumento das taxas de infiltração e a diminuição das vazões de bombeamento das águas subterrâneas haverá um retorno gradual do nível d‟água, com mudanças na vazão de córregos e recuperação de nascentes. O impacto na dinâmica hídrica subterrânea pode ser considerado positivo, de incidência direta e de médio a longo prazo. Também é um impacto reversível e muito relevante, porém que será manifestado em áreas que extrapolam os limites da ADA. A magnitude do impacto é tida como moderada. O impacto é temporário, de ocorrência real e de probabilidade de ocorrência certa, e por isso é também de significância alta. A diminuição do consumo de água pelas atividades de bombeamento para o rebaixamento do nível d‟água afetam de forma direta a dinâmica hídrica subterrânea, em uma tendência de aumento gradual no nível d‟água. Esse impacto pode ser considerado de natureza positiva, reversível, relevante, de médio a longo prazo, de abrangência local e magnitude baixa. 89 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 É temporário, real, de alta probabilidade de ocorrência, sendo classificado como de significância média. O ganho na qualidade ambiental obtido pelos impactos positivos previstos em função das ações definidas para o fechamento da mina será verificado pelas atividades de monitoramento e supervisão. O monitoramento do nível d‟água, das nascentes e vazões dos córregos permitirão avaliar a recuperação do sistema e definir novas ações caso não sejam alcançados os resultados esperados. 1.3.4. Alteração da Qualidade das Águas Subterrâneas A alteração da qualidade das águas subterrâneas é um impacto que se refere, sobretudo, à possível contaminação das águas do lençol freático e nascentes através do contato direto de compostos poluentes e da infiltração de compostos solubilizados e lixiviados. Porém, se destaca também o possível surgimento de drenagem ácida de mina formada a partir do rebaixamento do aquífero e oxidação do sulfeto, podendo abaixar radicalmente o pH das águas subterrâneas até as nascentes. As atividades, aspectos ambientais e impactos na qualidade das águas subterrâneas em cada etapa do empreendimento serão descritos a seguir. Fase de Implantação Na fase de implantação as fontes potenciais de contaminação são semelhantes à fase anterior: geração de efluentes líquidos (sanitários, residuários e oleosos) e geração de resíduos sólidos. Entretanto, na fase de implantação há maior intervenção no meio físico, com transporte mais intenso de máquinas e equipamentos e obras de maior porte, como a preparação das áreas para a disposição de estéril e de rejeitos, construção e montagem das instalações de manuseio, beneficiamento e das estruturas de apoio. Além disso, serão gerados e dispostos os resíduos de todo o processo. No entanto, é importante ressaltar que tais atividades ocorrerão com sistemas de controle ambiental intrínsecos (SAO, sistemas de drenagem, fossas sépticas, ETEs e sistemas de disposição de resíduos, etc.). Como exemplo de controle intrínseco pode ser citado o caso dos efluentes domésticos, que deverão ser tratados em sistema de fossas sépticas e filtros, sendo estes construídos segundo normas específicas da ABNT, de forma que seus efluentes, depois de tratados, estejam de acordo com as legislações aplicáveis. 90 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Outro exemplo de controle inerente é o caso dos efluentes oleosos, que serão direcionados para sistemas separadores água e óleo (SAO). A destinação de resíduos e o lançamento de efluentes serão realizados em conformidade com as normas e padrões estabelecidos pela legislação ambiental. O impacto na qualidade das águas subterrâneas é considerado como negativo, indireto, de curto a médio prazo, reversível e moderadamente relevante. A abrangência é local, devido à possibilidade de irradiação do impacto para fora do entorno da área diretamente afetada através do próprio fluxo das águas subterrâneas. A magnitude do impacto na qualidade das águas superficiais é considerada baixa e o impacto na qualidade das águas subterrâneas é de magnitude moderada, por ser esse reversível. Admitindo-se o funcionamento adequado dos sistemas de controle ambiental e o lançamento de efluentes dentro dos padrões legais, os impactos na qualidade das águas subterrâneas foram considerados potenciais de probabilidade de ocorrência baixa, sendo considerados como impactos de baixa significância. Fase de Operação Na fase de operação as atividades geradoras de impactos na qualidade das águas são: drenagem das minas e áreas operacionais, desaguamento das minas, carregamento e transporte de minério e estéril, estocagem de minério, beneficiamento e processamento químico, transporte, estocagem de insumos, disposição do estéril, disposição temporária de solo vegetal, disposição de rejeito,disposição de resíduos sólidos, manutenção de máquinas e equipamentos. Os aspectos associados a essas atividades são: geração de efluentes líquidos, de resíduos sólidos, e de efluentes oleosos e o rebaixamento de nível d‟água. Este último está associado ao potencial de oxidação dos sulfetos influenciando ao pH das águas subterrâneas na área das minas (drenagem ácida de mina). Da mesma forma como exposto para as fases anteriores as atividades serão realizadas observando as normas ambientais, o que diminui a significância dos impactos resultantes desses aspectos. Além da possibilidade de vazamento de combustíveis, óleos e graxas o principal processo ambiental para a questão da qualidade das águas durante a operação das minas é a potencial lixiviação de compostos para o subsolo nas pilhas de estéril e minério. 91 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Considera-se também que a lixiviação de rochas ricas em sulfetos, como é o caso dos depósitos de sulfeto polimetálicos de Aripuanã, pode ocasionar a drenagem ácida. O produto das reações de oxidação do minério (especialmente a oxidação de sulfetos, com produção de ácido sulfúrico e um percolado rico em metais dissolvidos), leva a uma diminuição do pH das águas e mudança em sua composição química. É prevista uma série de testes com material moído, correspondente ao rejeito final e com o material estéril para determinar qual é a possibilidade real da ocorrência da drenagem ácida. Assim, a alteração na qualidade das águas subterrâneas pela geração da drenagem ácida pode ser considerada um impacto de natureza negativa, incidência indireta, de curto a médio prazo e reversível, considerando-se que o impacto poderá ser revertido através de ações corretivas. Tem abrangência local, devido à possibilidade de irradiação do impacto para fora do entorno imediato das minas subterrâneas e da barragem através do próprio fluxo das águas superficiais e subterrâneas. É muito relevante, de magnitude alta. É classificado como temporário, potencial, de alta probabilidade de ocorrência e, portanto, de alta significância. Fase de Fechamento Na fase de fechamento o impacto na qualidade das águas subterrâneas poderá acontecer a partir do tráfego de máquinas e caminhões para as obras de retaludamento, implantação do sistema de drenagem, desmontagem das instalações e remoção de insumos e resíduos. Estas atividades estão correlacionadas aos aspectos ambientais de geração de efluentes líquidos e de geração de efluentes oleosos. Entretanto, como esta tarefa também possui controle intrínseco, admite-se que a probabilidade de geração desse tipo de impacto na qualidade da água subterrânea reside em falhas desses sistemas de controle. A alteração da qualidade das águas superficiais é um impacto negativo, de incidência direta e de curto prazo. É reversível, com abrangência local, relevante, de magnitude baixa. Pode ser considerado temporário, potencial e de probabilidade de ocorrência média. Segundo esses parâmetros a significância desse impacto é baixa. Além das falhas nos sistemas de controle ambientais nas atividades para o fechamento das minas, a alteração da qualidade das águas subterrâneas pode ocorrer também pela lixiviação das pilhas de estéril. A natureza do impacto é negativa, de incidência indireta e de curto a médio prazo. É reversível, com abrangência local, 92 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 muito relevante, de magnitude moderada. Pode ser considerado temporário, potencial e de probabilidade de ocorrência média. Segundo esses parâmetros a significância desse impacto é baixa. 1.3.5. Consolidação dos Impactos Apresenta-se a seguir, para os dois grupos de impactos nos recursos hídricos, uma síntese da significância dos impactos nas áreas de influência do empreendimento. Área Diretamente Afetada – ADA Os quatro impactos identificados ocorrem na ADA são: Alteração das taxas de recarga do aquífero, Supressão de nascentes, Alteração da dinâmica hídrica subterrânea e Alteração da qualidade das águas subterrâneas. A significância dos mesmos nas diferentes fases do empreendimento pode ser visualizada na Tabela VIII. Tabela VIII - Consolidação dos impactos ambientais e significâncias na ADA. Área Diretamente Afetada - ADA SIGNIFICÂNCIA IMPACTOS Implantação Operação Alteração das taxas de recarga do aquífero DINÂMICA Supressão de nascentes HÍDRICA SUBTERRÂNEA Alteração da dinâmica hídrica subterrânea QUALIDADE Alteração da qualidade da água subterrânea DAS ÁGUAS Fechamento ALTA MÉDIA ALTA ALTA MÉDIA MÉDIA MÉDIA ALTA MÉDIA BAIXA ALTA BAIXA Tomando-se como base a consolidação dos impactos apresentada na tabela acima pode-se constatar: Na fase de implantação destacam-se os impactos na dinâmica hídrica subterrânea. Entre eles a Alteração das taxas de recarga e Supressão das nascentes são os de significância mais alta. Os aspectos ambientais que estão atrelados a esse impacto são principalmente a implantação dos locais de deposição das pilhas de estéril e área industrial, que afetarão diretamente nascentes. 93 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Na fase de operação das minas os impactos mais importantes são a Alteração da dinâmica hídrica subterrânea e Alteração da Qualidade da água subterrânea, por considerar o risco de formação de drenagem ácida de mina. Os demais impactos são de significância média. Na fase de fechamento do empreendimento a Alteração das taxas de recarga e da dinâmica hídrica subterrânea são os impactos de significância alta. Esses impactos têm natureza positiva e de fato são importantes para minimizar ou suprimir perdas na qualidade ambiental no cenário futuro. Área de Influência Direta (AID) Dentre os impactos ambientais no sistema hidrogeológico identificados na ADA, três considera-se a possibilidade de ocorrem também na AID, sendo os seguintes: Alteração das taxas de recarga do aquífero; Alteração da dinâmica hídrica subterrânea; e Alteração da qualidade da água subterrânea. A significância dos mesmos nas diferentes fases do empreendimento pode ser visualizada na Tabela IX. Tabela IX - Consolidação dos impactos ambientais e significâncias na AID. Área de Influência Direta - AID SIGNIFICÂNCIA IMPACTOS Alteração das taxas de recarga do aquífero DINÂMICA Supressão de nascentes HÍDRICA SUBTERRÂNEA Alteração da dinâmica hídrica subterrânea QUALIDADE Alteração da qualidade da água subterrânea DAS ÁGUAS Implantação Operação Fechamento BAIXA BAIXA Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente BAIXA ALTA MÉDIA BAIXA ALTA BAIXA Tomando-se como base a consolidação dos impactos pode-se constatar que na AID: Os impactos mais importantes poderão ocorrer durante a fase de operação e estão relacionados, tanto à dinâmica hídrica subterrânea e quanto à qualidade das águas. Esses impactos são consequência das atividades de desaguamento das minas, que exigem bombeamento e superexplotação do aquífero e por consequência ocorre a oxidação de sulfetos, podendo gerar drenagem ácida de mina. 94 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Na fase de implantação poderá ocasionar apenas impactos de baixa significância e insignificantes na qualidade das águas e dinâmica hídrica subterrânea na AID. Área de Influência Indireta (AII) Na Área de Influência Indireta o único impacto previsto é a Alteração das taxas de recarga do aquífero. Caso ocorrer será de baixa significância nas fases de implantação e operação (Tabela X). Tabela X - Consolidação dos impactos ambientais e significâncias na AID. Área de Influência Indireta - AII SIGNIFICÂNCIA IMPACTOS Alteração das taxas de recarga do aquífero DINÂMICA Supressão de HÍDRICA nascentes SUBTERRÂNEA Alteração da dinâmica hídrica subterrânea Alteração da QUALIDADE qualidade da água DAS ÁGUAS subterrânea Implantação BAIXA Operação Fechamento BAIXA Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente 1.3.6. Conclusão Os possíveis impactos no sistema hidrogeológico decorrentes da implantação do Projeto Aripuanã dizem respeito à alteração da dinâmica hídrica subterrânea e alterações na qualidade das águas subterrâneas. Os impactos na dinâmica hídrica são relacionados a alterações nas taxas de recarga, a supressão da água das nascentes e alteração de vazões e alterações na dinâmica hídrica subterrânea/superficial. Os impactos na qualidade das águas subterrâneas são alterações em suas composições através do escoamento e infiltração de compostos solubilizados e lixiviados e relacionados à drenagem ácida de mina, dada através da provável oxidação dos sulfatos e a formação de ácido sulfúrico. No Anexo III são apresentados os Programas de Monitoramento e Controle Ambiental, quais sejam: o Programa de Monitoramento da Dinâmica Hídrica Subterrânea; e o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas. 95 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA SOBRE O MEIO BIÓTICO 2.1. COBERTURA VEGETAL No Plano Diretor do Projeto Aripuanã a supressão da vegetação prevista para ocorrer em certos locais na fase de instalação do empreendimento é um impacto importante, porque tem conseqüências em outros fatores ambientais e não somente na vegetação em si. A remoção de cobertura vegetal resultará, por exemplo, em aumento de processos erosivos, notadamente no corpo da serra do Expedito, onde as declividades das encostas são altas e a Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras é fundamental para a manutenção dos Neossolos, Litólicos, Regolíticos e Cambissolos. Como a supressão da cobertura vegetal é acompanhada na maior parte das vezes pela remoção de camadas superficiais dos solos, a qualidade destes, também ficam alteradas. E, não raras vezes geram mudanças no comportamento hídrico das vertentes, dependendo do tipo de cobertura pedológica, como no caso dos solos hidromórficos relacionados aos remanescentes dos sistemas ribeirinhos do córrego Arrainha, que serão em boa parte removidos para a implantação da barragem e da represa de água. A supressão de coberturas vegetais implica também, na destruição de habitats e na perda de biodiversidade, que tem efeito direto sobre a fauna silvestre, como analisado nos itens mais na frente deste documento sobre essa temática. Neste sentido, para avaliar os impactos sobre a vegetação adotou-se a mesma metodologia utilizada para os impactos sobre os fatores do clima, solos, relevo e geologia. Ou seja, uma matriz de avaliação simples e descritiva, em que os impactos, foram assim qualificados: a) quanto à natureza em: positivos ou negativos; b) quanto à causa: direto (efeito direto da ação) ou indireto (efeito secundário); c) quanto à magnitude: baixa, média ou alta intensidades; d) quanto à permanência: curta, média, longa duração, ou permanentes; e) quanto a abrangência (extensão): pontual, local ou regional; f) quanto a reversibilidade: reversível e irreversível; e g) quanto à implicação (efeitos): irrelevante, sinérgico, e cumulativo10. 10 Define-se como efeito cumulativo, quando o resultado do impcato se acumula no tempo ou no espaço. Como efeito sinérgico, quando há combinação de dois ou mais fatores, e o resultado dessa combinação tem efeito maior do que a soma dos resultados que esses fatores teriam separadamente. E, efeito irrelevante, neste caso, quando o impacto não for cumulativo, nem sinérgico. 96 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Enfatiza-se ainda, que embora a maior parte das estruturas relacionadas ao complexo industrial deva ser implantada em ambientes já antropizados, e onde há atualmente pastagens de braquiária, haverá a remoção de elementos arbóreos da Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras (Figura 24), e de camadas férteis dos solos que funcionam como banco de sementes, no processo de auto regeneração natural. 97 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 24 – Mapa de Vegetação e uso dos solos, da área de influência direta do empreendimento, sobre o qual foi plotado o Layout do Plano Diretor do Projeto Arupuanã/MT. Considerando todos esses aspectos, a avaliação dos impactos sobre a vegetação a seguir descrita, se refere basicamente ao processo de instalação do empreendimento, e à fase de sua 98 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 desativação, embora também ocorra na fase de operação. Na desativação torna-se muito importante, porque deverá ser implementado o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, onde a re-vegetação é uma das atividades a serem realizadas nos ambientes alterados pelo empreendimento. No Quadro IV tem-se uma síntese da avaliação desses impactos ambientais gerados no Projeto Aripuanã, estando logo em seguida também apresentados de forma descritiva. Quadro IV - Resumo da avaliação dos impactos ambientais nas fases de instalação e de desativação do Projeto Aripuanã, sobre a cobertura vegetal da região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Fase de instalação Impacto ambiental Tipologia da cobertura vegetal atingida Atividades geradoras Avaliação do impacto Implantação de estradas para acesso às estruturas do empreendimento, e seu sistema de drenagem (com obras de engenharia, bueiros, pontes, etc.) Implantação do depósito de Floresta Ombrófia Aberta resíduos, e sistema de drenagem com palmeiras-FOAp; Implantação do depósito de 1) Supressão de Vegetação secundária de rejeitos e das estruturas a ele Negativo, direto, Floresta Ombrófia Aberta vegetação e conjugadas (ponds, sistema de média a alta com palmeiras-VsFOAp; e conseqüente drenagem, etc.). intensidades, longo pastagem plantada-Pp. aumento de prazo e permanente, Implantação dos paióis erosão, supressão pontual e local, (explosivos/ espoletas) e de habitats e perda reversível e estruturas a eles conjugadas. de diversidade irreversível, sinérgico. Implantação da planta de biológica. beneficiamento e demais estruturas conjugadas. Implantação de emboques das Floresta Ombrófia Aberta minas (Arex/Ambrex), praças de com palmeiras-FOAp; ventilação e demais estruturas Floresta Ombrófia Aberta conjugadas (taludes em com justacontal-FOAj. cortes/aterros, barreiras protetoras, vias de acesso). Fase de instalação/operação Impacto ambiental 2) Morte de vegetação por rebaixamento de lençol, e conseqüente supressão de habitats. 3) Supressão de vegetação e conseqüente Tipologia da cobertura vegetal atingida Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp. Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp; e pastagem plantada-Pp. Atividades geradoras Avaliação do impacto Desaguamento de mina/ rebaixamento de nível de Negativo, direto, alta água para desenvolvimento intensidade, longo prazo e e lavra das minas permanente, local, (Arex/Ambrex). reversível e irreversível, sinérgico. Construção da barragem e a conseqüente formação da represa. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Programa de Educação Ambiental. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Monitoramento das águas superficiais e subsuperficiais, e adoção de PRAD. Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de Controle 99 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 aumento de erosão/ assoreamento, alterações nos solos, comportamento hídrico, e nos habitats de entorno do lago. de Erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Fase de desativação Impacto ambiental Tipologia da cobertura vegetal atingida 4) Alteração da cobertura vegetal Área a ser revegetada. sem possibilidade de retorno. Áreas que serão recuperadas e revegetadas com 5) Recuperação da Floresta Ombrófia cobertura vegetal Aberta com palmeiras. (florestas e pastagens). Áreas que serão revegetadas com pastagem plantada. Atividades geradoras Avaliação do impacto Desativação do empreendimento e fechamento/lacramento da pilha de rejeitos. Negativo, direto, alta intensidade, permanente, pontual, irreversível, sinérgico. Desativação do empreendimento, com demolição e remoção daquelas estruturas previstas para serem posteriormente revegetadas. Positivo, direto, média a alta intensidades, longo prazo e permanente, pontual, reversível, sinérgico. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Programa de Educação Ambiental. Descrição dos impactos: 1) No processo de instalação do empreendimento como um todo, haverá a supressão de diferentes tipologias da cobertura vegetal, e o conseqüente aumento de processos erosivos, supressão de habitats e perda de diversidade biológica. A Figura 24 dá uma idéia das tipologias da cobertura vegetal que serão atingidas pela implantação do empreendimento, enquanto que o Quadro V, embora não seja uma quantificação rigorosa, tem-se uma idéia da supressão de habitats dessas áreas, permitindo avaliar o grau das alterações, notadamente onde se tem Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, pois são ambientes objeto de PEFs - Planos de Exploração Florestal. Apesar de ter sido previstas ações minimizadoras para a supressão de diferentes tipologias da cobertura vegetal, o impacto é negativo; direto; de média intensidade, para as áreas que envolvam compartimentos morfopedológicos de maior estabilidade (CMP-1a e CMP-1b, caso da maior parte do complexo industrial); e de alta intensidade, para as áreas que estejam no âmbito do compartimento morfopedológico CMP-2b, onde os terrenos apresentam declividades médias superiores a 30%, solos extremamente susceptíveis à erosão laminar e linear (sulcos e 100 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ravinas), e moderadamente susceptível à boçorocas, mas recobertos por vegetação de floresta, caso de estruturas a serem implantadas no flanco sul da serra, estradas, praças de ventilação, paióis (explosivos/espoletas); ou ainda, nas áreas onde haverá concomitantemente a supressão da vegetação, e serviços de terraplenagem para aplainar os terrenos, caso da área de depósito de resíduos e um setor na área industrial, onde também se tem uma nascente, mas em ambiente já alterado e com pastagem. Quadro V – Quantificação das áreas por tipologias de cobertura vegetal que serão atingidas no processo de instalação do Projeto Aripuanã/MT, passiveis de compensação ambiental, conforme Art4º § 4º do Código Florestal. Ambientes que serão alterados por supressão da vegetação Área/tipologia de cobertura vegetal atingida 2,8136ha de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. Estradas para acesso às estruturas do empreendimento, 0,0445ha de Floresta Ombrófia Aberta com justacontal. e seu sistema de drenagem (com obras de engenharia, 4,4051de áreas com pastagens. bueiros, pontes, etc.), com exceção das praças de Neste contexto há ainda, 0,9968ha com APP de curso d‟água e ventilação. 0,3008ha com APP de declividade. Área de depósito de resíduos e seu sistema de drenagem. 2,3579ha de Vegetação Secundária de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras, destes, 2,1299ha constitui APP de curso d‟água. 13,9499 ha de pastagem plantada. Depósito de rejeitos e das estruturas a ele conjugadas 0,3529 ha de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. (ponds, sistema de drenagem, etc.) 27,03ha de pastagem plantada. Planta de beneficiamento e demais estruturas conjugadas. 25,6837ha de pastagem plantada. 0,3576ha de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. Depósito Temporal de Rejeitos 1,2971ha de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras 4,3422ha de Pastagem Área aproximada, por ser quantificada pela projeção dos corpos no mapa de vegetação e uso dos solos, pois é nesse contexto que haverá rebaixamento de lençol freático. Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras: Arex, 30,9296ha, e Ambrex, 16,2481ha. Total: 47,1777ha. Minas (Arex/Ambrex) e demais estruturas conjugadas Floresta Ombrófia Aberta com justacontal: Arex, 0,3107ha e (banheiros, emborque, etc.). Ambrex, 0,2145ha.Total: 0,5252ha. Neste contexto há ainda para Arex 5,0787ha com APP de curso d‟água, e 21,6845ha com APP de declividade. E, para Ambrex 8,2699ha com APP de curso d‟água, e 9,6184ha com APP de declividade. Barragem e lago artificial. 13,6715ha de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. 0,8829ha de Vegetação Secundária de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. Neste contexto há ainda, 24,03214ha com APP de curso d‟água, e 101 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ambientes que serão alterados por supressão da vegetação Área/tipologia de cobertura vegetal atingida 0,9206ha com APP de declividade. 11,7556ha de pastagem plantada e 6,6581ha de pastagem degradada.. Praças de ventilação e demais estruturas conjugadas (barreiras protetoras, vias de acesso). 1,2120ha de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. 0,0731ha de pastagem plantada. Neste contexto há ainda, 0,0549ha com APP de curso d‟água, e 1,0405ha com APP de declividade. Paióis (explosivos/ espoletas) e estruturas a eles conjugadas. 0,7220ha de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. Neste contexto há ainda, 0,3991ha de APP de declividade. É um impacto de longo prazo, porque as áreas atingidas serão totalmente modificadas até o fechamento da mina (15 anos), e em alguns casos será permanente, como na área da pilha de rejeitos que ao final deverá ser revegetada, e seja qual for o sistema de vegetação a ser adotado, ele estará vulnerável ao processo de sucessão ecológica, propiciado pela presença de áreas florestadas no entorno, que servirão como fonte de fornecimento de sementes e propágulos. Apesar de ser um impacto pontual, ele pode ultrapassar os limites das ADAs, e atingir outras áreas, notadamente aquelas relacionadas às encostas da serra do Expedito que uma vez desflorestadas ficam vulneráveis a processos erosivos lineares, que podem evoluir para movimentos de massa, formação de grotões, etc., atingindo a rede de drenagem da AID. Em alguns locais esse impacto pode ser reversível, principalmente se a área estiver num contexto florestal com dimensões de clareiras, sendo, por conseguinte capaz de auto-regenerar, e como ao final da vida útil do Projeto está prevista a adoção de PRAD, é possível remediar o impacto. Entretanto, em alguns casos ele será irreversível, como a área da pilha de rejeitos, e neste caso, dependendo do tipo de vegetação a ser implantado poderá ser um problema para a manutenção pós-fechamento da mina, porque haverá fonte de fornecimento de diásporos/sementes/propágulos, em perfeita funcionalidade dispersando continua e anualmente para os ambientes adjacentes. O impacto tem efeito sinérgico, porque atingirá não só a própria estrutura florística, mas outros fatores ambientais. A simples supressão de habitats atingirá a fauna silvestre. Nos ambientes ribeirinhos resultarão em alterações na dinâmica hídrica. Nas encostas íngremes da serra resultarão em desenvolvimento de processos erosivos alterando topografias dos terrenos, solos, podendo atingir, inclusive, a rede hidrográfica. 102 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Esse impacto será minimizado porque será concebido e implementado um Plano de Controle Ambiental – PCA, onde será executado o Plano de Controle de Erosão, a implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos), a adoção de atividades de recuperação e re-vegetação para os ambientes alterados, através da execução do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, caso por exemplo, da implantação de uma barreira vegetal ao redor do empreendimento, da re-vegetação de embocaduras, taludes de cortes/aterros, etc. Haverá ainda, para as áreas florestadas, Planos de Exploração Florestal -PEFs, que tem um procedimento específico a ser seguido, possibilitando melhor compreender as características florísticas das áreas, através do inventário florestal, da avaliação do potencial madeireiro, além otimizar a destinação do material lenhoso dos ambientes que serão desflorestados. Por outro lado, o Programa de Educação Ambiental, também poderá mitigar esse impacto, devendo ser implementado desde o início do Projeto, principalmente para os operadores das máquinas que removerão a cobertura vegetal e pedológica, pois deverão ser orientados para realizar essas ações com o máximo de rigor a fim de evitar desmatamentos desnecessários, ou além do estritamente necessário. À exemplo de picadas que serão implantadas para permitir a passagem de tubulações que transportarão o backfill (de rejeitos com cimento), da planta de beneficiamento até as minas Arex/Ambrex, onde não for possível acompanhar as vias de acesso. A largura dessas picadas deverá ser aquela suficiente para permitir a passagem das tubulações e pessoal de manutenção, e não mais que isso. Importante citar também que a Gestão de Áreas Verdes é parte do Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais, e estabelece como objetivos: a preservação das áreas verdes, intensificando a sua extensão e qualidade quanto à diversidade de espécies de fauna e flora; e a minimização da relação área minerada / área recuperada para evitar a geração de passivos de áreas degradadas. O programa prevê que fragmentos de áreas verdes sejam interligados por corredores ecológicos e que todas as áreas sejam protegidas com aceiro, cerca e vigilância, podendo ser utilizadas para atividades de educação ambiental ou atividades de pesquisa, mas sendo proibida a caça. A Brigada de Emergência ou Florestal do empreendimento deverá estar preparada para atuar em caso de incêndios. Deve também ser implantado um plano de monitoramento contínuo das áreas verdes para verificação do seu estágio de conservação e 103 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 diversidade de fauna e flora. Ainda, devem-se estabelecer metas visando expandir áreas verdes preservadas e melhorar a qualidade da flora e fauna, e metas para recuperação de áreas degradadas e captura de carbono equivalente. 2) Na implantação dos emboques das minas (Arex/Ambrex) e no processo de lavra, principalmente na implantação das galerias, haverá riscos de morte da Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp, por rebaixamento das águas de subsuperfície (lençol freático). Trata-se de um impacto negativo, direto, de alta intensidade por se tratar de ambientes do compartimento morfopedológico CMP-2b, onde os terrenos apresentam altas declividades e solos extremamente susceptíveis à erosão, e por estar em ambiente ombrófilo, onde a matriz de vegetação é típica da região da Depressão do Norte Mato-grossense, em cuja estrutura dos maciços florestais há espaços relativamente abertos, mais claros, e um gradiente climático que apresenta mais de 60 dias secos por ano, assinalados em sua curva ombrotérmica11, conforme IBGE (1992). O fato da vegetação de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras recobrir cinco unidades pedológicas diferentes na AID12, em situações topográficas também diferentes, implica em se ter diversidade de habitats, tornando a heterogeneidade interna dos remanescentes muito evidente sob o ponto de vista da relação solo/água/planta. Dentre as características que implicam em ajuste ecofisiológico no processo de coevolução das espécies estão as respostas adaptativas às condições edafo-climáticas pontuais. Pois a serra do Expedito é circundada por superfícies arrasadas da Depressão, formando um continuum de vegetação, que promove situações micro-ambientais propícias às espécies exibirem mecanismos adaptativos e de eficiência ecológica, para se estabelecer, colonizar e desenvolver, em condições extremas, de baixa luminosidade no interior dos maciços, ou excesso de luz em clareiras e bordas dos remanescentes, em solos rasos, pobres, em presença de afloramentos 11 Gaussen em 1952 propôs o climograma ombrotérmico, em que um mês seco é considerado quando o total mensal das precipitações for≤ que o dobro da temperatura média, a representação matemática se expressa: P≤2T (onde P é a precipitação, em mm, e T a temperatura do ar em ºC. Assim, a característica ombrotérmica da Floresta Ombrófila está presa a fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25º) e de alta precipitação (>2.000mm), bem distribuídas durante o ano (no caso da Fl. Ombófila Aberta com 0 a 60 dias secos), o que determina uma situação ecológica de quase sem período biologicamente seco. 12 Latossolo Amarelo Coeso argissólico, A mod., text. méd./arg., rel. s. ond.; Latossolo Amarelo Coeso plíntico, A mod., text. arg. c/ casc., rel. s. ond.; Neossolo Litólico Distrófico típico, A mod., text. arg. m. casc., rel. ond. a mont.; Neossolo Litólico Húmico típico, text. arg. m. casc., rel. f. ond.; Nitossolo Háplico Distrófico típico, A mod., text. méd, rel. pl.; Solo Antropogênico, textura média, relevo pl. 104 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 rochosos, e em terrenos íngremes de encostas. Talvez seja esta uma das características ecológicas mais importantes para se mitigar o impacto através da execução do PRAD, após o fechamento da mina, já que remete à faixa de resiliência13 dos sistemas envolvidos no processo de autoregeneração. Apesar de que, as florestas tropicais úmidas, de acordo com Ewel (1983), apresentam maior resiliência que as florestas estacionais, e também, um efeito de borda muito evidente, conforme Sampaio (2001). É também, um impacto de longo prazo, porque sua manifestação acompanhará a vida útil do empreendimento, e poderá ser reversível, a depender da capacidade de retorno das condições hidrogeológicas, após o fechamento das minas. Mas poderá ser um impacto permanente, e irreversível, se ultrapassar a faixa de resiliência dos sistemas florestais. É um impacto local porque está relacionado à serra do Expedito como um todo (principalmente no flanco sul); e é de efeito sinérgico, porque sua manifestação tem implicações em outros fatores ambientais, principalmente em micro-ambientes de surgência e olhos d‟água, que poderão ser extintos após a extração mineral, ou aparecerem em locais diferentes da condição anterior ao Projeto; e, evidentemente terá efeito sobre a fauna silvestre. O monitoramento das flutuações do lençol e o monitoramento das águas superficiais são importantes atividades mitigadoras, para a adoção das ações eficientes de PRAD, se for observada a morte da vegetação em determinados pontos da serra; bem como para a recuperação das áreas alteradas após o fechamento da mina. Finalmente deve-se destacar que nas Minas (Arex/Ambrex) e demais estruturas conjugadas (banheiros, emborque, etc.), que foram quantificadas as áreas de vegetação potencialmente vulneráveis a esse impacto de rebaixamento de lençol freático em ambiente florestal, passíveis de PRADs e, naqueles onde poderão ser realizados PEFs, quais sejam: Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras, totalizando 47,1777ha; Vegetação Secundária de 13 Resiliência em ecologia significa a capacidade de recuperação natural de um sistema, uma comunidade, uma população, ou de uma espécie, após a ocorrência de distúrbios. Por resiliência entende-se a capacidade do sistema retornar ao estado de equilíbrio, ou manter o potencial produtivo, depois de sofrer graves perturbações. A resiliência opera dentro de certos limites, pois depende da capacidade de auto-regulação do sistema. Conforme Odum (1988) existem duas formas de estabilidade “a estabilidade de resistência (a capacidade de se manter estável diante do estresse) e a estabilidade de elasticidade (a capacidade de se recuperar rapidamente)”. A manifestação de ambas dá significado ao termo resiliência. 105 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Floresta Ombrófia Aberta com justacontal 0,5252ha. Neste contexto fitofisionômico, há ainda, para Arex 5,0787ha de APP de curso d‟água, e 21,6845ha de APP de declividade; e, para Ambrex, 8,2699ha de APP de curso d‟água, e 9,6184ha de APP de declividade (passíveis de compensação ambiental, conforme Art4º § 4º do Código Florestal). 3) Na construção da barragem no terço médio/inferior do córrego Arrainha e formação da represa de armazenamento de água, haverá supressão de vegetação, remoção e movimentação de volumes consideráveis de materiais (solos, rochas intemperizadas e sã). Deverão ser removidas áreas de pastagem plantada com cerca de 11,7556ha e 6,6581ha de pastagem degradada; 13,9138ha de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras; e 0,8829ha de vegetação secundária desta mesma fitofisionomia; sendo que, ainda neste contexto, tem-se 24,0321ha com APP de curso d‟água e 0,9206ha de APP de declividade (passíveis de compensação ambiental, conforme Art4º § 4º do Código Florestal). A supressão dessas coberturas vegetais deverá gerar aumento de processos erosivos nos terrenos expostos, embora devam ser revegetados os taludes da barragem (possivelmente com gramíneas), para minimizar os efeitos erosivos das chuvas e evitar maiores comprometimentos das estruturas. Por outro lado, a formação do lago resultará em mudança definitiva do nível de base local, tornando essa área susceptível ao assoreamento. A vegetação florestal de seu entorno, poderá sofrer morte por afogamento (por anoxia), caso ultrapasse a faixa de resiliência, notadamente naqueles solos de perfis pouco desenvolvidos e com textura cascalhenta14, cujo funcionamento em subsuperfície é de material drenante. E, não sendo eles solos hidromórficos, a vegetação precisará adaptar-se à nova condição hídrica, onde os processos de lateralidade dos solos serão muito alterados, já que nas baixas vertentes haverá excesso de água para os sistemas radiculares das plantas. Assim esse impacto é negativo, direto, de alta intensidade, porque os sistemas florestais remanescentes sofrerão com as alterações dos solos e do comportamento hídrico das vertentes após a formação do lago, é permanente porque não está prevista a remoção da barragem nem da 14 Neossolo Litólico Distrófico típico, A moderado, textura argilosa muito cascalhenta, relevo ondulado a montanhoso; Neossolo Litólico Húmico típico, textura argilosa muito cascalhenta, relevo forte ondulado; Nitossolo Háplico Distrófico típico, A moderado, textura média, relevo plano; Latossolo Amarelo Coeso argissólico, A modedrado, textura média/argilosa, relevo suave ondulado. 106 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 represa após o fechamento da mina. É um impacto local, porque atinge não só a área da represa/barragem, mas altera toda a dinâmica hídrica da bacia até esse nível de base, é por conseguinte irreversível, mas poderá ser atenuado, através da adoção de técnicas de revegetação. Tem efeito sinérgico, porque sua manifestação tem implicações em outros fatores ambientais, principalmente nos solos, e no comportamento hídrico das vertentes. Deverá ser mitigado através da implementação do PCA (Plano de Controle Ambiental), e execução do Plano de Controle de Erosão; como também, através da adoção das ações de PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas), para o processo de re-vegetação e estabilização dos terrenos de entorno da represa; juntamente com o Plano de Exploração Florestal – PEF, que subsidiará as ações futuras de re-vegetação da borda do lago. 4) No processo de desativação do empreendimento haverá o fechamento e o lacramento da pilha de rejeitos, e, ao final a área deverá ser revegetada. A alteração da cobertura vegetal sem possibilidade de retorno, é um impacto negativo, direto, de alta intensidade porque a pilha, semelhante a um morrote que será revegetado. Dependendo da tipologia vegetal a ser adotada, caso por exemplo de gramíneas, será desarmoniosa e incompatível com a paisagem florestal da região da serra do Expedito, que é um conjunto de morros recobertos por Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras. É um impacto permanente, devendo ser a área monitorada. E, embora seja um impacto pontual, ele é irreversível, e tem efeito sinérgico por estar sempre vulnerável à alterações na cobertura vegetal, uma vez que, existirão os remanescentes florestais da serra do Expedito, que funcionarão como fonte de fornecimento de sementes/diásporos e propágulos. O Programa de Educação Ambiental é muito importante para esse impacto, devendo prever treinamento para as pessoas que forem responsáveis pelo monitoramento da área. Entretanto sugere-se o estudo de possibilidades de inertização do resíduo a partir de ajustes no processo, o que levaria a uma condição ambiental mais favorável. E o estudo de opções para o descomissionamento, com pesquisas focadas aos efeitos do estabelecimento e desenvolvimento de vegetação sobre a pilha descomissionada, a partir de experimentos com diferentes espécies que ocorrem na região e que são passíveis de chegarem até a pilha por síndromes de dispersões, notadamente por anemocoria (sementes dispersas por ventos), ornitocoria (dispersas por aves), e zoocoria (dispersas por animais). Mesmo porque, são comuns na região espécies de figueiras (Ficus sp.) instalarem em ambientes alterados e causarem danos 107 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 por causa da grande adaptação do sistema radicular. E, neste caso, deve-se dar maior atenção às raízes adventícias, que funcionam como verdadeiros haustórios (raízes sugadoras), capazes de absorver nutrientes e vapor de água do ar, enquanto aéreas, mas podem tornar troncos auxiliares quando alcançam o solo. Podem ainda, ser tabulares, capazes de ampliar a base da planta, para garantir maior estabilidade em terrenos íngremes, etc. Assim, elas podem danificar instalações subterrâneas, não nos dando certeza, por exemplo, de seu comportamento com relação à geomembrana que deverá ser colocada na pilha de rejeitos secos para impermeabilizar a base do depósito. Note que esse sistema de revestimento simples, com geomembrana de polietileno de baixa densidade linear (LLDPE) texturizado numa só face (SST) de 1,5mm espessura, será colocado sobre o solo de baixa permeabilidade, para melhorar a resistência ao cisalhamento desta interface, e toda a pilha ao final deverá ser revegetada. Além disso, é preciso que seja eficiente a implementação de PCA (Plano de Controle Ambiental) e do Plano de Controle de Erosão, além das ações de PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas), que disciplinarão as águas (captação e drenagem de excedentes hídricos), de maneira a se ter sempre condição de capacidade de suporte só para o sistema graminóide e não Florestal. Destaca-se por fim, que o depósito de rejeitos e as estruturas a ele conjugadas (ponds, sistema de drenagem, etc.), encontram-se quase todo em ambiente de pastagem plantada (27,4014ha) e apenas 0,3529ha está em Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras, área esta, objeto de PEF. 5) Também, com a desativação do empreendimento, muitas áreas deverão ser recuperadas através da implementação do PRAD, e revegetadas seja com Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras, seja com pastagens plantadas. Neste sentido, a revegetação florestal, visa reparar o passivo gerado pela atividade de extração mineral, não nos moldes da repristinação ao seu status quo ante, que certamente não será mais possível, mas sim, através da adoção de práticas e técnicas ajustadas às especificidades pontuais de cada área degradada, almejando-se a eficiência para reparar o dano, e de tal forma, que possam ser suficientes para repetir o padrão geral do ambiente florestado, principalmente daquele que recobre o corpo da serra do Expedito. Trata-se, pois de um impacto positivo, no sentido de promover a reparação do dano causado, é direto, de média intensidade no caso em que as áreas sejam revegetadas com 108 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pastagens plantadas, e de alta intensidade, se forem com Floresta Ombrófila aberta com palmeiras, pois há de reconhecer que a região tem vocação para manejo florestal e não pecuário. A latitude na casa de 10° Sul propicia forte luminosidade, elevação de temperatura, aumento de pluviosidade e redução do período seco no inverno, influenciando o sistema regulador de fotoperiodismo das plantas, face a esse tipo de sazonalidade climática regional. Entretanto, a alta luminosidade, forte exuberância foliar cria uma condição propícia à herbivoria, cujo controle pelas espécies nativas são através de sistemas de defesa específicos, por produtos metabólicos secundários que resultam em seleção de predadores, otimização de ciclos reprodutivos e padrões fenológicos, intra e inter-específicas. Esses produtos secundários também possuem um papel contra ataque de patógenos, competição entre plantas e atração de organismos benéficos como polinizadores, dispersores de semente e microorganismos simbiontes, o que não se dá em sistemas antropizados, recobertos por pastagens. Note que a substituição da cobertura florestal por pastagem altera o comportamento hídrico das vertentes. A floresta atenua a ação erosiva das chuvas, porque intercepta as gotas desde o dossel, normalmente acima de 20m de altura. As pastagens têm estrato eminentemente herbáceo não excedendo 50cm de altura e o sistema radicular é maior nos primeiros 50cm de profundidade, por isso, geram profundas mudanças no balanço hídrico das vertentes, aumentando o escoamento superficial de excedentes pluviais, criando condições para acentuar a ação erosiva provocada pelas águas de chuvas, seja ela laminar, ou linear (principalmente por sulcos e ravinas), e em conseqüência há redução da capacidade de suporte dos solos, que são predominantemente rasos e pobres15, sob o ponto de vista de fertilidade natural. O processo de revegetação é um impacto que será de longo prazo, para o caso da implantação de espécies nativas da comunidade arbóreo-arbustiva. Uma castanheira nessa região só começa o processo reprodutivo após 15, ou 16 anos depois de plantada. No caso de se implantar pastagem na propriedade rural, para compatibilizar com a cobertura vegetal de antes do empreendimento, esse impacto passa a ser de caráter permanente, 15 A fisionomia de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras é fortemente dependente da ciclagem de nutrientes ofertada pela serrapilheira, constantemente reposta pelas plantas perenifólias, por quedas de folhas, galhos, troncos etc., que resultam na formação de camadas superficiais muito importantes para os solos pobres, pois nelas há reposição dos nutrientes, via mineralização da matéria orgânica. 109 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 no sentido agronômico e produtivo, porque envolve exigências de manejo, rigorosas, principalmente pela baixa capacidade de suporte dos solos. São impactos pontuais porque serão revegetadas as ADAs que sofreram supressão da cobertura vegetal pela implantação do empreendimento, é pontual, e poderá ser reversível, porque é muito vulnerável à ação antrópica, enquanto propriedades rurais. E, o êxito do processo de cicatrização das áreas atingidas dependerá muito do monitoramento futuro, para avaliar as relações ecológicas que dão aos sistemas a garantia de auto-sustentabilidade, e a eficiência da recuperação principalmente dos sistemas florestais O efeito desse impacto é sinérgico porque tem desdobramentos e atingem outros fatores ambientais. No caso dos sistemas florestais, melhoram as qualidades dos solos, a estabilidade topográfica dos terrenos, promove o retorno de habitats, e da fauna silvestre. No caso das pastagens, se forem bem manejadas, elevam a produtividade das propriedades rurais, e dão uso futuro às áreas recuperadas. Esse impacto poderá ser ainda maximizado através da implementação do PCA (Plano de Controle Ambiental), do Plano de Controle de Erosão, pela adoção das atividades de PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas), acompanhando todas as fases do empreendimento, juntamente com a implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos); e do Programa de Educação Ambiental, tão fundamental para a manutenção das áreas que forem recuperadas e revegetadas, notadamente aquelas relacionadas aos sistemas ribeirinhos dos cursos d‟água. 2.2. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A FAUNA DE VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS A avaliação de impactos ambientais sobre a fauna de vertebrados e invertebrados identificou uma série de impactos negativos, oriundos tanto do processo de instalação como de operação do empreendimento, que podem ser exclusivos de um ou poucos grupos zoológicos, ou ainda, serem comuns a muito ou todos. Neste caso, ainda que comum, os aspectos de reversibilidade, abrangência, relevância e magnitude podem variar, tornando a percepção do impacto mais ou menos intenso conforme o grupo. A entomofauna existente nas áreas do presente estudo, localizadas no bioma Amazônico, é pouco amostrada, evidenciando assim a importância da sua preservação e estudo. O modelo 110 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 econômico atual transforma o desenvolvimento em infraestrutura um dos maiores responsáveis pela destruição de habitats. Em Mato Grosso, a economia é baseada na monocultura, pecuária e na exploração de minério e a expansão dessas atividades tem provocado o desmatamento e a destruição de biomas. A distribuição espacial das áreas desmatadas é evidente ao longo da principal rodovia que liga o local do empreendimento até a capital Cuiabá. No âmbito do meio biótico, a exploração dos recursos minerais e florestais e a falta de conhecimento das biocenoses entomológicas da região afetam a fauna local e regional, provocando a migração da fauna para poucas áreas que ainda possuem a vegetação preservada. A área prevista (influência direta) para a construção empreendimento “Projeto Aripuanã Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda.”, torna-se uma fonte geradora de impactos ambientais, agregando atividades que irão impactar diretamente na fauna regional. A realização do empreendimento causará um fluxo antrópico provocando mudanças na paisagem natural para o meio biótico local, causando deslocamento de comunidade de insetos para novas áreas alterando e desestruturando as comunidades de fauna local, alterando habitats e micro-habitats da entomofauna, resultando numa diminuição da riqueza de espécies e num aumento de abundância. A entomofauna da Serra do Expedito será impactada pelas atividades de instalação e operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda. Os estudos ictiológicos apontam que 93 espécies de peixes foram capturadas em três coletas de campo (maio/2008, agosto/2008 e janeiro/2012), nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento. Destas, algumas foram descritas recentemente, como Jupiana citrina (Zanata & Ohara, 2009), aparentemente uma espécie endêmica da bacia do Rio Aripuanã, cuja descrição contou com indivíduos coletados na área da Serra do Expedito, oriundos das coletas de 2008. Outras espécies, como Hypostomus hemiuropuctatus e Cetopsorhamdia sp., ainda estão em processo de descrição. A região do Rio Aripuanã próximo ao Salto de Dardanelos é conhecida pelo seu alto número de espécies, entre as quais, algumas têm nessa região sua localidade tipo. Pensando nisso, as amostras foram distribuídas de forma que riachos das três bacias fossem amostrados, além dos locais onde esses riachos encontram com o rio Aripuanã (foz do rio Guaribal e foz do 111 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 rio Praia Grande), assim diferentes ambientes foram amostrados no intuito de capturar o maior número de espécies possíveis e avaliar os efeitos da instalação do “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda. na área da Serra do Expedito. Atividades de exploração mineral, apesar de necessárias para o desenvolvimento econômico, são consideradas atividades com alto potencial para a degradação ambiental, visto que, impactos ao meio ambiente ocorrem tanto durante a fase de instalação como durante a fase de operação e, em menor intensidade, após o término das atividades de mineração, devido aos produtos resultantes da atividade (rejeitos). A ictiofauna da Serra do Expedito será impactada pelas atividades de instalação e operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda. A Herpetofauna encontrada em Aripuanã é extremamente rica e diversificada, sendo uma das mais altas do Estado de Mato Grosso. No entanto, nenhuma espécie de anfíbio ou réptil encontrada na região é endêmica e a distribuição geográfica das espécies é ampla. As áreas requeridas para o “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda estão na margem esquerda do rio Aripuanã, a cerca de 24Km da cidade de Aripuanã e apresentam formações de Floresta Ombrófila Aberta. O conjunto de perturbações ao longo de todos os locais amostrados é de caráter histórico e são decorrentes de desflorestamentos causados pelas estradas já existentes e aquelas abertas para pesquisa mineral, as escavações para pesquisa mineral, garimpagem, fazenda de criação de bovinos, áreas de extração de madeira e palmito. Corpos d‟água apresentam-se em sua maioria assoreados, com as margens desflorestadas e represados para suprir criações e/ou pelas estradas que os cortam. Os principais focos de alterações no ambiente relacionados à exploração mineral são o desflorestamento para a planta de beneficiamento, pilha de rejeitos, lagoa do barramento e construção de estradas, localizados na área diretamente afetada do empreendimento e que deverão trazer impactos sobre a herpetofauna local, tanto na fase de instalação quanto na de operação do empreendimento. Com o modelo de exploração mineral de lavra subterrânea há grande diminuição dos impactos gerados à área, principalmente em relação ao desflorestamento, sendo este modelo de 112 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 exploração o mais adequado para a área, tendo em vista que o ponto de coleta situado no topo da Serra do Expedito (Ponto 4) apresentou o maior número de espécies da herpetofauna registrados para a área. O reconhecimento da região noroeste de Mato Grosso como uma das principais áreas de endemismo de aves ao sul do rio Amazonas dota a região como de extrema importância para conservação, principalmente se for considerado o elevado grau de antropização. Essas áreas caracterizam-se como uma das mais peculiares em relação à composição da avifauna, devido a sua localização ao sul da Amazônia Brasileira. A riqueza da avifauna registrada no levantamento de dados primários é uma das mais elevadas, comparando-se com levantamentos em outras localidades disponíveis na literatura específica, provavelmente devido à diversidade de habitats naturais presentes. Muitas espécies de especial interesse para conservação foram registradas na área de influência direta e indireta do empreendimento, como o formigueiro-de-cauda-castanha (Myrmeciza hemimelaena), gavião-real (Harpia harpyja) e o uirapuru (Lepidothrix nattereri). A mata estacional e ombrófila constituem o habitat de maior abundância de indivíduos, quando comparado às de mata ciliar e áreas de pastagens e antropizadas. Estes dados sugerem que a maior abundância pode estar relacionada com a estrutura da vegetação e disponibilidade de alimentos. Em ambas fitofisionomias regionais, existem aves estritamente dependentes de ambientes florestais, não sendo capazes de sair da mata e atravessar áreas de vegetação aberta ou sujeitas à descaracterização resultante de pressões antrópicas. Na área de influência direta do empreendimento, a riqueza de espécies também se mostrou elevada, com a existência de espécies que atestam à boa qualidade das florestas ainda existentes na região. Nesse contexto, vale ressaltar a importância das áreas regionais de Floresta Ombrófila e Estacional, onde ainda são encontradas espécies de grandes rapinantes e aves seguidoras de formigas de correição. Tais espécies indicam que essas áreas ainda se encontram em bom estado de conservação. As áreas de floresta estacional abrigam diversas espécies que estão intimamente associadas a esse tipo de ambiente da região Amazônica. Os efeitos ambientais estão associados, de modo geral, às diversas fases de exploração dos bens minerais, como à retirada da vegetação, escavações, movimentação de terra e modificação da paisagem local, ao uso de explosivos no desmonte de rocha (sobrepressão atmosférica, vibração do terreno, ultralançamento de fragmentos, fumos, gases, poeira, ruído), ao 113 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 transporte e beneficiamento do minério (geração de poeira e ruído), afetando os meios como água, solo e ar, além da população local. Durante o processo de extração do mineral é bastante perceptível as grandes alterações que tal processo acarreta, tanto para o meio físico como para o meio biótico. Estas alterações podem levar a área da exploração a se tornar uma região inadequada para a sobrevivência das espécies de aves nativas, caso medidas mitigadoras de impacto não sejam tomadas. De um modo geral, a fauna de mamíferos registrada nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda, é composta por animais de ampla distribuição geográfica, sendo que a maioria das espécies apresenta uma distribuição geográfica que abrange outros biomas além do domínio amazônico, como Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Mesmo dentre aqueles restritos ao Bioma Amazônico, só se pode falar em endemismo para Mico intermedius, estando as demais espécies amplamente distribuídas. O estudo em campo optou por amostrar áreas com características bióticas distintas, i.e., em função da fitofisionomia, de sua qualidade e características topográficas, como pelo uso atual e futuro, em função das atividades decorrentes da instalação e operação do empreendimento. Levando em consideração o contexto regional no qual se pretende instalar e operar o empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., pode-se dizer que se trata de um empreendimento cujos impactos ambientais produzidos serão mais graves durante a fase de operação do que na fase de instalação e medidas mitigadoras de impacto devem ser tomadas, para sua redução em ambas as fases, bem como futuramente, quando findar a exploração dos minérios. Durante a fase de instalação do empreendimento, grandes quantidades de terra serão removidas, tanto para a construção da planta de beneficiamento, como para o acesso às embocaduras das minas subterrâneas e preparação das áreas destinadas ao depósito de resíduos, pilha de rejeitos e lagoa da barragem. Todo esse processo envolve supressão de vegetação e/ou perda de habitat terrestre e aquático, além dos impactos sobre a fauna na forma de poluições sonora, do ar, do solo e de água. No que diz respeito a supressão de vegetação, pode-se dizer que é um impacto irreversível que afeta toda a biota do local. Ações que mitigam o impacto 114 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 envolvem a restrição do processo as áreas estritamente necessárias em que o processo se dê, sempre que possível, em direção ao remanescente florestal mais próximo, numa tentativa de direcionamento da fauna afugentada para essas áreas. A abertura e manutenção de estradas causam fragmentação da área com consequente efeito de borda, especialmente sentido na herpetofauna em espécies pequenas de chão de mata, nas aves das famílias Thamnophilidae e Thraupidae que evitam áreas abertas e para primatas, com a interrupção do dossel. Os efeitos de borda causados pela fragmentação proporcionam mudanças na estrutura da vegetação como, diminuição da umidade, aumento da luminosidade e temperatura, afetando diretamente as espécies sensíveis a mudanças bruscas destas variáveis. Além disso, a estrada principal de acesso ao empreendimento e às embocaduras das minas deverão cortar cabeceiras, gerando supressão ou alteração nos cursos d‟água existentes, causando impactos sobre as comunidades de peixes e anfíbios, com a eliminação de áreas de vida e sítios reprodutivos. As medidas mitigadoras desses impactos envolvem a racionalização dos processos de modo que somente os impactos previstos, autorizados e realmente necessários sejam feitos no exato local onde foram planejados, com excelência e fiscalização. Estes aspectos são especialmente importantes na construção da área que receberá a pilha de rejeitos, já que este é o ponto que apresenta maior risco de contaminação e desastre ambiental, mas também na estrada de acesso às embocaduras das minas. Incremento do fluxo de veículos causa atropelamento da fauna silvestre que é sentido pelos diversos grupos zoológicos: para a herpetofauna o impacto é principalmente sentido durante a fase reprodutiva de espécies de anfíbios e répteis, quando os indivíduos se movimentam mais; para os mamíferos o impacto maior pode ocorrem sobre as espécies noturnas, que podem ser ofuscados pelas luzes dos veículos que trafegarem a noite; as aves carniceiras (urubus e carcarás) são atraídas pelos animais mortos nas estradas e podem também se tornar vítimas deste impacto. Ações de controle dos aspectos geradores deste impacto e de mitigação devem ser utilizadas, como placas informativas, redutores de velocidade, construção de passagens de fauna em nível e programa de educação e conscientização dos funcionários que trafegam nas estradas. 115 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Geração de ruídos causam alterações na pressão sonora, com consequente estresse da fauna local, influenciando especialmente os anfíbios anuros durante a fase reprodutiva, onde os machos atraem fêmeas e demarcam territórios. Aves e mamíferos também respondem negativamente ao estresse auditivo e podem ser afugentadas da área diretamente afetada. Ações de controle dos aspectos geradores deste impacto são necessárias, como manutenção do maquinário e utilização de cercas vivas no entorno do canteiro para abafar a propagação do som. Carreamento de material sólido para as drenagens causa alterações na dinâmica e qualidade hídrica afetando tanto espécies aquáticas e que dependem deste meio para a reprodução (a maioria dos anfíbios anuros, peixes, insetos com fase larval aquática, como Diptera), quanto àquelas que usam como recurso ou meio de obter recurso (macroinvertebrados, répteis aquáticos e semiaquáticos, aves e mamíferos). Ações de controle dos aspectos geradores deste impacto são necessárias, como minimizar áreas de solo exposto e a construção de valetas para diminuir a velocidade do escoamento da água. Desvio de cursos d‟água causam a eliminação dos sítios reprodutivos de espécies aquáticas e que dependem da água para a reprodução no trecho desviado. Ações de mitigação dos impactos envolvem respeitar a capacidade de aporte e de descarga dos córregos associados à lagoa do barramento que será construída. O desvio e o barramento dos corpos d‟água causam mudanças no quadro hidrológico e alterações na qualidade da água, afetando a reprodução e dispersão de espécies de vertebrados e invertebrados que habitam estes locais e os usam tanto para alimentação quanto para dispersão ou movimentação. Estes animais vão ser afetados em uma escala de magnitude alta. Geração de resíduos “classe I”, tais como materiais inflamáveis, corrosivos, tóxicos e patogênicos, que tem potencial para causar alterações na qualidade da água, caso alcancem os cursos hídricos, influenciando não só espécies aquáticas, mas também espécies que utilizam fontes contaminadas como bebedouros. Ações de acompanhamento e/ou verificação sistemática e periódica são necessárias e o acondicionamento e depósito do material em local apropriado. Geração de resíduos “classe II”, tais como material biodegradável, solúvel, combustível e orgânico, causam alterações na qualidade da água podendo causar patógenos especialmente em 116 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 espécies de lagartos, roedores, gambás, urubus, moscas, vetores de doenças, que podem se alimentar do lixo orgânico. Geração de resíduos “classe III”, tais como materiais que não são decompostos facilmente (vidro, plástico, tijolos, etc.), causam alterações na paisagem influenciando a estrutura do ambiente utilizado por diversas espécies de macroinvertebrados, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Ações de mitigação e controle dos aspectos geradores dos impactos associados à geração de resíduos são necessárias, como o acondicionamento e destinação adequados dos resíduos, que serão detalhados no Plano de Gestão de Resíduos Sólidos – PGRS, a ser elaborado em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e de acordo com as diretrizes do Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais – Gestão de Resíduo, já citado. Todo o resíduo gerado deverá ser classificado quanto a sua periculosidade e tratado conforme o seu potencial de causar contaminação, atendendo a legislação e normas técnicas vigentes. Todo o resíduo deve ser rastreado desde a sua geração até a sua eliminação, sendo que o empreendimento será responsável pelo resíduo e pelos passivos associados, enquanto existirem. Reuso, reciclagem e co-processamento devem ser preferidos em relação ao aterro, já que nesse caso o resíduo não será eliminado. O aterro para resíduos classe I (perigosos) deve ser completamente estanque e seguir as normas da ABNT e legislação disponível. Se o aterro for externo à empresa, o fornecedor do serviço deve ser adequadamente qualificado, inclusive auditado periodicamente quanto ao atendimento de suas licenças e legislação vigentes. Abertura e utilização de locais para depósito de material a céu aberto, como depósito de resíduos e a pilha de rejeitos, estão sujeitos ao carreamento de material sólido, que podem conter elementos minerais como o chumbo, para as drenagens e poderiam causar alterações na estrutura do ambiente, empobrecimento de solo, poluição do ar por partículas em suspensão, estresse nas populações e alterações na dinâmica e qualidade da água, para todas as espécies de vertebrados e invertebrados da área afetada e do entorno. Assegurar que os sistemas de drenagem de materiais potencialmente poluidores não atinjam o meio ambiente (água, solo, ar) constitui medida necessária para mitigação de impactos bem como a utilização de áreas já antropizadas para este fim, manutenção do maquinário para diminuição da poluição sonora e do ar, implantação de 117 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 sistema de drenagem eficiente, inclusive para diminuir a velocidade de escoamento da água da chuva e umedecer o material para minimizar a suspensão de partículas no ar. A disposição de resíduos/ rejeitos em depósitos ou pilhas é orientada pelo Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais – Gestão de Barragens e Depósitos, tanto na fase de projeto quanto operação e gestão dos depósitos. Para disposição de rejeitos perigosos é obrigatória a completa impermeabilização do depósito e adoção de sistema de detecção, drenagem e tratamento de eventuais vazamentos, conforme está planejada a pilha de rejeitos. Também é obrigatório o monitoramento mensal quanto à estabilidade geotécnica da pilha e diques bem como qualidade ambiental da água subterrânea. Esse monitoramento é acompanhado por especialista independente que emite laudos anuais para a alta administração da empresa quanto às condições de estabilidade e propõe ações corretivas quando necessárias. O adensamento de pessoas na área durante as fases de instalação e de operação do empreendimento também acarreta diversas formas de impacto, como trânsito de pessoas a pé e em veículos de diversos tipos, produção de resíduos sólidos na forma de lixo doméstico e o trato cultural entre as pessoas e os elementos da fauna e flora, que podem ser expressas em termos de caça, coleta e estresse. As medidas mitigadoras desses impactos envolvem programas de educação ambiental, educação de trânsito especial para o empreendimento, fiscalização e coibição ativa da caça nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento. Durante a fase de operação, a exploração, extração, transporte, beneficiamento e escoamento do minério exigem monitoramento constante de todos os resíduos sólidos, líquidos e gasosos gerados dentro do empreendimento e produzidos em cada etapa do processo. Da mesma forma, o grupo de trabalhadores envolvidos no empreendimento durante a fase de operação também deve estar sujeito a atualizações dos programas de educação ambiental e de trânsito e fiscalização. 118 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Todas as alterações geradas no ambiente tendem a afetar mais espécies especialistas e aquelas pouco tolerantes a variações ambientais de seu nicho ecológico realizado 16. Essas alterações tendem a favorecer espécies mais generalistas e tolerantes às variações ambientais de seus nichos ecológicos realizados, bem como aquelas que são consideradas como fortes competidoras. A desestruturação de ambientes florestais funcionais também tende a favorecer espécies invasoras, tanto nativas de borda (ou pioneiras) como as exóticas. As invasões de espécies que suportam tais mudanças e o favorecimento de espécies competidoras fortes desestruturam as comunidades, tanto de vertebrados como de invertebrados, diminuindo consideravelmente a riqueza de espécies. Algumas espécies mais resistentes a profundas modificações no cenário ambiental (incluindo a perda de habitats, desorganização das cadeias alimentares, aumento nos níveis de predação e mortalidade por outras causas) poderão aumentar circunstancialmente (e.g.: Ameiva ameiva (Calango), Hemidactylus mabouia (Lagartixa doméstica), Furnarius rufus (João-debarro), Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi), Volatina jacarina (Tiziu), Hydrochoerus hydrochaeris (Capivara)), possibilitando o aparecimento de adensamento populacional. Como dito inicialmente, ainda que comum, os aspectos de reversibilidade, abrangência, relevância e magnitude podem variar em relação ao grupo zoológico e ainda de espécie para espécie dentro de uma mesma classe ou família, tornando a percepção do impacto mais ou menos intenso conforme o grupo. Os quadros a seguir apresentam a identificação dos impactos ambientais nas fases de instalação e operação sob a ótica dos grupos de fauna estudados, a saber, entomofauna (Quadro VI e Quadro VII), ictiofauna (Quadro VIII e Quadro IX), herpetofauna (Quadro X e Quadro XI), avifauna (Quadro XII e Quadro XIII) e mastofauna (Quadro XIV e Quadro XV). 16 O conceito de nicho ecológico realizado considera o conjunto das condições e de recursos que permitem a manutenção (reprodução e sobrevivência) de uma população viável, na presença de competidores e predadores. 119 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro VI. Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE Deposição de resíduos CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7 Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Movimentação de veículos Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 4, 5 Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Trânsito de pessoas Caça/coleta Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6 Disposição de resíduos sólidos Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11 Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 9 Fragmentação e perda de habitat e Terraplanagem e Construção de Benfeitorias Adensamento de mão-de-obra IMPACTO AMBIENTAL Terrestre (remoção do solo e cobertura vegetal; compactação do solo) Retificação e Construções de Estradas Construções ASPECTO AMBIENTAL 120 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro VII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS CRITÉRIOS PRINCIPAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Transporte Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção Atropelamento Perda de espécimes da fauna Irreversível Retirada dos minérios Perda e fragmentação de hábitat Terrestre (supressão da vegetação) Disposição de materiais sólidos Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES* Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 5 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2 Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 2, 3 Pilha de rejeitos Área degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 9 Disposição de resíduos sólidos Poluição do solo Perda de hábitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11 Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11 Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Trânsito de pessoas caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 6 Lavra Deposição de resíduos Adensamento de mão-de-obra CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Reversibilidade Abrangência 121 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro VIII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a ictiofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Construções Terraplanagem ATIVIDADE CRITÉRIOS PRINCIPAIS ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Construções de Estradas e edificações Assoreamento e exposição dos corpos de água diminuindo a entrada de recursos alóctones Perda de habitat e perda de espécies Irreversível Construção do local de deposito de materiais sólidos (depósito de resíduos) Perda de habitat Extinção pontual de espécies Barragem no córrego Arrainha, com formação de lago na área dos pontos de coleta Perda de habitat Construção de reservatório de água na área Perda e modificação de habitat CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 2, 3 Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 7 Extinção local de espécies Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 7 Extinção local de espécies e alteração da comunidade local Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 7 Reversibilidade Abrangência 122 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro IX. Avaliação dos impactos ambientais sobre a ictiofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE Transportes Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção CRITÉRIOS PRINCIPAIS ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Suspensão de partículas que poderão ser carreadas para os corpos de água através das chuvas Assoreamento e perda de habitat Reversibilidade reversível Abrangência Local CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Moderada Média Negativa Temporária Contínua Potencial Direta Longo prazo 2, 4 Contaminação das águas e dos peixes por resíduos oriundos da atividade mineradora Perda de qualidade da água e mortalidade de peixes reversível Regional Alta Alta Negativa Temporária Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9 Perda de diversidade Alteração do funcionamento dos ecossistemas aquáticos na serra do Expedito devido à perda de diversidade de espécies de peixes, com possíveis consequências para a ictiofauna do Rio Aripuanã. irreversível regional Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 2, 3, 7, 8, 9 reversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9 reversível Regional Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9 Processo de lavra subterrânea Lavras e Beneficiamento Pilha de rejeitos Contaminação das águas e dos peixes por rejeitos oriundos da atividade mineradora Deposição de resíduos Contaminação das águas e dos peixes por resíduos oriundos da atividade mineradora Perda de qualidade da água e mortalidade de peixes Perda de qualidade da água e mortalidade de peixes 123 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro X. Avaliação dos impactos ambientais sobre a herpetofauna na fase de instalação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Construções Adensamento de mão-de-obra Deposição de resíduos ATIVIDADE Retificação e Construções de Estradas e Terraplanagem e Construção de Benfeitorias Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Disposição de resíduos sólidos Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Terrestre (remoção do solo e cobertura vegetal; compactação do solo) Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 3, 4, 5, 12 Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Real Direta Curto prazo 2, 3, 12 Trânsito de pessoas Caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6 Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 11 Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 9 Fragmentação e perda de habitat Movimentação de veículos Poluição sonora e do ar 124 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro XI. Avaliação dos impactos ambientais sobre a herpetofauna na fase de operação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL CRITÉRIOS PRINCIPAIS IMPACTO AMBIENTAL Reversibilidade Transporte Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção Atropelamento Perda de espécimes da fauna Retirada dos minérios Perda e fragmentação de habitat Terrestre (supressão da vegetação) Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Poluição sonora e do ar Lavras Explosões Deposição de resíduos Adensamento de mão-de-obra Disposição de rejeitos Disposição de resíduos sólidos Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES AÇÕES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência Irreversível Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 3, 5 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 9 Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 2, 3, 12 Tremores de terra Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 3 Depósito de materiais estéreis Uso de área já degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 11 Poluição do solo Perda de habitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 11 Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 9 Trânsito de pessoas caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6 125 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro XII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE CRITÉRIOS PRINCIPAIS IMPACTO AMBIENTAL CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Perda de habitat Aquático (assoreamentos de cursos d’água) Reversível Pontual Relevante Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 1 Perda de habitat Terrestre (remoção de solo e cobertura vegetal) Irreversível Local Relevante Alta Negativa Permanente Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 1, 3, 10 Perda de habitat Modificação da estrutura da comunidade de aves Reversível Regional Moderada Alta Negativa Temporária Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 1 Retificação e construção de estradas Perda de habitat Supressão da vegetação e compactação do solo Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direta Médio a longo prazo 1 Movimentação intensa de veículos Atropelamentos Modificação da estrutura da comunidade de aves Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 4, 5, 6 Produção de efluente doméstico e resíduo líquidos Perda de habitat Supressão da vegetação Irreversível Regional Moderada Alta Negativa Permanente Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 1, 11 Perfurações Lavras Construções das estruturas básicas do empreendimento ASPECTO AMBIENTAL 126 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro XIII. Avaliação dos impactos ambientais sobre a avifauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Extração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Funcionamento do empreendimento ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Movimentação de veículos Morte de espécimes por atropela-mento Extração do minério Pilha de rejeitos Produção de efluente doméstico e resíduo líquidos CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência Alteração do tráfego rodoviário Reversível Regional Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo prazo 4, 5, 6 Poluição sonora e do ar Modificação da estrutura da comunidade de aves Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo prazo 2, 12 Local de despejo de resíduos sólidos Visual Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo prazo 4, 11 Poluição de cursos d’água Alteração da qualidade da água Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 9 Contaminação por resíduos de combustíveis e lubrificantes Alteração da qualidade da água Reversível Regional Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 9, 11 127 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro XIV. Avaliação dos impactos ambientais sobre a mastofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Construções Adensamento de mão-de-obra Deposição de resíduos ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Terrestre (remoção do solo e cobertura vegetal; compactação do solo) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7 Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Movimentação de veículos Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 3, 4, 5 Poluição sonora e do ar Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Real Direta Curto prazo 2, 3, 12 Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Trânsito de pessoas Caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 3, 4, 6 Disposição de resíduos sólidos Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível (1) Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Retificação e Construções de Estradas e Terraplanagem e Construção de Benfeitorias Fragmentação e perda de habitat 128 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro XV. Avaliação dos impactos ambientais sobre a mastofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Transporte ATIVIDADE Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção Retirada dos minérios Lavras Explosões Deposição de resíduos Adensamento de mão-de-obra Disposição de materiais sólidos Disposição de materiais sólidos Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Atropelamento Perda de espécimes da fauna Perda e fragmentação de habitat Terrestre (supressão da vegetação) Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Poluição sonora e do ar CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Irreversível Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 3, 4, 5 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 12 Tremores de terra Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Pilha de rejeitos Área degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 2, 3, 4 Poluição do solo Perda de habitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Trânsito de pessoas caça Reversível (1) Local (3) Moderada (3) Moderada (7) Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 3, 4, 5, 6 129 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2.2.1. Medidas Mitigadoras dos Impactos Ambientais sobre a Fauna de Vertebrados e Invertebrados Os quadros de identificação de impactos gerados pela instalação e operação do empreendimento (Quadros VI a XV) sobre os diversos grupos zoológicos sugerem ações (de 1 a 12) que tenham como objetivo diminuir os impactos sobre o meio ambiente e seus componentes. As medidas mitigadoras listadas a seguir propõem basicamente medidas acautelatórias, considerando a natureza, a ética e a responsabilidade social das organizações, empresas e profissionais envolvidos com o tema. São contemplados, principalmente, os impactos considerados como de magnitude média ou alta. O detalhamento dos programas descritos a seguir será apresentado no Plano de Controle Ambiental, a ser elaborado quando da Licença de Instalação. 2.2.1.1. Manutenção de habitats Em todas as áreas onde será realizado o desmate para a instalação das dependências da obra, como a planta de beneficiamento, pilha de rejeito, lagoa do barramento e estradas de acesso ao empreendimento e às embocaduras das minas AREX e AMBREX, na Serra do Expedito, ocorrerá redução e perda de habitats, com consequente prejuízo para as populações animais. Espécies cursoriais e que ocupam grandes territórios sofrerão uma interrupção ou uma redução na área destes, diminuindo e/ou deslocando sua área de vida (home range) para partes não alteradas de seus territórios. As espécies que executam pequenos deslocamentos diários e, consequentemente, ocupam áreas de vida reduzidas, sofrerão decréscimo populacional. Sugere-se que haja um planejamento criterioso da retirada da cobertura vegetal e da limpeza das áreas de implantação das obras, desde o início dos trabalhos, objetivando: 1) limitar a extensão do desmatamento aos locais em que a prática é absolutamente necessária, evitando extrapolar o tamanho da área concedida para este fim; 2) preservar ao máximo a continuidade dos maciços florestais ou, na impossibilidade disto, preservar as matas ciliares e o maior número possível de pequenas manchas descontínuas de vegetação natural, as quais possam garantir os estoques de fauna para repovoamento das áreas a serem recuperadas. 130 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Neste contexto, mesmo as pequenas manchas de matas e capoeiras em estágios mais avançados de regeneração tornam-se importantes. Esses objetivos podem ser alcançados através de um conjunto de medidas que incluam a adoção de procedimentos de proteção nos cortes e aterros, o uso de canaletas, instalação de drenos para escoamento da água de chuva, reafeiçoamento do terreno e revegetação dos taludes e das demais áreas degradadas, bem como ao longo dos cursos d‟água com o intuito de manter corredores para a preservação da fauna de vertebrados e invertebrados. A área do entorno do empreendimento não deve ter outra finalidade produtiva e deve ser mantida com vegetação nativa (e dentro de um Programa de Recuperação de Áreas DegradadasPRAD quando necessário), servindo de abrigo e refúgio e tendo como objetivo proteger amostras significativas dos ecossistemas regionais com vistas à manutenção do patrimônio genético das espécies, populações ou comunidades existentes. Desta forma, planeja-se garantir a permanência das espécies nas proximidades da área degradada pelo empreendimento de modo que, futuramente, ao término das atividades do empreendimento, elas possam recolonizar as áreas a serem recuperadas. Conforme citado anteriormente, o Programa de Gestão de Áreas Verdes, parte do Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais, deverá ser rigorosamente atendido pelo empreendimento e verificado corporativamente, por meio de auditorias. É orientação do programa que haja adequado planejamento do desmate com respectiva autorização do órgão competente, evitando geração de fragmentos de maciços florestais e maximizando a formação de corredores ecológicos. Conforme o programa de gestão de risco, as áreas verdes devem ser protegidas com aceiro, cerca e vigilância e contar com uma brigada de emergência em caso de incêndio. Essas áreas poderão ser utilizadas para atividades de educação ambiental ou de pesquisa, mas está proibida a caça e outras atividades produtivas que coloquem em risco a qualidade da fauna e flora. As áreas de planejamento de lavra deverão estabelecer critérios que visem à preservação de áreas verdes frente ao desenvolvimento de lavra. Junto com o planejamento de lavra, o empreendimento deverá possuir o planejamento dos desmatamentos que serão necessários às respectivas compensações, definindo área e espécies a serem plantadas e monitoradas. Além disso, as áreas de planejamento de lavra deverão prever áreas a serem recuperadas anualmente tão logo seja finalizada sua exploração ou deposição de resíduos, 131 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 apresentando o planejamento de recuperação atrelado ao planejamento de lavra. Com isso, busca-se diminuir os impactos ambientais decorrentes de áreas degradadas e as emissões atmosféricas fugitivas. O programa de monitoramento associado às áreas verdes poderá comprovar a eficiência da gestão ambiental sobre essas áreas. 2.2.1.2. Implantação de Programa de Recuperação de Áreas Degradadas Um dos impactos negativos mais graves para as populações e comunidades zoológicas oriundos da instalação e operação do empreendimento é a fragmentação e perda de habitats. Assim, sugere-se que um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas seja implantado, visando ganho e a manutenção de habitats das áreas que foram e serão degradadas. Este programa deve ter início tão logo determinada área degradada já não seja mais de uso para o empreendimento, assim como, ao final das atividades de exploração e beneficiamento dos minérios, todas as áreas devem ser recuperadas. Sugere-se que sejam feitos esforços para um reflorestamento com espécies nativas, se possível, com o reaproveitamento do solo e banco de sementes e o monitoramento de fauna para verificação dos processos de recolonização. No que diz respeito aos corpos d‟água que sofrerão algum grau de degradação, sugere-se a recuperação do leito e da mata ciliar dos igarapés que já estão impactados dentro da área (Pontos 01, 02, 04, 09, 14 da amostragem da ictiofauna, ver Volume III - Meio Biótico) e recuperação da cobertura nativa em locais que não serão utilizados para atividades de exploração mineral, independentemente da distância de corpos de água. O PRAD deve estar alinhado como as diretrizes do Programa de Gestão de Áreas Verdes e ser implantado durante a vida útil do empreendimento, à medida que as áreas estiverem disponíveis para recuperação. As ações de recuperação que somente puderem ser implantadas após a finalização das atividades, devem estar contempladas no Plano de Descomissionamento e atender às diretrizes do Programa de Gestão do Descomissionamento. 2.2.1.3. Programa de Monitoramento de Fauna Recomenda-se a implantação de um programa de monitoramento das faunas de macroinvertebrados, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos visando acompanhar as respostas 132 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 das espécies bioindicadoras de cada grupo zoológico frente às alterações ambientais que serão realizadas pelo empreendimento, bem como ao longo do processo de recuperação das áreas degradadas durante a fase de operação do empreendimento e ao término de suas atividades. 2.2.1.4. Implantação de Programa de Educação Ambiental Toda a área de influência direta e indireta do empreendimento está sujeita a degradação de habitat. O entorno das obras, das estradas e vias de acesso e das áreas de convívio, como alojamentos e refeitório, sofrerão degradação em função do aporte de mão-de-obra previsto para a realização do empreendimento. Para tanto, deve ser elaborado e implantado um Programa de Educação Ambiental (PEA), dirigido aos trabalhadores e visitantes, que frequentarão a área direta ou indiretamente atingida, fazendo palestras para orientar as pessoas quanto as suas ações, valorizando a importância biológica da área e o tratamento do lixo e derramamento de materiais tóxicos (óleos e lubrificantes das máquinas). Da mesma forma, a promoção de atividades de conscientização da população trabalhadora quanto à importância da preservação e/ou aproveitamento científico da fauna oriunda da área do empreendimento, bem como em relação aos impactos decorrentes da caça e de atitudes que conduzam a riscos de incêndios florestais. Cursos de prevenção de acidentes ofídicos para pessoal da obra tendo em vista possibilidade de adensamento populacional e/ou maior encontro de serpentes peçonhentas, como surucucus-pico-de-jaca (L. muta) e de jararacas (Bothrops spp.) nas áreas do empreendimento. 2.2.1.5. Controle de Limite de Velocidade Todas as vias de acesso ao empreendimento e dentro deste sofrerão um aumento significativo no fluxo de veículos de diversos tipos, podendo aumentar as taxas de atropelamentos de elementos da fauna de vertebrados e invertebrados. Durante as atividades de campo realizadas para a elaboração deste EIA, nenhum registro de atropelamentos de vertebrados foi feito na área de influência direta do empreendimento. Entretanto, foram registrados atropelamentos em estrada de terra em área de influência indireta (Foto 2.2.1.5-1) e, em função da fragmentação do habitat e da descontinuidade do dossel, foram 133 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 observados diversos registros do uso das estradas por parte da fauna (mamíferos, répteis, anfíbios e macroinvertebrados). Foto 2.2.1.5-1. Ouriço (Coendou prehensilis) atropelado em estrada de terra em área de uso indireto do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. As estradas de terra feitas pelo empreendimento na Serra do Expedito, na área de influência direta, já se configuram como um impacto para a mastofauna, especialmente sobre os primatas, que já são obrigados a descer ao solo para atravessar as estradas a pé, em função da interrupção da conectividade de dossel imposta (Foto 2.2.1.5-2). Todas as estradas que levam ao empreendimento e vias de acesso dentro da área deste sofrerão aumento no fluxo de veículos de diversos tipos, transportando materiais e pessoas continuamente, podendo aumentar as taxas de atropelamentos de elementos da fauna de vertebrados e invertebrados. Apesar de a maioria dos atropelamentos de fauna ser acidental, estes podem aumentar com o aumento do tráfego. Sugere-se baixo limite de velocidade nas estradas e vias de acesso do empreendimento, fiscalização e orientação adequada dos motoristas, através de educação ambiental e placas de sinalização. São de fundamental importância também os cuidados com orientação aos prestadores de serviços (campanhas de educação). 134 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Caso sejam identificados locais onde a passagem de espécimes da fauna seja intensificada, sugere-se a instalação de redutores de velocidade, placas de sinalização e pontos de travessia de fauna, quando for o caso. Foto 2.2.1.5-2. Rastro de primata em estrada de terra localizada na Serra do Expedito, dentro da área de influência direta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. 2.2.1.6. Proibição e Coibição da Caça, Coleta e Interações Adversas Durante os trabalhos de campo realizados para a elaboração deste EIA, a caça de animais silvestres foi constatada em áreas de influência indireta do empreendimento. Apesar de ser proibida no Brasil para cidadãos não tutelados, a caça é amplamente disseminada pelo país, sendo praticada por indivíduos de todas as idades e condições sociais. Há a possibilidade de esta prática aumentar durante a fase de instalação e operação do empreendimento, com o aumento significativo de mão-de-obra. Espécies de insetos (como borboletas e besouros) são alvos de coleta tanto objetivando o tráfico como a criação destes animais para troféus e comércio estético, como chaveiros. Répteis e anfíbios, desde os primórdios da humanidade, são alocados em relatos míticos e lendários de diversas etnias e regiões de todo o mundo devido à sua capacidade histórica de despertar o imaginário popular. No Brasil, em praticamente todas as regiões, existe uma grande riqueza de crenças envolvendo esses animais, podendo inclusive resultar em matanças indiscriminadas e 135 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 reduções drásticas nas populações desses animais (Fernandes-Ferreira et al., 2011). As aves também são alvo de caça, tanto para alimentação como para a criação em cativeiro de pássaros canoros em gaiolas e obtenção de troféus, como as penas. Da mesma forma, os mamíferos também são alvos de caça predatória visando à alimentação, o tráfico, a criação destes como animais de estimação e/ou a busca de troféus, como peles, dentes. Cuidados como educação ambiental e fiscalização devem ser tomados para coibir que todos os trabalhadores pratiquem a caça e/ou apreensão de qualquer espécime da fauna. Para tanto, sugere-se intenso programa de educação ambiental visando à orientação dos funcionários, prestadores de serviços e comunidade local quanto à importância da integridade e respeito à fauna, a fiscalização ativa para a coibição dessas práticas e a fixação de placas educativas que salientem a proibição em toda a área de influência direta e indireta do empreendimento. 2.2.1.7. Afugentamento/ Resgate de Fauna Sugere-se que todo o processo de desmatamento e supressão da vegetação seja acompanhado por equipe de profissionais habilitados para esse fim, por exemplo, biólogos, com poder de decisão sobre a melhor destinação de espécimes da fauna capturados durante este processo, dentro de um Programa de Afugentamento/ Resgate de Fauna. Os exemplares que não puderem ser afugentados, serão capturados e podem tanto ser remanejados de área, com translocação para áreas próximas e contínuas de floresta, como ser destinado à conservação ex situ de espécimes da fauna em coleção zoológica de referência estadual, a saber, a Coleção Zoológica da Universidade Federal de Mato Grosso. Com relação ao resgate da ictiofauna, deve ser realizado no igarapé 14, na área abaixo de onde será construída a lagoa do barramento. O resgate deve ocorrer quando o rio for desviado para a construção da lagoa do barramento e durante o enchimento do reservatório. Os pontos servem de referência, entretanto o resgate deve ocorrer em toda área onde houver supressão de corpos de água. 2.2.1.8. Monitoramento de Metais Pesados no Tecido de Peixes Em função de serem cumulativos nos organismos e de os peixes serem fonte proteica importante de comunidades ribeirinhas (indígenas ou não) à jusante do empreendimento, sugerese fortemente que seja feito um monitoramento semestral (associado ao monitoramento da fauna) 136 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 do teor de zinco, cobre e chumbo e de resíduos de produtos utilizados no beneficiamento mineral no tecido muscular dos peixes em todos os pontos de coletas (previstos no plano de monitoramento) na área da Serra do Expedito. Sugere-se um Programa de Monitoramento de Metais Pesados no Tecido dos Peixes, no qual espécies como Acestrorhynchus cf. falcatus, Hydrolycus armatus e Serrasalmus eigenmanni (predadores), Poptella compressa, Knodus sp., Odontostilbe sp. e Bryconops caudomaculatus (onívoros) sejam utilizadas; entretanto essas espécies podem ser substituídas por outras espécies dos mesmos grupos funcionais, que sejam mais abundantes. 2.2.1.9. Monitoramento de Metais Pesados e Resíduos Diversos nas Águas Superficiais Da mesma forma como sugerido no tópico anterior, sugere-se o monitoramento do teor de zinco, cobre e chumbo e de resíduos de produtos utilizados no beneficiamento mineral nas águas superficiais em toda área da Serra do Expedito e em diferentes pontos dos rios Guaribal e Praia Grande inclusive na confluência destes com o Rio Aripuanã, através de um Programa de Monitoramento de Metais Pesados e Resíduos Diversos nas Águas Superficiais. 2.2.1.10. Resgate de Plantas Ornitófilas Plantas ornitófilas são adaptadas à polinização ou dispersão por aves. Possuem características próprias, como abertura das flores no período diurno, cores vivas, frutos carnosos entre outras. É parte fundamental na dieta de aves nectarívoras (como os beija-flores) e frugívoras (como as saíras). Sugere-se um Programa de Resgate de Plantas Ornitófilas, com o intuito de salvar e transpor essas plantas para outras áreas de modo que as aves continuarão com sua fonte alimentar garantida e poderão no futuro auxiliar, através da dispersão, na recuperação das áreas degradadas. 2.2.1.11. Destinação Adequada de Resíduos A produção de resíduos é inerente a qualquer processo de produção e do adensamento de pessoas. É esperado que em um empreendimento como o de mineração e beneficiamento de minério polimetálico ocorra a geração de resíduos das classes I, II e III e é importante que o empreendedor dê a destinação adequada a eles. 137 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Recomenda-se o tratamento de água e esgoto tanto domésticos como oriundos do beneficiamento mineral, antes das águas serem devolvidas ao rio, através de uma estação de tratamento de água e esgoto. Com relação aos resíduos sólidos, mesmo que o serviço seja terciarizado, o empreendedor deve ser responsável pela destinação final adequada de todas as classes de resíduo, idealmente em aterro sanitário controlado. Como já dito anteriormente, os resíduos “classe I” (materiais inflamáveis, corrosivos, tóxicos e patogênicos) causam alterações na qualidade da água e afetam todos os que dela se utilizam. O uso desses materiais bem como o acondicionamento e disposição em local apropriado de suas embalagens e resíduos devem ser verificados sistemática e periodicamente. Os resíduos “classe II” (material biodegradável, solúvel, combustível e orgânico) também causam alterações na qualidade da água podendo causar patógenos especialmente em espécies de lagartos, além de poderem ser atrativos de fauna oportunística como roedores, gambás, urubus, moscas, vetores de doenças, entre outros, que podem se alimentar do lixo orgânico, se não for adequadamente acondicionado. Os resíduos “classe III” (materiais que não são decompostos facilmente (vidro, plástico, tijolos, etc.)) causam alterações na paisagem influenciando a estrutura do ambiente utilizado por diversas espécies de macroinvertebrados, anfíbios, répteis, aves e mamíferos e sua destinação adequada, como usinas de reciclagem, é necessária. É obrigação do empreendedor se responsabilizar pela adequada destinação de todo e qualquer resíduo produzido em decorrência da atividade do empreendimento, tanto na área de influência direta como indireta, sendo contabilizado como o passivo ambiental da empresa. Conforme citado anteriormente, o Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais contempla a Gestão de Resíduos que estabelece diretrizes para controle e gestão dos resíduos gerados pelo empreendimento, que deverão ser documentados em um Plano de Gestão de Resíduos Sólidos – PGRS, a ser elaborado também em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Todo o resíduo gerado deverá ser classificado quanto a sua periculosidade e tratado conforme o seu potencial de causar contaminação, atendendo a legislação e normas técnicas vigentes. Todo o resíduo deve ser rastreado desde a sua geração até a sua eliminação, sendo que o empreendimento será responsável pelo resíduo e passivos associados, enquanto existirem. Reuso, reciclagem e co-processamento devem ser preferidos em 138 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 relação ao aterro, já que nesse caso o resíduo não será eliminado. O aterro para resíduos classe I (perigosos) deve ser completamente estanque e seguir as normas da ABNT e legislação disponível. Se o aterro for externo à empresa, o fornecedor do serviço deve ser adequadamente qualificado, inclusive auditado periodicamente quanto ao atendimento de suas licenças e legislação vigentes. 2.2.1.12. Manutenção de Equipamentos e Veículos A manutenção dos equipamentos e veículos de diversos tipos é uma forma bastante eficiente de se reduzir impactos sobre a fauna, flora e comunidade local, uma vez que máquinas (de qualquer tipo) bem ajustadas emitem menor quantidade de poluentes atmosféricos e ruídos, evitando também derramamentos de combustíveis e óleos e consequentes contaminações químicas, melhorando a qualidade do ar e o bem-estar de pessoas e animais, que serão menos estressados e afugentados em função da poluição sonora e do ar. 2.2.1.13. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais Neste programa estão inseridos os planos de gestão ambiental de águas, efluentes, resíduos, emissões, áreas verdes, recursos naturais, barragens, cargas perigosas, preparação e resposta a emergência e descomissionamento, conforme citado ao longo do texto. Esses planos seguem diretrizes de gestão ambiental da empresa e serão auditados periodicamente para verificação quanto a sua eficácia. Esses programas asseguram a mitigação e controle dos impactos mais relevantes associados ao meio biótico, mas também aos meios físico e sócioeconômico. 2.2.2. Medidas Compensatórias dos Impactos Ambientais sobre a Fauna de Vertebrados e Invertebrados O conjunto de medidas mitigadoras proposto no tópico anterior objetiva reduzir os impactos que a atividade de extração e benficiamento mineral irá impor aos elementos da fauna e flora da área de influência direta e indireta da Serra do Expedito, mas não fará com que eles desapareçam ou que o processo de recuperação das áreas degradadas após a desativação do empreendimento recomponha a integridade de uma área que a natureza levou milhões de anos para equilibrar ecossistemicamente. 139 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Além das medidas compensatórias previstas em lei para empreendimento potencialmente impactante/poluidor, há também, aquelas relacionadas a danos irreversíveis, que não podem ser mitigados por ações minimizadoras, nem reparados em planos de recuperação ambiental. Estas medidas compensatórias devem ter como objetivo assegurar que porções de ambientes ecologicamente equivalentes àqueles irreversivelmente impactados, sejam preservados e contenham exemplares testemunhos da biota tanto in situ, como ex situ. 2.2.3. Programas e Planos de Mitigação de Impactos e Monitoramento Ambiental 2.2.3.1. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas devem ser concebido de modo a atender todos os aspectos físico, biótico e socioculturais para os quais as áreas degradadas representem um impacto. Assim, devem ser concebidos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas independentes e específicos para cada área temática do conhecimento técnico científico, a saber: a) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas em Ambientes de APPs (de corpos d‟água e de declividades), em atendimento a legislação vigente; b) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas em Áreas de Reserva Legal, em atendimento a legislação vigente; c) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas nas Áreas de Descomissionamento do Plano Diretor e demais Estruturas Associadas a Logística de Transferência dos Concentrados de Minérios para outras Regiões, em atendimento a legislação vigente; d) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas de Vegetação em Diversos Estágios Sucessionais, que representam habitats para diversos grupos biológicos botânicos e zoológicos; e) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas Fortemente Alteradas em outros Habitats, que representam, principalmente, as áreas de APPs que serão criadas em torno do lago da barragem no Córrego Arrainha, em grotas e grotões que surgirão nos flancos de alta declividade da Serra do Expedito, em toda a pilha de rejeito e entorno imediato. 140 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 f) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas Percebidas pelas Populações Locais e Tradicionais da região, principalmente a população urbana e rural de Aripuanã e populações extrativistas. 2.2.3.2. Programa de Monitoramento de Fauna: Neste programa estão inseridos os planos de monitoramente da entomofauna, ictiofauna, herpetofauna, avifauna e mastofauna. Todos estes planos terão como objetivo inventariar as espécies dos grupos zoológicos supracitados, através de dados secundários e primários na Área de Influência do “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT, alem de acessar a riqueza, composição e abundância relativa das espécies registradas de cada um dos grupos amostrados nos pontos amostrados na Área de influência Direta e Indireta do empreendimento, contemplando a sazonalidade local. Objetiva-se também relacionar a riqueza, composição e abundância relativa das espécies registradas de cada grupo amostrado com as fitofisionomias e possíveis impactos ambientais nos pontos amostrados, identificar possíveis espécies indicadoras das condições ambientais nos pontos amostrados e monitorá-las através de parâmetros de presença ou ausência e abundâncias relativas, verificar a influência do empreendimento sobre a composição e distribuição dos grupos amostrados e sugerir, com base nos resultados obtidos, medidas mitigadoras dos possíveis impactos ambientais ocorrentes na área. A amostragem em campo para o monitoramento da fauna deverá ser iniciada antes da fase de instalação do empreendimento e se estenderá durante a fase de instalação e operação. Deverão ser realizadas campanhas semestrais que contemplarão a sazonalidade local. Sugere-se que os métodos utilizados e os locais de amostragem sigam, o mais fielmente possível, os procedimentos realizados durante o EIA, de modo a permitir a utilização desses dados e maiores comparações ao longo do monitoramento das alterações ambientais sobre a fauna. Exemplares de todos os grupos zoológicos monitorados deverão ser colecionados e encaminhados para as Coleções Zoológicas de Vertebrados e Invertebrados da Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, para serem utilizados como material testemunho e 141 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 auxiliarem na identificação correta das espécies, tendo em vista o alto potencial de existência de espécies novas para região e a complexidade taxonômica dos grupos abordados. 2.2.3.3. Programa de Educação Ambiental: Neste programa devem ser incluídos os Planos de Educação Ambiental e Conscientização específicos abordados nos tópicos 2.2.1.4, 2.2.1.5 e 2.2.1.6 mencionados nas Medidas Mitigadoras (2.2.1), que tratam da conscientização dos trabalhadores e demais pessoas envolvidas no processo de instalação, operação e desativação do empreendimento acerca do contato com a biota de modo geral, com especial atenção para as relações de caça, coleta e interações adversas, bem como na condução de veículos nas áreas do empreendimento e entorno. 2.2.3.4. Programa de Resgate de Biota: Neste programa devem ser incluídos os Planos de Resgate de Fauna e Flora, com destaque às plantas ornitófilas, sementes, plântulas e propágulos de espécies nativas em todos os processos de remoção de vegetação nativa. 2.2.3.5. Programa de Monitoramento de Metais Pesados: Neste programa devem ser incluídos os Planos de Monitoramento de Metais Pesados em Tecidos de Peixes e em Águas Superficiais. 3. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA SOBRE O MEIO ANTRÓPICO-CULTURAL A sede municipal de Aripuanã experenciou em sua história recente, a entrada de uma construtora para implantar a Usina Hidroelétrica de Dardanelos, provocando um aumento substancial da população da cidade, e, no pico da obra (2007/2008), havia 1.500 trabalhadores. Com o término da obra a cidade esvaziou, alguns moradores (principalmente donos de comércios), e mão-de-obra especializada (eletricistas, soldadores, motoristas de máquinas pesadas) foram embora com a construtora, para se estabelecer no município de Paranaíta/MT, em busca de novas oportunidades, melhores empregos e salários, pois uma outra hidroelétrica estava em construção. 142 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã tem sérios problemas de infra-estrutura básica. A exemplo, cita-se: a demanda por água tratada, que é apenas clorada, continua sendo maior que a capacidade de distribuição, principalmente nos bairros mais afastados. O setor industrial recebe água sem tratamento. Em 2010 além de ter uma carência de aproximadamente 100 banheiros na cidade, a maioria dos domicílios contava com banheiro de uso exclusivo servidos por fossa rudimentar. Por isso, a Prefeitura criou um programa de construção na cidade, “kit banheiros”, tendo sido entregues 32 kits. Mesmo assim, em 2011, em caráter emergencial, vinte casas do Conjunto Residencial Boa Esperança I precisaram receber instalação de rede de esgoto, porque o volume de chuvas resultou em transbordamento de fossas causando sérios problemas para a população. O lixo continua sendo depositado no “lixão”, mesmo sabendo que até 2014 todos os municípios do Estado de Mato Grosso deverão ter aterros sanitários. O pólo de referência em saúde era a cidade de Juína, que fica a 240Km distante de Aripuanã. Os procedimentos de alta complexidade são encaminhados para Cuiabá. Em 2010 foi inaugurado o novo Hospital Municipal, construído pela Energética Águas da Pedra. Porém, as instalações, apesar de novas, apresentavam irregularidades construtivas, encarecendo muito a manutenção do prédio, e há falta de profissionais qualificados e de equipamentos. 3.1. Socioeconomia e Patrimônio Histórico Cultural Para avaliar os impactos sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico cultural adotouse a mesma metodologia utilizada para os impactos sobre os fatores do clima, solos, relevo e geologia e a vegetação. Ou seja, uma matriz de avaliação simples e descritiva, em que os impactos, foram qualificados quanto à natureza em: positivos ou negativos; quanto à causa: direto (efeito direto da ação) ou indireto (efeito secundário); quanto à magnitude: baixa, média ou alta intensidades; quanto à permanência: curta, média, longa duração, ou permanentes; quanto a abrangência (extensão): pontual, local ou regional; quanto a reversibilidade: 143 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 reversível e irreversível; e finalmente, quanto à implicação (efeitos): irrelevante, sinérgico, e cumulativo17. Assim, a avaliação dos impactos sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico cultural a seguir descrita, se refere ao processo de instalação operação e desativação do empreendimento. No Quadro XVI tem-se uma síntese da avaliação desses impactos ambientais gerados no Projeto Aripuanã, estando logo em seguida também apresentados de forma descritiva. Quadro XVI - Resumo da avaliação dos impactos ambientais sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico cultural, nas fases de instalação, operação e de desativação do Projeto Aripuanã/MT. Fase do empreendimento Instalação e operação Impacto ambiental Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo, regional, reversível, sinérgico. Maximização da contratação de mão de obra local. Programa de Apoio ao Migrante. Positivo, direto/ indireto, média/alta intensidades, Necessidade de mão-delongo prazo, obra/especializada/desqualificada local/regional, reversível, irrelevante/sinérgico. Utilização de mão-de-obra local e regional (desqualificada e/ou especializada). Cursos de capacitação e treinamento. 1) Aumento populacional a conseqüente demanda por Implantação e operação do estruturas e empreendimento serviços urbanos básicos a cidade de Aripuanã não pode suprir 2) Geração de empregos Instalação e operação Avaliação do impacto Atividades geradoras 3) Risco de ocorrência de acidentes de trabalho. Implantação, e operação do empreendimento (extração e beneficiamento do minério). 4) Aumento de Pagamento de taxas/impostos/ arrecadação contribuições, relativos à municipal, produção mineral. estadual e federal 17 Programa de Gerenciamento de Riscos de Segurança e Saúde Ocupacional com treinamentos Negativo, direto, média a nos riscos críticos. Atendimento alta intensidades, longo às NR‟s do MTE (ex. EPI). prazo, reversível/ Monitoramento da saúde do irreversível, sinérgico. trabalhador (PCMSO), Programa de Ed. Ambiental e campanhas de prevenção de acidentes. Positivo, direto/ indireto, média a alta intensidades, Fiscalização. longo prazo, regional, reversível, sinérgico. Define-se como efeito cumulativo, quando o resultado do impcato se acumula no tempo ou no espaço. Como efeito sinérgico, quando há combinação de dois ou mais fatores, e o resultado dessa combinação tem efeito maior do que a soma dos resultados que esses fatores teriam separadamente. E, efeito irrelevante, neste caso, quando o impacto não for cumulativo, nem sinérgico. 144 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fase do empreendimento Impacto ambiental 5) Demissão em massa de mãode-obra. Desativação e pós 6) Redução fechamento da drástica na mina arrecadação municipal, estadual e federal 7) Passivos ambientais, com riscos de contaminação e para a saúde das pessoas. one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Planejamento do descomissionamento com o Negativo, direto/indireto, envolvimento da comunidade. média a alta intensidades, Fomento a atividades Fechamento da mina e permanente, econômicas alternativas. Uso de desativação do empreendimento. local/regional, mão-de-obra para as atividades reversível/irreversível, de desativação do sinérgico. empreendimento (demolição e remoção das estruturas). Atividades geradoras Avaliação do impacto Negativo, direto/indireto, Planejamento para fechamento Fechamento da mina e média intensidade, da mina. Fomento a atividades desativação do empreendimento. permanente, regional, econômicas alternativas. irreversível, sinérgico. Fonte de drenagem ácida no Negativo, direto, alta entorno das minas, potencial de intensidade, permanente, contaminação química (chumbo, irreversível, sinérgico. e outros), pilha de rejeitos Elaboração do Plano de Descomissionamento. Programa de monitoramento dos passivos ambientais. 1) Com a implantação e operação do empreendimento haverá aumento populacional e, por conseguinte, haverá demanda por estruturas e serviços básicos urbanos de que a cidade de Aripuanã carece. E, para que a cidade supra as demandas há que se ter uma estratégia de planejamento de novas habitações e construção de redes de saneamento, além de transporte. A captação de água existente mal consegue suprir a demanda da população residente e terá que ser aumentada caso haja novo fluxo migratório para a cidade. Toda a área urbana requer a instalação de esgotamento sanitário e de águas pluviais. Embora exista uma ordem para a locação de recursos públicos para construir artefatos que compõem a infra-estrutura e para implementar serviços urbanos, deve-se observar que é diferente se numa rua criar primeiro a infra-estrutura, ou asfaltá-la; ou se criar a rua asfaltada e depois melhor a infra-estrutura subterrânea. O resultado das combinações não é o mesmo. Porquanto, esse aumento populacional é um impacto negativo, direto, de alta intensidade, pois dependerá de se criar estruturas na cidade para atender às demandas, pois está previsto para a instalação do empreendimento um montante de 1000 pessoas, em média, e na operação 600 pessoas. Porém, parte desse efetivo, poderá ser da própria sede municipal. É um impacto de longo prazo, e reversível, porque sua duração é o tempo da vida útil do empreendimento (15 anos). É um impacto regional porque envolverão pessoas do município de 145 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã e ainda de outros município de Mato Grosso e de outros estados brasileiros, dependendo da qualificação da mão-de-obra. Tem efeito sinérgico porque atingirá a cidade de Aripuanã e demandará por diferentes setores, energia, abastecimento, saneamento, saúde, educação, moradia, etc. Medidas mitigadoras tais como maximizar a contratação da mão-de-obra local poderão atenuar os efeitos negativos desse impacto, porém, está previsto o Programa de Apoio aos Migrantes, com vistas a mitigar esses impactos. 2) De acordo com o Planejamento do processo de implantação do Projeto Aripuanã, e com base no Plano Diretor concebido, ainda em nível conceitual, estima-se a utilização de pelo menos 2.300.000HH (horas/homem), o que corresponde a pelo menos 1000 pessoas, mas que poderá ser alterado em função de mudanças de regime de trabalho, eventuais atrasos na obra e outros imprevistos. Já no processo de operação estão previstos gerar pelo menos 600 empregos diretos, sendo 309 pessoas nas atividades de extração mineral das minas, Arex e Ambrex; 291 pessoas na indústria de beneficiamento do minério e no setor administrativo do empreendimento. Melhor estimativa poderá ser realizada na próxima fase do projeto. Esse impacto positivo, direto, se empregar pessoas da região de Aripuanã, e indireto, de outras regiões mato-grossenses e ou brasileiras, é de baixa intensidade (para empregos que exigem mão-de-obra especializada), e média a alta intensidade (para mão-de-obra sem qualificação e semi-qualificada); é de curto prazo (enquanto durar o processo de instalação), e de médio prazo enquanto a mina estiver em operação (15 anos). É um impacto local (empregando pessoas da AID) e regional (empregando pessoas do município de Aripuanã e de outros municípios mato-grossenses e/ou brasileiros), a quase totalidade é reversível (porque após a conclusão das atividades, de instalação e operação, as pessoas serão demitidas); e esporadicamente irreversível, caso de pessoas que continuarem até o fechamento da mina, ou ainda se forem absorvidas pelos Planos e Monitoramento futuros. É um impacto que pode ser considerado irrelevante, embora em raros casos tenha efeito sinérgico, e isso dependerá da mão-de-obra contratada, que poderá exercer uma função no processo de implantação do empreendimento, e outras funções se for absorvido nas outras fases (de operação, desativação do empreendimento e o posterior monitoramento). No caso do 146 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 monitoramento futuro da pilha de rejeitos potencialmente contaminante, poderia ser um caso, por exemplo, de utilizar mão-de-obra daqueles guardiões da comunidade tradicional, que são reais conhecedores da região. Porquanto é um impacto que será maximizado pela utilização de mão-de-obra local e regional (notadamente aquela desqualificada), e através de cursos de capacitação e treinamento. 3) No processo de implantação e operação do empreendimento, haverá atividades que ao serem executadas irão expor as pessoas ao risco de ocorrência de acidentes de trabalho. Esse impacto negativo é direto, de média a alta intensidades e vai depender do grau de controle dos riscos aos acidentes do trabalho e as doenças ocupacionais, porque será implementado o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), em que estabelecerá as diretrizes básicas de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, em conformidade com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e também da Portaria N° 12 (de 12/01/2002) do Ministério das Minas e Energia. Trata-se de um impacto de longo prazo, porque vai durar o tempo de vida útil do empreendimento, é reversível, porque cessará com o fechamento da mina, poderá ser grave, no caso de ter havido acidente com conseqüente invalidez ou óbito durante a implantação, operação ou desativação do empreendimento. Importante ressaltar que a área descomissionada não poderá oferecer risco de acidente e as respectivas medidas deverão ser detalhadas no Plano de Descomissionamento, por exemplo, áreas com risco de queda deverão ser eliminadas ou definitivamente protegidas contra o acesso de pessoas e animais. Para que seja mitigado esse impacto, deverá ser aumentada a segurança dos operários na condução das operações produtivas, e, a empresa fornecerá Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos operários (capacete de segurança, óculos de segurança, botas de couro, protetores auditivos e equipamentos de proteção respiratória). Paralelamente, são conduzidas campanhas permanentes de esclarecimento quanto aos cuidados a serem tomados durante o trabalho, bem como campanhas de orientação sobre o uso de equipamentos de proteção. Deve-se salientar que o uso de EPIs será restringido a situações em que houver inviabilidade técnica para a adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas estiverem em implantação, ou então quando estas não forem suficientes para a eliminação total do agente. 147 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Também, na lavra subterrânea deverão ser observadas as normas usuais de segurança, higiene e saúde. As aberturas de vias subterrâneas deverão ser executadas e mantidas de forma segura, durante o período de sua vida útil, com base em estudos geomecânicos consistentes e periodicamente revisados, que indicarão necessidades de contenção artificial do maciço (cambotas, tirantes, etc). Além disso, a presença de água na mina deve ser bem estudada e o seu bombeamento bem dimensionado, uma vez que aportes repentinos de água podem inviabilizar temporariamente a lavra ou até causar acidentes por inundação. O projeto de galerias e sua construção devem ser compatíveis com as máquinas que transitarão por ela, bem como fornecer posição confortável ao operador de máquinas de forma a deixar uma faixa de segurança que impeça o contato acidental com o teto e paredes da galeria. Haverá sinalização dos locais que possam acarretar riscos de queda de material ou pessoas, bem como inspeções periódicas por profissional habilitado para identificação de chocos e blocos instáveis, principalmente após as detonações, e dado devido tratamento Nos poços de elevadores e shafts deverão ser rebaixados além do último nível e também deverão ser adotados sistemas de drenagem, bombeamento e limpos periodicamente. Os depósitos de materiais desmontados deverão ser protegidos contra deslizamento e dispostos afastados da abertura, permitindo a trafegabilidade, e rotas de saída de emergência, bem como vias de acesso e trânsito inclinadas também devem ser protegidas. O escoramento deverá ser protegido contra umidade, apodrecimento, corrosão, além de outros tipos de deterioração, em função de sua vida útil programada, e também deverão ser inspecionados, tratados e recuperados caso haja risco associado, por profissionais qualificados. Além disso, os escoramentos deverão estar associados a mecanismos ou dispositivos que detectem eventuais movimentações na rocha ou no maciço sustentado. Devido às características singulares de uma operação subterrânea, é importante para a segurança pessoal que todos os funcionários sejam solicitados e fiscalizados quanto à observância das instruções gerais e específicas prescritas de higiene e segurança. Para a preservação da segurança e saúde dos trabalhadores, do patrimônio e da preservação ambiental, a empresa, através de seus responsáveis pela produção mineral, ou 148 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 gestores de contrato, deverá adotar como parte obrigatória em seu Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR), os seguintes itens: Reconhecimento de todos os riscos relacionados a suas atividades e da implantação de medidas de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI); Desenvolver treinamentos para todos os colaboradores expostos aos riscos, com definição de procedimentos preventivos e ações a tomar em caso de acidentes; Realizar treinamentos específicos: proteção respiratória e auditiva, uso correto de EPI, habilitação para operar equipamentos móveis e fixos e de trabalhos com riscos de exposição à energia elétrica, procedimentos em caso de emergência e Primeiros Socorros; Realizar exames periódicos para avaliação da saúde de seus funcionários (PCMSO); Realizar, além da SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, palestras educativas a respeito da prevenção de acidentes, primeiros socorros, doenças sexualmente transmissíveis, doenças endêmicas, alcoolismo e tabagismo, através do Programa de Educação Ambiental. Deve-se enfatizar que todos os acidentes e as doenças ocupacionais deverão ser analisados criticamente, com indicação de causas raízes e proposição de medidas mitigadoras e preventivas a fim de evitar acidentes semelhantes. Essas análises deverão ser amplamente divulgadas para conscientização dos trabalhadores e melhor efetividade do programa de prevenção de acidentes. Uma análise estatística de todos os acidentes também permite uma avaliação quanto à incidência dos acidentes (área, período, parte do corpo) de forma a subsidiar as campanhas de prevenção de acidentes. 4) Com a implantação do Projeto Aripuanã haverá um importante incremento na arrecadação de impostos, ao nível municipal, estadual, e federal. A estimativa preliminar dos impostos gerados é apresentada a seguir. Vale ressaltar que essa estimativa levou como base premissas de preço e custos que poderão variar quando da implantação e operação do projeto, sendo os números apresentados preliminares. Dessa forma, estima-se a geração da ordem de 183 milhões de reais por ano de impostos, taxas, e contribuições relacionados com a atividade desse empreendimento, conforme a seguir discriminado, não considerado os créditos sobre os insumos: 149 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 PIS-COFINS: R$ 44 milhões/ ano CFEM: R$ 10 milhões/ ano IR/CSLL: R$ 72 milhões/ ano ICMS: R$ 57 milhões/ ano Esse impacto é positivo, direto (se a arrecadação for ao nível municipal) e indireto (se for ao nível estadual e federal); é de média a alta intensidades, dependendo do valor da arrecadação; é de longo prazo, enquanto durar o Projeto; é regional, porque as arrecadações se dão aos níveis, municipal, estadual e federal. Trata-se de um impacto reversível, porque findará com a desativação do empreendimento, mas tem efeito sinérgico, porque envolvem vários setores da economia (mineração, indústria, comércio, serviços, transporte, etc.). Esse impacto poderá ser maximizado através da fiscalização por parte da Prefeitura Municipal de Aripuanã sobre as empresas que tiverem atuação no empreendimento, uma vez que, a maioria das atividades desempenhadas no âmbito do Projeto Aripuanã será terceirizada pelo empreendedor, gerando principalmente o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN), que é uma arrecadação exclusivamente de natureza municipal. 5) No processo de desativação do empreendimento haverá a dispensa total dos funcionários, tendo em vista que a atividade mineral é um recurso natural não renovável. Assim, a demissão em massa de mão-de-obra é um impacto negativo, direto (ao se referir à utilização de mão-de-obra da área de influência direta do empreendimento) e indireto (se tratar daquela regional); é de média intensidade, uma vez que, o pessoal envolvido com as atividades durante o processo produtivo, adquiriram experiência e qualificação, podendo ser recolocados em outros empreendimentos semelhantes. É um impacto irreversível e permanente, por ser gerado após a exaustão da exploração do minério. Tem efeito sinérgico, porque o desemprego afetará outros setores da economia, notadamente o comércio da cidade de Aripuanã. Entretanto esse impacto poderá ser mitigado se houver o planejamento para fechamento da mina. Com relação aos empregados deverá ter por objetivo a recolocação em outro emprego ou incentivo ao empreendedorismo. As ações a serem desenvolvidas serão de estimular a independência do município à renda gerada pela mineração, por meio da identificação e 150 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 viabilização de vocações econômicas ainda desconhecidas, bem como por meio de articulação de apoio de políticas públicas e de crédito, que muitas vezes não chegam em municípios distantes dos centros maiores. Tais ações tendem a minimizar o impacto causado com o fechamento da mina, e deverão ser sempre reavaliadas ao longo da vida útil do empreendimento. Por outro lado deve-se enfatizar que o Programa de Educação Ambiental para formação dos funcionários, e comunidades locais deverá ser implementado durante a vida útil do empreendimento. A freqüência, escopo e duração desses programas dependerão de diagnósticos de percepção ambiental e também de identificação das demandas da comunidade. Além disso, deverá ser discutido com parceiros, como escolas públicas e outros órgãos interessados. 7) Os passivos ambientais gerados pelo Projeto Aripuanã, apresentam riscos a saúde porque tem potencial de drenagem ácida e de contaminação com substâncias químicas perigosas, notadamente na área das minas Arex/Ambrex. Todo o empreendimento deve ser descomissionado de forma segura, não podendo oferecer risco para o meio ambiente ou as pessoas. Todos os passivos ambientais devem estar estáveis física, química e biologicamente, comprovado por monitoramento após o fechamento do empreendimento. Assim, o risco de contaminação e para a saúde das pessoas é um impacto negativo, direto, de alta intensidade, porque uma vez causado o dano, é difícil de ser reparado pela própria dificuldade de descontaminação. É um impacto permanente e irreversível, porque não há como evitar os passivos ambientais gerados pelo Projeto Aripuanã. Embora seja um impacto pontual, gerado nas ADAs da mina e em áreas para onde forem levadas rochas sulfetadas, esse impacto pode atingir outros ambientes da bacia do córrego Guaribal, caso não seja controlado, e se houver a drenagem ácida e ela alcançar a rede hidrográfica da AID, ele tem efeito sinérgico, atingindo pessoas e outros fatores ambientais, água, biota aquática, ictiofauna, etc., mesmo porque, a água é o agente deflagrador e transportador da contaminação. Como medidas mitigadoras para evitar riscos de vazamentos após o fechamento da mina de desativação do empreendimento, e danos por contaminação ambiental, com risco à saúde das pessoas, as áreas dos passivos ambientais gerados pelo Projeto, deverão ser rigorosamente monitoradas, principalmente as águas da pilha de rejeitos e das drenagens com nascentes no flanco sul da serra do Expedito. 151 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Além disso, o monitoramento das águas da pilha de rejeitos e das drenagens com nascentes no flanco sul da serra do Expedito deverá estar previsto no PCA, e no cronograma executivo do PRAD, pois são áreas de passivo ambiental, que por serem ambientes considerados potencialmente contaminantes, suas estabilidades física, química e biológica, deverão ser mantidas dentro de padrões exigidos pela legislação em vigor. 3.2. Patrimônio Arqueológico Toda alteração do ambiente leva potencialmente a algum tipo de impacto sobre o Patrimônio Arqueológico, especialmente as alterações que modificam a topografia e o solo. As alterações podem ser decorrentes das próprias obras e implantação da infra-estrutura dos empreendimentos (impacto direto), ou por provocar uma intensificação do uso do solo em nível local e/ou regional (impacto indireto). O desenvolvimento das ações previstas para a implantação do empreendimento poderá provocar alterações e/ou destruição do patrimônio arqueológico quando existente, resultando em perdas do potencial científico-informativo dos sítios; perdas parciais e mesmo a destruição total dos vestígios, e/ou estruturas arqueológicas, enfim, a perda de Patrimônio Cultural enquanto ”(...) referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (...)”, conforme a Constituição da República. Não se pode considerar a perda do Patrimônio Arqueológico como certa, visto que, nessa etapa do levantamento arqueológico não foram identificados pontos de ocorrência arqueológica na Área de Influência Direta do empreendimento. Contudo o fato da ocorrência de material arqueológica não ter sido verificada in loco, não implica na confirmação de sua ausência, já que durante as entrevistas foi obtida uma informação sobre a localização de vestígios na Área de Influência Indireta do empreendimento. Além disso, somente através de prospecções sistemáticas de sub-superfície poderá ser confirmada a presença ou ausência do material arqueológico. Como medida cabível, deve-se realizar um Programa de Prospecção Arqueológica na área do empreendimento, que deverá contemplar ações de prospecções intensivas (aprimorando a fase anterior de estudo). A execução do programa de prospecção é previsto para obtenção da 152 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Licença de Instalação, de acordo com a Portaria 230/2002/IPHAN. As prospecções sistemáticas de sub-superfície, devem ser realizadas tanto na área de influência direta como nos locais onde serão gerados impactos indiretos potencialmente lesivos ao patrimônio arqueológico, onde se inclui a implantação de vias de acesso, áreas de empréstimo e depósito de resíduos, entre outros. A partir dos levantamentos realizados na etapa de prospecção sistemática, será possível definir a área de abrangência dos vestígios arqueológicos, tanto horizontal como verticalmente, com a possibilidade de caracterizar sítios arqueológicos. Os procedimentos a serem adotados no Programa de Prospecção envolvem o caminhamento de equipe em linhas paralelas (transects), de maneira que fique estabelecida uma malha de prospecção que permita reconhecer tanto vestígios em superfície, como em profundidade. Através dessa metodologia é possível verificar com maior precisão a dimensão de possíveis sítios arqueológicos, bem como a área de concentração de vestígios, permitindo a elaboração do programa de resgate. A prospecção através dos transects deve abranger toda a Área Diretamente Afetada pelo empreendimento. Contudo, considerando o empreendimento em tela, bem como, a geografia e geologia da região, essas linhas devem contemplar as áreas de encosta e próximo a drenagens. Como resultado previsto, deverá ser obtido um reconhecimento integral do patrimônio arqueológico existente na ADA do empreendimento, bem como a avaliação dos impactos gerados sobre esse patrimônio seguido da indicação de medidas mitigadoras cabíveis, na forma de um Programa de Regate Arqueológico (Portaria 230/2002/IPHAN). 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 13.895. Construção de Poços de Monitoramento e Amostragem 1997. ABNT NBR 15.495. Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulados. 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E-mail : [email protected] one – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ANEXOS